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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano X - Edição 105 - Agosto 2016 Distribuição Gratuita Recomendados EDITORIAL DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO Em agosto se comemora o dia Interna- cional da Declaração dos Direitos do Ho- mem e do cidadão. Mas afinal de contas o que vem a ser isso? A Natureza e a Música, Parte III - As tempestades Página 4 Um “não” para a Globalização Recentemente, houve um plebiscito no Reino Unido sobre permanecer ou sair da União Europeia... Página 5 Crônicas, Curiosidades e Poemas Página 7 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPAS NA SALA DE AULA Página 9 A FORÇA DO PENSAMENTO Página 10 - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu www.culturaonlinebr.org Baixe o aplicativo IOS www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org Nove anos a serviço da educação, culturas e tradições brasileiras e da cidadania As primeiras olimpíadas Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os gregos faziam home- nagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reunião na cida- de de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedo- res eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros. Os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que com- punham a civilização grega. No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e todas as manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo. No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, partici- pam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halte- rofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira. A mitologia grega Há muito tempo atrás, as pessoas não podiam explicar os eventos a partir da ciência. Por isso explicavam os acontecimentos naturais a partir das histórias de deuses, deusas e heróis. Os gre- gos tinham uma história para explicar a existência do mal e dos infortúnios. Acreditavam que, em certa época, todos os males e infortúnios estiveram presos em uma caixa. Pandora, a princesa mulher, abriu a caixa e eles se espalharam pelo mundo. Os mais antigos mitos gregos falam do caos (confusão primitiva), de Gaia (mãe-terra), Ponto (o mar) e Urano (céu). Do casamento de Urano e Gaia, nasceram os titãs, ciclopes e gigantes, que personificaram as coisas grandes e poderosas da Terra: montanhas, terremotos, furacões, etc. O mais forte dos titãs, Cronos, casou-se com sua irmã Réia, e tiveram seis filhos. Temendo a rivali- dade de seus filhos, Cronos devorou-os logo ao nascer, exceto Zeus, que Réia escondeu numa caverna. Quando se tornou adulto, Zeus derrotou o pai e obrigou-o a libertar os ciclopes da tirania de Cronos, e eles, em recompensa, deram-lhe as armas do trovão e do relâmpago. Além dos deuses, também os heróis tinham direito ao culto. Resultado da união entre um deus e uma mortal (ou vice-versa), eram considerados in- termediários entre os deuses e os homens, atribuía-se-lhes a proteção do local onde estavam sepultados. Outros foram homens excepcionais, cujos feitos, muito antigos, se tinham transformado em lenda. Temos o caso do Édipo que após ter sido expulso de Tebas por ter morto o pai sem o ter re- conhecido, conseguiu responder à esfinge, temos em Atenas Teseu que fora seu fundador e vencedor do Minotauro e ainda Hércules, um dos mais populares heróis gre- gos e considerado como fundador dos Jogos Olímpicos. Fonte: sohistoria

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Ano X - Edição 105 - Agosto 2016 Distribuição Gratuita

Recomendados

EDITORIAL

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO

Em agosto se comemora o dia Interna-cional da Declaração dos Direitos do Ho-mem e do cidadão. Mas afinal de contas o que vem a ser isso?

A Natureza e a Música, Parte III - As tempestades

Página 4

Um “não” para a Globalização Recentemente, houve um plebiscito no Reino Unido sobre permanecer ou sair

da União Europeia...

Página 5

Crônicas, Curiosidades e Poemas

Página 7

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPAS NA SALA DE AULA

Página 9

A FORÇA DO PENSAMENTO Página 10

- Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social

Agora também no seu

www.culturaonlinebr.org

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www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org

Nove anos a serviço da educação, culturas e tradições brasileiras e da cidadania

As primeiras olimpíadas

Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os gregos faziam home-nagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reunião na cida-de de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedo-res eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.

Os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que com-punham a civilização grega.

No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e todas as manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo. No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, partici-pam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halte-rofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.

A mitologia grega

Há muito tempo atrás, as pessoas não podiam explicar os eventos a partir da ciência. Por isso explicavam os acontecimentos naturais a partir das histórias de deuses, deusas e heróis. Os gre-gos tinham uma história para explicar a existência do mal e dos infortúnios. Acreditavam que, em certa época, todos os males e infortúnios estiveram presos em uma caixa. Pandora, a princesa mulher, abriu a caixa e eles se espalharam pelo mundo.

Os mais antigos mitos gregos falam do caos (confusão primitiva), de Gaia (mãe-terra), Ponto (o mar) e Urano (céu). Do casamento de Urano e Gaia, nasceram os titãs, ciclopes e gigantes, que personificaram as coisas grandes e poderosas da Terra: montanhas, terremotos, furacões, etc. O mais forte dos titãs, Cronos, casou-se com sua irmã Réia, e tiveram seis filhos. Temendo a rivali-dade de seus filhos, Cronos devorou-os logo ao nascer, exceto Zeus, que Réia escondeu numa caverna. Quando se tornou adulto, Zeus derrotou o pai e obrigou-o a libertar os ciclopes da tirania de Cronos, e eles, em recompensa, deram-lhe as armas do trovão e do relâmpago.

Além dos deuses, também os heróis tinham direito ao culto. Resultado da união entre um deus e uma mortal (ou vice-versa), eram considerados in-termediários entre os deuses e os homens, atribuía-se-lhes a proteção do local onde estavam sepultados. Outros foram homens excepcionais, cujos feitos, muito antigos, se tinham transformado em lenda. Temos o caso do Édipo que após ter sido expulso de Tebas por ter morto o pai sem o ter re-conhecido, conseguiu responder à esfinge, temos em Atenas Teseu que

fora seu fundador e vencedor do Minotauro e ainda Hércules, um dos mais populares heróis gre-gos e considerado como fundador dos Jogos Olímpicos.

Fonte: sohistoria

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Editor e Jornalista responsável: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Ajude-nos a manter este projeto por apenas R$ 2,00 mensal Email: [email protected]

Gazeta Valeparaibana e

CULTURAonline BRASIL

Juntas, a serviço da E-ducação e da divulgação da

CULTURA Nacional

BRASIL

O pior analfabeto é o analfa-beto político. Ele não ouve,

não fala, nem participa dos a-contecimentos políticos. Ele

não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem de decisões políticas. O analfa-beto político é tão burro que

se orgulha e estufa o peito di-zendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da

sua ignorância nasce a prosti-tuta, o menor abandonado, o assaltante e o pior dos bandi-dos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o lacaio

dos exploradores do povo. (Brecht )

*********** O povo brasileiro se

habituou a enfrentar a vida e a conseguir tudo, quer

dizer, superando dificuldades e com muito tra-balho. Por que não iria tam-bém o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessá-

rias, para criar relações mais

igualitárias e acabar com a corrupção?

Editorial

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO

Em agosto se comemora o dia Internacional da Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão. Mas afinal de contas o que vem a ser isso?

A declaração tornou-se pública em 26 de agosto de 1789, portanto foi elaborada durante a Revo-lução Francesa, que foi um marco na história, encerrando anos de um regime absolutista (onde o monarca tem o poder absoluto) Foi tão importante que seus ideais influenciaram outras revolu-ções pelo mundo todo.

O artigo 1º dessa Declaração diz: Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distin-ções sociais só podem fundar-se na utilidade comum.

A declaração define direitos que são universais. Nasceu inspirada pela Revolução Americana de 1776 e pelos ideais iluministas: a igualdade, a liberdade e a fraternidade. Os direitos fundamen-tais correspondem às necessidades básicas do ser humano, aquelas que são iguais para todas as pessoas e devem ser atendidas para que se possa levar uma vida digna. A importância dessa declaração está no fato dela ter sido a primeira do gênero, abriu caminho para outros documen-tos que garantem os direitos do ser humano, acima dos interesses do particular. Foi à inspiração para a Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU ( Organização das Na-ções Unidas) em 1948, que vem para afirmar direitos que são inerentes ao ser humano, já nasce-mos com ele. Serve para nortear a comunidade internacional, promover a cooperação entre as nações e o respeito aos direitos e liberdade do ser humano.

A declaração dos Direitos do homem e do cidadão acabou sendo fonte inspiradora de constitui-ções de várias nações. Ninguém tem dúvida de que os direitos fundamentais são pré- existentes a qualquer lei. Mesmo assim necessitamos de textos normativos para percebermos e termos ga-rantidos esses direitos. A concretização desses direitos fundamentais como, por exemplo, o direi-to à vida, à liberdade, não está efetivado em todos os lugares. Infelizmente essa é uma realidade assustadora, mas estamos nos conscientizando cada vez mais e trabalhando para a concretiza-ção desses direitos. O respeito a dignidade da pessoa humana, o respeito ao indivíduo é um ca-minho que ainda está sendo percorrido. O desrespeito é praticado no mundo inteiro em vários tipos de sociedade. A desigualdade impera, as conquistas realizadas pela humanidade em prol dos Direitos Humanos ainda deixam a desejar. Os direitos fundamentais são inalienáveis, isto é, não posso vender, nem dá-los em doação, e imprescritíveis, quer dizer que não posso perdê-los por não usar. A princípio são irrenunciáveis e indisponíveis também. Esses direitos encontram-se amparados em uma sociedade essencialmente democrática. A importância deles encontra-se na nossa Constituição Federal também chamada de Constituição cidadã , e que sofreu influência direta da Declaração Universal dos Direitos do homem.

A verdade é que nós assim como temos direitos, temos também deveres. Dentre os deveres es-tão o de agir como cidadão cobrando do Estado que ele garanta os nossos direitos individuais e sociais, que o Estado desempenhe suas funções de maneira a garantir boas condições de vida, suprindo nossas necessidades, organizando a vida em sociedade e garantindo que possamos gozar dos nossos direitos , principalmente o mais fundamental de todos que é o Direito à vida. Ele precede todos os demais direitos. Temos direito à vida e a viver essa vida com dignidade, ou seja, o Estado tem que nos proporcionar condições para que isso aconteça. Percebemos então que por mais que os direitos humanos nos sejam indispensáveis, o Estado precisa garanti-los for-malmente e nos dar condições para que eles se realizem.

Os direitos fundamentais são garantidos constitucionalmente, mas só isso não basta. Cabe a nós fiscalizarmos para que eles sejam efetivados, e para que possamos assim usufruir de uma socie-dade mais plena, digna e igualitária.

