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    Eso e Se Pb o Eso e Ms GesSee e Eso e Se e Ms Ges

    See Mp e Se e Beo Hooe

    OficinaS dE QualificaO da atEnOPriMria SadE EM BElO HOrizOntE

    O 2

    Beo Hooe, 2009

    rees e aeo Se erego assse

    G o Geee e Pojeos(to)/fo

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    ESCOLA DE SADE PBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAISUnidade SedeAv. Augusto de Lima, 2.061 - Barro Preto - BH - MGCEP: 30190-002 - www.esp.mg.gov.br

    Unidade Geraldo Campos ValadoRuaUberaba, 780 - Barro Preto - BH - MG

    CEP: 30180-080

    Tammy Angelina Mendona Claret MonteiroDiretora Geral da Escola de Sade Pblicado Estado de Minas Gerais

    Thiago Augusto Campos HortaSuperintendente de Educao

    Onofre Ricardo de Almeida MarquesSuperintendente de Pesquisa

    Adilson Meireles PachecoSuperintendente de Planejamento,Gesto e Finanas

    Fabiane Marns RochaAssessora de Comunicao Social

    Audrey Silveira BastaAssessor Jurdico

    Nina de Melo Dvel

    Auditora Geral

    Ana Crisna Mormer Lio de CarvalhoCoordenadora de Educao Permanente - SEDU/ESP-MG

    Juliana Fonseca de OliveiraCoordenadora de Educao Tcnica - SEDU/ESP-MG

    Tereza Crisna PeixotoCoordenadora de Educao Superior - SEDU/ESP-MG

    Patrcia da Conceio ParreirasCoordenadora do Ncleo de Gesto Pedaggica - SEDU/ESP-MG

    Stella Maris Srvarca ArasCoordenadora do Ncleo de Planejamento Educacional - SEDU/ESP-MG

    Michael Molinari AndradeCoordenador do Ncleo de Aes Estratgicas - SEDU/ESP-MG

    Responsveis Tcnicos/Ncleo de Aes Estratgicas - SEDU/ESP-MG

    Ana Carolina da Silva CrisanoDinalva Marns IriasEleni Fernande Moa de LimaVirgnia Rodrigues Braga

    Reviso Tcnico-Pedaggica:Carlos Haroldo PiancastelliDinalva Marns IriasDulcinia Pereira da CostaPoliana Estevam NaarPatrcia da Conceio ParreirasThiago Augusto Campos HortaWagner Fulgncio Elias

    Editor Responsvel:Fabiane Marns Rocha

    Produo grca e Impresso: Autnca Editora

    SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAISRua Sapuca, 429 - CEP: 30150-050 - Belo Horionte-MGwww.saude.mg.gov.br

    Marcus Vincius Caetano Pestana da SilvaSecretrio de Estado de Sade de Minas Gerais

    Antnio Jorge de Souza MarquesSecretrio-Adjunto de Estado de Sade de Minas Gerais

    Helida de Oliveira LimaSubsecretria de Polcas e Aes de Sade

    Marco Antnio Bragana de MatosSuperintendente de Ateno Sade

    Elice Eliane Nobre RibeiroGerente de Ateno Primria Sade

    Fernando Santos SchneiderGerente Adjunto do Projeto Estruturador Sade em Casa

    Jomara Alves da SilvaSubsecretria de Inovao e Logsca em Sade

    Juliana Barbosa e OliveiraSuperintendente de Gesto de Pessoas e Educao em Sade

    Aline Branco MacedoGerente de Aes Educacionais em Sade

    SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE DE BELO HORIZONTEAvenida Afonso Pena 2336 Funcionrios Belo Horionte MG CEP: 30130.007www.pbh.gov.br

    Mrcio Arajo de LacerdaPrefeito de Belo Horionte

    Marcelo Gouva TeixeiraSecretrio Municipal de Sade de Belo Horionte

    Susana Maria Moreira RatesSecretria Municipal Adjunta

    Fabiano PimentaSecretrio Municipal Adjunto

    ELABORAO DO PLANO DIRETOR DA ATENOPRIMRIA SADE:

    Eugnio Vilaa MendesConsultor da Secretaria de Estado de Sade

    Maria Emi ShimazakiConsultora Tcnica

    Marco Antnio Bragana de MatosSuperintendente de Ateno Sade

    Fernando Antnio Gomes LelesAssessor-chefe da Assessoria de Gesto Regional

    Wagner Fulgncio EliasAssessor de Normaliao

    Luciana Maria de MoraesTcnica da Assessoria de Normaliao

    Marli NacifTcnica da Gerncia de Ateno Primria Sade

    GRUPO DE ADAPTAO DAS OFICINAS DE QUALIFICAODA ATENO PRIMRIA SADE EM BELO HORIZONTE

    Representantes da Secretaria Municipal de Sade de Belo Horionte

    Adriana Lcia MeirelesAlexandre MouraAline Mendes SlvaAmlia Egnia Froes FonsecaAna Maria ResendeAndra Ramos AlmeidaCarlos Alberto Tenrio CavalcanteCludia GonjoDenise Ribeiro MesquitaEliana Maria de Oliveira SEvely CapdevilleHeloisa Maria MuzziJanete Maria FerreiraJanete dos Reis CoimbraJrsia Amaral de SouzaJlia Carvalho Alves PerdigoLenice Hasumi IshitaniLecia de Castro MaiaLorena BraggaMaria Imaculada Campos DrumondMaria Janini Lino e MacedoMaria Luza Fernandes TostesMax Andr dos SantosMilson Alves da FonsecaNeuslene Rivers QueirozNomria Csar do NascimentoPaulo Csar NogueiraRbia Mrcia Xavier de LimaSandra Alice Pinto Coelho MarquesSandra Crisna PaulucciShirley Maria FonsecaSimone PalmerSnia Gestera de MaosStella Deusa Pegado de ArajoVanessa Almeida

    Representantes da Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais

    Conceio Aparecida GonalvesLuciana Maria de Moraes

    Todos os direitos reservados. permida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer m comercial.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    SUMRIO

    1. COMPETNCIA............................................................................................................. 05

    2. OBJETIVOS................................................................................................................... 05

    3. ESTRATGIAS E ATIVIDADES......................................................................................... 05

    4. ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAO........................................................................ 07

    1 Dia .............................................................................................................................. 08

    Avidade I. Introduo e Dinmica Inicial........................................................................08

    Avidade II. Relato sobre a Conduo da Ocina Anlise da Ateno Primria Sade no N9velLocal.................................................................................................................................08

    Avidade III. Redes de Ateno Sade...........................................................................09

    Avidade IV. Dimensionamento da Rede de Ateno Sade.........................................22

    Avidade V. Reexo sobre o Dimensionamento das Redes de Ateno Sade....................32

    Avidade VI. Estudo de Caso Parte I..............................................................................32

    Avidade VII. Os Modelos de Ateno Sade................................................................34

    2 Dia .............................................................................................................................. 40

    Avidade VIII. A Regulao Assistencial como Ferramenta de Ordenamento do Percurso do

    Usurio na Rede SUS-BH..................................................................................................40

    Avidade IX. Estudo de Caso Parte II.............................................................................49

    Avidade X. Plano de Trabalho para o Perodo de Disperso...........................................49

    Avidade XI. Encerramento das Avidades e Avaliao da Ocina..................................52

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    1. cOMPEtnciaS

    Ao nal desta ocina, espera-se que os parcipantes tenham desenvolvido

    sua capacidade para:

    Compreenso da fundamentao terica que orienta o desenho e a

    operacionaliao das redes de ateno;

    Compreenso dos fundamentos que do base construo de redes de

    ateno sade;

    Compreenso dos elementos que constuem uma rede de ateno

    sade;

    Uliao do processo de modelagem das redes de ateno sade;

    Compreenso dos modelos de ateno sade das redes de ateno

    sade;

    Compreenso da regulao assistencial como ferramenta de ordenamentoda rede de ateno sade.

    2. OBJEtiVOS

    Ao nal desta ocina, espera-se que os parcipantes tenham alcanado os

    seguintes objevos:

    Relatar a conduo da primeira ocina no nvel local;

    Compreender a fundamentao terica que orienta o desenho e a

    operacionaliao das redes de ateno:

    Compreender os fundamentos que do base construo de

    redes de ateno sade;

    Compreender os elementos que constuem uma rede de ateno

    sade;

    Uliar o processo de modelagem das redes de ateno sade;

    Compreender os modelos de ateno sade das redes de ateno

    sade;

    Compreender a regulao assistencial como ferramenta de

    ordenamento da rede de ateno sade.

    Planejar o perodo de disperso.

    3. EStratGiaS E atiVidadES

    Esta ocina apresenta uma nova proposta de trabalho com abordagens que

    propiciem o engajamento dos parcipantes no processo de aquisio dos

    novos conhecimentos e que favoream a reexo sobre seu contexto e o

    processo a ser desenvolvido nas suas avidades.

    As estratgias educacionais a serem desenvolvidas tm por objevo subsidiar

    os prossionais nas avidades a serem realiadas nos perodos de disperso

    e durante o exerccio de sua prca.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    As avidades da ocina esto arculadas de forma a auxiliar os parcipantes

    no aprimoramento da prca prossional e consistem em exerccios,

    trabalhos em grupo, aulas exposivas, estudo de caso e trabalhos de campo.

    Discusses estruturadas facilitaro a troca de experincias e a construode estratgias de fortalecimento da APS.

