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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa- ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 75 Ano VII Fevereiro 2014 Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê “O carnaval é o momento histórico do ano. Paixões, interesses, maze- las, tristezas, tudo pega em si e vai viver em outra parte”, assim Macha- do de Assis começava a crônica de 16 de fevereiro de 1896, publicada na Gazeta de Notícias. Pode surpreender encontrar no texto de um dos mais importantes escritores da língua portuguesa, sério e tímido, a reve- lação sobre seu encanto pelo carnaval – ainda mais em se tratando de crônica e não de ficção. Mas a verdade é que, o evento que, pratica- mente, inaugura todo ano novo no Brasil, faz parte da cultura nacional de tal modo que é impossível lhe passar incólume. A festa embaralha fronteiras étnicas e ajuda a compor a identidade nacional. De origem europeia, o carnaval aportou no Brasil, a princípio destinado à elite. No entanto, também caiu no gosto popular, que lhe acrescentou pitadas da cultura africana, criando uma feição única. Para Maria Isaura Pereira de Queiroz, autora do livro Carnaval brasileiro: o vivido e o mito, “a divisão da festa carnavalesca brasileira em dois ‘carnavais’, um Grande e um Pequeno, aconteceu no final do século XIX, com a ascensão de grupos populares no Rio de Janeiro”. Essa ascensão do carnaval popular foi o resultado de uma série de fatores, entre eles alguns que nada tinham a ver com as clas- ses mais populares. É preciso lembrar que nos anos 20, a inte- lectualidade brasileira envolvida no movimento modernista, volta- va os olhos para o exterior de forma a constituir parâmetros que lhe permitisse enxergar os traços que compunham a identidade da nação. Enquanto parte dos intelectuais optava pelo naciona- lismo ufanista, outra parte buscava nas manifestações popula- res, na diversidade cultural brasileira, peças para compor a iden- tidade de um país ainda muito novo. Não à toa, Mário de Andra- de empreende uma viagem de reconhecimento por um Brasil a- inda desconhecido dos brasileiros, em busca de nossas raízes, de um retrato que revelasse o coletivo. Segundo o sociólogo Renato Ortiz, não é a manifestação popular que dará à festa o status de símbolo da cultura nacional, mas sim a aprovação dessa intelectualidade brasileira, que a define como parte da identidade nacional. “É por meio do mecanismo de reinterpretação que o Estado, através dos seus intelectuais, se apropria das práticas populares para apresentá-las como ex- pressões da cultura nacional. O candomblé, o carnaval, os reisa- dos etc., são, desta forma, apropriados pelo discurso do Estado, que passa a considerá-los como discurso da brasilidade”, explica Ortiz em Cultura brasileira e identidade nacional., Para além da análise histórica e sociológica, o carnaval se trans- formou, inegavelmente, numa importante experiência coletiva, momento de catarse e auto-afirmação para o brasileiro. Curiosa- mente, após um longo período de incertezas políticas e econômi- cas, voltam a surgir com força, em diversos locais do Brasil, as manifes- tações do carnaval de rua. O Rio de Janeiro, por exemplo, nunca teve tantos blocos como agora, lotados por gente de todas as classes soci- ais. Tomando emprestadas as palavras do antropólogo Roberto da Matta, “o carnaval é um momento em que se podem totalizar gestos, atitudes e relações que são vividas e percebidas como instituindo e constituindo o nosso próprio coração”. Bom carnaval a todos! Fonte: http://www.blogacesso.com.br/ Mas afinal o que é voluntariado? Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devi- do a seu interesse pessoal e ao seu espíri- to cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...". Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança ... Página 3 Herdeiro Indigno... Projeto em tramitação no Senado pode estender aos descendentes do chamado herdeiro indigno a proibição de receber a herança (PLS 273/2007). Herdeiro indigno é o que perde o direito à sucessão dos bens por ter sido condenado pelo homicí- dio de quem os possuía. É o caso de um filho que mata o pai, e assim perde o direi- to à herança. Página 5 Evasão Escolar No mês de Janeiro de 2014 publicamos o artigo “Quem é o maior responsável pela educação do meu filho?” e tal artigo gerou uma discussão que não foi o nosso objeti- vo. Não tivemos como pretensão discutir os “porquês” dos alunos não frequentarem a escola, muito menos pretendíamos dis- cutir o sistema escolar e a falta de vontade em estudar. Página 9 A Tecnologia do parágrafo Um dos grandes problemas no Brasil era conseguir alfabetizar a população. Alfabeti- zar está colocado no sentido da pessoa saber ler e escrever. Nos censos, de 40 ou 50 anos atrás, o número de pessoas que não sabiam ler e escrever era algo de se ver para acreditar. Mas as pessoas que aprendiam a escrever conseguiam elabo- rar cartas e escrever texto com mais de uma página. Página 14 Distribuição Gratuita

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Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

Edição 75 Ano VII Fevereiro 2014

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

“O carnaval é o momento histórico do ano. Paixões, interesses, maze-las, tristezas, tudo pega em si e vai viver em outra parte”, assim Macha-do de Assis começava a crônica de 16 de fevereiro de 1896, publicada na Gazeta de Notícias. Pode surpreender encontrar no texto de um dos mais importantes escritores da língua portuguesa, sério e tímido, a reve-lação sobre seu encanto pelo carnaval – ainda mais em se tratando de crônica e não de ficção. Mas a verdade é que, o evento que, pratica-mente, inaugura todo ano novo no Brasil, faz parte da cultura nacional de tal modo que é impossível lhe passar incólume. A festa embaralha fronteiras étnicas e ajuda a compor a identidade nacional. De origem europeia, o carnaval aportou no Brasil, a princípio destinado à elite. No entanto, também caiu no gosto popular, que lhe acrescentou

pitadas da cultura africana, criando uma feição única. Para Maria Isaura Pereira de Queiroz, autora do livro Carnaval brasileiro: o vivido e o mito, “a divisão da festa carnavalesca brasileira em dois ‘carnavais’, um Grande e um Pequeno, aconteceu no final do século XIX, com a ascensão de grupos populares no Rio de Janeiro”. Essa ascensão do carnaval popular foi o resultado de uma série de fatores, entre eles alguns que nada tinham a ver com as clas-ses mais populares. É preciso lembrar que nos anos 20, a inte-lectualidade brasileira envolvida no movimento modernista, volta-va os olhos para o exterior de forma a constituir parâmetros que lhe permitisse enxergar os traços que compunham a identidade da nação. Enquanto parte dos intelectuais optava pelo naciona-lismo ufanista, outra parte buscava nas manifestações popula-res, na diversidade cultural brasileira, peças para compor a iden-tidade de um país ainda muito novo. Não à toa, Mário de Andra-de empreende uma viagem de reconhecimento por um Brasil a-inda desconhecido dos brasileiros, em busca de nossas raízes, de um retrato que revelasse o coletivo.

Segundo o sociólogo Renato Ortiz, não é a manifestação popular que dará à festa o status de símbolo da cultura nacional, mas sim a aprovação dessa intelectualidade brasileira, que a define como parte da identidade nacional. “É por meio do mecanismo de reinterpretação que o Estado, através dos seus intelectuais, se apropria das práticas populares para apresentá-las como ex-pressões da cultura nacional. O candomblé, o carnaval, os reisa-dos etc., são, desta forma, apropriados pelo discurso do Estado, que passa a considerá-los como discurso da brasilidade”, explica Ortiz em Cultura brasileira e identidade nacional.,

Para além da análise histórica e sociológica, o carnaval se trans-formou, inegavelmente, numa importante experiência coletiva, momento de catarse e auto-afirmação para o brasileiro. Curiosa-mente, após um longo período de incertezas políticas e econômi-

cas, voltam a surgir com força, em diversos locais do Brasil, as manifes-tações do carnaval de rua. O Rio de Janeiro, por exemplo, nunca teve tantos blocos como agora, lotados por gente de todas as classes soci-ais.

Tomando emprestadas as palavras do antropólogo Roberto da Matta, “o carnaval é um momento em que se podem totalizar gestos, atitudes e relações que são vividas e percebidas como instituindo e constituindo o nosso próprio coração”. Bom carnaval a todos!

Fonte: http://www.blogacesso.com.br/

Mas afinal o que é voluntariado?

Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devi-do a seu interesse pessoal e ao seu espíri-to cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...".

Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança ...

Página 3

Herdeiro Indigno...

Projeto em tramitação no Senado pode estender aos descendentes do chamado herdeiro indigno a proibição de receber a herança (PLS 273/2007). Herdeiro indigno é o que perde o direito à sucessão dos bens por ter sido condenado pelo homicí-dio de quem os possuía. É o caso de um filho que mata o pai, e assim perde o direi-to à herança.

Página 5

Evasão Escolar

No mês de Janeiro de 2014 publicamos o artigo “Quem é o maior responsável pela educação do meu filho?” e tal artigo gerou uma discussão que não foi o nosso objeti-vo. Não tivemos como pretensão discutir os “porquês” dos alunos não frequentarem a escola, muito menos pretendíamos dis-cutir o sistema escolar e a falta de vontade em estudar.

Página 9

A Tecnologia do parágrafo

Um dos grandes problemas no Brasil era conseguir alfabetizar a população. Alfabeti-zar está colocado no sentido da pessoa saber ler e escrever. Nos censos, de 40 ou 50 anos atrás, o número de pessoas que não sabiam ler e escrever era algo de se ver para acreditar. Mas as pessoas que aprendiam a escrever conseguiam elabo-rar cartas e escrever texto com mais de uma página.

Página 14

Distribuição Gratuita

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J Revisão dos textos: Drª. Claudia Andreucci

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos

Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale

www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431

www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

O carnaval é um dos feriados mais esperados do ano no Brasil e proporciona uma oportuni-dade de diversão para uns e, de descanso e reflexão para outros.

As pessoas sempre ficam esperançosas nes-sa data, pois é uma oportunidade de sair da rotina, viajar ou simplesmente descansar.

Viajar é o que as pessoas mais almejam nesta data. Por isso entenda que você pode partici-par e aproveitar o carnaval de forma planejada e consciente.

Como você pode constatar no calendário o Carnaval de 2014 será um pouco atrasado,

visto que antes ocorria no máximo até o final de fevereiro, mas esse ano a terça-feira de carnaval será no dia 04 de Março, o que na realidade faz com que a segunda-feira faça a ponte entre ela e o final de sema-na que a antecede. Para muitos o feriado e carnaval terá início já no dia 01 de Março, para outros, porém, dependendo do método de trabalho de algumas empresas, como é o caso do comércio, isso pode não o-correr.

É importante que você saiba com antecedência os dias em que poderá usufruir para o feriado e assim po-der planejar algo interessante, não deixando de observar seu orçamento para que possa bem aproveitá-lo. O que não se pode é deixar de fazer algo, já que temos a oportunidade de folga no trabalho e de descan-so.

Agora que você já sabe a data do feriado o próximo passo é planejar o que fazer. De um simples churras-co a uma viagem com amigos ou familiares, o planejamento se faz necessário, assim funciona em todo o Brasil, pois tudo que nos tira de nossa rotina não é algo para ser decidido de um dia para o outro.

Com seu feriado planejado, há que se refletir e prestar muita atenção aos cuidados necessários para que a diversão e o descanso não se tornem motivo de dor e tristeza diante de atos impensados e de irresponsa-bilidade que podem resultar em graves acidentes de trânsito ou pessoais, como por exemplo, uma gravi-dez indesejada.

O feriado do Carnaval exalta os ânimos dos brasileiros que, em busca de diversão, estão sujeitos a práti-cas de comportamento mais desinibidas durante os dias de folia. É neste período que, especialmente os jovens, sentem-se mais atraídos pela ampla opção de roteiros e atividades, o que inclui também aspectos negativos, como o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e drogas. Segundo o psiquiatra e conselhei-ro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Dr. Carlos Salgado, “este com-portamento é ainda mais propício nesta época, visto que o controle dos pais sobre os filhos pode ser me-nos rigoroso quanto ao consumo dessas substâncias.”, o que pode dar início a dependência química e al-coólica.

Segundo balanço realizado pela Polícia Rodoviária Federal nos 03 primeiros dias do feriado de Carnaval em 2013 ocorreu 97 acidentes fatais nas estradas brasileiras, acidentes esses causados pela imprudência ou pela embriagues ao volante. Portanto caro leitor, planeje seu feriado de forma consciente e seja moderado a fim de usufruí-lo de forma responsável e prazerosa.

Claudia Andreucci Advogada

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e

demais conteúdos são de inteira respon-

sabilidade dos colaboradores que

assinam as matérias, podendo seus

conteúdos não corresponderem à

opinião deste projeto nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 3

Solidariedade

O MUNDO precisa e muito de voluntários.