Mariene Hildebrando

Email: [email protected]

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fo-tos e demais conteúdos são de intei-ra responsabilidade dos colaborado-res que assinam as matérias, poden-do seus conteúdos não corresponde-

rem à opinião deste projeto nem deste Jornal.

Os artigos publicados são responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da Gazeta Valeparaibana

Todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos. Napoleão Bonaparte

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 3

Inverno Frio e feijoada tudo a haver na mesa da maioria dos brasileiros.

Quem nunca teve aquela vontade de comer uma feijoada bem quentinha, nestes dias fri-os que tem teimado em aparecer pelo Sul e Sudeste do Brasil?

E foi pensando nisso que me lembrei de vos trazer uma curiosidade: Você sabe a origem da Feijoada?

Não, não é brasileira! Acredite.

A Origem da Feijoada.

Nem índios, nem negros tinham o hábito de misturar feijão com carne.

Essa técnica de preparo não nasceu na Bahia e muito menos nas senzalas. Essa técnica vem de bem longe de muito longe. Nasceu no Império Romano.

Desde a antiguidade os Europeus Latinos fazem cozidos de misturas de legumes e car-nes. Cada região de influência romana adotou a sua própria variação: O Cozido portu-guês, a Paella Espanhola, o Bolito Misto do Norte da Itália; O Cassolet da França, criado no século 14, é parecidíssimo com o que temos como feijoada: Feito com feijão branco, lingüiça, salsicha e carne de porco. Com o feijão preto, espécie nativa da América que os Europeus adoram, o prato virou atração entre os BRASILEIROS MAIS ENDINHEIRA-DOS.

A citação mais antiga que restou sobre a feijoada mostra a refeição bem longe das senza-las.

No Diário de Pernambuco de 7 de Agosto de 1833, o elegante Hotel Theatre, do Recife, informou sua nova atração das QUINTAS-FEIRAS “Feijoada à Brasileira”.

Calendário

Algumas datas comemorativas

01 - Dia Nacional do Selo 05 - Dia Nacional da Saúde 09 - Dia Internacional dos Povos Indígenas 11 - Dia da Televisão 11 - Dia Internacional da Logosofia 11 - Dia do Estudante 12 - Dia Internacional da Juventude 12 - Dia Nacional das Artes 13 - Dia do Canhoto 14 - Dia dos Pais 15 - Dia da Informática 15 - Dia dos Solteiros 16 - Dia do Filósofo 19 - Dia Mundial da Fotografia 19 - Dia do Artista de Teatro 22 - Dia do Folclore

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Rádio web CULTURAonline Brasil

NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Profes-sor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aber-to, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebrasil.net

Mãe! Hoje é sábado, posso comer feijoada na casa da vovó?

Menino Maluquinho

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 4

Fala maestro

A Natureza e a Música, parte III - As tempestades

Olá, mês passado falamos dos Rios e Mares na música, hoje conversaremos sobre tem-pestades.

Temos dito que as forças da natureza inspi-ram os artistas. As águas que caem do céu, às vezes furiosamente, outras calmamente, mas sempre de alguma maneira relacionadas com as nossas emoções.

Tempestades sempre são assustadoras, im-ponentes e, talvez por isso mesmo fascinan-tes. Esse fascínio proporciona a um grande artista inspirações.

Quando se trata de um espetáculo visual, co-mo uma ópera, um filme ou uma peça de tea-tro a música tem um papel importantíssimo para mostrar a força dessa natureza.

O primeiro exemplo que gostaria de mostrar a vocês é o início de duas óperas de estilos completamente diferentes mas que iniciam sua narrativa com uma tempestade.

A primeira delas é o Otello de G. Verdi, talvez o compositor Itália no mais importante de to-dos os tempos. A peça é baseada no texto homônimo de Shakespeare onde o ciúme e a inveja são a motivação principal para os tris-tes eventos do enredo. Nada melhor, portanto que uma tempestade para iniciar o espetáculo e já nos colocar sob a fúria do destino e das paixões humanas.

Nesta primeira cena espera-se o protagonista chegar de uma viagem em uma caravela em meio à uma violenta tormenta. Assim que ele consegue aportar há uma festa, mas durante o processo o povo tem medo que a tempesta-de destrua a nave:

http://bit.ly/2a88imc

Outra ópera importante do repertório tradicio-nal é A Valquíria (Die Walküre) de R. Wagner, também talvez o maior compositor alemão de óperas e que dedicou sua vida a transforma-r esse espetáculo em uma viagem sonora e vi-sual. Projetou até um teatro onde a orquestra ficasse completamente oculta da visão do pú-blico. Esse teatro existe até hoje em Bayreu-th, cidade alemã onde se realiza um festival anual com as óperas do compositor.

A Valquiria é a segunda parte de uma Tetralo-gia (obra dividia em quatro partes, assim co-mo Guerra nas Estrelas ou O Senhor dos A-néis) chamada O Anel do Nibelungo (Der Ring des Nibelungen). Uma história complexa e fantástica que é assunto para muitos arti-gos! No nosso caso de hoje podemos obser-var a primeira cena onde Siegmund um dos heróis procura brigo em meio a uma tempes-tade e encontra a moradia de Hunding esposo de Sieglinde. A história que está por aconte-cer é um misto de emoções humanas e divi-nas, onde o destino de Sieglinde e Sigmund é manipulado por Wotan, um deus em decadên-cia e sedento de poder absoluto. A tempesta-de é uma entrada triunfal para essa trama.

http://bit.ly/2a1zLsb

Há uma peça de Shakespeare que se chama “A Tempestade”. Uma história de magia, trai-ção e poder, onde mais uma vez a tempesta-de é o símbolo dessa tormenta humana e divi-na. Essa obra inspirou muitos compositores, e talvez as duas mais conhecidas são:

A Tempestade - P. Tchaikowsky e J. Sibelius

O primeiro fez uma obra apenas inspirada na peça e mostra todos os conflitos da peça de uma maneira um pouco mais intimista.

Tchaikowsky - A Tempestade

http://bit.ly/2a8stkM

Já Sibelius compôs a música para a represen-tação da peça no teatro.

Na abertura ele descreve a tempestade e é uma das mais assustadoras da história da m ú s i c a s i n f ô n i c a . C e r t a m e n t e -inspiroumuitoscompositoresatuaisemmúsicacinematográfica.

A Abertura da Tempestade de Sibelius:

http://bit.ly/2aiaE2h

Para quem quiser ouvir a música completa: http://bit.ly/2a88pOD

Além da ópera e do teatro onde a representa-ção da tempestade tem motivos cênicos ou

mesmo psicológicos há a descrição deste e-vento perturbador em música que é para ser apenas ouvida.

A mais famosa e talvez a expressão mais for-te desse evento em música sinfônica é o quarto movimento da Sinfonia nº 6 Pastoral de Beethoven. Essa tempestade é considera-da por muitos como a “mãe" de todas as ou-tras tempestades escritas depois! A obra é uma das primeiras grandes sinfonias na histó-ria da música ocidental que quis provocar nos ouvintes sensações diversas das tradicionais. Baseado em sensações provocadas pó rhistó-rias, imagens ou mesmo sentimentos. A sinfo-nia mostra em seus quase 40 minutos de mú-sica aspectos da vida campestre. Os títulos que o compositor deu a seus movimentos são:

1. Despertar de sentimentos alegres diante da chegada ao campo

2. Cenaà beira de um regato

3. Dança campestre

4. A tempestade

5. Agradecimento dos pastores, após a tem-pestade

O terceiro movimento (a dança) é interrompi-do pela tempestade. Uma representação e-mocionante!

Para ouvir só a tempestade:

http://bit.ly/2aCHbOx

Para ouvir a sinfonia inteira:

http://bit.ly/2a88wdc

Esses exemplos podem mostrar a vocês o poder que a música pode ter de evocar sen-sações e nos fazer sentir emoções sem estar efetivamente no meio do furacão!

Um grande abraço musical

Mto. Luís Gustavo Petri é regente, compositor, arranjador e pianista. Fundador da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos. Diretor musical da Cia. de Ópera Curta criada e dirigida por Cle-ber Papa e Rosana Cara-maschi. É frequente con-

vidado a reger as mais importantes orques-tras brasileiras, e em sua carreira além de concertos importantes, participações em shows, peças de teatro e musicais.

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

Um “não” para a Globalização.

Recentemente, houve um plebiscito no Reino Unido sobre permanecer ou sair da União Europeia. O Brexit foi um alto e claro “não” para a Globalização. Pelo menos para mim, a vitória do “sim” pela saída da União Europeia é um claro e evidente ressentimento à Globa-lização e ao Neoliberalismo. E por que?

A Inglaterra em específico dentro do Reino Unido foi a senhora de um gigantesco império, com território em todos os continen-tes habitados por seres humanos, na Terra. A nação inglesa tem uma história farta de glória, de conquistas, de progresso, é uma nação orgulhosa de si mesma. Até o país que ainda é a superpotência predominante no planeta é uma ex-colônia da Inglaterra. A língua inglesa hoje tem o poder que o grego e o latim tiveram no passado, é a língua mun-dial, a língua do comércio internacional, da tecnologia.

A União Europeia, originalmente, era um ótimo projeto de integração de nações de um continente que foi o palco principal de du-as guerras mundiais. Era uma ideia viável de fazer nações que a séculos eram inimigas se

aliarem para conviver em paz umas com as outras. Um conjunto de países desenvolvidos concederem cidadania comum aos seus ci-dadãos de forma geral. Se eu fosse um cida-dão europeu, nos anos sessenta, setenta, oitenta ou noventa do século vinte, com cer-teza apoiaria a integração da Europa, consi-derando os benefícios promissores de tal uni-ão. Entretanto, a União Europeia, a partir de 2008, se revelou ser um novo império ale-mão, um “IV Reich” disfarçado de confedera-ção. Os líderes europeus criaram um banco central único, uma moeda única mas não cri-aram um governo econômico e financeiro ú-nico. E a orgulhosa Inglaterra não se sujeita a liderança germânica.

Londres é uma metrópole cosmopoli-ta, como Nova York, São Paulo, Toronto, Sydney, Los Angeles e outras, com popula-ção pluriétnica, os habitantes têm uma visão multiculturalista, é mais otimista no que se refere a Globalização. Mas a população do interior da Inglaterra, não tem a mesma visão da população na capital nacional britânica. Na Escócia e na Irlanda do Norte, também há uma identificação maior com a parte conti-nental da Europa.

