pódio - 15 de junho de 2014

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Pódio E6 Zebra: Uruguai perde da Costa Rica de virada Pódio E14 e 15 Parque Amazonense está largado ao léu MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014 [email protected] RICARDO OLIVEIRA Cirúrgico, o atacante Mário Balotelli pegou poucas vezes na bola, o suficiente para fazer o gol da virada da Itália e protagonizar a jogada mais bonita da partida, ao tentar encobrir o goleiro adversário. Ballo foi escolhido o melhor em campo. Pódio 4 e 5 N o calor é comigo

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 15 de junho de 2014

Pódio E6

Zebra: Uruguai perde da Costa Rica de virada

Pódio E14 e 15

Parque Amazonense está largado ao léu

MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

RICA

RDO

OLI

VEIR

A

Cirúrgico, o atacante Mário Balotelli pegou poucas vezes na bola, o sufi ciente para fazer o gol da virada da Itália e protagonizar a jogada mais bonita da partida, ao tentar encobrir o goleiro adversário. Ballo foi escolhido o melhor em campo. Pódio 4 e 5

No calor é comigo

, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

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Page 2: Pódio - 15 de junho de 2014

E2 MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Tabela da Copa do Mundo

CHARGE

Brasil Camarões

Croácia México

Brasil Croácia

12/6/2014 - 16h Arena Corinthians

México Camarões

13/6/2014 - 12h Arena das Dunas

Brasil México

17/6/2014 - 15h Arena Castelão

Camarões Croácia

18/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Camarões Brasil

23/6/2014 - 17h Estádio Mané Garrincha

Croácia

23/6/2014 - 17h Arena Pernanbuco

Austrália Chile

Espanha Holanda

Espanha Holanda

13/6/2014 - 15h Fonte Nova

Chile Austrália

13/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Colômbia Costa do Marfi m

Grécia Japão

Colômbia Grécia

14/6/2014 - 12h Mineirão

C. Marfi m Japão

14/6/2014 - 21h Arena Pernambuco

Costa Rica Inglaterra

Itália Uruguai

Uruguai C. Rica

14/6/2014 - 15h Castelão

Inglaterra Itália

14/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Equador França

Honduras Suíça

Suíça Equador

15/6/2014 - 12h Estádio Mané Garrincha

França Honduras

15/6/2014 - 15h Arena Beira Rio

Argentina Bósnia-Herzegovina

Irã Nigéria

Argentina Bósnia

15/6/2014 - 18h Maracanã

Irã Nigéria

16/6/2014 - 15h Arena da Baixada

Alemanha Estados Unidos

Gana Portugal

Alemanha Portugal

16/6/2014 - 12h Fonte Nova

Gana EUA

16/6/2014 - 18h Arena das Dunas

Argélia Bélgica

Coreia do Sul Rússia

Bélgica Argélia

17/6/2014 - 12h Mineirão

Rússia C. do Sul

17/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Austrália Holanda

Espanha Chile

Austrália Espanha

Holanda Chile

C. Marfi m Japão

Colômbia

16/6/2014 - 12h Estádio Mané Garrincha

C. Marfi m

Japão

19/6/2014 - 18h Arena das Dunas

Grécia

Japão

26/6/2014 - 15h Arena Pantanal

Colômbia

Grécia

24/6/2014 - 17h Arena Castelão

C. Marfi m

18/6/2014 - 12h Arena Beira Rio

18/6/2014 - 15h Maracanã

23/6/2014 - 12h Arena da Baixada

23/6/2014 - 12h Arena Corinthians

Uruguai

19/6/2014 - 15h Arena Corinthians

Inglaterra

Itália

20/6/2014 - 12h Arena Pernambuco

C. Rica

Itália

24/6/2014 - 12h Arenas das Dunas

Uruguai

C. Rica

24/6/2014 - 12h Mineirão

Inglaterra

Bélgica

22/6/2014 - 12h Maracanã

Rússia

C. do Sul

22/6/2014 - 15h Arena Beira Rio

Argélia

C. do Sul

26/6/2014 - 17h Arena Corinthians

Bélgica

Argélia

26/6/2014 - 17h Arena da Baixada

Rússia

Alemanha

21/6/2014 - 15h Arena Castelão

Gana

EUA

22/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Portugal

EUA

26/6/2014 - 12h Arena Pernambuco

Alemanha

Portugal

26/6/2014 - 12h Estádio Mané Garrincha

Gana

Argentina

21/6/2014 - 12h Mineirão

Irã

Nigéria

21/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Bósnia

Nigéria

25/6/2014 - 12h Arena Beira Rio

Argentina

Bósnia

25/6/2014 - 12h Arena Fonte Nova

Irã

Suíça

20/6/2014 - 15h Arena Fonte Nova

França

Honduras

20/6/2014 - 18h Arena da Baixada

Equador

Honduras

25/6/2014 - 15h Arena da Amazônia

Suíça

Equador

25/6/2014 - 17h Maracanã

França

México

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Bobby Charlton foi o tipo de jogador com todas as caracterís-ticas de um jogador extraordiná-rio: velocidade, técnica apurada, inteligência tática, chutes precisos e faro de gol, além do clássico cavalheirismo britânico.

Sobrevivente do famoso acidente aéreo de Munique, que vitimou oito jogadores do time do Manchester United em 1958, Charlton viveu sem auge em casa, na Copa de 1966, quando ao lado de seu irmão mais velho, o zagueiro Jack Charlton, comandou a Inglaterra na conquista

da Copa do Mundo.Um de seus momentos mais

marcantes foram os gols da vi-tória por 2 a 1 sobre Portugal, na semifi nal no estádio Wembley, clas-sifi cando a seleção inglesa para a fi nal contra a Alemanha.

Em 1968, Charlton viveu outro ponto alto ao levar o Manchester United à conquista da Copa dos Campeões da Europa, exatamente dez anos após o desastre aéreo de Munique. Era a consagração defi ni-tiva Charlton, que ganhou da Rainha Elizabeth II o título de Sir.

Em 1973 Bobby Charlton encerrou sua brilhante e histórica passagem pelo Manchester United para assu-mir o cargo de jogador e treinador no Preston North End, onde ele até 1974, ano de sua aposentadoria do futebol aos 37 anos.

Símbolo de uma geração de ouro do futebol inglês e considerado por muitos como o maior jogador da história de seu país, Bobby Charlton marcou época com qualidades únicas e paixão pelo esporte que ele tanto ajudou a engrandecer.

Vida longa ao Sir Bobb.

Sir Bobby Charlton

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

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Paulo Vinícius Coelho

Anos dourados

A Argentina renunciou à disputa da Copa de 50. Não quis vir e se viesse o Maracanazo poderia ter outro protagonista. Em vez de Ghighia, quem sabe Tucho Méndez, Labruna ou Lostau. Há diferentes versões para a ausência.

Uma delas diz que o êxodo de craques como Di Stéfano e Nestor Rossi, após a greve dos atletas em 1948, fez os argentinos se isolarem. Outra, que a quebra de relações entre a CBD e a AFA, por causa da fratura na perna do capitão Salomón, na

decisão da Copa América de 1946, causou o boicote. O livro “Historia de la Selección”, publicado pelo diário “Clarín”, diz que Perón não quis correr o risco da derrota.

Estranho. Os anos anteriores à Copa foram dourados para a Argentina. Disputou cinco Copas Américas na década de 1940. Ganhou quatro.

Desta vez, a Argentina vem ao Brasil e tem o caminho teoricamente mais limpo entre todas as grandes seleções. Se avançar em primeiro

lugar da chave, cruzará com o se-gundo do grupo E --França, Suíça, Equador ou Honduras.

Em 2006, a França chegou à fi nal da Copa, mas fi cou em segundo lugar na primeira fase, atrás da Suíça. A repetição é possível. Pode dar Argen-tina x França, nas oitavas. Também não é fácil a estreia, hoje.

Como a Croácia, a Bósnia era parte da Iugoslávia. Seu técnico, Safet Susic, jogou as Copas de 82 e de 86 pelo velho país e seu centroavante é Dzeko, autor de

cinco gols nos últimos quatro jogos do City no título inglês.

Mas há Messi. Ele parou entre novembro e janeiro, por lesão. Depois do retorno, disputou apenas uma grande partida: Real Madrid 3 x 4 Barcelona. Fez três gols.

Ganhar a Copa no Brasil também interessa muito! O caminho da Ar-gentina pode até fi car difícil se hou-ver derrota para a Bósnia ou choque com a França nas oitavas. Messi pode fazer fi car fácil. Fazer de 2014 o ano dourado que 1950 não foi.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

A Argentina tem o caminho mais limpo. Pode até fi car difícil, mas há Messi para talvez torná-lo fácil Argentina vem ao Bra-sil e tem o caminho teo ricamente mais limpo entre todas as grandes seleções. Se avançar em primeiro lugar da chave, cruza-rá com o segundo do grupo E -França, Suíça, Equador ou Honduras

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Page 3: Pódio - 15 de junho de 2014

E3MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Oscar mais confi ante após o gol na estreia

Mesmo depois da boa atuação na estreia da Copa do Mundo, a dis-puta anterior de posição com William ainda ren-de respostas fi rmes de Oscar. O camisa 11 da Seleção Brasileira não gosta de ouvir que pudes-se ter fi cado preocupado com as substituições nos treinos preparatórios. Só que admite: depois do bom jogo diante da Cro-ácia, com direito a gol de bico no fi nal, está muito mais confi ante.

- Eu não fi quei preocu-pado, e isso (avaliações da imprensa de que William vinha treinando melhor do que Oscar) também não me incentivou. O que me incentivou foi a confi an-ça do Felipão, foi minha esposa estando sempre

ao meu lado, o nascimen-to da minha fi lha, meus amigos. Eu queria fazer uma grande partida para eles e para toda a torcida brasileira. Era uma estreia de Copa do Mundo, e eu queria jogar bem - disse, neste sábado.

- Não só o William es-tava treinando bem, e o Felipão também muda bastante nos treinos cole-tivos. Temos uma grande seleção, em que não há titular ou reserva. Se eu jogar mal o próximo jogo, alguém entra, e todo o mundo vai falar de mim de novo. Sempre vai ter disputa, porque ninguém é titular. Tem sempre que provar, fazer mais um belo jogo. Tem sempre que melhorar e mostrar seu melhor - acrescentou.

CAMISA 11

Nascimento da fi lha é incentivo para bom desempenho

FERNANDODANTAS/GAZETAPRESS

O atacante havia sido poupado do trabalho físico que os demais reservas da seleção haviam feito na caixa de areia

Bernard atua meio tempo em jogo treinoO atacante havia sido poupado do trabalho físico que os demais reservas da seleção haviam feito na caixa de areia

Bernard atua meiotempo em jogo treino

O atacante Bernard voltou a treinar com bola na manhã des-te sábado, um dia

depois de ter sido poupado de trabalho com os demais reservas da seleção brasileira na caixa de areia. Mas a volta ao campo foi cautelosa: ele dis-putou apenas a metade fi nal de um jogo-treino contra a equipe sub-20 do Fluminense.

