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Plano de Aula – Cefaleias 10 e 17 de Abril de 2015
Prof. Dr. José Carlos B. Galego
1-Introdução:
A cefaleia representa uma das principais causas de consulta ao neurologista.
Apesar da maioria dos pacientes com cefaleia não apresentar lesão intracraniana
subjacente demonstrável (cefaleia primária), deve-se considerar a perda da qualidade de
vida daqueles que padecem de cefaleias crônicas e o alto custo monetário assistencial
envolvido. Também é fundamental diagnosticar as cefaleias secundárias logo no início
de sua manifestação, considerando que muitas vezes sua evolução pode ser muito grave.
2- Objetivos:
Diagnosticar por meio da anamnese as principais cefaleias primárias (migrânea,
cefaleia tensional e cefaleia em salvas), como também reconhecer os sintomas e sinais
de alarme das principais cefaleias secundárias.
3- Principais Tópicos que serão desenvolvidos:
3.1 A epidemiologia das principais cefaleias primárias já citadas e das principais
secundárias (atribuídas ao traumatismo craniano, ao transtorno vascular e neoplasias
intracranianas e ao uso excessivo de analgésicos).
3.2 A fisiopatologia das cefaleias (estruturas sensíveis à dor, sistema trigêmino-
vascular e os neuropeptídios relacionados à dor e inflamação).
3.3 O quadro clínico das principais cefaleias primárias e secundárias (os
sintomas e sinais mais frequentemente observados).
3.4 O diagnóstico das cefaleias em acordo com os critérios diagnósticos da
Classificação Internacional das Cefaleias de 2013 e a indicação de exames subsidiários
quando necessários.
3.5 O diagnóstico diferencial entre cefaleias primárias e secundárias (sintomas
chaves e marcadores clínicos de alarme).
3.6 Os princípios de tratamento da migrânea, cefaleia tensional e da cefaleia em
salvas (tratamento sintomático e profilático).
Questões para orientação do estudo
Após a aula o aluno deverá pesquisar e responder as seguintes questões:
1. Quem sofre de migrânea tem maior risco para aneurisma intracraniano?
2. O aneurisma intracraniano dá algum sintoma prévio antes de sua ruptura?
3. Como o aneurisma se manifesta?
4. Quando um paciente tem aneurisma, seus parentes próximos devem fazer
investigação diagnóstica preventiva?
5. Quais os sintomas mais frequentes das neoplasias intracranianas?
6. Por que o consumo excessivo de analgésicos pode piorar as cefaleias primárias?
7. Quando indicar tratamento sintomático ou profilático para a migrânea?
8. Quais alimentos podem desencadear uma crise de migrânea?
9. A migrânea tem cura?
10. A migrânea é hereditária?
11. A migrânea piora ou melhora na gravidez?
12. A migrânea desaparece na menopausa?
13. Por que a menstruação pode desencadear crises de migrânea?
14. Qual a diferença entre migrânea e sinusite?
15. Dor de cabeça frequente pode ser neoplasia intracraniana?
16. Cisticercos calcificados no cérebro, identificados na tomografia do crânio
produzem cefaleia?
Bibliografia para consulta:
1- ROWLAND, Lewis P. Merrit, Tratado de Neurologia. 11ª ed. Rio de Janeiro;
Guanabara Koogan, 2011.
2- BRASIL NETO J. P.; TAKAYANAGUI O.M. Tratado de Neurologia da
Academia Brasileira de Neurologia. São Paulo; Elsevier, 2013.
3- Classificação Internacional de Cefaleias 3ª Edição 2014 http://www.cefaleias-
spc.com/wordpress/wp-content/uploads/2014/12/ICHD-3beta-Sinapse.pdf
CEFALEIAS
José C. B. Galego
CEFALEIA
• É uma dor ou desconforto que ocorre na
parte superior da cabeça, que pode se
irradiar à face, dentes, maxila e pescoço.
DEFINIÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA CEFALEIA
• Modo de instalação
• Localização
• Caráter da dor
• Intensidade
• Duração
CARACTERÍSTICAS DA CEFALEIA
• Frequência
• Sinais e sintomas associados
• Fatores desencadeantes
• Fatores de piora
• Fatores de melhora
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
Os tecidos de revestimento
do crânio
Estruturas sensíveis à dor
Os grandes seios venosos
intracranianos
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
A duramater na base do
crânio
Estruturas sensíveis à dor
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
As artérias meníngeas
média e anterior
Estruturas sensíveis à dor
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
Os nervos trigêmeo,
glossofaríngeo e vago
Estruturas sensíveis à dor
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
As grandes artérias da base do
cérebro
Estruturas sensíveis à dor
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
Os nervos cervicais
superiores (nervo
occipital maior e
menor)
Estruturas sensíveis à dor
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
• O parênquima cerebral
• As pequenas artérias
• A duramater sobre a convexidade
Estruturas indolores
FISIOPATOLOGIA DA CEFALEIA
Transmissão da dor
Nervo Trigêmeo:
acima da tenda do cerebelo
Nervos Glossofaríngeo e Vago
abaixo da tenda do cerebelo
MECANISMOS BÁSICOS DA
CEFALEIA
• Tração e deslocamento das estruturas sensíveis à
dor
• Dilatação das artérias cranianas
• Inflamação em qualquer das estruturas sensíveis à
dor
• Compressão dos nervos trigêmeo, glossofaríngeo e
vago
CLASSIFICAÇÃO
INTERNACIONAL DAS CEFALEIAS
PARTE 1
CEFALEIAS PRIMÁRIAS
1. Migrânea
2. Cefaleia do tipo tensional
3. Cefaleias trigêmino autonômicas
4. Outras cefaleias primárias
Headache Classification Committee of the Internacional Headache Society (IHS). The
Internacional Classification of Headache Disorders, 3rd edition (beta version)
Cephalalgia 2013; 33:629
PARTE 2
CEFALÉIAS SECUNDÁRIAS
5. Cefaleia atribuída a trauma ou ferimento na
cabeça e/ou pescoço
6. Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou
cervical
7. Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano não-
vascular
8. Cefaleia atribuída a uma substância ou a sua
retirada
PARTE 2
CEFALÉIAS SECUNDÁRIAS
9. Cefaleia atribuída a infecção
10. Cefaleia atribuída a transtorno da homeostase
11. Cefaleia ou dor facial atribuída a transtorno do
crânio, pescoço, olhos, ouvido, nariz, seios da
face, dentes, boca ou outras estrutura faciais ou
cranianas
12. Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico
MIGRÂNEA
• Cefaleia unilateral pulsátil de moderada a forte
intensidade, que piora com o esforço físico,
durando de 4 a 72 horas, acompanhada de náuseas,
vômitos e / ou fotofobia e fonofobia.
