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Supervisor: José Magalhães Cruz Monitor: Anaís Dias

TRABALHO REALIZADO PELOS ALUNOS DA TURMA 1 DE MIEIC, GRUPO III

1º Semestre 2015/2016

TECNOLOGIA INFORMÁTICA PODE RESOLVER OS NOSSOS PROBLEMAS? NÃO!

Daniel Marques

[email protected]

David Falcão

[email protected]

João Carvalho

[email protected]

José Machado

[email protected]

Nelson Costa

[email protected]

Pedro Miranda

[email protected]

2

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Tecnologia Informática

RESUMO

Nos dias que correm a tecnologia informática consegue resolver uma

grande parte dos nossos problemas, seja desde uma simples calculadora que

nos facilita operações aritméticas até um super microscópio que consegue ver

o interior das células. O nosso dia-a-dia foi facilitado por toda esta tecnologia;

contudo existem diversos problemas que ainda não foram solucionados pelos

sistemas informáticos e existem ainda outros que foram criados ao solucionar

problemas já existentes. Os abordados neste relatório são: o facto de as

tecnologias não “falarem” a mesma linguagem que o ser humano, a ausência

de emoção por parte dos sistemas informáticos e, por último, o facto de ainda

não haver maneira de proteger os sistemas informáticos de uma maneira

“infalível”. Para além disto, a Informática trouxe muitos outros problemas que já

conhecemos tais como o sedentarismo, obesidade, perda da identidade,

isolamento social, entre outros. Propomos algumas soluções para estes

problemas criados pelas tecnologias informáticas dando alguma ênfase ao que

designamos por “zonas sombra”, que consistiria em zonas de convívio onde os

aparelhos eletrónicos não funcionariam.

3



PALAVRAS-CHAVE

Tecnologia

● Informática

● Sociedade

● Redes Sociais

● Internet

● Privacidade

● Ansiedade

Trabalho

● Educação

● Informação

● Dependência

● Segurança

● Linguagem Humana

● Processamento

4



AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostariamos de agradecer ao grupo de pessoas

envolvidas no âmbito do Projeto FEUP, por proporcionar as melhores

condições para, não só auxiliar os alunos no primeiro ano do ensino superior,

mostrando técnicas e instrumentos para um melhor sucesso académico, mas

também conseguir integrar os mesmos alunos nesta nova fase da sua vida.

Por último, agradecemos o apoio ao supervisor e ao nosso monitor, José

Cruz e Anaís Dias, respetivamente.

5



ÍNDICE

Lista de Figuras ….…………………………………………...…………………………..... 6

Lista de Acrónimos ……………………………………………..…...…………………….. 7

Introdução ………………………………………………………………...………..……..... 8

Problemas da Tecnologia Informática .………………………..…………...…..……...... 9

1. Comunicação Mútua entre Sistemas Informáticos e Seres Humanos …...... 9

2. Bugs de Sodtware .........................................................................….…........ 11

3. Segurança Informática …….………………...…......................………...…...... 13

Problemas que a Tecnologia trouxe ……………………………………….......…….….. 17

1. Sedentarismo e Obesidade ………………………..……………………..…..... 17

2. Perda de Emprego …………………………………………………………........ 18

3. Perda da Infância ……………….………………………....………………......... 19

O que se fazia melhor sem Tecnologia ……………………………..………………....... 21

1. Turismo ……………………………………...……………………………...…..... 22

2. Atividade Física ……….…………………………………………………….….... 23

3. Convívio ………………………………………………....…………………..….... 24

4. Desenvolvimento do Raciocínio ………………………………………...…...... 25

Soluções de Melhoria da Sociedade sem Recurso à Informática ………………......... 26

1. Zonas Sombra …………………………………...…......................………….... 26

2. Associações de Atividades ao Ar Livre ………………………………...…...... 27

Inquérito ...................................................................................................................... 28

Conclusão ....……………………………………………………………………..……….... 29

Lista de Referências Bibliográficas ……………………………………………..…..….... 30

Anexos ……………………………………………………………………………......…….. 31

Resultados do inquérito ..................................................................................... 32

6



LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Comunicação entre Sistemas Informáticos e Seres Humanos ............................... 9

Figura 2 – Ilustração de Bug .................................................................................................... 11

