o legado grego

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O Legado Grego

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O legado gregoDiante de todo o narrado, ainda que no se possa encontrar fontes do Direito Grego, com a mesma objetividade do direito Romano harmonizava, verifica-se o quo importante e expressiva foi a contribuio de tal perodo para os fundamentos da cincia poltica e das instituies de direito pblico. Outra ferramenta que merece destaque a impressionante agilidade e rapidez que julgavam seus interesses, bem como a praticidade com os que solucionavam, na base da linguagem buscava-se a justia. De mesmo modo a expressiva significncia da exposio dos retricos, onde os julgamentos ocorriam diariamente, com argumentao jurdica. Analisando a era grega de um modo mais abrangente, uma vasta influncia fora captada por povos, especialmente em Roma, que soube bem aproveitar o concurso de preceptores, filsofos, humanistas, gramticos, poetas e historiadores nativos do povo grego. Tais contedos no s foram utilizados por vrios povos do mesmo perodo histrico, mas sim transcenderam as geraes seguintes, que foram de total valia para a criao do direito moderno. 13(AZEVEDO, 2005, p. 47).A contribuio grega foi totalmente selecionada em vrios sentidos legais, mas de um modo mais modesto, o direito privado grego persiste na denominao de alguns institutos e modos de agir, no que diz respeito por exemplo na compra e venda, emprstimos, fiana, depsito, locao, expresses que ate hoje se conserva com igualdade de significado e compreenso. Alm destas a anticrese, hipoteca, so igualmente palavras de fonte grega, mas que seus conceitos e significados foram efetivamente regulamentados e reestruturados no direito romano, ou seja, a indiscutvel e ntida importncia do direito grego. Todavia no so esses as principais referncias deixadas pelo povo grego, mas sim a sua maior herana do povo foi a democrtica, a representao proporcional, a tripartio dos poderes e o revezamento dos seus dirigentes, ou seja, uma caracterstica dos ideais de liberdade e igualdade com que honravam e se mantiveram os seus propsitos.14(AZEVEDO, 2005, p. 48).Um conceito narrado por Aristteles define vrios conceitos atuais:o fundamento do regime democrtico a liberdade; (com efeito, costuma-se dizer que somente sob esse regime h liberdade, pois este o fim para o qual se destina a democracia). Uma das caractersticas da liberdade ser governado e governar por turnos, pois a justia democrtica consiste em possuir todos o mesmo, numericamente, e no segundo os seus merecimentos; e se isto justo, forosamente h de ser soberana a multido e o que esta aprovar, por maioria, ser justo (...). outra caracterstica viver como se quer, a qual resulta daquela liberdade. Esta a segunda nota da democracia: no ser governado por ningum, se isto for possvel ou ser governado por turnos (...). sendo estes os fundamentos da democracia, so procedimentos democrticos os seguintes: todas as magistraturas devem ser eleitas entre todos; que todos mandem sobre cada um;, e cada um a seu turno, sobre todos; que as magistraturas sejam providas por sorteio, ou, pelo menos, aquelas que no requeiram experincia ou habilidade especiais; que no se fundamentem na propriedade, ou na menor possvel; que, em princpio, a mesma pessoa no exera duas vezes alguma magistratura; que as magistraturas sejam de curta durao (...) que a assembleia tenha soberania sobre todas as coisas (...).15(AZEVEDO, 2005, p. 49).Portanto, podemos notar que varias foram as heranas deixadas pelos gregos ao longo de sua hegemonia, heranas essas que serviram de base para outras grandes civilizaes, onde essas ao incluir o legado grego, aprimorou vrios conceitos, que so utilizados ate a presente data.

