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reeducação do movimento

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A essência do corpo vivo

a vertigem do equilíbrio entre terra e ar, a posi­ção bípede humana envolveu novas e inúmeras extensões cognitivas, além de especializações desenvolvidas nesse alongado processo de adap­tação: a estabilidade, a memória e a con dução do olhar.

Em busca dessa estabilidade, o homem adaptou os movimentos cor­porais e as condições para o desenvolvimento de padrões, como a percepção de distância e tempo. Adaptou sua respiração e suas sensações. Seu pulsar e sua voz. Seus limites e seus medos.

Se a gravidade impinge à anatomia humana uma nova organização neural, a contemporaneidade passou a exigir uma reorganização do corpo em sua geometria espacial e a vigilância diante do cará­ter transitório da vida, quando o corpo se esvai e a tez se transfor­ma. Com o intuito de prevenir, ou melhor, ajustar esse irremediável fluxo, esta publicação de Ivaldo Bertazzo é um precioso desafio à imobilidade.

O coreógrafo nos estimula a experimentar um método sensível ao ressignificar nossos hábitos, preservando a memória de cada indi­víduo em sua consciência corporal e social por meio da técnica da

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reeducação do movimento. Entre atritos e ajustes, força e delica­deza, trações e relaxamentos, a condução dos exercícios oferece novas sintonias às “antenas dos rádios”, os corpos, para que pos­sam reconhecer a simplicidade e a essência do gesto.

Há tempos a parceria de Ivaldo Bertazzo com o SESC desencadeou muitos desejos e ações. Dos projetos, o Dança comunidade. Dos es­petáculos, recordamos de Cidadão corpo, Palco, Academia e perife-ria, Além da linha d’água, Mãe gentil, Dança das marés, Milágri-mas, Samwaad — Rua do encontro e Corpo vivo — Carrossel das espécies. Das publicações, lembramos Tenso equilíbrio na dança da sociedade, Espaço e corpo — Guia de reeducação do movimento e Corpo vivo — Reeducação do movimento. São obras que preser­vam a consciência de que, como todo processo de educação, a trans­formação cultural só acontece com a perenidade e a persistência das ações. Pensamento se reflete nas ações educativas desenvolvi­das pelo SESC, ao apoiar e incentivar os corpos humanos que na­dam, amam, trabalham, correm, jogam, dançam, estudam, pulam, brincam, rezam, andam e tanto mais fazem na busca pela qualida­de de vida e pelo prazer da experiência. Um compromisso com a educação que exige outro vulto, outro tempo, outro cuidado. Talvez porque tomando a frase de Paulo Freire, “o corpo é o que eu faço, ou talvez melhor, o que eu faço faz o meu corpo”1 possamos refazer o mundo a partir de nossas próprias bússolas.

Danilo Santos de MirandaDiretor Regional do SESC São Paulo

1 FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 7.ed. São Paulo: Cortez Editora, 2006. p.92.

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Prefácio

luta pela sobrevivência na Terra moldou o corpo que te­mos e boa parte de nossos hábitos atuais.

A engenharia reversa do corpo humano deixa claro que ele foi engendrado para o movimento: pernas e braços longos, um eixo central em que as vértebras se movimen­tam umas sobre as outras, a cabeça capaz de rodar para os lados, para baixo e para cima.

Para compensar a rigidez do esqueleto que nos dá suporte, temos mús culos que se inserem em pontos estratégicos de cada osso para que eles se desloquem na amplitude máxima que a estabilidade permite.

Não fosse desenhada para se movimentar, por que essa máquina teria tantas dobradiças? Nela, ligamentos fibrosos se entrelaçam com tendões e fibras musculares, formando engrenagens de altíssi­ma complexidade para que os ossos possam rodar, fletir ou esten­der­se em relação ao eixo central.

A dificuldade para conseguir alimentos em um mundo de caçadores­ ­coletores conferiu vantagem evolutiva àqueles que andavam, cor­riam e subiam em árvores com mais agilidade. Os que apresentavam variações anatômicas que tornavam o corpo mais rígido, e, portanto, com maior dificuldade de acesso à caça e às frutas, deixaram menos descendentes.

