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REVISTA PORTUGUESA E BRASILEIRA DE GESTÃO 2 A R T I G O S Gonçalo Brás e Silvina Santana 2 A R T I G O S por Gonçalo Brás e Silvina Santana O impacto da fiscalidade na internacionalização das empresas portuguesas de moldes RESUMO: Nos últimos vinte anos, a indústria de moldes portuguesa assumiu uma dinâmica de relevo nos mercados externos. Este trabalho analisa o impacto da fiscalidade no processo de internacionalização da indústria de moldes. Um inquérito às empresas exportadoras com CAE 25734 mostra que o fator fiscal é percebido como pouco impor- tante no processo de internacionalização e que as empresas com capital social mais avultado estão, do ponto de vista fiscal, mais bem preparadas para a internacionalização. Palavras-chave: Internacionalização, Fiscalidade, Indústria de Moldes, Mercado Externo, Questionário TITLE: The fiscal impact in the internationalization of Portuguese mould companies ABSTRACT: The Portuguese mould industry has gained increasing relevance in the foreign markets, particularly in the last twenty years. This work analyzes the impact of taxation in the process of internationalization of companies in the mould sector, based on information gathered through a survey applied to exporters with CAE 25734. Results show that the fiscal factor is somehow irrelevant in the process and that companies with higher equity are better prepared for internationalization, from the fiscal point of view. Key words: Internationalization, Fiscal, Mould Industry, Foreign Market Entry, Survey TÍTULO: El impacto de los impuestos en la internacionalización de las empresas portuguesas de moldes RESUMEN: En los últimos veinte años, la industria de moldes portuguesa ha ganado una dinámica de liderazgo en los mercados internacionales. Este trabajo analiza el impacto de los impuestos en el proceso de internacionalización de la industria de los moldes. Una encuesta realizada a las empresas exportadoras con CAE 25734 muestra que el factor fiscal se percibe como poco importante en el proceso de internacionalización y que las empresas con más de capital, están, desde el punto de vista fiscal, mejor preparadas para la internacionalización. Palabras-clave: Internacionalización, Fiscalidad, La Industria de los Moldes, Mercado Internacional, Cuestionario

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Gonçalo Brás e Silvina Santana 2

A R T I G O S

por Gonçalo Brás e Silvina Santana

O impacto da fiscalidadena internacionalização das empresas

portuguesas de moldesRESUMO: Nos últimos vinte anos, a indústria de moldes portuguesa assumiu uma dinâmica de relevo nos mercadosexternos. Este trabalho analisa o impacto da fiscalidade no processo de internacionalização da indústria de moldes.Um inquérito às empresas exportadoras com CAE 25734 mostra que o fator fiscal é percebido como pouco impor-tante no processo de internacionalização e que as empresas com capital social mais avultado estão, do ponto de vistafiscal, mais bem preparadas para a internacionalização.Palavras-chave: Internacionalização, Fiscalidade, Indústria de Moldes, Mercado Externo, Questionário

TITLE: The fiscal impact in the internationalization of Portuguese mould companiesABSTRACT: The Portuguese mould industry has gained increasing relevance in the foreign markets, particularly inthe last twenty years. This work analyzes the impact of taxation in the process of internationalization of companiesin the mould sector, based on information gathered through a survey applied to exporters with CAE 25734. Resultsshow that the fiscal factor is somehow irrelevant in the process and that companies with higher equity are betterprepared for internationalization, from the fiscal point of view. Key words: Internationalization, Fiscal, Mould Industry, Foreign Market Entry, Survey

TÍTULO: El impacto de los impuestos en la internacionalización de las empresas portuguesas de moldesRESUMEN: En los últimos veinte años, la industria de moldes portuguesa ha ganado una dinámica de liderazgo enlos mercados internacionales. Este trabajo analiza el impacto de los impuestos en el proceso de internacionalizaciónde la industria de los moldes. Una encuesta realizada a las empresas exportadoras con CAE 25734 muestra que elfactor fiscal se percibe como poco importante en el proceso de internacionalización y que las empresas con más decapital, están, desde el punto de vista fiscal, mejor preparadas para la internacionalización.Palabras-clave: Internacionalización, Fiscalidad, La Industria de los Moldes, Mercado Internacional, Cuestionario

