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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” O PAPEL DA MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO Por: Andreia da Silva Miguel Orientador: Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro, 24 de junho de 2004.

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

O PAPEL DA MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE

TRABALHO

Por: Andreia da Silva Miguel

Orientador: Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro, 24 de junho de 2004.

II

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

O PAPEL DA MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE

TRABALHO

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Cândido Mendes como condição

prévia para a conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Latu Sensu” em Reengenharia e

Gestão de Recursos Humanos.

Por: Andreia da Silva Miguel

III

AGRADECIMENTOS

Ao meu marido, por colaborar para a confecção desta

monografia. Aos professores da pós graduação, aos

autores, colegas e familiares que direta ou indiretamente

contribuirão para a realização deste trabalho.

IV

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu marido, que sempre

incentivou meu aperfeiçoamento pessoal e profissional, e

a meu filho, que com sua paciência entendeu os momentos

de ausência em suas brincadeiras.

V

RESUMO

O mundo contemporâneo passa por mudanças bruscas e constantes. A

globalização crescente exige que as empresas mostrem maior eficiência e

competitividade, tornando necessária sua adaptação para garantir sua sobrevivência.

Neste contexto, o homem sofre pressões das mais diversas formas: sociais, pessoais e

profissionais. Portanto, é necessário que as empresas dêem maior atenção a fatores

psicológicos e motivacionais de seus colaboradores.

Este é o tema que será abordado nesta monografia, dando-se enfoque às

possibilidades de utilização dos conhecimentos sobre o fenômeno “motivação” na área

do trabalho; à atuação e reação do homem em relação aos motivos; e às necessidades

apresentadas por cada indivíduo para um mesmo objetivo. Será dada ênfase ainda à

atuação do psicólogo na empresa como grande aliado na obtenção dos objetivos desta.

VI

SUMÁRIO

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO II – A MOTIVAÇÃO E O “EU” 09

CAPÍTULO III – AS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS 11

CAPÍTULO IV – CICLO MOTIVACIONAL 15

CAPÍTULO V – MOTIVAÇÃO NO TRABALHO 17

CAPÍTULO VI – CONFIGURAÇÃO DOS MOTIVOS 23

CAPÍTULO VII – ADMINISTRAÇÃO DAS MOTIVAÇÕES 25

CAPÍTULO VIII – AUTO-ESTIMA É A GRANDE META 28

CAPÍTULO IX – A MOTIVAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO DO

CONHECIMENTO 30

CAPÍTULO X – A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA EMPRESA

E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO 33

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40

ANEXOS 42

7

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

8

O estudo da motivação é uma busca de explicações para alguns dos mais

intricados mistérios da existência humana- suas próprias ações.

Ao agirmos , geralmente pouco refletimos sobre as intenções que

constituem o móvel de nossas ações . A maioria delas se realiza num clima de aparente

reflexão; e, no entanto , para cada uma há, em verdade, uma motivação. Ao contrário do

animal , o homem age em virtude de um fim que ele se propôs, estando ao seu alcance ,

nos momentos de meditação, promover uma avaliação das razões (motivação) que o

impeliram de agir. De modo geral, por essa avaliação chegamos a um conhecimento

bastante razoável do mecanismo das nossas ações.

A motivação é discutida em psicologia sob diferentes prismas teóricos, mais

sua veracidade dificilmente poderá ser contestada: A teoria Behaviorista vê o impulso

como ponto central da motivação, entendendo como a força que o impele à ação. A

teoria Cognitivista afirmam que o comportamento e sua conseqüência dependerão tanto

das escolhas conscientes do indivíduo, como também dos acontecimentos do meio sobre

as quais ele não possuem o controle e que agem sobre ele. A teoria Psicanalítica entende

que o comportamento humano é determinado basicamente por: motivação inconsciente

e impulsos instintivos. E a teoria Humanista entende que a motivação seria no sentido

de atuar, de agir, de nos guiarmos para a realização como pessoa. Há um acordo geral

em que motivação é um estado interno que dá início, dirige e integra o comportamento

de uma pessoa.

As pessoas têm se visto obrigadas a aprender a viver um tipo de vida no

qual quase nada permanece estável por muito tempo, um mundo no qual a maior

certeza passa a ser aquela do constante vir-a-ser, pois tudo está em movimento

ininterrupto.

Apresentaremos aqui a classificação dos motivos, realçando o valor da

motivação e as possibilidade de utilização dos conhecimentos sobre o referido tema na

área do trabalho.

9

CAPÍTULO II

A MOTIVAÇÃO E O “EU”

10

O homem não é somente um espectador, é também um ator. Quando

perguntamos por que age, a resposta é habitualmente apresentada em função de

motivos e emoções, procura atingir objetivos, evita perigos, sente amor.

O “eu” ou o mim é que sente os motivos e emoções. O eu é uma percepção

organizada e permanente na experiência da pessoa. É uma percepção com a história

organizada de crescimento e desenvolvimento; é uma percepção inclusiva do indivíduo.