A

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A fome acompanha a história da humanidade desde que descemos das árvores, nas savanas da África, há 5 ou 6 milhões de anos. A escassez de alimentos moldou nossa estratégia fundamental de so­brevivência: conseguir o maior número possível de calorias com o menor gasto energético possível. Seria inteligente andar três horas atrás de uma fruta capaz de fornecer 200 calorias?

Em um mundo com recursos limitados, não apenas o homem, mas todos os animais aprenderam a fazer uso racional da energia. Des­contada a fase de aprendizado na infância, durante a qual os filhotes correm e brincam o tempo todo, nenhum animal desperdiça energia. Ela é economizada para ser gasta em apenas três situações: atrás de comida, de sexo ou para fugir de predadores. Satisfeitas essas con­dições, o animal senta ou deita em busca da posição que lhe permita queimar menos calorias.

Essa ordem natural é subvertida quando o acesso à alimentação é ili­mitado e o gasto energético exigido para obtê­la é mínimo, privilégio que só a partir do século XX atingiu grandes massas populacionais, graças à tecnologia de produção e de armazenagem de alimentos.

A civilização e o desenvolvimento nos trouxeram fartura e conforto, isto é, a possibilidade de obtermos o que desejamos sem a necessi­dade de realizar esforço físico. As consequências são visíveis nas ruas: mulheres, homens e até crianças obesas e sedentárias.

A fartura e o conforto do mundo atual criaram uma armadilha que nos aprisionou em cadeiras, poltronas, bancos de automóveis e ele­vadores. Se a evolução tivesse planejado o corpo humano para a ser­ventia de hoje, para que membros tão longos? Para que tantas juntas e músculos? As pernas poderiam ter 20 centímetros; os braços, com­primento suficiente para chegar ao teclado do computador; mais da metade das articulações e dos músculos poderia desaparecer para deixar o corpo mais leve. Um metro de altura seria suficiente, mas com um traseiro enorme, acolchoado, para nos acomodar nos as­sentos em que passamos os dias.

Ivaldo Bertazzo é um estudioso do movimento, que se dedicou a dar aulas, criar grupos de dança, publicar livros, montar espetáculos e

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a pesquisar o que os especialistas escreveram sobre a motricidade, a anatomia, as características dos gestos e o equilíbrio do corpo em funcionamento.

Cérebro ativo — Reeducação do movimento é um dos trabalhos re­sultantes dessa atividade intensa. É um livro escrito de forma didá­tica para servir de manual não apenas para profissionais da área, mas para todos os interessados em aprender como adquirir a cons­ciência dos movimentos realizados no dia a dia, corrigir posturas defeituosas, evitar desequilíbrios e, sobretudo, como fazer uso pleno da mobilidade harmoniosa para a qual o corpo foi desenhado.

Em cada capítulo, o leitor encontra uma descrição clara e ilustrada dos exercícios propostos com essa finalidade. Dos movimentos mais complexos e extraordinários que somos capazes de executar aos mais simples que repetimos sem perceber, como levantar o queixo ou dirigir os olhos a determinada direção, nada escapou ao olhar atento e experiente do professor.

Como ele mesmo adverte, no entanto, o livro não foi escrito como um simples manual para ensinar técnicas de posicionamento e de mo­vimentação de músculos, ossos e articulações. Seu objetivo é muito mais abrangente: levar o leitor ao “território da organização moto­ra no qual o pensamento nasce e se constrói”.

Em Cérebro ativo — Reeducação do movimento, Ivaldo nos oferece uma síntese de suas reflexões e de tudo o que aprendeu com os teó­ricos, com seus alunos e nos espetáculos artísticos que dirigiu. Toda a experiência adquirida em mais de quarenta anos de atividade por um profissional apaixonado pelo que faz está ao nosso dispor neste trabalho de grande qualidade.

Drauzio VarellaMédico e escritor

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Prólogo

érebro ativo — Reeducação do movimento é o segundo volume sobre o método de reeducação do movimento de Ivaldo Bertazzo. Está previsto, ainda, o lançamento do ter ceiro volume, formando as “pedras de base” do mé todo.

