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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano VIII - Edição 103 - Junho 2016 Distribuição Gratuita Recomendados EDITORIAL SEM LENÇO NEM DOCUMENTO GenhaAuga – Jornalista MTB: 15.320 A Cigarra e a Formiga Maestro Luís Gustavo Petri Página 4 Luta de classes A História é cíclica? João Paulo E. Barros Página 5 O preconceito e a competência Mariene Hildebrando Página 6 Crônicas e Poesias Genha Auga Página 7 COMO TRABALHAR COM O LIVRO DIDÁTICO? Ivan Claudio Guedes Página 9 E muito mais... Textos selecionados Confira! - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu www.culturaonlinebrasil.net Baixe o aplicativo IOS www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê História da Festa Junina e tradições Origem da festa junina, história, tradições, festejos, comidas típicas, quermesses, dança da quadrilha, influência francesa, portuguesa, espanhola e chine- sa, as festas no Nordeste, dia de Santo Antônio, São João e São Pedro, as simpatias de casa. Origem da Festa Junina Existem duas explicações para a origem do termo "festa junina". A primeira explica que surgiu em fun- ção das festividades, principalmente religiosas, que ocorriam, e ainda ocorrem, durante o mês de junho. Estas festas eram, e ainda são, em homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Outra versão diz que o nome desta festa tem origem em países católicos da Europa e, por- tanto, seriam em homenagem apenas a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina. De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda du- rante o período colonial(época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal). Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pól- vora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Es- panha. Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas. Festas Juninas no Nordeste Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expres- são. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agra- decer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura. Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visi- tam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram em- pregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas. Comidas típicas Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festi- vidades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural de milho verde, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de mi- lho são apenas alguns exemplos. Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom-bocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais. Principais tradições As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em fun- ção das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam. No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros. Já na região Sudeste é tradicional a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, co- légios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse. Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que que- rem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão. Fonte: suapesquisa.com

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Ano VIII - Edição 103 - Junho 2016 Distribuição Gratuita

Recomendados

EDITORIAL SEM LENÇO NEM DOCUMENTO

GenhaAuga – Jornalista MTB: 15.320

A Cigarra e a Formiga Maestro Luís Gustavo Petri

Página 4

Luta de classes A História é cíclica?

João Paulo E. Barros Página 5

O preconceito e a competência

Mariene Hildebrando

Página 6

Crônicas e Poesias Genha Auga

Página 7

COMO TRABALHAR COM O LIVRO DIDÁTICO? Ivan Claudio Guedes

Página 9

E muito mais... Textos selecionados

Confira!

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Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

História da Festa Junina e tradições

Origem da festa junina, história, tradições, festejos, comidas típicas, quermesses, dança da quadrilha, influência francesa, portuguesa, espanhola e chine-sa, as festas no Nordeste, dia de Santo Antônio, São João e São Pedro, as simpatias de casa. Origem da Festa Junina Existem duas explicações para a origem do termo "festa junina". A primeira explica que surgiu em fun-ção das festividades, principalmente religiosas, que ocorriam, e ainda ocorrem, durante o mês de junho. Estas festas eram, e ainda são, em homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Outra versão diz que o nome desta festa tem origem em países católicos da Europa e, por-tanto, seriam em homenagem apenas a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina. De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda du-rante o período colonial(época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).

Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pól-vora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Es-panha. Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas. Festas Juninas no Nordeste Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expres-são. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agra-decer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura. Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visi-tam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram em-pregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas. Comidas típicas Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festi-vidades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural de milho verde, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de mi-lho são apenas alguns exemplos. Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom-bocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais. Principais tradições As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em fun-ção das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam. No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros. Já na região Sudeste é tradicional a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, co-légios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse. Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que que-rem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.

Fonte: suapesquisa.com

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 2

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SEM LENÇO NEM DOCUMENTO GenhaAuga – Jornalista MTB: 15.320

O Sol desponta cedo, seu calor e brilho chega ao auge e quando parece que sua força não tem fim, cai a noite. Comparado a isso, está nossa trajetória política que quando parece ganhar força vem a queda e cada vez mais viramos escoras petrificadas num passado sujo num futuro onde o relógio parece girar seus ponteiros para trás.

A intenção de todos é sempre boa, mas o sentido na prática difere. Enquanto o objetivo do ho-mem na sociedade é de constituir família, ganhar dinheiro para suprir a prole e alcançar posição social para garantir cultura e educação, na realidade conta com pouco e hoje quase nenhum re-torno do seu próprio país ao qual se doou com suor e dedicação carregando uma falsa ilusão de que haveria um futuro melhor.

Esses pais que colocaram nos filhos o maior sentido de suas vidas veem-se num abismo acom-panhado da realidade de que não há receitas antigas e nem exemplos para mostrar. Repudiados pelas novas gerações, ironicamente, sentem-se atingidos pela mesma enganação sentindo na pele quase que a mesma imposição de uma ditadura que apenas ouviram falar.Mesmo assim, a sociedade procura afastar os obstáculos incentivando os jovens não abandonarem a luta para não terem que assistir, ainda mais, essa “descida”. Convencidos disso, brasileiros agarraram-se à ideia de encontrar a cada sucessor de um governo a esperança.

A enganação tem feito carreira em nosso país e num jogo dissimulado, a cada dia, revelam-se delatores que apontam recebimento de propinas em todos os meios que cerceiam nossa segu-rança e nossos direitos, cada vez mais tolhidos por políticos, responsáveis pela justiça, imprensa que ao longo da história vem nos presenteando com doses fortes de imposições, fazendo os ci-dadãos rodopiarem impregnados por essa falta de ordem moral que abala a sociedade com po-derosos que nos fazem ajoelhar a essa falta de caráter para atender às conveniências deles.

A falta de confiança impera juntamente com a indignação. Mesmo os que ainda se salvam com sólida formação moral, acabam por verbalizar sentimentos de repúdio à classe dirigente cristali-zando boa parcela da população aflita que, cada vez mais, “aperta o cinto”. Nesse contexto onde prevalece o bem material acima do valor moral desenhado pela miséria que afeta aceleradamen-te a maioria que acreditou em quem votou e que se revelam numa terrível corrosão de caráter que se propaga como uma metástase em função das mazelas que se desvelam a cada dia.

Isso nos torna descrentes das instituições e agentes públicos, pois num país onde leis não são obedecidas, justiça que quase sempre age em favor da impunidade, violência extrema, improbi-dade na cobrança dos impostos. Pelo que nos devem moralmente, por um futuro que nos foi roubado e pela falta de zelo a tudo que nos pertence, o ânimo nacional amorteceu e estamos cada vez mais inertes e doentes mo-ralmente.

Quando se poderia imaginar que na pátria idolatrada o eleitor seria representado por engodos e mistificados pela propaganda mentirosa de tantos políticos que manifestaram o mau-caratismo com tantas falcatruas como às do sigilo de provas, desvio de verbas da merenda escolar, o des-virtuamento do esporte, obras superfaturadas, líderes de sindicatos financiados por partidos polí-ticos, “mensalão”, implicados na “lava jato” “petrolão”, sucateamento da saúde, educação, cultu-ra. Por aí vai e muito ainda deve estar por vir.

Uma nação que sempre foi unida por festas, futebol, samba e carnaval, dividiu-se politicamente iludida em prol de grandes mentirosos. Conta-se nos dedos os poucos idôneos e éticos.

É...

Assim a vida do brasileiro virou um tormento, sem lenço nem documento.

IMPORTANTE

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Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 3

Ecologia

Ecologia Saiba o que é, definição, importância dos estudos, seres vivos e o meio

ambiente, conceito Definição e objeto de estudo

Ecologia é uma ciência (ramo da Biologia) que estuda os seres vivos e suas intera-ções com o meio ambiente onde vivem. É uma palavra que deriva do grego, onde “oikos” significa casa e “logos” significa es-tudo. Esta palavra foi criada no ano de 1866 pelo biólogo e naturalista alemão Ernst Heinrich Haeckel.

A Ecologia também se encarrega de estu-dar a abundância e distribuição dos seres vivos no planeta Terra.

Importância

Esta ciência é de extrema importância, pois os resultados de seus estudos forne-cem dados que revelam se os animais e os ecossistemas estão em perfeita harmonia.

Numa época em que o desmatamento e a extinção de várias espécies estão em anda-mento, o trabalho dos ecologistas é de extrema importância.

Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o homem pode planejar a-ções que evitem a destruição da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humani-dade.

Principais ramos

Por se tratar de uma ciência ampla, a Ecologia apresenta vários ramos de estudo e pes-quisa. Os principais são: Autoecologia, Sinecologia (Ecologia Comunitária), Demoecologia (Dinâmica das Populações), Macroecologia, Ecofisiologia (Ecologia Ambiental) e Agroe-cologia.

- Teofrasto, botânico e filósofo grego do século III a.C., é considerado o primeiro ecologis-ta da história. Ele foi o primeiro a pesquisar as relações entre os organismos e suas rela-ções com o meio ambiente.

CHUVA ÁCIDA

O que é chuva ácida

É um tipo de precipitação pluviométrica com presença de gases poluentes (derivados da queima de combustíveis fósseis) misturados com água, formando compostos ácidos (ácido sulfúrico e nítrico, por exemplo).

Formação e efeitos

Ela é formada por diversos ácidos como, por exemplo, o óxido de nitrogênio e os dióxidos de enxofre, que são resultantes da queima de combustíveis fósseis. Quando chegam à terra no formato de chuva ou neve, estes ácidos danificam o solo, as plantas, as constru-ções históricas, os animais marinhos e terrestres etc. A chuva ácida pode até mesmo cau-sar o descontrole de ecossistemas, ao exterminar algumas espécies de animais e vege-tais. Causando a poluição de rios e fontes de água, a chuva pode também prejudicar dire-tamente a saúde das pessoas, provocando doenças do sistema respiratório.

Este fenômeno tem crescido significativamente nos países em processo de industrializa-ção como, por exemplo, Brasil, Rússia China, México e Índia. A setor industrial destes pa-íses tem crescido muito, porém de forma descontrolada, afetando negativamente o meio ambiente. Nas décadas de 1970 e 1980, na cidade de Cubatão (litoral de São Paulo) a chuva ácida causou muitos danos ao meio ambiente e aos moradores. Os ácidos poluen-tes lançados no ar pelas empresas, estavam causando muitos problemas de saúde na população da cidade. Foram relatados casos de crianças que nasciam sem cérebro ou com outros problemas físicos. A chuva ácida também causou desmatamentos significati-vos na Mata Atlântica na região da Serra do Mar.

Estudos feitos pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza) indicaram que nos países ri-cos o problema também ocorre. No continente europeu, por exemplo, estima-se que 40% dos ecossistemas estão sendo danificados pela chuva ácida e outros tipos de poluição.

