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Eso e Se Pb o Eso e Ms GesSee e Eso e Se e Ms Ges
See Mp e Se e Beo Hooe
OficinaS dE QualificaO da atEnOPriMria SadE EM BElO HOrizOntE
O 2
Beo Hooe, 2009
rees e aeo Se erego assse
G o Geee e Pojeos(to)/fo
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ESCOLA DE SADE PBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAISUnidade SedeAv. Augusto de Lima, 2.061 - Barro Preto - BH - MGCEP: 30190-002 - www.esp.mg.gov.br
Unidade Geraldo Campos ValadoRuaUberaba, 780 - Barro Preto - BH - MG
CEP: 30180-080
Tammy Angelina Mendona Claret MonteiroDiretora Geral da Escola de Sade Pblicado Estado de Minas Gerais
Thiago Augusto Campos HortaSuperintendente de Educao
Onofre Ricardo de Almeida MarquesSuperintendente de Pesquisa
Adilson Meireles PachecoSuperintendente de Planejamento,Gesto e Finanas
Fabiane Marns RochaAssessora de Comunicao Social
Audrey Silveira BastaAssessor Jurdico
Nina de Melo Dvel
Auditora Geral
Ana Crisna Mormer Lio de CarvalhoCoordenadora de Educao Permanente - SEDU/ESP-MG
Juliana Fonseca de OliveiraCoordenadora de Educao Tcnica - SEDU/ESP-MG
Tereza Crisna PeixotoCoordenadora de Educao Superior - SEDU/ESP-MG
Patrcia da Conceio ParreirasCoordenadora do Ncleo de Gesto Pedaggica - SEDU/ESP-MG
Stella Maris Srvarca ArasCoordenadora do Ncleo de Planejamento Educacional - SEDU/ESP-MG
Michael Molinari AndradeCoordenador do Ncleo de Aes Estratgicas - SEDU/ESP-MG
Responsveis Tcnicos/Ncleo de Aes Estratgicas - SEDU/ESP-MG
Ana Carolina da Silva CrisanoDinalva Marns IriasEleni Fernande Moa de LimaVirgnia Rodrigues Braga
Reviso Tcnico-Pedaggica:Carlos Haroldo PiancastelliDinalva Marns IriasDulcinia Pereira da CostaPoliana Estevam NaarPatrcia da Conceio ParreirasThiago Augusto Campos HortaWagner Fulgncio Elias
Editor Responsvel:Fabiane Marns Rocha
Produo grca e Impresso: Autnca Editora
SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAISRua Sapuca, 429 - CEP: 30150-050 - Belo Horionte-MGwww.saude.mg.gov.br
Marcus Vincius Caetano Pestana da SilvaSecretrio de Estado de Sade de Minas Gerais
Antnio Jorge de Souza MarquesSecretrio-Adjunto de Estado de Sade de Minas Gerais
Helida de Oliveira LimaSubsecretria de Polcas e Aes de Sade
Marco Antnio Bragana de MatosSuperintendente de Ateno Sade
Elice Eliane Nobre RibeiroGerente de Ateno Primria Sade
Fernando Santos SchneiderGerente Adjunto do Projeto Estruturador Sade em Casa
Jomara Alves da SilvaSubsecretria de Inovao e Logsca em Sade
Juliana Barbosa e OliveiraSuperintendente de Gesto de Pessoas e Educao em Sade
Aline Branco MacedoGerente de Aes Educacionais em Sade
SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE DE BELO HORIZONTEAvenida Afonso Pena 2336 Funcionrios Belo Horionte MG CEP: 30130.007www.pbh.gov.br
Mrcio Arajo de LacerdaPrefeito de Belo Horionte
Marcelo Gouva TeixeiraSecretrio Municipal de Sade de Belo Horionte
Susana Maria Moreira RatesSecretria Municipal Adjunta
Fabiano PimentaSecretrio Municipal Adjunto
ELABORAO DO PLANO DIRETOR DA ATENOPRIMRIA SADE:
Eugnio Vilaa MendesConsultor da Secretaria de Estado de Sade
Maria Emi ShimazakiConsultora Tcnica
Marco Antnio Bragana de MatosSuperintendente de Ateno Sade
Fernando Antnio Gomes LelesAssessor-chefe da Assessoria de Gesto Regional
Wagner Fulgncio EliasAssessor de Normaliao
Luciana Maria de MoraesTcnica da Assessoria de Normaliao
Marli NacifTcnica da Gerncia de Ateno Primria Sade
GRUPO DE ADAPTAO DAS OFICINAS DE QUALIFICAODA ATENO PRIMRIA SADE EM BELO HORIZONTE
Representantes da Secretaria Municipal de Sade de Belo Horionte
Adriana Lcia MeirelesAlexandre MouraAline Mendes SlvaAmlia Egnia Froes FonsecaAna Maria ResendeAndra Ramos AlmeidaCarlos Alberto Tenrio CavalcanteCludia GonjoDenise Ribeiro MesquitaEliana Maria de Oliveira SEvely CapdevilleHeloisa Maria MuzziJanete Maria FerreiraJanete dos Reis CoimbraJrsia Amaral de SouzaJlia Carvalho Alves PerdigoLenice Hasumi IshitaniLecia de Castro MaiaLorena BraggaMaria Imaculada Campos DrumondMaria Janini Lino e MacedoMaria Luza Fernandes TostesMax Andr dos SantosMilson Alves da FonsecaNeuslene Rivers QueirozNomria Csar do NascimentoPaulo Csar NogueiraRbia Mrcia Xavier de LimaSandra Alice Pinto Coelho MarquesSandra Crisna PaulucciShirley Maria FonsecaSimone PalmerSnia Gestera de MaosStella Deusa Pegado de ArajoVanessa Almeida
Representantes da Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais
Conceio Aparecida GonalvesLuciana Maria de Moraes
Todos os direitos reservados. permida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer m comercial.
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
SUMRIO
1. COMPETNCIA............................................................................................................. 05
2. OBJETIVOS................................................................................................................... 05
3. ESTRATGIAS E ATIVIDADES......................................................................................... 05
4. ESTRUTURA GERAL E PROGRAMAO........................................................................ 07
1 Dia .............................................................................................................................. 08
Avidade I. Introduo e Dinmica Inicial........................................................................08
Avidade II. Relato sobre a Conduo da Ocina Anlise da Ateno Primria Sade no N9velLocal.................................................................................................................................08
Avidade III. Redes de Ateno Sade...........................................................................09
Avidade IV. Dimensionamento da Rede de Ateno Sade.........................................22
Avidade V. Reexo sobre o Dimensionamento das Redes de Ateno Sade....................32
Avidade VI. Estudo de Caso Parte I..............................................................................32
Avidade VII. Os Modelos de Ateno Sade................................................................34
2 Dia .............................................................................................................................. 40
Avidade VIII. A Regulao Assistencial como Ferramenta de Ordenamento do Percurso do
Usurio na Rede SUS-BH..................................................................................................40
Avidade IX. Estudo de Caso Parte II.............................................................................49
Avidade X. Plano de Trabalho para o Perodo de Disperso...........................................49
Avidade XI. Encerramento das Avidades e Avaliao da Ocina..................................52
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1. cOMPEtnciaS
Ao nal desta ocina, espera-se que os parcipantes tenham desenvolvido
sua capacidade para:
Compreenso da fundamentao terica que orienta o desenho e a
operacionaliao das redes de ateno;
Compreenso dos fundamentos que do base construo de redes de
ateno sade;
Compreenso dos elementos que constuem uma rede de ateno
sade;
Uliao do processo de modelagem das redes de ateno sade;
Compreenso dos modelos de ateno sade das redes de ateno
sade;
Compreenso da regulao assistencial como ferramenta de ordenamentoda rede de ateno sade.
2. OBJEtiVOS
Ao nal desta ocina, espera-se que os parcipantes tenham alcanado os
seguintes objevos:
Relatar a conduo da primeira ocina no nvel local;
Compreender a fundamentao terica que orienta o desenho e a
operacionaliao das redes de ateno:
Compreender os fundamentos que do base construo de
redes de ateno sade;
Compreender os elementos que constuem uma rede de ateno
sade;
Uliar o processo de modelagem das redes de ateno sade;
Compreender os modelos de ateno sade das redes de ateno
sade;
Compreender a regulao assistencial como ferramenta de
ordenamento da rede de ateno sade.
Planejar o perodo de disperso.
3. EStratGiaS E atiVidadES
Esta ocina apresenta uma nova proposta de trabalho com abordagens que
propiciem o engajamento dos parcipantes no processo de aquisio dos
novos conhecimentos e que favoream a reexo sobre seu contexto e o
processo a ser desenvolvido nas suas avidades.
As estratgias educacionais a serem desenvolvidas tm por objevo subsidiar
os prossionais nas avidades a serem realiadas nos perodos de disperso
e durante o exerccio de sua prca.
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As avidades da ocina esto arculadas de forma a auxiliar os parcipantes
no aprimoramento da prca prossional e consistem em exerccios,
trabalhos em grupo, aulas exposivas, estudo de caso e trabalhos de campo.
Discusses estruturadas facilitaro a troca de experincias e a construode estratgias de fortalecimento da APS.
Os trabalhos de campo, realiados no perodo de disperso, sero
apresentados e avaliados no momento presencial no prximo mdulo.
