meu cérebro

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    2 | m e u c e r e b r o . c o m

    O CÉREBRO“O Lobo Frontal”, p. 04

    psicologia cognitiva“O Surgimento da Neuroeducação”, p. 06

    EVOLUÇÃO“A área 10”, p. 16

    espiritualidade e religião“Conexão entre corpo e espírito”, p. 22

    pessoas“O que é limitação para você?”, p. 30

    notícias do mês, p. 34

    neurohistória

    “A história de Phineas Gage”, p. 36A Revista meucerebro é uma publicação mensal do grupo meucerebro.

    com e de distribuição on-line para assinantes. Editores-chefe:  LeonardoFaria e Ramon Andrade. Redação: Daniela Ávila Malagoli e LeonardoFaria. Diagramação:  Carlos Gabriel Ferreira. Colaboradores: Ana LúciaHennemann, Flávio Maneira, Matheus Guisoni Pereira e Pricilla Faria.

    EXPEDIENTE

    programa de desenvolvimento meucerebro“Turbine o seu Cérebro”, p. 08

    MÚSICA“Qual é o som de uma cor?”, p. 18

    neurociência do sucesso“4 pilares: você no controle da sua vida”, p. 26

    especial“Inteligência emocional: por que ela é importante?”, p. 10

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    Começarei agradecendo a minha equipe. Pessoas formidáveis, sem as quais umsonho antigo não se realizaria. Ramon, meu sócio, cuja conança sem precedentesme fez enxergar possibilidades. Carlos, cujo prossionalismo e talento em perceber

    ideias e transformá-las em arte proporcionou um grande salto ao grupo. Daniela, minhacompanheira, dedicada, paciente, e extremamente competente em seus propósitos.Sem vocês nada disso seria possível. Os sonhos são assim mesmo. Demoram às vezesuma vida. Mas são eles que a validam.

    Tudo começou há aproximadamente 2 anos, quando tive um insight. Para dizer averdade, pouco acreditava em intuição ou percepção extrassensorial. Mas de algumaforma fui sugestionado a ver que os caminhos que por algum motivo me levaram

    até ali não mais o fariam. Inserido no meio de uma extenuante residência médicaem neurocirurgia, percebi que faltava algo essencial. Algo mais primordial que umasuposta inteligência.

    A vida faz a gente acreditar que a inteligência pode ser objetivamente mensuradapor meio de testes, provas, vestibulares e notas. Que o sucesso é o ponto nal de umavida galgada nesses termos. Mas não. É estranho dizer que o oposto de determinadacoisa é justamente o holofote que mais a ilumina. Foi de certa forma a razão que mefez enxergar a emoção. Hoje compreendo que aquela não é uma força. Esta sim.Enquanto a razão direciona, a emoção impulsiona.

    Por um momento, deixei a razão de lado e passei a valorizar as emoções, o prazer,o bem-estar, a dor, a contemplação, o relaxamento, o motivo. Passei a enxergar aspessoas e a diferenciá-las pelo engajamento emocional com que viviam dia apósdia. Enquanto algumas pessoas se perdiam em comportamentos repetitivos para osquais suas razões construíam as mais extravagantes explicações, outras percebiam-se com um simples olhar.

    Muito me surpreendia como a maioria atribuía a importância do cérebro à suacapacidade de desenvolver a inteligência. Mas a emoção era o combustível. Nãoera prudente mais deixá-la de fora. Hoje percebo que o cérebro é tudo isso. O seuequilíbrio sempre esteve na relação de reciprocidade construída entre razão eemoção. A nossa vida se determina assim.

    É nesse contexto que qualquer explicação racional sobre o por que de estarmosaqui, termos nos dedicado à constituição do grupo meucerebro, dessa primeira

    edição, a edição de lançamento da revista digital meucerebro, torna-se insignicante.O que vier a ser explicado não conseguirá alcançar a força que nos impulsionou.Hoje somos um grupo que alia neurociências e comunicação, que busca disseminarideias e aprender. Ser objeto, mas principalmente sujeito desse novo momento queo homem atravessa: o da verdadeira autopercepção.

    Você agora faz parte do meucerebro.Seja muito bem-vindo!

    editorial

    Leonardo Faria,Editor-chefe da revista meucerebro

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    A matéria desta edição fará referência à

    anatomia de superfície de um lobo cerebral.

    O conhecimento dela é especialmente

    importante para neurologistas, neurocirurgiões,

    neuroradiologistas e qualquer outra pessoa que

    lide com a anatomia cerebral, como é o caso dos

    estudantes de medicina, psicologia e neurobiologiacomparativa. O lobo frontal é peculiar ao homem pelo

    tamanho e pelas funções. Aqui nos caberá um relato

    especíco da anatomia dos seus sulcos e giros.

    Na face superior mais lateral do lobo frontal de

    cada hemisfério identicam-se três sulcos principais:

    o sulco pré-central (mais ou menos paralelo ao sulcocentral, muitas vezes dividido em dois segmentos),

    o sulco frontal superior  (inicia-se geralmente na

    porção superior do sulco pré-central e tem direção

    aproximadamente perpendicular a ele, para o pólo

    frontal) e o sulco frontal inferior (partindo da porção

    inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente epara baixo).

    Entre o sulco central e o sulco pré-central está

    o giro pré-central. Acima do sulco frontal superior,

    continuando na face medial do cérebro, localiza-se o

    giro frontal superior. Entre os sulcos frontal superior

    e frontal inferior está o giro frontal médio, e abaixo dosulco frontal inferior, o giro frontal inferior. Este último

    é subdividido pelos ramos anterior e ascendente

    do sulco lateral em três partes: orbital, triangular e

    opercular . A primeira situa-se abaixo do ramo anterior,

    a segunda entre este ramo e o ramo ascendente, e a

    última entre o ramo ascendente e o sulco pré-central.

    O giro frontal inferior do hemisfério cerebral esquerdo

    é denominado giro de Broca.

    O Lobo FrontalA anatomia dos sulcos e giros

    Leonardo Faria

    Sulco

    S

    S

    S

    Giro do Cíngulo

    Lóbulo Paracentral 

    Pré-cúneos

    Giro Frontal Superior

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    Na face medial do cérebro, existem dois sulcos

    que passam do lobo frontal para o lobo parietal: o

    sulco do corpo caloso  (começa abaixo do rostro do

    corpo caloso, contorna o tronco e o esplênio do corpo

    caloso, onde se continua já no lobo temporal, com o

    sulco do hipocampo) e o sulco do cíngulo  (tem seu

    curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é

    separado pelo giro do cíngulo. Termina posteriormente,

    dividindo-se em dois ramos: o ramo marginal, que se

    curva em direção à margem superior do hemisfério,

    e o sulco subparietal, que continua posteriormente

    a direção do sulco do cíngulo). Nesta face também

    está presente o sulco paracentral, que se destaca do

    sulco do cíngulo em direção à margem superior do

    hemisfério; delimita, com o sulco do cíngulo e seu ramo

    marginal, o lóbulo paracentral, assim denominado

    em razão de suas relações com o sulco central, cuja

    extremidade superior termina aproximadamente no

    seu meio.

    Resumidamente, em relação aos giros delimitados

    por estes sulcos, acima do corpo caloso temos o girodo cíngulo; mais acima temos, de trás para diante, o

    pré-cúneus, o lóbulo paracentral e a face medial do

    giro frontal superior.

    A face inferior do lobo frontal apresenta um

    único sulco importante, o sulco olfatório, profundo e

    de direção ântero-posterior. Medialmente ao sulcoolfatório, continuando dorsalmente como giro frontal

    superior, situa-se o giro reto. O restante da face inferior

    do lobo frontal é ocupada por sulcos e giros muito

    irregulares, os sulcos e giros pré-orbitários.

