o caminho até o negócio próprio · as chances de prosperidade do ne gócio. “o empreendedor...

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8 Jornal do Comércio - Porto Alegre Segunda-feira, 30 de abril de 2012 9 EMPREENDEDORISMO JC Empresas & Negócios à O caminho até o negócio próprio Trocar a estabilidade de um emprego fixo pelo sonho de ser patrão é uma decisão que exige uma maturação minuciosa. Cada detalhe é decisivo para a prosperidade da nova empreitada, da preparação psicológica à realização de um bom plano de negócios Fernando Soares Em um País com 6,1 milhões de empresas, segundo a Relação Anu- al de Informações Sociais (Rais), não faltam histórias de quem lar- gou a estabilidade de um trabalho fixo para empreender. Uma mu- dança aparentemente fácil de ser conduzida, mas que exige uma minuciosa preparação. A trajetória até a criação do próprio negócio requer cuidado e planejamento em diversos aspectos. Da preparação emocional ao plano de negócios, da análise de mercado à busca por capacitação. Todos os detalhes são importantes para quem deixa de ser empregado e escolhe ser patrão. “A pessoa precisa refletir se está preparada para fazer essa mu- dança. Ela deve analisar se sabe ge- renciar indivíduos que pensam di- ferente, se está disposta a abrir mão do horário certo para entrar e sair e dos benefícios recebidos e se está ciente que, nos primeiros meses, vai ser difícil captar receita”, aler- ta Patricia de Rezende, psicóloga e orientadora em comportamento financeiro. A especialista enfatiza que realizar uma espécie de exer- cício mental é um passo relevante antes de encarar a empreitada. Vencida a fase de assimila- ção psicológica à nova realidade, a execução já pode ser pavimen- tada. O presidente do conselho deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em- presas no Estado (Sebrae-RS), Vi- tor Koch, recomenda a divisão do percurso por etapas. O passo ini- cial consiste na realização de uma pesquisa do mercado em que o futuro empresário pretende inves- tir, no intuito de verificar brechas, potencialidades e riscos. A partir daí, ganham-se elementos para a montagem do plano de negócios. O documento dita uma série de di- retrizes, esmiuçando, entre outras coisas, o público consumidor alvo, os meios para a captação de clien- tes e a forma de financiamento. Na sequência, o ideal é esta- belecer quais as ferramentas de gestão serão utilizadas, dando enfoque especial ao controle das finanças. Recorrer a consultorias é uma alternativa para descobrir quais são os métodos mais ade- quados. Por fim, um plano de marketing se torna indispensável para escolher como e quais canais serão utilizados para atrair a aten- ção. Mesmo após encontrar um modelo ideal, a estruturação da companhia deve ser atualizada de forma permanente. “A vida do em- preendedor é uma construção que não tem fim”, resume Koch. De acordo com o dirigente, a criação de uma rede de conta- tos dentro do setor de atuação se constitui em outro elemento va- lioso para detectar as carências existentes na área. Apesar de não existir um tempo preestabelecido de maturação de todo o processo envolvendo a abertura de uma empresa, agir lentamente diminui as chances de prosperidade do ne- gócio. “O empreendedor precisa detectar a necessidade de consu- mo antes do mercado. Para isso, deve-se unir planejamento, ação e velocidade. E a velocidade míni- ma é a do mercado”, aponta. Nesse sentido, a inovação entra com um papel primordial para a so- brevivência no mercado. “Abrir um negócio sem pensar adequadamen- te qual é o elemento inovador dele é um erro-chave. No caso da pequena empresa, a saída é sempre buscar nichos de mercado e atuar neles. Se vai abrir uma pastelaria, por exem- plo, que se tenha um diferencial, seja no produto, na distribuição ou na forma de posicionar o artigo no mercado”, acredita Fernando Lopes, professor da Faculdade de Admi- nistração de Empresas da Universi- dade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O especialista, que leciona disciplinas voltadas ao empreende- dorismo, classifica a falta de inves- timento na capacitação dos profis- sionais contratados, principalmente quando o foco são serviços, como outro equívoco a ser evitado. Em relação a décadas ante- riores, Lopes crê que os empre- endedores brasileiros estão se preparando melhor na hora de en- veredar para o lado