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Plano de Recuperação Judicial Ampex Brasil Empreendimentos Comerciais, Industrialização e Participações Ltda. C.N.P.J/MF nº 10.242.889/0001-77

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Plano de Recuperação

Judicial

Ampex Brasil Empreendimentos Comerciais,

Industrialização e Participações Ltda. C.N.P.J/MF nº 10.242.889/0001-77

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Plano de Recuperação Judicial para apresentação

nos autos do Processo nº: 0000357-

47.2014.8.24.0033 em trâmite na 4º Vara Cível da

Comarca de Itajaí - SC, consoante a LEI nº

11.101/2005 em atendimento ao seu artigo 53 e

seguintes elaborado por AALC Consultoria.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 3

SUMÁRIO

11.. CCoonnssiiddeerraaççõõeess IInniicciiaaiiss .......................................................................................................................................................... 44

22.. HHiissttóórriiccoo ee AApprreesseennttaaççããoo ddaa EEmmpprreessaa ........................................................................................................ 55

22..11 EESSTTRRUUTTUURRAA DDAA EEMMPPRREESSAA EE PPRROODDUUTTOOSS .......................................................................................................................................................................... 66

22..22 MMOOTTIIVVOOSS PPAARRAA OO PPEEDDIIDDOO DDEE RREECCUUPPEERRAAÇÇÃÃOO JJUUDDIICCIIAALL ........................................................................................................................ 1144

........................................................................................................................................................................................................ 1177 2.3 RESTRUTURAÇÃO INTERNA

.............................................................................................................................................................................................................................. 1177 2.3.1 ÁREA COMERCIAL

................................................................................................................................................................................................................ 1188 2.3.2 ÁREA ADMINISTRATIVA

.............................................................................................................................................................................................................................. 1188 2.3.3 ÁREA FINANCEIRA

33.. OOrrggaanniizzaaççããoo ddoo PPllaannoo ddee RReeccuuppeerraaççããoo ................................................................................................ 1199

QQUUAADDRROO DDEE CCRREEDDOORREESS ........................................................................................................................................................................................................ 1199 3.1

44.. OO SSeettoorr ddee ppeessccaaddooss.............................................................................................................................................................. 2200

55 OO ccrreesscceennttee mmeerrccaaddoo ddee ppeessccaaddoo ............................................................................................................................ 2222

55..11 OO AAUUMMEENNTTOO DDOO CCOONNSSUUMMOO .......................................................................................................................................................................................................... 2233

55..11..11 UUMM NNOOVVOO PPAATTAAMMAARR 2244

66..PPaannoorraammaa ggeerraall ddee ppeessccaaddooss .......................................................................................................................................... 2266

77.. BBaallaannççaa ccoommeerrcciiaall ddooss ppeessccaaddooss............................................................................................................................ 2288

77..11 EEXXPPOORRTTAAÇÇÕÕEESS .............................................................................................................................................................................................................................................. 2288

77..22 IIMMPPOORRTTAAÇÇÕÕEESS .............................................................................................................................................................................................................................................. 2299

88.. EEnnllaattaaddooss:: oo ssuurrggiimmeennttoo ddaa ccuullttuurraa .................................................................................................................... 3333

99.. AA mmaannuutteennççããoo ddooss nnuuttrriieenntteess nnoo aalliimmeennttoo eennllaattaaddoo .............................................................. 3366

1100.. OO ppeeiixxee eennllaattaaddoo ccoommoo ooppççããoo ddee ccoonnssuummoo pprrááttiiccoo ee ssaauuddáávveell ...................... 3388

1111.. AAssppeeccttooss ggeerraaiiss ddooss ppeeiixxeess eennllaattaaddooss ...................................................................................................... 4411

1122..PPrroojjeeççõõeess ddoo DDeesseemmppeennhhoo EEccoonnôômmiiccoo--FFiinnaanncceeiirroo .............................................................. 4422

1122..11 PPRROOJJEEÇÇÃÃOO DDAASS RREECCEEIITTAASS ........................................................................................................................................................................................................ 4422

12.1.1 4444 PROJEÇÃO

4444 12.1.2 ANÁLISE

1122..22 PPRROOJJEEÇÇÃÃOO DDEE RREESSUULLTTAADDOOSS .................................................................................................................................................................................................. 4466

1122..22..11 PPRREEMMIISSSSAASS 4466

1122..22..22 PPRROOJJEEÇÇÃÃOO 4477

1122..22..33 AANNÁÁLLIISSEE 4488

1133 MMeeiiooss ddee rreeccuuppeerraaççããoo .......................................................................................................................................................... 5500

1144 PPaaggaammeennttoo aaooss CCrreeddoorreess .................................................................................................................................................... 5511

1144..11 CCLLAASSSSEE IIIIII –– CCRREEDDOORREESS QQUUIIRROOGGRRAAFFÁÁRRIIOOSS ...................................................................................................................................................... 5522

1155 AAttuuaalliizzaaççããoo MMoonneettáárriiaa ddooss CCrrééddiittooss ee JJuurrooss RReemmuunneerraattóórriiooss ............................ 5544

................................................................................................................................ 5555 16 AMORTIZAÇÃO ACELERADA / EXCLUSÃO DO DESÁGIO

................................................................................................................................................................ 5566 16.1 CREDORES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

................................................................................................................................................................................................ 5566 16.2 CREDORES FORNECEDORES

1177..AAnnáálliissee ddee VViiaabbiilliiddaaddee ddaa PPrrooppoossttaa ddee PPaaggaammeennttoo ................................................................ 5588

1188 CCoonnssiiddeerraaççõõeess FFiinnaaiiss ................................................................................................................................................................ 5599

1199 NNoottaa ddee EEssccllaarreecciimmeennttoo ........................................................................................................................................................ 6600

2200 CCoonncclluussããoo .................................................................................................................................................................................................... 6611

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 4

11.. CCoonnssiiddeerraaççõõeess IInniicciiaaiiss

Este documento foi elaborado com o propósito de abranger e estabelecer os

principais termos do Plano de Recuperação Judicial proposto pela empresa Ampex

Brasil Empreendimentos Comerciais, Industrialização e Participações LTDA em

Recuperação Judicial, sob a égide da Lei de Recuperação Judicial, Extrajudicial e

Falência do Empresário e da Sociedade Empresária.

A empresa possui seu principal estabelecimento localizado à Rodovia BR 101, KM

116, nº 1840, sala 201, bairro Salseiros, Itajaí, Santa Catarina. Requereu em 13 de

Janeiro de 2014 o benefício legal da Recuperação Judicial, com fulcro nos artigos

47 e seguintes da Lei 11.101/05, tendo seu processo sido distribuído na 4º Vara

Cível da Comarca de Itajaí – Santa Catarina sob nº 0000357-47.2014.8.24.0033 no

dia 13 de Janeiro de 2014.

O Plano de Recuperação ora apresentado propõe a concessão de prazos e

condições especiais para pagamento das obrigações vencidas e vincendas sujeitas

aos efeitos da presente Recuperação Judicial, demonstra viabilidade econômico-

financeira da empresa bem como a compatibilidade entre a proposta de

pagamento apresentada aos Credores e a geração de caixa da empresa.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 5

22.. HHiissttóórriiccoo ee AApprreesseennttaaççããoo ddaa EEmmpprreessaa A Ampex Brasil Empreendimentos Comercias e Participações Ltda. iniciou suas

atividades há quase 6 anos, sendo os dois primeiros dedicados ao planejamento e

formação do negócio, e os anos seguintes dedicados a implementação do seu

projeto comercial.

A empresa foi criada e desenvolvida com foco para sua primeira fase de

implementação, na fixação da marca e na comercialização dos produtos,

terceirizando a produção junto a fornecedores de primeira linha, instalados em

países com grandes vantagens competitivas, visando fornecer no Brasil produtos

de alta qualidade e preços mais competitivos, principalmente nos produtos que

compõe a cesta básica dos consumidores brasileiros.

