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OS ALIMENTOS E SUAS EMBALAGENS: Uma Metodologia para o
Ensino da Matemática
Maristela Sarda 1
Arilda Maria Passos 2
Resumo
O presente artigo faz uma abordagem sobre o ensino da Geometria plana e espacial, utilizando como ferramenta, os alimentos e suas embalagens. O enfoque metodológico da pesquisa buscou relacionar o conteúdo da Geometria com o cotidiano dos alunos, de forma interdisciplinar, considerando a dificuldade que os mesmos encontram em contextualizar esses conceitos. Por meio de atividades diversificadas, possibilitou-se a reflexão e o encaminhamento de metodologias alternativas, buscando solucionar as dificuldades que se apresentam. Pretende-se resgatar os conceitos geométricos que os alunos já possuem e introduzir outros que são considerados básicos para a formação dos discentes. A proposta contribuiu para a aprendizagem da Geometria e possibilitou o conhecimento de outros conceitos matemáticos, podendo ser aplicado em turmas do ensino fundamental, médio e normal.
Palavras-chave: Geometria; Interdisciplinaridade ; Contextualização
1 INTRODUÇÃO
Na formulação do problema para o desenvolvimento do Plano de
Trabalho do PDE/2010 considerou-se que o ensino da matemática ainda se
apresenta um tanto isolada das demais disciplinas, restringindo-se a poucas
situações contextualizadas e algumas modelações. Na maioria das vezes, o
ensino da disciplina se dá de forma mecânica e distante da realidade do aluno,
1 Professora da disciplina de Matemática – Rede Pública – Clevelândia, Paraná. 2 Professora, Mestre, Orientadora – UNICENTRO – Guarapuava, Paraná. .
ficando restrito a teorias, definições e exercícios repetitivos. A partir dessa
perspectiva, põe-se em questão: o que se pode fazer para que a Matemática
ocupe verdadeiro significado na vida cotidiana e concreta do aluno?
Considerando-se que a Matemática é uma ciência que está presente
em nosso dia a dia, então, deve-se proporcionar ao aluno condições de
relacioná-la com os conteúdos vistos na escola. Sente-se a necessidade de
buscar novos caminhos para ir de encontro aos anseios do aluno,
possibilitando uma nova proposta de trabalho, que faça com que o aluno sinta
satisfação em aprender, bem como, construa seu conhecimento de forma
indissociável.
Mais uma vez é importante ressaltar que a Matemática não pode
passar despercebida, uma vez que está relacionada com tudo que nos rodeia.
Por esse motivo, nesse projeto apresenta-se uma proposta de trabalho que
leva o aluno a relacionar a matemática escolar com a matemática presente nos
alimentos e suas embalagens.
Sabe-se que o mundo moderno é sem dúvida, um mundo permeado
pela ciência e pela tecnologia, pois é um mundo invadido pela Matemática e
esta, não pode passar despercebida, uma vez que faz parte do nosso cotidiano
e se relaciona indubitavelmente com tudo o que nos rodeia.
Conforme MIGUEL E MIORIM (2004, apud DCE, 2006, p.23):
A finalidade da educação matemática é fazer o estudante compreender e se apropriar da própria matemática “concebida como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, etc.” Outra finalidade apontada pelos autores fazer o estudante construir, por intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando a formação integral do ser humano e, particularmente, do cidadão, isto é, do homem público.
É preciso lembrar que a sociedade atual exige a formação de cidadãos
integrais, que saibam expressar-se bem, que tenham conhecimentos gerais,
pensem com números e resolvam problemas do seu cotidiano.
Nesse sentido, o professor deve preocupar-se em usar metodologias e
técnicas adequadas para atingir seu objetivo que é proporcionar situações para
que o conhecimento se efetive, trabalhando os conteúdos e conhecimentos
matemáticos de forma contextualizada.
É importante ressaltar ainda que a educação matemática busca fazer
com que o aluno se aproprie dos conhecimentos necessários para descrever e
interpretar fenômenos matemáticos por meio de situações relacionadas com
seu dia-a-dia.
De acordo com Ramos (2004, p.01, apud DCE, 2008, p. 28):
Sob algumas abordagens, a contextualização, na pedagogia, é compreendida como a inserção do conhecimento disciplinar em uma realidade plena de vivencias, buscando o enraizamento do conhecimento explícito na dimensão do conhecimento tácito. Tal enraizamento seria possível por meio do aproveitamento e da incorporação de relações vivenciadas e valorizadas nas quais os significados se originam, ou seja, na trama de relações em que a realidade é tecida.
