paulo josÉ barbosa de melo - fesp faculdades - paulo fesp... · e poder atingir a mais uma...

24
FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO PAULO JOSÉ BARBOSA DE MELO BREVE ANÁLISE A RESPEITO DOS CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO SOB O ENFOQUE DOS VALORES LEGALMENTE FIXADOS CABEDELO-PB 2015

Upload: vuongkien

Post on 20-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

PAULO JOSÉ BARBOSA DE MELO

BREVE ANÁLISE A RESPEITO DOS CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO SOB O ENFOQUE DOS VALORES LEGALMENTE FIXADOS

CABEDELO-PB 2015

PAULO JOSÉ BARBOSA DE MELO

BREVE ANÁLISE A RESPEITO DOS CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO SOB O ENFOQUE DOS VALORES LEGALMENTE FIXADOS

Trabalho de Conclusão de curso em forma de Artigo

Científico apresentado a Coordenação do Curso de

Direito pela Faculdade de Ensino Superior da

Paraíba – FESP como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Direito.

Área: Direito Administrativo

Orientadora: Profª. Ms. Luciana Vilar de Assis

CABEDELO-PB 2015

PAULO JOSÉ BARBOSA DE MELO

BREVE ANÁLISE A RESPEITO DOS CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO SOB

O ENFOQUE DOS VALORES LEGALMENTE FIXADOS

Artigo Científico apresentado a Banca Examinadora

de artigos Científicos da Faculdade de Ensino

Superior da Paraíba – FESP, como exigência para

obtenção do grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM _____/_______2015

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Profª Ms.Luciana Vilar de Assis

ORIENTADORA- FESP

___________________________________________

Profº Esp. Roberto Moreira de Almeida

MEMBRO- FESP

___________________________________________

Profº Esp. Ricardo Berilo Bezerra Borba

MEMBRO- FESP

AGRADECIMENTOS

A DEUS por ter contemplado a vida com sabedoria, saúde, paz, perseverança

e poder atingir a mais uma conquista.

À MARIA e JESUS CRISTO por ter dado a felicidade de formar uma família

com minha esposa Tayana do Nascimento, que pela graça do PAI teve três filhos do

nosso casamento o João Gabriel, a Ana Laura e a Ana Sofia.

À minha mãe Maria José Barbosa (Neném) pela força, a garra e o incentivo em

que a mesma deu para me dedicar a mais uma conquista.

Ao meu pai José Inácio Pereira de Melo (Inácio) que a partir desta conquista

poderei encontrar um guia na militância.

A meus irmãos, Rosângela, Rogério, Silas, Lucas, Lívia e José, por compor a

minha família.

Aos meus colegas de sala e de estrada Roberval Dias Correia, Luciano

Fernandes da Silva e Pedro Alcântara Ferreira Lopes e meu ex-colega de sala

Glauber Bronzeado de Andrade que unidos durante o curso estamos atingindo mais

um titulo.

Aos meus mestres que dedicaram e dividiram os seus conhecimentos para a

nossa formação e em especial a Professora Luciana Vilar de Assis por ter aceitado

como orientando neste trabalho.

A todos os colegas de sala, desde aos que estão concluindo, aqueles de

passaram por essa turma e aos que vieram deslocados.

Aos que compõem a Fesp Faculdades de todos os setores da instituição.

SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................6

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................6

2 ALGUNS ASPECTOS SOBRE O PROCESSO DE LICITAÇÃO.......................7

2. CONCEITOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO E DE ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA.............................................................................................................8

2.2 SOBRE A GESTÃO PÚBLICA............................................................................9

2.3 HISTÓRICO.......................................................................................................10

2.4 LICITAÇÃO: PRINCÍPIOS E MODALIDADES.................. ...............................11

2.4.1 Princípios.........................................................................................................13