Eu pessoalmente acho que o projeto de uni-ão da Europa fracassou. Não aguentou a pri-meira grande crise econômica e financeira em bloco. Porque, nos cidadãos europeus, não há um verdadeiro sentimento europeísta.

A proposta de integração europeia foi uma ideia “vendida” como um milagre socioeconô-mico para a população em geral e, na práti-ca, só satisfaz os interesses das elites euro-peias, principalmente da Alemanha. A Ingla-terra, carregando o restante do Reino Unido com ela e que provavelmente vai se desunir em breve, é apenas o primeiro país a deixar a União Europeia. Apesar da distância dos outros continentes, se o Reino Unido tivesse se confederado aos Estados Unidos, ao Ca-nadá, à Austrália e Nova Zelândia, a união provavelmente teria sido bem-sucedida, por haver uma identificação linguística e cultural mais forte, laços históricos, etc.

Muita gente discorda de mim, mas eu acho que, para o mundo, é melhor que a Uni-ão Europeia seja desfeita ou, refeita em blo-cos menores. E que a OTAN acabe. Há paí-ses que se dão melhor unidos e há países que se dão melhor sozinhos. Por exemplo, os 18 países da América Hispânica, do México e Cuba à Terra do Fogo, sul da Argentina e do Chile, eu acho válido uma tentativa de inte-gração entre eles por serem países que fa-lam o mesmo idioma e tem formação históri-ca e cultural semelhantes. Eles ficariam mais fortes no contexto geopolítico se fossem um megabloco. Eu creio que sim.Já o Brasil tem uma formação lusa, tem o português como língua oficial, eu acredito que, para o Brasil, tentar primeiramente estreitar laços com ou-tros países de língua portuguesa como Ango-la, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, é preferível. Países que falam o mesmo idioma tendem a ter mais afinidades culturais e, portanto, a integração tende a ser mais fácil. É a falta de afinidades culturais que está fazendo o projeto europeu de união falhar. É o que eu acho.

João Paulo E. Barros

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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DESIGUALDADES

Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós eman-cipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginaliza-ção e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto pou-

cos riem e fazem de tudo um circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso na mão de poucos.

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História

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Podemos dizer que Carl Gustav Jung foi um psicólogo positivo e filósofo.

Em qualquer neurose ou depressão, ele envia um impulconsciência.só para

a expansão da consciência.

***

Não prenda quem se afasta de você. As-sim, quem deseja se aproximar de você

não irá conseguir fazê-lo.

***

Tudo aquilo que nos irrita nos outros nos leva a um melhor entendimento de nós

mesmos.

***

Se você é uma pessoa talentosa, não quer dizer que tenha recebido algo. Quer dizer

que você pode dar algo.

***

O encontro de duas pessoas é como o contato entre duas substâncias quími-

cas: quando há uma reação, ambas se transformam.

***

Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 6

Um erro histórico Hoje, em 2016, faço uma reavaliação da História do Brasil e, passo a ter a opinião de que o Marechal Deodoro da Fonseca prejudicou o Brasil. Teria sido melhor ter deixado a família Orle-ans e Bragança no trono do Brasil.

Não faço oposição a República enquanto forma de governo de forma generalizada. Há países que nasceram como alguma forma de República, como os Estados Unidos da América, a Suí-ça, a maioria dos países da América Latina, e não faz sentido que tais países se tornem Monarquias. E há países que nasceram monárquicos mas se deram melhor como republicanos, como a França, a Itália e a Alemanha, por exemplo. A Espanha não se deu muito bem com a República e voltou a ser Monarquia. E, ob-servando o período republicano da história brasileira, o Brasil é um dos países que erraram em adotar a República. Eu não creio

que o Brasil volte a ser Monarquia Constitucional Parlamentarista, a maioria dos brasileiros pa-recem ter muito preconceito com a Monarquia. Já se passaram mais de cem anos de regime republicano. Entre os países desenvolvidos, há um bocado com Regime Monárquico, como e-xemplo, o Reino Unido, a Espanha, o Japão, a Holanda, a Bélgica, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega... e esses países costumam ser politicamente estáveis com a Monarquia.

Mas o Brasil especificamente errou ao abolir a sua Monarquia. Eu creio que, no século vin-te, haveriam mudanças como o Senado deixar de ser vitalício e passar a ser eletivo como é hoje, as províncias (Estados) passariam a ter mais autonomia, o Getúlio Vargas até poderia ter sido primeiro ministro, mas não teria implantado o Estado Novo fascista e, não teria havido Re-gime Militar. Os brasileiros seriam eleitores mais conscientes, elegeriam pessoas melhores co-mo parlamentares, o Brasil iria amadurecer politicamente, e estaria num patamar mais elevado do que está hoje.

A República funciona bem em algumas sociedades, mas não na brasileira. Há outros paí-ses que, na minha opinião, também erraram em se tornarem Repúblicas. Outros acertaram. O Brasil devia ter conservado a Monarquia Constitucional Parlamentarista que o fundou como Es-tado independente. O político brasileiro médio não tem espírito republicano. Um chefe de Esta-do Monarca poderia regular melhor os poderes, legislativo e executivo. Certamente a atual cri-se política brasileira não estaria acontecendo, se o Brasil fosse Monarquia Parlamentarista. O Marechal Deodoro da Fonseca prejudicou o Brasil.

João Paulo E. Barros

História - República

A República da Espada (1889 a 1894) Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por mili-tares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia. A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana) Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garan-tiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto. República das Oligarquias O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista. Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a morali-dade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois exemplos do movimento tenentista. Política do Café-com-Leite A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário polí-tico da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período. Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abando-no das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados. Política dos Governadores Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governa-dores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo. O coronelismo A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utili-zava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: com-pra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 7

Crônicas, Curiosidades e Poemas

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PAI Genha Auga

As passadas do menino ele escuta

Namora o gingar da menina

Pensamentos ao relento,

Aceita os mistérios do mundo

Mas sem tanto deslumbramento,

Revela sua malícia e sua prole espreita,

Quase louco de amor

Misturado ao encantamento,

Suspira ao crescer dele

E admira a boca, com cheiro de amora, dela.

O tempo passa e passa logo,

Mas que seja assim.

E que sejam livres

Como doces versos que deixam saudade,

De tempos perfeitos

E que não voltarão.

Ficará somente a vontade

Que voltassem.

E pudessem os momentos

Como esses de deleite,

Se eternizassem

VOLTO LOGO

Às vezes saio apressada e muito chateada por deixá-la tão só e com o olhar triste de quem está sendo abandonada, la-menta fragilmente, conforma-se e entra quie-tinha.

Mas quando estou mais tranquila, converso bastante e explico o motivo da mi-nha saída, faço-lhe bastante carinho, mostro onde está a comidinha, seus brinquedinhos e a conforto garantindo que voltarei breve-mente. Ela me olha com as pupilas dilatadas demonstrando que entendeu e simplesmen-te me vira a cara. Saio sem as“milongas” de sempre, mas, aborrecida com a malcriação e certa de que a culpa é sempre minha por não poder ficar em casa ea seu“bel” prazer.

Quando volto para casa, me re-cebe aflita, às vezes agressiva, outras den-gosa ou apenas me olha curiosa até ter cer-teza que não sairei de novo acomodando-se num canto ou vai brincar. A comida fica into-cável, só se alimenta quando chego e mes-mo assim tenho que ficar ao seu lado até que termine a refeição gulosamente. Bebe água se eu der e nem se atreve a tocar na que deixo disponível, nem mesmo nos dias mais quentes, em protesto, fica à mercê da sede.

Por conta disso já passou mal, mas, não adianta, ela não muda de compor-

tamento. Quando é possível peço para algu-ma amiga passar em casa e lhe fazer um pouco de companhia o que ajuda um pouco, porém, nem sempre tenho pessoas disponí-veis para isso e, além de tudo, ela é antisso-cial e não gosta de sair de casa. Figurinha difícil!

Conversando com minha neta, comentei que acho esse comportamento es-tranho, pois quando estou o dia todo em ca-sa e à disposição para brincar e aproveitar de minha presença, ela nem liga. Come, dorme, senta-se ao meu lado e quase nem brinca. Fica atrás de mim o dia todo; segue-me a cada refeição que faço, fica no banhei-ro esperando eu sair do banho, deita ao meu lado pra assistir televisão e quando vou tra-balhar no computador chama minha atenção puxando minha mão e me atrapalhando até que eu largue tudo pra acarinhá-la ou até que eu fique brava e a recíproca é verdadei-ra. Não gosta de colo, nem liga para os brin-quedos e nem quer passear. Só me observa e bem atentamente!

- Porque será que essa danada quando estou em casa, nem me dá muita “bola” e quando saio fica choramingando? Perguntei a minha netinha.

- Com a inocência e sabedoria de quem entende melhor que um adulto res-ponde:

- Vó, ela é como criança, gosta de sentir a presença da mãe. É porque assim se sente segura. Também sou assim com minha mãe.

- Huumm, pensei! Animais são crianças e para minha gata, sou a mãe dela.

Ótimo!

GenhaAuga

Jornalista MTB: 15.320

TAJ MAHAL – Maior Prova de Amor da História Talvez a melhor de todas as histórias de amor da História. Sem dúvidas representa o maior símbolo de de-voção feito para uma paixão. Por volta da metade do século XVI-I, o imperador Shah Jahan perdeu a sua esposa favorita com uma mor-te prematura, após ela dar à luz ao 14° filho

dele. Ela era a inspiração de todos os seus atos. Para recuperar a motiva-ção para governar, ele teve um ideia genial, lembrada até hoje, ou seja, construir monumento em homenagem a sua amada. A onipresente obra foi erguida com a ajuda de 20 mil homens contra-tados de diversas regiões distintas do Oriente. A construção suntuosa de mármore branca foi erguida entre 1632 e 1653, representando a maior prova de amor do mundo.

Marco Antônio e Cleópatra

Histórias de amor do Império Romano estão repletas de tra-gédias, dor e completa adora-ção por deuses e seres huma-nos.

Talvez o caso mais emblemáti-co tenha sido de Marco Antô-nio com Cleópatra, paixão as-sumida logo após o assassina-to do general Júlio César.

Marco Antônio estava casado com Fúlvia até que, em Tarso, Cleópatra resolveu seguir ao seu encontro, junto com suas características sedutores prin-cipais: charme, arrogância e inteligência.

Ela foi até o navio dele, que estava se preparando para uma recep-ção de quatro dias.