empresarial. “Hoje, existe uma rede mais estru- turada de apoio ao empreendedor, um acesso maior ao Ensino Supe- rior e o crédito está mais acessí- vel. O crescimento da economia brasileira nos últimos anos tem favorecido a sobrevivência das pequenas empresas”, define. Com a disponibilização de outras opções de formalização no Brasil, como o Micro Empreende- dor Individual (MEI) e a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), a criação de ne- gócios deu um salto. “Hoje você tem de estar formalizado para se relacionar com o mercado. Isso leva as pessoas a criar e a regis- trar suas empresas”, analisa o presidente da Junta Comercial no Estado (Jucergs), João Alberto Vieira. O Rio Grande do Sul tem acompanhado a movimentação nacional. Na Jucergs, até março de 2012, abriram-se 23,4 mil em- presas. No mesmo período do ano passado foram 18,7 mil. Se man- tido o ritmo desta temporada, a marca de 80,8 mil registros obti- dos ao longo de 2011 será supera- da com sobras. Antes de caminhar com as próprias pernas, empreendedores que trocam a posição de empregado pela de empresário devem contar com apoio Opção por empreender Não siga a carreira de empresário, seja fun- cionário público e tenha uma vida estabilizada. Esse era o conselho que o analista de sistemas Fábio Krohn Junior costumava ouvir do pai, que falava com a propriedade de quem foi dono de um atacado por alguns anos e, desiludido com o andamento da firma, partiu para um cargo em um banco estatal. O filho, porém, optou por se- guir a trajetória do empreendedorismo. Ao lado de ex-companheiros de trabalho fundou uma empresa de desenvolvimento de softwares cuja previsão de faturamento para 2012 é de aproxi- madamente R$ 2 milhões. “Eu nunca gostei das relações patronais, sempre achei que poderia fazer uma coisa di- ferente do modelo das empresas que eu tinha trabalhado até o momento”, diz Krohn Junior, hoje gestor de negócios da Pandorga Tecnologia. Ele é um dos cinco sócios que abriram a com- panhia em 2006 com um capital inicial de R$ 5 mil. Antes, todos atuavam como consultores. Ao abandonar seu posto, o empreendedor neófito contou com as dicas paternas para assi- milar o status de patrão. O fato de os integrantes da sociedade terem distintas formações acadêmi- cas também auxiliou no estreitamento dos laços administrativos. “Me falavam que ter sócio era ruim e só daria problemas, mas hoje eu vejo nos meus sócios um espelho. A gente consegue ter um bom alinhamento e todos têm os mesmos ob- jetivos”, garante. Nos últimos seis anos, o quadro societário passou por alterações. Dois integrantes saíram e um novo foi admitido. Enquanto a estrutura interna sofria modi- ficações, o foco de atuação mudou. Os progra- mas passaram a ser desenvolvidos de forma customizada, ao contrário do que ocorria pre- viamente. Com isso, a empresa ascendeu de pa- tamar. Alocada nos três primeiros anos de vida na Raiar, incubadora da Pucrs, ela garantiu um espaço no parque tecnológico da universidade. Para acompanhar a crescente quantidade de serviço, funcionários foram contratados, sendo o corpo atual composto por 21 profissionais. Aprender com os percalços iniciais e ficar atento às oportunidades foram algumas das lições que Krohn Junior digeriu. De olho nas brechas do mercado, em 2011 a Pandorga esta- beleceu uma sede em Londres, na Inglaterra. Agora, a intenção é aprofundar as relações com o mercado internacional, participando de feiras e rodadas de negócios. A ascensão da empresa vem chamando a atenção de investidores, mas os administradores adotaram uma máxima: a prudência. “Ainda não estamos prontos para receber investimentos. A gente bateu cabeça no início e, por isso, somos muito cautelosos. Pro- curamos manter os pés no chão”, destaca. Percalços iniciais esmulam Krohn Junior a persisr no negócio estruturado com os colegas Se virar empreendedor é algo corri- queiro no Brasil de hoje, quando Junior Ruviaro largou o emprego em uma agên- cia de publicidade para montar a própria confecção de roupas a situação era outra. Formado no Ensino Superior em 1986, ele demorou um ano para amadurecer a decisão de deixar seu posto e abrir a Limite Urbano. Durante o caminho, Ruviaro se deparava com um País em um momento econômico pouco favorável a quem quisesse migrar de funcionário para patrão. Apesar do cenário, a ideia foi levada adiante e o negócio se tornou