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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PRODUTO 08 – ESTUDOS DE CENÁRIOS
TOMO III – ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CAMAÇARI / BA
JULHO, 2016
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PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1.174/2013
TOMADA DE PREÇOS Nº 003/2014
CONTRATO Nº 140/2014
VERSÃO FINAL do Produto 08 - Estudos de
Cenários, Tomo III – Esgotamento Sanitário,
apresentado pela Saneando Projetos de
Engenharia e Consultoria Ltda. para a
Secretaria de Desenvolvimento Urbano
(SEDUR), como parte integrante do Plano
Municipal de Saneamento Básico de Camaçari -
BA.
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ADEMAR DELGADO Prefeito Municipal
MARIA DO CARMO SIQUEIRA Vice-Prefeita
DJALMA MACHADO DE SOUZA Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano
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FICHA TÉCNICA
Comitê De Coordenação
Membro Titular Secretarias
Marina Rodriguez Alonso (Coordenadora) SEDUR/ASTEC
Anselmo Sebastião Salgueiro dos Santos SEDUR/CPL
Eduardo da Silva Barreto SEDUR/CMA
Fabio Antônio Moura Costa de Souza SEDUR/ASTEC
Lélia Maria dos Reis Dias SEDUR/ASTEC
Maiana Fernandes Vaz Freitas SEDUR/ASTEC
Maressa Lacerda Viera SEDUR/ASTEC
Milai Rodrigues Alves Cordeiro SEDUR/CMA
Sandra Lima dos Santos SEDUR/CMA
Silvio Roberto Gantois SEDUR/CMA
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Comitê Executivo
Instituições e Secretarias Membro Titular Membro Suplente
Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR)
Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA)
Marina Rodriguez Alonso
Sérgio Murilo Falcão Silva
Maressa Lacerda Viera
Cesar Aparecido dos Santos
Secretaria de Saúde (SESAU) Valmir Santos Araújo Ruteane da Silva dos Santos
Secretaria de Habitação (SEHAB) Monique Matos Rodrigues Azevedo
Santiane Araújo Godinho Cruz
Secretaria de Serviços Públicos (SESP) Flávio Ribeiro Lobo Filho José Marcelo Rocha de Almeida
Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES) Elaine Maciel de Souza da Silva Mateus dos Santos de Oliveira
Limpeza Pública de Camaçari (LIMPEC) Rute do Nascimento Luiz Balbino Bittencourt Teixeira
Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM)
Francisco de Assis Silva
Crispim Carvalho da Hora
Conselho Municipal de Saúde (CMS) Paulo César Souza Costa Verbenia Lúcia da Silva Santos
Conselho Municipal de Educação (CME) Elielza de Santana Bispo Souza Mário José Santos Filho
Conselho Municipal da Cidade (CONCIDADE) Everaldo de Jesus Vieira Jorge Carlos Ramos Gonçalves
Comitê de Fomento Industrial (COFIC)
Mariene Salatiel Oliveira
José de Anchieta da Silva Filho
Comitê da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe (CBHRNI)
Sérgio de Almeida Bastos
Maria José Rosas
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (EMBASA)
Mário Sergio Soares May
Taís Meireles Oliveira
Poder Legislativo Municipal (CMC) Sávio Nonato Barreto de Oliveira Gilseppi Mário Reis D’errico
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Equipe Técnica da Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda.
Nome Cargo
Geraldo Leite Botelho Coordenador Gerencial do Contrato
Gabriela Vieira de Toledo L. Ataíde Coordenadora Técnica de Planejamento
Lívia Duca de Lima Supervisora Técnica do PMSB
Lenon Sol de Souza Marques Supervisor Técnico do PMGIRS
Kalila Calil Barreto Couto Engenheira Sanitarista e Ambiental
Mariana Mascarenhas de Souza Engenheira Sanitarista e Ambiental
Victor Moreira da Silva Vidal Engenheiro Ambiental e Sanitarista
Victor Pompeu Teixeira Rodriguez Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Leila Santos Borges Nunes Assistente Social
Luiz Claudio Ferraz Freire de Carvalho
Geógrafo/Técnico em Geoprocessamento
Tiago Santana Dutra Estagiário em Eng. Sanitária e Ambiental
Carolina Rodeiro Nunes Estagiária em Eng. Sanitária e Ambiental
Verônica Paternostro Estagiária em Eng. Sanitária e Ambiental
Ilo Cesar Menezes Estagiário em Geografia
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Apresentação
A Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda. – ME apresenta à
Prefeitura Municipal de Camaçari o Produto 08 - Estudos de Cenários, Tomo
III – Esgotamento Sanitário, parte integrante do Plano Municipal de
Saneamento Básico, conforme contrato nº 140/2014.
O presente documento foi desenvolvido com base na Lei Federal nº
11.445/2007, que estabelece diretrizes para a Política Nacional de Saneamento
Básico (PNSB), regulamentada através do Decreto Nº 7.217/2010, alterado pelo
Decreto nº 8.629/ 2015 e na Lei Estadual nº 11.172/2008, que institui a Política
Estadual de Saneamento Básico (PESB).
O Plano Municipal de Saneamento Básico se constitui no planejamento do
Município quanto a gestão dos serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, drenagem urbana e manejo de águas pluviais e limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos para um horizonte de 20 anos. Este plano deve
passar por revisões periódicas a cada 4 anos, a fim de manter-se atualizado.
Em relação à elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, o artigo 1º
do Decreto nº 8.629/15 afirma:
“Após 31 de dezembro de 2017, a existência de plano de saneamento
básico, elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o
acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de
financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da
administração pública federal, quando destinados a serviços de
saneamento básico. ”
Dessa forma, atendendo aos princípios e objetivos abordados na Política
Nacional de Saneamento Básico, além de outras premissas, a Prefeitura
Municipal de Camaçari desenvolve este instrumento como forma de estabelecer
diretrizes aplicáveis, de forma sistemática, para o planejamento dos serviços de
saneamento básico adequado a realidade do município.
Em seu desenvolvimento o PMSB foi estruturado de forma a apresentar o
diagnóstico, que retrata a atual situação dos serviços de saneamento básico em
Camaçari; o estudo de cenários e a hierarquização das intervenções, bem como
os mecanismos e procedimentos a serem utilizados na implementação das
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metas; programas, projetos e ações nos devidos horizontes temporais de curto,
médio e longo prazo, conforme determina o termo de referência.
As etapas de elaboração do PMGIRS e do PMSB estão descritas a seguir, de
acordo com os requisitos do Termo de Referência e diretrizes preconizadas pela
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental:
Etapa 1:
- Plano de Trabalho e Plano de Mobilização Social;
Etapa 2:
- Caracterização física e socioeconômica do Município;
- Oficina de Capacitação do Comitê Executivo.
Etapa 3:
- Diagnóstico dos Serviços de Água;
- Diagnóstico dos Serviços de Esgoto;
- Diagnóstico dos Serviços de Drenagem de Águas Pluviais;
- Diagnóstico dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos
Sólidos.
Etapa 4:
- Estudos de Cenários;
- Hierarquização das Intervenções;
- Versão Preliminar do PMGIRS;
- Audiências Públicas Locais para Apresentação do PMGIRS;
- Versão revisada e complementada do PMGIRS com base nas
audiências públicas locais (proposta de Lei enviada à Câmara).
Etapa 5:
- Versão Preliminar do PMSB – Programas, Projetos e Ações;
- Audiências públicas locais para apresentação do PMSB.
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Etapa 6:
- Versão revisada e complementada do PMSB com base nas audiências
públicas locais (minuta de proposta de Lei);
- Relatório Síntese do PMSB (proposta de Lei enviada à Câmara).
Para que o PMSB contemple todos os seus objetivos e garanta uma melhor
gestão dos serviços de saneamento básico é necessário a participação popular,
enriquecendo o diagnóstico dos técnicos e garantindo o controle social. Dessa
forma, a população tem papel central na elaboração do plano, participando do
planejamento.
A eficiência desse processo é maior se grupos organizados e entidades
representativas dos setores econômicos e sociais de comunidade ou região
participarem ativamente, desde a sua elaboração até a sua implementação.
O esforço do município de Camaçari em elaborar seu Plano de Saneamento
Básico objetiva não só cumprir um marco legal no saneamento, como obter um
momento ímpar no exercício de titular efetivo dos serviços que lhe concede a Lei
Federal nº 11.445/2007, deixando clara quem deverá exercer as distintas
funções inerentes a gestão dos serviços de saneamento: o ato de planejar, de
prestar, de regular e fiscalizar, e permeando transversalmente a todos estes, o
controle social.
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LISTA DE SIGLAS
AGERSA Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
ARIS Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento
CBHRNI Comitê da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe
CME Conselho Municipal de Educação
CMS Conselho Municipal de Saúde
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
COFIC Comitê de Fomento Industrial
COMAM Conselho Municipal de Meio Ambiente
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONCIDADE Conselho Municipal da Cidade
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
EEE Estações Elevatórias de Esgoto
EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento
EMRMS Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPTU Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
LIMPEC Limpeza Pública de Camaçari
NBR Norma Brasileira
ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
OMS Organização Mundial da Saúde
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PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PDDU Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PESB Política Estadual de Saneamento Básico
PLANSAB Plano Nacional de Saneamento Básico
PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico
PNSB Política Nacional de Saneamento Básico
PPA Programas, Projetos e Ações
PROSAB Programa de Pesquisas em Saneamento Básico
PVC Policloreto de Vinila
RECESA Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento
SEDES Secretaria de Desenvolvimento Social
SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano
SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano
SEHAB Secretaria de Habitação
SEINFRA Secretaria de Infraestrutura
SEPLAN Secretaria de Planejamento
SESAU Secretaria de Saúde
SESP Secretaria de Serviços Públicos
SIDRA Sistema IBGE de Recuperação Automática
SIG Sistema de Informações Geográficas
SNIS Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento
VISA Vigilância Sanitária
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Exemplos de variáveis de estudo para os serviços de saneamento, destacando Esgotamento Sanitário. ................................................................ 24
Figura 2 - Formulação das hipóteses e construção dos cenários. ................... 25
Figura 3 - Intervalos de referência para o extravasamento de esgoto por ano. 35
Figura 4 - Comparação do atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas sépticas entre os cenários 01, 02 e 03. ........................................................... 46
Figura 5 - Comparação do Índice de tratamento do esgoto coletado entre os cenários 01, 02 e 03. ....................................................................................... 47
Figura 6 - Comparação da geração per capita de esgoto entre os cenários 01, 02 e 03. ................................................................................................................ 48
Figura 7 - Comparação dos extravasamentos por extensão de rede entre os cenários 01, 02 e 03. ....................................................................................... 49
Figura 8 - Representação esquemática dos sistemas convencional e condominial. .................................................................................................... 72
Figura 9 - Produção agrícola irrigada com reuso de esgoto tratado. ............... 75
Figura 10 - Esquema em corte de uma fossa seca. ........................................ 77
Figura 11 - Desenho esquemático de uma fossa séptica. ............................... 79
Figura 12 - Instalação das fossas sépticas econômicas. ................................. 80
Figura 13 - Vala de infiltração para disposição do efluente da fossa séptica econômica. ..................................................................................................... 81
Figura 14 - Ciclo dos nutrientes de acordo com o ecossaneamento. .............. 82
Figura 15 - Tanque de evapotranspiração. ...................................................... 83
Figura 16 - Círculo de bananeiras. .................................................................. 84
Figura 17 - Esquema do círculo de bananeiras (corte e vista). ........................ 85
Figura 18 - Corte lateral de um banheiro seco mostrando o seu funcionamento......................................................................................................................... 86
Figura 19 - Bombonas de armazenamento temporário (esquerda) e de
estocagem (direita) em sanitário com separação de urina implantadas em países
da África. ......................................................................................................... 88
Figura 20 - Banheiro seco com bacia sanitária segregadora de urina. ............ 88
Figura 21 - Programas para o PPA de Esgotamento Sanitário de Camaçari - BA........................................................................................................................100
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Exemplo de Matriz SWOT (forças e fraquezas)............................. 23
Quadro 2 - Exemplo de Matriz SWOT (oportunidades e ameaças). ................ 23
Quadro 3 - Variáveis definidas. ....................................................................... 35
Quadro 4 - Hipóteses das variáveis definidas (Zona Urbana). ........................ 35
Quadro 5 - Cenário 01 do Esgotamento Sanitário - Zona urbana. ................... 36
Quadro 6 - Cenário 02 do Esgotamento Sanitário para zona urbana. ............. 39
Quadro 7 - Cenário 01 do Esgotamento Sanitário - Zona urbana. ................... 42
Quadro 8 - Comparação das variáveis de estudo de cada cenário Esgotamento
Sanitário na zona urbana. ............................................................................... 45
Quadro 9 - Cenário 1 do Esgotamento Sanitário - Zona Rural. ....................... 50
Quadro 10 - Cenário 02 do Esgotamento Sanitário - Zona Rural. ................... 51
Quadro 11 - Cenário 03 do Esgotamento Sanitário - Zona Rural. ................... 52
Quadro 12 - Comparação das variáveis de estudo de cada cenário de
Esgotamento Sanitário – Zona Rural. ............................................................. 52
Quadro 13 - Metas de referência do cenário: índice de atendimento por rede
coletora ou fossa séptica................................................................................. 56
Quadro 14 - Metas de referência do cenário: índice de tratamento do esgoto
coletado. ......................................................................................................... 57
Quadro 15 - Metas de referência do cenário de referência: geração per capita de
esgoto. ............................................................................................................ 58
Quadro 16 - Metas de referência do cenário de referência: redução dos
extravasamentos por quilometro de rede. ....................................................... 59
Quadro 17 - Cenário de referência para a Zona Rural do município de Camaçari.
........................................................................................................................ 60
Quadro 18 - Alternativas para evitar a paralisação do sistema de Esgotamento
Sanitário. ......................................................................................................... 91
Quadro 19 - Síntese dos Programas, Projetos e Ações para o esgotamento
sanitário. ........................................................................................................113
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipo de Esgotamento Sanitário no Município de Camaçari-BA. ..... 28
Tabela 2 - População atendida por rede coletora (com ou sem tratamento). .. 29
Tabela 3 - Tipo de Esgotamento Sanitário no Município de Camaçari-BA. ..... 30
Tabela 4 - Relação da extensão das redes coletoras e população atendida. .. 30
Tabela 5 - Projeção das variáveis dos Serviços de Esgotamento Sanitário de
acordo com o cenário 01. ................................................................................ 38
Tabela 6 - Projeção das variáveis dos Serviços de Esgotamento Sanitário de
acordo com o cenário 02. ................................................................................ 41
Tabela 7 - Projeção das variáveis dos Serviços de Esgotamento Sanitário de
acordo com o cenário 03. ................................................................................ 44
Tabela 8 - Comparação do comportamento dos indicadores dos Serviços de
Esgotamento Sanitário para os diferentes cenários alternativos (População
urbana). .......................................................................................................... 45
Tabela 9 - Metas progressivas para ampliação do acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário para a zona rural do município. .................................. 62
Tabela 10 - Projeção de atendimento com Serviços de Esgotamento Sanitário na
zona rural do município de Camaçari-BA. ....................................................... 62
Tabela 11 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em
2015. ............................................................................................................... 64
Tabela 12 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em
2017. ............................................................................................................... 65
Tabela 13 - Demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento
Sanitário na zona urbana - Distrito Sede. ........................................................ 66
Tabela 14 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em
2015. ............................................................................................................... 67
Tabela 15 - Demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento
Sanitário na zona urbana - Distrito de Abrantes. ............................................. 68
Tabela 16 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em
2015. ............................................................................................................... 69
Tabela 17 - Demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento
Sanitário na zona urbana - Distrito de Monte Gordo. ...................................... 70
Tabela 18 - Custo total do Projeto “Melhoria da qualidade do serviço prestado”.
.......................................................................................................................116
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Tabela 19 - Custo total do Projeto “Ampliação do Acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário na Zona Urbana” .......................................................118
Tabela 20 - Custo total do Projeto “Soluções alternativas para zona rural e para
povos e comunidades tradicionais” ................................................................119
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 19
2. OBJETIVOS ............................................................................................ 21
2.1 Objetivos Específicos ..................................................................... 21
3. METODOLOGIA...................................................................................... 22
4. CENÁRIOS ALTERNATIVOS PARA O GERENCIAMENTO E
DEMANDAS PARA OS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......... 28
4.1 Cenários Alternativos dos Serviços de Esgotamento Sanitário da
Zona Urbana .................................................................................................... 31
4.2 Cenários Alternativos dos Serviços de Esgotamento Sanitário para
Zona Rural ....................................................................................................... 49
5 CENÁRIO DE REFERÊNCIA, OBJETIVOS E METAS ........................... 54
5.1 Cenário de Referência na Zona Urbana ......................................... 54
5.2 Cenário de Referência na Zona Rural ............................................ 60
6 ESTUDO DE DEMANDAS PELOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO PARA ZONA URBANA ............................................................... 64
6.1 Distrito Sede ................................................................................... 64
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6.2 Distrito de Abrantes ........................................................................ 67
6.3 Distrito de Monte Gordo ................................................................. 69
7 ALTERNATIVAS TÉCNICAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE
DEMANDAS E DISPONIBILIDADES DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO
SANITÁRIO ..................................................................................................... 71
7.1 Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas
Urbanas ....................................................................................................... 71
7.2 Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas
Rurais ou com Domicílios Dispersos ................................................................ 76
8 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA ..................................... 89
9 ÁREAS DE INTERESSE PARA O ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......... 94
9.2 Análise das Áreas de Interesse para o Esgotamento Sanitário ...... 95
10 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ................................................... 99
10.1 Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento
Sanitário ..................................................................................................... 100
10.2 Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos ............................ 104
11 ESTIMATIVAS DOS RECURSOS NECESSÁRIOS AOS
INVESTIMENTOS .......................................................................................... 116
11.1 Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento
Sanitário ..................................................................................................... 116
11.2 Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos ............................ 117
11.3 Demonstrativo dos Investimentos ................................................. 120
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12 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 122
REFERENCIAS ............................................................................................. 125
APÊNDICE A- MATRIZ SWOT DOS SERVIÇOS ESGOTAMENTO SANITÁRIO
....................................................................................................................... 127
APÊNDICE B – ÁREAS DE INTERESSE PARA O ESGOTAMENTO
SANITÁRIO ................................................................................................... 130
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1. INTRODUÇÃO
No Tomo I deste Produto 08 foram apresentados e analisados 3 cenários de gestão
para o futuro de Camaçari como ferramenta de análise e enquadramento do
município, visando nortear tomadas de decisões e definições de ações futuras, além
de definir o melhor cenário de referência para estudos posteriores.
De acordo com o conteúdo apresentado no Tomo I, no presente Tomo III, foi elaborada
a etapa do Estudos de Cenários do Serviço de Esgotamento Sanitário de Camaçari,
cujo processo de elaboração baseou-se nas informações quali-quantitativas expostas
na etapa de Diagnóstico e nas técnicas e tecnologias disponíveis atualmente e que se
encaixam no perfil do município de Camaçari.
O Estudo de Cenários foi desenvolvido com base na adaptação das categorias
propostas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), e em reunião com
o Comitê de Coordenação, visando avaliar e validar as categorias previstas. Isso
trouxe diferentes perspectivas de cenários, considerando condicionantes críticas no
ambiente macro e variadas hipóteses para cada uma delas.
Assim, foram propostos cenários alternativos para o gerenciamento e demandas. O
processo continuou com a comparação dos cenários alternativos propostos e
consequente definição de um cenário de referência, a partir de discussões com o
Comitê de Coordenação acerca do cenário que melhor representasse os anseios da
população camaçariense.
O cenário de referência e seus objetivos indicam as estratégias possíveis para cumprir
as diretrizes de planejamento previstas. As metas representam a trajetória escolhida
para o cumprimento dos objetivos propostos, fixados de acordo com os indicadores
definidos no horizonte de planejamento.
O estudo das demandas apresenta as perspectivas para os serviços públicos de
esgotamento sanitário, considerando a situação atual e as metas propostas para os
próximos 20 anos. Neste momento, foram observadas demandas para os sistemas de
esgotamento sanitário existentes e propostas soluções para as áreas ainda não
atendidas por solução adequada.
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Em seguida, os objetivos, diretrizes e metas foram desdobrados em Programas,
Projetos e Ações, tanto estruturais quanto estruturantes. Os programas, que
abrangem os projetos propostos, articulam ações que convergem para uma pauta
prioritária à sociedade, com vistas a solucionar problemas e atender necessidades da
população.
Com isso, por meio da implementação dos projetos e gestão adequada dos programas
propostos, pode-se viabilizar os objetivos e metas delineados, alcançando melhorias
no esgotamento sanitário do município.
O Tomo III finaliza com a estimativa dos recursos necessários para a implantação dos
programas em Camaçari. Nesse caso, as ações previstas para cada projeto foram
orçadas, de modo que somadas chegariam ao valor propriamente do projeto em
questão. Para se chegar a um valor global, somou-se os orçamentos dos projetos
referentes a cada programa proposto para o município
Destaca-se, ainda, nesse Tomo a identificação de áreas de interesse para o
esgotamento sanitário e a previsão de ações de emergência e contingência.
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2. OBJETIVOS
Estabelecer metas e demandas futuras, de maneira a orientar a tomada de decisão
rumo ao futuro desejado. Além de possíveis soluções técnicas a serem assumidas
pela PMC que viabilizem a melhoria da gestão dos serviços públicos de esgotamento
sanitário, a qualidade de vida, o bem-estar da população e a proteção dos recursos
naturais.
2.1 Objetivos Específicos
Dos objetivos específicos, elencam-se:
i. explicitar os estudos de cenários dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona
urbana e na zona rural, abrigando diferentes contingentes;
ii. subsidiar a definição do cenário de referência, mediante o confronto das
prospecções traçadas para ambas as zonas;
iii. selecionar o cenário de referência a ser adotado;
iv. propor objetivos e metas alinhados com a projeção delimitada no cenário de
referência;
v. estabelecer alternativas técnicas de compatibilização entre a demanda
camaçariense e a oferta dos Serviços de Esgotamento Sanitário local;
vi. apresentar as alternativas tecnológicas adequadas para o Esgotamento
Sanitário para as diversas realidades inseridas no território do município;
vii. identificar as áreas de interesse para o Esgotamento Sanitário;
viii. prever as ações de emergência e contingência;
ix. desenvolver os Programas, Projetos e Ações de Esgotamento Sanitário do
Município de Camaçari – BA para atendimento do cenário de referência;
x. realizar a estimativa de recursos necessários para a implementação dos
programas, projetos e ações.
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3. METODOLOGIA
Para a elaboração dos cenários de gerenciamento e demanda foi percorrido um
caminho metodológico similar para todos as componentes do saneamento. Porém,
apesar de o percurso metodológico ser similar para as quatro, os dados e indicadores
utilizados são específicos para cada uma e tem relação com os estudos realizados na
fase do diagnóstico e questões operacionais dos serviços.
Assim, a elaboração dos cenários para o gerenciamento e demandas seguiu os
passos apresentados a seguir:
i. Análise SWOT das componentes do saneamento;
ii. Definição das variáveis (dados e indicadores) a serem utilizados para o estudo;
iii. Validação da análise SWOT e das variáveis junto ao comitê de coordenação;
iv. Proposição e combinação de hipóteses dos cenários alternativos;
v. Análise dos cenários alternativos mais prováveis;
vi. Definição do cenário de referência para o gerenciamento e demandas.
vii. Levantamento das alternativas técnicas para compatibilização entre demandas
e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento Sanitário
viii. Proposição de ações de emergência e contingência
ix. Proposição de áreas de interesse para o Esgotamento Sanitário
x. Elaboração de Programas, Projetos e Ações – PPA para atendimento das
demandas elencadas
xi. Estimativas de investimentos necessários para a componente de Esgotamento
Sanitário
i. Análise SWOT das componentes de saneamento:
A matriz SWOT consiste em um método de análise utilizado para elencar as forças,
as fraquezas, as oportunidades e ameaças de um dado objeto de análise, o que
permite analisar o cenário atual e as condições do ambiente à sua volta.
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Forças e fraquezas são elementos do sistema interno, que estão dentro do controle
do objeto de análise. No caso do PMSB, seriam fatores dentro do Município de
Camaçari relacionados aos serviços.
Oportunidades e ameaças são elementos externos, que influenciam no planejamento,
porém não podem ser controlados pelo objeto. Como exemplo, poderíamos citar
políticas públicas dos Governos Estadual e Federal.
O intuito da análise SWOT é valorizar os pontos fortes, saber reconhecer os pontos
fracos para aperfeiçoá-los, visualizar as oportunidades para saber aproveitá-las e
identificar as ameaças, de tal forma que o sistema de objeto crie estratégias para
enfrentá-las.
A efeito de organização e para melhor visualização, forças e fraquezas estarão
correlacionadas, assim como oportunidades e ameaças. Dessa forma, sempre que
uma força ou oportunidade for identificada, analisaremos quais são as fraquezas e
ameaças que se contrapõem a elas. Um exemplo de organização segue nos quadros
abaixo.
Quadro 1 - Exemplo de Matriz SWOT (forças e fraquezas).
Forças Fraquezas
Adoção de soluções individualizadas de Esgotamento Sanitário.
Apenas 31,8% da zona rural adota como soluções individualizadas adequadas (fossas sépticas).
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Caso não se consiga encontrar um contraponto a algum elemento (como no caso dos
resíduos orgânicos no exemplo acima), a célula ficará vazia. Isso contribui para
enxergar quais são as fraquezas prioritárias.
Quadro 2 - Exemplo de Matriz SWOT (oportunidades e ameaças).
Oportunidades Ameaças
Aumento de verbas para o setor de Esgotamento Sanitário, com base no prognóstico do Plano Nacional de Saneamento
Básico Crise econômica no país.
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
A análise SWOT servirá de subsídio para a definição das variáveis e caracterização
dos cenários futuros.
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ii. Definição das variáveis (dados e indicadores) a serem utilizados para o
estudo:
A partir da análise SWOT serão escolhidos os indicadores que deverão auxiliar na
visão de futuro das demandas dos serviços. Assim, as variáveis de estudo adotadas
têm origem na fase de diagnóstico e estarão relacionadas essencialmente a questões
gerenciais e operacionais. A Figura 1 apresenta algumas das variáveis que poderão
ser adotadas para cada serviço do saneamento básico.
Figura 1 - Exemplos de variáveis de estudo para os serviços de saneamento, destacando Esgotamento Sanitário.
Fonte: adaptado de PMSB Juiz de Fora - MG, 2013.
Definidas as variáveis (dados e indicadores) para os serviços de saneamento, serão
propostas hipóteses de comportamento com o objetivo de criar os cenários
alternativos das demandas dos serviços.
iii. Validação da análise SWOT e das variáveis junto ao comitê de
coordenação
Foi realizada uma reunião de grupo focal onde a análise da matriz SWOT e as
variáveis de análise foram avaliadas pelos atores chaves de maneira a validar a
análise.
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iv. Proposição e combinação de hipóteses dos cenários alternativos
Definidas as variáveis para os serviços de saneamento, são propostas hipóteses de
comportamento que combinadas entre si simulam uma situação futura relacionada
aos objetivos a serem alcançados. Visto que as possibilidades de combinações entre
as hipóteses e as variáveis dão como resultado diversos cenários possíveis, foi
realizada uma análise minuciosa dos cenários factíveis à realidade do município,
empregando como balizadores os princípios preconizados na Lei Nacional do
Saneamento Básico.
A partir da associação das hipóteses estabelecidas com as variáveis pertinentes a
cada item do serviço de saneamento, define-se os diversos cenários passíveis de
ocorrência para cada item em estudo.
Figura 2 - Formulação das hipóteses e construção dos cenários.
Fonte: PMSB Juiz de Fora - MG, 2013.
As combinações das demandas oriundas do diagnóstico, dos anseios relatados pela
população durante as oficinas setoriais e das projeções populacionais, permitem que
os cenários alternativos de atendimento da demanda determinem medidas que visem
a universalização dos serviços de saneamento, bem como a garantia de sua
funcionalidade dentro dos padrões adequados de qualidade e segurança à
população.
