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NOVA EDIÇÃO CENÁRIOS ECONÔMICOS 5 CENÁRIOS ECONÔMICOS SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – ESTRUTURA E FUNÇÕES Órgãos de Regulação e Fiscaliza- ção 1 Bancos Múltiplos com Carteira Comercial 1 Bancos Comerciais 1 Caixas Econômicas Instituições Finan- ceiras Captadoras de Depósitos à Vista 1 Cooperativas de Crédito 1 Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial 1 – 2 Bancos de Investimento 1 Bancos de Desenvolvimento 1 Sociedades de Crédito, Financiamento e In- vestimento 1 Sociedades de Crédito Imobiliário 1 Companhias Hipotecárias 1 Associações de Poupança e Empréstimo 1 Agências de Fomento Demais Instituições Finan- ceiras 1 Sociedades de Crédito ao Microempreendedor 1 – 2 Bolsas de Mercadorias e de Futuros 2 Bolsas de Valores 1 – 2 Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários 1 – 2 Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários 1 Sociedades de Arrendamento Mercantil 1 Sociedades Corretoras de Câmbio 1 Representações de Instituições Financeiras Estrangeiras Outros intermediá- rios ou Auxiliares Finan- ceiros 2 – 1 Agentes Autônomos de Investimento 4 Entidades Fechadas de Previdência Privada 3 Entidades Abertas de Previdência Privada 3 Sociedades Seguradoras 3 Sociedades de Capitalização Entidades Ligadas aos Sistemas de Previ- dência e Seguros 3 Sociedades Administradoras de Seguro- Saúde 1 – 2 Fundos Mútuos 2 Clubes de Investimentos 2 – 1 Carteiras de Investidores Estrangeiros Administração de Recursos de Ter- ceiros 1 Administradoras de Consórcio 1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC 1 Central de Custódia e de Liquidação Financei- ra de Títulos - CETIP C M N Conselho Monetário Nacional 1 Banco Central do Brasil 2 Comissão de Valores Mobiliários 3 Superintendência de Seguros Privados 4 Secretaria de Previdência Comple- mentar Sistemas de Liquida- ção e Custódia 2 Caixas de Liquidação e Custódia

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NOVA EDIÇÃO CENÁRIOS ECONÔMICOS

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CENÁRIOS ECONÔMICOS SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – ESTRUTURA E FUNÇÕES

Órgãos de Regulação e Fiscaliza-ção

1 Bancos Múltiplos com Carteira Comercial

1 Bancos Comerciais

1 Caixas Econômicas

Instituições Finan-ceiras

Captadoras de Depósitos

à Vista

1 Cooperativas de Crédito

1 Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial

1 – 2 Bancos de Investimento

1 Bancos de Desenvolvimento

1 Sociedades de Crédito, Financiamento e In-vestimento

1 Sociedades de Crédito Imobiliário

1 Companhias Hipotecárias

1 Associações de Poupança e Empréstimo

1 Agências de Fomento

Demais Instituições Finan-

ceiras

1 Sociedades de Crédito ao Microempreendedor

1 – 2 Bolsas de Mercadorias e de Futuros

2 Bolsas de Valores

1 – 2 Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários

1 – 2 Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários

1 Sociedades de Arrendamento Mercantil

1 Sociedades Corretoras de Câmbio

1 Representações de Instituições Financeiras Estrangeiras

Outros intermediá-rios

ou Auxiliares Finan-ceiros

2 – 1 Agentes Autônomos de Investimento

4 Entidades Fechadas de Previdência Privada

3 Entidades Abertas de Previdência Privada

3 Sociedades Seguradoras

3 Sociedades de Capitalização

Entidades Ligadas aos

Sistemas de Previ-dência

e Seguros

3 Sociedades Administradoras de Seguro-Saúde

1 – 2 Fundos Mútuos

2 Clubes de Investimentos

2 – 1 Carteiras de Investidores Estrangeiros

Administração de Recursos de Ter-

ceiros

1 Administradoras de Consórcio

1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC

1 Central de Custódia e de Liquidação Financei-ra de Títulos - CETIP

C M N

Conselho Monetário Nacional

1

Banco Central do Brasil

2

Comissão

de Valores Mobiliários

3

Superintendência de Seguros Privados

4

Secretaria de Previdência Comple-

mentar

Sistemas de Liquida-ção

e Custódia

2 Caixas de Liquidação e Custódia

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SFN - Sistema Financeiro Nacional O SFN é o conjunto de instituições intermediadoras de recursos na economia. Foi criado a partir da Lei da Reforma Bancária n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964 e da Lei de Mercado de Capitais n° 4.728, de 14 de julho de 1965, quando foram criados também o Conselho Monetário Nacional - CMN e o Banco Central do Brasil - BACEN, além de diferentes instituições de intermediação financeira, entre as quais, as inte-grantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH. Posteriormente, foram incorporados ao quadro ins-titucional do sistema a Comissão de Valores Mobili-ários - CVM, criada pela Lei n° 6.385, de 7 de de-zembro de 1976 e, mais recentemente, em 21 de setembro de 1988, através da Resolução n° 1.524 do BACEN, os Bancos Múltiplos. O Sistema Financeiro Nacional conta com diversifi-cado número de intermediários financeiros não bancários, com áreas específicas e bem determina-das de atuação É a seguinte a composição do Sistema Financeiro Nacional: a) SUBSISTEMA NORMATIVO: é aquele que normatiza, que cria as normas que orientarão o funcionamento do sistema. Suas funções são regu-lar, controlar e exercer fiscalização sobre as institu-ições intermediadoras, disciplinar todas as modali-dades de crédito bem como a emissão de títulos e valores mobiliários. Fazem parte deste subsistema: - o Conselho Monetário Nacional - CMN; O CMN é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Compete-lhe estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições finan-ceiras e disciplinar os instrumentos de política mo-netária e cambial. O Conselho Monetário Nacional é presidido pelo Ministro de Estado da Fazenda e seus demais membros são o Ministro de Estado do Pla-nejamento e Orçamento e o Presidente do Banco Central do Brasil. Os serviços de secretaria do Conselho Monetário Nacional são executados pelo BACEN. - CRSFN - Conselho de Recursos do SFN; Tem como atribuições julgar em segunda e última instância administrativa os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comis-são de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Co-mércio Exterior. O Conselho tem, ainda, como finalidade julgar os recursos de ofício interpostos pelos órgãos de pri-meira instância, das decisões que concluírem pela não aplicação de penalidades. - O Banco Central do Brasil - BACEN;

É uma autarquia federal a qual compete cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas ex pedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Foi criado pela Lei nº 4.595, de 31.12.64. É o responsável pela execução das normas que regulam o funcionamento do Sistema Financei-ro Nacional. Tem como atribuições agir como banco dos bancos, gestor do Sistema Financeiro Nacional, executor da política monetária, banco emissor e banqueiro do governo. Por caber-lhe controlar o volume de reser-vas dos bancos comerciais e, também, o volume de moeda escritural - isto é, depósitos em conta – que os bancos podem criar, é um banco de vital impor-tância dentro do Sistema Financeiro Nacional. O BACEN é o órgão responsável pela execu-ção das normas que regulam o SFN. São suas atri-buições agir como: banco dos bancos, gestor do SFN, executor da política monetária, banco emissor e banqueiro do governo. Apesar de discussões que se desenvolvem há muitos anos, o BACEN ainda não é uma institui-ção independente estando fortemente ligada ao Governo Federal. - a Comissão de Valores Mobiliários - CVM. A CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus objetivos podem sintetizados em apenas um: o fortalecimento do mercado acionário COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil O COPOM foi instituído em 20 de junho de l996. Tem como objetivo de estabelecer as diretri-zes da política monetária e definir a taxa de juros. Regulamentarmente, os seus objetivos são imple-mentar a política monetária, definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés e analisar o Relatório de Inflação. A taxa de juros, fixada na reunião do CO-POM, é a meta para a taxa SELIC. A taxa SELIC é a taxa média dos financia-mentos diários, com lastro em títulos federais, apu-rados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia e vigora por todo o período entre reuniões ordiná-rias do Comitê. O COPOM também pode definir o viés, isto é, a tendência das taxas de juros e de alta ou de baixa, atribuindo prerrogativa ao Presidente do BACEN para alterar a taxa, de acordo com o viés estabelecido, entre uma e outra reunião ordinária do COPOM. Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos – CETIP A Central de Custódia e Liquidação Finan-ceira de Títulos – CETIP é depositária principalmen-te de títulos de renda fixa privados, tais como, Cer-tificados de Depósitos Bancários – CDB, Recibos de Depósitos Bancários – RDB, Depósitos Interfinan-ceiros – DI, Letras de Câmbio – LC, Letras Hipote-cárias – LH, debêntures e commercial papers.

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Também é depositária de títulos públicos estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação Salarial – FCVS, com o Programa de Ga-rantia da Atividade Agropecuária – PROAGRO e com Títulos da Dívida Agrária – TODA. Como depositária, a CETIP processa a emis-são, a custódia e o resgate dos títulos, incluindo o pagamento de juros. Na quase totalidade, os títulos são emitidos escrituralmente, isto é, apenas de forma eletrônica. Quando emitidos em papel são custodiados em bancos autorizados. Participam da CETIP bancos comerciais e múltiplos, caixa econômica, bancos de investimen-to, bancos de desenvolvimento, sociedades correto-ras de valores, sociedades distribuidoras de valo-res, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing, companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurí-dicas não-financeiras, inclusive fundos de investi-mentos e sociedades de previdência privada, inves-tidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados finan-ceiro e de capitais. Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC O Sistema Especial de Liquidação e de Cus-tódia – SELIC é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo BACEN. Co-mo depositário, processa a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. Os títulos são emitidos de forma eletrônica, logo, escriturais. A liquidação financeira das operações é efetivada por intermédio do Sistema de Transferên-cia de Reservas – STR ao qual o SELIC é interliga-do. O sistema é gerido pelo BACEN é por ele operado em parceria com a Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto - ANDIMA SUBSISTEMA OPERATIVO: é aquele que funciona em segmentos específicos do mercado financeiro, de capitais (longo prazo), monetário (curto prazo) e cambial, subordinando-se às normas emanadas do subsistema normativo. Fazem parte deste subsistema: a) Instituições financeiras bancárias ou mone-tárias: são aquelas com capacidade de criar moeda: - Bancos Comerciais; Os BC são intermediários financeiros que transfe-rem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Os BC's po-dem descontar títulos, realizar operações de aber-tura de crédito simples ou em conta corrente, reali-zar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e

a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc. - Bancos Múltiplos; Como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes carteiras: comerci-al, de investimento, de crédito imobiliário, de acei-te, de desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam. - Caixa Econômica Federal A CAIXA é um instrumento governamental de fi-nanciamento social Está presente na vida de milhões de brasileiros, sejam eles clientes do crédito imobiliário, do pe-nhor, trabalhadores beneficiários do FGTS, PIS ou Seguro-Desemprego, aposentados, estudantes as-sistidos pelo crédito educativo, apostadores das loterias ou usuários dos serviços bancários. Por priorizar os setores de habitação, saneamento bási-co, infra-estrutura urbana e prestação de serviços, a CAIXA direciona os seus principais programas para a população de baixa renda. - Bancos Cooperativos São verdadeiros bancos comerciais surgidos a partir de cooperativas de crédito. Sua principal restrição é limitar suas operações em apenas uma UF, o que garante a permanência dos recursos onde são ge-rados, impulsionando o desenvolvimento local Equiparando-se às instituições financeiras, as coo-perativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais contribuem men-salmente para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às coopera-tivas são exclusivas aos cooperados. b) Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias: são aquelas que não criam moeda: - Bancos de Investimento - BI’s; Os BI captam recursos através de emissão de CDB e RDB, de capitação e repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de investimentos. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financi-amentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntu-res. Os BI não podem destinar recursos a empre-endimentos mobiliários e têm limites para investi-mentos no setor estatal. - Bancos de Desenvolvimento – BD´s; Além do BNDES, principal agente de financiamento do governo federal, destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia, dentre outros. - Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing); Operam com operações de "leasing" que tratam-se de locação de bens de forma que, no final do con-

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trato, o locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contra-tual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo. - Sociedades de Crédito, Financiamento e In-vestimento (financeiras); As "financeiras" captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consu-mo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais re-servas. - Sociedades de Crédito Imobiliário. Ao contrário das Caixas Econômicas, essas socieda-des são voltadas ao público de maior renda. A cap-tação ocorre através de Letras Imobiliárias, depósi-tos de poupança e repasses da CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário diretos ou indiretos (Mutuários ou Cons-trutores). c) Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários: são aquelas cuja finalidade é ne-gociar e distribuir títulos e valores mobiliários (ações, debêntures, NP’s, Commercial Papers etc.): - Bolsas de Valores; São instituições que negociam títulos e a-ções. São importantes nas economias de mercado por permitirem a canalização rápida das poupanças para sua transformação em investimentos. Para os investidores, representam um meio prático de jogar lucrativamente com a compra e venda de títulos e ações. Os negócios em bolsa são realizados em um local denominado Pregão, onde são realizadas as operações de compra e venda de títulos e ações. - Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F; É um mercado centralizado para transações com mercadorias, sobretudo os produtos primários de maior importância no comércio internacional e interno: Café, açúcar, algodão, cereais, etc. Realiza negócios com estoques existentes e mercados futuros. Exercem papel estabilizador no mercado minimizando as variações de preço provo-cadas pelas flutuações de procura e reduzindo os riscos dos comerciantes. A peculariedade principal do Mercado Futuro é de a quase totalidade das transações são realiza-das sem a entrega efetiva da mercadoria. Na reali-dade, os negócios são efetuados apenas no papel e visam ao financiamento ou realização de caixa. - Caixa de Registro e Liquidação; Empresa responsável pela liquidação e compensa-ção das negociações à vista, a termo e de opções, realizadas em bolsa.

- Sociedade de Compensação e Liquidação de Operações; A pessoa jurídica, instituição financeira ou a ela equiparada, responsável perante aqueles a quem presta serviços e perante a câmara de liqui-dação pela compensação e liquidação das opera-ções com valores mobiliários sob sua responsabili-dade; - Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários - SCTVM; Essas sociedades operam com títulos e va-lores mobiliários por conta de terceiros. São institu-ições que dependem do BACEN para constituírem-se e da CVM para o exercício de suas atividades. As "corretoras" podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos de investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções. - Sociedades Corretoras de câmbio - SCC; É instituição que tem por objeto social ex-clusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes. Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabi-lidade limitada, devendo constar na sua denomina-ção social a expressão "Corretora de Câmbio" (ver a Resolução 170/90). - Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valo-res Mobiliários - SDTVM; Tais instituições não têm acesso às bolsas como as Sociedades Corretoras. Suas principais funções são a subscrição de emissão de títulos e ações, inter-mediação e operações no mercado aberto. Elas estão sujeitas a aprovação pelo BACEN. - Agentes Autônomos de Investimento. Pessoas físicas credenciadas pelas financei-ras, bancos de investimentos, distribuidoras e cor-retoras a fazer a colocação de títulos e valores mo-biliários, quotas de fundos de investimentos e ou-tras atividades de intermediação autorizadas pelo BACEN. d) Agentes Especiais: são instituições que complementam funções do subsistema norma-tivo e operam em nome do Tesouro Nacional: - Banco do Brasil S.A. - BB; Até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacio-nal. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Confederação. Em 2001, o Banco do Brasil adotou a configuração de Banco Múltiplo, trazendo vantagens como redu-ção dos custos, racionalização de processos e oti-mização da gestão financeira e fisco-tributária.

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De acordo com os seus Estatutos Sociais é o seguinte o seu Objeto social: Artigo 2º - O Banco tem por objeto a práti-ca de todas as operações bancárias ativas, passivas e acessórias, a prestação de serviços bancários, de intermediação e suprimento financeiro sob suas múltiplas formas e o exercício de quaisquer ativida-des facultadas às instituições integrantes do Siste-ma Financeiro Nacional. § 1.º O Banco poderá, também, atuar na comercialização de produtos agropecuários e pro-mover a circulação de bens produzidos. § 2.º Como instrumento de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal, compete ao Banco exercer as funções que lhe são atribuídas em lei, especialmente aquelas previstas no Art. 19 da Lei n.º 4.595, de 31 de dezembro de 1964, observado o disposto nos arts. 5.º e 6.º des-te Estatuto.- Caixa Econômica Federal. A CAIXA é um instrumento governamental de financiamento social. Está presente na vida de milhões de brasilei-ros, sejam eles clientes do crédito imobiliário, do penhor, trabalhadores beneficiários do FGTS, PIS ou Seguro-Desemprego, aposentados, estudantes assistidos pelo crédito educativo, apostadores das loterias ou usuários dos serviços bancários. Por priorizar os setores de habitação, saneamento bási-co, infra-estrutura urbana e prestação de serviços, a CAIXA direciona os seus principais programas para a população de baixa renda. - Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social - BNDES; Contando com recursos de programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela política de investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do pro-cesso de privatização. É a principal instituição fi-nanceira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exporta-ções, dentre outras funções. - Banco do Nordeste do Brasil S.A. – BNB O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento da América Latina e diferencia-se das demais instituições financeiras pela missão que tem a cumprir: promover o desen-volvimento sustentável da região Nordeste através da capacitação técnica e financeira dos agentes produtivos regionais. Sua preocupação básica é executar uma política de desenvolvimento ágil e seletiva, capaz de contribuir de forma decisiva para a superação dos desafios e para a construção de um padrão de vida compatível com os recursos, potencialidades e oportunidades da Região. - Banco da Amazônia S.A. - BASA. Os três primeiros integrantes, CMN, CVM e BACEN, fazem parte do subsistema normativo, que regula e controla o subsistema operativo. Essa re-gulamentação e controle são exercidos através de normas legais, expedidas pelas autoridades mone-

tárias, ou pela oferta de crédito levada a efeito pelo BB e BNDES. As demais instituições financeiras fazem parte do subsistema operativo, competindo no mercado fi-nanceiro. Segundo foi definido pela Lei n° 4.595, as instituições financeiras, para efeito legal, são pes-soas jurídicas, públicas ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, in-termediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Para efeito desta Lei, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas de forma permanente ou eventual. Daí a razão dos Agentes Autônomos de Investimen-to figurarem como instituições financeiras auxilia-res. Em suma, os principais órgãos do governo que in-tegram o SFN são o CMN, o BACEN, o BNDES e a CVM, que operam fiscalizando e promovendo o funcionamento do mercado financeiro, tendo como principais funções a prestação de serviços e a in-termediação de recursos entre aqueles que possu-em disponibilidades e aqueles que necessitam des-ses recursos.

AUTORIDADES MONETÁRIAS

Estrutura e funções CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL Com a propagação dos bancos foi necessária a cria-ção de instrumentos de regulamentação e fiscaliza-ção de suas atividades. A partir de 1920 essa fun-ção foi exercida pela Inspetoria Geral de Bancos. Em 1945 as atribuições de fiscalização dos bancos e controle do mercado monetário passaram a ser exercidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, criada dentro da estrutura do Banco do Brasil. No mesmo ato que foi constituída a SUMOC, foi criado o depósito compulsório como instrumento de controle do volume de crédito e dos meios de pa-gamento. Os bancos comerciais dominaram o sistema até o ano de 1964. Mesmo assim já conviviam com ou-tras instituições financeiras com atuação em se-guimentos específicos como os bancos de investi-mento, Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as Caixas Econômi-cas. A Caixa Econômica Federal, quando criada, tinha finalidades bem específicas e distintas das opera-ções inerentes aos bancos comerciais. Com o tem-po, passou a exercer cada vez mais atividades pró-prias de bancos comerciais e de instituições finan-ceiras de diversas especializações. De uma estrutura em que o banco possuía múlti-plas funções o Sistema Financeiro Nacional foi se

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transformando para uma composição que contem-plava instituições financeiras especializadas. Com esse novo modelo, o da especialização, surgiu a Reforma Bancária e Reforma do Mercado de Capi-tais ocorridas respectivamente nos anos de 1964 e 1965. Com a Reforma Bancária foi extinta a Superinten-dência da Moeda e Crédito - SUMOC, criado o Con-selho Monetário Nacional e o Banco Central, órgãos respectivamente, normativo e executivo da política monetária do País. O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi insti-tuído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presi-dente do Banco Central do Brasil. Dentre suas fun-ções estão: adaptar o volume dos meios de paga-mento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumen-tos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas mo-netária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. Atualmente, o CMN é formado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pelo ministro do Planeja-mento, Nélson Machado (interino), e pelo presiden-te do Banco Central (Bacen), Henrique Meirelles. Criado em 1964, o Conselho Monetário Nacional chegou a ter 27 membros em sua composição (go-verno José Sarney).

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL

BANCO CENTRAL

O Conselho Monetário Nacional, nestes últimos anos, teve diversas composições em torno de 20 membros. Através da Lei n° 8.646, de 7/4/93, a composição do Conselho Monetário Nacional contava com 20 membros.

Ministro de Estado

• Ministério da Fazenda (presidência) Secre-taria do Planejamento (vice-presidência)

• Ministério da Agricultura • Ministério da Indústria, do Comércio e do

Turismo • Ministério do Trabalho

Presidentes de Instituições Oficiais

• Banco Central - BACEN • Comissão de Valores Mobiliários - CVM • Banco Nacional de Desenvolvimento • Econômico e Social - BNDES • Banco do Brasil S/A

• Caixa Econômica Federal - CEF • Presidente do Banco da Amazônia S/A • BASA • Presidente do Banco do Nordeste do Brasil • S/A - BNB

Outros Membros

• Dois representantes das classes trabalhado-ras (nomeados pelo Presidente da Repúbli-ca a partir de indicações das Centrais Sindi-cais)

• Dois membros de notória capacidade em assuntos da área econômica e financeira (nomeados pelo Presidente da República)

Observação: Os diretores do Banco Central parti-cipam das reuniões sem direito a voto. A lei 9.069, de 29/06/95, que dispõe sobre o Plano Real e Sistema Monetário alterou a constituição do Conselho Monetário Nacional (Art. 8°) que passou a ser integrada por apenas três membros: Ministro da Fazenda (Presidente), Secretário do Planejamen-to e o Presidente do Banco Central. A nova estrutura SMN está composta ainda com uma Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Art. 9°), ainda, integrados por Comissões Consultivas (Art.11º) que assessoram o CMN em áreas especializadas. Através da Lei 6.385, de 7/02/76, foi incorporado ao sistema a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, voltada para disciplinar o mercado e títulos e valores mobiliários da área privada. CMN é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional que estabelece as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia. O CMN reúne-se ordinária e/ou extraordinariamente para discutir assuntos de interesse do SFN e suas decisões são tomadas através de Resoluções. Entre suas principais atribuições podemos destacar as seguintes: - adaptar o volume de meios de pagamento às re-ais necessidades da economia e de seu processo de desenvolvimento; - regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões eco-nômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenô-menos conjunturais; - regular o valor externo da moeda e o equilíbrio da balança de pagamentos do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estran-geira; - orientar a melhor aplicação dos recursos das insti-tuições financeiras públicas e privadas nas diferen-tes regiões do país, gerando condições favoráveis ao desenvolvimento da economia nacional;

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- propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficá-cia do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; - zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; - coordenar as políticas monetária, creditícia, orça-mentária, fiscal e da dívida pública interna e exter-na, em conjunto com o Congresso Nacional; - autorizar as emissões de papel-moeda pelo BA-CEN e as normas reguladoras do meio circulante; - determinar as características gerais das cédulas e das moedas; - aprovar os orçamentos monetários preparados pelo BACEN; - fixar diretrizes e normas da política cambial; - disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias; - estabelecer limites para a remuneração das ope-rações e serviços bancários ou financeiros; - determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras; - outorgar ao BACEN o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamento o exigir; - estabelecer normas a serem seguidas pelo BACEN nas transações com títulos públicos; - regular a constituição, o funcionamento e a fisca-lização de todas as instituições financeiras que ope-ram no país; - aplicar as penalidades previstas e limitar sempre que necessário as taxas de juros, descontos, co-missões e qualquer outra forma de remuneração de operações, inclusive as prestadas pelo BACEN. São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em segunda e última instância administrativa os recur-sos interpostos das decisões relativas às penalida-des administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior, nas infrações pre-vistas. Principais atribuições:

Emitir moeda de acordo com condições do CMN;

Executar os serviços do meio circulante; Receber os recolhimentos compulsórios dos

bancos; Realizar operações de desconto e emprés-

timos às instituições financeiras preservan-do a liquidez do sistema bancário;

Regular a compensação de cheques e ou-tros papéis;

Efetuar política monetária através da com-pra e venda de títulos federais;

Exercer o controle de crédito; Fiscalizar as instituições financeiras; Autorizar o funcionamento e operacionali-

dade das instituições; Controlar o fluxo de capitais estrangeiros; Administra as Reservas Internacionais; Atuar como regulador do mercado cambial.

Autoridades monetárias

Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil

Cetip - Central de Custódia e Liquida-

ção Financeira de Títulos;

Selic – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia;

Autoridades de apoio: Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e debêntu-res. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus ob-jetivos podem sintetizados em: desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários, basicamente o mercado de ações e debêntures. Seus objetivos fundamentais são: - estimular a aplicação de poupança no mercado acionário; - assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares que ope-rem neste mercado; - proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outras tipos de atos ilegais que manipulam preços de valores mobiliários nos mercados primários e secundários de ações; - fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto. - fortalecimento do Mercado de Ações.

Banco do Brasil – BB = Opera, na prática, como agente financeiro do Governo Federal. É o principal executor da política oficial de crédito rural.

Desempenha, ainda, alguma funções não próprias de banco comercial, como:

- executar o serviço de compensação de cheques e outros papéis;

- atuar como agente recebedor e pagador fora do país.

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi-co e Social – BNDES Instituição responsável pela política de investimen-to de longo prazo. É a principal Instituição Financei-ra a estimular o desenvolvimento econômico do País.

Sistema Financeiro da Habitação

Conjunto de organismos financeiros governamen-tais e privados, cujo objetivo é estimular e realizar a construção de habitações populares e a aquisição da casa própria.

As Associações de Poupança e Empréstimo (APE) e as Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), pertencem ao Sistema Financeiro da Habita-ção, com atividades exclusivas.

- Associação de Poupança e Empréstimo = São entidades constituídas sob forma de fundações, cooperativas, etc, sem fins lucrativos, cuja finalida-de é a aquisição e construção de casa própria.

- Sociedade de Crédito Imobiliário = São entidades financeiras privadas, de apoio ao Sistema Financei-ro da Habitação, constituídas com a finalidade de realizar financiamentos imobiliários diretos ao mu-tuário final ou por meio de abertura de crédito a favor de empresários, destinados a empreendimen-tos imobiliários.