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crescente interdependência económica, em resultadoda integração europeia e da globalização, já não per-mite entender a fiscalidade como mera questão inter-

na. Apesar do elevado grau de autonomia dos estados sobreesta matéria, ela não pode ser vista como um exercício desoberania de um determinado território fechado sobre sipróprio. Atualmente, nem mesmo as nações mais poderosaspodem fixar as suas opções em matéria fiscal sem ponderare analisar devidamente as opções dos seus parceiros ou con-correntes. Em causa está, direta ou indiretamente, a suacompetitividade.

De facto, a concorrência fiscal é um fator de competitivi-dade. Apesar dos dados disponíveis não confirmarem adiminuição das receitas fiscais (OECD, 2011)1, a globaliza-ção tem fomentado a competitividade fiscal entre estados(Tanzi, 2001; Avi-Yonah, 2000). Dados de 2000 até aos nos-sos dias denotam a erosão gradual da taxa de tributaçãodireta das sociedades (KPMG, 2011), a qual, caso direta-mente correlacionada com a diminuição das receitas fiscais,poderá culminar no fenómeno race to the bottom (Tanzi,1996; Tanzi et al., 2000; Lee e McKenzie, 1989; Avi-Yonah,2000; Devereux et al., 2002).

A competitividade fiscal tem como objetivo criar umenquadramento fiscal mais favorável à captação de investi-mento (Keuschnigg, 2008). No entanto, o fator fiscal é geral-mente tido como acessório para efeitos de decisão de inves-timento e de localização do mesmo e poderá ser mais ou

A menos importante em razão da natureza do processo deinternacionalização em causa. Como refere Bessa (2006,p. 21), «é bem possível que, em muitos casos, a questão dacompetitividade se mostre quase insensível a consideraçõesde fiscalidade. É igualmente possível que, em muitascondições, a fiscalidade entre, de forma decisiva, nas contasque levam a optar por esta ou aquela localização de deter-minada atividade».

O objetivo deste artigo é analisar a importância da fiscali-dade enquanto fator operante no processo de internacionali-zação das empresas portuguesas. Através de inquérito porquestionário autoadministrado, disponível para preenchi-mento numa plataforma de dados da Universidade deAveiro, o artigo estuda uma indústria portuguesa com pre-sença internacional proeminente, a indústria de moldes2.

O artigo está segmentado em cinco partes. Na primeira sãorevisitados os conceitos teóricos que servem de base à elabo-ração do trabalho. Na segunda apresenta-se a metodologiade investigação adotada. A terceira parte reporta os resulta-dos obtidos, remetendo para a componente seguinte, a inter-pretação e análise dos resultados. Na conclusão expõem-seos principais aspetos a reter, apresentam-se as limitações dotrabalho e apontam-se futuras linhas de investigação.

Enquadramento teóricoA internacionalização pode ser entendida como «o proces-

so de adaptação das operações empresariais (estratégia,

Gonçalo Brá[email protected] em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Mestre em Gestão pela Universidade de Aveiro. Equiparadoa Assistente na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria, Peniche, Portugal.Master in Economy, Faculty of Economics, University of Coimbra, and MBA, University of Aveiro. Assistant Professor at School of Tourism andMaritime Technology, Polytechnic Institute of Leiria, Peniche, Portugal.Máster en Economía de la Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra y Master en Gestión por la Universidade de Aveiro. Equiparadoasistente en la Escuela de Turismo y Maritime Technology, Instituto Politécnico de Leiria, Peniche, Portugal.

Silvina [email protected] em Gestão Industrial pela Universidade de Aveiro. Prof.ª Associada com Agregação do Departamento de Economia, Gestão eEngenharia Industrial da Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal.PhD in Management and Industrial Engineering, University of Aveiro. Associate Professor with agregação of Department of Economics,Management and Industrial Engineering, University of Aveiro, Aveiro, Portugal.Doctor en Administración Industrial por la Universidade de Aveiro. Prof. ª asociada en el Departamento de Economía, Administración y deIngeniería Industrial de la Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal.