Figura 3 – Segurança Informática ............................................................................................ 16

Figura 4 – Sedentarismo e Obesidade .................................................................................... 17

Figura 5 – Robot a substituir um barman ................................................................................. 18

Figura 6 e 7 – Diferentes perspetivas dos pais quanto ao acesso dos filhos às tecnologias . 19

Figura 8 – Influência das tecnologias no turismo ..................................................................... 22

Figura 9 – Atividade física ........................................................................................................ 23

Figura 10 – Impacto da tecnologia no convívio ........................................................................ 24

Figura 11 – Dificuldade no desenvolvimento de um raciocínio ................................................ 25

Figura 12 – Escutismo como atividade ao ar livre ................................................................... 27

7



LISTA DE ACRÓNIMOS

● FEUP – Falculdade de Engenharia da Universidade do Porto

● UP – Universidade do Porto

● SIGARRA – Sistema de Informação para Gestão Agregada dos

Recursos e dos Registos Académicos

● PLN – Processamento de Linguagem Natural

8



INTRODUÇÃO

A tecnologia e, cada vez mais, a informática “governa” o mundo atual,

havendo progressivamente mais ferramentas informáticas que visam auxiliar e

simplificar a vida do ser humano.

A pergunta que, ao longo do tempo e da constante inovação, se coloca

com mais frequência é: são estes avanços um “poço de benefícios”?

Este relatório, realizado no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP,

visa mostrar que a resposta é “Não”, dado que também existem inúmeros

aspetos em que as tecnologias informáticas possuem desvantagens,

abordando temáticas em que não cumprem objetivos previstos, mostrando em

que sentido o mundo se tornaria melhor sem elas, e perspetivando formas de

se conseguir viver em conformidade e equilíbrio uma vida “tecnologicamente

saudável”, através de um estudo individual e coletivo das opiniões relativas a

este tópico da comunidade educativa da Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto.

9



PROBLEMAS DA TECNOLOGIA INFORMÁTICA

1. COMUNICAÇÃO MÚTUA ENTRE SISTEMAS INFORMÁTICOS E

SERES HUMANOS

Efetivamente, já é possível fazer com que alguns comandos de voz

simples sejam entendidos e desencadeiem a ação pretendida por parte dos

sistemas informáticos. No entanto, estes não possuem, de momento,

capacidade de, por exemplo, interpretar textos ou problemas de maior

complexidade. Para exemplificar esta inabilidade, pode-se recorrer a qualquer

aplicação de resolução de operações matemáticas e verifica-se que os

problemas que se encontram em Linguagem Matemática são percebidos. O

mesmo não sucede com problemas escritos em Linguagem Humana, mesmo

que na prática signifiquem o mesmo (sejam “tradução” uma da outra).

À área de estudos que consiste na utilização de conhecimentos sobre a

comunicação humana para uma melhor compreensão entre sistemas

informáticos e seres humanos atribui-se o nome de Processamento de

Linguagem Natural (PLN).

Figura 1 – Comunicação entre Sistemas Informáticos e Seres Humanos

10



A professora de Ciência de Computadores Lillian Lee da Universidade

de Cornell explicou num evento que é muito difícil um computador perceber

uma linguagem, não só pela estrutura da mesma, mas também porque isso

envolve saber as intenções que os seres humanos têm (o que querem que seja

feito).

Recorrendo a esta explicação conclui-se que os maiores obstáculos ao

progresso da PLN são os diferentes tipos de ambiguidades existentes nas

linguagens humanas, das quais se destacam a lexical e a estrutural.

A ambiguidade lexical revela-se pela existência de palavras com mais do

que uma compreensão, isto implica que, se, hipoteticamente, o computador

entendesse a língua portuguesa, este teria que fazer uma escolha entre as

possíveis interpretações, o que comprometeria a fidelidade do enunciado. A

frase “A secretária do meu escritório é muito bonita” é ambígua pelo facto de a

palavra “secretária” poder referir-se a uma funcionária ou a uma peça de

mobília.

Por outro lado, a ambiguidade estrutural refere-se à possibilidade de se

atribuir a um mesmo enunciado diferentes significados graças à sua sintaxe.

No exemplo “Eu li a notícia sobre a greve na faculdade” está sujeita a duas

interpretações distintas: A existência de uma greve na faculdade e a leitura da

respetiva notícia; A existência de uma greve em qualquer sítio, porém o local

da leitura da notícia ser a faculdade.

