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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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ENSINA-SE DEMAIS, APRENDE-SE DE MENOS: RELAÇÕES

PSICOSSOCIAIS NECESSÁRIAS ENTRE O SUJEITO QUE

ENSINA O QUE APRENDE E O CONHECIMENTO

Sonia Maria Negrini Parmezan1

Marivete Bassetto de Quadros2

RESUMO O presente artigo teve como tema neurociências e educação com foco na formação de professores cujos objetivos foram intervir na pratica pedagógica de maneira significativa. A investigação se justifica por contribuir para que as dificuldades de aprendizagem e retenção do conhecimento sejam mais eficazes. A pergunta que iluminou este estudo foi, porque os alunos dizem não saber o que já foi ensinado? Os dados foram coletados por meio de questionário e Grupo de Estudos. Os sujeitos que participaram da pesquisa foram professores PDE do Colégio Estadual Miguel Dias. Os excertos foram analisados a luz das teorias da neurociências e processos cognitivos, postuladas por Bransford (2007), Cosenza (2011), Muszcat (2005) e Vigotsky (2007). As contribuições que este estudo revelou o papel do cérebro na aprendizagem apontam que a aprendizagem é um processo que depende de desenvolvimento, contextualização, memória e emoção. Com isso é possível afirmar que a aprendizagem significativa e transformadora é possível a partir do conhecimento e de metodologias que levem o estudante a construir o seu próprio conhecimento para aplicação em suas necessidades cognitivas e sociais. Palavras chave: Neurociências. Ensino. Aprendizagem. Práxis Pedagógica.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo, etapa final do Programa de Desenvolvimento Educacional

(PDE), atrela a política de Formação Continuada para os professores do Estado do

Paraná, tem por objetivo, intervir na prática pedagógica nas escolas públicas Ensino

Fundamental séries finais e Ensino Médio do Estado com o acompanhamento das

Instituições do Ensino Superior (IES) oportunizando assim a interação entre os dois

níveis de ensino.

1 Profa. Pedagoga da Rede Estadual do Colégio Estadual Miguel Dias da cidade de Joaquim Távora – Paraná – PDE TURMA 2013. E-mail [email protected]

2 Orientadora – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP – Centro de Ciências Humanas e da Educação – CCHE/CJ. E-mail [email protected]

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Neste formato que o Programa PDE oferece o professor tem a opção de

escolher o tema a ser desenvolvido, normalmente um fragmento da prática, para ser

aplicado na escola. No primeiro momento, o professor PDE, reúne argumentos

teóricos sob a orientação do professor da IES, onde cientificamente, estuda o

conteúdo e realiza uma Produção Didática, desenvolvida com professores da Rede

de Ensino no formato de Grupo de Trabalho em Rede (GTR), de forma on line, o

tema é discutido entre os participantes, constituindo-se assim no segundo momento

do PDE, que neste caso, muito contribui para adequações para a aplicação, terceiro

momento o da Proposta de Intervenção na Escola, em forma de Grupo de Estudos

(GE), o tema foi desenvolvido com seis dos doze professores PDE do Colégio

Estadual Miguel Dias, no município de Joaquim Távora, os resultados desta

intervenção foram positivos, pois mais uma vez a teoria auxilia a prática.

O tema em tela teve como premissa: como se afirma que o aluno não sabe

determinados conteúdos se estes fazem parte da Proposta Curricular da Escola, e

consequentemente foram ensinados? A lacuna existente entre o que se ensina e o

que se aprende deu forma ao tema de estudo para o PDE. Ensina-se demais

aprende-se de menos: relações psicossociais necessárias entre o sujeito que

ensina, o que aprende e o conhecimento. Teve como fundamentação teórica os

conhecimentos da neurociência, distinguindo principalmente como o cérebro

funciona na aprendizagem, corroborando para uma prática pedagógica e relações

psicossociais, entre professores e alunos mais comprometida com a aprendizagem,

relação esta mediada pelo pedagogo na escola.

Este artigo sintetiza a, Produção Didática, pesquisa bibliográfica sobre o

tema, e Projeto de Intervenção na Escola, constituído pelos textos estudados no

GTR3 e GE4, onde considerou-se a relevância dos conhecimentos construídos

durante este trabalho, pois as pesquisas comprovam que o funcionamento do

cérebro é complexo, o tema cérebro – mente interessa a sociedade como um todo e

ao professor, ainda mais, seja na formação inicial ou continuada, a aquisição de

conhecimentos da neurociência o habilita a motivar, a ensinar e a avaliar o seu aluno

num formato compatível com o funcionamento cerebral em cada etapa de suas

vidas.