Recebido em setembro de 2012 e aceite em abril de 2013.Received in September 2012 and accepted in April 2013.

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estrutura, recursos, de entre outros) às condições interna-cionais» (Calof e Beamish, 1995, p. 116). Uma dessascondições é a fiscalidade.

No que respeita aos fatores que influenciam o processo deinternacionalização, pese embora alguma divergênciaacadémica neste âmbito (Hashim e Ahmad, 2008), podemosclassificá-los como intrínsecos à empresa ou extrínsecos aesta (Aaby e Slater, 1989; Ford e Leonidou, 1991).Relativamente aos estímulos intrínsecos, além do conjunto derecursos ao dispor da empresa, também a atitude empre-sarial face ao processo de internacionalização pode servir deestímulo ao seu início (Freeman e Cavusgil, 2007). Comorazões extrínsecas às empresas, apontam-se frequentementeo aumento da concorrência, a integração e a liberalizaçãodos mercados e o risco financeiro associado (Douglas et al.,1992; Croué, 1994; Viana e Hortinha, 2005). Outrosfatores, como os custos de mão-de-obra, a cadeia deabastecimento (fornecedores) e o potencial de mercado, nocaso de serem favoráveis no país de destino, poderão cons-tituir estímulos à internacionalização (Calof e Beamish,1995; Disdier e Mayer, 2004).

A fiscalidade do país de destino, apesar de não ser umfator apresentado de forma explícita, é uma das subdimen-sões que integram o potencial de mercado ou o risco finan-ceiro associado, podendo influenciar o processo de interna-cionalização. Com efeito, a fiscalidade como fator extrínsecoà empresa, é uma variável que influencia o processo deinternacionalização, designadamente no que respeita à in-ternacionalização pela via do investimento direto estrangeiro(Hartman, 1984). A fiscalidade, apesar da harmonizaçãosignificativa na UE em matéria de tributação indireta, é umacondição de mercado com especificidades nacionais, à qualcada empresa que pretende internacionalizar o seu negóciodeve adaptar-se.

Uma das correntes teóricas da internacionalização pro-cura explicar, precisamente, o recurso ao investimento diretoestrangeiro como forma de presença empresarial nos mer-cados externos. Neste sentido, Dunning (1977, 2001, 1980,1988) propõe um modelo, o «Paradigma Eclético», assenteem três dimensões que determinam a expansão, estrutu-ração ou produção empresarial no exterior: vantagemespecífica, vantagem de localização e vantagem de internali-

zação3. Embora não atribua impacto a cada um dos fatoresque compreendem as dimensões (Bellak e Leibrecht, 2009),a fiscalidade está presente nessas três dimensões (Hajkova etal., 2006).

Por seu lado, Easson (2001) considera que o fator fiscalpode ser importante no processo de internacionalização soba forma de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e que omesmo tem assumido um peso crescente neste âmbito, devi-do a um conjunto de aspetos: a eliminação de barreiras queoutrora condicionavam o IDE; o incremento de processos deprodução internacionais como consequência da globaliza-ção; e a criação de zonas de mercado comum e comérciolivre.

No entanto, e apesar da sua importância, a fiscalidadeprevalece como fator acessório no processo de interna-cionalização, uma vez que os recursos organizacionais con-tinuam a ser considerados como prioritários neste âmbito(Rugman, 1980; Hymer, 1970; Young et al., 2003; Zahra etal., 2006) e condição essencial para uma internacionaliza-ção precoce (Ojala, 2009; Coviello, 2006).

Apesar desta consideração, sobretudo por via da maiormobilidade existente (Gastaud, 1999), o papel da fiscali-dade na atração de investimento estrangeiro é cada vezmais relevante (Hines Jr., 1999; Egger et al., 2009; Devereuxe Griffith, 2002; Devereux e Griffith, 1998; De Mooij eEderveen, 2005; De Mooij e Ederveen, 2003), assumindouma importância crescente no processo de internacionaliza-ção (Egger et al., 2009).