Instituições Financeiras = As instituições finan-ceiras são diferenciadas segundo suas funções de crédito. Assim existem, Bancos Múltiplos, Bancos de Desenvolvimento, Bancos Comerciais, Socieda-des de Crédito, Financiamento e Investimento e Bancos de Desenvolvimento.

- Bancos Múltiplos

São instituições que operam em mais de uma car-teira, por exemplo, carteira comercial, carteira de crédito imobiliário, etc.

- Bancos de Desenvolvimento

Como já visto anteriormente, o BNDES é o principal agente do Governo para financiamentos ao setor produtivo. Existem também o bancos regionais de desenvolvimentos, controlados pelos governos es-taduais, cuja finalidade é fornecer crédito de longo prazo às empresas localizadas nos respectivos es-tados.

- Bancos Comerciais

Têm como principal função atuar como intermediá-rios financeiros, que recebem recursos em depósito à vista e a prazo e distribuem em forma de empréstimos e financiamentos a quem necessita de recursos. Atuam também na prestação de serviços (recebimento de tributos).

- Sociedades de Crédito, Financiamento e In-vestimento

São conhecidas no mercado como Financeiras. Têm como função financiar bens de consumo duráveis por crédito direto ao consumidor (crediário). Não podem manter contas-correntes; seu instrumento de captação de recursos são as Letras de Câmbio.

- Bancos de Investimentos

Operam com repasses de recursos às empresas para capital de giro e investimentos no ativo per-manente. Não podem captar depósitos à vista, po-rém obtêm recursos por intermédio de depósitos a prazo (CDB – Certificado de Depósito Bancário).

Bolsa de Valores

Instituição civil sem fins lucrativos, que tem por objetivo principal manter local adequado para a realização de compra e venda de ações.

- Sociedades Corretoras

São instituições típicas do mercado acionário, que têm como atividade principal fazer a intermediação das ordens de compra e venda de ações em bolsa de valores, solicitados pelos clientes.

- Sociedades Distribuidoras

Sua função é semelhante à de uma sociedade cor-retora, porém não são habilitadas a intermediar, diretamente, negócios em bolsa de valores, poden-do, apenas, operar por meio das corretoras.

POLÍTICA MONETÁRIA, POLÍTICA FISCAL, POLÍTICA CAMBIAL E POLÍTICA DE RENDAS

Política Monetária Definições e Objetivos É através da política monetária que o BACEN, altera a quantidade de moeda na economia afim de afetar a taxa de juros e a renda. A política monetária, através dos efeitos alocativos no investimento e no consumo, influencia a deman-da agregada e conseqüentemente, os níveis de produção, emprego, preços e comércio exterior. A Política monetária tem também impacto sobre a eqüidade distributiva, ainda que não objetivado explicitamente. Instrumentos Principais da Política Monetária Fixação da Taxa de Reservas As reservas bancárias são constituídas pela soma dos depósitos voluntários e compulsórios dos ban-

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cos junto às autoridades monetárias e pelo papel-moeda e moedas metálicas mantidos em caixa. Quando o BACEN aumenta a taxa das reservas compulsórias que os bancos comerciais devem manter à sua ordem, fica reduzida a proporção dos depósitos que pode ser convertida em emprésti-mos, a quantidade de moeda na economia diminui. Inversamente, se o BACEN reduz a taxa de reser-vas, as disponibilidades para empréstimos aumen-tam. As Operações de Redesconto São um instrumento que consiste na concessão de assistência financeira de liquidez aos bancos co-merciais. O controle dos meios de pagamento por intermédio do redesconto resulta da alteração das taxas de juros cobradas pelo BACEN, pela mudança dos pra-zos concedidos aos bancos comerciais para resgate dos títulos redescontados, pela fixação dos limites da operação ou, ainda, pela restrição dos tipos de títulos redescontáveis. As Operações de Mercado Aberto Constituem num instrumento mais ágil e de refle-xos mais rápidos. A flexibilidade desse instrumento é tal que pode ser eficazmente usado para regular, no dia-a-dia, a oferta monetária e a taxa de juros. - Atuação e Efeitos da Política Monetária.

O governo poderá atingir o nível da renda de pleno emprego da mesma forma utilizando a Política Mo-netária; ou seja: a) expansão monetária que reduz taxa de juros e aumenta investimento; b) redução do compulsório dos bancos, etc. O aumento da oferta monetária (MS) força uma queda na taxa de juros que por sua vez estimula o investimento e a economia vai parar em Yf. Efeitos da Política Monetária: Ao final do pro-cesso teremos observado o seguinte: a) a economia cresceu; b) em conseqüência, o consumo privado cresceu ; c) participação do Setor Privado no PIB aumentou; d) a participação do governo no PIB se manteve em termos absolutos, mas se reduziu em termos relati-vos.

Formação da taxa de juros A taxa básica de juros (Selic), uma referência dada ao mercado pelo Banco Central, é de 16% ao ano, mas entre a reunião do Comitê de Política Monetá-ria (Copom) e o bolso do consumidor existem inú-meros fatores que fazem com que os juros superem 280% ao ano. O caminho que os juros percorrem é cheio de custos administrativos dos bancos, lucros, depósitos compulsórios e impostos. Na metade da caminhada, os juros para capital de giro já alcan-çam 37,9%, segundo levantamento do Banco Cen-tral. As justificativas dos empresários continuam sendo o custo do financiamento e a alta inadim-plência Para o economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Roberto Luís Troster, o que contribui para os altos juros são os riscos de ina-dimplência, os empréstimos direcionados e os de-pósitos compulsórios. ''Quase 80% dos recursos que os bancos recebem são repassados por causa dos depósitos compulsórios. Com isso, os bancos têm apenas 20% para emprestar'', diz. Outro fator, segundo Troster, é a carga tributária. ''Nas opera-ções, os tributos podem aumentar em mais da me-tade os juros das operações'', diz Troster, defende que o lucro dos bancos diminuiu no último ano. Segundo o Banco Central, o spread bancário (dife-rença entre a remuneração e a taxa de captação dos bancos) caiu, na média, de 31,8% para 29,4% de fevereiro de 2003 para o mesmo mês deste ano.

Política Fiscal Política de gastos do governo. Uma política fiscal expansionista se caracteriza pelo aumento dos gas-tos do governo. Ao contrário, uma política fiscal contracionista se consiste na diminuição dos gastos públicos. Política Cambial Conjunto de medidas tomadas pelo governo que afetam a formação da taxa de câmbio. É diferente da política monetária por atuar mais diretamente sobre todas os fatores relacionados às transações econômicas do país com o exterior.

Política de Rendas Estabelece controles sobre a remuneração dos fato-res diretos de produção envolvidos na economia, tais como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais.

MERCADO FINANCEIRO

Mercado voltado para a transferência de recursos entre os poupadores e os investidores. No mercado financeiro são efetuadas transações com títulos de prazos médios, longos e indeterminado, geralmente dirigidas ao financiamento dos capitais de giro e fixo.

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Sociedades de capitalização

A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em 1929, chamada de “Sul América Capi-talização S.A”. Entretanto, somente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi oficiali-zada a autorização para funcionamento das socie-dades de capitalização através do Decreto n° 21.143, posteriormente regulamentado pelo Decre-to n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob o controle da Inspetoria de Seguros. O parágrafo único do artigo 1º do referido Decreto definia: "As únicas sociedades que poderão usar o nome de “capitalização” serão as que, autorizadas pelo Governo, tiverem por objetivo oferecer ao público, de acordo com planos aprovados pela Inspetoria de Seguros, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano e pago em moeda corrente, em um prazo máximo indicado no dito plano, à pessoa que subscrever ou possuir um titulo, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no mesmo titulo”.

CADERNETA DE POUPANÇA

Aplicação financeira, de caráter nominativo, que proporciona ao poupador (pessoa física) rendimen-tos mensais e ao poupador pessoa jurídica rendi-mentos trimestrais. Os valores depositados em poupança são atualiza-dos com base na taxa referencial (TR), acrescida de juros de 0,5% ao mês. Os valores depositados e mantidos em depósito por prazo superior a um mês são atualizados na data em que o depósito comple-ta um mês, que é a data do aniversário. A TR utili-zada é aquela do dia do depósito. Vantagens:

• Comodidade e segurança na guarda dos re-cursos;

• Liquidez com rendimentos na data de ani-versário de cada conta;

• Possibilidade de efetuar depósitos numa mesma conta, em qualquer dia do mês, sem prejuízo dos respectivos rendimentos.

• Opções de conta individual, conjunta solidá-ria e conjunta não-solidária.

• Seguro de acidentes pessoais.

Cadernetas de Poupança

É a aplicação mais simples e tradicional, pois se pode aplicar pequenas somas e ter liquidez. Podem operar com as cadernetas de poupança somente as Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), as cartei-ras imobiliárias dos bancos múltiplos, associações de poupança e empréstimo e as caixas econômicas.

Os seus recursos devem ser aplicados de acordo com as regras preestabelecidas pelo Banco Central, sendo 30% na faixa não-habitacional (15% em depósito compulsório e 15% em disponibilidades financeiras e operações de faixa livre) e 70% na faixa habitacional. Os valores depositados são atu-

alizados, com base na Taxa referencial (TR) do dia do depósito acrescida de juros de 6,17% ao ano, na data em que completa um mês.

Além da poupança tradicional existem outros tipos:

Caderneta de poupança programada: O depositante por contrato assume compromisso de efetuar depósitos e por prazos que variam de 12, 18 e 24 meses. Os rendimentos são progressivos e creditados trimestralmente com uma carência inici-al de seis meses para saque. Incluem um seguro de vida que garante a efetivação dos depósitos pro-gramados restantes do contrato após a morte do titular; Caderneta de poupança de rendimentos cres-centes: É feito um único depósito que recebe rendimentos trimestralmente e com taxas de juros crescentes. Suas principais características são:

• Não se permitem saques parcelados; • Os depósitos são feitos sempre em múltiplo

de 10; • O rendimento é creditado retroativamente a

cada mudança de taxa.

Caderneta de poupança vinculada:

É uma caderneta vinculada ao financiamento de imóveis, com prazo mínimo fixado em 36 meses, com correção do depósito pelo IR mais 6% ao ano, sendo isento de impostos. Nos contratos são fixa-dos os valores dos depósitos, forma de correção e sua periodicidade e condições de financiamento. Não esta sujeita ao encaixe obrigatório.

Caderneta de poupança rural ou Caderneta

Verde: é quase idêntica a caderneta de poupança livre, com a diferença que os recursos captados pela caderneta verde são basicamente direcionados para o financiamento de operações rurais, e não para crédito imobiliário. Só estão autorizados a captar recursos através dela o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA).

O governo garante aplicações em poupança? O Fundo Garantidor de Crédito garante até R$20.000,00, por CPF, de acordo com o saldo em poupança. Poupança Livre É o investimento mais conhecido do público. Ofere-ce rendimentos a cada 30 dias, além da bonificação da CPMF para depósitos não movimentados por 90 dias ou mais.

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Se a aplicação for feita diretamente na poupança, sem passar pela conta corrente, não há incidência da CPMF. O banco pode cobrar pelo depósito da poupança? Desde que os depósitos de poupança apresentem saldo igual ou inferior a R$ 20,00 e que não apre-sentem registros de depósitos ou saques no período de 6 meses. Qual a data de remuneração de depósito efetuados nos dias 29, 30 e 31 de cada mês? A data de remuneração será o dia 1º de cada mês, aplicando-se o índice correspondente ao dia 1º do mês anterior.

FUNDOS DE APLICACÃO

É um tipo de aplicação financeira em que o aplica-dor adquire cotas do patrimônio de um fundo admi-nistrado por uma instituição financeira. O valor da cota é recalculado diariamente e a remuneração recebida varia de acordo com o prazo de aplicação e com os rendimentos dos ativos financeiros que compõem o fundo. Não há, geralmente, garantia de que o valor resgatado seja superior ao valor aplica-do.

As instituições financeiras estruturam seus fundos de acordo com o perfil de liquidez e a composição risco/rentabilidade (retomo) das carteiras. Os fun-dos podem ser classificados pelo índice de volatili-dade, que determina o grau de risco para o investi-dor. Dessa forma podemos classifica-los em:

• Fundos de curto prazo - baixíssima volatili-dade com liquidez diária

• Fundos de renda fixa- baixa volatilidade.

• Fundos de renda variável e fundos hedge - média volatilidade.

• Fundos de ações - alta volatilidade.

• Fundos de renda variável focado em derivativos sob enfoque especulativo de altíssima volatilidade.

Installment Loans

São os empréstimos concedidos as pessoas físicas e/ou jurídicas, não vinculadas à compra de um bem ou serviço especifico, e amortizável em prestações iguais e sucessivas, com taxas pré ou pós-fíxadas. Os prazos e a composição de taxas são idênticos aos do CDC. As garantias da operação são determi-nadas pelo banco.

Crédito Automático por Cheque

É o crédito automaticamente concedido ao cliente preferencial, quando da emissão de um cheque com características diferenciadas pelo banco.

É uma espécie de vendor para pessoa física. O cor-rentista faz sua compra à vista. Já que o cheque é compensado normalmente, pelo seu beneficiário. Como outro cheque qualquer entretanto, o banco, ao recebê-lo para validação de compensação, per-mite ao correntista pagá-lo em três prestações mensais prefixadas, anteriormente acertadas com o banco. Funciona como um cheque especial de pagamento parcelado.

Cessão de Créditos.

São as operações entre instituições financei-ras da mesma espécie, que trocam entre si respon-sabilidade por uma determinada operação, nor-malmente por terem estourado os limites de con-tingenciamento de crédito, determinado pelo BA-CEN em função do patrimônio da Instituição. A cessão de crédito está regulamentada pela resolu-ção n0 1962, de 27 de agosto de 1992.

Desconto de Títulos

É o adiantamento de recursos aos clientes feito pelo banco, sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, de forma a anteciparem o fluxo de caixa do cliente.

Financiamento de Capital de Giro

São as operações tradicionais de empréstimos vin-culadas a um contrato especifico que estabeleça prazo, taxa, valores, e garantias necessárias e que atendam as necessidades de capital de giro das empresas.

O plano de amortização é estabelecido de acordo com os interesses e necessidades das partes.

Ultimamente, devido às incertezas da economia, tais empréstimos têm-se caracterizado pelo prazo de 30 dias, pré ou pós-fixados.

Esse tipo de empréstimo normalmente é garantido por duplicatas em geral numa relação de 120 a 150% do principal emprestado. Nesse caso, as ta-xas de juros são mais baixas. Quando a garantia envolve outras garantias, como aval, hipotecas e notas promissórias, os juros são mais altos.

Nos grandes bancos, os contratos podem ter carac-terísticas informais, como "garantia" de crédito para as empresas, que optam por dar algum tipo de reciprocidade aos bancos, como por exemplo, man-ter sobra de caixa aplicada no FAF, Para evitar res-gates e portanto, o pagamento do IOF, os contratos informais asseguram liquidez imediata aos clientes preferenciais via uma conta garantida vinculada.

Vendor Finance: É uma operação de financiamen-to de vendas baseado no principio da cessão de crédito, que permite a uma empresa vender seu produto a prazo e receber o pagamento a vista.

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A operação de vendor supõe que a empresa com-pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco.

A empresa vendedora transfere seu crédito ao ban-co e este, em troca de tarifa de intermediação, paga o vendedor à vista e financia o comprador.

A principal vantagem para a empresa vendedora é a de que, como a venda não é financiada direta-mente por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, comissões de venda e royalties, no caso de licença de fabricação, torna-se menor. A-lém disso, ao receber à vista, a empresa tem um imediato reforço no seu caixa.

Por outro lado, o cliente comprador garante taxa de financiamento que são menores do que as pratica-das para um financiamento isolado a uma única empresa.

Compror Finance

Operação inversa ao vendor, que ocorre quando pequenas industrias vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, invés de o vendedor (indús-tria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal.

Leasing Conceituação Leasing é uma opção na qual é cedido um bem em troca de remuneração. A diferença Leasing e alu-guel é sutil. Enquanto no aluguel o cedente tem intenção de conservar a propriedade do bem, findo o contrato, no Leasing existe a intenção da transfe-rência do bem. É possível definir melhor Leasing como uma opera-ção de empréstimo vinculada à aquisição de um determinado bem, na qual o bem permanece de prioridade do cedente até o final do contrato, quan-do então é transferido para o "tomador do emprés-timo" mediante o pagamento de um valor residual, estimado no contrato. Diferenças Fiscais As diferenças econômicas do Leasing e do emprés-timo estão na área fiscal. No Leasing, o fisco permite a dedução do total dos pagamentos devidos no cálculo do imposto de ren-da. Já no empréstimo, só se permite a dedução dos juros. Entretanto, se o empréstimo for destinado à aquisição de equipamentos, pode-se reduzir a de-preciação do mesmo. LEASING EMPRÉSTIMO

Desembolso prestação juros + amortização

Dedução Fis-cal

prestação juros + depreciação

Benefício Fiscal

X% da(prestação)

X% da (deprecia-ção +juros)

(Sendo X% a taxa (alíquota) do imposto de renda-da Empresa) Será economicamente mais atraente aquela opção que apresentar o menor custo líquido, considerado como custo líquido o custo menos os benefícios fiscais. Uma vantagem não econômica do Leasing é que, não sendo formalmente um empréstimo, não entra no cálculo do coeficiente de endividamento da em-presa. Leasing Financeiro A arrendadora é uma instituição financeira, que adquire o bem em seu nome e o cede ao arrendatá-rio, por prazo definido, e:

• O arrendatário assume todos os riscos e custos relativos ao uso e manutenção do bem

• Não há possibilidade de rescisão unilateral do contrato, pelo arrendatário

• No final do contrato o arrendatário pode: o Adquirir o bem por valor residual

previamente estabelecido ( VRG ) o Renovar o contrato por novo prazo

e novas condições o Devolver o bem à arrendadora

Leasing Operacional Os bens arrendados, em geral, são de propriedade do fabricante, importador ou distribuidor, que os cede temporariamente ao arrendatário, com a pos-sibilidade de os adquirir ao final do contrato.

• O arrendador presta serviços de assistência técnica e manutenção do bem

• Estes contratos são rescindíveis unilateral-mente pelo arrendatário

• Não é necessário que o arrendador seja ins-tituição financeira

• O prazo mínimo é de 90 dias • Não há VRG (Valor Residual Garantido) pre-

viamente estabelecido, a opção de compra é pelo valor de mercado

Lease-Back O vendedor e o arrendatário são a mesma empre-sa.

Disponível apenas para pessoa jurídica. Em geral é utilizado como alternativa para

obtenção de capital de giro.

Características A descrição a seguir refere-se ao Leasing Financei-ro, com o arrendatário pessoa física.

• Onde obter: Bancos, Empresas de Leasing • Prazos mínimos: 2 anos para bens com vida

útil igual ou inferior a 5 anos, e 3 anos para outros bens.

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Normalmente o pagamento é em prestações mensais Bens passíveis de Leasing: novos e usados, nacio-nais ou importados

• VRG - Valor Residual Garantido

É o valor estabelecido para o exercício da opção de compra, ou valor mínimo que será recebido pelo arrendador na venda a terceiros do bem arrendado. Pode se paga pelo arrendatário de 3 formas:

o Antecipadamente, no início ou a qualquer tempo antes do vencimen-to

o Diluído nas prestações o No final do contrato

• Outros custos: Não tem IOF. Pode ter TAC, taxa de cadastro e seguro do bem

• Diferença entre Leasing e aluguel: no Alu-guel o locador tem o interesse em manter a propriedade do bem ao final do contrato, no Leasing existe a intenção de transferi-la.

Finalidades É uma alternativa de "financiamento" a médio / longo prazo para aquisição de bens móveis, (espe-cialmente automóveis e equipamentos eletrônicos), e também imóveis.

É uma operação realizada mediante contrato na qual o dono do bem - o arrendador, concede a ou-trem - arrendatário o direito de utilização do mes-mo por um prazo previamente determinado.

Tipos de Leasing: Leasing nacional (contrato entre pessoas jurídicas sediadas no país). Internacional (contrato entre uma pessoa jurídica sediada no país e outro no exterior), Importação (contrato de arrendamento mercantil celebrado com entidades sediadas no exterior, os bens necessariamente são adquiridos no exterior) e Exportação (venda de um produto a uma companhia de leasing aqui sediada, e esta, o arrenda através de um contrato de leasing interna-cional). Funcionamento do Leasing 1. Arrendatário e fornecedor negociam a aquisição via leasing de um determinado equipamento.

2. Ao decidir a operação de aquisição de equipa-mento via leasing e escolhido ao arrendador, este paga ao fornecedor a vista pelo equipamento.

3. O arrendador capta recursos no mercado, seja através da emissão de títulos (debêntures) ou da captação no mercado externo ou usa recursos pró-prios.

4. O arrendador contrata o seguro do bem arrenda-do, que ficará na posse do arrendatário, sendo o valor do prêmio pago pelo arrendatário.

5. O fornecedor entrega o equipamento ao arrenda-tário.

6. O arrendatário paga ao arrendador a contra prestação do leasing, aí incluído o custo do seguro.

7. O arrendador reembolsa ao mercado o custo do recurso captado para funcionar o leasing.

Bens Veículos, equipamentos de informática, máqui-nas, equipamentos indústrias edificações ou alvena-ria.

Financiamento de Capital Fixo

Tendo como conhecimento que Capital Fixo é o conjunto dos bens de uma empresa represen-tado por imóveis, máquinas e equipamentos em geral destinados ao processo de produção o Financiamento de Capital Fixo se refere à forma pela a qual a empresa adquire esses bens que pode ser, por exemplo, através do Banco de Desenvolvi-mento que é uma instituição financeira pública, constituída sob a forma de S/A, com sede na capital de cada um dos Estados, que detêm o controle acionário e também faz o financiamento de capital fixo a longo prazo. E, também pelo Banco de Inves-timento que por sua vez é Instituição especializada em operações para capitalização das empresas, e financiamento de capital fixo e de giro a médio e longo prazo, mediante a aplicação de recursos de terceiros, ou de repasse de fontes oficiais do exteri-or.

Crédito Direto ao Consumidor

O bem adquirido serve corno garantia da operação ficando à financeira pela figura jurídica da alienação fiduciária pela qual o cliente transfere a ela a pro-priedade do bem adquirido com o dinheiro empres-tado até o pagamento total de sua divida.

Crédito Rural

É o suprimento de recursos financeiros para aplica-ções exclusivas nas atividades agropecuárias, desenvolvidas por produtores rurais.

Apenas os bancos comerciais e múltiplos com car-teira comercial operam neste segmento.

O crédito rural tem como objetivo: Estimular os investimentos rurais feitos pelos pro-dutores ou pelas cooperativas rurais; Favorecer o custeio, a produção e a comercialização de produ-tos agropecuários; Fortalecer o setor rural, nota-damente no que se refere a pequenos e médios produtores; Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção.

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São as seguintes atividades que podem ser financiadas pelo crédito rural: Custeio das despesas normais de cada ciclo produ-tivo; Investimento em bens ou serviços cujo apro-veitamento se estenda por vários ciclos produtivos; Comercialização da produção. Podem-se utilizar do crédito rural: O produtor rural (pessoa física ou jurídica); Coope-rativa de produtores rurais; e A pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes atividades: - pesquisa ou produção de mudas ou sementes

fiscalizadas ou certificadas; - pesquisa ou produção de sêmem para insemi-

nação artificial; - prestação de serviços mecanizados de natureza

agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo;

- prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;

- exploração de pesca, com fins comerciais. Cabe ao produtor decidir a necessidade de assis-tência técnica para elaboração de projeto e orienta-ção, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em operações com recursos oficiais. São exigências essenciais para concessão de crédito rural: Idoneidade do tomador; apresentação de orçamen-to, plano ou projeto, exceto em operações de des-conto de Nota Promissória Rural ou de Duplicata Rural; Oportunidade, suficiência e adequação de recursos; Observância de cronograma de utilização e de reembolso; Fiscalização pelo financiador. Garantias: As garantias são livremente acertadas entre o fi-nanciado e o financiador, que devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito. Pode se constituir a garantia de: Penhor agrícola, pecuário, mercantil ou cedular; Alienação fiduciária; Hipoteca comum ou cedular; Aval ou fiança; Outros bens que o Conselho Mone-tário Nacional admitir. O Crédito Rural sujeita-se às despesas de: Remuneração financeira;Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários; Custo de prestação de serviços; Adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO); Sanções pecuniárias. Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutu-ário, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições legais.

São as taxas de juros segundo a origem dos recursos aplicados: Recursos controlados: 8,75% a.a., exceto no Pro-grama Nacional de Financiamento Agrícola Familiar - PRONAF, que é de 5,75% a.a. para custeio e 4% com rebate de 25% a.a. para investimento; Os financiamentos do PRONAF estão ainda sujeitos à variação de preço mínimo com base na equivalência em produto; Recursos não controlados: livremente pactuados entre as partes; Recursos das Operações Oficiais de Crédito destinados a investimentos: Taxa de Juros de Longo Prazo (TJPL), acrescida de taxa efetiva de juros fixada semestralmente pelo Conselho Monetário Nacional. Classificação do custeio: Classifica-se em: - custeio agrícola; - custeio pecuário; - custeio de beneficiamento ou industrialização

Financiamentos a Exportação

Operações de adiantamento de recursos, antes ou após o embarque das mercadorias, oferecidas por bancos que atuam na área de cambio para fomen-tar as exportações.

Operações mais utilizadas: adiantamento sob contratos de câmbio (ACC) adiantamento sob cam-biais entregues (ACE).

- Alienação Fiduciária:

Garantia dada a uma operação de crédito na qual o devedor transfere ao credor a propriedade de um de um bem móvel, identificável, fechando com as posses direta, na qualidade de fiel depositário.

Os bancos, compulsoriamente, operam neste seg-mento através de recursos próprios, oriundos de 25% dos volumes médios dos depósitos à vista e recursos em trânsito (base de depósito compulsó-rio).

Dos recursos das exigibilidades do Crédito Rural dos bancos, no mínimo 30% devem ser destinados aos pequenos produtores ou liberados para finan-ciamento de qualquer produto, seja ele para cus-teio ou financiamento, e no mínimo 80% alceados em atividades prioritárias, sem prejuízo dos 30% anteriores.

Os bancos podem optar por terem o recurso da exigibilidade depositado no BC sem remuneração nenhuma, ou pagarem uma taxa de penalidade que, em função da taxa de Juros de mercado pode eventualmente, até ser uma alternativa melhor de aplicação.