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4. EStrutura GEral E PrOGraMaO
Esta ocina tem uma carga horria de 16 horas, distribudas em: avidades de grupo, discusses
em plenria, exposies dialogadas e orientaes para o perodo de disperso. Veja a seguir a
programao das avidades:
1 DIA
Horrio Avidade Metodologia
8h s 8h30 Introduo e Dinmica Inicial Dinmica de grupo
8h30 s 9h15Relato sobre a Conduo da OcinaAnlise da Ateno Primria Sadeno Nvel Local
Apresentao em plenria
9h15 s 11h Redes de Ateno SadeEstudo de texto
Apresentao em plenria
11h s 12hDimensionamento das Redes deAteno Sade
Trabalho em grupo
12h s 13h30 Almoo
13h30 s 14h30Reexo sobre o dimensionamento darede de ateno
Trabalho em grupo
14h30 s 15h45 Estudo de Caso Parte I Trabalho em grupo
15h45 s 16h Intervalo
16h s 17h30 Modelos de Ateno Sade Exposio dialogada
2 DIA
Horrio Avidade Metodologia
8h s 9h30A regulao assistencial comoferramenta de ordenamento dopercurso do usurio na rede SUS-BH
Exposio dialogada
9h30 s 9h45 Intervalo
9h45 s 12h Estudo de Caso Parte II Trabalho em grupo
12h s 13h30 Almoo
13h30 s 16hPlano de trabalho para o perodo dedisperso.
Trabalho em grupo por DistritoSanitrio
16h15 s 16h30 Intervalo
16h30 s 17hEncerramento das Avidades eAvaliao da Ocina
Discusso em plenria
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1 dia
Objevos:
Saudar os parcipantes;
Apresentar os parcipantes;
Pactuar os compromissos com os parcipantes.
Desenvolvimento:
Cada Gerente de Projetos (Tutor) / Facilitador dever desenvolver a
avidade de acordo com a realidade local.
Objevo:
Apresentar a experincia de conduo da ocina Anlise da Ateno
Primria Sade no nvel local.
Desenvolvimento:
Um expositor ser responsvel por apresentar as diversas experincias
de conduo local da ocina Anlise da Ateno Primria Sade.
ATIVIDADE I INTRODUO EDINMICA INICIAL
Tempo esmado: 30 minutos
I I I
i l li i i ii l i i i i i i l li
l li l l l li lli l i
. , :
ATIVIDADE II RELATO SOBRE ACONDUO DA OFICINA
ANLISE DA ATENO PRIMRIA SADE NO NVEL LOCAL
Tempo esmado: 45 minutos
I I I
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Objevos:
Conceituar redes de ateno sade;
Compreender os fundamentos que do base construo de redes de
ateno sade;
Compreender os elementos que constuem uma rede de ateno sade.
Desenvolvimento:
Formar grupos;
Discur as seguintes questes:
O que uma rede de ateno sade?
Qual a importncia de uma rede de ateno?
Como a APS se posiciona dentro da rede SUS-BH?
Como a coordenao do cuidado se d na rede SUS-BH?
Como a integralidade do cuidado acontece na rede SUS-BH?
Qual o papel da regulao assistencial na busca da integralidade?
O coordenador do grupo deve registrar um consolidado da discusso;
Orientar a leitura do texto de apoio 1 OS FUNDAMENTOS PARA A
CONSTRUO E OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS REDES DE ATENO
SADE NO SUS;
Apresentar a sntese da discusso;
Orientar a leitura complementar do texto de apoio 2 OS SISTEMAS
DE ATENO SADE.
TEXTO DE APOIO 1
OS FUNDAMENTOS PARA A CONSTRUO E OS ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS DAS REDES DE ATENO SADE NO SUS1
1. Os fundamentos para a construo das redes de ateno sade
1MENDES, Eugnio Vilaa. Os fundamentos para a construo e os elementos cosntuvos das Redesde Ateno Sade no SUS. In: Minas Gerais: Escola de Sade do Estado de Minas Gerais. Implantaodo Plano Diretor da Ateno Primria Sade: Ocina I Redes de Ateno Sade / Escola de SadePblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horionte: ESP-MG. p. 50-56.
ATIVIDADE III REDES DE ATENO
SADE
Tempo esmado: 1 hora e 45 minutos
I I I
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. , :
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As redes de ateno sade, como outras formas de produo econmica,
podem ser organiadas em arranjos produvos hbridos que combinam a
concentrao de certos servios com a disperso de outros. Em geral, os
servios de ateno primria sade devem ser dispersos; ao contrrio,servios de maior densidade tecnolgica, como hospitais, unidades de
processamento de exames de patologia clnica, equipamentos de imagem
etc. tendem a ser concentrados (WORLD HEALTH ORGANIzATION, 2000).
O modo de organiar as redes de ateno sade dene a singularidade
de seus processos descentraliadores em face de outros setores sociais. Os
servios de sade estruturam-se numa rede de pontos de ateno sade,
composta de equipamentos de diferentes densidades tecnolgicas que
devem ser distribudos espacialmente, de forma ma. Essa distribuio
ma vai resultar em ecincia, efevidade e qualidade dos servios.
Economia de escala, grau de escasse de recursos e acesso aos diferentes
pontos de ateno sade determinam, dialecamente, a lgica fundamentalda organiao racional das redes de ateno sade.
Os servios que devem ser ofertados de forma dispersa so aqueles que no
se beneciam de economias de escala, para os quais h recursos sucientes
e em relao aos quais a distncia fator fundamental para a acessibilidade;
diferentemente, os servios que devem ser concentrados so aqueles que
se beneciam de economias de escala, para os quais os recursos so mais
escassos e em relao aos quais a distncia tem menor impacto sobre o
acesso (MENDES, 2001).
As economias de escala ocorrem quando os custos mdios de longo prao
diminuem medida que aumenta o volume das avidades e os custos xos
se distribuem por um maior nmero dessas avidades, sendo o longo praoum perodo de tempo suciente para que todos os insumos sejam variveis.
As economias de escala so mais provveis de ocorrer quando os custos
xos so altos relavamente aos custos variveis de produo, o que
comum nos servios de sade. A teoria econmica assume que as relaes
entre custos mdios e tamanho de certos equipamentos de sade tendem
a assumir uma forma de U. Assim, aumentos de escala implicam fontes
adicionais de custos, de tal forma que, alm de um determinado volume
crco, os custos mdios de longo prao comeam a elevar-se, congurando
uma situao de deseconomia de escala. Portanto, a busca de escala uma
condio imprescindvel para um sistema de sade eciente.
Um exame da literatura universal idencou, aproximadamente, 100 estudos
que mostram evidncias de economias de escala em hospitais. Esses estudos
revelaram que as economias de escala s podem ser encontradas em hospitais
de mais de 100 leitos, que o tamanho mo dos hospitais pode estar entre
100 a 450 leitos e que as deseconomias de escala vo tornar-se importantes
em hospitais de mais de 650 leitos (ALETRAS, JONES; SHELDON, 1997).
Outro fator importante para o desenvolvimento das redes de ateno
sade a disponibilidade ou o grau de escasse dos recursos. Recursos
muito escassos, sejam humanos, sejam sicos, devem ser concentrados;
ao contrrio, recursos menos escassos devem ser desconcentrados. Por
exemplo, comum concentrarem-se os mdicos superespecialiados e
desconcentrarem-se os mdicos de famlia, que so mais numerosos.
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Um dos objevos fundamentais dos servios de sade a qualidade. Os
servios de sade tm qualidade quando so prestados em consonncia com
padres mos predenidos; so submedos a medidas deperformancenos
nveis de estrutura, processos e resultados; so ofertados para atender snecessidades dos usurios; implicam programas de controle de qualidade;
so seguros para os prossionais de sade e para os usurios faem-se de
forma humaniada; sasfaem s expectavas dos usurios (DLUGACz,
RESTIFO; GREENWOOD, 2004).
Uma singularidade dos servios de sade que parece haver uma relao
estreita entre escala e qualidade, ou seja, entre quandade e qualidade.
Essa relao estaria ligada a uma crena generaliada de que servios de
sade ofertados em maior volume so mais provveis de apresentar melhor
qualidade; nessas condies, entre outras raes, os prossionais de sade
estariam melhor capacitados a realiar os servios de sade (BUNkER, LUFT;
ENTHOVEN, 1982). Por isso, os compradores pblicos de sade, devem
analisar o tamanho dos servios e o volume de suas operaes como uma
proxyde qualidade.
Na Holanda, a busca de escala e qualidade levou regionaliao e
concentrao de certos servios de sade. Por exemplo, cirurgias cardacas
abertas s podem ser realiadas em hospitais que faam, no mnimo, 600
operaes anuais (BANTA; BOS, 1991). No Reino Unido, bem como na maioria
dos pases ricos, h uma crescente concentrao de hospitais, em busca
de escala e qualidade (FERGUSON, SHELDON; POSNETT, 1997). No Brasil
vericou-se uma associao inversa entre volume de cirurgias cardacas e
taxas de mortalidade por essas cirurgias (NORONHA et al., 2003).
Diante dessas evidncias, as redes de ateno sade devem congurar-se
em desenhos instucionais que combinem elementos de concentrao e
de disperso dos diferentes pontos de ateno sade.
Contudo, esses fatores devem estar em equilbrio com o critrio do acesso aos
servios. O acesso aos servios de sade est em funo de quatro variveis:
o custo de oportunidade da uliao dos servios de sade, a severidade
percebida da condio que gera a necessidade de busca dos servios, a
efevidade esperada dos servios de sade, e a distncia dos servios de
sade. Outras condies sendo iguais, quanto maior o custo de oportunidade,
menor a severidade da condio, menos clara a percepo da efevidade e
maior a distncia, sendo menor o acesso aos servios de sade.