realidade. “Enfrentamos coisas terríveis no início, como uma inflação muito ele- vada na década de 1980. Já nos anos 1990, o mercado passou por uma troca de relação comercial na qual muitas empresas não conseguiram sobreviver”, constata Ruviaro, que montou a empresa em Santa Maria em sociedade com a esposa. A decisão de ingressar no ramo de vestuário já era um desejo antigo, pois o ex-publicitário idealizava a criação de alguns produtos desde a juventude. Filho de comerciantes, o empresário contou com o auxílio da família para dar os primeiros passos. “O empreendedor jovem, na época, não passava uma imagem de seriedade. Então, no primeiro ano, utilizei o cadastro do meu pai para tomar crédito e ele também me ajudou a comprar máquinas e matéria-prima”, diz. Antes de deslanchar, o negócio ainda recebeu a ajuda dos antigos colegas de profissão. Eles sugeriram o nome da em- presa e a criação da identidade visual. No processo de assimilação da nova realidade, a de patrão, a troca de experiências com outros empresários foi decisiva. “Somos uma empresa pequena, mas desde o início nos asso- ciamos a entidades de classe e parti- cipamos de grupos setoriais de moda. O pequeno tem que se unir e sempre buscar qualificação”, recomenda. As es- tratégias adotadas ao longo dos 25 anos de atuação deram certo. Atualmente, a Limite Urbano tem um faturamento anual de R$ 1,6 milhão, agregou filiais em São Sepé e Porto Alegre, conta com 37 funcionários e vende para lojistas de outros estados. Após trabalhar por mais de uma década em diversos salões de Porto Alegre, o cabelei- reiro Eduardo Pedroso acreditava que estava na hora de abrir o próprio empreendimento. O ano era 1998 e um negócio lhe surgiu por ocasião. O dono de um ponto no DC Navegantes pedia R$ 4 mil pela estrutura. Na época, o shopping come- çava a mudar de perfil comercial, dando maior enfoque às lojas do setor moveleiro. Mesmo as- sim, Pedroso não titubeou e, apesar de não ter um plano estratégico em mãos, desembolsou a quantia. O sonho de ser patrão durou pouco. Em 2000, ele teve de fechar as portas por falta de clientela. A saída encontrada pelo profissional foi vol- tar ao mercado na condição de colaborador. Mas a caminhada como empresário seria retomada em 2009, com a abertura do salão Cabello.com, no bairro Rubem Berta. Desta vez, com uma preparação prévia. Pedroso estudou possíveis locais para a instalação, verificou o potencial de clientes na região, fez um planejamento e par- tiu novamente para a vida de chefe. Três anos depois, o ponto vai muito bem, obrigado. São cerca de 300 clientes por mês, garantindo uma situação financeira estável para a sobrevivência do espaço. “Hoje continuamos nos preparando e seguindo todo um cronograma para solidifi- Da publicidade para a moda Como se fosse a primeira vez car a empresa. É como se fosse nosso primeiro negócio”, diz ele, que administra junto com a esposa Andrea Motta. Durante os nove anos que se passaram en- tre o fechamento da primeira empresa e a aber- tura da segunda, Pedroso teve receio em tomar o rumo empreendedor novamente. No entanto, a experiência anterior o auxiliou a evitar a repe- tição de erros. “No salão antigo, eu achava que era abrir o negócio e sair trabalhando. Se eu ti- vesse planejado, talvez não comprasse o ponto, mas sim me instalasse em outro local”, pondera. Construído com R$ 15 mil contraídos atra- vés de empréstimo bancário, o Cabello.com se inscreveu no Sebrae-RS para receber consulto- rias visando ao aprimoramento da gestão. As- sim, novas possibilidades foram descobertas. “Pensávamos que nosso público era classe C, mas é mais classe B. Então, renovamos nossa postura e a imagem do salão”, analisa Pedroso. De quebra, Andrea passou a cuidar das contas e dividiu os serviços com o marido. Ela fica com a parte de coloração e mexas. Ele, com os cortes e apliques. Além do casal, há uma funcionária fixa e parceiros que atuam esporadicamente com outros tipos de serviços. A casa tem horário definido para abrir, mas só fecha quando o último cliente é atendido. Com isso, o casal teve de readaptar sua rotina. As escolhas não geram arrependi- mentos. “A gente está indo no ca- minho certo”, menciona Andrea. Pedroso teve uma experiência frustrada, mas se preparou e agora mantém o salão ao lado da esposa, Andrea STOCKPHOTO/DIVULGAÇÃO/JC FREDY VIEIRA/JC MARCELO G. RIBEIRO/JC