A argumentação de Ramos endossa a dificuldade que se tem na
disciplina de Matemática, se precisa que o conhecimento ganhe significado
para nossos alunos e que este, seja de fato apreendido.
Citando as DCEs (2008, p. 46):
[...] aprender Matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e transcender o imediatamente sensível. (PARANÁ, 1990, p. 66)
A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que
possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às ideias
matemáticas de modo a tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar,
analisar, discutir e criar. Desse modo, supera o ensino baseado apenas em
desenvolver habilidades, como calcular e resolver problemas ou fixar conceitos
pela memorização ou listas de exercícios.
É imprescindível que o estudante se aproprie do conhecimento de
forma que "compreenda os conceitos e princípios matemáticos, raciocine
claramente e comunique ideias matemáticas, reconheça suas aplicações e
aborde problemas matemáticos com segurança" (LORENZATO e VILA, 1993,
p.41, apud DCE, 2008, p.47).
Citando as DCEs (2008, p. 48):
Pela educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias. Aprende-se Matemática não somente pela sua beleza ou pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade.
Numa tentativa de tornar o ensino da geometria mais atrativo e
significativo para os alunos, este artigo aponta alternativas, que possibilitam a
aplicação desses conteúdos em sala de aula de maneira contextualizada e
prazerosa, uma vez que vem de encontro á realidade. Para tanto, Utiliza os
alimentos e suas embalagens como modelo concreto para a abordagem desse
conteúdo, juntamente com a interação com outras disciplinas.
2 Referencial teórico
Importância da geometria
As novas tendências das Escolas Públicas no Paraná são as das
perspectivas da construção do conhecimento. A escola entra num processo
para viabilizar as condições de ensino-aprendizagem, dosar e ordenar a
transmissão e assimilação do conhecimento de modo que o aluno também
construa o seu próprio conhecimento em cima dos conceitos e daquilo que é
proposto pelo professor. Para isso há uma necessidade de partir de uma
prática educativa que leve o aluno a abstrair tais conceitos de modo ordenado,
sequenciado e correto, para que a partir da abstração, tenha uma visão prática
desses conceitos e possa contextualizá-los em seu mundo vivido.
No ensino da Matemática, se deve considerar estes aspectos e renovar
a nossa atuação perante os alunos. Esta renovação deve interligar fatores
como prática e teoria, para que a aprendizagem se complete e que haja uma
integração entre escola e sociedade.
Destaca-se, nesse contexto, o ensino da Geometria, nela percebe-se
que os alunos construirão conceitos geométricos com maiores habilidades e,
consequentemente, integrar-se-ão com outras áreas da Matemática
assimilando-as e utilizando-as na prática de sua vivência, generalizando a sua
aprendizagem matemática.
Segundo FAINGUELERNT:
A geometria oferece um vasto campo de idéias e métodos de muito valor quando se trata do desenvolvimento intelectual do aprendiz, do seu raciocínio lógico e da passagem da intuição de dados concretos e experimentais para os processos e experimentais para os processos de abstração e generalização. Ativa as suas estruturas mentais, possibilitando a passagem do estágio das operações concretas para os das operações formais. A Geometria é, portanto, um campo fértil para o exercício de aprender a fazer e aprender a pensar, por que a intuição, o formalismo, a abstração e a dedução constituem sua essência. (Fainguelernt, 1993, apud FAINGUELERNT, 1996, P.54)
A Geometria na Educação Básica deve possibilitar ao aluno visualizar,
representar e compreender o mundo ao seu redor. Identifica-se que o ensino-
aprendizagem da Geometria sempre esteve presente na realidade do homem:
números e formas geométricas. Estes são dois ramos básicos da Matemática.
Para Lorenzato (1995 apud DCE, 2008) ela é um dos ramos da matemática
mais propícia ao desenvolvimento de capacidades e habilidades, a saber: a
criatividade, a percepção espacial, o raciocínio hipotético-dedutivo,
favorecendo a interação da aprendizagem em sala de aula.
Segundo VERGNAUD & HERSHKOWITZ & FISCHBEIN:
O renascimento e a reformulação no ensino da Geometria não são apenas uma questão didático-pedagógica, são também epistemológica e social. A Geometria exige do aprendiz uma maneira específica de raciocinar, uma maneira de explorar e descobrir. Não é
suficiente conhecer bem a aritmética, álgebra ou análise para conseguir resolver situações-problemas em Geometria. (Apud FAINGUELERNT, 1996, P.54)
Acredita-se então que a Geometria não pode passar despercebida,
porque ela é parte de nossa vida cotidiana e profissional e, ainda, se
observarmos o mundo que nos rodeia não podemos fugir de maneira alguma
deste ramo da Matemática, pois, ela está presente em tudo.