Uma reviso sobre o acesso aos servios de sade mostrou algumas
evidncias (CARRHILL, PLACE; POSNETT, 1997): a uliao da ateno
primria a sade sensvel distncia, tanto para populaes urbanas quanto
rurais, sendo isso parcularmente importante para servios prevenvos ou
para o manejo de doenas em estgios no sintomcos; h evidncia de
uma associao negava tambm para servios de urgncia e emergncia;
no h evidncia de associao entre distncia e uliao de servios de
radioterapia e de seguimento de cncer de mama; no h associao entre
distncia e a acessibilidade a servios hospitalares agudos.
Portanto, o desenho de redes de ateno sade fa-se sobre os territrios
sanitrios, combinando, dinamicamente, de um lado, economia de escala,
escasse relava de recursos e qualidade dos servios e, de outro, o acesso aos
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
servios de sade. A situao ma dada pela concomitncia de economias
de escala e servios de sade de qualidade acessveis aos cidados. Quando
se der como em regies de baixa densidade demogrca o conito entre
escala e acesso, prevalece o critrio do acesso. Assim, do ponto de vistaprco, em algumas regies brasileiras, as microrregies estaro denidas
por populaes submas; assim, tambm, certos servios operaro em
deseconomias de escala porque no se pode sacricar o direito do acesso
aos servios de sade a critrios econmicos.
Na construo de redes de ateno sade devem ser observados os
conceitos de integrao horiontal e vercal. So conceitos que vm da
teoria econmica e que esto associados s cadeias produvas.
A integrao horiontal se d entre unidades produvas iguais, com o
objevo de adensar a cadeia produva e, dessa forma, obter ganhos de
escala e, consequentemente, maior produvidade. o caso das fuses de
bancos ou de provedores de Internet.
A integrao vercal, ao contrrio, se d entre unidades produvas diferentes
para congurar uma cadeia produva com maior agregao de valor. o
caso de uma empresa que comea com a minerao de ferro, depois agrega
a produo de gusa, depois a produo de ao, etc.
No desenvolvimento das redes de ateno sade, os dois conceitos se
aplicam.
A integrao horiontal que objeva promover o adensamento da cadeia
produva da sade se fa por dois modos principais: a fuso ou a aliana
estratgica. A fuso se d quando duas unidades produvas, por exemplo,
dois hospitais, se fundem num s, aumentando a escala pelo somatrio dos
leitos de cada qual e diminuindo custos, ao reduir a um s alguns serviosadministravos anteriormente duplicados, como a unidade de gesto, a
coinha, a lavanderia, etc. A aliana estratgica se fa quando, mantendo-se
as duas unidades produvas, os servios so coordenados de modo que cada
uma se especialie numa carteira de servios, eliminando-se a concorrncia
entre eles. Por exemplo, quando dois hospitais entram em acordo para que
as suas carteiras de servios no sejam concorrentes, mas complementares,
de forma que o que um fa o outro no far. Em geral, haver tambm, na
aliana estratgica, ganhos de escala e maior produvidade.
A integrao vercal, nas redes de ateno sade, se fa atravs de um
sistema de comunicao uido entre as diferentes unidades produvas
dessa rede. Isso signica colocar sob a mesma gesto todos os pontos deateno sade, desde a ateno primria at ateno terciria sade, e
comunic-los atravs de sistemas logscos potentes. Na integrao vercal
h uma forma especial, na sade de gerao de valor em cada n da rede
de ateno, o que se aproxima do conceito de valor agregado da economia.
2. Os elementos constuvos das redes de ateno sade
As redes de ateno sade constuem-se de trs elementos: a populao,
a estrutura operacional ou os componentes das redes de ateno sade
e o modelo de ateno sade
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2.1 A populao
No h possibilidade de se estruturar uma rede de ateno sade sem uma
populao adscrita. Essa populao, nas redes de ateno sade privadas ou
pblicas, organiadas pelo princpio da compeo gerenciada, prescindem de
localiao em territrios sanitrios; ao contrrio, as redes de ateno sade,
organiadas pelo princpio da cooperao gerenciada, exigem a territorialiao,
ou seja, a construo de espaos/populao, como o caso do SUS.
Nessas lmas, a populao de responsabilidade das redes de ateno
sade vive em territrios sanitrios singulares, organia-se socialmente
em famlias e cadastrada e registrada em subpopulaes por riscos
sociossanitrios. Assim, a populao total de responsabilidade de uma rede
de ateno sade deve ser totalmente conhecida e registrada num sistema
de informao potente. Mas no basta o conhecimento da populao total:
ela deve ser subdividida em subpopulaes por fatores de risco e estracada
por riscos em relao s condies de sade estabelecidas.
2.2 A estrutura operacional das redes de ateno sade
A estrutura operacional das redes de ateno sade materialia-se em
cinco componentes: os pontos de ateno sade secundrios e tercirios,
o centro de comunicao localiado na ateno primria sade, os sistemas
de apoio, os sistemas logscos, e o sistema de governana da rede. o
que se v na gura abaixo, com a exceo do sistema de governana que
incide sobre todos os outros componentes.
2.2.1 Os pontos de ateno sade secundrios e tercirios
Os ns das redes de ateno sade constuem-se dos pontos de ateno
sade que so os lugares instucionais, onde se ofertam servios de
ateno secundria e terciria, produidos atravs de uma funo
de produo singular. So exemplos de pontos de ateno sade: as
unidades ambulatoriais especialiadas, os centros de apoio psicossocial,
as residncias terapucas, os centros de especialidades odontolgicas, os
centros ambulatoriais especialiados, os centros de enfermagem, os lares
abrigados, os centros de convivncia para idosos, os centros de ateno
paliava, etc. Os hospitais, como organiaes de alta densidade tecnolgica
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
e como organiaes complexas, podem abrigar disntos pontos de ateno
sade: o ambulatrio de pronto atendimento, a unidade de cirurgia
ambulatorial, o centro cirrgico, a maternidade, a unidade de terapia
intensiva, a unidade de hospital/dia e outros.
2.2.2 A ateno primria sade
O centro de comunicao da rede de ateno sade o n intercambiador
no qual se coordenam os uxos e os contrauxos do sistema de servios de
sade, constudo pela ateno primria sade (unidade ou equipe de ateno
primria sade). Para desempenhar seu papel de centro de comunicao da
rede horiontal de uma rede de ateno sade, a ateno primria sade
deve cumprir trs papis essenciais (MENDES, 2002): o papel resoluvo, o
de resolver a grande maioria dos problemas de sade da populao; o papel
organiador, relacionado com sua naturea de centro de comunicao, o de
coordenar os uxos e contrauxos das pessoas pelos diversos pontos de ateno
sade; e o papel de responsabiliao, o de corresponsabiliar-se pela sade
dos cidados em quaisquer ponto de ateno sade em que estejam.
2.2.3 Os sistemas de apoio
Os sistemas de apoio so os lugares instucionais das redes onde se prestam
servios comuns a todos os pontos de ateno sade, nos campos do apoio
diagnsco e terapuco, da assistncia farmacuca e dos sistemas de informao
em sade. O subsistema de apoio diagnsco e terapuco envolve os servios de
diagnsco por imagem, os servios de medicina nuclear diagnsca e terapuca,
a eletrosiologia diagnsca e terapuca, as endoscopias, a hemodinmica ea patologia clnica (anatomia patolgica, genca, bioqumica, hematologia,
imunologia e microbiologia e parasitologia). O subsistema de assistncia
farmacuca envolve uma organiao complexa exercitada por um grupo de
avidades relacionadas com os medicamentos, desnadas a apoiar as aes de
sade demandadas por uma comunidade, englobando, portanto, intervenes
relavas programao de medicamentos, aquisio de medicamentos,
ao armaenamento dos medicamentos, distribuio dos medicamentos,
dispensao dos medicamentos e farmacoeconomia, bem como aes de uso
racional como os protocolos de medicamentos, a dispensao farmacuca, a
ateno farmacuca, a conciliao de medicamentos, a adeso aos tratamentos
medicamentosos e a farmacovigilncia. Os sistemas de informao em sade
englobam diferentes bancos de dados nacionais, regionais e locais
2.2.4 Os sistemas logscos
Um quarto componente das redes de ateno sade so os sistemas
logscos. Os sistemas logscos so solues tecnolgicas, fortemente
ancoradas nas tecnologias de informao, que garantem uma organiao
racional dos uxos e contrauxos de informaes, produtos e usurios nas
redes de ateno sade. Os principais sistemas logscos das redes de
ateno sade so os cartes de idencao dos usurios, os sistemas
de acesso regulado ateno sade, os pronturios clnicos e os sistemas
de transportes sanitrios.
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2.2.5 Os sistemas de governana das redes
O quinto componente das redes de ateno sade so os sistemas degovernana das redes. A governana da rede envolve a denio de uma
instucionalidade de gesto e o uso instrumentos gerenciais. A governana
da rede o arranjo organiavo interinstucional que permite a governana
de todos os componentes das redes de ateno sade, de forma a gerar um
excedente cooperavo entre os atores sociais em situao e a obter resultados
sanitrios efevos e ecientes nas regies de sade (macro e microrregies).
2.3 O modelo de ateno sade
O modelo de ateno sade um sistema lgico que organia o
funcionamento das redes de ateno sade, arculando, de forma
singular, as relaes entre os componentes da rede e as intervenessanitrias, denido em funo da viso prevalecente da sade, das situaes
demogrca e epidemiolgica e dos determinantes sociais da sade, vigentes
em determinado tempo e em determinada sociedade.
