contabilidade sector

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 CONTABILIDADE CONTABILIDADE  TERCEIRO SETOR TERCEIRO SETOR INSTRUTOR – EVARLEY DOS SANTOS PEREIRA  TRAINEE ASSESSORIA  Assessoria - Auditoria - Consultoria – Perícia - Treinamento Rua Paulo Nunes Vieira, 126, Bairro Cidade Nova – Belo Horizonte/MG - CEP 31170-050 Telefax (31) 3486-8888 - E-mail – www.traineeassessoria.com.br 

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CONTABILIDADECONTABILIDADE 

TERCEIRO SETORTERCEIRO SETOR

INSTRUTOR – EVARLEY DOS SANTOS PEREIRA

T R A I N E E A S S E S S O R I AAssessoria - Auditoria - Consultoria – Perícia - Treinamento 

Rua Paulo Nunes Vieira, 126, Bairro Cidade Nova – Belo Horizonte/MG - CEP 31170-050Telefax (31) 3486-8888 - E-mail – www.traineeassessoria.com.br 

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

S U M Á R I O

PAG.

TERCEIRO SETOR ----------------------------------------------------------------------------------03

NBATUREZA E ESPECIES------------------------------------------------------------------------04

TÍTULOS E CERTIFICADOS CONCEDIDOS ------------------------------------------------12

CONTABILIDADE DAS ENTIDADES ---------------------------------------------------------15

REGIME TRIBUTÁRIO -----------------------------------------------------------------------------27

TRIBUTAÇÃO DAS ENTIDADES ---------------------------------------------------------------34

ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------20

M a t e r i a l e l a b o r a d o p o r :E V A R L E Y D O S S A N T O S P E R E I R A - S ó c i o - D i r e t o r d a T r a i n e e A s s e s s o r i a ,C o n s ul t o r J u r íd i c o T r i bu t á r i o , C o n t ad o r - Tr i b ut a r i st a , a u d i t o r , p e r i t o

  j u d i c i a l , p ó s - g r a d u a d o e m p l a n e j a m e n t o t r i b u t á r i o , a u d i t o r i a , g e s t ã oe d o c ên c i a s u p e r i o r, E x - Ge r e nt e d e F i l i a l e d a C o n su l t o r i a C O A D -M G ,I n s t r u t o r d e C u r s o s e P a l e s t r a s d o C R C M G , S i n d i c a t o s d e C o n t a b i l i s t a se m M G , S E N A I , S E N A C , F I E M G , S E B R A E , S I N D U S C O N , E s c o l a d e L i d e r e sF I E MG , C MI , S E S CO O P , R e v i s ta s I n f o r m a re e C O A D, A u t o r d o G u i a d oS i m p l e s N a c i o n a l o n L i n e , i n ú m e r o s a r t i g o s e t r a b a l h o s .

V e r s ã o 0 1 . 0 9w w w . t r a i n e e a s s e s s o r i a . c o m . b r  

E - m a i l - c o n t a t o @ t r a i n e e as s e s s o r i a . c o m . b r  R e p r o d u ç ã o p e r m i t i d a m e d i a n t e a u t o r i z a ç ã o d o a u t o r o u c i t a ç ã o d a

f o n t e

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

1. O TERCEIRO SETOR 

 Terceiro setor é uma terminologia sociológica que dá significado a todas asiniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. Apalavra é uma tradução de Third Sector , um vocábulo muito utilizado nosEstados Unidos para definir as diversas organizações sêm vínculos diretoscom o Primeiro setor (Público, o Estado) e o Segundo setor (Privado, oMercado).

Apesar de várias definições encontradas sobre o Terceiro Setor, existe umadefinição que é amplamente utilizada como referência, inclusive pororganizações multilaterais e governos. Proposta em 1992, por Salamon &Anheier, trata-se de uma definição “estrutural/operacional”, composta porcinco atributos estruturais ou operacionais que distinguem as organizaçõesdo Terceiro Setor de outros tipos de instituições sociais. São eles:

Formalmente constituídas - alguma forma de institucionalização,legal ou não, com um nível de formalização de regras e procedimentos,para assegurar a sua permanência por um período mínimo de tempo.• Estrutura básica não governamental - são privadas, ou seja, nãosão ligadas institucionalmente a governos.• Gestão própria - realiza sua própria gestão, não sendo controladasexternamente.• Sem fins lucrativos - a geração de lucros ou excedentes financeirosdeve ser reinvestida integralmente na organização. Estas entidadesnão podem distribuir dividendos de lucros aos seus dirigentes.• Trabalho voluntário - possui algum grau de mão-de-obravoluntária, ou seja, não remunerada ou o uso voluntário deequipamentos, como a computação voluntária.

Dentro das organizações que fazem parte do Terceiro Setor, estão as ONGs (Organizações Não Governamentais), entidades filantrópicas, OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), organizações sem fins lucrativos e outras formas de associações civis sem fins lucrativos. Noâmbito jurídico, no Brasil, em estudo intitulado “As Fundações Privadas eAssociações sem Fins Lucrativos no Brasil 2002”, realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e pelo Instituto de PesquisaEconômica Aplicada – IPEA, em parceria com a Associação Brasileira deOrganizações Não-Governamentais - ABONG e o Grupo de Institutos,Fundações e Empresas – GIFE, foram identificadas mais de 500 milinstituições no Terceiro Setor. Essas entidades, em função da sua natureza

 jurídica, são compostas de 14 categorias: Serviço Notarial e Registral (Cartório); Organização Social; Organização da Sociedade Civil de InteressePúblico (OSCIP);

Outras Fundações Mantidas com Recursos Privados; Serviço Social Autônomo; Condomínio em Edifícios;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Unidade Executora (Programa Dinheiro Direto na Escola); Comissão de Conciliação Prévia; Entidade de Mediação e Arbitragem; Partido Político; Entidade Sindical; Filial, no Brasil, de Fundação ou Associação Estrangeira;

Fundação ou Associação Domiciliada no Exterior; e, Outras Formas de Associação.

No mesmo estudo, que tem como um dos objetivos servir de comparativocom outros países, foi aplicada uma metodologia internacionaldesenvolvida pelas Nações Unidas que tem como base os critériosdefinidos por Salamon & Anheier, reduzindo-se o número de instituiçõessem fins lucrativos para 276 mil. Para atender aos critérios internacionais,algumas categorias foram excluídas permanecendo três figuras jurídicascorrespondentes no novo Código Civil:

Associações; Fundações; e organizações religiosas (que foram recentemente consideradascomo uma terceira categoria).

Existe uma discussão de quais seriam os contornos do Terceiro Setor, poissuas organizações utilizam recursos do Estado e do Mercado. Além disso, otrabalho voluntário (no qual uma pessoa doa o seu tempo e talento em prolde uma causa solidária) implicaria em um investimento econômico do

mesmo sem a necessidade de estar vinculado a uma organização.

O Terceiro Setor não é público nem privado, mas sim uma junção do setorestatal e do setor privado para uma finalidade maior, suprir as falhas doEstado e do setor privado no atendimento às necessidades da população,numa relação conjunta. A sua composição é lastreada por organizaçõessem fins lucrativos, criadas e mantidas pela participação voluntária, denatureza privada, não submetidas ao controle direto do Estado, dandocontinuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia,trabalhando para realizar objetivos sociais ou públicos, proporcionando à

sociedade a melhoria na qualidade de vida, atendimento médico, eventosculturais, campanhas educacionais, entre tantas outras atividades.

Em termos ideológicos, poderia ser definido dentro do campo da social-democracia, pois pretende tornar o capitalismo mais humano. Os seusmembros se entendem mais como gestores sociais (profissionais) do quecomo militantes (categoria mais vinculada ao conceito de sociedade civilde Antonio Gramsci).

O Terceiro Setor é o conjunto de agentes privados com fins públicos, cujos

programas visavam atender direitos sociais básicos e combater a exclusãosocial e, mais recentemente, proteger o patrimônio ecológico. 

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Chama-se “terceiro setor” as organizações não governamentais (siglaONG), que não têm finalidade de lucro, mas congregam objetivos sociais,filantrópicos, culturais, recreativos, religiosos, artísticos. O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o privado, responsável pelas questões individuais, tendoobjetivo primordial o lucro. O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e nãogovernamentais que têm como objetivo gerar serviços de caráter público. 

2. A NATUREZA E AS ESPÉCIES FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS JURÍDICAS

A pessoa jurídica é a unidade composta por um conjunto de pessoas ou poruma destinação patrimonial, com aptidão para adquirir e exercer direitos econtrair obrigações. Esta unidade não se confunde com as pessoas que acompõem, sendo representada ativa e passivamente, nos atos judiciais eextrajudiciais, por aqueles designados expressamente nos estatutos, ounão falta dessa indicação, pelos seus diretores.

As pessoas jurídicas estão dividas em dois grandes grupos: as pessoas  jurídicas de direito público, cujo paradigma é o Estado, e as pessoas

 jurídicas de direito privado, que têm sua origem na vontade individual, comobjetivos de interesse particular, para benefício dos próprios instituidores,de uma parcela determinada ou indeterminada da coletividade.

As pessoas jurídicas de direito público estão subdivididas em pessoas dedireito público interno e externo. Na primeira categoria estão a União, osEstados, os Municípios, as autarquias, as empresas públicas e associedades de economia mista (estas últimas dotadas de personalidade

  jurídica de direito privado). Já no campo do direito público externo,incluem-se os governos estrangeiros, bem como as organizações de

qualquer natureza que tenham constituído, dirijam ou tenham investido emfunções públicas.

No âmbito do direito privado, distinguem-se, dentre as pessoas jurídicas, osconceitos de corporação, instituição, fundação e associação. corporação tem sentido civil, político e administrativo. Sob o

primeiro aspecto, constitui um conjunto de pessoas unidas por umamesma profissão que se submetem voluntariamente a determinadasregras. Com a criação do direito corporativo, esse termo passou adesignar as organizações unitárias das forças de produção.

fundação constitui-se numa universalidade de bens ou direitos,dotados de personalidade e destinados a um determinado fim,estabelecido pelo seu instituidor.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

instituição tem sentido análogo ao de uma fundação, e se constituinuma associação que visa uma finalidade científica, econômica,religiosa, beneficente, educativa, cultural, ou de outra natureza.

Associação ou sociedade são uniões de pessoas, embora tomadascomo sinônimas pelo Código Civil, distinguem-se doutrinariamente,pela finalidade econômica da segunda, em contraste com ainexistência, em tese, desse objetivo, na primeira.

Na classificação adotada pelo artigo 44 do Novo Código Civil, as pessoas jurídicas de direito privado são as sociedades civis, religiosas, pias, morais,científicas ou literárias, as associações de utilidade pública e as fundações,as sociedades mercantis e os partidos políticos.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direitoprivado:

I - as associações;II - as sociedades;III - as fundações;IV – as organizações religiosas;V – os partidos políticos.

2.1. ASSOCIAÇÕES OU SOCIEDADES CIVISNos termos do artigo 53 do Novo Código Civil:"Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que seorganizem para fins não econômicos.

Parágrafo único – Não há, entre os associados, direitos e obrigaçõesrecíprocos"

Pode-se definir, portanto, associação como à entidade de direito privado,dotada de personalidade jurídica e constituída por um grupo de pessoasque objetivam um determinado fim não lucrativo, tais como, morais,literários, artísticos, em suma, finalidades não econômicas ou ideais. Asassociações são regidas por um contrato ou estatuto social, com ou semcapital.

As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadasem três grupos:

I. têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, semobjetivo de lucro, como as sociedades recreativas ou literárias;

II. as que têm como escopo principal a realização de uma obraestranha ao interesse pessoal dos associados, e que fique sob adependência da associação ou se torne dela autônoma, porexemplo, as associações beneficentes. Embora seus associadospossam visar interesse pessoal, sua finalidade primordial é a de

prover uma obra de caridade em benefício de terceiros; eIII. associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadasa uma obra dirigida autonomamente por terceiras pessoas.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

As associações diferem das sociedades uma vez que esta última tem umafinalidade econômica, além de ser formada por um grupo reduzido depessoas. Tanto as associações quanto às sociedades civis são regidas peloNovo Código Civil.

ConstituiçãoA criação de uma associação ou sociedade civil obedece a dois momentosdistintos: o da constituição (por meio de ato jurídico inter vivos) e o doregistro. Finalizada a fase de inscrição do seu estatuto, em forma públicaou particular, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, considera-selegalmente a existência da pessoa jurídica, ou seja, é neste momento quea associação adquire capacidade jurídica, tornado-se sujeito de direitos eobrigações.

Certas atividades, por estarem ligadas a interesses de ordem pública,

necessitam de uma autorização estatal para sua constituição. Em princípio,vigora no direito brasileiro o critério de liberdade de associação para finslícitos, tendo a exigência de autorização um caráter excepcional,alcançando apenas algumas atividades expressamente previstas em lei,tais como as atividades financeiras.

FuncionamentoUma vez legalmente constituídas, as associações podem funcionar pormeio de órgãos definidos no estatuto. São estes órgãos que praticam osatos judiciais e extrajudiciais em nome da associação. É o estatuto que

regula os direitos e deveres da associação, bem como de seus associados.As sociedades também agem por meio de órgãos, conforme determinadono contrato social.

ExtinçãoA extinção das associações ou sociedades civis pode ser consensual, porvontade da maioria, legal ou judicial. A dissolução convencional é aquelaque ocorre por deliberação dos seus integrantes. A dissolução tambémpoderá ocorrer por determinação legal ou por meio de ato governamentalque casse a autorização para o seu funcionamento.

Uma vez dissolvida à sociedade ou associação, seu patrimônio temdestinação diversa. No caso da sociedade, o patrimônio será dividido entreos sócios e, no caso da associação deve ser obedecido o estabelecido noestatuto social, uma vez que o seu patrimônio não pertence aosassociados. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimôniolíquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais,será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto,ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal,estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. Por cláusula doestatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes,antes da destinação do remanescente, receber em restituição, atualizado orespectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

associação. Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ouno Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condiçõesindicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá àFazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

2.2. FUNDAÇÕESA fundação pode ser definida como uma universalidade de bens, dotada depersonalidade jurídica, que por vontade de seu instituidor, pessoa física ou

 jurídica, lhe é atribuí da uma finalidade social. A fundação é constituída emproveito dos seus destinatários, em um estabelecimento permanente, ouem uma receita ou renda vitalícia, ou em uma perpetuidade de qualqueroutro modo garantida.

 Todavia, não é qualquer universalidade de bens que se constitui numafundação, sendo necessário para tanto, a personificação, ou seja, a

aquisição de personalidade jurídica própria. Assim, diferentemente dasassociações e sociedades civis, as fundações obedecem a critérios maisrigorosos para sua constituição, funcionamento e extinção.

ConstituiçãoUma fundação pode se instituída por pessoas físicas ou jurídicas, por atointer vivos ou mortis causa. Para que seja adquirida a personalidade

 jurídica, é preciso que os atos constitutivos, assim como as associações esociedades, sejam registrados no registro competente.

