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ESTUDO DO SECTOR TURÍSTICO MUNICÍPIO DO PORTO AMBOIM Governo Provincial do Cuanza Sul Administração Municipal de Porto Amboim Financiado pela União Europeia 2017

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ES TUDO DO SECTOR TURÍSTICOMUNICÍPIO DO PORTO AMBOIM

Governo Provincial do Cuanza SulAdministração Municipal de Porto Amboim

Financiado pela União Europeia

2017

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1

1.1. Sumário Executivo ....................................................................................................................... 2

1.2. Ficha técnica .................................................................................................................................. 3

1.4. Enquadramento jurídico ................................................................................................................ 5

1.5. Constrangimentos .......................................................................................................................... 5

2. O SECTOR DO TURISMO EM ANGOLA .................................................................................. 6

2.1. A Província “ Cuanza Sul” ............................................................................................................ 7

2.2. O Município “Porto Amboim” ...................................................................................................... 8

3. INVENTÁRIO DOS RECURSOS TURÍSTICOS EXISTENTES NO MUNICÍPIO ................... 9

3.1. Recursos Turísticos Naturais ....................................................................................................... 11

3.2. Recursos Turísticos Histórico – Culturais ................................................................................... 21

3.3. Eventos ........................................................................................................................................ 25

3.4. Análise SWOT dos Recursos Turísticos ...................................................................................... 26

4. DIAGNÓSTICO SWOT DO MUNICÍPIO ................................................................................. 29

5. ANÁLISE SITUACIONAL DO TURISMO NO MUNICÍPIO .................................................. 30

5.2. A Oferta ....................................................................................................................................... 30 5.2.1. Hotéis e Meios Complementares de Alojamento Turístico ................................................. 31 5.2.2. Os estabelecimentos de Alimentação e Bebidas .................................................................. 32 5.2.3. Análise SWOT da Oferta ..................................................................................................... 33 5.2.4. Empregos no Turismo ......................................................................................................... 33

5.3. A procura ..................................................................................................................................... 34 5.3.1. Número de turistas que entram no Município...................................................................... 34 5.3.2. Origem dos Turistas............................................................................................................. 35 5.3.3. Motivação das Viagens ........................................................................................................ 35

6. SERVIÇOS PÚBLICOS/PRIVADOS E FORMAIS/INFORMAIS DE APOIO AO SECTOR

DO TURISMO ..................................................................................................................................... 36

6.2. Abastecimento de Água ............................................................................................................... 36

6.3. Fornecimento Energia.................................................................................................................. 36

6.4. Transportes .................................................................................................................................. 36

6.5. Saúde ........................................................................................................................................... 37

6.6. Segurança .................................................................................................................................... 38

6.7. Saneamento.................................................................................................................................. 38

6.8. Comércio Formal e Informal ....................................................................................................... 39

7. CONCORRÊNCIA ...................................................................................................................... 39

7.2. Quais são os Territórios Concorrentes e que Produtos Oferecem................................................ 39

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8. PLANEAMENTO ........................................................................................................................ 39

8.2. Do uso da terra ............................................................................................................................. 39

8.3. Dos Espaços................................................................................................................................. 40

9. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................. 42

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 44

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 46

ANEXOS..................................................................................................................................................

Este projecto é implementado pelo FAS e a FIIAPP. A visão expressa nesta publicação não reflete necessariamente a visão da

Comissão Europeia.

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1. SWOT- Praia d a Marginal do Porto Amboim ............................................................. 26

Tabela 2. SWOT- Praia dos namorados ....................................................................................... 27

Tabela 3. SWOT- Foz do Rio Keve ............................................................................................. 27

Tabela 4. SWOT- Foz do Rio Longa ........................................................................................... 27

Tabela 5. SWOT- Cachoeira do Binga ......................................................................................... 28

Tabela 6. SWOT- Baía do Porto .................................................................................................. 28

Tabela 7. SWOT- Morro do Canivete .......................................................................................... 28

Tabela 8. SWOT- Monumentos ................................................................................................... 28

Tabela 9. SWOT do Município .................................................................................................... 30

Tabela 10. Analise SWOT da oferta ............................................................................................ 33

Tabela 11. Emprego por Género .................................................................................................. 34

Tabela 12. A Motivação ............................................................................................................... 35

Gráfico 1. A procura .................................................................................................................... 34

Gráfico 2. Proveniência dos turistas ............................................................................................. 35

Fotografia 1. Praia da Marginal do Porto Amboim ...................................................................... 11

Fotografia 2. Praia dos namorados (Buamba) .............................................................................. 12

Fotografia 3. Foz do Rio Keve ..................................................................................................... 13

Fotografia 4. Foz do Rio Longa ................................................................................................... 14

Fotografia 5. Iondó ....................................................................................................................... 15

Fotografia 6. Cachoeira do Binga ................................................................................................ 16

Fotografia 7. A Baía do Porto ...................................................................................................... 17

Fotografia 8. Praia do Calele ........................................................................................................ 18

Fotografia 9. Morro do Canivete .................................................................................................. 19

Fotografia 10. Quedas do Mujiji .................................................................................................. 20

Fotografia 11. Monumento da Fundação da Cidade .................................................................... 21

Fotografia 12. Monumento do Comboio (Benguela velha).......................................................... 22

Fotografia 13. Zemba do Rio Kuvo ............................................................................................. 23

Fotografia 14. Tambu do Rio Kuvo ............................................................................................. 24

Fotografia 15. Santuário do Santo António .................................................................................. 25

Quadro 1. Estabelecimentos Hoteleiros ....................................................................................... 31

Quadro 2. F&B ............................................................................................................................. 32

Quadro 3. Os serviços de Saúde ................................................................................................... 38

Mapa 1. Mapa de Angola_Província do Cuanza Sul ...................................................................... 7

Mapa 2. Delimitação administrativa do Porto Amboim ................................................................. 8

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LISTA DAS ABREVIATURAS

AMOTRANG – A Associação de Moto taxistas e Transportes de Angola

ENDE – Empresa Nacional de Distribuição Energia

ETA – Empresa de Tratamento de Água

FAS – Fundo de Apoio Social

F & B – Food and Beverage “Alimentação e Bebidas

IRT – Inventário dos Recursos Turísticos

INFOTUR – Instituto de Fomento Turístico

MINHOTUR – Ministério da Hotelaria Turismo

OMT – Organização Mundial do Turismo

On Job – No trabalho, durante o trabalho

PDT – Plano Director do Turismo

PDL – Programa de Desenvolvimento Local

SWOT – Strengths “Forças” Weaknesses “Fraquezas” Opportunities “Oportunidades”

Threats “Ameaças”

WTTC – Conselho Mundial de Viagens e Turismo/World Travel and Tourism Concil

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Estudo do Sector do Turismo do Município de Porto Amboim

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1. INTRODUÇÃO

A actividade turística deve ser entendida pelo deslocamento de pessoas, de uma região a

outra, por tempo limitado, com o objectivo de satisfazer uma ou mais necessidades,

retornando posteriormente para o seu local de residência habitual. Este fenómeno difere de

outras actividades de mobilidade espacial como migração ou movimentos de rotina

cotidiana, como ir ao trabalho, a escola ou ao supermercado.

A OMT – Organização Mundial do Turismo determina que este deslocamento faz-se

para lugar não coincidente com a residência habitual, por um período superior a 24h e

inferior a 1 ano, sem o objectivo de exercer actividade remunerada.

Segundo o WTTC – Conselho Mundial de Viagens e Turism/World Travel and Concil

(2016), o sector de turismo empregou directamente cerca de 284 milhões de pessoas no

mundo em 2016 e manifestou um crescimento de 4% em suas actividades.

O presente estudo justifica-se primeiramente devido a falta de um estudo e de informações

suficientes sobre o seu potencial de atrativos, segundo, devido a necessidade de serem

criadas políticas assertivas para a sua exploração e desenvolvimento, e terceiro, porque a

quantidade de empregos e receitas que este pode gerar, contribuem para o aumento do

nível de vida das populações e para o aumento das receitas locais.

Sendo assim, fez-se necessária a pesquisa dos atrativos e recursos turísticos, bem como o

diagnóstico que irá embasar novas perspectivas de planeamento turístico.

O estudo sobre o sector do turismo no Município de Porto Amboim está dividido em 10

(dez) capítulos, começando com a introdução onde se justifica a importância do estudo e

faz um enquadramento do leitor ao tema, de seguida caracteriza o País, a Província do

Cuanza Sul e o Município geograficamente, depois faz um diagnóstico do mesmo no

sentido de apresentar os pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças existentes, os

capítulos quarto, cinco e seis revelam-se de grande importância porque apresentam o

inventário turístico, a oferta, a demanda e os serviços de apoio ao sector, elementos

fundamentais na elaboração de políticas do sector, a análise da concorrência faz-se

necessária ao diagnóstico é apresentada no capítulo sete, de seguida aborda a questão do

uso dos solos, tema que indica as zonas onde se pode desenvolver a actividade turística,

terminando com o nono e décimo capítulos onde se lançam as conclusões e considerações

finais do estudo.

Palavras chave - Turismo, recursos turístico e desenvolvimento local.

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Estudo do Sector do Turismo do Município de Porto Amboim

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1.1. Sumário Executivo

O estudo do Turismo faz uma análise do Sector, suas potencialidades e sua capacidade de gerar

emprego, com o objectivo de contribuir no combate a pobreza.

A sua elaboração surgiu no âmbito do Programa de Desenvolvimento Local – PDL-EUA, do

Fundo de Apoio Social (FAS) do Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado,

e teve como financiador a União Europeia.

Estiveram envolvidos no estudo, a Administração Municipal com todos os seus Órgãos Diretivos,

a Direcção Provincial do Fundo de Apoio Social do Cuanza Sul, e a Consultora Alexandrina da

Cunha e sua equipa.

Foram realizados vários encontros entre as partes envolvidas no estudo, onde se traçaram as linhas

que nortearam a elaboração do mesmo, tendo ficado dividido em três etapas principais

nomeadamente:

1. Recolha e análise documental, onde a Administração Municipal teve um papel

fundamental, fornecendo apoio institucional e documental que facilitou a

elaboração do referido estudo.

2. Trabalho de campo, onde a Consultora e sua equipa efectuaram várias deslocações

ao Município para a elaboração da pesquisa.

3. A terceira e última etapa foi a elaboração do Relatório final do estudo, no qual se

procurou contemplar o conjunto de matérias analisadas e julgadas pertinentes e

reuniu os principais conteúdos.