MECANISMO DA DOR NA MIGRÂNEA
ESTRESSE / EMOÇÕES
HIPOTÁLAMO
NÚCLEOS DA RAFE / LOCUS CERULEOS
ESTÍMULOS SENSITIVOS (VIA TRIGÊMEO)
ATIVAÇÃO DO SISTEMA TRIGÊMINO-VASCULAR
SISTEMA TRIGÊMINO-VASCULAR
1
2 3
Fibras do nervo
trigêmeo nos vasos
sanguíneos da meninge
FIBRA DO NERVO TRIGÊMEO NO VASO
SANGUÍNEO DA MENINGE
SISTEMA TRIGÊMINO-VASCULAR
LIBERAÇÃO DE CGRP, SUBSTÂNCIA P E
CININAS
4
2 31
5 6
Ativação
vascular
Liberação de
neurotransmissores
Piora da dor
O NÚCLEO CAUDAL DO TRIGÊMEO
TRANSMITE SINAIS DOLOROSOS PARA O
TÁLAMO E CÓRTEX CEREBRAL
Estímulos sensitivos
(via trigêmeo)
Liberação desubstâncias
inflamatóriasExtravasamento
de plasma
DOR
Dilatação das artérias cerebrais
MECANISMO DA DOR NA MIGRÂNEA
MIGRÂNEA COM AURA
• Distúrbio visual
• Parestesias ou dormência unilateral
• Hemiparesia
• Afasia
Precedendo ou acompanhando a cefaléia
da migrânea, ocorre um dos sintomas de
aura:
CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL
• Cefaleia bilateral, opressiva de fraca a
moderada intensidade, que não piora com a
atividade física de rotina, durando de
minutos a dias, sem náuseas ou vômitos.
CEFALEIA EM SALVAS
• Hiperemia
conjuntival
• Lacrimejamento
• Congestão nasal
• Edema palpebral
ipsilateral
• Rinorréia
• Sudorese frontal
• Miose e/ou ptose
palpebral
Dor orbital e / ou supra-orbital unilateral, de muito
forte intensidade, durando de 15 a 180 minutos, com
no mínimo um dos seguintes sintomas do lado da dor:
TOPOGRAFIA DAS PRINCIPAIS
CEFALÉIAS
NEURALGIA DO TRIGÊMEO
• Paroxísmos de dor lancinante em choque
• Região sensitiva do nervo trigêmeo
• Breve duração
• Zonas de gatilhoV1
V2
V3
DAS, 21 anos, feminino, costureira.
A paciente refere que há 4 anos iniciou com episódios de
cefaleia pulsátil, fronto-temporal direita, de forte intensidade,
de aparecimento semanal com duração de até dois dias,
acompanhada de náuseas e vômitos. Durante as crises de dor
precisa de repouso em quarto escuro.
Refere que antes do aparecimento da cefaléia apresenta
bolas e riscos coloridos no campo visual com duração de
aproximadamente 20 minutos. Outras vezes tem escurecimento
de parte da visão lateral com igual duração, seguindo-se então,
a cefaléia.
Exame Físico Geral e Neurológico: normais
JMA, 36 anos, feminino, bancária.
A paciente refere que há 3 anos vem apresentando
episódios de cefaleia holocraniana, que se manifestam de 2 a 3
dias por semana com duração de algumas horas até 2 dias.
Sente um aperto ao redor da cabeça, de fraca a
moderada intensidade que não interrompe as atividades da
paciente. Nega náuseas e fotofobia, porém refere fonofobia
durante a cefaleia.
A cefaleia na maioria das vezes inicia no final da manhã
ocorrendo piora no final do dia. Refere também dor em peso na
região da nuca durante os episódios de dor. Faz uso de dipirona
por via oral em todos os episódios de cefaleia, apresentando
melhora. Nega náuseas ou vômitos.
Exame Físico Geral e Neurológico: normais
PLM, 40 anos, masculino, motorista.
O paciente refere que há 5 anos vem apresentando
episódios de dor na região frontal e orbital esquerda, de muito
forte intensidade "sente uma faca penetrando no olho", com
duração de aproximadamente 1 hora, que não melhora com
analgésicos, nem com repouso. Nega náuseas, fotofobia ou
fonofobia.