2.4.2 Modalidades.....................................................................................................16

2.5 DISPENSA DE LICITAÇÃO..............................................................................17

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................20

ABSTRACT.......................................................................................................21

REFERÊNCIAS.................................................................................................22

6

BREVE ANÁLISE A RESPEITO DOS CASOS DE DISPENSA DE LICITAÇÃO SOB O

ENFOQUE DOS VALORES LEGALMENTE FIXADOS

Paulo José Barbosa de Melo * Luciana Vilar de Assis * *

RESUMO

O presente trabalho busca discutir a respeito do reajuste dos valores mínimos para aquisição de materiais, com a finalidade de dispensa na Lei nº. 8.666/93, que é conhecida como Lei das Licitações. Desta forma, fica nítido que esse valor está totalmente defasado. De acordo com dados da Associação dos Municípios Brasileiros a defasagem chega até 197%. Nesse estudo pode-se demonstrar a realidade em um contexto de reajuste de valores e dispensa de processos licitatórios, com a necessidade de uma atualização anual, de acordo com índices inflacionários, para que possa ensejar um tratamento mais ágil e menos burocrático na aquisição de materiais e outros gêneros pela administração pública. Assim, vale salientar que para fazer o estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica, onde a fonte principal foi a Lei de Licitações enquanto que, a fonte secundária, foram os autores dos livros que aqui foram inseridos. Vale salientar que foram excluídos textos publicados anterior ao ano de 2009. No perdurar deste artigo foi discutido o histórico da licitação no Brasil e no mundo, assim como a definição de licitação, os princípios e as modalidades e por fim sobre a dispensa de licitação. Em suma, pode-se concluir que é necessário que seja realizada uma revisão nessa lei referente a dispensa de licitação.

Palavras- Chave: Licitação. Lei. Dispensa. Administração Pública.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo discutir o reajuste de valores mínimos para

aquisição de materiais e outros gêneros com finalidade de dispensa de licitação nas

hipóteses previstas na Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos), com ênfase

na defasagem dos valores mínimos após anos de aplicabilidade da lei.

No contexto administrativo a aplicação da lei para a dispensa, na aquisição de

materiais e outros gêneros, deveria acompanhar as correções mínimas inflacionárias

*Aluno concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, semestre 2015.2, E-mail: [email protected]

**Mestre em Ciências Jurídicas pela UFPB, Bacharel em Direito pela UEPB, Analista Judiciário do

Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, Professora da Fesp Faculdades das disciplinas Direito

Administrativo I e II e Direito Econômico. E-mail: [email protected].

7

para que a administração pública pudesse minimizar os gastos efetuados na

elaboração de licitações.

Nesse estudo pode-se demonstrar a realidade em um contexto de reajuste de

valores e dispensa de processos licitatórios, com a necessidade de uma atualização

anual, de acordo com índices inflacionários, para que se pudesse ensejar um

tratamento mais ágil e menos burocrático na aquisição de materiais e outros gêneros

pela administração pública.

Dessa forma, ocorrerá uma redução de tempo para administração na

elaboração das licitações, como também redução nos gastos oriundos de processos

licitatórios que, em alguns casos, chegam a ser muito pouco e, por outro lado, os

reajustes gerados anualmente caminharão junto com a economia do país, podendo

ensejar em uma economia de gastos para administração pública, não sendo

necessário, em alguns casos, a execução de processos licitatórios desnecessários.

Assim, o presente trabalho terá como base teórica no que tange ao processo

de licitação os seguintes itens: i) conceito de direito administrativo e administração

pública; ii) gestão pública; iii) histórico referente a licitação; iv) aspectos diretamente

relacionados a licitação, que são os princípios e modalidades; v) por fim, foi discutido

a respeito da dispensa de licitação.

2 ALGUNS ASPECTOS SOBRE O PROCESSO DE LICITAÇÃO

Na abertura de licitações para aquisição de materiais e outros gêneros,

passando pelas respectivas etapas, desde a publicação de editais, inscrição de

empresas, abertura de sessão para verificação de licitude e homologação, a

administração trilha um caminho de gastos para que possa adquirir estes produtos.

