monografia a formaÇÃo permanente em educaÇÃo fÍsica diante da
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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ELIZANDRA DIEFENTHAELER
A FORMAÇÃO PERMANENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA DIANTE DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CHAPECÓ-SC, 2010.
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ELIZANDRA DIEFENTHAELER
A FORMAÇÃO PERMANENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA DIANTE DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) apresentada ao curso de Educação Física da Unochapecó, Chapecó, SC, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciada em Educação Física. Orientadora: Profª Ms Lilian Beatriz S. Rodrigues
CHAPECÓ-SC, 2010
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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do grau de Licenciado (a) em
Educação Física e aprovada em sua forma final pelo Curso de Licenciatura Plena em
Educação Física da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Chapecó – SC,
15 de julho de 2010.
A FORMAÇÃO PERMANENTE EM EDUCAÇÃO FÍSICA DIANTE DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ELABORADO POR ELIZANDRA DIEFENTHAELER
_________________________________________ Profa. Lílian Beatriz S. Rodrigues – Orientadora
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
____________________________________________________ Marizete Lemes da Silva Matiello
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
_________________________________________ Neusa Dendena Kleinubing
Universidade Comunitária da Região de Chapecó – UNOCHAPECÓ
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RESUMO
O presente estudo tem como tema a formação permanente dos professores que atuam na Educação Infantil, mediante sua prática pedagógica. O tema surge em decorrência de estudos realizados durante a minha formação, bem como, de experiências vividas durante os estágios curriculares obrigatórios já realizados. O objetivo deste estudo foi analisar como os professores de Educação Física vem realizando sua formação permanente para atender as demandas de sua atuação no contexto da Educação Infantil. Este estudo caracteriza-se como sendo uma pesquisa descritiva de cunho qualitativo. A amostra foi composta por cinco sujeitos com formação em Educação Física, sendo três professoras e dois professores que atuam em Centros de Educação Infantil pertencentes à rede municipal de ensino do município de Chapecó, SC. O instrumento utilizado foi a entrevista, que foi gravada e transcrita na íntegra. Os dados foram analisados qualitativamente. Os resultados indicam que os professores começaram a atuar na Educação Infantil por conta de vagas existentes somente nesta área, mesmo não sendo sua opção preferência, no entanto, ao longo do tempo vão criando gosto pela área, fazendo dela uma opção intencional hoje em dia. As estratégias utilizadas para suprir as dificuldades, é a confecção e a compra de materiais. Outra estratégia utilizada pelos professores é de adaptar as aulas de Ensino Fundamental para as aulas de Educação Infantil. Relatam que nas instituições em que atuam, não há uma política de formação permanente, o que existe é troca de idéias, e materiais entre os professores. A formação oferecida pela Secretaria Municipal de Educação, que se dá uma vez por mês, não supre as necessidades desses sujeitos, pois é uma formação onde se encontram todos os professores da rede municipal, de todas as áreas. Por isso o foco dessa formação é para o Ensino Fundamental e não para a Educação Infantil. Os sujeitos relatam que formação específica para a Educação Infantil, se dá somente duas ou três vezes por ano, e por isso os mesmos têm que ir buscar a formação individualmente através de pesquisas. A formação permanente recebeu pouca ênfase por parte dos professores ao falarem sobre as estratégias que utilizam para atender suas necessidades advindas de sua atuação na Educação Infantil. Hoje o mundo do trabalho busca profissionais comprometidos com a realidade em que atuam, e não instrutores, por isso, o profissional tem que continuar buscando formação para suprir as necessidades de sua atuação, para que possa realizar um trabalho coadunado com as demandas de seus alunos. Palavras chave: Formação Permanente, Educação Física, Educação Infantil.
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Á minha família, principalmente meus pais,
pelo apoio que me deram este tempo todo.
Sem vocês eu não teria chegado até aqui.
Amo muito vocês...
Muito obrigada também aos meus
professores. Em especial a Professora Lílian
Beatriz S. Rodrigues.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus... Você foi uma estrela compreensiva, pois,
mais importante que o lugar que ocupas em mim, é a intensidade de tua presença em
tudo que faço...
Aos meus pais Luiz Carlos Diefenthaeler e Elizabeth Macedo Diefenthaeler,
pelo apoio que me deram durante todo esse período, e por muitas vezes renunciarem de
seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus. Com toda a certeza, só cheguei até
aqui porque vocês me proporcionaram tudo isso. De vocês recebi o dom mais precioso
do universo: a vida. Já por isso seria infinitamente grata. Mas vocês não se contentaram
em presentear-me apenas com ela. Revestiram minha existência de amor, carinho e
dedicação. Abriram a porta do meu futuro, iluminando meu caminho com a luz mais
brilhante que puderam encontrar: o estudo. Trabalharam dobrado, sacrificaram seus
sonhos em favor dos meus, não foram apenas pais, mas amigos e companheiros, mesmo
nas horas em que meus ideais pareciam distantes e inatingíveis e o estudo, um fardo
pesado demais. Tantas foram às vezes que o meu cansaço e preocupações foram
sentidos e compartilhados por vocês, numa união que me incentivava a prosseguir. Só
posso desculpar-me por minhas falhas e agradecê-los por tudo o que foram, são, fizeram
e fazem por mim...
Expresso aqui minha gratidão aos Professores e Professoras do curso de
Educação Física, que contribuíram muito para o processo de minha formação.
Em especial, à Professora Mestre Lílian Beatriz S. Rodrigues, pela acolhida,
amizade, dedicação e solidariedade na construção desse trabalho, e principalmente pela
paciência, confiança e respeito às minhas limitações. Com toda a certeza, se não fosse o
seu apoio eu não teria conseguido...
Aos colegas do curso, que nesse período se fizeram presente em minha vida, uns
com mais intensidade, outros nem tanto, mas que de qualquer forma contribuíram cada
um com sua parcela para minha formação, enquanto conhecimento e valorização
pessoal...
Muito obrigada a todos vocês....
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SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 6
I INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8
1.1 Contextualização do Estudo .............................................................................................. 8
1.2. Objetivos e Questões de Pesquisa ................................................................................... 10
1.3 Percurso Metodológico ..................................................................................................... 11
II REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 15
2.1 Formação Inicial em Educação Física ............................................................................ 15
2.2 Formação Permanente dos Professores de Educação Física ........................................ 17
2.3. Educação Física na Educação Infantil ........................................................................... 21
III ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 25
3.1 A Atuação dos Professores de Educação Física na Educação Infantil ........................ 25
3.2 A Formação Permanente Diante da Realidade Pesquisada ......................................... 31
IV CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 36
V REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 39
VI ANEXOS ............................................................................................................................ 45
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1. INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo que foi aprovado pelo Comitê de Ética, tem como tema a
formação permanente dos professores que atuam na Educação Infantil, diante de sua
prática pedagógica. O tema surge em decorrência de estudos realizados durante a minha
formação, bem como, de experiências vividas durante os estágios curriculares
obrigatórios já realizados.
Muitos estudiosos e pesquisadores têm se debruçado sobre o estudo da Infância
e das Crianças, preocupando-se em respeitar as crianças como sujeito de direitos e
produtoras de cultura. A Infância é compreendida a partir da concepção ou da
representação que adultos realizam sobre um período específico da vida humana nos
fala Kuhlmann Jr. (1998), que corresponde a fase inicial, sendo que esse período é
vivido por um sujeito real e concreto que denominamos de “criança”.
Na vida concreta desses sujeitos, surgem necessidades e direitos. Uma delas é a
Educação e os espaços e práticas pedagógicas apropriadas à faixa etária. No ano de
1988, com a Carta Constitucional (Brasil, 1988), a Educação Infantil passou a integrar
oficialmente o sistema educacional brasileiro, e desde 2005 faz parte da Educação
Básica. Da mesma forma, a Lei 9.394/96 (Brasil, 1996) apresenta a Educação Física
como componente obrigatório da Educação Básica e, atrelado à proposta político-
pedagógica das instituições de ensino, também passa a fazer parte do currículo da
Educação Infantil.
A historiografia aponta que a Educação Física ao surgir na Educação Infantil,
teve como função instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças, por intermédio de
atividades que contemplassem a área motora, o que possibilitaria um maior sucesso na
alfabetização, dando suporte às aprendizagens de cunho “cognitivo” (RODRIGUES,
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2005). Esta perspectiva de Educação Física vinculava-se aos princípios da Educação
Infantil de cunho compensatório, ou seja, a Educação Física a serviço de outras áreas do
conhecimento. Embora um campo amplo para debates, esse assunto não será
contemplado nesse estudo.
A presença da Educação Física na Educação Infantil vem se constituindo muito
recentemente. Por exemplo, no Município de Chapecó/SC, a Educação Física está
presente na Educação Infantil desde 2005.
Em pesquisas anteriores já realizadas por egressos do curso de Educação Física,
fica evidente que os professores de Educação Física ressaltam a dificuldade de trabalhar
na Educação Infantil. Um dos trabalhos realizado por Santos (2009), objetivou
investigar a produção teórica na área em periódicos brasileiros, haja vista, que durante a
realização de seu trabalho de conclusão de curso: “Educação Física na Educação
Infantil: Reflexões pedagógicas acerca dos conteúdos veiculados nas aulas de Educação
Física na Educação Infantil no município de Chapecó” (2007), verificou a existência de
limitações e dificuldades por parte dos professores em relação ao trato pedagógico nesse
contexto. Entre as reclamações, segundo a autora, surgiu a falta de informações e
produção teórica disponíveis para suprir as demandas na área.
