monografia apresentada para obtenc;ao do de pesquisa e...

50
YARA PATRicIA BONA ZOMER o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada para obtenc;ao do titulo de Especlalizayao no Curso de Pos- graduayao em Psicopedagogia - Centro de Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana. Orientadora: Laura Bianca Monti. CURITIBA 2001

Upload: truongnga

Post on 09-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

YARA PATRicIA BONA ZOMER

o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL

Monografia apresentada para obtenc;ao dotitulo de Especlalizayao no Curso de Pos-graduayao em Psicopedagogia - Centrode Pesquisa e Extensao da UniversidadeTuiuti do Parana.

Orientadora: Laura Bianca Monti.

CURITIBA

2001

Page 2: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

SUMARIO

RESUMO ..

INTRODU9AO ..

EVOLU9AO HISTORICA DO LUDICO ..

..... v

. 01

....03

1. 1. A Importancia dos Brinquedos e Jogos na Educagiio Infanti!..

2 RELA9AO LUDICO - EDUCA9AO ....

..07

...16

3 A EDUCA9AO INFANTIL. . . 21

3.1. A crianga no contexto pre-escolar.. . 26

3.2 Professor fonte-integradora... . 27

3.3. Pre-Escola . Educagiio Global e Dinamica . . 28

4 0 TRABALHO LUDICO NA EDUCA9AO INFANTIL.. ...35

4.1. 0 papel do professor .42

CONCLUSAO ..

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..

. .44

. 46

iv

Page 3: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

RESUMO

Esta monografia objetiva enfocar a trabalho pSicopedagogico com atividadesludicas na educa,ao infantii. A importancia do uso do brinquedo, jogos ebrincadeiras como elementos constituintes da pratica pedagogica no ensina daeduc89ao infantil A metodologia pro posta permeada par significativos pressupostoste6ricos permitiu revelar dados que enfatizam 0 aspecto ludico que S8 insere no atode brincar tanto ambiente escolar como nos processos de atendimento individuaLDevida a ampla riqueza dos brinquedos e dos jogos, conclui-se que eles constituem-S8 em recursos que ampliam a universo de experiencias da crian98, colaborandopara a com preen sao dos conteudos e enriquecendo 0 processo ensino-aprendizagem em toda a sua amplitude.

Page 4: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

INTRODU<;:iio

A crian<;8, antes da escrita formal, ja representa graficamente a realidade

atraves do desenho. A escrita, por sua vez, impliea executar a narrativa utilizando

tetras em vez de imagens. Para a crianc;a, a tarefa de transposi.yao de significadas

de urna forma a Qutra de representac;ao - da imagem a letra - e urn processo

intrinsecamente ligado ao processo de alfabetiz8.y.30.

A educ8yao infantil deveria ser caracterizada , especialmente pela presenc;a

do hidieD que conquista cada vez mais seu espac;:o na pratica pedagogica.

o ludico consiste numa alternativa de oferecer a crianc;a a oportunidade e a

liberdade de ser criativa sem meda, experimentando a alegria da interar;:8o com

Qutras crianc;as.

Atraves de atividades ludicas e possivel estimular 0 desenvolvimento das

habilidades basicas da crian<;a de a a 6 anos, indispensaveis a uma boa

alfabeliza,iio.

Dentre as estrategias que a criant;a utiliza para construir seu conhecimento na

inf~lncia destaca-se, par sua importancia e frequencia , a jogo. E ele acompanhara,

em suas modalidades distintas, as mudanyas de motivayao e incentivo a ayao de

cada periodo de desenvolvimento da crian,a. 0 jogo e, tambem, a estrategia que

ela utiliza para separar 0 significado do objeto, condiyEio necessaria para poder

aprender a linguagem escrita e leitura, posteriormente.

Para melhor compreensiio do lema: 0 trabalho psicopedag6gico enfocando

atividades ludicas, a monografia sera dividida em quatro capitulos:

Page 5: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

1° capitulo: Apresentara a trajetoria e evolugEio do Ludico e a importancia dos

jogos e brinquedos na educ8gElo infantil.

2' capitulo: Enfocani a rela<;ao ludico-educa<;ao.

3° capitulo: Caracterizara a educagEio infantil, enfocando tambem a pre-escola.

4° capitulo: Apresentara a proposta pedagogica, au seja, a intervengEia

pSicopedagogica, utilizando-se de tecnicas ludicas na educagEia infantil.

Page 6: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

EVOLU<;:Ao HISTORICA DO LODICO

De acordo com HUIZINGA (1990) "A civilizagiio tem suas raizes no jogo, e

para atingir toda a plenitude de sua dignidade e 8stilo nao pode deixar de levar em

conta 0 elemento ludico". Sendo 0 brinquedo uma das formas ludicas mais utilizadas

para satisfazer uma das necessidades da vida social, recorremos a OLIVEIRA para

urn esclarecimento melhor, quanta a sua expressividade para 0 mundo infantil e para

a propria produ98.0cultural, dentro de urn momento historico.

OLIVEIRA et al (1998) recorre a Remise e Fondim que dizem 0 seguinte:

De um lado, explicam eles, as fun90es de S8 ocupar, S8 divertir, de

despender energias; do Qutro, colocam-se aquelas de S8 projet8r para 0 futuro, de

S8 enriquecer pela participa98.0 mais intensa passive I na vida dos homens,

atribuindo-Ihes a ilusao de partilhar de suas tarefas, seus perigos, suas gl6rias,seus

prazeres. Em razao da existemcia dessa necessidade imperiosa que as crianc;:as

experimentam de imitar os adultos, os brinquedos nunca deixaram de ser, em uma

pequena medida, criac;6es originais construidas especificamente para a infancia. Os

brinquedos aparecem como testemunhos modestos, sem duvida alguma, mas

irrefutaveis dos modos, dos gostos, das realizac;:6es e das guerras de cada epoca.

Conforme HUIZINGA, (1990, p. 25) 0 jogo desenvolveu-se Ii sombra da testa

religiosa, de culto e dos rituais. Era a sombra dos tempi os que os jogos helemicos se

realizavam, longe de interesses politicos, econ6micos e da influencia dos govern os.

Eles nasceram e se desenvolveram sob a dinamica do culto, proximo a arte, a

poesia e a musica.

Page 7: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

Foi a jogo a arrebatamento ludico natural do ser humano, que deu

oportunidade ao aparecimento do ritual religioso. Ou seja, a que era desprovido de

um alem, de um projetar -se para fora, a que era apenas ludico, transformou-se

gradualmente em representagao c6srnica, em representa9ao de for9as

sobrenaturais, em manifestagao divina.

ROSAMILHA (1979, p. 10) relata em seu livro que no inicio da era crista, em

meados de seculo I, encontravam-se nas cidades gregas, como Eferso, edificios

com verdadeiros Wauditorium", salas em forma de absides semicirculares, ou entao

com patios interne circundados por colunas. Essas localidades eram chamadas

pelos gregos de "schole", quer no latim romano gerou "schola", antecessora de

nossa uescola" uSchole" significa tempo livre e entretenimento. Tempo livre a

oportunidade, que e sin6nimo de liberdade e que permite escolha. Rosamilha

citando Marrou, diz 0 seguinte: "Na escola primaria da apoca helenistica, a crian9a

aprendia a leitura a partir de letras, sem preocupayao com 0 valor fonetico e da;

passava-se lentamente para a silaba, as palavras e as frase". As dificuldades eram

tantas que alguns recursos foram criados pelos romanos para facilitar a

aprendizagem. Segundo Marrou, os pedagogos latinos far-nas-ao conhecer

inovag6es de carater mais praticos: letras m6veis feitas de madeira, ubolos

alfabeticos". Ja nesta apoca, havia preocupagao dos pedagogas e facilitar a

aprendizagem, criando uma forma atraente de representar as letras para a estudo

das palavras e frases. As criangas dessa epoca naa se fornecia significa9ao para

aprendizagem da leitura e da escrita, a nao ser a que era importante para os

pr6prios adultos. A educagao, nas classes mais abastadas de Pompaia, era confiada

a um pedagogo au a uma arne. E assim comegava a aprendizagem da lingua: a

grega e a latina. Como nos dias de hoje, a disciplina era imposta. Par outro lacto, 0

Page 8: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

pompeano valorizava 0 desenvolvimento harmonioso de todo 0 corpo e, assim, 0

ocio, 0 lazer,eram uma mescla de sabias conversa.yoes e de repouso, em que a

cultura tinha um lugar importante.

Para a mesmo autor, a crian.ya grega, como a ocidental moderna, entra no

mundo da musica com as cantigas de acalanto; na literatura, com as contos de

amas-de-Ieites, cujas fabulas inciuem personagens, animais, bruxas, figuras

temlveis, mitos e lendas.

Rosamilha, em seu livro PSicologia do Jogo e Aprendizagem Infantil, faz urn

estudo da visao historica do ludico desde 0 cristianismo primitiv~ ate 0 seculo XX,

mostrando a evolu.yao e importancia do jogo nas diversas culturas.

Ele procurou mostrar, contudo, que, no encontro de culturas, embora 0 mais

forte em termos materiais passa a predominar e irradiar-se da outra, desta recebera

tambem certa influencia.

Para PIAGET (1975, P. 31) os jogos motores estao presentes nos animais e

vai-se mais alem na demonstra.y8:o da presen.ya do jogo simbalico como no

chimpanze, referindo-se a comportamentos tipicos de sse animal.

Buytenddjig apud BARRETO (1998) com referencia aos animais, observando

o jogo como forma de comportamento, salienta a existencia de urn significado

contido na manuten.y8o de suas rela.yoes com 0 ambiente vi vi do. Ainda nesta teoria,

BRUHNS et al (1986) explicam que e discutida a ausencia na vida animal da

imitagao ludica, do "faz-de-conta" dos jogos de ilusao e daqueles com regras.

Na concep<;8o piagentiana, as jogos consistem numa simples assimila.y8o

funcionaJ, um exercicic das 8<;oes individuais ja aprendidas. Para Piaget, os jogos

geram sentimentos de prazer, tanto pela a.y80 Judica em si, quanto pelo dominic

destas agoes.

Page 9: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

Portanto, para PIAGET (1975, p. 144) certos jogos nao sup6em, qualquer

tecnica particular: simples exercicios; poem em 8980 urn conjunto variado de

condutas, mas sem modificar respectivas estruturas, tal como S8 apresentam no

estado de adaptac;ao atual.