    Giro Pré-Central 

    Giro Frontal Superior

    Giro Frontal Médio

    Giro Frontal Inferior

    Sulco Frontal Superior

    Sulco Frontal Inferior

    Sulco Pré-Central 

    //////////// o c é r e b r o 

    o Corpo Caloso

    lco do Cíngulo

    Ramo Marginal 

    lco Subparietal 

    lco Paracentral 

    Giro Reto

    Giros Orbitários

    Sulco Olfatório

    Sulcos OrbitáriosFONTES:

    1. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.2. SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.3. MACHADO, Angelo B.M.. Neuroanatomia Funcional. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2002.Ilustrações: Netter.

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    O Surgimento da

    Neuroeducação Aprender é modifcar comportamentos

    Ana Lúcia Hennemann,

    U

    m dos primeiros relatos que temos sobre a

    educação com um olhar mais global se dá

    através das Paideias, na Grécia. As mesmas

    eram constituídas a partir da concepção de que a

    comunidade e o indivíduo são responsáveis uns

    pelos outros e, dessa forma, vão se transformando,

    integrando-se e evoluindo. O indivíduo era percebido

    sobre seus diversos aspectos e fazia parte de uma

    cadeia social. Cada um era importante. Cada um tinha

    contribuições para a evolução daquele contexto social.

    Entretanto, as concepções mudaram e a

    educação “abandonou” a percepção individual

    e integral do sujeito para outro aspecto muito

    diferenciado: o indivíduo valia o quanto ele produzia;

    em outras palavras, o melhor aluno era aquele que

    conseguia acumular mais conhecimento. Mas até

    aqui a escola ainda não era para todos. Apenas alguns

    privilegiados estudavam.

    Conforme Tracey Espinosa, mesmo tendo os

    direitos assegurados pela Declaração Universal dos

    Direitos Humanos, é somente na década de 1980 quea educação em massa começa a fazer parte do cenário

    educacional e através dessa maior diversidade que

    se percebe que o sistema educacional necessitava

    de muitas melhorias.

    Todo o conhecimento que se tinha em educação,

    aprendizagem e comportamento humano aindaera fruto de pesquisas anteriores ao escaneamento

    cerebral, e as grandes mudanças começam a ocorrer

     com o surgimento da neurociência,

    estudo metódico do sistema nervos

    A psicologia, uma das áre

    auxiliou a educação, ao agregar o

    da neurociência, começou a tra

    diferenciadas para o contextodessa forma, a pedagogia pautad

    aprendizagem percebeu que se fazi

    novo olhar educacional, voltar às o

    e perceber o ser humano como

    Todas as áreas que até então era

    em” modicam-se e começam a

    interdisciplinar agregando a n

    neuroeducação.

    A neuroeducação não é um

    conhecimento. Ela trata da junção do

    da psicologia, educação e neurociê

    A neuroeducação nos traz

    diferenciada do que é aprendizage

    em uma visão mais direta poder

    “aprender é adquirir novos conheci

    neuroeducação nos mostra agora

    modicar comportamentos”.

    Quando pensamos uma educ

    signicado de aprender dentro de

    tem outro valor. Porque se o suj

    avaliado pelo viés do conheci

    dentro do contexto escolar, certam

    não estará sendo inclusiva; mas,perceber o educando como algué

    seu comportamento inicial, seja

    cognitivo ou emocional, desse mo

    diante de uma educação inclusiva,

    direitos humanos.

    Percebemos indivíduos Dowsociedade como repórteres, cinea

    e outras tantas prossões e temos

    Especialista em Alfabetização,Educação Inclusiva,Neuropsicopedagogiae Pós-graduanda emNeuroaprendizagem. Email:[email protected].

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    esponsável pelo

    .

    s que sempre

    conhecimentos

    er abordagens

    educacional e,na educação e

    a necessário um

    igens da Paideia

    um ser global.

    “especializadas

    atuar de modo

    menclatura de

    nova área do

    conhecimentos

    cia (Figura 1).

    ma abordagem

    . Anteriormente,

    ia se dizer que

    entos”. A mesma

    ue “aprender é

    ção inclusiva o

    tas concepções

    eito é somente

    ento adquirido

    nte a educação

    e ela consegueque modicou

    le, psicomotor,

    o sim, estamos

    que prima pelos

    s atuando natas, professores,

    o entendimento

    do quão é importante a interação com o meio. Mais ainda,

    do quão é importante o trabalho de um prossional que tem

    o entendimento do funcionamento do sistema nervoso.

    O neuroeducador, prossional da neuroeducação,

    resgata a práxis das Paideias. Ele observa o indivíduo em

    seus aspectos que precisam ser melhorados e em suas

    potencialidades e, através disso, constrói um planejamento

    individualizado para cada educando. Porém, em última

    instância, todos aprendem, pois há modicação de

    comportamento tanto para o neuroeducador quanto para

    os educandos. Ambos necessitam sair de suas zonas de

    conforto e, dessa forma, alcançar patamares mais elevados.

    Através disso, resgata-se um valor primordial que os gregos

     já conheciam: a cooperação. A sociedade se constitui peloentendimento da responsabilidade que temos uns com os outros

    e só podemos mudá-la se mudarmos nossos comportamentos.

    FONTES:1. TOKUHAMA – ESPINOSA, Tracey. Why Mind,Brain, and Education Scienceis the “New” Brain--Based Education. Disponível online emhttp://migre.me/lXgK3

    / p s i c o l o g i a c o g n i t i v a

    FIGURA 1:Adaptado a partir de Tracey Tokuhama-Espinosa

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    Há uma regra oculta nestas equações. Encontre o valor de B e

    mostre que matemática não é problema para você.

    Áreas cerebrais envolvidas neste teste:

    Inicialmente, os córtices visuais primário e secundário serão ativados.

    A cognição aplicada à resolução de problemas e a utilização da memória

    de trabalho são atribuídas ao córtex pré-frontal. Além disso, áreas parieto-

    temporais e parieto-occipitais, mais precisamente a área de Wernicke,que pode ou não incluir o giro angular esquerdo, serão acionadas no

    reconhecimento dos algarismos e letras, e também durante os cálculos.

    Córtex Pré-Frontal 

    Áre

    s c é o

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    Córtex Visual 

    Giro Angular

     de Wernicke

    Resposta:

    A resolução deste exercício depende de uma boa análise

    das equações anteriores.

    A resposta é: A = 2+6-7

    B = 276 + A

    Logo, A = 1 e B = 277.

    Comentários:

    Um teste que trabalha a exibilidade cognitiva na

    resolução de problemas. Aparentemente, parece um simplesexercício de adição; entretanto, a variável A requer um pouco

    mais de raciocínio para ser decifrada. Isso nos remete às

    primeiras adições do exercício.

      A variável B é facilmente explicável, uma vez que

    tenhamos denida a variável A. B é sempre a soma de A com

    o número inicial. Mas e A?A é representado pela soma do primeiro e terceiro

    algarismos do número inicial, subtraído do algarismo do meio.

    Logo, 537 (5+7-3=9), 106 (1+6-0=7), 989 (9+9-8=10) e assim por

    diante. A=1 (6+2-7=1) e B=277.

    // t u r b i n e s e u c é r e b r o  

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    10/3810 | m e u c e r e b r o . c o m

    Aprender a ser emocionalmente inteligente é possível

    Daniela Ávila Malagoli

    O conceito de inteligência emocional (IE) tem sido bastante discutido naatualidade. No entanto, já vem sendo estudado desde o ano de 1990, quandofoi formalmente introduzido na Psicologia por meio dos pesquisadores PeterSalovey, da Universidade de Yale, e John D. Mayer, da Universidade de NewHampshire, os quais apresentaram a denição de inteligência emocional

    como sendo a capacidade de processar as informações emocionais e usá-las favoravelmente no processo adaptativo. Contudo, o conceito se tornoupopular cinco anos depois, por meio do livro “Inteligência Emocional: A teoriarevolucionária que redene o que é ser inteligente”, do psicólogo da Universidadede Havard Daniel Goleman.