3 Grupos de Trabalho em Rede

4 Grupo de Estudos

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 NEUROCIÊNCIAS E EDUCAÇÃO

Contando que a educação está intimamente ligada ao conhecimento e este,

às evoluções biológicas e neurológicas do ser humano, e não se separam, é de

suma importância que o professor, sujeito responsável por mediar os

conhecimentos, seja um profissional competente na sua disciplina, bem como nos

processos realizados a nível psicológico de como o aluno aprende envolvendo

conhecimentos como se processam as informações no cérebro humano, o que é

necessário estimular para que a aprendizagem ocorra, já que, conhecer como o

cérebro funciona na aprendizagem e na informação, pode facilitar tanto o ato de

aprender como o ato de ensinar.

Além de todos os conhecimentos que o professor precisa ter em relação aos

conteúdos de sua disciplina, ainda é necessário que tenha conhecimento de como o

cérebro funciona. O cérebro humano não se desenvolve apenas filogeneticamente, a

partir da década de 1970 (ANDRADE; BUENO apud MELO, 2005, p.147) postula-se

que o comportamento é influenciado por sistemas “fechados e abertos”. Os sistemas

fechados não sofrem alterações com as experiências pessoais, já o sistema aberto é

influenciado pela relação do indivíduo com o meio ambiente, como é o caso das

mais importantes aprendizagens que nos torna humanos, a linguagem.

Para o professor esses conhecimentos, facilitam tanto a abordagem como a

metodologia na construção do conhecimento. As pesquisas comprovam que o

funcionamento do cérebro é complexo, o tema cérebro-mente interessa à sociedade

como um todo, e ao professor, ainda mais, seja na formação inicial ou continuada, a

aquisição de conhecimentos de neurociência o habilita a motivar, a ensinar e a

avaliar o seu aluno num formato compatível com o funcionamento cerebral.

A aprendizagem escolar por meio de conteúdos historicamente produzidos,

propiciando a construção de culturas é um processo estritamente humano, para

tanto requer do professor o mediador entre conhecimento e aprendizagem,

determinados conhecimentos sobre o comportamento humano, nos dias atuais como

o cérebro funciona na aprendizagem. Conhecer como se dá esse processo facilita a

aprendizagem, pois possibilita conhecer o estilo de aprendizagem de cada um, suas

dificuldades, e a partir desses conceitos, mediarem o ensino para que todos se

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apropriem do conhecimento transformando-o de acordo com as necessidades

sociais e culturais. Segundo Bransford (2007) a história nos conta:

Trinta anos atrás, os educadores prestavam pouca atenção ao trabalho dos cientistas cognitivos, e os pesquisadores do nascente campo da ciência cognitiva trabalhavam bastante afastados das salas de aula. Atualmente, os pesquisadores cognitivos estão dedicando mais tempo ao trabalho com os professores, testando e refinando suas teorias em salas de aula reais, onde podem ver como os diversos ambientes e as interações nas salas de aula influenciam as aplicações das suas teorias. Hoje, o que talvez seja mais extraordinário são as diversas abordagens e técnicas de pesquisa que foram desenvolvidas, e a maneira pela qual começam a convergir as descobertas provenientes de ramos muito distintos da ciência (BRASFORD, 2007, p 19).

A neurociência atrelada à pedagogia pode hoje comprovar diferentes

princípios de aprendizagem, os estudos em laboratório comprovam que quando

ocorre uma aprendizagem, há modificação na estrutura cerebral. O cérebro humano

não se desenvolve apenas filogeneticamente, mas também culturalmente a partir da

década de 1970 (ANDRADE; BUENO apud MELO, 2005, p.147) postula-se que o

comportamento é influenciado por sistemas “fechados e abertos”. Os sistemas

fechados não sofrem alterações com as experiências pessoais, já os sistemas

abertos são influenciados pela relação do indivíduo com o meio ambiente, como é o

caso das mais importantes aprendizagens que nos torna humanos, a linguagem.

A compreensão dessas mudanças possibilita um caminhar ao encontro do

que nós educadores e a sociedade em geral espera do sistema educacional. Some-

se a isso o comentário de Fonseca:

Compreendendo como tais processos evoluem e se interrelacionam sistemicamente no cérebro, estaremos certamente mais próximos do que são efetivamente as funções cognitivas da aprendizagem, podendo, por esse meio, identificar os obstáculos que a bloqueiam ou prevenir disfunções ou dificuldades (ou descapacidades) que a impedem de florescer (2009, p. 62).