Dessa forma, a administração poderá efetuar compras, traçar seus gastos

mais simples, como a aquisição de materiais descartáveis e a prestação de vários

serviços, sem que necessite parar por um tempo em alguns setores, a espera de

realização desses processos licitatórios até a liberação para efetivação dos referidos

gastos.

8

2.1 CONCEITOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO E DE ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

Segundo Nohara (2014, p. 6), Direito Administrativo é o ramo do Direito

Público que “trata de princípios e regras que disciplinam a função administrativa e

que abrange entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela

administração pública na consecução do interesse público”. Baltar Neto e Torres

(2012, p. 30), conceituam o Direito Administrativo da seguinte forma:

Direito Administrativo se apresenta como o ramo do Direito Público que envolve normas jurídicas disciplinadoras da Administração Pública em seu dois sentidos, enquanto atividade administrativa propriamente dita e enquanto órgãos, entes e agentes que possuem a atribuição de executá-la. Enquanto arcabouço de regras disciplinadoras da Administração Pública, o Direito Administrativo é um conjunto de princípios e normas que limitam os poderes do Estado.

No âmbito público, Di Pietro (2013, p. 50) admite que a expressão

Administração Pública pode ser compreendida em sentido subjetivo, formal ou

orgânico e em sentido objetivo, material ou funcional:

a) em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; b) em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes. Nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

A mesma autora afirma que:

Em sentido material (DI PIETRO, 2013, p.53).

9

De forma geral, a administração pública pode se apresentar de forma direta

ou indireta, conforme consta no Decreto-Lei nº. 200, de 25.2.1967.

despersonalizados, in - (MEDEIROS, s/d, p. 2).

A forma direta, de acordo com Carlin (2010), é aquela que tem como base os

serviços que são integrados na estrutura administrativa tanto da Presidência da

República como nos Ministérios. “A Administraçã , formada pelas

entidade

, compreende a atividade de prestar o serviço, executando-o

de forma vin ” (MEDEIROS, s/d, p.3).

2.2 SOBRE A GESTÃO PÚBLICA

De ac 37 C 1988 “

artigo refere-se ao princípio da legalidade, princípio este fundamental para a

administração pública balizar sem procedimento de gestão. Os agentes políticos e

os agentes públicos são “escravos” da lei, só fazendo aquilo que a legislação lhe

permite, conforme bem ressaltado por Di Pietro (2013).

Para Lima (2006)1 “gestão é a capacidade de fazer o que precisa ser feito”

Em uma gestão pública não se pode esquecer a capacidade de se atentar e

permanecer no posicionamento da organização planejada, para que assim, a missão

possa ser cumprida que, neste caso primordial, é o desenvolvimento da cidade em

benefício ao povo que nela reside.

1 Utilizou-se essa referência em razão de não existir atualização da obra.

10

O mesmo autor ainda acredita que uma boa organização na gestão pública

está relacionada à alta capacidade de gestão, que por sua vez, relaciona-se com a

“melhor relação entre recurso, ação e resultado” N , pode-se dizer que

quanto maior for a demanda, isto é, a necessidade de um planejamento eficiente no

município, maior deverá ser a capacidade do gestor público, principalmente se os

recursos disponíveis forem escassos.

2.3 HISTÓRICO

Ribeiro (s/d) acredita que a licitação teve a sua gênese na Europa Medieval.

Um dos motivos para essa crença é por que sempre existiu a necessidade da

aquisição de um determinado bem ou até mesmo para que seja executada alguma

obra pública. Desta forma,

O “V Pre ” , reuniam-se: um representante do Estado e demais interessados; era de costume acender-se uma vela para dar inicio o certame, cujos participante (RIBEIRO, s/d, p.3).