Logo, samente a funyao diferencia esses jogos, que exercitam prazer do

funcionamento. Por exemplo, quando 0 sujeito pula um riacho pelo prazer de saltar e

volta ao ponto de partida para recome9ar, etc, executa as mesmos movimentos que

S8 saltasse par necessidade de passar para a Qutra margem; mas fa-Io par mera

divertimento e naD par necessidade, DU para aprender urna nova conduta. Pelo

contrario, quando a sujeito faz de conta que come urna folha verde que ele qualifiea

de espinafre, temos 818m do esbogo sens6ria motor da 8980 de jantar, urna

evoc8C;;30 simb61ica caracterizando uma estrutura diferente da imagem

representativa adaptada, porque ele procede por assimila9ao deformante e nao

generalizadora. Do mesmo modo, a regra do jogo nao e uma simples regra inspirada

na vida normal - juddica mas uma regra especial mente construida em fun9ao do

jogo, embora possa conduzir a valores que 0 ultrapassam. Exercfcios, simbolo e

regra, parecem ser as tres fases sucessivas que caracterizam as grandes classes de

jog os, do ponto de vista de suas estruturas menta is.

Para PIAGET, (1975, p. 133) 0 jogo e essencialmente uma forma de

assimila9aO funcional ou reprodutiva. No jogo simb6lico, ele viu a existencia de uma

verdade subjetiva.

Jogo de imagina9EIo constitui, para ele, uma transposi9ao simb61ica que

submete as coisas a atividades pr6prias, sem regras au limita90es. Segundo

BARRETO (1998, p. 97) 0 jogo e defendido como 0 inicio de uma resposta que eintrinsecamente recompensadora para 0 individuo. 0 processo em Sl mesmo

Page 10: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

que jogo pode ser melhor descrito pela intenl'ao do "jogador" e tambem uti I para

circunscrever observac;:oes de que certos aspectos do trabalho pod em,

freqOentemente, ser "Iudicos" e que 0 jogo freqOentemente pareC;:8 uma ocupac;:.3o

Guts Muts (ROSAMILHA, 1979, p. 12) faz a seguinte cital'ao:

Os jogos sao urn detalhe importante, pois em todos os tempos, e entre todos

as PovQs,tem constituido para 0$ jovens e para as velhos urn elemento

indispensavel de alegria e de recuperayao. Sao necessidades tao importantes como

a satisfaC;:8o das atividades digestivas e intelectuais, par isse estaa disseminados par

todo a globo terrestre.

Embora nao exista urn consenso entre as varios autores que estudam a jogo,

a maieria 0 considera importante na vida do homem, contribuindo nas diversas

etapas de evoluC;:80da vida. Seria muito born que 0 periodo da infancia continua sse

a ser 0 dominio do ludico, do brinquedo, dos jogos. Mas, na reaHdade, 0 que ocorre

e que ate mesmo para a crianr;:a, as atividades ludicas vem sendo, cada vez mais

precocemente subtraidas do cotidiano.

1.1. A IMPORTANCIA DOS BRINQUEDOS E JOGOS NA EDUCAyiiO INFANTIL

o brinquedo e/ou brincar envolve 0 desenvolvimento do indivfduQ como um

todo, onde a inteligencia, 0 corpo e a afetividade se integram.

Oesde pequena, a crianya deve ser estimulada, au seja e importante permitir

que a crianc;a se movimente ( engatinhar, andar, subir, etc. ) favorecendo seu

Page 11: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

desenvolvimento motor global e especifico e tambem proporcionara condic;6es para

a expressao emocional .

Atraves da brincadeira, respeitando as etapas do desenvolvimento e

necessidade da crianc;a podemos fornecer condic;6es para que ela desenvolva

conhecimento de esquema-corporal, orientac;ao espac;o-temporal.

As brincadeiras devem proporeionar eondi96es para que a erian9a se

eonseientize de seus atos

Existe muita confusao a respeito dos termos brinquedo, brincadeira, jogo e

esporte. As definic;6es dessas palavras em nossa lingua pouco as diferenciam.

Brincadeira, brinquedo e jogo signifieam a me sma cOisa, exeeto que 0 jogo impliea a

existeneia de regras e de perdedores e ganhadores quando de sua pratica, Tambem

esporte e jogo representam quase a mesma coisa, apesar de esporte ter mais aver

com uma pratica sistematica.

Ha Ifnguas em que palavras distintas servem para designar brinquedo e

jogo. Na lingua portuguesa, mesmo em se podendo observar diferenc;as na pratica

dessas atividades, faltam term os especificos para elas. E por isso as livros a

respeito de sse assunto referem-se as vezes a jogo e outras a brinquedo, para

designar a mesma coisa, ou, ao contra rio, para atividades que parecem diferentes,

usam apenas jogo ou apenas brinquedo.

Em suas pesquisas sobre 0 desenvolvimento da inteligencia e a genese do

conhecimento, Piaget verificou que as jogos ou brinquedos podem ser de tres tipos:

de exercicio, de simbolo e de regra, que nao sao necessaria mente excludentes.

Page 12: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

9

"Quando alguem realiza, sem necessidade, um ato ja conhecido, deveestar fazendo-o por prazer - 0 prazer que 0 saber-fazer confere.Observando criancinhas que ainda nao apresentavam a linguagemverbal, Piaget observou que elas repetiam gestos ja aprendidos, emsituac;oes em que seu usa nao era necessario, par puro prazer, comoque para exercitar 0 gesto aprendido de forma a nao desaprende-Io.Nesse caSD, caracteriza-se uma conduta Judica, umjogo. Se essa 8980e circunscrita aD ata corporal, chamamos a isso de jogo de exercicio.Nao e uma conduta exclusiva desle ou daquele periodo de vida, masuma a,ao evidenle e a unica forma de logo possivel para as crian,asdo periodo sensorio-molor, isla e, as que ainda nao eslruluraram asrepresentaq6es mentais que caracterizam 0 pensamento. Para Piagel,a jogo de exercicio "nao tern Dutra fina/idade que nao 0 proprio prazerdo funcionamenlo" (PIAGET,1977,p. 39).

o jogo simb6lico, ao contrario do primeiro, nao teria esses limites funcionais:

al9m de exercer papel semelhante ao do j090 de exerdcio, acrescenta urn espa90

ende S8 podem resolver conflitos e realizar desejos que nao foram possiveis em

situa90es nao-ludicas. Ou seja, no jogo simb61ico pode-se fazer-de-conta aquilo que

na realidacte nao foi possivel.

Alem daquilo que e amplamente discutido por Piaget quanto ao jogo de

exercicio, acrescentariamos outros elementos. Nao se pode negar ao lactente

elementos de afetividade ou cogni9ao, por exemplo. A expressao afetiva de uma

crianc;a, antes da linguagem, e 0 gesto corporal. Como e que se resolveriam os

conflitos de ordem afetiva nessa crian9a ? Ficariam adiados para quando chegasse

a fase dos simbolos? Ou sera que, no espaC;o do jogo do exercicio, as repetic;oes

motoras, aparentemente sem outras func;oes que nao a de proporcionar prazer, nao

exerceriam papel semelhante ao descrito por Piaget no jogo simb6lico? Alem do

mais, 0 pr6prio Piaget nao desconsidera a afetividade da prime ira forma de jogo, ja

que ser refere a questao do prazer, mesmo que funcional.

Page 13: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

10

Assim, como todas as formas de jogo aparecem, com maior au menor

predominancia, em todos as perioctos de vida, tambem as fungoes dos jogos sao

semelhantes em qualquer urna delas. De fata, 0 joga de exercicio ja apresenta

indicios do jogo simb6lieD, assim como ambos apresentam regularidades que

marcam 0 nascimento das regras.

A terceira categoria considerada, a do jogo de regras, surge, de forma

estruturada, em ultimo lugar. E urna caracteristica do ser suficientemente

socializado, que pode, portanto, compreender urna vida de relac;6es mais amplas.

Enquanto 0 jogo, representa as coordenac;oes sociais, as normas a que as pessoas

S8 submetem para viver em sociedade.

Mas 0 jogo nao representa apenas 0 vivido, tambem prepara 0 devir. E

no espago livre de press6es que as habilidades (no caso, para S8 viver em

sociedade) sao exercitadas, podendo assim servir de suporte a outras de nfvel mais

alto, quando necessarias.

"A regra e uma regularidade imposta pelo grupo, e de tal sorte que a sua

viola<;ao representa uma falta." E como Piaget define a regra, caracteristica principal

das rela~6es dos individuos em sociedade, os quais quando jogam, 0 fa2em

social mente.

A aquisi<;8.o de uma nova forma de jogo nao exclui as anteriores. Assim e

que a crian<;a, quando se envolve com suas fantasias, nao 0 faz puramente na

imagina<;8.o; a fala e os gestos corpora is acompanham a atividade mental, inclusive

porque, sendo assim, mantem-se com 0 mundo das coisas concretas um vinculo

permanente. Durante 0 jogo de regras, por mais que a atividade pare<;a "seria",

comprometendo profundamente seus praticantes com objetivos coletivos, nao se

escapa a fantasia, aos veos da imagina<;ao. Quanto a atividade sens6rio-motora de

Page 14: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

II

qualquer jogo de regras, naG e necessaria discuti-18, tal a evidencia com que S8

apresenta.

o jogo de construyElo, seria uma Quarta categori8.

Os jog os simb61icos e aqueles com regras sao os de nossa maior

preocupag8o, par S8 constituirem nas formas mais avangadas de jogo, as mais

tipicamente humanas e as que mais ocupam a crianC;:8 desde a pre-escola. Os jogos

de exercicio, par seu turno, fazem parte de qualquer jog a corporal mente expressivo.

Quando jogam futebol, par exemplo, as criang8s agem de acordo com certas regras

que elas mesmas constroem ou que aceitam dos mais velhos. Ha, par tras dessa

conduta, contudo, uma ampla estrutura matara, incessantemente ativada durante

tais jog os. Mesmo sem estar consciente disso, 0 individuo carre, salta, gira, grita,

abaixa-se etc., de maneira a tornar posslvel a realizagao das formas mais

sofisticadas do jogo de regras.

Entre as multiplas funl'oes cumpridas pelo jogo, destaque-se uma muito

especial. Diante de uma situagao nova, para adaptar-se 0 sujeito exercita aquilo ja

aprendeu. Na pratica, todavia, nao e posslvel separar adaptagao do jogo, pais

enquanto brinca a crianga aprende incessantemente.