Inicialmente, para sua criação, a lei impõe alguns requisitos, previstos noartigo 62 do Código Civil, tais como, escritura pública ou testamento,dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, edeclarando, se quiser, a maneira de administrá-la. A fundação somentepoderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

O funcionamento da fundação depende de aprovação do Ministério Público.Sem esta aprovação o estatuto não poderá ser levado a registro. Talaprovação decorre do interesse público inerente ao ente fundacional. Umavez cumpridos todos os requisitos, que se completam com o registro, está

criada a fundação.

Funcionamento  Tendo em vista o interesse social na atividade desenvolvida pelasfundações, cabe ao Ministério Público Estadual a função de órgãofiscalizador das mesmas, que analisa os atos de seus administradores, ascontas de gestão, podendo anulá-los sempre que estiverem em desacordocom a vontade do instituidor.Assim como nas associações e sociedade, é o estatuto que regulamenta osdireitos e deveres da fundação, podendo ser reformulado por maioriaabsoluta, observando-se sempre a vontade estabelecida pelo fundador e aaprovação pelo Ministério Público.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

ExtinçãoA extinção das fundações pode ocorrer pelo decurso de prazo da suaexistência ou por meio de decisão judicial. A dissolução convencional éaquela que ocorre por deliberação dos seus integrantes. A dissoluçãotambém poderá ocorrer por determinação legal ou por meio de atogovernamental que casse a autorização para o seu funcionamento. Umavez decretada sua extinção por sentença, surge à questão do destino doseu patrimônio. A lei determina que primeiro deve ser obedecida à vontadedo instituidor. Na falta de indicação precisa, deverá ser observado odisposto no estatuto. Caso esse seja omisso, os bens serão incorporados aalguma outra fundação de fins idênticos ou semelhantes. Inexistindo outrafundação, os bens serão entregues à Fazenda Estadual.

2.3. DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÃO E FUNDAÇÃOAs principais diferenças entre as associações e as fundações podem serresumidas conforme demonstra o quadro a seguir:

 

Associações Fundações

fins próprios(dos sócios) fins alheios (do instituidor)

fins alteráveis fins imutáveis

patrimônio:• sócios vão formando• só instrumento

patrimônio:• fornecido pelo

instituidor• essencial

deliberações livres deliberações delimitadas peloinstituidor e fiscalizadas peloMinistério Público

órgãos dominantes órgãos servientes

2.4 COOPERATIVAS SOCIAIS

As cooperativas sociais foram instituídas pela Lei nº 9.867/99 e têm comofinalidade a inserção das pessoas em desvantagem no mercadoeconômico, por meio do trabalho.

 Tais entidades fundamentam-se no interesse da comunidade em promovera pessoa humana e a integração social dos cidadãos, incluindo entre assuas atividades a organização e gestão de serviços sócios sanitários eeducativos e o desenvolvimento de atividades agrícolas, industriais,comerciais e de serviços.Segundo estabelece a lei que criou as "cooperativas sociais", consideram-

se pessoas em desvantagem:• os deficientes físicos e sensoriais;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

• os deficientes psíquicos e mentais, as pessoas dependentes deacompanhamento psiquiátrico permanente, e os egressos dehospitais psiquiátricos;

• os dependentes químicos;• os egressos de prisões;• os condenados a penas alternativas à detenção;• os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar

difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo.

2.5 ONGsAs Organizações não governamentais (ou também chamadas deorganizações não governamentais sem fins lucrativos), tambémconhecidas pelo acrônimo  ONG, são associações do terceiro setor, dasociedade civil, que se declaram com finalidades públicas e sem fins lucrativos, que desenvolvem ações em diferentes áreas e que, geralmente,

mobilizam a opinião pública e o apoio da população para modificardeterminados aspectos da sociedade, e que não está vinculada a nenhumórgão do governo. A criação de uma ONG começa com o interesse de umgrupo com objetivos comuns, disposto a formar uma entidade legalizada,sem fins lucrativos.

Estas organizações podem ainda complementar o trabalho do Estado,realizando ações onde ele não consegue chegar, podendo receberfinanciamentos e doações do mesmo, e também de entidades privadas,para tal fim.

Atualmente, estudiosos têm defendido o uso da terminologia organizaçõesda sociedade civil para designar as mesmas instituições.

É importante ressaltar que ONG não tem valor  jurídico. No Brasil, trêsfiguras jurídicas correspondentes no novo Código Civil compõem o Terceiro Setor: associações, fundações e organizações religiosas (que foramrecentemente consideradas como uma terceira categoria).

No Brasil, as organizações são que constituem o Terceiro Setor

(Associações ou Fundações), podem ser também qualificadas como OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Com estaqualificação, podem remunerar a seus diretores sem perder algumasimunidades tributárias, além de poder realizar Termos de Parceria comorgãos governamentais. Constituem importante alternativa para que ainiciativa privada intervenha de maneira organizada na sociedade,promovendo ações sociais, culturais ou assistenciais, o Estado brasileiro,de maneira compensatória, oferece-lhes benefícios fiscais.

2.6. OSCIPOrganização da Sociedade Civil de Interesse Público ou OSCIP é umtítulo fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitaro aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doaçõesrealizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda.

Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente é umaOSCIP, no sentido representativo da sociedade, mas OSCIP trata de umaqualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.

A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790/99. Esta lei traz a possibilidade daspessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissionais) de direito privadosem fins lucrativos serem qualificadas, pelo Poder Público, comoOrganizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs e poderemcom ele relacionar-se por meio de parceria, desde que os seus objetivossociais e as normas estatutárias atendam os requisitos da lei.

Um grupo recebe a qualificação de OSCIP depois que o estatuto da

instituição que se pretende formar tenha sido analisado e aprovado peloMinistério da Justiça. Para tanto é necessário que o estatuto atenda acertos pré-requisitos que estão descritos nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Leinº 9.790/99.

Assim, nos termos do artigo 1º, podem qualificar-se como OSCIP, aspessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que osrespectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitosinstituídos na Lei. Considerando-se sem fins lucrativos, a pessoa jurídica dedireito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados,

conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentesoperacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ouparcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suasatividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivoobjeto social.

O artigo 2º estabelece, por um critério negativo, quais as entidades quenão podem ser qualificadas como OSCIP. Segundo o entendimentodoutrinário, essa relação é taxativa, não se permitindo incluir maisnenhuma espécie de entidade:

• as sociedades comerciais;• os sindicatos, as associações de classe ou de representação de

categoria profissional;• as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos,

cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;• as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas

fundações;• as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou

serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;• as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e

assemelhados;• as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas

mantenedoras;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

• as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suasmantenedoras;

• as Organizações Sociais;• as cooperativas;• as fundações públicas;• as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado

criadas por órgão público ou por fundações públicas;• as organizações creditícias que tenham qualquer tipo de vinculação

com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 daConstituição Federal.

O artigo 3º determina que a qualificação como OSCIP será conferida àspessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivossociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:

• promoção da assistência social;•

promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico eartístico;• promoção gratuita da educação;• promoção gratuita da saúde;• promoção da segurança alimentar e nutricional;• defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do

desenvolvimento sustentável;• promoção do voluntariado;• promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à

pobreza;• experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos ede sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;• promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e

assessoria jurídica gratuita de Interesse suplementar;• promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da

democracia e de outros valores universais;• estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,

produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos ecientíficos que digam respeito às atividades ora mencionados.

Atendido um dos objetivos sociais acima citados, para qualificação comoOSCIP é necessário estar expressamente disposto no estatuto social sobre:

• a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;

• a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias esuficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, debenefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação norespectivo processo decisório;

• a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado decompetência para opinar sobre os relatórios de desempenhofinanceiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas,emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

• a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivopatrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificadanos termos da Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objetosocial da extinta.

• a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder aqualificação instituída de OSCIP, o respectivo acervo patrimonialdisponível, adquirido com recursos públicos durante o período em queperdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídicaqualificada na Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objetosocial;

• a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes daentidade, que atuem efetivamente na gestão executiva e paraaqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, emambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na regiãocorrespondente à sua área de atuação;

as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade,que determinarão no mínimo:• a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das

Normas Brasileiras de Contabilidade;• que se dê publicidade, por qualquer meio eficaz, no encerramento do

exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstraçõesfinanceiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas dedébitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição paraexame de qualquer cidadão;

• a realização de auditoria, inclusive por auditores externos

independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursosobjeto do Termo de Parceria, conforme previsto em regulamento;• a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública

recebidos pelas OSCIP será feita nos termos do parágrafo único doart. 70 da Constituição Federal.

Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e legal maispróximo do que modernamente se entende por ONG, especialmenteporque são marcadas por uma extrema transparência administrativa.Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação.

Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se relacionar comesse tipo de instituição, porque divide com a sociedade civil o encargo defiscalizar o fluxo de recursos públicos em parcerias. A OSCIP é umaorganização da sociedade civil que, em parceria com o poder público,utilizará também recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessaforma o encargo administrativo e de prestação de contas.

OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificadoemitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certosrequisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparênciaadministrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante aosconvênios para ter maior agilidade e razoabilidade em prestar contas.

2.7. ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOSAs organizações sem fins lucrativos são organizações de natureza jurídica sem fins de acumulação de capital para o lucro dos seus diretores. Todoseu lucro deve ser reinvestdo em estrutura ou outras áreas da pessoa 

 jurídica.

A Lei nº 9.637/99 dispõe sobre a qualificação de entidades comoOrganizações Sociais, bem como sobre a possibilidade dessas entidadescelebrarem contratos de gestão com o Poder Público. Poderão qualificar-secomo Organizações Sociais as pessoas jurídicas de direito privado, sem finslucrativos, cujas atividades estejam voltadas para o ensino, à pesquisacientífica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do

meio ambiente, à cultura e à saúde, desde que observados os requisitosprevistos na referida lei.

Assim, nos termos do artigo 2º, são os requisitos específicos paraqualificação como Organização Social:"I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seusexcedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação

superior e de um conselho de administração e uma diretoria definidos nostermos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuiçõesnormativas e de controle básicas previstas nesta Lei;d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, derepresentantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notóriacapacidade profissional e idoneidade moral;e) composição e atribuições da diretoria;f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dosrelatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão,g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma

do estatuto;h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido emqualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada oufalecimento de associado ou membro da entidade;i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou dasdoações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeirosdecorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação,ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União,da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, doDistrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados;II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de suaqualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objetosocial e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma doEstado."

Uma vez qualificada como Organização Social, poderá a entidade firmarcontratos de gestão com o Poder Público com o objetivo de formarparcerias e fomentar e executar as atividades descritas acima.

SindicatoA lei brasileira não dá uma definição de sindicato. Pode-se dizer quesindicato é uma espécie do gênero associação. Orlando Gomes explica quese pode conceituar sindicato de modo sintético ou analítico.Sinteticamente, é uma associação livre de empregados ou deempregadores ou de trabalhadores autônomos para defesa dos interessesprofissionais respectivos. Enunciando, apenas, a situação profissional dos

indivíduos e o fim de defesa de seus interesses. Analiticamente: "Sindicatoé o agrupamento estável de várias pessoas de uma profissão, queconvencionam colocar, por meio de uma organização interna, suasatividades e parte de seus recursos em comum, para assegurar a defesa ea representação da respectiva profissão, com vistas a melhorar suascondições de vida e trabalho".

3. TÍTULOS E CERTIFICADOS CONCEDIDOS PELO PODER PÚBLICO

3.1 CERTIFICADO DE UTILIDADE PÚBLICAEsta declaração significa que o Poder Público reconhece que a entidaderealiza a função que por ele deveria ser exercida.Assim, para obtenção de vantagens fiscais e financeiras, tais comodoações dedutíveis do Imposto de Renda, benefícios fiscais por meio da Leide Rouanet, parcerias e convênios com o Poder Público, isenção da quotapatronal para o INSS e isenção para o FGTS, é necessário que a entidadeseja reconhecida como de Utilidade Pública pelo governo no âmbitofederal, estadual ou municipal, ou ainda nos três níveis da administraçãopública.

Título de Utilidade Pública Federal – Decreto nº 50.517/61A Lei nº 91/35 determina as regras pelas quais as sociedades sãodeclaradas de utilidade pública pelo governo federal.

Assim, as sociedades civis, as associações e as fundações constituídas noPaís com o fim exclusivo de servir desinteressadamente c coletividadepodem ser declaradas de utilidade pública, desde que provados osseguintes requisitos:

a. que adquiram personalidade jurídica;b. que estão em efetivo funcionamento e servem desinteressadamente

à coletividade;c. que os cargos de sua diretoria não são remunerados.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

A declaração de utilidade pública será feita em decreto do Poder Executivo,mediante requerimento processado no Ministério da Justiça e NegóciosInteriores ou, em casos excepcionais, ex officio.

O Título de Utilidade Pública Federal deve ser dirigido ao Presidente daRepública, por intermédio do Ministério da Justiça e Negócios Interiores,com a comprovação dos seguintes requisitos, nos termos do Decreto nº50.517/61, que regulamenta a citada Lei nº 91/35:

• a constituição no país;• que tenha personalidade jurídica;• que esteja em efetivo funcionamento, nos 03 anos anteriores, com a

exata observância de seus estatutos;• que não são remunerados por qualquer forma, os cargos de diretoria

e que não distribui lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes,

mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto;• que comprovadamente, mediante a apresentação de relatórios

circunstanciados dos três anos de exercício anteriores à formulaçãodo pedido, promove a educação ou exerce atividades de pesquisascientíficas, de cultura, inclusive artísticas ou filantrópicas, estas decaráter geral ou indiscriminados;

• que seus diretores possuem folha corrida e moralidade comprovada;• que se obriga a publicar anualmente, a demonstração da receita e

despesa realizadas no período anterior, desde que contemplada comsubvenção por parte da União, neste mesmo período.

3.2. REGISTRO NO CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL -CNASO Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS é o órgão responsávelpela regulamentação da política nacional de assistência social. É ele oórgão responsável pela concessão do Certificado de Fins Filantrópicos àsentidades que prestam assistência social.

A inscrição das entidades, no Conselho Municipal da localidade em queexercem suas atividades, é condição essencial para o registro no CNAS,

nos termos do § 3º, do artigo 9º, da Lei nº 8.742/93, também denominadaLei Orgânica da Assistência Social.

Caso o município ainda não tenha instituído o Conselho Municipal deAssistência Social, a entidade deverá inscrever-se no Conselho Estadual doestado em que estiver localizada sua sede. Um exemplo é o Município deSão Paulo que ainda não organizou seu conselho, motivo pelo qual asentidades estabelecidas nesta localidade devem registrar-se no ConselhoEstadual de Assistência Social – CONSEAS, conforme o disposto naResolução nº 06, de 2/03/2000, da Secretaria de Assistência eDesenvolvimento Social do Estado de São Paulo.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Antes de pleitear o registro em qualquer órgão da administração pública épreciso ter conhecimento dos princípios que regem a assistência socialcomo um todo, e que servirão de fundamento a qualquer exigência quepossa ser questionada pela administração pública.Os princípios da assistência social são:

• supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre asexigências de rentabilidade econômica;

• universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário daação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;

• respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito abenefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiare comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória denecessidade;

• igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminaçãode qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações

urbanas e rurais;• divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos

assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público edos critérios para sua concessão.