O desafio proposto é desenvolver um modelo único de comunicação, informando, ao mesmo tempo, aluno e professor. Para o primeiro, cons­truímos uma linguagem direta, de fácil compreensão, estimulando seus sentidos para que se enverede no universo da reeducação do movimento, envolvendo­se na prática do exercício nos momentos mais inusitados de seu cotidiano. Por outro lado, ao profissional especializado, essa forma de comunicação pode ser uma ferramenta muito útil para acelerar a compreensão, o controle e o desempenho de seus alunos durante a execução dos exercícios.

O grande mistério para o ensino do movimento reside na possibi­lidade de o instrutor perceber: como cada indivíduo entende e inte­rioriza as imagens dos gestos que lhe são propostos; e como atingir com precisão o campo perceptivo, para melhorar os resultados da ex­pe riência. Pautados nessas questões, construímos alguns fios con­dutores para o leitor e o professor, de modo que ambos, a partir de imagens corporais próprias, participem juntos da realização do mo­vimento propriamente dito!

Para cada exercício proposto, desenhamos os caminhos da prática, que se iniciam com a organização do pensamento e se estendem até a

realização do movimento. As estratégias práticas aqui contidas pre­

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tendem provocar, instigar o sistema cognitivo do leitor, pois sabemos que, se não nos submetermos dia a dia a esses estímulos, nosso cére­bro adormece e perde sua soberania prematuramente.

Foram necessários muitos anos de pesquisa e prática, análise de re sultados, procura de ferramentas adequadas, construção de um espaço propício à experiência do movimento, tratamentos indivi­dualizados e experiências com grupos de diferentes idades, até decidirmos publicar esses livros. Isso foi possível por meio da par­ceria com as minhas “fiéis e incansáveis formiguinhas trabalha­deiras”: as fisioterapeutas Ana Marta Nunes Zanolli, Geni Gandra, Juliana Storto e Liza Ostermayer.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao sr. Danilo Santos de Miranda, que luta há muitas déca­das pela fusão entre educação e cultura em nosso país, perseverante no propósito de quebrar uma das barreiras que impedem o desenvol­vimento de nossa sociedade.

Agradeço à equipe das Edições SESC SP pela paciência, pelo empenho e pelo impulso que deram para a construção desta obra. Obrigado, par ceiros do coração.

Agradeço à Daniela Manole e à Editora Manole, que, reconhecendo o valor do Método de Reeducação do Movimento, nos adicionaram em seu leque histórico de primorosas publicações dedicadas à edu ca­ção e à saúde do corpo humano.

Agradeço ao parceiro inseparável Chico Homem de Mello, que pro­porcionou ao livro encantamento e eficiência visual e a paciência e refinamento de Cristina Bassi e Mariana Ferreira.

Agradeço a Vittorio Emanuelle Rossi Jr., cuja dedicação e força nos im pulsionou a ganhar espaço no mercado editorial.

Finalmente, agradeço aos meus alunos, cuja diversidade de inquieta­ções e paciência na comprovação dos resultados colaboraram com a atividade do meu cérebro.

Ivaldo Bertazzo

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BREVE CRÔNICA

Pedro atingido pela gravidade 21

CAPÍTULO 1

Uma bússola para a reeducação do movimento 31

•Capítuloporcapítulo,exercícioporexercício33•Duraçãodaprática35•Autobiografiacorporal37•Movimentovoluntário,açõesautomáticaseaçõesreflexas38•Açãodetectora,açãointegradoraeaçãoefetora40•Ooutronãosenteoquesinto42•Semestruturaocorponãoencontraliberdade44

CAPÍTULO 2

Respirar não engorda e faz crescer 49

OS ExERCíCIOS Exercício1• Tóraxlargoecolunacomprida53Exercício2•Oposiçãoentreossotemporaleossoilíaco55Exercício3• Ampliaçãodoespaçointerno58Exercício4•Respirardentrodeumaestruturaorganizada61

SUMÁRIO

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CAPÍTULO 3

O homem em pé 65

•Manterocorpoereto68OS ExERCíCIOSExercício1• Abrirasvirilhas70Exercício2• Passardaposiçãosentadaparaaposiçãoempé74Exercício3• Restituirvidaaumazonamorta,acintura77Exercício4• Reposicionarocentrodegravidade80Exercício5• Ampliarovolumedotronco83Exercício6• Preservarocomprimentodacoluna86Exercício7• Trabalharoequilíbrio89

