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UNIVERSIDADE DO ESTAD ODE MATO GROSSO PRÓ REITORIA DEPESQUISA E PÓS GRADUAÇÃO PRPPG DIRETORIA DE EDUCAÇAÕ A DISTÂNCIA DEAD PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO PÚBLICA EDNALVA ANTONIA RIBEIRO COELHO O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA ESTADUAL KREEN AKARORE EM PEIXOTO DE AZEVEDO-MT EM 2014: Uma reflexão sob a ótica das políticas públicas da educação. CAMPO VERDE/MT/2015

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Monografia realizada para Pós Graduação em gestão Pública.

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    UNIVERSIDADE DO ESTAD ODE MATO GROSSO

    PR REITORIA DEPESQUISA E PS GRADUAO PRPPG DIRETORIA DE EDUCAA A DISTNCIA DEAD

    PS GRADUAO LATO SENSU EM GESTO PBLICA

    EDNALVA ANTONIA RIBEIRO COELHO

    O PROGRAMA MAIS EDUCAO NA ESCOLA ESTADUAL KREEN AKARORE EM

    PEIXOTO DE AZEVEDO-MT EM 2014: Uma reflexo sob a tica das polticas pblicas da

    educao.

    CAMPO VERDE/MT/2015

  • 8

    EDNALVA ANTONIA RIBEIRO COELHO

    O PROGRAMA MAIS EDUCAO NA ESCOLA ESTADUAL KREEN AKARORE EM

    PEIXOTO DE AZEVEDO-MT EM 2014: Uma reflexo sob a tica das polticas pblicas da

    educao.

    Monografia apresentada como requisito parcial para

    obteno do ttulo de especialista em Gesto Pblica,

    sob orientao da Profa. Dra. Elizeth Gonzaga dos

    Santos Lima.

    CAMPO VERDE/MT/2015

  • 9

    EDNALVA ANTONIA RIBEIRO COELHO

    O PROGRAMA MAIS EDUCAO NA ESCOLA ESTADUAL KREEN AKARORE EM

    PEIXOTO DE AZEVEDO-MT EM 2014: UMA REFLEXO SOB A TICA DAS POLTICAS

    PBLICAS DA EDUCAO

    BANCA EXAMINADORA

    ______________________________________________ Profa. Dra. Elizeth Gonzaga dos Santos Lima

    Orientadora do Curso de Especializao em Gesto Pblica

    UNEMAT

    ______________________________________________ Prof Ma. Vnia de Oliveira Silva

    Avaliadora do Curso de Especializao em Gesto Pblica

    UNEMAT

    ______________________________________________ Prof. Me. Jos Carlos de Lima

    Avaliador do Curso de Especializao em Gesto Pblica

    UNEMAT

    Aprovado em_______/_______/20_______.

  • 10

    Dedico este trabalho a meu filho UANDERSON HENRIQUE

    RIBEIRO COELHO de sete anos, a meu esposo UANDERSON

    DE JESUS COELHO e a meus pais MANOEL RIBEIRO e

    CONCEIO RIBEIRO que sempre me apoiaram na minha

    deciso e me ajudaram com ateno, muito amor e compreenso.

    Obrigada meus amores!

  • 11

    Agradeo Deus pelo dom da vida.

    Agradeo a Meus Pais Manoel Ribeiro e conceio Ribeiro por ter me trago a este mundo e de me

    oportunizar estudo e uma vida tranquila.

    meu esposo Uanderson de Jesus Coelho pelo amor, compreenso, carinho e muita pacincia, pois

    muitas vezes foi deixado de lado para me dedicar aos estudos e pesquisa e que sempre esteve ao

    meu lado me dando apoio e segurana e, quando pensava em desistir, me lembrava da importncia e

    de como tinha me esforado para chegar at o presente momento.

    A meu filho Uanderson Henrique Ribeiro Coelho, que muito tranquilo e paciente, tambm, apesar de

    ainda pequeno, se mostrou compreensivo e animado, pois toda vez que fazamos as viagens, sempre

    se mostrou disposto e animado, o que me confortava, apesar da longa distncia, as viagens sempre o

    agradavam.

    Aos amigos e colegas de trabalho da Escola Estadual Kreen Akarore, pelo apoio e colaborao

    durante pesquisa e tambm durante todo o curso da ps graduao.

  • 12

    Na responsabilidade que temos com o futuro - que s pode existir como

    presente transformado as tarefas educativas podem ser lidas como centrais, pois nos ajudam a desenhar, em seus processos dinmicos e permanentes,

    possibilidades outras para a vida em sociedade. Por meio de processos

    educativos podemos rever formas de ser e de estar no mundo, tecendo

    compromissos comuns em torno de utopias de fraternidade e de alegria

    compartilhadas (MOLL, 2004, p. 40).

  • 13

    RESUMO

    Este trabalho teve origem em experincias vivenciadas com o Projeto Social Mais Educao e Escola

    Aberta na Escola Estadual Kreen Akarore no Municpio de Peixoto de Azevedo-MT. O Projeto deu

    incio em 2012 e funciona at o momento atual. O presente trabalho tem como inteno pesquisar, na

    escola supracitada o Programa Mais Educao, como est o desenvolvimento deste e qual tem sido sua

    contribuio no sentido de garantir a permanncia e a aprendizagem dos alunos atendidos. O Programa Mais

    Educao, institudo pela Portaria Normativa Interministerial n 17/07, determina que as escolas pblicas que

    no alcanaram a nota mnima esperada no ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB) promovam

    a ampliao do tempo, espao e oportunidades educativas. A partir desta determinao, foram lanados s

    escolas os desafios do atendimento em perodo integral, da garantia da permanncia dos estudantes e da

    promoo da aprendizagem a todos, alm da articulao entre as atividades oferecidas no turno regular e o no

    contra - turno. A implantao do Programa trouxe, portanto, a necessidade de repensar o currculo, investir na

    formao de professores, reorganizar os espaos educativos, como tambm verificar se este tem alcanado os

    objetivos aos quais se prope. Com esta inteno, ao final do ano de 2014, foi realizada uma pesquisa com 150

    alunos que frequentam o Programa Mais Educao e com seus respectivos professores regentes e monitores.

    Questionrios foram aplicados aos estudantes e professores, com a inteno de verificar se estes reconhecem

    uma melhora significativa na aprendizagem a partir da insero do Programa na escola. Consideramos

    aprendizagem como uma categoria ampla, que envolve no s o aproveitamento em relao aos contedos

    curriculares, mas a insero dos estudantes em todo o contexto escolar. A partir da anlise dos questionrios

    aplicados verificamos que h um reconhecimento por parte dos estudantes e seus professores de que a incluso

    no Programa trouxe melhoras significativas relacionadas autoestima dos estudantes, ao compromisso com

    os afazeres escolares, convivncia no ambiente escolar, ao aprimoramento da leitura, frequncia e ainda ao

    envolvimento dos estudantes com o conjunto das atividades desenvolvidas no ambiente escolar.

    Palavras chave: Educao integral, aprendizagem, socializao.

  • 14

    SUMRIO

    INTRODUO ........................................................................................................ 9

    CAPTULO 1 - PRINCPIOS TERICO-METODOLGICO ........................ 11

    CAPTULO 2 PROGRAMA MAIS EDUCAO: CONTEXTOS

    HISTRICO/SOCIAL .......................................................................................... 14

    2.1 Diretrizes e princpios do Programa Mais Educao ........................................ 14

    2.1.1 Objetivos do programa .................................................................................... 14

    2.1.2 Normas para funcionamento do programa ....................................................... 14

    2.1.3 Mas, o que o Programa Mais Educao? ....................................................... 15

    2.2 Educao Integral no Brasil ............................................................................. 19

    2.3 Educao Integral em Mato Grosso ................................................................. 22

    2.4 Educao Integral em Peixoto de Azevedo com nfase na Escola Estadual Kreen

    Akarore .................................................................................................................... 23

    CAPTULO 3 - APRESENTAO E DISCUSSO DOS DADOS ................. 26

    CONSIDERAES FINAIS ................................................................................. 42

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................. 44

    ANEXOS

    1 Questionrio aplicado aos estudantes ................................................................ 46

    2 Questionrio aplicado aos professores e monitores ........................................... 49

  • 9

    INTRODUO

    O Programa Mais Educao uma poltica social que traz como fator principal fortalecer

    o acesso educao integral, desejo de muitos educadores que anseiam por uma qualidade de ensino

    que no atenda apenas o cognitivo da criana, mas tambm realize um papel social e a formao do

    cidado inserido num contexto e que seja capaz de pensar e agir e propor modificaes na realidade

    em que se encontra.

    Em Mato Grosso, em especial em Peixoto de Azevedo, o atendimento aos alunos em

    tempo integral j uma realidade. O Ministrio da Educao (MEC), atravs da Portaria

    Interministerial n 17/2007, instituiu o Programa Mais Educao, que integra as aes do Plano de

    Desenvolvimento da Educao (PDE) com objetivo de ampliar a jornada escolar no Brasil para no

    mnimo 7 horas dirias. Atravs do Programa, o MEC delegou s escolas a responsabilidade de

    oferecer atendimento aos estudantes matriculados na rede pblica em escolas que apresentam a nota

    do IDEB (ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica) abaixo do esperado, com o compromisso

    de ampliar o tempo de atendimento escolar. Segundo documentos que regulamentam a adeso e

    organizao do Programa nos estados e municpios, isto , o Manual de Educao Integral para

    Obteno de Apoio Financeiro por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE (BRASIL,

    2008) e o documento norteador do Programa Mais Educao: Passo a Passo (BRASIL, 2009), os

    alunos inseridos no Programa Mais Educao devero ser, prioritariamente: aqueles que apresentam

    distoro idade srie; repetentes; aqueles que esto nas sries finais do ensino fundamental; que

    apresentam dificuldades de aprendizagem ou que se encontram em situao de vulnerabilidade social.