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Page 1: O caminho até o negócio próprio · as chances de prosperidade do ne gócio. “O empreendedor precisa detectar a necessidade de consu-mo antes do mercado. Para isso, deve-se unir

8 Jornal do Comércio - Porto AlegreSegunda-feira, 30 de abril de 2012 9EMPREENDEDORISMO

JCEmpresas & Negócios

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O caminho até o negócio próprioTrocar a estabilidade de um emprego fixo pelo sonho de ser patrão é uma decisão que exige uma maturação minuciosa. Cada detalhe é decisivo para a prosperidade da nova empreitada, da preparação psicológica à realização de um bom plano de negócios

Fernando Soares

Em um País com 6,1 milhões de empresas, segundo a Relação Anu-al de Informações Sociais (Rais), não faltam histórias de quem lar-gou a estabilidade de um trabalho fixo para empreender. Uma mu-dança aparentemente fácil de ser conduzida, mas que exige uma minuciosa preparação. A trajetória até a criação do próprio negócio requer cuidado e planejamento em diversos aspectos. Da preparação emocional ao plano de negócios, da análise de mercado à busca por capacitação. Todos os detalhes são importantes para quem deixa de ser empregado e escolhe ser patrão.

“A pessoa precisa refletir se está preparada para fazer essa mu-dança. Ela deve analisar se sabe ge-renciar indivíduos que pensam di-ferente, se está disposta a abrir mão do horário certo para entrar e sair e dos benefícios recebidos e se está

ciente que, nos primeiros meses, vai ser difícil captar receita”, aler-ta Patricia de Rezende, psicóloga e orientadora em comportamento financeiro. A especialista enfatiza que realizar uma espécie de exer-cício mental é um passo relevante antes de encarar a empreitada.

Vencida a fase de assimila-ção psicológica à nova realidade, a execução já pode ser pavimen-tada. O presidente do conselho deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas no Estado (Sebrae-RS), Vi-tor Koch, recomenda a divisão do percurso por etapas. O passo ini-cial consiste na realização de uma pesquisa do mercado em que o futuro empresário pretende inves-tir, no intuito de verificar brechas, potencialidades e riscos. A partir daí, ganham-se elementos para a montagem do plano de negócios. O documento dita uma série de di-retrizes, esmiuçando, entre outras coisas, o público consumidor alvo, os meios para a captação de clien-tes e a forma de financiamento.

Na sequência, o ideal é esta-belecer quais as ferramentas de gestão serão utilizadas, dando enfoque especial ao controle das finanças. Recorrer a consultorias é uma alternativa para descobrir quais são os métodos mais ade-quados. Por fim, um plano de marketing se torna indispensável para escolher como e quais canais serão utilizados para atrair a aten-ção. Mesmo após encontrar um modelo ideal, a estruturação da

companhia deve ser atualizada de forma permanente. “A vida do em-preendedor é uma construção que não tem fim”, resume Koch.

De acordo com o dirigente, a criação de uma rede de conta-tos dentro do setor de atuação se constitui em outro elemento va-lioso para detectar as carências existentes na área. Apesar de não existir um tempo preestabelecido de maturação de todo o processo envolvendo a abertura de uma empresa, agir lentamente diminui as chances de prosperidade do ne-gócio. “O empreendedor precisa detectar a necessidade de consu-mo antes do mercado. Para isso, deve-se unir planejamento, ação e velocidade. E a velocidade míni-

ma é a do mercado”, aponta. Nesse sentido, a inovação entra

com um papel primordial para a so-brevivência no mercado. “Abrir um negócio sem pensar adequadamen-te qual é o elemento inovador dele é um erro-chave. No caso da pequena empresa, a saída é sempre buscar nichos de mercado e atuar neles. Se vai abrir uma pastelaria, por exem-plo, que se tenha um diferencial, seja no produto, na distribuição ou na forma de posicionar o artigo no mercado”, acredita Fernando Lopes, professor da Faculdade de Admi-nistração de Empresas da Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O especialista, que leciona disciplinas voltadas ao empreende-dorismo, classifica a falta de inves-

timento na capacitação dos profis-sionais contratados, principalmente quando o foco são serviços, como outro equívoco a ser evitado.

Em relação a décadas ante-riores, Lopes crê que os empre-endedores brasileiros estão se preparando melhor na hora de en-veredar para o lado empresarial. “Hoje, existe uma rede mais estru-turada de apoio ao empreendedor, um acesso maior ao Ensino Supe-rior e o crédito está mais acessí-vel. O crescimento da economia brasileira nos últimos anos tem favorecido a sobrevivência das pequenas empresas”, define.

Com a disponibilização de outras opções de formalização no Brasil, como o Micro Empreende-

dor Individual (MEI) e a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), a criação de ne-gócios deu um salto. “Hoje você tem de estar formalizado para se relacionar com o mercado. Isso leva as pessoas a criar e a regis-trar suas empresas”, analisa o presidente da Junta Comercial no Estado (Jucergs), João Alberto Vieira. O Rio Grande do Sul tem acompanhado a movimentação nacional. Na Jucergs, até março de 2012, abriram-se 23,4 mil em-presas. No mesmo período do ano passado foram 18,7 mil. Se man-tido o ritmo desta temporada, a marca de 80,8 mil registros obti-dos ao longo de 2011 será supera-da com sobras.

Antes de caminhar com as próprias pernas, empreendedores que trocam a posição de empregado pela de empresário devem contar com apoio

Opção por empreenderNão siga a carreira de empresário, seja fun-

cionário público e tenha uma vida estabilizada. Esse era o conselho que o analista de sistemas Fábio Krohn Junior costumava ouvir do pai, que falava com a propriedade de quem foi dono de um atacado por alguns anos e, desiludido com o andamento da firma, partiu para um cargo em um banco estatal. O filho, porém, optou por se-guir a trajetória do empreendedorismo. Ao lado de ex-companheiros de trabalho fundou uma empresa de desenvolvimento de softwares cuja previsão de faturamento para 2012 é de aproxi-madamente R$ 2 milhões.