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    G

    oleman disse ao Hungton Post “A vida

    corre muito mais suavemente se você tiver

    boa inteligência emocional”. O psicólogo traz

    uma nova discussão por meio de seu livro, no qualatribui parte do sucesso pessoal e prossional a esse

    tipo de inteligência; isto é, ela é tão importante quanto

    outras habilidades cognitivas - ou até mais -. Assim,

    quais as habilidades podem ser encontradas dentro

    da inteligência emocional? Diversas, como a de

    superar as frustrações, motivar a si mesmo, controlar

    impulsos, canalizar emoções, dentre outras. Goleman

    também mapeia a inteligência emocional em

    cinco habilidades importantes de serem realçadas:

    autoconhecimento emocional; controle emocional,

    automotivação, reconhecimento das emoções em

    outras pessoas e habilidades em relacionamentos

    interpessoais. Assim, a inteligência emocional é

    dividida em intra e interpessoal.

    As emoções fazem parte da evolução do indivíduo;

    são inatas a ele e constituem uma importante

    forma de comunicação. Predominam em diversos

    momentos da nossa vida e, se gerenciadas com

    cuidado e inteligência, auxiliam de forma signicativa

    nas decisões, na imposição de limites, enm, no

    relacionamento com o outro e consigo mesmo. De

    acordo com o psicólogo e professor de Sociologia

    Leonardo Abrahão, observa-se, hoje em dia, um maugerenciamento das emoções: “raivas e explosões de

    ódio no trânsito e nas organizações; comportamentos

    obsessivos em meio a casais, surgidos a partir da

    inobservância de sentimentos como ciúmes doentio

    e/ou carência não cuidada; violências múltiplas a

    partir da diculdade em se lidar com os sentimentosalheios, como discriminação e bullying entre jovens

    ou adultos nas escolas ou nas empresas”, explica,

    são alguns exemplos dessa problemática social.

    Nesse contexto, os cinco componentes da IE,

    denidos por Goleman - autoconsciência, autorregulação,motivação, habilidades sociais e empatia – são

    fundamentais também no âmbito prossional.

    Para ele, “quem tem inteligência

    emocional geralmente é

    confiante, sabe trabalhar

    na direção de suas

    metas, é adaptável

    e flexível. Você

    se recupera

    rapidamente

    do estresse e

    é resistente”,

    disse ao

    Huffington

    Post. E como

    saber se sou

    emocionalmente

    inteligente,

    e/ou se devo

    progredir nesse

    sentido? Reportagem

    recente publicada pela

    revista Exame mostrou 14sinais que demonstram um alto

    grau de inteligência emocional, como:

    “você é um bom líder”, “reconhece suas forças e

    suas fraquezas”, “cona no seu instinto”, “quando

    está chateado, sabe exatamente o por quê”, dentre

    outros.A boa notícia é que, caso você não tenha

    /////////////////especial

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     13

    /////////////////especial

    desenvolvido essas habilidades ou mesmo

    não priorize elas em sua vida pessoal e

    profissional, pode adquirir e aprimorar a

    inteligência emocional por meio da prática.De acordo com o site da empresa provedora

    mundial de inteligência emocional TalentSmart,

     “embora algumas pessoas

    sejam naturalmente mais

    emocionalmente

    inteligentes do que

    outras, você pode

    desenvolver

    grande

    capacidade

    mesmo não

    tendo nascido

    com ela”. A

    inteligência

    emocional,

    segundo

    Abrahão,

    pressupõe

    autoconhecimento,

    que pode ser

    “racional” ou

    “intuitivo” (treinado/

    pesquisado ou natural/espontâneo). Para o psicólogo,

    “entender a origem dos nossos

    sentimentos, suas características, suas

    fragilidades e seus potenciais favorece o nosso

    caminhar em meio às pessoas, circunstâncias e

     possibil idades que nos rodeiam”.Essa possibilidade se deve à “plasticidade”

    do cérebro, isto é, ele é hábil de mudanças. O

    cérebro desenvolve novas conexões, à medida

    em que é estimulado; assim, ao aprender novas

    habilidades de utilizar as emoções a seu favor,você está produzindo uma mudança, que é

    gradual, de acordo com TalentSmart. A utilização

    de estratégias para desenvolver a inteligência

    emocional permite que os bilhões de neurônios

    presentes no cérebro criem novas conexões

    entre os centros neurais relacionados à razão e

    à emoção. Cada neurônio, através de sua árvore

    dendrítica, é capaz de formar aproximadamente

    15.000 conexões com outros neurônios vizinhos.

    Tal conectividade habilita o indivíduo a gerenciar

    melhor suas emoções futuras, a compreendê-las

    e, até mesmo, expressá-las racionalmente. Em

    outras palavras, a inteligência emocional pode

    ser fruto de uma aprendizagem sistematizada.

    Ela pode se tornar um hábito na vida de quem

    vier a desenvolvê-la.

    A empresa também fez testes de inteligência

    emocional ao lado de outras habilidades importantes

    no âmbito prossional. A conclusão é de que

    esse tipo de inteligência é o maior prognóstico de

    desempenho, representando 58% do sucesso em

    todos os tipos de trabalho. Portanto, a inteligência

    emocional é importante para o aprimoramentopessoal e prossional e merece dedicação. Segundo

    estudo feito por Travis Bradberry e Jean Greaves,

    autores do livro “Emotional Intelligence 2.0”

    (Inteligência emocional 2.0), da TalentSmart, apenas

    36% das pessoas conseguem identicar suas próprias

    emoções. Essa pesquisa, feita com mais de 500 milpessoas ao longo de uma década, demonstra que

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    essa competência é rara e valiosa.

    Portanto, gerenciar as emoções seria dar um

    pouco de razão a elas? E se optarmos por agir e reagir

    conforme alertam nossas emoções, sem controlaros impulsos, enm, extravasar (alguns dizem que é

    uma boa opção em certos momentos da vida), como

    seriam as nossas relações? Ficariam comprometidas?

    Ou seriam mais espontâneas? Abrahão explica: “a

    espontaneidade dos sentimentos e das emoções não

    signica, necessariamente, uma inteligência emocional.

    Por exemplo, uma explosão de ciúmes pode ser a mais

    espontânea e sincera possível, mas nada inteligente no

    contexto de uma relação interpessoal. Assim como uma

    explosão de raiva ou de solidariedade. A inteligência

    está em processar, racional ou intuitivamente”.

      A inteligência emocional, segundo o professor,

    pode ser innita, “assim como as demais formas de

    inteligência, bastando, para tanto, que a pessoa a treine

    e/ou a amadureça por meio do autoconhecimento, da

    autotransformação e da autorrealização existencial”.

    Reexões à parte, o importante é que a razão dá

    direção e ordem à emoção; as duas caminham juntas

    - pelo menos, devem -. Conhecer, entender e, por

    consequência, utilizar as emoções a seu favor, é um

    dos caminhos de crescimento do indivíduo para com

    ele mesmo, para com os outros e para com o mundo

    em que está imbuído. Para Abrahão, “não há sucessona vida sem sucesso nos relacionamentos – e não

    há relacionamentos de sucesso sem habilidades

    emocionais e sentimentais”.FONTES:1. http://goo.gl/WfaH8C2. http://goo.gl/WD0reG3. http://goo.gl/wYdv9M4. http://goo.gl/Gu8ug85. http://goo.gl/kjOCX36. http://goo.gl/LvN2At7. http://goo.gl/LE0ToC8. http://goo.gl/CD2VCI9. http://goo.gl/WDt6wnFotografa: Flickr Commons

    O cérebro desenvolvenovas conexões, àmedida em que é

    estimulado; assim,ao aprender novashabilidades de utilizaras emoções a seu favor,você está produzindo

    uma mudança, queé gradual, de acordocom TalentSmart oimportante é que a

    razão dá direção eordem à emoção; os doiscaminham juntos -pelo menos, devem.