Com a enorme evolução tecnológica dos últimos anos, a comunicação

via teclado tem sido cada vez mais utilizada. Contudo, esta é uma forma muito

artificial e vazia de comunicar. Por outro lado, a linguagem que falamos e

escrevemos é, efetivamente, um meio bastante rico de comunicação, podendo,

através da entoação ou uso de uma combinação específica de vocábulos,

expressar sentimentos ou até dar um sentido contrário à interpretação mais

óbvia. No entanto, isto constitui grandes limitação à evolução da comunicação

mútua entre sistemas informáticos e seres humanos.

11



2. BUGS DE SOFTWARE

Os sistemas informáticos são baseados em componentes eletrónicos

que são programados por uma série de algoritmos que dão aos sistemas

instruções do que fazer e a forma minuciosa de como o fazer.

Esta programação que é feita em todos os sistemas informáticos é

escrita por seres humanos, e como seres humanos não somos perfeitos. Seja

ela em que linguagem seja, desde Scheme a C++, é toda ela baseada em

lógica, há sempre uma justificação para qualquer ação de um sistema em

algum passo do seu algoritmo.

Por este motivo podemos concluir que os softwares trazem erros de

programação. São estes erros que proveem nos softwares por parte da falha

humana que geram muitas vezes situações críticas na vida da nossa

sociedade. Um bug é então um erro ou uma falha no software.

Podemos ter diferentes tipos de bugs:

o Bugs de syntax

o Bugs de algoritmo

o Bugs de desemprenho

o Bugs logicos

o Entre outros…

Figura 2 – Ilustração de Bug

12



Mas como podemos corrigir um bug? Muitos bugs são são corrigidos

pelo próprio programador na fase de desenvolvimento do software, outros são

numa fase posterior, chamada debugging onde se teste o software

intensivamente de modo a tentar eleminar o maior numero de bugs.

Um exemplo que ilustra bem o tema é o sistema de controlo de

aceleração da toyota (ETCS), que continha bugs e levava a uma aceleração

não intencionada o que resultou em 89 mortes de pessoas.

Para além do exemplo dado existem muitos outros exemplos de bugs de

software, como o “Bug do Milénio”, … os quais podem ser resolvidos com

pequenas correções, mas estas correções só resolvem temporariamente o

problema, dado que continuaram a existir sempre mais e mais bugs.

13



3. SEGURANÇA INFORMÁTICA

A segurança informática é responsável pela proteção da integridade e privacidade das informações guardadas em sistemas digitais, mas apesar de todo o avanço tecnológico não existe nenhuma técnica que garanta a invulnerabilidade de um sistema.

Esta visa geralmente cinco objetivos principais:

● A integridade, ou seja, garantir que os dados são efetivamente os que

crê ser;

● A confidencialidade, consistindo em assegurar que só as pessoas

autorizadas têm acesso aos recursos

● A disponibilidade, permitindo manter o bom funcionamento do

sistema de informação;

● Não rejeição, permitindo garantir que uma transação não é negada;

● A autenticação, consistindo em assegurar que só as pessoas

autorizadas têm acesso aos recursos.

Há uns anos atrás, as ameaças eram muito mais reduzidas, o acesso à

Internet era limitado (quer pelos custos, quer pelas velocidades), sendo que era

apenas uma questão de controlar discos e disquetes, na medida em que estes

eram a porta de entrada para novas ameaças. Atualmente, com as centenas

de dispositivos que são conectados aos sistemas informáticos bem como com

o aumento do uso de redes wi-fi, o número de ameaças é muito mais elevado.

Como já foi referido no nosso dia a dia são diversas as ameaças que os

sistemas enfrentam, estas são as principais:

“tentativa erro”- o primeiro método que atenta contra a segurança informática é

deveras simples e possivelmente já foi utilizado por grande parte da população

que consiste em tentar diversas combinações de usernames e passwords até

conseguir a combinação correta.

14



“força bruta”- este atentado à segurança de um dado sistema em tudo é similar

ao anterior mas em vez de ser uma dada pessoa a tentar diversas

combinações é um software desenhado para essa tarefa que tenta milhares ou

até mesmo milhões até conseguir aceder.