“Eu nunca gostei das relações patronais, sempre achei que poderia fazer uma coisa di-ferente do modelo das empresas que eu tinha trabalhado até o momento”, diz Krohn Junior, hoje gestor de negócios da Pandorga Tecnologia. Ele é um dos cinco sócios que abriram a com-panhia em 2006 com um capital inicial de R$ 5 mil. Antes, todos atuavam como consultores.

Ao abandonar seu posto, o empreendedor neófito contou com as dicas paternas para assi-milar o status de patrão. O fato de os integrantes da sociedade terem distintas formações acadêmi-cas também auxiliou no estreitamento dos laços administrativos. “Me falavam que ter sócio era ruim e só daria problemas, mas hoje eu vejo nos meus sócios um espelho. A gente consegue ter um bom alinhamento e todos têm os mesmos ob-jetivos”, garante. Nos últimos seis anos, o quadro societário passou por alterações. Dois integrantes saíram e um novo foi admitido.

Enquanto a estrutura interna sofria modi-ficações, o foco de atuação mudou. Os progra-mas passaram a ser desenvolvidos de forma

customizada, ao contrário do que ocorria pre-viamente. Com isso, a empresa ascendeu de pa-tamar. Alocada nos três primeiros anos de vida na Raiar, incubadora da Pucrs, ela garantiu um espaço no parque tecnológico da universidade. Para acompanhar a crescente quantidade de serviço, funcionários foram contratados, sendo o corpo atual composto por 21 profissionais.

Aprender com os percalços iniciais e ficar atento às oportunidades foram algumas das lições que Krohn Junior digeriu. De olho nas

brechas do mercado, em 2011 a Pandorga esta-beleceu uma sede em Londres, na Inglaterra. Agora, a intenção é aprofundar as relações com o mercado internacional, participando de feiras e rodadas de negócios. A ascensão da empresa vem chamando a atenção de investidores, mas os administradores adotaram uma máxima: a prudência. “Ainda não estamos prontos para receber investimentos. A gente bateu cabeça no início e, por isso, somos muito cautelosos. Pro-curamos manter os pés no chão”, destaca.

Percalços iniciais estimulam Krohn Junior a persistir no negócio estruturado com os colegas

Se virar empreendedor é algo corri-queiro no Brasil de hoje, quando Junior Ruviaro largou o emprego em uma agên-cia de publicidade para montar a própria confecção de roupas a situação era outra. Formado no Ensino Superior em 1986, ele demorou um ano para amadurecer a decisão de deixar seu posto e abrir a Limite Urbano. Durante o caminho, Ruviaro se deparava com um País em um momento econômico pouco favorável

a quem quisesse migrar de funcionário para patrão. Apesar do cenário, a ideia foi levada adiante e o negócio se tornou realidade.

“Enfrentamos coisas terríveis no início, como uma inflação muito ele-vada na década de 1980. Já nos anos 1990, o mercado passou por uma troca de relação comercial na qual muitas empresas não conseguiram sobreviver”, constata Ruviaro, que montou a empresa

em Santa Maria em sociedade com a esposa. A decisão de ingressar no ramo de vestuário já era um desejo antigo, pois o ex-publicitário idealizava a criação de alguns produtos desde a juventude.

Filho de comerciantes, o empresário contou com o auxílio da família para dar os primeiros passos. “O empreendedor jovem, na época, não passava uma imagem de seriedade. Então, no primeiro ano, utilizei o cadastro do meu pai para

tomar crédito e ele também me ajudou a comprar máquinas e matéria-prima”, diz. Antes de deslanchar, o negócio ainda recebeu a ajuda dos antigos colegas de profissão. Eles sugeriram o nome da em-presa e a criação da identidade visual.

No processo de assimilação da nova realidade, a de patrão, a troca de experiências com outros empresários foi decisiva. “Somos uma empresa pequena, mas desde o início nos asso-

ciamos a entidades de classe e parti-cipamos de grupos setoriais de moda. O pequeno tem que se unir e sempre buscar qualificação”, recomenda. As es-tratégias adotadas ao longo dos 25 anos de atuação deram certo. Atualmente, a Limite Urbano tem um faturamento anual de R$ 1,6 milhão, agregou filiais em São Sepé e Porto Alegre, conta com 37 funcionários e vende para lojistas de outros estados.