Nesse período o autor afirma que normalmente prevalecia a administração

pública patrimonialista na qual o monarca detinha todo o poder de decisão. Desta

forma, o foco do governo nesse período era o benefício econômico-social tanto do

Clero quanto da nobreza. Tudo isso acabava facilitando, de certa forma, para a

corrupção. Assim,

Em meados do – , do empreguismo e do nepotismo. C - , pela hierarquia funcional, pelo profissionali C - procedimentos para que se evitassem o ato corruptível (RIBEIRO, s/d, p.4).

11

Pode-se concluir que esse processo acabava de certa forma prejudicando a

máquina administrativa. Pois, o processo licitatório era muito fácil de adquirir vícios,

já que possuía uma gama de brechas. Isso fazia com que houvesse uma má gestão

pública.

No Brasil, o processo licitatório teve a sua gênese no ano de 1922, com o

Código de Contabilidade Pública da União. Vale salientar que este Código vigorou

por mais de meio século. Depois de algum tempo uma nova regulamentação se fez

presente.

O Decreto-lei 200/67, que entrou em vigor em 1967, como fruto da reforma Administrativa, estabelecendo os princípios diretores das licitações públicas, a Lei 5.456/68, a Lei 6946/81 e o Decreto-lei 2.300/86. No entanto, estavam excluídas do requisito licitatório as entidades classificadas como de administração indireta, as empresas públicas, de sociedades de economia mista e as controladas que estavam dispensadas por lei de submeterem-se ao processo licitatório, podendo optar por ele ad cautelam como requisito pré-contratual. Nestes casos, as empresas públicas ficavam subordinadas ao princípio da escolha que fizessem (CRUZ, 2014, p.11).

O mesmo autor afirma que apenas em 1993 que foi sancionada a lei 8.666.

Com essa lei, acabou revogando a legislação anterior, e todos os entes públicos

tiveram que adotar a licitação. Tudo isso foi realizado com o intuito de melhorar os

problemas existentes referentes a esse processo, quer seja de forma direta ou

indireta.

2.4 LICITAÇÃO: PRINCÍPIOS E MODALIDADES

De forma geral, qualquer empresa precisa ter uma interação com os seus

fornecedores, quer seja de produtos, quer seja de serviços:

Particularmente, nas empresas de natureza jurídica de direito público, é necessário observar princípios inerentes à transparência da gestão pública e isto requer, num processo de compra, a observação de requisitos da imparcialidade, os princípios básicos a impessoalidade, a competição e a transparência, além da publicidade na aquisição e requisitos que não deixem margem de tendenciosiodade no processo. Assim é que, existe todo um arcabouço legal para as compras públicas (JULIANI, 2011, p.34).

12

Há que ressaltar que estas regras são válidas para toda a administração

pública, assim entendida como administração direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive para as entidades com

personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das

fundações por ele instituídas ou mantidas. Assim, no que tange à licitação pode-se

afirmar que:

(CARVALHO NETO, 2013, p. 4).

Silva (2011) afirma que o termo licitação advém do latim e quer dizer o

principio da venda por lances. Desta forma, as pessoas ficaram utilizando esse

termo para poder determinar uma certa quantia no processo de arrematação, hasta

pública ou até mesmo a partilha judicial. Por licitação pode-se destacar que esta é

Um procedimento admi , que visa a escolher a proposta mais vantajosa para a Administraç , com base em parâmetros antecipadamente definidos. A obrigaç . 37, XXI, da Constituiç , que f ç , serviços, compras e alienaç , ressalvados os casos especificados na legisla (SPINELLI; LUCIANO, 2014, p.8).

Os mesmos autores acreditam que esse dispositivo foi regulamentado pela

Lei nº. 8.666/93, pois nela estão contidos os princípios normativos que regem as

licitações e os contratos da Administração Pública. Assim,

Os administraç mas sobre licitaç contratos ao disposto na Lei n.o 8.666/93. Por sua vez, as sociedades de economia mista, empresas e fundaç controladas direta ou indiretamente pelos entes federados, que têm a prerrogativa de editar disposiç .o 8.666/93 (SPINELLI; LUCIANO, 2014, p.9).