Há também os recursos do depósito especial remu-nerado DRE, cuja regra prevê um mínimo de 40%

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de aplicação em crédito rural por parte dos bancos privados. Neste caso se o Banco não quiser destinar os recursos à atividade rural, pode deixar o di-nheiro depositado na autoridade monetária renden-do TR + 8/5% ao ano.

Muitos bancos privados que atuam na área urbana têm preferido cumprir a exigibilidade da aplicação obrigatória, através de repasses de recursos no interbancário para o Banco do Brasil/ comprando os Certificados de Depósito Interbancário Rural.

As taxas de juros do credito rural são as se-guintes:

- mini- produtores, TR + 6% aa.; - pequenos produtores, TR +9% aa.; - médios e grandes, TR + 12.5% aa.

Os mini-produtores são os que têm uma renda mé-dia anual de até 25 mil UREF, pequenos, uma renda entre 25 mil e 75 mil UREF, e os médios e grandes, acima de 75 mil UREF (Unidade de Referência Rural e Agroindustrial), criada em 1° de agosto de 1992 com o valor de R$ 1.000.00, é corrigida mensal-mente pela TR. Não são consideradas como ativida-des agropecuárias elegíveis para esta linha de cré-dito as empresas e/ou pessoas físicas que tenham explorações sem caráter produtivo, além da criação de cavalos.

As modalidades de credito rural são:

• Custeio agrícola e pecuário, recursos para o ciclo operacional das atividades, tendo co-mo prazo de financiamento o período má-ximo de 12 meses;

• Investimento Agrícola e pecuário, recursos para investimento fixo e semi-fixo, tendo como;

• prazo o período de até seis anos; • Comercialização agrícola pecuária; • recursos para o beneficiamento e a estoca-

gem dos produtos agropecuários que sejam comercializados em ate 120 dias após a li-beração destes recursos.

• Outras fontes de recursos para o crédito ru-ral são a caderneta de poupança rural e os compulsórios sobre as cadernetas de pou-pança.

Existe uma lei agrícola que determina que aos mini e pequenos agricultores, seja aplicada a equivalên-cia em produto no momento do financiamento. Isto significa que quem tomar recursos equivalentes a 1.000 sacas de milho, por exemplo, deverá ao ban-co o equivalente a 1.000 sacas de milho no mo-mento do vencimento do débito, não importando a correção aplicada a divida.

Os bancos, por seu lado, temem que os preços agrícolas não subam o suficiente para cobrir os empréstimos, que no caso são subsidiados (TR + 9% a.a.), e que o Governo não venha a pagar a

diferença gerada e, por isso, relutam em emprestar ao mini e ao pequeno produtor.

Como Obter o Financiamento de Custeio: Via de regra, os bancos fazem as seguintes exigências básicas ao produtor: cadastrar-se junto à institui-ção; preencher a proposta-orçamento de financia-mento, já de posse da primeira via da nota fiscal ou pedido de insumos agrícolas, outros documentos e dados adicionais, caso a caso.

Os critérios para liberação de crédito são cautelo-sos, mas, basicamente, é pedido o penhor da safra na maioria dos casos.

No Manual de crédito Rural do BC estão bem expli-citados os critérios para liberação do financiamento.

Para terem direito ao crédito rural, o produtor e as cooperativas têm de comprovar posse definitiva ou temporária (através de arrendamento ou parce-ria) da terra.

Devem ser indicados, na proposta-orçamento de financiamento, os dados que identifiquem a finali-dade do crédito, a cultura a ser financiada e a ade-quação das verbas orçadas.

O percentual de financiamento é o seguinte:

♦ mini e pequenos - crédito de 100% do VBC (valor básico de custeio);

♦ médios - crédito de 80% do VBC (valor bá-sico de custeio);

♦ grandes - crédito de 60% do VBC (valor básico de custeio).

De acordo com o BC, é obrigatória a comprovação dos recursos próprios. Assim, ao requisitar o crédi-to, o agricultor deve depositar em sua conta corrente no banco a parcela que lhe cabe de recursos próprios, seja do próprio bolso ou de financiamento obtido a juros de mercado.

São necessários estudos técnicos a serem pagos pelo financiado para liberação do crédito, quando estão envolvidos valores muitos elevados ou se trata de custeio pecuário, programas especiais do VBC, crédito a cooperativas para aquisição de in-sumos para posterior revenda ou crédito para in-vestimento em aviação agrícola.

Também se faz necessária à medição da lavoura e das pastagens, quando a arca financiada for superi-or a 1.000 hectares.

De posse desses dados, o banco registra o valor do crédito de acordo com o VBC e a classificação do produtor, estipula o prazo para liberação das parce-las, o modo de utilização e a forma de pagamento.

Aprovado o crédito, a primeira parcela é imediata-mente liberada.

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O pagamento aos fornecedores de insumos agríco-las é feito diretamente pelo banco e somente é creditado na conta corrente do produtor o montante referente a gastos com mão-de-obra e operações de plantio.

A outra parcela - para tratos culturais e colheita - só é liberada na época especifica.

Assim, os juros sobre o crédito rural incidem sem-pre sobre o saldo devedor e nunca sobre o total do valor financiado.

O pagamento do financiamento ao banco deve ser realizado após 60 dias, no caso do médio e grande produtor, e 90 dias para os mini e pequenos.

Caso o apicultor ainda não tenha comercializa-do sua produção, ele pode transformar esse débito em Empréstimo do Governo federal (EGF) e prolongar, assim, o prazo de quitação do débito. Existem diversas espécies de títulos de crédito rural, como veremos a seguir.

• Cédula Rural Pignoratícia (CRP) um título de crédito lastreado em garantia real, repre-sentada por penhor rural ou mercantil.

• Cédula Rural e Hipotecária (CRU) lastreada em garantia real, representada por hipoteca de imóveis.

Cédula Rural e Pignoratícia e Hipotecária

(CRPM) garantida por penhor e por hipoteca Nota de Crédito Rural. Não se reveste de garantia real.

Nota Promissória Rural: uma promessa de paga-mento como a NP, porém, nela, deve estar discri-minado o produto objeto da transação.

Duplicata Rural

Difere da duplicata mercantil por sua natureza rura-lista. Deve discriminar a natureza do produto.

No pacote agrícola de 08/92 o Governo propôs a fusão dos diferentes títulos em apenas dois a Cédu-la de Crédito Rural e a Nota Promissória Rural.

O BNDES, com o pacote agrícola, ficou com a res-ponsabilidade de três programas de financiamento.

Agropecuária - 50% de empreendimento, com juros mínimos de TR+9% a.a. e prazo máximo de seis meses;

Infra- estrutura: do capital necessário, com juros mínimos de TR+9% a.a. e prazo de 10 anos: finan-cia transporte, energia e armazenagem.

Apoio a Agroindústria: 60% do orçamento, com taxa de juros mínimos de TR e prazo de oito anos. Financia a capacitação tecnológica.

A agropecuária é reconhecida como ponto forte da atuação do Banco do Brasil, a disseminação do crédito rural tem contribuído para aumentar a pro-dução, melhorar o nível de vida dos agricultores e reduzir o êxodo rural e suas graves conseqüências.

Historicamente o Banco do Brasil sempre foi res-ponsável por dois terços dos empréstimos concedi-dos para custeio agrícola no País. Nos últimos anos, em função de modificações na política governamen-tal, sua participação chegou a alcançar 80%.

O Banco é o principal agente viabilizado do proces-so de retomada do crescimento agrícola iniciado em 1991. Dos créditos que concede ao setor, cerca de 90% são lastreados com recursos próprios ou cap-tados no mercado, sobretudo através da Caderneta de Poupança-Ouro. Os repasses do Tesouro e os fundos e aprovisionamentos realizados por entida-des governamentais representam menos de 10% dos empréstimos ao setor. Com o objetivo de impulsionar a produção agrícola e consolidar nova política rural, vinculando o crédito ao efetivo desenvolvimento harmônico do campo, com a conseqüente geração de empregos e incre-mento na renda dos produtores, adotou medidas como a criação de planos de regularização de dívi-das e reincorporação de produtores ao crédito rural, financiamento para aquisição antecipada de insu-mos, transformação automática de operações de custeio em crédito de comercialização e mobilização para suprir recursos destinados aos empréstimos. Tais medidas, associadas à liberação de recursos nas épocas apropriadas, têm contribuído para um crescente incremento na produção brasileira de cereais e oleaginosas, culminando com significativo avanço na safra 1994/95.

Merece destaque a atuação do Banco como agente do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária

Proagro, que tem por objetivo:

• desonerar os produtores rurais de obriga-ções financeiras relativas a operações de crédito rural, indenizar recursos próprios u-tilizados pelos agropecuarístas em custeio rural, quando ocorrerem fenômenos natu-rais, pragas e doenças que prejudiquem bens, rebanhos e plantações, e promover utilização de tecnologia nas atividades a-gropecuárias.

• a modernização do campo e o aumento dos

níveis de produtividade fazem parte dos ob-jetivos do Banco, que concede financiamen-tos para compra de corretivos do solo e efe-tua operações no âmbito do Finame Rural (aquisição de máquinas e equipamentos di-retamente dos fabricantes).

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Para aprimorar e modernizar os mecanismos de comercialização de produtos agropecuários, o Ban-co implantou o programa Convênios de Integração Rural - Convir, que propicia a negociação direta entre as agroindústrias e os finalistas integrados, sem a presença de intermediários. O convênio ga-rante ainda assistência técnica intensiva e gratuita, o que aumenta as garantias de uma boa colheita. O Banco participa oficialmente como prestador de serviços no segmento de leilões. Atuando em leilões de animais, oferece aos clientes, através do BB-Remate a operacionalização informatizada dos ne-gócios realizados. CERTIFICADOS DE DEPÓSITO BANCÁRIO

CDB e RDB CDB (Certificado de Depósito Bancário) - com-provante de depósito, nominal, transferível, negoci-ável, emitido à taxa efetiva anual bruta, com ou sem emissão de certificado, o qual pode ser negociado entre investidores e transferido através de endosso. Qual a principal diferença entre CDB e RDB? O CDB, sendo um título, pode ser negociado por meio de transferência. O RDB é inegociável e in-transferível. RDB (Recibo de Depósito Bancário) Comprovante de depósito, nominal, intransferível, inegociável, emitido à taxa efetiva anual bruta. Quais são os principais tipos de aplicações financei-ras disponíveis no mercado? As aplicações mais comuns no mercado financeiro são a Poupança, o Certificado de Depósito Bancário (CDB), o Recibo de Depósito Bancário (RDB) e os Fundos de Investimento. Existem riscos nessas aplicações financeiras? Toda aplicação financeira está sujeita a riscos. Para reduzi-los, deve-se procurar informações sobre o tipo de aplicação, sobre a instituição financeira e sobre as variáveis econômicas que podem influenci-ar o resultado esperado. Geralmente os rendimentos são maiores nas aplicações de maior risco. Alguns tipos de aplicações são parcialmente garantidas pelo Fundo Garantidor de Créditos - FGC. Qual o prazo mínimo para aplicação e resgate de CDBs e RDBs? O prazo mínimo varia de 1 dia a 12 meses, depen-dendo do tipo de remuneração contratada. Pode um CDB ou um RDB ser resgatado antes do prazo de vencimento? Ambos podem ser resgatados antes do prazo contra-tado, desde que decorrido o prazo mínimo de aplica-ção. Antes do prazo mínimo não são abonados ren-dimentos.

MERCADO BANCÁRIO

Cobrança e pagamento de títulos e carnês

Serviço destinado a receber créditos de clientes, relativos à emissão de títulos de natureza mercantil, financeira ou de serviços. (Duplicata Mercantis-DM, Duplicata de Serviço-DS, Nota Promissória-NP, Letra de Câmbio-LC, Warrant, Nota de Seguro e Apólice de Seguro). Cobrança, é feita através dos bloquetos que substi-tuem duplicatas, notas promissória, letras de câm-bio, recibo ou cheque e tem o poder de circular pela Câmara de Compensação. O cliente informa o banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores com data e valores a serem pagos, entrega os comprovantes necessários ao pagamento de posse destes dados, o banco organiza e executa todo o fluxo de pagamento do cliente, via débito em conta ou doc, informando ao cliente todos os passos executados. Cobrança Simples Sem Registro - Desti-na-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Du-plicata de Serviço-DS, Nota Promissória-NP, Letra de Câmbio-LC, Warrant, Nota de Seguro e Apóli-ce de Seguro, emitidas em moeda corrente ou em unidades variáveis onde o Banco atua como mandatário da empresa, prestando serviço de re-cebimento de títulos. A operação mercantil não fica registrada no Sistema Corporativo do Banco. Não admite instruções. Permite a impressão de fichamentos:

Pelo BANCO DO BRASIL, nos padrões esta-

belecidos pelo BACEN Carnê de pagamento Segmento de consórcio

Cobrança Simples Com Registro - Desti-na-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Du-plicata Rural-DR, Duplicata de Serviço-DS, Letra de Cambio, Nota de Débito-ND, Nota Promisso-ria-NP, Recibo-RC e Warrant-WR, emitidas na moeda corrente ou em unidades variáveis, onde o Banco atua como mandatário da empresa, prestando serviço de recebimento de títulos. A operação mercantil fica registrada no Sistema Corporativo do Banco. Permite ao cliente baixar e modificar os dados dos títulos registrados, atra-vés de instruções, bem como o adiantamento de recursos sobre títulos registrados. Permite a im-pressão de fichamentos:

Pelo BANCO DO BRASIL, nos padrões esta-

belecidos pelo BACEN Carnê de pagamento Segmento de consórcio

Cobrança Descontada - Destina-se à co-

brança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviços-DS e Letra de Cambio-LC emitidas em moeda corrente, com adiantamento dos recebí-veis através da venda dos títulos ao Banco, me-

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diante aplicação de taxa de desconto. Permite ao cliente baixar e modificar os dados dos títulos re-gistrados através de instruções.

Cobrança Caucionada - Destina-se à co-brança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviços-DS, Nota Promissoria-NP e Letra de Cambio-LC e Warrant emitidas na moeda corren-te e entregues em garantia de operação de credi-to ou como mecanismo de autoliquidez. Permite ao cliente baixar e modificar os dados dos títulos registrados, através de instruções.

Cobrança Prêmio De Seguro (Exceto mi-cro e pequenas empresas) - Destina-se à cobran-ça de Apólice de Seguro-AP e Nota de Seguro-SG, com recolhimento automático do IOF na li-quidação, emitidas na moeda corrente. Permite ao cliente modificar, em algumas situações, os dados dos títulos registrados no Sistema Corpo-rativo do Banco.

Cobrança Financiada Vendor - Destina-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata de Serviços-DS e Letra de Cambio-LC, emitidas na moeda corrente onde o Banco adianta os re-cursos para o vendedor (cedente) e os encargos financeiros são repassados para o comprador (sacado). Permite ao cliente baixar e modificar os dados dos títulos registrados através de instru-ções.

Sistema de Pagamentos Podem ser feitos diretamente no caixa do banco ou o cliente informa o banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores com data e valores a serem pagos, entrega os comprovantes necessários ao pagamento de posse destes dados, o banco organiza e executa todo o fluxo de pagamento do cliente, via débito em conta ou doc, informando ao cliente todos os passos executados. Transferências automáticas de fundos Grande parte das transações que o varejo realiza envolvem o sistema bancário. Diariamente o varejis-ta convive com ele, seja no recebimento de paga-mentos, seja para saldar dívidas, faturas, duplicatas e até mesmo no caso dos movimentos que realiza. Para agilizar este fluxo existem equipamentos que possibilitam o uso de formas de pagamento automa-tizadas; para se ter uma idéia das vantagens que esses equipamentos trouxeram, imagine o número de cheques que você recebeu em troca das merca-dorias vendidas. Agora, tente percorrer mentalmen-te o caminho que estes cheques fizeram até se transformarem em dinheiro, depositado na conta da sua loja. Você não concorda que seria muito mais fácil e menos dispendioso realizar esta operação diretamente? A Transferência Eletrônica de Fundos foi desenvolvi-da justamente como uma solução para este proble-ma. Através dela os pagamentos podem ser efetua-dos com cartões magnéticos, (de bancos ou de cré-dito) e cuja operação requer, normalmente, uma

linha telefônica disponível e aparelhos especiais que cuidam da comunicação. Os serviços de transferência são oferecidos por pres-tadores que se encarregam de toda a transferência do dinheiro entre bancos e entre contas correntes. O custo destas operações limita-se, basicamente, ao aluguel do equipamento ou ao número de consultas realizadas. Por ser uma solução vantajosa para todas as partes envolvidas, aconselha-se a fazer contato com alguns fornecedores para verificar o custo-benefício desta solução. Os consumidores serão beneficiados: não haverá a necessidade de levarem dinheiro ou che-ques para realizarem suas compras; haverá confiabilidade na operação e uma diminuição no tempo gasto para realizá-la. No caso dos varejistas: uma diminuição nos custos das transações, do número de cheques devolvidos por razões diversas, eliminação das consultas sobre referências bancárias para aprovarem os pagamen-tos. Os bancos: diminuição dos custos de compensação e de transação de cheques, facilitando com isso a vida dos seus clientes, consumidores e varejistas. Existem, basicamente, duas formas para que se realizem as transações eletrônicas. A primeira delas requer a utilização do cartão mag-nético do banco do cliente. Neste caso, os débitos são feitos automaticamente na conta corrente dos consumidores. Algumas administradoras oferecem como opção um prazo para a compensação do pa-gamento, como se fosse um cheque. Com isso é evitado o incômodo que o débito caia imediatamente na conta do consumidor. Outras oferecem opções semelhantes ao do cheque pré-datado, fixando datas para os débitos dos valo-res dos pagamentos. A segunda forma para que a transação seja realiza-da implica na utilização do cartão de crédito do cli-ente. Neste caso, existem algumas regras de paga-mento e recebimento das contas, realizadas em datas pré-fixadas. A grande vantagem oferecida pela utilização do sis-tema eletrônico refere-se à aprovação do cartão, a qual ocorre instantaneamente (on line) sem a ne-cessidade de consulta às listas de cartões bloquea-dos. Arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas São serviços prestados as instituições públicas, através de acordos e convênios específicos que estabelecem as condições de arrecadações e repas-ses desses tributos/ tarifas. Os prazos de retenção dos produtos arrecadados, os fluxos dos documen-tos e as formas e prazos de repasse são próprios de cada tributo/ tarifa.

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Internet Banking É a maneira mais fácil de efetuar operações bancá-rias e é um grande exemplo no qual podemos per-ceber as vantagens de ter acesso a Internet Internet Banking é o simples ato de realizar opera-ções bancárias através da Internet Através do Internet Banking pode-se consultar sal-dos e extratos, movimentar contas correntes, efe-tuar pagamentos, aplicar e resgatar valores em Fundos de Investimento, consultar índices financei-ros, além de utilizar muitos outros serviços em uma linguagem simples e de fácil acesso. Remote Banking Atendimento fora das agências. O conceito está associado à idéia de banco virtual, no qual o banco diversifica os seus canais de distribuição derruban-do os limites criados quer seja por espaço tempo ou meio de comunicação. Banco Virtual Bancos com atendimento totalmente remoto, inclu-indo até a remessa de numerário ao cliente. Exem-plo, Banco Direto e o Banco UM. Dinheiro de Plástico Representado pelos cartões magnéticos, cartões de débito, cartões de crédito, utilizados para movi-mentações financeiras na agência ou pagamentos de adiantamento. Utilizado também como alternati-va de crédito intermediada pelo mercado bancário. FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO – FMI Consiste na conjunção de poupança de diversos investidores para obter rendimentos mais vantajo-sos e seguros, via aplicação em carteira diversifica-da de títulos e valores mobiliários. Os fundos são administrados por um banco de in-vestimento ou por uma sociedade corretora, e está sujeito a autorização do Banco Central. Como exemplos de fundos temos o Unibanco Car-teira Livre e Votorantin Ações. Os fundos mútuos de investimento funcionam como uma sociedade de investidores, organizada por uma instituição financeira ou por um administrador de recursos. Nesta sociedade, cada investidor entra com o dinheiro que quiser investir, comprando co-tas da carteira que tem o perfil desejado. E depois sai do investimento vendendo estas cotas. Seu ganho ou prejuízo estará expresso na diferença de preço entre a compra e a venda das tais cotas. Os fundos apresentam diversas vantagens, especi-almente para o pequeno investidor, porque permite um maior rendimento por tipo de aplicação e uma maior diversificação das aplicações, com potencial redução do risco. Para conhecer mais sobre os fun-dos.

Veja os tópicos abaixo.

• Os fundos abertos, que são a grande maio-ria, permitem resgates e aplicações a qual-quer dia, de acordo com o regulamento.

• O dinheiro do resgate é garantido pela insti-tuição financeira responsável.

• Os fundos fechados, destinados aos gran-des investidores, definem um prazo para o resgate. Se precisar do dinheiro antes, o investidor pode vender a cota no mercado secundário, para alguém que queira ocupar sua posição no investimento, o que é mais difícil ou seja: é mais difícil sair de um in-vestimento em fundo fechado.

Hot Money É o empréstimo de curtíssimo prazo, concedido pelo banco, normalmente por um dia, ou um pouco mais, no máximo em dez dias, para atender even-tuais necessidades de caixa de seus clientes. Contas Garantidas Conta de crédito com um valor limite que normal-mente é movimentada diretamente pêlos cheques emitidos pelo cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movimentação. Á medida que nessa última existam valores dispo-níveis estes são transferidos de volta, para cobrir o saído devedor da conta garantida. Crédito rotativo São linhas de crédito abertas com um determinado limite e que a empresa utiliza à medida de suas necessidades, ou mediante apresentação de garan-tias em duplicatas.

SERVIÇOS BANCÁRIOS

Noções Serviços Bancários Entende-se por produtos de serviços os relaciona-dos à prestação de serviços à clientes, cuja remu-neração ao banco é obtida através da permanência de recursos transitórios dos clientes no banco ou pela cobrança de tarifa de prestação de serviços. Abertura e movimentação de contas Você abre sua conta corrente sem burocracia, sem complicações. Preenchendo um cadastro e realizan-do um depósito em qualquer agência de sua prefe-rência. Requisitos:

maiores de 18 anos; menores, com idade entre 16 e 18 anos in-

completos, desde que representados ou as-sistidos pelo responsável legal;

emancipadas. Existe entretanto um custo implícito na abertura e movimentação da conta (custo operacional da con-

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ta) para fazer frente a este custo, os bancos podem estabelecer valores mínimos para abertura e manu-tenção de saldo médio. A conta é o produto básico para relação entre o cliente e o banco, através dela são movimentados os recursos do cliente, utilizando:

cheque depósito compensação de cheque cobrança ordens de pagamento pagamento de títulos, carnês cofres de aluguel transferência automática de fundos arrecadação de tributos tarifas públicas home banking depósito a prazo CDB crédito Rotativo descontos de títulos cartões de crédito leasing, etc...

Movimentação das Contas

A movimentação das contas podem ser feitas da seguinte forma: Por meio de serviços remotos;

Usando o cartão nas agências No sistema Cheque Eletrônico Banco 24 Horas Terminais de auto-atendimento Rede Bancos Conveniados Através de talões de cheques

Documentos Básicos

Pessoa Física e Pessoa Jurídica Pessoa Física: Cédula de Identidade-RG, CPF, com movimentação ativa, comprovante de renda, comprovante de resi-dência, caso estrangeiro: registro de entrada no país. Pessoa Jurídica: Contrato Social da empresa, n° do CNPJ, n° da Inscrição Estadual (ICMS), documentos particulares de todos os sócios. Capacidade e Incapacidade Civil • Capazes: maiores de 18 anos ou menores e-mancipados pelos pais • Pessoas absolutamente incapazes: a) Os menores de 16 anos O Direito Civil considera que as pessoas menores de dezesseis anos ainda não atingiram suficiente discernimento para agirem, por conta própria, nos

atos da vida jurídica. Por isso, estas pessoas devem ser representadas por seus pais, tutores ou curado-res. b) Os loucos de todo o gênero A expressão louco refere-se ao portador de grave insanidade mental, devidamente apurada e avaliada mediante processo de interdição. Se o insano apre-sentar pequeno grau de perturbação psíquica, o juiz pode determinar que sua interdição seja limitada ou restrita (Decreto n° 24.559, de 03/07/1934). Nesta hipótese, teremos um caso de incapacidade civil relativa e não absoluta. c) Os surdos-mudos que não puderem exprimir sua vontade O ato jurídico é ato de declaração da vontade hu-mana. Portanto, o surdo-mudo que não possa ex-ternar sua vontade é incapaz de praticar atos jurí-dicos. Nesta hipótese, cabe ao juiz avaliar a exten-são desta incapacidade, julgando-a absoluta ou, apenas, parcial. Por outro lado, se o surdo-mudo foi especialmente educado, de maneira a expressar seu pensamento, não é incapaz. d) Os ausentes, declarados tais por ato do juiz Ausente é a pessoa desaparecida que deixa de dar notícia por longo tempo. Com a declaração judicial da ausência, a lei civil protege os interesses e direi-tos do desaparecido, autorizando a instituição de um curador do ausente. As pessoas absolutamente incapazes somente par-ticipam dos atos da vida civil sendo representadas por seus pais, tutores ou curadores (curador é o membro do Ministério Público que atua na justiça civil). • Pessoas relativamente incapazes: a) Os maiores de 16 e menores de 21 anos A lei entende que as pessoas desta faixa etária já estão relativamente aptas para o exercício dos seus direitos. Assim, tais pessoas podem: votar nas elei-ções (voto facultativo para menores de 18 anos); servir de testemunhas; estabelecer testamentos; contrair casamento (a idade nupcial da mulher é 16 anos e, para o homem, 18 anos) etc. Entretanto, visando proteger os interesses do menor de 21 anos, a lei civil cria algumas barreiras à prática de certos atos jurídicos. Por exemplo: casamento (é necessário o consentimento dos pais); estabeleci-mento de comércio. O menor, entre 16 e 21 anos, equipara-se ao maior quanto às obrigações resultantes de atos ilícitos praticados, não podendo fugir ao cumprimento de obrigações quando, agindo de ma-fé, ocultar sua idade para enganar terceiros. b) Os pródigos Pródigo é a pessoa que, agindo desordenadamente, gasta, esbanja e destrói seu patrimônio.