A percepção que a pessoa tem de si mesma pode ser influenciada por suas experiências

pessoais e pelas exigências feitas por seus amigos, por seus companheiros, pela

sociedade.

O traço mais notável da experi6encia que a pessoa tem do eu, é seu estado

de motivação. A pessoa percebe perturbações e defici6encias com relação a si mesma e

ao ambiente. Sente necessidade de desejos, estabelece objetivos e intenções, faz

escolhas e decide. A pessoa age, reagindo a essas motivações que sente. Esforça-se para

atingir objetivos, procura evitar mal-estar e o ferimento.

Mas este quadro, naturalmente, não está completo sem a emoção, que é

experiência central do eu. As emoções especificas do homem - tais como a alegria, o

orgulho, a satisfação, o medo, o amor, a dor, a vergonha, a mágoa - são provocadas

constantemente por situações psicológicas específicas.

11

CAPÍTULO III

AS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

12

A compreensão da motivação e do comportamento exige o conhecimento

das necessidades humanas . A Teoria das Relações Humanas constatou a existência de

certas necessidades humanas fundamentais. Verificou-se que o comportamento humano

é determinado por causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento e ao controle

do homem. Essas causas se chamam necessidades ou motivos : A motivação se refere

ao comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo que é dirigido

em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades.

Assim, o homem passou a ser considerado um animal dotado de

necessidades que se alternam ou se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma

necessidade , surge outra em seu lugar e, assim por diante, contínua e infinitamente. As

necessidades motivam o comportamento humano, dando-lhe direção e conteúdo.

Ao longo de sua vida, o homem evoluiu por três níveis ou estágios de

motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo, vai ultrapassando estágios

mais baixos e desenvolvendo necessidades de níveis gradativamente mais elevados. As

diferenças individuais influem poderosamente quanto à duração, intensidade e possível

fixação em cada um desses estágios.

Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades

fisiológicas, psicológicas e de auto-realização.

a) Necessidades fisiológicas:

São as chamadas necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a

sobrevivência do indivíduo. São inatas ou instintivas. Situadas no nível mais

baixo, as necessidades fisiológicas são também comuns aos animais.

São elas: alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e

proteção contra os elementos de segurança contra os perigos.

b) Necessidades Psicológicas:

13

São necessidades exclusivamente do homem. São aprendidas e adquiridas

no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de

necessidades. As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua

plenitude. O homem procura indefinidamente maiores satisfações dessas

necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente.

São elas: Necessidade de segurança íntima, necessidade de participação,

necessidade de autoconfiança e necessidade de afeição.

c) Necessidades de Auto-Realização:

São produtos da educação e da cultura e também elas, como as necessidades

psicológicas. São raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem vai

procurando gradativamente maiores satisfações e estabelecendo metas

crescentemente sofisticadas. A necessidade de auto-realização é síntese de

todas as outras necessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio

potencial, de estar em contínuo desenvolvimento no sentido mais elevado

do termo.

d) Necessidade de Segurança :

Referem-se à necessidade de estar livre de perigos e da privação das

necessidades fisiológicas básicas. Envolvem portanto, a preocupação com o

futuro , no tocante a manutenção principalmente do emprego e da

propriedade. Elas manifestam sua força depois de estarem satisfeitas as

necessidades fisiológicas.

e) Necessidades Sociais:

Uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança , as

pessoas passam a sentir necessidades de se relacionar com os outros, de

participar de vários grupos e de serem aceitos por estes.

f) Necessidade de Estima :

Após serem satisfeitas as necessidades sociais, as pessoas passam a desejar

14

mais do que simplesmente participar de um grupo. Passam a querer estima,

tanto em termos de amor próprio quanto de reconhecimento pelos outros.

Fisiológicas

Estima

AutoRealização

Sociais

Segurança

Hierarquia das Necessidades de Maslow

15

CAPÍTULO IV

CICLO MOTIVACIONAL

16

A partir da teoria das Relações Humanas, todo o acervo de teorias psicológicas

acerca da motivação humana passou a ser aplicado dentro da empresa. Verificou-se que

todo comportamento humano é motivado. Que a motivação, no sentido psicológico, é a

tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à

satisfação de uma ou mais determinadas necessidades. Daí o conceito de ciclo

motivacional.

Equilíbrio

Tensão

Estímulo ou Incentivo

NecessidadeSatisfação

Comportamentoou Ação

O ciclo motivacional pode ser assim explicado: O organismo humano permanece

em estado de equilíbrio psicológico (equilíbrio de foras psicológicas, segundo Lewin),

até que um estímulo o rompa e crie uma necessidade. Essa necessidade provoca um

estado de tensão em substituição ao anterior estado de equilíbrio. A tensão conduz a um

comportamento ou ação capaz de atingir alguma forma de satisfação daquela

necessidade. Se satisfeita a necessidade, o organismo retornará ao seu estado de

equilíbrio inicial, até que outro estímulo sobrevenha. Toda satisfação é basicamente

uma liberação de tensão, uma descarga tensional que permite o retorno ao equilíbrio

anterior.