Contando com profissionais de grande experiência e tradição no mercado de

pescados em conserva, a Ampex Brasil Empreendimentos Comerciais e

Participações Ltda. desenvolveu uma linha inovadora de produtos, superior a

qualquer outra existente no mercado nacional, intitulada “Beira-Mar”.

A diferença começa na qualidade da matéria prima de seus ingredientes, passa

pelo original processo de produção, e termina nas embalagens desenvolvidas

especialmente para facilitar o dia a dia do consumidor.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 6

A Recuperanda possui um projeto para implantação de uma fábrica no Brasil, no

estado de Santa Catarina, para produção local e não mais depender de

importação. O projeto foi interrompido devido ao pedido de Recuperação Judicial,

tendo em vista o alto investimento demandado. Porém, assim que tiver condições

novamente a Recuperanda retomará este importante projeto, visando realizar um

de seus objetivos, o de produzir localmente.

Atualmente a Ampex é grande conhecida dos consumidores, trazendo

reconhecimento à sua qualidade. Com o beneplácito legal da Recuperação Judicial

espera transpor este momento passageiro de crise e voltar a crescer e trazer, cada

vez mais, qualidade à mesa dos consumidores brasileiros.

22..11 EEssttrruuttuurraa ddaa eemmpprreessaa ee PPrroodduuttooss

A Recuperanda atualmente possui sua estrutura formada por um escritório na

cidade de São Paulo e quatro centros de distribuição estrategicamente espalhados

pelo território nacional. Esses centros de distribuição garantem que a marca Beira-

Mar atinja todos os estados brasileiros.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 9

Atualmente a linha Beira-Mar é composta por doze produtos que já fazem parte do

dia a dia do brasileiro.

Tudo foi planejado cuidadosamente ao longo de dois anos para oferecer uma linha

de produtos que supere qualquer expectativa de qualidade e sabor.

O grande diferencial dos produtos Beira-Mar está no seu processo diferenciado de

produção. Após o pré-cozimento, as sardinhas e anchovetas são drenadas para a

eliminação de impurezas e somente após recebem o líquido de cobertura (óleo ou

molho de tomate), esse procedimento proporciona um produto de melhor qualidade

e de sabor superior.

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O atum sólido em água mineral é preparado com a parte mais nobre do atum, o

lombo do pescado.

É duplamente limpo, o que oferece baixo teor de gordura e calorias, e é

conservado exclusivamente em água mineral.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 11

A Beira-Mar também possui uma linha de produtos exclusivos para atender da

melhor forma o canal food servisse – bares, restaurantes, lanchonetes, pizzarias,

hotéis, padarias e bufês.

São produtos para facilitar o dia a dia da cozinha, no preparo dos pratos com

embalagens funcionais e quantidades ideais, evitando o desperdício.

� Atum ralado com óleo comestível 400g

� Atum em pedaços em óleo comestível 400g

� Atum em pedaços em óleo comestível 500g e 315g(embalagem pouch)

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 13

De acordo com pesquisa Nielsen realizada no ano de 2013, a marca Beira-Mar

ficou em 3º lugar tanto nas vendas de sardinhas como nas vendas de atuns,

ficando atrás apenas de marcas muito mais antigas e consolidadas no mercado,

demonstrando a grande aceitação do público em pouco tempo, traduzindo no

consumo dos brasileiros toda a preocupação da Recuperanda com a qualidade de

seus produtos.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 14

22..22 MMoottiivvooss ppaarraa oo PPeeddiiddoo ddee RReeccuuppeerraaççããoo JJuuddiicciiaall

A Recuperanda teve um ritmo muito grande de crescimento em seus primeiros

anos de operação, graças aos seus produtos diferenciados e pela relação positiva

entre preço praticado e a qualidade comercializada. Com pouco tempo no

mercado, já se posicionava entre os três maiores fornecedores de produto

enlatado de sardinha e atum no país.

Em 2010 a Recuperanda foi surpreendida com decisão repentina do Governo

Federal de aumento da alíquota de importação, que de 16%, passou para nada

menos do que 32%.

Esta alteração valeu apenas para os produtos industrializados, afetando

diretamente a Recuperanda, tendo em vista que no mesmo período a alíquota de

importação dos pescados in natura caíram.

Além disso, período do defeso (período em que as atividades de caça, coleta e

pesca esportivas e comerciais ficam vetadas ou controladas em diversos locais do

território nacional), onde a alíquota de produtos de importação in natura cai de 10%

para 2%, a alíquota dos enlatados se mantém em 32%, sem sofrer alteração.

Tal aumento repentino fez com que a operação passasse a apresentar resultados

negativos, tendo em vista que as margens já não são altas neste segmento e o

aumento no custo não pôde ser repassado ao preço de venda por conta das

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 15

condições de mercado. Portanto, o aumento de 100% na alíquota do imposto de

importação fez com que a Recuperanda apresentasse prejuízo em suas

operações, esvaziando seu caixa.

Além da alta de 100% na tributação de todos os seus produtos, houve a

desvalorização do Real frente ao dólar norte americano no mesmo período,

prejudicando ainda mais as finanças da Recuperanda, consumindo grande parte

de seu capital de giro próprio, obrigando-a obter recursos no mercado financeiro a

curto e médio prazos para fazer frente a suas obrigações concorrentes.

Abaixo demonstrativo de impacto do aumento do imposto de importação no

resultado da empresa, tendo em vista a impossibilidade de repasse ao preço de

venda, o que lhe causou prejuízo bruto:

Até meados de 2013 a empresa manteve o preço do produto industrializado,

postos na rede atacadista, esperando que houvesse o retorno da alíquota de

importação aos 16% anteriores. Sem sucesso, deteriorando ainda mais a situação

de seu fluxo de caixa, aumentando seu endividamento oneroso.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 16

A partir daí a Recuperanda foi obrigada a remodelar seu perfil de importação,

obtendo novos parceiros que não comprometessem a qualidade até então obtida e

também não afetassem o custo do produto.

Foram esses parceiros que surgiram após toda essa movimentação, que hoje

atendem às necessidades comercias da Ampex, especialmente com plantas

localizadas no Equador e Peru, cuja importações encontram vinculadas a acordos

multilaterais, entre o Brasil e esses Países, afastando o risco de aumentos na

tributação afetarem sua rentabilidade, como aconteceu anteriormente.

Portanto, fica claro para a Recuperanda que seus problemas financeiros foram

oriundos de um fato isolado e as medidas necessárias para que isto não mais

ocorra já foram tomadas.

A Recuperanda segue atuando e não perdeu seu espaço no mercado. Seus níveis

de faturamento aumentam gradativamente e já estão bem próximos às suas

melhores marcas registradas, devolvendo sua lucratividade necessária para

recomposição de capital de giro e pagamento de seu endividamento.