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Estudo do Sector do Turismo do Município de Porto Amboim

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1.2. Ficha técnica

Titulo: Estudo do Sector do Turismo

Organização e coordenação: Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado e

Fundo de Apoio Social (FAS)

Financiador: União Europeia

Coordenação Institucional:

- Santinho Figueira, Director Geral do FAS

- Helena Farinha, Directora Adjunta do FAS

Consultora Individual: Alexandrina Raquel Garrido da Cunha

Gestão e Colaboração Provincial:

- Alexandre Luís Domingos, Director Provincial do FAS – Cuanza Sul

- Carolina Maricel Cardos Aguiar, Assistente de Desenvolvimento Local

Gestão e colaboração Municipal: Guilherme Maria José, Administrador Municipal

- José do Espirito Santo

- Pedro Domingos Caetano

Equipa Técnica:

-Lizandra Merícia dos Santos Barros Tomaz

- Evandra Emanuela da Cunha de Sousa e Almeida Clington

Apoios: Pedro Agostinho Delgado

Engenheiro: Cristóvão Munrluku da Goga

Ano: 2017

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Estudo do Sector do Turismo do Município de Porto Amboim

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1.3. Metodologia do Estudo

A elaboração do estudo do sector do turismo no Município de Porto Amboim aqui apresentado,

tem como objectivo final, lançar directrizes para o combate a pobreza mediante o desenvolvimento

da actividade turística no Município.

O estudo utilizou a combinação da análise qualitativa em conjugação com a quantitativa. Segundo

Flic et al. (2000) diz que a compreensão é o princípio do conhecimento, portanto, decidiu-se

estudar as relações complexas que abarcam o turismo mediante o método qualitativo, e a

mensuração para explicar a ocorrência dos fenómenos observados em número, mediante a

pesquisa quantitativa.

A técnica usada para a pesquisa qualitativa foi a da observação directa, a realização de entrevistas

semiestruturadas e a análise documental, que numa primeira fase, foram utilizados documentos

oriundos da Administração Municipal como relatórios das áreas de interesse para o estudo, e

alguma estatística do sector, e provenientes da Direcção Geral do FAS, como o Estudo de linha de

base do sector económico-produtivo do Município de Porto Amboim, para a análise qualitativa dos

dados.

No geral foram feitas entrevistas a treze responsáveis da Administração Municipal, no sentido de

percebermos o nível organizativo do Município e a importância que o turismo tem para a

governância local.

A amostragem aleatória foi a técnica usada para a aplicação de questionários e posterior

mensuração dos dados utilizados na análise qualitativa.

Com a elaboração dos questionários pretendeu-se alcançar uma maior clareza do fenómeno no

Município, bem como ir ao encontro dos munícipes, trabalhadores do sector, e turistas sem

constrangimentos à sua colaboração.

Foram aplicados questionários a 30 trabalhadores de estabelecimentos hoteleiros e de restauração

do universo de 226 trabalhadores existentes, segundo dados estatísticos fornecidos pela

Administração Municipal, mediante a utilização da amostra aleatória aos referidos

estabelecimentos, e a 17 turistas encontrados nos locais turísticos durante o passado mês de

Setembro.

O estudo teve o seu início a 5 de Setembro do ano em curso, e contou com três etapas

fundamentais, a saber:

A primeira etapa começou com o encontro realizado na Administração Municipal, onde foi

apresentada a equipa consultora e contou com a presença do Administrador Municipal, a equipa do

FAS Cuanza Sul e os Directores Municipais, onde ficou definida a equipa por parte da

Administração que iria trabalhar com a Consultora e, como resultado foi elaborado o cronograma

de tarefas a executar.

A segunda etapa do estudo foi a de elaboração dos questionários, e dos guiões das entrevistas,

assim como o trabalho de campo complexo, definindo as equipas de campo para a entrega e

recolha dos inquéritos e realização das entrevistas e fotografias. Nesta fase a equipa se deslocou

três vezes ao Município para a concretização do trabalho de campo contando com o apoio da

Administração.

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Estudo do Sector do Turismo do Município de Porto Amboim

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Terceira e última etapa, foi a de maior constrangimento devido a que a Administração não possuía

alguns dados exigidos pelo estudo, contudo, os dados encontrados foram analisados e compilados.

1.4. Enquadramento jurídico

O desenvolvimento da actividade turística em Angola está perfeitamente espelhado na legislação

elaborada pelo sector para alavancar a actividade turística e hoteleira em todo País, podendo essas

actividades ser programadas e realizadas a nível central (MINHOTUR, INFOTUR), a nível

provincial (Governo da Província) ou nível local (Administrações Municipais).

Para o presente estudo tivemos como base a Resolução Nº7/97 de 20 de Julho de 2006 que

aprova a Política Nacional do Turismo. Nele estão definidas as linhas mestras de orientação

programática de toda a actividade do sector. Este documento permitiu-nos desenvolver o trabalho

e tecer as recomendações importantes que achamos pertinentes para o estudo.

A Resolução Nº9/97 de 27 de Junho, aprova a Estratégia da Indústria Hoteleira e Turística, e

define as prioridades do sector, dando caminho a elaboração e aprovação pela Comissão

Permanente do Conselho de Ministros do PDT 2011-2020. O PDT baseou-se no clima ameno, na

juventude do povo e nas tradições para definir como tipos de turismo prioritários a desenvolver em

Angola, o turismo recreativo, o turismo cultural e o de Natureza, todos bem espelhados no

presente estudo.

O Decreto-Lei Nº06/97 de 15 de Agosto estabelece as normas respeitantes ao aproveitamento dos

R.T. do país e ao exercício da Indústria Hoteleira e Similar, documento este que nos deu as

diretrizes para a elaboração do I.R.T. do Município.

O Decreto Presidencial Nº 36/16 de 15 de Fevereiro, aprova o regime jurídico da instalação,

exploração e funcionamento dos empreendimentos turísticos, documento este que permitiu a

elaboração do capítulo referente a oferta e a procura turística no Município.

Por fim, a Lei Nº 9/15 de 15 de Junho, cria a Lei do Turismo. Esta Lei estabelece o quadro geral

de suporte a organização, monitorização, promoção e fomento da actividade, e tem como

princípios gerais o da sustentabilidade, transversalidade e competitividade focados no estudo, onde

no qual, define a Administração Municipal como um agente público do turismo, tendo este como

missão promover o desenvolvimento da actividade turística através da coordenação e da integração

das iniciativas públicas e privadas no seu território.

1.5. Constrangimentos

Foram apontados como constrangimentos, questões de ordem administrativa e técnica.

Administrativamente o constrangimento prendeu-se no grande atraso que se verificou no

pagamento inicial (23 de Agosto), data que daria início aos trabalhos, pois para nos deslocarmos,

precisávamos de meios que dependiam do mesmo.

Por outro lado, de ordem técnica, o não funcionamento do sistema de localização geográfica nos

Municípios dificultou a elaboração dos mapas exigidos pelo estudo.

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2. O SECTOR DO TURISMO EM ANGOLA

Angola está localizada na costa ocidental de África. Faz fronteira à Norte e Nordeste, com a

República Democrática do Congo e o Congo Brazzaville, à Leste com a Zâmbia, à Sul com a

Namíbia e à Oeste com o Oceano Atlântico. Possui uma linha de costa de 1.650 Km.

O país ocupa uma área total de 1.246.700 Km2, no qual residem 23.000.000 de habitantes dos

quais 49% homens e 51% mulheres.

Tem como Ponto mais alto o Morro do Moco, com 2.620m, seguido de planície onde se formam as

bacias dos principais rios: Kwanza, Cunene, Keve, Zaire, e Kubango. É dividido

administrativamente por 18 províncias, que por sua vez estão divididas em Municípios, e estes em

Distritos e Comunas. O clima é tropical com duas estações: a seca (cacimbo) vai de Maio à

Agosto, e a das chuvas, tempo quente, vai de Setembro à Abril. As temperaturas médias rondam os

27ºc de máximas e os 17ºc de mínimas.

Angola é um país com uma grande diversidade e qualidade de recursos, os quais constituem

atrações turísticas. As praias, os rios, as montanhas, a fauna e a flora, parques e a sua cultura

heterogenia encontram-se entre os recursos que o país tem para oferecer ao visitante.

O sector do turismo atualmente no país, tem apresentado índices aceitáveis de desenvolvimento,

assistindo um grande aumento do investimento da rede hoteleira e turística, na actualização

legislação e na criação de estratégias de desenvolvimento do sector.

A definição da estratégia de desenvolvimento do sector, teve como produto final a elaboração e

aprovação pela comissão Permanente do Conselho de Ministros, do Primeiro Plano Director do

Turismo de Angola 2011-2020, tendo o MINHOTUR iniciado um novo ciclo da sua história. Este

plano está centrado entre outras coisas, na definição de importantes polos de desenvolvimento

turísticos, em áreas de grandes potencialidades a fim de formar produtos capazes de alcançar as

metas por estas propostas, que se mostraram originais, sustentáveis, mas bastante ambiciosas.

Do ponto de vista dos objectivos a serem alcançados no PDT 2011-2020, o sector propõe atingir as

seguintes metas: 4.6 milhões de turistas, 4.7 bilhões de receitas turísticas, 1 milhão de postos de

trabalho directamente ligados ao turismo e 3% do PIB.

Estes dados levantam sérias dúvidas quanto ao seu alcance, tendo em conta que faltam 3 anos para

o fim do projecto.

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2.1. A Província “ Cuanza Sul”

Mapa 1. Mapa de Angola_Província do Cuanza Sul

Fonte: Engenharia-Química

A província do Cuanza Sul situa-se no Litoral Centro Oeste de Angola, possui uma extensão

geográfica de 55.660 Km2 e é dividida Administrativamente por 12 Municípios. Faz fronteira a

Norte e Noroeste com os rios Kwanza e Longa, a Sul com a província do Bié e do Huambo, a este

com Kwanza Norte, Bengo e Malanje e a Oeste com o Oceano Atlântico.

Tem 1.881,873 habitantes e a sua capital é o Sumbe. Tem um clima tropical e as principais

actividades económicas são a pesca, produção de café, o artesanato e a agricultura.

Foi fundada em 1769 pelo Governador-geral de Angola, D. Francisco Inocêncio de Sousa

Coutinho.

É dotada de muitos recursos turísticos já que no seu território passam vários rios que dão origem a

grandes cachoeiras, água gaseificada e termal nela encontrou belas praias propícias para o banho e

para a prática de desportos náuticos, além de possuir um importante acervo histórico-cultural.

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2.2. O Município “Porto Amboim”

Mapa 2. Delimitação administrativa do Porto Amboim

Fonte: Perfil Municipal Dinâmico- 2014_FAS

O Município de Porto Amboim situa-se entre as coordenadas 10º43´48´´S de Latitude, e

13º45´19´´E Longitude, tendo como fronteiras a Norte com Luanda (Município da Quiçama) sob o

Rio Longa, a Sul com o Município do Sumbe, a Este limita com os Municípios da Kilenda e do

Amboim e a Oeste com o Oceano Atlântico.

Dista a 210 Km da capital do país “Luanda” e a 70 Km da capital da província “Sumbe”.

A ligação por terra entre Porto Amboim e Luanda é feita através estrada nacional 100.

