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EDITORIAL Violência é um comportamento que causa, intencionalmente, dano ou intimidação moral a outra pessoa ou ser vivo. Tal comportamento pode invadir a autonomia, integridade física ou psicológica e até mesmo a vida de outro. Regra geral pensamos na violência apenas na sua vertente física, aquela que deixa marcas visíveis. Mas a perpetração de violência vai muito para além da esfera palpável e as marcas que deixa, que poderão ser indeléveis, vão muito além dos danos à integridade física. É necessário lembrar que violência abrange todos os atos de violação dos nossos direitos: à liberdade, à privacidade, à saúde, à educação, à habitação. Ter consciência disso e ter conhecimento dos nossos direitos, prepara-nos para o reconhecimento e o combate à violência. A Casa Pia, que assume um papel fundamental na educação formal e informal das crianças e jovens que acolhe, educa e forma, tem por inerência uma enorme responsabilidade no processo de tomada de consciência dos seus direitos e na sua realização como Seres Humanos. Ciente desta missão, tem apostado no desenvolvimento de projetos que promovam relações interpessoais saudáveis e cultivem valores de respeito pelo outro, pelo próprio e pelos espaços, tendo como base valores como a cidadania, a não-violência e o cumprimento dos direitos humanos. A prevenção e o combate à violência cabe a todos, porque é de todos o direito inalienável a uma vida digna. Presidente do Conselho Diretivo Cristina Fangueiro Curso Profissional Técnico de Audiovisuais Curso Vocacional de Industrias e Serviços Eventos e Notícias Aventura Colaborativa, Dentro e Fora da Escola! Prevenção da Violência nas Escolas Sites a Consultar SUMÁRIO NEWS SET 15 PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA 03 05 07 08 09 10 02 Vozes

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EDITORIALViolência é um comportamento que causa,

intencionalmente, dano ou intimidação moral

a outra pessoa ou ser vivo. Tal

comportamento pode invadir a autonomia,

integridade física ou psicológica e até

mesmo a vida de outro.

Regra geral pensamos na violência apenas

na sua vertente física, aquela que deixa

marcas visíveis. Mas a perpetração de

violência vai muito para além da esfera

palpável e as marcas que deixa, que

poderão ser indeléveis, vão muito além

dos danos à integridade física.

É necessário lembrar que violência abrange

todos os atos de violação dos nossos

direitos: à liberdade, à privacidade, à saúde,

à educação, à habitação. Ter consciência

disso e ter conhecimento dos nossos

direitos, prepara-nos para o reconhecimento

e o combate à violência.

A Casa Pia, que assume um papel

fundamental na educação formal e informal

das crianças e jovens que acolhe, educa

e forma, tem por inerência uma enorme

responsabilidade no processo de tomada

de consciência dos seus direitos e na sua

realização como Seres Humanos.

Ciente desta missão, tem apostado no

desenvolvimento de projetos que promovam

relações interpessoais saudáveis e cultivem

valores de respeito pelo outro, pelo próprio

e pelos espaços, tendo como base valores

como a cidadania, a não-violência e o

cumprimento dos direitos humanos.

A prevenção e o combate à violência cabe

a todos, porque é de todos o direito

inalienável a uma vida digna.

Presidente do Conselho DiretivoCristina Fangueiro

Curso ProfissionalTécnico de Audiovisuais

Curso Vocacional deIndustrias e Serviços

Eventos e Notícias

Aventura Colaborativa,Dentro e Fora da Escola!

Prevenção da Violêncianas Escolas

Sites a Consultar

SUMÁRIO

NEWSSET 15

PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA

03

05

07

08

09

10

02Vozes

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VOZES02|NEWS SET 15

"Não dar muita confiança para nãohaver violência." CED Santa Catarina

Apartamento de Autonomização

" Em qualquer tipo de relação temde haver respeito, porque o respeitoé um entrave à violência."

CED SCT- Apartamento de Autonomização

"Manter a calma em situações deconflito para que não gere violência."

CED SCT -Apartamento de Autonomização

"A única arma capaz de combater aviolência é a inteligência."

CED SCT - Apartamento de Autonomização

" A força de um homem e de umpovo está no combate à violência."

