monografia apresentada ao pesquisa e extensao da...

45
TELCY TEREZINHA SCHERER A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada ao Centro de P6s-gradua,ao Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana, para 0 Curso de Pedagogia Empresarial, em nivel de especializ8c;:ao sob a orienta,ao da Professora Olga Maria Silva Mattos CURITIBA - PR 2001

Upload: voliem

Post on 10-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

TELCY TEREZINHA SCHERER

A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE

Monografia apresentada aoCentro de P6s-gradua,aoPesquisa e Extensao daUniversidade Tuiuti do Parana,para 0 Curso de PedagogiaEmpresarial, em nivel deespecializ8c;:ao sob aorienta,ao da Professora OlgaMaria Silva Mattos

CURITIBA - PR2001

Page 2: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Oedico este trabalho a meuscolegas de departamento emespecial Simone Morillos e ElianiFrizon, e a empresa na qualtrabalho.

Page 3: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Agrade,o a minha familia, amigos emespecial a irma Neuza Scherer Reolon eReginaldo Paulo Farias e professores edemais colaboradores, pelo apoiorecebido para a concretizayc30 erealiza,8o deste trabalho.

iv

Page 4: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

SUMARIO

RESUMO vi

1. INTRODU"AO _

2. ANALISE DOS DADOS OBTIDOS ATRAVES DA PESQUISA-QUESTIONARIO 14

2.1.QUAL A SUA OPINIAo SOBRE 0 SISTEMA DE SAUDE? REGULAR,BOM,EXCELENTE. 14

2.2. DE SUGESTOES PARA QUE OS SERVI"OS DE SAUDE POSSAMATENDER COM QUALIDADE? 15

2.3.SE VOCE FOSSE UM PROFISSIONAL ENVOLVIDO COM A SAUDE,QUAIS OS PROCEDIMENTOS QUE FARIA PARA ALCAN"AR AQUALIDADE. DE SUA SUGESTAo. 16

3. COMO SE ENTENDE, HOJE, QUALIDADE TOTAL 18

4. FUN"AO DA QUALIDADE 20

4.1.QUALIDADE TOTAL EM SERVI"OS 20

4.2.0 QUE SIGNIFICA QUALIDADE 22

5. PERCEP"Ao 28

5.1.PRINCiPI0 DA SIMILARIDADE 28

5.2.PRINCiPI0 DA PROXIMIDADE 29

5.3.PRINCiPI0 DA CONTINUIDADE 30

6. QUALIDADE TOTAL 32

7. A LEGITIMA"AO DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR DE SERVI"OS

DESAUDE 34

8. OS OBSTAcULOS 41

CONCLUSAO 42

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 45

Page 5: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

RESUMO

Este trabalho foi elaborado com 0 objetivo de mostrar a import1mcia da

implantal'ao de um programa de qualidade no servi90 de saude.

Sabemos que nestes ultimos anos houve uma mudany8 radical em

todes as setores da economia.

o conceito de qualidade ate pouco tempo era centrado e limitado

apenas na area industrial, surgiu atualmente como urn elemento indiscutivel no

setor de servit;os. Sua aplic8yao requer mudanC;8s drasticas na maneira de

pensar e atu8r em todos as elementos da organiz898o, assim urn estudo

profundo de seus objetivos e caracteristicas, que de basear-s8 em dados reais

e concretos. Percebe-se uma preocupac;.3o tambem na area de saude.

A sociedade precisa e busca a cada dia melhores servic;os e este que ea fator diferencial para uma entidade de sucesso.

Uma boa parte das empresa de servic;o de saude e hospitais nao emovida pela busca de luera, nern a curto nem a longo prazo; por outro lado, 0

mercado de servic,;:os de saude funciona com um nivel relativamente reduzido

de competitividade; portanto, uma das principals alavancas para deslanche e

sustentac.;:ao dos programas de Qualidade esta ausente nessa area; a produc,;:ao

de servi<.;:osde saude e executada por um grupo extrema mente heterogeneo de

agentes, em que aparecem, de urn lado, os medicos, e, de outro, uma ampla

gama de trabalhadores, com niveis educacionais de qualificac,;:ao profissional

muito distintos entre si, dai resultando interesses e motivac,;:oes conflitantes, que

impedem a construc,;:ao de um espirito de equipe e a orgulho quanto a

Qualidade dos servi<,;:os produzidos

o usuario da saude nao e como um consumidor comum diante das

mercadorias e esta desprovido de conhecimentos tecnicos que Ihe permitam

avaliar a adequac.;:ao do servi<,;:o as suas necessidades; ademais, nao tern

controle ou consciencia sobre a forma como se da 0 consumo desses servic,;:os;

portanto, e dificil aceitar 0 papel de centralidade do consumidor na defini<';:80 da

Qualidade em saude.

Preocupar-se com uma estrutura fisica, e importante, mas sobretudo

preocupar-se com a parte humana, ou seja, uma equipe efrcaz de profissionais

"j

Page 6: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

e funcionarios que atendam a estas expectativas. E para isto, e necessari'

uma inovar;ao holistica, uma nova forma de administrar, onde possamos

integrar a tecnologia e ser humano para uma satisfa<;:ao tanto econbmica como

pessoal.

No entanto, a aten<;:ao a saude da popula<;:80 implica tanto aos

profissionais da saude, como tambem a comunidade e aos politicos.

o problema reside ern como resolver a aparente discrepancia entre os

tradicionais interesses dos profissionais da saude por melhorar a qualidade de

seu trabalha, e a ausencia de normas e rnetodologias explicitas e concretas

que permitam avalia-Ios, corrigindo as deficiencias observadas, com a

colabora9ao observada pelos mesmas, em beneflcio de quem necessita de

seus servi<;:os.

Feito uma analise do prograrna de qualidade na area de saude atraves

de pesquisa, constatamos que existe possibilidades de se nao resolver a

questao, pel a menos ameniza-Io, fazendo urn trabalho, baseado no

investirnento primordial da valorizagao do ser humano. Necessitamos a

tecnologia, precisamos de aparelhos modernos para a realiza<;:80 de urn

diagnostico perfeito, mas para isto, e preciso a mao do homem.

Houve uma evolu~o crescente na medicina, mas tam bern houve urn

esquecimento do ser humano. E neste intuito e posslvel desenvolver um

programa para melhorar tanto a qualidade da medicina, como a qualidade de

atendimento ao paciente e consequentemente a qualidade de vida.

vii

Page 7: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

1. INTRODUC;:AO

A implantayao e avaliayao da qualidade nos servi90s de saude requer

uma adequada interpretac;ao dos diferentes vetores que atuam na totalidade do

sistema de saude.

o sistema sanitario como organizavao socia cultural tern todas as

caracteristicas da sociedade da cultura desta portanto de urn sistema

organizado. Urn sistema e urn todo e nao funciona sem a interdependemcia de

seus componentes, por isse a aplicac;ao da teoria geral dos sistemas ao setor

sanitaria e obrigatoria.

Cresee a cada dia a participayao dos serviyos na economia dos paises,

sendo que emprega ao redor de 60 por cento da mao de obra trabalhadora.

Acredita-se por Dutro lado que em torna de 30 par cento dos custos operativDs

neste setor sao devidos a baixa qualidade - chamado - custo da falta de

qualidade lotai.

Neste enfoque encontra-se inserido os servi90s de saude.

o conceito de qualidade ate pouco tempo centrado e limitado a

qualidade do produto industrial, surgiu atualmente como um elemento

indiscutivel no setor de servi90s. Sua aplica9aO requer rnudan9as dn3sticas na

mane ira de pensar e atuar em todos os elementos da organiza9ao, assim como

um estudo profundo de seus objetivos e caracteristicas, que deve basear-se

em dados reais e concretos.

A sociedade precisa e busca a cada dia melhores servi90s, a diferen9a

dos servi90s de saude com os industriais sao evidentes:

produto se gera em tempo real entre 0 representante da empresa e 0

usuario.

Os roles de provedor e usuario sao especificos para cada empresa

A defini9aO de qualidade do usuario deve ser considerada do mesmo

modo que ados profissionais e sua consecu98o urn objetivo

prioritario para a empresa

Page 8: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

comportamento do profissional no momenta da transac;ao que gera 0

produto-serviyo e a peya chave do sistema e isto requer conceitos,

objetivos e ayoes claramente estabelecidas e assumidas por toda a

arganizayao desde 0 topo ate a base.

Atualmente e indiscutivel que garantir a qualidade da assistEmcia

sanitaria a populac;ao deve ser um componente inerente ao sistema de saude,

tanto em sua esfera publica como na privada.

Para que isto acontec;a, e indispensavel um acordo sobre 0 significado

da palavra qualidade, como garanti-Ia e quem deve realiza-Ia.

Ate hoje, em nosso pais, a qualidade da atenyao ao doente estava

implicitamente garantida pelo profissional medico, dependendo esta por sua

vez da forma<;ao recebida pelo profissional.

No entanto, a atengao a saude da populagao irnplica tanto aos

profissionais da saude, - incluindo todos - como tambem a comunidade e aos

politicos. 0 problema reside em como resolver a aparente discrepancia

existente entre os tradicionais interesses dos profissionais da saude par

melhorar a qualidade do seu trabalho, e a ausencia de normas e metodologias

explicita.s e concretas que permitam avalla-Ios, corrigindo as deficiEmcias

observadas, com a colabarayao motivada dos mesmos, em beneffcio de quem

necessita de seus servi90s.