Para compor o time reser-va no início do treinamento, o técnico Luiz Felipe Scolari usou um titular, o volante Paulinho. A formação começou com Jeff er-son; Maicon, Henrique, Dante e Maxwell; Paulinho, Hernanes, Ramires e Fernandinho; William e Jô. No intervalo, Bernard en-trou no lugar de Paulinho e participou dos 30 minutos fi nais da movimentação.

O jogo-treino foi apitado pelo auxiliar Flávio Murtosa, mas Felipão o interrompeu diversas vezes, forçando situ-ações de jogo, como escanteio e penalidades. Na única possi-bilidade de gol do Fluminense,

Jeff erson fez uma bela defesa em cobrança de pênalti no canto esquerdo. A invencibi-lidade também foi mantida por Victor, quando o terceiro goleiro assumiu a meta.

Três gols saíram de bola ro-lando, todos eles com partici-pação de Ramires. No primeiro tempo, além de ter aberto o placar nos primeiros minutos, desviando de cabeça um cru-zamento de Fernandinho, ele acertou a trave e deu a deixa para Murtosa marcar pênalti questionável, depois de dividi-da dentro da área. Hernanes, Paulinho e Jô converteram suas cobranças. Na parte fi nal, o vo-lante ainda deu uma assistência para William e outra para Jô e quase anotou outro gol em arremate rasteiro que passou rente à trave esquerda.

Pelo segundo dia seguido, diferentemente do goleiro Jú-lio César, que mais uma vez treinou normalmente com o preparador Carlos Pracidelli, os demais titulares seguiram programação leve. Depois de

passarem a sexta-feira na piscina, os nove jogadores de linha não utilizados no jogo-treino - a exceção foi Paulinho - correram em volta do se-gundo campo, sob orientação da preparação física. Depois, alguns deles, de meia, brinca-ram com controle de bola.

Finalizados os trabalhos, o elenco todo foi tietado pelos membros da co-missão técnica e os jovens atletas do Fluminense, que, apesar da derrota no jogo-treino, estam-pavam um largo sorriso no rosto nas fotografi as tiradas com os astros.

O próximo compromisso da Seleção na Copa do Mundo está marcado para terça-feira, em Fortaleza, diante do México, que também ven-ceu na estreia. Na manhã deste domingo, está previsto o pri-meiro treinamento coletivo de preparação para esta partida, com todos os 23 convocados, na Granja Comary.

FERNANDODANTAS/GAZETAPRESS

O próximo jogo da seleção brasileira será contra o México, em Fortaleza

JUCA KFOURI

Padrão Baka

BAKA É o apelido de Ricardo Trade, o número dois do Comi-tê Organizador Local da Copa do Mundo (COL). Ex-goleiro da seleção brasileira de handebol, ele acabou funcionando como o número.

Isso porque, desde que José Maria Marin substituiu Ricardo Teixeira, o Comitê Organizador Local deixou de preocupar o regiamente pago (mais de R$ 100 mil mensais) chefe da empresa, braço da Fifa.

Marin não nega que se preo-cupa só com a seleção brasilei-ra, embora não haja notícias de que tenha aberto mão da fortuna que recebe.

Daí também não terem surpre-endido todas as barbaridades que vimos na abertura da Copa

do Mundo. A começar pela festa, plastifi-

cada, confusa, sem suingue, fria como um baile de esquimós.

Mais de 48 horas após o primeiro jogo - lidas todas as avaliações na imprensa nacional e boa parte do que se publicou pelo mundo afora - por mais que em alguns aspectos o estádio corintiano tenha oferecido melhores condições que o Soccer City há quatro anos, a chegada, por exemplo, foi muito mais fácil.

As deficiências foram mesmo de envergonhar Ronaldo Fenômeno, por sinal, membro do Comitê Orga-nizador Local da Copa do Mundo.

Porque se a festa não tem maior importância -- e a Fifa faria bem em desistir dela porque jamais con-

seguiu organizar uma que se com-parasse às dos Jogos Olímpicos --, detalhes como a comunicação sem fio, a iluminação, o serviço de bares e restaurantes, a telefonia, a saída do estádio, deixaram muito a desejar e não escaparam das críticas pelo mundo afora.

Porque Baka não sabe que Deus mora nos detalhes e, preocupa-do em defender como goleiro, no mais das vezes é o que tem fei-to desde que assumiu a posição que seu currículo não justifica, escolhido apenas por critérios de compadrio.

Tudo aquilo que foi previsto, infelizmente, aconteceu, também porque por mais que faça milagres, goleiros não são deuses.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Por mais exigências que a Fifa faça, ela se vê diante da nossa capacidade em bagunçá-las. Iluminação e telefonia deixaram a desejar. Baka não sabe que Deus mora nos detalhes A começar pela fes-

ta, plastifi cada, con-fusa, sem suingue e fria como um baile de esquimós. Tudo aquilo que foi previsto, infe-lizmente, aconteceu, também porque por mais que faça mi-lagres, goleiros não são deuses”

A começar pela fes-

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Page 4: Pódio - 15 de junho de 2014

E4 E5MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

A culpa foi do calor? Itália derrota Inglaterra na Arena da AmazôniaNinguém engorda da noite para o dia, geralmente esse é um processo que pode durar meses ou anos. Mas na hora de perder peso, pouca gente tem a paciência e obstinação de esperar os resultados. Quem perseverou, sabe que vale a pena eliminar os excessos

Eram cinco títulos mun-diais em campo. Itália e Inglaterra fi zeram o duelo mais esperado da

primeira fase da Copa do Mundo 2014. O palco? Arena da Ama-zônia Vivaldo Lima. O jogo não deixou a desejar. E sob os atentos olhares de 39,8 mil espectado-res, a tetracampeã do torneiro mais cobiçado do mundo bateu o time da terra da rainha por 2 a 1, com gols de Marchisio e Balotelli. Sturridge descontou para os ingleses.

O forte calor amazônico, tão contestado pela mídia europeia, não intimidou os ingleses, que em bom número, tomaram as arquibancadas com bandeiras do seu país e não pararam de cantar um só minuto de jogo, mesmo com o placar adverso. Os italianos, em menor número, re-ceberam o apoio dos manauen-ses por conta de toda polêmica envolvendo o técnico inglês, Roy Hodgson, que afi rmou não que-rer jogar em Manaus.

Mas, os ingleses não se inti-midaram e partiram para cima da Azurra. Aos cinco minutos os ingleses chegaram ao gol. Hen-derson aproveitou sobra dentro da área e chutou forte no canto esquerdo de Sirigu. O substituto de Buff on, que não jogou por con-ta de uma entorse no tornozelo, espalmou para frente da área. Com tranquilidade, Pirlo saiujo-gando com Chiellini e aliviou o perigo. A Inglaterra continuou em cima, trocando passes na entra-da da área italiana, que tranquila e sem pressa, administrava o jogo por meio dos cinco homens de meio de campo.

Os italianos só assustaram aos 18 minutos, quando o meia Candreva arriscou de fora da áerea, e o goleiro inglês Hart espalmou para a frente da área, mas a zaga afastou. Apesar do domínio sem objetividade dos ingleses, quem abriu o placar foi a Itália, aos 34 minutos. Em cobrança ensaiada de escan-teio, Pirlo fez o corta luz para Marchisio, que teve tempo de ajeitar a bola e escolher o canto direito de Hart. O gol acordou a torcida da Azurra, que vibrou na arquibancada. Contudo, não deu tempo nem de comemorar. Três minutos mais tarde, Sterling do-minou na meia cancha e fez um belo lançamento para Rooney.

O camisa 10 da seleção ingle-sa desceu em velocidade pela esquerda e passou para Stur-ridge, que de frente para Sirigu não desperdiçou a oportunida-de e igualou o placar. Marrento, o jogador comemorou o gol com sua tradicional dança que executa quando marca pelo Li-verpool, seu time.

A segunda etapa não começou diferente da primeira. Aos dois minutos, Sturridge chutou de fora da área e Sirigu espalmou para o meio da área. O zaguei-ro Chiellini afastou para corner. Apesar do bom início, dois minu-tos mais tarde, a Itália fez o gol que garantiu os três pontos. Em descida pela direita, Candreva cruzou na medida para Balotelli, que com categoria, cabeceou para o fundo da rede e pôs a Itália na frente do placar.

A partir daí, a Inglaterra tentou igualar o placar, mas esbarrava na forte marcação da seleção italiana, que, sem desespero, co-zinhou a partida e descia para o campo de ataque somente nos

contra-ataques. Nitidamente “sem perna”, os

ingleses não conseguiram criar boas oportunidades e arrisca-vam seguidos chutes de fora, sem sucesso. O placar fi nal foi favorável aos italianos, que venceram por 2 a 1 e pratica-mente encaminharam sua clas-sifi cação. Na próxima rodada, a Inglaterra tenta a reabilitação contra o Uruguai, em São Paulo. Já a Itália, enfrenta a Costa Rica, em Recife.

FICHA TÉCNICAINGLATERRAITÁLIA

Local:

Árbitro:

Arena Amazônia, em Manaus (AM)

Bjorn Kuipers (Holanda)

Inglaterra: Hart, Johnson, Cahill, Jagielka e Baines; Henderson (Wilshere), Gerrard e Sterling; Rooney, Sturridge (Lallana) e Welbeck (Barkley). Técnico: Roy Hodgson

Itália: Sirigu, Darmian, Barza-gli, Paletta e Chiellini; De Rossi, Pirlo, Verratti (Thiago Motta), Marchisio e Candreva (Parolo); Balotelli (Immobile). Técnico: Cesare Prandelli

Gols: Inglaterra: Sturridge, aos 36 minutos do primeiro tempoItália: Marchisio, aos 34 minutos do primeiro tempo, e Balotelli, aos 5 minutos do segundo tempo

Cartões: Sterling (Inglaterra) (A)

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Esqueça qualquer rivalida-de entre Itália e Inglaterra. Na noite deste sábado, as duas seleções encontraram um inimigo em comum: o clima de Manaus. Com a tem-peratura variando entre 27 e 31 graus durante a vitória italiana por 2 a 1, jogadores das duas equipes criticaram as condições climáticas.

O mais contundente foi Marchisio. Autor do primeiro gol italiano, o volante de-tonou o forte calor e disse que em determinados mo-mentos teve alucinações. “O importante era ter um bom começo, principalmente em um dia em que jogar fute-bol era complicado. Às vezes parecia que o calor dava alucinações”, afi rmou.

Andrea Pirlo também não deixou por menos. O vete-rano meia da Juventus foi enfático ao dizer que o calor fez a diferença para os atle-tas. “O clima é infernal. Calor

demais para jogar futebol, mas conseguimos vencer. Quando você ganha está sempre tudo bem”, analisou em entrevista ao SporTv.