CED SCT - Apartamento de Autonomização

"Eu sou contra a violência porquenão é temporário, o mal que faz épermanente."

CED SCT - RA JJB/Carolina João

"Quando somos vítimas de violênciadoméstica devemos procurar ajudade um amigo e contactar asautoridades".

CED SCT - RA Areia Branca - Tiago Martins eRosana Mendes

"Na escola se tivermos queixas deviolência e bullying temos quecomunicar aos auxiliares, aosprofessores e à Direcção da Escola".

CED SCT - RA Areia BrancaTiago Martins e Rosana Mendes

"Na nossa RA temos que fazer cada uma sua parte para vivermos bem e em paz,para haver um melhor ambiente. Temosde nos respeitar uns aos outros paravivermos todos juntos!"

CED SCT - RA Areia BrancaTiago Martins e Rosana Mendes

CED de Santa Clara

CED de Santa Clara

CED de Santa Clara

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No ano letivo que se está a iniciar, os Centros deEducação e Desenvolvimento (CED) da Casa Pia deLisboa (CPL) contam com um novo desafio,operacionalizar o "Programa de Combate àIndisciplina" recém-criado. O CED FranciscoMargiochi (CED FM) respondeu ao repto, lançandoo subprograma "Aventurarte", enquanto recursopedagógico aplicável noutros CED da instituição.Procurar-se-á consolidar uma visão assertiva datemática, assumindo o conflito e a indisciplina comofenómenos inerentes às relações interpessoais eprocurando, na sua abordagem ecológica e reflexiva,uma oportunidade para desenvolver competências,que possam contribuir, de alguma forma, para osmitigar.Foi escolhida a "colaboração" como conceito-chave,dado que, no plano educativo, pressupõe diversascompetências e valores sociais que se contrapõemà indisciplina. A colaboração visa alcançar objetivoscomuns, em vez de os negligenciar, ou de competirpor eles. Tal não significa que esteja isenta de conflitosde interesses, antes pelo contrário, o que seráplausível, é que estes sejam objeto de negociação e,por essa razão, não resultem facilmente emindisciplina. A "aventura" e a "arte", que dão nomeao projeto, são dois dos atributos que marcam asrelações colaborativas. A "aventura" materializa-senos desafios coletivos que a vida nos coloca, emdiferentes tempos e lugares. A "arte" reflete a naturezacomplexa e criativa do processo de aprendizagemsocial, implicado na interação com o mundo físicoe humano à nossa volta, com objetivo de otransformar (Freire, 1972).Importará recordar que a Humanidade se construiuna colaboração. A mente sofisticada que nos distinguede outras espécies caracteriza-se pelas capacidadesde agir e de aprender a agir com os outros, numprocesso profundamente empático (Damásio, 2010).No mundo atual, o trabalho de equipa e as relaçõescolaborativas afiguram-se indispensáveis em múltiploscenários; na tecnologia, na investigação, no marketing,

na medicina, no desporto, no turismo, entre outros.É neste contexto de valorização que se impõe formularuma questão. E a escola? De que forma temacompanhado esta tendência, ou contribuído para ummundo mais colaborativo?A escola, tal como a reconhecemos, nasceu com arevolução industrial, estruturando-se sob um paradigmafabril, para produzir uma educação de massas;ocupando, em boa medida, o papel educativo dasfamílias e da comunidade (Fino, 2001). A educaçãoformal, desenvolvida em meio escolar, mantém as suasraízes produtivas na teorização de uma extensa gamade saberes, transmitidos de forma descontextualizada,a todos como se fossem um. Reconhecemos, noentanto, que aprender matérias, sem lhes conseguiratribuir sentido prático, pode conduzir ao desinteressee ao insucesso escolar e, talvez, à indisciplina!Numa escola mais colaborativa, todos seriam, emalguma medida, aprendentes e ensinantes; construtoresde um currículo partilhado. Visão que se torna urgentematerializar, para que os inúmeros (des)interesses,hoje, confrontados nas escolas, não façam implodir as

Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução dos artigos publicados, exclusivamentepara fins não comerciais, indicando sempre a fonte e informando a Casa Pia de Lisboa.

ARTIGO INTERNO03|NEWS SET 15

AVENTURA COLABORATIVA DENTRO E FORA DA ESCOLA!

