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O tribunal mais rápido do País No TJ do Rio, um recurso leva só 80 dias para ser julgado Até 2011, todos os processos no Rio correrão pelo meio digital CONJUR EDITORIAL WWW.CONJUR.COM.BR | R$ 40,00 CONHEÇA O TJ-RJ, SEUS JULGADORES E SUAS DECISÕES

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ANUÁRIO DA JUSTIÇA RIO DE JANEIRO 2010

O tribunal mais rápido do País

No TJ do Rio, um recurso leva só 80 dias para ser julgado

Até 2011, todos os processos no Rio correrão pelo meio digitalCONJUR

EDITORIAL

WWW.CONJUR.COM.BR | R$ 40,00

CONHEÇA O TJ-RJ, SEUS JULGADORES E SUAS DECISÕES

ANUÁR IO DA JUST I ÇA R IO DE JANE I RO 2010 7

A Justiça de portas abertas

Ain� uência do Judiciário na vida da sociedade brasileira é cada dia maior. Esse grau de legitimidade e acatamento está diretamente associado à qualidade das regras tecidas pela magistratura – naturalmente, baseadas nas leis, mas,

principalmente, no bom senso.O objetivo deste Anuário da Justiça é produzir um retrato abran-

gente e didático do Judiciário do Rio de Janeiro. É um manual, no sentido em que identi� ca os principais julgadores do estado, indica as tendências dos colegiados e dá informações úteis sobre o fun-cionamento do TJ-RJ. E é um guia, na medida em que mostra ao empresário, ao cidadão e a todos os interessados a visão dos fatos cotidianos na lente judicial.

Compreender o funcionamento do sistema judiciário do Rio de Janeiro contribui para a paci� cação dos con� itos sociais e até para o desenvolvimento do estado – já que o estágio de evolução de uma sociedade guarda relação estreita com a segurança jurídica disponí-vel. O empresário, o trabalhador e a dona de casa que compreendem seus direitos e suas obrigações podem desempenhar seus papéis com mais tranquilidade se livres da a� ição gerada por normas que não entendem ou com as quais não concordam.

Esta publicação não se propõe nem se destina a atingir as esferas mais remotas do mundo jurídico. Mas, ao sistematizar o universo judiciário de maneira que formadores de opinião, legisladores e ad-ministradores públicos e privados o compreendam melhor, a correia de transmissão entra em ação.

Junto com o per� l dos desembargadores e de suas turmas de jul-gamento, o leitor tem aqui também as principais decisões do ano. Elas não foram selecionadas pelos nomes das partes ou pelo valor da causa, mas pela relevância jurídica. Foram escolhidas pelo fato de que passarão a orientar todos os julgamentos posteriores como paradigmas para juízes, advogados e a população.

Aquilo que um dia se apelidou de “caixa-preta do Judiciário” é de-cupado aqui, nos ventos da transparência que começam a arejar o país e, em especial, sua máquina judiciária. A todos, uma boa leitura.

Maurício Cardoso

Aprincipalmente, no bom senso.

gente e didático do Judiciário do Rio de Janeiro. É um manual, no sentido em que identi� ca os principais julgadores do estado, indica as tendências dos colegiados e dá informações úteis sobre o fun-cionamento do TJ-RJ. E é um guia, na medida em que mostra ao empresário, ao cidadão e a todos os interessados a visão dos fatos cotidianos na lente judicial.

Janeiro contribui para a paci� cação dos con� itos sociais e até para o desenvolvimento do estado – já que o estágio de evolução de uma

Editorial

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8 O tribunal mais rápido do Brasil Impulsionado pela autonomia administrativa e conduzido por gestores inteligentes,

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro atingiu padrão de eficiência exemplar.