Segundo FISCHBEIN:
Seu estudo é de fundamental importância para se desenvolver o pensamento espacial e o raciocínio visual, necessitando recorrer à intuição, a visualização, a percepção e a representação, que são habilidades essenciais para a leitura do mundo e para que a visão da matemática não fique distorcida. (apud FAINGUELERNT, 1996, p. 55)
Percebe-se a necessidade de ressaltar que a Geometria é de
fundamental importância para transformar o saber Matemático empírico do
educando em um saber sistematizado, mas, de maneira agradável, prazerosa,
que faça o aluno participar da sociedade ativamente, aplicando na vida seus
conhecimentos.
Faz-se importante ressaltar ainda que o nosso aluno: “vivenciando a
construção dos conceitos da Geometria através das atividades que possibilitem
imaginar, explorar, criar, desenhar, levantar hipóteses e argumentar, é possível
esclarecer ideias abstratas, facilitando a comunicação das ideias matemáticas”.
(FISCHBEIN, apud FAINGUELERNT, 1996, p. 59).
Pressupõe-se que a Geometria requer do professor de Matemática um
conhecimento teórico dos conteúdos que vai ensinar, de forma que o ensino
dos entes geométricos possa ser adequadamente planejado em cada nível de
atuação.
Considera-se ainda que planejar um conteúdo consiste, não apenas
em programar o que ensinar, mas também, em selecionar as experiências que
deverão ser vivenciadas e as metodologias apropriadas para o trabalho
proposto.
Interdisciplinaridade
Quando se refere à interdisciplinaridade na educação básica, está
sendo levado em conta o fato de se trabalhar os conteúdos matemáticos de
uma forma mais integrada e contextualizada com os conteúdos das outras
disciplinas e os próprios conteúdos da matemática, passando uma visão de
unidade e totalidade do saber.
A interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento
globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Conforme DCE/2006
(p.41) “... os conteúdos estruturantes relacionam entre si e evocam outros
conteúdos tanto estruturantes quanto específicos, além de sugerir relações de
interdependências que, por efeito, enriquecem o processo pedagógico”.
Para isso salienta-se que não é preciso que o professor tenha que ter
conhecimento sobre todas as outras disciplinas, mas que tenha bom
conhecimento sobre sua disciplina e os conteúdos a serem ensinados, os
enfocando dentro de um contexto histórico, social, político, econômico,
geográfico, cultural, mostrando aos alunos que os conteúdos se
complementam e nunca aparecem estanques e isolados.
De acordo com D’Ambrósio, 1999, p. 15 “... O exercício de direitos e
deveres acordados pela sociedade é o que se denomina de cidadania”. E, “...
Educação é o conjunto de estratégias desenvolvidas pela sociedade para:
possibilitar a cada indivíduo atingir seu potencial criativo; estimular e facilitar a
ação comum, com vistas a viver em sociedade e exercer cidadania.” Com isso
considera-se que o professor deva conduzir o processo educativo de forma a
colocar sua disciplina a serviço da educação e não subordinar a educação aos
objetivos e avanços de sua disciplina.
Educação não é treinamento, educação é transformação. Pensando
sobre uma educação de qualidade e que realmente promova uma
transformação no indivíduo em formação é que se tenta analisar as várias
formas de abordar os conteúdos das disciplinas da educação básica.
Segundo Piaget (apud Girardelli, 1999) a interdisciplinaridade seria
uma forma de chegar a transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na
integração e reciprocidade entre as ciências, mas alcançaria um estágio onde
não haveria mais fronteiras entre as disciplinas.
A Interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento
globalizante, rompendo fronteiras com as disciplinas.
3 Desenvolvimento
A turma envolvida na implementação do projeto, “Os alimentos e suas
embalagens: uma metodologia para o ensino da Matemática”, foi a 6ª série(7º
ano), período matutino, sendo que as atividades foram implementadas no mês
de agosto de 2011 no Colégio Estadual João XXIII – EFMN, na cidade de
Clevelândia - Pr. O colégio atende alunos da zona urbana e rural. Por ser uma
turma heterogênea, houve a necessidade de retomar conhecimentos básicos
sobre Geometria Plana e espacial.
