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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
O SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE E AS EMPRESAS JUNIORES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA -VIÇOSA – MG.
FERNANDA MOURA DE ABREU
VIÇOSA / MG Julho de 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
O SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE E AS EMPRESAS JUNIORES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA -VIÇOSA – MG. Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe, tendo como orientador o Professor Magnus Luiz Emmendoerfer, do Departamento de Administração, e como conselheira a Professora Ana Carolina Gonçalves Reis, do Departamento de Letras.
FERNANDA MOURA DE ABREU – 51582
VIÇOSA / MG Julho de 2007
iii
Fernanda Moura de Abreu
O SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE E AS EMPRESAS JUNIORES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA -VIÇOSA – MG. Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe.
Aprovada em ___ de julho de 2007.
Prof. Odemir Vieira Baêta – DLA/UFV Examinador
Prof. Robson Zuccolotto – DAD/UFV Examinador
Prof. Magnus Luiz Emmendoerfer – DAD/UFV Orientador
Profa. Ana Carolina Gonçalves Reis – DLA/UFV Conselheira
Viçosa / MG Julho de 2007
Nota: ______
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, ajudaram-me a realizar este trabalho,
principalmente às Empresas Juniores da Universidade Federal de Viçosa e seus empresários
juniores, que facilitaram a pesquisa e mostraram-se motivados pelo tema aqui abordado.
Agradeço especialmente ao meu orientador, Professor Magnus Luiz Emmendoerfer,
que, com dedicação e atenção, instruiu-me a realizar este estudo e me incitou o interesse pela
vida acadêmica em geral, Ensino, Pesquisa e Extensão.
À minha conselheira, Professora Ana Carolina Gonçalves Reis, que me proporcionou
um grande aprendizado na nossa área profissional, Secretariado Executivo Trilíngüe.
À minha família, ao meu namorado, aos meus amigos, a Deus e a todos aqueles que
foram pacientes, compreensivos, prestativos e que me deram força e perseverança para
concluir esta pesquisa, de tão grande importância para mim.
v
ABREU, Fernanda Moura de; EMMENDOERFER, Magnus Luiz. O Secretariado Executivo Trilíngüe e as Empresas Juniores na Universidade Federal de Viçosa -Viçosa – Mg. 2007. 76p. Monografia (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2007.
RESUMO
Este trabalho consistiu em um estudo de multi-casos e em uma pesquisa descritiva,
objetivando-se identificar as tarefas inerentes aos profissionais de Secretariado Executivo
Trilíngüe que são executadas por alunos de outros cursos nas Empresas Juniores (EJs) da
Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os métodos e instrumentos para fazer a coleta de
dados serão as fontes primárias, coletadas a partir de questionários semi-estruturados,
composto de perguntas objetivas e discursivas, e as fontes secundárias, informações obtidas a
partir da análise de documentos impressos ou on-line (webpages das EJs), nesse caso, a
descrição de cargos e tarefas. A análise foi quantitativa, utilizando-se a técnica de Análise de
Conteúdo. Os principais resultados obtidos foram a constatação de que algumas atividades
das EJs poderiam ser executadas por estudantes de Secretariado Executivo e a verificação da
possibilidade de consultoria por parte da Empresa Júnior (EJ) de Secretariado Executivo da
UFV às demais EJs da Instituição. Concluiu-se que a integração entre estas associações é
muito interessante e pode fortalecer o Movimento Empresa Júnior. Ainda, percebeu-se a
necessidade de se desenvolver mais pesquisas relacionadas ao tema de consultorias por parte
da EJ de Secretariado Executivo a outras EJs, e também estudos sobre o tema EJs em geral.
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SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES .............................................................................................. vii 1 - APRESENTAÇÃO........................................................................................................ 8 1.1 - INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8 1.2 - JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 9 2 - OBJETIVOS.................................................................................................................. 11 3 - FUNDAMENTOS TEÓRICOS.................................................................................... 12 3.1 - EMPRESA JÚNIOR............................................................................................... 12 3.1.1 - CONCEITO.......................................................................................................... 12 3.1.2 - HISTÓRICO......................................................................................................... 13 3.1.3 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL................................................................. 14 3.2 - SECRETARIADO EXECUTIVO........................................................................... 16 3.2.1 - HISTÓRICO......................................................................................................... 16 3.2.2 - DA LEGISLAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO................... 17 3.2.3 - O SECRETARIADO EXECUTIVO HOJE......................................................... 19 4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 22 4.1 - DELINEAMENTO DA PESQUISA....................................................................... 22 4.2 - MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.............................. 23 4.3 - TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS................................................................ 25 4.4 - LIMITAÇÕES DA PESQUISA.............................................................................. 27 5 - AS EMPRESAS JUNIORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA...... 28 5.1 - EMPRESAS JUNIORES PESQUISADAS............................................................ 29 5.1.1 - AGROPLAN UFV............................................................................................... 29 5.1.2 - ALIMENTOS JUNIOR........................................................................................ 30 5.1.3 - AMBIENTAL JÚNIOR....................................................................................... 30 5.1.4 - CACE CONSULTORIA JÚNIOR....................................................................... 30 5.1.5 - CAMPIC............................................................................................................... 31 5.1.6 - CECCO JÚNIOR................................................................................................. 31 5.1.7 - EJESC JÚNIOR................................................................................................... 32 5.1.8 - MINAS LÁCTEOS ASSESSORIA..................................................................... 32 5.1.9 - NO BUGS............................................................................................................. 33 5.1.10 - UFV JÚNIOR FLORESTAL............................................................................. 33 6 - O SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE E A SEC JUNIOR ................... 34 6.1 - SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE NA UFV..................................... 34 6.2 - A SEC JÚNIOR CONSULTORIA......................................................................... 36 7 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS................................................................... 37 7.1 - QUESTIONÁRIOS................................................................................................. 37 7.2 - CARGOS E FUNÇÕES.......................................................................................... 50 7.3 - ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS DADOS........................................................... 51 8 - CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................... 57 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 59 ANEXO A - LEI Nº 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985........................................... 62 ANEXO B - LEI Nº 9.261, DE 10 DE JANEIRO DE 1996................................................ 64 ANEXO C - LEI Nº 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985(TEXTO ATUALIZADO) 66 ANEXO D - QUESTIONÁRIO........................................................................................... 68 ANEXO E - RESOLUÇÃO 12/97....................................................................................... 70 ANEXO F - RESOLUÇÃO 19/2002................................................................................... 71 ANEXO G - WEBPAGES E E-MAILS DAS EMPRESAS JUNIORES............................ 73
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 - Atribuições do profissional de Secretariado Executivo.................................. 26 Ilustração 2 - Questionários.................................................................................................. 38 Ilustração 3 - Atividades das EJs X Secretariado Executivo................................................ 38 Ilustração 4 - Assessoria a Executivos.................................................................................. 39 Ilustração 5 - Coleta de informações para a consecução de objetivos e metas das empresas................................................................................................................................
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Ilustração 6 - Tradução em idiomas estrangeiros................................................................. 40 Ilustração 7 - Organização de eventos.................................................................................. 41 Ilustração 8 - Conhecimentos protocolares........................................................................... 41 Ilustração 9 - Avaliação da correspondência para encaminhamento à chefia...................... 41 Ilustração 10 - Planejamento, organização e direção dos serviços de secretaria.................. 42 Ilustração 11 - Interpretação e sintetização de textos e documentos.................................... 42 Ilustração 12 - Organizar e preparar reuniões e viagens....................................................... 42 Ilustração 13 - Taquigrafia.................................................................................................... 43 Ilustração 14 - Atendimento telefônico................................................................................ 43 Ilustração 15 - Recepção e registro de compromissos.......................................................... 44 Ilustração 16 - Manutenção de arquivos............................................................................... 44 Ilustração 17 - Datilografia................................................................................................... 44 Ilustração 18 - Preparação de café e outros para oferecer aos visitantes da empresa........... 45 Ilustração 19 - Classificação, registro e distribuição da correspondência............................ 45 Ilustração 20 - Redação e datilografia de documentos e correspondências.......................... 46 Ilustração 21 - Providenciar cópias de documentos.............................................................. 46 Ilustração 22 - Responder e-mails enviados ao executivo.................................................... 46 Ilustração 23 - Tomar ditado de cartas.................................................................................. 47 Ilustração 24 - Enviar fax...................................................................................................... 47 Ilustração 25 - Secretariado Executivo X Consultoria.......................................................... 48 Ilustração 26 - Comentários, sugestões ou críticas ao questionário..................................... 50 Ilustração 27 - Atribuições do profissional de Secretariado Executivo e percepções dos diretores das EJs....................................................................................................................
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Ilustração 28 - Possíveis demandas das EJs.......................................................................... 53
1 - APRESENTAÇÃO
1.1 - INTRODUÇÃO
A formação universitária básica é feita a partir de conhecimentos teóricos e práticos,
contidos na estrutura curricular de cada curso e passados do corpo docente ao corpo discente
através de aulas e laboratórios. A preocupação atual está em unir esses conhecimentos à
vivência profissional, o que nem sempre é possível, mas muito demandado pelo mercado de
trabalho. Dessa forma, a universidade, buscando aprimorar o perfil de seus egressos, apóia
cada vez mais o surgimento e a manutenção das Empresas Juniores.
Foi com base no modelo francês, já existente, que surgiram no Brasil as empresas juniores, constituídas sob a forma de associação civil sem fins lucrativos. Geridas exclusivamente por estudantes das Instituições de Ensino Superior (IES) e Técnico, que por meio do desenvolvimento de estudos nas áreas correlatas ao currículo acadêmico, e sob a orientação dos professores, passam a aplicar a teoria no ambiente real das organizações de produção (SANGALETTI; CARVALHO, 2004: 19).
As Empresas Juniores representam um papel importante nas universidades, uma vez
que é o espaço onde os estudantes encontram oportunidades para desenvolverem e ampliarem
conhecimentos em empreendedorismo, trabalho em equipe, relações interpessoais,
comunicação, dentre outros.
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A Universidade Federal de Viçosa – UFV, localizada no estado de Minas Gerais, é
uma instituição de ensino superior dinâmica e moderna, tendo como filosofia de trabalho a
integração Ensino, Pesquisa e Extensão. Tal instituição possui 38 cursos de graduação e 22
Empresas Juniores e busca sempre fomentar o desenvolvimento, com excelência, de
profissionais diferenciados para o mercado de trabalho.
Os alunos de Secretariado Executivo Trilíngüe desta universidade também se mostram
empenhados com filosofia da instituição. Assim, foi que, em 2003, uniram-se para criar uma
Empresa Júnior (EJ) do curso, a SEC Júnior Consultoria. Cabe ressaltar que alguns destes
estudantes, inclusive, já haviam tido algum contato com o Movimento Empresa Júnior,
mesmo antes da criação da referida associação. É importante destacar, também, que a semente
da EJ do curso foi plantada dois anos após o surgimento das primeiras EJs na UFV, em 1995,
quando o Secretariado Executivo ainda era uma habilitação do curso de Letras. Isso
demonstra uma preocupação dos próprios discentes em participar desses espaços de
aprendizagem, tão largamente difundidos, mas nem tanto estudados.
Através desta pesquisa, tem-se como proposta averiguar a relação entre o Secretariado
Executivo Trilíngüe e as diversas Empresas Juniores da UFV. Tal relação será analisada a
partir das atribuições desse futuro profissional, multifacetado e dinâmico, detentor de
conhecimentos administrativos, secretariais, protocolares, comunicacionais, dentre outros, que
pode oferecer serviços às mais diversificadas áreas de conhecimento, visto ter, também, como
habilidade a gestão das informações.
As Empresas Juniores representam o papel de possível mercado na área de consultoria
por parte da EJ de Secretariado Executivo, que, integrando e difundindo o conhecimento,
pode agregar mais excelência aos serviços oferecidos pelas primeiras.
1.2 - JUSTIFICATIVA Como já mencionado, a Empresa Júnior (EJ) é um espaço de aprendizagem. É o local
onde o aluno desenvolve na prática aquilo que lhe é ensinado dentro da sala de aula.
Empreendedorismo, iniciativa, trabalho em equipe, desenvolvimento organizacional, relações
interpessoais, dentre outros, não são conceitos facilmente compreendidos e apreendidos na
teoria. Nesse sentido, a EJ faz uma conexão entre os livros e o real. Assim, é de relevante
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importância investigar um pouco mais acerca do Movimento Empresa Júnior e da sua
pertinência para a formação do egresso.
O Secretário Executivo tem como característica peculiar a multifuncionalidade,
podendo, dessa forma, atuar em campos distintos. Tal atributo permite ao futuro profissional
uma visão holística dos processos administrativos, uma vez que ele é um “gestor de
conhecimentos”.
A formação intelectual do profissional de secretariado1 contempla as áreas do conhecimento científicos, técnico e social, permitindo uma preparação de um profissional eclético [...] (BRUNO, 2006: 25).
O Profissional de Secretariado pode atuar nas diversas áreas de uma organização, pois tem uma formação generalista na área de administração sabendo planejar, organizar, dirigir e controlar os processos necessários para assessorar o administrador e/ou uma equipe de trabalho, bem como as competências necessárias para sua atuação (BRUNO, 2006: 27).
Os membros das EJs serão os gestores do futuro e os alunos de Secretariado Executivo
serão os profissionais que os assessorarão. Nesse contexto, as características do profissional
de Secretariado Executivo são relevantes também para os empresários juniores, o que
comprova, assim, outra importância de se estudar a atuação deste nas EJs.
A escassez de material científico em ambas as áreas, tanto em Secretariado Executivo
quanto em Empresas Juniores, justifica também esta pesquisa.
Este trabalho tem como foco, portanto, observar a percepção do Secretariado
Executivo Trilíngüe da Universidade Federal de Viçosa pelas Empresas Juniores da
Instituição.
1
BRUNO (2006), ao citar o profissional de Secretariado, faz referência ao profissional de nível superior, mesmo não apresentando tal distinção na nomenclatura (Executivo e Técnico).
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2 - OBJETIVOS
O objetivo geral desta pesquisa é identificar as tarefas inerentes aos profissionais de
Secretariado Executivo Trilíngüe que são realizadas por alunos de outros cursos nas Empresas
Juniores da Universidade Federal de Viçosa.