Mas afinal o que é voluntaria-do? Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu in-teresse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tem-po, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem es-tar social, ou outros campos..." Em recente estudo realizado na

Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário co-mo ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e co-nhecimentos, realizando um trabalho gerado pela energia de seu im-pulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pesso-ais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emo-cional. Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, parti-cipante e consciente, diferenciamos também o seu grau de compro-metimento: ações mais permanentes, que implicam em maiores com-promissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem le-vá-lo inclusive a uma "profissionalização voluntária"; existem também ações pontuais, esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos. Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntá-rio, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa. Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática

de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo pro-gresso do homem. A caridade, reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas e valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento. Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo. E, por que ser um voluntário? A grande maioria dos voluntários quer: 1. Ajudar a resolver parte dos problemas sociais no Brasil e no Mun-do. 2. Sentir-se útil e valorizado. 3. Fazer algo diferente no dia a dia que seja produtivo sob o ponto de vista daquilo em que acredita. 4. Mas, 54% dos jovens, no caso do Brasil querem ser voluntários, mas não sabem como começar. Agora não tem desculpa.

Entrem em contato conosco. No site que nos ouvem (www.culturaonlinebr.org) têm todos os dados necessários para

fazê-lo. E no site da Associação Formiguinhas do Vale

(www.formiguinhasdovale.org) o Formulário específico para tal.

Voluntários vivem mais e com mais saúde! É fato comprovado que pessoas que ajudam os outros têm consisten-temente melhor saúde. Oito em dez dos entrevistados afirmaram que os benefícios para a saúde retornavam quando eles se lembravam da ação feita em anos anteriores. Estudo da Universidade de Michigan constatou que homens que fazi-am menos trabalhos voluntários eram significantemente mais propen-sos a morrer. Dra. Claudia Andreucci Advogada e voluntária em vários projetos sociais

Site: www.claudiaandreucciadvocacia.adv.br

Áreas: Cível - Direito Trabalhista - Direito Administrativo

"O voluntariado é uma escolha pessoal, individual e é importante o voluntário

saber o que gostaria de fazer, o que tem de melhor para oferecer e o que acredita que faria diferença. Cada voluntário deve pensar quais as habilidades ou talentos

que tem de melhor e que deseja compartilhar, e também deve avaliar se pode cumprir o tempo de acordo com sua disponibilidade e com muito

comprometimento, respeito e empatia"

O trabalho voluntário, além de trazer benefícios pessoais a quem o pratica, co-mo a satisfação de estar ajudando o próximo, também pode ser uma ótima experi-ência de preparação para o mercado de trabalho. De acordo com o presidente da Associação de Profissionais de Recursos Humanos (APRH) de Sorocaba, Daniel de Carvalho Luz, muitas empresas consideram o voluntariado como um ótimo di-ferencial no currículo de seus candidatos, sendo que isso pode até fazer a diferen-ça na seleção. "O profissional passa a ver as pessoas com outros olhos, o que é muito interessante em organizações maiores onde o ambiente é muito competitivo e todos tendem a se voltar para si mesmas", destaca. O presidente da APRH relata que, em algumas seleções, quando dois ou mais candidatos apresentam características bastante semelhantes, como no caso das habilidades, formação e pretensão salarial, aquele que tenha experiências como voluntário acaba sendo o selecionado. "O voluntariado pode ser grande aliada pa-ra abrir portas no mercado de trabalho. Os RHs enxergam o voluntariado como parte da formação profissional e como um facilitador para o desenvolvimento de habilidades de relacionamento humano e trabalho em equipes, decididamente ter histórico de trabalho voluntário faz diferença no currículo", afirma.

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 4

Cotidiano

CONTATOS: 055 12 9 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO A educação para o trânsito pode ser definida co-mo uma ação para desenvolver, no ser humano, capacidades de uso e participação consciente do espaço público, uma vez que, ao circular, os indi-víduos estabelecem relações sociais, comparti-lham os espaços e fazem opções de circulação que interferem direta ou indiretamente na sua qua-lidade de vida e daqueles com quem convivem nesse espaço.

Essa afirmação permite-nos refletir sobre a com-plexidade de conceitos e conteúdos que compõem o estudo da circulação e nos permite ainda afirmar que, fazer educação para o trânsito, vai muito a-lém do estudo das regras, símbolos e convenções estabelecidas no sistema de trânsito.

Assim, fazer educação para o trânsito passa por discussões sobre: o exercício de cidadania; a mo-bilidade e acessibilidade para todos; os papéis assumidos ao circular; o compartilhamento do es-paço; o meio ambiente e a história de cada local. Tudo isso permite garantir o direito de ir e vir de todo o cidadão.

Ao garantir o acesso a esses conteúdos com as-pectos culturais, históricos e sociais desenvolvidos pela sociedade, a escola cria instrumentos efica-zes para que os alunos se apropriem de conheci-mentos relacionados à circulação e, ao mesmo tempo, cria condições para um acompanhamento equilibrado do envolvimento do aluno em ações de qualificação da sua circulação e da comunida-de a qual pertence.

Circular representa o direito de ir e vir de todo o ser humano; na circulação, temos representados princípios constitucionais de garantia da dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, possibi-lidade de participação e de co-responsabilidade pela vida social.

A circulação é a ação que permite atender a to-das as nossas necessidades e interesses e repre-senta um espaço de encontros, convivência social e exercício de cidadania.

Durante a circulação fazemos escolhas pautadas em valores como respeito mútuo, responsabilida-de, justiça e solidariedade.

Por meio da circulação temos acesso ao trabalho,

ao consumo, ao lazer, à educação, o que implica na garantia de uma vida digna e de realização pessoal;

A circulação tem relação direta com o meio ambi-ente e portanto, com a qualidade de vida e é ca-racterizada pelo resultado de um processo históri-co representado pelas ações do ser humano so-bre o meio ambiente para atender aos interesses de cada época. É um processo que desde a pré-história envolve desenvolvimento de tecnologia, formas de uso e ocupação do solo, desenvolvi-mento econômico e troca de conhecimentos e mercadorias já que se tornou um espaço com ambiente construído pelo ser humano, com carac-terísticas que representam os valores de cada é-poca, e que hoje, dentre os muitos impactos que apresenta para a qualidade de vida, o maior deles é a perda de vidas, valor maior e que não pode ser recuperado.

Os aspectos acima citados e pertinentes à circula-ção, representam conteúdos que permeiam várias matérias do currículo escolar como história, geo-grafia, ciências naturais, meio ambiente e saúde, ao mesmo tempo em que outros conteúdos da circulação podem ser explicados ou compreendi-dos por meio de conceitos matemáticos, da lin-guagem oral, escrita e das artes.

Desenvolver a Educação Para o Trânsito no Ensino Fundamental, possibilita explorar o tema e suas variáveis através dos diferentes campos de conhecimento: compreender sua complexidade, observar sua urgência social sob a ótica de que as condições de circulação, para uma grande parte da população, se apresentam como obstáculos para a construção da cidadania, afrontando a dig-nidade das pessoas, impedindo a inclusão social e afetando a qualidade de vida; analisar sua abran-gência que deve ser considerada nacional, em maior ou menor medida e mesmo de formas diver-sas, pois é pertinente a todo o ser humano e, por-tanto, a todo o País; verificar a possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental uma vez que é significativa e contextualizada, es-tando ao alcance da aprendizagem dessa etapa de escolaridade; identificar o favorecimento da compreensão da realidade e da participação soci-al, uma vez que o tema circulação pode levar os alunos a desenvolver a capacidade de posicionar-se frente a questões que interferem na vida coleti-va, superar indiferenças, intervir de forma respon-

sável.

Assim o desenvolvimento da educação de trânsito possibilita atingir uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, além de oportunizar um trabalho educativo que possibilita e estimula a participação social

EDUCAR PARA O TRÂNSITO. UMA URGÊNCIA NA PRESERVAÇÃO DE

VIDAS.

Educar para o trânsito é um compromisso de to-dos os educadores. Segundo o Censo Escolar de 2006, temos no Brasil 55,9 milhões de alunos nas Escolas da Educação Básica e mais de 2,6 mi-lhões de professores atuando nas escolas de Edu-cação Infantil ao Ensino Superior.

Se todos os educadores sensibilizarem seus alu-nos quanto a valorização da vida, educando-os para o trânsito e estes multiplicarem o processo para seus familiares, teremos atingido e sensibili-zado um número significativo de cidadãos que se preocupam com a prevenção de acidentes e que serão educados para uma convivência harmonio-sa no trânsito.

Parece que esse processo de multiplicar e conta-giar as pessoas não seria tão complicado, pelo contrário, se isso acontecesse em todas as esco-las, talvez já teríamos salvado muitas vidas.

Acredito que um dos grandes objetivos da educa-ção seja a humanização das escolas, dos alunos, no intuito de promover e valorizar a vida, então por quê as escolas ainda não priorizam em seus currículos um assunto de tamanha relevância?

Tempos atrás na Universidade Técnica da Virgínia nos Estados Unidos, 32 pessoas morreram assas-sinadas, um verdadeiro horror, ficamos chocados.

Porém, no mesmo dia, no Brasil, num único aci-dente com um ônibus na Serra de Ibiapaba na re-gião de Tianguá, no Ceará, morreram 11 pessoas e 30 ficaram feridas.

Os dois acontecimentos acima citados são cruéis, pois estamos falando de vidas, de perdas, portan-to é urgente que as escolas, os educadores, se mobilizem na tarefa de salvar e preservar vidas.

Textos extraídos de: www.blogdotransito.com.br

Todos os anos milhares de pessoas em todo o mundo morrem no transito. Muitas acabam morren-do em virtude de outras que não respeitam a sinali-zação. Excesso de velocidade, álcool, falta de manuten-ção veicular, falta de sinalização, são alguns dos motivos que podem causar graves acidentes, mui-tos que podem ser evitados. Neste trabalho procu-ramos mostrar os efeitos que a violência no transi-to pode causar.

As principais causas da violência no transito são evitáveis, dentre elas, dirigir sob efeito de álcool ou de entorpecentes, trafegar em velocidade inade-

quada, inexperiência na direção, falta de atenção e de manutenção no veiculo são as mais conheci-das, além de que muitas rodovias estão mal sinali-zadas, muitos motoristas arriscam suas vidas e de outras pessoas dirigindo embriagados, a principal causa de acidentes no Brasil, chegando a causar 50% das mortes.

A violência no trânsito é responsável pela terceira maior causa de mortes no Brasil, ficando atrás a-penas das mortes causadas por doença do cora-ção e doenças como o câncer. A cada ano o nu-mero de mortes aumenta, colocando o país entre os que mais registram mortes em acidentes de trânsito no mundo.

Os dados estatísticos mostram que aproximada-mente 40mil brasileiros são mortos por ano no trânsito e esses dados não são precisos tendo em vista que para os dados estatísticos consideram-se apenas as mortes ocorridas no local do acidente, ou seja, aquelas vítimas que são hospitalizadas e que posteriormente venham a falecer não estão incluídas o que nos levam a crer que infelizmente o número de mortes é ainda maior.

Para tentar reverter esse quadro, os governantes concentram esforços para reduzir os índices dessa

realidade, trabalhando na criação de novas leis e ações preventivas, embora algumas barreiras ini-bem resultados mais eficazes.

A falta de efetivo, equipamentos e, principalmente a impunidade, fazem com que os números continu-em elevados e sem previsão de redução. Existe também outro motivo fundamental para que essa situação não se resolva: o comportamento da po-pulação. É através desta conscientização em mas-sa que os números tendem a diminuir, como ocorre em muitos países, onde a população alterou con-ceitos, valendo-se de uma direção preventiva, res-peito aos cidadã os e as leis de trânsito.

A população tem um papel fundamental nesta luta e, ao lado do poder público, pode tirar o Brasil das primeiras colocações no ranking de mortes no trân-sito.

O importante seria cada um se conscientizar que só haverá segurança no trânsito partindo de nós mesmos, cada ação que fazemos podemos estar salvando uma vida , prevenindo acidentes, e me-lhorando a segurança. Texto extraído de: http://acaosocial.no.comunidades.net/

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

EXPECTATIVAS PARA 2014 Houve um momento em que o gigante acordou estremecido diante das injustiças inaceitáveis atravessando nossas vidas e posturas sem éti-

ca daqueles que vinham comprometendo o futuro desse país. Nos-sos jovens ergueram-se num brado retumbante e foram às ruas e colocaram-se frente à Nação mostrando força e demonstrando que não estavam alienados mesmo que pela falta de incentivo e de inte-resse dos nossos gestores políticos que nos colocaram a cada ano no paredão da inércia, emplacados pela ignorância e banalidade.