13

De forma geral, Silva (2011) afirma que a licitação é o procedimento

concorrencial obrigatório que precede a celebração dos contratos entre pessoas

públicas e privadas. Mas, outra definição de licitação muito utilizada é a de Meirelles

(2012, p. 52) que trata a licitação como sendo um:

Procedimento Administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de moralidade nos negócio administrativos.

De acordo com Carvalho Neto (2013, p. 6), pode-se perceber quais são as

principais exigências referentes ao processo de licitação como pode ser observado

abaixo:

, que possi ; ios; .

Em suma, pode-se afirmar que a licitação é um procedimento administrativo

indispensável para a administração pública, uma vez que faz com que todos os

interessados tenham condições para participar do processo licitatório.

2.4.1 Princípios

Silva (2011) afirma que existe uma gama de princípios que norteiam as

licitações, pois, desde o princípio esse processo seletivo perpassou por um histórico

de corrupção. No que tange aos princípios jurídicos aplicáveis, ele está presente na

Lei nº. 8.666/93 que são: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,

publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e

julgamento objetivo.

14

Quadro 1 – Princípios Jurídicos

Princípios

Artigo

Legalidade O . Enquanto o particular tem a liberdade veiculados pelos instrumento 9 C desuso no sistema do direito positivo brasil enquanto se encontrarem em vigor . ( p.8-10)

Impessoalidade Nesse princípio a administração pública deve praticar o ato com o objetivo de atingir o interesse público. Assim, o autor cita Meirelles (2012 87 “ , o administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou d - do particular com o ”

Igualdade , o art. 3o, caput, da Lei Federal n.o 8.666/1993, menciona outra vez a igualdade. Talvez, com o fim de des 3 1 ias ou distinç - 19 C , veda express produtos locais em detrimento de concorrentes de outros Estados-m O disputa entre licitantes brasileiros e estrangeiros.

15

Publicidade

C a - dec .

Moralidade Muitos autores acreditam que é apenas um desdobramento do principio da impessoalidade. Mas, França (2010) afirma que “O p - N bens d “ 12

Vinculação ao instrumento Convocatório

- N 1 8 1993 “ ” “ ” aos seus comandos.

Probidade Administrativa moral e material dos bens e - .

Julgamento Objetivo - O determ .

Fonte: França (2010, adaptado)

Entretanto, caso não seja realizada uma maior observância no que tange aos

ditames desses preceitos, o processo de licitação fica totalmente comprometido.

Logo, pode-se tornar vulnerável a sua desconstituição por causa da juridicidade. Ou

seja, caso exista uma violação desses princípios enquanto perdurar uma licitação,

16

pode-se afirmar que ficarão comprometidos todos os valores previstos no artigo 31

XXI da Carta Magna. É indispensável também destacar que tais princípios devem

ser compreendidos e aplicados sem perder nenhum tipo de coerência do sistema

positivo.

2.4.2 Modalidades

Sabe-se que as modalidades de licitação elas irão definir as fases nos quais

acontecerá o certame. Vale salientar que são seis modalidades de licitação que

serão descritos no quadro 2 abaixo.

Quadro 2 – Modalidades de Licitação

Modalidades de Licitação

Definição

Concorrência interessados que, na fase inicial de habilitac para execuc .

Tomada de Preços devidamente cadastrados ou que atenderem .

Convite do ramo pertinente ao seu objeto, c 3 demais cadastrados na correspondente especialidade que man 2 .

Concurso , mediante a ins 45 (quarenta e cinco) dias.

17

Leilão interessados p . 19 da Lei no 8.666/93, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da .

Pregão (via internet), por meio de propostas e lances, para a clas .

Fonte: UNIPAMPA (2009)

Dessa forma, pode-se perceber que, na concorrência, na tomada de preço, no

convite e no pregão, são modalidades definidas de acordo com o valor do contrato

vindouro, não ocorrendo no concurso e no leilão. Mas, no caso de contrato de obra a

modalidade utilizada é o convite, tomada de preços ou concorrência, só vai

depender do valor. No caso de aquisição de bens ou serviços, as modalidades

podem ser: convite, tomada de preços ou concorrência, tudo isso vai depender do

valor do objeto. Por fim, no processo de venda a modalidade de licitação é

concorrência ou leilão.

