pódio - 13 de junho de 2014

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014 [email protected] Pódio E3 Seleção inglesa chega a Manaus e sente o calor Pódio E9 Fifa Fan Fest reúne mais de 30 mil pessoas DIEGO JANATÃ FERNANDO SOUTELLO/GAZETAPRESS ALBERTO CÉSAR ARAÚJO Seleção brasileira começa com o pé direito a caminhada rumo ao hexa . Equipe comandada por Luiz Felipe Scolari superou início ruim com uma excelente exibição do garoto Neymar, responsável por anotar dois gols na partida, e contou com a ajuda da arbitragem, que marcou pênalti inexistente em Fred. Pódio E 4 e E 5 N ota

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 13 de junho de 2014

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014 [email protected], SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

Pódio E3

Seleção inglesa chega a Manaus e sente o calor

Pódio E9

Fifa Fan Fest reúne mais de 30 mil pessoas

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Seleção brasileira começa com o pé direito a caminhada rumo ao hexa. Equipe comandada por Luiz Felipe Scolari superou início ruim com uma excelente exibição do garoto Neymar, responsável por anotar dois gols na partida, e contou com a ajuda da arbitragem, que marcou pênalti inexistente em Fred. Pódio E4 e E5

Nota

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Page 2: Pódio - 13 de junho de 2014

E2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Tabela da Copa do Mundo

CHARGE

Brasil Camarões

Croácia México

Brasil Croácia

12/6/2014 - 17h Arena Corinthians

México Camarões

13/6/2014 - 13h Arena das Dunas

Brasil México

17/6/2014 - 16h Arena Castelão

Camarões Croácia

18/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Camarões Brasil

23/6/2014 - 17h Estádio Mané Garrincha

Croácia

23/6/2014 - 17h Arena Pernanbuco

Austrália Chile

Espanha Holanda

Espanha Holanda

13/6/2014 - 16h Fonte Nova

Chile Austrália

13/6/2014 - 19h Arena Pantanal

Colômbia Costa do Marfi m

Grécia Japão

Colômbia Grécia

14/6/2014 - 13h Mineirão

C. Marfi m Japão

14/6/2014 - 22h Arena Pernambuco

Costa Rica Inglaterra

Itália Uruguai

Uruguai C. Rica

14/6/2014 - 16h Castelão

Inglaterra Itália

14/6/2014 - 19h Arena da Amazônia

Equador França

Honduras Suíça

Suíça Equador

15/6/2014 - 13h Estádio Mané Garrincha

França Honduras

15/6/2014 - 16h Arena Beira Rio

Argentina Bósnia-Herzegovina

Irã Nigéria

Argentina Bósnia

15/6/2014 - 19h Maracanã

Irã Nigéria

16/6/2014 - 16h Arena da Baixada

Alemanha Estados Unidos

Gana Portugal

Alemanha Portugal

16/6/2014 - 13h Fonte Nova

Gana EUA

16/6/2014 - 19h Arena das Dunas

Argélia Bélgica

Coreia do Sul Rússia

Bélgica Argélia

17/6/2014 - 13h Mineirão

Rússia C. do Sul

17/6/2014 - 19h Arena Pantanal

Austrália Holanda

Espanha Chile

Austrália Espanha

Holanda Chile

C. Marfi m Japão

Colômbia

16/6/2014 - 13h Estádio Mané Garrincha

C. Marfi m

Japão

19/6/2014 - 19h Arena das Dunas

Grécia

Japão

26/6/2014 - 16h Arena Pantanal

Colômbia

Grécia

24/6/2014 - 17h Aer

C. Marfi m

18/6/2014 - 13h Arena Beira Rio

18/6/2014 - 16h Maracanã

23/6/2014 - 13h Arena da Baixada

23/6/2014 - 13h Arena Corinthians

Uruguai

19/6/2014 - 16h Arena Corinthians

Inglaterra

Itália

20/6/2014 - 13h Arena Pernambuco

C. Rica

Itália

24/6/2014 - 13h Arenas das Dunas

Uruguai

C. Rica

24/6/2014 - 13h Mineirão

Inglaterra

Bélgica

22/6/2014 - 13h Maracanã

Rússia

C. do Sul

22/6/2014 - 16h Arena Beira Rio

Argélia

C. do Sul

26/6/2014 - 17h Arena Corinthians

Bélgica

Argélia

26/6/2014 - 17h Arena da Baixada

Rússia

Alemanha

21/6/2014 - 16h Arena Castelão

Gana

EUA

22/6/2014 - 18h Arena da Amazônia

Portugal

EUA

26/6/2014 - 13h Arena Pernambuco

Alemanha

Portugal

26/6/2014 - 13h Estádio Mané Garrincha

Gana

Argentina

21/6/2014 - 13h Mineirão

Irã

Nigéria

21/6/2014 - 18h Arena Pantanal

Bósnia

Nigéria

25/6/2014 - 13 Arena Beira Rio

Argentina

Bósnia

25/6/2014 - 13h Arena Fonte Nova

Irã

Suíça

20/6/2014 - 16h Arena Fonte Nova

França

Honduras

20/6/2014 - 19h Arena da Baixada

Equador

Honduras

25/6/2014 - 16h Arena da Amazônia

Suíça

Equador

25/6/2014 - 17h Maracanã

França

México

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Com 13 anos de serviços à seleção brasileira, com quatro Copas disputadas e, como titular, duas delas ganhas, Nilton Santos é um ‘Herói da Copa’. Clássico, seguro, de um vigor físico im-pressionante, o ídolo do Botafogo sabia tudo de futebol.

Não foi a toa que o melhor lateral esquerdo da história do futebol brasileiro mereceu a alcunha de

“Enciclopédia do Futebol”, apelido que tentava traduzir um jogador que parecia à frente de seu tempo.

Nilton começou a despontar para o futebol nas peladas na Ilha do Governador, no Rio. Não demorou muito para chegar ao Botafogo onde passou a jogar na defesa. Nascia ali, no fi m dos anos 40, uma das grandes histórias individuais do esporte brasileiro.

O lateral bicampeão mundial também tinha as suas “malan-dragens” , como o pênalti que cometeu, em plena Copa e que disfarçou dando um pulinho para fora da área, enganando o juiz. Quem o viu jogar destaca que, antes do craque do Botafogo, os zagueiros apenas se defendiam. Depois de Nilton Santos, eles passaram a atacar.

NILTON SANTOS: A enciclopédia do futebol

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

3 1

Paulo Vinícius Coelho

O time da virada

O caminho da bola na saída do Brasil muitas vezes angustia. Trocar passes de Thiago Silva para David Luiz (que partida!) para Luiz Gustavo em busca do espaço vazio é a maneira certa de esperar a infiltra-ção. Ainda não está bom e o primeiro tempo mostrou isso. Para sorte da seleção, a tor-cida foi de time de futebol. Entendeu a dificuldade.

Até que Oscar (que atuação!)

ganhou no pé de ferro e entre-gou a Neymar. Um dos proble-mas da seleção pode ser as referências terem 22 (Neymar) e 21 anos (Oscar). Pois foram os dois melhores da seleção. Neymar chamou a bola até para abrir espaços na saída de bola. Em vários momentos, veio buscar na intermediária.

Falta Paulinho encontrar o espaço certo para existirem sempre triângulos, duas op-

ções de passe. Quando Thiago Silva recebe precisa ter Daniel e Paulinho como opções. Nem sempre é assim.

Oscar recebeu muitos passes na direita e não teve companhia. Até os 28 minutos, isso resul-tava em cruzamentos. Muito melhor do que eles são os dribles e as infi ltrações. Na primeira delas, Paulinho teve chance aos 20 minutos. No drible, Ney-mar criou chance de gol. Aos

28 minutos, Neymar decidiu. E o árbitro Nishimura ajudou também no segundo tempo. Oscar, idem.

Felipão confia nele, porque é o jogador tático. Foi cam-peão de desarmes-e também da armação.

E o Brasil é o campeão das viradas com a 18ª de sua his-tória em Copas do Mundo. Exa-tamente como Felipão viu seu time fazer em 2002.

COLUNISTA DO JORNAL “FOLHA DE SÃO PAULO”

Neymar decidiu, o árbitro ajudou e Oscar mostrou porque tem a confiança de Felipão Falta Paulinho en-contrar o espaço certo para existirem sempre triângulos, duas opções de pas-se. Quando Thiago Silva recebe precisa ter Daniel e Paulinho como opções. Nem sempre é assim

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Page 3: Pódio - 13 de junho de 2014

E3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Bem-vindos ao calor

Jogadores desembarcaram na pista do aeroporto internacional Eduardo Gomes e entraram direto no ônibus ofi cial da equipe

Sob forte calor, a sele-ção inglesa desem-barcou em solo ma-nauense às 13h30 de

ontem (12). Os jogadores evitaram o saguão e en-traram no ônibus oficial da equipe que o aguardavam na pista do aeroporto interna-cional Eduardo Gomes. De lá, seguiram para o hotel Blue Tree Premium Manaus, loca-lizado na avenida Umberto Calderaro Filho, bairro Adria-nópolis, Zona Centro-Sul da capital amazonense, onde a equipe ficará hospedada.

O ônibus foi fortemente es-coltado até o hotel. Quando chegaram, foram recepciona-dos por cerca de 100 torce-dores. Dentre eles, estava a estudante Patrícia Keitth, 23. Desde 13h em frente ao ho-tel, a jovem se emocionou ao ver o volante Steven Gerrard de perto. “Pena que eu não consegui um autógrafo e uma foto com ele, mas amanhã vou tentar de novo”, avisou.

Patrícia produziu um cartaz especial para Gerrard. Ques-tionado sobre os motivos para adorar tanto o inglês, ela lembra que o camisa 4 da seleção inglesa é o capitão do time, que mete gols para a Inglaterra. Contra a Itália, ela aposta em 3 a 0 para o time da terra da rainha em cima dos italianos.

PolêmicaAntes do sorteio da Copa, no

ano passado, Hodgson chegou a declarar que não gostaria de jogar em Manaus por causa do calor. A frase causou mal-estar na cidade, e só foi contornada após visita do próprio treina-dor a Manaus, no início deste ano. Além da alta temperatu-ra, a seleção inglesa caiu no

grupo da morte e enfrenta na primeira fase Itália, Uruguai e a zebra Costa Rica.

Por conta da imagem divul-gada ontem por uma agência francesa, a preocupação de ingleses e italianos, além do calor, é o gramado da Arena da Amazônia Vivaldo Lima. Con-tudo, em coletiva concedida pelo governador do Amazonas e pelo prefeito de Manaus, na última quarta-feira (11), os jornalistas presentes puderam notar que o campo já está numa situação melhor.

Trabalho físicoOs jogadores ingleses lesio-

nados, Danny Welbeck e Alex Oxlade-Chamberlain, realiza-ram um trabalho voltado para

a parte física no início da noite de ontem no estádio da Colina. Os demais jogadores da equipe fi caram no hotel e assistiram à vitória da seleção brasileira sobre os croatas por 3 a 1. Sem público e sob um forte esquema de segurança, os atletas foram supervisio-nados por quatro membros da comissão técnica.

Amanhã, às 17h (de Ma-naus), a seleção faz o reconhe-cimento do gramado da Arena da Amazônia, onde no sábado enfrenta a Itália na sua estreia na Copa do Mundo. O jogo, vá-lido pelo Grupo D, acontecerá às 18h (de Manaus).

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

BASEDiante da Itália, time titular deve formar com: Hart; Johnson, Cahill, Jagielka, Baines; Gerrard, Henderson, Lallana, Rooney, Ster-ling; Sturridge. Welbe-ck e Chamberlain são dúvidas para a partida

O goleiro titular da In-glaterra, Joe Hart, disse na quarta-feira (11), antes de embarcar para Manaus, que jogar num estádio “no meio da selva” será dife-rente de tudo o que fez na carreira. A partida será na Arena da Amazônia Vivaldo Lima, em Manaus, contra a Itália, no sábado (14).

O calor em Manaus é uma das principais pre-ocupações da equipe in-glesa. O time se preparou especialmente para essa partida, com treinos em Miami (Estados Unidos) e ao meio-dia sob forte sol no Rio de Janeiro.

“Estamos indo jogar no meio da selva. É um pouco diferente para todos nós. Vamos lidar com o que for nessa Copa”, disse Hart.

A coletiva ocorreu na úl-tima quarta-feira, mas a

federação inglesa impôs embargo para publicação para 13h de ontem.

O zagueiro Gary Cahill disse que a equipe se pre-parou para as condições climáticas da capital do Amazonas. Além do ca-lor, os jogadores fi zeram simulações de mudanças bruscas de condições.

O zagueiro afi rmou que a equipe não tem um “gran-de plano” para anular as jogadas da Itália, princi-palmente as que saem dos pés do meia Pirlo.

“A gente respeita o tipo de jogador que ele é, mas não temos um grande pla-no para um único jogador. A gente já assistiu aos VTs dos jogos deles. Mas o mais importante é o que nós vamos fazer em campo”, disse o principal zagueiro da seleção inglesa.

Jogadores reclamam do calor

Capitão Steven Gerrard foi um dos mais tietados pelos torcedores que marcaram presença em frente ao hotel da seleção

INSTAGRAM

O lateral direito do Liverpool e da Inglaterra Glen Johnson, utilizou o Instagram para postar uma imagem da vista que ele tem da janela do quarto onde está hospedado. Na publicação, o titular da seleção mostrou preocupação quanto à temperatura na hora da partida contra a Itália. “Minha visão de Manaus... Vamos esperar que não seja assim tão quente às 18h!”, postou.