Registro no Conselho Nacional de Assistência Social – CNASPara obter o Registro no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS énecessário cumprir os requisitos previstos na Resolução no 31/99.Segundo o artigo 3o da referida Resolução, o estatuto deverá estabelecerque a entidade:

• aplica suas rendas, recursos e resultado operacional no territórionacional e na manutenção de seus objetivos institucionais;• não distribui resultados, dividendos, bonificações, participações ou

parcela do seu patrimônio, sob nenhuma forma;• não percebem seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores,

benfeitores remuneração, vantagens, benefícios, direta ouindiretamente, por qualquer forma ou título, em razão dascompetências, funções ou atividades que lhe sejam atribuídas pelosrespectivos atos constitutivos;

• em caso de dissolução ou extinção, destina o eventual patrimônio

remanescente a entidade congênere registrada no CNAS ou aentidade pública;

• a entidade presta serviços permanentes e sem qualquerdiscriminação de clientela.

As fundações particulares ainda deverão comprovar que sua inscrição noRegistro Civil das Pessoas Jurídicas, bem como que seus estatutos foramdevidamente aprovados pelo Ministério Publico.

Certificado de Entidade de Fins FilantrópicosUma vez registrada no CNAS, a entidade poderá obter o Registro deEntidade de Fins Filantrópicos, nos termos da Resolução n o 32/99, e desde

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

que demonstre, nos três anos imediatamente anteriores ao requerimento,cumulativamente que:

• está legalmente constituída no País e em efetivo funcionamento;• está previamente inscrita Conselho Municipal de Assistência Social do

município da sede da entidade, se houver, ou no Conselho Estadualde Assistência Social, ou Conselho de Assistência Social do DistritoFederal;

• está previamente inscrita no CNAS (observe-se que a entidade deveser inscrita no CNAS há, pelo menos, três anos);

• conste nos seus estatutos dispositivos determinado que:a. aplica suas rendas, recursos e resultado operacional no território

nacional e na manutenção de seus objetivos institucionais;b. aplica as subvenções e doações recebidas nas finalidades a que

estejam vinculadas;c. não distribui resultados, dividendos, bonificações, participações ou

parcela do seu patrimônio, sob forma nenhuma;d. não percebem seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores,benfeitores remuneração, vantagens, benefícios, direta ouindiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das suascompetências, funções ou atividades que lhe sejam atribuídas pelosrespectivos atos constitutivos;

e. destinam em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ouextinção, o eventual patrimônio remanescente a entidade congênereregistrada no CNAS ou a entidade pública;

f. não constitui patrimônio de indivíduo ou de sociedade sem caráter

beneficente de assistência social;g. presta serviços gratuitos, permanentes e sem qualquer discriminaçãode clientela, de acordo com o Plano de Trabalho aprovado pelo CNAS.

• aplica anualmente, em gratuidade, pelo menos 20% (vinte por cento)da receita bruta proveniente da venda de serviços, acrescida dareceita decorrente de aplicações financeiras, de locação de bens, devenda de bens não integrantes do ativo imobilizado e de doaçõesparticulares, cujo montante nunca será inferior à isenção decontribuições sociais usufruídas.

As fundações particulares ainda deverão comprovar que atendem aodisposto no artigo 16 do Código Civil, ou seja, a inscrição no Registro Civildas Pessoas Jurídicas, bem como que seus estatutos foram devidamenteaprovados pelo Ministério Publico. A gratuidade supramencionada deveráser comprovada em cada área de atuação da entidade. O Certificado temvalidade por três anos, sendo permitida a renovação, sempre por igualperíodo, exceto quando cancelado em virtude de transgressão de normaque originou a concessão.

4. CONTABILIDADE DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

4.1 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

A escrituração contábil é obrigatória para todas as organizações, sejamelas de fins lucrativos ou não, conforme determinam as Normas Brasileirasde Contabilidade. Da mesma forma, o art. 14 do Código Tributário Nacionalexige a manutenção da escrituração das receitas e despesas em livrosrevestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão(contabilidade organizada) como um dos requisitos para a isenção dopagamento do imposto de renda das pessoas jurídicas de fins educacionaise assistência social.

Assim, a escrituração contábil da organização deve ser feita por contadorhabilitado no Conselho Regional de Contabilidade, pois se trata de umaatividade profissional que exige conhecimentos técnicos específicos,especialmente no que se refere ao atendimento das formalidades exigidaspela legislação.

4.2 CONCEITOS CONTÁBEIS ESSENCIAISApresentamos alguns conceitos essenciais para que os administradores deorganizações sem fins lucrativos possam utilizar os livros contábeis comoinstrumentos de apoio à gestão econômica e financeira de sua instituição.Os livros contábeis São os documentos utilizados pelo profissional parademonstrar os fatos contábeis devidamente escriturados. São eles:

o Diário: registra todos os fatos de entradas e saídas patrimoniais,tanto econômicas como financeiras, em ordem cronológica, nãopodendo ser rasurado ou borrado. Exemplo: recebimento de doação;pagamento de salários etc.

o Razão: registra a situação contábil do fato ocorrido, dando ênfase nostermos contábeis referentes à ocorrência, à data e ao valor.o Caixa: registra as entradas e saídas de dinheiro do caixa. Hoje em

dia, em razão das facilidades da utilização de contas correntesbancárias, o dinheiro que fica na organização é apenas a quantiadenominada "fundo fixo".

o Relatórios contábeis: são documentos gerados pela contabilidade queresumem as situações de fato: recebimentos, pagamentos,contribuições, doações etc., de modo a facilitar a visualização daposição patrimonial da organização no plano econômico e financeiro.

o Balancete: é o resumo dos fatos econômicos e financeiros járegistrados analiticamente nos livros anteriores; se o administradortiver familiaridade com os termos utilizados nesse livro contábil, serábastante útil não apenas para elaboração dos relatórios financeiros,mas como auxiliar das suas atividades de gerenciamento, pois neleconstam à posição patrimonial da instituição, que inclui o dinheirodisponível, os bens e direitos e as dívidas, bem como a posiçãoatualizada das receitas recebidas e das despesas efetuadas. Suaelaboração é mensal.

o Balanço patrimonial: é um relatório feito ao final do ano, quedemonstra a posição em 31/12/xx dos recursos financeiros eeconômicos da organização: dinheiro em caixa, em conta corrente,em aplicação financeira, dinheiro a receber por empréstimos ou

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

adiantamentos não oficializados e dos bens móveis e imóveis daorganização. Apresenta também as dívidas a pagar: encargos sociaise impostos a recolher, os empréstimos a pagar e, ainda, o patrimôniosocial que representa o fundo social líquido pertencente àorganização.

o Demonstração do resultado social do exercício: representa a posiçãosintetizada de todas as receitas e despesas ocorridas durante o ano,demonstrando no final desse relatório à diferença entre o total dasreceitas e o total das despesas, que implica acréscimo ou decréscimodo patrimônio social, caso haja superávit ou déficit respectivamente.

4.3 REGISTROS CONTÁBEISO processo de registro contábil tem seu fundamento de trabalho em umaestrutura de duas colunas destinadas a abrigar o patrimônio daorganização: a do lado esquerdo é a do ativo, e a do lado direito, a do

passivo e do patrimônio social. Essas colunas são divididas da seguinteforma: a do ativo em duas partes: a parte superior, para os recursos queentram e saem da organização com mais rapidez (exemplo: o dinheiro nobanco, os adiantamentos para viagens); na parte inferior, para os benspermanentes (exemplo: computadores, máquinas, móveis, imóveis eoutros semelhantes). 4.4  CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CONTABILIDADE DO TERCEIROSETOR A estrutura patrimonial definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei

6404/1976) é à base da contabilidade do terceiro setor. Entretanto, algumas adaptações devem ser feitas e dizem respeito,principalmente, à nomenclatura de algumas contas a serem utilizadas,como por exemplo: PATRIMÔNIO LÍQUIDO X PATRIMÔNIO SOCIAL. Oconceito básico de Patrimônio Líquido é o mesmo tanto nas empresasquanto no terceiro setor.

A equação patrimonial clássica não se altera, mas os títulos sim. Ao invésde Patrimônio Líquido, chamar-se-á “Patrimônio Social”:Patrimônio Social = ATIVO - PASSIVO (exigibilidades) Fundos EspecificadosA contabilidade registra os recursos recebidos para atender atividades ouprojetos específicos de forma separada (em fundos), valendo-se dasrestrições impostas pelos doadores externos à entidade ou mesmoobservando restrições impostas pelos órgãos diretivos da entidade. Na prática existirão, em uma entidade, vários tipos de "fundos" como, porexemplo, "Fundo para Construção de Sede Social", "Fundo para Bolsas de

Estudos", "Fundo de Pesquisas", etc. Outras Características

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Outras características distintivas da contabilidade do terceiro setor:1. Aplicam-se a essas entidades os Princípios Fundamentais de

Contabilidade, bem com as Normas Brasileiras de Contabilidade esuas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados peloConselho Federal de Contabilidade.

2. As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultadopositivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e olucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit oudéficit.

3. O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registrado naconta Superávit ou Déficit do Exercício enquanto não aprovado pelaassembléia dos associados e após a sua aprovação, deve sertransferido para a conta Patrimônio Social.

4.5 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICÁVEIS AO

TERCEIRO SETORAs entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultadopositivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ouprejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit (NBC T10.19.1.3). 

 Tais entidades, mesmo aquelas que tenham sede no exterior, mas queatuem no Brasil, devem seguir as normas contábeis brasileiras. Dentre tais normas, encontram-se, especificamente:

NBC T 2.2 – Da Documentação Contábil NBC T 2.5 – Das Contas de Compensação NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das

Demonstrações Contábeis NBC T 4 – Da Avaliação Patrimonial NBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis NBC T 10 – Aspectos Contábeis de Entidades Diversas: NBC T 10.4 – Fundações NBC T 10.18 - Entidades Sindicais e Associações de Classe NBC T 10.19 – Entidades sem Fins Lucrativos NBC T 19.4 - Incentivos Fiscais, Subvenções, Contribuições, Auxílios e

Doações Governamentais As Normas citadas reconhecem que essas entidades são diferentes dasdemais e recomendam a adoção de terminologias específicas para ascontas de Lucros ou Prejuízos, Capital e para a denominação daDemonstração do Resultado, com a finalidade de adequação dessasterminologias ao contexto das referidas entidades.

Vejamos alguns detalhes das normas brasileiras de contabilidadeNBC T 2.2 – Da Documentação Contábil

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

A Documentação Contábil compreende todos os documentos, livros,papéis, registros e outras peças, que apóiam ou compõem aescrituração contábil. Documento contábil, estrito-senso, é aquele que comprova os atos efatos que originam lançamento (s) na escrituração contábil da Entidade.

A Documentação Contábil é hábil, quando revestida dascaracterísticas intrínsecas ou extrínsecas essenciais, definidas nalegislação, na técnica-contábil ou aceitas pelos "usos e costumes". A Documentação Contábil pode ser de origem interna quando geradana própria Entidade, ou externa quando proveniente de terceiros. A Entidade é obrigada a manter em boa ordem a documentaçãocontábil.

NBC T 2.5 – Das contas de compensação Nas contas de compensação registrar-se-ão os atos relevantes cujos

efeitos possam se traduzir em modificações no patrimônio da entidade. A escrituração das contas de compensação será obrigatória nos casos

que se obrigue especificamente.

NBC T.3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura dasDemonstrações Contábeis.

NBC T.3.1 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS. As demonstrações contábeis são as extraídas dos livros, registros e

documentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de

Entidade. As demonstrações contábeis devem especificar sua natureza, a datae/ou o período e a Entidade a que se referem.

NBC T 3.2 – Do Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a

evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, aposição patrimonial e financeira da Entidade.

O balanço patrimonial é constituído pelo ativo, pelo passivo e peloPatrimônio Líquido.

As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos

esperados de realização, e as contas do passivo são dispostas em ordemcrescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados,observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos.

Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serãoagrupados, desde que seja indicada a sua natureza e nuncaultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo grupo decontas, sendo vedada à utilização de títulos genéricos como "diversascontas" ou "contas-correntes".

NBC T.3.3 – Da Demonstração do Resultado. A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a

evidenciar a composição do resultado formado num determinadoperíodo de operações da Entidade.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

A demonstração do resultado, observado o princípio de competência,evidenciará a formação dos vários níveis de resultados medianteconfronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas.

NBC T 4 – DA AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

Os componentes do Patrimônio são avaliados em moeda correntenacional.

NBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.NBC T 6.1 – Forma de Apresentação

A divulgação é o ato de colocar as demonstrações contábeis da Entidadeà disposição de seus usuários.

São meios de divulgação:a) a publicação das demonstrações contábeis na imprensa, oficial

ou privada, em qualquer das suas modalidades;

b) a remessa das demonstrações contábeis a titulares do capital,associados, credores, órgãos fiscalizadores ou reguladores,bolsas de valores, associações de classe, entidades de ensino epesquisa, e outros interessados;

c) a comunicação de que as demonstrações contábeis estão àdisposição dos titulares do capital, associados e demaisinteressados, em local ou locais identificados.

A divulgação das demonstrações contábeis tem por objetivo fornecer,aos seus usuários, um conjunto mínimo de informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social que lhespossibilitem o conhecimento e a análise da situação da Entidade.

NBC T 6.2 - Do Conteúdo das Notas Explicativas Esta norma trata das informações mínimas que devem constar das

notas explicativas. Informações adicionais poderão ser requeridas emdecorrência da legislação e outros dispositivos regulamentaresespecíficos em função das características da Entidade.

As informações contidas nas notas explicativas devem ser relevantes,complementares e/ou suplementares àquelas não suficientementeevidenciadas ou não constantes nas demonstrações contábeis

propriamente ditas. As notas explicativas incluem informações de natureza patrimonial,

econômica, financeira, legal, física e social, bem como os critériosutilizados na elaboração das demonstrações contábeis e eventossubseqüentes ao balanço.

NBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicos em EntidadesDiversas

NBC T 10.4 – Fundações Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos de

avaliação, de registro contábeis e de estruturação das demonstraçõescontábeis das Fundações. Estas são organizações destinadas a fins deinteresse coletivo (art. 11 da Lei de Introdução ao Código Civil e podem

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

ser "fundação pública de natureza jurídica de direito público" ou"pessoas jurídicas de direito privado". São compostas por umacoletividade humana organizada, e, como tais, são entidadeseconômicas, com existência distinta de cada um dos indivíduos ouentidades que as compõem, com capacidade jurídica para exercerdireitos e obrigações patrimoniais, econômicos e financeiros.