Foi o bastante ao representante romano apaixonar-se pela rainha do Egito.

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 8

Agosto - Mês do desgosto

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O mês de agosto é popularmente conhecido como o mês do desgosto, ou do azar. Mas você sabe por quê?

Os romanos deram ao oitavo mês do ano o nome de agosto, numa homenagem ao Impe-rador Augusto, quando estavam acontecendo os mais importantes fatos de sua vida, desta-cando-se, dentre os principais, a conquista do Egito e sua elevação à dignidade de cônsul. Porque, como e quando agosto começou a ser um mês azarento é que ninguém sabe ex-plicar.

As mulheres portuguesas não casavam nunca no mês de agosto, época em que os navios das expedições zarpavam à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar só, sem lua-de-mel e, às vezes, até mesmo viú-va. Os colonizadores portugueses trouxeram esta crença para o Brasil.

Na Alemanha, entretanto, as mulheres não acreditam no poder mágico da superstição. Enquanto em muitos países maio é o mês das noivas, lá as moças sonham casar no mês de agosto. Na Argentina, não é aconselhável la-var a cabeça durante todo o mês de agosto. Quem lava a cabeça em agosto está chaman-do a morte.

A verdade é que a crença popular de que a-gosto é o mês de desgosto não é somente um ditado popular que rima; é, também, uma su-perstição internacional de grande aceitação entre nós, principalmente na zona rural do pa-ís, destacando-se, de modo muito particular, em todo o Nordeste, onde o processo de colo-nização foi homogeneamente português.

Mas, apesar de muita gente se dizer incrédulo nos azares próprios do mês de agosto, muitos não se casam, não se mudam, não viajam e não fazem negócios em agosto.

A verdade é que as pessoas - acreditando ou não - preferem não brincar com o mágico, com as coisas do sobrenatural.

Existem muitos registros históricos de desas-tres e outros fatos ruins ocorridos durante o mês de agosto. Conheça algumas dessas da-tas:

No dia 24 de agosto de 1572 Catarina de Medici ordenou o massacre de São Bartolo-meu, que ceifou milhares de vidas.

No dia 14 de agosto de 1831 os poloneses foram vencidos pelos russos na chamada re-volta de Varsóvia e muita gente morreu so-nhando com a liberdade.

No dia 14 de agosto de 1844 a França inva-diu Marrocos.

No dia 11 de agosto de 1863 a França domi-nou o Camboja.

Na cidade de Nova York, no dia 6 de agosto de 1890, o primeiro homem foi eletrocutado numa cadeira elétrica, como se o governo a-mericano, arvorando-se em defensor de sua sociedade, achasse justo tirar a vida de um homem que tirou a vida de outro, isto é, fa-zendo a mesma coisa.

Em 24 de agosto de 1910, o Japão invadiu a Coréia, às custas de muito sangue, de muitas lágrimas.

No dia 1º de agosto de 1914 começou a 1¦ Grande Guerra Mundial.

A Itália se apoderou, pela força das armas, da ilha de Corfu no dia 27 de agosto de 1923.

Com a morte de Hinderiburgo ocorrida no di-a 2 de agosto de 1932, Hitler assume o go-verno da Alemanha.

A cidade de Pequim é invadida pelos japone-ses no dia 8 de agosto de 1937.

Não satisfeitos com milhões de vítimas causa-das pela I Grande Guerra Mundial iniciada no dia 1º de agosto de 1914, os homens iniciam a II Grande Guerra Mundial em agosto de 1939.

Mais de duzentas mil pessoas morreram nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, quando as ci-dades de Hiroshima e Nagazaki foram destru-ídas pela bomba atômica, deixadas cair pelos pilotos Thomas Ferrebre e W. Copoeland.

No dia 13 de agosto de 1961 foi iniciada a construção de um muro, em Berlim, depois mais conhecido como o Muro da Vergonha.

O Paquistão e a Índia começaram a lutar no dia 25 de agosto de 1965.

O Exército Vermelho invadiu a Tchecoslová-quia no dia 21 de agosto de 1968.

Na Irlanda do Norte, no dia 12 de agosto de 1968, católicos e protestantes começaram a se matar em nome de Deus.

No dia 8 de agosto de 1974 Richard Nixon renunciou à presidência dos Estados Unidos,

em conseqüência dos escândalos de Water-gate.

Em agosto de 1943 o navio "Cidade de São Paulo" chocou-se com uma das alas da Esco-la Naval. Dezoito pessoas morreram, inclusive Dom José da Afonseca e Silva, arcebispo de São Paulo, além de muitos feridos.

Durante o mês de agosto de 1952 caiu um DC-3 em Goiás, matando vinte e quatro pes-soas e, em São Paulo, caiu um avião Presi-dente com um saldo de quarenta e seis mor-tos e trinta feridos.

Em agosto de 1963 dez pessoas morreram em conseqüência de um choque entre aviões da Força Aérea Brasileira, em Viçosa, Alago-as.

Um DC-8, no dia 21 de agosto de 1963, quando tentava vôo com destino à Europa, caiu no Galeão matando doze pessoas.

No dia 4 de agosto de 1963 dois aviões de treinamento da FAB se chocaram em Jacare-paguá ocasionando a morte de seis aspiran-tes da aeronáutica.

Em agosto de 1965, um avião da TAP caiu em Cuiabá, fazendo oito vítimas.

Em agosto de 1965 o navio "Duque de Caxi-as" pegou fogo em Cabo Frio, quando trinta pessoas perderam a vida.

Em agosto de 1955 cinco pessoas morreram no incêndio da boate Vogue, dentre elas o cantor americano Warren Hayes.

Em agosto de 1958, uma violenta explosão seguida de um pavoroso incêndio, num paiol de pólvora do Exército em Marechal Deodoro, matou dezenas de pessoas, deixando milha-res de desabrigados. Em agosto de 1959, um incêndio que destru-iu uma fábrica de tintas, no Rio de Janeiro, fez cinco vítimas, entre as quais três bombei-ros.

Como resultado de uma crise política que as-solou o país, suicidou-se, às 08:30 horas do dia 24 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro, o então presidente da República Getúlio Var-gas, renunciando, assim, não somente à pre-sidência da República como também à vi-da.Forças estranhas fizeram com que o presi-dente Jânio Quadros renunciasse à presidên-cia da República no dia 25 de agosto de 1961.

Vítima de um desastre automobilístico, Jusce-lino Kubitscheck faleceu no dia 22 de agosto de 1976

Fonte: Universia Brasil

Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir. Dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons deixam a vontade impossível de morar neles; se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito

critério de qualidade. (Caio Fernando Abreu)

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José? Debatendo a educação

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPAS NA SALA DE AULA Desde que a teoria das Inteligências Múltiplas foi lançada por Howard Gard-ner, temos nos debruçado sobre seus estudos tentando compreender as possibilidades de aprendizagem que esta teoria nos oferece. Gardner, pro-priamente, não é pedagogo. Muito menos é da área da educação. Seus es-tudos estão embasados na neurociência, mas muito nos é útil em sala de aula. Entendemos que seus estudos possam nos ajudar na melhor compreensão sobre a aprendizagem. Entendemos que ao compreender o básico do funcio-namento do cérebro humano, podemos potencializar nossas aulas e contri-buir com o desenvolvimento dos nossos alunos, e de nós mesmos. Gardner afirma que possuímos nove inteligências. Afirma também que todos nós possuímos essas inteligências, alguns com maior desenvolvimento, ou-tros nem tanto. Para que o indivíduo desenvolva tais inteligências, Gardner propõe duas hipóteses. A primeira é que o indivíduo nasce com essa ou a-quela inteligência já desenvolvida. Tal hipótese está fundamentada nos estu-dos da genética. O autor entende que podemos carregar no nosso código genético diferentes inteligências dos nossos pais ou avós. A segunda hipótese trata dos estímulos. Garner afirma que a inteligência po-de ser estimulada a partir de diferentes atividades ao longo de sua vida. Claro que em uma situação em que o indivíduo nasça com a inteligência mu-sical, mas não tenha estímulo ao longo de sua vida, provavelmente não dei-xará aflorá-la e ficará “adormecida”. Diferentes contribuições para o desenvolvimento das Inteligências Múltiplas. Na psicologia da educação, normalmente nos debruçamos sobre os estudos de Vygotsky, Piaget e Skinner. Sem dúvida cada um trouxe uma grande con-tribuição para a compreensão sobre o “como aprendemos”. Basicamente podemos afirmar que:

Vygotsky trata do sóciointeracionismo. Ou seja, aprendemos a partir das nossas relações sociais. A partir da troca de ideias. A partir de dife-rentes conflitos.

Piaget trata do cognitivismo. Ou seja, aprendemos a partir dos nossos esforços (ou do nosso interesse) sedimentando conhecimentos novos adquiridos aos conhecimentos prévios. Assim, chamamos de constru-tivismo.

Skinner trata do condicionamento. O autor entende que nossas ações podem condicionar o comportamento das pessoas moldando-as con-forme nossos interesses. Para isso, devemos fazer uso de recompen-sas ou punições.

Pois bem, diante da contribuição dos três autores acima, podemos utilizar suas teorias de aprendizagem, com o foco no estímulo ao desenvolvimento das Inteligências Múltiplas. Tanto para nossos alunos (ou filhos) quanto para nós mesmos. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER De forma bem resumida e direta, listamos abaixo as nove inteligências múlti-plas:

Espacial. Capacidade de se relacionar com o espaço conseguindo se deslocar com autonomia e administrando distâncias e pontos de refe-rência.

Cinestésico-corporal. Capacidade em controlar e utilizar o corpo. Realizar diversas atividades motoras complexas em diferentes situações, bem como manipular diferentes objetos de formas criativas, ordenada e diferenciadas.

Lógico-matemática. Compreensão dos elementos da linguagem matemá-tica, ordenando símbolos numéricos e algébricos. Assim como tam-bém articula quantidades, espaço e tempo.

Naturalista. Está associada à percepção e compreensão dos elementos naturais e a relação entre a vida animal, vegetal e os ecossistemas. Apresenta grande capacidade de leitura do ambiente.

Linguística. Revela-se grande capacidade de comunicação (oral ou escri-ta).

Musical. Manifesta-se naquele que tem grande capacidade de combinar e compor a música. Apresenta grande sensibilidade ao ouvir diferen-tes sons e, mesmo sem saber tocar um instrumento, consegue distin-gui-los.