    O objetivo geral desta pesquisa investigar as implicaes do Programa Mais Educao

    na Escola Estadual Kreen Akarore no ano de 2014.

    O interesse em discutir e avaliar o funcionamento e os dilemas enfrentados pela Escola

    com relao ao Programa Mais Educao, teve incio a partir das experincias que acumulei na

    Coordenao do Programa no ano de 2014 e como docente na instituio desde 2010 e

    acompanhamento desde a implantao do programa nesta, que aconteceu em 2012. Neste ano, a

    Escola Estadual Kreen Akarore realizou a implantao do Programa Mais Educao e em 2013 o

    Programa Escola Aberta, ambos do Governo Federal e voltados para o bem estar social da

    comunidade escolar e seus entornos.

    Nesse contexto, essa pesquisa tem como problema de estudo: Considerando a

    aprendizagem como o conjunto de relaes estabelecidas entre o aluno e o currculo escolar, o

    Programa Mais Educao, implantado desde 2012 na Escola Estadual Kreen Akarore, tem

  • 10

    contribudo para a melhoria da aprendizagem? Tem contribudo para diminuir a repetncia, a evaso,

    e tem incrementado a aprendizagem dos contedos curriculares, assim como o convvio entre os

    sujeitos da escola?

    Para alcanar o objetivo proposto e solucionar a problemtica descrita, realizamos uma

    pesquisa qualitativa utilizando a aplicao de questionrios para os estudantes frequentadores do

    Programa Mais Educao e para os professores e monitores da instituio supracitada. Alm destes,

    foram realizadas observaes referentes ao funcionamento do programa na escola desde o ano de

    2012 onde foram constitudas as hipteses que deram origem a este trabalho de pesquisa, tambm

    foram feitas anlise de documentos referentes ao programa, bem como anlise bibliogrfica de outros

    autores que tratam de Educao Integral.

    Os resultados da pesquisa esto apresentados neste trabalho em 03 (trs captulos). No

    primeiro ser tratado os mtodos utilizados para a realizao da pesquisa, no segundo captulo,

    trataremos do Programa Mais Educao, seu contexto histrico/social e terico e no terceiro captulo

    a pesquisa desenvolvida descrita e so analisados os dados sistematizados. Por fim, so apresentadas

    as consideraes finais do trabalho.

  • 11

    CAPTULO 1 PRINCPIOS TERICO-METODOLGICO

    O Programa prope a garantia da permanncia destes alunos na escola, a melhoria da

    convivncia destes no ambiente escolar, a oferta de atividades educacionais no contra - turno,

    ampliando dessa maneira as oportunidades educativas, tendo em vista o incremento da aprendizagem

    e, consequentemente, a elevao do IDEB da escola. Com a ampliao da jornada ampliou-se tambm

    a necessidade de rever a formao do educador, de conceber um currculo que integre os contedos

    tradicionais com as atividades oferecidas no contra - turno escolar. Alm disso, o Programa tem por

    finalidade garantir a permanncia dos estudantes na escola e assegurar sua aprendizagem. Torna-se

    necessrio, portanto, acompanhar e avaliar os resultados destas mudanas. Como funcionria da

    unidade escolar e coordenadora do Programa em 2014, participei diretamente da implantao do

    Programa Mais Educao na escola atendendo 100 inicialmente e atualmente com 150 estudantes.

    O Programa funciona com servidor efetivo na coordenao do mesmo e em regime de

    colaborao, contrata-se tutores por 10 meses corridos para atendimento da clientela via oficinas de

    ensino aprendizagem e culturais como violo, Programa 2 tempo (funcionando dentro do Mais

    Educao e envolve os esportes em geral), alm de atender com aulas de pintura, dana, informtica,

    capoeira e outras.

    Enquanto coordenadora do Programa, percebo que, embora alguns estudantes no

    alcancem o rendimento esperado nas avaliaes, muitas outras conquistas so observadas. Todas

    essas conquistas so resultantes do processo de aprendizagem e esto diretamente relacionadas

    melhora da convivncia no ambiente escolar, a uma mudana de atitude, a uma melhor participao

    nas atividades escolares, ao incremento do respeito aos colegas e professores, ou ainda a um maior

    grau de compromisso. Entretanto, estes fatores parecem no ser reconhecidos pela escola como

    fatores que compem a avaliao da aprendizagem. De acordo com Mendes (2002, p. 81):

    O uso mais comum, de carter pragmtico e o mais ostensvel dos

    exerccios de avaliao na prtica atual pedaggica identificados com

    tcnicas de exame, consiste

    em dar notas, qualificar algumas tarefas ou alguns resultados, supondo-se artificialmente que representam graus ou nveis de

    rendimento diferenciado.Com o interesse pela prtica formativa da

    pessoa, isso deixa de ser relevante pelo pouco que representa a longo

    prazo e pela circunstancialidade de que est rodeado.

    Com a compreenso de que o currculo se refere organizao do conhecimento no

    conjunto das prticas pedaggicas escolares, incluindo as formas de avaliao, e que isso se traduz

    na organizao dos tempos e espaos escolares, do trabalho pedaggico dos professores e da

  • 12

    integrao dos alunos no conjunto das atividades da escola, entende-se que as relaes estabelecidas

    no ambiente escolar tambm constituem um importante aspecto da aprendizagem, e configuram,

    assim, as prticas curriculares na escola. Entretanto, evidente que ainda no tm sido consideradas,

    na avaliao da aprendizagem dos alunos, por exemplo, as mudanas de comportamento que

    favorecem o convvio na escola, dando-se nfase principal aprendizagem dos contedos. Neste

    trabalho, estamos considerando os diversos aspectos que compem a relao dos alunos com o

    currculo escolar, propondo, portanto, uma ampliao da concepo de aprendizagem. A partir deste

    questionamento, o presente trabalho pretende verificar quais so os resultados do Programa Mais

    Educao em 2014, do ponto de vista dos estudantes e de seus respectivos professores. Ao mesmo

    tempo, pretende-se verificar se os aspectos positivos do Programa, elencados por estes, se referem a

    fatores como, por exemplo, a mudana de hbitos e atitudes, que interferem positivamente nas

    relaes interpessoais; o incremento do envolvimento nos estudos ou ainda a melhora do convvio

    dos estudantes no ambiente escolar. Estamos pressupondo que todos esses fatores se referem

    aprendizagem, considerada aqui de maneira mais ampla.

    Alm disso, temos ainda os seguintes objetivos:

    Verificar se melhoraram alguns aspectos especficos associados relao do aluno com

    o currculo escolar, como: o comportamento; a responsabilidade em relao aos afazeres escolares; o

    relacionamento dos estudantes que esto no Programa Mais Educao com seus professores e colegas,

    alm da aprendizagem dos contedos curriculares;

    Verificar se a permanncia dos estudantes que esto no Programa Mais Educao h

    dois anos ou mais tem contribudo para diminuir a repetncia e a evaso;

    Analisar se tanto os estudantes quanto os professores identificam mudanas no ambiente

    escolar devido implantao do Programa Mais Educao;

    Contribuir, com os resultados da pesquisa, para a avaliao e qualificao do

    atendimento no Programa Mais Educao;

    Verificar se as prticas pedaggicas escolares desenvolvidas nas escolas investigadas,

    no contexto do Programa Mais Educao, contriburam para qualificar a aprendizagem, numa

    concepo mais ampla;

    Utilizar os resultados da pesquisa realizada bem como os conhecimentos que sero

    adquiridos no decorrer dos estudos, para o aprimoramento do trabalho pedaggico nesta Unidade de

    ensino, considerando que os resultados desta pesquisa podero subsidiar, posteriormente, uma

    avaliao mais ampla da implantao do Programa Mais Educao na Escola Estadual Kreen Akarore

    o que tambm constitui um importante objetivo deste trabalho.

  • 13

    Para a fundamentao deste trabalho, foram lidos e analisados os seguintes documentos:

    Constituio Federal artigos 205, 206 e 207; Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 9089/1990);

    Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n 9394/1996) artigos 34 e 87; no Plano Nacional

    de Educao (Lei n. 10.179/2001), no Fundo Nacional de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino

    Fundamental e de Valorizao do Magistrio (Lei n. 11.494/2007) e no Plano de Desenvolvimento

    da Educao; Portaria Interministerial n. 17/2007; Cartilha do Ministrio da Educao, Governo

    Federal Passo a Passo do Programa Mais Educao; Resoluo n 34 de 06/09/2013; Constituio

    Federal de 1988; Lei n 8.069, de 13 de junho de 1990; Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996; Lei

    n. 9.608, de 18 de fevereiro de 1998; Lei n. 11.947, de 16 de junho de 2009; Decreto n 7.083, de

    27 de janeiro de 2010; Portaria Interministerial n. 17, de 24 de abril de 2007, dos Ministrios da

    Educao, do Desenvolvimento Social e de Combate Fome, do Esporte e da Cultura; Portaria

    Normativa Interministerial n. 19, de 24 de abril de 2007, dos Ministrios da Educao e do Esporte

    e para anlise bibliogrfica, foram pesquisados e lidos materiais dos seguintes autores: GALO, 2002,

    1995; BARROS NETA, 2011; MENDES, 2002; alm das cartilhas, manuais, orientativos e portarias

    do Programa dispostos pela Secretaria de Educao do Estado de Mato Grosso e Governo Federal.

  • 14

    CAPTULO 2 - PROGRAMA MAIS EDUCAO: CONTEXTOS HISTRICO/SOCIAL E

    TERICO

    Neste captulo ser apresentado um breve histrico sobre a Educao Integral (Programa

    Mais Educao) no Brasil, no Estado de mato Grosso e em Peixoto de Azevedo, em especial, na

    Escola Estadual Kreen Akarore.

