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A maior floresta tropical e maior reservatório de água do- ce do mundo, a Amazônia é hoje uma das Grandes Re- giões Naturais do planeta, tendo boa parte de sua vege- tação preservada, além de uma vasta diversidade de fauna e flora. Com baixa densidade demográfica, a regi- ão é um importante laboratório natural para pesquisas, além de atrair diversas atividades extrativistas. A Amazônia é o maior bioma brasileiro em extensão, o que corresponde, segundo o IBGE, a uma ocupação de 49% (4.196.943 km2) da área total do país. Para se ter uma ideia do que isso quer dizer, essa área se equivale, aproximadamente, a 16 vezes o tamanho do estado de São Paulo. Sua abrangência territorial reúne a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rorai- ma e ainda parte de Rondônia, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. SÃO PAULO DE HOJE São Paulo que já foi da garoa, hoje é de tempo incerto, ora seco, ora de alagamentos, de muito trânsito, muitas mortes, de maus go- vernantes e com muitos agravantes e um deles trata-se dos ambu- lantes. Os ambulantes são tratados com truculência por estarem nas cal- çadas trabalhando, embora irregularmente, mediante a prefeitura por não terem a devida licença por falta de dinheiro. Genha Auga Página 06 A Falta de educação nas redes sociais. Postar nas redes sociais está virando um trabalho nada fácil. Já vi amizades acabarem e inimizades nascerem por conta de posta- gens nas redes sociais. Algo que era pra ser divertido, momentos para ser compartilhado com amigos , opiniões sobre determinados temas acaba virando dor de cabeça. Tudo o que postamos é criti- cado, julgado e sentenciado. Se posto algo que gosto, como um ditado, por exemplo, as pessoas já acham que estou com algum problema relacionado ao que postei. Mariene Hildebrando Página 08 Ano XI - Edição 130 - Setembro 2018 Distribuição Gratuita CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Palestras Baixe o aplicativo no site www.culturaonlinebr.org MESTIÇOFOBIA CONTRA A COROA PORTUGUESA É consabido que a Coroa Portuguesa tinha co- mo política administrativa a orientação para os nobres portugueses "cruzarem o sangue" com outros povos. Ou seja, uma POLÍTICA DA MES- TIÇAGEM. Loryel Rocha Página 16 Não é melhor prevenir? No Brasil, está ocorrendo uma guinada à direita política, está havendo um crescimento de apoio aos políticos conservadores quanto aos costu- mes e comportamento social. Pessoas que an- seiam por ver os criminosos serem punidos se- veramente, pessoas que são contra que crimino- sos sejam tratados de forma humanitária ... João Paulo E. Barros Página 07 Os Símbolos Nacionais, implementados pela Lei n° 5.700 de 1º de setembro de 1971, representam a união nacional do nosso país. São eles: Bandeira Nacional Armas Nacionais Selo Nacional Hino Nacional Incluídos na Constituição, eles possuem um grande valor histórico e identifi- cam a nação brasileira. Juntos, eles assinalam o sentimento de união da na- ção bem como a soberania do país. Lembre-se que todos os países do mundo possuem símbolos nacionais. Eles são usados em eventos (cerimônias, eventos esportivos, etc.) e documentos oficiais. Vale lembrar que o Dia dos Símbolos Nacionais é comemorado dia 18 de setembro. Kalunga e o direito: a emergência de um direito inspirado na ética afro-brasileira “gingar é ir de encontro ao outro”! As organizações políticas, comunitárias e tradicionais no continente africano e na diáspora ates- tam uma forma costumeira e conciliadora de lidar com os conflitos – em relação à natureza e a sociedade – nos influenciando numa dimensão contingencial da experiência civilizatória africana no Brasil e nos dando um caminho de como articular novas bases ético-jurídicas para pensar o direito numa ótica emancipatória. Sérgio São Bernardo Página 15

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Page 1: 130 - Set 2018 - gazetavaleparaibana.com · • Hino Nacional Incluídos na Constituição, ... Não sei bem explicar quando ou como foi, mas sei que foi e é difícil me deparar

A maior floresta tropical e maior reservatório de água do-ce do mundo, a Amazônia é hoje uma das Grandes Re-giões Naturais do planeta, tendo boa parte de sua vege-tação preservada, além de uma vasta diversidade de fauna e flora. Com baixa densidade demográfica, a regi-ão é um importante laboratório natural para pesquisas, além de atrair diversas atividades extrativistas.

A Amazônia é o maior bioma brasileiro em extensão, o que corresponde, segundo o IBGE, a uma ocupação de 49% (4.196.943 km2) da área total do país. Para se ter uma ideia do que isso quer dizer, essa área se equivale, aproximadamente, a 16 vezes o tamanho do estado de São Paulo. Sua abrangência territorial reúne a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rorai-ma e ainda parte de Rondônia, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

SÃO PAULO DE HOJE São Paulo que já foi da garoa, hoje é de tempo incerto, ora seco, ora de alagamentos, de muito trânsito, muitas mortes, de maus go-vernantes e com muitos agravantes e um deles trata-se dos ambu-lantes. Os ambulantes são tratados com truculência por estarem nas cal-çadas trabalhando, embora irregularmente, mediante a prefeitura por não terem a devida licença por falta de dinheiro. Genha Auga

Página 06

A Falta de educação nas redes sociais.

Postar nas redes sociais está virando um trabalho nada fácil. Já vi amizades acabarem e inimizades nascerem por conta de posta-gens nas redes sociais. Algo que era pra ser divertido, momentos para ser compartilhado com amigos , opiniões sobre determinados temas acaba virando dor de cabeça. Tudo o que postamos é criti-cado, julgado e sentenciado. Se posto algo que gosto, como um ditado, por exemplo, as pessoas já acham que estou com algum problema relacionado ao que postei.

Mariene Hildebrando Página 08

Ano XI - Edição 130 - Setembro 2018 Distribuição Gratuita

CULTURAonline BRASIL

- Boa música Brasileira

- Cultura

- Educação

- Cidadania

- Palestras

Baixe o aplicativo no site

www.culturaonlinebr.org

MESTIÇOFOBIA CONTRA A COROA

PORTUGUESA

É consabido que a Coroa Portuguesa tinha co-

mo política administrativa a orientação para os

nobres portugueses "cruzarem o sangue" com

outros povos. Ou seja, uma POLÍTICA DA MES-

TIÇAGEM.

Loryel Rocha

Página 16

Não é melhor prevenir? No Brasil, está ocorrendo uma guinada à direita política, está havendo um crescimento de apoio aos políticos conservadores quanto aos costu-mes e comportamento social. Pessoas que an-seiam por ver os criminosos serem punidos se-veramente, pessoas que são contra que crimino-sos sejam tratados de forma humanitária ...

João Paulo E. Barros Página 07

Os Símbolos Nacionais, implementados pela Lei n° 5.700 de 1º de setembro de 1971, representam a união nacional do nosso país. São eles:

• Bandeira Nacional

• Armas Nacionais

• Selo Nacional

• Hino Nacional Incluídos na Constituição, eles possuem um grande valor histórico e identifi-cam a nação brasileira. Juntos, eles assinalam o sentimento de união da na-ção bem como a soberania do país.

Lembre-se que todos os países do mundo possuem símbolos nacionais. Eles são usados em eventos (cerimônias, eventos esportivos, etc.) e documentos oficiais. Vale lembrar que o Dia dos Símbolos Nacionais é comemorado dia 18 de setembro.

Kalunga e o direito: a emergência de um direito inspirado na ética afro-brasileira

“gingar é ir de encontro ao outro”!

As organizações políticas, comunitárias e tradicionais no continente africano e na diáspora ates-tam uma forma costumeira e conciliadora de lidar com os conflitos – em relação à natureza e a sociedade – nos influenciando numa dimensão contingencial da experiência civilizatória africana no Brasil e nos dando um caminho de como articular novas bases ético-jurídicas para pensar o direito numa ótica emancipatória.

Sérgio São Bernardo Página 15

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Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 2

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

05 - Dia da Amazônia 07 - Dia da Independência do Brasil - 7 de Setembro 08 - Dia Mundial da Alfabetização 13 - Dia Nacional da Cachaça 14 - Dia do Frevo 17 - Dia da Compreensão Mundial 18 - Dia dos Símbolos Nacionais 19 - Dia Nacional do Teatro 20 - Revolução Farroupilha (Dia do Gaúcho) 21 - Dia da Árvore 21 - Dia do Adolescente 22 - Dia da Juventude do Brasil 22 - Dia Mundial Sem Carro 22 - Início da Primavera 26 - Dia Interamericano das Relações Públicas 29 - Dia Mundial do Petróleo

Tempo… perverso tempo.

Passou rápido, não? Num instante! Agora me dando conta, são memórias, formas do que acho que foi. Fotos de minha cabeça que, por um acaso, resolvi passar um pano úmido. E enquanto limpava, via cri-anças correndo de um lado para o outro em risos sem compromisso com o depois. O gosto do bolo da tarde e café com leite. O céu me convidando para

ver o mundo. A felicidade futura no cargo ou lugar que desejava. A casa na prai-a. O sonho da eternidade num anel e envelhecer cercado pela continuação mi-nha. Foi quando, dentre tantas fotos, uma me pegou mais forte! Vi aquela festa, a reunião de tantas pessoas que correram para pousar na foto e voltaram rápido para seus voos. Hoje estão em voos tão diferentes. Alguns até em outro plano, rota. Eu estava ali também. Com os caminhos que pretendia seguir. Com a cora-gem de quem quer comer duas vezes. Talvez três. Me veio um aperto grande ao constatar que me deixei. Que não peguei mais forte nas mãos do que me impul-sionava.

Não sei bem explicar quando ou como foi, mas sei que foi e é difícil me deparar com isso. Meu corpo não tem a mesma fome de outrora. Ele come sempre no mesmo lugar. Normalmente numa poltrona. Meu corpo tem medo e de tanto me-do, resolveu ficar no lugar onde se reconhecia como seguro. Tanta coisa foi pas-sando. Só o medo que não. O medo da solidão ao tomar coragem para o adeus. O medo do julgamento, do fracasso, o medo de aceitar que não deu e buscar em outro lugar para tentar de novo. O medo de colocar novas cores na parede. De arrumar a sala de outro jeito. O medo de experimentar a coragem de não ser mais o que se é.

É difícil. Existe algum retorno pra caminho sem volta? O tempo foi passando e cada vez mais me deixando longe do que quis. E passando este pano nestas fo-tos me veio a vontade de antes junto à certeza de não ser possível. Como ou-sam dizer que nada é impossível? Tem coisa que quando a gente não faz no tempo certo, perde e ponto. É o quadro que me deparo agora. Andei pela exposi-ção inteira sem grande interesse e este resolveu me acertar. A imagem de eu me deixando escorrer pelo canto de uma rua e indo sem direção para um lugar qual-quer. Para ser esquecido. Eu me esqueci! E preciso dizer que existem outras fo-tos que me recuso a ver. Eu sei exatamente o que elas trazem. Eu sei o que elas podem me fazer gritar. Pessoas. Pessoas que passaram, mas ao mesmo tempo ficaram. Partidas que me mudaram de tal modo que nunca mais consegui cami-nhar do mesmo jeito. A lembrança que ficou e foi mais um bloco no muro que fui construindo ao meu redor. Dizem que quando alguém morre, leva um pouco da gente também. Isso é verdade. As partidas levaram minha fome, meus passos. Nunca consegui me separar das pessoas. Apesar de entender que estão em ou-tro plano, nunca as deixei e elas nunca me deixaram. Por muitas, ainda choro quase sempre numa certeza de fato não superado. Choro como no momento em que recebi as ligações. Isso também me fez ficar mais em mim e no meu mundo, em minhas certezas. A dor me fez ser assim. Qualquer coisa.

Será que as pessoas pensam sobre isso? Sobre o caminho que estão indo e se de fato os escolheram? Gostaria de saber se a sensação é só minha ou há ou-tras pessoas que partilham da mesma dor. Queria que os jovens pensassem so-bre isso e que não caíssem nesse lugar que me encontro. Tudo isso pela foto que fui inventar de passar um pano! Talvez devesse deixar lá mesmo, sujo e guardado. Sem possibilidade de acesso. Sem contato. Deixar essas coisas em seus cantos me faz sofrer menos. Mesmo que sofra. Por que fui pegar a foto? Vai saber. Quando penso no ato de ter pego essa foto, me vem uma certeza: queria muito voltar no tempo. Só não sei se para aquele instante ou para tomar a decisão de não ter pego.

Guigo Ribeiro Músico

Reflexões do mês Apressai-vos lentamente; e sem perder o ânimo,

Recomeçai a vossa obra vinte vezes:

Esmerilhai-a sem cessar e esmerilhai-a novamente;

Acrescentai de vez em quando e apagai

frequentemente.

Nicolas Boileau

22 de Setembro Novas folhas, novas flores, na infinita benção do

recomeço.

Chico Xavier

Neste mundo que parece virado pelo avesso, preci-

samos fazer do fim um recomeço, precisamos fazer

o bem brotar também do mal.

Augusto Branco

Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural

que seja assim, todavia, quando tudo parece con-

vergir para o que supomos o nada, eis que a vida

ressurge, triunfante e bela!... Novas folhas, novas

flores, na infinita benção do recomeço!

Chico Xavier

FELIZ SEJA NOSSO SETEMBRO

Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.

Carlos Drummond de Andrade

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Mais obscena que a desigualdade é uma elite que luta para mantê-la no Brasil.

O problema não é alguém ter um apartamento de 400 metros quadrados en-quanto outro mora em um de 40. O que desconcerta é uma sociedade que acha normal um ter condições para desfrutar de um apê de 4 mil metros quadrados enquanto o outro apanha da polícia para manter seu barraco em uma ocupação de terreno, seja em São Bernardo do Campo, Itaquera, Grajaú, Osasco, Pinhei-rinho, Eldorados dos Carajás, onde for.

No Brasil, os muitos ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que a classe média, seja porque os dividendos que recebem como sócios de empre-sas não são tributados, seja por não haver progressividade real nas alíquotas do imposto de renda e/ou por haver mais impostos sobre o consumo do que so-bre a riqueza e o patrimônio.