Uniram-se a eles, outras vozes: donas de casa, aposentados, crian-ças e intelectuais, todos atraídos pela energia que fluía com toda for-ça por todo território brasileiro num incentivo ao “basta de corrupção e descaso”.

No entanto, invadido pelo mau caráter do crime organizado que ata-cou covardemente a democracia do movimento nas ruas infiltrando o terror e coibindo os cidadãos de continuarem sua luta contra a sujei-ra acumulada embaixo de nossa bandeira, cerceando nossos direitos de ir contra o cinismo dos opressores.

Mediante esse quadro que se assolou em 2013, pergunto: será que ainda há expectativas para 2014?

Embora os políticos corruptos sigam tranquilamente a mesma trilha dos malfeitores e favorecidos igualmente ao crime organizado pela impunidade, não podemos aplacar nossos sonhos.

Não devemos desistir de nossos ideais e da força que ainda temos para libertar nosso povo e tirá-los da inércia que o medo os colocou, resgatando nossa coragem para nos tornarmos a verdadeira voz da nação com a certeza de que unidos e sem perder as expectativas para 2014, seguiremos renovando esperanças e combatendo até a-niquilar, todos aqueles que nos barram do crescimento horizontal e só então, galgaremos rumo a novas conquistas e vitoriosos.

Genha Auga Jornalista – MTB: 15320

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DESCENDENTES DE 'HERDEIRO INDIGNO' TAMBÉM PODEM SER PROIBIDOS DE RECEBER BENS

Projeto em tramitação no Senado pode estender aos descendentes do cha-mado herdeiro indigno a pro-ibição de receber a herança (PLS 273/2007). Herdeiro indigno é o que perde o di-reito à sucessão dos bens por ter sido condenado pelo homicídio de quem os pos-suía. É o caso de um filho que mata o pai, e assim per-de o direito à herança.

A proposta, do senador Val-dir Raupp (PMDB-RO), está pronta para a pauta na Co-missão de Constituição, Jus-tiça e Cidadania (CCJ).

O projeto altera o artigo 1.816 do Código Civil, que prevê que herdeiros autores,

co-autores ou partícipes de homicídio doloso - ou, mesmo, de tentativa de homicídio - contra a pessoa de cuja sucessão se trata poderão ser excluí-dos da herança por sentença judicial.

Atualmente a lei não alcança os herdeiros do excluído da sucessão, pois permite a transferência imediata da herança aos descendentes do indigno, que assim acabaria sendo beneficiado por via indireta.

O relator da matéria na CCJ, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), deu pare-cer favorável à matéria com uma emenda: o descendente do indigno tam-bém herdeiro ou legatário do autor da herança por direito próprio, herdará somente a sua parte; não o sendo, será excluído da herança.

"O entendimento contrário não apenas privaria o filho do herdeiro indigno da legítima herança, bem como faria com que a 'pena' do herdeiro indigno fosse transferida para os seus filhos", justificou o relator.

Histórico

Flexa Ribeiro aproveitou boa parte do relatório do ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) que recomendou o PLS 168/2006, da ex-senadora Serys Slhes-sarenko (PT-MT), tornando automática a exclusão do herdeiro indigno, com objetivo de dar ao direito sucessório mais segurança jurídica, favorecendo os demais herdeiros e legatários.

Para a autora, esses herdeiros "não serão obrigados a litigar novamente em juízo contra aquele que tiver matado ou tentado matar, o seu ente que-rido". A matéria, aprovada no Senado, tramita na Câmara dos Deputados com o número (PL) 7806/2010.

O Senado aprovou ainda o PLS 118/10, da senadora Maria do Carmo Al-ves (DEM-SE), para permitir que tanto o Ministério Público quanto pessoas que tiverem legítimo interesse moral na causa entrem com ações para de-clarar um herdeiro como sendo indigno - e, assim, excluí-lo da herança. Ainda segundo o projeto, esse direito acaba em dois anos, contados do iní-cio da sucessão ou da abertura judicial do testamento. Hoje, somente a-queles que têm interesse econômico na sucessão podem propor a ação. A matéria também é examinada na Câmara dos Deputados (PL 867/2011).

Caso Richthofen

Nos últimos anos, o caso mais famoso de perda do direito à herança dos pais é o de Suzane von Richthofen, condenada por participação, em outu-bro de 2002, no assassinato dos pais, Mandred e Marísia von Richthofen, em São Paulo. Suzana, que tinha 18 anos, permitiu a entrada dos executo-res do crime, os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, na casa da família.

Em 2006, Suzane foi condenada a 39 anos de prisão. Em 2011, a 1ª Vara de Família e Sucessões de Santo Amaro decidiu pela exclusão da conde-nada da relação de herdeiros, a pedido do irmão, Andreas. Caso o irmão desistisse da ação, segundo a legislação atual, Suzane continuaria tendo direito à metade dos bens. Porém, com as mudanças propostas no PLS 118/2010, o Ministério Público poderia intervir em casos como esse para promover a ação.

Dra. Claudia Andreucci www.claudiaandreucciadvocacia.adv.br

Fontes de consulta:

Agência do Senado e http://www.editoramagister.com/

Legislativo

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 6

Culturas Brasil Você sabe o que é voluntariado? Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos [..]" Segundo a Lei do Serviço Voluntário (Lei nº9.608, de 18 de fevereiro de 1998) em seu artigo 1º e parágrafo úni-co, in verbis: “Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívi-cos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Parágrafo Único – “O serviço voluntário não gera vín-culo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhis-ta, previdenciária ou afim” Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, se-jam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, políti-co, emocional. Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente, diferenciamos tam-bém o seu grau de comprometimento: ações mais per-manentes, que implicam em maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma "profissionalização voluntária"; existem também ações pontuais, esporádicas, que mo-bilizam outro perfil de indivíduos. Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, (descritos com maiores detalhes a seguir), descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa. Altruísmo e solidariedade são valores morais social-mente constituídos vistos como virtude do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do ho-mem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), re-forçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são com-ponentes vitais do engajamento. Não se deve esquecer, contudo, o potencial transforma-dor que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.

Voluntariado é compromisso Cada um contribui na medida de suas possibilidades, mas cada compromisso assumido é para ser cumprido. Uns têm mais tempo livre, outros só dispõem de algu-mas poucas horas por semana. Alguns sabem exata-

mente onde ou com quem querem trabalhar. Outros es-tão prontos a ajudar no que for preciso, onde a necessi-dade é mais urgente. A ação voluntária contribui para ajudar pessoas em difi-culdade, resolver problemas, melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Quem é Voluntário O trabalho voluntário não é algo que fazemos por impo-sição de alguém. É um compromisso livremente assumido. É claro que, ao doar, também esperamos receber: o que eu faço por você hoje, espero que você faça por mim amanhã, se necessário. Ao doar sua energia e sua generosidade, o voluntário está respondendo a um impulso humano básico: o de-sejo de ajudar, de colaborar, de compartir alegrias, de aliviar sofrimentos, de melhorar a qualidade da vida em comum. Compaixão e solidariedade, altruísmo e res-ponsabilidade são sentimentos profundamente huma-nos e são também virtudes cívicas. Ao nos preocuparmos com a sorte dos outros, ao nos mobilizarmos por causas de interesse social e comuni-tário, estabelecemos laços de solidariedade e confiança mútua que nos protegem a todos em tempos de crise, que tornam a sociedade mais unida e fazem de cada um de nós um ser humano melhor.

O Perfil do Brasileiro Voluntário Dados do IBOPE mostram que apenas 10% da popula-ção brasileira está, atualmente, envolvida com alguma instituição ou trabalho voluntário. E, pela pesquisa, as pessoas que estão abraçando as causas sociais são mais velhas (44% dos voluntários têm entre 40 anos ou mais) e da classe média (36% são da Classe B). Assim sendo, ao assumir um trabalho voluntário há que ser ter consciência da responsabilidade gerada por es-se trabalho, há que se ter o compromisso de bem reali-zá-lo. Além das definições acima mencionadas, temos tam-bém a definição de nosso bom e velho amigo, o dicioná-rio de língua portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira que diz: “Voluntário: adj. 1. Que age espontaneamente. 2. Deri-vado da vontade própria; espontâneo. 3. Diz-se daquele que executa tarefas voluntariamente sem pagamento algum.[...]” Os laços de solidariedade e os compromissos firmados num trabalho voluntário nos trazem como recompensa não o retorno material, mas a gratificação de saber que se pode realizar algo em prol do bem comum e, aqui falo com propriedade, pois sou voluntária em alguns dos trabalhos que realizo. Atualmente, ao olharmos a nossa volta percebemos um materialismo gritante, no qual cada um vive por si, para si e com a finalidade exclusiva de acumular bens sem notar a necessidade do próximo que muitas vezes está bem mais próximo do que possamos imaginar, porém nunca é tarde para se lembrar que daqui nada se leva a não ser o bem que se faz.

Dra. Claudia Andreucci www.claudiaandreucciadvocacia.adv.br

Fontes de consulta: http://www.voluntarios.com.br/oque_e_voluntariado.htm

Se você tem filhos... Conheça um pouco mais

Sobre.

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxi-ma: Educar os filhos dentro de princí-pios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jo-vens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os colegas, Professores e demais Fun-cionários da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumul-tuam o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o apren-dizado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, devem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jo-vens chegassem com um mínimo de educação de casa, dada pelos pais, boa parte dos problemas de indiscipli-na dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o controle emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão; 3) Tratar com respeito todos a sua volta e jamais falar de alguém pelas costas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as conse-quências de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações; Ah... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo quaisquer outros, são sujeitos a falhas e erros e precisam arcar com as consequências disto...

Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida.

Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e amizade.

Cora Coralina

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos, Poesias e Crônicas Ainda e outra vez Ano Novo

Crônica de Rubens da Cunha

E lá se vai quase um terço da segunda dé-cada do terceiro milênio da era cristã. À par-te toda a imprecisão e inutilidade de se con-tar o tempo, seguimos com nossos rituais de passagem, de contagem contínua, mas que acredita se renovar a cada ano. Para isso, as retrospectivas, os melhores do ano, os acontecimentos marcantes, enfim, a es-petaculização de tudo.

Mas o que sai na TV, nos sites da internet, nos jornais é uma parcela mínima e nem sempre a mais importante do que realmente acontece.

Lembrando que fama nada tem a ver com importância.

O bom seria se os jornais e televisões fizes-sem retrospectivas dos pequenos gestos, das solidariedades anônimas que perpas-sam o dia a dia e não deixam o mundo de-gringolar de vez.

Há um mundo de ajuda, comprometimento e parceria que ultrapassa as datas festivas, feitas muitas vezes apenas com o interesse de consumo, de produzir uma felicidade cal-cada nos presentes, nos votos vazios.

Não que isso não seja importante, mas se estabeleceram como obrigação ou um pro-tocolo social que obnubila o fato de que a vida não tem reboot, é um continuo avançar até a morte.

Se viradas de ano servem para alguma coi-sa, seria pra isso: repensarmos nossos po-sicionamentos em relação à vida: quantos preconceitos carregamos travestidos de ver-dades?

Quantas ideias defendemos que se vistas mais de perto são pouco éticas?

Há um mundo em constante mudança e que precisa ser mudado constantemente.

Que nesse ano deixemos de pedir mudan-ças alheias, ou de culpar os outros que não mudam, e iniciemos um processo interno de mudança.

Podemos começar refletindo sobre as pala-vras do professor Eduardo Losso: “Penso que o cerne da possibilidade de mu-dança do sistema injusto que vivemos não está, primeiro, na ocupação das ruas e no enfrentamento espetacular e, depois, na conscientização individual, mas, sim, na or-dem inversa. Somente no exercício de co-nhecer a si mesmo e na descoberta da ca-pacidade de transformação de si, ou seja, na conquista de uma autonomia de amplo alcance, é que cada sujeito estará de fato apto a observar, examinar de que modo ele está implicado numa rede contextual de cul-pa e contrariar a efetividade perversa do sistema o máximo que puder”.

Crônica publicada no jornal A Notícia em 31/12/2013

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2014 Diante do próximo ano, Ousa ter expectativas? Isso seria ingenuidade? Sofremos com tudo que aconteceu em 2013.

Mesmo que tenhamos desejado um ano melhor, Injustiças aumentaram. Levantamos bandeiras contra a corrupção.

Enfrentamos os medos...

Qualificamos quem mereceu, Unimo-nos aos companheiros de lutas. Amamos o excluído, Tentamos novamente, Ouvimos vozes clamando, Renunciamos ao mal.

Zzzzz.... adormecemos e quando acordamos; Encontramos tudo igual...