As Fundações devem constituir provisão em montante suficiente paracobrir as perdas esperadas com base em estimativas de seus prováveisvalores de realização e baixar os prescritos, incobráveis e anistiados.

As doações e contribuições para custeio são contabilizadas em conta dereceita. As doações e subvenções patrimoniais são contabilizadas nopatrimônio social.

As receitas de doações e contribuições para custeio são consideradasrealizadas quando da emissão de nota de empenho ou da comunicaçãodos doadores, conforme o caso, devendo ser apropriadas, em bases

mensais, de acordo com os períodos a serem beneficiados, quando estesforem identificáveis. As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas Fundações

são as seguinte: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado,Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstraçõesdas Origens e Aplicações de Recursos.

A denominação da Demonstração do Resultado é alterada paraDemonstração do Superávit ou Déficit, a qual deve evidenciar acomposição do resultado de um determinado período. Além dessaalteração, é aplicada substituindo a palavra resultado pela expressãosuperávit ou déficit.

A demonstração do resultado deve evidenciar, de forma segregada, ascontas de receitas e despesas, estas, quando identificáveis, por tipo deatividade.

A denominação Da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido éalterada para Demonstração das Mutações do Patrimônio Social, quedeve evidenciar, num determinado período, a movimentação das contasque integram o seu patrimônio.

As Fundações estão dispensadas da elaboração da Demonstração de

Lucros ou Prejuízos Acumulados, por estar incluída na Demonstração dasMutações do Patrimônio Social. Na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, a palavra

resultado é substituída pela expressão superávit ou déficit. DOAR foiextinta, sendo adotada em seu lugar a DFC (Demonstração dos Fluxosde Caixa)

As notas explicativas devem incluir informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, tais como:

a) as principais atividades desenvolvidas pela Fundação;b) os investimentos relevantes efetuados no período e os

anteriormente existentes;c) a origem e natureza das principais doações e outros recursos de

valor significativo;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

d) os detalhes dos financiamentos a longo prazo;e) os detalhes das contingências na data do encerramento do

exercício e dos prováveis efeitos futuros.

NBC T –10.18 – Entidades Sindicais e Associações de Classe

Esta Norma estabelece critérios e procedimentos específicos deavaliação de registro contábeis e de estruturação das demonstraçõescontábeis das Entidades Sindicais e Associações de Classe e aplica-se àsentidades sindicais de todos os níveis, sejam confederações, centrais,federações e sindicatos; a quaisquer associações de classe; a outrasdenominações que possam ter, abrangendo tanto as patronais como asde trabalhadores. Requisito básico é aglutinarem voluntariamentepessoas físicas ou jurídicas, conforme o caso, unidas em prol de umaprofissão ou atividade comum.

Não estão abrangidos por esta Norma os Conselhos Federais, Regionais

e Seccionais de profissões liberais, criados por lei federal, de inscriçãocompulsória para o exercício legal de uma profissão, assim como asEntidades Sem Finalidade de Lucros.

As receitas de contribuições baseadas em estatuto, ou em documentoequivalente, aquelas derivadas de legislação específica e as demais,bem como as despesas, devem ser registradas em obediência aosPrincípios Fundamentais de Contabilidade, sempre considerado o tempodecorrido e a periodicidade mensal.

As Entidades Sindicais e Associações de Classe devem constituirprovisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas, combase em estimativas de seus prováveis valores de realização, e baixaros prescritos, incobráveis e anistiados.

As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas EntidadesSindicais e Associações de Classe seguem as mesmas normas aplicáveisa uma Fundação.

As notas explicativas devem incluir informações de naturezapatrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, tais como:

a) as principais atividades desenvolvidas pela Entidade Sindicalou Associação de Classe;

b) os investimentos relevantes efetuados no período e osanteriormente existentes;c) a origem dos recursos relevantes;d) os detalhes dos financiamentos a longo prazo;e) os detalhes das contingências na data do encerramento do

exercício e dos prováveis efeitos futuros.

NBC T - 10.19 - ENTIDADES SEM FINALIDADE DE LUCROS Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos de

avaliação, de registros dos componentes e variações patrimoniais e de

estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas aserem divulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidades delucros.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Destina-se, também, a orientar o atendimento às exigências legaissobre procedimentos contábeis a serem cumpridos pelas pessoas

  jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmenteentidades beneficentes de assistência social (Lei Orgânica daSeguridade Social), para emissão do Certificado de Entidade de Fins

Filantrópicos, da competência do Conselho Nacional de AssistênciaSocial (CNAS). As entidades sem finalidade de lucros exercem atividades assistenciais,

de saúde, educacionais, técnico-científicas, esportivas, religiosas,políticas, culturais, beneficentes, sociais, de conselhos de classe eoutras, administrando pessoas, coisas, e interesses coexistentes ecoordenados em torno de um patrimônio com finalidade comum oucomunitária. Essas entidades são constituídas sob a forma de fundaçõespúblicas ou privadas, ou sociedades civis, nas categorias de entidadessindicais, culturais, associações de classe, partidos políticos, ordem dos

advogados, conselhos federais, regionais e seccionais de profissõesliberais, clubes esportivos não-comerciais e outras entidades. As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultado

positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucroou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit.

As receitas e despesas devem ser reconhecidas, mensalmente,respeitando os Princípios Fundamentais de Contabilidade, em especialos Princípios da Oportunidade e da Competência.

As entidades sem finalidade de lucros devem constituir provisão emmontante suficiente para cobrir as perdas esperadas, com base emestimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar os valoresprescritos, incobráveis e anistiados.

As doações, subvenções e contribuições para custeio são contabilizadasem contas de receita. As doações, subvenções e contribuiçõespatrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, sãocontabilizadas no patrimônio social.

As receitas de doações, subvenções e contribuições para custeio ouinvestimento devem ser registradas mediante documento hábil.

Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e

despesas, superávit ou déficit, de forma segregada, quandoidentificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde,assistência social, técnico-científica e outras, bem como, comercial,industrial ou de prestação de serviços.

As receitas de doações, subvenções e contribuições recebidas paraaplicação específica, mediante constituição ou não de fundos, devemser registradas em contas próprias segregadas das demais contas daentidade.

O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registrado na contaSuperávit ou Déficit do Exercício enquanto não aprovado pela

assembléia dos associados e após a sua aprovação, deve ser transferidopara a conta Patrimônio Social.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas entidadessem finalidade de lucros são as determinadas pela NBC T 3.

Na aplicação das normas contábeis, em especial a NBC T 3, a contaCapital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupoPatrimônio Líquido, e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados por

Superávit ou Déficit do Exercício. As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notasexplicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

a) os critérios de apuração das receitas e das despesas,especialmente com gratuidades, doações, subvenções,contribuições e aplicações de recursos;

b) as contribuições previdenciárias relacionadas com a atividadeassistencial devem ser demonstradas como se a entidade nãogozasse de isenção, conforme normas do Instituto Nacional doSeguro Social (INSS);

c) as subvenções recebidas pela entidade, à aplicação dos recursos eas responsabilidades decorrentes dessas subvenções;d) os fundos de aplicação restrita e responsabilidades decorrentes

desses fundos;e) evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por

parte do doador;f) eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que

tenham, ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situaçãofinanceira e os resultados futuros da entidade;

g) informações sobre os tipos de seguro contratados;

h) as entidades educacionais, além das notas explicativas, devemevidenciar a adequação das receitas com as despesas de pessoal,segundo parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Basesda Educação e sua regulamentação;

i) as entidades beneficiadas com isenção de tributos e contribuiçõesdevem evidenciar suas receitas com e sem gratuidade de formasegregada, e os benefícios fiscais gozados.

NBC T 19.4 - Incentivos Fiscais, Subvenções, Contribuições,Auxílios e Doações Governamentais.

Esta norma estabelece procedimentos contábeis e as informaçõesmínimas a serem divulgadas em notas explicativas pelas entidadesprivadas que recebem incentivos fiscais, subvenções, contribuições,auxílios e doações governamentais.

Para efeito desta norma, entende-se por:a) Governo - entidade composta por entes públicos que integram a

administração direta e indireta na esfera federal, estadual oumunicipal, agências governamentais e outros órgãosassemelhados.

b) Incentivo fiscal - renúncia total ou parcial de receita fiscal dogoverno em favor de entidades públicas ou privadas com objetivode geração de benefícios sociais e econômicos, sendo:

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

I. Isenção tributária - desobrigação legal de pagamento detributo;

II. Redução tributária - desobrigação legal de pagamento parcialde tributo.

c) Empréstimo Subsidiado - é o empréstimo normalmente obtido dogoverno a taxas, prazos ou condições mais favorecidas que omercado;

d) Perdão de Empréstimo Subsidiado - valor total ou parcial doempréstimo que o governo renuncia mediante o cumprimento dedeterminado compromisso vinculado ao contrato.

e) Subvenção - contribuição pecuniária, prevista em lei orçamentária,concedida por órgãos do setor público a entidades públicas ouprivadas, com o objetivo de cobrir despesas com a manutenção eo custeio destas, com ou sem contraprestação de bens ou serviçosda beneficiária dos recursos.

f) Contribuições - transferências correntes ou de capital, previstas nalei orçamentária ou especial, concedidas por entesgovernamentais a autarquias e fundações e a entidades sem finslucrativos, sendo:I. Transferências Correntes: destinadas à aplicação em custeio e

manutenção destas, sem contrapartida de bens ou serviços dabeneficiária dos recursos; e

II. Transferências de Capital: destinadas aos investimentos ouinversões financeiras.

g) Auxílios - previstos em lei orçamentária, destinados a despesas de

capital de entes públicos ou de entidades privadas sem finslucrativos.h) Doações - transferências gratuitas, em caráter definitivo, de

recursos financeiros ou do direito de propriedade de bens, comfinalidade de custeio, investimento e imobilizações, semcontrapartida do beneficiário.

i) Razoável certeza - ocorre nos casos em que o cumprimento doscompromissos envolvidos podem ser demonstrados pela entidadee dependem exclusivamente de providências internas, e não deterceiros ou situações de mercado.

 j) Valor justo é o valor pelo qual um ativo poderia ser negociado ouum passivo liquidado entre partes independentes e interessadas,conhecedoras do assunto e dispostas a negociar, numa transaçãonormal, sem favorecimentos e com isenção de outros interesses.

Os incentivos fiscais, as contribuições, os auxílios devem serreconhecidos quando existir razoável certeza que:

a) a entidade cumprirá com todas as condições estabelecidas entreas partes; e

b) o benefício será recebido.

As subvenções e as doações devem ser reconhecidas no recebimentoefetivo.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

O perdão do empréstimo subsidiado deve ser reconhecido como receitaquando existir certeza razoável de que a entidade cumprirá com oscompromissos assumidos.

O reconhecimento da receita deve ser o mesmo, independente da formacom que o benefício foi concedido, em dinheiro ou como isenção e

redução de passivo. O reconhecimento das receitas de incentivos fiscais, subvenções,contribuições, auxílios e doações deve ser confrontado com os custos eas despesas correspondentes.

Admite-se o reconhecimento da receita no momento de seurecebimento nos casos em que não há bases de confrontação comcustos ou despesas, ao longo dos períodos beneficiados.

No caso de recebimento de ativos, o reconhecimento da receita deveser proporcional ao cumprimento do compromisso assumido pelo seurecebimento.

Recebimento de subvenções, contribuições, doações ou outrosinstrumentos assemelhados que se destinem a cobrir custos ou perdas

  já incorridas, ou com o propósito de dar imediato suporte financeiro,sem custos futuros relacionados, deve ser reconhecido em conta dereceita.

Os registros contábeis dos incentivos fiscais, subvenções, contribuições,auxílios, perdão de empréstimo subsidiado e doações devem serefetuados em contas específicas de receita e constar dosdemonstrativos do resultado das entidades beneficiadas.

Os valores recebidos a título de incentivos fiscais, subvenções,contribuições, auxílios e doações, devem ser registrados em contaespecífica de receita, segregados por tipo de benefício.

Nos casos em que a entidade perde o direito a um benefício, járegistrado como receita, e tiver que ser devolvido, a entidade deveprimeiramente compensar esse valor com receitas diferidasrelacionadas com o mesmo benefício. Nos casos em que estacompensação não for suficiente ou não houver receita diferida, a perdanão-compensada deve ser reconhecida imediatamente como despesa.

As notas explicativas relativas a esta norma devem conter, no mínimo,

as seguintes informações:a) os valores recebidos por tipo de benefício: incentivos fiscais,

subvenções, contribuições, auxílios, perdão de empréstimossubsidiados e doações;

b) critérios contábeis adotados, quando do registro dos benefíciosrecebidos;

c) principais compromissos assumidos pela entidade por conta dosbenefícios recebidos;

d) potenciais ganhos ou perdas em decorrência do cumprimento oudescumprimento de compromissos de que trata esta norma;

e) contingências relativas aos benefícios de que trata esta norma.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

4.6 PLANO DE CONTAS CONTÁBILPlano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas,previamente estabelecido, que norteia os trabalhos contábeis de registrode fatos e atos inerentes à entidade, além de servir de parâmetro para aelaboração das demonstrações contábeis.