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v. Análise dos cenários alternativos mais prováveis
Foi realizada uma reunião de grupo focal onde os cenários alternativos serão
avaliados pelos atores chaves de maneira a validar a consistência dos cenários mais
prováveis. Em seguida foram escolhidas as hipóteses mais plausíveis para a realidade
apresentada no município.
vi. Definição do cenário de referência para o gerenciamento e demandas
A partir da análise realizada será definido o cenário a ser adotado no município, que
será o cenário de referência para o gerenciamento e demandas dos serviços.
Após a definição do cenário de referência foram propostas as alternativas técnicas
para compatibilização das demandas, levando em consideração os estudos já
existentes elaborados pela prestadora de serviço de Esgotamento Sanitário e nos
casos que não existem foram feitas as proposições consideradas necessárias.
vii. Levantamento das alternativas técnicas para compatibilização entre
demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento Sanitário
Nesse item são elencadas as tecnologias disponíveis para prestação dos Serviços de
Esgotamento Sanitário para que possam ser avaliadas as vantagens e limitações
inerentes a cada tecnologia de forma a orientar a tomada de decisão.
viii. Proposição de ações de emergência e contingência
Segundo a Lei 11.445/2007 devem ser formuladas estratégias para contenção de
casos de emergências e contingência nos sistemas de Esgotamento Sanitário no
âmbito do Plano Municipal de Saneamento Básico. Sendo assim, procurou-se elencar
as principais causas e ocorrências de emergências e contingências relacionadas à
prestação dos serviços, assim como, as ações preventivas e corretivas que devem
ser tomadas para sua solução.
ix. Proposição de áreas de interesse para o Esgotamento Sanitário
Inicialmente foram reunidas as informações espaciais referentes a diferentes
elementos do território camaçariense aos quais são de interesse ao planejamento
sistemático do saneamento básico em Camaçari-BA, dados primários obtidos em
visita técnica ao município foram sobrepostos a dados secundários advindos de fontes
oficiais, as quais permitiram uma análise de múltiplos critérios de acordo com o
objetivo de melhoria dos serviços de saneamento básico.
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Para a análise espacial e geoprocessamento dos dados foi utilizado o software ArcGIS
V. 10.3 e as ferramentas de análise da extensão ArcGIS para Saneamento, sendo
gerado os mapeamentos aos quais a seguir serão feitas as análises, leitura e
interpretação.
x. Elaboração de Programas, Projetos e Ações – PPA para atendimento das
demandas elencadas
Neste item serão apresentadas as estratégias de ação para a componente
“Esgotamento Sanitário” visando sanar as deficiências identificadas no diagnóstico e
alcançar os objetivos e metas propostos no cenário de referência. Isso posto, serão
propostos Programas, Projetos e Ações - PPA através de soluções apropriadas social,
ambiental e economicamente, considerando os princípios de equidade,
universalidade, integralidade, intersetorialidade, sustentabilidade, participação e
controle social, preconizados na Lei n° 11.445/2007 – Lei Federal de Saneamento
Básico. Utilizou-se, como referências, outros PMSB, legislações vigentes, consultas
em livros e experiências que foram implementadas em outros municípios.
xi. Estimativas de investimentos necessários para a componente de
Esgotamento Sanitário
A estimativa de investimentos deve fazer uso de referências confiáveis e adequadas
à realidade local, como fontes oficiais, artigos científicos e experiências de outros
municípios. Por este motivo, a definição dos recursos previstos para execução das
ações propostas no Capítulo 10 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES deste Tomo
III foi realizada por meio de consultas junto a fornecedores, indicadores de custos do
Ministério das Cidades (Plansab), publicações especializadas, tabelas de serviços e
insumos (como o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção
Civil - SINAPI), além de orçamentos de projetos semelhantes divulgados por
prefeituras, prestadoras e empresas da área. Ressalta-se ainda que tais valores são
estimativas, ainda que se considere a realidade econômica do mercado atual, o
horizonte de projeto, bem como os reajustes do Índice de Preço do Consumidor Amplo
(IPC-A), com vistas a proporcionar melhor representatividade dos custos de cada
programa elaborado. A este último, salienta-se ter sido aplicada a média da variação
acumulada dos últimos vinte anos (6,4%), fornecida pelo IBGE (2016).
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4. CENÁRIOS ALTERNATIVOS PARA O GERENCIAMENTO E DEMANDAS
PARA OS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Para avaliação dos cenários de gerenciamento e demanda, foram utilizados os
estudos técnicos realizados na fase do diagnóstico, questões operacionais do serviço
de esgotamento sanitário e as informações apresentadas no Tomo I deste Produto
08.
Foram analisadas as forças e fraquezas para o ambiente interno e as oportunidades
e ameaças para o ambiente externo através da análise SWOT do componente de
Esgotamento Sanitário que consta no APÊNDICE A.
Para a definição dos cenários alternativos de demandas para os Serviços de
Esgotamento Sanitário, devido às características de distribuição dos domicílios no
espaço, optou-se por analisar separadamente as áreas urbanas e rurais. Na zona
urbana os domicílios possuem grau de adensamento significativo, enquanto que na
zona rural os domicílios possuem distribuição rarefeita o que implica decisivamente
no tipo de tecnologia de Esgotamento Sanitário a ser adotada.
Dados coletados no censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA)
apresentam o percentual do tipo de solução de Esgotamento Sanitário adotado em
Camaçari por Distrito (Tabela 1).
Os tipos de solução são categorizados em: Lançamento em rede geral de esgoto ou
lançamento em rede pluvial; Fossa séptica; Fossa rudimentar; Lançamento em valas;
Lançamentos em rios, lagos ou mar. Há também a categoria outro tipo (que não foi
especificada pelo IBGE) e a categoria não tinham.
Tabela 1 - Tipo de Esgotamento Sanitário no Município de Camaçari-BA.
Tipo de Esgotamento Sanitário Total Urbano Rural
Domicílios % Domicílios % Domicílios %
Total 73.991 100,00% 70.804 100,00% 3.187 100,00%
Rede geral de esgoto ou pluvial 38.416 51,90% 38.387 54,20% 29 0,90%
Fossa séptica 9.921 13,40% 8.907 12,50% 1.014 31,80%
Fossa rudimentar 20.165 27,30% 18.680 26,40% 1.485 46,60%
Vala 1.473 2,00% 1.367 1,90% 106 3,30%
Rio, lago ou mar 2.084 2,80% 2.075 2,90% 9 0,30%
Outro tipo 747 1,00% 545 0,80% 202 6,30%
Não tinham 1.185 1,60% 843 1,20% 342 10,70%
Fonte: IBGE, 2010.
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Embora as informações geradas pelo IBGE sejam do ano de 2010, ainda assim podem
servir de base para o planejamento, quando a partir deles é possível fazer
ponderações com informações do ano 2015 fornecidas pela prestadora dos serviços
de esgotamento sanitário a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA),
visitas à campo e relatos dos moradores.
Cabe salientar, que o IBGE agrupou o lançamento em rede geral de esgoto e rede de
drenagem1. Assim, os dados de cobertura por rede coletora de esgoto serão
analisados de acordo com informações do ano de 20142 disponibilizadas pela
Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA) e com a projeção populacional
do ano de 2015 presente no Produto 08 - Estudo de Cenários (TOMO I).
De acordo com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA), e com a
projeção populacional do ano de 2015, foi estimado que apenas 20,2% da população
(74.342 habitantes) do munícipio é contemplada com rede coletora de esgoto, 13,1%
(48.158 habitantes) é contemplada com rede coletora com tratamento e 7,1% (26.184
habitantes) com rede coletora sem tratamento (Tabela 2).
O índice de tratamento do esgoto coletado que é a relação da população atendida
com rede coletora e tratamento (48.158 habitantes) com a população atendida apenas
com rede coletora (26.184 habitantes), foi de 64,8% conforme (Tabela 2).
Tabela 2 - População atendida por rede coletora (com ou sem tratamento).
População em 2015 (hab.) Rede Coletora
Rede Coletora S/ Tratamento
Rede Coletora C/Tratamento Índice de tratamento do
esgoto coletado (%) (hab.) (%) (hab.) (%) (hab.) (%)
Sede 191.510 53.574 28,0% 26.184 13,7% 27.390 14,3% 51,1%
Abrantes 106.833 11.709 11,0% 0 0,0% 11.709 11,0% 100,0%
Monte Gordo 69.313 9.059 13,1% 0 0,0% 9.059 13,1% 100,0%
Camaçari 367.656 74.342 20,2% 26.184 7,1% 48.158 13,1% 64,8%
Fonte: Elaborado com base em dados fornecidos pela Embasa (2014).
Com os percentuais de atendimento da população urbana por rede coletora de esgoto
com e sem tratamento, disponibilizados pela Embasa, e os índices de atendimento
1 A utilização do sistema de drenagem para o lançamento de esgoto causa a contaminação dos rios, lagos e praias, o inverso, a utilização do sistema de esgotamento para drenagem ocasiona o retorno de efluentes para casas, extravasamento de elevatórias, dentre outros. 2 Os dados quantitativos fornecidos pela Embasa relativos ao ano de 2014 foi replicado para o ano de 2015, haja vista que no ano de 2015 não houve nenhum acréscimo significativo do sistema de esgotamento sanitário.
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disponibilizados pelo IBGE em 2010, pode-se inferir que apenas 25,6% da população
urbana possui esgotamento sanitário adequado como rede coletora seguida de
tratamento ou fossa séptica, e a maioria dos munícipes 74,5% da população urbana
é atendida com soluções de esgotamento sanitário inadequadas como: rede geral de
esgoto sem tratamento, lançamento na rede geral pluvial, fossa rudimentar,
lançamento em vala, rio, lago, mar ou não tinham, conforme Tabela 3.
Tabela 3 - Tipo de Esgotamento Sanitário no Município de Camaçari-BA.
Tipo de Esgotamento Sanitário em 2015
População Zona urbana (%)
Rede geral de esgoto 20,20%
Rede geral de esgoto c/tratamento 13,10%
Rede geral de esgoto s/tratamento 7,10%
Fossa séptica 12,50%
Rede geral pluvial 34,00%
Fossa rudimentar 26,40%
Vala, rio, lago, mar ou não tinham 6,00%
Outro tipo 0,80%
Fonte: Elaborado com base em dados fornecidos pelo IBGE (2010) e Embasa (2014).
No Município de Camaçari-BA a extensão da rede coletora de esgoto tem um
comprimento total de 124,9 quilômetros para atender um total de 74.432 habitantes, o
que equivale a aproximadamente 1,7 metros de rede coletora para cada habitante
atendido.
Tabela 4 - Relação da extensão das redes coletoras e população atendida.
Fonte: Elaborado com base em dados fornecidos pela Embasa, 2014.
Porém, de acordo com Von Sperling (2010) para uma cidade de médio porte como
Camaçari a quantidade de rede coletora por população atendida está entre 2 e 3
metros de rede por habitante, assim o valor de 1,7 metros de rede coletora por
Distrito Rede Coletora Extensão da rede
coletora (m)
População Atendida
(hab.)
Rede coletora População
(m/hab.)
Sede
ETE compactas 6.305 8.105 0,8
C. residenciais que lançam para a Cetrel 24.330 19.285 1,3
Rede Coletora construída pele Prefeitura* 60.000 26.184 2,3
Abrantes ETE compactas 8.287 10.945 0,8
ETE compactas (Alpha I e II) 10.336 764 13,5
Monte Gordo
ETE Barra do Pojuca 15.621 9.059 1,7
Total 124.879 74.342 1,7
*Rede coletora em péssimo estado de conservação, boa parte será incorporada na rede implantada do PAC.
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habitante está abaixo da média praticada no Brasil, o que leva a busca de outro índice
para ser aplicado no presente estudo de cenários.
Os estudos de alternativas para esgotamento sanitário do Litoral Norte da Bahia,
desenvolvido em 2009 pela UFC Engenharia, apresentou um valor de 2,4 metros de
rede coletora de esgoto por habitante (1.033 quilômetros de rede para atender 424 mil
habitantes), enquanto que o projeto referente a obra de esgotamento sanitário na sede
do município (PAC I e II), adotou o valor de 3,0 metros de rede coletora de esgoto por
habitante (265 quilômetros de rede para atender 89 mil habitantes). Fazendo-se uma
média ponderada dos índices com a população atendida em cada projeto (UFC
Engenharia e PAC, temos um valor aproximado de 2,5 metros de rede coletora por
habitante, esse valor será considerado em todos os cenários de planejamento.
Para estimar a demanda por tratamento de esgoto será adotada a geração de 108
litros habitante por dia (Informado pela Embasa) com a variação de 20% para mais e
para menos, a depender do cenário, e a infiltração por quilometro de rede3 (não
contabilizada pela Embasa), a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em
sua Norma Brasileira (NBR) 9649, cita a faixa de 0,05 a 1,0 L/s.km. Para o presente
estudo de cenários será adotada a vazão de infiltração 1,0 L/s.km para todos os
cenários de planejamento.
Com essas informações foi possível realizar as definições das variáveis (dados e
indicadores) e formular as proposições e combinações de hipóteses para definição
dos cenários alternativos para o estudo
4.1 Cenários Alternativos dos Serviços de Esgotamento Sanitário da Zona
Urbana
Para compor o estudo dos cenários alternativos dos Serviços Esgotamento Sanitário
foram selecionadas 04 (quatro) variáveis: índice de atendimento por rede coletora de
esgoto e fossas sépticas, Índice de tratamento do esgoto coletado, geração per capita
de esgoto e extravasamento de esgoto por quilometro de rede coletora.
3 Infiltração de águas pluviais na rede coletora de esgoto, contribuindo para o aumento do volume de esgoto que aflui à estação de tratamento.
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Outra variável importante para os Serviços Esgotamento Sanitário é o índice de
qualidade da água dos córregos, riachos e rios, que está presente no Produto 8 -
Tomo IV - Estudos de Cenários dos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Águas
Pluviais.
Os dados utilizados para compor os cenários foram extraídos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), informações fornecidas pela Embasa e pela Cetrel,
além de dados coletados em campo.
a) Índice de atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas sépticas
Esse índice representa a população urbana atendida por rede coletora ou fossa
séptica em relação à população urbana total, o que possibilita avaliar qual o desafio
associado à universalização do acesso a serviços e/ou soluções adequadas. Outro
aspecto relevante passa por entender a vulnerabilidade da população, já que evitar o
contato da população com patógenos presentes no esgoto doméstico é fundamental
para a melhoria da saúde pública. Essa variável é calculada pela seguinte relação:
Onde:
ISES = Índice de atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas sépticas (%);
PRC = População urbana atendida por rede coletora de esgoto (habitantes);
PFS = População urbana atendida por fossa séptica (habitantes);
PT = População urbana total do município (habitantes);
A fossa séptica na zona urbana é indicada em locais mais afastadas do centro urbano
onde a distribuição rarefeita de domicílios inviabiliza a implantação da rede, desde que
as condições técnicas construtivas sejam consideradas, como o respeito quanto ao
nível do lençol freático e a distância mínima dos poços de abastecimento de água.
Todavia a fiscalização e o apoio técnico da prefeitura estabelecem condições
fundamentais para um funcionamento adequado destas soluções.
Além disso, o índice de atendimento por rede coletora de esgoto e fossas sépticas é
uma variável que apresenta metas estabelecidas no Plano Nacional de Saneamento
Básico, fazendo com que este índice tenha uma referência nacional para o
estabelecimento das metas do presente estudo de cenários.
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b) Índice de tratamento do esgoto coletado
Essa variável representa o percentual do esgoto doméstico coletado na zona urbana
do município que passa por etapa de tratamento. De acordo com dados da Embasa
referentes a 2015, apenas 20,2% da população urbana é contemplada com rede geral
de coleta de esgoto e, destes, apenas 13,1% passa por tratamento. Sendo assim,
64,8% da população atendida por rede coletora têm seus esgotos tratados. Essa
variável é calculada pela seguinte relação:
Onde:
ITEC = Índice de tratamento do esgoto coletado (%);
PRC = População urbana atendida por rede coletora de esgoto (habitantes);
PRCT = População urbana atendida por rede coletora de esgoto e tratamento (habitantes);
A coleta do esgoto sem que haja nenhum tratamento, contribui para a contaminação
das águas superficiais e subterrânea, recursos estes que são utilizados para o
abastecimento de água da população e, em caso de deterioração, podem contribuir
para a ocorrência de doenças e degradação ambiental. Posto isto, as unidades de
tratamento de esgotos sanitários devem atender aos padrões de lançamento referente
às classes dos corpos hídricos receptores, conforme Resolução Conama Nº
430/2011. O enquadramento e atendimento a esses padrões estão previstos no item
10.2 “Programas: recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais” do Produto
8 - Tomo II - Abastecimento de Água e no item 10.2 “Programas: Manejo Adequado
de Águas Pluviais” do Produto 8 - Tomo IV- Drenagem Urbana e Manejo de Águas
Pluviais
c) Geração per capita de esgoto
A geração per capita de esgoto representa a quantidade de esgoto gerado por
habitante em determinado espaço de tempo. Em Camaçari, conforme apresentado no
Produto 5 - Diagnóstico do Serviço de Esgotamento Sanitário, a geração de esgoto
per capita, segundo dados da Embasa referentes a 2015, é de 108 litros por
habitante/dia. Essa variável é calculada pela seguinte relação:
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Onde:
GPE = Geração per capita de esgoto (l/habitante.dia);
PRC = População urbana atendida por rede coletora de esgoto (habitantes);
VEC = Vazão de esgoto coletada (litros/dia);
A geração per capita de esgoto influencia diretamente no volume de esgoto coletado
e o volume de esgoto tratado, o que o torna decisivo para o dimensionamento da
infraestrutura de Esgotamento Sanitário para atender a população.
d) Extravasamentos de esgotos por extensão de rede
Essa variável representa a quantidade de extravasamento de esgoto que ocorre por
extensão de rede no período de 01 (um) ano. Os extravasamentos são causados
geralmente por obstrução ou rompimento das redes coletoras indicando o estado de
conservação, manutenção e da operação destas. Essa variável é calculada pela
seguinte relação:
Onde:
EER = Extravasamentos de esgotos por extensão de rede (Extravasamento/quilômetro);
QEA = Quantidade de extravasamento de esgoto por ano (Extravasamento);
ERC = Extensão de rede coletora (quilômetro);
Quanto mais extravasamentos de esgoto houver, maior será a probabilidade de
contato do esgoto pela população e maior as chances de contaminação, assim, a
quantidade de extravasamentos de esgoto tem uma relação direta com a saúde
pública e a degradação do ambiente. Segundo dados do Sistema Nacional de
Informações Sobre Saneamento (SNIS) o Município de Camaçari apresentou 11,5
extravasamentos por quilômetros de rede em 2014.
A Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (AGERSA) ainda
não regulamentou a quantidade de máxima aceitável de extravasamento por
quilometro de rede, dessa forma utilizou-se intervalos de referência da Agência
Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS) do Município de Santa Catarina.
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Figura 3 - Intervalos de referência para o extravasamento de esgoto por ano.
Fonte: ARIS, 2015.
Dessa maneira, com base na realidade do município representada nos indicadores
apresentados, foram propostos diferentes cenários em que esses indicadores variam
ao longo do horizonte de planejamento. O Quadro 3, apresenta as 04 (quatro)
variáveis definidas com o objetivo, equação, valor atual e unidade de medida.
Quadro 3 - Variáveis definidas. Indicador Objetivo Equação Valor atual Unidade
Índice de atendimento por
rede geral de coleta e fossas
sépticas
Estimar a porcentagem da
população urbana atendida por rede coletora ou fossas
sépticas
População urbana atendida População urbana total
32,7
Percentual (%)
Índice de tratamento do
esgoto coletado
Estimar a porcentagem da
população urbana com rede coletora
que recebe tratamento
População com rede coletora e tratamento População com rede coletora
64,8
Percentual (%)
Geração do per capita de esgoto
Estimar a geração de esgoto
Vazão de esgoto coletada População atendida por rede coletora
108 L./hab.dia
Extravasamentos de esgotos por
extensão de rede
Avaliar a manutenção e uso da rede coletora de
esgoto
Quant. de extravasamentos anuais Extensão da rede de esgoto
11,5 Extrav. /
Km
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Após a definição das variáveis formulou-se 03 (três) variações de hipóteses,
baseando-se nos dados e estudos realizados para o diagnóstico e no Plano Nacional
de Saneamento Básico. Dessa forma, por meio da combinação das hipóteses, foram
propostos três cenários alternativos, o Quadro 4 apresenta as hipóteses das variáveis
estudadas.
Quadro 4 - Hipóteses das variáveis definidas (Zona Urbana). Variável Hipótese 2 Hipótese 2 Hipótese 3
Índice de atendimento por rede geral de coleta e fossas sépticas (%)
Elevação do índice de atendimento até a
universalização
Elevação do índice de atendimento
Manutenção do índice de
atendimento
Índice de tratamento do esgoto coletado (%)
Elevação do índice de tratamento até a
universalização
Elevação do índice de tratamento
Manutenção do índice de tratamento
Geração per capita de esgoto (litros/hab.dia)
Redução da geração per capita
Manutenção da geração per capita
Aumento da geração per capita
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Variável Hipótese 2 Hipótese 2 Hipótese 3
Extravasamento de Esgoto por extensão de rede (extrav. / Km)
Redução do extravasamento/km
Manutenção do extravasamento/km
Aumento do extravasamento/km
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Foram definidos 03 (três) cenários alternativos a partir das hipóteses elaboradas, no
qual o cenário 01 consiste no ideal, que depende de condições muito favoráveis, o
que se mostra pouco provável na atual conjuntura, o cenário 02 contempla os anseios
da população buscando atender aos princípios da PNSB e tendo como plano de fundo
o PLANSAB e o cenário 03 consiste naquele que não queremos para o futuro do
município.
4.1.1 Cenário 01 - Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
Para o desenvolvimento deste cenário foi considerada a elevação do índice de
atendimento por rede coletora ou fossa séptica até a universalização em 2022 (médio
prazo), o índice de tratamento do esgoto coletado atingirá a universalização até final
de 2016, a geração per capita de esgoto foi reduzida em 20% até final de plano em
2036 e os extravasamentos por quilômetro de rede foram reduzidos até valores
satisfatórios em 2024 (longo prazo), conforme Quadro 5.
Quadro 5 - Cenário 01 do Esgotamento Sanitário - Zona urbana.
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Índice de atendimento por rede geral
de coleta e fossas sépticas (%)
Elevação do índice
de atendimento até a
universalização
Elevação do índice
de atendimento
Manutenção do
índice de
atendimento
Índice de tratamento do esgoto
coletado (%)
Elevação do índice
de tratamento até a
universalização
Elevação do índice
de tratamento
Manutenção do
índice de tratamento
Geração per capita de esgoto
(litros/hab.dia)
Redução da geração
per capita
Manutenção da
geração per capita
Aumento da geração
per capita
Extravasamento de Esgoto por
extensão de rede (extrav. / Km)
Redução do
extravasamento/km
Manutenção do
extravasamento/km
Aumento do
extravasamento/km
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016
Plano Municipal de Saneamento Básico
37
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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Para esse cenário o atendimento por rede coletora foi considerado a conclusão das
obras de saneamento referentes ao PAC I e II em 20164, com um aumento de 265
quilômetros de rede e 89.000 habitantes atendidos com rede coletora com tratamento
de esgoto.
Para atingir a universalização do atendimento por rede coletora ou fossa séptica na
zona urbana em 2022 (médio prazo) será necessário um crescimento de 8,5% ao ano.
Para o atendimento por fossa séptica foi adotada uma redução gradativa de 0,1% ao
ano ao longo do horizonte de planejamento, de acordo com o Plansab (2013),
conforme Tabela 5.
O índice de tratamento de esgoto coletado atingirá a universalização em 2016 ao
considerar a conclusão das obras de esgotamento sanitário do PAC I e II, onde a
população da sede que era contemplada apenas com rede coletora passará a ter
tratamento.
No cenário 01 foi considerada a redução da geração per capita de esgoto em 20%,
passando de 108 para 86 litros por habitante dia, de acordo com a redução do
percentual de consumo per capita de água no estudo de cenário de abastecimento,
que prevê ações de educação ambiental, conscientizando a população no tocante ao
uso racional dos recursos hídricos, conforme Tabela 5.
O extravasamento de esgoto por extensão de rede será reduzido gradativamente a
uma taxa anual de 1,4 extravasamentos por quilômetro de rede até atingir, a médio
prazo (2024), um valor menor do que 0,5 extravasamento por quilômetro de rede,
considerado como ideal de acordo com a Agência Reguladora Intermunicipal de
Saneamento (ARIS) do Município de Santa Catarina, conforme Tabela 5.
4 Embora o ano de 2016 seja a previsão de término dessas obras de acordo com dados fornecidos pela
Embasa, na prática é muito pouco provável atender esse prazo.
Plano Municipal de Saneamento Básico
38
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Tabela 5 - Projeção das variáveis dos Serviços de Esgotamento Sanitário de acordo com o cenário 01.
Ho
rizo
nte
s d
e
pla
ne
jam
en
to
Ano População
urbana total (hab.)
População urbana atendida Índice de atendimento
por rede coletora de esgoto ou
fossas sépticas (%)
Geração Per Capta de esgoto (l/hab.dia)
Infiltração na rede coletora
(l/s)*
Esgoto Coletado
(l/s)
Demanda de tratamento
(l/s)
População Urbana
atendida com rede coletora e
tratamento
Índice de tratamento do esgoto coletado
(%)
Extensão da rede coletora (km)**
Extravasamento de esgoto
Rede coletora de esgoto
Fossa séptica Total (hab.)
Por extensão de
rede (extrav. /km)
Total anual (extrav./ano)
Hab. % Hab. % Hab. %
ATUAL 2015 367.656 74.342 20,2% 45.957 12,5% 120.299 32,7% 108,0 12,5 92,9 105,4 48.158 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
2016 375.452 137.158 36,5% 46.556 12,4% 183.714 48,9% 107,0 35,0 169,8 204,8 137.158 36,5% 100,0% 349,9 10,1 3.543
CURTO PRAZO
2017 383.411 173.083 45,1% 47.160 12,3% 220.242 57,4% 105,9 44,0 212,2 256,2 173.083 45,1% 100,0% 439,7 8,8 3.847
2018 391.539 210.469 53,8% 47.768 12,2% 258.237 66,0% 104,9 53,3 255,6 308,9 210.469 53,8% 100,0% 533,2 7,4 3.932
2019 399.839 249.362 62,4% 48.381 12,1% 297.743 74,5% 103,9 63,0 299,8 362,9 249.362 62,4% 100,0% 630,4 6,0 3.782
2020 408.316 289.811 71,0% 48.998 12,0% 338.809 83,0% 102,9 73,2 345,0 418,2 289.811 71,0% 100,0% 731,5 4,6 3.383
MÉDIO PRAZO
2021 416.972 331.862 79,6% 49.620 11,9% 381.482 91,5% 101,8 83,7 391,1 474,8 331.862 79,6% 100,0% 836,7 3,3 2.719
2022 425.812 375.566 88,2% 50.246 11,8% 425.812 100,0% 100,8 94,6 438,2 532,8 375.566 88,2% 100,0% 945,9 1,9 1.774
2023 434.840 383.964 88,3% 50.876 11,7% 434.840 100,0% 99,8 96,7 443,4 540,1 383.964 88,3% 100,0% 966,9 0,5 483
2024 444.058 392.547 88,4% 51.511 11,6% 444.058 100,0% 98,7 98,8 448,6 547,5 392.547 88,4% 100,0% 988,4 <0,5 484,3
LONGO PRAZO
2025 453.472 401.323 88,5% 52.149 11,5% 453.472 100,0% 97,7 101,0 453,9 554,9 401.323 88,5% 100,0% 1.010,3 <0,5 495,1
2026 463.085 410.293 88,6% 52.792 11,4% 463.085 100,0% 96,7 103,3 459,1 562,4 410.293 88,6% 100,0% 1.032,7 <0,5 506,0
2027 472.902 419.464 88,7% 53.438 11,3% 472.902 100,0% 95,7 105,6 464,4 570,0 419.464 88,7% 100,0% 1.055,7 <0,5 517,3
2028 482.928 428.840 88,8% 54.088 11,2% 482.928 100,0% 94,6 107,9 469,7 577,6 428.840 88,8% 100,0% 1.079,1 <0,5 528,8
2029 493.168 438.426 88,9% 54.742 11,1% 493.168 100,0% 93,6 110,3 475,0 585,3 438.426 88,9% 100,0% 1.103,1 <0,5 540,5
2030 503.623 448.224 89,0% 55.399 11,0% 503.623 100,0% 92,6 112,8 480,2 593,0 448.224 89,0% 100,0% 1.127,6 <0,5 552,5
2031 514.298 458.240 89,1% 56.058 10,9% 514.298 100,0% 91,5 115,3 485,5 600,8 458.240 89,1% 100,0% 1.152,6 <0,5 564,8
2032 525.202 468.480 89,2% 56.722 10,8% 525.202 100,0% 90,5 117,8 490,8 608,6 468.480 89,2% 100,0% 1.178,2 <0,5 577,3
2033 536.336 478.948 89,3% 57.388 10,7% 536.336 100,0% 89,5 120,4 496,1 616,5 478.948 89,3% 100,0% 1.204,4 <0,5 590,1
2034 547.706 489.649 89,4% 58.057 10,6% 547.706 100,0% 88,5 123,1 501,3 624,4 489.649 89,4% 100,0% 1.231,1 <0,5 603,3
2035 559.318 500.590 89,5% 58.728 10,5% 559.318 100,0% 87,4 125,8 506,5 632,4 500.590 89,5% 100,0% 1.258,5 <0,5 616,7
2036 571.175 511.773 89,6% 59.402 10,4% 571.175 100,0% 86,6 128,6 513,0 641,6 511.773 89,6% 100,0% 1.286,4 <0,5 630,4
*Considerando a infiltração de 1 l/s.km **Considerando 2,5 metros de rede coletora por habitante
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
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39
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4.1.2 Cenário 02 - Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
Para o desenvolvimento deste cenário foi considerada a elevação do índice de
atendimento por rede coletora ou fossa séptica até a meta de 86% estabelecida pelo
PLANSAB em 2033, o índice de tratamento de esgoto coletado atingirá a
universalização em 2017, a quantidade de extravasamento foi reduzida até níveis
aceitáveis em 2036 (fim de plano) e a geração de esgoto per capita foi mantida
constante, conforme Quadro 6.