Genha Auga

AMOR E DOR

Sentimento sublime e encantador. Um calor que te envolve, Ao ver quem invade tua alma. Sem explicação o coração pula, As pernas tremem, os olhos brilham!

Sentimento que estonteia, Faz-te sorrir todo dia. O pensamento é único, Na mente só cabe um nome, Um rosto, um ser. A vida tem um sentido maior, Tudo tem cheiro de flor. Assim é o amor.

Mas quem disse que essa chama Acesa no coração, Um dia não queima, machuca? Então vem a dúvida...

E o sentimento bom vira dor, Entristece o espírito feliz, O coração endurece, os olhos choram, A boca cala. No pensamento pairam dor e raiva. Isso se chama mágoa, A chama se apaga. Tudo cheira morte – é o fim! Vem de novo a dúvida...

Nessa incerteza, não permita, Que seu coração sofra em nome do amor. Amar não é um ato de felicidade? Então, não justifica sofrer! Esvazie-se desse sentimento de dor Que chamam também de amor!

GenhaAuga

Nesta época festiva, Deseja-se a todos os Povos... Um Carnaval Cheio de Páscoas... E um Natal cheio de Anos Novos.... Que as Renas do Pai Natal, Surjam nos Céus a Voar, Tilintando alegremente... Com o Rudolph a piscar! Que o Pai Natal e os Duendes, Façam raves a bombar... E não se baralhem nas botas... Na altura de ofertar!....

Que o presépio de Natal, Tenha estrelas sorridentes, Ovelhinhas e Pastores... E Reis Magos bué Contentes! Que tudo surja em sorrisos, Com muita Paz e Carinho... E que o coelho da Páscoa, Se esmere no sapatinho! Que se tenha nesta quadra, Muito Amor e Alegria... Rabanadas e filhóses Arroz doce e Aletria! E a vida continua... Nua Igual ao ontem e ao amanhã. Feliz Ano Novo Sim porque no Brasil o ano começa Quanto o Carnaval acaba. Então... Feliz Carnaval.

Filipe de Sousa

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 8

Histórias reais que o mundo conta

A CERCA - Parte IX Continuação

. . Embora não muito frequente, havia entre os inimigos, pessoas que pensavam e agiam diferentes dos demais, dentro do possível.

Os contrastes das nossas vidas no campo eram muito grandes, atribuí isto tudo, à luta pela sobrevivência.

Havia perto de mim no barracão, um homem de uns cinqüenta e sete anos, cujo nome não me lembro.

Este homem adoeceu, e como estava muito debilitado, não resistiu e veio a falecer. Os pertences dele foram removidos e o espaço ficou desocupado não era permiti-do que nos dividíssemos o lugar.

À noite, alguns rapazes vieram fazer música no barra-cão, eram amigos do vizinho e sentaram-se no lugar do falecido.

A luta pela sobrevivência era dura, todo dia tínhamos que estar preparados para enfrentar novas dificuldades.

Não tínhamos noticias da guerra e nem dos parentes em casa. Uma noite meu irmão chamou-me para con-versar sobre trabalho fora do campo, tentaríamos obter noticias de casa. Assim foi feito. Saíamos todos os dias com a turma da faxina. Foram vários dias seguidos, um belo dia, tivemos sorte, entre transeuntes vimos uma das nossas irmãs; tínhamos que tomar muito cuidado ao olhar as pessoas, pois se fossemos descobertos, pode-ríamos ser gratificados pelos guardas, com uma coro-nhada na cabeça.

No dia seguinte tivemos mais sorte, já estávamos no caminho de volta ao campo. Tínhamos que carregar estrados, eles não eram pesados, mas tinham que ser carregados por dois. Eles formaram um bom escudo, pois todos que tinham que carregá-los andavam bem enfileirados, os guardas nem desconfiavam. Vi minha irmã e pelos gestos dela entendi que ela havia me nota-do também, disfarçadamente ela ergueu o polegar e este sinal era suficiente para nós.

No dia seguinte saímos novamente, desta vez para ou-tro campo desocupado; no meio do serviço recebemos ordem de recolher. Estávamos enfileirados, cinco fileiras de cem homens, apareceu um japonês graduado, era tenente. Ele fez um discurso em japonês e pelo tradutor, soubemos que ele não estava satisfeito com o nosso desempenho no trabalho, e que os japoneses eram bons conosco, e por não estarmos correspondendo a isto, iria aplicar um castigo.

Ele mandou que aumentássemos a distancia entre nós e depois, erguêssemos os braços acima da cabeça, al-tos e bem alinhados.

Quando saímos do campo, o tempo estava nublado, e agora começara a chover, lá estávamos, os braços a-pontando para o céu.

Não era uma chuva forte, mas em pouco tempo, estáva-mos ensopados, meus braços começaram a pesar e baixavam sozinhos, o mesmo se dava com os outros também.

Apareceram guardas, cada um deles tinha um taco na mão e andando entre as pessoas, eles batiam nos coto-velos daqueles que estavam baixando os braços e conti-nuavam batendo até que estivessem de novo bem altos e esticados. Daí a distancia entre as pessoas.

Eu não agüentava mais, os guardas ainda não estavam próximos e com muito esforço consegui erguer os bra-ços. Comecei a ficar com frio, os dedos das mãos formi-gando e tinha dúvidas se meus músculos ainda iam res-ponder a minha vontade.

Eu perdera a noção do tempo e os braços baixaram novamente, tornei a erguê-los.

A chuva mudou para garoa e deram-nos ordem de reco-lher. Os braços caíram sem controle, pareciam de chumbo, pensávamos ser o fim do castigo, mas nos ilu-díamos, muito mais nos aguardava, era só o início...

Ficamos novamente enfileirados como antes. Guardas trouxeram um monte de espadas de bambu, que foram deixadas no chão. As espadas eram formadas por qua-tro segmentos de bambu grosso, amarradas com tiras de couro e que eram usadas em exercícios entre os ja-poneses.

Pensamos que teríamos que esgrimir entre nós, de no-vo nos enganamos.

O tenente voltou, estávamos em frente a um tipo de rampa com uns cinqüenta centímetros de altura. O japo-nês estava sobre a rampa. Tinha nas mãos uma espada de bambu.

Mandou o primeiro da fila aproximar-se, com a espada de bambu indicou onde a vitima deveria ficar, o tenente ergueu o braço e golpeou violentamente a cabeça do prisioneiro com a espada de bambu, o próximo era eu, eu estava nervoso, não sabia o que podia acontecer, senti o deslocamento do ar antes que a espada atingis-se minha cabeça, o golpe veio forte, em seguida senti uma dor latejante e um gosto estranho na boca, mas não era sangue.

Eu tinha bastante cabelo, certamente isto amorteceu a pancada, mas senti que estava se formando um “galo” na cabeça. Não levei a mão à cabeça por temer repre-sálias, dominei os nervos e com cuidado olhei a minha frente, não vi meu irmão, mas notei muitas cabeças san-grando, tinham a cabeça raspada ou pouco cabelo.

Quando a última vitima recebeu a pancada, já estava começando a escurecer, o monte de espadas havia se transformado num monte de bambu quebrado. Durante a marcha de retorno ao campo não vi gente conhecida, achei que a chuva os havia espantado, mas nos tam-bém estávamos fora da hora.

Chegando ao campo, percebi que o nosso sofrimento ainda não terminara. Tivemos que sentar no chão com as pernas cruzadas debaixo do corpo, braços para trás com as palmas das mãos contra o chão. Guardas anda-vam entre nós, olhando nossos rostos, sadicamente escolhiam entre aqueles que não podiam demonstrar indiferença, ao perceber qualquer sinal de raiva nas pessoas, perguntavam a estas, qual o sabor da pimenta,

forçosamente a resposta era: - ardida; a isto se seguia uma saraivada de tapas e bofetadas no rosto e pisões nos dedos das mãos com as botas de pregos.

Graças a Deus, meu irmão e eu, não sofremos estes mal tratos. De volta às barracas, pudemos refletir sobre os acontecimentos e não descobrimos a razão de tanta selvageria, mas sem dúvida, alguma coisa havia aconte-cido. Alguns dias depois meu irmão ficou sabendo de uma notícia, os aliados estavam avançando e recupe-rando territórios, talvez, a razão do castigo poderia estar aí. Embora meu irmão não houvesse contado nada, per-cebi que deveria haver um receptor no campo. Quanto menos soubessem da sua existência, tanto melhor, pois os japoneses eram mestres em crueldades para forçar as vítimas a revelar qualquer coisa, o sistema muito u-sado era enfiar espetos de bambu debaixo das unhas das vítimas, e infelizmente havia muitos delatores. A vida seguia o seu curso e o papa defuntos continuava com suas maldades dentro e fora do campo.

Havia na cozinha um grupo de quatro a cinco rapazes que tinha que acompanhar os japoneses na compra de verduras para a cozinha. Estas verduras eram para nós, mas a quantidade era insignificante para tanta gente com fome e ainda assim era muito na visão de quem vendia. No entanto, o papa-defunto jamais pagou o que devia, os vendedores ambulantes na rua eram obriga-dos a vender a mercadoria que carregavam com um tipo de canga sobre os ombros.

Um dia, Walter Hanlo veio com a notícia que tínhamos que fazer poços também no quartel dos japoneses, eles estavam com medo de envenenamento da água por sabotadores.

Deram-nos carrinhos para que transportássemos o nos-so equipamento.

O novo local de trabalho não era muito distante do cam-po, uma caminhada de uns vinte minutos; como já disse, era um quartel japonês, mas também havia recrutas indonésios.

O serviço foi iniciado; era para nós, apenas mais um poço. Porém não fomos os únicos a trabalhar no quartel, havia mais prisioneiros, talvez uns quinhentos.

Muitos vendiam coisas aos guardas, havia um rapaz de uns vinte e cinco anos que sempre andava com os japo-neses e ele havia aprendido um pouco de seu idioma. Ele também era um prisioneiro, numa ocasião eu o vi apanhando muito. Achei sempre que ele nos espionava e tínhamos o cuidado de mantê-lo sempre a distancia.

Numa tarde no campo, após o banho, fui convidado por um colega poceiro, Driessen, para acompanhá-lo até o alojamento dele, pois tinha algo importante para me fa-lar. Era uma casa onde estavam alojadas mais pessoas, todos com o mesmo espaço de sessenta centímetros; naquele momento estávamos só os dois, logo aparece-ram meu amigo Jozef e depois Walter Hanlo.

Senti que se tratava de algo importante, fiquei preocu-pado e curioso, o chefe foi direto ao assunto dizendo que convidava a Jozef e a mim para integrar o grupo que contrabandeava dinheiro.

Ele explicou que não éramos obrigados a aceitar, não receberíamos pagamento em dinheiro, mas todo dia uma porção de boa comida, enquanto estivéssemos fora participando do contrabando.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

SOBRE FALTAS E EVASÃO ESCOLAR: A responsabilização da Escola

No mês de Janeiro de 2014 publicamos o arti-go “Quem é o maior responsável pela educa-ção do meu filho?” e tal artigo gerou uma dis-cussão que não foi o nosso objetivo. Não tive-mos como pretensão discutir os “porquês” dos alunos não frequentarem a escola, muito me-nos pretendíamos discutir o sistema escolar e a falta de vontade em estudar. Tivemos sim, como meta, apresentar os aspectos legais so-bre a frequência do aluno à escola, e conside-ramos que isso foi bem exposto.

Chegamos à conclusão de que a escola é o grande responsável por acompanhar, orientar e, se necessário, acionar o Conselho Tutelar e/ou o Poder Judiciário para que a criança e o adolescente estejam dentro da escola. A tare-fa de acompanhar sistematicamente a presen-ça dos alunos é árdua e trabalhosa. Nas esco-las públicas, os números de alunos variam en-tre 1.000 a 2.000, o acompanhamento siste-mático é difícil diante das diversas tarefas que os professores, coordenadores, orientadores educacionais e diretores realizam rotineira-mente, isso sem contar as tarefas que não es-tão na rotina administrativa tais como: atendi-mento inesperado de pais de alunos, brigas entre alunos, materiais que somem, solicita-ções diversas de outros órgãos, etc. Entretan-to é preciso incluir na rotina administrativa o acompanhamento sistemático da frequência escolar, pois ao chegar no final do ano ou no término do bimestre, o pai ao ser comunicado que seu filho está há algum tempo faltando à escola, tem como primeira reação responsabi-lizar a falta de comunicação da escola. E não está errado.

Para uma escola de ensino fundamental II e médio em que os alunos têm cinco ou seis au-las por dia, com cinco ou seis professores dife-rentes, torna-se inviável acompanhar diaria-mente de oito a doze diários de classe, ainda mais com escolas que funcionam com quinze ou vinte salas por período (três períodos por dia).