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Com o objetivo de evitar o completo empobreci-mento da família, a lei permite que os familiares do pródigo (cônjuge, ascendente, descendente) pro-movam processo de interdição dos seus atos. In-terdição que se limitará a impedir que o pródigo, sem a assistência de curador, possa emprestar, vender, dar quitação, hipotecar etc. Os demais atos da vida civil, o pródigo os pratica com inteira vali-dade (está livre para casar-se, exercer profissão, fixar domicílio de família etc.). c) Os silvícolas Afastados da civilização, os indígenas não contam com a necessária experiência para exercer, sem a devida assistência, os atos jurídicos próprios de outra realidade cultural. Entretanto, a relativa inca-pacidade civil dos indígenas cessará à medida que eles se adaptem às normas da civilização. Conforme a Constituição Federal, os índios, suas comunidades e organizações são parte legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses. Nestes casos, é função do Ministério Público intervir nos atos do processo, defendendo judicialmente as populações indígenas. As pessoas relativamente incapazes só podem e-xercer pessoalmente os atos da vida jurídica com a assistência de seus pais, tutores ou curadores. Representação e domicílio Domicílio Pessoa Física: residência fixa e definitiva. Pessoas menores de idade são representadas pelos pais ou tutores legais. Pessoa Jurídica: entende-se por domicílio jurídico onde a empresa recolhe seus tributos fiscais e são representados pelos seus sócios e diretores. Cartão de Crédito É um serviço de intermediação que permite ao con-sumidor adquirir bens e serviços em estabelecimen-tos comerciais previamente credenciados mediante a comprovação de sua condição de usuário. Essa comprovação é geralmente realizada, no ato da aquisição, com a apresentação de cartão ao estabe-lecimento comercial. O cartão é emitido pelo prestador do serviço de intermediação, chamado genericamente de admi-nistradora de cartão de crédito, que pode ser um banco. O estabelecimento comercial registra a transação com o uso de máquinas mecânicas ou informatiza-das, fornecidas pela administradora do cartão de crédito, gerando um débito do usuário-consumidor a favor da administradora e um crédito do fornece-dor do bem ou serviço contra a administradora, de acordo com os contratos firmados entre essa par-tes. Periodicamente, a administradora do cartão de crédito emite e apresenta a fatura ao usuário-consumidor, com a relação e o valor das compras efetuadas.

A empresa emitente do cartão, de acordo com o contrato firmado com o consumidor, fica responsá-vel pelo pagamento das aquisições feitas por ele com o uso do cartão, até o valor limite combinado. A empresa emitente do cartão, também de acordo com o contrato firmado com o fornecedor de bens e serviços, fica responsável, diretamente ou por meio de empresa especializada, pelo pagamento das aquisições efetuadas pelo usuário do cartão de cré-dito. A relação entre o consumidor e o fornecedor não se altera pela forma de pagamento, sendo mantida a característica de um contrato, escrito ou não, de compra e venda ou de prestação de serviços. O Banco Central não autoriza e nem fiscaliza essa empresa mas apenas as instituições financeiras e assemelhadas. As instituições financeiras, únicas que podem conceder financiamentos quando o usu-ário opta por não pagar total ou parcialmente a fatura mensal, estão subordinadas ao Banco Cen-tral. As operações realizadas pelas instituições fi-nanceiras, inclusive o financiamento aos usuários para o pagamento da fatura mensal, estão sujeitas à legislação própria e às normas editadas pelo Con-selho Monetário Nacional e pelo Banco Central. Lei do cheque

LEI No 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985. Dispõe sobre o cheque e dá outras providências.

Da Emissão e da Forma do Cheque Art. 1º O cheque contêm: I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia deter-minada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente. Art. 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a seguir: I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.

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Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou insti-tuição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque. Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque. § 1º - A existência de fundos disponíveis é verifica-da no momento da apresentação do cheque para pagamento. § 2º - Consideram-se fundos disponíveis: a) os créditos constantes de conta-corrente bancá-ria não subordinados a termo; b) o saldo exigível de conta-corrente contratual; c) a soma proveniente de abertura de crédito. Art. 5º (VETADO). Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse senti-do. Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. § 1º A aposição de visto, certificação ou outra de-claração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coo-brigados. § 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização. Art. 8º Pode-se estipular no cheque que seu paga-mento seja feito: I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula ex-pressa “à ordem’’; II - a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à or-dem’’, ou outra equivalente; III - ao portador. Parágrafo único - Vale como cheque ao portador o que não contém indicação do beneficiário e o emiti-do em favor de pessoa nomeada com a cláusula “ou ao portador’’, ou expressão equivalente. Art. 9º O cheque pode ser emitido: I - à ordem do próprio sacador; II - por conta de terceiro; III - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. Art. 10 Considera-se não escrita a estipulação de juros inserida no cheque. Art. 11 O cheque pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade em que o sacado tenha

domicílio, quer em outra, desde que o terceiro seja banco. Art. 12 Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de divergên-cia. lndicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia. Art. 13 As obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes. Parágrafo único - A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo que o cheque contenha assinatura de pessoas incapazes de se obrigar por cheque, ou assinaturas falsas, ou assi-naturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que, por qualquer outra razão, não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado. Art. 14 Obriga-se pessoalmente quem assina che-que como mandatário ou representante, sem ter poderes para tal, ou excedendo os que lhe foram conferidos. Pagando o cheque, tem os mesmos direitos daquele em cujo nome assinou. Art. 15 O emitente garante o pagamento, conside-rando-se não escrita a declaração pela qual se exi-ma dessa garantia. Art. 16 Se o cheque, incompleto no ato da emis-são, for completado com inobservância do conven-cionado com a emitente, tal fato não pode ser o-posto ao portador, a não ser que este tenha adqui-rido a cheque de má-fé. De Transmissão Art. 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissí-vel por via de endosso. § 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente, só é transmissível pela forma e com os efeitos de ces-são. § 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente endossar o cheque. Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, repu-tando-se não-escrita qualquer condição a que seja subordinado. § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado. § 2º Vale como em branco o endosso ao portador. O endosso ao sacado vale apenas como quitação, salvo no caso de o sacado ter vários estabelecimen-tos e o endosso ser feito em favor de estabeleci-mento diverso daquele contra o qual o cheque foi emitido. Art. 19 - O endosso deve ser lançado no, cheque ou na folha de alongamento e assinado pelo endos-sante, ou seu mandatário com poderes especiais. § 1º O endosso pode não designar o endossatário. Consistindo apenas na assinatura do endossante (endosso em branco), só é válido quando lançado no verso do cheque ou na folha de alongamento.

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§ 2º A assinatura do endossante, ou a de seu man-datário com poderes especiais, pode ser constituí-da, na forma de legislação específica, por chancela mecânica, ou processo equivalente. Art. 20 O endosso transmite todos os direitos re-sultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador: I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa; II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa; III - transferir o cheque a um terceiro, sem comple-tar o endosso e sem endossar. Art. 21 Salvo estipulação em contrário, o endos-sante garante o pagamento. Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; neste caso, não garante o pagamento a quem seja o cheque posteriormente endossado. Art. 22 O detentor de cheque "à ordem’’ é conside-rado portador legitimado, se provar seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja em branco. Para esse efeito, os endos-sos cancelados são considerados não-escritos. Parágrafo único. Quando um endosso em branco for seguido de outro, entende-se que o signatário des-te adquiriu o cheque pelo endosso em branco. Art. 23 O endosso num cheque passado ao porta-dor torna o endossante responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas nem por isso converte o título num cheque ‘’à or-dem’’. Art. 24 Desapossado alguém de um cheque, em virtude de qualquer evento, novo portador legiti-mado não está obrigado a restituí-lo, se não o ad-quiriu de má-fé. Parágrafo único - Sem prejuízo do disposto neste artigo, serão observadas, nos casos de perda, ex-travio, furto, roubo ou apropriação indébita do che-que, as disposições legais relativas à anulação e substituição de títulos ao portador, no que for apli-cável. Art. 25 Quem for demandado por obrigação resul-tante de cheque não pode opor ao portador exce-ções fundadas em relações pessoais com o emiten-te, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu conscientemente em detrimento do devedor. Art. 26 Quando o endosso contiver a cláusula ‘’va-lor em cobrança’’, ‘’para cobrança’’, ‘’por procura-ção’’, ou qualquer outra que implique apenas man-dato, o portador pode exercer todos os direitos resultantes do cheque, mas só pode lançar no che-que endosso-mandato. Neste caso, os obrigados somente podem invocar contra o portador as exce-ções oponíveis ao endossante.

Parágrafo único. O mandato contido no endosso não se extingue por morte do endossante ou por superveniência de sua incapacidade. Art. 27 O endosso posterior ao protesto, ou decla-ração equivalente, ou à expiração do prazo de a-presentação produz apenas os efeitos de cessão. Salvo prova em contrário, o endosso sem data pre-sume-se anterior ao protesto, ou declaração equi-valente, ou à expiração do prazo de apresentação. Art. 28 O endosso no cheque nominativo, pago pelo banco contra o qual foi sacado, prova o rece-bimento da respectiva importância pela pessoa a favor da qual foi emitido, e pelos endossantes sub-seqüentes. Parágrafo único Se o cheque indica a nota, fatura, conta cambial, imposto lançado ou declarado a cujo pagamento se destina, ou outra causa da sua emis-são, o endosso pela pessoa a favor da qual foi emi-tido, e a sua liquidação pelo banco sacado provam a extinção da obrigação indicada. Do Aval Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garanti-do, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título. Art. 30 O aval é lançado no cheque ou na folha de alongamento. Exprime-se pelas palavras ‘’por a-val’’, ou fórmula equivalente, com a assinatura do avalista. Considera-se como resultante da simples assinatura do avalista, aposta no anverso do che-que, salvo quando se tratar da assinatura do emi-tente. Parágrafo único - O aval deve indicar o avalizado. Na falta de indicação, considera-se avalizado o emi-tente. Art. 31 O avalista se obriga da mesma maneira que o avaliado. Subsiste sua obrigação, ainda que nula a por ele garantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma. Parágrafo único - O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado e contra os obrigados para com este em virtude do cheque. Da Apresentação e do Pagamento Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único - O cheque apresentado para pa-gamento antes do dia indicado como data de emis-são é pagável no dia da apresentação. Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pa-gamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde hou-ver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.

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Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendá-rio do lugar de pagamento. Art. 34 A apresentação do cheque à câmara de compensação equivale à apresentação a pagamen-to. Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apre-sentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescri-ção, nos termos do Art. 59 desta Lei. Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sus-tar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. § 1º A oposição do emitente e a revogação ou con-tra-ordem se excluem reciprocamente. § 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente. Art. 37 A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não invalidam os efeitos do cheque. Art. 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entregue quitado pelo portador. Parágrafo único. O portador não pode recusar pa-gamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exi-gir que esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação. Art. 39 O sacado que paga cheque “à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série de en-dossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a câmara de com-pensação. Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final deste artigo, o banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quais poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a que pagou. Art. 40 O pagamento se fará à medida em que forem apresentados os cheques e se 2 (dois) ou mais forem apresentados simultaneamente, sem que os fundos disponíveis bastem para o pagamen-to de todos, terão preferência os de emissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior. Art. 41 O sacado pode pedir explicações ou garan-tia para pagar cheque mutilado, rasgado ou parti-

do, ou que contenha borrões, emendas e dizeres que não pareçam formalmente normais. Art. 42 O cheque em moeda estrangeira é pago, no prazo de apresentação, em moeda nacional ao câmbio do dia do pagamento, obedecida a legisla-ção especial. Parágrafo único. Se o cheque não for pago no ato da apresentação, pode o portador optar entre o câmbio do dia da apresentação e o do dia do pa-gamento para efeito de conversão em moeda na-cional. Art. 43 (VETADO). § 1º (VETADO). § 2º - (VETADO). Do Cheque Cruzado Art. 44 O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços parale-los no anverso do título. § 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruza-mento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. § 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se naquele. § 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente. Art. 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do saca-do, mediante crédito em conta. O cheque com cru-zamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança. § 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode cobrá-lo por conta de tais pessoas. § 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de dois cruza-mentos, um dos quais para cobrança por câmara de compensação. § 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco portador que não observar as disposições precedentes. Do Cheque para Ser Creditado em Conta Art. 46 O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro mediante a inscrição transversal, no anverso do título, da cláu-sula ‘’para ser creditado em conta’’, ou outra equi-valente. Nesse caso, o sacado só pode proceder a lançamento contábil (crédito em conta, transferên-cia ou compensação), que vale como pagamento. O depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso. § 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente. § 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado que não observar as disposições precedentes.

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Da Ação por Falta de Pagamento Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque: I - contra o emitente e seu avalista; II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação. § 1º Qualquer das declarações previstas neste arti-go dispensa o protesto e produz os efeitos deste. § 2º Os signatários respondem pelos danos causa-dos por declarações inexatas. § 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de paga-mento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável. § 4º A execução independe do protesto e das decla-rações previstas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção, liquida-ção extrajudicial ou falência. Art. 48 O protesto ou as declarações do artigo an-terior devem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte. § 1º A entrega do cheque para protesto deve ser prenotada em livro especial e o protesto tirado no prazo de 3 (três) dias úteis a contar do recebimento do título. § 2º O instrumento do protesto, datado e assinado pelo oficial público competente, contém: a) a transcrição literal do cheque, com todas as declarações nele inseridas, na ordem em que se acham lançadas; b) a certidão da intimação do emitente, de seu mandatário especial ou representante legal, e as demais pessoas obrigadas no cheque; c) a resposta dada pelos intimados ou a declaração da falta de resposta; d) a certidão de não haverem sido encontrados ou de serem desconhecidos o emitente ou os demais obrigados, realizada a intimação, nesse caso, pela imprensa. § 3º O instrumento de protesto, depois de registra-do em livro próprio, será entregue ao portador legi-timado ou àquele que houver efetuado o pagamen-to. § 4º Pago o cheque depois do protesto, pode este ser cancelado, a pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento de cópia autenticada da quitação que contenha perfeita identificação do título. Art. 49 O portador deve dar aviso da falta de pa-gamento a seu endossante e ao emitente, nos 4

(quatro) dias úteis seguintes ao do protesto ou das declarações previstas no Art. 47 desta Lei ou, ha-vendo cláusula ‘’sem despesa’’, ao da apresentação. § 1º Cada endossante deve, nos 2 (dois) dias úteis seguintes ao do recebimento do aviso, comunicar seu teor ao endossante precedente, indicando os nomes e endereços dos que deram os avisos ante-riores, e assim por diante, até o emitente, contan-do-se os prazos do recebimento do aviso preceden-te. § 2º O aviso dado a um obrigado deve estender-se, no mesmo prazo, a seu avalista. § 3º Se o endossante não houver indicado seu en-dereço ou o tiver feito de forma ilegível, basta o aviso ao endossante que o preceder. § 4º O aviso pode ser dado por qualquer forma, até pela simples devolução do cheque. § 5º Aquele que estiver obrigado a aviso deverá provar que o deu no prazo estipulado. Considera-se observado o prazo se, dentro dele, houver sido posta no correio a carta de aviso. § 6º Não decai do direito de regresso o que deixa de dar o aviso no prazo estabelecido. Responde, porém, pelo dano causado por sua negligência, sem que a indenização exceda o valor do cheque. Art. 50 O emitente, o endossante e o avalista po-dem, pela cláusula ‘’sem despesa’’, ‘’sem protesto’’, ou outra equivalente, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para promover a execução do título, do protesto ou da declaração equivalente. § 1º A cláusula não dispensa o portador da apre-sentação do cheque no prazo estabelecido, nem dos avisos. Incumbe a quem alega a inobservância de prazo a prova respectiva. § 2º A cláusula lançada pelo emitente produz efeito em relação a todos os obrigados; a lançada por endossante ou por avalista produz efeito somente em relação ao que lançar. § 3º Se, apesar de cláusula lançada pelo emitente, o portador promove o protesto, as despesas correm por sua conta. Por elas respondem todos os obriga-dos, se a cláusula é lançada por endossante ou avalista. Art. 51 Todos os obrigados respondem solidaria-mente para com o portador do cheque. § 1º - O portador tem o direito de demandar todos os obrigados, individual ou coletivamente, sem estar sujeito a observar a ordem em que se obriga-ram. O mesmo direito cabe ao obrigado que pagar o cheque. § 2º A ação contra um dos obrigados não impede sejam os outros demandados, mesmo que se te-nham obrigado posteriormente àquele. § 3º Regem-se pelas normas das obrigações solidá-rias as relações entre obrigados do mesmo grau. Art. 52 portador pode exigir do demandado: I - a importância do cheque não pago; II - os juros legais desde o dia da apresentação; III - as despesas que fez; IV - a compensação pela perde do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias mencio-nadas nos itens antecedentes.

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Art. 53 Quem paga o cheque pode exigir de seus garantes: I - a importância integral que pagou; II - os juros legais, a contar do dia do pagamento; III - as despesas que fez; IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias mencio-nadas nos itens antecedentes. Art. 54 O obrigado contra o qual se promova exe-cução, ou que a esta esteja sujeito, pode exigir, contra pagamento, a entrega do cheque, com o instrumento de protesto ou da declaração equiva-lente e a conta de juros e despesas quitada. Parágrafo único. O endossante que pagou o cheque pode cancelar seu endosso e os dos endossantes posteriores. Art. 55 Quando disposição legal ou caso de força maior impedir a apresentação do cheque, o protes-to ou a declaração equivalente nos prazos estabele-cidos, consideram-se estes prorrogados. § 1º O portador é obrigado a dar aviso imediato da ocorrência de força maior a seu endossante e a fazer menção do aviso dado mediante declaração datada e assinada por ele no cheque ou folha de alongamento. São aplicáveis, quanto ao mais, as disposições do Art. 49 e seus parágrafos desta Lei. § 2º Cessado o impedimento, deve o portador, imediatamente, apresentar o cheque para paga-mento e, se couber, promover o protesto ou a de-claração equivalente. § 3º Se o impedimento durar por mais de 15 (quin-ze) dias, contados do dia em que o portador, mes-mo antes de findo o prazo de apresentação, comu-nicou a ocorrência de força maior a seu endossante, poderá ser promovida a execução, sem necessidade da apresentação do protesto ou declaração equiva-lente. § 4º Não constituem casos de força maior os fatos puramente pessoais relativos ao portador ou à pes-soa por ele incumbida da apresentação do cheque, do protesto ou da obtenção da declaração equiva-lente. Da Pluralidade de Exemplares Art. 56 Excetuado o cheque ao portador, qualquer cheque emitido em um país e pagável em outro pode ser feito em vários exemplares idênticos, que devem ser numerados no próprio texto do título, sob pena de cada exemplar ser considerado cheque distinto. Art. 57 O pagamento feito contra a apresentação de um exemplar é liberatório, ainda que não estipu-lado que o pagamento torna sem efeito os outros exemplares. Parágrafo único. O endossante que transferir os exemplares a diferentes pessoas e os endossantes posteriores respondem por todos os exemplares que assinarem e que não forem restituídos.

Das Alterações Art. 58 No caso de alteração do texto do cheque, os signatários posteriores à alteração respondem nos termos do texto alterado e os signatários ante-riores, nos do texto original. Parágrafo único. Não sendo possível determinar se a firma foi aposta no título antes ou depois de sua alteração, presume-se que a tenha sido antes. Da Prescrição Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o Art. 47 desta Lei assegura ao portador. Parágrafo único - A ação de regresso de um obriga-do ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obri-gado pagou o cheque ou do dia em que foi deman-dado. Art. 60 A interrupção da prescrição produz efeito somente contra o obrigado em relação ao qual foi promovido o ato interruptivo. Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emiten-te ou outros obrigados, que se locupletaram injus-tamente com o não-pagamento do cheque, pres-creve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no Art. 59 e seu parágrafo desta Lei. Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento. Dos Conflitos de Leis em Matéria de Cheques Art. 63 Os conflitos de leis em matéria de cheques serão resolvidos de acordo com as normas constan-tes das Convenções aprovadas, promulgadas e mandadas aplicar no Brasil, na forma prevista pela Constituição Federal. Das Disposições Gerais Art. 64 A apresentação do cheque, o protesto ou a declaração equivalente só podem ser feitos ou exi-gidos em dia útil, durante o expediente dos estabe-lecimentos de crédito, câmaras de compensação e cartórios de protestos. Parágrafo único. O cômputo dos prazos estabeleci-dos nesta Lei obedece às disposições do direito comum. Art. 65 Os efeitos penais da emissão do cheque sem suficiente provisão de fundos, da frustração do pagamento do cheque, da falsidade, da falsificação e da alteração do cheque continuam regidos pela legislação criminal. Art. 66 Os vales ou cheques postais, os cheques de poupança ou assemelhados, e os cheques de via-

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gem regem-se pelas disposições especiais a eles referentes. Art. 67 A palavra ‘’banco’’, para os fins desta Lei, designa também a instituição financeira contra a qual a lei admita a emissão de cheque. Art. 68 Os bancos e casas bancárias poderão fazer prova aos seus depositantes dos cheques por estes sacados mediante apresentação de cópia fotográfi-ca ou microfotográfica. Art. 69 Fica ressalvada a competência do Conselho Monetário Nacional, nos termos e nos limites da legislação especifica, para expedir normas relativas à matéria bancária relacionada com o cheque. Parágrafo único. É da competência do Conselho Monetário Nacional: a) a determinação das normas a que devem obede-cer as contas de depósito para que possam ser fornecidos os talões de cheques aos depositantes; b) a determinação das conseqüências do uso inde-vido do cheque, relativamente à conta do deposi-tante; c) a disciplina das relações entre o sacado e o opo-ente, na hipótese do Art. 36 desta Lei. Art. 70 Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-blicação. Art. 71 Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, em 02 de setembro de 1985; 164º da In-dependência e 97º da República. JOSÉ SARNEY Dilson Domingos Funaro

MERCADO DE CÂMBIO

O que é câmbio? Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-versa. Por exemplo: o banco vende a você moeda estrangeira (recebe moeda nacional e lhe entrega moeda estrangeira) quando você vai viajar para o exterior e precisa de dinheiro para sua esta-da, suas compras, etc; o banco compra de você moeda estrangeira (recebe a moeda estrangeira e lhe entrega moeda nacional) quando você retorna da viagem ao exterior e ainda possui algum dinhei-ro do país que você visitou, dinheiro que não será usado no Brasil. O que é mercado de câmbio? Chama-se mercado de câmbio o ambiente, abstra-to, onde se realizam as operações de câmbio, entre os agentes autorizados pelo Banco Central do Brasil (bancos, corretoras, distribuidoras, agências de turismo e meios de hospedagem) e entre estes e seus clientes. No Brasil, o mercado de câmbio é dividido em dois segmentos, livre e flutuante, que são regulamentados e fiscalizados pelo Banco Cen-tral. O mercado livre é também conhecido como

"comercial" e o mercado flutuante, como "turismo". À margem da lei, funciona um segmento denomi-nado mercado paralelo, mercado negro, ou câmbio negro. Todos os negócios realizados nesse merca-do, bem como a posse de moeda estrangeira, sem origem justificada, são ilegais e sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei. Que tipos de operações posso realizar no mercado de câmbio? Como regra geral, quaisquer pagamentos ou rece-bimentos em moeda estrangeira podem ser realiza-dos no mercado de câmbio. Grande parte dessas operações não necessita de autorização prévia do Banco Central para sua realização, pois já se en-contram descritas e especificadas nos regulamentos e normas vigentes (Consolidação das Normas Cam-biais - CNC), bastando procurar uma instituição autorizada a contratar câmbio. As operações não regulamentadas dependem de manifestação prévia do Banco Central. Quais as operações que posso fazer no mercado de câmbio livre ou comercial? No mercado livre você pode realizar as operações decorrentes de comércio exterior, ou seja, de ex-portação e de importação. Nesse mercado, também são realizadas as operações dos governos, nas es-feras federal, estadual e municipal. Também têm curso no mercado de câmbio de taxas livres outras operações, tais como aquelas relativas a investi-mentos estrangeiros no País e empréstimos a resi-dentes sujeitos a registro no Banco Central, bem como pagamentos e recebimentos de serviços. E no mercado flutuante, o que posso fazer? Só existem operações de turismo? Inicialmente, esclarecemos que o termo "turismo" é utilizado de forma inadequada, visto que nesse mercado, além das operações relativas à compra e venda de moeda estrangeira para o turismo inter-nacional, podem ser realizadas diversas transferên-cias não relacionadas ao turismo, tais como, contri-buições a entidades associativas, doações, heran-ças, aposentadorias e pensões, manutenção de residentes e tratamento de saúde. É importante ressaltar que, como regra geral, não há limite de valor para as operações previstas no regulamento do mercado flutuante (capítulo 2 da CNC), tais co-mo compras a título de turismo, transferências unilaterais e pagamentos de serviços. O que é contrato de câmbio? Para que serve? O contrato de câmbio ou boleto é o instrumento por intermédio do qual se efetua a operação de câmbio. Nele, constam necessariamente, dentre outras in-formações, a moeda estrangeira que você está comprando ou vendendo, a taxa contratada, o valor correspondente em moeda nacional, os nomes do comprador e do vendedor (e respectivas assinatu-ras). O contrato de câmbio é o documento que for-maliza a sua operação, ou seja, é o comprovante a ser apresentado à fiscalização.

