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PÁGINA ASSUNTO

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Plantar, cuidar e educar A música na formação do caráter e na educação Beabá da ecologia Projeto “Educação Ambiental” Planta Brasil Águas urbanas Reflexos sobre nossas águas Introdução Alterações Hidrológicas e Ecossistema Aquático 13-1 - Mananciais Águas subterrâneas Aqüífero Guarani Doenças causadas pela falta de saneamento Impactos sobre as águas A importância do DBO Poluição Orgânica 19-14 - Poluição Física Poluição Química Administração das Águas 22-1 - Eutrofização 22-2 - Assoreamento Legislação Brasileira sobre Poluição Hídrica Extração de Areia de Rios, Lagos e Alagadiços Pragas Urbanas Prevenção e combate a “Roedores” Uso de Defensivos Naturais Defensivos Naturais Calda de Fumo Faça sua horta caseira Como plantar uma árvore Espécies certas para cada local 54-1 - As fases da planta no viveiro Como implantar um viveiro Semeando e cuidando da mudinha Usando “Estacas” em vez de “Sementes” Sobre Matas Ciliares Tabela de Drenagens e Enchentes 59-1 - Como degradar um ecossistema Técnicas de recuperação de Matas Ciliares Tabelas de árvores nativas do Brasil Espécies indicadas para plantio Regeneração Natural 66-1 - Banco de Sementes Produção de Serapilheira e Chuva de Sementes 67-1 - Abertura do Dossel Reflorestando e Repovoando nossa Fauna Para atrair Beija-Flores e Cambacicas Fornecendo frutos de polpa comestível Oferecendo sementes que as aves gostam Referências, créditos e normas de uso do compên-

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Plantar, cuidar e educar.

O viveiro de mudas de espécies nativas do Projeto PLANTA BRASIL, lo-calizado no município de São José dos Campos, no Cone Leste Paulis-ta, no Estado de São Paulo, Brasil, pretende repassar mudas de plan-tas de nativas e frutíferas para reflorestamento de áreas degradadas em matas ciliares e remanescentes de mata atlântica. Numa área de 4,5 mil metros quadrados, o Projeto Planta Brasil está multiplicando mais de 66 espécies diferentes de árvores de grande porte e arbustivas nati-vas.

O coordenador do viveiro, Filipe de Sousa, lembra que os patrocinado-res podem retirar até 500 mudas, desde que comprovada a necessida-de da área a ser reflorestadas. Para que isso ocorra, o produtor solicita do Projeto as mudas e um técnico irá ao local verificar o número de es-pécies, tipos adequados e variedade, necessárias para o plantio.

O coordenador afirma ainda que os patrocinadores; indústrias e comu-nidades de todo o Cone Leste Paulista receberão informações sobre o plantio de mudas e as variedades que estão sendo utilizadas para reflo-restamento, bem como orientações de acompanhamento e cuidados.

Hoje, as espécies mais produzidas no viveiro são: jatobá, cumbaru, ipê (roxo, amarelo, rosa e branco), angico, tarumã entre outras.

De acordo com o responsável pela multiplicação das mudas, Filipe de Sousa, além de atender às necessidades de reflorestamento, o projeto, pretende, também, formar alunos das escolas da rede municipal e esta-dual, que são orientados sobre as variedades existentes, forma correta de plantio e os cuidados com o meio ambiente.

"A aula prática mostra desde a qualificação da semente até a evolução da planta, dando uma noção básica aos alunos sobre o crescimento das variedades, sua evolução de crescimento, necessidades básicas, preparação dos insumos, técnicas de plantio no local definitivo, cuida-dos e acompanhamento de sua evolução nas áreas reflorestada.

Pretende-se também formar Monitores Ambiententalistas que terão co-mo função fazer a multiplicação dos conhecimentos adquiridos, em su-as Escolas de origem e Comunidades.

REFLORESTANDO E REPLANTANDO PRESERVAREMOS OS ECOSSISTEMAS COMO UM TODO

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O poder da música e o papel que ela pode desempenhar na vida dos seres humanos são conhecidos, desde a antiguidade, onde há registros em papiros médicos egípcios do século 1500 a.C., sobre a influência da música na fertilidade das mulheres; ao seu uso na atualidade, em aplicações lúdicas, terapêuticas e educacionais. O tema música e educação tem sido alvo de pesquisas de profissionais de diversos ramos de atividade, tais como psicólogos, neurologistas, educadores e músicos. Como resultado de uma longa experiência de trabalho como musico, educador e pesquisa-dor, Paulo Roberto da Silva (CLUBECA), considera necessário o uso da música como ferramenta auxiliar do processo educacio-nal escolar, compreendido de forma ampla, para além da sala de aula. Na educação não-formal, a música também tem sido freqüentemente empregada como recurso de aprendizagem, recreação ou simples reflexão. Com este propósito, O Clubeca tem elaborado dinâmicas utilizando este recurso como ferramenta para a sensi-bilização sobre questões ambientais aplicando-as em atividades de educação ambiental, utilizando músicas de artistas da região Leste da cidade de São José dos Campos - SP - Brasil.. A reflexão a partir de canções de temática regional é uma atividade que aproxima as áreas de comunicação e educação e leva em consideração o contexto no qual estão inseridos os participantes do ato educativo. As canções com, forte temática tradicional, desde os clássicos de raiz caipira, às toadas de bois, moçambiques, fandangos, etc., retratam a região de forma simples e direta, embora sempre impregnadas de poesia. Mas não fica nisso a contribuição dos artistas da região, embora alguns recusem o rótulo de "música regional", canções de vários artistas nacionais e internacionais têm possibilitado seu uso para a prática educativa. Em evento envolvendo alunos assistidos pelo CLUBECA ), será promovido a audição de canções, cuja temática não se restringe ao espaço regional da Zona Leste desta cidade , mas à dimensão planetária das questões ambientais. A atividade proposta decorre das ações do projeto Planta Brasil, popularização da necessidade da preservação ambiental, por meio da elaboração de mensagens lúdicas que levem ao entendimento do público leigo do projeto e a aplicabilidade das ações no dia-a-dia das comunidades abrangidas. Nessa ocasião serão tiradas fotos e feitos vídeos de algumas das atividades dos alunos assistidos pelo CLUBECA e pelo Projeto Planta Brasil, onde será levado a efeito o envolvimento das Escolas Locais na elaboração e produção coletiva de recursos didáti-cos e audiovisuais. Esta é uma das estratégias adotadas para que os videoclipes sejam produzidos numa linguagem adequada ao público a que se dirige. Depois de finalizados, os videoclipes serão inseridos em um DVD multimídia e distribuídos para bibliotecas de escolas visando sua utilização em atividades educativas que contribuam para a sensibilização quanto às questões ambientais e a importância da pesquisa florestal.

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PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL “planta brasil”

Beabá da Ecologia (Pedagógico)

Ecologia não é uma palavra complicada. Vem do dicionário Grego e significa “estudo da casa”. No entanto, ela não trata somente ou propriamente da nossa casa, de nosso quintal. O sentido dado à palavra é muito mais abrangente; “cuidar do planeta” cuidar da casa de todos. E quando se fala em todos se fala em todos os seres vivos, do reino animal, vegetal, da água, da atmosfera, etc... Assim, vamos ter como “Ecologia”, o ESTUDO DO MUNDO. Porque Estudo do Mundo? Porque tudo o que fazemos ou aquilo com que mexemos tem de ser estudado, pesquisado, e por fim respeitado. Pes-quisar ou estudar é a mesma coisa que investigar. Assim, o estudo do mundo compreende a investigação, ou seja, a verificação de como anda o mundo, como ele se formou e como está se comportando, nos dias atuais. O que entendemos como mundo? É a nossa casa, a casa dos vizinhos, a casa de nossos parentes, perto ou distante. É também a casa dos amigos, ou-tros países e continente; Estados Unidos, Europa, África, Japão, etc... O mundo conhecido por nós é o planeta Terra, onde vivem homens, mulheres e animais de todas as raças, além de insetos, flores, árvores, etc... A Ecologia se preo-cupa com o mundo todo, não só com a nossa casa e a casa de nossos amigos e vizinhos. Por que? Porque todos vivemos dependendo uns dos outros. O patrão é importante, pois dá emprego aos operários, mas os operários são também muito importantes porque sem eles não há produção. O respeito e a maneira de viver, dentro da sociedade, são estudados pela ecologia também. Ecologia estuda, ainda, tudo o que acontece com o clima dos países, produção, trabalho, moradia, qualidade de vida, etc. Porque Ecologia estuda tudo isto? Porque Ecologia é uma ciência, ou seja, uma forma de investigar tudo. O papel da ciência é investigar, achar os erros e apontar o caminho para consertar tudo. Ecologia quer que o mundo seja consertado, para que não se derrubem as flo-restas, não se acabem os animais, os pássaros, as baleias, etc... Para que não se estraguem os rios e os mares... Para que todos os seres, inclusive os homens, sejam respeitados, juntamente com a natureza. O homem ( todos nós ), desde pequenos, seja menino ou menina, precisa aprender a respeitar a natureza e os seres que estão nela, mas precisa aprender também que outros homens e mulheres são nossos irmãos e não podem viver sem emprego, sem casa, sem educação, sem a possibilidade de chegar a um ponto de progresso. A Terra não pode ser utilizada de qualquer maneira, mesmo que seja para plantar; é preciso, é necessário bastante es-tudo e pesquisa sobre o que fazer e como conservar a terra. Nós dependemos dela para viver ! Isto quer dizer que podemos plantar, tirar algumas árvores para essa prática, mas temos que ter muito cuidado com o que fazemos, pois se tiramos muitas árvores dos campos vamos deixar a terra sem vida e sem proteção contra as pra-gas (bichinhos que atacam as plantações). Não se deve tirar árvores das margens dos rios, pois isso é prejudicial aos próprios rios... Não se pode plantar de qualquer maneira, sem verificar o estado do terreno. Existe estudo para cuidar do solo (terreno), assim devemos tomar cuidado para não plantar algo que vá desnutrir a terra. Desnutrir é o mesmo que enfra-quecer a terra, deixá-la fraca, sem vida. Isso exigiria, depois, a aplicação de adubo concentrado. O adubo concentrado devolve a nutrição à terra, mas pode também prejudicá-la, especialmente se for adubo químico. Todo o produto químico (adubo ou inseticida) acaba indo para os rios, por força das chuvas, especialmente das enxur-radas, e acaba envenenando os rios, matando o peixes e estragando a água, que é bebida por homens e animais. Os inseticidas (produtos químicos utilizados para matar insetos) podem ajudar a humanidade a controlar as pragas das lavouras, mas podem também envenenar o ambiente, ou seja, o ar que nós respiramos. Por isso é necessário mui-to cuidado, ao utilizá-los, porque podem matar os pássaros, os agricultores (quem planta) e, por fim, entrar em nossa alimentação, causando muitas doenças. Se os pássaros morrem, por causa dos inseticidas, quem cuidará de “limpar” as lavouras? Os pássaros são amigos dos homens. Eles comem os bichinhos que atacam as plantações, e ajudam, ainda, a plantar. Você sabia que a gralha azul planta os pinheiros ? Ela transporta o pinhão no bico e o deixa em qualquer lugar, fazen-do assim o plantio. Outro dano que os inseticidas fazem é com relação ás abelhas. Quando as abelhas procuram flores de cereais plantadas, para fazer a polinização, acabam ingerindo inseticida e mor-rem. Ai a polinização fica prejudicada, isto é, não há o “casamento” das flores, o que impede que o cereal produza sa-tisfatoriamente. Então, você já sabe: é preciso cuidar da terra, das matas, das plantações, dos rios... Todos os rios vão acabar nos oceanos e se esses rios estiverem poluídos vão, seguramente sujar os mares. Nos ma-res é que existe uma plantinha que fabrica o oxigênio, que é o ar que respiramos.

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As árvores ajudam a limpar o ar, tirando gases que estão circulando devido a veículos (automóveis, caminhões, trato-res, motos, aviões) e ás chaminés das indústrias. Mas, as árvores também precisam de ar e se consomem gases, sol-tam oxigênio. Num determinado tempo elas fazem o contrário, de sorte que o trabalho delas fica balanceado. Existem plantas que consomem mais oxigênio do que fabricam , resultando em processo negativo para a gente. Não se deve desmatar (cortar árvores), a torto e direito, pois isso implica em mexer no clima e no solo (terra). As cida-des com poucas árvores ficam muito quentes e as chuvas caem de forma desorganizada, causando inundações, que destroem casas e matam pessoas. Árvores são muito importantes para os pássaros, que fazem nelas os seus ninhos. Além de melhorarem o clima, as árvores ajudam a fixar a terra, dão sombra, enfeitam nossas ruas e suavizam a paisagem. São nossas amigas portanto. Os animais vivem, geralmente, dentro da mata, onde se acham quantidades apreciáveis de árvores de todos os tipos, além de vegetação rasteira, flores, gramas, capins. Qualquer animal deve ser preservado, deve viver em seu próprio lar, que é a floresta. Na floresta, o animal sabe como comer, beber e como sobreviver. Apanhar animais ou pássaros, para mantê-los em jaulas e gaiolas é um grande ato de maldade, tanto que isso é proibi-do por Lei. Ninguém pode dizer que é necessário caçar animais para comer, em nosso século, porque já temos cria-ções apropriadas de espécies destinadas aos frigoríficos, onde são abatidos e vendidos para os açougues e merca-dos. Existem pássaros criados em cativeiro ( gaiolas ou viveiros ), que já não podem viver sem liberdade. Se fossem todos libertados, morreriam de fome, pois já não sabem procurar comida. São pássaros em extinção, isto é, pássaros que estão desaparecendo e, dessa forma, os criadores estão ajudando a defender essas espécies. Mas mesmo assim, pre-cisam de uma licença especial da policia ambiental. A “vida natural” é a vida no campo, longe ou perto das cidades, mas distante da poluição. Isto está ficando difícil, tam-bém, pois no campo existem outras espécies de poluição, como venenos químicos, além do perigo que o homem en-frenta em contato com a natureza. O “paraíso” que todos sonham encontrar nos sítios e fazendas, ficou no passado ! A vida mudou, tem gente demais por toda a parte e os métodos de trabalho também mudaram. Máquinas trabalham nas cidades e nos campos, as dores de cabeça da civilização são as mesmas em qualquer lugar. Atualmente, vivemos um tempo diferente daquele que nossos avós viveram. Aumentou a população, nasceu gente de-mais e as cidades foram crescendo, crescendo... A humanidade mudou de tempo ! ... Com o aumento da população, novos inventos foram aparecendo. A pequena produção teve de sofrer modificações, para atender ao consumo. De agricultores, grande massa humana virou operária, passando a trabalhar nas indústrias, geralmente nas cidades. Assim surgiu a chamada “era industrial”. A “era industrial” transformou os costumes e fez com que as cidades crescessem demasiadamente. Começaram a a-parecer máquinas, motores, veículos, telefone, eletricidade, avião, computadores... Todo esse avanço permitiu o aparecimento de grande número de aparelhos para utilização: rádio, geladeira, televisão, toca-discos, telefone, fax, brinquedos eletrônicos, computadores, filmadoras, máquinas fotográficas, fornos micro-ondas... Tudo isso é produto da tecnologia, sem o que, nada seria possível apresentar. Todo esse avanço foi possível porque o homem fez surgir novas tecnologias, ou seja, inventos que surgiram para au-mentar a produção e também o consumo. Esse mesmo consumo ao qual nos obrigamos, diariamente, cada vez que colocamos combustível nos automóveis, ou trocamos o botijão de gás em nossos fogões. Enquanto se fabricam artigos para uso nas residências, que servem para minorar (facilitar) o trabalho caseiro como, por exemplo as máquinas de lavar roupas, essa mesma tecnologia está operando máquinas e utilizando operários para fabricar revólveres, produtos químicos perigosos, canhões, tanques de guerra, latas para embalagem de alimentos e tantas e tantas coisas que cansaria repetir... A geladeira também é um desses inventos atrapalhados, pois os gases utilizados em seu equipamento (clorofluorcarbono) é que está destruindo a camada de ozônio do planeta... Muitas pessoas preferem viajar de trem, por se tratar de um meio de transporte mais econômico (mais barato) e menos barulhento que o avião. É outro processo tecnológico que exige leito para colocar os trilhos, estações, serviços em toda a parte, combinando horários com outras linhas, ônibus... O trem serve também para transportar matérias primas, mercadorias e produtos de consumo, mas tem sido despreza-do, em função de outro aperfeiçoamento, o caminhão, que apanha e entrega as mercadorias de porta em porta, embora cobre mais caro pelo transporte e exija estradas asfaltadas, manutenção, policiamento, gasto com combustível... Entre as invenções mais discutidas está o automóvel de passageiros, encontrado, hoje, em todas as ruas, avenidas e estradas. O automóvel modificou completamente o hábito dos povos, encurtando distâncias e reduzindo o tempo de viagem. Em compensação, causa enorme poluição e morte, pois os desastres acontecem diariamente. Quando esses inventos apareceram, costumava-se dizer que isso é “!progresso”, uma coisa que chegou para melho-rar a vida de todo o mundo, mas esse pensamento precisa ser esclarecido.

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Progresso é uma medida que dá vantagem (traz benefícios) a muita gente, mas o que estamos assistindo, no momen-to, é um tipo de progresso que só dá vantagem para pouca gente, especialmente para quem vende e obtém lucros. A maioria do povo vive enganada, pensando e sonhando com o tal “progresso” ! O mesmo acontece com a palavra “desenvolvimento”, falada e comentada por todos, que se encantam com ela ... Quando se fala em “desenvolvimento” dá até pra sonhar com um mundo perfeito, equilibrado, justo, harmônico, com paz total. Desenvolvimento é uma forma de fazer as coisas acontecerem, dando mais tranqüilidade e comodidade a todos ! Infelizmente esse “desenvolvimento” só tem servido para pouca gente, que está no comando dos países ou detêm postos de comando. Para os pobres e miseráveis, o desenvolvimento ainda não chegou e poderá demorar muito tem-po para chegar... A vida, nas cidades, é completamente diferente da vida no campo. As casas, nas cidades, especialmente para os po-bres, são bem pequenas, quase não têm quintal, as pessoas vivem apertadas e espremidas como galinhas em gaiolas de granja. Existe gente morando em casas muito grandes, bonitas, com piscina e espaço à vontade, mas, é pequena minoria, muito rica, que foi sorteada na vida pelo “desenvolvimento” ou pelo “progresso”... As ruas, nas cidades, são, na maioria das vezes, estreitas, esburacadas, sujas, poluídas, barulhentas - em razão do tráfego de automóveis, caminhões e ônibus - verdadeiros caminhos para carroças. Entretanto, elas suportam automóveis, ônibus e caminhões pesados, por onde passam todos os tipos de veículos, levando mercadorias, desde alimentos a produtos químicos perigosos. Esses veículos, em geral, poluem as cidades, soltando fumaça e gases que acabam com a nossa saúde, deixando o ar cheio de sujeira, além do cheiro horrível. Entre os gases mais perigosos está o chumbo, que causa doenças terríveis. Cidades grandes são difíceis de administrar (governar) e causam muita atrapalhação, porque não há correta distribui-ção de benefícios para todo o mundo, ao mesmo tempo. Enquanto parte da população tem água, luz, escolas, trans-porte, hospitais, outra parte precisa de tudo isso e luta muito para conseguir...

Tudo isso é estudado pela Ecologia

Nas cidades, obrigatoriamente, tem que existir casas para todos morarem. Em volta ou próximo das casas deve existir padarias, farmácias, armazéns, postos médicos, dentistas e todos os serviços importantes para a população, pois to-dos têm que trabalhar, produzir, consumir, estudar, namorar, casar e dar continuidade á vida. O trabalho é algo que se faz com o fim de produzir alguma coisa útil. Quem trabalha na lavoura, planta, colhe, vai ven-der para poder comprar o que precisa. Quem trabalha em fábricas, faz o mesmo, produzindo peças, máquinas, materi-al de construção, remédios, roupas, sapatos, óculos, ventiladores, móveis, televisores, computadores, carros, aviões, etc.. Há de tudo, em nossa sociedade, gente que trabalha e gente que estuda e se prepara para o futuro. Tem gente trabalhando em fábricas de produtos químicos, em laboratórios, hospitais, minas de carvão, frigoríficos. Tem gente pescando em alto mar, outros arrastando as redes com peixe, outros transportando-o para o mercado. Tem mil formas de trabalhar, de ser útil à família, à comunidade, ao país, ao mundo... O que precisamos é pensar seriamente nas coisas que estamos fazendo; se elas estão de fato sendo úteis para a hu-manidade, ou estamos apenas juntando mais lixo sobre a terra, perturbando a cabeça dos povos, ou destruindo as bases de nossa civilização. Precisamos pensar e discutir isso em família, com nossos irmãos e nossos pais; depois, com nossos amigos. Preci-samos fortalecer a união de nossa gente e investigar o que anda sendo consumido por aí. Se é bom ou mau. Se dura bastante ou se estraga depressa. Se oi alimento é benéfico para nossa saúde ou se estamos apenas enchendo nossas barrigas, com produtos químicos altamente perigosos. Precisamos conhecer-nos melhor e conhecer melhor os que governam nossas cidades e nosso país. Precisamos a-char a diferença entre o que é bom e o que é imprestável, e não nos ajudará em quase nada ! Precisamos trabalhar pelo estabelecimento de um modelo social (político) que cuida, ao mesmo tempo, da proteção às espécies, rios, oceanos, natureza, sem se esquecer que a principal espécie, a humana, está sendo atacada por to-dos os lados, feitos e formas, por grupos de pessoas que só pensam no tal “progresso” e no dinheiro... Assim, sofre a natureza, sofrem as espécies, aumenta a poluição, diminui nossa saúde, enquanto os que se juntam, normalmente, em partidos políticos, só pensam neles, seus parentes e nos grupos que os ajudaram a elegê-los, dei-xando depois, o povo de lado ! Precisamos de um modelo que poça nos oferecer justiça social, participação comunitária, oportunidades para todos (sem esmolas), com dignidade; educação, cultura, liberdade, moradia, trabalho, saúde. Isto tudo tem um nome:

“Desenvolvimento local sustentável”

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Mas afinal o que é isso de desenvolvimento local sustentável? Desenvolvimento local sustentável é um modelo social com um tipo de avanço tecnológico que permite que se cons-trua um “progresso” para todos, sem comprometer a natureza e as espécies, protegendo as famílias, nossas vidas, dando mesmo um sentido mais promissor em tudo quanto pensamos em relação ao mundo; pois o que fazemos em um determinado lugar vai atingir também outros lugares !

Precisamos de um humanismo completo, com Deus e a natureza sem o que será muito difícil encarar e preservar

nosso mundo.

DECÁLOGO DA ECOLOGIA

1 - Ame a natureza, fonte da vida, honrando-a com dignidade, em todas as suas ma-nifestações. 2 - Defende o solo onde vives, mas também aquele das demais criaturas. 3 - Protege a vida dos animais, consentindo em seu abate somente para suprir as necessidades alimentares. 4 - Condena a produção que favorece unicamente o produtor, em detrimento da sa-tisfação das necessidades e da saúde do consumidor. 5 - Condena a agricultura irracional, predatória, contaminante, que tanto “sustenta” como elimina vidas. 6 - Não consumas alimentos suspeitos de incluírem componentes nocivos. 7 - Não compartilhes do modismo vulgar de que “desenvolvimento e Progresso” do atual modelo sócio-econômico justificam tecnologias alienantes e destrutivas. 8 - Denúncia todos os crimes contra a Ecologia. 9 - Analisa racionalmente o comportamento humano com relação ao avanço da tec-nologia, bem como os referentes aos atuais clichês políticos; indaga, pesquisa, re-flete, contesta, procura esclarecer-te à luz da ciência e da ética sobre todos os atos da existência, sem escravizar-te a modismos, conceitos ou convenções. 10– Liberta tua mente e não aumentes as fileiras de acomodados mentais ou de ser-vos da hipocrisia, pois outros podem, tom,ar proveito do teu ideal. Fonte: AME - Fundação Mundial de Ecologia World’s Ecology Foundation Adaptação: Filipe de Sousa

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1 - Boas Vidas & Introdução 2 - As águas urbanas e o crescimento das cidades 3 - Alterações hidrológicas e Ecossistema Aquático 4 - Mananciais 5 - Doenças causadas pela falta de saneamento 6 - Os impactos sobre as águas 7 - Águas Subterrâneas 8 - O aumento da poluição das águas

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Bem vindo á reflexão sobre nossas águas.

O sistema de colonização do Brasil, com a implantação da maioria de suas cidades à beira de ri-os, córregos e nascentes, de forma desordenada, levou á eliminação de agentes protetores, im-portantes para a proteção de nossas nascentes, riachos, rios, lagos e córregos. O desenvolvimento desses iniciais povoamentos, hoje cidades, sem um correto planejamento (urbanização) ambiental resulta em significativos prejuízos para a biodiversidade e para o ho-mem. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi e é o acréscimo da poluição doméstica e in-dustrial, que sem uma adequada rede de tratamento de esgotos e resíduos, trouxe para suas po-pulações o desenvolvimento de muitas novas e antigas doenças, poluição do ar, poluição sono-ra, aumento da temperatura (aquecimento global), contaminação das águas subterrâneas (nossa maior reserva e riqueza), entre outros problemas correlacionados. O desenvolvimento humano brasileiro concentra-se em regiões metropolitanas, nas capitais do Estado e nas cidades consideradas pólos urbanos e industriais. O efeito destas realidades e ações humanas fazem-se sentir sobre todo o sistema urbano de re-cursos hídricos, ao abastecimento de água urbano e rural (poços contaminados), ao transporte e tratamento de esgotos, cloacal (fossas, rede de esgotos) ou pluvial. No entanto, atualmente muitos fatores interferem nesse ciclo, comprometendo a qualidade de nossa águas urbanas. O desenvolvimento industrial e tecnológico, aliados ao conseqüente au-mento populacional, com o característico inchaço das cidades, geralmente sobre a forma de a-grupamentos urbanos clandestinos, motivados pela baixa renda dessas populações, que se vêm desprovidas de recursos para uma residência digna e bem planejada, vem propiciando o aumen-to de sedimentos e material sólido, bem como a contaminação de mananciais e das águas subter-râneas. Este artigo pode contribuir para a Educação de nossas crianças, seus familiares e de cada comu-nidade abrangida, com o conhecimento, formando assim uma ampliação da luta, na busca de u-ma qualidade de vida humana mais salutar nos dias de hoje e um futuro bem mais limpo, para as novas gerações. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

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Introdução

O sistema urbano típico do uso da água, apresenta hoje um ciclo imper-feito. A água é bombeada de uma fonte local, é tratada, utilizada e, depois retorna para os rios ou lagos, para ser bombeada novamente. Mas, a água que é devolvida raramente apresenta as mesmas qualidades que a água recebida (ou a água original, como foi extraída da natureza). Sais, matéria orgânica, calor e outros resíduos que caracterizam a polui-ção da água, são agora encontrados. O desenvolvimento das cidades sem um correto planejamento ambiental resulta em prejuízos significativos para as comunidades e para a socieda-de como um todo. Uma das conseqüências do crescimento urbano foi o acréscimo da polui-ção doméstica e industrial, criando condições ambientais inadequadas e propiciando com isso o aparecimento de velhas e novas moléstias no ser humano e na vida animal como um todo. Além deste fator já demais preo-cupante, acrescem-se fatores como, a poluição sonora, aumento da tem-peratura regional e global, contaminação das águas subterrâneas e de nossos mananciais, entre outros problemas, que se não forem corrigidos, certamente nos levarão a um caos ambiental. O desenvolvimento urbano brasileiro encontra-se em regiões metropolita-nas, nas capitais de Estado e nas cidades caracterizadas como pólos de desenvolvimento regional. Os efeitos desta preocupante realidade, fazem-se sentir sobre todo o apa-relhamento urbano relativo a recursos hídricos, ao abastecimento de á-gua, ao tratamento e transporte de esgotos cloacal (fossas e encanamen-tos de esgotos) e pluvial. Á medida que a cidade se urbaniza, de uma forma geral vão aparecendo e ocorrendo os seguintes impactos: · Aumento das vazões máximas. · Aumento da produção de sedimentos devido à desproteção das superfícies e à produção de resíduos sólidos (lixo). · Deterioração da qualidade da água, devido à lavagem das ruas, ao transporte de material sólido e a ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial. Além destes impactos, ainda existem os problemas causados pela forma desorganizada da implantação da infra-estrutura urbana; pontes e taludes de estradas que obstruem os escoamentos, deposição e obstrução de rios, canais e condutos de lixos e sedimentos e, projetos e obras de dre-nagem inadequados. As enchentes em áreas urbanas são causadas por dois processos (isolados ou de forma integrada): · Enchentes causadas pela urbanização ( o solo é ocupado com su-perfícies impermeáveis (concreto e asfalto) interligado à rede de condu-tos de escamento (bueiros); · Enchentes em áreas ribeirinhas (naturais) (o Rio ocupa seu leito maior, de acordo com eventos extremos ‘tempestades e grandes precipi-tações pluviométricas’ com tempo de retorno, em média, de 2 anos. As medidas de controle de inundações podem ser consideradas em es-truturais, quando o homem modifica o Rio; obras hidráulicas, como barra-gens, diques e canalização; e em não estruturais; quando o homem con-vive com o Rio; zoneamento de áreas de inundação, sistema de alerta ligado à Defesa Civil e seguros. No Brasil, não existe nenhum programa sistemático de controle de en-chentes que envolva seus diferentes aspectos. O que se observa são ações isoladas por parte de alguns Municípios. As figuras ao lado, nos dão uma noção de como a interferência humana pode prejudicar, nossas águas e nossos recursos hídricos. Com a interfe-rência errada ou abusiva do homem nos diferentes ecossistemas, a polui-ção se faz presente no ambiente e, com a precipitação das chuvas, arras-ta esses resíduos sólidos ou, gases presentes na atmosfera, para nossos riachos, rios e águas subterrâneas (através da infiltração natural ou não) interferindo assim na estrutura química natural das águas. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

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Alterações hidrológicas e Ecossistema aquático

O desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal, provocando vários efeitos que modificam os componentes do ciclo hidrológico natural. Com a urbanização, a cobertura da bacia hidrográfica é alterada para pavimentos impermeáveis e são introduzidos condutos para escoamento pluvial, gerando as seguintes alterações no referido ciclo: · Redução da infiltração do solo; · Aumento do escoamento superficial; · Redução do escoamento subterrâneo; · Redução da evapotranspiração. O impacto da urbanização é mais significativo, para precipitações de maior freqüência, onde o efeito da infiltração é mais importan-te. Para precipitações de baixa freqüência, a relação entre as condições naturais e a urbanização é relativamente menor. Existem vários elementos antrópicos que são introduzidos na bacia hidrográfica: Aumento da temperatura: As superfícies impermeáveis absorvem parte da energia solar, aumentando a temperatura ambiente e produzindo ilhas de calor na parte central das cidades, onde predomina o concreto e, o asfalto, que, devido à sua cor, absorvem

mais energia solar do que as superfícies naturais (terra) e o concreto, que, á medida que sua superfície envelhe-ce, tende a escurecer e assim aumentar a absorção da radiação solar; Aumento de sedimentos e material sólido: É extremamente significativo devido aos fatores; limpeza de terrenos para novos lotea-mentos, construção de ruas, avenidas e rodovias, entre outras causas; Contaminação dos aqüíferos: Os aterros sanitários contaminam as águas subterrâneas pelo processo natural de precipitação pluvial e infiltração no solo. Grande parte das cidades brasileiras utiliza fossa sépticas como destino

final do esgoto. Este conjunto tende a contaminar uma parte superior do aqüífero (águas subterrâneas). A rede de condutos pluviais pode contaminar o solo através de perdas de volume da rede, que pressionam a água contaminada para fora do sistemas de condutos.