Objetivos específicos:
• Descrever as principais atribuições do Secretariado Executivo nas Empresas
Juniores;
• Apontar os cargos nas Empresas Juniores em que são executadas tais tarefas;
• Discutir os serviços de Secretariado Executivo Trilíngüe que a SEC Júnior
Consultoria (Empresa Júnior de Secretariado Executivo) pode oferecer às
Empresas Juniores da Universidade Federal de Viçosa;
• Identificar a percepção dos empresários juniores sobre o profissional de
Secretariado Executivo.
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3 - FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3.1 - EMPRESA JÚNIOR 3.1.1 - CONCEITO A definição de Empresa Júnior (EJ) é respaldada pelo Conceito Nacional de Empresa
Júnior, documento aprovado em Assembléia Geral, em 1° de agosto de 2003, durante o XI
Encontro Nacional de Empresas Juniores, em Salvador, na Bahia.
A Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior) resume que a
Empresa Júnior é uma associação civil sem fins econômicos, gerenciada por estudantes
universitários que atuam na área de consultoria, prestam serviço e/ou realizam projetos em
suas áreas específicas de formação, atendendo, principalmente, as micro e pequenas empresas.
Em virtude do caráter educacional da EJ, os preços praticados são consideravelmente
abaixo do valor encontrado no mercado. No entanto, os serviços prestados apresentam um
elevado padrão de qualidade, visto que são obrigatoriamente orientados por professores ou
profissionais da área.
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3.1.2 - HISTÓRICO O Movimento Empresa Júnior (MEJ) surgiu em 1967, na França, com a criação da
primeira Empresa Júnior na L’École Supérieure de Sciences Economiques et Commerciales
de Paris (ESSEC).
En 1967, Bernard Caïoso, étudiant à l”ESSEC, imagine une structure gérée par les étudiants qui se mettrait à la disposition des professionnels en leur évitant les lourdeurs des enteprises [sic] traditionnelles : prix, délais... La première Junior entreprise était née. Depuis, Junior ESSEC Conseil n’a cessé de se développer, avec pour maître mots innovation, dynamisme et compétence (JUNIOR ÉCOLE SUPÉRIEURE DE SCIENCES ECONOMIQUES ET COMMERCIALES DE PARIS, 2007). 2
Segundo a Confederação Européia de Empresas Juniores (2007), em 1969, quando já
existiam mais de vinte Empresas Juniores (EJs), foi criada a Confederação Francesa de
Empresas Juniores (Confédération Nationale des Junior Entreprises – CNJE). Essa
Confederação representa, até os dias atuais, o Movimento Empresa Júnior Francês e tem
obtido bastante sucesso.
Espanha, Suíça e França foram os primeiros países a formar a rede internacional de
EJs, em 1987. Logo após, Itália e Holanda se uniram a essa rede.
A expansão de EJs pela Europa fez surgir, em 1990, a Confederação Européia de
Empresas Juniores (GEIE), composta por Espanha, França, Suíça, Itália, Portugal, Holanda e
suas respectivas Confederações Nacionais. Dois anos depois, juntamente com Alemanha e
Noruega, a GEIE transformou-se em Junior Association for Development of Europe (JADE).
Atualmente a JADE é conhecida como European Confederation of Junior Enterprises
(Confederação Européia de Empresas Juniores – JADE).
A Câmara de Comércio Franco-Brasileira trouxe para o Brasil, em 1987, o conceito de
EJ. As primeiras EJs criadas foram, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Empresa Júnior –
FGV, na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), a Júnior FAAP, e, na Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, a Poli Júnior.
2
Em 1967, Bernard Caïoso, aluno da ESSEC, imaginou uma estrutura administrada pelos estudantes que se colocariam à disposição dos profissionais, poupando estes dos pesos das empresas tradicionais: preços, prazos... A primeira Empresa Júnior estava nascendo. Desde então, Junior ESSEC Conseil não parou de se desenvolver, tendo como palavras dirigentes inovação, dinamismo e competência (tradução livre).
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Em 1987, a Câmara de Comércio França-Brasil publicou um anúncio, convocando jovens brasileiros interessados em implantar uma empresa júnior em sua faculdade. Vários estudantes se interessaram e a partir de então foram criadas empresas juniores nas mais diversas áreas do aprendizado em nível superior. Estas empresas nasceram com o intuito de melhorar as condições de aprendizado universitário do país, aplicando a teoria dada em sala de aula na prática do mercado de trabalho. A primeira empresa júnior do Brasil foi criada em 1988, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em Minas Gerais, o Movimento Empresa Júnior chegou um ano depois, com a criação da Masci, empresa júnior da Faculdade Machado Sobrinho, de Juiz de Fora (FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS JUNIORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2007).
Em 1993, ocorreu, em São Paulo, o 1° Encontro Nacional de Empresas Juniores
(ENEJ). Já em 2003, na comemoração de 15 anos do MEJ brasileiro, no XI ENEJ, em
Salvador, no estado da Bahia, foi criada a Brasil Júnior, Confederação Brasileira de Empresas
Juniores.
Atualmente o Brasil conta com mais de 600 EJs, sendo que 50% delas são na área de
humanas e aproximadamente 60% do total estão alocadas em Instituições de Ensino Superior
Público, segundo a Brasil Júnior (2007).
3.1.3 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Para melhor compreensão da pesquisa, é importante conhecer a estrutura
organizacional das Empresas Juniores.
Uma estrutura organizacional [grifo do autor] define como as tarefas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas. Existem seis elementos básicos a serem focados pelos administradores quando projetam a estrutura das suas organizações. São eles a especialização do trabalho, a departamentalização, a cadeia de comando, a amplitude de controle, a centralização e a descentralização e a formalização (ROBBINS, 2002: 401).
Segundo Robbins (2002), a especialização ou divisão do trabalho é o grau em que as
tarefas são subdivididas em funções separadas na organização. Departamentalização é a base
em que essas tarefas são agrupadas. Cadeia de comando é a linha, única, de autoridade, do
topo ao escalão mais baixo da organização. Amplitude de controle é o número máximo de
funcionários que pode ser dirigido de maneira eficiente e eficaz por um administrador.
Centralização e descentralização se referem ao grau de concentração, nas organizações, da
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tomada de decisão, quanto mais centralizada é a empresa, menor é a participação dos escalões
inferiores no processo decisório. E formalização é o grau de padronização das tarefas.
Existem alguns tipos básicos de estrutura organizacional. Segundo Junkes, Rosauro e
Benko (2004), os modelos de maior ocorrência na literatura administrativa são definidos
como funcional, divisional, matricial e híbrida. Funcional: pessoas que realizam uma mesma
atividade são agrupadas numa mesma unidade, como por exemplo, as áreas de Marketing, de
Finanças, de Projetos. Divisional: o agrupamento de pessoas ocorre de acordo com os
serviços prestados, cada serviço propõe uma organização estrutural diferente da empresa, ou
seja, é um modelo descentralizado. Matricial: são alocadas, as pessoas, sob duas cadeias de
orientação; uma é permanente (pode ser divisional ou funcional) e a outra corresponde a
projetos temporários liderados por um gerente. Híbrida é o modelo que combina a estrutura
funcional e a divisional; enquanto a primeira corresponde às funções relativamente estáveis e
que exigem economia de escala e especialização (centralizadas), a segunda delimita que as
funções importantes para cada produto são descentralizadas.
As Empresas Juniores da UFV apresentam, mais comumente, a estrutura do tipo
funcional, pois a coordenação e o controle são mais fáceis nesse tipo de estrutura.
De acordo com Junkes, Rosauro e Benko (2004), algumas desvantagens desse modelo
seriam a resposta lenta às modificações ambientais que exigem coordenação entre os
departamentos e a lentidão na inovação, em virtude da visão reduzida de cada colaborador.
Entretanto, isso não é freqüentemente observado nas EJs, visto que estas têm um número
pequeno de membros, o que permite a visão global da empresa.
Podem acontecer variações na estrutura de uma Empresa Júnior para outra, uma vez
que tal departamentalização está estritamente relacionada ao portfólio de serviços de cada EJ.
Sangaletti e Carvalho (2004: 19) afirmam que “normalmente as empresas juniores são
divididas em seis diretorias (áreas): presidência, administrativa/qualidade, financeira,
marketing, projetos e recursos humanos”.
Para complementar, as EJs apresentam uma hierarquia, definida por Junkes, Rosauro e
Benko (2004: 50): “a hierarquia trata da formalização das relações de poder e subordinação
entre membros de um grupos, com intuito de facilitar a coordenação das atividades”. Essa
hierarquia também é variável, mas apresenta, em geral, segundo Junkes, Rosauro e Benko
(2004), o seguinte modelo: Presidente: líder da EJ, representante formal do grupo, responsável
pela integração das áreas e definição dos rumos da EJ. Diretor ou Gerente: subordinado ao
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presidente, representa formalmente a diretoria ou gerência a qual está vinculado e coordena o
grupo. Assessor ou Membro: membro efetivado, subordinado ao diretor ou gerente, mas que
não participa necessariamente do processo decisório, como o presidente e o diretor ou gerente
participam. Trainee: membro recém admitido que ainda encontra-se em processo de
aprendizado e ambientalização das atividades e serviços da EJ.
Percebe-se, assim, que as EJs apresentam muita similaridade, em questão de estrutura
organizacional, com as empresas convencionais. As diferenças residem basicamente no que se
refere ao conceito e à finalidade de cada uma delas.
3.2 - SECRETARIADO EXECUTIVO 3.2.1 - HISTÓRICO Segundo Sabino e Rocha (2004), a origem do Secretariado remonta à Dinastia
Macedônia, na época do reinado de Alexandre Magno (356 a.C. – 323 a.C.), aluno de
Aristóteles e Imperador da Macedônia. Nas batalhas para suas conquistas territoriais, ele
cercava-se de secretários, que o serviam tanto na composição de seus exércitos, defendendo
os interesses dele, quanto nos registros escritos dos grandes feitos do conquistador
macedônico. E foi nessa sociedade cultural, que o Secretário, nessa época, nomeado Escriba,
sedimentou a sua história.
Segundo Bruno (2006), muitos autores afirmam que os Escribas desempenhavam a
função de Secretário, pois eles eram responsáveis pelos registros e guarda dos pergaminhos
dos governantes da época.
De acordo com Sabino e Rocha (2004), o indivíduo freqüentava importantes escolas
(como de Mênfis ou Tebas) para qualificar-se como Escriba. Dessa forma, tornar-se tal
profissional significava pertencer à classe oficial culta, isentar-se do trabalho servil e
vislumbrar a possível ocupação de cargos públicos elevados. Ainda:
Pela diversidade de conhecimentos, tal profissão poderia honrar a origem de muitas outras da atualidade, mas uma das práticas dos Escribas define-se como, particularmente, ligada ao Secretariado: a assessoria direta ao seu superior, principalmente na escrita (SABINO; ROCHA, 2004: 5).
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Durante muito tempo, até o século XX, os homens é que exclusivamente ocupavam os
cargos de Secretários. Sabino e Rocha (2004) afirmam que “um espectador e tenente da
Revolução Francesa tornar-se-ia o líder precursor da aceitação de uma mulher como sua
secretária”. O ingresso da mulher na profissão só foi ocorrer alguns anos mais tarde, na época
da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), uma vez que os homens iam para o campo de
batalha e as mulheres passaram, então, a ocupar os postos deles no mercado de trabalho.
Esse primeiro conflito armado, que envolveu as grandes potências do mundo, alterou a organização social e política em âmbito mundial. As lacunas no setor produtivo, abertas pelos homens que foram para as frentes de batalhas, cedeu [sic] espaço para a contratação de mulheres, com remuneração obviamente muito inferior a do homem (SABINO; ROCHA, 2004: 8).
A contratação feminina foi estimulada a partir daí e no começo da década de 30 já
havia 3 milhões de secretárias e, em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
havia vinte milhões no mundo.
Um fato na história confirmou o reconhecimento da profissão como restrita às
mulheres: as indústrias fabricantes de máquinas de escrever, em homenagem ao centenário de
nascimento de Lilian Sholes (primeira datilógrafa), se reuniram e organizaram, em 1950, o
primeiro concurso de datilógrafos (essa era uma das denominações que o Secretariado
ganharia ao longo da sua história). “Dada a presença maciça de mulheres ao concurso
realizado em 30 de setembro, instaurou-se o Dia da Secretária” como explicitam Sabino e
Rocha (2004: 8).
3.2.2 - DA LEGISLAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO Os profissionais de Secretariado Executivo, como qualquer outro tipo de profissional,
almejam uma legislação que os proteja e que determine os limites de suas atividades, direitos
e deveres, além de reconhecerem sua profissão.
Bruno (2006) afirma que o Brasil foi pioneiro em relação à legislação do profissional
de Secretariado tanto Técnico como Executivo.
Em 30 de setembro de 1985, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), pelo
então Presidente da República, José Sarney, a Lei nº. 7.377 que dispõe sobre o exercício da
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profissão de Secretariado Técnico e Executivo. Foi a primeira conquista em termos de
regulamentação e descrição das atribuições da profissão.
Já em 10 de janeiro de 1996, alguns aspectos desatualizados da Lei nº. 7.377 foram
alterados ou complementados, que culminou na publicação, no DOU, da Lei nº. 9.261. Dentre
suas disposições, destacam-se:
“Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:
I - Secretário-Executivo: (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
a) o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, legalmente
reconhecido, ou diplomado no exterior por Curso Superior de Secretariado, cujo diploma seja
revalidado na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência
desta lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo,
durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta lei;
(Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
II - Técnico em Secretariado: (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
a) o profissional portador de certificado de conclusão de Curso de Secretariado, em
nível de 2º grau; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da vigência desta lei,
houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante
pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 5º desta lei. (Redação
dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
[...]
Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo:
I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;
II - assistência e assessoramento direto a executivos;
III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas;
IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro;
V - interpretação e sintetização de textos e documentos;
VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive
em idioma estangeiro;
VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de
comunicação da empresa;
19
VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas;
IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de
encaminhamento à chefia;
X - conhecimentos protocolares.
