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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Estudo e caracterização de um painel fotovoltaico
Projeto FEUP 2016/2017--MIEEC:
Manuel Firmino & Sara Ferreira J. N. Fidalgo & J. C. Alves
Equipa 2, turma 8:
Supervisor: Vítor Tavares Monitor: Alexandre Truppel
Estudantes & Autores:
André Martins [email protected] Carolina Bastos [email protected]
Francisco Costa [email protected] Joana Santos [email protected]
2
Resumo
Este relatório, elaborado no âmbito da unidade curricular designada “Projeto
FEUP”, tem como objetivo explorar o tema “Estudo e caracterização de um painel
fotovoltaico”.
A exploração do tema foi efetuada em contexto laboratorial de forma a atingir os
seguintes objetivos:
Proceder à montagem de circuitos elétricos recorrendo a placas de montagem;
Manusear o multímetro, equipamento básico de medida;
Trabalhar no Excel para utilizar software de construção de tabelas e gráficos;
Reconhecer fontes de tensão e compreender o seu funcionamento;
Estudar a característica I(U) de um painel fotovoltaico;
Interpretar o comportamento de um painel perante diferentes níveis de
iluminação e sombreamento.
A metodologia utilizada na execução deste trabalho consistiu na montagem de
um circuito onde se fez incidir sobre um painel fotovoltaico radiação proveniente de
uma lâmpada incandescente e de uma lâmpada tipo LED, em duas fases distintas.
Feitas as devidas medições no voltímetro e no amperímetro corretamente inseridos
no circuito estudou-se as características no painel com base nos gráficos I(U) e P(U).
Os painéis fotovoltaicos apresentam diferentes desempenhos com diferentes
tipos de iluminação. Efetivamente, responde de melhor forma a radiações de
comprimento de onda semelhantes às emitidas por uma lâmpada incandescente do
que a radiações semelhantes às de uma lâmpada tipo LED.
A potência fornecida pelo painel fotovoltaico em função da diferença de potencial
elétrica é superior quando iluminado pela lâmpada incandescente do que pela
lâmpada tipo LED. Além disso, a curva característica I(U) do painel quando nele incide
a radiação da lâmpada incandescente tem um valor máximo de intensidade de
corrente em curto circuito (U=0) superior ao respetivo valor máximo de intensidade
de corrente da lâmpada LED na mesma situação.
Palavras-Chave
Painel fotovoltaico, diferença de potencial, corrente elétrica, potencia elétrica.
3
Agradecimentos
Estamos gratos por toda a orientação dada por Vítor Tavares e Alexandre
Truppel supervisor e monitor, respetivamente. A sua atenção e colaboração foi crucial
para atingir o objetivo proposto. Seguidamente, prestamos um agradecimento formal
à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto por toda a informação,
equipamento e tecnologia disponibilizado. De outro modo não seria possível efetuar
todo o trabalho laboratorial por de trás do projeto nem se obteriam todas as
conclusões para a realização do relatório e poster. Consideramos também que todas
as palestras que nos proporcionaram foram fundamentais e determinantes. Deste
modo, agradecemos sinceramente a todos os intervenientes envolvidos no Projeto
FEUP.