17

CAPÍTULO V

MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

18

5.1 -Motivação e Comportamento

O comportamento humano é motivado pelo desejo de atingir algum

objetivo. Nem sempre, porém, este objetivo é conhecido pelo indivíduo. Boa parte da

motivação humana localiza-se na região abaixo do nível do consciente, conforme a

analogia do iceberg apresentada por Freud.

A unidade básica do comportamento é uma atividade. O ser humano está

sempre desenvolvendo uma ou mais atividades: falar, andar, comer, trabalhar etc. A

qualquer momento pode, porém, decidir mudar de atividade. Daí advém as perguntas:

Por que as pessoas mudam de atividades? É possível compreender, prever ou controlar

as atividades das pessoas?

Para tentar responder a essas questões, convém considerar, primeiramente,

que a motivação de uma pessoa depende da força de seus motivos (motivos aqui

entendidos como desejos ou impulsos que ocorrem no interior dos indivíduos).

Os motivos é que impulsionam e mantêm o comportamento dos indivíduos.

São, por assim dizer, as molas da ação. Também se pode identificar os motivos com as

necessidades e dizer que os indivíduos são movidos pelas necessidades.

Os motivos ou necessidades dirigem-se para os objetivos, que estão fora dos

indivíduos. Por exemplo, se alguém está premido pela necessidade de comer, dirige seu

comportamento em direção ao objetivo comida.

Os indivíduos têm milhares de necessidades. Todas competem por seu

comportamento. A necessidade mais forte em determinado momento é a que conduzirá

à atividade. Por exemplo, um indivíduo pode estar com fome, com sede e com sono,

mas naquele momento sua necessidade mais forte é a de aprovação num exame no dia

seguinte. Então, ele poderá estar mais motivado para estudar, do que para comer, beber

ou mesmo dormir.

19

5.2 - Alteração na Força dos Motivos

Os motivos tendem a perder sua força ao serem satisfeitos. Quando isto

ocorre, outras necessidades competitivas se tornam mais intensas. Por exemplo, se num

indivíduo a sede é uma necessidade muito forte, a ingestão de água tende a reduzir essa

força, fazendo com que outras necessidades se tornem mais importantes.

Também se observa mudança na força dos motivos quando sua satisfação é

bloqueada. Essa mudança, entretanto, nem sempre se manifesta de início. Aliás, o mais

normal é que a pessoa procure apresentar algum comportamento destinado a eliminar o

bloqueio.

As primeiras tentativas para eliminar os bloqueios à satisfação tendem a ser

nacionais. Quando a pessoa percebe que não pode alcançar o objetivo de determina

maneira, pode tentar de outras maneiras até alcançar, ainda que parcialmente, a

realização do objetivo. Quando não alcança qualquer resultado positivo, a pessoa pode

direcionar seu comportamento para objetivos substitutos. Por exemplo, quando alguém

apresenta um desejo intenso de ocupar cargos públicos importantes, mas não o

consegue, pode, de alguma forma, se satisfazer assumindo as funções de síndico de seu

edifício ou de conselheiro de um clube recreativo.

Quando, porém, esse direcionamento para objetivos substitutos não produz

resultados positivos, as pessoas tornam-se frustradas e podem desenvolver

comportamentos irracionais.

Esses comportamentos irracionais podem ocorrer sob formas diversas,

conhecidas como mecanismos de defesa. As mais comuns são:

Agressão. A pessoa passa a dirigir sua hostilidade contra a pessoa ou o

objeto que , em seu entender, constitui a causa de sua frustração. O empregado frustrado

em seu trabalho pode agredir seu chefe, ou então prejudicar sua imagem por meio de

boatos.

20

Deslocamento. Freqüentemente, as pessoas são impotentes para atacar

diretamente a causa de sua frustração. Daí procurarem deslocar sua agressividade por

outros alvos. Por exemplo, um empregado pode não agredir seu chefe , pois sabe que

acabará ele mesmo sendo prejudicado por isso. Então, ele poderá discutir com a mulher,

bater nos filhos ou, como na anedota, dar um pontapé no cachorro.

Racionalização. Quando uma pessoa se sente incapaz para realizar

determinado objetivos, pode racionalizar, ou seja, procurar desculpas para seu

insucesso. Ela poderá dizer, por exemplo: Não consegui promoção na empresa porque

não sou puxa-saco, ou Pensando bem, eu não queria aquele emprego.

Regressão. Algumas pessoas frustradas tendem a desistir de tentativas

construtivas de solução de seus problemas e a regredir a um comportamento infantil. É

o caso da pessoa que não consegue datilografar um texto e dá um soco na máquina de

escrever.

Fixação. Ocorre quando uma pessoa continua a apresentar repetidamente

um comportamento improdutivo. Na empresa podem ser verificados muitos casos de

fixação. Quando , por exemplo, um chefe vai progressivamente aumentando as

penalidades de um empregado, mas este continua a comportar-se de maneira censurável.