Em escolas particulares em que o número de alunos e de salas é menor, e o número de fun-cionários é maior, torna-se mais fácil fazer es-te acompanhamento, entretanto é necessário lembrar que a quantidade de ausências é bem menor e, via de regra, conhecem-se os alunos e seus pais pelo nome e sobrenome. É fato que o acompanhamento dos pais causa

muita diferença na vida do escolar do filho. Mesmo na rede pública, o acompanhamento escolar dos pais, avós, tios ou um irmão mais velho, traz para o aluno a visão de que ele es-tá sendo acompanhado e cobrado pelas suas tarefas, e isso é importante, pois o aluno não só sentem-se valorizado pelos familiares, co-mo são orientados e direcionados.

Mesmo no caso da escola pública com uma grande quantidade de alunos e de salas ainda é possível realizar tarefas simples, que vai custar algum tempo, mas irá diminuir muito o problema do excesso de faltas, e a evasão escolar, muitas vezes sem a ciência dos pais ( lembrando que os pais também são coniven-tes, a partir do momento que são notificados, e nada fazem para coibir essa prática).

Em uma pasta simples, com um quadro dividi-do em dias da semana e aulas, e folhas im-pressas por semana, é possível marcar a cha-mada dos alunos e verificar, logo na segunda feira subsequente, quem teve muitas faltas. É possível saber ainda se um aluno cabulou u-ma determinada aula.

Orientamos para que os alunos que tiverem 2 faltas na mesma semana, deverão ter seus pais comunicados, mesmo pelo telefone, lem-brando que é permitido ao aluno faltar até, no máximo 25 % das aulas dadas, porém não se deve esperar atingir o limite para comunicar aos pais. Ao realizar o telefonema, anote o ho-rário e o nome de com quem conversou, pode-rá também ser criado um impresso padrão pa-ra tais comunicações sendo que o mesmo de-verá ir para o prontuário do aluno para que não se perca no meio de “livros de controle”.

Se não for possível colocar tais controles nos prontuários da secretaria, a coordenação pode criar sua própria gaveta de prontuários de a-companhamento pedagógico (com as fichas de aproveitamento, faltas, ocorrências escola-res, etc.).

Infelizmente é uma burocracia necessária, mas permite à escola, muitas vezes, demons-trar que o baixo rendimento de um aluno em uma determinada disciplina é simplesmente porque ele não assiste às aulas.

Acreditamos que o acompanhamento sistemá-tico possa trazer bons frutos no que diz respei-to a coibir a falta do aluno. Concomitante a is-so é necessário investigar as causas da falta de interesse dos alunos e partir para outra frente de batalha, mas isso já é outra conver-sa.

Omar de Camargo Técnico Químico Professor em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. Articulista e Palestrante. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Geociên-cias e doutorando em Geologia. [email protected]

Todos os Domingos 18 horas Na CULTURAonline BRASIL

PROGRAMA: E agora José? - 18 horas

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SOBRE “Evasão Escolar”

As causas da evasão escolar são variadas. Condições socioeconômicas, culturais, geográ-ficas ou mesmo questões referentes aos enca-minhamentos didáticos – pedagógicos e a bai-xa qualidade do ensino das escolas podem ser apontadas como causas possíveis para a eva-são escolar no Brasil.

Dentre os motivos alegados pelos pais ou res-ponsáveis para a evasão dos alunos, são mais frequentes nos anos iniciais do ensino funda-mental (1ª a 4ª séries/1º ao 9º ano) os seguin-tes: Escola distante de casa, falta de transpor-te escolar, não ter adulto que leve até a esco-

la, falta de interesse e ainda doenças e dificul-dades dos alunos.

Ajudar os pais em casa ou no trabalho, neces-sidade de trabalhar, falta de interesse e proibi-ção dos pais de ir à escola são motivos mais frequentes alegados pelos pais a partir dos a-nos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª sé-ries) e pelos próprios alunos no Ensino Médio. Cabe lembrar que, segundo a legislação brasi-leira, o ensino fundamental é obrigatório para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade das famílias e do Es-tado garantir a eles uma educação integral.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-

cação (LDB9394/96) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um número elevado de faltas sem justificativa e a evasão escolar fe-rem os direitos das crianças e dos adolescen-tes. Nesse sentido, cabe a instituição escolar valer-se de todos os recursos dos quais dispo-nha para garantir a permanência dos alunos na escola. Prevê ainda a legislação que esgo-tados os recursos da escola, a mesma deve informar o Conselho Tutelar do Município so-bre os casos de faltas excessivas não justifica-das e de evasão escolar, para que o Conselho tome as medidas cabíveis.

Fonte: http://www.infoescola.com/

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 10

Alegria de Carnaval

Quanto riso, ó quanta alegria...?? Carnaval, festa de sonhos e fantasias, sonhos que vão com os foliões e fantasias que estão na cabeça e no corpo, enfeitando o desejo de ser feliz.

No carnaval se encontra a chance de uma conquista á muito buscada e á cada ano em cada carnaval se renovam as esperanças. No balancê de cada roda, se encontra a alegria e empolgação que unida ao desejo de ser feliz, realiza a satisfação do carnavalesco na avenida.

Como diz a letra da velha canção, "mais de mil palhaços no salão", palhaços do riso, do choro, da alegria exagerada e muitas vezes víti-mas de suas próprias palhaçadas.

Não tem como conter a alegria de foliões exaltados, se na avenida estão todos seus sonhos e desejos, sentimento de liberdade, com sa-bor de amor e amizade.

Carnaval é assim, um pouco de tudo, e tudo muito assimilado á mais emocionante das tradições, se os romances são mais acentuados no carnaval, as desilusões vem no mesmo ritmo; ritmo esse que é difícil ser controlado por pessoas desprovidas de cautela.

Felicidade acima dos níveis de cuidados, sem parâmetros para a ale-gria, como se no carnaval valesse tudo, se não vale!! folião bom é foli-ão apaixonado.

Na virtude do carnaval se encontram os poetas das passarelas que embalam a festa fazendo seus enredos e lavando o carnaval ao nível das grandes obras.

Quem sabe, é o que deixa a melhor impressão do carnaval, seja no talento de artistas muito bem inspirados pela alegria, ao fazer sua vi-da dar uma volta sem precedentes.

Ao menos a beleza de mulheres com corpos exuberantes, fazendo da avenida uma passarela com o glamour da beleza feminina, levantan-do o desejo de todos ali presentes.

Carnaval é isso, é uma bateria com milhares de participantes á sincro-nizar um ritmo que embala desde os simples brincantes aos mais sé-rios e elegantes.

Um trabalho de mestres que sem temer o resultado final confia na sua equipe e faz do seu trabalho uma bela resposta aos ouvidos mais afi-nados.

Dentro da festa não existem somente um rei uma rainha, todos rei-nam em uma adversidade sem fim, como fazendo um pacto para a felicidade não escapar ao som do tamborim.

Seria então um acumulo de ações em prol da alegria, uma legião de “alegretes” pulando e se divertindo numa felicidade sem fim.

Realmente a felicidade reina nesse lugar, pois o mais problemático dos homens em plena passarela da alegria se vê transformado em senhor da euforia, que domina seus sonhos como uma fantasia real, mesmo sendo a realidade desleal.

Carnaval é isso, meninas ainda criança num sonho de gente grande, senhoras balzaquianas num sonho de adolescente, e assim a alegria toma conta do coração, levando consigo todo uma perspectiva de no final sair feliz, completa e plenamente.

Uma festa que é sinônimo de alegria, sobre tudo o carnaval joga pra longe o entristecer que a rotina do dia-dia os coloca, mas é uma ale-gria momentânea e sem fundamentos para a vida.

Uma vida que é vivida através da expectativa de outros carnavais, com a felicidade se fazer presente, o amor ser um participante e ter a alegria como amante.

Carnaval é assim, toda grandeza de uma esplêndida apresentação, muito brilho, muita animação, mas na quarta feira, retorna o inferno e a queimar se vê toda a alegria com a chegada da realidade num i-menso caldeirão, devolvendo a rotina da vida ao coração.

Paulo Master

Acabou nosso carnaval Ninguém ouve cantar canções Ninguém passa mais Brincando feliz E nos corações Saudades e cinzas Foi o que restou

Pelas ruas o que se vê É uma gente que nem se vê Que nem se sorri Se beija e se abraça E sai caminhando

Dançando e cantando Cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar Mais que nunca é preciso cantar É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem Qualquer dia vai se acabar Todos vão sorrir Voltou a esperança É o povo que dança Contente da vida Feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis E há tão grandes promessas de luz Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

Quem me dera viver pra ver E brincar outros carnavais Com a beleza Dos velhos carnavais Que marchas tão lindas E o povo cantando Seu canto de paz Seu canto de paz

Marcha de Carnaval - Vinicius de Morais

A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fra-

gilidade da vida humana, sujeita à morte.

Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ou quarenta e seis dias contando os domingos.

Seu posicionamento no calendário varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até à

segunda semana de março.

Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade.Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo pa-dre que preside à cerimônia. O padre marca a testa de cada cele-

brante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbo-lismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas

sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia).

No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência. Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após

do carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela.

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 11

Educação - Políticas Estados financiam poupança para

manter alunos na escola

Por Priscilla Borges

Brasília vai resgatar um projeto que teve vida curta na década de 1990 para tentar diminuir um dos maiores problemas do ensino médio: a evasão escolar. A rede de ensino do Distrito Federal vai abrir poupanças em nome dos es-tudantes como forma de estimular a perma-nência deles na última etapa da educação bá-sica. Modelo semelhante é utilizado por dife-rentes estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Piauí, para manter os jovens estudando.

No caso do Distrito Federal, o desejo do se-cretário de Educação é depositar a cada mês, pelo menos, R$ 300 para cada aluno. Só quem não reprovar nenhuma série e concluir o ensino médio receberá o acumulado ao lon-go dos três anos. O projeto não é novo na ca-pital. Foi criado por Cristovam Buarque à épo-ca em que foi governador, entre 1995 e 1998. A Poupança-Escola acabou por uma decisão política do governador eleito na sequência, Joaquim Roriz.

Segundo o secretário de Educação atual, Marcelo Aguiar, o programa foi um sucesso à época. As taxas de repetência caíram de 29% em 1994 para 16% em 1997. “O dinheiro pode ser usado como impulso para a vida profissio-nal ou universitária. É um incentivo que cria condições para minimizar os grandes índices de evasão do ensino médio, que é nosso cal-canhar de Aquiles”, afirma. Em Brasília, a e-vasão (quantidade de estudantes que aban-dona a escola e não volta mais) atingiu 6,2% em 2012.

Os valores, métodos de saque e tolerância com o desempenho do estudante variam em cada estado. Em Minas Gerais, onde o projeto se tornou estratégia permanente, a cada ano são depositados R$ 1 mil na conta do aluno. Para isso, ele precisa se inscrever no sistema, ser aprovado e participar de atividades de for-mação complementar (escolar, cultural, cida-dã ou profissional). A cada participação em uma delas, o jovem acumula pontos, que pre-cisam chegar a 70 no fim do ano. O dinheiro só pode ser sacado após a conclusão do ensi-no médio.

Segundo José Celso, gerente do Poupança Jovem em Minas Gerais, todo o processo é acompanhado por um orientador local.

O programa começou em 2007 na cidade de Ribeirão das Neves. Hoje, já faz parte da rea-lidade das escolas estaduais de Ibirité, Esme-raldas, Governador Valadares, Juiz de Fora, Sabará, Teófilo Otoni, Montes Claros e Pouso Alegre. Ao todo, já foram investidos R$ 400 milhões no programa e cerca de 110 mil alu-nos, beneficiados.

“Temos uma demanda enorme, mas não po-demos atender por conta de recursos mesmo. E os resultados são excelentes. Apenas 5% dos participantes foram excluídos do progra-ma ao longo desses anos”, conta Celso. A ex-clusão ocorre caso o estudante tenha mais de duas reprovações ou abandone a escola. Quem passa sem recuperação pode sacar R$ 100 a cada ano.

No Rio de Janeiro, o Renda Melhor Jovem começou em 2011, beneficiando 4 mil alunos de três municípios de famílias que já faziam parte de programa de transferência de renda estadual. A poupança varia de acordo com a série do estudante (de R$ 700 a R$ R$ 1,2 mil por ano) e o aluno pode sacar 30% do valor a cada ano, desde que não seja reprovado.

No Piauí, há 10 mil beneficiados pelo Progra-ma de Incentivo Educacional - Mais Viver. O projeto, ainda em fase piloto, vai atender estu-dantes de 44 municípios que possuem o mai-or índice de pobreza. Os depósitos anuais va-riam de R$ 400 a R$ 600 e serão excluídos do programa caso sejam reprovados ou aban-donem os estudos. Em Goiás, a poupança também beneficia os anos finais do ensino fundamental, mas apenas os alunos que con-quistaram as melhores notas na Prova Goiás, avaliação estadual.