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Sendo assim, podemos classificar os contratos de câmbio: de exportação; de importação; financeiro de ingresso e financeiro de remessa. SISBACEN Sigla para Sistema de Operações, Registro e Con-trole do Banco Central É o instrumento de comuni-cação computadorizado do Banco Central com as instituições financeiras, que por sua vez têm seus computadores conectados a esse sistema. Recebem informações do Bacen e enviam dados sobre suas operações financeiras e cambiais. Taxa de Câmbio Valor para conversão entre 2 moedas. Ex.: A taxa de câmbio entre o real e o dólar é de R$ X por um dólar, ou seja, preciso de X reais para comprar 1 dólar. O que é ACC e ACE? ACC - Sigla para Adiantamento de Contrato de Câmbio Operação de crédito realizada pelos Bancos Comerciais, através da carteira de câmbio, com os exportadores. ACE - Adiantamento sobre Cambiais Entregues é que no primeiro você recebe a moeda nacional an-tes de embarcar a mercadoria, servindo esta como apoio financeiro à produção da mercadoria, e no segundo a moeda nacional é entregue após o em-barque da mercadoria, representando, na prática, a antecipação do pagamento da exportação. Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio? Por lei, compete ao Banco Central o monopólio so-bre toda moeda estrangeira transacionada no mer-cado de câmbio. Na prática, o Banco Central autori-za bancos e outras instituições a operar nesse mer-cado e estabelece as regras a serem observadas por todos. Além disso, compete ao BC fiscalizar esse mercado, podendo punir dirigentes e institui-ções, mediante multas, suspensões e outras san-ções previstas em lei. Até janeiro de 1999, vigorava o regime de bandas cambiais, em que o Banco Cen-tral estabelecia faixas de flutuação para o dólar dos Estados Unidos. A partir daquele mês, por meio do Comunicado nº 6.565, o Banco Central permitiu ao mercado estabelecer livremente a taxa de câmbio, podendo, no entanto, intervir de forma ocasional e limitada, objetivando conter movimentos desorde-nados das taxas praticadas. MODALIDADES DE PAGAMENTOS A modalidade de pagamento é influenciada pelas condições de mercado e grau de confiança entre as partes não só empresas, mas também bancos e países envolvidos. As formas de pagamento mais utilizadas no comércio internacional são: a) Pagamento antecipado:

É feito antes do embarque da mercadoria. Por im-plicar altos riscos para o comprador, é pouco fre-qüente, sendo utilizado geralmente por empresas interligadas. Costuma ocorrer também na venda de produtos sob encomenda, seja como garantia con-tra cancelamento do pedido ou como financiamento da produção da mercadoria pelo exportador. b) Remessa sem saque ou remessa direta: O exportador embarca a mercadoria e envia ao importador os documentos da operação. O impor-tador recebe a documentação, desembaraça a mer-cadoria na alfândega e, posteriormente, providencia a remessa do pagamento. É de alto risco para o exportador. Essa modalidade tem sido utilizada entre clientes tradicionais e empresas interligadas. c) Cobrança documentária: O exportador embarca a mercadoria e emite uma letra de câmbio, que será enviada a um banco no país do importador, juntamente com os documen-tos de embarque. O banco age como mandatário da cobrança, conforme os termos da transação. O exportador tem a garantia de que a mercadoria só será entregue ao importador se suas instruções ao banco forem cumpridas. A CCI estabeleceu regras e usos uniformes para cobrança documentária, ado-tada pela grande maioria dos bancos que prestam esse serviço. d) Carta de crédito (letter of credit): Modalidade de pagamento bastante usual, por ofe-recer maiores garantias para o exportador e para o importador. Pode ser definida como uma ordem de pagamento condicional emitida por um banco, a pedido de seu cliente importador em favor do ex-portador, que só faz jus ao recebimento se cumprir todas as exigências por ela estipuladas. O exporta-dor tem a garantia de pagamento de dois ou mais bancos; e o importador, a certeza de que só haverá pagamento se suas exigências forem cumpridas. O exportador não assume os riscos comerciais, pois confere ao banco a responsabilidade pelo pagamen-to, além de se manter livre dos riscos políticos, se um outro banco, geralmente fora do país do impor-tador, confirma a garantia dada pelo banqueiro emissor do crédito. A CCI estabeleceu normas para emissão e utilização de créditos documentários, aceitas internacionalmente. A Câmara de Comércio Internacional (CCI) criou regras para uniformizar os termos e equacionar conflitos de interpretação no que concerne a con-tratos internacionais firmados entre exportadores e importadores sobre a transferência de mercadorias, as despesas decorrentes das transações e a res-ponsabilidade sobre perdas e danos. Em 1936, a CCI instituiu os International Commer-cial Terms - INCOTERMS. Referem-se aos transpor-tes marítimos, terrestres e aéreos, bem como ao sistema intermodal de transporte e ao intercâmbio informatizado de dados (FOB - free on board; CIF - cost, insurance and freight; DAF - delivered at fron-tier; etc).

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Pagamentos nas Importações e Exportações As modalidades de pagamento são influenciadas pelas condições do mercado e pelo grau de confian-ça entre as partes - empresas, bancos e países envolvidos. Assim, quando há condições de merca-do e maior oferta, os exportadores são obrigados a melhorar suas condições de venda. Quando a situa-ção se inverte e a procura é maior, os exportadores têm mais poder de barganha, aproximando-se da condição ideal que é a de receber o pagamento antecipado. Quando o importador é desconhecido ou encontra-se num país sem estabilidade política e econômica, as condições para o exportador não serão favorá-veis, ao contrário do que ocorreria com importado-res tradicionais. Outros fatores que interferem nas condições de venda são a margem de lucro deseja-da, a possibilidade de financiamento e os controles do governo. As modalidades de pagamento são estabelecidas em contratos de compra e venda internacional ou equivalente, e determinam a ma-neira pela qual o exportador receberá o pagamento por sua venda ao exterior. Remessas As modalidades de pagamento mais utilizadas no comercio exterior são:

Pagamento Antecipado

Remessa Direta ou Sem Saque

Cobrança Documentária

Carta de Crédito Pagamento Antecipado – O importador paga ao exportador, através de cheque ou ordem de paga-mento bancária, antes do embarque da mercadoria ao exterior. É pouco utilizado por implicar altos riscos ao comprador. Costuma ocorrer entre em-presas interligadas e também na venda de produtos de alta tecnologia fabricados por encomenda, visto representar uma garantia contra o cancelamento do pedido. São mais freqüentes os casos de pagamen-tos antecipados parciais. Remessa sem saque ou Remessa Direta – O exportador embarca a mercadoria e envia direta-mente ao importador todos os documentos da ope-ração. O importador, ao receber os documentos, promove o desembaraço da mercadoria na alfânde-ga e, posteriormente, providencia o pagamento. Ao importador o risco é nulo, pois o pagamento só é realizado depois de recebida a mercadoria. Já o exportador corre todos os riscos, pois entregou a mercadoria ao comprador sem nenhuma garantia de pagamento. Cobrança Documentária – O exportador embarca a mercadoria e depois emite uma letra de câmbio. Esta letra, também chamada de “saque” ou “cam-bial”, será enviada a um banco no país do importa-dor, junto com os documentos do embarque. O

pagamento poderá ser à vista ou a prazo, conforme tenha sido acertado no momento da venda. No caso da cobrança a prazo, o importador só poderá retirar do banco os documentos para desembaraço da mercadoria se aceitar a cambial que lhe será apre-sentada para pagamento na data do vencimento. O banco apenas faz a cobrança seguindo à risca as instruções de cobrança do exportador: cobrança à vista ou no vencimento, cobrar juros de mora, dar ordem de protesto por falta de pagamento ou acei-te, etc. O banco também pode fechar a operação de câmbio. O exportador, por sua vez, tem a garantia de que a mercadoria somente será entregue ao importador se suas instruções forem cumpridas. A Câmara de Comércio Internacional (CCI) definiu as regras, as responsabilidades das partes nesse pro-cesso e usos uniformes para cobrança documentá-ria na Publicação 522 que são adotadas pela maio-ria dos bancos que prestam esse serviço. Carta de Crédito / Letter of Credit – L/C – Também conhecida como crédito documentário, é muito usual porque oferece maiores garantias tanto ao exportador quanto ao importador por ser uma ordem de pagamento condicional. Ela é emitida por um banco, a pedido do importador em favor do exportador, que somente fará jus ao recebimento se cumprir todas as exigências estipuladas. O ex-portador tem a garantia de pagamento de dois ou mais bancos e o importador tem a certeza de que só haverá pagamento se suas exigências forem cumpridas. A carta de crédito é uma alternativa para o exportador que não quer assumir os riscos comerciais de uma operação, pois ela confere ao banco a responsabilidade pelo pagamento, median-te o cumprimento dos termos e condições do crédi-to. Os riscos políticos também podem ser elimina-dos ou reduzidos, se utilizada uma carta de crédito confirmada. Neste tipo de crédito um outro banco, geralmente fora do país do importador, confirma a garantia dada pelo banqueiro emissor do crédito. Na prática, se o banco emissor não puder pagar por qualquer motivo, inclusive políticos, o banco con-firmador pagará em seu nome. A carta de crédito pode ser emitida para pagamento à vista ou a prazo. Como se constitui em garantia bancária, acarreta custos adicionais para o impor-tador, que paga taxas e comissões para abertura de crédito, além de contragarantias exigidas pelo ban-co emissor. Na negociação de crédito deve-se ob-servar o conceito e porte do banco emissor. Exis-tem muitos bancos pequenos e regionais. Os ban-cos mais tradicionais e de grande patrimônio são considerados de primeira linha. A Câmara de Comércio Internacional estabeleceu normas para emissão e utilização de créditos do-cumentários, consubstanciadas na Publicação no 500 - "Regras e Usos Uniformes para Créditos Do-cumentários", aceitas internacionalmente. Intervenientes

Banco emissor ou instituidor (issu-ing bank): responsável pela abertu-ra do crédito no exterior em favor

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do exportador e pela condução da operação;

Banco avisador: banqueiro da praça do exportador, a quem cabe comu-nicar a abertura do crédito ao ex-portador, mediante verificação pre-liminar da autenticidade do crédito sob aviso;

Importador (applicant): tomador do crédito;

Exportador (beneficiary): beneficiá-rio da carta de crédito;

Banco negociador (negotiating bank): banqueiro responsável pelo pagamento ao exportador;

Banqueiro confirmador (confirming bank): banco que assume o com-promisso de pagamento ao benefi-ciário, incondicionalmente;

Banqueiro reembolsador (reimbur-sement bank): (banco responsável pelo pagamento do crédito ao ban-queiro negociador).

Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX O Sistema Integrado de Comércio Exterior - SIS-COMEX, instituído pelo Decreto n° 660, de 25.9.92, é a sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro, que integra as atividades afins da Secre-taria de Comércio Exterior - SECEX, da Secretaria da Receita Federal-SRF e do Banco Central do Brasil - BACEN, no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de exportação. A partir de 1993, com a criação do SISCOMEX, todo o processamento administrativo relativo às expor-tações foi informatizado. As operações passaram a ser registradas via Sistema e analisadas "on line" pelos órgãos que atuam em comércio exterior, tan-to os chamados órgãos "gestores" (SECEX, SRF e BACEN) como os órgãos "anuentes", que atuam apenas em algumas operações específicas (Ministé-rio da Saúde, Departamento da Polícia Federal, Comando do Exército etc.). O Brasil é o único país do mundo a dispor de um sistema de registro de exportações totalmente in-formatizado. Um sistema que permitiu um enorme ganho em agilização, confiabilidade, rápido acesso a informações estatísticas e redução de custos, dentre outras vantagens. Acesso e Habilitação Pode-se ter acesso ao SISCOMEX dentro de sua própria empresa, interligando-se ao sistema. Para isso, antes da primeira operação é necessário diri-gir-se a uma repartição da Secretaria da Receita Federal, a fim de obter uma senha. Esta senha é vinculada ao seu próprio CPF. O acesso ao SISCOMEX pode ser efetuado a partir de qualquer ponto conectado (bancos, corretoras, despachantes aduaneiros ou o próprio estabeleci-

mento do usuário), bem como por meio de termi-nais instalados nos órgãos federais encarregados do controle do comércio exterior. O Sistema está concebido de forma a caracterizar uma operação de exportação por meio de um regis-tro (Registro de Exportação – RE), prevendo, em determinados casos, outros módulos: Registro de Operação de Crédito – RC e Registro de Venda – RV. Registro de Exportação (RE) É o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a ope-ração de exportação de uma mercadoria por meio de enquadramento específico. Obter o RE é o passo inicial da grande maioria das operações, excetuados, portanto, os casos dispen-sados ou para os quais seja utilizada a Declaração Simplificada de Exportação - DSE. Registro de Exportação Simplificado (RES) A fim de facilitar a atuação não só das empresas de pequeno porte, mas também daquelas que preten-dem realizar operações de exportação que não ul-trapassem a US$ 10.000,00, pode ser utilizado o Registro de Exportação Simplificado - RES, assim considerando o valor na condição de venda e desde que atendidas as demais condições regulamentares. A utilização do RES tem os seguintes benefí-cios, entre outros, em relação ao Registro de Exportação - RE: o número de campos é reduzido (são treze campos no total); a formalização da operação na parte cambial ocorre mediante assinatura de sim-ples boleto, por parte dos importadores. As normas do BACEN sobre o Câmbio Simplificado, que se aplica ao RES, estão contidas na Consolida-ção das Normas Cambiais – CNC. Registro de Crédito (RC) O RC representa o conjunto de informações de caráter comercial, financeiro e cambial nas exporta-ções realizadas a prazo e com incidência de juros separadamente do principal (exportações financia-das), sendo obrigatório para operações com prazo de pagamento superior a 180 dias e, para prazos iguais ou inferiores, sempre que houver incidência de juros.

Como regra geral, o exportador deve solici-tar o RC e obter o seu deferimento antes do Registro de Exportação (RE) e, por con-seqüência, previamente ao embarque.

Somente é admitido, em condições nor-

mais, o preenchimento do RC posterior ao RE nos casos de exportação de bens em consignação ou destinados a feiras e expo-

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sições, cuja venda tenha sido fechada a prazo (financiada).

Cada RC pode corresponder a um "pacote"

financeiro e abranger a exportação de di-versas mercadorias ou serviços, com previ-são para um ou para múltiplos embarques.

Cabe ao exportador, diretamente ou por

seu representante legal, prestar as infor-mações necessárias ao exame e efetivação do Registro de Operação de Crédito - RC.

O SISCOMEX confere, automaticamente, um número a cada RC. Terminada a etapa de digitação e preparação do RC, deve o exportador/usuário solicitar sua valida-ção, por intermédio de transação específica, a fim de que um dos órgãos anuentes (Banco do Brasil S/A, nas operações cursadas ao amparo do PROEX, ou DECEX, quando se tratar de operação financiada com recursos do próprio exportador ou de tercei-ros) possa examinar e aprovar o RC, se for o caso. O RC tem um prazo de validade para embarque, dentro do qual devem ser efetuados os correspon-dentes Registros de Exportação (RE) a eles vincula-dos e respectivas solicitações para desembaraço aduaneiro. Registro de Venda (RV) É o conjunto de informações que caracterizam a operação de exportação de produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias ou de "com-modities", por meio de enquadramento específico. Os produtos sujeitos a RV são divulgados pela SE-CEX (normas de comercialização). O preenchimento do RV é prévio ao Registro de Exportação (RE) e, por conseqüência, ao embarque. Despacho Aduaneiro de Exportação O despacho aduaneiro é o procedimento fiscal pelo qual o exportador desembaraça a mercadoria para o exterior, seja a título definitivo ou não (conforme artigos 438 e 443 do Regulamento Aduaneiro apro-vado pelo Decreto n° 91.030, de 5.3.85) Despacho de Exportação é o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço adua-neiro da mercadoria destinada ao exterior, seja ela exportada a título definitivo ou não (IN SRF nº 28/94). Após efetivado o Registro de Exportação - RE, e uma vez estando a mercadoria pronta para o em-barque, a empresa, de posse de todos os documen-tos exigidos para a exportação, deverá providenciar a Declaração do Despacho de Exportação - DDE, por meio do SISCOMEX.

Licenciamento da importação De modo geral, o licenciamento das importações ocorrerá de forma automática, efetuada pelo pró-prio Siscomex, no momento da formulação da De-claração de Importação - DI pela própria empre-sa em questão ou por seu representante. Nos caso de Licenciamento não Automático de Im-portação emitir a LI - Licença de Importação, onde conterá todos os dados e especificações do produto importado. Esta LI é emitida através do SISCOMEX. De modo geral, o licenciamento das importações ocorrerá de forma automática, efetua-do pelo próprio Sistema, no momento da elabora-ção da Declaração de Importação - DI. De modo geral, a solicitação da Licença de Impor-tação - LI precederá o embarque da mercadoria nos casos de mercadorias sujeitas à anuência prévia, a exame de similaridade, a controle da cota (contin-genciamento), beneficiárias de qualquer tipo de incentivo fiscal ou creditício e de mercadorias usa-das como amostras para fins legais. OBS: A solicitação da LI poderá ocorrer após o embarque (porém antes da chegada no Brasil e do desembaraço aduaneiro) nos casos de "Drawback" (suspensão ou isenção) e de cota tarifária, bem como em outros identificados pela Secex em seus normativos. Operação 63 São os empréstimos oferecidos no mercado interno a partir de captação de moeda estrangeira no exte-rior, através do lançamento de Bônus/Eurobônus. A conversão em Reais dos dólares captados lá fora gera o funding necessário para os empréstimos nos moldes das operações 63 (evidentemente que os empréstimos deverão ser casados, em prazo e composição de taxas, com as condições de capta-ção internacional e, assim, garantir a segurança de retorno ao banco).

MERCADO DE AÇÕES

O que são Ações: Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em ações é um co-proprietário da socie-dade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados As ações são conversíveis em di-nheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bol-sas de valores ou no mercado de balcão. Tipos

Ordinárias Proporcionam participação nos resultados da em-presa e conferem voto em assembléia.

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Preferenciais Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos, geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído às ações ordinárias, e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. Formas

Nominativas Cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionis-ta.

Escriturais Ações que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a débito ou a crédi-to dos acionistas, não havendo movimentação física dos documentos.

Rentabilidade É variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa, advém da posse da ação; outra par-te advém do eventual ganho de capital na venda da ação.

Dividendos A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empre-sa, de acordo com os seus resultados, referentes ao período correspondente ao direito. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio, que destina parte desse lucro para rein-vestimentos, parte para reservas e parte para pa-gamento de dividendos.

Bonificação em ações Advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já possuídas. Como funciona o mercado de Ações Formas de Negociação Na BOVESPA existem duas formas alternativas de negociação com ações:

Viva Voz - No pregão de Viva Voz, são ne-gociadas apenas as ações de maior liquidez.

Sistema Eletrônico de Negociação - O

encontro das ofertas e o fechamento dos

negócios são realizados automaticamente pelos computadores da BOVESPA.

Tipos de mercados para operar com ações

Mercado à vista A liquidação física ,entrega de títulos vendidos, se processa no 2º dia útil após a realização do negócio em bolsa. Já a liquidação financeira, pagamento e recebimento do valor da operação, se dá no 3º dia útil posterior à negociação, e somente mediante a efetiva liquidação física.

Mercado a Termo Operações com prazos de liquidação diferidos, em geral de trinta, sessenta ou noventa dias. Para apli-cações no mercado a termo são requeridos, além do registro na BOVESPA, um limite mínimo para a transação e depósito de valores - tanto pelo vende-dor como pelo comprador -, utilizados como mar-gem de garantia da operação. O contrato a termo pode, ainda, ser liquidado antes de seu vencimento.

Mercado de Opções É o mercado onde não se negocia ações e sim direi-tos sobre elas. São direitos de uma parte comprar ou vender a outra, até determinada data, uma quantidade de ações a um preço preestabelecido. Neste mercado podem ser negociadas opções de compra de ações e opções de venda de ações.

Mercado Fracionário Existe para separar as operações com pequenas quantidades das operações com lotes maiores. Este mercado existe para todos os papéis e seu preço, em geral, é desvinculado do preço do mercado a vista. Quem define qual a quantidade de ações que é operada no mercado fracionário são as Bolsas de Valores e essa quantidade pode variar de papel para papel (ex.: para ELET6 o fracionário é até 99.999 ações, já o fracionário de BBDC4 é até 9.999 ações). O mercado fracionário poderá ser visualizado na página de mercado on-line adicio-nando a letra F ao final do código do papel (ex.: BBDC4F). Operando no Mercado à Vista

Título-objeto Todas as ações de emissão de empresas

admitidas à negociação. Formação de preços A formação de preços em pregão, pela dinâmica das forças de oferta e demanda de cada papel, torna a cotação praticada um indicador confiável do valor que o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou menor oferta e procura por determinado papel está diretamente relacionada ao comporta-

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mento histórico dos preços e, sobretudo, às pers-pectivas futuras da empresa emissora, aí incluindo-se sua política de dividendos, prognósticos de ex-pansão de seu mercado e dos seus lucros, influên-cia da política econômica sobre as atividades da empresa etc. Negociação A realização de negócios no mercado à vista requer a intermediação de uma Sociedade Corretora que está credenciada, como a BOVESPA, a executar ordens nos mercados eletrônicos ou no pregão. Para operar essas ordens basta utilizar o sistema Home Broker Banrisul. Critério de Interferência entre mercados Na BOVESPA existem dois sistemas operacionais em seu ambiente de negociação: o Viva Voz - re-presentado pelos operadores que negociam as a-ções diretamente na sala de negociação - e o Ele-trônico - representado pelo MEGA BOLSA, cujas operações são realizadas por meio remoto, via ter-minal eletrônico - ao qual está conectado o sistema Home Broker da Corretora. Os ativos negociados no sistema Eletrônico têm negociação simultânea no sistema Viva Voz. Assim, considerando as características de cada um, a BO-VESPA estabelece regras de interferência, as quais determinam que ofertas do sistema Eletrônico pas-sam a interferir nos negócios realizados pelos ope-radores do Viva Voz somente após cinco minutos do seu registro, no caso do Mercado a Vista, e 15 mi-nutos, quando se tratar do Mercado de Opções A BOVESPA disponibiliza em seu site a relação dos papéis que são negociados simultaneamente nos dois sistemas. FITVM: Fundo de Investimento de Títulos e Valores Mobiliários. É a nova categoria onde estão concen-trados todos os fundos de renda variável, em subs-tituição aos antigos FMIA (Fundo Mútuo de In-vestimento em Ações) e FMIA-CL (Fundo Mú-tuo de Investimento em Ações - Carteira Li-vre).

MERCADO DE DERIVATIVOS

Mercado de derivativos: é onde compradores e vendedores negociam títulos cujos valores depen-dem (ou derivam) de outros ativos e/ou variáveis. São as seguintes modalidades: termo, opções de compra ou venda, futuro. No difícil jargão do mercado financeiro, a expressão 'derivativo financeiro' soa como um de-safio à compreensão do investidor comum. Isto ocorre porque a expressão indica que se trata de um título derivado de outro, mas nada diz a respei-to da essência deste contrato. Na verdade, o deri-vativo pode ser encarado com um grande seguro do mercado financeiro, capaz de evitar o efeito dominó em caso de falência de uma instituição, reduzindo assim o chamado risco sistêmico.

Derivativos Operações feitas no mercado financeiro em que o valor das transações deriva do comportamento futuro de outros mercados, como o de ações ou de juros, por exemplo. Há portanto, um alto risco nes-sas aplicações, uma vez que o grau de incerteza que envolve essas previsões é sempre muito alto. Mas também os ganhos podem ser exorbitantes. Há três tipos de derivativos: - Futuros - que servem para proteger o investidor das flutuações nos preços normais - mercadorias negociadas pelo seu preço de entrega no futuro (dias, meses, anos).

- Opções: Mercado onde o investidor, medi-ante o pagamento de um prêmio, adquire o direito de comprar ou vender um ativo (ação, título, commodity), no futuro, a um determi-nado preço preestabelecido. O direito pode ser exercido ou revendido em mercado em/ou até uma data futura preestabelecida (prazo de exercício).

- Termo de ações: As partes negociam um lote de ações fixando um preço para liquidação físico-financeira em prazo futuro determinado - em geral 30, 60 ou 90 dias após a data de realização do ne-gocio. - Swap: Tipo de contrato derivativo no qual duas partes acertam trocar os fluxos de caixa corrigidos por dois indexadores diferentes. A ponta comprada é chamada ativa ou "dada" e a ponta vendida, chamada passiva ou "tomada". Por exemplo, um swap ativo em CDI e passivo em dólar por um pra-zo de um ano é um contrato que no vencimento renderá ao seu detentor a diferença entre o CDI e a variação cambial. A palavra swap significa troca ou permuta e designa uma operação cada vez mais procura-da no mercado financeiro.

MERCADO DE CAPITAIS

A "Lei da Reforma Bancária" abriu espaço para a criação de diversas instituições financeiras com atuação especializada em seguimentos distintos. Com o tempo muito dessas instituições integraram conglomerados financeiros através de fusões ou incorporações. Essas instituições, embora com atri-buições distintas, atuavam em um mesmo ambien-te físico. A origem dos bancos múltiplos, que vere-mos adiante, baseou-se nesse comportamento. Muitas dessas instituições, ainda hoje preservam sua constituição jurídica independente, ligada ape-nas por interesses econômicos através de um hol-ding. Vamos agrupar as instituições financeiras se-gundo algumas características comuns: 1. As Instituições Financeiras que captam recursos em depósitos a vista provocam aumento nos meios de pagamento criando moeda escritural. São de-

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nominadas MONETÁRIAS ou BANCÁRIAS. As de-mais são consideradas NÃO MONETÁRIAS.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS MONETÁRIAS

BANCOSCOMERCIAIS

BANCOSMÚLTIPLOS

CAIXASECONÔMICAS

Obs.: conceitualmente as Cooperativas de Crédito são instituições bancárias por operarem com depó-sitos à vista e concederem empréstimos. Sua clas-sificação não está consagrada pela irrelevância de seus saldos em relação ao universo das demais instituições 2. Algumas Instituições atuam no mercado financei-ro com papel complementar: são as chamadas AU-XILIARES.

CRÉDITO MÉDIO E LONGO PRAZO

BOLSAS DEVALORES

CORRETORAS DEVALORES

DISTRIBUIDORADE VALORES

AGENTESAUTÔNOMOS

3. Instituições que atuam no Sistema Nacional de Poupança e empréstimos - SBPE, captando recursos em Caderneta de Poupança e letras Imobiliárias e concedendo financiamentos habitacionais.

SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇAE EMPRÉSTIMO - SBPE

CAIXA ECONÔMICAFEDERAL

CAIXAS ECONÔMICASAG. DE FOMENTO

SOCIEDADE DECRÉDITO IMOBILIÁRIO

ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇAE EMPRÉSTIMO

Obs.: Com a extinção do Banco Nacional de Habita-ção em 21/11/86, através do decreto-lei nº. 2.291, as Funções Normativas do SBPE passaram a ser exercidas pelo Banco Central. A Caixa Econômica Federal assumiu algumas funções executivas antes desempenhadas pelo BNH, como as operações de Urbanização e Saneamento. 4. Classificando as Instituições Financeiras por gru-pos de operações temos os seguintes quadros:

CRÉDITO A CURTO PRAZO

BANCOSCOMERCIAIS

COOPERATIVADE CRÉDITO

CAIXASECONÔMICAS

CRÉDITO MÉDIO E LONGO PRAZO

BANCOS DEDESENVOLVIMENTO

BANCOS DEINVESTIMENTOS

MERCADO DE CAPITAIS

SOCIEDADESCORRETORAS

SOCIEDADESDISTRIBUIDORAS

AGENTESAUTÔNOMOS

Obs.: Os Bancos Múltiplos operam em diversos segmentos segundo as carteiras que o constituem. A seguir veremos as principais características de instituições financeiras que integram o subsistema de intermediação.