4
Índice
Índice .......................................................................................................................................... 4
Lista de Figuras.......................................................................................................................... 5
Lista de Tabelas ......................................................................................................................... 5
Lista de Gráficos ........................................................................................................................ 5
Introdução .................................................................................................................................. 6
Introdução teórica ...................................................................................................................... 7
Metodologia................................................................................................................................ 9
Resultados ............................................................................................................................... 13
Conclusão ................................................................................................................................ 21
Referências bibliográficas........................................................................................................ 22
Anexo ....................................................................................................................................... 25
5
Lista de Figuras
Figura 1: Conjunto de painéis fotovoltaicos. ....................................................................... 6
Figura 2: Esquema das bandas mais externas de um semicondutor. ............................... 7
Figura 3: Característica típica de um painel fotovoltaico.................................................... 8
Figura 4: Esquema do circuito elétrico................................................................................ 9
Figura 5: Esquema do circuito elétrico com resistência variável. .................................... 10
Figura 6: Lâmpada incandescente a incidir nos dois painéis. .......................................... 11
Figura 7: Montagem do circuito elétrico com LED............................................................ 12
Lista de Tabelas
Tabela 1: Relação entre I e U na secção A da lâmpada incandescente ......................... 13
Tabela 2: Relação entre I e U na secção A da lâmpada tipo LED................................... 13
Tabela 3: Verificação da lei de Ohm (lâmpada incandescente)....................................... 14
Tabela 4: Verificação da lei de Ohm (lâmpada tipo LED) ................................................ 15
Tabela 5: Relação entre I e U na secção B e C, lâmpada incandescente ...................... 15
Tabela 6: Relação entre I e U na secção B e C, lâmpada tipo LED ................................ 16
Tabela 7: Potência fornecida pelo painel, lâmpada incandescente ................................. 18
Tabela 8: Potência fornecida pelo painel, lâmpada tipo LED .......................................... 19
Lista de Gráficos
Gráfico 1: I(U) da secção A, lâmpada incandescente. ..................................................... 13
Gráfico 2: I(U) da secção A, lâmpada tipo LED................................................................ 14
Gráfico 3: I(U) da secção B e C, lâmpada incandescente. .............................................. 16
Gráfico 4: I(U) da secção B e C, lâmpada tipo LED. ........................................................ 17
Gráfico 5: Comparação da caraterística de um painel quando iluminado por uma lâmpada
incandescente e por uma lâmpada tipo LED. ......................................................................... 17
Gráfico 6: P(U), lâmpada incandescente. ......................................................................... 18
Gráfico 7: P(U), lâmpada tipo LED. .................................................................................. 19
Gráfico 8: Comparação da potência fornecida de um painel quando iluminado por uma
lâmpada incandescente e por uma lâmpada tipo LED ........................................................... 20
6
Introdução
Uma célula fotovoltaica é como um conversor de radiação solar em energia
elétrica. A corrente elétrica fornecida é contínua podendo, no entanto, ser
transformada em corrente alternada ou ser armazenada.
Os painéis fotovoltaicos são constituídos por conjuntos de células fotovoltaicas
que podem ser associadas em série ou em paralelo dependendo das necessidades
e do efeito pretendido na sua utilização. Como os painéis são modulares podem ter
diversas dimensões desde as mais reduzidas, por exemplo, as utilizadas em
semáforos até às de grandes escalas usadas em centrais fotovoltaicas, como o caso
da central de Amareleja no Alentejo. Esta forma de obtenção de energia elétrica não
apresenta inconvenientes no âmbito de poluição do ambiente.
Efetivamente, os painéis fotovoltaicos são vantajosos pois tratam-se de uma
fonte de energia renovável, são cada vez mais potentes e o seu custo cada vez
menor. Desta forma, a energia solar, cada vez mais, é uma solução economicamente
viável. No entanto, ainda apresentam algumas desvantagens nomeadamente a
ocupação de grandes áreas, baixo rendimento, um elevado custo inicial e a sua
dependência das condições climatéricas.
Numa perspetiva histórica, a primeira célula fotovoltaica foi desenvolvida pelo
laboratório Bell no EUA em 1954. Estas células foram largamente estudadas devido
à expansão do programa espacial e da crise petrolífera na década de setenta.
Figura 1: Conjunto de painéis fotovoltaicos.
7
Introdução teórica
A célula fotovoltaica é constituída por material semicondutor. Na construção
destas células fotovoltaicas é utilizado material semicondutor que é colocado em
camadas ou bandas na forma de junções p-n.
Quando se pensa num sólido pensa-se num processo de aproximação dos
átomos constituintes desse mesmo sólido. Quando ocorre a aproximação dos vários
átomos as orbitais idênticas de cada átomo sobrepõem-se no espaço. Surgem assim
interações entre eletrões de átomos diferentes, o que vai criar diferentes níveis de
energia, muito próximos, criando assim bandas de energia, como se indica no
esquema que se segue.
