módulo 2 - aula 3

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Noções Básicas de Epidemiologia Prof. Dalia E Romero M

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Page 1: Módulo 2 - Aula 3

Noções Básicas de Epidemiologia

Prof. Dalia E Romero M

Page 2: Módulo 2 - Aula 3

Epidemiologia e Geriatria?

Objetivo da Aula• Mostrar a grande Relevância do “olhar

epidemiológico” do processo de envelhecimento, tanto para melhorar a atenção individual do idoso (geriatria) como para melhor planejar, intervir e vigiar a saúde populacional (saúde coletiva).

Page 3: Módulo 2 - Aula 3

Populações• – Uma das características distintivas mais

importantes de epidemiologia é que trata de grupos de pessoas em lugar de pacientes individuais.

• Enquanto a clínica aborda a doença em .nível individual., a epidemiologia aborda o processo saúde-doença em .grupos de pessoas. que podem variar de pequenos grupos até populações inteiras.

• O fato de a epidemiologia,por muitas vezes, estudar só morbidade, mortalidade ou agravos à saúde, deve-se, em grande parte, às limitações metodológicas da definição de saúde.

Page 4: Módulo 2 - Aula 3

Bases da Epidemiologia

Page 5: Módulo 2 - Aula 3

O que é Epidemiologia?É a ciência básica da saúde pública.

• Etimologicamente, estudo que afeta a população» epi=sobre» Demo+população

O conceito original se restringia ao estudo das epidemias e doenças transmissíveis prevaleceu por muito tempo.... (tifus, variola, cólera...)

Conceito mudaMaurício Gomes Pereira-RJ-Ed. Guanabara Koogan, 1995-550p

Page 6: Módulo 2 - Aula 3

Origem do termo Epidemiologia

•Hipócrates usou a palavra "epidemion", para distinguir doenças que "visitam", episódicas, daquelas "endemion“

•"Ares, águas e locais"•"... aquele que deseje compreender a ciência médica, deve considerar os efeitos das estações do ano, as águas e suas origens, o modo de vida das populações..."

Page 7: Módulo 2 - Aula 3

“Evolução” da Epidemiologia

CóleraPesteTifoVaríola

No passado... Epidemias evidentes

Nos períodosinterepidémicos

Busca de agentes biológicosFatores de risco

Mudança demográficas e epidemiológicas

Doenças crônicas degenerativasDanos ou agravos a saúde (violência, estilo de vida...

Page 8: Módulo 2 - Aula 3

• Hoje em dia existe polemica em sua conceituação

pelas perspectivas:– Biológicas (organicista)... Riscos individuais– Social (condições de vida, classes sociais..)– Estatística (quantitivista,)-Ecossistema de Saúde (teorias ecológicas)

Page 9: Módulo 2 - Aula 3

Epidemiologia...Quando definida saúde pela

doença

“A Epidemiologia é a ciência que estuda os padrões da ocorrência de doenças em

populações humanas e os fatores determinantes destes padrões” (Lilienfeld,

1980).•Saúde e doença como um processo binário (presença/ausência) é uma forma simplista para processo algo bem mais complexo.

Page 10: Módulo 2 - Aula 3

Epidemiologia...Quando definida saúde como

processo• Epidemiologia é o estudo dos

agravos à saúde, sua distribuição e determinantes em populações assim como das aplicações no controle de problemas de saúde. (Last,1988)

• OMS

A questão é definir estado de vida saudável

Page 11: Módulo 2 - Aula 3

USOS DA EPIDEMIOLOGIA

• Por algum tempo prevaleceu a idéia de que a epidemiologia restringia-se ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que a epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde da população.

Page 12: Módulo 2 - Aula 3

Áreas de atuação da Epidemiologia- descrição das condições de saúde da

população,• investigação dos fatores determinantes de

doenças, • Conhecimento das causas• avaliação do impacto das ações para alterar

a situação de saúde • avaliação da utilização dos serviços de

saúde, incluindo custos de assistência.• Elaboração de critérios de educação em

saúde (Smith 2001)• prover subsídios para a prevenção das

doenças, melhorar a qualidade de vida...