Art. 5º - São atribuições do Técnico em Secretariado:
I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria;
II - classificação, registro e distribuição da correspondência;
III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em
idioma estrangeiro;
IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de
compromissos, informações e atendimento telefônico.
Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia
Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de
documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º
desta lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS”.
É importante afirmar que muitas atividades atribuídas aos Técnicos são também
utilizadas pelos Executivos atualmente, pois, segundo Bruno (2004: 29):
Vale ressaltar que a diferenciação proposta pela Lei 7.377/85, que regulamenta a profissão, em muitas situações não acontece na prática das organizações. O que realmente prevalece é a capacidade e a competência individual de cada profissional de secretariado versus a posição ocupada pelo administrador ao qual está vinculado [grifo nosso].
3.2.3 - O SECRETARIADO EXECUTIVO HOJE O profissional de Secretariado Executivo é conhecido por vários estereótipos e “pré-
conceitos” que perpetuam até hoje, mesmo não condizendo com a realidade. Muitas tarefas,
como a datilografia, por exemplo, já não são atividades de um Secretário ou de uma
Secretária, especialmente dos denominados Secretários Executivos.
Com o despertar da era da qualidade e da Informática, nos anos 80, surgiu a administração participativa e os chefes e secretárias tiveram que atuar conjuntamente. Passaram, então, a constituir uma equipe que participava de grupos de discussão sobre os processos internos e externos, buscando a
20
qualificação dos seus produtos/serviços. A inclusão nesses grupos rendeu às secretárias a queda do mito de função maternal e supérflua. Ela pôde expor o quanto o seu trabalho era indispensável, capaz de produzir resultados concretos na otimização da empresa. As antigas características da profissão foram substituídas por excelência profissional, competência, conhecimentos múltiplos, cultura e aperfeiçoamento contínuo. Deixou de ser vista como “executora de rotinas” ou “apoio do executivo” e os anos 90 dignificaram a profissão como “gestora de processos” (SABINO; ROCHA, 2004: 9-10).
É possível perceber, também, na Lei 9.261, de 10 de janeiro de 1996, algumas
atribuições que já se encontram desatualizadas, como, por exemplo, a taquigrafia. A
velocidade das mudanças geradas pela globalização econômica e sócio-cultural permitiu a
atualização de várias profissões e o Secretariado Executivo não é exceção. Há ainda muitos
manuais defasados, mas cabe aos profissionais e aos pesquisadores da área atualiza-los,
garantindo seus direitos e deveres, evitando-se assim a desvalorização e/ou preconceito em
relação à profissão frente ao mercado de trabalho e à sociedade.
E, mediante a complexidade do mundo das organizações, o profissional de secretariado estará capacitado a gerenciar processos e assessorar com eficácia favorecendo e dando condições aos administradores para concentrarem-se nas projeções e resoluções dos problemas, cada vez mais complexos, e na velocidade necessária para a tomada de decisão. Como o profissional de secretariado exerce o papel da interface entre o administrador e os grupos sociais por este gerenciados (equipe de trabalho, fornecedores, clientes, comunidade, governo, etc), são exigidas as habilidades técnicas, humanas e conceituais que irão proporcionar as competências necessárias para atender à adversidade própria das relações humanas versus as exigências do mundo corporativo (BRUNO, 2006: 25).
O profissional de Secretariado Executivo hoje planeja viagens e reuniões, organiza
eventos dos mais diversos tipos, auxilia na tomada de decisão, faz a triagem da informação
para o(s) executivo(s), revisa textos, organiza arquivos (mesmo sendo esta uma atribuição do
Técnico) e ainda é um empreendedor. E ele também tem espaço nas micro e pequenas
empresas.
Independente da posição ocupada na hierarquia da organização seu papel será de assessor, gestor, empreendedor e consultor. Nas micro e pequenas empresas o profissional de secretariado em muitos casos atua e/ou é responsável direto e imediato pela tomada de decisão na ausência do administrador (BRUNO, 2006: 28).
21
A visão sistêmica da dinâmica organizacional permite ao profissional de Secretariado
Executivo desenvolver habilidades necessárias para anteceder situações, mostrando-se, assim,
eficiente, empreendedor, proativo e gerando eficácia para a empresa na qual trabalha.
Tudo isso permite afirmar que esse é um profissional necessário e a formação
acadêmica deve proporcionar-lhe subsídios para realizar seu trabalho da melhor maneira
possível, com a qualidade exigida pelo mercado de trabalho.
22
4 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 - DELINEAMENTO DA PESQUISA Esta pesquisa consiste em um estudo de multi-casos e uma pesquisa quantitativa
descritiva.
O estudo de multi-casos ou casos múltiplos será utilizado para pesquisar a relação
entre o Secretariado Executivo Trilíngüe e as Empresas Juniores da Universidade Federal de
Viçosa. Os objetos desse estudo são as EJs da UFV.
O estudo de casos múltiplos é semelhante ao estudo de caso, com a diferença que este
analisa apenas um caso. Segundo Yin (2005: 32), “o estudo de caso é uma investigação
empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real,
especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente
definidos”.
Ele se aplica com o conhecimento prévio do tema e local pesquisado, com a coleta de
dados e com a observação, para confirmar ou não uma teoria pré-estabelecida, nesse caso, os
objetivos específicos deste projeto.
Segundo Gil (1991), dentre as vantagens da utilização desse método, podemos citar a
flexibilidade do planejamento, a partir do momento em que é possível modificar o plano
inicial da pesquisa, de acordo com as descobertas, a ênfase no problema como um todo e a
23
simplicidade dos procedimentos de coletas de dados, se comparado a outros tipos. Por outro
lado, esse estudo também apresenta limitações, como a dificuldade de generalização, já que o
objeto de estudo pode ser muito específico e a pesquisa pode apresentar resultados
equivocados em relação ao todo da espécie.
A pesquisa descritiva, segundo Gil (1991: 46):
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. [...] São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população.
A partir desse conceito, podemos afirmar que a pesquisa investigará as opiniões e
conceitos das EJs da UFV em relação ao Secretariado Executivo Trilíngüe, também da UFV.
4.2 - MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Os métodos e instrumentos de coleta de dados são constituídos de fontes primárias e
secundárias. As primárias serão obtidas por meio de questionários semi-estruturados (vide
anexo D), composto de perguntas objetivas e discursivas. Já as fontes secundárias são as
informações obtidas a partir da análise de documentos impressos ou on-line (webpage das
EJs), no caso desta pesquisa, a descrição de cargos e funções obtidas e analisadas durante os
meses de abril e maio de 2007.
Os questionários serão aplicados na população estudada, as Empresas Juniores da
UFV.
O universo ou população é entendido como um conjunto definido por elementos que possuem determinadas características em comum. Geralmente entende-se por população o número de habitantes de determinado lugar, porém, em termos estatísticos, pode se entender como população o conjunto de alunos matriculados numa escola, os clientes totais de uma organização, o número de organizações pertencentes a um segmento de atividade, o total de indústrias de uma cidade, a produção de televisores de uma fábrica em determinado período etc. A amostra é o subconjunto do universo ou população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam suas características (LIMA, 2004: 82).
24
Segundo a Central de Empresas Juniores (CEMP) da UFV (2007), “são 22 EJs, que
abrangem as quatro áreas de conhecimento da UFV e envolvem mais de 500 estudantes”. Elas
são demonstradas pela Tabela 1:
Empresa Júnior Curso/Centro de Ciência3 Situação atual Nº de
membros
N° de
diretores
AGREGAR Gestão do Agronegócio/ CCA ATIVA 104 7
AGRIJÚNIOR Engenharia Agrícola e
Ambiental/CCA
DESCONHECIDA - -
AgroPlan UFV Agronomia/CCA ATIVA +/- 70 2
ALIMENTOS
JÚNIOR
Engenharia de Alimentos/CCE ATIVA 184 18
AMBIENTAL Jr. Engenharia Ambiental/CCE ATIVA +/- 70 6
CAMPIC Gestão de Cooperativas/CCA ATIVA 69 7
CACE Consultoria Jr. Administração/CCH ATIVA +/- 30* 6
CECCO Jr. Ciências Contábeis/CCH ATIVA 91 18
CIVIL Jr. Engenharia Civil/CCE DESCONHECIDA - -
COOPED Pedagogia/CCH DESCONHECIDA - -
EFICAP Educação Física/CCB DESCONHECIDA - -
EJEAG Engenharia de Agrimensura/CCE ATIVA 41 6
EJESC Ciências Econômicas/CCH ATIVA 23* 10
EJUVE Medicina Veterinária/CCB DESCONHECIDA - -
EJZ Zootecnia/CCA DESCONHECIDA - -
EMPNUT Nutrição/CCB ATIVA - -
In Bio Ciências Biológicas/CCA ATIVA - -
Minas Lácteos
Assessoria
Ciência e Tecnologia de
Laticínios/CCE
ATIVA 14* 11
No Bugs Ciência da Computação/CCE ATIVA 36* 13
SEC Jr. Consultoria Secretariado Executivo
Trilíngüe/CCH
ATIVA +/-40* 8
Soluções Júnior Engenharia de Produção/CCE ATIVA 48* 6
UFV Júnior Florestal Engenharia Florestal/CCA ATIVA +/- 70* 5
Tabela 1 - Empresas Juniores da UFV. Fonte: Adaptado da CEMP/UFV (2007) e Dados da Pesquisa – Elaboração Própria. (-)Não foi possível contactar. *CACE, Soluções Jr e UFV Jr Florestal: ativos/*EJESC Jr. e No Bugs: efetivos(não trabalha com associados)/*Minas Láteos e SEC Jr: em processo de associação.
3
Centro de Ciências Agrárias (CCA);Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCB); Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCE); Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH).
25
Era esperada a aplicação de uma média de 500 questionários, com exceção da SEC
Junior Consultoria, uma vez que ela é objeto motivacional desse estudo. Pelas razões
explicitadas nos itens 4.4 e 7.1 a seguir, só foi possível aplicar 107, ainda assim, somente 41
questionários foram devolvidos. Por esse motivo, definiu-se a amostra não probabilística por
tipicidade ou intencional. Não probabilística porque a pesquisa é qualitativa, uma vez que a
amostragem probabilística se baseia em leis estatísticas. Por tipicidade porque foram
selecionados somente os diretores das EJs com mais de 6 meses de atuação.
Amostragem por tipicidade ou intencional: consiste em selecionar subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população. A principal vantagem da amostragem por tipicidade está nos baixos custos de sua seleção (LIMA, 2004: 83).
A amostra foi colhida de acordo com a disponibilidade, com a acessibilidade e com a
cooperação das EJs. Os questionários foram aplicados do dia 25 ao dia 31 de maio de 2007.
4.3 - TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS Os dados primários serão analisados majoritariamente de maneira qualitativa, através
da transcrição dos dados de maior destaque obtidos nas questões 3, 5, justificativa da questão
6 (vide questionário anexo D) e comentário acerca das posições e opiniões dos respondentes
em comparação ao referencial teórico deste trabalho e às fontes de dados secundárias. As
questões 4 e 6 serão analisadas através de gráficos, por estatística descritiva.
Outra técnica utilizada para analisar os dados será a análise de conteúdo. Segundo
Bardin (1977: 42), a definição de análise de conteúdo é a seguinte:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
O principal objetivo dessa análise pode ser definido como a desconstrução de um
conteúdo para obter informações que nem sempre estão explícitas nos dados coletados.
É este o princípio da análise de conteúdo: consiste em desmontar a estrutura e os elementos desse conteúdo para esclarecer suas diferentes características
26
e extrair sua significação. A análise de conteúdo, já foi visto, pode se aplicar a uma grande diversidade de materiais, como permite abordar uma grande diversidade de objetos de investigação: atitudes, valores, representações, mentalidades, ideologias, etc. (LAVILLE; DIONNE, 1999: 214-215).
A partir da ilustração 1, abaixo, é possível observar que será feita uma análise das
atribuições do profissional de Secretariado Executivo, selecionadas de acordo com a
concordância à realidade do mercado atual, apresentando indicadores que tem respaldo nas
Leis de Regulamentação da Profissão e uma outra subcategoria, as atribuições contingenciais,
inexistentes na regulamentação, mas conhecidas e utilizadas na vida profissional (vide item
3.2.3).
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE
SECRETARIADO EXECUTIVO (Subcategorias de Análise)
INDICADORES
Atribuições Legais • Planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;
• Assistência e assessoramento direto a executivos;
• Coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas;
• Redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro;
• Interpretação e sintetização de textos e documentos;
• Versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa;
• Conhecimentos protocolares. Atribuições Contingenciais4 • Planejamento e organização de eventos e
cursos; • Planejamento e organização de reuniões; • Planejamento e organizações de viagens; • Auxílio na tomada de decisão; • Revisão de textos; • Organização de arquivos.
Ilustração 1 - Atribuições do profissional de Secretariado Executivo. Fonte: Dados da Pesquisa - Elaboração própria.
4
As atribuições contingenciais foram extraídas do item 3.2.3.
27
4.4 - LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Como toda pesquisa, esse trabalho apresentou, durante a sua realização, algumas
limitações. A primeira delas refere-se à população estudada. São 22 Empresas Juniores na
UFV, um número significativo, e, ao fazer o contato inicial, via e-mail, nem todas
responderam e alguns e-mails retornaram devido a endereços desatualizados.
O contato presencial, na sede das EJs, só foi possível na entrega dos questionários,
pois demanda muito tempo, devido à extensão do campus universitário.
Os questionários, instrumentos utilizados para coletar os dados da pesquisa,
apresentam algumas desvantagens, segundo Fiúza (2007: 1): “a informação obtida pelo
pesquisador limita-se a respostas escritas. [...] têm pouca facilidade para escrever, ou mesmo
falta-lhes paciência. Isto resulta num baixo recebimento de resposta, fixado entre 10% e
50%”.
As Empresas Juniores, como já citado, são associações civis gerenciadas por
estudantes e essa foi uma limitação de grande importância. Na totalidade das empresas, o
prazo de entrega dos questionários foi aumentado de dois para quatro dias em média, uma vez
que os alunos/diretores encontravam-se em final de período universitário, com muitas
atividades curriculares e pouco tempo para se dedicar às EJs, conseqüentemente, para
responder os questionários dentro do prazo.