Só dinheiro não basta

Pesquisadores da área reconhecem a neces-sidade de incentivar o jovem a permanecer na escola. Mas temem que esse tipo de iniciativa não promova mudanças significativas no am-biente escolar. “Não sei se isso motivará os alunos a melhorarem. Certamente para os que já iam passar de ano e aprendem é positi-vo. Mas quem tem dificuldade não sabe por onde começar. O problema é a qualidade da escola. A única coisa aceitável na educação é que o aluno passe de ano aprendendo”, opina Ruben Klein, diretor da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave) e consultor da Cesgranrio.

Maria de Salete Silva, coordenadora do pro-grama de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), diz que os gestores precisam olhar para a situação de todos os adolescentes e não só os do ensino médio. Isso porque grande parte dos jovens de 15 a 17 anos, que deveria estar concluindo a educação básica, ainda está no ensino fun-damental. “Precisamos de propostas para quem ainda está no fundamental também”, afirma.

Dados do Censo Escolar 2012 mostram que a distorção idade-série (quantos alunos estão atrasados em dois anos ou mais em relação ao ideal) chega a 31,1% no ensino médio. A aprovação dos estudantes nesta etapa não superou 79%. “As estratégias dos gestores têm de contemplar acesso, permanência, a-prendizagem e conclusão”, pondera Salete. “A

aprovação não atesta necessariamente a a-prendizagem”, comenta a coordenadora do Unicef.

O secretário de Educação do DF concorda que a escola precisa se repensar. As escolas da capital passarão a se organizar por semes-tres, por exemplo. Os estudantes cursarão parte das matérias em um período e o restan-te no outro. Ele acredita que os professores estarão mais próximos dos alunos e poderão contribuir mais para o aprendizado de cada um. Os currículos também ganharão nova ori-entação.

“Estamos adotando diversas ações para o en-sino médio. A poupança é um estímulo para que ele não troque a escola pelo mercado de trabalho”, diz Aguiar. A rede do DF possui 88 mil alunos este ano. O orçamento para o pro-jeto precisa de aprovação, o que o secretário acredita que acontecerá ainda neste semes-tre. A experiência de Minas Gerais, segundo José Celso, mostra que o dinheiro se torna apenas o primeiro estímulo. “Eles percebem a importância da escola para o futuro depois”, garante o gerente.

Outros prêmios

Em outros estados, como Mato Grosso do Sul, Ceará e Pernambuco, a distribuição de prêmios (bolsas de estudo, tablets, notebo-oks) também é utilizada para incentivar a per-manência e o bom desempenho do aluno na escola. Maria do pilar Lacerda, diretora da Fundação SM e ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, acredita que os gestores não devem ter “medo de ino-var, em nenhum sentido, quando pensamos no ensino médio”.

“Uma bolsa sozinha não resolve o problema, mas é um estímulo. Continuo acreditando que a essência do programa Ensino Médio Inova-dor é um belo começo, pois flexibiliza o currí-culo e de alguma maneira cria um protagonis-mo juvenil. O aluno começa a pensar em seus sonhos, projetos e ter uma pequena reserva financeira para estimular uma vida universitá-ria ou algum empreendimento é importante”, diz.

O temor dos especialistas é as bolsas se tor-nem “soluções únicas” para os problemas do ensino médio. Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, ressalta que a escola precisa fazer sentido.

“Parece que agora a solução para todos os problemas é dar bolsa. O que precisamos é de uma educação de qualidade, que gere in-teresse no aluno e dê condições de ele in-gressar na vida produtiva, aproximando o jo-vem com cultura, esporte. Não existe solução fácil”, analisa.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 12

MEC - Escola

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social,

cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde,

Cidadania, Professor e Famí-lia.Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a E-ducação e o Brasil se discute num debate aberto, crítico e livre, com conhecimento e

responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebr.org

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INSCRIÇÕES PARA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESADESTE ANO SERÃO ABERTAS EM FEVEREIRO

“Escrevendo o Futuro”

O Ministério da Educação abre, em 24 de

fevereiro, o período de inscrições da quarta

edição da Olimpíada de Língua Portuguesa

Escrevendo o Futuro – O lugar onde vivo.

O prazo termina em 30 de maio. A inscrição

começa com os professores de língua portu-

guesa que lecionam do quinto ano do ensi-

no fundamental ao terceiro ano do ensino

médio público. Mas é preciso que as secre-

tarias estaduais e municipais de educação

façam a adesão, para que os professores

possam participar.

A novidade da olimpíada neste ano será a

distribuição, aos professores, de jogos virtu-

ais que vão apoiar as atividades na sala e

aula. A coordenadora da olimpíada, Sônia

Madi, explica que os jogos abordam proble-

mas e questões comuns no estudo da língua

para os quatro gêneros literários que serão

trabalhados em 2014.

Professores do quinto e sexto ano do ensino

fundamental, por exemplo, que vão desen-

volver a poesia com os estudantes, terão um

jogo com poemas onde são “penduradas”

palavras que rimam. Se o poema criado ri-

ma, mas o texto perde sentido, o aluno per-

de ponto; se, ao contrário, rima e ganha sen-

tido, o estudante ganha ponto.

Além dos jogos, todas as escolas participan-

tes vão receber uma revista com encarte de

um CD dos cadernos virtuais, que são re-

cursos didáticos que ajudam os professores

a desenvolver o estudo da língua portugue-

sa.

Gêneros – O lugar onde vivo é o tema que

será trabalhado por todos os estudantes que

participam da olimpíada. Alunos do quinto

e sexto ano do ensino fundamental vão es-

tudar e escrever poesia; sétimo e oitavo ano,

textos no gênero memória; nono ano do en-

sino fundamental e primeira série do ensino

médio, crônica; segunda e terceira série do

ensino médio, artigo de opinião.

A Olimpíada de Língua Portuguesa vai pre-

miar os 152 estudantes finalistas e seus pro-

fessores com tablets, medalhas e obras lite-

rárias; e 20 escolas com laboratório de in-

formática, data show e telão.

Histórico – Em 2008, a Olimpíada de Lín-

gua Portuguesa se tornou política pública

de educação, sob a coordenação do MEC,

em parceria com a Fundação Itaú Social e o

Centro de Estudos e Pesquisas em Educa-

ção, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

A olimpíada teve origem no programa Es-

crevendo o Futuro, desenvolvido pela Fun-

dação Itaú Social, entre 2002 e 2006, em

edições bienais, que contaram, naquele pe-

ríodo, com a participação de mais de 3,5

milhões de estudantes em todo o país.

Na segunda edição, em 2010, a olimpíada

teve a participação de mais de 7 milhões de

alunos da educação básica, 60,1 mil escolas

públicas e 239,4 mil professores; em 2012,

na terceira edição, foram 5 milhões de alu-

nos, 40 mil escolas públicas e 90 mil pro-

fessores.

Fonte: portal.mec.gov.br

ANO LETIVO 2014 terá um calendário especial

O ano letivo de 2014 terá um calendário especial.

No ano da Copa do Mundo no Brasil, as férias escolares para os 4,3 milhões de alunos da rede foram antecipadas e marcadas entre os dias 12 de junho e 11 de julho, período em que os jogos de futebol acontecem.

Outra definição do cronograma para as mais de cinco mil escolas estaduais de São Paulo é que o início das aulas será antecipado de 1º de fevereiro para 27 de janeiro. O término das aulas está previsto para a segunda quinzena de dezembro. A reorganização do calendário

mantém a garantia dos 200 dias letivos pre-vistos em lei. Também foi definido que os alu-nos, professores e servidores terão uma se-mana de recesso entre os dias 13 e 20 de ou-tubro.

O planejamento foi feito pela Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) para que a presença dos alunos em sala de aula não tivesse nenhuma interferência por causa do evento e, também, para colaborar na orga-nização dos setores públicos e privados na oferta de serviços e diminuição do trânsito, por exemplo.

Também foi definido que os alunos, professo-

res e servidores terão uma semana de reces-so entre os dias 13 e 19 de outubro, fazendo com que o segundo semestre letivo não seja tão longo se comparado ao primeiro. A reor-ganização do calendário mantém a garantia dos 200 dias letivos previstos em lei, sem ne-nhum prejuízo curricular ou pedagógico aos estudantes.

Todas as 91 diretorias de ensino de São Pau-lo foram comunicadas para que avisem os pais e as comunidades escolares com antece-dência. Também será reforçada a importância da participação dos alunos em todo o período letivo.

MEC - Escola II

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 13

Meio Ambiente Belo Monte ameaça maior sítio

de desova de tartarugas

da América do Sul

Por: Fabíola Ortiz

Tartarugas chegam ao Tabuleiro do Embaubal para de-positar seus ovos nas praia do baixo Xingu. Foto: WWF

O maior sítio de desova de quelônios da América do Sul corre o risco de deixar de existir em razão da construção da UHE Belo Monte. A sobrevivência das tartarugas da Amazônia (Podocnemisexpansa) está ameaçada.

A apenas 10 quilômetros de distância do canteiro de obras da que pretende ser a terceira maior usina hidre-létrica do mundo, está o Tabuleiro do Embaubal, no rio Xingu, entre os municípios de Senador José Porfírio e Vitória do Xingu (80 km de Altamira). Todos os anos as tartarugas aparecem. Entre os meses de setembro e novembro, quando o rio está no período de estiagem, elas chegam aos montes a esta praia que se forma na cabeceira do rio, conhecida como tabuleiro.

Numa área de não mais do que três campos de futebol, 20 mil tartarugas da Amazônia buscam abrigo para re-produzir. O espaço é concorrido, são 3hectares onde a maior tartaruga de água doce da América do Sul – que chega a medir 70 cm de comprimento e a pesar 25 kg – escolhe como sítio de reprodução e coloca em média 120 ovos.

Um fenômeno, para muitos, emocionante, que começa a dar seus frutos no início de dezembro – após o período de incubação que leva entre 45 e 55 dias– quando co-meça a temporada dos nascimentos.

Hidrovia no rio Xingu

Essa espécie natural da bacia amazônica passou rapi-damente da categoria de "pouco conhecida" para "ameaçada". A espécie é utilizada como fonte de recur-so há séculos por ribeirinhos tanto para alimentação como para produção de óleo. Antes da energia elétrica, o óleo de tartaruga era usado para iluminar as cidades da Amazônia. Agora o perigo é outro.

"Embarcações e grandes balsas passam pela rota de onde as tartarugas cruzam para chegar ao tabuleiro. Aquela região do Xingu tem sofrido um impacto muito grande dessa obra. O impacto é direto, não é indireto como fala o EIA/Rima (Relatório de Impacto Ambiental)", disse a ((o))eco Luiz Coltro, do Programa Amazônia da Rede WWF-Brasil, que defende a criação de duas uni-dades de conservação na região para proteger esta es-pécie de tartaruga.

O Tabuleiro do Embaubal reúne mais de cem ilhas no trecho final do rio Xingu e, com a inundação de áreas

como a Volta Grande em decorrência da UHE de Belo Monte, a barragem poderá reter sedimentos e matéria orgânica apodrecida, importantes para conservar as praias do Embaubal, principal área onde esta espécie de quelônio desova.

"Os grandes tabuleiros que concentravam milhares de tartarugas sumiram, não há mais esse fenômeno na Amazônia. O Embaubal é um remanescente daquilo que se encontrava em termos de tabuleiro, é o maior da ba-cia amazônica em atividade", argumentou Coltro.

Um dos impactos diretos sobre a área de desova das tartarugas da Amazônia é a hidrovia que liga Belém - Porto de Moz - Vitória do Xingu. "Nessa hidrovia, temos detectado uma quantidade enorme de cascos de tartaru-gas destruídos pelo impacto de hélices de barcos, rebo-cadores e balsas gigantescas que passam na frente do tabuleiro, bem na rota por onde as tartarugas cruzam", comentou.

Segundo o analista de conservação, além do aumento de casos de atropelamento das tartarugas, o volume de vazamento de óleo diesel no rio Xingu tem sido identifi-cado com frequência. "Em determinadas épocas do ano o rio tem uma coloração diferente".

Há cerca de dois anos, um novo fenômeno foi observa-do, por não encontrarem lugares seguros para a deso-va, as tartarugas soltam os ovos em pleno rio. "A tarta-ruga precisa de um lugar tranquilo, ela observa durante dias o tabuleiro para ter certeza de que aquele lugar oferece segurança para colocar os ovos. O processo todo leva quatro horas. Nessa época do ano, a gente evita ao máximo andar pelo tabuleiro. Mas com o fluxo descomunal de embarcações gigantes que carregam caminhões, a tartaruga simplesmente solta os ovos na água. É uma estratégia de autopreservação", explicou.