Fuga. É freqüente a situação de pessoas que, às voltas com um problema,

procuram ignorá-lo ou fugir dele. A analogia com o comportamento do avestruz é bem

interessante. Costuma-se lembrar que esta ave, em situações de perigo, esconde a

cabeça.

Resignação. Ocorre quando, depois de prolongada frustração, uma pessoa

desiste de alcançar seu objetivo. Esse comportamento pode ser observado em pessoas

que desempenham tarefas rotineiras e se tornam resignadas admitindo que em seu

ambiente não há chance de melhoria.

5.3 - Teoria Motivação-Higiene

21

Outra contribuição importante aos estudos sobre motivação foi dada por

Frederick Herzberg, com sua teoria de motivação e higiene.

A partir de levantamentos empíricos, Herzberg verificou que, quando as

pessoas se sentiam insatisfeitas com seus serviços, preocupavam-se com o ambiente em

que estavam trabalhando. E que quando se sentiam satisfeitas isso se devia ao trabalho

propriamente dito.

Herzberg concluiu, então, que o homem tem duas categorias de

necessidades. A primeira, denominada fatores higiênicos, refere-se ao ambiente e tem a

função de impedir a insatisfação com o trabalho. A segunda, denomina fatores

motivadores, corresponde ao que de fato motiva as pessoas para a realização superior.

Os fatores higiênicos, tais como dinheiro, segurança e condição de trabalho,

não motivam os empregados, apenas impedem que estes tenham sua capacidade

produtiva inibida. Já os fatores motivadores, tais como sentimento de realização,

reconhecimento e desafio, são capazes de proporcionar efeitos produtivos na satisfação

do trabalho, resultando no aumento da capacidade produtiva das pessoas.

Fatores higiênicos Fatores motivadores

Programa e administração Realização

Supervisão Trabalho desafiador

Condições de Trabalho Responsabilidade

Relações interpessoais Crescimento e desenvolvimento

Dinheiro, status, segurança

De acordo com a teoria de Herzberg, o que os gerentes podem fazer para

22

motivar os empregados é o enriquecimento da tarefa, o que supões o aumento

intencional da responsabilidade, amplitude e desafio do trabalho.

23

CAPÍTULO VI

CONFIGURAÇÃO DOS MOTIVOS

24

Há vários séculos a natureza dos motivos humanos vem interessando as

pessoas. Na medida em que culturas diferentes de natureza humana mudam, também se

transformam suas opiniões a respeito da motivação do homem. Este foi considerado um

joguete passivo do destino e dos Deuses, uma máquina, um animal, um produto da

sociedade, um ser racional, uma criatura irracional. E, em cada uma dessas diferentes

concepções, foi rescrita a história dos motivos humanos. A síntese moderna de todas

essas opiniões apresenta uma ampla variedade de motivos do homem, pode-se fazer

distinção entre:

1. Os motivos da falta, que procuram evitar car6encias , privações ,

ameaças e perturbações; e

2. os motivos da abundância, que procuram elevar ao máximo as

satisfações e enriquecer a experiência do indivíduo.

O despertar de estados ativos de motivação surge através do modificações

no organismo, através de mudanças no organismo, no ambiente físico e social do

indivíduo , e através dos “pensamentos “da pessoa.

Um motivo, quando surge, conduz a alguma forma de ação. A natureza da

ação é, em parte, determinada pela força do motivo.

25

CAPÍTULO VII

ADMINISTRAÇÃO DAS MOTIVAÇÕES

26

As teorias motivacionais acusam dois enfoque diferentes a respeito do

estudo do comportamento humano. O primeiro tende a considerar o ser humano como

passível aos estímulos vindos do meio ambiente, sendo conhecido como enfoque

behaviorista. O segundo enfoque explora a energização e a direção do comportamento

humano. A energia na teoria motivacional é uma questão de processos e estruturas que

dão sentido aos estímulos internos ou externos, dirigindo a ação humana no sentido da

satisfação das necessidades. Durante a busca da satisfação motivacional as pessoas

enfrentam problemas que são realmente de difícil resolução. Para manter-se a salvo de

Ter que enfrentar tais problemas, as pessoas procuram usar algum tipo de ilusão

perspectiva. Assim, socorrem-se dos mitos para poder acreditar que a realidade vista

não seja verdadeira.

É muito comum que se caia na tentação de afirmar que uma das principais

responsabilidades dos chefes ou gerentes seja a de motivar seu pessoal. Os conselhos e

as receitas continuam a brotar de todos os lados afim de se obter aquilo que um grande

número de publicações em psicologia considera um verdadeiro milagre. Assim sendo: o

estudo da motivação humana diz respeito à descoberta do porque as pessoas se

movimentam e qual a fonte de energia que estão usando para tanto.

Alguns autores como Leboyer, por exemplo, salientam que pesquisas atuais

apontam para uma crise de motivação que afeta indistintamente todas as categorias

profissionais.