Calendário

Principais datas comemorativas

01 - Semana Mundial do Meio Ambiente 01 - Dia da Imprensa 05 - Dia da Ecologia 05 - Dia Mundial do Meio Ambiente 08 - Dia Mundial dos Oceanos 09 - Dia Nacional de Anchieta 11 - Dia da Marinha Brasileira 12 - Dia dos Namorados 12 - Dia Mundial Combate ao Trabalho Infantil 13 - Dia de Santo Antônio 14 - Dia Mundial do Doador de Sangue 17 - Dia Mundial de Combate à Desertificação 18 - Dia da Imigração Japonesa 19 - Dia do Migrante 20 - Dia do Refugiado 20 - Início do Inverno 21 - Dia do Profissional de Mídia 23 - Dia do Desporto 24 - Dia de São João 24 - Dia do Caboclo 25 - Dia do Imigrante 29 - Dia de São Pedro e São Paulo

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Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 4

Fala maestro

A Cigarra e a Formiga

Eu prometi a vocês que seguiria com os arti-gos sobre a Natureza e a Música, porém nes-te último mês alguns acontecimentos envol-vendo a Cultura de nosso país me lembraram aquela famosa fábula de La Fontaine que to-dos nós conhecemos: a Cigarra e a Formiga. Resolvi então interromper a série para refletir sobre o conto que a maioria de nós certamen-te ouviu na infância. A Cigarra, que durante o verão passou cantando e quando da chegada do inverno se vê com fome e frio, pede ajuda à Formiga que passou o verão trabalhando e que estocou comida e cuidou de sua moradia.

O conto procura passar a ideia do valor do trabalho acima da diversão, e do preço que se paga quando se coloca a diversão acima do trabalho.

Lembrei-me da história devido à questão que se levantou nesses últimos meses com a dis-cussão sobre a lei Rouanet, de incentivo fiscal para a Cultura, culminando com a extinção e ressurreição de seu Ministério. A questão era justamente sobre o valor de quem trabalha oferecendo diversão às pessoas: os artistas. Afinal trabalhar com arte é realmente traba-lho? Arte e cultura merecem mesmo um Mi-nistério?

Qualquer profissional de arte alguma vez na vida ouviu a seguinte pergunta: “Você é artis-ta? Que legal! Mas você trabalha com o quê?”. Quando respondemos que trabalha-mos com música, ou dança, ou pintura ou qualquer outro tipo de manifestação artística recebemos um sorriso meio sem-graça, geral-mente disfarçando um sentimento de pena - “coitado, deve passar fome, mas pudera, não trabalha…, no fundo, um vagabundo…”.

Por incrível que pareça essa impressão de que trabalhar com arte não é trabalhar é mui-to mais comum do que pareça, e, se você lei-tor compartilhar dessa opinião, não se enver-gonhe, é compreensível e vou tentar aqui mostrar alguns aspectos dessa classe de pro-fissões que talvez possam fazê-lo mudar de opinião. Peço que cada um de vocês pare em alguns momentos de suas vidas e olhem ao redor:

"Existe arte à minha volta?" Tenho certeza que quando vocês o fizerem à primeira vista pode parecer que não há ou que há muito pouca arte em redor.

Vamos exercitar um pouco. Falemos primeiro de pintura, desenho, ilustração. Olhem à sua volta e procurem um quadro. Acharam? Óti-mo, aí está uma obra que foi imaginada, e e-xecutada por algum artista. Seja este quadro bonito ou feio ele é uma produção que de-mandou horas, talvez dias e muito conheci-mento técnico do pintor ou desenhista. Não há um quadro perto? Talvez uma revista, um cartão ou mesmo uma nota de 20 reais. Em todas elas há um desenho, uma escolha de cores, um recorte. Nos seus celulares há íco-nes de seus aplicativos, há efeitos visuais, emoticons “fofos”. Tudo isso foi imaginado, criado e executado por artistas. A moldura da-quele quadro, foi desenhada e executada por alguém. A estampa de suas camisetas, o for-mato de seus óculos, o desenho da letra que vocês estão lendo agora, o formato de seus sapatos, o enfeite do cabo de uma colher, a capa de um CD que vocês gostem, ou qual-quer embalagem de qualquer coisa que vocês tenham adquirido há pelo menos um dese-nho, algo que foi criado por um artista.

Falando de música, de sons. Música, onde ouvimos música? Hoje em dia podemos ouvir música em qualquer lugar. Qualquer que seja o gênero de música que você ouça ela existe pelo esforço, dedicação e talento de vários artistas. O poeta que escreve a letra, o com-positor que escreve a canção, o arranjador que escolhe quais instrumentos e quando e-les devem tocar, os músicos que a interpre-tam. Todos artistas… Ah! Vocês não estão ouvindo música? Olhem seus celulares! Cada toque diferente que vc escolhe para identificar seus amigos foi composto e executado por alguém, em cada joguinho com o qual vocês se divertem na sua pequena tela há uma mú-sica, cada novela, filme ou série que você as-siste possui uma trilha sonora, cada jogo de futebol que você ouve usa uma música de a-bertura, ou uma micro-música que toca quan-do o locutor nos conta o tempo e o placar do jogo. Cada uma dessas pequenas obras são criadas por artistas.

No fundo em quase tudo que tocamos, ouvi-mos, lemos há um trabalho de um artista. O

artista não é só a celebridade, há uma infini-dade deles em lugares que vocês nem imagi-navam.

Para se tornar qualquer um desses artistas, que proporcionam a vocês diversão em todos os sentidos, cada uma dessas pessoas usou grande parte do tempo de suas vidas se dedi-cando a aprender o ofício da arte. Abriu mão de parte da seu convívio com a família, com amigos para se dedicar horas diariamente pa-ra saber manejar um pincel, tocar um instru-mento, dançar, cantar, escrever, desenhar, entalhar na madeira, esculpir em mármore. Para proporcionar a vocês conforto visual, provocar as mais diversas emoções, para dei-xar sua casa confortável, decorar sua vida.

Olhe em volta! Aguce os ouvidos!

Aposto que você está um pouco surpreso pe-la quantidade de pequenas e grandes obras de artistas que estão à sua volta.

Será que agora quando eu lhes faço a seguin-te pergunta: Arte é trabalho? Precisamos de profissionais de arte? Fica a reflexão para vo-cês!

Na fábula a Formiga repreende a Cigarra e a deixa sofrer as consequências de seu “erro” que foi cantar durante o verão.

Uma vez eu li uma versão com o final diferen-te. A Formiga recebia a Cigarra e quando esta última agradeceu a hospitalidade da Formiga esta retrucou com um sorriso: “Eu que agra-deço por seu canto, pois com ele meu traba-lho ficou mais leve e quase nem percebi o tempo passar. Obrigado pelo seu trabalho”.

Abraços musicais!

Mto. Luís Gustavo Petri é regente, compositor, arran-jador e pianista. Fundador da Orquestra Sinfônica Mu-nicipal de Santos. Diretor musical da Cia. de Ópera Curta criada e dirigida por Cleber Papa e Rosana Ca-ramaschi. É frequente con-

vidado a reger as mais importantes orques-tras brasileiras, e em sua carreira além de concertos importantes, participações em shows, peças de teatro e musicais.

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O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas.

William Shakespeare

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

Luta de classes: a História é cíclica? Nesta segunda década do século XXI, esta-mos testemunhando no Brasil mais uma ma-nifestação de luta de classes sociais. Muito parecido com a antiga Roma, patrícios contra plebeus.

Como muita gente sabe, a democracia não é uma invenção recente. Na Atenas da antigui-dade, a democracia começou a surgir com as reformas de Sólon em 590 a.C., quando os comerciantes e artesãos começaram a exigir dos aristocratas, compartilhamento de poder, o que também deu estímulo à parcela mais pobre da população ateniense a protestar contra as desigualdades sociais. A democra-cia ateniense foi melhorada por Clístenes a partir de 507 a.C.A democracia grega antiga foi fruto da luta de classes de sua época.

Também na Roma antiga, foi criado o concei-to de república. A república romana teve vi-gência entre 509 a.C. e 27 a.C. Foi um perío-do em que a aristocracia controlou o Estado diretamente através do Senado em vez de um monarca. O governante era chamado de Cônsul em vez de Presidente, e os romanos com direito a cidadania elegiam dois cônsu-les com mandato provisório. Os senadores tinham mandato vitalício. Os patrícios domi-

naram absolutamente a república romana até que, em 494 a.C., os plebeus decidiram rea-gir aos abusos que sofriam por parte dos pa-trícios. Naquele ano, houve uma guerra com tribos vizinhas e, os plebeus marginalizados da participação do poder se recusaram a lu-tar por Roma e migraram para o monte Aven-tino, momento conhecido como a Revolta do Monte Sagrado. A plebe havia decidido fun-dar uma nova cidade ali, e deixar Roma para os patrícios “se virarem sozinhos”. A forte de-pendência que os patrícios tinham dos ple-beus fez com que os patrícios cedessem às exigências plebéias e, foram criadas duas novas magistraturas, a do tribuno da plebe e a do edil da plebe. O tribuno da plebe tinha poder de vetar as decisões dos senadores patrícios que prejudicassem a plebe. O edil era um magistrado judiciário e policial. Com as concessões dos patrícios, os plebeus con-cordaram em voltar a lutar por Roma.

O curioso é que, na antiguidade, não existi-am as tecnologias que existem hoje em dia. O nível de alfabetização e de erudição era consideravelmente mais baixo do que o nível atual. Mas o Brasil atual tem uma elite tão intransigente quanto aos patrícios romanos da antiguidade. É claro que Roma era ape-nas uma cidade, o Brasil é um conjunto de 5.570 cidades num território de 8-.515.767,049 km2, o que faz uma gigantesca diferença, é obvio. A população do Brasil atu-al é muito maior do que a da antiga Roma republicana. Mas a grande lição histórica é que, no dia em que os plebeus se cansaram, no dia da “gota d’água”, em que os plebeus decidiram deixar os patrícios à própria sorte, por sua própria conta e risco, os patrícios de-cidiram fazer concessões. Os antigos ple-beus de Roma não criaram sindicatos de tra-balhadores, não criaram partidos comunistas, socialistas ou trabalhistas. Eles simplesmen-te pararam de colaborar com uma elite que lhes recusava cidadania e foram formar a sua própria o sociedade civil alternativa tentando fundar outra cidade-estado em outro local. E

porque o método dos plebeus da Roma anti-ga funcionou? Porque os plebeus realmente eram unidos. O que foi feito naquele momen-to foi uma reforma política. Se fôssemos comparar com algo no modo de produção capitalista, seria algo como os operários dize-rem ao dono da fábrica para ele mesmo tra-balhar sozinho no maquinário e todos os fun-cionários boicotarem o patrão tanto na condi-ção de mão-de-obra quanto na condição de consumidor dos produtos daquela fábrica e fundarem a sua própria fábrica, ou os campo-neses dizerem ao dono da fazenda para ele mesmo ir trabalhar nas plantações e no cur-ral pessoalmente e todos os empregados boi-cotarem aquele fazendeiro tanto na condição de mão-de-obra quanto na condição de con-sumidor dos produtos daquela fazenda e i-rem trabalhar nas suas próprias plantações e currais. E os bancários dizerem ao banqueiro para ele mesmo fazer pessoalmente todo o trabalho do banco, e todos os bancários boi-cotarem aquele banqueiro tanto na condição de mão-de-obra quanto na condição de clien-tes daquele banco e irem fundar o seu pró-prio banco cooperativo ou comunitário. Foi algo parecido com isso que os plebeus fize-ram aos patrícios, e que realmente deixou os patrícios sem saída.