“Phishing” -O Phishing consiste em enviar spam (e-mails para muitas pessoas),

com um e-mail a imitar uma instituição (normalmente financeira), e convidando-

o nesse e-mail a fazer login no site supostamente da instituição , via link

providenciado, para tratar de um qualquer assunto. Ao seguir o link, irá parar

numa página em tudo semelhante à da instituição financeira, mas na realidade

estará a aceder a uma cópia cujo único objectivo é que faça login para obterem

os seus dados de username e password.

“vírus e spyware” - Os Virus e Spyware, normalmente obtidos através de

fraquezas do sistema operativo, de correr anexos de e-mails, de correr

programas que não conhece, recebidos via páginas da internet, etc, podem

consoante o seu desenho destruír a informação presente no seu computador,

ou então instalar programas maliciosos tais como:

Keyloggers (que captarão todas as teclas que premir, potenciando assim a

descoberta do seu username/password);

Screenloggers (que, sempre que clickar no rato, tirarão um “printscreen” do que

se passa no ecran do computador, e tornarão assim possível descobrir o seu

username/password/códigos mesmo no caso em que a instituição financeira

use um teclado virtual no ecran);

Formas de controlo remoto (que permitirão a um hacker ver tudo o que se

passa no seu computador à medida que o utiliza, ou ainda controlá-lo à

distância)

15



Qualquer especialista com os meios necessários ao seu dispor consegue

contornar uma grande parte dos sistemas de segurança, existem diversos

métodos para por em risco os sistemas informáticos, então vamos ter em

conta algumas medidas para diminuir os riscos e aumentar a segurança;

-não divulgar a ninguém o username nem a password

-evitar colocar passwords em computadores partilhados ( por exemplo em

computares de cafés)

-usar passwords diferentes para diferentes coisas, e sempre passwords e

grandes e de preferência usando carateres especiais

-ter o antivírus sempre atualizado

-Perante a receção de um e-mail de uma instituição financeira, mesmo que seja

cliente, nunca utilizar um link providenciado no e-mail para aceder à dita

instituição. Abra sempre um browser manualmente, e introduza aí a URL

correta para aceder à instituição.

Entre as ferramentas mais comuns de segurança informática encontram-se os antivírus, as firewall, a encriptação de dados e uso de passwords.

Estas são algumas das principais ameaças que os sistemas informáticos

estão sujeitos, como já foi referido é “impossível” existir um sistema

invulnerável e grande parte destas vulnerabilidades têm o fator humano,

porque grande parte das vulnerabilidades dos sistemas passam por passwords

divulgadas ou demasiado fracas ou pela instalação de software que não é

fidedigno, todos estes fatores devem-se a erros humanos por isso um aumento

de segurança não passa por uma melhoração dos antivírus ou firewalls mas

sim pela consciencialização dos utilizadores. Uma pessoa que saiba como se

proteger das ameaças, saberá usar os seus recursos da melhor forma possível

para evitar ataques ou acidentes.

“Um sistema seguro deve ser íntegro (com informações podendo ser

modificadas unicamente por pessoas autorizadas), confidencial (os dados têm

de ser legíveis apenas para os utilizadores autorizados), irrefutável (o utilizador

16



não tem forma de negar as ações que tenha realizado) e ter boa

disponibilidade (deve ser estável).” (autor desconhecido)

Mas apesar de todas as precauções que podem ser tomadas pelos

utilizadores ainda é impossível ter um sistema invulnerável, esta é uma questão

ainda não resolvida pela informática.

“Os piratas informáticos revelaram de que forma conseguem piratear os

computadores mais seguros do mundo. Sabia que o calor é a técnica mais

usada por estes hackers.

Os investigadores israelitas indicam que esta é uma forma de atacar as redes

militares, sistemas bancários, e todos os equipamentos mais protegidos do

mundo, segundo o Daily Mail.

Através de emissões de calor, os piratas conseguem recolher as informações.

Estamos a falar de computadores que chegam a estar isolados da internet e

que contêm as melhores definições de segurança.