O território municipal tem uma superfície de 3.651Km 2.

E constituído por duas Comunas:

1. Sede;

2. Kapolo.

Tem uma população de 125.969 habitantes, que têm como língua materna o Kimbundu.

O clima é de estepe com temperaturas a rondar dos 18ºc aos 32ºc.

Porto Amboim foi fundado por Capangue, filho de Mulundo, pertencentes ao Reino do N´dongo e

na altura foi batizado com o nome de Mpinda, que significava “largura”.

O primeiro contacto dos povos de Mpinda com os portugueses, deu-se a 15 de Outubro de 1587,

num local chamado Kissonde, por intermédio de António Lopes Peixoto, a mando de seu tio Paulo

Dias de Novais. Esta aproximação faz-se com o objetivo de se erguer um fortim no local com a

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forma de Baía, para nele construir o povoado com a designação de Benguela. Vieram atraídos

pelas minas, que na realidade era um mito, e pouco tempo depois o povoado é abandonado.

Foi em 1771, depois de 196 anos de abandono, e pela importância da região, o Governador Sousa

Coutinho, manda fundar no mesmo sítio, uma povoação com o nome de Benguela Velha.

Em 1773 começa-se a construir as primeiras casas na região

Em 1893 Benguela Velha desperta para o comércio, onde a actividade principal era a

comercialização de escravo, através da permuta por bens como tecidos, missangas, vinhos, entre

outros.

Em 1869 começa-se com o cultivo de algodão que dez anos depois, passou a ser exportado para o

exterior da região.

Aos 16 de abril de 1912, é instalada a 1ª comissão municipal, presidida pelo capitão Salvador José

da Costa.

Em 20 de Fevereiro de 1919, Benguela velha adquire o estatuto de sede, no quadro de uma nova

divisão administrativa. Em 1923, devido o crescimento económico da região quer na agricultura

como na indústria, iniciou-se a construção do caminho-de-ferro do Amboim, cujo trajeto seria

Benguela velha/Amboim.

Foi a 3 de Setembro de 1923, a pedido da companhia construtora do caminho-de-ferro, que a

povoação passou a chamar-se de Porto Amboim, e a 10 de Setembro do mesmo ano o povoado foi

elevado à categoria de vila, que a partir desta data até 1960, Porto Amboim verificou um grande

crescimento com a construção de várias instituições e equipamentos como hospitais, escolas,

pontes, aeródromos, telefonia, entre outros.

Foi então que a 15 de Janeiro de 1974, que a Vila é elevada a categoria de Cidade, pelo Sr.

Fernando Augusto Santos e Castro, Governador da Província de Angola.

3. INVENTÁRIO DOS RECURSOS TURÍSTICOS EXISTENTES NO

MUNICÍPIO

O inventário da oferta turística compreende o levantamento, a identificação e o registro dos

recursos potencialmente turísticos, dos serviços, dos equipamentos turísticos e da infraestrutura de

apoio ao turismo como base a um conjunto de informações que levarão ao planeamento e gestão

da atividade turística. Neste contexto, o Ministério da Hotelaria e Turismo define que:

Inventariar significa registrar, relacionar, contar e conhecer aquilo de que se dispõe

e gerar informação, para pensar que maneira se pode atingir determinada meta.

(Conselho Consultivo do MINHOTUR, em Luanda. 2017).

Já Stigliano e César (2005) relatam que a inventariação detalha todas as estruturas, serviços,

equipamentos e atrativos da localidade de interesse turístico pesquisada.

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O MINHOTUR justifica que para desenvolver as potencialidades turísticas de cada província ou

região é necessário fazer-se o planeamento, e planear consiste em confiabilidade de dados base

para análise de decisões acertadas. (Conselho Consultivo 2017, brochura2)

Neste sentido, o MINHOTUR propõe a realização do inventário da oferta turística como forma de

fundamentar o planeamento e a gestão do turismo em Angola.

A inventariação possibilita o levantamento de dados qualitativos e quantitativos de diversos

segmentos do turismo, tais como: atrativos existentes na região (naturais, culturais, eventos

programados, atividades económicas); os serviços e equipamentos turísticos (hospedagem,

alimentação, transporte, lazer e entretenimento, eventos, etc.); infraestruturas de apoio ao turismo;

e os órgãos de turismo dos Municípios.

O MINHOTUR destacou ainda, a importância da inventariação nos municípios, pois ao analisar

os diversos elementos é possível elencar as características do destino, incluindo as qualidades e os

problemas que precisam de ser verificados, para que os responsáveis possam realizar

investimentos de forma confiável, proporcionando melhorias à população e ao município em geral,

incluindo o âmbito sustentável que é essencial ao turismo.

Portanto, entende-se por Recursos Turísticos como sendo todo o elemento capaz de por si mesmo

ou em combinação com outros, gerar deslocamento turístico (DIAS 2005).

Estes recursos turísticos podem ser naturais ou culturais, e primários, quando ele mesmo é capaz

de atrair turistas, ou de secundário quando a sua visitação não foi o motivo da deslocação.

Portanto, o inventário focou os seguintes aspectos: localização; descrição; categoria;

enquadramento histórico (quando o tem); curiosidades (quando as tem), estado de

conservação; classificação; acessibilidade; infraestrutura de apoio; actividades possíveis e

entidade tutelar e gestora de cada recurso turístico identificado.

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3.1. Recursos Turísticos Naturais

Fotografia 1. Praia da Marginal do Porto Amboim

Fonte: Equipa de consultores

É o principal Recurso Turístico Natural do Município de Porto Amboim e é muito frequentado aos

fins de semana.

Localização – Está localizada na marginal de Porto Amboim entre a ponte cais e a pescaria.

Descrição – Praia de águas calmas durante quase todo o ano, e agitadas em Setembro e Outubro,

de areias limpas.

Categoria – Recurso natural

Estado de conservação – A praia em si está em bom estado de conservação, é limpa, apenas as

calemas que ocorrem de vez em quando provocam a diminuição da extensão da praia.

Classificação – Recurso Turístico primário.

Acessibilidade – Fácil

Infraestruturas de apoio – Tem ao longo da praia restaurantes de segunda classe, hospedarias a

3m, hotéis de diferentes categorias, hospitais, supermercados, boutiques, farmácias e instituições

públicas.

Actividades possíveis – Desportos náuticos, vólei de praia, escultura na areia.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora - Estado

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Fotografia 2. Praia dos namorados (Buamba)

Fonte: Equipa de consultores

Local onde, segundo relatos dos munícipes, os namorados se encontram devido a sua localização

escondida.

Localização - Situada na Buamba, a 15 km a Norte da cidade.

Descrição – É uma praia com uma vasta extensão, de águas calmas e areias brancas.

Categoria – Recurso Natural.

Curiosidades – Buamba, quer dizer “A traseira de uma boa mulher”.

Estado de conservação – É bom, precisando apenas de uma limpeza na areia para retirar o lixo aí

deixado pelos namorados.

Classificação – Recurso Turístico Primário

Acessibilidade – É de terra batida, mas de difícil acesso para carros ligeiros.

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – Banho de sol e mar, desportos na água e na areia.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 3. Foz do Rio Keve

Fonte: Equipa de consultores

Local replecto de encantos turísticos. No seu entorna encontramos uma conjugação de Praia,

Morros e áreas de túmulos muito frequentados pelos turistas, principalmente nacionais.

Localização – A Sul do Município, especificamente no bairro de N’gola Mussungo.

Descrição – Praia extensa, local onde o rio encontra o mar, tem uma bela e enorme paisagem,

contendo uma ilha entre o rio e o mar.

Curiosidades – Na foz do rio Keve, encontram-se vários locais de muita tradição como o “Morro

do Kienda” local de toda a tradição de Porto Amboim, assim como de outras regiões da província,

esta tradição tem a ver com os rituais tradicionais que se fazem para acalmar ou pedir chuva, para

que tenham uma época de pesca abundante, entre outras, o “Morro das provas” considerado

pelos habitantes locais como muito perigoso, onde não entram pessoas com problemas familiares

ou qualquer outro tipo de problemas, correndo o risco de não regressar. E também há túmulos de

escravos nesta área. Além desta particularidade cultural tem também a desportiva, porque aí se

realizam provas de rali.

Categoria – Recurso natural, em conjugação com os culturais.

Estado de conservação – É bom, mas precisa de limpeza periódica.

Classificação – Recurso Turístico Primário

Acessibilidade – Razoável (Difícil em tempo de chuva)

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – Banho na praia, desporto na areia como andebol de praia, pesca

desportiva.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 4. Foz do Rio Longa

Olhares.sapo.pt – Ampe Rogério/RA - RIO LONGA

Local muito frequentado pelos turistas, e onde se realizam diversas actividades recreativas.

Localização – À Norte do Município.

Descrição – Praia extensa de águas calmas, faz-se desova de tartarugas.

Categoria – Recurso Natural

Estado de conservação – É bom

Classificação – Recurso Turístico Primário

Acessibilidade – Estrada em bom estado de conservação, acesso fácil.

Infraestruturas de apoio – Tem apenas um restaurante e uma peixaria.

Actividades possíveis – Banhos na praia, actividades desportivas como andebol de praia e provas

de ralis.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 5. Iondó

Fonte: Equipa de consultores

É um local histórico porque está fortemente ligado ao tráfico de escravos que aí se fazia no tempo

colonial, e sagrado porque é de forte tradição.

Localização – Km 28.

Descrição – É um local que relembra o tempo de escravos, pois era aí onde alguns viam pela

última vez a sua terra natal.

Categoria – Recurso natural;

Estado de conservação – É razoável, precisando de limpeza da água e da areia;

Classificação – Recurso secundário;

Acessibilidade – Razoável (difícil em tempo de chuva)

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – banho, pesca, passeio de canoa, campismo.

Entidade tutelar – Estado.

Entidade gestora – Estado.

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Fotografia 6. Cachoeira do Binga

Luizchinguar.bogspot.com

Local muito visitado devido a beleza e a sua paisagem.

Localização – A Este do Município, especificamente na área da Binga

Descrição – São quedas de água com uma extensa margem.

Curiosidades – Binga significa “Chifre”, porque neste local se comercializavam chifres de

animais. Estas cachoeiras têm a particularidade de ter 4 dependências que são a Gabela, o Sumbe,

Conda e Porto Amboim.

Categoria – Recurso Natural

Estado de conservação – Bom

Classificação – Recurso turístico primário

Acessibilidade – Bom acesso

Infraestruturas de apoio – Tem uma pousada e um restaurante.

Actividades possíveis – No local existem barcos para a realização de passeios na água, toma-se

banho nas cachoeiras, e no tempo seco pode-se atravessar as cachoeiras de uma margem à outra a

pé.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 7. A Baía do Porto

Fonte: Equipa de consultores

Local onde está projectada a construção de um porto, que se pretende de dimensão internacional.

