perspectivas 2013
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Cenário 2013 26/12/2012
Cenário 2013 26/12/2012
Visão Geral
O ano de 2012 foi de dificuldades e ajustes, e o crescimento do PIB brasileiro deverá ser o
menor entre os BRICs. Como havíamos colocado no “Cenário de 2012”, nossa expectativa
era de crescimento fraco, queda de juros, risco de inflação elevada, Real desvalorizado e
queda nas exportações. Outras preocupações eram taxas de desemprego elevadas, por longo
período, nas economias desenvolvidas; o impasse sobre a política fiscal dos EUA e a
fragilidade do crédito; a persistência da crise na Zona do Euro, apesar das intensas
intervenções do BCE (Banco Central Europeu) no mercado bancário e a perspectiva de
desaceleração na China.
Os PIIGS continuam tentando acertar suas finanças. Segundo a OCDE a recessão na
EuroZona vai continuar até 2013 e terminará o ano com queda de 0,1%. Para 2014 é
esperado um crescimento de 1,3% na região. Entre os seis países dos 34 membros da OCDE
que estarão em recessão em 2013, cinco pertencem a moeda única: Grécia (-4,5%),
Eslovênia (-2,1%), Portugal (-1,8%), Espanha (-1,4%), e Itália (-1%). O sexto, Hungria (-0,1%)
também é europeu. As previsões da Organização sobre a evolução nos Estados Unidos é de
que o país cresça 2,2% neste ano (ante expectativa de 2,4%), 2% em 2013 (contra 2,6%) e
2,8% em 2014. Conforme noticia do site do terra 27/11/12.
EUA: O problema atual do abismo fiscal (fiscal cliff) se refere ao fim de incentivos fiscais
implementados há quase dez anos pela administração de George Bush e ao início de cortes
automáticos no orçamento em programas sociais e militares a partir de janeiro de 2013. O
valor a ser retirado da economia chega a 607 bilhões de dólares. O temor dos economistas é
de que o crescimento do PIB desacelere ou que afunde para uma nova recessão. O acordo
para a votação deve acontecer em breve, pois não interessa nem ao presidente Obama nem
aos republicanos a sua não aprovação. A economia dos EUA vem demonstrando
recuperação, ainda que não seja uma tendência, tanto do ponto de vista setorial, quanto
temporal. No ano passado já assistimos essa novela e a votação aconteceu no último minuto
do segundo tempo. Se a votação não acontecer, os EUA entra em recessão, e o Fed teria que
continuar com sua política monetária de “curtíssismo”. Na medida em que a atividade
melhore, a expectativa sobre a alta dos juros pode vir a ser acompanhada de perto pelo BC
Americano, o que não seria compatível com a sustentação da recuperação econômica.
Europa: O jogo político é de poder. A Europa está em um momento do “deixa como está para
ver como é que fica”. As rodadas que vêm ocorrendo não têm uma definição que seja
duradoura, a decisão mais importante que aconteceu recentemente foi o BCE assumir o
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controle dos bancos na Zona do Euro com poderes para supervisioná-los, o que era a
principal exigência da Alemanha. Com isso, o BCE tem mais autonomia para conduzir a
política monetária.
China: A capacidade de investimento do dragão chinês está se esgotando? Não é mais como
a de anos anteriores. O crescimento econômico chinês, estimado pelo Banco Mundial vai ser
de 8,4 % no próximo ano, impulsionada por estímulo fiscal e a implementação mais rápida de
grandes projetos de investimentos. Conforme noticia do Correio Brasiliense 19/12/12. Pequim
deveria intensificar políticas fiscais proativas no ano que vem, incluindo expandir
"apropriadamente" o déficit fiscal e cortar impostos que prejudicam a eficiência econômica. A
China deverá divulgar mais políticas para estabilizar o crescimento econômico caso seja
necessário.
Brasil: O governo vem reduzindo a sua capacidade de investimento por falta de recursos
financeiros e a tendência é de menor arrecadação em 2013. No setor privado, além de
dificuldades com a falta de infraestrutura (rodovias e ferrovias ruins, portos sucateados, etc), a
inflação brasileira vem se aproximando da banda superior e isso pode começar a provocar a
volta da memória “indexadora” do empresariado. Com isso, além da falta de investimento,
haverá agravamento da desindustrialização muito em função da concorrência dos produtos
importados. O Brasil deve ser o país (entre os BRICS) que menos vai crescer em 2012 em
relação ao ano anterior. A estimativa de crescimento é próxima de 1,0%. Os salários estão
crescendo acima da inflação, o emprego ainda está aquecido e há crédito ao consumidor
sobrando nas instituições financeiras. Segundo a Serasa Experian, a perspectiva de crédito
ao consumidor vem subindo e deve aumentar no início de 2013. “O elevado patamar da
inadimplência tem impedido um crescimento mais vigoroso das concessões de crédito aos
consumidores, os quais, dado o atual quadro favorável do mercado de trabalho, estão
aproveitando as taxas de juros mais baixas para quitarem ou renegociarem suas pendências
em atraso”, conforme nota do Serasa. Com isso, pode ser que não tenhamos um crescimento
muito acelerado no próximo ano, estamos trabalhando com crescimento de 2,5% a 2,8%, para
2013.