Eu entendo que o problema é o método que a classe trabalhadora atual recorre é que não funciona para fazer a elite conceder às mas-sas. É o método de luta por direitos que deve ser mudado. Enquanto a elite puder contar com a rivalidade entre os pobres e pobres e, mesmo entre a classe média e classe média, a elite não vai sentir necessidade de ceder. Não existe necessidade de violência, de a-gressividade. O que existe, é a necessidade de inteligência, e de união. Ninguém precisa machucar ninguém. É necessário colabora-ção, cooperação.

João Paulo E. Barros

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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DESIGUALDADES

Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um

circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso na mão de poucos.

Educação

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Nelson Rodrigues O grande acontecimento do século foi a

ascensão espantosa e fulminante do idiota.

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O homem começa a morrer na sua primei-ra experiência sexual.

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O homem não nasceu para ser grande.

Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada,

dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão

por dentro, e não entranhas vivas.

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O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da imaturidade.

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O morto esquecido é o único que repousa

em paz.

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O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca.

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O Natal já foi festa, já foi um profundo ges-to de amor. Hoje, o Natal é um orçamento.

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O ônibus apinhado é o túmulo do pudor.

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O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes.

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O sábado é uma ilusão.

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Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 6

O preconceito e a competência Preconceito. Ideias pré-concebidas. Já falei a respeito, e volto a falar quantas vezes achar necessário. Raça, cor, sexo, gênero.. Tentar enquadrar a competência e a inteligência das pessoas, pela cor, sexo, ou orientação sexual é discriminar. O que chama a atenção é que algumas pessoas acham que isso qualifica al-guém para o que quer que seja. Não é a cor da pele, a orientação sexual ou o gênero, que dizem quem é competente. A competência e o discernimento de uma pessoa, não passam por aí. Interessa o que a pessoa é, o que ela pode fazer. Que contribuição ela pode dar ao mundo. Como ela pode fazer a diferença. Os Direitos Humanos são princípios que servem para garantir nossa liberdade, nossa dignida-de. O respeito ao ser humano é fundamental para termos uma sociedade com igualdade para todos, e para que exista essa igualdade, é preciso haver respeito às diferenças. O pre-conceito está sempre nas conversas, na mídia, e infelizmente acontecendo em todos os luga-res a todo instante. O Direito à igualdade é um direito humano fundamental. As desigualdades raciais e de gênero são his-tóricas, envolvem inferioridade e superioridade entre grupos. O preconceito racial se solidifica, interioriza-se por gerações. As transformações sociais, a era tecnológica e todo o progresso da humanidade, não são capazes de eliminá-lo. Ele continua latente, resistente, e nos depa-ramos com ele a todo o momento. A discrimi-nação continua nos dias de hoje, tanto a nível mundial como a nível nacional.O Brasil é um país multirracial, que tem em suas raízes os negros escravos. A sua formação foi baseada na escravidão, de onde surgiram as práticas racistas que ainda hoje continuam a existir. A discriminação racial é uma realidade que preo-cupa e continua afetando milhões de pessoas. . A nossa constituição reconhece que a discri-minação existe e a repudia quando estabele-ce, por exemplo no art. 5º, XLII, da CF, que "a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei". É preciso levar a sério e respeitar os Direitos Humanos e fundamentais. A Constituição Fe-deral consagra no artº 1 inc.III a dignidade da pessoa humana, tem como objetivos funda-mentais a construção de uma sociedade livre, justa, solidária, bem como a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, ou de qualquer outra espécie (art. 3º, I e IV CF), e consagra a igualdade como direito fundamental (art. 5º, caput, da CF). A discrimi-nação racial é condenável e em nada acres-centa ao ser humano. Assim como o gênero a que pertencemos não nos define como melhores ou piores, mais ou menos inteligentes, mais ou menos competen-tes, melhores ou piores seres humanos. Por

sermos homens ou mulheres já possuímos u-ma identidade, mas a pergunta é: Nascemos assim, com essa divisão de gênero, ou nos tor-namos homens e mulheres? No caso de nós mulheres, o gênero já nos confere um lugar na sociedade, isso pode nos trazer certas limi-tações, uma vez que nossa sociedade tem u-ma história que é baseada na sociedade patri-arcal. No entanto o gênero mulher sofre discri-minação ainda em pleno século XXI. A desi-gualdade de gênero fere princípios e direitos básicos do ser humano. Fere o princípio da dignidade humana. É sobre a liberdade e a igualdade que está fundamentada a dignidade da pessoa humana. Desrespeitar e desvalori-zar alguém, tratar de maneira diferenciada, hu-milhando e discriminando em função de gêne-ro, é tratar com desigualdade e ferir a dignida-de do ser humano. Por fim, um assunto que já falei muitas e mui-tas vezes a respeito, que é a Homossexualida-de. A pessoa simplesmente é homossexual, não opta por isso. Ninguém conscientemente opta por ser rejeitado, sofrer com a discrimina-ção, sujeitar-se a humilhações e brincadeiras de mau gosto. Não é opção, tão pouco pode ser considerada doença, embora tenha sido até 1993, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), retirou a homossexualidade de sua lista de doenças mentais, o que significou um grande passo, mas que não diminuiu o preconceito por parte daqueles que acham que o mundo ‘correto’ é o mundo heterossexu-al. A melhor maneira de combater o preconcei-to seja ele qual for ainda é a Educação. Ensi-nar sobre a diversidade. Mostrar que todos so-mos iguais, nem melhores nem piores. Apenas seres humanos vivendo, tentando ser feliz. É necessário o comprometimento de todos, no sentido de entender esse cenário que se apre-senta de maneira mais frequente, de lutar pelo respeito às diferenças, sejam elas de que or-dem for. Afinal o que importa não é a nossa cor, ou nossa sexualidade, ou ser homem ou mulher. Importa o que penso e o quão compe-tente sou, a minha contribuição para o mundo. Somos todos iguais, absolutamente iguais. Se-res humanos querendo aprender, querendo ser feliz. Há uma necessidade urgente de a sociedade repensar a maneira como lida com as diferenças sociais,com as discriminações de todos os tipos e com os preconceitos. Exis-te a necessidade de alterar esse pensamento, de sair do comodismo e se tornar agente des-se modelo de sociedade que necessita de mu-danças urgentes. Promover um novo jeito de pensar e agir que inclua o respeito a todo ser humano, é um ca-minho para se viver melhor. Precisamos deixar de lado o egoísmo de pensarmos apenas indi-vidualmente e agirmos no bem comum, na co-letividade. O fortalecimento dos direitos huma-nos depende de nós. Mariene Hildebrando E mail: [email protected]

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos, Poesias e Crônicas

NUVENS Genha Auga

Estou avistando uma nuvem densa e tão branquinha que parece uma bola de algodão arrepia-

da e iluminada por uma luz sutil do sol que ameaça surgir para iluminar o meu dia.

Tomara que ela entre pela minha janela e venha me abraçar e que o vento a sopre levemente

até mim para me entregar seu carinho com uma candura que aquece minha alma

Nela, está a alegria do meu acordar e em mim o sonho secreto que sonhei.

Continuei a olhar pela janela e abri meu coração para esse cenário tão belo e iniciei o dia can-

tarolando versos:

Vida mansa e tranquila,

vivo nas nuvens

como os pássaros que voam em direção a elas

Sinto o cheiro do carneirinho desenhado no céu pela nuvem branquinha...

Lembrança da infância: deitada ao chão seguindo o correr delas,

admirada pelas formas que rapidamente tomavam:

Cachorrinhos, carinhas, elefantes,

até Deus nas formas de nuvens eu via.

Rapidinhas elas corriam, mal acompanhava essa correria.

Em dias claros pareciam algodão de tão fofas e branquinhas,

em dias nublados, pesavam,

cinzentas e carregadas que me assustavam,

mas, a água que caía era limpa

e fecundava minha alma de alegria e leviandades divinas.

Nuvens de qualquer forma tornam-se

sempre poesia de algodão.

O sol aquece as nuvens e com elas meu coração,

Quando elas choram, deságuam água em mim

e lavam minha alma agradecida aos céus

por tantas nuvens todo dia ele me dar.

Abrem caminhos quando chegam,

tenho nuvens no coração

E curo minhas dores com esse algodão.

Nuvens não tem lar, moram em qualquer lugar,

Mas, tem nelas o mapa do céu onde mora Nosso Senhor

e asas grandes que irão me amparar

quando eu acordar e lá das alturas

cair no colo da minha amiga

gorda e branca nuvem que vem e me amparar.

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REFLEXÃO PARA NAMORADOS

Genha Auga e Aberto Shiesari

Frequentemente o homem toma decisões ina-dequadas e, portanto, age de forma inadequa-da, para conquistar o sexo. Em geral ele quer o momento e não quer as decorrências. Frequentemente a mulher toma decisões ina-dequadas e, portanto, age de forma inadequa-da, para conquistar o pai de seus filhos. Não raro ela quer as decorrências e não o momen-to. São opções com origem na mentalidade exis-tente na sociedade ocidental atual, e certa-mente destroem vidas quanto no caso de ca-samentos arranjados, que acontecem indepen-dente do amor. Na verdade, hoje os fatores preponderantes que determinam um casamento são o tesão e a paixão, e não o amor e a doação.

EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

A educação para a cidadania significa fazer de cada pessoa um agente de

transformação social, por meio de uma práxis pedagógica e filosófica: uma reflexão/ação dos homens sobre o

mundo para transformá-lo.

Este é um dos objetivo do Jornal Gazeta Valeparaibana

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 8

Democracia

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Liberdade de Expressão A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos demo-cráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. As-sim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias. Segundo os teóricos da democracia, um de-bate livre e aberto resulta geralmente que se-ja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de evitar erros graves. A democracia depende de uma sociedade ci-vil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permite participar tão plena-mente quanto possível na vida pública da sua sociedade e criticar funcionários do governo ou políticas insensatas e tirânicas. Os cida-dãos e os seus representantes eleitos reco-nhecem que a democracia depende de aces-so mais amplo possível a idéias, dados e opi-niões não sujeitos a censura. Para um povo livre governar a si mesmo, de-ve ser livre para se exprimir — aberta, pública e repetidamente; de forma oral ou escrita. O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela constituição de uma demo-cracia, impedindo os ramos legislativo e exe-cutivo do governo de impor a censura. A proteção da liberdade de expressão é um direito chamado negativo, exigindo simples-mente que o governo se abstenha de limitar a expressão, contrariamente à ação direta ne-cessária para os chamados direitos afirmati-vos. Na sua maioria, as autoridades em uma democracia não se envolvem no conteúdo do discurso escrito ou falado na sociedade. Os protestos servem para testar qualquer de-mocracia — assim o direito a reunião pacífica é essencial e desempenha um papel funda-mental na facilitação do uso da liberdade de expressão. Uma sociedade civil permite o de-bate vigoroso entre os que estão em profundo desacordo. A liberdade de expressão é um direito funda-mental, mas não é absoluto, e não pode ser usado para justificar a violência, a difamação, a calúnia, a subversão ou a obscenidade. As democracias consolidadas geralmente reque-rem um alto grau de ameaça para justificar a proibição da liberdade de expressão que pos-sa incitar à violência, a caluniar a reputação de outros, a derrubar um governo constitucio-nal ou a promover um comportamento licen-cioso. A maioria das democracias também proíbe a expressão que incita ao ódio racial ou étnico. O desafio para uma democracia é o equilíbrio: defender a liberdade de expressão e de reuni-ão e ao mesmo tempo impedir o discurso que incita à violência, à intimidação ou à subver-são.