Acreditamos que a construção dessa infraestrutura poderá inibir a actividade turística no local.

Localização – À Sul da cidade, próximo ao morro do Kissonde.

Descrição – É uma Bahia, onde se fez a drenagem da areia, tornando-a bastante profunda, tem

águas calmas, areias limpas e uma extensão de quase 3 km.

Categoria – Recurso Turístico Natural

Estado de conservação – Bastante bom

Classificação – Recurso turístico Primário

Acessibilidade – Fácil

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – Pesca desportiva e banho na praia.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 8. Praia do Calele

Fonte: Equipa de consultores

Localização – Está na Aldeia do Calele, a 60 km de Porto Amboim

Descrição – É uma bela praia de águas calmas e areias brancas

Categoria – Recurso Natural

Estado de conservação – Razoável, e no tempo chuvoso fica poluída

Classificação – Recurso turístico primário

Acessibilidade – Difícil acesso

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – Banho de sol e mar, desportos náuticos em especial a Vela.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 9. Morro do Canivete

Fonte: Equipa de consultores

É o pico mais alto da cidade, onde se encontra o farol da capitania do porto.

Localização: Está no centro da cidade de Porto Amboim perto da ponte cáz.

Descrição – É um morro no qual se tem acesso de carro, é o pico mais alto, pois se tem a vista

completa da cidade de Porto Amboim.

Categoria – Recurso turístico natural

Estado de conservação – É regular, precisa de reparação da ponte que dá acesso ao morro pela

praia.

Classificação – Recurso natural primário.

Acessibilidade – Razoável

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – Observação da cidade (miradouro), fotografar, filmar.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Quedas do Mugigi

Localização – Comuna do Kapolo, no Caio Régua

Descrição – São quedas de água rodeadas de um encontro natural belíssimo, tem ao redor uma

floresta com uma vasta gama de animais.

Categoria – Recurso turístico natural

Estado de conservação – Bom

Classificação – Recurso turístico primário

Acessibilidade – Passa-se bem no tempo seco, mas é inacessível no tempo chuvoso.

Infraestruturas de apoio – Não tem

Actividades possíveis – Banho, natação, pesca desportiva.

Entidade tutelar – Estado

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3.2. Recursos Turísticos Histórico – Culturais

Fotografia 10. Monumento da Fundação da Cidade

Fonte: Equipa de consultores

António Lopes Peixoto chegou a cidade de Porto Amboim no dia 15 de Outubro de 1578. No

local do 1º encontro foi feito um túmulo simbólico em sua homenagem. Hoje considerado local da

fundação da cidade. António Lopes Peixoto não foi sepultado neste local. Não de sabe onde nem

quando onde ele morreu. Todos os anos são feitas oferendas e sacrifícios no seu túmulo, a fim de

relembra-lo e homenageia-lo.

Localização - Na cidade junto a Sonangol

Descrição - É um monumento que presta homenagem a fundação da cidade

Categoria – Recurso turístico histórico-cultural

Estado de conservação – Bom

Classificação – Recurso turístico secundário

Acessibilidade – Muito boa

Infraestruturas de apoio – Não têm

Actividades possíveis – Visitação

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

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Fotografia 11. Monumento do Comboio (Benguela velha)

Fonte: Equipa de consultores

Local histórico, porque marca a construção do caminho-de-ferro que faria o trajeto de Benguela

Velha ao Amboim.

Localização – Junto à costa do morro do canivete, entre a Bahia da Sonangol e a Empresa Painal.

Descrição – É uma antiga locomotiva.

Categoria – Recurso turístico cultural.

Estado de conservação – Precisa ser melhorado o seu aspecto, com a pintura do monumento.

Classificação – Recurso secundário.

Acessibilidade – Fácil

Infraestruturas de apoio – Não tem.

Actividades possíveis – Visitação.

Entidade tutelar – Estado

Entidade gestora – Estado

Além dos recursos apresentados, achamos conveniente para efeitos de dar a conhecer um pouco

mais da realidade cultural da população de Porto Amboim, incluir alguns lugares tradicionais,

cujos habitantes apoiam suas crenças e costumes deixados há várias gerações, apesar de que no

Município fazem-se rituais tradicionais nos Morros, rios e lagos também.

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Fotografia 12. Zemba do Rio Kuvo

Fonte: Equipa de consultores

Local de tradição, onde as autoridades tradicionais reúnem para tratar questões tradicionais do

município.

Localização – À Sul do município, especificamente no bairro do N’gola Mussungo

Descrição – Trata-se de uma casa feita de pau a pic, onde as mais altas autoridades tradicionais se

reúnem antes e depois das chuvas.

Categoria – Recurso turístico cultural

Estado de conservação – Bom

Classificação – Recurso turístico secundário

Acessibilidade – Razoável

Infraestruturas de apoio – Não há

Actividades possíveis – Visitação e contacto com a cultura.

Entidade tutelar – Entidades tradicionais

Entidade gestora – Entidades tradicionais

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Fotografia 13. Tambu do Rio Kuvo

Fonte: Equipa de consultores

Com um cadáver de um escravo desconhecido dentro, está aí há muitos anos também é um local

de tradição de chuvas, festejam o primeiro cultivo de milho. É normalmente visitado uma vez por

ano por aqueles que estão autorizados a visitar ou abrir a capela, antes e depois das chuvas. A

capela é sempre refeita quando danificada fica, o cadáver está lá exposto.

N´gola Lombo

Local onde vivem os povos oriundos dos N’golas (Malanje, Cuanza Norte).

Localização – Norte de Porto Amboim.

Descrição – é um local bastante tradicional rodeado de três sítios de culto, a Mulembeira com a

bacia de pedra, e a pedra esculpida.

Categoria – Recurso turístico cultural.

Estado de conservação – Bom.

Classificação – Recurso turístico secundário.

Acessibilidade – De terra batida, mas em bom estado.

Actividades possíveis – Visitação e contacto com a tradição.

Entidade tutelar – Entidades tradicionais

Entidade gestora – Entidades tradicionais.

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Fotografia 14. Santuário do Santo António

Fonte: Equipa de consultores

Localização – Bairro dos Caminhos de Ferro de Angola (CFA).

Descrição – É uma Igreja Católica onde se efectuam retiros espirituais e recebem fies de vários

pontos da Província.

Categoria – Recurso turístico cultural.

Classificação – Recurso turístico secundário.

Acessibilidade – Bom.

Entidade tutelar – Igreja Católica

Entidade gestora – Igreja Católica.

3.3. Eventos

Festas do Mar - Realizadas a 15 de Agosto para saudar o início da pesca, e proteger os

pescadores.

Durante o evento muitas actividades recreativas e desportivas acontecem por todo o município.

Também se fazem rituais tradicionais para as sereias.

Festas da Cidade - Realizadas de 15 à 30 de Outubro, data consagrada a sua fundação.

Actividades recreativas, desportivas, e visitas se realizam durante as festividades.

Carnava l- É um símbolo para o Município, sendo eleitos o Kimbwelela e o Katembi como as

danças focloricas representativas e são acompanhados com intrudo varina na recepção de altas

entidades que visitam o Município.

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3.4. Análise SWOT dos Recursos Turísticos

Pontos fortes – O Porto Amboim está dotado de um leque diversificado e complementado de

recursos turísticos com potencial diferenciador, possuindo acessibilidade rodoviária aceitável,

clima ameno, paisagem, rios, mar, e uma cultura muito rica. Um ponto forte vincado é a

abundância de recursos hidrográficos e a forte ligação que alguns desses recursos têm com rituais

tradicionais.

Pontos fracos – As vantagens comparativas (recursos turísticos) que o município tem,

caracterizam-se por terem uma exploração reduzida dos mesmos para criação de uma vantagem

competitiva (exclusividade) sustentável, visto que não existem produtos turísticos criados no

município. Um ponto fraco presente em quase todos os recursos é a falta de sinalização turística, e

a inexistência de infraestruturas de apoio ao turismo, uma oportunidade para a administração

começar a pensar num plano para sinalização dos locais turísticos e a criação de isentivo ao

investimento privado para a construção de infraestruturas de apoio.

Oportunidades – As oportunidades do desenvolvimento turístico no município recaem sobre o

turismo de Sol e Mar e de Natureza tendo em conta o aceitável numero de praias, rios e lagos

existentes. Outro tipo de turismo a desenvolver é o de desportos náuticos, podendo assim ser

criado um único produto turístico.

Ameaças – As ameaças de desenvolvimento turístico de alguns activos turísticos, é que existe o

mesmo tipo de recurso em varias partes do município, tornando a concorrência interna muito

intensa, além de haver concorrência nos territórios vizinhos.

Por isso há a necessidade de se criar vantagens competitivas susceptíveis de atrair um fluxo de

turistas capazes de criar um desenvolvimento local.

Passamos então a detalhar os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças identificadas nos

recursos turísticos existentes.

Tabela 1. SWOT- Praia d a Marginal do Porto Amboim

Fonte: Equipa de Consultores

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Degradação da praia devido as construções de betão;

2. Falta de sinalização;

3. Falta de balneários;

4. Falta de salva-vidas.

1. Diminuição da praia devido as calemas que as vezes

acontecem e pelas contruções de betão feitas na orla

costeira.

1. Desenvolver o turismo de sol e mar;

2. Criação de torneios de vólei de praia e desportos

náuticos;

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Localização privilegiada no centro da cidade;

2. Tem uma vasta gama de restaurantes e infraestruturas de

apoio;

3. Beleza natural;

4. Própria para o banho.

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Tabela 2. SWOT- Praia dos namorados

Fonte: Equipa de Consultores

Tabela 3. SWOT- Foz do Rio Keve

Fonte: Equipa de Consultores

Tabela 4. SWOT- Foz do Rio Longa

Fonte: Equipa de Consultores

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Falta de infraestruturas de apoio;

2. Falta de sinalização;

3. Falta de balneários;

4. Falta de nadadores salvadores.

1. Ser preterida em relação a outros destinos concorrentes. 1. Desenvolver o turismo de sol e mar;

2. Criação de infraestruturas de apoio;

3. Desenvolver o turismo náutico;

4. Criar desportos de praia.

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Localização;

2. Própria para o banho;

3. Realização de actividades desportivas;

4. Extensão da praia

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Fraca limpeza do local;

2. Falta de sinalização;

3. Forte dependência à tradição para a visitação do

entorno

4. Falta de infraestruturas de apoio

1. Concorrência;

2. Baixo fluxo de visitantes;

3. Risco de secar no tempo de cacimbo

1. Desenvolver o turismo cultural;

2. Desenvolver o turismo de sol e mar;

3. Revitalização da cultura;

4. Criação de um roteiro para visitar todo entorno;

5. Tornar-se um produto turístico.

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Localização;

2. Beleza paisagística;

3. Encontro do mar com o rio;

4. Riqueza cultural no entorno

5. Realização de actividades desportivas;

6. Realização de actividades de pesca;

7. Área de banho

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Não possui sinalização turística;

2. Limpeza do local deficiente;

3. Não possui baldes de lixo.

1. Forte concorrência;

2. Poluição das águas.

1. Potencial para desenvolver o turismo recreativo;

2. Desenvolvimento de turismo de natureza;

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Beleza natural e paisagística;

2. Encontro entre o mar e o rio;

3. Propicio para o banho;

4. Realização de actividades desportivas;

5. Muito frequentado;

6. Circuito de provas de rali;

7. Desova das de tartarugas.

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Tabela 5. SWOT- Cachoeira do Binga

Fonte: Equipa de Consultores

Tabela 6. SWOT- Baía do Porto

Fonte: Equipa de Consultores

Tabela 7. SWOT- Morro do Canivete

Fonte: Equipa de Consultores

Tabela 8. SWOT- Monumentos

Fonte: Equipa de Consultores

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Não pertence só a Porto Amboim, cada lado depende

de outro município, Conda, Sumbe e Gabela;

2. Inexistência de sinalização;

3. Infraestruturas de apoio insuficientes.

1. Secar no tempo de cacimbo porque se consegue

atravessar as cachoeiras de uma margem para a outra.