Menos peixe

Desde o início das obras da hidrelétrica, foi observado um forte avanço de grilagem e invasão de terras em matas ribeirinhas no rio Xingu, sem contar a sobrepesca na região.

"A pesca está muito além da capacidade. Os pescado-res da região estão reclamando que há anos pescavam cerca de 120 kg de peixe e, hoje, não pescam mais que 30 kg. Cada vez mais está escasseando peixe no rio", lamentou.

A área do Embaubal, segundo Coltro, já teria sido inclu-sive alvo de estudos do Ministério de Meio Ambiente que reconhecera esta como uma área prioritária para conservação pela diversidade biológica que abriga e por sua importância socioeconômica, incluindo seu potencial turístico.

O Tabuleiro do Embaubal e suas ilhas adjacentes foram ainda objetos de amparo legal do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado, com proposta para criação de uma unidade de conservação do grupo de proteção integral (Lei nº 6.745/ 2005). O programa de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira classificou a região como prioridade de ação em catego-ria extremamente alta, com ocorrência de espécies a-meaçadas, endêmicas e migratórias.

Duas novas UCs

A expectativa, aponta o analista de conservação, é que neste primeiro semestre de 2014, poderão ser oficializa-das a criação do Refúgio de Vida Silvestre (Revis) de proteção integral das cerca de 20 mil tartarugas da A-

mazônia (Podocnemisexpansa) e a Reserva de Desen-volvimento Sustentável (RDS).

As duas UCs estaduais somam 27 mil hectares e estão localizadas próximo ao pequeno município de Senador José Porfírio, no Pará, com apenas 13 mil habitantes.

Estas unidades representam duas categorias com regi-mes de utilização diferentes, explica Coltro. "Queremos dotar a região com políticas de conservação, mas ainda não conseguimos mecanismos financeiros para perpetu-ar estas ações".

Enquanto o Revis é uma categoria recomendada para espécies que tenham ameaçado o seu sítio de reprodu-ção e se destina à proteção da biodiversidade encontra-da na região; a RDS é uma zona do entorno do refúgio de vida silvestre e reúne as ilhas do rio Xingu, assim como parte da comunidades que vivem à beira do rio e desenvolvem a pesca como principal atividade econômi-ca.

Um dos potenciais da região identificados é o conjunto de cavernas e sítios arqueológicos que indicam aqueles territórios como áreas habitadas por grupos indígenas no passado.

No dia 28 de novembro de 2013, cerca de 300 morado-res do pequeno município de Senador José Porfírio a-provaram em uma consulta pública a criação destas duas unidades. A consulta corresponde a uma etapa posterior à elaboração de estudos ambientais, socioeco-nômicos e fundiários, que tem sido realizada desde 2009.

Teve início agora em janeiro a fase de elaboração do parecer técnico por parte da Secretaria Estadual de Mei-o Ambiente do Pará (SEMA) para embasar a redação da minuta do decreto que cria as UCs. E, em seguida, o texto será encaminhado à mesa do governador do Esta-do para assinatura.

"A criação de UCs tem algumas fases que são gargalos, a gente está na parte delicada. Vamos para a vontade política, a vontade social já tivemos. Até fevereiro, a mi-nuta de decreto chegará à mesa do governador", co-mentou Coltro esperançoso de que em março sejam anunciadas as duas unidades.

O analista lembrou ainda que o estado do Pará se com-prometeu na criação de 60 milhões de hectares de UCs e conta, atualmente, com 42 milhões de hectares de áreas protegidas.

Após a fase de acompanhamento político e de criação das UCs, terá início a etapa de implementação destas áreas protegidas com pesquisas, elaboração do plano de manejo, criação do conselho gestor e organização das atividades de turismo na região.Em nota divulgada em dezembro de 2013, a Norte Energia, consórcio res-ponsável pelas obras de Belo Monte, informou que apoi-a a criação de UCs nas praias do arquipélago do Tabu-leiro do Embaubal, no sudoeste paraense.

"A iniciativa faz parte do Plano de Conservação de E-cossistemas Aquáticos executado pela Norte Energia (...) que mantém equipes de pesquisadores no local. Para atender ao trabalho de monitoramento dos berçá-rios e dar suporte à elaboração de estudos, a empresa construiu uma base de apoio, com alojamentos e aces-so à internet", informou o comunicado.

Fonte: http://www.oeco.org.br

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FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 14

Escola x Família x Escola

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Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

A TECNOLOGIA DO PARÁGRAFO

Um dos grandes problemas no Brasil era con-seguir alfabetizar a população. Alfabetizar es-tá colocado no sentido da pessoa saber ler e escrever. Nos censos, de 40 ou 50 anos a-trás, o número de pessoas que não sabiam ler e escrever era algo de se ver para acreditar. Mas as pessoas que aprendiam a escrever conseguiam elaborar cartas e escrever texto com mais de uma página. Hoje é fácil encon-trar as pessoas lendo e escrevendo com facili-dades, só que estranhamente as pessoas não conseguem escrever e interpretar um texto longo com mais de uma lauda!

O que ocorreu com o passar do tempo?

Para tentar responder a pergunta, do parágra-fo anterior, vou fazer uma descrição das tec-nologias existentes no período que estudava sendo alfabetizado.

Neste período, em que era estudante, as tec-nologias para educação eram simples, mas não eram menos fascinantes das tecnologias atuais. Entre as tecnologias utilizadas, pode-mos citar:

Em sala de aula:

Quadro negro e giz Livro (quando tinha fotos eram em peto e branco) Uso do caderno de caligrafia e tabuada

Entre as diversões que exigiam a leitura:

Os gibis - histórias em quadrinhos (a Turma da Mônica era a mais popular) e tinham os gibis de faroeste com centenas de páginas.

Filmes legendados ( a grande maioria era de faroeste)

Jornais Escritos (na maioria das vezes eram de formato tablóide)

Os romances (os vendidos nas bancas de re-vistas eram de histórias de amor).

O grande problema é que não existiam vagas nas escolas suficientes para todos que dese-jam estudar. Naquela época já eram comuns as escolas de alfabetização pagas e todas as escolas de alfabetização da cidade, particula-res ou não, estarem sempre cheias de garo-tos. Isso ocorria devido a grande existência de pessoas necessitando estudarem sem a quantidade devida de vagas nas escolas para a demanda existente.

Quando a pessoa terminava o chamado pri-mário, para ir estudar o ginasial, era obrigató-rio se fazer uma espécie de vestibular (era chamado de admissão) e concorria as vagas existentes. Embora a explicação para tal pro-va fosse de que só seriam aceitas, nas séries ginasiais, alunos com as qualidades mínimas aceitas, na realidade funcionava como um re-gulador para que o governo não ficasse na obrigação de se colocar escola para todos. Como a pessoas ficavam na dependência de concorrer as vagas existentes não era cobra-do do governo que se criasse mais escolas e se contratasse mais professores.

Durante o ensino primário os alunos só eram considerados aptos para ir ir para o ginasial quando já soubessem escrever redação, car-tas e ler com naturalidade. Isso era um dos grandes motivos de alta repetência.

Com o passar do tempo, as escolas deixaram de exigir a prova de Admissão e os professo-res deixaram de reprovar os alunos por moti-vo de não saberem escrever uma redação e ler fluentemente.

Não se percebeu que a extinção dessas exi-gências iria se criar um exercito de analfabe-tos funcionais. Com a tecnologia, que parale-lamente foi surgindo, esse problema passou despercebido durante algum tempo. Começa-ram a aparecer gravadores e gravações de áudio e de vídeo de baixo custo

(principalmente com o surgimento do compu-tador e a internet) e essa tecnologia facilitou a pessoa a ter acesso a história, romances e fatos da história sem a necessidade de se sa-ber ler e escrever.

O aparecimento do micro computadores inter-ligados com a tecnologia da comunicação (internet) estimulou (ainda estimula) as pesso-as aprenderem a ler e escrever. O grande problema é que essa tecnologia, com as cha-madas redes sociais, é usada para conversa-ção rápidas e a pessoa não precisa e nem tem necessidade de se escrever textos longos (redação, cartas e assemelhados). Geralmen-te as mensagens não chegam a ter mais de um parágrafo! Embora a tecnologia estimule as pessoas aprenderem a ler e escrever, ela estimula e habitua as pessoas a lerem e es-creverem mensagens (se resumem a um ou dois parágrafos) e não conseguem escrever e interpretar textos longos, limitando-se a es-crever pequenas mensagens!!!

O uso da tecnologia da comunicação, aliada a compactação do microcomputadores em for-ma de tablets e telefones, permitem que as pessoa fiquem conectadas entre si todo o tempo e em todos os lugares.

A tecnologia está estimulando as pessoas a aprenderem a ler e escrever, ótimo, mas com o passar do tempo se percebeu que elas, as pessoas, não conseguem interpretar grandes textos! Conseguiu-se diminuir o número de Analfabetos Totais e se criou um exército de Analfabetos Funcionais!

O Problema do Analfabetismo Funcional está ocorrendo a nível mundial e passou a ser o grande desafio para os governos e redes de ensino em todas as nações! Antônio Carlos Vieira

Licenciatura Plena – Geografia

Brasil tem 33 milhões de analfabetos funcionais, diz IBGE A definição de analfabetismo vem, ao longo das últimas décadas, sofrendo revisões significativas como reflexo das próprias mudanças sociais. Em 1958, a UNESCO definia como alfabetizada uma pessoa capaz de ler e escrever um enunciado sim-ples, relacionado a sua vida diária. Vinte anos de-

pois, a UNESCO sugeriu a adoção dos conceitos de analfabetismo e alfabetismo funcional. Portanto, é considerada alfabetizada funcional-mente a pessoa capaz de utilizar a leitura e escrita e habilidades ma-temáticas para fazer frente às demandas de seu contexto social e uti-lizá-las para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida. Os níveis de analfabetismo funcional são: Analfabeto - Corresponde à condição dos que não conseguem reali-zar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços etc.); Rudimentar - Corresponde à capacidade de localizar uma informação

explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica; Básico - As pessoas classificadas neste nível podem ser considera-das funcionalmente alfabetizadas, pois já lêem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessá-rio realizar pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de opera-ções e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limita-ções quando as operações requeridas envolvem maior número de e-lementos, etapas ou relações; e Pleno - Classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: leem textos mais longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de o-pinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resol-vem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolven-do percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar ta-belas de dupla entrada, mapas e gráficos.

FEVEREIRO 2014 Gazeta Valeparaibana Página 15

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Para especialistas, envelhecer bem vai além de ações individuais

O país está se preparando para acolher de maneira mais efetiva a crescente população idosa, mas ainda não existe um conjun-to satisfatório de equipamentos que possa atender a essas pes-soas. A avaliação é da docente do curso de Gerontologia da Es-cola de Artes, Ciências e Huma-nidades (EACH) da USP, Marisa Accioly. Assistente social de for-mação, Marisa também atuou por vários anos no Serviço de Geriatria do Hospital das Clíni-cas (HC) da Faculdade de Medi-

cina da USP (FMUSP).

Segundo a pesquisadora, que tem se dedicado a estudar as políticas públicas frente ao envelhecimento da população, a preocupação do Poder Público em garantir qualidade de vida aos idosos não é algo novo no país, que tem suas políticas e legislação reconhecidas inter-nacionalmente. O problema, diz Marisa, é a falta de estrutura para que se cumpram leis e se implantem tais políticas na prática.

Os principais instrumentos voltados ao idoso datam da década de 1990, quando foi regulamentada a lei que dispõe sobre a Política Na-cional do Idoso. Essa Política prevê várias ações na área da saúde, educação e assistência social. Existe ainda o Estatuto do Idoso, que entrou em vigor em 2004, cuja força consiste em cobrir aquilo que as políticas públicas já preveem. “Nossas políticas públicas são sempre elogiadas e servem de modelo para outros países pensarem o seu envelhecimento”, aponta Accioly.

Para ilustrar, porém, porque a questão não se encerra aí, a professo-ra cita o artigo 19 do Estatuto do Idoso, que trata das questões rela-cionadas à saúde. Ele prevê atendimento domiciliar para aqueles que precisam, e atendimento com profissionais capacitados na área da geriatria e da gerontologia. Mas, quando o atendimento especializado nas Unidades de Atendimento aos Idosos é solicitado, a pessoa não encontra unidades de referência. Além desses problemas, existe a falta de integração do idoso na Estratégia da Saúde da Família. “Ele ainda é invisível ao sistema”, diz.