    Os trabalhos de campo, realiados no perodo de disperso, sero

    apresentados e avaliados no momento presencial no prximo mdulo.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    4. EStrutura GEral E PrOGraMaO

    Esta ocina tem uma carga horria de 16 horas, distribudas em: avidades de grupo, discusses

    em plenria, exposies dialogadas e orientaes para o perodo de disperso. Veja a seguir a

    programao das avidades:

    1 DIA

    Horrio Avidade Metodologia

    8h s 8h30 Introduo e Dinmica Inicial Dinmica de grupo

    8h30 s 9h15Relato sobre a Conduo da OcinaAnlise da Ateno Primria Sadeno Nvel Local

    Apresentao em plenria

    9h15 s 11h Redes de Ateno SadeEstudo de texto

    Apresentao em plenria

    11h s 12hDimensionamento das Redes deAteno Sade

    Trabalho em grupo

    12h s 13h30 Almoo

    13h30 s 14h30Reexo sobre o dimensionamento darede de ateno

    Trabalho em grupo

    14h30 s 15h45 Estudo de Caso Parte I Trabalho em grupo

    15h45 s 16h Intervalo

    16h s 17h30 Modelos de Ateno Sade Exposio dialogada

    2 DIA

    Horrio Avidade Metodologia

    8h s 9h30A regulao assistencial comoferramenta de ordenamento dopercurso do usurio na rede SUS-BH

    Exposio dialogada

    9h30 s 9h45 Intervalo

    9h45 s 12h Estudo de Caso Parte II Trabalho em grupo

    12h s 13h30 Almoo

    13h30 s 16hPlano de trabalho para o perodo dedisperso.

    Trabalho em grupo por DistritoSanitrio

    16h15 s 16h30 Intervalo

    16h30 s 17hEncerramento das Avidades eAvaliao da Ocina

    Discusso em plenria

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    1 dia

    Objevos:

    Saudar os parcipantes;

    Apresentar os parcipantes;

    Pactuar os compromissos com os parcipantes.

    Desenvolvimento:

    Cada Gerente de Projetos (Tutor) / Facilitador dever desenvolver a

    avidade de acordo com a realidade local.

    Objevo:

    Apresentar a experincia de conduo da ocina Anlise da Ateno

    Primria Sade no nvel local.

    Desenvolvimento:

    Um expositor ser responsvel por apresentar as diversas experincias

    de conduo local da ocina Anlise da Ateno Primria Sade.

    ATIVIDADE I INTRODUO EDINMICA INICIAL

    Tempo esmado: 30 minutos

    I I I

    i l li i i ii l i i i i i i l li

    l li l l l li lli l i

    . , :

    ATIVIDADE II RELATO SOBRE ACONDUO DA OFICINA

    ANLISE DA ATENO PRIMRIA SADE NO NVEL LOCAL

    Tempo esmado: 45 minutos

    I I I

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Objevos:

    Conceituar redes de ateno sade;

    Compreender os fundamentos que do base construo de redes de

    ateno sade;

    Compreender os elementos que constuem uma rede de ateno sade.

    Desenvolvimento:

    Formar grupos;

    Discur as seguintes questes:

    O que uma rede de ateno sade?

    Qual a importncia de uma rede de ateno?

    Como a APS se posiciona dentro da rede SUS-BH?

    Como a coordenao do cuidado se d na rede SUS-BH?

    Como a integralidade do cuidado acontece na rede SUS-BH?

    Qual o papel da regulao assistencial na busca da integralidade?

    O coordenador do grupo deve registrar um consolidado da discusso;

    Orientar a leitura do texto de apoio 1 OS FUNDAMENTOS PARA A

    CONSTRUO E OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS REDES DE ATENO

    SADE NO SUS;

    Apresentar a sntese da discusso;

    Orientar a leitura complementar do texto de apoio 2 OS SISTEMAS

    DE ATENO SADE.

    TEXTO DE APOIO 1

    OS FUNDAMENTOS PARA A CONSTRUO E OS ELEMENTOS

    CONSTITUTIVOS DAS REDES DE ATENO SADE NO SUS1

    1. Os fundamentos para a construo das redes de ateno sade

    1MENDES, Eugnio Vilaa. Os fundamentos para a construo e os elementos cosntuvos das Redesde Ateno Sade no SUS. In: Minas Gerais: Escola de Sade do Estado de Minas Gerais. Implantaodo Plano Diretor da Ateno Primria Sade: Ocina I Redes de Ateno Sade / Escola de SadePblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horionte: ESP-MG. p. 50-56.

    ATIVIDADE III REDES DE ATENO

    SADE

    Tempo esmado: 1 hora e 45 minutos

    I I I

    i l li i i ii l i i i i i i l li

    l li l l l li lli l i

    . , :

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    As redes de ateno sade, como outras formas de produo econmica,

    podem ser organiadas em arranjos produvos hbridos que combinam a

    concentrao de certos servios com a disperso de outros. Em geral, os

    servios de ateno primria sade devem ser dispersos; ao contrrio,servios de maior densidade tecnolgica, como hospitais, unidades de

    processamento de exames de patologia clnica, equipamentos de imagem

    etc. tendem a ser concentrados (WORLD HEALTH ORGANIzATION, 2000).

    O modo de organiar as redes de ateno sade dene a singularidade

    de seus processos descentraliadores em face de outros setores sociais. Os

    servios de sade estruturam-se numa rede de pontos de ateno sade,

    composta de equipamentos de diferentes densidades tecnolgicas que

    devem ser distribudos espacialmente, de forma ma. Essa distribuio

    ma vai resultar em ecincia, efevidade e qualidade dos servios.

    Economia de escala, grau de escasse de recursos e acesso aos diferentes

    pontos de ateno sade determinam, dialecamente, a lgica fundamentalda organiao racional das redes de ateno sade.

    Os servios que devem ser ofertados de forma dispersa so aqueles que no

    se beneciam de economias de escala, para os quais h recursos sucientes

    e em relao aos quais a distncia fator fundamental para a acessibilidade;

    diferentemente, os servios que devem ser concentrados so aqueles que

    se beneciam de economias de escala, para os quais os recursos so mais

    escassos e em relao aos quais a distncia tem menor impacto sobre o

    acesso (MENDES, 2001).

    As economias de escala ocorrem quando os custos mdios de longo prao

    diminuem medida que aumenta o volume das avidades e os custos xos

    se distribuem por um maior nmero dessas avidades, sendo o longo praoum perodo de tempo suciente para que todos os insumos sejam variveis.

    As economias de escala so mais provveis de ocorrer quando os custos

    xos so altos relavamente aos custos variveis de produo, o que

    comum nos servios de sade. A teoria econmica assume que as relaes

    entre custos mdios e tamanho de certos equipamentos de sade tendem

    a assumir uma forma de U. Assim, aumentos de escala implicam fontes

    adicionais de custos, de tal forma que, alm de um determinado volume

    crco, os custos mdios de longo prao comeam a elevar-se, congurando

    uma situao de deseconomia de escala. Portanto, a busca de escala uma

    condio imprescindvel para um sistema de sade eciente.

    Um exame da literatura universal idencou, aproximadamente, 100 estudos

    que mostram evidncias de economias de escala em hospitais. Esses estudos

    revelaram que as economias de escala s podem ser encontradas em hospitais

    de mais de 100 leitos, que o tamanho mo dos hospitais pode estar entre

    100 a 450 leitos e que as deseconomias de escala vo tornar-se importantes

    em hospitais de mais de 650 leitos (ALETRAS, JONES; SHELDON, 1997).

    Outro fator importante para o desenvolvimento das redes de ateno

    sade a disponibilidade ou o grau de escasse dos recursos. Recursos

    muito escassos, sejam humanos, sejam sicos, devem ser concentrados;

    ao contrrio, recursos menos escassos devem ser desconcentrados. Por

    exemplo, comum concentrarem-se os mdicos superespecialiados e

    desconcentrarem-se os mdicos de famlia, que so mais numerosos.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Um dos objevos fundamentais dos servios de sade a qualidade. Os

    servios de sade tm qualidade quando so prestados em consonncia com

    padres mos predenidos; so submedos a medidas deperformancenos

    nveis de estrutura, processos e resultados; so ofertados para atender snecessidades dos usurios; implicam programas de controle de qualidade;

    so seguros para os prossionais de sade e para os usurios faem-se de

    forma humaniada; sasfaem s expectavas dos usurios (DLUGACz,

    RESTIFO; GREENWOOD, 2004).

    Uma singularidade dos servios de sade que parece haver uma relao

    estreita entre escala e qualidade, ou seja, entre quandade e qualidade.

    Essa relao estaria ligada a uma crena generaliada de que servios de

    sade ofertados em maior volume so mais provveis de apresentar melhor

    qualidade; nessas condies, entre outras raes, os prossionais de sade

    estariam melhor capacitados a realiar os servios de sade (BUNkER, LUFT;

    ENTHOVEN, 1982). Por isso, os compradores pblicos de sade, devem

    analisar o tamanho dos servios e o volume de suas operaes como uma

    proxyde qualidade.

    Na Holanda, a busca de escala e qualidade levou regionaliao e

    concentrao de certos servios de sade. Por exemplo, cirurgias cardacas

    abertas s podem ser realiadas em hospitais que faam, no mnimo, 600

    operaes anuais (BANTA; BOS, 1991). No Reino Unido, bem como na maioria

    dos pases ricos, h uma crescente concentrao de hospitais, em busca

    de escala e qualidade (FERGUSON, SHELDON; POSNETT, 1997). No Brasil

    vericou-se uma associao inversa entre volume de cirurgias cardacas e

    taxas de mortalidade por essas cirurgias (NORONHA et al., 2003).

    Diante dessas evidncias, as redes de ateno sade devem congurar-se

    em desenhos instucionais que combinem elementos de concentrao e

    de disperso dos diferentes pontos de ateno sade.

    Contudo, esses fatores devem estar em equilbrio com o critrio do acesso aos

    servios. O acesso aos servios de sade est em funo de quatro variveis:

    o custo de oportunidade da uliao dos servios de sade, a severidade

    percebida da condio que gera a necessidade de busca dos servios, a

    efevidade esperada dos servios de sade, e a distncia dos servios de

    sade. Outras condies sendo iguais, quanto maior o custo de oportunidade,

    menor a severidade da condio, menos clara a percepo da efevidade e

    maior a distncia, sendo menor o acesso aos servios de sade.

    Uma reviso sobre o acesso aos servios de sade mostrou algumas

    evidncias (CARRHILL, PLACE; POSNETT, 1997): a uliao da ateno

    primria a sade sensvel distncia, tanto para populaes urbanas quanto

    rurais, sendo isso parcularmente importante para servios prevenvos ou

    para o manejo de doenas em estgios no sintomcos; h evidncia de

    uma associao negava tambm para servios de urgncia e emergncia;

    no h evidncia de associao entre distncia e uliao de servios de

    radioterapia e de seguimento de cncer de mama; no h associao entre

    distncia e a acessibilidade a servios hospitalares agudos.