 Tal estrutura de contas, dentro do conceito legal da própria Lei 6.404/76(artigos 176 a 182 e artigo 187), em síntese, se compõe de: 

ATIVO PASSIVO 

CIRCULANTENÃO CIRCULANTE

CIRCULANTENÃO CIRCULANTEPATRIMÔNIO SOCIAL

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIORECEITASCUSTOS E DESPESAS

 

Plano de Contas Padrão1 Ativo Total1 .01 Ativo Circulante 1 .01 .01 Disponibilidades

1 .01 .01 .01 Caixa1 .01 .01 .02 Bancos Contas Operacionais1 .01 .01 .03 Bancos Contas Administrativas1 .01 .01 .04 Aplicações Financeiras1 .01 .02 Valores a Receber1 .01 .02 .01 Mensalidades a Receber1 .01 .02 .02 Subvenções a Receber1 .01 .02 .03 Doações a Receber1 .01 .02 .04 Contribuições a Receber1 .01 .02 .05 Atendimentos a Receber

1 .01 .02 .06 Cheques a Depositar1 .01 .02 .07 Pagamentos para Reembolsos Futuros1 .01 .02 .09 Remuneração de Convênios a Receber1 .01 .02 .09 (-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa1 .01 .03 Adiantamentos1 .01 .04 Estoques1 .01 .05 Impostos e Contribuições a Recuperar1 .01 .06 Despesas Antecipadas

1 .02 NÃO CIRCULANTE

1 .02 .01 Títulos e Valores Mobiliários1 .02 .02 Outros Valores a Receber1 .02 .03 Depósitos judiciais

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

1 .02 .04 Investimentos1 .02 .05 Imobilizado1 .02 .06 Intangível

2 Passivo Total2 .01 Passivo Circulante2 .01 .01 Obrigações com Instituições de Crédito2 .01 .01 .01 Obrigações de Financiamentos e Repasses2 .01 .01 .02 Obrigações por Aquisição de Bens e Direitos2 .01 .02 Fornecedores2 .01 .03 Obrigações e Provisões Empregatícias2 .01 .03 .01 Salários a Pagar2 .01 .03 .02 Provisão para 13º Salário2 .01 .03 .03 Provisão para Férias2 .01 .04 Obrigações Fiscais, Previdenciárias, Tributárias e Sociais

2 .01 .04 .01 INSS a Pagar2 .01 .04 .02 FGTS a Recolher2 .01 .04 .03 PIS s/Folha de Pagamento a Recolher2 .01 .04 .04 Retenções de Impostos a Recolher2 .01 .05 Obrigações com Convênios e Parcerias2 .01 .05 .01 Recursos de Convênios e Parcerias2 .01 .05 .02 ( - ) Aplicações de Recursos de Convênios e Parcerias2 .01 .06 Outras Contas a Pagar

2 .02 Não Circulante

2 .02 .01 Obrigações com Instituições de Crédito2 .02 .02 Obrigações por Aquisição de Bens e Direitos2 .02 .02 .01

2 .03 Patrimônio Social2 .03 .01 Fundo Patrimonial Social2 .03 .01 .01 Fundos Institucionais2 .03 .02 Fundos Especiais2 .03 .02 .01 Fundo para Investimentos2 .03 .02 .02 Outros Fundos Especiais

2 .03 .03 Reservas, Doações e Subvenções Patrimoniais2 .03 .03 .01 Doações Patrimoniais2 .03 .03 .02 Subvenções Patrimoniais2 .03 .03 .03 Reserva de Superávit a Realizar2 .03 .04 Superávit ou Déficit Acumulados2 .03 .03 .01 Déficit Acumulados2 .03 .03 .02 Superávit ou Déficit do Exercício

3 . Receitas3 .01 Receitas Operacionais3 .01 .01 Subvenções, Doações e Contribuições3 .01 .01 .01 Subvenções3 .01 .01 .02 Doações

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

3 .01 .01 .03 Contribuições3 .01 .02 Vendas de Bens e Serviços3 .01 .01 .01 Vendas de Bens3 .01 .01 .02 Prestação de Serviços3 .01 .01 .03 Contribuições3 .01 .03 ( - ) Impostos e Deduções das Vendas e Serviços3 .01 .04 Receitas Financeiras3 .01 .04 .01 Rendimento de Aplicações Financeiras - Renda Fixa3 .01 .04 .02 ( - ) Imposto de Renda na Fonte Sobre Rendimento deAplicações Financeiras3 .01 .05 Outras Receitas Financeiras3 .01 .05 .01 Descontos Obtidos3 .01 .05 .02 Juros de Mora Recebidos3 .01 .05 .03 Outras Receitas Financeiras3 .01 .06 Receitas Patrimoniais

3 .01 .06 .01 Alugueis3 .01 .06 .02 Arrendamentos3 .01 .07 Outras Receitas Operacionais3 .01 .07 .01 Recuperação de Despesas3 .01 .07 .02 Recuperação de Créditos Baixados como Perda3 .01 .07 .03 Reversão da Provisão de Crédito de Liquidação Duvidosa

3 .02 Outras Receitas Operacionais3 .02 .01 Outras Receitas Operacionais3 .02 .01 .01 Renda na Alienação de Valores e Bens

 4 . Custos e Despesas4 .01 Custos das Vendas de Bens e Serviços4 .01. 01 Custos das Vendas de Bens e Serviços4 .01. 01 .01 Custos das Mercadorias Vendidas4 .01. 01 .02 Custos dos Serviços Prestados

4 .02 Despesas4 .02. 01 Despesas Com Recursos Humanos4 .02. 01 .01 Despesas Empregatícias

4 .02. 01 .02 Despesas com Pessoal Sem Vinculo Empregatício4 .02. 02 Despesas Administrativas4 .02. 02 .01 Despesas Contratuais, Ocupação, Utilidades e Serviços4 .02. 02 .02 Manutenção, Ocupação e Conservação do Patrimônio4 .02. 02 .03 Despesas com Consumos Diversos4 .02. 02 .04 Outras Despesas Administrativas4 .02. 03 Despesas Financeiras4 .02. 02 .01 Despesas Bancárias4 .02. 02 .02 Juros e Multas,4 .02. 04 Despesas Tributárias4 .02. 04 .01 Tributos Federais4 .02. 04 .02 Tributos Estaduais4 .02. 04 .03 Tributos Municipais

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

4 .02. 05 Serviços Assistenciais4 .02. 06 Outras Despesas4 .02. 06 .01 Doações a Outras Organizações4 .02. 06 .02 Contribuições a Outras Organizações4 .02. 07 Despesas não Operacionais4 .02. 07 .01 Perdas e Roubos4 .02. 07 .02 Resultado Negativo Alienação de Valores e Bens

5. REGIME TRIBUTÁRIO 

5.1 CONCEITO DE IMUNIDADEO artigo 150 da Constituição Federal estabelece as limitações ao Poder de

  Tributar. Dentre as limitações impostas pelo legislador constitucionalencontra-se prevista no inciso VI, a impossibilidade das pessoas políticas

competentes em instituir impostos sobre o patrimônio, renda e serviços,uns dos outros, templos de qualquer culto, patrimônio, renda e serviços,inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, dasinstituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,atendidos os requisitos da lei e, por fim, livros, jornais, periódicos e o papeldestinado a sua impressão.

Pode-se concluir, portanto, que imunidade tributária representa a exclusãoda competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípiospara instituir tributos relativos a determinados atos, fatos e pessoas,

previstos na Lei Maior.

  Tal exclusão consiste na limitação constitucional ao poder estatal detributar, resultando na impossibilidade de se criar impostos, delimitando ocampo tributário. Assim, por entender relevantes à sociedade as atividadesdesenvolvidas por determinadas entidades, o legislador constituinte asexclui do alcance da competência outorgada às pessoas políticas, que ashabilitam à instituição de impostos incidentes sobre seu patrimônio, rendaou serviços.

Ao instituir esta imunidade, o legislador constituinte teve por escopo,proteger valores fundamentais para a nação brasileira, tais como, aproteção à família, ao menor, ao idoso, a habilitação e a reabilitação daspessoas portadoras de deficiência, o acesso à cultura, às informações e oexercício das atividades religiosas.

Dentre essas entidades, de maneira clara, foram incluídas as instituiçõesde educação e de assistência social, sem fins lucrativos.

Assim, dispõe o artigo 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição Federal:"Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, évedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

(...)VI - instituir impostos sobre;(...)c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suasfundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições deeducação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos osrequisitos da lei;(...)"

No entanto, a imunidade constitucional concedida abrange tão-somente asatividades que estejam relacionadas às finalidades essenciais dainstituição, conforme determina o parágrafo 4º do artigo supra transcrito.

Desse modo, somente as atividades estritamente relacionadas com oobjeto da entidade sem fins lucrativos, que preencher os requisitos

determinados em lei, (no caso o artigo 14 do Código Tributário Nacional –CTN), estarão imunes à incidência de tributos. Para assegurar a imunidadeconferida constitucionalmente, é necessário o cumprimento das condiçõesestabelecidas no artigo 14 do CTN.

Assim, pode-se concluir que, desde que cumpridos os requisitosconstitucionais , bem como aqueles previstos no CTN, a entidade é imune.

A Constituição Federal também prevê a imunidade para as contribuiçõesprevidenciárias, conforme se pode observar do artigo 195, § 7º:

"Art. 195 - (...)§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidadesbeneficentes de assistência social que atendam às exigênciasestabelecidas em lei."

Apesar de o referido artigo empregar o termo "isentas", na verdade olegislador pretendia dizer, imunes, isto porque a exclusão ao poder detributar estabelecida na Constituição Federal somente pode serinterpretada pelo operador do direito como sendo imunidade. Assim, aimpropriedade do contida no texto constitucional não pode interferir no

alcance do instituto.

a – Relação dos Impostos abrangidos • Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU• Imposto territorial rural – ITR• Imposto sobre operações financeiras - IOF• Imposto sobre a transmissão causa mortis ou doação de bens e

direitos – ITCD• Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens imóveis– ITBI• Imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA• Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza - IR• Imposto sobre serviços - ISS

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

• Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporteintermunicipal, interestadual e de comunicação – ICMS

b – Relação dos Impostos não abrangidos • Imposto de Importação – I.I.• Imposto de Exportação – I.E.• Imposto sobre produtos industrializados - IPI• Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte

intermunicipal, interestadual e de comunicação – ICMSc - Contribuições abrangidas:

• Contribuição ao Programa de Integração Social - PIS (Lei 9.715/98:Prevê o recolhimento de 1% sobre a folha de salários para asEntidades sem fins lucrativos)

• Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social - COFINS• Contribuição Social Sobre o Lucro - CSL• Contribuição previdenciária (quota patronal) - Requisitos previstos no

art. 55 da Lei nº 8.212/91d – Não há imunidade• Contribuições de Melhoria•  Taxas• Empréstimos Compulsórios (com ressalvas)• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico• Contribuições de Categorias Profissionais e Econômicas

5.1 ISENÇÃOAs isenções podem ser definidas como uma das espécies de exclusão do

crédito tributário, conforme prevê o artigo 175, inciso I do CTN.

Entende-se que a isenção é "a exclusão, por lei, de parcela da hipótese deincidência, ou suporte fático da norma de tributação, sendo objeto daisenção a parcela que a lei retira dos fatos que realizam a hipótese deincidência da regra de tributação."

Segundo os entendimentos doutrinários, verifica-se que as isençõestributárias se constituem num verdadeiro favor legal, que pode serrevogado pelo legislador infraconstitucional a qualquer momento.

São isentos os seguintes tributos:• Imposto de Renda sobre as atividades próprias (Lei 9.532/97 c/c

art.174 do RIR/99)• COFINS sobre as atividades próprias• Outros impostos dependendo do Município ou do Estado

5.3. INCENTIVOS FISCAIS PARA CAPTAÇÃO DE RECURSO SDedutibilidade das doaçõesA partir de 1º de janeiro de 1996, a Lei 9.249/96, limitou a dedutibilidadede algumas despesas operacionais, dentre as quais as doações efetuadaspelas Pessoas Jurídicas.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Dessa maneira, a dedutibilidade das doações a instituições de ensino epesquisa ficou restrita a 1,5% (um e meio por cento) do lucro operacional,tanto para fins de Imposto de Renda como para a Contribuição Social sobreo Lucro (CSL).

Ressalte-se que a Lei conceitua como lucro operacional o resultado dasatividades principais ou acessórias, que constituam objeto da pessoa

 jurídica donatária, nos termos do artigo 277 do Regulamento do Impostode Renda - RIR/99, aprovado pelo Decreto nº 3.000 de 26 de março de1999.

Além disso, para que uma instituição de ensino e pesquisa possa usufruirdo que dispõe o parágrafo 2º, do artigo 13, da Lei 9.249/95, hánecessidade do preenchimento dos requisitos do artigo 213 daConstituição Federal. Ou seja, a instituição de ensino e pesquisa não pode

ter finalidade lucrativa e deve aplicar seus recursos exclusivamente emeducação.

Portanto, os valores doados pelas Pessoas Jurídicas a entidades deeducação devem ser considerados despesas operacionais, o que significaque os mesmos reduzem a base de cálculo do imposto de renda e da CSL.

A Secretária da Receita Federal - SRF, posteriormente editou a InstruçãoNormativa nº 11, que ampliou o rol de exigências para que determinadadoação fosse considerada dedutível. Desta maneira, para que a doação

efetuada pela pessoa jurídica possa ser considerada dedutível é necessárioque a instituição de ensino que recebeu a doação:a) aplique os excedentes em educação;b) comprove não possuir fins lucrativos; e,c) assegure à destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,

filantrópica, ou confessional, ou ao poder público no caso doencerramento de suas atividades.

Assim, veja o exemplo de uma pessoa jurídica que tenha apurado lucrooperacional de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Portanto, dos R$

15.000,00 doados pela pessoa jurídica a uma instituição de ensino, o custoefetivo da doação pela empresa é de R$ 9.900,00, pois a diferença (R$5.100,00) retornará na forma de economia fiscal.

Além de limitar as doações efetuadas a instituições de ensino e pesquisa, acitada Lei nº 9.249/95 também restringiu a dedutibilidade das doações aentidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, queprestem serviços gratuitos em benefícios de empregados da pessoas

  jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício dacomunidade onde atuem, a 2,0% (dois por cento) do lucro operacional,tanto para fins de Imposto de Renda como para a Contribuição Social sobreo Lucro (CSL).

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Para que a pessoa jurídica doadora possa se beneficiar da dedutibilidadeda doação, devem ser observados os seguintes requisitos:

a. as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito emconta corrente bancária diretamente em nome da entidadebeneficiária;

b. a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, a disposição dafiscalização, declaração, segundo modelo aprovado pela Secretaria daReceita Federal, fornecida pela entidade beneficiária, em que esta secompromete a aplicar integralmente os recursos recebidos narealização de seus objetivos sociais, com identificação da pessoafísica responsável pelo seu cumprimento, e a não distribuir lucros,bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados,sob nenhuma forma ou pretexto;

c. a entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidadepública por ato formal de órgão competente da União.

Mais uma vez, observe o exemplo da pessoa jurídica que apurou lucrooperacional de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais):

Descrição SemDoação

ComDoação

Econ. Trib.

Lucro Operacional 1.000.000,00

1.000.000,00

-

Valor Máximo dedutível daDoação

- 20.000,00 -

Lucro antes da ContribuiçãoSocial e IRPJ

1.000.000,00

980.000,00 -

(-) Contribuição Social 90.000,00 88.200,00 1.800,00(-) Imposto de Renda 150.000,00 147.000,00 3.000,00(-) Adicional 76.000,00 74.000,00 2.000,00

 Total Carga Tributária 316.000,00 309.200,00 - Total de Retorno - - 6.800,00

Lucro Líquido 694.000,00 680.600,00 -Porcentagem de retorno financeiro 34%

Portanto, dos R$ 20.000,00 doados pela pessoa jurídica a uma entidadecivil sem fins lucrativos, o custo efetivo da doação pela empresa é de R$13.200,00, pois a diferença (R$ 6.800,00) retornará na forma de economiafiscal.

Incentivo fiscal à cultura - Lei nº 8.313/91 - Lei Rouanet

A Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 - Lei Rouanet - que dispõesobre o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, foi editada paraincentivar os seguintes seguimentos artístico-culturais:

a) teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres;37

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

b) produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica econgêneres;c) literatura, inclusive obras de referência;d) música;e) artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outrascongêneres;f) folclore e artesanato;g) patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico,bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos;h) humanidades; ei) rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial,etc.

Nos termos da mencionada Lei, a pessoa jurídica poderá considerar comodespesa operacional (dedutível para fins de determinação do lucro real e

da base de cálculo da CSLL), os valores destinados, a título de doação oupatrocínio, a projetos devidamente aprovados pelo Ministério da Cultura.