Após trabalhar por mais de uma década em diversos salões de Porto Alegre, o cabelei-reiro Eduardo Pedroso acreditava que estava na hora de abrir o próprio empreendimento. O ano era 1998 e um negócio lhe surgiu por ocasião. O dono de um ponto no DC Navegantes pedia R$ 4 mil pela estrutura. Na época, o shopping come-çava a mudar de perfil comercial, dando maior enfoque às lojas do setor moveleiro. Mesmo as-sim, Pedroso não titubeou e, apesar de não ter um plano estratégico em mãos, desembolsou a quantia. O sonho de ser patrão durou pouco. Em 2000, ele teve de fechar as portas por falta de clientela.

A saída encontrada pelo profissional foi vol-tar ao mercado na condição de colaborador. Mas a caminhada como empresário seria retomada em 2009, com a abertura do salão Cabello.com, no bairro Rubem Berta. Desta vez, com uma preparação prévia. Pedroso estudou possíveis locais para a instalação, verificou o potencial de clientes na região, fez um planejamento e par-tiu novamente para a vida de chefe. Três anos depois, o ponto vai muito bem, obrigado. São cerca de 300 clientes por mês, garantindo uma situação financeira estável para a sobrevivência do espaço. “Hoje continuamos nos preparando e seguindo todo um cronograma para solidifi-

Da publicidade para a moda

Como se fosse a primeira vezcar a empresa. É como se fosse nosso primeiro negócio”, diz ele, que administra junto com a esposa Andrea Motta.

Durante os nove anos que se passaram en-tre o fechamento da primeira empresa e a aber-tura da segunda, Pedroso teve receio em tomar o rumo empreendedor novamente. No entanto, a experiência anterior o auxiliou a evitar a repe-tição de erros. “No salão antigo, eu achava que era abrir o negócio e sair trabalhando. Se eu ti-vesse planejado, talvez não comprasse o ponto, mas sim me instalasse em outro local”, pondera.

Construído com R$ 15 mil contraídos atra-vés de empréstimo bancário, o Cabello.com se inscreveu no Sebrae-RS para receber consulto-rias visando ao aprimoramento da gestão. As-sim, novas possibilidades foram descobertas. “Pensávamos que nosso público era classe C, mas é mais classe B. Então, renovamos nossa postura e a imagem do salão”, analisa Pedroso. De quebra, Andrea passou a cuidar das contas e dividiu os serviços com o marido. Ela fica com a parte de coloração e mexas. Ele, com os cortes e apliques. Além do casal, há uma funcionária fixa e parceiros que atuam esporadicamente com outros tipos de serviços.

A casa tem horário definido para abrir, mas só fecha quando o último cliente é atendido. Com isso, o casal teve de readaptar sua rotina. As escolhas não geram arrependi-mentos. “A gente está indo no ca-minho certo”, menciona Andrea.

Pedroso teve uma experiência frustrada, mas se preparou e agora mantém o salão ao lado da esposa, Andrea

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EMPREENDEDORISMOIncubadoras amparam passos

iniciais de projetos tecnológicos

Adaptação a um novo planetaTer a própria empresa era um desejo antigo do

engenheiro de controle e automação Ricardo Coelho. Objetivo alcançado em outubro de 2010, quando ele utilizou R$ 15 mil da poupança que tinha construído para desistir do emprego em uma companhia de de-senvolvimento de software e investir na criação da Proelo Engenharia. Começava assim a carreira de empreendedor de Coelho. Ao mesmo tempo, se ini-ciava a adaptação a um cenário bastante distinto do enfrentado anteriormente.

“Foi como mudar de planeta. Tu te deparas com dificuldades técnicas, administrativas e financeiras e precisas balancear todos os problemas para manter o equilíbrio. Uma hora tu vestes a roupa do comercial e depois a do desenvolvedor”, resume Coelho, que criou

a companhia em parceria com outro engenheiro. De-pois um novo integrante ingressou na sociedade. Após os primeiros meses sem uma sede fixa, a Proelo passou a ser incubada na Raiar, da Pucrs, em janeiro de 2011.

Por terem uma formação mais voltada à parte técnica, os fundadores fizeram MBA em gestão em-presarial para se familiarizar aos conceitos adminis-trativos. Com foco na criação de soluções tecnológicas voltadas à indústria, o negócio está à procura de con-solidação no mercado. Por enquanto, as contas estão sendo pagas com os clientes atuais, mas não há lu-cratividade. “Está sendo mais difícil do que a gente esperava, mas a satisfação de transformar uma ideia em oportunidade de desenvolvimento econômico não tem preço”, considera Coelho.

Empreendedores com projetos focados na área de tecnolo-gia e inovação podem contar

com o apoio de uma estrutura especializada ao fomento de suas empresas. São as chamadas incu-badoras, ambientes que abrigam startups e acompanham os pas-sos até a instalação definitiva no segmento. Ao disponibilizar o su-porte administrativo, elas ajudam muitos ex-empregados a assimila-rem o caráter patronal.