    Portanto, o desenho de redes de ateno sade fa-se sobre os territrios

    sanitrios, combinando, dinamicamente, de um lado, economia de escala,

    escasse relava de recursos e qualidade dos servios e, de outro, o acesso aos

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    servios de sade. A situao ma dada pela concomitncia de economias

    de escala e servios de sade de qualidade acessveis aos cidados. Quando

    se der como em regies de baixa densidade demogrca o conito entre

    escala e acesso, prevalece o critrio do acesso. Assim, do ponto de vistaprco, em algumas regies brasileiras, as microrregies estaro denidas

    por populaes submas; assim, tambm, certos servios operaro em

    deseconomias de escala porque no se pode sacricar o direito do acesso

    aos servios de sade a critrios econmicos.

    Na construo de redes de ateno sade devem ser observados os

    conceitos de integrao horiontal e vercal. So conceitos que vm da

    teoria econmica e que esto associados s cadeias produvas.

    A integrao horiontal se d entre unidades produvas iguais, com o

    objevo de adensar a cadeia produva e, dessa forma, obter ganhos de

    escala e, consequentemente, maior produvidade. o caso das fuses de

    bancos ou de provedores de Internet.

    A integrao vercal, ao contrrio, se d entre unidades produvas diferentes

    para congurar uma cadeia produva com maior agregao de valor. o

    caso de uma empresa que comea com a minerao de ferro, depois agrega

    a produo de gusa, depois a produo de ao, etc.

    No desenvolvimento das redes de ateno sade, os dois conceitos se

    aplicam.

    A integrao horiontal que objeva promover o adensamento da cadeia

    produva da sade se fa por dois modos principais: a fuso ou a aliana

    estratgica. A fuso se d quando duas unidades produvas, por exemplo,

    dois hospitais, se fundem num s, aumentando a escala pelo somatrio dos

    leitos de cada qual e diminuindo custos, ao reduir a um s alguns serviosadministravos anteriormente duplicados, como a unidade de gesto, a

    coinha, a lavanderia, etc. A aliana estratgica se fa quando, mantendo-se

    as duas unidades produvas, os servios so coordenados de modo que cada

    uma se especialie numa carteira de servios, eliminando-se a concorrncia

    entre eles. Por exemplo, quando dois hospitais entram em acordo para que

    as suas carteiras de servios no sejam concorrentes, mas complementares,

    de forma que o que um fa o outro no far. Em geral, haver tambm, na

    aliana estratgica, ganhos de escala e maior produvidade.

    A integrao vercal, nas redes de ateno sade, se fa atravs de um

    sistema de comunicao uido entre as diferentes unidades produvas

    dessa rede. Isso signica colocar sob a mesma gesto todos os pontos deateno sade, desde a ateno primria at ateno terciria sade, e

    comunic-los atravs de sistemas logscos potentes. Na integrao vercal

    h uma forma especial, na sade de gerao de valor em cada n da rede

    de ateno, o que se aproxima do conceito de valor agregado da economia.

    2. Os elementos constuvos das redes de ateno sade

    As redes de ateno sade constuem-se de trs elementos: a populao,

    a estrutura operacional ou os componentes das redes de ateno sade

    e o modelo de ateno sade

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    2.1 A populao

    No h possibilidade de se estruturar uma rede de ateno sade sem uma

    populao adscrita. Essa populao, nas redes de ateno sade privadas ou

    pblicas, organiadas pelo princpio da compeo gerenciada, prescindem de

    localiao em territrios sanitrios; ao contrrio, as redes de ateno sade,

    organiadas pelo princpio da cooperao gerenciada, exigem a territorialiao,

    ou seja, a construo de espaos/populao, como o caso do SUS.

    Nessas lmas, a populao de responsabilidade das redes de ateno

    sade vive em territrios sanitrios singulares, organia-se socialmente

    em famlias e cadastrada e registrada em subpopulaes por riscos

    sociossanitrios. Assim, a populao total de responsabilidade de uma rede

    de ateno sade deve ser totalmente conhecida e registrada num sistema

    de informao potente. Mas no basta o conhecimento da populao total:

    ela deve ser subdividida em subpopulaes por fatores de risco e estracada

    por riscos em relao s condies de sade estabelecidas.

    2.2 A estrutura operacional das redes de ateno sade

    A estrutura operacional das redes de ateno sade materialia-se em

    cinco componentes: os pontos de ateno sade secundrios e tercirios,

    o centro de comunicao localiado na ateno primria sade, os sistemas

    de apoio, os sistemas logscos, e o sistema de governana da rede. o

    que se v na gura abaixo, com a exceo do sistema de governana que

    incide sobre todos os outros componentes.

    2.2.1 Os pontos de ateno sade secundrios e tercirios

    Os ns das redes de ateno sade constuem-se dos pontos de ateno

    sade que so os lugares instucionais, onde se ofertam servios de

    ateno secundria e terciria, produidos atravs de uma funo

    de produo singular. So exemplos de pontos de ateno sade: as

    unidades ambulatoriais especialiadas, os centros de apoio psicossocial,

    as residncias terapucas, os centros de especialidades odontolgicas, os

    centros ambulatoriais especialiados, os centros de enfermagem, os lares

    abrigados, os centros de convivncia para idosos, os centros de ateno

    paliava, etc. Os hospitais, como organiaes de alta densidade tecnolgica

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    e como organiaes complexas, podem abrigar disntos pontos de ateno

    sade: o ambulatrio de pronto atendimento, a unidade de cirurgia

    ambulatorial, o centro cirrgico, a maternidade, a unidade de terapia

    intensiva, a unidade de hospital/dia e outros.

    2.2.2 A ateno primria sade

    O centro de comunicao da rede de ateno sade o n intercambiador

    no qual se coordenam os uxos e os contrauxos do sistema de servios de

    sade, constudo pela ateno primria sade (unidade ou equipe de ateno

    primria sade). Para desempenhar seu papel de centro de comunicao da

    rede horiontal de uma rede de ateno sade, a ateno primria sade

    deve cumprir trs papis essenciais (MENDES, 2002): o papel resoluvo, o

    de resolver a grande maioria dos problemas de sade da populao; o papel

    organiador, relacionado com sua naturea de centro de comunicao, o de

    coordenar os uxos e contrauxos das pessoas pelos diversos pontos de ateno

    sade; e o papel de responsabiliao, o de corresponsabiliar-se pela sade

    dos cidados em quaisquer ponto de ateno sade em que estejam.

    2.2.3 Os sistemas de apoio

    Os sistemas de apoio so os lugares instucionais das redes onde se prestam

    servios comuns a todos os pontos de ateno sade, nos campos do apoio

    diagnsco e terapuco, da assistncia farmacuca e dos sistemas de informao

    em sade. O subsistema de apoio diagnsco e terapuco envolve os servios de

    diagnsco por imagem, os servios de medicina nuclear diagnsca e terapuca,

    a eletrosiologia diagnsca e terapuca, as endoscopias, a hemodinmica ea patologia clnica (anatomia patolgica, genca, bioqumica, hematologia,

    imunologia e microbiologia e parasitologia). O subsistema de assistncia

    farmacuca envolve uma organiao complexa exercitada por um grupo de

    avidades relacionadas com os medicamentos, desnadas a apoiar as aes de

    sade demandadas por uma comunidade, englobando, portanto, intervenes

    relavas programao de medicamentos, aquisio de medicamentos,

    ao armaenamento dos medicamentos, distribuio dos medicamentos,

    dispensao dos medicamentos e farmacoeconomia, bem como aes de uso

    racional como os protocolos de medicamentos, a dispensao farmacuca, a

    ateno farmacuca, a conciliao de medicamentos, a adeso aos tratamentos

    medicamentosos e a farmacovigilncia. Os sistemas de informao em sade

    englobam diferentes bancos de dados nacionais, regionais e locais

    2.2.4 Os sistemas logscos

    Um quarto componente das redes de ateno sade so os sistemas

    logscos. Os sistemas logscos so solues tecnolgicas, fortemente

    ancoradas nas tecnologias de informao, que garantem uma organiao

    racional dos uxos e contrauxos de informaes, produtos e usurios nas

    redes de ateno sade. Os principais sistemas logscos das redes de

    ateno sade so os cartes de idencao dos usurios, os sistemas

    de acesso regulado ateno sade, os pronturios clnicos e os sistemas

    de transportes sanitrios.

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    2.2.5 Os sistemas de governana das redes

    O quinto componente das redes de ateno sade so os sistemas degovernana das redes. A governana da rede envolve a denio de uma

    instucionalidade de gesto e o uso instrumentos gerenciais. A governana

    da rede o arranjo organiavo interinstucional que permite a governana

    de todos os componentes das redes de ateno sade, de forma a gerar um

    excedente cooperavo entre os atores sociais em situao e a obter resultados

    sanitrios efevos e ecientes nas regies de sade (macro e microrregies).

    2.3 O modelo de ateno sade

    O modelo de ateno sade um sistema lgico que organia o

    funcionamento das redes de ateno sade, arculando, de forma

    singular, as relaes entre os componentes da rede e as intervenessanitrias, denido em funo da viso prevalecente da sade, das situaes

    demogrca e epidemiolgica e dos determinantes sociais da sade, vigentes

    em determinado tempo e em determinada sociedade.

    REFERNCIA:

    ALETRAS, V.; JONES, A; SHELDON, T. A. Economies of scale and scope. In: FERGUSON,

    B., SHELDON, T. A; POSNETT, J. Concentraon and choice in health care. London,

    Financial Times Healthcare, 1997.

    BANTA, H.D.; BOS, M. The relaon between quanty and quality with coronary

    artery bypass surgery. Health Policy, 18: 1-10, 1991.

    BUNkER, J. P., LUFT, H. S.; ENTHOVEN, A. Should surgery be regionalised? Surgical

    Clinics of North America, 62: 657-668, 1982.

    BRASIL. MINISTRIO DA SADE.A regionalizao da sade: verso preliminar para

    discusso interna. Braslia, mimeo, 2004.