Combater a desigualdade não resolve todos os problemas, mas é uma ação fundamental para indicar o tipo de sociedade que gostaríamos de construir: um país que acredita na redução das distâncias entre ricos e pobres como pré-condição para o desenvolvimento coletivo de um país ou um que tem um orgas-mo toda vez que um bilionário brasileiro sobe um degrau no ranking de bilioná-rios globais.

Combater a desigualdade não significa fazer todo mundo vestir um mesmo tipo de roupa, comer a mesma comida, receber o mesmo salário, viver no mesmo tipo de casa. Mas garantir oportunidades iguais, pelo menos no início da cami-nhada de cada um, e depois atuar para que todos tenham seus direitos efetiva-dos.

A desigualdade dificulta que as pessoas vejam a si mesmas e as outras pesso-as como iguais e merecedoras da mesma consideração. Leva à percepção de que o poder público existe para servir aos mais abonados e controlar os mais pobres. Ou seja, para usar a polícia e a política a fim de proteger os privilégios do primeiro grupo, usando violência contra o segundo, se necessário for. Com o tempo, a desigualdade leva à descrença nas instituições. O que ajuda a explicar o momento em que vivemos hoje.

O triste é que, para muitos, nada disso importa. Preferem garantir migalhas ao andar de baixo do que dividir direitos. A desigualdade social, que seria motivo de vergonha em qualquer lugar civilizado, aqui é razão de orgulho. O importante para uma parte da população, tanto a que está no topo quanto a que sonha em estar lá, não é reduzir a diferença, mas garantir que ela seja devidamente gla-mourizada e a ascensão social, mitificada. Assim, o indivíduo passa a não de-sejar justiça social coletiva, mas um lugar ao sol para si mesmo.

E danem-se os outros.

Leonardo Sakamoto

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 3

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

Pensamentos e Frases

Ditos Populares

GUARDADO A SETE CHAVES

No século XIII, os reis de Portugal adotavam um siste-

ma de arquivamento de jóias e documentos importan-

tes: um baú que possuía quatro fechaduras. Cada uma

destas chaves era distribuída a um alto funcionário do

reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. Mas o nú-

mero sete passou a ser utilizado em razão de seu valor

místico, desde a época das religiões primitivas. Assim,

começou-se a utilizar o termo “guardar a sete chaves”

para designar algo muito bem guardado.

JURAR DE PÉS JUNTOS

A expressão surgiu através das torturas executadas

pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresi-

as tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era tor-

turado até dizer a verdade. Até hoje, o termo é empre-

gado para expressar a veracidade de algo que uma

pessoa diz.

LÁGRIMAS DE CROCODILO

Quando dizemos que uma pessoa está “chorando lá-

grimas de crocodilo”, queremos dizer que ela está fin-

gindo, chorando de uma forma falsa. Tal expressão,

utilizada no mundo inteiro, veio do fato de que o croco-

dilo, quando está devorando suas presas, faz uma

pressão muito forte sobre o céu da boca e estimula su-

as glândulas lacrimais, dando a impressão de que

o animal está chorando. Obviamente, o animal não

chora e por isso surgiu a expressão popular.

MOTORISTA BARBEIRO

No século XIX, os barbeiros faziam, não somente os

serviços de corte de cabelo e barba, mas também tira-

vam dentes, cortavam calos, entre outras coisas. Por

não serem profissionais, seus serviços mal feitos even-

tualmente geravam consequências. A partir daí, desde

o século XV, todo serviço ruim passou a ser atribuído

ao barbeiro, por meio da expressão “coisa de barbei-

ro”. A expressão veio de Portugal. Contudo, a associa-

ção de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista,

é tipicamente brasileira.

PASSAR A MÃO NA CABEÇA

Significa perdoar, e vem do costume judaico de aben-

çoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e

descendo pela face, enquanto se pronuncia a bênção.

Mês que vem... Tem mais

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Diretor, Editor e Jornalista responsável Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Genha Auga

Mariene Hildebrando

Loryel Rocha

João Paulo E. Barros

Filipe de Sousa

Guigo Ribeiro

Leonardo Sakamoto

Pedro Augusto Pinho

Márcia Bechara

Vinício Martinez

Marcos Del Roio

Elissandro Santana

Sérgio São Bernardo

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira responsa-bilidade dos colaboradores que assinam as

matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à opinião deste Jornal.

Colaboraram nesta edição

Uma radio a serviço da educação, cultura e cidadania

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ENXERGANDO ALÉM DA JANELA

O filósofo e educador Mário Sergio Cortella,

em recente palestra, divulgou a origem da

palavra “idiota” que, na Grécia Antiga, era

atribuída à pessoa que “preenchendo as

prerrogativas para participar da vida pública,

abdicava de fazê-lo”. Recordamos que esta

prerrogativa de cidadania, conforme Aristó-

teles, era exclusiva do sexo masculino, de

origem familiar conhecida, adquirisse suas

armas e tivesse recursos – propriedades,

escravos, mulher – para se manter.

Em artigo (“A farsa da taxa de juro SELIC no

Brasil”) divulgado pela internet, o professor

Ricardo Bergamini, liberal convicto, seguidor

de Roberto Campos, escreveu: “o Brasil já

está operando em “Grau de Especulação”

desde 2016 (operação motel, alta rotativida-

de), assim sendo para esse tipo de investi-

dores de alto risco, pouco importa o risco

político. O único indicador que interessa é a

alta remuneração”.

A política econômica deste século XXI, em-

bora elaborada desde a II Guerra Mundial,

tem especificidade única. Ela difere dos pa-

drões de análise usualmente adotados, em

especial da polaridade capitalismo versus

comunismo, tão comum no século 20.

A grande disputa deste início de século é a

globalização financeira versus o nacionalis-

mo cidadão. Mas, repito mais uma vez, é

uma simplificação. Há diversidades em am-

bas vertentes, algumas relevantes, nas

quais não me deterei em proveito da ideia

geral, totalizadora.

Não cabe, nem seria a pessoa adequada,

rever a história. Uma expressão, no entanto,

esteve muito em voga nos anos 1990, “o fim

da história”. Foi tirada do livro “Fim da Histó-

ria e o Último Homem”, de Francis Fukuya-

ma, editado em 1992.

O que significava? Que a história humana,

de conflitos, de divergências, de multiplicida-

de de ideias tinha morrido com o fim da Uni-

ão das Repúblicas Socialistas Soviéticas

(URSS).

Doravante viveríamos um longuíssimo perío-

do com estados nacionais reduzidíssimos

em seu poder – até mesmo inexistentes

(Líbia, Iraque, Afeganistão) – e com capita-

lismo de livre circulação de capitais – a glo-

balização – que assegurariam a democracia

universal.

Parecia saído de um livro de religião. Fuku-

yama, estadunidense de Chicago, garantia

que o liberalismo econômico, ápice da evo-

lução econômica da sociedade, viria acom-

panhado da democracia e da igualdade de

oportunidade. Todos seriam livres e capazes

de conquistar os seus objetivos.

O mais cruel desta fantasia mística é que se

infiltrou, de modo planejado, com recursos e

influência, nas questões transversais, na a-

cademia e mesmo em ideologias políticas

sedentas de paz.

Vamos analisar do começo. Sabemos todos

que o capitalismo financeiro – dominando o

mundo pela ação da Inglaterra no século

XIX – foi derrotado pelo capitalismo industri-

al e que logo passou a combatê-lo até em

sua matriz, os Estados Unidos da América

(EUA).

Mas os séculos de dominação e aprendiza-

do – afinal o capitalismo inglês é anterior à

Companhia Britânica das Índias Orientais

(1600) – ensinaram estratégias e métodos

de luta ideológica utilizados pelas finanças

para tomar de volta, para os bancos e finan-

ceiras, o poder das indústrias.

Com a velha estratégia do mágico, colocou

o capitalismo industrial para combater o so-

cialismo industrial e, ao fim, derrotou ambos.

Como se deu esta vitória?

Primeiro pela propaganda, pela informação

dirigida. E a executou aproveitando o imen-

so e notável sistema de comunicação de

massa construído pelo capitalismo industrial:

televisão, cinema hollywoodiano, revistas ao

invés de livros e muita, muitíssima informa-

ção que embaralhasse as mais privilegiadas

mentes.

Segundo pela dívida e pelas crises econômi-

cas. Foi um momento marcante desta luta,

quando os EUA tiveram que romper a pari-

dade do dólar estadunidense com o ouro

(15/08/1971). Surge daí o câmbio flutuante

ou a especulação com moedas. Merece re-

gistro a ação do bilionário George Soros, em

1992, contra a libra inglesa, que lhe propor-

cionou, assim se divulgou, um bilhão de dó-

lares nas compras e vendas daquela moeda

em um único dia.

E veja a articulação do sistema financeiro

(doravante chamarei “banca”) no caso se-

guinte.

Já não é surpresa que os EUA acertaram,

em 1971, com a Arábia Saudita (na época

detentora da maior reserva de petróleo), in-

fluente na Península Arábica e no Golfo Pér-

sico, de onde era exportado quase todo o

petróleo que movia o mundo ocidental e o

Japão, a fixação em dólar e a exclusividade

desta moeda para os negócios do petróleo,

antes de romper com o Acordo de Bretton

Woods. Assim os EUA garantiram um refe-

rencial mais flexível, menos impositivo do

que o ouro para sua moeda.

E onde a banca foi detonar suas crises? No

petróleo.

Por algum tempo se pensou que as crises

que elevaram o preço do petróleo nos anos

1960/1980 correspondiam ao interesse das

grandes empresas – as majors – que havi-

am descoberto petróleo, mais caro para pro-

duzir, no Mar do Norte.

Observando o preço do barril, desde início

do século até 1973, temos, em moeda cons-

tante, uma linha quase reta, da ordem de

US$ 1/barril. Em moeda atualizada para ju-

lho de 2018, em março de 1974 o barril pas-

sou de 14 para 58 dólares.

Como é evidente, esta mudança criou enor-

me endividamento para todos países impor-

tadores, que constitui a imensa maioria dos

usuários de petróleo. Os EUA tiverem que

aumentar sua taxa de juro, adicionando

mais dívida pelo mundo.

No Brasil, o projeto de desenvolvimento,

com produção de tecnologia de ponta

(aeroespacial, nuclear, tecnologias da infor-

mação e energias renováveis), sofreu uma

importante e não recuperável estagnação a

qual se seguiram as exterminadoras privati-

zações, principalmente a partir dos anos

1990.

Temos então os passos da guerra a qual,

com os governos Thatcher (Reino Unido) e

Reagan (EUA), sagrou a vitória do capital

financeiro.

Tratemos, agora, das ações da banca, já

vitoriosa.

Duas são suas metas: promover a financeiri-

zação de todas as atividades econômicas e

a permanente concentração de renda.

Se os prezados leitores consultarem – e há

sites na internet que fornecem estas infor-

mações – quem são os principais acionistas

de todas as grandes empresas, seja de pe-

tróleo, seja química, petroquímica ou farma-

cêutica, seja de alimentos, água, bebidas,

seja de fabricação de automóveis ou de

qualquer outro produto comercializado em

todo mundo, e, também dos bancos, encon-

trará sempre fundos de investimentos finan-

ceiros.

São os verdadeiros donos do mundo; estes

fundos são a mais viva e real expressão da

banca.

Então façamos a primeira pergunta: há com-

petitividade entre empresas de um mesmo

dono? Claro que não. Há farsa e fraude.

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 4

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CONTINUAÇÃO DA PÁGINA ANTERIOR

Quando a Presidente Dilma concedeu vanta-gens fiscais, para a indústria automobilística investir, o que fizeram a Fiat, a Volkswagen, a General Motors, a Ford, a Renault? Aprovei-taram para melhorar seus produtos ou sua rede de concessionárias ou de manutenção?

Óbvio que não. Foram colocar este dinheiro extra no mercado financeiro. Nas mãos de seus donos: os fundos de investimentos. Es-clareço que a Renault, embora estatal france-sa, tem participação dos fundos que aponto a seguir.

Com participações variáveis, os grandes fun-dos – Blackrock, Vanguard Group, State Stre-et Global Advisors (SsgA), Fidelity Invest-ments – todos com trilhões de dólares em carteira, estão nestas automobilísticas e em empresas de alimentos, petróleo, comunica-ção, remédios, entretenimento, água etc etc etc.

Estes Fundos, cujos capitais tem, em expres-siva percentagem, residência em paraísos fiscais, se desdobram em centenas, milhares de instrumentos de captação. Formam verda-deira rede de pescar ingênuos, desinforma-dos e coxinhas.

Vejamos como funciona a economia real, neste mundo globalizado, de paz e democra-cia universal. Tomo o maior dos Fundos, o Blackrock, com três PIBs brasileiros de capi-tal.

Ele se desdobra por critérios regionais e por aplicações e aplicadores.

Assim um senhor David Koch, financiador de instituições para promover golpes pelo mun-do, com seus US$ 31 bilhões, jamais terá seu dinheiro colocado no mesmo fundo que você, meu honesto e laborioso leitor.

O Fundo que você pode escolher é destes que irão desaparecer numa crise, quer de pa-gamento no Brasil, quer de inflação provoca-da pela disputa política, quer por um tsunami, como de 2008, nos EUA. E você só poderá lamentar o azar.

Mas o senhor Koch conhecerá um rendimento extra, pelos azarados do mundo inteiro que contribuem/contribuíram para um fundo exclu-sivo de investimento mínimo de centenas de milhões de dólares, ao qual você não tem a-cesso.

Assim, as duas metas da banca se concreti-zam: todos os negócios foram transformados em negócios financeiros, pela propriedade das empresas, e as financeiras, com suas gestões diferenciadas, vão concentrando ca-da vez mais o capital disponível em todo mundo.

Entretanto a banca é insaciável.

Temos, neste momento, um rastilho para no-va crise. A lira turca pode ser o sinal, bem co-mo a guerra comercial com a China.

Há um excesso de liquidez, oriundo dos a-frouxamentos monetários (Quantitative Ea-sing), adotados pelo Banco Central dos EUA (Federal Reserve – FED), após a crise do “subprime”, em 2008.

Isto provocou aplicações/dívidas de toda or-dem: em investimentos produtivos – que po-derão sustentar os pagamentos –, em espe-culações – que tem, estatisticamente, um re-sultado neutro entre ganhos e perdas, mas arriscaria ser mais favorável aos ganhos, con-siderando os resultados das bolsas nesta dé-cada – e a não desprezável soma em gastos supérfluos e ilícitos (corrupções para golpes).