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    A Á 10

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    A Área 10Ela nos torna mais humanos

    Leonardo Faria

    Oque nos difere de todas as outras espécies

    em termos evolutivos? O que o cérebro

    humano esconde, se é que realmente tem

    algo de especial? O senso comum é que estudar

    o cérebro humano contemplaria a chave para tais

    questionamentos, as respostas para desvendar

    o curioso processo da inteligência. De fato, a sua

    organização interna, maior e mais complexa em

    comparação aos de outros mamíferos e primatas,

    parece ter sido, para alguns autores, o aspecto

    evolutivo fundamental para o desenvolvimento da

    cultura, incluindo a linguagem, a simbolização e a

    cognição elaborada, fatores e dimensões que diferemo Homo sapiens de todas as outras espécies.

    Entretanto, se pudermos apontar um dado

    qualitativo do estudo evolutivo neurobiológico, a

    conclusão é de que os pólos frontais e temporais

    dos cérebros dos hominídeos se expandiram

    precocemente na evolução, seguidos da expansãodas áreas posteriores do cérebro em uma fase

    posterior. O trabalho deFalke colaboradores atesta que

    a grande expansão do cérebro humano não se iniciou

    com o gênero Homo, como se pensava anteriormente,

    mas há pelo menos 2 a 3 milhões de anos, com os

    membros do gênero Australopithecus. O cérebro seexpandiu muito durante a fase evolutiva do gênero

    Homo, mas tal expansão já havia começado bem antes.

    O grupo de Falk   concluiu ainda que as áreas

    dos lobos frontais que mais se desenvolveram foram

    aquelas relacionadas às regiões correspondentes

    à área 10 de Brodmann. Semendeferi  ecolaboradores indicaram que a área 10 é 6 a 7

    vezes maior em humanos quando c

    grandes símios africanos. A neuropsic

    vez, tem mostrado que tal área est

    pensamento abstrato, à organização e a

    de ações futuras, à iniciativa e à toma

    assim como ao controle e ao proc

    emoções e ao julgamento. Da integrid

    dependem, particularmente, funções

    de trabalho, memória espacial, memó

    processamento sintático e compreensã

    geração de verbos, cálculo numérico e a

    (fundamental para habilidades sociais). A

    da área 10 no Homo sapiens parece ser

    que se postula ser a “humanidade” dos

    Neuroanatomia comparativa contemporâ

    Recentemente, pesquisadores f 

    compararam imagens de ressonância mag

    ventrolateral frontal – um dos componen

    de 25 voluntários adultos com imagens eqmacacos. A partir desses dados, os pesq

    capazes de dividir o córtex ventrolateral

    áreas que foram consistentes entre todo

    Após a comparação dos grupos eles d

    uma pequena região, ainda mais espe

    área 10 de Brodmann, não possuía emacacos – o chamado córtex do pólo pr

    Fica a reexão: caso não perceb

    por parte das pessoas, planejamen

    dos fatos associado a um bom contro

    principalmente, criatividade, de que for

    considerá-las evolutivamente diferentanimais pelo menos no que se refere ao c

    ////////////////evolução 

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     17

    mparadas aos

    logia, por sua

    associada ao

    planejamento

    a de decisões,

    ssamento das

    de da área 10

    omo memória

    ia prospectiva,

    de metáforas,

    enção conjunta

    sim, a evolução

    central naquilo

    omens.

    ea

    ram além e

    nética do córtex

    es da área 10 –

    ivalentes de 25isadores foram

    humano em 12

    s os indivíduos.

    scobriram que

    íca dentro da

    quivalente nos-frontal lateral.

    amos iniciativa

    o, julgamento

    e emocional e,

    a poderíamos

    s dos outrosmportamento?

    FONTES:1. http://goo.gl/rdWGlL2. http://goo.gl/0C85FH3. Livro Evolução do cérebro, por Paulo Dalgalarrondo.

    ç

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    /////////////// m ú s i c a

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    19

    Música, cores e emoção /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

    Leonardo Faria

    Você estava saboreando algo e lhe veio

    algum som bem peculiar aos ouvidos?

    Algum lugar que você visitou logo lhe

    trouxe um sabor à boca. Determinado

    cheiro lhe faz ver imagens como se fossem reais

    naquele momento? Alguma vez você escutou

    uma música e logo veio a percepção de uma corem especial? Não, não é loucura. A sinestesia é

    um fenômeno neurológico caracterizado pela

    produção de duas sensações paralelas, de

    natureza distinta, por um único estímulo.

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    Não há o que temer. A sinestesia não é uma

    doença. Na verdade, ela ilustra como o cérebro

    é um órgão complexo e repleto de fortesinterconexões. A experiência sensorial de certas

    pessoas na qual sensações correspondentes a

    um certo sentido são associadas a outro sentido é,

    na verdade, o cimento da memória. Quanto mais

    relações as sensações puderem estabelecer

    entre si, mais facilmente são reestabelecidas assuas memórias correspondentes.

    Portanto, por conta da sinestesia,

    eventualmente ocorre essa espécie de

    cruzamento de sensações em um só estímulo.

    Assim, uma cor pode ter um sabor ou um som

    pode ter uma forma. Essa forma diferente de

    processar as informações obtidas através dos

    sentidos pode ter uma base hereditária.

    O que dizem os estudos

    Diversos estudos têm investigado possíveis

    relações sensoriais desse tipo, especialmente

    entre sons e cores. Uma pesquisa realizada

    pela Universidade da Califórnia, em Berkeley,

    e publicada recentemente no periódico PNAS

    mostrou que o cérebro humano é capaz de

    ir mais além. Segundo o estudo, através das

    sensações que uma melodia provoca, o cérebro

    foi capaz de fazer relações entre cor e música

    a ponto de superar barreiras culturais, como se

    todas as pessoas apresentassem uma estrutura

    neural senso-perceptiva comum.Ainda sobre o estudo, cujo título original

    é Music–color associations are mediated by

    emotion, identicou-se que músicas mais rápidas

    se relacionavam a cores claras e vívidas, como

    o amarelo; e melodias mais lentas, a tons mais

    escuros, acinzentados ou azulados. Todas essasinformações poderiam, segundo a pesquisa,

    auxiliar o desenvolvimento de estratégias

    para aar a criatividade e a percepção, novos

    métodos de reabilitação emocional que se

    utilizem de terapias cognitivas, além de embasar

    novas ações tomadas pelos prossionais do

    neuromarketing e publicidade. Os programas

    tocadores de música, por exemplo, podem se

    utilizar das informações de um equalizador

    para produzir padrões de cores em suas telas,

    procurando seguir as características – o “tom

    emocional” – de cada música.

    Muitas guras conhecidas já se lançaram

    no estudo das cores, como Aristóteles, Newton

    e Goethe. Em contrapartida, Goethe foi um dos

    únicos a se opor de certa forma à ideia intuitiva

    de que existe uma relação física direta entre

    sons e cores. Em uma de suas obras, A Teoria

    das Cores (Zur Farbenlehre), originalmente

    publicada em 1810, ele disse:

    / a m ú s i c a e o c é r e b r o  

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    21

    Sempre se percebeu que existecerta relação entre cor e som,

    como demonstram as frequentescomparações, por vezes passageiras,

    por vezes sufcientementepormenorizadas. O erro nelas

    cometido se deve ao seguinte:Cor e som de maneira alguma

    podem ser comparados, emboraambos remetam a uma fórmula

    superior, a partir da qual é possíveldeduzir cada um deles. Ambos

    são como dois rios que nascem namesma montanha, mas devido acircunstâncias diversas corremsobre regiões opostas, de modoque em todo o percurso não há

    nenhum ponto em que possam ser

    comparados. Ambos são efeitos gerais e elementares segundo a

    lei universal que tende a separare unir, oscilar, pesando ora de um

    lado, ora de outro lado da balança,mas conforme aspectos, maneiras,

    elementos intermediários e sentidoscompletamente distintos.