Desta maneira, fica clara sua condição de recuperação, podendo honrar com o

pagamento de seus credores e prosseguir com sua trajetória de crescimento.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 17

2.3 Restruturação interna

Após o início de sua crise a Recuperanda, através de sua diretoria, desenvolveu

um plano de restruturação financeiro-operacional baseado nas premissas

elencadas nos meios de recuperação previstos e na lucratividade necessária para

permitir a liquidação de seus débitos e a manutenção de sua viabilidade a

médio/longo prazo, o que depende não só da atual situação de endividamento,

mas também, e fundamentalmente, da capacidade de geração de caixa. As

medidas identificadas no Plano de Reestruturação Financeiro-Operacional então

incorporadas a um planejamento para o período de 15 (quinze) anos e estão

fundamentadas nas seguintes decisões estratégicas:

2.3.1 Área comercial

⟩ Reestruturação parcial da área comercial;

⟩ Foco das atividades em produtos/regiões de maior rentabilidade;

⟩ Plano de ação para realização de parcerias estratégicas;

⟩ Basear a liderança da empresa em parcerias estratégicas;

⟩ Estratégia de expansão gradual na participação de mercado, fazendo com

que haja pouca oscilação nas margens

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 18

2.3.2 Área administrativa

�� PPrrooggrraammaa ddee rreedduuççããoo ddoo qquuaaddrroo ffuunncciioonnaall ee ddee ggaassttoo ccoomm ppeessssooaall ee hhoorraass

eexxttrraass ee rreedduuççããoo ddee ddeessppeessaass ffiixxaass;;

�� FFoorrttaalleecciimmeennttoo ddaa ppoollííttiiccaa ddee rreeccuurrssooss hhuummaannooss ppaarraa qquuee ccoonntteemmppllee:: ppllaannooss

ddee ccaarrrreeiirraa bbaasseeaaddoo eemm rreessuullttaaddoo,, mmeellhhoorriiaass nnoo pprroocceessssoo ddee sseelleeççããoo,,

ttrreeiinnaammeennttoo ee vvaalloorriizzaaççããoo ssoocciiaall ee pprrooffiissssiioonnaall ddooss ccoollaabboorraaddoorreess iinntteerrnnooss

vviissaannddoo àà rreedduuççããoo ddoo ttuurrnnoovveerr ee rreedduuççããoo ddooss ccuussttooss ddee ppeessssooaall;;

�� FFoorrttaalleecciimmeennttoo oorrggaanniizzaacciioonnaall ee ddaa rreessppoonnssaabbiilliiddaaddee eessttrraattééggiiccaa ddee ttoommaaddaa

ddee ddeecciissããoo ppaarraa aallccaannççaarr mmeettaass ee aasssseegguurraarr aa aaddeerrêênncciiaa ddaass aaççõõeess aaooss

ppllaannooss;;

�� FFoorrmmaarr aass nnoovvaass ddiirreettrriizzeess ddee aaddmmiinniissttrraaççããoo ee ddaarr ssuuppoorrttee àà áárreeaa ccoommeerrcciiaall

aattrraavvééss ddee uummaa aannáálliissee SSWWOOTT ((SSttrreenngghhttss--ffoorrççaass,, WWeeaakknneesssseess--ffrraaqquueezzaass,,

OOppppoorrttuunniittiieess--ooppoorrttuunniiddaaddeess ee TThhrreeaattss--aammeeaaççaass));;

2.3.3 Área financeira

�� BBuussccaa ddee nnoovvaass lliinnhhaass ddee ccrrééddiittooss mmeennooss oonneerroossaass ee mmaaiiss aaddeeqquuaaddaass aaoo

ppllaanneejjaammeennttoo ooppeerraacciioonnaall;;

�� IImmppllaannttaaççããoo ddee uumm PPllaannoo OOrrççaammeennttáárriioo ccoomm rreevviissõõeess ttrriimmeessttrraaiiss;;

�� PPllaannoo ddee rreedduuççããoo ddooss ccuussttooss ffiixxooss ppaarraa mmeellhhoorriiaa ddaa mmaarrggeemm ooppeerraacciioonnaall

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 19

33.. OOrrggaanniizzaaççããoo ddoo PPllaannoo ddee RReeccuuppeerraaççããoo

QQuuaaddrroo ddee CCrreeddoorreess3.1

Leva-se em conta para projeção dos pagamentos a atual situação da Lista de

Credores apresentada pela Recuperanda, considerando a exclusão de R$ 500 mil

do Banco Safra e R$ 3.039.211,69 do Banco ABC por serem créditos

extraconcursais. Todo o restante é classificado como quirografário, conforme

quadro a seguir (matéria pendente de decisão judicial):

Composição por tipo de credor Classe Valor A.V%

Classe I - Credores Trabalhistas - 0,00% Classe II - Credores com Garantia Real - 0,00% ClasseIII - Credores Quirografários 36.383.924,81 100,00% Total 36.383.924,81 100,00%

Valores em Reais (R$).

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 20

44.. OO SSeettoorr ddee ppeessccaaddooss

A pesca é uma atividade econômica de bases muito simples, tanto no que diz

respeito aos seus métodos, quanto nos recursos exigidos. Em virtude disso, é

praticado pelo homem desde a antiguidade com, lanças, flechas, peneiras, redes,

anzóis e linhas, evoluindo com o tempo para ferramentas e processos mais

sofisticados, com o objetivo de aumentar a escala e a produção.

Os peixes, crustáceos, moluscos e outras espécies alvo da atividade pesqueira,

formam juntamente com a água e demais organismos hidróibios, biomas

estabilizados há milhares de anos. Eles integram uma cadeia alimentar

diversificada e complexa, que se inicia nos plânctons e nos matérias orgânicos

drenados pelo curso dos rios e termina nos locais criadores, como os mangues e

regiões estuarinas-lagunares.

Até hoje, a maior parte de todo o peixe consumido no mundo ainda depende do

estoque produzido espontaneamente pela natureza, isto é, depende da existência

de um ecossistema em equilíbrio, onde a reprodução acontece naturalmente. O

peixe é a mais recente proteína animal consumida em grande escala pelo homem.

Somente no século 20, as tecnologias de cultivo de espécies aquáticas

começaram a ser desenvolvidas e utilizadas em diversos países, incluindo o Brasil.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 21

Em suas condições mais primitivas, a atividade pesqueira causa um impacto

ambiental de baixa intensidade. No entanto torna-se cada vez mais impactante à

medida que aumenta a necessidade de produção em larga escala. Para isso, o

pescador é obrigado a utilizar técnicas e ferramentas mais agressivas, que vão das

chamadas artes de arrasto até os sistemas computadorizados de localização de

cardumes, utilizado pela pesca oceânica industrial. A extração de grandes volumes

pode exceder a capacidade de reprodução das espécies a causar a extinção

daqueles que tem maior demanda, além de atingir os biomas de forma

indiscriminada, provocando a redução da biodiversidade como um todo.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 22

55 OO ccrreesscceennttee mmeerrccaaddoo ddee ppeessccaaddoo

Em todo o mundo cresce a contribuição da proteína proveniente do pescado na

alimentação humana. Quando consideramos um consumo médio mundial de 19

kg/habitante/ano e levando-se em consideração as projeções de crescimento da

população mundial feita pela Organização das Nações Unidas, um aumento

crescente no consumo de pescado será observado como descrito na tabela a

seguir:

Tabela 1: Dados do consumo mundial de pescado em relação ao crescimento da população.

Ano Pop.

(bilhões) Consumo

(milhões/tons)

1950 2.5 48

1990 5.3 101

2000 6.3 119

2025 8.5 162

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55..11 OO AAuummeennttoo ddoo ccoonnssuummoo

Os brasileiros hoje consomem muito mais pescado do que antigamente, para

surpresa até de especialistas das áreas de alimentação e abastecimento.

Segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a média por habitante

ano no País alcançou 11,17 quilos em 2011, nada menos do que 14,5% a mais do

que em relação ao ano anterior. Já entre 2009 e 2010 o ritmo de crescimento da

demanda foi de 7,9%. Em dois anos (2010 e 2011) o crescimento da demanda por

peixes e frutos do mar aumentou em média 23,7%. Assim, pode-se acreditar, com

alguma margem de segurança (as importações continuaram aquecidas), que

atualmente os brasileiros já devem consumir pescado na média mínima

recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 12 quilos por

habitante/ano.

Este fenômeno de aumento acentuado de consumo de pescado, que se repete em

outras partes do mundo, pode ser explicado no País por alguns fatores, segundo

Eloy de Sousa Araújo, Secretário de Infraestrutura e Fomento do Ministério da

Pesca e Aquicultura (MPA). “Nos últimos anos a condição de vida dos brasileiros

melhorou, a moeda nacional, o real, readquiriu o poder de compra e a população

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procura alimentos mais saudáveis para consumo, sendo o pescado uma excelente

opção”, avalia.