Quadro 6 - Cenário 02 do Esgotamento Sanitário para zona urbana.
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Índice de atendimento por rede geral de coleta e fossas sépticas (%)
Elevação do índice de atendimento até a
universalização
Elevação do índice de atendimento
Manutenção do índice de
atendimento
Índice de tratamento do esgoto coletado (%)
Elevação do índice de tratamento até a
universalização
Elevação do índice de tratamento
Manutenção do índice de tratamento
Geração per capita de esgoto (litros/hab.dia)
Redução da geração per capita Manutenção da
geração per capita Aumento da geração
per capita
Extravasamento de Esgoto por extensão de rede (extrav. / Km)
Redução do extravasamento/km Manutenção do
extravasamento/km Aumento do
extravasamento/km
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para esse cenário o atendimento por rede coletora foi considerado a conclusão das
obras de saneamento referentes ao PAC I e II em 2017, com um aumento de 265
quilômetros de rede e 89.000 habitantes atendidos com rede coletora com tratamento
de esgoto.
Para atingir a meta de 86% estabelecida pelo Plansab em 2033, o atendimento por
rede coletora ou fossa séptica na zona urbana será necessário um crescimento de
2,4% ao ano, abrangendo no final de plano 93,1% da população urbana. Para o
atendimento por fossa séptica foi adotada uma redução gradativa de 0,1% anuais ao
longo do horizonte de planejamento, de acordo com o Plansab (2013), conforme
Tabela 6.
O índice de tratamento de esgoto coletado atingirá a universalização em 2017 ao
considerar a conclusão das obras do PAC I e II, onde a população da sede que era
contemplada apenas com rede coletora passou a ter tratamento.
Plano Municipal de Saneamento Básico
40
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No cenário 02 a geração per capita de esgoto foi mantida em 108 litros por habitantes
por dia, prevendo ações de educação ambiental, conscientizando a população no
tocante ao uso racional dos recursos hídricos, conforme Tabela 6.
O extravasamento de esgoto por extensão de rede será reduzido gradativamente a
uma taxa anual de 0,5 extravasamentos por quilômetro de rede até atingir um valor
menor do que 0,5 extravasamento por quilometro de rede em 2036, considerado como
ideal de acordo com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS) do
Município de Santa Catarina, conforme Tabela 6.
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Tabela 6 - Projeção das variáveis dos Serviços de Esgotamento Sanitário de acordo com o cenário 02.
Ho
rizo
nte
s d
e
pla
ne
jam
en
to
Ano População
urbana (hab.)
População urbana atendida Índice de
atendimento por rede
coletora de esgoto ou
fossas sépticas (%)
Geração Per Capita de esgoto (l/hab.dia)
Infiltração na rede coletora
(l/s)*
Esgoto Coletado
(l/s)
Demanda de
tratamento (l/s)
População Urbana atendida com rede
coletora e tratamento
Índice de tratamento do esgoto coletado
(%)
Extensão da rede coletora (km)**
Extravasamento de esgoto
Rede coletora de esgoto
Fossa séptica Total (hab.)
Por extensão de rede
(extrav. / km)
Total anual
(extrav. /ano) Hab. % Hab. % Hab. %
Atual 2015 367.656 74.342 20,2
% 45.95
7 12,5% 120.224 32,7% 108,0 25,0 92,9 117,9 48.158 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
2016 375.452 75.918 20,2%
46.932
12,5% 122.585 32,7% 108,0 25,0 94,9 119,9 49.179 13,1% 64,8% 124,9 11,0 1.371
Curto Prazo
2017 383.411 137.158 35,8%
47.543
12,4% 125.184 48,2% 108,0 70,0 171,4 241,4 137.158 35,8% 100,0% 349,9 10,5 3.657
2018 391.539 149.714 38,2%
48.159
12,3% 127.837 50,5% 108,0 76,3 187,1 263,4 149.714 38,2% 100,0% 381,3 9,9 3.786
2019 399.839 162.740 40,7%
48.780
12,2% 130.547 52,9% 108,0 82,8 203,4 286,2 162.740 40,7% 100,0% 413,9 9,4 3.892
2020 408.316 176.252 43,2%
49.406
12,1% 194.423 55,3% 108,0 89,5 220,3 309,8 176.252 43,2% 100,0% 447,6 8,9 3.975
Médio Prazo
2021 416.972 190.264 45,6%
50.037
12,0% 198.545 57,6% 108,0 96,5 237,8 334,4 190.264 45,6% 100,0% 482,7 8,4 4.034
2022 425.812 204.790 48,1%
50.672
11,9% 202.754 60,0% 108,0 103,8 256,0 359,8 204.790 48,1% 100,0% 519,0 7,8 4.065
2023 434.840 219.847 50,6%
51.311
11,8% 207.053 62,4% 108,0 111,3 274,8 386,1 219.847 50,6% 100,0% 556,6 7,3 4.069
2024 444.058 235.450 53,0%
51.955
11,7% 211.442 64,7% 108,0 119,1 294,3 413,4 235.450 53,0% 100,0% 595,6 6,8 4.042
Longo
Prazo
2025 453.472 251.616 55,5%
52.603
11,6% 215.924 67,1% 108,0 127,2 314,5 441,7 251.616 55,5% 100,0% 636,0 6,3 3.983
2026 463.085 268.361 58,0%
53.255
11,5% 220.502 69,5% 108,0 135,6 335,5 471,0 268.361 58,0% 100,0% 677,9 5,7 3.890
2027 472.902 285.703 60,4%
53.911
11,4% 225.176 71,8% 108,0 144,3 357,1 501,4 285.703 60,4% 100,0% 721,3 5,2 3.761
2028 482.928 303.661 62,9%
54.571
11,3% 229.950 74,2% 108,0 153,2 379,6 532,8 303.661 62,9% 100,0% 766,2 4,7 3.594
2029 493.168 322.252 65,3%
55.235
11,2% 234.826 76,5% 108,0 162,5 402,8 565,3 322.252 65,3% 100,0% 812,6 4,2 3.386
2030 503.623 341.494 67,8%
55.902
11,1% 239.804 78,9% 108,0 172,1 426,9 599,0 341.494 67,8% 100,0% 860,7 3,6 3.136
2031 514.298 361.406 70,3%
56.573
11,0% 244.887 81,3% 108,0 182,1 451,8 633,9 361.406 70,3% 100,0% 910,5 3,1 2.840
2032 525.202 382.010 72,7%
57.247
10,9% 250.079 83,6% 108,0 192,4 477,5 669,9 382.010 72,7% 100,0% 962,0 2,6 2.497
2033 536.336 403.325 75,2%
57.924
10,8% 255.381 86,0% 108,0 203,1 504,2 707,2 403.325 75,2% 100,0% 1.015,3 2,1 2.103
2034 547.706 425.371 77,7%
58.605
10,7% 260.795 88,4% 108,0 214,1 531,7 745,8 425.371 77,7% 100,0% 1.070,4 1,5 1.657
2035 559.318 448.172 80,1%
59.288
10,6% 266.324 90,7% 108,0 225,5 560,2 785,7 448.172 80,1% 100,0% 1.127,4 0,5 564
2036 571.175 471.748 82,6%
59.973
10,5% 271.970 93,1% 108,0 237,3 589,7 827,0 471.748 82,6% 100,0% 1.186,4 <0,5 593
* Considerando a infiltração de 1 l/s.km **Considerando 2,5 metros de rede coletora por habitante
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
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42
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4.1.3 Cenário 03 - Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
Para o desenvolvimento deste cenário foi considerado a manutenção do índice de
atendimento por rede coletora ou fossa séptica, do índice de tratamento de esgoto
coletado e da quantidade extravasamentos por quilômetro de rede. A geração per
capita de esgoto aumento em 20% até fim de plano 2036, conforme Quadro 7.
Quadro 7 - Cenário 01 do Esgotamento Sanitário - Zona urbana.
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Índice de atendimento por rede geral de coleta e fossas sépticas (%)
Elevação do índice de atendimento até a
universalização
Elevação do índice
de atendimento
Manutenção do índice de
atendimento
Índice de tratamento do esgoto coletado (%)
Elevação do índice de tratamento até a
universalização
Elevação do índice de tratamento
Manutenção do índice de tratamento
Geração per capita de esgoto (litros/hab.dia)
Redução da geração per capita
Manutenção da geração per capita
Aumento da geração per capita
Extravasamento de Esgoto por extensão de rede (extrav. / Km)
Redução do extravasamento/km
Manutenção do
extravasamento/km Aumento do
extravasamento/km
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para esse cenário o atendimento por rede coletora foi considerado a conclusão das
obras de saneamento referentes ao PAC I e II em 2020, com um aumento de 265
quilômetros de rede e 89.000 habitantes atendidos com rede coletora com tratamento
de esgoto.
Neste cenário foi considerada a manutenção do índice do atendimento por rede
coletora ou fossa séptica em 32,7% até a conclusão das obras do PAC I e II em 2020,
quando o índice se elevará para 47,6% e permanecerá constante até final de plano
em 2036. Para o atendimento por fossa séptica foi considerado a manutenção do
índice em todo o horizonte de planejamento. O índice de tratamento de esgoto
coletado também de manteve constante em 64,8% até a conclusão das obras do PAC
I e II até 2020, quando o índice se elevará para 98,6% e permanecerá constante até
final de plano em 2036, conforme Tabela 7.
Os extravasamentos de esgoto por extensão de rede permanecerão constantes em
11,5 extravasamentos por quilômetro de rede por ano final de plano em 2036,
considerado como insatisfatório de acordo com a Agência Reguladora Intermunicipal
de Saneamento (ARIS) do Município de Santa Catarina, conforme Tabela 6.
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No cenário 03 foi considerada o aumento da geração per capita de esgoto em 20%,
passando de 108 para 129 litros por habitante dia, prevendo poucas ações de
educação ambiental, conscientizando a população no tocante ao uso racional dos
recursos hídricos.
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Tabela 7 - Projeção das variáveis dos Serviços de Esgotamento Sanitário de acordo com o cenário 03.
Ho
rizo
nte
s d
e
pla
ne
jam
en
to
Ano População
urbana (hab.)
População urbana atendida Índice de atendimento
por rede coletora de esgoto ou
fossas sépticas (%)
Geração Per
Capita de
esgoto (litros/ha
b.dia)
Infiltração na rede coletora
(l/s)*
Esgoto Coletado
(l/s)
Demanda de
tratamento (l/s)
População urbana atendida com rede
coletora e tratamento
Índice de tratamento do esgoto coletado
(%)
Extensão da rede coletora
(km)
Extravasamento de esgoto
Rede coletora de esgoto
Fossa séptica Total (hab.)
Por extensão de rede (extrav. /
km)**
Total anual
(extrav. / ano)
Hab. % Hab. % Hab. %
Atual 2015 367.656 74.342 20,2% 45.957 12,5% 120.224 32,7% 108,0 25,0 92,9 117,9 48.158 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
2016 375.452 75.654 20,2% 46.932 12,5% 122.585 32,7% 109,0 25,0 95,5 120,4 49.179 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
Curto Prazo
2017 383.411 77.257 20,2% 47.926 12,5% 125.184 32,7% 110,1 25,0 98,4 123,4 50.221 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
2018 391.539 78.895 20,2% 48.942 12,5% 127.837 32,7% 111,1 25,0 101,4 126,4 51.286 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
2019 399.839 80.568 20,2% 49.980 12,5% 130.547 32,7% 112,1 25,0 104,5 129,5 52.373 13,1% 64,8% 124,9 11,5 1.436
2020 408.316 143.384 35,1% 51.040 12,5% 194.423 47,6% 113,1 70,0 187,8 257,7 141.373 34,6% 98,6% 349,9 11,5 4.024
Médio Prazo
2021 416.972 146.423 35,1% 52.122 12,5% 198.545 47,6% 114,2 71,7 193,5 265,2 144.373 34,6% 98,6% 358,5 11,5 4.122
2022 425.812 149.527 35,1% 53.227 12,5% 202.754 47,6% 115,2 73,2 199,4 272,6 147.434 34,6% 98,6% 366,1 11,5 4.210
2023 434.840 152.698 35,1% 54.355 12,5% 207.053 47,6% 116,2 74,8 205,4 280,2 150.560 34,6% 98,6% 373,8 11,5 4.299
2024 444.058 155.935 35,1% 55.507 12,5% 211.442 47,6% 117,3 76,3 211,6 288,0 153.752 34,6% 98,6% 381,7 11,5 4.390
Longo Prazo
2025 453.472 159.240 35,1% 56.684 12,5% 215.924 47,6% 118,3 78,0 218,0 296,0 157.011 34,6% 98,6% 389,8 11,5 4.483
2026 463.085 162.616 35,1% 57.886 12,5% 220.502 47,6% 119,3 79,6 224,6 304,2 160.340 34,6% 98,6% 398,1 11,5 4.578
2027 472.902 166.063 35,1% 59.113 12,5% 225.176 47,6% 120,3 81,3 231,3 312,6 163.739 34,6% 98,6% 406,5 11,5 4.675
2028 482.928 169.584 35,1% 60.366 12,5% 229.950 47,6% 121,4 83,0 238,2 321,3 167.210 34,6% 98,6% 415,2 11,5 4.774
2029 493.168 173.180 35,1% 61.646 12,5% 234.826 47,6% 122,4 84,8 245,3 330,1 170.756 34,6% 98,6% 424,0 11,5 4.876
2030 503.623 176.851 35,1% 62.953 12,5% 239.804 47,6% 123,4 86,6 252,6 339,2 174.375 34,6% 98,6% 433,0 11,5 4.979
2031 514.298 180.600 35,1% 64.287 12,5% 244.887 47,6% 124,5 88,4 260,2 348,6 178.072 34,6% 98,6% 442,1 11,5 5.084
2032 525.202 184.429 35,1% 65.650 12,5% 250.079 47,6% 125,5 90,3 267,9 358,2 181.847 34,6% 98,6% 451,5 11,5 5.192
2033 536.336 188.339 35,1% 67.042 12,5% 255.381 47,6% 126,5 92,2 275,8 368,0 185.702 34,6% 98,6% 461,1 11,5 5.302
2034 547.706 192.332 35,1% 68.463 12,5% 260.795 47,6% 127,5 94,2 283,9 378,1 189.639 34,6% 98,6% 470,8 11,5 5.415
2035 559.318 196.409 35,1% 69.915 12,5% 266.324 47,6% 128,6 96,2 292,3 388,4 193.659 34,6% 98,6% 480,8 11,5 5.530
2036 571.175 200.573 35,1% 71.397 12,5% 271.970 47,6% 129,6 98,2 300,9 399,1 197.765 34,6% 98,6% 491,0 11,5 5.647
* Considerando a infiltração de 1 l/s.km **Considerando 2,5 metros de rede coletora por habitante
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
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4.1.4 Análise Comparativa dos Cenários de Esgotamento Sanitário na Zona
Urbana
A análise comparativa dos cenários alternativos tem como propósito verificar a
variação da demanda futura ao longo dos horizontes de planejamento, sendo esta,
reflexo das hipóteses definidas para a evolução do índice de atendimento por rede
coletora de esgoto ou fossas sépticas, do índice de tratamento do esgoto coletado, da
geração per capita de esgoto e do extravasamento de esgoto por extensão de rede,
conforme pode-se verificar no Quadro 8.
Quadro 8 - Comparação das variáveis de estudo de cada cenário Esgotamento Sanitário na zona urbana.
Cenários Índice de atendimento por
rede coletora de esgoto ou fossas sépticas (%)
Índice de tratamento do esgoto coletado
(%)
Geração per capita de esgoto
(l/hab.dia)
Extravasamento por extensão de
rede (extrav. /km)
Cenário 01 Elevação Elevação Redução Redução
Cenário 02 Elevação Elevação Manutenção Redução
Cenário 03 Manutenção Manutenção Elevação Manutenção
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
A Tabela 8 apresenta a variação dos indicadores para os 03 (três) diferentes cenários
estudados para o Esgotamento Sanitário ao longo do horizonte de planejamento.
Tabela 8 - Comparação do comportamento dos indicadores dos Serviços de Esgotamento Sanitário para os diferentes cenários alternativos (População urbana).
Variável Ano Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03
Índice de atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas
sépticas (%)
2017 57,4% 48,2% 32,7%
2021 91,5% 57,6% 47,6%
2025 100,0% 67,1% 47,6%
2036 100,0% 93,1% 47,6%
Índice de tratamento do esgoto coletado (%)
2017 100,0% 100,0% 64,8%
2021 100,0% 100,0% 98,6%
2025 100,0% 100,0% 98,6%
2036 100,0% 100,0% 98,6%
Geração Per Capta de esgoto (l/hab.dia)
2017 105,9 108,0 110,1
2021 101,8 108,0 114,2
2025 97,7 108,0 118,3
2036 86,6 108,0 129,6
Extravasamento por extensão de rede (Extrav. /km)
2017 8,8 10,5 11,5
2021 3,3 8,4 11,5
2025 <0,5 6,3 11,5
2036 <0,5 <0,5 11,5
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
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Índice de atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas sépticas (%):
Como pode ser visto o atendimento por rede coletora ou fossa séptica só atingirá a
universalização no cenário 01, o cenário 02 cumpre a meta estabelecida pelo Plano
Nacional de Saneamento Básico (2014) atingindo 93,1% de atendimento no final de
plano em 2036, enquanto no cenário 03 o índice permanece constante em 47,6%,
conforme Figura 4.
Figura 4 - Comparação do atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas sépticas entre os cenários 01, 02 e 03.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para o atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas sépticas os cenários
consideraram-se as seguintes possiblidades:
Cenário 01: conclusão das obras do PAC I e II em 2016 e investimento intenso
até atingir a universalização em 09 anos;
Cenário 02: conclusão das obras do PAC I e II em 2017 e investimento menos
intenso até atingir 93,1% da população em 20 anos;
Cenário 03: conclusão das obras do PAC I e II em 2020 e pouco investimento.
Índice de tratamento do esgoto coletado (%):
O índice de tratamento do esgoto coletado atingirá a universalização nos cenários 01
e 02, no cenário 03 atingirá um percentual de 98,6%, restando apenas 1,4% para a
universalização, conforme Figura 5.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
2017 2021 2025 2036
Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Figura 5 - Comparação do Índice de tratamento do esgoto coletado entre os cenários 01, 02 e 03.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para o índice de tratamento do esgoto coletado os cenários consideraram-se as
seguintes possiblidades:
Cenário 01: conclusão das obras do PAC I e II em 2016, e o tratamento de todo
o esgoto coletado após a implantação novas redes coletoras de esgoto;
Cenário 02: conclusão das obras do PAC I e II em 2017, e o tratamento de todo
o esgoto coletado após a implantação novas redes coletoras de esgoto;
Cenário 03: conclusão das obras do PAC I e II em 2020, e o tratamento de
quase todo o esgoto coletado após a implantação novas redes coletoras de
esgoto.
Geração per capita de esgoto (litro/habitante.dia):
A geração per capita de esgoto irá variar 40%, se consideramos o cenário 01 e o
cenário 03, esse percentual representa uma diferença de 43 litros por habitante dia.
No cenário 02 o valor da geração per capita de esgoto permanece constante em 108
litros por habitante dia, conforme Figura 6.
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
110,0%
2017 2021 2025 2036
Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Figura 6 - Comparação da geração per capita de esgoto entre os cenários 01, 02 e 03.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para a geração per capta de esgoto os cenários consideraram-se as seguintes
possiblidades:
Cenário 01: intensas ações de educação ambiental, conscientizando a
população no tocante ao uso racional dos recursos hídricos e um grande
incentivo a reutilização do esgoto doméstico5;
Cenário 02: ações de educação ambiental, conscientizando a população no
tocante ao uso racional dos recursos hídricos e o incentivo a reutilização do
esgoto doméstico;
Cenário 03: poucas ações de educação ambiental e nenhum incentivo a
reutilização do esgoto doméstico.
Extravasamento por extensão de rede (extrav. /Km):
Os extravasamentos por extensão de rede reduziram de 11,5 para <0,5
extravasamento por quilômetro de rede (valor ideal) no cenário 01 em 2023 e no
cenário 02 em 2036, no cenário 03 o valor permanece constante em 11,5
extravasamento por quilômetro de rede, conforme Figura 7.
5 Reaproveitamento das aguas cinzas para funções menos nobres como: lavagem do piso das residências, nas descargas sanitárias, etc. Assim, além de ações de educação ambiental, também será necessária implantação de mecanismos nas residências que possibilitem a reunificação do esgoto doméstico.
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
130,0
140,0
2017 2021 2025 2036
Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Figura 7 - Comparação dos extravasamentos por extensão de rede entre os cenários 01, 02 e 03.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para os extravasamentos por extensão de rede os cenários consideraram-se as
seguintes possiblidades:
Cenário 01 e 02: máxima eficiência das ações de educação ambiental6, dos
programas de coleta de óleo usado, aumento da implantação ou adequação
das caixas coletoras de gordura, bem como a melhoria da manutenção e
operação do sistema de esgotamento sanitário pela prestadora dos serviços.
Cenário 03: poucas ações de educação ambiental, inexistência de programas
de coleta de óleo usado e algumas melhorias da manutenção e operação do
sistema de esgotamento sanitário pela prestadora dos serviços
4.2 Cenários Alternativos dos Serviços de Esgotamento Sanitário para Zona Rural
Para construção dos cenários alternativos para a zona rural, devido à inexistência de
dados capazes de subsidiar o estudo, foi empregada a metodologia qualitativa. Dessa
maneira, os cenários para zona rural não serão apresentados no mesmo formato dos
cenários apresentados para zona urbana, porém a análise não será prejudicada.
6 Danos causados na rede coletora de esgoto devido ao do descarte de resíduos sólidos nos logradouros, de óleo usado esgotamento doméstico e o entroncamento das aguas pluviais da residência no sistema de esgotamento sanitário.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
2017 2021 2025 2036
Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03
Plano Municipal de Saneamento Básico
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As variáveis e hipóteses levantadas levaram em consideração os principais problemas
identificados e anseios dos moradores, a saber: universalização do acesso ao
Esgotamento Sanitário, uso de tecnologias apropriadas e qualidade da solução ou
serviço adotado.
4.2.1 Cenário 01 - Esgotamento Sanitário na Zona Rural
De modo geral, esse é o cenário mais otimista e caracteriza-se por fortes
investimentos em infraestrutura e em monitoramento e manutenção, tanto em
sistemas operados pela Embasa quanto em soluções individuais.
Nesse cenário visa-se ampliar o índice de cobertura de Esgotamento Sanitário
alcançando a universalização, como preconiza a Política Nacional de Saneamento
Básico, para tanto, devem ser empregadas tecnologias apropriadas à realidade local.
Nesse cenário, pretende-se que a qualidade da prestação dos Serviços de
Esgotamento Sanitário seja garantida, com as condições de operação e manutenção
dos sistemas assegurados, assim como, o monitoramento e manutenção das
soluções individuais implantadas. O Quadro 9 apresenta as hipóteses consideradas
para construção do Cenário 01 para zona rural do município de Camaçari.
Quadro 9 - Cenário 1 do Esgotamento Sanitário - Zona Rural. Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Universalização do acesso
Ampliação do índice de cobertura até a universalização.
Ampliação do índice de cobertura sem o alcance da universalização.
Manutenção do índice de cobertura.
Tecnologia apropriada
Implantação de tecnologias adequadas para a zona rural,
considerando as peculiaridades locais e a capacidade de pagamento dos usuários.
Implantação de tecnologias adequadas de forma dispersa, considerando as peculiaridades
locais e a capacidade de pagamento dos usuários.
Implantação de soluções não compatíveis com as
peculiaridades locais e regionais e a capacidade de pagamento
dos usuários.
Qualidade da solução adotada
ou do serviço prestado
Atendimento das condições mínimas de qualidade na
prestação dos serviços públicos de Esgotamento Sanitário,
como as condições operacionais e de manutenção dos sistemas. Monitoramento e
manutenção contínuos das soluções individuais
implantadas.
Atendimento parcial das condições mínimas de qualidade na prestação
dos serviços públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas.
Monitoramento e manutenção dispersa das soluções individuais
implantadas.
Não atendimento das condições mínimas de qualidade na
prestação dos serviços públicos de saneamento básico, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas. Nenhum monitoramento e manutenção das soluções individuais implantadas.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
4.2.2 Cenário 02 - Esgotamento Sanitário na Zona Rural
Nesse cenário são priorizados os investimentos para assegurar a implantação de
tecnologias de Esgotamento Sanitário apropriadas à realidade local e a qualidade na
prestação dos Serviços de Esgotamento Sanitário, tanto das soluções coletivas
quanto individuais. Visa-se ampliar o índice de cobertura de Esgotamento Sanitário,
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porém sem alcançar a universalização, conforme prevê o PLANSAB para o Brasil e
para a região nordeste, considerando as perspectivas de crescimento econômico do
País menos otimistas para os próximos 20 anos.
Assim como no Cenário 01, esse cenário, almeja garantir a qualidade da prestação
dos Serviços de Esgotamento Sanitário, com as condições de operação e manutenção
dos sistemas asseguradas, assim como, o monitoramento e manutenção contínuos
das soluções individuais implantadas. O Quadro 10 apresenta as hipóteses
consideradas para construção do Cenário 02 para zona rural do município de
Camaçari.
Quadro 10 - Cenário 02 do Esgotamento Sanitário - Zona Rural.
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Universalização do acesso
Ampliação do índice de cobertura até a universalização.
Ampliação do índice de cobertura sem o alcance da universalização.
Manutenção do índice de cobertura.
Tecnologia apropriada
Implantação de tecnologias adequadas para a zona rural, considerando as
peculiaridades locais e a capacidade de pagamento
dos usuários.
Implantação de tecnologias adequadas de forma dispersa,
considerando as peculiaridades locais e a capacidade de pagamento dos usuários.