Convem esclarecermos um pouco melhor nossa concepgao de jogo na

escola, para que nao fiquem duvidas desnecessarias.

Temos tentado deixar claro que 0 jogo infantil nao constitui uma forma pura

de assimilagao, descomprometida com a realidade. Se a jogo fosse pura

assimilagao, nao levaria em considerayao as caracterfsticas dos objetos. Mas no

jogo existe a trabalho, atividade que leva em conta 0 meio ambiente, com os objetos

fisicos e sociais. No trabalho, as necessidades de adaptayao estao sempre

Page 15: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

12

presentes, havendo urn grande esforc;o, por parte do sujeito, de acomodaC;8o aos

objetos, isto e, de S8 ajustar as caracteristicas dos elementos com as quais ele se

relaciona.

Num contexto de educ8va,o escolar, 0 jogo proposto como forma de ensinar

conteudos as crian~s aproxima-se muito do trabalho. NaD S8 trata de urn j090

qualquer, mas sim de urn j090 transformado em instrumento pedagogica, em meio

de ensina.

Essas considera90es sao necessarias para que as atividades de EduC8C;80 na

pre-escola naD sejam entendidas, especial mente quando S8 trata de j0905, como

a[go descomprometido com a formac;ao do atuno para cumprir seu papel social de

crian9a e, mais larde, de adullo (FREIRE 1989, p. 119)

Com as noc;ees espaciais e temporais , vai-s8 construindo a n09aO de seus

atos.

Para Piaget quando a crian9a nasce, tern inicio urn processo de intera980 entre

a organismo e a meio, que significa que tudo que e construido a partir do

nascimento ja e fruto dessa troca com a meio .

" A criantya grac;as a sua a<;80, organiza a meio, organiza sua experiencia

no espa90, no lempo e em termos de causaJidade". (MELO, p. 2).

E pelo corpo que a erian9a estabeleee as relayoes com a meio que a eerea e

compreende tais rela90es e essa eompreensao aeonteee quando a crian98 brinca .

o brinquedo, 0 jogo , 0 faz-de-eonta e urn espa90 onde a erian9a resolve eonflitos e

realiza desejos que nao sao possiveis em situ890es nao ludicas. Atraves da

brineadeira e erian9a entende as fatos da vida real, adequando-os 80 seu nivel de

pensamento e , alem disso , descobre e aprende (VYGOSTSKI, 1998, p. 50)

Page 16: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

porem e dessa forma desinteressada, descontraida que tera origem processos

intelectuais de adaptayao ao real

Na infflncia e fundamental a brincar. Atraves do brincar a crianya expressa e

desenvolve impulsos internos ( pensar, organizar seus atos , etc ).

Muitas vezes, achamos que quando a crianya brinca ela esta imitando 0 adulto,

pOis vivemos numa sociedade em que 0 referencial e 0 adulto. Porem temos que

admitir que ha uma certa autonomia da crian9a em relac;ao ao ambiente durante seu

brincar . Logo quando a crianc;a brinca ela possui uma autonomia propria. Nao

podemos pensar que a vida infantil e apenas uma preparayao para a vida adulta. A

crianya, 0 jovem, tern que chegar a vida adulta preparado para assimila-Ia Mas

para isso ele deve viver cada perfodo de vida desde a nascimento.

o brinquedo aparece primeiro no desenvolvimento, referindo-se as atividades

da criancya, sem regras. A fantasia comanda.

Quando a crianya brinca, fantasia e realidade se misturam Depois surge a

jogo imaginario, onde a crianya aprende rna is a se controlar, ou seja, aprende 0 seu

autodominio. E quando posteriormente ganha mais seguranc;a, dominio, iniciam-se

as jogos com regras

Segundo a concep9ao de (ROSAMILHA, 1979, p. 5), "0 jogo e uma atividade

de repara9ao".

Quando as crianyas brincam , criam para si um pequeno mundo proprio, onde

brincar significa sempre libertac;ao . E brincando que a crianya cria seu espac;o

imaginario , e nesse espaC;o que ela desenvolve a seu conhecimento e sua cultura ,

Page 17: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

14

e e nesse momento que sla encontra espago para a sua vontade de conhecer, de

descobrir, de criar

Brincando, sla aprende sobre Qutras pessoas, sobre comportamento

relacionamento social , sabre sla mesma, seus sentimentos. Brincando de varios

papeis , sla conhece cada vez melhor seu proprio carpa, ganha consciencia dele e

de possibilidades e limitagoes Representando, sla imagina, pensa, organiza;

debate.

" Todo habito entra na vida como brincadeira, e mesma em suas formas mais

enrijecidas sobrevive urn restinho de jogo ate 0 final" Atraves das brincadeiras

podemos trabalhar atividades pSicomotoras as quais poderao contribuir para 0 born

exito da aprendizagem, levando-se em conta que grande contingente de crianga

adentram a serie inicial da escolarizagao com serias defasagens de lateralidade ,

nogao de espago , esquema corporal, etc, os quais sao de extrema importancia para

atender as necessidades do proprio processo de aquisig80 da leitura e escrita .

Podemos atraves de diferentes brincadeiras eng lobar atividades de

psicomotricidade relacionadas ao esquema corporal da crianga, propondo assim

uma interagao da crianga com ela propria, da crianga com 0 meio ambiente.

Tambem podemos atraves de tais brincadeiras estimular a linguagem verbal , 0

potenCial expressivo do movimento e ate outras areas como da educag80 artistica,

educag80 musical , educaCY80 fisica, a que implicaria no dominio de conhecidos

interdisciplinares possibilitando ao educador , melhor atuag80 e adequacyao na area

de alfabetizal'ao .

"E atraves do seu corpo e de seu movimento que a criancya constroi sua

aprendizagem e estabelece relacyoes com 0 meio ambiente" Atrav8s do movimento

Page 18: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

15

e da linguagem podemos nos enveredar na construy80 do saber, possibilitando acrianC;8 amplia.yao do seu vQcabulario 1 entender instruc;6es, conceitos e tambem

possibilidades de aumentar seu nivel de estruturagao de frases.

Atrav8S de brincadeiras tambem podemos trabalhar e ajudar crianC;8 a

prender valores sociais , a alcangar a maturidade, a vida em grupo , a cooperac;ao, a

confianc;a, a curiosidade, a auto aceitaC;Elo , etc

"E no brinquedo , no jogo , que a crianc;a fevela seu estado cognitiv~,

visual, auditiva au l{MiI-motor, seu modo de aprender e entrar numa re/rc;ao

cognitiva com a mundo de eventos e pessoas, coisas e simboJos ". (NICOLAU,

1986, p. 35) I

"Assim as brincadeiras, os jogos, 0 faz-de-conta sao importantes paraa maturaqao global da crianqa, porem e muito importante conhecer 0desenvolvimento psicomotor da crianqa , para que possamos adequara brincadeira certa a cada idade, ou seja, e muito importante umequilibrio entre brincadeira e trabalho intelectual para a saude mentalda crianqa. Se propomos brincadeiras que estao aJem ou abaixo dograu de maturaqao cognitiv~ da crianqa , podemos provocarnervosismo , desinteresse, ansiedade, etc, que tata/mente desviaraoo interesse da crianqa a tais atividades propostas. Este aspecto eimportante porque muitos problemas de aprendizagem escolar, podemserevitados atraves de atividades ludicas .• (NICOLAU, 1985, p. 36).

Page 19: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

16

2 RELA<;:AOLODICO - EOUCA<;:AO

A criang8 representa no brinquedo 0 que ela observa no seu cotidiano e este,

nada rnais e do que urna parte da totalidade. Faz-se necessaria, no entanto, que a

educador S8 coloque, nas interagoes que vivencia com os alunos nas brincadeiras,

como mediador do conteudo hist6rico, a fim de que sejam elaboradas na criang8,

formas de pensar capazes de teorizar sabre a realidade do ser humano.

No campo educacional, 0 brinquedo data dos tempos do Renascimento, mas

ganhou fon;;a com a expansao da Educ8gao Pre-Escolar, especial mente a partir

deste seculo.

Entendido como recurso que ensina, desenvolve e educa de forma

prazeirosa, 0 brinquedo educativo materializa-s8 no quebra-cabeg8, destinado a

ensinar formas au cores, nos brinquedos de tabuleiro, que exigem a compreensao

do numero e das operag6es matematicas, nos brinquedos de encaixe, que

trabalham noc;6es de sequencia, de tamanho e da forma, nos multiplos brinquedos e

brincadeiras, cuja concepgao exigiu um olhar para 0 desenvolvimento infantil e a

materializac;ao da func;ao psicopedag6gica; m6biles destinados a percepc;ao visual,

sonora ou motora; carrinhos munidos de pinos que se encaixam para desenvolver a

coordenagao motora, parlendas para a expressao da linguagem, brincadeiras

envolvendo musicas, danc;as, expressao motora, grafica e simb6lica.

Segundo BROUGERE (1993) no inicio do seculo XIX, a psicologia da crian~a

recebeu forte influencia dos estudos com animais para 0 campo infantil. Nesse eixo,

emergiu a teo ria de GROSS que considerou 0 jogo como pre-exercicio de instintos

herdados e uma ponte entre a biologia e a psicologia.

Page 20: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

17

GROSS (apud BROUGERE, 1993, P. 123) retoma 0 jogo enquanto a980

espontanea, recorreu a psicologia da criang8, embebida de influencias da biologia e

do romantismo. Para ele a jogo infantil desempenhava urn paps I importante com 0

motor do auto-desenvolvimento e, em conseqO€mcia, metoda natural de educ8y80 e

instrumento de desenvolvimento.

A utiliz8gao do jog a potencializa a explorac;ao e a constru<';8o do

conhecimento, par cantar com a motiv8c;ao interna, tfpica do ludico, mas 0 trabalho

pedag6gico requer oferta de estfmulos externos e a influencia de parceiros bern

como a sistematizac;ao de conceitos em Qutras situac;6es que nao jogos (WINNICOT,

1975, P. 41).

Ao S8 utilizar de modo metaf6rico a forma ludica para estimular a construc;ao

do conhecimento, 0 brinquedo educativo conquistou um espaC;o bastante amplo no

campo pedag6gico ou educacional.