1. Desenvolvimento do turismo recreativo.

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Beleza paisagística;

2. Propicia para o banho;

3. Bom estado de conservação;

4. Acesso favorável a visitação;

5. Realização de actividades de recreio.

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Infraestruturas de apoio;

2. Inexistência de sinalização turística;

3. Perigosa para o banho, devido a drenagem da areia da

praia, tornou-a muito profunda;

4. Inexistência de salva-vidas.

1. Poluição da água (petróleos);

2. Concorrência.

1. Desenvolvimento da pesca desportiva (tipo de

turismo);

2. Turismo de sol e mar;

3. Desportos náuticos, prática de surf e pesca;

4. Desportos de praia como vólei, andebol, futebol de

praia entre outros.

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Realização de pesca desportiva;

2. Beleza paisagística;

3. Localização;

4. Acesso;

5. Realização de desportos.

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

1. Acesso;

2. Falta de proteção ao observador;

3. Fraca higienização do local.

1. Risco de acidente por falta de proteção. 1. Construção de um miradouro

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Localização;

2. É o pico mais alto do município;

3. Vista privilegiada da cidade.

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

Monumento fundação da cidade

• Pouco divulgado

Monumento Benguela Velha

• Precisa de manutenção

• Baixo fluxo de visitantes

• Fraca de divulgação

• Criação de um roteiro pedagógico para a visitação dos

Monumentos.

ANÁLISE SWOT

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

Monumento fundação da cidade

• Representa a história

• Bem localizado

• Bem conservado

Monumento Benguela Velha

• Fácil acesso

• Retrata a história

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4. DIAGNÓSTICO SWOT DO MUNICÍPIO

O diagnóstico descreve a situação atual do turismo e de outros sectores com os quais o turismo

está relacionado, em um determinado local, com uma análise das potencialidades locais e uma

avaliação das oportunidades, além de uma análise das dificuldades, ameaças e problemas

existentes.

As Potencialidades turísticas são as possibilidades de desenvolvimento turístico. É o conjunto de

qualidades de uma localidade que ainda não são atrativos turísticos, mas têm tudo para vir a ser. O

potencial turístico gera oportunidades que, para se transformarem em realidade, exigem que se

superem dificuldades e problemas.

O potencial turístico de uma região não depende apenas de seus atrativos naturais, conforme

afirmam estudos internacionais sobre o sector, vincula-se também a uma série de variáveis

relacionadas as condições de vida da população, quanto a capacidade de gerar renda e riqueza pela

economia local e as condições básicas das infraestruturas que irão facilitar o desenvolvimento do

turismo como: saneamento básico, o fornecimento de energia e água, os acessos, as questões

ambientais, entre outros factores, que determinam uma demanda a longo prazo, isto é, o fluxo de

pessoas e de receitas originados pela actividade turística num local considerado como destino

turístico.

Porto Amboim é um Município com fortes características naturais, que pode ser considerado

como uma Zona Potencialmente Turística porque têm lindas praias e outros atrativos naturais,

uma vasta gama de estabelecimentos de alojamento e alimentação, uma história e cultura ricas, que

podem motivar movimentos turísticos interessantes.

Para que se faça um estudo de desenvolvimento realista que satisfaça os anseios e desejos da

população deste Município, foram levantadas informações sobre as dimensões socioeconómicas,

das infraestruturas e dos potenciais atrativos existentes como a localização, população, o emprego

no turismo, etc.

As infraestruturas urbanas apresentam deficiência quanto à cobertura de água, energia e esgotos,

além de que a recolha de lixo nas artérias do município se mostra deficiente devido ao acúmulo de

lixo verificado em cada esquina.

O maior potencial turístico do Município é o hidrográfico, propenso ao desenvolvimento do

turismo recreativo através da dinamização de actividades nas praias, rios, cachoeiras que este

apresenta, e o turismo cultural devido aos atrativos históricos ligados a escravatura e aos rituais

tradicionais praticados pela população local.

O Município apresenta uma vasta oferta de alojamento considerado de qualidade média, mas, no

entanto todos eles arrogam a falta de clientes, porque a maioria destes foram construídos sem ter

em conta um estudo da demanda turística local, mas sim devido a que determinada empresas como

a Painal, fixaram os seus estaleiros no Município o que originou o aumento rápido dos meios de

alojamento, no entanto, estas empresas diminuíram as suas actividades em 80% e o resultado é a

quantidade de quartos disponíveis neste momento.

O sector apresenta uma deficiência notável a nível da qualificação dos funcionários que prestam

serviços diretamente ao turismo porque nenhum tem formação no ramo.

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Notou-se também qua a maior parte dos restaurantes da formação on job, o que amortiza

minimamente esta problemática. A caracterização do sector do turismo no Município mostra um

local com potencialidade para o turismo de sol e mar, cultural e de aventura, no entanto, apenas o

turismo de sol e mar é praticado, o que implica a concentração do fluxo de turistas nos meses mais

quentes, portanto passamos a análise swot pormenorizada dos aspetos importantes já

referenciados.

Tabela 9. SWOT do Município

Fonte: Equipa de Consultores

5. ANÁLISE SITUACIONAL DO TURISMO NO MUNICÍPIO

5.2. A Oferta

Entende-se por Oferta, a constituição de bens e serviços que são oferecidos para o consumo do

turista, disponibilizando um amplo leque de produtos que abrange tanto o sector terciário

(Transportes, Sector bancário, Seguros, etc.) como o sector secundário (Instalações,

Infraestruturas, Construção Civil etc.) e o sector primário (Bens Agrícolas para a transformação e

para a alimentação) (BENI,2000).

Este conjunto de recursos é considerado como mercadoria turística que determina toda a

formulação de um planeamento sistémico-económico do turismo, onde os recursos são a razão

geral a partir do qual, as acções específicas do planeamento podem ser formuladas.

(CHURCHMAN,1971)

Segundo DIAS (2005), os principais componentes da oferta são como já nos referimos acima, os

recursos turísticos, os serviços e equipamentos turísticos compostos pelos meios de hospedagem, a

alimentação, o entretenimento e os serviços de apoio ao turista. Este epígrafe vai concentrar-se nos

serviços e equipamentos turísticos (estabelecimentos hoteleiros e meios complementares de

alojamento) e na alimentação (restaurantes e snack bares). Passamos então, a detalhar a existência

da rede hoteleira e de restauração existente no Município a seguir:

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

• Localização

• Acesso ao município

• Clima ameno

• Dimensão

• Oferta de quartos/restaurantes

• História

• Forte cultura

• Oferta de recursos turísticos naturais diversificada

• Único município em Angola que possui Ostras.

• Estradas da cidade esburacadas

• Falta de ordenamento costeiro

• Construções inapropriadas na praia

• Falta de formação especializada

• Não possui transporte coletivo nem táxi

• Inexistência de sinalização turística

• Deficiente iluminação pública

• Abastecimento de água irregular

• Saneamento básico deficiente

• Fraca oferta de serviços de apoio ao turismo nos

locais com potencialidades turísticas

• Inexistência de um Plano de desenvolvimento turístico

• A concorrência pode afectar o desenvolvimento turístico

no Municipio

• As calamidades podem afectar a Marginal de Poto

Amboim

• Elaboração do Plano de desenvolvimento turístico

local

• Criação de políticas favoráveis a formação turística

• Tornar-se num destino turístico

• Desenvolvimento do turismo de sol e mar, de

Aventura e Cultural

ANÁLISE SWOT

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5.2.1. Hotéis e Meios Complementares de Alojamento Turístico

Quadro 1. Estabelecimentos Hoteleiros

HOTÉIS

N.º

Denominação

Classificação

Quartos

Camas

Mesas

Cadeiras

Localização

1 Casa Branca 3*** 110 110 Bº Cauila

2 Miramar 2** 36 36 30 160 Rª Cmdt.

Kussumua

3 Diamond 2** 39 39 13 83 Estrada Nº

100

4 Santa Luzia 2* 90 90 25 100 Estrada Nº

100

5 Maritimo 1* 30 30 16 82 Estrada nº

100

6 Azevedos 1* 24 40 13 50 Rª dos

Namorados

7 Vircop 1* 23 23 20 80 Rª Dr.

António

Agostinho

Neto

TOTAL 352 368 117 555

PENSÕES

Denominação

Classificaçã

o

Quartos

Camas

Mesas

Cadeiras

Localização

1 Royal Plaza 3*** 20 22 12 42 Rª Viriato da Cruz

2 Estrela de

Recordação

1* 24 24 12 48 Rª José Sabino

3 MA-Dino 1* 20 20 12 48 Rª Viriato da Cruz

4 Pinto Conto 1* 7 7 8 16 Rª José Sabino

5 Farol 1* 5 5 12 48 Rª Alfredo Pacuta

TOTAL 76 78 56 202

OUTROS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO

N

º

Denominação

Classificaç

ão

Quartos

Cama

s

Mesas

Cadeiras

Localização

1 Vista Mar Hospedaria 7 7 Rª Alfredo Pacuta

2 Josil Hospedaria 11 11 20 80 Marginal

3 Chelma Hospedaria 7 7 --- --- Rª José Sabino

4 Vunji Kita Hospedaria 7 7 --- --- Rª José Sabino

5 Casa Branca Residencial 54 54 3 18 Bº Cauila

6 Kiungo Complexo 18 26 --- --- Estrada Nº 100

7 Cabuenha Albergaria 18 18 --- --- Bº do Tango

TOTAL 130 122 23 98

TOTAL

554

576

196

855

Fonte de dados: Administração Municipal

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Todos os estabelecimentos hoteleiros pesquisados reclamaram a falta de clientes neste momento,

chegando mesmo a ter taxas de ocupação inferiores a 20% durante um mês consecutivo. No

entanto a criação de estratégias de desenvolvimento turístico depois de implementadas com

sucesso, podem dar origem a grandes fluxos de turistas, motivo pelo qual o Município deve se

precaver e criar condições para a expansão e do melhoramento da rede hoteleira.