Ademais, parte desse valor também poderá ser deduzido do imposto derenda devido pela pessoa jurídica (30% no caso de patrocínio e 40% nocaso de doação), dedução esta que estava limitada a 5% (cinco por cento)do imposto de renda devido (excluído o adicional, nos termos do artigo 543do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº3.000/99 ). A partir de 1º de janeiro de 1998, esse limite passou a ser de4% (quatro por cento).

Convém definir o que sejam "doações" ou "patrocínios", nos termos da LeiRouanet: DOAÇÃO - transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoa

física ou jurídica de natureza cultural, sem fins lucrativos, denumerário, bens ou serviços, para a realização de projetos culturais,vedado o uso de publicidade paga para divulgação deste ato.

PATROCÍNIO - transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoafísica ou jurídica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, denumerário, para a realização de projetos culturais, com a finalidade

promocional e institucional de publicidade. Considera-se tambémpatrocínio, a cobertura de gastos ou a utilização de bens móveis eimóveis do patrimônio do patrocinador sem a transferência dedomínio, para a realização de projetos culturais sem fins lucrativos.

Assim, diante do até aqui exposto, deve-se verificar os efeitos financeirosdesse incentivo. Verifique o exemplo de uma pessoa jurídica que tenhaauferido um resultado (lucro) de R$ 4.000.000,00, e decida doar R$20.000,00 para algum projeto cultural. Comparando as cargas tributárias,com e sem doação, tem-se:

Incentivo Fiscal a Cultura - Lei Rouanet – DoaçãoCom

DoaçãoSem

DoaçãoDiferença

38

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Resultado 4.000.000,00

4.000.000,00

-

Doação (20.000,00)

- (20.000,00)

Lucro Antes IRPJ eCSLL

3.980.000,00

4.000.000,00

(20.000,00)

CSLL (358.200,00)

(360.000,00)

1.800,00

IRPJ 15% (597.000,00)

(600.000,00)

3.000,00

Adicional IRPJ (374.000,00)

(376.000,00)

2.000,00

Dedução 40% (a) 8.000,00 - 8.000,00

Total CargaTributária

(1.321.200,00)

(1.336.000,00)

14.800,00

Porcentagem deretorno financeiro 74%

(a) 40% do valor doado, limitado ao montante equivalente a 4% do IRPJ(15%) devido.Pode-se observar que dos R$ 20.000,00 doados, a pessoa jurídica recuperao equivalente a 74% (setenta e quatro por cento) - R$ 14.800,00 - a títulode incentivo fiscal a cultura.Veja agora a hipótese do patrocínio:

Incentivo Fiscal a Cultura - Lei Rouanet – Patrocínio

ComPatrocíni

o

SemPatrocíni

o

Diferença

Resultado 4.000.000,00

4.000.000,00

-

Patrocínio (20.000,00)

- (20.000,00)

Lucro Antes IRPJ e CSLL 3.980.000,00

4.000.000,00

(20.000,00)

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

CSLL (358.200,00)

(360.000,00)

1.800,00

IRPJ 15% (597.000,

00)

(600.000,

00)

3.000,00

Adicional IRPJ (374.000,00)

(376.000,00)

2.000,00

Dedução 30% (a) 6.000,00 - 6.000,00

Total CargaTributária

(1.323.200,00)

(1.336.000,00)

12.800,00

Porcentagem de retorno financeiro 64%(a) 30% do valor patrocinado, limitado ao montante equivalente a 4% doIRPJ (15%) devidoNa hipótese de patrocínio, a pessoa jurídica teria retorno equivalente a63% (sessenta e três por cento) do valor doado - R$ 12.600,

Incentivo Produção Cultural - Lei nº 9.874/99A principal inovação que trouxe a Medida Provisória nº 1.589-1, de 24 desetembro de 1997, convertida na Lei nº 9.874/99, foi o estabelecimento de

regras especiais de incentivo para doações ou patrocínios na produçãocultural que atenderem, exclusivamente, aos seguintes segmentos:a) artes cênicas;b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;c) música erudita ou instrumental;d) circulação de exposição de artes plásticas; e,e) doações de acervos para bibliotecas públicas e museus.

O valor das doações e patrocínios em favor de projetos culturais dossegmentos acima referidos, previamente aprovados pelo Ministério da

Cultura, poderá ser integralmente deduzido do imposto de renda devidopelo contribuinte. Isto significa que as pessoas jurídicas, quandocontribuírem nesses projetos, não estão sujeitas ao limite de 30% (trintapor cento) no caso do patrocínio, ou dos 40% (quarenta por cento) no casodas doações.

Deve-se ressaltar, porém, que o valor da dedução a ser efetuada continuasujeita ao limite de 4% (quatro por cento) do imposto de renda (semadicional) devido, nos casos das pessoas jurídicas, e 6% (seis por cento),para pessoas físicas.

Comente-se, também, que para as pessoas jurídicas tributadas com baseno lucro real, as doações e patrocínios em favor dos projetos culturais

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

acima referidos não poderão ser considerados como despesas dedutíveis,para fins de determinação do lucro real, podendo, no entanto, seremdeduzidas, para determinação da base de cálculo da CSL.

Fundo da Criança e do AdolescenteO Fundo é um recurso especial que visa à viabilização do Estatuto daCriança e do Adolescente, bem como é o suporte para o cumprimento eexecução das políticas para o atendimento infanto-juvenil. Lei nº 8.096/90,que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente, permitiu, em seu artigo260, aos contribuintes do Imposto de Renda, declarar o valor das doaçõesefetuadas aos Fundos.

O recurso dos Fundos são geridos pelos Conselhos da Criança e doAdolescente - CONDECA, órgãos subordinados à administração pública eque têm a função de fiscalizar a aplicação das doações subsidiadas e

demais receitas.Assim, para empresa tributada pelo lucro real, que destinar recursos aosfundos, será concedido o benefício fiscal de dedução do Imposto de Renda,limitada a 1% (um por cento) do valor do imposto devido, sendo vedada àdedução como despesa operacional.

Novamente, veja o exemplo de uma pessoa jurídica que tenha auferido umresultado (lucro) de R$ 4.000.000,00, tendo, neste caso destinado R$6.000,00 ao Fundo da Criança e do Adolescente. Comparando as cargas

tributárias, com e sem a doação, tem-se:Fundo da Criança e do Adolescente

ComDoação

SemDoação

Diferença

Resultado 4.000.000,00

4.000.000,00

-

Lucro Antes IRPJ 4.000.000,00 4.000.000,00 -

IRPJ 15% (600.000,00)

(600.000,00)

-

Adicional IRPJ (376.000,00)

(376.000,00)

-

Dedução (b) 6.000,00 - -

Total Carga (970.000 (976.000 25.000,00

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Tributária ,00) ,00)

Porcentagem de retorno financeiro 125,00%

(a) pessoa jurídica tributada com base no lucro real

(b) limitado ao montante equivalente a 1% do IRPJ (15%) devido, que noexemplo, corresponde a 100% (cem por cento) do valor doado.

6. TRIBUTAÇÃO DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

6.1 IMUNIDADE DO IMPOSTO DE RENDA

São imunes do imposto sobre a renda:a. os templos de qualquer culto;b. os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades

sindicais de trabalhadores, sem fins lucrativos.c. as instituições de educação e as de assistência social, sem fins

lucrativos.

Considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social quepreste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque àdisposição da população em geral, em caráter complementar às atividades

do Estado, sem fins lucrativos .

Defini-se como entidade sem fins lucrativos, a instituição de educação e deassistência social que não apresente superávit em suas contas ou, caso oapresente em determinado exercício, destine referido resultadointegralmente à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivossociais.

Para o gozo da imunidade, as instituições citadas em "b" e "c" estãoobrigadas a atender aos seguintes requisitos:

a. não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviçosprestados;

b. aplicar integralmente no país seus recursos na manutenção edesenvolvimento dos seus objetivos institucionais;

c. manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livrosrevestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

d. conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da datada emissão, os documentos que comprovem a origem de suasreceitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de

quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar suasituação patrimonial;e. apresentar, anualmente, a DIPJ, em conformidade com o disposto em

ato da Secretaria da Receita Federal;42

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

f. assegurar à destinação de seu patrimônio a outra instituição queatenda às condições para gozo da imunidade, no caso deincorporação, fusão, cisão ou de extinção da pessoa jurídica, ou aórgão público;

g. Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suasrendas, a qualquer título;

h. outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com ofuncionamento das entidades citadas.

As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 doDecreto no 3.048/99 (a sociedade que assume o risco de atividadeeconômica urbana ou rural, sem fins lucrativos), que não se enquadrem naimunidade da Lei no 9.532/97, estão sujeitas à CSLL, devendo apurar abase de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial;

A condição e vedação de não remuneração de dirigentes pelos serviçosprestados não alcançam a hipótese de remuneração, em decorrência devínculo empregatício, pelas Organizações da Sociedade Civil de InteressePúblico (Oscip), qualificadas segundo as normas estabelecidas na Lei no9.790/99, e pelas organizações sociais (OS), qualificadas consoante osdispositivos da Lei no 9.637/98. Esta exceção será condicionada a que aremuneração, em seu valor bruto, não seja superior ao limite estabelecidopara a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal, sendoaplicável a partir de 01/01/2003.6.2 ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo,cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para osquais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo depessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.

Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávitem suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destinereferido resultado, integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dosseus objetivos sociais.

As entidades sem fins lucrativos de que trata o inciso I do art. 12 doDecreto no 3.048/99, que não se enquadrem na isenção da Lei no9.532/9797, estão sujeitas à CSLL, devendo apurar a base de cálculo e otributo devido nos termos da legislação comercial.

As entidades consideradas isentas pela finalidade ou objeto deverãoatender aos seguintes requisitos:

a. não remunerar por qualquer forma seus dirigentes pelos serviçosprestados;

b. aplicar integralmente no país os seus recursos na manutenção edesenvolvimento dos objetivos institucionais;

c. manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livrosrevestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

d. conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contados da datada emissão, os documentos que comprovem a origem de suasreceitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização dequaisquer outros atos ou operações que venham a modificar suasituação patrimonial;

e. apresentar, anualmente, declaração de informações (DIPJ), emconformidade com o disposto em ato da Secretaria da ReceitaFederal;

f. Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suasrendas, a qualquer título;

g. Outros requisitos, estabelecidos em lei estabelecidos em leiespecífica relacionados com o funcionamento das entidades citadas.

6.3 ALCANCE DA IMUNIDADE E A ISENÇÃOEstará fora do alcance da tributação somente o resultado relacionado com

as finalidades essenciais destas entidades. Assim, os rendimentos e osganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa evariável não estão abrangidos pela imunidade e pela isenção.

Não pode haver a convivência entre rendimentos decorrentes de atividadeessencial, portanto imunes, com os rendimentos que não estejam deacordo com a finalidade essencial da entidade, rendimentos não imunes,sem descaracterizar a imunidade. Da mesma forma, não é possível aconvivência de rendimentos isentos com não isentos, tendo em vista nãoser possível o gozo de isenção pela metade, ou todos os rendimentos são

isentos, se cumpridos os requisitos da Lei 9.532/9797, ou todos sãosubmetidos à tributação, se descumpridos os requisitos (PN CST no162/74).

A Receita Federal entende que a comercialização de produtos porassociações é possível, desde que essa atividade esteja integralmenterelacionada com os objetivos sociais da entidade. Como exemplo, podemoscitar: Instituição filantrópica - mantém creche com serviços cobrados de

uma parte dos usuários e atendimento gratuito aos demais,

mantendo a igualdade de tratamento. Não é tributada por superávitocorrido.

Fundação cultural - mantém livraria para a venda de livros a alunosdos cursos por ela mantidos, ou a terceiros. Não perde direito àisenção, eis que essa atividade se identifica como meio de realizaçãode seus fins.

Igreja - mantém, anexa ao Templo, livraria para venda de livrosreligiosos, didáticos, discos com temas religiosos e artigos depapelaria, visando à divulgação do Evangelho. O mesmo não ocorre,

porém, se a associação religiosa exercer atividade de compra evenda de bens não relacionados à sua finalidade.

De acordo com a Superintendência Regional da Receita Federal, entende-44

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

se por receitas relativas às atividades próprias as receitas típicas dessasentidades, tais como:

• contribuições;• donativos;• anuidades;•

mensalidades pagas para manutenção da instituição, mas quenão tenham um cunho de contra prestação.

Outro sério problema refere-se à distribuição dos resultados das vendasaos associados, visto que as associações não têm fins econômicos, oulucrativos. E isso é vedado pela lei, já que se refere à atividade típicaprestada por empresa que visa lucros para os sócios.

Diante da complexidade do tema, é sugerida a consulta à SuperintendênciaRegional do domicílio fiscal para certificar-se da posição do Fisco no âmbito

da região.

PN CST 162/74 - PN - Parecer Normativo COORDENADOR DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO -CST nº 162 de 11.09.1974 - D.O.U.: 17.10.1974

1. Dúvidas vêm sendo levantadas pelas entidades beneficiárias da isenção estatuída no art. 25.do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 58.400/66) com relação aos ganhos provenientes de certas atividades por elas exercidas.2 . Para o exato alcance da norma consubstanciada no artigo citado, deve-se atentar para o fatode que embora a natureza das atividades e o caráter dos recursos e condições em que sãoobtidos não estejam mencionados no dispositivo como determinantes da perda ou suspensão dobenefício, é indiscutível constituírem eles elementos a serem levados em consideração pelaautoridade fiscal que reconhece a isenção (Regulamento do Imposto de Renda/66, art. 31. , c, III eIV). Tendo em vista, ainda, que as isenções são outorgadas para facilitar atividades que ao estadointeressa proteger e que, no caso em exame, adquire relevo a finalidade social e a diminutasignificação econômica das entidades favorecidas, é de se concluir que não seria logicamenterazoável que elas se servissem da exceção tributária, para, em condições privilegiadas eextravasando a órbita de seus objetivos, praticar atos de natureza econômico-financeira,

concorrendo com organizações que não gozem da isenção.3. Recorre daí que, por serem as isenções do art. 25. do Regulamento do Imposto de Renda/66 decaráter subjetivo, não podem elas, na ausência de disposição legal, abranger alguns rendimentose deixar de fazê-lo em relação a outros da mesma beneficiária. Conclui-se que, desvirtuada anatureza das atividades ou tornados diversos o caráter dos recursos e condições de suaobtenção, elementos nos quais se lastreou a autoridade para reconhecer o direito ao gozo daisenção, deixa de atuar o favor legal.4. Algumas das dúvidas suscitadas podem ser resolvidas conforme segue.5. Eventual lucro de entidades recreativas ou esportivas, originado de exploração de bar ourestaurante no âmbito de suas dependências e para seus usuários, não se sujeita ao imposto de,dado que essa atividade proporciona melhores condições de desfrute e utilização dasdependências da organização, integrando-se, pois, nos seus objetivos.6. De modo contrário, se uma entidade esportiva explorar linha de ônibus para transporte deassociados, cobrando pelo serviço prestado, deixará de merecer a dispensa legal, pois taloperação é totalmente estranha a seus fins, pois tal operação é totalmente estranha a seus fins,além de se caracterizar como atividade de natureza essencialmente econômica.