MetodologiaA pesquisa incide sobre empresas da indústria portuguesa

de moldes com a CAE 25734 que detinham relações com omercado externo até ao ano de 2008, último ano dalistagem disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística(INE).

De acordo com o INE, em 2008, existiam 756 empresascom o CAE 25734. Este número reduz-se drasticamentepara 171 empresas, se apenas considerarmos as que pos-suem atividade com o estrangeiro. Destas, 17 estavam emprocesso de insolvência e 2 respeitavam a grupos empre-sariais no seu todo e não às empresas que os compõem,pelo que, no final, apenas foram consideradas 150 empre-

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sas. Dado o número reduzido de empresas que compõe ouniverso, optou-se pelo recurso ao censo, pelo que o univer-so que se pretende estudar corresponde ao universo que éefetivamente estudado.

Foram recolhidos 61 inquéritos, tendo a análise incididosobre as 57 empresas que declararam ter iniciado um pro-cesso de internacionalização (ver Quadro I). Neste caso,a representatividade do estudo é analisada à luz da taxa derespostas obtidas. A taxa de resposta aos questionários é de38% (57 questionários respondidos das 150 empresas douniverso corrigido), taxa superior ao intervalo de 10 a 20%,normalmente obtida em questionários similares (Dillon et al.,1994).

A recolha de informação primária foi efetuada através deinquérito por questionário online disponível desde o dia 14de junho de 2010 até ao dia 31 de julho de 2011. O con-teúdo do questionário, constituído pela caracterização daempresa, internacionalização e fiscalidade, é sustentado porduas publicações académicas e contou, na elaboração dasua última parte, com o contributo do reputado fiscalistaProfessor Doutor António Martins.

Na primeira parte do questionário existem perguntasabertas e fechadas, bem como respostas nominais, ordinaise de escala. Na segunda e terceira partes do questionáriosão utilizadas escalas ordinais de cinco pontos tipo Lickert,para medição de todos os itens. Uma vez que algumasquestões da escala do fator fiscal se encontravam enuncia-

das de forma invertida (itens BQ, BR, BT, BU e BV), procedeu-seà sua inversão antes de efetuar qualquer análise.

Dado o reduzido número de respostas, a opção para aanálise dos dados obtidos incidiu sobre a estatística descriti-va. Paralelamente, perante a verificação da normalidade dasvariáveis de razão, recorreu-se ao coeficiente de correlaçãode Pearson, uma medida de associação linear para variáveisquantitativas que varia entre -1 e 1. A associação pode sernegativa ou positiva. Uma associação é negativa se a varia-ção entre as variáveis ocorrer em sentido inverso, ou seja, osaumentos de uma variável estão associados, em média, adiminuições da outra. Numa associação positiva, os aumen-tos de uma variável estão associados a aumentos na outravariável.

Consideraram-se duas subescalas ad-hoc: condições in-ternas da empresa para a abordagem fiscal; e condiçõesexternas ou de mercado que afetam o fator fiscal (verdescrição dos itens no Quadro III, mais adiante). A primeiraé constituída pelos itens BM, BN, BO, BP, BQ, BR e BS.A segunda é constituída pelos itens BT, BU, BV, BW, BX, BY eBZ. É adotada a seguinte escala: 1 (discordo totalmente), 2(discordo), 3 (indiferente), 4 (concordo) e 5 (concordo total-mente).

Procedeu-se à análise da fiabilidade da escala da compo-nente fiscal, assim como das suas subescalas, condiçõesinternas e condições externas. O valor do Alpha de Cron-bach para o total dos itens (66,5%) apresenta-se mais ele-

Quadro IPopulação inicial, corrigida e realizada na indústria

Fonte: Elaborado pelos autores

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vado do que os valores nas subescalas (61,4% para a sub-escala das condições internas e 60,3% para a subescala dascondições externas), obtendo-se um valor razoável de con-sistência interna (Pestana e Gageiro, 2008).

ResultadosNo Quadro II apresentam-se os resultados obtidos na

análise de frequências e estatística descritiva das variáveis daamostra.