Fatos parecidos, senão idênticos, também foram observados durante a realização
de meu estágio curricular obrigatório na Educação Infantil, entre eles o que dá conta da
defasagem de conteúdos para a infância na Formação Inicial. A formação em Educação
Física no Brasil teve como ênfase, o mundo do desporto e mais recentemente, o mundo
do fitness, portanto, muito distante das necessidades da Educação Infantil, quando não,
do restante da escola.
Olhando para o currículo do próprio curso de Educação Física da
UNOCHAPECÓ (Projeto de reordenamento curricular do curso de Educação Física-
CCEF, 2003), também percebemos esta defasagem. Por exemplo, na 1ª matriz - 133, há
conhecimentos que tratam da especificidade da infância embora de forma mais
superficial e, apesar de ter uma disciplina denominada de Educação Física Infantil, sua
ementa esteve voltada à ginástica de 1ª a 4ª séries.
Marcados pela dicotomia dilema entre especialidades e generalidade, entre teoria
e prática, entre ginástica e esportes, entre contexto formal e não formal, os cursos de
formação em Educação Física, especialmente os de licenciatura, que deveriam
contemplar a formação para o contexto escolar, perdem-se num rol de conteúdos que,
muita vezes, são explorados inadequadamente contribuindo para a desqualificação e
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desvalorização dos saberes dos professores de Educação Física (RODRIGUES, 2005).
Isto ocorre segundo Betti (1992, p. 249-250), porque
Equivocadamente, alguns de nós julgam que valorizam a licenciatura transformando-a numa imensa coleção de disciplinas ligadas a recreação, dança, esporte, etc, de conteúdos necessariamente superficiais em função dos limites da carga horária. Licenciatura em Educação Física têm fracassado fundamentalmente, porque seu foco prioritário de estudo não está na pré-escola e nas escolas de 1º e 2º graus, e na utilização de atividades físicas dentro delas, mas em outra parte qualquer onde o aluno possa futuramente encontrar emprego [...]”.
Também durante meu Estágio Obrigatório realizado na Educação Infantil,
percebi a dificuldade dos professores em lidarem com esta nova área de atuação da
Educação Física. O dilema maior é sempre o quê e como trabalhar.
Atualmente, busca-se uma prática pedagógica da Educação Física na Educação
Infantil que contribua para ampliação das linguagens, das interações e da leitura de
mundo por parte das crianças, haja vista as dificuldades encontradas pelos profissionais
que tem a sua formação fortemente influenciada pelo modelo do esporte de rendimento.
Nesse sentido, considerando o já produzido no próprio curso de Educação Física
da UNOCHAPECÓ, minhas percepções como acadêmica em campo de estágio e a
própria literatura brasileira na área, minha preocupação se volta a pesquisar e
compreender a seguinte questão: Quais as estratégias de formação permanente
utilizadas por professores de Educação Física para atender as demandas de sua
atuação na Educação Infantil?
1.2 OBJETIVOS E QUESTÕES DE PESQUISA
Considerando o acima exposto, o objetivo geral foi: analisar como os
professores de Educação Física vem realizando sua formação permanente para
atender as demandas de sua atuação no contexto da Educação Infantil.
Como objetivos específicos foi elencado:
- Caracterizar o processo de formação inicial dos professores da Educação Infantil;
- Identificar na formação inicial dos professores os conhecimentos relativos à Educação
Infantil;
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- Identificar as necessidades teórico metodológicas para a atuação na Educação Infantil;
- Verificar de quais modalidades de formação permanente os professores vêem
participando.
Diante disso, foram elaboradas questões de pesquisa. De acordo com Triviños
(1987), questões ou perguntas de pesquisa são importantes e necessárias para nortear o
estudo proposto. São as seguintes as questões:
- Os professores identificam a necessidade de formação diante de sua prática
pedagógica?
- Quais são estas necessidades percebidas?
- Quais são as fontes e forma de formação utilizada pelos mesmos?
- A formação inicial possibilitou conhecimentos necessários para atuar na
Educação Infantil?
- A formação realizada em decorrência das necessidades da prática pedagógica
exercida na Educação Infantil, auxilia no suprimento das mesmas?
- Os custos dessa formação são por conta de quem?
- Existe uma política de formação permanente nos Institutos onde os professores
atuam ou na rede de ensino da qual fazem parte?
1.3 PERCURSO METODOLÓGICO
Este estudo se caracteriza como pesquisa descritiva. A pesquisa descritiva se
centra na descrição, análise, e interpretação das informações recolhidas durante o
processo investigatório, procurando entendê-las de forma contextualizada.
Triviños (1987), afirma que a maioria dos estudos que se realizam no campo da
educação é de natureza descritiva, e que os estudos descritivos exigem do pesquisador
uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar.
Nesta perspectiva, assumo a abordagem qualitativa, pois esta não ocorre
somente a partir da operacionalização de variáveis, mas na compreensão do fenômeno
em questão, a partir do próprio contexto e toda sua complexidade, ou seja, compreender
o significado do que as pessoas fazem.
Pode-se dizer que a pesquisa qualitativa valoriza os procedimentos de coleta de
informações que compõe e realidade do fenômeno a ser pesquisado. Molina Neto
(1997) afirma:
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(...) o termo qualitativo é empregado para sustentar um leque de técnicas de investigação centradas em procedimentos hermenêuticas que tratam de descrever e interpretar as representações e os significados em que um grupo social dá à sua experiência cotidiana.
A seguir apresento a população e amostra do respectivo trabalho. A pesquisa foi
realizada com professores de Educação Física que atuam na Educação Infantil em
CEIM’s da Rede Municipal de Ensino de Chapecó-SC.
O primeiro critério de escolha dos participantes da pesquisa foi o tempo de
atuação docente na Educação Infantil. Para isso, me dirigi até a Secretaria Municipal de
Educação (SME) de Chapecó-SC, para saber quem eram os professores de Educação
Física que possuíam mais tempo de serviço na Educação Infantil.
Após a indicação por parte SME, dirigi-me aos CEIM’s, para contato com os
professores que foram esclarecidos e convidados a participar do estudo, sendo que dos
cinco indicados, quatro aceitaram prontamente o convite. Uma das professoras, no
entanto, não aceitou participar do mesmo, sendo substituída por outra professora,
também indicada pela SME, tendo por referência o tempo de atuação na Educação
Infantil.
A amostra foi composta por cinco professores de Educação Física, habilitados,
sendo dois do gênero masculino e três do gênero feminino, que serão identificados ao
longo do trabalho por letras do alfabeto, que vão do A ao E.
A idade do gênero masculino está entre trinta e um e trinta e dois anos, sendo
que os dois possuem habilitação em Educação Física, tendo realizado sua formação em
instituição privada do estado de SC, sendo que ambos possuem especialização. Os
mesmos atuam em caráter temporário, ou seja, possuem contrato por tempo
determinado no CEIM onde atuam, não sendo concursados. A média de atuação no
magistério desses sujeitos é de oito anos. A atuação dos professores no CEIM
pesquisado é de três meses. Esses professores atuam na Educação Infantil, tendo uma
carga horária de quarenta horas. Todos atuam em outras instituições de ensino.
Em relação ao gênero feminino são três sujeitos, cuja idade varia entre vinte e
nove e trinta e um anos, sendo que todas possuem habilitação em Educação Física. Duas
delas tiveram sua formação em uma instituição privada do Rio Grande do Sul, e a outra
teve sua formação em uma instituição privada em Santa Catarina. Todas possuem
especialização.
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A situação funcional dessas professoras é de caráter temporário, possuindo
contrato por tempo determinado, não sendo concursadas. A média de atuação desses
sujeitos no magistério é de nove anos. A atuação mínima das professoras no CEIM
pesquisado é de três meses, sendo que uma delas atua a cinco anos na mesma
instituição. Essas professoras atuam na Educação Infantil, tendo uma carga horária de
quarenta horas. Todas atuam em outra instituição de ensino.
Para uma maior organização, compreensão e aprofundamento sobre o objeto de
pesquisa foi utilizado como instrumento a entrevista estruturada, que é elaborada
mediante questionário estruturado, ou seja, é aquela onde as perguntas são previamente
formuladas e tem-se o cuidado de não fugir a elas. O principal motivo deste zelo é a
possibilidade de comparação com o mesmo conjunto de perguntas e que as diferenças
devem refletir entre os respondentes e não nas perguntas (LODI apud LAKATOS,
1996).
As entrevistas foram realizadas com agendamento prévio, sendo que quatro
foram realizadas no próprio local de trabalho por opção dos próprios participantes e
uma ocorreu na casa da entrevistada por opção da mesma. Uma das entrevistas foi
agendada por mais duas vezes, por conta da não presença do professor no dia e hora
marcada no CEIM. Todas foram gravadas e transcritas na íntegra.
Em todas as entrevistas fui muito bem recebida pelos professores. Além da
entrevista estruturada eu iria fazer a análise documental, porém tive muita dificuldade,
pois os professores não levaram seus históricos na entrevista. Eles disseram que tinham
dificuldade em encontrar seus históricos e acabaram não levando.