As fontes do direito gregoTal situao de extrema importncia para analisarmos as origens, pocas e casos que ensejaram a elaborao de normas, ou seja, do direito romano. certo que a maior parte das fontes do direito romano se perderam no decorrer do tempo, prejudicando as informaes necessrias para a reconstituio completa e precisa sobre as leis e instituies gregas. Caso escrituras ou outras fontes escritas estivessem reunidas criando assim um corpo legal, indiscutivelmente tornaria as fontes mais precisas. Vale ressaltar que as fontes iniciais chegaram apenas em Roma, onde fora destruda e perdida ao longo do tempo, restando apenas fragmentos esparsos ou fontes mediatas, necessitando assim de elaborar os textos por induo, muitas vezes criando uma imagem incorreta do direito da poca grega.Assim as fontes que restaram foram imprecisas, quais seja, trechos de Plato e Aristteles, as leis daquele, a poltica e a tica a Nicmaco. Sendo assim, com base em tais documentos, no correto afirmarmos que pode-se, com absoluta certeza e clareza, resolver tal lide, confirmado os fatos e leis ali narrados, tendo em vista que tais filsofos poderiam estar se referindo a uma sociedade hipottica, ideal, e no real, da qual se participassem. Tais fatos ainda existentes, portanto, no so exatos referentes a estrutura correspondente do direito grego, seja na esfera administrativa e judiciria.16(AZEVEDO, 2005, p. 41).Conforme j narrado, o modo de argumentao jurdica era a retrica de cada parte envolvida na lide, onde esses utilizavam de todos os meios para convencer os jurados. Sendo assim os oradores poderiam, no calor do momento da discusso nos tribunais, nem sempre se atentarem no esprito da lei, uma vez que as argumentaes no eram destinadas a juristas de fato, mas sim a jurados leigos, selecionados no dia para os julgamentos.Todavia, descontando essas situaes no mbito jurdico, pode-se colher informaes com respeitada validade nos textos literrio em geral da poca, tal como nas obras de Herdoto ou Xenofonte, e bem assim nas tragdias de squilo, Sfocles, Eurpedes. Pode-se encontrar com seguridade tambm nas comdias de Aristfanes, quando este retrata alguns momentos da sociedade ateniense, onde a crtica ocorre das diversas situaes causadas pelas constantes crises que abalaram. Temos como exemplo desta ltima, a obra as vespas onde aposta a deturpao do sistema judicirio ao tempo de guerra.

A escrita e os dialetos gregos de extrema importncia, como j vimos, a questo da transmisso das leis para os cidados, uma vez que a principal forma de atuar no processo grego se dava da maneira oral, atravs da oratria e persuaso dos ouvintes. A terminao "grego antigo" junta, na realidade, diversos diferentes dialetais: o micnico, o rcado-cipriota, o elico, o drico, o inico e o tico eram os dialetos mais utilizados em tal perodo. Sua essncia est bem documentada durante o Perodo Arcaico e o Perodo Clssico, todavia muito provvel que esses regionalismos tenham se desenvolvido muito tempo antes. O provvel dialeto mais antigo deve ter sido, facilmente, o correspondente ao grego falado pelos mnios durante o Heldico Mdio, todavai faltam indcios concretos de sua veracidade.O mais antigo dialeto que por sua vez pode ser de fato comprovado por inscries e documentos o dialeto micnico (sculo -XV); por conseguinte o mais antigo , visivelmente, o rcado-cipriota, o qual contem vrios graus de afinidade com o dialeto micnico. Devido dominncia econmica e intelectual de Atenas durante o Perodo Clssico, o dialeto tico misturou-se por todo o mundo grego e os demais dialetos perderam progressivamente sua importncia ao decorrer dos anos.17(AZEVEDO, 2005, p. 77).Por vrios sculos, a lngua grega era apenas expressada pela fala e as comunidades que a utilizavam repassavam de forma oral os elementos culturais bem como as normas vigentes em tal momento histrico.H tempos antigos, no Oriente Mdio, os sistemas de escrita haviam se aperfeioado desde o IV milnio a.C., e aps alguns milnios essa admirvel inovao foi adotada pelos gregos. Os primitivos sistemas de escrita, que eram utilizados pelos sumrios, acadianos, egpcios bem como por outros povos, eram muito sofisticados a poca e, ao mesmo tempo, complexos