Outro fator limitante foi a escassez de produção científica sobre Empresas Juniores e
sobre, principalmente, Secretariado Executivo. São duas áreas pouco exploradas e, no caso
das EJs, recente no Brasil.
O período para pesquisa, de aproximadamente três meses, foi um fator delimitador,
uma vez que o estudo de multi-casos necessita de mais tempo para análise, já que não possui
somente um, mas vários objetos de estudo.
28
5 - AS EMPRESAS JUNIORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA O Movimento Empresa Júnior (MEJ) na Universidade Federal de Viçosa iniciou-se
com a criação das primeiras Empresas Juniores da Instituição, em 1993: UFV Jr. Florestal
(Engenharia Florestal), Alimentos Jr. (Engenharia de Alimentos), EJESC Jr. (Ciências
Econômicas) e CACE Consultoria Jr. (Administração). Já em 1994, foi criada a EJZ
(Zootecnia). A partir daí até 1999 foram criadas a No Bugs (Ciência da Computação), a
EJEAG (Engenharia de Agrimensura), a CAMPIC (Gestão de Cooperativas), a
AGRIJUNIOR (Engenharia Agrícola e Ambiental), a AgroPlan UFV (antiga EJA;
Agronomia), a EFICAP (Educação Física), a CIVIL Jr. (Engenharia Civil), a COOPED
(Pedagogia) e a Minas Lácteos Assessoria (Ciência e Tecnologia de Laticínios). As mais
recentes são a CECCO Jr. (Ciências Contábeis), a SEC Jr. Consultoria (Secretariado
Executivo Trilíngüe), a In Bio (Ciências Biológicas), a Soluções Jr. (Engenharia de
Produção), a EMPNUT (Nutrição), a AGREGAR (Gestão do Agronégócio), a Ambiental Jr.
(Engenharia Ambiental) e a EJUVE (Medicina Veterinária).
Em 4 de dezembro de 1997, foi publicada a Resolução n° 12/97 (vide anexo E), do
Conselho Universitário (CONSU) da UFV, normatizando o funcionamento das Empresas
Juniores. Em julho de 1998, foi criada a Central de Empresas Juniores (CEMP), vinculada à
Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC).
29
Em agosto de 1998, no VI Encontro Nacional de Empresas Juniores, a CEMP foi reconhecida como o primeiro núcleo de empresários juniores, formalmente constituído por estatuto e diretoria. Essa iniciativa da UFV inspirou a criação de vários outros núcleos no país como, por exemplo, o da UNICAMP (CENTRAL DE EMPRESAS JUNIORES, 2007).
Com a criação do Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa
(CENTEV/UFV), em agosto de 2001, a CEMP passou a ser vinculada a ele. Em 19 de
dezembro de 2002, a Resolução 12/97 foi revogada pela Resolução 19/2002 (vide anexo F),
que resolve, dentre outros, que a coordenação administrativa das Empresas Juniores será
exercida, a partir da data de publicação, pela CEMP.
Nos últimos dias 12 a 15 de abril de 2007, a UFV sediou o XV Encontro Mineiro de
Empresas Juniores (EMEJ) – Inovações Tecnológicas na Gestão do Desenvolvimento
Empresarial, com mini-cursos, palestras, grupos de discussão e apresentação de cases, um
marco para a história do MEJ de Viçosa. É importante lembrar que Viçosa recebeu outras
edições do evento, como em 2000, o VIII EMEJ e, em 2003, o XI EMEJ.
5.1 - EMPRESAS JUNIORES PESQUISADAS 5.1.1 - AGROPLAN UFV A AgroPlan UFV, Empresa Júnior de Agronomia, foi fundada em 1998. Ela tem como
objetivo principal a prestação de consultorias, serviços de elaboração e desenvolvimento de
projetos na área agronômica.
Sua estrutura administrativa é composta por: Conselho Administrativo, Conselho
Fiscal, Presidência, Diretoria de Projetos, Gerência Administrativo-Financeira, Gerência de
Marketing, Gerência de Projetos, Gerência de Gestão de Pessoas e Trainees.
Ela é federada à Federação das Empresas Juniores do Estado de Minas Gerais
(FEJEMG5) e foi uma das EJs organizadoras do XV EMEJ.
5
“A Fejemg foi fundada em julho de 1995, com os objetivos de organizar, centralizar e representar as empresas juniores (EJ’s) de todo Estado de Minas Gerais, auxiliando no crescimento e consolidação do Movimento Empresa Júnior” (ENCONTRO MINEIRO DE EMPRESAS JUNIORES, 2007).
30
5.1.2 - ALIMENTOS JÚNIOR Os estudantes do curso de Engenharia de Alimentos da UFV também possuem uma
Empresa Júnior, a Alimentos Júnior. Desde 2003, ela presta serviços de consultoria e
assessoria nas seguintes áreas de ciência e tecnologia de alimentos: análises físico-químicas,
microbiológicas e sensoriais; métodos de conservação e processamento de alimentos;
treinamento de pessoal; controle de qualidade; higiene industrial; seleção e adequação de
embalagens; tratamento de resíduos; dimensionamento de plantas e equipamentos;
desenvolvimento de novos produtos; estudos de viabilidades técnico-econômicas e logísticas;
documentação para registros de rótulo, produto e indústrias.
Foi recentemente federada à FEJEMG. Sua equipe é composta por: Presidência,
Diretoria de Recursos Humanos e sua respectiva Gerência, Diretoria de Marketing e sua
respectiva Gerência, Diretoria Administrativo-Financeira e sua Gerência Administrativa e
Gerência Financeira, Diretoria de Projetos e sua respectiva Gerência.
5.1.3 - AMBIENTAL JÚNIOR
A Ambiental Júnior é a Empresa Júnior do curso de Engenharia Ambiental da UFV
que atua no desenvolvimento e emprego de técnicas de preservação, recuperação e manejo
sustentável do meio ambiente e recursos naturais, além de promover cursos e eventos.
Foi também recentemente federada à FEJEMG, através de uma reunião ocorrida em
Juiz de Fora, MG, no dia 19 de maio de 2007, juntamente com a Alimentos Jr, fortalecendo-
se, assim, o MEJ de Viçosa, que atualmente conta com seis EJs federadas.
Sua estrutura administrativa é composta por: Conselho Administrativo, Presidência,
Diretoria Administrativa, Diretoria de Captação, Diretoria de Marketing, Diretoria de
Projetos, Diretoria de Recursos Humanos.
5.1.4 - CACE CONSULTORIA JÚNIOR A Cace Consultoria Júnior, Empresa Júnior de Administração, presta, desde 1993,
serviços de consultoria na área de administração.
31
Ela é estruturada por: Conselho Administrativo, Presidência, Diretoria Administrativo-
Financeira, Diretoria de Marketing, Diretoria de Projetos, Diretoria de Qualidade, Diretoria de
Gestão de Pessoas, Gerência de Negociação, Gerência de Custos, Gerência de
Relacionamento, Gerência de Pessoas e Processos, Coordenadorias, Trainees.
Foi uma das EJs organizadoras do XV EMEJ, juntamente com a AgroPlan UFV, a
EJESC Jr. e a No Bugs, em 2007, e também é federada à FEJEMG. Apresentou, no evento, o
case intitulado “Programa Geração Criança - a multidisciplinaridade promovendo a mudança
social”.
5.1.5 - CAMPIC CAMPIC é a Empresa Júnior do curso de Gestão de Cooperativas da UFV. Criada em
1998, possui como principais atividades a consultoria e assessoria a cooperativas e a entidades
afins, consultoria a empreendimentos do terceiro setor e a promoção de cursos e eventos da
área.
Sua estrutura é composta por: Conselho Fiscal, Presidência, Diretoria Administrativa,
Diretoria Jurídico-Financeira, Diretoria de Marketing e Relações Públicas, Diretoria de
Projetos, Diretoria de Recursos Humanos, Diretoria de Qualidade e Secretaria.
5.1.6 - CECCO JÚNIOR Empresa Júnior do curso de Ciências Contábeis, a CECCO Júnior oferece consultoria
e assessoria na área contábil-jurídica, como, por exemplo, análise de custos, análise tributária,
análise fiscal e ainda promove eventos e cursos na área.
Sua estrutura administrativa é formada por: Conselho Administrativo, Conselho
Fiscal, Presidência, Diretoria Administrativa, Diretoria Financeira, Diretoria de Marketing,
Diretoria de Projetos, Diretoria de Qualidade, Diretoria de Recursos Humanos.
32
5.1.7 - EJESC JÚNIOR A Empresa Júnior de Economia, EJESC Júnior, oferece, desde sua fundação, em 1993,
serviços de consultoria na área econômica, como análise econômica de setores e arranjos
produtivos locais (APL), cálculo de índices, análise de viabilidade técnica e econômica de
empreendimentos, orientação financeira, dentre outros. Também realiza trabalhos de
Responsabilidade Social e atua na FEJEMG.
Como já supracitado, é uma das seis EJs da UFV que é federada à FEJEMG e também
fez parte da equipe de organização do XV EMEJ.
Apresenta a seguinte estrutura administrativa: Conselho Administrativo, Conselho
Fiscal, Presidência, Diretoria Administrativo-Financeira, Diretoria de Marketing, Diretoria de
Projetos, Diretoria de Qualidade, Diretoria de Recursos Humanos.
Atualmente, firmou uma nova parceria em projetos de Responsabilidade Social com a
Ação Social Evangélica Viçosense - Rebusca. A EJ fornecerá todo o papel utilizado e
descartado para ser reciclado, esse papel será vendido e o dinheiro obtido será convertido em
doações a instituições carentes de Viçosa, Minas Gerais.
5.1.8 - MINAS LÁCTEOS ASSESSORIA Empresa Júnior do único curso bacharel em Ciência e Tecnologia de Laticínios, a
Minas Lácteos Assessoria oferece uma variada gama de serviços relacionados ao
gerenciamento, processo produtivo, controle de qualidade, beneficiamento e agregação de
valor a leite e derivados e realiza projetos de instalações para produção de lácteos, tratamento
de resíduos, desenvolvimento de novos produtos, realização de pesquisas de mercado,
estratégias de marketing, cursos englobando temas variados da área, e outros serviços
relevantes à área de produtos lácteos.
Sua estrutura administrativa é composta por: Presidência, Diretoria Administrativa,
Diretoria Financeira, Diretoria de Marketing, Diretoria de Projetos, Diretoria de Qualidade,
Diretoria de Recursos Humanos, Diretoria Técnica.
33
5.1.9 - NO BUGS A No Bugs, Empresa Júnior de Ciência da Computação da UFV, oferece serviços
como o desenvolvimento de websites, o desenvolvimento de sistemas para desktop,
cliente/servidor, palm, celular, web, etc e a criação de revistas digitais para eventos, a
documentação de acontecimento de vários tipos, etc.
Uma das seis EJs da UFV federadas à FEJEMG, a No Bugs também participou na
organização do XV EMEJ e apresentou, durante o evento, o case intitulado “Fórum de
Discussão Online como Ferramenta da Gestão de Conhecimento”. Esse projeto recebeu os
prêmios Mão na Roda, no II Prêmios FEJEMG, em outubro de 2006, melhor case do XV
EMEJ, em abril de 2007, e melhor case do Encontro Sul-Brasileiro de Empresas Juniores
(ESEJ), realizado em abril/maio de 2007, em Santa Maria, RS. Inclusive esse Fórum de
Discussão Online já foi adotado pela própria FEJEMG, que reconheceu como um método de
grande valor para a Gestão do Conhecimento.
Conselho Administrativo, Presidência, Diretoria Administrativa, Diretoria Financeira,
Diretoria de Marketing, Diretoria de Projetos, Diretoria de Qualidade, Diretoria de Recursos
Humanos e Diretoria de Relações Públicas compõem a estrutura administrativa da No Bugs.
5.1.10 - UFV JÚNIOR FLORESTAL A UFV JÚNIOR FLORESTAL, Empresa Júnior de Engenharia Florestal, foi pioneira
na UFV, sendo criada em 1993.
Ela atua nas seguintes áreas de atuação: arborização e paisagismo; celulose e papel;
colheita e transporte florestal; ecologia florestal; educação ambiental; entomologia florestal;
ergonomia e segurança no trabalho; fomento florestal; fotogrametria; incêndio florestal;
inventário florestal; manejo de fauna silvestre; manejo florestal; melhoramento florestal;
parques e reservas florestais; patologia florestal; preservação da madeira; recuperação de
áreas degradadas; sensoriamento remoto; sistemas agroflorestais; sistemas de informações
geográficas; solos e fertilização florestal; práticas silviculturais.
Sua estrutura administrativa é composta por: Conselho Administrativo, Conselho
Fiscal, Presidência e quarto coordenadorias: Projetos, Marketing, Jurídico-Financeira e
Recursos Humanos.
34
6 - O SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGUE E A SEC JÚNIOR 6.1 - SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE NA UFV O curso de Secretariado Executivo, como explicitado anteriormente, pode permitir a
formação de um profissional dinâmico, multifacetado. Será apresentado, a seguir, o
Secretariado Executivo Trilíngüe da UFV e alguns aspectos da sua formação curricular. A
atuação do bacharel em Secretariado Executivo Trilíngüe, de acordo com o Catálogo de
Graduação UFV (2007: 353), é descrita abaixo:
O curso de Secretariado Executivo permite ao graduado o exercício pleno da profissão, nos termos definidos pelas Leis n.º 7.377/85 e n.º 9261/96, facultando-lhe, dentre outras, as atribuições de assessorar executivos dos mais diversos setores empresariais ou funcionários públicos em cargo de grande responsabilidade; planejar, organizar e gerenciar trabalhos de secretaria executiva; elaborar e executar o fluxo de informações e de conhecimentos estratégicos; e exercer a prática de conhecimentos éticos e protocolares. O Bacharel em Secretariado Executivo Trilíngüe estará habilitado para promover e participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento das organizações públicas e privadas, na busca do aumento de produtividade e competitividade. O egresso exercerá um novo papel dentro das organizações, assessorando staffs, gerenciando setores e pessoas, utilizando novas tecnologias, inovando, enfrentando mudanças culturais, econômicas, políticas, sociais e profissionais, com sensibilidade e lucidez para diagnosticar e gerenciar soluções para situações de conflitos e resistência a mudanças, com visão empreendedora, capaz de promover novos conhecimentos, trabalhando com competência e discrição. O Curso da UFV
35
forma bacharéis para trabalhar como assessor executivo, gestor, empreendedor e consultor, capaz de atuar em um mercado altamente concorrido e em constantes transformações. A profissão de secretário executivo engloba diversidade de tarefas. Assim, exige certos requisitos pessoais como: criatividade, discrição, iniciativa, capacidade de refletir, argumentar e transmitir idéias (CATÁLOGO DE GRADUAÇÃO UFV, 2007: 353).
