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CÉSAR MARQUES BORGES QUERINO FILHO LETICIA SILVA CAMPOS LUAN ALMEIDA MOVIMENTOS NEGROS

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CÉSAR MARQUES BORGES QUERINO FILHO

LETICIA SILVA CAMPOS

LUAN ALMEIDA

MOVIMENTOS NEGROS

SALVADOR

2015

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CÉSAR MARQUES BORGES QUERINO FILHO

LETICIA SILVA CAMPOS

LUAN ALMEIDA

MOVIMENTOS NEGROS

SALVADOR

2015

Trabalho apresentado como requisito

parcial de avaliação da IV Unidade para a

disciplina História ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da

Bahia, pela Turma 9831 de Eletrônica.

Orientador: Profº. Ana Paula

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Introdução

O movimento negro é a luta dos afrodescendentes para resolver os problemas da

sociedade em que vivem, já que estão envoltos por preconceitos e discriminações raciais

que os marginalizam no meio social, no mercado de trabalho, no sistema educacional e

nos meios político e cultural. Esta foi a forma que o povo afro-brasileiro achou para

protestar o tratamento desumano que recebiam e recebem desde a escravidão até os dias

atuais. Esse movimento tem como objetivo a luta contra o racismo e pelos direitos de

igualdade. Além disto pode ser considerado um movimento social: “um grupo mais ou

menos organizado, sob uma liderança determinada ou não; possuindo programa,

objetivos ou plano comum; baseando-se numa mesma doutrina, princípios valorativos

ou ideologia, visando um fim específico ou uma mudança social”, denominação de

movimento social.

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1. TEXTO 1:SELMA RESGATA HISTÓRIA DE LUTA DOS NEGROS

AMERICANOS E FIGURA SIMBÓLICA DE MARTIN LUTHER KING

Cena do longa-metragem Selma. Fonte: Buena Vista-Disney/Divulgação

Nome de ruas e avenidas em inúmeras cidades mundo afora, maior líder afro-

americano na defesa dos direitos civis e homenageada com um feriado nacional em seu

nome, nos Estados Unidos, o pacifista Martin Luther King Jr., estranhamente, nunca

havia tido parte de sua história retratada em um filme. Esse débito de Hollywood, que

todos os dias leva às telas histórias de anônimos e falsas celebridades, finalmente

começou a ser pago. (...) O longa-metragem Selma – Uma Luta pela Igualdade resgata

um momento-chave da história dos Estados Unidos. Há 50 anos, o Dr. King liderou uma

das principais lutas dos negros americanos – o direito ao voto pleno –, quando milhares

de simpatizantes fizeram uma marcha entre as cidades de Selma e Montgomery, no

Alabama, um dos estados mais racistas e segregadores do país.

Dirigido por Ava DuVernay, uma cineasta afro-americana de 41 anos, o filme

conta esse período da vida de Martin Luther King de um ponto de vista íntimo. Ou seja,

mais do que autor do discurso “Eu tenho um sonho”, o roteiro de Paul Webb privilegia

o homem comum por trás do legado do herói morto, de sua efígie em alto relevo em

selos ou de suas imponentes estátuas de mármore.

Amparada numa narrativa cronológica, detalhada a partir dos grampos do FBI,

Ava DuVernay conta passo a passo o envolvimento do Dr. King na luta dos moradores

de Selma. Em pequenas vinhetas, o espectador é introduzido na vida dele: desde quando

recebe o Nobel, em Oslo, passando pelos temores da mulher Coretta, seus debates com

o presidente Lyndon B. Johnson e sua pregação pela não-violência, uma prática que

nem sempre foi unanimidade na comunidade negra americana. Uma pequena cena com

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o militante Malcolm X, que pregava a violência, mas que não se considerava inimigo do

Dr. King, ilustra a divisão.