5.2.2. Os estabelecimentos de Alimentação e Bebidas

Quadro 2. F&B

RESTAURANTES

Nº Denominação Classificação Nº de

Mesas

Nº de

Cadeiras

Localização

1 Marés do Amboim 2 Classe 32 94 Rª Alfredo Pacuta

2 Mindelo 2 Classe 26 120 Rª Alfredo Pacuta

3 Farol 2 Classe 12 48 Rª Alfredo Pacuta

4 Amboim 2 Classe 30 120 Rª Alfredo Pacuta

5 Cook 2 Classe 32 120 Rª Viriato da Cruz

6 Sandra Falcão 3 Classe 6 24 Estrada Nº 100

7 Sigueth 3 Classe 8 28 Foz Rio Longa

8 Evacuar 3 Classe 22 82 Estrada Nº 100

9 Mupinda Gril 3 Classe 48 112 Marginal

10 Nelson Nogueira 3 Classe 14 84 Estrada Nº 100

11 Cosmar 3 Classe 24 96 Rª Alfredo Pacuta

TOTAL 254 928

SNACK-BAR

Nº Denominação Classificação Nº de

Mesas

Nº de

Cadeiras

Localização

1 Pinto Conto 3 Classe 6 24 Rª Cmdt. Dilange

TOTAL 6 24

TOTAL GERAL 300 952

Fonte de dados: Administração Municipal

Os restaurantes, no momento actual, têm uma capacidade em termos de mesas e cadeiras

adequadas para atender a demanda turística verificada neste momento, mas, assim como os

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estabelecimentos hoteleiros, os restaurantes também vem crescer em número e qualidade, e em

áreas diversificadas diminuindo assim a concentração dos mesmos no centro da cidade.

5.2.3. Análise SWOT da Oferta

Tabela 10. Analise SWOT da oferta

Fonte: Equipa de Consultores

5.2.4. Empregos no Turismo

Num período de recessão, como o atual momento da economia angolana, a questão do emprego

passa a merecer um tratamento especial. Neste sentido, sectores relativamente intensivos em mão

de obra como o turismo, tendem a ser priorizados pelas políticas governamentais. Este epígrafe

propõe-se a analisar factores importantes dos empregos directos gerados pela actividade turística

no Município de Porto Amboim.

A análise dos dados levantados na pesquisa de campo realizada pela equipa consultora, descreve o

perfil do sector, em especial, o hoteleiro.

Durante o estudo foram entrevistados 56 trabalhadores de diversos estabelecimentos de alojamento

e restauração num universo de 226 funcionando no sector, segundo dados fornecidos pela Direção

Municipal do Turísmo de Porto Amboim, perfazendo 25%.

Várias foram as perguntas que compuseram a pesquisa, contudo, o foco baseou-se nas seguintes:

1. Sexo

2. Idade

3. Formação em turismo

FACTORES

INTERNOS

FACTORES

EXTERNOS

OPORTUNIDADESAMEAÇAS

FORÇAS FRAQUEZAS

1. Alojamento

• Oferta de hotéis e de meios complementares de

alojamento;

• Preços razoáveis equiparados com a qualidade;

• Localização privilegiada, 90% dos estabelecimentos

encontram-se no casco urbano;

• Diversidade de tipologia de alojamento.

2. F&b

• Localização, centro da cidade;

• Gastronomia diversificada, oferecendo pratos da culinária

nacional e internacional de boa qualidade;

• Decoração agradável dos restaurantes;

• Música ambiente;

• Higiene e preservação dos espaços;

• Formação on job dos trabalhadores .

• Preços equiparados a qualidade oferecida;

1. Alojamento

• Oferta concentrada no casco urbano

• Fraca qualidade dos serviços.

• Falta de qualificação dos funcionários;

• Estado de conservação da maioria dos

estabelecimentos, apresentam humidade, cheiro a mofo

e fissuras.

2. F&B

• Falta de qualificação profissional no ramo hoteleiro;

• Qualidade dos serviços;

3. Animação

• Inexistência de actividades de animação turística;

1- Alojamento

• Risco de fecharem por falta de hóspedes.

2- A&B

• Os restaurantes localizados na marginal, correm o risco de

desaparecer devido as calemas que assolam a área

frequentemente;

• Risco de fecharem devido a diminuição de clientela.

1- Alojamento e A&B

• Criação de escolas de formação turística

• Criação de políticas de promoção do destino Porto

Amboim por parte da Administrção Municipal

ANÁLISE SWOT

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Os resultados do estudo apontam que o perfil do emprego no sector é jovem e que na sua maioria

são do sexo masculino.

Tabela 11. Emprego por Género

SEXO Q +CL %

Masculino 127 57

Feminino 99 43

Total 226 100

IDADE FREQ %

< 30 47 84

< 40 9 16

Total 56 100

Elaboração Própria

O estudo revelou ainda que se trata de uma mão-de-obra sem qualificação especifica em turismo,

mas que no entanto, existem estabelecimentos que dão formação continua aos trabalhadores on-

job, o que permite ao trabalhador realizar as tarefas básicas de atendimento ao cliente com maior

cuidado e empenho, no entanto a questão da formação, com certeza, chama a atenção a

necessidade da criação de politicas publicas para o sector.

5.3. A procura

5.3.1. Número de turistas que entram no Município

A procura turística que ocorre no Município, segundo a pesquisa realizada é sazonal, baixa de

Agosto à Outubro, alta de Novembro a Janeiro e média de Fevereiro a Julho.

Gráfico 1. A procura

Elaboração própria

E vem diminuindo significativamente nos últimos tempos, ficando os estabelecimentos hoteleiros

com baixos níveis de ocupação. O período de permanecia varia de dois à quatro dias e

normalmente os turistas viajam acompanhados.

Os movimentos da procura deve ser estudado também nas épocas médias e altas para se ter uma

informação mais completa e se definir políticas de desenvolvimento diferentes para cada época.

0

2,5

3,5 4,5

0

4,4

1,8 2,8

0

2 3 5

Procura Turística

Época Baixa Época média Época Alta

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5.3.2. Origem dos Turistas

A origem dos turistas segundo dados estatísticos fornecidos pela Direcção Municipal do Turísmo

de Porto Amboim, é proveniente de várias partes do mundo, com maior ênfase no interior do País,

o que nos mostra, que os angolanos têm realizado o turismo doméstico, o que favorece a criação de

políticas de desenvolvimento do turismo interno.

Gráfico 2. Proveniência dos turistas

Elaboração própria com dados da Direcção Municipal do Turismo

5.3.3. Motivação das Viagens

Quanto à motivação das viagens para o Município, os resultados obtidos são apresentados na

tabela nº 3, onde verificamos que os principais aspectos que originam estas deslocações são o

destino sol e mar, a gastronomia, as boas condições da estrada nacional que dá acesso ao

Muncípio, as belezas da paisagem, entre outros. Obtivemos estes dados com os inquéritos

realizados aos turistas encontrados nos estabelecimentos de alojamento e reatauração, durante o

estudo.

Tabela 12. A Motivação

Variáveis

independentes Primeiras posições

Imagem

Destino de

Sol

62 %

Destino de

prazer

20 %

Destino hospitaleiro

50 %

Atitude

Atributos

considerados

importantes num

destino

Preservação

ambiental

18 %

Beleza da

paisagem

57 %

Pessoal

recepcionista

acolhedor

46 %

Gastronomia

55 %

Risco

Preços

excessivos

38 %

Qualidade da

estrada N. 100

80 %

Constrangimento de

tráfego

0%

Elaboração própria

Angola

61%

Europa

15%

Australia

9%

Outros

15%

Quantidade e Proveniência dos Turistas

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6. SERVIÇOS PÚBLICOS/PRIVADOS E FORMAIS/INFORMAIS DE APOIO

AO SECTOR DO TURISMO

Os serviços de apoio a actividade turística são de grande importância, devido a que os mesmos

determinam o investimento no sector e o desenvolvimento da actividade em si, são serviços que na

sua maioria de resolução a nível governamental, porque é o estado que constrói estradas, canaliza

água, fornece a energia, organiza o sistema de saúde, é responsável pelo saneamento básico e

facilita as comunicações, elementos essenciais ao desenvolvimento local.

Abaixo passamos a descrever os serviços existentes no Município do Porto Amboim.

6.2. Abastecimento de Água

Quanto ao abastecimento de água, esta é captada no Rio Keve através de bombas de captação e de

elevação instalada (ETA) ao longo da linha que sai da ETA ao Bairro Medungue.

Existem apenas dessasseis derivações que abastecem a população da cidade, mas, nos Bairros e

aldeias a água é fornecida por fontanários ou recolhida directamente nos rios.

Este abastecimento irregular faz com que os proprietários de estabelecimentos hoteleiros, similares

e restauração, se vejam obrigados a recorrer a cisternas de 40 litros semanais para assegurar que

não falta esse líquido precioso, e naturalmente, aumenta os custos de funcionamento.

6.3. Fornecimento Energia

A distribuição de energia elétrica a cidade é feita pela ENDE, de forma irregular, apesar da mesma

se beneficiar de energia proveniente da Barragem de Cambambe, através da Subestação da Gabela

com uma capacidade instalada de 16 MW, no entanto, os quatro geradores que apoiam o

fornecimento estão inoperantes, o que causa essas falhas na distribuição de energia, principalmente

nas zonas ruais. Além disso, tanto a cidade como os bairros periféricos não têm iluminação Públia,

pelo facto, vê-se uma cidade e bairros bastante escuros durante as noites.

As falhas de energia que as vezes se registam, obrigam a que os empreendimentos turísticos e

hoteleiros utilizem a energia provenientes dos seus geradores elétricos, aumentando assim o custo

de funcionamento.

Existe apenas uma empresa de energia localizada nos arredores da cidade, e pertence a ENDE.

6.4. Transportes

Porto Amboim não possui redes de transportes públicas ou privadas, apenas algumas companhias

de autocarros como: MACON, SGO, e a ANGO REAL que têm paragens na via principal do

Município, mas o destino das viagens é o Sul de Angola ou Luanda.

Os taxistas vulgo “candongueiros” fazem os seus trajetos apenas de Porto Amboim para os outros

municípios mas não circulam dentro da cidade.

As paragens para esses táxis situam-se no controlo Sul e no mercado do município.

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Dentro da cidade o serviço de transporte utilizado são as Moto-táxis, e estes estão organizados

através da associação Amotrang.

Existe um porto, mas o mesmo se encontra inoperante neste momento.

O Município possui um aeródromo que funciona com muita dificuldade e quando o faz, apenas

recebe avionetas e helicópteros.