    2.1 Diretrizes e Princpios do Programa Mais Educao

    Neste, so apresentadas as regras e como estabelecido e organizado o Programa mais

    Educao.

    2.1.1 Objetivos do programa

    Aumentar o tempo de permanncia dos alunos na escola para melhorar o desempenho

    escolar;

    Ampliar suas jornadas dirias e a reorganizar suas grades curriculares, oferecendo

    atividades esportivas, culturais e recreativas em tempo integral;

    Promover a incluso digital e fomenta debates em torno do meio ambiente, cidadania e sade;

    Contribuir para que a escola se torne um espao atrativo para crianas, adolescentes e jovens;

    Otimizar as aes e os investimentos, j existentes no pas, para que complementem a formao escolar com uma viso integradora do ensino.

    2.1.2 Normas para funcionamento do programa

    A escola deve disponibilizar um profissional efetivo com carga horria de 30 horas

    semanais para a Coordenao do Programa Mais Educao. Em alguns municpios, a Prefeitura

    municipal entra com as outras 10 horas, permitindo, assim, que o profissional tenha disponibilidade

    de 40 horas semanais para dedicao integral ao Programa. Em sua maioria e de acordo com o

    orientativo pedaggico para o Mais Educao 2014, ao aluno tem que ser garantido uma permanncia

  • 15

    de 7 horas na escola, todos os dias da semana, sendo obrigatrio a participao em pelo menos uma

    oficina de carter pedaggico e aos alunos com conceito PPAP e PPF a sua participao e aos

    beneficirios do Bolsa famlia. A escola tem autonomia para escolha das oficinas sendo obrigatria

    pelo menos uma pedaggico e as outras nas mais variadas reas, dana, teatro, violo, pintura,

    esportes, coral, xadrez, informtica, capoeira, entre outras... Ao coordenador cabe a tarefa de

    gerenciar o programa, realizar o pagamento dos monitores, a contratao e seleo dos monitores,

    bem como o acompanhamento na compra e escolha dos materiais utilizados pelo programa, na

    montagem e seleo e balanceamento do cardpio para as alimentaes. So trs refeies

    obrigatrias, caf da manh, almoo e lanche da tarde. Os alunos permanecem na escola aps o

    almoo para descanso, a escola deve oferecer o banho para higiene pessoal, momento de descanso e

    lazer e oficinas. Deve utilizar os espaos possveis que a escola possui: biblioteca, sala de vdeo,

    refeitrio, quadra de esportes, laboratrio de informtica e recorrer comunidade local somente

    quando os espaos da unidade forem insuficientes para atendimento ao Programa. As turmas devem

    ser compostas de 30 alunos. A quantidade de oficinas se deve escolha em ano anterior. Em nossa

    escola o Programa tem incio s 8 com caf da manh, 11 horas almoo e ao meio dia, incio das

    oficinas e s 14:30 lanche da tarde e encerramento s 15 horas.

    A avaliao feita uma vez por ms com reunio entre os monitores, coordenao

    pedaggica da escola, participao de professores e o diretor. Nessa reunio so discutidas as oficinas,

    os alunos, disciplina, monitoramento de alunos com desvio disciplinar, tomada as providncias. A

    coordenao pedaggica parceira dos monitores e da coordenadora do Programa.

    2.1.3 Mas, o que o programa mais educao?

    De acordo com a Manual do Programa Mais Educao, eis a definio: O Programa

    Mais Educao foi institudo pela Portaria Interministerial n. 17/2007 e integra as aes do Plano de

    Desenvolvimento da Educao (PDE), como uma estratgia do Governo Federal para induzir a

    ampliao da jornada escolar e a organizao curricular, na perspectiva da Educao Integral. Trata-

    se da construo de uma ao Inter setorial entre as polticas pblicas educacionais e sociais,

    contribuindo, desse modo, tanto para a diminuio das desigualdades educacionais, quanto para a

    valorizao da diversidade cultural brasileira. Por isso coloca em dilogo as aes empreendidas pelos

    Ministrios da Educao MEC, da Cultura MINC, do Esporte ME, do Meio Ambiente MMA,

    do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS, da Cincia e da Tecnologia MCT e, tambm

    da Secretaria Nacional de Juventude e da Assessoria Especial da Presidncia da Repblica, essa

    ltima por meio do Programa Escolas-Irms, passando a contar com o apoio do Ministrio da Defesa,

  • 16

    na possibilidade de expanso dos fundamentos de educao pblica. Essa estratgia promove a

    ampliao de tempos, espaos, oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar

    entre os profissionais da educao e de outras reas, as famlias e diferentes atores sociais, sob a

    coordenao da escola e dos professores. Isso porque a Educao Integral, associada ao processo de

    escolarizao, pressupe a aprendizagem conectada vida e ao universo de interesse e de

    possibilidades das crianas, adolescentes e jovens. O ideal da Educao Integral traduz a compreenso

    do direito de aprender como inerente ao direito vida, sade, liberdade, ao respeito, dignidade

    e convivncia familiar e comunitria e como condio para o prprio desenvolvimento de uma

    sociedade republicana e democrtica. Por meio da Educao Integral, se reconhece as mltiplas

    dimenses do ser humano e a peculiaridade do desenvolvimento de crianas, adolescentes e jovens.

    Esse ideal est presente na legislao educacional brasileira e pode ser apreendido em nossa

    Constituio Federal, nos artigos 205, 206 e 227; no Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n.

    9089/1990); em nossa Lei de Diretrizes e Bases (Lei n. 9394/1996), nos artigos 34 e 87; no Plano

    Nacional de Educao (Lei n. 10.179/2001), no Fundo Nacional de Manuteno e Desenvolvimento

    do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio (Lei n. 11.494/2007) e no Plano de

    Desenvolvimento da Educao.

    O Programa Mais Educao atende, prioritariamente, escolas de baixo IDEB, situadas

    em capitais, regies metropolitanas e grandes cidades em territrios marcados por situaes de

    vulnerabilidade social que requerem a convergncia prioritria de polticas pblicas e educacional.

    Em seus cadernos de orientao uma preocupao presente a de justificar a importncia

    da educao integral no contexto nacional brasileiro, associada necessidade em investir na escola

    pblica e garantir no s o direito escola, mas permanncia e aprendizagem.

    O direito educao de qualidade elemento fundamental para a

    ampliao e para a garantia dos demais direitos humanos e sociais, e

    condio para a prpria democracia e a escola pblica universal

    materializa esse direito (BRASIL, 2009, p. 13).

    O documento traz para o debate o contedo dos diversos documentos legais associados

    educao integral, citando desde a Constituio Federal no seu artigo 205, a Lei de Diretrizes e Bases

    da Educao Nacional (LDB) Lei n 9.394/96, o Estatuto da Criana e do Adolescente, O Plano

    Nacional de Educao, Lei 10.172, e ainda o FUNDEB, que amplia a possibilidade de oferta da

    educao integral, ao diferenciar os coeficientes de remunerao por matrcula, no apenas por

    modalidade e etapa da educao bsica. Valorizar os conhecimentos trazidos pelos estudantes e das

  • 17

    comunidades onde estes esto inseridos outra premissa defendida por este documento, como

    podemos verificar na citao da pgina 27 do referido documento:

    Pode-se dizer, conforme Guar (2006), que conceber a perspectiva

    humanstica da educao como formao integral implica compreender

    e significar o processo educativo, como condio para a ampliao do

    desenvolvimento humano. Em suas reflexes sobre Educao Integral,

    a referida autora destaca que para garantir a qualidade da educao

    bsica preciso considerar que a concretude do processo educativo

    compreende, fundamentalmente, a relao da aprendizagem das

    crianas e

    dos adolescentes com a sua vida e com sua comunidade. Para dar conta

    dessa qualidade, necessrio que o conjunto de conhecimentos

    sistematizados e organizados no currculo escolar tambm inclua

    prticas, habilidades, costumes, crenas e valores que esto na base da

    vida cotidiana e que, articulados ao saber

    acadmico, constituem o currculo necessrio vida em sociedade

    (BRASIL, 2009, p.27).

    De acordo com as cartilhas propostas, todo o espao vira espaos de aprendizagem e o

    coordenador do Programa deve, sabiamente, utilizar destes espaos para propor uma atividade diferenciada

    que culmine em aprendizagem significativa, como as praas, os museus, o teatro, cabendo escola

    articular um projeto para sua utilizao, considerando os tempos, os espaos, os sujeitos e os objetos

    de conhecimento. Neste sentido, o documento comenta que:

    [ ...] em uma comunidade de aprendizagem, todos os espaos so

    educadores toda a comunidade e a cidade com seus museus, igrejas, monumentos, locais como ruas e praas, lojas e diferentes locaes cabendo escola articular projetos comuns para

    sua utilizao e fruio considerando espaos, tempos, sujeitos e

    objetos do conhecimento (BRASIL, 2009, p. 35).

    O Governo Federal, em seus cadernos para orientao, tambm ressalta a importncia da criana

    estar se preparando e aprendendo algo caracterstico da Comunidade em que est inserida, portanto, no sistema,

    ao Coordenador fazer as opes e escolhas do que ser trabalhado durante o ano no Programa, abre-se um

    leque de opes que fazem com que cada instituio se adeque sua realidade, para contratao de monitores

    que trabalham com essas crianas, compartilhando seus conhecimentos e saberes culturais e comunitrios.

    Pressupe ainda o dilogo como possibilidade de superar os desafios histricos da educao pblica.