    Mas, apesar do alerta de Goethe, os

    neurocientistas insistem na correlação neural

    entre sons e cores. Seguindo vias neuraispróprias e paralelas ou que, secundariamente,

    se cruzem em algum ponto do caminho

    perceptivo cerebral, o fato é que parece

    prevalecer um denominador comum entre

    as sensações, particularmente entre aquelas

    veiculadas pelos olhos e ouvidos. Assim como

    outro estudo de 2007 – The Color of Music:

    Correspondence Through Emotion  – também

    concluiu, a música parece compartilhar com o

    som um substrato neural comum: o emocional.

    Seria essa a origem da sinestesia.

    FONTES:1. http://goo.gl/D3SXpC2. http://goo.gl/r74uRh3. http://goo.gl/WesMx94. http://goo.gl/T7kvZi5. http://goo.gl/kNvklS6. http://goo.gl/L6m8OIFotografa: Flickr Commons

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    22 | m e u c e r e b r o . c o m

    /espiritualidade e religião 

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    A conexão entrecorpo e espírito A glândula pineal e sua relação com a espiritualidade

    Matheus Guisoni Pereira

    A pinha, um dos símbolos mais presentes nas sociedades do passado,ocidentais e orientais, reserva-se cheia de mistérios e lendas. Mas umacoisa é constante: a relação com a expansão da consciência, da elevaçãoe da iluminação do ser. No Egito a pinha se mostra na ponta do cajado de Osíris,

    o Deus da vida após a morte, essa que era o passaporte para o convívio comos deuses. Na Grécia antiga ela aparece na extremidade superior do Tirso, ocajado usado por Dionísio. E não é arbitrário o fato de ser Dionísio o símbolo daplenitude de consciência e unicação com o todo. Pinha em grego traduz-sepor Pineu, um dos nomes utilizados para batizar nossa glândula pineal.

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    O terceiro olho, referido como olho de Hórus

    ou olho de Rá, é uma referência explícita também a

    essa glândula, chamada também por outras culturas

    como o olho da razão, da alma ou da mente. O olho

    dentro da pirâmide, uma adaptação desse simbolismo,

    cou amplamente conhecido no mundo após ser

    empregado como um dos símbolos da maçonaria

    e ser incorporado tardiamente no dólar americano.

    Mas, anal de contas, o que essa glândula

    faz de tão especial para a maioria de nós que

    não estamos ainda no caminho da meditação em

    busca do nirvana? Bem, esse olho vestigial guarda

    semelhanças em sua embriologia com os olhos,

    emerge do diencéfalo cando entre os dois colículos

    superiores sobre o mesencéfalo e funciona como um

    temporizador, um marcapasso circadiano e sazonal.Sobre inuência simpática, a qual é predominante

    durante a noite, ela secreta em maiores quantidades

    um hormônio, a melatonina. Sabe-se que maiores

    concentrações desse hormônio reduzem a função

    das glândulas e que este é importante para o

    amadurecimento dessas. A melatonina tambémpode realocar o dispêndio energético de acordo

    com os ciclos sono-vigília, resultado obtido do

    trabalho da Drª. Fernanda Gaspar do Amaral.

    Recentemente, notou-se em estudo do Dr.

    Jimo Borjigin na Universidade de Michigan e na

    Universidade Estadual de Louisiana pelo Dr. StevenBarker, analisando glândulas de ratos, a presença

    de N,N-Dimethyltryptamine (DMT). Não se sabe

    ao certo qual a função desse composto nos

    organismos, contudo, o uso dessa substância já é

    apreciado por pessoas que buscam experiências

    de psicodelismo. Essa substância também é

    encontrada no chá Ayahuasca, o santo daime.

    Mais excitante, no entanto, está o trabalho do

    médico Dr. Sergio Felipe de Oliveira. Durante uma

    microscopia de varredura em glândulas dissecadas,

    ele notou a presença de cristais de apatita. Esses

    cristais funcionam como uma caixa de ressonância

    que capta campos magnéticos, sequestrando-os.

    Essa pode ser a chave para se desvendar como

    pessoas que possuem domínio de sua mediunidade

    mantêm um transe ou uma comunicação comentidades extrafísicas inteligentes. Pelo trabalho

    do Dr. Sergio Felipe, também cou vericado a

    relação inversamente proporcional entre esses

    cristais e surtos de ansiedade e depressão do

    sistema nervoso central. O indivíduo, recebendo

    muitas informações sensoriais por campos

    O cérebro, como símbolo denossa inteligência, daquilo que

    nos torna humanos, recebeagora, mais do que nunca,contribuições sólidas da

    ciência de que ele pode contertambém a ponte daquilo que

    nos torna nós mesmos, danossa consciência: o espírito.

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    magnéticos, gastaria uma quantidade grande de

    neurotransmissores para decodicá-las e, em um

    segundo momento, ocorreria uma queda abrupta

    em sua concentração, levando à sinais de depressão.

    A glândula também está relacionada com a

    liberação de energia na forma de ectoplasma, este

    evidenciado por Charles Richet, Nobel de medicina

    e siologia em 1913, e pelo Dr. Albert Von Schrenck-

    Notzing. Se esta energia é demasiadamente

    liberada (como ocorre com alguns médiuns),

    o organismo tende a responder distribuindo-a

    para sítios orgânicos, podendo originar estruturas

    ectópicas como osteotoses, cistos ou mesmo

    causar um aumento de peso e sangramento. No

    entanto, isso não se faz uma consequência imediata

    e fatal, sempre restando ao médium o dever decontrolar essa capacidade da maneira a melhor

    atender-lhe a saúde. O estudo se faz inevitável.

    Muito ainda resta para ser desvendado

    nesse campo, que se caracteriza como uma

    área promissora e excitante de pesquisas. O

    conhecimento milenar de culturas do passado semostra mais uma vez atual à sua maneira, e cabe

    à ciência mostrar-se humilde às possibilidades já

    abertas por nossos ancestrais. O cérebro, como

    símbolo de nossa inteligência, daquilo que nos

    torna humanos, recebe agora, mais do que nunca,

    contribuições sólidas da ciência de que ele podeconter também a ponte daquilo que nos torna

    nós mesmos, da nossa consciência: o espírito.

    FONTES:1. VILLELA, DARINE; ATHERINO,VICTORIA FAIRBANKS; LIMA, LARISSA DE SÁ ; MOUTINHO,

    ANDERSON AUGUSTO; AMARAL, FERNANDA GASPAR DO ; PERES, RAFAEL ; MARTINS DE LIMA,THAIS ; TORRÃO, ANDRÉA DA SILVA ; Cipolla-Neto, José ; SCAVONE, CRISTÓFORO ; Afeche,Solange Castro . Modulation of Pineal Melatonin Synthesis by Glutamate Involves Paracrine

    Interactions between Pinealocytes and Astrocytes through NF-B Activation. BioMed ResearchInternational, v. 2013, p. 1-14, 2013.

    2. Barker, S.A.; Borjigin, J.; Lomnicka, L.; Strassman, R. LC/MS/MS analysis of the endogenousDimethyltryptamine hallucinogens, their precursors, and major metabolites in rat pineal gland

    microdialysate.. Biomed Chromatogr, v. 2013, p. 1690-700, 2013.3. OLIVEIRA, S. F. . Glandula Pineal - Avanços nas Pesquisas. 2007. (Apresentação de Trabalho/

    Conferência ou palestra).4. Biomed Chromatogr. 2013 Dec;27(12):1690-700. doi: 10.1002/bmc.2981. Epub 2013 Jul 23.5. LC/MS/MS analysis of the endogenous dimethyltryptamine hallucinogens, their precur-sors, and major metabolites in rat pineal gland microdialysate. Barker SABorjigin JLomnicka

    IStrassman R.Imagens : http://goo.gl/kG CnT1 e http://goo.gl/2TV l0f 

    /a neurociência do sucesso 

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    26 | m e u c e r e b r o . c o m

    É possível termos o controle da nossa vida ou somosfrutos do acaso? O que determina o sucesso? Aliás,o que é sucesso, para você? Será que existe umcaminho para revolucionar a própria vida, até coisasmais práticas como começar (ou terminar) algo que nãoestá do jeito que você gostaria? Você está feliz na sua vida

    pessoal? e prossional? Como andam suas atividades de

    lazer? E sua espiritualidade?