A partir das informações provenientes das entrevistas foi realizada a análise de
dados, tendo como técnica a “Análise de Conteúdo”, que segundo Bardin (1977, p. 51),
tem como objetivo “estudar as comunicações entre os seres humanos com ênfase nos
conteúdos das mensagens”.
É um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, obter indicadores quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens (BARDIN 1977, p. 51).
Esta analise é constituída por três etapas, segundo a autora:
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- Pré-análise: Destinou-se a organização do material; leitura de documentos
necessários, escolha de referencial e a elaboração do roteiro para a entrevista
estruturada;
- Descrição analítica: caracterizou-se pela exploração dos materiais. Através dos
dados recolhidos nas entrevistas, explorei-os e organizei em grelhas, unidades de
significado e categorizados a partir das falas dos participantes;
- Interpretação inferencial: Esta é a fase na qual os dados que foram recolhidos
desde a pré-análise foram interpretados, procurando aprofundar os fatos, estabelecer as
conexões e idéias possíveis entre a realidade pesquisada e o referencial teórico utilizado.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A formação inicial em Educação Física vem passando por um processo de
discussões e algumas mudanças, principalmente a partir de final dos anos 70/início dos
anos 80. É reflexo das próprias discussões que passaram a ganhar espaço no cenário da
Educação Física brasileira. As mudanças curriculares nos cursos superiores de
Educação Física passaram a se corporificar a partir da Resolução N. 03/87. Porém, essas
mudanças, embora apoiadas em um poderoso discurso, pouco trouxeram de alterações
significativas à realidade das instituições de formação da área (GUNTHER, 2000).
A Educação Física tem suas origens fundamentais nos domínios intelectual da
medicina (daí seu caráter higienista) e empírico dos militares, marcas que traz ainda
hoje, somada a outras influências que sofreu ao longo do tempo. A forte influência do
Método Francês foi determinante, pois reunia exatamente as duas tendências citadas
acima. Esse Método serviu como referência não apenas para a formação militar como
também para o sistema de ensino no final da década de 20 (GOELLNER, 1996).
Diante das situações existentes na universidade e também das questões
específicas da área, a necessidade de mudança se concretizou através da Resolução nº.
003/CFE/87, que trouxe orientações e princípios para a organização dos currículos e
atribuiu às Instituições Superiores de Educação Física a responsabilidade de oportunizar
discussões sobre a área que pudessem subsidiar a possível oferta de bacharelado e/ou
licenciatura (NASCIMENTO, 1994).
Em estudo que também trata da questão da reestruturação curricular nos cursos
superiores de Educação Física, Mocker (1995, p. 204) aponta para a possibilidade de
escolha, neste processo, por “uma transformação numa perspectiva histórico-social
concreta ou por uma proposta reformista, num continuísmo hegemônico”.
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A possibilidade da permanência da licenciatura e da criação simultânea do
bacharelado foi entendida, equivocadamente, como uma divisão em que o bacharel
estaria voltado para o estudo acadêmico, o “fazer ciência”, e ao licenciado caberia o
papel de consumidor desse conhecimento científico. Esse equívoco poderia ser desfeito
mediante um entendimento de que, em ambos os casos, seriam possíveis a produção de
conhecimentos em constante interação com a realidade.
Para Faria Jr. (1992), existem duas perspectivas que vem sendo desenvolvidas
no sentido de promover mudanças na formação profissional em Educação Física, porém
em posições opostas. De uma parte, há um empenho na formação generalista, de
formação humanista, fundada na reflexão crítica. Por outro lado, uma formação voltada
para a especialização, para a fragmentação do saber e centrada no saber técnico, ganha
corpo através do bacharelado.
Através da leitura de alguns estudos recentes realizados sobre a formação inicial
de professores de Educação Física, constata-se que, de fato, não há grandes mudanças
nos currículos dos Cursos Superiores de Educação Física (TAFFAREL, 1993;
VERENGUER, 1996; BRAUNER, 1999; DIAS, 1999). Talvez a situação seja melhor
caracterizada como reforma do que mudança. De concreto. Há um aumento de carga
horária com um conseqüente prolongamento do curso, o que não significa
necessariamente alterações na concepção curricular (VERENGUER, 1996).
A formação do professor de Educação Física tem oscilado entre manter o seu
caráter tecnicista ou recuperá-lo com uma nova leitura, apenas reordenando as áreas de
conhecimento superficialmente, ainda tomando o conhecimento de forma fragmentada e
sob a mesma forma de organização de trabalho (BRAUNER, 1999).
O que tem pautado a formação acadêmica em Educação Física é um saber
predominantemente instrumental de caráter funcional, que privilegia a competência
técnica da docente, restringindo a prática pedagógica à seleção e aplicação de
procedimentos instrumentais que possibilitem a máxima eficácia nos resultados. Isso
contribui para que o futuro professor venha agir sem uma preocupação maior com o
caráter pedagógico de sua prática. Uma vez que não lhe foi proporcionado o exercício
de análise e reflexão dos conhecimentos adquiridos na graduação, o resultado é a
ausência de reflexão que se estende no exercício da profissão (KUNZ, 1995).
As alterações curriculares mais recentes, em diferentes Cursos Superiores de
Educação Física, parecem trazer à mostra que não há sinais mais evidentes de mudanças
quanto à concepção curricular, ou ainda, uma fragilidade quanto a este aspecto. Essa
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ausência de uma concepção curricular que fundamente a organização das disciplinas e
as práticas docentes a elas vinculadas torna as instituições formadoras de professores
uma presa fácil de discursos que valorizam os interesses do mercado e a hegemonia da
algumas concepções teóricas onde a fragmentação do saber e a manutenção de padrões
tradicionais de valores têm lugar central (RODRIGUES, 2005).
2.2 FORMAÇÃO PERMANENTE DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
A expressão formação permanente permite uma gama bastante extensa de
possíveis significados, de acordo com os objetivos que se tem em mente e,
fundamentalmente, com a intencionalidade que a acompanha. Não podemos esquecer os
aspectos ideológicos que permeiam a elaboração e desenvolvimento do próprio processo
formativo.
A expressão formação permanente segundo Japiassú (1983), foi criada por
Bachelard. De caráter permanente visa propiciar oportunidades de promoção social,
portanto, não se constitui somente num processo de reciclagem, uma vez que esta visa
apenas a atualização nos avanços específicos de cada área.
Formação permanente pode ainda ser entendida como aperfeiçoamento,
formação profissional continuada, formação em serviço: termos que podem estar
agrupados, ainda que contenham pequenas diferenças.
A expressão reciclagem é dada a sua ampla utilização como sinônimo de
formação permanente. O termo tem sua origem no meio empresarial e caracteriza um
treinamento para atualização do profissional em relação aos avanços tecnológicos de
sua área de atuação, bem como para mudanças de atitude que estejam defasadas. No
campo educacional, isso se traduz na busca de atualização de conhecimentos e atitudes e
aquisição de novas habilidades em função dos avanços científicos e tecnológicos
(IMBERNÓN, 1997).
A redução da formação permanente ao conceito de reciclagem vem ao encontro
de uma visão racionalista em que a aplicação de conhecimentos técnicos avançados está
distanciada de sua produção (PÉREZ CÓMEZ, 1998). Isso, em educação, pode ser
entendido como especialistas produzindo conhecimento e professores aplicando-o, fato
que não é diferente na especificidade da Educação Física.
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Esse tipo de formação, centrado na idéia de reciclagem, toma os professores
como indivíduos carentes de uma complementação que as torne realmente competentes,
ao contrário de entendê-las como sujeitos capazes de produzir conhecimento e
possuidores de uma saber próprio (MOLINA NETO, 1997).
A formação permanente de professores está vinculada à visão que os professores
têm de si mesmos e do papel social da Educação Física. Para que se possa compreender
como e de que se constituem as iniciativas de formação permanente que são oferecidas
aos docentes, é preciso entender que cada uma delas traz em si uma concepção
diferenciada do papel de professor.
Nesse sentido, Pérez Gómez (1998) propõe quatro perspectivas de formação
docente: Perspectiva acadêmica; Perspectiva técnica; Perspectiva prática; Perspectiva de
reconstrução social. Cada uma dessas perspectivas está associada a uma concepção de
formação permanente com objetivos e contornos diferenciados, que atendam também
aos valores sociais que as fundamentam.
Na perspectiva técnica acadêmica ocorre a ênfase na aquisição de
conhecimentos produzidos através de investigação científica, que são transmitidos na
forma de disciplinas específicas nos cursos. O conhecimento pedagógico fica então,
diretamente relacionado a estas disciplinas ou ao modo como são transmitidas. À prática
docente não é conferida nenhuma relevância.
A perspectiva técnica privilegia a otimização de resultados que devem ser
alcançados através de processos de ensino eficientes e econômicos. O professor deve,
neste caso, mostrar-se um técnico competente na aplicação de conhecimentos científicos
devidamente traduzidos em procedimentos técnicos didáticos.
A perspectiva prática toma o ensino como uma atividade peculiar, complexa e
que, fortemente marcada pelo contexto onde se desenvolve, traz em si conflitos de
valores que implicam escolhas de caráter ético e político, com resultados imprevisíveis
e processos conflituosos. É uma das perspectivas que vem sofrendo uma evolução
importante ao longo deste século resultando na formação de duas vertentes distintas, a
saber: enfoque tradicional, centrado fundamentalmente na experiência prática e outro
enfoque, cuja ênfase recai na prática reflexiva.