Segundo WINNICOT (1975), 0 jogo de regra traz a oportunidade para viver

situac;6es onde a aC;ao, a tomada de decisao, a agressividade sao experienciadas

simb6lica e con creta mente ao mesmo tempo. Tambem no jogo de regras enecessario afastar-se de si e perceber 0 outro, sendo que para jogar

estrategicamente e preciso colocar-se no lugar do outro; compreender a jogada do

outro. A aC;ao cognitiva que permite 0 exercicio da reflexao em cima de uma aC;ao e

tambem oportunidade para viver uma experiencia onde prevalece a descontrac;ao,

que e condiC;ao basica para 0 amadurecimento emocional.

As regras supoes relac;oes sociais ou interpessoais e envolvem questoes de

justic;a e honestidade. 0 respeito a elas provem de acordos mutuos entre os

jogadores, e nao, pura e simplesmente, de mera aceitaC;ao de principlos impostos. A

Page 21: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

18

regra substitui 0 simbolo enquadrando 0 exerdcio nas relagDes socia is. As regras

sao para Piaget a prova concreta do desenvolvimento da crianc;;a.

No referente a jogos de constru,ao, hoje, eles sao considerados de grande

importancia no campo educacional tendo em vista que eles enriquecem a

experiencia sensorial, estimulam a criatividade e desenvolvem as habilidades da

criang8.

o criador dos jogos de construgao foi Froebel. Ele, oportunizou a muitos

fabricantes a duplicac;ao de seus tijolinhos para a alegria da crianc;ada que constroj

cidades e bairras que estimulam a imagina,ao infantil" (KISHIMOTO, 1996, p. 40).

o jogo de construc;ao tern uma estreita relac;ao com a jogo de faz-de-conta.

Nao S8 tratando, no entanto, de manipular livremente tijolinhos de construgao, mas

de construir casas, move is au cenarios para as brincadeiras simb6licas. As

construc;6es, nesse sentido transformam-se me temas de brincadeiras e evoluem em

complexidade conforme 0 desenvolvimento da crianga.

Na crianc;a a imaginagao criadora, surge em forma de jogo, instrumento

primeiro de pensamento no enfrentamento da realidade. Neste senti do tem-se a

jogo sens6rio-motor que se transforma em jogo simb6lico, ampliando as

possibilidades de ac;ao e com preen sao do mundo; 0 conhecimento deixa de estar

preso ao aqui e agora, aos limites da mao, da boca e do olho e a mundo inteira pode

estar presente dentro de pensamento, uma vez que e passive I imagina-Io,

representa-Io com 0 gesto no ar, no papel, nos materia is, com os sons e com

palavras.

A capacidade de simbolizar e de jogar com a realidade atraves da fantasia e

dos proprios simbolos coletivamente estruturados - a linguagem verbal, as mitos, a

Page 22: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

19

religiao, a ciencia, e que permite 80 hom ern viver numa nova dimensao da realidade

o universe simb6lieD.

No desenvolvimento da crianc;a deve evidenciar-se a transi980 de uma forma

para a outra atraves do jogo, que e a imaginay80 em 8g8.0. A criang8 nesse sentido

precisa de tempo e de espa90 para trabalhar a constru980 do real pelo exercicio da

fantasia.

A imaginag80 e urn processo psico16gico novo para a criang8, representa urna

forma especificamente humana de atividade consciente que nao esta presente na

consciencia das criang8s muito pequenas e esta ausente nos animais.Ela surge

primeiro em forma de jogo, que e a imagina980 em a98o. (VYGOTSKY, 1987, p.

126).

Obrigada a adaptar-S8 sem cessar a urn mundo social dos mais velhos, cujas

interesses e cujas regras Ihes permanecem exteriores, e a urn mundo fisico, que ela

ainda mal eompreende, a erianc;a para seu equilibria afetivo e inteleetual precisa

dispor de um setor de atividade euja motivayao nao seja de adaptac;ao ao real

senao, pelo eontrario, a assimilaC;ao do real ao "eu" sem coac;6es nem sanc;6es: tal e

a jogo, que transform a 0 real par assimilac;ao mais au menos pura aos modelos

exteriores e a inteligeneia e 0 equillbrio ente assimilac;ao e acomodac;ao (PIAGET,

1978, p. 101).

Para Piaget a representac;ao em atos, atraves do jogo simb61ieo, e a primeira

possibilidade propriamente dito, marcando a passagem de uma inteligencia

sens6rio-matara, baseada nos cinco sentidos e na motrieidade para uma inteligencia

representativa pre-operat6ria e mediada, ao mesmo tempo que ajuda a erianc;a a

construir a autoeonfianc;a, leva-a a superar obstaeulos da vida real, como vestir-se,

Page 23: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

20

Gomer urn alimenta, faze amigos, enfim, corresponder as expectativas dos padroes

adultos.

Segundo KISHIMOTO (1996) enloea que "no jogo simb61ieos as erianyas

constroem uma ponte entre a fantasia e a realidade. No jog a a crianC;8 e capaz de

controlar len6menos como perda e recuperayao, visto que, quando as crian9as

brincam elas podem ter 0 controle que Ihes lalta da realidade"

Apoiados em teorias construtivistas, as primeiras 8c;oes dos professores

foram no senti do de tomar as ambientes de ensina bastante ricas em quantidade e

variedade de jog as, para que as alunos pudessem descobrir conceitos inerentes asestruturas dos jog as por meio de sua manipulayao. Esta concepc;ao tern levado a

praticas espontaneistas de utilizac;ao dos jogos nas escolas.

Page 24: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

3 A EDUCA<;:Ao INFANTIL

Vern sendo cada vez mais frequente, entre os profissionais de educac;ao

infantil, a tentativa de caracterizar com mais clareza a natureza da instituigao voltada

aD atendimento de crianC;8s 0 a 6 anos.

Parte-s8 do principia que a possibilidade de apropriac;ao de conhecimento S8

faz presente nas interar;oes socia is, desde que a crianC;8 vern aD mundo. Sendo

assim, menosprezar a capacidade de elaborac;ao subjetiva de cada ser humane ou

a responsabilidade da instituic;ao de educac;ao infantil Frente a gama de

conhecimentos que serao colocados a disposic;ao das crianc;as significa, no minima,

empobrecer 0 universe infantil.

Portanto, ao discurso que vincula 0 cuidar da crianc;a com sua educ8C;80,

acrescenta-se, neste momento, a premencia em definir a prioridade e 0 enfoque que

devem ser dados as dimens6es desenvolvimento/aprendizagem/ensino, a forma

com como estas dimens6es articulam-se como uma concepgao de conhecimento e

agao de conhecer, determinantes na formulagao de uma abordagem educativa que

se concretize em projetos educacionais-pedag6gicos. Para tanto a escolha da

referencia te6rica e 0 estudo de seus pressupostos mostrar-se crucial no momenta

atuai.

E certo que, desde que vem ao mundo, 0 bebe interage de diferentes

maneiras no ambiente Fisico e social que 0 cerca. Entretanto, seu ingresso em uma

instituigao de can3ter educativo 0 fara experimentar, forgosamente e de forma

Sistematica, situag6es de interagao distintas das que vive com sua familia. Ao

separar-se de sua mae/pai, para interagir com outros adultos e compartilhar 0

Page 25: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

22

mesmo espac;o e brinquedos com outras crian~s, vai conviver com ritmos nem

sempre compaUveis com a seu e participar de um universe de objetes, agoes e

relac;6es cujo significado Ihe e desconhecido.

Para VYGOTSKI (1998), afirma-se que a crianga e urn ser social, 0 que

significa dizer que seu desenvalvimenta se da entre autros seres humanos, em um

espago e tempo determinados. Senda assim, urn pressuposto a ser assumido e a

necessidade de explicar as fen6menos de natureza psicologica presente nas

interac;6es humanas foeando-os em sua genese, estrutura, movimento e mudanc;a, a

partir de uma perspectiva historica e dialetiea. Ser fiel a perspectiva socio-historiea

do desenvolvimento humano e ao metodo dialetico significa romper com as formas

tradicionais de analise dos fenomenos, pais a estudo de um aspecto isolado da vida

psiquica nao fazia sentido, da mesma forma que nao fazia sentido as explicac;6es

metaffsicas au materialistas do funcionamento do psiquismo humano.

E na interac;c3o social que a crianc;a entrara em cantata e se utilizara de

instrumentos mediadores, desde a mais tenra idade. Talvez 0 primeiro deles seja a

proprio seio materna. A necessidade e a desejo de decifrar a universo de

significados que a cerca, leva a crianc;a a coordenar ideias e agoes a fim de

solucionar as problemas que se apresentam.

E a vivencia do meio humano, na atividade instrumental, e na (e pela)

interac;c3o com outros individuos, que permitira 0 desenvolvimento, na crianc;a, de um

novo e complexo sistema psieologico.

Para VYGOTSKI apu'tOLIVEIRA et al (1989), estas formag6es complexas se

agrupam em dais niveis, com fungoes distintas em interac;c3o permanente,

denominadas por este autor como processo elementares (sensac;oes, percepc;oes

imediatas, emoc;6es primitivas, memoria direta) e processos complexos ou

Page 26: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

23

superiores) (percep,ao categorial, mem6ria 16gica, aten,ao focalizada, emo,ao e

imaginac;ao criadora, auto-regulac;ao da conduta).

Eo a possibilidade de elabora,ao das fun,5es psicol6gicas superiores que fara

com que 0 bebe humano de urn saito qualitativo diante de outros mamfferos.

VYGOTSKI (op. Cit) aponta que ° desenvolvimento das fun,5es psicol6gicas

superiores nao se da priorfsticamente, como simples movimento de reflexos, mas

sim atraves de uma atividade do sujeito, atividade esta de apropriag80 e utilizagao

de instrumentos e signos em um contexto de interag80. Estes instrumentos e signos,

por sua vez, farao 0 papel de mediadores desta atividade, das interagoes. A auto-

regulac;:ao da conduta e a transformac;ao ambiental, frutos da construc;:ao da

consciencia, surgem como a possibilidade advinda da utilizagao de instrumentos

socialmente construidos.

Na interagao social, a formagao das fungoes psicologicas superiores, aparece

como o elemento chave que, articulado ao movimento

desenvolvimento/aprendizagem/ensino no espago virtual da zona de

desenvolvimento proximal, torna-se 0 suporte fundamental para a elabora980 tanto

de novas apropriac;oes de conhecimentos ineditos quanto para a confirmac;ao de

conhecimentos previa mente difundidos.