Refere que do mesmo lado da dor apresenta olho
vermelho, lacrimejamento e rinorréia. Relata também que em
algumas ocasiões acorda no meio da noite com esta dor.
Permanece até três meses com episódios dolorosos quase
diários apresentando então, períodos longos de melhora de até
dois anos.
Exame Físico Geral e Neurológico: normais
Cefaleia atribuída ao uso excessivo de medicamentos
Discentes:
Sérgio Henrique Navarro Júnior n° 58
Thamara Angeliny Carvalho n° 59
Vitor Emanuel Duarte Pimenta n° 60
Disciplina de Neurologia – 4º Série Médica 2015
Introdução• Trata-se da cefaleia secundária mais comum vista na prática clínica, sendo sua incidência de 21 % na atenção primária, e 70 % dos pacientes vistos num serviço de cefaleias terciário;
• O uso excessivo de medicamentos é um dos fatores mais importantes para a progressão de migrânea episódica para migrânea crônica;
•Geralmente ocorre em razão do seguimento do tratamento medicamentoso estabelecido pelo médico para uma cefaleia pré-existente;
•Difícil identificar o medicamento causador com precisão, pois esses pacientes geralmente praticam a polifarmácia.
Classificação
Critérios diagnósticos• A. Cefaleias ocorrendo em 15 ou mais dias por mês num doente com uma cefaleia pré-existenteB. Uso excessivo por mais de 3 meses de um ou mais fármacos que podem ser tomados para o tratamento agudo e/ou sintomático da cefaleiaC. Não melhor explicada por um outro diagnóstico da ICHD-3 beta
•Os doentes devem ser codificados num ou mais subtipos de 8.2 Cefaleia pelo uso excessivo de medicamentos, de acordo com o medicamento utilizado de modo excessivo e os critérios para cada um deles.Ex: 8.2.1 Cefaleias por uso excessivo de ergotamina
8.2.2 Cefaleias por uso excessivo de triptanos8.2.3 Cefaleias por uso excessivo de analgésicos simples
• Observações importantes:
Fisiopatologia• Lembrar que o uso excessivo de medicamentos é apenas um dos fatores que levam a evolução de migrânea episódica para migrânea crônica
•Atualmente, acredita-se que a Cefaleia atribuída pelo uso excessivo de medicamentos ocorre por dois mecanismos principais
Alterações na expressão e sensibilidade de receptores;
Via da sensibilização central
• Alterações na expressão e sensibilidade de receptores:
Downregulation em receptores corticais do sistema 5-HT -> induzido por triptanos
Upregulation de receptores associados a receptores pró-nociceptivos do córtex
• Via da sensibilização central:
• Mecanismo semelhante à hiperalgesia induzida por opioides
Sumatriptanos, ergotaminas e analgésicos
aumentam a sensibilidade dos neurônios da
coluna dorsal e provocam disfunção do
sistema serotoninérgico
Hiperexcitação do
sistema trigeminal
Diminuição do
limiar da dor
Dor
Alastramento da
onda de depressão
pelo córtex cerebral
Alodíni
a
Complicações clínicas do uso excessivo de analgésicos• Principal aspecto a ser levado em conta -> automedicação. Como se tratam de remédios de venda livre e com propagandas “milagrosas” nas mídias, a população tende a utilizar em grande monta e exageradamente esses medicamentos
•Complicações desse uso excessivo:
reações de hipersensibilidade,
dependência,
nefrotoxicidade,
hepatotoxicidade,
náuseas,
vômitos,
redução da motilidade do trato gastrintestinal,
hemorragias digestivas,
broncoconstrição,
cefaléia
Princípios do Tratamento• O objetivo é restaurar o padrão episódio da migrânea, cessando o uso da medicação desencadeante -> fazer diminuição paulatina
• Cabe ao médico promover a educação do paciente acerca do uso excessivo de medicamentos para cefaleias, oferecendo apoio psicológico, encorajamento
• Assinalar que, no início do processo, a tendência da cefaleia é se tornar mais intensa -> encorajar a continuar
• Caso necessário, pode se utilizar de uma terapia de ponte para evitar exacerbações. O quadro abaixo são as medicações mais utilizadas. Lembrar sempre de não usar a medicação que o paciente usava previamente nessa terapia.
• A duração deve ser de 5 a 14 dias.
• Caso necessário, pode se utilizar de uma terapia de ponte para evitar exacerbações. O quadro abaixo são as medicações mais utilizadas. Lembrar sempre de não usar a medicação que o paciente usava previamente nessa terapia.
• A duração deve ser de 5 a 14 dias.
Referências• Diamond, Seymour et al. Headache and Migraine Biology and Management. 1º ed. Waltham; Academic Press, 2015.
•Rowland, Lewis P. Merrit. Tratado de Neurologia. 11ª ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2011.
•http://jasn.asnjournals.org/content/20/10/2098.full
•http://www.pharmacytimes.com/publications/otc/2013/OTCGuide-2013/Pain-Control-Using-Nonprescription-Analgesics
Cefaleia secundária Critérios diagnósticos
a) Qualquer cefaleia atendendo o quesito C
b) Quando foi diagnosticada outra perturbação
cientificamente documentada como podendo causar
cefaleia
c) Evidência de causalidade demonstrada por, pelo
menos, dois dos itens:
1) A cefaleia desenvolveu-se em relação temporal com o
inicio da presumida perturbação causal
2) A cefaleia piorou com o agravamento da perturbação
causal
3) A cefaleia melhorou em paralelo com a melhoria da
presumida perturbação causal
4) A cefaleia tem as características típicas da presumida
perturbação causal
5) Existe outra evidencia de causalidade
Primária ou Secundária?