REFERNCIA:
ALETRAS, V.; JONES, A; SHELDON, T. A. Economies of scale and scope. In: FERGUSON,
B., SHELDON, T. A; POSNETT, J. Concentraon and choice in health care. London,
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MENDES, E. V. Os grandes dilemas do SUS. Salvador, Casa da Qualidade, Tomo II, 2001.
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tEXtO dE aPOiO 2
OS SiStEMaS dE atEnO SadE2
Os sistemas de ateno sade so denidos pela Organiao Mundial da Sade
como o conjunto de avidades cujo propsito primrio promover, restaurar e
manter as sade de uma populao (WORLD HEALTH ORGANIzATION, 2000).
Da que os sistemas de ateno sade so respostas sociais, organiadas
deliberadamente, para responder s necessidades, s demandas e s
representaes das populaes, em determinada sociedade e em certo tempo.
Os sistemas de ateno sade apresentam os seguintes objevos: i. O
alcance de um nvel mo de sade, distribudo de forma equitava; ii. A
garana de uma proteo adequada dos riscos para todos os cidados; iii. Oacolhimento humaniado de todos os cidados; iv. A garana da prestao
de servios efevos e de qualidade; v. A garana da prestao de servios
com ecincia (MENDES, 2002).
Os sistemas de servios de sade podem apresentar-se, na prca social,
por meio de diferentes formas organiacionais. Na experincia internacional
contempornea, a pologia mais encontrada de sistemas fragmentados
e redes de ateno sade.
Os sistemas fragmentados de ateno sade, fortemente hegemnicos, so
aqueles que se (des)organiam atravs de um conjunto de pontos de ateno
sade isolados e incomunicados uns dos outros e que, por consequncia,
so incapaes de prestar uma ateno connua populao. Em geral, noh uma populao adscrita de responsabiliao. Neles, a ateno primria
sade no se comunica uidamente com a ateno secundria sade e
esses dois nveis tambm no se comunicam com a ateno terciria sade.
Diferentemente, os modelos integrados de ateno sade so aqueles
organiados atravs de uma rede integrada de pontos de ateno sade,
que presta uma assistncia connua e integral a uma populao denida, com
comunicao uida entre os diferentes nveis de ateno sade.
Alm da organiao por componentes isolados ou por uma rede integrada
o que caracteria mais fortemente os nomes de fragmentao e de redes
de ateno sade , essas formas alternavas de organiao dos sistemas
de ateno sade apresentam outra diferena marcante, dada pelos
fundamentos conceituais as sustentam.
Nos modelos fragmentados de ateno sade, vige uma viso de uma
estrutura hierrquica, denida por nveis de complexidades crescentes e
com relaes de ordem e graus de importncia entre os diferentes nveis. Essa
concepo de sistema hierarquiado, organiado por nveis de ateno segundo
uma complexidade crescente, tem srios problemas. Ela se fundamenta num
conceito de complexidade equivocado, ao estabelecer que a ateno primria
sade menos complexa que a ateno nos nveis secundrio e tercirio. Tal
2MENDES, Eugnio Vilaa. Os sistemas de Ateno Sade. In: Minas Gerais. Escola de Sade do Estadode Minas Gerais. Implantao do Plano Diretor da Ateno Primria Sade: Ocina I Redes de Ateno Sade / Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horionte: ESP-MG, 2009. p. 43-48.
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viso distorcida de complexidade leva, consciente ou inconscientemente, a
uma banaliao da ateno primria sade e a uma sobrevaloriao, seja
material, seja simblica, das prcas que exigem maior densidade tecnolgica
e que so exercitadas nos nveis secundrio e tercirio de ateno sade.Nas redes de ateno sade, essa concepo de hierarquia substuda pela
de poliarquia, e o sistema organia-se sob a forma de uma rede horiontal de
ateno sade. Assim, nas redes de ateno sade no h uma hierarquia
entre os diferentes pontos de ateno sade, mas a conformao de uma rede
horiontal de pontos de ateno sade de disntas densidades tecnolgicas,
sem ordem e sem grau de importncia entre eles. Todos os pontos de ateno
sade so igualmente importantes para que se cumpram os objevos das
redes de ateno sade. Apenas se diferenciam pelas diferentes densidades
tecnolgicas que caracteriam os diversos pontos de ateno sade.
A gura seguinte procura ilustrar essa mudana de um sistema hierrquico,
nos nveis de ateno primria, secundria e terciria sade, para uma rede
horiontal integrada, organiada a parr de um centro de comunicao, o
ponto da ateno primria sade, representado pelo crculo central.
FIGURA 1: O Sistema Piramidal Hierrquico para a Rede de Ateno Sade Polirquica
Essa gura aponta para mudana radical da organiao dos sistemas de ateno
sade que no pode se limitar a uma inverso desses sistemas, como proposto
frequentemente. Porque no se trata, apenas, de inverter a forma piramidal, mas
de subvert-la, substuindo-a por uma outra forma organiacional, de qualidade
inteiramente disnta, a rede polirquica de ateno sade.
Ademais, o dilema entre os sistemas fragmentados e as redes de ateno sade contm dois modos alternavos de organiar os servios de
sade: sistemas voltados para a ateno s condies agudas, inerentes
fragmentao, ou sistemas voltados para a ateno s condies agudas e
crnicas, as redes de ateno sade. Em geral, os sistemas fragmentados
de ateno sade focam-se na ateno s condies agudas; ao contrrio,
as redes de ateno sade voltam-se para as condies crnicas, mas
atendendo, concomitantemente, s condies agudas.
Uma anlise mais detalhada das diferenas entre os sistemas fragmentados
e as redes de ateno sade feita na tabela a seguir.
A.C.
MdiaComplexid.
Ateno Primria
APS
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CARACTERSTICA SISTEMA FRAGMENTADO REDE DE ATENO SADE
Forma de organiao Hierarquia Poliarquia
Coordenao da ateno Inexistente Feita pela ateno primria
Comunicao entre os componentes Inexistente Feita por sistemas logscos ecaes
FocoNas condies agudas por meio de
unidades de pronto atendimento
Nas condies agudas e crnicas por meio de
uma rede integrada de pontos de ateno sade
ObjevoObjevos parciais de diferentes servios e
resultados no medidos
Objetivos de melhoria da sade de uma
populao com resultados clnicos e econmicos
medidos
Populao Voltado para indivduos isoladosPopulao adscrita dividida por subpopulaes
de risco e sob responsabilidade da rede
SujeitoPaciente que recebe prescries dos
prossionais de sadeAgente corresponsvel pela prpria sade
A forma da ao do sistemaReativa, acionada pela demanda dos
pacientes
Proava, baseada em planos de cuidados de
cada usurio realiados conjuntamente pelos
prossionais e pelos usurios
nfase das intervenesCuravas e reabilitadoras sobre doenas
ou condies estabelecidas
Promocionais, prevenvas, curavas, cuidadoras,
ou reabilitadoras sobre determinantes sociais da
sade, sobre fatores de risco e sobre as doenas
ou condies estabelecidas
Modelo de ateno
Fragmentado por ponto de ateno
sade, sem estratificao de riscos evoltado para as doenas ou condies
estabelecidas
Integrado, com estracao dos riscos, e voltadopara os determinantes sociais da sade, os fatores
de riscos e as doenas ou as condies estabelecidas
PlanejamentoPlanejamento da oferta, denido pelos
interesses dos prestadores
Planejamento da demanda definido pelas
necessidades de sade da populao adscrita
nfase do cuidadoNos prossionais de sade, especialmente
nos mdicos
Na relao entre equipes mulprossionais e
os usurios e suas famlias e com nfase no
autocuidado orientado
Conhecimento e ao clnicasConcentradas nos profissionais,
especialmente mdicos
Parlhado por equipes mulprossionais e
usurios
Tecnologia de informaoFragmentada, pouco acessvel e com baixa
capilaridade nos componentes das redes
Integrada a parr de carto de idendade
dos usurios e dos pronturios eletrnicos e
arculada em todos os componentes da rede
Organiao territorialTerritrios poltico-administrativos
denidos por lgica polca
Territrios sanitrios denidos pelos uxos
sanitrios da populao em busca de ateno
Sistema de nanciamentoFinanciamento por procedimentos em
pontos de ateno sade isolados
Financiamento por valor global ou por capitao
da rede
Parcipao socialParcipao social passiva e a comunidade
vista como cuidadora
Parcipao social ava por meio de conselhos
de sade com presena na governana da rede
QUADRO 1: As Caracterscas Diferenciais dos Sistemas Fragmentados e das Redes de Ateno Sade
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As lgicas subjacentes aos sistemas alternavos dada pelas singularidades
da ateno s condies agudas e crnicas. Dadas essas caracterscas
singulares das condies agudas e crnicas, seus manejos, pelos sistemas de
sade, so inteiramente diversos. Um dos problemas centrais da crise dosmodelos de ateno sade contemporneos consiste no enfrentamento
das condies crnicas na mesma lgica das condies agudas, ou seja,
atravs de tecnologias desnadas a responder aos momentos agudos dos
agravos na maioria das vees momentos de agudiao das condies
crnicas, autopercebidos pelas pessoas , atravs da ateno demanda
espontnea, principalmente, em unidades de pronto atendimento ou de
internaes hospitalares de urgncia ou emergncia. E desconhecendo a
necessidade imperiosa de uma ateno connua nos momentos silenciosos
dos agravos quando as condies crnicas insidiosamente evoluem. o que
se v na gura seguinte:
FIGURA 2: As Lgicas de Ateno s Condies Agudas e Crnicas
A gura mostra o curso hipotco da severidade de uma doena em uma
pessoa portadora de uma doena crnica. A regio inferior, da base do grco
at a linha A, representa, num determinado tempo, o grau de severidade dadoena que pode ser gerido roneiramente pela ateno primria sade;
o espao entre a linha A e B representa, em determinado tempo, o grau de
severidade da doena que pode ser enfrentado pela ateno ambulatorial
especialiada; nalmente, o espao superior linha B representa, em
determinado tempo, o grau de severidade da doena que necessita de
internao hospitalar. Suponha-se que se represente a ateno a um portadorde diabetes. Pela lgica da ateno s condies agudas, essa pessoa,
quando se sente mal ou quando agudia sua doena, aciona o sistema e
atendida, no pronto atendimento ambulatorial (ponto X); num segundo
momento, descompensa e internada num hospital (ponto Y). Contudo,
nos intervalos, no tem uma ateno connua e proava sob a coordenao
da equipe da ateno primria sade. Esse sistema de ateno o sistema
fragmentado de ateno s condies agudas , ao nal de um perodo longo
de tempo, determinar resultados sanitrios desastrosos. Esse portador de
diabetes caminhar, com o passar dos anos, inexoravelmente, para uma
renopaa, para uma nefropaa, para a amputao de extremidades, etc.