O curso teve início na UFV em 1998 e é reconhecido pela portaria do Ministério da
Educação (MEC) n° 1.446 de 12 de junho de 2003.
Há ainda muita discussão a respeito do projeto político-pedagógico e inclusive alguns
eventos são realizados para discutir a profissão e sua formação. É importante a renovação da
estrutura curricular de qualquer curso, pois o mercado está em constante desenvolvimento, e
essa prática na UFV permite ainda mais que o aluno egresse um profissional qualificado, com
sólidos conhecimentos teóricos e práticos.
Podemos observar nas disciplinas curriculares do curso uma integração e uma
multidisciplinaridade. Conhecimentos gerais das Teorias da Administração são obtidos
através da disciplina Teoria Geral da Administração I. Psicologia e Administração de
Recursos Humanos I possibilitam ao futuro profissional compreender o ser humano e,
conseqüentemente, conhecer-se a si mesmo, auxiliando nos relacionamentos intra e
interpessoais de trabalho. Leitura e Produção de Textos, Redação Empresarial, Técnicas e
Tecnologias da Comunicação e Discurso na Empresa são todas voltadas para o processo de
leitura, escrita e comunicação que são imprescindíveis para se tornar um bom assessor e
gestor do conhecimento e das informações, pois, para ser um Secretário Executivo, é preciso
saber produzir, interpretar e revisar textos e documentos. Arquivística permite saber como
organizar, manter e descartar arquivos e também a gestão de documentos eletrônicos. Gestão
Secretarial e Teoria Geral do Secretariado mostram um pouco do universo do Secretariado
Executivo, desde o planejamento de reuniões e viagens às possibilidades de carreira.
Contabilidade Geral, Instituições de Direito, Relações Internacionais são disciplinas, que,
assim como as diversas optativas nas áreas de Administração, Economia, Comunicação,
Finanças, Sociologia, Psicologia, dentre outras, aperfeiçoam o profissional e o auxiliam a ter a
visão do todo dentro de uma organização na qual ele possivelmente atuará. E as línguas
estrangeiras, Francês, Inglês e, mais recentemente, Espanhol, disciplinas que já não são
diferenciais, mas formação complementar de bastante utilidade e muito exigida no mercado
de trabalho atual.
36
Como é possível perceber, o campo teórico do Secretariado Executivo Trilíngüe na
UFV é vasto, mas a prática também existe, nos estágios e na EJ, que por apresentar maior
importância neste trabalho, será tratado a seguir.
6.2 - A SEC JÚNIOR CONSULTORIA A SEC Júnior Consultoria foi fundada em dezembro de 2003 por estudantes de
graduação do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe da Universidade Federal de Viçosa.
Ela passou por um período de inativação no período compreendido, aproximadamente, do fim
do ano de 2005 ao fim do ano de 2006, e, desde dezembro de 2006 e início de 2007, está
retomando suas atividades. Aos poucos os estudantes vão renovando os serviços e as
diretorias para que ela possa atender seus clientes de maneira eficiente e eficaz e proporcionar
aprendizado aos seus principais fregueses, os alunos envolvidos na EJ.
Como objetivos, a SEC Júnior Consultoria apresenta: o estímulo ao
empreendedorismo; a aplicação prática de conhecimentos teóricos; a contribuição para a
sociedade, através da prestação de serviços de qualidade; a promoção da responsabilidade
social; a facilitação do ingresso de futuros profissionais no mercado e o zelo pela efetiva
atuação da profissão de Secretário (a) Executivo (a) nas organizações.
O portfólio de serviços oferecidos pela associação é constituído de: planejamento e
organização de eventos e viagens; consultoria de protocolo e cerimonial; organização e
manutenção de arquivos; tradução e interpretação de documentos em diversos idiomas;
revisão de textos e documentos em português, dentre outros.
Sua estrutura administrativa, similarmente às outras EJs, é constituída de Presidência,
Diretoria Financeira, Diretoria de Eventos, Diretoria de Projetos, Diretoria de
Desenvolvimento, Diretoria de Recursos Humanos, Diretoria de Marketing e Diretoria de
Secretaria, além dos Trainees.
A partir da reativação da EJ, alguns serviços foram prestados, dos quais podemos
destacar o cerimonial e protocolo do aniversário de 30 anos do Departamento de Letras
(DLA), o cerimonial do I Encontro de Clássicos da Literatura (DLA), a assistência protocolar
ao I Seminar on English Teaching Practicum (DLA) e a programação de recepção dos
calouros do ano de 2007 do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe.
37
7 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
7.1 - QUESTIONÁRIOS Foram distribuídos um número total de 107 (cento e sete) questionários entre as
seguintes EJs: AGREGAR (EJ1), AgroPlan UFV (EJ2), Alimentos Júnior (EJ3), Ambiental
Júnior (EJ4), CACE Consultoria Júnior (EJ5), CAMPIC (EJ6), CECCO Júnior (EJ7), EJEAG
(EJ8), EJESC Júnior (EJ9), Minas Lácteos Assessoria (EJ10), No Bugs (EJ11), Soluções
Júnior (EJ12) e UFV Júnior Florestal (EJ13); todos pessoalmente na sede da empresa.
AGRIJÚNIOR foi contactada via e-mail, pelo fato do Departamento de Engenharia Agrícola,
onde é a sede, ser mais afastado e de maior dificuldade de acesso; não houve resposta.
EFICAP, EJUVE e EJZ não foram encontradas via e-mail, no contato inicial, e devido à falta
de endereço no site da Central de Empresas Juniores da UFV (CEMP), não foram
pesquisadas. CIVIL Júnior e COOPED foram descobertas ao acaso, no antigo site da CEMP,
quando ela ainda era vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura; é desconhecida a
existência destas, uma vez que não aparecem no site atual da CEMP, por isso não foram
pesquisadas, pela ausência de contato. In Bio e EMPNUT também não foram pesquisadas,
apesar de responderem ao contato inicial via e-mail, suas sedes se encontravam fechadas no
momento da distribuição dos questionários.
38
Dos 107, 41 (quarenta e um) questionários foram devolvidos dentro do prazo
estipulado. Sem este prazo, não seria possível analisar os dados e concluir a pesquisa em
tempo. Por esse motivo, algumas empresas não participaram da amostra, mesmo recebendo os
questionários para preenchimento, pois não devolveram de acordo com o prazo. Desses 41, 37
(trinta e sete) foram objetos da análise, uma vez que quarto foram preenchidos por trainees,
que não participam da amostra dessa pesquisa. Concluindo, o índice de devolução foi de
34,58% (aprox. 35%), representado abaixo pela Ilustração 2.
35%
61%
4% Recebidos
Não recebidos
Não fazem parteda amostra
Ilustração 2 - Questionários. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A questão 1 do questionário é para apresentação geral da estrutura organizacional da
Empresa Júnior, discutida anteriormente no item 5. A questão 2 é semelhante, explicita as
atividades desempenhadas pelas EJs. Ela é base para a questão 3, que por sua vez, serve de
comparação com a questão 5.
Em relação à questão 3, foi questionado a possibilidade de algum profissional (no caso
da EJ, aluno) de Secretariado Executivo executar alguma tarefa citada na questão 2:
22%
59%
19%Não
Sim
Não sabe/nãorespondeu
Ilustração 3 - Atividades das EJs X Secretariado Executivo. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração Própria.
- Como é perceptível na ilustração 3, 59% dos respondentes afirmaram que o
profissional de Secretariado Executivo pode executar algumas determinadas tarefas da EJ;
- De todos que responderam afirmativamente, as áreas/tarefas/atividades citadas
foram, em ordem decrescente de freqüência: administrativa/organização/secretaria (10);
39
cursos e eventos (7); marketing (4); qualidade (3); estágios (2). Outras opções foram citadas
apenas uma vez cada;
- Essa questão gerou algumas respostas que, por se diferirem do conhecimento geral,
merecem destaque:
1. “Confecção da melhor forma de certificados, revisão de relatórios das consultorias
(EJ5).
2. “Trabalhos de responsabilidade social e atuar no desenvolvimento da FEJEMG e
do MEJ (Movimento Empresa Júnior) mineiro” (EJ9).
A pessoa que respondeu a número 1 provavelmente conhece ou já fez alguma
disciplina de Secretariado Executivo Trilíngüe, como Redação Empresarial, ou tem um
contato mais próximo com alguém da área. Já a de número 2 demonstra uma pessoa não só
preocupada com a sua própria EJ, mas engajada com o MEJ e com a Federação das Empresas
Juniores do Estado de Minas Gerais (FEJEMG).
As ilustrações a seguir referem-se à questão 4, das funções de Secretariado Executivo.
Foram separadas àquelas inerentes ao Secretariado Executivo e àquelas inerentes ao
Secretariado Técnico, de acordo com as Leis de Regulamentação da Profissão e com algumas
atribuições presentes nos itens 3.2 e 4.3 desta pesquisa.
Em primeiro lugar, serão observadas as funções de Secretariado Executivo.
Ilustração 4 é a respeito de Assessoria a executivos:
84%
16%
Sim
Não
Ilustração 4 - Assessoria a Executivos. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
- Como é possível observar, 84% dos respondentes estavam corretos em selecionar a
opção Assessoria a executivos como função de Secretariado Executivo. Essa é uma questão
bastante familiarizada por todos da área e fora dela, pois as relações entre executivos e
Secretárias ou Secretários apenas se modificaram ao longo dos anos, de acordo com a
economia, política, cultura e sociedade. O profissional de Secretariado já era associado a uma
figura de poder dentro de uma organização desde a Antiguidade (vide item 3.2.1).
40
A ilustração 5 representa a Coleta de informações para a consecução de objetivos e
metas das empresas, com adequação de 46% dos respondentes. Menos da metade pôde
perceber essa função, isso indica um conhecimento e uma visão restritos da profissão: empresas
46%
54%
Sim
Não
Ilustração 5 - Coleta de informações para a consecução de objetivos e metas das empresas. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 6 foi o que apresentou maior porcentagem correta, 89%, Tradução em
idiomas estrangeiros. Isso demonstra que os alunos/diretores das EJs conhecem o curso de
Secretariado Executivo da UFV, pelas línguas estrangeiras (por causa do Trilíngüe no nome),
desconhecendo algumas outras funções muito importantes, como a da ilustração 6, por
exemplo.
89%
11%
Sim
Não
Ilustração 6 - Tradução em idiomas estrangeiros. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A Organização de eventos é representada pela ilustração 7, em que apenas 41% dos
diretores das EJs que responderam aos questionários afirmam ser uma função de Secretariado
Executivo. Curiosamente, essa foi a segunda opção mais lembrada ao responderem a questão
3, acerca das tarefas das EJs que o profissional de Secretariado Executivo poderia executar.
41
41%
59%
Sim
Não
Ilustração 7 - Organização de eventos. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Conhecimentos protocolares: a ilustração 8 demonstra que 59% dos respondentes
acreditam ser essa também uma função de Secretariado Executivo.
59%
41%Sim
Não
Ilustração 8 - Conhecimentos protocolares. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Na ilustração 9, Avaliação da correspondência para encaminhamento à chefia, 62%
assinalaram essa função.
62%
38%Sim
Não
Ilustração 9 - Avaliação da correspondência para encaminhamento à chefia. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 10, apesar de ser uma função muito comum e conhecida, Planejamento,
organização e direção de serviços de secretaria, e de também ter sido a mais apontada na
questão 3 como tarefa possível de ser executada pelo profissional de Secretariado Executivo
na EJ, não apresentou uma alta porcentagem: 65%.
42
65%
35%Sim
Não
Ilustração 10 - Planejamento, organização e direção de serviços de secretaria. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Na ilustração 11, 62% acredita-se que Interpretação e sintetização de textos e
documentos é uma função de Secretariado Executivo.
62%
38%Sim
Não
Ilustração 11 - Interpretação e sintetização de textos e documentos. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Organizar e preparar reuniões e viagens obteve 73% de asseveração, como demonstra
a ilustração 12. Essa é uma atribuição não contida nas Leis de Regulamentação da Profissão,
mas é uma função atual (vide item 3.2) e também está na aprendizagem, nos ensinamentos e
nos debates no curso de Secretariado Executivo Trilíngüe da UFV.
73%
27%Sim
Não
Ilustração 12 - Organizar e preparar reuniões e viagens. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 13 apresenta a Taquigrafia (método abreviado de escrita, com o objetivo
de melhorar a velocidade ao escrever, colhendo-se, assim, mais informações em menor
tempo). Essa já é uma função antiquada para os dias atuais, mesmo a Lei nº 9.261, de 10 de
43
janeiro de 1996 afirmando que é função de Secretariado Executivo. É perceptível pelo gráfico
que apenas uma minoria, 38%, acredita ser essa uma função da área, o que vem a comprovar
ainda mais que essa atividade é inerente mais ao Técnico do que ao Executivo.
38%
62%
Sim
Não
Ilustração 13 - Taquigrafia. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A partir de agora, em continuação à questão 4, analisaremos as funções do
Secretariado Técnico.
A ilustração 14, Atendimento telefônico, demonstra que 57% dos respondentes estão
incorretos ao acreditar que essa é uma função de Secretariado Executivo. Devemos ressaltar
que o profissional do tipo Executivo também pode realizar essa função (vide item 3.2), mas
não lhe é atribuído, de acordo com as Leis de Regulamentação da Profissão. E há, em muitas
empresas, recepcionistas ou telefonistas, que normalmente tem a formação Técnica, para
realizar essa atividade.