Page 13: Módulo 2 - Aula 3

PREVENÇÃOAs ações primárias dirigem-se a prevenção das

doenças e manutenção da saúde.

Exemplo: estudos já mostraram que a interrupção do fumo na gravidez é importante medida para evitar riscos de terem filhos com retardo de crescimento intra-uterino e baixo peso ao nascer (Horta, 1997).

Após de instalado, no período clínico ou patológico da doença, as ações secundarias visam a fazer-o regredir (cura), impedir a progressão para o óbito, ou evitar seqüelas.

Page 14: Módulo 2 - Aula 3

Função Primaria da Epidemiologia:Controle – Prevenção -

Monitoramento

• Embora epidemiologia simplesmente possa ser usada como uma ferramenta analítica para estudar doenças e seus determinantes, tem um papel mais ativo.

• Dados epidemiológicos orientam decisões de saúde pública e contribuem para o desenvolvimento e avaliação de intervençõespara o controle e prevenção de problemas de saúde.

Page 15: Módulo 2 - Aula 3

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Page 16: Módulo 2 - Aula 3

Esse trabalho representa um dos mais importantes referencial conceitual da epidemiologia e da saúde pública. Durante a TE, um largo processo de mudanças do padrão da mortalidade acontecem. a Doenças infecciosas e pandemias são substituídas por doenças crônicas degenerativas.

Teorias da Transição Epidemiológica (TE)Modenização... Evolução

Page 17: Módulo 2 - Aula 3

Estágios da Transição EpidemiológicaPestilência e FomePestilência e Fome

Pandemias em recessãoPandemias em recessãoCrônicas Degenerativas Crônicas Degenerativas

Page 18: Módulo 2 - Aula 3

Estágios segundo a Teoria DemográficaEstágio I – Elevados níveis de mortalidade e natalidade e crescimento populacional lento e razoavelmente estável

Estágio II – mortalidade declina devido aos avanços na medicina e nas condições básicas de vida. Conseqüentemente, o crescimento populacional se acelera.

Estágio III – natalidade começa a cair e assim o crescimento populacional desacelera-se.

Page 19: Módulo 2 - Aula 3

Estágios da Transição Demográfica e Epidemiológica

Estágios da Transição DemográficaIndicadores I II III IV

Fecundidade alta alta decresecente baixaMortalidade alta decrescente decresecente baixa % de DIP alta decrescente decresecente baixa % por DCD baixa crescente crescente altaEo baixa crescente crescente altaPopulação estacionária crescente crescente estacionária % de crianças alta crescente decresecente baixa % de idosos baixa baixa crescente alta

Temos sobreposição de etapas nos países não desenvolvidos

Page 20: Módulo 2 - Aula 3

Teorias da Transição Demográfica e Epidemiológica

Mudanças na saúde e no padrão de enfermidade que caracterizam a transição

epidemiológica estão estreitamente associados com a transição

demográfica e econômica que constitui a complexa modernização (Omran,

1971: 527).

Page 21: Módulo 2 - Aula 3

Transição Demográfica: Países “Desenvolvidos”

– Revolução Industrial–melhor standard de vida para maioria

– Revolução no Transporte – alimentos e bens podem ser transportados para todas as áreas

– Revolução Médica–Elevação da expectativa de vida

• Qualidade de Vida e diminuição da mortalidade

infantil

TEMPO para o planejamento

Mudanças em períodos de Prosperidade

Page 22: Módulo 2 - Aula 3

A transição EpidemiológicaTaxa de Mortalidade por Sarampo em crianças menores de 15 anos na Inglaterra e País de Gales, de 1850-1970

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

1400

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1850 1870 1890 1910 1930 1950 19701850 1870 1890 1910 1930 1950 1970

(mor

tes

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as)

Descoberta

vacina

1964

Fonte: Thomas McKeown, The Modern Rise of Population (Academic Press, San Francisco, 1976), p. 93-96.

Fonte: Thomas McKeown, The Modern Rise of Population (Academic Press, San Francisco, 1976), p. 93-96.