    CARR-HILL, R.; PLACE, M.; POSNETT, J. Access and the uliaon of healthcare services.

    In: FERGUSON, B., SHELDON, T.A & POSNETT, J. Concentraon and choice in health

    care. London, Financial Times Healthcare, 1997.

    DLUGACz, Y. D.; RESTIFO, A.; GREENWOOD, A. The quality handbook for health

    care organizaons: a managers guide to tools and programs. San Franscisco, John

    Wiley & Sons, 2004.FERGUSON, B.; TREVOR, A S.; POSNETT, J. Introducon. In: FERGUSON, B.; TREVOR, A. S.;

    POSNETT, J. (Ed.)Concentraon and choice in healthcare. London, FT Healthcare, 1997.

    MENDES, E. V. Os grandes dilemas do SUS. Salvador, Casa da Qualidade, Tomo II, 2001.

    NORONHA, J.C. de et al. Avaliao da relao entre volume de procedimentos e a

    qualidade do cuidado: o caso da cirurgia coronariana. Cadernos de Sade Pblica,

    19: 1781-1789, 2003.

    WORLD HEALTH ORGANIzATION. The world health report 2000: health systems,

    improving performance. Geneva, WHO, 2000.

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    tEXtO dE aPOiO 2

    OS SiStEMaS dE atEnO SadE2

    Os sistemas de ateno sade so denidos pela Organiao Mundial da Sade

    como o conjunto de avidades cujo propsito primrio promover, restaurar e

    manter as sade de uma populao (WORLD HEALTH ORGANIzATION, 2000).

    Da que os sistemas de ateno sade so respostas sociais, organiadas

    deliberadamente, para responder s necessidades, s demandas e s

    representaes das populaes, em determinada sociedade e em certo tempo.

    Os sistemas de ateno sade apresentam os seguintes objevos: i. O

    alcance de um nvel mo de sade, distribudo de forma equitava; ii. A

    garana de uma proteo adequada dos riscos para todos os cidados; iii. Oacolhimento humaniado de todos os cidados; iv. A garana da prestao

    de servios efevos e de qualidade; v. A garana da prestao de servios

    com ecincia (MENDES, 2002).

    Os sistemas de servios de sade podem apresentar-se, na prca social,

    por meio de diferentes formas organiacionais. Na experincia internacional

    contempornea, a pologia mais encontrada de sistemas fragmentados

    e redes de ateno sade.

    Os sistemas fragmentados de ateno sade, fortemente hegemnicos, so

    aqueles que se (des)organiam atravs de um conjunto de pontos de ateno

    sade isolados e incomunicados uns dos outros e que, por consequncia,

    so incapaes de prestar uma ateno connua populao. Em geral, noh uma populao adscrita de responsabiliao. Neles, a ateno primria

    sade no se comunica uidamente com a ateno secundria sade e

    esses dois nveis tambm no se comunicam com a ateno terciria sade.

    Diferentemente, os modelos integrados de ateno sade so aqueles

    organiados atravs de uma rede integrada de pontos de ateno sade,

    que presta uma assistncia connua e integral a uma populao denida, com

    comunicao uida entre os diferentes nveis de ateno sade.

    Alm da organiao por componentes isolados ou por uma rede integrada

    o que caracteria mais fortemente os nomes de fragmentao e de redes

    de ateno sade , essas formas alternavas de organiao dos sistemas

    de ateno sade apresentam outra diferena marcante, dada pelos

    fundamentos conceituais as sustentam.

    Nos modelos fragmentados de ateno sade, vige uma viso de uma

    estrutura hierrquica, denida por nveis de complexidades crescentes e

    com relaes de ordem e graus de importncia entre os diferentes nveis. Essa

    concepo de sistema hierarquiado, organiado por nveis de ateno segundo

    uma complexidade crescente, tem srios problemas. Ela se fundamenta num

    conceito de complexidade equivocado, ao estabelecer que a ateno primria

    sade menos complexa que a ateno nos nveis secundrio e tercirio. Tal

    2MENDES, Eugnio Vilaa. Os sistemas de Ateno Sade. In: Minas Gerais. Escola de Sade do Estadode Minas Gerais. Implantao do Plano Diretor da Ateno Primria Sade: Ocina I Redes de Ateno Sade / Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horionte: ESP-MG, 2009. p. 43-48.

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    viso distorcida de complexidade leva, consciente ou inconscientemente, a

    uma banaliao da ateno primria sade e a uma sobrevaloriao, seja

    material, seja simblica, das prcas que exigem maior densidade tecnolgica

    e que so exercitadas nos nveis secundrio e tercirio de ateno sade.Nas redes de ateno sade, essa concepo de hierarquia substuda pela

    de poliarquia, e o sistema organia-se sob a forma de uma rede horiontal de

    ateno sade. Assim, nas redes de ateno sade no h uma hierarquia

    entre os diferentes pontos de ateno sade, mas a conformao de uma rede

    horiontal de pontos de ateno sade de disntas densidades tecnolgicas,

    sem ordem e sem grau de importncia entre eles. Todos os pontos de ateno

    sade so igualmente importantes para que se cumpram os objevos das

    redes de ateno sade. Apenas se diferenciam pelas diferentes densidades

    tecnolgicas que caracteriam os diversos pontos de ateno sade.

    A gura seguinte procura ilustrar essa mudana de um sistema hierrquico,

    nos nveis de ateno primria, secundria e terciria sade, para uma rede

    horiontal integrada, organiada a parr de um centro de comunicao, o

    ponto da ateno primria sade, representado pelo crculo central.

    FIGURA 1: O Sistema Piramidal Hierrquico para a Rede de Ateno Sade Polirquica

    Essa gura aponta para mudana radical da organiao dos sistemas de ateno

    sade que no pode se limitar a uma inverso desses sistemas, como proposto

    frequentemente. Porque no se trata, apenas, de inverter a forma piramidal, mas

    de subvert-la, substuindo-a por uma outra forma organiacional, de qualidade

    inteiramente disnta, a rede polirquica de ateno sade.

    Ademais, o dilema entre os sistemas fragmentados e as redes de ateno sade contm dois modos alternavos de organiar os servios de

    sade: sistemas voltados para a ateno s condies agudas, inerentes

    fragmentao, ou sistemas voltados para a ateno s condies agudas e

    crnicas, as redes de ateno sade. Em geral, os sistemas fragmentados

    de ateno sade focam-se na ateno s condies agudas; ao contrrio,

    as redes de ateno sade voltam-se para as condies crnicas, mas

    atendendo, concomitantemente, s condies agudas.

    Uma anlise mais detalhada das diferenas entre os sistemas fragmentados

    e as redes de ateno sade feita na tabela a seguir.

    A.C.

    MdiaComplexid.

    Ateno Primria

    APS

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    CARACTERSTICA SISTEMA FRAGMENTADO REDE DE ATENO SADE

    Forma de organiao Hierarquia Poliarquia

    Coordenao da ateno Inexistente Feita pela ateno primria

    Comunicao entre os componentes Inexistente Feita por sistemas logscos ecaes

    FocoNas condies agudas por meio de

    unidades de pronto atendimento

    Nas condies agudas e crnicas por meio de

    uma rede integrada de pontos de ateno sade

    ObjevoObjevos parciais de diferentes servios e

    resultados no medidos

    Objetivos de melhoria da sade de uma

    populao com resultados clnicos e econmicos

    medidos

    Populao Voltado para indivduos isoladosPopulao adscrita dividida por subpopulaes

    de risco e sob responsabilidade da rede

    SujeitoPaciente que recebe prescries dos

    prossionais de sadeAgente corresponsvel pela prpria sade

    A forma da ao do sistemaReativa, acionada pela demanda dos

    pacientes

    Proava, baseada em planos de cuidados de

    cada usurio realiados conjuntamente pelos

    prossionais e pelos usurios

    nfase das intervenesCuravas e reabilitadoras sobre doenas

    ou condies estabelecidas

    Promocionais, prevenvas, curavas, cuidadoras,

    ou reabilitadoras sobre determinantes sociais da

    sade, sobre fatores de risco e sobre as doenas

    ou condies estabelecidas

    Modelo de ateno

    Fragmentado por ponto de ateno

    sade, sem estratificao de riscos evoltado para as doenas ou condies

    estabelecidas

    Integrado, com estracao dos riscos, e voltadopara os determinantes sociais da sade, os fatores

    de riscos e as doenas ou as condies estabelecidas

    PlanejamentoPlanejamento da oferta, denido pelos

    interesses dos prestadores

    Planejamento da demanda definido pelas

    necessidades de sade da populao adscrita

    nfase do cuidadoNos prossionais de sade, especialmente

    nos mdicos

    Na relao entre equipes mulprossionais e

    os usurios e suas famlias e com nfase no

    autocuidado orientado

    Conhecimento e ao clnicasConcentradas nos profissionais,

    especialmente mdicos

    Parlhado por equipes mulprossionais e

    usurios

    Tecnologia de informaoFragmentada, pouco acessvel e com baixa

    capilaridade nos componentes das redes

    Integrada a parr de carto de idendade

    dos usurios e dos pronturios eletrnicos e

    arculada em todos os componentes da rede

    Organiao territorialTerritrios poltico-administrativos

    denidos por lgica polca

    Territrios sanitrios denidos pelos uxos

    sanitrios da populao em busca de ateno

    Sistema de nanciamentoFinanciamento por procedimentos em

    pontos de ateno sade isolados

    Financiamento por valor global ou por capitao

    da rede

    Parcipao socialParcipao social passiva e a comunidade

    vista como cuidadora

    Parcipao social ava por meio de conselhos

    de sade com presena na governana da rede

    QUADRO 1: As Caracterscas Diferenciais dos Sistemas Fragmentados e das Redes de Ateno Sade