Autor de um dos gols da partida, o atacante Mario

Balotteli também criticou as condições climáticas. O jogador do Milan demons-trou certo alívio ao comentar sobre os próximos jogos, que vão acontecer em locais te-oricamente mais “frios”.

“Em Manaus as condições climáticas são extremas. Em Recife ou em outro lugar não será tão quente assim. Caso contrário, teríamos que fazer paradas técnicas em todos os jogos. O jogo de hoje foi difícil pelo calor e porque a Inglaterra é um grande time”, disse.

Pelo lado inglês, Steven Gerrard foi o primeiro a cri-ticar o calor. O capitão inglês ainda falou sobre a condi-ção do gramado da Arena Amazônia. “Jogar contra a Itália é sempre difícil. Estava muito calor, úmido demais e o campo não estava muito bom. Mas culpar isso seria arrumar desculpas pela der-rota”, comentou.

Agora, os italianos vão para Recife, na partida con-tra Costa Rica, que aconte-ce no dia 20. Já os ingleses enfrentam o Uruguai na próxima quinta-feira, em São Paulo

Italianos derreteram sob o sol

ESCALDANTEIndependentemente do placar, os jogado-res das duas equipes foram enfáticos ao dizer que o calor de Manaus foi um fator importante na decisão do jogo inaugural da Arena da Amazônia

Aos 23 anos, Balotelli superou o cansaço e não conseguiu esconder o sorriso ao final de seu primeiro jogo em Copas do Mundo. O atacante marcou o gol da vitória italiana por 2 a 1 sobre a Inglaterra e dedicou o resultado e seu feito à noiva Fanny Neguessa, que acaba de aceitar seu pedido de casamento e estava na Arena Amazô-nia vendo o jogo.

“Dedico o gol e a vitó-ria à minha futura esposa, que está aqui. E também à minha família e aos meus amigos, que, com certeza, estiveram em casa na frente da televisão vendo o jogo”, comemorou o jogador.

Mesmo com pouco es-paço, o atleta do Milan quase marcou um golaço no fi m do primeiro tem-po e, aos 25 do segundo tempo, aproveitou vacilo

de Cahill para garantiu o triunfo da Azzurra.

“Fiquei realmente muito feliz, é uma emoção única. Nunca disputei uma Copa e fi z gol no meu primeiro jogo, isso é fantástico”, declarou.

Jogo difícilBalotelli teve a chance

de sair do gramado no Amazonas sendo intensa-mente aplaudido, já que jogou na intermediária de Sirigu para ajudar na mar-cação depois de ter ba-lançado as redes. O recuo com obrigações defensi-vas cansou, mas garantiu a alegria do italiano.

“Foi um jogo muito di-fícil porque a Inglaterra é um time forte, mas jo-gamos bem. A Itália sofre sempre, o importante é vencer. Vamos pensando nos próximos jogos de partida em partida”, de-finiu o atacante.

Balotelli dedica gol à noivaO atacante Mario Balotelli foi escolhido o melhor jogador da partida. Em entrevista, ele dis-se que o jogo foi difícil, como todos são para a Azzurra

RICA

RDO

OLI

VEIR

A

Capitão da Inglaterra, o experiente Gerrard tinha a missão de comandar o meio de campo da sua equipe e assim conseguiu fazer com que seus com-panheiros criassem boas chances de balançar as redes na estreia contra a Itália. As fi nalizações, no entanto, não foram boas, o que permitiu com que os adversários vencessem o clássico europeu, por 2 a 1, na primeira rodada da Copa do Mundo. Na saída de campo, o volante reclamou da qualidade dos chutes ingleses em Manaus.

- A Itália é um bom time, sabíamos disso e eles não nos surpreenderam. Temos que ver o que nós erramos. Tentamos criar, forçamos bastante, mas não conseguimos fi nalizar bem. Criamos as chances, mas talvez precisemos fi -nalizar mais. Não pode-mos culpar ninguém, todo mundo deu o máximo, se esforçou, mas faltou quali-dade - avaliou Gerrard.

Escalado como volante, ao lado de Henderson, Ger-rard também tinha a mis-são de proteger sua defesa, mas acabou se deparando com um time mal posicio-nado na zaga, permitindo muitos espaços para o ad-versário atacar. Aos cinco minutos do segundo tempo, por exemplo, Candreva se aproveitou destas falhas, fez bela jogada na ponta direita e cruzou na cabeça de Balotelli, que garantiu a vitória italiana.

Ao perceber a ruim atua-ção do sistema defensivo,

Gerrard usou a avaliação após-jogo para ‘puxar a orelha’ de seus companhei-ros, principalmente do late-ral Leighton Baines, um dos piores jogadores em campo na derrota deste sábado. O volante acredita que a Inglaterra, como um todo, se comportou bem, mas estes problemas precisam ser corrigidos para a pró-xima rodada.

- Eles nos causaram problemas pelo lado es-querdo (da defesa), fi ze-mos algumas mudanças

no intervalo, reagimos, jogamos bem, mas não conseguimos marcar. Se olhar o jogo como um todo, temos que fi car satisfei-tos, mas em um jogo como esse fi ca difícil de prever o que pode acontecer. Con-seguimos nos equipar com eles, mas nos causaram problemas pela esquerda - completou Gerrard.

Na próxima rodada, a Inglaterra terá uma de-cisão pela frente, já que uma derrota significa a precoce eliminação da Copa do mundo.

Gerrard satisfeito com atuação

CRIAÇÃOCapitão inglês, Gerrard disse que a seleção inglesa criou boas oportunidades de gol, mas deixou a desejar nas fi na-lizações, o que lhes valeu a derrota no primeiro jogo

Azzura levou a torcida ao delírio ao abrir o placar com o meia Marchishio ainda no primeiro tempo da partida em Manaus

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

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Page 5: Pódio - 15 de junho de 2014

E4 E5MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

A culpa foi do calor? Itália derrota Inglaterra na Arena da AmazôniaNinguém engorda da noite para o dia, geralmente esse é um processo que pode durar meses ou anos. Mas na hora de perder peso, pouca gente tem a paciência e obstinação de esperar os resultados. Quem perseverou, sabe que vale a pena eliminar os excessos

Eram cinco títulos mun-diais em campo. Itália e Inglaterra fi zeram o duelo mais esperado da

primeira fase da Copa do Mundo 2014. O palco? Arena da Ama-zônia Vivaldo Lima. O jogo não deixou a desejar. E sob os atentos olhares de 39,8 mil espectado-res, a tetracampeã do torneiro mais cobiçado do mundo bateu o time da terra da rainha por 2 a 1, com gols de Marchisio e Balotelli. Sturridge descontou para os ingleses.

O forte calor amazônico, tão contestado pela mídia europeia, não intimidou os ingleses, que em bom número, tomaram as arquibancadas com bandeiras do seu país e não pararam de cantar um só minuto de jogo, mesmo com o placar adverso. Os italianos, em menor número, re-ceberam o apoio dos manauen-ses por conta de toda polêmica envolvendo o técnico inglês, Roy Hodgson, que afi rmou não que-rer jogar em Manaus.

Mas, os ingleses não se inti-midaram e partiram para cima da Azurra. Aos cinco minutos os ingleses chegaram ao gol. Hen-derson aproveitou sobra dentro da área e chutou forte no canto esquerdo de Sirigu. O substituto de Buff on, que não jogou por con-ta de uma entorse no tornozelo, espalmou para frente da área. Com tranquilidade, Pirlo saiujo-gando com Chiellini e aliviou o perigo. A Inglaterra continuou em cima, trocando passes na entra-da da área italiana, que tranquila e sem pressa, administrava o jogo por meio dos cinco homens de meio de campo.

Os italianos só assustaram aos 18 minutos, quando o meia Candreva arriscou de fora da áerea, e o goleiro inglês Hart espalmou para a frente da área, mas a zaga afastou. Apesar do domínio sem objetividade dos ingleses, quem abriu o placar foi a Itália, aos 34 minutos. Em cobrança ensaiada de escan-teio, Pirlo fez o corta luz para Marchisio, que teve tempo de ajeitar a bola e escolher o canto direito de Hart. O gol acordou a torcida da Azurra, que vibrou na arquibancada. Contudo, não deu tempo nem de comemorar. Três minutos mais tarde, Sterling do-minou na meia cancha e fez um belo lançamento para Rooney.

O camisa 10 da seleção ingle-sa desceu em velocidade pela esquerda e passou para Stur-ridge, que de frente para Sirigu não desperdiçou a oportunida-de e igualou o placar. Marrento, o jogador comemorou o gol com sua tradicional dança que executa quando marca pelo Li-verpool, seu time.

A segunda etapa não começou diferente da primeira. Aos dois minutos, Sturridge chutou de fora da área e Sirigu espalmou para o meio da área. O zaguei-ro Chiellini afastou para corner. Apesar do bom início, dois minu-tos mais tarde, a Itália fez o gol que garantiu os três pontos. Em descida pela direita, Candreva cruzou na medida para Balotelli, que com categoria, cabeceou para o fundo da rede e pôs a Itália na frente do placar.

A partir daí, a Inglaterra tentou igualar o placar, mas esbarrava na forte marcação da seleção italiana, que, sem desespero, co-zinhou a partida e descia para o campo de ataque somente nos

contra-ataques. Nitidamente “sem perna”, os

ingleses não conseguiram criar boas oportunidades e arrisca-vam seguidos chutes de fora, sem sucesso. O placar fi nal foi favorável aos italianos, que venceram por 2 a 1 e pratica-mente encaminharam sua clas-sifi cação. Na próxima rodada, a Inglaterra tenta a reabilitação contra o Uruguai, em São Paulo. Já a Itália, enfrenta a Costa Rica, em Recife.

FICHA TÉCNICAINGLATERRAITÁLIA

Local:

Árbitro:

Arena Amazônia, em Manaus (AM)

Bjorn Kuipers (Holanda)

Inglaterra: Hart, Johnson, Cahill, Jagielka e Baines; Henderson (Wilshere), Gerrard e Sterling; Rooney, Sturridge (Lallana) e Welbeck (Barkley). Técnico: Roy Hodgson

Itália: Sirigu, Darmian, Barza-gli, Paletta e Chiellini; De Rossi, Pirlo, Verratti (Thiago Motta), Marchisio e Candreva (Parolo); Balotelli (Immobile). Técnico: Cesare Prandelli

Gols: Inglaterra: Sturridge, aos 36 minutos do primeiro tempoItália: Marchisio, aos 34 minutos do primeiro tempo, e Balotelli, aos 5 minutos do segundo tempo

Cartões: Sterling (Inglaterra) (A)

12

Esqueça qualquer rivalida-de entre Itália e Inglaterra. Na noite deste sábado, as duas seleções encontraram um inimigo em comum: o clima de Manaus. Com a tem-peratura variando entre 27 e 31 graus durante a vitória italiana por 2 a 1, jogadores das duas equipes criticaram as condições climáticas.