A agao de conhecer se da no movimento inter e intrapsicologico, no vaivem

dialetico entre os parceiros na confirmaC;80 de objetivos comuns, no confronto de

ideias, na busca de solugoes, na competic;ao, na cooperag8o.

Para quem acredita que 0 Clamor move montanhas", a socio-interacionismo

responde que as montanhas sao removidas quando desejos, interesses e

motivagoes aliam-se a percepg80, memoria, pensamento, imaginar;ao e vontade, em

uma atividade cotidiana dinamica entre parceiros (VYGOTSKI, 1986).

Page 27: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

24

Ao analisar 0 desenvolvimento infantil, VYGOTSKY (1998), desmistifica 0

papel da emogao comumente atribuido as crianC;8S pequenas, assim como sinaliza

para 0 fato de que as emoc;oes infantis diferenciam-se qualitativamente (e nao

quantitativa mente) das dos adultos. No entender deste autor, ao longo do processo

de desenvolvimento, 0 acionamento e a forma de atuagao das fungoes e que se

transformam, passando de urn plano elementar a Dutro, complexo. A emoyao nao e

vista como algo "natural" da crianC;8, que nasce com ela ou que faz parte de sua

natureza enquanto especie. Vygotski admite que a manifestaC;80 inicial da emoyao e

parte da heram;a biologica. Entretanto, a emog8o, junto com as demais fungoes

psicol6gicas nas interac;oes sociais, perde seu carater instintivQ para dar lugar a urn

nivel mais complexo de atuac;ao do ser humano, consciente e autodeteminado.

VYGOTSKI (1998), ao desenvolver uma teoria sobre a formagao dos

conceitos, mostra como 0 conhecimento, possibilidade que a interac;ao coloca para

os sujeitos envolvidos, transfarma-se em conceito a partir de um movimento de

elaborac;ao complexo. Organizam-se em distintos niveis de generalizac;ao e nao pelo

acumulo ou substituic;ao de uns par outros. Neste senti do cada conceito faz parte de

dois continuos um representando 0 conteudo objetivo ao qual se refere, 0 outro 0

processo de elabarac;ao deste conteudo. Nesta perspectiva, e impossivel desvincular

conteudo de processo, fato que confere ao conhecimento objetivo uma dimensao

qualitativa, arganizada de forma diferenciada pelos sujeitos.

Com esta explica<;ao, entendemos que a farmayao dos conceitos

denominados como cientificos par Vygotski tem importancia fundamental na

constituiyao e desenvolvimento dos seres humanos. Sem eles, os conhecimentos se

restringiriam as experiencias imediata dos individuos permanecendo em um estagio

elementar quanto ao seu uso consciente e premeditado.

Page 28: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

25

HE.!ainda que considerar que a apropriac;ao dos conceitos, via experiencia

direta, e acessivel a qualquer individuD, visto ocorrer nas exigencias interacionais

imediatas, par urn impulso espontaneo ou intuitivo. Ja as conceitos que exigem urn

esfon;o de elaborac;:ao, de articulac;:ao, necessitam nac 56 a 8c;:ao imediata

propriamente dita, mas a utiliza<;iio de conhecimentos previos que possibilitem a

ac;ao, nem sempre possiveis de terem sido apropriados pel a experiencia direta.

A can sequencia imediata destas considerac;:6es e a constatac;ao de que os

conceitos cientificos exigem condigoes peculiares para sua apropriaC;8o, naG sendo

resultantes de qualquer tipo de interac;ao.

E preciso enfocar que, e da interac;:ao de diferentes tipos de conhecirnentos,

sua elaborac;ao pel as crianc;:as em termos de conceitos nas distintas sociedades e,

especial mente, nas instituic;:oes de can~ter educativ~, que se abrem novas

possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem individuais e sociais, de

transforma<;8o e supera<;8o dos niveis anteriores destes conhecimentos. A

elaboraC;:8o de conceitos pela crianc;:a ira depender da diversidade, nao s6

quantitativa, mas, especialmente, qualitativa, das experiemcias interacionais que

vivenciara as institucionais nos quais se encontrar. Podemos concluir que a

educa<;Elo se da na intera<;Elo educador/educando par fon;:a da necessidade do

processo de humanidade do homem e do desejo, a intenC;:8o do adulto de que este

processo se realize, para a perpetua<;8o da especie. Na instituir;Elo de educa<;Elo

infantil, a perspectiva socio-interacionista requer que se atribua nao somente um

papel ao adulto/profissional de educa<;ao, mas tambem urn respect iva papel a

crianr;a/educanda, bern como que os conhecirnentos presentes nas interar;oes sejarn

analisados levando-os em conta a simultaneidade de seus cornponentes cognitvos,

afetivos e sociais. 0 foco do pesquisadar deve incidir nao apenas sabre a crianc;:a,

Page 29: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

26

tratada no singular, mas sim nas interar;6es crianga/crianc;a, adulto/crian<;8, au seja,

no grupo de crianl'as com seus educadores (OLIVEIRA et aI., 1992).

3.1. A CRIAN(:A NO CONTEXTO PRE-ESCOLAR

Para conhecermos a comportamento da crianc;a e necessaria observe-Ia em

diferentes situal'oes , que nos fornecera dados mais precisos sobre ela. (FERREIRA,

1978, P 86-87).

A crianc;a de 4 a 6 anos encontra-se no perfodo da espontaneidade, pas sui

menes limitar;oes internas em relaryao as crianc;as de menes idade Tambem

conhece menes restric;oes externas socialmente impostas do que conhecera

posteriormente.

Nesse periodo a crianC;8 S8 encontra numa fase bastante instavel en de ora

ela e muito dependente, ora independente, as vezes simpatica, as vezes antipatica,

afetuoso e ora anti-social

Aos 6 anos a criang8 ja can segue ver 0 mundo com mais objetividade. Aceita

melhor as pessoas, pois sua capacidade de compreensao e maior Os amigos sao

importantes, sendo algumas vezes herois, outras rivais. Nessa idade formam-se

grupos par sexo e e muito mais facil as meninas entrarem no grupo de meninos do

que a situa9ao inversa, ocorrer.

Nessa idade a crian9a se torna mais tranquila, sua identidade mais

estabelecida e as bases do carater e personalidade ja estao assentados. Sabe

Page 30: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

afirma9aa e ja e capaz de mobilizar recursos para ser bem ace ita no grupo.

Aos poucos vai deixando 0 egocentrismo, e faz uso da linguagem para

coordenar atividades de grupo visando algum objetivo. Seus horizontes sociais

lentamente se ampliam e ela procura realizar trocas afetivas. Seu comportamento

anteriormente agressivo gradualmente vai dando lugar a investidas mais aceitaveis.

Porem seus acessos de raiva, afei9ao , sao essenciais para a forma9aO do carater e

da auto-afirma~ao . Ainda e muito dependente do adutto.

3.2. PROFESSOR FONTE INTEGRADORA

A escola representa um desafio a crian9a se levarmos em considera9ao que

esta possui uma expectativa e curiosidade muito grande em rela9E1o a escola, ao

mesma tempo que essa escola representa algumas descobertas novas,

interessantes, ela pode tambem representar inseguran9a, medo etc Portanto cabe

a n6s professores, observarmos essas dificuldades de adapta9E1o enos prepararmos

para receber esta crian9a que muitas vezes vem pela primeira vez , estando assim

preparados para trabalhar com essa crianc;:a e suas diferentes rea90es tanto

afetivas, sociais, cognitivas e pSicomotoras que se manifestarao durante 0 processo

de aprendizagem.

Devemos proporcionar nesse periodo de adapta9E1o experi€mcias , algumas ate

de uma forma ludica, que sejam significativas a crianc;a, permit indo a livre expressao

Page 31: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

28

e 89.30 da crianC;8, para que esta aos poucos participe, vivencie e

consequentemente ir integrando-se ao ambiente escolar .

o professor deve tambem participar junto com a crianC;8 dessas experiencias

e nao apenas limitar-s8 a propor au aplicar as atividades, ficando fora do processo a

ser vivenciado pela crianc;a . Quando 0 professor participa , ela integra-s8 tambem aessas experiemcias criando condic;6es para si mesma de refletir, refazer sua vivencia

e consequentemente melhorando e explorando muito mais as atividades propostas

as crianc;as, havendo assim urna integrac;ao professor/crian98 e crianc;a/professor,

ande ele poderc~ perceber a pr6pria 8gaD e conhecimento da crianc;a deixando de ve-

la apenas como "objeto de aprendizagem "

o professor deve ser aquele sujeito que saiba ministrar sua pro posta de

trabalho em sintonia com a liberdade da crianya.

Nao e dar liberdade total e nao ter diretividade de seu trabalho , pois a crianya

precisa ser conduzida , organizada ate para que ela tenha mais seguranya.

Para isso a professor deve estar sempre alerta, observando , participando

suas descobertas.

3.3. PRE-ESCOLA EDUCACiiO GLOBAL E DINiiMICA

Quando pensamos em educayao pre-escolar temos que ter uma visao de que

nela estarao crianyas ativas buscando e formando um entendimento de si pr6prio e

de seu mundo. Portanto se tivermos essa visao poderemos pensar em formar um

Page 32: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

29

programa para uma pre-alfabeliz8c;ao que leve essas crianyas a desenvolverem e

crescerem como seres participativQs, criativDs com uma real visao de mundo.

(THIESSEN, 1987, p. 32).

Temas que pensar e propor uma pre-alfabetiz8c;ao lembrando-se que as

criany8s sao seres em constante desenvolvimento e portanto com comportamentos

e atitudes diferentes em diferentes epocas de suas vidas.

A verdadeira aprendizagem nao e aquela adquirida verbalmente, numa

decorac;ao de respostas au res pastas artificiais. As crianc;:as necessitam participar de

situ8c;oes ande ela possa agir ativamente sendo issa passivel tambem atrav8S das

atividades ludicas.

Atrav8S da atividade ludica a crianC;8 aprende a cooperar. Quando essa

cooperac;ao gera conflito , ela aprende a lidar com a raiva, frustrac;ao , ansiedade

enfim com sentimentos feridos.