Cefaleia relacionada temporalmente com um
traumatismo ou lesão da cabeça/pescoço:
cefaleia secundária atribuída ao traumatismo.
Cefaleia preexistente com características de uma
cefaleia primaria, que torna-se crônica ou se
agrava significativamente em estreita relação
temporal com o traumatismo: Dx de cefaleia
inicial e de cefaleia atribuída ao traumatismo.
Características Gerais
Desenvolve-se 7 dias após lesão ou 7 dias após
recuperação da consciência
Aguda (3 meses) ou persistente
Assemelha-se às cefaleias de tensão ou a
enxaqueca
Sindrome pós- concussional: tonturas, fadiga,
concentração, lentificação psicomotora, memória,
insonia, ansiedade, irritabilidade
Patogênese
Multifatorial: lesão axonal, alterações do
metabolismo e hemodinâmica, genética,
estresse.
Fatores de risco: história prévia, lesão pouco
grave, mulher, condições psicológicas
Cefaleia Aguda Atribuída a Lesão
Traumática crânio-encefálica
moderada ou grave
Traumatismo crânio-cefálico com pelo menos
uma das seguintes características:
Perda de consciência > 30 min
Escala de coma de Glasgow < 13
Amnésia pós-traumática durando > 24h
Imagiologia evidenciando uma lesão traumatica
encefálica, como hemorragia intracraniana e/ou
contusão cerebral.
Cefaleia aguda pós-traumática
atribuída a lesão crânio- cefálica
ligeira
Preencher os mesmos critérios da moderada ou
grave
Associada a um ou mais dos seguintes sintomas
imediatamente após o traumatismo:
Confusão transitória, desorientação ou alteração da
consciência
Perda de memória para eventos imediatamente
antes ou depois o traumatismo
Dois ou mais sintomas sugestivos de traumatismo
(náusea, vomito, alterações de visão, tontura,
vertigem, alterações de memoria ou concentração)
Cefaleia persistente atribuída à
lesão traumática cranioencefálica:
Cefaleia > 3 meses causada por traumatismo
cranioencefálico.
Critérios diagnósticos:
A: qualquer cefaleia dentro de C e D
B: ocorrência de trauma
C: surge dentro de 7dias após uma das situações:
TCE
Recuperação da consciência após TCE
Descontinuação da medicação que reduza a cefaleia pós TCE
D: cefaleia >3meses após TCE
E: Não melhor explicada por outros diagnósticos
Cefaleia persistente atribuída à
lesão cranioencefálica moderada ou
grave:
Critérios diagnósticos:
A: Preencher os critérios anteriores
B: TCE com pelo menos uma das características:
Perda de consciência > 30’
Escala de coma de Glasgow < 13
Amnésia pós-traumática > 24h (duração entre o trauma e a
recuperação da memória)
Alteração do nível de consciência > 24h
Exame de imagem com lesão traumática encefálica
(hemorragia e/ou contusão cerebral)
Cefaleia persistente atribuída à
lesão cranioencefálica ligeira:
Critérios diagnósticos:
A: preencher os critérios para cefaleia persistente
B: TCE que siga:
1. não cumpra os critérios de cefaleia moderada ou grave
2. associado a um dos sinais/sintomas imediatamente após o
TCE:
Confusão transitória, desorientação ou alteração da
consciência
Perda de memória p/ eventos imediatamente antes ou após o
trauma
2/+ sintomas: náuseas, vômitos, alterações de visão, tonturas
e/ou vertigens, alterações da memória e/ou da concentração.
Cefaleia aguda atribuída a lesão em
contragolpe:
Cefaleia aguda atribuída a lesão em
contragolpe:
Cefaleia < 3 meses causada por lesão em
contragolpe.
Critérios diagnósticos:
A: qualquer cefaleia dentro de C e D
B: ocorrência de lesão em contragolpe com dor
cervical e/ou cefaleia no momento
C: surge dentro de 7dias após o trauma
D: uma das situações:
Desaparece dentro de 3 meses após a lesão
Persiste, mas ainda não passaram 3 meses após a lesão
E: Não melhor explicada por outros diagnósticos
CEFALEIA PERSISTENTE
ATRIBUÍDA A LESÃO EM
CONTRAGOLPE
mais de 3 meses de duração
D. persiste mais de 3 meses
E. não é melhor explicada por outro diagnóstico
(International Classification of Headache Disorders)
lesão em contragolpe = ocorrência súbita de
movimentos contidos e inadequados de
aceleração/desaceleração da cabeça com
flexão/extensão do pescoço. Pode ocorrer após
forças de impacto grandes ou pequenas
Cefaleia após lesão em contragolpe persistente → considerar a possibilidade de Cefaleia por uso
excessivo de medicamentos
CEFALEIA AGUDA ATRIBUÍDA A
CRANIOTOMIA Cefaleia com menos de 3 meses de duração causada por
craniotomia cirúrgica
Critérios de diagnóstico:
A. qualquer tipo preenchendo critérios C e D
B. foi realizada uma craniotomia cirúrgica
C. aparece dentro de 7 dias após uma das seguintes situações: craniotomia
recuperação da consciência após craniotomia
descontinuação da medicação que diminua a capacidade de sentir ou descrever a cefaleia após a craniotomia
D. uma das seguintes situações: a cefaleia desaparece até 3 meses após a craniotomia
cefaleia persiste, porém ainda não passaram 3 meses
E. não melhor explicada por outro Dx da ICHD-3
CEFALEIA AGUDA ATRIBUÍDA A
CRANIOTOMIA
Quando a craniotomia foi realizada após o
traumatismo, classificar como Cefaleia aguda
atribuída a lesão traumática crânio-encefálica
moderada ou grave.