O mais contundente foi Marchisio. Autor do primeiro gol italiano, o volante de-tonou o forte calor e disse que em determinados mo-mentos teve alucinações. “O importante era ter um bom começo, principalmente em um dia em que jogar fute-bol era complicado. Às vezes parecia que o calor dava alucinações”, afi rmou.

Andrea Pirlo também não deixou por menos. O vete-rano meia da Juventus foi enfático ao dizer que o calor fez a diferença para os atle-tas. “O clima é infernal. Calor

demais para jogar futebol, mas conseguimos vencer. Quando você ganha está sempre tudo bem”, analisou em entrevista ao SporTv.

Autor de um dos gols da partida, o atacante Mario

Balotteli também criticou as condições climáticas. O jogador do Milan demons-trou certo alívio ao comentar sobre os próximos jogos, que vão acontecer em locais te-oricamente mais “frios”.

“Em Manaus as condições climáticas são extremas. Em Recife ou em outro lugar não será tão quente assim. Caso contrário, teríamos que fazer paradas técnicas em todos os jogos. O jogo de hoje foi difícil pelo calor e porque a Inglaterra é um grande time”, disse.

Pelo lado inglês, Steven Gerrard foi o primeiro a cri-ticar o calor. O capitão inglês ainda falou sobre a condi-ção do gramado da Arena Amazônia. “Jogar contra a Itália é sempre difícil. Estava muito calor, úmido demais e o campo não estava muito bom. Mas culpar isso seria arrumar desculpas pela der-rota”, comentou.

Agora, os italianos vão para Recife, na partida con-tra Costa Rica, que aconte-ce no dia 20. Já os ingleses enfrentam o Uruguai na próxima quinta-feira, em São Paulo

Italianos derreteram sob o sol

ESCALDANTEIndependentemente do placar, os jogado-res das duas equipes foram enfáticos ao dizer que o calor de Manaus foi um fator importante na decisão do jogo inaugural da Arena da Amazônia

Aos 23 anos, Balotelli superou o cansaço e não conseguiu esconder o sorriso ao final de seu primeiro jogo em Copas do Mundo. O atacante marcou o gol da vitória italiana por 2 a 1 sobre a Inglaterra e dedicou o resultado e seu feito à noiva Fanny Neguessa, que acaba de aceitar seu pedido de casamento e estava na Arena Amazô-nia vendo o jogo.

“Dedico o gol e a vitó-ria à minha futura esposa, que está aqui. E também à minha família e aos meus amigos, que, com certeza, estiveram em casa na frente da televisão vendo o jogo”, comemorou o jogador.

Mesmo com pouco es-paço, o atleta do Milan quase marcou um golaço no fi m do primeiro tem-po e, aos 25 do segundo tempo, aproveitou vacilo

de Cahill para garantiu o triunfo da Azzurra.

“Fiquei realmente muito feliz, é uma emoção única. Nunca disputei uma Copa e fi z gol no meu primeiro jogo, isso é fantástico”, declarou.

Jogo difícilBalotelli teve a chance

de sair do gramado no Amazonas sendo intensa-mente aplaudido, já que jogou na intermediária de Sirigu para ajudar na mar-cação depois de ter ba-lançado as redes. O recuo com obrigações defensi-vas cansou, mas garantiu a alegria do italiano.

“Foi um jogo muito di-fícil porque a Inglaterra é um time forte, mas jo-gamos bem. A Itália sofre sempre, o importante é vencer. Vamos pensando nos próximos jogos de partida em partida”, de-finiu o atacante.

Balotelli dedica gol à noivaO atacante Mario Balotelli foi escolhido o melhor jogador da partida. Em entrevista, ele dis-se que o jogo foi difícil, como todos são para a Azzurra

RICA

RDO

OLI

VEIR

A

Capitão da Inglaterra, o experiente Gerrard tinha a missão de comandar o meio de campo da sua equipe e assim conseguiu fazer com que seus com-panheiros criassem boas chances de balançar as redes na estreia contra a Itália. As fi nalizações, no entanto, não foram boas, o que permitiu com que os adversários vencessem o clássico europeu, por 2 a 1, na primeira rodada da Copa do Mundo. Na saída de campo, o volante reclamou da qualidade dos chutes ingleses em Manaus.

- A Itália é um bom time, sabíamos disso e eles não nos surpreenderam. Temos que ver o que nós erramos. Tentamos criar, forçamos bastante, mas não conseguimos fi nalizar bem. Criamos as chances, mas talvez precisemos fi -nalizar mais. Não pode-mos culpar ninguém, todo mundo deu o máximo, se esforçou, mas faltou quali-dade - avaliou Gerrard.

Escalado como volante, ao lado de Henderson, Ger-rard também tinha a mis-são de proteger sua defesa, mas acabou se deparando com um time mal posicio-nado na zaga, permitindo muitos espaços para o ad-versário atacar. Aos cinco minutos do segundo tempo, por exemplo, Candreva se aproveitou destas falhas, fez bela jogada na ponta direita e cruzou na cabeça de Balotelli, que garantiu a vitória italiana.

Ao perceber a ruim atua-ção do sistema defensivo,

Gerrard usou a avaliação após-jogo para ‘puxar a orelha’ de seus companhei-ros, principalmente do late-ral Leighton Baines, um dos piores jogadores em campo na derrota deste sábado. O volante acredita que a Inglaterra, como um todo, se comportou bem, mas estes problemas precisam ser corrigidos para a pró-xima rodada.

- Eles nos causaram problemas pelo lado es-querdo (da defesa), fi ze-mos algumas mudanças

no intervalo, reagimos, jogamos bem, mas não conseguimos marcar. Se olhar o jogo como um todo, temos que fi car satisfei-tos, mas em um jogo como esse fi ca difícil de prever o que pode acontecer. Con-seguimos nos equipar com eles, mas nos causaram problemas pela esquerda - completou Gerrard.

Na próxima rodada, a Inglaterra terá uma de-cisão pela frente, já que uma derrota significa a precoce eliminação da Copa do mundo.

Gerrard satisfeito com atuação

CRIAÇÃOCapitão inglês, Gerrard disse que a seleção inglesa criou boas oportunidades de gol, mas deixou a desejar nas fi na-lizações, o que lhes valeu a derrota no primeiro jogo

Azzura levou a torcida ao delírio ao abrir o placar com o meia Marchishio ainda no primeiro tempo da partida em Manaus

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

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Page 6: Pódio - 15 de junho de 2014

E6 MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Tostão

Independentemente dos fatos, as análises sobreas seleções, no fi m da Copa, já estão prontas

As análises já estão prontas para o fi m da Copa. Certas ou erradas, independentemente dos fatos. Isso não acontece apenas no futebol. A maior parte da vida é programada. Os descuidos, des-vios, são exceções.

Se o Brasil for campeão, o fato de jogar em casa, apoiado pela torcida, será exaltado. Se perder, os jogadores não suportaram a pressão, a responsabilidade. Se a Espanha for eliminada na pri-meira fase, ou mesmo em um jogo mata-mata, a culpa será da

decadência dos jogadores e do estilo. Se o time for campeão, será por causa da experiência.

Se a Holanda continuar bri-lhando, mesmo sem ser campeã, serão valorizados a irreverência dos jogadores, os banhos de mar e os passeios pelas belezas do Rio e de outras cidades. Se for eliminada, dirão que faltou se-riedade e concentração.

Se a Alemanha for campeã, a privacidade, em uma bela praia da Bahia, será positiva. Se perder, falarão que a seleção fi cou isolada,

solitária. Se a Argentina conquis-tar o título, as únicas razões serão Messi e o poderoso ataque. Se per-der, as culpadas serão a péssima defesa e a apatia de Messi.

Se o Chile fizer ótima cam-panha, mesmo sem ganhar o título, a avalanche com que o time vai para o ataque será elogiada. Se for eliminado na primeira fase, será porque o fu-tebol moderno não admite mais defensores baixos nem um jogo muito ofensivo. É o futebol do comentário pronto.

Belos nomesExistem atletas, pelo que jogam,

muito mais famosos do que de-veriam ser. Chicharito, reserva da seleção mexicana e do Manchester United, é um deles. Só falam nele. Deve ser porque o apelido é interes-sante, Chicharito. Antes da Copa de 1998, vi a França jogar só para ver Djorkaeff . Só falavam dele. Era ape-nas razoável, bom. A fama deve ser também pelo nome sonoro, Djorkae-ff . Em compensação, vi um jogador já magistral, coadjuvante de Djorkaeff , um tal de Zidane.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Se o Brasil for cam-peão, o fato de jogar em casa, apoiado pela torcida, será exaltado. Se per-der, os jogadores não suportaram a pressão

do Maracanazo domadoSeleção do Uruguai perde para a Costa Rica por 3 a 1 e faz a zebra passear na Copa do Mundo pela primeira vez

FantasmaCabeça de chave do

Grupo D da Copa do Mundo, o Uruguai foi surpreendido ontem

na Arena Castelão, em Forta-leza. Os uruguaios foram der-rotados de virada pela Costa Rica, azarão do temido “grupo da morte”, por 3 a 1. Os gols dos centro-americanos foram marcados por Campbell, Du-arte e Ureña, enquanto os sul-americanos descontaram com Cavani, de pênalti.

Azarão da chave que contém Uruguai, Inglaterra e Itália, a Costa Rica anotou os seus primeiros três pontos na Copa do Mundo, na espera do duelo entre ingleses e italianos.

Na sequência da Copa do Mundo, o Uruguai enfrenta a Inglaterra na próxima rodada do Grupo D, na próxima quin-ta-feira (19), em duelo dis-putado na Arena Corinthians, em São Paulo. Já a Costa Rica pega a Itália na sexta-feira, na Arena Pernambuco.

Andamento do jogoO primeiro gol da partida

só chegou aos 23 minutos do primeiro tempo. Em lança-mento na área costarriquenha, Lugano subiu para cabecear,

mas caiu após ser puxado por Junior Díaz, sendo marcado o pênalti a favor do Uruguai. Cavani foi para a cobrança e bateu rasteiro no canto direito do goleiro Navas, abrindo o marcador do Castelão.

A Costa Rica tentou respon-der logo em seguida. O atacan-te Campbell soltou uma bomba de fora da área e a bola passou perto do gol defendido por Muslera. Em outra oportunida-de, a esférica sobrou na área uruguaia e Giancarlo González aproveitou para rematar, mas pegou mal e perdeu a chance de igualar o placar.

Volta do intervaloOs costarriquenhos entra-

ram com outra postura no se-gundo tempo. O primeiro susto veio aos cinco minutos, quando Bolaños cobrou falta com ma-estria e Duarte cabeceou duas vezes em direção à baliza de Muslera sem sucesso.

O empate da Costa Rica saiu aos oito minutos. Joel Campbell recebeu na gran-de área, livre de marcação, e chutou forte no canto di-reito de Muslera, deixando tudo igual no Castelão.