As transições de eletrões entre níveis eletrónicos da mesma banda envolvem
pequenos valores de energia. No entanto, se se fornecer energia a um eletrão e esta
for suficiente para que ocorra a sua transição para uma banda de energia superior vai
deixar um buraco (portadores de carga positiva) na banda de valência. Este efeito é
designado por formação de um par eletrão-buraco.
Os semicondutores são materiais onde é possível criar pares eletrão-buraco o
que tem um importante efeito no comportamento do material.
Se no semicondutor se introduzem impurezas que lhe fornecem eletrões
excedentes, designados de portadores negativos, diz-se do tipo n, se lhe fornecem
portadores positivos, diz-se tipo p.
Colocando os dois tipos de materiais n e p juntos cria-se uma junção n-p, o que
permite que os portadores se difundem para o lado onde estão em minoria. Assim, os
eletrões deslocam-se para o lado p e os portadores positivos para o lado n o que cria
na junção uma região sem portadores livres.
Esta zona sem portadores livres de carga designa-se de zona de deplexão de
carga. Assim, a incidência da luz nesta zona está associada à criação de uma corrente
Banda de Condução
Banda de Valência
Figura 2: Esquema das bandas mais externas de um semicondutor.
8
elétrica. Quanto maior for o número de fotões incidentes maior é a corrente elétrica
gerada. O aparecimento da corrente elétrica é resultado da iluminação na junção.
Este fenómeno designa-se de efeito fotovoltaico.
Se o circuito estiver aberto deteta-se o aparecimento de uma diferença de
potencial entre dois lados da junção. Uma célula fotovoltaica é então uma associação
de junções p-n em série.
Na maioria das aplicações práticas em que é exigido maior potência é
necessário associar várias células fotovoltaicas em série para se obter uma diferença
de potencial mais elevada ou em paralelo se se pretender correntes elétricas mais
elevadas.
O funcionamento de um painel fotovoltaico pode ser estudado por análise do
gráfico I(U), designado por característica I/U.
Figura 3: Característica típica de um painel fotovoltaico.
9
Metodologia
Esta atividade laboratorial contempla três etapas. Antes de se iniciar a primeira
procedeu-se à montagem do circuito elétrico para permitir traçar a característica típica
de um painel fotovoltaico.
Analisando-a, verifica-se que o painel fotovoltaico não é uma fonte de tensão
ideal, uma vez que uma fonte de tensão ideal não possui resistência interna. Caso
contrário o gráfico I(U) seria uma linha vertical.
Na montagem direcionou-se perpendicularmente e a aproximadamente 20cm a
luz de um candeeiro (com lâmpada incandescente ou LED) sobre um painel
fotovoltaico. De forma a medir a intensidade da corrente e a sua tensão para cada
valor de resistência, ligou-se o painel a uma placa de montagem, a uma resistência
(de valor fixo ou variável), a um multímetro com função de voltímetro e a um
multímetro com função de amperímetro. Devido à resistência interna muito elevada
do voltímetro, este é montado em paralelo de maneira a que a corrente elétrica que o
atravessa seja mínima, não interferindo com a do circuito principal. Contrariamente
ao voltímetro, o amperímetro é montado em série, porque tem uma resistência muito
baixa o que lhe permite medir a corrente elétrica que atravessa uma determinada
secção do circuito.
No início de cada fase, após a montagem ser concluída, mediu-se a corrente de
curto circuito e a tensão em circuito aberto do painel em cada situação. As medições
foram efetuadas algum tempo depois de se ligar o candeeiro de forma a que a
temperatura na vizinhança no conjunto candeeiro/painel fotovoltaico estabilizasse.
A corrente de curto circuito representa o valor de corrente máximo que pode
passar pelo circuito, indicando um valor inicial para a característica do painel quando
U=0 e I é máximo. Para se obter este valor realiza-se a medição da intensidade do
Figura 4: Esquema do circuito elétrico.
10
circuito retirando a resistência, deixando apenas o painel e os instrumentos de
medição.
A tensão em circuito aberto representa o valor de tensão da fonte, neste caso,
do painel quando I=0 e U é máximo. Obtém-se este valor realizando a medida da
tensão do circuito aberto, de modo a não existir passagem de corrente no circuito.