A dificuldade, portanto, é na implementação do que é previsto por es-sas políticas. “Nas regiões em que o idoso reside e a malha dos servi-ços públicos funciona, a situação está boa, mas nos locais em que ela não funciona, ou não existe, os idosos precisam de mais”, diz a pes-quisadora.

De acordo com Marisa, o número de Instituições de Longa Permanên-

cia para o Idoso (ILPI), popularmente conhecidas como casas de re-pouso, não é suficiente. Nessas instituições, na maioria das vezes, estão as pessoas que já estão abatidas por doenças graves e que precisam de um atendimento especializado. Esse é o grupo de idosos mais prejudicados pela falta de eficiência na aplicação do que é pre-visto em lei.

A principal dificuldade para que essas políticas saiam do papel é a dotação orçamentária. Para implantar política pública é preciso recur-so financeiro destinado às ações. “Eu vejo o Estado de São Paulo comprometido com as questões do idoso, temos exemplo disso no rigor das secretarias de defesa da pessoa idosa, na fiscalização do respeito ao Estatuto do Idoso, feita pelo Conselho do Idoso, mas sinto que ora o Estado se volta para essas questões, ora se retrai, dadas as demais necessidades”, diz a assistente social.

Na área social, uma das principais falhas apontadas pela professora é a ausência, para os idosos, dos chamados Centros-dia, um intermedi-ário entre os Núcleos de Convivência do Idoso e as Instituições de Longa Permanência.

Os Núcleos de Convivência são cada vez mais importantes, pois pro-movem a sociabilidade. Lá, são oferecidas oficinas de artesanatos e atividades de relaxamento e alongamento – e o idoso pode escolher quais frequentar. Além disso, a convivência e os laços que são desen-volvidos ali fortalecem a rede social de suporte ao idoso. Os Núcleos existem e funcionam na cidade, mas atendem apenas aqueles idosos que estão bem de saúde e que podem se locomover até lá.

Existem, no entanto, aquelas pessoas que já têm algum comprometi-mento de saúde. Não é o caso de serem encaminhados para as Insti-tuições de Longa Permanência, mas eles já não poderiam acompa-nhar as atividades nos Núcleos de Convivência. Os Centros-dias es-tão previstos na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e seriam locais em que o idoso passaria o dia e iria para casa apenas de noite. A cidade de São Paulo não tem nenhum Centro-dia público funcio-nando, o que, na opinião de Marisa, é uma fragilidade muito grande do sistema.

Mesmo com a dificuldade orçamentária, que impede a implantação de todas as políticas públicas previstas, o Estado não pode se omitir. Pa-ra a pesquisadora, existem ações que podem ser feitas e não passam pela liberação de verbas. “O Estado tem que conhecer seus idosos. Ele pode fazer isso pelas visitas domiciliares e, já que não contamos com cuidadores bancados pelo Estado, é preciso identificar e orientar as pessoas que compõem a rede social de suporte informal do idoso. Não podemos deixar essas pessoas que estão se envolvendo sem um apoio”, finaliza.

Fonte: http://www.nossamelhoridade.com.br

Terceira idade

Ele casou de novo aos 70 anos Vida nova Nada de encontros para a terceira idade: eles se conheceram numa ca-sa de forró. Dançaram, pintou um cli-ma, e, na virada para os 70, ele co-meçou a namorar. Deu tão certo que, depois de dois anos, resolveram final-mente casar do jeitinho mais moder-

no que existe. Juntar os trapinhos não é coisa de jovem, não, senhor. O marceneiro Érico de Oliveira que o diga. Aos 70 anos, acaba de se tornar o mais novo compromissado do quarteirão, depois de 28 anos viúvo. O que ajudou foi seu espírito festivo: “Sempre viajei muito. Já fui para Porto Seguro, Camboriú, Búzios. Ter uma vida meio agitada me ajudou a conhecer pessoas”. Justamente em uma de suas “noitadas” regadas a cerveja e música ao vivo ele conheceu Maria Cristina, de 50 anos. “Ela chegou aqui no meu peda-

ço há menos de uma semana com as coisas dela”, conta rindo. Cerca de 400 convidados em aniversário

Nada aconteceu da noite para o dia. Antes de ingressar em algo mais sério, deram tempo ao tempo. “Fomos nos aproximando há quase dois anos até chegar neste ponto”, explica ele, que não descarta uma festinha para oficializar a união.

“Tudo é tão recente, mas não deixo de lado a hipótese de comemorar isso”. Por enquanto, a transformação imediata está mesmo no astral: Érico tem quatro filhos, dois deles excepcionais, e a chegada de Mari-a Cristina trouxe tranquilidade e organização à casa. “Além de ser u-ma ótima companheira para tudo – saímos juntos sem hora para vol-tar -, ela adora meus filhos”.

E a chegada da nova integrante da família foi em boa hora, ele admi-te. “Minha filha já dizia que um dia eu ia precisar de alguém para me acompanhar”, comenta Érico. “Este é o meu momento, e estou me sentindo muito bem porque ela é uma boa companheira”. Ele, por sua vez, também não deve deixar nada a desejar: na festa de comemora-ção dos seus 70 anos, cerca de 400 pessoas compareceram para a-companhar a retrospectiva de sua vida. A namorada, como não podia deixar de ser, marcou presença.

E decidiu entrar de vez na história. Tatiana Gerasimenko/iG

FEVEREIRO - 2014

Edição nº. 75 Ano VII - 2014

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

O português no mundo O português considerado padrão é baseado no dia-leto de Lisboa, Portugal. Naquele país, a variação de dialetos não é muito grande, mas o Português brasileiro varia do Europeu em vários pontos, inclu-indo muitas diferenças nos sons, sotaques, e, além disso, uma grande diferença na conjugação de al-guns verbos e também na sintaxe. Exemplo disso é a aplicação de pronomes objeto, que podem ocor-rer antes do verbo no português brasileiro (como no espanhol) e no português padrão, só acontece de-pois do verbo.

O mundo lusófono é avaliado hoje entre 170 e 210 milhões de pessoas. O português, oitava língua mais falada do planeta (terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês e o castelhano), é a língua oficial em sete países: Angola (10 milhões de habi-tantes), Brasil (152 milhões), Cabo Verde (346 mil), Guiné Bissau (1 milhão), Moçambique (15,3 mi-lhões), Portugal (9,9 milhões) e São Tomé e Prínci-pe (126 mil).

O português é uma das línguas oficiais da União Europeia (ex-CEE) desde 1986, quando da admis-são de Portugal na instituição. Em razão dos acor-dos do Mercosul (Mercado Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português é ensinado como língua estrangeira nos demais países que dele par-ticipam. Em 1996, foi criada a Comunidade dos Pa-íses de Língua Portuguesa (CPLP), que reúne os países de língua oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação e o intercâmbio cultural entre os países membros e uniformizar e difundir a língua portuguesa.

Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se, como qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que di-vergem de maneira mais ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao vocabulário. Tal diferenciação, entretanto, não compromete a unidade do idioma: apesar da acidentada história da sua expansão na Europa e, principalmente, fora dela, a língua portuguesa conseguiu manter até hoje apreciável coesão entre as suas variedades. No estudo das formas que veio a assumir a língua portuguesa na África, na Ásia e na Oceania, é ne-cessário distinguir dois tipos de variedades: as cri-oulas e as não crioulas. As variedades crioulas re-sultam do contato que o sistema linguístico portu-guês estabeleceu, a partir do século XV, com siste-mas linguísticos indígenas. 0 grau de afastamento em relação à língua mãe é hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os crioulos devem ser considerados como línguas derivadas do portu-guês.

O português na Europa Na faixa ocidental da Península Ibérica, onde o ga-lego-português era falado, atualmente utiliza-se o

galego e o português. Esta região apresenta um conjunto de falares que, de acordo com certas ca-racterísticas fonéticas (principalmente a pronúncia das sibilantes: utilização ou não do mesmo fonema em roSa e em paSSo, diferenciação fonética ou não entre Cinco e Seis, etc.), podem ser classifica-dos em três grandes grupos:

- Dialetos galegos; - Dialetos portugueses setentrionais; e - Dialetos portugueses centro-meridionais.

A fronteira entre os dialetos portugueses setentrio-nais e centro-meridionais atravessa Portugal de noroeste a sudeste. Merecem atenção especial al-gumas regiões do país que apresentam caracterís-ticas fonéticas peculiares: a região setentrional que abrange parte do Minho e do Douro Litoral, uma extensa área da Beira-Baixa e do Alto-Alentejo, principalmente centro-meridional, e o ocidente do Algarve, também centro-meridional.

Os quatro maiores grupos de dialetos portugueses são: o Português do Norte, ou galego, Português Central, Português do Sul (incluindo o dialeto de Lisboa) e o Português Insular (o brasileiro e o da ilha de Madeira). O português geralmente é análo-go ao espanhol, mesmo com diferenças na fonolo-gia, gramática e vocabulário.

Os dialetos falados nos arquipélagos dos Açores e da Madeira representam um prolongamento dos dialetos portugueses continentais, podendo ser in-cluídos no grupo centro-meridional. Constituem ca-sos excepcionais a ilha de São Miguel e da Madei-ra: independentemente uma da outra, ambas se afastam do que se pode chamar a norma centro-meridional por acrescentar-lhe um certo número de traços muito peculiares (alguns dos quais igualmen-te encontrados em dialetos continentais).

O galego A maioria dos linguistas e intelectuais defende a unidade linguística do galego-português até a atua-lidade.

O português na África Em Angola e Moçambique, onde o português se implantou mais fortemente como língua falada, ao lado de numerosas línguas indígenas, fala-se um português bastante puro, embora com alguns tra-ços próprios, em geral arcaísmos ou dialetalismos lusitanos semelhantes aos encontrados no Brasil.

Nos demais países africanos de língua oficial portu-guesa, o português é utilizado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida cotidiana são utilizadas tam-bém línguas nacionais ou crioulos de origem portu-guesa. Em alguns países verificou-se o surgimento de mais de um crioulo, sendo eles entretanto compre-ensíveis entre si.

Angola Em 1983, 60% dos moradores declararam que o português era sua língua materna. A língua oficial convive com várias outras línguas nacionais, como o quicongo, o quimbundo, o umbundu, o chocue, o mbundo (ou ovimbundo) e o oxikuanyama.

Cabo Verde Falam-se crioulos que mesclam o português arcai-co a línguas africanas. Os crioulos dividem-se en

dois grandes grupos: os das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul.

Guiné Bissau Em 1983, 44% da população falava crioulos de ba-se portuguesa, 11% falava o português e o restan-te, inúmeras línguas africanas. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois dialetos, o de Bissau e o de Ca-cheu, no norte do país.

Moçambique O português é a língua oficial falada por 25% da população, mas apenas 1,2% a considera como língua materna. A maioria da população fala lín-guas do grupo banto.

São Tomé e Príncipe Em São Tomé fala-se o forro e o moncó (línguas locais), além do português. O forro era a língua fa-lada pela população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o moncó, um outro crioulo de base portuguesa mas com mais termos de origem banta. Há cerca 78% de semelhanças entre o forro (ou são-tomense) e o moncó (ou angolar).

Existe também o português de São Tomé, que guarda muitos traços do português arcaico na pro-núncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português falado pela população em geral, en-quanto que a classe política e a alta sociedade utili-zam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.

A ilha do Príncipe fala o principense, um outro cri-oulo de base portuguesa, que se pode considerar como um dialeto do crioulo são-tomense

Outras regiões A influência portuguesa na África deu-se também em algumas outras regiões isoladas, muitas vezes levando à aparição de crioulos de base portuguesa: Ano Bom, na Guiné Equatorial. Em Ano Bom, uma ilha a 400 km ao sul de São To-mé, fala-se o ano-bonense, bastante similar ao são-tomense. Tal fato explica-se por haver sido a ilha povoada por escravos vindos de São Tomé. Casamança, no Senegal.O crioulo de Casamança só se fala na capital, Ziguinchor, uma cidade funda-da por portugueses (seu nome deriva da expressão portuguesa cheguei e chorei). Está na órbita lexical do crioulo de Cacheu, na Guiné-Bissau.

Macau, território chinês sob administração portu-guesa até 1999. O português é uma das línguas oficiais, ao lado do chinês, mas só é utilizado pela administração e falado por uma parte minoritária da população;

Timor leste, território sob administração portu-guesa até 1975, quando foi invadido e anexado ilegalmente pela Indonésia. A língua local é o tetum, mas uma parcela da população domina o português.

Brasil - O Português é falado por toda a população Brasileira. No entanto, O português brasileiro difere do português ´padrão´ em vários aspectos, como sintaxe, fonologia, colocação pronominal, etc... Fonte: http://www.cin.ufpe.br/

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