A boa escola deve estar sim preocupada al8m de outros objetivos . tern

sempre a priori 0 desenvolvimento cognitiv~ das crianc;as. Porem isso pode ser

proporcionado atraves de uma variedade de experiencias sem estar preocupado em

si apenas com 0 ensinar ° alfabeto, numeros , escrita do nome, etc Atraves da

arte, musica, danc;a, materia is tateis como : madeira, papelao, argila, agua etc,

podemos proporcionar a crianc;a que esta aprenda fazendo, encorajando sua

curiosidade, criatividade, observac;ao e consequentemente levando-a ao

desenvolvimento da linguagem.

Mostrando que a escola e interessante e que aprender e importante e a

satisfaz e que ela crianc;a e competente na situac;ao escolar e tambem pode muito

contribuir para resolverem problemas sociais intelectuais e praticos.

Page 33: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

30

A atividade ludica deve ser parte importante e integra dora a pre-8scola, pois

ela en valve 0 usa de imagens e representa90es , as quais sao necessarias para

pensar e raciocinar.

Atraves da brincadeira a crianya satisfaz suas necessidades, e neste mundo

do brincar que ela compreende, aprende , opera com as objetos e situ8c;6es do

rnundo adulto.

o brinquedo tfaz para a criang8 vantagens sociais, cognitivas, culturais e

afetivas, pOis ai ela age como S8 fosse maior do que e no real. Ela e capaz de fazer

mais do que ela pode compreender.

Ao brincar a criang8 esta ajustando suas experiencias a estruturas

preexistentes ( assimilagBo) , fortalecendo seu ego, resoivendo conflitos, enfim

brincar e uma fonte de gratific8gao onde e propiciado 0 desenvolvimento da

capacidade cognitiva.

Se as atividades propostas corresponderem a competencia da crianya, 0

educador pod era criar situayoes para que ela se auto-avalie , contribuindo para 0

desenvolvimento de sua auto-valorizaryao positiva

As hist6rias, representac;oes, enfim tudo aquilo que propicie 0 dialogo entre 0

professor e as crianc;as e muito importante, pois permite momentos de discussao,

levando posteriormente a tomada de decisoes que impliquem num acordo mutuo

entre professor e crianya.

o trabalho em grupo tambem, e pe,a fundamental, pais este favorece a

interayao com os companheiros e possibilita a crianc;a a descentralizac;ao do

pensamento egocentrico.

o ensina das artes ( dabradura, pintura, calagem, modelagem ) alem de

serem atividades integradoras, permitem que a crianc;a libere sua criatividade,

Page 34: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

31

sensibilidade, desde que deixemos de lado as model as prontos as quais reprimem e

inibem 0 real potencial artlstico da crianc;:a.

o desenho permite a crianC;:8 a exploraC;:8o e organiz8g8o de espago, do

movimento , sua pr6pria criac;:ao com significados proprios. Permitir que a crianc;:a

fale sabre seu desenho , para que tenha condi~6es de revelar como ela crian~a ve

o mundo.

A musica, a danC;:8 , 0 teatro , devem fazer parte do universo da crianC;:8 pais

desde muito cedo a crianC;:8 habitua-s8 a sons, seja ele de acalanta ou ruidos

Atraves das musicas podemos perceber particularidades das crianC;:8s como

preferencias por este ou aquele fitmo, letra e assim observar e aprender urn paueD

mais sabre cada uma delas, sobre caracterfsticas culturais do grupo familiar e

comunitario ande esta inserida.

A danga permite sua expressao corporal e interagao com outras criangas

onde cada uma cria seu proprio movimento e troca de informaltoes sobre outros

tipos de dangas e de movimentos.

Com 0 teatro e propiciado a crian~a , sua capacidade de representar , onde 0

"magico" e "realidade" se misturam, onde 0 imaginario e explorado e 0 real muitas

vezes proibido se mesclam.

Portanto, depois de tudo 0 que foi dito nas paginas anteriores, seria

redundante reafirmar, para professores de pre-escola, a importancia de incluir

atividades corporais entre as atividades das criangas pre-escolares.

Na primeira infancia, mais que em qualquer periodo subsequente, 0

brinquedo ou 0 jogo serao fundamentais para a vida das pessoas. Na escola, nessa

fase, deve predominar 0 jogo educativ~, isl0 e, 0 jogo como recurso pedagogico,

vinculado a urn projeta pedag6gico.

Page 35: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

32

Nestas paginas finais a respeito da escola da primeira infancia, queremos

continuar enfatizando a importancia do brinquedo na vida da crian.ya. Convem que

os professores que orientam seus pequenos alunos atentem para 0 fato de que

descaracterizar a importancia pedag6gica do brinquedo na escola e negar a pr6pria

crian9a; e, talvez violenta-Ia naquilo que ela tern de mais precioso.

As crianc;as brincam, e com muita intensidade, em sua fase pre escolar,

porsm sem a atenc;ao adequada da escola para isso. Brincam quando nao estao em

"aula~. Qu, quando 0 brinquedo e na aula, geralmente nao tern 0 objetivo que teriam

outras tarefas educativas, 0 de educar, mas apenas 0 de passar 0 tempo. Ora, se

querernos educar urna crianya, por que nao aproveitar os recursos mais ricos que

ela ja possui? Por que nao aproveitar seu pr6prio conhecimento?

Porsm, 0 jogo dentro da escola, orientado pela professora, nao deve ser 0

mesmo de fora da escota, entre parceiros da me sma idade e sem orientagao de

adultos. Q jogo realizado como conteudo da escola deve ser aquele que se inciui

num projeto, que tern objetivos educacionais, como qualquer outra atividade. Oentro

do brinquedo, orientando-o, a professora deve saber onde chegar, 0 que

desenvolver. Pode estar pensando em habilidades motoras, como as corridas, os

saltos, os giros, au em habilidades perceptivas, como noc;6es de tempo e espaC;o, a

manipulagao fina de objetos. Ern outros momentos pode colocar enfase na formaC;80

de nm;6es logicas, como seriac;ao, conservaC;:8o e classificaC;8o. Em outros, ainda, 0

objetivo poderia ser 0 trabalho em grupos, como forma de desenvolver a

cooperaC;8o. Mas, principalmente, 0 objetivo educacional deveria ser 0 de criar

atividades que faciiitem a crianC;a tomar consciencia de seu corpo e de suas ac;6es.

o jogo contsm urn elemento de mOtiv8C;aO que poucas atividades teriam para

a primeira infancia: 0 prazer da atividade ludica. Cremos, de nos sa parte, que todas

Page 36: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

33

as propostas serias de desenvolvimento poderiam ser realizadas dentro do jogo,

aproveitando seu carater ludico. No entanto, nao caiamos no exagero. Escota

alguma poderia ser s6 jogo. Nas atividades infantis, mesmo aquelas sem orienta9ao

escolar, 0 que a crian9a faz contem uma mistura inseparavel de jogo e trabalho, de

atividade descomprometida e atividade seria, de puro prazer funcional e ay80

adaptativa. Pertanto, seria perfeitamente cempativel e desenvolvimento de

atividades serias dentro do contexto do jogo. A escola nao seria s6 jogo mas, na

primeira infimcia, 0 contexte de desenvolvimento das atividades poderia ser 0 do

jogo.

Nao se trata de querer negar tudo 0 que se faz em pre-escolas. Trata-se de

negar 0 exagero da imobilidade. Que a escola continue com suas atividades

educativas consequentes, mesmo aquelas ditas "serias", que abarrecem a crian9a,

desde que nao tomem todo 0 tempo do brinquedo. Ha que se encontrar a medida

certa entre a movimenta9aO corporal e a imobilidade, entre 0 serio e a ludico, entre 0

prazer e a obrigaC;ao rotineira.

Causa-nos mais preocupaC;ao, na escola de primeira infancia, ver crianc;as

que nao sabem saltar que crian9as com dificuldades para ler e escrever. Na primeira

infancia, a ac;ao corporal ainda predomina sobre a a9ao mental. A crianc;a apenas

comec;ou a aprender a pensar, quando, em aC;ao corporal, ja deveria ser

especialista. Os professores devem estar permanentemente preocupados com as

habilidades motoras. Devem certificar-se de que seus alunos sao capazes de carrer,

saltar, girar, rolar, trepar, lutar, lanc;ar e pegar objetos, equilibrar-se etc. Porem, nao

devem esquecer-se de que essas habilidades sao a expressao de urn ser humano,

de urn organismo integra do.

Page 37: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

34

A criang8 e urn ser humano, bern diferente dos animais irracionais que vemos

nos zoologicos e circos. Criang8s sao para serem educadas, e naD adestradas. A

atividade da criang8 deve ser caracterizar pelo seu aspecto humano. Urn ursa ecapaz de plantar bananeira, talvez ate com mais facilidade do que urna criang8. No

entanto, 0 animal, ate onde sabemos, nao pode ter consciencia do que est'; fazendo

- a criang8, sim. Isso impliea liberdade, independencia, autonomia. Falando de ser

humane e de educac;ao, de nada vale saber sem compreender. Na verdade, 0 que a

escota deve buscar nao e que a crianC;8 aprenda esta au aquela habilidade para

saltar au para escrever, mas que atrav8S del a ela possa S8 desenvolver plena mente.

Page 38: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

35

4 0 TRABALHO LUDICO NA EDUCA9AO INFANTIL

A Educa,ao Infantil trabalha com as criangas na fase onde ela adora brincar

de faz-de-conta, de imitar os adultos, onde a brincadeira e sua alegria. Sabe-se, que

normalmente a escola infantil, depois da familia e 0 seu primeiro grupo social, neste

grupo ela tera um papel, tera que aprender a se relacionar com outras pessoas, com

outras regras de convivio, tera que aprender a defender-se, a ocupar urn lugar.

Nestas palavras parece ser urn fardo dificil de carregar, e ela de aparencia tao fragi!

sera capaz de aprender tudo? Escola e um lugar para aprender! Escola e

responsabilidade! Quem vai a escola e quase adulto. Creche e lugar para receber

cuidados e brincar. Escolinha e s6 brincadeira. Quantos mitos foram criados sabre a

escola e a aprender? Inumeros, alguns com algum fundamento, outros verdadeiros

fantasmas para n6s educadores, que rnu;tas vezes temos que travar batalhas no

nosso dia-a-dia para vencer alguns mitos.