57%
43% Sim
Não
Ilustração 14 - Atendimento telefônico. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Recepção e registros de compromissos: ilustração 15. Podemos perceber nesta
ilustração que 78% dos diretores acreditam ser essa uma função de Secretariado Executivo;
mais uma vez, é uma atribuição do Técnico, muitas vezes executadas também pelo Executivo
(vide item 3.2).
44
78%
22%
Sim
Não
Ilustração 15 - Recepção e registro de compromissos. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 16 é sobre Manutenção de arquivos. Mesmo que a grade curricular do
curso de Secretariado Executivo na UFV apresente a disciplina Arquivística, essa é uma
atribuição do Técnico, mas isso não impede que o Executivo tenha conhecimentos sobre o
assunto e realize tais atividades, de acordo com a necessidade da empresa (vide item 3.2). Dos
respondentes, 57% afirmaram ser essa uma função do profissional do tipo Executivo.
57%
43% Sim
Não
Ilustração 16 - Manutenção de arquivos. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Na ilustração 17 podemos observar que a Datilografia é não considerada uma função
do profissional de Secretariado Executivo, com 65% de reprovação, mesmo assim, um índice
não muito alto.
35%
65%
Sim
Não
Ilustração 17 - Datilografia. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
45
A ilustração 18, surpreendentemente, não foi o que apresentou o maior índice de
rejeição (veremos a seguir). Os diretores das EJs, em 11%, responderam ser Preparação de
café e outros para oferecer aos visitantes da empresa uma função do profissional Executivo.
Essa atribuição não contém nas Leis de Regulamentação, mas há de se frisar que essa é uma
função bastante técnica, de acordo com o item 3.2.
11%
89%
Sim
Não
Ilustração 18 - Preparação de café e outros para oferecer aos visitantes da empresa. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 19 possui o título bastante semelhante à ilustração 9, mas que fique claro
que não são a mesma função, enquanto a ilustração 9 é atribuição do profissional de
Secretariado Executivo, a ilustração 19 é do profissional de Secretariado Técnico. É
perceptível que 57% concordam.
43%
57%
Sim
Não
Ilustração 19 - Classificação, registro e distribuição da correspondência. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Na ilustração 20, menos da metade dos respondentes, 46%, afirma ser Redação e
datilografia de documentos e correspondências uma função de Secretariado Executivo. É uma
atribuição do Técnico, mas podemos ver alguns profissionais Executivos atualmente ainda
executando tal atividade (vide item 3.2).
46
46%
54%
Sim
Não
Ilustração 20 - Redação e datilografia de documentos e correspondências. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 21, Providenciar cópias de documentos, não é disposto nas Leis de
Regulamentação da Profissão, mais uma vez, foi feita a classificação em Técnico a partir do
entendimento do item 3.2 deste estudo.
30%
70%
Sim
Não
Ilustração 21 - Providenciar cópias de documentos. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
A ilustração 22 também não é das Leis de Regulamentação, é de leituras e aprendizado
no curso. Responder e-mails enviados ao executivo é feito por muitos profissionais
Executivos, mas na verdade isso não deveria ocorrer (vide item 3.2). A filtragem de e-mails é
positiva, mas a resposta deve partir do executivo; 41% concordam.
41%
59%
Sim
Não
Ilustração 22 - Responder e-mails enviados ao executivo. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
47
Tomar ditado de cartas, ilustração 23, foi a função que obteve maior nível de rejeição
como função de Secretariado Executivo, 95%. Podemos perceber que ela também não contém
nas Leis de Regulamentação, adicionada ao questionário pelos motivos já explicitados em
ilustrações anteriores.
5%
95%
Sim
Não
Ilustração 23 - Tomar ditado de cartas. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Enviar fax é algo que qualquer profissional pode fazer, não é função de Secretariado
Executivo. Repetindo à ilustração anterior, não é disposto nas Leis, com a mesma motivação.
A ilustração 24 mostra que 65% concordam em não ser função do profissional Executivo.
35%
65%
Sim
Não
Ilustração 24 - Enviar fax. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Analisaremos, agora, a questão 5, que dispõe sobre a possibilidade de haver
consultorias da parte da EJ de Secretariado Executivo a outras EJs da UFV que necessitem,
por apresentar desempenho indesejável em alguma função da área.
A ilustração 25 representa a questão 5. Podemos perceber que os diretores das EJs que
responderam ao questionário acreditam ser viável a consultoria. As justificativas foram
diversas, eis algumas das mais interessantes, após o gráfico:
48
95%
5%
Sim
Não
Ilustração 25 - Secretariado Executivo X Consultoria. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
1. “Pois várias outras empresas juniores não possuem membros com grande domínio
em outros idiomas e às vezes podem ter clientes estrangeiros e terem dificuldade de
estabelecer uma boa comunicação com estes” (EJ3). Podemos observar que o foco no
Trilíngüe do curso de Secretariado Executivo da UFV é grande, muitas vezes as pessoas
desconhecem o real valor e as reais funções da profissão como um todo.
2. “Muitas vezes as funções da área de Secretariado que sobrecarrega [sic] os
gerentes e diretores da empresa. No entanto, devido ao caráter não lucrativo das EJs obter
consultoria da EJ de Secretariado torna-se inviável financeiramente” (EJ3). A possível
integração entre EJs já é bastante discutida no MEJ e talvez essa consultoria entre EJs na UFV
pudesse apresentar caráter não financeiro, mas de troca de experiências, o que evitaria essa
inviabilidade citada pelo respondente.
3. “Além de democratizar o conhecimento no Movimento Empresa Júnior estará
contribuindo para melhorar a gestão de outras EJs” (EJ5).
4. “Acredito que o MEJ fica mais forte quando cada EJ auxilia as demais em seus
pontos fortes, sendo auxiliada por outras EJ [sic] em seus pontos fracos” (EJ9).
Respostas 3 e 4: o MEJ já discute bastante essa ajuda mútua entre EJs.
As respostas mais recorrentes foram o auxilio nos processos internos e administrativos
e organização em geral das EJs, seguida pelas respostas similares à 3 e à 4 citadas acima.
Os 5% que responderam negativamente à pergunta justificaram que não conhecem
suficientemente o curso/profissional de Secretariado Executivo para afirmar como ele poderia
atuar.
A questão 6, “Qual a sua visão de um profissional de Secretariado Executivo?”, foi
uma investigação para verificação do questionário em geral. Foi observado que a visão geral
do profissional não é completamente deturpada, mas necessita ainda de esclarecimentos.
Alguns assumiram o desconhecimento na área. Foi perceptível que muitos respondentes se
49
basearam nas funções que acreditavam ser adequadas na questão 4, outros utilizaram a visão
do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe da UFV. Alguns destaques:
1. “Uma pessoa competente e apta a realizar a maioria dos itens marcados na
questão 4, de maneira a facilitar a vida do chefe ou de quem esse profissional assessorará”
(EJ2). Essa afirmação demonstra claramente que a pessoa que a respondeu não tem nenhum
conhecimento da área ou não tem interesse, se baseando no próprio questionário para produzi-
la.
2. “Não tenho muito conhecimento da área, mas penso que este profissional seja [sic]
importante para a articulação das empresas” (EJ6). Pode-se perceber que esse diretor de EJ
conhece a importância de um profissional de Secretariado Executivo, mesmo não sabendo
suas funções.
3. “Alguém que facilite os problemas encontrados a fim de encaminhá-los a quem os
pertence” (EJ7). Nessa resposta, o profissional de Secretariado Executivo se torna um
profissional restrito, apenas para encaminhar problemas. Isso demonstra o desconhecimento
dos papéis de assessor, de empreendedor, de gestor e de consultor desse profissional.
4. “Uma pessoa que fala mais de 3 línguas, assessora executivos no planejamento de
suas tarefas e que também tem noções de administração para realizar suas atividades” (EJ9).
Esse é um exemplo de resposta extremamente baseado no curso de Secretariado Executivo
Trilíngüe da UFV. Para o profissional de Secretariado Executivo é de grande importância o
conhecimento de línguas estrangeiras, mas ele não fala necessariamente mais de três línguas
estrangeiras.
5. “Profissional capacitado para todos os segmentos de mercado, devido às
características gerenciais e dirigidas aos processos administrativos” (EJ10). Podemos
observar que o diretor de EJ que formulou essa resposta talvez intuitivamente conheça a
característica multifuncional do profissional de Secretariado Executivo.
6. “Um profissional que é bastante útil para as grandes e médias empresas. Acredito
que para pequenas empresas esse tipo de profissional não é tão necessário” (EJ11). Uma das
discussões dos profissionais de Secretariado Executivo, muito presente também nas salas de
aula do curso da UFV, é exatamente a questão que o profissional da área pode sim integrar
uma pequena empresa, o contrário é mito.
50
As questões 7, 8 e 9 referem-se ao curso, cargo que ocupa na EJ e período que entrou
na EJ. São apenas questões informativas e de controle para verificar se foram somente os
diretores com mais de seis meses de atuação que responderam ao questionário.
Houve um espaço para comentários, sugestões ou críticas, e o índice foi de 24%, como
mostra a ilustração 26:
24%
76%
Questionárioscomentados
Questionários nãocomentados
Ilustração 26 - Comentários, sugestões ou críticas ao questionário. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração própria.
Alguns comentários relevantes:
1. “A Diretoria de Qualidade assume na empresa júnior algumas tarefas competentes
a área de secretariado executivo” (EJ7).
2. “Acho que seria legal repassar (ou apresentar) os resultados e a conclusão sobre
estes questionários às EJs que o responderam” (EJ13).
3. “Questionários qualitativos como este não devem ter tantas perguntas abertas”
(EJ9).
7.2 - CARGOS E FUNÇÕES A descrição de cargos e funções de uma empresa é utilizada para estabelecer tarefas,
atividades e atribuições a serem desempenhadas por cada pessoa, que ocupa um cargo, dentro
da organização.
Das dez EJs pesquisadas, somente metade forneceu a descrição de cargos e tarefas
durante a realização desta pesquisa. Será abordado de maneira sucinta os cargos e as funções
das EJs que exercem atividades similares às atribuições próprias de Secretariado Executivo.
A Diretoria Administrativa é um componente da estrutura das EJs que mais apresenta
semelhanças às atividades desempenhadas por um profissional de Secretariado Executivo.
Dentre as funções pesquisadas, foram apresentadas a redação de atas nas reuniões (EJ5, EJ6,
51
EJ9), a elaboração de manuais, formulários e fichas de regimento interno, etc (EJ6), e a
organização e manutenção de cadastros, documentos e relatórios (EJ3, EJ6), além de
processos administrativos em geral (EJs 3,5,6,7,9).
A Diretoria de Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas, a Diretoria de Qualidade e a
Diretoria de Marketing e de Relações Públicas, nas EJs 3, 5, 6, 9, com algumas variações em
relação ao cargo que realiza cada função, atuam na confecção de jornais e de certificados, na
revisão de relatórios, na padronização de documentos, na elaboração e revisão de manuais, na
gestão de informações e na organização e promoção de cursos e eventos, atividades que
também podem ser assessoradas por profissionais de Secretariado Executivo.
Como é possível perceber, há algumas semelhanças entre os cargos e funções nas EJs
e muitas das tarefas executadas pelos mais diversos empresários juniores podem ser
executadas também pelo profissional de Secretariado Executivo, com exceção da área de
projetos, que são centrados no campo de atuação da EJ.
7.3 - ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS DADOS A partir de agora, serão analisados os dados obtidos pelo questionário, que, juntamente
com a descrição de cargos e funções, relacionam-se aos indicadores das subcategorias de
análise.
Há o objetivo de interligar cada indicador às respostas das questões 3 e 5 do
questionário e também a um cargo que provavelmente executa tal atribuição. Optou-se por
essa análise em conjunto pelo fato da descrição dos cargos e funções não apresentar
equivalência a uma quantidade significativa de indicadores, uma vez que as informações
repassadas pelas EJs foram, em sua maioria, generalizadas.
A ilustração 27 demonstra as atribuições de Secretariado Executivo e as percepções
dos empresários juniores.
52
ATRIBUIÇÕES DE SECRETARIADO
EXECUTIVO
INDICADORES Percepção dos diretores das EJs
ATRIBUIÇÕES LEGAIS
• Planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;
• A1: “Processos internos, ferramentas de qualidade” (EJ10).
• Diretorias de Qualidade, Administrativa (Cargos e Funções).
• Assistência e assessoramento direto a executivos;
• A2: “Diretoria Administrativa” (EJ13); “Auxiliar as demais diretorias” (EJ6).
• Coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas;
• A3: “Levantamento das empresas que demandam estes serviços, além de manter contato” (EJ6); “Auxílio no serviço de pesquisa de mercado, com a aplicação de questionários” (EJ9).
• Diretorias de Marketing (Cargos e Funções).
• Redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro;
• A4
• Interpretação e sintetização de textos e documentos;
• A5: “[...] poderia ser útil na organização e filtragem do volume de informação que chega à empresa, embora hoje não tenhamos necessidade” (EJ11).
• Versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa;
• A6
• Conhecimentos protocolares.
• A7 • Diretorias de Qualidade, de Marketing
e de Recursos Humanos (Cargos e Funções).
ATRIBUIÇÕES CONTINGENCIAIS
• Planejamento e organização de eventos e cursos;
• A8: “Na organização de cursos e eventos [...]” (EJ4).
• Planejamento e organização de reuniões;
• A9 • Diretoria Administrativa (Cargos e
Funções). • Planejamento e
organizações de viagens; • A10 • Diretorias Administrativa e Financeira
(Cargos e Funções). • Auxílio na tomada de
decisão; • A11 • Diretorias Administrativa, Financeira,
de Projetos (Cargos e Funções). • Revisão de textos; • A12: “[...] revisão dos relatórios das
consultorias” (EJ5). • Diretoria de Qualidade e de Marketing
(Cargos e Funções). • Organização de arquivos. • A13: “Auxiliando na organização da
documentação da empresa” (EJ7). Ilustração 27 - Atribuições do profissional de Secretariado Executivo e percepções dos diretores das EJs. Fonte: Dados da Pesquisa - Elaboração própria.
