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Mobilidade sustentável de viagens Famalicão-Porto 1/23
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Mobilidade sustentável de viagens Famalicão-Porto
Projeto FEUP 1º Ano Mestrado Integrado de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores:
Armando Sousa & Manuel Firmino J. N. Fidalgo
Equipa 1MIEEC_06_2:
Supervisor: Adriano Carvalho Monitor: João Lima
Estudantes & Autores:
Afonso Pessanha [email protected] João Cardoso [email protected]
Ana Azevedo [email protected] Jorge Guedes [email protected]
Hugo Figueiredo [email protected] Tiago Vasconcelos up201404211fe.up.pt
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Resumo
Este relatório, elaborado no âmbito da unidade curricular designada “Projeto FEUP” tem
como objetivo explorar soluções que visam diminuir os custos energéticos e monetários dos
transportes que realizam o trajeto Famalicão -Porto e a consequente redução da sua pegada
ecológica.
Estão então descritos os gastos e características, obtidos através de uma avaliação atual
dos transportes de instituições como CP, IMT e ARRIVA e foram também levantadas algumas
questões ambientais preocupantes em relação a todos os transportes, tanto públicos como
particulares, que efetuam o trajeto Famalicão-Porto.
Em resposta ao problema apresentado para este trabalho “Quais as formas de reduzir o
consumo energético dos transportes e a sua pegada ecológica?” e tendo por base os
assuntos referidos anteriormente foram estudadas formas de tentar solucionar a questão
problema ou de, pelo menos, minimizá-la. Estas soluções foram debatidas em grupo e
fundamentadas com diversas pesquisas, não só ao nível da internet, mas também com
informações dadas por profissionais na área dos transportes (fiscais, condutores,
mecânicos,...).
A partir deste trabalho foi possível concluir que uma grande parte dos gastos do nosso
país está nos recursos energéticos, onde ainda não foram estudadas todas as soluções
tecnológicas de os minimizar, pelo menos não as melhores. O trabalho foi realizado por
alunos do 1º ano da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Palavras-Chave
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STCP;
CP;
ARRIVA;
IMT;
Autocarros;
Comboios;
Automóveis;
Viagens;
Híbridos;
Elétricos;
Energia térmica;
Elétrica automotiva;
Aproveitamento do calor;
Pegada Ecológica;
Emissões de CO2;
Energia;
Atmosfera;
Consequências;
Consumo;
Citaro;
Mercedes Benz;
BlueTec;
Carros Híbridos;
Motores;
Vantagens e Desvantagens;
Combustível;
Consumo;
Emissão;
Gasóleo;
Motor;
Sustentável;
Transportes;
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Agradecimentos
A realização deste trabalho teve a ajuda de vários pessoas, às quais deixamos o nosso
agradecimento.
Nomeadamente, o nosso monitor, João Lima, que nos orientou e sempre se mostrou
disponível para o esclarecimento de questões que poderiam vir a surgir.
E ao nosso supervisor, Adriano Carvalho, por nos ter ajudado na elaboração deste
trabalho, mostrando-se sempre presente quando necessário.
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Índice
Lista de figuras
Lista de acrónimos
1. Introdução
2. Os Transportes
2.1 Autocarros
2.1.1 Inovações
2.2 Automóveis
2.2.1 Automóvei híbridos
2.3 Comboios
2.4 Questões Ambientais
3.Tecnologias de aproveitamento do Calor
4. Conclusões
Referências bibliográficas
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Lista de figuras
Figura 1 - Autocarro modelo Citaro da Mercedes Benz Página 11
Figura 2 – Via congestionada por automóveis particulares Página 11
Figura 3 - Renault Clio, o veículo automóvel mais vendido em Portugal Página 12
Figura 4 – Automóvel Toyota Prius Página 14
Lista de acrónimos
CP - Comboios de Portugal
IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes
FEUP - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
STCP - Sociedade de Transportes Colectivos do Porto
LED - Light Emitting Diode
MIEEC - Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
TEG - Technical engineering group
ADENE – Agência para a Energia
EN – Estrada Nacional
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1. Introdução
Embora tenham passado 40 anos entre o aparecimento da primeira linha de carros
americanos, entre Nova Iorque e Haarlem, e a utilização em Portugal deste tipo de veículos
(1832-1872), coube à cidade do Porto dar, no nosso país, o início à sua exploração. Em 1878
surgiu, nesta cidade, uma linha de transporte público urbano que utilizava a tração a vapor e
mais tarde, em 1948 é inaugurada a primeira linha de autocarros da cidade.