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Saber não se reduz a receber informações para serem repetidas, é sim a

capacidade de utilizar essas informações em diferentes contextos.

Diante dos muitos meios de informações e no ritmo em que é produzida hoje,

a escola não pode mais ter a concepção de redentora do conhecimento, isso é

praticamente impossível, seu papel então passa a ser o de proporcionar meios para

que, a partir de conhecimento básicos, cada aluno promova o seu desenvolvimento.

A propósito descreve Bransford:

Nos primeiros anos do século XX, a educação focalizava a aquisição das habilidades de letramento: leitura, escrita e cálculos básicos. Para os sistemas educacionais, a regra geral não era treinar as pessoas para pensar e ler criticamente, para se expressar com clareza e de modo convincente, para solucionar problemas complexos de ciência e matemática. Hoje em dia, esses aspectos do letramento avançado são exigidos de quase todos, para que possam lidar com sucesso com as complexidades da vida contemporânea

(2007, p. 20). .

A partir desse pressuposto da psicologia a aprendizagem passa a ser

pensada não como fim, mas como processo, neste sentido Saviani pontua:

Ao professor cabe o papel de acompanhar os alunos auxiliando-os em seu próprio processo de aprendizagem. O eixo do trabalho pedagógico desloca-se, portanto, da compreensão intelectual para a atividade prática, do aspecto lógico para o psicológico, dos conteúdos cognitivos para os métodos ou processos de aprendizagem, do professor para o aluno, do esforço para o interesse, da disciplina para a espontaneidade, da quantidade para a qualidade. Tais pedagogias configuram-se como uma teoria da educação que estabelece o primado da prática sobre a teoria. A prática determina a teoria. Esta deve se subordinar àquela, renunciando a qualquer tentativa de orientá-la, isto é, de prescrever regras e diretrizes a serem seguidas pela prática e resumindo-se aos enunciados que vierem a emergir da própria atividade prática desenvolvida pelos alunos com o acompanhamento do professor. Essa tendência ganha força no início do século XX torna-se hegemônica sob a forma do movimento da Escola Nova, até o início da segunda metade desse século e, diante das contestações críticas que enfrenta, assegura seu predomínio assumindo novas versões, entre as quais o construtivismo é, provavelmente, a mais difundido na atualidade (2008, p. 2).

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Perceber o aluno como sujeito psicossocial, é a vertente predominante nas

teorias educacionais contemporâneas, que defendem uma educação, não

reprodutora, mas, construtora de conhecimentos onde o aluno é concebido como

pessoa capaz de atuar crítica e conscientemente na sociedade, a escola não é

apenas uma mera transmissora dos conhecimentos sistematizados.

Percebendo o cérebro como um sistema aberto, que se desenvolve ao longo

da vida, diferente e individualmente em cada espécie Vigotsky dedicou seus

estudos ao que o mesmo chama de funções psicológicas superiores, parte do

cérebro responsável pelo controle consciente do comportamento, atenção e

memória voluntária, pensamento abstrato e raciocínio, permitindo a cada indivíduo

independência, autonomia e principalmente consciência, todas estas funções são

aprendidas por meio das relações que o sujeito estabelece com o meio ambiente.

Andrade e Bueno citam que para o autor,

Estas funções – linguagem, memória, pensamento, entre outras – se organizam e se desenvolvem no compasso da socialização da pessoa, isto é, a partir da internalização de formas socioculturais de comportamento, estabelecidas pelo grupo ao redor do individuo, diferente de processos psicológicos elementares, de origem biológica e não exclusivamente humana, como os reflexo. Esta ideia assinala que o desenvolvimento das funções mentais humanas não são imutáveis nem universais, nem passivas, nem independentes do contexto sócio – histórico - cultural do qual o individuo faz parte. (ANDRADE; BUENO apud MELO 2008, p. 153).

Os estudos neurocientíficos ainda é uma experiência nova, mas já contribui

em muito para compreensão do processo de aprendizagem, fornecendo dados

científicos do que é comum a todos os cérebros, de como se processa o

conhecimento no cérebro, os meios mais eficazes para uma aprendizagem

duradoura, os sentimentos envolvem a aprendizagem.