O gol surpreendeu os torce-

dores uruguaios, mas o pior para eles veio em seguida. Aos 11 minutos, Bolaños cruzou na área e Duarte testou forte de cabeça no canto oposto de Muslera, fazendo o segundo gol da Costa Rica.

Joel Campbell queria jogo e quase fez o terceiro. O atacan-te fi nalizou de fora da área e a bola passou rente à trave de Muslera, que apenas acompa-nhou a trajetória da esférica.

ReaçãoO Uruguai tentou reagir,

utilizando as jogadas com Cavani. Em bola alçada na área, o atacante cabeceou for-te e obrigou o goleiro Navas a realizar uma linda defesa, mantendo o placar de 2 a 1.

O sonho de empatar a parti-da acabou para o Uruguai aos 38 minutos. Após belo passe de Campbell, Ureña, que havia acabado de entrar na partida, chutou na saída de Muslera e fez o terceiro gol dos costarri-quenhos no Castelão.

Nos acréscimos da parti-da, o uruguaio Maxi Pereira perdeu a cabeça e deu um pontapé em Joel Campbell, sendo o primeiro expulso des-ta Copa do Mundo.

FICHA TÉCNICAURUGUAICOSTA RICA

Local:

Árbitro:

Estádio do Castelão, em Fortaleza (CE)

15h (de Manaus)

Uruguai: Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Gar-gano (Álvaro González), Arévalo Ríos, Cristian Rodríguez (Abel Hernández) e Stuani; Forlán (Lo-deiro) e Cavani Técnico: Óscar W. Tabárez

Costa Rica: Navas; Umaña, Du-arte e Giancarlo González; Gam-boa, Tejeda (Cubero), Borges, Bolaños (Barrantes) e Junior Díaz; Campbell e Bryan Ruíz (Ureña) Técnico: Jorge Luis Pinto

Gols: Uruguai: Cavani (23 minutos) Costa Rica: Cam-pbell (8 minutos), Duarte(11 minutos) e Duarte(38 minu-tos) todos no segundo tempo

13

ADALBERTO MARQUES/GAZETAPRESS

Jogador costa-riquenho extra-vasando após o gol de virada de sua seleção sobre o Uruguai

Colômbia bate fácil a seleção gregaBelo Horizonte virou um peda-

cinho da Colômbia ontem (14). Uma invasão de torcedores do país sul-americano aconteceu no Mineirão para ver a seleção Cafetera em duelo bastante movimentado contra a Grécia. Em campo, os colombianos logo abriram o placar, mas a tranquilidade esperada com o gol não aconteceu. A Grécia

buscou o empate, mas não conseguiu furar o bloqueio da Colômbia, que voltou a marcar na etapa fi nal, 3 a 0, na estreia da Copa do Mundo.

O primeiro gol do jogo foi anotado logo aos cinco minu-tos pelo ex-palmeirense Pablo Armero, que aproveitou ótima jogada de Cuadrado e fuzilou o goleiro Karnezis. Na etapa fi -

nal, Gutierrez e Rodriguez ainda ampliaram a contagem. Com a vitória, a Colômbia larga na frente no Grupo C, somando três pontos, e acompanha de cama-rote o jogo de logo mais entre Japão e Costa do Marfi m.

Na sequência da Copa do Mundo, a Colômbia terá com-promisso contra a Costa do Marfi m, dia 19, em Brasília.

TRANQUILOCARLOS RHIENCK/GAZETA

Costa do Marfi m vence o JapãoO astro Didier Drogba entrou

aos 16 minutos do segundo tempo, quando a Costa do Mar-fi m perdia por 1 a 0 para o Japão. Quatro minutos depois, a equipe conseguiu a virada por 2 a 1 e venceu o rival pela primeira rodada do Grupo C da Copa do Mundo, na Arena Pernambuco, no Recife, ontem

(14). Com o resultado, os marfi -nenses estão em segundo lugar do grupo C, atrás da Colômbia por causa do saldo de gols.

O primeiro gol da partida desta noite foi marcado pelo meia japonês Honda. Aos 16 minutos da etapa inicial, ele recebeu na área e encheu o pé para superar o goleiro Barry.

No segundo tempo, a Costa do Marfi m voltou melhor e aos 18 minutos, Bony Wilfried aproveitou o cruzamento de Aurier, antecipou-se à zaga e cabeceou fora do alcance do goleiro Kawashima. Dois minutos depois, em um lance parecido, Gervinho virou o pla-car para os africanos.

DE VIRADA

Lateral Armero, ex-Palmeiras, comemorando o primeiro gol da Colômbia na Copa 2014

ALDO CARNEIRO/GAZETA

Atacantes Drogba (11) e Gervinho (10) comemoram a virada da Costa do Marfi m

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E7MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Messi e cia.vão para cima da Bósnia

Apesar de pregar respeito contra o time adversário, a seleção argentina não espera outro resultado que não a vitória

FICHA TÉCNICAARGENTINABÓSNIA

Local:

Horário:

Árbitro:

Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

18h(de Manaus)

Joel Agüilar (El Salvador)

Argentina: Sergio Romero, Pablo Zabaleta, Federico Fernández, Ezequiel Garay e Marcos Rojo; Fernando Gago, Javier Maschera-no e Angel Di María; Lionel Messi, Sergio Agüero e Ezequiel Lavezzi (Gonzalo Higuaín) Técnico: Alejandro Sabella

Bósnia: Asmir Begovic, Emir Spahic, Sead Kolasinac, Ermin Bicakcic e Senad Lulic; Haris Me-dunjanin, Sejad Salihovic, Zvjezdan Misimovic e Miralem Pjanic; Edin Dzeko e Vedad Ibisevic Técnico: Safet Susic

Argentina, de Lionel Mes-sei, é uma das favoristas para vencer o Mundial no Brasil

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França em busca de equilíbrioEMOCIONAL

Eliminada de maneira pre-coce no Mundial da África do Sul e com uma campa-nha abaixo da expectativa na Eurocopa, a França es-treia na Copa hoje, às 16h (de Brasília), medindo forças com Honduras, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), pelo Grupo E, que conta ainda com Suíça e Equador. Os franceses sabem que te-rão a missão de apagar a má imagem deixada nesses torneios e até mesmo nas Eli-minatórias européias, quan-do se classifi caram apenas na repescagem e sofrendo para eliminarem a Ucrânia.

Cientes dessa responsabi-lidade, os franceses já es-tão focados no duelo contra Honduras. Na visão deles, porém, a partida será muito comnplicada, pois entendem que o representante da Con-cacaf tem um estilo de jogo um tanto violento.

- Realmente eles jogam de

maneira muito pesada e isso acaba sendo um complica-dor, pois passa a ser um pulo para a violência. Mas sabe-mos que o trio de arbitragem existe para coibir este tipo de situação - disse o técnico Didier Deschamps.

IrritanteO discurso do trei-

nador francês irritou o outro lado do confronto.

- Apenas Honduras que joga de maneira forte. Inglaterra, Uruguai, Argentina, enfi m, ninguém joga desta manei-ra. Lamento que a gente se depare com algumas situ-ações que só existem para tentar envolver a arbitragem a distribuir cartões para os nossos jogadores. Portanto, não gosto nem de fi car fa-lando nisso. Penso que futebol é jogado em campo e minha preocupação é encontrar um jeito de ganhar - disse Luis Fernando Suárez.

A França chega para esta Copa do Mundo fragilizada, não apenas pelos maus re-sultados em torneios recen-tes, mas ainda pela perda de sua principal estrela, o meia Franck Ribéry, cortado por decisão médica. Assim, as principais esperanças de gol vão recair sobre o arti-lheiro Karim Benzema.

Pelo lado de Honduras, Luis Fernando Suárez vai contar com o que há de melhor, já que o atacante Carlo Costly, recuperado de uma pancada forte no tornozelo esquerdo, irá a campo normalmente. As-sim, o treinador repete a sua formação ideal, que empatou sem gols com a Inglaterra em amistoso pré-Copa.

O jogo será o primeiro do trio de arbitragem brasilei-ro na Copa do Mundo. San-dro Meira Ricci vai apitar a partida, sendo auxiliado por Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse. Seleção francesa estreia com esperanças de apagar a má atuação na última Copa do Mundo

FICHA TÉCNICA

FRANÇAHONDURAS

Local:

Horário:

Árbitro:

Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)15 de junho de 2014 (Domingo)Sandro Meira Ricci (Brasil)

França: Hugo Lloris, Mathieu Debuchy, Mamadou Sakho, Raphaël Varane e Patrice Evra; Moussa Sissoko, Yohan Cabaye, Blaise Matuidi e Ma-thieu Valbuena; Olivier Giroud e Karim Benzema Técnico: Didier Deschamps

Honduras: Noel Valladares, Bryan Beckeles, Maynor Figueroa, Víctor Bernárdez e Juan Carlos García; Luis Garri-do, Andy Najar, Boniek García e Wilson Palacios; Carlo Costly e Jerry BengtsonTécnico: Luiz Fernando Suárez

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Apontada por muitos como principal rival da seleção brasileira na luta pelo título, a

Argentina estreia na Copa do Mundo hoje, às 19h (de Bra-sília), quando encara a Bósnia no Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). O duelo será o primeiro no torneio do estádio carioca, que será o palco da grande decisão do dia 13 de julho. Também mar-cará a primeira participação dos bósnios em um Mundial. O país do Leste europeu é o único de-butante nesta Copa. O jogo abre o Grupo F, que conta ainda com Nigéria e Irão, que se enfrentam na segunda-feira.

Alejandro Sabella, técnico da Argentina, aposta em um jogo muito equilibrado e alerta seus comandados sobre os perigos do time da Bósnia. “A Bósnia conseguiu reunir um grupo de jogadores capaz de montar um time muito perigoso, pois conse-gue ser equilibrado em todos os setores. O jogo coletivo impera e foi decisivo para que eles con-quistassem essa classifi cação. A Bósnia fez uma campanha de respeito nas eliminatórias

européias e conseguiu manter um bom nível de lá para cá. Podemos realmente conseguir esse triunfo,mas não vai ser nada tranqüilo”, disse Sabella.

Respeito argentinoOs jogadores argentinos

também pregam respeito aos bósnios, mas admitem que a

vitória é o único rersultado in-teressante neste momento.

“A Bósnia realmente merece respeito. Mas não podemos ne-gar que temos que conviver com o favoritismo neste duelo por conta de nossa história e tradi-ção. Um mau resultado não está

nos nossos planos”, afi mirmou o goleiro Sergio Romero.

Se a Bósnia realmente pre-tende surpreender, como espera o treinador da Argentina, sabe que vai precisar neutralizar a principal estrela dos argentinos, o meia Lionel Messi. Apesar dis-so, o técnico Safet Susic garante que não vai existir marcação especial.