O que podemos observar como pontos favoráveis são as medidas de estímulo para a
economia: isenção de IPI, redução da taxa Selic e eventos como Copa do Mundo e
Olimpíadas. Esses eventos, por outro lado, são pontuais e não garantem um crescimento
sustentável de longo prazo. Assim, no campo interno conviveremos com baixo crescimento,
carência de investimentos, infraestrutura ruim e escassez de mão de obra de qualidade. Com
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isso temos que nos atentar para o exterior, que continua patinando, com a Zona do Euro sem
uma definição, além do abismo fiscal americano.
No parágrafo 25 da ata 171, o Copom ressalta que o cenário central contempla ritmo de
atividade doméstica mais intenso neste semestre e no próximo ano com riscos limitados de
descompasso, em segmentos específicos, entre as taxas de crescimento da oferta e da
demanda. Destaca, entretanto, a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho,
apesar dos sinais de moderação nesse mercado, e pondera que, em tais circunstâncias, um
risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários
incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a
dinâmica da inflação. Por outro lado, observa que o nível de utilização da capacidade
instalada se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para a
abertura do hiato do produto e para conter pressões de preços.
É importante destacar também que as perspectivas para os próximos semestres apontam
moderação na dinâmica dos preços de certos ativos reais e financeiros. Na visão do Comitê,
evidências como a acomodação dos preços no atacado indicam arrefecimento de pressões
sobre os preços ao consumidor decorrentes da instabilidade dos preços de produtos in
natura e de grãos. O que podemos entender com esse parágrafo é que a economia caminha
para uma certa ociosidade, havendo mais espaço para queda na taxa básica, podendo chegar
a 6,75% no fim de 2013, com isso, se projetarmos um IPCA de 5,40%, o juro real seria
histórico. No curto prazo, o viés do cenário internacional é "inflacionário" por causa do
aumento de preços das commodities agrícolas decorrente de problemas climáticos que
prejudicaram safras de grãos. No médio prazo, o cenário externo deverá desaquecer e os
preços se ajustarem. O dólar deve se manter entre R$2,05 e R$2,12, a não ser que se agrave
a crise na Zona do Euro.
Bolsa de Valores - Ibovespa
A tendência para o mercado acionário em 2013 é de melhora ante a observada em 2012. A
queda de juros pode trazer oportunidades de investimento em renda variável, o Brasil vem
ocupando o terceiro lugar entre os países mais promissores para investimento. Vejo que
existam oportunidades em alguns setores como: varejo, consumo, bens de capitais,
educação e saúde.
A expectativa é que o Ibovespa ganhe ritmo em 2013, porém o início do ano não deve ser um
dos melhores, melhorando a partir do segundo semestre. Uma projeção mais conservadora
seria de 68.000 e otimista 72.000 pontos para o final de 2013. É importante lembrar que o
maior peso do Ibovespa está nas empresas de commodities, e os preços internacionais das
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commodities seguirão apresentando forte volatilidade. Também é preciso ter cuidado com a
necessidade de financiamento das companhias.
Carteira recomendada pela Corretora Souza Barros, para o ano de 2013.
Carteira Souza Barros para 2013
Nome Classe Código Setor
Ambev ON AMBV3 Bebidas e Fumo
Comgas PNA CGAS5 Petróleo, Gás e Petroquímica
Hypermarcas ON HYPE3 Serviços e Produtos de Saúde
Kroton ON ON KROT3 Educacional
Odontoprev ON ODPV3 Saúde odontológica
P.Acucar PN PCAR4 Comércio
RaiaDrogasil ON RADL3 Serviços e Produtos de Saúde
Sabesp ON SBSP3 Água e Saneamento
Totvs ON TOTS3 Tecnologia da Informação
Vale PNA VALE5 Mineração
Importante: Ler Disclaimer abaixo antes de tomar sua decisão.
Conclusão
Como podemos observar, ainda existe uma grande preocupação com as elevadas taxas de
desemprego elevadas nas economias desenvolvidas, as necessidades de ajustes fiscais, e ao
limitado espaço para ações de política monetária desses países. Os principais destaques são:
o impasse sobre a política fiscal dos EUA e a fragilidade do crédito; a persistência da crise na
Zona do Euro, com os PIIGS tentando acertar suas finanças e a recessão na EuroZona, que
vai continuar no próximo ano, segundo a OCDE.
São Paulo, 26 dezembro de 2012.
(11) 3292-6900 - 0800 77 123 00
www.souzabarros.com.br – www.investtrader.com.br
Analista Responsável: Clodoir Vieira – CNPI [email protected]
Larissa Gatti Nappo [email protected]
Fonte: OCDE (Nov/2012), Serasa Experian, Ata do Copom (171), CFA Institute, Economática, Enfoque Informações Financeiras
Ltda, Infomoney, Valor Econômico, Reuters.
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decisão de investimento.
A Ana Borges – através da Compliance Comunicação e meus filhos como pessoa física Juliana de Moraes Vieira e
Eduardo Gabriel de Moraes Vieira. A
Analista responsável pela análise.