Figura 2. Observar e comunicar, duas artes aparentementefáceis!

Figura 1. Educandos em "modo" de colaboração na atividadeformativa "Confiarre!".

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suas comunidades educativas. Há diversas soluçõespara o problema e algumas até podem surgir forada escola, como testemunha a experiência pedagógicada Quinta do Arrife, desenvolvida na vertente nãoformal da educação.Na esteira do programa "Coolaboração - teambuilding", lançado pelo CED FM, para colaboradoresda CPL, as ações formativas foram adaptadas paragrupos de educandos, integrando-se a temática naoferta educativa de visitas de estudo, no âmbito doprograma institucional "CSI - Competências SociaisIntegradas". O desenho pedagógico das atividadesformativas é simples. São propostas tarefas complexasem contexto agroambiental. Para cumprirem osobjetivos propostos, as equipas constituídas terãode encontrar as melhores estratégias de realização.No final das atividades, os jovens colaboradoresrefletem com os formadores sobre o seu desempenhoindividual e coletivo, transpondo as aprendizagenspara outros contextos escolares e vivenciais.Com dois anos de aplicação, os resultados alcançadosna Quinta do Arrife com grupos de jovens do 3.ºciclo do ensino básico, do ensino secundário,vocacional e profissional, têm sido surpreendentes,observando-se que co-laborar em equipa é, paracomeçar, uma experiência "cool", motivante edesafiadora (figuras 1 e 2). O feedback dosprofessores, que também integraram as equipas emcontexto formativo, é o de que a turma fica diferenteno dia seguinte; mais tolerante, mais empática, maisdisciplinada e participativa. A visita de estudo funcionacomo uma aula de laboratório, em que os saberescolaborativos se podem viver e testar com segurança.O subprograma "Aventurarte" estrutura-se numcurrículo não formal, à medida das necessidades derelacionamento interpessoal, identificadas em turmasacima do 3.º CEB, designadamente, as que apresentemalgum historial de indisciplina. A oferta educativaestrutura-se em cinco visitas temáticas, que se podemcombinar de formas diferentes, até três visitas aolongo do ano letivo (figura 3). Os fins de semana"Aventurarte" inovam e complementam as visitas"Coolaboração" de um dia, permitindo a realizaçãode tarefas mais complexas e estimulantes, uma

Em suma, acreditamos que aprender a colaborar naescola poderá contribuir para um projeto educativomais vivo, relevante e inclusivo. Para que o currículoformal potencie a construção de competênciascolaborativas e, por conseguinte, de uma comunidadeeducativa disciplinada e sustentável, haverá que "talhar"ambientes e contextos de aprendizagem que potenciema emergência de relações colaborativas e o seuaprofundamento, por via da observação, reflexão eexperimentação. Norteada pela aprendizagemexperiencial, a vertente não formal da educação seráuma via complementar para se aprender a colaborar.Nesse sentido, acreditamos que o subprograma"Aventurarte" constituirá uma mais-valia para acomunidade educativa da CPL, contribuindo, assim,para a disseminação de uma arte, que alimenta e sealimenta da aventura colaborativa.

Rui Cordeiro da Eira ,Mestre em Supervisão Pedagógica;

Gestor do processo de educação não formal do CED [email protected];

Damásio, A. (2010). O livro da consciência. A construção do cérebroconsciente. Maia: Círculo de Leitores.Fino, C. N. (2001). Um novo paradigma (para a escola): precisa-se. FORUMa- Jornal do Grupo de Estudos Clássicos da Universidade da Madeira, 1(2).Funchal: Universidade da Madeira.Freire, P. (1972). Pedagogia do Oprimido. Porto: Editora Afrontamento.

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ARTIGO INTERNO04|NEWS SET 15

Figura 3. Planificação de visitas de estudo por ano letivo.

reflexão mais profunda das experiências vivenciadase até a trivial partilha de momentos informais, quefomentam a comunicação e a confiança.