Assim temos a expectativa de uma nova e avassaladora crise, o instrumento de cresci-mento da banca. Como pode o Brasil reagir a ela? Que instrumentos usará a banca para abocanhar mais recursos e concentrar ainda mais a renda?

Um governo nacionalista é o mínimo que po-demos desejar e lutar, para que consiga sal-var o País.

Com a janela aberta, o caro leitor pode optar por ser um idiota, olhar para seu umbigo, fe-char-se dentro de si mesmo, não querer sa-ber de política, que, no grego, é o antônimo de “idiotas”, ou seja, do político, aquele que participa da vida comunitária, que tem por le-ma um por todos, todos por um.

Estamos no momento de grande crise no Bra-sil.

O golpe de 2016 apenas deu mais visibilida-de, melhor percepção do conflito que se tra-vava entre nós. Do nacionalismo, do reergui-mento do Estado Nacional contra o globalis-mo, a entrega de nossas riquezas e da admi-nistração do Brasil aos capitais estrangeiros.

E também da luta entre a cidadania, a inte-gração, de um lado, e, de outro, a exclusão e a rejeição dos brasileiros pobres, pretos, víti-mas de verdadeiro genocídio.

A mortalidade infantil, assassinatos pelas dro-gas, pelas organizações criminosas das milí-cias ou traficantes e pela polícia é uma políti-ca de extermínio de nacionais.

Esta eleição é uma oportunidade de agir co-mo brasileiro, com consciência cidadã, ou su-cumbir a um território apátrida, governado pe-la especulação e pelos interesses estrangei-ros.

Pedro Augusto Pinho

Avô, administrador aposentado

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 5

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Guimarães Rosa: “Viver é rasgar-se e remendar-se”

* * *

Guimarães Rosa: “Viver para odiar uma pessoa é o mesmo que passar uma vida

inteira dedicado a ela”.

* * *

Guimarães Rosa: “Viver é um descuido prosseguido. Mas quem é que sabe co-

mo? Viver… O senhor já sabe: viver é etcétera”.

* * *

Fernando Pessoa: “Às vezes ouço pas-sar o vento; e só de ouvir o vento pas-

sar, vale a pena ter nascido”.

* * *

Leonardo da Vinci: “Quando eu pensar que aprendi a viver, terei aprendido a

morrer”.

* * *

Stanislaw Ponte Preta: “Entre as três melhores coisas desta vida, comer está

em segundo e dormir em terceiro”.

* * *

Dom Hélder Câmara: “Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões

para viver”.

* * *

Winston Churchill: “Melhor lutar por algo do que viver para nada”.

* * *

Denis Diderot: “Que bela comédia po-deria ser a vida, se não fôssemos prota-

gonistas dela”.

* * *

Luiz Gama: “Eu tenho lances doridos em minha vida, que valem mais do que

lendas sentidas da vida amargurada dos mártires”.

Mês que vem tem mais.

Sistema financeiro global é o quadro mundial de acordos jurídicos, instituições e agentes econômi-

cos formais e informais que, em conjunto, facilitam os fluxos internacionais de capital financeiro para fins de in-vestimento e financiamento do comércio. Desde sua criação no final do século XIX, durante a primeira onda moderna de globalização econômica, sua evolução é marcada pelo estabelecimento de bancos cen-trais, tratados multilaterais e organizações intergovernamentais visando melhorar a transparência, a regulamen-tação e a eficácia dos mercados internacionais.

Karl Marx previu a globalização do sistema financeiro já no século XIX no Manifesto Comunista, sendo o primei-ro a narrar a globalização no aspecto contemporâneo do termo.

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SÃO PAULO DE HOJE

São Paulo que já foi da garoa, hoje é de tempo incerto, ora seco, ora de alagamentos, de muito trânsito, muitas mortes, de maus go-vernantes e com muitos agravantes e um deles trata-se dos ambu-lantes.

Os ambulantes são tratados com truculência por estarem nas cal-çadas trabalhando, embora irregularmente, mediante a prefeitura por não terem a devida licença por falta de dinheiro.

Em outros países, essas pessoas ao invés de terem seus produtos confiscados de maneira violenta, eles tem apoio financeiro para continuarem a trabalhar e para isso lhes são dado prazos para tira-rem a documentação necessária para regularizarem a situação no devido tempo para que paguem seus impostos contribuindo para o país que estendeu e deu oportunidade para quem precisa traba-lhar.

No entanto, os “camelôs” que já estão protagonizados nas calça-das, por terem suas contribuições “em dia”, não são devidamente fiscalizados e, muitos vendem produtos “piratas”, produzem lixos que são deixados nas calçadas para os cidadãos que pagam pelos produtos que vendem e impostos pela limpeza. Povo que não apoi-a os ambulantes que vivem com panos estendidos no chão e cor-rendo o dia inteiro dos fiscais, mas, não reclamam do lixo que lhes é deixado gratuitamente.

Cadê os paulistanos orgulhosos da sua terra, cadê os cuidados com a maior e mais rica cidade do país?

Por que aceitam passar horas num ponto de ônibus esperando pe-lo precário transporte público que pagam e embaixo de sol e chu-va? Idosos, mulheres com crianças, deficientes e pessoas que a-cordam duas horas mais cedo para conseguir não se atrasar nos compromissos, ou no final do dia quando voltam cansados do tra-balho querendo ir para casa descansar ficam horas calados subme-

tidos a isso tudo e parados no tempo não cobram nada ou nem sa-bem mais a quem recorrer...

São Paulo está na contra mão! Calçadas quebradas, falta de ilumi-nação, “cracolândia” (uma história sem fim), hotéis fomentados pelo tráfico e pela prostituição, mas, com gente nas ruas sem ter onde morar, sem escolas, hospitais e até com falta de presídios que re-cuperem a vida do cidadão que errou. Esta cidade é um cemitério de ideias com muita disposição para reeleição, que depois de tanta grandeza caiu na decadência merecidamente pelas escolhas feitas.

Cidade que deveria ser cartão postal está cheia de imóveis há a-nos... Por quê?

Muitas demolições em nome do progresso transformaram-se em estacionamentos e shoppings, casas históricas não foram tomba-das e com isso perdemos muitas memórias da nossa história como, por exemplo, a “Mansão Matarazzo” na Av. Paulista, Casarão Sara-ceni em Osasco e outros.

Transformaram-na em andares de prédios cada vez mais alto, ruas abandonadas, cidade de gente estressada e que come “cachorro quente” com purê nas ruas por falta de tempo para alimentar-se tranquilamente (direito que foi tirado do trabalhador) e de trânsito infernal abastecida pela indústria de multas.

Um lugar onde o preconceito se assola atingindo negros e nordesti-nos que ajudaram a construí-la. A cidade mais rica, cartão postal da nação, mas de fala abreviada, de gente que não dorme, de pa-redes pichadas de horror, com vários postos de gasolina a cada quarteirão e com cada vez menos postos de saúde, de mulheres maquiadas que escondem a violência, de gente no final de semana corrompido pelas drogas e bebidas e que perde seus jovens a cada dia.

Lugar de idosos que sobrevivem, ainda bem, pois tanto abandono e descaso haverá de sobreviver bravamente para cuidar por muito tempo dos filhos sem futuro e dos netos que estão perdendo seus pais. Cidade onde mal se fala bom dia...

É, parece que o Brasil não precisa mais de São Paulo!

Genha Auga Jornalista – MTB:15.320

Agosto de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 6

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

O petróleo é uma mistura de moléculas de carbono e de hidrogênio, conhecida como hidrocarbonetos, cuja origem é a matéria orgânica do plâncton (organismos microscó-picos presentes na água) decomposta pela atividade bacteriana em ambientes com pouco oxigênio. Ao longo dos milhões de anos, esse material se acumula no fundos dos oceanos, mares e lagos e, ao ser pres-sionado pelos movimentos da crosta terres-tre, transforma-se na substância que recebe o nome de petróleo.

A exploração do petróleo foi iniciada no sé-culo XIX, quando a indústria petrolífera teve grande expansão, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa e o petróleo chegou a representar 50% do consumo mundial de energia primária nos anos 70. Apesar do de-clínio que vem apresentando, segundo rela-tório da Agência Nacional de Energia Elétri-ca (Aneel), ainda é responsável por 43% da geração desse tipo de energia.

Os derivados de petróleo costumam ser u-sados principalmente no setor de transpor-tes, mas também são aplicados na geração de energia elétrica em termelétricas. É pos-

sível gerar energia elétrica a partir da quei-ma desses derivados em caldeiras, turbinas e motores de combustão interna. Os deriva-dos de petróleo normalmente usados para essa finalidade são o óleo de combustível, o óleo ultra-viscoso, o óleo diesel e o gás de refinaria.

Os derivados de petróleo constituem parte significativa da matriz energética em países como os Estados Unidos, Japão, México, Arábia Saudita, Itália e China. No Brasil, a geração de energia elétrica a partir de deri-vados de petróleo não é tão expressiva devi-do ao histórico de predominância de energia hídrica. Contudo, há termoelétricas que pro-duzem eletricidade a partir de derivados de petróleo para atenderem ocorrências de pi-cos no sistema elétrico, sendo usadas prin-cipalmente para suprir a demanda de comu-nidades não atendidas pelo sistema interli-gado de energia elétrica.

Nas refinarias, o petróleo passa por diferen-tes processos até que obtenha a qualidade desejada para determinada finalidade. O re-fino do petróleo consiste nas seguintes eta-pas:

Os processos de separação visam retirar componentes específicos do petróleo, ou

"quebrar" o petróleo até as suas frações bá-sicas. São alterações em âmbito físico, em que são necessárias ações de energia (modificação de temperatura ou pressão) ou de massa (relações de solubilidade a sol-ventes).

A destilação é uma etapa que sempre ocor-re no processo de separação. Através da destilação, o petróleo é vaporizado e depois condensado pelas ações de temperatura e pressão. Este processo visa a obtenção de gás combustível, gás liquefeito, nafta, quero-sene, gasóleos (atmosférico e de vácuo) e resíduo de vácuo. O rendimento dos produ-tos varia de acordo com o óleo cru que foi processado.

A queima dos combustíveis derivados de petróleo libera uma quantidade muito grande de poluentes na atmosfera, dos quais se destacam o monóxido de carbono, o materi-al particulado e os óxidos de nitrogênio e o dióxido de enxofre. A elevação da concen-tração desses poluentes na atmosfera leva à formação de outros poluentes, como o ozô-nio, o qual tem consequências nocivas à sa-úde humana quando encontrado em grande quantidade na camada atmosférica próxima à superfície.

29 - Dia Mundial do Petróleo

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Não é melhor prevenir?

No Brasil, está ocorrendo uma guinada à di-reita política, está havendo um crescimento de apoio aos políticos conservadores quanto aos costumes e comportamento social. Pes-soas que anseiam por ver os criminosos se-rem punidos severamente, pessoas que são contra que criminosos sejam tratados de for-ma humanitária pela lei, uma vez que eles não respeitaram os direitos de suas vítimas.

No século XVIII, existiu na Itália um homem chamado Cesare Beccaria que disse a se-guinte frase: “É melhor prevenir os crimes do que ter de puni-los. O meio mais seguro, mas ao mesmo tempo mais difícil de tornar os homens menos inclinados a praticar o mal, é aperfeiçoar a educação”. E ele tem razão. Para fazer um ser humano civilizado, é necessário somar esforços da educação familiar mais a educação escolar. O conheci-mento liberta a mente humana, e o que pro-porciona conhecimento é justamente a edu-cação. Ninguém nasce sabendo, todos pre-cisam passar por um processo de educação. Se um bebê for abandonado numa floresta entre animais e plantas, longe de qualquer contato humano, e conseguir sobreviver na-quele ambiente, ao crescer, ele nem sequer vai saber falar, vai se comportar como se fosse um animal selvagem.

Naturalmente, ninguém em sã consciência está feliz com a criminalidade, com os rou-bos e furtos, com os assassinatos, com os estupros, com exceção dos próprios crimino-sos e pessoas de má fé, ninguém é a favor de crime. Todo mundo quer paz, prosperida-de, saúde, felicidade. Mas criminalidade alta é consequência de educação baixa. Repres-são policial e lei penal severa não vão intimi-

dar a todos os criminosos e infratores. Mui-tos deles vão resistir e se rebelar. A vacina e também o remédio para a criminalidade são a família bem estruturada e a escola de boa qualidade e realmente comprometida com a sua função social. Nós recebemos a primei-ra educação dos nossos pais, eles nos ensi-nam o que é certo e errado, nos fazem refle-tir sobre nossos atos e escolhas. Um lar ins-tável, cheio de atritos e hostilidade é campo fértil para indivíduos problemáticos, potenci-ais futuros viciados em droga ou potenciais futuros criminosos. Se a criminalidade num país está alta, a desestruturação familiar em tal país também está alta e a qualidade das escolas públicas está baixa.

Em 08 de Outubro de 2017, o jornal El País publicou uma matéria com o título “A Islândia sabe como acabar com as drogas entre adolescen-tes, mas o resto do mundo não escuta”. A Islândia passou a trabalhar o bem-estar psicológico dos a-dolescentes, lá tem sido feito um trabalho na área de esportes e artes para que os adolescentes se sintam bem fazendo parte de um grupo, fazendo-os ocupar o tempo com atividades diversas e com a participação dos pais. Muita gente no Brasil ficou maravilhada ao ver torcedores japoneses de futebol recolherem o lixo eles mesmos, mas possivelmente não sabem que nas escolas japonesas são os pró-prios alunos que revezam no serviço de limpeza. Na liberal e laica Suécia, a prostituição foi criminali-zada, pagar por relações sexuais agora é crime. E não foi nenhuma religião que motivou tal atitude, foi vontade de combater o tráfico de pessoas.