A falta de correla<;ao entre 0 gasto sanitario e seus resultados sobre a

saude da populayBe, 0 esta dando 0 impulse inicial a este interesse pela

qualidade des serviyos de saude. Se a issa se agrega a crescente exig6encia

dos usuarios, se entende 0 papel irnportante que atualrnente tern alcangado a

qualidade da atenc;aa prestada ao usuario pelos servi<;os sanitarios, tanto

publicos como privades.

Esta inquietude da popula<;ao pela qualldade de servi<;os de saude, ecompartilhada pelos prefissianais e empresarios do setor, os politicos, as

organiza<;oes representativas e associa<;oes profissionais, que se plasmam na

busca de informa<;6es sebre as raz6es da variabilidade na utiliza<;Bo dos

recursos, na pratica da assistEmcia enos cuidados obtidos, assim como em sua

repercussao sabre a qualidade dos serviyos oferecidos. Essa inquietude

Page 9: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

justificada origina multiplicidade de iniciativas as vezes divergentes, ao objetivo

de avaliar a qualidade destes servic;os e seus resultados. Portanto os objetivos

a serem abordados versam sabre as vetores basicos:

A diversidade de enfoques tanto conceituais como metodol6gicos,

apoiados em outras tantas experiemcias au projetos a nlvel nacional e

internacional, tem criado uma massa crftica que precisa canalizac;ao.

Surgem algumas questoes:

Quem se responsabiliza pel a assistencia individual?

Como se garante a qualidade?

Qua! e a me!hor servigo?

Oe que informagoes dispomos?

Quais sao as expectativas dos profissionais?

Que satisfagao as usuarios obtem?

o que precisa a popula~ao7

As respostas a estas perguntas devem refletir as tres veto res basicos do

sistema de saude:

o dire ito da pessoa a exigir os servigos de saude adequados a sua

necessidade;

a obrigac;ao a uma prestac;ao de servigos eficiente par parte do

sistema au empresa e;

o direito do profissional a ser reconhecido pelo trabalho realizado.

Este enfoque estabelece uma importante matriz diferenciadora com a

tricotomia classica de "acessibilidade, custo e qualidade", onde por outro lado

ate ha pouco tempo atras e, em alguns casas ainda hoje, a qualidade eignorada, a custo um incognita e a acessibilidade uma proposta.

Quando a usuario entra em contato com 0 sistema sanitaria, enfrenta

duas situac;oes temfveis:

a instituigEio ou servic;o de saude como um templo desconhecido,

os profissionais como habitantes do templo, cada um com uma

fungEio muitas vezes desconhecida para a usuario que necessita

seus servigos.

10

Page 10: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

o cliente que necessita dos serviyos, geralmente esta doente e em

desvantagem social. Esta situagao piora quando se en contra rodeado de um

ambiente hostil, pelo desconhecido e incompreensivel.

Este quadro nos conduz a dois aspectos basicos na gestao da qualidade

desta empresa de servigos.

o primeiro e oferecer um ambiente em que 0 usuario identifique

imediatamente como conhecido e onde possa buscar auxilio em suas

necessidades de trabalho, ociosidade, higiene, comunicagao, econbrnicas e

outras. Tudo isso limitado unicamente por seu processo patol6gico. E preciso

tambem eliminar a ameaga do desconhecido e com isso diminuir a ansiedade

que gera tada a altera,aa de saude.

Par outro lado, quando se pretende aplicar as teerias de mercado ao

setor de saude se faz evidentes as diferencias com as produtos industria is. A

informagao existente sabre os diferentes produtos neste mercado, permite

campara-los e eleger com conhecimento de causa aquele que responde melhor

a nossas necessidades e expectativas.

No setor de saude, esta informagao em geral nao existe, e quando existe

raramente se faz publica. A unica forma de contra star urn oferta neste setor e

solicitar 0 que se conhece como uma Segunda opiniao - de outro profissional

ou autra pessaa. A objetividade desta Segunda opiniao nao esta em absoluto

garantida e depende exclusivamente do profissional consultado.

E mais, a sistema sanitario tern a obrigagao de garantir que as agoes

aplicadas nas pessoas que querem seus servigos, nao sejam nocivas e em

caso de existir risco, informar adequadamente ao cliente.

E portanta 6bvio que 0 usuario tenha que poder estimar os servigos

prestados com conhecimento de causa. Por isso sua informagao e nfvel de

conhecimentos sanitarios, tanto gerais como especificos sobre seu caso, e

decisivo para a interag80 cliente - profissional, e e urn dos vetores a ser

desenvolvidos urgentemente, para se conseguir urn sistema estevel e

operativo.

A satisfagao do usuario informado resultado dos diversos vetores e 0

indicador basico da qualidade do servigo de saude. A figura abaixo foi extraida

II

Page 11: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

de artigo sabre a unidade de qualidade total, do Ministerio da Saude da

Espanha, publicado na revista indicadores da Qualidade e Produtividade.

Ap6s as enunciados aeirna, justifica-se esta monografia pOis, a

irnplantal'iio da qualidade nos servil'os de saude requer urna adequada

interpretagao dos diferentes vetores que atu8m na totalidade do sistema de

sauda.

Na atualidade e necessaria buscar novas estrategias para uma maior

produtividade e qualidade nos servic;os. Buscar alternativas para intermediar 0

paciente e empresa. Tanto a empresa precisa sobreviver como 0 paciente,

ambos buscam meies para resoluc;oes comuns. 0 paciente necessita de urn

tratamento de saude a contento e a empresa precisa ser administrada

corretarnente para poder atende-Io.

No Brasil 0 sistema de saude e muito deficiente par motivDs de

desorganiz8gao de ordem politica e estrutural, e par isso safre na qualidade

dos servic;os prestados, pelos profissionais e casas de saude. 0 sistema e

ineficiente e requer uma nova estrutura, uma nova organizar:;:ao, novas formulas

para que as pessoas sejam atendidas como ser humano, com dire ito a um

atendimento no minimo para atender suas reais necessidades. Tambsm por

motivos salariais e faUa de valorizar:;:ao as profissionais ficam desistimulados

causando assim danos para a sociedade e para s; mesmo.

Objetivo entao e refletir sobre este tema tao importante para uma

conscientizac;ao da sociedade, para buscar uma qualidade que satisfac;a tanto

as classes mais abastadas como as classes de baixa renda. Todos nos temos

direito como cidadaos a viver dignamente e pelo menos sermos atendidos com

humanidade.

E, final mente, a metodologia utilizada para este trabalho contsm os

seguintes enunciados: a disciplina pretende traQar um painel abrangente dos

elementos que envolvem a filosofia e a pratica da qualidade nas organizac;6es

hoje. A no\'iio da qualidade Total e introduzida, sendo as especificidades que

compoem este conceito 0 aspecto ao qual se dedica maior enfase. Pretende-se

discutir as quest6es acerca da qualidade de uma forma ampla, sem que haja

detalhamento mais profundo em um determinado tema. Desta forma, busca-S8

12

Page 12: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

conferir urn carater informativo a disciplina, em detrimento de possiveis

desenvolvimentos te6ricos especificos ou da aten980 a algum t6pico em

particular, de forma que se preceda uma abordagem mais descritiva - e menos

dissertiva - do conteudo propos to.

Page 13: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

14

2. ANALISE DOS DADOS OBTIDOS ATRAVES DA PESQUISA -

QUESTIONARIO

A pesquisa foi feita atraves de uma entrevista com perguntas

relacionadas sabre a tema Melhoria na Qualidade de Saude num Hospital de

porte media comportando aproximadamente 250 funcionarios e 200

profissionais como medicos, enfermeiros, terapeutas, radiologistas,

fisioterapeutas, administradores e Qutros. Foram entrevistados 50 pessoas dos

diversos setores do Hospital.

2.1. QUAL A SUA OPINIAo SOBRE 0 SISTEMA DE SAUDE?

REGULAR, BOM, EXCElENTE.

Debilidade no selor dealendimento a pessoas

de baixa renda30%

Falla de profissionaisqualificados no selor de

saude publica10% Ma remuneray030

10'%

Falta de qualifica9ao20%Falla de eslrulura

10%Limita<;:ao de guias para

atendimento20%

A pesquisa realizada numa casa de saude, revelou na maiaria das

respostas uma insatisfac;ao no tocante a falta de qualificac;c3o na sallde,

segundo informac;6es recebidas a rna qualidade do serviC;D de saude da-se

pela necessidade de um aprimoramento profissional dos funcionarios, a falta de

equipamentos e a manutenry80 dos mesmos.

Page 14: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

15

A maior queixa foi em rela~ao a falta de incentivDs par parte do governanaD direcionando as verbas necessarias.

A saude publica sempre deixa a desejar no tocante aos funciomirios,

devida a rna remunera~aoe uma hierarquia erronea tambem a populatyao ternurn descredito com as mesmo, que funcionario publico cumpre apenas horariode expediente nao tendo interesse para melhorar ou prestar urn melhor servi.yo,

a falta de organiza~ao da saude publica vem de um despreparo par parte das

pessoas que administram a sistema, que deixam uma margem a naD permitir

uma fiscalizagc10 mais rigorosa.