A rao disso que esse sistema s atua sobre as doenas e condies j
ATENO
AMBULATORIAL
ESPECIALIZADA
TEMPO
B1
INTERNAOHOSPITALAR
ATENO
HOSPITALAR
ATENOPRIMRIA
B
A1
A
ATENO
AMBULATORIAL
ESPECIALIZADA
TEMPO
B1
INTERNAOHOSPITALAR
ATENO
HOSPITALAR
ATENOPRIMRIA
B
A1
A
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estabelecidas, em momentos de manifestaes clnicas exuberantes, auto-
percebidas pelos pacientes, desconhecendo os determinantes sociais, os
fatores de riscos e os riscos siolgicos. Por isso, imprescindvel mudar,
radicalmente essa lgica, implantando-se uma rede de ateno sade que,alm de responder aos momentos de agudiao das condies crnicas
nas unidades de pronto atendimento ambulatorial e hospitalar, faa um
seguimento connuo e proavo dos portadores de condies crnicas, sob
a coordenao da equipe da ateno primria sade e com o apoio dos
servios de ateno secundria e terciria da rede de ateno, atuando,
equilibradamente, sobre os determinantes, sobre os riscos e, tambm,
sobre os danos e as doenas.
Ainda que os resultados do sistema fragmentado de ateno s condies
agudas sejam desastrosos, ele conta com o apoio forte dos decisores
polcos e da populao em geral, sua grande vma.
Os resultados dessa forma de ateno das condies crnicas atravs demodelos de ateno sade voltados para a ateno a eventos agudos,
so dramcos. Tome-se o exemplo do diabetes nos Estados Unidos: h
8 milhes de portadores de diabetes com diagnsco da doena e outros
tantos sem diagnsco; 35% dos portadores de diabetes desenvolvem
nefropaas, 58% doenas cardiovasculares e 30% a 70% neuropaas; os
portadores de diabetes tm 5 vees mais chances que os no portadores de
diabetes de apresentar um acidente vascular cerebral; aproximadamente
15% dos portadores de diabetes sofrem algum po de amputao de
extremidade; h 144.000 mortes prematuras de portadores de diabetes,
uma perda de 1.445.000 anos de vida produva e uma incapacitao
total de 951.000 pessoas; a produvidade anual 7 mil dlares menor
nos portadores de diabetes em relao aos no portadores de diabetes;um portador de diabetes tem o dobro de possibilidade de aposentar-se
precocemente que um no portador de diabetes; a carga econmica anual
do diabetes foi esmada em torno de 90 bilhes de dlares; e um portador
de diabetes custa anualmente, ao sistema de servios de sade, 11.157
dlares, comparando com os 2.604 dlares de no portadores de diabetes
(BARR, BOUWMAN; LOBECk, 1996).
Outro dado que mostra a irracionalidade da ateno aos portadores de
diabetes atravs de modelos fragmentados de ateno sade voltados para
as condies agudas est no fato de que o custo de um nico episdio de
internao por diabetes corresponde a uma ateno connua ambulatorial
de 10 a 20 de portadores de diabetes durante um ano (ENGLAND, GRANT;SANCHO, 1997).
A rao desses precrios resultados est num completo divrcio entre uma
situao epidemiolgica de dupla carga das doenas, com alta prevalncia
de condies crnicas, e um sistema de ateno fragmentado, voltado para
a ateno s condies agudas.
A incoerncia entre a situao de sade mineira e o sistema fragmentado
de ateno sade pracado congura a crise fundamental do sistema de
sade no Estado. Essa crise s ser superada com a substuio do sistema
fragmentado por redes de ateno sade.
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As redes de ateno sade so organiaes polirquicas de um conjunto
de servios de sade que permitem ofertar uma ateno connua e integral
a determinada populao, coordenada pela ateno primria sade,
prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo e com a qualidadecerta e com responsabilidade sanitria e econmica sobre essa populao.
Dessa denio emergem os contedos bsicos das redes de ateno
sade: tm responsabilidades sanitrias e econmicas inequvocas por sua
populao; so organiadas sem hierarquia entre os pontos de ateno
sade; implicam um connuo de ateno nos nveis primrio, secundrio
e tercirio; implicam a ateno integral com intervenes promocionais,
prevenvas, curavas, cuidadoras, reabilitadoras e paliavas; operam sob
coordenao da ateno primria sade e prestam ateno oportuna, em
tempo e lugares certos e com a qualidade certa.
As redes de ateno sade constuem-se de trs elementos fundamentais:
uma populao, componentes das redes e um modelo de ateno sade.
A populao de responsabilidade das redes vive em territrios sanitrios
singulares, organia-se socialmente em famlias e cadastrada e registrada
em subpopulaes por riscos sociossanitrios.
Os componentes das redes de ateno sade so: os pontos de ateno
sade; o centro de comunicao localiado na ateno primria sade; os
sistemas de apoio (sistema de assistncia farmacuca, sistema de apoio
diagnsco e terapuco e sistemas de informao em sade); os sistemas
logscos (carto de idencao dos usurios, pronturio eletrnico nico,
central de regulao e sistema de transporte sanitrio) e o sistema de
governana.
O modelo de ateno sade o sistema lgico que permite funcionamentodas redes de ateno sade.
REFERNCIAS
BANCO MUNDIAL. Enfrentando o desao das doenas no transmissveis no Brasil.
Braslia, Banco Mundial/Unidade de Gerenciamento do Brasil, 2005.
BARR, C. E.; BOUWMAN, D. I.; LOBECk, F. Disease state consideraons. In: TODD,
W. E.; NASH, D. Disease management: a systems approach to improving paents
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ENGLAND, R.; GRANT, k.; SANCHO, J. Health sector reform: a toolkit for communicaon.
London, Instute for Health Sector Development, 1997.
MENDES, E. V. Os sistemas de servios de sade: o que os gestores deveriam saber
sobre essas organizaes complexas. Fortalea, Escola de Sade Pblica do Cear, 2002.
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Objevo:
Compreender a forma recomendada de uliao do processo de
modelagem das redes de ateno sade a parr da Ateno Primria
Sade.
Desenvolvimento:
Formar grupos;
Ler o texto de apoio 3 O DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ATENO
SADE DA MULHER E CRIANA EM BELO HORIzONTE e a Matri 1 OS
PONTOS DE ATENO DA REDE MATERNOINFANTIL;
Ler as planilhas de programao da sade da mulher e da criana, atentos
para os resultados esperados, as avidades e os parmetros;
Uliar os dados populacionais apresentados no texto e os parmetros
apontados nas planilhas 2 e 3, para preencher a 4 coluna das planilhas
de programao de sade da mulher (planilha 2) e da criana (planilha 3),
dimensionando as necessidades anuais. Esses resultados sero discudos
na avidade subsequente.
tEXtO dE aPOiO 3
O diMEnSiOnaMEntO da rEdE dE atEnO SadE da
MulHEr E da criana EM BElO HOrizOntE3
O municpio de Belo Horionte composto por nove distritos sanitrios
que totaliam uma populao de 2.238.288 habitantes, segundo dados doCenso 2000. A ateno sade da mulher e da criana em Belo Horionte
se arcula em rede envolvendo os distritos sanitrios, nveis de ateno e
pontos de ateno sade (vide matri 1).
O dimensionamento de uma rede de ateno deve ocorrer a parr de
planilhas de programao que discriminam os resultados esperados, as
principais avidades a serem operacionaliadas e os parmetros para
dimensionar a necessidade de atendimento nos pontos de ateno (vide
exemplo de parmetros na planilha 1).
3Elaborado pelo Grupo de Conduo das Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade emBelo Horionte.
ATIVIDADE IV
DIMENSIONAMENTO DA REDE DEATENO SADE
Tempo esmado: 1 hora
I I I
i l li i i ii l i i i i i i l li
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. , :
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Uliando como parmetro os dados populacionais na tabela a seguir,
preencha a quarta coluna (dimensionamento das necessidades/ano) das
planilhas 2 e 3 e discuta os resultados em grupo.
Parmetros populacionais para Belo Horionte (IBGE, Censo 2000)
Mulheres Populao
25-39 anos 511.005 mulheres
40-49 anos 157.570 mulheres
50-69 anos 168.719 mulheres
QUADRO 2: Parmetros Populacionais para Belo Horionte.
FONTE: IBGE, Censo 2000.