É compreensível que haja tantos brasileiros que vejam os Estados Unidos da América como exem-plo a ser seguido pelo Brasil, um país desenvolvido, tem tecnologia de ponta, a forte influência dos fil-mes de Hollywood, lá a lei penal é muito mais seve-ra do que aqui, alguns estados têm pena de morte,

o comércio de armas é livre, e muita gente anseia que o Brasil seja como os Estados Unidos são. Só que a parte desenvolvida do mundo vai bem além dos Estados Unidos. O Canadá, o vizinho do norte deles, é também um ótimo exemplo, há países na Europa que não são as principais potências mas são bem sucedidos, temos a Austrália, a Coreia do Sul e outros, só aqueles países do primeiro mundo não são absolutamente iguais entre si, cada um tem a sua identidade, e o Brasil também pode ter a sua própria identidade nacional, só que o Brasil não pode negligenciar a educação dos seus habitantes como tem acontecido.

Pessoas enraivecidas, cheias de rancor, ansiosas por vinganças, amam ouvir frases como “bandido bom é bandido morto”, “pôr vagabundo no pau de arara”, “se não quer ir para a cadeia, é só não co-meter crime”, “e os direitos das vítimas que esses vagabundos prejudicaram?”, mas essas mesmas pessoas de bem, pessoas direitas que anseiam por justiça, não compreendem que a estrutura do Brasil está errada. A educação escolar nos EUA (ainda) é muito melhor que no Brasil. São realidades diferen-tes.

O Brasil está cheio de famílias desestruturadas, o mercado interno brasileiro insiste em não valorizar a mão de obra, em pagar salários muito baixos, e a burocracia mais a alta tributação também dificultam o empreendedorismo, o próprio sistema dificulta a valorização moral do trabalho. Se as pessoas en-tenderem a importância social do trabalho, porque é preferível trabalhar, ninguém vai querer manchar a própria história pessoal com crimes e infrações, quem tem esclarecimento vai querer zelar pelo pró-prio nome. Não é melhor prevenir a criminalidade com ótima educação em vez de deixar “a deriva” e querer remediar com leis penais muito severas de-pois que o estrago está feito? Não é melhor atacar o problema pela raiz?

João Paulo E. Barros

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 7

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O círculo perfeito: áulico de Eike Batista se declara

eleitor de Bolsonaro Uma das belezas da internet é, em se mantendo os registros e a me-mória aguçados, poder ver como se dá a evolução de determinados

personagens que vivem há década sugando nas tetas da viúva, mas se apresentam como defensores do estado mínimo neoliberal (só para os pobres, é claro!).

Eis que hoje li a declaração de voto de um personagem (misto de profissional neoliberal e eterno ocupante de cargos de confiança em prefeituras da região e alhures) que anos atrás se apresentava como defensor do negócios do ex-bilionário Eike Batista em São João Barra. Esse personagem era tão Eike, mas tão Eike, que ao mesmo após o mundo presenciar o afundamento do conglomerado de empresas pré-operacionais do Grupo EBX, o personagem de-

clarou nas redes sociais que não venderia uma só das suas ações por ter crença infindável nos projetos do filho mais ilustre de Eliezer Batista.

O tempo passou e nós acabamos não sabendo que fim levaram as ações que aquele áulico de Eike Batista detinha (ou pelo menos dizia deter). Eis que agora, em plena ebulição da campanha eleito-ral para presidente do Brasil, o antes adorador de Eike Batista, se declara um resoluto eleitor de Jair Bolsonaro, supostamente em no-me de uma mão de ferro que colocará o nosso país nos eixos, pre-parando o caminho para que daqui a 4 anos o banqueiro João A-moedo possa terminar o serviço de privatizar tudo o que for possí-vel, inclusive, quem sabe, o ar que o brasileiro respira.

Ao ver a declaração e ao lembrar da ficha pregressa do agora elei-tor de Bolsonaro, eu só posso dizer que estamos diante do fecha-mento de um círculo perfeito: de áulico de Eike Batista a eleitor de Jair Bolsonaro, tudo a ver.

Marcos Pedlowski

PARTIDOS POLÍTICOS

Até 1837, não se pode falar, a rigor, em partidos políticos no Brasil. Nesse ano, formaram-se as duas agremiações que caracterizaram o Segundo Reinado, a dos Conservadores, chamado Partido Conservador (saquaremas) e a dos Liberais, chamado Partido Liberal (luzias).

Atualmente, a legislação eleitoral brasileira e a Constituição, promulgada em 1988, permitem a existência de várias agremiações políti-cas no Brasil. Com o fim da ditadura militar (1964-1985), vários partidos políticos foram criados e outros, que estavam na clandestinida-de voltaram a funcionar. Hoje temos registrados 35 Partidos Políticos.

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A Falta de educação nas redes sociais.

Postar nas redes sociais está virando um trabalho nada fácil. Já vi amizades acaba-rem e inimizades nascerem por conta de postagens nas redes sociais. Algo que era pra ser divertido, momentos para ser com-partilhado com amigos , opiniões sobre de-terminados temas acaba virando dor de ca-beça. Tudo o que postamos é criticado, jul-gado e sentenciado. Se posto algo que gos-to, como um ditado, por exemplo, as pesso-as já acham que estou com algum problema relacionado ao que postei. Se falo sobre de-terminado tema, já vem um monte de gente criticando, dando opinião e querendo briga. Ora, é claro que sei que o que posto vai re-percutir. Vai ter gente querendo opinar sem-pre. Mas daí isso virar quase uma guerra, com pessoas que se pudessem partiam para a agressão física, é outra coisa. Tenho me policiado para não postar minha opinião so-bre qualquer assunto. Tenho me limitado a postar um “Bom Dia”. Acho que um simples bom dia não causará polêmica nenhuma. As pessoas têm que entender que podem se posicionar sobre os temas que lhe interes-sam sem ser agressivas, sem querer impor sua opinião, assim como os que respondem as postagens devem fazê-lo de modo não grosseiro e ofensivo. Sim, existem regras para que a boa convivência com outros usu-ários do mundo virtual aconteça de maneira correta, para que o outro possa nos enten-der.

A liberdade de se expressar faz parte de so-cializar e expor nossas ideias e opiniões pe-rante o mundo e os outros. O problema co-meça quando resolvemos exteriorizar nos-sos pensamentos. No momento em que tor-namos público nossos sentimentos e per-

cepções internas, devemos tomar alguns cuidados. Nossa liberdade seja ela qual for, tem que envolver o respeito ao próximo sempre.

Cada um com sua maneira de pensar e ver o mundo. O que pensamos ou sentimos em relação a qualquer assunto, não deve servir de munição para as pessoas se acharem no direito de serem mal educadas. Repito: Ca-da um na sua. Quem está certo ou errado? Não sei, até porque não acredito que as coi-sas sejam assim tão óbvias. Postar um co-mentário sobre algo requer educação e res-peito no falar, no escrever, na maneira como me posiciono. Sempre vão existir os que são a favor e os que são contra, mas não preci-samos brigar por conta disso nos indispor-mos e criarmos situações de conflito. O bate boca não leva a nada. Vamos serenar a mente e os corações. É isso. Podemos opi-nar sim, sem, no entanto achar que somos os donos da verdade. Cada um com suas crenças, seu ponto de vista, sua convicção.

Não preciso expor minhas ideias querendo impor meu pensamento e achar que quem não concorda comigo está contra mim.

Quando expressamos nossos pensamentos, estamos exercendo nosso direito de comuni-cação, e precisamos saber que para tudo que externamos haverá sempre alguém a-tento, disposto a opinar também, testando nossa tolerância e nossa capacidade de ou-vir e entender o que o outro tem a nos dizer. Devemos estar conscientes das consequên-cias de nossas ações. Afinal, toda ação gera sempre reação. Mas nem por isso preciso ler grosserias de quem não respeita a opini-ão alheia. É preciso ter ética na internet tam-bém.

Tudo que dizemos ( escrevemos) nas redes sociais fica documentado. É bom pensar so-bre o que se vai postar, cada um tem sua

visão de mundo, seus valores e sua ética Qualquer pessoa pode escrever o que qui-ser, verdades e inverdades, mas as conse-quências do que se diz virão, cedo ou tarde.

. A educação, o respeito e a nossa conduta, devem ser os mesmos independente do lu-gar, e, na internet estamos interagindo o tempo todo, só que a abrangência do que fazemos e dizemos é muito maior. Alcança-mos muito mais pessoas do que normalmen-te faríamos se a nossa conversa aconteces-se pessoalmente. Existe uma falsa noção de segurança. Estamos atrás de um compu-tador, então nada nos ameaça. Ledo enga-no. A lei brasileira proíbe o anonimato. Algu-mas pessoas perdem a noção do bom sen-so, não se preocupam com o que dizem e acabam tornando-se mal educados por que-rer fazer valer sua opinião. Uma visão dife-rente não deveria gerar polêmica.

A educação continua sendo a chave de tu-do. Temos o direito de nos manifestar, mas sem cometer ofensas, sem agredir, sem vi-rar juiz. O radicalismo seja em que área for nunca é bom. Nossas opiniões atingem mui-tas pessoas, a abrangência se torna imensa através da internet, tenho que agir com res-ponsabilidade, respeitar as diferenças. A sensação de estar impune é o que leva mui-ta gente a destilar seu ódio na internet. Mas é apenas sensação. O crime cometido na internet recebe a mesma punição que um crime cometido fora da internet. Antes de postar algo, pense no impacto que aquilo irá causar, e se vale a pena mesmo assim.

E nunca é demais lembrar:

Respeito e limite é a palavra de ordem!

Na internet ou fora dela.

Mariene Hildebrando

e-mail: [email protected]

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 8

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Referendo Revogatório de Mandatos

No Brasil, a sociedade civil tem tido muitos problemas graves com os seus políticos. Há quem afirma que é a própria sociedade quem cria os políticos que o Brasil tem, que a classe política é um reflexo da sociedade civil. Mas é notório que a ampla maioria dos políticos brasileiros estão “de costas” para a sociedade brasileira, a ampla maioria está “se lixando” para a opinião pública, embora declarem o oposto publicamente. Para sa-bermos se isso é verdade ou não, é só ob-servarmos o resultado de tudo.

Assim como não existe cadeado sem chave, também não existe problema sem solução. O que existe é má vontade de solucionar problemas, más intenções. Existe um meca-nismo que é chamado de recall político, ou de recall eleitoral, ou direito de destituição de mandato, ou direito de revogação de mandato, ou voto destituinte, as denomina-ções são diversas, mas o objetivo é conce-der ao eleitor o direito de revogar o mandato do eleito. Um exemplo hipotético de como funcionaria, os eleitores de uma cidade co-mo São José dos Campos elegeram um de-

putado federal e um deputado estadual. O deputado federal em questão se envolveu em um escândalo e o deputado estadual tra-iu a confiança dos seus eleitores votando contra a vontade destes, propôs uma coisa nas eleições, porém está fazendo o oposto agora que tem o mandato. Os eleitores fa-zem um abaixo-assinado, apresentam à Justiça Eleitoral, e os dois mandatários em questão são notificados pela Justiça Eleito-ral sobre a vontade dos eleitores de fazerem outra disputa eleitoral para os cargos de am-bos especificamente, mesmo que tenham sido eleitos a seis meses, ou a um ano ou dois anos, e os próprios mandatários podem concorrer nessa nova disputa, e se forem reeleitos nessa eleição de recall, cumprem os seus mandatos até as próximas eleições normais. Se não forem reeleitos, os que fo-rem eleitos no lugar deles, cumprem o res-tante do mandato no lugar deles.

Entretanto, a eleição de revogação de man-dato tem que ter justificativas plausíveis, co-mo algum crime, infração à alguma lei, com-provadamente e irrefutavelmente ter menti-do aos eleitores durante as eleições de for-ma a lhes trair a confiança (improbidade), ele não desempenhar devidamente as suas

obrigações como mandatário eleito, e jamais por divergências ideológicas. É necessário senso democrático! Esse mecanismo é para permitir à sociedade civil regular melhor os políticos, conter os abusos e excessos que têm ocorrido nos poderes estatais. O recall é mais justo ou menos injusto que o impeach-ment, porque no recall é o eleitorado quem decide diretamente, e não há risco de agre-dir a democracia enquanto vontade popular expressa. O mandatário eleito que desem-penhar corretamente as suas funções inde-pendentemente de ideologia, não tem o que temer. É necessário que a República brasi-leira tenha espírito realmente republicano, o eleito está lá para servir os eleitores, e com bom senso, com responsabilidade.

Os eleitores não têm como adivinhar o que o eleito vai fazer durante o mandato, errar é humano. Agora, não é justo com o eleitor a lei não lhe dar meios para corrigir o erro que cometeu ao votar em quem não é digno do mandato. A legislação tem que mudar. A re-forma política tem que acontecer. A socieda-de civil necessita de ter mecanismos de con-trole do meio político. Se o sistema não for mudado, os resultados não mudarão.