2.5 DISPENSA DE LICITAÇÃO

Pode-se afirmar que, de acordo com a Associação Brasileira de Municípios,

que realizou uma pesquisa referente à defasagem dos valores previstos na Lei

8.666/93, que estabelece normas que regem o processo licitatório, existe uma

defasagem de 197,25% nos valores relacionados à licitação. Essa diferença

altíssima ocorre em virtude da inflação que está acumulada desde maio de 1998 até

2015. Vale salientar que:

8 93 da, dispensa e inexigibilidade (REZENDE, 2010, p. 25).

18

Assim, essa desatualização acaba prejudicando toda população, pois provoca

uma maior morosidade no processo de contratação. Para que a lei seja mais eficaz

é necessário que seja recuperado o poder de compra dos municípios. Assim:

A Lei que aborda sobre as hipóteses de dispensa é a nº 8.666/93 nos artigos 17 e 24, porém não constitui distinção ou classificação, habitua a doutrina dividi-las em duas partes sendo: a) quanto ao nível de discricionariedade tem-se licitação dispensada (art. 17) e licitação dispensável (art. 24); b) quanto ao conteúdo, que dispensa em razão do pequeno valor, em razão de situações excepcionais, em razão do objeto e em razão da pessoa (JULIANI, 2011, p.34).

Sabe-se os valores são previstos na Lei das Licitações, mas, no que tange ao

reajuste dos preços, Madeira (2010) destaca que o contrato administrativo é

totalmente convencionado entre os contratantes, buscando evitar romper o equilíbrio

financeiro. De acordo com Meirelles (2012, p.210):

O reajustamento contratual de preços e de tarifas é medida convencionada entre as partes contratantes para evitar que, em razão das elevações do mercado, da desvalorização da moeda ou do aumento geral de salários no período de execução do contrato administrativo, venha a romper-se o equilíbrio financeiro do ajuste.

Segundo Madeira (2010) o reajuste é um instituto totalmente diverso da

revisão contratual e que está plenamente previsto no artigo 65 da Lei nº. 8.666/93.

Assim, de acordo com o referido autor:

A revisão decorre de fatos imprevisíveis, caso de força maior, caso fortuito, fato do príncipe ou álea econômica extraordinária. O reajuste objetiva recompor os preços praticados no contrato em razão de fatos plenamente previsíveis no momento da contratação, diante da realidade existente (MADEIRA, 2010, p.384).

O autor ainda destaca que o reajuste dos contratos administrativos são

regidos pela Lei nº. 10.192/2001, com o intuito de não conflitar com a Lei nº.

8.666/93. A licitação é um procedimento obrigatório que antecede a celebração de

19

contratos pela Administração Pública. A razão dessa exigência reside no fato de que

o Poder Público não pode escolher livremente um fornecedor qualquer, como fazem

as empresas privadas. Nesse aspecto, Rezende (2010, p. 27) acredita que:

8 93 , dispensa e inexigibilidade.

Os imperativos da isonomia, impessoalidade, moralidade e indisponibilidade

do interesse público, que informam a atuação da Administração, obrigam à

realização de um processo público para seleção imparcial da melhor proposta,

garantindo iguais condições a todos que queiram concorrer para a celebração do

contrato (MAZZA, 2012).