Implantação de soluções não compatíveis com as
peculiaridades locais e regionais e a capacidade de
pagamento dos usuários.
Qualidade da solução adotada ou do serviço
prestado
Atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços
públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas.
Monitoramento e manutenção contínuos das
soluções individuais implantadas.
Atendimento parcial das condições mínimas de qualidade na
prestação dos serviços públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas.
Monitoramento disperso das soluções individuais implantadas.
Não atendimento das condições mínimas de
qualidade na prestação dos serviços públicos de
saneamento básico, como as condições operacionais e de manutenção dos sistemas. Nenhum monitoramento e manutenção das soluções individuais implantadas.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
4.2.3 Cenário 03 - Esgotamento Sanitário na Zona Rural
Esse cenário é caracterizado por baixos investimentos nos Serviços de Esgotamento
Sanitário, restringindo-se a ações que visam ampliar a cobertura dos sistemas.
O Cenário 03, mostrado no Quadro 11, visa ampliar a cobertura do acesso aos
Serviços de Esgotamento Sanitário, porém com a implantação de tecnologias não
compatíveis às atipicidades da realidade local, além da inexistência de ações que
visem garantir a qualidade do serviço prestado. O Quadro 11 apresenta as hipóteses
consideradas na construção desse cenário.
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Quadro 11 - Cenário 03 do Esgotamento Sanitário - Zona Rural. Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Universalização do acesso
Ampliação do índice de cobertura até a universalização.
Ampliação do índice de cobertura sem o alcance da universalização.
Manutenção do índice de cobertura.
Tecnologia apropriada
Implantação de tecnologias adequadas para a zona rural, considerando as
peculiaridades locais e a capacidade de pagamento
dos usuários.
Implantação de tecnologias adequadas de forma dispersa,
considerando as peculiaridades locais e a capacidade de pagamento dos usuários.
Implantação de soluções não compatíveis com as
peculiaridades locais e regionais e a capacidade de
pagamento dos usuários.
Qualidade da solução adotada ou do serviço
prestado
Atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços
públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas.
Monitoramento e manutenção contínuos das
soluções individuais implantadas.
Atendimento parcial das condições mínimas de qualidade na
prestação dos serviços públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas.
Monitoramento disperso das soluções individuais implantadas.
Não atendimento das condições mínimas de
qualidade na prestação dos serviços públicos de
saneamento básico, como as condições operacionais e de manutenção dos sistemas. Nenhum monitoramento e manutenção das soluções individuais implantadas.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
4.2.4 Análise Comparativa dos Cenários de Esgotamento Sanitário na Zona
Rural
As alternativas de cenários de Esgotamento Sanitário apresentadas permitem refletir
quanto ao índice de cobertura do serviço na zona rural, aos tipos de tecnologias
adotadas, além da qualidade de prestação praticada.
Quadro 12 - Comparação das variáveis de estudo de cada cenário de Esgotamento Sanitário – Zona Rural.
Cenários Universalização do
acesso Tecnologia apropriada
Qualidade da solução adotada ou do serviço prestado
Cenário 1 Universalização Implantação em toda a
área rural Atendimento das condições mínimas na
prestação dos serviços
Cenário 2 Ampliação da cobertura
atual Implantação em toda a
área rural Atendimento das condições mínimas na
prestação dos serviços
Cenário 3 Ampliação da cobertura
atual
Implantação de tecnologias não
compatíveis
Não atendimento das condições mínimas na prestação dos serviços
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
A partir do Quadro 12, nota-se que para a variável universalização do acesso adotou-
se as hipóteses de universalização e ampliação da cobertura existente, sem admitir a
hipótese que haverá redução do acesso na zona rural, visto que a conjuntura atual do
município de Camaçari-Ba sugere que os investimentos no campo do saneamento
serão ampliados garantindo a redução da situação deficitária existente na zona rural
do município, caminhando para o atendimento ao princípio da universalização do
acesso preconizado na Política Nacional de Saneamento Básico.
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Quanto à variável que avalia a adequabilidade da tecnologia adotada para o
Esgotamento Sanitário, admitiu-se a possibilidade da implantação de tecnologias
apropriadas em toda área rural do município e implantação de tecnologias não
compatíveis às peculiaridades locais.
Para a variável que analisa a qualidade da solução adotada ou do serviço prestado
considerou-se as hipóteses de atendimento às condições mínimas de prestação dos
serviços, considerando operação e manutenção das soluções adotadas, e não
atendimento das condições mínimas.
Portanto, dentre os cenários propostos, considera-se que o Cenário 02 é o mais
admissível para a zona rural, pois prevê melhorias significativas e compatíveis com as
perspectivas da Política Nacional do Saneamento Básico.
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5 CENÁRIO DE REFERÊNCIA, OBJETIVOS E METAS
5.1 Cenário de Referência na Zona Urbana
A adoção do cenário 01 seria com certeza uma condição a ser perseguida para a
universalização dos Serviços de Esgotamento Sanitário com a diminuição da
quantidade de extravasamentos a níveis aceitáveis e a redução da geração per capita,
entretanto, no que pese o desejo e a necessidade de ações que busquem esse
objetivo, o intervalo de tempo para implementação das ações necessárias em curto
prazo é pouco sustentável, tendo em vista as etapas de estudos e planejamentos e,
por fim a busca por financiamentos que acabaria por ser atropelada por um desejo
maior em realizar todas as ações previstas. Ainda que factíveis do ponto de vista da
engenharia, a implementação de metas a curto e médio prazo, postergando a
universalização dos Serviços de Esgotamento Sanitário, segue na contramão das
políticas atuais do país.
O cenário 03, ao contrário dos cenários 01 e 02 mantem constantes os índices de
atendimento, índice de tratamento e extravasamento por quilometro de rede, e
aumenta a geração per capita de esgoto. Mesmo que para a manutenção do índice
tenha que ampliar os serviços, o cenário 03 reflete a diminuição das implantações de
infraestrutura e da equipe de operação do sistema de Esgotamento Sanitário, bem
como a ausência de ações de educação ambiental que mantenham constante a
geração perca pita e diminua a quantidade de extravasamento de esgoto devido ao
lançamento de resíduos sólidos, óleo e o entroncamento as aguas pluviais na rede
coletora de esgoto.
Quanto à geração per capita é importante destacar que, mudar-se um hábito é mais
difícil do que se proceder a melhorias no sistema. No caso de se tomar o caminho de
sensibilização de toda uma comunidade, as ações voltadas à educação ambiental
deverão ser constantes e maciças. Os investimentos nessas atividades terão que se
tornar parte integrante das despesas normais da concessionária e da própria
prefeitura municipal. Mesmo assim, estas ações são de longo prazo, que visam,
conforme foi dito anteriormente, mudar hábitos, com o agravante de que nem todos
os habitantes de um determinado município tem contato direto com o saneamento,
fazendo com que essa ação seja mais sinuosa.
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Portanto, para a adoção de um cenário é importante se considerar a capacidade da
concessionária que opera os sistemas, em cumprir as metas estabelecidas em nível
técnico, operacional, financeiro e administrativo, assim como das secretarias
municipais correlatas, a exemplo da secretaria de saúde e educação, trabalharem em
parceria com a prestadora de serviço.
Tendo em vista o exposto, percebe-se que o cenário 02, onde se tem a elevação do
índice de atendimento, do índice de tratamento e manutenção da geração per capita
e redução da quantidade de extravasamento por quilometro de rede de forma
gradativa, o que facilita o planejamento e torna mais viável a implantação da
infraestrutura e ações voltadas para o Esgotamento Sanitário.
A partir da definição do cenário de referência, baseado na comparação com outros
dois cenários estudados, são estabelecidos objetivos e metas alinhados com a
projeção desenhada no cenário. A referência temporal consiste no horizonte de
planejamento, de 20 anos, e que se distingue em ciclos quadrienais, com base no
período de revisão do PMSB.
A seguir, o cenário escolhido como referência para este estudo encontra-se
estruturado, de modo que serão indicadas estratégias possíveis para cumprir as
metas previstas e alcançar os objetivos definidos.
5.1.1 Objetivos
Os objetivos traçados para os Serviços de Esgotamento Sanitário no município de
Camaçari devem estar alinhados com as diretrizes nacionais e estaduais, conforme
pode-se observar a seguir:
Universalizar o acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário, empregando-se
tecnologia apropriada à realidade local, atendendo a todos os domicílios de forma
a evitar a exposição da população a organismos patogênicos e a contaminação
do meio ambiente, tratando o efluente em conformidade com a legislação
ambiental e a de recursos hídricos;
Iniciar o monitoramento dos corpos receptores de esgoto (tratado ou não)
levantando os parâmetros, físicos, químicos e biológicos destes, e enquadra-los
de acordo com a Resolução CONAMA Nº 430:
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Melhoria continua da operação do sistema de Esgotamento Sanitário como a
implantação de medidores de vazão (verificar a infiltração de água na rede
coletora) e de cadastro georreferenciado dos equipamentos e de não
conformidades do sistema.
Priorizar ações nas áreas onde se encontram os maiores déficits no Esgotamento
Sanitário;
Melhorar a regulação e fiscalização dos serviços;
Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educação ambiental.
5.1.2 Metas
As metas representam o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos objetivos
e são fixadas de acordo com os indicadores definidos para o horizonte de
planejamento. Serão indicadas estratégias para alcançar as metas traçadas, com
base no Plano Nacional de Saneamento Básico e em diretrizes para o município.
a) Índice de atendimento por rede coletora ou fossa séptica
O índice de atendimento por rede coletora ou fossa séptica na área urbana elevará de
32,7% para 93,1% em 20 anos (longo prazo). Apesar de não alcançar a
universalização proposta pelo PNSB, este índice está de acordo com a meta
estabelecida pelo PLANSAB para o nordeste, restando apenas 6,9% da população a
ser atendida pela rede coletora ou fossa séptica. Cabe salientar, a importância de se
vencer qualquer barreira de acessibilidade, seja legal, econômica, física ou cultural,
ou seja, significa acesso igual para todos.
Quadro 13 - Metas de referência do cenário: índice de atendimento por rede coletora ou fossa séptica.
Meta Cenário de referência (%)
2017 2021 2025 2036
Elevação do índice de atendimento até a meta
estabelecida pelo Plansab 48,2% 57,5% 67,1% 93,1%
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Assim, as estratégias indicadas são:
Realizar o levantamento das áreas urbanas definindo os locais de acordo com
a tecnologia de esgotamento a ser implantada: rede coletora ou soluções
individualizadas.
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Realizar o levantamento dos domicílios rurais para definir o tipo de solução
individualizada mais adequada.
Implantação de rede coletoras nas áreas indicadas e auxilio técnico para
implantação de soluções individualizadas.
Priorizar as áreas com maior demanda pelo serviço de Esgotamento Sanitário
b) Índice de tratamento do esgoto coletado;
O índice de tratamento do esgoto coletado influencia diretamente no nível de poluição
dos mananciais, quanto maior a cobertura do tratamento menor são as probabilidades
de contaminação dos mesmos. Para o cenário de referência a universalização do
tratamento do esgoto coletado é atingida em 2017, logo após a finalização das obras
do PAC I e II.
O município de Camaçari tem uma peculiaridade: a disponibilidade da Cetrel em tratar
parte do esgoto gerado pelo município, porém apenas parte dessa disponibilidade.
Além disso, nenhuma das estações de tratamento existentes no município atendem
os padrões de lançamento da Resolução CONAMA 430.
Quadro 14 - Metas de referência do cenário: índice de tratamento do esgoto coletado.
Meta Cenário de referência (%)
2017 2021 2025 2036
Universalização do índice de tratamento do esgoto
coletado em 2030 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Assim, as estratégias indicadas são:
Utilização do potencial de tratamento de esgoto da Cetrel;
Implantação de novas estações de tratamento de esgoto;
Adequação das Estações de Tratamento de Esgoto para que se enquadrem de
acordo com os padrões de lançamento das Resoluções CONAMA 430;
Ampliar a rede de fiscalização e monitoramento da qualidade dos efluentes
tratados e qualidade dos mananciais.
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c) Geração per capita de esgoto;
A geração per capita de esgoto no cenário de referência não sofreu nenhuma
variação, permanecendo 108L/hab.dia ao decorrer do horizonte de planejamento,
ressalta-se que este é considerado como um consumo razoavelmente baixo, quando
analisado o contexto do município.
O cenário de referência considera que quando alcançada, por meio de ampliação e
melhoria dos sistemas já existentes, a universalização do atendimento proporcionará
o fornecimento de água em quantidade e qualidade para a população, o que pode
levar ao aumento do consumo água e, consequentemente, da geração de esgoto,
porém, mediante a promoção de ações de educação ambiental contemplando
campanhas continuas de sensibilização, este indicador pode ser mantido ao longo dos
anos.
Além das campanhas de sensibilização sobre o consumo racional de água, outra
medida a ser adota para reduzir a geração de esgoto é a reutilização das águas
servidas como por exemplo, a utilização da água descartada na lavadora de roupas
para a descarga sanitária nos vasos ou para lavagem de pisos, e até mesmo a
utilização da agua da pia do banheiro para o vaso sanitário. Para que isso ocorra,
além das campanhas educacionais é preciso investimento para que os domicílios se
adaptem e possam reutilizar a água servida.
Quadro 15 - Metas de referência do cenário de referência: geração per capita de esgoto.
Meta
Cenário de referência (L./hab.dia)
2017 2021 2025 2036
Manutenção da geração per capita de esgoto
108 108 108 108
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Assim, as estratégias indicadas são:
Educação para o consumo consciente – Conceber e pôr em prática
instrumentos como pesquisas, estudos de caso, guias e manuais, campanhas
e outros, para sensibilizar e mobilizar o indivíduo/consumidor, visando a
mudanças de comportamento. Devem ser igualmente consideradas ações que
tenham impacto no sistema cultural e educacional (englobam os
indivíduos/consumidores e instituições tais como escolas e universidades, a
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mídia, o marketing e a indústria cultural) visando a mudança de
comportamentos.
Fornecer incentivos a utilização de aparelhos economizadores, aproveitamento
de água pluvial e reuso de águas cinzas (pia de banheiro, chuveiro, máquina
de lavar), a exemplo de desconto no IPTU.
d) Extravasamento por quilometro de rede;
Os extravasamentos são causados geralmente por obstrução ou rompimento das
redes coletoras indicando o estado de conservação, manutenção e uso adequado
destas.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento
(SNIS) o município de Camaçari apresentou 11,5 extravasamentos por quilometro de
rede, para o cenário de referência esse índice cai para menos de 0,5 extrav./km no
final de plano em 2036, evidenciando a eficiência das ações de educação ambiental
(danos do descarte de resíduos sólidos e óleo usado na rede coletora), dos programas
de coleta de óleo usado, aumento da implantação ou adequação das caixas coletoras
de gordura, bem como a melhoria da manutenção e operação do sistema de
Esgotamento Sanitário pela prestadora dos serviços.
Quadro 16 - Metas de referência do cenário de referência: redução dos extravasamentos por quilometro de rede.
Meta Cenário de referência (extrav. /km)
2017 2021 2025 2036
Redução dos extravasamentos por quilometro de rede
10,5 8,4 6,3 <0,5
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Assim, as estratégias indicadas são:
Educação para o uso consciente – Conceber e pôr em prática instrumentos
como pesquisas, estudos de caso, guias e manuais, campanhas e outros, para
sensibilizar e mobilizar o indivíduo/consumidor, visando a mudanças de
comportamento. Devem ser igualmente consideradas ações que tenham
impacto no sistema cultural e educacional (englobam os
indivíduos/consumidores e instituições tais como escolas e universidades, a
mídia, o marketing e a indústria cultural) visando a mudança de
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comportamentos, conscientizando a população dos danos ao lançar resíduos
e óleo na tubulação.
Fiscalização nos domicílios a fim de verificar o lançamento de aguas pluviais
na rede coletora de esgoto,
Criar um cadastro georreferenciado e lançar toda a infraestrutura do sistema
de Esgotamento Sanitário como a rede coletora, coletores tronco, interceptores
e estações elevatórias, para facilitar a logística de reparos e identificação de
não conformidades no sistema.
5.2 Cenário de Referência na Zona Rural
O cenário 2 demonstrado no Quadro 17 foi escolhido como a referência a ser seguida
pela gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário de Camaçari. Suas metas,
alcançáveis e condizentes com a realidade do município, possibilitam o avanço frente
às demandas existentes.
Quadro 17 - Cenário de referência para a Zona Rural do município de Camaçari. Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Universalização do acesso
Ampliação do índice de cobertura até a universalização.
Ampliação do índice de cobertura sem o alcance da
universalização.
Manutenção do índice de cobertura.
Tecnologia apropriada
Implantação de tecnologias adequadas para a zona rural, considerando as
peculiaridades locais e a capacidade de pagamento
dos usuários.
Implantação de tecnologias adequadas de forma dispersa,
considerando as peculiaridades locais e a
capacidade de pagamento dos usuários.
Implantação de soluções não compatíveis com as peculiaridades locais e
regionais e a capacidade de pagamento dos
usuários.
Qualidade da solução adotada
ou do serviço prestado
Atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços
públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos
sistemas. Monitoramento e manutenção contínuos das
soluções individuais implantadas.
Atendimento parcial das condições mínimas de
qualidade na prestação dos serviços públicos de
Esgotamento Sanitário, como as condições operacionais e
de manutenção dos sistemas. Monitoramento disperso das
soluções individuais implantadas.
Não atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços públicos de
saneamento básico, como as condições operacionais e de manutenção dos
sistemas. Nenhum monitoramento e
manutenção das soluções individuais implantadas.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Diante do horizonte de planejamento de 20 anos do PMSB, segundo estudos
realizados no âmbito do PLANSAB para o Brasil e para região nordeste, não é possível
atingir a universalização do acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário,
considerando as perspectivas de crescimento econômico do país menos otimistas
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para os próximos 20 anos. Contudo, foi considerada uma ampliação do índice de
cobertura que garantirá redução da situação deficitária da população da zona rural do
município. Ressalta-se a importância de, na ocasião de revisão do plano, serem
reavaliadas todas as metas propostas, atentando-se à possibilidade de
universalização frente aos avanços alcançados.
A partir da definição do cenário de referência são estabelecidos objetivos e metas
alinhados com a projeção desenhada no cenário. A referência temporal consiste no
horizonte de planejamento, de 20 anos, e que se distingue em ciclos quadrienais, com
base no período de revisão do PMSB, mas sobretudo, no intervalo de elaboração do
plano plurianual do município.
A seguir, com o cenário de referência escolhido para este estudo, serão indicadas
estratégias possíveis para alcançar as metas previstas e cumprir os objetivos
definidos.
5.2.1 Objetivos
Os objetivos traçados para a gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona
rural do município de Camaçari apresentam-se a seguir:
Ampliação gradual do índice de cobertura do acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário;
Emprego de tecnologias apropriadas à realidade local e à capacidade de
pagamento dos usuários em toda área rural;
Aplicação de tarifas módicas;
Prestação dos serviços ou da solução adotada obedecendo as condições
mínimas de operação e manutenção com qualidade;
Monitoramento e manutenção contínuos das soluções individuais adotadas;
Fortalecimento da relação da comunidade com o meio ambiente;
Capacitação da comunidade para uso das tecnologias adequadas.
5.2.2 Metas
As metas representam o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos objetivos
e são fixadas de acordo com os indicadores definidos para o horizonte de
planejamento. A seguir serão indicadas as metas traçadas para alcance do cenário
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de referência com base no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) e nas
diretrizes da Política Nacional de Saneamento Básico.
a) Universalização do acesso
As metas propostas para alcance da ampliação do acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário foram baseadas nas recomendações do Plansab (2011) para
região nordeste, para atendimento de domicílios rurais por rede ou fossa séptica. Se
considerou que o índice de cobertura no horizonte final do plano será de 80% dos
domicílios da zona rural atendidos com Esgotamento Sanitário, sendo propostas
metas progressivas para alcançar esse cenário, conforme mostrado na Tabela 9.
Tabela 9 - Metas progressivas para ampliação do acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário para a zona rural do município.
Horizonte de planejamento
Ano População rural (hab.)
Total de domicílios
rurais (und.)
Índice de cobertura por solução individualizada de
esgotamento (%)
Domicílios rurais atendidos por solução individualizada de
esgotamento (hab.)
Curto 2017 14.385 4.170 33% 1.382
Médio 2021 15.643 4.534 39% 1.768
Longo 2025 17.012 4.931 50% 2.483
Fim de plano 2036 21.429 6.211 80% 4.969
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Com base nas metas adotadas foi possível fazer uma projeção de atendimento dos
domicílios ao longo dos anos do horizonte de planejamento do PMSB, conforme
mostrado na Tabela 10.
Tabela 10 - Projeção de atendimento com Serviços de Esgotamento Sanitário na zona rural do município de Camaçari-BA.
Ho
rizo
nte
Ano População rural (hab.)
Total de domicílios
rurais (und.)
Índice de cobertura por solução
individualizada de esgotamento (%)
Domicílios rurais atendidos por
solução individualizada de
esgotamento (und.)
Déficit de atendimento por
solução individualizada de esgotamento (%)
Atual 2016 14.085 4.083 32% 1.299 68%
Curto Prazo
2017 14.385 4.170 33% 1.382 67%
2018 14.689 4.258 35% 1.470 65%
2019 15.001 4.348 36% 1.563 64%
2020 15.318 4.440 37% 1.663 63%
Médio Prazo
2021 15.643 4.534 39% 1.768 61%
2022 15.975 4.630 42% 1.925 58%
2023 16.314 4.729 44% 2.096 56%
2024 16.659 4.829 47% 2.281 53%
Longo Prazo
2025 17.012 4.931 50% 2.483 50%
2026 17.374 5.036 54% 2.703 46%
2027 17.742 5.143 57% 2.943 37%
2028 18.117 5.251 61% 3.203 39%
2029 18.501 5.363 63% 3.384 37%
2030 18.894 5.477 65% 3.575 35%
2031 19.295 5.593 68% 3.777 32%
2032 19.704 5.711 70% 3.990 30%
2033 20.121 5.832 72% 4.215 28%
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Ho
rizo
nte
Ano População rural (hab.)
Total de domicílios
rurais (und.)
Índice de cobertura por solução
individualizada de esgotamento (%)
Domicílios rurais atendidos por
solução individualizada de
esgotamento (und.)
Déficit de atendimento por
solução individualizada de esgotamento (%)
2034 20.548 5.956 75% 4.452 25%
2035 20.983 6.082 77% 4.703 23%
2036 21.429 6.211 80% 4.969 20%
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
b) Uso de tecnologia apropriada
A implantação de tecnologias adequadas para Esgotamento Sanitário na zona rural
deve levar em consideração as peculiaridades locais, a capacidade de pagamento
dos usuários, a preservação ambiental e a eficácia da solução adotada, considerando
critérios como fácil aplicabilidade e baixo custo de implantação, operação e
manutenção, sempre visando alcançar resultados positivos para solucionar às
demandas da população e prezando pela melhoria da qualidade de vida dos
moradores. Nesse contexto, prevê-se no cenário de referência a implantação de
tecnologias apropriadas à realidade local em toda a área rural do município de
Camaçari-Ba. O Apêndice B apresenta alguns tipos de soluções individualizadas que
podem ser implantadas na zona rural.
c) Qualidade da solução adotada ou do serviço prestado
A lei n° 11.445/2007 estabelece princípios fundamentais para prestação dos serviços
públicos de saneamento básico e, entres os princípios enunciados, consta a qualidade
da prestação, que inclui regularidade, continuidade e atendimento às condições
operacionais e de manutenção das soluções adotadas. Sendo assim, para alcance do
cenário de referência proposto prevê-se o atendimento das condições mínimas de
qualidade na prestação dos serviços públicos de Esgotamento Sanitário, como as
condições operacionais e de manutenção dos sistemas, assim como o monitoramento
e manutenção contínuos de todas as soluções de Esgotamento Sanitário implantadas
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6 ESTUDO DE DEMANDAS PELOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO PARA ZONA URBANA
A fim de avaliar melhor as especificidades locais, os valores das variáveis do cenário
de referência (“a tendência”) foram aplicados para a realidade dos Distritos Sede,
Abrantes e Monte Gordo, e no horizonte de planejamento 20 anos, sendo estimada a
extensão da rede coletora necessária, a demanda por tratamento de esgoto e de
equipes de manutenção para conter os extravasamentos do esgoto.
6.1 Distrito Sede
No Distrito Sede em 2015 havia ao todo 90,6 quilômetros de rede coletora atendendo
um total de 53.574 habitantes (28,0% da população urbana do distrito), distribuídos
em: conjuntos residências com estações de tratamento de esgoto compactas,
conjuntos que lançam o esgoto para Cetrel e os domicílios atendidos pela rede
coletora construída pela prefeitura.
Tabela 11 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em 2015.
Distrito Sede Extensão da
Rede Coletora (km)
Tratamento do esgoto coletado
População Atendida
(hab.)
População urbana do distrito Sede
(hab.)
Conjuntos com ETE Compactas 6,3 Sim 8.105
191.510 Conjuntos que lançam para a Cetrel
24,3 Sim 19.285
Rede Coletora (construída pele Prefeitura*)
60,0 Não 26.184
Total 90,6 - 53.574
*Rede em péssimo estado de conservação que será englobada parcialmente pelas obras do PAC I e II em 2017.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
De acordo com o Cenário 02, as obras do PAC I e II serão concluídas em 2017 (que
contempla a implantação de 265 quilômetros de rede e atendimento a 89.000
habitantes), o índice de atendimento por rede coletora de esgoto na zona urbana do
Distrito Sede aumentará para 58,3% da população.
Cabe salientar que devido ao péssimo estado de conservação da antiga rede coletora
construída pela prefeitura, apenas 20 quilômetros foram aproveitados na implantação
da rede coletora no PAC I e II, chegando a 315,6 quilômetros de rede coletora
implantada. A população atendida por essa antiga rede foi incorporada à que será
atendida pelo PAC I e II, assim a população atendida no Distrito Sede passa a ser
116.390 habitantes (58,3% da população urbana do distrito), conforme Tabela 12.
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Tabela 12 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em 2017.
Distrito Sede
Extensão da Rede Coletora
(km)
Tratamento do esgoto coletado
População Atendida
(hab.)
População urbana do
distrito Sede (hab.)
ETE compactas 6,3 Sim 8.105
199.716
Conjuntos que lançam para a Cetrel
24,3 Sim 19.285
Rede Coletora (construída pele Prefeitura)
20,0 Sim 89.000
Obras do PAC I e II 265,0
Total
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
315,6 Sim 116.390
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
O índice de tratamento do esgoto coletado em 2015 era de 51,1% (53.574 habitantes
com rede coletora e 27.390 habitantes com rede e tratamento), passa a ser de 100%
após as obras do PAC I e II, onde todo o esgoto coletado pela rede da prefeitura passa
a ser tratado pela CETREL.
Para atender a demanda do Distrito Sede, de acordo com as metas do cenário de
referência, será necessária a implantação de aproximadamente 300 quilômetros de
rede coletora de esgoto, e uma demanda de tratamento para final de plano de 386
litros por segundo. Porém, o distrito sede tem a peculiaridade de poder lançar todo o
esgoto coletado para a unidade de tratamento da Cetrel, que apresenta uma
disponibilidade de tratamento de 703 litros por segundo, o que atende à demanda de
tratamento desse distrito até para final do horizonte de planejamento.
O atendimento por fossas sépticas na zona urbana do Distrito Sede seguiu a mesma
orientação preconizada no Plano Nacional de Saneamento (Plansab) para a zona
urbana do município de Camaçari com a redução gradual de 0,1% ao ano. Para o
Distrito Sede o atendimento por fossas sépticas na área urbana foi de 7,6% segundo
dados do IBGE (2010).
Plano Municipal de Saneamento Básico
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Tabela 13 - Demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona urbana - Distrito Sede. H
ori
zo
nte
s d
e
pla
neja
men
to
Ano
População Urbana Rede Coletora de Esgoto Fossa Séptica
População Fixa
(hab.)
População Flutuante
(hab.)
População Total (hab.)