Crianas Populao
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
MATRIZ1OSPONTOSDEATENODAREDEMATERNO-INFA
NTIL
TERRITRIO
SANITRIO
PONTODE
ATENO
COMPETNCIADOPONTODEAT
ENO
READE
ABRANGNCIA
DAEQUIPE
DESADEDA
FAMLIA(ESF)
DOMICLIO
Visitadomiciliar:
Cadastrarasfamliasdamicrorea;
Realizarvisitadomiciliarparaafam
liapeloACSoudemaismembrosdaequipedesade;
Idencarprecocementeasgesta
ntes,purperasecrianasparaac
ompanhamentopelaequipedesa
de;
Realizarvisitadeacompanhamen
todasgestantes,purperasecrian
asdamicrorea;
Vericarcartodevacinasedepr-natal;
Idencareencaminharparaaeq
uipeassituaesderisco:violncia
domsca,sexual,drogadio,etc
;
Idencareencaminharparaaequipeassituaesderisco:egressohospitalar,desnutrio,atrasova
cinal.
Atendimentodomiciliar:
Realizaratendimentodomiciliar(avaliao,execuodeprocedimentos,tratamentosupervisionado,e
tc)das
gestantes,purperasecrianasdamicroreaporprossionaisdaeq
uipedesade;
Realizaratendimentodomiciliar(avaliao,execuodeprocedime
ntos)dasgestantes,purperasec
rianas
damicroreaporprossionaisda
equipedesade.
Atendimentodomiciliar:
porprossionaisdaequipedesade.
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
reade
abrangnciada
UnidadeBsica
deSade
Ginecologista
deapoio
Parcipareapoiarasaesde
planejamento,organizaoemo
nitoramentodasaesdeassistnciae
vigilncia;
ApoiaraESFnasaesdepr-nat
alhabitualdescritasacima;
Realizaraesdematriciamento;
Realizaraesdepromoodasa
dereproduva;
Idencaodoriscoreproduvo
.
Pediatrade
apoio
Parcipareapoiarasaesde
planejamento,organizaoemo
nitoramentodasaesdeassistnciae
vigilnciasade;
Interconsultaparacrianasdealtorisco:
Realizarasconsultasparaascrian
asmenoresde1anodealtorisco
,conformeoprotocolo;
Realizaravidadeseducavaspar
aosfamiliares;
Idencarcrianascoms
inaisde
alertadesofrimentopsquico;
Realizaraesdematriciamento;
Discussointerdisciplinardecaso
sderiscoecomplexos.
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
Distrito
Sanitrio/
Municpio
Ambulatrio
dePr-Natal
deAltoRisco
Realizarasconsultasdepr-natal
dealtorisco,conformeoprotocolo;
Solicitarosexameslaboratoriaisp
araagestantedealtorisco,conformeoprotocolo;
Realizaravidadeseducavaspar
aagestantedealtoriscoefamiliares;
Realizarconsultapuerperalparap
urperasdealtorisco,conformep
rotocolo;
ComunicarasUBSasgestantesfa
ltosas;
Vericarpormeiodocartodopr-nataloacompanhamentodagestantepelaUBS;
ContrarrefernciaparaasUBSdassituaesclnicasdasgestante.
Maternidade
paragestante
derisco
habitual
Internamentogestantesderisc
ohabitual
Realizarinternamentosparaas
gestantesderiscohabitualque
apresentarem
intercorrnciasclnicase
obsttricas.
Partogestantesderiscohabitu
al
Realizarpartoparaasgestantesd
eriscohabitual.
Internamentocrianasdebaixo
risco
Realizarinternamentosparaascrianasqueapresentaremi
ntercorr
nciasclnicas.
Conformevinculaoentrepr-natalereferenciaparaopartodoSUS-BH.
Maternidade
paragestante
dealtorisco
Internamento-gestantesdealto
risco
Realizarinternamentosparaasge
stantesdealtoriscoqueapresenta
remi
ntercorrnciasclnicaseobst
tricas.
Parto-gestantesdealtorisco
Realizarpartoparaasgestantesd
ealtorisco.
Internamento-crianasdealtor
isco
Realizarinternamentosparaascrianasdealtoriscoqueapresentaremi
ntercorrnciasclnicas.
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
PLANILHA 1: PARMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ATENO MATERNO-INFANTIL
INDICADOR PARMETRO
Quantavo de mulheres que realizam coleta depapanicolau a cada 3 anos
33% das mulheres da faixa etria de 25 a 59 anosdevem realizar coleta de papanicolau no ano
Quantavo de mulheres com exame papanicolaucom alterao ou suspeita
1,5% das mulheres podem ter o exame depapanicolau com alterao ou suspeita no ano
Quantavo de mulheres que realizam bipsia 100% das mulheres podem com exame depapanicolau com alterao ou suspeita realizam
bipsiaQuantavo de mulheres que realizam colposcopia 100% das mulheres podem com exame de
papanicolau com alterao ou suspeita realizamcolposcopia
Quantavo de mulheres com colposcopia posiva(com leso)
1,0% das mulheres podem ter colposcopia posiva(com leso)
Quantavo de mulheres que realizameletrocauterizao
0,7% das mulheres devem fazer eletrocauterizao
Quantavo de mulheres que realizam cirurgia de
alta frequncia
0,3% das mulheres devem fazer CAF
Quantavo de mulheres que realizam exameclnico de mama anualmente
100% das mulheres da faixa etria de 40 a 49 anosdevem realizar exame clnico de mama no ano
Quantavo de mulheres com exame clnico demama posivo
17% das mulheres podem ter o exame clnico demama posivo
Quantavo de mulheres que realizam mamograa 100% das mulheres com exame clnico de mamaposivo devem realizar mamograa imediatamente
aps a suspeio clnica50% das mulheres da faixa etria de 50 a 69 anos
devem realizar mamograa no anoQuantavo de mulheres com alteraes na
mamograa7% das mulheres podem ter mamograa alterada
Quantavo de mulheres que realizamultrassonograa mamria
4,6% das mulheres devem realizar ultrasonograamamria aps mamograa, no ano
Quantavo de mulheres que realizam bipsiaexcisional
2,4% das mulheres devem realizar bipsia excisionalaps mamograa, no ano
Quantavo de gestantes/municpio/ano 2% da populao total do municpio pode sergestante no ano
Quantavo de gestantes de risco habitual 85% do total das gestantes podem ser de riscohabitual
Quantavo de gestantes de alto risco 15% do total das gestantes podem ser de alto risco
Quantavo de partos normais 75% do total de partos podem ser normais
Quantavo de partos cesreas 25% do total de partos podem ser cesreas
Tempo mdio de internamento de parto normal ecesrea
Mdia de 3 dias
Quantavo de necessidade de leitos Leitos hospitalares totais = 2,5 a 3 leitos para cada1.000 habitantes
Leitos de UTI: 4% a 10% do total de leitos
Hospitalares Leitos em unidades de recuperao (ps-cirrgico):
2 a 3 leitos por Sala Cirrgica Leitos para pr parto: no mnimo 2 leitos por sala
de parto.Quantavo de recm-nascidos/municpio/ano Clculo do nmero de RN = nmero total de
gestantes 10% (possveis abortos) = total de RN nomunicpio, no ano
Quantavo de crianas de risco habitual 70% do total das crianas podem ser de riscohabitual
Quantavo de crianas de risco do grupo I 10% do total das crianas podem ser de risco dogrupo I
Quantavo de crianas de risco do grupo II 20% do total das crianas podem ser de risco dogrupo II
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Obs. Classicao dos grupos de risco para as crianas
Grupo I: Acompanhadas pela equipe de sade_ Me com baixa escolaridade;
_ Me adolescente;
_ Me deciente mental;
_ Me soroposiva para HIV, toxoplasmose ou slis, com criana negava
para essas doenas;
_ Morte materna;
_ Histria de bito de menores de 1 ano na famlia;
_ Condies ambientais, sociais e familiares desfavorveis;
_ Pais ou responsveis dependentes de drogas lcitas e ilcitas;
_ Criana nascida de parto domiciliar no assisdo;
_ Recm-nascido redo na maternidade;
_ Desmame antes do 6 ms de vida;
_ Desnutrio;
_ Internao prvia;
_ Criana no vacinada ou com vacinao atrasada.
Grupo II: Acompanhadas por pediatra ou especialista juntamente com a
equipe de sade
_ Baixo peso ao nascer;
_ Prematuridade;
_ Desnutrio grave;
_ Triagem neonatal posiva para hiporoidismo, fenilcetonria, anemia
falciforme ou brose csca;
_ Doenas de transmisso vercal: toxoplasmose, slis, aids;
_ Sem diagnsco negavo ou ainda no concludo para toxoplasmose,
slis e aids;
_ Intercorrncias importantes no perodo neonatal, nocadas na alta
hospitalar;
_ Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados;
_ Evoluo desfavorvel de qualquer doena.
