os desafios da escola pÚblica paranaense … · aos professores da rede pública estadual...

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

A CONTRIBUIÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA

PARA O SUCESSO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NO PROCESSO

PEDAGÓGICO

Lisângela Bueno Samistraro1

Kelen dos Santos Junges2

RESUMO: A escolha e abordagem do tema “A Contribuição da Gestão Democrática e Participativa no

Processo Pedagógico” deve-se às dificuldades de aprendizagem que foram observadas pelos Professores e Equipe Pedagógica e aos resultados negativos alcançados tanto nas avaliações internas como nas externas realizadas pelos estudantes no Colégio Estadual Profª Orlanda Distéfani Santos, em São Mateus do Sul – PR, mesmo com todo envolvimento dos profissionais. Para tanto, sozinha, a Equipe Diretiva não consegue alcançar efetivamente o que se propõe quando se trata de qualidade. Cada sujeito do processo educativo tem suas funções específicas, porém, o planejamento e a efetivação das ações devem partir do coletivo. Pensando nisso, verificou-se a necessidade de propiciar momentos de reflexões e discussões em prol de uma busca por uma educação promovedora de melhores índices de aprendizagem, sendo estes, resultantes de práticas pedagógicas inovadoras, interdisciplinares e eficientes para a superação do fracasso escolar. O presente Projeto buscou responder ao problema inicial que preocupava a Equipe Diretiva e Professores deste Colégio: Como garantir a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem por meio de ações pedagógicas fundamentadas por uma proposta de gestão escolar democrática e participativa? Para tanto foram realizadas oito oficinas, através de grupos de estudos com os Professores e a Equipe Diretiva deste Colégio, leitura e debate de textos, dinâmicas, apresentações de metodologias diferenciadas nas diferentes disciplinas, sempre tendo a gestão democrática como base para o avanço naquilo que estava em defasagem – o ensino. O Projeto e suas diversas etapas contribuiu significativamente para a melhoria das práticas pedagógicas e participativas na organização do trabalho escolar, bem como o repensar sobre a gestão democrática e sua função em cada sujeito da escola para que a aprendizagem realmente avance de forma significativa e todos façam parte deste processo. Palavras-chave: Gestão Democrática e Participativa; Ensino e Aprendizagem; Decisões Coletivas.

1. INTRODUÇÃO

O presente texto é fruto do trabalho realizado durante a participação no

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, promovido pelo Governo do

Estado do Paraná. Sendo que o referido Programa tem como objetivo proporcionar

1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná. Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Segunda Formação em Serviço Social. E-mail para contato [email protected] 2 Professora Orientadora do PDE. Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Professora do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná – Unespar/Campus de União da Vitória/PR. Coordenadora de Área do Projeto Mão Amiga – Capes/Pibid. Membro do grupo de Estudo e Pesquisa em Educação: Teoria e Prática (GEPE), Linha de Pesquisa Núcleo de Estudos em Formação Inicial e Permanente de Professores e membro do grupo de pesquisa Paradigmas Educacionais na Formação de Professores (PEFOP) da PUCPR, ambos vinculados ao CNPQ. E-mail: [email protected]. .

aos professores da Rede Pública Estadual subsídios teórico-metodológicos para o

desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, resultando no

redimensionamento de sua prática, na produção de conhecimento e mudanças

qualitativas na prática escolar da Escola Pública Paranaense, conforme as instruções

do Departamento de Políticas e Programas Educacionais da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná.

Este Artigo vem descrever as diversas atividades propostas nas etapas

exigidas no PDE, como o Projeto, o Caderno Pedagógico e o Grupo de Trabalho em

Rede (GTR) os quais professores selecionados do Paraná inteiro, têm a oportunidade

de realizar as atividades, interagir com outros professores e com isso ampliar os

conhecimentos em diversos assuntos relacionados à aprendizagem da Educação

Básica. Este em especial, teve como tema a “Gestão Democrática e Participativa” e

de como elas poderiam contribuir na melhoria da aprendizagem. Pois, este estudo

iniciou-se num Colégio em São Mateus do Sul, no Colégio Estadual Professora

Orlanda Distéfani Santos, que mesmo com todo esforço dos seus profissionais

apresentava baixos índices nas avaliações internas e externas e muita defasagem na

aprendizagem.

Pensando nisso, verificou-se a necessidade de propiciar momentos de

reflexões e discussões em prol de uma busca por uma educação promovedora de

melhores índices de aprendizagem, sendo estes, resultantes de práticas pedagógicas

inovadoras, interdisciplinares e eficientes para a superação do fracasso escolar.

Então, durante o desenvolvimento do Projeto aqui citado buscou-se a todo momento

responder ao problema inicial que preocupava a Equipe Diretiva e Professores deste

Colégio: como garantir a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem por meio

de ações pedagógicas fundamentadas por uma proposta de gestão escolar

democrática e participativa?