Índice de atendimento
por rede coletora de esgoto* (%)
Rede coletora a ser
implantada de acordo índice
de atendimento
(km)
Geração Per Capita de esgoto) * (l/hab.dia
Demanda por
tratamento de esgoto
(l/s)
Extravasamento por extensão de
rede* (extrav. / Km)
Quantidade de extravasamento
(extrav. /ano)
Índice de atendimento
por fossa séptica no
Distrito Sede (%)
Quantidade de fossas (und.)**
Atual 2015 191.510 0 191510 20,2% 90,6 108,0 76,0 11,5 1.042 7,60% 4.451
2016 195.570 0 195570 20,2% 90,6 108,0 81,1 11,0 994 7,50% 4.486
Curto Prazo
2017 199.716 0 199.716 35,8% 315,6 108,0 103,7 10,5 3.299 7,40% 4.520
2018 203.950 0 203.950 38,2% *** 108,0 103,8 9,9 3.133 7,30% 4.553
2019 208.274 0 208.274 40,7% *** 108,0 109,2 9,4 2.968 7,20% 4.586
2020 212.689 0 212.689 43,2% *** 108,0 114,7 8,9 2.803 7,10% 4.618
Médio Prazo
2021 217.198 0 217.198 45,6% *** 108,0 120,4 8,4 2.638 7,00% 4.649
2022 221.803 0 221.803 48,1% *** 108,0 126,1 7,8 2.472 6,90% 4.680
2023 226.505 0 226.505 50,6% *** 108,0 132,0 7,3 2.307 6,80% 4.710
2024 231.307 0 231.307 53,0% *** 108,0 138,0 6,8 2.142 6,70% 4.739
Longo Prazo
2025 236.210 0 236.210 55,5% 12,06 108,0 196,6 6,3 2.052 6,60% 4.768
2026 241.218 0 241.218 58,0% 21,81 108,0 209,7 5,7 2.005 6,50% 4.795
2027 246.332 0 246.332 60,4% 22,58 108,0 223,2 5,2 1.940 6,40% 4.821
2028 251.554 0 251.554 62,9% 23,38 108,0 237,3 4,7 1.855 6,30% 4.846
2029 256.887 0 256.887 65,3% 24,21 108,0 251,8 4,2 1.749 6,20% 4.871
2030 262.333 0 262.333 67,8% 25,06 108,0 266,8 3,6 1.620 6,10% 4.894
2031 267.894 0 267.894 70,3% 25,93 108,0 282,4 3,1 1.468 6,00% 4.915
2032 273.574 0 273.574 72,7% 26,83 108,0 298,5 2,6 1.291 5,90% 4.936
2033 279.374 0 279.374 75,2% 27,76 108,0 315,1 2,1 1.088 5,80% 4.955
2034 285.296 0 285.296 77,7% 28,71 108,0 332,4 1,5 857 5,70% 4.973
2035 291.345 0 291.345 80,1% 29,69 108,0 350,2 0,5 292 5,60% 4.989
2036 297.521 0 297.521 82,6% 30,70 108,0 368,6 0,5 307 5,50% 5.004
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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6.2 Distrito de Abrantes
No Distrito de Abrantes em 2015 havia ao todo 18,3 quilômetros de rede coletora
atendendo um total de 11.709 habitantes (11,0% da população urbana do distrito),
implantados exclusivamente em conjuntos residências, conforme Tabela 14. O índice
de tratamento do esgoto coletado no distrito é de 100,0%. No Distrito de Abrantes não
está sendo implantado ou previsto nenhum sistema de esgotamento sanitário.
Tabela 14 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em 2015.
Distrito de Abrantes Extensão da rede coletora
(km)
Tratamento do esgoto coletado
População Atendida (hab.)
População urbana do distrito de Abrantes
(hab.)
ETE compactas 8,3 Sim 10.945
106.833 ETE compactas (Alpha I e II) 10,3 Sim 764
Total 18,6 - 11.709
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para atender a demanda do Distrito de Abrantes, de acordo com as metas do cenário
de referência, serão necessários a implantação de aproximadamente 324 quilômetros
de rede coletora de esgoto, e uma demanda de tratamento para final de plano de 205
litros por segundo.
O atendimento por fossas sépticas na zona urbana do Distrito de Abrantes seguiu a
mesma orientação preconizada no Plano Nacional de Saneamento (Plansab) para a
zona urbana do município de Camaçari com a redução gradual de 0,1% ao ano. Para
o Distrito de Abrantes o atendimento por fossas sépticas na área urbana foi de 19,3%
segundo dados do IBGE (2010).
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Tabela 15 - Demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona urbana - Distrito de Abrantes. H
ori
zo
nte
s d
e
pla
ne
jam
en
to
Ano
População Urbana Rede Coletora de Esgoto Fossa Séptica
População Fixa
(hab.)
População Flutuante
(hab.)
População Total (hab.)
Índice de atendimento
por rede coletora de esgoto* (%)
Rede coletora a ser
implantada de acordo índice
de atendimento (km)
Geração Per Capita de esgoto) * (l/hab.dia
Demanda por
tratamento de esgoto
(l/s)
Extravasamento por extensão de
rede* (extrav. / Km)
Quantidade de extravasamento (extrav. /ano) *
Índice de atendimento
por fossa séptica no
Distrito Sede (%)
Quantidade de fossas (und.) **
Atual 2015 55.176 51.657 106.833 20,2% 18,6 108,0 16,5 11,5 214 19,30% 3.257
2016 56.346 52.754 109.100 20,2% 18,6 108,0 16,5 11,0 204 19,20% 3.308
Curto Prazo
2017 57.541 53.872 111.413 35,8% 81,0 108,0 59,8 10,5 1.041 19,10% 3.361
2018 58.761 55.013 113.774 38,2% 9,1 108,0 65,3 9,9 1.080 19,00% 3.414
2019 60.006 56.179 116.185 40,7% 9,5 108,0 70,9 9,4 1.112 18,90% 3.468
2020 61.278 57.371 118.649 43,2% 9,8 108,0 76,8 8,9 1.137 18,80% 3.523
Médio Prazo
2021 62.578 58.587 121.165 45,6% 10,2 108,0 82,9 8,4 1.155 18,70% 3.579
2022 63.904 59.829 123.733 48,1% 10,6 108,0 89,3 7,8 1.165 18,60% 3.635
2023 65.259 61.098 126.357 50,6% 10,9 108,0 95,8 7,3 1.167 18,50% 3.692
2024 66.642 62.392 129.034 53,0% 11,3 108,0 102,6 6,8 1.161 18,40% 3.750
Longo Prazo
2025 68.055 63.716 131.771 55,5% 11,7 108,0 109,7 6,3 1.145 18,30% 3.809
2026 69.498 65.066 134.564 58,0% 12,2 108,0 117,0 5,7 1.119 18,20% 3.868
2027 70.971 66.446 137.417 60,4% 12,6 108,0 124,5 5,2 1.082 18,10% 3.928
2028 72.476 67.854 140.330 62,9% 13,0 108,0 132,4 4,7 1.035 18,00% 3.990
2029 74.013 69.294 143.307 65,3% 13,5 108,0 140,5 4,2 975 17,90% 4.051
2030 75.582 70.762 146.344 67,8% 14,0 108,0 148,8 3,6 904 17,80% 4.114
2031 77.184 72.262 149.446 70,3% 14,5 108,0 157,5 3,1 819 17,70% 4.178
2032 78.820 73.794 152.614 72,7% 15,0 108,0 166,5 2,6 720 17,60% 4.242
2033 80.491 75.359 155.850 75,2% 15,5 108,0 175,8 2,1 607 17,50% 4.308
2034 82.198 76.956 159.154 77,7% 16,0 108,0 185,4 1,5 478 17,40% 4.374
2035 83.940 78.588 162.528 80,1% 16,6 108,0 195,3 0,5 163 17,30% 4.441
2036 85.720 80.253 165.973 82,6% 17,1 108,0 205,6 0,5 171 17,20% 4.509
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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6.3 Distrito de Monte Gordo
No Distrito de Monte Gordo em 2015 havia ao todo 15,6 quilômetros de rede coletora
atendendo um total de 9.059 habitantes (13,1% da população urbana do distrito), onde
o esgoto coletado é lançado para a estação tratamento de esgoto Barra do Pojuca,
conforme Tabela 16. O índice de tratamento do esgoto coletado no distrito é de
100,0%. No Distrito de Monte Gordo não está sendo implantado ou previsto nenhum
sistema de esgotamento sanitário.
Tabela 16 - Relação da extensão de rede coletora e população atendida em 2015.
Distrito de Monte Gordo Extensão da rede
coletora (km) Tratamento do esgoto coletado
População Atendida (hab.)
População urbana do distrito de Abrantes
(hab.)
ETE Barra do Pojuca 15,6 Sim 9.059 69.313
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para atender a demanda do Distrito de Monte Gordo, de acordo com as metas do
cenário de referência, serão necessários a implantação de aproximadamente 206
quilômetros de rede coletora de esgoto, e uma demanda de tratamento para final de
plano de 133 litros por segundo.
O atendimento por fossas sépticas na zona urbana do Distrito de Monte Gordo seguiu
a mesma orientação preconizada no Plano Nacional de Saneamento (Plansab) para
a zona urbana do município de Camaçari com a redução gradual de 0,1% ao ano.
Para o Distrito de Abrantes o atendimento por fossas sépticas na área urbana foi de
33,0% segundo dados do IBGE (2010).
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Tabela 17 - Demandas e disponibilidades dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona urbana - Distrito de Monte Gordo. H
ori
zo
nte
s d
e
pla
ne
jam
en
to
Ano
População Urbana Rede Coletora de Esgoto Fossa Séptica
População Fixa
(hab.)
População Flutuante
(hab.)
População Total (hab.)
Índice de atendimento
por rede coletora de esgoto* (%)
Rede coletora a ser
implantada de acordo índice
de atendimento (km)
Geração Per Capita de esgoto) * (l/hab.dia
Demanda por
tratamento de esgoto
(l/s)
Extravasamento por extensão de
rede* (extrav. / Km)
Quantidade de extravasamento (extrav. /ano) *
Índice de atendimento
por fossa séptica no
Distrito Sede (%)
Quantidade de fossas (und.) **
Atual 2015 26.898 42.415 69.313 20,2% 15,6 108,0 12,9 11,5 166 33,00% 2.714
2016 27.469 43.313 70.782 20,2% 15,6 108,0 12,9 11,0 159 32,90% 2.764
Curto Prazo
2017 28.051 44.231 72.282 35,8% 49,0 108,0 38,8 10,5 676 32,80% 2.814
2018 28.646 45.169 73.815 38,2% 5,9 108,0 42,3 9,9 642 32,70% 2.865
2019 29.253 46.127 75.380 40,7% 6,1 108,0 46,0 9,4 608 32,60% 2.916
2020 29.873 47.105 76.978 43,2% 6,4 108,0 49,8 8,9 574 32,50% 2.969
Médio Prazo
2021 30.506 48.103 78.609 45,6% 6,6 108,0 53,8 8,4 540 32,40% 3.023
2022 31.153 49.123 80.276 48,1% 6,8 108,0 57,9 7,8 506 32,30% 3.077
2023 31.814 50.164 81.978 50,6% 7,1 108,0 62,2 7,3 473 32,20% 3.133
2024 32.488 51.229 83.717 53,0% 7,4 108,0 66,6 6,8 439 32,10% 3.189
Longo Prazo
2025 33.177 52.314 85.491 55,5% 7,6 108,0 71,2 6,3 405 32,00% 3.247
2026 33.880 53.423 87.303 58,0% 7,9 108,0 75,9 5,7 371 31,90% 3.305
2027 34.598 54.555 89.153 60,4% 8,2 108,0 80,8 5,2 337 31,80% 3.365
2028 35.332 55.712 91.044 62,9% 8,5 108,0 85,9 4,7 303 31,70% 3.425
2029 36.081 56.893 92.974 65,3% 8,8 108,0 91,1 4,2 269 31,60% 3.487
2030 36.846 58.100 94.946 67,8% 9,1 108,0 96,6 3,6 235 31,50% 3.549
2031 37.627 59.331 96.958 70,3% 9,4 108,0 102,2 3,1 202 31,40% 3.613
2032 38.425 60.589 99.014 72,7% 9,7 108,0 108,0 2,6 168 31,30% 3.678
2033 39.239 61.873 101.112 75,2% 10,0 108,0 114,1 2,1 134 31,20% 3.744
2034 40.071 63.185 103.256 77,7% 10,4 108,0 120,3 1,5 100 31,10% 3.811
2035 40.921 64.524 105.445 80,1% 10,7 108,0 126,7 0,5 32 31,00% 3.879
2036 41.788 65.892 107.680 82,6% 11,1 108,0 133,4 0,5 32 30,90% 3.949
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
71
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7 ALTERNATIVAS TÉCNICAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE DEMANDAS
E DISPONIBILIDADES DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
No Produto 5 - Diagnostico dos Serviços de Esgotamento Sanitário foi possível
conhecer as carências, demandas e disponibilidades de serviços e seus impactos nas
condições de vida e no ambiente natural bem como a caracterização institucional da
prestação dos serviços do município de Camaçari. Os estudos no âmbito da
formulação dos cenários de demandas dos Serviços de Esgotamento Sanitário –
Produto 8 -Tomo III – permitiram a identificação das carências e disponibilidades para
o horizonte de planejamento do plano municipal de saneamento. Com base na
projeção da evolução da demanda do cenário de referência adotado para o serviço de
Esgotamento Sanitário serão propostas alternativas capazes de promover a
compatibilização quali-quantitativa entre demandas e disponibilidade.
7.1 Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas Urbanas
Na zona urbana as alternativas se dividem de acordo com a densidade populacional
de cada área, para locais com baixa densidade populacional as soluções
individualizadas ainda são as mais indicadas, conforme item 7.2, para os locais com
densidade populacional maior a rede coletora ainda é a solução mais viável.
I) Rede coletara de esgoto
A rede coletora é o conjunto de tubulações e peças hidráulicas que coletam e
transportam o esgoto gerado até o tratamento ou destinação final, sendo formado
principalmente por: ligação predial, coletor de esgoto, coletor tronco, interceptor, e
Estações Elevatórias de Esgoto (EEE).
Ligação predial de esgoto: é o trecho de tubulação compreendido entre a
caixa de inspeção de ligação e o coletor público de esgoto
Coletor de esgoto: é a tubulação da rede coletora que recebe contribuição de
esgoto das ligações prediais em qualquer ponto ao longo de seu comprimento
Coletor tronco: é o coletor principal, que recebe a contribuição dos coletores
secundários, conduzindo os efluentes para um interceptor ou emissário.
Interceptor: tubulação que recebe os coletores ao longo de sua extensão, não
recebendo ligações prediais diretas.
Plano Municipal de Saneamento Básico
72
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Estação Elevatória de Esgoto (EEE): conjunto de equipamentos, em geral
dentro de uma edificação subterrânea, destinado a promover o recalque das
vazões dos esgotos coletados a montante.
A rede coletora pode ser dividida basicamente em 02 (dois) tipos: a rede coletora
convencional e a rede coletora condominial, conforme Figura 8.
Em locais onde há a dificuldade de implantar o sistema convencional devido às ruas
estreitas e becos, é implantado o sistema condominial. Além da adaptabilidade o
sistema condominial é mais barato do que o convencional e pode ser implantado em
obras de regime de mutirão pela comunidade (SAAE, 2015).
Figura 8 - Representação esquemática dos sistemas convencional e condominial.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015.
O ideal é que toda a rede coletora seja monitorada, por meio da implantação de
medidores de vazão nas estações elevatórias de esgoto, com o objetivo de aferir a
quantidade de água infiltrada na rede, o que indica o estado de conservação e
manutenção do sistema. Usualmente, a vazão de infiltração é quantificada na forma
de uma taxa de infiltração por comprimento de rede. A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) em sua Norma Brasileira (NBR) 9649, cita a faixa de 0,05
a 1,0 L/s.km (RECESA, 2008).
A sobrecarga do volume, devido à infiltração de água, ocasiona problemas para a
população e operação no sistema, tais como:
Ramal condominial ou de ligação
Coletor de esgoto
Ramal Jardim Ramal Fundo de Lote Ramal Passeio
Sistema Convencional Sistema Condominial
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Sobrecarga e diminuição das eficiências da operação das Estações de
Tratamento de Esgoto;
Aumento do custo do tratamento do esgoto;
Retorno dos efluentes para as casas;
Extravasamento de Estações Elevatórias de Esgoto;
Extravasamento dos Poços de Visitas.
II) Estações de Tratamento de esgoto
As estações de tratamento de esgoto são unidades operacionais responsáveis em
tratar o esgoto coletado com a retirada de patógenos e matéria orgânica para que
possa ser lançado nos corpos receptores sem prejuízo para o meio ambiente e para
a saúde da população.
De acordo com Von Sperling (2014) a escolha do tratamento depende das condições
mínimas estabelecidas para a qualidade da água dos mananciais receptores, função
de sua utilização. Em qualquer projeto é fundamental o estudo das características do
esgoto a ser tratado e da qualidade do efluente que se deseja lançar no corpo
receptor. Os principais aspectos a serem estudados são vazão, pH e temperatura,
demanda bioquímica de oxigênio - DBO, demanda química de oxigênio - DQO,
toxicidade e teor de sólidos em suspensão ou sólidos suspensos totais - SST.
Segundo Von Sperling (2014) ao definir um processo deve-se considerar sua
eficiência na remoção de DBO e coliformes, a disponibilidade de área para sua
instalação, os custos operacionais, especialmente energia elétrica, e a quantidade de
lodo gerado. Alguns processos exigem maior escala (maior população atendida) para
apresentarem custos per capita compatíveis.
Como relatado no Produto 05 - Diagnóstico dos Serviços de Esgotamento Sanitário
do Município de Camaçari-BA, nenhuma estação de tratamento atendeu em 100% os
parâmetros da Resolução Conama Nº 430 para o lançamento em corpos receptores,
sendo aconselhado a revisão da rotina de operação e dimensionamento das estações
de tratamento de esgoto para que estas se enquadram nos parâmetros máximos
estabelecidos. Uma alternativa parar facilitar o enquadramento das estações de
tratamento de esgoto de acordo com a Resolução Conama Nº 430 é a mudança da
destinação do efluente tratado, ao invés de lançar em corpos receptores, o efluente
poderá ser direcionado para ser reutilizado na irrigação, que de acordo com a
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Resolução Conama Nº 430, tem parâmetros menos restritivos facilitando o
atendimento aos parâmetros máximos permitidos, conforme será apresentado no
item a seguir:
III) Reuso de esgoto doméstico tratado
O aumento populacional urbano, aliado ao maior consumo de águas de
abastecimento, contribui para a geração de volumes de esgotos domésticos cada vez
maiores e, consequentemente, o aumento da preocupação em dispor adequadamente
esse efluente, assegurando a preservação do meio ambiente e da saúde pública.
Nessa perspectiva, considerando a demanda hídrica exigida pela produção agrícola,
o reuso planejado de águas se mostra uma alternativa potencial para suprimento de
ambas as questões. Essa aplicação corrobora com o preconizado por Postel e Vickers
(2004), que alegam que elevar a prática de reuso agrícola é crucial para o atendimento
das necessidades alimentares das pessoas à medida que o estresse hídrico vem
aumentando em diferentes partes do globo.
Estudos desenvolvidos em diversos países indicam que a produtividade agrícola
aumenta com o uso do efluente tratado, devido a sua alta concentração de nutrientes
(BRAATZ, S.; KANDIAH, 1996; HESPANHOL, 2003). Além desse benefício, a
dependência das condições climáticas é diminuída permitindo o aumento da área
irrigada e, logo, maior produção agrícola.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1973), o reuso de água pode
ocorrer de modo indireto, através do lançamento do efluente no corpo receptor e
posterior captação à jusante, e de modo direto, por meio do uso planejado do esgoto
tratado para fins agrícolas, industriais, uso potável ou recarga de aquíferos. Sendo
assim, a proposta de prática a ser considerada para o município de Camaçari é a do
reuso direto planejado, onde o reuso é resultante de ação humana consciente e se
pressupõe a adoção de medidas de controle quanto à qualidade do efluente que
atendam aos padrões requeridos para seu novo uso.
A regulamentação e normatização das práticas de reuso surgem devido à
necessidade de adequar as técnicas já existentes, ou ainda prevendo sua ocorrência
em futuro próximo, de forma a resguardar a segurança ambiental e humana. No Brasil
ainda não existe nenhuma legislação referente ao reuso de esgotos domésticos, e
nenhuma menção foi feita no âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei
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nº 9433 de 8 de janeiro de 1997), porém foi aprovada em março de 2006 pelo
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) a Resolução n° 54 de 28/11/2005
que dispõe sobre as modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso
direto não potável de esgotos.
Importante ressaltar que alguns cuidados devem ser observados quanto à prática de
irrigação com esgoto tratado para garantir a segurança da tecnologia como, por
exemplo, a dosagem e o manuseio adequados do efluente usado na irrigação, o tipo
de cultivo, os procedimentos empregados no cultivo e coleta e os impactos possíveis
no solo e lençol freático. Segundo o Prosab (2009), a prática necessita de
disciplinação para minimizar os riscos inerentes à tecnologia, porém sem impor limites
excessivamente restritivos que inviabilizem a implantação dos projetos. Ante isso, é
importante observar os diversos estudos desenvolvidos dentro dessa temática no
âmbito do Prosab (2009) a fim de nortear os procedimentos e fornecer segurança à
implantação da tecnologia.
Caso do Iberostar:
Uma experiência de sucesso na aplicação do reuso de esgoto tratado é encontrado
no complexo hoteleiro Iberostar, que possui uma ETE operada pela Embasa para
tratamento dos efluentes do complexo e de casas do entorno e, após o tratamento do
efluente é realizada a irrigação de cultivos agrícolas por gotejamento através de um
sistema automático. Pés de mangaba, caju, maracujá, coco, quiabo e abóbora estão
entre os víveres produzidos, conforme figuras a seguir.
Figura 9 - Produção agrícola irrigada com reuso de esgoto tratado.
Fonte: Embasa, 2015.
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Outra possibilidade de reuso dos resíduos provenientes dos Serviços de Esgotamento
Sanitário é o uso de lodo de ETE ou bissólido na produção de composto agrícola, na
recuperação de terras e a aplicação em áreas de reflorestamento, devendo-se ficar
atento à possibilidade de contaminação das águas subterrâneas e/ou superficiais,
Devido a possibilidade de presença de patógenos, não se recomenda o uso do lodo
não digerido no solo agrícola e, em qualquer dos estágios, não deve ser empregado
em cultura de vegetais ingeridos crus (JORDÃO, 2011).
Há ainda a possibilidade de incorporação do biossólido na produção de materiais
cerâmicos, como já realizado em países como Estados Unidos, Japão e África do Sul.
A Resolução CONAMA 357/2006 define critérios e parâmetros para uso do lodo
proveniente de ETE para fins agrícolas.
7.2 Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas Rurais ou com Domicílios Dispersos
Para as demais localidades da zona rural do município, caracterizadas pela existência
de domicílios dispersos, se propõe a adoção de soluções individualizadas
convencionais, largamente empregadas, bem como de tecnologias de
ecossaneamento. Embora tenha sido proposta solução coletiva para algumas
localidades, ainda resta a alternativa de adotar soluções individualizadas de
tratamento de esgoto principalmente para as residências dispersas no município e nas
grandes extensões das fazendas.
IV) Fossa seca ou privada higiênica
Nas localidades onde não há disponibilidade de água em quantidade, e os domicílios
não dispõem de instalações sanitárias, propõe-se então, a destinação das fezes para
as fossas secas (Figura 10), que consistem basicamente numa escavação no solo a
1,5m verticalmente do lençol freático, com geometria cilíndrica ou de seção quadrada,
na qual as fezes são depositadas. É construída uma casa para proteção e abrigo do
usuário e, normalmente, o buraco escavado é revestido por tijolo maciço.
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Figura 10 - Esquema em corte de uma fossa seca.
Fonte: FILHO e FEITOSA (2002) apud CISAM (2006).
O uso racional da fossa seca em função dos critérios e parâmetros preconizados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) credencia esta unidade como a mais indicada
para regiões desprovidas de Esgotamento Sanitário, águas pluviais e déficit hídrico,
condições não exclusivas de população de baixa renda (JORDÃO e PESSOA, 1995).
Segundo Jordão e Pessoa (1995), as unidades de fossa seca armazenam apenas o
excreta (fezes e urina), que uma vez lançado no buraco inicia um processo de
decomposição e transformação da matéria orgânica em sólidos estáveis, líquido e
gases. O material sólido com redução de volume fica retido na cova, os gases são
liberados para a atmosfera e o líquido infiltra pelas paredes da fossa. Assim, a
eficiência do processo está condicionada à porosidade das paredes da cova. O
material poderá ser removido periodicamente ou abandonado, após recobrimento,
com a construção de uma nova cova, constituindo solução segura e econômica.
Sendo uma solução individual, a fossa deve possuir dimensões compatíveis com o
número de usuários e com o período de tempo que se deseja até seu completo
enchimento, normalmente fixado em 4 anos. Em média, a produção de excreta per
capita corresponde a 1 L/hab.dia, porém no dimensionamento da cova deve-se levar
em consideração a redução do volume da matéria orgânica decorrente da
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estabilização. Neste caso, Jordão e Pessoa (1995), recomendam assumir a produção
de excreta per capita anual de 60 L/hab.ano.
Quanto à localização da fossa seca, esta deve ser feita em lugares livres de enchentes
e de fácil acesso aos usuários, deve estar distante de poços e fontes de água no
mínimo 15 metros, e deve ser feita no nível inferior a estas fontes de água (FUNASA,
2006).
Para garantir o uso da fossa seca deve-se tomar alguns cuidados, como a limpeza
periódica e instalação de um tubo vertical pintado de preto desde a cova para eliminar
o mau cheiro. A presença de moscas, indicativo de falhas na limpeza, pode ser
solucionado com a instalação de uma tela no topo do tubo de ventilação aprisionando
as moscas. Quanto aos micro-organismos patogênicos, se o excreta permaneceu no
buraco por um período de pelo menos 1 ano, não se deverá encontrar mais
organismos patogênicos, salvo eventualmente ovos de Ascaris, se o buraco for úmido
(JORDÃO e PESSOA, 1995).
Deve-se lembrar que na maioria dos casos esta solução será implantada em locais
onde antes o hábito era defecar em terreno, sem maiores cuidados de asseio ou
limpeza, cabendo, portanto, um trabalho prévio de educação sanitária em relação ao
uso e manutenção da privada e conscientização dos moradores em relação aos
benefícios sanitários e de saúde pública (JORDÃO e PESSOA, 1995).
V) Fossas sépticas convencionais
Segundo a NBR 7229/1993, a fossa séptica (ou tanque séptico) trata de uma unidade
cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por
processos de sedimentação, flotação e digestão.
O funcionamento da fossa séptica consiste na retenção do esgoto por um período
previsto no dimensionamento (12 a 24 horas), simultaneamente ocorre a
sedimentação dos sólidos em suspensão formando uma substância semilíquida
denominada lodo. Parte dos sólidos não sedimentados, formados por óleos, graxas e
gorduras e outros materiais misturados com gases, emerge e é retida na superfície
livre do líquido no interior da fossa séptica, formando a escuma. O lodo, a gordura e o
esgoto são digeridos por bactérias anaeróbias provocando a destruição total ou parcial
de material volátil e organismos patogênicos, atingindo uma eficiência superior a 50%
de redução de sólidos em suspensão e 30% de DBO (Jordão e Pessoa, 1995).
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Na concepção devem ser previstos dispositivos de entrada e saída desnivelados 5
centímetros, chicanas que permitem a retenção da escuma e o fluxo favorável do
líquido, e abertura para inspeção que permita a remoção da escuma e do lodo no
período de limpeza previsto no projeto, que varia de 1 a 5 anos, conforme preconiza
a NBR 7229/1993.
Figura 11 - Desenho esquemático de uma fossa séptica.
Fonte: Tigre, 2015.
A NBR 7229/1993 orienta que na implantação da unidade deve-se observar as
seguintes distâncias horizontais mínimas:
1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e
ramal predial de água;
3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de Esgotamento
Sanitário;
15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.