Os alunos foram informados que participariam de um projeto,
envolvendo geometria. Apesar de gostarem da ideia, alguns não percebiam a
presença desse conteúdo no seu cotidiano.
Nesse sentido, houve a necessidade de usar uma metodologia
diferenciada, o que despertou nos alunos interesse e curiosidade, levando-os
a enxergar a geometria de forma concreta.
Este projeto realizou-se em momentos diferentes:
1º momento: foi aplicado aos alunos, individualmente, um questionário
avaliativo sobre geometria Plana e Espacial. O resultado obtido, se encontra
no gráfico abaixo.
Fonte: Colégio Estadual João XXIII – EFMN – 2011
O questionário abordou vários elementos, conceitos e definições
geométricas. Objetivou-se com o mesmo avaliar o conhecimento prévio que os
alunos tinham a respeito da geometria, enfatizando as formas geométricas e
como elas se apresentam na vida das pessoas. Também foi contemplada
algumas questões de medidas e a última questão foi colocada para analisar o
que os alunos sabem a respeito das embalagens de alimentos e a
possibilidade de reciclagem das mesmas. Com a observação dos dados
obtidos, constatou-se que os alunos tiveram algumas dificuldades para
responder o pré teste, principalmente nas atividades que envolveram
conhecimentos elementares de geometria.
Constatou-se também, que os alunos não têm noção do porquê da
forma das embalagens e sua reciclagem, o que proporcionou um trabalho de
conscientização a respeito da reciclagem do lixo.
2º momento: Os alunos assistiram ao video “Donald no País da Matemágica”,
como motivação para abordar os conceitos básicos de geometria. Durante o
debate que aconteceu posteriormente sobre os conceitos matemáticos e
geométricos que surgiram no filme, observou-se que os alunos conseguiram
abstrair do vídeo toda a matemática proposta, os alunos interagiram e
participaram ativamente dessa atividade.
3º momento: Distribuiu-se um folheto sobre os principais itens que devem
estar presentes nos rótulos das embalagens. Essas informações foram
trabalhadas juntamente com a professora de ciências. Constatou-se que os
alunos desconheciam essas informações o que tornou importante essa
atividade para o conhecimento dos mesmos.
4º momento: Os alunos coletaram rótulos alimentares e, em grupo,
identificaram nos rótulos o nome do alimento e as informações nutricionais
contidas, elaborando cartazes com o resultado da pesquisa. Essa atividfade
possibilitou que os alunos observassem que nos rótulos existem informações
que eles nunca haviam percebido.
5º momento: Os alunos foram divididos em grupos com o objetivo de realizar
uma pesquisa de campo em um supermercado local. Cada grupo recebeu uma
ficha onde constava: nome dos alunos, série, local da pesquisa, produto,
formato da embalagem, material utilizado na confecção, peso, preço e
observações. Os alunos observaram se havia promoções e como os produtos
estavam dispostos nas gôndolas. Fotografaram as embalagens em diversos
ângulos, para apresentar posteriormente aos colegas. Realizada a pesquisa,
os alunos, em sala de aula, apresentaram a pesquisa, analisando e discutindo
as formas geométricas encontradas e fotografadas, utilizando como
ferramenta, as mídias.
6º momento: Em grupo, os alunos trouxeram embalagens de alimentos de
vários formatos. Cada grupo separou, classificou e nomeou as embalagens
coletadas, observando: forma, tamanho, espessura, vértices, faces, arestas, o
produto utilizado na sua confecção, sua capacidade (litro ou grama) e
compararam com as informações que constam nas embalagens.
As embalagens de alimentos foram classificadas como quadrangulares
e cilíndricas, sendo que os alunos observaram que as quadrangulares
aparecem em maior número, predominando nos leites e sucos.
Com as embalagens coletadas pelos alunos, foram realizadas várias
atividades envolvendo conteúdos matemáticos, entre eles: as dimensões
espaciais da embalagem, manipulação das embalagens, planificando-as, as
formas geométricas encontradas nas faces das embalagens e nas
planificações, nomeação das formas geométricas, medição das formas
geométricas, cálculo do perímetro, áreas e volume.
Cada aluno desenhou a sua embalagem levando em consideração as
medidas das mesmas. Com o resultado obtido, foi trabalhado o perímetro,
área das faces e o volume.
7º momento: Cada grupo escolheu uma das embalagens. Dessa embalagem
foi determinada as medidas das arestas, calculado o volume comparando com
a medida especificada no rótulo, a área de cada face da embalagem
determinando a área total para estimar o custo na sua confecção. Nessa
atividade ao analisarem os rótulos das embalagens escolhidas com os seus
cálculos, os alunos ficaram surpresos ao constatar embalagens que não
correspondiam com as medidas computadas.