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    As lgicas subjacentes aos sistemas alternavos dada pelas singularidades

    da ateno s condies agudas e crnicas. Dadas essas caracterscas

    singulares das condies agudas e crnicas, seus manejos, pelos sistemas de

    sade, so inteiramente diversos. Um dos problemas centrais da crise dosmodelos de ateno sade contemporneos consiste no enfrentamento

    das condies crnicas na mesma lgica das condies agudas, ou seja,

    atravs de tecnologias desnadas a responder aos momentos agudos dos

    agravos na maioria das vees momentos de agudiao das condies

    crnicas, autopercebidos pelas pessoas , atravs da ateno demanda

    espontnea, principalmente, em unidades de pronto atendimento ou de

    internaes hospitalares de urgncia ou emergncia. E desconhecendo a

    necessidade imperiosa de uma ateno connua nos momentos silenciosos

    dos agravos quando as condies crnicas insidiosamente evoluem. o que

    se v na gura seguinte:

    FIGURA 2: As Lgicas de Ateno s Condies Agudas e Crnicas

    A gura mostra o curso hipotco da severidade de uma doena em uma

    pessoa portadora de uma doena crnica. A regio inferior, da base do grco

    at a linha A, representa, num determinado tempo, o grau de severidade dadoena que pode ser gerido roneiramente pela ateno primria sade;

    o espao entre a linha A e B representa, em determinado tempo, o grau de

    severidade da doena que pode ser enfrentado pela ateno ambulatorial

    especialiada; nalmente, o espao superior linha B representa, em

    determinado tempo, o grau de severidade da doena que necessita de

    internao hospitalar. Suponha-se que se represente a ateno a um portadorde diabetes. Pela lgica da ateno s condies agudas, essa pessoa,

    quando se sente mal ou quando agudia sua doena, aciona o sistema e

    atendida, no pronto atendimento ambulatorial (ponto X); num segundo

    momento, descompensa e internada num hospital (ponto Y). Contudo,

    nos intervalos, no tem uma ateno connua e proava sob a coordenao

    da equipe da ateno primria sade. Esse sistema de ateno o sistema

    fragmentado de ateno s condies agudas , ao nal de um perodo longo

    de tempo, determinar resultados sanitrios desastrosos. Esse portador de

    diabetes caminhar, com o passar dos anos, inexoravelmente, para uma

    renopaa, para uma nefropaa, para a amputao de extremidades, etc.

    A rao disso que esse sistema s atua sobre as doenas e condies j

    ATENO

    AMBULATORIAL

    ESPECIALIZADA

    TEMPO

    B1

    INTERNAOHOSPITALAR

    ATENO

    HOSPITALAR

    ATENOPRIMRIA

    B

    A1

    A

    ATENO

    AMBULATORIAL

    ESPECIALIZADA

    TEMPO

    B1

    INTERNAOHOSPITALAR

    ATENO

    HOSPITALAR

    ATENOPRIMRIA

    B

    A1

    A

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    estabelecidas, em momentos de manifestaes clnicas exuberantes, auto-

    percebidas pelos pacientes, desconhecendo os determinantes sociais, os

    fatores de riscos e os riscos siolgicos. Por isso, imprescindvel mudar,

    radicalmente essa lgica, implantando-se uma rede de ateno sade que,alm de responder aos momentos de agudiao das condies crnicas

    nas unidades de pronto atendimento ambulatorial e hospitalar, faa um

    seguimento connuo e proavo dos portadores de condies crnicas, sob

    a coordenao da equipe da ateno primria sade e com o apoio dos

    servios de ateno secundria e terciria da rede de ateno, atuando,

    equilibradamente, sobre os determinantes, sobre os riscos e, tambm,

    sobre os danos e as doenas.

    Ainda que os resultados do sistema fragmentado de ateno s condies

    agudas sejam desastrosos, ele conta com o apoio forte dos decisores

    polcos e da populao em geral, sua grande vma.

    Os resultados dessa forma de ateno das condies crnicas atravs demodelos de ateno sade voltados para a ateno a eventos agudos,

    so dramcos. Tome-se o exemplo do diabetes nos Estados Unidos: h

    8 milhes de portadores de diabetes com diagnsco da doena e outros

    tantos sem diagnsco; 35% dos portadores de diabetes desenvolvem

    nefropaas, 58% doenas cardiovasculares e 30% a 70% neuropaas; os

    portadores de diabetes tm 5 vees mais chances que os no portadores de

    diabetes de apresentar um acidente vascular cerebral; aproximadamente

    15% dos portadores de diabetes sofrem algum po de amputao de

    extremidade; h 144.000 mortes prematuras de portadores de diabetes,

    uma perda de 1.445.000 anos de vida produva e uma incapacitao

    total de 951.000 pessoas; a produvidade anual 7 mil dlares menor

    nos portadores de diabetes em relao aos no portadores de diabetes;um portador de diabetes tem o dobro de possibilidade de aposentar-se

    precocemente que um no portador de diabetes; a carga econmica anual

    do diabetes foi esmada em torno de 90 bilhes de dlares; e um portador

    de diabetes custa anualmente, ao sistema de servios de sade, 11.157

    dlares, comparando com os 2.604 dlares de no portadores de diabetes

    (BARR, BOUWMAN; LOBECk, 1996).

    Outro dado que mostra a irracionalidade da ateno aos portadores de

    diabetes atravs de modelos fragmentados de ateno sade voltados para

    as condies agudas est no fato de que o custo de um nico episdio de

    internao por diabetes corresponde a uma ateno connua ambulatorial

    de 10 a 20 de portadores de diabetes durante um ano (ENGLAND, GRANT;SANCHO, 1997).

    A rao desses precrios resultados est num completo divrcio entre uma

    situao epidemiolgica de dupla carga das doenas, com alta prevalncia

    de condies crnicas, e um sistema de ateno fragmentado, voltado para

    a ateno s condies agudas.

    A incoerncia entre a situao de sade mineira e o sistema fragmentado

    de ateno sade pracado congura a crise fundamental do sistema de

    sade no Estado. Essa crise s ser superada com a substuio do sistema

    fragmentado por redes de ateno sade.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    As redes de ateno sade so organiaes polirquicas de um conjunto

    de servios de sade que permitem ofertar uma ateno connua e integral

    a determinada populao, coordenada pela ateno primria sade,

    prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo e com a qualidadecerta e com responsabilidade sanitria e econmica sobre essa populao.

    Dessa denio emergem os contedos bsicos das redes de ateno

    sade: tm responsabilidades sanitrias e econmicas inequvocas por sua

    populao; so organiadas sem hierarquia entre os pontos de ateno

    sade; implicam um connuo de ateno nos nveis primrio, secundrio

    e tercirio; implicam a ateno integral com intervenes promocionais,

    prevenvas, curavas, cuidadoras, reabilitadoras e paliavas; operam sob

    coordenao da ateno primria sade e prestam ateno oportuna, em

    tempo e lugares certos e com a qualidade certa.

    As redes de ateno sade constuem-se de trs elementos fundamentais:

    uma populao, componentes das redes e um modelo de ateno sade.

    A populao de responsabilidade das redes vive em territrios sanitrios

    singulares, organia-se socialmente em famlias e cadastrada e registrada

    em subpopulaes por riscos sociossanitrios.

    Os componentes das redes de ateno sade so: os pontos de ateno

    sade; o centro de comunicao localiado na ateno primria sade; os

    sistemas de apoio (sistema de assistncia farmacuca, sistema de apoio

    diagnsco e terapuco e sistemas de informao em sade); os sistemas

    logscos (carto de idencao dos usurios, pronturio eletrnico nico,

    central de regulao e sistema de transporte sanitrio) e o sistema de

    governana.

    O modelo de ateno sade o sistema lgico que permite funcionamentodas redes de ateno sade.

    REFERNCIAS

    BANCO MUNDIAL. Enfrentando o desao das doenas no transmissveis no Brasil.

    Braslia, Banco Mundial/Unidade de Gerenciamento do Brasil, 2005.

    BARR, C. E.; BOUWMAN, D. I.; LOBECk, F. Disease state consideraons. In: TODD,

    W. E.; NASH, D. Disease management: a systems approach to improving paents

    outcomes. Chicago, American Hospital Publishing Inc., 1996.

    ENGLAND, R.; GRANT, k.; SANCHO, J. Health sector reform: a toolkit for communicaon.

    London, Instute for Health Sector Development, 1997.

    MENDES, E. V. Os sistemas de servios de sade: o que os gestores deveriam saber

    sobre essas organizaes complexas. Fortalea, Escola de Sade Pblica do Cear, 2002.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Objevo:

    Compreender a forma recomendada de uliao do processo de

    modelagem das redes de ateno sade a parr da Ateno Primria

    Sade.

    Desenvolvimento:

    Formar grupos;

    Ler o texto de apoio 3 O DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ATENO

    SADE DA MULHER E CRIANA EM BELO HORIzONTE e a Matri 1 OS

    PONTOS DE ATENO DA REDE MATERNOINFANTIL;

    Ler as planilhas de programao da sade da mulher e da criana, atentos

    para os resultados esperados, as avidades e os parmetros;

    Uliar os dados populacionais apresentados no texto e os parmetros

    apontados nas planilhas 2 e 3, para preencher a 4 coluna das planilhas

    de programao de sade da mulher (planilha 2) e da criana (planilha 3),

    dimensionando as necessidades anuais. Esses resultados sero discudos

    na avidade subsequente.

    tEXtO dE aPOiO 3

    O diMEnSiOnaMEntO da rEdE dE atEnO SadE da

    MulHEr E da criana EM BElO HOrizOntE3

    O municpio de Belo Horionte composto por nove distritos sanitrios

    que totaliam uma populao de 2.238.288 habitantes, segundo dados doCenso 2000. A ateno sade da mulher e da criana em Belo Horionte

    se arcula em rede envolvendo os distritos sanitrios, nveis de ateno e

    pontos de ateno sade (vide matri 1).

    O dimensionamento de uma rede de ateno deve ocorrer a parr de

    planilhas de programao que discriminam os resultados esperados, as

    principais avidades a serem operacionaliadas e os parmetros para

    dimensionar a necessidade de atendimento nos pontos de ateno (vide

    exemplo de parmetros na planilha 1).

    3Elaborado pelo Grupo de Conduo das Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade emBelo Horionte.

    ATIVIDADE IV

    DIMENSIONAMENTO DA REDE DEATENO SADE

    Tempo esmado: 1 hora

    I I I

    i l li i i ii l i i i i i i l li

    l li l l l li lli l i

    . , :

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Uliando como parmetro os dados populacionais na tabela a seguir,

    preencha a quarta coluna (dimensionamento das necessidades/ano) das

    planilhas 2 e 3 e discuta os resultados em grupo.