“Nós não podemos deixar um jogador de olho no Messi os noventa minutos, porque isso seria fatal, já que ele é brilhante. Temos que marcá-lo por zona. Onde ele cair precisa ser bem acompanhado”, analisou Susic.

Em termos de escalação, a Argentina faz mistério, mas a única dúvida está entre Ezequiel Lavezzi e Gonzalo Higuaín. Pelo lado da Bósnia a boa notícia foi dada na véspera do confronto, pois o meia Sejad Salihovic poderá atuar depois de ter sido descartada a presença de uma lesão na perna direita do jo-gador, que vinha reclamando de dores no local. A principal estrela do time é o atacante Edin Dzeko, do Manchester City, da Inglaterra.

ESTRATÉGIAO time da Bósnia irá marcar Lionel Messi por zona, para tentar neutralizar as jogadas do principal jogador da seleção argentina. Mar-cação homem a homem seria inviável, dada a qualidade do atleta

MMMMMMessi e vão para cima da Bósniavão para cima da Bósnia

FICHA TÉCNICAARGENTINABÓSNIA

Local:

Horário:

Árbitro:

Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

18h(de Manaus)

Joel Agüilar (El Salvador)

Argentina: Sergio Romero, Pablo Zabaleta, Federico Fernández, Ezequiel Garay e Marcos Rojo; Fernando Gago, Javier Maschera-no e Angel Di María; Lionel Messi, Sergio Agüero e Ezequiel Lavezzi (Gonzalo Higuaín) Técnico:Alejandro Sabella

Bósnia: Asmir Begovic, Emir Spahic, Sead Kolasinac, Ermin Bicakcic e Senad Lulic; Haris Me-dunjanin, Sejad Salihovic, Zvjezdan Misimovic e Miralem Pjanic; Edin Dzeko e Vedad Ibisevic Técnico: Safet Susic

Argentina, de Lionel Mes-sei, é uma das favoristas para vencer o Mundial no Brasil

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E8 MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

As seleções de Suíça e Equador abrem hoje, às 12h (de Ma-naus), o Grupo E da Copa do Mundo de 2014 em confronto

programado para o Estádio Nacio-nal, em Brasília-DF. Cabeça-de-chave pela primeiro vez na história, a equipe suíça tenta mostrar que mereceu o status concedido pela Fifa em crité-rios pouco claros para os amantes do futebol. Já os equatorianos ten-tam repetir o feito de 2006, quando chegaram às oitavas de fi nal.

Vencer neste domingo é funda-mental para os dois times, ainda mais porque a chave conta com a França, favorita a uma das vagas, além do azarão Honduras. Nes-te duelo o favoritismo recai mais para os suíços, muito em conta pelo fato de terem terminado as Eliminatórias européias de maneira invicta. Porém, o experiente técnico Ottmar Hitzfeld alerta para o peri-go do adversário, que surpreendeu nos amistosos pré-Copa.

“O Equador conseguiu empatar com a Holanda e com a Inglaterra em sua preparação para a Copa do Mundo. Portanto, alguma qualidade esta equipe deve ter. Na verdade eu sei que tem, pois venho obser-vando atentamente a sua maneira de jogar e sei que é um time envol-

vente, com muito toque de bola e a qualidade do jogador sul-americano. Vamos ter problemas, mas também estamos credenciados a ganhar”, analisou Ottmar Hitzfeld.

Reinaldo Rueda, treinador do Equador, vem adotando a estra-tégia de jogar o favoritismo na conta do adversário.

“A Suíça chega como favorita para este confronto, pois foi cabeça-de-chave, brilhou nas Eliminatórias e possui um grupo de muita qualidade, com jogadores que atuam nos gran-des times da Europa. Portanto, se der a lógica será ruim para o meu time. Porém, nós sabemos que no futebol a normalidade muitas ve-zes passa longe e o Equador está preparado para aproveitar possíveis oportunidades”, observou Rueda.

Em termos de escalação, nenhuma das equipes está defi nida. Na Suíça a principal dúvida é na defesa: o jovem Fabian Schär e Johan Djorou disputam para ver quem será o companheiro do xerife Philippe Senderos.

Pelo lado do Equador, o atacante Jeff erson Montero, reclamando de fortes dores na coxa direita, fará um teste de vestiário. Se for ve-tado, o veterano volante Edison Mendez ganha uma oportunidade e o time passa a atuar no 4-5-1.

Suíça e Equadorabrem Grupo ESeleção suíça joga pela primeira vez em uma partida de Copa do Mundo como cabeça de chave

Meio campista Xherdan Shaqiri em treinamento para o jogo de hoje

WAGNERMEIER/GAZETAPRESS

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E9MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Olodum animaespectadoresna ‘Fan Fest’A banda baiana foi a atração principal do evento

que reuniu na tarde de ontem 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar

Cerca de 15 mil espec-tadores, segundo da-dos do major Wilton Marques da Polícia

Militar, marcaram presença na Fifa Fan Fest, na Ponta Negra, para conferir a par-tida entre Inglaterra e Itália, realizada no início da noite de ontem, na Arena da Amazônia. O evento, que transmite todos os jogos da Copa do Mundo, contou com a presença da banda nacional Olodum em um show que durou uma hora e meia, sendo dividido em duas partes – antes e pós o jogo.

Momentos antes de subir ao palco, os vocalistas do gru-po baiano Lazinho e Mateus Vidal falaram da experiência de participar do evento em Manaus. “Nós participamos da Copa de 1994. Já estamos acostumados, mas desta vez é completamente diferente. Estamos nos apresentado para o nosso povo, para a nossa gente. Estamos hon-rados de poder fazer parte deste momento histórico e, principalmente, por estarmos no Amazonas”, diz Lazinho.

Com 16 pessoas no palco – mas tendo 120 ao todo – o gru-po preparou um setlist repleto de sucessos. “Não poderia ser diferente. Esse show é para deixar todo mundo animado. Temos a proposta de levar a música da melhor maneira possível, sempre lembrando questões sociais, mas sem es-quecer de divertir as pessoas”,

conta Mateus Vidal.Hospedados em um hotel

afastado da cidade, o grupo afi rma que foram recebidos muito bem pelos amazonen-ses. “O povo daqui sempre nos trata bem. Sem falar do calor, tanto humano como da cida-de. Estamos adorando poder fi car perto da natureza. É algo

maravilhoso”, falou. Quando o assunto é futebol,

Lazinho é taxativo. “Estamos com uma boa expectativa com relação a seleção do Brasil. Na verdade, acreditamos que eles tem, por obrigação, vencer a Copa deste ano”, comenta, lembrando, ainda, da impor-tância do mundial. “É claro que o país precisa melhorar em muitas coisas, muitos setores, mas não podemos deixar de mostrar que somos educados e temos capacidade de reali-zar um evento dessa grandio-sidade”, fi naliza Lazinho.

ConsumoAinda sobre o evento, o

autônomo José Araújo, 52, afi rma que a movimentação tem sido positiva durante as partidas no local. “Tenho con-seguido tirar diariamente R$ 200 de lucro vendendo cerveja e refrigerante. Acredito que a iniciativa tenha sido bastante positiva e só tende a melho-rar”. Ele ressalta, ainda, que são consumidas 300 caixas de cerveja por dia, um número considerado por ele alto. Vale ressaltar que até o fechamen-to da edição não tinha havido ocorrências policiais.

BRUNO MAZIERIEspecial EM TEMPO

ESTRANGEIROSTem sido grande e animada a presença de torcedores estrangei-ros no espaço Fifa Fan Fest, montado no anfi -teatro da Ponta Negra. Os shows musicais têm contribuído para o grande público

O grupo Olodum animou o público que optou por assistir ao jogo em Manaus na Fifa Fan Fest

Além da presença de amazonenses, a Fifa Fan Fest conta com dezenas de turistas e profi ssionais estrangeiros que vieram as-sistir aos jogos ou apenas sentir o clima da Copa do Mundo. É o caso da jornalis-ta Celeste Jones, francesa e que está em Manaus regis-trando diversos momentos dos jogos. “O brasileiro é sempre muito festivo, re-ceptivo. A organização do evento está de parabéns, animação não falta”.

Frequentador de Manaus há 3 anos, o italiano Alessan-dro – que não quis revelar o

sobrenome – veio a cidade conferir os jogos e encontrar amigos. “Gosto muito des-sa manifestação. Claro que como italiano quero que a minha seleção ganhe, mas se não der não tem problema”, frisou antes da partida.

Morando na capital há um ano, a estilista colombiana Alejandra Ruiz, 26, levou a família do marido que veio a Manaus especialmen-te para conferir o torneio. “Sinto que todo mundo tem muito respeito pelos estran-geiros. Estamos felizes pela oportunidade de participar dessa festa”, disse.

Manaus encanta turistas

Um dos atrativos da Fifa Fan Fest além dos jogos e apresentações musicais, sem dúvida, é a tirolesa montada no local. Com 18 metros de altura e 220 metros de extensão, a aventura tem atraído os mais co-rajosos. Segundo Luck Carvalho, responsável por coordenar o “brin-quedo”, cerca de 600 pessoas passam por lá diariamente. “Para participar, o interessa-do deve ter mais de 30 quilos e não ter fobia de altura ou ser cardíaco, por exemplo”, disse.

Antes do funcio-namento, foram três dias de testes e mais de 20 pessoas estão envolvidas nas partes de técnica e prática. “Funcionamos das 14h às 18h e é gratuito. Caso o interessado seja menor de idade, os pais devem assi-nar uma autorização”. A equipe é formada por integrantes da compa-nhia Índios.com.

Tirolesa movimenta ‘aventureiros’

Cerca de 600 pes-soas passam por

lá diariamente

O Olodum dá o “tom” das Copas do Mundo desde 1994

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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E10 MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 201410

Fluidez e tranquilidade no trânsito ao redor da arenaPrimeiro grande teste do trânsito para o Mundial foi executado com precisão e responsabilidade pelos agentes de trânsito

Durante toda a Copa do Mundo estará disponível um serviço de transporte gratuito para torcedores com difi culdades de loco-moção (idosos, grávidas, cegos, cadeirantes, pesso-as com crianças de colo). O transporte será feito com carrinhos elétricos (tipo carrinho de golfe) dos bol-sões de estacionamentos com maior número de va-gas para defi cientes até a entrada dos estádios. Cada pessoa terá direito de utilizar o serviço com um acompanhante e os veícu-los terão também espaço para transportar cadeira de rodas. Os carrinhos elétri-

cos vão atender os torce-dores nos estádios das 12 cidades-sede dos jogos:

EstacionamentosChegando ao estaciona-

mento dos estádios, os tor-cedores que necessitam do transporte devem se dire-cionar para o espaço onde estarão os carrinhos dispo-níveis. Terá uma tenda para facilitar a localização e o atendimento será feito por promotores bilíngues. Além disso, voluntários, polícia e a segurança também esta-rão próximos as estaciona-mentos dando orientações e para conduzir as pessoas até o local de embarque.