Ouve-se em todos os setores de atividades queixas de desaparecimento dos

valores tradicionais e do fato de a consciência profissional parecer não mais existir:

devotar-se ao trabalho parece em desuso e até ridículo. O significado do trabalho

parece estar enfraquecido, portanto o seu valor freqüentemente se limita às vantagens

materiais que ele traz e se prende à necessidade de ganhar a vida. O trabalho vem sendo

considerado uma atividade desprovida de qualquer dimensão ética, boa apenas para

assegurar o futuro econômico. A constatação desse cenário deixa perplexos aqueles que

acreditam no trabalho como referencial de auto-estima..

27

No momento atual, as pessoas parecem movimentar-se desordenadamente,

de maneira a tornar-se improdutivas toda e qualquer tentativa de controle. Como é

possível conseguir que as pessoas produzam sob condições em que elas normalmente

não estariam motivadas a trabalhar?

Parte da proposta a tais indagações está inequivocamente ligada à

psicodinâmica do comportamento motivacional como fonte de energia praticamente em

estado de ebulição dentro de cada uma das pessoas. Trata-se de algo independente e que

parece nascer do mundo interior de cada um, escapando a qualquer tentativa de

controle, A forma de analisar e entender o comportamento motivacional das pessoas

está sendo considerada como algo que exige conceitos que ofereçam mais precisão.

28

CAPÍTULO VIII

AUTO-ESTIMA É A GRANDE META

29

Sendo a motivação uma dinâmica de caráter eminentemente interior, um

ponto de partida importante é entender o sentido que as pessoas atribuem àquilo que

fazem. Alguns pesquisadores, admitem que o trabalho seja o referencial que reata o

homem ao mundo da realidade, fornecendo referenciais das quais necessita para quais

expectativas, concepções ou ideais fazem ou não sentido para cada um. Conhecendo

esse referencial é possível disciplinar talentos, buscar o domínio dos impulsos e

aguardar o momento mais conveniente para chegar à recompensadora satisfação,

motivacional.

Alguém que se engaja numa determinada atividade que faça sentido para si

mesmo espera ser recompensado no sentido de fazer jus ao prazer de uma reputação.

Isso significa reconhecimento, independ6encia e acesso a um mundo melhor que possa

ser considerado como um tipo de necessidade diretamente ligado ao potencial criativo já

existente no interior de cada um. O desejo de trabalhar passa a representar uma

necessidade de ordem afetiva que continuamente se submete ao império dos valores que

representam o objetivo almejado.

Explorar os aspectos de ordem interior tem facilitado conhecer algumas

faces não tão claramente perceptíveis na observação do dia-a-dia das pessoas. Esse

aprofundamento mostra que uma das grandes metas que se persegue é a preservação da

identidade que cada um carrega consigo durante o passar dos anos.

Essa imagem individualizada que as pessoas buscam ter a respeito de si

mesmas é que dá a cada uma delas parâmetros da própria valorização pessoal, também

conhecida como auto-estima.

Levy-Leboyer deixa suficientemente claro que o conceito que cada um tem

sobre si representa o principal ponto de partida de seu equilíbrio pessoal

30

CAPÍTULO IX

A MOTIVAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO DO

CONHECIMENTO.

31

São muitas as teorias sobre a motivação e a satisfação das pessoas no e com o

trabalho. Isto, por si só, já demonstra a complexidade do assunto. Neste estudo, nos

concentraremos nas teorias que consideram a intencionalidade e as expectativas como

premissas para o estudo do comportamento do ser humano na organização. Isto nos

reporta ao estudo de Simon, já citado no capítulo 3 deste trabalho, que ressalta o caráter

racional da busca de objetivos, sejam eles pessoais ou organizacionais. Colocaremos

dessa forma, as organizações e as pessoas numa mesma base de estudo, onde ambas

buscam racionalmente atingir seus objetivos.

Segundo Motta (Record, 1991): "... os indivíduos possuem objetivos que

desejam alcançar e agem intencionalmente de acordo com suas percepções da realidade.

A motivação se desenvolve somente depois de se ter um objetivo a concretizar. O

objetivo é que dá impulso, ou seja, mobiliza as energias de um indivíduo e gera a

intenção de se concretizar algo. Nessa perspectiva, a motivação se liga à ação (...) A

intencionalidade do indivíduo é sempre associada à sua expectativa de realização."

Outra visão que nos parece adequada para o estudo da motivação no trabalho do

conhecimento é a que define o "contrato psicológico". Não se trata de um contrato

convencional, já que a sua maior parte não pode ser escrita e nem falada. Segundo

Buono (Pioneira, 1992): "Algumas recompensas materiais e benefícios são

especificamente estipulados e concordados, porém os fatores psicológicos, tais como a

satisfação no trabalho e as expectativas de trabalho desafiante, tratamento imparcial e

assim por diante são mais implícitos por natureza. Mesmo assim, embora não

declaradamente esta 'renda psicológica' talvez seja o componente mais crítico do

contrato".