Intrapessoal. Estabelece grandes relações afetivas consigo. Consegue se compreender diante dos demais realizando sua auto avaliação.

Interpessoal. Tem boa capacidade de compreender as outras pessoas e mantem bom relacionamento com diversos grupos, fazendo uso de uma verdadeira “leitura do outro”.

Existencial. Possui profunda reflexão sobre os limites do cosmo e do

existencialismo humano. Muito ligado às questões espirituais e aos elementos da vida.

O PAPEL DO PROFESSOR E AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS Compreendendo que cada indivíduo possui suas singularidades, precisamos compreender que o outro possui necessidades diferentes das nossas. Aliás, a melhor forma de ensinar, é aprender como aprendemos. Ou seja, fazer uma auto avaliação nos permitindo descobrir que temos mais ou menos faci-lidade para aprender deste ou daquele modo. Neste momento da história da educação, não faz mais sentido classificar os nossos alunos em determinadas áreas. Precisamos contribuir para que (através de múltiplas linguagens) possamos potencializar a construção do conhecimento pelo nosso aluno. Lembre-se que, de acordo com Piaget, o indivíduo é o grande responsável pela construção do seu conhecimento. Ca-be à nós, professores, potencializarmos as condições para que facilite este processo de construção. Todas as disciplinas podem contribuir com o desenvolvimento de todas as inteligências. É um erro pensar que a Geografia é a responsável pela inteli-gência especial. Que a matemática é a responsável pela inteligência lógica. Que a educação física é a responsável pela inteligência corporal. Todas as disciplinas dentro do seu currículo estruturado possuem diversas possibilida-des de desenvolver todas as inteligências. Quando utilizamos diferentes instrumentos de avaliação (avaliação formati-va) temos a possibilidade de identificar diferentes aspectos da aprendiza-gem. Ao identificar uma inteligência pouco desenvolvida, cabe reformular diferentes atividades para que o aluno trabalhe esta inteligência, no sentido de melhorar suas habilidades. E o conteúdo? Aonde entra? Ora, o conteúdo, dentro desta concepção, vai ser uma excelente ferramenta para dar início às outras atividades. Pense que após trabalhar a “Revolução Francesa”, por exemplo, você pode propor um debate. Pode propor a cons-trução de história em quadrinhos através de recortes de figura de jornal. Po-de propor seminários, rodas de discussão, produções textuais etc. O conteú-do, ao contrário do que muitos dizem, é o que vai te abrir a possibilidade de desenvolver tudo aquilo que estamos afirmando aqui. O conteúdo pelo con-teúdo já não faz sentido (se é que em algum momento fez). O conteúdo é o sistema propulsor que vai trazer o desenvolvimento das inteligências, à partir de múltiplas linguagens e a apropriação de diferentes saberes de forma sig-nificativa. AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E O PROCESSO DE ENSINO Compreendendo as teorias de aprendizagem de Piaget, Vygotsky e Skinner, atrelado à teoria das inteligências múltiplas, podemos passar a planejar nos-sas aulas objetivando um melhor desempenho do nosso aluno. Ao construir um plano de aula, é importante pensar no desenvolvimento das inteligências múltiplas e pensar em métodos que contemplem as diferentes teorias de a-prendizagem. Por exemplo: ao pensar em atividades que possibilitem a habilidade oral (inteligência linguística), podemos sugerir um debate em grupos. Assim, es-taremos contemplando a teoria do sócio construtivismo, aliada ao desenvol-vimento de uma inteligência e articulando os conceitos que nos interessam desenvolver em determinada aula. No Programa E Agora José? Do dia 10 de julho de 2016 abordamos com mais propriedade diversas estratégias para desenvolver as inteligências múl-tiplas em sala de aula. No link https://goo.gl/PtM4ex você pode conferir o programa. Entendemos que para que se desenvolvam inteligências múltiplas, é preciso fazer uso de múltiplas linguagens. As aulas tradicionais seguidas de giz, lou-sa e exercícios de fixação, não contemplam o desenvolvimento de múltiplas inteligências. Dai que se reforça a importância de fazer uso de diferentes ins-trumentos para que se desenvolvam diferentes inteligências. Neste sentido, podemos sugerir o seguinte:

Diferentes jogos (tabuleiro, competição, corpo). Situações em que os alunos devam se expressar na modalidade oral. Utilização de Filmes e vídeos. Produções textuais diversificadas. Rodas de discussão com grupos de formação variada. Resolução de situações-problema. Entre muitas outras possibilidades.

Reafirmamos aqui a indicação de acompanharem o Programa E Agora José? no link acima e ao vivo nos Domingos 18h, na CULTURAonline BRASIL. Esperamos que faça bom uso dos materiais disponibilizados e que possamos contribuir com u-ma educação de melhor qualidade.

Ivan Claudio Guedes

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 10

Socializando A FORÇA DO PENSAMENTO Genha Auga – Jornalista MTB:15.320

Somos formados por várias células que, juntas, formarão ou-tros seres de onde surgirão as sociedades, povos, lugares, uma infini-dade de “outros mundos”...

Pensamos por partes e temos o costume de fragmentar a vida e por esse prisma, vemos como “todo”, apenas o pequeno panorama que vislumbramos.

Observemos que sentimos o que aflige aos que estão próximos mas também, nos condoemos com as notícias quando ficamos sabendo de tragédias ou alegrias que não nos atingem, diretamente, mas que compartilhamos com fortes sentimentos de tristeza ou entusiasmo num ritmo uníssono.

Cada ser possui uma corrente energética de auras e de pensa-mentos que fluem pelo ar unindo-se por elos que se espalham cosmi-camente...

Somos essa corrente gigantesca que mesmo a longa distância, pos-sui uma forte conexão capaz de modificar o destino de pessoas que nem mesmo se conhecem e de mudar o destino de lugares que, tal-vez, nunca irão conhecer, pelo simples fato do pensar, sentir e profe-rir coletivamente.

Pensamentos e palavras, cenas de fatos que vemos e ouvimos diari-amente através da mídia, acabam desencadeando uma série dos mesmos acontecimentos, como por exemplo: a queda de um avião ou de uma criança de um prédio, etc... Esses eventos, não raros, em nosso cotidiano, acabam ocorrendo seguidamente, pois todos se co-nectam nessa série repetitiva e através dessa corrente de pensamen-tos voltados para essas notícias o tempo todo podem desencadear o surgimento dessas ocorrências pela lei da atração.

Conectados a tudo e a todos, interligados, formamos uma teia de a-

contecimentos que influenciam o percurso de tudo.

Podemos não gostar do que acontece em outros países, religiões contrárias à nossa, empresas poluentes, atitudes violentas, levianda-des, mas, até que ponto, não estamos atrelados a tudo e mesmo à-quilo que não gostamos ou discordamos?

Sim, ligados por “elos” dessa corrente a qual fazemos parte e que embora muitas vezes condenamos, contribuímos para a existência de tudo que gostamos ou não através dos pensamentos que, emanamos pelo cosmo, potencializando os acontecimentos através de pensa-mentos e palavras que proferimos.

A natureza, nessa bioconexão e interdependência enriquece o solo e preserva o meio ambiente. O ser humano atua numa teia de aconteci-mentos, através de ações e pensamentos agindo com o poder dessa energia transmitida com grande velocidade, independente da distân-cia, reforçando com palavras e pensamentos que emanados, fazem com que o “todo” fique mais forte ou fraco.

Somo elos de algo muito maior do que nós mesmos individualmente; abrangemos e integramos amplamente, subtraindo ou somando, ao que admiramos ou condenamos, pois, nossa participação nessa cor-rente é determinante em todos os acontecimentos que inconsciente-mente provocamos e fazemos acontecer.

Sorte ou azar, passado e futuro...

Somos o caminho do destino que alimentamos, com esperan-ças ou receios, o mistério do que está por vir como se fosse alheio à nossa vontade.

Se,fazemos circular a roda da vida, caminhemos então, em direção à fortuna ou infortúnios, elevando nossos melhores pensamentos e te-cendo palavras através de preces para que se propague pelo Univer-so o nosso melhor, semeando o que for bom, para que a colheita também seja boa neste solo sagrado e sem fissuras,que recebemos para cuidar e por onde trilhamos com a responsabilidade do que virá.

“Cuidado com o que você pensa. O que você pensa se tornará suas palavras.

O que você fala, é o que você faz. O que você faz se tornará seu hábito.

Seu hábito formará seu caráter. Seu caráter será seu destino.

Seu destino moverá o mundo”!

Frank Outlaw

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POSITIVISMO Definição O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Augusto Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na Europa na se-gunda metade do século XIX e começo do XX, período em que chegou ao Brasil. Princípios positivistas O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científi-cos válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 11

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Cinco curiosidades sobre Machado de Assis

O autor de Dom Casmurro nascia há 177 anos Poucos autores foram tão importantes para a literatura brasileira quanto Machado de As-sis. Um dos maiores difusores do realismo brasileiro, suas obras eram marcadas por um pessimismo niilista e mordaz que nos deu personagens ambíguos e apaixonantes como Capitu e Bentinho. No dia do aniversário deste grande autor, confira cinco curiosidades sobre sua vida e obra. E, claro, algumas sugestões de livros! Amor Carolina Machado, esposa do escritor, era quatro anos mais velha que ele e extremamente culta. Foi ela quem apresentou a Machado os grandes clássicos portugueses e diversos autores da língua inglesa. Alguns pesquisadores afirmam que era ela quem revisava os textos do escritor. “Machadinho”, como o autor assinava as mensagens de amor para a noiva, entusiasmava a esposa com cartas que previam o destino dos casal: “…depois, querida, ganharemos o mundo, porque só é verdadeira-mente senhor do mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis.” Xadrez Este era o jogo predileto do autor. Ele, inclusive, chegou a participar do primeiro campe-onato disputado no Brasil. As peças usadas pelo escritor estão até hoje em exposição na Academia Brasileira de Letras. Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Modesto, ocupou a cadeira número 23. Como patrono da cadeira número 1, a Academia escolheu José de Alencar. Com a morte da esposa, Machado entrou em profunda depressão. Numa carta ao amigo Joaquim Nabuco, ele lamenta: “foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo”. Segundo alguns biógrafos, as últimas palavras de Machado de Assis antes de morrer foram: “A vida é boa”. O discurso em seu funeral foi feito por Rui Barbo-sa. Machado foi sepultado no cemitério São João Batista em 1908, mas seus restos mor-tais foram transferidos para a sede da Academia Brasileira de Letras em 1999. Numa época em que a moeda nacional se desvalorizava com muita velocidade, a ima-gem do autor ilustrou uma cédula. A imagem de Machado de Assis foi estampada na cé-dula de mil cruzados, que circulou entre 1987 e 1990. Fonte: Estante Virtual

FRASES SOBRE MENTIRAS FRASES SOBRE MENTIRAS FRASES SOBRE MENTIRAS FRASES SOBRE MENTIRAS

“Se você tira a mentira vital a um homem vulgar, tira-lhe ao mesmo tempo a

felicidade”. Henrik Ibsen

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“A verdade que fere é pior do que a mentira que consola”. Chico Xavier

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“Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não

serei a mesma para sempre”. Clarice Lispector

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“Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece”.