A questão do pensamento prático vem sendo tratada com bastante profundidade,
através do processo de conhecimento na ação e reflexão na ação, que pressupõe um
diálogo reflexivo do profissional com a situação problemática com a qual se vê
envolvido. O processo reflexivo conduz a um questionamento não apenas de técnicas e
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procedimentos, mas também dos próprios princípios e valores aos quais se vinculam
seus conhecimentos (SCHÖN, 1995).
Nesse sentido, Schön (1995, p. 87) nos diz que:
(...) Nessa perspectiva o desenvolvimento de uma prática reflexiva eficaz tem que integrar o contexto institucional. O professor tem de se tornar um navegador atendo à burocracia. E os responsáveis escolares que queiram encorajar os professores a tornarem-se profissionais reflexivos devem criar espaços de liberdade tranqüila onde a reflexão seja possível. Estes são os dois lados da questão – aprender a ouvir os alunos e aprender a fazer da escola um lugar no qual seja possível ouvir os alunos – devem ser olhados como inseparáveis.”
Na concepção de reflexão, a perspectiva de reconstrução social toma a
reflexão como um dos suportes para uma transformação das práticas sociais, entre
elas o ensino. Esta perspectiva vem apresentando as contradições presentes nas idéias
de SCHÖN, principalmente quando se refere às possibilidades de compreensão da
prática através de uma reflexão apenas circunscrita à prática docente (GUNTHER,
2000).
É de grande relevância que os professores possam tomar conhecimento das
condições sociais a que estão submetidos no exercício da prática docente, bem como das
implicações institucionais que balizam esta prática. Um processo de reflexão bem mais
amplo e profundo é apontado como única possibilidade para uma reconstrução social ou
uma prática pedagógica transformadora (LISTON E ZEICHNER, 1997; CONTRERAS,
1997).
Dentro dessa perspectiva os professores assumem o papel de intelectuais
orgânicos ou transformadores (Gramsci, 1978; Giroux, 1997) e devem combinar ação e
reflexão na sua prática pedagógica cotidiana, contribuindo para a formação de cidadãos
mais críticos frente à realidade em que vivem. O saber científico e o saber técnico não
devem ser excluídos da formação de professores dentro de uma perspectiva crítica, mas
devem ser dispostos de forma a atender uma práxis pedagógica que se desenvolve em
um cenário sociocultural específico, com sujeitos concretos (DICKER, 1997).
No entendimento de Giroux (1997), os professores são, de fato, intelectuais, uma
vez que toda a atividade humana, mesmo a mais rotineira, exige um mínimo de ação
mental. É sobre esse fundamento que se assenta a capacidade humana de integrar o
pensamento com a prática através da reflexão, o que caracteriza os professores como
profissionais reflexivos.
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Essa caracterização de intelectuais, tal como nos descreve o autor, revela uma
relação dicotômica entre Teoria e Prática, que é reforçada na formação do professorado,
durante a graduação. A perpetuação desta relação se dá no cotidiano, quando os
professores de Educação Física que atuam nas escolas percebem seu trabalho como uma
atuação prática, desprovida de um trabalho intelectual. A origem desta visão talvez
esteja vinculada com o término da graduação, quando os professores se afastam da
Universidade e vão para a prática, como numa passagem do mundo das idéias para o
mundo real.
Sendo a Educação Física uma prática social, não é possível reduzir a prática
pedagógica dessa disciplina à seleção de conteúdos atualizados, procedimentos e
competência na aplicação dos mesmos. Ao contrário, pode-se buscar o caminho da
reflexão na ação. Sob essa perspectiva os conhecimentos acadêmicos, teóricos,
científicos ou técnicos são considerados instrumentos de reflexão apenas mediante uma
integração significativa, quando se estabelece uma relação com a realidade vivida e
sobre a qual se atua (PÉREZ GÓMEZ, 1997).
Pensar a prática pedagógica como uma prática social transformadora exige,
portanto, a aceitação de que também os professores estejam imersas no processo de
transformação e que se disponham a superar a forma dicotômica como costumam situar-
se educadores e educandos (FREIRE 1983).
O professor pensa e desenvolve sua prática a partir de interesses, indiferente se
opta por interesses próprios, da escola, dos alunos, enfim, não há prática desinteressada,
como não há prática pedagógicas que seja neutra (FREIRE, 1997).
Segundo Vázquez (1977), a prática pedagógica pode ser caracterizada como
práxis, que, entre outras coisas, a define como atividade de caráter específico, realizada
com finalidades já desejadas e articulando diversas ações em um processo consciente. A
práxis exercida pelo professor pode-se situar em diferentes tipos ou níveis de
consciência sobre a sua prática, resultando no que este mesmo autor denomina de
“práxis espontânea” e “práxis consciente”.
O que pode resultar a prática espontânea segundo Freire (1997) é o saber
ingênuo, que tem sua origem, tal qual o pensar crítico, na curiosidade. Ocorre que o
pensar ingênuo só se transforma em um pensar crítico mediante um processo de
reflexão constante sobre a prática.
Nesse sentido a formação permanente necessita conjugar alguns fatores, segundo
Gunther (2000, p. 36), inspirada em Marques(1992) e Freire(1997), como
21
[...] a experiência, a competência técnico-científica, a competência comunicativa e da argumentação a fim de contemplar uma adequação aos avanços tecnológicos e científicos e às conquistas sociais, dentro de uma perspectiva de reconstrução permanente da própria prática pedagógica, reconstrução esta, que se faz através da reflexão crítica sobre essa prática.
A formação permanente surge como um auxílio para profissionais da Educação,
uma ajuda cuja finalidade é aprimorar ou possibilitar mudanças nas questões de ordem
pedagógica, ou até mesmo, fazer mudanças no seu desenvolvimento e aplicação de
conteúdos. No entanto nem sempre isto ocorre, ficando o processo pautado por
procedimentos de caráter funcional.
O que tem pautado a formação acadêmica em Educação física é um saber
predominantemente instrumental de caráter funcional, que privilegia a competência
técnica do docente, restringindo a prática pedagógica à seleção de procedimentos
instrumentais que possibilitem a máxima eficácia nos resultados (KUNZ, 1995).
2.3 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A presença do profissional da Educação Física na Educação Infantil é um fato
recente, no entanto, conforme Charlot (1986) quanto à inserção da Educação Física na
Educação Infantil, bem como a produção do conhecimento voltada para esse nível, não
são recentes. No Brasil, desde o século XIX é possível verificar a existência de debates
sobre o papel da Educação Física (então denominada ginástica) nas instituições
educacionais para crianças de até 6 anos de idade.
Um grande salto já foi dado em relação à forma com que a Educação Física era
trabalhada com as crianças. Hoje, a preocupação é buscar uma proposta de Educação
Física na Educação Infantil que possa contribuir e ser relevante na formação do ser
(OLIVEIRA, 2005).
Na década de 1930 a Educação Física foi enfatizada na perspectiva da recreação
através de atividades espontâneas experimentadas pela criança com fim em si mesmo ou
como atividades propostas pelo professor, desarticuladas uma nas outras. A partir da
década de 1970, a psicomotricidade adentrou esse cenário pedagógico, sendo uma
solução para o fracasso educacional e, em sentido mais restrito, ao fracasso da
alfabetização. Na proposta psicomotora o objetivo é promover o desenvolvimento de
22
todas as potencialidades da criança. Ao final da década de 1980 ganha força também à
perspectiva da Educação Física voltada para o desenvolvimento motor. O movimento é
considerado o primeiro facilitador do desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor
da criança (ARRIBAS, 2000).
Segundo Debortoli e Borges (apud OLIVEIRA, 2005) a consolidação de
quaisquer propostas de Educação Infantil deve considerar o fortalecimento de uma
concepção de criança que a considere como ser humano completo, em processo de
desenvolvimento, um ser humano histórico e social, inserido numa dada realidade e em
determinada cultura.
Um projeto de Educação Física para Educação Infantil deve superar o discurso
do desenvolvimentismo, focando a dimensão lúdica do movimento humano, em que o
movimento, a linguagem e a expressão lúdica estejam no centro das discussões
possibilitando que as crianças atuem como sujeitos de suas aprendizagens. A Educação
Física Infantil deve estar voltada para as especificidades da infância, buscando
desenvolvê-lo em um todo, como ser que pensa, cria, age, se movimenta e forma sua
cultura (OLIVEIRA, 2005).
A criança na idade da Educação Infantil, ao iniciar seu processo de
escolarização, começa a viver uma nova realidade em sua vida. O papel do professor de
Educação Física neste momento é dar de muitos aspectos que se relacionam com a
criança e que estão envolvidos direta ou indiretamente com seu processo de
aprendizagem. Para tanto, é necessário que se saiba quais são as mudanças ocorridas
tanto no intelecto, quanto no físico e no aspecto comportamental neste período
(MACHADO, 1992).
Segundo Silva (2005), a Educação Infantil torna-se assim um espaço
fundamental para a construção de novos conhecimentos, permitindo a interação da
criança com outras pessoas e com o mundo dos fatos e dos objetos socioculturais, sendo
essas situações de aprendizagem diferenciadas qualitativamente daquelas que perpassam
a vida fora da escola.