As alterações na temperatura de um computador permitem que as definições

sejam alteradas, de forma a retirar qualquer informação sem seja dado conta

pelos responsáveis.” (Notícias ao minuto 24/03/15)

Figura 3 – Segurança Informática

17



PROBLEMAS QUE A TECNOLOGIA TROUXE

1. SEDENTARISMO E OBESIDADE

A tecnologia em geral e, especificando, a informática sempre tiveram o

objetivo base facilitar os afazeres do dia-a-dia, o que está diretamente

relacionado com a diminuição da atividade física da população visto haver uma

necessidade decrescida da realização de esforços para a obtenção de um fim.

Com os avanços tecnológicos, portanto, a sociedade tem-se tornado

progressivamente mais “preguiçosa” e sedentária.

“Sedentarismo é definido como a falta, ausência ou diminuição de

atividades físicas ou desportivas. ”

O sedentarismo aliado a uma dieta desequilibrada pode conduzir a outro

problema, este ainda mais sério: a obesidade!

“Há mais consumismo e menos disponibilidade para a atividade física.

As pessoas passam muito tempo nos transportes, têm uma vida mais

sedentária, uma tendência para refeições rápidas e ricas em gordura” (David

Carvalho, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade)

Segundo um estudo da revista Lancet, um terço dos adultos não faz

exercício suficiente e consequentemente o sedentarismo causa tantas mortes

como o tabagismo, cerca de 5,3 milhões por ano.

“O problema é tão grave, ressaltam os especialistas, que deve ser

tratado como “pandemia”.” (revista Lancet)

Outro estudo, este publicado no jornal Publico, afirma que 59% dos

europeus e 64% dos Portugueses não praticam qualquer desporto. Apenas 8%

dos Europeus afirmam praticar desporto com regularidade. Portugal segue esta

tendência obtendo a mesma percentagem do caso europeu.

Figura 4 – Sedentarismo e Obesidade

18



2. PERDA DE EMPREGO

Ao facilitar na realização de tarefas, a tecnologia informática está

também a contribuir para o aumento do desemprego, uma vez que a mão de

obra humana se tornou substituível por criações tecnológicas, como é o caso

de robots. Estas, com o desenvolvimento das tecnologias têm-se tornado cada

vez mais baratas, fáceis de controlar e também mais precisas, superando

assim a mão de obra humana quer ao nível de fiabilidade, quer ao nível

monetário.

“A tecnologia será no futuro a maior causadora de desemprego.” (MATOS,

Margareth Carvalho de Andrade)

A favor da citação previamente transcrita está o facto de vivermos uma

época de elevado desenvolvimento tecnológico e informático, o que fará a mão

de obra das máquinas sobrevalorizar-se face à humana, consequentemente

havendo o aumento do desemprego.

Figura 5 – Robot a substituir um barman

19



3. PERDA DA INFÂNCIA

Num mundo cada vez mais marcado pela tecnologia, é fácil encontrar

crianças que ainda não sabem nem apertar os cordões dos sapatos mas já

navegam na internet e usam smartphones e/ou tablets. Mas será que essa

inserção tão precoce no mundo da tecnologia é benéfica para os pequenos?

Segundo estudos realizados pela companhia AVG Technologies, 66% das

crianças entre 3 e 5 anos de idade conseguia usar jogos de computador, 47%

sabia como usar um smartphone, mas apenas 14% era capaz de amarrar os

sapatos sozinha.

“O uso de tecnologia por menores de 12 anos é prejudicial ao

desenvolvimento e aprendizagem infantis.” (Cris Rowan, terapeuta canadense)

Esta defende ainda que a superexposição das crianças a telemóveis,

tablets, internet, televisão (etc) está diretamente relacionada com o défice de

atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade e

problemas em lidar com os sentimentos. Pode ainda estar relacionado com a

obesidade, problemas de sono e risco de dependência da tecnologia.

Figura 6 e 7 – Diferentes perspetivas dos pais quanto ao acesso dos filhos às tecnologias

20



Se há alguns anos as crianças sonhavam em ganhar bicicletas ou vídeo

games, hoje o objeto de desejo são os smartphones, que, além de servirem

como celular, oferecem acesso a internet, jogos, troca de mensagens e muitas

outras funcionalidades. Mas por mais que os pequenos insistam, nem sempre é

recomendável ceder.