    Defende a transformao da escola em espao onde a cultura local possa dialogar com os saberes

    escolares, sendo assim capaz de possibilitar a elaborao de um paradigma de educao integral que

    rena diversas reas, experincias e saberes, como podemos identificar na pgina 14 do referido

    documento:

  • 18

    A metodologia para educao integral apresentada aqui pode ser

    compreendida como um instrumento de dilogo e troca entre os saberes

    de escolas e comunidades. Acreditamos que as escolas no Brasil s tm

    a ganhar se buscarem se abrir para as vivncias comunitrias, assim

    como as comunidades para suas escolas: dessa forma, esperamos poder

    formular saberes diferenciados, ou seja, saberes diferentes dos

    originais. Queremos uma educao integral em que as diferenas e

    saberes possam desenvolver condies de mtuas influncias e

    negociaes

    sucessivas. Uma educao integral estruturada a partir de um conceito

    de integralidade, que supere termos como contra - turno e atividades complementares, bem como saberes escolares e saberes comunitrios (BRASIL, 2009, p. 14).

    claro que a Escola e nem os professores, esto aptos e acostumados a verem esses

    saberes se misturando com um conceito esttico que possuem sobre educao: a de alunos

    enfileirados olhando fixos para o quadro, essa realidade no existe mais em nossas escolas e tem que

    ficar claro na mente do professor tambm, por isso, a enorme dificuldade de aceitar a Educao

    Integral. Mas para os que acreditam, a sada para uma sociedade catica e sem esperana (para

    alguns), mas veremos isso, nas reflexes que seguem, pois no captulo seguinte est apresentada a

    pesquisa com os estudantes e professores como tambm a anlise atravs das respostas obtidas.

  • 19

    2.2 Educao Integral no Brasil

    Ao desvendar parte da histria da educao integral, tivemos contato com vrios autores,

    e um em especial chamou ateno ao nos introduzir no mundo da educao integral numa perspectiva

    anarquista, trazendo novos olhares e indagaes quanto ao tipo de educao que oferecemos

    atualmente nas escolas pblicas e particulares. Galo apresenta o pensamento de Louis Althusser, e

    denuncia [...] a escola como um dos principais aparelhos ideolgicos do Estado, encarregada de

    difundir e perpetuar a ideologia burguesa, garantindo a perpetuao do sistema. (GALO, 2002, p.

    18).

    No Brasil, em 1925, Jos Oiticica ao disseminar as ideias libertrias, assumiu o papel de

    pedagogo no intuito de

    [...] introjetar nos indivduos a idolatria poltica, os deveres cvicos e a

    obedincia, buscando assim garantir o respeito e a conformao a uma

    estrutura social que se pretende absoluta e imutvel [...] do ponto de

    vista libertrio a educao existente na poca, no ensinava a conhecer

    o mundo, mas propriamente, era ensinado um certo conhecimento do

    mundo, conhecimento este que dava a segurana de viver num mundo

    sem mistrio, mas que levava ao medo do risco, morte da criatividade,

    da originalidade, da liberdade [...]. (GALO, 2002, p.19)

    Por outro lado, segundo Galo, o objetivo da educao libertria o homem se conhecer

    por inteiro, se descobrir como um corpo, uma conscincia e como um ser social, fazendo com que

    todas essas caractersticas se desenvolvam de forma integralizada.

    Educar a pessoa para que seja o que ; LIVRE. Educar dar condies

    a cada pessoa para que ela se descubra, enquanto indivduo livre e

    enquanto ser social, dar condies para

    que ela possa perceber e realizar, na justa medida, a dialtica do

    indivduo social, a sua liberdade na liberdade do outro. Nesse sentido,

    a educao anarquista se constitui na pedagogia do risco, por instigar a

    liberdade de arriscar nas pessoas, por ousar acreditar na mudana, na

    transformao [...]. (GALO, 2002, p. 20).

    A pedagogia do risco, ao mesmo tempo, se preocupa em criar condies estruturais para

    que cada um dos indivduos desenvolva sua singularidade, procurando tambm trabalhar o processo

    de modo que dele brote a liberdade, como uma construo coletiva do grupo de indivduos. Em

    escolhendo o risco, escolhe a vida, uma existncia livre e autnoma. (GALO, 2002, p. 174)

    A educao anarquista entende que, para alcanar a liberdade deve-se educar

    integralmente o homem. Desse modo, o conceito de educao integral foi inicialmente sistematizado

    pelo pedagogo Paul Robin em 1868, quando o mesmo conseguiu estruturar a prtica pedaggica com

    bases nos preceitos libertrios, cujos princpios e fundamentos baseiam-se em: a) um processo de

  • 20

    formao humana; b) permanente; c) um processo educativo que contribua para a superao da

    alienao; d) que o conhecimento equivalha ao poder e, logo, a educao a ttica de luta contra a

    hegemonia; e) individualidade e coletividade devem ser instncias plenamente articuladas.

    A concepo de educao integral na perspectiva anarquista libertadora baseia-se em trs

    instncias articuladas entre si: a) educao intelectual; b) educao fsica; e c) educao moral. Sendo

    assim, Galo defende a pedagogia anarquista como uma pedagogia social, concebendo a educao

    como um [...] fenmeno poltico-social que pode se abrir em duas frentes: ser o veculo da

    reproduo da sociedade e, portanto, de sua manuteno; ou ser um espao privilegiado para a

    realizao de algumas tarefas que culminem com um processo radical de transformao da realidade

    social. (GALO, 1995, p. 163). Por esta razo, a educao integral na perspectiva da educao

    anarquista/libertadora e da pedagogia do risco, instiga o homem a realizar o exerccio de liberdade, e

    ao lanar um novo olhar na prtica educacional, possibilita, por sua vez, novas prticas educativas.

    No Brasil, a educao em perodo integral vem sendo discutida e implantada no Brasil

    desde a primeira metade do sculo vinte por educadores que, naquela poca, procuravam defender a

    ideia uma formao integral e as influncias da educao anarquista se consolidam atravs do

    movimento da escola nova nas dcadas de 20 e 30.

    Na dcada de 1930, Ansio Teixeira, um dos mentores intelectuais da Escola Nova,

    defendia a implantao de um sistema pblico de educao em que a escola:

    [...] desse s crianas um programa completo de leitura, aritmtica e escrita, cincias

    fsicas e sociais e mais artes industriais, desenho, msica, dana e educao fsica, sade e alimento

    a criana, visto no ser possvel educ-la no grau de desnutrio e

    abandono em que vivia (BRASIL, 2009b, p. 15). Ansio Teixeira colocou em prtica esta concepo

    de educao em um Centro Educacional em Salvador com atividades no contra - turno escolar,

    experincia que o educador denominou de Escola Parque.

    Na dcada de 1960, diversos Centros Educacionais foram construdos em Braslia

    seguindo esse modelo. Ainda nesta dcada, Ansio Teixeira, a pedido do Presidente Juscelino

    Kubitschek, coordenou a comisso encarregada de criar o Plano Humano de Braslia, juntamente com

    Darcy Ribeiro. Assim, organizaram o Sistema Educacional da Capital que, segundo a pretenso do

    ento presidente, viesse ser o modelo educacional para todo o Brasil. Deste plano foi criado um

    modelo de educao integral inspirado no modelo de Salvador, porm mais evoludo. Mais tarde, na

    dcada de 1980, durante os dois governos de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, foram construdos

    500 prdios com a finalidade de abrigar o que se denominava como Escola Integral em horrio

    integral, os CIEPs Centros Integrados de Educao Pblica. Posteriormente, em nvel nacional, a

  • 21

    Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996, em

    seu artigo 34, previu a progressiva ampliao do tempo de permanncia do aluno na escola: A

    jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala

    de aula, sendo progressivamente ampliado o perodo de permanncia na escola. Em seu pargrafo

    2, consta que: O ensino fundamental ser ministrado progressivamente em tempo integral, a critrio

    dos sistemas de ensino (BRASIL, 1996).

    O Plano Nacional da Educao (PNE), Lei 10.172 de 09 de janeiro de 2001, retoma e

    valoriza a Educao Integral como possibilidade de formao integral da pessoa, apresentando-a

    como objetivo do Ensino Fundamental e tambm da Educao Infantil. Alm disso, o PNE apresenta

    como meta, a ampliao progressiva da jornada escolar para um perodo de, pelo menos, 7 horas

    dirias, alm de promover a participao das comunidades na gesto das escolas, incentivando a

    instituio de Conselhos Escolares (BRASIL, 2001). Mais tarde, a Portaria Normativa

    Interministerial n 17, de 24 de abril de 2007 institui o Programa Mais Educao, que visa fomentar

    a educao integral de crianas, adolescentes e jovens, por meio do apoio de atividades

    socioeducativas no contra - turno escolar (BRASIL, 2007). Dessa maneira, a ampliao da jornada

    escolar, prevista nos documentos oficiais citados acima, vem progressivamente fazendo com que

    estados e municpios se comprometam em ampliar o tempo de permanncia dos estudantes na escola,

    o que tem acarretado a intensificao dos estudos sobre a educao integral assim como a diversidade

    de experincias j em andamento.

    Diversas iniciativas tm sido implementadas com jornada escolar ampliada, entremeando

    turno e contra - turno, com metodologias diversas de trabalho, conforme sntese apresentada no

    Caderno do Programa Mais Educao: Texto Referncia para o debate nacional (BRASIL, 2009b).