Mananciais

Mananciais, são fontes disponíveis de água, determinadas pelas condições locais, com as quais a população pode ser abastecida. Dever possuir quantidade e qualidade de água ade-quada ao uso e consumo humanos. A tendência do desenvolvimento urbano é de contaminar a rede de escoamento superficial do aqüífero com despejos de esgotos cloacais e pluviais, inviabilizando o manancial e exigindo novos projetos de captação de áreas disponíveis, mais distantes, não con-taminadas. Característica dos mananciais: Os principais mananciais de suprimento de água de uma população são: · Águas superficiais são encontradas nos rios de determinada bacia hidrográfica, onde a população se desenvolve; · Águas subterrâneas (aqüíferos); são a maior reserva de água doce do mundo. Os aqüíferos, onde ficam os reservatórios na-

turais, podem (com pressão superior á atmosférica) e têm vindo a ser contaminados, ou não (a água não está sob pressão). Poluição dos mananciais: Das águas subterrâneas; · O uso de fossa séptica contamina o lençol freático. · O lixo contamina o aqüífero pela lixiviação dos períodos chuvosos. · O vazamento da rede de esgotos cloacais e pluviais contamina o aqüífero com o despejo dos poluentes. · O uso de pesticidas e fertilizantes na agricultura convencional. · Despejo de resíduos de cargas industriais sobre áreas de recarga, para depuração de efluentes desse tipo, tende a contami-

nar as águas subterrâneas. Poluição das águas superficiais: · Despejo de poluentes dos esgotos cloacais domésticos ou industriais. · Despejo de esgotos pluviais agregados com lixo urbano. · Escoamento superficial que drena áreas agrícolas tratadas com pesticidas ou outros compostos. · Frenagem da água subterrânea contaminada que chega ao rio. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

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Controle dos mananciais

Para o controle dos mananciais existem estudos a serem considerados: · Seleção de mananciais potenciais: bacias ou aqüíferos, inseridos em bacias hidrográficas, considerando-se os custos dos

aproveitamentos, a ocupação das bacias e a viabilidade de preservação. · Avaliação da disponibilidade dos mananciais, quantificados quanto ao atendimento da demanda atual e quanto a cenários

futuros do desenvolvimento da comunidade. · Ocupação da bacia e potenciais poluentes: Identificação dos usos atuais e os propostos para as bacias dos mananciais,

identificando-se fontes potenciais de poluentes com as cargas atuais e com os projetos para os cenários futuros. · Identificação dos usos atuais e os propostos para as bacias dos mananciais, identificando fontes potenciais de poluentes,

com as cargas atuais e as projetadas para os cenários. · Quantificação atual e potencial da qualidade de água dos mananciais, no desenvolvimento urbano previsto, nos custos e

na capacidade de controle da ocupação da bacia. · Controle do uso do espaço e preservação da bacia, visando preservar as condições da qualidade e quantidade da água,

como fonte de manancial. · Aproveitamento da água de acordo com o desenvolvimento e uso da comunidade. · Programa sistemático de monitoramento da qualidade da água nos mananciais selecionados. · Mecanismos de controle institucionais de preservação das bacias mananciais. · Controle do espaço, quanto a invasões e loteamentos clandestinos que ocorrem com freqüência na maioria das cidades

brasileiras. Legislação pertinente: Resolução nº.20 de 18 de junho de 1986 (COPNAMA), Lei nº. 8935, de 07 de Março de 1989 (Legislação e Planejamento para pre-servação dos Mananciais). Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

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Heraldo Campos* A água que circula no Planeta Terra seja ela superficial ou subterrânea, faz parte do chamado Ciclo Hidrológico que se iniciou nos primórdios do resfriamento do magma e da con-solidação das rochas da crosta terrestre há 3,5 bilhões de anos atrás. O escape destes gases e a captura de cometas (cheios de gases e água congelada) pela órbita da Terra é que deram o início a esse Ciclo e aos recursos hídricos hoje sabidamente finitos. A quantidade de água que circula é a mesma. Nós, seres humanos, interferimos é na sua qualida-de, poluindo os rios e os mananciais subterrâneos. A maior parte da água que abastece os reservatórios subter-râneos provém das águas de chuva. Se tivermos uma tem-porada de seca geologicamente prolongada, os reservató-rios não serão alimentados. O Aqüífero Guarani possui bas-tante água potável. Cálculos para dimensões globais apon-tam que daria para abastecer a população mundial por 10 anos e suas reservas giram em torno de 7,5 milhões de Es-tádios do Maracanã de volume armazenado. Contudo, preci-samos ter o cuidado com esses números para não tê-los co-mo o salvador da pátria, ou melhor, da humanidade. O reservatório tem muita água e dá para todos. É uma ques-tão de gerenciamento e se existe uma diferença na capacita-ção tecnológica entre os quatro países de sua ocorrência (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) essa diferença torna-se menor, em função da troca de experiências entre os téc-nicos e os usuários envolvidos ao longo de todo o processo

de gestão conjunta em curso. Neste cenário, muitas vezes alguma confusão se dá com a terminologia empregada. O termo lençol freático é aplicado para dizer que a água está muito próximo da superfície do solo, um ou dois metros. Quando nos refe-rimos a uma cisterna ou cacimba nada mais é que um poço escavado, de boca larga e revestido com alvenari-a, que capta as águas subterrâneas mais próximas da superfície (lençol freático). Já um poço tubular (perfurado por máquina), que extrai a água em profundidades maiores e em zonas totalmente saturadas, é a-quele que realmente atinge os aqüíferos. Porém, de um jeito ou de outro, a água subterrânea é invisível aos nossos olhos. Só conseguimos medi-la a-través de métodos indiretos, descendo, por exemplo, um medidor de nível pela boca do poço para sabermos a profundidade do nível d'água em relação à superfície do solo ou coletando a água na saída do poço para uma análise química ou bacteriológica. É por isso que quando as águas subterrâneas são contaminadas seu trata-mento é mais complexo e mais caro dos que as águas dos rios comprometidos. Uma das principais ameaças aos aqüíferos é a referente à contaminação por agroquímicos nas áreas de recar-ga direta do reservatório, onde as rochas aflorantes recebem as águas de chuva para seu abastecimento. Há poucos anos a EMBRAPA detectou algumas áreas contaminadas (solos), entre elas as da região de Ribeirão Preto. O uso indiscriminado de agroquímicos na lavoura deve ser controlado nessas áreas para se evitar o arraste de elementos nocivos à saúde humana para as partes mais profundas do Aqüífero Guarani. Um dos instrumentos para proteção destas áreas é um mapa de risco à contaminação. Ele é resultado do cru-zamento das informações sobre a vulnerabilidade do reservatório, ou seja, suas características naturais, co-mo a profundidade do nível d'água, o tipo de solo etc., e a carga potencial de contaminantes, seu grau de toxi-dade, quantidade, mobilidade e assim por diante. Desse mapa saem os zoneamentos de áreas mais críticas que devem ser controladas ou mesmo receber restrições quanto ao seu uso. Se considerarmos que a área do Aqüífero Guarani tem 1,2 milhões de quilômetros quadrados de extensão em toda a Bacia do Paraná, 10% dessa área é área de recarga direta do reservatório, isto é, 120.000 quilômetros quadrados devem merecer es-pecial atenção. O abastecimento público é sem dúvida um dos usos mais importantes das águas do Aqüífero Guarani. Algu-mas indústrias cervejeiras, por exemplo, utilizam essas águas no Estado de São Paulo na elaboração de seus produtos. No Uruguai muitos balneários para recreação são servidos nos seus complexos aquáticos pelas águas do reservatório.

*Geólogo. Facilitador Local do Projeto Piloto Ribeirão Preto pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Doenças causadas por falta de saneamento

Amebíase ou disenteria amebiana - Ingestão de água ou alimentos contaminados por cistos. Ascaridíase ou lombriga - Ingestão de água ou alimentos contaminados por ovos. Ancilostomose - A larva penetra na pele (pés descalços) ou ovos pelas mãos sujas em contato com a boca. Cólera - Ingestão de água contaminada. Disenteria bacilar - Ingestão de água, leite e alimentos contaminados. Esquistossomose - Ingestão de água contaminada ou através da pele (imersão em águas contaminadas). Febre amarela - Picada do mosquito aedes Aegypti. Febre paratifóide - Ingestão de água e ou alimentos contaminados e, através de “moscas”. Febre tifóide - Ingestão de água ou alimentos contaminados. Hepatite A - Ingestão de alimentos contaminados ou contato fecal-oral. Malária - Picada da fêmea do mosquito anopheles sp. Peste bubônica - Picada de pulgas contaminadas. Poliomielite - Contato fecal-oral, falta de higiene. Salmonelose - Através de mordidas ou fezes de animais domésticos ou silvestres infectados. Teníase ou solitária - Ingestão de carne de porco ou de qualquer outro animal contaminado. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

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Impactos sobre as águas

Os processos de poluição dos rios deve-se à quantidade de “alimentos” lançados nas águas. Os esgotos domésticos, muitos tipos de resíduos industriais, os dejetos agrícolas e especialmente os pecuários que são constituídos preponderantemente de matéria orgânica, elemento que serve de alimento aos seres aquáticos, sejam peixes, sejam bentos, plâncton, bactérias, etc... O meio aquático precisa de alimento, mas em excesso gera poluição. O mesmo alimento que vai fazer proliferar todos os segmen-tos da vida aquática, resultará em uma enorme taxa de consumo de oxigênio. O consumo de oxigênio no meio ambiente será mai-or que seu fornecimento, que nas águas vem através da superfície (ventos e principalmente chuvas), e pela produção fotossintéti-ca das plantas aquáticas. Muitas vezes, a quantidade de matéria orgânica lançada, turva a água, a ponto de impedir, pelo sombre-amento, a atividade fotossintética. Quando a taxa de oxigênio do meio, chega a níveis mínimos, a vida que dele depende, desaparece. Assim, quanto maior o volume de matéria orgânica - esgotos - for lançado em um corpo d’água, maior será o consumo (demanda) de oxigênio usado na respiração dos seres aquáticos (em especial, das bactérias decompositoras). Como esta demanda (consumo) é resultado de uma atividade biológica ou bioquímica, diz-se que houve uma Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO, cujo valor é medido a partir do volume ou concentração assimilável da matéria orgânica, pelas bactérias aeróbicas, ou seja, das que necessitam de oxigênio em seu metabolismo. A ação destas bactérias na degradação da matéria orgânica produz gás carbônico resultante da oxigenação (perda de elétrons) e água, resultante na redução do oxigênio (ganho de elétrons). Quando todo o oxigênio se extingue, as bactérias e outros seres que dependem do oxigênio para a respiração (peixes, bentos, plâncton, etc.) também são extintos e em seu lugar surgem outros seres microscópicos capazes de se alimentar e “respirar” na ausência do oxigênio. Estas bactérias são chamadas de “anaeróbicas”. No processo “anaeróbico”, os sub-produtos dependem do tipo de composto orgânico e da bactéria que está atuando. Quando são bactérias sulfatorredutoras - em ambientes ricos em sulfatos - ocorre o cheiro desagradável, típico de ambientes sépticos (tipo Rio Tietê nas marginais de São Paulo - SP). A este processo com mau odor chama-se também de putrefação. Mas a decomposição anaeróbica também ocorre sem odores, por exemplo, com a produção de metano (gás dos pântanos), os alcoóis, como os de decomposição por fungos de cevada, cana-de-açúcar e uva, produzindo a cerveja, a cachaça e o vinho. A estes processos chama-se fermentação. Tanto a atividade aeróbica quanto a anaeróbica são chamadas de decomposição. Estes processos são realizados por microorga-nismos em seus processos naturais de nutrição e respiração, usando a matéria orgânica como fonte de energia e matéria prima para formação de suas células. Para que ocorra a decomposição duas condições são essenciais: · Que ocorram condições favoráveis à vida dos microorganismos, já que sua presença é indispensável; · Que a matéria a ser decomposta seja assimilável. Assim, para evitar que um produto entre em decomposição, cria-se condições desfavoráveis à proliferação dos microorganismos decompositores. Os meios para isto são conhecidos: · Aquecimento, resfriamento, dessecamento e uso de substâncias tóxicas. Há ambientes na Terra desfavoráveis à atividade

bacteriana: - Nas zonas glaciares (animais pré-históricos congelados se mantêm intactos); - Nas regiões extremamente áridas, os animais mortos, desidratam sem apodrecer. Fonte: Ambiente Brasil Formatação: Filipe de Sousa

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A Importância do DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)

A DBO representa o potencial ou a capacidade de uma massa orgânica “roubar” o oxigênio dissolvido nas águas. Mas, este roubo não é praticado diretamente pelo composto orgânico, mas sim é resultado da atividade de microor-ganismos que se alimentam da matéria orgânica. Assim, constituem condições básicas para o DBO: · A existência de microorganismos: se for colocada certa quantidade de calda de esgotos em um frasco com um

tanto de água e em seguida esterilizar-se a solução, não haverá consumo de oxigênio no frasco. Isto é, a quan-tidade de oxigênio dissolvido, inicialmente existente permanecerá a mesma nos dias seguintes.

· A existência de condições aeróbicas: Não havendo oxigênio dissolvido não pode haver seu consumo. Além disso, os microorganismos presentes devem ser aeróbicos (não é possível a respiração anaeróbica em presen-ça de oxigênio). Mas há condições que merecem ser compreendidas;

- Se o esgoto lançado em um rio tiver uma parte solúvel e outra sólida, insolúvel ( e em geral o tem ), esta últi-ma irá precipitar-se no fundo do rio ou do frasco (nosso experimento anterior), formando lodo orgânico (ou de esgo-to). Assim, embora haja oxigênio na água superficial, o oxigênio não penetrará no interior do lodo, a não ser que se induza uma mistura constante. Mesmo se induzindo essa mistura, será difícil a penetração do oxigênio no interior das partículas sólidas. O lodo será então, decomposto anaerobicamente, enquanto que a parte dissolvida, superior, gerará demanda bioquímica de oxigênio e não o lodo depositado. Por isso, em todo o corpo d’água com pequena velocidade de escoamento, por melhor oxigenado que seja, há sempre um ambiente anaeróbico no seu leito. Então, para que não ocorra atividade anaeróbica, com suas conseqüências nocivas e desprendimento de maus odores, de-ve-se adicionar oxigênio suficiente ao meio para fomentar a atividade aeróbica. · A existência de compostos assimiláveis: se os elementos orgânicos do esgoto não forem biodegradáveis, não

haverá decomposição biológica aeróbica ou anaeróbica. Por conseguinte, não haverá condições para o desen-volvimento do DBO, uma vez que não existirão microrganismos consumindo oxigênio...

A decomposição biológica tem um papel vital na natureza, degradar a matéria orgânica, restituindo seus elementos ao meio. A decomposição aeróbica é mais vantajosa que a anaeróbica; é mais rápida e não forma subprodutos orgâ-nicos, ainda que feita à custa do oxigênio do meio, originando a DBO. A DBO, assim, é um fator positivo dos ciclos vitais, ainda que seja necessário haver um equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio no meio. Para que essa relação não seja prejudicada, não pode haver consumo excessivo, ou seja, excesso de alimento em relação ao volume de água, uma vez que as reservas disponíveis de oxigênio na água são limitadas. A manutenção desse equilíbrio repousa, pois, em dois princípios ou providências: · A quantidade de alimento (esgoto e outros despejos orgânicos assimiláveis) lançada no corpo d’água deve ser

proporcional à vazão ou ao volume de água, isto é, à disponibilidade de oxigênio dissolvido. Assim sendo, a quantidade de esgotos que produz uma grave poluição se lançada num pequeno rio, extinguindo seu oxigênio, poderá não causar nenhum dano num grande rio. O conceito de poluição, é, pois, relativo (ao volume de oxigê-nio do corpo receptor) e nunca absoluto.

· Caso a proporcionalidade acima referida não seja possível, é necessário prover o meio aquático de fatores adi-cionais de oxigênio. Isto se faz:

- Intensificando sua aeração: a turbulência de um rio que possui cachoeiras ou quedas d’água renova muito mais rapidamente seu oxigênio, a partir do ar atmosférico. Isto pode ser provocado artificialmente, seja no rio ou no próprio esgoto, antes de ser lançado, mediante borbulhamento de ar comprimido ou forte agitação feita por rotores ou escovas rotativas; - desenvolvendo condições favoráveis à proliferação e atividade de microorganismos fotossintetizantes tais como as algas microscópicas. Os vegetais clorofilados são fontes primárias de oxigênio na natureza. Fonte: Ambiente Brasil Adaptação: Filipe de Sousa

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Poluição orgânica

A poluição orgânica concentra-se nas regiões onde há grande demografia (elevado número de habitantes por km2), especialmen-te em cidades situadas nas margens de rios ou outros cursos d’água proporcionalmente pequenos em seu volume d’água. Com a concentração humana, normalmente ocorre também as influências do desenvolvimento industrial. Certamente há interesse práti-co em distinguir os tipos de poluição, se natural ou artificial de sua origem. Toda a poluição orgânica, seja ela originada por produtos fisiológicos, ou de origem industrial bioassimilável (biodegradáveis), apresenta o mesmo tipo de conseqüências ecológicas. Entretanto, a primeira situação (fisiológica), em geral, apresenta reações microbiológicas, enquanto que a segunda (biodegradável industrial) possui componentes bioquímicos, tais como detergentes e produtos tóxicos. Do ponto de vista puramente ecológico, porém, pode-se considerar a poluição orgânica como um fenômeno único e uniforme em seus efeitos bióticos aquáticos, distinta de outros tipos de poluição. Um rio que passa por uma região urbana média, com uma variedade de indústrias já implantadas (exemplo: Rio Paraíba do Sul), pode apresentar uma variada carga de contaminantes orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos podem ser vivos, como os bacilos coliformes, entre os quais se destacam os coliformes fecais, bactérias transmissoras de endemias, como o tétano, tifo e muitas outras, e organismos em forma de vírus, alguns constituindo próprio ambiente. Outros contaminantes têm origem organo-química, tais como os cianuretos, os fenóis, os agrotóxicos. Tais como os resíduos de mercuriais, fosforados, entre outros, inclusive de uso já proibido por legislação específica.

Poluição física

São vários os fatores físicos que causam ou concorrem para o agravamento da poluição. Partículas em suspensão causam turbidez e, substâncias pigmentadas em solução que dão cor às águas, limitam a penetração dos raios sola-res na água, restringindo o desenvolvimento de algas e a fotossíntese. Esse fenômeno ocorre em rios que carreiam a erosão agrícola - carregada de adubos e matéria orgânica - e nos rios fortemente poluídos por esgotes, que contém partículas em suspensão. Nessas condições, há um agravamento da qualidade das águas; junto com o intenso e a-celerado consumo de oxigênio, há inibição do processo fotossintético.

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CONTINUAÇÃO

A precipitação dessas partículas, sobre os organismos aquáticos causa perturbações ecológicas. Os organismos ficam cobertos de uma camada de partículas que impedem sua respiração e os intercâmbios com o meio. Nos casos extremos, peixes morrem asfixiados por obstrução das brânquias. Outra grave interferência física é a relacionada com a elevação da temperatura. Não é o efeito direto do calor sobre os organismos aquáticos que deve ser considerado, mas sim, o efeito ecológico indireto, resultante da perda de oxi-gênio pela água sempre que a temperatura é ligeiramente elevada. A solubilidade dos gases na água é inversamente proporcional à sua temperatura. Este fenômeno pode ser observa-do ao abrir uma garrafa de refrigerante gasoso, que contém gás carbônico dissolvido em alta concentração. Quando o refrigerante está gelado, ao abrir à poco desprendimento de gás ( e ele não joga o refrigerante para fora com tanta facilidade ), ao contrário, do que acontece se estiver à temperatura ambiente, quando forma muita espuma e joga o refrigerante com força para fora. Fato similar ocorre com o oxigênio dissolvido na água. Ao nível do mar, a água de um rio, à temperatura de 10° centí-grados pode conter até 11,3 miligramas por litro de oxigênio dissolvido; a 35° centígrados a concentração se reduz a menos que 7,0 miligramas de oxigênio, por litro de água. Muitas espécies de insetos com larvas aquáticas somente são encontradas em águas frias de montanhas, por causa do maior teor de oxigênio destas. Uma pequena elevação dessa temperatura causaria um verdadeiro desastre ecoló-gico. Esses fatos são conseqüências da poluição térmica. Várias industrias utilizam águas correntes para refrigera-ção e outras, como as usinas termoelétricas, produzem vapor para acionar turbinas geradoras. A produção do gradi-ente térmico usa grandes quantidades de água que são lançadas, ainda quentes, nos rios e no mar. Na área de agroindústrias, vale ressaltar as usinas canavieiras. A água quente que circula em serpentinas para aque-cimento e evaporação do caldo de cana, é lançada nos rios, causando mortalidade de peixes, mesmo mantendo bai-xo DBO e aparentemente sem aquecerem significativamente a água dos rios. O efeito ecológico desse processo não é devido à demanda bioquímica, mas à demanda térmica de oxigênio, suficiente para causar a asfixia dos peixes..

Poluição química

A poluição química abrange uma grande variedade de alterações ecológicas. É a poluição mais comum, incluíndo tanto efeitos químicos causados por esgotos domésticos até os resíduos industriais. O efeito químico causado pelos esgotos vem da própria decomposição biológica. A elevação do teor de amônia, por exemplo, é causa de perturba-ções ecológico-sanitárias.

Casos semelhantes ocorrem também com compostos com altas concentrações de fósforo, enxofre, etc..., dando origem a substâncias que podem alterar significativa-mente o meio. Os químicos inorgânicos - na maioria contaminantes - dos rios urbanos podem apre-sentar complexos químicos de boro, bário, cádmio, cloro, cobre, cromo, flúor, fósfo-ro, ferro, manganês, magnésia, nitritos e nitratos, chumbo, selênio, sulfatos e zinco, além de outros, com menor freqüência. Vários desses produtos são resíduos das ati-vidades agropecuárias e da agroindústria.

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Três exemplos caracterizam bem a diversidade de aspectos ecológicos resultantes da poluição química: · os agentes redutores, · os agentes eutrofizantes, · os tóxicos seletivos recalcitrantes. Agentes redutores são compostos químicos ávidos de oxigênio, como os sais ferrosos, por exemplo. Quando lan-çados na água combinam-se rapidamente ao oxigênio dissolvido, provocando a diminuição do oxigênio indepen-dentemente da atividade microbiana. É a Demanda Química de Oxigênio (DQO), cuja combinação é espontânea. Muitos despejos industriais geram reduções de concentração de oxigênio dos rios por causa dessa demanda. Agentes eutrofizantes são os que fertilizam a água, podendo levar à excessiva proliferação de microorganismos - como as algas microscópicas que realizam a síntese de compostos orgânicos, utilizando-se do gás carbônico (como fonte de carbono) e da luz solar (como fonte de energia). Os elementos que os vegetais verdes necessitam para seu crescimento e proliferação, são o nitrogênio, o fósforo e o potássio, assimilados em forma de sais. Por conseguinte, a elevação intencional ou acidental da concentração destes elementos, produz aumento da concentração de algas, a não ser que falte luz no ambiente. Esses elementos são adicionados diretamente na forma de nitratos e fosfatos, ou indiretamente, na forma de compostos orgânicos - matéria fecal - que é também um adubo orgânico. Por decomposição biológica formam amônia ou nitratos e fosfatos (pequenas lagoas de sítios, onde existem patos ou onde se lançam as fezes de suí-nos, apresentam forte coloração verde: os excrementos animais fertilizam as águas causando a proliferação de algas microscópicas). Os agentes eutrofizantes enriquecem a vida aquática porque a atividade fotossintética - os fitoplâncton - as fontes primárias de matéria orgânica e o oxigênio disponível, levam à proliferação do zooplanton, e dos peixes que dele se nutrem. Assim, o processo é de grande interesse para o piscicultor, que obtém alimento rico e barato para seus peixes, apenas adubando as águas com fosfatos e nitratos de uso agrícola. Porém, o excessivo desenvolvi-mento de algas, constituindo um desequilíbrio ecológico, pode ser prejudicial a outros usos de água. Os tóxicos seletivos recalcitrantes formam um grupo químico especializado, onde se incluem os detergentes sin-téticos não biodegradáveis, os inseticidas e os herbicidas sintéticos. Estes produtos têm a capacidade de interferir no pH (potencial hidrogeniônico) da água, criando situações de aci-dez (abaixo do índice pH7) ou alcalinidade (acima de pH7), na graduação de 1 a 14. Em condições naturais, os rios equilibram a acidez causada pelas atividades respiratórias dos seres aquáticos, que produzem ácido carbônico, com a alcalinidade dos carbonatos obtidos das rochas calcarias. Quando uma emanação industrial ácida ou alcalina altera o ph das águas - caso das usinas açucareiras - provoca a mortandade da vida aquática. Os tóxicos recalcitrantes também afetam a salinidade das águas, e com elas o valor osmótico, que tem a ver com a permeabilidade das membranas às pequenas moléculas dos sais. É o efeito osmótico que faz com que uma cé-lula de um animal marinho se arrebente se colocada em água doce, e a célula de um animal de água doce se mur-che em ambiente marinho. O terceiro fenômeno importante neste tóxicos é o da tensão superficial, que é profundamente afetada pelos deter-gentes. A coesão molecular da camada superficial das águas é essencial para uma infinidade de seres aquáticos, inclusive de grande porte, como é o caso dos patos. Os detergentes reduzem muito a força de coesão entre as moléculas da água, permitindo maior poder de difusão e penetração. Com isto, produzem danos profundos na fauna microbiana aquática que vive à superfície das á-guas, e afetam todos os seres aquáticos (atingindo as brânquias e sistemas respiratórios).

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Vários inseticidas e herbicidas, mesmo os não aplicados diretamente nas águas, por exemplo, para controle de insetos como os borrachudos, ou no controle químico das plantas aquáticas, mais usados nas lavouras e lixiviados até aos cursos d’água pela superfície, absorvidos em partícu-las erodidas ou pelas águas freáticas, têm mostrado capacidade de per-sistência e difusão surpreendentes, nos tecidos de seres vivos e em de-posições orgânicas, cujos efeitos freqüentemente não perceptíveis nas condições normais, se mostram nas situações ambientais mais críticas: estiagem, cheias, inversões térmicas dos corpos d’água, atuando de for-ma sinérgica ou cumulativa, podendo apresentar resultados ecologica-mente devastadores.

A administração das águas Os rios revelam, na qualidade de suas águas, a qualidade dos usos que são feitos nas terras que drenam. Quem estuda o estado da qualidade das águas de qualquer rio, descobre os tratamentos que os habitantes situados nas cabeceiras daquele rio fazem de suas terras. Assim, quando uma instituição se propõe a cuidar do meio ambiente, suas atenções devem começar pelo estudo das águas, já que estas indicam detalhes que, nas visitas às propriedades, cidades e industrias, podem se mos-trar disfarçados aos pesquisadores.

EUTROFIZAÇÃO

A quantidade de nutrientes define se asa águas são oligotróficas (pobres em nutrientes) ou eutróficas (ricas em nutrientes). Na medida em que, por lançamentos de produtos orgânicos, um rio, riacho ou lago, se torna eutrófi-co, os aumentos dos seres aquáticos eleva o DBO e coloca em risco o ecossistema aquático. O aumento da matéria orgânica promove o aumento da produtividade, mas este processo tem limites; se ocorrer a eutrofização, que é a superação dos limites de capacidade de metabolismo dos seres aquáticos à oferta de nu-trientes, ocorrerão quedas fortes e indesejáveis na produção biótica. O processo da eutrofização pode ser interrompido justamente pela interrupção de injeção de produtos ricos em nutrientes, dos quais se destaca o fósforo, principal agente eutrofizador.

ASSOREAMENTO

Produto direto da erosão dos solos, o assoreamento revela os cuidados que a população situada na bacia de dre-nagem de um rio tem com os solos agrícolas. Quando chegam a um curso d’água, os sedimentos são transportados por duas formas: · em suspensão e por arraste de fundo. O transporte em suspensão é feito quando o tamanho das partículas

é tão pequeno que a velocidade das águas consegue transportá-lo em forma que parece ser dissolvida. No entanto, quando as águas cessam sua velocidade, em meandros ou lagoas situadas ao longo do curso, no-ta-se a deposição deste material no fundo.