João Paulo E. Barros

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SEBASTIAN – O MENINO PEIXE

Genha Auga – Jornalista – MTB: 15320

Sebastian, filho de Nereu – o ve-lho do mar - era um menino peixe, ninguém sabia, mas era. Passava o dia pelas praias, nas piscinas e por longas horas na banhei-ra. Recebeu a missão de salvar vidas, quer dos humanos ou dos seres marítimos e a-quáticos. Foi transformado por Nereu – Deus do Mar acordado com Nereida, sua esposa, de dar a ele o poder da metamorfo-se possibilitando o menino de transformar-se em peixe ou humano de acordo com a missão que deveria cumprir e, assim o fize-ram. Sebastian atuava como peixe no fundo do mar e rios e fora das águas como um rapaz que salvava humanos, disfarçado de salva vidas. Um dia, estava ele no seu barco em pleno alto mar quando surgiu das pro-fundezas das águas o Senhor Túlio, mensa-geiro das águas lhe trazendo um recado do Peixe Rei, Senhor Arthur, para que desco-brisse o paradeiro de sua sobrinha Lívia que resolveu aventurar-se à tona das águas do mar e não voltou, deixando sua pobre mãe desesperada. Sebastian sabia bem como Lívia era arteira e procurou logo resolver o as-sunto... Lívia sempre conversava com as Algas Marinhas sobre sua vontade de sair das águas para travar uma batalha contra os homens que atiravam “ganchos seques-tradores” que levavam seus amigos peixes que nunca mais voltavam. De início, com essa preciosa in-formação, o rapaz iniciou seu trabalho. U-sou o poder que lhe fora concedido, trans-formou-se num peixe azul iniciando sua in-vestigação entre os amigos marinhos da menina. Dona Alga Marinha, logo confirmou esse desejo de Lívia e estava aflita demais com o que poderia ter acontecido. Sebastian reuniu os peixes, as algas, tartarugas e corais para montar es-tratégias que os levariam a rastrear por on-de ela andou. Espalhou uma “espécie de luminol” que se compondo com o rastro dos nados dos peixinhos e dessa arteira, conse-guiu traçar um caminho que saiu da rota de todos e mostrou que a danadinha tinha su-bido das profundezas atraída por um anzol. Será que ela mordeu a isca e foi capturada? Oh! Meu Deus! Ou conseguiu seguir o anzol para tentar achar algum ami-guinho? Pelo caminho marítimo foi rece-bendo informações dos peixinhos amigos por onde viram a peixinha passar até que Rano, um peixe elétrico, tinha encontrado

Lívia muito preocupada com seu amigo Mau-Mau que sumiu enquanto brincavam e de-terminada, subiu até a beira do mar para tentar achar o amigo antes que fosse tarde demais. Embora Rano tentasse convencê-la de procurar Sebastian para essa missão, não controlou seu desespero e ela nem o ouviu e seguiu destemida. Bem! Com essas pistas, o meni-no-peixe transformou-se novamente no sal-va vidas e foi por terra em busca da peixi-nha Lívia seguindo para onde se reuniam os pescadores e tentar achar esses aventu-reiros. Como ele já era conhecido pelas praias foi logo chegando e cumprimentando a todos e brincando, observando os peixes recém-capturados logo viu os amiguinhos agonizando em uma rede de pescadores. Ufa! Pelo menos não abocanharam um an-zol, caíram na rede. Rapidamente, Sebasti-an inventou ao pescador responsável pela captura que estava montando um aquário de água salgada e que ficou encantado por aqueles peixes propondo um valor em troca deles. O pescador coçou a cabeça, pensou no trabalho que teve com a pescaria e ima-ginando eles numa bela frigideira bem tem-peradinhos que até deu lhe água na boca, ficou hesitante... Porém, Sebastian era um querido pela região e levando em consideração o quanto ele dedicava-se em salvar vidas hu-manas pondo em risco sua própria vida, ce-deu e logo tratou de colocar os peixes numa caixa de isopor para que os peixes não morressem e os entregou ao rapaz. Ufa! Lívia e Mau-Mau já quase sem respiração arregalaram os olhos e ba-tendo a cauda em desespero salvaram-se. Rapidamente voltou ao seu esta-do peixe e rumo ao fundo do mar, entregou a menina à sua mãe, já sem esperança, in-formando aos amigos que o ajudaram para que a missão fosse cumprida que todos es-tavam sãos e salvos. O Peixe Rei organizou uma festa no fundo do mar em agradecimento à Se-bastian juntamente com a pequena peixinha que além de aliviada por ter sido salva, foi alertada para não se meter em aventuras e sempre que precisasse consultar sua mãe e o conselho do fundo do mar que, certamen-te, teriam sempre o menino peixe com seu poder de salvar vidas. Todos ficaram felizes e Mau-Mau, comovido pela atitude da amiga ficou muito grato pela amizade que ficou mais fortalecida nessa aventura quase mortal que com o empenho dela e dos amigos teve um final feliz. Sebastian entendeu mais uma vez a importância do seu atributo e agrade-cido voltou para o solo terrestre para relaxar em sua banheira, pois, no dia seguinte, sua missão seria salvar crianças humanas e ar-teiras que gostavam de se aventurar para tentar conhecer o fundo do mar...

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 9

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

NOSSO POVO

Genha Auga

Gente de paciência e silenciosa,

Tanto ao vento, como ao sol,

Povo esperançoso e deslumbrante

Pela pátria que tanto amou.

Hoje vive nela,

Retendo o grito

Encolhido pela dor,

Pela violência que se assolou.

País outrora de

Desejos e vontades

Sonhos antes abençoados,

Um povo dedicado

Hoje segue sem rumo

Sem luta e sem causa,

Sem teto, sem chão,

Sem saúde e educação.

Povo gentil com sua pátria!

Mas quem os governa,

Só é gentil na eleição.

Brasil que vive na labuta

De gente forte, com disposição,

Não merece essa sorte,

Esse legado!

Fome, miséria e descaso.

A cachaça é uma verdadeira musa inspira-dora!

A bebida, além de ser tema de músicas, também é assunto para a poesia. A rela-ção entre os poetas e a cachaça é mais forte do que se imagina. Afinal, muitos po-etas que conhecemos se inspiraram princi-palmente sentados em mesas de bar, nos quais, a cachaça está presente.

Mário Quintana, Vinícius de Moraes, To-quinho, Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade são poetas brasileiros conhe-cidos que dedicaram seu tempo em fazer versos e apreciar uma boa cachaça.

“Meu verso é minha consolação. Meu ver-so é minha cachaça. Todo mundo tem su-a, cachaça.Para beber, copo de cristal, ca-nequinha de folha-de-flandres, folha de taioba, pouco importa: tudo serve...”

Carlos Drummond de Andrade

13 - Dia Nacional da Cachaça

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Ex-moradora de rua é primeira brasileira a ganhar medalha de

ouro no Gay Games.

A corredora Ana exibe as duas medalhas de ouro na varanda de seu quarto de hotel, no 12° distrito de Paris

Com duas medalhas de ouro no Gay Games de Paris e em busca de uma terceira na mei-a maratona, a ex-moradora de rua Ana Lui-za dos Anjos Garcez já fez história no atle-tismo brasileiro. Aos 55 anos, ela se tornou a primeira atleta do Brasil a subir no lugar mais alto do pódio da competição.

Recém-nascida, ela foi abandonada numa caixa de sapatos, ao lado da irmã gêmea. Recuperada por desconhecidos, cresceu num convento em São Paulo, antes de ser encaminhada para trabalhar como domésti-ca. Aos 16 anos, e ainda sem receber salá-rio, fugiu levando três malas com pertences da patroa, que distribuiu a desconhecidos na Praça da República, com medo de ser des-coberta. Na rua, passou 20 anos, onde rou-bou e experimentou quase todas as drogas. Mas, acima de tudo, Ana Luiza dos Anjos Garcez correu. Correu tanto, que descobriu, ao correr da polícia, que poderia correr para sempre, em melhores condições.

A revelação veio assistindo ao filme Carrua-gens de Fogo, cheirando cola, com um co-bertor, no chão de uma galeria, em São Paulo. “Vendo aquelas pessoas correndo vestidas de branco na praia, com aquela música, fiquei pensando que eu também po-deria correr”, lembra Ana Luiza dos Anjos Garcez, também conhecida como “Animal”. “Eu morava no [viaduto do] Minhocão. Esta-va deitada, e de repente essa música come-çou a vir na minha cabeça”, lembra. Nesta época, a “Tia Punk”, como era conhecida dos mendigos, viciados e moradores de rua do Centro de São Paulo, nem sonhava que seria uma atleta respeitada. “A gente ia com-prar saquinho de cola no Brás, não havia pedra [de crack] nessa época”, relata.

“Tia Punk, você não vai conseguir nunca”

“Eu estava com o Dracolino, um outro mora-dor de rua que era meu amigo e já morreu, e disse que ia começar a correr. Ele disse, ‘imagina Tia Punk, você nunca vai conseguir’. Dracolino morreu, como todos os daquela época. Eu continuo correndo”, afir-

ma a atleta. Se ela já se considera uma ven-cedora? “Sim, mas não por ganhar meda-lhas, mas por ter saído das drogas, da rua. Tem que ter muita disciplina”, diz Garcez. Para realizar seu sonho, a antiga Tia Punk distribuiu na época uma “missão” aos cole-gas da rua: “você vai roubar shorts, você ca-misa, você meias, vou provar para vocês que consigo”, lembra. “Corri, levei seis ho-ras, era uma maratona, eu não sabia, quase morri, mas fui até o fim, ganhei a medalha”, conta.

“Cheirei cocaína, heroína, benzina, tudo que tem ‘ina’. Fumei maconha, me piquei na vei-a. Éter. Quase que fui para o buraco, já não estava aguentando mais. Depois de uma paralisia parcial do lado esquerdo, que a-conteceu durante uma crise de abstinência, decidi que não queria mais saber disso”, re-lata Garcez, sentada na varanda de seu quarto de hotel, no 12° distrito de Paris. “A assistente social me levou para o hospital, em São Paulo. Eu não queria sair de lá, por-que dormia, tomava banho, comia. Vi muita morte na minha frente, dívidas de droga. Corria muito da polícia”, lembra “Animal”.

Em Paris, no entanto, o passado triste e tu-multuado não parece ter pesado sobre os ombros de Ana Luiza: ela foi a primeira atle-ta brasileira a conquistar a medalha de ouro em duas provas do Gay Games 2018: a de 5km e a de 10km. Falta a meia maratona neste sábado (11), de 21 km, prova que ela “gosta mais do que todas”.

E a maratona, de 42 km? “Não gosto de jeito nenhum, é um desgaste, nunca gostei”, diz Ana, que mora no Ginásio do Ibirapuera, de-pois de um convite feito pelo secretário de Esportes do estado de São Paulo, Fausto Camunha. A atleta brasileira conta que parti-cipa da 10ª edição dos Gay Games de Paris, embora não seja lésbica. “Sou simpatizante. Alguns de meus melhores amigos com quem morei na rua são gays, e vejo bastan-te a discriminação contra eles”, diz. “Trabalhava na [casa noturna gay] Nostro Mundo, em São Paulo, eu amo esse mun-do”, afirma Ana Luiza. “Quem fala mal dos gays é pior do que eles, é enrustido”, pontu-a.

“Duas tentativas de estupro, a gente pega medo de andar de saia”

Correndo, ela já esteve na Inglaterra, no Ja-pão, Estados Unidos, Argentina, Cuba, Chi-le, Colômbia e Uruguai. “Sempre competin-do, nunca para passear”, lembra. Mas o a-prendizado da corrida como fundista ainda era desconhecido de Ana Luiza, que afirma que “para mim, correr era correr rápido, e só. Não sabia que existia essa coisa de ma-ratonista”. Ao assistir uma entrevista com

Ana Luiza no Fantástico, Fausto Camunha decidiu tirá-la da rua. “Eu tinha muito medo na hora de dormir. Andava com cabelo lon-go, trançado, usava minissaia, depois de du-as tentativas de estupro a gente pega medo. Resolvi raspar meu cabelo, não queria mais andar como mulher. Eu decidi andar como homem para não ser molestada por nin-guém”, revela.

Quando desembarcou na Praça da Repúbli-ca, no centro de São Paulo, Ana lembra que já foi “chorando”. “Eu sabia que ia passar fome, que eu ia sofrer”, conta. “Morei 20 a-nos na rua e a primeira droga que usei foi cola”, afirma a ex-moradora de rua, que con-ta que passava os dias entre a Sé, o Anhan-gabaú, o Pátio do Colégio. “Tinha muita rixa. Roubando, assaltando. E não me arrependo do que fiz, não dava para voltar atrás”, diz. “Se não fosse o esporte, eu não estaria aqui conversando com você. A corrida me sal-vou”, diz Ana Luiza, fundista que hoje acor-da diariamente às 4h da manhã para treinar com o técnico Wanderley de Oliveira, da e-quipe Pão de Açúcar.

Respeitada por moradores de rua que a co-nheceram do centro de São Paulo, Ana Lui-za Garcez conta que gostaria de “poder aju-dar mais”, mas que “com pedra [de crack] não dá”. Campeã dos 800m, 1500m, 5km e 10km no Grand Prix Mercosur – Master de Atletismo, disputado no Paraguai; 1ª coloca-da na Nat Geo Run; campeã dos 10km do Graacc, Campeã categoria 52-60 anos New Balance Mile Challenge; campeã dos 5km e 10km do Gay Games de Paris – os títulos se acumulam na carreira de Garcez.

“Por pouco não vinha para o Mundial do Gay Games. Fiz de tudo para vir, se não viesse ia me jogar do Viaduto do Chá”, diverte-se a atleta. “Era o que eu mais queria”, conta Ana Luiza, que não tem patrocínio de nenhuma marca ou órgão brasileiro, mas que recebeu o apoio institucional da Confederação Brasi-leira de Atletismo com uniformes da seleção brasileira para competir e uma mala.

Roqueira com tendências metaleiras, a ex-“Tia Punk” gosta de ouvir Black Sabbath, ACDC, Judas Priest, Motorhead, Janis Jo-plin e Raul Seixas. Ela conta que ouve sem-pre, mas nunca treinando: “tira a concentra-ção”. Para a meia maratona deste sábado, onde pode conseguir a terceira medalha de ouro, Ana Luiza dos Anjos Garcez lavou o uniforme azul que ganhou da delegação bra-sileira. “Eu gosto de representar o Brasil. Gosto de correr com o uniforme brasileiro, senão não me sinto feliz”, diz a corredora brasileira, que se prepara agora para os 5km, uma das categorias da maratona de Nova York.

Márcia Bechara

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 10

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

RESSOCIALIZAR É PRECISO! As notícias de detentos voltando a estudar, tendo pena remida por leitura ou ingresso em instituição de ensino

formal, ou ainda a obtenção de vagas de trabalho por indivíduos apenados, bem como a progressão de regime de cumprimento de pena, pelo

regular desempenho dessas atividades, indignam o “cidadão de bem”, que não se conformam com o tratamento humanizante no cárcere, vez

que a cultura de ostentação do suplício instaurada na nossa sociedade estabelece que o cárcere deva ser sinônimo de barbárie, insalubridade,

degradação e desrespeito às garantias mínimas do apenado.

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Política e Cidadania

Por que tanta gente está estudando e deba-

tendo o fascismo no Brasil?

2018 não terminará porque é o ano da men-

tira. Como Pinóquio, quanto mais avança

mais cresce seu legado de engôdos, menti-

ras, trapaças, solta e prende, estica e puxa.

É o próprio ano fake news.

Como parte do fake news, docentes que a-

cusaram o abuso de poder na morte do rei-

tor da Universidade Federal de Santa Catari-

na (UFSC) foram intimados pela Polícia Fe-

deral. Ao invés de se investigar as causas

da morte (suicídio projetado) prefere-se a

acusação de prática de calúnia.