O crescimento no consumo foi confirmado com a divulgação do Boletim Estatístico

do MPA sobre a produção brasileira de pescado em 2011, o mais recente

disponível. O boletim permitiu relacionar a produção nacional com as importações

e exportações de pescado neste ano de referência, bem como avaliar em

perspectiva os anos anteriores e as tendências de mercado.

55..11..11 UUmm nnoovvoo ppaattaammaarr

Há uma década os supermercados não contavam com espaço para a exposição

de peixes congelados e principalmente frescos, que era no imaginário popular

característica de local sujo; os supermercados desmistificaram isso e hoje

facilmente encontra-se peixes como o tambaqui, a pescada amarela, o pargo e a

cioba apenas pra citar alguns. Com o tempo, os jovens descobriram os sashimis

da culinária oriental e os restaurantes de comida a quilo nas cidades passaram a

oferecer pescado aos seus clientes. Também a indústria inovou com produtos de

preparo mais fácil, de cortes prontos e as pizzas de sabor atum.

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A demanda aquecida motivou a indústria do pescado, sobretudo da aquicultura

(cultivo de pescado), que é a modalidade com mais espaço para crescer a

produção. Ainda em 2011, a criação de pescado em cativeiro no Brasil atingiu

628,7 mil toneladas, o que representou um crescimento de 31,1% em relação ao

ano anterior. Entretanto, este grande empenho ainda foi insuficiente para atender a

demanda. Naquele ano, a produção brasileira de pescado alcançou 1,43 milhão de

toneladas, das quais uma pequena parte, 42.263 toneladas, foi destinada à

exportação. E o País ainda precisou importar 37% do pescado consumido.

Além dos peixes nacionais – o País tem uma das maiores biodiversidades em

pescado do planeta, como se pode observar em mercados populares e

supermercados - , os brasileiros tradicionalmente apreciam peixes de águas frias,

como o bacalhau (Cod Fish do mar do Norte), da Noruega, e o salmão,

proveniente especialmente do Chile, mas também da Argentina e da China.

Também peixes mais baratos da Ásia começaram a chegar à mesa dos brasileiros.

O fato é que, em 2011, as importações apresentaram um déficit da ordem de US$

1 bilhão.

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66..PPaannoorraammaa ggeerraall ddee ppeessccaaddooss

No mundo, o peixe é a proteína animal de maior consumo. Em 2011, por exemplo,

foram produzidas 130,8 milhões de toneladas de pescado para consumo humano,

enquanto a produção de bovinos alcançou neste mesmo ano 56,85 milhões de

toneladas e a de frangos 89,36 milhões de toneladas. Em 20 anos (1991/2011), a

produção mundial de bovinos aumentou 13%. Entretanto, o pescado está na frente

na corrida. Em apenas seis anos (2006/2011), o consumo humano de pescado

cresceu 14,43%. Em 2010, este extraordinário mercado já movimentava US$ 217,5

bilhões (dólares), segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e

Agricultura (FAO).

O peixe é a proteína que encontra mais espaço para crescer. Além de oferecer um

mundo de sabores – cada espécie, afinal, tem o seu diferencial na culinária -, o

pescado é leve e saudável. Em média, cada habitante do planeta consome 18,8

quilos de pescado por ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para

Alimentação e Agricultura (FAO). Em 2011, a produção mundial atingiu 154

milhões de toneladas, das quais 131 milhões foram destinadas a consumo

humano. Como a pesca de captura não pode aumentar muito o chamado “esforço

de pesca”, para não comprometer os estoques pesqueiros, a atividade aquícola

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(cultivo de pescado) está encontrando um gigantesco espaço para crescer e

atender a demanda atual e futura.

O maior interesse do brasileiro por peixes mostra um amadurecimento do perfil de

consumo de proteína animal no país.

Após um alto crescimento nos últimos anos, o consumo per capita de carne bovina

e de frango no Brasil está entre os maiores do mundo. Já o consumo de peixes,

assim como o de suínos, tem bastante espaço para crescer.

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77.. BBaallaannççaa ccoommeerrcciiaall ddooss ppeessccaaddooss

77..11 EExxppoorrttaaççõõeess

Quando se analisa o desempenho das exportações de pescado pelo Brasil,

verifica-se que houve uma redução (-67,48%) do volume exportado (113.838 t em

2003), em relação ao volume exportado em 2013 (37.019 t).

Da mesma forma, o valor das referidas exportação (US$ 243,3 milhões), embora

tenha apresentado um pequeno crescimento em relação aos valores de 2012 (US$

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237,3 milhões), quando se considera os valores do ano de 2003 (US$ 427,92

milhões), tem-se uma redução de (-56,86%).

77..22 IImmppoorrttaaççõõeess

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No período de 2003 a 2013, as importações brasileiras de pescado cresceram de

151,5 mil toneladas e US$ 202 Milhões (2003), para 418,6 mil toneladas e US$

1.45 bilhão em 2013. No ano de 2013, a China, o Chile, o Vietnã, a Argentina, o

Marrocos e a Noruega se destacaram como os seis maiores exportadores de

Pescado para o Brasil, cuja participação referente ao volume (324 mil toneladas) e

valor (US$ 1,04 Bilhão de dólares) correspondeu a 77,39% (volume) e 71,62%

(valor) de nossas importações, respectivamente. O Chile, no cômputo geral das

exportações para o Brasil, comercializou US$ 505,89 milhões, enquanto que a

China exportou menos da metade desse valor (US$ 239,58 milhões), fato que se

justifica pelo maior valor do produto chileno quando comparado com o chinês

(peixes diversos). Contudo, se em termos de valor o gigante asiático tenha

exportado menos que o Chile, sua liderança em volume de exportação (93.463 t)

para o Brasil se manteve na primeira posição do ranking.

Em relação às importações de Pescado da China, o destaque é para o fato de que

esses números apontam um incremento de 1.096,1% em volume e 766,47% em

valor (US$) em relação a 2009. A mesma análise, desta feita em relação ao Vietnã,

impressiona ainda mais, uma vez que houve um incremento de 1.567,68% em

volume e 1.632,86% em valor, em relação ao mesmo período do ano de 2009.

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Em relação à Argentina, quarto maior exportador de Pescado para o Brasil, os sete

principais produtos (vide slide Nº 12) comercializados em 2013 sequer eram

importados pelo Brasil em 2011. Tais produtos somaram 34 mil toneladas, o que

representa 89,10% em volume e 91% em valor, em relação a 2012.

E, se por um lado, o total anual de pescado da Argentina pelo Brasil foi de 34 mil

toneladas, por outro, o Brasil, a despeito de todo o potencial para a pesca e para a

aquicultura que sabemos existir e já tão exaustivamente discutido, além de possuir

um Ministério criado essencialmente para desenvolver todo esse potencial,

exportou para todos os países com os quais mantêm relações comerciais, apenas

de 37 mil toneladas. Ou seja, o Brasil importou da Argentina (34 mil toneladas),

quase que o mesmo volume que exportou para o mundo inteiro (37 mil toneladas).

Uma verdadeira afronta ao bom senso e à razoabilidade, princípio este norteia (ou

deveria nortear) a política pesqueira brasileira quando se considera o nosso

imenso potencial pesqueiro e suas vantagens competitivas.