    Em anos de trabalho com foco no desenvolvimento de

    pessoas, percebo que ter clareza psíquica, emocional ou,

    como gosto de dizer, “ampliar a consciência” é o primeiropasso de um processo profundo de mudança, cujo intuito é

    ser mais feliz nos principais pilares que sustentam e torneiam

    sua vida.

    Quais são esses pilares?

    Flávio Maneira,

    Autor e Coordenador do método e cude carreira e de vida. Executivo da indhá 16 anos, atuou na área de vtreinamento e desenvolvimento, passcomo Novartis, Schering-Plough,está na Biolab Sanus Farmacêuticacapacitação estratégica da unidaProfessor de MBA em disciplinas lig“Negócios” e colunista do portal Zene

    4 pilaVocê no controle dCrie um mapa estratégico

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     27

    Entendemos como pilar “pessoal” o que se refere a“tudo e a “todos” que giram em torno de você: suafamília, amigos, lhos, cônjuge. Como anda sua relação

    com seus familiares e amigos? Está saudável? Outroponto importante do pilar pessoal tem a ver com “propósito” e

    “valores”, talvez o mais importante. Você sabe claramente qualé o seu propósito de vida? E quanto aos seus valores? Segundo

    John Maxwell: “não dá para ter um sistema de valores para usono mundo dos negócios e outro para a vida pessoal. O caráter

    de uma pessoa rege toda a sua vida”. Interessante, não? Emminha trajetória de vida, nas empresas nas quais trabalhei e ondetrabalho, nas palestras e aulas que ministro, percebo que a maioria

    das pessoas não tem claro isso, simplesmente vão vivendo e nãoparam para reetir a respeito. Além das questões de valores,

    nesse pilar deve-se considerar questões como saúde, nutrição,emoções, ou seja, o alimento do corpo e da mente. Dizem que“somos o que comemos”. Vou além, somos o que “pensamos”,

    somos o que “sabemos”. Nossa formação como pessoa édada parte pela genética (DNA) e pelo “meio” desde o nosso

    nascimento “macro” (país, região, cidade, bairro, cultura, família,amigos, escola, faculdade, trabalho) para o “micro” (indivíduo,

    personalidade, áreas de inteligência).

    so 4 pilares, gestãostria farmacêuticandas, liderança endo por empresasSD e atualmenteresponsável pelae cardiovascular.das a “Pessoas” eonomics.

    es:sua vida

    para ela

    pessoal

    profissional la

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    28 | m e u c e r e b r o . c o m

    Esse pilar é um dos grandes responsáveis por questõesque vão muito além do dinheiro, por exemplo: felicidade.

    Você faz o que realmente ama? Você aprendeu a amaro que faz? Você se encontrou prossionalmente? Se

    não, por que não arriscar em recomeçar? Você está satisfeito

    com seu superior? Como você considera o clima (ambiente)do seu trabalho? E com seus pares? Se você é um gestor ou

    empreendedor e tem uma equipe, como considera sua gestão?

    Existem inúmeras pesquisas bem fundamentadas sobreaspectos prossionais envolvendo liderança, colaboradores,clientes, empreendedores e em todas vemos alguns aspectosem comum: são mais “pontos de melhorias do que os que dão

    certo”. Vou dar um exemplo: Se perguntarmos para 100 pessoassobre seus “chefes” (ou líderes), 80 estão insatisfeitas, porém,

    dessas 80 insatisfeitas, quantas fazem algo para mudar isso? Não

    chega a 10%, acredite! No caso dos empreendedores, grandeparte das empresas fecham antes de completarem três anos

    de vida e, quando é feita uma análise sobre o principal motivo,adivinhe? Falta de conhecimento. As pessoas simplesmente

    abrem um negócio sem ao menos saberem o que é um “planode negócios”. Quando o assunto é “carreira”, os resultados são

    ainda piores: a maioria das pessoas não sabe gerir um plano decarreira alinhado com suas fortalezas (seus talentos dominantes,seus pontos fortes). Vivemos uma escassez de líderes e bons

    gestores de pessoas e, com isso, vem a falta de orientação edesenvolvimento adequado, estratégico e assertivo, de acordo

    com cada indivíduo. As pessoas estão, literalmente, perdidasprossionalmente. O que é preciso? Parar, estruturar um plano,

    procurar ajuda, ler, estudar e principalmente saber que vai exigirmuita disciplina, mudança de hábitos. É um percentual muitopequeno da população que está disposto a isso. Tony Robbins

    (autor e palestrante especialista em reprogramação mental) diz:“por isso os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada

    vez mais ricos”.

    Oque você faz que élhe traz uma sens

    só consegue isso nquando sai de féria

    que lhe dão prazer diariament

    em que vamos adquirindo cerpilares anteriores (pessoal e pr

    que gostávamos de fazer? Vem

    o crescimento prossional e pose tornar melhor tanto na sua vnecessário alimentar suas emoé necessário “rir” com quem o

    Tem gente que encontra noforma de grande lazer (prazer).

    mais e mais a cada dia mexe de

    alimentando sua “estima”, fazeOutros encontram na música, n

    no encontro com os amigos,Amigos fazem bem para sua sa

    também. Qual lazer você foi deipara retomar? Possivelmente i

    administração de sua agendaseus familiares. Dedicamos muido que pensam sobre a gente e

    mesmos. Acredite: eles vão entenpessoa melhor, sua “energia” vai

    desfrutar de pequenas doses de l melhora perceptível em sua “ener

    profissional la

    Conclutempo paraLazer e Espipotencializa

    amor. Eu so“temos duaolhar intelig{

    er Espiritualidade

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     29

    extremamente prazeroso? Queção quase indescritível? Você

    s nais de semana, feriados ou? Ou você tem pílulas de lazer? E semanalmente? Na medida

    as responsabilidades nos doisssional), ca mais difícil fazer o

    o casamento, vêm os lhos, vem

    ai vai. Acontece que, para vocêda pessoal como prossional, éões, seus “sentimentos”, ou seja,com o que lhe estimula a isso.

    sporte (atividades físicas) umaSim, porque “suar” e performar

    orma única com a neuroquímica,

    do com que você se sinta bem.a meditação, na leitura, na arte,

    semanalmente, mensalmente.de, isso é comprovado. Animais

    ando para trás? O que é precisosso está ligado a uma melhor

    de alguns alinhamentos comto tempo aos outros com medosquecemo-nos de pensar em nós

    er. Você será percebido como umaudar. As pessoas que conseguem

    zer todos os dias apresentam umaia”, cam mais positivas.

    Longe de dogmas religiosos, qual é o seu entendimento por“espiritualidade”? Se você pensou em algo como ajudar o

    próximo, em generosidade, você está no caminho. Se você já faz algo nesse sentido, já é uma pessoa espiritualizada.