FOTO

S: A

LBER

TO C

ÉSAR

ARA

ÚJO

Ônibus da se-leção inglesa foi recepcio-nado por cerca de 100 torce-dores no hotel da equipe

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Page 4: Pódio - 13 de junho de 2014

E4 E5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Com pênalti polêmico, Brasil bate a CroáciaNeymar tem atuação de gala e logo em sua estreia na Copa do Mundo marcou dois gols. O lado negativo fi cou por conta do gol contra assinado por Marcelo, e o pênalti duvidoso marcado sobre Fred pelo árbitro Yuichi Nishimura

O primeiro jogo da Copa do Mundo no Brasil teve choro de emoção, raiva

dos dois times em campo, gol contra, pênalti polêmico e, principalmente, Neymar. O camisa 10 fez dois gols na vitória de virada por 3 a 1 sobre a Croácia ajudan-do a seleção se superar e vencer de virada.

A sensação final da parti-da foi de alívio. Tudo porque a equipe de Luiz Felipe Sco-lari não conseguiu contro-lar a emoção e começou o Mundial errando demais. O pior deles ocorreu aos dez minutos do primeiro tempo, quando Daniel Alves deixou seu setor totalmente livre para Olic cruzar e Marcelo marcar gol contra.

Oscar, então, apareceu no jogo e venceu duas di-vididas para dar a Ney-mar a bola que o astro chutou para empatar, aos 29 minutos.

Aos 23 minutos do se-gundo tempo, Fred caiu na área ao ser tocado por Lovren e o juiz marcou pê-nalti, intensamente contes-tado pelos europeus. Mas Neymar converteu e ainda vibrou quando o japonês Yuichi Nishimura também viu falta de Olic em Júlio César para anular o gol de Perisic, que seria o de empate, aos 37. Aos 45, Oscar fechou a conta.

Contestações à parte, o Brasil começa o Mundial com três pontos e buscará outros três diante do Mé-xico, às 15h (de Manaus) de terça-feira, no Caste-lão, em Fortaleza. A Croácia tenta somar pontos diante de Camarões, na quarta-feira, às 18h, em Manaus.

O jogoO privilégio de jogar uma

Copa do Mundo no próprio país resultou em choro nos atletas brasileiros, emoção que contagiou o estádio, mas que demorou a sair do time. A Croácia, que entrou em campo armada para não sair atrás do placar, teve exatamente o que queria.

Como prometeu o técnico Noko Kovac, os europeus tiveram as duas linhas de quatro e a dupla de atacan-tes compactas, com os dois da frente marcando como volante. O Brasil, então

ocupou o campo adversá-rio com todos os seus jo-gadores de linha. Mas sem encontrar espaço.

A tática croata logo deu certo gerando erros, come-çando por Oscar, o primeiro a errar passes e proporcio-nar os contra-ataques que os rivais queriam. Quando a seleção só tinha fi nalizado em cabeçada sem perigo de David Luiz, Perisic escapou pela direita e Daniel Alves cometeu seu primeiro grave erro defensivo ao se posi-cionar mal e deixar Olic ca-becear rente à trave de Júlio César, aos seis minutos.

A tensão brasileira, ainda fruto da emoção do hino na-cional, ficou clara quando David Luiz quis agilizar uma cobrança de falta da defesa e acertou um forte chute nas costas de Luiz Gusta-vo. Neymar tentava ajudar voltando até a defesa para dar dinâmica e quebrar as linhas defensivas croatas, mas não era suficiente.

Felipão se irritava com os espaços dados para o contra-ataque e, aos dez minutos, fez questão de apontar que Olic passava livre nas costas de Daniel Alves e ainda tinha Ratkic totalmente desmarcado para iniciar uma troca de passes. Mas Olic resolveu cruzar rasteiro para Jela-vic, que desviou sem for-ça. Logo depois dele, po-rém, Marcelo inaugurou o placar da Copa do Mundo com um gol contra.

Vítima de erro de Daniel Alves, Marcelo logo cobrou seus colegas por perde-rem muita bola no meio do campo, enquanto Júlio César gritava “Vamos, va-mos, vamos” para motivar os companheiros. Mas as consequências da emoção incontida ficaram claras quando até Thiago Silva co-metia erros incomuns para ele no campo de defesa.

Foi quando Oscar, titular mais criticado do Brasil, resolveu aparecer para o jogo. Primeiro, passou a jo-gar em cima do improvisa-do lateral esquerdo croata, virando preocupação que evitava a exploração dos rivais nas costas de Daniel Alves. Assim, aos 13, cruzou bola que atravessou o gol sem ser desviada por Fred nem Neymar.

Lance do polêmico pênalti assinalado pelo juiz sobre Fred no segundo tempo da partida

FERN

AND

O S

OU

TELL

O/G

AZET

APRE

SS O atacante Neymar che-gou à Copa do Mundo de 2014 cotado para ser uma das estrelas do torneio e já em sua estreia no torneio assumiu esta condição. Com os dois gols de on-tem, foi escolhido o melhor jogador da partida.

“Foi melhor do que eu achava. O que eu esperava era a vitória, e fazer uma

estreia em Copa do Mun-do com dois gols é uma felicidade muito grande”, afi rmou Neymar, em entre-vista após a partida.

O primeiro tento de Ney-mar e também do Brasil na Copa foi anotado em um chute de esquerda, de fora da área. Mesmo sem muita força, o tiro venceu o experiente goleiro croata

Pletikosa, que demorou a cair para tentar a defesa e viu a bola acertar o poste antes de ir para as redes.

“Se sempre sair dois gols assim é bom. Saiu masca-do, só que é difícil de bus-car”, observou o atacante do Barcelona. Ele também levou o primeiro amarelo da Copa, em falta dura no primeiro tempo.

Neymar comemora boa estreia

JUCA KFOURI

Bola e apito

PRIMEIRO TEMPO de primeira, disputado palmo a palmo, os bra-sileiros com a iniciativa do jogo, os croatas dedicados a marcar e contra-atacar, perigosos ao extremo porque, como dissera Olic, espaços há na defesa de Felipão e a avenida Daniel Alves é um deles.

Assim nasceu o gol contra de Marcelo e não fosse a jornada inspirada de Oscar difi cilmente Neymar teria empatado ainda no primeiro tempo, embora deva se destacar o controle emocio-

nal do time nacional que não se desesperou com a desvantagem logo de cara.

O segundo tempo não mantinha o mesmo nível, até porque os cro-atas trataram de fi car mais com a bola, difi cultando a iniciativa de jogo brasileira.

Aí então é que apareceu o apita-dor japonês, para cair no conto de Fred que desmoronou de maneira clara ao ser levemente tocado na grande área.

A virada brasileira em má cobrança de Neymar mudou a

atitude croata e reacendeu o jogo, que voltou a fi car muito bom de se ver.

Oscar em noite de gala fazia e desfazia a tal ponto que terminou por fazer o terceiro gol, de certa forma para amenizar o erro do árbitro, embora só um pouco e embora, também, um de seus auxiliares e conterrâneo errara três vezes contra o Brasil.

O que vale, e mais que a má arbitragem, até mais que a vitó-ria, foi a atuação dos dois times, certamente os de melhor nível

no grupo, provavelmente os que seguirão adiante para as oitavas de fi nal, porque o México difi -cilmente jogará com o nível de excelência que vimos ontem no estádio corintiano.

Que se não funcionou 100% como deveria, comportou-se melhor que o Soccer City quatro anos atrás.

Comportamento ruim mesmo só o da torcida que, depois de cantar belissimamente o Hino Nacional à capela, xingou a pre-sidente da República de maneira a envergonhar seus fi lhos.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Brasileiros e croatas dignifi caram a abertura da Copa. A arbitragem quase pôs tudo a perder Oscar em noite de

gala fazia e desfa-zia a tal ponto que terminou por fazer o terceiro gol, de certa forma para amenizar o erro do árbitro

Tostão

Nós temos Neymar Foi bela a festa de abertura.

A Croácia dificultou bastante, mas o Brasil venceu, graças a Neymar, a Oscar e ao erro absurdo do árbitro. Será que, inconscientemente, por causa da expulsão de Felipe Melo, na Copa de 2010, ele quis agra-dar o Brasil? Vão aumentar as crenças, as suposições e as pa-ranoias de que, se apertar, na dúvida (nesse lance, não houve dúvida), a seleção brasileira será beneficiada.

Faltou ao Brasil um Modric no meio-campo. Ele joga demais.

Os lances perigosos contra o Brasil, como o gol, saíram de jogadas pelas laterais, espe-cialmente em cima de Daniel Alves. Como todos os outros times vão bloquear os avanços dos laterais brasileiros, como fez a Croácia, será que Maicon, por marcar melhor, não seria a melhor opção? Luiz Gustavo e a zaga atuaram bem. Já Hulk, Fred e Paulinho foram mal. Fred quase não pegou na bola. Oscar foi excepcional, no ataque, na marcação e ainda fez um gol, no contra-ataque, após uma bela

defesa de Júlio César. Ainda bem que temos Neymar.

A vitória e a atuação do Brasil não mudam em nada os prog-nósticos para a Copa. Quando questiono o excessivo otimismo, às vezes, a prepotência de achar que é impossível perder a Copa em casa, não digo isso porque os jogadores podem diminuir a vibração. Isso nunca vai ocorrer. Quero apenas salientar que a Seleção, mesmo sendo a maior favorita, não é nenhuma ma-ravilha. Não será uma grande surpresa se o Brasil perder.

Se existem outras três sele-ções fortes (Argentina, Espanha e Alemanha), além de outras, que têm pouquíssimas chan-ces de ser campeãs, deduzo, mesmo sendo um péssimo es-tatístico, que as possibilidades de o Brasil ganhar o título são menores que 50%.

Tenho também a sensação e a vontade de afirmar que o Brasil será campeão, mas o futebol e a vida me ensinam que essa certeza é mais fru-to do desejo e da onipotência do pensamento.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Como todos os ou-tros times vão bloque-ar os avanços dos late-rais brasileiros, como fez a Croácia, será que Maicon, por marcar melhor, não seria a melhor opção?

Para auxiliar seu lateral di-reito, Felipão ordenou a Hulk que trocasse de lado, segu-rando mais croatas no lado esquerdo da defesa europeia. Oscar, então, fi cou tão sol-to quanto Neymar e, assim, entregou a bola para Pauli-nho entrar na grande área e fi nalizar em cima do goleiro Pletikosa, aos 20.

O Brasil, enfi m, mostrava competitividade, personifi ca-da na insistência de Neymar em ir até a linha de fundo para superar a marcação de Raktic e cruzar bola que sobrou para Oscar soltar a bomba aos 21. A impressão de nervos exaltados só voltou quando Neymar levou amarelo por deixar o braço no pescoço de Modric, aos 25.

Mas Neymar já acertava mais do que errava. Oscar, também. Aos 29, o camisa 11 venceu dividida no círcu-lo central e, mais à frente,

deixou o pé-duro para vencer dois marcadores e rolar para Neymar, que deixou um rival no chão, aproveitou a passagem de Fred abrindo espaço e ig-norou o posicionamento sem marcação de Paulinho para chutar. A bola tocou no pé da trave esquerda croata antes de gerar alívio a todos.

O gol de empate foi cele-brado com abraço coletivo em Scolari. A sensação era de que os prejuízos do nervosismo inicial tinham sido sanados. O carrinho fi rme de Oscar logo depois da saída de bola cro-ata comprovou que o jogo já tinha dono. O Brasil tinha dois ou três jogadores marcando cada croata que fi cava na bola e terminou o primeiro tempo mais animado.

IntervaloO time voltou bem mais

tranquilo, tocando a bola em

busca de espaços em vez de forçar jogadas.

A seleção, no entanto, mal fa-zia o goleiro Pletikosa trabalhar e o croata Modric sabia domi-nar a troca de passes quando seu time tinha a bola, para segu-rar os donos da casa. Assim, aos 18 minutos, Felipão resolveu trocar Paulinho, cansado, e pôs em campo Hernanes.

Mas foi na base da vontade de Neymar em tirar a bola do rival já no campo de defesa que o Brasil cresceu. Aos 20 minutos, o atacante foi derru-bado com violência e arrumou cartão amarelo para Corluka. Scolari entendeu como furar a retranca adversária e trocou Hulk para apostar na veloci-dade de Bernard, aos 22.

As faltas croatas se tor-naram fatais. Aos 23, Fred domina de costas e cai na grande área ao ser tocado por Lovren. Sob intensa contesta-

ção, o árbitro marcou pênalti e ouviu por dois minutos a recla-mação dos europeus. Quando foi autorizado, Neymar cobrou na mão de Pletikosa, que não colocou força sufi ciente para espalmar e permitiu que a bola entrasse, proporcionando a virada brasileira.

A Croácia teve que con-trolar a irritação para ir à frente e acabou dando es-paços para o Brasil controlar a bola. A defesa de Scolari, contudo, estava longe de ser confi ável e uma saída errada de Júlio César resultou em gol de Perisic, aos 37. O em-pate só não foi confi rmado porque o árbitro apontou falta de Olic ao se chocar com o goleiro.