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88.. EEnnllaattaaddooss:: oo ssuurrggiimmeennttoo ddaa ccuullttuurraa

Os alimentos começaram a ser enlatados industrialmente após a invenção do

francês Nicolas Appert (1749–1841). Cozinheiro e pâtissier, ele desenvolveu em

1795 uma técnica capaz de conservar duradouramente os alimentos. Aqueceu-os

a 100ºC, em vidros hermeticamente fechados, e com isso interrompeu o processo

natural de decomposição. Anteriormente, eram preservados com sal ou açúcar,

mediante defumação e cozimento seguido de imersão em gordura. Entretanto,

esses métodos alteravam o aroma, a cor, o sabor, a textura dos ingredientes ou

comidas. Appert foi recompensado pela descoberta. Napoleão Bonaparte

concedeu-lhe o prêmio, gigantesco para a época, de 12 mil francos. Sua

descoberta, batizada de "appertização", foi difundida no livro A Arte de Conservar

por Vários Anos Todas as Substâncias Animais e Vegetais, distribuído em toda a

França. Prosseguindo o trabalho, o inventor encomendou frascos de vidro mais

resistentes nos quais colocou frutas, hortaliças, sopas e laticínios. Foi copiado

imediatamente.

Em 1810, as indústrias de sardinha de Nantes, no Vale do Loire, adiantaram-se em

adotar a appertização. No mesmo ano, o Almanach des Gourmands, do escritor e

gastrônomo Alexandre Grimod de La Reynière, saudou a qualidade do peixe que

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preservavam. Também em 1810, Pierre Durand, um francês radicado na Inglaterra,

obteve do rei George II a patente para produzir conservas alimentícias segundo o

método de Appert. Julgando o vidro um recipiente frágil e pesado, optou pela folha

de flandres, ou seja, pelo ferro estanhado.

Começava a nascer a embalagem popular conhecida nos dias atuais. Depois da

folha de flandres veio o alumínio, mais versátil, proporcionando a moldagem em

diferentes formatos. Ultimamente, surgiu o TFS (tin free steel), aço sem estanho ou

cromado, reduzindo bastante o custo da embalagem. O revestimento interno se

tornou muito resistente e, portanto, seguro. Em outubro, um dos temas debatidos

no 10º Congresso Internacional de Nutrição, Longevidade e Qualidade de Vida,

realizado em São Paulo, foi justamente a contribuição da embalagem de aço para

a alimentação saudável.

A Marinha britânica entendeu rapidamente a importância da novidade. A partir de

1811, seus navios passaram a incluir, nas provisões de viagem, uma infinidade de

peixes, carnes, legumes e frutas em lata. A bordo, operaram o prodígio de reduzir

os índices de escorbuto, terror dos navegantes do passado devido à carência de

vitamina C e caracterizado pela tendência às hemorragias. Em terra, instalou-se o

entusiasmo pelos alimentos appertizados. A "epidemia da conserva", como a

denominam os franceses Peltier, Lemoine e Delon, espalhou-se pela Europa,

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alcançando a Austrália e a América. Nos Estados Unidos, surgiu em 1869 a

Campbell Company, famosa pela sopa celebrizada nas artes plásticas por Andy

Warhol, estrela da pop art. Aos poucos a indústria tomou os cuidados responsáveis

pela sanidade dos enlatados. O primeiro foi instalar-se nas regiões de origem dos

produtos e realizar a appertização logo após a pesca, abate ou colheita. Desse

modo, não são alterados de maneira significativa os teores de proteínas, lipídios e

glicídios.

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99.. AA mmaannuutteennççããoo ddooss nnuuttrriieenntteess nnoo aalliimmeennttoo eennllaattaaddoo

Uma forma de tornar mais econômica uma refeição saudável consiste na inclusão

de frutas e legumes enlatados, os quais são geralmente mais baratos e acessíveis

que os alimentos frescos. Mas a adição de entalados pode ter como consequência

a perda de nutrientes? Felizmente, não. Estudos demonstram que, assim como

ocorre com os produtos congelados, o valor nutricional dos enlatados é geralmente

parecido, senão melhor que o dos alimentos frescos, desde que eles não

contenham açúcares ou sal adicionados.

Frutas e legumes geralmente possuem mais vitaminas e nutrientes quando são

coletados. Durante o transporte, porém, ocorre uma redução dos nutrientes, e, na

maioria dos mercados consumidores, os alimentos muitas vezes ficam em

prateleiras ou armazenados durante dias até chegarem ao comprador.

O alimento enlatado também pode perder parte de seu valor nutricional,

especialmente os nutrientes solúveis em água, como as vitaminas B e C. De um

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modo geral, porém, esses nutrientes costumam permanecer relativamente

inalterados, pois estão protegidos dos efeitos deteriorantes do oxigênio.

Esse fato foi enfatizado em um relatório extenso sobre o assunto, publicado no

periódico “The Journal of the Science of Food and Agriculture” por pesquisadores

da Universidade da Califórnia, nos EUA. Segundo o estudo, “as frutas e os

legumes frescos geralmente perdem seus nutrientes mais rapidamente que os

enlatados ou congelados. A perda de nutrientes durante o armazenamento do

alimento fresco pode ser mais significativa que os consumidores imaginam” e pode

não estar refletida nos rótulos nutricionais.

Assim, apesar da má fama, frutas e legumes enlatados preservam muitos de seus

nutrientes.

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1100.. OO ppeeiixxee eennllaattaaddoo ccoommoo ooppççããoo ddee ccoonnssuummoo

pprrááttiiccoo ee ssaauuddáávveell

O Ministério da Saúde recomenda a inclusão do pescado na alimentação duas

vezes por semana

O peixe é um alimento que não pode faltar em uma dieta balanceada, pois previne

doenças cardiovasculares, diminui o nível de colesterol, ansiedade e ativa a

memória. A recomendação é que o pescado seja consumido pelo menos duas

vezes por semana de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, do

Ministério da Saúde (MS).

Ao comprar o peixe fresco é preciso limpá-lo. Em alguns casos, até retirar as

escamas. Uma solução prática e ao mesmo tempo saudável é o consumo de

peixes enlatados, como o atum e a sardinha.

No caso da sardinha, por exemplo, a espinha normalmente retirada quando o

peixe é comprado in natura é cozida dentro da lata de aço. Esta parte da sardinha

deve ser consumida, pois é rica em cálcio, mineral fundamental para os dentes e

os ossos.

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Na lata a espinha fica mole e fácil de mastigar, engolir e digerir. Já atum enlatado

tem a vantagem de poder ser consumido diretamente na lata ou como ingrediente

de molhos e pratos.

O tempo de conservação dos peixes enlatados também é outro diferencial a ser

ressaltado. Peixes congelados duram no máximo seis meses enquanto o sua

versão enlatada chega há dois anos sem

perder suas propriedades nutritivas e o sabor.

Além de ser prático, o peixe envasado em lata de aço não perde nenhuma

propriedade nutricional. O pescado quando conservado em óleo de soja ou em

azeite na lata não tem seus nutrientes dissipados, já que o processo de

preparação do alimento enlatado é diferenciado. O peixe é colocado cru dentro da

lata e depois de ser hermeticamente fechada, a embalagem é levada para fornos

em altas temperaturas, garantindo ainda mais a preservação dos nutrientes, como

o ômega 3.

Os benefícios do peixe enlatado também estão atraindo a atenção de

pesquisadores, que investem no estudo de novas espécies para envasar em lata

de aço. Um exemplo é a pesquisa desenvolvida na Unioeste (Universidade

Estadual do Oeste do Paraná), que tem como foco viabilizar o envase em lata de

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aço da tilápia. O peixe foi escolhido por ser comum na região sul do país. A autora

do projeto é a aluna Ana Maria da Silva, do último ano de Engenharia da Pesca.

Neste trabalho já foram produzidas, em parceria com a Furg (Fundação

Universidade Federal do Rio Grande) 350 latas de 820 gramas cada, com

diferentes tipos de corte de tilápia e três variações de molho: água e sal, tomate e

óleo vegetal.

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1111.. AAssppeeccttooss ggeerraaiiss ddooss ppeeiixxeess eennllaattaaddooss O mercado de pescado enlatado, que movimenta cerca de R$ 1 bilhã

por ano, tem,ainda, um grande espaço para crescimento.