É através do convívio social que a criança interage e estabelece contato com
outras crianças e adultos, onde ocorre a mediação do conhecimento na Educação
Infantil. É a vivência no meio humano que permite o desenvolvimento psicológico na
criança.
A primeira reação da criança quando é levada para o centro de Educação Infantil
pela primeira vez é chorar e não querer que o pai ou a mãe vão embora, pois ela não
23
entende o porquê de ter que ficar ali naquele espaço, com aquelas crianças que ela não
conhece. É nessa hora que o professor entra em ação, criando situações nas quais a
criança se sinta a vontade naquele ambiente e passe a gostar dele.
A instituição de Ensino Infantil deve ter a intenção de elaborar um planejamento
que vise acompanhar e avaliar o desenvolvimento e evolução da criança nesse contexto,
sendo o seu principal objetivo, o processo de formação.
Para as crianças, os desafios colocados por seu ambiente natural e social são
vivenciados como uma totalidade, em que, subjetividade e objetividade, emoções e
imaginações misturam-se e constituem-se concretamente pela via do contato e da
expressão corporal, que materializam ação enquanto atividade orientada a objetivos, é
por essa via que ela experimenta, pega, corre, pula, dança, assume papéis sociais,
estabelece vínculos afetivos, assimila e reconstrói seu ambiente sócio-histórico para
aprender e desenvolver-se (SILVA, 2005).
Segundo Machado (1992), para o profissional de Educação Infantil, a
necessidade de oferecer condições que viabilizem as interações lúdicas tem como
suporte o reconhecimento do especial valor dessas interações para as crianças, em
termos de elaboração de conhecimentos advindos do exercício ativo de papéis sociais,
conhecimentos estes imprescindíveis ao desenvolvimento da consciência de si e do
outro.
A presença do caráter lúdico das atividades a serem desenvolvidas com as
crianças da Educação Infantil é de importância relevante. O lúdico é importante porque
possibilita o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, psícosociais e motoras
com mais facilidade.
Os professores devem proporcionar às crianças, vivências que dêem subsídio
para a sua formação corporal, para facilitar as suas práticas corporais, facilitando a
realização do movimento. Temos que dar prioridade para essas práticas na Educação
Física na Educação Infantil para que as crianças não tenham dificuldades em suas
práticas corporais, isso facilita o trabalho do professor, havendo assim, uma prática
pedagógica satisfatória para o professor e a criança.
O professor tem que ter uma postura ética e exemplar, pois ele passa a ser uma
referência à criança, a sua ação tem que ser coerente com o que ele diz, pois temos um
papel muito importante como educadores e em algumas situações à maneira que ele agir
com a criança ele vai fazer a diferença para o resto da vida dessa criança.
24
Nesse sentido, o professor deve saber da importância que ele tem para a criança,
em muitos casos ele é visto como um herói, portanto, suas atitudes devem ser as mais
corretas possíveis, sendo assim, quando a criança tiver um comportamento indisciplinar,
ele poderá corrigi-la e cobrar dela um melhor comportamento com toda segurança.
Quando o professor passa a criança uma nova brincadeira, ele contribui para o
desenvolvimento do eu da criança, instigando-a a um novo conhecimento,
proporcionando o aprendizado de novas formas, novas regras e, assim, o novo saber se
faz presente. Deste modo é através dessa ação, que a criança passa a se superar e
acumular novos conhecimentos.
Por extensão, a Educação Física, para ser reconhecida como um componente
curricular, tão importante quanto os outros, deve apresentar objetivos claros e um corpo
de conhecimentos específicos e organizados, cuja aprendizagem possa colaborar para
que os objetivos da educação escolar sejam alcançados (FREIRE, 1999).
Não podemos deixar de lado o papel de professor que é muito importante nesse
processo, sendo que o mesmo tem como recurso, além de sua formação, a utilização de
sua criatividade, de modo a permitir, através dos movimentos, a livre expressão da
criança.
Para Tardif e Lessard (2007, p. 23)
[...] a escolarização repousa basicamente sobre interações cotidianas entre os professores e os alunos. Sem essas interações a escola não é nada mais que uma imensa concha vazia. Mas essas interações não acontecem de qualquer forma: ao contrário, elas formam raízes e se estruturam no âmbito do processo de trabalho escolar e, principalmente, do trabalho dos professores sobre e com os alunos.
De certa forma os professores precisam estar atentos à bagagem cultural, a vida
e ao cotidiano dos alunos, para poder assim, exercer melhor o seu papel, transmitir um
conhecimento específico e garantido, então, uma maior significado à eles.
De acordo com Shigunov e Shigunov Neto (2001), o repensar da prática docente
requer um estudo sobre as questões históricas e filosóficas ocorridas no passado, para
que possa entender a realidade dos fatos atuais.
25
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A formação permanente compreende um conjunto de ações bastante amplas e
por vezes complexas, que ocorrem ao longo da permanência dos profissionais no seu
campo de atuação. Essas ações são movidas por diferentes fatores, por isso, falar de
formação permanente é falar de intenções diferenciadas, pois segundo Molina Neto
(2005, p.205) isso tem relação,
[...] com as finalidades, inspirações ideológicas das instituições que promovem programas, projetos e atividades de formação permanente para os professores, quanto em conformidade com os objetivos e a intencionalidade do sujeito que se qualifica por iniciativa própria ou adere às propostas de formação das instituições formadoras.
Neste sentido, a presente etapa do trabalho visa apresentar os resultados sobre a
formação permanente sob o ponto de vista dos professores, ou seja, a partir da realidade
de ser e estar professor e professora de Educação Física na Educação Infantil, mais
especificamente em CEIM’s pertencentes à rede municipal de ensino de Chapecó-SC.
3.1 A ATUAÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil vem conquistando maior visibilidade no cenário
educacional brasileiro nas últimas duas décadas. Vários fatores vêm contribuindo com a
situação. Fato importante ocorreu por conta da Constituição de 1988 que atribui como
sendo um direito da criança de 0 a 6 anos o acesso a Instituições Educacionais. A Lei
9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases, 1996) também traz importante contribuição ao
incorporar essa faixa etária como sendo a primeira da Educação Básica.
26
A organização curricular da Educação Infantil também ganha nova roupagem
com o a aprovação dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(1998), dando ênfase, entre outros, ao conhecimento relativo ao movimento humano.
Neste sentido, surge um novo movimento no âmbito da educação brasileira, quando
algumas instituições trazem para o interior do currículo escolar, o professor de
Educação Física, para dar conta dessa especificidade.
A presença do professor de Educação Física no âmbito da Educação Infantil
também é assumida pela Secretaria de Educação do município de Chapecó-SC, foco do
presente estudo. Portanto, é bastante recente a presença desse profissional nessa
realidade, tendo sido inserido na dinâmica curricular em questão, em 2005. Desde então,
muitos docentes já passaram pelas instituições que atendem as crianças de 0 a 06 anos
denominados, como anteriormente já apresentado, de Centros de Educação Infantil.
Objetivando analisar a presença desse profissional a partir de sua própria
percepção sobre sua atuação na Educação Infantil, realizei entrevistas com questões
abertas, procurando levantar dados que possam subsidiar informações relevantes para o
campo da formação profissional, mais especificamente, como o professorado vem
realizando sua formação permanente, considerando as necessidades da Educação
Infantil.
Todos os docentes entrevistados possuem formação na área, com pós-graduação
em nível de especialização. No entanto, somente uma das entrevistadas possui
especialização relacionada à infância. Todos relatam que em sua formação inicial não
tiveram conhecimentos específicos que lhes permita trabalhar com a criança da
Educação Infantil de forma mais segura. Relatam que tiveram disciplinas que podem
contribuir com “alguma coisa”, como “ginástica, recreação e aprendizagem motora”.
Logo, ressaltam que a insegurança inicial em trabalhar com crianças, principalmente
nos berçários, (faixa etária de 04 meses a 02 anos aproximadamente), é bastante grande.
O que causa um impacto considerável, fazendo com que alguns inclusive solicitam sua
dispensa como professores, nessa etapa da Educação Básica.
Optei por perguntar, inicialmente, aos participantes, como têm percebido sua
atuação como professores de Educação Física na Educação Infantil. As respostas
apresentaram categorias diferenciadas. Enquanto um grupo falou sobre características
pertinentes ao desenvolvimento dessa faixa etária e o papel do professor, o outro grupo
falou do gosto e da identificação com a área.
27
Para o sujeito B sua atuação na Educação Infantil está relacionada ao papel que
o trabalho com o movimento tem para o desenvolvimento da criança. Acha
“primordial (...) trabalhar com o desenvolvimento motor, (...) quanto mais estímulo a
criança da Educação Infantil tem, melhor seu desenvolvimento”.
A preocupação com o desenvolvimento da criança também é destacada pelo
sujeito A. No entanto ele dá ênfase ao papel de “pai para depois ser professor”. Isso
ocorre, na perspectiva desse professor, porque a “gente tem que esquecer essas partes”,
se referindo ao motor,
“É fazer até mesmo a parte de pai e mãe, mais materno mesmo, a parte maternal da criança, porque ela vem com medos, provações de algumas coisas, então a gente tem que trabalhar primeiro essa parte do emocional da criança para depois atuar” (SUJEITO A).