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O arraste de fundo é o “rolamento” das partículas de solo, em especial de areia, no leito do curso d’água. É que seu peso não permite ser deslocado “dissolvido”, mas a velocidade da água é suficientemente forte para impulsi-oná-lo ao longo do leito. Nas áreas de águas calmas, esses sólidos formam bancos de areia. Quanto mais pesada (maior) for a partícula, mais cedo parará de mover-se, e será a primeira a depositar nos remansos dos rios. A for-ça cinética das águas levará as partículas menores ais longe e as depositará nos locais mais diferentes dos re-mansos. O transporte de sólidos em suspensão e o assoreamento são uma contaminação que causa efeitos ecológicos pelo soterramento da vegetação subaquática, pelas dificuldades que impõe à ovulação dos peixes e outros seres aquáticos que põem seus ovos nos substratos, e até nos problemas relacionados à respiração da fauna aquática, obstruindo as brânquias. A contenção do assoreamento se faz através da conservação dos solos, nas terras agrícolas. Não somente lá, mas também na implantação de matas ciliares. Em locais onde os solos são muito arenosos, e o processo erosi-vo é muito forte, outros cuidados adicionais devem ser tomados, tais como barragens de contenção, tratamento de voçorocas e uso de técnicas especiais de cultivos, tais como plantios na palha e rotação da cultura, para evi-tar, por todas as formas, a perda do patrimônio agrícola mais precioso, a terra fértil. Os bancos de assoreamento podem ser removidos mecanicamente e as terras (areias) ali depositadas podem apresentar uma fertilidade aproveitável - salvo se forem constituídas somente de areias - mas não podem servir para a recuperação de todas as áreas agrícolas erodidas, tanto pelo elevado custo da operação quanto pela rela-tivamente pequena q2uantidade de material que é recuperado nesta operação. Portanto, o melhor sempre será prevenir. Fonte: Ambiente Brasil Formatação: Filipe de Sousa

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA

Muitas LEIS brasileiras tratam sobre os recursos hídricos. Existem preceitos na Constituição Federal e nas Cons-tituições Estaduais, nas leis federais, estaduais e municipais, que definem os usos e a proteção dos recursos hí-dricos de cada região brasileira. Não é , portanto, pela falta de leis, que nossos recursos hídricos apresentam tan-tos problemas, mas, pelos mecanismos de fiscalização e controle, pela falta de conhecimento da população so-bre a importância de sua proteção, e da gravidade que os maus usos trazem para as disponibilidades deste bem precioso às gerações futuras. Da Constituição Federal vale destacar os art. 20, 21 e 22, que estabelecem que são bens da União os rios, lagos e quaisquer correntes de águas situados nos seus domínios; que compete á União instituir um sistema nacional de gerenciamento dos recursos hídricos; e que é de sua competência legislar sobre eles. Estes direitos Constitucionais são repartidos com os Estados e Municípios onde os cursos d’água se encontram. Na Legislação Federal, há que se citar o Código de Águas (Lei 24.643 de 10 de julho de 1934), alterado por Leis posteriores, na maioria dos casos para ampliar a força de seus preceitos. O Código Florestal (Lei 4771 de 15 de Setembro de 1965) tem preceitos especiais para a proteção das Matas Cilia-res ou protetoras das águas. Outra Lei Importante é a “Lei da Natureza” ou dos “Crimes Ambientais” (Lei 9.605 de fevereiro de 1998), que de-clarou como crime “causar poluição hídrica” em cursos de água de abastecimento público. A classificação das águas é feita através da Resolução nº. 20/86 do Conselho Nacional do meio Ambiente (CONAMA). Esta Resolução define a qualidade das águas doces, salobras e salinas. Bibliografia: MULLER. A.C. Introdução á Ciência Ambiental; Curitiba - PUC-PR; uso didático. Pags.67 a 73.

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IMPACTOS AMBIENTAIS NA EXTRAÇÃO DE AREIA DOS RIOS, LAGOS OU RIACHOS ALAGADIÇOS. Qualquer que seja o tipo de atividade ou empreendimento sempre acarreta modificações ambientais. Podendo ser de caráter irreversível ou temporário. A extração de areia nos rios provoca graves danos, como a turbidez da água, assoreamento e em alguns casos, até mesmo o desvio do leito. A exploração de areia nas margens dos rios passa, a médio prazo, a provocar inundações, águas paradas e to-das as suas conseqüências, como proliferação de insetos e doenças. Dentre os impactos causados pela extração de areia enumera-se os seguintes: • Alteração na paisagem - A simples operação dos equipamentos de extração, transporte e veículos das pessoas afetas ao empreendimento, afeta de maneira significativa a paisagem local, soma-se a esse fato o destruição da paisagem no local de estocagem do material até o mesmo ser removido em definitivo. Um outro fator digno de nota é a construção de vias de acesso, uma vez que a grande maioria dos depósitos se encontra na zona rural. • Supressão de vegetação - Provocada, também, pela operação dos equipamentos, pelo disposição do material extraído e dos rejeitos e pela circulação de veículos. É porem, reversível se houver manejo adequado da vegeta-ção existente no local. • Modificações na estrutura do solo - A atividade extrativa acarreta mudanças nas características do solo, au-mentando o seu grau de compactação, de exposição ao sol e mudanças de ordem microbiológica. • Interferência sobre a fauna. - A remoção de vegetação, a modificação na estrutura do solo, o aumento ou a in-trodução de ruídos, a circulação de caminhões, entre outros fatores, provocam a evasão ou alteração no hábitos da fauna no entorno do local. Um fato observável, quando a extração ocorre em zonas pouco povoadas é a mor-te de pequenos animais pôr atropelamento pelos caminhões responsáveis pelo transporte do material extraído. • Alterações nas calhas dos cursos d’água. - São provocadas pelo uso de equipamentos de desagregação sobre os leito dos rios, o que acarreta eliminação de barramentos naturais ou a produção de bancos de sedimentos, que podem interferir na velocidade e na direção do cursos d’água. • Trepidação. - Acarretada principalmente pela circulação de equipamento de desmonte, carregamento e trans-porte. A presença de trepidação provoca perturbações nas estrutura de pontes, estradas, construções, etc. exis-tentes próximas ao local. • Poluição sonora. - Produzida pelo motor da draga de sucção, dos caminhões, do trator, da carregadeira de pneus, ou seja dos equipamentos que fazem parte do empreendimento. • Poluição atmosférica. - O processo extrativo contribui para esse tipo de poluição pela emissão de partículas minerais na atmosfera. E o funcionamento dos equipamentos de extração, carregamento, estocagem e transpor-te, com a emissão de partículas gasosas e sólidas provenientes da queima de combustíveis. • Contaminação pôr óleos e graxas. - Acontece quando o equipamento é manuseado de maneira inadequada, ainda por falta de manutenção do equipamento, a existência de vazamentos e a falta de medidas preventivas a-fim que não haja lançamentos de resíduos nos leitos dos cursos d’água. Esse tipo de contaminação traz sérios danos ambientais ao ecossistema, como exemplo mais claro tem-se a mortandade de peixes. • Turbidez das águas. Turbidez é definida como sendo a resistência que a água oferece à passagem de luz, que é causada por sólidos em suspensão finamente divididos na água. O processo de extração de areia produz aumento de turbilhonamento, e como conseqüência , a turbidez, que é apontada como sendo um dos mais graves danos, que além de entupir a guelra dos peixes escurece a água, não permitindo a passagem de luz solar debilitando a vida aquática e acarretar custos adicionais no tratamento de águas de abastecimento. • Resíduos sólidos. - A retirada de terra para a ocorrência da extração da areia gera a formação de montes de solo orgânico e estéril, os quais devem ser tratados para que não venham a favorecer sedimento. A utilização desses solos na reabilitação da área de extração deve ser prevista desde o início do projeto. • Alterações no tráfego. - Indubitavelmente haverá um acréscimo no fluxo de caminhões, provocando assim, um aumento no nível de ruídos, dos riscos de acidentes de trânsito e poluição atmosférica. • Geração de conflitos de uso dos recursos minerais. - O solo, a água e o ar têm seus diversos usos definidos de acordo com os hábitos locais. Deve haver uma busca constante de compatibilização dos usos dos mesmos com as atividades extrativas de areia. • Alterações no nível do lençol freático. - Os processo de extração de areia que atingem o nível do lençol freático podem acarretar a “subsidência do terreno” - acomodação de terra - colocando em risco, construções próximas ao local. Podendo provocar, também a inativação de poços de captação de água no entrono do local de extração.

Fonte: Grupo Escolar Formatação: Filipe de Sousa

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Não podemos esquecer que as vidas que chamamos de “pragas urbanas” são componentes vivos de todo o ecossistema;

Assim, devem e podem ser controladas mas, nunca eliminadas,

Pois os prejuízos para o equilíbrio do ecossistema, em caso de sua total eliminação,

seriam catastróficos.

Elas, as que chamamos de “pragas urbanas”, também são importantes e necessárias para o equilíbrio

Biológico da vida sobre a Terra.

Outro ponto a considerar são os inseticidas químicos, que em sua grande maioria, afetam

de forma devastadora os ambientes hídricos e residenciais, com elevada mortandade

de peixes em nossos rios e lagos, e graves problemas de saúde ao ser humano.

Não deixe de ver também, neste compêndio,

“Defensivos Naturais”

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Pragas Urbanas - Animais Sinantrópicos

Define-se animais Sinantrópicos aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste. Difere dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as finalidades de companhia (cães, gatos, pássaros, etc.), produção de alimentos ou transporte (galinha, boi, cavalo, porcos, etc.). As pragas causam danos ao homem desde os tempos mais remotos seja através das doenças transmitidas ou pelos danos causados na estocagem , contaminando os produtos, as em-balagens e o meio ambiente.

Todo ser vivo necessita de três fatores: água, alimento e abrigo para sua sobrevivência. Água não é fator limitante no nosso meio, mas podemos interferir nos outros dois fatores - alimento e abrigo - de modo que espécies indesejáveis não se instalem ao nosso redor. As pragas são produtos do pró-prio homem.

Com a chegada do verão as pragas urbanas começam a se proliferar, pois é na alta temperatura que elas aparecem. Por isso, segundo especialistas, a melhor forma é se prevenir no inverno, época que os filhotes são gerados. Limpeza, armazenamento dos alimentos são itens importantes levados em consideração para a definição de uma estratégia para o combate dos cupins, baratas, formigas, ra-tos, pombos, abelhas, pernilongos, moscas e até escorpiões.

Para tanto, é necessário conhecer o que serve de alimento e abrigo para cada espécie que se preten-de controlar, e adotarmos as medidas preventivas de forma a interferir nesse controle, mantendo os ambientes mais saudáveis, evitando o uso de produtos químicos (os quais poderão estar eliminando não somente as espécies indesejáveis, como também outras espécies benéficas, contaminando a água e o solo), que por si só não evitarão novas infestações.

Assim, pretende-se oferecer alguns conhecimentos básicos sobre a vida desses animais, de modo que o leitor compreenda a importância de se adotar medidas preventivas no seu lar, no seu local de trabalho, ou mesmo transmitir a outras pessoas essas informações.

Destacamos dentre os animais Sinantrópicos, aqueles que podem transmitir doenças ou causar a-gravos à saúde do homem ou outros animais e que estão presentes na nossa cidade, como:

Abelhas Aracnídeos

Baratas Cigarras Cupins

Formigas Gafanhotos e Grilos

Lesmas Morcegos Moscas

Mosquitos Piolhos Pombos Pulgas

Roedores Traças

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Abelhas

Existem cerca de 20.000 espécies de abelhas. As mais conhecidas são as comu-mente denominadas de abelha europa ou africanizada (mistura da abelha africana com a européia), porém existem também as chamadas abelhas indígenas as quais não tem ferrão (irapuá, jataí, mandaçaia, etc.) e normalmente enroscam no cabelo quando importunadas, bem como as mamangabas, abelhas grandes que em geral fazem seus ninhos no solo. Neste manual nos deteremos a comentar alguns as-pectos da Apis mellifera (abelha europa ou africanizada).

As abelhas são consideradas insetos úteis porque: - contribuem para a fecundação das flores propiciando aumento da produção de frutos e grãos; - produzem o mel e a geléia real, importantes fontes energética e nutritiva; - produzem o própolis à partir de substâncias resinosas dos brotos e cascas de vegetais, o qual atua como antibiótico natural. Na sociedade das abelhas (Apis mellifera), distinguem-se 3 tipos de indivíduos: rainhas (possuem ferrão utilizado somente para postura), zangões (sem ferrão) e operárias (que possuem ferrão). Alimentam-se do néctar e pólen que retiram das flores levando-os para a colméia e armazenando-os em favos, sendo que todo trabalho da colméia (coleta de pólen, néctar e própolis; limpeza; defesa; construção de favos e alimentação das larvas) é realizado pelas operárias. As abelhas somente atacam quando se sentem perturbadas ou agredidas, sendo este um fato raro. Em épocas de escassez de néctar, algumas vezes, invadem residências, confeitarias, panificadoras e ou-tros locais à procura de açúcar; mas são inofensivas, não aplicam ferroadas à menos que alguém as apal-pe, esmague ou tente afugentá-las com movimentos bruscos. Nestes casos é comum avistarmos uma abe-lha e depois várias delas. Este fato ocorre porque quando uma abelha descobre uma fonte de alimento, avi-sa as outras na colméia. Nesta situação recomenda-se retirar o alimento do local ou impedir o acesso das abelhas ao mesmo. A presença de algumas abelhas sobrevoando o local não representa um fator de risco para as pessoas, e nem indica presença de colméia próxima deste local, já que as abelhas podem percorrer uma distância média de 2 Km à procura de alimento. Ciclo de vida Uma colméia de Apis mellifera contém em média 50 a 60 mil indivíduos, sendo a maioria composta por ope-rárias, alguns zangões e apenas uma rainha. O tempo de vida varia: a rainha vive em média de 2 a 5 anos, o zangão cerca de 80 dias e as operárias de 32 a 45 dias. Todos estes indivíduos sofrem metamorfose com-pleta, isto é, passam pelas seguintes fases: Ovo -> Larva -> Pupa -> Adulto A rainha é a única fêmea fértil, e, depois de fecundada por vários zangões, armazena os espermatozóides por toda a vida, podendo botar até 2 mil ovos por dia na época das floradas. Dos ovos podem nascer ope-rárias (fêmeas estéreis) e novas rainhas, o que vai depender do tipo de alimentação que a larva recebe. Já os zangões (machos da colméia), nascem de óvulos não fecundados. Uma parte das abelhas de uma colméia, em determinadas condições (colméia muito populosa por exem-plo), pode abandonar sua morada à procura de novo abrigo e constituem o que se denomina de enxame viajante. O enxame é a família migrante composta, via de regra, por uma rainha-mãe acompanhada de uma boa parte das abelhas operárias e zangões. Os enxames em geral são mansos, porque estão com as atenções voltadas para a sobrevivência da família e a guarda da sua rainha. A agressividade é esporádica e ocorre em situações em que as abelhas se sen-tem agredidas ou em situação de risco. As abelhas quando estão enxameando levam uma reserva de mel nos papos e não conseguem dobrar o abdômen para aplicar o veneno. De vez em quando elas pousam para descansar, é quando se amontoam em um canto formando um "cacho" em torno de sua rainha e se abrigam em locais como cobertura de garagem, árvores e outros lo-cais. Algumas operárias ficam voando à procura de abrigo definitivo, que lhes ofereça proteção total, como forros de telhado, porões, cascas, muros ocos, móveis vazios e abandonados entre outros. Quando encon-tra, todas imigram para este local e começam a construção dos favos. Importância para a saúde A abelha é considerada um animal peçonhento por possuir um ferrão na região posterior do corpo que ser-ve para inocular veneno. Sua picada pode causar reações alérgicas, cuja gravidade depende da sensibili-dade do indivíduo, local e número de picadas, sendo aconselhável procurar atendimento médico. Curiosidades - A comunicação entre os membros de uma colméia é altamente desenvolvida, existe a "dança do reque-brado" executada quando uma abelha retorna de uma coleta bem sucedida, comunica as outras operárias a natureza, direção e distância da fonte de alimento, oscila seu abdome e entre pulsações audíveis, movi-mentos circulares, mostram a direção, a freqüência do requebrado da cauda indica a distância, quanto mais próximo da colméia está o alimento, maior a freqüência de pulsações. Utilizam a posição do sol, se o requebrado da cauda é dirigido para cima, o alimento está localizado em direção do sol, com a inclinação indicam o ângulo do sol. Um relógio interno compensa a passagem do tempo entre a descoberta do ali-mento e o início da dança de forma que a informação permaneça correta, mesmo com a movimentação do sol neste intervalo. Em dias nublados a polarização dos raios luminosos e a luz ultravioleta agem como referência indireta na ausência do sol. Fontes: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br) e Astral Saúde Ambiental (www.astral.ind.br)

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Aracnídeos Aranhas As aranhas são animais carnívoros, de vida livre, geralmente solitárias e predadoras, alimentando-se principalmente de insetos. São principalmente terrestres existindo aproximadamente 30.000 es-pécies conhecidas, sendo que apenas 20 a 30 são consideradas como tendo veneno tóxico para o homem. Têm como inimigos naturais os pássaros, lagartixas, sapos, rãs, outras aranhas, etc. As aranhas de maior importância médica são a Loxosceles (aranha marrom), a Phoneutria sp.

(armadeira) e a Lycosa sp. (aranha de grama ou tarântula). As aranhas marrons não são agressivas, vivem sob cascas de árvores, folhas secas de palmeiras e residências, onde abrigam-se em pilhas de tijolos, telhas e entulhos em geral, adaptando-se facilmente ao ambiente domiciliar alojando-se atrás de móveis, quadros, rodapés soltos, cantos de parede e outros locais que não são limpos com freqüência. As armadeiras são aranhas agressivas, tendo esse nome porque armam bote quando se sentem ameaçadas, vivem em bananeiras, terrenos baldios, em zonas rurais junto às residências. As aranhas de grama vivem em jardins, gramados, pastos e campos, e fogem quando molestadas. As caranguejeiras vivem sob troncos caídos e pedras, em cupinzeiros, junto a raízes de grandes árvores e nos pastos, vivendo em geral, em locais afastados do homem. Raramente causam acidentes por causa da posição dos seus fer-rões, embora assustem devido à sua aparência e tamanho. Utilizam como mecanismo de defesa mais comum, o bom-bardeamento, que consiste em atritar vigorosamente as patas traseiras no abdômen, espalhando uma nuvem de pêlos com ação irritante em direção ao inimigo. A aranha marrom, a armadeira e caranguejeira tem hábitos noturnos; já as aranhas de grama são ativas durante o dia e a noite. As aranhas peçonhentas para o homem, em geral, não vivem em teias, e quando as fazem, são irregulares e não tem forma geométrica. Ciclo de vida Há acasalamento entre macho e fêmea, e, a aranha põe ovos, muitas vezes em grandes quantidades, mais de 1.000 em uma única postura, que ficam protegidos numa bolsa de fios de seda chamada ovisaco. Em geral, as aranhas cuidam da ovisaco e algumas como a Lycosa sp, carregam os filhotes recém-eclodidos nas costas até a primeira muda de pe-le, sendo o crescimento feito através de sucessivas trocas de pele. Há muita variação quanto ao tempo de vida, de alguns meses à vários anos. Importância para a saúde As aranhas são animais peçonhentos, injetando veneno por meio de um par de glândulas que se encontra em suas peças bucais. A gravidade do envenenamento, varia de acordo com o local da picada, a sensibilidade individual, entre outros, sendo indicado procurar assistência médica em caso de acidente. Os acidentes com a aranha marrom geralmente ocorrem no verão em ambiente domiciliar, quando a aranha escondida em uma vestimenta ou toalha é inadvertidamente prensada contra a pele da vítima ou enquanto esta dorme. Já os aci-dentes com aranhas armadeiras ocorrem em geral quando manipula-se frutas, ou no ato de calçar os sapatos, local onde estas aranhas costumam se abrigar. As aranhas de grama picam ao serem pisadas ou quando impossibilitadas de fugir. Medidas Preventivas - Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais mate-riais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha; - Ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados, pois nestes materiais elas podem estar abrigadas; - Rebocar paredes e muros para que não apresentem vãos e frestas; - Vedar soleiras de portas com rolos de areia; - Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques; - Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos, que servem de alimento à aranhas; - Realizar roçagem de terrenos; - Manter berços e camas afastados das paredes; - Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los. Escorpiões Atualmente são conhecidas cerca de 1.400 espécies de escorpiões distribuídas pelo mundo com exceção da Antártida. Estes aracnídeos não são exclusivos das regiões de clima tropical e subtropical podendo ser encontrados nos Alpes suíços, planícies canadenses, floresta amazônica, Europa, Ásia, Oceania e demais regiões. No Brasil as espécies mais importantes em Saúde Pública pertencem ao gênero Tityus, destacando-se as espécies Tityus serrulatus (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto). Encontramos também outras espécies com distribuição geográfica des-crita no esquema abaixo. O homem é o grande responsável pela dispersão de muitas espécies destes aracnídeos através do transporte de car-gas em caminhões e ferrovias, distribuindo-os em diversas regiões do território nacional. Nas áreas urbanas podemos encontrar estes escorpiões em locais com infestação de baratas, em terrenos baldios, onde haja acúmulo de entulhos e materiais de construção em jardins sem a devida conservação. Ocasionalmente encontramos escorpiões em residên-cias que não apresentam estas condições, podendo a infestação ser oriunda de terrenos baldios e casas abandonadas na vizinhança. Na verdade a presença destes aracnídeos se deve, muitas vezes, as condições favoráveis fornecida pelo próprio ho-mem tendo como conseqüência a ocorrência de acidentes com crianças e adultos. A picada do escorpião amarelo em crianças pode ocasionar um estado clínico grave levando até a morte, entretanto a picada do escorpião preto, apesar de dolorosa, dificilmente ocasiona a morte da vítima. Hábito Os escorpiões são animais terrestres, de atividade noturna, ocultando-se durante o dia em locais sombreados e úmi-dos (sob troncos de árvores, pedras, cupinzeiros, tijolos, cascas de árvores velhas, construções, frestas de muros, dormentes de estradas de ferro, lajes de túmulos, entre outros) e não são animais agressivos. Existem poucas espécies que se adaptaram à vida junto às habitações humanas e, ocasionalmente dirigem-se às ca-sas à procura de abrigo, em velhas construções, principalmente onde há material de construção estocado, podendo ser encontrados dentro de sapatos e gavetas. Todos os escorpiões são carnívoros, capturam e matam animais dos quais se alimentam, entre eles podemos citar: baratas, grilos, cupins, aranhas de porte médio, etc. Tem como inimigos naturais as corujas, gaviões, sapos, algumas espécies de aranha, lagartos entre outros.

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Escorpiões Ciclo de vida Os escorpiões não põem ovos, os filhotes desenvolvem-se dentro da mãe e o nascimento efetua-se por meio de parto, sendo a gestação longa, 2 a 3 meses dependendo da espécie. Uma ninhada pode ter até 20 filhotes os quais ficam nas costas da mãe até a primeira troca de pele. Os filhotes ficam adultos após 5 a 6 mudas de pele, com cerca de um ano de idade. Vivem em média 3 a 4 anos. O Tityus serrulatus só apresenta espécimes fêmeas, os óvulos transformam-se diretamente em embriões que dão origem a novas fêmeas (processo denominado partenogênese), já o Tityus bahiensis apresenta os dois sexos. Importância para a saúde Todas as espécies de escorpião podem inocular veneno pelo ferrão, sendo considerados animais peçonhentos. A gravidade do envenenamento varia conforme o local da picada e a sensibilidade do acidentado, sendo que a gravidade do acidente deve ser avaliada pelo médico, o qual tomará as decisões sobre o tratamento a ser minis-trado. Os acidentes geralmente ocorrem quando se manuseia material de construção ou entulho, em residências, e são mais comuns no período das chuvas, quando o calor aumenta, e estes animais ficam mais ativos. Medidas Preventivas Para evitar condições propícias ao abrigo e proliferação de escorpiões, deve-se adotar as seguintes medidas: - Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais materiais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha. - Ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados, pois nestes materiais podem estar abrigados escorpiões. - Rebocar paredes e muros para que não apresentem vãos e frestas. - Vedar soleiras de portas com rolos de areia. - Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques. - Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos, que servem de alimento à es-corpiões. - Realizar roçagem de terrenos. - Manter berços e camas afastados das paredes. · Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los.

Ácaros Os ácaros compreendem um grande número espécies muitas das quais se alimentam de plantas. De tamanho bem reduzido e às vezes não visíveis a olho nu; estes artrópodes se alimentam de uma grande variedade de substratos e podem estar presentes nas folhas (na parte inferior ou superior), botões florais, ramos, flores e fru-tos. Apresentam na forma adulta quatro pares de pernas, diferenciando-se assim dos insetos (hexápode= 3 pares de pernas). Devido ao seu hábito de alimentação, as folhas podem apresentar prateamento, clorose, presença de teia; tendo como conseqüência o desfolhamento e falta de florescimento da planta. Muito tem se falado hoje em dia sobre pessoas alérgicas a poeira, mofo e ácaros. Mas, o que são ácaros? São artrópodes, pertencentes à Classe Arachnida, mesmo grupo das aranhas, carrapatos e escorpiões. São seres de tamanho muito pequeno, invisíveis, na maioria das vezes, a olho nu. Estes microácaros são responsáveis por respostas alérgicas, tais como: rinites alérgicas, asma e eczemas, que podem variar de indivíduo para indivíduo, dependendo da sua sensibilidade. Eles estão associados a ambientes quentes e úmidos, ideais para sua prolife-ração. Mas os ácaros não atacam somente o homem. Produtos armazenados também são atacados por estes se-res, sendo a maioria das espécies as mesmas do pó domiciliar. Quando presentes nos alimentos eles podem de-teriorar cereais e outros produtos naturais consumidos tanto pelo homem quanto por animais, causando-lhes doenças de pele e até diarréia. Curiosidades - Pertencem a família dos aracnídeos e embora se alimentem de matéria orgânica encontrada na poeira domésti-ca (fungos, partículas de alimentos) a maior parte de sua dieta consiste de pedaços de pele humana morta que é trocada diariamente e que possui alto valor protéico. - Em 1 g de poeira podem ser encontrados até 3000 ácaros. Fontes: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br) e Pragas On Line (www.pragas.com.br)

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Baratas Hábito Em áreas urbanas as espécies de baratas mais comuns são duas: a barata de esgoto (Periplaneta americana) e a fran-cesinha ou alemãzinha (Blatella germanica). São ativas principalmente à noite quando deixam seus abrigos à procura de alimentos. Possuem hábitos alimentares bastante variados, preferindo àqueles ricos em amido, açúcar ou gordurosos. Podem alimentar-se também de celulose como papéis, ou ainda excrementos, sangue, insetos mortos, resíduos de lixo ou esgoto. Tem o hábito de regurgitar um pouco do alimento parcialmente digerido e depositar fezes, freqüentemente ao mesmo tempo em que se alimentam. Preferem locais quentes e úmidos. A barata de esgoto normalmente habita locais com muita gordura e matéria orgânica em abundância como galerias de esgoto, bueiros, caixas de gordura e de inspeção. São excelentes voadores. A barata francesinha habita principalmente cozinhas e despensas em locais como armários, gavetas, interruptores de luz, aparelhos eletrodomésticos, dentro de vãos de batentes, rodapés, sob pias, dutos de fiação elétrica e locais co-mo garagens ou sótãos com depósitos de papel e principalmente caixas de papelão, entres outros. Passam 75% do seu tempo abrigadas próximos aos alimentos. Percebe-se que um local está infestado por baratas através de sinais como fezes, ootecas vazias, esqueletos ou cas-cas de ninfas quando estas se transformam em adultos, e em altas infestações, observa- se as baratas durante o dia e há odor característico. Ciclo de vida As baratas colocam os seus ovos em uma cápsula chamada ooteca. Essa ooteca pode ser carregada pela fêmea até próximo à eclosão dos ovos (Blatella germanica), ou depositam em local apropriado, normalmente frestas, fendas, gavetas ou atrás de móveis (Periplaneta americana). Cada ovo dará origem à uma ninfa, que, através de várias mudas dará origem ao inseto adulto. As ninfas são menores que as adultas, não possuem asas e são sexualmente imaturas. A francesinha vive em média 9 meses, põe ovos em média 5 vezes ao longo de sua vida e coloca de 30 à 50 ovos. A barata de esgoto vive de 2 à 3 anos, põe ovos de 10 à 20 vezes e coloca de 12 à 20 ovos em cada ooteca. Quanto mai-or a temperatura e a umidade , menor será o tempo para o ovo chegar à fase adulta. Importância para a saúde As baratas domésticas são responsáveis pela transmissão de várias doenças, principalmente gastrenterites, carrean-do vários agentes patogênicos através de seu corpo, patas e fezes, pelos locais por onde passam (são por isso consi-deradas vetores mecânicos). Medidas Preventivas As medidas preventivas baseiam-se no controle ambiental. Deve-se interferir nas condições de abrigo e alimento. - Inspecionar periódica e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas, e todo tipo de ma-terial que adentre ao ambiente e possa estar servindo de transporte ou abrigo às baratas e suas crias. - Limpar o local total e cuidadosamente e todos os pertences nele inclusos (fornos, armários, despensas, eletrodo-mésticos, coifas, sob pias), onde quer que possa acumular gordura e restos alimentares. - Acondicionar o lixo em sacos plásticos e dentro de latas apropriadamente fechadas e limpas. - Vedar frestas , rachaduras e vãos que possam servir de abrigo. - Colocar telas, grelhas, ralos do tipo "abre-fecha", sacos de areia ou outros artifícios que impeçam a entrada desses insetos através de ralos e encanamentos. Curiosidades - Um casal de baratas, no período de 1 ano, pode gerar até 100 mil descendentes, sendo que nos países tropicais es-se número é facilmente ultrapassado. - A barata tem 350 milhões de anos de existência, sendo que o homem que assumiu posição bipedal data de 8 ou 9 milhões de anos atrás. - Segundo um levantamento realizado em São Paulo, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Biológicas, há 200 baratas / habitante, na grande São Paulo. - As baratas são onívoras, são capazes de ingerir qualquer tipo de alimento, sendo responsáveis por curto circuitos e até incêndios, são vetores que disseminam bactérias, fungos, vírus, helmintos e protozoários patogênicos, causado-res de enfermidades (conjuntivites, gastrenterites, infecções urinárias, toxinfecções alimentares, gangrena gasosa, infecção de ferimentos, pneumonias, alergias, verminoses, micoses, amebíase, giardíase, poliomielite, hepatite, entre outras), além de suas secreções danificarem as leituras nos discos de computadores. - Não existe, na química fina internacional, qualquer produto que seja permeável à ooteca ("bolsa" que contém os ovos), razão básica pela qual deve-se obedecer ao período de tratamento estabelecido em cronograma, para que se possa atingir os novos indivíduos nascidos dos ovos. -Blatella germanica = "baratinha de cozinha ou de madeira", também é conhecida como "francesinha ou paulistinha", devido as faixas longitudinais claras e escuras que possui em seu dorso lembrando as respectivas bandeiras. - A Blatella germanica é a espécie de mais difícil controle, pois há muito tempo convive com o homem, próximo à sua fonte de alimentação, criando tolerância a diversos inseticidas. Devido as suas proporções é capaz de esgueirar-se por qualquer fenda, suas ninfas completam o seu desenvolvimento em menor tempo (36 dias para ir do estágio de ovo à adulta), sua ooteca possui maior número de ovos, em 300 dias (tempo médio de vida), pode gerar até 300 ovos. - A Periplaneta americana = "barata de esgoto" possui tempo médio de vida de 2,5 anos, produzindo até 810 ovos. - As baratas infestam cozinhas e banheiros devido à elevada temperatura e umidade encontradas nesses ambientes, principalmente em torno de equipamentos geradores de calor (geladeiras, freezers) e sob pias, próximas dos encana-mentos. - Para cada barata que se vê a luz do dia, existem em média 50 escondidas, pois passam até 75% do seu tempo abri-gadas em seus esconderijos. - A barata pode viver até 15 dias sem água ou alimento e 30 dias somente com água proveniente da evaporação, obti-da pela cocção dos alimentos. - As baratas tem dispersão passiva podem adentrar no ambiente transportadas junto às embalagens. Fonte: Prefeitura de São Paulo ( www2.prefeitura.sp.gov.br )

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Cigarras

Estes insetos estão presentes a séculos em nossas lavouras. Com o desenvolvimento da cultura do café no início do século, passa-ram a ter importância econômica, chegando a prejudicar dezenas de milhares de cafeeiros. Foi no Estado de São Paulo que cons-tatou-se as primeiras infestações severas, nos municípios de Ca-conde, Campinas, Barra Bonita, São João de Ibitinga e São José do Rio Preto.