EMENTA - As isenções do art. 25. do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº58.400/66) referem-se a eventual lucro em atividades que se integrem nos objetivosou finalidades da entidade, estritamente consideradas.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

7. Sociedade religiosa que mantém anexo ao Templo, livraria para a venda de livros religiosos,didáticos, discos com temas religiosos e artigos de papelaria, visando à divulgação do Evangelho,não terá o eventual lucro tributado. Da mesma forma o resultado da venda de dádivas oudonativos que fiéis depositam nos altares e cofres dos Santuários, por ser esta uma forma de quese servem os ofertastes para reverenciarem o alvo da crença.8. O mesmo não ocorre, porém, se a associação religiosa exercer atividade de compra e venda debens não relacionados à sua finalidade, quando então deixará de fazer jus à isenção, devendo

efetuar a escrituração do modo usual como procedem os comerciantes, cumpridas as disposiçõesdo Decreto nº 64.567 de 22-05-69.9. Instituições filantrópicas que mantem creche, com serviços cobrados a uma parte dos usuáriose atendimentos gratuito aos demais, mantidas a igualdade de tratamento não serão tributadas por superávit ocorrido.10. Fundação cultural que mantem livraria para a venda de livros a alunos dos cursos por elamantidos, ou a terceiros, não perde direito à isenção, eis que essa atividade se identifica comomeio de realização dos seus fins.11. Cumpre ressaltar, todavia, se indispensável o atendimento dos requisitos do art. 25 do RIR  pelas organizações que, no gozo de isenção, obtenham resultados positivos no exercício deatividades adstritas aos fins a que se propuseram.

6.4 NO FORNECIMENTO DE BENS E SERVIÇOS PELAS ENTIDADESIMUNES E ISENTASA IN SRF/STNSFC no 23, de 2/3/2001, relaciona as hipóteses de dispensa deretenção, entre os quais se encontram os casos de imunidade e isenção. Areferida norma dispõe que nos pagamentos a instituições de educação e deassistência social, bem como a instituições de caráter filantrópico,recreativo, cultural, científico e associações de que tratamrespectivamente os art. 12 e 15 da Lei no 9.532/97, caberá a estasentidades apresentar à unidade pagadora declaração na forma do modeloaprovado por aquela Instrução Normativa.

6.5 PERDA DOS BENEFICIOSSem prejuízo das demais penalidades previstas na lei, a Secretaria daReceita Federal suspenderá o gozo da isenção, relativamente aos anos-calendário em que a pessoa jurídica houver praticado ou, por qualquerforma, houver contribuído para a prática de ato que constitua infração adispositivo da legislação tributária, especialmente no caso de informar oudeclarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bensou em dinheiro, ou, de qualquer forma, cooperar para que terceiro soneguetributos ou pratique ilícitos fiscais.

Considera-se, também, infração a dispositivo da legislação tributária opagamento, pela instituição isenta, em favor de seus associados oudirigentes, ou, ainda, em favor de sócios, acionistas ou dirigentes depessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de despesasconsideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do impostosobre a renda ou da CSLL.Os procedimentos a serem adotados pela fiscalização tributária nashipóteses que ensejem a suspensão da isenção encontram-se disciplinadosno art. 32 da Lei no 9.430/96, sendo referido dispositivo aplicável tambéma fatos geradores ocorridos antes da sua vigência, tendo em vista se tratarde norma de natureza meramente instrumental.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

6.6 PIS E COFINSDesde 1º de fevereiro de 1999, como regra, as entidades sem finslucrativos, em relação às receitas próprias de sua atividade, são isentas daContribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS.

A Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação doPatrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP também não incide sobre asreceitas próprias destas entidades, devendo ser calculadas com base nafolha de salários. É o que prevê a Medida Provisória nº. 2.158-35/2001, emseus arts. 13 e 14.

Entidades Filantrópicas e Beneficentes de Assistência SocialPara fruição da isenção da COFINS e pagamento do PIS/PASEP com base nafolha de salários, as entidades filantrópicas e beneficentes de assistênciasocial devem cumprir com os requisitos constantes do artigo 55 da Lei nº.

8.212/91, ou seja, deverão atender aos seguintes requisitoscumulativamente:a) ser reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual oudo Distrito Federal ou municipal;b) ser portadoras do Certificado e do Registro de Entidade de FinsFilantrópicos, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social,renovado a cada 3 (três) anos;c) promover, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistênciasocial beneficente a pessoas carentes, em especial a criança,adolescentes, idosos e portadores de deficiência;

d) não perceber seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores oubenfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios aqualquer título;e) aplicar integralmente o eventual resultado operacional namanutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionaisapresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatóriocircunstanciado de suas atividades.

Contribuição ao PIS com Base na Folha de SaláriosA Contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de

salários, pelas seguintes entidades:• templos de qualquer culto;• partidos políticos;• instituições de educação e de assistência social a que se refere o art.

12 da Lei nº. 9.532/97;• instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as

associações, a que se refere o art. 15 da Lei nº. 9.532/97;• sindicatos, federações e confederações;• serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;• conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;• fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou

mantidas pelo Poder Público;• condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

A base de cálculo do PIS - Folha corresponde ao total da folha de saláriosmensais, compreendendo o somatório dos rendimentos pagos, devidos oucreditados a empregados, tais como: salários, gratificações, ajuda decusto, comissões, qüinqüênios, 13º salário, etc., mais a remuneração pelaprestação de serviços por trabalhador autônomo.

Não integra a base de cálculo: o salário-família; o aviso prévio indenizado,o FGTS pago diretamente ao empregado na rescisão contratual e aindenização por dispensa, desde que dentro dos limites legais.

Sobre mencionada base de cálculo será aplicada à alíquota de 1% (um porcento).

As contribuições para o PIS/PASEP, calculadas com base na folha de

salários, deverão ser recolhidas com o código DARF 8301. O pagamentoda contribuição incidente sobre a folha de salários deverá ser efetuado atéo último dia útil do 2º (segundo) decêndio subseqüente ao mês deocorrência dos fatos geradores.

Conceito de Receitas da Atividade PrópriaRelativamente à COFINS, é importante observar que a isenção aplica-sesomente em relação às receitas derivadas das atividades próprias daentidade, assim entendidas aquelas decorrentes de contribuições, doações,anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembléia ou estatuto,

recebidas de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacionaldireto, destinadas ao seu custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivossociais.

Receitas Estranhas à Atividade PrópriaO benefício de isenção da COFINS, como dito anteriormente, aplica-sesomente às receitas advindas da atividade própria. Assim, as demaisreceitas auferidas por essas entidades serão tributadas normalmente.

No caso das entidades imunes a impostos, a incidência se dará de forma

cumulativa, aplicando-se sobre a base de cálculo a alíquota de 3% (três porcento).

As demais entidades, que não possuam o benefício de imunidade, aexemplo das associações civis (isentas da Cofins), serão tributadas deacordo com o regime não-cumulativo, mediante aplicação da alíquota de7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). Neste caso, será possível adedução de créditos, observados os limites e requisitos previstos nalegislação.

A incidência do PIS/PASEP, mediante aplicação das alíquotas de 0,65% ou1,65%, conforme o caso, somente ocorrerá na hipótese de a entidade

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

perder o gozo do benefício de isenção do imposto de renda, na formadetalhada no artigo 12 e seguintes da Lei nº. 9.532, de 10.12.1997.

Entidades Imunes e IsentasA seguir, apresentamos um quadro com a relação das entidades isentas eimunes ao imposto de renda, elaborado a partir das informaçõesconstantes no Ajuda do DACON. Essa informação é necessária paradeterminar se as receitas estranhas à atividade própria da entidade estãosujeitas ao regime cumulativo ou não-cumulativo.

Entidades Imunes Entidades Isentas

a) AssistênciaSocial;b) Educacional;c) Sindicato de

 Trabalhadores; oud) Templos dequalquer culto; oue) Partidos Políticos,

inclusive suasFundações.

a) Associação Civil;b) Cultural;c) Entidade Aberta de PrevidênciaComplementar (Sem Fins Lucrativos);d) Entidade Fechada de PrevidênciaComplementar;e) Filantrópica;f) Sindicato;g) Recreativa;h) Científica;i) Associação de Poupança e Empréstimo;

 j) Federações e Confederações sindicais;k) Serviços Sociais autônomos, criados ou

autorizados por lei;l) Conselhos de Fiscalização de profissõesregulamentadas;m) Fundações de direito privado; oun) Organização das Cooperativas Brasileiras-OCB e as Organizações Estaduais deCooperativas previstas no art. 105 da Lei nº.5.764/71.

Obrigações Acessórias DCTF As contribuições para o PIS/PASEP, calculadas com base na folha desalários, deverão ser informadas na DCTF com o código “8301-02 - PIS -Folha de Salários”. Cumpre observar que não há mais dispensa da entregada DCTF pelas pessoas jurídicas imunes e as isentas. DACONOutra obrigação ligada à apuração das contribuições sociais é o DACON.Destaca-se, todavia, que estão dispensadas deste demonstrativo, aspessoas jurídicas imunes e as isentas, cujo valor mensal de impostos econtribuições a declarar na DCTF seja inferior a R$ 10.000,00 (dez milreais).

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

LEI No 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999. 

Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações daSociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. 

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinteLei:

CAPÍTULO IDA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

DE INTERESSE PÚBLICO Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas

de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutáriasatendam aos requisitos instituídos por esta Lei.§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que

não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuaisexcedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seupatrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução dorespectivo objeto social.

§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitosinstituídos por esta Lei.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:

I - as sociedades comerciais;II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;

III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visõesdevocionais e confessionais;IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de

associados ou sócios;VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;IX - as organizações sociais;X - as cooperativas;XI - as fundações públicas;XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por 

fundações públicas;

XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeironacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos

serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas dedireito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:

I - promoção da assistência social;II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das

organizações de que trata esta Lei;IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações

de que trata esta Lei;V - promoção da segurança alimentar e nutricional;VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de

produção, comércio, emprego e crédito;X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de

interesse suplementar;XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores

universais;XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de

informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas nesteartigo.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediantea execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos,

humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações semfins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações daSociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujasnormas expressamente disponham sobre:

I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade eda eficiência;

II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de formaindividual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo

processo decisório;III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre osrelatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindopareceres para os organismos superiores da entidade;

IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferidoa outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto socialda extinta;

V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, orespectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurouaquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;

VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente nagestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os

valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo:a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de

atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos juntoao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicaçãodos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações daSociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da ConstituiçãoFederal.

Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho deOrganização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a

qualquer título.Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem finslucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito aoMinistério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I - estatuto registrado em cartório;II - ata de eleição de sua atual diretoria;III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;IV - declaração de isenção do imposto de renda;V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.Art. 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da Justiça decidirá, no prazo de

trinta dias, deferindo ou não o pedido.§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias da decisão,

certificado de qualificação da requerente como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o

Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1o

, dará ciência da decisão, mediantepublicação no Diário Oficial.§ 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando:I - a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o desta Lei;II - a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei;III - a documentação apresentada estiver incompleta.Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou

mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do MinistérioPúblico, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.

Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, é parte legítima para requerer, judicial ouadministrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei.

CAPÍTULO IIDO TERMO DE PARCERIA

Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entreo Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividadesde interesse público previstas no art. 3o desta Lei.

Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as Organizações daSociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partessignatárias.

§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicasdas áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de governo.

§ 2

o

São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela Organização daSociedade Civil de Interesse Público;

II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execuçãoou cronograma;

III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados,mediante indicadores de resultado;

IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios depessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores,empregados e consultores;

V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a deapresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de

Parceria, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhadode prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsõesmencionadas no inciso IV;

VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União, conforme o alcance dasatividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, deextrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelosimplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatóriado inciso V, sob pena de não liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria.

Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicasdas áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo.

§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser analisados por comissãode avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de

Interesse Público.§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a avaliação procedida.§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que trata esta Lei estarão

sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação.Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer 

irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira,darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidadesolidária.

Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo indícios fundados demalversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão aoMinistério Público, à Advocacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação daindisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agentepúblico ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de

outras medidas consubstanciadas na Lei no

8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei Complementar no

64, de 18de maio de 1990.§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de

Processo Civil.§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias

e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens e valores

seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da organização parceira.Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, contado da assinatura do

Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras eserviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados osprincípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei.

Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de

Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.

CAPÍTULO IIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público aparticipação em campanhas de interesse político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre acesso público atodas as informações pertinentes às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. 

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com base em outrosdiplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que

atendidos aos requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessasqualificações, até cinco anos contados da data de vigência desta Lei.§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação prevista nesta

Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia automática de suas qualificações anteriores.§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica perderá

automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias.Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

 _______________ // _______________ 

LEI Nº 9.532, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997. 

Altera a legislação tributária federal e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:..............

Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considera-se imune ainstituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída eos coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem finslucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.189-49, de 2001)  (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)

§ 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicaçõesfinanceiras de renda fixa ou de renda variável.

§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aosseguintes requisitos:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; (Vide Lei nº 10.637, de 2002)b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais;c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que

assegurem a respectiva exatidão;d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que

comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato daSecretaria da Receita Federal;

f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição para aseguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes;

g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da

imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público;h) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades aque se refere este artigo.

§ 3° Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso oapresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente, à manutenção e aodesenvolvimento dos seus objetivos sociais. (Redação dada pela Lei nº 9.718, de 1998)

Art. 13. Sem prejuízo das demais penalidades previstas na lei, a Secretaria da Receita Federalsuspenderá o gozo da imunidade a que se refere o artigo anterior, relativamente aos anos-calendários em quea pessoa jurídica houver praticado ou, por qualquer forma, houver contribuído para a prática de ato queconstitua infração a dispositivo da legislação tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou de qualquer formacooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais.

Parágrafo único. Considera-se, também, infração a dispositivo da legislação tributária o pagamento, pela

instituição imune, em favor de seus associados ou dirigentes, ou, ainda, em favor de sócios, acionistas oudirigentes de pessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas indedutíveis nadeterminação da base de cálculo do imposto sobre a renda ou da contribuição social sobre o lucro líquido.

Art. 14. À suspensão do gozo da imunidade aplica-se o disposto no art. 32 da Lei nº 9.430, de 1996.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Art. 15. Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e asassociações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposiçãodo grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)

§ 1º A isenção a que se refere este artigo aplica-se, exclusivamente, em relação ao imposto de renda dapessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente.

§ 2º Não estão abrangidos pela isenção do imposto de renda os rendimentos e ganhos de capitalauferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável.

§ 3º Às instituições isentas aplicam-se as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts.13 e 14.Art. 16. Aplicam-se à entrega de bens e direitos para a formação do patrimônio das instituições isentas as

disposições do art. 23 da Lei nº 9.249, de 1995.Parágrafo único. A transferência de bens e direitos do patrimônio das entidades isentas para o patrimônio

de outra pessoa jurídica, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, deverá ser efetuada pelo valor de suaaquisição ou pelo valor atribuído, no caso de doação.