Partindo deste problema que, ao mesmo tempo, tornou-se o objetivo do projeto

de intervenção pedagógica, todo o Grupo demonstrou interesse e se envolveu nas

atividades propostas nos Oito Encontros realizados no Colégio Estadual Professora

Orlanda Distéfani Santos – São Mateus do Sul, com o Grupo de Professores e com a

Equipe Diretiva, que demonstrou grande interesse pelas oficinas apresentadas, as

quais se tornaram sempre dinâmicas, com discussões riquíssimas e ideias

inovadoras, motivando a Equipe Diretiva a rever algumas atitudes para os próximos

anos juntamente com o Grupo e expondo para o coletivo a necessidade desta

mudança, sempre buscando o avanço no mais importante do Colégio – o processo de

ensino e aprendizagem.

Sendo assim, este artigo busca apresentar os resultados deste trabalho,

expondo como a relação entre a teoria com a prática conseguiu atingir a grande

maioria dos objetivos propostos no Projeto, Caderno Pedagógico e também no Grupo

de Trabalho em Rede (GTR) visando o avanço na aprendizagem através de novas

práticas pedagógicas baseadas na Gestão Democrática e Participativa.

2. GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA: PRINCÍPIOS

TEÓRICOS

Segundo Coutinho (2000), Gestão Democrática da educação compreende a

noção de cidadania como a capacidade conquistada por todos os indivíduos, de se

apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem todas as potencialidades

de realização humana abertas pela vida social em cada contexto histórico

determinado. Gestão democrática e participativa significa tomar decisões, organizar,

participar e dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola

comprometidas com a formação da cidadania, é um compromisso de quem toma

decisões, de quem tem consciência do coletivo. Ela passa a ser vista sob o ponto da

organização coletiva da escola em função dos seus sujeitos.

Para organizar-se coletivamente é necessário um rigor teórico-prático de

quem organiza, dirige debate e discute a organização escolar. O trabalho de gestão

escolar exige o exercício de múltiplas competências específicas. Essa diversidade de

competências é um desafio para os gestores, cabendo aos sistemas, organizar

experiências capazes de orientá-los nesse processo. Para tanto é preciso traçar bem

os objetivos que se pretende alcançar e preparar todas as pessoas envolvidas no

trabalho para a busca do alcance de tais objetivos.

A gestão escolar é legalmente fundamentada e a legislação pertinente

determina que tal gestão seja democrática, conforme estabelecido no artigo 18 da

LDB 9394/96 (BRASIL, 1996), no qual a democratização da gestão se reduz a um

ideal de orientação de atividades de escolas e universidades e ao incentivo à

participação da comunidade. Os principais incisos do artigo são:

1º - o cumprimento do disposto neste artigo dar-se-á com observância dos seguintes preceitos: I - existência de órgãos colegiados e conselhos escolares, com competência sobre o conjunto de todas as atividades desenvolvidas pela instituição; II - avaliação permanente da qualidade de serviços prestados e dos resultados das atividades educacionais oferecidas à sociedade; III - utilização de métodos participativos para a escolha de dirigentes, ressalvado o provimento de cargos por concurso público; V - incentivo para a criação de associações de profissionais do ensino, alunos, ex-alunos e pais, além das de caráter acadêmico, assegurada sua participação nos processos decisórios internos das instituições. (BRASIL, 1996)

A LDB 9394/96 regulamenta a gestão democrática do ensino público em geral,

contribuindo de forma transparente para que as leis sejam aplicadas na educação

básica oferecendo autonomia às unidades federativas para um planejamento

adequado as pretensões de cada instituição de ensino.

Sendo assim, existe a necessidade da elaboração do Projeto Político

Pedagógico sob a coordenação dos gestores escolares, bem como a participação da

comunidade escolar e local em conselhos escolares, que se dão no Conselho Escolar,

Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres e Funcionários (APMF) e Grêmio

Estudantil. Outro fator importante, que devemos destacar é autonomia da escola

prevista na LDB 9394/96 no artigo 15. “Aqui, o entendimento orienta-se no sentido de

que a autonomia de uma escola não é algo espontâneo, mas construído a partir de

sua identidade e história” (VIEIRA, 2007, p. 62).

Quando nos referimos à educação, podemos atribuir diversas funções, desde

o desenvolvimento humano dos indivíduos, mediante as relações sociais, até

formação, ética e moral dos mesmos, para a aquisição de conhecimentos e saberes

essenciais para a vida em sociedade. Para tanto, o trabalho educativo deve estar

orientado para a formação do indivíduo de maneira integral, que vise o

desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos, físicos e sociais.