Os pais precisam avaliar se há necessidade ou não de a criança ter um

smartphone. Para crianças que começam a sair de casa sozinhas, o

smartphone torna-se uma ferramenta de comunicação importante, inclusive

para os pais. Por outro lado, é abusivo uma criança de apenas 5 anos de idade

já usufruir do aparelho.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), 96% dos jovens

Portugueses possuem computador, sendo que 91% tem acesso à internet.

Outro estudo, este publicado no jornal Publico, afirma que 70% dos

jovens Portugueses demonstram sinais de dependência da Internet, sendo que

13% dos casos são graves.

21



O QUE SE FAZIA MELHOR SEM TECNOLOGIA

É certo que a tecnologia em muito veio em auxílio de muitas situações

do dia-a-dia, onde várias tarefas teriam um processo de realização mais

alongado e difícil, sem a sua existência. Contudo, a progressivamente

desenvolvida facilidade de acesso a estas ferramentas fez com que o

comodismo desse lugar ao propósito inicial: ajudar e, portanto, deixou de ser a

tecnologia a complementar o nosso trabalho, mas sim nós, pessoas, a

complementar o trabalho da tecnologia. Foram-se perdendo hábitos e métodos

de desenvolvimento pessoal e interpessoal, tanto a nível educacional,

profissional, e social.

22



1. TURISMO

Não há muitos anos, quando a tecnologia informática ainda não tinha

tido o seu “boom”, ir viajar era, sem sobra de dúvidas, uma atividade de

enriquecimento cultural, e o objetivo primário das pessoas era conhecer e viver

experiências que lembraria para o resto da sua vida, positivas ou negativas.

Porém, hoje em dia, embora não se possa considerar regra geral, o

turismo já pode ser visto numa vertente de “show off”, através das redes

sociais, passando a explorar-se as novas culturas, através da lente de uma

câmara fotográfica ou de filmar, e, por causa disso, passando a maior parte do

tempo “online”.

Os vários fatores que contribuíram para isto são então, entre outros, o

acesso gratuito a internet nos hotéis, a capacidade de roaming, e os

smartphones (que permitem fotografar, filmar, partilhar e comentar tudo no

mesmo dispostivo).

Figura 8 – Influência das tecnologias no turismo

23



2. ATIVIDADE FÍSICA

A internet, os jogos de computador e de consola, as redes sociais, e

todas as muitas outras ferramentas de ócio permitiram que inconscientemente

(ou não) a população esgotasse o seu tempo livre diário, o que,

progressivamente, e cada vez mais em números preocupantes, a atividade

física tenha sido colocada em segundo plano.

A prática de uma determinada modalidade desportiva ou uma simples

caminhada em tudo é benéfica para a saúde física e mental do ser humano, e,

com o seu abafamento pelas tecnologias informáticas, é de esperar que as

pessoas se tornem cada vez mais doentes e mais propícias a vícios não-

saudáveis.

Figura 9 – Atividade física

24



3. CONVÍVIO

À medida que os tempos vão progredindo, também o convívio é afetado

pelas tecnologias informáticas.

É notória uma tendência para a preferência da comunicação via redes

sociais, ou via serviços de mensagens instantâneas, ou até chamadas

telefónicas em detrimento do contacto pessoal, no seu sentido lato. Mais uma

vez, o comodismo assume um papel de superioridade, comandando as

decisões da população.

Como consequência, o propósito deste tipo de tecnologia não é

cumprido, uma vez que, ao invés de aproximar as pessoas, as afasta. A

ansiedade passa a ser por coisas materiais, e criam-se, com o passar dos

anos, gerações “fúteis”, com graves dificuldades de comunicação.

Desta forma, se a tecnologia, ou o seu uso, fossem mais controlados, a

vida social das pessoas tinha uma maior margem para se desenvolver.

Figura 10 – Impacto da tecnologia no convívio

25



4. DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO

A procura e o acesso fáceis à informação são dos objetivos primários das

tecnologias informáticas, que conseguiram condensar, nomeadamente na

internet, milhões de milhares de documentos, textos, vídeos, imagens, entre

outras ferramentas.

A problemática em causa é, mais uma vez, o comodismo. As pessoas

recorrem-lhes demasiadamente e deixaram de sentir necessidade de dar uso

ao seu poder de raciocínio.