Tambem com relagao a agilizagao a atendimento a pastas de saude, aspessoas precisam esperar muito tempo e ainda assim nao sao atendidas a

contento, principalmente as pessoas que possuem poucos rendimentos. Outreitem ainda gravissimo e a limitat;ao das guias nos hospitais, tornando diffcil 0acesso a interna~aohospitalar.

Par isso a nota obtida pel a maioria dos entrevistados foi regular.

2.2. DE SUGESTOES PARA QUE OS SERVICOS DE SAUDE

POSSAM ATENDER COM QUALIDADE?

Condir;oes de \rabalhopara profissionais

Direito a saude comocidad1:'>esbrasileiros que

cumpremsuasobrigar;oes

Alendimento comqualidade

Maior investimento emaparelhospara

diagn6s\ico preciso

profissionais atuantes.

Page 15: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

16

Resolver 0 problema da eduea<;ao que eonsidera-se a base para uma

qualidade de vida e consequentemente uma saude qualificada.

Respeitar 0 direito de cidadao que paga seus impastos cumprindo assim

as suas obriga<;5es, dando assim 0 direito para um atendimento digno pelo

menos 0 esseneial que Ihe e garantido.

2.3. SE VOC~ FOSSE UM PROFISSIONAL ENVOLVIDO COM A

SAUDE, QUAIS OS PROCEDIMENTOS QUE FARIA PARA

ALCANCAR A QUAL/DADE. D~ SUA SUGESTAo.

"'oIilicavoilada parainleressesda

Va\orizat;aodoserhumane

Redclar funcionMosprofissionaisdasaude

Buscaropinioodapopulartao para umameit'lOriade qualidade

desaUde

ReestrlJlurarosetoradministraUvoda

saUdepUbllca

As sugest5es foram direcionadas no tocante a valorizac;ao do ser

humano, entende-se que nesse ultimo seculo do milemio, a preocupa~o com a

ter eliminou 0 seL A teenologia tambem foi responsavel pela frieza do homem

valorizando a maquina. Desenvolveu-se muitas tecnicas inovando 0

diagnostico preciso, porem ainda e necessaria a mao do homem para a

diagnosticatyao perfeita.

Criar postas de salide em todos as bairros e com urn numero de

profissionais satisfatorio ao numero da populayao.

Page 16: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Reciclagem de funcionarios tambem, pais a queixa por parte dos nfveis

rna is elevados da medicina, informa as dificuldades de trabalhar com estes

profissionais, sem qualificac;ao profissional e pessoa1.

Uma maior preocupag2lo com a educagao, os funcionarios e

profissionais deviam redclar-s8 constantemente.

A polftica voltada para os interesses da populayao, a queixa foi

verificada no tocante a falar-se muito e realizar-se pouco.

A opiniao da populagao e muito importante pOis ela traria informac;oes

ocultas aos olhos dos administradores do sistema de saude, sugestoes estas

que poderiam resolver e reestruturar os sistema de saude.

17

Page 17: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

3, COMO SE ENTENDE, HOJE, QUALIDADE TOTAL

A qualidade e urn termo que entrou, definitivamente, no usa da dia-a-dia.

E par issa, mesmo, com frequemcia e entendida (au utilizada) de forma

equivocada. Em geral, pode-s8 afirmar que os equivDcoS que S8 co mete ao

definir qualidade sao derivados de seu emprego na linguagem informal e

refletem valores que as consumidores associam com as produtos au serviyos.

Assim, por exemple, qualidade tern side usada como sin6nimo de luxo, beleza,

virtudes, brilhos, cores, etiquetas, a Falta au 0 excesso de peso, volume,

embalagem bonita e vistosa, moda, grife, marca, detalhes de acabamento e

assim par diante.

Alguns exemplos de equfvocos ao definir qualidade: atendimento parcial

a urn dado requisito; variedade de marcas e model os; qualidade confundida

como perieigao, abstragao au ausencia de defeitos; marca famosa, .

Este elemento nao refletem a qualidade de um produto? Em principia,

sim. 0 equivoco esta em restringir todo a conceito da qualidade a eles e

qualidade e urn conjunto de atributos que comp6em a produto.

Sabe-se que existe uma transferencia natural de val ores, habitos,

crengas e comportamentos do meio social externo para dentro das empresas.

Por iSso, como seria de se esperar, estes conceitos equivocados (ou, pelo

menos, parciais) da qualidade transferem-se para as linhas de produgao,

trazidas por operarios que sao, tambem, consumidores. E, ao desenvolver seu

trabalho, estes operarios concentram seus esforgos numa diregao que pode

nao ser a mais correta. Comega-se a entender, assim, que reflexos praticos os

conceitos equivocados da qualidade pod em ter. E a ma influencia - de fora

para dentro..

A questao, contudo, nao e corrigir equivocos, apenas, e sim como

conceituar qualidade de forma estrategica. Neste contexte surge a necessidade

de se criar urn conceite pratico que contemple as caracteristicas pr6prias que a

qualidade envolve, como e, par exemplo, a caso de sua abrangencia e sua

.8

Page 18: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

relagao com consumidores e clientes. Afinal, e par isso, que considera-se que a

conceito da qualidade tern uma dimensao estrategica para a empresa.

Considere-se a seguinte conceito da qualidade: "Qualidade e adequa9ao

ao usa" {ver bibliografia - Juran & Gryna, 1997}. Provavelmente, nao se

conseguira definir qualidade com tanta propriedade e com tao poucas palavras.

Oeste conceito surge uma verdade cristalina: apesar de uma variedade multo

ampla de conceitos com a qual e definida, entendida au praticada, a qualidade

deve ser redefinida, para orientar -se para seu alva especifico; 0 consumidor. A

definigao de Juran, 8ssim, pode ser considerada como a conceito tecnico da

qualidade, que mostra bem as equivocos que existem no entendimento popular

da qualidade. Par exemplo: qualidade nao e apenas beleza, leveza,

desempenho, embalagem etc. de fato, a adequagao envolve um conjunto de

aspectos: se limitada a alguns itens apenas, tal adequ8gao ficara prejudicada.

Par sua abrangencia, a conceito redireciona e redefine qualidade, bem como

todos os esforgos feitos para produzi-Ia (todos os elementos que comp6em a

empresa contribuem, de alguma forma, para a adequagao ao uso do prod uta

au do servi90).

Por outro lado, e uma definigao que determina enorme compromisso e

requer muito de quem se disponha a adota-Ia, porque exige que tudo aquilo

que, de uma forma ou de outra, possa contribuir para maior adequagao do

produto au do servigo ao uso que dele se fara deve ser desenvolvido. E mostra

que a qualidade e muito mais do que algumas estrategias au tecnicas

estatisticas. E, antes, uma questao de decisao, que se reflete em politicas de

funcionamento da organizagao. Seus beneficios, entre tanto, sao consistentes,

duradouros, permanentes. 0 que evidencia uma situagao especifica: a

qualidade, corretamente definida, e aquela que prioriza a consumidor. E requer

decis6es firmes, que demandam esfon;:os fortes. Mas determinam grandes

beneficios para a organizagao. Sem duvida, a conceito de Juran fornece uma

nogao definitiva sobre qualidade. Pelo menos, par enquanto.

19

Page 19: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

4. FUNr,;AO DA QUALIDADE

o elo de ligagao entre a empresa e 0 mercado foi estruturado por Juran

como sendo a fun.y8o qualidade, que nada mais do que 0 conjunto de todas as

atividades da organiz8g8o que, de alguma forma, interferem na adequ8g8o do

produto final ao uso. Este conceito amplia a nogao de qualidade on-line, e a

conduz para outros ambientes.

A primeira extensao do modelo da qualidade em nivel de processo

produtivo pode ser feita quando come<;8 a S8 direcionar 0 processo para 0

cliente, e passa-s8 a considerar suas necessidades. Surge, assim, a nOC;8ode

"fungao qualidade", cuja definigao e a seguinte: "Conjunto das atividades

atraves das quais S8 atinge a adequ8C;8o do produto au do servi<;o ao usa, naDimportando em que parte da organiz8.yao estas atividades sao executadas"

(JURAN,199116)

Esse conceito apresenta algumas implic890es relevantes. De fato, S8 0

objetivo das atividades e a adequ8<;8o ao usa, fica evidenciado que a meta de

tad as as esfor90s no processo produtivo e a cliente. Isto redireciona as

esforgos pela qualidade: passam a se justificar somente as agoes que possam

contribuir para tal finalidade especifica. Se determinadas atividades nao sao

consideradas como elementos fortes da empresa mas sao relevantes no usa

do produto, elas passam a ter novo papel, e deverao ser refor9adas. Par sua

fragilidade atual, passam a ser consideradas como prioritarias.

4.1.QUALIDADE TOTAL EM SERVIr,;OS

o ass unto de qualidade total virou moda. Hoje em dia no Brasil muitos

falam a respeito. Nao existe revistas de negocios que nao dedi quem algumas

paginas sobre 0 assunto. Os empresarios consomem cursos e livros que

ensinam como aplicar tecnicas de qualidade total nas empresas de bens e

20

Page 20: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

servic;os, mas 0 que se percebe e que, entre toda esta euforia, muita gente fala,

porem poucos aplicam qualidade na pratica.