A direção do tribunal 14 Órgão Especial 20 Súmulas 23

16 O desafio de administrar a Justiça Eficiência passa pela racionalização dos métodos e não pela contratação de pessoas

24 Câmaras cíveis Colegiados julgam litígios civis de cidadãos e empresas do Rio

24 Decisões das Câmaras Cíveis Enunciados em matéria cível 100

104 Seção Criminal Compete a ela julgar ações penais contra prefeitos e revisões criminais

106 Câmaras criminais Matéria penal está a cargo de oito câmaras do tribunal

130 Decisões das Câmaras Criminais

134 Itinerantes Desembargadores mais recentes não atuam em câmaras específicas

1ª CâMaRa 26

2ª CâMaRa 29

3ª CâMaRa 32

4ª CâMaRa 35

5ª CâMaRa 38

6 ª CâMaRa 41

7 ª CâMaRa 44

8 ª CâMaRa 47

9 ª CâMaRa 50

10 ª CâMaRa 53

11 ª CâMaRa 56

12 ª CâMaRa 59

13 ª CâMaRa 62

14 ª CâMaRa 65

15 ª CâMaRa 68

16 ª CâMaRa 71

17 ª CâMaRa 74

18 ª CâMaRa 77

19 ª CâMaRa 80

20 ª CâMaRa 83

1ª CâMaRa 106

2ª CâMaRa 109

3ª CâMaRa 112

4ª CâMaRa 115

5ª CâMaRa 118

6 ª CâMaRa 121

7 ª CâMaRa 124

8 ª CâMaRa 127

142 Justiça Estadual de Primeiro Grau144 Ministério Público do Estado 147 Tribunal Regional Federal da 2ª Região 149 Procuradoria Regional da República da 2ª Região 152 Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região154 Tribunal Regional Eleitoral156 Ordem dos Advogados do Brasil158 Defensoria Pública 160 Procuradoria Geral do Estado

ANUáR IO DA JUST I çA r io de jane i ro 2010 3

Anuário da Justiça rio de janeiro 2010

Capa

Opinião

Pg 03-06 Índice nova (Débora de Bem's conflicted copy 2010-08-06).indd 3 06/08/10 21:46

26 ANUáR IO DA JUST I çA R io de jane i Ro 2010

Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo é presidente da 1ª Câmara desde 2000 e passou a compor o Órgão Especial do

Tribunal em 2009. Professora de Processo Civil da Faculdade de Di-reito da UniverCidade, foi advogada e promotora de Justiça antes de chegar ao tribunal. Nasceu em Portugal e mudou-se para o Brasil ainda bebê. Recebeu o título de Dignidade Acadêmica no grau Mag-na Cum Laude conferido pela UFRJ pelos resultados alcançados no curso de Filosofia, em 1985. O desembargador José Carlos Maldo-nado de Carvalho foi promotor de Justiça em Minas Gerais. É autor de livros e artigos sobre Responsabilidade Civil e Direito do Consu-midor. Entre suas obras estão Direito do Consumidor: Fundamentos Doutrinários e Visão Jurisprudencial, Latrogenia e Erro Médico sob o Enfoque da Responsabilidade Civil e Responsabilidade Civil Médica. A desembargadora Vera Maria Soares Van Hombeeck atuou como professora estadual e parecerista do extinto Banco Nacional da Ha-bitação. Camilo Ribeiro Rulière é professor de Direito Processual Civil da Emerj e de cursos preparatórios. Custodio de Barros Tostes é filho do desembargador aposentado Egberto de Barros Tostes.

Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo | PresidenteJosé Carlos Maldonado de Carvalho Vera Maria Soares Van Hombeeck Camilo Ribeiro Rulière Custodio de Barros Tostes

*por antiguidade

composição*

1ªCâmara CívelSessões: terças-feiras, às 13h, Rua Dom Manuel, 37, Sala 521, Lâmina III

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Como julgaNa 1ª Câmara, não costuma haver divergência entre os desembar-gadores, com algumas poucas exceções. Outra característica é que a câmara se preocupa especialmente com as garantias processuais das partes, anulando decisões judiciais ou administrativas que não res-peitaram, por exemplo, o princípio da ampla defesa. Em uma delas, a 1ª Câmara anulou sentença que negou produção de prova oral por falta de justifi cativa. No caso analisado, um supermercado foi con-denado a reparar um consumidor que disse ter passado mal depois de consumir um produto fora do prazo da validade adquirido no estabelecimento. O supermercado pediu ao juízo que o consumidor prestasse depoimento. “Não se trata de prova declarada inútil, e sim de prova indeferida com base na falta de justifi cativa para sua pro-dução, decisão esta que não merece ser mantida”, decidiu a câmara.