Page 23: Módulo 2 - Aula 3

Transição Demográfica: Países “Desenvolvidos”

– Revolução Industrial–melhor standard de vida para maioria

– Revolução no Transporte – alimentos e bens podem ser transportados para todas as áreas

– Revolução Médica–Elevação da expectativa de vida

• Qualidade de Vida e diminuição da mortalidade

infantil

TEMPO para o planejamento

Mudanças em períodos de Prosperidade

Page 24: Módulo 2 - Aula 3

Transição Demográfica: Países “Subdesenvolvidos”

Surgimento de novos remédios

Ativas Ações de Planejamento Familiar

melhorias de condições de saúde

Vacinação Sistemática• diminuição da

mortalidade infantil • Campanhas verticais

como hidratação oral, imunizações...

melhoras ambientais

Sobreposição de etapas

Crescimento Populacional Grande

Poucos recursos financeiros para resolver

problemas

Diminuição rápida da mortalidade e lenta da fecundidade

sec. XX

Page 25: Módulo 2 - Aula 3

Epidemiologia... como a demografiaRECOPILAÇÃO DE DADOS DOS EVENTOS:

Dados primários (registro de hospitais, registros vitais...)

Dados secundários (pesquisas amostrais... PNAD, Censo)

TRATAMENTO DOS DADOS: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE, CONSISTÊNCIA

INDICADORES

DESCRIÇÃO E CAUSALIDADE:

FASE INTERDISCIPLINAR

Page 26: Módulo 2 - Aula 3

III etapa Explicação e Causalidade

Page 27: Módulo 2 - Aula 3

Determinantes –

• Epidemiologistas também buscam causas ou fatores que estejam associados com risco aumentado ou probabilidade de doença. Este tipo de epidemiologia movida por perguntas tais como "quem", “o que”, "onde” e "quando" e que tenta responder "como" e "por quê" é chamada epidemiologia analítica.

Page 28: Módulo 2 - Aula 3

Níveis de causalidade segundo proximidade do agravo a saúde

Ex. Asma Infantil

Determinantes Distais

Determinantes Intermediários

Determinantes Próximos

Fonte: Ana Menezes Epidem das doenças respiratórias

Page 29: Módulo 2 - Aula 3

Razão de chances (OR) dos modelos logísticos dos adultos com auto-avaliação negativa da saúde.

Variáveis OR (IC 95%)Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

SociodemográficasSexo (masculino=1)

Feminino 1,27 (1,21;1,33) 0,97 (0,92;1,02) 0,83 (0,78;0,87)Idade do morador 1,05 (1,05;1,05) 1,03 (1,03;1,03) 1,00(1,00;1,01)Escolaridade (Mais de 5 anos=1)

Menos de 1 ano 3,13 (2,88;3,41) 2,74 (2,52;2,99) 2,49 (2,28;2,72)De 1 ano até 5 anos 1,99 (1,85;2,14) 1,71 (1,59;1,85) 1,70 (1,57;1,83)

Renda Familiar percapita (Mais de 3 SM=1)Até 1 S.M. 2,42 (2,22;2,64) 2,44 (2,23;2,68) 2,13 (1,94;2,35)

De 1 ate 3 S.M. 1,74 (1,60;1,89) 1,67 (1,53;1,82) 1,50 (1,37;1,65)Morbidades (não ter a doença=1)

Câncer 7,22 (5,62;9,28) 4,51 (3,47;5,87)Tuberculose 5,12 (3,34;7,84) 3,90 (2,52;6,05)

Cirrose 4,14 (3,10;5,51) 3,33 (2,38;4,66)Depressão 2,97 (2,79;3,17) 2,38 (2,22;2,55)

Coração 2,36 (2,21;2,52) 1,71 (1,59;1,84)Bronquite ou asma 2,14 (1,97;2,32) 1,76 (1,61;1,93)

Diabete 2,03 (1,86;2,22) 1,74 (1,59;1,92)Doença Renal Crônica 1,90 (1,75;2,05) 1,68 (1,54;1,83)Artrite ou reumatismo 1,82 (1,72;1,93) 1,53 (1,44;1,62)

Doença de coluna ou de costas 1,61 (1,52;1,69) 1,40 (1,32;1,48)Hipertensão 1,52 (1,44;1,61) 1,37 (1,29;1,45)