pode ocorrer em mais de 2/3 dos doentes após a
craniotomia
maioria dos casos desaparece no período agudo
pós-operatório
mais frequente após cirurgia à base do crânio
que em outras localizações
CEFALEIA AGUDA ATRIBUÍDA A
CRANIOTOMIA
embora a dor seja sentida com máxima
intensidade no local da cirurgia, pode ser mais
difusa e assemelhar-se à cefaleia tipo tensão ou
à enxaqueca
necessário excluir outras cefaleias secundárias
que podem ocorrer após a cirurgia
diversas possíveis etiologias, porém deverão ser
consideradas a cefaleia cervicogênica
(posicionamento durante a cirurgia), a por fístula
de LCR, infecções, hidrocefalia e hemorragia
intracraniana.
CEFALEIA PERSISTENTE
ATRIBUÍDA A CRANIOTOMIA mais de 3 meses de duração causada por
craniotomia cirúrgica
Critérios de diagnóstico:
D. persiste por mais de 3 meses após a craniotomia
E. não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3
Quando a craniotomia foi realizada após o traumatismo crânio-encefálico, classificar como Cefaleia persistente atribuída a lesão traumática crânio-encefálica moderada ou grave
Cerca de 1/4 dos doentes que desenvolve Cefaleia aguda atribuída a craniotomia também desenvolverá a persistente.
Quando a cefaleia após craniotomia se torna persistente, deverá ser considerada a possibilidade de Cefaleia por uso excessivo de medicamentos.
Nicole Favretto Baltazar – no 50
Nicolle Kolber – no 51
Paola Beatriz Ferrés – no 52
Patricia Silva de Marco – no 53
•A hemorragia subaracnoidea (HSA) é a causa mais
frequente de cefaleia intensa, persistente e
incapacitante de início súbito (cefaleia explosiva);
•É uma condição grave:
-a taxa de mortalidade é de 40-50%;
-10-20% dos doentes morrem antes de chegar ao
hospital;
-50% dos sobreviventes ficam incapacitados;
Cefaleia atribuída a hemorragia
subaracnoidea (HSA) não
traumática
O início abrupto é a característica principal;
Tipicamente intensa e súbita, atingindo a
intensidade máxima em segundos (cefaleia
explosiva) ou minutos.
Pode ser o único sintoma da HSA.
Pode, no entanto, ser moderada e não se
acompanhar de outros sinais.
Critérios de Diagnóstico-
Classificação Internacional de
Cefaleias 2014:A. Qualquer cefaleia de novo preenchendo o critério C
B. Foi diagnosticada uma hemorragia subaracnoidea (HSA) na ausência de traumatismo craniano
C. Há evidência de causalidade demonstrada por, pelo menos, dois dos seguintes:
1. a cefaleia desenvolveu-se em estreita relação temporal com os outros sintomas e/ou sinais clínicos da HSA ou conduziu ao diagnóstico de HSA
2. a cefaleia melhorou significativamente a partir da estabilização ou melhoria dos outros sintomas ou sinais clínicos e imagiológicos da HSA
3. a cefaleia teve início súbito ou explosivo
C. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD3 beta.
• Trauma é a causa mais comum
• Forma espontânea: aneurismas correspondem a 75-80%
das HSA e malformações arteriovenosas a 4-5%
• Menos frequentes: vasculites no SNC, distúrbios de
coagulação, tumores, dissecção de artéria cerebral e
doença falciforme, entre outras
• Etiologia desconhecida: 14 a 22% dos casos
• Cerca de 80% dos pacientes com HSA não traumática
apresentam ruptura de aneurisma sacular
• DENTRE OS ANEURISMÁTICOS:
• etiologia: idiopáticos (congênitos), ateroscleróticos ou
hipertensivos, embólicos, infecciosos, traumáticos e
associados com outras condições clínicas (Ehlers–Danlos,
Marfan)
Reflete uma combinação de fatores congênitos, adquiridos e hereditários
Os defeitos congênitos no músculo e tecido elástico da camada média arterial, observados em 80% dos vasos normais do polígono de Willis, gradualmente se deterioram à medida que são expostos a estresses hemodinâmicos do fluxo sanguíneo pulsátil
Esses defeitos levam a dilatações microaneurismáticas (< 2mm) das artérias do polígono de Willis em 15 a 20% da população
Distúrbios ocorrem nas bifurcações arteriais
PATOGENIA DOS ANEURISMAS SACULARES
LOCALIZAÇÃO
De 80 a 95% na circulação arterial
anterior, oriunda da artéria carótida; os
demais no território das artérias
vertebrobasilares na circulação
posterior.
FATORES DE RISCO Estudos apresentam dados divergentes
Alguns sugeridos são
1. história familiar de HSA (5-20%)
2. HAS (17% e risco aumentado nas mulheres )
3. cocaína e álcool
4. uso de anticoncepcional oral (ACO) e terapia de reposição hormonal (TRH),
5. gestação, parto
6. hipercolesterolemia e esforço físico.