Em campo, o desempenho da defesa deixou a desejar, tanto que Felipão abriu mão de Neymar para Ramires ajustar a marcação.

Mudança tática de Felipão surtiu efeito

FICHA TÉCNICABRASILCROÁCIA

Local:

Árbitro:

Estádio de Itaque-ra, em São Paulo (SP)Yuichi Nishimura (JAP)

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho (Hernanes); Oscar, Neymar (Ramires) e Hulk (Bernard); Fred Técnico: Luiz Felipe Scolari

Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko; Mo-dric e Rakitic; Perisic, Kovacic (Brozovic) e Olic; Jelavic (Rebic) Técnico: Niko Kovac

Gols: Neymar, aos 28 minutos do primeiro tempo, e aos 25 minutos do segundo tempo; Oscar, aos 45 minutos do segundo tempo

31

O jogador mais questio-nado da seleção brasileira nos amistosos de prepara-ção para a Copa do Mundo, Oscar foi decisivo na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia, na estreia. Ele participou de todos os gols do jogo, apon-tou a atuação como uma das melhores de sua carreira e teve o reconhecimento do chefe ainda no campo.

“Ei, Oscar! Oscar! Oscar!”, berrou Luiz Felipe Scolari, enquanto o meia abraçava Neymar na comemoração do gol que fechou a contagem, aos 45 minutos do segundo tempo. “Você é muito bom. Você é muito bom!”, gritou o técnico quando ganhou a atenção do camisa 11.

Felipão havia defendido bastante o jogador após

seu mau desempenho no último jogo de preparação, a vitória por 1 a 0 so-bre a Sérvia. Descartou a possibilidade de sacá-lo do time antes da abertura do Mundial e ganhou uma ex-celente resposta do atleta de 22 anos.

“Foi um dos melhores jo-gos da minha vida, numa Copa ainda”, disse.

Oscar ouve ologios de Felipão

Oscar foi um dos melhores jogadores em campo na vitória do Brasil sobre a Croácia

Eram 14h15 (de Manaus) quando tudo começou, pro-vocando abrição de boca de quem insistiu em manter-se sentado. Muitos apressaram-se em garantir um cerveja. Era o momento. Comida já não havia mais.

Num país de uma diversi-dade natural como o Brasil, a belga Daphné Cornez, diretora artística do show de abertura, fez uma aposta míope: limitou-se a colocar umas fl orzinhas rodopiantes, de cor opaca, no meio das araucárias gigantes de perna de pau.

Ninguém entendeu ao certo o que fazia aquele canhão no meio da aber-tura. Seria uma referência à Revolução Farroupilha?

Enquanto isso, o público se apressava nas selfi es. A miscelânea que se via ali não reproduzia a mistureba brasileira. Coube à bola, ao se abrir no centro do campo, sacudir a galera.

De dentro dela, Claudia Leitte, cantando “Aquarela do Brasil”. Delírio!

Na verdade, funcionou como uma introdução para o

aparecimento, na sequência, do rapper americano Pitbull e de Jennifer Lopez, com o fi asco “We are One (Ole Ola)”.

O público ensaia uma animação. Todo mundo se levanta, dá uma remexida aqui, uma sacudida ali, mas ninguém canta nada. Men-tira: engasga o refrãozinho “Ole, Ola”. E só!

Mas, afi nal, como canta Claudia Leitte num trecho em português da canção, “torcer, chorar, sorrir, gritar, não importa o resultado, va-mos estravasar”.

Abertura não empolga público

Festa de abertura da Copa desagradou o público presente na Arena Corinthians, em São Paulo

Quando o árbitro japonês Yuichi Nishimura foi indicado para apitar a estreia da se-leção brasileira na Copa do Mundo de 2014, todos lem-braram da fatídica eliminação verde e amarela no Mundial passado. A derrota para a Holanda, por 2 a 1, teve o comando do juiz nipônico.

Porém, o pênalti assina-lado sobre o centroavante Fred e a não expulsão de Neymar – após uma falta cometida no camisa 10 Mo-dric – foram lembradas pela

mídia internacional.“Estou orgulhoso pelos

meus jogadores. O pênalti foi vergonhoso”, expôs em letras garrafais o periódico esportivo Sportske Novosti, um dos principais da Croácia. Também pertencente ao país balcânico, o jornal 24 Sata foi ainda mais contundente em sua análise do jogo: “Croácia roubada na estreia: Neymar e o juiz nos venceram”.

Na América do Sul, a reper-cussão da vitória brasileira também foi negativa. O ar-

gentino Olé trouxe consigo a capa “Começou roubando”. Já o uruguaio Ovación Digital usou o trocadilho “Presente de boas-vindas” para sinte-tizar o duelo em Itaquera. Em sua página, o chileno La Tercera relatou que os comandados de Luiz Felipe Scolari receberam uma “pe-quena ajuda”.

Por fi m, o espanhol Marca expôs a manchete “Favor ao Brasil para começar”, onde fez questão de discorrer sobre o “piscinaço” de Fred.

Jornais criticam árbitro japonês

Árbitro Nishimura foi criticado por ter marcado pênalti duvidoso sobre o atacante Fred

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E4 E5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Com pênalti polêmico, Brasil bate a CroáciaNeymar tem atuação de gala e logo em sua estreia na Copa do Mundo marcou dois gols. O lado negativo fi cou por conta do gol contra assinado por Marcelo, e o pênalti duvidoso marcado sobre Fred pelo árbitro Yuichi Nishimura

O primeiro jogo da Copa do Mundo no Brasil teve choro de emoção, raiva

dos dois times em campo, gol contra, pênalti polêmico e, principalmente, Neymar. O camisa 10 fez dois gols na vitória de virada por 3 a 1 sobre a Croácia ajudan-do a seleção se superar e vencer de virada.

A sensação final da parti-da foi de alívio. Tudo porque a equipe de Luiz Felipe Sco-lari não conseguiu contro-lar a emoção e começou o Mundial errando demais. O pior deles ocorreu aos dez minutos do primeiro tempo, quando Daniel Alves deixou seu setor totalmente livre para Olic cruzar e Marcelo marcar gol contra.

Oscar, então, apareceu no jogo e venceu duas di-vididas para dar a Ney-mar a bola que o astro chutou para empatar, aos 29 minutos.

Aos 23 minutos do se-gundo tempo, Fred caiu na área ao ser tocado por Lovren e o juiz marcou pê-nalti, intensamente contes-tado pelos europeus. Mas Neymar converteu e ainda vibrou quando o japonês Yuichi Nishimura também viu falta de Olic em Júlio César para anular o gol de Perisic, que seria o de empate, aos 37. Aos 45, Oscar fechou a conta.

Contestações à parte, o Brasil começa o Mundial com três pontos e buscará outros três diante do Mé-xico, às 15h (de Manaus) de terça-feira, no Caste-lão, em Fortaleza. A Croácia tenta somar pontos diante de Camarões, na quarta-feira, às 18h, em Manaus.

O jogoO privilégio de jogar uma

Copa do Mundo no próprio país resultou em choro nos atletas brasileiros, emoção que contagiou o estádio, mas que demorou a sair do time. A Croácia, que entrou em campo armada para não sair atrás do placar, teve exatamente o que queria.

Como prometeu o técnico Noko Kovac, os europeus tiveram as duas linhas de quatro e a dupla de atacan-tes compactas, com os dois da frente marcando como volante. O Brasil, então

ocupou o campo adversá-rio com todos os seus jo-gadores de linha. Mas sem encontrar espaço.

A tática croata logo deu certo gerando erros, come-çando por Oscar, o primeiro a errar passes e proporcio-nar os contra-ataques que os rivais queriam. Quando a seleção só tinha fi nalizado em cabeçada sem perigo de David Luiz, Perisic escapou pela direita e Daniel Alves cometeu seu primeiro grave erro defensivo ao se posi-cionar mal e deixar Olic ca-becear rente à trave de Júlio César, aos seis minutos.

A tensão brasileira, ainda fruto da emoção do hino na-cional, ficou clara quando David Luiz quis agilizar uma cobrança de falta da defesa e acertou um forte chute nas costas de Luiz Gusta-vo. Neymar tentava ajudar voltando até a defesa para dar dinâmica e quebrar as linhas defensivas croatas, mas não era suficiente.

Felipão se irritava com os espaços dados para o contra-ataque e, aos dez minutos, fez questão de apontar que Olic passava livre nas costas de Daniel Alves e ainda tinha Ratkic totalmente desmarcado para iniciar uma troca de passes. Mas Olic resolveu cruzar rasteiro para Jela-vic, que desviou sem for-ça. Logo depois dele, po-rém, Marcelo inaugurou o placar da Copa do Mundo com um gol contra.

Vítima de erro de Daniel Alves, Marcelo logo cobrou seus colegas por perde-rem muita bola no meio do campo, enquanto Júlio César gritava “Vamos, va-mos, vamos” para motivar os companheiros. Mas as consequências da emoção incontida ficaram claras quando até Thiago Silva co-metia erros incomuns para ele no campo de defesa.

Foi quando Oscar, titular mais criticado do Brasil, resolveu aparecer para o jogo. Primeiro, passou a jo-gar em cima do improvisa-do lateral esquerdo croata, virando preocupação que evitava a exploração dos rivais nas costas de Daniel Alves. Assim, aos 13, cruzou bola que atravessou o gol sem ser desviada por Fred nem Neymar.

Lance do polêmico pênalti assinalado pelo juiz sobre Fred no segundo tempo da partida

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SS O atacante Neymar che-gou à Copa do Mundo de 2014 cotado para ser uma das estrelas do torneio e já em sua estreia no torneio assumiu esta condição. Com os dois gols de on-tem, foi escolhido o melhor jogador da partida.

“Foi melhor do que eu achava. O que eu esperava era a vitória, e fazer uma

estreia em Copa do Mun-do com dois gols é uma felicidade muito grande”, afi rmou Neymar, em entre-vista após a partida.

O primeiro tento de Ney-mar e também do Brasil na Copa foi anotado em um chute de esquerda, de fora da área. Mesmo sem muita força, o tiro venceu o experiente goleiro croata

Pletikosa, que demorou a cair para tentar a defesa e viu a bola acertar o poste antes de ir para as redes.

“Se sempre sair dois gols assim é bom. Saiu masca-do, só que é difícil de bus-car”, observou o atacante do Barcelona. Ele também levou o primeiro amarelo da Copa, em falta dura no primeiro tempo.

Neymar comemora boa estreia

JUCA KFOURI

Bola e apito

PRIMEIRO TEMPO de primeira, disputado palmo a palmo, os bra-sileiros com a iniciativa do jogo, os croatas dedicados a marcar e contra-atacar, perigosos ao extremo porque, como dissera Olic, espaços há na defesa de Felipão e a avenida Daniel Alves é um deles.

Assim nasceu o gol contra de Marcelo e não fosse a jornada inspirada de Oscar difi cilmente Neymar teria empatado ainda no primeiro tempo, embora deva se destacar o controle emocio-

nal do time nacional que não se desesperou com a desvantagem logo de cara.

O segundo tempo não mantinha o mesmo nível, até porque os cro-atas trataram de fi car mais com a bola, difi cultando a iniciativa de jogo brasileira.

Aí então é que apareceu o apita-dor japonês, para cair no conto de Fred que desmoronou de maneira clara ao ser levemente tocado na grande área.

A virada brasileira em má cobrança de Neymar mudou a

atitude croata e reacendeu o jogo, que voltou a fi car muito bom de se ver.

Oscar em noite de gala fazia e desfazia a tal ponto que terminou por fazer o terceiro gol, de certa forma para amenizar o erro do árbitro, embora só um pouco e embora, também, um de seus auxiliares e conterrâneo errara três vezes contra o Brasil.

O que vale, e mais que a má arbitragem, até mais que a vitó-ria, foi a atuação dos dois times, certamente os de melhor nível

no grupo, provavelmente os que seguirão adiante para as oitavas de fi nal, porque o México difi -cilmente jogará com o nível de excelência que vimos ontem no estádio corintiano.

Que se não funcionou 100% como deveria, comportou-se melhor que o Soccer City quatro anos atrás.

Comportamento ruim mesmo só o da torcida que, depois de cantar belissimamente o Hino Nacional à capela, xingou a pre-sidente da República de maneira a envergonhar seus fi lhos.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Brasileiros e croatas dignifi caram a abertura da Copa. A arbitragem quase pôs tudo a perder Oscar em noite de

gala fazia e desfa-zia a tal ponto que terminou por fazer o terceiro gol, de certa forma para amenizar o erro do árbitro

Tostão

Nós temos Neymar Foi bela a festa de abertura.

A Croácia dificultou bastante, mas o Brasil venceu, graças a Neymar, a Oscar e ao erro absurdo do árbitro. Será que, inconscientemente, por causa da expulsão de Felipe Melo, na Copa de 2010, ele quis agra-dar o Brasil? Vão aumentar as crenças, as suposições e as pa-ranoias de que, se apertar, na dúvida (nesse lance, não houve dúvida), a seleção brasileira será beneficiada.

Faltou ao Brasil um Modric no meio-campo. Ele joga demais.