Em outra decisão, a 1ª Câmara acolheu recurso do Ministério Público para determinar que o município do Rio e as empresas de ônibus deixem de exigir dos idosos o documento Riocard, um cartão que identifi ca pessoas que têm direito a gratuidade. O acórdão foi didático ao explicar que a exigência do cartão de identifi cação viola não só o artigo 230, parágrafo 2º, da Constituição Federal, como o artigo 39, parágrafo 1º, do Estatuto do Idoso. Ou seja, basta apresen-tar qualquer documento de identidade que comprove a condição de idoso. “A pretensão de estabelecer regras suplementares e criar docu-mento específi co para o ingresso em coletivos visa a burlar a lei, com exigências descabidas e ilegais”, escreveu o relator Camilo Rulière, que foi acompanhado por Fabio Dutra e Maldonado de Carvalho.

A 1ª Câmara também deparou com embargos infringentes envol-vendo cobrança de ICMS sobre importação de plataforma de ex-ploração de petróleo pelo estado do Rio contra a Petrobras. A pla-taforma em questão era a P-36, que afundou em 2001, em Campos.

PRESIDENTE

Maria Augusta Vaz Monteiro de FigueiredoNASCIMENTO: 27/7/1950, em Guarda (Portugal)FORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela UEG (1974) e em Filosofia pela UFRJ (1981)ESPECIALIDADE: Processo Civil e Direito PúblicoORIGEM: Magistratura (desde 1982)INGRESSO NO TRIBUNAL: 1998

CONTATO: Rua Dom Manuel, 37, Sala 521, Lâmina IIITELEFONE: 3133-6602

Custodio de Barros Tostes NASCIMENTO: 3/9/1955, em Miracema (RJ)FORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela UGFESPECIALIDADE: Direito de FamíliaORIGEM: Magistratura (desde 1988)INGRESSO NO TRIBUNAL: 2008

CONTATO: Rua Dom Manuel, 37, Sala 503, Lâmina IIITELEFONE: 3133-6581

Camilo Ribeiro Rulière NASCIMENTO: 16/6/1957, no Rio de JaneiroFORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela UFRJESPECIALIDADE: Direito CivilORIGEM: Magistratura (desde 1987)INGRESSO NO TRIBUNAL: 2006

CONTATO: Rua Dom Manuel, 37, Sala 505, Lâmina IIITELEFONE: 3133-6576

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106 ANUáR IO DA JUST I çA R io de jane i Ro 2010

Ricardo Bustamante é o presidente da 1ª Câmara. Próximo de se aposentar e tranquilo por natureza, gosta de contar casos entre

um julgamento e outro. Foi salva-vidas, vendedor e corretor antes de ingressar na advocacia e na Defensoria Pública. Especialista em Execução Penal, Marco Aurélio Bellizze é responsável pelo projeto e-VEP, que implantará a vara de execuções penais virtual no tribu-nal. Foi detetive e promotor. Como juiz, atuou também na Justiça Eleitoral. Torcedor do Fluminense, joga futebol. Também compõe a câmara Moacir Pessoa, juiz de carreira que atuou por mais de dez anos em vara criminal. É irmão do desembargador José Au-gusto, que atua na 2ª Câmara Criminal. Pessoa é conhecido por votos que só raramente favorecem a defesa. Marcus Basílio foi de-fensor público de 1985 a 1988. Antes de ser promovido a desem-bargador, atuou 17 anos em vara criminal. De jeito informal, é pai de três filhos e torcedor do Fluminense. Jayme Boente, juiz de car-reira, atuou em vara cível de Cabo Frio e em vara criminal de Nite- rói. Foi corregedor eleitoral em 2005 e 2006 e é juiz eleitoral substituto.