As empresas que iniciaram o processo de internacionalizaçãotêm um capital social que varia entre 5000 € e 5 000 000 €

(M=592 967; DP= 965 854). Trata-se de empresas cujaconstituição varia entre 4 e 56 anos (M=23.00; DP=11.73)e cujo processo de internacionalização conta com uma du-ração entre 2 e 52 anos (M=19.77; DP=11.99).

As empresas são essencialmente sociedades por quotas(70,9%) e sociedades anónimas (29,1%), sendo que 45,6%têm entre 20 e 49 colaboradores, 22,8% têm entre 50 e 99colaboradores e 13,3% têm entre 10 e 19 colaboradores.Destas empresas, 42,9% tiveram, no ano de 2009, um volu-me total de vendas entre 1 000 001€ e 3 000 000€, 17,9%entre 3 000 001€ e 6 000 000€ e 16,1% entre 6 000 001€

e 10 000 000€. As vendas no mercado externo no ano de2009 estabeleceram-se entre os 91% e os 100% em 28empresas, entre os 81% e os 90% em 8 empresas, entre os21% e os 30% em 7 empresas e entre os 71% e os 80% em6 empresas.

As empresas inquiridas têm como atividade principal ofabrico de moldes (83,3%), sendo que 11,1% se dedicam aofabrico e comercialização e 5,6% apenas à comercializaçãode moldes. Metade das empresas (54,9%) dedica-se a mol-des indiferenciados, 37,3% a moldes para plástico e 7,8% amoldes para vidro (ver Quadro II, p. 7).

No que respeita ao fator fiscal (ver Quadro III, p. 8), relati-vamente às condições internas da empresa na abordagemfiscal, os valores médios das respostas variam entre 2.73 (Aqualidade da informação fiscal recolhida nos países de des-tino é elevada) e 3.22 (O levantamento da informação fiscalfeito a priori contribui positivamente para os resultados),sendo que os valores de resposta variam entre 1 (discordototalmente) e 4 ou 5 (concordo e concordo totalmente,respetivamente).

Relativamente às condições externas ou de mercado queafetam o fator fiscal, os valores médios das respostasoscilam entre 2.59 (Os métodos de apuramento do lucrotributável no exterior contribuem para a decisão de inter-nacionalização) e 3.51 (A estabilidade institucional, judi-cial e a produção legislativa externa contribuem para adecisão de internacionalização), sendo que a concordân-cia com a afirmação varia entre 1 (discordo totalmente) e4 ou 5 (concordo e concordo totalmente, respetivamente).Uma leitura mais atenta mostra que apenas duas variáveisultrapassam os 3 pontos, BO (o levantamento da infor-mação fiscal feito a priori contribui positivamente para osresultados) e BW (a estabilidade institucional, judicial e aprodução legislativa externa contribuem para a decisão deinternacionalização).

Os resultados do Quadro IV (ver p. 9) permitem observar adistribuição das respostas pelos valores mínimos (1-discordototalmente e 2-discordo) e máximos da escala (4-concordo e5-concordo totalmente). Exceção feita às afirmações BQ eBS, a opção maioritária das empresas recaiu sobre o valormédio da escala (3-indiferente). A análise aos resultadospermite ainda concluir que, no seio das empresas inquiridas,existe tendência para a concordância com as afirmaçõesBO, BU e BW, discordância para com as afirmações BM, BQ,BR, BV, BX e BY e uma tendência de indiferença para com asafirmações BN, BP, BS, BT e BZ.

Os resultados permitem concluir que as empresasatribuem maior importância ao fator fiscal à medida

que aumenta a sua dimensão (mensuradapelo capital social).