Nessa ótica, a motivação depende de duas condições básicas:

• Até que ponto as expectativas das pessoas sobre o que a organização lhes

dará e o que eles devem dar à organização em troca coincidirem com as

expectativas da organização em relação ao que ela irá dar e receber; e

• Supondo que haja um acordo entre os dois conjuntos de expectativas, a

natureza do que é efetivamente intercambiado (por exemplo, dinheiro em

32

troca de tempo no serviço, satisfação social e segurança no emprego em

troca de trabalho duro e lealdade, oportunidades de crescimento e

desenvolvimento em troca de trabalho de alta qualidade e esforços

criativos, ou combinação variadas dessas coisas).

Nas organizações do conhecimento, onde o trabalho intelectual será cada vez

mais predominante, mais os contratos de trabalho serão psicológicos. Organizações e

pessoas estarão mais envolvidas na identificação das expectativas dos outros. Reter

talentos dependerá fundamentalmente disso.

Como acréscimo, na "era do conhecimento" os sistemas de autoridade com

ênfase no controle e na coerção estarão definitivamente sepultados. Também as normas

e os valores da organização serão decisivos para definir quem irá (poder/querer)

trabalhar para ela.

33

CAPÍTULO X

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA EMPRESA

E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO.

34

Com a grande competitividade do mercado, o setor empresarial precisa se

respaldar para que cada vez mais possa aumentar sua produtividade com menos custos e

maior satisfação dos clientes, empresas e funcionários. Lançando mão da Psicologia,

que lida com o comportamento humano, terá um grande aliado para a obtenção de seus

objetivos.

Na Psicologia, dentre as características psicológicas que poderão ser

trabalhadas para maior sucesso da empresa está a motivação; onde o grau de influência,

as condições em que ocorrem situações, a forma de se organizar, enfim em todas essas

manifestações poderão favorecer a possibilidade de um melhor desempenho no

exercício profissional.

Verificando, principalmente através dos comportamentos dos indivíduos,

será útil a observação, pesquisas para uma melhor identificação das necessidades ou

motivos das pessoas da empresa.

A utilização de questionários, testes, entrevistas, observações

comportamentais dentre outros, serão pontos valiosos no levantamento das reais

necessidades e dos estímulos adequados a serem dados para que se obtenham respostas

(ações) de forma esperada.

Na medida que a necessidade existe há o estabelecimento de um objetivo e a

evidência do comportamento. A empresa sendo sabedora desta ocorrência poderá buscar

suprir as necessidades conseguindo a satisfação dos empregados e consequentemente

uma maior e melhor produtividade.

Embora os objetivos nem sempre fiquem claramente evidentes eles se

manifestarão através de ações. Devendo-se com isto estar atento no comportamento

para que através dele se possa observar o grau motivacional e a forma de atuação para a

positividade do trabalho.

A empresa é uma organização com fins lucrativos, no entanto o fato de ser

35

uma organização social impõe-lhe uma responsabilidade maior de não só utilizar o

homem no processo produtivo, mas também de concorrer para o seu progresso e

felicidade.

A organização social deve operar para atender não somente a seus objetivos,

mas também aos dos indivíduos que a integram.

Segundo Herzberg o segredo da motivação e satisfação das pessoas está no

enriquecimento do trabalho e medidas como: ampliação constante do conhecimento em

relação a atividade exercida; responsabilidade para o cargo ocupado; participação no

planejamento, organização e controle de tarefas; redução da rotina (onde máquinas

como computadores podem realizar tarefas robotizantes) reservando ao homem tarefas

mais ricas; levando-os sempre a querer aprender mais, não reprimindo a criatividade e o

dinamismo.

Esta compatibilização é conseguida através da organização do ambiente e

do trabalho de maneira tal a atender a estas necessidades.

36

CONCLUSÃO

37

A motivação é uma das grandes forças impulsionadoras do comportamento

humano. É ela que irá determinar os níveis de desempenho pessoal e profissional de

cada um.

Pode-se constatar, através da abordagem dada ao longo deste trabalho, que o

capital humano é a maior riqueza de uma organização e, portanto, é necessário que se

lhe dê a devida atenção. O homem deve ser reconhecido como um ser pensante,

participativo e ativo, e não como mera “peça” da complexa “engrenagem

organizacional”.

Como vimos no capítulo que apresenta o Ciclo Motivacional, as necessidades

intrínsecas do homem, uma vez satisfeitas, provocarão um estado de equilíbrio, o que

proporcionará melhor desempenho, gerando novos desafios, que por sua vez gerarão

novas necessidades a serem satisfeitas. Assim, o ciclo se repete e se renova numa

espiral ascendente, gerando cada vez melhores resultados.

Enfim, a atenção dispensada a processos motivacionais no ambiente empresarial

enriquecerá o trabalho desenvolvido, aumentando as responsabilidades, gerando novos

desafios e contribuindo efetivamente para o atendimento a seus objetivos finais.

38

BIBLIOGRAFIA

39

GIL, Antonio Carlos. “Administração de Recursos Humanos- Um enfoque

Profissional”. Editora Atlas S.A., São Paulo, 1994.

CHIAVENATO, Idalberto .“Teoria Geral da Administração”. McGraw-Hill São Paulo,

1987.

BOCK, Ana Mercês Bahia . “Psicologias- Uma introdução ao estudo da psicologia “.