“Geralmente, o empreendedor que procura a incubadora domina a tecnologia, mas tem dificuldade na gestão da empresa. Nós damos ferramentas básicas para que se possa fazer a administração, pen-sando o negócio no horizonte de dois ou três anos”, explica Edemar Wolf de Paula, gerente da Raiar, incubadora da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) que conta, neste momento, com 28 empresas nos campi de Porto Alegre e Viamão.

Chamadas através de editais,

as empresas candidatas a incuba-ção precisam ter uma primeira versão do plano de negócios para serem selecionadas. O tempo de permanência no local geralmente é de, no máximo, três anos. Uma vez arraigadas ao espaço, elas re-cebem acompanhamento de me-tas e objetivos para desenvolver a administração. Nesse sentido, são ofertados serviços de assessoria em diferentes áreas, como de-sign, comunicação, contabilidade e na própria gestão. Em algumas localidades é cobrado um valor de aluguel mensal pela acomoda-ção, em outras apenas os serviços utilizados são cobrados. “Procu-ramos fazer com que os choques iniciais de mercado sejam absor-vidos”, explica De Paula.

Além do suporte oferecido, o período de incubação representa uma oportunidade de interação com outros empreendedores no-vatos e até com grandes empre-sas instaladas nos parques tecno-lógicos. “Temos vários exemplos

de duas ou três empresas que estavam incubadas aqui e se fundiram, criando um negócio mais consistente tanto tecnolo-gicamente quanto empresarial-mente”, lembra Susana Kakuta, gerente do Unitec da Universida-de do Vale do Rio dos Sinos (Uni-sinos), que hoje abrange 29 em-presas em São Leopoldo.

Atualmente, Pucrs e Unisi-nos trabalham na construção de novos condomínios empresa-riais, o que ampliará a quanti-dade de atendidos nos próximos anos. A efetividade do trabalho desenvolvido junto às startups pode ser comprovada pela baixa taxa de mortalidade após o tem-po de alojamento. Somadas as empresas graduadas por Raiar e Unitec até agora, esse índice não chega a 15%. O desempenho é superior à taxa média nacional. Conforme dados do Sebrae de 2011, 27% das empresas não se mantêm nos dois primeiros anos de atuação.

De Paula e Susana coordenam os dois principais berçários de negócios no Estado, na Pucrs e na Unisinos

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11Jornal do Comércio - Porto Alegre Segunda-feira, 30 de abril de 2012JCEmpresas & Negócios

EMPRESÁRIOS & [email protected]

OSNI MACHADO

EMPREENDEDORISMO

Ano novo, empresa novaFinal de ano é uma época de reflexão

para muitas pessoas. Há quem analise as conquistas alcançadas nos 12 meses ante-riores e projete a temporada vindoura por meio de listas. Emagrecer, parar de fu-mar ou começar a fazer exercícios físicos são algumas das metas tradicionalmente estabelecidas, porém nem sempre cum-pridas. Às vésperas da virada de 2009 para 2010, o então gerente de Segurança da Informação da Souza Cruz e professor da Unisinos Fernando Karl definiu um ob-jetivo: ter a própria empresa. E a intenção saiu do papel.

Bastou um telefonema entre Karl e um docente colega na universidade para que a Defenda começasse a ser construída. A dupla vinha conversando há algum tem-po sobre a falta de empresas voltadas à segurança digital na região e então come-çaram a ajeitar o terreno para seguir a em-preitada. “A preparação ocorreu em todos os níveis e foi extensa. No local onde eu trabalhava havia perspectivas e certo con-forto. Eu tinha que sair de uma situação estável para uma possibilidade onde eu poderia não contar todo o mês com aquele salário”, lembra.

No início de 2010, a dupla encomen-dou um estudo para a criação da identi-

dade visual e passou a aprofundar o pla-no de negócios. O trâmite completo ficou pronto em julho. A empresa começou a operar em agosto, mas, nos primeiros seis meses, Karl conciliou a vida de empreen-dedor com o cargo anterior. Nessa época, seu sócio liderou as principais atividades do negócio. Depois desse período, ele pe-diu demissão e a Defenda se tornou o foco prioritário.

Como ambos lecionavam no curso de Segurança da Informação da Unisinos e pretendiam montar o empreendimento na região, a escolha por se abrigar no Unitec, a incubadora vinculada à instituição de ensino, surgiu naturalmente. “Na incuba-dora, a gente aprende detalhes adminis-trativos a cada dia e ainda há a possibi-lidade de trocar experiências com outras empresas do parque. São vários negócios nascendo e todo mundo aprendendo”, sin-tetiza Karl, que é graduado em Ciências da Computação, tem MBA em Gestão de Tec-nologia da Informação e realiza mestrado em Administração de Empresas.