Posteriormente, na primeira fase – determinação experimental da secção A da
característica do painel - estas grandezas foram medidas usando resistências de
valor fixo, as quais foram lidas utilizando a tabela em anexo. Os valores utilizados
nesta fase são os mais altos em toda a atividade: 22kΩ, 18kΩ, 12kΩ, 8k2Ω, 6k8Ω e
5k6Ω, de modo a obter os maiores valores de tensão e os menores de intensidade da
corrente, obtendo a secção A da característica do painel.
Depois de realizar este procedimento para a lâmpada incandescente e para a
lâmpada tipo LED avançou-se para a segunda etapa – determinação experimental da
característica completa de um painel fotovoltaico – ou seja, acrescentou-se à secção
A a secção B e C.
Nesta situação é utilizada uma resistência variável de 4k7Ω de modo a permitir
valores de medição mais próximos, com pequenas aproximações do valor da
resistência, obtendo assim uma melhor representação da característica do painel nas
secções B e C.
Após todas as medições nas duas etapas, os valores da tensão e da intensidade
da corrente para os diferentes valores de resistência utilizados foram colocados no
Excel, permitindo uma visualização do gráfico I(U) e consequentemente a
Figura 5: Esquema do circuito elétrico com resistência variável.
11
característica do painel fotovoltaico. Além disso, foi também traçado P(U) de modo a
encontrar o valor da tensão, da intensidade de corrente e da resistência para o qual
a potência do painel fotovoltaico seria máxima.
Numa terceira e última etapa foram realizadas duas montagens em que o circuito
é igual ao das etapas anteriores e fez-se incidir uma lâmpada incandescente sobre
dois painéis fotovoltaicos, lado a lado.
A diferença entre as duas montagens é que enquanto uma possuía os painéis
ligados no circuito em série, a outra montagem apresentava os painéis ligados em
paralelo.
De seguida, fez-se a medição dos valores de corrente de curto circuito e de
tensão em circuito aberto em ambos os casos, observando valores disparos nas
medições das duas situações.
Finalmente, de modo a verificar a influência do sombreamento de um painel
fotovoltaico, foi ligado aos terminais do agregado um LED e foi sombreado um dos
painéis, medindo-se os valores da tensão e da intensidade da corrente.
Figura 6: Lâmpada incandescente a incidir nos dois painéis.
13
Resultados
Determinação experimental da secção A da característica do painel
I(mA) U(V)
0,00 7,65
0,35 7,61
0,42 7,60
0,64 7,58
0,93 7,56
1,12 7,53
1,34 7,51
I(mA) U(V)
0,00 5,70
0,26 5,58
0,31 5,56
0,46 5,44
0,65 5,34
0,77 5,26
0,91 5,10
y = -9,7387x + 74,477R² = 0,9928
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
7,50 7,55 7,60 7,65 7,70
I(m
A)
U(V)
Tabela 1: Relação entre I e U na secção A da lâmpada incandescente
Tabela 2: Relação entre I e U na secção A da lâmpada tipo LED
Gráfico 1: I(U) da secção A, lâmpada incandescente.
14
Observando os gráficos I(U) para as duas situações verifica-se que em circuito
aberto (I=0) a diferença de potencial nos terminais do painel é de 7,65V e de 5,70V
na lâmpada incandescente e na lâmpada tipo LED, respetivamente.
Assim, o painel fornece uma maior diferença de potencial quando iluminado pela
lâmpada incandescente.
Verificação da lei de Ohm
Existem determinados materiais condutores que permitem estabelecer uma
relação de proporcionalidade entre a corrente que os atravessa e a diferença de
potencial nos seus terminais.
A constante de proporcionalidade representa a resistência, R, do condutor. Esta
relação é conhecida por lei de Ohm. A unidade SI da resistência é o Ohm (Ω).
R(kΩ) I(mA) U(V) R (kΩ) exp
0,00 7,65
22 0,35 7,61 21,74
18 0,42 7,60 18,10
12 0,64 7,58 11,84
8,2 0,93 7,56 8,13
6,8 1,12 7,53 6,72
5,6 1,34 7,51 5,60
y = -1,5215x + 8,7345R² = 0,9803
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
5,00 5,10 5,20 5,30 5,40 5,50 5,60 5,70 5,80
I(m
A)
U(V)
Tabela 3: Verificação da lei de Ohm (lâmpada incandescente)
Gráfico 2: I(U) da secção A, lâmpada tipo LED.