Segundo Vasconcellos (2007) a aprendizagem deve ser, portanto, mediada por

práticas pedagógicas construtivas que leve o sujeito à prática reflexiva, sendo capaz

de exercer sua autonomia, criatividade, sensibilidade e humanidade. A escola é uma

instituição social que tem como finalidade a formação de sujeitos aptos a exercerem

a cidadania, seu papel democrático e o exercício profissional. Todavia, ela não deve

ser vista como um ambiente isolado, mas como instituição que, para atingir seus

objetivos, necessita do apoio da família, da comunidade e da própria interação e

trabalho dos sujeitos que compõem internamente a escola, neste caso: diretores,

pedagogo, professores, auxiliares administrativos, merendeiras, etc.

Novos tempos revelam desafios na tarefa de educar e exigem que os

profissionais da educação reconheçam e reflitam sobre as inovações pedagógicas.

Um desses desafios é trabalhar a favor da gestão democrática para a obtenção dos

objetivos educacionais inerentes à eficácia no processo de ensino e a aprendizagem.

Por isso, que os profissionais que compõem a escola devem efetivar a ação

democrática. Os sujeitos que constituem a equipe diretiva da escola são: diretor,

pedagogo e auxiliares de administração. Cada um assume um papel relevante para

que os objetivos da escola possam ser alcançados. A equipe diretiva orienta os

processos decisórios, organizacionais e pedagógicos, que devem ser feitos de

maneira participativa e não autoritária.

A partir deste contexto, levantou-se a seguinte problemática: Como garantir a

melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem por meio de ações pedagógicas

fundamentadas por uma proposta de gestão escolar democrática e participativa?

Desta forma, o estudo em questão tem como principal objetivo analisar e

propor ações pedagógicas fundamentadas em uma proposta de gestão escolar

democrática e participativa de forma a contribuir na melhoria do processo de ensino e

aprendizagem da escola envolvida no presente Projeto, reconhecendo as possíveis

causas do fracasso escolar e dos resultados negativos no processo pedagógico,

estimulando o grupo ao desenvolvimento de práticas de gestão democrática e de

organização do trabalho pedagógico que contribuam para uma aprendizagem efetiva

dos alunos, de modo a incidir, progressivamente, na melhoria do desempenho escolar.

Assim, num primeiro momento, serão observados dados quantitativos e

qualitativos, e a observação nas relações entre professores, pedagogos, funcionários,

diretor e em alguns momentos entre alunos e comunidade escolar a fim de propor

atividades que melhorem as relações entre estes no espaço escolar, objetivando

assim uma busca na qualidade de ensino. Afinal, a educação consiste num processo

dinâmico que, naturalmente, apresenta novas necessidades de acordo com o tempo.

Atualmente, após inúmeros movimentos, tem se observado mudanças significativas

na educação e no comportamento dos seus profissionais.

De certa forma, dentro de uma escola todos podem ser vistos como gestores,

no sentido de estarem conscientes do comprometimento que devem ter com a função

que exercem. A figura do diretor é aquela que coordena, organiza e gerencia todas as

atividades da escola. O pedagogo, que também faz parte da equipe diretiva, assume

papel de promover ações educativas e sociais que viabilizem o ensino-aprendizagem

dos alunos. Quando o pedagogo assume a função de coordenador pedagógico, cabe

a ele acompanhar os professores em suas atividades. De acordo com Libâneo (2001,

p.104), “sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-didática aos

professores e suas respectivas disciplinas, no trabalho interativo com o aluno. ”

Uma gestão democrática pressupõe a participação efetiva não somente da

equipe diretiva, mas professores, funcionários, pais, e todos aqueles que de certa

forma fazem uso da escola (PARO, 2006). Para tanto, é importante que todos os

participantes desse processo estejam conscientes da importância da união em seus

objetivos, que deve priorizar a qualidade da educação. A escola passa a ter a

responsabilidade de gerenciar o processo de organização e gestão pedagógica, o qual

inclui a implementação do projeto pedagógico, exigindo que os educadores se

comprometam com o processo de uma gestão democrática, atuando criticamente a

partir de uma atividade reflexiva.

Para Marques (2006), todo educador é um dirigente e, por isso, responsável

pela direção geral dos processos da educação como tarefa colegiada das políticas

educacionais, necessitadas de se enraizarem, desde sua concepção até a execução

atenta, nas práticas efetivas dos que fazem a educação participativa. Na perspectiva

de Dourado (1998), sobre a gestão democrática da escola pública, parece reforçar o

elo entre esta e a participação, enquanto prática social de exercício da cidadania,

considerando-se os direitos dos cidadãos o substrato da democracia.

Podemos verificar a importância de entender a gestão democrática como

processo de construção de práticas educativas mais construtivas, o que implicaria em

mudanças culturais e educacionais. Pois, atualmente a gestão democrática, que

inclusive é princípio constitucional, está, na prática, cada vez menos sendo construída.