Transporte especial disponívelO planejamento de trânsito feito pela prefeitura para o bloqueio de vias no

entorno da Arena da Amazô-nia teve resultado positivo ontem, durante o primeiro jogo da Copa do Mundo na capital amazonense. A atua-ção dos agentes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Ma-naustrans) foi fundamental para que as três fases de in-terdições planejadas fossem implantadas, sem prejuízos à circulação de outras vias.

Na primeira fase, a partir das 6h, foram interditados tre-chos da avenida Lóris Cordovil, entre a avenida Constantino Nery e a rua Vivaldo Lima; e da avenida Pedro Teixeira, entre a Constantino Nery e a Belmiro Vianez. A Alameda do Samba e a rua Belmiro Vianez foram totalmente fechadas para o tráfego de veículos.

Ao meio dia, a avenida Cons-tantino Nery, no trecho entre o viaduto de Flores e a avenida Darcy Vargas, foi interdita-da. Nesta segunda fase, so-mente moradores das áreas bloqueadas puderam trafegar com seus veículos. Às 14h, os moradores foram orientados a não circularem com veícu-los. A prefeitura, por meio do Manaustrans, distribuiu 10 mil panfl etos nas residências com informações de acesso duran-te o fechamento das vias.

Na terceira fase, a partir das 14h, a avenida Djalma Batista fi cou restrita para a circula-ção de transporte coletivo e desembarque de passageiros. Os torcedores puderam, en-tão, se dirigir a pé para o estádio com segurança.

A orientação para o des-vio das vias interditadas foi realizada pelos agentes do Manaustrans já na aveni-da Torquato Tapajós, com o

apoio de faixas com avisos de indicação de itinerário. As su-gestões de desvios também fo-ram repassadas pelos agentes nos pontos de bloqueios.

No total, foram colocados em ação 265 agentes que conta-ram com o apoio de 71 viaturas para o controle das barreiras instaladas. “Algumas pessoas insistiram em passar por onde não deviam”, disse Lucijane Barros, do setor de Fiscalização do Manaustrans.

Quem optou por deixar o veículo em casa, utilizou uma das linhas especiais disponi-bilizadas pela Superintendên-

cia Municipal de Transportes Urbanos (SMTU). Foram cin-co ônibus com linhas diretas ao estádio, disponibilizados em pontos estratégicos: na Praça da Saudade, Praça da Matriz, Centro Cultural Povos da Amazônia, Aeroporto In-ternacional Eduardo Gomes e estacionamento da Sefaz.

Na avenida Djalma Batista, além dos carros de serviços e de moradores, o trânsito estava liberado para o trans-porte coletivo garantindo a chegada tranquila dos usuários ao destino. Idosos e cadei-rantes puderam utilizar o sis-tema Transporta, que estava com ônibus partindo do es-tacionamento da Assembleia Legislativa do Amazonas e também da Djalma Batista.

INTERDIÇÃOAvenidas Lóris Cordo-vil, Constantino Nery, Pedro Teixeira e vias Belmiro Vianez e a Vivaldo Lima tiveram o trânsito interrompi-do desde as primeiras horas da manhã de sábado

Os agentes de trânsito se fi zeram presentes por todo o quadrilátero da Copa orientando os condutores e garantindo maior fl uidez aos veículos de serviço e particulares próximos à arena

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Portadores de necessidades receberam atenção especial

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Ordenamento e orientações agradaram aos motoristas que passaram pelo local horas antes da partida na arena

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E11MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

‘Arena Capuchinho’ também teve torcida

Clássico entre as seleções da Itália e da Inglaterra esquentou também fora da Arena da Amazônia Vivaldo Lima

Morando há 50 anos em Manaus, frei Fulgêncio Mona-celli já é quase

um brasileiro, a não ser nes-ses raros casos de um jogo da sua terra natal, a Itália. Torcedor da squadra azzurra, ontem o padre deixou seu patriotismo falar mais alto e mesmo sem poder ir à Are-na da Amazônia vibrou com cada lance dos jogadores do time italiano e se emocionou com a vitória no jogo.

Para não perder nenhum lance da partida, instalou um telão em uma sala na casa dos capuchinhos e fi cou ali na sua cadeira de embalo. Frei Fulgêncio assistiu ao jogo so-zinho, mas com a sensação de que estava dentro de campo. A todo instante dava palpites sobre os lances, se aborrecia quando os ingleses roubavam a bola e nas jogadas mais emocionantes sequer piscava os olhos. Apesar de admitir que não é nenhum torcedor fa-nático, falou com entusiasmo da partida. “Espero que o time consiga seguir bem adiante”.

Para homenagear os seus conterrâneos, pendurou a ban-deira da Itália no mastro da igreja e ainda colocou outra na janela da casa paroquial. A entrada da paróquia tam-bém ganhou uma faixa com escrita italiana que dizia: “Os frades capuchinhos acolhem a

delegação italiana e desejam sucesso em sua estadia”.

Nascido na cidade de Gual-do Tadino, um município no centro da Itália que fi ca na região maior de Perúgia, frei Fulgêncio se sente um pouco mais perto de casa quando acompanha o time da sua nação. “Não pude ir à arena, mas estou por aqui torcen-do e aguardo uma vitória da

Itália nesta copa”, disse.

TorcidaNo entorno da igreja, tam-

bém foi possível encontrar uma grande torcida de brasileiros que estavam apoiando a Itália. Um telão foi instalado pela Secretaria Estadual de Cul-tura (SEC), no Largo de São Sebastião, e atraiu turistas brasileiros e estrangeiros.

Entre os mais empolgados estava o universitário Filipe Magalhães dos Santos, 20, que torcia pela equipe italiana. “Hoje eu sou Itália. Minha tor-cida por eles começou quando

os ingleses falaram mal de Manaus. E só aumentou quan-do vi a força tática e a forma defensiva que os italianos es-tão jogando”, comentou.

Acompanhando dos amigos, que estavam torcendo pela In-glaterra, Filipe disse que não iria se intimidar com “os con-tras”. Mas, questionado caso ocorra um jogo entre Brasil e Itália, o universitário disparou: “Meu coração é brasileiro, não tenho nem dúvida para quem será a minha torcida”.

Roda de samba Já no Bar do Armando, tra-

dicional reduto dos turistas nesta Copa do Mundo, du-rante o jogo o movimento foi tranquilo. Segundo o gerente do local, Roberto Carvalho, desde cedo o fl uxo de ingleses no local foi intenso. Somente nas últimas 24 horas seus clientes consumiram 150 gra-des de cerveja. “Estamos em um dos pontos turísticos mais lindos da cidade e desde o início do mês nos preparamos para receber bem os nossos visitantes. Essa Copa está sendo muito proveitosa”.

Para atrair ainda mais os visitantes, principalmente os estrangeiros, após o fi m do jogo, o bar promoveu uma tradicional roda de samba. “O que os turistas querem é cer-veja, animação e samba, e isso temos aqui de sobra”, comple-tou Roberto, que anunciou já está aguardando a chegada dos croatas e camarões.

ATENTOFrei Fulgêncio assistiu ao jogo sozinho, mas com a sensação de que estava dentro de campo. A todo instante dava palpites sobre os lances e se aborrecia quando os ingleses rou-bavam a bola

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

Nas tradicionais ruas da Copa o movimento de torce-dores foi mais tranquilo. Na rua Santa Isabel, na Praça 14, Zona Sul, pouca gente foi acompanhar a partida entre Itália e Inglaterra. Um dos poucos visitantes que se arriscou em ir ao local foi o mecânico Marlon Reis Santiago, 32, que veio com a esposa e os fi lhos ver a decoração da rua. “Estava querendo mostrar para mi-nha família essa decoração

da Copa, que já é famosa, mas como em dias de jogos do Brasil o fl uxo é mais intenso eu decidi vir hoje (ontem)”, comentou.

No Morro da Liberdade, a movimentação de torce-dores também foi pequena. Apenas alguns moradores acompanharam o jogo no local. Já na Praça do Caran-guejo, no conjunto Eldorado, Zona Centro-Sul, a movi-mentação foi mais intensa. Entre as torcedoras estava

a bancária Camila Costa Souza, 26, que acompanha de amigas escolheu um bar no Eldorado para assistir o jogo. “Não conseguimos ingressos para partida, e como opção decidimos vir assistir o jogo aqui, que é sempre muito animado”.

Na avenida Itaúba, na Zona Leste, não foi insta-lado o telão. Somente nos dias de jogo do Brasil é que a prefeitura irá realizar eventos no local. (IS)

Ruas da Copa com torcida modesta

Na praça do Caranguejo, no conjunto Eldorado, Zona Centro-Sul, a movimentação foi mais intensa

FOTOS: IONE MORENO

Frei Fulgêncio instalou um telão em uma sala na casa dos capuchinhos para torcer pela Itália

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E12 MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Impressões de um jogo exemplarPrimeira partida em Manaus pela Copa do Mundo deu exemplo de organização e simpatia do povo amazonense

O caminho até a Are-na da Amazônia pa-recia longo para o confronto entre dois

gigantes, Inglaterra e Itália, mas tornou-se muito curto à medida em que visualizáva-mos no rosto de cada torcedor a alegria de estar a alguns passos de assistir a um jogo da Copa do Mundo. O calor costumeiro era coadjuvante para um dia histórico.

Quem, alguma vez, iria ima-ginar que Manaus não só se-ria uma das subsedes como também se tornaria uma das cidades mais elogiadas no Mundial? Seja pela simpatia de seu povo hospitaleiro, pela belíssima arena ou pela ma-neira pacífi ca como conduziu sua participação na história do futebol, a Cidade Sorriso agradou a gregos e troianos. O carisma do amazonense contagiou turistas brasileiros, ingleses, italianos, portugue-ses, americanos, entre outros tantos, que vieram assistir aos jogos da Copa em Manaus.

Há 1 ano, o que se comen-tava na cidade era que sele-ções receberíamos no Mun-dial. Quando iríamos imaginar que a Arena da Amazônia seria apresentada ao planeta com um confronto entre duas cam-peãs mundiais? Para quem esperava, no máximo, Bósnia ou Gana mandamos bem. Se não bastasse um clássico in-ternacional, Manaus também

será palco de mais três jogos – Camarões, de Eto’o x Cro-ácia; Portugal, de Cristiano Ronaldo x Estados Unidos, e Honduras e Suíça.

Ontem, dia em que a Itália venceu a Inglaterra por 2 a 1, no sufoco, diga-se de passagem, a torcida escolheu a Azzurra para expressar seu carinho, muito em função das declarações negativas sobre Manaus pelo técnico inglês Roy Hodgson, no ano pas-sado. Sim, os ingleses fo-

ram vaiados do começo ao fi m, principalmente quando Hodgson aparecia no telão. O craque inglês Rooney fi cou apático diante do talento do italiano Balotelli.