O caso do reitor levado ao suicídio, depois

de passar pela solitária em prisão de segu-

rança máxima – e sem que respondesse por

qualquer ato de desvio ou corrupção –, ati-

rando-se de um shopping em Florianópolis,

é o puro emblema.

Situações semelhantes, historicamente fa-

lando, foram apelidadas nos manuais de Ci-

ência Política e de Direito Constitucional de

Estado Policial. É um tipo especial de fascis-

mo, e se tornou mais conhecido com o ad-

vento nazista. Seu “ideal” baseia-se na ca-

pacidade de o Poder Público gerir a cultura,

as ações e os destinos dos “homens de

bem”. Enquanto as forças armadas tradicio-

nais ocupam-se das fronteiras externas, as

polícias subalternizadas fecham as lacunas

do direito sob a ação de uma “nova” herme-

nêutica do Império da Lei.

Como se deu isso? Primeiro, interpelando e

interpretando a lei contra seu espírito inau-

gural; depois, outorgando-se “novas” leis. E,

assim, padronizando-se seus seguidores e

aplicadores cerceiam a democracia real.

Mas, o que isso tem que ver com a morte do

reitor de Santa Catarina? Combina em dois

motes: 1) saber se a ação policial desfechou

o golpe de morte, ao condenar à morte sim-

bólica no calabouço da Polícia Federal; 2)

apurar porque os críticos desta ação fatal

são agora fustigados pela mesma Polícia

Federal sob a acusação de calúnia.

É meio espantoso para quem não dá devida

atenção ao que ocorre no país, mas é objeto

contínuo de análise para quem investiga o

arbítrio crescente no pós-2016. Como dito

anteriormente, primeiro se interpreta a lei

contra seu espírito; depois os seguidores

podem eleger presidente, congressistas e

daí mudar o Estado de Direito por completo.

É o que diz a história e a nossa realidade

prosaica.

Em verdade mesmo, os detratores instiga-

dos pela Polícia Federal – após a morte do

reitor – nem falaram abertamente sobre o

abuso de poder que levou à tragédia com-

pleta. Em vídeo de três minutos, professores

de Santa Catarina saudaram (com pêsames)

os 57 anos da Universidade Federal. Nas

imagens, há cartazes e faixas que acusam o

abuso de poder atrás dos agora depoentes.

Falam em homenagem ao reitor, prestam

solidariedade, comovem-se com a perda,

requerem dias melhores. Só isso.

No entanto, no ideal do Estado Policial – à

frente das faixas ácidas de denúncias –, os

policiais federais veem “fortes indícios” de

cometimento e de instigação de outros cri-

mes. Devem ser apurados, punidos no rigor

da lei. Bom, basta dizer que todo e qualquer

advogado, na defesa de seu cliente, que a-

legar abuso de poder da autoridade – impe-

trando Habeas Corpus, por exemplo – deve-

ria ser autuado com imediata produção de

provas contra si mesmo. Tanto quanto todos

os magistrados ou membros do Ministério

Público que concordassem com a soltura.

O próprio magistrado que relaxou a prisão

do reitor, retirando-o do calabouço da segu-

rança máxima, deveria ser autuado pela Po-

lícia Federal. Pois, o magistrado assim agiu

por entender que a prisão era demasiada,

indevida. Ordenou prisão domiciliar – mas,

inicialmente, sem direito a receber visitas de

amigos e de familiares. Segundo depoimen-

tos, este “ver o mundo pela janela”, depois

de o ver pelas grades, acirrou a compulsão

pela morte.

Em todo caso, a morte trágica do reitor

(primeiro simbólica, depois física) reavivou o

ensinamento acerca das implicações da

“Morte do Direito”. Sem o direito – como ca-

minho da democracia: universalidade, teleo-

logia, perfectibilidade, previsibilidade – não

vige o animal político. É o momento em que

a Polis (a Política) se desliga, enquanto vida

pública, da vida privada. No fundo, não é

exatamente que não haja direito, há sim um

direito interpelado pelo fascismo. Daí a se-

gregação entre público e privado, ou de do-

mínio total de um “certo” público sobre o pri-

vado – até o ponto em que se privam tragi-

camente as condições de sociabilidade, com

o advento da morte como regularidade. No

fascismo, a vida é póstuma – o que recai na

“pena de morte”.

Em termos semelhantes, este modelo de Es-

tado Policial foi ainda chamado de Estado

Ideal ou de Estado Ético. No sentido de que

uma “ética superior, total, uniforme, sem ré-

plicas”, viria diretamente do Estado para re-

gular a vida dos pobres mortais. Como máxi-

ma invenção da Humanidade, o Estado não

poderia falhar. Não falhou mesmo, o reitor

da UFSC que o diga.

Vinício Martinez e Marcos Del Roio

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 11

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

Mistério do Triângulo das Bermudas teria sido solucionado?

O Triângulo das Bermudas está situado em uma vasta área entre as ilhas das Bermudas, Porto Rico, Flórida e as Bahamas. Há anos que essa área, também conhecida como Triângulo do Diabo, tem sido associada a diversos acidentes e eventos inexplicáveis.

O geólogo Nick Hutchings sustenta a teoria de que o mistério do Triângulo das Bermudas está relacionado com as rochas existentes no fundo do oceano Atlântico, relata o The Daily Star.

Essa teoria é reforçada por marinheiros que, segundo um novo do-cumentário do Channel 5, afirmam que os poderes ameaçadores do Triângulo das Bermudas emanam de rochas debaixo de água.

Hutchings explica que a geologia das Bermudas é incomum. Se-gundo o geólogo, as Bermudas são basicamente uma montanha no mar – um vulcão submarino.

"Há 30 milhões de anos, [as Bermudas] estavam acima do nível do mar. Elas agora sofreram erosão e ficamos com o topo de um vul-cão", acrescentou.

Ele fez um experimento: pegou um punhado de rocha e uma bús-sola. Colocou a rocha em uma superfície e, então, os ponteiros do aparelho se moveram. Em seguida, os ponteiros da bússola come-çaram a ficar desorientados devido à magnetita contida na rocha. Hutchings esclareceu que a magnetita é o material natural mais magnético da Terra.

Por sua vez, ondas traiçoeiras poderiam ser o motivo de tantos na-vios terem desaparecido no Triângulo das Bermudas.

O cientista Simon Boxall disse que essa área "amaldiçoada" do A-tlântico pode ser atingida por três intensas tempestades se aproxi-mando de direções opostas – uma condição perfeita para ondas terríveis.

Fonte: sputniknews.com

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O que o Brasil espera de você para o futuro?

Esqueça o que você quer e faça o que o Brasil quer de você para o futuro. Confusa esta assertiva? Para entendê-la e dissecá-la, pense no seguinte – esperamos em de-masia de nossa Mátria e nos esquecemos de que, muitas vezes, fazemos pouco, muito pouco, quase nada ou absolutamente nada por nossa Nação.

Vociferamos muito que queremos políticos não corruptos, mas, pleito após pleito, sem muito compromisso com a vida pregressa dos/as candidatos/as, os/as elegemos a par-tir de nossos desejos umbilicais disfarçados de coletivos sem nos importarmos, respon-savelmente e eticamente, com toda a tessi-tura político-social. Em outras ocasiões, pe-dimos educação de qualidade, mas sempre que há alguma greve docente, a maior parte da sociedade se coloca contra os/as educ-adores/as, ainda que as pautas do movi-mento grevista sejam em prol da melhoria da estrutura das instituições escolares e de justiça salarial para, desta forma, ocorrerem mudanças significativas na educação. Neste ponto, instaura-se um enorme paradoxo, que nunca consegui digerir, entre o discurso do querer educação de qualidade e o que se pensa sobre o docente em momentos como o narrado. Tudo isso, além de outras narrati-vas sociais que poderiam ser abordadas a-qui, forma um grande novelo emaranhado ao extremo que nos impede de encontrar a ponta para que desatemos os nós que em-perram o nosso desenvolvimento e nos apri-sionam a uma estrutura colonial de pensar e agir.

Além das questões levantadas no parágrafo anterior, é importante destacar que, no coti-diano, em algum limite, na atuação cível, muitos, para não dizer todos, pois seria um exagero e um pesadelo, já se valeram e se valem de alguma atitude insustentável, seja no âmbito da corrupção propriamente dita, a partir das margens que levam à corrupção ou em outra vertente imoral em nosso tem-po. E se acha que estes exemplos não se sustentam, sugiro a auto-observação em ca-da atuação no dia-a-dia em torno dos ape-

trechos culturais de nossa sede de vanta-gem, de nossas condutas sociais inviabiliza-doras de esperanças e do riso desestabiliza-dor das diferenças, de nosso fanatismo em campos amplos (engessados nos valores da elite colonial de capitalismo dependente), da inércia diante da opressão e até em coisa bem mais nociva.

Um Brasil melhor que nos permita alegria no futuro, para início de conversa, passa por sua, por nossa mudança de design mental. Nesse sentido, é oportuno mencionar que precisamos, com urgência, de uma arquite-tura racional sensível que nos oportunize compreender todas as estruturas podres de poder que nos acompanham desde os pri-meiros momentos de formação, de constru-ção e de constituição de nossa nacionalida-de que se alicerçou e se alicerça na opres-são.

A discussão que ensaio aqui me faz lem-brar, criticamente, que, nos últimos meses, certa emissora que não ouso nomear, para evitar ibope, recebeu vídeos de eleitores e eleitoras de grande parte do Brasil, dos qua-tro pontos geográficos, ou seja, dos extre-mos Caburai ao Chuí, da Serra da Contama-na ao Seixas, com discursivas sobre que Brasil o/a interlocutor/a, opa, eleitor/a, queria para o futuro. A tal emissora, a partir da campanha, aparentemente despretensiosa, em minha opinião, se coloca na posição de cabo eleitoral de algo que ela pretende pro-jetar, ainda que muitos não percebam esse fenômeno. Independente da falta de percep-ção de muitos, a história está aí para nos provar as verdadeiras intenções da referida emissora inominável, basta que investigue-mos a fundo a atuação dessa mídia empre-sarial como porta-voz para a vitória das for-ças neoliberais conservadoras no decorrer de nossos processos eleitorais, por isso, se você quer mesmo fazer algo pelo Brasil, não saia por aí dizendo à mídia tradicional o Bra-sil que você quer para o futuro, mas faça o Brasil que você quer para o futuro, come-çando por aniquilar de sua vida esses meios tradicionais de desinformação que sempre estiveram na contramão do desenvolvimento nacional. Não se deixe enganar pela apa-rente democratização da informação a partir

da suposta abertura de espaço para que vo-cê expresse qual o país que você deseja pa-ra o futuro. Não se iluda. Este quarto poder, isto é, esta mesma mídia (dentre outras) que, supostamente, te dá voz, foi a que aju-dou a destituir uma presidenta eleita demo-craticamente e contribuiu para o golpe políti-co-jurídico-legislativo que se deu no Brasil por meio de discursos editoriais disfarçados de informação. Com isso, tem-se que a mesma mídia apoiadora de golpes, agora quer que você acredite que a transformação do Brasil passa pelo voto, mesmo que futu-ramente ela o rasgue apoiando novos gol-pes, caso não seja eleito/a um/a candidato/a neoliberal a serviço das elites.

Por último, sinalizo que o país que você al-meja tem relação direta com o que o Brasil quer de você para o futuro. Pare de desejar e vá para a práxis da ação. Faça algo novo, de fato, por seu país. Olvide as mídias gol-pistas, verdadeiros cabos eleitoreiros da ex-ploração, busque ampliar as fontes de infor-mação, leia muito, informe-se a partir de fon-tes internas e externas (para contrapontos), não eleja candidatos/as do atraso, fuja de discursos políticos conservadores que se valem da necedade do povo para se promo-verem e depois continuarem explorando a ignorância, tente renovar as bancadas no Legislativo, votando em deputados/as e sen-adores/as que apresentem projetos susten-táveis de respeito à diferença e de compro-misso com o desenvolvimento para todos e não somente para segmentos sociais privile-giados historicamente, vote em mais mulhe-res para aumentar a participação feminina na política, em candidatos/as que dialoguem com todas as minorias, em políticos/as que não sejam apologistas da dependência do capital estrangeiro e, por fim, apoie candi-datos/as que consigam ver o Brasil como irmão de uma comunidade latino-americana de nações para que possamos crescer de forma sustentável em bloco nestes tempos de globalização da exclusão. Enfim, é che-gada a hora de uma revolução mental para que outras mudanças sejam possíveis e, fi-que esperto/a, isto a mídia tradicional brasi-leira não quer em nenhuma hipótese.

Elissandro Santana

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 12

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O Conchavo

Quem é de direita é destro

Quem é de esquerda é canhoto

Uns querem o Estado magrelo

Outros querem o Estado gordo

E quem fica no meio-termo

Se afastando dos extremos

Se diz adepto do centro

Enquanto segue a briga

Permanece vazia a barriga

De quem só quer alimento.

Bonitos discursos nos púlpitos

Utópicas promessas na Mídia

Uns com espada em punho

Outros só com a Bíblia

Tentando vender a ideia

De que têm a panaceia

Para salvar o País

Enquanto um preso político

Passa os dias num cubículo

Só por ter feito o Brasil feliz.

A perseguição dos imorais

É reconhecida pelo Vaticano

Pelas Mídias internacionais

E até mesmo pela ONU

Mas aqui no Brasil

Ficamos reféns do vil

Conchavo no jornalismo

Que tenta esconder Lula

Mas quanto mais o anula

Mais fortalece o lulismo.

Eduardo de Paula Barreto.

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O Dia da Independência do Brasil se comemora no dia 7 de setem-bro de 1822, data que ficou conhecida pelo episódio do "Grito do Ipiranga".

A Independência do Brasil deu os primeiros passos às margens do riacho Ipiranga, hoje atual cidade de São Paulo. O Príncipe Regen-te Dom Pedro ordenou aos soldados que o acompanhavam que jogassem fora os símbolos portugueses que levavam nos unifor-mes.

Em seguida, gritou "independência ou morte" e a partir desse mo-mento, simbolicamente, o Brasil não era mais uma colônia de Por-tugal.

Logo após a Independência, o Brasil continuou a ser uma monar-quia, forma de governo onde os poderes são exercidos por um rei ou Imperador.