Os educadores lutam para garantir a gestão democrática como princípio

constitucional, mas implantá-la é um processo que requer diálogo e participação

coletiva dos sujeitos envolvidos no processo educativo. A autonomia da escola, a

eleição de diretores, o conselho escolar, são alguns pilares que materializam a gestão

democrática, mas não são suficientes para mudar nossa histórica cultura autoritária.

Necessitamos de políticas que ampliem as possibilidades de democratização da

educação.

Alarcão (2001), lembra que os educadores têm uma responsabilidade

acrescida na compreensão do presente e na preparação para o futuro em que grande

parte do tempo das crianças e dos jovens é passada na escola. Há o desejo de uma

escola reflexiva, que continuadamente, pense em seu papel social e acredite que

formar é organizar contextos em aprendizagem; em possibilitar ambientes formativos

e que, para isso, utilize ambientes formativos e democráticos.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná, a

partir de 2004/2005 há um direcionamento das atividades do pedagogo através das

propostas de ações coordenadas no setor de gestão escolar, denominada CGE, e que

estão disponibilizadas pelo Portal da Educação. Essas ações compreendem grupos

de estudo, encontros entre o núcleo regional e a Secretaria de Educação, jornadas

pedagógicas, cadernos pedagógicos, projetos diversos como a TV Educativa de Paulo

Freire, e estudos sobre regimento escolar e demais setores da escola como conselho

escolar, entre outros. A partir dessas ações, a escola organiza o seu Projeto Político

Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e o Plano

de Ação Docente, com vistas à efetivação de uma gestão democrática (PARANÁ,

2004).

Para tanto, o gestor escolar necessita ser um líder pedagógico que apoia o

estabelecimento das prioridades educacionais, avaliando sua equipe e os alunos

constantemente. Deve estar inserido participando da elaboração de programas de

ensino e de programas de desenvolvimento, preocupando-se em incentivar a

participação do corpo docente, estimulando-os a debaterem em grupo, para refletirem

suas práticas pedagógicas e levá-los a experimentarem novas possibilidades, bem

como enfatizar os resultados alcançados pelos alunos nos diagnósticos realizados,

para planejar em suas ações, visando sempre um ensino de qualidade para os alunos

inseridos na escola.

Gadotti (1994) explica que a gestão democrática é importante, principalmente,

para promover melhorias gerais no ensino e aprendizagem. Segundo ele, como a

escola deve formar para a cidadania, ela deve dar o exemplo. A gestão democrática

é um passo importante no aprendizado da democracia. A escola não tem um fim em

si mesmo. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da escola

está prestando um serviço também à comunidade que a mantém.

Entende-se que a gestão democrática pode melhorar o que é específico da

escola, “o seu ensino”. Isso se explica pelo fato de que o envolvimento dos diferentes

atores, equipe escolar, pais, alunos e comunidade em geral, no processo educacional

propiciarão um contato maior e permanente entre si, o que pressupõe um

conhecimento mútuo e significativo.

Para realizar o planejamento de ações, o presente Projeto será desenvolvido

neste Colégio, entendendo-se que a gestão democrática e participativa pode melhorar

o que é específico da escola – o processo ensino e aprendizagem, buscando envolver

os diferentes profissionais no processo educacional, propiciando abordagem teórica,

discussões, reflexões a partir de dados coletados e textos diversos, grupos de

estudos, dinâmicas e outras atividades programadas no cronograma, o que pressupõe

um conhecimento mútuo e significativo para a melhora de todo o processo nesta

Instituição de Ensino.

3. O DESENROLAR DO TRABALHO DESENVOLVIDO: O GRUPO DE ESTUDOS,

O GTR E OS RESULTADOS ALCANÇADOS

3.1. AS ATIVIDADES NO GRUPO DE ESTUDOS ORGANIZADO NO COLÉGIO

ESTADUAL PROFª ORLANDA DISTÉFANI SANTOS

Abaixo serão brevemente relatadas as atividades e os resultados alcançados

através do trabalho realizado durante as Oficinas de Formação oportunizadas por uma

das etapas do PDE em Gestão Escolar, nas quais o público alvo eram os Professores

(26) e a Equipe Diretiva do Colégio Professora Orlanda Distéfani Santos de São

Mateus do Sul. Nos quais foram oportunizadas discussões baseadas em

embasamento teórico relacionadas a importância de novas práticas pedagógicas a

serem desenvolvidas no Colégio, tendo a Gestão Democrática e Participativa como

fundamental para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem no processo

pedagógico. Os temas das oficinas foram escolhidos de acordo com o problema inicial

do Projeto, ou seja, o baixo rendimento escolar dos alunos do Colégio, mesmo com

todo o envolvimento dos profissionais deste Colégio. Os oito Encontros foram

realizados na escola, nos períodos matutino e vespertino, sendo que, apenas o

Encerramento no período noturno.