O Que É a Democracia? Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo. Nas democracias, é o po-vo quem detém o poder soberano sobre o po-der legislativo e o executivo. Embora existam pequenas diferenças nas vá-rias democracias, certos princípios e práticas

distinguem o governo democrático de outras formas de governo. Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por to-dos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos. Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade. A democracia baseia-se nos princípios do go-verno da maioria associados aos direitos indi-viduais e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da maioria, protegem escrupulosa-mente os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias. As democracias protegem de governos cen-trais muito poderosos e fazem a descentrali-zação do governo a nível regional e local, en-tendendo que o governo local deve ser tão acessível e receptivo às pessoas quanto pos-sível. As democracias entendem que uma das suas principais funções é proteger direitos huma-nos fundamentais como a liberdade de ex-pressão e de religião; o direito a proteção le-gal igual; e a oportunidade de organizar e par-ticipar plenamente na vida política, econômica e cultural da sociedade. As democracias conduzem regularmente elei-ções livres e justas, abertas a todos os cida-dãos. As eleições numa democracia não po-dem ser fachadas atrás das quais se escon-dem ditadores ou um partido único, mas ver-dadeiras competições pelo apoio do povo. A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos os cidadãos recebam a mesma proteção legal e que os seus direitos sejam protegidos pelo sistema judiciário. As democracias são diversificadas, refletindo a vida política, social e cultural de cada país. As democracias baseiam-se em princípios fundamentais e não em práticas uniformes. Os cidadãos numa democracia não têm ape-nas direitos, têm o dever de participar no sis-tema político que, por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberdades. As sociedades democráticas estão empenha-das nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. As democracias reconhe-cem que chegar a um consenso requer com-promisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intole-rância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.

Responsabilidade do Governo Responsabilidade do governo significa que as autoridades públicas — eleitas e não eleitas — têm a obrigação de explicar as suas deci-sões e ações aos cidadãos. A responsabilida-de do governo é alcançada através do uso de uma variedade de mecanismos — políticos, legais e administrativos — com o objetivo de impedir a corrupção e de assegurar que as autoridades públicas continuem responsáveis e acessíveis às pessoas a quem servem. Na ausência desses mecanismos, a corrupção pode florescer.

O principal mecanismo de responsabilidade política é eleições livres e justas. Mandatos por período determinado e eleições obrigam as autoridades eleitas a responder pelo seu desempenho e a dar oportunidades aos opo-sitores de oferecerem aos cidadãos escolhas políticas alternativas. Se os eleitores não esti-verem satisfeitos com o desempenho de uma autoridade pública, podem não votar nela quando o seu mandato chegar ao fim. O grau em que as autoridades públicas são politicamente responsáveis depende de ocu-parem uma posição para a qual foram eleitas ou para a qual foram nomeadas, de quantas vezes podem ser reeleitas e de quanto man-datos podem ter. Os mecanismos de responsabilidade legal in-cluem constituições, medidas legislativas, de-cretos, regras, códigos e outros instrumentos legais que proíbem os atos que as autorida-des públicas podem ou não realizar e como é que os cidadãos podem agir contra essas au-toridades cuja conduta é considerada insatis-fatória. Um poder judicial independente é um requisi-to essencial para o sucesso da responsabili-dade legal, servindo como um fórum onde os cidadãos levam as queixas contra o governo. Os mecanismos de responsabilidade legal in-cluem: Estatutos de ética e códigos de conduta para as autoridades públicas, descrevendo práticas inaceitáveis; Leis sobre conflitos de interesses e divulga-ção financeira, exigindo que as autoridades públicas revelem as suas fontes de rendimen-to e os seus bens para que os cidadãos pos-sam avaliar se as ações dessas autoridades podem ser erradamente influenciadas por in-teresses financeiros; Leis que dão à imprensa e ao público acesso às atas e reuniões do governo; Requisitos de participação dos cidadãos que dizem que certas decisões do governo devem ter em conta a opinião pública; e Revisão judicial, dando aos tribunais o poder de rever decisões e ações das autoridades e agências públicas. Os mecanismos de responsabilidade adminis-trativa incluem gabinetes dentro das agências ou dos ministérios e práticas nos processos administrativos que têm como objetivo asse-gurar que as decisões e ações das autorida-des públicas defendem os interesses dos ci-dadãos. Os mecanismos de responsabilidade adminis-trativa incluem: Agências encarregadas de ouvir e responder às queixas dos cidadãos; Auditores independentes que verificam o uso dos fundos públicos para detectar sinais de uso incorreto; Tribunais administrativos, que ouvem as quei-xas dos cidadãos sobre as decisões da agên-cia; Regras de ética protegendo os chamados in-formantes - aqueles dentro do governo que falam de corrupção ou de abuso da autorida-de oficial — de represálias.

Da redação

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 9

Educação em debate

COMO TRABALHAR COM O LIVRO DIDÁTICO?

No mês passado, nessa mesma coluna do jornal Gazeta Valeparaiba-na, apresentei uma discussão sobre a não utilização do livro didático. Devo dizer que essa discussão rendeu muitos frutos, muitas opiniões e muitas críticas. O foco principal daquele artigo era o de problemati-zar o desperdício de dinheiro público com a não utilização dos livros didáticos. Muitos colegas afirmaram que realmente não fazem uso do livro didáti-co, adquirido via PNLD, por diferentes razões. Muitos colegas também deixaram bem claro que utilizam e apresentaram, inclusive, seus mé-todos e potencialidades em sala de aula. O que mais me chamou a atenção neste debate é que aqueles que se dizem de “esquerda” afir-mam que o livro didático é um instrumento de dominação capitalista, que tem como único objetivo formar mão de obra para o mercado. Já os de “direita” afirmam que os livros didáticos são instrumentos de “doutrinação marxista”, e que precisam ser “combatidos”. Desculpas a parte, volto a afirmar que falta uma análise profunda sobre os livros didáticos, com o objetivo de derrubar mitos e extrair desses materiais o que eles possuem de melhor. Já discuti sobre isso no mês passado, mas volto a afirmar, atualmente o mercado de livro didático oferece opções para todos os “gostos e sabores” e cabe ao professor, junta-mente com sua equipe escolar, escolher corretamente. Basicamente o livro didático deve servir de material de apoio ao pro-fessor. É a partir dos pressupostos do Projeto Pedagógico da escola e do currículo escolar que o professor vai fazer uso desse instrumento. É importante destacar que o livro didático por si só não apresenta to-dos os recursos desejáveis à aula. Sendo assim, cabe ao professor planejar sua aula (dentro do tempo disponível) selecionando aquilo que ele vai extrair dos livros (gráficos, mapas, tabelas, figuras, infográ-ficos e/ou textos curtos de leitura compartilhada) e acrescentar o que pretende desenvolver com os alunos (debate, discussão em grupos, atividades práticas, exibição de vídeos, etc.). É importante destacar que o professor deve ter total autonomia sobre sua aula. Deve ter a liberdade de escolher os melhores métodos que lhe cabem e oferecer o melhor da sua aula. Porém, não se deve negli-genciar o uso do livro didático, uma vez que se trata (muitas vezes) da única literatura que o aluno possui para realizar procedimentos de lei-tura. Sempre que tenho a oportunidade procuro ler o manual do professor. Essa parte é essencial ao professor para que conheça melhor os pres-supostos teóricos que embasam o livro. Nessa parte do livro (pouco consultada) podemos entender a linha de pensamento do autor tanto no que se refere à sua concepção pedagógica, quanto da disciplina em si que está tratando. Muitos livros trazem também (no decorrer da obra) indicações didáticas e dicas para chamar a atenção dos alunos para o que é discutido (isso já me ajudou e ajuda muito até os dias de hoje). Voltando à primeira discussão apresentada no mês passado, posso destacar os seguintes problemas elencados pelos colegas: Principais problemas destacados com o uso do livro didático: O MEC não distribui a quantidade necessária para todos os alunos: Neste caso, o mais indicado é entrar em contato com o próprio MEC, através do número 0800-616161 e informar o que está acontecendo. De acordo com as orientações do Ministério, as escolas recebem re-serva técnica e as secretarias de educação também. Caso não esteja recebendo é importante entrar em contato, pois algo de errado está

acontecendo. Vale lembrar que o livro não é “do aluno”. Sua entrega deve ser realizada no início do ano e a devolução no final do ano. Ao final do terceiro ano de uso ele poderá ficar com o aluno.Se a escola faz a distribuição e não recolhe no final do ano, realmente não haverá para todos. Os alunos não trazem o livro para a escola e reclamam que é pesado: Entendo que é possível se organizar de duas formas: 1. A escola pode montar a grade horária permitindo aulas duplas para que o aluno tra-ga, no máximo, 2 ou 3 livros por dia; 2. A escola pode manter uma cer-ta quantidade de livros volantes para que sejam utilizados no dia a dia e manter os livros dos alunos em casa para consultas e lições de ca-sa. Fica aqui um desabafo: em todos os colégios particulares em que trabalhei os alunos levavam e traziam seus livros diariamente, quase nunca ouvia reclamações por causa do peso, muito pelo contrário, e-les reclamaram quando passava uma ou duas aulas sem utilizar o livro didático (o que entendo que cabe o planejamento para saber quando ou não trazê-los). A pergunta é: será que a valorização perante o livro se dá por causa do valor pago pelos pais? (cada livro didático custa em torno de R$ 120,00). Não há tempo para planejar a aula: De acordo com a Lei 11.738/2008 (Art. 2º § 4º) “Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempe-nho das atividades de interação com os educandos”. Vale lembrar que muitos dos nossos políticos são contra essa lei, creio que cabe uma intensa fiscalização e acompanhamento dos professores para que pre-feitos e governadores cumpram com a lei, bem como acompanhar as movimentações no congresso para evitar lobby que podem derruba-la. Os alunos rasgam os livros e jogam fora: Muitas vezes quando não entendemos o significado de algo, não damos valor para ele. Assim funciona com muitas coisas (sobretudo públicas). No início do ano leti-vo é extremamente importante ensinar como se deve utilizar o livro didático, deixar claro que ele não é de graça e que será um suporte às aulas. É sempre preciso retomar essa discussão. O processo de cons-cientização não é simples e não será em uma ou duas conversas que aqueles que não respeitam o patrimônio público vão demonstrar valor pelo livro didático. Muitas redes trabalham com apostilas para os alunos e não permitem o uso do livro didático: Realmente, algumas redes trabalham com o caderno do aluno. Entendo que esses cadernos (como o das redes públicas estaduais de São Paulo e do Paraná) apresentem exercícios explorando algumas competências dentro do que estabelecem sobre seu “currículo mínimo”, porém, longe de defender a ideia de “currículo mínimo”, devemos pensar que não podemos nivelar nossos alunos e nossas aulas pelo “mínimo”. É direito de o aluno ter o “máximo”, ou seja, precisamos aprofundar as discussões de forma com que consi-gamos desenvolver as competências cognitivas nos nossos alunos, e não somente realizar as atividades dos “caderninhos” (já que as res-postas estão todas na internet). Entendo que a partir das orientações e sugestões dos livros didáticos podemos potencializar as aulas trazendo maior significado ao aluno. Claro que alguns pontos merecem ser destacados como, por exemplo, a prática da cópia! A cópia do livro didático não tem sentido algum e essa sim é uma prática que não ajuda em muita coisa. Já as sugestões de livros, filmes, sites e reportagens de jornal que o livro apresenta ajuda o professor a trabalhar com diferentes lingua-gens e trazer diferentes perspectivas à sua aula. Caso discorde de al-gum ponto tratado no livro (o que é comum) pode ser utilizado, inclusi-ve, como ponto de apoio para desenvolver um debate sobre o tema. Por fim, mas sem querer esgotar o debate, é preciso lutar para que tenhamos horas de planejamento individual e coletivo. É preciso que tenhamos tempo para escolher bons livros que possam nos ajudar e é preciso (principalmente) estudar e conhecer diversas outras formas de trabalharmos em sala de aula. E você? O que acha dessa discussão? Como é sua experiência na escola? O que você acha do livro didático? Como podemos juntos, melhorar a nossa prática sobre ele?