    So Paulo, por exemplo, viveu a experincia de educao integral entre 2000 e 2004 com os Centros

    Educacionais Unificados (CEUs). Institudos por decreto municipal, estes Centros ofereciam

    atendimento integral, de creche ao ensino mdio, com atividades educacionais, recreativas e culturais

    em um mesmo espao fsico, com a perspectiva de que estes se constitussem em experincias de

    convivncia comunitria. Outro exemplo foi a iniciativa desenvolvida pela prefeitura Municipal de

    Belo Horizonte em 2006, que consistiu em um programa Inter setorial que amplia a jornada educativa

    diria para 9 horas, oferecendo atividades diversificadas de forma articulada com a proposta poltico

    pedaggica de cada instituio educativa. Este programa coordenado pela Secretaria de Educao

    e conta com a parceria de vrias instituies de ensino superior, alm de ONGs, comerciantes,

    empresrios locais, envolvidos na construo de uma grande rede responsvel pela educao de

  • 22

    crianas e jovens. Utiliza diversos espaos das escolas e da comunidade na perspectiva de transformar

    os espaos da cidade em centros educativos.

    Bairro Escola outro projeto criado pela prefeitura de Nova Iguau, no Rio de Janeiro,

    que, desde 2006, baseado no conceito de cidade educadora, que considera que a educao no

    ocorre somente no espao da escola, mas em diversos locais da cidade. Nesta iniciativa, vrias

    atividades so desenvolvidas no contra - turno escolar, associadas s orientaes dos Parmetros

    Curriculares Nacionais e ao Projeto Poltico Pedaggico de cada escola. Tais atividades podem ser

    desenvolvidas por voluntrios ou monitores, selecionados entre moradores e integrantes das entidades

    parceiras que participam de capacitaes peridicas.

    Atualmente, este conceito tem se propagado de forma nica, na forma de esperana e,

    acreditando em um Pas melhor, com jovens que se preocupem com seu amanh e com o destino de

    sua nao, capazes de buscar solues para variadas situaes, os profissionais da educao

    continuam apoiando e implantando o projeto e, em Mato Grosso, isso no diferente, acreditando na

    mudana e no impacto que esta Educao Integral pode causar foi implantando em Mato Grosso no

    ano de 2010, ser nosso assunto na sequncia.

    2.3 Educao Integral em Mato Grosso

    Os esforos para a Educao Integral em Mato Grosso deram incio em 2008, muito

    tmida, se comparada a outros estados da federao. Diferentemente das regies sudeste, nordeste e

    sul, poucos municpios mato-grossenses enquadraram-se nos critrios estabelecidos pelo MEC, nos

    primeiros anos. Em 2008 a implantao restringiu-se a duas cidades: Alta Floresta61 no norte do

    estado, inclusa no Programa devido a sua participao na Operao Arco Verde; e Cuiab, capital. A

    partir do Programa Mais Educao, a prefeitura de Cuiab passou a desenvolver, nas escolas de sua

    rede, um programa prprio de educao integral, chamado Programa Educa Mais. Esse Programa,

    criado por meio do Decreto Municipal 4.688/2008, no visa uma substituio ou concorrncia com o

    Mais Educao, pelo contrrio, suas aes so fundidas e seguem as mesmas diretrizes (CUIAB,

    2009, p. 25). Em 2008 o Programa Educa Mais foi implantado em trinta e uma escolas da rede

    municipal de Cuiab. Em 2009, o Programa Mais Educao passou a atender, alm destes, o

    municpio de Vrzea Grande, segunda maior cidade do estado, localizada muito prximo capital.

    As duas cidades se confundem geograficamente, pois cresceram lado a lado separadas apenas pelo

    Rio Cuiab. Atualmente, Vrzea Grande desenvolve o Programa em cinquenta e duas escolas pblicas

    (vinte e seis da rede municipal e vinte e seis da rede estadual). Em 2010, por possuir escolas

  • 23

    participantes do PDE - Escola, os municpios de Rondonpolis e Sinop, entraram na lista de

    municpios atendidos. Ainda assim, timidamente. Sinop, das trinta e trs escolas de ensino

    fundamental que possua, cadastrou oito (cinco estaduais e trs municipais) e Rondonpolis, de um

    universo de oitenta e trs unidades, cadastrou dez, efetivando o atendimento de um mil e trezentos

    alunos (BARROS NETA, 2011, p. 78).

    A Secretaria de Estado de Educao (SEDUC), em maro de 2010, enviou uma pessoa

    responsvel pela Coordenao Estadual do Programa Mais Educao aos municpios do interior do

    estado a fim de orientar o processo de implantao nas redes municipal e estadual. No mesmo ano a

    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em parceria com a SEDUC, ofertou, por meio de um

    convnio firmado com o Ministrio da Educao/ SECAD, atividades formativas, na rea de educao

    integral, junto aos municpios participantes do Programa. Foi realizado um curso de extenso com

    carga horria de sessenta horas, divididas em duas etapas, que qualificou, dos cinco municpios, cento

    e trinta professores comunitrios, tambm chamados de coordenadores, abrangendo saberes tericos

    e prticos referentes aos dez macro campos dispostos no Programa (BARROS NETA, 2001, p.77).

    Foi realizado tambm um seminrio com a presena de coordenadores e consultores do MEC, onde

    foram discutidos os desafios e as perspectivas da educao integral no Estado. Segundo Barros Neta

    (2011, p. 78) aps as discusses e apresentao das experincias pelos coordenadores do Programa

    dos municpios, percebeu-se que o desenvolvimento da educao integral no estado ainda apresenta

    muitos entraves, dificuldades e desafios, a exemplo da inadequao de estrutura fsica, recursos

    financeiros insuficientes, rotatividade de monitores, falta de uma estruturao curricular e melhor

    capacitao de todos os envolvidos.

    No ano de 2011, com a ampliao dos critrios de prioridade, o atendimento deu um salto

    numrico abrangendo vinte e nove municpios mato-grossenses. Ainda assim esse nmero representa

    uma parcela pequena (vinte e um por cento) dos 141 municpios do estado, dentre estes, Peixoto de

    Azevedo, atendendo nas escolas na Rede Municipal de Ensino. Somente a, partir das experincias

    vivenciadas pelas escolas municipais que, em Peixoto de Azevedo a implantao deu incio na Rede

    Estadual em trs escolas da cidade, dentre elas, a Escola Estadual Kreen Akarore.

    2.4 Educao Integral em Peixoto de Azevedo com nfase na Escola Estadual Kreen Akarore

    No municpio supracitado, em especial na Escola Estadual Kreen Akarore, que o foco

    do nosso estudo, o Programa foi implantado em 2012, atendendo alguns alunos, de acordo com os

    critrios estabelecidos pelo MEC. Com este atendimento, surgiu uma necessidade, na escola, de

    repensar os espaos, rever o Projeto Poltico Pedaggico, discutir a metodologia de trabalho. Um

  • 24

    programa com excelente fundamentao e objetividade, mas depende muito de quem est frente de

    sua organizao e administrao financeira, trabalhando na instituio, percebi, em hiptese, que os

    alunos permaneciam na escola o tempo necessrio, mas que alguns monitores, trabalhavam alm do

    tempo permitido enquanto que outros tinham seus horrios reduzidos por este ou aquele motivo,

    tambm percebi, hipoteticamente falando, que as oficinas funcionavam com poucos alunos e que em

    sua maioria, faziam o que queriam ou s faziam esporte, ou seja, o programa apenas funcionava de

    fachada, as crianas tinham as merendas na hora certa, mas no funcionava como descrevia os

    orientativos e isso sempre me preocupava, pois a direo falava as crianas no esto mais vindo no

    programa, de certa forma, no era problema meu porque eu era professora de matemtica e no

    coordenadora do Mais Educao, mas eu sempre me metia... Dessa forma, iniciou toda minha

    inquietao. Assisti na Escola o nascimento e o fortalecimento de um Programa que, hipoteticamente,

    estava falido, mas elaborei um projeto respaldado no orientativos para 2014 onde ocorreram algumas

    mudanas, reuni os monitores e fiz minha proposta de trabalho, falei do andamento das oficinas, fixei

    horrio para as turmas, para as aulas dos monitores e fixei as turmas no mural da escola, no comeo

    deu muito trabalho, pois no estavam acostumados a realizar as oficinas que se matricularam, queriam

    fazer como de costume, mas acabaram se ajeitando. Porque continuar errado se podemos melhorar e

    seguir as normas para que tudo funcione e as coisas atinjam seus objetivos? Esse era o meu desejo.

    A Escola Estadual Kreen Akarore se encontra em uma regio garimpeira e seu nome faz

    referncia a uma tribo indgena que se encontrava no local antes de sua construo e que foi relocada

    para a aldeia do Xingu denominada de ndios Gigantes, atende a alunos na ltima fase do segundo

    ciclo e o terceiro ciclo completo, ou seja, atende do 6 ao 9 ano, uma vez que as Unidades Escolares

    esto polarizadas neste Municpio.

    No Programa Mais Educao, atendemos 150 crianas em 5 oficinas, com trs refeies

    dirias, caf da manh s 8:00 quando chegam escola, 8:30 iniciam as oficinas, sendo duas turmas

    pela manh e trs turmas pela tarde com 30 alunos em cada turma, totalizando os 150 estudantes

    ativos.

    . Com base nos textos lidos e com a experincia obtida em anos de sala de aula e nos

    estudos durante as aulas do Ps Graduao em Gesto Pblica, especialmente na disciplina de

    Polticas Pblicas, o trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Kreen Akarore em Peixoto de

    Azevedo, Estado de Mato Grosso, com 150 alunos do Ensino Fundamental, mais cinco monitores,

    um tcnico administrativo e uma cozinheira que ficam sob minha responsabilidade. Utilizei de

    observaes, execuo do Projeto do Programa, mais questionrios que forram respondidos pelos

    alunos do programa Mais Educao e sua equipe, funcionrios e monitores (anexos 1 e 2) para

  • 25

    reflexo das atividades desenvolvidas pelo Programa e sua influncia nos aspectos j mencionados e

    que so os objetivos deste trabalho. Os dados foram tabulados e expressos seus resultados em tabelas

    e/ou grficos, fazendo-se saber, que, no questionrio dos alunos, nem todos responderam todas as

    perguntas. Ao todo, foram distribudos 150 questionrios pra os alunos frequentadores do Programa,

    para isso, necessitando apoio dos professores regentes e da coordenao da escola. Esse questionrio

    tem por objetivo verificar se estes consideram que, desde sua incluso no Programa, houve melhora

    no convvio entre os colegas, entre os professores, no compromisso com os afazeres escolares, na

    diminuio da infrequncia, na concentrao em sala e no aumento do conceito de PPAP para PS.

