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PLANEJAMENTO SUCESSÓRIODiferentemente do que ocorria até poucotempo atrás no Brasil, vem sendo cada vezmais frequente a utilização deinstrumentos jurídicos visando àorganização patrimonial e ao planejamentosucessório. Esse fenômeno decorre deinúmeras razões, sendo as principais delasa inexistência de legislação clara esatisfatória para a transmissão dos bensem caso de falecimento (a ponto de,muitas vezes, não se saber quem são todosos herdeiros), a tentativa de facilitar atransmissão e de evitar conflitos entre osherdeiros (o que é algo recorrente noJudiciário) e a busca pela redução da cargatributária incidente sobre a tramitação dopatrimônio.

No âmbito das famílias empresárias, o tema doplanejamento sucessório vem se fazendo aindamais presente, na medida em que acontinuidade dos negócios da família (e,consequentemente, a manutenção dopatrimônio familiar) muitas vezes depende deuma sucessão exitosa.

OBJETIVOS E BENEFÍCIOSBusca-se, com o planejamento sucessório,organizar e/ou antecipar a transmissão dosbens aos herdeiros, de modo que talestruturação possa resultar benefícios dasmais diversas ordens. Pode-se citar, dentreeles: a preservação e a perpetuidade dopatrimônio familiar; a organização e amelhor gestão patrimonial; a prevenção deconflitos entre os herdeiros; a proteçãolícita do patrimônio em relação a terceiros;a não formação de condomínio entre os

herdeiros; a simplificação do procedimentopara a transferência dos bens em caso defalecimento; a redução de custos. Nem sempretodos esses objetivos serão alcançados deforma automática e concomitante a partir doplanejamento sucessório, visto que estepoderá, por vezes, ser desaconselhável sob umdeterminado aspecto (como o tributário, porexemplo), mas ainda assim aconselhável sobum outro aspecto (como a perpetuidade dopatrimônio, por exemplo).

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FERRAMENTASSão diversas as ferramentas que podemser utilizadas em uma organizaçãopatrimonial e sucessória. Tais ferramentasnão são excludentes entre si, sendobastante comum a combinação de mais deum instrumento, de modo que aestruturação do planejamento possa semoldar às circunstâncias patrimoniais epessoais de cada família.Dentre tais ferramentas, pode-se citar otestamento, a doação, a partilha em vida, ainstituição de usufruto, a contratação deseguro de vida ou de previdência privada, acriação de fundação, bem como a

constituição de fundos de investimento,offshore e trust. Destaca-se, ainda, a holdingfamiliar, instrumento que se faz cada vez maispresente no âmbito das famílias detentoras deimóveis ou de participações societárias. Alémdisso, no bojo de um planejamento sucessório,é fundamental que se regule ao máximopossível, através de pactos antenupciais (oucontratos de convivência) e pactosparassociais (acordo de quotistas e deacionistas), as relações entrecônjuges/companheiros e entre sócios.

CUIDADOSSe, de um lado, a organização patrimonial esucessória pode ser um instrumentoextremamente eficaz sob diversosaspectos, de outro, o seu mau uso podeacarretar consequências negativas,inclusive a ponto de comprometer osobjetivos para os quais foi instituído.É o caso, por exemplo, da utilização de umaferramenta que não é mais apropriada paradeterminada realidade patrimonial oufamiliar. Além disso, o desvirtuamento dafinalidade do planejamento sucessório,para a obtenção de objetivo ilícitos, porexemplo, pode, ao final, ser extremamenteprejudicial ao patrimônio familiar.

Daí a importância da atuação de profissionaisou equipes de profissionais capacitadas eespecializadas, que detenham domínio técnicode diversas áreas do direito, notadamente doDireito de Família, do Direito das Sucessões, doDireito Empresarial e do Direito Tributário, paraauxiliar o interessado a fazer uma escolha quemelhor se adapte à sua situação.Também é necessário que se definapreviamente o real objetivo a ser alcançado,bem como que se tenha conhecimento dosriscos e benefícios que sua implementaçãopode gerar, evitando, assim, infortúniosprevisíveis e indesejáveis.