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A prevenção da violência nas escolas assume-secomo uma crescente e evidente preocupação nosdias de hoje. Cada vez mais surge a necessidade dese conceberem estratégias que possam, de modoeficaz, contribuir para a diminuição da sua incidência,como tal, qualquer iniciativa de caráter preventivoprocura essencialmente operar ao nível de uma visãomais abrangente do problema, orientando-se parapromover uma sã coexistência e todos os seuselementos e assim melhorar o clima de escola.

No sentido de melhor podermos identificar domíniosprivilegiados para a implementação de estratégiasde prevenção, convém conhecer alguns fatores derisco ou, melhor dizendo, quais as questõesfacilitadoras, que se encontram na origem de algunscomportamentos de agressividade e violência emmeio escolar.A nível individual, podemos considerar todos osfatores biológicos e pessoais que podem aumentara probabilidade de uma criança/jovem poder vir aser vítima ou agressor, nomeadamente, transtornospsicológicos, história pessoal de violência, abusos ounegligência, mecanismos de coping, temperamento,atitudes favoráveis face à agressão, impulsividade,entre outros.Num segundo nível relacional (microssistema),podemos identificar outro tipo de fatoresrelacionados, entre outros, com a qualidade dasrelações com a família, professores, amigos, ou mesmoa nível amoroso (no caso da delinquência juvenil éum fator de elevada importância).A nível comunitário (mesossistema), sobressaem ascaracterísticas dos contextos onde a criança/jovemse insere(m) e que possam incrementar a violência,com particular destaque para as escolas (instalações,funcionamento, clima escolar e politicas escolares...).Para além disso, outros fatores de risco comoalterações frequentes de residência, tráfico de droga,

desemprego e pobreza, podem influir negativamenteno desenvolvimento e trajetórias de vida dascrianças/jovens.Por último, a nível social (macrossistema), encontramosas condições económicas, sociais e culturais - normassociais e culturais, conflitos políticos, discriminação edesigualdades sociais, economia, educação, etc…

No que respeita ao nosso trabalho e no âmbito destebreve artigo, as nossas inquietações prendem-se,naturalmente, com o contexto escola. Em geral, asinvestigações têm demonstrado que a violência escolarnão só causa considerável sofrimento aos alunos emtermos individuais como, também, influencianegativamente o próprio clima da escola. Os alunos,quer estejamos a referir-nos de vítimas, agressoresou observadores, necessitam de um quadro dereferência que lhes permita saber como podem atuare prevenir potenciais situações de violência, criando-lhes reais mecanismos de proteção.Quando se aborda a questão da violência em meioescolar existem alguns fatores que parecem encontrar-se associados a uma maior manifestação deste tipode comportamentos, nomeadamente fatores decontexto, organizacionais e internos tais como,restrições nos recreios e consequente aborrecimentodos alunos, a falta de diversificação da oferta no querespeita aos equipamentos disponíveis, a ausência desupervisão de adultos, a sobrelotação dos espaços derecreio resultantes de aspetos organizacionais,dificuldades de gestão do tempo e a ausência dealgumas competências sociais que facilitam as interaçõesinterpessoais e mesmo a dinâmica dos jogos (comoa cooperação, a aceitação das regras, a capacidade deresistência à frustração, a empatia e a assertividade).Nesse sentido, a prevenção deveria começar naeducação pré-escolar através de programas decompetências pessoais e sociais que trabalhemdimensões tão diversas como a assertividade, a

PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

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05|NEWS SET 15

CONVIDADO/A

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comunicação, as relações interpessoais, a mediaçãodos conflitos, entre outras dimensões. Depois,nos 1º e 2º ciclos, continuar a existir um trabalhotransversal desta temática, o bullying pode sertrabalhado de forma articulada em todas asdisciplinas, desde a Língua Portuguesa, o Inglês,as TIC ou a Educação Física.A existência de mais funcionários, com formaçãoadequada é uma das principais medidas preventivas.Efetivamente, a existência de elementos proactivosno terreno, que lidem com os alunos e os seusconflitos de modo construtivo, é um dos principaisfatores de proteção na prevenção e combatediários ao bullying, já que a maioria deste tipo decomportamentos ocorre nos recreios e noutrosespaços comuns das nossas escolas.Para além disso, a criação de projetos educativose regulamentos disciplinares que contemplem aproblemática do bullying; a sensibilização eformação dos docentes, funcionários, alunos epais/encarregados de educação; melhorias ao níveldos recreios através da existência de equipamentoslúdico-desportivos que possam ir ao encontrodos interesses e motivações dos alunos, assimcomo, a existência de uma oferta diversificadaem termos de desporto escolar e outras atividadesde ocupação de tempos livres são estratégiasfundamentais para a promoção de uma prevençãoe intervenção nesta problemática.