Graças a toda esta evolução, atualmente é quase imprescindível o uso dos transportes,
sejam eles públicos ou privados o que tem diversas vantagens como a facilidade de
mobilização da população e também uma maior comodidade, mas também apresenta
desvantagens como elevadas custos monetários e influências negativas no ambiente.
É também de conhecimento de todos que o uso ineficiente da energia em Portugal é um
dos maiores problemas estruturais da nossa economia, sendo parte desta energia utilizada
nos transportes.
Como tal, face ao que se acaba de expor, o Grupo 1MIEEC_06_2, no âmbito da unidade
curricular “Projeto FEUP”, irá estudar a mobilidade dos portugueses no trajeto Famalicão-
Porto e tentará solucionar os problemas acima evidenciados. Para isso irá ser feita uma
abordagem inicial sobre os transportes do nosso quotidiano, nomeadamente os autocarros,
comboios e automóveis, referindo os seus gastos e diversas características importantes
para o desenvolvimento do tema. De seguida será feito um estudo sobre algumas soluções
ambientais e económicas que já estão a ser implementadas e, por fim, iremos propor
soluções tecnológicas para que o nosso país consiga resolver o seu problema estrutral.
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2. Os Transportes
A palavra transporte é definida como um meio de translação de pessoas ou bens a partir
de um lugar para outro.
Existem vários tipos de transportes e estes são: rodoviário; ferroviário; marítimo; aéreo;
oleoduto e gasoduto. Mas neste relatório apenas vamos dar importância aos transportes
rodoviários e ferroviários.
Sabe-se que desde os primeiros tempos da existência do Homem, este reconheceu a
necessidade de se deslocar entre variados lugares. Durante séculos, os meios tradicionais
de transporte eram a deslocação por tracção animal.
Com a evolução natural, necessitou-se de meios que permitissem realizar deslocações
entre dois lugares de forma cada vez mais rápida. Graças à revolução industrial, surgem os
primeiros engenhos com motores a vapor e com a invenção de Rudolf Diesel, os motores de
explosão, deu-se um enorme incremento no transporte rodoviário. Posteriormente, Henry
Ford lançou definitivamente a era dos automóveis.
Com o desenvolvimento da rede de estradas, os transportes rodoviários de passageiros
começaram a ganhar terreno face ao seu concorrente mais direto, o comboio. Atualmente,
com uma rede de auto-estradas bastante desenvolvida, as redes de transportes rodoviários
chegam a todos os pontos do país.
Em relação aos transportes rodoviários foi em 1705 que Thomas Newcomen inventou a
máquina a vapor que foi posteriomente melhorada por James Watt em 1765. A primeira
locomotiva foi apresentada publicamente em 1814, graças a George Stephenson.
Durante a Revolução Industrial houve um aumento do volume da produção de
mercadorias e a necessidade de transportá-las com rapidez. A Europa começa a incentivar
este meio de transporte e a desenvolver as suas próprias redes e ligações com os países
vizinhos.
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2.1 Autocarros
No estudo realizado aos autocarros foram descobertas as seguintes informações em
relação a estes e às viagens que realizam no trajeto Famalicão-Porto e Porto-Famalicão:
Num dia, são realizadas 23 viagens;
A média do número de passageiros é de 575 por dia;
A capacidade do depósito de gasóleo capacidade é de 260 litros que dura, em
média 2 dias;
O preço por litro de gasóleo: 1,199 €, logo para encher um depósito são
necessários 1,199€ * 260 = 311,74€;
Preço do bilhete ida e volta: 7,70€
Lucro em bilhetes vendidos num dia: média de 4427,50€ ;
Rendimento do motor: cerca de 25%;
Potência: 220kW às 2000 rpm (rotações por minuto);
Potência do ar condiconado: 142kW;
Sabendo que um autocarro nunca utiliza a sua potência máxima(220kW), assumimos que
utiliza 70% dessa mesma potência, ou seja, a potência utilizada é 154 kW e estipulando
também que demora cerca de uma hora nas viagens de ida e volta, podemos afirmar, pela
relação de E=P*∆t, em que E= energia, P= potência e ∆t=intervalo de tempo, que numa
viagem de uma hora, o autocarro consome, aproximadamente, 154kWh de energia.