A opção metodológica utilizada no primeiro momento foi o estudo para o

embasamento teórico, objetivando subsidiar Professores e Equipe Diretiva para as

próximas atividades propostas nas Oficinas e Grupos de Estudos que tinham como

tema “A Contribuição da Gestão Escolar Democrática e Participativa para o Sucesso

do Ensino e Aprendizagem no Processo Pedagógico”, um grupo composto por vinte e

seis Professores e pela Equipe Diretiva. Foram nestes Encontros que o Projeto e o

Caderno Pedagógico, ambos produzidos durante o PDE, foram aplicados como

atividades obrigatórias do Programa, como um referencial para a avaliação do

Professor PDE, contribuindo posteriormente para a qualidade de ensino nas

Instituições de Ensino, pois ao retornarem às suas escolas enriquecem suas práticas

pedagógicas.

Como se optou pela pesquisa-ação todos os encontros foram realizados em

grupos, com um processo de estudo e ação coletiva.

Concretizando num total de oito Encontros durante o ano de 2015, a

metodologia utilizada nas Oficinas buscou seguir uma concepção dinâmica, na qual

os participantes realizaram a maioria das atividades. Foram realizadas atividades

diversificadas e muito significativas para o problema detectado no início, as quais

serão descritas de forma sucinta em seguida:

O Primeiro Encontro teve como tema “Apresentação do Projeto à

Comunidade Escolar”, sendo utilizados slides para facilitar o entendimento pela

maioria dos professores que ainda não o conheciam. Após realizou-se a Dinâmica da

Cooperação para entenderem a importância de viver em grupo e em seguida cada

grupo expôs o que compreendeu do Projeto e da Dinâmica.

O Segundo Encontro teve como tema “Conceituando Gestão Democrática e

Participativa” com base em Coutinho (2000) e Paro (2006), o qual primeiramente os

cursistas elaboraram um conceito próprio de gestão democrática e só depois fizeram

a leitura do texto para comparar os conceitos elaborados por eles com o do texto

estudado. Para a maioria dos participantes, a gestão democrática deve partir do gestor

(diretor), para depois os professores poderem realizarem o seu papel. Conceito

debatido e miudado após a comparação feita entre o elaborado e o estudado no texto.

Foi um momento que oportunizou discussões riquíssimas sobre o que vem mesmo a

ser a Gestão Democrática. Neste mesmo Encontro foi dramatizada a poesia “Gente

que Incomoda” (RIBEIRO, 2010) e após a leitura foi entregue para cada grupo que (já

estavam divididos por cores, ao entrarem na sala cada um recebia uma ficha de uma

cor e sentavam com as cores semelhantes) um desafio: Qual seria o posicionamento

de cada um se se deparassem com uma daquelas pessoas citadas no texto (Santa

Sabedoria, Senhores da Verdade, Inclusão de Qualquer Jeito...)? Após, cada grupo

apresentou os resultados e para a troca de sugestões entre os colegas.

O Terceiro Encontro com o tema “Análise de Dados das Avaliações Internas

e externas do Colégio” foi um momento oportuno para analisar os dados do Colégio,

dos anos 2005, 2007, 2009, 2011, 2012, 2013 de Aprovação, Reprovação, Evasão,

Prova Brasil e Saep3 e em conjunto propor novas ações para mudar a realidade. Foi

riquíssimo este trabalho, pois foram vistos pontos que ainda não tinham sido

percebidos anteriormente e num momento como este, sem pressão alguma e com

professores de todas as áreas, todos puderam expor ideias e relatar experiências

vivenciadas também em outros colégios. Após a elaboração do novo Plano de Ação,

cada Grupo expôs as alterações para o restante da sala.

O Quarto Encontro teve o tema “Práticas Metodológicas da Gestão

Democrática e Participativa”, no qual foram discutidos o currículo e a sua importância

para que a aprendizagem ocorra. Os Professores sentaram por Áreas de

Conhecimento e analisaram se ao preparar o seu Plano de Trabalho Docente,

planejam aulas baseadas na gestão democrática ou não. Após esta discussão,

elaboraram aulas com metodologias diferenciadas, nas quais os alunos iriam

participar democraticamente dos conteúdos apresentados. Em seguida, cada grupo

apresentou os resultados para troca de sugestões. Este momento propiciou um

debate importante em torno da facilidade e planejar aulas, cujas quais os alunos esteja

realmente sendo atuantes.

O Quinto Encontro teve como tema “Análise do Projeto Político Pedagógico

do Colégio (PPP), sendo que primeiramente foram entregues fotocópias dos “marcos”

Marco Doutrinal e o Marco Operativo que priorizam a gestão democrática como

primordial para o trabalho escolar. Após foi feita a leitura, análise e o debate entre os

grupos se o que está escrito no PPP da escola condiz com a realidade do cotidiano

do Colégio ou se apenas é construído como um documento formal e obrigatório.