Ao trabalharmos muito com jogos e brincadeiras na escola, n6s viramos "tias",

"tiosn; a escola v;ra "parquinho", eo aprender vira "brincadeirinha". Para que esse

mito seja quebrada e necessario que a trabalho com jogo esteja fundamentado no

trabalho pedag6gico, aos poucos 0 jogo vira de lado, 0 "parquinho" vira escola, e a

~brincadeirjnha" vira aprendizagem.

o Referencial Curricular Nacional para a Educa,ao Infantil definido pelo MEC

para a Educat;ao Infantil, deixa claro que a pre-escola nao deve mais ser encarado

como sendo 0 lugar onde se aprende, e a creche urn local de cuidados fisicos e

recreat;ao. A educat;ao infantil deve basear seu trabalho em tres eixos: as

brincadeiras, a movimentat;80 das criant;as e as relat;0es afetivas que elas

Page 39: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

36

desenvolvem. "Essas sao as formas que a Criany8 tem de aprender", define Gisela

Wajskop, que faz parte da equipe que coordenou os referenciais.

Deve-s8 ensinar por meio da brincadeira, do movimento e da afetividade.

Considerando estes tres eixos de trabalho reafirmamos a necessidade da utiliz8980

do jogo na Educa9ao Infanlil, e na Educa9ao em geral.

E na brincadeira livre que a crianya experimenta situac;6es e emoc;6es da vida

adulta. 0 jogo do faz-de-conta e vital para 0 desenvolvimento human~. 0 educador

nao deve usar as brincadeiras apenas como recursos didaticos, fazendo delas urna

mera desculpa para ensinaL IS50 deixa em segundo plano as maiores contribuic;6es

que a brincar pode dar a crianC;8. Nao S8 deve tambem achar que a brincadeira 56 e

util porque com ela os alunos pulam, correm, enfim, movimentam-se.

A atitude correta e ajudar as crianc;:as a brincar, incentivando a imaginac;:ao

delas. Os professores precisam proporcionar varias opc;6es de jogos e participar

deles de forma a motivar 0$ alunas, sempre tomando cui dado para nao impor as

crianc;:as suas pr6prias regras au opini6es.

o jaga, para n6s prafessores de EducaC;ao Infantil, e de suma importancia,

tanto e, que e tema de nosso trabalho. No nosso dia-a-dia em sal a de aula

percebemos que a utilizaC;ao do jogo, facilita a formac;ao da criam;.a, e aguc;a a sua

capacidade de elaboraC;ao e raciocfnio, sem contar com a melhora na sociabilidade.

Utilizamo-nos muito dos jogos de faz-de-conta, do jogo simb6lico, onde deixamos

que as crianc;as brinquem livremente, e que da observac;ao de suas brincadeiras

possamos trabalhar suas necessidades, e em cima das brincadeiras buscarmos

elementos para levar para a sala de aula, a fim de utilizar na aprendizagern. Urn

exemplo deste trabalho e a brincadeira de casinha, ao observarnos varias crianc;as

Page 40: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

37

brincando de casinha, podemos observar que muitas vezes elas transferem suas

vivencias familia res para a brincadeira. E issa, nos da elementos para trabalhar a

afetividade, as rela90es familiares, au mesmo trazer a brincadeira para 0 estudo da

familia. 0 jogo simb6lieD, permite a vivencia e a n3pida compreensao da palavra

familia, e nos leva ate a formar a aNOre geneal6gica da crian9a. Podemos atraves

da mesma brincadeira trabalhar os cuidados com a higiene, da importancia da

1impeza da casa e dos cuidados pessoais, como a banho. A partir desta brincadeira,

podemos tambem trabalhar a importancia do papel de cada membra dentra do

contexto familiar.

Podemos atraves dos jog as, da brincadeira fazer urn levantamento dos jog as

e brincadeiras dos pais e av6s e trazer para dentra da sala de aula, fazendo jogos e

brincando, desta forma efetuamos urn resgate da hist6ria de vida das pessoas

envolvidas, bem como mostrar que muitas "coisas" (informac;6es) sao passadas de

pais para filhos, sem que esteja escrito au gravado em algum lugar onde buscamos

estas informac;oes, par exemplo, nao existe um livra especifico para se aprender a

brincar de pular amarelinha, adoleta, roda, mae da rua, alerta e outras brincadeiras.

Estes jogos e brincadeiras, que as crianc;as brincam quando estao livres faz aflorar

nelas a criatividade, bem como a sociabilidade, e a necessidade do usa de regras

para a convivio em grupo. Muitas vezes, durante a observac;ao dos jog os notamos

que varios conflitos surgem durante a brincadeira e leva as crianc;as a verdadeiras

impasses, que atraves da discussao entre eles e de criac;ao de regras eles acabam

porresolver. (ESPINOZA, 1990, p. 15).

Page 41: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

38

o importante nas brincadeiras livres e a observ8gao do professor durante a

execugao quanta as reagoes das criang8s, as relac;oes que estabelecem entre a

realidade e 0 jogo, a faz-de-conta, as resolwyoes que criam para as conflitos que

surgem. Os dad as da observ8c;:ao e que darao aos professores as elementos para 0

desenvolvirnento de urn eixo de trabalho que seja de interesse e necessidade de

seus alunos, num processo de constru<;ao conjunta e que permitira desenvolver a

processo ensino-aprendizagem de forma mais prazeirosa.

Quando consideramos 0 movimento como eixo do trabalho, podemos

trabalhar tambem com 0 jogo de varias formas a tim de desenvolver 0

aperfeigoamento dos movimentos da criang8, e que gradativamente ganha novas

habilidades motoras. 0 movimento do corpo ajuda a criam;a tambem a se expressar.

A crianc;a esta com 0 corpo em movimento constantemente, nao devemos

exigir que ela permaner.;:a sentada a tempo todo. Para que a crian9a desenvolva as

movimentos 0 professor pode estimula-Ios atraves de dan9a, esporte, exercicios

motores, sem se restringir a este tipo de atividades, deve incluir em suas atividades

a subir e descer em arvores, jogos de bola, e na dan9a deixar que a criancya livre

para buscar movimentos proprios, sem impor coreografias. Os jogos tradicionais

como as mencionados sao otimos para 0 desenvolvimento dos movimentos e da

motricidade.

Aqui a criatividade da crian9a pode ser agu9ada atraves de atividades livres

que permitam que 0 grupo crie jogos de movirnenta9ao do corpo, crie varia90es para

as jogos tradicionais e de bola. Urn exemplo, pode ser dado quando urn grupo de

alunos apes brincarem com arcos para 0 jogo tradicional de "coelhinho sai da tocan,

ende as crianc;as ficam dentro do arco colocado no chao, que corresponde a toca do

Page 42: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

39

coelho e cada crianr;8 representa 0 coelho, 1 ou mais crian<;as ficam sem toca, e a

cada sinal as criang8s trocam de casa, a que esta sem tern que tentar ocupar uma

casa. Ao brincarem livremente criaram 0 jogo dos discos voadores, cada area

correspondia a urn disco voador, cada crianC;8 era 0 comandante da nave e aD sinal

de um dos comandantes arremessavam os discos voadores (arcos). a cada

momento criavam uma nova regra; de quem voava mais (arremessava 0 areo mais

lange), de quem nao batia 0 disco (arremessar sem chocar com 0 areo do outre), de

quem voava mais alto (arremessar 0 areo para cima, 0 mais alto que conseguisse), 0

jogo comegou com algumas crianC;8s, e foi lao envoi vente que logo todo 0 grupo,

estava jogando, criando e respeitando as regras. 0 j090 foi tao criativo e envolveu

tanto a todos que sempre que podiam. repetiam a brincadeira.

Neste jogo ha 0 desenvolvimento dos movimentos, da motricidade, da

inteligencia, da expressao, da linguagem e da sociabilidade. Atrav9s deste exemplo,

reafirmamos a importancia da utilizac;ao do j090 para 0 desenvolvimento do trabalho

pedagogico, sem traumas para as crian<;as porque elas aprendem brincando.

As rela<;oes afetivas fazem parte do desenvolvimento do ser humano. Na

institui<;ao de educa<;8o infantil, 0 ambiente precisa ser saudavel e incentivar a auto-

estima das crianc;as. Isso ajuda no fortalecimento da autonomia. 0 educador deve

acolher cada crian<;a de forma individual e afetiva, 0 que 9 urn desafio permanente,

principalmente quando se trata de bebes. Para trabathar com as relagoes afetivas.

al9m da observa<;ao constante, do dialogo podemos melhorar muito 0

desenvoJvimento das rela<;oes atraves de j090s simb6licos, do faz-de-conta

deixando as crian<;as brincarem livremente ao ar livre, deixando que a sua

Page 43: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

40

imaginac;:ao uvae", permitindo que S8 expresse atraves de movimentos e do jogo

simb6lico.

Os jogos permitem 0 desenvolvimento do trabalho em grupo, da linguagem

oral e escrita, de diferentes habilidades de pensamento - como observar, comparar,

analisar, sintetizar e fazer conjecturas. Ah9m do aspecto mais restrito a sua utiliza\Oao

pedag6gica, os jogos e brincadeiras infantis, tern como grande contribui<;ao

promover a recuperac;ao e a manutenc;:ao da cultura de urn determinado grupo, 0

que muitas vezes e esquecido e ignorado pela maieria das escolas.

No dia-a-dia 0 professor pode trabalhar e introduzir diferentes tipos de jogos

com sua turma, fazendo usa de jogos e brincadeiras infantis, pode criar urna

brinquedoteca em sala de aula, com jogos industrializados e construidos par sua

turma com sucatas. As regras para a utilizac;ao devera ser estabelecida pelo grupe.