A primeira nação que reconheceu a independência do Brasil foi os Estados Unidos. Portugal apenas admitiu a independência em 1825, após o pagamento de uma indenização de aproximadamente 2 milhões de libras.

Com o propósito de fomentar a alfabetização nos vários países, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Na-ções Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) instituíram esta data em 1967.

O processo da aprendizagem de ler e escrever (alfabetização) está diretamente relacionado com o desenvolvimento de um país, con-forme indicam pesquisas na área. Quanto mais pessoas analfabe-tas, menor é o índice de desenvolvimento.

Por esse motivo, nas últimas décadas vários países têm assumido o compromisso de combater o analfabetismo. Atualmente, a alfabe-tização atinge cerca de 85% da população mundial, de acordo com dados da ONU.

Esta data é uma homenagem ao principal marco cultural e artístico do estado de Pernambuco: o frevo!

O frevo é um ritmo musical e uma dança tradicional com origem em Pernambuco e que combina elementos da marcha, maxixe e movi-mentos da capoeira. Em dezembro de 2012, o frevo foi instituí-do Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

A data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre uma das principais características que a humanidade deve ter para que haja o máximo de paz no planeta: a compreensão.

Compreensão não significa se anular como pessoa, afinal todos os indivíduos, assim como esteticamente, são diferentes também em relação aos ideais de vida ou comportamento social. Essas diferen-ças são formadas por vários fatores, como faixa etária, geração, cultura, religião, educação e etc.

A grande questão proposta no Dia da Compreensão Mundial é jus-tamente saber lidar com tantas diferenças, respeitando e procuran-do entender os sentimentos do próximo.

A ideia é fazer com que todos os líderes de governo e sociedade em geral pensem e equilibrem os seus julgamentos com paciência e respeito ao próximo.

A compreensão abrange os inúmeros tipos de preconceitos e atu-ais conflitos que existem em todas as sociedades, sejam étnicas, religiosos, sexuais ou socioeconômicos.

Esta data é destinada a homenagear uma das manifestações artís-ticas mais antigas da humanidade, em especial os artistas brasilei-ros desta área.

A primeira forma de teatro surgiu no Oriente, apesar de ser um con-ceito de teatro relacionado com rituais religiosos. O teatro como for-ma de arte surgiu na Grécia Antiga.

A Revolução Farroupilha foi uma revolta regional contra o Governo Imperial do Brasil na qual os revoltosos queriam separar-se do Im-pério do Brasil. Durou aproximadamente 10 anos e recebeu este nome por conta dos farrapos que seus participantes vestiam. A re-volução chegou ao fim após ser feito um acordo de paz entre as partes envolvidas.

O Dia do Gaúcho consiste numa homenagem a um dos episódios históricos mais importantes para a comunidade gaúcha: a Revolu-ção Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, que teve início em 20 de setembro de 1835 e terminou em 1º de maio de 1845, período que passou a história deste estado como o "Decênio Heroico".

Esta data foi escolhida por anteceder o início da Primavera no he-misfério sul, que dependendo do ano pode ocorrer entre os dias 22 e 23 de setembro.

Apesar de ainda ser comemorado nos dias de hoje, o Dia da Árvore foi substituído pela Festa Anual das Árvores, instituída pelo decreto federal 55.795 de 24 de Fevereiro de 1965.

Mesmo com esta mudança, o Dia da Árvore, em setembro, ainda é lembrado nas escolas e na mídia.

A juventude brasileira tem um histórico de grandes lutas e precur-soras de importantes mudanças políticas no cenário nacional. O Dia da Juventude do Brasil visa justamente homenagear toda essa história.

Esta data, impulsionada pelo Dia Internacional da Juventude, em 12 de agosto, serve para homenagear e conscientizar as pes-soas sobre a importância desta classe, que deve ser educada com responsabilidade, pois representa o futuro da nação.

Saiba mais sobre o Dia Internacional da Juventude.

Originalmente, o Dia da Juventude foi criado por iniciativa da ONU (Organização das Nações Unidas), em 1985, que foi considerado o Ano Internacional da Juventude.

No Brasil, o Dia da Juventude foi oficialmente decretado com a Lei nº 10.515, de 11 de julho de 2002, instituindo o dia 12 de agosto como o Dia Nacional da Juventude.

O Dia Mundial Sem Carro, ou World Car Free Day, é comemorado anualmente em 22 de setembro. A data foicriada com o objetivo de incentivar as pessoas a refletirem sobre os enormes problemas que o uso excessivo dos veículos, nas grandes cidades, pode causar ao meio ambiente e ao bem-estar da sociedade.

Um Relações Públicas pode trabalhar em diversas áreas, como na gestão de comunicação de determinada organização, na assessori-a de imprensa, na organização de eventos, e etc.

Esta data é uma homenagem a iniciativa que culminou na criação da FIARP (Federação Interamericana de Relações Públicas). Em 26 de setembro de 1960, Dom Federico Sánchez Fogartyreuniu di-versas associações de profissionais de Relações Públicas, com a proposta de dar uma resposta efetiva aos novos desafios de comu-nicação da época, naquilo que ficou conhecido como a 1ª Confe-rência Interamericana de Relações Públicas.

Em 1985, a FIARP se transformou na Confederação Interamerica-na de Relações Públicas – CONFIARP, após decisão tomada em reunião feita em Assunção, no Paraguai.

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 13

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20 - Revolução Farroupilha (Dia do Gaúcho)

08 - Dia Mundial da Alfabetização

07 - Dia da Independência do Brasil

26 - Dia Interamericano Relações Públicas

14 - Dia do Frevo

17 - Dia da Compreensão Mundial

19 - Dia Nacional do Teatro

21 - Dia da Árvore

22 - Dia da Juventude do Brasil

22 - Dia Mundial Sem Carro

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Lula, Getúlio Vargas e o petróleo que não querem que seja nosso. Joaquim

de Carvalho

Getúlio Vargas, Lula e o pe-tróleo que não querem que seja nosso

Com a perseguição judicial-midiática ao ex-presidente

Lula, muitos se perguntam: Por que tanta fúria? Por que tanto medo de que Lula volte a presidir o Brasil?

Como podem as instituições se unirem para condenar em tempo recorde, num processo sem prova e sem descrição de conduta cri-minosa, e impedir que se candidate um político que terminou o se-gundo mandato com 87% dos brasileiros considerando seu governo ótimo ou bom?

Talvez não haja uma única resposta, mas uma boa pista é dada pe-lo jornalista José Augusto Ribeiro, que acaba de publicar o livro “Lula na Lava Jato – e outras história ainda mal contadas” (Kotter Editorial).

O autor traça um paralelo entre a perseguição a Getúlio Vargas e a perseguição a Lula, separadas por mais de 50 anos.

“A Petrobras era um denominador comum entre a história de Getú-lio e a história de Lula — e não era o único. Também o eram a luta de Getúlio pelos direitos trabalhistas e a luta de Lula pelo avanço social e o esforço de ambos pelo desenvolvimento da economia brasileira e pela melhor distribuição de renda no país. Nada mais natural, portanto, que a Petrobras seja uma das razões para a der-rubada de Getúlio em 1954 e para impedir a volta de Lula ao gover-no em 2018”, escreveu.

Não se trata apenas de um palpite do experiente jornalista, que foi editor-chefe do jornal O Globo, e analista político e apresentador da TV Globo, além de assessor de imprensa de Tancredo Neves du-rante sua campanha à presidência entre 1984 e 1985.

Na fixação da Petrobras como denominador comum, José Augusto Ribeiro começa por relatar o caso de Getúlio Vargas:

“A verdadeira razão para derrubar o governo era outra, como con-fessou sem a menor cerimônia o Rei da Mídia Assis Chateaubriand, ao ser procurado pelo General Mozart Dornelles, subchefe do Gabi-nete Militar da Presidência e seu amigo desde a Revolução de 30, da qual Mozart participara como combatente e Chateaubriand como jornalista.

O General perguntou por que tanto ódio contra Getúlio nos pronun-ciamentos diários de (Carlos) Lacerda (jornalista e futuro governa-dor da Guanabara) e nas rádios de grande alcance e nos jornais de grande circulação de Chateaubriand em todos os Estados. Chate-aubriand respondeu:

— Mozart, eu adoro o presidente, sou o maior admirador dele. Quando ele quiser, eu tiro o Lacerda da televisão e entrego para quem ele indicar, para a defesa dele e do governo. É só ele desistir da Petrobras…

Esse episódio me foi contado mais de uma vez, em entrevistas pa-ra um filme e para um documentário de TV sobre o presidente Tan-credo Neves, pelo filho do General Mozart, o ex-senador e e-ministro Francisco Dornelles, que também o contou em depoimento para a TV Senado.

Getúlio tinha criado a Petrobras em 1953 e ela cresceu. Em segui-da à crise mundial do petróleo, em 1973, a Petrobras chegou, no

governo Geisel, às descobertas da Bacia de Campos, que viabiliza-riam a autossuficiência do Brasil em petróleo e abririam caminho, do ponto de vista da tecnologia, para o pré-sal.”

José Augusto Ribeiro conta que o segundo grande salto da Petro-bras se deu em 2006, com a descoberta do pré-sal. E o que o go-verno Lula fez? Protegeu a empresa e os interesses brasileiros.

“O governo Lula, finalmente, levou a Petrobras ao pré-sal em 2006 e o protegeu, substituindo o regime de concessões petrolíferas ado-tado pelo governo Fernando Henrique Cardoso pelo regime do compartilhamento. Pela lei de Lula, era permitida a participação de empresas estrangeiras no pré-sal, mas sempre em associação com a Petrobras, para impedir a exploração predatória desse petróleo e manter seus lucros no Brasil, num fundo que destinaria 75% de seus recursos à educação e à saúde”, lembrou o jornalista.

“Com o impeachment de Dilma Rousseff — prossegue José Augus-to Ribeiro —, o governo Temer mudou a lei de Lula, e deu facilida-des milionárias às empresas estrangeiras no pré-sal, descoberto sem qualquer colaboração dessas empresas, graças à coragem e à competência do geólogo Guilherme Estrela, diretor de Exploração e Produção da Petrobras.

Com o apoio de Lula e Dilma, Estrela ousou, investiu tudo que podi-a de seu orçamento e produziu um milagre. De 13 furos que a Pe-trobras fez no pré-sal, tão profundos que a tecnologia disponível se esgotava e era preciso aguardar o completo desenvolvimento de uma nova tecnologia, bastaria que dois ou três furos apresentas-sem evidências de petróleo para os 13 serem um sucesso. Pois a Petrobras teve sucesso nos 13, o que não foi obra do acaso ou de Deus: foi obra de sua competência e de sua capacitação científica e tecnológica.

Na entrevista, Estrela acrescentou um dado que, em sua fúria pri-vatista, o governo Temer teve de esconder quando restabeleceu os privilégios das multinacionais: só uma empresa estatal como a Pe-trobras poderia dar certo no pré-sal; uma empresa privada seria o-brigada a pensar primeiro nos dividendos dos acionistas e não po-deria fazer os investimentos e correr os riscos que a Petrobras as-sumiu.”

Concluo a leitura do livro “Lula na Lava Jato – e outras histórias ain-da mal contadas” no momento em que se completam 64 anos da morte de Getúlio Vargas, que se suicidou em 24 de agosto de 1954, depois de se licenciar da presidência, pressionado por uma campanha que tinha como pretexto a corrupção, o famoso mar de lama.

Lula e Getúlio tem diferenças marcantes, a começar pela origem. Lula vem da classe popular, do sertão de Pernambuco. Já Getúlio emergiu da classe média ascendente da virada do século XIX, com origem numa das regiões mais conservadoras do Brasil, São Borja, Rio Grande do Sul.

Mas ambos se destacam pelo compromisso nacionalista.

Ambos são também classificados pelos críticos como “populistas”, como isso fosse um defeito.

Ambos foram alvos de uma campanha sórdida, que usa o discurso anticorrupção apenas como pretexto para a luta política.

O livro de José Augusto Ribeiro trata de outras distorções da Lava Jato, mas é o relato sobre a Petrobras que chama a atenção.

Talvez porque signifique um fiapo de luz em meio à escuridão, uma tentativa de explicar esse movimento contra Lula, que parece irra-cional, mas, no fundo, é bem arquitetado.

Joaquim de Carvalho

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 14

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AS BIG OIL SÃO AS AVES DE RAPINA DO DESENVOLVIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS. Uma empresa petrolífera internacional é uma empresa, quase sempre transnacional e de propriedade privada, que atua nas áreas de exploração, refino e comercialização de petróleo. A ExxonMobil, a BP e a Royal Dutch Shell são algumas das maiores petrolíferas internacionais privadas. Historicamente, essas empresas muitas vezes têm se colocado em oposição a interesses nacionalistas nas disputas pelo controle das grandes re-servas mundiais desse bem mineral. A partir de meados do século XX, porém, muitos países nacionalizaram suas reservas de petróleo, de modo que companhias petrolíferas controladas pelos respectivos estados nacionais, passaram a monopolizar a sua exploração. Muitas dessas empresas estatais, tais como a Petrobras, também têm aumentado significativamente a sua participação no mercado mundial do petróleo, atuando diretamente no exterior, da mesma forma que as empresas multinacionais ou transnacionais privadas.

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Kalunga e o direito: a emergência de um direito inspirado na ética afro-brasileira

“gingar é ir de encontro ao outro”!

As organizações políticas, comunitárias e tradicionais no continente africano e na diás-pora atestam uma forma costumeira e conci-liadora de lidar com os conflitos – em rela-ção à natureza e a sociedade – nos influen-ciando numa dimensão contingencial da ex-periência civilizatória africana no Brasil e nos dando um caminho de como articular novas bases ético-jurídicas para pensar o direito numa ótica emancipatória. Observamos, lo-go, de início, que a tentativa aqui, é tanto mais epistemológica tanto quanto de produ-ção cultural e, que, estas perspectivas serão sempre trazidas como um discurso de ori-gem e não de finalidade.

Os Bacongos, aqueles povos do antigo Rei-no do Congo que, hoje, estão localizados nas regiões onde se encontram os países: Angola, Congo, Brazaville e Gabão, nos a-presentam uma narrativa de mundo e uma consciência cósmica extremamente valiosa para interpretação da realidade dos africa-nos e seus descendentes em todo o mundo. Esta mandala cosmológica ou o cosmogra-ma Bakongo referencia-se na travessia do Kalunga, como uma linha que atravessa o-ceanos e continentes além das montanhas do Oeste e permite o diálogo entre os mun-dos dos vivos e mortos além de outras pos-sibilidades simbólicas que delas se extraem.