Os lances perigosos contra o Brasil, como o gol, saíram de jogadas pelas laterais, espe-cialmente em cima de Daniel Alves. Como todos os outros times vão bloquear os avanços dos laterais brasileiros, como fez a Croácia, será que Maicon, por marcar melhor, não seria a melhor opção? Luiz Gustavo e a zaga atuaram bem. Já Hulk, Fred e Paulinho foram mal. Fred quase não pegou na bola. Oscar foi excepcional, no ataque, na marcação e ainda fez um gol, no contra-ataque, após uma bela

defesa de Júlio César. Ainda bem que temos Neymar.

A vitória e a atuação do Brasil não mudam em nada os prog-nósticos para a Copa. Quando questiono o excessivo otimismo, às vezes, a prepotência de achar que é impossível perder a Copa em casa, não digo isso porque os jogadores podem diminuir a vibração. Isso nunca vai ocorrer. Quero apenas salientar que a Seleção, mesmo sendo a maior favorita, não é nenhuma ma-ravilha. Não será uma grande surpresa se o Brasil perder.

Se existem outras três sele-ções fortes (Argentina, Espanha e Alemanha), além de outras, que têm pouquíssimas chan-ces de ser campeãs, deduzo, mesmo sendo um péssimo es-tatístico, que as possibilidades de o Brasil ganhar o título são menores que 50%.

Tenho também a sensação e a vontade de afirmar que o Brasil será campeão, mas o futebol e a vida me ensinam que essa certeza é mais fru-to do desejo e da onipotência do pensamento.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Como todos os ou-tros times vão bloque-ar os avanços dos late-rais brasileiros, como fez a Croácia, será que Maicon, por marcar melhor, não seria a melhor opção?

Para auxiliar seu lateral di-reito, Felipão ordenou a Hulk que trocasse de lado, segu-rando mais croatas no lado esquerdo da defesa europeia. Oscar, então, fi cou tão sol-to quanto Neymar e, assim, entregou a bola para Pauli-nho entrar na grande área e fi nalizar em cima do goleiro Pletikosa, aos 20.

O Brasil, enfi m, mostrava competitividade, personifi ca-da na insistência de Neymar em ir até a linha de fundo para superar a marcação de Raktic e cruzar bola que sobrou para Oscar soltar a bomba aos 21. A impressão de nervos exaltados só voltou quando Neymar levou amarelo por deixar o braço no pescoço de Modric, aos 25.

Mas Neymar já acertava mais do que errava. Oscar, também. Aos 29, o camisa 11 venceu dividida no círcu-lo central e, mais à frente,

deixou o pé-duro para vencer dois marcadores e rolar para Neymar, que deixou um rival no chão, aproveitou a passagem de Fred abrindo espaço e ig-norou o posicionamento sem marcação de Paulinho para chutar. A bola tocou no pé da trave esquerda croata antes de gerar alívio a todos.

O gol de empate foi cele-brado com abraço coletivo em Scolari. A sensação era de que os prejuízos do nervosismo inicial tinham sido sanados. O carrinho fi rme de Oscar logo depois da saída de bola cro-ata comprovou que o jogo já tinha dono. O Brasil tinha dois ou três jogadores marcando cada croata que fi cava na bola e terminou o primeiro tempo mais animado.

IntervaloO time voltou bem mais

tranquilo, tocando a bola em

busca de espaços em vez de forçar jogadas.

A seleção, no entanto, mal fa-zia o goleiro Pletikosa trabalhar e o croata Modric sabia domi-nar a troca de passes quando seu time tinha a bola, para segu-rar os donos da casa. Assim, aos 18 minutos, Felipão resolveu trocar Paulinho, cansado, e pôs em campo Hernanes.

Mas foi na base da vontade de Neymar em tirar a bola do rival já no campo de defesa que o Brasil cresceu. Aos 20 minutos, o atacante foi derru-bado com violência e arrumou cartão amarelo para Corluka. Scolari entendeu como furar a retranca adversária e trocou Hulk para apostar na veloci-dade de Bernard, aos 22.

As faltas croatas se tor-naram fatais. Aos 23, Fred domina de costas e cai na grande área ao ser tocado por Lovren. Sob intensa contesta-

ção, o árbitro marcou pênalti e ouviu por dois minutos a recla-mação dos europeus. Quando foi autorizado, Neymar cobrou na mão de Pletikosa, que não colocou força sufi ciente para espalmar e permitiu que a bola entrasse, proporcionando a virada brasileira.

A Croácia teve que con-trolar a irritação para ir à frente e acabou dando es-paços para o Brasil controlar a bola. A defesa de Scolari, contudo, estava longe de ser confi ável e uma saída errada de Júlio César resultou em gol de Perisic, aos 37. O em-pate só não foi confi rmado porque o árbitro apontou falta de Olic ao se chocar com o goleiro.

Em campo, o desempenho da defesa deixou a desejar, tanto que Felipão abriu mão de Neymar para Ramires ajustar a marcação.

Mudança tática de Felipão surtiu efeito

FICHA TÉCNICABRASILCROÁCIA

Local:

Árbitro:

Estádio de Itaque-ra, em São Paulo (SP)Yuichi Nishimura (JAP)

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho (Hernanes); Oscar, Neymar (Ramires) e Hulk (Bernard); Fred Técnico: Luiz Felipe Scolari

Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko; Mo-dric e Rakitic; Perisic, Kovacic (Brozovic) e Olic; Jelavic (Rebic) Técnico: Niko Kovac

Gols: Neymar, aos 28 minutos do primeiro tempo, e aos 25 minutos do segundo tempo; Oscar, aos 45 minutos do segundo tempo

31

O jogador mais questio-nado da seleção brasileira nos amistosos de prepara-ção para a Copa do Mundo, Oscar foi decisivo na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia, na estreia. Ele participou de todos os gols do jogo, apon-tou a atuação como uma das melhores de sua carreira e teve o reconhecimento do chefe ainda no campo.

“Ei, Oscar! Oscar! Oscar!”, berrou Luiz Felipe Scolari, enquanto o meia abraçava Neymar na comemoração do gol que fechou a contagem, aos 45 minutos do segundo tempo. “Você é muito bom. Você é muito bom!”, gritou o técnico quando ganhou a atenção do camisa 11.

Felipão havia defendido bastante o jogador após

seu mau desempenho no último jogo de preparação, a vitória por 1 a 0 so-bre a Sérvia. Descartou a possibilidade de sacá-lo do time antes da abertura do Mundial e ganhou uma ex-celente resposta do atleta de 22 anos.

“Foi um dos melhores jo-gos da minha vida, numa Copa ainda”, disse.

Oscar ouve ologios de Felipão

Oscar foi um dos melhores jogadores em campo na vitória do Brasil sobre a Croácia

Eram 14h15 (de Manaus) quando tudo começou, pro-vocando abrição de boca de quem insistiu em manter-se sentado. Muitos apressaram-se em garantir um cerveja. Era o momento. Comida já não havia mais.

Num país de uma diversi-dade natural como o Brasil, a belga Daphné Cornez, diretora artística do show de abertura, fez uma aposta míope: limitou-se a colocar umas fl orzinhas rodopiantes, de cor opaca, no meio das araucárias gigantes de perna de pau.

Ninguém entendeu ao certo o que fazia aquele canhão no meio da aber-tura. Seria uma referência à Revolução Farroupilha?

Enquanto isso, o público se apressava nas selfi es. A miscelânea que se via ali não reproduzia a mistureba brasileira. Coube à bola, ao se abrir no centro do campo, sacudir a galera.

De dentro dela, Claudia Leitte, cantando “Aquarela do Brasil”. Delírio!

Na verdade, funcionou como uma introdução para o

aparecimento, na sequência, do rapper americano Pitbull e de Jennifer Lopez, com o fi asco “We are One (Ole Ola)”.

O público ensaia uma animação. Todo mundo se levanta, dá uma remexida aqui, uma sacudida ali, mas ninguém canta nada. Men-tira: engasga o refrãozinho “Ole, Ola”. E só!

Mas, afi nal, como canta Claudia Leitte num trecho em português da canção, “torcer, chorar, sorrir, gritar, não importa o resultado, va-mos estravasar”.

Abertura não empolga público

Festa de abertura da Copa desagradou o público presente na Arena Corinthians, em São Paulo

Quando o árbitro japonês Yuichi Nishimura foi indicado para apitar a estreia da se-leção brasileira na Copa do Mundo de 2014, todos lem-braram da fatídica eliminação verde e amarela no Mundial passado. A derrota para a Holanda, por 2 a 1, teve o comando do juiz nipônico.

Porém, o pênalti assina-lado sobre o centroavante Fred e a não expulsão de Neymar – após uma falta cometida no camisa 10 Mo-dric – foram lembradas pela

mídia internacional.“Estou orgulhoso pelos

meus jogadores. O pênalti foi vergonhoso”, expôs em letras garrafais o periódico esportivo Sportske Novosti, um dos principais da Croácia. Também pertencente ao país balcânico, o jornal 24 Sata foi ainda mais contundente em sua análise do jogo: “Croácia roubada na estreia: Neymar e o juiz nos venceram”.

Na América do Sul, a reper-cussão da vitória brasileira também foi negativa. O ar-

gentino Olé trouxe consigo a capa “Começou roubando”. Já o uruguaio Ovación Digital usou o trocadilho “Presente de boas-vindas” para sinte-tizar o duelo em Itaquera. Em sua página, o chileno La Tercera relatou que os comandados de Luiz Felipe Scolari receberam uma “pe-quena ajuda”.

Por fi m, o espanhol Marca expôs a manchete “Favor ao Brasil para começar”, onde fez questão de discorrer sobre o “piscinaço” de Fred.

Jornais criticam árbitro japonês

Árbitro Nishimura foi criticado por ter marcado pênalti duvidoso sobre o atacante Fred

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E6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Espanha e Holanda reeditam fi nal da ÁfricaSeleções se enfrentaram na decisão da última Copa do Mundo e por ironia duelam na primeira rodada do Mundial 2014

Por um capricho dos deu-ses do futebol, a reedi-ção da fi nal da Copa do Mundo de 2010 será

abertura do Grupo B do Mundial do Brasil. Espanha e Holanda se enfrentam hoje, às 15h (de Manaus), na Arena Fonte Nova, em Salvador-BA, em uma par-tida que já tem status decisivo. Isso porque o ganhador, além de encaminhar a classifi cação, passa a ter mais chances de ser o primeiro da chave, que contra ainda com Chile e Austrália.

O fato de os dois times terem decidido o último Mundial, ven-cido pela Espanha com o triunfo de 1 a 0, parece ser minimizado pelas duas partes. Ninguém pre-tende atrelar aquele confronto ao que vai acontecer no Brasil. O técnico Louis Van Gaal, por exemplo, cita o processo de re-formulação de sua equipe como algo que pode desmistifi car o peso do confronto.

“Muitos jovens que não es-tavam em campo naquela fi nal serão usados por mim neste jogo. Portanto, não vejo qual a infl uência que aquela par-tida terá nesta sexta-feira. Além disso, os demais, aqueles que jogaram a fi nal de 2010, hoje são atletas experientes e que não vão sentir esse

peso. Logicamente que vai ser difícil, pois a Espanha sempre tem um time forte, mas apenas por questões técnicas e não pelo passado”, disse Louis Van Gaal.

Vicente del Bosque, coman-dante da Espanha, pensa pare-cido e também não quer levar o

jogo de 2010 para o confronto desta sexta-feira. Apesar disso, acredita que sua equipe vai enfrentar problemas.

“Não vejo ligação entre os jogos, salvo o fato de que vamos ter um rival muito forte e logo na estreia. A Holanda reformulou o time, mas quando se olha para eles, se vê muita qualidade em ação. Portanto, não podemos nos iludir e esperar facilidades”, disse Del Bosque.

Realmente, qualidade não vai faltar em campo. Mesmo reformulada, a Holanda conta com uma linha de frente de respeito, com Wesley Sneij-der, Arjen Robben e Robin Van Persie. Van Gaal vai manter

a base que vem atuando, porém o volante Jonathan de Guzman, que se recupera de lesão na coxa direita, será preservado e fi ca no banco. Assim, Jordy Clasie terá a chance de ser titular na es-

treia da Laranja.Já na Espanha, Fernando

Torres disputa com Diego Costa, quem será o titu-lar do ataque. Del Bosque, porém, não confi rmou os 11 titulares. Certo é que

peças como Xabi Alonso, Xavi, Cesc Fábregas, Sergio Busquets, Andrés Iniesta e Pedro garantem que quali-dade não vai faltar, indepen-dentemente das escolhas do comandante.

Estrelas mundiais darão brilho ao espetáculo

TÍTULOO último jogo entre as seleções jamais sairá da mente do torcedor espanhol. Na vitória de 1 a 0 sobre a Ho-landa, a Fúria con-quistou pela primeira vez o título de campeã mundial de futebol

Inieste marcando o gol do tí-tulo espanhol sobre a Holanda na Copa da África do Sul

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AÇÃO

Van Gaal critica pênalti em FredEra uma resposta despre-

tensiosa sobre a preparação da Holanda, mas o técnico Louis van Gaal encontrou uma maneira de criticar o pênalti marcado no Itaque-rão, mesmo sem se referir diretamente à jogada.

“Não podemos controlar tudo”, disse ele sobre a pre-paração para a partida contra a Espanha, emendando: “De-pende também do juiz. Como vimos nesta noite, aliás”.