8º momento: os grupos criaram um produto fictício, elaboraram um rótulo,
confeccionaram uma embalagem e criaram um comercial para a venda do
produto. Na apresentação do comercial aos colegas, constatou-se o interesse e
a motivação no processo da confecção e criação do produto.
9º momento: Após o término das atividades da implementação, os alunos
realizaram novamente o teste feito antes de iniciarmos o projeto, com o
objetivo de observar o seu aproveitamento. O resultado obtido encontra-se no
gráfico abaixo.
Fonte: Colégio Estadual João XXIII – EFMN - 2011
Com a análise do gráfico, constatou-se que aproximadamente 70% dos
alunos obtiveram um resultado positivo no pós teste, demonstrando assim que
as atividades desenvolvidas levaram não só ao conhecimento da geometria
plana e espacial, como também possibilitou que os alunos percebessem a
relação existente entre a geometria e nosso cotidiano. As atividades foram
realizadas com entusiasmo, participação e interação.
Grupo de Trabalho em Rede
Este trabalho teve início em 10/10/2011 por disciplina específica, com
carga horária de 60 horas, conforme instruções da SEED.
Num primeiro momento houve orientações de como trabalhar com a
plataforma, por meio de curso com a equipe da CRTE (Coordenação Regional
de Tecnologia na Educação do Núcleo Regional de Educação) os quais,
colocaram a maneira de como deveria ser formatado o curso, os
encaminhamentos para cada módulo e como se comunicar com os integrantes
da rede.
O Grupo de Trabalho em Rede foi uma experiência gratificante, que
possibilitou a troca de conhecimentos entre professores de todo Estado. Houve
quinze inscritos que era o número máximo por turma no curso e quatorze
concluíram todos os módulos propostos. A troca de experiências foi
enriquecedora para a prática docente dos cursistas.
As atividades propostas foram todas postadas dentro dos prazos, com
qualidade e aprofundamento oriundos das consultas feitas pelos cursistas, aos
documentos disponíveis.
As interações demonstraram entendimento das leituras feitas e
propiciaram ótimas discussões.
No Fórum: vivenciando a prática, os cursistas tiveram oportunidade de
contribuir com suas experiências, as quais, puderam ser aproveitadas e
aplicadas em sala de aula.
Os educadores consideraram que existe necessidade de uma
metodologia diferenciada que leve o educando a compreender a matemática
que ele estuda com a matemática do dia a dia, estabelecendo assim um elo
entre a teoria e a prática.
Considerou-se muito importante esse momento do programa, pois as
práticas e as discussões se aprimoraram com as experiências relatadas.
4 Considerações finais
Considera-se que uma aula de matemática aborda e está ligada a
outros conhecimentos que interagem o tempo todo com o cotidiano dos alunos,
permitindo assim pesquisas, atividades práticas, leituras de embalagens,
brincadeiras e o uso de tecnologias. Na sociedade atual há uma globalização
de informações que exigem destreza e criatividade por parte do educando,
fazendo-se necessário uma intervenção na postura docente no processo
ensino- aprendizagem.
O Programa de Desenvolvimento Educacional foi uma oportunidade
única para aprimorar e aperfeiçoar o conhecimento. Ao iniciar a implementação
pedagógica, observou-se por meio de pesquisa, que alguns alunos
consideravam a Geometria algo que não tinha relação e nem aplicabilidade no
seu cotidiano. Ao final da implementação, houve uma mudança no
comportamento dos alunos, que demonstraram interesse pela disciplina e
gosto pelas atividades desenvolvidas.
Nesse trabalho, conseguiu-se instigar no aluno uma atitude de
observação e investigação das formas geométricas das embalagens dos
alimentos presentes em seu dia a dia. Por meio dessa manipulação e
visualização dos diferentes tipos de embalagens, foi possível trabalhar diversos
conceitos básicos da Matemática, oportunizando a interdisciplinaridade com
ciências e artes.
Pode-se afirmar que foi proveitoso e gratificante trabalhar os conteúdos
de Geometria Plana e Espacial por meio das embalagens, pois ao aproximar a
matemática do cotidiano, o resultado obtido no que se refere à aprendizagem
foi maior, uma vez que o conteúdo passou a ter relação com a vivência dos
alunos, tornando-se assim significativo.
5 Referências
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