Para comprovar isto, basta que voce fac;:a uma breve excursao as lojas

ou que cantate algumas empresas prestadoras de servic;:as. Voce observara

que mesmo aquelas empresas que dizem aplicar a processa de qualidade total

ainda naa alcanc;:aram este objet iva, uma vez que 0 criterio de julgamento para

servic;:os e 0 nivel de satisfayao dos cansumidores alcan~ndo. [sso signifiea

que se 0 cliente sair satisfeito de uma rela980 eomercial, 0 objetivo de

qualidade fai aleanc;:ado. E isto 0 que geralmente aeonteee? Os clientes estao

satisfeitos com as relac;:6es eomerciais? Claro que nao: 0 setor de servic;:os esta

ainda muito distante disto. De modo geral ha muita insatisfac;:ao, pois poueos

empresarios conseguem satisfazer desejos e necessidades dos consumidores.

Se tantas empresas proeuram as saluc;:6es e tao poucas encontram, que

dificuldades existem?

A resposta a esta indagac;:ao e simples. Voce ja percebeu quais sao as

pro pastas apresentadas pela maiaria dos auto res? Sao metodos utllizados por

empresas american as 0 Brasil apresenta caracterfsticas culturais e

econ6micas diferentes das de outros pafses, como os Estados Unidos, a

Europa ou 0 Japao. A preocupac;:ao maior dos brasileiros tem sido adaptar

metodos ao nosso mereado e que nao estao adequados a nos sa realidade. Por

isto e diffcil aplica-Ios.

Devido a isto, tenho pesquisado e testado com colegas formas mais

adequadas as empresas brasileiras e que mostrem resultados mais rapidos.

Praticamente com qualquer estrutura de empresa sera possfve] alcanc;:ar

patamares mais elevados de exeel6encia de qualidade.

As formulas que sao apresentadas a habilitarao a tornar sua empresa

produtiva, com elevado nivel de excelencia em qualidade. Bastara a leitura do

material e aplicac;:ao das tecnicas propostas. Portanto, 0 tempo que sera

necessario para voce aplicar as tecnicas mais eficientes em sua empresa esta

em suas maos.

Page 21: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

4.2.0 QUE SIGNIFICA QUALIDADE

Inicialmente gostaria de citar alguns exemplos que naG sao qualidade.

Urn certo dia necessitei telefonar para uma faculdade em Sao Paulo

para obter informac;6es sabre determinados cursos. Quando telefonei para la,

disse"

- "80m dia, par favor, eu gostaria de falar com 0 departamento de

administrac;ao ... "

A conversa foi interrompida porque houve a transferemcia imediata da

liga9ao. Desliguei 0 telefone e vollei a ligar.

Born dia, eu liguei agora ha pouco pedindo para falar com 0

departamento de administra920 .. ,n

E nova mente a con versa foi interrompida com a transferencia da ligagao.

Eu gostaria de falar com 0 departamento de adminislra9ao do setor de pos-

gradua<;ao, mas par duas tentativas nao live oportunidade de completar 0 que

queria porque era transferido automaticamente, antes mesmo de terminar. Com

paciencia zen, fui entao obrigado a tentar mais uma vez. Desta vez eu disse:

- "Pos-gradua98o! Departamento de Administra98o. Queria falar, por

favor. Born dia."

Ai entao consegui minha liga98o.

o consumidor brasileiro tem de aprender, adaptando-se ao estilo da

prestat;:ao de servi90s brasileiro, 0 que e sem duvida um absurdo.

Veja outro exemplo. Certa ocasiao fui na secreta ria de uma conceituada

faculdade de Sao Paulo obter algumas informa90es. Estavam ali duas m09as,

uma das quais estava sentada olhando algumas fotografias parecia entreter-se.

Enquanto isto sua col ega trabalhava. Uma grande fila se forma va atras de mim.

Percebendo a situa~o, pedi ajuda para m09as das fotos. No entanto, quando

perguntei-Ihe se poderia dar informa9ao, respondeu-me que deveria esperar.

Esta e uma forma correta de tratar um cliente? Claro que nao!

22

Page 22: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

23

Percebe-se que ha uma especie de negligencia generalizada dos

prestadores de servi90s do Brasil, tornando 0 ato de comprar ou interag80 com

as empresas uma grande dificuldade.

E urn trabalho que exige planejamentos tatieD e operacional para S8

alcanc;ar 0 objetivo de comprar.

Esta situayao da prestaC;80 de servi90s brasileira lembra de certa forma

uma velha hist6ria americana, que, apes a Segunda Guerra, quando 0 mercado

era consumidor e nao vended or, urn comerciante colocou em sua loja, 0

seguinte anuncio:

"Senhores consumidores: favor tratar bern os nossos vendedores, pois

ales sao mais dificeis de aehar que as clientes."

Em meus cursos de marketing de servigos, geralmente solicito aos

alunos para observarem os tratamentos que recebem dos comerciantes cam

quem teraa cantata na dia seguinte. E possivel formar uma rela9ao de

acantecimentas ineditos e ate engra9ados com as respostas dadas.

Comece a formar uma lista destas voce mesmo. No final de urn mes,

verifique a relac,;:aa. As experiencias negativas serao predominantes. A riqueza

das informa96es e dos ensinamentos que 0 dia-a-dia proporciona e infindavel.

Ate aqui temos visto exemplos do que nao e qualidade. Agora vamos

analisar alguns exemplos que mostram 0 que as empresas estao fazendo de

positiv~ e do mais indicado para as rela96es comerciais.

A revista Exame publicou urn artigo que mostra 0 que algumas

empresas estao fazendo quanto a qualidade. Uma destas empresas e a

American Express. Conforme citado no artigo um dia 0 telefane tocau em uma

das salas da empresa e nao havia ninguem para atender.

Uma secreta ria de outro departamento proximo levantou-se e foi atender

ao chamado. Era urn consumidor que reclamava que 0 Hospital Albert Einstein

estava exigindo um deposito de 1.500 dolares por dia para internar um amigo

frances que teve uma crise hepatica. Ele sabia que 0 amigo era associ ado da

American Express (AM EX) e resolveu cuidar pessoalmente do caso. Solicitou

uma carta-autorizayao do vice-presidente da AM EX e levou-a aa hospital. A

carta responsabilizava a empresa pelas despesas do paciente. Nao foi tudo.

Page 23: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Ap6s este atendimento ela se prontificou a acompanhar pessoalmente 0

atendimento procurando saber como estava 0 paciente e a evolugao do

tratamento. Este nao e um procedimento exemplar? Esta atitude foi premiada

pela empresa em concurso interne que estimula procedimentos desta natureza.

Na American Express, a satisfa9ao do cliente passou a ser um fator

determinante na avaliayao de seus funcionarios. 0 programa premia e

considera permanentemente a bom desempenho dos seus colaboradores. 0

que as empresas brasileiras estao fazendo em busca da excel en cia esta no

Quadro 1.1.

Ha iniciativas por parte de algumas empresas em atender bem 0

consumidor prestando servi90s de qualidade. Mas, afinal, 0 que significa

servi90 de qualidade?

Para esta determina9ao, em primeiro lugar, devemos conceituar

servi90s. Servi<;os sao atos, a90es, desempenho. Esta e uma das melhores

defini90es de servi90s, uma vez que engloba de forma simples e objetiva todas

as categorias de servi90s, quer sejam eles agregados a um bem ou nao. No

momenta que consideramos serviyos como atos, fica claro definir e diferenciar

a objetivo de transa9ao. Portanto, no marketing de serviyos estamos

principal mente preocupados em comercializar atos, a90es, desempenho. 0

enfoque e naquela parte intangivel que acompanha ou nao algum bem,

igualmente objeto de uma transayao comercial.

o produto final de um servigo e sempre um sentimento. as clientes

ficam satisfeitos au nao conforme suas expectativas. Portanto, a qualidade do

servi90 e variavel de acordo com 0 tipo de pessoa.

Qualidade em serviyos, segundo Karl Albrecht, e a capacidade que uma

experiencia ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade,

resolver um problema ou fornecer beneficios a alguem.

Neste senti do consideremos 0 seguinte. Voce e influenciado por um

comercial de TV que pro move um curso de marketing de serviyos em entidade

idonea e ministrado por um professor de boa reputayao. Voce rapidamente faz

uma ideia sobre 0 curso baseado na imagem que possui ambos, da

organiza9aO e do professor. Voce vai ate a instituigao e faz a matricula.

Page 24: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

25

Quadro 1.1. 0 que as empresas brasileiras estao fazendo em busca da excelencia.

AMERICAN EXPRESSA satisfat,;:8o do cliente passouaserum fatordeterminante na avaliat;:aode desempenhode seusfuncionarioseserve de base para promo90es e recebimenlo de gratificao:;oes. Ha dais anos, seguindo orientao:;ao da malriz,lano:;ou 0 "American Express Quality Leadership", versao inlerna dos programas de Qualictade Total, envolvendo

todososlOCXlfuncionarios

LOCALIZAUma vez par mes, as diretores dao expediente no alendimenlo de uma das 195 lojas da locadora.