Ricardo Silva de Bustamante | Presidente Marco Aurélio Bellizze Oliveira Moacir Pessoa de Araújo Marcus Henrique Pinto Basílio Antônio Jayme Boente

*por antiguidade

composição*

1ªCâmara CriminalSessões: quartas-feiras, às 13h, Beco da Música, 175, Sala 101, Lâmina IV

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ANUáR IO DA JUST I çA R io de jane i Ro 2010 107

Como julgaOs desembargadores da 1ª Câmara entendem que nem todo caso

de violência contra a mulher deve ser enquadrado na Lei Maria da Penha. “Tem-se a violência doméstica como forma específi ca da vio-lência de gênero – aquela que ocorre em relações de intimidade –, utilizando-se o termo ‘violência doméstica’ para se referir à violência conjugal, daí por que afi rmamos que a terminologia ‘violência do-méstica’ deve ser tida como sinônimo de violência contra a mulher praticada por parceiros íntimos”, escreveu o relator Marco Bellizze. A câmara entendeu que cabe à vara criminal e não ao Juizado da Violência Doméstica julgar homem acusado de abusar da bisneta.

A 1ª Câmara, por maioria, negou recurso do Ministério Público e manteve sentença que negou representação contra adolescente fl a-grado dirigindo uma moto sem carteira de habilitação. O motivo da divergência deu-se em torno da questão, bastante debatida nas câ-maras criminais, relativa aos crimes previstos no Código de Trânsito. O juiz de primeira instância rejeitou a representação do MP. Alegou que a conduta de dirigir sem carteira de habilitação é de perigo abs-trato e que não foi apontado perigo concreto no caso. Para Marcus Basílio, não se aplica o Direito Penal na situação em que não fi car demonstrado perigo concreto na condução da moto. Boente votou em sentido contrário. Embora não votasse, Bellizze manifestou que não concorda com a tese vencedora.

Em outro caso de divergência, o desembargador Basílio entendeu que cabia a aplicação de redução de pena a uma mulher que foi pre-sa por tráfi co. “Quanto à regra da experiência comum que impe-de qualquer pessoa de acreditar que alguém sozinho possa trafi car no interior de favela sem integrar a facção criminosa que exerce o controle da localidade, como já dito, apesar de em tese ser coeren-te a argumentação apresentada, exige-se um elemento concreto que

Marco Aurélio Bellizze Oliveira NASCIMENTO: 4/1/1964, no Rio de JaneiroFORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela Estácio (1985), mestre em Direito pela Estácio (2003)ESPECIALIDADE: Execução Penal e Direito EleitoralORIGEM: Magistratura (desde 1990)INGRESSO NO TRIBUNAL: 2004

CONTATO: Beco da Música, 175, Sala 602, Lâmina IVTELEFONE: 3133-1976

Antônio Jayme Boente NASCIMENTO: 7/2/1960, FORMAÇÃO: Não informadoESPECIALIDADE: Não informadoORIGEM: Magistratura INGRESSO NO TRIBUNAL: 2006

CONTATO: Beco da Música, 175, Sala 605, Lâmina IVTELEFONE: 3133-3744

PRESIDENTE

Ricardo Silva de Bustamante NASCIMENTO: 27/2/1941, em Santo Antônio de Pádua (RJ)FORMAÇÃO: Bacharel em Direito pela UFF (1967)ESPECIALIDADE: Direito PenalORIGEM: Magistratura (desde 1984)INGRESSO NO TRIBUNAL: 2001

CONTATO: Beco da Música, 175, Sala 601, Lâmina IVTELEFONE: 3133-3999

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