Uma palavra final para os sinais a que pais eprofessores devem estar atentos, nomeadamenteaqueles mais frequentes entre alunos vítimas deviolência escolar. Em termos gerais, devemos estaratentos a tudo o que se altere de modo repentinoe aparentemente inexplicável no quotidiano danossa criança e/ou jovem.

De modo mais específico, eis alguns sinais a quepodemos estar mais alerta, nomeadamente quandosão repetitivos ou quando coexistem:

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06|NEWS SET 15

Em suma, se estivermos atentos aos sinaismanifestados pelos nossos alunos, se dedicarmosalgum do nosso tempo a tentar perceber a dimensãodeste problema na nossa escola (conhecendo aincidência de diferentes tipos de comportamentos,o nível de envolvimento enquanto agressores,vitimas, vítimas-agressivas ou observadores, aspercentagens de envolvimento por ano deescolaridade e género sexual, os principais locaisde ocorrência, etc.), se procedermos à criação deum código de conduta, ou regulamento (que incluadireitos e deveres, responsabilidades e consequênciasde determinados comportamentos), se apostarmosna formação/sensibilização dos diferentesintervenientes (alunos, professores, funcionários,encarregados de educação), realizado ao longo detodo o ano letivo, certamente conseguimoscontribuir para uma melhoria acentuada do climada nossa escola. Essa sim, uma eficaz medida deprevenção.

Sónia Raquel SeixasEscola Superior de Educação de Santarém

([email protected])Luís Fernandes

Associação Sementes de Vida([email protected])

- Regressa da escola com a roupa rasgada oudemasiado suja, podendo apresentar arranhões,cortes e nódoas negras frequentes e cuja origemtem dificuldade em explicar;

-Tem poucos amigos e pede frequentemente quealguém o acompanhe ou vá buscar à escola;

- Perda de interesse em hobbies e atividades detempos livres;

- Perdeu o interesse pela escola ou baixou as suasnotas escolares, de forma repentina;

- Queixa-se frequentemente de dores de cabeçaou de estômago, podendo manifestar tambémperturbações do sono (insónias e pesadelos);

- Parece estar deprimido, apático, ansioso e comfrequentes oscilações de humor;

- Tornar-se uma criança/jovem mais fechado, isoladoe hipersensível a críticas;

- "Perde", com muita frequência, dinheiro ou outrosobjetos (materiais escolares vários, calculadoras,telemóveis, MP3, tablets, Ipads, etc.);

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CURSOS na CASA PIA07|NEWS SET 15

CURSO PROFISSIONAL

TÉCNICODEAUDIOVISUAIS

PODE CONCORRER | 9º ano completo ouequivalente

CONFERE | Qualificação Profissional de nível 4 e12º ano de escolaridade

DURAÇÃO | 3 anos / 3200 a 3440horas

ONDE | CED Pina Manique

PERFIL | É o profissional qualificado apto adesempenhar tarefas de carácter técnico nodomínio do som, do vídeo e da imagem.

SAÍDAS PROFISSIONAIS |Técnico de Audiovisuais

COORDENAÇÃO | Cristina Teixeira

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CURSO VOCACIONALDE INDUSTRIAS ESERVIÇOS

PODE CONCORRER | Jovens com mais de 13anos, designadamente aqueles que tenham duasretenções no mesmo ciclo ou três retenções emciclos distintos.

CONFERE | 9º ano de escolaridade.

DURAÇÃO | 2 anos letivos / 1100 horaspor ano

ONDE | CED Nuno Álvares Pereira

PERFIL | Permite obter certificação escolarcorrespondente ao 3º CEB e adquirir conhecimentos,desenvolver capacidades e práticas no domínio dasindústrias e serviços.