CAESAR PARKOesde 1986, 0 hotel mantem em funcionamenlo Circulos de Centrale de Qualidade, que reunem empregados detodasassuasareas.OsCCQsaoresponsaveispela apresentartao de sugestoes para a racionalizart30 de custosemelhoriasnoatendimentoaosh6spedes

DU PONTInvestiu 5 milhoes de d61ares na inslalar,:ao do Centro Tecnico de Cliente, 10caHzado em Paulinia, no interior deSao Paulo. Ali, clientes de um de seus produtos, 0 Teflon, usado no revestimento de panelas e instalar,:oesindustriais,tem esclarecidasduvidassobreaaplicar,:ao do prod ulo,Oservir,:oegratuitoeoscasosmaissimplessao resolvidos em 48 horas. Antigamenle, problemas semelhantes tinham de ser remelidos a oulros cenlros daDu Ponl, no exterior, e a solur,:iio demorava de 15 a 30 dias

TVATodos os diretores lem como larefa telefonar para 10 assinantes. 0 resullado das conversas e Iransmilido emrelat6rio de tres linhas ao superintendente da empresa, que lambem tem a mesma obrigar,:ao.

UNION CARBIDECriou os Bisuness Teams, equipes formadas por seis gerenles, encarregados de prestar,:ao de servir,:os aosclientes. Em parceria com eles, 0 Business Team tem desenvolvido novos materiais e aplicar,:oes para os seus

produlos.

NOVOTELIn!rodLlZiu a figura do "cliente fantasma", individualmente, 24 entre os clientes mais assiduos fazem uma auditorianos servir,:os de cada um dos hoteis da rede. Eles se hospedam normalmente e ao final dOl eslada respondem aum questionario com 45 itens. Sao consideradas questoes como qualidade na reserva e na recepr,:iio, limpezadasinstalar,:oes,servir,:osdequarloedosrestauranles.entreoutras.

OVElBRAo presidente da empresa. Richard Tse, visita pessoalmente supermercados para conversar com os

cansumidares

ROSSt RESIDENCIALAo comprar urn aparlamento, 0 cliente recebe por carta ° nome e ° nLimero de telefone de um supervisor, queFicara encarregado desolucionar todos os problemas-do eventual atraso nas prestar,:oes a cordos azulejos dobanheiro. Mensalrnente, a construtora envia ao cliente um relat6rio do andamenlo da obra, acompanhado defotografias

TAMA empresa estende um tapele vermelho dian!e dOl escada de embarque de seus avioes. Em Sao Paulo, quemcostuma recepcionar os passageiros e 0 presidente da TAM, comandante Rolim Amaro

MCDONALD'SMantem dais centros de treinamento, um no Rio de Janeiro, outro em Sao Paulo, por onde passamobrigaloriamenle todos os funcionarios. Anualmente, 15 deles sao enviados a Universidade do Hamburguer, emChicago,onde participam de cursosde mo!ivar,:aoesalisfar,:aodo cliente.

Quando comega a processo de consumo 0 que acontece? Voce tern

uma boa ou rna impresseo. Isso vai depender do que voce esperava receber

do curso e daquilo que realmente recebera. A diferen9a entre resultados e

expectativas e que vai fazer voce ter urn sentimento de satisfag80 ou

Page 25: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

insatisfac;ao com a que consumiu. Se as servic;os igualarem ou superarem as

expectativas havera satisfac;ao. Se forem inferiores, havera insatisfac;ao.

Quando 0 resultado supera a expectativa, diz-se que a empresa atingiu

a excelencia em servi90s. Hoje nao basta agradar os consumidores. Enecessario encanta-Ios, superando suas expectativas. E este e 0 objetivo

perseguido por muitas empresas com a excelencia em servigos. Superar as

expectativas na satisfac;ao de necessidades, na resoluC;Elo de problemas au no

fornecimento de beneficios a alguem.

E importante observar que os servi90s possuem dois componentes de

qualidade que devem ser considerados: 0 servic;o propriamente dito e a forma

como e percebido pelo cliente.

No setor industrial, um fabricante de pec;as para automoveis pode

desenvolver um sistema de fabricac;ao que assegura a qualidade de seu

produto a um custo reduzido. As pegas sao devidamente tarneadas e a equipe

que as manipula recebe 0 devido treinamento. 0 resultado deste esforgo e uma

pega de boa qualidade. Ao usar esta pega no produto final, 0 cliente deve

percebe-Ia como uma pec;a de qualidade, caso contr<3rio 0 produto nao tera

uma imagem compativel.

Portanto, quando consideramos 0 marketing de servigos, estes dois

componentes devem ser avaliados: a qualidade de servigos propriamente dita e

a forma como 0 cliente a perce be.

Veja um exemplo: urn empresario tern urn restaurante e procura prestar

excelentes servic;os, desenvolvendo um sistema que realmente funcione. Os

empregados sao rapidamente atendidos, pois houve uma preocupa9ae quanto

a isto. Esta situac;ao ilustra 0 aspecto de que a qualidade esta de acordo com 0

principio de born atendimento com base na experiencia profissional do

proprietaria au administrador do restaurante.

Suponha agora que 0 cliente va ao restaurante sem nenhuma pressa

com a intenc;ao de relaxar e conversar demoradamente com alguem. 0

atendimento rapido neste case pode dar uma ideia de urn convite para se

retirar.

26

Page 26: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Neste exemplo hi! dais componentes.

foi chamado, a qualidade real, e de outro a de percepC;80, au como as clientes

podem perceber 0 tipo de servi90 oferecido. He necessidade de se considerar

sempre as dais no processo, come<;ando sempre par aquila que a cliente acha

mais importante. Esta forma de negociaryao tern sido usada par muitas

empresas. A pizza ria Hut em Sao Paulo, par exemplo, informa aos clientes

quanta tempo ira demorar a preparo dos pratos solicitados e neste momenta

tem a oportunidade de equilibrar a tempo de entrega com a prestaC;80 de

servi<;os desejada pel a cliente.

D aspecto da percep<;8o exige comentarios adicionais.

Page 27: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

2.

5. PERCEPc;:Ao

Os clientes percebem serviyDs de forma diferenciada conforme foi vista.

Ha uma fonte de estimulos fisicos para a percep9ao, 819m de fatares tais como

necessidades, estado de animo etc. Os principais aspectos fisicos da

percepgElo podem ser: similaridade, proximidade e continuidade.

5.1. PRINCiPIO DA SIMILARIDADE

Veja a que voce percebe nestas figuras. Escreve em uma folha de papel

o que ve.

DDD •• DDDDDD •• DDD

Se voce viu dois conjuntos de quadrados e urn conjunto de quatro

cfrculos pretos, voce viu 0 que a maiaria v6e. No entanto, poderia perceber a

figura como farmada de linhas horizontais, cada uma delas composta de

quadros e cfrculos. Este e a principia da similaridade, em que as eoisas

similares tendem a ser percebidas pelo individuo como parte de um conjunto.

Exemplifiquemos como ista ocorre na pratica de presta980 de servi90s. Se

algum corretor de seguros proporciana um mal atendimento a um numero

razoavel de clientes, a clientela tende a generalizar sua experiemcia. Elas

passam a achar que outros corretores tambem ser8a ruins. Por issa, e

importante que as classes profissionais respeitem certos c6digos de etica, pois

as ac;6es de alguns podem prejudicar todo 0 setor, devido a esta caracteristica

da percepgao.

Page 28: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Quando um setor de atividades fica com a imagem prejudieada em

decorrencia das praticas indevidas de certos prestadores de servic;os, fica mais

dificil para as comerciantes honestos obterem credibilidade a curto prazo as

empresas de propaganda, por exemplo, reeonheceram este problema e

criaram um 6rgilo controlador, 0 CONAR, que controla a honestidade dos

an unci as e comerciais, interferindo quando necessario, visando preservar a

imagem dos anunciantes e de suas agencias.

5.2.PRINCiPIO DA PROXIMIDADE

Agora, 0 lei tor deve examinar a seguinte desenho

0000000000000000Analogamente do exercicio anterior, escreva 0 que ve. Posteriormente

analise 0 que e exposto a seguir:

Segundo 0 principio da proximidade, as eoisas proximas tend em a ser

percebidas como parte de uma conjunto. As pessoas freqOentemente

percebem quatro linhas verticais e nao quatro linhas horizontais como linhas

separadas. Este principia da proximidade pode ser aplicado na pratiea para a

formayao da imagem de uma empresa. Conforme Bennet, em Nova lorque, um

homem morreu de botulismo por Ter comido uma lata de vichyssoise da Bom

Vivant. Os eonsumidores acharam que todos os produtos da mesma marea

eram "culpados" por associa<;ilo e a firma foi a falencia. A Campbell teve

29

Page 29: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

problemas semelhante, numa epoca em que todas as sopas foram

consideradas suspeitas e estima-se que tenha perdido US$ 10.000.000 em

vendas.

Em exemplos mais recentes 0 caso da Tylenol em 1982. Um individuo

colocou cianureto em capsulas da Tylenol e que resultou na morte de cinco

pessoas. A subsidiaria da Johnson & Johnson, McNeil Pharmaceuticals,

rapidamente se mobilizou para recolher 0 lote envenenado e a empresa se

preocupou em manter encontros com a imprensa para manter 0 publico

informado. A acompanhia recolheu todo Tylenol na rede de distribuiyao

espalhada por todo pais. 0 resuitado disto foi a descoberta de dois

comprimidos contaminados. A empresa nao se preocupou com os custos, mas

com a satisfay80 dos consumidores. Com pen sou? Conforme Whiteley:

"Eis aqui urn ponto que merece refiexeo de todo homem de negocios:

passada a crise, os analistas de Wall Street reconheceram Ter sido a rapida

ag80 benetica para os negocios da Johnson & Johnson ela ajudou a manter a

fidelidade de milhoes de clientes. Pouco depois os consumidores ouviram dizer

dos envenenamentos, uma pesquisa revelou que metade dos usuarios do

Tylenol declararam que jamais comprariam 0 produto de novo. Porem, em

1985 a companhia havia recuperado praticamente toda a sua fatia de 35% do

mercado de analgesicos. Este sucesso resultou tanto de uma viseo entranhada

como do calculo financeiro de lucros e perdas."