De seguida, procedeu-se a uma análise da correlaçãono sentido de perceber se existia relação entre a importân-cia atribuída ao fator fiscal e a dimensão da empresa(operacionalizado pelo valor do capital social). Conclui-se(ver Quadro V) que existem correlações positivas e estatis-ticamente significativas entre o capital social da empresa eas seguintes afirmações «as taxas legais de imposto nospaíses de destino não contribuem para a decisão deinternacionalização» (r=0,361; p=0,016) e a «empresa

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Quadro IICaracterização das empresas na indústria de moldes

Fonte: Elaborado pelos autores

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Quadro IIICaracterização do fator fiscal

Fonte: Elaborado pelos autores

usufrui de convenções de dupla tributação» (r=0,381; p=0,018). Ou seja, à medida que aumenta o capital social daempresa assim aumenta a concordância com a afirmação«as taxas legais de imposto nos países de destino não con-tribuem para a decisão de internacionalização» e com a

afirmação «a empresa usufrui de convenções de dupla tri-butação».

Quando analisado o total da escala de fiscalidade, osresultados apresentam uma associação positiva e estatistica-mente significativa com o capital social (r=0,430; P=0,008).

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Quadro IVDistribuição percentual das respostas pelos valores mínimos e máximos da escala

Fonte: Elaborado pelos autores

Estes resultados permitem concluir que as empresasatribuem maior importância ao fator fiscal à medida que au-menta a sua dimensão (mensurada pelo capital social) (ver

Quadro V, p. 10). Na sequência da conclusão anterior, aplicando o mesmo coe-

ficiente de correlação, pretendeu verificar-se se existia algumaassociação entre cada uma das subescalas e o capital social.

Os resultados apresentam-se no Quadro VI e permitemconcluir que existe uma correlação positiva e estatisticamentesignificativa entre a dimensão da empresa (capital social) eas condições internas criadas na empresa para a abor-dagem fiscal (r=0,340; p=0,032). Isto é, à medida queaumenta o capital social da empresa aumentam também ascondições criadas internamente para lidar com questões de

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Quadro VAssociação do fator fiscal com o capital social

Fonte: Elaborado pelos autores

índole fiscal no processo de internacionalização (ver Quadro

VI, p. 11).

DiscussãoA leitura global dos resultados sugere que o fator fiscal

tem uma importância residual no processo de internacionali-zação das PME da indústria de moldes, confirmando osresultados de outros estudos (Easson, 2001). Perante estesresultados, os trabalhos, citados anteriormente, que dão

conta da crescente importância ou da importância determi-nante do fator fiscal no processo de internacionalização,carecem de evidência empírica no setor de moldes emPortugal.

Com médias muito próximas dos três pontos, tal facto su-gere-nos que existe consciência de que a fiscalidade podeser um fator importante para o apuramento dos resultadosdas PME e de que os custos de contexto – os que se prendemsobretudo com a estabilidade institucional e judicial –

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Quadro VIAssociação do fator fiscal com a dimensão da empresa

Fonte: Elaborado pelos autores

A leitura global dos resultados sugere que o fator fis-cal tem uma importância residual no processo de

internacionalização das PME da indústria de moldes.Perante estes resultados, os trabalhos, citados anteri-ormente, que dão conta da crescente importância ou

da importância determinante do fator fiscal no proces-so de internacionalização, carecem de evidência

empírica no setor de moldes em Portugal.

poderão ser relevantes na decisão de internacionalização.No entanto, estes aspetos podem, por agora, ser tidos comoindiferentes nas perceções daqueles que, nestas empresas,lidam com o processo de internacionalização.

No âmbito fiscal, relativamente às condições internas, aespecificidade das informações recolhidas permite aferir oseguinte: a informação e o acompanhamento da situaçãofiscal nos países de destino é residual; existe uma sensibili-dade equitativa entre tributação internacional direta e indi-reta, não existindo, conforme se poderia supor, um maiorcuidado na análise à tributação direta; a recolha da infor-mação fiscal internacional poderá ser feita por elementosintrínsecos ou extrínsecos à empresa; e não existe grandepreocupação com planeamento fiscal internacional.

No que respeita às condições externas ou de mercado queinfluenciam o fator fiscal nas empresas inquiridas, uma vezque as respostas se situam próximas dos três pontos, podemtirar-se as seguintes conclusões: as taxas e os métodos deapuramento do lucro tributável no exterior não são estimu-lantes para o processo de internacionalização; existe umarecorrência pontual às convenções para combate à dupla

tributação internacional; e verifica-se uma perceção equiva-lente de custos, administrativos, de tempo e de licenciamen-to entre o território nacional e os mercados externos. Emborao valor ainda se situe perto dos três pontos (valor médio de2,67), parece haver indício de que as empresas inquiridastêm a perceção de que os países de destino têm uma menorcarga fiscal.