Sabendo ainda que o preço da energia elétrica por kWh é de 0,22€, então são gastos
, em média, 0,22*154 = 33,88€.
Com base neste dados, é possível afirmar que são inúmeros os gastos energéticos para
o funcionamento dos transportes, como tal, foram estudadas algumas formas de
melhoramento e redução de custos que poderão vir a ser implementadas.
2.1.1 Inovações
Neste ponto serão apresentadas alternativas de melhoria ao aproveitamento, não só
económico mas também ecológico, dos recursos utilizados nos autocarros.
Algumas destas soluções já estão a ser implementadas noutros países e outras são puras
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inovações.
Uma das tecnologias que está a ter muito sucesso diz respeitos aos autocarros híbridos
que para além de serem mais económicos são também mais ecológicos, “A introdução destes
veículos será efectuada em cooperação com a autoridade regional de transportes da região
que procura implementar uma política de transportes públicos mais limpos.” (Carlos Moura
2011).
O autocarro híbrido recorre a uma solução híbrida em paralelo, ou seja, utiliza um
pequeno motor diesel e um motor eléctrico que podem ser utilizados em conjunto ou
independentemente. O propulsor eléctrico é alimentado por uma bateria que é carregada
através da recuperação da energia da travagem.
Este sistema tem diversas vantagens mas a principal consiste no facto do motor a
diesel ser desligado nas paragens ou nos semáforos, o que faz com que o autocarro arranque
utilizando apenas o motor eléctrico.
É então possível concluir que esta tecnologia proporciona arranques silenciosos e
sem emissões de gases de escape, além de uma redução drástica no consumo de
combustível.
O autocarro modelo Citaro da Mercedes-Benz (Fig.1) é um outro exemplo de avanço
tecnológico, “O nosso principal objetivo ao desenvolver o novo Citaro era combinar economia
e eficiência com ganhos correspondentes em desempenho, segurança e conforto” (Hartmut
Schick 2013).
O veículo está equipado com a tecnologia BlueTec a diesel que consiste na utilização
de motores mais eficientes onde existe um tanque extra para o aditivo ARLA 32 (agente
redutor líquido de Nox) que não é mais do que uma solução à base de ureia, inofensiva para
as pessoas e para o ambiente. Enquanto no motor se realiza a combustão otimizada, o ARLA
32 facilita a reação química do catalisador, transformando o gás tóxico Nox em vapor de água.
Outras características importantes deste modelo são o facto de ter sido utilizada
iluminação LED (Light Emitting Diode) de forma a reduzir o consumo de energia; os seus
componentes são recicláveis, de forma a que quando o veículo concluir a sua vida útil, os
seus materias possam ser reutilizados; e por fim, foi realizada uma diminuição na altura das
portas traseiras o que fez com que se reduzisse o consumo de energia numa percentagem
de 3% a 5%. Esta pequena mudança faz com que sejam consumidos menos 1000 litros de
diesel e emitidas menos 2.6 toneladas de CO2 por ano.
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Figura 1 - Autocarro modelo Citaro da Mercedes Benz
2.2 Automóveis
Nos dias que correm, os meios de transporte são uma das principais fontes de emissão
de CO2, gás que contribui para o efeito de estufa. Só na EN 14, via de acessos às zonas
industriais de Lousado e Ribeirão (no concelho famalicense) e às zonas industriais da Trofa
e da Maia, atravessam por dia cerca de 30 mil veículos, assegurou o primeiro-ministro, Pedro
Passos Coelho, ao presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha.
De acordo com um estudo realizado entre Outubro de 2009 e Setembro de 2010 pela
ADENE (Agência para a Energia) sobre o consumo de energia no setor doméstico, as famílias
portuguesas gastam, em média, 1843 euros por ano em energia, sendo que mais de metade
se destina ao carro particular. O estudo adianta ainda que, pela primeira vez, o consumo de
energia e a respetiva despesa com os veículos para transporte individual é superior ao
consumo de energia dos alojamentos.
Figura 2 - Via congestionada por automóveis particulares
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O carro particular continua a ser a preferência de grande parte dos portugueses e, como
tal, as consequências fazem sentir-se.
De seguida vai ser calculada a energia total consumida num percurso de ida e volta (Vila
Nova de Famalicão e Porto).