7. Tabagismo é o único fator de risco que foi identificado constantemente em todos os estudos
QUADRO CLÍNICO
O típico paciente tem um súbito início de cefaleia severa (descrita como a pior de sua vida) desenvolvida durante um esforço. 1/3 dos pacientes apresenta apenas cefaleia
Diminuição transitória da consciência ou fraqueza nas pernas frequentemente acompanham a cefaleia.
Vômitos podem ocorrer logo depois.
O exame médico pode mostrar hemorragia retiniana, rigidez de nuca (irritação meníngea), agitação, diminuição do nível de consciência e sinais neurológicos focais.
CEFALEIA
Sintoma cardinal associado com a apresentação clínica do aneurisma(até 97% dos casos)
Cefaleias focais geralmente progressivas ocasionalmente assinalam a compressão, exercida pelo aneurisma em expansão, de estruturas sensíveis à dor
Podem também ocorrer cefaleia focal e repentina “sentinela”, ou “cefaleia trovão” (emergência clínica)
São frequentemente intensas e podem ser acompanhadas de náuseas ou vômitos, ou, ainda, podem causar irritação meníngea
Cefaléia severa em dias ou semanas que precederam à hemorragia(frequentemente associada a uma pequena HSA, expansão aneurismática, trombose ou sangramento intramural)
CEFALEIA
Pode estar presente por mais de 2 semanas, possivelmente provocada pela irritação da dura-máter suprajacente ou pelo efeito de massa
Pode ser localizada ou generalizada
Pode se resolver espontaneamente com o uso de analgésicos não-narcóticos
Tais cefaleias menos severas têm incorretamente determinado o diagnóstico de uma condição mais comum – possível enxaqueca, cefaleia tipo tensional ou cefaleia causada pela sinusite.
Exames diagnósticos
A tomografia computadorizada de cranio (TCC) deve ser o primeiro estudo diagn stico executado para avaliar a possibilidade de uma HSA, pois: Tem alta sensibilidade → demonstra presença de HSA em
90 a 95% dos pacientes que realizam o exame dentro de 24 horas após a hemorragia.
Tem valor progn stico → fornece dados que predizem a possibilidade de ocorrência de vasoespasmo, como a escala de Fischer;
É importante no diagn stico de reas de infarto cerebral decorrente do vasoespasmo
Desvantagem → a detecção de sangue intracraniano na TCC torna-se mais difícil com o passar do tempo, medida que o sangue e seus produtos de degradação se tornam isodensos.
Escala de Fischer• Utilizada para predizer a ocorrência de
vasoespasmo após hemorragia
Exames diagnósticos A o lombar excluira certamente a hemorragia.
Deve ser realizada em pacientes nos quais a apresentação
clínica é sugestiva de HSA e na ueles em ue a T é negativa,
e uívoca ou tecnicamente inadequada.
Punc ão lombar traum tica x HSA: a ltima não apresenta uma
diminuição da contagem de hemácias entre o primeiro e o último
tubos de líquido cefalorraquidiano (LCR).
Quando o líquido for emorr gico, uma das amostras deve ser
centrifugada e o sobrenadante e aminado procura de
xantocromia. Divergência de opiniões: presença de xantocromia
como primeiro critério para o diagn stico de HSA em pacientes com
TCC negativa x Demora para xantocromia ser evidenciada ap s
algumas horas do sangramento.
Alguns estudiosos do assunto recomendam esperar 12 horas
depois do início da cefaléia para realizar a punção lombar o
entanto, é nas primeiras 12 horas ap s a emorragia ue maior
potencial para ressangramentos.
Exames diagnósticos
eali ação de angiotomografia ou de a giorresso ancia consiste em mais uma etapa da investigação diagn stica. Atualmente esses exames também estão sendo usados
como screening.
O rastreamento foi sugerido para aqueles pacientes com alto risco de desenvolvimento de aneurisma (pacientes com uma ist ria familiar de aneurisma intracraniano ou com doença do rim policístico)
A angiografia cerebral por cateterismo seletivo dos quatro vasos cerebrais permite o diagn sticodefinitivo e a caracteri ação do aneurisma, possibilitando um timo planejamento do tratamento definitivo.