As cigarras são muito conhecidas pelo ruído estridulante (canto), um som emitido por um órgão localizado no abdô-men dos machos para atraírem as fêmeas para o acasalamento. A fêmea coloca seus ovos em ramos e nas cascas dos galhos da planta hospedeira, as ninfas ao nasceram são denominadas de ninfas móveis, penetrando no solo até um metro de profundidade à procura das raízes da planta. Com o aparelho bucal sugador alimentam-se da seiva das raízes continuamente. Esta fase pode durar cerca de um ano. A ninfa móvel é a última fase de seu desenvolvimento quando abandona o solo e se fixa no tronco da planta hospe-deira, ocorrendo a última muda e emergindo o adulto. O cafeeiro é uma das plantas hospedeiras mais conhecidas. Existem espécies de cigarras em outros países, com aspectos bioecológicos diferentes. Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)

Cupins

Cupins de Madeira Seca

Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferen-cialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira, ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero).

Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que restos fossilizados deste insetos já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins têm desempe-nhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgâ-nico ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.

No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhe-cem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada es-pécie de cupim encontrado no interior do Brasil.

De acordo com o Dicionário Aurélio, podemos encontrar os seguintes sinônimos da palavra cupim, em Portu-guês: térmita, térmite e itapicuim, este último utilizado na região Amazônica do Brasil. A denominação térmita, por sua vez, é originada do latim "Termes" e era utilizada pelos romanos ao se referirem ao "verme da madei-ra", seu significado em latim, dada a aparência que os mesmos apresentam quando infestando uma estrutura de madeira.

É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bas-tante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. Desta maneira, é importante sa-ber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem.

O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contri-buindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque.

Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras. Como o próprio nome indica, os cupins de madeira seca são os cupins que fazem o ninho na madeira seca, ou seja, a colônia encontra-se na madeira seca que, ao mesmo tempo, serve de abrigo e de alimento.

Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)

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Formigas As formigas são insetos sociais que vivem juntos em colônias. Pertencem à ordem Himenóptera, mesmo grupo em que se encontram as vespas e abelhas. Existem várias famílias de vespas e várias de abelhas, no entanto todas as for-migas estão agrupadas em uma única família, a família Formicidae. Mesmo assim, as diferenças de biologia e comportamento entre as diferentes espécies de formigas são acentuadas, variando desde a formiga doméstica, comum de se encontrar dentro de residências, infestando áreas alimentares, até em hospitais, contaminando soro fisiológico e outros equipamentos até a formiga eminentemente rural, especializada em cortar folhas e outras partes vegetais para garantir a sua sobrevivência. Para entender melhor a diferença entre cada uma destas formigas e podermos traçar um plano de ação consistente para o seu controle, necessitamos conhe-

cer a biologia e comportamento das formigas.

Descrição Podemos reconhecer uma formiga dos outros himenópteros pela presença de uma antena em forma de coto-velo, e pela presença de uma cintura, que pode ter um ou dois segmentos, também chamados de nós. Estes insetos distribuem-se por todos os continentes com exceção dos pólos. Estima-se que existam por volta de 18.000 espécies de formigas sendo que 10.000 já foram descritas. No Brasil ocorrem aproximadamente 2.000 espécies sendo que somente de 20 a 30 são consideradas pragas. As demais são extremamente benéfi-cas. Elas dispersam sementes contribuindo para o reflorestamento de muitos ecossistemas, como o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga e os Campos; promovem a germinação das sementes, pois removem a polpa dos frutos; fazem a poda de algumas plantas promovendo seu crescimento vegetativo; exercem importante papel na aeração do solo; incorporam matéria orgânica à terra tornando-a fértil; são predadoras de diversos artrópo-des, muitos deles pragas agrícolas, além de serem predadoras de outras espécies de formigas. As espécies consideradas pragas são as formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns) representadas pelos gê-neros Atta e Acromyrmex e as formigas domésticas. Dentre estas últimas citamos as mais importantes: Formi-ga-fantasma (Tapinoma melanocephalum), Formiga-louca (Paratrechina longicornis), Formiga lava-pés (Solenopsis spp.), Formiga cabeçuda (Pheidolespp.), Formiga carpinteira ou sará-sará (Camponotus spp.), For-miga acrobática (Crematogaster spp.), Formiga Argentina (Linepithema humile), Pixixica ou pequena formiga de fogo (Wasmannia auropunctata), formiga do faraó (Monomorium pharaonis). Vida Social Todas as espécies de formigas são verdadeiramente sociais ou eusociais, assim como os cupins. Por outro lado, nem todas as espécies de vespas e abelhas são verdadeiramente sociais; algumas possuem hábito soli-tário. Um inseto é denominado social ou eusocial pela sobreposição de gerações, pela divisão de tarefas e pe-lo cuidado com a prole. A divisão de tarefas está associada com a presença de diferentes castas dentro da co-lônia. Existem a casta das operárias e a casta dos reprodutivos (rainhas e machos). As operárias são as formigas que estamos acostumados a ver. Elas são todas fêmeas, não possuem asas e são estéreis; desempenham ainda todas as funções dentro da colônia que também é chamada de formigueiro. Dentre estas funções citam-se: escavação e limpeza do ninho, procura de alimento, também chamada de forra-geamento, alimentação das larvas e rainha(s), alimentação de outras operárias, defesa da colônia, etc. As ope-rárias vivem de dois a três meses e durante toda sua vida trabalham em prol da colônia. Em algumas espécies de formigas podemos observar, dentro da casta de operárias, indivíduos com a cabeça desproporcionalmente maior e de tamanho mais avantajado em relação as outras operárias. Estas operárias são denominadas soldados e possuem a função de proteger a colônia de inimigos. Apesar de terem este nome são também fêmeas. Quando ocorre diferenciação de tamanho e forma no corpo das operárias de formigas diz-se que a espécie é polimórfica. Quando as operárias são do mesmo tamanho são chamadas de monomórficas. Em algumas épocas do ano colônias maduras produzem um grande número de indivíduos alados conhecidos como reprodutores. Muitas vezes os reprodutores são confundidos com os siriris e aleluias que são cupins. As formigas aladas podem então ser diferenciadas dos cupins comparando-se algumas estruturas. As formi-gas apresentam cintura enquanto os cupins apresentam a mesma largura do corpo, do começo ao fim. Tanto as formigas quanto os cupins têm quatro asas, porém, nas formigas as asas anteriores são maiores que as posteriores enquanto nos cupins todas as quatro asas são do mesmo tamanho. Finalmente as antenas das formigas têm forma de cotovelo, enquanto as dos cupins são retas. A casta dos reprodutores é caracterizada pelas rainhas e machos. As rainhas são responsáveis pela postura dos ovos e são os maiores indivíduos da colônia; possuem asas para fazer o vôo nupcial, isto é, para o encon-tro com os machos, cuja cópula ocorre em pleno vôo. Uma vez fecundadas elas procuram um local adequado para fundar um novo ninho e, nesta fase, cortam as asas com as mandíbulas e auxílio das pernas posteriores. Na maioria das espécies de formigas apenas uma rainha é encontrada dentro da colônia e uma vez morta, o formigueiro também morre. Neste caso a espécie é denominada monogênica, com a presença de somente uma rainha fecundada. Entretanto em algumas espécies, especialmente as domésticas, várias rainhas fecundadas podem ocorrer dentro de um único formigueiro. Neste caso a colônia é poligênica, isto é, com várias rainhas. A longevidade da rainha é longa. Rainhas de saúvas podem viver até vinte anos, enquanto rainhas de formigas domésticas vivem aproximadamente 2 a 4 anos. Os machos também são alados, porém são menores que as rainhas. Sua função é unicamente reprodutiva e têm vida curta. A identificação é feita observando-se as operárias. O corpo de uma formiga é dividido em cabeça, mesossoma, cintura e gáster. O mesossoma corresponde ao tórax dos outros insetos e o gáster ao abdômen. As caracterís-ticas principais para identificar um gênero de formiga são o número de nós na cintura (um ou dois) e o número de segmentos nas antenas. As cores variam muito dentre as espécies e não são uma boa característica de identificação.

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Ciclo de Vida

As formigas apresentam metamorfose completa isto é, as fases de desenvolvimento passam pelo ovo, lar-va, pupa e adulto. Os ovos são de tamanho microscópico e por isso, difíceis de serem visualizados a olho nu. As larvas, que não possuem pernas e são de coloração esbranquiçada, passam por vários estágios que também são denominados instares. O número de instares pode variar de 3 a 5. Uma larva eclode de cada ovo sendo esta bastante pequena neste estágio. Após alguns dias, dependendo da quantidade de alimento que a larva recebe e da temperatura, a larva sofre muda, isto é, troca de pele e passa para um segundo está-gio, um pouco maior que o primeiro. Neste período é que ocorre o crescimento do inseto. Após o último estágio a larva pára de se alimentar e entra em um estágio denominado pupa. Algumas espécies de formi-gas apresentam uma pupa coberta por um casulo de seda, enquanto outras assemelham-se com o adulto, porém com a cor branca. Neste estágio a formiga além de não se alimentar, também não anda. Depois do estágio de pupa emerge a formiga adulta que são as formigas que vemos andando por todo lado. Rainhas e machos nascem também da mesma maneira. Uma vez atingindo a fase adulta a formiga não mais crescerá. Formação de uma nova colônia A fundação de uma nova colônia pode se dar pelo vôo nupcial ou pela fragmentação da colônia. Ocorre vôo nupcial quando a colônia já é madura. Rainhas e machos partem de diferentes colônias e copulam em pleno vôo. A rainha pode copular com até 8 machos, dependendo da espécie. Apesar de milhares a milhões de indivíduos saírem para o vôo nupcial a maior parte irá morrer pois outros animais poderão comê-los, por condições climáticas adversas ou simplesmente porque as rainhas não encontrarão local adequado para iniciar um novo ninho. Caso a rainha tenha sucesso e encontre um local adequado, ela irá escavar uma pe-quena câmara e se fechará nela para sempre. Esta rainha iniciará a postura dos primeiros ovos onde eclodi-rão as primeiras larvas. A rainha irá alimentá-las então depositando ovos especiais de tamanho maior deno-minados ovos de alimentação ou ovos tróficos. Assim que as primeiras operárias emergirem estas irão a-brir a câmara e iniciar o processo de procura de alimento para alimentar as larvas recém eclodidas e a rai-nha. Enquanto a rainha estiver no período de fundação da colônia ela sobreviverá do metabolismo dos músculos alares que serão transformados em energia para a sobrevivência da rainha. Além disso, enquanto ela esteve sendo alimentada em sua colônia de origem, armazenou energia suficiente para sobreviver o pe-ríodo de fundação. A fundação de uma nova colônia através da fragmentação ocorre também quando a densidade populacio-nal da colônia está bastante alta. A fragmentação ocorre naquelas espécies de formigas que são poligíni-cas, isto é, possuem várias rainhas inseminadas dentro de uma única colônia. Rainhas, e operárias com crias partem para novos locais e fundam ali uma nova colônia. A fragmentação pode ocorrer naturalmente ou pode ser induzida quando ocorre aumento excessivo de temperatura e umidade, ou na presença de substâncias repelentes como substâncias químicas (inseticidas). Métodos de Prevenção Para prevenir o ataque das formigas caseiras, deixar o ambiente o mais limpo possível, consertar falhas nas estruturas, como rachaduras nas paredes e frestas em azulejos. Para que elas não cheguem nos açuca-reiros, pode-se fazer um sache com gaze ou qualquer outro tecido de malha fina e colocar lá dentro alguns cravos-da-índia. As formigas odeiam o seu cheiro. Utilizar inseticidas em "spray" não dá bom resultado, pois as espécies de formigas urbanas possuem ninhos com milhares de operárias (formigas que traba-lham), dezenas de rainhas (que botam ovos) e cria (ovos, larvas e pupas) e, quando percebem o cheiro do inseticida, tratam de fugir para um local bem seguro, dividindo a colônia em vários pedaços e piorando a infestação. Métodos de Controle FORMIGAS CORTADEIRAS Controle Mecânico: este tipo de controle somente é viável quando o formigueiro ainda é jovem. Consiste na retirada do ninho escavando-se o local até encontrar a(s) panela(s) de fungo juntamente com a rainha. É um controle efetivo principalmente quando a área infestada é pequena. Controle Químico: o controle químico pode ser efetuado por meio de iscas granuladas, pós secos, líqüidos termonebulizáveis ou gases liquefeitos. Iscas Granuladas: são de fácil utilização consistindo de pequenos pedaços de substrato (peletes) com substâncias muito atrativas às formigas impregnados com um ingrediente ativo tóxico (inseticida). Sua efi-ciência depende na correta aplicação e na eficiência do ingrediente ativo nela contido. As iscas mais eficientes são aquelas que possuem ingrediente ativo de ação lenta, pois não matam as for-migas por contato, possibilitando que as carreguem para dentro do formigueiro sendo distribuída por todo o fungo. As iscas oferecem segurança para o aplicador e permitem que o controle seja realizado em áreas de difícil acesso. Durante a aplicação as iscas não devem ser manuseadas, pois as formigas perceberão cheiros es-tranhos e as rejeitarão. Sua utilização não deve ser realizada em dias chuvosos e solos úmidos. Pós secos: os formicidas formulados em pós secos são aplicados diretamente dentro do formigueiro por meio de polvilhadeiras (bombas insufladoras de pó). A aplicação tem mais sucesso quando feita em terre-nos secos. Terrenos úmidos dificultam a penetração do pó. Em ninhos muito antigos, cujas panelas geral-mente são muito profundas a eficiência desta formulação é limitada. Líquidos Termonebulizáveis: consiste na introdução de inseticida líquido diretamente nos olheiros do for-migueiro por meio de aparelhos que produzem fumaça tóxica. O inseticida utilizado deve ter ação rápida e agir por contato. Este método é encarecido devido a aparelhagem e mão-de-obra especializada. Gases liquefeitos: são gases comprimidos em embalagens apropriadas que serão liberados diretamente no interior de olheiros por meio de mangueiras adaptadas a uma válvula de saída.

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FORMIGAS DOMÉSTICAS

O controle de formigas domésticas é difícil. Uma solução caseira para o problema da formiga doméstica é injetar, com auxílio de uma serin-ga, uma solução 1:1 de água com detergente de lavar-louças dentro das frestas de azulejos e batentes de portas por onde saem as formigas. Esta metodologia deve ser utilizada sempre que as formigas são observadas, mas nem sempre surte o efeito desejado. Empresas especializadas podem fazer uso de inseticidas com aparelhos de aerosol. Neste tipo de controle, o ninho deve ser localizado e furos devem ser feitos na parede ou estrutura de madeira acima e abaixo deste. O inseticida é então aplicado. Quando os ninhos estão loca-lizados dentro de conduítes de eletricidade, inseticidas formulados em pós secos podem ser utilizados. Porém, sabe-se que a aplicação de substâncias químicas provoca a fragmentação das colônias. Desta forma não é garantido o sucesso do controle. A utilização de inseticidas em spray para o controle de formigas não é eficaz, pois fragmenta as colônias. A forma mais eficaz de se controlar uma infestação por formigas domésticas é a utilização de iscas tóxicas. A isca ideal deve ser atrativa para um grande número de espécies, não agir por contato, possuir ação lenta e ter baixa toxicidade a mamíferos.

Curiosidades - Petiscos deliciosos Em algumas regiões do Brasil o povo utiliza a içá ou tanajura para preparar petiscos que são preparadas de diversas maneiras: torradas co-mo amendoim, assadas, em paçoca com farinha de mandioca ou de milho, etc. - Alimento de perder a cabeça Alguns índios, em época de escassez de alimento, comem soldados e operárias da saúva. Comem somente a cabeça jogando o corpo fora. - Quando o sexo exige demais Para os Índios, o comer formigas está relacionado a certos ritos: "Entre os índios Uananas, as moças, durante a segunda iniciação (quando estão aptas para a fecundação) são recolhidas ao "jejuário" durante duas luas. Durante a primeira lua elas se alimentam somente de ovos de caba e beiju, em pequena quantidade, e durante a Segunda de maniuara (saúva)" (Amorim, Lendas, p. 54 apud Lenko & Papavero, 1996). - Ser Pai é padecer no paraíso Entre os Índios Tucano (Giacone, 1949: 15), quando nasce uma criança, o pai deita-se na rede por três dias e submete-se ao seguinte regi-me: só comerá três vezes ao dia - Mecká - formigas saúvas; Depótina - formigas saúvas de cabeça grande; e Iamicá - formigas grandes e gordas, maiores do que os cupins; ao anoitecer tomará manicuera e farinha com água ou mingau de tapioca. Ecká, depótina e iamicá, neste caso, designam períodos de tempo e não formigas. - Para todos os males Em Barueri (SP), o povo usa infusão de saúva em cachaça para esfregar em partes do corpo atacadas por reumatismo; a içá comida é consi-derada como afrodisíaco (Lenko & Papávero, 1996). Saúvas podem ser utilizadas na suturação de feridas. Os Índios da Guiana coletam soldados de saúvas, aplicam suas mandíbulas aos lábios da ferida, que são mantidos juntos. As formigas mordem, seus corpos são arrancados, e a fileira de mandíbula permanece até que a ferida cicatrize (Lenko & Papávero, 1996). - Sou macho, de machucado A tocandira (Paraponera clavata) é uma formiga grande, cerca de 22 mm de comprimento e extremamente agressiva. Sua picada é tão dolo-rosa que faz um homem rolar no chão de tanta dor, que pode durar até 20 horas. Algumas tribos de índios empregam as picadas de tocandi-ras em cerimônias de iniciação e como prova da virilidade de candidatos ao casamento. Meninos de oito a nove anos são vestidos com mangas de algodão, que possam ser amarradas pela parte de cima e pela de baixo. As formigas são colocadas dentro que picam os garotos. O menino é então levado para ser cuidado pelas mulheres. Assim que se recupera o ritual se repete. Esta cerimônia é continuada até a idade de quatorze anos, quando o rapaz aprende a suportar a dor, sem dar sinal de sofrimento, visto que se acha emancipado e pode casar-se.

DICAS

As formigas "doceiras" que na prática buscam muitos outros alimentos, inclusive alimentos salgados estão cada vez mais abundantes nos am-bientes domésticos. Algumas providências podem ser tomadas na busca do controle mas é importante lembrar que essas formigas não desaparecem da noite para o dia e o controle exige muita paciência e persistência. Como essas formigas possuem muitas rainhas elas apresentam um fenômeno conhecido como sociotomia que é a divisão do formigueiro em vários outros quando existe algum tipo de perturbação ambiental. Para controlar essas formiguinhas siga os seguintes passos:

1 - prepare uma papinha feita com açúcar de confeiteiro e um pouco de água. 2 - Corte pedaços (4 cm x 4 cm) de papel laminado e jogue uma gota daquela papinha.

3 - Distribua os papéis com a isca de açúcar em vários pontos da casa, próximo aos pontos onde as formigas foram vistas ou não. 4 - Depois de cerca de meia hora no máximo você vai ver que elas formam um carreiro e se alimentam da isca que você ofereceu. 5 - Siga então o carreiro até a sua origem. 6 - Aplique uma mistura em partes iguais de água e detergente com o auxílio de uma seringa.

7 - Em seguida feche o buraquinho onde o detergente foi injetado com massa ou outro material disponível. 8 - Repita esses passos várias vezes por diversos dias até que a população diminua.

9 - Se o carreiro de formigas está saindo de uma tomada elétrica não use o detergente. Ao invés disso, aplique talco de bebê na tomada. O talco entope as aberturas das formigas por onde elas respiram além de reagir com o corpo da formiga.

10 - Mantenha o hábito de fechar frestas constantemente. As formigas podem se alojar em frestas muito pequenas ou podem simplesmentvir do jardim. Vasos com plantas também podem abrigar pequenas colônias.

11- Não se esqueça que formigas preferem viver próximo de fontes de alimento. Se você tem o hábito de levar comida para o quarto vai ter problemas lá também.

12 - Mantenha o frasco onde você guarda o açúcar bem fechado e mantenha o açucareiro na geladeira.

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Gafanhotos

Gafanhotos

Desde o tempo mais remoto se fala da “Praga de Gafanhotos”, sendo até relatada na Bíblia e com seu maior destaque em sua passagem pelo Egito antigo. Mas pouco sabemos sobre a origem e como se formam essas grandes nuvens de gafanhotos. Além de devastador, as nuvens de gafanhotos migratórios nos chamam a atenção pela sua agregação maciça e em alguma espécies uma grande capacidade de deslocamento. O gafanhoto peregrino Schistocerca teve sua migração monitorada no ano de 1988. Nuvens partindo das costas da

Mauritânia atravessaram o oceano atlântico e em seis dias chegaram ao continente americano. No Brasil temos o chamado gafanhoto do Mato Grosso:Rhammatocerus schistocercoides que já foi localiza-do na Amazônia, Rondônia, Colômbia, Bolívia, Peru, México, Costa Rica, Uruguai. A área brasileira de ocor-rência deste gafanhoto é a zona da Chapada dos Parecis, com regiões cobertas de savanas herbáceas (campo) e de savanas arborizadas (campo cerrado e cerrado). Trata-se de uma espécie de tamanho grande com a coloração variável de verde a marrom, ou ambas. Durante o seu desenvolvimento (forma jovem) ocor-rem de 8 a 9 estágios. O gafanhoto Rhammatocerus schistocercoides possui apenas uma geração por ano, as ninfas desenvolvem-se lentamente na estação das chuvas e chegando a fase adulta se reproduzem no começo da estação chuvosa seguinte. O comportamento gregário chama muito a atenção, onde encontramos bandos de ninfas (formas jovens) que ocupam áreas de algumas centenas a milhares de metros quadrados. O tamanho do enxame em vôo deve ser muito maior. Encontramos também cerca de 250 adultos/m2. Alguns fatores são importantes sobre o desenvolvimento das populações de ninfas jovens, como as queimada e o regime de chuvas. Como agentes de controle biológico na cadeia alimentar temos as formigas e os pássaros. Pesquisas tem sido realizadas com fungos entomopatogênicos para o controle de gafanhotos. Os enxames de Rhammatocerus schistocercoides voam em baixa altitude (1 a 5 metros acima do solo) com uma densidade do enxame pousado em 250 a 500 adultos/m2 e em vôo não ultrapassando a 3 insetos/m3. São considerados de fraca capacidade migratória pelo baixa capacidade de vôo e deslocamento diário (50m para ninfas de 5º estágio). Comportamento de vôo (80% em função da direção do vento) Horário - Atividade 8-9 h - Início, a área de repouso noturno se esvazia pouco a pouco, o enxame se desloca rapidamente e seu tamanho cresce consideravelmente. 09-12 h - Progressão, o enxame realiza a maior parte do seu desenvolvimento diário. 12-14 h - Repouso relativo, diminuição da atividade durante as horas mais quentes. 14-16 h - Progressão, retomada do deslocamento no início da tarde. 16-17 h - Reagrupamento, os indivíduos sobrevoam no local e se reúnem paulatinamente no sítio de pouso onde passarão a noite. Os gafanhotos são importantes para a alimentação dos índios Nhambiquaras e Baiquiris. Uma vez coletados estes gafanhotos, participam quase de todas as refeições diárias, torrados ou sob a forma de farinha. A dimensão da estratégia para o controle dessas nuvens de gafanhotos, principalmente os migratórios, só é percebida quando vemos os números de sua mobilização: na África na década de 80 foram tratados milhões de hectares de lavouras, envolvendo centenas de postos de rádio, milhares de pessoas e veículos, dezenas de aviões e helicópteros para vigilância e pulverizações, dezenas de milhares de pulverizadores e milhares de toneladas de inseticidas. Todo este arsenal utilizado em uma única invasão em um determinado período do ano.

Grilos

Os grilos pertencem à ordem Orthoptera, família Grillidae. Algumas vezes os grilos podem causar danos a tecidos, principalmente os de seda e lã. Ocasionalmente um grande número de grilos pode entrar nas resi-dências atraídos pela luz acesa durante a noite. Seu canto tem bastante sonoridade mas para algumas pes-soas chega a ser perturbador.

Os grilos diferem dos gafanhotos por apresentarem as antenas longas. Os grilos jovens são bastante seme-lhante aos adultos e podem ser reconhecidos por não apresentarem asas. Tanto os adultos quanto os jo-vens possuem hábito alimentar semelhante. Ambos alimentam-se de diversas espécies de plantas.

Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)

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Lesmas As lesmas pertencem à classe Gastropoda, filo Mollusca. As conchas das lesmas são reduzidas ou completa-mente ausentes. Elas possuem uma cabeça definida que ostenta um ou dois tentáculos sensoriais que possu-em olhos, e a boca provida de uma língua raspadora, chamada de rádula. O pulmão é desenvolvido. A superfí-cie ventral do corpo do animal é modificada em um pé largo e achatado que secreta um muco. Este muco que reveste todo o corpo do animal serve para impedir a desidratação.

As lesmas são um problema sério em várias culturas, hortas, pomares e jar-dins. Alimentam-se de uma grande variedade de plantas, devorando tanto as raízes quanto a parte aérea, sempre no período da noite. Sabe- se que o lo-cal está infestado por lesmas pela observação dos rastros de muco que fi-cam no chão cimentado e muros. Existem alguns produtos lesmicídas no mercado bastante eficientes, mas algumas medidas alternativas podem ser tomadas como: colocar cascas de legumes e folhas de verdura sobre um jornal ao anoitecer. Durante a noite as lesmas serão atraídas para o alimento e logo ao nascer do sol deve-se retirar

o jornal com as lesmas e matá-las; Pano ou estopa embebidos em cerveja também são um bom atrativo para lesmas. O procedimento é o mesmo do jornal com legumes e verduras. Morcegos Hábitos Os morcegos são os únicos mamíferos que possuem capacidade de voar devido à transformação de seus bra-ços em asas. Existem atualmente quase 1.000 espécies de morcegos, cerca de um quarto da fauna de mamíferos do mundo. Geralmente os morcegos saem de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite e se comunicam e voam orientados por sons de alta freqüência (eles emitem ultra-sons que ao encontrarem um obstáculo, retornam em forma de ecos que são captados pelos seus ouvidos possibilitando sua orientação), além de utilizarem também a visão e o olfato. A alimentação dos morcegos varia conforme a espécie, assim, existem os que se alimentam de frutos (frugívoros), outros de néctar das flores (nectarívoros), insetos (insetívoros), sangue (hematófagos). Os morcegos em geral ficam abrigados durante o dia em locais como: cavernas, ocos de árvore, edificações (juntas de dilatação de prédios, porões, sótãos, cumeeiras sem vedação), folhagens, superfície de troncos e ocos de árvore, etc.). Ciclo de vida Como todo mamífero, os filhotes dos morcegos são gerados dentro do útero de suas mães. Apresentam uma gestação de 2 a 7 meses, dependendo da espécie, e, geralmente, um filhote por gestação. Logo após nascer, algumas mães costumam carregar seus filhotes em vôos de atividade noturna. Nos primei-ros meses, os filhotes são alimentados com leite materno e, gradativamente começam a ingerir o mesmo ali-mento dos adultos. Os morcegos insetívoros, habitualmente, possuem um pico de reprodução que ocorre no período mais quente do ano (primavera e verão), quando os insetos são mais abundantes, já no caso dos frugívoros, a reprodução está associada à frutificação das plantas que lhe servem de alimento, ocorrendo em diferentes épocas do ano. Os morcegos tem uma expectativa de vida alta, variando de 10 a 30 anos (algumas espécies insetívoras). Importância para a saúde Todos os morcegos, independente do seu hábito alimentar, podem morder se forem indevidamente manipula-dos ou perturbados. Se estiverem infectados, podem transmitir a raiva que é uma doença sempre fatal, na au-sência de tratamento apropriado. Portanto, deve-se evitar o contato direto com estes animais. Cabe ressaltar que os morcegos também adquirem a raiva e podem apresentar mudanças em seu comportamento, como: ati-vidade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisia, no caso dos morcegos hematófagos. Já nos não hematófagos ocorre parali-sia sem agressividade e excitabilidade, sendo encontrados, geralmente, em locais não habituais. Entretanto, todos os morcegos infectados vem a óbito. Podem ser encontrados nos morcegos ou em suas fezes (acumuladas nos abrigos diurnos), vários agentes patogênicos (vários tipos de bactérias, fungos e vírus). Entre estes, podemos citar a presença de fungos, os quais se desenvolvem nas fezes de aves e morcegos, e que podem causar a histoplasmose (infecção respirató-ria). Medidas Preventivas Nunca se deve tocar nos morcegos que eventualmente entrem em casa ou apareçam caídos no jardim, visto que os morcegos, para se defender podem morder. Neste caso, se possível, imobilizar o animal jogando um pano ou caixa de papelão emborcada para baixo, de modo a mantê-lo preso. Em seguida, entrar em contato com este Centro que enviará equipe para buscar o animal e encaminhá-lo para exame laboratorial de raiva e identificação da espécie. Porém, cabe novamente ressaltar que nunca toque diretamente no animal. A presença de morcegos em edificações, principalmente de insetívoros, pode ocasionar acúmulo de fezes, cau-sando odores desagradáveis e característicos além de poder causar doenças como as citadas acima. Deve-se portanto, vedar juntas de dilatação de prédios, espaços existentes entre telhas e parede, bem como cumeeiras; colocar vidros e portas em porões, enfim manter adequadamente esses locais para evitar que sirvam de abrigo para morcegos. Após a vedação, a sujeira existente no local deverá ser umedecida, removida e acondicionada em saco de lixo, por pessoa protegida, com luvas e máscaras ou pano úmido sobre o nariz e boca. No caso de residências ou ruas muito arborizadas, é comum encontrarmos morcegos frugívoros à procura de alimento, sendo que muitas vezes estes animais dão vôos rasantes em busca de frutos. Deve-se, portanto, co-lher os frutos maduros ou solicitar ao órgão público competente a poda de levantamento ou a substituição da árvore ou ainda, simplesmente, evitar ficar na sua rota de vôo, pois após o período de frutificação, estes mor-cegos irão para outros locais. No caso de ocorrer um acidente onde a pessoa entrou em contato com o morcego, deverá procurar orientação médica imediata nas Unidades que realizam tratamento anti-rábico humano.