Graças a essa multiplicidade de acontecimentos, uma reconstituição de época

exemplar e um elenco excelente, Ana DuVernay conduz Selma com sensibilidade, mas

sem mascarar a violência cometida pelo governo nem pelos racistas da KuKluxKlan. O

atentado a bomba que tirou a vida de quatro meninas negras, logo no começo do filme,

já estabelece o clima de terror a que os negros são submetidos (...).

Texto publicado em 05/02/2015, às 09h28.Fonte:<http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/cinema/noticia/2015/02/05/

selma-resgata-historia-de-luta-dos-negros-americanos-e-figura-simbolica-de-martin-luther-king-167052.php>.

2. DISCUSSÃO TEXTO 1

Na década de 1950, a população de  afrodescendentes dos EUA, principalmente

nos estados do sul do país, viviam em regime de segregação racial. Não tinham direito

ao voto; de frequentar as mesmas escolas que a população branca e universidades; de

usar instalações públicas; os vagões de trens e ônibus urbanos eram separados.

Juntamente com outros movimentos sociais deste período surgiu o Movimento pelos

Direitos Civis, que lutava para que estes direitos fossem estendidos aos negros e outras

minorias.

Essas ações são perceptível no filme Selma – Uma Luta pela Igualdade em quese

destaca a luta dos negros pelos seus direitos civis. O longa-metragem conta o ocorrido

em 7 de março de 1965, em que seiscentos manifestantes negros participaram de uma

marcha pacífica, atravessando a Ponte Edmund Pettus, de Selma, sobre o Rio Alabama,

quando são atacados pela polícia estadual, que é apoiada e incentivada por brancos

locais. Os demonstrantes pediam o direito ao voto, negado a eles nos Estados do Sul,

marcados por forte segregação e ódio racial. Paradoxalmente, os Estados Unidos

estavam envolvidos numa guerra longínqua na Ásia, a Guerra do Vietnã. As imagens da

ação policial transmitidas ao vivo pela televisão chocaram o país, fazendo com que

muitos brancos e religiosos respondessem positivamente à convocação de uma segunda

marcha, conduzida por Martin Luther King. 

Depois de todo o acontecido o presidente Jonh Kennedy apresenta ao Congresso

americano um projeto sobre as Leis dos Direitos Civis. Após sua morte, a questão racial

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agravou-se, dividindo o Movimento Negro em duas correntes: a pacifista (liderada por

Martin Luther King) e a radical (liderada pelos Panteras Negras – que utilizavam a

violência como recurso de luta).

Segundo, Ava DuVernay após meses de violência, protestos, engodos e

indignação nacional, finalmente, em 6 de agosto de 1965 o Presidente Johnson assina o

histórico "VotingRightsAct", assegurando assim o direito ao voto a toda a população

afro-americana.

Motivado pelo acompanhamento dos movimentos nos EUA, pelas lutas de

libertação na África e por acontecimentos internos, como a repressão dos governos

militares, surge em 1970 o Movimento Negro no Brasil. Em 1978, os movimentos

negros se organizaram formando o Movimento Negro Unificado Contra a

Discriminação Racial (MNUCDR).

TEXTO 2: POEMAS NEGROS, JORGE DE LIMA

Quantas vezes as carapinhas hão de embranquecer

Para que os canaviais possam dar mais doçura à alma Humana?

Apanhavas com vontade de cantar

choravas com vontade de sorrir

com vontade de fazer mandinga para o branco ficar bom,

para o chicote doer menos,

para o dia acabar e o negro dormir!

Olá, Negro! O dia está nascendo!

O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem vindo?

Olá, Negro!

Olá, Negro!

DISCUSSÃO TEXTO 2

O poema inicia, referindo-se à sucessividade das gerações, cujos indivíduos

empenham-se em rejeitar seu sangue e sua cor. No escravo, a componente afetiva inclui

odesejo artístico de sua alma os quais se realizam nos gêneros musicais dos blues,

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jazzes, dentre outros e se extravasa na alegria. Para sublinhar a diversidade dos

universos, o poeta avisa: “a raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro”.