BANCOS COMERCIAIS

A atividade básica dos bancos comerciais é a capta-ção de depósitos à vista que é destinado à conces-são de empréstimo com a finalidade de desenvolver a atividade produtiva, ou seja, financiam a curto e médio prazo o comércio, as indústrias, as prestado-ras de serviços e as pessoas físicas. São orientados e controlados pelo Conselho Monetário e pelo Banco Central, que regulam suas constituições e funcio-namento. Exemplo de bancos comerciais: Banco Real, Banco de Boston, etc. Entre as operações dos bancos comerciais destacamos:

A) Depósito e prestação de serviços

• Depósito à Vista; • Depósito a Prazo (CDB/RDB); • Cobrança títulos e outros papéis; • Transferência de fundos; • Ordens de pagamentos; • Custódia e guarda de valores; • Recebimentos de impostos; • Cofres de Aluguel; • Serviços de câmbio;

B) Concessão de crédito

• Descontos de títulos; • Adiantamentos em conta corrente; • Adiantamentos sob garantia de Mercadorias

(warrant); • Adiantamento sob caução de título; • Linhas especiais, como crédito rural e ope-

rações internacionais. CAIXAS ECONÔMICAS - CE De acordo com a Lei n.º 4.595 de 31/12/64, as Caixas Econômicas são consideradas órgãos auxilia-res de execução da política creditícia do Governo Federal, sujeitas, assim, à orientação do CMN. São integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e

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Empréstimo (SBPE), atuam como Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento e se equipa-ram aos bancos comerciais operando com depósitos à vista, desconto de títulos e prestação de serviços. BANCOS DE DESENVOLVIMENTO - BD São instituições responsáveis pela política gover-namental relativa ao crédito industrial de médio e longo prazo, destinado a programas e projetos que visam promover o desenvolvimento econômico e social do país. O BNDES representa o Governo Federal, tendo co-mo braço representativo nas regiões ou estados que representam as instituições de fomento regio-nal como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA), e os Bancos Estaduais de desenvolvimento que se vinculam aos Governos Estaduais constituídos sob forma de sociedade anô-nima. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é controlado pelos estados do Rio Gran-de do Sul, Santa Catarina e Paraná, cujos governos são seus controladores. Esses bancos podem realizar as modalidades de empréstimo, financiamentos, prestação de garanti-as, investimentos, arrendamento mercantil, e ou-tras modalidades, mediante prévia autorização do Banco Central. BANCOS DE INVESTIMENTO - BI Os Bancos de Investimentos são definidos como instituições financeiras privadas especializadas em transações de participação ou de financiamento a médio e longo prazo. Como não podem manter contas correntes captam recursos emitindo CDB e RDB, venda de cotas de fundo de investimento que administram e de outros recursos obtidos no país ou no exterior. Apóiam basicamente a iniciativa privada não po-dendo, no entanto, destinar recursos a empreendi-mentos imobiliários. Suas principais operações são:

• Empréstimo de capital fixo ou de giro com prazo de, no mínimo, um ano;

• Criação e administração de Fundos de In-vestimento e colocação no mercado das respectivas cotas;

• Operações de UNDER WRITING, que são aquisição, via subscrição de ações de de-bêntures, de obrigações ou de outros títulos ou de valores mobiliários para investimento ou revenda no Mercado de Capitais;

• Rapasse de empréstimo de origem do exte-rior ou de recursos obtidos no país;

• Prestação de garantia de empréstimos. Como exemplo de Bancos de Investimentos temos o Iochpe de Investimento e Banco do Brasil.

SOCIEDADES DE CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO – FINANCEIRAS

As financeiras têm como função operar com finan-ciamento de bens de consumo duráveis a pessoas físicas e jurídicas e empréstimos de crédito pessoal. A origem dos recursos advém da colocação de Le-tras de Câmbio junto ao público, não podendo suas operações ultrapassar de doze vezes o montante de seu capital realizado mais reservas. Como exemplo de financeiras temos a Renner Fi-nanciadora S/A Crédito, Financiamento e Investi-mento, Meridional Crédito, Financiamento e Inves-timento S/A, Crefisul Crédito, Financiamento e In-vestimento S/A.

SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO Fazem parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE, criadas em 1964, para operar com financiamento do mercado imobiliário, utilizan-do recursos capitados em Cadernetas de Poupança e pela emissão de Letras Imobiliárias. As SCI atuam como instituições independentes. Nas últimas duas décadas passaram integrar conglome-rados financeiros em sua quase totalidade e hoje fazem parte de Bancos Múltiplos como carteira de crédito imobiliário.

ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO - APE

As APE's hoje em processo de extinção tem muita semelhança com as Sociedades de Crédito Imobiliá-rio. Atuam no Financiamento do mercado imobiliá-rio suas fontes de recursos são advindas das Ca-dernetas Poupança e Letra Imobiliárias. Suas Car-tas Patentes foram emitidas pelo extinto BNH. A diferença significativa entre as APE’s e as SCI’s correspondem a sua constituição jurídica. Nas APE's os depositantes são considerados sócios recebendo por isso dividendos no lugar dos juros, e, eventu-almente bonificações correspondentes a distribui-ções lucros. Exemplo: POUPEX.

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTOS

MERCANTIL COMPANHIAS DE LEASING

O objetivo principal dessas sociedades é o de reali-zar uma espécie de locação do bem ou equipamen-to, tendo o cliente, ao final do contrato, a opção de adquiri-lo ou devolvê-lo à empresa. Seus recursos são originados através da emissão de debêntures, com cobertura do patrimônio das em-presas que emitirem. As operações de "Leasing" foram regulamentadas pelo CMN na Lei 6.099 de setembro de 1974 e sua integração no Sistema Financeiro se deu em 1975 através da resolução 351. Exemplos: BANESTADO Leasing S/A, DIBENS Leas-ing S/A, REAL Leasing S/A.

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COOPERATIVAS DE CRÉDITO - CC As atribuições de uma cooperativa de crédito são a de facilitar a comercialização de produtos rurais e o escoamento às safras agrícolas para o centro de consumo através de crédito aos associados. Temos como exemplo a COCECRER (coop. Central de Crédito do RS) e a CREDIOESTE (Coop. Crédito Rural do Mato Grosso Ltda.) SOCIEDADES CORRETORAS DE CÂMBIO E VA-

LORES MOBILIÁRIOS - CCVM São instituições habilitadas a prática das atividades inerentes a compra e venda de títulos, valores mo-biliários e câmbio. São autorizadas pelo Banco Cen-tral para se constituírem e pela CMV para exerce-rem suas atividades. Basicamente, têm como principais atividades:

• Operar em recinto ou em sistema mantido

por bolsas de valores na compra e venda de títulos e valores mobiliários;

• Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emis-sões de títulos e valores mobiliários para revenda;

• Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado;

• Encarregar-se da administração de carteiras e de custódia de títulos e valores mobiliá-rios;

• Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimentos;

• Constituir sociedade de investimento/capital estrangeiro e administrar a respectiva car-teira de títulos e valores mobiliários;

• Intermediar operações de câmbio; • Praticar operações de compra e venda e de

metais preciosos, nos termos da regula-mentação baixada pelo Banco Central;

• Operar em bolsas de mercadorias e de futu-ros, observada a regulamentação baixada pela CVM e pelo Banco Central.

Como exemplo de corretoras citamos Garantia S/A CTVM, Itaú CV S/A, BFB CCVM S/A, dentre outras.

SOC. DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALO-

RES MOBILIÁRIOS - DTVM As distribuidoras têm como atividade a subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários para revenda, intermediação de colocação de emissão de capital junto ao mercado e operações no mercado aberto. Diferenciam-se das corretoras por não poderem atuar em recinto das bolsas de valores, em operar com compra e venda de títulos e valores mobiliários e atividades de intermediações de operações de câmbio. Como exemplo de distribuidoras citamos o Banco do Brasil, Unibanco, Citibank, dentre outros.

FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO - FMI Consiste na conjunção de poupança de diversos investidores para obter rendimentos mais vantajo-sos e seguros, via aplicação em carteira diversifica-da de títulos e valores mobiliários. Os fundos são administrados por um banco de in-vestimento ou por uma sociedade corretora, e está sujeito a autorização do Banco Central. Como exemplos de fundos temos o Unibanco Car-teira Livre e Votorantin Ações. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM

Foi criada pela Lei n° 6.385, de 7/12/76, como órgão da administração indireta do país, sob a for-ma de autarquia. É o órgão normativo mais recente do sistema Financeiro Nacional e seu papel é o de desenvolver, disciplinar e fiscalizar o mercado de capitais.

Entre suas atribuições destacam: • Estimular a formação de poupança e sua

aplicação no mercado de capitais; • Promover a expansão e o funcionamento e-

ficiente do mercado de capitais; • Regular o funcionamento das Bolsas de Va-

lores e demais instituições financeiras, vin-culadas ao mercado de capitais;

• Proteger os títulos de valores imobiliários e os investidores;

• Fiscalizar a emissão, o registro, a distribui-ção e a negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.

Como valores mobiliários sujeitos ao controle da CVM podemos citar, a título de exemplo, as ações e as debêntures. As funções da Comissão de Valores Mobiliários irão repercutir junto a três grandes grupos: a) Nas instituições, que atuam no mercado em funções de sua competência para disciplinar e nsca1lzar:

• Emissão e distribuição de valores mobiliá-rios no mercado bem como sua negociação e mediação;

• a organização, o funcionamento e as opera-

ções das Bolsas de Valores; • administração de carteiras e a custódia de

valores mobiliários; • os serviços de consultoria e análise de valo-

res mobiliários. b) Nas companhias abertas, no que concede a e-missão e distribuição de seus títulos mobiliários no mercado. c) Nos investidores por ser da sua competência estudar irregularidade que contrariem interesses daqueles que investem no mercado.

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Toda a rede de Bolsas de Valores e instituições financeiras (bancos, companhias de investimento e de seguro) que opera com compra e venda de papéis (ações. títulos de dívida em geral). Em outras palavras é o conjunto de operações de transferência de recursos financeiros de prazo médio, longo ou indefinido, efetuadas entre a-gentes poupadores e investidores, por meio de intermediários financeiros. • Bolsas de Mercadorias e de Futuros Tem como objetivo de organizar, operacionalizar e desenvolver um mercado de futuros, livre e transparente. Um mercado que oportunize ope-rações de hedge contra as flutuações de preço das mais variadas commodities. • Sistema Especial de liquidação e Custódia Criado sob a responsabilidade do Banco Central e Andima tem acesso apenas às instituições cre-denciadas no Mercado Financeiro através do SELIC, os negócios tem liquidação imediata. Os operadores das instituições envolvidas, após acertarem os negócios envolvendo títulos públi-cos transferem estas operações, via terminal ao SENIC. O computador imediatamente transfere o registro do título para o Banco Comprador do mesmo e faz o crédito e faz o crédito na conta do Banco Vendedor. MECANISMOS DE SEGURANÇA-SELIC/CETIP Na condução da política monetária, todas as operações são feitas através do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), sistema de processamento de dados destinado ao registro das transações de todos os títulos públicos fede-rais negociados no mercado aberto. Operações que não se relacionem com a política monetária, abrangendo transações referentes a títulos pri-vados e alguns títulos públicos estaduais, são efetuadas através da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), sistema análogo ao SELIC. SELIC Foi criado em 1980 o Sistema Especial de liqui-dação e Custódia (Selic), sob a responsabilidade do Banco Central e da Associação Nacional das Instituições dos Mercados Aberto (Andima). O Selic na verdade, é um grande computador, ao qual têm acesso apenas às instituições credenci-adas no Mercado Financeiro, como bancos, ban-cos de investimento e corretores. Através do Selic os negócios têm liquidarão imediata. Os operadores das instituições envolvidas, após acertarem os negócios envolvendo Títulos Públicos, transferem estas operações, via termi-nal, ao Selic. O computador imediatamente transfere o registro do titulo para o banco com-prador do mesmo e faz o crédito na conta do banco vendedor.

Ambas as partes envolvidas têm a certeza da validade da operação efetuada. Apenas títulos públicos federais, quer sejam emi-tidos peio Tesouro ou pelo BC, e os títulos públi-cos estaduais e/ou municipais são registra-dos no Selic, A Gazeta Mercantil publica o vo-lume diário negociado. CETIP É a maior e mais moderna empresa de Custódia e Liquidação Financeira do Brasil e da América Latina. O volume financeiro dos títulos na Custó-dia da CETIP, no primeiro semestre de 1997, ficou acima dos R$ 240 bilhões, com um movi-mento diário de Liquidação Financeira em torno de R$ 70 bilhões. Empresa sem fins lucrativos, criada em conjunto pelas instituições financeiras e pelo Banco Cen-tral, a Central de Custódia e de Liquidação Fi-nanceira de Títulos começou suas operações no dia 6 de março de 1986. Desde então, vem tra-balhando continuamente para ajudar o mercado financeiro brasileiro a dar um grande salto tecno-lógico, sempre na busca de Soluções Eficazes para dar Agilidade e Segurança às instituições que realizam negócios com títulos financeiros. Hoje, esses negócios são feitos de forma eletrô-nica, eliminando o trabalho de imprimir, trans-portar e guardar milhares de documentos, che-ques, títulos, faturas, cautelas etc. A experiência dos períodos de inflação alta no Brasil levou a CETIP a desenvolver sistemas á-geis, visando a possibilitar máximo ganho finan-ceiro para nossos clientes em períodos de lápida desvalorização do dinheiro. A CETIP também se aprimorou no tocante à se-gurança. Ao abrir sua conta, o Participante rece-be códigos e senhas que serão usados, obrigato-riamente, quando acessar os sistemas.O supervi-sor responsável, indicado peio Participante, pode alterar sua senha a qualquer momento, quantas vezes desejar, sem necessidade de avisar a CETIP - o que é mais uma garantia de segurança, Tanto o comprador quanto o vendedor devem lançar suas operações, cabendo a CETIP analisar e confrontar as informações. Para completar, o Participante tem acesso so-mente às informações sobre seus próprios negó-cios. A CETIP obedece estritamente à legislação e às normas vigentes sobre o sigilo bancário e, por isso, mantém absoluta confidência sobre os registros de operações dos Participantes de nos-sos sistemas. Por tudo isso, mais de 1.100 insti-tuições, financeiras e não-financeiras, regis-tram seus negócios diariamente na CETIP. Como utilizar o CETIP - tudo começa quando comprador e vendedor entram no sistema da CETIP com as informações sobre o negócio. Atu-almente, a maioria das instituições participantes já está ligada a CETIP por tele processamento, seja através de linha privada (LP), seja via Ren-

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pac. Sempre que um negócio é registrado na CETIP, a transferência de titulo só se completa após a checagem dos itens básicos de segurança - códi-gos de acesso, senha, validade de datas/ posição de custodia, etc. As informações de comprador e vendedor são casadas» Se houver qualquer divergência nesta comparação, a operação será rejeitada peio sis-tema. Além disso, o negocio só é aceito pela CETIP com a confirmação da Liquidação Financei-ra - configurando, na prática, o velho e bom conceito de "entrega contra pagamento". Após a transferência do título, o resultado finan-ceiro da operação pode ser verificado pêlos Parti-cipantes a qualquer momento na tela do compu-tador e também através de relatórios impressos em sua própria impressora. No dia do fechamento das operações, a CETIP comunica o resultado financeiro dos negócios aos Participantes e aos bancos que irão fazer a liqui-dação junto ao Banco Central. Ao longo do dia seguinte, os bancos liquidantes confirmam, junto a CETIP, os resultados líquidos 'dos negócios. A CETIP repassa então essa confirmação ao Ban-co Central e sensibiliza as contas de reserva bancária dos bancos liquidantes. Toda essa ope-ração garante a compensação financeira do ne-gocio e não apenas um dia, ou como se diz no mercado, em D+l. Custódia e Liquidação Financeira A Custódia da CETIP é totalmente computa-dorizada, o que representa garantia de seguran-ça, agilidade e produtividade para os negócios financeiros dos Participantes de nossos sistemas. Os dados são atualizados e têm sua integridade verificada de forma eletrônica, dispensando a emissão de cautelas e outros documentos físicos. Para ser custodiado pela CETIP, o título (uma debênture, um CDB, um Certificado de Investi-mento Audiovisual/etc.) deve ser registrado es-crituralmente por seu emissor em nossos siste-mas. Esse registro eletrônico é similar a uma certidão de nascimento: contém os dados bási-cos do papel financeiro, que permitirão à Custó-dia da CETIP administrar, proteger e atualizar constantemente o título, até o dia de seu resgate finai-Os investidores podem acompanhar a posi-ção atualizada de seus títulos custodiados a qualquer momento. Todos os títulos sob Custódia na CETIP têm sua Liquidação Financeira realizada automaticamente a cada novo negócio/evento registrado. O serviço de Liquidação Financeira da CETIP é o mais completo do país e um dos mais rápidos do mundo, contando, inclusive, com a sensibilização nas contas de reserva bancária dos bancos liquidantes junto ao Banco Central. SWIFT O mundo ao alcance de todos os bancos. Participar da maior rede mundial de comuni-cação interbancária deixou de ser um problema. A solução que o mercado esperou ao longo de

dez anos veio pelas mãos da CETIP e da ANDI-MA, que formaram um bureau de Acesso á Rede SWIFT para viabilizar a conexão dos bancos bra-sileiros à comunidade financeira internacional. Ao final do primeiro semestre de 1997, o Acesso á SWIFT já reunia 28 bancos, contando com cinco endereços cross-border. Como funciona Através do Acesso a SWIFT, em operação desde dezembro de 94, os bancos brasileiros comparti-lham equipamentos e programas homologados pela Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, bem como o canal de dados Interbank/ administrado pela Embratel E contam ainda com o suporte permanente da CETIP/ responsável pela manutenção de hardware e software. Vantagens Uma grande redução nos custos em relação aos assumidos pêlos que participam individualmente da rede. O que viabilizou a conexão das institui-ções de pequeno e médio portes do Brasil a rede que reúne 5.400 usuários de 140 países e pro-cessa, diariamente, mais de 3 milhões de men-sagens de ordens de pagamento a transferências de valores no mercado internacional. Sistema de Impressão Remota (SI R) Mais produtividade nos negócios financeiros. O SIR permite que o participante imprima/ on-line/ relatórios de seus negócios na CETIP sempre que desejar. A impressão é feita na própria impresso-ra do Participante, acabando com o envio de relatórios impressos por malote ou correio. O Participante pode selecionar os relatórios que deseja imprimir (Posição de Custódia; Movimen-to do dia anterior; Financeiro; Pendências etc.) e pedir quantas cópias quiser. Gera economia nas telecomunicações, com o uso mais eficiente das linhas telefônicas, e aumenta a segurança, pois acaba com os riscos de trans-porte do documento físico O SI R. oferece ainda a opção de Transferência de Arquivos para o Participante - Os arquivos disponíveis para Transferência são:

Movimento (até três dias anteriores). Taxa de DI Relação de instituições participantes da

CETIP. Previa de Resgate Responsabilidade por emissor. Titulo por vencimento, A transferência de Arquivos abre várias

possibilidades para o Participante, desta-cando-se;

Batimento eletrônico com seus próprios dados internos.

Criação de séries históricas e geração de estatísticas dos negócios do Participante.

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Para os Participantes ligados a CETIP através da RENPAC o SIR oferece a opção transferência dos relatórios do Sisbacen. Transferência de Arquivos (Participante-CETIP) O envio de arquivos para a CETIP é um valioso recurso para os participantes que tenham gran-des volumes diários de negócios com CDBs, DIs, RDBs, Leiras de Câmbio, LFTs, Swaps, Cotas de Fundos de Investimentos, Contratos de Opções e Cédulas de Produto Rural. Também está disponí-vel para o Sistema Financeiro de Bolsas (SFB) - serviço de liquidação financeira para os negócios em bolsas de valores e de mercadorias. A digitação de cada operação ao longo de todo o dia pode ser substituída pelo envio de um ou mais arquivos com varias operações do Partici-pante, que serão processadas diretamente pela CETIP. Desta forma, o Participante pode usar seus pró-prios registros, evitando a dupla digitação com sensível redução de custos operacionais e au-mento da produtividade de seus negócios. Após o processamento, o Participante visuali-za na tela a confirmação dos registros enviados e sua posição financeira. Sistema de Transferência Eletrônica de Re-cursos (TER) Esta é a diferença que a Febraban, a CETIP e a Andima estão oferecendo ao sistema bancário brasileiro, através do Sistema de Transfe-rência Eletrônica de Recursos - TER. Um sistema de remessa eletrônica de recursos com abrangência nacional, que permite o acom-panhamento - em tempo real - do fluxo de trans-ferências financeiras realizadas entre os bancos. Desta forma, dá maior flexibilidade á administra-ção do caixa e permite antecipar as decisões sobre aplicações financeiras. O TER é uma nova e poderosa ferramenta para auxiliar os bancos que trabalham com grandes volumes de transferências de recursos financei-ros. • Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos Local onde se custodia, registra e liquida finan-ceiramente as operações, feitas com todos os papéis privados e os títulos estaduais e munici-pais que ficaram fora das regras de rolagem. • Sociedades de Crédito Imobiliário São instituições financeiras integrantes do Sis-tema Financeiro Nacional, especializados em operações de financiamento imobiliário ope-rando com recursos captados em depósitos de poupança.

• Associações de Poupança e Empréstimo -APE Constituem-se sobre a forma de Sociedades Ci-vis, suas operações são fundamentalmente se-melhantes a Sociedades de Crédito Imobili-ário. Visam a construção ou a aquisição da casa própria sem finalidade de lucro. Mercado Primário e Mercado Secundário O Mercado Primário compreende o lançamento de novas ações no mercado; é uma forma de captação de recursos para a empresa. Uma vez ocorrendo esse lançamento inicial ao mercado, as ações passam a ser negociadas no Mercado Secundário, onde ocorre a troca de propriedade de título. Ou seja, no Mercado Primário, quem vende as ações é a companhia, usando os recur-sos para se financiar. No Mercado Secundário, o vendedor é você (investidor) que se desfaz das ações para reaver o seu dinheiro. Por isso, os negócios que você realiza em Bolsa de Valores correspondem ao Mercado Secundário. Debêntures São títulos de dívida de médio e longo prazos emi-tidos por sociedades por ações, que conferem ao debenturista (detentor do título) um direito de cré-dito contra a emissora. São títulos nominativos, negociáveis, representativos de uma fração de um empréstimo global, de médio/longo prazo, contraí-do pela companhia emissora. Elas rendem juros, prêmios e outros rendimentos fixos ou variáveis, sendo todas as características definidas na escritura de emissão. As taxas de juros e demais remunera-ções oscilam conforme o mercado financeiro, guar-dando correlação com as taxas de captação de ban-cos. Apesar de serem títulos de longo prazo, as respectivas taxas de juros podem ser repactuadas (renegociadas). Qual a diferença entre ações, debêntures e notas promissórias? As ações fazem parte do Mercado de Renda Vari-ável, e ao comprar ações de uma empresa, você se torna sócio dela e divide os riscos do negócio. Já as debêntures e as notas promissórias fazem parte do Mercado de Renda Fixa. Quem investe em debêntures ou em notas promissórias deve analisar o risco de crédito da emissão, pois se torna credor da empresa e terá de volta os re-cursos emprestados, nos prazos, condições e garantias pré-determinados no ato da emissão do título. Commercial papers As notas promissórias, também conhecidas como commercial papers, são títulos de curto prazo emitidos por empresas e sociedades anônimas para captar recursos de capital de giro. Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo máximo de 180 dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias.

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Companhia de Capital Aberto Empresa que tem suas ações registradas na Co-missão de Valores Mobiliários - CVM e distribuí-das entre um determinado número de acionistas, que podem ser negociadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão. Companhia de Capital Fechado Empresa com capital de propriedade restrita, cujas ações não podem ser negociadas em bol-sas de valores ou no mercado de balcão. Underwriting É uma operação realizada por uma instituição financeira mediante a qual, sozinha ou organiza-da em consórcio, subscreve títulos de emissão por parte de uma empresa, para posterior re-venda ao mercado. A instituição financeira subs-creve somente as sobras da emissão, nos casos em que a lei brasileira assegura aos acionistas o direito de preferência à subscrição das novas ações a serem emitidas, na proporção das ações que possuírem na época. Underwriters Instituições financeiras altamente especializadas em operações de lançamento de ações no mer-cado primário. No Brasil, tais instituições são, em geral, bancos de investimento, sociedades distri-buidoras e sociedades corretoras que mantém equipes formadas por analistas e técnicos capa-zes de orientar os empresários, indicando-lhes as condições e a melhor oportunidade para que a empresa abra o seu capital ao público investidor, através de operações de lançamento. Ouro O preço do ouro no Brasil é fixado em função da variação do dólar e da variação do preço do me-tal no mercado internacional. Portanto, tenha cuidado ao investir nesse mercado, já que a co-tação do dólar será decisiva no rendimento da sua aplicação. Além disso, em momentos de variação excessiva e incertezas, você pode ter maior dificuldade de negociação na hora de se desfazer da aplicação. Se decidir investir procure realizar com uma pequena parcela do seu capital. Por ser considerada uma aplicação segura, em períodos de crise os investidores buscam a pro-teção comprando o metal e o preço sobe. Só que, assim como ele sobe, pode cair rapidamen-te, caso diminuam as incertezas do mercado. A vantagem do ouro é que ainda hoje ele serve como reserva de valor porque em épocas de crise econômica o metal costuma valorizar-se. Outro atrativo é que, assim como o dólar, ele é aceito em todo o mundo. Mas o investidor deve observar que o ouro pode não oferecer uma ren-tabilidade que faça o investimento superar a

inflação ou acompanhar outros tipos de aplica-ção, além de que tem liquidez baixa. Antes de investir em ouro, primeiro o investidor deve analisar qual é seu objetivo. Se ele preten-de fazer seu dinheiro render, obtendo no futuro uma quantia maior do que aquela que aplicou, o melhor é procurar uma opção de investimento mais rentável. O ouro pode ser comprado em épocas de inflação alta ou de crise econômica duradouras, como uma forma de proteger seu dinheiro. No País, as formas mais conhecidas de aplica-ção são as operações nos mercados futuros da Bolsa de Mercadorias e Futuros, a BM&F. Nesse caso, você não compra diretamente o ouro físico, mas contratos que serão registrados. Ao deposi-tar o dinheiro correspondente na bolsa, você recebe uma notificação de que possui um certifi-cado de ouro, que fica depositado, sob custódia, na bolsa. Se quiser, depois você pode até retirar o ativo. Para você comprar ouro na BM&F, você não precisa ir até lá. Basta procurar um banco ou corretora de valores. Cotação O valor do metal no Brasil acompanha a variação do preço internacional e a cotação do dólar aqui. Ações (veja no capítulo de Mercado de A-ções)

TÍTULOS PÚBLICOS E PRIVADOS

TÍTULOS PÚBLICOS O que são Títulos Públicos O Tesouro Nacional utiliza a emissão de títulos pú-blicos como uma das formas de captação de recur-sos para financiar atividades do governo federal, tais como educação, saúde e infra-estrutura. Os títulos públicos são uma opção de investimento para a sociedade e representam a dívida mobiliária da União. Os títulos públicos são resgatados em data prede-terminada por um valor específico, atualizado ou não por indicadores de mercado, como, por exem-plo, índices de preços. A venda de títulos públicos no Brasil pode ser reali-zada por meio de três modalidades:

Oferta pública com a realização de leilão; Oferta pública sem a realização de leilão

(Tesouro Direto); e

Emissões diretas para atender a necessida-des específicas determinadas em lei.