Sempre analisando os pontos abaixo:

Marco Doutrinal - Qual o tipo de sociedade que queremos? No que se

fundamenta uma sociedade justa, democrática e participativa? Que valores devem

estar presentes nessa sociedade? Que atitudes esperamos dos sujeitos humanos

diante da sociedade? O que significa ser o homem sujeito da história? O que motiva

3 Dados retirados dos Relatórios Finais e do Portal da Educação do Estado do Paraná.

o ser humano a tornar-se agente de transformação? Como podemos contribuir para a

construção de uma nova sociedade mais justa?

Marco Operativo - Que ideal temos para nossa escola? Que significa ser o

educando sujeito do seu próprio desenvolvimento? Em que consiste o educar-se; em

consequência, qual é o ideal para nossa prática educativa? O que significa a

educação voltada para a realidade? Como tornar a escola um espaço de mudança,

de transformação social? O que caracteriza a escola democrática, aberta e

participativa? O que é qualidade de ensino? Que princípios devem orientar nossa

prática pedagógica?

Neste momento, muitos pontos foram destacados, principalmente os negativos,

que devido à correria diária e ao atropelo de atividades, a maioria dos profissionais

agem de forma individualista, as decisões não são tomadas de forma coletiva e muitas

vezes a gestão democrática fica apenas no papel. Desta forma, todos ali presentes se

comprometeram em se reunir novamente no início do ano letivo de 2016 e apontar

possíveis falhas ocorridas no ano anterior e assumir o compromisso com as mudanças

com o novo grupo de trabalho.

O Sexto Encontro teve como tema “A Ação Coletiva como Referencial para a

Organização do Trabalho Pedagógico” que resultou em muitas discussões, sugestões

e interações entre os cursistas. Foi iniciado este Encontro com o Esquema “Gestor

Democrático Articulador” e todos os outros sujeitos que precisam trabalhar junto com

ele para que realmente a gestão democrática ocorra. Na hora da discussão sobre as

funções dos sujeitos, houve muita discordância, sendo necessário o repensar sobre o

papel do gestor articulador em conseguir manter o equilíbrio da equipe para que ela

produza de forma significativa. Também foi realizada uma Dinâmica – liderança e

envolvimento para a verificação da importância da decisão coletiva e a discussão das

características que não combinam com um a boa liderança.

O Sétimo Encontro com o tema “Gestão e Avaliação” foi iniciado com uma

frase de Nunes (2005), para reflexão. Após teve a leitura do texto Avaliação como

Instrumento para a Gestão Democrática na Educação e o debate através de oito

perguntas sobre a avaliação como gestão. Concluindo através do debate, que a

avaliação faz parte da gestão democrática e que todos devem fazer parte deste

processo. Este Encontro foi encerrado com um vídeo “Quantidade Sim, mas com

Qualidade” - (Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=XvW9b_2vN-0).

O Oitavo Encontro e Encerramento com o tema “Avaliação para Diagnóstico

e Gestão Democrática” iniciou com um debate sobre a seguinte citação:

A importância da participação para atingir os fins democráticos, mas sobre a resistência que ainda existe por parte de muitas pessoas em participar das decisões que vão interferir diretamente em suas vidas. Concluindo que a (não) participação está associada à cultura individual, bem como pela cultura imposta pela sociedade, que nos estimula à competividade, a viver e agir isoladamente. Existindo ainda muitos condicionantes que inviabilizam a participação nos bens sociais. (BORDENAVE, 2007.p.39).

Em seguida, o convidado Eleandro Soares (Administrador realizou um Colóquio

com o Tema – Liderança em Gestão), abordando os pontos principais dos sete

encontros já realizados e dando uma maior ênfase nos Condicionantes da Prática

Participativa, ou seja, o que é necessário para que o grupo realmente se envolva? O

que precisa ser feito para que cada sujeito não realize apenas aquilo que é de sua

função, sem olhar para um todo? Como deve ser o gestor na escola, ele deve estar

ao lado ou no centro? Foi muito significativo cada um dos materiais e a metodologia

utilizada pelo palestrante: as imagens, os slides, os trechos de textos, as dinâmicas,

a mesa redonda, enfim todos se sentiram bem em interagir com os outros cursistas e

dar a sua contribuição neste Colóquio.

Durante os oito encontros observou-se uma mudança de postura entre os

Professores e a Equipe Diretiva, as atividades contribuíram e muito para a

fundamentação teórica da produção das atividades relacionadas às novas

metodologias tendo a gestão democrática como fundamental. Este grupo de

discussão promoveu reflexão sobre os encaminhamentos metodológicos positivos e

sobre aqueles que precisavam ser mudados, proporcionou análises e as dinâmicas

constituíram um valioso instrumento educacional que também pode ser utilizado com

os alunos, pois, quando se opta por uma concepção de educação que valoriza tanto

a teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.