    Mais que dinheiro, se você dedica parte do seu tempo para ajudar

    (seja compartilhando conhecimento, dando amor, ouvindo alguém)o outro, livre de pré-conceitos, discriminações, crenças, você está

    um degrau acima. As pessoas que menos “têm” são as que mais

    compartilham, seja comida, dinheiro, casa, ou um lugar para dormir.Pare por alguns minutos e pense em alguém por quem você é muitograto, por te ajudar em algum momento difícil da sua vida. Pensou?Pronto, agora pegue uma folha em branco e um lápis ou caneta

    e escreva-lhe uma carta dizendo o por que de você ser tão gratoa ela. Por m, faça uma ligação (ou encontre essa pessoa) e leia

    a carta para ela. É provado que isso aumenta signicativamente o

    seu estado de felicidade. Ou seja, a “gratidão” explicitada a alguémvai lhe tornar uma pessoa mais feliz, uma pessoa melhor. Atuo

     junto à classe médica há alguns anos e conheci médicos com umaespiritualidade incrível. Mas, o que eles têm em comum? Tratam

    as pessoas como pessoas, são generosos e pacientes com seuspacientes. Percebo que a humanidade não caminha para problemas

    de doenças físicas, mas sim para doenças de fundo emocional.Vivemos um “caos” emocional. A área que mais cresce não está ligadaa problemas cardiovasculares, mas a problemas psíquicos. Livros de

    “autoajuda” nunca venderam tanto. Medicamentos desenvolvidospara os transtornos psíquicos, especialmente os ansiolíticos, nunca

    venderam tanto. Sempre digo: temos que tratar a “causa” e não o“sintoma”. Por isso, agir com mais espiritualidade é uma boa maneira

    de amenizar essas questões psicológicas que aigem a humanidade.

    s u

     sugerindo que não perca, mas ganhe tempo investindo em seu maior bem: você. Dediquecriar um “mapa estratégico da sua vida” envolvendo os 4 pilares: Pessoal, Prossional,

    ritual. Considere o curto, médio e longo prazo, tendo como premissa o conhecimento e aão das suas “competências naturais”. Dizem que aprendemos mais pela dor do que pelo

    a prova disso e quero compartilhar isso com você. Um grande amigo disse certa vez:datas de nascimento: uma biológica, quando nascemos e outra quando lançamos umnte e genuíno sobre nós mesmos”. Esse é o verdadeiro nascimento. Pense nisso.

    PARA MAIS INFORMAÇÕES:http://aviomaneira.com.br

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    O que él t

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     31

    O que é

    para você?limitação 

    Esther Varoto, 28 anos, graduada em música. Esclerose

    Múltipla. Doença inamatória crônica degenerativa. Elas seconheceram em novembro de 2008

    Daniela Ávila Malagoli

     C om dois anos, começou a cantar. Aos três,compôs a primeira música. Como nãosabia escrever, pediu à mãe que anotasse.

    Com cinco anos, já lia partitura ao tocarauta doce. Gravou o primeiro CD nessaidade. Com 15, virou professora. Cursou oito anos deviolão, contrabaixo e guitarra no Conservatório EstadualCora Pavan Capparelli, mas estudou sozinha para aprova de habilidade especíca do curso de Música

    (licenciatura em violão erudito), ingressando no curso,na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em 7ºlugar, aos 19 anos.

    Um dia, após

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    Esther sentiu uma sensação estranha nos braços. No outro dia, acordou com metade do corpo dormente.

    Não conseguia piscar o olho direito e sentia tonturas e náuseas. Passou mal dia após dia, por três meses,quando já estava casada. Os médicos, inicialmente, desacreditavam no diagnóstico de Esclerose Múltipla.

    Mas ela desconava. E se preparou.

    Esther, que chora e em menos de 10 segundos enxuga as lágrimas, não cancelou um dia de aula para

    seus alunos. Quando os movimentos da mão esquerda, precisos para sua prossão, caram travados por

    dois meses, um dos alunos a consolou: enquanto você estiver falando, está bom, eu já aprendo. Antes de

    a Esclerose Múltipla manifestar-se, Esther pensava: “eu sou jovem, aguenta corpo!” Sete meses depoisdos primeiros sintomas, e após passar por oito médicos, o diagnóstico foi conrmado.

    Uma das primeiras coisas que fez, em seguida, foi compor uma música em homenagem aos

    portadores da doença. “O que eu z os três primeiros anos depois que eu descobri a doença é o que eu

    teria feito na minha vida toda se eu não a tivesse descoberto”. Ela preparou a qualidade do seu futuro,

    mas viveu, e vive intensamente o presente. “Andei muito de patins. Se eu fosse pra cadeira de rodas

    amanhã, pelo menos iria lembrar a sensação. Nadar, sentir seu corpo na água, como é importante! Aspessoas deviam pensar nisso”. Ela dene a doença: “Esclerose Múltipla não é sinônimo de loucura. É uma

    doença rara e diferente que as pessoas deveriam conhecer mais”.

    Esther nunca perdeu o “bom humor e a vontade de viver”. Nos inúmeros exames de ressonância

    magnética que fez, brincava com os sons do aparelho como se fossem notas musicais. Esther, que parece

    uma pessoa sem o diagnóstico de uma doença degenerativa como a Esclerose Múltipla Surto Remissão (ver

    infográco), reconhece: “É uma doença que pode expor o portador a muitas a muitas deciências físicas, emuitas delas felizmente podem ser revertidas com o uso de anti-inamatórios potentes (corticosteróides)”.

    uma aula de

     cantona Ufu,na semanado próprio casamento ,

    ////////////////pessoas 

    Esther adora passear no shopping, fazer compras. Sempre acompanhada do seu grande amor, do

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    seu apoio, Elker Tonini. Ele é o seu porto seguro. E se o assunto é ela, ele não hesita. “Ninguém derruba

    a Esther, é guerreira.” Ele pretende curtir todos os momentos da vida junto dela. A musicista fundou

    a Academia de Música Varotonini, na qual Elker também é professor, em 2011, no mesmo ano de sua

    formatura: “é fruto de tudo que eu faço em minha vida, o que me move, me dá prazer, a música”. Para oprofessor do curso de Música da UFU André Campos, Esther é empreendedora e batalhadora.

    Esther é professora de canto, violão popular e erudito, guitarra base e solo, contrabaixo, viola caipira,

    bateria e percussão, musicalização infantil, composição, teoria e percepção musical, edição de partituras

    e preparação para habilidade especíca em Violão Erudito. Tem contrato como compositora com a

    Editora Clube da Música, que é parceira da Sony Music. Compôs, interpretou e produziu a trilha sonora

    da Novela Portal do Cerrado. Hoje está cursando Direito. Objetivos futuros: maior dedicação à carreira

    solo. Expansão da Academia de Música Varotonini. “Esther pensa na frente”, arma a professora do curso

    de Música da UFU Sandra Alfonso.

    Uma mulher bem sucedida? “Intimidade com Deus, prazer em viver e acreditar em mim” foi o que fez

    Esther uma empresária de sucesso. O que a Esclerose Múltipla te ensinou, Esther? “Maturidade e paixão

    pela vida”. Qual a primeira coisa que gostaria que alguém soubesse sobre você? “Que eu curto a vida”.

    Esther, o que é limitação para você? “Limitação é algo que a gente coloca na própria cabeça”.

    INFORMAÇÕES SOBRE ESTHER: http://goo.gl/5OI3sqINFOGRÁFICO: Leonardo Faria

    Mulher de 24 anos vive sem o cerebelo

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    O cerebelo é a parte do cérebro respon-

    sável por movimentos motores nos, incluindo

    a postura, o equilíbrio, a aprendizagem motorae a fala. Localizado na base do crânio, contém

    cerca de metade dos neurônios do cérebro,

    embora represente apenas 10% do seu volu-

    me. A sua disfunção parcial devido a uma lesão

    ou doença não é incomum, contudo a ausência

    do cerebelo já ao nascimento é extremamente

    rara. Médicos na China descobriram uma mu-

    lher de 24 anos, apenas o nono caso conhecido

    de uma pessoa viva com agenesia cerebelar.

    Sua condição foi descrita na revista Brain.

    O caso veio à tona depois que a mulher

    procurou atendimento médico devido a náu-

    seas e vertigens. Uma tomograa computa-

    dorizada e imagens de ressonância magnética

    revelaram a ausência do cerebelo, que pronta-

    mente explica os sintomas encontrados. Além

    disso, sua condição explica também por que

    ela não foi capaz de falar até completar seis

    anos de idade e de andar até os sete. Devido

    à ausência desta importante parte do sistema

    nervoso, também não foi capaz de brincar e

    saltar como as outras crianças. Sem nenhuma

    surpresa, a mulher tinha sido incapaz de andarsem constante apoio ao longo de sua vida.