Limitações funcionais (não ter a dificuldade=1)Da vida diária

Dif. aliment., tomar banho ou ir ao banheiro 1,87 (1,67;2,09)Dif. abaixar-se, ajoelhar-se ... 1,26 (1,16;1,36)

Instrumentais avançadasdos, praticas esportes ou realizar trabalhos pesados 2,92 (2,70;3,15)

De empurrar mesa ou realizar consertos domésticos 1,44 (1,32;1,56)De subir ladeira ou escada 1,57 (1,43;1,71)

De andar mais de 1 KM 1,42 (1,31;1,54)formante do domicílio (a pessoa não informa=1)

Informa a mesma pessoa 1,09 (1,04;1,14) 0,93 (0,89;0,98) 1,04 (0,98;1,10)

Exemplo:AAS idosos

n

Page 30: Módulo 2 - Aula 3

• A pergunta-chave da causalidade È a seguinte:

• Os achados indicam causalidade ou apenas associação?

Page 31: Módulo 2 - Aula 3

• PROBLEMA MAIS RELEVANTES NOS ESTUDIOS EPIDEMIOLOGICOS E NA

SAÚDE PÚBLICA

Page 32: Módulo 2 - Aula 3

PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

5. CONSEQüÊNCIAS ECONÔMICO-SOCIAIS

Page 33: Módulo 2 - Aula 3

II etapa Definição de Indicadores

• Mortalidade / sobrevivência• · Morbidade / gravidade /incapacidade

funcional• Aspectos demográficos• Condições socioeconômicas• Saúde ambiental• Serviços de saúde

Page 34: Módulo 2 - Aula 3

Características dos Indicadores• Taxas:São as medidas básicas da ocorrência das doenças

em uma determinada população e período.Considera-se que o número de casos está relacionado

ao tamanho da população em um tempo determinado

Devem ser: precisos, fidedignos, consistentes.

casos detectados que se quer estudar (por exemplo: óbitos, doentes)População a risco

Page 35: Módulo 2 - Aula 3

Principais indicadores de mortalidade

• Taxa Bruta de Mortalidade• Taxas Especificas de Mortalidade• Taxas de Mortalidade por causas• Mortalidade proporcional por grupos de

causas • Esperança de Vida

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Esperança De Vida

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pessoas-anos vividos na coorte

45

9085

5

100

60

80

19861985

70

Page 41: Módulo 2 - Aula 3

Contribuição de cada indivíduo para os anos vividos pela sua coorte1 _ 802 _ 603 _ 1004 _ 055 _ 456 _ 857 _ 708 _ 90

535 anos contribuídos por 8 pessoasTempo médio vivido

( )0xe = 66.87

Page 42: Módulo 2 - Aula 3

ConceitoA esperança de vida é uma estimativa do número médio de anos de vida que uma pessoa poderia viver se as taxas de mortalidade específicas por idade para um ano determinado permanecessem constante durante o resto da vida. A esperança de vida é uma medida hipotética porque baseasse nas taxas atuais de mortalidade, embora as taxas de mortalidade reais mudem durante o transcurso da vida de uma pessoa.

Page 43: Módulo 2 - Aula 3

A esperança de vida de cada pessoa variasegundo a mesma envelhece e na medida que mudam as tendências da mortalidade.

A esperança de vida depende de maneira significativa do sexo, da raça e das condições sócio-econômicas.

A esperança de vida é uma boa medida resumedas condições de saúde.

Nos países mais pobres a baixa esperança de vida ao nascer deve-se em grande parte as altas taxas de mortalidade infantil.

Page 44: Módulo 2 - Aula 3

ESPERANÇA DE VIDA NO BRASIL –TENDENCIAS DA MORTALIDADE RECENTE

A esperança de vida ao nascer, no Brasil, vem experimentando, ao longo dos anos, incrementos paulatinos. Particularmente, entre 1980 e 2001, para a população de ambos os sexos, esse indicador da mortalidade passou de 62,7 anos para 68,9, correspondendo, em anos, a um incremento de 6,2 ou, em meses, a 78,4 (Tabela 1). O mesmo fenômeno também foi observado para cada sexo, com franco favorecimento ao sexo feminino (6,9 anos, para as mulheres, contra 5,5 anos, para os homens).