Esta tecnologia destaca-se pela sua simplicidade construtiva e operacional, baixo
custo, vasta aplicabilidade e evita a proliferação de insetos. Entretanto, o efluente é
escuro e com odor característico, periodicamente poderá apresentar grande
quantidade de sólidos devido à grande atividade bacteriana, e a tecnologia não
favorece a eliminação total das bactérias patogênicas.
Como alternativas de disposição final do efluente, poderá ser adotado poço
absorvente (sumidouro), ou vala de infiltração. O despejo em corpo hídrico não é a
solução mais indicada, porque não aproveita o potencial nutritivo do efluente, como a
quantidade de matéria orgânica e nutrientes disponível que pode auxiliar no
enriquecimento do solo para uso agrícola.
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VI) Fossas sépticas econômicas
Um exemplo de tecnologia social adequada para as localidades dispersas do
município são as fossas sépticas econômicas, que visa oferecer uma alternativa
barata, eficiente e de fácil instalação. Esta experiência bem-sucedida em
Pindamonhangaba (SP) foi adaptada para as condições locais e está mudando a vida
de várias comunidades de pequenos agricultores no município de Caratinga, Minas
Gerais.
Essa tecnologia foi instituída em 2001 com o Prêmio Fundação Banco do Brasil de
Tecnologia Social. Realizado a cada dois anos, o Prêmio reconhece e dissemina
iniciativas sociais que garantem melhores condições de vida para muitos brasileiros,
por meio da valorização da vida, da cidadania, da igualdade de direitos e do espírito
solidário, representando possibilidades reais de transformação social.
O processo de tratamento do esgoto nas fossas sépticas econômicas, assim como
acontece na fossa de alvenaria, fica a cargo de bactérias anaeróbias e aeróbicas,
mudando somente o material empregado: bombonas plásticas de 200 litros de
capacidade, além de tubos e conexões em PVC.
Para uma família de até cinco pessoas, são utilizadas três bombonas. Grupos
familiares maiores precisam adicionar uma bombona para cada duas pessoas a mais.
Interligada às demais por um sistema de tubos e sifões, a primeira bombona recebe o
esgoto que se sedimenta formando o lodo biológico. As bactérias, também realizam
digestão anaeróbia nas demais unidades, liberando um esgoto cada vez mais
clarificado, até chegar à tubulação de saída.
Figura 12 - Instalação das fossas sépticas econômicas.
Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá, 2015.
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As alternativas de disposição final propostas foram sumidouro ou vala de infiltração.
Em áreas onde o lençol freático é mais profundo, esse efluente final é direcionado
para um sumidouro. Nos outros locais, onde existe lençol freático mais superficial, é
utilizada uma vala de infiltração, que consiste em um tubo de PVC com vários furos,
instalado em uma vala preenchida com brita, para facilitar a infiltração do efluente no
solo, e por cima outra camada de brita e terra, essas áreas, em muitos casos são
consorciadas à produção de alimentos.
Figura 13 - Vala de infiltração para disposição do efluente da fossa séptica econômica.
Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá, 2015
VII) Tanque de evapotranspiração
Nas localidades onde não há acesso a tecnologias ou seu acesso é dispendioso, é
importante levar em consideração os princípios do saneamento ecológico
(ecossaneamento), uma vez que é mais fácil introduzir as soluções alternativas em
locais onde não há presença de tecnologias convencionais.
O ecossaneamento surgiu como uma alternativa para evitar as desvantagens dos
sistemas convencionais de Esgotamento Sanitário. O paradigma do ecossaneamento
é baseado nos caminhos naturais dos ecossistemas e no ciclo fechado de materiais e
energia, onde as excretas humanas (fezes e urina) bem como as demais águas
residuais domésticas, são reconhecidas como um recurso que pode ser disponível
para o reuso (LANGERGRABER e MUELLEGGER, 2005 apud RIOS, 2008).
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Figura 14 - Ciclo dos nutrientes de acordo com o ecossaneamento.
Fonte: ESREY, 2001 apud RIOS, 2008.
Segundo Esrey et.al. (2001) há três princípios básicos importantes de saneamento
ecológico: prevenção da poluição e doenças causadas por excrementos humanos;
tratamento de excrementos humanos como um recurso e não como um produto de
resíduos e recuperação e reciclagem dos nutrientes.
O tanque de evaporação ou canteiro bio-séptico é uma solução criada a partir do
conceito de ecossaneamento, com potencial para aplicação no tratamento domiciliar
de águas negras nas áreas rurais. Consiste em um tanque impermeabilizado,
preenchido com diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais
de crescimento rápido e alta demanda por água como bananeiras. O sistema recebe
o efluente dos vasos sanitários, que passa por processos naturais de degradação
microbiana da matéria orgânica, mineralização de nutrientes, absorção e
evapotranspiração pelas plantas (GALBIATI, 2009).
O sistema é composto por câmara de recepção instalada longitudinalmente ao fundo
do tanque podendo ser de manilhas de concreto perfuradas, tijolos dispostos na
horizontal para permitir a vazão nas laterais ou pneus usados, justapostos em pé
desde que mantidos alguns espaços entre eles, ao fundo do tanque, formando uma
espécie de túnel (Figura 15). Ao redor e acima da câmara de recepção é preenchido
por camadas de materiais com granulometria decrescente (pedras, cacos de tijolos,
telhas, brita, areia e terra). Um tubo de drenagem é colocado 10 cm abaixo da
superfície, para escoar o excesso de água, principalmente a de chuva.
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Figura 15 - Tanque de evapotranspiração.
Fonte: RAP, 2010 / ECOCENTRO IPEC, 2009 apud JESUS, 2011.
O efluente entra pela câmara de recepção, localizada na parte inferior do tanque,
permeando, em seguida, as camadas de material cerâmico e pedras. Na câmara de
recepção e na camada de material cerâmico, ocorre a digestão anaeróbia do efluente.
A camada de material cerâmico-poroso é naturalmente colonizada por bactérias que
complementam a digestão. Com o aumento do volume de esgoto no tanque, o
conteúdo preenche também as camadas superiores, de brita e areia, até atingir a
camada de solo acima, através da qual se move por ascensão capilar até a superfície,
de onde evapora. Durante esse trajeto, o efluente é mineralizado e filtrado, através de
processos aeróbios de decomposição microbiana. As raízes das plantas localizadas
nas camadas superiores se desenvolvem em busca de água e dos nutrientes
disponibilizados pela decomposição da matéria orgânica. Através da
evapotranspiração, a água é eliminada do sistema, enquanto que os nutrientes
presentes são removidos através da sua incorporação à biomassa das plantas
(Mandai, 2006; Pamplona & Venturi, 2004).
A manutenção do sistema consiste na colheita de frutos, retirada do excesso de
mudas, podas e retirada de partes secas de plantas. Vale destacar que a escolha do
local de instalação deve levar em conta o tipo de solo, profundidade do lençol freático
e a incidência solar direta, o dimensionamento comumente utilizado é de 10 m² de
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área (2 m x 5 m) para uma família de 5 pessoas (2 m² por pessoa, no mínimo,
dependendo do clima da região).
VIII) Círculo de bananeiras
É usado para tratar as águas usadas da casa (pias, tanques e chuveiros), as
chamadas águas cinzas. Ele também beneficia a produção de bananas em escala
humana. Esta tecnologia também é indicada para as localidades da zona rural que
predomina população dispersa que deve ser utilizada juntamente com outra solução
individualizada destinada ao tratamento de águas negras (Figura 16).
Figura 16 - Círculo de bananeiras.
Fonte: EcoSustentável, 2015 / Cereus, 2015.
Essa técnica originou-se da observação dos efeitos dos fortes ventos sobre a cultura
dos cocos. Numa clareira os coqueiros caídos davam origem a círculos de coqueiros
que nasciam e se desenvolviam e produziam melhor do que quando sós. Observou-
se que no centro do círculo se depositavam folhas, ramos, frutos, etc, que retinham a
umidade e concentravam nutrientes, beneficiando a cultura dos coqueiros. Dessa
observação, passou-se em seguida às experiências com outras culturas, como a da
banana (CB, 2006).
No caso das bananeiras percebeu-se que elas, como outras plantas de folhas largas
como o mamoeiro, evaporavam grandes quantidades de água e estabeleceu-se assim
uma relação com as águas cinzas das residências.
Portanto, o círculo de bananeiras é um sistema composto basicamente em uma
câmara de 2,0 metros de diâmetro com até 1,0 m de profundidade preenchida com
brita, galhos, gravetos, palha.
Após a perfuração do buraco realiza-se o preenchimento, sem impermeabilizar, para
criar um ambiente adequado para o recebimento da água cinza e para beneficiar os
micro-organismos. Primeiro coloca-se pequenos troncos de madeira grossos no
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fundo, em seguida galhos médios e finos de árvores e por último a palha (aparas de
capim, folhas, etc.) formando um monte com quase 1,0 metro de altura acima da borda
do buraco. A madeira deve ser colocada de forma desarrumada, para que se criem
espaços para a água. A palha em cima serve para impedir a entrada da luz e da água
da chuva, que escorrerá para os lados não inundando o buraco e não se
contaminando com a água cinza. A água cinza deve ser conduzida por um tubo até o
buraco e com um joelho na ponta para evitar o entupimento (Figura 17).
Figura 17 - Esquema do círculo de bananeiras (corte e vista).
Fonte: SILVA, 2015 / CB, 2006.
Ao redor do círculo, planta-se as bananeiras, mas também é indicado o plantio de
outras plantas de folha larga como a taioba, o mamoeiro ou plantas rasteiras para
cobrir todo o espaço. Recomenda-se que a cada 3 anos (ou mais) todo o material
depositado no buraco pode ser retirado (quando os troncos se dissolverem) e usar
como adubo orgânico na horta. E repor novo material como no início da implantação
do círculo.
IX) Banheiro seco
O banheiro seco ou compostável é outra tecnologia sugerida para os domicílios do
município, sejam eles localizados na zona rural ou urbana, que transforma dejetos
humanos em adubo orgânico para agricultura, sem utilizar ou desperdiçar água na
descarga, evitando ainda a contaminação do solo. Semelhante esteticamente com o
banheiro comum, mas diferente no seu mecanismo de funcionamento, no banheiro
seco, utiliza-se serragem para dar descarga, facilitando assim a compostagem e
evitando o mal cheiro.
Os sanitários secos são construídos em dois pavimentos e, sendo assim, o relevo
acidentado exclui a necessidade de uma escada de acesso à cabine. O modelo de
alvenaria ou madeira tem se mostrado uma tecnologia de baixo custo para lidar com
os problemas de Esgotamento Sanitário. A Figura 18 apresenta o esquema de
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funcionamento do sanitário seco de alvenaria, com a cabine de uso, a câmara de
compostagem, o sistema de ventilação e as dimensões de construção.
Figura 18 - Corte lateral de um banheiro seco mostrando o seu funcionamento.
Fonte: TEIXEIRA e MOTA, 2008.
A estrutura do banheiro deve seguir a especificações técnicas, já utilizadas em
experiências bem-sucedidas, e devem conter os seguintes elementos:
Duas câmaras para receber os dejetos, que devem ser pintadas de preto e
posicionadas para o Norte, no caso das cidades localizadas no hemisfério sul,
sendo esta a direção que recebe mais calor do sol e, portanto, acelera o
processo de decomposição, tornando-o mais eficiente. O calor também evita a
reprodução de patógenos e a formação de odores dentro do banheiro.
Dutos de saída de ar das câmaras que funcionam como exaustores, também
pintados de preto;
Um minhocário ou composteira para que os dejetos decompostos sejam
encaminhados para um segundo processo de decomposição, junto a outros
materiais, e assim certifica-se que esse adubo esteja realmente livre de
qualquer agente de contaminação e com propriedades mais favoráveis para
uso agrícola.
As câmaras devem ser utilizadas em revezamento tendo o banheiro dois acentos.
Enquanto uma câmara está em uso, a outra, após seu enchimento, fica fechada
passando pelo processo de decomposição.
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A alta temperatura é uma das maneiras de eliminar os patógenos humanos, sendo
assim, a temperatura dentro da câmara de compostagem do sanitário deve
permanecer acima da temperatura do corpo humano, 37 graus Celsius. No processo
de compostagem, se a temperatura atinge 50 graus Celsius, é possível matar os
patógenos em 1 dia; 46 °C em uma semana e 43 °C em um mês (LEGAN, 2007 p.62).
Para concluir, vale ressaltar que o banheiro seco dispõe de vários modelos e
tamanhos, podendo ser comprados ou mesmo construídos pelo próprio usuário. São
aplicáveis em vários tipos de clima, relevo e para diferentes necessidades de uso.
Esta solução ainda pode sofrer adaptações utilizando-se da proposta contida no
ecossaneamento que é a segregação dessas correntes de águas residuárias
domésticas com o objetivo de promover a recuperação completa de todos os
nutrientes presentes nas fezes, urina e águas cinza.
Diante disso, a prática da reciclagem de águas amarelas (urina) para a agricultura
mostra-se bastante vantajosa, já que a maior parte dos nutrientes que são essenciais
(N, P, K) são encontrados na urina humana, além conter poucos microrganismos
patogênicos, sendo de fácil manuseio (SIDA, 1995 apud ZANCHETA, 2007).
Segundo Haq e Cambridge (2012), os sistemas de Esgotamento Sanitário
convencionais privam a agricultura dos benefícios das excretas humanas,
principalmente a urina, para produção de alimentos, já que possui grande potencial
de melhorar a fertilidade do solo, refletindo na elevação da qualidade das culturas,
promovendo a qualidade ambiental, atendendo às necessidades de subsistência
humana e consequentemente gerando benefícios econômicos.
A separação de urina e posterior utilização em cultivos agrícolas demandam
infraestruturas diferentes das tecnologias convencionais e não se trata de uma pratica
difundida no país. Neste contexto, propõe-se para estas populações primeiramente
um trabalho continuo de educação sanitária e ambiental explanando os benefícios da
adoção das práticas contidas no Ecossaneamento, para melhoria da saúde pública,
principalmente de crianças que é a faixa etária mais vulnerável às doenças
relacionadas a falta de saneamento.
Em relação à urina, caso a solução adotada seja fossa seca, pode-se incluir nessa
estrutura, uma bacia sanitária à seco, que tenha por objetivo destinar a urina a um
recipiente, como por exemplo bombonas de 20 L, que posteriormente deve ser
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transferida para recipientes maiores (Figura 19), onde deverá ficar estocada segundo
recomendações da literatura durante o período de 1 mês, com objetivo de garantir que
está esteja isenta de organismos patogênicos, para posterior aplicação em culturas
agrícolas de subsistência.
Figura 19 - Bombonas de armazenamento temporário (esquerda) e de estocagem (direita) em sanitário com separação de urina implantadas em países da África.
Fonte: ECOSAN, 2006.
Analogamente, caso a solução adotada seja o banheiro seco, também pode optar em
incluir bacia sanitária segregadora de urina. A Figura 20 apresenta ainda o sistema de
coleta de água de chuva e armazenamento em uma bombona, que pode ser
aproveitada para lavar as mãos.
Figura 20 - Banheiro seco com bacia sanitária segregadora de urina.
Fonte: LAMB, 2013.
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8 AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA
Toda atividade com potencial de gerar uma ocorrência atípica cujas consequências
possam provocar danos às pessoas, ao meio ambiente e a bens patrimoniais,
inclusive de terceiros, devem ter, como atitude preventiva, um planejamento para
ações de emergências e contingências. Segundo a Lei 11.445/2007 devem ser
formuladas estratégias para contenção de casos de emergências e contingência nos
sistemas de Esgotamento Sanitário no âmbito do Plano Municipal de Saneamento
Básico.
Conceitualmente, contingência é a possibilidade de uma eventualidade acontecer ou
não, e emergência é a ocorrência dessa eventualidade, ou seja, o surgimento de uma
situação crítica. Mais especificamente, as ações de emergência são aquelas que
visam mitigar os efeitos de acidentes, de causa natural ou não, em qualquer um dos
serviços de saneamento. Já as ações de contingência são aquelas que visam evitar
ou minimizar impactos ambientais nos serviços de saneamento básico, que podem ou
não ocorrer. Diferentemente das emergências, as contingências referem-se a eventos
previsíveis e não acidentais (RECESA, 2014).
Para isso, é necessário estabelecer formas de atuação rápidas e eficientes dos órgãos
operadores, tanto de caráter preventivo como corretivo, realizadas por equipes
especializadas. Em caso de ocorrências atípicas que extrapolem a capacidade de
atendimento local, os órgãos operadores deverão dispor de equipamentos, materiais,
mãos de obra, a fim de evitar que os sistemas de saneamento básico não tenham a
segurança e a continuidade operacional comprometida ou paralisada.
As ações para emergência e contingências serão tomadas pelo Poder Público,
verificando situações de risco e/ou perturbação da ordem e saúde pública, bem como
causem ou possam causar dano ao meio ambiente.
Os acidentes ocorridos devem ser documentados, para formação de um histórico.
Assim será possível verificar recorrências dos eventos, além de condutas e
procedimentos que possam ser aprimorados, e gradualmente reduzir o número de
ações emergenciais.
No caso dos Serviços de Esgotamento Sanitário, os vazamentos na rede coletora de
esgoto são os principais causadores de interrupções dos serviços de coleta. Os
mesmos podem ser ocasionados, entre outras razões, por paralização das elevatórias
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e obstrução na rede, que podem ser causados por falta de energia elétrica, gerando
diversos contratempos à população como, por exemplo, o retorno do esgoto para as
residências gerando implicações na saúde pública e no meio ambiente.
Na operação e manutenção dos Serviços de Esgotamento Sanitário deverão ser
utilizados mecanismos locais e corporativos de gestão, no sentido de prevenir
ocorrências indesejáveis. Esse controle deve ser realizado através do monitoramento
das condições físicas das instalações e dos equipamentos, assim como da qualidade
da prestação dos serviços, tanto para as soluções coletivas quanto para as soluções
individuais, visando minimizar a ocorrência de problemas.
A inexistência ou ineficiência do tratamento prévio do esgoto doméstico para a sua
disposição final poderá contribuir para degradação da qualidade da água de
mananciais superficiais e subterrâneos e, por consequência, da vida dos
ecossistemas ali presentes, além de implicações na saúde pública da população e na
contaminação do meio ambiente.
A seguir o Quadro 18 lista possíveis eventos relacionados a emergências e
contingências inerentes ao sistema de Esgotamento Sanitário, assim como as suas
possíveis origens, e elenca as ações cabíveis para mitigação e resolução do
transtorno. Importante ressaltar que serão descritas apenas algumas situações e
ações de emergência e contingência, devendo o gestor público formular um plano de
ações e estratégias mais detalhado para contenção de casos de emergência e
contingência.
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Quadro 18 - Alternativas para evitar a paralisação do sistema de Esgotamento Sanitário.
Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
Vazamentos e contaminação de solo, mananciais superficiais ou
subterrâneos por soluções de
Esgotamento Sanitário
Rompimento, extravasamento, vazamento e/ou infiltração de esgoto por ineficiência de fossas sépticas ou inadequabilidade da solução adotada (uso de fossas rudimentares)
Promover o isolamento da área e contenção vazamento do efluente com o objetivo de reduzir a contaminação.
Promover a limpeza da área com caminhão limpa fossa, encaminhando o efluente para a estação de tratamento de esgoto.
Promover o isolamento da fossa inadequada e exigir a construção de solução adequada para coleta e tratamento do efluente doméstico. Para usuários que comprovem situação de carência, o poder público deverá assegurar a construção da nova solução para o Esgotamento Sanitário residencial.
Construção de fossas inadequadas
Exigir a substituição das fossas rudimentares por fossas sépticas e sumidouros ou ligação do esgoto residencial à rede pública de coleta, nas áreas onde existe esse sistema. Para usuários que comprovem situação de carência, o poder público deverá assegurar a construção da solução para o Esgotamento Sanitário residencial.
Implantar programa de educação ambiental quanto a necessidade de uso de fossas sépticas em substituição às fossas rudimentares e fiscalizar se a substituição está acontecendo nos prazos exigidos.
Lançamento de esgotos domésticos na rede de drenagem urbana
Fiscalizar e erradicar as ligações clandestinas.
Exigir a construção de solução de Esgotamento Sanitário adequada à legislação vigente ou a ligação do esgoto residencial à rede pública de coleta, nas áreas onde existe esse sistema. Para usuários que comprovem situação de carência, o poder público deverá assegurar a construção da solução para o Esgotamento Sanitário residencial.
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de informar sobre as implicações da ligação do esgoto doméstico na rede pluvial de coleta.
Inexistência ou ineficiência da manutenção e do monitoramento periódico das soluções coletivas e individuais de coleta e tratamento de esgoto.
Ampliar a manutenção e monitoramento das soluções individuais nas zonas urbana e rural, principalmente em fossas localizadas próximas aos cursos hídricos e pontos de captação subterrânea de água para consumo humano.
Ampliar a manutenção e monitoramento das condições da rede pública de coleta, adotando medidas de prevenção à ocorrência de transtornos.
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Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
Rompimento de interceptores,
coletores, emissários
Desmoronamento de taludes ou paredes de canais
Executar reparo da área danificada com urgência.
Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes.
Rompimento de interceptores,
coletores, emissários
Erosões de fundo de vale
Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto.
Executar reparo da área danificada com urgência.
Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes.
Rompimento de pontos para travessia de veículos
Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto.
Comunicar as autoridades de trânsito sobre o rompimento da travessia.
Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes.
Executar reparo da área danificada com urgência.
Isolar o trecho danificado do restante da rede com o objetivo de manter o atendimento das áreas não afetadas pelo rompimento.
Ocorrência de retorno de esgoto
nos imóveis
Obstrução de coletores de esgoto Executar reparo das instalações danificadas com urgência.
Executar trabalhos de limpeza e desobstrução.
Lançamento indevido de águas pluviais em redes coletoras de esgoto
Executar reparo das instalações danificadas.
Comunicar a vigilância sanitária.
Ampliar a fiscalização e o monitoramento das redes de esgoto e de captação de águas pluviais com o objetivo de identificar ligações clandestinas, regularizar a situação e implantar sistema de cobrança de multas e punição para reincidentes.
Extravasamento de esgoto em ETE por
paralisação do funcionamento desta
unidade de tratamento
Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações
Comunicar à Coelba a interrupção de energia.
Acionar gerador alternativo de energia.
Instalar tanque de acumulação do esgoto extravasado com o objetivo de evitar contaminação do solo e água.
Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento.
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Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
Extravasamento de esgoto em Estações
Elevatórias
Danificação de equipamentos eletromecânicos ou estruturas, por causas operacionais ou por ato de vandalismo
Instalar equipamento reserva e/ou realizar reparos nas estruturas danificadas com urgência.
Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento.
Comunicar o ato de vandalismo à polícia local.
Interrupção no fornecimento de energia elétrica
Comunicar à prestadora dos serviços de energia elétrica a interrupção do fornecimento.
Acionar gerador alternativo de energia.
Instalar tanque de acumulação do esgoto extravasado com o objetivo de evitar contaminação do solo e água.
Interrupção dos serviços de coleta de esgotos domésticos
Obstrução de coletores de esgoto, ocorrência de vazamentos na rede, extravasamento de Estações Elevatórias, paralização do funcionamento da ETE.
Executar limpeza e/ou reparo nas estruturas danificadas com urgência.
Reestabelecer o funcionamento das estações elevatórias e/ou da ETE com urgência.
Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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9 ÁREAS DE INTERESSE PARA O ESGOTAMENTO SANITÁRIO
A fim de ampliar a capacidade dos serviços de saneamento básico em promover
sustentabilidade social e ambiental, além de universalizar o acesso aos serviços e
soluções, é necessário planejar as questões relacionadas em escalas abrangentes
que interajam com as características ambientais, de uso e ocupação do solo e
planejamentos de áreas afins, de maneira a produzir entendimentos capazes de
potencializar a capacidade de oferta dos serviços nos territórios.
Dessa forma, realizou-se uma proposição de áreas potenciais de interesse para o
saneamento básico para zoneamento de maneira a alimentar reflexões sobre o uso
e ocupação dos territórios, suas implicações nos serviços de saneamento e a sua
interlocução com os planos de desenvolvimento urbanos produzidos nos municípios
A seguir se apresenta o resultado da análise de algumas tecnologias e sua relação
com o território e os mapeamentos realizados. Ressalta-se, porém, que a limitação
da análise tecnológica realizada não impõe restrição à observação de outras
tecnológicas existentes. Portanto, esse estudo se caracteriza mais como um
entendimento de como deve se articular as questões tecnologias, territoriais e
socioambientais na gestão do saneamento municipal do que na imposição de uma
ou outra opção tecnológica.
9.1 Metodologia Empregada
Inicialmente foram reunidas as informações espaciais referentes a diferentes
elementos do território camaçariense aos quais são de interesse ao planejamento
sistemático do saneamento básico em Camaçari-BA. Informações primárias obtidas
em visita técnica ao município foram sobrepostas a informações secundárias
advindas de fontes oficiais, as quais permitiram uma análise de múltiplos critérios de
acordo com o objetivo de melhoria dos serviços de saneamento básico.
Para a análise espacial e geoprocessamento dos dados foi utilizado o software
ArcGIS V. 10.3 e as ferramentas de análise da extensão ArcGIS para Saneamento,
sendo gerado os mapeamentos aos quais a seguir serão feitas as análises, leitura e
interpretação.
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9.2 Análise das Áreas de Interesse para o Esgotamento Sanitário
Antes de avaliar mais especificamente as áreas de interesse para o Esgotamento
Sanitário cabe destacar a importância da conservação dos ecossistemas nas
decisões das tecnologias a serem implantadas.
A universalização do atendimento dos Serviços de Esgotamento Sanitário, conforme
preconizado no Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB), é imprescindível
para a melhoria da saúde pública, porém as medidas adotadas devem ser
ponderadas de forma a preservar os ecossistemas.
A implantação de uma estação de tratamento de esgoto ou de estações elevatórias
de esgoto, por exemplo, deve considerar a preservação das Áreas de Proteção
Permanente, bem como dar prioridade a áreas que já estejam descampadas ao invés
de áreas que necessitem de supressão da vegetação.
O mapeamento de áreas de interesse ao Esgotamento Sanitário (Apêndice B)
considerou o sistema de Esgotamento Sanitário existente, a restrição ao uso de
fossas sépticas, e o aproveitamento dos efluentes tratados para o reuso na
agricultura, de acordo com as seguintes áreas:
O sistema de Esgotamento Sanitário existente;
As áreas não propícias a implementação de fossas sépticas;
Áreas de agricultura para o reuso do esgoto tratado;
Locais propícios ao reuso do esgoto no próprio domicílio (irrigação de jardins
e áreas verdes).
9.2.1 Distrito Sede
Em relação ao Esgotamento Sanitário, é visto que a grande maioria dos corpos
hídricos localizados na sede municipal de Camaçari (os canais de drenagem e as
lagoas) tem apresentado problemas advindos do lançamento de efluentes.
Sendo assim, a correção desses problemas pode ser considerada como de caráter
emergencial dentro das estratégias de melhoria do saneamento básico da cidade,
cuja vista que, compromete o ciclo aqui proposto dos efluentes o que
consequentemente promove impacto.
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Na lógica da descentralização do sistema de Esgotamento Sanitário, é importante
que a rede de esgoto geral do município seja integrada, e que em hipótese alguma
ocorra o lançamento direto sem tratamento em um manancial, caso contrário, todas
as ações não serão suficientes para solucionar os problemas relacionados ao
Esgotamento Sanitário no município de Camaçari.
O fato da rede de drenagem pluvial ser a mesma utilizada como rede de esgotamento
de esgoto na sede municipal do município sobrecarrega o sistema de esgotamento
e impossibilita um tratamento adequado dos efluentes.
Foi então delimitada, uma área potencial para reaproveitamento de esgoto, vista
como um local ideal a implementação das ações de reaproveitamento e reuso dos
efluentes previamente tratados na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Na Sede municipal essa área compreende as áreas não pertencentes a faixas de
APP do cinturão verde no Polo Petroquímico de Camaçari (PIC), entre outros
recortes de área verde aos quais poderiam estar sendo reaproveitados os efluentes
após tratamento.