Dados:
Energia contida no gasóleo (a 25ºC e 1 atm) = 44,8 kJ/g
Massa volúmica do gasóleo = 0,853 kg/l
Preço do gasóleo (Prio) = 1,283€ / l
44,8 𝑘𝐽
1 𝑔 =
44,8 𝑘𝐽
0,001 𝑘𝑔 = 44800 𝑘𝐽/𝑘𝑔
44800 × 0,853 = 38214,4 kJ/l (energia em kJ contida em 1 litro de gasóleo)
A distância entre Vila Nova de Famalicão e Porto (Estação de São Bento) é cerca de 39,0
km através da A3.
O veículo automóvel mais vendido em Portugal é o Renault Clio que, com o motor Energy
TCe 90, tem o custo de utilização de 99 g de CO2/km de emissões e 4,3 l/100 km de consumo.
Efetuando uma viagem de ida e volta nestas condições, o consumo total de energia é
128171,0976 kJ equivalente a 35,6 kWh, o que tem o preço de 4,30€.
Consumo total de gasóleo = 78 ×4,3
100 = 3,354 𝑙
38214,4 × 3,354 = 128171,0976 𝑘𝐽 (quantidade total de energia consumida na ida e
volta em kJ)
128171,0976
3600 = 35,6 𝑘𝑊ℎ (quantidade total de energia consumida na ida e volta em kWh)
1,283 × 3,354 = 4,30€ (preço de ida e volta)
Figura 3 - Renault Clio, o veículo automóvel mais vendido em Portugal
Dos cálculos acima efetuados, podemos ainda concluir que a quantidade de energia
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contida em 1 litro de gasóleo é cerca de 10,615 kWh e que o custo desta energia, por kWh, é
0,121€. Nota: o preço da energia elétrica por kWh é 0,22€.
38214,4
3600 = 10,615 kWh/l (energia em kWh contida em 1 litro de gasóleo)
1,283
10,615= 0,121€/kWh (preço da energia por kWh)
De forma a contribuir para um desenvolvimento sustentável, há várias formas de reduzir
o consumo de energia no setor dos automóveis, tais como evitar o congestionamento de
trânsito ou até mesmo optar pelos transportes públicos.
No entanto, é importante influenciar a escolha dos compradores, de modo a que dêem
preferência a veículos com menores consumos de combustível. Várias empresas
automobilísticas internacionais continuam a apostar em novas tecnologias, surgindo, desta
forma, os automóveis híbridos que visam gastar e poluir menos do que o modelo
convencional, sem perder as suas caraterísticas mais desejadas.
2.2.1 Automóveis híbridos
Existe cada vez mais uma procura de carros com baixos consumos de combustível e
níveis de poluição, portanto é necessária uma inovação que tende para os carros híbridos. O
primeiro carro híbrido produzido em série foi o Toyota Prius, lançado 1997, que foi também o
híbrido mais vendido do mundo.
Como o próprio nome indica (híbrido - união de duas espécies diferentes) os motores
híbridos são uma combinação de dois motores diferentes, a configuração mais utilizada
resulta de um motor elétrico e um motor a combustão, assim o consumo de combustível é
menor. Um automóvel que utiliza um motor híbrido polui menos que um automóvel comum,
porém os híbridos são muito mais caros.
Existem dois tipos de automóveis híbridos:
Híbridos em série:
Utilizam um motor de combustão interna onde não existe qualquer ligação mecânica com
as rodas do veículo, a sua finalidade é apenas gerar eletricidade. O funcionamento deste é
otimizado e só é acionado para recarregar a bateria. Toda a tração do automóvel é sempre
gerada pelo motor elétrico.
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Híbridos em paralelo:
Nesta situação existem os dois motores, o elétrico e o de combustão em que estes são
utilizados para gerar força para o andamento do veículo.
Tal como qualquer outro avanço tecnológico, o sistema de automóveis híbridos tem
vantagens e desvantagens e serão aqui apresentadas algumas delas:
Vantagens:
A economia de combustível e a redução da emissão de poluentes;
Pode ser abastecido com qualquer tipo de combustível encontrado nos postos de
abastecimento;
Aproveita o movimento para recuperar a energia empregada numa frenagem para
carregar a bateria.
Desvantagens:
Custos muito elevados;
O lítio não é renovável e não existem grandes reservas do mineral.