Em termos de reações cerebrais, as emoções nas palavras de Cosenza, acrescenta:

As emoções envolvem respostas periféricas que podem ser percebidas por um observador externo: aumento do estado de alerta, desassossego, dilatação da pupila, [...] entre outras manifestações. Além disso, há modificações corporais internas que

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são percebidas pelo sujeito, tais como o coração disparado [...]. Essas respostas são acompanhadas por um sentimento emocional, ligado ao universo afetivo do organismo [...]. Admite-se que esta consciência emocional esteja presente apenas na nossa espécie, enquanto os outros animais, ou pelo menos os mamíferos, são capazes de experimentar os demais aspectos do fenômeno emocional, ou seja, as respostas periféricas e o sentimento emocional (COSENZA, 2011, p.76).

Trata-se de evidencia já consolidada de que animais submetidos a

experiências ricas de componentes emocionais a memorização é potencializada, já

que no âmbito periférico é indicado a presença de substancias típicas de estados

emocionais (MALDONATO e OLIVEIRO, 2012).

As teorias aqui relatadas evoca uma necessidade premente de se repensar a

Prática Pedagógica, atrelada a um Proposta de ensino, tanto a nível de sala de aula

como de Sistemas possibilitando uma aprendizagem coerente com as necessidades

intelectuais e culturais dos alunos, para que a mesma permita seu crescimento

pessoal, social e cultural.

Mesmo ainda tendo mais perguntas que respostas a neurociência já uma

grande aliada da pedagogia sugerindo caminhos para educação melhor para todos,

pois é um processo afirmado por Cosenza.

A aprendizagem é consequência de uma facilitação da passagem da informação ao longo das sinapses. [...] mesmo sem a formação de uma nova ligação, as já existentes passam a ser mais eficientes, ocorrendo o que já podemos chamar de aprendizagem. Para que ela seja mais eficiente e duradoura, novas ligações sinápticas serão construídas, sendo necessário, então, a formação de proteínas e de outras substancias. Portanto trata-se de um processo que só será

completado depois de algum tempo ( 2011, p. 38).

A atividade cerebral, a atenção possui variações quanto a vigilância ou estado

de alerta, parafraseando Cosenza, temos que durante o sono ou sonolência a

atenção fica prejudicada, porem estados de alerta extremos, que provocam a

ansiedade também não é bom para a atenção. “É necessário então um nível

adequado de vigília para que o cérebro possa manipular a atenção” (COSENZA,

2011, p. 43).

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Os adolescentes, nossos alunos diferentemente dos casos acima tem um

comportamento peculiar, colocam a atenção em diversos e diferentes estímulos, ao

mesmo, como ler ouvir, e ver ao mesmo tempo, contudo a ciência explica que não

as informações não serão processadas ao mesmo tempo e o cérebro irá alternando

as informações, uma terá maior relevância sobre as outras. “A eficiência do

aprendizado depende de fatores como motivação, atenção, memória e experiência

previa” (MELO, 2005. p. 50).

Partindo desse pressuposto a problematização que deu origem ao estudo:

como alunos dizem não saber determinado conteúdos se os mesmos foram

ensinados anos anteriores? Teoria e prática confirmam que os conteúdos realmente

aprendidos e utilizados são memorizados, “guardados” no cérebro podendo ser

evocadas para resolução de problemas/ou na sequencia didática dos conteúdos da

Proposta Pedagógica Curricular .

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto de intervenção pedagógica que culminou neste artigo objetivando,

discutir a aprendizagem no aporte da neurociência e mediar conhecimentos, com os

professores resultando em uma melhor pratica pedagógica que de conta na

retenção dos conteúdos básicos por parte do aluno.

Este estudo ocorreu por meio de Grupo de Estudos com os professores PDE

e pedagogos da escola, iniciou-se com um questionário, este instrumento teve o

objetivo de coletar informações dos professores sobre sua atuação em sala de aula,

dificuldades na aprendizagem dos alunos e conhecimentos sobre neurociências.

Sobre a dificuldade de aprendizagem os professores foram unânimes

afirmando que têm dificuldades para que a aprendizagem ocorra, mesmo

diversificando metodologias não conseguem atingir o objetivo esperado.

Quanto aos estudos realizados para o enfrentamento das dificuldades, o

grupo participante do projeto é comprometido com a educação e sempre estão

buscando leituras que possibilitem maiores conhecimentos para a prática

pedagógica, além de realizarem as formações continuadas propostas pela

mantenedora.

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Indagados sobre o papel da memória na aprendizagem, o grupo após relatar

diversos episódios vividos em sala de aula, em que os alunos demonstram não

desconhecimento total do conteúdo ministrados em outros períodos, diante do

estudo percebem, que a memória e aprendizagem, se interrelacionam, uma

depende da outra; já que o aprendizado depende intimamente da memória estando

presente em todas as funções da mente humana; constatam também a dificuldade

para o desenvolvimento de estratégias para resgatar aprendizados anteriores

necessário para novas aprendizagens.