Constata-se ainda que empresas com capital social maisavultado estão, do ponto de vista fiscal, mais bempreparadas para a internacionalização. Isto é, à medida queaumenta o capital social, maior a propensão para apreparação fiscal das empresas da indústria de moldes.Neste caso, a dimensão da empresa e o volume de recursosao seu dispor poderão ser determinantes para uma melhorhabilitação fiscal aquando do início do processo de interna-cionalização.

As variáveis respeitantes à componente fiscal registaramos valores mais elevados de missing values de todo o ques-tionário, o que pode indiciar algum cansaço no respetivopreenchimento, já que estas variáveis estavam agrupadas naúltima parte, ou um eventual desconhecimento do seu con-teúdo, por parte das entidades respondentes. No entanto,apesar deste facto, a componente fiscal do questionário re-gista consistência interna e é assegurada a fiabilidade dasrespostas que a compõem.

ConclusãoNo domínio do setor transacionável, a indústria portugue-

sa de moldes regista uma dinâmica assinalável no âmbitodo comércio internacional. De facto, ao definir o mercadoexterno como eixo estratégico preferencial, a indústria de

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moldes deverá estar devidamente preparada para convivercom múltiplas variáveis, entre elas a variável fiscal. Nesteparticular, outras variáveis, que não a variável fiscal,assumem-se como proeminentes num qualquer processo deinternacionalização. Os resultados obtidos, em linha comoutros trabalhos, não refutam esta reflexão.

Os resultados permitem concluir que a fiscalidade não éconsiderada como fator determinante no processo de inter-nacionalização da indústria portuguesa de moldes. Even-tualmente, esta conclusão estará associada ao facto de asempresas da indústria de moldes optarem, maioritaria-mente, pela exportação no acesso ao mercado externo. Dequalquer forma, e face ao enquadramento tributário efetua-do anteriormente, as empresas inquiridas parecem desco-nhecer, por completo, algumas vantagens fiscais vigentesnoutros mercados.

Numa perspetiva mais lata, a indiferença ao fator fiscal noprocesso de internacionalização das empresas da indústriados moldes é a principal conclusão a extrair da informaçãorecolhida.

Perante isto, emergem outras questões que carecem deevidência empírica e que podem ajudar na compreensão dafiscalidade enquanto fator de internacionalização, no-meadamente:• Poderão os dados que relatam a internacionalização pre-

coce da indústria portuguesa de moldes justificar a indife-rença e falta de preparação em matéria fiscal?

• O facto de a indústria portuguesa de moldes privilegiar aexportação em detrimento do IDE poderá conduzir a umamaior indiferença face à fiscalidade vigente nos países dedestino?

• No âmbito do comércio internacional, poderá o fator fis-cal estar a ser relegado para um plano secundário por amaioria de transações da indústria de moldes se realizarno seio da União Europeia? A consciência das limitações inerentes ao desenvolvimen-

to do presente artigo, das quais se destacam a reduzidadimensão do universo inquirido, a distância entre os autorese a fonte de informação e o elevado número de missing va-lues do questionário tornam desejáveis metodologias com-plementares na abordagem aos caminhos de investigaçãoacima mencionados. �

Notas1. Conclusões refutadas por Munshi (2010), «Capital mobility

and tax competition: empirical evidence from South Asia».International Review of Business Research Papers, 6, pp. 299-303,no Sul da Ásia.

2. Portugal encontra-se entre os maiores fabricantes mundiais demoldes, nomeadamente no caso de moldes para plásticos, tendoexportado, em média, 80% da sua produção, entre 2006 e 2009.

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Page 12: O impacto da fiscalidade na internacionalizaçãodas ... · da integração europeia e da globalização, já não per- ... Mestre em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade

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A R T I G O S

O impacto da fiscalidade na internacionalização das empresasportuguesas de moldes

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