Figura 4 - Automóvel Toyota Prius
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2.3 Comboios
O transporte ferroviário é a transferência de pessoas ou bens, entre dois locais
geograficamente separados, efetuada por um comboio. É um meio de transporte com uma
elevada capacidade de carga e energeticamente eficiente, embora exista pouca flexibilidade
e a melhoria da mesma exige um grande investimendo de capital.
(Viagem Famalicaão-Porto Sao Bento) Hoje em dia a viagem de Famalicão ao Porto de
comboio é organizada pela CP , onde existem 4 tipos de serviços, Alfa pendular, Interregional,
Intercidades e Urbano, sendo que para uma pessoa que se desloca diariamente, utilizará o
serviço urbano , visto que são os mais frequentes
O serviço urbano é efetuado por um tipo de automotoras a tração elétrica, a série 3400
da CP.
Cada uma destas automotoras é uma unidade múltipla elétrica, formada por quatro
veículos ligados de forma articuladas.
A energia elétrica é obtida pela ligação de um pantógrafo às catenárias, as quais se
encontram ligadas à rede de distribuição de energia. A tensão utilizada é de 25 kV (50Hz).
A potência dos motores é 1400 Kw, permitindo o comboio atingir uma velocidade máxima
de 140 Km/h
A automotora da Série 3400 tem de comprimento total 66.800m , uma altura de 3649m e
uma largura de cerca de 3m, pesa 116 toneladas e tem 250 lugares sentados.
Distância de 37km Preço do bilhete 2,25€
25 comboios no trajeto Famalicão-Porto
26 comboios no trajeto Porto-Famalicão
Potência máxima: 1400kW
Potência utilizada: 60% , ou seja: 840kW
Intervalo de tempo de uma viagem: 40 mins
Energia(E) = Potência(P) * Intervalo de tempo(∆t) ↔ E=560 kWh
Como o preço do kWh é de 0,22€, podemos constatar que se gasta 123,2€ para
movimentar um comboio num destes trajetos, ou seja, 6238,2€ por dia.
A seguinte notícia destaca uma inovação de forma a reduzir os custos energéticos do
comboio.
"A Bélgica pôs em marcha os seus primeiros comboios movidos por energia solar. Os
comboios (...) utilizam a electricidade produzida por 16 000 painéis solares durante uma
pequena parte do seu percurso. (...)
A bordo não existe nada que distinga estes comboios dos outros, no entanto, durante
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cerca de 10 quilómetros o motor é alimentado pela electricidade gerada por painéis
fotovoltaicos.(...)
Com o objectivo de diminuir o impacto ambiental, cobriu-se com painéis solares um
túnel com 3,6 quilómetros de comprimento. Estes painéis cobrem uma superfície de 50 000
metros quadrados e produzem 3 300 MWh, uma quantidade suficiente para abastecer o
consumo médio de electricidade de cerca de 1000 famílias num ano.
A electricidade é utilizada tanto para mover os motores como para alimentar as infra-
estruturas ferroviárias (iluminação, painéis de sinalização, etc), explicou Frédéric Sacré, porta-
voz da Infrabel, a empresa que gere o sistema ferroviário belga. “Utilizando a electricidade
gerada no mesmo lugar, evitamos as perdas de energia e poupamos nos custos de
transporte” (...)" (Ana Ganhão 2011)
Com esta notícia podemos concluir que existirá uma grande poupança económica com a
inclusão desta medida no nosso país , e mais concretamente no percurso Famalicão-Porto
São Bento.
Utilizando este método, podemos verificar que com os 3300 MWh produzidos por ano
poupar-se-iam cerca de 726 000€, ou seja, 31,8% do total gasto na atualidade, o que num
dia corresponde a 1989€ de poupança.
Para além da poupança económica também se evitaria a emissão de 47 milhões de kg
de CO2 em 20 anos.
2.4 Questões Ambientais
A pegada ecológica é um conceito que foi desenvolvido por William Rees e Mathis
Wackernagel, em 1996, com o intuito de combater as marcas que o ser humano deixa no
planeta Terra. Estas marcas são dadas como o uso exagerado dos recursos naturais
(matérias-primas), os elevados consumo e poluição, entre outras. Não é caracterizada como
uma medida exata mas sim como uma estimativa do impacto e o seu grande objectivo é
perceber até que ponto a forma que vivemos está de acordo com o ciclo de renovação do
Planeta.