15
A partir das tabelas verifica-se que os valores das resistências determinadas
experimentalmente (quarta coluna da respetiva tabela) têm a mesma ordem de
grandeza dos valores das resistências introduzidas no circuito.
Característica completa de um painel
R(kΩ) I(mA) U(V) R (kΩ) exp
0,00 5,696
22 0,26 5,579 21,46
18 0,31 5,563 17,95
12 0,46 5,444 11,83
8,2 0,65 5,335 8,21
6,8 0,77 5,255 6,82
5,6 0,91 5,104 5,61
I(mA) U(V)
11,42 0,185
11,23 0,258
11,08 1,897
10,44 3,201
9,90 5,193
8,58 5,980
7,55 6,240
6,28 6,700
5,57 6,810
4,48 6,970
3,21 7,130
2,28 7,230
1,70 7,280
Tabela 4: Verificação da lei de Ohm (lâmpada tipo LED)
Tabela 5: Relação entre I e U na secção B e C, lâmpada incandescente
16
I(mA) U(V)
2,07 0,033
2,03 0,612
1,98 0,837
1,95 1,686
1,91 2,146
1,88 3,114
1,82 3,466
1,77 3,868
1,73 3,936
1,66 4,143
1,54 4,377
1,38 4,645
1,25 4,783
1,15 4,896
1,12 4,905
y = -0,0056x5 + 0,0772x4 - 0,3723x3 + 0,7059x2 - 0,6724x + 11,448R² = 0,9979
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000
I (m
A)
U (V)
Gráfico 3: I(U) da secção B e C, lâmpada incandescente.
Tabela 6: Relação entre I e U na secção B e C, lâmpada tipo LED
17
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000 9,000
I (m
A)
U (V)
y = -0,0305x3 + 0,1726x2 - 0,3075x + 2,1155
R² = 0,9919
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000
I(m
A)
U(V)
Gráfico 4: I(U) da secção B e C, lâmpada tipo LED.
Gráfico 5: Comparação da caraterística de um painel quando iluminado por
uma lâmpada incandescente e por uma lâmpada tipo LED.
18
As curvas características do painel fotovoltaico obtidos quando iluminado por
uma lâmpada incandescente e por uma lâmpada tipo LED estão de acordo com a
curva característica teórica de um painel fotovoltaico. Ao contrário da secção B, a
secção A e C são aproximadamente lineares. Estas são unidas pela secção B, o que
torna possível estas curvas características.
A potência, P, fornecida pelo painel fotovoltaico pelo circuito quando este é
iluminado por uma fonte de luz, pode ser calculada através do produto da diferença
de potencial (U) nos seus terminais pela corrente elétrica (I) que ele debita no circuito.
I(mA) U(V) P (mW)
11,42 0,185 2,113
11,23 0,258 2,897
11,08 1,897 21,019
10,44 3,201 33,418
9,90 5,193 51,411
8,58 5,980 51,308
7,55 6,240 47,112
6,28 6,700 42,076
5,57 6,810 37,932
4,48 6,970 31,226
3,21 7,130 22,887
2,28 7,230 16,484
1,70 7,280 12,376
0,000
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000
P(m
W)
U (V)
Tabela 7: Potência fornecida pelo painel, lâmpada incandescente
Gráfico 6: P(U), lâmpada incandescente.
19
Analisando o gráfico P(U) determinamos o valor da potência máxima do painel
quando nele incide uma lâmpada incandescente que é 51,411mW. A resistência para
a qual esta potência é máxima é de 525kΩ.
Analisando o gráfico P(U) determinamos o valor da potência máxima do painel quando
nele incide uma lâmpada tipo LED que é 6,877mW. A resistência para a qual esta potência
é máxima é de 2,50kΩ.