Apenas 400 gramas de pescado enlatado são consumidos por pessoa no Brasill

durante um ano.

Um consumo muito baixo em relação ao de países da Europa, como Espanha e

Itália, nos quais é 10X maior.

Os enlatados tornaram-se muito conhecidos no mercado por sua praticidade, e, a

cada ano, as empresas deste segmento inovam, aprimorando a qualidade dos

produtos e a facilidade do manuseio das embalagens, com o objetivo de dar opção

e alternativas aos consumidores de peixes e enlatados e suprir a necessidade de

consumo.

Hoje em dia é possível encontrar embalagens que comportam a quantidade exata

de produto que será utilizado, como no caso das embalagens para o uso em

pizzas e refletiu na criação de uma embalagem pratica – já que foi criada com a

quantidade ideal para rechear uma pizza - fazendo com que o cliente perca menos

tempo para o preparo, e melhore seu armazenamento

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1122..PPrroojjeeççõõeess ddoo DDeesseemmppeennhhoo EEccoonnôômmiiccoo--FFiinnaanncceeiirroo

As projeções financeiras foram desenvolvidas assumindo-se a realidade atual da

Recuperanda e as perspectivas de faturamento e resultado. Todos os dados

levaram em consideração as medidas de melhoria – tanto no aspecto

administrativo como no operacional – implementadas, em curso ou a implementar,

conforme detalhado no item 2.3 deste plano.

1122..11 PPrroojjeeççããoo ddaass RReecceeiittaass

Para a projeção do volume de receita bruta nos 15 (quinze) anos contemplados no

plano foi considerado o atual planejamento comercial e o histórico da empresa.

Além disso, a recomposição de capital de giro próprio – a qual depende

fundamentalmente da retomada das duplicatas que ficaram retidas por seus

Credores Financeiros, sob pena de inviabilizar os números projetados - propiciará

à Recuperanda a expansão de faturamento, tendo em vista as melhorias de

margens obtidas com a recente alteração de fornecedores.

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⟩ _ A estratégia adotada foi realista, prevendo-se que a cada ano ocorra um

crescimento moderado no volume de vendas;

⟩ Para formar a base da projeção de receitas foi considerada a média real

realizada atualmente e o planejamento comercial que vem sendo executado

desde o pedido de recuperação judicial;

⟩ O volume projetado de receitas está totalmente de acordo com a capacidade

operacional da empresa e possíveis gastos adicionais estão previstos nos

custos e investimentos;

⟩ Os preços dos produtos não contemplam o efeito inflacionário. Por ser uma

projeção de longo prazo, torna-se inviável tentar estimar este indicador de

modo adequado, sendo assim, consideram-se os preços projetados em valor

presente, pressupondo que os efeitos inflacionários sobre os custos e

despesas serão repassados aos preços dos serviços prestados projetados

para garantir as margens projetadas.

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12.1.1 Projeção

Período Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8

Valor 68,96 76,62 83,73 88,14 92,78 97,66 100,68 103,80

Período Ano 9

Ano 10

Ano 11

Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Total

Valor 107,01 109,19 111,42 113,69 116,01 118,38 120,80 1.508,89

Valores em milhões de Reais (R$)

12.1.2 Análise

Para o primeiro ano da recuperação judicial foi projetado um volume de R$ 68,96 milhões

de faturamento, o que corresponde a R$ 5,75 milhão de média mensal. O crescimento

real projetado em termos monetários é mais alto no segundo ano, tendo em vista a

retomada imediata de mercado. A partir do terceiro ano o crescimento começa a diminuir

gradativamente e do décimo ao décimo quinto ano se mantém estável em 2% ao ano.

Ressalta-se que o crescimento projetado da receita é bastante condizente com a atual

situação. A Recuperanda tem poder para atingir este faturamento visto que, no passado

recente, já faturou R$ 120 milhões/ano, valor atingido nas projeções somente no décimo

quinto ano, tendo em vista a retomada gradativa do capital de giro e a retomada do

espaço no mercado consumidor, visando sempre a lucratividade mesmo que em menores

volumes.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 45

-

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15

Grafico de evolução de receita bruta durante o período de projeção - em milhões de R$

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1122..22 PPrroojjeeççããoo ddee RReessuullttaaddooss

1122..22..11 PPrreemmiissssaass

As seguintes premissas foram adotadas na projeção de resultado econômico-

financeiro:

⟩ Foi utilizado o Sistema Tributário Normal com apuração de Lucro Real sendo

consideradas assim as respectivas alíquotas de cada imposto incidente para

as projeções de resultados. Este Sistema Tributário é o adotado pela

empresa no momento da elaboração deste Plano de Recuperação;

⟩ O ano 1 da projeção considera os 12 meses subsequentes a data da

publicação no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado

de Santa Catarina da decisão de homologação do Plano de Recuperação

Judicial e consequente concessão da recuperação;

⟩ Para efeito de projeção a empresa inicia com “caixa zero”. Porém, há a

necessidade de retomada das duplicatas que ficaram retidas por seus

Credores Financeiros para que a empresa atinja o crescimento esperado no

faturamento e possa gerar o capital de giro próprio, a partir de sua operação,

indicado nas projeções.

⟩ Todas as projeções foram feitas em um cenário realista e a valor presente.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 47

1122..22..22 PPrroojjeeççããoo

Demonstração de resultados ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10 ANO 11 ANO 12 ANO 13 ANO 14 ANO 15 TOTAL

Receita bruta 68,96 76,62 83,73 88,14 92,78 97,66 100,68 103,80 107,01 109,19 111,42 113,69 116,01 118,38 120,80 1.508,89

Deduções da receita bruta 7,66 8,51 9,30 9,79 10,31 10,85 11,19 11,53 11,89 12,13 12,38 12,63 12,89 13,15 13,42 167,64

PIS 1,14 1,26 1,38 1,45 1,53 1,61 1,66 1,71 1,77 1,80 1,84 1,88 1,91 1,95 1,99 24,90

COFINS 5,24 5,82 6,36 6,70 7,05 7,42 7,65 7,89 8,13 8,30 8,47 8,64 8,82 9,00 9,18 114,68

ICMS 1,28 1,43 1,56 1,64 1,73 1,82 1,87 1,93 1,99 2,03 2,07 2,11 2,16 2,20 2,25 28,07

Receita líquida 61,29 68,10 74,43 78,35 82,47 86,81 89,50 92,27 95,12 97,06 99,04 101,06 103,13 105,23 107,38 1.341,25

Custo dos produtos vendidos 44,47 49,42 54,01 56,85 59,84 62,99 64,94 66,95 69,02 70,43 71,86 73,33 74,83 76,35 77,91 973,21

DESP.VARIÁVEIS DE VENDA 7,19 7,99 8,73 9,19 9,68 10,19 10,50 10,83 11,16 11,39 11,62 11,86 12,10 12,35 12,60 157,38

Comissões 1,14 1,27 1,39 1,46 1,54 1,62 1,67 1,72 1,77 1,81 1,85 1,88 1,92 1,96 2,00 25,00

Fretes 4,15 4,62 5,04 5,31 5,59 5,88 6,07 6,25 6,45 6,58 6,71 6,85 6,99 7,13 7,28 90,90

Devoluções 0,31 0,35 0,38 0,40 0,42 0,44 0,46 0,47 0,48 0,49 0,50 0,52 0,53 0,54 0,55 6,84

Descontos concedidos 1,58 1,76 1,92 2,02 2,13 2,24 2,31 2,38 2,46 2,51 2,56 2,61 2,66 2,72 2,77 34,64

Lucro Bruto 9,63 10,70 11,69 12,31 12,95 13,64 14,06 14,49 14,94 15,25 15,56 15,87 16,20 16,53 16,87 210,67

Despesas adm.e com. 7,05 7,23 7,41 7,52 7,63 7,75 7,86 7,98 8,10 8,22 8,34 8,47 8,60 8,73 8,86 119,73