CONTINUA

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MOSCAS As moscas pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas membranosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da ordem (di = duas, ptera = asas). O par posterior transformou-se em duas estruturas, de tamanho reduzido, chamadas de halteres ou ba-lancins, os quais dão equilíbrio ao inseto durante o vôo. Os dípteros pertencem a um dos quatro maiores grupos de organismos vivos, e-xistindo mais moscas do que vertebrados. Não ocorrem somente nas regiões ártica e antártica. Os dípteros apresentam metamorfose com-

pleta, isto é, apresentam as fases de ovo, larva, pupa e adulto. Conhece-se aproximadamente 120.000 espécies de dípteros e estima-se que existam mais 1 milhão de es-pécies viventes. Estas espécies estão divididas em 188 famílias e aproximadamente 10.000 gêneros, sendo que por volta de 3.125 espécies são conhecidos apenas por registros fósseis. O mais antigo destes data de 225 milhões de anos atrás. Podemos reconhecer as moscas pela cabeça, nitidamente distinta e móvel, com dois grandes olhos faceta-dos, isto é, como se fosse dividido em várias partes (facetas). Algumas moscas possuem o aparelho bucal com capacidade para absorver líquidos enquanto que em outras o aparelho bucal é do tipo picador. Do ponto de vista benéfico alguns dípteros são importantes para o homem, tais como as espécies de Drosophila que são utilizadas como animais experimentais principalmente para estudos genéticos. Algu-mas espécies são utilizadas como agentes de controle biológico de plantas daninhas bem como de insetos pragas. Algumas moscas são hematófagas, isto é, alimentam-se de sangue, como por exemplo, as mutucas, mos-ca-dos-estábulos, mosca-do-chifre, etc. Entretanto, algumas moscas, mesmo não sendo hematófagas, são muito importantes na saúde pública, como a mosca doméstica e a mosca varejeira. As primeiras atuam co-mo transportadores mecânicos de agentes patogênicos (vírus, protozoários, bactérias, rickétsias e ovos de helmintos), as últimas causam as míiases, também conhecidas por bicheiras ou berne. Moscas são muito comuns em áreas rurais e urbanas. No ambiente urbano algumas espécies adaptaram-se bem às condições criadas pelo homem, mantendo uma dependência chamada de sinantropia. Algumas es-pécies são altamente sinantrópicas, isto é, possuem grande adaptação ao ambiente urbanizado, enquanto outras são pouco sinantrópicas, ou seja, não apresentam tolerância ao processo de urbanização. Dentre as altamente sinantrópicas estão a mosca doméstica (Musca domestica), as moscas-dos-filtros (Telmatoscopus albipunctatus, Psychoda alternata, Psychoda cinerea, Psychoda satchelli), as mosquinhas (Drosophila spp.) e as moscas Chrysomya. As mosquinhas ou mosca da banana (Drosophila spp.), no ambiente urbano, são atraídas por frutas madu-ras ou lixo presentes no interior de residências, feiras e mercados. As moscas Chrysomya foram recente-mente introduzidas no Brasil. São facilmente observadas em feiras livres sobre peixes, frangos, etc. Podem transmitir parasitas intestinais, poliomielite e doenças entéricas. Hábito Existem muitas espécies de moscas e comentaremos sobre a mosca doméstica (Musca domestica), que é a espécie mais presente em áreas urbanas. Alimentam-se de fezes, escarros, pus, produtos animais e vegetais em decomposição, açúcar, entre outros. A mosca lança uma substância sobre o alimento para poder ingeri-lo, pois não consegue colocar nada sóli-do para dentro do organismo, somente matéria na forma líquida ou pastosa. É ativa durante o dia e repousa à noite. Preferencialmente pousam sob superfícies estreitas e longas (fios elétricos, galhos de árvores, ra-chaduras de paredes, etc.). Os locais por elas visitados apresentam manchas escuras, produzidas pelo depósito de suas fezes, e man-chas claras, provocadas pelo lançamento de saliva sobre o alimento, para que depois possa ser sugado. Ciclo de vida O tempo de vida varia de espécie para espécie, em geral de 25 a 30 dias. A fêmea coloca seus ovos (cerca de 100 a 150) em carcaças de animais, fossas abertas, depósitos de lixo, e outros locais ricos em substân-cias orgânicas. Após aproximadamente 24 horas, ocorre o nascimento das larvas. Estas geralmente ficam agrupadas, são cilíndricas, esbranquiçadas, movimentam-se muito, não gostam de luz e alimentam-se ativamente. Após um período de 5 a 8 dias, as larvas abandonam a matéria orgânica onde estavam instaladas. A cama-da externa de pele das larvas se endurece formando uma casca (casulo), dentro da qual começa a haver transformação para mosca adulta, recebendo o nome de pupa. As pupas tem coloração marrom clara, não se movimentam, e, nem se alimentam. As moscas permanecem nesta fase por um período de 4 a 5 dias. Cabe ressaltar que quanto maior a temperatura e a umidade, mais rápido ocorrerá o ciclo de vida. Ovo -> Larva -> Pupa -> Adulto Importância para a saúde As moscas domésticas são insetos que tem importância como vetores mecânicos, isto é, podem veicular os agentes em suas patas após pousarem em superfícies contaminadas com estes germes e pousarem nos alimentos, disseminando-os amplamente, e dessa forma transmitir várias doenças, tais como distúrbios gastrointestinais.

Fonte: Prefeitura de São Paulo (www2.prefeitura.sp.gov.br )

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Mosquitos

Os mosquitos, também conhecidos por pernilongos, muriçocas, so-vela, mosquito-prego ou carapanãs pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas mem-branosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da ordem (di = duas, ptera = asas). São de grande importância na saúde pública, pois podem transmitir várias doenças, como a febre amarela, den-gue, malária, alguns tipos de encefalite, filariose, etc. Os mosquitos são também grandes causadores de incômodo, sendo que muitas áreas de recreação deixam de ser utilizadas devido a presença destes inse-tos em determinadas épocas do ano. Dentre as espécies importantes de mosquitos estão as do gêne-ro Anopheles e Aedes. Hábitos Atualmente no nosso município nos interessa conhecer dois gêneros de mosquitos: o Aedes e o Culex. Os mosquitos nutrem-se de seiva de plantas e somente a fêmea pica por necessitar de sangue para a maturação de seus ovos. A presença de água é fundamental para a existência de mosquitos porque é o meio pelo qual ele se utili-za para completar o seu ciclo evolutivo. Outro fator decisivo é a temperatura, que ao redor de 25ºC, cor-responde ao desenvolvimento mais rápido e ao maior número de descendentes. Portanto a população tende a aumentar nas épocas de primavera e verão. As fêmeas do gênero Culex quase sempre colocam seus ovos em águas poluídas, aclodindo após 48h. As do gênero Aedes, dispõem seus ovos na parede dos recipientes com água limpa e sombreada, próxi-mo à linha d'água. Estes ovos podem permanecer viáveis por vários meses até um ano. Os adultos vivem cerca de 30 dias. As fêmeas de Culex picam à noite e as de Aedes durante o dia. Os mosquitos de ambos os gêneros estão perfeitamente adaptados às condições urbanas, pois o ho-mem oferece criadouros artificiais como tanques, latas, caixas d'água, pneus e pratos de vasos para plantas com água limpa e em locais sombreados, para o Aedes completar seu ciclo biológico e criadou-ros naturais como valas e córregos poluídos, para o desenvolvimento do Culex. Ciclo de vida Os mosquitos, no seu desenvolvimento, apresentam duas fases distintas: - dependentes da água: ovo, larva e pupa; - aérea: adultos. A duração do ciclo é regulada pela temperatura e disponibilidade de alimento e varia de 7 a 11 dias, apro-ximadamente. As larvas são visíveis na água, mas, a identificação da espécie infestante ocorre em labo-ratório. Importância para a saúde Pelo fato de as fêmeas se nutrirem de sangue, têm importância como vetores de doenças. O mosquito Culex incomoda, irrita e faz com que noites mal dormidas interfiram na vida das pessoas. Até o momento, não é considerado vetor de microrganismo patogênico no nosso meio. O Aedes, entretanto, pode ser vetor dos vírus da Dengue e Febre Amarela, quando apresentar-se infecta-do. Ao picar uma pessoa doente, adquire o vírus, que se multiplica em seu organismo e depois transmi-te-o a outras pessoas através da picada. Medidas Preventivas Para controlar a população de mosquitos é necessário evitar os criadouros. Há medidas no âmbito do poder público e medidas referentes aos munícipes. Por conta do município fica a supervisão e tratamen-to de galerias de águas pluviais, redes de esgoto, valetas, obras em construção e cemitérios. A participação dos munícipes consiste em: - Não deixar água parada exposta, limpa ou suja, em quaisquer recipientes como: caixas d'água, latas, garrafas, jarros, copos, pneus, pratos de vasos, tambores, fossas, valetas, piscinas sem tratamento; - não jogar materiais inservíveis em córregos, obstruindo-os, pois a água fica parada e pode servir de criadouro para mosquitos; - colocar areia grossa nos pratos de vasos de plantas, evitando que esta se torne um criadouro; - colocar flores em vasos de cemitério sem água, preenchendo-o com areia; - acondicionamento correto dos alimentos (em potes ou latas bem fechadas); - vedar caixas d'água; - não jogar materiais inservíveis em terrenos, pois podem acumular água da chuva e servir de criadouro.

Fonte: Prefeitura de São Paulo ( www2.prefeitura.sp.gov.br )

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Piolhos Os piolhos são insetos sem asas, de coloração escura, tamanho pequeno e que se alimentam exclusivamente de sangue humano. Pertencem a Ordem Anoplura e também são chamados de piolhos sugadores. Seus ovos são endurecidos e de colo-ração branco perolada e são vulgarmente conhecidos por lêndeas. Estas são depositadas no fio de cabelo, próximo ao couro cabeludo. Os locais preferidos para postura são no cabelo da região da nuca e próximo as orelhas, porém, as lêndeas podem ser encontradas aderidas aos fios de ca-belo de toda a cabeça. Após cinco a quatorze dias da postura dos ovos nascem as ninfas, que são muito semelhantes aos piolhos adultos. Estas crescem e trocam de pele três vezes, isto é, sofrem três mudas antes de atingirem o estágio adulto. Quando adultas, as fêmeas depositam de 50 a 100 ovos antes de morrer. O ciclo de vida completo de um piolho dura aproximadamente um mês. As ninfas e adultos do piolho alimentam-se diversas vezes ao dia, isto é, sugam o sangue da pes-soa infestada. Ao sugarem, injetam saliva dentro da ferida para prevenir a coagulação do sangue, por isso ocasionam a coceira. Porém, esta só se inicia após algumas semanas da picada, indican-do que, quando ela ocorre, a pessoa já está com piolhos há pelo menos um mês. Os piolhos não transmitem doenças, são simplesmente um incômodo para a pessoa infestada. É muito comum crianças serem infestadas por piolhos. A infestação ocorre através de contato direto com objetos infestados com piolhos, tais como chapéus, escovas de cabelo, pentes, tra-vesseiros, encostos de cadeiras, assentos de carros ou contato com pessoas com piolho. O controle convencional se faz pelo uso de xampus, ou loções próprias para o tratamento de pio-lhos, que matam tanto as lêndeas quanto os piolhos. Leia com muita atenção as instruções de uso ou consulte um médico antes da utilização de qualquer produto. Mulheres grávidas não de-vem utilizar produtos para o controle de piolhos, entretanto, o uso do pente fino para retirar os adultos e a catação de lêndeas é ainda é a forma mais eficaz de se controlar esses insetos. Du-rante e após o tratamento, toda a roupa de cama e toalhas de banho da pessoa infestada devem ser lavados com água bem quente. Ao notar infestação por piolhos em uma criança, esta deve evitar ir à escola até que o problema esteja resolvido. Crianças devem ser periodicamente vistoriadas para observar a presença de pi-olhos. Curiosidades Piolhos não gostam de cabelos oleosos, desta forma, quanto mais lava-se o cabelo, mais adequa-do este fica para os piolhos. Os piolhos fixam-se melhor nos cabelos lisos. Desta forma, pessoas com cabelo crespo têm me-nor probabilidade de pegar piolhos. Na África, porém, as espécies de piolhos que lá ocorrem es-tão adaptadas a fixarem-se nos cabelos crespos.

Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)

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Pombos (Columba livia) São aves de origem Européia, encontradas no mundo todo. Segundo a Lei 9605 de 12/02/98 (Artigo 29, parágrafo 3º), são considerados domésticos levando assim qualquer ação de controle que provoque a morte, danos físicos, maus tratos e apreensão, passível de pena de reclusão e inafiançável de até 5 anos.

Hábito Alimenta-se de grãos, mas podem reaproveitar restos de alimentos ou até mesmo lixo. Alimentação ativa em praças e parques acarreta considerável aumento da população. Abrigam-se e constroem seus ninhos em locais altos: prédios, torres de igrejas, forros de casas, beirais de janelas. Formam casais para a vida toda e tem grande capacidade de vôo. Ciclo de vida Nos Centros Urbanos podem viver aproximadamente 3 a 5 anos e em condições de vida silvestre 15 anos. A fêmea faz o ninho com material que encontra nas redondezas de seus abrigos. Põem 1 a 2 ovos que são incubados por um período de 17 a 19 dias. No nosso clima em boas condições de abrigo podem ter 4 a 6 ninhadas por ano. Importância em saúde pública Geram grandes transtornos, em virtude da quantidade de fezes que eliminam nas janelas, sacadas, beirais, praças, carros, podendo transmitir doenças como: - Criptococose: causada por fungos e transmitida pela inalação de poeira contendo fezes secas de pombos contaminados. Compromete o pulmão e pode afetar o sistema nervoso central. - Salmonelose: causada por bactérias e transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de pombos. - Ornitose: causada por clamídias e transmitida por inalação de fezes secas. - Alergias respiratórias: ocasionada pela inalação de penugens e partículas de penas que irritam a mucosa respiratória, provocando alergias. - Dermatites: causada por ácaros de pombos, proveniente das aves ou dos ninhos podendo causar infec-ções na pele do homem. Danos e Perdas Econômicas Por terem fezes extremamente ácido-corrosivas e aparelho digestivo curto, defecam constantemente, dani-ficando e contaminando equipamentos, veículos, produtos armazenados. Filhotes e ovos atraem ratos e baratas. As penas, os restos de ninhos e cadáveres dos pássaros provocam entupimentos de redes ou ma-lhas pluviais superiores dos prédios. Medidas Preventivas e de Controle Não dar alimentos, com pouca oferta de alimentos, a população diminui naturalmente; Remoção de ninhos; para limpeza de local com fezes umedecer antes da remoção e utilizar máscara ou pano úmido na boca e nariz; educação sanitária; construir barreiras físicas para dificultar a construção de ninhos e abrigos repe-lindo-os sem ferir, matar ou capturar, cumprindo as determinações legais, tornando as estruturas completa-mente desfavoráveis ao pouso e a formação de ninhos, tais como: - espículas: pontas de metal não afiadas fixadas em uma base plástica, é adequada para peitoris, beirais de coberturas; fios de aço tensionados entre postes, com mola para causar instabilidade com baixa visibilida-de, utilizado em topos de prédios e em parapeitos de janelas; - mola: espiral em aço, lisa curvilínea e não polida, ideal para locais planos e longos, como parapeitos, bei-rais, lajes; - chuveirinho: hastes flexíveis de aço inox sustentadas por uma base fixa com roldanas para o movimento, adequado para luminárias e postes. Pombinha Amargosa - Zenaida auriculata São animais silvestres protegidos por legislação, biologia e hábitos semelhantes à Pomba doméstica. Pre-ferem fazer seus ninhos nas árvores, mas já estão se adaptando as reentrâncias dos edifícios. Essa espécie se alimenta de grãos e sementes na zona rural durante o dia e usam a cidade como dormitório, mas já estão se urbanizando e podem ser observadas diuturnamente nas cidades. Controle semelhante e destruição de ninhos. Cozimento de ovos e devolução nos ninhos. Causam grandes prejuízos na zona rural na época do plantio e da brota.

Fonte: Prefeitura de Maringá (www.maringa.pr.gov.br)

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Pulgas

A falta de movimento na casa durante as férias ou durante o período em que um imóvel não é alugado é fator determinante na infestação de pulgas. Ao contrário do homem, cujo descendente nasce à semelhança de seus pais, estes insetos tem um ciclo de vida diferente. As fêmeas adultas botam ovos (ovipositam), que se transformam em larvas quando encontram boas condi-ções ambientais que, por sua vez, empupam para se transformarem em adul-tos. A ausência de movimento detona processos biológicos que levam as larvas a eclodirem dos ovos e os adultos a emergirem de suas pupas. Os ovos e as pupas são "impermeáveis" à inseticidas, cuja ação se restringe

às larvas e aos adultos da pulga. Assim, o controle desta praga deve ser feito tanto através de medidas pre-ventivas quanto curativas. As pulgas são pequenos insetos que pertencem a ordem Siphonaptera. São ectoparasitos de aves e mamífe-ros, principalmente destes últimos. Medem geralmente menos de 5 milímetros de comprimento e suas partes bucais são adaptadas para cortar a pele e sugar o sangue do hospedeiro. Não têm asas, mas possuem pernas extremamente fortes, especialmente o par posterior, que possibilita às pulgas moverem-se rapidamente e pula-rem distâncias muito maiores que o comprimento de seu corpo. Os olhos são reduzidos ou mesmo ausentes. As pulgas não causam somente desconforto ao homem e seus animais domésticos, mas também problemas de saúde, tais como, dermatites alérgicas, transmitem viroses, vermes e doenças causadas por bactérias (peste bubônica, tularemia e salmonelose). Apesar das picadas serem raramente sentidas, a irritação causada pelas secreções salivares pode se agravar em alguns indivíduos. Algumas pessoas sofrem uma reação severa resultante de infecções secundárias ocasionadas pelo ato de coçar a área irritada. Picadas no tornozelo e per-nas podem, em algumas pessoas, causar dor que pode durar alguns minutos, horas ou dias, dependendo da sensibilidade do indivíduo. Em algumas pessoas não ocorre qualquer reação. A reação típica da picada é a formação de uma pequena mancha dura, avermelhada com um ponto em seu centro. As espécies mais importantes na saúde pública são: Pulex irritans, que ataca mais o homem, podendo, no en-tanto, alimentar-se sobre outros hospedeiros;Xenopsylla cheopis, denominada pulga do rato; Ctenocephalides felis felis, conhecida por pulga do gato e Ctenocephalides canis, a pulga do cão. Para amenizar a irritação ocasionada pela picada da pulga, aplicar mentol, cânfora ou gelo. As pessoas muito sensíveis à picada devem consultar um dermatologista. Biologia e Comportamento As pulgas são insetos holometábolos, isto é, seu ciclo de vida compreende a fase de ovo, larva (3 ínstares), pupa e adulto. Este ciclo se completa por volta de 30 dias, dependendo das condições de temperatura e umi-dade. Somente o adulto é hematófago, isto é, alimenta-se de sangue que pode ser de aves ou mamíferos. Algu-mas espécies de pulgas dão preferência a uma única espécie de hospedeiro, porém, a maioria pode sugar vá-rias espécies de animais. Por este motivo, as pulgas transmitem doenças ao homem e a outros animais. Os ovos das pulgas são depositados sobre o hospedeiro, em seu ninho, ou no chão. São esbranquiçados, li-sos e ovais. As larvas das pulgas não possuem pernas, são cegas e evitam a luz. Seu alimento consiste de fezes das pul-gas adultas, pele, pêlo e penas. Elas não sugam sangue. As pupas possuem um casulo de seda fabricado pela larva de último ínstar onde ficam aderidos pêlos de ani-mais, poeira e outras sujeiras. Em aproximadamente 5 a quatorze dias as pulgas adultas emergem ou perma-necem em repouso dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que pode ser ocasionada pelo movi-mento de um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. A emergência pode ser ocasionada também pelo calor, barulho ou pela presença de dióxido de carbono que significa que uma fonte potencial de alimento está presente. As fêmeas adultas não conseguem depositar ovos sem uma refeição, mas os adultos, tanto machos, quanto fêmeas podem sobreviver de dois meses a um ano sem se alimentar. As vezes, famílias que viajam por um pe-ríodo razoável de tempo, quando voltam, encontram a residência infestada por pulgas. Isto ocorre porque a casa fica fechada sem hospedeiros (cães e gatos). Assim que a família retorna, ela é atacada pelas pulgas que nasceram no período. Após a eclosão, a larva alimenta-se das fezes das pulgas adultas. Por esta razão, os adultos ingerem mais san-gue do que necessitam. Uma pulga pode alimentar-se 2 a 3 vezes ao dia e cada repasto dura cerca de dez mi-nutos. A longevidade dos adultos varia de espécie para espécie pois, depende da temperatura, umidade e da freqüência com que a pulga se alimenta. Em condições de laboratório, Pulex irritans pode viver até 513 dias e Xenopsylla cheopis 100 dias. As pulgas adultas possuem coloração marrom avermelhada, corpo endurecido (difícil de esmagar entre os de-dos), possuem três pares de pernas (pernas posteriores mais largas para possibilitar o salto) e são achatadas verticalmente, o que facilita seu movimento entre os pêlos ou penas do hospedeiro. São excelentes saltadoras, podendo saltar verticalmente uma altura de aproximadamente 18 cm e horizontalmente 33 cm. O aparelho bu-cal é do tipo mastigador. Métodos de Prevenção Coloque sempre uma toalha limpa onde seu animal dorme e lave-a uma vez por semana. Esta é a melhor forma de prevenir uma infestação de pulgas pois, os ovos que são depositados sobre o hospedeiro caem no ambien-te. Dessa forma os ovos são periodicamente descartados. Deve-se manter a higiene periódica dos animais domésticos e manutenção de convívio adequado na moradia humana. Se o piso da casa for de tacos ou tábuas, todos os vãos existentes devem ser calafetados, uma vez que podem servir de abrigo para pulgas no ambiente. Lave periodicamente os tapetes e capachos para evitar novas infestações. As casas devem ser limpas pelo menos uma vez por semana, com o auxílio de um aspirador de pó. Desta ma-neira evita-se o acúmulo de poeiras nos tapetes, tacos e outros ambientes.

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IMPORTANTE: Descarte o filtro do aspirador após a limpeza, pois as larvas das pulgas podem eclodir dos ovos coletados pelo aspirador ou pulgas adultas podem emergir de suas pupas e re-infestar o ambiente. Pode a grama e faça a limpeza periódica de quintais e jardins para evitar ambientes úmidos e adequados para o desenvol-vimento das larvas. Evite armazenar areia ao redor da residência por períodos longos. Faça o controle de roedores no terreno da residência, pois estes são hospedeiros de pulgas que transmitem doenças. Métodos de Controle O controle de pulgas é mais eficiente quando são tomadas medidas simultâneas que envolvem limpeza periódica, trata-mento do animal de estimação e controle químico no domicílio e peridomicílio (quintais, canis, abrigos de animais, etc.). Os métodos utilizados podem ser mecânicos, químicos ou biológicos. Métodos Mecânicos Os métodos mecânicos são: catação manual das pulgas nos hospedeiros, pela inspeção da pelagem do animal; banho periódico nos animais, mergulhando-os por alguns minutos em recipiente cheio de água; escovação periódica da pelagem do animal; aspiração periódica do ambiente; lavagem dos pisos internos; lavagem da "cama" do animal; varreção e lava-gem freqüente do quintal e do canil. A aspiração do ambiente usando-se um aspirador de pó é extremamente eficiente, devendo ser realizada dia sim, dia não. Deve-se tomar o cuidado de jogar fora o saco de papel que retém o pó e depositá-lo dentro de um saco plástico que deve ser bem fechado antes de ir para a lata do lixo. Para os modelos de aspirador que não possuem sacos descartáveis, pode-se polvilhar inseticida em pó dentro deste. Tomando esta medida, ovos, larvas e adultos são retirados impossibilitando que uma nova geração de pulgas venha ocasionar incômodo para os moradores da residência. A aspiração periódica reti-ra também o alimento das larvas, ou seja, o sangue digerido que pulgas adultas deixam no ambiente e outras matérias orgânicas. É importante que a aspiração seja feita dia sim dia não pois, os adultos saem dos casulos quando ocorrem al-guns estímulos. Estes estímulos incluem vibração que é o que o aspirador produz. Caso o aparelho seja passado uma vez por semana, sua vibração irá estimular a emergência dos adultos e uma nova população de pulgas ocorrerá de uma sema-na para a outra. Passando-se o aspirador dia sim dia não, removem-se pupas e ovos recém depositados impedindo a proli-feração das pulgas. Reguladores de Crescimento A utilização de um regulador de crescimento de insetos (insect growth regulator) que é um hormônio que impede as larvas de eclodirem dos ovos e de puparem para se transformar em adultos, também é eficiente. Métodos Químicos Os métodos químicos são vários, sendo muitos de uso profissional. Assim, uma empresa de desinsetização idônea deve ser contratada para realizar o controle. Para entender melhor o tipo de produto que o profissional vai utilizar no ambiente podemos citar as seguintes definições de produtos: Produtos com "knockdown" – O termo "knockdown" indica a habilidade que um determinado inseticida possui de matar uma pulga alguns minutos após o contato. Os produtos que possuem bom "knockdown" incluem alguns organofosfora-dos e piretróides. Produtos de ação residual ou de atividade residual - São aqueles produtos que permanecerão ativos por um longo perío-do. Os produtos com um "bom residual" são a maioria dos organofosforados e carbamatos, incluindo os inseticidas mi-croencapsulados. Antes do controle químico alguns cuidados devem ser tomados como retirar do ambiente pessoas e animais domésticos (pássaros, cães, gatos, peixes, etc.). Algumas informações importantes devem ser passadas ao controlador, tais como locais onde os animais de estimação dormem. Atenção especial deve ser dada, durante o controle, às escadas ou de-graus, pois os ovos de pulgas alojam-se nas frestas destes locais. O tratamento também deve ser realizado atrás das por-tas e debaixo de camas e outros móveis. Produtos Veterinários No mercado existem também produtos para serem aplicados em cães e gatos pelo próprio dono. São eles: Shampoos: existem várias marcas de shampoos contra pulgas no mercado com eficácia variável. A função do shampoo é remover as pulgas presentes no animal durante seu uso. Para que seja eficiente, é preciso que o shampoo fique em conta-to com o animal por no mínimo 10 minutos antes de ser enxaguado. Não use shampoos recomendados para cães em ga-tos, nem o contrário, pois a eficiência é diferente para cada tipo de animal. Durante o banho, não deixe que o shampoo entre nos olhos e orelhas do animal. Para impedir que o produto entre dentro dos ouvidos tampe-os com chumaços de algodão, não esquecendo de retirá-los depois. Para facilitar o banho nos gatos, encha um balde com água morna e mergu-lhe o animal. Jogue delicadamente a água sobre o gato tomando o cuidado de segurar suas patas dianteiras para que ele não o arranhe. Ensaboe o animal com o shampoo próprio para gatos e retire o produto após 10 minutos. Talcos: os talcos contra pulgas podem ser bastante eficientes tanto para cães quanto para gatos e são fáceis de aplicar. Jogue pequenas quantidades próximo à cauda e massageie o local até que este entre em contato com a pele do animal. Outros locais onde deve-se tomar o cuidado de aplicar o talco são: no ventre próximo às patas traseiras, na área do estô-mago e ao redor do pescoço. Não é necessário cobrir todo o animal com o talco. Durante a aplicação o talco pode ser as-pirado tanto pelo animal quanto pelo aplicador. Desta forma, faça a aplicação em uma área aberta com bastante ventila-ção. Quem sofre de doenças respiratórias, tal como a asma, não deve fazer aplicação de talco. "Sprays": existem alguns produtos em "spray" no mercado, de fácil aplicação. A periodicidade de uso varia de produto para produto e as indicações de uso devem ser seguidas rigorosamente. Como saber se sua residência tem pulgas? É possível monitorar populações de pulgas colocando-se uma panela baixa com água e um pouco de detergente de lavar louças sobre o chão. No meio da panela coloque uma vela acesa a uns 10 cm de altura em relação à superfície da água com detergente. As pulgas adultas são atraídas pela fonte de luz (que no caso da vela é intermitente) e caem na solução de detergente. Utilizando-se este aparato, pode-se verificar quais são os locais da residência onde possui infestação de pulgas. Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)