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SELIC – MERCADO DE TÍTULOS TÍTULOS EXISTENTES Título Sigla Nome do Título

10 LTN LETRAS DO TESOURO NACIONAL

18 NBCE NOTAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL SERIE E

21 LFT LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO 23 LFT-A LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO SERIE A 24 LFT-B LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO SERIE B 50 LFT LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO 71 BTNBIB BONUS DO TESOURO NACIONAL-BIB 72 NTN-A3 NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE A3 74 NTNP NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE P 76 NTNB NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE B 77 NTNC NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE C 78 NTND NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE D 81 NTNP NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE P 85 NTNM NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE M 86 NTNM NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE M 88 NTNI NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE I 94 NTN-A1 NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE A1 95 NTN-F NOTAS DO TESOURO NACIONAL - SERIE F 96 NTN-A6 NOTAS DO TESOURO NACIONAL SERIE A6

Títulos Públicos Federais O Banco Central e o Tesouro Nacional são os órgãos que emitem os títulos públicos federais. O Banco Central já há algum tempo não vem emi-tindo títulos, deixando a cargo do Tesouro Nacional esta missão. Portanto, os títulos do Banco Central como o BBC - Bônus do Banco Central e LBC - Letras do Banco Central têm sido pouco negociados com exceção de um tipo de NBC - Nota do Banco Central. A cada título lançado há a definição de seu prazo e da cor-reção que será adotada. Dentre os títulos lançados pelo Tesouro os mais comuns são as Notas do Tesouro Nacional (NTN), as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Letras Financeiras do Tesouro (LFT). As NTN são títulos de longo prazo com taxas pós-fixadas emitidas por séries específicas com prazos de até 30 anos. Já a LTN é um título de curto prazo com taxas prefixadas. As LFT, por sua vez, são títulos de médio e longo prazo emitido com taxas pós-fixadas. Sua rentabili-dade está indexada à Taxa Selic, divulgada pelo Banco Central Títulos públicos emitidos pelos estados e mu-nicípios: As Obrigações e Apólices Estaduais e Municipais são títulos emitidos pelos estados e municípios - com autorização do Senado Federal -, que têm a finali-dade de antecipar a receita tributária do emitente. Normalmente, sua rentabilidade é prefixada ou indexada à Taxa Referencial (TR) ou Taxa Selic

Como são negociados? O mercado primário é formado pela primeira venda de um título, ou seja, seu lançamento no mercado em leilões de taxa. O que significa que o Banco Central (BC) anuncia os volumes e prazos de ven-cimento dos títulos que serão ofertados. Os investi-dores, através das instituições financeiras, propõem as taxas pretendidas para aquisição e, no caso do BC as aceitar, o título é emitido. As instituições financeiras autorizadas a participar dos leilões -“dealers”- fazem as ofertas representando seus clientes, elas próprias ou outras instituições. Já o mercado secundário é formado através da revenda dos títulos comprados em leilões primários entre instituições. A instituição que compra um papel em leilão primário não é obrigada a carregar o papel até seu vencimento. É prática comum a venda destes títulos a outras instituições, seja de forma definitiva ou através de operações compro-missadas (venda com recompra com prazo e preço previamente definidos). TRIBUTAÇÃO IOF Os saques realizados com prazos inferiores a 30 dias terão incidência do IOF sobre os rendimentos auferidos conforme tabela abaixo:

Dias de apli-cação

% IOF

Dias de apli-cação

% IOF

1 96 16 46

2 93 17 43

3 90 18 40

4 86 19 36

5 83 20 33

6 80 21 30

7 76 22 26

8 73 23 23

9 70 24 20

10 66 25 16

11 63 26 13

12 60 27 10

13 56 28 6

14 53 29 3

15 50

IR Os ganhos auferidos com títulos públicos são tribu-tados à alíquota de 20%. O recolhimento dos im-

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postos na fonte fica a cargo da instituição pagado-ra. TÍTULOS PRIVADOS A empresa privada, visando conseguir dinheiro para investimento e vende seus títulos para investidores que, em troca de emprestarem seu dinheiro, rece-bem uma taxa de juros pré-definida sobre o dinhei-ro emprestado. Fundos de Investimentos: união de recursos indivi-duais de pessoas físicas ou jurídicas, sem limite máximo de participantes, que são administrados com a finalidade de aplicá-los no mercado e, atra-vés dessa aplicação, aumentar o capital de cada investidor (cotista). A soma das aplicações indivi-duais constitui o patrimônio do fundo, que aplicado em títulos forma a composição da carteira. Cetip Central de Custódia e Liquidação de Títulos Priva-dos, do Banco Central e administrada pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto). Custódia, Registro e Liquidação de títulos privados (CDBs, CDI, Letra de Câmbio), também títulos estaduais e municipais. CDI- Certificado de Depósito Interbancário / Inter-financeiro Criado em meados da década de 1980, os CDIs são títulos de emissão dos bancos que lastreiam as operações do mercado interbancário. Sua negocia-ção é restrita ao mercado interbancário com função de transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, o banco que tem dinheiro sobrando empresta para o banco que não tem. As operações se realizam fora do âmbito do Banco Central; tanto que, nesse mercado, não há incidência de qualquer tipo de imposto. A maioria das operações é negociada por um só dia, como no antigo overnight. Uma empresa privada visando conseguir dinheiro para investimentos ou qualquer outra finalidade, vende títulos privados para investidores que, em troca, recebem uma taxa de juros sobre a aplica-ção. Ex.: debêntures. Letras Hipotecárias (LH) Títulos de crédito garantido pela caução de créditos imobiliários. Emitido com a remuneração da TR mais juros. Nas operações com LH, caso o cliente opte por outro tipo de indexador, efetua-se uma operação de SWAP. Pode investir em LH pessoas físicas e jurídicas (cor-rentistas). Prazo mínimo para aplicações em LH é de 180 dias. Antes desse prazo o investimento não terá rentabi-lidade, caso seja resgatado.

Valor mínimo para aplicações em LH é de: R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais). Existe a cobrança de IR sobre as aplicações em Letras Hipotecárias somente para Pessoas Jurídicas. Pessoas Físicas são isentas de IR. A alíquota que incide sobre a aplicação é de 20% do rendimento bruto, descontada no ato do resgate ou no vencimento da operação. Existe resgate parcial para LH mediante solicitação à sua agência, após decorrido o prazo mínimo de 180 dias, com valor mínimo de R$ 10.000,00. LH são títulos de crédito, emitidos com a segurança do retorno certo de seu capital mais rentabilidade, com garantia do banco, além disso conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito - FGC (para investimentos de até R$20.000,00) Na ocasião da solicitação de aplicação em LH, exis-te incidência da CPMF sobre o valor aplicado será de 0,38% sobre o valor aplicado, se esse valor esti-ver disponível na conta corrente. Caso este valor esteja disponível na conta investimento, não haverá incidência da CPMF. Taxa CDI é a média das taxas dos depósitos interfi-nanceiros praticadas entre os bancos durante o dia. SWAP - TR X CDI Mecanismo de troca de índices, onde o cliente troca a rentabilidade da TR mais juros pela rentabilidade do percentual do CDI. A garantia é estabelecida através de um contrato entre o Banco e o cliente, registrado na CETIP - Central de Custódia e Liqui-dação Financeira de Títulos Privados. TR - Taxa Referencial de Juros. Criada no Plano Collor II, com a intenção de ser uma taxa referen-cial dos Juros praticados no mês. Atualmente é utilizada no cálculo do rendimento de investimentos como: LH, CDB, RDB, Caderneta de Poupança e também em outras operações, tais como emprés-timos do SFH, pagamentos a prazo e seguros em geral. A metodologia de cálculo da TR tem como base a taxa média mensal ponderada ajustada dos CDB's pré fixados das 30 instituições financeiras selecionadas, sendo eliminadas as duas de menor e as duas de maior taxa média. A base de cálculo da TR é o dia de referência, sendo calculada no dia útil posterior. Sobre a média apurada das taxas dos CDB's é aplicado um redutor que varia de acordo com a definição do Banco Central do Brasil. SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO As Sociedades de Capitalização são instituições financeiras que negociam títulos de capitalização. Título de Capitalização É uma forma de guardar dinheiro, por um prazo previamente determinado, com direito, na maioria das vezes, a concorrer a prêmios.

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Tipos de Título De Capitalização Atualmente existem duas modalidades básicas de título de capitalização, o de pagamento único e o de pagamento mensal. Valor de Resgate do Título Sobre parte de cada pagamento e do saldo acumu-lado, aplica-se atualização monetária e juros, for-mando o valor de resgate do título. Valor dos Prêmios de Sorteio Uma parte do pagamento é destinada ao sorteio. Assim, o título de capitalização pode oferecer pre-miações ao longo de um determinado prazo, lem-brando que as chances no sorteio são iguais pra todos os participantes. Prazo de Capitalização É o período em que os valores depositados são capitalizados. O prazo mínimo estabelecido pela legislação é de um ano. O título de capitalização é uma forma de guardar dinheiro a médio e longo prazo. Prazo de Carência É o período mínimo em que em você deve deixar o valor aplicado. Somente após este prazo, o saldo acumulado pode ser resgatado. Título Resgatado antes do Final do Prazo Com o resgate antes do final do prazo, perdem-se alguns dos benefícios do título, como por exemplo, sua participação nos sorteios. Além disso, freqüen-temente, o valor a receber será menor do que o total pago. Final do Prazo de Capitalização Na maioria dos títulos, o valor de resgate será igual ou maior do que o valor pago, atualizado pela TR. Transferência do Título O título pode ser transferido, desde que a empresa de capitalização seja comunicada formalmente. Esta transferência é totalmente gratuita. Aprovação do Título de Capitalização A Superintendência de Seguros Privados - SUSEP - é o órgão governamental responsável pela aprova-ção dos títulos de capitalização oferecidos ao públi-co. É também o órgão responsável pela fiscalização das empresas de capitalização.

FUNDOS DE INVESTIMENTO

FIF’s - Fundos de Investimento Financeiro

São alternativas de investimento de curto, médio e longo prazos, que se caracterizam pela aquisição de cotas de participação numa espécie de condomínio aberto, que reúne investidores em torno de um objetivo comum. Juntos, esses investidores aumen-tam seu poderio de barganha no mercado, podendo negociar títulos e valores mobiliários, em melhores condições do que se as operações fossem efetuadas individualmente. Assim, podemos informar que as principais vantagens dos fundos de investimento são: 1ª - sociabilização dos ganhos: possibilita aplicação de pequenas somas de dinheiro, porém obtendo o mesmo rendimento de grandes somas; 2ª - redução dos riscos das perdas: os recursos dos aplicadores servirão para adquirir uma diversificada gama de produtos financeiros, títulos privados e públicos, de renda fixa e de renda variável; 3ª - liquidez: os recursos aplicados podem ser reti-rados a qualquer momento, porém com perda de rendimento; 4ª - gerenciamento profissional: a administração dos recursos é feita por profissionais do mercado financeiro, que o acompanham diariamente, saben-do identificar as melhores alternativas para o apli-cador; 5ª - pagamento de impostos somente nos resgates: nestas aplicações só se pagará imposto de renda, quando se fizer uma retirada total ou parcial. Assim a rentabilidade é maximizada, pois não há necessi-dade de reaplicações, e portanto não se recolhendo o imposto sobre a renda obtida naquele período. Como surgiram os fundos de investimento? O primeiro que se tem notícia no mundo nasceu na Grã-Bretanha, por volta de 1800, sendo que nos EUA surgiu em Boston, em 1924, como um clube fechado de seus fundadores, denominado The Mas-sachussets Investors Trust. No Brasil, os primeiros surgiram no final dos anos 50, com o lançamento dos fundos Deltec e Crescin-co, de ações, com as aplicações concentradas nas bolsas de valores, sendo fundos criados por muitos dos executivos do atual Unibanco. Como funciona um fundo de investimento? A simplicidade é uma das principais vantagens dos fundos. Qualquer um deles, independente do banco que o administra e do perfil de sua carteira, seja ele de renda fixa, de renda variável, de curto, mé-dio ou de longo prazo, tem o seguinte roteiro ope-racional: a) investidores adquirem cotas de participação de um fundo, de um determinada instituição adminis-tradora de fundos, entregando uma certa quantia de dinheiro a ela;

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b) com esses recursos agrupados, aumenta o poder de compra dos administradores, conseguindo taxas mais elevadas, comparativamente se fossem nego-ciadas separadamente; adquire-se assim, uma ces-ta de papéis ou títulos, como ações, títulos públi-cos, privados etc., formando o que se chama o patrimônio do fundo; c) sendo bem sucedida a administração do fundo, o dinheiro depositado aumenta, com a valorização daquela cota adquirida inicialmente; d) quando o cliente investidor quiser resgatar, o administrador faz o cálculo do imposto de renda e do lucro, já deduzido da taxa de administração, que é a única remuneração que o investidor paga pela administração dos seus recursos. Como se classificam os fundos de investimen-to? Os fundos podem ser abertos ou fechados. Os aber-tos são aqueles que permitem a livre circulação de investidores; qualquer um pode entrar e sair quan-do quiser e são os que mais predominam no nosso mercado. Os fechados são os que têm um número fixo de cotas; assim, um cotista só pode sair se um outro quiser entrar. Em alguns casos, suas cotas são negociadas nas bolsas de valores a fim de dar mai-or transparência aos negócios. São também cha-mados de fechados os fundos que pararam de re-ceber depósitos dos investidores. E em alguns ca-sos, os fundos exclusivos, reservados às aplicações de uma única empresa, também recebem essa de-nominação. O que o banco administrador recebe de remu-neração pelo gerenciamento dos recursos dos clientes? Nos EUA, cobra-se uma taxa de ingresso, que é descontada do dinheiro que será depositado no fundo, além da taxa de administração de 1% a 2% ao ano em média. No Brasil, cobra-se somente taxa de administração, um valor percentual que varia de 4% a 6% ao ano, em média, cobrada geralmente na proporção de 1/360 por dia e deduzida direta-mente do valor da cota. Quanto e quando rendem os fundos de inves-timento? Não há um valor fixo de rendimento: cada fundo e cada administrador retorna um valor variável ao aplicador; também o aplicador não fica sabendo com antecedência o seu valor. Depende da eficiên-cia dos profissionais que administram o fundo. Quanto à época em que o aplicador recebe os ren-dimentos, isto depende do tipo de fundo e se o resgate está sendo feito após cumprida a carência ou não, nos casos em que ela existe. Atualmente, há fundos de diferentes prazos de aplicação, sendo os mais populares os de 30 dias e os de 60 dias. Assim, caso faça o resgate antes daqueles prazos, o investidor perde o rendimento que teria direito des-

de a última data de vencimento. Os fundos de a-ções não possuem restrição quanto ao prazo de resgate. Dependem, porém, da liquidez dos papéis que compõem a sua carteira, pois caso o fundo tenha que vender ações para atender aos resgates e não encontra compradores para eles, não haverá caixa para fazê-lo. Porém, isto somente ocorrerá caso haja um volume muito grande de saques, a-cima do habitual conhecido pelo administrador. Normalmente estes procuram deixar algum recurso aplicado em fundos de curto prazo, a fim de cobrir esses resgates. Os fundos pagam algum tipo de imposto? Quem supervisiona o seu funcionamento? Sim, pagam imposto de renda na fonte à alíquota de 10% a 15% sobre o rendimento bruto, depen-dendo do tipo de fundo. Os fundos de renda fixa pagam 15% e são fiscalizados pelo Banco Central e os de ações pagam 10%, sendo fiscalizados pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários. É importan-te destacar porém que, apesar da fiscalização dos dois órgãos acima citados, ainda falta muito para que a transparência da administração dos fundos chegue até o aplicador. Aqueles órgãos não exigem destes uma clara definição da política de investi-mentos, nem o agrupamento de fundos de uma mesma modalidade, dificultando o rastreamento dos melhores fundos do mercado. Quais as características dos principais fundos de investimento disponíveis no mercado? Os principais fundos de investimento são apenas três: os FIF’s de Curto Prazo, os FIF’s de Renda Fixa (de 30 e de 60 dias) e os FIF’s de Renda Vari-ável, também conhecidos como de Ações. Vamos as suas características: a) FIF’s de Curto Prazo - conhecidos também como fundos de money market; para aplicações da sobra de caixa do dia-a-dia, como faziam as contas re-muneradas de antigamente; “rendem” diariamente, porém remuneram nada ou quase nada, pois 50% do que está aplicado é recolhido compulsoriamente ao BACEN, sem nada render. No passado quando tivemos o IPMF e, a partir de 1997, quando tivemos a CPMF, para aplicações de alguns poucos dias, três ou quatro, o rendimento poderá ser até negativo. Essas aplicações porém, estão lastreadas em sua maioria em títulos públicos e privados de renda fixa, oferecendo baixíssimo risco ao aplicador. Atu-almente são os únicos que permitem aplicações inferiores a 30 dias. b) FIF’s de Renda Fixa (de 30 e de 60 dias) - ideais para o investidor conservador, pois são também de baixo risco, com sua carteira composta basicamen-te de títulos de renda fixa públicos e privados. Os de 30 dias ainda têm um compulsório de 5% (que é recolhido ao BACEN, sem nada remunerar) e so-mente os de 60 dias é que estarão dispensados do recolhimento ao BACEN, então rendendo mais. As-sim, quem tiver a necessidade dos recursos a um prazo mais longo, pelo menos a cada 60 dias, deve optar pelo FIF de 60 dias.

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c) FIF de Ações - caracterizam-se por sua carteira ser, na sua maior parte, lastreada em ações de sociedades anônimas de capital aberto, portanto de papéis negociados nas bolsas de valores. Por con-seguinte, são os mais arriscados, apesar de, a lon-go prazo, poder oferecer ganhos mais elevados do que os de renda fixa. São ideais para quem quer investir em ações, podendo assumir riscos no curto e médio prazos, mas que não tem os recursos téc-nicos e financeiros suficientes para possuir uma carteira própria de ações. Os fundos de ações dilu-em o risco do aplicador pois, normalmente, aplicam em uma carteira diversificada de papéis: enquanto uns sobem, outros podem descer ou permanecer sem alteração, sendo que o resultado médio é o que interessa.

SISTEMA DE PAGAMENTO BRASILEIRO

Possibilidade de transferência imediata de dinheiro: um cliente de um banco em Parintins (AM) pode transferir, no mesmo dia, dinheiro de sua conta corrente para a conta de outra pessoa em outro banco, em Santana do Livramento (RS), por exem-plo.

Agilidade: os recursos ficam disponíveis no dia da transferência.

Segurança e confiabilidade: redução do ris-co de crédito nos pagamentos, que são ir-reversíveis (não podem ser sustados ou de-volvidos por falta de fundos, como pode o-correr com cheques).

O Brasil terá um sistema de pagamentos similar aos melhores do mundo.

O SPB ajudará a melhorar a imagem do Pa-ís internacionalmente e a reduzir o Risco Brasil.

A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, bem como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições financeiras. Ou seja, praticamente todos os agentes atuantes em nossa economia. O cliente bancário utiliza-se do sistema de paga-mentos toda vez que emite cheques, faz compras com cartão de débito e de crédito ou ainda quando envia um DOC – Documento de Crédito. O novo SPB oferecerá uma nova opção para trans-ferência de recursos de um banco para outro de-nominada Transferência Eletrônica Disponível - TED. Utilizando a TED o valor será creditado na conta do favorecido e estará disponível para uso assim que o banco destinatário receber a mensa-gem de transferência. Os bancos continuarão processando cheques de valor igual ou superior a R$ 5.000,00, mas serão obrigados a recolher parte expressiva dos seus valores no Banco Central. Isso vai elevar o custo desse serviço para a instituição, que poderá au-mentar seu preço para o cliente.

Além disso, o valor do cheque só estará disponível, para quem recebe, findo o prazo de bloqueio. Por isso, os bancos recomendam aos clientes que dese-jam economizar com tarifas que dêem preferência à TED, nas transferências acima de R$ 5.000,00. Assim como os demais serviços, os preços das transferências – eletrônicas ou não – poderão vari-ar de banco para banco. As aplicações em fundos de investimentos feitas mediante saldo disponível em conta corrente e/ou através de TED renderão a partir do dia da sua realização. Os bancos, a seu critério, poderão a-gendar aplicações de recursos bloqueados na conta corrente (depósitos em cheques ou DOCs) para datas futuras. Já as aplicações em depósitos a pra-zo (CDB e RDB) poderão ser acolhidas independen-temente da condição do recurso na conta corrente, porém, sob remuneração diferenciada, a critério de cada banco. CDBs e RDBs emitidos a partir de 1º de outubro de 2001, quando vencerem após 22 de abril de 2002, deverão ser resgatados em valores disponíveis na data de seu vencimento. Os empréstimos e financiamentos serão liberados pelos bancos em dinheiro e deverão ser liquidados pelos clientes de acordo com as condições estipula-das nos contratos. O dinheiro transferido através de TED quitará o débito no dia da transferência. EXEMPLOS DE DOCUMENTOS BANCÁRIOS

Duplicata Título que representa a transação de compra e venda e que sendo negociável obriga o sacado (comprador) e favorece o sacador (fornecedor). A duplicata emerge de Nota de Venda, Fiscal e Fatura e é um título típico do direito brasileiro, documento que representa vendas não recebidas e que o com-prador deve resgatar em uma data de vencimento.

RA

SÃO

SO

CIA

L

Endereço (Rua, Bairro)Endereço (Cep, Cidade, EstadoInscrição no CNPJ / MF Nº 00.000.000/0001-00Inscrição Estadual Nº 000.000.000.000

Data da Emissão de de 20

VENCIMENTO

DESCONTO DE % SOBRE R$ ATÉ

CONDIÇÕES ESPECIAIS

EMDATA DO ACEITE ASSINATURA DO SACADO

Reconheço(cemos) a exatidão desta DUPLICATA DE VENDA MERCANTIL, na importância acima que pagarei(emos) à, ou à sua ordem na praça e vencimento indicados.XXXXXXXXXXXXX razão social XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

NOME DO SACADO

E N D E R E Ç O

M U N I C Í P I O E S T A D O

PRAÇA DO PAGTO.

C.N.P.J.(M.F.) Nº INSCR. EST.

Para Uso daInstituição Financeira

VALOR PORE X TE N SO

FATURA NºFATURA/DUPLICATA DUPLICATA

VALOR R$ Nº DE ORDEM

E-MAIL - SITE

FONE: (00) 0000-0000

RAZÃO SOCIALlogo

NOME FANTASIA

Nota Promissória Título de crédito que o devedor emite a favor quem ele promete pagar importância certa em uma data que é a de vencimento. Promessa de pagamento formalizada em título de crédito negociável.

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Fatura Espelho da Nota Fiscal, serve para se obter os da-dos do título, tais como sacado, número da Nota Fiscal, prazo, data do vencimento.

Endereço (Rua, Bairro)Endereço (Cep, Cidade, EstadoInscrição no CNPJ / MF Nº 00.000.000/0001-00Inscrição Estadual Nº 000.000.000.000

Data da Emissão de de 20

VENCIMENTO

DESCONTO DE % SOBRE R$ ATÉ

CONDIÇÕES ESPECIAIS

Reconheço(cemos) a exatidão desta FATURA DE VENDA MERCANTIL, na importância acima que pagarei(emos) à, ou à sua ordem na praça e vencimento indicados.XXXXXXXXXXXXX razão social XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

NOME DO SACADO

E N D E R E Ç O

M U N I C Í P I O E S T A D O

PRAÇA DO PAGTO.

C.N.P.J.(M.F.) Nº INSCR. EST.

Para Uso daInstituição Financeira

VALOR PORE XT EN S O

FATURA NºFATURA/DUPLICATA DUPLICATA

DIA

MÊS DE DE 20

NOTA Nº VALOR R$VALOR R$ Nº DE ORDEM

FONE: (00) 0000-0000

logo RAZÃO SOCIALNOME FANTASIA

Nota Fiscal Definição – É o documento que comprova a exis-tência de um ato comercial (compra e venda de mercadorias ou prestação de serviços) ; tem a ne-cessidade maior de atender às exigências do Fisco, quanto ao trânsito das mercadorias e das opera-ções realizadas entre adquirentes e fornecedores. Principais Características: Nota de Venda impresso que documenta as transa-ções comerciais e que serve de base para o contro-le fazendário. Tipos de Notas Fiscais :

Mod. 1 - Nota Fiscal de entrada e saída de mercadorias.

Mod. 2 - Nota Fiscal de venda a consumi-dor (pode ser substituída pelo “cupom fis-cal”) .

Requisitos:

Denominação “Nota Fiscal”; Número de ordem, série/subsérie e o nú-

mero da via; Natureza da operação (venda, devolução,

remessa para demonstração); Data de emissão;

Nome do titular (pessoa física, pessoa jurí-dica), endereço, inscrição estadual e CNPJ;

Nome do destinatário (adquirente de produ-tos e serviços, endereço , inscrição estadual e CNPJ);

Data de saída das mercadorias Discriminação das mercadorias (quantida-

de, marca, tipo, modelo, espécie e discrimi-nação possível de produtos);

Classificação fiscal dos produtos, no caso de produtos industrializados;

Base de cálculo do ICMS; Nome do transportador endereço e placa do

veículo; Forma de acondicionamento dos produtos

(quantidade espécie e peso, etc.); Nome, endereço, inscrição estadual, CNPJ

do impressor de notas, data, quantidade da impressão, números de ordem, com respec-tiva série/ subsérie, bem como número da autorização para impressão de documentos fiscais;

Letra de Câmbio

Título de crédito de operação comercial em que alguém ordena a outrem que pague a um terceiro a importância em um determinado local e em data certa.

Cheque

Requisitos essenciais Título que representa uma ordem de pagamento à vista a favor de terceiros ou do próprio emitente (quando cheque é para saque pessoal). Circulação: Ao portador: quando não espe-cifica o beneficiário devendo ser pago pelo banco a quem o apresentar ou detentor do título.

Visado: quando o banco se certifica ter fundo e garantia para ser aceito.

Viagem: cheque especial, emitido pelo ban-co que vende a disponibilidade em moeda do pa-ís ou de outra nação e que é pagável em outras praças mediante simples contra assinatura do portador.

Endosso: quando um cheque emitido nomi-nalmente a um beneficiário determinado ou a sua ordem só poderá ser transferível com a as-sinatura (endosso) no verso do cheque.