Despesa financeira corrente 1,38 1,53 1,67 1,76 1,86 1,95 2,01 2,08 2,14 2,18 2,23 2,27 2,32 2,37 2,42 30,18

Despesa financeira dívida RJ 1,17 0,87 0,87 0,86 0,85 0,83 0,80 0,77 0,70 0,62 0,53 0,44 0,34 0,24 0,14 10,04

Lucro antes do IR/CSLL 0,03 1,06 1,74 2,16 2,62 3,11 3,38 3,67 4,00 4,22 4,45 4,69 4,94 5,19 5,46 50,71

IR/CSLL 0,00 0,19 0,31 0,40 0,48 0,58 0,63 0,69 0,75 0,79 0,84 0,88 0,93 0,98 1,03 9,48

Lucro Líquido 0,02 0,88 1,42 1,77 2,14 2,53 2,75 2,98 3,25 3,43 3,61 3,81 4,01 4,21 4,43 41,24

(+) Reversão apropriação juros RJ 1,17 0,87 0,87 0,86 0,85 0,83 0,80 0,77 0,70 0,62 0,53 0,44 0,34 0,24 0,14 10,04 (-) Pagamento de Juros dívida RJ - 0,91 0,92 0,92 0,90 0,90 0,88 0,89 0,83 0,76 0,68 0,59 0,49 0,40 0,32 10,40

(-) Pagamento principal dívida RJ - 0,07 0,29 0,51 0,58 0,87 1,16 2,33 2,62 2,91 3,06 3,20 3,35 3,64 4,51 29,11 (-) Passivo Tributário 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96 0,96 - - - - - - - - 6,73

(=)Recomp. De capital de giro acum. 0,23 0,04 0,16 0,41 0,94 1,57 2,11 2,64 3,14 3,51 3,93 4,39 4,90 5,32 5,05 5,05 Valores em milhões de Reais (R$)

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1122..22..33 AAnnáálliissee

Com base nos resultados projetados é possível destacar:

⟩ A recomposição de capital de giro próprio tem uma pequena

queda no segundo ano, depois disso ele aumenta ano após ano,

entretanto, a despesa financeira se mantém linear proporcionalmente.

Isto ocorre pelo fato de que o capital de giro próprio, aliado a retomada

das duplicatas retidas pelos Credores Financeiros, será utilizado para

expandir o faturamento nos níveis projetados, de diversas maneiras,

principalmente investindo em estoque, tendo em vista o prazo das

importações;

⟩ Conforme a projeção, o lucro líquido apurado ao final de

cada ano é suficiente para o pagamento da proposta aos credores e

ao cumprimento do pagamento não sujeito aos efeitos da recuperação

judicial. Considerando-se que os Credores reconhecidamente

extraconcursais possuem condição de auto liquidação parcial de seus

créditos, pela utilização, até o limite contratual, das garantias

fiduciárias devidamente performadas na forma e para os efeitos do

artigo 1.361- § 1º do código civil brasileiro, não havendo impacto, até

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 49

os limites contratados, na projeção financeira apresentada neste

plano.

Desta forma, fica demonstrada a viabilidade da superação da situação

de crise econômico-financeira da Recuperanda, permitindo que seja

mantida a fonte produtora do emprego dos trabalhadores e os

interesses dos credores, promovendo assim a preservação da

empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

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1133 MMeeiiooss ddee rreeccuuppeerraaççããoo

A Recuperanda, visando transpor a atual situação de crise e voltar a ter equilíbrio

financeiro, possibilitando o pagamento aos seus credores e trazendo benefício a

todos os seus stakeholders, efetuou seu pedido de recuperação judicial.

Por estes motivos, e para que seja possível dar prosseguimento à revitalização das

atividades, trazendo apenas ações benéficas aos credores, após a aprovação

deste plano de recuperação judicial, fundamentada no artigo 50 da lei 11.101/2005,

a Recuperanda fica autorizada pelos seus credores a buscar os mais viáveis meios

de recuperação, tais como:

I - Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de

subsidiária integral, venda de unidade produtiva isolada;

II - Alteração do controle societário;

III - Aumento de capital social;

IV - Trespasse ou arrendamento de estabelecimento total ou parcial

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1144 PPaaggaammeennttoo aaooss CCrreeddoorreess Para que a proposta de pagamento seja viável se faz necessário que a mesma

seja condizente com a capacidade de pagamento demonstrada pelas projeções

econômico-financeiras, sob pena de inviabilizar o processo de recuperação da

empresa.

Os créditos listados na Relação de Credores do devedor poderão ser modificados,

e novos créditos eventualmente poderão ser incluídos no Quadro Geral de

Credores, em razão do julgamento de incidentes de habilitação, divergências, ou

impugnações de créditos ou acordos.

Se novos créditos forem incluídos no Quadro Geral de Credores, conforme previsto

acima, os Credores receberão seus pagamentos nas mesmas condições e formas

de pagamento estabelecidas neste Plano, de acordo com a classificação que lhes

foi atribuída, sem direito aos rateios de pagamentos eventualmente já realizados.

Caso sejam incluídos Credores na Classe II – Garantia Real, receberão da mesma

forma prevista para os Credores Quirografários.

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1144..11 CCllaassssee IIIIII –– CCrreeddoorreess QQuuiirrooggrraaffáárriiooss

Para que a geração de caixa da Recuperanda seja suficiente para o pagamento,

de acordo com o demonstrado na projeção de resultados, será aplicado deságio de

20% sobre os créditos dos Credores da classe III Quirografários.

O saldo após a aplicação do deságio será pago em 162 parcelas mensais,

vencendo-se a primeira parcela ao final do 19° mês após a data da publicação da

decisão que conceder a recuperação judicial à Recuperanda.

A amortização da dívida ocorrerá conforme tabela abaixo:

Período Pagamento de juros Pagamento do principal

Saldo devedor

Ano 1 - - 29.107.139,85

Ano 2 911.241,43 72.767,85 29.034.372,00

Ano 3 917.746,15 291.071,40 28.743.300,60

Ano 4 917.438,51 509.374,95 28.233.925,65

Ano 5 904.468,14 582.142,80 27.651.782,86

Ano 6 898.002,50 873.214,20 26.778.568,66

Ano 7 882.453,70 1.164.285,59 25.614.283,07

Ano 8 892.923,80 2.328.571,19 23.285.711,88

Ano 9 831.959,19 2.619.642,59 20.666.069,29

Ano 10 761.911,41 2.910.713,98 17.755.355,31

Ano 11 676.930,13 3.056.249,68 14.699.105,62

Ano 12 587.407,27 3.201.785,38 11.497.320,24

Ano 13 493.342,82 3.347.321,08 8.149.999,16

Ano 14 400.587,14 3.638.392,48 4.511.606,68

Ano 15 322.149,67 4.511.606,68 - Total 10.398.561,85 29.107.139,85

Valores em Reais (R$)

Os valores pagos serão distribuídos de acordo com a proporcionalidade de cada

crédito em relação ao total da classe III Quirografários.

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R$ 0,00

R$ 1.000.000,00

R$ 2.000.000,00

R$ 3.000.000,00

R$ 4.000.000,00

R$ 5.000.000,00

R$ 6.000.000,00

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15

Gráfico de demonstrativo de evolução de pagamentos - em milhões de R$

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1155 AAttuuaalliizzaaççããoo MMoonneettáárriiaa ddooss CCrrééddiittooss ee JJuurrooss RReemmuunneerraattóórriiooss Para a atualização dos valores contidos na lista de credores deste processo de

recuperação judicial na classe única – III - será utilizado o Índice da Taxa

Referencial - TR, criada pela Lei nº 8.177/91, de 01.03.1991 e Resoluções CMN –

Conselho Monetário Nacional – nº 2.437, de 30.10.1997. Esta começará a incidir

sobre o passivo da recuperação judicial a partir da data do pedido de recuperação

judicial da Recuperanda. Além da TR, a título de juros remuneratórios, serão pagos

3% ao ano, que também incidirão a partir da data do pedido de recuperação

judicial da Recuperanda. Tanto a atualização monetária quanto os juros

remuneratórios serão pagos juntamente com as parcelas mensais do principal da

dívida, conforme demonstrado no item 14.1.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 55

16 Amortização acelerada / exclusão do deságio A Recuperanda, no intuito de privilegiar a todos os Credores, com objetivo de

excluir o deságio da proposta de pagamento e/ou acelerar o recebimento, propõe

uma forma opcional de amortização do passivo.