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. [email protected]

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Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 10

Cultura simbólica (artigo continuado) O BRASIL NUNCA FOI UMA COLÔNIA!

PARTE IV - FINAL

“A expansão portuguesa não foi, nem fruto do acaso, nem um feito político da Coroa ou de cortesão esforçados, antes a missão de

uma Ordem iniciática.”

Manuel J. Gandra POR: Loryel Rocha

Longe ser uma coincidência, é no seu reina-do, em 1529, que frei António de Lisboa levou a cabo a reforma da Ordem de Cristo, destru-indo e queimando todos os arquivos da Or-dem, praticamente dissolvendo-a e, transfor-mando-a numa ordem de clausura. D. João III é tido como pai-fundador e protetor da Com-panhia de Jesus, a quem confia a missão de “irradiar a fé cristã”, um contraponto ao ideal templário de dilatar Fé e Império. D. João III nomeia o Pe. Manoel da Nóbrega primeiro Secretário da Educação do Estado do Brasil para estabelecer a rede espiritual da educa-ção luso-brasileira, fazendo com que, durante longos anos o ensino público de Humanida-des só se ministrasse nos Pátios da Compa-nhia de Jesus. Os jesuítas eram professores pagos pela Coroa Portuguesa. É também de-veras sintomático os seguintes fatos: o episó-dio das Bandeiras e dos Bandeirantes envol-vendo jesuítas portugueses e os jesuítas es-panhóis; o fato de estar a Companhia de Je-sus diretamente envolvida nas questões da mineração do Brasil “colônia”; o envolvimento dos jesuítas com a revolta de Amador Bueno, episódio separatista que arrolava à São Paulo separação da Coroa Portuguesa. De todos estes episódios, o dos Sete Povos da Mis-sões constitui o caso mais emblemático e trá-gico envolvendo jesuítas, portugueses e ín-dios. Muito embora Tito Lívio (A Ordem de Cristo e o Brasil) distingua sobremaneira a atuação dos jesuítas portugueses dos jesuítas espanhóis, Frei Bernardo da Costa (in: Inédi-tos da Crónica da Ordem de Cristo) apresenta um Compêndio Histórico sobre os jesuítas e a Ordem de Cristo que contém denúncias gra-ves. Frei Bernardo acusa os jesuítas de se apos-sarem não só do patrimônio templário perten-cente a Ordem de Cristo, bem como, de inten-

taram assumir o seu papel no desempenho do ideal sinárquico. Este documento elucida os estragos e ruínas que a Companhia de Je-sus fez ao Reino e aos templários. Não sem razão, Gandra afirma que D. João II ao mudar o destino nacional o transforma numa questão de “Secos e Molhados”, ou seja, numa mera questão de finanças, de procura por riquezas materiais, caminho diametralmente oposto ao perseguido pela Ordem do Templo e sua su-cedânea a Ordem de Cristo. O início da deca-dência de Portugal, com claras repercussões para a futura história brasileira. No tocante à questão do referido desempe-nho do ideal sinárquico dos jesuítas em solo brasileiro, Wilson Martins (in: Historia da inteli-gência brasileira (1550-1794), vol. I. São Pau-lo: T.A. Queiroz, 1992, p.13-14), afirma que os dados da Companhia de Jesus revelam algumas singularidades, onde percebe-se um plano de “conquista espiritual”, refletido na estratégica instalação e disseminação geo-gráfica dos colégios jesuítas, que rejeitavam tudo que viesse a ser profano. Alerta para o fato de o fundador português da Companhia de Jesus, o Pe. Simão Rodrigues ser também o “implacável e encarniçado denunciador de Damião de Góis perante os tribunais da Inqui-sição”. Damião de Góis, comendador da Or-dem de Cristo, guarda-mor da Torre do Tom-bo, cronista-mor do Reino, embaixador de Portugal nas cortes da Europa, foi um dos maiores pensadores portugueses. Persona-gem importante para os planos do rei D. Se-bastião, que em 1572, tinha conseguido do Papa Pio V a autorização para (ré)-reformar os estatutos das ordens religiosas e militares de Cristo, Aviz e Santiago. Pretendia o rei fa-zer renascer a antiga força militar destas or-dens. Neste quesito, Damião de Góis era um personagem central. O jovem rei afastava-se do seu tio, Cardeal-Inquisidor (futuro rei de Portugal) e dos dois padres jesuitas que o ha-viam educado. Damião de Góis foi assassina-do. Tito Lívio (op. cit.,1980) apresenta a per-sonalidade “ressentida” e a “sede de poder” que apresentava o Pe. Simão Rodrigues. No entanto, embora tenha havido uma quebra de harmonia, o ideal sinárquico dos templá-rios pode ser vislumbrado nos reis seguintes à D. João II, notadamente em D. Afonso V, D. Manuel I, D. Sebastião I, D. João IV e D. João VI. Dos Descobrimentos Marítimos (1500) até a proclamação da Independência do Brasil (1822) Portugal teve 12 Reis, suprimindo-se o Cardeal-Rei D. Henrique (1580) e a Dinastia Filipina (1640). Sendo o Brasil Província de Portugal, estes reis também pertencem a his-tória brasileira, pois, são igualmente reis do Estado do Brasil.

Consigna Tito Lívio (1980, p. 57) sobre o no-me Terra de Vera Cruz atribuído ao Brasil: “Alí não foi hasteada a bandeira do Rei, a bandeira da Coroa Portuguesa, mas, a ban-deira da Ordem de Cristo, porque esse patri-mônio lhe fora adjudicado pelos Papas Marti-nho V, Nicolau V e Calisto III, no século XV.[…] O fato de a terra descoberta em 1500 re-ceber o nome de Província de Santa Cruz es-tá explicado”. Estes breves traços são suficientes para se verificar que a matéria que envolve a palavra “colônia” aplicada ao Brasil não é matéria dis-picienda e “dá panos para a manga”, segundo o dito popular. Este fio de Ariadne perpassa toda a Dinastia de Avis e dos Bragança para desembocar nos dias de hoje. Assim, constitui matéria de alta relevância os acontecimentos históricos envolvendo a Or-dem do Templo e sua sucedânea, a Ordem de Cristo no tocante as matérias respeitantes à história do Brasil. Suprimi-las, ou antes, de-legar exclusivamente à Portugal tal herança, é uma fórmula bem eficaz de escamotear a his-tória. Fernando Pessoa (Mensagem), de modo lapi-dar, diz: Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal. Vaticina a poetisa e folclorista brasileira Anna Maria Dutra de Menezes de Carvalho (in: As Brasilíades), entendendo ser chegada a hora de quebrar o silêncio:

É difícil atingir o mistério sagrado que envolve o Brasil em oculta intenção

perguntar qual Missão, intuir qual mestrado ilumina o futuro desta nossa nação.

E quando este gigante de repente acordar vão rugir pororocas, vão cantar minuanos e os mitos secretos e os tesouros do mar

surgirão nos espaços, sagrados, profanos, e será revelado em seu credo abismal

o silêncio de Deus, pela voz da verdade e o Brasil transmutado, paraíso ideal

será Ele, só Ele, por toda a eternidade!

Loryel Rocha Email: [email protected] Site: http://www.imub.org/o-instituto/

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Mantido o texto original em português de Portugal

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 11

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Potência mundial: O Brasil? Nos anos em que o tradicional mundo oc-idental/desenvolvido esteve em crise, a par-tir de 2009, um grupo de países teve um período de crescimento econômico, entre eles, o Brasil. Um período parecido com o milagre econô-mico brasileiro entre 1968 e 1973, com a diferença de que neste mais recente, houve redução da desigualdade. Em ambos os períodos, houve a propagação do senti-mento ufanista de “Brasil potência mundial”. O tempo de vida do ser humano é curto, então passa-se a sensação de que é um grande crescimento. Mas, se considerar-mos o contexto “tempo” segundo a História, são ciclos curtos, comparáveis a “voo de galinha”, assim como o contínuo cresci-mento chinês é comparável a “voo de á-guia”. O Japão é considerado uma grande potên-cia no mundo, e o crescimento japonês a-pós a Segunda Guerra Mundial foi conse-cutivo de 1950 à 1990. A China, que tam-bém é considerada uma grande potência no mundo, o crescimento chinês começou nos anos 70 durante o governo de Deng Xiaoping, e foi consecutivo por décadas. A Alemanha Ocidental pós-Segunda Guer-ra Mundial teve crescimento contínuo des-de os anos 50. E a Alemanha reunificada em 1990 é atualmente a potência hegemô-nica da Europa. Enfim, uma potência mun-dial é um país que cresceu continuamente por décadas, e não por alguns anos. Outro detalhe de uma superpotência mun-dial. Voltamos aos anos da Guerra Fria, es-pecificamente nas décadas de 50, 60 e 70. Os Estados Unidos eram o que é hoje, uma economia capitalista. Tinham uma inclina-ção mais keynesiana e menos liberal, mas eram um país capitalista.