•Adançadossensores93

CAPÍTULO 4

Lá vem o Pedro descendo a ladeira... A favor da gravidade 95

•Opé99

OS ExERCíCIOS Exercício1a• Percutirosossos102Exercício1b• Massagearentreosdedos104Exercício2• Mobilizarotornozelo105Exercício3• Fazerumadorsiflexão108Exercício4• Exercitaromovimentodoandar111Exercício5• Estimularacontraçãodamusculaturaabdominal113Exercício6• Descomprimiracolunavertebral115Exercício7• Sentar-se120Exercício8• Unidadeentretroncoemembros124Exercício9• Potencializaraforçadoabdômen128

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CAPÍTULO 5

Ferramentas de equilíbrio e precisão 133

•Daagulhaaomartelo135•Mãoemabóbada137

OS ExERCíCIOSExercício1• Massagearamusculaturadamão139Exercício2• Separareaproximarosdedos140Exercício3• Levaretrazer143

•Mãoforteemãohábil150OS ExERCíCIOSExercício1• Mexerosolhoscomacabeçaimóvel151Exercício2• Escolhendofeijão:reeducaçãodaspinçasecoordenaçãodoolhar154Exercício3• Malabares158Exercício4• Forçaeagilidadedosbraços162

•Passagemdeforçadasmãosparaotroncoevice-versa165

•Comootroncoseadaptaaosmovimentosdasmãos167O ExERCíCIOExercício1• Equilibrarumabandeja168

•Motricidadefina:habilidadeseadaptaçõesposturais171O ExERCíCIOExercício1• Escrevendonochão173

•Reeducarasmãospormeiodeatividadeslúdicas177

CAPÍTULO 6

Manter-se na vertical 179•Acolunavertebral181•Asforçasantigravitacionaiseasaúdedacoluna184•Prevenção185•Aspectosemocionaisrelacionadosàorganizaçãodotronco185•Característicasdemobilidadedossegmentosdacolunavertebral186

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•Assimetriasdacondiçãobípede186OS ExERCíCIOSExercício1• Ampliarasensaçãodascostas188Exercício2• Mobilizarabocadoestômago191Exercício3• Construiroarcotransversodotóraxeoarcolongitudinaldacoluna193Exercício4• Cresceropescoçousandoosbraços196Exercício5• Descomprimiracolunavertebral200Exercício6a• Elevarobraço204Exercício6b• Elevarobraçoeapernacontrária205

•Passagemdogestoautomáticoparaovoluntário207OS ExERCíCIOSExercício1• Usarospésparamanteroequilíbrio208Exercício2a• Jogar-sesobreaspatasdianteiras211Exercício2b• Prepararocorpoparaacorrida214Exercício3• Omolejodocorpo216

CAPÍTULO 7

Manter o desenho do corpo 221

OS ExERCíCIOSExercício1• Escovaracinturaescapular225Exercício2• Sustentarotronconaposiçãosentada233

•Torçõesdotronco238OS ExERCíCIOS Exercício1• Rodarocorpotendoaarticulaçãodoombrocomopivô239Exercício2• Enrolamentoetorçãodocorpotendoobraçocomoeixo245

•Açãodosbraçoscontraagravidade252OS ExERCíCIOS Exercício1• Pendurar-senabarra252Exercício2• Galgarabarracomocorpoemtorção256

•Reorganizaçãodosgestoscombasenaexperiência259OS ExERCíCIOS Exercício1• Utilizarosbraçosaosubirumaescada260Exercício2• Subiraescadadequatro264

BIBLIOgRAfIA 268

SOBRE OS AUTORES 270

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Respirar não engorda e faz crescer

De maneira muito interessante, Aristóteles define a alma como a ‘forma do corpo’ — aquilo que mantém a unidade do organismo no decorrer do seu crescimento —, entretanto, ele nunca esquece que as flutuações são possíveis e que variações surgem continuamente. A verdade, para Aristóteles, não se encontra num mundo à parte, mas propriamente nas formas das coisas materiais, em suas relações com nossos pensamentos.