A participac;ao da crianC;8 na constrw;:ao de urn jogo e muito importante; pOis

ao construir ela estara desenvolvendo e trabalhando com todo 0 seu corpo,

inteligencia e afetividade. Quando da cria9Bo da brinquedoteca na escola em que

trabalhamos, solicitamos aos alunos os jogos que nao queriam, alguns foram

adquiridos e muitos construidos com sucatas, a cada dia urn jogo surgia e

trabalhavamos as regras criadas, as tecnicas para a criaryao de outros jogos, e urn

aspecto importante era 0 de atingir nosso objetivo interdisciplinar, trabalhamos ao

mesmo tempo todas as disciplinas: matematica, linguagern oral e escrita, hist6ria,

educa980 artistica, educa980 flsica, motricidade; enfim, tudo de forma agradavel,

sem ser mayante e imposta. A aprendizagern ocorre naturalmente. E comum os

professores desenvolver jogos para alfabetizar as crianc;as ou adultos, 0 processo de

alfabetiza9ao nao e facil, pOis envolve a decodifica98o de simbolos graficos com

valores sonoros, na verdade muito abstratos. Percebemos entao, que as professores

Page 44: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

41

utilizam-se dos jogos como meio facilitador, 0 ludico desmistifica a dificuldade da

decodific8C;<30. 0 resultado deste trabalho e que a crianC;8 aprende com mais

facilidade, realmente; pois para ela 0 jogo 8 urn desafio, decodificar simbolos no jogo

ela faz muitas vezes sem perceber, respeitar regras tambem 0 faz constantemente,

o professor s6 tern 0 cuidado de gradativamente introduzir a simbologia e as regras

atraves da brincadeira. Urn exemplo disto 8 0 jogo bingo de letras (8 como a bingo

tradicional, 56 que no lugar de numeros, uti1izamos letras), 0 domino de 1stras e

figuras (no lugar dos pontcs representando as numeros, colocamos de urn lado letra

e de Qutros figuras associ ad as), quebra-caber;8S de palavras e figuras (a figura

associ ada a palavra, e os recortes sao feitos de acordo com 0 numero de !etras da

palavra, ao mantar a figura surge naturalmente a palavra).

Para ensinar conceitos matematicos, os j0905 tambem facilitam 0 trabalho do

professor, as j0905 de percurso sao 6limos para trabalhar quanti dade, e podem ser

construidos junto com os alunos; confeccionar boliche com garrafas, trabalhar com

arcos e bolas, ou mesmo basquete, volei, com a marcagao e contagem de pontos,

automaticamente estamos trabalhando a matematica.

Urn aspecto relevante e 0 resultado da utilizagao dos jogos no processo de

aprendizagem, as crian9as tornam-se cada vez mais criativas, sao capazes de

respeitar os colegas e as regras com maior facilidade, 0 convivio social e melhorado,

sao mais amigos, mais carinhosos, mais par1icipativos, a habilidade motora eagu9ada. As crian9as ficam mais dispostas a aprender e 0 novo nao assusta, e um

desafio constante; ela esta sempre buscando aprender mais. A competitividade entre

elas e sadia. Afetivamente tornam-se mais estaveis, sao capazes de dividir, de

compar1ilhar, de respeitar, de perder, de ganhar, de sorrir, de brincar, de conviver; 0

Page 45: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

42

que as torna menes agressivas, egoistas, timidast hiperativas, desatentas. E, para

elas 0 "aprender" deixa de ser urn farda, e sim urn prazer.

4.1.0 PAPEL DO PROFESSOR

Quanta aos professores e necessaria que tenha certos cuidados quanta aos

excessos, ele nao pode esquecer seu papel dentro do grupo, deve orientar, auxiliar,

participar, observar, intervir quando necessaria, avaliar constantemente 58 atingiu ou

nao os seus objetivos. Ele e 0 mediador dentra do processo, deve langar desafios aD

grupo, abstrair sempre que passive I 0 que pode servir de elemento para melhor

desenvolver seu trabalho pedag6gico. Cuidar para que a rela,ao de competitividade

nao caminhe para a agressao, a excesso deixa de 5er sadie e faz cair por terra todo

o trabalho.

o seu papel e 0 de relacionar 0 jogo e as varias disciplinas, auxiliando as

alunos a abstrair de suas vivencias com as jog as a aprendizado. Nao e urn papel

facil, pais ao mesmo tempo que observa, participa, media, abstrai, estimula e ensina.

o que ja observamos algumas vezes e que muitos professores, utilizam-se do jogo

como recurso de maneira excessiva e sem objetivos, 0 que leva a brincar pelo

brincar, sem aprender. Muitas vezes, par nao observar e nao abstrair as atividades e

relaciona-Ias com a aprendizado, outras par comodismo pais en quanta as criangas

brincam eles descansam. Islo nao quer dizer que em toda a brincadeira a professor

tern que interferir, dirigir e ter urn objetivo concreto e interdisciplinar, mas tudo deve

ser dosado; a crianga tambem deve brincar por brincar, nos professores e que

Page 46: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

43

devemos cumprir nos so papel observando e uli1izando de propostas pedag6gicas

que facilitem, permitam 0 desenvolvimento da criang8.

A ideia do jogo pelo jogo, e ultrapassada, hoje esta comprovado que 0 j090

desenvolve entre Quiros aspectos raciocinio, motricidade, afetividade entao porque

nao utilizar-se deles para melhorar a qualidade do trabalho pedag6gico.

Em encontros de professores, curs~s de formayao e Qulras atividades que

envolvem educadores e tracas de experiencias, e comum ouvir em varias talas dos

educadores a sua experiencia com a utiliz8gao de jog05 no trabalho pedagogica, em

todas as areas curriculares. Notamos que a maiaria eria as seus j0905 com as

alunos, utilizam-se de sucatas, criam variac;5es dos j0905 tradicionais e os aplicam

em varias disciplinas.

Sabemos que as jogos sao utilizados em sess6es de fonoaudiologia,

pSicologia, psicopedagogia para solucionar problemas au disturbios de

aprendizagem/emocionais/fisicos, porque nao usa-los como recurso para evitar que

problemas e disturbios surjam au sejam minimizados? 0 papel do professor

enquanto mediad or e orientador e de suma importancia para que atraves do jogo a

crianc;a seja capaz de desenvolver-se de forma sadia.

Page 47: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

44

CONCLUSAO

Atraves de atividades Judicas , cria-s8 urn ambiente estimulador ande a

crian98 partic;pa, vivencia experiencias enriquecedoras as quais futuramente Ihe

serao de muita valia para sua alfabetizayao. Alfabetiz8<;:ao que va; alem do estar

apenas preocupado com 0 ensina da leitura, escrita, numeros .

E muito importante conhecer as brincadeiras e podermos compartilhar estas

com as crianc;:as, procurando a cada uma delas trabalhar de uma forma ampla, nae

restringindo-8 a objetivos unicos e espedficos, nem da brincadeira e nem, da

crian<;a. Devemos ter sempre em mente que a cada brincadeira pode surgir infinitas

formas e oportunidades de explorayao, de vivencias .E que cada crian98 e urn S8r

unico que pelo seu desenvolvimento e inteligencia permite evocar 0 passado, viver e

representar 0 presente e "sugestionar" 0 futuro .

Ao se trabalhar temas atraves de brincadeiras deve-se dar a criant;a

elementos culturais para a utilizaC;80 de outras brincadeiras, ampliando seu universo

de experiencias. Neste caso, deve-se explorar 0 desenvolvimento dos papeis em

toda a sua riqueza e complexidade.

o trabalho psicopedag6gico deve ser aproveitado ao maximo para

desenvolver a crian9a aquilo que e pr6prio ao ser humano, saber brincar.

A adoc;ao de jogos e brincadeiras como um dos recursos que 0

Psicopedagogo ou terapeuta pode utilizar-se na intervenC;80 psicopedag6gica

possibilita a exploraC;80 e a manipulac;ao do jogo, colocando a crianc;a com

dificuldades de aprendizagem, em contato com objetos e com 0 meio ambiente,

propiciando 0 estabelecimento de relac;oes e contribuindo para a construC;80 da

Page 48: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

45

personalidade e do desenvolvimento cognitiv~, tornando a atividade ludica

imprescindivel na educ8c;ElO.

Em suma, 0 brinquedo, a brincadeira, 0 ato de brinear constituem-se em

instrumentos importantes para 0 desenvolvimento da crianc;a, sao tambem

instrumentos para a construyEio do conhecimento infantil no senti do que pelo brinear

a crian98 organiza suas experiencias e aprende a lidar com as emoc;oes.

o professor e a Psicopedagogo podem usufruir dos jogos e das brincadeiras

S8 souberem observar e intervir a partir da 16gica da atividade ludica infantil,

descobrindo explora90es poss[veis e obtendo-se melhor aproveitamento do

brinquedo como mediador das brincadeiras e como tscniea educativ8.

Page 49: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

46

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicometrocidade: educa~ao e reeducac;ao.

Blumenau: Odorizzi, 1998.

BROUGERE, Gilles. Jeu et education. U; jeu dans la pedagogie prescolaire

depuis Ie Romantisme. These pour Ie Ooctorat d 'Etat as Lettres et Sciences

Humaines. Paris: Universite Paris. V.v. lev. II, 1993.

ESPINOZA, Arturo B. Rivas. Apostila da Federa9aO Nacional das APAES . Curso

de Expressao Corporal. Sao Paulo, 1990.

FERREIRA, Idalina Ladeira e CALDAS, Sarah P. Souza. Atividades na Pre-Escola.

Sao Paulo: Saraiva, 1978

FREIRE, Joao Batista. Educa9ao de Corpo Inteiro. Sao Paulo: Spicione, 1989

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. Sao Paulo: Perspectiva, 1990.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. 0 jogo, a crian9a e a educa9ao. Tese de Livre

Docencia apresentada a Faculdade de Educa9iio da Universidade de Sao Paulo,

1992.

Page 50: Monografia apresentada para obtenc;ao do de Pesquisa e ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/O-SIMBOLISMO.pdf · o SIMBOLISMO E 0 FAZ DE CONTA NA EDUCA9Ao INFANTIL Monografia apresentada

47

MELO , Lilia Erbolato . Revista Educa9ao, 1991, pag. 22.

NICOLAU, Marieta Lucia Machado e MAURO, Maria Adelia F. Alfabetiza9ao com

sucesso. Sao Paulo: EPU, 1986.

OLIVEIRA, Z.M.R. Algumas ideias sobre 0 desenvolvimento e 0 jogo infanti!.

Sao Paulo: Series Ideias, 1988.

PIAGET, Jean. A forma9ao do Simbolo na Crian9a. Sao Paulo: EDUSP, 1977

ROSAMILHA, Nelson. Psieologia do Jogo e Aprendizagem Infantil . Sao Paulo:

Siblioteca Pioneira de Ciencias Sociais , 1979.

THIESSEN, Maria Lucia e SEAL, Ana Rosa. Pre-escola , tempo de educar . Sao

Paulo, 1987.

VYGOSTSKI, Llev Semenovich. A forma9ao social da mente. 2. ed. Sao Paulo:

Martins Fontes, 1998.

WINNICOTT, D. W. 0 brinear e a realidade. Tradu9ao de Jose Octavia de Aguiar

Abreu. Rio de Janeiro: Imago, 1975.