5.3. PRINCiPIO DA CONTINUIDADE

Observe agora 0 desenho a seguir·

000000

'0

Page 30: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Geralmente, a figura e percebida como um objeto hexagonal e nao como

tres fitas de dais circulos cada. Automaticamente fechamos a figura para forma

um todo significativo. Este e 0 principio da continuidade muito usado em

comerciais. Quando 0 comercial na TV diz "Tomou oori!. .." 0 leitor

automaticamente continua com 0 complemento " .. a dor sumiu". oepois de urn

certo tempo, nao ha necessidade de apresentar a frase completa. 0 proprio

cliente faz. Os anunciantes acreditam que as vendas podem ser aumentadas

se os consumidores internamente elaboram a marca da empresa e 0 beneficio

principal do produto oferecido. Isto sugere a importancia da qualidade na

forma<;:ao da imagem de uma prestadora de servic;os. Ao citar 0 nome ou marca

de uma empresa, automaticamente os clientes a associam aos conceitos

formados.

Existem outros principios na area de psicologia que podem ser usados,

mas estes sao os mais ilustrativos. E importante observar que ha incentivos

externos como estes apresentados que contribuem na percep<;:ao dos servi<;:os.

o conhecimento destes principios ajuda na reflexao sobre muitas das causas

da percep<;:ao do consumidor.

Conhecer estas caracteristicas externas e gerais e as necessidades

individuais dos consumidores facilita a supera<;:ao de expectativas. De um lado

percebe-se que a forma<;:ao de imagem depende de atividades freqOentes e

que transmitem 0 nivel de qualidade desejado. De outro que 0 significado da

qualidade na mente dos consumidores e uma ideia individualizada. Por isso,

quem deseja fazer marketing de servi90s com qualidade deve compreender

que cada atividade sua sera uma sedimentagao para a formaC;ao de sua

imagem futura e quanto mais estas atividades se aproximarem do nivel de

qualidade desejado, mais forte estara associada a marca devido aos principies

de generalidade e continuidade. Tudo isto adicionado a um constante esforgo

em medir a satisfa<;:ao. Par ista, ha necessidade de se aplicar e conceito de

qualidade total.

31

Page 31: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

6, QUALIDADE TOTAL

A qualidade definida enquanto "adequ8c;ao ao usa "fornece as bases do

que S8 poderia chamar de "Qualidade Total" E urn conceito que amarra as

duas pontas da questao da qualidade, De fato,

8. Ao mencionar 0 terma "adequ8c;:ao aD usc", nac foram fixados as

elementos que determinam como esla ajuste S8 process8. Fica

entendido que qualidade e caracteristica de urn produta ou de urn

servi90 que atende "totalmente~ ao consumidor. 0 terma total refere-

S8 aos elementos que garantem a plena utiliz8C;BO do produto, em

conformidade com a que necessita a consumidor. Em muitos casas,

vaj-s8 ate bern rna is a!em: pretende-S8 superar as necessidades do

consumidor, atendendo expectativas que nern sequer haviam sido

formuladas,

b. Por outro lado, ao enfatizar a "adequ8yao ao usa", nota-se que serao

responsaveis pela qualidade todos as elementos que tiverem alguma

parlicipagao, direta OU indireta, na produgao do bem ou do servigo,

Esses elementos sao as pessoas, equipamentos, metod as,

informayoes, ambientes etc. Envolvem a processo prod uti va, em

todas suas fases, desde a fornecimento de materias-primas ate a

colocac;ao do produto acabado na casa do cliente; a assistencia

tecnica que se prestara a ele; as informayoes que serao repassadas

aos clientes para permitir a usa correto do produta etc.

Estes aspectos mostram que a "Qualidade T~tal" esta completamente

direcionada para a consumidor; pela abrangencia do conceito, envolve a todos

na organizayao; pel a nivel em que se deve calocar a questaa, e uma das

grandes metas da empresa, fixada em nivel de politicas globais,

A rigor, nao ha, aqui, nada que se acrescente ao conceito da qualidade

vista, a que mastra que, carretamente definida, a qualidade e uma questaa

32

Page 32: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

JJ

abrangente, muito ampla. Conclui-se que, caso seja adotada a definic;ao de

Juran, nao existe "qualidade" que nao seja 'Total".

Segundo Albrecht, proporcionar qualidade total em servil'os e "uma

situayao na qual uma organizac;ao fornece qualidade e servic;os superiores a

seus clientes, proprietarios e funcionarios."

Portanto, 0 que se percebe com esta definic;ao e que nao se limita

apenas aos clientes externos. A qualidade total em servic;os engloba, alem dos

clientes externos, tad as os que com ela interagem, ou sejam, funcionarios e

administradores. A razao disso e que as servic;os, sendo atos, desempenho,

aC;13o,pressup6em que cada pessoa proxima ao individuo e considerada urn

chente. Em decorrencia, uma empresa deve satisfazer necessidades, resolver

problemas e fornecer beneffcios a todos que com ela interagem e isto significa

considerar clientes, proprietarios como tam bern todas as demais entidades de

urn mercado.

Page 33: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

7. A LEGITIMAc;:Ao DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR DE SERVIC;:OS DE

SAUDE

Par cima do dilema liberal, de interven9ao au nao do estado no

resguardo dos interesses do consumidor, 0 que pareee mister e reanalisar essa

situac;ao a luz dos direitos que as proprios consumidores fizeram valer na

hist6ria recente da sociedade capitalista. A discussao usual do pretenso estado

particular de vulnerabilidade do consumidor de saude serviu, como foi descrito,

para manter e ampliar as monopolios dos profissionais de saude. Mas hoje,

afortunadamente, ela tende a assumir cores socialmente mais progressistas.

Passa, agora, a estar balizada, de urn lado, por todos as avam;os

recentemente ocorridos com a reintrodw;:ao das quest6es sticas na sociedade

e que surgem, inclusive, de pensamentos e atitudes inovadoras adotadas pelos

medicos. De outro, insere-se, com muita importancia, dentro do panorama

promissor que vai sendo criado pelas conquistas do movimento nacional e

internacional de defesa dos direitos do consumidor.

Um exemplo da primeira alternativa de abordagem do assunto foi dado

ha pouco tempo pelo Conselho Federal de Medicina, 0 qual, transcendendo os

limites estreitos da etica profissional, concita seus membros para uma reflexElo

sobre urn novo conceito, 0 da bioetica. Oefinida numa recente enciclopedia,

que reuniu 0 trabalho de cerea de 300 autores, a bioetica e "0 estudo

sistematico da condula humana na area das eiencias da vida e dos cuidados

de saude, na medida em que esta eonduta e examinada a luz dos valores e

princfplos morais."

De onde surge a bioetiea? Joaquim Clotet arrola varios determinantes

relaeionados a evoluCYEIOda pratiea das eiemeias medica e da clinica, dentre os

quais citamos os que ele afirma estarem associ ados a emancipaCYEIo paciente:

U A enfase social e politica pelo reeonhecimento dos direitos

fundamentais das pessoas, sem dislin~o de classe, sexo e idade, esta

tambem repercutindo no mundo da medicina. Esta nao fica alheia a linguagem

Page 34: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

35

reivindicatoria dos direitos. Express6es como: consentimento informado,

princfpies de independencia au de respeite a autonomia do paciente sao novas

na 9tica medica, desconhecidos pel a tradiC;:8o hipocratica e fruto do influxo das

idaias sociais e politicas na teoria e praxis medica."

Nao deixa de ser estranho que a medicina tenha de confessar que

historicamente jamais reconheceu essa condic;ao basica de cidadania, a

autonomia do paciente. Mas issa e inteiramente verdadeiro, pois uma das

eoisas em que a pratica medica liberal mais S8 esmerou fai apenas no sentido

de consagrar em doutrina 0 direito a livre escolha do medico pelo paciente.

Autonomia para escother a fornecedor de servic;:os, mas nao de arbitrio sobre 0

que pode e deve ser feito pela medicina a seu corpo e mente. Mais estranho

ainda e 0 fato de se ignorar 0 direito de autonomia de quem e legitimamente

um co-presta dar do servic;:o. E que nao S8 compreende poder haver reabilitaC;:80

au prevenc;:ao adequadas sem a cooperac;:ao inteligente do paciente e de seus

familiares.

A preocupa.,ao com a Qualidade tera de implicar, portanto, dentro da

coletividade institucional de prestadores e usuarios, um duplo processo de

reindividualizaC;:8o: do prestador, que usufrui a direito de se orgulhar do seu

trabalho, e do padente, que reassume 0 direito de opinar e escolher entre

procedirnentos alternativos, conscientizado do risco que cerca cada urn deles e

pronto a colaborar, com sua capacidade de discrirninac;:ao, no proprio processo

de diagnose e terapia.