Art. 17. Sujeita-se à incidência do imposto de renda à alíquota de quinze por cento a diferença entre ovalor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, por pessoa física, a título dedevolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que houver entregue para aformação do referido patrimônio.

§ 1º Aos valores entregues até o final do ano de 1995 aplicam-se as normas do inciso I do art. 17 da Lei nº 9.249, de 1995.

§ 2º O imposto de que trata este artigo será:a) considerado tributação exclusiva;b) pago pelo beneficiário até o último dia útil do mês subseqüente ao recebimento dos valores.§ 3º Quando a destinatária dos valores em dinheiro ou dos bens e direitos devolvidos for pessoa jurídica,

a diferença a que se refere o caput  será computada na determinação do lucro real ou adicionada ao lucropresumido ou arbitrado, conforme seja a forma de tributação a que estiver sujeita.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, para a determinação da base de cálculo da contribuição socialsobre o lucro líquido a pessoa jurídica deverá computar:

a) a diferença a que se refere o caput , se sujeita ao pagamento do imposto de renda com base no lucroreal;

b) o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos, se tributada com base no lucro presumidoou arbitrado.

Art. 18. Fica revogada a isenção concedida em virtude do art. 30 da Lei nº 4.506, de 1964, e alterações

posteriores, às entidades que se dediquem às seguintes atividades:I - educacionais;II - de assistência à saúde;III - de administração de planos de saúde;IV - de prática desportiva, de caráter profissional;V - de administração do desporto.Parágrafo único. O disposto neste artigo não elide a fruição, conforme o caso, de imunidade ou isenção

por entidade que se enquadrar nas condições do art. 12 ou do art. 15..................................

 _______________ // _______________ 

DECRETO No 50.517 - DE 02 DE MAIO DE 1961 - DOU DE 2/05/61

Regulamenta a Lei nº 91, de 28 de agôsto de 1935 

 

, que dispõe sôbre adeclaração de utilidade pública.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, item I, daConstituição,DECRETA:Art 1º As sociedades civis, associações e fundações, constituídas no país, que sirvamdesinteressadamente à coletividade, poderão ser declaradas de utilidade pública, a pedido ou " ex-officio", mediante decreto do Presidente da República.Art 2º O pedido de declaração de utilidade pública será dirigido ao Presidente da República, por intermédio do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, provados pelo requerente os seguintesrequisitos:

a) que se constituiu no país;b) que tem personalidade juridica;c) que estêve em efetivo e contínuo funcionamento, nos três imediatamente anteriores, com a exataobservância dos estatutos;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

d) que não são remunerados, por qualquer forma, os cargos de diretoria e que não distribui lucros,bonificados ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretextos;e) que, comprovadamente, mediante a apresentação de relatórios circunstanciados dos três anos deexercício anteriores à formulação do pedido, promove a educação ou exerce atividades de pesquisascientíficas, de cultura, inclusive artisticas, ou filantrópicas, estas de caráter geral ou indiscriminado,predominantemente.f) que seus diretores possuem fôlha corrida e moralidade comprovada;

g) Que se obriga a publicar, anualmente, a demonstração da receita e despesa realizadas no períodoanterior, desde que contemplada com subvenção por parte da União, neste mesmo período. (Redaçãodada pelo Decreto nº 60.931, de 4.7.1967)Parágrafo único. A falta de qualquer dos documentos enumerados neste artigo importará noarquivamento do processo.Art 3º Denegado o pedido, não poderá ser renovado antes de decorridos dois anos, a contar da data dapublicação do despacho denegatório.Parágrafo único. Do denegatório do pedido de declaração de utilidade pública caberá reconsideração,dentro do prazo de 120 dias, contados da publicação.Art 4º O nome e características da sociedade, associação ou fundação declarada de utilidade pública,serão inscritos em livro especial, que se destinará, também, à averbação da remessa dos relatórios aque se refere o artigo 5º.Art. 5º As entidades declaradas de utilidade pública, salvo por motivo de fôrça maior devidamente

comprovada, a critério da autoridade competente, ficam obrigadas a apresentar, até o dia 30 de abril decada ano, ao Ministério da Justiça, relatório circunstanciado dos serviços que houverem prestado àcoletividade no ano anterior, devidamente acompanhado do demonstrativo da receita e da despesarealizada no período ainda que não tenham sido subvencionadas. (Redação dada pelo Decreto nº 60.931, de 4.7.1967

 

)Art 6º Será cassada a declaração de utilidade pública da entidade que:a) deixar de apresentar, dirante três anos consecutivos, o relatório a que se refere o artigo procedente;b) se negar a prestar serviço compreendido em seus fins estatuários;c) retribuir por qualquer forma, os membros de sua diretoria, ou conceder lucros, bonificações ouvantagens a dirigentes, mantenedores ou associados.Art 7º A cassação da utilidade pública será feita em processo, instaurado " ex-offício " pelo Ministério daJustiça e Negócios Interiores, ou mediante representação documentada.Parágrafo único. O pedido de reconsideração do decreto que cassar a declaração de utilidade pública

não terá efeito suspensivo.Art 8º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário.Brasília, em 2 de maio de 1961, 140º da Independência e 73º da República.

 _______________ // _______________ 

LEI Nº 9.637 - DE 15 DE MAIO DE 1998 - DOU DE 18/5/98

Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizaçõessociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a

extinção dos órgãos e entidades que mencionam e a absorçãode suas atividades por organizações sociais, e dá outras

 providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I -DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

SEÇÃO I -DA QUALIFICAÇÃO

 

Art. 1º - O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direitoprivado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao

desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,atendidos aos requisitos previstos nesta Lei. Art. 2º - São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação como organização social:

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros nodesenvolvimento das próprias atividades;c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselhode administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição eatribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;

d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;e) composição e atribuições da diretoria;f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e dorelatório de execução do contrato de gestão;g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusiveem razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade;i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foramdestinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinçãoou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, damesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,na proporção dos recursos e bens por estes alocados;

II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organizaçãosocial, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente aoseu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado. 

SEÇÃO II -DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Art. 3º - O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivoestatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes critériosbásicos:I - ser composto por:a) vinte a quarenta por cento de membros natos representantes do Poder Público, definidos pelo

estatuto da entidade;b) vinte a trinta por cento de membros natos representantes de entidades da sociedade civil, definidospelo estatuto;c) até dez por cento, no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou osassociados;d) dez a trinta por cento de membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre pessoas denotória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;e) até dez por cento de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo estatuto;II - os membros eleitos ou indicados para compor o conselho devem ter mandato de quatro anos,admitida uma recondução;III - os representantes de entidades previstos nas alíneas "a" e "b" do inciso I devem corresponder amais de cinqüenta por cento do conselho;IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois anos, segundo

critérios estabelecidos no estatuto;V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem direito a voto;VI - o conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e, extraordinariamente,a qualquer tempo;VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que, nesta condição, prestarem àorganização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem;VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade devem renunciar aoassumirem funções executivas. 

Art. 4º - Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser atribuições privativas doconselho de administração, dentre outras:

I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;IV - designar e dispensar os membros da diretoria;

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade por maioria, no mínimo,de dois terços de seus membros;VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutura, forma degerenciamento, os cargos e respectivas competências;VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento próprio contendoos procedimentos que deve adotar para a contratação de obras, serviços, compras e alienações e o

plano de cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade;IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os relatóriosgerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria;X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos financeiros econtábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa. 

SEÇÃO III -DO CONTRATO DE GESTÃO

Art. 5º - Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre oPoder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas a formação de parceriaentre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

 

Art. 6º - O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora e aorganização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e daorganização social. Parágrafo Único - O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo conselho deadministração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente àatividade fomentada. 

Art. 7º - Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:

I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas aserem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critériosobjetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade eprodutividade;II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício desuas funções. Parágrafo Único - Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidadedevem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários. 

SEÇÃO IV -

DA EXECUÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO DE GESTÃO

Art. 8º - A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será fiscalizada pelo órgãoou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada. § 1º - A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público supervisora signatáriado contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, conforme recomende o interessepúblico, relatório pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico dasmetas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondenteao exercício financeiro.§ 2º - Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser analisadosperiodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela autoridade supervisora da área

correspondente, composta por especialistas de notória capacidade e adequada qualificação.§ 3º - A comissão deve encaminhar à autoridade supervisora relatório conclusivo sobre a avaliaçãoprocedida. 

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

 Art. 9º - Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao tomaremconhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origempública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena deresponsabilidade solidária. 

Art. 10 - Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo anterior, quando assim exigir a gravidade dosfatos ou o interesse público, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origempública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral daUnião ou à Procuradoria da entidade para que requeira ao juízo competente a decretação daindisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como deagente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimôniopúblico. § 1º - O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Códigode Processo Civil.§ 2º - Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contasbancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dostratados internacionais.

§ 3º - Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens evalores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da entidade. 

SEÇÃO V -DO FOMENTO ÀS ATIVIDADES SOCIAIS

Art. 11 - As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades deinteresse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais. 

Art. 12 - Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicosnecessários ao cumprimento do contrato de gestão.

 § 1º - São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respectivasliberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão.§ 2º - Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de gestãoparcela de recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde que haja justificativaexpressa da necessidade pela organização social.§ 3º - Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licitação,mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão. 

Art. 13 - Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados por outros de igual oumaior valor, condicionado a que os novos bens integrem o patrimônio da União. 

Parágrafo Único - A permuta de que trata o caput deste artigo dependerá de prévia avaliação do bem eexpressa autorização do Poder Público. 

Art. 14 - É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais,com ônus para a origem. § 1º - Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor cedido qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.§ 2º - Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por organização social aservidor cedido com recursos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a hipótese de adicionalrelativo ao exercício de função temporária de direção e assessoria.§ 3º - O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer juz no órgão de origem, quando o

ocupante de cargo de primeiro ou de segundo escalão na organização social. 

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

Art. 15 - São extensíveis, no âmbito da União, os efeitos dos arts. 11, 12, § 3º, para as entidadesqualificadas como organizações sociais pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, quandohouver reciprocidade e desde que a legislação local não contrarie os preceitos desta Lei e a legislaçãoespecífica de âmbito federal. 

SEÇÃO VI -DA DESQUALIFICAÇÃO

Art. 16 - O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social,quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão. § 1º - A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampladefesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos ouprejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.§ 2º - A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues a utilização daorganização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 

CAPÍTULO II -DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 17 - A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias contados da assinaturado contrato de gestão, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contrataçãode obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público. 

Art. 18 - A organização social que absorver atividades de entidade federal extinta no âmbito da área desaúde deverá considerar no contrato de gestão, quanto ao atendimento da comunidade, os princípios doSistema Único de Saúde, expressos no art. 198 da Constituição Federal e no art. 7º da Lei nº 8.080, de19 de setembro de 1990. 

Art. 19 - As entidades que absorverem atividades de rádio e televisão educativa poderão receber recursos e veicular publicidade institucional de entidades de direito público ou privado, a título de apoiocultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos, vedada a veiculação remuneradade anúncios e outras práticas que configurem comercialização de seus intervalos. 

Art. 20 - Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa Nacional de Publicização -PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios para a qualificação de organizações sociais, afim de assegurar a absorção de atividades desenvolvidas por entidades ou órgãos públicos da União,que atuem nas atividades referidas no art. 1º, por organizações sociais, qualificadas na forma desta Lei,observadas as seguintes diretrizes:

I - ênfase no atendimento do cidadão-cliente;

II - ênfase nos resultados, qualitativos e quantitativos nos prazos pactuados;III - controle social das ações de forma transparente. 

Art. 21 - São extintos o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, integrante da estrutura do ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, e a Fundação Roquette Pinto, entidadevinculada a Presidência da República. § 1º - Competirá ao Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado supervisionar o processode inventário do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a cargo do Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, cabendo-lhe realizá-lo para a Fundação RoquettePinto.§ 2º - No curso do processo de inventário da Fundação Roquette Pinto e até a assinatura do contrato de

gestão, a continuidade das atividades sociais ficará sob a supervisão da Secretaria de ComunicaçãoSocial da Presidência da República.

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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR

§ 3º - É o Poder Executivo autorizado a qualificar como organizações sociais, nos termos desta Lei, aspessoas jurídicas de direito privado indicadas no Anexo I, bem assim a permitir a absorção de atividadesdesempenhadas pelas entidades extintas por este artigo.§ 4º - Os processos judiciais em que a Fundação Roquette Pinto seja parte, ativa ou passivamente,serão transferidos para a União, na qualidade de sucessora, sendo representada pela Advocacia-Geralda União. 

Art. 22 - As extinções e a absorção de atividades e serviços por organizações sociais, de que trata estaLei, observarão os seguintes preceitos:

I - os servidores integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e entidades extintos terão garantidostodos os direitos e vantagens decorrentes do respectivo cargo ou emprego e integrarão quadro emextinção nos órgãos ou nas entidades indicados no anexo II, sendo facultada aos órgãos e entidadessupervisoras, a seu critério exclusivo, a cessão de servidor, irrecusável para este, com ônus para aorigem, à organização social que vier a absorver as correspondentes atividades, observados os §§ 1º e2º do art. 14;II - a desativação das unidades extintas será realizada mediante inventário de seus bens imóveis e deseu acervo físico, documental e material, bem como dos contratos e convênios, com a adoção deprovidências dirigidas à manutenção e ao prosseguimento das atividades sociais a cargo dessas

unidades, nos termos da legislação aplicável em cada caso;III - os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às unidades extintas,serão utilizados no processo de inventário e para a manutenção e o financiamento das atividadessociais até a assinatura do contrato de gestão;IV - quando necessário, parcela dos recursos orçamentários poderá ser reprogramada, mediante créditoespecial a ser enviado ao Congresso Nacional, para o órgão ou entidade supervisora dos contratos degestão, para o fomento das atividades sociais, assegurada a liberação periódica do respectivodesembolso financeiro para a organização social;V - encerrados os processos de inventário, os cargos efetivos vagos e os em comissão serãoconsiderados extintos;VI - a organização social que tiver absorvido as atribuições das unidades extintas poderá adotar ossímbolos designativos destes, seguidos da identificação "OS". 

§ 1º - A absorção pelas organizações sociais das atividades das unidades extintas efetivar-se-ámediante a celebração de contrato de gestão, na forma dos arts. 6º e 7º.§ 2º - Poderá ser adicionada às dotações orçamentárias referidas no inciso IV parcela dos recursosdecorrentes da economia de despesa incorrida pela União com os cargos e funções comissionadosexistentes nas unidades extintas. 

Art. 23 - É o Poder Executivo autorizado a ceder os bens e os servidores da Fundação Roquette Pintono Estado do Maranhão ao Governo daquele Estado. 

Art. 24 - São convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 1.648-6, de 24 demarço de 1998.

 

Art. 25 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 15 de maio de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

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