Neste Projeto o trabalho coletivo foi colocado como um caminho para se

interferir na realidade encontrada inicialmente, onde promoveu o encontro de pessoas

e o saber foi construído junto, analisando criticamente o grupo e a si mesmo e

elaborando coletivamente um saber, tentando aplicar os seus resultados. Foi

importante ressaltar que faz parte desse processo a garantia da participação

constante de todos os participantes. Só assim todos se sentiram donos do saber

alcançado.

3.2 OS ENCAMINHAMENTOS NO GUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR)

No decorrer da aplicabilidade do Projeto e do Grupo de Trabalho em Rede

(GTR), do qual vinte professores se inscreveram, 18 iniciaram e 16 finalizaram todas

as etapas do Curso, percebeu-se que foram muitas as contribuições dadas por eles.

Os cursistas em geral, com relação à Gestão Democrática e Participativa acreditam

esta ser utopia. Porém, “acreditam que possa vir a existir, mas que necessita ser

trabalhado de forma detalhada e ampla, com o envolvimento de todos os setores da

escola, que tenha uma efetiva participação de pais, educadores, alunos e comunidade

em geral” (Cursista 1)4. Também, como o autor Coutinho (2000) que considera a

Gestão Democrática como a noção da cidadania, a capacidade conquistada por todos

os indivíduos, de se apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem todas

potencialidades de realização humana abertas pela vida social em cada contexto

histórico determinado.

Nos Fóruns do GTR, as contribuições foram bastante significativas para o

debate realizado entre os cursistas, pois analisando o Projeto que foi implementado

eles relatam que “a abordagem a esta questão que sempre tem sido objeto de estudo

sobre o sistema educacional, que é a democracia e participação na gestão da escola

pública e a administração escolar, têm sido alvo de debates numa época de

globalização, portanto, neste Projeto estudado, aborda-se a relação existente entre

uma gestão escolar democrática e participativa com o resultado positivo que esta

administração pode causar no cotidiano escolar” (Cursista 2). Também destacam que

“por acreditarem na Gestão Democrática e no que ela pode ser incisiva na construção

coletiva da qualidade, devemos caminhar juntos para ser construirmos, unindo teoria

e prática, além de possibilitar um alicerce de uma nova cultura organizacional, unindo

teoria e prática, além de possibilitar o vislumbre de uma escola pública democrática,

participativa e de qualidade, pensando nisso a participação das instâncias colegiadas

é determinante, mas a família na escola é fundamental para concretizar essa tão

sonhada democracia educacional” (Cursista 5). A maioria dos professores cursistas

consideram que “a direção deve orientar as decisões mais importantes, organizar a

4 Nesta seção do texto serão acrescentados relatos dos professores cursistas do GTR em itálico para diferenciá-las do referencial teórico consultado.

equipe para a tomada de decisões administrativas e pedagógicas e que tudo isso deve

ser feito de maneira coletiva e não autoritária”. (Cursistas 7).

O papel do professor é fundamental para que a gestão democrática realmente

ocorra no espaço escolar. Assim, percebe-se a necessidade de que todos na

instituição precisam estar envolvidos nos encaminhamentos metodológicos que se

fizerem necessários e explicitados no Projeto Político-Pedagógico da escola. Ao

serem indagados no que consideravam como fundamental para que o professor

fizesse parte da construção deste processo, muitos responderem que “a vontade de

expandir o desejo de concretizar é inerente do ser humano, mas as pessoas devem

estar no lugar e na hora certa. Se a gestão participativa vai além de uma escolha

democrática de gestores, os professores necessitam da garantia e meios que o

possibilite a desenvolver seu papel na construção desse processo como uma peça

fundamental, pois ele é um profissional da educação que pode estar de forma incisiva

colaborando junto com a equipe pedagógica para motivar inicialmente o aluno, pois o

chão da escola começa com os educandos”. (Cursista 10).

Também deram uma grande ênfase em esclarecer sobre a importância dos

saberes e do embasamento teórico sempre em consonância com o PPP, como citam

a seguir: “No tocante ao processo de Gestão Democrática e Participativa, o professor

deve engajar-se auxiliando no coletivo da escola a construção dos saberes,

contribuindo de forma eficaz em todos os encaminhamentos metodológicos, sempre

em consonância com o Projeto Político Pedagógico da Escola, pois este embasa todo

o trabalho do professor no sentido de trilhar caminhos para que a aprendizagem se

efetive em todo contexto escolar. Neste sentido é de fundamental importância que o

professor faça a sua história e participe efetivamente para que a Gestão seja mesmo

democrática e participativa”. (Cursistas 7).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto desenvolvido neste período de participação no PDE procurou, por

meio dos encontros, contribuir para o enriquecimento teórico e metodológico dos

professores e da Equipe Diretiva do Colégio Professora Orlanda Distéfani Santos no

tema “gestão escolar democrática e participativa”.