Desta forma, garantirá para a totalidade dos Credores da Recuperação Judicial,

além da proposta comum apresentada, a possibilidade de participação nesta

proposta adicional. As formas de amortização acelerada são divididas nos tipos de

Credores constantes do rol de Credores da recuperação judicial, quais sejam:

Credores Financeiros e Credores Fornecedores.

A adesão dos Credores a esta proposta adicional deverá ocorrer mediante a

assinatura de termo de adesão a aceleração dos pagamentos e não excluirá o

referido Credor do recebimento pela proposta comum.

A vigência da adesão na proposta de aceleração dos pagamentos será por tempo

indeterminado, porém, limitando-se o recebimento pelo Credor por esta proposta

ao limite do valor constante no quadro geral de Credores da Recuperação Judicial,

após a aplicação do deságio constante na proposta comum.

A seguir, as regras desta proposta.

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16.1 Credores Instituições Financeiras > Os Credores Financeiros que se habilitarem a participar desta forma de

amortização diferenciada deverão liberar todos os recebíveis/recursos financeiros

retidos, fazendo com que a Recuperanda recomponha seu capital de giro e tenha

possibilidade de ampliar seu faturamento e cumprir com seu plano de recuperação

judicial.

> Os Credores Financeiros que optarem por esta proposta adicional não terão

deságio em sua dívida, recebendo a integralidade de seus créditos no mesmo

prazo proposto no item 14.1.

16.2 Credores Fornecedores > Os Credores Fornecedores que se habilitarem a participar desta forma de

aceleração da amortização destinarão novos recursos através da venda com prazo

de matérias-primas ou de prestação de serviços para a Recuperanda;

> Os montantes das tranches a serem fornecidas através de venda não terão seu

valor mínimo limitado, embora fique a cargo da administração da Recuperanda

aceitar a oferta dos fornecedores, de acordo com seu nível de estocagem, previsão

de vendas e preço da matéria-prima / serviço ofertados;

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 57

> Os recursos fornecidos através de venda de matérias-primas ou serviços

deverão ser utilizados pela empresa exclusivamente para produção e manutenção

da operação;

> Para amortização do passivo existente no quadro geral de credores referente ao

credor fornecedor que se habilitar para participar desta proposta de amortização

acelerada será destinado 0,04% por cada dia de prazo sobre o total de cada fatura

de novos fornecimentos, considerando-se 100% deste valor como pagamento

acelerado do passivo da recuperação judicial, sendo que este pagamento ocorrerá

1 (um) dia após o vencimento das faturas dos recursos viabilizados pelos

Credores:

Desta forma, para ilustração, o credor que conceder 30 dias de prazo receberá

1,20% além do valor vendido como aceleração do passivo da recuperação judicial.

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1177..AAnnáálliissee ddee VViiaabbiilliiddaaddee ddaa PPrrooppoossttaa ddee PPaaggaammeennttoo

As projeções demonstram que a Recuperanda tem plena condição de liquidar suas

dívidas constantes na forma proposta, bem como os créditos não sujeitos a

recuperação judicial.

Além disso, as projeções mercadológicas realizadas por órgãos vinculados ao

segmento/atividade da empresa para os próximos anos indicam favorável e

constante elevação na demanda, fazendo com que a operação gere o caixa

necessário, ficando desmonstrada, desta forma, a viabilidade da continuidade das

atividades da Recuperanda bem como de sua proposta de pagamento.

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1188 CCoonnssiiddeerraaççõõeess FFiinnaaiiss O Plano de Recuperação Judicial proposto atende aos princípios da Lei de

Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência do Empresário e da Sociedade

Empresária (Lei nº. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005 - “Lei de Recuperação de

Empresas”), garantindo os meios necessários para a recuperação econômico-

financeira da empresa. Neste sentido, foram apresentados diferentes meios para a

Recuperação Judicial da empresa no Plano de Recuperação Judicial, objeto deste

documento.

Salienta-se ainda que o Plano de Recuperação Judicial apresentado demonstra a

viabilidade econômico-financeira da empresa através de diferentes projeções,

desde que as condições propostas para o pagamento aos credores sejam aceitas.

Importante ainda destacar que um dos expedientes recuperatórios ao teor do artigo

50 da referida Lei de Recuperação de Empresas, é a “reorganização

administrativa”, medida que foi iniciada e encontra-se em implementação.

Portanto, com as projeções para os próximos anos favoráveis ao mercado de

pescados combinado ao conjunto de medidas ora proposto neste Plano de

Recuperação Judicial, fica demonstrado à efetiva possibilidade do pagamento dos

débitos vencidos e vincendos.

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1199 NNoottaa ddee EEssccllaarreecciimmeennttoo A participação e o trabalho técnico desenvolvido pela empresa AALC

CONSULTORIA na elaboração deste Plano de Recuperação Judicial deu-se

através da modelagem das projeções financeiras de acordo com as informações e

premissas fornecidas pela Ampex Brasil Empreendimentos Comerciais,

Industrialização e Participações LTDA em Recuperação Judicial. Estas

informações alimentaram o modelo de projeções financeiras da AALC, indicando o

potencial de geração de caixa da empresa e consequentemente a capacidade de

amortização da dívida.

Deve-se notar que o estudo da viabilidade econômico-financeira se fundamentou

na análise dos resultados projetados para a empresa e contém estimativas que

envolvem riscos e incertezas quanto à sua efetivação, pois dependem

parcialmente de fatores externos à gestão da empresa.

As projeções para o período compreendido em 15 (quinze) anos foram realizadas

com base em informações da própria empresa e das expectativas em relação ao

comportamento de mercado, preços, estrutura de custos e valor do passivo inscrito

no processo.

Assim, as mudanças na conjuntura econômica nacional bem como no

comportamento das proposições consideradas refletirão nos resultados

apresentados neste trabalho.

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Plano de Recuperação Judicial | AMPEX 61

2200 CCoonncclluussããoo

Este Plano de Recuperação Judicial, fundamentado no princípio da par conditio

creditorum, implica novação objetiva e real dos créditos anteriores ao pedido, e

obriga a empresa Ampex Brasil Empreendimentos Comerciais, Industrialização e

Participações LTDA. em Recuperação Judicial, e todos os Credores a ele sujeitos

nos termos do artigo 59 da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas),

do artigo 385 da Lei nº 10.406, de 10.01.2002 (Novo Código Civil) e artigo 584,

inciso III, do caput da Lei 5.869/1973 (Código de Processo Civil). A sentença

concessiva da Recuperação Judicial constitui título executivo judicial, novando e

substituindo todas as obrigações sujeitas à Recuperação Judicial. A Recuperanda

honrará com os pagamentos posteriores ao segundo ano somente com o

cumprimento dos artigos 61 e 63 da Lei 11.101/2005.

A AALC CONSULTORIA que elaborou este Plano de Recuperação Judicial,

acredita que o processo de reestruturação do tipo de negócio da Recuperanda,

bem como as correspondentes projeções econômico-financeiras detalhadas neste

documento, desde que sejam implementadas e realizadas, possibilitará que a

empresa mantenha-se viável e pague seus débitos na forma proposta.

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