O que chama a atenção nessa fala, é que parece que a linguagem de movimento
a ser abordado pelo mesmo, se dá de forma descontextualizada, como se a questão
afetiva estivesse longe da Educação Física, não fizesse parte do ato pedagógico. Por
outro lado, é importante lembrar que os entrevistados declaram não terem em sua
formação inicial conhecimentos específicos para lidar com crianças dessa faixa etária,
logo, é compreensível que tal fato tenha chamado a atenção do professor.
Os sujeitos C e D falam sobre a identificação com a Educação Infantil. Porém,
salientam que começaram a atuar nesse espaço por acaso, não tiveram escolha. Foram
trabalhar com a Educação Infantil porque pela sistemática adotada pela Secretaria
Municipal de Educação de Chapecó (processo seletivo no qual os interessados se
inscrevem e são classificados de acordo com as normas do edital), era a única vaga que
tinha restado. Portanto, tiveram que atuar em um espaço que não era sua escolha
preferencial, então tiveram que se adaptar e buscar informações, realizar cursos para
saber como trabalhar com a Educação Infantil, porém depois de algum tempo de
trabalho com a mesma. A professora D já atua a cinco anos na Educação Infantil e relata
que hoje não optaria por atuar em outra etapa, inclusive já escolhe a Educação Infantil
por opção. Também a professora C diz ter se identificado com a área. Ambas relatam
dificuldades, mas também destacam a importância do gosto pela faixa etária com a qual
atuem.
28
“ Para mim a Educação Infantil foi uma escolha dos últimos anos, e eu tenho me encontrado na Educação Infantil, tenho percebido minha atuação bem melhor que nas outras áreas do Ensino Fundamental. Se eu puder, vou continuar trabalhando com a Educação Infantil por muito tempo” (SUJEITO C).
O que fica evidente nessa fala é a identificação e o prazer que os sujeitos têm de
atuar na Educação Infantil. Fazendo de seu trabalho um espaço onde podem realizar-se
profissionalmente e emocionalmente, embora, também tenham declarado sua
inexperiência ao iniciar sua atuação com essa faixa etária.
Em relação à atuação dos sujeitos em diferentes espaços, Lovisolo (1997)
destaca três motivos que explicam a conduta dos mesmos. Segundo o autor, as pessoas
agem de determinada forma porque: “a) seguem uma norma (lei, regra, regulamentação,
hábito ou costume ), b) pretendem alcançar algum objetivo ou finalidade utilitária e c)
gostam ou derivam algum prazer daquilo que fazem."
Esses três elementos podem associar-se ou contrapor-se sob variadas formas e
segundo Lovisolo (Ibdem p. 51 e p. 52), "a convergência entre os três motivos
determinaria uma situação ideal na qual realizamos ações porque a norma assim ordena,
porque gostamos e porque obtemos alguma utilidade". Diz ainda, que "um mundo
humano no qual os três motivos convergissem seria um mundo ideal, talvez um mundo
feliz, pois não implicaria em divergências entre normas, utilidades e gostos". E mais :
"Viver é desenvolver e usar a arte de conciliar os três motivos; é reduzir suas
divergências e as tormentas que provocam" (p. 52) .
Nessa perspectiva, parece que os referidos professores (Sujeitos C e D), mesmo
ao assumirem um espaço para o qual não estavam preparados, conseguiram superar
dificuldades, porque além de lhes possibilitar a sobrevivência, ou seja, salário, também
sentem prazer e querem ficar porque gostam do que estão fazendo.
O sujeito E já destaca outro fator, que é a presença masculina no âmbito da
Educação Infantil. Fala que primeiramente as crianças têm um choque quando percebem
que é um professor “Homem”, que irá trabalhar com as mesmas, mas que depois com o
tempo, ele pôde perceber que os resultados que ele constrói com as crianças são
idênticos ao papel desempenhado por professoras.
Historicamente, o cuidado e a educação de crianças pequenas em instituições
educacionais, sempre foi um papel desempenhado por mulheres. De acordo com Sayão
(s.d., p. 1-2), o número de homens atuando na Educação Infantil é bastante reduzido.
“Para elucidar a questão é importante saber que há aproximadamente 94% de mulheres
29
que atuam na docência na educação pré-escolar no Brasil”, diz a autora e somente 6%
“de homens atuando como docentes em creches e pré-escolas nas Redes públicas de
ensino”. Logo, a experiência do professor revela uma realidade muito mais ampla do
que a do CEIM onde atua.
Na Educação Infantil as crianças possuem necessidades diferentes das crianças
maiores, no entanto, muitas vezes, recebem nestas instituições uma educação baseada
apenas na maternagem, como se a creche, ou a pré-escola fossem uma extensão do lar.
Neste caso tanto o papel da instituição como o papel do professor, precisam estar bem
definidos, pois deve cuidar e educar as crianças, sem diferenciar estas ações, uma vez
que nos momentos da alimentação, higiene o professor está educando. Quando, por
exemplo, está estimulando a leitura, está cuidando, logo, estas atuações (cuidar e
educar) na Educação Infantil devem estar integradas, para promover o desenvolvimento
global da criança (OLIVEIRA, s.d.). Essa mesma relação deve ser estabelecida por
aqueles que irão atuar por intermédio da Educação Física.
Quando questionei os professores se eles têm identificado necessidades e ou
fragilidades teórico metodológicas para atuar na Educação Infantil, todos me
responderam que a falta de espaço e material adequado é o principal problema
encontrado por eles no CEIM onde atuam.
A falta de espaços e materiais adequados é um problema da própria educação
brasileira, em todas as suas etapas. É importante lembrar que na construção do projeto
político pedagógico da escola ou no caso do estudo, de um CEI, o currículo deveria ser
pensado e organizado a partir de suas especificidades, como no presente estudo é o caso
da Educação Física. Esta também deveria ser contemplada, e como falou (Matos apud
Medeiros 2009, 02), “nenhuma disciplina deve diminuir a sua qualidade ou ausentar
certos conteúdos por questões estruturais”. A qualidade das aulas não deveria ser
comprometida pela falta de espaço adequado ou materiais necessários. Ao autor lembra
a própria LBD/96 e diz que é obrigação do Estado garantir “padrões mínimos de
qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem”
(MATOS apud MEDEIROS, 2009, 03).
Além dos fatores acima citados, o sujeito A, e o sujeito E mencionaram que por
não terem formação específica na Educação Infantil, quando começaram a trabalhar
com a mesma, tiveram muita dificuldade.
30
O grande entrave está em uma formação inicial que não considera as
especificidades da criança pequena, baseando-se nos moldes do ensino fundamental, e
em currículos que não articulam a questão teoria e prática, e não possuem a clareza do
perfil profissional (professor da educação infantil) como acima já mencionado.
Segundo Kishimoto (2002), se a criança constrói os conhecimentos explorando o
ambiente de forma integrada, a formação do profissional também deveria passar por
processos similares para facilitar a compreensão do processo de construção do
conhecimento. No entanto, muitos problemas que ocorrem com relação à formação
inicial do professor de educação infantil afetam o cotidiano das instituições, porque
decorrem da falta de clareza do perfil do profissional que se deseja formar, deixando de
atribuir à devida importância as especificidades da educação infantil e a diferenciação
das crianças na faixa etária de 0-6 anos
A formação do profissional de Educação Infantil precisa levá-lo a compreender
que a criança aprende de modo integrado e por isso o ambiente educativo não pode ser
organizado de forma disciplinar (Kishimoto, 2002).
O papel do professor que trabalha com crianças pequenas é conhecer as
necessidades infantis, para organizar situações de aprendizagem a fim de que as
crianças ampliem seus conhecimentos e adquiram novas linguagens, ou seja, a ação do
profissional de Educação Infantil precisa ser intencional, planejada, com objetivos, para
possibilitar situações significativas para a aprendizagem (OLIVEIRA, s.d.).
A partir disso, questionei-os então, que estratégias utilizam para suprir tais
necessidades-fragilidades para uma melhor organização e atuação na Educação Infantil.
As respostas de quatro sujeitos foram muito parecidas, disseram que a confecção e a
compra de materiais e a criatividade são aspectos fundamentais. Em relação aos
materiais dizem que,
“Olha, às vezes a gente tem que inventar coisas que nós temos que comprar com o nosso próprio dinheiro, por não ter recurso tanto a nível de estrutura particular ou até mesmo municipal, que é tudo por licitação, então a gente espera demais(...)” (SUJEITO A).
Considerando a fala dos professores, é possível inferir que as atitudes tomadas
por eles, está pautada por “procedimentos de caráter funcional”. Essa forma de proceder
dos professores parece que tem relação direta com o seu processo de formação
acadêmica, marcado, predominantemente, pelo caráter funcional com já disse Kunz
31
(1995). Ou seja, a competência técnica do docente se restringe à seleção de
procedimentos instrumentais, no caso dos professores entrevistados, confeccionar
materiais e inventar “coisas”, que poderão lhes possibilitar melhores resultados, ou
como diz Kunz (idem), uma “máxima eficácia nos resultados” do processo de “dar”
aula.