Insinuações de favoreci-mento ao Brasil vêm perme-ando perguntas de jornalistas europeus que estão aqui co-brindo a Copa, mas no caso de Van Gaal nem foi preciso cutucar o entrevistado.

A crítica à arbitragem da partida da seleção surgiu en-quanto ele defendia o modelo de concentração que adotou para a Holanda, no Rio, os jogadores fi zeram progra-mas de turista, como tomar

banho de mar e subir até o Cristo Redentor.

“Os jogadores precisam es-tar relaxados. Não é possível fi car focado em futebol por cinco semanas”, argumentou ele. “Temos um excelente am-biente no grupo. Não é só isso que nos fará vencer, mas isso aumenta nossas chances.”

A Holanda estreia na Copa hoje (13) contra a Espanha, em Salvador, numa reedição da fi nal de 2010.

NA BRONCA

ESPANHA

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AÇÃO

Dúvida: Torres ou Diego Costa?Em entrevista concedida

antes do treino de ontem (12), o técnico espanhol Vicente Del Bosque negou que esteja fazendo misté-rio em relação à escalação de sua equipe.

A principal dúvida se re-fere à escolha do atacan-te de referência espanhol, que poderá ser Fernando Torres, o brasileiro Diego Costa ou Cesc Fabregas.

“Não é segredo. A gente só quer que os nossos 23 joga-

dores estejam preparados para começar a partida. Va-mos optar por aqueles que julgarmos melhores”, disse Del Bosque.

Torres e Diego Costa atu-ariam mais fixos no ataque da Espanha, enquanto Fa-bregas seria um falso cen-troavante, com bastante movimentação. “Vocês são analistas e sabem como as duas fórmulas funcionam. Ambas já nos deram bons resultados. Temos joga-

dores para qualquer uma dessas ideias de jogo”, garantiu o treinador.

Seja como for, Vicente Del Bosque está otimista para defender o título mun-dial espanhol no Brasil.

“Estamos concentrados há 21 dias, praticamente os seis últimos no Bra-sil, e tudo tem ido muito bem. A convivência está ótima. Espero que este-jamos à altura da festa do futebol”, concluiu.

Técnico da Fúria tem dúvidas sobre a escalação do ataque espanhol na estreia da Copa

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Page 7: Pódio - 13 de junho de 2014

E7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

México e Camarões se enfrentam hoje, ao meio dia (de Ma-naus), no estádio

das Dunas, em Natal (RN), no complemento da primeira rodada do Grupo A, que tem ainda Brasil e Croácia. Os dois serão os próximos adversários da seleção brasileira e por isso merecem atenção. Porém, chegam desacreditados para este Mundial. Os mexicanos enfrentaram muitas trocas de comando técnico e só conse-guiram se classifi car na repes-cagem, em confrontos com a Nova Zelândia. Já os camaro-neses sofreram com pendên-cias fi nanceiras, que geraram inclusive ameaças de greve por parte dos atletas, insatisfeitos com as premiações oferecidas pela federação local.

Cientes de que estão em uma chave com a seleção brasileira, os dois times sabem da importância de ganhar esta partida. Miguel Herrera, técnico do Méxi-co, já projetou inclusive a pontuação necessária.

“Vamos pensar que uma vaga está com o Brasil, que não é favorito do grupo e sim da Copa. Portanto, a nossa luta é contra Croácia e Ca-marões. Se ganharmos seis

pontos estaremos classifi ca-dos. Com cinco, acredito que passaremos também. Portan-to, mesmo sendo uma estreia, essa partida é estratégica dentro do nosso planejamen-to”, disse Miguel Herrera.

Já o alemão Volker Finke, co-mandante de Camarões, evita fazer contas e quer ver seu time focado no México.

“Temos que pensar em um jogo de cada vez e depois fazer contas. Mas logicamente que ao ganhar em uma estreia, você aumenta consideravel-mente as suas chances de se classifi car”, observou Finke.

Em termos de escalação, o México está defi nida. A única dúvida estava logo no gol, mas Guillermo Ochoa ganhou a disputa particular com Jesús Corona e será mesmo o goleiro titular do México na estreia.

Já em Camarões, o meia Jean Makoun, que se recupera de uma lesão na coxa direi-ta, deverá iniciar no banco de reservas, embora Finke faça mistério em relação à escalação. Caso isso acon-teça, Stephane M’bia será o herdeiro da vaga. Na zaga o treinador tem uma dúvida de ordem técnica, com Nico-las N’koulou e Dani Nounkeu disputando posição.

Encontro marca duelo de artilheiros entre Samuel Eto’o e Javier Hernández

jogam pelo grupo AMéxico e Camarões

FICHA TÉCNICAMÉXICO CAMARÕES

Local:

Horário:

Árbitro:

Estádio das Dunas, em Natal (RN)

12h (de Manaus)

Wilmar Roldán (Colômbia)

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pontos estaremos classifi ca-dos. Com cinco, acredito que passaremos também. Portan-to, mesmo sendo uma estreia, essa partida é estratégica dentro do nosso planejamen-

Já o alemão Volker Finke, co-mandante de Camarões, evita fazer contas e quer ver seu

“Temos que pensar em um jogo de cada vez e depois fazer contas. Mas logicamente que ao ganhar em uma estreia, você aumenta consideravel-mente as suas chances de se classifi car”, observou Finke.

Em termos de escalação, o México está defi nida. A única dúvida estava logo no gol, mas Guillermo Ochoa ganhou a disputa particular com Jesús Corona e será mesmo o goleiro titular do México na estreia.

Já em Camarões, o meia Jean Makoun, que se recupera de uma lesão na coxa direi-ta, deverá iniciar no banco de reservas, embora Finke faça mistério em relação à

Encontro marca duelo de artilheiros entre Samuel Eto’o e Javier Hernández

pelo grupo AMéxico e Camarões

FICHA TÉCNICAMÉXICO CAMARÕES

Local:

Horário:

Árbitro:

Estádio das Dunas, em Natal (RN)

12h (de Manaus)

Wilmar Roldán (Colômbia)

México: Guillermo Ochoa, Héctor Moreno, Rafael Márquez e Maza Rodríguez; Paul Aguilar, José Juan Vázquez, Andrés Guar-dado, Héctor Herrera e Miguel Layún; Giovani dos Santos e Oribe Peralta Técnico: Miguel Herrera

Camarões: Charles Itandje, Cedric Djegoué, Nicolas N’koulou (Dani Nounkeu), Joel Matip e Henri Bedimo; Alexandre Song, Enoh Eyong e Stephane M’bia (Jean Makoun); Benjamin Moukandjo, Samuel Eto’o e Choupo-Moting Técnico: Volker Finke

NUNO GUIMARÃES/GAZETAPRESS

Craque camaronês é o principal nome da seleção de seu país. Polê-mico, a torcida espera muito dele

DIVULGAÇÃO

Chile encara a Austrália para mudar fama de Pelé

Tratada por Pelé como uma das favoritas ao título, a seleção do Chile estreia na Copa do Mundo, às 18h (de Manaus), quando en-frenta a Austrália na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), pela primeira rodada do Grupo B, que conta ainda com Espanha e Holanda. Os chilenos, portanto, terão a missão de acabar com a fama de palpites errados do Rei do Futebol, que em 1994, por exemplo, cravou a Colômbia campeã e no fi m os colombianos sequer pas-saram da primeira fase.

Alheio ao que pensa Pelé, o técnico do Chile, Jorge Sampaoli, acredita que o jogo contra a Austrália tem tudo para ser muito complicado, pois, na vi-são dele, os australianos deverão montar um forte esquema defensivo.

“Nós vamos encontrar muitas difi culdades nesta estreia. Muitos falam que será o nosso jogo mais tranquilo, que depois vem Espanha e Holanda, mas não é bem assim. Além do nervosismo da estreia, vamos ter pela frente um rival que joga duro, que marca muito forte e que sabe se fechar como pou-cos na defesa. Furar esse bloqueio defensivo é um desafi o”, disse Sampaoli.

Qualidade para furar a defesa australiana não

falta ao Chile. O meio de campo é comandado pelo habilidoso Jorge Valdívia, do Palmeiras, que terá a missão de municiar uma forte linha de frente, com-posta por Alexis Sánchez e por Eduardo Vargas, ex-Grêmio. Ainda em termos de escalação, o Chile conta-rá com o volante Arturo Vi-dal, um dos pilares da equi-pe e que estava ameaçado até de corte por conta de uma artroscopia no joelho direito. O jogador, porém, se recuperou nos treinos da semana e vai atuar.

Pelo lado da Austrália, o técnico Ange Postecoglou realmente dá sinais de que a defesa é melhor ataque.

“Nós vamos primeiro precisar neutralizar bem a linha de frente do Chile. Lá tem muita qualidade e se eles tiverem um minuto de liberdade o nosso resultado estará seriamente compro-metido. Depois que contro-larmos bem o jogo e nosso estilo sobressair, vamos partir para cima em busca da vitória, único resultado capaz de nos fazer sonhar com a vaga nas oitavas”, afi rmou Postecoglou.

A escalação da Austrália deixa nítido o pensamento de seu comandante. O time vai jogar no 4-5-1, com três volantes protegendo a zaga e apenas o veterano Tim Cahill isolado no ataque.

GRUPO B

FICHA TÉCNICACHILEAUSTRÁLIA

Local:

Horário:

Árbitro:

Arena Pantanal, em Cuiabá (MT)

18h(de Manaus)

Noumandiez Doue (Costa do Marfi m)

Chile: Claudio Bravo, Mauricio Isla, Gary Medel, Gonzalo Jara e Eugenio Mena; Marcelo Díaz, Char-les Aránguiz, Arturo Vidal e Jorge Valdivia; Alexis Sánchez e Eduardo Vargas Técnico: Jorge Sampaoli

Austrália: Mat Ryan, Ivan Franjic, Alex Wilkinson, Matthew Spiranovic e Jason Davidson; Mark Milligan, Mile Jedinak, Mark Bresciano, Tommy Oar e James Troisi; Tim Cahill Técnico: Ange Postecoglou

Sem estar 100%, meia da Juventus está confirmado por Sampaoli e entra em campo no Centro-Oeste

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E8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

O nascimentoTetracampeã, a seleção italiana conquistou seu primeiro título mundial em 1934 vencendo a Tchecoslováquia por 2 a 1

de um gigante do futebolSob olhos atentos do di-

tador Benito Mussolini, a Itália cumpriu a dupla missão de se projetar

no cenário esportivo e político internacional com o título na Copa do Mundo de 1934. O segundo mundial organizado pela Fifa despertou o interes-se de 32 seleções. Isso tornou necessário, pela primeira vez, a realização de eliminatórias. A própria Itália, mesmo sendo a anfi triã, precisou disputar uma seletiva contra a Grécia para garantir sua participação. A au-sência mais signifi cativa foi a da equipe campeã de 1930. O Uruguai abriu mão de defender o título, fato que nunca mais se repetiria na história dos mun-diais, como forma de dar uma resposta ao boicote italiano na edição de 4 anos antes.

No âmbito tecnológico, uma das grandes novidades foi a transmissão radiofônica ao vivo das partidas em 12 países. Com a bola rolando, a hegemonia europeia mostrou-se evidente. Os oito classifi cados para as quartas de fi nal pertenciam ao Velho Continente. O regulamen-to era em estilo mata-mata.No

confronto decisivo, diante de 50 mil torcedores, Raimondo Orsi e Angelo Schiavio foram os autores dos gols da Itália. Na verdade, uma virada digna de título. A Tchecoslováquia fez 1 x 0 aos 36 minutos do segundo tempo. Os italianos acharam o empate no fi m e conseguiram o troféu na prorrogação.

A campanha dos campeões foi consistente. Na estreia, aplicaram a maior goleada do torneio: 7 x 1 sobre os Estados Unidos. Nas quartas de fi nal, precisaram de duas partidas para eliminar a Espanha. O pri-meiro duelo terminou em 1 x 1. A segunda partida foi vencida pelos italianos por 1 x 0, em que pesem as muitas reclamações dos ibéricos por gols suposta-mente mal anulados.

Na semifi nal, os italianos bateram a Áustria por 1 x 0. Os adversários eram conheci-dos por seu futebol de toques curtos e pela ofensividade. Há quem diga que a Itália contou com a “ajuda providencial” de São Pedro, que mandou muita chuva no dia do embate, en-charcou o gramado e igualou as condições das equipes.

Sem o Uruguai, coube a Brasil e Argentina o papel de representarem a América do Sul no Mundial de 1934. Os dois países, que viriam a se tor-nar grandes forças do futebol, tiveram participações periféri-

cas. Os argentinos caíram na estreia diante da Suécia, por 3 x 2, e os brasileiros perderam para a Espanha. A Argentina jogou sem qualquer atleta da equipe de 1930. Vários atletas mudaram de lado e adotaram

a Itália, país de origem de muitas das famílias dos joga-dores. Um deles, o meia Luisit Monti, teve atuação decisiva na conquista italiana.

O Brasil repetiu a receita malsucedida da Copa an-

terior. Não passou do pri-meiro duelo, na pior cam-panha do país na história dos mundiais: 3 x 1 para a Espanha. O gol solitário da campanha nacional foi de Leônidas da Silva.