A União Soviética era um país socialista, marxista. Tinha um pensamento econômico antagônico ao dos Estados Unidos e Euro-pa Ocidental. Não tinham quase nada em comum quanto a crenças econômicas e po-líticas. Mas os americanos e soviéticos é que tinham a maioria das armas nucleares, dos equipamentos e veículos militares mais avançados, e a tecnologia de exploração espacial mais avançada. Foram os soviéticos de ideologia anti-capitalista que criaram o satélite artificial e colocou o primeiro ser humano no espaço. O que os americanos e soviéticos tinham em comum? Os melhores cientistas do mundo à sua disposição. E alguns deles serviram a Alemanha nazista, inclusive. Ser exportador de bens em estado bruto não faz nenhum país ser potência mundial. No mundo a partir da Revolução Industrial, o que faz um país ser potência mundial é ter capacidade de produzir tecnologia avan-çada. Mesmo que apenas tecnologia civil. O caminho que o Brasil tem que percorrer para ser uma potência mundial é de cresci-mento contínuo durante décadas (isto é, a longo prazo), e ter em abundância mão-de-obra capaz de produzir tecnologia avança-da. E, para que consiga produzir tecnologia avançada, o país tem que investir pesado em educação e em pesquisas científicas. Enquanto a sociedade brasileira como um todo não entender isso, o Brasil país do fu-turo vai ser um sonho distante. Qualquer governo que não assuma a responsabilida-de por melhorar a educação escolar e, pro-mover pesquisas científicas intensivamente mas, discursa que quer fazer do Brasil uma potência global, ou o governante é desinfor-mado, ou está enganando os eleitores. E-leitor, exija que os governantes cuidem bem do ensino escolar e universitário. Pois é isso que realmente dá base ao desenvol-vimento de um país. João Paulo E. Barros

FRASES SOBRE MENTIRAS FRASES SOBRE MENTIRAS FRASES SOBRE MENTIRAS FRASES SOBRE MENTIRAS

E MENTIROSOSE MENTIROSOSE MENTIROSOSE MENTIROSOS

* * * “Mentir demanda trabalho, esforço de imagina-ção, engenho agudo. Quem mente é obrigado a

mentir mais, a mentir sempre”.

Galeão Coutinho

* * * “Não mentir é talvez a forma mais rara de

heroísmo “ Francisco de Bastos Cordeiro

* * *

”Que vantagem têm os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade”.

Aristóteles

* * * “É difícil acreditar que um homem está a dizer a verdade quando você sabe que mentiria se esti-

vesse no lugar dele”. Henry Mencken

* * *

“As pequenas mentiras fazem o grande mentiroso”.

William Shakespeare

* * * “Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma

carpa de verdade”. William Shakespeare

* * *

“O sucesso tem sido sempre um grande mentiroso”. Nietzsche

* * *

“As mentiras mais cruéis são frequentemente ditas em silêncio”. Robert Stevenson

* * *

“E, afinal de contas, o que é uma mentira? É apenas a verdade mascarada”

George Lord Byron

* * * “Nem todas verdades se podem dizer”.

Josué de Castro

Brasil - Desenvolvimento

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 12

Nossas crianças

Trabalho Infantil O trabalho infantil no Brasil ainda é um gran-de problema social. Milhares de crianças ain-da deixam de ir à escola e ter seus direitos preservados, e trabalham desde a mais tenra idade na lavoura, campo, fábrica ou casas de família, em regime de exploração, quase de escravidão, já que muitos deles não chegam a receber remuneração alguma. Hoje em dia, em torno de 4,8 milhões de crianças de ado-lescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil, segundo PNAD 2007. Desse total, 1,2 milhão estão na faixa entre 5 e 13 anos.

Apesar de no Brasil, o trabalho infantil ser considerado ilegal para crianças e adolescen-tes entre 5 e 13 anos, a realidade continua sendo outra. Para adolescentes entre 14 e 15 anos, o trabalho é legal desde que na condi-ção de aprendiz.

Crianças que trabalham

O Peti (Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil) vem trabalhando arduamente para erradicar o trabalho infantil. Infelizmente mes-mo com todo o seu empenho, a previsão é de poder atender com seus projetos, cerca de 1,1 milhão de crianças e adolescentes traba-lhadores, segundo acompanhamento do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). Do total de crianças e adolescentes atendidos, 3,7 milhões estarão de fora.

Ao abandonarem a escola, ou terem que divi-dir o tempo entre a escola e o trabalho, o ren-dimento escolar dessas crianças é muito ruim, e serão sérias candidatas ao abandono esco-

lar e consequentemente ao despreparo para o mercado de trabalho, tendo que aceitar sub-empregos e assim continuarem alimentando o ciclo de pobreza no Brasil.

Sabemos que hoje em dia, a inclusão digital (Infoinclusão) é de extrema importância. Além da conclusão do ciclo básico de educação, e da necessidade de cursos técnicos, e da con-tinuidade nos estudos, o computador vem se tornando fundamental em qualquer área de trabalho.

Desde que entrou em prática, no final de no-vembro de 2005, o projeto de inclusão digital do governo federal, Computador para Todos - Projeto Cidadão Conectado registrou mais de 19 mil máquinas financiadas. Programas do Governo Federal juntamente com governos estaduais, pretendem instalar computadores e acesso a internet banda larga em todas esco-las públicas até 2010. Com isso esperam que o acesso a informações contribuam para um melhor futuro às nossas crianças e adoles-centes.

Perfil do trabalho infantil no Brasil

Como já era de se esperar, o trabalho infantil ainda é predominantemente agrícola. Cerca de 36,5% das crianças estão em granjas, sí-tios e fazendas, 24,5% em lojas e fábricas. No Nordeste, 46,5% aparecem trabalhando em fazendas e sítios.

A Constituição Brasileira é clara: menores de 16 anos são proibidos de trabalhar, exceto como aprendizes e somente a partir dos 14. Não é o que vemos na televisão. Há dois pe-sos e duas medidas. Achamos um absurdo ver a exploração de crianças trabalhando nas lavouras de cana, carvoarias, quebrando pe-dras, deixando sequelas nessas vítimas inde-fesas, mas costumamos aplaudir crianças e bebês que tornam-se estrelas mirins em no-velas, apresentações e comerciais.

A UNICEF declarou no Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil (12 de junho) que os esfor-ços para acabar com o trabalho infantil não serão bem sucedidos sem um trabalho con-junto para combater o tráfico de crianças e mulheres no interior dos países e entre fron-teiras. No Dia Mundial contra o Trabalho In-fantil, a UNICEF disse/referiu com base em estimativas que o tráfico de Seres humanos começa a aproximar-se do tráfico ilícito de ar-mas e drogas.

Longe de casa ou num país estrangeiro, as crianças traficadas – desorientadas, sem do-cumentos e excluídas de um ambiente que as proteja minimamente – podem ser obrigadas

a entrar na prostituição, na servidão domésti-ca, no casamento precoce e contra a sua von-tade, ou em trabalhos perigosos.

Embora não haja dados precisos sobre o tráfi-co de crianças, estima-se que haverá cerca de 1.2 milhões de crianças traficadas por ano.

O que é o trabalho infantil

Trabalho infantil é toda forma de trabalho e-xercido por crianças e adolescentes, abaixo da idade mínima legal permitida para o traba-lho, conforme a legislação de cada país. O trabalho infantil, em geral, é proibido por lei. Especificamente, as formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil não apenas são pro-ibidas, mas também constituem crime.

A exploração do trabalho infantil é comum em países subdesenvolvidos,e países emergen-tes como no Brasil, onde nas regiões mais pobres este trabalho é bastante comum. Na maioria das vezes isto ocorre devido à neces-sidade de ajudar financeiramente a família. Muitas destas famílias são geralmente de pessoas pobres que possuem muitos filhos. Apesar de existir legislações que proíbam ofi-cialmente este tipo de trabalho, é comum nas grandes cidades brasileiras a presença de menores em cruzamentos de vias de grande tráfego, vendendo bens de pequeno valor mo-netário.

Apesar de os pais serem oficialmente respon-sáveis pelos filhos, não é hábito dos juízes puni-los. A ação da justiça aplica-se mais a quem contrata menores, mesmo assim as pe-nas não chegam a ser aplicadas.

Conhece alguma criança nesta situação?

Denuncie !!!

Fonte:br.guiainfantil.com

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Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 13

Sobre maiorias IMIGRANTE E REFUGIADO – QUAL A DIFERENÇA?

Você sabe a diferença?

Refugiado é a pessoa que foge de seu país para escapar de alguma guerra local ou perseguição que esteja sofrendo em sua terra. É pre-ciso provar a existência desse tipo de situação que justifique uma fu-ga para ser considerado um refugiado. De acordo com a Convenção dos Refugiados, realizada após a se-gunda guerra mundial, um refugiado é uma pessoa que por medo de ser “perseguida por motivos raciais, religiosos, de nacionalidade ou por fazer parte um grupo social ou ter determinada opinião política não está disposto a se colocar sobre a proteção daquele país”. Imigrante é uma qualquer pessoa que muda de um país para outro para fixar residência, essa mudança só não pode ser caracterizada como a fuga de uma guerra ou perseguição – pois assim é um refugi-ado, como já foi dito. Os imigrantes podem estar fugindo de condi-ções de vida difíceis como a pobreza, ou simplesmente estar em bus-ca de uma vida melhor, de novas oportunidades. Há muitos imigran-tes que mudam de país também para se juntar a seus parentes.

EM CASOS EXTREMOS Existe um debate atual sobre a situação de pessoas que mudam de país para fugir de condições extremas de mudanças climáticas – co-mo a desertificação da região africana de Sahel, por exemplo, ou a inundação de uma ilha costeira em Bangladesh. Há especialistas que defendem que essas pessoas devem ser também consideradas refu-giados e outras que acham que são imigrantes, ainda não há um con-senso.

O CASO ATUAL DA EUROPA – SÃO IMIGRANTES OU REFUGIADOS? De acordo com as Nações Unidas, a maior parte das pessoas que chegaram nas embarcações precárias à costa da Europa em 2015 são refugiados, pois vieram de países em guerra. A Itália e a Grécia, aqueles que mais receberam pessoas durante esse ano, vieram de países que são considerados “produtores de refugiados”, e são pes-soas que necessitam de proteção internacional. No entanto, não são todas. Uma pequena parcela dessas pessoas que chegam à Europa em busca de refúgio vêm de países que não estão em guerra e por-tanto podem corretamente ser classificados como imigrantes.

COMO DIFERENCIÁ-LOS EM SOLO EUROPEU? É preciso, na chegada à Europa, provar sua nacionalidade e residên-cia para mostrar que vem de um país em guerra ou provar que sofre perseguição e que sofreriam risco de vida se mandados de volta ao seu país. Dentro das embarcações, os traficantes de pessoas não estão preocupados em separar aqueles que serão considerados imi-grantes ou refugiados e, na chegada ao velho continente, há discór-dias e revoltas quando essa distinção é feita.

DIREITOS DOS REFUGIADOS No Brasil, o assunto imigrante ou refugiado também esteve em alta com a chegada de 40 mil haitianos no país após o terremoto ocorrido em 2010. Com a chegada de um contingente grande de pessoas que necessitavam de proteção internacional foi preciso rever os direitos que essas pessoas tinham. Confira quais são os direitos dos refugia-dos no Brasil e no mundo: Ao chegar ao país, o imigrante pode pedir o refúgio. Após a formali-zar a solicitação formal de refúgio regulariza a permanência do solici-tante no país, garantindo-lhe o direito ao trabalho (até nove meses após sua chegada) e o acesso aos serviços públicos de saúde e edu-cação e a um abrigo em um centro de recepção, mesmo que tempo-rariamente. Mesmo os estrangeiros que se encontram em situação irregular, de-vem ter sua integridade e dignidade respeitadas de acordo com os princípios internacionalmente reconhecidos de direitos humanos. Ele tem o direito de não ser mandado de volta ao seu país.