Portanto, é necessário que se criem redes de transportes públicos e privados com as respetivas

paragens em todo o Município, para que de facto se tenha uma movimentação facilitada tanto para

a população residente, como para os turistas que aí acorram, evitando desta forma que o turista

para se deslocar ao Município e visitar os seus bairros e aldeias tenham de necessariamente ter o

seu próprio meio de transporte, que normalmente são automóveis.

Os acessos até ao Município estão facilitados através da estrada nacional número 100 que liga

Luanda á Benguela, no entanto a circulação dentro do mesmo é feita com algum constrangimento

devido ao mau estado do tapete asfáltico existente em determinadas artérias da cidade. As

deslocações aos bairros e aldeias são feitos com muita dificuldade devido as estradas não estarem

asfaltadas e a maior parte delas também não foi terraplanada, este acesso torna-se ainda mais

difícil e em certos casos quase impossível no tempo chuvoso. Portanto, para que de facto se possa

desenvolver a actividade turística, devem necessariamente melhorar os acessos devido ao fluxo

dos turistas verificado no município, de modo a terem os acessos facilitados.

6.5. Saúde

Em termos de saúde, o Município possui uma variedade de estabelecimentos hospitais públicos e

privados, conforme ilustra o quadro nº 3, distribuídos por todo o Município e fornecendo uma

gama variada de serviços médicos que vão de pediatria, obstetrícia, medicina, cirurgia entre outros,

o que para a dimensão do mesmo, estes poderão dar apoio ao turista caso se sinta mal durante a

viagem.

A distância da praia da restinga a estas unidades hospitalares é de 1 Km, pelo que, consideramos

estarem a uma distância que facilita o atendimento rápido ao turista, e em relação aos outros

recursos potencialmente turísticos, esta chega a ser de 8 a 75 km para a rede pública.

No Município existem os serviços de ambulância, apesar de que estas não possuem o suporte vital

básico, nem existem técnicos de primeiros socorros, o que as impede de prestarem os primeiros

socorros.

Também possui diversas farmácias, num total de 14, espalhadas pelo Município o que assegura o

abastecimento de medicamentos.

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Quadro 3. Os serviços de Saúde

Fonte de dados: Administração Municipal

O Município se vê assolado frequentemente com a epidemia do Paludismo, principalmente nas

zonas rurais, e o pessoal técnico nas unidades hospitalares não é suficiente para acudir a esta

situação, nem os medicamentos são suficientes para combater esta doença.

Os serviços de saúde local se vêm com dificuldades em socorrer o pessoal das zonas rurais, pela

escassez de ambulâncias e pelo péssimo estado das vias de acesso para estas zonas.

6.6. Segurança

A segurança do município é realizada pela polícia municipal, além da qual, existem empresas de

segurança que asseguram a tranquilidade da população e dos turistas. Podemos encontrar o

Comando Municipal da Policia Nacional e a Unidade Municipal, bem como 10 empresas de

segurança.

6.7. Saneamento

O saneamento básico é feito através de sargetas e esgotos, que permitem o escoamento das águas

no tempo chuvoso.

A recolha do lixo é feita pela Administração Municipal e se mostra bastante precária, porque a

mesma utiliza apenas um (1) tractor e três funcionários, que trabalham no período diurno e com o

horário das 6h30 às 14h, e por uma Empresa de recolha de lixo na cidade e nos bairros que

funciona duas (2) vezes por semana. Apesar da recolha ser feita durante os cinco (5) dias da

semana por parte da Administração Municipal e ter o reforço da outra Empresa duas vezes por

Mapa dos serviços de saúde

N

º

TIPO DE

ESTABELECIMENTO

QTD

PÚBLICO/PRIVADO

HORÁRIO

LOCALIZAÇÃO

1 Hospitais 1 Público 24/24h Zona Urbana

2 Centros de Saúde 4 Público 7h-20h Zona

Urbana/Rural

3 Postos de Saúde 14 Público 7h-20h Zona

Urbana/Rural

4 Clinicas 1 Privado 7h-20h Zona Urbana

5 Centros Médicos 1 Privado 7h-20h Zona Urbana

6 Postos de

enfermagem

5 Privado 7h-20h Zona Urbana

TOTAL GERAL 26

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semana, o trabalho é muito demorado e deficiente, motivo pelo qual, se observam amontoados de

lixo espalhados pelos cantos da cidade.

A capina e a poda das árvores são efetuadas apenas depois do tempo das chuvas.

6.8. Comércio Formal e Informal

O Município não possui centros comerciais, no entanto possui supermercados localizados no

centro da cidade, e mercados informais nas zonas rurais, onde os turistas poderão adquirir alguns

produtos. O artesanato local e vendido ao longo da estrada, a sida da cidade.

7. CONCORRÊNCIA

A competitividade é globalmente aceite como o factor mais importante para determinar o sucesso

de organizações, regiões e países, e dada a exigência da procura que se tem verificado na escolha

dos destinos turísticos, a identificação dos territórios concorrentes e dos serviços que prestam é de

extrema importância para o desenvolvimento de políticas assertivas. Pelo que, no ponto seguinte,

passaremos a identificar a concorrência e os produtos coincidentes com Porto Amboim.

7.2. Quais são os Territórios Concorrentes e que Produtos Oferecem

Porto Amboim tem como principal atração a praia, e pode desenvolver o turismo de sol e mar, no

entanto, o Município faz fronteira com territórios que possuem os mesmos atrativos turísticos,

como é o caso de Cabo Ledo, que faz fronteira com o Norte de Porto Amboim e está a desenvolver

um polo de desenvolvimento turístico, que se encontra em fase de implementação, e será um

produto turístico de excelência, estando prevista a construção de uma gama de infraestruturas

capazes de atrair um grande fluxo turístico.

A Sul faz fronteira com o Sumbe, capital da província do Cuanza Sul, que também tem a praia

como recurso turístico principal, por tanto, para que o Porto Amboim desenvolva o turismo de sol

e mar e tenha sucesso, precisa necessariamente pensar em agregar valor aos seus recursos, para

que tenham qualidade impares e diferentes, e consiga atrair um fluxo de turistas capaz de gerar

desenvolvimento local e diminuir a ameaça que representa a concorrência.

8. PLANEAMENTO

As acções que são levadas a cabo para concretizar planos e projectos de todo o tipo fazem parte do

planeamento. Este processo implica a observância de um conjunto de passos que são inicialmente

estabelecidos, para o qual quem realiza o planeamento utiliza diferentes ferramentas e expressões.

O planeamento contempla a execução dos planos desde a sua concepção e a sua operação em

diferentes níveis, tendo em conta que realiza acções com base na planificação de cada um dos

projectos. A primeira etapa consiste em conceber o plano para ser levado a cabo o quanto antes.

8.2. Do uso da terra

Uso do solo é o conjunto das actividades e processos individuais de produção e reprodução de uma

sociedade por sobre uma aglomeração urbana assentados sobre localizações individualizadas,

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combinadas com seus padrões ou tipos de assentamento, do ponto de vista da regulação espacial.

Pode se dizer que o uso do solo é o rebatimento da reprodução social no plano do espaço urbano.

O uso do solo é uma combinação de um tipo de uso (actividade) e de um tipo de assentamento

(edificação). O uso do solo assim admite uma variedade tão grande quanto as actividades da

própria sociedade.

8.3. Dos Espaços

As categorias de uso do solo são criadas, é principalmente com a finalidade de classificação das

actividades e tipos de assentamento para efeito de sua regulação e controle através de leis de

zoneamento, ou leis de uso do solo. Neste contexto, o Município do Porto Amboim dispõe de um

Plano de Urbanização, elaborado em 2013 pelo Arquitecto Tomás Taveira, onde foram definidos

espaços para as seguintes zonas:

Zona Verde de Proteção (nº 7.1,7.2)

Esta zona verde será uma zona de protecção (7.2) à via de circular principal, que permite desviar o

tráfego pesado do centro de Porto Amboim, e dá acesso à nova (a criar) estrada do acesso ao futuro

aeroporto.

A zona 7.1 é também uma zona de protecção mas terá a função de vir a ser acima de tudo área

tampão de reserva, para a futura expansão de Porto Amboim.

Zona Verde de Lazer (nº 8.9, 8.2)

Esta zona verde, é uma zona que na nossa ideia pode vir a ser encarada como uma zona de circuito

de bicicletas; circuito de manutenção; Pic-nics; e jogos desportivos não profissionais.

Mas no fundo em parque natural com utilização condicionada.

Zona de Segurança e Proteção (nº 9.1)

Esta zona verde, é uma zona que na nossa ideia pode vir a ser encarada como uma zona de circuito

de bicicletas; circuito de manutenção; Picnics; e jogos desportivos não profissionais.

Mas no fundo em parque natural com utilização condicionada.

Zona de Equipamento (nº 10)

Esta zona pode ser destinada em exclusivo a estádio de futebol, pavilhão gimnodesportivo

multifuncional, desportos outdoor como ténis, atletismo, piscinas, etc.

Alterada, se porventura tiver sido já escolhida alguma outra que, no entanto, não é do nosso

conhecimento.

Zona de Expansão e Turismo (nº 13.a, 13.b)

Esta zona é privilegiada, é a zona mais bem situada de todo plano.

É uma coluna sobranceira ao mar, com uma frente de praia excepcional.

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A cota a que se encontra, permite que se considere um “promontório” de largas possibilidades para

habitação fixa, quer em apartamentos, quer em moradias (isoladas, em banda ou geminadas);

hotéis e aparthotéis etc…

Não se descarta a hipótese da inclusão numa zona mais central incluindo alguns edifícios

comparativos e de desporto.

Nestas duas áreas pode incluir-se um campo de golf, courts de ténis, assim como campos de

futebol de 5…

Tudo numa base de lazer e manutenção física e não numa base profissional.

Zona Industrial (nº 11.1, 11.2, 11.3)

Estas zonas consagram em parte o que em parte já existe em Porto Amboim, e que não estão

directamente integradas no “Porto” que é a zona industrial por excelência.

Deste modo pode dizer-se que esta “zona” poderá ainda vir a ser alargada para aproveitar as vias

que existem e que terão eu ser melhoradas consideravelmente.

Zona de Equipamento Especial (nº14)

A evolução que se prevê para o Porto Amboim, permite visualizar com alguma consistência uma

enorme variedade de desportos mais ou menos federados, é o caso do desporto automóvel que teve

um enorme sucesso nos anos 60 e 70, e que foi decaindo por razões de vária ordem.

Dentro deste contexto, está prevista uma localização para a criação de um circuito Automóvel de

nível mundial, integrando-lhe um circuito de karting.

Esta zona situa-se junto ao novo Aeroporto e apoia-se de infra estruturas rodoviárias, que se vão

criar.