    Ainda, conforme anexo 2, foi entregue o questionrio aos funcionrios e monitores do Programa e

    Professores Regentes da Unidade Escolar, este, com objetivo de verificar as implicaes do Programa

    na aprendizagem destes estudantes e se os objetivos esto sendo alcanados.

    A auto avaliao e as reflexes so ferramentas fundamentais para que os processos e

    projetos dentro de uma instituio funcionem corretamente e faam com que as polticas pblicas

    tenham sentido na vida do cidado e causem o efeito esperado pelos gestores. Nessa inteno, veja o

    que diz o texto extrado da cartilha do Programa mais Educao (Ministrio da Educao 2012 pg.

    05): A educao que este Programa quer evidenciar uma educao que busque superar o processo

    de escolarizao to centrado na figura da escola. A escola, de fato, o lugar de aprendizagem

    legtimo dos saberes curriculares e oficiais na sociedade, mas no devemos tom-la como nica

    instncia educativa. Deste modo, integrar diferentes saberes, espaos educativos, pessoas da

    comunidade, conhecimentos... tentar construir uma educao que pressupe uma relao da

    aprendizagem para a vida, uma aprendizagem significativa e cidad. Portanto, acredito que o

    Programa deve ser mais do que estava sendo feito e aproveitado, por isso, realizei e propus mudanas

    na sua execuo, o que est apresentando resultados significativos na aprendizagem das crianas e

    complementao em seus saberes e na questo da disciplina.

  • 26

    CAPTULO 3 - APRESENTAO E ANLISE DE DADOS

    Neste Captulo, sero apresentados s reflexes obtidas a partir dos questionrios

    entregues aos estudantes frequentadores do Programa Mais Educao na Escola Estadual Kreen

    Akarore na cidade de Peixoto de Azevedo MT, bem como aos questionrios entregues aos

    professores da Unidade escolar e aos professores monitores que lidam diretamente com os estudantes.

    O questionrio foi aplicado aos 150 estudantes que frequentaram o Programa Mais

    Educao na Escola Estadual Kreen Akarore divididos em 5 (cinco) turmas sendo 02 (duas) turmas

    no perodo da manh com os alunos que frequentam o ensino regular no perodo da tarde e 03 (trs)

    turmas tarde com os alunos que frequentam o ensino regular no perodo matutino. Todos os alunos

    fazem rodzio entre as oficinas que foram pintura, violo, 2 tempo (esportes), alfabetizao e

    letramento e oficina de informtica. A escola teve um alto ndice de PPAP no ano de 2013, portanto,

    como tambm faz parte dos manuais e orientativos que todo aluno que possui baixo ndice de

    aprendizagem e recebe o bolsa famlia (de certa forma) obrigado a frequentar a escola em tempo

    integral, no houve desistncia, fato que ocorreu com alto ndice nos anos anteriores em que o

    Programa ocorreu na Unidade Escolar. Os monitores possuem horrio para estarem atendendo as

    turmas sendo que os mesmos cumprem 15 (quinze) horas semanais. Os mesmos, em escala,

    permanecem na escola em horrio de almoo para estarem atendendo e auxiliando no controle e no

    perodo de descanso para o reincio das oficinas e o incio da aula para os que encerraram as oficinas

    no perodo matinal.

    O questionrio foi aplicado no final do ms de novembro de 2014, com a colaborao dos

    professores e da coordenadora da escola e dos monitores do projeto. A aplicao aos estudantes foi

    muito tranquila, pois se colocaram dispostos a responde-lo. Dessa forma, 150 alunos responderam o

    questionrio, sendo que algumas perguntas no foram respondidas por todos os estudantes.

    Na sequncia, vamos mostrar os grficos com os resultados quantitativos a respeito de

    quatro categorias principais, em torno das quais agrupamos as respostas ao questionrio. A primeira

    categoria refere-se relao dos alunos com o trabalho pedaggico, que associamos s seguintes

    questes, conforme ilustrado abaixo:

  • 27

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam.

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam.

    Esta primeira parte, podemos ver claramente que os alunos gostam de frequentar o

    Programa Mais Educao e acreditam que sua participao durante as aulas e seu compromisso

    tenham aumentado. Isso gratificante, pois constatou veracidade das informaes durante a fase de

    observao, esta unidade de ensino passou por problemas serssimos de gesto em anos anteriores e

    93%

    1,50%

    4%

    1,50%

    Melhorou sua participao durante as aulas?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

    87%

    1,50% 11%

    1,50%

    Melhorou seu compromisso em fazer os deveres de casa e em sala de aula?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

  • 28

    era necessrio que essa reflexo acontecesse e que os estudantes tambm percebessem que eles podem

    fazer a diferena e esto fazendo.

    Outro item (categoria) que vamos analisar agora com relao leitura e escrita e com

    relao ao Conceito, haja vista que em ano anterior tivemos muitos alunos com baixo ndice de

    aprendizagem. Vamos l:

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam.

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 146 alunos responderam.

    95%

    1,00%

    3%

    1,50%

    E com relao ao seu Conceito,tendo por base o ano anterior, est melhor?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

    68%

    7%

    23%

    2%

    Percebeu que atravs do P.M.E, sua letra melhorou?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

  • 29

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam.

    Percebemos que, com as mudanas ocorridas no P.M.E e, aplicando as Polticas Pblicas

    de forma a atender as exigncias, sendo correto em nossas aes, temos o retorno esperado pelo

    Programa. Por estes grficos, vimos que muitos estudantes perceberam seus avanos e que

    melhoraram significativamente na leitura e escrita e que seus conceitos no primeiro semestre letivo

    foram bem melhores, atingindo a meta esperada que um P.S (Progresso Satisfatria). Apenas uma

    pequena faixa, em torno dos dois por cento no sabiam dizer se melhoraram e um percentual pequeno

    no melhorou, mas ali, tambm temos crianas com necessidades especiais e que frequentam o

    Programa assiduamente, mas mesmo assim, desenvolvem satisfatoriamente.

    Durante o perodo de observao, que ocorreu nos anos anteriores a 2014, podemos

    perceber que havia estudantes at do nono ano sem saber ler e escrever e que no participavam do

    programa por ser somente brincadeiras antes de efetuar as mudanas e que agora, devido ao

    agrupamento das turmas por idade, que era um outro pensamento meu, eles no sentem vergonha e

    participam assiduamente e visualizaram melhoras significativas.

    Nossa terceira categoria, se refere ao fato de estarem motivados a estudarem, a no

    faltarem escola, os grficos a seguirem, trazem as informaes:

    83%

    4% 10%

    3%

    E com relao escrita, consegue produzir mais?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

  • 30

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam.

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 140 alunos responderam.

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 141 alunos responderam

    91%

    4% 5%

    Acredita que sua participao no P.M.E. tem umentado em voc a vontade de estudar e de querer a cada dia buscar novos conceitos e saber mais sobre os

    assuntos abordados em sala de aula pelos professores?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    71%

    9%

    20%

    Seu interesse em participar dos eventos, brincadeiras e festas promovidas pela escola aumentou?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    94%

    2% 4%

    Sente vontade de ir para a escola?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 31

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 141 alunos responderam

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 141 alunos responderam

    Verificamos que, atravs das respostas dos estudantes que, a vontade de estudar e de estar

    colaborando com as atividades da escola aumentaram, em sua maioria, concordam que, o tempo de

    permanncia na escola, quando bem direcionado traz resultados benficos para a comunidade escolar

    e para eles mesmos, pois o amor pela instituio e o querer que seja bem sucedida em todos os seus

    aspectos, fazem com que as polticas pblicas funcionem, basta dedicao e o emprego correto dos

    recursos, tanto em pessoas como em materiais.

    Os documentos de referncia do Ministrio da Educao para o Programa orientam que

    a escola deve reorganizar seus tempos e espaos bem como garantir no seu projeto pedaggico a

    participao dos sujeitos para que estes se sintam parte da escola e valorizados por ela. Pressupomos

    2%

    95%

    3%

    Sente o desejo de faltar s aulas?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    73%

    5%

    22%

    Acredita que se continuar a participar do P.M.E. pode melhorar ainda mais?

    Acredito

    no acredito

    Estou pensando ainda

  • 32

    que a escola vem procurando se reorganizar e se aproximar da linguagem dos estudantes, pois, de

    acordo com as respostas, estes se sentem includos e valorizados. Podemos pressupor que o interesse

    dos alunos em relao ao processo de aprendizagem, indicado por meio desta categoria, se deve

    diversificao curricular e tambm organizao do trabalho pedaggico, j que temos, no contra -

    turno, atividades desenvolvidas em outros espaos tais como sala de artes, dana, auditrios, etc.

    Como salienta Padilha (2012, p. 196),

    O currculo da escola, que antes era apenas um recorte ou ento

    sinnimo de contedo escolar, apresenta-se agora como um processo

    amplo, complexo, que deve considerar no apenas o que se deve saber,

    mas o como e tambm o para que aprender, porque aprender e mesmo

    quem deve aprender este ou aquele

    conhecimento.