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Roedores

Ratos, ratazanas e camundongos adaptaram-se muito bem à maneira de viver do homem, tornando- se uma praga de grande relevância. Um casal de ratos na idade de seis à sete meses, já produziu uma média de quarenta novos indivíduos, levan-do-se em consideração fatores limitantes como alimento disponível e doenças. A visão do rato é ruim além de ser daltônico, mas em compensação possui os ou-tros sentidos muito desenvolvidos. As perdas econômicas causadas pelos roedo-res é de grande relevância nas lavouras, na armazenagem de grãos onde a sua ação é devastadora, nas indústrias de transformação de alimento, em locais de

confinamento de animais etc. Além de causarem danos, transmitem doenças aos animais e ao homem. - São responsáveis pela perda de 30% da produção nacional de grãos e 4% da produção mundial. - A cada 3 dias há registro em hospitais e postos médicos de 1 pessoa com lesões por roedura de ratos. - O Brasil possui o maior número de espécies e subespécies de roedores na fauna silvestre. - A Suíça mantém 0,5 rato per capita, os EUA 2, enquanto no Brasil, nos grandes centros urbanos, existem 15 ratos/habitante, sendo a média nacional de 8. - O rato tem existência paralela à civilização de um povo, na Suíça a média de vida de um rato é de 6 meses, já no Brasil ele vive até 2 anos. - Se acasalarmos 1 casal de ratos em janeiro, em dezembro teremos 180 mil descendentes e no período de 10 anos serão 48 trilhões. - 30% dos incêndios em instalações industriais e comerciais de causas não definidas, são atribuídas à roedores. - Na Idade Média, através da transmissão da Peste Negra (peste bubônica e pneumônica), os ratos aniquilaram 25 a 50% da população européia, dependendo do país atingido. - Atualmente os ratos e suas pulgas espalham diversos tipos de doenças como : tifo, febre da mordida, leptospirose, hantaví-rus, triquinose, Salmonelose e outras. - O hantavírus (vírus letal transmitido pelos ratos) pode ser propagado, simplesmente pelo caminhar do indivíduo sobre super-fície de poeira, através da inalação desta. A febre hemorrágica é o pior tipo da doença causada pelo vírus, provoca hemorragia pelos poros, olhos e liquefaz os órgãos internos com altíssimo grau de mortalidade. - Os ratos conseguem sobreviver e dar continuidade à espécie em qualquer ambiente, devido a sua extraordinária adaptabilida-de, ex.: um rato da Sibéria, que possui pelagem de 11 cm, quando trazido para o Brasil, em 6 meses já produz descendentes com 1 cm de pelagem. - Os ratos têm neofobia, fobia pelo novo. Quando entram em contato com objetos ou alimentos recém introduzidos em sua área, enviam os doentes e os idosos do seu grupo para testar o novo produto, depois de algum tempo, se não houver perigo, consomem o produto, por isso nenhum raticida pode ter efeito fulminante, pois seriam facilmente identificados e não consumi-dos. Ex.: é proibido a utilização de "chumbinho". - As colônias competem entre si e quando não há oferta de alimento suficiente, comem seus próprios filhotes. - Residências que possuem cães são atrativas para roedores, pois o cidadão brasileiro não é como o europeu ou americano que remove o restante da ração após ter alimentado seu animal, ficando a mesma a mercê dos ratos. - O crescimento ininterrupto dos seus dentes incisivos faz com que roam tudo que encontrar, para exercitar sua arcada dentá-ria, atacando: chumbo, diversos metais, alumínio, cobre, madeira, plástico, fios eletrificados, etc. - Efeito Bumerangue ou Inversão de Efeito é quando não se obtém a diminuição de ratos em uma área, após um trabalho de desratização e sim inverte-se o efeito desejado aumentando a população existente, ex.: uma colônia que tenha 10 ratos adul-tos, o aparecimento do 11º rato inicia o canibalismo, os recém nascidos são abandonados pelas mães e comidos pelos adul-tos, as fêmeas diminuem sua freqüência de cio e parem ninhadas reduzidas (as quais são canibalizadas), somente se ocorrer a morte de 1 dos 10 ratos dessa colônia é que a vaga é preenchida por algum filhote, dessa forma a colônia auto regula-se. Caso o homem intervenha nesse equilíbrio e consiga eliminar 4 indivíduos dessa colônia, as fêmeas gerarão 20 pequenos ra-tos, que vão se alimentar da porção de comida dos 4 adultos eliminados, haverá competição direta entre esses 20 filhotes que vão disputar a vaga em aberto na colônia, recompondo o número original, onde os 4 mais fortes tentam eliminar os 16 outros jovens mais fracos, porém esses 16 já não são tão desprotegidos, nem tão inábeis e assim salvam suas vidas fugindo do terri-tório e vão habitar as áreas contíguas, estabelecendo novas colônias, dessa forma ao invés da colônia anterior de 10 indiví-duos, depara-se com 26 ratos. Ratazanas, rato de esgoto, gabiru, rato pardo (Rattus norvegicus) O gênero Rattus abrange 56 espécies sendo que somente algumas poucas causam problemas ao homem. Estes roedores são tipicamente generalistas, exibindo ampla preferência por habitats e alimentos. São as espécies em maior número dentre os mamíferos presentes em várias regiões do planeta. O adulto possui corpo robusto com 18 a 25 cm de comprimento podendo pesar de 250 a 600 gramas. Com pêlos ásperos, ore-lhas pequenas e arredondadas, olhos de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas possuem calos lisos e membranas interdigitais. A cauda é grossa e peluda medindo 15 a 21 cm. São de hábito noturno e transitam com extrema cau-tela sendo difícil visualizar suas atividades. Possuem um raio de ação de 30-45m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 02 anos sendo sexualmente maduro entre 60-90 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 22 a 24 dias com 08 a 12 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 08 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Vivem em colônias que agregam até algumas centenas de indivíduos em territórios definidos, e com a presença de dois grupos distintos, os dominantes e os dominados. Em caso de competição com outras espécies (Rattus rattus) a espécie Rattus norvegicus geralmente predomina pelo maior porte e agressividade. Devido a falta de alimento pode ocorrer competição entre colônias. Seus ninhos geralmente se localizam em tocas ou galerias escavadas no subsolo, onde encontramos pêlos, fezes, restos de alimentos e outros detritos. Fazem suas trilhas ao ar livre formando sulcos no solo e desgastando a vegetação rasteira, bus-cando água e alimento. A planta dos pés é estreita e sem estrias. Encontramos mancha única de atrito corporal junto ao solo, paredes e muros. As fezes são em forma de cápsulas com extremidades rombudas. Pode-se encontrar sinais de roedura em alumínio, chumbo, argamassa, madeiras próximas ao solo. São animais onívoros e consomem diariamente 20 a 30g/dia de alimento, que pode ser lixo orgânico, cereais, raízes e carne. Consome de 15 a 30 ml de água/dia. São excelentes escavadores construindo galerias no subsolo com várias saídas. Devido ao hábito noturno deve-se remover diariamente o lixo e indisponibilizá-lo no período da noite evitando suas visitas ao local. Esta espécie é freqüentemente encon-trada em beira de córregos e rios, terrenos abandonados, jardins sem manutenção adequada, rede de esgoto e galerias fluvi-ais, depósitos de lixo e entulhos diversos, próximo as linhas férreas.

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Rato de telhado, rato preto, rato de paiol, rato de forro, rato de navio(Rattus rattus) O adulto possui corpo esguio com 16 a 21 cm de comprimento podendo pesar de 80 a 300 gramas. Com pelagem delicada e dorso preto ou cinza, orelhas e olhos grandes e salientes em relação a cabeça. As pa-tas possuem calos estriados e sem membranas interdigitais. A cauda é fina em chicote com poucos pêlos medindo 19 a 25 cm. São de hábito noturno e escalam com extrema facilidade. Possuem um raio de ação de 30-60m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 18 meses sendo sexualmente maduro entre 60-75 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 20 a 22 dias com 04 a 08 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 07 a 12 filhotes com uma média de sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente acima do solo nos sótãos, forros das casas, arbustos, sacarias, frestas de muros, armazéns, porões de navios e nas áreas portuárias. Junto aos muros e madeiramento do telhado encontramos, muitas vezes, fezes e manchas de gordura causadas pelo atrito do corpo nestes locais. Em locais elevados, junto a vi-gas, canos e colunas encontramos mancha dupla nos locais de manobra para contornar obstáculos. As fezes são afiladas. De hábito onívoro consome diariamente de 15 a 30g de alimento/dia, concentrando sua dieta em legumes, frutas, cereais, raízes e pequenos insetos. Consomem de 15 a 30 ml de água/dia. Camundongo, catita, ratinho caseiro (Mus músculos) O adulto possui corpo delgado com 8 a 9 cm de comprimento podendo pesar de 10 a 21 gramas. Com pe-lagem delicada e sedosa, orelhas grandes e salientes em relação a cabeça afilada, olhos pretos e salien-tes de tamanho pequeno em relação ao resto da cabeça. As patas são escuras e sem membranas interdi-gitais. A cauda é fina e sem pêlos medindo 8 a 10 cm. São de hábito noturno e escondem-se com extrema facilidade em locais estreitos e de difícil acesso. Possuem um raio de ação de 03 a 09 m em relação ao abrigo. Possui uma vida média de 12 meses sendo sexualmente maduro entre 42-45 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 19 a 21 dias com 05 a 06 ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 4 a 8 filhotes com uma média de sobrevivência de 30 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Os ninhos são geralmente terres-tres e acima do solo, geralmente no interior de residências. Realizam seus ninhos em guarda-roupas, fres-tas de rodapés, prateleiras de livros e móveis em geral onde notamos a presença de pelos, restos de ali-mentos, fiapos de pano, papel e outros detritos. Escalam com facilidade abrigando-se em despensas, ar-mários, espaços internos nas paredes e depósitos. Se alimentam de cereais, farelos, pão e queijos (3 g/dia) e possuem pouca exigência quanto ao consumo de água. As fezes são em forma de bastonete. As roeduras são delicadas, geralmente grãos parcialmente roídos e abandonados.

Medidas Preventivas: Antirratização Acondicionamento correto do lixo; dispor o lixo na rua somente na hora que o coletor recolher; nunca jogar lixo a céu aberto; acondicionamento correto de alimentos; inspeção periódica de locais que possam servir de abrigo e material que adentre ao ambiente; vedar frestas ou vãos; colocar telas, grelhas, ralos do tipo abre-fecha, sacos de areia; evitar acúmulo de materiais inservíveis; manter terrenos baldios limpos e murados; manter limpas as instalações de animais domésticos; educação da comunidade envolvida. Desratização O uso de venenos deve ser feito por pessoas capacitadas na manipulação dos mesmos e que conheça as técnicas de aplicação, uma vez que o uso descontrolado pode contribuir para o aumento da população em vez de controlá-los.

Fontes: Prefeitura de São Paulo ( www2.prefeitura.sp.gov.br );

Prefeitura de Maringá (www.maringa.pr.gov.br);

Pragas On Line (www.pragas.com.br);

Astral Saúde Ambiental (www.astral.ind.br )

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PREVENÇÃO E COMBATE “roedores”

MEDIDAS PREVENTIVAS P/ O CONTROLE DE CAMUNDONGOS:

1 - Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de refeições e preparo de

alimentos. Determinar um local comum par refeições e colocar os restos de ali-

mentos em recipientes fechados.

2 - Recolher os restos alimentares em recipientes adequados, preferencialmen-

te, sacos plásticos, que deverão ser fechados e recolhidos pelo serviço de cole-

ta urbana.

3 - Colocar sacos, fardos e caixas sobre estrados com altura mínima de 40 cm,

afastados uns dos outros e das paredes, deixando espaçamentos que permitam

uma inspeção em todos os lados.

4 - Não acumular objetivos inúteis ou em desuso.

5 - Vistoriar carga e descarga de mercadorias para evitar o transporte passivo de

camundongos.

6 - Manter armários e depósitos arrumados, sem objetos amontoados.

7 - Não deixar encostados em muros e paredes objetos que facilitem o acesso dos roedores.

8 - Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados com argamassa adequada.

9 - Colocar telas removíveis em abertura de aeração, entradas e condutores de eletricidade ou vãos de adutores de qualquer natureza

Fonte: CVS.

MEDIDAS PREVENTIVAS P/ CONTROLE DE RATOS DE TELHADO:

1 - Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de refeições e preparo de alimentos. Determinar um local comum para refeições

e colocar os restos de alimentos em recipientes fechados.

2 - Recolher os restos alimentares em recipientes adequados, preferencialmente, sacos plásticos, que deverão ser fechados e reco-

lhidos pelo serviço de coleta urbana.

3 - Colocar sacos, fardos e caixas sobre estrados com altura mínima de 40 cm, afastados uns dos outros e das paredes, deixando

espaçamentos que permitam uma inspeção em todos os lados.

4 - Não acumular objetos inúteis ou em desuso.

5 - Não deixar encostados em muros e paredes objetos que facilitem o acesso de roedores.

6 - Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados com argamassa adequada.

7 - Colocar telas removíveis em aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade ou vãos de adutores de qualquer natu-

reza.

MEDIDAS PREVENTIVAS P/ O CONTROLE DE RATAZANAS.

( Rattus norvegicus )

1 - Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de refeições e preparo de alimentos. Determinar um local comum para refeições

e colocar os restos de alimentos em recipientes fechados.

2 - Recolher os restos alimentares em recipientes adequados, preferencialmente, sacos plásticos, que deverão ser fechados e reco-

lhidos pelo serviço de coleta urbana.

3 - Colocar sacos fardos e caixas sobre estrados com altura mínima de 40 cm, afastados uns dos outros e das paredes, deixando

espaçamentos que permitam uma inspeção em todos os lados.

4 - Não acumular objetos inúteis ou em desuso.

5 - Não utilizar terrenos baldios ou outras áreas a céu aberto para vazamento de lixo.

6 - Manter ralos e tampas de bueiros firmemente encaixados.

7 - Remover e não permitir que sejam feitos amontoados de restos de construções , lixo, troncos ou pedras.

Fonte: CVS

Formulas Simples de combate.

A - 1 parte de gesso em pó e 3 partes de farinha de trigo. Para tornar a mistura mais atraente adicione raspa de queijo, farinha de pei-

xe, etc. Ao ingerir o gesso ( sulfato cálcico) o rato sente muita sede, procura água, colocar água nas imediações da mistura.

B - 25 g de carbonato de bário, 30 g de farinha de trigo ou milho, e água suficiente para fazer a massa. Faça pequenos bolinhos e co-

loque nos caminhos por onde passam. Farinha de trigo com cal virgem também funciona bem. Ao comer a mistura, sente sede, bebe

água e o gás formado no intestino mata-os.

C - banana amassada recheada com cimento.

OBSERVAÇÔES: Coloque estas iscas em local inacessível a crianças e animais domésticos.

Solução ecológica Mantenha armários e despensas limpas e fechadas. Se eles aparecerem, use os gatos, predadores naturais.

Você também pode misturar uma parte de gesso com uma parte de farinha e um pouco de açúcar e pulverizar a mistura por onde os

ratos passam.

Importante:

Cuide para que seja um lugar sem acesso de animais de estimação ou crianças.

Fonte: Greenpeace Brasil

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Traças

Pelo nome comum de traça são listados alguns grupos de insetos, variando desde espécies de tisanuros (traças dos livros) até lepidópteros (insetos da mesma ordem das borboletas e mariposas) que atacam grãos armazenados e roupas, sendo chamadas de traças das roupas. Traças dos Livros Este insetos são desprovidos de asas, apresentam o corpo alongado e com apêndices cau-dais longos, filiformes, muito característicos. O nome da ordem significa: thysanus (do grego, franja ou fimbria) e oura (do grego, cauda). Os tisanuros possuem espécies onívoras (que se alimentam de todo o tipo de substrato) e

algumas espécies vegetarianas. Estas últimas podem ser encontradas sob folhas, cascas de árvores, madeiras podres ou em ninhos de formigas e cupins. Estas espécies não são economicamente importantes (do ponto de vista de prejuí-zos econômicos ou à saúde). . Algumas espécies freqüentam o ambiente doméstico e podem ocasionar danos a livros e outros materiais. Em relação ao seu desenvolvimento, os jovens assemelham-se aos adultos, exceto por serem menores, apresentando ametabolia, isto é, desenvolvem-se diretamente sem que sofram metamorfose. Do ovo sai uma forma jovem que cres-ce, sofre muda várias vezes, até atingir a fase adulta. Após sair do ovo, há, no mínimo, seis instares. O tempo de de-senvolvimento, em nossas condições climáticas, é de aproximadamente um ano. As traças apresentam hábitos diurnos e noturnos, sendo ativas à noite e escondendo-se durante o dia, evitando conta-to direto com a luz. Assim, ao acender-se a luz de um aposento, as traças procuram se esconder em frestas ou atrás de móveis e quadros. Existem poucos estudos sobre a biodiversidade deste grupo de insetos. As espécies mais comuns encontradas no Brasil são Acrotelsa collaris (Fabricius) e Ctenolepisma ciliata (Dufourd). Traças das Roupas As traças das roupas possuem coloração clara e medem aproximadamente 1,2-1,5 cm de comprimento. Apresentam na cabeça tufos de pêlos avermelhados e as antenas são um pouco mais escuras do que o restante do corpo. As traças das roupas voam pouco e não são atraídas pela luz, sendo encontradas em locais escuros, tais como armá-rios e gavetas. Seu desenvolvimento é influenciado pela umidade, sendo o ambiente ideal aquele com umidade relativa próxima a 75%, aquecido e escuro. As fêmeas depositam uma média de 40 a 50 ovos em um período de 2 a 3 semanas, morrendo logo após a postura. Os ovos, que possuem uma secreção adesiva, ficam aderidos às fibras dos tecidos das roupas. As larvas sofrem de 5 a 45 mudas, dependendo da temperatura ambiente e do tipo de alimento disponível. As larvas são de coloração esbranqui-çada com cabeça escurecida e tecem um casulo, em forma de losango, enquanto se alimentam, podendo ficar parcial-mente cobertas por ele. A alimentação consiste de lã, penas, pêlo, cabelo, couro, poeira, papel e ocasionalmente de algodão, linho, seda e fibras sintéticas. Roupas usadas sujas de bebidas, alimentos, suor ou urina, além daquelas guardadas por muito tempo, são as mais atacadas. As fezes das larvas das traças das roupas apresentam a mesma coloração das fibras dos tecidos. Quando as larvas estão prontas para pupar, elas migram à procura de frestas.

Métodos de Prevenção Traças dos Livros Para prevenir o ataque destes insetos ou evitar que sua população aumente, as seguintes medidas devem ser toma-das: Controlar ou eliminar pontos de umidade, tais como vazamentos de encanamentos. Evitar acúmulo de jornais, livros e revistas velhas ou outras fontes de alimento. Selar frestas e ranhuras na estrutura, onde estes insetos podem se abrigar. Evitar a entrada de material proveniente de locais com histórico de infestação por traças (caixas de papelão, pilhas de livros, jornais, revistas, etc.). Limpar periodicamente livros e outros materiais estocados que podem servir de alimento. Traças das Roupas Manter a casa sempre limpa é a forma mais adequada para prevenir e controlar as traças das roupas. Nunca deixe rou-pas e tapetes empilhados em locais escuros por longo tempo. Retire-os periodicamente para banho de sol ou lavagem. Nunca guarde roupas usadas dentro do guarda-roupas. Lave-as sempre antes de guardar e passe-as com ferro quente, pois os ovos serão mortos. Passe sempre o aspirador de pó, utilizando o bico adequado para frestas, nos locais de difícil acesso para a vassoura ou espanador. Desta forma, os casulos são aspirados evitando danos e reinfestações.

Métodos de Controle

Traças dos Livros Ao constatar-se uma alta infestação de traças, o uso de produtos químicos devidamente registrados podem ser neces-sários. Existem várias formulações inseticidas que podem ser utilizadas para este fim, principalmente formulações líquidas para pulverização de ambientes. Nestes casos, recomenda-se aplicar o produto em frestas e outras fendas onde o in-seto possa se esconder (em paredes, batentes de portas e janelas ou suas molduras, etc.), ao redor de estantes, interi-or e exterior de armários, despensas e outras áreas infestadas ou possíveis de serem infestadas. Formulações em pó podem, por sua vez, ser aplicadas em áreas onde o resíduo na superfície não cause nenhum problema de exposição ao produto, tais como sótãos, porões ou mesmo em frestas. Traças das Roupas Para se obter um controle efetivo das traças das roupas, faz-se necessário localizar a fonte de infestação antes do tra-tamento. Faça um exame minucioso dentro de armários e objetos guardados por longos períodos e procure os casulos em forma de losango das larvas ou os danos em roupas, tapetes, etc. Verifique colchões e travesseiros de penas e feltros que cobrem teclados de pianos. Para facilitar a visualização das traças nos locais de difícil acesso, tais como sob rodapés, nas costuras de estofamentos de sofás, cadeiras e poltronas, em dutos de ventilação e nos cantos de paredes próximos a carpetes, utilize uma lanterna e uma lixa de unhas para facilitar o trabalho. Tratar as roupas com inseticida não é uma boa tomada de decisão pois os tecidos podem ser danificados. No entanto, as frestas dos locais infestados devem ser tratadas com um inseticida residual. O uso do frio pode ser um bom controlador das traças de roupas. Coloque as roupas em sacos de polietileno, retirando o ar e armazene-os no freezer por 3 dias.

CONTINUA

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CONTINUAÇÃO

Traças

Curiosidades MASCOTE DA FAMÍLIA Espécies do gênero Lepisma podem viver de dois a três anos e meio enquan-to espécies de Ctenolepisma apresentam uma longevidade de 7 a 8 anos, ou seja, as traças podem fazer parte da família por um bom tempo. NOVOS VIZINHOS As traças podem botar de 1000 a 3500 ovos durante sua vida depositando dois a três ovos por dia. DIETA PREFERIDA Lenço de papel e papel celofane fazem parte da dieta preferida da traça, en-quanto papel jornal ou papel de embrulho são os menos preferidos. No en-tanto, o manjar dos deuses para as traças são as letras douradas de livros encadernados. ÁGUA, NEM MORTA Algumas espécies de traça, tais como a Ctenolepisma longicaudata, nunca bebem líquido, retirando a água através de oxidações metabólicas dos alimentos que consomem. Traças de roupas As traças das roupas pertencem à Ordem Lepidoptera, particularmente à família Tineidae, e são microlepidópteros que atacam roupas de lã, tapetes, peles de animais, etc. As formas jovens destas traças são lagartas e, em algumas espé-cies, como a Tineola uterella Walsingham, podem ficar protegidas por um estojo chato em forma de losango, sendo en-contradas aderidas a superfícies tais como paredes, móveis, etc. Este estojo, aberto em ambas as extremidades, permite a movimentação da lagarta, nas superfícies em que está aderida. Traças de livros As traças dos livros, também chamadas de traças prateadas, pertencem à Ordem Thysanura e são insetos que se ali-mentam de substâncias ricas em proteínas, açúcar ou amido, sendo muito comuns em residências, onde podem causar danos pelo ataque aos cereais, farinhas de trigo (úmidas), papéis que contenham cola (papel de parede, livros encader-nados em brochura, etc.), roupas engomadas e tecidos de "rayon". Raramente atacam roupas de lã e outros produtos de origem animal. Seu aspecto lembra um peixe prateado, daí um de seus nomes em inglês ser "silverfish". As espécies encontradas nas residências têm coloração cinza prateada. Seu tamanho varia de 0,85 a 1,3 cm, dependendo da espécie e do ínstar (estágio de desenvolvimento). As traças dos livros podem ocasionar enormes danos às roupas e papéis. Quando presentes nas bibliotecas, há neces-sidade de controle periódico (anual). Traças de grãos Dentre as pragas de produtos armazenados encontramos as traças que englobam pequenas mariposas que colocam seus ovos no interior ou sobre o alimento. As lagartas ao emergirem iniciam o processo de alimentação no produto em que se encontram, permanecendo neste local até completarem o estágio de larva e estarem prontas para a pupação, construindo um casulo para posterior emergência do inseto adulto, macho ou fêmea. Ao contrário dos carunchos (besouros), os lepidópteros (mariposas e borboletas) são insetos frágeis que infestam superficialmente os produtos armazenados. As fêmeas liberam um feromônio sexual para atrair o macho e iniciar o acasalamento, reinfestando muitas vezes o mesmo lote de produto por várias gerações. Infestam grãos de milho, arroz, trigo, cevada, sorgo e centeio; fru-tos secos como figo, damascos e polpa cítrica; produtos farináceos, leite e chocolate em pó, fumo, especiarias, nozes e amêndoas, cogumelos secos, biscoitos e sementes de hortaliças.

Fonte: Pragas On Line (www.pragas.com.br)

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A batalha contra os pernilongos ! ! !

Entenda como se pega dengue e veja como você também pode ajudar a combatê-la

"Esse bicho é um chato!", você pensa depois de uma noite mal-dormida por causa do zumbido e das picadas dos pernilongos.

Pois sinto lhe informar que se trata de uma chata, pois só a fêmea do pernilongo pica!

Quatro mil espécies (tipos) de pernilongos, com hábitos bem diferentes, voam pelos ares. Mas algo eles têm em comum: todos passam uma parte da vida na água e outra no ar. Para nutrir os ovos, que serão colocados

na água, as fêmeas de algumas espécies precisam de sangue. Ao picar o homem e outros animais, elas obtêm o sangue de que necessitam. O problema é que alguns pernilongos carregam em seus corpos

microrganismos causadores de doenças (malária, febre amarela e dengue, por exemplo). Ao sermos picados,

podemos pegar uma dessas enfermidades.

Se você anda muito dengoso e tem dores por todo o corpo, fique de olho! Pode ser a dengue, doença cau- sada por um vírus e que vem pegando muita gente (o que chamamos epidemia). O que o pernilongo tem a ver com isso? Podemos pensar na fêmea de pernilongo como se fosse uma seringa para tirar sangue:

ela enfia a agulha (no caso, seu aparelho bucal) através da pele da pessoa e, ao atingir um vaso sangüíneo, retira um pouco do líquido vermelho.

O vírus da dengue circula no sangue dos doentes. Se a fêmea de pernilongo pica um doente, o vírus também vai para dentro do inseto. Ao picar outra pessoa, o mosquito injeta o vírus em seu sangue e ela pode pegar

a doença. O pernilongo que leva o vírus da dengue de uma pessoa para outra se chama Aedes Aegypti. Sem esse inseto, o vírus não é transmitido para outros indivíduos. Portanto, se diminuirmos o número de

mosquitos, estaremos evitando que a dengue se espalhe.

Uma das maneiras de controlar os pernilongos é usar produtos químicos (chamados inseticidas), que eliminam as larvas e os adultos dos mosquitos. O problema é que alguns mosquitos são mais fortes e não

morrem com o inseticida. Além disso, boa parte dos filhos e dos netos dos pernilongos fortes também são fortes.

Assim, com o tempo, a maioria dos pernilongos é forte e, o inseticida não faz mais efeito.

Não se sabe se o vírus da dengue faz com que o Aedes Aegypti fique doente, mas esse pernilongo também tem seus inimigos. No combate à dengue, os cientistas estudam fungos, vírus, bactérias e protozoários

que atacam o mosquito. Outra estratégia é buscar animais que se alimentem do Aedes Aegypti. Mas esses inimigos naturais não conseguem sozinhos evitar uma epidemia.

É aí que você entra. A fêmea do Aedes Aegypti, que pica durante o dia, gosta de colocar seus ovos na água acu-mulada em pneus, garrafas, pratos de vasos de plantas e caixas d’água destampadas. Então, mãos à obra! Mante-

nha o quintal limpo, sem objetos que possam servir de berçário para o pernilongo! Fonte: Ciência Hoje das Crianças Autores: Vivian Carlos Francisco S. Andrade, Luciana Urbano dos Santos e Regiane Cristina Brassolatti Universidade Estadual de Campinas

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Uso dos Defensivos Naturais

No começo dos cultivos, principalmente quando se trata de horticultura, geralmente surgem problemas com doenças provocadas por microorganismos, ataque de insetos ou de outras pragas. Antes de tudo é preciso entender que a natureza sempre está em harmonia. Surgindo algum desequilíbrio, como no caso de um novo plantio, ela tenta buscar se equilibrar. Então pensan-do assim antes de procurar aplicar agrotóxicos, ou outros defensivos devemos observar. Evitar a praga é o meio mais inteligente de se conseguir uma plantação sadia. São ações sim-ples, mas que ajudam bastante. Como: - Aumentar a quantidade de matéria orgânica no solo - Cultivar espécies nativas ou adaptadas a região na maior parte do cultivo; - Produzir a própria semente; - Fazer sempre que possível o plantio consorciado; - Evitar o uso de agrotóxicos. Mesmo com essas ações pode ainda ocorrer o surgimento de pragas, causando problemas nos cultivos. Esses problemas são conseqüências de pequenos desequilíbrios que natural-mente desaparecem sem nenhuma interferência de quem trabalha a terra. Logo surge o con-trole natural, aranhas, joaninhas, formigas. Interferir logo no começo, pode matar esses agen-tes de controle e causar assim um desequilíbrio ainda maior. Onde geralmente o resultado não é nada bom para o agricultor e para a agricultora. Esperar sim, mas vigiando. Se o problema não se resolver sozinho, antes de causar prejuízos para a produção, quem vive da agricultura certamente tem que defender seu sustento. E para isso existem os defensivos naturais. Suas vantagens em relações aos produtos químicos são claras como a água que ele não po-lui: o São feitos a partir de materiais acessíveis; - Não poluem o meio ambiente; - São mais baratos; - Fáceis de fazer

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Plantas Defensivas

Para serem considerados como insumos alternativos a serem aceitos na agroecologia.

Todos os produtos e substâncias devem atender aos requisitos abaixo:

Terem mínima ou nenhuma toxicidade

Terem eficiência no combate a insetos ou microrganismos nocivos às plantas.

Terem custo reduzido para sua aquisição e emprego no campo.

Serem de simples aplicação e manejo.

Devem ser fáceis de obter.Na listagem abaixo são apresentados os mais conhecidos insumos agro ecológicos:

Plantas Defensivas

Alho: tem ação fungicida e bactericida. Ajuda a combater o míldio, ferrugens, repelir insetos nocivos como a lagarta da mação e o pulgão.

Chá de cavalinha: indicado para a horticultura ajuda a aumentar resistência das plantas contra insetos nocivos em geral.

Cravo de defunto: combate pulgões, ácaros e algumas lagartas.

Fumo (Nicotina): considerada excelente inseticida e quando aplicada como cobertura de solo pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e la-gartas cortadeiras.

Neem ou nim: indicada para combater traças, lagartas, pulgões, gafanhotos, é inseticida e repelente de pragas em geral.

Pimenta: quando concentrada e misturada com outros defensivos naturais ajuda a combater pulgões. Vaquinhas, grilos e lagartas com muita eficiência.

Primavera ou maravilha: o suco extraído das folhas é eficiente para imunizar mudas de tomate contra a doença chamada vira-cabeça.

Urtiga: combate pulgões e aumenta a resistência natural das plantas.

Defensivos naturais

Defensivos naturais são produtos que estimulam o metabolismo das plantas quando pulverizados sobre elas. Estes compostos, geralmente preparados pelo agricultor, não são tóxicos e são de baixo custo. Podemos citar os bio-fertilizantes enriquecidos, água de verme composto, cinzas, soro de leite,

enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, etc. Os inseticidas naturais po-dem ser preparados a partir de plantas ou minerais não tóxicos à saúde hu-

mana ao ambiente

Para serem considerados como insumos alternativos e serem aceitos na a-gricultura agro ecológica, todos os produtos e substâncias (químicos, orgâ-

nicos, biológicos ou naturais) devem atender a alguns requisitos como:

Terem mínima ou nenhuma toxicidade;

Eficiência no combate a insetos ou microorganismos nocivos às plantas;

Terem custo reduzido para sua aquisição e emprego no campo;

Serem de simples aplicação e manejo e, no mais, serem de fácil obtenção. O emprego de extratos, chás ou sucos de plantas também é alternativa viá-

vel para o combate de muitas pragas e doenças.