No mundo dos espíritos Ku mpemba é onde residem diversas forças que determinam as ações humanas. Este pode ser um pressu-posto para pensar o comportamento, os mo-dos de resolução de conflitos e os mecanis-mos que acionamos para respondermos a muitas das nossas questões de verdade e justiça. Esta proto-narrativa civilizatória nos convida a pensarmos questões contemporâ-neas sobre humanidade, ética, direito e justi-ça; já que o direito hegemônico, através de suas lógicas e equações, não consegue res-ponder as aspirações dos novos sujeitos su-balternizados da sociedade moderna.

É possível afirmar um direito africano ou afro-brasileiro? Existe um repertório comum que informa e unifica este direito? Este direito pode ser universalizável como pressuposto de justiça a outras comunidades não africa-nas? Estas são as indagações que propo-nho tematizar para sugerir a possibilidade de um debate nos campos da antropologia jurídica, da filosofia africana e da filosofia do direito.

René David alerta que a experiência africa-na se assemelha ao processo assimilacio-nista romano quando teve que elaborar um jus gentium para reconhecer as culturas e valores dos não-romanos. Entretanto, nos países africanos colonizados abriu-se a uma conformação para um direito ocidental for-mal, importado, quase que, literalmente, dos países de origem.

O congolês Kunzika dá uma elevada ampli-tude aos usos dos provérbios Kikongo na vida comunitária e institucional do Congo e ainda nos presenteia com suas possibilida-des linguísticas em outras línguas, nada di-ferindo do que sempre foi apresentado como senso comum teórico eurocêntrico respalda-do numa liturgia jurisprudencial de base ger-mano-românica e, mais recentemente, refor-çado com a doutrina consuetudinária do Common Law do empirismo anglo-saxônico. Este sistema de referência ou repertório tó-pico possui forte poder sobre os critérios de resolução dos conflitos, ainda, na contempo-raneidade.

As expressões: “mfumu ka dianga ngulu a kutu dimosi ko”, assim traduzida para o por-tuguês: “o chefe não ouve só por um ouvido” tratando do direito ao contraditório e “mvumbi mvula tembo kina kawene kikana-tumunanga” – “a morte é como uma chuva-da, ela leva o que encontra”, tratando da iso-nomia para todos, localizam alguns dos pressupostos ético-jurídicos do costumem da lei e da obediência fundado em elemen-tos naturais, religiosos ou tão somente con-vencionais praticados há séculos naquele continente, e, em especial, no Brasil.

Como podemos entender as diversas formas de lidar com os costumes originados do pro-cesso civilizatório africano em confronto com o direito germano-românico, fenomenológi-co, positivista e culturalista do direito brasi-leiro? As comunidades tradicionais e as refe-rências mais ancestralizadas das nossas ex-periências comunitárias (Candomblé, Capo-eira, Quilombo, Comunidades Tradicionais etc.) dão conta de que os valores e noções de justo têm sempre acompanhado as no-ções de integração e comunhão com a natu-reza, uso comunitário e coletivo da proprie-dade, restituição no lugar de retribuição de pena, famílias extensas etc.

Nessa travessia do Kalunga, a visão cosmo-gônica e comunitária dos conceitos de lei e crime dos Bacongos estudados por Fukiao deve ser revisitada à luz dessa moderna ten-dência de um direito que renasce preservan-do as autoridades tradicionais africanas na África e na diáspora. Na mesma trajetória, analisaremos, à luz de Ramose e Wiredu, os elementos da cosmovisão Ubuntu, as pers-pectivas de restauração e equilíbrio como comportamento ético vital e sua relação com os processos de consensualidade exaustiva nessas comunidades.

A positividade formal do direito resulta injus-ta e iníqua. Como buscaremos novas inven-ções originais que respondam às nossas perguntas existenciais e práticas? Temos produzido um sem-número de projetos de extra judicialidade como orientadora de a-cesso ao direito e à justiça refletida nas pro-postas de mediação de conflitos e suas di-versas abordagens. Experiências, as mais variadas, tem tomado conta da agenda dos órgãos estatais (arbitragens, mediações, mutirões conciliatórios, etc.) e das organiza-ções sociais no Brasil afora como saída para

um direito dogmático e elitista que muito pouco nos diz através de seus “provérbios” e “modos de fazer” ético-jurídico. Será que es-ta potencialidade resolutiva em se equacio-nar os conflitos no interior da comunidade e sem responsabilizar a pessoa isoladamente nem retirá-lo do seu meio, buscando saídas na coletividade, não é uma tradição africana esquecida pelas novas gerações?

A Convenção 166 da ONU se apresenta nesse contexto o qual critérios hermenêuti-cos mais complexos e heterogêneos tiveram que ser adotados pelas cortes internacionais e pelos países do sistema para localizar mo-dos de aplicabilidade de resolução de confli-tos preservando-se a autonomia e os costu-mes das comunidades e povos tradicionais. Nesse aspecto, a área penal foi a que mais teve que se acomodar com os métodos de mediação para o tratamento dos conflitos.

Qual lei aplicar em casos de condutas antis-sociais nos países colonizados, o common law, o sistema latino, as medidas de legisla-ção de cada localidade ou os costumes?

Um exemplo mais próximo da experiência com os indígenas originários da América La-tina nos chama para a leitura sempre ampli-ada das diversas cargas semiológicas que o conceito de etnicidade exige. No caso da América Latina, os repertórios ancestraliza-dos das diversas etnias se valem de um “capital étnico” poderoso para a afirmação de direitos em nome de uma “potência ple-beia” na Bolívia. O autor vaticina que “fica bastante claro que, a Bolívia é, a rigor, uma coexistência de várias nacionalidades e cul-turas regionais sobrepostas ou moderada-mente articuladas”. A existência de uma so-ciedade multiétnica impõe que o modelo de estado e de sua base jurídica seja também pluralista. Esta possibilidade foi materializa-da através da carta constitucional binacional na Bolívia que adota critérios de autonomia política local, equidade, proporcionalidade, solidariedade etc. O reconhecimento de uma comunidade política multinacional e multicul-tural pode caracterizar-se enquanto referên-cia bastante proveitosa para os nossos de-bates e em nome de uma pluralidade jurídi-ca pode ser experimentada, também, no Brasil.

O tema da diversidade étnico-racial no siste-ma normativo brasileiro é algo novo no de-bate sobre as juridicidades. Podemos en-contrar fontes esparsas, nada muito elabora-do ou aprofundado no repertório livresco nas livrarias e bibliotecas. Entre estas poucas obras quero referir-me ao livro Ordem Jurídi-ca e Igualdade Étnico-Racial, organizado por Flávia Piovesan e Douglas Martins (2006), através do Instituto Pro Bono que pode ser considerado um estudo inaugural sobre o direito à igualdade étnico-racial, o confronto a uma suposta norma jurídica neu-tra e universal e a necessidade de uma cul-tura jurídica pluri-normativa.

Sérgio São Bernardo

Setembro de 2018 Gazeta Valeparaibana Página 15

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DIA 21 - Dia do Adolescente

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Gazeta Valeparaibana - SETEMBRO 2018

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MESTIÇOFOBIA CONTRA A COROA PORTUGUESA *

É consabido que a Coroa Portuguesa tinha como política administrativa a orientação pa-ra os nobres portugueses "cruzarem o san-gue" com outros povos. Ou seja, uma POLÍ-TICA DA MESTIÇAGEM.

Naquela altura (e mesmo hoje), nenhuma monarquia tinha ou teve tal prática como po-lítica de Estado. Portugal sempre foi um pais pouco populoso. Isso equivale a dizer que tinha poucos homens em armas ou disponí-veis para guerra. Por conseguinte, lançar-se em batalhas campais ou navais era suicídio. No entanto, a história de Portugal comprova exatamente o contrário, o país notabilizou-se em batalhas célebres e sempre com pou-cos homens em armas. Ao mesmo tempo, a diplomacia portuguesa fez casamentos di-násticos por e com toda a nobreza européia o que lhe garantia apoio em guerras e "neutralidade" diplomática. Tal diplomacia nobiliárquica foi estendida por onde Portugal esteve, seja na África, Índia, China e Améri-ca.

A POLÍTICA DA MESTIÇAGEM forjou a i-dentidade nacional brasileira, bem como, a Lusíada. Este processo deu-se por cerca de trezentos anos até a Independência do Bra-sil. TODOS os nascidos no Brasil antes de 1822 eram PORTUGUESES, PORTUGUE-SES DO BRASIL. Ou seja, não se confundia naturalidade com nacionalidade. A concep-ção da unidade político-administrativa de Portugal é um fato histórico. Aliás, foi preci-samente em cima desse fato histórico incon-tornável que D. Pedro I e José Bonifácio cri-aram o FALSO argumento, MENTIRAM, que o Brasil era colónia de Portugal. De 1500 a 1822 TODOS fomos portugueses ou luso-brasílicos. Luso-brasílicos e NÃO luso-brasileiros, porque NÃO havia ainda brasilei-ros. "Brasileiros" surgem depois de 1822. TODOS os luso-brasílicos eram PORTU-GUESES pela nacionalidade conforme as Ordenações do Reino.

Pode-se dizer, portanto, que a Nação luso-brasílica, antecede e se distingue do Estado brasileiro (a partir de 1822), cuja legitimida-de deriva e é inseparável da sua finalidade de preservar e servir a Nação luso-brasílica. No entanto, a partir da criação do Império e por toda a República foi sendo construída uma política hostil à mestiçagem e ao mesti-ço. O argumento do Brasil Colónia ajudou a abrir as portas para a Eugenia que é em ver-dade uma MESTIÇOFOBIA. Há inúmeras formas de MESTIÇOFOBIA construídas a partir do século XIX: eugenia, comunismo, socialismo, nazismo, facismo, fabianismo, gobineaulismo, arianismo, imigratismo, ka-lergismo, klanismo, levistraussismo, massis-mo, multiculturalismo, pretismo/negrismo, racismo petista, verwoedismo/indigenismo.

Disto se conclui que toda ideologia hostil à mestiçagem e ao mestiço brasileiro visa, precisamente, DESTRUIR a Cultura Luso-Brasílica que nos ficou por Memória, Direito e Herança.

De 1822 em diante vê-se um crescente e progressivo movimento de destruição da mestiçagem no Brasil. A busca pelo "branqueamento" dos brasileiros e a disse-minação que a mestiçagem é o mal e a cau-sa da decadência do Brasil tornam-se dis-cursos oficiais do Estado e nas academias como se pode ver no artigo "Reflexões so-bre raça e eugenia no Brasil a partir do do-cumentário "Homo sapiens 1900" de Peter Cohen":

"Nas últimas décadas do século XIX, a ima-gem do Brasil como um grande laboratório para estudos raciais foi amplamente divulga-da por viajantes e pesquisadores estrangei-ros que por aqui passaram. Segundo estes cientistas naturalistas, em nosso país, a mis-cigenação atingia proporções maiores do que em qualquer outro lugar no mundo, a-lém de apresentar particularidades advindas do fato de três raças se misturarem entre si – brancos, índios e negros – diferentemente do que ocorria em contextos onde dois gru-

pos raciais entravam mais frequentemente em contato, como nas colônias européias da Ásia e África. Para Lilia Moritz Schwarcz, o que resumia a singularidade local “não era mais a flora, a fauna ou a pujança da terra, e sim (...) um certo espetáculo da miscigena-ção” (1994)."

[...] Fenômeno que, com estas característi-cas e nesta magnitude, era desconhecido no mundo, a mestiçagem brasileira colocava-se como um tema polêmico, sendo discutido, também, internamente, em instituições de ensino e pesquisa como as faculdades de direito e medicina, os institutos históricos e geográficos e os museus etnográficos. Visto como causa de diversos males, o cruzamen-to extremado de raças era associado, princi-palmente, ao atraso econômico e social. Em uma época em que as teorias deterministas classificavam e hierarquizavam as socieda-des segundo critérios tecnológicos, climáti-cos ou raciais, o hibridismo era condenado como um erro cujas conseqüências se mani-festariam não só nos membros da popula-ção considerados individualmente, mas em toda a coletividade: a mestiçagem causaria degeneração física, moral, intelectual e... civilizacional."

Como se pode perceber no parágrafo acima a mestiçagem como a Coroa Portuguesa havia concebido era um "Fenômeno que, com estas características e nesta magnitu-de, era desconhecido no mundo".

Urge conhecer a verdadeira história Luso-Brasílica da COROA PORTUGUESA, distin-guindo-a inclusivamente do Império do Bra-sil que muitos julgam ter sido mero prolon-gamento da Coroa Portuguesa. Ledo e fatal engano. O Império do Brasil ( e a República) é uma construção maçônica. O Brasil de ho-je é a prova viva da tragédia incontornável desse projeto nefasto.

Loryel Rocha

* (texto em português de Portugal)

Nos EUA é descoberta 'supercobra' capaz de se adaptar a diferentes

ambientes

Ao examinar a população de pítons no estado norte-americano da Flórida, os ci-entistas encontraram um híbrido de duas espécies que geralmente habitam ambi-entes diferentes.

De 400 cobras capturadas entre 2001 e 2012 e examinadas por especialistas do Serviço Geológico dos EUA, 13 espéci-

mes resultaram sendo híbridas de píton indiana com a píton birmanesa.

Na vida selvagem, estas espécies vivem em diferentes tipos de ambientes, em ter-ras altas e em zonas úmidas, por isso os cientistas acreditam que o híbrido tem u-ma alta capacidade de adaptação, o que irá acelerar sua disseminação.

"Em geral, o fato mais preocupante é a população da píton da Birmânia ser gran-de e estar crescendo rapidamente, o que a torna um problema para as espécies na-tivas", afirmou à edição ABC Margaret Hunter, geneticista que liderou a pesqui-sa.

A píton birmanesa pode atingir até 6 me-tros e pesar cerca de 90 quilos.

Fonte: sputniknews.com

Discuta, questione, conteste e sempre duvide. Então você terá

ideia do que sabe.

Halany Gomes