Page 45: Módulo 2 - Aula 3

0

10

20

30

40

50

60

70

Eo

1930/40 1940/50 1950/60 1960/70 1970/80 1980/90 1990/00

Brasil. Esperança de Vida. 1930-2000

38 Nordeste

48 C-Oeste

58 Nordeste

69 Sul

38 Nordeste

48 C-Oeste

58 Nordeste

69 Sul

Page 46: Módulo 2 - Aula 3

Aumenta o diferencial por sexo

Observou-se que os diferenciais entre os sexos também experimentaram aumentos ao longo dos últimos 20 anos.

Em 1980, enquanto as mulheres possuíam uma esperança de vida ao nascer de 66,0 anos, os homens detinham uma vida média 59,6 anos, representando uma diferença de 6,4 anos. Vinte e um anos mais tarde, as mulheres, no Brasil, já estariam vivendo, em média, 7,8 anos a mais que os homens (72,9 anos, para o sexo feminino e 65,1 anos, para o sexo masculino).

Page 47: Módulo 2 - Aula 3

Sobremortalidade masculina

O ritmo de crescimento mais lento da esperança de vida masculina, comparativamente ao da feminina, encontra explicação no aumento gradativo da sobremortalidademasculina nas idades jovens e adultas jovens.

Page 48: Módulo 2 - Aula 3

O impacto das mortes por causas externas

Diversos estudos com variadas metodologias apontam o aumento das mortes por causas externas como explicação da sobremortalidade masculina: (homicídios, acidentes de trânsito, suicídios, quedas acidentais, afogamentos, etc.) O IBGE elaborou uma pesquisa “Evolução da Mortalidade -2001 – Brasil. Esperança de vida ao nascer no Brasil em 2001 e o efeito das mortes por causas externas” disponível no site www.ibge.gov.br.

Page 49: Módulo 2 - Aula 3

O impacto das mortes por causas externas...

Assim, observaram que, ao considerar uma situação limite de ausência de mortes por causas externas, a população masculina teria um aumento de 2,5 anos na esperança de vida ao nascer em anos recentes. Já o segmento feminino experimentaria ganhos bem menos expressivos (da ordem de 1/2 ano).

Page 50: Módulo 2 - Aula 3

Medidas de ocorrência de doenças - MORBIDADE

• A simples mensuração do número de casos da doença, sem menção à população em risco (dados brutos), pode dar idéia, a curto prazo, em uma determinada população, em situações especiais– Número de mortos em uma enchente ou

terremoto.

Page 51: Módulo 2 - Aula 3

Medidas de ocorrência de doenças

• Prevalência de uma doença é o número de casos em um determinado ponto no tempo em uma população definida

• Incidência é o número de casos novos que ocorrem em um certo período em uma população específicaSão maneiras diferentes de medir a ocorrência de doenças e variam de acordo com a doença

Page 52: Módulo 2 - Aula 3

Tempo de incidência

• Para medir a freqüência da ocorrência de doenças em uma população, é insuficiente o registro do número de pessoas ou até a proporção da população que é afetada.

• É também necessário considerar o lapso de tempo em que as doenças ocorrem, assim como o período durante o qual os eventos são contados.

Page 53: Módulo 2 - Aula 3

Incidência acumulada

Page 54: Módulo 2 - Aula 3

Taxa de incidência

• Note que a unidade de densidade de incidência deveráincluir uma dimensão de tempo (dia, mês, ano, etc.)

• O denominador para o cálculo da densidade de incidência é igual ao somatório dos períodos livres de doença de todas as pessoas durante o estudo.

nDI 10risco em tempo-Pessoa

período no doentes N×=

Page 55: Módulo 2 - Aula 3

Taxa de incidência

Page 56: Módulo 2 - Aula 3

Relação entre hábito de fumar e taxa de incidência de acidente vascular cerebral (AVC) em uma coorte

de 118.539 mulheres

30,2908.447274Total

49,6280.141139Fumante

27,9232.71265Ex-fumante

17,7395.59470Nunca fumou

Densidade de incidência de AVC (p/ 100 mil pessoas-

ano)

Pessoas-ano em observação(em 8 anos)

Número decasos de AVC

Hábito de fumar

Page 57: Módulo 2 - Aula 3

Medidas de ocorrência de doenças

• Dados de prevalência e incidência tornam-se mais úteis quando transformados em taxas.