    Parmetros populacionais para Belo Horionte (IBGE, Censo 2000)

    Mulheres Populao

    25-39 anos 511.005 mulheres

    40-49 anos 157.570 mulheres

    50-69 anos 168.719 mulheres

    QUADRO 2: Parmetros Populacionais para Belo Horionte.

    FONTE: IBGE, Censo 2000.

    Crianas Populao

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    MATRIZ1OSPONTOSDEATENODAREDEMATERNO-INFA

    NTIL

    TERRITRIO

    SANITRIO

    PONTODE

    ATENO

    COMPETNCIADOPONTODEAT

    ENO

    READE

    ABRANGNCIA

    DAEQUIPE

    DESADEDA

    FAMLIA(ESF)

    DOMICLIO

    Visitadomiciliar:

    Cadastrarasfamliasdamicrorea;

    Realizarvisitadomiciliarparaafam

    liapeloACSoudemaismembrosdaequipedesade;

    Idencarprecocementeasgesta

    ntes,purperasecrianasparaac

    ompanhamentopelaequipedesa

    de;

    Realizarvisitadeacompanhamen

    todasgestantes,purperasecrian

    asdamicrorea;

    Vericarcartodevacinasedepr-natal;

    Idencareencaminharparaaeq

    uipeassituaesderisco:violncia

    domsca,sexual,drogadio,etc

    ;

    Idencareencaminharparaaequipeassituaesderisco:egressohospitalar,desnutrio,atrasova

    cinal.

    Atendimentodomiciliar:

    Realizaratendimentodomiciliar(avaliao,execuodeprocedimentos,tratamentosupervisionado,e

    tc)das

    gestantes,purperasecrianasdamicroreaporprossionaisdaeq

    uipedesade;

    Realizaratendimentodomiciliar(avaliao,execuodeprocedime

    ntos)dasgestantes,purperasec

    rianas

    damicroreaporprossionaisda

    equipedesade.

    Atendimentodomiciliar:

    porprossionaisdaequipedesade.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    reade

    abrangnciada

    UnidadeBsica

    deSade

    Ginecologista

    deapoio

    Parcipareapoiarasaesde

    planejamento,organizaoemo

    nitoramentodasaesdeassistnciae

    vigilncia;

    ApoiaraESFnasaesdepr-nat

    alhabitualdescritasacima;

    Realizaraesdematriciamento;

    Realizaraesdepromoodasa

    dereproduva;

    Idencaodoriscoreproduvo

    .

    Pediatrade

    apoio

    Parcipareapoiarasaesde

    planejamento,organizaoemo

    nitoramentodasaesdeassistnciae

    vigilnciasade;

    Interconsultaparacrianasdealtorisco:

    Realizarasconsultasparaascrian

    asmenoresde1anodealtorisco

    ,conformeoprotocolo;

    Realizaravidadeseducavaspar

    aosfamiliares;

    Idencarcrianascoms

    inaisde

    alertadesofrimentopsquico;

    Realizaraesdematriciamento;

    Discussointerdisciplinardecaso

    sderiscoecomplexos.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Distrito

    Sanitrio/

    Municpio

    Ambulatrio

    dePr-Natal

    deAltoRisco

    Realizarasconsultasdepr-natal

    dealtorisco,conformeoprotocolo;

    Solicitarosexameslaboratoriaisp

    araagestantedealtorisco,conformeoprotocolo;

    Realizaravidadeseducavaspar

    aagestantedealtoriscoefamiliares;

    Realizarconsultapuerperalparap

    urperasdealtorisco,conformep

    rotocolo;

    ComunicarasUBSasgestantesfa

    ltosas;

    Vericarpormeiodocartodopr-nataloacompanhamentodagestantepelaUBS;

    ContrarrefernciaparaasUBSdassituaesclnicasdasgestante.

    Maternidade

    paragestante

    derisco

    habitual

    Internamentogestantesderisc

    ohabitual

    Realizarinternamentosparaas

    gestantesderiscohabitualque

    apresentarem

    intercorrnciasclnicase

    obsttricas.

    Partogestantesderiscohabitu

    al

    Realizarpartoparaasgestantesd

    eriscohabitual.

    Internamentocrianasdebaixo

    risco

    Realizarinternamentosparaascrianasqueapresentaremi

    ntercorr

    nciasclnicas.

    Conformevinculaoentrepr-natalereferenciaparaopartodoSUS-BH.

    Maternidade

    paragestante

    dealtorisco

    Internamento-gestantesdealto

    risco

    Realizarinternamentosparaasge

    stantesdealtoriscoqueapresenta

    remi

    ntercorrnciasclnicaseobst

    tricas.

    Parto-gestantesdealtorisco

    Realizarpartoparaasgestantesd

    ealtorisco.

    Internamento-crianasdealtor

    isco

    Realizarinternamentosparaascrianasdealtoriscoqueapresentaremi

    ntercorrnciasclnicas.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    PLANILHA 1: PARMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ATENO MATERNO-INFANTIL

    INDICADOR PARMETRO

    Quantavo de mulheres que realizam coleta depapanicolau a cada 3 anos

    33% das mulheres da faixa etria de 25 a 59 anosdevem realizar coleta de papanicolau no ano

    Quantavo de mulheres com exame papanicolaucom alterao ou suspeita

    1,5% das mulheres podem ter o exame depapanicolau com alterao ou suspeita no ano

    Quantavo de mulheres que realizam bipsia 100% das mulheres podem com exame depapanicolau com alterao ou suspeita realizam

    bipsiaQuantavo de mulheres que realizam colposcopia 100% das mulheres podem com exame de

    papanicolau com alterao ou suspeita realizamcolposcopia

    Quantavo de mulheres com colposcopia posiva(com leso)

    1,0% das mulheres podem ter colposcopia posiva(com leso)

    Quantavo de mulheres que realizameletrocauterizao

    0,7% das mulheres devem fazer eletrocauterizao

    Quantavo de mulheres que realizam cirurgia de

    alta frequncia

    0,3% das mulheres devem fazer CAF

    Quantavo de mulheres que realizam exameclnico de mama anualmente

    100% das mulheres da faixa etria de 40 a 49 anosdevem realizar exame clnico de mama no ano

    Quantavo de mulheres com exame clnico demama posivo

    17% das mulheres podem ter o exame clnico demama posivo

    Quantavo de mulheres que realizam mamograa 100% das mulheres com exame clnico de mamaposivo devem realizar mamograa imediatamente

    aps a suspeio clnica50% das mulheres da faixa etria de 50 a 69 anos

    devem realizar mamograa no anoQuantavo de mulheres com alteraes na

    mamograa7% das mulheres podem ter mamograa alterada

    Quantavo de mulheres que realizamultrassonograa mamria

    4,6% das mulheres devem realizar ultrasonograamamria aps mamograa, no ano

    Quantavo de mulheres que realizam bipsiaexcisional

    2,4% das mulheres devem realizar bipsia excisionalaps mamograa, no ano

    Quantavo de gestantes/municpio/ano 2% da populao total do municpio pode sergestante no ano

    Quantavo de gestantes de risco habitual 85% do total das gestantes podem ser de riscohabitual

    Quantavo de gestantes de alto risco 15% do total das gestantes podem ser de alto risco

    Quantavo de partos normais 75% do total de partos podem ser normais

    Quantavo de partos cesreas 25% do total de partos podem ser cesreas

    Tempo mdio de internamento de parto normal ecesrea

    Mdia de 3 dias

    Quantavo de necessidade de leitos Leitos hospitalares totais = 2,5 a 3 leitos para cada1.000 habitantes

    Leitos de UTI: 4% a 10% do total de leitos

    Hospitalares Leitos em unidades de recuperao (ps-cirrgico):

    2 a 3 leitos por Sala Cirrgica Leitos para pr parto: no mnimo 2 leitos por sala

    de parto.Quantavo de recm-nascidos/municpio/ano Clculo do nmero de RN = nmero total de

    gestantes 10% (possveis abortos) = total de RN nomunicpio, no ano

    Quantavo de crianas de risco habitual 70% do total das crianas podem ser de riscohabitual

    Quantavo de crianas de risco do grupo I 10% do total das crianas podem ser de risco dogrupo I

    Quantavo de crianas de risco do grupo II 20% do total das crianas podem ser de risco dogrupo II

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    Obs. Classicao dos grupos de risco para as crianas

    Grupo I: Acompanhadas pela equipe de sade_ Me com baixa escolaridade;

    _ Me adolescente;

    _ Me deciente mental;

    _ Me soroposiva para HIV, toxoplasmose ou slis, com criana negava

    para essas doenas;

    _ Morte materna;

    _ Histria de bito de menores de 1 ano na famlia;

    _ Condies ambientais, sociais e familiares desfavorveis;

    _ Pais ou responsveis dependentes de drogas lcitas e ilcitas;

    _ Criana nascida de parto domiciliar no assisdo;

    _ Recm-nascido redo na maternidade;

    _ Desmame antes do 6 ms de vida;

    _ Desnutrio;

    _ Internao prvia;

    _ Criana no vacinada ou com vacinao atrasada.

    Grupo II: Acompanhadas por pediatra ou especialista juntamente com a

    equipe de sade

    _ Baixo peso ao nascer;

    _ Prematuridade;

    _ Desnutrio grave;

    _ Triagem neonatal posiva para hiporoidismo, fenilcetonria, anemia

    falciforme ou brose csca;

    _ Doenas de transmisso vercal: toxoplasmose, slis, aids;

    _ Sem diagnsco negavo ou ainda no concludo para toxoplasmose,

    slis e aids;

    _ Intercorrncias importantes no perodo neonatal, nocadas na alta

    hospitalar;

    _ Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados;

    _ Evoluo desfavorvel de qualquer doena.