Seleção brasileira novamente coadjuvante

A seleção da Itália venceu todos os cinco jogos disputados no Mundial. O atacante Angelo Schiavio foi vice-artilheiro com 4 gols

DIVULGAÇÃO

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E9MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Fifa Fan Festreúne 30 mil pessoas

Uma multidão saiu de casa, ontem, e foi torcer pela seleção brasileira, no complexo turístico da Ponta Negra

Um público de 30 mil pessoas pres-tigiou o primeiro jogo da seleção brasileira na estrutura montada na praia da Ponta Negra, Zona

Oeste, onde foi instalada a Fifa Fan Fest. Nem o forte calor de ontem desanimou os torcedores, que desde o meio-dia já lotavam o local. A festa foi encerrada com a apresentação da atração nacional Israel Novaes.

Quem optou em ir à praia da Ponta Ne-gra, para acompanhar os jogos, assistiu à disputa entre Brasil e Croácia por meio de um telão de LED 56 metros quadrados de alta qualidade e com o rio Negro ao fundo. O local ainda contou brinquedos interativos e espaço de convivência para as famílias.

Entre os torcedores que decidiram acom-panhar o jogo na praia, estava a costureira Maria Odete Reis Moura, 53, que foi junto com a família torcer pela seleção. “Aqui está bem mais animado do que lá em casa. E ao lado de tantos torcedores fi ca mais forte enviar energia positiva para os nossos jogadores”, disse.

O industriário Gustavo Pessoa Reis, 41, também optou por ir à Ponta Negra com a família. Ao lado da esposa e das duas fi lhas, comemorou a primeira vitória da seleção. “Queria mostrar para as minhas fi lhas essa sensação de civilidade que a Copa do Mundo transmite. Aqui, não tem rico e nem pobre, na hora do gol todo mundo se abraça”, comentou.

Mas, nem só de brasileiros a torcida era feita. Turistas ingleses, portugueses, fran-ceses e até croatas também escolheram a Fan Fest como opção de espaço para assistir ao jogo. O brasileiro Robinson Petnetki está hospedando um grupo de três franceses em casa e os levou para conhecer a praia e a torcida ofi cial da cidade. “Eles estão aproveitando bem a estada e devem fi car seis dias em Manaus acompanhando os jogos. Estão adorando o que estão vendo”, disse.

Os amigos Maria Carolina Pinheiro, 17, e Alexandre Lopes, 15, apesar da rivalidade de times, assistiram ao jogo juntos. Maria Carolina, que é torcedora da Argentina por infl uência do cunhado, não deu tré-gua a Alexandre, que estava torcendo pela seleção brasileira. “Quando o Brasil fez o primeiro gol contra, eu vibrei, mas

conseguiram reverter o quadro. Mas, vale ressaltar que a Argentina ainda não jogou”, desafi ou Maria Carolina.

O prefeito de Manaus, Arthur Neto, acom-panhou todo o jogo do local e elogiou a estrutura montada para o evento. “Fizemos uma disputa muito pacífi ca e bonita. Espero que o Brasil continue jogando muito bem para que nosso país seja marcado como o mega do turismo e o país do futebol. E essa área da Fan Fest foi muito bem aproveitada pela nossa população, que fez uma festa linda e torceu com emoção”.

ReclamaçõesApesar de o evento ter corrido sem

problemas, o Corpo de Bombeiros regis-trou dez casos de coma alcoólico e um de agressão física. A Polícia Militar, que atuou na segurança do evento com 500 homens, até as 20h de ontem não havia registrado nenhuma ocorrência de grande proporção.

Uma das principais reclamações dos torcedores foi em relação aos abusivos preços das bebidas. Uma garrafa de água pequena custava R$ 5, já a grande era R$ 8; cerveja e refrigerante custavam R$ 9. Quem se arriscou a ir de carro para o local também enfrentou problemas. As duas vias da principal pista de acesso à praia foram interrompidas e o motorista só tinha como opção estacionar na avenida do Turismo, na Zona Oeste, e caminhar a pé até o anfi teatro da Ponta Negra.

Para quem decidiu ir de ônibus, também precisou de paciência. O desembarque de passageiros era na avenida do Turismo e na avenida Coronel Teixeira, após a rotatória do Turismo. A cadeirante Jaqueline Olivei-ra, 27, disse que apesar de toda falta de infraestrutura não desistiu de ir torcer pelo Brasil na Ponta Negra. Ela, que precisou de ajuda de amigos para chegar até a área de shows, lamentou que não havia um espaço reservado para os defi cientes. “Apesar de todos as difi culdades eu vim assistir ao jogo aqui, queria estar perto da torcida e sentir essa vibração”, contou.

O espaço da Fifa Fan Fest segue até o fi m dos jogos da Copa do Mundo com atra-ções todos os dias. No total, 13 atrações nacionais farão a animação da festa nos dias de jogos da seleção brasileira e nos dias de jogos na Arena da Amazônia. No próximo sábado, 14, dia do primeiro jogo na capital amazonense, a festa fi ca por conta do grupo baiano Olodum.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

O grito de “gol” demorou, mas saiu durante o jogo entre Brasil e Croácia, exibido na Ponta Negra

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Um público de 30 mil pessoas prestigiou o primeiro jogo da seleção brasileira na estrutura montada na praia da Ponta Negra

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do Brasil contra a CroáciaPor todos os cantos da cidade foi possível observar torcedores animados, ansiosos pelo jogo da seleção brasileira e contagiados com o clima de festa

Em vários pontos da capital, a torcida ama-zonense fez a festa e comemorou a vitória

de virada na estreia contra a esquadra croata por 3x1. Com dois gols do craque Neymar e um do garoto Oscar, o povo nas ruas de Manaus aprovou a atuação do time comandado pelo treinador Luiz Felipe Sco-

lari. Para a advogada Brunna Carollyne, 27, a equipe está de parabéns e essa vitória veio para aumentar a confi ança de todos os brasileiros. “Levamos um susto no começo com o gol contra do lateral Marcelo. Felizmente, o Neymar decidiu chamar a responsabilidade e decidiu o jogo para o Brasil. Essa vitória mostrou que o time tem poder de reação e aumentou a confi ança dos torcedores”.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Já no largo São Sebas-tião, os torcedores tinham a opção de assistir ao jogo-no famoso Bar do Arman-do ou pelo telão que foi montado ao lado do Teatro Amazonas. Com um público formado por muitos turis-tas estrangeiros e famílias, o clima era ótimo para to-dos que estavam presentes no principal ponto turístico da cidade. “Falei para todos

os meus amigos que esse Mundial será dos jovens e das famílias brasileiras, pois é uma oportunidade única para todos aprovei-tarem uma Copa no Mun-do no Brasil. Trouxe minha família para cá, porque já imaginava que estaria bem calmo e poderia curtir com tranquilidade a partida”, disse o auxiliar adminis-trativo, Anderson, 29.

Largo São Sebastião

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Outro famoso ponto de encontro dos fanáticos por futebol, a praça do con-junto Eldorado, Parque 10 de Novembro, Zona Cen-tro-Sul, estava mais uma vez lotada de torcedores da seleção canarinho. Com vários telões espalhados pelo entorno dos bares, o público que foi assistir ao jogo no local teve o con-

forto de escolher o bar de sua preferência. Fechada e protegida pela Polícia Militar, não foi registrado nenhum caso de furto ou confusão no local, fato que animou o funcionário públi-co, Marcelo do Carmo, 41, que estava acompanhado com sua família. “É incrível torcer pelo Brasil com meus familiares em uma praça

como a do Eldorado junto com outras famílias, sem violência alguma, apenas alegria. Maravilhoso seria se sempre fosse assim. Essa união entre os brasileiros é importante. Seria bom se em todas as ocasiões isso existisse”, fi nalizou Marce-lo, fã do camisa 10 da seleção brasileira e jogador do Barcelona, Neymar.

Praça do Eldorado lotada

RICARDO OLIVEIRA

Dez mil pessoas, segundo a Polícia Militar compare-ceram à festa montada na avenida Itaúba, Zona Les-te. A programação agradou aos moradores que puderam acompanhar a transmissão pública da estreia da seleção brasileira. Além de um palco para shows com diversos rit-mos, foi montado um telão de LED com três metros de altura por cinco de largura, sonorização, iluminação e

banheiros químicos.“Isso é ótimo porque esta-

mos muito longe da Ponta Negra (onde acontece a Fifa Fan Fest) então é a oportu-nidade de assistirmos aos jogos da seleção e depois curtirmos a festa da vitó-ria”, brincou o funcionário público, João Trindade.

De acordo com a gerente de produção da Manaus-cult, Gisa Almeida, a mesma estrutura será oferecida à

população em todos os jo-gos do Brasil. “Nós viemos pra cá com toda a estrutura que oferecemos para gran-des eventos. Temos apoio de diversos órgãos parceiros para juntos apresentarmos a melhor programação para os moradores e completar-mos essa bonita festa”, de-clarou. O próximo jogo do Brasil acontece no dia 17 de junho, contra a seleção do México.

Avenida Itaúba estava animadaALEXANDREFONSECA/SEMCOMA

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A rua 3 do bairro da Alvora-da, Zona Centro-Oeste, foi totalmente enfeitada para ser usada como ponto de encontro dos torcedores do bairro. Com mais de duas mil pessoas colorindo de verde e amarelo a rua, a festa foi grande. A moradora Maria de Souza, 53, teve a sen-sação de dever cumprido após o término da partida. Feliz por ter cravado em cheio o placar fi nal, Maria espera que a festa se repi-ta nos próximos duelos da seleção brasileira.

Proprietário do único sa-lão de beleza da rua, Nilson Gemaque, 39, fez questão de salientar todo o esforço

dos moradores para embe-lezar a rua, lembrando que os mesmos já haviam repe-tido o processo na última Copa do Mundo, disputada na África do Sul. “Estou na rua há 5 anos, essa foi a segunda Copa que passo aqui. Superamos a primei-ra, conseguimos montar uma verdadeira obra de arte. Há quase um mês, a rua virou ponto turístico e várias pessoas de outros Estados já passaram por aqui. O Brasil é o país do futebol e nascemos com esse espírito no peito. Nada melhor que reunir os ami-gos para torcer pelo time”, ressaltou o cabeleireiro.

Festa na rua mais famosa

DIEGO JANATÃ

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Organizados, os funcio-nários da balsa Laranjinha se reuniram para assistir a todos os lances da equi-pe brasileira na Copa do Mundo. À base da “cotinha”, conseguiram comprar dois televisores de última gera-

ção para prestigiar o evento da Fifa. “Fizemos uma cota para comprar essas televi-sões que ajudaram a todos os trabalhadores da orla na hora dos jogos. Muitas embarcações não têm te-levisores. A balsa acabou

servindo para reunir os amigos. Torceremos muito pelo hexa e participamos dessa festa que acontece no Brasil”, explicou gerente da balsa que fi ca no porto da Manaus Moderna, Edílson ‘Lourinho’, 33 anos.

Torcida comemora no meio do rio

Os índios da etnia sa-terê-mauê, que vivem na aldeia I’apyrehyt, fi zeram questão de não perder um segundo desse mundial realizado em terras bra-sileiras. Organizados de maneira improvisada no espaço cultural da tribo, os indígenas se reuniram para torcer pela seleção brasileira. “A Copa do Mun-do para a nossa sociedade é uma surpresa, porque é a primeira vez que come-

moramos esse evento, es-pecialmente essa que tem Manaus como cidade-sede. Para nós é uma felicidade, pois todos somos brasilei-ros”, disse o tuxaua da co-munidade, Moisés Saterê.

Não conseguindo entra-das os jogos que serão re-alizados na Arena da Ama-zônia Vivaldo Lima, o tuxaua lamenta o fato de ninguém da tribo ter sido sorteado pelo programada do go-verno federal. “Um ponto

negativo foi que fi camos de fora das partidas em Manaus. O governo dispo-nibilizou duas mil entradas para os povos indígenas. Achei pouco, porque somos milhares em todo o país. Infelizmente, ninguém da nossa tribo foi contempla-do”, lamentou o líder que disse sonhar com o dia que pisará no novo estádio ma-nauense, nem que seja em uma visita organizada pelos governantes do Estado.

Índios assistem pela primeira vez

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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E12 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Dilma e Blatter são hostilizadosA presidente Dilma Rous-

seff e o mandatário da Fifa, Joseph Blatter, foram hos-tilizados durante e após a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, realizada nesta ontem, no Itaquerão, em São Paulo.

Os torcedores gritaram “Ei, Dilma, vai tomar no c...”, enquanto outros gritavam “Ei, Fifa, vai tomar no c...”. Os xingamentos a Dilma fo-ram fortes, mas localizados. Partiram perto da área VIP (uma das mais caras), onde o ex-governador José Serra estava. A hostilização não durou muito tempo.

No ano passado, a pre-sidente Dilma Rousseff foi

vaiada por milhares de tor-cedores, por três vezes, an-tes do Brasil vencer o Japão por 3 a 0, na abertura da Copa das Confederações. Na oportunidade, Blatter fi cou constrangido e che-

gou, inclusive, a explicitar esse incômodo, quando, ao discursar, perguntou para a torcida: “Onde está o respei-to, onde está o fair play?”. Foi novamente vaiado.

Por conta disso, a abertura da Copa do Mundo não foi aberta por discursos de Dilma e Blatter. Três crianças en-traram em campo e soltaram pássaros para o alto, simbo-lizando a paz e a declaração de abertura do Mundial.