Em texto editado em 1992 par consultores da Organiza.,ao Pan-

Americana da Saude (OPS), sobre os fundamentos da garantia de Qualidade

para fins de acredita980 hospitalar, tais direitos sao explicitados nos seguintes

terrnos:

"0 paciente tern 0 direito de participar, razoavelmente informado, nas

decisoes relacionadas com seu tratamento de saude. Ate ende seja possivel,

isto deve ser baseado em uma explicagao clara e concisa de sua condigao e de

todos as procedimentos tecnicos implicitos, incluindo a possibilidade de

Page 35: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

36

qualquer tipo de risco de morte ou de rea90es serias, de problemasrelacionados com sua recuperag80 e sua passlvel alta satisfat6ria. 0 paciente

nao devera estar sujeito a nenhum procedimento sem seu consentimento

voluntario, competente e sao, au 0 consentimento do seu representante legal

autorizado. Quando existirem alternativas medicas significativas para seu

tratamento, estas tambem deverao ser inform ad as ao paciente"

Noutro documento,divulgado tambem pela OPS, os autores lembram

que a nova atica, em bora frutifique nas dimens6es da subjetividade dos

agentes das praticas de saud a colocados numa rela9ao interpessoal com oscon sumida res, nao pade deixar de estar relacionada aos objetivos e limites da

tecnologia:

"0 tra,o mais tipico do trabalho medico, portanto deve ser

reespecificado como 0 de um trabalho em que etica e tecnica saoreciprocamente dependentes, necessariamente dependentes, como face deuma mesma moeda."

Avedis Dona bed ian, que e 0 mais renomado pesquisador dos problemas

de garantia de Qualidade em saude, sublinha que a contribui,ao do

consumidor ao ato de saLide da-se simultaneamente nas tr6es dimensoes em

que tal ato pode ser desdobrado: no trabalho tecnico; na relagao interpessoal; enas amenidades que cercam 0 cuidado. Em cada uma dessas dimensoes, 0

consumidor vivencia algo que somado faz dele alguem capaz de contribuir nadefiniyiio do que seja Qualidade e na propria avaliayiio da Qualidade da

aten,ao que Ihe e prestada. DonabediannaD deixa de Ter em mente os

argumentos usuais acerca da fragilidade e da parcialidade do juizo doconsumidor de saLide, temas tais como a da tecnicalidade essencial do ato e atendencia a sobrestimar tanto 0 valor da assistencia de per si quanta osaspectos meramente Ucosmeticos do cuidado. No que toca a mencionadavulnerabilidade do consumidor de saude, sua opiniao convem aqui ser

transcrita par inteiro:

Page 36: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

37

"Nao ha razao para acreditar que os consumidores sejam tao ignorantes

a respeito dos processos de Qualidade tecnica do cuidado quando a situa9ao e

familiar 8, particularmente, S8 urna experiemcia previa de born cui dado

sensibilizou adequadamente 0 paciente. Mas, numa forma mais fundamental, a

Qualidade do ato tecnico em saude nao e definida pelo que e feito, mas pelo

que S8 alcang8.E os consumidores estao em situ8c;ao privilegiada para dizer que

resultados devem ser buscados, que riscos podem ser aceitos em

contraposiyao as expectativas de beneffcios e a que custo."

A unica maneira adequada de lidar com essa situac;ao da proc1amada

vulnerabilidade dos consumidores de saude e, em primeiro lugar, ressaltar,como faz Donabedian, que a capacidade de juizo objetivo e maior do que S8

costuma admitir; em segundo lugar, cumpre reconhecer que essa SitU8C;80 tern

urna equivalencia com ados consumidores em geral de bens e servi90s na

sociedade; final mente, deve-se pautar a a9130 nesse campo pelas mesmas

estrategias que tem sido usadas pel a movimento de defesa dos consumidores,

o que inclui, com destaque, 0 direito a educa9ao para 0 consumo.

o conceito de vulnerabilidade do consumidor em geral esta no COra9ao

dos principios que hoje sustentam direitos consagrados no C6digo de defesa

do Consumidor. Conforme dito no capitulo segundo daquele c6digo de defesa

do consumidor. Conforme dito no capitulo segundo daquele c6digo, e objetivo

da politica nacional de relac;oes de consumo a "reconhecimento da

vulnerabilidade do consumidor no mercado" Na edi9130 comentada feita pelo

Instituto Brasileiro de Oefesa do Consumidor, le-se 0 seguinte a esse respeito:

"Vulnerabilidade do consumidor este e 0 conceito fundamental do

C6digo, que justifica todos as direitos conferidos ao consumidor e todos as

deveres atribuidos ao fornecedor.

o conceito de vulnerabilidade esta associado ao fato de que 0

consumidor e a parte mais fraca na relagao de consumo. Ele nao detem as

informac;oes sabre 0 produto ou servi90 que ad quire, nao conhece as

Page 37: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

38

implicagoes tecnico-juridicas de um contrato e esta exposto a ag80 da

publici dade anganosa e abusiva."

E importante mostrar que muitas das relat;6es usuais de con sumo de

todos as tipos de serviyos exp6em 0 consumidor a uma situ8c;ao de grande

dificuldade para formar urn juizo sobre a Qualidade do que e com prado com

seu dinheiro. Urn born examplo e 0 das oficinas de mecanica de autom6veis

que, par coincidencia, muitas vezes de denominam de "motocHnicas". Sera

mais facit 0 lei go em mecanica ajuizar a conveniencia e propriedade dos

servic;os de uma ~motocHnica" do que 0 leigo em medicina fazer 0 mesma

quando S8 va numa clinica de verdade? Para tais situ8c;oes, a personaliz8yao

da relacyao de con sumo ("0 meu meclmico" tanto quanta "0 meu medico"), como

confid6encia tecniC8, esta lange de ser um substituto adequado do juizo de

Qualidade. Em contra partida aos servi<;os de oficina de carros, e mais facil

fazer uma "decisao inteligente" na compra de um novo modelo, mesma quando

nao se conhece na da sabre mecanica de autos: e que, neste caso, ha

abundancia de informa<;oes e de avalia<;oes tecnicas dirigidas ao cansumidor.

Portanto, a vulnerabilidade do consumidor e algo universal, mas e relativizada

progressivamente pela cultura, pela agiio do mass-media e pelos esforgos de

informa<;8o ao consumidor que se realizam em cada area especffica de

con sumo.

No Brasil, nao faltam canais de divulga<;aa e populariza<;80 dos

conhecimentos sabre as progresses das cianci as medicas e as conquistas

tecnologicas em diagnose e terapia das chamadas daen<;8s da modernidade.

Mas ha uma incrivel carencia de iniciativas para a informa<;80 seletiva e

especifica ao consumidor concreto de bens e servi<;os de sauds. Tome-se urn

simples exemplo: em qualquer cidade do Brasil rapidamente um turista pode ter

acssso a urn catalogo des hoteis disponiveis, com comodidades e servi<;os

especiais e ja previa mente hierarquizados segundo a Qualidade. Pergunta-se

onde uma gestante e seu marido podem se informar de forma similar sobre a

que oferecem e como se classificam os hospitais de sua cidade?

Page 38: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

39

Em parte, essa precariedade no usa da informa<;ao para 0 consumo

pode ser atribuida a debilidade assaciativa dos produtos de servi90s de saude

e ao baixo nivel de competitividade existente nessa esfera. Mas ha de S8

reconhecer que f8sulla tarnbam da nossa cultura de constants negligencia com

a visao e 05 interesses do consumidor. E mais prov8vel que uma informa<;ao

com essa emana no futuro nao do Governo nem dos prestadores, mas de

entidades eivis, que deveriam ser criactas com a fun~o especffica de defesa

do consumidor de saude. A arganiza9ao Public Citizen, fundada nas Estados

Unidos par Ralph Nader e que atua tarnbam com muito sucesso no campo da

sauda, levando ao conhecimento publico as resultados de inumeras pesquisassobre seguran~ no usa de drogas e Qualidade de servi<;os de sauds nos

diversos estados, e uma iniciativa civil exemplar que nao pode deixar de ser

mencionada nesse contexto.