Clarice Lispector

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“Minha maior mentira todos os dias: meu sorriso”.

Clarice Lispector

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“Engolimos de um sorvo a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que

nos amarga”. Denis Diderot

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“Crianças, ficção é a verdade dentro da mentira, e a verdade desta ficção é bastante

simples: a magia existe”. Stephen King

* * *

“Quem melhor conhece a verdade é mais ca-paz de mentir”.

Sócrates

Literatura

Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setem-

bro de1908) foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da literatura nacional. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo,

contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário.

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 12

+ Datas comemorativas

O motivo desta comemoração se deve a publicação do primeiro selo no Brasil, em 1843 - a pe-quena estampilha que re-solveu o problema mundi-al das correspondências. Houve épocas em que as cartas eram pagas no destino e se o destinatário não pudesse pagar, a cor-respondência era devolvi-da.

O Brasil lançou seu primeiro selo em 1843 - a famosa série Olho-de-boi - e foi o segundo país do mundo a emitir selos. Seguiram-se os selos conhecidos como Inclinados (1844), Olhos-de-cabra (1850) e os Olhos-de-gato (1854).

O Dia Nacional da Saúde foi ofici-alizado e inserido no calendário o f ic ia l b ras i le i ro a t ravés do Decreto de Lei nº 5.352, de 8 de novembro 1967, do Ministério da Saúde e da Educação e Cultu-ra.

O dia 5 de agosto foi escolhido para celebrar o Dia Nacional da Saú-de por ser a data de nascimento do sanitarista Oswaldo da Cruz, um importante personagem na história do combate e erradicação das epi-demias da peste, febre amarela e varíola no Brasil, no começo do sé-culo XX.

Oswaldo da Cruz nasceu em 5 de agosto de 1872 e foi responsável pela criação do Instituto Soroterápico Federal (atualmente conhecido como Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ) e da fundação da Acade-mia Brasileira de Ciências.

A palavra Logosofia reúne os elementos gregos logos esofia, que o autor adotou, dando-lhes a significação de verbo criador ou manifes-tação do saber supremo, e ciência original ou sabedoria, respectiva-mente, para designar uma nova linha de conhecimentos, uma doutri-na, um método e uma técnica que lhe são eminentemente próprios.

A Logosofia é uma nova mensagem à humanidade, com palavras ple-nas de alento, de verdade e de clara orientação. Encerra uma nova forma de vida, forma que move o homem a pensar e a sentir de outra maneira, graças ao descobrimento logosófico de agentes causais, que, ignorados antes por ele, se manifestam agora à vista de seu en-tendimento, de sua reflexão e de seu juízo, da mesma forma que à sua sensibilidade.

Ciência e cultura ao mesmo tempo, a Logosofia transcende a esfera comum, configurando uma doutrina de ordem transcendente. Como doutrina, está destinada a nutrir o espírito das gerações presentes e futuras com uma nova força energética, essencialmente mental, ne-

cessária e imprescindível para o desenvolvimento das aptidões hu-manas. Conta com duas forças poderosas que, ao unir-se e irmanar-se, levam o homem a cumprir os dois fins de sua existência: evoluir para a perfeição e constituir-se em um verdadeiro servidor da huma-nidade. Uma dessas forças é o conhecimento que oferece à mente humana; a outra, o afeto que ensina a realizar nos corações.

A ciência logosófica abriu uma nova rota para o desenvolvimento hu-mano. Seu trajeto implica uma direção definida e imodificável, em cu-jos trechos se cumpre, gradual e ininterruptamente, a realização si-multânea dos conhecimentos que possibilitam seu extenso percurso. A dita realização abarca o conhecimento de si mesmo e dos seme-lhantes; o do mundo mental, metafísico ou transcendente; e o das leis universais, unindo-se a ela o avanço gradual e supremo do homem até as alturas metafísicas que custodiam o Grande Mistério da Cria-ção e do Criador.

O principal objetivo desta data é focar na educação e conscientização dos jovens sobre a responsabilidade que assumem como represen-tantes do futuro do planeta.

O Dia Internacional da Juventude foi criado, originalmente, através da resolução 54/120, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999, como consequência da Conferência Mundial dos Ministros Responsáveis pelos Jovens, em Lisboa, Portugal.

A Assembleia Geral da ONU decretou o ano de 2010 como “Ano In-ternacional da Juventude”, período em que foram debatidos diversos assuntos relacionados com o tema “Diálogo e Compreensão Mútua”.

Atualmente, por meio do Programa Mundial de Ação para a Juventu-de, a ONU incentiva ações políticas e diretrizes que ajudam a apoiar a melhoria na qualidade de vida dos jovens de todo o mundo.

De acordo com o Decreto de Lei nº 10.515, de 11 de julho de 2002, o Dia Nacional da Juventude também é comemorado em 12 de agosto.

No Brasil, de acordo com a PEC da Juventude, ficou estipulado que todo indivíduo entre os 15 e 29 anos é considerado jovem.

Folclore é a cultura de um povo, o conjunto das tradições culturais dos conhecimentos, crenças, costumes, danças, canções e lendas dos indivíduos dessa nação.

Origem do Dia do Folclore

O Dia do Folclore é comemorado em 22 de agosto, pois foi nessa da-ta, no ano de 1965, que o Congresso brasileiro oficializou o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore, em uma homenagem à cultura popu-lar brasileira.

A primeira transmissão televisiva do mundo aconteceu em 26 de fe-vereiro de 1926, graças ao escocês John Logie Baird, que apresentou um modelo mecânico de televisão para uma audiência de cientistas na Academia de Ciências Britânicas, em Londres, na Inglaterra.

No Brasil, a televisão só chegou em 18 de setembro de 1950, quando foi inaugurada a primeira emissora brasileira: a TV Tupi.

Fonte:

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01 - Dia Nacional do Selo

05 - Dia Nacional da Saúde

12 - Dia Internacional da Juventude

22 - Dia do Folclore

11 - Dia Internacional da Logosofia

11 - Dia da Televisão

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 13

É coisa nossa! MANDIOCA

Diz uma lenda do Norte do Brasil que, certa vez, um cacique teve uma filha branca como o leite, diferente dos membros de sua tribo. Considerando-se desonrado, o cacique resol-veu matá-la. Em seus sonhos, porém, apare-

ceu Sumé, o grande mestre dos índios, dizendo-lhe que, se não qui-sesse ser castigado, nada de mal fizesse à menina, porque esta nada havia feito de errado. O cacique obedeceu prontamente ao mestre, e a criança, que era muito linda e inteligente, começou a andar e a falar no primeiro dia de vida, recebendo o nome de Mani .

Acontece que o grande deus Tupã reservara a Mani um outro destino: sem ter tido qualquer doença, a menina morreria de repente, antes de completar um ano de idade. Seu pai, o cacique da tribo, en-terrou-a na maloca e, conforme o costume indígena, regou o seu tú-mulo diariamente. Um dia, ele percebeu que, do chão, brotou uma planta desconhecida. Nela apareceram flores, frutos e, a seguir, raí-zes. Ao serem descascadas, estas últimas eram brancas como Mani. Diante do ocorrido, os índios agradeceram a Tupã e, desde então, não deixaram de plantar e de se alimentar daquela raiz, dando-lhe o nome de Mani-oca, que significa casa de Mani. Através da elabora-ção dos beijus e do cauim - uma bebida popular entre eles - a mandi-oca se transformou em um dos elementos importantes da alimenta-ção dos índios. Trazida por eles, a mandioca incorporou-se à culiná-ria brasileira.

Há registros, entretanto, de que a planta é originária da Guiana Brasileira (Norte do Amazonas e do Pará), do sul das três Guianas (Britânica, Holandesa e Francesa), do sul da Bahia e do Nordeste de Minas Gerais.

Foram os colonizadores portugueses que, aproveitando os seus conhecimentos sobre a maquinaria da uva e da azeitona, criaram as tradicionais Casas de Farinha, presentes no Norte e no Nordeste do Brasil. Nessas Casas, antes de ser liberada para o consumidor, a mandioca passa por um processo delicado. Em primeiro lugar, colhe-se a raiz, raspa-se a sua casca, manualmente, e, em seguida, a parte branca é passada em um ralo fino, acionado por intermédio de uma roda grande. Geralmente, são os homens que movem o ralador e, as mulheres, que enfiam a mandioca no caititu. Depois, a massa restan-te é imprensada no tipiti - um tipo de prensa - para dela se retirar a manipuera (ou ácido cianídrico), um produto venenoso da raiz. Após esse procedimento, os blocos de massa são retirados da prensa, desfeitos e, a seguir, peneirados em uma arupema. Somente no final dessa etapa é que o produto vai ao forno, transformando-se na popu-lar farinha de mandioca. Cabe registrar que os principais ingredientes da alimentação dos escravos africanos eram a farinha de mandioca e a carne-seca. Mediante alvarás e provisões régias datadas de 1642, 1680 e 1690, os senhores de engenho e lavradores de cana eram obrigados a culti-var aquela planta. Decretos posteriores vieram reiterar essa obriga-

ção, exigindo-se daqueles o plantio de, pelo menos, quinhentas co-vas por escravo. Desde o século XVII, portanto, ela vem representan-do um elemento bastante significativo na alimentação dos nordesti-nos e nortistas, sendo largamente utilizado na culinária junina, onde, além das comidas de milho, destacam-se os deliciosos bolos elabora-dos com a massa da mandioca, e os chamados pés-de-moleque e Souza Leão. A farinha de mandioca está sempre presente, inclusive, no prato tradicional brasileiro - a feijoada - e, com ela, faz-se também as tapiocas e farofas, onde são adicionados o azeite de dendê ou a manteiga de garrafa.