O uso dos pombos na ce-rimônia de abertura foi a opção encontrada pela Fifa e pelo COL (Comitê Orga-nizador Local) após os dois presidentes optarem por um papel discreto na festa.

SÃO PAULO

‘ROTINA’No ano passado, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada por milhares de torce-dores, por três vezes, antes do Brasil vencer o Japão por 3 a 0, na abertura da Copa das Confederações

Blatter e Dilma, antes das vaias no Itaquerão, palco da abertura da Copa do Mundo

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Manifesto tímido em ManausApenas 25 pessoas foram à Arena da Amazônia protestar contra a ausência do monotrilho e a Copa do Mundo

Cerca de 25 pesso-as compareceram a frente da Arena da Amazônia Vivaldo

Lima para protestar contra um dos projetos de mobili-dade urbana mais discutidos em Manaus nos últimos tem-pos: o monotrilho. A mobiliza-ção, marcada por uma rede social, não causou maiores problemas e transcorreu pa-cifi camente. De acordo com um dos organizadores da manifestação e integrante do grupo intitulado “Manaus

que queremos”, Carlos Xa-vier, o número de pessoas esperadas era maior.

“Nós organizamos esse evento pelo Facebook. Mais de 3 mil pessoas foram con-fi rmadas. Não temos ideia de quantas pessoas poderão vir. A internet é sempre assim, uma surpresa. Sempre sur-preende para mais ou para menos. Viemos satirizar a inauguração do monotrilho, mas não aquele o que o go-verno fez, e sim o que nós fi zemos”, contou Xavier.

De acordo com o grupo, a hipotética inauguração do monotrilho, que virou fe-

bre nas redes sociais, bus-ca tratar das questões do tão falado legado da Copa. Segundo Xavier, a cobrança está acontecendo em cima daquilo que foi prometido pelas autoridades, e obras de mobilidade urbana estavam no pacote.

“O monotrilho de Manaus não foi construído por pura incompetência e corrupção, o projeto foi embargado pelo Ministério Público, porque havia grandes indícios de superfaturamento por parte do governo do Estado. Uma obra que era pra ser orçada em R$ 900 milhões, estava

em R$ 2 bilhões”, reclamou o jovem.

Para os próximos dias, os protestantes prometem novas manifestações. Ques-

tionado se os manifestos aconteceriam com maior frequência conforme as elei-ções se aproximam, Xavier garantiu que as mobilizações são permanentes, contudo, sempre realizadas de manei-ra pacífi ca e cidadã, feitas por meio de apresentações artísticas lúdicas e satirizan-do o problema.

Polícia presenteApesar da pouca quanti-

dade de manifestantes em frente à Arena da Amazônia, foram deslocados para o lo-cal oito viaturas da Ronda Ostensiva Cândido Maria-

no (Rocam), duas da Polícia Militar (PM) e um micro-ônibus da Tropa de Choque da Polícia Militar. O con-tingente apenas observouos protestantes.

“Se eles fi zerem algum tipo de manifestação contra o patrimônio público, nós va-mos usar da força necessária para dispersar. A reação da Tropa de Choque depende da reação deles. Se eles conti-nuaram de maneira pacífi -ca e se obedecerem nossas ordens nada irá acontecer”, avisou o coronel da Tropa de Choque da Polícia Militar, Fabiano Bó.

PRECAUÇÃOApesar da pouca quan-tidade de manifestantes em frente à Arena da Amazônia, foram deslo-cados para o local oito viaturas da Rocam, duas da Polícia Militar e um micro-ônibus da Tropa de Choque da PM

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

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Pouco mais de 20 pessoas estiveram em frente à Arena da Amazônia para protestar contra a não inauguração do monotrilho

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E13MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Protestos tomam conta do país no início da Copa A abertura do Mundial, no Brasil, foi marcada por manifestações em várias capitais e até em Paris, na França

A poucas horas da aber-tura da Copa do Mundo de 2014, policiais e ma-nifestantes se enfren-

taram, na manhã de ontem, em São Paulo. O confronto ocorreu próximo à estação Carrão do Metrô, na Zona Leste da capital, onde estava marcado um dos protestos contra o Mundial.

Pelo menos cinco pessoas fi caram feridas por balas de borracha e estilhaços de bom-bas de efeito moral lançadas pela polícia, que impediu os manifestantes de ocuparem a Radial Leste, principal via de acesso para o estádio do Itaquerão, onde ocorreu a par-tida de abertura, entre Brasil e Croácia.

As jornalistas da rede de TV americana CNN, que se feriram em tumulto durante protesto contra a Copa do Mundo, em São Paulo, disseram que estão bem e foram liberadas após atendimento médico. Elas fo-ram atingidas por estilhaços de bomba de efeito moral. Se-gundo nota divulgada pela CNN, duas jornalistas da emissora tiveram ferimentos leves.

Também de manhã, um ato organizado pelos metroviários teve início em frente ao sindi-cato da categoria, no Tatuapé, pela readmissão dos 42 traba-lhadores demitidos por justa causa pelo governo Alckmin, em função da greve. O ato mais próximo ao Itaquerão (a cerca de 3,5 km) ocorreu numa inva-são conhecida como Copa do Povo, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

A situação fi cou tensa não apenas entre black blocs e PM durante protesto em frente ao sindicato dos metroviários, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Cerca de 15 black blocs começaram a provocar metroviários que pediam o fi m da manifestação iniciada com ato pacífi co na manhã de ontem. “O ato acabou, vamos dispersar”, pediu um sindica-lista no carro de som.

“Traidor, vocês chamaram o

povo aqui e agora estão traindo o povo”, reclamava ativista bla-ck bloc. “Vocês apanharam na Ana Rosa e estão com medo”, gritou outro black bloc, se refe-rindo ao confronto entre metro-viários e PM, na segunda-feira (9), durante greve da categoria. Depois da discussão, boa par-te dos black blocs continuou no sindicato, e outra marchou por ruas internas até o metrô Tatuapé, onde continuaram a manifestação.

Turistas assustadosOntem, eles procuravam um

bar para assistir ao jogo entre Brasil e Croácia, que aconteceu no Itaquerão, às 17h (fuso de Brasília), quando passaram na rua Serra do Japi, no Tatuapé,

Zona Leste de São Paulo. Lá, se desenrolava por volta do meio-dia, um confronto entre black blocs e a Polícia Militar. O grupo se aproveitou do protesto do sindicato dos metroviários, ini-cialmente pacífi co, e forçou um embate com as forças policiais. Os colombianos conseguiram abrigo num prédio da região e voltaram às ruas quando a situação se apaziguou, cerca de uma hora depois.

FortalezaOs funcionários da constru-

ção civil organizaram um pro-testo, na manhã de ontem, em Fortaleza (CE). O ato partiu da avenida Beira-Mar e foi até as proximidades da praia de Iracema, onde está montada a estrutura da Fan Fest. O mo-

vimento reuniu cerca de 200 trabalhadores, alguns dos quais com bandeiras de partidos e de movimentos sindicais. As princi-pais palavras de ordem ouvidas no trajeto da manifestação es-tavam relacionadas à organiza-ção da Copa do Mundo. “Dilma escuta, a Copa vai ter luta”, seguido por “se o aumento não dar (sic) a Copa vai parar”.

Os operários da construção civil já estão com uma greve agendada para o dia 23 deste mês. Eles esperam um posi-cionamento das construtoras para reverter a paralisação. A principal reivindicação da ca-tegoria é o aumento salarial. Eles pedem reajuste de 15% (foi oferecido 7,5%). O salário base dos operários na capital cearense é atualmente um mí-nimo (R$ 724). De acordo com o sindicato, o reajuste ofertado pelas construtoras não chega a compensar as perdas de 6% com a infl ação desde o último aumento, em março do ano pas-sado (pelo INPC acumulado).

“Lutamos ainda pela implan-tação de um plano de saúde para a categoria, pois é uma profi ssão que exige muito esfor-ço físico e danos à saúde”, diz Laércio Santos, um dos líderes do sindicato dos operários de Fortaleza. Impedida pela Justiça de fazer greve, policiais fede-rais planejam manifestações durante a Copa do Mundo. Vão protestar porque o reajuste de 15,8% autorizado pelo Palácio do Planalto para agentes, es-crivães e papiloscopistas não foi aprovado pelo Congresso nesta semana.

No início deste mês, repre-sentantes dos policiais fede-rais haviam fi rmado um acordo com o governo para acabar com ameaças de greve que poderiam prejudicar a segu-rança. Apesar de o Ministério do Planejamento ter enviado ao Congresso a proposta de re-ajuste, deputados e senadores governistas não se empenha-ram, na avaliação dos policiais, em aprovar a proposta.

Uma manifestação que começou pacífica, na ma-nhã de ontem, no Centro do Rio de Janeiro, ter-minou com confronto en-tre PMs e manifestantes após três deles terem sido detidos e colocados emuma viatura.

O protesto reuniu cerca de mil pessoas, segundo a polícia militar, entre servidores da educação, ativistas e membros de

partidos de esquerda. Eles caminharam da Candelá-ria até a Lapa, ambas no centro do Rio, sem qual-quer incidente, com gritos de protesto contra a Copa e carregando cartazes e bandeiras.

A Polícia Militar acom-panhava com um efeti-vo de agentes e homens do Batalhão de Choque a distância, além de um helicóptero. Ao se concen-

trarem nos Arcos da Lapa, no entanto, após parte da multidão se dispersar, um tumulto se iniciou após os policiais deterem três manifestantes. As demais pessoas que viram a cena protestaram e cercaram os policiais, que reagiram com spray de pimenta. Os manifestantes, alguns deles mascarados, revi-daram atirando vidros e pedras nos policiais.

No Rio, confronto com a polícia

O estudante Alexandler de Souza, 19, nunca esteve em Zagreb (capital da Croácia) ou qualquer outra cidade deste país do leste europeu. Disse desconhecer a moeda local, forma de governo ou mes-mo a religião dominante dos croatas. Ainda assim, não fez cerimônia para vestir sua ca-misa quadriculada e desfi lar com ela pelas areias da Praia de Iracema, onde ocorre a Fan Fest em Fortaleza.

“Torço pela Croácia como

protesto pelas coisas que acontecem no Brasil. Não co-nheço lá, mas tenho certeza que lá tem mais segurança do que aqui”, afi rmou. A opção inusitada do torcedor se trans-formou em combustível para a agitação dos brasileiros. “Esse aí é cearense da Barra do Ceará (bairro pobre de Fortaleza) e fi ca tirando onda de europeu. O mais longe que esteve de For-taleza foi em Quixeramobim (cidade do sertão cearense, a 203 km da capital)”, disse

um dos brasileiros durante a entrevista com o “croata”.

Um outro grupo que passava no local ensaiou vaias para mostrar sua indignação com o vira-folha. Apesar dos grace-jos ouvidos – foram muitos –, o torcedor disse não se importar com as piadas. “É um protesto saudável. Não estou quebran-do nada ou atrapalhando a ordem pública. Só estou aqui torcendo por um país mais civilizado. O povo se deixa levar muito pelo futebol”.

Torcedor brasileiro é vaiado

FERIDASAs jornalistas da rede de TV americana CNN, que se feriram em tumulto durante pro-testo contra a Copa do Mundo, em São Paulo, disseram que estão bem e foram liberadas após atendimento médico

Em todo o país, manifestantes ignoraram a festa de abertura do Mundial e o primeiro jogo da seleção brasileira para protestar contra a realização da Copa no país e reivindicar outras prioridades

Até o “Batman” fez passeata pela avenida Rio Branco, no Rio, em direção à Cinelândia

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E14 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Painel do Coroado é umaComunidade faz homenagem e monta na tela do canal da avenida Beira-Rio um painel gigante com as bandeiras dos 32 países que disputam a Copa do Mundo

Mais de 30 metros de TNT (tiras de polipropileno), 20 metros de fi o de

nylon, investimentos de R$ 3 mil, um mês de trabalho e muita paciência. O resultado disso tudo é o painel mais bonito montado para feste-jar o momento da Copa do Mundo nas ruas de Manaus. Confeccionado nas telas de aço que protegem o canal da rua Beira-Rio, no bairro do Coroado, Zona Leste, o painel apresenta as bandeiras de todos os países que dispu-tam o Mundial, além das imagens da taça do mundo, a logomarca da Fifa, a ban-deira do Brasil e o escudo doNacional de Manaus.

A Copa do Mundo no Brasil faz a paixão pelo futebol transbordar e inspira os tor-cedores, que viram artistas talentosos e criativos nas ruas de Manaus. De acordo com Rui Leão, 30, o desenho é obra do talento de seu sobrinho, Rodrigo Leão, 22,

que desenha desde crian-ça, mas o trabalho foi fei-to em regime de mutirão, com mais de 20 pessoas da comunidade trabalhan-do até a madrugada. “Às vezes a gente amanhecia o dia”, lembra.

O trabalho é meticuloso. Montar com tiras de plástico uma bandeira do Japão é “sopa”. Agora desenhar uma de Portugal que tem brasão no centro é “outra história”. Agora imagine a trabalhei-ra para fazer as bandeiras da França, Itália, Camarões, Estados Unidos, Bélgica, Suíça, Argélia, Coreia do Sul, Alemanha, Inglaterra e outras.