A SOLUÇÃO QUE A EUROPA ESTÁ BUSCANDO Há muitos anos os países que compõem a União Européia tentam entrar em acordo quanto à política de asilo, o que tem sido algo muito complicado. Defender os direitos dos imigrantes pobres está difícil em um ambiente econômico sombrio. Muitos europeus estão desempre-gados e temem a concorrência com os trabalhadores estrangeiros e os países da União Europeia não se entendem sobre como dividir o problema dos refugiados. A intenção da União Europeia é propor um plano que estabelece co-tas para o abrigo de refugiados por parte dos países-membros. A in-tenção é aliviar a pressão dos países na costa do Mar Mediterrâneo, que recebem o maior contingente de imigrantes. A ideia é tentar dis-tribuir de forma mais igualitária, já que apenas 5 países abrigam 2/3 dos pedidos de asilo. O novo sistema que se está tentando estabelecer iria enviar o máxi-mo de refugiados para cada país, baseado no tamanho da poupança, PIB e níveis de desemprego. Ainda não há número de refugiados destinado a cada país.

PARA ONDE OS REFUGIADOS DA EUROPA ESTÃO SENDO ENVIADOS?

O país que mais tem recebido pedidos de asilo político é a Alemanha, que tem a previsão de receber cerca de 800 mil refugiados só esse ano. Rastreamentos recentes mostram milhares de pessoas tentando alcançar a Alemanha e outros países da UE por meio da Grécia e pe-lo oeste dos Bálcãs. Ainda não estão definidos quantos refugiados serão enviados a cada país, mas além da Alemanha, a Grécia, Itália e Malta são os que mais têm recebido pedidos de asilo.

Fonte: e-konomista.com.br/

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DESIGUALDADES

Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um

circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso na mão de poucos.

Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 14

Meio Ambiente

DESMATAMENTO E DESERTIFICAÇÃO

Causas do des-matamento A redução de grandes florestas em consequên-cia de corte ou queimadas leva à perda de muitas espécies animais e vege-tais e, em decorrência

disso, a um empobrecimento da biodiversidade. Causa também uma diminuição de nutrientes na biomassa e nos solos, já que, não existindo a proteção da cobertura vegetal, o substrato é arrastado por escoamento. Além disso, o desmatamento faz com que diminua a capacidade de regulação climática que as grandes superfícies florestais exercem com a evapotranspiração. Calcula-se que, atualmente, o ritmo de perda de florestas pluvi-ais seja aproximadamente de 1.200 a 1.800 ha por hora. Conse-quentemente, várias dezenas de espécies animais e vegetais extinguem-se todos os dias. Apesar de, no final do séc. XX, ter diminuído a taxa de desmatamento, o problema é ainda grave. Assim, entre 1990 e 1995 perderam-se 65 milhões de hectares de florestas pluviais, segundo um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) de 1997. As zonas mais prejudicadas encontram-se na Ásia, nas ilhas do Pacífico e na África equatorial. • A exploração madeireira A exploração florestal é a causa principal da perda de florestas. Concentra-se num único recurso, a madeira, especialmente as madeiras nobres (teca, mogno, etc.) de procura internacional. Para muitos países em desenvolvimento, a exportação desta matéria-prima é uma fonte de ingressos importante que permite reduzir a dívida externa. O problema acentua-se quando os re-cursos explorados não são restabelecidos. • A obtenção de lenha A obtenção de combustível doméstico é outra das causas do desmatamento. Envolve lugares com uma alta densidade demo-gráfica, como as florestas da Índia, da China e da África subsaa-riana. • Os movimentos de população Alguns governos promoveram a migração para as florestas com o intuito de resolver a superpopulação de algumas áreas urba-nas e, assim, melhorar as condições de vida da população. Para sobreviverem, a única opção dos migrantes era cortar as árvo-res e queimá-las para plantar as suas lavouras. No entanto, o rendimento dessas terras dura apenas alguns anos. Com efeito, os solos tropicais não são adequados para a agricultura intensi-va de longo prazo, já que se degradam rapidamente depois que as árvores são cortadas. Deste modo, os novos habitantes das florestas tornaram-se trabalhadores rurais sem terra. • A pecuária A terceira causa do processo de degradação florestal, depois do corte das árvores e da agricultura temporária, é a pecuária. Avalia-se que, no começo, seja possível manter uma vaca por hectare, enquanto cinco anos depois são precisos cinco hecta-res para uma única vaca. Passados dez anos, deve-se transferir o rebanho para novos pastos.

• Os recursos do subsolo Quando na floresta pluvial existem jazidas de petróleo, o desma-tamento produz-se devido à construção de vias de acesso e aos trabalhos de prospecção. A exploração de petróleo contamina a região com sulfatos, cianetos e mercúrio, entre outras substân-cias poluentes. O Equador é um dos países que perderam mais massa florestal por esta razão. Neste caso, o desmatamento ocorre antes dos trabalhos de ex-tração dos minerais, ainda que, cada vez mais, esteja previsto o reflorestamento depois das extrações. A construção de estradas de acesso facilita a penetração de colonos, atraídos pela eleva-ção do nível de vida na zona de mineração. A atividade minerado-ra tem como consequência a poluição, especialmente dos rios. As zonas do planeta mais afetadas pelas explorações minerado-ras são a bacia amazônica, a Guiné, as Filipinas e a Indonésia. • As infraestruturas As barragens e os canais são algumas das grandes obras de infraestrutura causadoras do desmatamento. O impacto ecológi-co não se limita às florestas inundadas pelas águas. Uma grande quantidade de espécies adaptadas às flutuações sazonais dos rios desaparece ou se reduz. Além disso, diminui o solo aluvial, muito rico para a agricultura.

Do desmatamento à desertificação A redução da cobertura vegetal conduz à erosão. A força com que as gotas de chuva chegam ao solo é muito maior no solo sem cobertura, cuja capacidade de erosão pode chegar a multi-plicar-se por 50. As perdas de água por infiltração aumentam e os rios e as torrentes tornam-se violentos ao carecerem de vegetação que os refreie. O arrastamento de pó e a rápida dre-nagem do solo desprotegido fazem com que as plantas fiquem enterradas num substrato cada vez mais instável. Após os cortes, as queimadas, o cultivo e o pastoreio, a produti-vidade das terras exploradas se iguala à de um deserto. A situa-ção piora ainda devido à pobreza, que aumenta a pressão huma-na sobre os recursos naturais. • Bacia amazônica e Caribe A bacia amazônica contém a mais extensa superfície de florestas pluviais, de cerca de 600.000 ha. No entanto, só na década de 1980 esta zona sofreu uma perda de massa florestal equivalente a mais de 10 % da sua superfície total. O fenômeno está relacio-nado à distribuição desigual da propriedade. Como consequência, um grande número de trabalhadores rurais sem terra se instala na floresta para conseguir espaço para a agricultura. A situação nas ilhas do Caribe é ainda mais grave. O Haiti, por exemplo, perdeu mais de 95 % das suas florestas primitivas e atualmente 30 % do seu território são improdutivos. Em países como o Peru, o Equador e a Colômbia, o tráfico de drogas faz com que as florestas sejam devastadas para em seu lugar cultivar coca ou papoula. • África e Madagascar O ritmo da perda de massa florestal nesta região é estimado em 4 % ao ano. Uma das principais causas de desmatamento é a exploração madeireira. Madagascar é uma das zonas que sofre maior impacto devido fundamentalmente ao crescimento exponencial da sua população (a qual, provavelmente, ainda duplicará nas próximas décadas).

Na década de 1980, a ilha conservava metade das suas florestas pluviais. • Ásia meridional Myanmar, Tailândia e Malásia apresentam as taxas de desmata-mento mais elevadas do planeta, devidas, por um lado, às neces-sidades de terras agrícolas para uma população em crescimento e, por outro, à exploração de madeiras nobres para exportação internacional.

Exploração sustentável das florestas tropicais

Nos últimos tempos estão sendo aventadas algumas opções para uma exploração sustentável das superfícies de floresta pluvial e para evitar o corte em grande escala da mata primária (mata virgem). Uma melhor gestão do setor florestal, outros usos da terra e políticas governamentais adequadas constituem a base para um novo tipo de desenvolvimento.

Desertos em expansão O fator comum entre desmatamento e desertificação é a situa-ção de pobreza em que se encontra a população das zonas afe-tadas por ambos os fenômenos. Segundo o Programa das Na-ções Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a desertificação priva anualmente os países afetados de cerca de 42 bilhões de dólares.

• As causas da desertificação O termo desertificação designa o processo de transformação de terras em deserto. A eliminação da vegetação natural acelera os processos de erosão hídrica e eólica e favorece o processo de desertificação. Atualmente, os desertos encontram-se em expansão como con-sequência das atividades humanas. Os cientistas calculam que eles avançam a um ritmo de 60.000 km2 por ano. As principais causas da desertificação são as seguintes: — Pecuária extensiva: com a utilização irracional da vegetação para a pecuária. Esta é a causa de mais de uma quarta parte das terras que se desertificam todos os anos. — Agricultura em situações-limite: em muitas zonas semi-áridas corta-se ou queima-se a vegetação lenhosa ou arbustiva para arar e semear a terra. A eliminação da vegetação nativa e o cultivo de espécies pouco adaptadas aos ambientes áridos ace-leram o processo de desertificação. Este tipo de agricultura é responsável pela metade das terras que se desertificam anual-mente. — Recolhimento de combustível doméstico: o consumo de lenha é muito importante nas zonas pobres da África e da Ásia. Calcula-se que uma única pessoa consome mais de 2,5 t de lenha por ano, o que equivale (em ambientes áridos) a toda a biomassa existente numa zona de cerca de 4 ha. — Secas prolongadas: a seca provoca a diminuição do número e do tamanho das árvores, assim como queda na produção da vegetação natural e dos cultivos. Dentro do vasto conjunto de fatores que contribuem para a de-sertificação, encontram-se também a salinização do solo causa-da por um excesso de irrigação, a erosão eólica, a urbanização, a construção de obras de infraestrutura e o turismo. Fonte: http://mario-mascarenhas.blogspot.com.br/

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

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Junho 2016 Gazeta Valeparaibana Página 15

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EUROPA hoje e ontem (artigo continuado)

Por: Michael Löwy Sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique

(CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências

Sociais, é autor de Walter Benjamin: aviso de incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da

revolução no jovem Marx (2012) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de

Walter Benjamin

Capitalismo e democracia na Europa

PARTE VI

O premiê inglês Winston Churchill viajou pessoalmente para Atenas, quando obtidas garantias de segurança, a fim de coordenar pessoalmente a repressão britânica contra a esquerda e os setores que resistissem à “nova ordem”, tendo como testemunha de suas reuniões com as autoridades gregas o próprio embaixador da URSS. Gangues de direita mataram mais de 1.100 civis nas ruas, deflagrando a guerra civil; forças militares do governo começaram a combater o Exército Democrático da Grécia (DSE), organizado pelo KKE e composto majoritariamente por an t igos so ldados da ELAS. O descontentamento social e político se propagou: a economia capitalista grega se encontrava em situação terminal, o governo protegia os colaboradores do nazismo e conservava os sinistros “Batalhões de Segurança” das antigas autoridades colaboracionistas. Prevendo um iminente choque militar, uma guerra civil, Churchill enviou do Egito a Brigada de Montanha, uma tropa inglesa de contra insurgência. A Grécia se viu assim envolvida em uma longa e sangrenta guerra civil interna, que culminou com a derrota das forças irregulares por volta de 1949, forças que enfrentaram uma coalizão político-militar de todas as forças vencedoras da guerra mundial (URSS incluída), o que levou o premiê inglês Winston Churchill a declarar na Câmara dos Comuns: “Acredito que o trotskismo defina melhor o comunismo grego e de outras seitas do que o termo habitual. E tem a vantagem de ser também repudiado na Rússia (risos prolongados)”.