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Cruzado: é o cheque que recebe dois traços no sentido vertical e que deverá ser liquidado a-través da compensação ou depositado na pró-pria agência, mas sempre será depositado. O banco acolhedor do cheque também aplica o ca-rimbo cruzado no qual contém suas identifica-ções.

Compensação: expressão financeira utiliza-da para designar o movimento de cheques que se realizam entre bancos. O serviço de compen-sação de cheques é regulado pelo BC, e execu-tado pelo BB e realizado entre bancos na Câma-ra de Compensação do BB, permitindo a cobran-ça de cheques.

O serviço de compensação é desenvolvido por meio de três modalidades: a) Nacional (uma câmara) Abrange todos as agências existentes no país, de 3 a 6 dias. b) Integrada Regional (72 câmaras) Abrange agências localizadas em uma mesma regi-ão. c) Local (262 câmaras) Abrange agências bancárias localizadas em uma determinada praça. Cheques maiores e cheques menores: os cheques menores são os de valor abaixo de R$299,00, com-pensados em 48hs, os cheques maiores são os de valores acima de R$300,00, compensados em 24hs.

Ordem de Pagamento Definição Determinação administrativa expedida por escrito por autoridade para pagamento de bens e serviços Tipos As ordens de pagamento mais comuns são o pró-prio papel moeda e o cheque, procedimento para enviar uma autorização de pagamento de uma de-terminada pessoa para uma terceira via banco. Emissão Trata-se do ato pelo qual o gestor orçamental dá ordem ao tesoureiro para pagar uma despesa cuja liquidação foi efetuada pelo gestor orçamental. As ordens de pagamento são transmitidas ao auditor financeiro para visto prévio. Este visto verifica de-signadamente a conformidade da ordem de paga-

mento com a autorização da despesa e a exatidão do seu montante. Depois do visto, a ordem é transmitida ao tesoureiro. Liquidação A liquidação é o ato pelo qual o gestor orçamental verifica o direito do credor ("beneficiário da despe-sa") e a realidade do montante do crédito, bem como as condições de exigibilidade do crédito. A liquidação está sujeita à apresentação dos docu-mentos comprovativos.

Garantias

Noções gerais É o que vincula diretamente ao poder do credor, determinada coisa do devedor, assegurando a satisfação de seu crédito, se inadimplemento do devedor "in Direito das coisas, ed. Forense 1979, pág. 18 Daibert" A dívida assegurada por uma quantia real, garante ao credor a preferência sobre o preço que se apurar na sua venda judicial, devendo ser pago prioritari-amente. Assim, na hipoteca ou penhor, havendo inadimplemento, a coisa dada em garantia é ofere-cida à penhora e o produto por ela alcançada em praça será destinado, preferencialmente, ao paga-mento da obrigação garantida. Primeiramente paga-se o credor hipotecário ou pignoratício, tendo os demais credores direito à sobra que será rateada. O pagamento de uma dívida pode ser garantido de dois modos: Com garantia pessoal ou com garantia real. No primeiro, uma pessoa se responsabiliza a pagar ao credor, caso o devedor não o faça; no segundo, uma coisa fica vinculada para tal fim. O direito real de garantia, portanto, é o que o cre-dor, eventualmente, tem sobre uma coisa para assegurar-lhe o recebimento do seu crédito. Tal direito é acessório: pressupõe uma relação obriga-cional principal que garante e de que depende sua existência. Cessando a obrigação principal, extin-gue-se a garantia também. Reais: Hipotecas Segurança de pagamento de dívida baseada em garantia imobiliária. Penhor Depósito em garantia de empréstimo feito em bens móveis ou objetos de valor. Caução Valor dado como forma para se proteger contra eventuais perdas.

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Alienação Fiduciária É uma venda onde o próprio produto fica em garan-tia até a efetivação total do pagamento. Para o maior entendimento de “Alienação Fiduciá-ria” transcrevemos abaixo o texto do decreto-lei nº 911/69 que regulamenta as normas de processo sobre a matéria.

Decreto-lei nº 911/69

(DOU 03.10.69) DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE OUTUBRO DE 1969. Altera a redação do Art. 66, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, estabelece normas de processo sobre alienação fiduciária e dá outras providências. Art 1º O artigo 66, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, passa a ter a seguinte redação: "Art. 66. A alienação fiduciária em garantia transfe-re ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe in-cumbem de acordo com a lei civil e penal”. § 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu valor, será obrigatoriamen-te arquivado, por cópia ou microfilme, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, os seguintes: a) o total da divida ou sua estimativa; b) o local e a data do pagamento; c) a taxa de juros, os comissões cuja cobrança for permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis; d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os elementos indispensáveis à sua identificação. § 2º Se, na data do instrumento de alienação fidu-ciária, o devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do contrato, o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento da aquisição da propriedade pelo devedor, independentemente de qualquer formalidade posterior. § 3º Se a coisa alienada em garantia não se identi-fica por números, marcas e sinais indicados no ins-trumento de alienação fiduciária, cabe ao proprietá-rio fiduciário o ônus da prova, contra terceiros, da identidade dos bens do seu domínio que se encon-tram em poder do devedor. § 4º No caso de inadimplemento da obrigação ga-rantida, o proprietário fiduciário pode vender a coi-

sa a terceiros e aplicar preço da venda no paga-mento do seu crédito e das despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor o saldo por-ventura apurado, se houver. § 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o crédito do proprietário fiduciário e despe-sas, na forma do parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado a pagar o saldo devedor apurado. § 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no seu vencimento. § 7º Aplica-se à alienação fiduciária em garantia o disposto nos artigos 758, 762, 763 e 802 do Código Civil, no que couber. § 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, coisa que já alienara fiduciariamente em garantia, ficará sujeito à pena prevista no Art. 171, § 2º, inciso I, do Código Penal. § 9º Não se aplica à alienação fiduciária o disposto no artigo 1279 do Código Civil. § 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor, deverá, para fins probatórios, constar do certificado de Registro, a que se refere o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito." Art 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, indepen-dentemente de leilão, hasta pública, avaliação pré-via ou qualquer outra medida judicial ou extrajudi-cial, salvo disposição expressa em contrário previs-ta no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decor-rentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver. § 1º O crédito a que se refere o presente arti-go abrange o principal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e correção monetária, quando expressamente convencionados pelas partes. § 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor. § 3º A mora e o inadimplemento de obriga-ções contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida fa-cultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais, indepen-dentemente de aviso ou notificação judicial ou ex-trajudicial. Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, po-derá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a

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qual será concedida liminarmente, desde que com-provada a mora ou o inadimplemento do devedor. § 1o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a proprie-dade e a posse plena e exclusiva do bem no patri-mônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) § 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fidu-ciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) § 3o O devedor fiduciante apresentará respos-ta no prazo de quinze dias da execução da liminar. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) § 4o A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade do § 2o, caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição.(Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) § 5o Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) § 6o Na sentença que decretar a improcedên-cia da ação de busca e apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a cinqüen-ta por cento do valor originalmente financiado, de-vidamente atualizado, caso o bem já tenha sido alienado. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) § 7o A multa mencionada no § 6o não exclui a responsabilidade do credor fiduciário por perdas e danos. (Incluído pela Lei 10.931, de 2004) § 8o A busca e apreensão prevista no presen-te artigo constitui processo autônomo e indepen-dente de qualquer procedimento posterior. (Incluí-do pela Lei 10.931, de 2004) Art. 4 º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 1974) Art 5º Se o credor preferir recorrer à ação executiva ou, se for o caso ao executivo fiscal, se-rão penhorados, a critério do autor da ação, bens do devedor quantos bastem para assegurar a exe-cução. Parágrafo único. Não se aplica à alienação fiduciária o disposto nos incisos VI e VIII do Art.

649 do Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 1974) Art 6º O avalista, fiador ou terceiro interessa-do que pagar a dívida do alienante ou devedor, se sub-rogará, de pleno direito no crédito e na garan-tia constituída pela alienação fiduciária. Art 7º Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário fiduciário o direito de pedir, na forma prevista na lei, a restitui-ção do bem alienado fiduciariamente. Parágrafo único. Efetivada a restituição o pro-prietário fiduciário agirá na forma prevista neste Decreto-lei. Art 8º O Conselho Nacional de Trânsito, no prazo máximo de 60 dias, a contar da vigência do presente Decreto lei, expedirá normas regulamen-tares relativas à alienação fiduciária de veículos automotores. Art. 8o-A. O procedimento judicial disposto neste Decreto-Lei aplica-se exclusivamente às hipó-teses da Seção XIV da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, ou quando o ônus da propriedade fiduciá-ria tiver sido constituído para fins de garantia de débito fiscal ou previdenciário. (Incluído pela Lei 10.931, de 2004) Art 9º O presente Decreto-lei entrará em vi-gor na data de sua publicação, aplicando-se desde logo, aos processos em curso, revogadas as dispo-sições em contrário. Pessoais:

FIANÇA E AVAL Fiança: promessa de satisfação da obrigação de um terceiro, caso ele não cumpra; abono de confi-ança. Garantia dada por uma pessoa ou banco (fia-dor) de que pagará a dívida que outro se este não puder pagá-la.

FIANÇA Definição: É uma garantia cujo fiador, seja pessoa física ou pessoa jurídica se constitui como principal responsável pelo pagamento das obrigações assu-midas pelo afiançado, pessoa física ou pessoa jurí-dica, caso esta não cumpra as obrigações contrata-das. A fiança é sempre estabelecida em relação a um contanto. Na fiança de pessoa física, é importante a outorga uxória, ou seja, a assinatura do cônjuge do contra-tante, a fim de coobrigar a responsabilidade pelo contrato. A fiança é uma garantia contratual e não cambial, o que significa que é uma garantia sempre dada em contratos.

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AVAL Aval: garantia pessoal, geralmente em títulos de dívidas, através da qual o avalista assume a co-responsabilidade, obrigando-se a assumir caso o devedor não pague; assinatura posta em título de dívidas e que envolve o signatário em regime e solidariedade integral, caso o devedor não cumpra com seu dever. AVAL EM BRANCO É aquele que não se indica a quem é dado. No caso do cheque por exemplo é o emitente. Mas no caso da letra de câmbio, existe um aceite do devedor, pode ser do sacador. Já no caso da Letra de câm-bio, a presunção é que seja para o aceitante garan-tido ou avalizado. Não é tão simples como o che-que. AVAL EM PRETO É aquele que indica expressamente o avalizado. AVAL ANTECIPADO É aquele que é dado antes do título ser completado com o aceite ou endosso. Art. 900 do N. Código Civil. O Aval cancelado, considera-se não escrito, Art. 898 parágrafo II do N. Código Civil. Aval parcial, na lei de Genebra existe. Porém o Art. 897 parágrafo único do N. Código Civil proíbe o aval parcial. Obs: Conforme o Novo Código Civil, o aval, assim como a fiança, exige a assinatura de ambos os côn-juges, exceto em caso de casamento sob regime de separação absoluta de bens.

SOCIEDADES MERCANTIS

Nome coletivo

Sociedade onde os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, respon-dendo com seus bens particulares por estas.

Por Quotas de Responsabilidade Limi-tada

Sociedade onde os sócios se responsabilizam pelo capital social apenas, ou seja, limitadamente.

Anônimas Sociedade onde o capital se divide em ações, e que são as partes do que responsabilizam os acionistas ou proprietários das mesmas.

Firmas Individuais

Na firma individual o comerciante deverá usar o seu nome civil, seja ele completo ou abreviado. Ex.: Cézar Monteiro – Varejista, conforme Lei n° 7256/84 – o Estatuto das Micro Empresas – são

consideradas Micro Empresas as Sociedades e Fir-mas Individuais que cumpram as seguintes exigên-cias: a) Não sejam constituídas na forma de Sociedade por Ações b) Tiverem receita bruta anual de valor igual ou inferior a 10 mil BTNs ou outro índice substitutivo que o Governo venha formalmente a adotar. c) Tenham obtido o registro especial de Micro-Empresa na Junta Comercial (Firma Individual ou Sociedade Mercantil) ou no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas. d) Não realizar operações relativas a importação de produtos estrangeiros, compra e venda, loteamen-to, incorporação, locação e administração de imó-veis. e) Não prestem serviços profissionais de médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, eco-nomista, despachante e outros serviços assemelha-dos. Conforme Lei n° 7256/84 as microempresas só podem ser constituídas por pessoas físicas domicili-adas no país. O sócio titular de microempresa não pode participar de capital de outra pessoa jurídica com quantia superior a 5% desde que a receita bruta anual global das empresas interligadas ultra-passe o limite anual anteriormente mencionada. As empresas devidamente enquadradas na Lei n° 7256/74 desfrutam de benefícios especiais, tais como: Isenção de Imposto de Renda Pessoa Jurídi-ca, Isenção das Contribuições do PIS e do FINSO-CIAL, dispensa de escrituração de livros contábeis, condição especial para obtenção de créditos finan-ceiros até 5 mil BTNs. Bibliografia para pesquisa: 01. AMARAL, Francisco. Direito civil: introdução. Rio de janeiro: Renovar, 2002. p. 232. 02. CASTELO BRANCO, Camilo. A caveira da mártir. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. p. 472. 03. GOMES, Orlando. Con-tratos. Rio de janeiro: Forense, 1994. p. 435. 04. PONTES DE MIRANDA, Tratado de Direito Privado. Ed. Borsoi. 1961. V. 35. p. 376 05. NERY JR., Nelson. Novo código civil e legislação extravagante anotados. São Paulo: RT, 2002. p. 557. 06. "Outorga uxória. Fiança prestada pelo marido sem o consenti-mento da esposa é nula e invalida o ato por inteiro, inclusive a meação marital". (STJ, 5ª T., Resp 55934-SP, rel. Min. Edson Vidigal, j. 26.02.1996, v.u.., DJU 13.5.1996) AMARAL, Francisco. Direito civil: introdução. Rio de janeiro: Reno-var, 2002. CASTELO BRANCO, Camilo. A caveira da mártir. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. GOMES, Orlando. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1994. PONTES DE MIRANDA, Tratado de Direito Privado. Ed. Borsoi. 1961. V. 35. NERY JR., Nelson. Novo código civil e legislação extravagante anotados. São Paulo: RT, 2002. FORTES, José Carlos. Direito Empresarial. Fortaleza: Editora For-tes, 2004. GOMES, Fábio Bellote. Manual de Direito Comercial, 1ª edição, São Paulo, Ed. Manole, 2003. COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial, 13a. ed.,São Paulo: Saraiva, 2002. FIUZA, Ricardo. Novo Código Civil Comentado, 1a. ed., São Paulo: Saraiva, 2002. MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. 16ª. Ed. Rio de Janei-ro. Forense, 1991.

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NERY JUNIOR, Nelson. Novo Código Civil e Legislação Extravagan-tes Anotados, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002. REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. 20ª. Ed. São Pau-lo. Saraiva, 1991. BULGARELLI, Waldírio. Direito Comercial. 8ª. Ed. São Paulo. Atlas, 1981. Lei n. 10.406/02 - Código Civil Brasileiro MANUAL de Economia. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. Elabora-ção: equipe de professores da USP FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 10.ed. Rio de Janeiro: Quality Mark, 1997. GREMAUD, A.; VASCONCELLOS, M.; TONETO JUNIOR, R. Econo-mia brasileira contemporânea. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. MISHKIN, Frederic. Moeda, bancos e mercados financeiros. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

Glossário de Termos Técnicos

AÇÃO - Título negociável, que representa a menor parcela em que se divide o capital de uma socieda-de anônima. AÇÃO AO PORTADOR - Desde 1990 este tipo de ação não existe mais. Esse tipo de ação não trazia o nome do seu proprietário. Portanto, pertencia a quem a tivesse em seu poder. ACESSÓRIOS - Equipamentos instalados no veículo do segurado, ou terceiro, para melhoria, decoração ou lazer do usuário ( por exemplo : equipamentos de som, vidros elétricos, travas elétricas, etc... ). ACIDENTES PESSOAIS - Eventos ocorridos de for-ma súbita, involuntária e externa, ou seja, não dependente da pessoa em si. APÓLICE - É o documento emitido pela seguradora em função da aceitação do risco apresentado pelo segurado, de acordo com as informações registra-das na proposta, e deve conter nome, endereço e CGC/RG do segurado; especificação do risco; bem segurado; valor da importância segurada: valor do prêmio e as condições da cobertura. APÓLICE COLETIVA - Contrato de seguro que cobre um grupo de pessoas e/ou bens. APÓLICE INDIVIDUAL- Contrato de seguro que cobre apenas uma pessoa ou um bem. ASSISTÊNCIA - Garantias adicionais constantes em alguns seguros, com serviços emergenciais, tais como : ambulância, coberturas provisórias de te-lhados, chaveiros, hospedagem, etc... , conforme constantes no contrato de seguro. AVARIAS - Danos existentes no bem segurado. BALANÇO - Demonstrativo contábil que apresenta, num dado momento, a situação do patrimônio da entidade pública. BENEFICIÁRIO - Pessoa a quem o segurado reco-nhece o direito de receber a quantia corresponden-te a determinada indenização derivada da apólice do seguro. BILHETE DE SEGURO - Tem o mesmo valor jurídico de apólices de seguro e foi criado para facilitar a contratação do seguro. A sua emissão dispensa o preenchimento de proposta. BÔNUS - Desconto progressivo que reduz o preço do seguro daqueles segurados que não apresentarem reclamação de indenização durante a vigência da apólice. BOOM - Fase no mercado de ações em que o volu-me de transações ultrapassa, acentuadamente, os níveis médios em determinado período, com ex-pressivo aumento das cotações. CAPTAÇÃO - Obtenção de recursos para aplicação a curto, médio e ou longo prazos. CAPITAL - É a soma de todos os recursos, bens e valores, mobilizados para a constituição de uma empresa. CAPITAL SEGURADO - Valor máximo de indeniza-ção. CARÊNCIA - Prazo estipulado entre o início de vi-gência do seguro e o início da validade da cobertura garantida pela seguradora. COBERTURA - Eventos que possam ocorrer ao se-gurado e/ou bem segurado, e pelos quais a segura-dora assume em contrato, a reposição em parte ou

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no todo, pecuniariamente ou não, conforme especi-ficação na apólice de seguro. CONTRATO DE BOA FÉ - O conceito de boa fé está afirmado no Código Civil Brasileiro. O Artigo 1.443 diz que segurado e segurador "são obrigados a guardar no contrato a mais estrita boa fé e veraci-dade, assim a respeito do objeto, como das circunstâncias e declarações a ele concernentes." Já o artigo 1.444, diz que o segurado perderá o direito ao valor do seguro "se não fizer declarações verda-deiras e completas, omitindo circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio." CORRETOR DE SEGUROS - É o profissional, pessoa física ou jurídica, legalmente autorizado a represen-tar o segurado em um contrato de seguro. DANOS CORPORAIS - Morte ou lesões causadas a pessoas. DANOS MATERIAIS - A destruição ou dano causado aos bens materiais e objetos segurados, causada por sinistro coberto pela apólice. DANOS MORAIS - Entende-se por dano moral a dor pela perda do ente querido, o sofrimento, a lesão que causar cicatrizes, a injúria, a difamação, a ver-gonha, isto é, qualquer lesão abstratamente consi-derada, inclusive danos de natureza psicológica. DÉFICIT - Excesso de despesa sobre a receita, quer na previsão, quer na realização. DESÁGIO - Diferença para a menos entre o valor nominal e o preço de aquisição de um título ou bem. EMISSÃO - Colocação de dinheiro ou títulos em circulação ENDOSSO - É utilizado para efetuar modificações na apólice de seguro, tais como alterações do risco e cobrança adicional ou restituição do prêmio. ESPECULAÇÃO - Negociação em mercado com o objetivo de ganho, em geral a curto prazo. ESTIPULANTE - É a pessoa física ou jurídica que contrata um seguro a favor do segurado.O benefici-ário é a pessoa física ou jurídica designada pelo segurado para receber as indenizações devidas pelo segurador.Em principio, o segurado é o beneficiário do seguro, mas também há casos em que ele indica um beneficiário - situação comum nos seguros de vida, onde o risco coberto é a morte do próprio segurado. EXTRATO DE CONTA - Relatório de movimentações de dinheiro na conta corrente ou fundo de investi-mento. FATURA - É o extrato enviado para o cliente com o valor a ser pago. FLUXO DE CAIXA É o fluxo de entradas e saídas de dinheiro do caixa de uma empresa. Importante medida para se determinar o valor de uma empre-sa, através do método do fluxo de caixa desconta-do. FRANQUIA - Representa a participação do segura-do nos prejuízos a cada sinistro. É mencionada na apólice de acordo com as coberturas contratadas. FURTO - Subtração de um bem, sem ameaça ou violência. FURTO QUALIFICADO - Para efeito de cobertura, entende-se por furto qualificado, exclusivamente, o

ato de subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel, com destruição ou rompimento de obstácu-lo, conforme definido no Art. 155, parágrafo quar-to, inciso I, do Código Penal. A seguradora somente considerará o furto qualificado quando houver ves-tígios materiais inequívocos de destruição ou rom-pimento de obstáculos. GAP - Um gap ("diferença" ou "intervalo") aparece quando o mercado de um título, sofrendo uma in-terrupção em sua negociação, provoca uma dife-rença entre o preço de fechamento e o preço de abertura do título. Um fato novo pode ter ocorrido neste intervalo, provocando uma reavaliação por parte dos investidores acerca do valor do título. INDENIZAÇÃO - Valor que a seguradora paga ao segurado em caso de sinistro. IMPORTÂNCIA SEGURADA - A importância segura-da é estipulada de modo distinto no seguro de coi-sas ou de pessoas. No primeiro caso, é proibido por lei segurar um objeto com valor superior ao real. Nos seguros de pessoas e responsabilidades, a de-terminação da importância segurada é livre entre as partes contratantes. INVALIDEZ PERMANENTE PARCIAL - É a perda, redução ou impotência funcional de um membro ou órgão, parcial ou definitiva, motivada por acidente e para a qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação. INVESTIMENTO - Emprego da poupança em ativi-dade produtiva objetivando ganhos a médio e longo prazos. É utilizado, também, para designar a apli-cação de recursos em algum tipo de ativo financei-ro. IOF (IMPOSTO SOBRE OPERAçõES FINANCEIRAS) - O IOF incide sobre o ganho da aplicação de fundos de renda fixa com liquidez diária de acordo com uma tabela regressiva, até o 29º dia da aplicação, estando isentos a partir do 30º dia. PARTICIPANTE - É o associado, o segurado ou o beneficiário (incluído nos planos de previdência privada). PLANO - Termo utilizado para se referir em quantas vezes o valor da compra será parcelado. Ex: plano 6 é o mesmo que em 6 vezes. PREJUÍZOS - Perdas econômicas em conseqüência de um dano corporal ou material sofrido pelo re-clamante e indenizável pelo seguro, limitado à im-portância segurada. PRÊMIO - Preço ou custo do seguro. PROPOSTA - É um instrumento que representa a vontade do segurado de transferir o risco para a seguradora. Pode ser preenchida pelo próprio segu-rado, pelo seu representante legal ou pelo corretor de seguros. PRÓ-RATA - Tabela expressa em quantidade de dias, utilizada para cálculo de devolução de prêmio ou cobrança de prêmio adicional que leva em con-sideração o tempo a decorrer até o término de vi-gência do seguro. RECOMPRA - Termo utilizado para identificar o res-gate de um ativo financeiro. REEMBOLSO - Devolução, pela seguradora, dos valores totais ou parciais pagos com recursos pró-prios do segurado no caso de eventos e/ou sinistros

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cobertos pelo seguro. RESGATE - Recebimento, pelo segurado, de parte ou do total de valores, determinados para esse fim no seguro contratado. RESGATE AUTOMÁTICO - É um tipo de resgate pre-viamente programado pela instituição financeira, não necessitando da ordem ou comando por parte do investidor, no momento do resgate. RISCO - Possibilidade de um acontecimento inespe-rado e externo, causador de danos materiais ou pessoais, gerando um prejuízo ou necessidade eco-nômica. As características que definem o risco são: incerto e aleatório, possível, concreto,lícito e fortui-to, devendo dar-se todas elas sem exceção. ROUBO - Subtração de bens mediante grave amea-ça ou violência cometida contra a pessoa ou em-presa, ou ainda a eliminação de resistência da mesma por qualquer meio. SALVADO - Veículo ou parte do mesmo encontrado após o pagamento da indenização por roubo ou furto total. Refere-se também ao que restou de um veículo após acidente indenizável pela seguradora. SEGMENTAÇÃO - Separação e classificação por algum critério preestabelecido. Ex.: a segmentação dos fundos de investimento do banco é feita por grau de risco SEGURADO - Pessoa ou empresa que contrata o seguro e/ou está exposta aos riscos previstos nas coberturas indicadas na apólice. SEGURO DE VIDA - Apólice que têm coberturas pelos riscos de morte natural, morte acidental, invalidez permanente total ou parcial por acidentes ou por doenças. SEGURO DE VIDA EM GRUPO - Seguro de vida váli-do para mais de uma pessoa. SAQUE - Apoderamento violento de bens alheios praticado por um grupo de pessoas ou por um ban-do, organizado ou não, aproveitando a confusão e/ou desordem ocasionados por um distúrbio social, intervenção de forças públicas de segurança, greve ou black-out. SEGURADORA - Empresa que emite a apólice e assume as indenizações pelas cobertu-ras existentes na apólice. SINISTRO - É a ocorrência do risco, cujas conse-qüências economicamente danosas estejam cober-tas pela apólice. SUBSCRIÇÃO - Lançamento de novas ações por uma sociedade anônima, com a finalidade de obter os recursos necessários para investimento. TAXA EFETIVA - É a taxa que determina a rentabili-dade final de um investimento, indicando o ga-nho/perda do investidor. TAXA OVER - É uma metodologia de cálculo para a taxa de juros, utilizada apenas no Brasil, remanes-cente do período de taxas inflacionárias altas. Atu-almente é utilizada como padrão para empréstimos entre bancos. TERCEIRO - Qualquer pessoa física ou jurídica que não tenha relação de parentesco com o segurado e nenhum tipo de relacionamento ou dependência econômico-financeira com ele. VALOR ATUAL - In-denização do bem segurado, roubado ou destruído, pelo valor de um novo, deduzida a depreciação pelo uso, idade e estado de conservação.

VALOR MÉDIO DE MERCADO - Resultado de cota-ções de venda ao público de um veículo de igual marca, tipo, modelo e ano de fabricação ao do se-gurado na data da liquidação do sinistro. VALOR NOMINAL DA AÇÃO - Valor mencionado no estatuto social de uma empresa e atribuído a uma ação representativa de seu capital. VARIAÇÃO - Diferença entre os preços de um de-terminado título em dois instantes considerados. VIGÊNCIA - Prazo de duração do seguro.