    Com base nos dados acima, podemos chegar a uma concluso de que, a partir da

    participao no Programa, se sentem motivados a irem e a permanecerem na instituio, bem como

    a aprender e, o mais importante, o Programa, no a salvao da Ptria, mas uma sada, um auxlio

    para que a auto estima seja desenvolvida e que a criana volte a se encontrar e perceba quo

    importante , apesar do mundo a sufoca, pois crianas que viraram o ano de 2014 com o rtulo de

    PPAP, dando a volta, isso uma vitria, para a escola? Tambm, mas a vitria tem um sabor muito

    maior para ela, pois acreditando nela, a criana se sente valorizada pelo que sabe e desenvolve outras

    capacidades que auxiliam no currculo comum.

    A quarta anlise feita com relao s relaes interpessoais, que so expressas pelos

    grficos:

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam

    70%

    4%

    12%

    14%

    Melhorou o relacionamento entre seus colegas?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

  • 33

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 150 alunos responderam

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 142 alunos responderam

    53%

    2%

    31%

    14%

    Consegue respeitar a opinio de seu colega?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

    70%

    4%

    17%

    9%

    Com relao aos professores, melhorou tambm o relacionamento com eles?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

  • 34

    Fonte: Dados Primrios, 2014. 142 alunos responderam

    Podemos dizer, que atravs do questionrio, vemos que os alunos possuem conscincia

    que houve mudanas no relacionamento interpessoal e isso muito significativo na escola em

    questo, pois vem de um histrico de gestes muito perturbadas e com alto ndice de indisciplina, o

    que muito relevante, haja vista que o programa justamente para atendimento dos alunos com baixo

    ndice de aprendizagem, para os que esto em defasagem idade srie e para os que recebem o bolsa

    famlia e, que muitas vezes estes fatos esto associados (na maioria dos casos de baixo rendimento)

    questo da indisciplina e o fato de permanecerem na escola por mais tempo, de possurem pessoas

    com a disposio para conversarem, de terem um contato mais humano, com muitos momentos de

    lazer, esportividade e criatividade, fazem com que se sintam mais amados e valorizados e isso

    refletido nas respostas durante o questionrio.

    Em observao, a escola passou entre os anos de 2012 e 2013, um perodo de muitos

    conflitos de modo geral e o agrupamento por turmas de mesma idade, a ocupao organizada em

    oficinas, aplicabilidade das regras, valorizao pessoal e o respeito s individualidades dos estudantes

    permitiu que o aumento de permanncia na escola se tornasse agradvel e que pudessem se sentir

    valorizados e amados.

    Na sequncia, trataremos do segundo conjunto de perguntas foi realizado com os

    professores regentes dos estudantes que frequentam o Programa Mais Educao, bem como os

    monitores dos mesmos. O questionrio foi respondido tendo por base, cada aluno em individual. O

    objetivo deste questionrio verificar se os professores possuem a mesma viso do programa e seus

    efeitos e contribuies para com a educao e, como o questionrio dirigido aos professores se refere

    a cada estudante, dividi tambm em quatro categorias que so: Compromisso e responsabilidade,

    71%

    5%

    16%

    8%

    Com relao aos demais funcionrios da escola, o relacionamento tambm melhorou?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    No sei dizer

  • 35

    aproveitamento escolar, motivao e relacionamento, os quais sero discorridos em separado com

    base nos grficos que seguem.

    Com relao aos compromissos e responsabilidades, o resultado do questionrio na viso

    dos professores, foi a seguinte:

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    90%

    7%3%

    Considera que melhorou o aprendizado?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    67%

    10%

    23%

    No quesito responsabilidade com suas tarefas escolares, melhorou?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 36

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Olhando para o resultado expresso nos grficos podemos visualizar que os professores

    em sua maioria, por volta dos 80% consideram que a participao do estudante no Programa Mais

    Educao tem contribudo em relao aos quatro aspectos considerados (aprendizagem,

    comportamento, responsabilidade e compromisso em relao s tarefas). Foi uma surpresa at para

    eles fazerem essa reflexo para os reflexos positivos que a insero dos estudantes no programa tenha

    trago resultados positivo.

    Com relao aos deveres de casa, se comparado com o grfico dos alunos, os alunos

    pensam que melhoraram mas ainda no o bastante, mas j os professores apenas 10% disseram que a

    77%

    3%

    20%

    Observa que est mais calmo dentro da sala e no ptio?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    87%

    3% 10%

    Est fazendo os deveres de casa e os da escola?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 37

    melhora foi mais ou menos. Quando comparado com anos anteriores, todos concordamos que a

    melhora foi surpreendente e que isso fez com que a aprendizagem e o nvel de comprometimento com

    os deveres e com as atividades da escola aumentassem.

    A segunda categoria est relacionada ao aproveitamento escolar. A inteno era verificar

    se os professores regentes observam que, a partir da insero no PME, os estudantes apresentam

    melhora no desempenho em relao aos contedos curriculares do turno regular.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    77%

    6%

    17%

    A escrita est melhor?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    77%

    10%

    13%

    Melhorou a leitura e produo de texto?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 38

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Em observaes realizadas na escola desde 2011 quando ingressei na escola quando

    efetiva, percebamos que os estudantes chegavam ao terceiro ciclo, em sua maioria, sem saber ler e

    escrever e, muito menos sem conseguir se expressar oralmente e isso foi comprovado, com um

    trabalho que realizamos no referido ano onde, no primeiro trimestre letivo pedimos a todos os

    estudantes que escrevessem um pequeno texto de como teria sido as suas frias e, o resultado foi

    surpreendente, 80% dos alunos no dominavam a arte da leitura e escrita, ento, iniciou-se um

    trabalho de recuperao e acelerao da aprendizagem e, com isso a idealizao do Programa Mais

    Educao para auxiliar nessa importante tarefa e desafio. Contudo, como hiptese j colocada, em

    que o programa no estava atingindo os objetivos propostos e, com as mudanas ocorridas, pois a

    proposta inicial era o encerramento do programa na educao na instituio, ento foi dada mais uma

    chance e, com base na anlise dos grficos acima, verificamos que 77% dos professores disseram que

    os estudantes frequentadores do Programa Mais Educao tiveram significativas melhoras na escrita

    e na leitura e que 66% disseram que tambm melhoraram em sua expresso oral e isso significativo,

    pois, quando comparado com as propostas do programa e da realidade em que a escola estava

    vivenciando, esses resultados demonstram que os professores vivem hoje, uma expectativa de um

    futuro melhor para esses estudantes. claro, que temos alguns colegas que ainda no admitem que

    houve melhora, mas a maioria acredita e, a parte que ainda no conseguiu visualizar melhoras ou

    ainda esto em dvida, porque esperam que haja a cada ano, ainda mais melhoras.

    A terceira categoria que se refere motivao para aprender, apresentamos os resultados:

    66%

    7%

    27%

    Teve melhora na expresso oral?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 39

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Esse fato bem apreciado pelos professores, pois muito ruim preparar uma aula sem

    alunos, e o fato de estarem presentes na aula e de estarem motivados a estarem participando dos

    eventos produzidos pela escola deixa os professores contentes e tambm motivados a trabalhar e a

    preparar suas aulas. Em anos anteriores, os alunos faltavam demasiadamente e muitos ficavam retidos

    90%

    3%7%

    Parou de faltar?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    80%

    3%

    17%

    Percebeu o aumento do interesse em participar dos eventos e das atividades que a escola se

    prope a oferecer?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 40

    no final do ciclo pelo nmero imenso de faltas, hoje isso uma realidade diferente, pois o aluno

    presente e motivado aprende.

    A quarta e ltima categoria refere-se relao entre pares, na qual inclumos a questo

    sobre a autoestima, compreendendo que esta, se constri e ao mesmo tempo resulta das relaes

    interpessoais.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Fonte: Dados Primrios, 2014.

    Desta ltima categoria podemos concluir, a partir das respostas dos professores, que a

    qualidade das relaes interpessoais teve significativa melhora, contribuindo para a colaborao e

    90%

    3%7%

    Melhorou o relacionamento com professores e colegas de classe?

    Sim

    No

    Mais ou menos

    94%

    3%

    3%

    perceptvel mudana na auto estima do estudante?

    Sim

    No

    Mais ou menos

  • 41

    revelando-se como aumento da autoestima, haja vista que, em anos anteriores, tivemos muitas atas e

    reunies e palestras e visitas policiais por conta da indisciplina e do vandalismo (destruio de

    patrimnio pblico) com vrios registros e boletins de ocorrncias. Conclumos afirmando que o

    conjunto de categorias, aqui consideradas como elementos constitutivos da aprendizagem, teve

    significativo incremento, tanto do ponto de vista dos professores como do ponto de vista dos prprios

    alunos. Podemos inferir da que todas as atividades desenvolvidas no Programa, incluindo os

    contedos curriculares habituais e ainda atividades como a dana, a msica, a horta escolar, o esporte,

    a capoeira, o xadrez, a cermica, o apoio pedaggico, a pintura, entre outras atividades, tem de fato

    contribudo para construir nos estudantes a certeza de que so capazes de aprender, colaborar e

    participar da vida escolar com mais desejo e envolvimento.