No jogo da interrogação retórica, as figuras de estilo unem o fluir do tempo, a

exploração econômica e o amadurecimento do indivíduo. O cabelo do negro reage à

mudança da cor, assim como o homem demora, por causa da cobiça, de adquirir uma

alma. A metáfora, em ironia, alude a um capítulo da história da maldade no Brasil. A

resistência ao sofrimento transmite-se na alternância de sofrer, cantar, chorar, sorrir,

sugerindo uma disposição que se quer refazer. A “mandinga” é evocada como recurso

de atenuação da dor, que por fim, o homem atinge com a noite e com o sono. No

entanto, o tempo recompõe-se e a esperança desponta com o novo amanhecer.

Concluindo o poema, expressa-se a vocação do negro para a alegria. A imagem

poética mescla cosmos e sentimento, ao confundir luz e som, no brilho da manhã e no

contentamento do escravo.

TEXTO 3

Canção de Redenção

Velhos piratas, sim, eles me roubaramMe venderam para navios mercantesMinutos depois de eles terem me tiradoDo poço sem fundoMas, minha mão foi fortalecidaPela mão do Todo-PoderosoNós avançamos nessa geraçãoTriunfantemente

Você não vai me ajudar a cantarEstas canções de liberdade?Pois, tudo que eu sempre tenho:Canções de redençãoCanções de redenção

Libertem-se da escravidão mentalNinguém além de nós mesmos pode libertar nossas mentesNão tenha medo da energia atômicaPorque nenhum deles pode parar o tempoAté quando vão matar nossos profetasEnquanto nós permanecemos de lado, olhando?Alguns dizem que isso faz parte

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Nós temos que cumprir o Livro

Ajude-me a cantarEstas canções de liberdade?Pois, tudo que eu sempre tenho:Canções de redençãoCanções de redençãoCanções de redenção.

Trecho de “Redemption Song”: Bob Marley and The Wailers.

DISCUSSÃO TEXTO 3

Essa letra da canção é derivada do discurso do ativista jamaicano Marcus Garvey,

considerado um dos maiores ativistas da história do movimento nacionalista jamaicano

negro. Garvey foi o principal idealista do movimento de “volta para a África”. Na

realidade ele criou um movimento de profunda inspiração para que os negros tivessem a

“redenção” da África, e para que as potências coloniais européias desocupassem a

mesma. Os séculos de exploração e de separatismo nas sociedades africanas resultaram

em diversos movimentos sem precedentes com o único objetivo de obter libertação; em

cada casa, onde havia opressão se ouviam “canções de liberdade”. Um ícone deste

momento foi a música em questão, a qual nos faz sentir na pele que, após tantos anos de

escravidão e maus tratos gerais, ainda temos pessoas que praticam o racismo contra

aqueles que, sobretudo, tiveram sua dignidade arrancada. Música criada por volta do

final da década de 70, Redemption Song é considerada um “Hino mundial à Liberdade”

daqueles, que construíram um mundo sobre sombras e olhares atravessados.

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Conclusão

Os movimentos negros são uma série de movimentos realizados por pessoas que

lutam contra os preconceitos e a escravidão. Eles têm o objetivo de resgatar a memória

de um povo que batalhou por sua liberdade. A Declaração Universal dos Direitos

Humanos, em seu primeiro artigo, diz que “Todas as pessoas nascem livres e iguais em

dignidade e direitos...”. Por séculos da história do mundo, os negros não

experimentaram esse direito. Porém, a luta pela igualdade teve e terá cada vez mais

resultados de forma a, um dia, ao menos na questão “racial” termos igualdade de

tratamento e pensamento.

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Referências

http://www.pstu.org.br/node/5286

Acesso em: 28/02/2015 19:23

http://negros-no-brasil.info/mos/view/Movimento_Negro/

Acesso em: 28/02/2015 19:28

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042007000200007

Acesso em: 28/02/2015 19:32

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