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    PLANILHA2:PLANILHADEPROGRAMAOSADEDAMULHER

    RESULTADOESPERADO

    ATIVIDADE

    PARMETRO

    DIMENSIONAMENTODE

    NECESSIDADE/AN

    O

    Acompanhamentode100%

    dasmulheresparapreveno

    decncerdemama

    Realizarexameclnico

    dasmamasemt

    odasas

    mulheresnafaixaetriade

    40-49anos

    100%dasmulheresnafaixae

    tria

    de40-49anosrealizame

    xame

    clnicodasmamas,anualmen

    te

    Avaliaoe

    acompanhamentode100%

    dasmulherescoms

    uspeita

    decncerdemama

    Realizarmamograa

    para100%dasmulheres,

    conformeindicaodo

    protocolo

    100%dasmulheresde40-49

    anoscome

    xameclnicodemama

    posivorealizamm

    amograa

    50%dasmulheresde50-69a

    nos

    realizamm

    amograaacadaa

    no

    Realizarpropeducadas

    mulherescomm

    amograa

    posiva

    4,6%dasmulheresrealizam

    ultrasonograamamriaaps

    mamograa

    2,4%dasmulheresrealizambipsia

    excisionalapsmamograa

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    PLANILHA3:PLANILHADEPROGRAMAOSADEDACR

    IANA

    RESULTADOESPERADO

    ATIVIDADE

    PARMETRO

    DIMENSIONAMENTO

    DE

    NECESSIDADE/ANO

    Coberturade100%das

    crianasmenoresde1ano

    nasaesdepuericultura

    noMunicpio

    Inscreverosmenores

    de1anonasaes

    depuericulturano

    Municpio

    100%d

    osmenoresde1anoinscritos,

    pelosA

    CS,nasaesdepuericultura

    nasunidadesbsicasdesade,

    prefere

    ncialmente,naprimeirasemana

    apsaltadamaternidade.

    Realizarconsultas

    depuericulturapara

    crianasmenoresde1

    anonomunicpio

    100%d

    ascrianasmenoresde1anocom

    nomnimo7consultasdepuericultura,

    realizad

    aspormdicoseenfermeiros,nas

    unidadesbsicasdesadedoMunicpio.

    Procedera

    imunizaoconforme

    opreconizadono

    Protocolo

    Nomn

    imo95%dascrianasmenoresde1

    anoimunizadas.

    Acompanhamentode

    100%dosmenoresde1

    anoderiscodoGrupoII

    Realizarconsultas

    adicionaisparaas

    crianasmenoresde1

    anoderiscodoGrupoII

    100%d

    ascrianasmenoresde1ano

    derisco

    dogrupoIIcom,nomnimo,5

    consult

    asadicionais(noCentrodeSade

    ouAmb

    ulatrioURSSaudade)

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Objevo:

    Compreender o processo de modelagem das redes de ateno sade.

    Desenvolvimento:

    A parr dos resultados obdos na avidade IV, discur as seguintesquestes:

    Em Belo Horionte, os servios de sade esto organiados em

    uma rede de ateno sade?

    A Ateno Primria Sade cumpre o seu papel de coordenao

    da Rede de Ateno?

    Os hospitais e a rede complementar esto organiados e

    dimensionados de forma a atender s demandas da rede?

    Em seu distrito, para a organiao das redes de ateno, os

    conceitos de integrao horiontal e vercal so aplicveis?

    Registrar o consolidado da discusso em grupo.

    Objevos:

    Compreender os principais conceitos de modelos de ateno sade e

    redes de ateno sade;

    Compreender a regulao assistencial como ferramenta de ordenamento

    da rede de ateno sade.

    Desenvolvimento:

    Ler o Estudo de Caso O caso de Dona Maria;

    Discur as seguintes questes:

    ATIVIDADE V REFLEXO SOBRE O

    DIMENSIONAMENTO DAS REDES DEATENO SADE

    Tempo esmado: 1 hora

    I I I

    i l li i i ii l i i i i i i l li

    l li l l l li lli l i

    . , :

    ATIVIDADE VI ESTUDO DE CASO PARTE I

    Tempo esmado: 1 hora e 15 minutos

    I I I

    PDAPS_facilitador_PBH_031109.indd 32 5/11/2009 11:05:47

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    Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial

    Quais so os aspectos (ou problemas) idencados no texto que

    diem respeito :

    Vigilncia em sade;

    Acolhimento e humaniao;

    Prioriao e acesso aos diferentes nveis do Sistema;

    Tempo de resposta da rede de ateno sade;

    Percurso (ou uxo) na rede de ateno sade.

    Registrar o consolidado da discusso. Ele ser retomado na avidade

    de nmero IX.

    EStudO dE caSO

    O CASO DE DONA MARIA4

    Estamos num municpio brasileiro de 100 mil habitantes, P de Serra,

    habilitado em gesto plena do sistema municipal, onde mora D. Maria e

    sua famlia. Dona Maria a nossa personagem: mulher de 52 anos, trs

    lhos, moradora da periferia do municpio, atualmente desempregada.

    Assim como o marido, vive de bicos (lava roupa para fora).

    Foi Unidade de Sade Jardim das Flores, a mais prxima de sua casa,

    aps ter sido alertada pelo marido que, na semana anterior, percebera um

    pequeno caroo na sua mama esquerda, ao acarici-la. Nos quine diasseguintes descoberta do caroo, tentou, por duas vees, agendar consulta

    com o mdico. No obtendo sucesso, procurou, por orientao da agente

    comunitria de sade, a enfermeira Sandra, diendo-se assustada com o

    caroo, que aquilo no podia ser normal.

    A enfermeira disse que conversaria com o mdico para um encaminhamento

    e saiu com um pedido para marcar uma consulta com um mastologista em

    outra unidade.

    Trs semanas depois, conseguiu a consulta com o mastologista, que a

    examinou e solicitou uma mamograa.

    Oito semanas depois, conseguiu faer a mamograa. O mastologista, no retorno

    marcado para cinco semanas aps sair o resultado do exame (o que ocorreuem dois dias), pede a bipsia, que deveria ser marcada em uma policlnica.

    Quatro semanas depois, ela foi submeda bipsia; aguardou mais seis

    semanas para receber o resultado e teve de esperar outra semana para

    agendar o retorno com o mastologista, que a encaminhou ao oncologista

    do Hospital Beira Mar.

    No tendo conseguido marcar a consulta, ela foi, com a cara e a coragem,

    ao Hospital e, aps ter comovido uma auxiliar de enfermagem com sua

    histria, conseguiu agendar uma consulta extra.

    4 Texto adaptado de: BRASIL. Ministrio da Sade. Curso Bsico de Regulao, Controle, Avaliao eAuditoria do SUS. Braslia: Ministrio da Sade, 2006.

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    Foi examinada pelo oncologista, que disse que ela nha demorado muito

    a procurar um mdico, que deveria ter vindo mais cedo. Foram solicitados,

    alm dos exames bsicos, exames de alto custo: cinlograa ssea e

    tomograa computadoriada de abdome e pelve. Foi orientada que voltassepara marcar o retorno assim que vesse os resultados em mos.

    S conseguiu agendar os exames de sangue e urina; para a radiograa de

    trax esperou uma semana, e outras trs para a tomograa e a cinlograa.

    Esperou outra semana para agendar o retorno com o mesmo oncologista,

    que disse a ela que, por ter passado tanto tempo, o tumor encontrava-se

    em estadiamento localmente avanado (estadiamento III), e Dona Maria,

    por isso, precisaria de quimioterapia prvia.

    Recebeu, ento, a quimioterapia prvia, observando-se regresso

    considervel do tumor, que se perde o tratamento, a quimioterapia, por

    no ter conseguido ser operada em tempo hbil (esperou mais de seis

    meses pela cirurgia, quando o recomendvel seria entre 15 e 30 dias aps otermino da quimioterapia), e o tumor volta a crescer e se torna inopervel.

    Ento, indicado para Dona Maria ser submeda radioterapia e, por ser

    uma senhora com mais de 50 anos, tambm hormonioterapia, mesmo sem

    averiguar com a dosagem dos receptores tumorais hormonais; tratamentos

    que no funcionam.

    Dona Maria v-se, em seis meses, com importante progresso tumoral,

    apresentando metstases sseas e hepcas. Por isso, precisou ser

    submeda quimioterapia paliava de 1 linha e radioterapia ssea.

    Em sequncia, foi-lhe prescrita hormonioterapia paliava de 2 linha, e

    todas resultam inecaes.

    Dona Maria progride com metstases pulmonares, com o que passa a

    receber quimioterapia paliava de 2 linha, persisndo a progresso tumoral

    na vigncia dessa. Ento, Dona Maria considerada fora de possibilidades

    terapucas oncolgicas. encaminhada para cuidados paliavos no Hospital

    de Recaminho, onde ca internada em leito de clnica mdica com falncia

    de mlplos rgos, vindo a bito em alguns dias.

    Objevo:

    Compreender o terceiro elemento constuvo das redes, que so os

    Modelos de Ateno Sade.

    Desenvolvimento:

    Exposio dialogada sobre Modelos de Ateno Sade;

    ATIVIDADE VII OS MODELOS DEATENO SADE

    Tempo esmado: 1 hora e 30 minutos

    I I I

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    Aps a explanao, esclarea as dvidas dos parcipantes;

    Orientar leitura do texto de apoio 4 - O MODELO DE ATENO SADE;

    Encerrar as avidades do dia, faendo um resumo dos temas abordadose um breve comentrio sobre a programao do dia seguinte.

    tEXtO dE aPOiO 4

    O MOdElO dE atEnO SadE5

    O modelo de ateno sade um sistema lgico que organia o

    funcionamento das redes de ateno sade, arculando, de forma

    singular, as relaes entre os componentes da rede e as intervenes

    sanitrias, denido em funo da viso prevalecente da sade, das situaes

    demogrca e epidemiolgica e dos determinantes sociais da sade, vigentes

    em determinado tempo e em determinada sociedade (MENDES, 2007a).

    Os modelos de ateno sade so, em geral, aplicados s condies crnicas.