No que tange à dispensa de licitação, o art. 24 elenca as hipóteses taxativas

dentre as quais pode-se citar, por exemplo o inciso III - nos casos de guerra ou

grave perturbação a ordem; ou no inciso VI - quando a União tiver que intervir no

domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento. O primeiro

inciso do art. 24 é referente a serviços de engenharia com um valor até R$

15.000,00(Quinze mil reais). Enquanto que o segundo é referente à contratação de

outros serviços, que não estão inclusos no primeiro com valor até R$ 8.000,00(Oito

mil reais). No quadro 3 abaixo, pode-se perceber quais são as principais formas de

dispensa de licitação, baseado nos incisos acima do art. 24 da Lei de Licitação:

Quadro 3 – Dispensa de licitação

Dispensa de licitação Explanação

Em razão do valor E art. 24, que 10% do limite previsto para o convite .

20

Em razão de situações excepcionais N objeto do contrato for comprovado.

Em razão do objeto - , tipo .

Em razão dessa pessoa O V praticado no mercado.

Fonte: Adaptado de Montenegro (2013, p. 30 - 45)

A administração também se cuidou de quebrar a rigidez do processo licitatório

para casos especiais de compra sem desrespeitar os princípios de moralidade e da

isonomia. A contratação por meio da dispensa de licitação deve limitar-se a

aquisição de bens e serviços indispensáveis ao atendimento da situação de

emergência e não qualquer bem ou qualquer prazo. Conheça os casos de Dispensa

fundamentados no artigo 24 da Lei nº. 8.666/93.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que a licitação constitui de certa forma um mecanismo que

auxilia no processo de cumprimento da Administração Pública. A licitação é

regulamentada pela Lei nº. 8.666/ 93. Onde demonstra a possibilidade de adquirir

bens. alienar e até mesmo para realizar obras ou serviços.

De forma geral, pode-se perceber que a licitação é aquele processo onde a

administração pública tem o poder de contratar terceiros. Mas, como já foi discutido

21

acima sempre existe algumas exceções. Entretanto, a lei deve ser sempre respeita

para que exista um bom funcionamento da máquina pública.

O presente trabalho buscou discutir a respeito da defasagem dos preços no

processo licitatório. Logo, pode-se concluir que é algo que precisa ser visto

urgentemente pelo ordenamento jurídico brasileiro. Pois, acaba de certa forma

prejudicando a administração pública.

Desta forma, é indispensável que essa lei seja revista, pois alguns índices

chegam a marcar quase 200%(Duzentos por cento) de defasagem do preço. Um dos

motivos para isso é o alto índice inflacionário do Brasil, que vem crescendo ano após

ano. Logo, essa lei tem que se adequar com a realidade atual do país.

Consequentemente, tem que ser revista essa lei para que ela se torne mais

rigorosa. Principalmente no que tange as suas punições. Pois, as que existem hoje

não pune o suficientemente aqueles que tentam burla-la. Consequentemente, fica

nítido que é necessário a existência de órgãos fiscalizadores internos para poder

monitorar as suas responsabilidades.

BRIEF ANALYSIS REGARDING THE BIDDING FOR EXEMPTION UNDER CASES OF FOCUS OF LEGALLY VALUES FIXED

ABSTRACT

This paper discusses about the adjustment of the minimum values for the purchase of materials for the purpose of exemption into Law no. 8.666/93, which is known as the Law of Bids. Thus, it is clear that this amount is totally outdated. According to data of the Association of Brazilian Municipalities to lag reaches 197%. This study can demonstrate the reality in an adjustment context of values and exemption from bidding processes, the need for an annual update according to inflation rates so that may give rise to a more agile and less bureaucratic treatment in the procurement of materials and other genres by the public administration. So, it noted that to make the study was carried out a literature search where the main source was the Bidding Law while the secondary source, were the authors of the books that have been inserted. It is noteworthy that were excluded from previous published texts to 2009. In endure this article discussed the history of the bidding in Brazil and worldwide, as well as the bidding definition, principles and procedures and finally on waiving bidding. In short, it can be concluded that it is necessary that a review be carried out in this law concerning the dismissal of bidding. Key-words: Auction. Law. Required. Public Administration