Dentro ou fora da arena, o primeiro dos quatro jogos da Copa do Mundo em Manaus, o que se viu foi um trânsito or-ganizado, policiais educados e orientadores bem treinados. Manaus – a subsede que nin-guém apostava – deu uma bela lição ao país do futebol. Pátria amada, Brasil!

TRICIA CABRALEquipe EM TEMPO

ALEGRIAO carisma do ama-zonense contagiou turistas brasileiros, ingleses, italianos, por-tugueses, americanos, entre outros tantos, que vieram assistir aos jogos da Copa em Manaus

Ônibus da seleção italiana passou pela avenida Pedro Teixei-ra por volta de 16h25

Torcedores ingleses, em menor número, compa-receram à arena para incentivar jogadores

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E13MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Torcedores agitam Manaus

Uma família não conse-guia esconder a felicidade de estar na Arena da Amazônia no primeiro jogo do grupo D. Conseguindo comprar os ingressos apenas na noite do dia 13, a família Parente é a prova que os brasileiros não desistem nunca. “Fo-mos sorteados para todos os jogos em Manaus, porém meu pai sofreu um infarto no começo do ano e acha-mos melhor cancelar porque achamos que ele não estaria recuperado no período da Copa. Graças a Deus ele se recuperou, mas não conse-guimos comprar as entradas novamente. Na sexta, meu primo me ligou desesperado falando que tinha comprado quatro entradas. Foi um pre-sente para todos”, explicou a advogada Brunna Carollyne que prestigiou o clássico com seu pai, mãe e primo.

Acostumados com a agi-tação da maior cidade da América Latina, os paulistas Maicon Antonio, 61, e seu fi lho Daniel, 34, viajaram

para Manaus para sentir a emoção de ver um jogo de Copa do Mundo em plena fl oresta amazônica. Vindo especialmente para ver o grande clássico que envolveu Itália e Inglaterra, Maicon

cravou antes da partida que a Azzurra venceria por 2x1. “Essa é a nossa primeira vez em Manaus. Estamos encan-tados, a cidade é linda. Vimos exclusivamente para ver o grande jogo na Arena mais

bonita do país”, disse. O casal André e Lisandra

Losandro também veio para Manaus para torcer pela vi-tória dos italianos. Se surpre-endendo com a mobilização que ocorreu na cidade, os pombinhos também não tiveram nenhum problema para chegar ao estádio.

A amazonense Rose Pic-cioli que moram em Roma há 13 anos, esteve presente no jogo acompanhada de seu marido, fi lho e sobrinho que são italianos e fãs do time comandado pelo treinador Cesare Prandelli. A data do jogo coincidiu com uma via-gem que os mesmo já haviam marcados antes mesmo do sorteio dos grupos do mun-dial. “Tudo coincidiu para que conseguíssemos assistir a esse jogo. Meu sobrinho entrou na fi la para comprar e foi sorteado. Demos sorte”, explicou Rose que ajudou a realizar o sonho do seu fi lho, Francisco, que é jogador das categorias de base da Roma, tradicional time italiano.

Curiosidade e alegria de sobra

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Estamos encan-tados, a cidade é

linda. Vimos exclu-sivamente para ver o grande jogo na Arena mais bonita

do país

Maicon Antonio, turista de São Paulo

Torcedores chegavam à arena com tranqui-lidade e contagiavam com a animação

Turistas brasileiros e estrangeiros elogiaram a organização no primeiro jogo na Arena da Amazônia, pela Copa

Sediando o grande duelo da primei-ra fase da Copa do Mundo, Manaus foi

tomada nos últimos dias por turistas de todos os cantos do planeta, especialmente os torcedores do time da terra da rainha. Antes do confronto, a festa aconteceu no entor-no da Arena da Amazônia Vivaldo Lima. Em total clima de paz, os torcedores que chegavam ao estádio brinca-vam e cantavam nos bares e lojas de conveniência que se localizam próximo ao palco do jogo. “É contagiante a animação das torcidas. Bem interresante ver que não tem só torcedores das seleções que entrarão em campo. Tem pessoas de todos os países aqui. Esse ingrediente que diferencia a Copa do Mundo”, disse Brenda Coimbra, 20.

Feliz com a vitória, a italiana Letícia Bombieri, 22, se apai-xonou pela beleza da arena e planeja voltar mais vezes a Manaus. “Só posso dizer que tudo foi incrível. Todos foram supergentis. Os brasi-leiros torceram para a Itália e isso foi emocionante. Os

voluntários sempre bem-in-formados. Voltaria a Manaus outras vezes. Valeu tudo a pena”, disse a feliz torcedora da esquadra azzurra.

Organização nota dezCom quase 40 mil ingres-

sos vendidos para o clássico, uma preocupação da Fifa

era organizar a chegada dos torcedores ao estádio. Mon-tando um esquema que con-tava com estacionamentos espalhados pelo entorno da Arena da Amazônia Vivaldo Lima e linhas de ônibus que faziam o translado de varias zonas da cidade até che-gar ao palco do clássico, os organizadores conseguiram agradar o publico que pres-

tigiou a vitória italiana. “A organização está de

parabéns. Ela melhorou bas-tante em relação aos testes que foram feitos antes do Mundial. Tanto na chegada quanto o atendimento den-tro do estádio foram acima do esperado. Isso ajudou a abrilhantar mais o jogo que mesmo não sendo do Bra-sil, foi emocionante. A fi cha só caiu depois que vimos as seleções em campo”, disse a paranaense Raisa Santos que estava acompanhada pelo manauense Francisco Neto.

Outra torcedora que apro-vou a organização foi a ame-ricana Julia Chanin que achou muito tranquilo todo o tra-jeto que fez até chegar na arena. Um fato que encantou a californiana foi o carinho dos brasileiros. “Tudo foi ma-ravilhoso. Cheguei a Manaus e fi quei na casa de uma fa-mília local que me receberam com muito carinho. Dentro da arena, a energia foi muito forte. Guardarei para sem-pre esse momento no meu coração. Tinha receio porque sabia que alguns brasileiros são contra a realização do mundial, mas percebi que isso acaba quando o jogo começa”, afi rmou Julia.

PAZEm total clima de paz, os torcedores que chegavam ao estádio brincavam e cantavam nos bares e lojas de conveniên-cia que se localizam próximo ao palcodo jogo

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

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Parque Amazonense, da glória ao esquecimentoO estádio que foi palco dos primeiros jogos do futebol amazonense, hoje se encontra abandonado

Construído em 1906 pelo então gover-nador do Amazo-nas, coronel Antônio

Constantino Nery, o Parque Amazonense, antigo palco do futebol amazonense, pri-meiramente foi utilizado na prática de outro esporte, o hipismo. O estádio funcio-nou até 1912 normalmen-te, porém, começou a cair em decadência junto com o enfraquecimento do ciclo da borracha. Em 1918, após ser repassado para o Dispensário Maçônico, o espaço passou por reformas e começou a ser usado como campo de fu-tebol. O Parque Amazonense substituiu o campo do Bosque Clube, construído pelos ingle-ses que vieram para Manaus durante o ciclo da borracha.

O clássico Rio-Nal foi o jogo mais disputado no Parque, o primeiro foi realizado no dia 13 de julho de 1918. A partida terminou 1x1. Nos anos 60, o estádio foi repassado para o América, clube do históri-co treinador Amadeu Teixeira, porém, devido os custos de sua manutenção, foi desati-vado em 73.

Deixando um vazio nos co-rações dos torcedores que acompanharam jogos lá, o Parque Amazonense fi cará para sempre na história do

futebol amazonense e muitos torcem por sua volta. “É triste ver o que fi zeram com um pal-co histórico como o parque. Cheguei a jogar lá quando era atuei pelo América. O estádio guarda memórias dos tempos áureos do esporte aqui”, afi rmou o historiador e professor, Francisco Carlos Bittencourt, 61.

Carlos fez questão de fa-lar sobre a importância do esporte e o Parque Amazo-nense nas vidas das pessoas que viveram em Manaus no começo do século 20. “O futebol quando chegou à ci-dade, só era praticado pelos

filhos dos barões da borra-cha e comerciante. Com a inauguração do estádio, o esporte foi popularizado e serviu para aproximar admi-radores, pois começou a unir pessoas de diferentes clas-ses sociais para sua prática”, citou o historiador.

MEMÓRIADeixando um vazio nos corações dos torcedo-res que acompanha-ram jogos lá, o Parque Amazonense fi cará para sempre na histó-ria do futebol amazo-nense e muitos torcem por sua volta

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Maior palco do esporte no Amazonas até a inauguração do estádio Vivaldo Lima em 1970, o Parque Amazonen-se sediou partidas históricas, como o confronto entre o tome carioca do Flamengo e a equipe “baré” do Fast Clube em 1950.

Até a seleção brasileira de futebol chegou a utilizar o campo como centro de trei-namento em uma de suas passagens pelo Estado para disputar um amistoso. O últi-mo jogo ofi cial disputado no Parque Amazonense foi entre as equipes do Rio Negro e do Rodoviário, extinto clube da capital. A partida foi realizada em 8 de julho de 1973. Se no passado o local viveu dias de glórias, hoje a realidade

é diferente. O parque está abandonado. A única parte aproveitada do que um dia foi o ponto de encontro de amigos em torno do futebol é uma arquibancada, onde há alguns anos foi construído o 22º Departamento Integrado de Polícia (DIP).

História que fi cou para trás

FIM DE JOGOO último jogo ofi cial disputado no Par-que Amazonense foi entre as equipes do Rio Negro e do Rodo-viário, extinto clube da capital. A partida foi realizada em 8 de julho de 1973

Com a inaugura-ção do estádio, o esporte foi popu-larizado e serviu para aproximar admiradores

O estádio funcionou até 1912 normal-mente, porém, come-çou a cair em deca-dência junto com o enfraquecimento do ciclo da borracha

Até a seleção bra-sileira dos anos 70 utilizou o campo, hoje abandonado

Historiador Francisco Bittencourt ressalta importância do parque

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E15MANAUS, DOMINGO, 15 DE JUNHO DE 2014

Parque Amazonense, da glória ao esquecimentoNos tempos áureos, o Parque Amazonense sediou partidas históricas

Antigo palco do fu-tebol amazonense, primeiramente foi utilizado na prática de outro esporte, o hipismo

Bittencourt fez ques-tão de falar sobre a importância do espor-te e o Parque Amazo-nense nas vidas das pessoas que viveram em Manaus no começo do século 20

FOTOS: IONE MORENO

Bittencourt fez ques-Bittencourt fez ques-Bittencourttão de falar sobre a importância do espor-te e o Parque Amazo-nense nas vidas das pessoas que viveram em Manaus no começo do século 20

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Manaus, capital do mundoManaus, capital do mundoManaus, capital do mundoA cidade se vestiu ontem de todas as cores e cedeu sua simpatia e hospitalidade a turistas de várias nacionalidades. O mundo veio, viu e curtiu, com a certeza de que na Cidade Sorriso somos um só

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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