Segundo os professores cursistas, durante e após os encontros, as discussões

não pararam. Pois, consideram que é muito relevante aplicar a gestão democrática na

escola e que significa dar liberdade e autonomia, para que, de forma coletiva, cada

integrante possa opinar bem como expor suas ideias, faz-se necessário que

educadores se sintam responsáveis pela transformação das estruturas curriculares e

se empenhem cada vez mais na construção de uma sociedade justa onde o foco

principal seja a qualidade de ensino que tanto almejamos.

Neste contexto, consideram este Projeto aplicado de suma importância, pois

não se pode continuar alimentando a nossa prática com concepções e paradigmas

criados para uma sociedade e indivíduos do passado, mas através da prática do

diálogo, da democracia e da descentralização, da instalação de um processo coletivo

de avaliação de cunho emancipatório, conseguiremos sim mudar o quadro da nossa

educação. Consideram que “a participação do professor para que a gestão

democrática se concretize no interior das escolas envolve uma grande quantidade de

atribuições que vão muito além da regência de aulas, devendo o mesmo ser provido

de capacitações que o levem ao entendimento mínimo da maneira complexa como

uma escola pública deve ser dirigida, das leis, instruções, orientações que

obrigatoriamente devem ser seguidas, da burocracia que envolve o processo

educacional. Muito se fala em gestão democrática onde a voz da comunidade escolar

deveria ser ouvida e após discussões, análises, o que houvesse de melhor para o

ensino e aprendizagem, considerando as suas especificidades, poderia ser

implantado, entretanto não é a nossa realidade. Também comentaram muitas vezes

que, “o tempo dos profissionais é reduzido, muitas vezes trabalham em mais de uma

escola, são colocadas muitas atribuições aos professores e a participação na gestão

democrática exige dedicação, tempo para participar de reuniões, discussões,

atividades extras, ou seja, além de todas as limitações citadas ainda nos deparamos

com o agravante que a autonomia citada na LDB não é uma realidade, o que muitas

vezes desmotiva e dificulta um trabalho coletivo onde todos possam participar. O

processo de gestão democrática só será possível com o envolvimento, dedicação e

eficiência dos professores quando for possibilitado tempo para que possam se reunir

e deliberar sobre o que é melhor para a sua realidade, com maior autonomia e

liberdade”. (Cursistas 7).

Através dos relatos e discussões dos cursistas e das produções realizadas nas

Oficinas e no GTR, percebeu-se que o principal objetivo do trabalho foi atingido de

forma plena, pois as três etapas do trabalho: o Projeto – o Caderno Pedagógico

(Oficinas) – o Grupo de Trabalho em Rede (GTR) conseguiram analisar e propor

ações pedagógicas fundamentadas em uma proposta de gestão escolar democrática

e participativa de forma a contribuir na melhoria do processo de ensino e

aprendizagem do Colégio envolvido, reconhecendo as possíveis causas do fracasso

escolar e dos resultados negativos no processo pedagógico, estimulando o grupo ao

desenvolvimento de práticas de gestão democrática e de organização do trabalho

pedagógico que contribuíssem para uma aprendizagem efetiva dos alunos, de modo

a incidir, progressivamente, na melhoria do desempenho escolar.

Portanto, considera-se que o papel do docente dentro do contexto da gestão

democrática e participativa é fundamental para que a organização pedagógica se

torne eficaz. Uma escola onde todos possam estar envolvidos nos encaminhamentos

metodológicos é capaz de proporcionar aos seus alunos uma aprendizagem

envolvente que cria meios para a construção de conceitos e para a aprendizagem de

forma efetiva. O professor comprometido com a gestão participativa desperta em seus

alunos a capacidade de pesquisar e formular novas hipóteses, fazendo assim com

que a aprendizagem pela interação aconteça de forma espontânea e mediativa, ou

seja, o exercício da cidadania também se inicia por meio da participação e interação

nas atividades propostas na escola.

Para isso, a escola de hoje exige novas posturas e novas responsabilidades de

todos os que nela intervêm e contribuem para uma melhoria do ensino, sendo estas

pessoas, os professores, pais e outros da comunidade. Sendo fundamental o espaço

escolar como espaço para a Gestão Democrática e Participativa acontecer, por meio

de ações oportunizadas pelo gestor, professores e funcionários da escola, com o

envolvimento de todos na tomada das decisões e na realização das ações.

5. REFERÊNCIAS

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