Editora Saraiva , São Paulo,1999 .

KRECH, David “Elementos de Psicologia”. Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais,

Sào Paulo, 1980.

40

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS III

DEDICATÓRIA IV

RESUMO V

SUMÁRIO VI

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO II

A MOTIVAÇÃO E O “EU” 09

CAPÍTULO III

AS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS 11

CAPÍTULO IV

CICLO MOTIVACIONAL 15

CAPÍTULO V

A MOTIVAÇÃO NO TRABALHO 17

5.1 – Motivação e Comportamento 18

5.2 – Alteração na Força dos Motivos 19

5.3 – Teoria Motivação-Higiene 21

CAPÍTULO VI

CONFIGURAÇÀO DOS MOTIVOS 23

CAPÍTULO VII

ADMINISTRAÇÃO DAS MOTIVAÇÕES 25

41

CAPÍTULO VIII

AUTO-ESTIMA É A GRANDE META 28

CAPÍTULO IX

A MOTIVAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO 30

CAPÍTULO X

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA EMPRESA

E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ANEXOS 42

42

ANEXOS

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1 - COMO VOCÊ PODE SE AUTO-MOTIVAR?

Com este exercício, tente:

• reconhecer seu senso de descoberta

• assumir responsabilidade por sua aprendizagem

• aceitar os riscos inerentes à aprendizagem com confiança,

competência e autonomia

• reconhecer que "fracasso" é sucesso:

• aprender aquilo que não funciona está no mesmo patamar do

aprender aquilo que funciona

• exaltar a conquista de seus objetivos

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2 - A GESTÃO DO CONHECIMENTO E A

MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

por Pedro Serafim Filho Revista Decidir

janeiro 1999

Há muito se sabe da importância do conhecimento e do talento humano

como diferencial competitivo entre as empresas. Desde as organizações mais

"primitivas", o bom produto (ou qualquer resultado) sempre esteve associado à

maneira peculiar com que as pessoas faziam as coisas. Tal maneira sempre

incluiu a forma de organização das equipes, o bom relacionamento entre elas e,

principalmente, como transformam o conhecimento individual numa obra

coletiva. Eventuais revoluções no "como fazer", decorreram da aplicação do

conhecimento em associação com a experiência e a inteligência humanas.

Nos tempos altamente competitivos de hoje, não poderia ser diferente. Na

verdade, com os competidores muito próximos, qualquer alternância na

tecnologia pode decidir o momento do jogo. E tecnologia é, segundo os

dicionários, totalidade (e aplicação) de conhecimentos.

Adicionalmente, com a evolução e o barateamento da tecnologia da

informação, há um nivelamento entre os concorrentes no poder de aquisição de

hardware e software. Consequentemente, nivela-se a capacidade instalada de

cada competidor. Algo mais ou menos como algumas corridas de automóveis,

onde os mesmos são absolutamente iguais e quem decide a competição é o braço

(e a cabeça) do piloto.

Um indicador de que cresceu a percepção da importância do conhecimento

nas organizações é a própria proliferação de matérias de revistas especializadas

ou não, de livros publicados sobre o assunto e de palestras em seminários que

tratam de gestão. Normalmente os temas desses materiais e eventos versam

sobre talento humano, inteligência competitiva, capital intelectual, engenharia

do conhecimento e gestão do conhecimento. Em comum, a reafirmação da

importância de uma ação sistemática facilitadora, por parte da organização, no

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sentido de criar, utilizar, reter e medir o seu conhecimento. É nesse ponto que

nos deteremos na elaboração deste artigo.

Assim como em outras técnicas de gestão que têm sido destaque no estudo

das organizações (qualidade total, reengenharia, administração estratégica,

dentre outras), a Gestão do Conhecimento - tema que adotaremos por entendê-lo

como a visão mais abrangente do assunto - tem sido apresentada de forma

simplista, não no seu conteúdo, sempre rico em detalhes, mas na sua forma de

implementação.

A Gestão do Conhecimento passa, essencialmente, pelo compartilhamento

dos conhecimentos individuais para a formação do conhecimento

organizacional. Sendo assim, a pessoa que detém o conhecimento é que decide

se o compartilha ou não. Depende, portanto, do quanto está motivada para isso.

Motivação é, dessa forma, uma questão-chave para uma bem sucedida Gestão do

Conhecimento.

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3 - COMO POSSO MOTIVAR OS COLABORADORES DE UMA

EMPRESA?

O Terceiro Milênio trouxe uma grande expectativa para o mercado ; as empresas

que desejarem sobreviver, precisam apresentar diferenciais em seus serviços e investir

no capital humano. Por este motivo , algumas organizações , buscam manter os

colaboradores motivados através do departamento de Recursos Humanos, buscam

manter os colaboradores motivados através de ações que ajudam a consolidar a própria

cultura organizacional.