Roger-Pol Droit

CAPÍTULO 2

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ão sei respirar! Vira e mexe, paro de res pirar! Desejo respirar, mas acabo su focado com todo o ar contido em mim! Quando percebo que o ar não entra e não sai, entro em pânico. No auge da corrida, acentuo a inspira­ção ou a expiração? O que é melhor? Respirar dilatando a barriga ou estu­fando o peito? E por aí vai...

Todas as observações referentes à respiração vêm car­regadas de contradições e conflitos, como se ela fosse um algoz. Acredite: ela é, na verdade, vítima de uma série de desorganizações que acabam por comprome­tê­la. E, ainda assim, como um funcionário dedicado, encarrega­se e cumpre sua função, com maior ou me­nor eficiência, dependendo das ferramentas que lhe são oferecidas.

São nossos gestos que modelam o corpo ou é o desenho corporal que determina o seu modo de funcionar? Em princípio, um corpo saudável é regido por seus padrões de funcionamento, aos quais está associada a respira­ção. Quando esses padrões se desorganizam, o desenho corporal perde a harmonia e a respiração é sub metida a essas pequenas alterações, que acabam se transfor­mando em grandes deformações.

N

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A inspiração e a expiração ocorrem a contento quando os ges­tos cotidianos são realizados de maneira organizada. Por isso, no método de reeducação, iniciamos os exercícios por meio da ação expiratória, assim que os músculos se encontram organizados se­gundo o que propõe o item de preparação. Essa estratégia é uma ação preventiva contra a ação da gravidade sobre nós.

Se inspiramos com o corpo achatado por ela, somos induzidos a dilatar o abdômen, diminuindo o comprimento da coluna vertebral, ou a estufar o peito para a frente e projetar o tronco para trás, pro­vocando dores na nuca e na região superior das costas. Se expira­mos cedendo a favor da gravidade, as curvas vertebrais aumentam, o abdômen dilata­se, as vértebras comprimem­se umas sobre as outras, a bacia desloca­se para a frente ou para trás. Tudo isso com­promete o desenho harmonioso do tronco e impede o pobre diafrag­ma de agir como um pistão, subindo e descendo ininterruptamente.

Para que a respiração não seja contaminada pelo mau posi­cionamento do corpo, é preciso, primeiramente, dar comprimento à coluna vertebral e largura ao tórax; encaixar os ombros sobre as costelas, alargando­os, e, igualmente, alargar os ossos da bacia. Tudo isso para que o ar siga as direções corretas e o diafragma movimente­se com liberdade dentro da forma cilíndrica do tórax. Na ação expiratória, a largura e a altura do tronco devem ser pre­servadas. Na ação inspiratória, que se segue, os espaços conquis­tados na expiração devem ser novamente preenchidos. Respirar com o objetivo de correção postural não significa ir e voltar, se­guin do o fluxo de saída e entrada do ar, e sim seguir infinitamente as metas de uma modificação estrutural.

Siga um conselho: simplifique seu relacionamento com sua respi­ração. Entenda que ela existe em função de sua sobrevivência. Caso você não apresente problemas que devam ser atendidos clinica­mente, reeduque seus movimentos, respirando conforme prescre­vemos na execução dos exercícios. Aos poucos, você certamente irá afinar­se com sua respiração, que deve seguir os princípios mode­lantes de cada exercício.

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oS exeRCíCIoSExpirar é emitir a voz no espaço, é cantar, é fazer vibrar diferentes

intenções para se comunicar. Na busca da qualidade do trabalho,

propomos que a expiração ocorra lentamente pela boca, durante a

realização dos exercícios. A expulsão do ar deve ser graduada pela

língua, cuja ponta toca a parte de trás dos dentes superiores da

frente, tal como se dá na pronúncia da letra S. O tempo expiratório

é mais que o dobro do tempo inspiratório. Se a expiração durar

oito segundos, a inspiração que se segue deve acontecer em três

segundos, com uma pausa instintiva de um segundo entre o final

da inspiração e a próxima expiração.