I(mA) U(V) P(mW)
2,07 0,033 0,068
2,03 0,612 1,242
1,98 0,837 1,657
1,95 1,686 3,288
1,91 2,146 4,099
1,88 3,114 5,854
1,82 3,466 6,308
1,77 3,868 6,846
1,73 3,936 6,809
1,66 4,143 6,877
1,54 4,377 6,741
1,38 4,645 6,410
1,25 4,783 5,979
1,15 4,896 5,630
1,12 4,905 5,494
0,000
1,000
2,000
3,000
4,000
5,000
6,000
7,000
8,000
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000
P(m
W)
U(V)
Tabela 8: Potência fornecida pelo painel, lâmpada tipo LED
Gráfico 7: P(U), lâmpada tipo LED.
20
Por análise dos gráficos a potência fornecida por um painel fotovoltaico não é
constante, atinge o máximo para determinados valores de diferença de potencial e de
corrente elétrica. Esse máximo depende do tipo de iluminação que incide sobre o
painel. Além disso, com a junção dos dois gráficos nas situações distintas, verifica-se
que existe uma discrepância elevada entre a potência máxima do painel quando nele
incide uma lâmpada incandescente e quando nele incide uma lâmpada tipo LED,
sendo a primeira muito superior à segunda.
Efeito de sombreamento do painel na energia fornecida á carga
Ao sombrear um dos painéis fotovoltaicos associado em paralelo, a corrente
elétrica duplica em curto-circuito e a tensão permanece igual em circuito aberto.
Quando um dos painéis fotovoltaicos associados em série é sombreado a tensão em
circuito aberto duplica e a corrente elétrica em circuito aberto é aproximadamente
zero.
0,000
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000
P(m
W)
U (V)
Gráfico 8: Comparação da potência fornecida de um painel quando
iluminado por uma lâmpada incandescente e por uma lâmpada tipo LED
21
Conclusão
Neste trabalho aprendeu-se a utilizar o multímetro digital, instrumento que reúne
três funções, de voltímetro (mede diferenças de potencial), amperímetro (mede a
corrente elétrica) e ohmímetro (mede a resistência elétrica). Além disso, aprendeu-se
como colocá-lo de forma correta no circuito elétrico de forma a medir as grandezas
físicas pretendidas.
Na parte final da determinação experimental da secção A da característica do
painel foi possível fazer a verificação da Lei de Ohm com o registo dos valores de
corrente elétrica e de tensão obtidos quando se introduziam as diferentes resistências
de carga no circuito. Por observação das tabelas 3 e 4 verificou-se a
proporcionalidade direta entre a corrente elétrica que percorre o circuito e a diferença
de potencial.
No estudo da característica do painel fotovoltaico, conclui-se que este não é uma
fonte de tensão ideal pois o gráfico I(U) não é linear. Comparando a curva
característica I(U) do painel quando nele incide a radiação da lâmpada incandescente
há um valor máximo de intensidade de corrente, 7,65V, em curto circuito (U=0) que é
superior ao respetivo valor máximo de intensidade de corrente da lâmpada LED,
5,70V, na mesma situação. Por observação do gráfico 5 que representa as curvas
características do painel fotovoltaico, podemos concluir que estão de acordo com o
previsto teoricamente.
Por análise dos gráficos da potência (P) fornecida pelo painel fotovoltaico em
função da diferença de potencial elétrica conclui-se que é superior quando iluminado
pela lâmpada incandescente do que pela lâmpada tipo LED. Em cada situação a
potência fornecida pelo painel a um circuito atinge o seu valor máximo para
determinados valores de diferença de potencial e de corrente elétrica. Assim o valor
da resistência equivalente do circuito, para o qual ocorre este máximo da potência é
de 525kΩ e de 2,50kΩ quando sobre o painel se incidiu a lâmpada incandescente e a
lâmpada tipo LED, respetivamente.
Concluiu-se através da análise dos gráficos que os painéis fotovoltaicos
apresentam diferentes desempenhos com diferentes tipos de iluminação.
Efetivamente, responde de melhor forma a radiações de comprimento de onda
semelhantes às emitidas por uma lâmpada incandescente do que a radiações
semelhantes às de uma lâmpada tipo LED.
22
Referências bibliográficas
Portal de energias renováveis, obtido em outubro de 2016 em
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