A motivação dos funcionários é a estratégia inteligente e fundamental que alimenta

a estratégia organizacional. Os objetivos empresariais só serão alcançados com o

trabalho de pessoas motivadas e satisfeitas. Para se alcançar os objetivos

organizacionais é necessário que haja espaço para que seus funcionários possam

alcançar seus objetivos individuais. Conquistar a satisfação dos clientes é, antes de mais

nada , conquistar as pessoas que cuidam dele.

Colocando os colaboradores em primeiro lugar , automaticamente ele colocarão o

cliente em primeiro lugar; é uma questão de causa e efeito.

Muitas organizações que pretendem encantar o cliente procuram , em primeiro

lugar; motivar e encantar seus funcionários, e o restante ficará por conta deles.

Alguns dos principais instrumentos que proporcionam a motivação organizacional

são as ferramentas de comunicação direta que utilizam ações simples , eficazes e baratas

para o dia-a-dia. A empresa deve ter consciência de que a prática da comunicação, de

forma constante e coerente pelos líderes e gestores , é um bom inicio para atender de

forma estruturada e ágil às necessidades levantadas pelos funcionário. Além disso,

ações dessa ordem ajudam na consolidação da cultura organizacional, ressaltando a

missão, os valores, os objetivos da empresa e garantem um ambiente de trabalho

saudável. Além disso, a organização deve manter um processo de avaliação de

desempenho interligado aos planos de reconhecimento e de treinamento para as áreas,

independente da hierarquia. Uma outra técnica que pode ser utilizada para motiva seus

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funcionários e parceiros é ressaltar a importância do desenvolvimento da afetividade

nas relações interpessoais, proporcionando o melhor entrosamento das equipes.

O trabalho da motivação organizacional deve ser sempre iniciado por uma processo

de levantamento das necessidades individuais, considerando setor, grau de instrução,

valor da remuneração, tempo de serviço. Com base nessas informações iniciais fica

claro qual o nível de motivação das pessoas dentro da empresa. Em seguida , o trabalho

é feito com as expectativas do grupo como um todo e posteriormente. Com a definição

do plano estratégico para alavancar a motivação , o gestor da empresa pode comandar o

processo de revitalização da cultura organizacional, mostrando como a integração e a

sinergia entre as pessoas melhora quando os objetivos da empresa são compartilhados

entre todos. As principais ferramentas que suportam todo esse processo são as

ferramentas de comunicação, por exemplo, eventos com a liderança da empresa e com

todos os funcionários, e-mails comunicativos, campanhas de comunicação com

incentivos. Podem, também , realizar treinamentos que capacitarão os profissionais a

trabalharem em equipes multidisciplinares, enfocando liderança, negociação e aspectos

comportamentais. A empresa, ainda, deve definir claramente e aplicar um processo de

administração de recursos humanos, baseado em fortes ações de desenvolvimento de

competências, avaliação de desempenho baseadas em metas individuais e do grupo,

obviamente, sem esquecer de deixar claro aos colaboradores o que a empresa espera

deles.

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4 - A HISTÓRIA DA BORBOLETA

(autor desconhecido)

Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo; um homem sentou e

observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu

corpo passasse através daquele pequeno buraco.

De repente, pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que

ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia mais. Então o homem decidiu

ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta

saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno, e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer

momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo

que iria se afirmar a tempo.

Nada aconteceu!

Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho

e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem não compreendia, na sua gentileza e vontade de ajudar, era que o

casulo apertado e o esforço necessário para a borboleta passar através da pequena

abertura, era o modo pelo qual Deus fazia que o fluído do corpo da borboleta fosse para

as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do

casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos

permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria

aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.

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5 - SOBRE A CORAGEM DE EXPERIMENTAR

(Nossrat Peseschkian - O Mercador e o Papagaio - Histórias orientais como ferramentas

em psicoterapia)

Um rei submeteu sua corte à prova para preencher um cargo importante. Um grande

número de homens poderosos e sábios reuniu-se ao redor do monarca.

"Ó vós, sábios", disse o rei, "eu tenho um problema e quero ver qual de vós tem

condições de resolvê-lo."

Ele conduziu os homens a uma porta enorme, maior do que qualquer outra por eles já

vista. O rei esclareceu:

"Aqui vedes a maior e mais pesada porta de meu reino. Quem dentre vós pode abri-la?

"Alguns dos cortesãos simplesmente balançaram a cabeça. Outros, contados entre os

sábios, olharam a porta mais de perto, mas reconheceram não ter capacidade de fazê-lo.

Tendo escutado o parecer dos sábios, o restante da corte concordou que o problema

era difícil demais para ser resolvido. Somente um único vizir aproximou-se da porta.

Ele examinou-a com os olhos e os dedos, tentou movê-la de muitas maneiras e,

finalmente, puxou-a com força. E a porta abriu-se.

Ela tinha estado apenas encostada, não completamente fechada, e as únicas coisas

necessárias para abri-la eram a disposição de reconhecer tal fato e a coragem de agir

com audácia.

O rei disse: "Tu receberás a posição na corte, pois não confias apenas naquilo que

vês ou ouves; tu colocas em ação tuas próprias faculdades e arriscas experimentar."