  • 42

    CONSIDERAES FINAIS

    O Programa Mais Educao, estratgia do governo federal para a implantao gradativa

    da educao integral nos pas, tem como princpio valorizar os estudantes e as comunidades nas quais

    que estes esto inseridos. Prope que a escola se abra para a comunidade e valorize a cultura local,

    que construa um projeto pedaggico que leve em conta os saberes dos sujeitos envolvidos e seja um

    espao vivo de conhecimento reconhecido e valorizados por todos que dela fazem parte. Prope o

    dilogo como possibilidade de construo de uma escola inclusiva. Prope ainda que a escola resgate

    aqueles que, em determinados momentos, foram excludos, contribuindo com o cenrio da repetncia,

    da evaso e da distoro idade-srie. Procura oferecer outras possibilidades educativas por meio da

    msica, da dana, das artes, com intuito de resgatar os que mais precisam da escola e inclu-los para

    que, devidamente valorizados, se sintam partcipes do processo educativo e possam assim contribuir

    para mudar o cenrio da educao no pas. Participar da implantao, do acompanhamento e ter a

    oportunidade de coordenar o Programa Mais Educao em Peixoto de Azevedo, em especial na

    Escola Estadual Kreen Akarore e de ter a oportunidade de contribuir para auxiliar aqueles estudantes

    que se sentem excludos pela escola ou que se veem como incapazes de aprender, realmente foi uma

    experincia que valeu a pena. Na minha trajetria enquanto educadora sempre acreditei que todos so

    capazes de aprender, basta acreditarmos e mostrarmos, atravs dos nossas atitudes e aes, que todos

    podem e so capazes de vencer os desafios. Na coordenao do Programa, muitos desafios foram

    postos, principalmente porque o tempo ampliado tem sido ofertado queles que mais incomodam na

    escola e que, do ponto de vista estritamente associado aos resultados das avaliaes, no evidenciam

    boa aprendizagem. Entretanto, considero que falta de aprendizagem tambm significa incapacidade

    da escolar em possibilitar aquilo que possa atender s necessidades dos alunos. Ou significa ainda as

    dificuldades prprias da escola em lidar com a aprendizagem em um sentido mais amplo. Por esta

    razo, ampliamos o sentido da aprendizagem de modo a abarcar diversos aspectos associados ao

    compromisso, s relaes interpessoais, ao interesse em conviver na escola, alm do estudo dos

    contedos curriculares. Nesta perspectiva, a pesquisa realizada com os estudantes e seus professores

    contribuiu para evidenciar que estes diversos aspectos tiveram melhora bastante considervel.

    Retomando a problemtica desta pesquisa e diante das respostas dos questionrios,

    possvel afirmar que a aprendizagem, neste sentido mais amplo, foi, sim, incrementada. Podemos

    inferir que, quando so oferecidas oportunidades e quando so valorizados os sujeitos, estes so

    capazes de mostrar resultados que antes no se verificavam, o que se evidencia na vontade de

    participar, relacionar-se melhor com os pares e valorizar a escola. Ressaltamos ainda que este trabalho

  • 43

    enfocou um aspecto da educao integral, a questo da aprendizagem em uma dimenso mais ampla,

    mas h diversas outras diretrizes importantes no Programa, que precisariam ser acompanhadas e

    avaliadas e que poderiam tornar-se tambm elementos para uma possvel continuidade da pesquisa.

    Acompanhando o desenvolvimento dos estudantes na escola e conhecendo a realidade na qual muitos

    se encontram, e ainda a partir da contribuio das anlises aqui apresentadas, afirmo que a educao

    integral possibilita resgatar a valorizao da escola pblica e a oportunidade de oferecer uma

    educao que contemple no s os contedos curriculares tradicionais, mas outras opes curriculares

    como a dana, a msica, a arte, os esportes. Oportunidades estas que a maioria deles no teria fora da

    escola. A educao integral pode oportunizar a todos o convvio em uma escola melhor, favorecendo

    a construo de uma sociedade mais humana, sensvel s mudanas e que valoriza o belo e a

    criatividade como formas de se aprender e de se valorizar.

  • 44

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANTUNES, Angela. Educao Cidad: Educao: fundamentos e prticas. So Paulo: Editora e

    Livraria Instituto Paulo Freire, 2010. (Educao Cidad).

    ARROYO, Miguel G. Outros Sujeitos, outras Pedagogias. Petrpolis RJ: Vozes, 2012.

    ARROYO, Miguel. Ofcio de mestre: imagens e auto imagens. In: ARROYO, Miguel.

    Currculo, Territrio Em Disputa. Petrpolis (RJ): Vozes, 2011.

    BELLONI, Maria Luiza. Crianas e Mdias no Brasil: Cenrios de mudana. So Paulo: Papirus,

    2010.

    BRASIL. lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educao

    nacional. Disponvel em: . Acesso em: 10 jul.

    2014.

    BRASIL. lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Estabelece Aprova o Plano Nacional de Educao e

    d outras providncias. Disponvel em:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm. Acesso em: 10 jul. 2014.

    BRASIL. Portaria Normativa Interministerial n. 17, de 24 de abril de 2007. Institui o Programa

    Mais Educao, que visa fomentar a educao integral de crianas, adolescentes e jovens, por meio

    do apoio a atividades scio - educativas no contra - turno escolar. Disponvel em:

    . Acesso em: 10 jul. 2014.

    BRASIL. Manual de educao integral para obteno de apoio financeiro por meio do

    Programa Dinheiro Direto na Escola PDDE, no exerccio de 2008. Disponvel em: . Acesso em: 10 jul.

    2014.

    BRASIL. Programa Mais Educao: gesto Inter setorial no territrio. Braslia: Ministrio da

    Educao, Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade. 2009a. Disponvel em:

    . Acesso em: 10 jul. 2013.

    BRASIL. Educao Integral: Texto Referncia para o Debate Nacional. Braslia: Ministrio da

    Educao, 2009b. Disponvel em:

    . Acesso em: 10 jul. 2014.

    BRASIL. Rede de Saberes Mais Educao: pressupostos para projetos pedaggicos de educao

    integral: caderno para professores e diretores de escolas. Braslia: Ministrio da

    Educao, 2009c. Disponvel em:

    . Acesso em: 10 jul. 2014.

    CANDAU, V.; MOREIRA, M. A. Indagaes sobre currculo, conhecimento e cultura. Braslia:

    Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Bsica, 2007.

    CARVALHO, Maria do Carmo Brant. O Lugar da Educao Integral na Poltica social.

    Caderno CENPEC: Educao, cultura e ao comunitria, So Paulo, v. 2, n. 1, p. 07-13, 2006.

  • 45

    COSTA, M. V. O Currculo nos Limiares do Contemporneo. Rio de Janeiro: DPA, 1999.

    DAYRELL, J. (Org.) Mltiplos Olhares Sobre Educao e Cultural. Belo Horizonte: Editora

    UFMG, 1996.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. So Paulo: Paz e terra, 1996.

    Constituio Federal de 1988 artigos 205, 206 e 207

    Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 9089/1990)

    Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n 9394/1996) artigos 34 e 87

    Plano Nacional de Educao (Lei n. 10.179/2001)

    Fundo Nacional de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do

    Magistrio (Lei n. 11.494/2007)

    Resoluo n 34 de 06/09/2013

    Decreto n 7.083, de 27 de janeiro de 2010

    http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/mais-educacao-educar-para-crescer-

    504011.shtml, acessado em 16/10/2014.

    http://mepalmira.wordpress.com/about/, acessado em 16/10/2014.

    http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16690&Itemid=1113,

    acessado em 16/10/2014.

    http://www.seduc.mt.gov.br/conteudo.php?sid=476&cid=14003&parent=0, acessado em

    16/10/2014.

  • 46

    ANEXO 1 QUESTIONRIO APLICADO AOS ESTUDANTES

    PROGAMA MAIS EDUCAO ESCOLA ESTADUAL KREEN AKARORE

    PEIXOTO DE AZEVEDO - MT

    QUESTIONRIO AOS ESTUDANTES

    Nome:______________________________________ Turno________ Srie______________

    1. Melhorou sua participao durante as aulas?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    2. Acha que com o P.M.E. sua letra melhorou?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    3. Melhorou seu compromisso em fazer os deveres de casa?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    4. E com relao ao seu conceito em relao ao ano anterior, est melhor?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    5. E com relao escrita, consegue produzir mais?

    (...) sim

    (...) no

  • 47

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    6. Acredita que participar do P.M.E tem aumentado em voc a vontade de estudar e de querer a

    cada dia buscar novos conceitos e saber mais sobre os assuntos abordados em sala de aula

    pelo professor?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    7. Seu interesse em participar dos eventos, brincadeiras e festas promovidas pela escola

    aumentou?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    8. Sente vontade de ir para a escola?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    9. Tem desejo de faltar s aulas?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    10. Acredita que se continuar a participar do P.M.E. pode melhorar ainda mais?

    (...) sim

    (...) no

  • 48

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    11. Melhorou o relacionamento entre seus colegas?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    12. Consegue respeitar a opinio de seu colega sem agredi-lo?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    13. E com relao aos professores, melhorou tambm o relacionamento com eles?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

    14. E com relao aos demais funcionrios da escola, o relacionamento com eles, tambm

    melhorou?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    (...) no sei dizer

  • 49

    ANEXO 2 QUESTIONRIO APLICADO AOS PROFESSORES E MONITORES

    PROGAMA MAIS EDUCAO ESCOLA ESTADUAL KREEN AKARORE

    PEIXOTO DE AZEVEDO - MT

    QUESTIONRIO AOS PROFESSORES E MONITORES

    Aluno Avaliado____________________________________

    1. Considera que melhorou o aprendizado?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    2. No quesito responsabilidade com suas tarefas escolares, melhorou?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    3. Observa que est mais calmo dentro da sala e no ptio?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    4. Est fazendo os deveres de casa e da sala?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    5. A escrita est melhor?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    6. Melhorou a leitura e produo de texto?

    (...) sim

  • 50

    (...) no

    (...) mais ou menos

    7. Teve melhora na expresso oral?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    8. Parou de faltar?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    9. Percebeu o aumento do interesse em participar dos eventos e das atividades que a escola se

    prope a oferecer?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    10. Melhorou o relacionamento com professores e colegas de classe?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos

    11. perceptvel mudana na auto estima do estudante?

    (...) sim

    (...) no

    (...) mais ou menos