SAÍDAS PROFISSIONAIS |

COORDENAÇÃO | Paula Tomás

08|NEWS SET 15

CURSOS na CASA PIA

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EDUCANDOS DA CASA PIAEMBARCAM NO

"MAR DE OPORTUNIDADES"

MENSAGEM AOSTRABALHADORES DO CEAS

Encerradas as respostas sociais do Centro deEducação e Ação Social, o Conselho Editorialdeseja a todos os colaboradores queexerceram funções no CEAS uma felizintegração nos seus novos postos de trabalho.

Que o excelente trabalho ali realizado sejareplicado nas unidades orgânicas que agoraintegram, concorrendo para a melhoriacontinuada do trabalho em prol daconcretização da missão da CPL.

EVENTOS E NOTÍCIAS09|NEWS SET 15

No âmbito do Projeto "Mar de Oportunidades"do Programa EEA Grants - Cidadania Ativa, parceriaentre a Casa Pia de Lisboa (CPL) e a AssociaçãoAporvela, com o patrocínio da Fundação CalousteGulbenkian, foi possível a participação de 6educandos dos CED Pina Manique, Nossa Senhorada Conceição e Santa Catarina (RPA) numaaventura de 13 dias (20 de agosto a 1 de setembro).Estes educandos, acompanhados por doismonitores da Associação Aporvela, viajaram deavião até Amesterdão onde embarcaram no NavioEscola Sagres com destino à Base Naval do Alfeite.Durante esta navegação os educandos da CPLpuderam experienciar a vida a bordo em estreitaligação com futuros oficiais da Marinha.

consulta em: www.casapia.pt

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Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)http://www.apav.pt

www.casapia.pt

Infovitimashttp://www.infovitimas.pt

Contactos dos Centros de Educação e Desenvolvimento:

D. Maria Pia | Tel.: 21 816 52 00 • D. Nuno Álvares Pereira | Tel.: 21 361 67 10Jacob Rodrigues Pereira |Tel.: 21 304 10 70 • Pina Manique |Tel.: 21 365 12 00Francisco Margiochi | Tel.: 24 987 70 20 • Santa Clara | Tel.: 21360 53 50Nª Srª da Conceição | Tel.: 21382 55 80 • Santa Catarina | Tel.: 21 322 45 40António Aurélio da Costa Ferreira | Tel.: 21 793 59 63

Comissão Nacional de Protecção das Crianças eJovens em Risco,http://www.cnpcjr.pt/

Policia Judiciáriahttp://www.pj.pt/

Contactos dos Serviços Centrais:

Av. do Restelo, nº 1 – 1449-008 LisboaTel.: 21 361 40 00 • Fax: 21 362 73 97 • E-mail: [email protected]

SITES A CONSULTAR

CONTACTOS

FICHA TÉCNICA

10|NEWS SET 15

Proprietário: Casa Pia de Lisboa, I.P.

Diretora: Cristina Fangueiro.

Coordenação/Edição: Centro Cultural Casapiano

Conselho Editorial: Áurea Maia, António Bazílio, Carla Ventura,Cristina Fangueiro,Conceição Duarte, Diana Carmona, FátimaMartinho, Graça Freitas, Ilda Pissara, Isabel Gil, João Louro,Paula Liques, Margarida Neves, Olga Miralto, Paulo Videira,Pedro Figueiredo, Pedro Silveira, Raquel Afonso, Rui Eira,Vasco Barata e Vera Matos.

Colaboraram nesta edição:Educandos das Residencias de Acolhimento da Areia Branca;João José Aguiar e Apartamento de Autonomizaçãodo CED Santa Catarina;Educandos das Residencias de Acolhimento Antonio Coutoe Luis Filipe Lapa do CED Santa Clara;

Rui Cordeiro da Eira do CED Francisco MargiochiSónia Raquel Seixas da Escola Superior de Educação deSantarémLuís Fernandes da Associação Sementes de Vida

Design e Paginação: Teresa Reynolds /Casa Pia de Lisboa

Redação e Assinaturas:Centro Cultural CasapianoRua dos Jerónimos, nº 7 A - 1400-210 LisboaTel. 21 361 40 90Fax: 21 361 40 91E-mail: [email protected]

Data de Publicação: Setembro de 2015

Distribuição: Digital gratuita

Newsletter disponível em www.casapia.pt