e de difcil compreenso.Baseavam-se em grande e significante quantidade de sinais pictogrficos (ideogramas), e cada sinal representava tanto o objeto concreto como o conceito subjacente. O pictograma egpcio, por exemplo, poderiam ser utilizados para representar tanto "escriba" como "escrita", variando o caso concreto para sua utilizao. Os modos de representao de pictogrficos orientais logo foram alterados, simplificados e surgiram os silabrios, onde cada sinal representava o som de uma slaba. Exemplos orientais so o hitita, da sia Menor, e a escrita linear A, de Creta. A primeira escrita da Grcia foi, justamente, um silabrio, conhecido por linear B. O sistema foi certamente desenvolvido pelos micnios, inspirados pela escrita linear A dos minicos da ilha de Creta. Todavia tal escrita grega foi alvo de srios preconceitos ao decorrer dos anos, onde os historiadores, no passado, davam pouca importncia a ele, uma vez que realmente os estudos dos gregos eram elaborados por filsofos, onde esses no se preocupavam muito com a parte jurdica.18(WOLKMER, 2008, p. 75).No Oriente Mdio, em medos do ano de aproximadamente -1600 a.C, surgiram as primeiras inscries alfabticas. Nesses iniciais e bsicos alfabetos, como o proto-sinatico e o ugartico, cada sinal importava um som, mas somente os sons consonantais. Os veementes contatos comerciais entre os gregos e os fencios da srio-palestina, no sculo IX ou VIII a.C aproximadamente, ensejaram o contato dos gregos com o alfabeto consonantal dos fencios, dando ensejo assim a uma nova adaptao. Os gregos logo incluram e se adaptaram aos sinais fencios aos sons de sua lngua, e fizeram ademais uma admirabilssima inovao: aproveitaram os sinais fencios que "sobraram" e formaram de base para representar os sons voclicos, ate ento no desenvolvidos. O alfabeto grego, inteiramente concretizado no incio do Perodo Arcaico, foi o primeiro "alfabeto verdadeiro", completo, com sinais que representavam tanto as consoantes como as vogais. Sendo assim, em decorrncia desse nobre e complexo alfabeto desenvolvido pelos gregos, que os posteriores, tanto os ocidentais, quanto o latino, que desencadeou a nossa lngua, derivam dos primeiros alfabetos gregos. importante frisar tambm que a escrita sempre posterior expresso oral, onde podemos concluir que a transmisso de forma escrita pode-se faltar com a verdade exata da forma oral, onde existem povos com lngua falada, todavia com a ausncia da escrita. No decorrer do Perodo Helenstico, os gregos j falavam um dialeto de comum conhecimento geral, reconhecido por koin, proveniente do dialeto tico.O dialeto comum, s vezes chamado de dialeto alexandrino, veio a torna-se a lngua corriqueira de todo o mundo mediterrneo, helenizado pelas conquistas de Alexandre III da Macednia, e fora utilizado durante vrios sculos, inclusive durante o Perodo Bizantino. 19(WOLKMER, 2008, p. 78).Tais evolues da escrita so de extrema importncia tendo em vista que ela e o direito esto intimamente relacionados, onde no h um sistema jurdico plenamente vigente sem um sistema de escrita. Doutrinadores entende existir trs estgios para o desenvolvimento do direito na sociedade, quais sejam; pr-legal, proto-legal e legal, vejamos. Na sociedade pr-legal, temos por principal caracterstica a de no tem qualquer procedimento estabelecido para lidar com as disputas que surgem em seu sistema, onde apenas possvel em sociedade pequenas e de pouca complexidade. Por sua vez, a sociedade proto-legal por outro lado, existem regras e procedimentos bem determinados, existe a definio legal de regras e leis impostas aos cidados. E por fim mais no menos importante, a sociedade legal a que ocorre nas sociedade atuais, considerando determinados atos to indesejveis que justificam uma severa punio. As leis regem a conduta de seus membros e associam atos com sanes, onde detm tambm tais sociedades uma escrita desenvolvida. 20(AZEVEDO, 2005, p. 77).Como se observa, o direito e a escrita esto intrinsecamente interligados, no sendo considerado a escrita apenas uma tecnologia, mas como tecnologia auxiliar de forma a permitir a elaborao, produo e divulgao de leis nos mais diversos sistemas sociais existentes ao longo da historia