São vários os insumos conhecidos e que são utilizados na agricultura ecoló-gica e que serão disponibilizados em breve nesta pagina.

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CALDA DE FUMO

A nicotina - um alcalóide que se obtém através do fumo - é um poderoso inseticida, de fácil obten-ção, tendo ação de contato contra pulgões, lagartas e outras pragas.

Preparo I 1 - Colocar 100 gramas de fumo de corda cortado em pedacinhos em 1 litros de álcool, mantendo abrigado da luz por alguns dias. 2 - Filtrar espremendo em pano e guardar o extrato em garrafa escura. - Aplicação: Para pulverizar as plantas, misturar 200 mililitros do extrato com 200 gramas de sabão e dez litros de água. Quanto mais forte (alcalino) for o sabão, melhor. Ele deve ser cortado em pequenos pedaços e dissolvido em água quente antes de ser adicionado à mistura. A calda pronta pode ser acrescida de sabão e cal hidratada, melhorando a sua atividade e persistência na folha. Quando a nicotina é exposta ao sol, diminui sua ação em poucos dias.

Preparo II Uma boa alternativa para o controle de pragas e doenças, sem o uso de agrotóxicos, em hortaliças, plantas ornamen-tais e frutíferas é o controle através da calda do fumo, conforme a receita a seguir: - Ingredientes: 100 gramas de fumo de corda 10 Litros de água 20 gramas de pimenta vermelha (malagueta) 01 Litro de álcool 50 g de sabão neutro - Modo de preparar: Ferver os 10 litros de água, retirar do fogo, adicionar 100 gramas de fumo picado, deixar esfriar (a nicotina vai se dissolver na água quente). Este extrato deve ser guardado em um recipiente por até 30 dias. Macerar as 20 gramas de pimenta e colocar em vidro ou garrafa com tampa, junto com 1 litro de álcool e deixar des-cansando uma semana antes de usar. Este preparo pode ser armazenado por alguns meses, se estiver bem tampado. Dissolver 50 gramas do sabão neutro em 1 litro de água quente. Na hora de usar, colocar 1 litro do extrato de fumo junto com meio copo de extrato de pimenta, juntando com a solu-ção do sabão. Colocar tudo em um pulverizador costal de 20 litros. Agitar a mistura e completar com água. Observações: • É tóxico para o ser humano e pode afetar os inimigos naturais. O seu preparo e aplicação requerem cuidados. • A colheita do vegetal tratado deve ser feita, somente 3 dias após a aplicação do fumo. • Não deve ser empregado fumo em plantas da família da batata. Quando aplicado como cobertura do solo, pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e lagartas cortadeiras, porém, pode prejudicar insetos benéficos do solo, como as minhocas.

Outros preparos: Receita 1 - para controle de pulgões, cochonilhas, grilos e vaga-lumes. Ingredientes: 15 a 20 centímetros de fumo em corda e água. Preparo: Coloque o fumo em corda de molho durante 24 horas, com água suficiente para cobrir o recipiente. Aplicação: Para cada litro de água, use 5 colheres (de sopa) des-sa mistura, usando no mesmo dia. Receita 2 - controle de lagartas e pulgões em plantas frutíferas e hortaliças. Ingredientes: 100 gramas de fumo em corda, 1 litro de álcool e 100 gramas de sabão. Preparo: misture 100 gramas de fumo em corda cortado em pedacinhos com 1 litro de álcool. Junte 100 gramas de sabão e deixe curtir por 2 dias. A-plicação: para pulverizar plantas utilize 1 copo do produto em 15 litros de água. Receita 3 - controle de vaquinhas, pulgões, cochonilhas e lagartas. Ingredientes: 1 pedaço de fumo em corda (10 a 15 centímetros); meio litro de álcool; meio litro de água e 100 gramas de sabão em barra. Preparo: corte o fumo em pequenos pedaços e junte a água e o álcool. Misture em um recipiente deixando curtir durante 15 dias. Decorrido esse tempo, dissolva o sabão em 10 litros de água e junte com a mistura já curtida de fumo e álcool. Aplicação: pode ser aplicado com pulverizador ou regador. No caso de hortaliças, aconse-lha-se respeitar um intervalo mínimo de 3 dias antes da colheita. Receita 4 - controle de pulgões, vaquinhas e cochonilhas Ingredientes: 20 colheres (sobremesa) de querosene, 3 colheres (sopa) de sabão em pó, 1 litro de calda de fumo e 10 litros de água. Preparo e Aplicação: para o preparo da água de fumo coloque 20 gramas de fumo de rolo bem forte e picado em 1 litro de água, fervendo essa mistura durante 30 minutos. Após, coá-la em pano fino, adicione 3 a 4 litros de água limpa e utilize o produto obtido no mesmo dia. Em seguida, aqueça 10 litros de água e junte 20 colheres (sobremesa) de querosene e 3 colheres (sopa) de sabão em pó. Deixe esfriar em temperatura ambiente e adicione, então, 1 litro de calda de fumo. Receita 5 - controle de pulgões, lagartas e tripes. Ingredientes: 1 quilo de folhas trituradas de fumo em 15 litros de água por 24 horas. Preparo: a solução é coada e com a adição de um pouco de sabão. Aplicação: pulverizada conforme a receita acima ou no solo na forma de pó fei-to com folhas secas ou pedaços de folhas colocadas no chão em cobertura.

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Construir uma horta é bastante fácil, prazeroso e de baixo custo. Seus produtos são muito impor-tantes para a alimentação da família, além da gran-de procura em decorrência das pessoas não que-rerem mais consumir os agrotóxicos que se en-contram nas verduras e hortaliças convencionais.

Para ter uma horta orgânica basta apenas escolher um lugar adequado, não muito distante da casa ou mesmo no quintal ou espaços menores. Tem gente que produz até em terraços e balcões nas cidades, o que é chamado de Agricultura urbana. A única preocupação que se deve ter com o espaço esco-lhido é que o mesmo deve ser arejado e iluminado, para o bom desenvolvimento das plantas.

Torna-se necessário pensar na diversidade das culturas que se relacionam com harmonia e colo-car algumas que desempenham papéis fundamen-tais no controle biológico de pragas, que sejam de fácil cultivo, com ciclos curtos, além de populares e saborosas. E adotando os princípios agro ecoló-gicos tudo isso fica mais equilibrado.

Junto com as hortaliças podem se plantar ervas medicinais e temperos ou ervas aromáticas. Preci-sando somente precisa de água, e se a área é um pouco maior o trabalho pode ser facilitado com sistemas muito simples de irrigação.

Para proceder ao cultivo da hortinha, os cuidados com o solo são muito importantes, pois ele é um ser vivo com recursos esgotáveis. Por isso, o ideal é que faça cobertura morta a fim de conservar su-as condições físicas e biológicas, e adubação or-gânica, pois a matéria que é decomposta no solo constitui a principal fonte de nutrientes para as plantas

Bom, como foi dito fazer uma horta orgânica não tem segredo e se pode utilizar os mais variados espaços, embalagens e recipientes, basta gostar de se relacionar com a natureza, e enriquecê-la com as mais variadas hortaliças, ervas medicinais, plantas defensivas, enfim, a ornamentação fica por conta do conhecimento e criatividade de quem a manuseia.

A construção de canteiros de fato é bem simples, mas é sempre importante levarmos em consideração al-guns pontos:

• Largura: deve estar entre 80 e 120 centímetros, permitindo o ma-nuseio das hortaliças e, ao mesmo tempo, o aproveitamento apro-priado do espaço.

• A altura pode variar de acordo com o nível do chão, com a umida-de do solo a ser trabalhado, com as condições de uso do espaço, etc. Sendo importante que a superfície do canteiro esteja plana, ga-rantindo uma distribuição equilibrada da água e dos nutrientes no mes-mo.

• O espaçamento entre os canteiros deve ser planejado para dar passagem para pessoas e para o carrinho de mão. Isso equivale a uma largura de aproximadamente 30 ou 40 centímetros.

• Ainda sobre o passadouro entre os canteiros é interessante, do ponto de vista ecológico, manter as plantas que venham a nascer nele, tomando o cuidado extra com o aparecimento de gramíneas e capins, pois competem com as hortaliças, sendo preciso retirá-las.

• Muretas laterais são construídas quando pretendemos tornar os canteiros permanentes. Elas podem ser construídas com materiais disponíveis no local, como pedras, madeira, tijolos, tel lhas, etc..

• Em terrenos inclinados, os canteiros devem ficar atravessados em relação à queda do terreno para evitar que as águas das chuvas os destruam ou leve embora os nutrientes da terra.

• O solo dentro do canteiro deve ser mantido equilibrado, nem mui-to arenoso, nem muito argiloso ou barrento, para que mantenha as condições de umidade adequadas para o bom desenvolvimento das plantas e da fauna microbiana que fortalece as culturas;

• Fazer a cobertura morta é essencial para manter a umidade do solo, controlar o mato, evitar a erosão e aumentar a atividade mi-crobiológica.

Fonte: Manual de Horticultura ecológica

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COMO PLANTAR UMA ÁRVORE

ÁRVORES PIONEIRAS, SECUNDÁRIAS OU CLÍMAXO QUE SÃO - ONDE PLANTAR

Siga estes passos: LOCAL - Escolha um adequado para a planta. COVA - Faça-a com 60 centímetros de diâmetro e igual profundidade. PREPARO DA TERRA - Misture a terra que retirou ao composto orgânico (duas partes de terra, para uma de composto). Reserve. PREPARO DA MUDA - Rasgue o saquinho onde está a muda (caso contrário, a raiz não se desenvolverá), retiran-do a muda com o torrão de terra, sem quebrar o torrão. Dica: em vez de fazer um único corte no saquinho, para retirá-lo, faça vários, facilitando tirar o torrão sem quebrar. PREPARO DA COVA - Coloque metade da mistura de terra e composto de volta na cova. PLANTIO - agora, é só introduzir a muda com o torrão na cova e preencher o resto do buraco com a mesma mis-tura.

CUIDADOS FINAIS - Uma boa idéia é cobrir o solo com folhas secas, o que ajudará a manter a umidade da terra. Especialmente se o plantio for em área urbana - numa calçada, praça ou jardim - também vale à pena colocar uma grade de proteção em torno da árvore, para que ninguém quebre a plantinha, desavisadamente. TUTOR: Para que a muda cresça reta, vale à pena amarrá-la a um tutor. Pode até ser um cabo de vassoura, fixa-do verticalmente no chão, logo ao lado da muda. Mas preste atenção à maneira de amarrar: O barbante deve for-mar um 8 deitado, com um dos "círculos" do 8 em torno do tronco da muda e outro, no tutor. Assim, proporcio-na-se firmeza e ao mesmo tempo um pouco de folga em torno do tronco da futura árvore. Nunca deixe que o bar-bante "estrangule" o tronco, quando a planta crescer.

DICA PARA REGAR

Quando não chove, deve se regar de uma a duas vezes ao dia, no início da manhã ou fim de tarde. No inverno, rega-se só uma vez ao dia.

ACABAMENTO - Para finalizar, pressione um pouco o chão do local plantado para deixar a muda fir-me. Dica importante: no local da cova, o terreno deve ficar uns dois centímetros abaixo do nível do solo. Isso facilita regas. A primeira rega, já poderá ocorrer logo após o plantio.

Quem anda numa floresta nativa, perceberá uma mistura, aparentemente caótica, de árvores maiores e menores. Os especialistas dividem-nas em três grandes grupos, que constituem o esquema de sucessão da mata nativa.

Um bom projeto de reflorestamento com árvores nativas deve misturar árvores dos três grupos, na proporção correta.

· ÁRVORES PIONEIRAS: nascem primeiro; em geral crescem rápido, mas não vivem tanto tempo, nem ficam muito grandes. Fazem sombra, dando mais condições para outras espécies nascerem e se desenvolverem melhor. Um exemplo é a embaúba, espécie preferida do bicho-preguiça.

· ÁRVORES SECUNDÁRIAS: crescem mais lentamente, porém ficam maiores. Normalmente são as adotadas na arborização urbana. Uma delas é o ipê-roxo.

· ÁRVORES CLIMAX: em geral, crescem apenas na sombra e levam mais tempo para se desenvolver. A madei-ra é bem dura e o porte é maior. São as chamadas árvores de madeira de lei. Uma delas é o jequitibá rosa.

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ESPÉCIES CERTAS PARA CADA LOCAL

AS FASES DA PLANTA NO VIVEIRO

É preciso saber escolher as espécies certas para cada lugar. Confira: ARBORIZAÇÃO URBANA - busque saber dois dados fundamentais:

· Altura da árvore adulta: se houver fiação elétrica, evite árvores que ficam altas demais, pois atrapalharão a fia-ção.

· Profundidade da raiz: é outro dado importante - raízes muito fundas podem causar estragos nos encanamentos de rua. Verifique isto, ao escolher a espécie.

· E mais: quem não gosta de folhas caídas no chão, deve optar por espécies perenifólias (que não perdem suas folhas no inverno), ou semidecíduas (que perdem poucas folhas durante o ano).

· REFLORESTAMENTO VISANDO USO SUSTENTADO (aproveitamento econômico, sem destruir a floresta como

um todo) - neste caso, deve haver um planejamento de que árvores serão plantadas, para a futura exploração, só de algumas árvores.

· REGENERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS - aí devem se procurar espécies típicas do ecossistema a ser regenerado (por exemplo, há espécies brasileiras exclusivas da Amazônia, que neste caso não serviriam para o Estado de São Paulo);

· RECOMPOSIÇÃO DE MATAS CILIARES (matas que beiram e preservam os rios) - as espécies devem ser adap-tadas a ambientes mais úmidos, como é o caso da sangra d'água;

SEMEADURA: É aqui que tudo começa. No caso das sementes miúdas, é usual semeá-las em berçários, isto é, grandes caixas cheias de areia misturada com composto orgânico. Para sementes maiores, o plantio é feito direta-mente em saquinhos. Mas cada espécie pode exigir um cuidado específico, valendo à pena consultar alguém que tenha experiência na área. Em regiões mais frias, no inverno, a semeadura é realizada numa estufa, construída para este fim. É que o frio facilita um tipo de dormência da semente, reduzindo a germinação. Vale saber: as sementes do viveiro da AIPA provém de doações, ou da compra, em geral feita no setor de sementes do Instituto Florestal, ou no IPEF, de Piracicaba. GERMINAÇÃO: Algumas espécies germinam em poucos dias, mas outras demoram meses. Algumas necessitam de sombra para se desenvolver, outras de muito sol. Nunca todas sementes germinam: o fornecedor da semente deve realizar testes, e informar o poder de germinação. (num exemplo: se a germinação é de 60% numa determinada es-pécie, em média, de cada cem sementes, nascerão apenas 60 plantas). TRANSFERÊNCIA PARA SAQUINHOS: Como regra, quando as mudinhas plantadas no berçário atingem uns cinco centímetros de altura, são retiradas com cuidado para não quebrar a raiz, e transferidas para os saquinhos. Os sa-quinhos contém um substrato (mistura de terra estéril com adubo orgânico e areia). Aí, ficam no viveiro, recebendo cuidados diários (como regas duas vezes por dia). PLANTIO PARA LOCAL DEFINITIVO: quando as mudas chegam ao tamanho adequado para transporte e plantio pa-ra local definitivo, são liberadas do viveiro.

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INFRA-ESTRUTURA NECESSÁRIA:

É útil contar com

um galpão, para guardar os equipamentos e insumos, e executar tarefas, como o encher saquinhos (na AIPA, ele tem 10m2);

um reservatório de água na parte mais alta do terreno (facilita as regas); um espaço aberto e sombreado, especial para estocar terra, areia e fertilizantes orgâni-cos.

estufa para uma segunda sementeira, em regiões de inverno rigoroso. PREPARANDO A SEMENTEIRA...

Uma sementeira, ou berçário, é essencial para a maior parte das espécies. Facilita muito o trabalho e economiza recursos, pois somente será preciso transferir para os saquinhos as plantas que nascerem.

Para a maior parte do ano, basta construir uma sementeira (ou berçário) a céu aberto. A semeadura em estufa, como já foi explicado, é recomendado em regiões de inverno rigo-roso, e especialmente nas épocas frias.

Estas são as dicas para montar uma sementeira com os mínimos recursos:

delimitar uma área de 10m. x 1m com tábuas ou tijolos; preencher o fundo desta área com uma camada de brita grossa e, sobre ela, outra de bri-ta fina (garante boa drenagem)

preencher com substrato composto por areia (90%) e húmus (10%).

MONTANDO OS CANTEIROS....

O ideal é que cada canteiro - um espaço delimitado para abrigar os saquinhos com mu-das - tenha 1 metro de largura por dez metros de comprimento. Para delimitá-lo, coloque em cada canto uma pequena estaca de madeira e ligue estas estacas com um barbante, formando um retângulo.

Deixe sempre corredores de aproximadamente um metro de largura entre os canteiros, para facilitar as atividades rotineiras.

Dica importante:

Construí-los no sentido leste-oeste garante melhor insolação.

DICAS DO PROJETO PLANTA BRASIL DE COMO IMPLANTAR UM VIVEIRO

O local deve:

1. ser plano, 2. ser aberto, sem sombreamento;

3. de fácil acesso à água, 4. boa drenagem do solo,

5. não receber vento, 6. fácil acesso de pessoas e veículos.

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SEMEANDO E CUIDANDO DA MUDINHA....

ESCOLHA DAS SEMENTE

O Projeto Planta Brasil compra a maior parte das sementes. A escolha segue três critérios:

1 - qualidade das sementes,

2 - variedade de espécies;

3 -referência por espécies existentes na região.

SEMEANDO... Veja quando a sementeira (ou berçário) é necessária: · Sementes menores - vão para o berçário, procedendo-se antes à quebra de dormência, quando

necessário. · Sementes maiores - como da araucária, a semeadura é feita diretamente no saquinho (uma se-

mente por saquinho), que já serão colocados diretamente nos canteiros. Em ambos os casos, cobre-se o canteiro com tela plástica (sombrite), para proteger contra sol forte e do ataque de insetos. Esta proteção será desnecessária, se os saquinhos ficarem sob a sobra na-tural de árvores. TRANSFERÊNCIA DAS MUDINHAS PARA OS SAQUINHOS Quando as mudas atingem de 10 a 12 cm, deve ocorrer a repicagem, ou seja, a transferência para saquinhos, com cuidado especial, para a raiz manter-se reta, pois se enrolar a ponta, a planta pode não se desenvolver. Siga os passos: 1- Preparando os saquinhos: escolha os de um ou dois litros (pode-se reaproveitar sacos de leite, desde que eles tenham sido muito bem lavados, para que haja fungos prejudiciais), enchendo-os até quase a borda com substrato.

2 - Transferindo as mudinhas para os saquinhos - repita o procedimento abaixo com cada mudinha, sem esquecer de molhar bem a sementeira antes, para ficar fácil arrancá-las: · no saquinho, faça com o dedo um buraco no substrato de +/- 1 cm de diâmetro, onde a mudinha

será colocada. · arranque com muito cuidado uma mudinha do berçário, para a raiz não quebrar. · coloque a muda no saquinho, com atenção para que a raiz entre reta. · complete o espaço vazio com o substrato. · coloque o saquinho no canteiro. 3- Os saquinhos serão levados aos canteiros - sendo dispostos no chão um do lado do outro, ocu-pando o menor espaço possível.

Para quem quer coletar sementes... Antes de mais nada, é importante escolher uma boa matriz, que é a árvore-mãe da qual se extra-em as sementes: deve ser uma planta sadia, bonita e produtiva. Logo após a coleta, as sementes devem passar por um beneficiamento, que consiste em: limpe-za, retirada da polpa, seleção e exclusão de sementes inviáveis . Quando a semente não é usada de imediato, ela deverá ser armazenada em condições especiais de umidade e temperatura baixa (câmara fria).

Receita para o substrato dos saquinhos: Ingredientes: - 60% de terra, - 20% de esterco curtido - 20% de bagaço de cana curtido,

Preparo: Misturar bem e passar por uma peneira de tela grossa (vãos de 2 cm de diâmetro, a-

proximadamente) para eliminar torrões.

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USANDO ESTACAS EM VEZ DE SEMENTES

Para algumas espécies, como amora e pata de vaca, é possível usar estacas, isto é, fragmentos de uma planta adulta, em geral galhos de 20 a 25 cm de comprimento. A coleta destas estacas pode ser feita com uma tesoura de poda, usando o mesmo procedimento da poda. Verifique com um viveirístas que tipo de ramo se transforma numa boa estaca, pois isso varia de espécie para espécie. Há quem recomende fazer este processo na Lua Nova, para garan-tir o enraizamento e brotação. O processo de plantio é simples:

· Coloque uma estaca por saquinho, já com o mesmo substrato indicado na receita acima. · Inicialmente, deixe os saquinhos à meia sombra (cobertos com tela plástica, ou na sombra de

uma árvore) para impedir o sol direto. Nos períodos e regiões de muito frio, vale à pena mantê-los numa estufa.

Após a formação da raiz e brotação, os saquinhos com mudas podem ser colocados a pleno sol, recebendo os mesmos cuidados que as outras mudas, até atingirem o porte ideal para a transferência para o local definitivo.

CUIDADOS COM MUDAS, NOS CANTEIROS

Esta será a rotina de trabalho, para que as mudas se desenvolvam adequadamente:

1 - irrigar diariamente ; 2 - trocar os saquinhos de lugar, quando as raízes começam a pegar na terra; 3 - proteger as mudas do sol, usando tela ou equivalente logo após a repica- gem (até a muda firmar), ou permanentemente para determinadas espécies, como a peroba 4 - trocar de saquinhos, quando estes começam a rachar.

ESTÁ NA HORA DA MUDA IR EMBORA....

Como saber o ponto certo de transferir a muda para o local definitivo?

· Para áreas rurais - as mudas produzidas neste processo estão prontas quando atingem 70 cm de altura.

· Para a cidade - as mudas têm de chegar a 1,80 metro, para adquirirem resistência suficiente, especialmente se forem plantadas em praças públicas ou calçadas.

Para os viveirístas, a dica é que, antes de as mudas e saírem do viveiro, fazer com que elas ga-nhem resistência, ficando alguns dias totalmente expostas ao sol, com menos água. Dois erros comuns: 1- plantar a espécie errada para o local (exemplo: espécie de árvore que fica muito alta, sob fiação elétrica). 2- na hora de plantar, não retirar o saquinho: as raízes podem eno-velar e a planta vir a morrer.

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SOBRE MATAS CILIARES

O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas. Ao longo da história do País, a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades. A noção de recursos naturais inesgotáveis, dadas as dimensões continentais do País, estimulou e ainda estimula a expansão da fronteira agrícola sem a preocupação com o aumento ou, pelo menos, com uma manutenção da produtividade das áreas já cultivadas. Assim, o processo de fragmentação florestal é in-tenso nas regiões economicamente mais desenvolvidas, ou seja, o Sudeste e o Sul, e avança rapidamente para o Centro-Oeste e Norte, ficando a vegetação arbórea nativa representada, principalmente, por flores-tas secundárias, em variado estado de degradação, salvo algumas reservas de florestas bem conserva-das. Este processo de eliminação das florestas resultou num conjunto de problemas ambientais, como a extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas locais, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d'água. Neste panorama, as matas ciliares não escaparam da destruição; pelo contrário, foram alvo de todo o tipo de degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto, através de inundações constantes. Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por uma série de fatores: são as áreas diretamente mais afetadas na construção de hidrelétricas; nas regiões com topografia aci-dentada, são as áreas preferenciais para a abertura de estradas, para a implantação de culturas agrícolas e de pastagens; para os pecuaristas, representam obstáculos de acesso do gado ao curso d'água etc. Este processo de degradação das formações ciliares, além de desrespeitar a legislação, que torna obri-gatória a preservação das mesmas, resulta em vários problemas ambientais. As matas ciliares funcionam como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d'água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna a-quática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmen-tos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos. Apesar da reconhecida importância ecológica, ainda mais evidente nesta virada de século e de milênio, em que a água vem sendo considerada o recurso natural mais importante para a humanidade, as florestas ciliares continuam sendo eliminadas cedendo lugar para a especulação imobiliária, para a agricultura e a pecuária e, na maioria dos casos, sendo transformadas apenas em áreas degradadas, sem qualquer tipo de produção. É necessário que as autoridades responsáveis pela conservação ambiental adotem uma postura rígida no sentido de preservarem as florestas ciliares que ainda restam, e que os produtores rurais e a população em geral seja conscientizada sobre a importância da conservação desta vegetação. Além das técnicas de recuperação propostas neste trabalho, é fundamental a intensificação de ações na área da educação am-biental, visando conscientizar tanto as crianças quanto os adultos sobre os benefícios da conservação das áreas ciliares. A definição de modelos de recuperação de matas ciliares, cada vez mais aprimorados, e de outras áreas degradadas que possibilitam, em muitos casos, a restauração relativamente rápida da cobertura florestal e a proteção dos recursos edáficos e hídricos, não implica que novas áreas possam ser degradadas, já que poderiam ser recuperadas. Pelo contrário, o ideal é que todo tipo de atividade antrópica seja bem pla-nejada, e que principalmente a vegetação ciliar seja poupada de qualquer forma de degradação. As matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d'água contra o assoreamento e a contaminação com defensivos agrícolas, além de, em muitos casos, se constituírem nos únicos remanes-centes florestais das propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservação da fauna. Estas peculiaridades conferem às matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando sua preservação. O novo Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das mar-gens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios deve ser preservada. De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d'água. A tabela apresenta as dimensões das faixas de mata ciliar em relação à largura dos rios, lagos, etc..

Continua na página seguinte (Ver Tabela)

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TABELA DE DRENAGEM E ENCHENTES

Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperação natural após distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do distúrbio, fatores es-senciais para a manutenção da resiliência como, banco de plântulas e de sementes no solo, ca-pacidade de rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, difi-cultando o processo de regeneração natural ou tornando-o extremamente lento.

Uma floresta ciliar está sujeita a distúrbios naturais como queda de árvores, deslizamentos de terra, raios etc., que resultam em clareiras, ou seja, aberturas no dossel, que são cicatrizadas a-través da colonização por espécies pioneiras seguidas de espécies secundárias.

Distúrbios provocados por atividades humanas têm, na maioria das vezes, maior intensidade do que os naturais, comprometendo a sucessão secundária na área afetada. As principais causas de degradação das matas ciliares são o desmatamento para extensão da área cultivada nas pro-priedades rurais, para expansão de áreas urbanas e para obtenção de madeira, os incêndios, a extração de areia nos rios, os empreendimentos turísticos mal planejados etc.

Em muitas áreas ciliares, o processo de degradação é antigo, tendo iniciado com o desmatamen-to para transformação da área em campo de cultivo ou em pastagem. Com o passar do tempo e, dependendo da intensidade de uso, a degradação pode ser agravada através da redução da ferti-lidade do solo pela exportação de nutrientes pelas culturas e, ou, pela prática da queima de res-tos vegetais e de pastagens, da compactação e da erosão do solo pelo pisoteio do gado e pelo trânsito de máquinas agrícolas.

O conhecimento dos aspectos hidrológicos da área é de suma importância na elaboração de um projeto de recuperação de mata ciliar. A menor unidade de estudo a ser adotada é a micro bacia hidrográfica, definida como aquela cuja área é tão pequena que a sensibilidade a chuvas de alta intensidade e às diferenças de uso do solo não seja suprimida pelas características da rede de drenagem. Em nível de micro bacia hidrográfica é possível identificar a extensão das áreas que são inundadas periodicamente pelo regime de cheias dos rios e a duração do período de inunda-ção.

Estas informações são extremamente importantes na seleção das espécies a serem plantadas, já que muitas espécies não se adaptam a condições de solo encharcado, ao passo que outras só sobrevivem nestas condições.

CONTINUA

Largura Mínima da Faixa Situação

30 m em cada margem Rios com menos de 10 m de largura

50 m em cada margem Rios com 10 a 50 m de largura

100 m em cada margem Rios com 50 a 200 m de largura

200 m em cada margem Rios com 200 a 600 m de largura

500 m em cada margem Rios com largura superior a 600 m

Raio de 50 m Nascentes

30 m ao redor do espelho d'água Lagos ou reservatórios em áreas urbanas

50 m ao redor do espelho d'água Lagos ou reservatórios em zona rural, com área menor que 20 ha

100 m ao redor do espelho d'água Lagos ou reservatórios em zona rural, com área igual ou superior a 20 ha

100 m ao redor do espelho d'água Represas de hidrelétricas

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TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

Regeneração Natural:

Através da regeneração natural, as florestas apresentam capacidade de se recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicas. Quanduma determinada área de floresta sofre um distúrbio como a abertura natural de uma clareira, um desmatamento ou um incêndio, a sucessão secundária se encarrega de promover a colonização da área aberta e conduzir a vegetação através de uma série de está-dios secionais, caracterizados por grupos de plantas quer vão se substituindo ao longo do tempo, modificando as condições ecoló-gicas locais até chegar a uma comunidade bem estruturada e mais estável.

A sucessão secundária depende de uma série de fatores como a presença de vegetação remanescente, o banco de sementes no so-lo, a rebrota de espécies arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a duração do distúrbio. Assicada área degradada apresentará uma dinâmica seccional específica. Em áreas onde a degradação não foi intensa, e o banco de se-mentes próximas, a regeneração natural pode ser suficiente para a restauração florestal. Nestes casos, torna-se imprescindível elimi-nar o fator de degradação, ou seja, isolar a área e não praticar qualquer atividade de cultivo.

Em alguns casos, a ocorrência de espécies invasoras, principalmente gramíneas exóticas como o capim-gordura (Melinis minutiflorae trepadeiras, pode inibir a regeneração natural das espécies arbóreas, mesmo que estejam presentes no banco de sementes ou que cheguem na área, via dispersão. Nestas situações, é recomendado uma intervenção no sentido de controlar as populações de inva-soras agressivas e estimular a regeneração natural.

A regeneração natural tende a ser a forma de restauração de mata ciliar de mais baixo custo, entretanto, é normalmente um proceslento. Se o objetivo é formar uma floresta em área ciliar, num tempo relativamente curto, visando a proteção do solo e do curso d'á-gua, determina as técnicas que acelerem a sucessão devem ser adotadas.