    H, na literatura internacional, muitos deles: o modelo da ateno crnica

    (chronic care model) (WAGNER, 1998); o modelo dos cuidados inovadores para

    as condies crnicas (ORGANIzAO MUNDIAL DA SADE, 2003); o modelo

    expandido da ateno s condies crnicas (MINISTRY OF HEALTH, 2003); o

    modelo de ateno social e sade do Servio Nacional de Sade do Reino Unido

    (SCOTLAND HEALTH WHITE PAPER, 2003); o modelo da kaiser Permanente; o

    modelo EverCare, o modelo Per, o modelo de fortalecimento, o modelo da

    ateno guiada e muitos outros (SING; HAM, 2006). Contudo, pelas evidnciasdisponveis, destacam-se trs modelos: o da ateno crnica, o dos cuidados

    inovadores para as condies crnicas e o da kaiser Permanente.

    O modelo seminal o da ateno crnica, do qual derivam quase todos os

    demais. Os componentes desse modelo, denidos com base em evidncias,

    so: os recursos e as polcas comunitrias, a organiao da ateno

    sade, o desenho do sistema de prestao de servios, o autocuidado

    apoiado, o sistema de apoio s decises e os sistemas de informaes

    clnicas. Para se implantar, com sucesso, uma rede de ateno sade,

    mudanas devem ser feitas nesses seis componentes. Esse modelo tem

    sido exausvamente avaliado. Uma reviso sistemca desenvolvida

    pela Colaborao Cochrane sobre centenas de argos sugeriu um efeito

    sinrgico quando os componentes do modelo so combinados e um estudo

    avaliavo da Rand Corporaon, realiado em mais de 40 organiaes que

    implementaram o modelo nos Estados Unidos, concluiu que ele leva a

    melhores processos e resultados da ateno sade, incluindo resultados

    clnicos, sasfao dos pacientes e custos (SHORTELL et al., 2004); alm

    disso, uma meta-anlise (TSAI et al., 2005) feita com 112 estudos concluiu

    que a adoo de, pelo menos, um dos componentes do modelo da ateno

    crnica promove melhorias nos processos e resultados da ateno em asma,

    diabetes, insucincia cardaca e depresso.5MENDES, Eugnio Vilaa. O Modelo de Ateno Sade. In: Minas Gerais. Escola de Sade do Estado deMinas Gerais. Implantao do Plano Diretor da Ateno Primria Sade: Ocina I Redes de Ateno Sade / Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horionte: ESP-MG, 2009. p. 57-61.

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    A Organiao Mundial da Sade (2003) preconia o modelo dos cuidadosinovadores para as condies crnicas, com suas origens no modelo de atenos condies crnicas, mas que se prope a melhorar a ateno sade em

    trs nveis: o nvel micro (indivduos e famlias), o nvel meso (organiaes desade e comunidade) e o nvel macro (polcas de sade). H evidncias deque a aplicao do modelo dos cuidados inovadores para as condies crnicastem impacto em alguns processos e resultados sanitrios (SING; HAM, 2006).

    O modelo da kaiser Permanente, desenvolvido, tambm, a parr do modelode ateno s condies crnicas, conhecido como a pirmide da kaiser,estraca as pessoas que usam a rede de ateno sade, em trs nveisde complexidade: o nvel 1, 70% a 80% de portadores de doenas simplesque uliam intensivamente o autocuidado apoiado; o nvel 2, portadoresde doenas complexas que so cuidados pela tecnologia de diseasemanagement; e o nvel 3, portadores de doenas de alta complexidadeque so cuidados com a tecnologia de gesto de caso (case management). O

    modelo da kaiser Permanente promove a melhoria da qualidade de vida dospacientes e diminui as internaes hospitalares e as taxas de permanncianos hospitais (WALLACE, 2005; SING; HAM, 2006).

    Ainda que esses modelos no tenham sido aplicados, integralmente, narealidade brasileira, muitos de seus elementos esto presentes na experinciabem-sucedida de implantao de redes de ateno sade no municpio deCuriba. Um estudo avaliavo do Banco Mundial (WORLD BANk, 2006) procurouentender por que esse municpio obteve melhores resultados em relao aoutras de cidades brasileiras de pers demogrco e sanitrio semelhantes. Osresultados desse estudo, confrontados com os modelos de ateno s condiescrnicas e com a pirmide da kaiser, mostram muitos elementos comuns.

    A parr das semelhanas desses trs modelos, Mendes (2007a) desenvolveuum modelo de ateno s condies crnicas para ser aplicado no SUSque tem sido discudo na proposta de redes de ateno sade de MinasGerais. Esse modelo est representado na gura seguinte.

    FIGURA 3: Modelo de Ateno s Condies Crnicas

    FONTE: Mendes (2007)

    O modelo de ateno s condies crnicas, estrutura-se em cinco nveis e

    em trs componentes arculados: a populao, os focos das intervenes

    de sade e as intervenes de sade.

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    No primeiro nvel, opera-se com a populao total de uma rede de ateno

    sade, com o foco nos determinantes sociais da sade e por meio de

    intervenes de promoo da sade. Os determinantes sociais da sade so

    conceituados como as condies sociais em que as pessoas vivem e trabalhamou as caracterscas sociais dentro das quais a vida transcorre, ou seja, como

    as causas das causas (COMISSION ON SOCIAL DETERMINANTS OF HEALTH,

    2007). Os principais determinantes sociais da sade a serem considerados so:

    a acumulao de riscos no curso da vida, o emprego, a renda, a educao,

    a raa/etnicidade, a coeso social, o ambiente, a localiao geogrca, os

    eslos de vida, a violncia e a alimentao e tm como pano de fundo a

    questo da equidade (WORLD HEALTH ORGANIzATION, 2003; VICTORA, 2006).

    As intervenes de promoo da sade apresentam sinergias entre si, o que

    signica que devem ser realiadas sob a forma de projetos intersetoriais,

    sustentados pela vigilncia dos determinantes sociais da sade.

    No segundo nvel, opera-se com uma subpopulao da populao total que

    est submeda a algum de fator de risco, entendido como uma caractersca

    ou atributo cuja presena aumenta a possibilidade de apresentar uma

    condio de sade. Os principais fatores de riscos para as condies crnicas

    so: a idade, o tabagismo, o gnero, o sobrepeso ou a obesidade, o sexo

    inseguro, o uso abusivo de drogas, o estresse, a hipertenso arterial, a

    intolerncia glicose e a depresso (BRASIL 2005; ORGANIzAO MUNDIAL

    DA SADE, 2005). As principais intervenes de preveno das condies

    de sade so: a vigilncia dos fatores de risco; as medidas de preveno

    especca, como as imuniaes; o rastreamento de doenas; a vigilncia

    ava de certas doenas, como o cncer de prstata; os exames peridicos

    de sade; as intervenes de manejo do estresse; as mudanas de eslo

    de vida e o controle de fatores de risco por medicamentos (PORTER, 2007).At o segundo nvel no h uma condio de sade estabelecida. Somente a

    parr do terceiro nvel do modelo que se vai operar com uma condio de

    sade cuja gravidade, expressa na complexidade que apresenta a condio

    de sade estabelecida, denir as intervenes de sade. Por isso, a parr

    do terceiro nvel exige-se a denio de subpopulaes recortadas segundo

    a estracao de riscos da condio de sade, o que convoca as tecnologias

    de gesto da clnica. So duas as tecnologias de gesto da clnica uliadas

    no modelo: a gesto da condio de sade e a gesto de caso.

    No terceiro nvel, opera-se com uma subpopulao da populao total que

    apresenta uma condio de sade simples (de baixo ou mdio risco), em geral

    mais de 70% dos portadores da condio de sade, por meio da tecnologia degesto da condio de sade. No quarto nvel, opera-se com uma subpopulao

    com condio de sade complexa (de alto ou muito alto risco), tambm por meio

    da tecnologia de gesto da condio de sade. O que jusca essa diviso entregesto da condio de sade 1 e 2 a naturea da proviso do cuidado. No nvel

    3, vai-se operar, basicamente, com o autocuidado apoiado; j no nvel 4, opera-se

    equilibradamente entre o autocuidado apoiado e o cuidado mulprossional.

    A diagonal que crua a gura, desde o topo at as intervenes de preveno

    das condies de sade, representa isso; o que ca acima da linha cuidado

    mulprossional, o que ca abaixo autocuidado apoiado.

    No nvel 5, opera-se com uma subpopulao da populao total que apresenta

    uma condio de sade de muito complexa. Essa subpopulao aquela que,

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    segundo a lei da concentrao da severidade das condies de sade e dos

    gastos da ateno sade, ange de 1% a 5% da populao total e que chega a

    consumir mais da metade dos recursos globais de um sistema de ateno sade

    (BERk; MONHEINT, 1992). As intervenes em relao a essa subpopulao sorealiadas por outra tecnologia da gesto da clnica, a gesto de caso.

    A operacionaliao desse modelo de ateno s condies crnicas exige

    mudanas nos componentes da rede de ateno sade, o que feito segundo

    as direvas do modelo da ateno crnica (WAGNER, 1998). Isso signica

    mudanas nas relaes com a comunidade: o encorajamento dos usurios das

    redes para parciparem de programas comunitrios e as parcerias da rede de

    ateno sade com organiaes comunitrias; mudanas na organiao

    da ateno sade: o desenvolvimento de uma cultura de integrao e de

    coordenao da ateno sade e a instucionaliao de incenvos para a

    qualidade da ateno; as mudanas no desenho do sistema de prestao de

    servios: a clara denio dos papis das equipes mulprossionais na ateno

    sade e a oferta de gesto de casos a portadores de condies de sade

    muito complexas; a implantao de sistema de apoio s decises: a uliao

    de diretries clnicas baseadas em evidncias, a educao permanente para os

    prossionais, a educao em sade para os usurios e a integrao da ateno

    primria e especialiada; o fortalecimento do autocuidado apoiado: a colocao

    do usurio como o centro da ateno sade, a elaborao colaborava do plano

    de cuidado pela equipe mulprossional e o usurio e a uliao de tecnologiasde autocuidado apoiado como tcnicas de soluo de problemas e denio de

    metas no plano de cuidado e seu monitoramento; as mudanas nos sistemas

    de informaes clnicas: implantao de pronturios eletrnicos que incluam

    planos de cuidados, idencao de subpopulaes para o cuidado proavo,

    proviso de alertas e lembretes para os prossionais de sade e usurios ecomparlhamento das informaes entre a equipe mulprossional e o usurio.

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