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PLANILHA2:PLANILHADEPROGRAMAOSADEDAMULHER
RESULTADOESPERADO
ATIVIDADE
PARMETRO
DIMENSIONAMENTODE
NECESSIDADE/AN
O
Acompanhamentode100%
dasmulheresparapreveno
decncerdemama
Realizarexameclnico
dasmamasemt
odasas
mulheresnafaixaetriade
40-49anos
100%dasmulheresnafaixae
tria
de40-49anosrealizame
xame
clnicodasmamas,anualmen
te
Avaliaoe
acompanhamentode100%
dasmulherescoms
uspeita
decncerdemama
Realizarmamograa
para100%dasmulheres,
conformeindicaodo
protocolo
100%dasmulheresde40-49
anoscome
xameclnicodemama
posivorealizamm
amograa
50%dasmulheresde50-69a
nos
realizamm
amograaacadaa
no
Realizarpropeducadas
mulherescomm
amograa
posiva
4,6%dasmulheresrealizam
ultrasonograamamriaaps
mamograa
2,4%dasmulheresrealizambipsia
excisionalapsmamograa
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PLANILHA3:PLANILHADEPROGRAMAOSADEDACR
IANA
RESULTADOESPERADO
ATIVIDADE
PARMETRO
DIMENSIONAMENTO
DE
NECESSIDADE/ANO
Coberturade100%das
crianasmenoresde1ano
nasaesdepuericultura
noMunicpio
Inscreverosmenores
de1anonasaes
depuericulturano
Municpio
100%d
osmenoresde1anoinscritos,
pelosA
CS,nasaesdepuericultura
nasunidadesbsicasdesade,
prefere
ncialmente,naprimeirasemana
apsaltadamaternidade.
Realizarconsultas
depuericulturapara
crianasmenoresde1
anonomunicpio
100%d
ascrianasmenoresde1anocom
nomnimo7consultasdepuericultura,
realizad
aspormdicoseenfermeiros,nas
unidadesbsicasdesadedoMunicpio.
Procedera
imunizaoconforme
opreconizadono
Protocolo
Nomn
imo95%dascrianasmenoresde1
anoimunizadas.
Acompanhamentode
100%dosmenoresde1
anoderiscodoGrupoII
Realizarconsultas
adicionaisparaas
crianasmenoresde1
anoderiscodoGrupoII
100%d
ascrianasmenoresde1ano
derisco
dogrupoIIcom,nomnimo,5
consult
asadicionais(noCentrodeSade
ouAmb
ulatrioURSSaudade)
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
Objevo:
Compreender o processo de modelagem das redes de ateno sade.
Desenvolvimento:
A parr dos resultados obdos na avidade IV, discur as seguintesquestes:
Em Belo Horionte, os servios de sade esto organiados em
uma rede de ateno sade?
A Ateno Primria Sade cumpre o seu papel de coordenao
da Rede de Ateno?
Os hospitais e a rede complementar esto organiados e
dimensionados de forma a atender s demandas da rede?
Em seu distrito, para a organiao das redes de ateno, os
conceitos de integrao horiontal e vercal so aplicveis?
Registrar o consolidado da discusso em grupo.
Objevos:
Compreender os principais conceitos de modelos de ateno sade e
redes de ateno sade;
Compreender a regulao assistencial como ferramenta de ordenamento
da rede de ateno sade.
Desenvolvimento:
Ler o Estudo de Caso O caso de Dona Maria;
Discur as seguintes questes:
ATIVIDADE V REFLEXO SOBRE O
DIMENSIONAMENTO DAS REDES DEATENO SADE
Tempo esmado: 1 hora
I I I
i l li i i ii l i i i i i i l li
l li l l l li lli l i
. , :
ATIVIDADE VI ESTUDO DE CASO PARTE I
Tempo esmado: 1 hora e 15 minutos
I I I
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Ocinas de Qualicao da Ateno Primria Sade em Belo Horionte Ocina 2: Redes de Ateno Sade e Regulao Assistencial
Quais so os aspectos (ou problemas) idencados no texto que
diem respeito :
Vigilncia em sade;
Acolhimento e humaniao;
Prioriao e acesso aos diferentes nveis do Sistema;
Tempo de resposta da rede de ateno sade;
Percurso (ou uxo) na rede de ateno sade.
Registrar o consolidado da discusso. Ele ser retomado na avidade
de nmero IX.
EStudO dE caSO
O CASO DE DONA MARIA4
Estamos num municpio brasileiro de 100 mil habitantes, P de Serra,
habilitado em gesto plena do sistema municipal, onde mora D. Maria e
sua famlia. Dona Maria a nossa personagem: mulher de 52 anos, trs
lhos, moradora da periferia do municpio, atualmente desempregada.
Assim como o marido, vive de bicos (lava roupa para fora).
Foi Unidade de Sade Jardim das Flores, a mais prxima de sua casa,
aps ter sido alertada pelo marido que, na semana anterior, percebera um
pequeno caroo na sua mama esquerda, ao acarici-la. Nos quine diasseguintes descoberta do caroo, tentou, por duas vees, agendar consulta
com o mdico. No obtendo sucesso, procurou, por orientao da agente
comunitria de sade, a enfermeira Sandra, diendo-se assustada com o
caroo, que aquilo no podia ser normal.
A enfermeira disse que conversaria com o mdico para um encaminhamento
e saiu com um pedido para marcar uma consulta com um mastologista em
outra unidade.
Trs semanas depois, conseguiu a consulta com o mastologista, que a
examinou e solicitou uma mamograa.
Oito semanas depois, conseguiu faer a mamograa. O mastologista, no retorno
marcado para cinco semanas aps sair o resultado do exame (o que ocorreuem dois dias), pede a bipsia, que deveria ser marcada em uma policlnica.
Quatro semanas depois, ela foi submeda bipsia; aguardou mais seis
semanas para receber o resultado e teve de esperar outra semana para
agendar o retorno com o mastologista, que a encaminhou ao oncologista
do Hospital Beira Mar.
No tendo conseguido marcar a consulta, ela foi, com a cara e a coragem,
ao Hospital e, aps ter comovido uma auxiliar de enfermagem com sua
histria, conseguiu agendar uma consulta extra.
4 Texto adaptado de: BRASIL. Ministrio da Sade. Curso Bsico de Regulao, Controle, Avaliao eAuditoria do SUS. Braslia: Ministrio da Sade, 2006.
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Foi examinada pelo oncologista, que disse que ela nha demorado muito
a procurar um mdico, que deveria ter vindo mais cedo. Foram solicitados,
alm dos exames bsicos, exames de alto custo: cinlograa ssea e
tomograa computadoriada de abdome e pelve. Foi orientada que voltassepara marcar o retorno assim que vesse os resultados em mos.
S conseguiu agendar os exames de sangue e urina; para a radiograa de
trax esperou uma semana, e outras trs para a tomograa e a cinlograa.
Esperou outra semana para agendar o retorno com o mesmo oncologista,
que disse a ela que, por ter passado tanto tempo, o tumor encontrava-se
em estadiamento localmente avanado (estadiamento III), e Dona Maria,
por isso, precisaria de quimioterapia prvia.
Recebeu, ento, a quimioterapia prvia, observando-se regresso
considervel do tumor, que se perde o tratamento, a quimioterapia, por
no ter conseguido ser operada em tempo hbil (esperou mais de seis
meses pela cirurgia, quando o recomendvel seria entre 15 e 30 dias aps otermino da quimioterapia), e o tumor volta a crescer e se torna inopervel.
Ento, indicado para Dona Maria ser submeda radioterapia e, por ser
uma senhora com mais de 50 anos, tambm hormonioterapia, mesmo sem
averiguar com a dosagem dos receptores tumorais hormonais; tratamentos
que no funcionam.
Dona Maria v-se, em seis meses, com importante progresso tumoral,
apresentando metstases sseas e hepcas. Por isso, precisou ser
submeda quimioterapia paliava de 1 linha e radioterapia ssea.
Em sequncia, foi-lhe prescrita hormonioterapia paliava de 2 linha, e
todas resultam inecaes.
Dona Maria progride com metstases pulmonares, com o que passa a
receber quimioterapia paliava de 2 linha, persisndo a progresso tumoral
na vigncia dessa. Ento, Dona Maria considerada fora de possibilidades
terapucas oncolgicas. encaminhada para cuidados paliavos no Hospital
de Recaminho, onde ca internada em leito de clnica mdica com falncia
de mlplos rgos, vindo a bito em alguns dias.
Objevo:
Compreender o terceiro elemento constuvo das redes, que so os
Modelos de Ateno Sade.
Desenvolvimento:
Exposio dialogada sobre Modelos de Ateno Sade;
ATIVIDADE VII OS MODELOS DEATENO SADE
Tempo esmado: 1 hora e 30 minutos
I I I
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Aps a explanao, esclarea as dvidas dos parcipantes;
Orientar leitura do texto de apoio 4 - O MODELO DE ATENO SADE;
Encerrar as avidades do dia, faendo um resumo dos temas abordadose um breve comentrio sobre a programao do dia seguinte.
tEXtO dE aPOiO 4
O MOdElO dE atEnO SadE5
O modelo de ateno sade um sistema lgico que organia o
funcionamento das redes de ateno sade, arculando, de forma
singular, as relaes entre os componentes da rede e as intervenes
sanitrias, denido em funo da viso prevalecente da sade, das situaes
demogrca e epidemiolgica e dos determinantes sociais da sade, vigentes
em determinado tempo e em determinada sociedade (MENDES, 2007a).
Os modelos de ateno sade so, em geral, aplicados s condies crnicas.
H, na literatura internacional, muitos deles: o modelo da ateno crnica
(chronic care model) (WAGNER, 1998); o modelo dos cuidados inovadores para
as condies crnicas (ORGANIzAO MUNDIAL DA SADE, 2003); o modelo
expandido da ateno s condies crnicas (MINISTRY OF HEALTH, 2003); o
modelo de ateno social e sade do Servio Nacional de Sade do Reino Unido
(SCOTLAND HEALTH WHITE PAPER, 2003); o modelo da kaiser Permanente; o
modelo EverCare, o modelo Per, o modelo de fortalecimento, o modelo da
ateno guiada e muitos outros (SING; HAM, 2006). Contudo, pelas evidnciasdisponveis, destacam-se trs modelos: o da ateno crnica, o dos cuidados
inovadores para as condies crnicas e o da kaiser Permanente.