O efluente com característica potencial orgânica, além dos locais indicados deve ser
direcionado a agricultura, a hortas comunitárias a serem desenvolvidas nas praças,
além de reaproveitados para a irrigação de campos de futebol, entre outras
atividades a qual o reuso pose ser utilizado. Fazendo com que a quantidade de
efluentes lançados no Oceano Atlântico e em mananciais de Camaçari possa ser
considerada futuramente uma variável decrescente.
Toda a distribuição dos equipamentos/infraestruturas de Esgotamento Sanitário
sobre uma perspectiva espacial deve ser considerada como um ponto estratégico ao
planejamento, sendo importante que as medidas de tratamento e melhoria da
qualidade da água dos mananciais sejam relacionadas diretamente às obras de
requalificação do sistema de Esgotamento Sanitário do município.
Esses estudos e levantamentos, fundamentados em visitas técnicas, servem como
orientação as medidas que devem ser tomadas para as soluções particulares a cada
situação diagnosticada, sendo de responsabilidade da gestão pública a tomada de
decisões e a elaboração de projetos em pró da melhoria dos cenários supra
relacionados.
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9.2.2 Distrito de Abrantes
No distrito de Abrantes a grande concentração de nascentes, somados a faixa de
dunas e a vegetação densa ainda preservada são pontos importantes a serem
considerados no processo de avanço da urbanização e consequentemente da
construção das infraestruturas de Esgotamento Sanitário. A maior parte da rede de
esgoto é conjunta com a rede de drenagem de água pluviais, o que prejudica a
qualidade das águas dos mananciais receptores de efluentes.
Além das Estações de tratamento de esgoto e dos trechos (percursos) do efluente
tratado, um outro importante elemento representado, trata-se do emissário da
CETREL que despeja os efluentes tratados no Oceano Atlântico após percorrer
cerca de 10 quilômetros desde a Sede Municipal de Camaçari até a localidade de
Arembepe no Distrito de Abrantes.
Foram identificados loteamentos e condomínios adequados a instalação de sistemas
de esgotamento descentralizados, com intuito de diminuir a demanda de efluentes
direcionadas aos cursos hídricos em grande parte sem qualquer tipo de tratamento.
9.2.3 Distrito de Monte Gordo
Em relação ao Esgotamento Sanitário do distrito de Monte Gordo em Camaçari, o
mapeamento permitiu analisar as áreas de maior adensamento urbano e assim os
maiores impactos e quantidade de efluentes. Assim como no distrito de Abrantes a
zona urbana é concentrada ao longo da orla marítima, e são as áreas de maior
produção de efluentes, sendo instalados sistemas descentralizados em alguns
condomínios mais em maior parte sendo descartados de modo impróprio nos
mananciais hídricos. Esta área por estar situada sobre o lençol freático do aquífero
de característica fissural torna-se bastante vulnerável a poluição, sobretudo pela
existência de aquíferos confinados rasos com maior vulnerabilidade ambiental,
devido o fácil acesso dos efluentes por meio da percolação. Foram identificadas as
áreas proibidas a implementação de fossas sépticas, sendo elencados os cordões
de dunas da APA – Lagoas de Guarajuba, as áreas florestais e as áreas com
profundidade estática do aquífero menor que 5 metros.
O levantamento de informações geográficas apresenta as características
topográficas por meio das curvas de nível do distrito, auxiliando assim a promoção
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da melhoria dos serviços de esgotamento, seja pela implementação das redes de
esgoto que operem por gravidade ou pela necessidade de instalação de Estações
Elevatórias de Esgoto (EEE).
Visto que as áreas verdes, e a grande maioria das nascentes de Monte Gordo ainda
se encontram protegidas por mata-ciliar, e considerando o acelerado avanço da
malha urbana no distrito, é importante que sejam respeitados esses recursos em
toda e qualquer intervenção urbana, cuja vista que os impactos gerados pelo
esgotamento podem promover a degradação ambiental a estas áreas.
Foram indicados alguns loteamentos e condomínios no distrito de Monte Gordo aos
quais poderiam ser instalados os sistemas descentralizados de tratamento de
esgoto, seja por meio de projetos de implementação dos sistemas de tratamento
individual de esgoto ou por meio de soluções alternativas desde que dentro dos
parâmetros estabelecidos pelos órgãos de fiscalização ambiental vigentes.
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10 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES
Neste item são apresentadas as estratégias para a componente “Esgotamento
Sanitário” visando sanar as deficiências identificadas no diagnóstico e alcançar os
objetivos e metas propostos no cenário de referência. Isso posto, são propostos
Programas, Projetos e Ações (PPA) através de soluções apropriadas social,
ambiental e economicamente, considerando os princípios de universalidade,
integralidade, intersetorialidade, sustentabilidade, participação e controle social,
preconizados na Lei n° 11.445/2007 – Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Básico. O escopo do conteúdo do PPA para Esgotamento Sanitário visa promover:
i. A mitigação da poluição dos recursos hídricos;
ii. A promoção da saúde pública e a redução da ocorrência de doenças
relacionadas à precariedade dos serviços de esgotamento;
iii. O aumento da qualidade da prestação dos Serviços de Esgotamento
Sanitário;
iv. A coibição do mau uso e estímulo à proteção dos recursos hídricos;
v. O fortalecimento da relação da população com o meio ambiente e seus
ecossistemas;
vi. A satisfação dos beneficiários do serviço prestado;
vii. A melhoria da gestão e do gerenciamento municipal, no que tange à
prestação de serviços públicos de interesse local, à proteção ambiental, à
saúde coletiva e à equidade social.
Os programas visam a concretização dos objetivos, através da definição de um tema
foco para o estabelecimento de projetos e ações, buscando garantir a
operacionalização do PMSB e, consequentemente, da prestação do serviço de forma
integrada. Por isso, possuem escopo abrangente com o delineamento geral de
diversos projetos a serem executados, o que traduz as estratégias para o alcance
das metas estabelecidas no cenário de referência.
Os projetos representam um conjunto de atividades e ações a serem desenvolvidas,
que levam em consideração os recursos disponíveis e o tempo necessário para
execução. Quando diversos projetos possuem objetivos semelhantes são agrupados
em programas, possibilitando a obtenção de benefícios que não seriam alcançados
se gerenciados isoladamente.
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As ações são desdobramentos do projeto em forma de etapas, que devem ser
executadas para atingir os objetivos traçados, em horizontes temporais. Assim, as
ações são planejadas para sanar os problemas relacionados à demanda da
sociedade. Uma vez encerrado o projeto e atingido seu objetivo, as ações tornam-
se atividades ou processos rotineiros de manutenção da diretriz por ele atendida.
Para a componente “Esgotamento Sanitário” o PPA foi organizado em 02 (dois)
eixos, como mostra a Figura 21, que abrangem propostas para concretizar as
aspirações da sociedade presentes no Plano Municipal de Saneamento Básico,
adequando-as à realidade do município. Os objetivos dos programas, assim como,
seus projetos e ações são apresentados a seguir.
Figura 21 - Programas para o PPA de Esgotamento Sanitário de Camaçari - BA.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
10.1 Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário
Visando lograr uma gestão sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário –
Objetivo 67 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável apresentados em 2015
pela Organização das Nações Unidas - ONU e baseados nos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio - ODM (ONU, s.d.) – o presente programa se insere no
âmbito do planejamento dos Serviços de Esgotamento Sanitário para o município de
Camaçari.
Vale destacar ainda que, de acordo com a Política Federal de Saneamento Básico
(Lei nº 11.445/07), os princípios fundamentais que devem perfazer os serviços
públicos de saneamento básico, como especificam os incisos do Art. 2º, são:
7 Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos – compreendendo saneamento com o conceito de integralidade entre os componentes abastecimento de água, Esgotamento Sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais.
PP
A -
Es
go
tam
en
to
Sa
nit
ári
o
Esgotamento Sanitário para Todos
Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário
Plano Municipal de Saneamento Básico
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(...)
II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as
atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando, à população, o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;
(...)
VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;
VII - eficiência e sustentabilidade econômica;
(...)
IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;
X - controle social;
XI - segurança, qualidade e regularidade;
XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos. (grifo nosso)
Outro aspecto relevante a ser considerado é o desafio de conciliar o equilíbrio
econômico-financeiro da prestadora de serviços com a modicidade tarifária, somado
aos investimentos demandados à proporção que se projete a ampliação do acesso
aos serviços para as zonas periféricas, cuja população encontra-se em situação de
vulnerabilidade econômica. Destarte, embora o município seja, constitucionalmente,
o titular nos serviços de saneamento básico, a eficiência da gestão, em seu sentido
amplo, está diretamente relacionada ao bom desempenho de todos os atores
envolvidos, não somente da atuação da prefeitura. Assim, incluem-se as prestadoras
de serviços, as secretarias e demais órgãos afins, a exemplo da Embasa, Cerb,
Agersa, Seinfra e Sedur, como elucidado no Produto 08 - Estudos de Cenários, Tomo
I - Gestão dos Serviços de Saneamento.
Nesse contexto, serão detalhados nos próximos subitens os projetos do Programa
de Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário que visam abarcar a
melhoria operacional, a qualidade no serviço prestado e a educação ambiental para
fortalecimento da relação da população com o meio ambiente.
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10.1.1 Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
A título de contextualização revisitaremos as não conformidades relacionadas à
prestação dos Serviços de Esgotamento Sanitário apresentadas no Produto 05 -
Diagnóstico dos Serviços de Esgotamento Sanitário e elencados também no
APÊNDICE A- MATRIZ SWOT DOS SERVIÇOS ESGOTAMENTO SANITÁRIO do
presente produto, apresentadas a seguir:
As estações de tratamento de esgoto não atendem aos padrões de
lançamento de efluentes domésticos em corpos hídricos, segundo Resolução
CONAMA n° 430/2011;
Extravasamentos em pontos da rede de coleta de esgoto no meio urbano;
Adoção predominante de soluções individualizadas inapropriadas em todo o
município, podendo gerar contaminação do solo e de mananciais
subterrâneos;
Lançamento de esgoto coletado pela rede pública na rede de drenagem e em
corpos d'agua sem tratamento prévio;
Lançamento de águas pluviais na rede pública de coleta de esgoto;
Fiscalização precária quanto à regulação e à qualidade do efluente gerado
nas ETEs.
A utilização do sistema de drenagem urbana para o lançamento de esgoto doméstico
provoca a contaminação dos rios, lagos e praias, e a utilização do sistema de
esgotamento para lançamento de águas pluviais, pode ocasionar o retorno de
efluentes para residências, extravasamento de elevatórias, dentre outros
transtornos.
Os mananciais inseridos no perímetro urbano do município recebem contribuições
de esgotos domésticos dos domicílios que não possuem solução de esgotamento,
fazendo a ligação clandestina no sistema de drenagem e, devido a isso, se
encontram em estado de degradação ambiental. Essa situação coloca em risco a
saúde da população, principalmente de crianças que são mais propícias a ter contato
direto com a água desses mananciais. Elaborar medidas para melhoria da prestação
dos Serviços de Esgotamento Sanitário, como a promoção de ações de prevenção
aos extravasamentos na rede, está intrinsecamente conexo à promoção da
preservação dos mananciais e da saúde pública dos munícipes.
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Ante o descrito, visando melhorar as condições de salubridade do meio, proteger os
ecossistemas e evitar transtornos à população são pontuadas as ações que deverão
ser desenvolvidas no âmbito desse projeto:
a) Formulação de ações para prevenção aos extravasamentos na rede coletora
de esgoto;
b) Elaboração de rotina contínua de monitoramento e manutenção preventiva
das soluções individuais implantadas na zona urbana e rural, com
disponibilização de técnico capacitado para realização dessas atividades;
c) Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema
residencial de coleta de águas pluviais à rede pública de coleta de esgoto;
d) Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema
residencial de esgoto à rede pública de drenagem;
e) Fiscalização quanto à ligação das residências ao sistema de coleta público de
coleta de esgoto, conforme disposto no Art. 82 do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano – PDDU do município de Camaçari, aplicando aos
usuários inadimplentes as penalidades previstas na Lei nº 7.307 de 23 de
janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de
2000, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de coleta de
esgotos;
f) Desenvolvimento de canal de diálogo entre usuário e prestadora do serviço,
incluindo campanha de incentivo ao uso, para célere informação sobre
transtornos na rede pública de coleta de esgoto;
g) Capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos para a execução dos
serviços de esgotamento de modo satisfatório, incluindo a contratação de
funcionários em número suficiente para atender à demanda do município, bem
como o treinamento (e sua reciclagem periódica) da equipe técnica incumbida
das medições;
h) Inclusão dos dados referentes ao saneamento básico ao Sistema de
Informações Geográficas - SIG, já utilizado pela Prefeitura, permitindo o
mapeamento da ocorrência de vazamentos, da idade das redes de coleta,
entre outras oportunidades.
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10.2 Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos
O Esgotamento Sanitário exerce papel primordial no controle de doenças e outros
agravos, assim como contribui para a redução da morbimortalidade provocada por
doenças transmitidas pela água e consequente melhoria na qualidade de vida da
população, além de ter forte contribuição no resgate da dignidade do cidadão.
Portanto, implementar ações que objetivem o acesso às condições adequadas de
saneamento a toda e qualquer pessoa mediante tecnologias apropriadas à realidade
socioeconômica, cultural e ambiental se traduz na garantia de cumprimento do direito
do cidadão e é, pois, desafio contínuo da gestão pública.
Os objetivos desse Programa, descritos a seguir, visam atender à demanda da
população no que se refere ao Esgotamento Sanitário no horizonte de planejamento
de 20 anos.
Ampliar o sistema de Esgotamento Sanitário na área urbana dos distritos:
A área urbana do município, composta pela sede municipal e pelos distritos de Monte
Gordo e de Abrantes, não possui rede pública de coleta de esgoto atendendo a todos
os moradores. Apenas 20,2% da população do município possui acesso à rede
coletora de esgoto, sendo 28,0% no Distrito Sede, 13,1% no Distrito de Monte Gordo
e 11,0% no Distrito de Abrantes. O atendimento com rede coletora e tratamento
abrange 13,1% da população urbana do município e o índice de tratamento do
esgoto coletado é de 64,8%. Após, a conclusão das obras de saneamento do PAC I
e II em 2107, o atendimento por rede coletora na zona urbana passa a ser 48,2% da
população urbana, o índice de tratamento do esgoto coletado passa a ser de 100%.
Sendo assim, para atender aos princípios preconizados na Lei n° 11.445/2007
verifica-se que a ampliação do índice de coleta deverá crescer paralelamente ao
índice de tratamento do efluente coletado.
Assim, é objetivo do presente programa a elevação do índice de atendimento de
coleta de esgoto até o patamar de 93,1% e a universalização do tratamento de
esgoto para as zonas urbanas dos distritos. Vale ressaltar que, apesar de não
alcançar a universalização da coleta de esgoto, a adoção dessa meta está em
concordância com o horizonte de trabalho do PMSB e com as diretrizes preconizadas
na Lei n° 11.445/2007, que propõe a ampliação do índice progressivamente até a
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sua universalização. Destarte, ressalta-se que, em ocasião da revisão do PMSB,
essa meta deve ser reavaliada objetivando o alcance de um horizonte temporal em
que a universalização do acesso seja uma realidade para os moradores da zona
urbana.
Devido ao déficit de atendimento por soluções de esgotamento na zona urbana,
existem ligações clandestinas de esgoto doméstico na rede de drenagem, podendo
gerar transtornos à população como o extravasamento em épocas de intensas
precipitações, ocasionando riscos à saúde pública, além de acarretar na
contaminação dos mananciais inseridos no perímetro urbano por efluente doméstico
sem tratamento prévio.
Portanto, a ampliação do sistema de Esgotamento Sanitário na zona urbana de cada
distrito com tecnologias e tarifas apropriadas à realidade local possui papel decisivo
para alcance de um ambiente seguro e salubre à toda a população, diminuindo a
possibilidade de ocorrência de doenças, reconstruindo os hábitos atuais e
fortalecendo a relação da comunidade com o meio ambiente.
Implantar soluções alternativas para as comunidades rurais e para os
domicílios dispersos na zona urbana:
Nas localidades rurais foi verificado o uso de fossas rudimentares como solução para
a destinação dos esgotos domésticos provenientes do vaso sanitário, construídas
sem observação dos critérios técnicos, estabelecendo uma condição propícia à
contaminação do lençol freático e das águas subterrâneas na região. Nesse
panorama, é válido destacar os impactos resultantes da desobediência aos critérios
técnicos construtivos, a exemplo da distância mínima da solução de Esgotamento
Sanitário à fonte de água subterrânea, que majoram as chances de contaminação
de poços usados como fonte de água para consumo e, consequentemente, a
ocorrência de doenças nos moradores locais.
Neste sentido, o Programa Esgotamento Sanitário Para Todos pretende ampliar o
índice atual de 32% de abrangência de soluções de esgotamento na zona rural até
o patamar de 80%, considerando o horizonte temporal de implementação do PMSB
e as metas propostas pelos estudos desenvolvidos no âmbito do Plansab (2013)
para a região Nordeste, adotadas no cenário de referência. A adoção dessa meta
segue ainda o direcionamento do princípio da universalização do acesso,
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preconizado pela Lei n° 11.445/2007, que propõe a ampliação do índice
progressivamente até o seu acesso universal a todos os moradores. Ressalta-se
que, em ocasião da revisão do PMSB, as metas propostas sejam reavaliadas
objetivando encontrar um horizonte temporal em que a universalização do acesso
seja uma realidade para os moradores da zona rural.
Para a zona urbana do município o uso de soluções alternativas de esgotamento é
indicado como solução emergencial para locais afastados do centro urbano onde se
predominam domicílios dispersos. Porém, segundo indicação do Plansab (2013) e
conforme o disposto na Lei estadual nº 7.307/1998, os domicílios que passam a ser
atendidos por rede coletora devem desativar a fossa séptica e lançar o efluente na
rede. Sendo assim, conforme a ampliação da rede contemple esses domicílios, a
transição dever ser incentivada e fiscalizada pelos órgãos responsáveis.
Ante isso, o Programa Esgotamento Sanitário Para Todos visa ampliar o índice de
acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário para o meio rural e para os domicílios
dispersos da zona urbana com uso de tecnologias apropriadas à realidade local de
modo a promover a saúde púbica, a proteção do meio ambiente e garantir o direito
ao acesso aos serviços de saneamento ao munícipe como forma de assegurar e
resgatar a dignidade da pessoa humana.
Conservação e recuperação das águas superficiais e subterrâneas do
município:
É fundamental para o Programa Esgotamento Sanitário Para Todos a promoção da
proteção das águas superficiais e subterrâneas, uma vez que o esgotamento
sanitário adequado previne a contaminação com efluentes domésticos com elevada
carga orgânica e patogênica, o que evita a degradação dos ecossistemas, melhora
a saúde pública e reduz os custos com tratamento da água.
Como descrito no Produto 4 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água,
Item 8, o município de Camaçari faz uso de mananciais de águas superficiais (Rio
Pojuca e Barragem Santa Helena) e subterrâneas (Aquífero São Sebastião). As
ações para a conservação dos atuais e futuros mananciais estão presentes no item
10.2 “Programas: recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais” do Produto
8 - Tomo II - Abastecimento de Água.
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Além de servir de manancial de abastecimento, alguns corpos d’água como
córregos, riachos e rios, também tem a função de promover o escoamento das águas
pluviais. O Produto 6 - Diagnóstico dos Serviços de Drenagem Urbana identificou a
contaminação por esgoto em quase todos os córregos, riachos e rios urbanos do
município. As ações para a conservação e recuperação desses corpos d’agua estão
presentes no item 10.2 “Programas: Manejo Adequado de Águas Pluviais” do
Produto 8 - Tomo IV- Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais.
Como pode ser visto, o objetivo de recuperação das águas superficiais e
subterrâneas do município previsto no Estudo de Cenários de Esgotamento
Sanitário, está presente nas ações previstas nos Estudos de Cenários de
Abastecimento Água e Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais, evidenciando
a importância da integralidade dos serviços, uma das diretrizes nacionais para o
saneamento básico instituídas pela Lei n° 11.445/2007, que estabelece princípios
fundamentais que devem perfazer os serviços públicos de saneamento básico, como
especifica o inciso II do Art. 2º:
(...) II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando, à população, o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; (...)
Redução da incidência de doenças relacionadas a ausência do saneamento básico:
O saneamento básico tem como uma das suas principais funções a prevenção de
doenças e a promoção da saúde pública. Como se sabe, são nas excretas,
principalmente nas fezes, que o organismo humano libera maior carga patogênica.
Assim, quando as excretas são dispostas no ambiente de forma inadequada, a
proliferação de doenças se torna fato recorrente nas comunidades humanas. Dessa
forma, há propagação de epidemias nos territórios, acometendo grande parte da
população e trazendo grandes prejuízos sociais e econômicos para a sociedade.
Ao se atingir a cobertura universal de soluções e Serviços de Esgotamento Sanitário,
uma grande gama de doenças relacionadas à ausência de infraestrutura desse
componente já terá a probabilidade de ocorrência diminuída ao máximo, não
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dependendo mais do seu controle, mas de outros fatores que poderão colaborar para
sua proliferação no ambiente.
10.2.1 Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário
na Zona Urbana
No que se refere ao serviço de Esgotamento Sanitário, a Lei estadual nº 7.307 de 23
de janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de 2000,
dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de esgotamentos sanitários e dá
outras providências. Segue alguns artigos dessa Lei:
Art. 1º - Os serviços de saneamento básico compreendem, dentre outros, a coleta e disposição adequada dos esgotos, sendo portanto obrigatória a ligação dos efluentes sanitários dos imóveis, de qualquer natureza, à rede de Esgotamento Sanitário, quando implementada pelo Poder Público.
Art. 2º - Para cumprimento do disposto no artigo anterior, o usuário deverá promover a ligação do seu imóvel à rede coletora, no prazo máximo de 90 dias, a partir da data em que for comunicado de que o equipamento público se encontra disponível.
Art. 4º - O controle e a fiscalização das ligações de que trata esta Lei caberão à concessionária dos serviços de abastecimento de água e Esgotamento Sanitário e ao Centro de Recursos Ambientais.
Art. 7º - Por infração de qualquer disposição estabelecida nesta Lei, o infrator ficará sujeito às seguintes penalidades:
I - advertência, por escrito ou mediante aviso em jornal de grande circulação, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
II - multa simples ou diária;
III - interdição temporária ou definitiva, excetuando-se os imóveis residenciais;
IV - interrupção do suprimento de água.
Esse projeto tem como objetivo fomentar a implantação de sistemas de coleta,
tratamento e destinação final de esgotos sanitários, visando o controle de doenças
e outros agravos, assim como contribuir para a redução da morbimortalidade
provocada por doenças transmitidas pela água, para o aumento da expectativa de
vida e melhoria na qualidade de vida da população. No âmbito desse projeto devem
ser desenvolvidas as seguintes ações:
a) Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de
esgoto doméstico na zona urbana dos distritos Sede, Abrantes e Monte
Gordo;
b) Elaboração de projeto e implantação de etapa de tratamento do esgoto
doméstico para os distritos de Abrantes e Monte Gordo;
c) Ampliação o volume de tratamento dos esgotos coletados na Sede municipal
pela empresa privada Cetrel;
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d) Operação e manutenção da rede pública de coleta dos distritos e das soluções
de tratamento do esgoto coletado a fim de evitar transtornos à população e
proteger o meio ambiente de contaminações;
e) Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública nos distritos,
promover a desativação das soluções individualizadas e ligação do domicílio
à rede8;
f) Construção de módulos sanitário integrados à rede coletora de esgoto em
domicílios que ainda não possuem9;
g) Realizar estudos quanto à viabilidade ambiental e econômica do reuso dos
efluentes tratados nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE);
h) Estudar a aplicação de tarifas compatíveis com a condição de pagamento dos
usuários.
10.2.2 Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para povos e
comunidades tradicionais
Como já mencionado, a zona rural do município de Camaçari possui alto déficit
quanto à cobertura por soluções de Esgotamento Sanitário, sendo a cobertura atual
abrangendo apenas 32% da população rural, segundo IBGE 2010. A fossa
rudimentar é largamente empregada como solução para suprir essa carência,
contaminando o solo, mananciais subterrâneos e acarretando em riscos de
contaminação de poços usados como fonte de água para consumo pela população
local. Ante isso, é objetivo do presente projeto a elevação do índice de cobertura com
soluções individuais de Esgotamento Sanitário para abranger 80% da população
rural empregando tecnologias apropriadas à realidade local e em obediência aos
critérios técnicos construtivos imprescindíveis à sua perfeita eficiência e efetividade.
A escolha por sistemas individuais é baseada na recomendação do inciso V do Art.
2° da Lei 11.445/2007 – Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, que propõe
a adoção de métodos, técnicas e processos em concordância com as peculiaridades
locais e regionais. Desta forma, as características ponderadas na escolha da
tecnologia a ser empregada consideraram a baixa densidade demográfica da zona
rural, onde se predomina a ocorrência de populações dispersas, inviabilizando a
8 Essa ação deve ser executada em conjunto com a ação de educação ambiental prevista no Tomo I,, entre outras oportunidades. 9 Idem nota 5.
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implantação de soluções coletivas, assim como as experiências de outros
municípios, com similaridades à Camaçari, que demonstraram dificuldades de
manutenção e operação das soluções coletivas na zona rural, comprometendo a sua
eficiência e efetividade.
As soluções individuais previstas para a zona rural devem ser construídas de
maneira participativa, a fim de promover o empoderamento e a apropriação pela
comunidade da tecnologia implantada, além de fortalecer a relação dos moradores
com o meio ambiente. Outro aspecto importante é dar prioridade, quando possível,
a tecnologias de tratamento que permitam a produção segura de alimentos.
O presente projeto visa também a proposição de ações voltadas a promoção da
melhoria das condições de esgotamento sanitário dos Povos e Comunidades
Tradicionais (PCT) presentes no território do município de Camaçari. Foram
identificadas a presença de comunidades remanescentes de quilombos,
comunidades pesqueiras, presença de aldeias hippies e povos ciganos, conforme
descrito no item 8.4 do Vol. 1 do Produto 2. A importância dada aos PCTs está
fundamentada na concepção ambientalista. Nos últimos trinta anos, os cientistas
ambientais constataram que a presença humana em Unidades de Conservação
contribui para a proteção de espécies animais em extinção, devido à capacidade de
utilização e preservação dos recursos naturais por meio da permanência destas
populações nas regiões conservadas.
Portanto, com a consolidação dessas comunidades no território do município surge
a necessidade do amparo estrutural para garantir a segurança sanitária necessária
à vida humana, minimizando a ocorrência de agravos de saúde relacionados à
deficiência dos serviços de esgotamento sanitário, fortalecendo a relação da
comunidade com o ambiente e reedificando a identidade do grupo. Sendo assim,
foram direcionadas ações específicas para o atendimento dessas comunidades,
considerando as suas peculiaridades culturais. Isso posto, as ações previstas para
o presente projeto são elencadas a seguir:
a) Elaboração dos projetos das soluções individuais de esgotamento
sanitário, incluindo cronograma de operação, manutenção e monitoração;
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b) Construção de soluções individuais, como banheiro seco, fossa séptica
seguida de sumidouros ou valas de filtração, fossas de evapotranspiração
e canteiro bioséptico, com base na construção participativa envolvendo a
família contemplada;
c) Capacitação da população na construção de soluções adequadas de
Esgotamento Sanitário, com foco em membros de associações e
profissionais responsáveis pela construção das soluções individuais
adotadas atualmente na região;
d) Elaborar e disponibilizar para a população manual técnico
autoexplicativo de construção e operação de soluções individuais, como
fossas sépticas seguidas de sumidouro/vala de filtração, canteiro
bioséptico, entre outros, assim como normas correlacionadas existentes;
e) Elaborar Manual com orientações sobre a manutenção e o
monitoramento das soluções individuais;
f) Construção de módulos sanitários nas residências que ainda não tem
acesso a banheiro, composto por vaso sanitário, lavatório, chuveiro e pia
de lavar roupa, integrado a solução para a destinação dos esgotos
condizente com a realidade local;
g) Promoção de oficinas de capacitação para atores sociais envolvidos na
construção de soluções individuais de esgotamento sanitário;
h) Promoção de oficinas de educação ambiental com os Povos e
Comunidades Tradicionais abordando a importância do esgotamento
sanitário para a minimização dos agravos de doenças e proteção do meio
ambiente, debatendo com a coletividade a respeito da melhor alternativa
para esgotamento sanitário a ser implantada, considerando as suas
peculiaridades culturais e visando a aceitação da tecnologia. Na ocasião
das oficinas deve feito o levantamento do quantitativo de residências
desprovidas de instalações sanitárias internas e a possível solução para
cada comunidade específica (a exemplo do uso de banheiro seco,
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construção de módulos sanitários integrados à solução de esgotamento,
entre outras possibilidades);
i) Implantação das soluções alternativas de esgotamento sanitário para
atendimento dos povos e comunidades tradicionais, com participação dos
moradores contemplados na construção da solução.