Chamamos ciclo respiratório o intervalo compreendido entre

uma expiração e uma inspiração. Cada ciclo respiratório instala

o corpo em um novo lugar; portanto, uma vez conquistado um lu­

gar, ele se modifica no ciclo respiratório seguinte. Assim, pouco a

pouco, a sensação corporal de achatamento contra o solo diminui,

enquanto cresce a conquista da atitude de flutuação pelo corpo.

CAPÍTULO 2

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exeRCíCIo 1tóRax laRgo e Coluna CoMpRIDa

Objetivos>Dar comprimento à coluna e largura ao tórax; encaixar os ombros sobre as costelas; fortalecer os músculos que revestem a parede anterior do tórax; alargar as cristas ilíacas. A organização prévia das alavancas ósseas e do conjunto de mús culos responsáveis pela postura permitirá que o diafragma se movimente a favor do com­primento da coluna.

PreparaçãoEste exercício pode ser executado em duplas. Caso o execute sozi­nho, suas próprias mãos indicarão as direções a seguir. 1. Parceiro em pé: coloque­se atrás do companheiro, apoie os po­

legares na base do osso occipital dele (atrás das orelhas) e a superfície digital dos outros dedos sobre o osso temporal.

2. Parceiro sentado: apoie as palmas das mãos sobre suas coxas, mantendo os cotovelos abertos e flexionados e os pés parale­los, apoiados no chão.

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Execução1. Parceiro em pé: tracione os ossos occipital e temporal para cima

com a ponta dos dedos.2. Parceiro sentado: execute três ciclos respiratórios, permitin do

que o corpo cresça em direção à tração, com os ombros en cai­xados sobre as costelas e os cotovelos abertos para os lados. Enquanto expira, pressione os pés contra o solo.

3. Ambos: descansem por alguns segundos e refaçam o exercício cinco vezes.

DesaceleraçãoParceiro sentado:1. Incline o tronco para a frente e para baixo e sinta o peso da

cabeça e dos braços pendurados em direção ao chão. Respire alguns ciclos, controlando para que o pescoço ganhe compri­mento e o abdômen não dilate na inspiração.

2. Retorne lentamente, desenrolando a coluna.

EVITEQuando você for o parceiro sentado:1. Dilatar a barriga ao inspirar.2. Fechar as costelas, lateralmente, ao expirar.3. Abaixar ou elevar o queixo. 4. Relaxar a pressão dos pés contra o solo ou soltar o peso da ba­

cia contra o assento.5. Subir os ombros em direção às orelhas.6. Empurrar o peito para a frente.

CAPÍTULO 2 exeRCíCIo 1

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exeRCíCIo 2 opoSIção entRe oSSo teMpoRal e oSSo IlíaCo

Objetivo>Construir a distância entre o osso temporal e o osso ilíaco, o que é uma atitude necessária na posição sentada.

Material1. Uma almofada firme. ou

2. Um livro com altura suficiente para manter o crânio alinhado com a coluna vertebral quando se está na posição deitada.

Preparação Este exercício pode ser executado em duplas. Caso contrário, toque­se com a própria mão, alternando­a nas três regiões indicadas.1. Parceiro deitado: deite­swe sobre seu lado esquerdo, dobre as

pernas como se estivesse sentado e apoie a cabeça na almo­fada. Com o braço direito dobrado à frente do tronco, apoie as pontas dos dedos no chão.

2. Parceiro em pé: ajoelhe­se atrás do parceiro e apoie a base da mão direita sobre o osso temporal dele.

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ExecuçãoO parceiro ajoelhado realiza, alternadamente, três trações:1. Tracione o osso temporal do parceiro com

a mão direita em oposição à bacia para in­dicar o crescimento do pescoço.

2. Tracione o ombro direito do parceiro com a mão direita em oposição à cabeça. Ao mes­mo tempo, tracione o occipital do parceiro com a mão esquerda em oposição ao quadril.

3. Tracione o osso ilíaco do parceiro com a mão direita sobre a crista ilíaca em oposição ao crânio, e a esquerda sobre a junção do sa­cro com o ilíaco.

DesaceleraçãoParceiro deitado:1. Deite sobre as costas, com os joelhos do­

brados e os pés apoiados no chão.2. Deixe os braços ao longo do corpo, os coto­

velos levemente flexionados e as palmas das mãos apoiadas contra o solo.