O amido da mandioca, advindo da fabricação da farinha e das raspas da raiz, é produzido por algumas Casas de Farinha. Esse sub-produto é obtido do caldo - desprezado, na maior parte das vezes - que escorre das prensas. Possuindo um grande valor nutritivo, devido à sua riqueza em proteínas, vitaminas e sais minerais naturais, ele é utilizado na fabricação de biscoitos, sequilhos e outros produtos ali-mentares.

No que diz respeito ao consumo da mandioca faz-se necessário salientar que, nos lugares onde predominam as lavouras de subsis-tência, encontra-se um elevado consumo de carboidratos complexos, proveniente de um ou dois cereais e raízes (tais como a mandioca, o inhame, a batata-doce, o milho e o arroz), que tanto podem ser con-sumidos de forma isolada, quanto combinados com certas legumino-sas, a exemplo do feijão. Nesses casos, o papel dos demais alimen-tos, no fornecimento de nutrientes importantes, passa a ser secundá-rio, e o desenvolvimento das pessoas torna-se prejudicado.

Por sua vez, desde que haja um aproveitamento do amido resi-dual proveniente das prensas, nas fábricas de farinha e de raspas, é possível, ainda, produzir-se uma farinha de melhor qualidade. Mas o que ocorre, na maior parte das vezes, é o aproveitamento de, somen-te, uma pequena percentagem do líquido que escorre. Segundo os especialistas no assunto, são perdidos cerca de 75% dos melhores nutrientes da mandioca, entre os quais as proteínas, as vitaminas e os sais minerais,naturais. Apesar desse fato, aquela planta continua representando o verdadeiro pão do Brasil. Aqui, apenas nas terras consideradas demasiadamente argilosas, ou em trechos montanho-sos, muito secos, empedrados, íngremes em demasia, ou em baixa-das úmidas demais, é que não se cultiva a mandioca.

Através de seus hábitos alimentares, então, os portugueses in-troduziram a mandioca em sua culinária, bem como alguns outros in-gredientes importantes: o coco (trazido da Índia), o sal, e a canela em pó - uma das especiarias - misturada com açúcar. Ao longo dos 500 anos, desde o descobrimento, foi sendo forjada uma nova cozinha. E as trocas alimentares, a união dos novos produtos, caminhos e expe-riências, a mistura de etnias e culturas, a miscigenação de gostos, formas e aromas, fez nascer a rica culinária brasileira.

Por: Semira Adler Vainsencher Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco [email protected]

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DESIGUALDADES

Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um

circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso na mão de poucos.

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 14

09 - Dia Internacional dos Povos Indígenas

O Dia Internacional dos Povos Indígenas, mais do que uma simples data comemorativa, é um momento de luta para garantir os direitos dessa população .

O Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data celebrada mun-dialmente no dia 09 de agosto e foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1995 para expressar o reconhe-cimento internacional em relação a esses povos, que ainda carecem da manutenção de alguns de seus direitos mais básicos.

Segundo dados da própria ONU, a população indígena no mundo es-tá estimada em cerca de 370 milhões de pessoas, o que representa algo em torno de 5% da população mundial. No entanto, segundo a entidade, esses povos compõem cerca de um terço da população mais pobre do mundo e são expostos a uma série de problemas, que abrangem doenças, discriminação, perseguição, baixa expectativa de vida, ameaças territoriais e poucas garantias de verem cumpridos os seus direitos humanos.

No dia 07 de setembro de 2007, a ONU também aprovou a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indíge-nas, que visa garantir e reafirmar os direitos básicos dessa população em todo o mundo, servindo de instrumento para a imposição de san-ções sobre aqueles países e governos que não visarem à manuten-ção de tais direitos.

Entre os pontos defendidos por essa declaração, podemos destacar algumas afirmações, tais como:

– Os indígenas estão totalmente inseridos na Declaração Internacio-nal dos Direitos Humanos;

– Os indígenas são iguais perante os demais povos e não podem so-frer qualquer tipo de discriminação;

– O direito à autodeterminação, considerado legítimo para todas as entidades internacionais;

– O direito à nacionalidade própria;

– Os povos indígenas devem ter preservados a sua integridade física e cultural, que devem ser garantidas, inclusive, pelos Estados;

– A população em questão não pode ser removida à força de seus territórios;

– Os indígenas têm direito de utilização, educação e divulgação de seu próprio idioma;

– A população indígena tem o direito de exercer suas crenças espiri-tuais;

– O Estado deve garantir uma ajuda financeira, se necessário, para a manutenção dos direitos básicos dos povos indígenas.

Além desses, existem vários outros pontos na carta elaborada pela ONU, esta composta por um total de 46 artigos e que se posiciona como uma enumeração dos direitos mais básicos desses povos, mas que não pode ser considerada como um instrumento que imponha um limite ou um teto para tais direitos.

É importante ressaltar, no entanto, que muitos desses e outros direi-tos dos povos indígenas não são devidamente cumpridos em todo o mundo. Para se ter uma ideia, 50% de todos os índios adultos do mundo sofrem de diabetes tipo 2. Nos EUA, um índio está 600 vezes mais suscetível a contrair tuberculose do que outro cidadão do país. Na Austrália, a expectativa de vida dos povos aborígenes é 20 vezes menor do que o do restante da população do país. No Brasil, frequen-tes são os atentados aos territórios indígenas por posseiros e grilei-ros, o que ocasiona a erradicação de muitas etnias e troncos linguísti-cos.

Portanto, no Dia Internacional dos Povos Indígenas, mais do que sim-plesmente comemorar a ocasião de uma data e prestar homenagens simbólicas, é preciso que a população empreenda uma agenda de lutas e reivindicações para garantir que os índios do Brasil e do mun-do não tenham os seus direitos básicos ainda mais cerceados.

¹ A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indí-genas pode ser acessada diretamente aqui.

Por: Me. Rodolfo Alves Pena

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais diver-gentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

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Quando nos mostramos o nosso respeito por outros seres vivos, eles respondem com respeito por nos. Nao basta falar sobre a Paz, e preciso pensar, sentir, agir e viver em Paz.

Provérbios índios

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Agosto 2016 Gazeta Valeparaibana Página 15

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EUROPA hoje e ontem (artigo continuado)

Por: Michael Löwy Sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique

(CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências

Sociais, é autor de Walter Benjamin: aviso de incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da

revolução no jovem Marx (2012) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de

Walter Benjamin

Capitalismo e democracia na Europa

PARTE VIII

Em 8 de dezembro de 1974 se instituiu a “Terceira República Helênica”; o arcebispo Makarios voltou ao mesmo tempo ao governo de Chipre.

No mesmo período acontecia a “Revolução dos Cravos” em Portugal e se iniciava a “transição democrática” na Espanha, no meio a imensas mobilizações populares e a uma forte radicalização operária. A Europa do Sul, a Europa das ditaduras, se decompunha em meio a situações revolucionárias; a Comunidade Econômica Europeia (CEE) buscava, nessas condições, se consolidar como entidade política continental. Governos e partidos da França e Alemanha interviram diretamente para arbitrar a colaboração dos partidos políticos locais, especialmente os socialistas e os comunistas (estes últimos embarcados na aventura “eurocomunista”) para garantir a reconstituição do Estado nos países “periféricos” da Europa, Grécia incluída. Consolidada a “democratização”, a 1º de janeiro de 1981 Grécia foi readmitida e se tornou membro pleno da CEE. Os Pactos de la Moncloa, na Espanha, em que o PCE e o PSOE renunciaram à histórica reivindicação da República, foram o símbolo continental dessa política.

Foi não levando em conta o caráter contrarrevolucionário das direções majoritárias de esquerda (e das direções nacionalistas na Espanha) que o marxista grego Nicos Poulantzas ousou, em 1975, fazer uma previsão que não se revelaria correta: “Dada, sobretudo, a força do movimento popular, desencadeado pela queda dos regimes e desenvolvido durante este processo, a prazo mais ou menos curto, a questão da transição para o socialismo se colocará em toda sua intensidade e nas condições de dependência específicas de cada país. Ou seja, é duvidoso que nesta situação eminentemente instável a etapa de democratização possa se consolidar como tal no longo prazo e que a burguesia consiga, como fez em outros países europeus, bloquear, durante um longo período, o surgimento de conjunturas revolucionárias.

Observação que vale especialmente para Portugal”.

A desativação da bomba revolucionária na Espanha, em Portugal e na Grécia, foi a base política indispensável sobre a qual se prosseguiu, na década de 1980, na direção da constituição da União Europeia (UE), de um lado, e do desmantelamento da URSS e do chamado “bloco socialista”, do outro. A URSS, em plena crise econômica interna, pressionada para a busca de um acordo com o imperialismo mundial, comprometeu-se formalmente com a defesa e manutenção da “ordem europeia” nos Acordos de Helsinki e de Belgrado, celebrados em meados da década de 1970 com os representantes dos EUA e da Europa capitalista. Em 1990, logo depois da queda do Muro de Berlim, e na véspera da dissolução da URSS, a UE foi finalmente constituída e proclamada para estabelecer o marco definitivo de contenção da revolução social no pós-guerra; um marco que permitisse restabelecer os velhos Estados Nacionais esgotados por duas guerras mundiais como formas de dominação política do capital, e resolvesse a crise mundial de sobreprodução mediante uma eliminação parcial das barreiras ao comércio europeu e mundial.

A UE também fornecia um método político para unificar a ofensiva contra os trabalhadores depois do fim do boom econômico do pós-guerra e o começo da etapa de crise, assim como uma plataforma para concorrer no mercado mundial com o capital norte-americano, no quadro dessa crise. Era, finalmente, uma tentativa dos Estados mais poderosos, especialmente a Alemanha, para adaptar-se à derrubada da URSS e da Europa Oriental e para anexar os novos mercados capitalistas do Leste europeu e da Rússia. O imperialismo europeu passou logo a montar um conjunto de “corredores” (transportes de variado tipo, caminhos e dutos), para enlaçar o oeste da Europa com o Cáucaso e a Ásia Central, passando pelos países da península dos Bálcãs.