No questionamento sobre motivação escrevem os professores que a mesma

é essencial, pois se gostamos de um determinado assunto, ou então, somos

atraídos por ele, a aprendizagem ocorre com mais facilidade, haja vista, que na

realização de operações mentais faz-se necessário a vontade de aprender, processo

intrínseco, a partir de estímulos externos. O grupo ainda ressalta que os professores,

não são os únicos responsáveis na aprendizagem. Os outros envolvidos no

processo (família, aluno, comunidade escolar) têm que fazer a sua parte, afinal, não

conseguimos ensinar a quem não quer aprender.

. Para vencer as dificuldades/defasagem de aprendizagem, comum às escolas

de forma geral, agrava-se em nossa realidade por esta ser, além de pública, única

na zona urbana do município, o alunado é muito heterogêneo, mesmo assim

seguindo o Projeto Político Pedagógico, os conteúdos são metodologicamente

ministrados, fundamentados na teoria crítica da educação o que corresponde

problematizar e contextualizar o mesmo. Os professores utilizam entre outros

instrumentos como: textos complementares da atualidade que levem o aluno na

interpretação, análise e compreensão; análise de imagens, pesquisas de campo;

trabalhos de pesquisas vídeos referentes aos temas abordados; slides, “enfim, a

utilização destes recursos contribui para a aquisição e construção do conhecimento

aconteça, pois sempre fazendo um parâmetro da sua realidade com o conteúdo

proposto”, bem como a preparação por parte do professor em estudar o conteúdo,

realizando um Plano de Trabalho coerente com a turma.

Em relação aos conhecimentos sobre neurociências, os professores afirmam

conhecer superficialmente o assunto, não o bastante para aplicarem em sala de

aula, demonstraram interesse em aprender.

A segunda atividade constituiu-se na Elaboração de um Plano de Trabalho

Docente, para ser aplicado e avaliado em sala de aula, com o objetivo de coletar

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dados sobre a aprendizagem dos alunos, na avaliação considerou-se a

aprendizagem ou não do conteúdo, a metodologia utilizada, a interação entre os

alunos, o ambiente na sala de aula, contextualização e motivação na construção

conhecimento, estratégias utilizadas para a fixação do conteúdo.

Analisando os Planos de Trabalho Docente dos professores pode-se afirmar

que todos utilizaram a metodologia dialética conforme propõe a Proposta

Pedagógica Curricular, problematizando, contextualizando o conteúdo, bem como

promovendo a interação professor/aluno, aluno/aluno. Sintetizando os professores

relataram que a aprendizagem aconteceu de forma desigual, principalmente com os

alunos que apresentam maiores ou menores dificuldades e/ou defasagem de

aprendizagem. Utilizando as mesmas metodologias não houve sucesso esperado.

A etapa central da Implementação deu-se na modalidade GE foi a escolhida

para este trabalho por envolver professores de diferentes disciplinas e oportunizar a

interação entre o grupo. os materiais elaborados pela autora foram estudados e

amplamente discutidos, mostrando um resultado sintetizado, levando em conta a

participação e opinião dos professores. Foram realizados cinco encontros

presenciais, os dois primeiros acima relatado e o GE propriamente dito distribuídos

da seguinte forma:

Textos5

GE 1 – Neurociências; Compreendendo como o cérebro

funciona na aprendizagem; Aspectos socioculturais na cognição

GE 2 – Atenção e memória; Memória

GE 3 – O papel da emoção na aprendizagem

GE 1 – Discussão

Levando em conta que a aprendizagem inicia-se na vida intra uterina e

continua por toda a vida, é possível afirmar que nossos alunos são capazes de

5TextosXdisponívelXem:http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?

conteudo.

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aprender mesmo tendo passado “o tempo escolar” determinado para diferentes

aprendizagens.

Na puberdade e adolescência, fase em que se encontram nossos alunos, as

capacidades cognitivas para determinados conhecimentos ainda não estão

totalmente formadas.

Constata-se também, que no nascimento e na adolescência há uma grande

perda de neurônios o que permite “liberar” o cérebro para outras aprendizagens,

desta forma ficará retido apenas o que utilidade prática no dia-a-dia e que dessa

forma desperta o interesse.