No entanto, cabe observar que mesmo em segmentos mais competitivos

do mercado de saude no Brasil, como 0 da industria de medicamentos,

continua igualmente ausente 0 interesse em conhecer melhor todos os vinculos

reais entre fornecedor e cliente, principio que e uma das pedras de toque da

transforma9ao gerencial para a Qualidade. Em seu livro, Abrindo a Empresa

para a Consumidor, Maria Lucia Zulzke, que atualmente exerce func;6es de

ombudsman da Rhadia, da um depoimenta muito instrutivo de como esse

relacionamento e menosprezado dentro das estrategias comerciais des sa

empresa. Em seu estagio de admissao aquela empresa, ela teve divergencias

com executivos que insistiam em afirmar que ~nossos consumidores sao os

medicos e as farmacias, ponto". Ela veio a entender, assim, que a industria

farmaceutica, por urn vies mais au menos consciente, pouco se preocupa com

aspectos de praticidade no usa dos seus produtos pelos consumidores finais e,

por outro lado, tende a ignorar a extensao do problema da automedicaC;ao nas

circunstancias sociais que prevalecem no Brasil. Nisto deixam de considerar,

segundo aquela autora, toda a gama necessaria de informac;6es que deveria

ser incluida nas bulas

Page 39: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

40

~Eu fayo parte da corrente que defende 0 maior numero de informa<;6es

explicitadas em linguagem clara, permitindo ao paciente urn controle do que

ingere. Os executivos das industrias, em parceria com alguns segmentos da

classe medica, entendem que com isso estimulam a automedic8<;80 e

assustam as pacientes com os efeitos colaterais, sugestionando-os.~

Tern havido na hist6ria recente do desenvolvimento do Sistema Unico de

Saude no Brasil e per conta de uma insistencia de principia sobre 0 controle

social, urn reconhecimento crescente da importancia do consumidor direto

como urn atar que regula a prestag80 de servi90s de sauds. Neste papel, atua

essencialmente num plano politico, atraves de suas entidades sindicais e de

moradores QU, rna is especificamente, ao participar de forma representativa nos

conselhos de saude. Mas a papel do consumidor na regulagao e, portanto, na

contribuigao imediata a elevagao da Qualidade dos servic;os e um tema que s6

veio a emergir na decada atual. No que tange ao controle social dos servic;os,

as esforgos do movimento de Reforma Sanitaria estiveram concentrados em

determinar as deveres do Estado e em explicar as direitos dos cidadaos, e isto

de forma plena mente justificavel dada a omissao historica do estado e as

heranc;as dos regimes autoritarios. Mas essa participagao e incompleta se nao

atentarmos para as novas formas de direitos e deveres do consumidor de

saude.

Tais direitos e deveres podem ser expressos em duas dimensoes,

conforme procuramos evidenciar anteriormente:

na interface com os servic;os, estendendo-se como tecnico da

garantia de Qualidade dos servigos e como campo moral da bioetica;

na interface com movimentos sociais especificos, estendendo-se

como campo politico de defesa do consumidor.

Page 40: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

~I

8. OS OBSTAcULOS

Os principais obstaculos para todo 0 processo de garantia de qualidade

no sistema de saude vern definido par diferenc;:a de estrutura, assim, como par

desmotiv8<;80 dos profissionais.

Esta problematica, S8 origina em quatro areas que sao fundamentais

para a desenvolvimento de processo de garantia de qualidade e que S8

especificam a seguir:

A- Urn nucleo de informa<;oes que permita a correta evolu<;80 e

compara<;ao dos dados.

8- A participac;ao motivada dos profissionais do sistema no processo de

criayao da informag8o requer uma atitude positiva frente a

necessidade desta informa<;c3o.

C- 0 compromisso tanto dos gestores como dos respons8veis

assistenciais do sistema, para estabelecer a garantia da qualidade

como objetivo institucional.

0- Uma metodologia revisada embasada em conceitos, valores e

criterios uniformes, com objetivo de que as problemas definidos, as

soluc;oes criadas e as resultados obtidos sejam compan3veis tanto a

nivel de serviyos, como entre a qualidade de diferentes paises.

Page 41: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada
Page 42: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

CONCLUSAO

Este fundamento tern evidenciado que muitos dos problemas para a

assistencia sanitaria da populayao ficam todavia par resolver, 0 que tern

originado assim urn crescente interesse par conseguir a adequada analise de

planejamento e gestao dos serviyos de saude; analise que tem se embasado

fundamental mente nos binomios custo - beneficio e custo - efetividade.

Satisfag80 do usuario

Trata pessoaJ do prof.de informaC;8o recebida

Competencia Profiss~ ~ __ ~

Acessibilidade da atenc;ao

Qualidade

Custo - Comodidade Estruturaorganizadado centro

Equipes e instala<;oesprestadas

Assistemcia

Ainda que a acessibilidade dos servic;os de saude, em algumas regi6es,

ja naD cria problemas series, sabe-se que seu Gusto e excessivo e de que 0

dinheiro nao tern sido ga5to eficientemente, aD naG existir correlac;ao entre

9asto sanitario, saude da comunidade e satisfac;ao do usuario.

No entanto, garantir a definic;ao e avaliac;ao do produto no setor saude, eum problema espinhoso, sobretudo quando se busca a avaliac;ao de um

produto final, quer dizer 0 estado de saude resultante e a satisfac;ao,

expectativa e necessidade do usuario.

Isto se deve a que 0 setor saude esta formado por empresas de servic;os

multiproduto, (Maslow 1954) e a que 0 produto final, que seria criar saude, nao

42

Page 43: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

so mente requer uma ampla serie de produtos intermediarios senao que a sua

vez, estes podem ter tambem carater de produtos primarios.

A identifica~o de todos os produtos nao e facil, devido a sua

heterogeneidade e finalidade as vezes cruzada.

Por sua medic;ao e avaliac;ao ser muito variavel depende ainda de uma

adequada legislaC;ao e fiscalizac;c3o do sistema de saude.

Ha mais de 40 anos que Maslow criou 0 modelo hierarquico das

necessidades do ser humano e ate hoje a satisfac;ao das necessidades e um

dos indicadores fundamentais de qualidade no sistema de saude. Apesar desta

importancia, desconhece-se a identificac;ao de pn3tica e par sua vez de

avaliac;ao que utilize este indicador.

Apesar da tecnologia crescente, a atenc;c3o ao cliente doente segue

sendo um processo de interac;c3o entre pessoas, sobre tema de grande

importancia para uma delas que busca satisfac;ao as suas necessidades, nos

conhecimentos profissionais da outra, ou do coletivo a que pertence.

o trabalho do profissional e uma tom ada de decisao em um campo

centrado de incerteza. Existe pouco evidencia cientifica nos conhecimentos

que os profissionais utilizam em seu trabalho diario de decisoes clinicas,

segundo alguns estudos. E uma vez tomada a decisao, a probabilidade de que

com esta se ajude ao cliente, nem sempre se conhece.

Esta incerteza clinica e em boa parte a causa da chamada discrepancia

de opinioes e variac;6es existente na pratica clinica e no uso de procedimentos

diagn6sticos e terapeuticos especificos entre os profissionais.

As perguntas que 0 profissional se faz sobre 0 adequado de sua

atuac;ao, tanto diagnostica como terapeutica, pode nao ter mais resposta que

nos resultados que se observam no cliente. Por jsso a compet6encia do

prafissional e sua capacidade de auto avaliaC;ao e correc;ao de erras sao

fat ores basicos na garantia de qualidade do sistema de saude que requer

tam bern uma metodologia de avaliac;ao de resultados uniformes e revisada.

Sabemos que as soluc;oes para este problematica, existente na maiaria,

per nao dizer na totalidade dos servi90s de saude, se acrescenta a cronificayEla

do nos so sistema de saude.

·n

Page 44: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

Para isso e necessaria encontrar vias e indicadores canfiaveis para

avaliar e explicar coerentemente as diferentes considerag6es sabre 0 custo e a

qualidade.

Os indicadores existentes na atualidade estao claramente centrados em

direyao ao controle da qualidade tecnica em vez de dirigir-se diretamente ao

cliente; estao orientados em dire9EIoaos processos em vez dos resultados.

E necessario encontrar indicadores clinicos, indicadores de gestao -

organizayao e indicadores de satisfayao adequados a proposta de gestao da

qualidade total, que permite identificar problemas, comprovar sua resolu9EI0e

evitar sua repeti~o.

Queremos lazer enlase que 0 objetivo basico de qualquer a,;;o para

garantir a qualidade da aten9EIoao usuario e a satisfay80 da necessidade que

este faz ao serviyo de saude.

E imprescindfvel implantar em nosso pafs, um planejamento estrategica

de qualidade que de respostas sobre a avaliay80 da assistencia prestada e

defina as necessidades de mudanya.

Page 45: Monografia apresentada ao Pesquisa e Extensao da ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/12/A-GESTAO-DA-QUALIDADE-NOS... · A GESTAO DA QUALIDADE NOS SERVIC;:OS DE SAUDE Monografia apresentada

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALBRECHT, Karl. Revolu~ao nos servi~os. Sao Paulo: Pioneira, 1992. P.

254.

BENNET, Peter D., KASSARJIAN, Harold H. 0 comportamento do

consumidor. Sao Paulo: Atlas, 1980. P.64.

DONABEDIAN, A. Quality assurance in health care: consumer's role,

Quality in health care, 1992, 1: 1-5.

IDEC. C6digo de detesa do consumidor, anotado e exemplificado pelo

IDEC, ASV, S.Paulo, 1991.

NOVAES, H.M. & Paganini, J.M. Garantia de qualidade: acredita~ao de

hospitais para america latina e caribe, OPS e federac;ao brasileira de

hospitais, Sarie silos 13, 1992.

RATHMELL, John. What is meant by service? Journal ot Marketing, v. 30, p.

32-36, Oct. 1966. In: LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de servi90s.

Sao Paulo: Atlas, 1991. P. 15.

SCRHAIBER, L.B et alii. Os desafios da educac;ao medica frente aso novos

paradigmas economicos e tecnol6gicos, Programa de recursos

humanos. OPS, Whashington, S.d.

Sua majestade, 0 consumidor. Exame, ana 24, n' 19, 16 set. 1992. P. 62-68.

WHITELEY, Richard C. A empresa totalmente voltada para 0 consumidor.

Sao Paulo: Campus, 1992. P.4.

ZULKE, M.L. Abrindo a empresa para 0 consumidor, A importancia de urn

canal de atendimento, Qualitymark Editora, Rio de janeiro, 1991, p. 55.