3. Inspire e expire prolongadamente, distan­ciando o ilíaco direito do osso temporal di­reito, sem perder a pressão dos pés no chão.

4. Repita todo o exercício com o outro lado do corpo.

Observação:Nasprimeirassequênciasdetrações,quemasreceberespiranormalmente, procurandomanterasposiçõesedireçõesindicadas.Nastraçõesseguintes,durantedoisatrêsciclosrespiratórios,intensificam-see mantêm-seasdireçõespropostaspelamãodocompanheiroemcada segmentotrabalhado.

CAPÍTULO 2 exeRCíCIo 2

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EVITEQuando receber a tração:1. Soltar o abdômen contra o solo.2. Fechar os espaços entre a última costela e a crista ilíaca.3. Perder o comprimento do pescoço e elevar os ombros em dire­

ção às orelhas.4. Soltar o peso da cabeça integralmente sobre o apoio.5. Relaxar o peso do tórax sobre o ombro esquerdo.6. Perder a largura do cotovelo di rei to e sua tração para fora e

para baixo.

Quando fizer a tração:1. Apoiar e retirar as mãos de cima do parceiro bruscamente.2. Apoiar seu próprio peso sobre o corpo do parceiro.

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exeRCíCIo 3aMplIação Do eSpaço InteRno

Objetivos>Conquistar volume interno; descomprimir a coluna vertebral; ga­nhar espaço entre os discos vertebrais; fortalecer o pescoço.

Preparação1. Deite­se sobre seu lado esquerdo e posicione o braço esquerdo

para cima, na continuidade do tronco, apoiando­o e estenden­do­o sobre o solo.

2. Dobre o braço direito, apoiando as pontas dos dedos no chão, cerca de 10 cm à frente do peito, e tracionando o cotovelo em oposição à cabeça.

3. Dobre as pernas como se estivesse sentado, alinhando os pés com os joelhos.

4. Apoie a cabeça sobre o braço esquerdo.5. Mantenha os pés dobrados, levando o dorso do pé em direção

à tíbia (canela).

Execução1. Cresça o braço esquerdo e o pescoço.2. Distancie o osso ilíaco direito da costela flutuante, descendo­o

e alargando­o.

CAPÍTULO 2

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3. Distancie o osso sacro do occipital, criando uma oposição en­tre o osso da bacia e a parte posterior do crânio.

4. Alargue o cotovelo direito e encaixe o ombro direito sobre as costelas.

5. Relaxe todo o corpo a favor da gravidade e reinicie os passos anteriores algumas vezes.

6. Etapa final: mantenha todas as direções efetuadas nos itens 1 a 4 e construa um “oito” imaginário por dentro das paredes do lado direito do tórax. Observe o traço desse oito na foto: a elipse de baixo passa por dentro da bacia, sobe pela pare­de interna direita do abdômen e penetra na base das costelas desse mesmo lado, subindo até o crânio.

Observação:Semprequerealizaropercurso inferiordooito imaginário,queocorrena parte interna da bacia, expire prolongadamente (foto 1). A inspiração inicia-sequandoalinhadooitopenetranacostelaflutuante,subindoatéacabeça(foto2).Naexpiração,essaaçãodistanciaoossoilíacodireitodocrânio.Nainspiração,troncoecrâniodistanciam-sedoossoilíaco,ouseja,dabacia.Assim,progressivamente,ilíacoecrânioampliamsuasoposições.

foto 1

foto 2

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Desaceleração1. Deite sobre as costas, com os joelhos dobrados e os pés apoia­

dos no chão.2. Deixe os braços ao longo do corpo, os cotovelos levemente fle­

xionados e as palmas das mãos apoiadas contra o solo.3. Inspire e expire prolongadamente, distanciando o ilíaco direi­

to do osso temporal direito, sem perder a pressão dos pés con­tra o chão.

4. Repita todo o exercício do outro lado.

EVITE1. Ao expirar, encurtar o pescoço, fechando a nuca, no momento

em que o ilíaco direito se distancia da cabeça.2. Ao crescer o crânio para dar comprimento ao lado direito do

pescoço, trazer o ilíaco direito em direção a essa tração, fe­chando­o contra as costelas.