O Kapitanios Aris Velouchiotis, chefe militar da ELAS que condenava os acordos patrocinados pelos aliados como uma capitulação política, foi expulso do PC grego e denunciado como traidor; logo depois, foi caçado pelos “brancos” protegidos pelos britânicos e assassinado no dia 16 de junho de 1945; sua cabeça foi exposta em praça pública. A guerra civil grega, no entanto, não fazia senão começar. Em 28 de novembro, Papandreou anunciou a dissolução de todos os grupos armados da resistência antinazista.

Os comunistas aceitaram a decisão, mas exigiram a retirada da Brigada de Montanha, e em seguida pediram sua demissão do governo. Em dezembro, o PC grego e o EAM organizaram uma greve geral e manifestações que o exército britânico e a polícia reprimiram violentamente. Iniciaram-se então os combates entre a ELAS e as tropas britânicas, assistidas pelos corpos gregos regulares e os antigos “colaboradores”.

Em seu discurso à Câmara dos Comuns, Churchill anunciou: “Trata-se de um combate de três ou quatro dias destinado a prevenir um massacre horrendo no centro de Atenas, cidade onde todas as formas de governo foram varridas, e onde há o risco da instalação de um trotskismo nu e triunfante” (grifo nosso). A obsessão de Churchill com o trotskismo (um governo operário e das massas) era perfeitamente consciente, não um recurso retórico. Depois de 33 dias de combate, a ELAS, derrotada apenas em Atenas, assinou um armistício sob a pressão do Partido Comunista, em 12 de fevereiro de 1946, fixando as modalidades do desarmamento da ELAS, o adiamento das eleições e a não participação da EAM no governo; os acordos foram assinados com o governo Plastiras. Em 31 de março de 1946, realizaram-se eleições para o parlamento grego – boicotadas pelo KKE – formando-se um novo governo, de centro-direita. Em seguida, um referendo, realizado em 1º de setembro, permitiu a restauração da monarquia, e o rei George II voltou a Atenas. A EAM, que controlava a maior parte da Grécia, ainda tentou tomar o controle da capital, mas foi derrotada. A derrota das forças da EAM significou o fim da sua primazia política: a ELAS fora desarmada, a EAM continuou como uma organização multipartidária.

Finalmente, no final de 1946, apesar das reticências do PC grego (KKE), como reação defensiva ao “terror branco” e sem dúvida sob a pressão do PC iugoslavo, um exército de partisans gregos foi reconstituído nas montanhas sob o comando do general Markos, beneficiado da ajuda iugoslava. A guerra civil grega foi travada entre 1946 a 1949, envolvendo as forças armadas do governo monárquico grego, apoiadas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos, contra o KKE e seu braço armado, o Exército Democrático da Grécia (DSE), juntamente com a Frente Nacional de Liberação (EAM) e seu braço armado, a ELAS, com o apoio da Bulgária, Iugoslávia e Albânia. O mortífero gás napalm foi usado pela primeira vez no pós-guerra pelas Forças Armadas dos EUA na guerra civil grega; aldeias inteiras foram destruídas e queimadas, junto com seus habitantes. No total, houve 158.000 mortos durante o conflito, e um milhão de pessoas foram “realocadas” durante a guerra.

A situação grega configurava uma crise internacional: “Na reunião soviético-búlgaro-iugoslava de Moscou, o problema da federação balcânica e danubiana apareceu

ligado à questão grega. Pouco antes da reunião de Moscou, o governo albanês havia solicitado do governo iugoslavo o envio de duas divisões da fronteira greco-albanesa. Belgrado deu uma resposta favorável, mas Molotov comunicou aos iugoslavos que o governo soviético se opunha resolutamente, ameaçando em tornar pública sua atitude se os governos de Tirana e Belgrado não anulassem as medidas previstas. Na reunião de 10 de fevereiro, Stálin afirmou energicamente que a luta armada na Grécia não tinha o menor futuro e que os iugoslavos deviam interromper a ajuda aos comunistas gregos. Evidentemente, dados os meios militares que o imperialismo americano estava usando na Grécia, as forças revolucionárias não podiam vencer sem uma assistência militar soviética adequada, e Stálin não queria se comprometer nesse terreno. O informe de Zdanov na reunião do Kominform foi suficientemente significativo a esse respeito. A indecisão da Grécia no projeto de federação balcânica equivalia a proclamar publicamente que o movimento comunista estava disposto a intensificar a ajuda aos combatentes gregos. Era um desafio para Washington inconciliável com a estratégia stalinista”.

O Partido Comunista Grego, tendo rejeitado o resultado das eleições de 1946, levantou-se nas montanhas da Macedônia e na região de Épiro, onde estabeleceu um governo paralelo na cidade de Konitsa. O governo monarquista pediu ajuda aos britânicos, os que, por sua vez, pediram reforços ao presidente dos EUA, Harry Truman. Os comunistas tinham apoio político e logístico dos recém fundados Estados “democrático-populares” do Norte (Albânia, Iugoslávia, Bulgária). Apesar do fracasso militar das forças governistas de 1946 até 1948, o aumento da ajuda norte-americana ao governo monárquico grego, a diminuição do recrutamento de voluntários para o DSE e os efeitos da ruptura Tito-Stalin levaram à derrota dos insurgentes; os monarquistas conseguiram se impor militarmente. O projeto de Federação dos Bálcãs naufragou junto com os antares gregos na sua guerra contra a aliança monárquico-burguesa-inglesa-americana. Em janeiro de 1948, o veterano dirigente da Internacional Comunista Georges Dimitrov deu a conhecer um projeto de Confederação Balcânico-Danubiana, englobando a Polônia, a Tcheco-eslováquia e a Grécia. Algumas semanas depois, a Pravda de Moscou se manifestou contrária a esse projeto. Em fevereiro, a imprensa de Belgrado reproduziu o comunicado da Pravda, sem comentários. Dimitrov se retratou publicamente.[21] Na Grécia, por sua vez, o DSE sofreu uma derrota militar catastrófica no verão de 1948, com quase 20.000 baixas. E, em julho de 1949, Tito fechou a fronteira iugoslava com a Grécia, negando proteção ao DSE. Um cessar-fogo na Grécia foi finalmente assinado a 16 de outubro de 1949. Era o fim da guerra civil grega, e também a derrota da revolução.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Junho 2016

Edição nº. 103 Ano VIII

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

Mantido o texto original em português de Portugal

O MÊS DE JUNHO EM PORTUGAL

É por tradição e de âmbito nacional o mês dos santos Populares Com particular relevo em determinadas regiões de Portugal com inci-dência fundamental em Lisboa , cujo padroeiro É o santo António fi-gura de santo casamenteiro abençoa casamentos celebrados colecti-vamente em cerimónia publica.

S. João em Almada, Braga, Porto e outras localidades. De salientar especificamente que o S. João comemorado fundamentalmente na cidade do Porto consegue colocar os participantes numa proximidade única em todo mundo em que as pessoas se saúdam e brincam inde-pendentemente dos seus extractos socioeconómicos em que não e-xistem quaisquer barreiras e preconceitos sociais, o alho-porro é o símbolo das festas sanjoaninas que é dado a cheirar ás multidões que percorrem a cidade.

As festas do S. Pedro são nas zonas de incidência ribeirinha e pisca-tórios que promovem um dinamismo cultural, alegórico e económico que obviamente conseguem congregar a actividade lúdica e de inte-resse internacional turístico. Todos estes eventos atendendo ao seu carácter invulgar são fortemente apreciados por quem nos visita au-mentando o interesse e conhecimento de Portugal nas suas tradições e costumes.

Autor: Alberto Blanquet Portugal

Em Junho MARIA MANUELA MENDES DA SILVA vai expor a sua arte em Alfandega da Fé numa exposição colectiva alusiva às Amen-doeiras em Flor, como também no Museu das Caves de Santa Marta de Penaguião sob e o tema do Douro Vinhateiro. Maria Manuela Mendes da Silva nasceu na cidade do Porto em 9 de Fevereiro de 1948. Primeira filha do pintor e aquarelista José Bastos, desde cedo de-monstrou bastante interesse pela pintura, sendo incentivada tanto pe-lo pai José Bastos como pelo avô, o também pintor Mestre Mendes da Silva. Inscreve-se na então Escola Superior de Belas-Artes do Porto em 1966, onde se licencia em Pintura, começando a leccionar desenho no que era então a Escola Industrial e Comercial de Gondo-mar. A sua obra pode ser caracterizada inicialmente por um estilo fi-gurativo, evoluindo mais tarde para um estilo mais Gestualista, onde procura transpor para o óleo sobre tela, e acrílico sobre tela as trans-parências da aguarela. Maria Manuela Mendes da Silva Bastos Barrancos Fernandes, portu-ense de gema se licenciou em Pintura, na Escola Superior de Belas Artes. Foi professora de Educação Visual, desde 1971 a 2006, dedicando-se exclusivamente á pintura. É membro da Sociedade Nacional de Belas-Artes, e tem trabalhos expostos no European Museum of Mo-dernArt.

Obra e mostras: 1982, 1984, 1985, 1988, 1991 no Ateneu Comercial do Porto 1992, na Escola Secundária Alexandre Herculano 1995, no Ateneu Comercial do Porto 2000, na Galeria da Restauração, no Porto 2001, na Ordem dos Médicos , no Porto 2003, no Europarque , na Vila da Feira 2004, na Galeria da Livraria Letras &Conchas , em Leça da Palmeira Obra 2004 - presente[editar | editar código-fonte] 2006 "Alegoria I", na Galeria Artesis, em Vila Nova de Gaia 2006 "Alegoria II", no Clube Literário do Porto 2006 "A Imaginária Linha", Auditório Câmara Municipal de Gondomar 2007 "Formas do Tempo", no Clube Literário do Porto 2008 "Albedo", no Clube Literário do Porto 2008 "Alegoria III", na Galeria do Café Majestic. 2008 "Gestalt", no Fórum da Maia, na cidade da Maia E outras muito mais exposições desde 2008, sendo a mais recente no dia 11 DE MAIO de 2016

EXPOSIÇÃO ELEMENTOS NA AP'ARTE GALERIA DE ARTE CONTEMPORÂNEA no PORTO

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