22

REFERÊNCIAS

APPOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BALTAR NETO, Fernando; TORRES, Ronny Charles Lopes de. Direito administrativo. 2 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2012. BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 2014. ______. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da administração publica e dá outras providencia. Disponível em : < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm > . Acesso em 10 out. 2015. CARLIN, Volnei Ivo. direito Comparado : OAB/SC, 2010. . CARVALHO NETO, a . ( 2013) . Disponível em: < http://www.fespfaculdades.com.br/painel/uploads/arquivos/ARTIGO%20WALTER%20GOMES.pdf > . Acesso em: 10 nov. 2015. CRUZ, A. (PB). [Monografia]. Universidade Estadual da Paraíba, 2014. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 26 ed. São Paulo: Atlas, 2013. N A, Vladimir da Rocha. Conceito de contrato administrativo. Revista Eletrônica de Direito Administrativo Econômico , no. 8, nov/dez - 2006/ jan 2 1 : < http://www.direitodoestado.com.br>. Acesso em: 10 de out. 2015. JULIANI, Marly. , (2011). Disponível em : < http://www.dad.uem.br/especs/monosemad/trabalhos/_1323199301.pdf >. Acesso em: 10 out. 2015. LIMA, Paulo Daniel Barreto. Excelência em gestão pública. Recife: Fórum Nacional de Qualidade, 2006. MACHADO, Marcel. . Rev. Trib. Reg. Trab. 3a Reg., Belo Horizonte, v.52, n.82, p.161-170, jul./dez.2010. Disponível em : < http://www.trt3.jus.br/escola/download/revista/rev_82/marcel_lopes_machado.pdf > . Acesso em: 10 nov. 2015.

23

MADEIRA, José Maria. Administração pública. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 2 ed. São Paulo, 2012. MEDEIROS, Aloisio. . (s/d). Disponível em: < https://www.editoraferreira.com.br/medias/1/ead/6/Aula02.pdf> . Acesso em: 10 out. 2015. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 2 Paulo: Malheiros Editores, 2012. MICHEL, Maria Helena. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MONTENEGRO, Fernanda. : dispensa e inexigibilidade. Universidade Anhanguera-Uniderp - - , 2013. Disponível em: <http://library.jfpb.jus.br/arquivos/trabalhos%20academicos/Monografia%20Fernanda%20_oficial_.pdf > . Acesso em : 10 nov. 2015. NOHARA, Irene Patrícia. Direito administrativo. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. REZENDE, Caio. Contratação direta sem licitação: Dispensa e inexigibilidade. (2010). Disponível em: < http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2012/06/CONTRATACAO-DIRETA-SEM-LICITACAO-DISPENSA-E-INEXIGIBILIDADE.pdf > . Acesso em: 10 nov. 2015. RIBEIRO, Geraldo. A evolução da licitação. Disponível em: <http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/21103-21104-1-PB.pdf>. Acesso em: 10 out. 2015. SILVA, Elisa Maria Nunes da. Contratação direta na administração pública. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 84, jan 2011. Disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8877 >. Acesso em 10 nov. 2015. SPINELLI, Mário.; LUCIANO, Vagner. Licitações e Contratos. (2014). Disponível em: < http://licitacoes.ufsc.br/files/2014/10/Apostila-de-Licitações-e-Contratos-Administrativos-CGU.pdf> . Acesso em: 10 out. 2015. UNIPAMPA. Licitações – Noções elementares. Disponível em: <http://porteiras.r.unipampa.edu.br/portais/procuradoria/files/2009/07/licitacoes_nocoes_elementares.pdf>. Acesso em: 23 out. 2015.

24

M528b Melo, Paulo José Barbosa de. Breve análise a respeito dos casos de dispensa de licitações sob o

enfoque dos valores legalmente fixados. / Paulo José Barbosa de Melo. –

23f.

Orientadora: Profª. Ms. Luciana Vilar de Assis.

Artigo Científico (Graduação em Direito).Faculdades de Ensino Superior da Paraíba – FESP

1. Licitação. 2. Lei. 3. Dispensa. 4. Administração Pública. I. Título

BC/Fesp CDU:35 (043)