53
Antes de iniciar a análise, é importante frisar que as atribuições, por questões
didáticas, serão representadas pela letra A e o número correspondente. E, anteriormente,
também, apresentar-se-á a ilustração 28, de possíveis demandas das EJs:
D X A6 A1 A2 A3 A5 A8 A12 A13 EJ2 EJ3 X X X X EJ4 X X X EJ5 X X EJ6 X X X X X EJ7 X X X X X X X EJ9 X X EJ10 X X X X X EJ11 X X EJ13 X X X X
Ilustração 28 - Possíveis demandas das EJs. Fonte: Dados da Pesquisa – Elaboração Própria.
Esta ilustração não apresenta todas as atribuições, uma vez que os dados que o
proporcionaram foram fontes primárias, ou seja, os questionários. A análise da descrição de
cargos e tarefas não foi importante, porque ela representa somente a EJ, não sua demanda, é
um documento informativo apenas.
A partir da análise conjunta das ilustrações 27 e 28, podemos inferir as seguintes
afirmações:
A A1 foi a atribuição mais lembrada e também a que mais representa o Secretariado
Executivo perante as EJs. Ferramentas de qualidade são consideradas funções de secretaria,
porque a Diretoria de Qualidade atenta para que o cliente seja bem recebido, receba o melhor
serviço da maneira mais eficaz, faz o contato com ele, padroniza documentos, dentre outros. E
pode-se inferir dos processos administrativos, as atividades do dia-a-dia, como organização da
secretaria e manutenção de materiais necessários à empresa, atividades essas, que na
descrição de cargos e tarefas, é executada pela Diretoria Administrativa. A possível demanda
é grande, somente três empresas não citaram essa atribuição.
A assessoria a executivos, aqui simbolizada por A2, também é uma atribuição de
Secretariado Executivo que possuiu uma possível demanda alta nas EJs. Foi possível observar
que as EJs, por serem associações pequenas, acumulam muitas funções menos importantes a
6
Possíveis demandas X Atribuições.
54
um cargo somente, o que acarreta falta de tempo. Uma vez que os alunos/membros podem
ficar sobrecarregados com algum trabalho nas EJs da área de Secretariado Executivo, haveria
uma possível necessidade de um assessor para cada diretoria e/ou gerência. Já que os estatutos
não permitem alunos de outros cursos nas EJs que não seja o curso em questão, a consultoria
poderia ser no auxílio aos membros para realizar essas tarefas de maneira mais eficaz,
agilizando os processos da empresa.
Já a A3, não muito conhecida pelos empresários juniores, com baixa possível
demanda, nas EJs é uma função de Marketing e o futuro profissional de Secretariado
Executivo só seria útil para trabalhos menores, como aplicação de questionários e contato
com outras empresas que significassem cliente em potencial. A partir desses dados, é possível
inferir que grande parte das EJs não têm problemas relacionados a coleta de informações para
realização de seus serviços.
A4 e A6, atualmente, não são tão úteis em EJs, uma vez que o público delas
geralmente é restrito às micro e pequenas empresas e à UFV, com serviços na Língua
Portuguesa; a demanda é inexistente e a consultoria só seria necessária em casos isolados.
A informação, nas EJs, aparenta ser bem interpretada, não ocorrendo maiores
problemas, já que a A5 foi citada somente por duas EJs como demanda, sendo que uma delas
apenas sugeriu e frisou a falta de necessidade atual. As EJs são parte de um universo bastante
próximo, muitos empresários juniores mantém relações de amizade além das acadêmicas, por
isso, as informações, mesmo quando mal interpretadas, são facilmente re-articuladas.
Os conhecimentos protocolares, A7, não demandados pelas EJs, aparentemente não
são importantes, mas estão intimamente ligados à A8 e à A9, e muitas EJs não percebem o
valor dessa atribuição para a imagem delas.
A8 foi a segunda atribuição, juntamente com a A13, mais lembrada e possível
demandada pelos empresários juniores.
A Diretoria Administrativa realiza a A9 nas EJs. Não foi obtido nenhum dado
referente a reuniões nos questionários. Esse provavelmente é um aspecto desconhecido da
profissão de Secretariado Executivo e, se este estudo se estendesse, haveria probabilidade de
descobrir se as reuniões estão sendo organizadas da melhor maneira possível.
As viagens, A10, no caso de uma associação civil sem fins lucrativos, não ocorrem em
grande freqüência. O planejamento delas, quando existem, por exemplo, para algum evento de
Empresas Juniores, é feito em conjunto entre a Diretoria Administrativa e a Diretoria
55
Financeira. A opção em consultoria em Secretariado Executivo seria procurar alternativas
mais rentáveis para os membros viajarem, apesar de que muitos desses eventos fornecerem
pacotes fechados.
A A11 está relacionada à A2, assessoria ao executivo. Para se auxiliar a tomada
decisão dentro de uma empresa, é preciso fazer parte dela e conhecer seus objetivos e metas,
consultorias nessa área são inexistentes e/ou ineficazes.
A A12, revisão de textos, mesmo não apresentando um número muito significativo de
possível demanda, é uma das atribuições mais pertinentes. É possível observar, até mesmo na
descrição de cargos e funções, muita informação que poderia ser melhor redigida para facilitar
o entendimento. A revisão dos relatórios das consultorias, por exemplo, pela SEC Jr
Consultoria em conjunto com a EJ que necessita do serviço, só ajudaria a compor a imagem
positiva da empresa e proporcionar entendimento aos demais membros e aos futuros
membros, que compreenderiam melhor a situação e história da EJ.
Por fim, a A13. Seis das dez EJs que participaram dos questionários afirmaram ser
essa uma atribuição que poderia ser assessorada pelo futuro profissional de Secretariado
Executivo. As informações dentro de uma EJ são muito importantes para o funcionamento e
execução das atividades e rotina diária. Como são muitas pessoas em contato com muitas
informações, em períodos distintos, a normatização do arquivo e a criação de tabelas de
temporalidade para armazenamento intermediário, permanente e descarte seriam opções de
organização que fariam fluir com muito mais facilidade o conhecimento entre os membros da
EJ, facilitando o trabalho de todos.
É importante ressaltar que o quadro 3 foi nomeado de “Possíveis demandas das EJs”,
pois o questionário não vislumbrou a realidade, mas a possibilidade, mesmo porque, para
descobrir as funções relacionadas ao Secretariado Executivo que não são executadas de
maneira eficaz é preciso fazer um estudo denso e único em cada EJ para diagnosticar a
demanda ou não dos serviços da SEC Jr Consultoria.
A EJ, sendo um espaço de aprendizagem e de geração de futuros gestores, possibilita
ao estudante de Secretariado Executivo aplicar também seus conhecimentos teóricos. Essa
possibilidade pode ser estendida além da SEC Jr. Consultoria, a EJ do curso de Secretariado
Executivo Trilíngüe. A relação entre esses futuros profissionais de Secretariado Executivo e
as EJs da UFV seria benéfica a ambas as partes. O Secretariado Executivo, ao prestar serviços
de consultoria, mostraria suas capacidades e os empresários juniores, através desse contato,
56
não só poderiam melhorar os serviços e o atendimento oferecidos pela EJ, mas também criaria
uma visão correta do profissional de Secretariado Executivo, podendo, no futuro, ser o gestor
que indica em sua empresa a necessidade de tal profissional para executar determinadas
tarefas, garantindo o que todo o mercado busca, a competitividade combinada à eficácia.
Outro fator motivador da consultoria seriam as reais competências e a capacidade da
SEC Jr Consultoria em atender a todas as EJs que necessitassem. Sabemos que as EJs são
associações sem fins lucrativos e a EJ de Secretariado Executivo, assim como qualquer EJ,
tem como objetivo oferecer serviços de baixo custo e evitar gastos, para manter um fluxo de
caixa que permita a realização dos projetos e a manutenção no mercado.
Muito é discutido no MEJ a respeito da integração entre EJs de uma mesma
universidade e de outras universidades, pois a troca de informações seria enriquecedora. É
uma excelente idéia que, se colocada em prática, pode beneficiar o MEJ de Viçosa e
conseqüentemente, os clientes das EJs da UFV.
57
8 - CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa iniciou-se com a formulação de quatro objetivos específicos que
deveriam ser alcançados através da coleta e análise dos dados.
O primeiro objetivo, a descrição das principais tarefas de Secretariado Executivo nas
EJs, foi atingido. Observou-se que muitas tarefas ligadas às Diretorias Administrativa, de
Qualidade, de Relações Humanas e de Marketing, são tarefas comuns ao Secretariado
Executivo, mas que muitas vezes não são exclusivas do profissional dessa área, como
podemos perceber na seção Cargos e Funções. Os questionários, por sua vez, abrangeram as
atividades que poderiam ser desempenhadas por profissionais de Secretariado Executivo a
partir da percepção dos empresários juniores.
Os cargos que executam tais tarefas do curso foram apontados pela análise da
descrição dos cargos e funções, cumprindo o segundo objetivo proposto.
As atividades que podem ser oferecidas pela SEC Jr Consultoria às EJs, além de
apontadas pelo questionário, foram obtidas através da análise de conteúdo. Não foi possível
afirmar assertivamente a respeito das consultorias mútuas, entre EJs, e também o tipo de
serviço que a SEC Jr. Consultoria poderia oferecer às EJs, pois este estudo contemplou apenas
uma parte da pesquisa sobre o MEJ e a EJ da área de Secretariado Executivo. Um
levantamento mais amplo, com entrevistas e diagnósticos seria positivo na transformação das
58
idéias apresentadas aqui em realidade. O resultado obtido foi a formulação da hipótese sobre a
viabilidade dos objetivos deste trabalho.
Foi possível obter, também, no questionário, dados relacionados à percepção dos
empresários juniores sobre o profissional de Secretariado Executivo, cumprindo o quarto e
último objetivo, este, mais marcante nesta pesquisa.
O MEJ prega a ajuda mútua. A integração das empresas seria de grande importância
para a UFV, já que existem várias EJs de diferentes áreas, algo que muitas vezes não ocorre
em outras universidades (algumas possuem apenas uma EJ, que recebe alunos de variados
cursos). O Secretariado Executivo poderia atuar na articulação dessa ajuda, fazendo com que
as EJs formassem algo similar a uma cadeia de serviços.
Se essa idéia colocada em prática se transformasse em excelentes resultados, haveria
possibilidade de uma articulação maior, entre EJs do estado, do país, e o MEJ brasileiro
ficaria totalmente fortalecido. E o Secretariado Executivo cumpriria sua função de gestor do
conhecimento e das informações.
O conhecimento adquirido nas EJs pelos empresários juniores da SEC Jr. Consultoria
poderia oferecer mais espaço ao egresso do curso de Secretariado Executivo Trilíngüe da
UFV, através da identificação de oportunidades no mercado de trabalho. Muitas empresas não
possuem capital suficiente para contratar um profissional de Secretariado Executivo e o papel
desse ex-aluno que participou da EJ durante a graduação seria fundamental para oferecer
consultorias e suprir essa necessidade. Arranjos Produtivos Locais, Redes Cooperativas e
Redes Empresariais, estes e outros tipos de conglomerados de empresas menores poderiam
receber também esse serviço, aumentando-se, assim, o campo de atuação do profissional de
Secretariado Executivo.
Como sugestão, a pesquisa mais aprofundada neste tema é positiva. Entrevistas com as
EJs para entender a demanda de serviços dos futuros profissionais de Secretariado Executivo
seriam benéficas para conhecer melhor essa opção de aprendizado, que são as Empresas
Juniores. O campo sobre EJs e o campo sobre Secretariado Executivo são ainda
desconhecidos, mas somente a pesquisa vai fornecer informações que não são obtidas em
livros ou dentro das salas de aula.
59
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 1977. 226p.
BRASIL. Lei nº 7377, de 30 de setembro de 1985. Dispõe sobre o exercício da profissão de Secretário e dá outras providências. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, DF, 1º out. 1985, p. 14314, Seção 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7377.htm>. Acesso em: 20 abr. 2007.
BRASIL. Lei nº 9261, de 10 de janeiro de 1996. Altera a redação dos incisos I e II do art. 2°, o caput do art. 3°, o inciso VI do art. 4° e o parágrafo único do art. 6° da Lei n° 7377, de 30 de setembro de 1985. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, DF, 10 jan. 1996, p. 393. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9261.htm>. Acesso em: 20 abr. 2007.
BRUNO, Ivone Maria. O poder de influência do profissional de Secretariado no processo decisório das organizações. 2006. 137p. Dissertação (Mestrado em Administração) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006. p.11-33. Disponível em: <
http://www.secretariado.ufv.br/pdf/TRABALHO%20-%20Ivone%20Maria%20Bruno.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2007.
CENTRAL DE EMPRESAS JUNIORES – CEMP. Empresas Juniores. Disponível em: <http://www.centev.ufv.br/cemp/empresas.htm>. Acesso em: 21 mar. 2007.
60
CENTRAL DE EMPRESAS JUNIORES – CEMP. Histórico. Disponível em: <http://www.centev.ufv.br/cemp/historico.htm>. Acesso em: 21 mar. 2007.
CENTRAL DE EMPRESAS JUNIORES – CEMP. O Movimento. Disponível em: < http://www.centev.ufv.br/cemp/movimento.htm>. Acesso em: 21 mar. 2007.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS JUNIORES – BRASIL JÚNIOR. Conceito Nacional. Disponível em: < http://uaua.ufba.br/brasiljr/>. Acesso em: 18 abr. 2007.
ENCONTRO MINEIRO DE EMPRESAS JUNIORES – EMEJ 2007. A Fejemg. Disponível em: <http://www.emej.com.br>. Acesso em: 16 jun. 2007.
EUROPEAN CONFEDERATION OF JUNIOR ENTERPRISES – JADE. History of the Junior Enterprise Movement. Disponível em: <http://www.jadenet.org/about/history/>. Acesso em: 18 abr. 2007.
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61
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SABINO, Rosimeri Ferraz; ROCHA, Fábio Gomes. Secretariado Executivo: Memória, Cultura e Tempo Presente. In: SABINO, Rosimeri Ferraz; ROCHA, Fábio Gomes. Secretariado: do escriba ao web writer. Rio de Janeiro: Brasport, 2004.