• Quando não hádisponibilidade de dados sobre a população em risco, a população total da área é utilizada como informação aproximada.

n

riscoemPopcasosNTaxa 10

___

×=

Page 58: Módulo 2 - Aula 3

Fatores que podem influenciaras taxas de prevalência

• Aumentando-a– Maior duração da doença– Aumento da sobrevida sem

cura– Aumento da incidência– Imigração de casos– Emigração de pessoas

sadias– Imigração de pessoas

susceptíveis– Melhora dos recursos

diagnósticos (melhora do sistema de informação)

• Diminuindo-a– Menor duração da doença– Maior letalidade– Diminuição da incidência– Imigração de pessoas sadias– Emigração de casos– Aumento da taxa de cura

Page 59: Módulo 2 - Aula 3

Indicadores Demográficos subsídios aos estudos epidemiológicos

• Indicadores de Estrutura por Idade e Sexo --- índices de dependência

• Índice de envelhecimento

Page 60: Módulo 2 - Aula 3

Outros Indicadores Epidemiológicos

• De fecundidade adolescente: Taxa de fecundidade de 15-19

• De estado nutricional: IMC

• ......

Page 61: Módulo 2 - Aula 3

Incluem todas as idades e não são suficientemente válidos para mensurar o envelhecimento

• Média e Idade da População• Mediana de Idade da População

• Índice de Idosos ou Índice de Envelhecimento

Menor 15% população jovem15-30% nível intermediáriomais 30% população idosa

Índice Simples

Fácil Interpretação

Alta sensibilidade as variações da estrutura etária (validade)

Page 62: Módulo 2 - Aula 3

Brasil. Índice de Idosos e Proporção de População Menor de 15 anos. 1980-2050

0

20

40

60

80

100

Pop. < 15 anos

Indice de Idosos

população Jovem

nível intermediário

população Idosa

Page 63: Módulo 2 - Aula 3

Etapa I e II: Informação para Estudos Epidemiológicos no Brasil

Page 64: Módulo 2 - Aula 3

Avaliação da qualidade dos indicadores

• Qual fonte de informação foi usada?• Como é sua qualidade dos dados?• Representativa?• Es preciso o indicador?

• Existem técnicas para avaliar a qualidade dos dados

• Ex. Taxa de mortalidade adulta

Page 65: Módulo 2 - Aula 3

Características dos Sistemas de Informação de SaúdeCaracterísticas dos Sistemas de Informação de Saúde

Setor censitárioDomicílioIBGEDecenalCD

Censo Demográfico

Município, endereço*

ÓbitoSVSAnualSIM

Sistema de Informação de Mortalidade

Bairro, endereço*Agravo à saúdeSVSMensalSINAN

Sistema de Notificação de Agravos

Município, endereço*

NascimentoDataSUSAnualSINASC

Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

Unidade espacial de referência

Unidade de registro

InstituiçãoAtualizaçãoBases de dados

Page 66: Módulo 2 - Aula 3

SIMSIM

Principais variáveis do SIMPrincipais variáveis do SIM• Cartório, UF, data registro• Identificação do falecido

nome, filiação, data de nascimento, idade, sexo, estado civil, ocupação, grau de instrução, raça/cor, naturalidade e local de residência

• Data e local de ocorrência do óbito

• Cartório, UF, data registro• Identificação do falecido

nome, filiação, data de nascimento, idade, sexo, estado civil, ocupação, grau de instrução, raça/cor, naturalidade e local de residência

• Data e local de ocorrência do óbito

• Óbito fetal ou menores de 1 ano -condições da gestação da mãe

• Causa básica da morte• Identificação do médico• Causas externas

descrição das condições de ocorrência e local do evento que gerou o óbito

• Óbito fetal ou menores de 1 ano -condições da gestação da mãe

• Causa básica da morte• Identificação do médico• Causas externas

descrição das condições de ocorrência e local do evento que gerou o óbito

Page 67: Módulo 2 - Aula 3

Limitações:SIMSIM

– Atraso no processamento dos dados, o que dificulta sua utilização para as ações de vigilância epidemiológica;

Essa limitação pode ser explicada pela complexidade do sistema de mortalidade, que exige de uma secretaria de saúde, técnicos treinados para todos os procedimentos operacionais. Atualmente a defasagem entre a ocorrência do óbito e a disponibilidade dos dados a nível nacional é de 2 anos.