Estas afirmações podem ser úteis na construção de uma Proposta

Pedagógica coerente com as necessidades sociais dos alunos, para tanto há

argumentos na prática em sala de aula que corrobore para o processo ensino

aprendizagem destes jovens?

GE – 1 Resultados

A aprendizagem é condição sine qua non ao ser humano, bem como o

diferencia de outros animais no sentido de construir estruturas para novas

aprendizagens de acordo com as necessidades sócio culturais. Com certeza,

mesmo tendo passado “o tempo escolar”, nossos alunos continuarão aprendendo,

mas, como a aprendizagem é contínua e facilitada na interação do indivíduo como

meio em que vive dependerá das condições físicas e, principalmente, do convívio

com membros da sociedade em que vive que o processo se definirá. A afirmação

está coerente com as palavras de BRANSFORD, (2007, p. 20) “Hoje em dia, esses

aspectos do letramento avançado são exigidos de quase todos, para que possam

lidar com sucesso com as complexidades da vida contemporânea”

Sendo a aprendizagem um processo vitalício realmente os adolescentes

ainda não desenvolveram suas capacidades cognitivas. Ao se analisar as respostas,

faladas ou escritas, dos alunos percebe-se que suas capacidades cognitivas para

determinados conhecimentos ainda não estão totalmente formadas, também afirma

Cosenza.

A aprendizagem é consequência de uma facilitação da passagem da informação ao longo das sinapses. [...] mesmo sem a formação de

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uma nova ligação, as já existentes passam a ser mais eficientes, ocorrendo o que já podemos chamar de aprendizagem. Para que ela seja mais eficiente e duradoura, novas ligações sinápticas serão construídas, sendo necessário, então, a formação de proteínas e de outras substancias. Portanto trata-se de um processo que só será completado depois de algum tempo (2011, p. 38).

Ainda, é no planejamento de suas ações, facilmente verificado nas atividades

de pesquisa, que constata-se o fato de forma mais contundente. “Para começar a

maioria não possui critérios de análise pré-estabelecidos nem mesmo para entender

as questões propostas e/ou pesquisadas, que, quanto maiores, mais “indecifráveis”,

mesmo porque seu vocabulário, geralmente, é bastante limitado e não sentem-se

dispostos a procurar o significado das palavras”, diz uma das professoras.

Quanto à perda de neurônios e de memória não útil, ficou um pouco mais fácil

entender as dificuldades vividas pelos professores na prática pedagógica como

afirma Fonseca.

Compreendendo como tais processos evoluem e se inter-relacionam sistemicamente no cérebro, estaremos certamente mais próximos do que são efetivamente as funções cognitivas da aprendizagem, podendo, por esse meio, identificar os obstáculos que a bloqueiam ou prevenir disfunções ou dificuldades (ou descapacidades) que a impedem de florescer (2009, p. 62).

Esta afirmação, sem dúvida, será muito importante para a construção de

uma Proposta Pedagógica mais coerente com as necessidades sociais dos alunos

pois também nos “liberará” de conteúdos, metodologias e critérios, por vezes inúteis,

e dos quais nos sentimos atrelados.

GE 2 – Discussão

Considerando a necessidade de consolidação de determinadas memórias

para que haja novas aprendizagens, considera-se que o modelo curricular da nossa

escola colabora para aprendizagens significativas bem como se distingue

memorização na pedagogia tradicional para a pedagogia histórico cultural, levando

em conta que o processo de consolidação da memória leva um tempo, ou seja, nem

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sempre é possível aprender instantaneamente. Desta forma, é possível considerar

que a avaliação imediata do conteúdo realmente comprova a aprendizagem?

GE 2 – Resultados

A Proposta Curricular não só de nossa escola, mas da Educação Brasileira,

nem sempre dá conta de formar saberes, mediante a diversidade sócio cultural do

nosso País. A propósito Andrade, Bueno constata., “as funções – linguagem,

memória, pensamento, entre outras – se organizam e se desenvolvem no compasso

da socialização da pessoa, isto é, a partir da internalização de formas socioculturais

de comportamento, estabelecidas pelo grupo ao redor do individuo”. (ANDRADE;

BUENO apud MELO 2008, p. 153).