Figura 11 – Dificuldade no desenvolvimento de um raciocínio

26



SOLUÇÕES DE MELHORIA DA SOCIEDADE SEM

RECURSO À INFORMÁTICA

1. ZONAS SOMBRA

Uma forma de melhorar o bem estar e a felicidade das pessoas seria

criando zonas onde aparelhos informáticos não funcionassem, permitindo

assim as pessoas a conviver sem o recurso a esta tecnologia.

Na sociedade atual, grande parte do convívio entre pessoas é feito

através de mensagens, telefonemas, video-chamadas, redes sociais, e são

cada vez menores os casos em que se convive pessoalmente. Estas

tecnologias vieram facilitar muito a vida das pessoas mas acabaram por se

tornar um mal.

Com a criação de espaços onde os aparelhos não funcionassem , as

pessoas iriam conviver umas com as outras criando assim amizades reais. A

sociedade esqueceu que os melhores momentos da vida, não estão num

aparelho mas sim no convívio com outras pessoas.

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2. ASSOCIAÇÕES ATIVIDADES AO AR LIVRE

É necessário incentivar a criação de associações com este caracter e

divulgar as que já existam para tentar que as pessoas se afiliem e desfrutem

destas.

Para além de incentivarem o convívio entre pessoas e o convívio com a

Naruteza, estas associações tem muitas vezes um dimensão didática,

ensinando técnicas de sobrevivência sem o recursos às novas tecnologias,

como orientação, socorrismo, entre outras.

Estas associações promovem também atividades físicas, como provas

de BTT, maratonas, entre outras, que incentivam as pessoas a abandonar o

sedentarismo e criar um estilo de vida mais saudável e mais ativo.

Figura 12 – Escutismo como atividade ao ar livre

28



INQUÉRITO

No âmbito do projeto FEUP, a equipa decidiu fazer um questionário com

o objetivo de entender melhor como é que a nossa comunidade se relaciona

com as Tecnologias Informáticas, fazendo perguntas pessoais sobre a

regularidade e utilidade com que usa estas mesma tecnologias. (Ver anexos)

No questionário, obtivemos 44 respostas, correspondendo a cerca de

5% das pessoas às quais foi disponibilizado.

Obtivemos a totalidade das respostas como afirmativas em relação ao

uso de tecnologias informáticas, das quais ainda 98% afirma utilização diária.

Na sua maioria, os inquiridos usam as tecnologias informáticas para uso de

lazer, com 96% das respostas. São também utilizadas de igual forma, com

61%, em uso educacional e em trabalho. Ainda existe uma ínfima parte dos

inquiridos que afirma usar as tecnologias informáticas na área da saúde e para

outros fins. (Ver anexos)

Com o questionário também pretendíamos saber de que modo a

comunidade pensa ser positivo e/ou negativo o uso das tecnologias. A

totalidade dos inquiridos concorda que as tecnologias informáticas são

benéficas ao ser humano.

No fim dos questionário foram colocadas duas perguntas abertas aos

inquiridos para percebermos quais os aspetos em que eles acham que as

tecnologias informáticas não correspondem às nossas necessidades e de que

modo correspondem. Nessas respostas foi notória a concordância que as

tecnologias ainda não correspondem a níveis sociais e que até prejudicam

esse ponto.

No desenvolvimento deste questionário podemos verificar que, apesar

de a nossa comunidade estar muito “agarrada” às tecnologias, concorda que

são prejudiciais em parâmetros socias e físicos, tornando-nos mais sedentários

e menos comunicativos.