3. Relaxar o comprimento do braço esquerdo.4. Perder a tração da mão direita sobre o solo, diminuindo a lar­

gura do peitoral direito.5. Desapoiar o lado esquerdo da cintura do solo.6. Esticar os pés em ponta.

CAPÍTULO 2 exeRCíCIo 3

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268

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Ivaldo Bertazzo

Ivaldo Bertazzo trabalha, desde os anos 1970, na educação do corpo e na transformação do gesto como manifestação da própria individua­lidade. Bertazzo viajou o mundo incorporando movimentos e a cultura gestual de diversos lu­gares ao seu trabalho, até criar, em 1976, a Es­cola de reeducação do movimento e o Método Bertazzo de reeducação do movimento.

Hoje, Ivaldo trabalha diretamente com as áreas da saúde, da educação, da arte e também do es­porte com o objetivo de formar profissionais capacitados na aplicação do Método Bertazzo em suas atividades cotidianas. Para isso mi nis­tra cursos, oficinas e workshops pelo Brasil.

Nessa trajetória, criou mais de trinta espetá­culos de dança, como o Cidadão dançante, e trabalhou diretamente com jovens da perife­ria, transformando suas vidas através do pro­grama Dança comunidade.

Desde 2010, Bertazzo e sua equipe iniciaram a organização teórica do Método Bertazzo com­ pilados em três livros, cujo primeiro volume foi editado pelas Edições SESC SP, e o segundo em parceria entre Edições SESC SP e Editora Manole.

ana Marta nunes zanolli

Fisioterapeuta, graduada pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (1984), é es­pecializada em Educação do movimento — Método Bertazzo. Também é formada nos mé­todos neuroevolutivo Bobath e Cadeias Mus­culares GDS, além de coor de nação motora Beziers. Desde 2003, é professora do curso de formação do Método Bertazzo.

geni gandra

Fisioterapeuta e professora do curso de for­mação do Método Bertazzo desde 2003.

juliana Storto

Fisioterapeuta e professora do curso de for ma­ ção do Método Bertazzo há dez anos, é mestre em Neurociência e formada em Cadeias Mus­culares GDS (1998) e Fisioterapia Analítica — Conceito Sohier. Participou de seis estágios em Coordenação Motora ministrados por Ma­rie­Madeleine Béziers e Iva Husinger, no Bra­sil. Atende adultos e crianças em consultório desde 1998.

liza ostermayer

Formada em Educação Física pela OSEC e em Fisioterapia pela Universidade de São Paulo, possui especialização em cardiologia e técni­cas cor porais. É professora do curso de forma­ção do Método Bertazzo.

SOBRE OS AUTORES

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Copyright ©2012EditoraManoleeEdiçõesSESCSPpormeiodecontratodecoedição.Todososdireitosreservados.

EDITORA MANOLE

Editor-gestor WALTERLUIZCOUTINHOEditora KARIN GUTZ INGLEZProdução editorial JULIANAMORAIS,CRISTIANAGONZAGAS.CORRêAe JANICÉIA PEREIRA

EDIçõES SESC SP

Gerente MARCOS LEPISCOPOAdjunto ÉVELIM LÚCIA MORAESCoordenação editorial CLÍVIA RAMIROProdução editorial JULIANA GARDIMColaboradores MARTA COLABONE e IÃ PAULO RIBEIRO

Edição de texto CRISTINAM.BASSIeMARIANAFERREIRAPreparação ANDRÉ ALBERTRevisão ALESSANDRA SEVILLA e BEATRIZ DE FREITAS MOREIRA

Pinturas CONCEIçÃO QUEIROZIlustrações JULIANA STORTOFotografias PRISCILA PRADESProjeto gráfico de capa e miolo HOMEMDEMELO&TROIADESIGN

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semapermissãoexpressadoseditores.Éproibidaareproduçãoporxérox.

EDITORAMANOLELTDA.Av.Ceci,672–Tamboré06460-120–Barueri–SPBrasilTelefone:55(11)4196-6000Fax:55(11)[email protected]

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