Atualmente há uma maior preocupação em se “construir” aulas que

privilegiem aprendizagens significativas baseadas na superação das limitações da

escola tradicional; por outro lado, acredita-se que a grande fragmentação da vida em

disciplinas, promove também, a fragmentação do conhecimento, que não se integra

ás vivencias do dia-a-dia. A vida a natureza é um todo não se separa, faz-se

necessário a articulação entre as disciplinas para que o aluno possa compreender o

processo e não apenas uma parcela do todo, impedindo a construção do

pensamento de maneira integral, concordando com Saviani (2008, p. 2) “o eixo do

trabalho pedagógico desloca-se, portanto, da compreensão intelectual para a

atividade prática, do aspecto lógico para o psicológico, dos conteúdos cognitivos

para os métodos ou processos de aprendizagem”.

Neste processo pode-se afirmar que a Proposta Curricular Disciplinar é

necessária, porém falta tempo, para que a mesma seja discutida e elaborada a fim

de construir conhecimentos relevantes para a prática social.

A educação como processo tem sido estudada mais intensamente nas ultimas

décadas, porém está aquém de acompanhar as evoluções tecnológicas da

sociedade, principalmente no que se refere a estruturação curricular, por vezes esta

torna-se arcaica, dificultando uma aprendizagem significativa. Quanto a

memorização, avançamos, infelizmente neste caminhar, alguns pré requisitos foram

banidos, dificultando o processo. não mais praticamos a decoreba da pedagogia

tradicional ,onde era necessário, repetir por repetir ininterruptamente, por um longo

período, até memorizar, com ou sem a preocupação de entender o assunto. Na

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pedagogia histórico cultural a repetição é orientada pela utilização de recursos

diferentes como sons, imagens, entre outros, objetivando à análise e memorização,

o que pressupõe melhor entendimento, somando-se a isso, “a eficiência do

aprendizado depende de fatores como motivação, atenção, memória e experiência

previa” (MELO, 2005. p. 50).

Entendendo que o processo de memorização não se dá instantaneamente,

avaliar o conteúdo tão logo que seja ministrado não corresponde ao processo, pois

vimos que as informações são processadas diferentemente em cada individuo e por

diferentes modos, qual seja, avaliar a aprendizagem requer a mesma estratégia do

ensino, diferenciado e ao longo do processo.

GE 3 – Discussão

Sendo a emoção um processo cerebral é preciso reconhecer sua importância

na aprendizagem como coadjuvante. É preciso também desmistificar que motivação

é um processo a ser aprendido e não ser construído, pois aluno e professor são

“humanos”, portanto desenvolvem emoções positivas e negativas que podem

melhorar ou piorar o relacionamento e a aprendizagem. Partindo desta primícia que

estratégias podem ser trabalhadas para que a relação psicossocial seja melhor

administrada na escola?

GE 3 – Resultados

A emoção é um sentimento presente de forma positiva ou negativa em todas

as relações, na relação aluno/professor ela é muito importante, pois o aluno precisa

de estímulos para que haja vontade de aprender, compete ao professor propor

atividades que os alunos tenham condições de realizar, despertando a curiosidade e

consequentemente, os faça avançar. É necessário levá-los a enfrentar desafios, a

fazer perguntas e procurar respostas para além do conteúdo em si, de forma a

construir conhecimentos relevantes na sua prática social. Ao se deparar com

dificuldades de relacionamento é papel do professor buscar meios para a resolução

dos conflitos, pois sua atitude e sua prática têm papel fundamental na formação do

aluno. O comportamento do professor influencia o processo educativo, podendo

favorecer ou mesmo criar obstáculos ao desenvolvimento cognitivo, social e

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emocional dos alunos como também ao desenvolvimento de competências e

capacidades de cada um, de fato pontua Cosenza,

As emoções envolvem respostas periféricas que podem ser percebidas por um observador externo: aumento do estado de alerta, desassossego, dilatação da pupila, [...] entre outras manifestações. Além disso, há modificações corporais internas que são percebidas pelo sujeito, tais como o coração disparado [...] . Essas respostas são acompanhadas por um sentimento emocional, ligado ao universo afetivo do organismo [...]. Admite-se que esta consciência emocional esteja presente apenas na nossa espécie, enquanto os outros animais, ou pelo menos os mamíferos, são capazes de experimentar os demais aspectos do fenômeno emocional, ou seja, as respostas periféricas e o sentimento emocional (COSENZA, 2011, p.76).

Estas capacidades e a aprendizagem significativa só se concretizarão

quando, a partir de uma relação positiva, o professor, de diferentes formas, motivar

os alunos, com exemplos práticos, aplicação dos conhecimentos na vida,

demonstrando a importância do conhecimento na construção de valores para o

exercício de uma cidadania plena, por sua vez, “ trata-se de evidencia já consolidada

de que animais submetidos a experiências ricas de componentes emocionais a

memorização é potencializada, já que no âmbito periférico é indicado a presença de

substancias típicas de estados emocionais (MALDONATO e OLIVEIRO, 2012).