Já o sujeito E fala da utilização de sua experiência de atuação em outras etapas
da Educação Básica como possibilidade de resolver alguns de seus problemas
enfrentados na Educação Infantil. Diz que procura adaptar as atividades para essa faixa
etária a partir das atividades já desenvolvidas nos anos iniciais do Ensino Fundamental:
“Com as fragilidades, eu procuro adaptar elas às atividades que eu utilizava com crianças de Ensino Fundamental. Algumas atividades que você trabalha com crianças de primeira a quarta série, adapto elas, vejo elas e realizo uma ou duas vezes pra ver qual é que seria a melhor forma com que a criança consiga se desenvolver, não prejudicando sua faixa etária” (SUJEITO E).
A fala desse sujeito faz com que acreditemos que certas atividades que são
trabalhadas com os alunos de Ensino Fundamental, podem ser perfeitamente trabalhadas
na Educação Infantil, desde que os professores se proponham a adaptá-las para essa
faixa etária e objetivando atender as necessidades específicas da mesma.
A professora C, fala de uma outra estratégia adotada por ela para suprir suas
necessidades e que considera relevante e de grande valia: “(...) a gente pesquisa
bastante em livros, revistas, internet, e produz com os colegas de trabalho, mesmo para
aplicar juntamente com outros professores”. Como vimos, parece que esta professora
tenta buscar outras fontes de informação que não somente sua realidade, ou seja, busca
referenciais teóricos que lhe permitem dar um suporte mais consistente para atuar na
Educação Infantil. Outro fator importante é a troca de experiências com seus pares.
3.2 A FORMAÇÃO PERMANENTE DIANTE DA REALIDADE PESQU ISADA
A formação permanente recebeu pouca ênfase por parte dos professores ao
falarem sobre as estratégias que utilizam para atender suas necessidades advindas de sua
atuação na Educação Infantil. Nesse sentido é importante retomar Freire (1983), quando
fala da necessidade do professor estar imerso no processo de formação, se pensarmos a
32
prática pedagógica como uma prática social transformadora. Para tal, diz o autor, é
necessário que os professores reflitam sobre sua atuação a partir da própria realidade.
Nesse sentido, a formação permanente tem papel relevante.
Questionei os professores sobre o que entendem por Formação Permanente e
qual o papel dela nesse processo. Para os sujeitos C e D, Formação Permanente é a
formação mensal de todos os professores, ou seja: “(...) não se dá de tempos em tempos,
e sim, gradativamente, mas para que isso aconteça, cada professor tem que ir atrás de
cursos e pesquisas. Assim o papel da Formação Permanente é sempre estar se
atualizando, renovando e trocando idéias com outros professores”.
Para os demais sujeitos, a Formação Permanente seria uma capacitação a partir
daquilo que o professor construiu,
“A partir daquele elemento que você já tem noção, a formação deve vir como um algo a mais para que você consiga desenvolver um trabalho diferenciado e melhor com os teus alunos” (SUJEITO E).
A expressão formação permanente segundo Japiassú (1983), visa propiciar
oportunidades de promoção social, portanto, não se constitui somente num processo de
reciclagem, uma vez que esta visa apenas à atualização nos avanços específicos de cada
área.
Formação permanente pode ainda ser entendida como aperfeiçoamento,
formação profissional continuada, formação em serviço: termos que podem estar
agrupados, ainda que contenham pequenas diferenças.
Como nos traz o estudo de Günther (2000, p. 138), “formação permanente é a
formação com que o professor esteja permanentemente questionando o teu saber e
construindo ele. A formação moral, profissional, social, todas elas tem a ver com tua
formação permanente, pois não podemos mais segmentar a educação”.
Um aspecto bastante destacado por Nóvoa (1995), é a interação que deve existir
entre as dimensões pessoais e profissionais para que o processo formativo tenha sentido
para os professores. Para ele, a experiência é um fator muito importante, e ela exige
reflexão crítica sobre as práticas e de “(re)construção” permanente de uma identidade
pessoal.
A formação permanente, mesmo que se realize fora da escola, deve priorizar aos
participantes que estabeleçam nexos com sua realidade, com suas necessidades. A
33
formação permanente é muito importante para preparar o professor para fazer a leitura
de onde ele está e para tal não existe uma receita única. O professor deve se preparar
para estar apto a ler, o que está ao seu redor (GÜNTHER 2000).
Quando questionados sobre, quando realizam essa formação e quem custeia ela,
os professores relataram que a Prefeitura Municipal proporciona a eles uma formação,
“A prefeitura dá uma formação pra gente uma vez por mês, então uma vez por mês a gente não tem aula e faz alguns cursos, mas específicos para a Educação Física não são muitos. Durante o ano uns dois ou três encontros são feitos só com professores de Educação Física, os outros cursos são todos os professores de todas as áreas juntas e as palestras são sobre a educação geral e não especifica para e Educação Física” (SUJEITO D).
Essa formação oferecida pela Secretaria Municipal de Educação ocorre todos os
meses, porém não dá conta dos conteúdos da Educação Física, pois é uma formação que
ocorre com todos os professores da rede municipal, de todas as áreas, com tema
abrangentes. Quem financia essa formação é a Prefeitura Municipal de Chapecó – SC,
por intermédio da Secretária de Educação.
A partir das respostas obtidas, questionei-os se a formação realizada em
decorrência das demandas de sua prática na Educação Infantil tem suprido suas
necessidades teórico-metodológicas. Os sujeitos C e D, relataram que essas formações
não suprem totalmente as necessidades teórico-metodológicas, pois como essa formação
são para todos os professores da educação em geral, eles tem que estar sempre se
atualizando através de outros cursos, livros e pesquisas, pois sempre ficam com dúvidas.
Já os demais sujeitos, acham que essa formação supre as necessidades teórico-
metodológicas, pois conseguem perceber a evolução do trabalho deles com os alunos.
“Eu acredito que tenho conseguido suprir boa parte das necessidades que os alunos teriam. Por exemplo, eu trabalhava num CEIM no ano passado e acabei por opção da prefeitura, tendo que optar por outro espaço, então nesse outro espaço eu tive a surpresa de ter alguns alunos que eram meus no outro ano, e no outro espaço. Então pude perceber a diferença entre esses alunos e ao alunos que estava trabalhando pela primeira vez. De acordo com esses fatores, me organizei e fiz com que todos os alunos conseguissem caminhar mais ou menos no mesmo parâmetro”(SUJEITO E).
Para finalizar a entrevista, perguntei a eles se no CEIM em que atuam, existe
uma política de Formação Permanente. Todos os professores responderam que no
34
CEIM não tem uma Formação Permanente e sim, reuniões uma vez por mês, para
organização de projetos e repasses da secretaria,
“No CEIM, a gente pára só uma vez por mês, fica meio dia, e é mais para repasses e recados. O que existe é uma troca de ideias, trabalhos e atividades com os professores do CEIM, mas não tem um dia especificamente de parada para realizar uma formação ou um estudo” (SUJEITO D).
Esta fala nos faz pensar que ainda há muito que melhorar, pois estes encontros
em que são repassados recados da secretaria, não suprem as reais necessidades dos
professores. Eles não conseguem ter no CEIM em que atuam, um suporte de uma
formação permanente que venha ao encontro de suas necessidade. Por isso os
professores têm que ir buscar essa formação fora da instituição. Depende de cada
professor o interesse de estar se atualizando e procurando melhorar cada vez mais.
Marques (1992) define a escola como o “mundo de referência de todo o processo
formativo”, por isso a necessidade desse espaço ser o local central de formação. O
significado para isto é bastante claro:
Isso significa recuperar o espaço pedagógico da escola, fortalecendo-a internamente e aprimorando as práticas desenvolvidas no âmbito dela. Significa possibilitar a articulação entre a atuação do professor na sala de aula e o espaço para reflexão coletiva e o aperfeiçoamento constante das práticas educativas, refundando-as sempre de novo na produção do saber/competência requeridas. (p.195)
O sujeito D destaca a preocupação que a gestora/direção do CEIM em que atua
tem, em fazer com que as professoras de Educação Física possam planejar suas aulas
juntas:
“A gestora conseguiu fazer um horário onde as professoras de Educação Física possam sentar juntas pelo menos uma vez por semana, para poder fazer os projetos e planejar suas aulas. Então na verdade, eu tenho essa sorte de ter duas colegas com que a gente trocar ideias, livros apostilas e até idéias de novas atividades” (SUJEITO D).
Analisando as ações de formação permanente no âmbito dessas instituições,
Freitas (1999), destaca a importância da escola como espaço de formação permanente
para o professorado.
35
“Sendo assim, a escola representa um espaço privilegiado de reflexão em torno das práticas escolares. A reflexão coletiva no próprio local de trabalho viabiliza articulações da contribuição oriunda da participação dos(as) educadores(as) nas mais diversas instâncias de formação, bem como possibilita que a mesma seja contextualizada pela realidade local”. (p.82)
Como vimos, há práticas diferenciadas e entendimentos também diferenciados
em relação ao processo de formação, nesse sentido, parece que tanto professores,
Secretaria Municipal de Educação e gestores dos CEIM’s devem estar comprometidos
com as necessidades reais desses espaços, provendo de forma mais intensa, atividades
que supram as fragilidades da prática pedagógica, bem como, de enaltecer aquilo que de
bom acontece em cada espaço.