A guerra e a divisão da Iugoslávia, em 1994, marcou o limite em que esses objetivos poderiam ser levados adiante de maneira “pacífica”. A guerra imperialista nos Bálcãs deu início a um novo período mundial de crises internacionais, guerras e revoluções. A formação e consolidação da União Europeia se revelaram impossíveis através de um processo histórico pacífico e linear, pois representaram, em diferentes etapas, os intentos de adaptação e de sobrevivência da burguesia imperialista europeia às condições mutantes da crise mundial. Sob a pressão da crise econômica mundial e das lutas dos trabalhadores, as tendências centrífugas tenderam a impor-se sobre as centrípetas. A utilização das rivalidades nacionais por parte do capital financeiro norte-americano, em concorrência com a UE, tendeu a fratura-la. O crescimento da luta interimperialista condicionou a crise política mundial. Desde

os Bálcãs, a Rússia e o Cáucaso, até o longínquo Oriente, Iraque e Palestina, as crises, os enfrentamentos nacionais e as guerras expressaram, cada vez mais, a crescente oposição entre os capitais e os Estados europeus, também divididos entre eles, e o imperialismo norte-americano. As manifestações da tendência para a fragmentação da União Europeia se acentuaram, ao mesmo tempo em que ela se estendia até abranger 27 Estados, desmentindo àqueles que a consideravam irreversível e portadora de um progresso econômico infinito.

Na virada para o século XXI, a crise econômica nos EUA (a crise da bolsa das “novas tecnologias”, ou Nasdaq) pareceu fortalecer, momentaneamente, a posição internacional da UE. O fluxo de capitais europeus para os EUA, estes já “reativados” pela impulsão artificial dada pela Federal Reserve através da queda da taxa de juros, em especial no mercado imobiliário, no entanto, além de oficiar como um dos fatores de contenção da crise pelos EUA, integrou ainda mais esses capitais com os capitais norte-americanos. Quando a crise do mercado imobiliário dos EUA explodiu, em 2007-2008, a crise “norte-americana” revelou rapidamente sua base mundial, transmitindo-se com extraordinária rapidez para a Europa já “unificada” e parcialmente detentora de uma moeda única, uma moeda (o euro) que chegara a ser vista como provável concorrente, e até substituta, do dólar no mercado mundial.

A eclosão da crise financeira foi seguida por uma depressão econômica de alcances igualmente planetários. As economias mais desenvolvidas registraram uma queda superior a 3% em 2009, depois da estagnação durante o ano anterior. Nos primeiros meses da crise, o estouro dos mercados de ações e o retrocesso da produção industrial alcançaram registros superiores àqueles da pior depressão da economia capitalista até então, a da década de 1930. Diferentemente daquela, contudo, os analistas econômicos consideraram que o curso do desmoronamento (que na década de 1930 se prolongou em um tobogã ininterrupto por muitos anos) fora limitado por um massivo resgate financeiro que havia sido evitado setenta anos atrás. No fim de 2009, se declarava oficialmente o fim da recessão.

Os dados que se mostravam para provar que a marcha para o abismo havia sido detida e inclusive, revertida, eram enganosos. A situação de falência dos bancos foi dissimulada por manipulações de “contabilidade criativa”, destinados a superest imar o va lor de at ivos desvalorizados, um método que, na Grécia, se estendeu para as contas nacionais.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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Agosto 2016

Edição nº. 105 Ano X

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

Por que eu apoio Israel?

Eu vejo, no contexto do conflito árabe-israelense, uma clara parci-alidade e também uma clara falta de empatia com o lado israelense. E sei que é a imprensa, a mídia que incute isso nas mentes das pessoas. É típico da imprensa. A imprensa chapa branca da elite global.

As pessoas reagem tão a-paixonadamente, com tanta comoção, que não se dão ao trabalho de fazer uma con-sulta a história dos judeus, entre 70 d.C. e 1948 d.C. O povo judeu já foi um dos po-vos mais rejeitados, mais perseguidos, mais odiados da história da humanidade. Vo-cê, leitor, já ouviu falar em antissemitismo? Já leu algo a respeito? Nas cruzadas eu-ropeias contra os muçulmanos no Oriente Médio, judeus foram exterminados pelos cruzados católicos romanos apenas por não quererem ser cristãos, foram expulsos da Inglaterra em 1290, foram intensamente perseguidos pela Inquisição católica, fo-ram expulsos da Espanha em 1492, expulsos de Portugal em 1497, vítimas de po-groms na Rússia e no Leste Europeu, os infames casos da Noite dos Cristais na Ale-manha e do Holocausto, a história demonstra que o judeu não é um povo estimado pela maioria dos outros povos. É um típico povo que realmente precisa de um país, de um Estado para si.

Da mesma forma que muitos brasileiros não têm como evitar previamente os erros que os políticos do Brasil cometem, e nem pelos erros que a elite econômica/financeira do Brasil comete, os israelenses e judeus na diáspora não são todos cul-pados por causa das famílias Rockefeller e Rothschild, e nem por indivíduos globalis-tas como George Soros, por exemplo. No meio dos judeus, também há diversidade

de opiniões, diversidade de ideias. Nem todo indivíduo israelense é contra a criação do Estado palestino independente. Israel é um país desenvolvido, avançado cientifi-camente e tecnologicamente, colabora para o progresso mundial. Todas as nações têm pessoas bem-intencionadas e pessoas de caráter ruim (como exemplo, o ex-primeiro ministro Ehud Olmert). Todos os povos em todos os países estão sujeitos a eleger uma pessoa inadequada para governar. E nas ditas “democracias” represen-tativas, os parlamentares e os governantes não levam em consideração a opinião da maioria ao tomar uma atitude, como exemplo, bombardear a faixa de Gaza. Em go-verno, interesse econômico fala mais alto.

As pessoas se referem a Israel com raiva, mas não param para refletir e se pôr no lugar dos judeus. Um povo que não busca convertidos para a sua religião, tem um histórico de sofrimento e de humilhação, de rejeição e de perseguição, é natural que hoje sejam “ariscos”, que tenham tendência ao etnocentrismo e de se colocarem em primeiro lugar, os judeus são humanos. Os chineses e coreanos não se ressentem contra os japoneses até hoje devido ao que aconteceu na primeira metade do século XX? Chineses e coreanos são humanos. É natural que tenham ressentimentos e que sejam “ariscos” com o Japão. Os chineses e os coreanos sofreram na pele a opres-são nipônica.

Muita gente que fica indignada com o que acontece aos árabes palestinos simplesmente não demonstram indignação com o que a China tem feito ao Tibete e ao povo tibetano. As pessoas não protestam contra a China com a mesma intensida-de que protestam contra Israel. As pessoas não ficam indignadas com o que o Mar-rocos faz ao Saara Ocidental. Ninguém reclama da Turquia pelo que os turcos fazem aos curdos. Cadê a defesa da criação do Estado do Tibete e do Estado do Curdis-tão?

Enfim, eu apoio o Estado de Israel, e lá onde se localiza. Porque é lá que eles estavam quando os romanos os expulsaram de lá. A elite financeira internacio-nal é apátrida, quer prejudicar todos os países em benefício próprio, incluindo Israel.

João Paulo E. Barros

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AGOSTO - O MÊS DE FESTAS EM PORTUGAL

Em ARCOS DE VALDEVEZ realiza-se a Expo-vez - Feira do Alto Minho As festas desta região realizam-se no segundo fim de semana de agosto. Folclore, teatro, fo-gos de artifício, grupos de bombos, gaiteiros e danças na rua ao som de concertinas e casta-nholas prolongam-se até altas horas da noite. Alvoradas com salvas de morteiros são uma constante de fernezim, alegria e muitas patos-cadas.

Em VIANA DO CASTELO, realiza-se a ROMARIA DA SRA. DA AGONIA Se é verdade que é em Maio, com a Festa das Rosas ou dos Cestos Floridos de Vila Franca do Lima, que começa o ciclo das Festas Vianenses é, sem dúvida, em Agosto, na incompa-rável e magnífica Romaria de Nossa Senhora d'Agonia, que a tradição atinge o seu maior expoente. A procissão ao mar e as ruas da Ribeira, enfeitadas com os tapetes floridos, são testemunhos da profunda devoção religiosa. A etnografia tem o seu espaço nos desfiles do Cortejo Etnográfico na Festa do Traje, onde se podem admirar os belos trajes de noiva, mor-doma e lavradeira, vestidos por lindas minhotas que ostentam peitos repletos de autênticas obras de arte em ouro. A festa continua... tocam as concertinas e os bombos, dançam as lavradeiras...A grandiosa serenata de fogo de artifício ilumina toda a cidade, começando pela ponte de Gustave Eiffel, passando pelo Castelo de Santiago da Barra, até ao Templo - Mo-numento de Santa Luzia...É um abraço dos Vianenses a todos que visitam esta maravilhosa cidade minhota. A Romaria d’Agonia se junta à história da igreja d’Agonia. Data de 1674 a história da igreja em honra da padroeira dos pescadores. Na altura, foi edificada uma capela em invocação ao

Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário e, um pouco acima, uma capelinha devota a Nos-sa Senhora da Conceição.

Hoje, o nome da santa está associado à rainha das romarias e às múltiplas tradições da mai-or festa popular de Portugal: a romaria em honra de Nossa Senhora da Agonia, nascida em 1772 da devoção dos homens do mar vindos da Galiza e de todo o litoral português para as celebrações religiosas e pagãs, que ainda hoje são repetidas anualmente na semana do dia 20 de Agosto. E é por toda esta linda região nortenha e prinpalmente nestas épocas festivas que os seus habitantes na companhia dos seus familiares emigrantes em férias na sua terra natal devo-ram a maravilhosa gastronomia bem regada com os belos vinhos verdes. A gastronomia e o património monumental e ambiental fazem de Viana do Castelo um desti-no turístico que oferece a quem a visita vastos motivos de encanto e brinda o paladar com requintados e substanciados prazeres. Viana do Castelo está, desde sempre, ligada ao fiel amigo, o bacalhau. Daqui partiam para a Terra Nova e Groenlândia, os bacalhoeiros carre-gados de fé e com esperança numa boa faina. Por lá ficavam seis meses, após o que re-gressavam às suas terras. E o bacalhau assentou arraiais, gastronomicamente, neste con-celho, fazendo dele o centro de todas as atenções dos gastrónomos fiéis a uma boa baca-lhoada. Mas não é só em Viana do Castelo que temos romaria, também em SANTA MARTA DE PORTOZELO temos a Festa em honra de Santa Marta, tem por número mais concorrido a imponente procissão à qual ocorrem numerosos devotos e forasteiros. Valorizam, também, as festas o mais antigo encontro folclórico de Portugal.

Alberto Blanquet Fotógrafo