As relações interpessoais não envolvem apenas professor e aluno, mas toda

a comunidade escolar, a realidade vivida na nossa escola comprova que grande

parte dos alunos são frutos de relações não muito positivas no ambiente familiar e

social, o que não impede, até favorece, uma relação positiva com o professor e

demais integrantes da comunidade escolar.

É consenso que a escola e as pessoas que trabalham nela precisam deixar

muito transparente as relações que unem todos. Se as regras estão postas o jogo

fica mais fácil. E o respeito é fundamental na relação dos profissionais que

trabalham em uma escola, quanto maior o respeito, vivencia-se mais a autoridade e

menos o autoritarismo.

No último encontro os professores retomaram as atividades aplicadas e

avaliadas no início e no final do estudo. Na primeira aplicação somente uma das 8

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turmas que participaram do estudo obtiveram mais de 50% de acerto nas questões,

onde o professor ministrou e avaliou o conteúdo utilizando sua prática habitual, há

que se considerar que as turmas são heterogêneas. A segunda atividade

demonstrou melhor rendimento dos alunos, apenas três turmas não alçaram 50% de

acerto nas questões.

Discutindo sobre os resultados, o grupo de professores constatou que muito

além da maturidade no início e final da proposta, o olhar do professor para com o

aluno, percebendo suas diferenças, possibilitando outros meios de aprendizagem e

principalmente respeitando o tempo do aluno na aprendizagem, corrobora para

afirmar que a escola e o currículo devem ser construídos para o aluno, mesmo estes

formando um grande grupo onde diferentes culturas se entrelaçam, é possível

ensinar e aprender significativamente.

.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A neurociência ainda não tem respostas prontas para facilitar o processo de

aprendizagem, mas já fornece estudos relevantes que podem transformar o

ambiente escolar, conceituando aspectos inerentes ao ensino. O estudo realizado

sobre os aspectos de como a aprendizagem acontece no cérebro, os meios

necessários para que a aprendizagem ocorra, a consolidação de memórias e

principalmente o papel das emoções neste processo é uma amostra de como é

possível transformar o ambiente escolar em um local onde professores e alunos

tenham claros os objetivos do ensino, e outros elementos como currículo e este, ser

construído particularmente em cada escola para assim conter elementos concretos

para o desenvolvimento de uma real educação transformadora; um Sistema

Educacional pertinente às necessidades socioculturais da população. Estes

elementos corroboram para efetivação de um ambiente de construção do

conhecimento, sólido capaz de transformar o indivíduo e seu meio.

Este processo se consolida, em ações conjuntas, no aprimoramento dos

conhecimentos necessários à formação docente, promoção de metodologias que

primem o aluno como sujeito ativo na aprendizagem, por ciências que auxiliem a

compreensão de como se constrói o conhecimento, como é elaborado o raciocínio,

ou seja aproximar os conhecimentos das pesquisas realizadas na Universidade, nos

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laboratórios, aos que estão no sopé da montanha, professores e alunos da

Educação Básica.

Com a intervenção pedagógica, o GTR, confirma-se a teoria proposta para

este trabalho, a formação continuada dos professores, no aporte da neurociência

induz a uma prática pedagógica coerente com as expectativas de uma educação

pautada na pedagogia crítica de educação.

Mesmo sendo este estudo singular, propõe-se aprimorar e expandir os

conhecimentos adquiridos neste ensaio, buscando transformar a utopia em

realidade, qual seja, melhores condições de relacionamentos e aprendizagem no

ambiente escolar.

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MATURANA, R. Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política.Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. MELLO,Claudia Berlim; MIRANDA Monica Carolina; MUSZCAT, Mauro. Neuropsicologia do desenvolvimento: conceitos e abordagens. São Paulo Memnon, 2005. MUSZKAT, Mauro; Desenvolvimento e neuroplasticidade. In: MELLO, Claudia Berlim, Neuropsicologia do desenvolvimento: conceito e abordagens. São Paulo, Editora Editorama, 2010. p. 26-45. NAHAS, Tatiana Rodrigues; XAVIER, Gilberto Fernando. Atenção: mecanismos e desenvolvimento. In: MELLO, Claudia Berlim, Neuropsicologia do desenvolvimento: conceitos e abordagens. São Paulo, Editora Editorama, 2010. p.46-76. SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 2ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008. VIGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007