“Pegada Ecológica da humanidade duplicou desde 1966. Leva 1,5 ano para a Terra
regenerar os recursos renováveis de que as pessoas dependem, e para absorver os resíduos
que produzem de CO2, no mesmo ano.” (WWF 2005)
O CO2 emitido pode ser calculado a partir das seguites fórmulas:
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Automóveis:
Emissões (kg de CO2) = CC x DP x DC x TC x 3,6
Autocarros:
Emissões (kg de CO2) = CC x DP x DC x TC x 3,6 / NP
Em que:
CC = Consumo de combustível (L/Km).
DP = Distância percorrida (Km)
DC = Densidade do combustível (Kg/L)
TC = Teor de carbono no combustível (%)
NP = Número de passageiros
Formas de redução das emissões de CO2 na atmosfera:
● Sempre que possível não utilizar o automóvel (usar bicicleta ou a pé);
● Tentar andar mas do que uma pessoa no veículo, assim o CO2 gasto é mais
eficaz;
● Utilizar carros híbridos ou eléctricos (embora os híbridos também emitem CO2,
mas em poucas quantidades);
● Ter uma forma de condução passiva (quanto mais agressiva for a condução mas
gasta de CO2 e por isso mas dinheiro);
● Verificar se o seu automóvel está dentro dos regulamentos sobre o CO2 emitido
(se o CO2 emitido é menor do que máximo imposto pela lei);
3. Tecnologias de aproveitamento do Calor
Geradores termoelétricos automotivos:
Devido a preocupações ambientais com o aquecimento global, destruição da camada de
ozono e baixa eficiência energética, tornou-se necessário investigar tecnologias alternativas
para transformar a energia libertada sob a forma de calor em energia elétrica pois do total da
energia contida no combustível, mais de dois terços é desperdiçada na forma de calor.
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Deste modo, estudamos os geradores termoelétricos (também chamados de geradores
de “Seebeck”) que são então dispositivos que convertem calor/energia térmica (diferenças de
temperatura) em energia elétrica. O objetivo é colocar estes dispositivos nos automóveis, de
forma a conseguirem capturar parte do calor residual gerado pelos motores de combustão
interna dos veículos, diminuindo assim o consumo de combustível dos mesmos em pelo
menos 5% e conseguir utilizar esse calor libertado para a produção de energia elétrica.
Assim, esta energia elétrica pode ser utilizada para a construção de automóveis híbridos
muito mais económicos ou até mesmo para as luzes dos faróis dos automóveis, para o ar
condicionado dos mesmos ou para a abertura automática das portas dos autocarros, entre
muitas outras funcionalidades.
Durabilidade:
Estes aparelhos, apesar de caros, são de longa duração pois são compostos de materiais
sólidos, fixos e não dependem de gases ou de vácuos, o que os torna altamente duráveis.
Desvantagens:
Uma das principais desvantagens dos geradores termoelétricos, que a partir de 2011 tem
impedido sua adoção em maior escala, está em seu custo. De acordo com a Universidade do
Pacífico, um único módulo termoelétrico, capaz de produzir 14 watts de energia elétrica, custa
cerca de 60 euros;
Uma outra desvantagem deste tipo de aparelhos é a sua baixa eficiência (de 5 a 10%).
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4. Conclusões
Com a realização deste trabalho já é possível responder à questão que foi acima no
resumo mencionada: “Quais as formas de reduzir o consumo energético dos transportes e a
sua pegada ecológica?”. Agora já somos capazes de responder a este problema pois, ao
longo do relatório, foram mencionadas várias soluções. Por exemplo, nos autocarros
constatou-se uma tecnologia de diminuição da altura das portas de forma a diminuir o
consumo de combustível e consequentemente o nível de emissão do CO2. Nos automóveis
analisámos um caso mais em concreto que diz respeito aos automóveis híbridos. Por fim,
nos comboios encontramos um sistema de mobilidade através da energia solar.
Estas foram algumas das formas de responder à nossa questão problema, que
poderão ser muito úteis ao nosso país.
Portanto, esperamos que um dia estas novas tecnologias, sejam implementadas em
Portugal de forma a combater este problema estrutural que diz respeito ao uso ineficiente da
energia, sendo grande parte desta energia utilizada nos transportes.
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Referências bibliográficas
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