Novo Aeroporto

A área destinada ao novo aeroporto comporta a construção imediatamente de duas pistas com um

comprimento de 4,5 km, o que quer dizer que permite a sua utilização pelos aviões A380, os

maiores actualmente.

Apesar da proposta prever duas pistas nós reservamos espaço para uma terceira, que

eventualmente um dia poderá vir a ser destinada apenas a fins militares, havendo ainda espaço

para gare própria isolada do resto do aeroporto.

Os testes que fizemos as alturas dos “cones de aproximação” permitem-nos dizer que este é uma

das melhores localizações possíveis.

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9. RECOMENDAÇÕES

Depois da elaboração do presente estudo e serem esgotados todos os temas exigidos pelo termo de

referências, e sendo o primeiro estudo elaborado sobre o sector do turismo no Município, não

pretendemos que seja conclusivo, até porque não se esgotaram todas as possibilidades de pesquisa,

mas sim, que seja orientador para a criação de políticas de desenvolvimento turístico. Deste modo,

avançamos com algumas recomendações sobre aspectos achados pertinentes, importantes e de

resolução local.

Sabemos que o turismo pode causar impactos positivos importantes sobre o meio ambiente e da

biodiversidade por diversas razões, entre elas:

Pode gerar renda em áreas de biodiversidade, protegidas ou não, e ajuda-las a se tornarem

economicamente viáveis. Em Porto Amboim, na praia do rio Longa e Keve as tartarugas

fazem ai as suas desovas, além de que se podem encontrar hipopótamos e jacarés. Esta

área deve ser protegida e deve-se criar estratégias de observação dos animais e

implementar uma série de serviços que podem ser prestados pela população para servir o

visitante que para ai se desloca, especialmente na época das desovas;

O Município de Porto Amboim é o único no País que tem Ostras, neste caso, é uma

vantagem em relação a todos os outros em especial para os territórios concorrentes, neste

caso, a Administração Municipal deverá regular e controlar a comercialização deste

produto, criando normas e regulamentos para a extração da Ostra, os períodos do ano em

que se deve apanhar, os períodos em que não se deve apanhar a Ostra, a punição para

quem o faça fora dos períodos regulamentados e sem autorização e definindo quem pode

ou não apanhar o produto. A organização desta actividade pode ser um chamariz para os

apreciadores e não só;

O turismo baseado nos recursos naturais pode ser sustentável, desde que seus impactos

sejam bem administrados e mitigados, por isso, o município deve implementar os

princípios de sustentabilidade em todos os tipos de turismo que poderá desenvolver, so

assim, poderá conjugar o benefício económico advindo do desenvolvimento turístico, com

a preservação do ambiente e a coesão social;

Outras acções importantes e também de resolução local são:

Construir balneários públicos nos principais recursos naturais como praias, rios, lagos e

cachoeiras;

Apostar na inspecção e fiscalização como meio de obter receitas;

O melhoramento da iluminação pública, pode atrair turistas passantes no período noturno;

Incentivar os pequenos artesãos a melhorarem e expandirem os seus produtos para que os

possam vender em locais turísticos;

O Município pode reestruturar a recolha de dados estatísticos, isso permite que se faça a

caracterização dos recursos, medir a capacidade de oferta e dos movimentos turísticos para

a elaboração de estratégias de desenvolvimento da actividade;

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Fazer a sinalização turística ao longo da Estrada Nacional que passa pelo Município e

dentro da própria vila;

Promover o Município e suas potencialidades a nível Nacional;

Melhorar as condições das estradas dentro da cidade e os acessos aos activos turísticos;

Organizar actividades lúdicas que despertem a atenção como festas das aldeias, exploração

das tradições entre outras.

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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante as visitas para reconhecimento dos recursos turísticos e levantamento dos

empreendimentos e equipamentos turísticos, foi realizada uma análise aos aspectos relacionados à

acessibilidade, localização, oferta turística, demanda turística e dos serviços de apoio a actividade

turística no Município de Porto Amboim, que permitiu a identificação dos principais problemas

estruturais que afectam o desenvolvimento do sector no município e também os aspectos positivos

que podem contribuir para o seu desenvolvimento.

Os aspectos considerados positivos foram:

Presença de um número considerável de recursos naturais e históricos culturais presentes

no Município.

Factores ligados as tradições muito fortalecidos.

A possibilidade de desenvolvimento de vários tipos de turismo.

Entre os problemas estruturais apresentam-se:

Falta de política integrada

Pouca oferta de recursos humanos qualificados para o atendimento ao visitante;

Inexistência de divulgação do destino e dos empreendimentos turísticos;

Falta de incentivo financeiro para o sector;

Inexistência de proteção dos recursos turísticos locais;

Falta de infraestruturas urbanas, de acesso e de visitação turística, tais como Sinalização

Turística, Infraestrutura básica (casas de banho e baldes de lixo) em atrativos turísticos

potenciais;

Falta de pessoal profissional qualificado na Direcção Municipal;

Verificou-se que o organismo de tutela dentro da Administração (Direcção Municipal do

Turismo e Comércio), não possui autonomia administrativa nem financeira que permita a

agilização das acções relacionadas com o turismo no Município, existe uma subordinação

ou dependência institucional muito forte e, ao mesmo tempo, esta situação fica ainda mais

prejudicada quando, sendo o turismo um importante sector a ser desenvolvido, não tem

uma Direcção exclusiva que trate de assuntos relacionados única e exclusivamente com o

turismo, portanto, neste momento o sector não está devidamente estruturado para

desenvolver o turismo.

Após o conjunto de desafios formados, sugere a identificação de alternativas que possibilitem o

enfrentamento dos problemas citados anteriormente, buscando sua resolução total ou ainda a

amenização dos seus efeitos. A identificação desta problemática indica algumas sugestões que

contemplem a minimização ou extinção provocados por elas, conforme segue abaixo:

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Elaboração do plano de desenvolvimento turístico de Porto Amboim

Este é um aspecto complexo, sabemos, e requer de uma análise multidisciplinar com visões de

diferentes técnicos e críticos a fim de se criar o PLANO DE DESENVOLVIMENTO

TURÍSTICO do Município de Porto Amboim.

Este plano deve ser elaborado em coordenação com a Direcção Provincial do Turismo e com o

MINHOTUR órgão de tutela, para que as estratégias traçadas no plano ganhem bons subsídios e

sustentação.

Os factores a serem tidos em conta para que a sua implementação tenha sucesso e provoque o

desenvolvimento local são os seguintes:

Ter em atenção a concorrência, tanto na questão da qualidade como no preço;

Ter o seu enfoque em segmentos de mercados atraídos pela diversidade do património

natural e cultural do Município;

Ter em atenção a criação de incentivos ao desenvolvimento de produtos complementares;

Focar no desenvolvimento das capacidades locais para enriquecer a oferta de produtos;

O marketing desempenha um papel crucial na educação do turista sobre a cultura

local/rural e no esforço para que eles possam tirar o maior proveito da visita ao Município,

por isso, deve ser dada uma atenção especial;

Incluir medidas para garantir que o produto criado seja acessível a todos, inclusive a

visitantes com mobilidade reduzida;

Deve identificar e promover práticas e aproveitamento de experiências bem-sucedidas.

Mas, o mais importante de tudo, é que haja um comprometimento institucional com o

desenvolvimento do turismo local para que se consiga a diversificação da economia, o

melhoramento das condições económicas e sociais da população e o desenvolvimento do

Município.

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BIBLIOGRAFIA

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estratégia e territórios – (Vol. I) 1ª Edição - Escolar Editora, Lisboa, 2014.

- Costa, Carlos – Brandão, Filipa – et all – Produtos e competitividade do turismo nos países

lusófonos, estratégia dos territórios - (vol. II) 1ª Edição, escolar editora, 2014.

- Costa, José. Rita, P. Águas, P. – Tendências internacionais do turismo – 2ª Edição, Lidel

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- Cunha, Licínio – Introdução ao turismo. Editora o verbo, 2ª edição, 2003.

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- Matias, Alvaro. Sardinha, R. – Avanços em economia e gestão do turismo, Piajet Editora, Lisboa,

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- Luque, Teodoro – Investigacion de Marketing. 1ª edição: Editora: Ariel S.A. 1997.

- MINHOTUR – Ministério da hotelaria e turismo, 1ª edição – editora: orgal. Lda, 2013.

- MINHOTUR – Ministério da hotelaria e turismo, Plano Director do Turismo PDT 1ª edição

– editora: orgal Lda, 2013.

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- Stighano, V. Beatriz - Inventário turístico - São Paulo. Alínea. 2005.

- Schmitt, Bernard H. Marketing experimental – Editora: Nobel, São Paulo, 2000.

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Disponível em: < www.wttc.orf >.

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ANEXOS

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LISTA DOS ENTREVISTADOS

ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Nº NOME SEXO Repartição

1 Pedro Domingos Caetano M REp. Com. Turismo

2 Guilherme José M Rep. Cultura

3 Joaquim Ribeiro M Rep. Saneamento

4 Manuel Domingos dos Santos M Rep. Energia e Águas

5 Santos Alfredo Rafael M Rep. Agricultura

6 Júlia Tito José Tomás F Rep. Saúde

7 Abrantes Francisco Sabalo M Rep. Pescas

8 Alípio dos Santos Bastos M Rep. Educação

9 José Oliveira Cafranca M Rep. Transportes

10 Josefina Francisco F Rep. A. Sociais

11 Alberto José Lupepe M Rep. Com. Turismo

12 Marcelina Manuel F Gab. Jurídica

13 António Jorge M Rep. A. Sociais

TRABALHADORES DO RAMO HOTELEIRO

Nº NOME DO ESTABELECIMENTO QTD DE FUNCIONÁRIOS

INTREVISTADOS

SEXO

MASCULINO FEMININO

1 Hotel Marítimo 2

2 Azevedos Hotel 2 1

3 Hotel Casa Blanca 1

4 Hotel Miramar 1 1

4 Horel Vircop 2

5 Hotel Santa Luzia 1

6 Pensão Royal Plaza 2 1

7 Hospedaria Vista Mar 1 3

8 Restaurante Marés do Amboim 3

9 Restaurante Mindelo 2

10 Restaurante Farol 1 1

11 Restaurante Amboim 2 1

12 Restaurante Mupinda Grill 2

TOTAL 30

Foram entrevistados também dezassete turistas dos quais cinco eram residentes e doze eram

provenientes de Luanda, Benguela, Gabela, Sumbe e Conda, sendo que três eram do sexo feminino

e 15 do sexo masculino.

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Vista da cidade do Porto Amboim

Ponte Caís

Restaurante Amboim

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Restaurante Amboim

Restaurante Farol

Gastronomia internacional

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Equipa do Projecto durante entrevista a um turista

Equipa do Projecto com o Soba Grande do Município durante o trabalho de campo

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Pensão Royal Plaza, Porto Amboim

Hotel Marítimo, Porto Amboim

Monumento António Lopes Peixoto