Seleção de Espécies:

As matas ciliares apresentam uma heterogeneidade florística elevada por ocuparem diferentes ambientes ao longo das margens dos rios. A grande variação de fatores ecológicos nas margens dos cursos d'água resultam em uma vegetação arbustivo-arbórea adapta-da a tais variações. Via de regra, recomenda-se adotar os seguintes critérios básicos na seleção de espécies para recuperação dematas ciliares:

plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região; plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade; utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com espécies não pioneiras (secundárias tardias e climá-

ticas); plantar espécies atrativas à fauna; respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo.

Na escolha de espécies a serem plantadas em áreas ciliares é imprescindível levar em consideração a variação de umidade do solo nas margens dos cursos d'água. Para as áreas permanentemente encharcadas, recomenda-se espécies adaptadas a estes ambientes, como aquelas típicas de florestas de brejo. Para os diques, são indicadas espécies com capacidade de sobrevivência em condições de inundações temporárias. Já para as áreas livres de inundação, como as mais altas do terreno e as marginais ao curso d'água, porém compondo barrancos elevados, recomenda-se espécies adaptadas a solos bem drenados.

A escolha de espécies nativas regionais é importante porque tais espécies já estão adaptadas às condições ecológicas locais. Por exemplo, o plantio de uma espécie típica de matas ciliares do norte do País em uma área ciliar do sul, pode ser um fracasso por causa de problemas de adaptação climática. Além disso, no planejamento da recuperação deve-se considerar também a rela-ção da vegetação com a fauna, que atuará como dispersora de sementes, contribuindo com a própria regeneração natural. Espé-cies regionais, com frutos comestíveis pela fauna, ajudarão a recuperar as funções ecológicas da floresta, inclusive na alimenta-ção de peixes.

Recomenda-se utilizar um grande número de espécies para gerar diversidade florística, imitando, assim, uma floresta ciliar nativFlorestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação de possíveis distúrbios, melhor ciclagem de nutri-entes, maior atratividade à fauna, maior proteção ao solo de processos erosivos e maior resistência à pragas e doenças.

Em áreas ciliares próximas a outras florestas nativas, e quando não se tem disponibilidade de mudas de muitas espécies, planti-os mais homogêneos podem ser realizados. Nestas situações, deve ocorrer um enriquecimento natural da área recuperada, pela entrada de sementes vindas das florestas próximas. Entretanto, salienta-se que o aumento da diversidade nestes plantios homo-gêneos tende a ser muito lento, podendo ser necessários posteriores plantios de enriquecimento ou até a introdução de semen-tes.

A combinação de espécies de diferentes grupos ecológicos ou categorias secionais é extremamente importante nos projetos de recuperação. As florestas são formadas através do processo denominado de sucessão secundária, onde grupos de espécies a-daptadas a condições de maior luminosidade colonizam as áreas abertas, e crescem rapidamente, fornecendo o sombreamento necessário para o estabelecimento de espécies mais tardias na sucessão. Várias classificações das espécies em grupos ecológi-cos têm sido propostas na literatura especializada, sendo mais empregada a classificação em quatro grupos distintos: pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas. A tolerância das espécies ao sombreamento aumenta das pioneiras e cli-máticas. Para facilitar o entendimento das exigências das espécies quanto aos níveis de luz, adotou-se apenas dois grupos: pio-neiras e não-pioneiras. O grupo das pioneiras é representado por espécies pioneiras e secundárias iniciais, que devem ser planta-das de maneira a fornecer sombra para as espécies não pioneiras, ou seja, as secundárias tardias e as climáticas.

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Tabela I - Características de espécies arbóreas nativas do Brasil,

que compõem os diferentes grupos ecológicos.

Grupo Ecológico

Característi-cas

Pioneiras Secundárias Iniciais Secundárias Tardias Climáticas

Crescimen-to

muito rápido rápido médio lento ou muito lento

Madeira muito leve leve mediamente dura dura e pesada

Tolerância à sombra

muito intolerante intolerante tolerante no estágio juvenil tolerante

Altura das árvores (m)

4 a 10 20 20 a 30 (alguns até 50) 30 a 45 (alguns até 60)

Regenera-ção

banco de sementes banco de plântulas banco de plântulas banco de plântulas

Dispersão de semen-

tes

ampla (zoocoria: alta di-versidade de animais);

pelo vento, a grande dis-tância

restrita (gravidade); ampla (zoocoria: poucas espécies de animais); pelo vento, a

grande distância

principalmente pelo vento ampla (zoocoria: grandes ani-

mais); restrita (gravidade)

Tamanhos de frutos e sementes

pequeno médio pequeno à médio mas sem-

pre leve grande e pesado

Dormência das semen-

tes

induzida (foto ou termor-regulada)

sem sem inata (imaturidade do embrião)

Idade da 1.° reprodução

(anos) prematura (1 a 5) prematura (5 a 10) relativamente tardia (10 a 20) tardia (mais de 20)

Tempo de vida (anos)

muito curto (menos de 10) curto (10 a 25) longo (25 a 100) Muito longo (mais de 20)

Ocorrência capoeiras, bordas de ma-

tas, clareiras médias e grandes

florestas secundárias, bor-das de clareiras, clareiras

pequenas

florestas secundárias e pri-márias, bordas de clareiras e clareiras pequenas, dossel

floresta e sub-bosque

florestas secundárias em está-gio avançado de sucessão, flo-restas primárias, dossel e sub

bosque

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Tabela II

Espécies indicadas Na tabela II são apresentadas as espécies nativas indicadas para a recuperação de matas ciliares, com os respectivos nomes vulgares, o grupo ecológico a que pertencem e a tolerância à umidade do solo. Foram incluídas na lista aquelas espécies que aparecem em destaque na maioria dos estudos fitos so-ciológicos em matas ciliares, e as que a experimentação científica tem comprovado sua capacidade para recuperar estas áreas. Espécies arbustivo-arbóreas, recomendadas para recuperação de matas ciliares G.E. = grupo ecológico:

P = pioneira; NP = não pioneira;

= secundária inicial. Quanto a indicação: = áreas encharcadas permanentemente; = áreas com inundação temporária;

C = áreas bem drenadas, não alagáveis.

Nome Científico Nome Vulgar G.E. Indica-ção

Acacia polyphylla DC. angico-branco P B, C

Acrocomia aculeata Lodd. ex Mart macaúba, macaúva P B, C

Aegiplila sellowiana Cham. tamanqueira, papagaio P C

Albizzia hassleri (Chod.) Burkart farinha seca P (Si) C

Albizzia glandulosa Poepp & Endl. tapiá P B, C

Alchornea triplinervia (Spr.) Muell. Arg. tapiá mirim P A, B

Allophylus edulis (A. ST. HIL.) Juss lixeira P C

Amaioua guianensis Aublet café do mato, marmelada NP C

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan angico vermelho P (Si) C

Aniba fimula Mez canelinha NP A

Annona cacans Warm. araticum, araticum cagão NP B, C

Apulea leiocarpa Macbr. garapa NP C

Aspidosperma cylindrocarpum Müell Arg. peroba poca NP B, C

Aspidosperma polyneuron Müell. Arg. peroba rosa NP C

Astronium graveolens Jacq. guaritá, quebra-machado P (Si) C

Balfourodendron riedelianum Engl. pau marfim P (Si) B, C

Bauhinia forficata Link. unha-de-vaca P (Si) B, C

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) Berg. guruçuca NP B, C

Brossimum gaudichaudii Trécul. mamica-de-cadela NP B

Cabrelea canjerana (Veloso) Martins canjerana NP B, C

Calophyllum brasiliensis Camb. guanandi, landi NP A, B

Campomanesia xanthocarpa Berg. gabiroba NP B, C

Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze. jequitibá branco NP C

Cariniana legalis (Mart.) Kuntze. jequitibá rosa NP C

Casearia decandra Jacq. pitumba, guaçatonga, espeto NP B, C

Casearia sylvestris Sw. guaçatonga, erva-de-lagarto P C

Cassia ferruginea Schard. ex DC. canafístula P (Si) B, C

Cecropia glaziovi Sneth. embaúba vermelha P B, C

Cecropia hololeuca Miq. embaúba branca P B, C

Cecropia pachystachya Trécul. embaúba P A, B

Cedrela fissilis Vell. cedro P (Si) C

Cedrela odorata Ruiz & Pav. cedro do brejo NP A, B

Centrolobium tomentosum Guill. ex Benth araribá P A, B

Cestrum laevigatum Schlecht P A, B

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CONTINUAÇÃO Cestrum laeviga-tum Schlecht

P A, B

Chorisia speciosa St. Hil. paineira P (Si) B, C

Chrysophyllum gonocar-pum (Mart. & Eichl.) Engl.

guatambú de leite P (Si) B, C

Citronella gongo-nha (Mart.) Howard

congonha NP A, B

Clethra scabra Pers vassourão, canjuja P (Si) A, B

Columbrina glandulo-sa Perkins

saquaragi vermelho, sobrasil P (Si) C

Copaifera lansdorffii Desf. óleo copaíba, copaíba NP B, C

Cordia ecalyculata Vell. café-de-bugre P (Si) B, C

Cordia superba Cham. barbosa, grão-de-galo P C

Cordia trichotoma Vell. ex Steud.

louro-pardo, canela-batata P (Si) C

Croton florinbun-dus Spreng.

capixingui P C

Croton priscus Müel. Arg. pau-sangue P C

Croton urucurana Baill. sangra d'água, aldrago P A, B

Cupania vernalis Camb. camboatã P (Si) C

Cytharexyllum myrian-thum Cham.

pau-viola P A, B

Dendropanas cunea-tum Decne. & Planch.

maria-mole, mandioca P (Si) A, B

Duguetia lanceolata St. HIl. pindaíba, biribá NP C

Endlicheria panicula-ta (Spreng.) J. F. Macb.

canela do brejo NP A, B

Enterolobium contortisili-quum (Vell.) Morang

tamboril, orelha-de-negro P (Si) B, C

Erythrina crista-gali L. suinã P A, B

Erythrina falcata Benth. sainã P B

Erythrina specio-sa Andrews

candelabro, faquinha P A, B

Esenbeckia leiocarpa Engl. guarantã NP C

Eugenia florida DC. guamirim NP A, B

Eugenia uniflora L. pitanga NP C

Euterpe edulis Mart. palmiteiro, jussara NP B

Ficus citrifolia Willd. figueira P (Si) B

Ficus guaranitica Schodat figueira, figueira branca P (Si) B

Ficus insipida Willd. figueira branca P (Si) A, B

Gallesia intergrifoli-a (Spreng.) Harms

pau d'alho P (Si) B, C

Genipa americana L. genipapo NP A, B

Geonoma brevispa-tha Barb. Rodr.

NP A, B

Gomidesia affinis (Camb.) D. Legr.

guamirim NP C

Guapira opposita (Vell.) Reitz.

maria-mole P (Si) B, C

Guarea guidonea (L.) Sjeum.

marinheiro, cura-madre NP A, B

Guarea kunthiana A. Juss marinheiro NP A, B

Guatteria nigrescens Mart. pindaíba-preta, araticum-seco NP C

Guazuma ulmifolia Lam. mutambo P C

Heliocarpus americanus L. jangada P (Si) C

Hyeronima alchorneoi-des Fr. All.

urucurana, licurana P (Si) A, B

Hymenaea coubaril L. jatobá NP B, C

Ilex brasiliensis Loes cana da praia NP A, B

Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate NP A, B

Inga affinis DC ingá, ingá-doce P (Si) A, B

Inga fagifolia Willd. ingá, ingá-feijão P (Si) A, B

Inga luschnatiana Benth. ingá P (Si) A, B, C

Inga marginata Willd. ingá P (Si) A, B

Inga uruguensis Hook. et Arn.

ingá P (Si) A, B

Inga vera Willd. ingá P (Si) A, B

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CONTINUAÇÃO

Jacaranda macrantha Cham. caroba-do-mato P (Si) A, B

Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. jaracatiá P C

Lafoensia pacari St. Hil. dedaleiro P (Si) B, C

Lithraea molleoides Engl. aroeira brava P (Si) B

Lonchocarpus muehlbergia-nus Hass.

embira de sapo P (Si) B, C

Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo P (Si) B, C

Luhea grandiflora Mart. & Zucc. açoita-cavalo P (Si) C

Machaerium aculeatum Raddi bico-de-pato, jacarandá-de-espinho P (Si) B, C

Machaerium nictitans (Vel.) Benth. bico-de-pato, jacarandá-ferro P (Si) B, C

Machaerium stipitatum Vog. sapuvinha P (Si) B, C

Maclura tinctoria (L.) Don ex Steud. amoreira P (Si) B, C

Matayba elaeagnoides Radlk. miguel pintado, pau-crioulo P (Si) B, C

Mauritia flexuosa L. buriti P A, B

Metrodorea stipularis Mart. carrapateira NP C

Myrcia rostrata DC. lanceira, guamirim-miúdo P B, C

Myrciaria trunciflora Berg. jabuticabeira NP C

Nectandra lanceolata Ness canela-do-brejo NP A, B

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez

canelinha, canela-preta NP C

Nectandra rigida (H. B. K.) Ness canela-amarela, canela-ferrugem NP B, C

Ocotea beaulahie Baitello canela NP B, C

Ocotea odorifera (Vell.) J.G. Rohwer canela sassafrás NP C

Peltophorum dubium (Spreng) Taub. angico-cangalha, canafístula P (Si) C

Pera obovata Baill. pau-de-sapateiro, cacho-de-arroz NP A, B

Persea pyrifolia Ness. & Mart. ex Ness.

maçaranduba NP C

Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr.

pau-jacaré P (Si) C

Piptocarpha macropoda Baker pau-de-fumo, vassoura-preta P C

Platyciamus regnelli Benth. pau-pereira, cataguá NP C

Podocarpus sellowii Klotz. ex Endl. pinheiro-bravo NP B, C

Protium almecega March. almacegueira P (Si) A, B

Protium heptaphyllum (Aubl.) March amescla, almíscega, breu-vermelho P (Si)

Prunus myrtifolia (L.) Urb. pessegueiro-bravo NP A, B

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Rob.

embiruçu P B, C

Psidium guajava L. goiabeira P B, C

Psychotria sessilis (Vell.) Müell. Arg. cafezinho-do-mato NP C

Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez

azeitona-do-mato, capororoca P (Si) C

Rapaenea guianensis Aubl. capororoca P A, B

Rapanea umbellata (Mart. ex DC.) Mez

capororoca-branca P (Si) A, B, C

Rheedia gardneriana Planch. & Tria-na

bacupari NP B, C

Rollinia sylvatica (A. St. Hil.) araticum-do-mato, cortiça P (Si) B, C

Rudgea jasminioides (Cham.) Müell. café-do-mato NP C

Sapium glandulatum Pax leiteiro P (Si) B, C

Savia dyctiocarpa Kuhlm. guaraiúva NP B, C

Schefflera morototonii (Aubl.) B. Manguire

mandioqueiro, mandiocão P C

Schinus terebinthifolius Raddi aroeirinha, aroeira-pimenteira P A, B

Schyzolobium parahyba (Vell.) Bla-ke

ficheira, guapuruvu P B, C

Sebastiana brasiliensis Spreng branquilho NP A, B

Sebastiana klotzschiana Müell. Arg. branquilho, capixava NP A, B

Sebastiana serrata (Baill) Müell. Arg. branquilho NP A, B

Seguieria floribunda Benth. limão bravo P (Si) C

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CONTINUAÇÃO

INDICADORES DE RECUPERAÇÃO O sucesso de um projeto de recuperação de mata ciliar deve ser avaliado por meio de indicadores de recuperação. Atra-

vés destes indicadores, é possível definir se o projeto necessita sofrer novas interferências ou até mesmo ser redireciona-do, visando acelerar o processo de sucessão e de restauração das funções da mata ciliar, bem como determinar o mo-

mento em que a floresta plantada passa a ser auto-sustentável, dispensando intervenções antrópicas.A avaliação da recu-peração, através de indicadores, é função das metas e dos objetivos pretendidos com ela. Não se pode cobrar uma eleva-da diversidade biológica em um projeto cujo objetivo tenha sido o de proteger o solo e o curso d'água dos efeitos negati-vos da erosão do solo de uma área extremamente degradada. Neste aspecto, modelos de recuperação mais complexos,

envolvendo uma diversidade inicial maior de espécies, tendem a promover uma recuperação mais rápida da biodiversida-de e da funcionalidade do ecossistema. Vários estudos têm proposto um conjunto de indicadores de avaliação da recupe-

ração e da sustentabilidade dos projetos de restauração e, ou, manejo das florestas.Os insetos têm sido considerados bons indicadores ecológicos da recuperação, principalmente as formigas, os cupins, as vespas, as abelhas e os besou-ros. Em nível de solo nas áreas em processos de recuperação, há uma sucessão de organismos da meso e macro fauna

que estão presentes em cada etapa da recuperação destas áreas, sugerindo que possam ser encontrados bioindicadores de cada uma destas etapas. Outros indicadores vegetativos podem ser medidos como: chuva de sementes, banco de se-mentes, a produção de serapilheira e silvigênese. Estes indicadores apresentam a vantagem de serem de quantificação

relativamente fácil, quando comparados com outros indicadores biológicos.

eguieria floribunda Benth. limão bravo P (Si) C

Sesbania virgata (Cav.) Pers. P (Si) A, B

Sorocea bonplandii Burger folha de serra NP C

Styrax pohlii A. D. C. benjoeiro, estoraque P (Si) C

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass.

jerivá, coquinho babão P (Si) B, C

Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. caixeta P (Si) A, B

Tabebuia chysotricha (Mart. ex DC.) Stanley

ipê-tabaco P (Si) C

Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standley

ipê-roxo P (Si) B, C

Tabebuia umbelata (Sound.) Sand.

ipê-amarelo-do-brejo P (Si) A, B

Talauma ovata St. Hil. pinha-do-brejo NP A

Tapirira guianensis Aubl. peito-de-pomba, pau-pombo P (Si) A, B

Terminalia triflora Griseb pau-de-lança, amarelinho NP A, B

Trema micrantha Blume crindiúva, trema P C

Trichilia catingua A. Juss. catiguá NP C

Trichilia clausseni C. DC. catiguá vermelho NP C

Trichilia elegans A. Juss. catiguá miúdo NP C

Trichilia pallida Sw. catiguá amarelo, baga-de-morcego NP B, C

Triplaris brasiliana Cham. pau-formiga P (Si) B, C

Veronia difusa Less. pau-de-fumo, vassourão-preto P C

Virola oleifera (Schott) A.C. Smith) bicuíba NP B, C

Vitex montevidensis Cham. tarumá NP A, B

Xylopia aromatica Baill. primenteira, pindaíba P (Si) C

Xylopia brasiliensis (L.) Spreng. pindaíba, asa-de-barata NP B, C

Xylopia emarginata Mart. pindaíba-d'água P (Si) A, B

Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica de porca P (Si) C

Zeyheria tuberculosa (Vell.) Burn. ipê-felpudo, bolsa-de-pastor P (Si) C

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1 - Regeneração Natural:

O monitoramento da comunidade jovem, do ponto de vista estrutural estático e dinâmico, possi-bilita a identificação do estágio Geral e a evolução da mesma. Assim, as análises da regeneração natural são essenciais para se avaliar o sucesso da recuperação. A regeneração natural é anali-sada através de medições de diâmetro, no nível do solo, e da altura das plântulas e plantas jo-vens, presentes em pequenas parcelas amostrais, lançadas na floresta. Uma estratificação verti-cal auxilia o entendimento da dinâmica da regeneração natural. Estudos mais detalhados deter-minam categorias de tamanho para a análise da regeneração. A quantificação da regeneração, quando associada com a classificação seccional das espécies (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas), compõe um indicador extremamente útil das condições de re-cuperação e de sustentabilidade da floresta ciliar. Quando, na regeneração natural, espécies típi-cas dos estágios iniciais da sucessão (pioneiras e secundárias iniciais) predominam em número de espécie e, ou, de indivíduos, percebe-se indicativo de que a sucessão está muito lenta na área e que as espécies tardias não estão conseguindo chegar até o local ou, embora estejam chegan-do, por algum motivo não estão conseguindo se estabelecer. Neste caso é necessário algum tipo de intervenção. É claro que a análise deve levar em consideração o tempo em que a floresta foi implantada.

2 - Banco de Sementes: O banco de sementes compreende as sementes viáveis presentes na camada superficial do solo. Através de uma moldura de 05 X 0,5 cm, lançada na superfície do solo, coleta-se toda a serapi-lheira e o solo, numa profundidade de 0-5 cm, que retém a maior parte das sementes. Transferin-do para a casa de vegetação e livre de contaminações externas, são fornecidas condições de luz e de umidade necessárias para a germinação das sementes. Após um determinado tempo, as se-mentes germinadas são contadas e as plântulas identificadas. É importante destacar que o banco de sementes é formado, principalmente, por espécies pioneiras que, normalmente, apresentam dispersão a longa distância e, portanto, não estão, necessariamente, presentes na vegetação ar-bórea local. Em condições de boa cobertura vegetal e com bom sombreamento do solo, espera-se que estas espécies pioneiras presentes no banco não encontrem condições favoráveis à ger-minação e ao estabelecimento, a menos que ocorra um distúrbio. Contudo, este aspecto não di-minui a importância do banco de sementes como indicador de recuperação e de sustentabilidade, uma vez que são as espécies pioneiras que irão desencadear o processo de colonização de uma área, após um distúrbio. O importante é determinar a riqueza de espécies do banco de sementes e a proporção entre espécies nativas e invasoras. Um banco rico em sementes de espécies inva-soras ou ruderais sugere que, frente a um distúrbio natural, como a abertura de clareiras, estas espécies poderão vir a colonizar a área, podendo competir com as espécies nativas, afetando a sustentabilidade da floresta ciliar.

CONTINUA

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3 - Produção de Serapilheira e Chuva de Sementes:

A serapilheira compreende, principalmente, o material de origem vegetal (folhas, flores, rasos, casas, frutos e sementes) e, em menor proporção, o de origem animal (restos animais e materi-al fecal) depositado na superfície do solo de uma floresta. Atua como um sistema de entrada e saída, recebendo entradas via vegetação e, por sua vez, decompondo-se e suprindo o solo e as raízes com nutrientes e com matéria orgânica. Este processo é particularmente importante na restauração da fertilidade do solo nas áreas em início de sucessão ecológica.

Em comunidades seccionais, o acúmulo de serapilheira e o tempo de sua remoção podem pro-duzir mudança radical na estrutura, afetando a substituição de espécies dominantes, bem co-mo a riqueza e a diversidade. A quantificação da serapilheira, ao longo do ano, permite estimar a produção anual por hectare. Em uma área ciliar em recuperação, esta informação é muito im-portante, pois possibilita a comparação com outros estudos realizados em áreas ciliares. Se a produção de serapilheira da área em avaliação está muito baixa em comparação com outras comunidades ciliares pode estar ocorrendo problemas, em nível de ciclagem de nutrientes.

A ausência ou a baixa densidade de sementes de espécies não pioneiras na chuva de semen-tes significa que estas espécies terão dificuldades de regeneração na área em recuperação. Como as espécies pioneiras são mais importantes na definição da estrutura da floresta, devem ser tomadas medidas visando estimular sua chegada na área.

4 - Abertura do Dossel (extrato superior da cobertura vegetal): O dossel da floresta, ou seja a cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores, em termos ecológicos apresenta uma grande influência na regeneração das espécies arbusti-vo-arbóreas, além de atuar como barreira física às gotas de chuva, protegendo o solo da ero-são. Em florestas secundárias jovens, o dossel normalmente encontra-se mais aberto, com grandes espaços entre as copas das árvores, permitindo maior passagem de luz e, assim, ini-bindo a regeneração de espécies não pioneiras, especialmente as climáticas. Nas florestas ma-duras, o dossel é mais fechado, causando maior sombreamento no sub-bosque e favorecendo a regeneração das espécies tardias, formadoras de bancos de plântulas.

Numa área ciliar em processo de restauração, espera-se que o dossel torne-se cada vez mais fechado, à medida em que as árvores cresçam e que suas copas se encontrem. Contudo, em áreas em que ocorreu mortalidade elevada de mudas, sem posterior replantio, o dossel apre-sentará muitas falhas, e a regeneração natural de espécies não pioneiras poderá ser prejudica-da. Desta maneira, o nível de abertura do dossel pode ser um bom indicador da recuperação de uma mata ciliar. Porém, cabe ressaltar que este indicador deve ser combinado com outros principalmente com a regeneração natural, pois é possível se obter um dossel muito fechado, com bom sombreamento e boa cobertura do solo em reflorestamentos homogêneos, e que, a-pesar da proteção ao solo, não são considerados auto-sustentáveis e são pouco eficientes na recuperação da biodiversidade.

Existem vários métodos para se estimar a abertura do dossel, sendo a utilização de fotografias hemisféricas o método mais prático e preciso. A abertura do dossel também pode ser estimada através da projeção das copas das árvores, determinando-se a proporção entre as áreas co-bertas e as abertas. É um método subjetivo, mas que possibilita uma visão geral do estado de recuperação de uma floresta, em nível de cobertura do solo.

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PARA ATRAIR BEIJA-FLORES E CAMBACICAS BROMELIÁCEAS:

· Aechmea, · Bilbergia, · Neoregelia, · Nidularium, · Vriesia, · Tilamdsia

TREPADEIRAS: · Brinco de Princesa (Fucsia), · Flor de São João (Pyostegia), · Lanterninha (Abutilon) · Maracujazeiro (Passiflora), · Primavera (Bougainvillea), · Tumbérgia (Thunbergia)

ARBUSTOS:

· Caliandra (Calliandra), · Camaradinha (Lantana), · Grevílea-de-jardim (Grevillea), · Hibiscos (Hibiscus), · Malvavisco (Malvaviscus) · Sálvia (Salvia), · Sanquésia (Sanchesia),

ÁRVORES:

· Eritrina (Erythrina), · Ipês (Tabebuia), · Mulungu, · Paineiras (Chorisia, bombax, Pseudo-bombax, etc), · Pata de vaca (Bauhinia), · Suínã

PLANTAS CARNOSAS:

· Babosa (Aloe), · Flor-de-Maio (Zygocactus), · Kalanchoe (Kalanchoe) ·

MUSÁCEAS (família das bananeiras):

· Bananeira de jardim (Musa) · Flor do Paraíso (Strelizia), · Heliconias (Heliconia),

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FORNECENDO FRUTOS DE POLPA COMESTÍVEIS

PALMEIRAS:

· Palmito (Euterpe),

ARBUSTOS: · Araçás e Goiabeiras (Psidium), · Falsa murta (Murraya), · Framboesa-do-mato (Rubus), · Fruta-de-Sabiá (Acnistus), · Goiaba serrana (Feijoa), · Maria pretinha (Solanum), · Piracanta (Pyrachantha), · Tamanqueira (Aegiphila), · Violeteira (Duranta)

ÁRVORES: · Abacateiro (Persea) · Alfeneiro (Ligustrum), · Amoreira (Morus), · Aroeira-mansa (Schinus), · Café-do-mato (Cordia), · Calabura (Mutingia), · Calicarpa (Callicarpa), · Camboatá (Cupania), · Castanha do Maranhão (Pachira), · Cinamomo (Melia), · Crindiúva (Trema), · Figueiras (Ficus), · Grumizama (Strenacalyx), · Guariroba (Campomanesia), · Imbaúba (Cecropia), · Ingá (Inga), · Jaqueira (Artocaupus), · Jenipapo (Genipa), · Magnólia-amarela (Michelia), · Mamoeiro (Carica), · Miconia (Miconia), · Nespereira (Eriobotrya), · Pau d'Alho (Gallesia), · Pinhas (Araticum, Annona, Rollinia), · Pitangueira (Eugenia), · Romã (Punica), · Tanheiro, · Tapiá-guaçu (Alchornea), · Tarumã (Vitex), · Uva japonesa (Hovenia)

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OFERECENDO SEMENTES QUE AVES GOSTAM

GRAMÍNEAS: · Capins (vide item seqüencial), · Gramas (Stenotaphrum, Paspalum, Digitaria),

ÁRVORES: · Canelas (Ocotea, Nectandra), · Cássias (Cassia), · Cedro (Cedreia), · Guarantã (Esenbeckia), · Ingás (Inga), · Manacás, Quaresmeiras (Tibouchina), · Paineiras (Chorisia, Bombax, Pseudo-bombax, etc), · Pinheiro-do-Paraná (Araucaria), · Tamanqueira (Pera)

PROPORCIONANDO MATERIAL PARA CONSTRUIR NINHOS

GRAMÍNEAS:

· Bambus (Bambusa), · Capins (Andropogon, Melinis, Setaria, Paspalum, Panicum, etc) · Taquaras (Merostachys)

PLANTAS QUE PRODUZEM PAINA: · Paineiras (Chorisia, Bombax, Pseudo-bombax, etc) · Taboa (Typha)

PLANTAS QUE PRODUZEM FIBRAS: · Agaves (Agave) · Bromeliáceas (vide primeiro item), · Linho da Nova Zelândia (Phormium) · Palmeiras (vide item a seguir).

PLANTAS ONDE AVES GOSTAM DE CONSTRUIR NINHOS

ARBUSTOS E CERCAS VIVAS:

Alaia (Aglais),

Cedrinho (Cipressus, Thuja),

Ficus (Ficus), Hibisco (Hibiscus),

Ligustro (Ligustrum)

PALMEIRAS: · Jerivá (Syagrus), · Palmeira imperial e real (Roystonea), · Palmeiras com folhas em leque (Washingtonia, Livistonia), · Seafórtia (Archontophoenix) · Tamareiras (Phoenix),

ÁRVORES: · Alecrim de Campinas (Holocalyx), · Jacarandá mimoso (Jacaranda), · Magnolia-amarela (Michelia), · Paineiras (Chorisia, Bombax, Pseudo-bombax), · Pata de vaca (Bauhinia), · Tipuanas (Tipuana)

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Este compêndio destina-se unicamente

ao ensino e á educação ambiental

das crianças e

das Escolas Públicas e privadas

além das freqüentadoras de aulas

do

Viveiro

do

“PROJETO EDUCAR”

“Gazeta Valeparaibana” (veículo divulgador do projeto)

Proibido o uso de seu conteúdo para fins comerciais.

Fontes consultadas (créditos):

- Ambiente Brasil - Prefeitura do Estado de São Paulo - Arvores do Brasil - Portal Agroecologia.org.br - Livros e referências constantes nos artigos correspondentes

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PROJETO “Planta Brasil” www.plantabrasil.brazi.us