TRATAMENTO DA HSA Objetivo: evitar novo sangramento, excluir o saco
aneurismático da circulação intracraniana e preservar a artéria mãe e seus ramos, assegurar perfusão e oxigenação do cérebro
Na emergência:
Rebaixamento de consciência – intubação e suplementação de O2
Não diminuir PA, a não ser que PAS encontre-se acima de 18-20 mmHg (nifedipino)
Pacientes torporosos ou em coma, com HSA extensa – 1 g/kg de manitol a 20% e dreno ventricular externo - hipertensão intracraniana
Antifibrinolíticos
Anticonvulsivante – fenitoína 20 mg/kg
Tratamento cirúrgico
Excisão cirúrgica é o tratamento definitivo – risco de 5 a 10% de morbimortalidade, proporcional ao tamanho do aneurisma
Cirurgia imediata
Embolização endovascular – pacientes de alto risco
Em aneurismas não rotos assintomáticos: controvérsia quanto à cirurgia (risco de 2 a 5%), comparar com risco de rompimento do aneurisma sem reparo
Terapia endovascular
Embolização endovascular por cabos espirais – segura e eficaz – frequência de complicações: 9%, risco de novo sangramento é mínimo
23% menos probabilidade de morte ou incapacidade 1 ano depois, comparada à cirurgia
Menos manipulação física, redução da isquemia por vasoespasmo
Necessidade de reavaliação periódica para assegurar oclusão duradoura – 5% dilatação recorrente
Tratamento na UTI
Controle da PA liberado após reparo do aneurisma e perfusão adequada
Anticonvulsivantes suspensos no 1º dia pós OP, 1 semana nos mais graves
Bloqueador de canal de Ca: reduz frequência de deterioração isquêmica tardia
Dexametasona: controverso – reduz cefaleia associada ao vasoespasmo
Drenos – hidrocefalia obstrutiva, risco de infecção
Tríplice H: terapia hipertensiva-hipervolêmica-hemodilucional: aumentar PA (140 a 220) e DC (melhorar fluxo cerebral) , PD pulmonar > 14
Evolução e prognóstico 20% não sobrevivem até a alta
Idosos – isquemia tardia por vasoespasmo
Fatores de pior prognóstico: baixa gradação clínica, idade avançada, aneurisma grande, novo sangramento, infarto por vasoespasmo e edema cerebral, além de: febre, hiperglicemia e anemia
Incapacidades: alterações cognitivas – memória, concentração, velocidade psicomotora, habilidade visuoespacial e função executiva. Depressão e ansiedade
Aproximademente 12% dos pacientes com HSA devido a aneurisma morrem antes de receber cuidado e 20% após admissão
Metade dos que sobrevivem fica incapacitada
Referências ROWLAND, Lewis P. Merrit, Tratado de
Neurologia. 11ª ed. Rio de Janeiro;
Guanabara Koogan, 2011
Benedito Oscar Colli. Hemorragia
Subaracnóidea Espontânea
http://rca.fmrp.usp.br/graduacao/aulas/n
euro/texto8.pdf
http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos
/373.pdf
Cefaleia atribuída a Neoplasia Intracraniana
Paula Krauter nº54
Rafaela Boldorini nº56
Sabrina Morissugui nº57
Introdução
• A cefaleia atribuída a neoplasia intracranianaé uma cefaleia secundária e pode serclassificada em:
– Cefaleia atribuída a neoplasia intracraniana
– Cefaleia atribuída a meningite carcinomatosa
– Cefaleia atribuída a hipo ou hipersecreçãohipotalâmica ou hipofisária
Introdução• Definição: Cefaleia geralmente progressiva,
pior de manhã e agravada por manobras devalsalva, causadas por um ou mais tumoresintracranianos com efeito de massa.
• Cefaleia é o sintoma generalizadomais comum nas neoplasiasintracranianas – 30 a 40%.
• Pode indicar lateralidade do tumor geralmente não é específicanem localizante.
Manobra de valsalva
Critérios diagnósticos
Classificação Internacional de Cefaleias – 3ª edição - Tradução portuguesa - 2014
Fisiopatologia• Os mecanismos envolvidos na produção das
cefaleias são basicamente deslocamento, tração,distensão, irritação ou inflamação das estruturassensíveis a dor: artérias do polígono de Willis,grandes seios venosos intracranianos e suasveias tributárias, a parte basal da dura-máter eos nervos sensitivos.
Fisiopatologia
• A gênese da dor deve-se à invasão do cérebro,com a destruição do tecido subjacente;compressão cerebral com a expansão de umamassa intracraniana; obstrução do LCR comaumento da PIC; e herniação.
Neoplasias intracranianas mais comuns
• Gliomas
– Astrocitoma
– Glioblastoma multiforme
– Oligodendroglioma
– Ependimoma
• Meningeoma
• Metástases
Exames subsidiários• Ressonância Magnética: é o exame de escolha,
superior à TC. Deve ser realizada com e semcontraste.
• Tomografia computadorizada (TC): difícilvisualização de lesões infiltrativas de baixo grau elesões na fossa posterior.
• PET: é útil para medida dometabolismo do tumor.
• EEG: Quase nunca ajuda no diagnóstico de tumorcerebral.
Tratamento e Prognóstico
Cefaléias tratamento das crises• Analgésicos (Acetaminofen/Paracetamol, Dipirona Sódica)• Antiinflamatórios (Ibuprofeno, Nimesulida, Naproxeno
sódico)
Tratamento específico da neoplasia:• Cirurgia• Radioterapia• Quimioterapia
Baseia-se em eliminar o foco causador da algia (neoplasia),
e concomitantemente tratar os sintomas.
Prognóstico
Dependente do tipo de neoplasia:
• Gliomas cerca de um ano de sobrevida.
• Meningiomas excisão completa pode curarmuitos meningiomas, porém a recorrênciadepende da extensão da ressecção e idade dopaciente. Maior recorrência em > 65 anos.
• Metástase sintomas melhoram em 80%dos pacientes com radioterapia paliativa, masa mediana de sobrevida é de 4 a 6 meses.
Referências
• ROWLAND, Lewis P. Merrit, Tratado deNeurologia. 11ª ed. Rio de Janeiro; GuanabaraKoogan, 2011.
• Classificação Internacional de Cefaleias. 3 ªedição 2014 – Tradução Portuguesa. Disponívelem:http://www.cefaleias-spc.com/wordpress/wp-content/uploads/2014/12/ICHD-3beta-Sinapse.pdf. Acesso em: 27/03/2015
• NITRINI, Ricardo, A Neurologia que todo médicodeve saber. 2ª ed. São Paulo; Atheneu, 2003.