No Quadro 19 apresenta-se a síntese dos Programas, projetos e Ações previstos
para o esgotamento sanitário em Camaçari.
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Quadro 19 - Síntese dos Programas, Projetos e Ações para o esgotamento sanitário.
Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
Programa "Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário"
Projeto "Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado"
Melhorar a qualidade do
serviço prestado tanto para rural
quanto para área urbana
Engajamento do poder público municipal no
cumprimento das ações
Municipal
i. Formulação de ações para prevenção aos extravasamentos na rede coletora de esgoto;
ii. Elaboração de rotina contínua de monitoramento e manutenção preventiva das soluções individuais implantadas na zona urbana e rural, com disponibilização de técnico capacitado para realização dessas atividades
iii. Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de coleta de águas pluviais à rede pública de coleta de esgoto
Engajamento do prestador de
serviço (embasa) no cumprimento
das ações
iv. Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de esgoto à rede pública de drenagem;
v. Fiscalização quanto à ligação das residências ao sistema de coleta público de coleta de esgoto, conforme disposto no Art. 82 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU do município de Camaçari, aplicando aos usuários inadimplentes as penalidades previstas na Lei nº 7.307 de 23 de janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de 2000, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de coleta de esgotos.
Articulação da população
vi. Desenvolvimento de canal de diálogo entre usuário e prestadora do serviço, incluindo campanha de incentivo ao uso, para célere informação sobre transtornos na rede pública de coleta de esgoto.
vii. Capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos para a execução dos serviços de esgotamento de modo satisfatório, incluindo a contratação de funcionários em número suficiente para atender à demanda do município, bem como o treinamento (e sua reciclagem periódica) da equipe técnica incumbida das medições.
viii. Inclusão dos dados referentes ao saneamento básico ao Sistema de Informações Geográficas - SIG, já utilizado pela Prefeitura, permitindo o mapeamento da ocorrência de vazamentos, da idade das redes de coleta, entre outras oportunidades.
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Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
Programa "Esgotamento Sanitário para Todos"
Projeto "Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana"
Fomentar a implantação de
sistemas de coleta, tratamento e destinação final
de esgotos sanitários, visando
o controle de doenças e outros agravos, assim como contribuir
para a redução da morbimortalidade
provocada por doenças
transmitidas pela água, para o aumento da
expectativa de vida e melhoria na qualidade de vida
da população.
Acompanhamento pelo ente
fiscalizador
Zona urbana do distrito Sede
i. Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de esgoto doméstico
ii. Ampliação o volume de tratamento dos esgotos coletados na Sede municipal pela empresa privada Cetrel
Zona urbana do distrito de Abrantes
i. Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de esgoto doméstico
ii. Elaboração de projeto e implantação de etapa de tratamento do esgoto doméstico
iii. Operação e manutenção da rede pública de coleta dos distritos e das soluções de tratamento do esgoto coletado a fim de evitar transtornos à população e proteger o meio ambiente de contaminações;
Engajamento do prestador de
serviço (embasa) no cumprimento
das ações
iv. Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública nos distritos, promover a desativação das soluções individualizadas e ligação do domicílio à rede
Zona urbana do distrito de Monte
Gordo
i. Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de esgoto doméstico
ii. Elaboração de projeto e implantação de etapa de tratamento do esgoto doméstico
iii. Operação e manutenção da rede pública de coleta dos distritos e das soluções de tratamento do esgoto coletado a fim de evitar transtornos à população e proteger o meio ambiente de contaminações;
Articulação da população
iv. Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública nos distritos, promover a desativação das soluções individualizadas e ligação do domicílio à rede
Municipal
i. Construção de módulos sanitários integrados à rede coletora de esgoto em domicílios que ainda não possuem
ii. Realizar estudos quanto à viabilidade ambiental e econômica do reuso dos efluentes tratados nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE)
iii. Estudar a aplicação de tarifas compatíveis com a condição de pagamento dos usuários
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Justificativa Condicionantes Abrangência Ações
Projeto "Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais"
Elevar o índice de cobertura com
soluções individuais de Esgotamento Sanitário para
abranger 80% da população rural
empregando tecnologias
apropriadas à realidade local e em obediência
aos critérios técnicos
construtivos imprescindíveis à
sua perfeita eficiência e efetividade.
Engajamento do poder público municipal no
cumprimento das ações
Localidades Rurais e Povos e
Comunidades Tradicionais
(comunidades remanescentes de quilombos, comunidades pesqueiras,
aldeias hippies e povos ciganos)
i. Elaboração dos projetos das soluções individuais de esgotamento sanitário, incluindo cronograma de operação, manutenção e monitoração
ii. Construção de soluções individuais, como banheiro seco, fossa séptica seguida de sumidouros ou valas de filtração, fossas de evapotranspiração e canteiro bioséptico, com base na construção participativa envolvendo a família contemplada
iii. Capacitação da população na construção de soluções adequadas de Esgotamento Sanitário, com foco em membros de associações e profissionais responsáveis pela construção das soluções individuais adotadas atualmente na região
iv. Elaborar e disponibilizar para a população manual técnico autoexplicativo de construção e operação de soluções individuais, como fossas sépticas seguidas de sumidouro/vala de filtração, canteiro bioséptico, entre outros, assim como normas correlacionadas existentes;
v. Elaborar Manual com orientações sobre a manutenção e o monitoramento das soluções individuais;
vi. Construção de módulos sanitários nas residências que ainda não tem acesso a banheiro, composto por vaso sanitário, lavatório, chuveiro e pia de lavar roupa, integrado a solução para a destinação dos esgotos condizente com a realidade local
vii. Promoção de oficinas de capacitação para atores sociais envolvidos na construção de soluções individuais de esgotamento sanitário;
viii. Promoção de oficinas de educação ambiental com os Povos e Comunidades Tradicionais abordando a importância do esgotamento sanitário para a minimização dos agravos de doenças e proteção do meio ambiente, debatendo com a coletividade a respeito da melhor alternativa para esgotamento sanitário a ser implantada, considerando as suas peculiaridades culturais e visando a aceitação da tecnologia. Na ocasião das oficinas deve feito o levantamento do quantitativo de residências desprovidas de instalações sanitárias internas e a possível solução para cada comunidade específica (a exemplo do uso de banheiro seco, construção de módulos sanitários integrados à solução de esgotamento, entre outras possibilidades)
ix. Implantação das soluções alternativas de esgotamento sanitário para atendimento dos povos e comunidades tradicionais, com participação dos moradores contemplados na construção da solução.
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11 ESTIMATIVAS DOS RECURSOS NECESSÁRIOS AOS INVESTIMENTOS
A presente estimativa guarda a finalidade de auxiliar os processos decisórios quanto
à gestão dos serviços de esgotamento sanitário no município de Camaçari - Ba. Para
cumprir este objetivo, fez-se o levantamento dos custos de cada ação, conforme os
projetos propostos em cada programa, considerando, ainda, o horizonte de
planejamento de vinte anos.
Vale ressaltar que tais valores têm como objetivo apenas nortear o Município na
implementação dos projetos propostos nesse produto. O mesmo não têm a intenção
de realizar orçamentos oficiais quanto às estruturas, equipamentos e demais quesitos
a serem adquiridos. Os valores são variáveis e dependerão da viabilidade técnica e
econômica da Administração Pública.
11.1 Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário
O custo total estimado para o Programa “Esgotamento Sanitário Para Todos” foi de
R$ 1,95 milhões de reais. Tal valor corresponde ao projeto que o compõe, discorrido
no Capítulo 10 - Programas, Projetos e Ações do presente no Tomo III. O
detalhamento dos recursos previstos para o projeto é dado, pois, nos subitens adiante.
11.1.1 Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
As ações onerosas do Projeto de Melhoria da qualidade do serviço prestado abarcam
investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a elaboração de rotina de
manutenção das soluções individuais das zonas urbana e rural, a fiscalização quanto
a ligação à rede pública de coleta, uma vez tendo sido implantada, entre outras
descritas na tabela a seguir.
Tabela 18 - Custo total do Projeto “Melhoria da qualidade do serviço prestado”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Formulação de ações para prevenção aos extravasamentos na rede coletora de esgoto.
R$ 242.595,26
R$ 1.957.786,29
Embasa
Elaboração de rotina contínua de monitoramento e manutenção preventiva das soluções individuais implantadas na zona urbana e rural, com disponibilização de técnico capacitado para realização dessas atividades.
R$ 485.190,51 Prefeitura
Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de coleta de águas pluviais à rede pública de coleta de esgoto.
R$ 242.595,26 Embasa e Prefeitura
Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de esgoto à rede pública de drenagem.
R$ 242.595,26 Prefeitura
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Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Fiscalização quanto à ligação das residências ao sistema público de coleta de esgoto, conforme disposto no Art. 82 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU do município de Camaçari, aplicando aos usuários inadimplentes as penalidades previstas na Lei nº 7.307 de 23 de janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de 2000, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de coleta de esgotos.
R$ 242.595,26 Prefeitura
Desenvolvimento de canal de diálogo entre usuário e prestadora do serviço, incluindo campanha de incentivo ao uso, para célere informação sobre transtornos na rede pública de coleta de esgoto.
R$ 223.443,00 Embasa
Capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos para a execução dos serviços de esgotamento de modo satisfatório, incluindo a contratação de funcionários em número suficiente para atender à demanda do município, bem como o treinamento (e sua reciclagem periódica) da equipe técnica incumbida das medições.
R$ 172.370,31 Embasa
Inclusão dos dados referentes ao saneamento básico ao Sistema de Informações Geográficas - SIG, já utilizado pela Prefeitura, permitindo o mapeamento da ocorrência de vazamentos, da idade das redes de coleta, entre outras oportunidades.
R$ 106.401,43 Embasa e Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
11.2 Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos
O custo total estimado para o Programa “Esgotamento Sanitário Para Todos” foi de
R$ 1,52 bilhões de reais. Tal valor corresponde ao somatório dos 02 (dois) projetos
que o compõem, discorridos no Capítulo 10 - Programas, Projetos e Ações do
presente Tomo III. O detalhamento dos recursos previstos para cada um dos projetos
é dado, pois, nos subitens adiante.
11.2.1 Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário
na Zona Urbana
As ações onerosas do Projeto de Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana abarcam, em sua maioria, investimentos no âmbito de
medidas estruturais, como a construção de sistemas de esgotamento sanitário,
incluindo rede de coleta, elevatórias e tratamento e seus custos operacionais. Devido
a isso, é o projeto com valor mais impactante nas estimativas realizadas para todos
os serviços de esgotamento sanitário ao longo do horizonte de planejamento de 20
anos.
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Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
indicadores de custos do Ministério das Cidades (Plansab), além de orçamentos de
projetos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área,
sempre realizando a correção monetária a adequação à realidade do município. Isto
posto, a tabela seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 19 - Custo total do Projeto “Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de esgoto doméstico na zona urbana da Sede.
R$ 273.370.230,65
R$ 1.528.333.470,18
Embasa
Elaboração de projeto e ampliação da rede pública de coleta de esgoto doméstico na zona urbana do Distrito de Monte Gordo.
R$ 168.814.145,68 Embasa
Elaboração de projeto e ampliação da rede pública de coleta de esgoto doméstico na zona urbana Distrito de Abrantes.
R$ 264.090.306,00 Embasa
Elaboração de projeto e implantação de etapa de tratamento do esgoto doméstico para os distritos de Abrantes e Monte Gordo.
R$ 117.388.449,56 Embasa
Ampliação do volume de tratamento dos esgotos coletados na Sede municipal pela empresa privada Cetrel.
R$ 108.508.234,16 Embasa
Operação e manutenção da rede pública de coleta dos distritos e das soluções de tratamento do esgoto coletado a fim de evitar transtornos à população e proteger o meio ambiente de contaminações.
Custo inclui operação e manutenção da rede de coleta pública de esgoto para os distritos Sede, Abrantes e Monte Gordo
R$ 343.960.693,90 Embasa
Custo inclui operação e manutenção das ETEs dos distritos de Abrantes e Monte Gordo.
R$ 236.845.205,40 Embasa
Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública nos distritos, promover a desativação das soluções individualizadas e ligação do domicílio à rede.
-
Embasa
Construção de módulos sanitários integrados à rede coletora de esgoto em domicílios que ainda não possuem.
R$ 15.196.602,69 Prefeitura
Realizar estudos quanto à viabilidade ambiental e econômica do reuso dos efluentes tratados nas ETEs.
R$ 159.602,14 Embasa
Estudar a aplicação de tarifas compatíveis com a condição de pagamento dos usuários.
- Embasa
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
11.2.2 Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para povos e
comunidades tradicionais
As ações onerosas do Projeto de Soluções alternativas para zona rural e para povos
e comunidades tradicionais abarcam investimentos no âmbito de medidas estruturais,
como a elaboração de projeto e a construção de soluções individuais de esgotamento
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sanitário, e estruturantes como o investimento em capacitações com a população e
elaboração de manuais e cartilhas.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
indicadores de custos do Ministério das Cidades (Plansab), além de orçamentos de
projetos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área. Isto
posto, a tabela seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 20 - Custo total do Projeto “Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Elaboração dos projetos das soluções individuais de esgotamento sanitário, incluindo cronograma de operação, manutenção e monitoração.
R$ 37.532,75
R$ 11.945.914,43
Prefeitura
Construção de soluções individuais, como banheiro seco, fossa séptica seguida de sumidouros ou valas de filtração, fossas de evapotranspiração e canteiro bioséptico, com base na construção participativa envolvendo a família contemplada.
Custo para contemplação de 40% dos moradores com fossas sépticas seguidas de sumidouro.
R$ 2.688.893,91 Prefeitura
Custo para contemplação de 20% dos moradores com canteiros bioséptico.
R$ 903.139,24 Prefeitura
Custo para contemplação de 20% dos moradores com fossa séptica.
R$ 161.242,21 Prefeitura
Capacitação da população na construção de soluções adequadas de esgotamento sanitário, com foco em membros de associações e profissionais responsáveis pela construção das soluções individuais adotadas atualmente na região.
R$ 229.827,09 Prefeitura
Elaborar e disponibilizar para a população manual técnico autoexplicativo de construção e operação de soluções individuais, como fossas sépticas seguidas de sumidouro/vala de filtração, canteiro bioséptico, entre outros, assim como normas correlacionadas existentes.
R$ 63.840,86 Prefeitura
Elaborar Manual com orientações sobre a manutenção e o monitoramento das soluções individuais.
R$ 63.840,86 Prefeitura
Construção de módulos sanitários nas residências que ainda não tem acesso a banheiro, composto por vaso sanitário, lavatório, chuveiro e pia de lavar roupa, integrado a solução para a destinação dos esgotos condizente com a realidade local.
R$ 6.165.169,77 Prefeitura
Promoção de oficinas de capacitação para atores sociais envolvidos na construção de soluções individuais de esgotamento sanitário.
R$ 172.370,31 Prefeitura
Promoção de oficinas de educação ambiental com os Povos e Comunidades Tradicionais abordando a importância do esgotamento sanitário para a minimização dos agravos de doenças e proteção do meio ambiente, debatendo com a coletividade a respeito da melhor alternativa para esgotamento sanitário a ser implantada, considerando as suas peculiaridades culturais e visando a aceitação da tecnologia. Na ocasião das oficinas deve feito o levantamento do quantitativo de residências
R$ 287.283,86 Prefeitura
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Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
desprovidas de instalações sanitárias internas e a possível solução para cada comunidade específica (a exemplo do uso de banheiro seco, construção de módulos sanitários integrados à solução de esgotamento, entre outras possibilidades).
Implantação das soluções alternativas de esgotamento sanitário para atendimento dos povos e comunidades tradicionais, com participação dos moradores contemplados na construção da solução.
R$ 1.172.773,57 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
A ação de “Construção de soluções individuais” foi orçada buscando contemplar mais
de uma possibilidade de solução para o esgotamento no meio rural, visando
contemplar na estimativa de investimentos as tecnologias descritas no item 7.2
Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas Rurais ou com
Domicílios Dispersos do presente Tomo III.
11.3 Demonstrativo dos Investimentos
Nesse item apresenta-se a estimativa de investimento, ao longo do horizonte de
planejamento, para os programas, projetos e ações propostos no para a componente
Esgotamento Sanitário.
Para alcançar o cenário de referência do proposto no presente Tomo III, onde o
município tem possibilidade de investir na gestão dos serviços, de apostar em
tecnologias apropriadas e em participação e controle social para universalização do
acesso aos serviços de esgotamento sanitário, estimou-se, ao longo de 20 anos, a
necessidade de se investir em torno de R$ 1,54 bilhões de reais, com medidas
estruturais e estruturantes, em esgotamento sanitário. O projeto com maior demanda
por investimento é o de Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário
na Zona Urbana, representando 99,1% do total necessário para os Serviços de
Esgotamento Sanitário do município de Camaçari. Esse valor se refere principalmente
à ampliação da rede pública de coleta de esgoto na zona urbana dos distritos Sede,
Abrantes e Monte Gordo, uma vez que o déficit de atendimento é significativo.
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Tabela 21 – Demonstrativo dos investimento para os Serviços de Esgotamento Sanitário do município de Camaçari.
Item de investimento Total por projeto Percentual por projeto
Total por programa Percentual
por programa
Programa: Esgotamento Sanitário Para
Todos
Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário na Zona
Urbana
R$ 1.528.333.470,18 99,1%
R$ 1.546.272.184,07 99,9%
Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para
povos e comunidades tradicionais
R$ 11.945.914,43 0,8%
Programa: Gestão
Sustentável dos Serviços de
Esgotamento Sanitário
Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
R$ 1.957.786,29 0,1% R$ 1.957.786,29 0,1%
Total de Investimento por horizonte R$ 1.548.229.970,36
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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12 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Produto 08 – Estudos de Cenários, Tomo III – Esgotamento Sanitário apresenta três
cenários alternativos de demandas para cada zona, urbana e rural, e a partir do
escolhido como referência foram descritos os objetivos e as metas referentes a cada
variável, assim como as estratégias para alcança-las que posteriormente foram
organizadas em programas, projetos e ações para viabilizar a melhoria da qualidade
do serviço prestado e alcance da universalização.
A primeira etapa desse Tomo III, que consistiu na definição de três cenários
alternativos para os Serviços de Esgotamento Sanitário, utilizou as seguintes variáveis
para a zona urbana: índice de atendimento por rede coletora de esgoto ou fossas
sépticas, índice de tratamento do esgoto coletado, geração per capita de esgoto e
extravasamentos de esgotos por extensão de rede. Já as variáveis empregadas na
confecção dos cenários para zona rural foram: universalização do acesso ao
esgotamento sanitário, uso de tecnologias apropriadas e qualidade da solução ou
serviço adotado. As variáveis supracitadas foram combinadas dando origem a três
cenários para cada área do município, urbana e rural, que foram analisados e
discutidos.
Na avaliação dos cenários alternativos para ambas as áreas do município, o Cenário
01 apresentou metas idealistas, como o alcance da universalização da coleta e
tratamento de esgoto no horizonte de 20 anos, não sendo ainda cabível de execução
pelo município devido à sua realidade atual. O Cenário 03 apresentou metas tímidas
que estão muito aquém do futuro que se espera para o município de Camaçari. Sendo
assim, o Cenário 02 foi escolhido como mais satisfatório e apropriado para cada uma
das zonas do município de Camaçari, pois melhor reflete um futuro favorável e
possível, estando, ainda, em consonância com a Política Nacional de Saneamento e
com as metas estabelecidas no PLANSAB.
O Cenário 02 para zona urbana considera a elevação do índice de coleta de esgoto
via rede pública ou fossas sépticas até atingir a marca de 93,1% da população com
acesso em 2036, meta em concordância com o previsto pelo Plansab para região
nordeste. O índice de tratamento do esgoto coletado considerou o alcance da
universalização em 2030, no longo prazo, e a geração per capita de esgoto foi mantida
constante, visto que esta não é elevada se comparado com referências da literatura.
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Quanto a variável de extravasamentos por quilometro de rede considerou-se a sua
redução no fim de plano para 0,5 extravasamentos/km, sendo essa meta atingível com
investimentos em ações estruturais (realização de manutenções constantes na rede)
e estruturantes (capacitação da equipe de manutenção).
O cenário de referência proposto para a zona rural, Cenário 02, prevê a ampliação do
acesso a soluções de esgotamento sanitário até o índice de cobertura de 80% da
população, fazendo uso de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e
considerando que a mesma seja implantada com qualidade adequada à sua
finalidade, conforme preconiza o estudo desenvolvido no âmbito do Plansab. Para
tanto, o município precisará investir em medidas estruturais, como a construção de
soluções de esgotamento, e estruturantes, como a criação de equipe responsável pelo
monitoramento e manutenção das soluções implantadas na zona rural.
Para viabilizar o atendimento dos objetivos e metas previstos nos cenários de
referências, foram descritas as alternativas técnicas para compatibilização entre
demandas e disponibilidades cabíveis de implantação no município no horizonte de
20 anos. Essas alternativas técnicas foram agrupadas em Programas, Projetos e
Ações buscando implementar medidas estruturantes e estruturais no âmbito do
Serviço de Esgotamento Sanitário. Os Programas articularam um conjunto de ações
que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, visando a superação das
fraquezas identificadas na matriz swot referente ao Serviço de Esgotamento Sanitário
em Camaçari.
Logo, foram definidos dois eixos de organização dos programas, a saber:
Esgotamento Sanitário para Todos e Gestão Sustentável dos Serviços de
Esgotamento Sanitário, que buscam contemplar, cada um, propostas adequadas à
realidade do município e aos aspectos social, ambiental e econômico, visando
concretizar as aspirações da população que foram coletadas através de eventos
participativos nos setores de mobilização previamente definidos no início dos
trabalhos. Ressalta-se que a educação ambiental como é transversal a todos os
componentes do saneamento e não deve ser realizada de forma fragmentada, uma
vez que a deficiência em um serviço influencia diretamente no outro e sobretudo na
qualidade ambiental, esta foi considerada como um Programa dentro do Tomo I, que
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aborda os elementos que são comuns a todos os componentes do saneamento
básico.
Para auxiliar o órgão responsável pela gestão dos serviços de saneamento no
planejamento da implementação dos programas, projetos e ações propostos foi
realizada a estimativa dos recursos necessários aos investimentos nesse tomo
especifico para o Esgotamento Sanitário, utilizando como metodologia a consulta de
preços praticados no mercado, em adição às experiências similares divulgadas por
prefeituras e prestadoras de serviços, tabelas de serviços e insumos (como o Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI), indicadores
de custos do Ministério das Cidades (Plansab), e publicações especializadas. Para
aferir maior representatividade e proximidade dos valores à realidade ao longo dos
anos, foram considerados o Índice de Preço do Consumidor Amplo (IPC-A).
Dessa forma, conclui-se a partir do Produto 08 – Tomo III, que a componente
Esgotamento Sanitário, devido aos elevados déficits de atendimento, necessitará de
largos investimentos para atender ao preconizado pela Política Nacional de
Saneamento Básico e, assim, conseguir suprir a demanda do município.
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Regionais. Texto para discussão Nº 939, IPEA - Brasília, fev. 2003.
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CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ______. Resolução Nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução Nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>
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LANGERGRABER, G.; MUELLEGGER, E. Ecological sanitation. A way to solve global sanitation problems. Environment International, Austria, 2008.
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APÊNDICE A- MATRIZ SWOT DOS SERVIÇOS ESGOTAMENTO SANITÁRIO
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FORÇAS FRAQUEZAS
Existência de rede coletora na zona urbana.
Apenas 20,2% da população urbana possui rede coletora,
Apenas 13,1% da população urbana possui rede coletora e tratamento do esgoto coletado
38,8% da população urbana lança o esgoto gerado sem tratamento prévio na rede de drenagem e 4,8% em valas ou em corpos d'agua. IBGE, 2010.
Apenas na sede municipal existe rede de coleta de esgoto sem etapa de tratamento (esgoto coletado e com destinação final em córregos ou rios).
Recursos do PAC I destinados à implantação de rede coletora para parte da população da sede.
Com os recursos do PAC I foi implantada rede coletora para parte da população da Sede, porém ainda falta concluir as estações elevatórias de esgoto o que torna a rede inoperável, implicando em gastos com a manutenção da rede mesmo sem uso.
Recursos do PAC II destinados à implantação de rede coletora para parte da população sede.
Grande probabilidade das obras do PAC II atrasarem conforme as obras do PAC I.
Existência de tratamento do esgoto coletado por meio das estações de tratamento de esgoto compactas e convencionais
Nenhuma estação de tratamento de esgoto atendeu aos padrões de lançamento em corpos hídricos conforme Resolução CONAMA Nº 430/2011.
Fiscalização precária quanto à regulação, à qualidade do efluente gerado nas ETEs, à qualidade da água dos corpos receptores.
Disponibilidade da CETREL em tratar o efluente doméstico do Município de Camaçari
Esgoto sendo coletado, porém sem etapa de tratamento, apesar de existir disponibilidade de recebimento pela CETREL.
Adoção de soluções individualizadas de Esgotamento Sanitário.
Apenas 31,8% da zona rural adota como soluções individualizadas adequadas (fossas sépticas).
Adoção de soluções de coleta e tratamento de esgoto inadequadas tecnicamente, como a fossa rudimentar (27,3%), lançamento em valas (2,0%), rios, lagos ou mar (2,8%) na maioria dos domicílios.
- Inexistência de soluções coletivas de Esgotamento Sanitário para atendimento de aglomerados rurais.
Município dispõe de quadro de funcionários capacitados para atuar na consolidação da Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador (EMRMS).
Apesar do quadro técnico capacitado, o município no âmbito da EMRMS é representado por funcionários com cargos políticos e não efetivos.
- Inexistência de práticas de ecossaneamento no município.
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Oportunidades Ameaças
Criação e consolidação da Entidade Metropolitana da Região
Metropolitana de Salvador (EMRMS)
Possibilidade de aporte de recursos financeiros pela União após
aprovação do PMSB de Camaçari, a partir do exercício financeiro de
2016, conforme apresentado no Decreto nº 8.211/2014.
Existência da AGERSA atuando como reguladora da prestação dos
Serviços de Esgotamento Sanitário.
Possibilidade de aporte de recursos através do Programa Saneamento
para Todos do Governo Federal.
Tendência mundial de desenvolvimento de estudos e aplicação de
tecnologias que propiciem o reuso de efluentes domésticos, o
ecosaneamento e a ecologia industrial;
Tendência mundial em cessar o lançamento de efluentes em
mananciais;
Dependência relativa de aporte de recursos federais.
Lentidão na consolidação da atuação da EMRMS.
Crise econômica no país e redução de investimentos federais e estaduais, ou seja,
instabilidade na previsão de investimentos no setor.
Estrutura deficitária da AGERSA inviabilizando a realização plena de suas funções.
Desestruturação das políticas públicas de saneamento e meio ambiente e da sua
gestão.
Inexistência de Plano de Gestão de Bacia hidrográfica dos mananciais pertencentes
ao município, a fim de controlar a degradação destes (retirada de matas ciliares,
lançamentos de efluentes, descarte inadequado de resíduos).
Predominância de cultura tecnológica dos prestadores de serviços estaduais
voltadas para soluções de tratamento que não contemplam, na maioria dos casos,
práticas de reuso e ecossaneamento.