    Embora os testes revelassem que ela

    não apresentava diculdades para entender

    o vocabulário, havia prejuízos relacionados à

    pronúncia, a voz era trêmula e as palavras, “ar-

    rastadas”. Apesar disso, os médicos considera-

    ram os sintomas relativamente leves. Eles es-

    peravam por um comprometimento maior.O espaço onde o cerebelo deveria existir

    foi preenchido pelo líquido cefalorraquidiano. A

    química do uido parecia normal, mas a pres-

    são estava um pouco elevada (210 mmH2O, ao

    invés de 70-180 mmH20). Ela foi adequada-

    mente tratada com medidas pouco invasivas

    e, quatro anos depois, ela ainda estava muito

    bem.

      Casou-se e teve uma lha neurologica-

    mente normal. As estruturas e os tecidos ao

    redor de onde estaria o cerebelo aparentavam

    boa estrutura, sem danos signicativos. A ponte

    parecia pouco desenvolvida mas, consideran-

    do que parte de seu trabalho é transmitir men-

    sagens a partir do córtex frontal ao cerebelo,

    isso não é totalmente surpreendente.

    Como a doença é rara, não é muito bem

    compreendida. Embora existam cerca de 30

    mutações associadas com alterações cerebe-

    lares, a ausência completa da estrutura é um

    pouco mais difícil de descobrir. Essa mulher re-

    presenta uma oportunidade única para estudar

    os efeitos da doença em um adulto vivo. Nãose sabe como a sua condição irá mudar à me-

    dida em que envelhecer, mas todas as coisas

    que ela foi capaz de fazer até aqui represen-

    tam mais uma vez uma boa prova da plastici-

    dade cerebral.

    Mulher de 24 anos vive sem o cerebelo

    A r

    controvcolocar

    esporte

    traumati

    que se p

    of Psyc

    pancad

    mentais,

    A

    Universi

    médico

    por feri

    cognitiv

    esses p

    desenv

    e 59% p

    o traum

    seguint

    Ain

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    de idad

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    Enq

    melhor

    traumáti

    e menta

    sintoma

    Panc

    FONTE: http://goo.gl/QhrvC0

    FONTE: http:/

    ///////////////notícias 

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    Estudo feito por pesquisadores

    da Universidade Rush, de Chicago,

    com 294 idosos, conrma a ideia de

    que ler e escrever regularmente pode

    contribuir para preservar a memória por

    mais tempo, reduzindo a velocidade do

    processo de deterioração mental.

    Essas práticas saudáveis podem

    diminuir até 15% o ritmo de progressão

    da perda da memória.O declínio cerebral

    entre os idosos que liam ou escreviam

    com frequência ainda na velhice ocorreu

    em um ritmo 32% mais lento do que

    entre os que faziam isso com uma

    constância menor. Os idosos que quase

    nunca se dedicavam a essas atividades

    apresentaram uma velocidade de

    deterioração mental 48% maior do que os

    que liam e escreviam esporadicamente.

    Os pesquisadores acompanharam

    os participantes do estudo durante

    cerca de seis anos, até o momento

    de sua morte, em média aos 89 anos.Anualmente, submeteram os idosos

    a testes de memória e cognição e os

    entrevistaram sobre seus hábitos de leitura

    ao longo da vida.

    Memória é preservada

    com leituras esporádicas

    lação entre saúde mental e lesões na cabeça é um tema

    rso. Pesquisas anteriores produziram resultados ambíguos quem em dúvida a associação entre ambas. Muito frequentes em

    de contato como artes marciais e futebol americano, pequenos

    smos podem culminar em problemas de saúde mais sérios do

    ensa à primeira vista. Um estudo publicado no American Journal

    iatry, o maior da área, revela que mesmo uma única dessas

    s na cabeça pode, até mesmo, aumentar o risco de doenças

    em especial se a pancada ocorrer durante a adolescência.

    esquisa realizada por Sonja Orlovska e sua equipe, da

    ade de Copenhague, durou 23 anos e analisou 113.906 registros

    dinamarqueses de pessoas que haviam sido hospitalizadas

    entos na cabeça. Eles descobriram que, além dos problemas

    s causados pelos danos estruturais no cérebro (como delírio),

    cientes demonstraram, posteriormente, maior probabilidade de

    lver transtornos psiquiátricos: risco de 65% para esquizofrenia

    ra depressão. O perigo era maior nos primeiros 12 meses após

    , mas permaneceu signicativamente elevado pelos 15 anos

    s.

    a segundo o estudo, o fator preditivo mais forte associado ao

    lvimento futuro de esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar

    traumatismo craniano no início da adolescência (11 aos 15 anos

    ). Lesões na cabeça poderiam provocar inamação cerebral,

    o a permeabilidade da barreira hematoencefálica e favorecendo

    a de conteúdos potencialmente prejudiciais ao cérebro a partirnte sanguínea.

    uanto o mecanismo ainda não for totalmente esclarecido, o

    seguir as orientações já estabelecidas depois de sofrer lesões

    cas. Descansar e evitar atividades que demandem esforço físico

    , além de obviamente consultar um médico tão logo apareçam

    . Tudo isso é fundamental.

    das na cabeça podem causar doença mental

    goo.gl/QXEdcY

    FONTE: http://bit.ly/1pSKChX

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    Em 13 de setemb

    uma teoria: a de

    biológico. Phine

    companhia ferroviária d

    grave acidente quando

    estrada de ferro. Ao tent

    no local, um atrito entrea barra de ferro provoco

    direção ao trabalhador,

    o olho, atravessou a pa

    crânio, do outro lado.

    O interessante é

    perfurada e sem umconsideráveis em suas

    a consciência, foi levad

    Contudo, quanto ao se

    Gage passou de educ

    perigoso e socialmente i

    “Gage já não era mais Ga

    A histO homem “desinibido”

    Daniela Ávila Malagoli

    ///////neurohistória

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    o de 1848 um acidente terrível fez surgir

    ue o nosso sentido moral tem fundamento

    s Gage, renomado trabalhador de uma

    Vermont, nos Estados Unidos, sofreu um

    stava trabalhando na construção de uma

    ar explodir para longe rochas que estavam

    pólvora e o buraco no qual Gage colocavauma explosão. A barra foi arremessada em

    entrou pela bochecha esquerda, destruiu

    te frontal do cérebro e saiu pelo topo do

    que, mesmo com metade da cabeça

    os olhos, Gage sobreviveu sem danosfaculdades (na época, quando recuperou

    o para o hospital caminhando e falando).

    comportamento, a mudança foi drástica:

    do a extremamente rude, desrespeitoso,

    rresponsável. Os comentários eram de que

    ge”. Hoje, o nome dado ao comportamento

    do operário é “desinibido”; uma referência ao modo de se portar

    de pessoas que tiveram lesões nos lobos frontais.

     O crânio, a máscara mortuária e a barra de ferro estão em

    exibição no Museu da Faculdade de Medicina da Universidade

    de Havard. O acidente de Gage constituiu “o início histórico

    dos estudos das bases biológicas do comportamento”, como

    explica o neurologista António Damásio. A modicação brutade comportamento resultante do acidente instigou os médicos

    a estudarem os possíveis danos cerebrais, tendo em mente a

    possível relação entre a personalidade e o cérebro.

    A conclusão: as áreas afetadas, que causaram prejuízos

    consideráveis de ordem moral, são as centrais para este tipo de

    “humanidade”, mais especicamente, os lobos frontais. Gage sofreupoucos efeitos físicos (embora tenha perdido um dos olhos). O que

    mudou foi o comportamento. O operário viveu por mais de 12 anos,

    agindo de forma extravagante e anti-social, contando muitas mentiras,

    enm, sendo uma “companhia difícil”, segundo neurologistas.

    FONTE:1. “O livro do cérebro – um guia ilustrado de sua

    estrutura, funcionamento e transtornos”,Rita Carter

    2. http://goo.gl/8jBBts

    3. http://goo.gl/LZS2RF4. http://goo.gl/3BJ2o1Fotografa: Flickr Commons

    ria de Phineas Gage

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