Ainda que seja um empreendimento jovem, a Defenda já dá seus passos no mercado sem depender da incubação. A companhia se instalou em duas salas em outro prédio do Unitec. Mudança motivada

pelos números. Atualmente, a equipe de trabalho é composta por 18 profissionais. O faturamento de 2011 finalizou em R$ 600 mil e a projeção é de crescer esse montan-te em 330% até o final de 2012. Neste ano, os planos envolvem a disponibilização, além dos serviços de consultoria, de uma solução de segurança própria.

Mesmo com as experiências ante-riores no ambiente corporativo e a reali-

zação de capacitações, Karl reconhece a parcela da estrutura da incubadora nos bons resultados obtidos até agora. “Sem a incubação, certamente teríamos mais difi-culdades, pois nossa rede de contatos seria diferente e ficaria complicado conseguir informações. Se eu tenho dificuldade para entender algo, eu peço uma indicação do gerente ou bato na porta do meu vizinho do Unitec para conversar”, exemplifica.

Às vésperas do Réveillon, Karl trocou a estabilidade pelos desafios do negócio próprio

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A partir de um investimento de R$ 2 milhões, o Hotel Deville Porto Alegre passa por reformas nas áreas do centro de conven-ções, lobby, bar, lareira e uma nova ala de apartamentos. O hotel também irá inaugurar, no segundo semestre deste ano, 36 novos apartamentos de catego-ria luxo superior. “O objetivo é oferecer mais conforto e como-didade aos clientes”, informa o gerente-geral do Deville Porto Alegre, Nelson Garcia. Com a obra, o hotel passa a contar com 236 apartamentos e suítes.

O executivo explica que o centro de convenções terá o carpete substituído, painéis di-visórios revestidos e pintura nas paredes. “O lobby, bar e lareira ganharão novos móveis, piso e iluminação, com reforço de cú-pulas e arandelas, que criarão uma atmosfera mais receptiva e integrada”, destaca.

Garcia diz que o piso e o mo-biliário também serão mudados

nas suítes das categorias luxo, júnior, executiva e presidencial. Esses ambientes também recebe-rão novas cores e acabamentos nas paredes. “A suíte presiden-cial ganhará um espaço maior, com living e jantar privativo”, acrescenta. O projeto de refor-mas é assinado pelo arquiteto Jayme Bernardo, responsável pelo interior original do hotel. Bernardo tem 25 anos de experi-ência em projetos arquitetônicos de alto padrão.

“Os novos apartamentos irão valorizar a funcionalidade, a tecnologia e a convergência digital, contando com piso em madeira e sistema de luzes dife-renciado. As cortinas e estofados terão tons neutros, atendendo principalmente as necessidades e o gosto de novos clientes-exe-cutivos”, explica.

Garcia também chama a atenção para gastronomia do Hotel Deville Porto Alegre, des-tacando o talento do chef Alex

Fiuza e o sucesso do Bacalhau Crocante. Dentro do projeto in-titulado Coleção do Chef, a cada mês é oferecida uma novidade gastronômica com um prato te-mático. No final, o cliente tam-bém pode levar para casa a re-ceita do referido prato. O projeto Coleção do Chef iniciou no Hotel Deville em Salvador e foi amplia-do para Porto Alegre e Cuiabá. No Hotel Deville, em Cuiabá, o sucesso gastronômico é o prato Pintado à Espanhola.

O grupo nasceu a partir da visão empreendedora de Jayme Canet Junior e João Canet Neto, que abriram, em 1974, o Hotel Deville Colonial, no centro de Curitiba. Hoje o grupo atua como operador e investidor nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nor-deste.

A rede tem atualmente nove hotéis, 1.479 acomodações e mais de 1.100 funcionários. Administra os hotéis São Paulo Airport Mar-riott (SP), Deville Salvador (BA), Garcia detalha as novidades no empreendimento da Capital

Hotel Deville Porto Alegre investe R$ 2 milhões em modernização

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Deville Porto Alegre Aeroporto (RS), Deville Rayon Curitiba (PR), Deville Curitiba (PR), Deville Ma-ringá (PR), Deville Cuiabá (MT), Deville Express Cascavel (PR) e Deville Express Guaíra (PR). To-dos os hotéis são propriedade do grupo ou operados com contrato de arrendamento, para garantir

a consistência na prestação do serviço.

Informações adicionais: O Hotel Deville Porto Alegre está localizado na avenida dos Estados, 1.909, na

Capital gaúcha, a 800 metros do Aeroporto Internacional Salgado

Filho. Tel.: (51) 3373.5000. Site www.deville.com.br.