SANGALETTI, Cristhini; CARVALHO, Gustavo. Introdução ao Movimento Empresa Júnior. In: MORETTO NETO, Luiz et al (Org.). Empresa Júnior: espaço de aprendizagem. Florianópolis: [s.n.], 2004.
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UFV. Secretaria de Órgãos Colegiados. Conselho Universitário – CONSU. Resolução n° 19/2002. Viçosa: 2002.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Catálogo de Graduação 2007. Viçosa: 2007. 636p.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Histórico. Disponível em: <http://www.cpd.ufv.br/intranet/historico.asp>. Acesso em: 10 mar. 2007.
VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005. 287 p.
YIN, Robert K. Introdução. In: YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução de Daniel Grassi. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
62
ANEXO A - LEI Nº 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985.
Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Secretário, e dá outras Providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - O exercício da profissão de Secretário é regulado pela presente Lei.
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:
I - Secretário-Executivo o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, reconhecido na forma da lei, ou diplomado no exterior por curso superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado no Brasil, na forma da lei;
II - Técnico em Secretariado o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2º grau.
Art. 3º - Fica assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contem, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) intercalados, de exercício em atividades próprias de secretaria, na data de início de vigência desta lei, e sejam portadores de diplomas ou certificados de alguma graduação de nível superior ou de nível médio.
Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo:
I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;
II - assistência e assessoramento direto a executivos;
III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas;
IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro;
V - interpretação e sintetização de textos e documentos;
VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estangeiro;
VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa;
VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas;
IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia;
X - conhecimentos protocolares.
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Art. 5º - São atribuições do Técnico em Secretariado:
I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria;
II - classificação, registro e distribuição da correspondência;
III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma estrangeiro;
IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico.
Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º desta lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.
Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º desta lei, a prova de atuação será feita por meio das anotações da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou por qualquer outro meio permitido em Direito.
Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 30 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.
JOSÉ SARNEY Almir Pazzianotto
64
ANEXO B - LEI Nº 9.261, DE 10 DE JANEIRO DE 1996.
Altera a redação dos incisos I e II do art. 2º, o caput do art. 3º, o inciso VI do art. 4º e o parágrafo único do art. 6º da Lei nº 7.377, de 30 de setembro de 1985.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei nº 7.377, de 30 de setembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação para os incisos I e II do art. 2º, para o art. 3º, para o inciso VI do art. 4º e para o parágrafo único do art. 6º:
"Art. 2º ......................................................................
I - Secretário Executivo:
a) o profissional diplomado no Brasil por curso superior de Secretariado, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior por curso superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei;
b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta Lei;
II - Técnico em Secretariado:
a) o profissional portador de certificado de conclusão de curso de Secretariado, em nível de 2º grau;
b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da vigência desta Lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 5º desta Lei.
Art. 3º É assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contém pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria, na data da vigência desta Lei.
Art. 4º ...........................................................................
.....................................................................................
VI - (VETADO)
.....................................................................................
Art. 6º ............................................................................
65
Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º, a prova da atuação será feita por meio de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social e através de declarações das empresas nas quais os profissionais tenham desenvolvido suas respectivas atividades, discriminando as atribuições a serem confrontadas com os elencos especificados nos arts. 4º e 5º."
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 10 de janeiro de 1996; 175º da Independência e 108º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Paiva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 11.1.1996
66
ANEXO C - LEI Nº 7.377, DE 30 DE SETEMBRO DE 1985. (TEXTO ATUALIZADO)
Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Secretário, e dá outras Providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - O exercício da profissão de Secretário é regulado pela presente Lei.
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:
I - Secretário-Executivo: (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
a) o profissional diplomado no Brasil por Curso Superior de Secretariado, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior por Curso Superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta lei; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
II - Técnico em Secretariado: (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
a) o profissional portador de certificado de conclusão de Curso de Secretariado, em nível de 2º grau; (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 5º desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
Art. 3º - É assegurado o direito ao exercício da profissão aos que, embora não habilitados nos termos do artigo anterior, contem pelo menos cinco anos ininterruptos ou dez anos intercalados de exercício de atividades próprias de secretaria, na data da vigência desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo:
I - planejamento, organização e direção de serviços de secretaria;
II - assistência e assessoramento direto a executivos;
III - coleta de informações para a consecução de objetivos e metas de empresas;
IV - redação de textos profissionais especializados, inclusive em idioma estrangeiro;
67
V - interpretação e sintetização de textos e documentos;
VI - taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive em idioma estangeiro;
VII - versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de comunicação da empresa;
VIII - registro e distribuição de expedientes e outras tarefas correlatas;
IX - orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento à chefia;
X - conhecimentos protocolares.
Art. 5º - São atribuições do Técnico em Secretariado:
I - organização e manutenção dos arquivos de secretaria;
II - classificação, registro e distribuição da correspondência;
III - redação e datilografia de correspondência ou documentos de rotina, inclusive em idioma estrangeiro;
IV - execução de serviços típicos de escritório, tais como recepção, registro de compromissos, informações e atendimento telefônico.
Art. 6º - O exercício da profissão de Secretário requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho e far-se-á mediante a apresentação de documento comprobatório de conclusão dos cursos previstos nos incisos I e II do Art. 2º desta lei e da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS.
Parágrafo único. No caso dos profissionais incluídos no art. 3º, a prova da atuação será feita por meio de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social e através de declarações das empresas nas quais os profissionais tenham desenvolvido suas respectivas atividades, discriminando as atribuições a serem confrontadas com os elencos especificados nos artigos 4º e 5º. (Redação dada pela Lei nº 9.261, de 10.1.1996)
Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 30 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da República.
JOSÉ SARNEY Almir Pazzianotto
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 1.10.1985.
68
ANEXO D - QUESTIONÁRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
QUESTIONÁRIO
Esse questionário será utilizado para coletar dados para um trabalho de monografia do curso de Secretariado
Executivo Trilíngüe, na Universidade Federal de Viçosa. O tema central são as Empresas Juniores e sua relação com o curso supracitado. Agradeço, desde já, sua cooperação, que será muito importante para a realização desta
pesquisa.
Os dados presentes nesta pesquisa são de caráter sigiloso, para fins exclusivamente acadêmicos.
Esta pesquisa é direcionada aos diretores que tenham mais de 6 (seis) meses de atuação na Empresa Júnior. Se a mesma tiver passado por recente processo de criação ou reativação, pedimos aos integrantes com maior tempo de experiência que respondam as perguntas, indicando, ao final, a situação da Empresa Júnior.
Observação: O questionário é frente e verso.
1. A Empresa Júnior (EJ) da qual faz parte possui (assinale as opções): ___Conselho Administrativo ___Conselho Fiscal ___Diretoria Administrativa ___Diretoria Financeira ___Diretoria de Marketing ___Diretoria de Recursos Humanos ___Diretoria de Projetos ___Diretoria Jurídica ___Outros. Especifique: ______________________________________________________________________
2. Discurse sobre as atividades desempenhadas pela EJ da qual faz parte. __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
3. Quais das tarefas supracitadas você acha que poderiam ser executadas por um profissional de Secretariado Executivo? __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
4. Você conhece as funções atribuídas ao profissional de Secretariado Executivo? Assinale as que você considera adequadas:
69
___ Atendimento telefônico ___Recepção e registros de compromissos ___Assessoria a executivos ___Coleta de informações para a consecução de objetivos e metas das empresas ___Taquigrafia (método abreviado de escrita, com o objetivo de melhorar a velocidade ao escrever, colhendo-se, assim, mais informações em menor tempo) ___Tradução em idiomas estrangeiros ___Organização de eventos ___Conhecimentos protocolares ___Manutenção de arquivos ___Datilografia ___Avaliação da correspondência para encaminhamento à chefia ___Preparação de café e outros para oferecer aos visitantes da empresa ___Classificação, registro e distribuição da correspondência ___Planejamento, organização e direção de serviços de secretaria ___Redação e datilografia de documentos e correspondências ___Interpretação e sintetização de textos e documentos ___Providenciar cópias de documentos ___Responder e-mails enviados ao executivo ___Organizar e preparar reuniões e viagens ___Tomar ditados de cartas ___Enviar fax ___Outras: _________________________________________________________________________________
5. Você acha interessante a EJ de Secretariado oferecer consultoria a EJs que não tivessem um bom desempenho nas funções da área de Secretariado? ___Sim. ___Não. Justificativa:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
6. Qual a sua visão de um profissional de Secretariado Executivo? __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
7. Curso: __________________________________________________________________________________
8. Cargo que ocupa na EJ: _____________________________________________________________________
9. Período que entrou na EJ: ___________________________________________________________________
Caso haja alguma sugestão, crítica ou comentário que deseja fazer, utilize o espaço abaixo. __________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
70
ANEXO E - RESOLUÇÃO Nº 12/97
O CONSELHO UNIVERSITÁRIO da Universidade Federal de Viçosa, órgão superior de administração, no uso de suas atribuições legais e considerando o que consta do Processo 97-04171,
RESOLVE:
Art. 1º - Considerar a empresa júnior, uma sociedade civil sem fins lucrativos, como instrumento pedagógico, que visa permitir aos estudantes o estabelecimento de um elo mínimo entre teoria e prática.
Art. 2º - Determinar o registro obrigatório de toda empresa júnior na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, que será responsável por sua coordenação administrativa.
Art. 3º - Determinar que o Departamento, em apoio às atividades da empresa júnior, indique um professor para exercer as funções de supervisor e coordenador técnico da empresa.
Art.4º - Estabelecer que as empresas juniores apresentem balancetes contábil e financeiro mensais à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.
Art.5º - Determinar que os bens patrimoniais da empresa júnior, quando de sua extinção, sejam destinados à UFV.
Art. 6º - Determinar que as empresas juniores sejam avaliadas, anualmente, pelo Conselho Técnico de Extensão, para obter permissão de continuidade de funcionamento.
Art. 7º - Determinar que as empresas júniores já existentes, que não se enquadrarem nas normas desta Resolução, ficam, após transcorridos 90 (noventa) dias da data de sua publicação, proibidas de utilizar os recursos físicos, humanos, financeiros e o nome da UFV.
Publique-se e cumpra-se. Viçosa, 4 de dezembro de 1997. (a)
Luiz Sérgio Saraiva – Presidente.
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ANEXO F - RESOLUÇÃO Nº 19/2002
O CONSELHO UNIVERSITÁRIO da Universidade Federal de Viçosa, órgão superior de administração, no uso de suas atribuições legais, considerando o que consta dos Processos nos 97-04171 e 91-09100, resolve
Art. 1º - Considerar as empresas juniores como sociedades civis, sem fins lucrativos e como instrumento pedagógico do empreendedorismo, que visa permitir aos estudantes o estabelecimento de um elo mínimo entre teoria e prática.
Art. 2º - Determinar que a coordenação administrativa das empresas juniores seja exercida pela Central de Empresas Juniores – CEMP, órgão do Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa – CENTEV.
Parágrafo único – Para a criação das empresas juniores é necessário:
I. encaminhar, à CEMP, a proposta de criação da empresa e o estatuto e a ata da reunião formal, devidamente assinada pelos estudantes;
II. formalizar o processo pela CEMP e encaminhá-lo para apreciação ao Colegiado do Departamento e Conselho Departamental dos Centros de Ciências correspondentes e, após, para deliberação do Conselho Administrativo do CENTEV;
III. obter do Conselho de Administração do CENTEV, na forma de Resolução, autorização de funcionamento da empresa Junior.
Art. 3º - Determinar que o Departamento, de comum acordo com a Comissão Coordenadora do Curso, em apoio às atividades da empresa júnior, indique um professor ou servidor técnico-administrativo para exercer as funções de supervisor e coordenador técnico.
Art. 4º - Estabelecer que as empresas juniores apresentem, ao CEPE, balancetes contábil e financeiro mensais, bem como demonstrativos contábeis, conforme legislação pertinente.
Art. 5º - Determinar que as empresas juniores sejam avaliadas, anualmente, pelo Conselho Administrativo do CENTEV, para renovação da autorização de funcionamento.
Art. 6º - Determinar que os bens patrimoniais da empresa júnior, quando de sua extinção, sejam destinados à UFV.
Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Resolução 12/97.
Publique-se e cumpra-se.
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ANEXO G - WEBPAGES E E-MAILS DAS EMPRESAS JUNIORES
AGREGAR – Empresa Júnior de Agronegócio
http://www.gestaodoagronegocio.com.br/agregar
AGRIJUNIOR – Empresa Júnior de Engenharia Agrícola e Ambiental
http://www.ufv.br/dea/agrijunior/
AgroPlan UFV – Empresa Júnior de Agronomia
http://www.agroplan.ufv.br/
Alimentos Júnior – Empresa Júnior de Engenharia de Alimentos
http://www.dta.ufv.br/alimjrhttp://www.dta.ufv.br/alimjr
Ambiental Jr. – Empresa Júnior de Engenharia Ambiental
74
CAMPIC – Empresa Júnior de Gestão de Cooperativas
http://www.ufv.br/der/campic/
CACE Consultoria Júnior – Empresa Júnior de Administração
http://www.caceconsultoria.com.br/
http://www.cace.ufv.br/
CECCO Jr – Empresa Júnior de Ciências Contábeis
EJEAG – Empresa Júnior de Engenharia de Agrimensura
EJESC – Empresa Júnior de Ciências Econômicas
http://www.ejescjr.ufv.br
75
EMPNUT – Empresa Júnior de Nutrição
http://www.ufv.br/dns/empnut
InBio – Empresa Júnior de Biologia
http://www.inbio.ufv.br
Minas Lácteos Assessoria – Empresa Júnior de Tecnologia de Laticínios
http://www.dta.ufv.br/minaslac
NO BUGS – Empresa Júnior de Ciência da Computação
http://www.nobugs.com.br/
SEC Jr. – Empresa Júnior de Secretariado Executivo Trilíngüe
http://www.secretariado.ufv.br/secjunior/
76
Soluções Júnior – Empresa Júnior de Engenharia de Produção
http://www.solucoesjr.ufv.br/
UFV Jr Florestal – Empresa Júnior de Engenharia Florestal
http://www.jrflorestal.ufv.br