Um outro fator que chamou a atenção foi que raras vezes os professores fizeram
relação da sua prática com o projeto pedagógico da escola. Podemos dizer que o "PPP é
um momento do planejamento que vai ficando conhecido como "planejamento
participativo" e que busca fazer, para as instituições cujo primeiro fim é o de contribuir
para a construção da sociedade (caso das escolas), aquilo que o "planejamento
estratégico" e o "gerenciamento da qualidade" (GANDIN, 1999 p.15) fazem por outras
instituições". Nesse sentido, o PPP é um dos pilares do planejamento, ao qual deve
juntar-se um diagnóstico para julgar a prática e uma proposta concreta, para um tempo
de nova prática.
O Projeto Político-Pedagógico pode ser considerado um processo inacabado, de
caráter coletivo, de grande importância na organização do trabalho pedagógico, na
formação e no desenvolvimento da cidadania (VEIGA, 2001). Assim, acompanhar sua
implementação e avaliar sua execução é fundamental para identificar o tipo de educação
que estamos promovendo, ou seja, qual o resultado da própria organização do trabalho
pedagógico em cada instituição escolar, tanto do ponto de vista da escola como da
própria comunidade. Do mesmo modo compreender criticamente as causas da
existência de problemas, suas relações e mudanças, representa um esforço no sentido de
propor ações alternativas. Nesse caso, também se enquadra o processo de formação dos
professores.
36
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivo analisar como os professores de Educação
Física vem realizando sua formação permanente para atender as demandas de sua
atuação no contexto da Educação Infantil. O estudo não representou apenas um
momento de juntar dados, mas de aprender sobre a cultura que os professores vêm
formando como profissionais e sujeitos.
Ao analisar o nível de formação inicial dos professores, verifiquei que todos
possuem formação na área, com uma média de nove anos de atuação no magistério.
Também foi possível observar que a grande maioria dos sujeitos pesquisados possui
especialização na área de Educação Física. Os locais da formação dos mesmos são
variados, mas concentram-se em dois estados, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os entrevistados identificam a necessidade de buscar formação constantemente,
realizando na Educação infantil. As reais necessidades- fragilidades que os professores
encontram em suas aulas, na maioria das vezes é a falta de espaço e material adequado
para trabalhar cm os alunos. Porém os professores relatam que procuram comprar e
confeccionar materiais, compram livros, pesquisam na internet, trocam ideias, para que
possam suprir essas necessidades-fragilidades.
Também relatam que na formação inicial não tiveram um suporte didático
pedagógico necessário para que pudessem trabalhar com a Educação Infantil. Por isso
foram atrás de cursos, pesquisaram em livros e trocaram idéias com outros colegas, para
conseguirem dar conta dessa especificidade.
Ao identificar o sentido atribuído pelos professores sobre a formação
permanente observei que os mesmos buscam atualização de conhecimento e conteúdos
fora de suas instituições. Alguns entendem a formação como sendo mensal, que não se
dá de tempos em tempos s sim consecutivamente, mas que depende de cada professor ir
atrás e estar se atualizando.
A formação oferecida pela Secretaria Municipal de Educação, que se dá uma vez
por mês, não supre as necessidades desses sujeitos, pois é uma formação onde se
37
encontram todos os professores da rede municipal, de todas as áreas. Por isso o foco
dessa formação é para o Ensino Fundamental e não para a Educação Infantil. Os sujeitos
relatam que formação específica para a Educação Infantil, se dá somente duas ou três
vezes por ano, e por isso os mesmos têm que ir buscar a formação individualmente
através de pesquisas.
Também ficou visível nesse estudo que nas instituições em que os sujeitos atuam
não existe uma política de formação permanente. O que existe, é troca de ideias entre os
professores.
A apropriação dos conhecimentos transmitidos nas formações permanentes, é
um processo individual que se funde com experiências individuais de cada professor,
provocando em cada um deles um impacto diferente. É possível até se considerar que as
participações nestas formações permanentes possam levar os professores a rever
algumas de suas concepções, mas por outro lado, não podemos negar que alguns se
apropriarão destes conhecimentos pra reforçar conceitos já estabelecidos.
Sem dúvida, o impacto dessas formações, tende a se diluir na prática cotidiana,
em uma aparente acomodação. Não entendo que isso justifique o abandono dessa
formação, no entanto, a combinação com uma formação efetiva no interior da escola, de
forma sistemática, é fundamental.
A questão dos fundamentos teóricos, é ainda uma dificuldade que, lentamente,
parece estar sendo desmistificada como algo superior ou distante da prática pedagógica
cotidiana. A necessidade de existência de uma vinculação entre ambas pode ser um
passo em direção a uma relação mais dinâmica entre teoria e prática, num permanente ir
e vir que qualifique ambas. Gimeno Sacristán (1995) traz uma importante contribuição a
esse respeito:
A possibilidade da teoria fecundar a prática é limitada. Pelo contrário, é necessário incentivar uma aquisição de uma consciência progressiva sobre a prática, sem desvalorizar a importância dos contributos teóricos. Neste sentido, a consciência sobre a prática surge como idéia-força condutora da formação inicial e permanente dos professores. Esta afirmação não pretende corroborar o sentimento, muito corrente no seio dos professores, de que a teoria é irrelevante. Trata-se apenas de recusar uma linearidade entre o conhecimento teórico e a ação prática (p.78).
A questão levantada sobre a importância de que a prática pedagógica seja
permeada por um processo de reflexão na e sobre a ação também não é algo dado e
presente, mas antes, uma busca permanente, que parece estar mais próxima de sua
38
concretização para alguns professores do que para outros. Esperar que os professores
passem a ser mais reflexivos e ajam com maior autonomia exige que se construa uma
tradição de pensamento e de reflexão, ainda inexistente (POPKEWITZ, 1995).
Para finalizar é importante destacar que não houve uma intenção de criar
generalizações que possam ser extrapoladas. Se as reflexões aqui expressas suscitarem
dúvidas, inquietações, mesmo rejeições por parte dos professores e demais profissionais
envolvidos com este processo de formação permanente, talvez então, aí seja uma
parcela de contribuição dessa investigação. Provocar reflexões, mais do que prescrever
soluções.
39
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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45
ANEXOS
46
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
47
UNIVERSIDADE COMUNITARIA DA REGIÃO DE CHAPECO – UNO CHAPECÓ
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário em uma pesquisa.
Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do
estudo, assine no final deste documento.
Titulo do projeto: COMO O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA REALIZA SUA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA DAR CONTA DAS DEMANDAS DE
SUA ATUAÇÃO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Pesquisadora: Elizandra Diefenthaeler
Telefone para contato: (49) 84094801
Orientadora: Profª: MS. Lilian Beatriz. S. Rodrigues
Telefone: (49) 3321-8215
O objetivo desta pesquisa é: Analisar como os professores de Educação Física
vem realizando sua formação continuada para atender as demandas de sua
atuação no contexto da Educação Infantil.
A sua participação na pesquisa consiste em ser entrevistado por mim
pesquisadora, sem qualquer prejuízo ou constrangimento para o pesquisado. Os
procedimentos aplicados por esta pesquisa não oferecem risco a sua integridade moral,
física ou mental. As informações obtidas através da coleta de dados serão utilizadas para
alcançar o objetivo acima proposto, e para a composição do relatório de pesquisa,
resguardando sempre a identidade dos participantes. Caso não queira mais fazer parte da
pesquisa, favor entrar em contato pelos telefones acima citados.
Eu,___________________________________________________________________, C.I___________________________________________ estou ciente da participação no estudo. Chapecó, SC _____ de______________________ 2010 _______________________________________ Assinatura
48
ANEXO II
ROTEIRO DA ENTREVISTA
49
CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO
Senhores professores e professoras, vossa participação é muito importante para o
desenvolvimento do estudo e desde já agradecemos a colaboração.
1- Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino
2-Idade: _________
3-Local de formação: _____________________________________________________
4-Ano de formação: ____________________
5-CEIM em que atua: _____________________________________________________
Município: ______________________________
6-Efetivo no local de atuação? ( ) Sim ( ) Não
7-Tempo de atuação no magistério? __________________________________________
8-- Tempo de atuação nessa instituição de ensino? ______________________________
9- Carga horária total, no CEIM pesquisado: _________
10- Atua em outros espaços? ( ) Sim ( ) Não
Local: _______________________________________ Carga horária: ______________
11- Formação continuada:
( ) Especialização ( ) Especialização em andamento
( ) Mestrado ( ) Mestrado em andamento
( ) Doutorado ( ) Doutorado em andamento
Área__________________________________________________________
12-Fale sobre como você tem percebido sua atuação como professora de Educação
Física na Educação Infantil.
13-Considerando sua pratica pedagógica, você tem identificado necessidades-
fragilidades teórico metodológicas para sua atuação na Educação Infantil? Quais são
elas?
14-Que estratégias você tem utilizado para suprir tais necessidades-fragilidades?
15-Qual o papel da formação permanente nesse processo?
16-O que você entende por formação permanente?
17-Como e quando você realiza essa formação? Quem banca essa formação?
50
18-A formação realizada em decorrência das demandas de sua pratica pedagógica na
Educação Infantil tem suprido suas necessidades teórico metodológicas? Em que
medida?
19-Existe uma política de formação permanente em seu CEIM? Fale sobre ela (Como,
O que, Quando?).
51