O modelo seminal o da ateno crnica, do qual derivam quase todos os
demais. Os componentes desse modelo, denidos com base em evidncias,
so: os recursos e as polcas comunitrias, a organiao da ateno
sade, o desenho do sistema de prestao de servios, o autocuidado
apoiado, o sistema de apoio s decises e os sistemas de informaes
clnicas. Para se implantar, com sucesso, uma rede de ateno sade,
mudanas devem ser feitas nesses seis componentes. Esse modelo tem
sido exausvamente avaliado. Uma reviso sistemca desenvolvida
pela Colaborao Cochrane sobre centenas de argos sugeriu um efeito
sinrgico quando os componentes do modelo so combinados e um estudo
avaliavo da Rand Corporaon, realiado em mais de 40 organiaes que
implementaram o modelo nos Estados Unidos, concluiu que ele leva a
melhores processos e resultados da ateno sade, incluindo resultados
clnicos, sasfao dos pacientes e custos (SHORTELL et al., 2004); alm
disso, uma meta-anlise (TSAI et al., 2005) feita com 112 estudos concluiu
que a adoo de, pelo menos, um dos componentes do modelo da ateno
crnica promove melhorias nos processos e resultados da ateno em asma,
diabetes, insucincia cardaca e depresso.5MENDES, Eugnio Vilaa. O Modelo de Ateno Sade. In: Minas Gerais. Escola de Sade do Estado deMinas Gerais. Implantao do Plano Diretor da Ateno Primria Sade: Ocina I Redes de Ateno Sade / Escola de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais. Belo Horionte: ESP-MG, 2009. p. 57-61.
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A Organiao Mundial da Sade (2003) preconia o modelo dos cuidadosinovadores para as condies crnicas, com suas origens no modelo de atenos condies crnicas, mas que se prope a melhorar a ateno sade em
trs nveis: o nvel micro (indivduos e famlias), o nvel meso (organiaes desade e comunidade) e o nvel macro (polcas de sade). H evidncias deque a aplicao do modelo dos cuidados inovadores para as condies crnicastem impacto em alguns processos e resultados sanitrios (SING; HAM, 2006).
O modelo da kaiser Permanente, desenvolvido, tambm, a parr do modelode ateno s condies crnicas, conhecido como a pirmide da kaiser,estraca as pessoas que usam a rede de ateno sade, em trs nveisde complexidade: o nvel 1, 70% a 80% de portadores de doenas simplesque uliam intensivamente o autocuidado apoiado; o nvel 2, portadoresde doenas complexas que so cuidados pela tecnologia de diseasemanagement; e o nvel 3, portadores de doenas de alta complexidadeque so cuidados com a tecnologia de gesto de caso (case management). O
modelo da kaiser Permanente promove a melhoria da qualidade de vida dospacientes e diminui as internaes hospitalares e as taxas de permanncianos hospitais (WALLACE, 2005; SING; HAM, 2006).
Ainda que esses modelos no tenham sido aplicados, integralmente, narealidade brasileira, muitos de seus elementos esto presentes na experinciabem-sucedida de implantao de redes de ateno sade no municpio deCuriba. Um estudo avaliavo do Banco Mundial (WORLD BANk, 2006) procurouentender por que esse municpio obteve melhores resultados em relao aoutras de cidades brasileiras de pers demogrco e sanitrio semelhantes. Osresultados desse estudo, confrontados com os modelos de ateno s condiescrnicas e com a pirmide da kaiser, mostram muitos elementos comuns.
A parr das semelhanas desses trs modelos, Mendes (2007a) desenvolveuum modelo de ateno s condies crnicas para ser aplicado no SUSque tem sido discudo na proposta de redes de ateno sade de MinasGerais. Esse modelo est representado na gura seguinte.
FIGURA 3: Modelo de Ateno s Condies Crnicas
FONTE: Mendes (2007)
O modelo de ateno s condies crnicas, estrutura-se em cinco nveis e
em trs componentes arculados: a populao, os focos das intervenes
de sade e as intervenes de sade.
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No primeiro nvel, opera-se com a populao total de uma rede de ateno
sade, com o foco nos determinantes sociais da sade e por meio de
intervenes de promoo da sade. Os determinantes sociais da sade so
conceituados como as condies sociais em que as pessoas vivem e trabalhamou as caracterscas sociais dentro das quais a vida transcorre, ou seja, como
as causas das causas (COMISSION ON SOCIAL DETERMINANTS OF HEALTH,
2007). Os principais determinantes sociais da sade a serem considerados so:
a acumulao de riscos no curso da vida, o emprego, a renda, a educao,
a raa/etnicidade, a coeso social, o ambiente, a localiao geogrca, os
eslos de vida, a violncia e a alimentao e tm como pano de fundo a
questo da equidade (WORLD HEALTH ORGANIzATION, 2003; VICTORA, 2006).
As intervenes de promoo da sade apresentam sinergias entre si, o que
signica que devem ser realiadas sob a forma de projetos intersetoriais,
sustentados pela vigilncia dos determinantes sociais da sade.
No segundo nvel, opera-se com uma subpopulao da populao total que
est submeda a algum de fator de risco, entendido como uma caractersca
ou atributo cuja presena aumenta a possibilidade de apresentar uma
condio de sade. Os principais fatores de riscos para as condies crnicas
so: a idade, o tabagismo, o gnero, o sobrepeso ou a obesidade, o sexo
inseguro, o uso abusivo de drogas, o estresse, a hipertenso arterial, a
intolerncia glicose e a depresso (BRASIL 2005; ORGANIzAO MUNDIAL
DA SADE, 2005). As principais intervenes de preveno das condies
de sade so: a vigilncia dos fatores de risco; as medidas de preveno
especca, como as imuniaes; o rastreamento de doenas; a vigilncia
ava de certas doenas, como o cncer de prstata; os exames peridicos
de sade; as intervenes de manejo do estresse; as mudanas de eslo
de vida e o controle de fatores de risco por medicamentos (PORTER, 2007).At o segundo nvel no h uma condio de sade estabelecida. Somente a
parr do terceiro nvel do modelo que se vai operar com uma condio de
sade cuja gravidade, expressa na complexidade que apresenta a condio
de sade estabelecida, denir as intervenes de sade. Por isso, a parr
do terceiro nvel exige-se a denio de subpopulaes recortadas segundo
a estracao de riscos da condio de sade, o que convoca as tecnologias
de gesto da clnica. So duas as tecnologias de gesto da clnica uliadas
no modelo: a gesto da condio de sade e a gesto de caso.
No terceiro nvel, opera-se com uma subpopulao da populao total que
apresenta uma condio de sade simples (de baixo ou mdio risco), em geral
mais de 70% dos portadores da condio de sade, por meio da tecnologia degesto da condio de sade. No quarto nvel, opera-se com uma subpopulao
com condio de sade complexa (de alto ou muito alto risco), tambm por meio
da tecnologia de gesto da condio de sade. O que jusca essa diviso entregesto da condio de sade 1 e 2 a naturea da proviso do cuidado. No nvel
3, vai-se operar, basicamente, com o autocuidado apoiado; j no nvel 4, opera-se
equilibradamente entre o autocuidado apoiado e o cuidado mulprossional.
A diagonal que crua a gura, desde o topo at as intervenes de preveno
das condies de sade, representa isso; o que ca acima da linha cuidado
mulprossional, o que ca abaixo autocuidado apoiado.
No nvel 5, opera-se com uma subpopulao da populao total que apresenta
uma condio de sade de muito complexa. Essa subpopulao aquela que,
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segundo a lei da concentrao da severidade das condies de sade e dos
gastos da ateno sade, ange de 1% a 5% da populao total e que chega a
consumir mais da metade dos recursos globais de um sistema de ateno sade
(BERk; MONHEINT, 1992). As intervenes em relao a essa subpopulao sorealiadas por outra tecnologia da gesto da clnica, a gesto de caso.
A operacionaliao desse modelo de ateno s condies crnicas exige
mudanas nos componentes da rede de ateno sade, o que feito segundo
as direvas do modelo da ateno crnica (WAGNER, 1998). Isso signica
mudanas nas relaes com a comunidade: o encorajamento dos usurios das
redes para parciparem de programas comunitrios e as parcerias da rede de
ateno sade com organiaes comunitrias; mudanas na organiao
da ateno sade: o desenvolvimento de uma cultura de integrao e de
coordenao da ateno sade e a instucionaliao de incenvos para a
qualidade da ateno; as mudanas no desenho do sistema de prestao de
servios: a clara denio dos papis das equipes mulprossionais na ateno
sade e a oferta de gesto de casos a portadores de condies de sade
muito complexas; a implantao de sistema de apoio s decises: a uliao
de diretries clnicas baseadas em evidncias, a educao permanente para os
prossionais, a educao em sade para os usurios e a integrao da ateno
primria e especialiada; o fortalecimento do autocuidado apoiado: a colocao
do usurio como o centro da ateno sade, a elaborao colaborava do plano
de cuidado pela equipe mulprossional e o usurio e a uliao de tecnologiasde autocuidado apoiado como tcnicas de soluo de problemas e denio de
metas no plano de cuidado e seu monitoramento; as mudanas nos sistemas
de informaes clnicas: implantao de pronturios eletrnicos que incluam
planos de cuidados, idencao de subpopulaes para o cuidado proavo,
proviso de alertas e lembretes para os prossionais de sade e usurios ecomparlhamento das informaes entre a equipe mulprossional e o usurio.
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