Sinais e Sintomas de Alerta da Cefaleia
Alunos:Mariana T. Padovani nº43
Mariela P. Graner nº 44Marina Bragheto nº 45
Matheus Maranha nº 46
Introdução
Cefaleia: todo processo doloroso referido no segmento cefálico (origem em qualquer das estruturas faciais ou cranianas).
Afeta mais as mulheres
Maior frequência nos anos de maior produtividade
No Brasil: responsáveis por 9% das consultas por problemas agudos em atenção primária
Sinais e Sintomas de Alerta
Importância:
Indicativo de gravidade emergência: alto risco para doenças intracranianas agudas
Relacionados a cefaleias secundárias (sintoma de uma outra doença subjacente)
Conduta diferenciada quando presentes (indicação de exames complementares)
Sinais e Sintomas de Alerta
A primeira ou pior cefaleia
Início súbito ou recente
Início após os 50 anos
Intensidade e frequência progressiva e persistentemente maiores
História de câncer ou SIDA
Alterações no exame neurológico
Febre e/ou outros sinais de doença sistêmica/ sinais meníngeos
Traumatismo craniano
Mudança nas características
Cefaleia relacionada com esforço
Cefaleias persistentemente unilaterais
Cefaleia nova associada à crise epiléptica
Refratariedade ao tratamento
Conduta
Paciente com cefaleia
Características usuais?
Sinais de alarme?
Exame neurológico normal?
Sim
Não
Excluircefaleias secundárias
com exames complementares
apropriados
Não
Sim
Não
Significado dos sintomas e sinais cursando com outras doenças
A pior cefaleia de início súbito ou recente: Rompimentode aneurisma, hemorragia subaracnóide ou de doenças infecciosas, como meningite;
Início após 50 anos: Arterite temporal, tumor, hematoma subdural;
Intensidade e frequência progressiva e persistente: L es expansivas intracranianas e em casos de hidrocefalia cro nica;
História de câncer: Tumor cerebral; Alterações no exame neurológico: Encefalopatia,
tumores, tromboflebites, AVC; Febre: Meningite viral, infecções sistêmicas;
Significado dos sintomas e sinais cursando com outras doenças
Mudança nas características: C nc mita ncia de outra doenca.
Cefaleia relacionada ao esforço: o expansiva intracraniana; hematoma subdural; c ia c r aca (em idosos com doenca coronariana);
Cefaleias persistentemente unilaterais: Hemicrania paroxística crônica, cefaleia em salvas e nevralgia do trigêmeo.
Cefaleia nova associada à crise epiléptica: Associada a infecção sistêmica;
Refratariedade ao tratamento: A cefaleia é secundária a uma outra doença não diagnosticada ou cefaleia primaria nao foi corretamente diagnosticada.
Exemplo de cefaleias secundárias que cursam com os sinais e sintomas de alerta
Cefaleias secundárias que se iniciam após os 50 anos de idade Cefaleias secundárias a tumores intracranianos;
Hematoma subdural;
Doença cerebrovascular;
Arterite de células gigantes (arterite temporal);
Neuralgias (principalmente a neuralgia de trigêmeo);
Exemplo de cefaleias secundárias que cursam com os sinais e sintomas de alerta
Cefaleia de esforço Malformações da transição occípito-cervical (Arnold-Chiari);
Aneurismas intracranianos;
Cefaleia secundária relacionada a neoplasia
Cefaleias Progressivas ou Refratárias ao Tratamento: Pacientes com cefaleias secundárias que se manifestam
clinicamente com características de cefaleias primárias Pacientes com estado de mal enxaquecoso refratário;
Exemplo de cefaleias secundárias que cursam com os sinais e sintomas de alerta
Cefaleias secundária a traumas (traumatismo) cranianos e/ou cervicais (batidas na cabeça e/ou pescoço);
Cefaleia associada a alterações do exame neurológico, rebaixamento do nível de consciência, rigidez de nuca ou à febre Hipertensão craniana (Intensa, contínua, matinal, progressiva,
associada à náuseas e vômitos em jato; Pode haver sinais neurológicos focais, rigidez de nuca e alteração de consciência).
Arterite Temporal (Idosos; Sintomas gerais como febre, astenia, perda de peso).
Exames Subsidiários
Tomografia Computadorizada Baixo custo, facilidade e disponibilidade;
Não é necessário de rotina;
Sangramentos intracranianos e traumatismos.
Ressonância Magnética;
Eletroencefalograma não é útil; A não ser em associação à epilepsia.
Exames Subsidiários
Exame do Líquor Sinais de infecção, sangramento, processo inflamatório;
Suspeita de hiper ou hipotensão intracraniana;
Detectar sangue ou células inflamatórias
Uso de neuroimagem não é indicado em: Pacientes adultos com cefaléia recorrente definida como
migrânea, incluindo aquelas com aura visual, sem alteração recente no padrão da cefaléia, sem história de convulsões e sem alterações no exame neurológico.
Referências
Pinto MEB, Wagner HL, Klafke A, Ramos A, Stein AT, Castro Filho ED, Pereira CF, Sarmento E. Projeto Diretrizes: Cefaleias em Adultos na Atenção Primária à Saúde: Diagnóstico e Tratamento 2009.
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2200/cefaleia.htm
http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340228079_cefaleia.pdf
http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/10/Avalia%C3%A7%C3%A3o-do-paciente-com-cefaleia.pdf
http://assinantes.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2200/cefaleia.htm
http://cefaleias.com.br/causas-dor-de-cabeca
José Geraldo Speciali: Classificação das cefaleias, 1997