Ontem de manhã, ainda faltava ser confeccionada uma bandeira, a do Uru-guai, que seria feita ontem à noite. — A trabalheira é imensa, mas fazemos com alegria. Isso vai mergulhar nossa comunidade no clima da Copa, além de divulgar o nome do Coroado na mídia. Apesar disso, são poucos os que colaboram, e isso custa dinheiro – reclama Leão.

obra de arte

A última seleção a ser homenageada no painel foi a do Uruguai

Clima de Copa e vontade de participar contagiaram meninada

FOTOS: IONE MORENO

Ainda há 11 mil ingressos à vendaA Fifa atualizou ontem (12)

o número das vendas de en-tradas para o Mundial. Foram negociados até o momento pouco mais de 2,9 milhões de bilhetes. Ainda existem in-

gressos para 30 dos 64 jo-gos do torneio, inclusive para duas partidas marcadas para hoje entre México x Camarões, em Natal, e Chile x Austrália, em Cuiabá.

Os três jogos da seleção brasileira estão com as en-tradas esgotadas, assim como as semifi nais e a decisão do torneio. Os ingressos restantes da Copa para os outros jogos,

conforme a Fifa 11,5 mil, po-dem ser comprados no site ofi cial da entidade (www.fi fa.com/ingresso) ou em centros de venda espalhados nas 12 ci-dades-sedes da competição.

Os ingressos podem ser comprados no site ofi cial da Fifa

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

FIFA

CONFIRA OS CENTROS DE VENDA DE INGRESSOS DA COPABelo Horizonte: Boulevard Shopping : Av. dos Andradas, 3.000, Santa Efi gênia

Brasília: Centro de Conven-ções Ulysses Guimarães: SDC Eixo Monumental - Lote 5

Cuiabá: Shopping Pantanal - Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3.300 - Jardim Aclimação

Curitiba: Pátio Batel Sho-pping: Av. do Batel, 1.868 - Batel

Fortaleza: Centro de Eventos do Ceará: Av. Washington Soares nº 999, Portão E - Edson Queiroz

Manaus: Centro Cultural dos Povos da Amazônia: Praça Francisco Pereira da Silva, s/n°

Natal: Shopping Cidade Jardim: Av. Eng. Roberto Freire, 2.920 - Capim Macio

Porto Alegre: Barra Shopping Sul: Av. Diário de Notícias, 300 - Cristal

Recife: Shopping Recife: R. Padre Carapuceiro, 777, Edifício Garagem B1, Boa Viagem

Rio de Janeiro: Casarão Ge-neral Severiano: Av. Venceslau Brás, 72 - Botafogo

Salvador: Iguatemi Shopping: Av. Tancredo Neves, 148, Esta-cionamento I-1

Sao Paulo: Ginásio do Ibi-rapuera (Quadra Lateral: R. Manoel da Nóbrega, 1.361, Paraíso

DIVULGAÇÃO

Alegria da mulecada O Fuleco, mascote da Copa

que as crianças pintavam ontem no asfalto da avenida Beira-Rio, Coroado, estava incompleto. Mas elas garantiram que até a hora do jogo a “obra de arte” estará pronta. O atraso aconteceu por causa da forte chuva que desabou na quarta-feira, sobre a cidade.

— Hoje o sol está legal, só vamos parar quando acabar – dis-se Matheus Castro Feitosa, 12, apontado pelos amiguinhos, João Victor, 11, e Isabel Cristina, 8,

como o “artista” que fez o esboço original do tatuzinho que virou símbolo da Copa.

Matheus acordou cedo nesta quinta-feira, dia da estreia do Brasil, e com o auxílio de um giz passou a desenhar o Fule-co em tamanho gigante. Tudo feito a mão livre, olhando so-mente para uma fi gurinha com o impresso do mascote.

O pai, Manoel Feitosa de Sou-za, operário do Polo Industrial de Manaus (PIM), observa orgulhoso

a movimentação do fi lho. “Ele nunca estudou dese-nho, já nasceu com esse dom”, afi rma, confessando que gastou mais de R$ 50 na compra de tintas e pincéis.

Se depender da ale-gria, do otimismo e da dedicação dos me-ninos ao trabalho de decorar a rua, o Brasil vai ser campeão dessa Copa.

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E15MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Arena da Amazônia está ‘vestida’ para o Mundial

Entregue à Fifa, a arena está com a logomarca da promotora e as cores do Brasil por todos os lados

Embora o entorno da Arena da Amazônia ainda padeça com obras de acaba-

mento a serem fi nalizados, aparentemente o palco dos jogos da Copa do Mundo em Manaus parece estar pronto para receber o jogo entre Inglaterra e Itália, que será realizado às 18h (horário local) de amanhã. Entregue à Fifa em 22 de maio, o estádio está com a publicidade da promotora do Mundial, bem como com ornamentações que remetem às cores do Brasil por todos os lados.

O gramado também, que foi motivo de polêmicas durante os últimos dias, está pronto para receber

os craques que irão pas-sar pela Arena da Ama-zônia. Informação quanto a má qualidade do campo foi assunto nos principais jornais britânicos, porém os organizadores da Copa do Mundo em Manaus des-cartam qualquer problema com o gramado.

Pela Arena da Amazô-nia, além de Inglaterra e Itália também irão passar as seleções de Camarões e Croácia, que jogam na próxima quarta-feira (18); Estados Unidos e Portugal, que se enfrentarão no dia 22, também às 18h, e Hon-duras e Suíça, que jogam em 25 de junho, às 16h, horário local.

O entorno da arena é o que ainda preo-cupa os torcedores

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Trânsito caótico e vias desertas O meio expediente em

grande parte das Secretarias Municipais, estaduais e fede-rais, além dos demais traba-lhadores da cidade deixaram o trânsito caótico antes do início da partida entre Brasil e Croácia nas principais ruas de Manaus. A falta de agen-tes de trânsito em algumas das vias foi outra reclamação que acabou com a paciência dos motoristas.

As avenidas Djalma Ba-tista, Constantino Nery, São Jorge, Torquato Tapajós, Má-

rio Ypiranga, Getúlio Vargas e outras vias importantes da cidade só fi caram tranqui-las e praticamente desertas quando a seleção brasileira entrou em campo. Enquanto os jogadores brasileiros su-avam a amarelinha em São Paulo, na Arena Corinthians, para vencer os croatas, em Manaus a movimentação só era percebida nos locais onde foram programadas festas para receber os torcedores.

Ao fi nal da partida e com a vitória da seleção brasi-

leira, o Departamento Es-tadual de Trânsito (Detran) deu início à operação “Lei Seca”, que será realizada em todas as zonas da cidade tanto nos dias dos jogos do Brasil quanto nos dias dos jogos das outras seleções que estarão em Manaus. A operação visa inibir que mo-toristas embriagados cau-sem acidentes e coloquem em risco a vida de outras pessoas. O balanço do nú-mero de ocorrências será divulgado hoje pelo órgão.

Na hora do jogo, a via nem parecia a mesma de horas antes do início da partida da seleção

CONTRASTE

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JOLegado na Amazônia exaltadoO governo britânico lança,

amanhã (14), às 11h30, a ex-posição fotográfi ca “Britâni-cos em Manaus”, no Café Te-atro - av. Sete de Setembro, 377, Centro. No mesmo dia, será oferecido um coquetel para convidados, incluindo autoridades, políticos, em-presários e esportistas para celebrar as relações entre os britânicos e os manauen-ses em ocasião do primeiro jogo da seleção da Ingla-terra na Copa do Mundo no Brasil. Estarão presentes o embaixador do Reino Uni-

do, Alex Ellis, assim como o prefeito de Manaus, Arthur Neto, Sir Tim Rice, letrista dos musicais Lion King e Jesus Christ Superstar, alémde outros convidados.

A exposição “Britânicos em Manaus” terá fotos históri-cas e contemporâneas sobre a presença de britânicos na região. As imagens retratam expedições na Amazônia, as-pectos da tradição cultural e esportiva dos dois povos, e o legado das parcerias entre Reino Unido e Manaus no setor de infraestrutura. Os bri-

tânicos foram responsáveis pela instalação de bondes elétricos e redes de águas e esgoto na cidade, assim como pela construção do porto fl utuante em Manaus, ainda em operação até hoje. A exposição relembra essa histórica parceria e faz parte da Campanha GREAT.

A mostra é uma iniciativa do Consulado-Geral Britânico e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult. A exposição estará aberta ao público até 24 de junho de 2014, de 9h às 17h. A entrada é gratuita.

EXPOSIÇÃO

Porto de Manaus é uma das heranças trazidas pelos ingleses para Manaus há alguns séculos

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E16 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 13 DE JUNHO DE 2014

Ciclista britânico pedalou até Manaus para acompanhar jogo de amanhã na Arena da Amazônia

Inglês chegaa Manaus

de bicicleta

Uma longa jornada de quase seis me-ses de Porto Alegre (RS) até Belém (PA)

e de balsa para Manaus. O ciclista britânico Andy Smith, que está fazendo uma turnê de bicicleta pelas sedes da Copa do Mundo no Brasil, chegou a Manaus, ontem.

Ao chegar ao Centro Cul-tural Povos da Amazônia, na Zona Sul de Manaus, o bri-tânico falou com jornalistas sobre a experiência de pe-dalar mais de 8 mil quilôme-tros pelo Brasil. O ciclista irá acompanhar o jogo Inglaterra e Itália, amanhã, na Arena da Amazônia, e se mostrou confi ante em um resultado positivo do time inglês.

Smith gostou do que viu no Brasil e ressaltou a diver-sidade da cultura brasilei-ra. “É muito difícil escolher uma cidade preferida, mas eu diria que são diferentes. Cada uma tem diferentes culturas”, disse.

O ciclista inglês deixou o emprego de gerente contábil na cidade de Borough, Ingla-terra, e resolveu pedalar pelo Brasil. A jornada teve início em 21 de janeiro, em Porto Alegre, passou por Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília,

Cuiabá, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza, chegando agora a Manaus.

Fã de futebol, o ciclista de 35 anos conta a maior motivação para fazer a jornada: “Desde que foi anunciado que o Brasil sediaria a Copa de 2014, eu pensei nessa ideia. Este é um país fascinante, rico em cultura e de uma beleza incrível, e ainda tem o futebol”, explicou.

Além de aventureiro, Andy também é solidário. Em sua página na web (smudger-sambacycle.org) ele arrecada fundos em benefício a insti-tuições que possuem projetos de inclusão para crianças e adolescentes de baixa renda ou que sofrem com questões de violência, drogas, discrimina-ção, defi ciência física e mental e pessoas soropositivas.

INTERNETAlém de aventureiro, Andy também é solidá-rio. Em sua página na web, ele arrecada fun-dos em benefício a ins-tituições que possuem projetos de inclusão para crianças e adoles-centes de baixa renda

O britânico pedalou mais de 8 mil quilô-metros pelo Brasil e vai assistir amanhã

ao jogo Inglaterra x Itália, em Manaus

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Famosos vão à estreia da seleção no Itaquerão

A atriz Bruna Marquezine, namorada do atacante Ney-mar, marcou presença no Ita-querão, em São Paulo. Com uma camisa verde-amarela 10, a mesma utilizada pelo jo-gador na seleção, ela chegou por volta das 14h30 (fuso de Brasília), a tempo de assistir a cerimônia de abertura da Copa do Mundo. A atriz, que atualmente está no ar na novela da Globo, “Em Famí-lia”, tirou foto com fãs, mas não falou com a imprensa, enquanto fazia compras na lanchonete do estádio.

Pela manhã, Bruna usou seu Instagram para fazer uma homenagem a Neymar pelo Dia dos Namorados e pela estreia da seleção na Copa do Mundo. “Amor, hoje é um dia muito especial para você, o dia que você começa a viver um dos seus maiores sonhos e eu estou muito feliz que vou poder te assistir! Como sempre, vou estar torcendo muito por você! Que Deus te proteja acima de tudo, te abençoe e te guie a cada instante! Eu sei que vai ser muito melhor do que você sonhou! Entra em campo hoje e dá o seu show, eu vou estar toda orgulhosa vendo você

fazer o que ama! Boa sorte”, escreveu a atriz.

Leonardo DiCaprio, 39, foi visto na arquibancada do Ita-querão, ontem, no jogo de es-treia da Copa de 2014, entre Brasil e Croácia. O astro de Hollywood chegou disfarça-do ao estádio, usando boina, óculos escuros e cavanhaque, mas mostrou sua torcida pelo Brasil com um cachecol nas cores do país.

DiCaprio está hospedado em um iate de luxo, ancorado no Píer Mauá, no Rio. A em-barcação pertence ao multi-milionário xeque Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, amigo do ator e dono do time de futebol Manchester City. Entre as celebridades inter-nacionais que acompanha-ram o jogo, estava o também ator Gael García Bernal, além de Jennifer Lopez e PitBull, que cantaram na abertura do Mundial. Outros famo-sos que marcaram presença na abertura da Copa foram Xuxa, Luciano Juck, Angélica, Michel Teló, Gaby Amaran-tos, Paolla Oliveira, Sabrina Sato, Rodrigo Faro, Luciana Gimenez, Fernanda Lima, Ro-drigo Hilbert, Danielle Winits e Paloma Bernardi.

SÃO PAULO

O casal Angélica e Lu-ciano Huck fez questão de registrar uma foto na abertura da Copa

Bruna Marquezine, que atualmente está na novela da Globo, “Em Família”, tirou foto com fãs, mas não falou com a imprensa

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