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LISTA DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIBEIRO, João Ruela. “Portugueses são dos que fazem menos desporto na Europa” in “Público” (24/03/2014). http://www.publico.pt/desporto/noticia/portugueses-sao-dos-que-fazem-menos-desporto-na-europa-1629503. (Acedido a 9 de outubro de 2015). “Sedentarismo causa 5,3 milhões de mortes por ano no mundo”. (18/07/2012). http://opiniaoenoticia.com.br/vida/saude/sedentarismo-causa-53-milhoes-de-mortes-por-ano-no-mundo/. (Acedido a 9 de outubro de 2015). “91% das crianças portuguesas usam a Internet”. (05/11/2010). http://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigo/91_das_criancas_portuguesas_usam_a_internet-1104696tek.html. (Acedido a 10 de outubro de 2015). SILVA, Samuel. “Mais de 70% dos jovens portugueses com sinais de dependência da Internet” in “Público. (03/11/2014). http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quase-tres-quartos-dos-jovens-portugueses-apresentam-sinais-de-dependencia-da-internet-1674907. (Acedido a 4 de outubro de 2015). “Como são pirateados os computadores mais seguros” in “Notícias ao Minuto”. (24/03/2015). http://www.noticiasaominuto.com/tech/365543/como-sao-pirateados-os-computadores-mais-seguros. (Acedido a 5 de outubro de 2015) “Computers not yet able to understand human speech” in “Cornell Chronicle”. (23/07/2012) http://www.news.cornell.edu/stories/2012/07/lillian-lee-computers-cant-understand-us. (Acedido a 6 de outubro de 2015) Dissertação de mestrado de Maria Paula Fiorim Piruzelli. “As Ambiguidades Linguísticas no Inglês e a Tradução Automática Inglês-Português: Um Estudo Exploratório” (30/06/2011). http://portal.fclar.unesp.br/poslinpor/teses/Maria_Paula_Piruzelli.pdf (Acedido a 11 de outubro de 2015) Dissertação de mestrado de Lúcio Buzon da Silva. “Ambiguidades da Língua Portuguesa: Recorte classificatório para a elaboração de um modelo ontológico.” (2006) http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2188/1/Lucio%20Buzon%20da%20Silva.pdf (Acedido a 6 de outubro de 2015)

http://www.publico.pt/desporto/noticia/portugueses-sao-dos-que-fazem-menos-desporto-na-europa-1629503

http://www.publico.pt/desporto/noticia/portugueses-sao-dos-que-fazem-menos-desporto-na-europa-1629503

http://opiniaoenoticia.com.br/vida/saude/sedentarismo-causa-53-milhoes-de-mortes-por-ano-no-mundo/

http://opiniaoenoticia.com.br/vida/saude/sedentarismo-causa-53-milhoes-de-mortes-por-ano-no-mundo/

http://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigo/91_das_criancas_portuguesas_usam_a_internet-1104696tek.html

http://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigo/91_das_criancas_portuguesas_usam_a_internet-1104696tek.html

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quase-tres-quartos-dos-jovens-portugueses-apresentam-sinais-de-dependencia-da-internet-1674907

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quase-tres-quartos-dos-jovens-portugueses-apresentam-sinais-de-dependencia-da-internet-1674907

http://www.noticiasaominuto.com/tech/365543/como-sao-pirateados-os-computadores-mais-seguros

http://www.noticiasaominuto.com/tech/365543/como-sao-pirateados-os-computadores-mais-seguros

http://www.news.cornell.edu/stories/2012/07/lillian-lee-computers-cant-understand-us

http://www.news.cornell.edu/stories/2012/07/lillian-lee-computers-cant-understand-us

http://portal.fclar.unesp.br/poslinpor/teses/Maria_Paula_Piruzelli.pdf

http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2188/1/Lucio%20Buzon%20da%20Silva.pdf

http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/2188/1/Lucio%20Buzon%20da%20Silva.pdf

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CONCLUSÃO

Este trabalho é o culminar de um estudo trabalhoso que exigiu uma

análise e uma reflexão profunda sobre a informática no mundo atual.

Com os objetivos iniciais de demonstrar como as tecnologias nos são

prejudiciais foram visados aspetos como alguns problemas da informática

realçando os problemas de segurança, problemas que as tecnologias

trouxeram e alguns exemplos do que seria uma vida livre de tecnologia.

Esta reflexão permitiu concluir que para além das vantagens das

tecnologias elas não são as melhores ferramentas e prejudicam a nossa vida.

Uma das principais vantagens da elaboração deste trabalho reside no

facto de proporcionar oportunidade de analisarmos o mundo atual e prever o

pouco do que poderá vir a acontecer.

No seu geral, foi um estudo realmente interessante e definitivamente

instrutivo, elevando o grau de conhecimento sobre informática principalmente e

trazendo ideias mais concretas do nosso futuro próximo na FEUP

31



ANEXOS INQUÉRITO

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RESULTADOS DO INQUÉRITO

[VALUE]

[VALUE]

Com que regularidade os usa?

Todos os dias 4-5 dias por semana

2-3 dias por semana Esporadicamente

63%

63%

96%

4%

2%

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