- Cobertura e qualidade dos dados, principalmente em relação àcausa básica do óbito.

- - Completitude do preenchimento.

Page 68: Módulo 2 - Aula 3

Brasil 2001. Proporção de DO de Idosos com causas mal definidas

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Rondôn

iaAcr

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Goiás

Distr

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Page 69: Módulo 2 - Aula 3

Registro de Óbitos- RJ 2002

• 68. 536 óbitos de idosos Residentes de RJ em 2002

Não Preencheram nas DO

52% : a pergunta sobre assistência médica25% : a pergunta sobre escolaridade5% : a pergunta sobre raça

31% : Se teve ou não exame complementar

Page 70: Módulo 2 - Aula 3

0

10

20

30

40

50

60

70

a ou co

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Escola

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Natural

idade

Assist

ência

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icaExa

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Cirurg

ia

Necro

psiaBrasilEstado do Rio de JaneiroMunicípio do Rio de Janeiro

PROPORÇÃO DE INFORMAÇÃO NÃO PREENCHIDA NAS DO DE IDOSOS, 2001PROPORÇÃO DE INFORMAÇÃO NÃO PREENCHIDA NAS DO DE IDOSOS, 2001

Page 71: Módulo 2 - Aula 3

1. DISTRIBUIÇAO GEOGRÁFICA

http://www.pnud.org.br/atlas/oque/index.php

Page 72: Módulo 2 - Aula 3

2. POPULAÇÃO EXPOSTA AO RISCO -

Percentual de Pessoas que Vivem em Domicílios comAcesso aos Serviços Básicos, 2000

Estados da Região Nordeste

Estado% de pessoas que vivem em domicílios com água

encanada, 2000

% de pessoas que vivem em domicílios com banheiro e água

encanada, 2000

% de pessoas que vivem em domicílios urbanos com serviço

de coleta de lixo, 2000

Brasil 80,8 77,0 91,2Maranhão 32,8 26,9 53,3Piauí 48,1 42,4 66,1Ceará 59,5 51,0 81,7Bahia 60,3 56,0 85,2Alagoas 62,0 56,2 91,0Rio Grande 67,7 61,9 92,1Paraíba 66,5 61,9 88,0Pernambuc 67,2 62,9 84,7Sergipe 71,5 67,6 89,7Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

Page 73: Módulo 2 - Aula 3

.. PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA3. MORBIDADE

Proporção de Morbidade Hospitalar por Doenças Infecciosas e parasitárias (Internações) do SUS - por município de residência -Rio de Janeiro

Page 74: Módulo 2 - Aula 3

.. PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA3. MORBIDADE

Proporção de Morbidade Hospitalar por Doenças Aparelho Circulatório do SUS de IDOSOS segundo por município de residência -Rio de Janeiro

Fonte: Min.da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)http://tabnet.datasus.gov.br/

Page 75: Módulo 2 - Aula 3

... PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

4. MORTALIDADE

Capítulo CID-10 Homens Mulheres

TOTAL 59157 47577IX. Doenças do aparelho circulatório 28,8 34,7XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 17,7 4,0II. Neoplasias (tumores) 13,6 16,0XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 10,7 11,6X. Doenças do aparelho respiratório 9,9 11,7IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 5,3 8,3I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4,9 4,4XI. Doenças do aparelho digestivo 4,9 3,6Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações Consulte o site da Secretaria Estadual de Saúde para mais

Mortalidade - Rio de Janeiro

de maiores de 20 anos segundo sexo, 2002RJ Proporção de Óbitos segundo Capítulo CID-10

Mal definidos