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Vestuário Tecnológico | Desafios Tecnológicos e Sociais 1/30

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Vestuário Tecnológico

Desafios Tecnológicos e Sociais

Projeto FEUP 2014/2015 -- MIEIC e MIEIG

Armando Sousa e Manuel Firmino Rosaldo Rosetti e Pedro Amorim

Grupo 38:

Supervisor: Jorge Barbosa Monitor: Gabriel Candal

Estudantes & Autores:

Luís Octávio Pais Ferreira dos Santos Soares

Matheus Pereira Gonçalves

Miguel de Abreu Magalhães Teixeira

Paulo Renato Martins Pereira

Pedro Miguel Baptista Lourenço Balsinha

mailto:[email protected]


"Eu temo o dia em que a tecnologia

ultrapasse a nossa interação humana, e o

mundo terá uma geração de idiotas"

Albert Einstein


Resumo

Este relatório, realizado no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP, tem como

principal objetivo abordar o vestuário tecnológico (“wearable computing”), sendo este o

tema central do projeto. Este é um conceito ainda pouco conhecido pelo cidadão comum,

situação que irá mudar com a evolução tecnológica sofrida por estes aparelhos e,

principalmente, com a margem de progresso que lhe é atribuída.

O subtema do projeto é “Desafios tecnológicos e sociais”, na medida em que será

abordada a relevância que o vestuário tecnológico pode assumir na vida das pessoas, quer

na simplificação da mesma, quer na superação dos principais obstáculos económicos,

sociais e tecnológicos com que se vai deparar a fim de ser amplamente aceite e se assumir

expressivamente no mercado atual.

Com o objetivo de avaliar o conhecimento da população acerca do vestuário

tecnológico, foi realizado um inquérito no qual abordamos pessoalmente e de forma

aleatória estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Os resultados

permitiram-nos concluir que esta forma de tecnologia é ainda um pouco desconhecida,

apesar de a grande maioria achar que tem ainda uma significativa margem para se

desenvolver e se tornar acessível a um maior número de pessoas.


Palavras-Chave

● Vestuário tecnológico;

● Wearable computing;

● Body-borne computers;

● Ubiquitous computing;

● Projeto FEUP;

● Sociedade;

● Industria;

● Steve Mann;

● iWatch;

● Google glass;

● Make it Wearable;

● Pros and cons of wearable technology;

● eHealth;

● EyeTap;

● Privacidade no vestuário Tecnológico;

● Segurança no vestuário Tecnológico


Agradecimentos

Este relatório constituiu para nós um trabalho árduo. Para tal, contamos com a ajuda

de vários elementos que contribuíram para que realizássemos este projeto com sucesso.

Assim, em primeiro lugar, expressamos a nossa gratidão para com o nosso

supervisor, o Professor Jorge Barbosa, que nos orientou nas tarefas realizadas ao longo do

projeto FEUP e com o nosso monitor, Gabriel Candal, pelo auxílio mais próximo que nos

prestou e por todas as dúvidas e incertezas que clarificou acerca do tema do trabalho e do

funcionamento da unidade curricular.

Em seguida, um apreço especial a todos os que aceitaram responder às nossas

perguntas e, desta maneira, contribuíram para que tirássemos conclusões importantes para

o projeto.

Por último, não podíamos deixar de fazer referência aos encarregados responsáveis

pelas palestras na semana do projeto FEUP, que, sem dúvida alguma, foram essenciais para

a realização deste projeto devido aos conhecimentos teóricos que nos transmitiram, mas

também aos valores éticos que nos incutiram.


Índice

1. Introdução…………………………………………………………….…………………………9

2. Desafios tecnológicos e sociais…………………………………….………………….11

2.1 Desafios Tecnológicos……………………………………………….…………….13

2.1.1 Energia…………………………………………………………………...........13

2.1.2 Design……....…………………………………………………………...........14

2.1.3 Networking……….…………………………………………………....……..14

2.2 Desafios Económicos……….………………………………………………........15

2.3 Desafios Sociais…………………….…………………………………………………17

3. Metodologia…………………………………….………………………………….............19

3.1 Exposição dos dados…………………………….………………………………….20

4. Nova tecnologia/ Gadget…………..………………….………………………………..27

5. Conclusão………….………………………………..……………………….……………....29

6. Bibliografia………………………………………………………………….……...............30


Índice de figuras

Fig. 1 - Gráfico representativo da evolução do mercado do vestuário tecnológico…….…12

Fig. 2 - Apple Watch…………………………………………………………………………….…………….……………12

Fig. 3 - Bateria impressa da empresa Imprint Energy…………………………..………………………..13

Fig. 4 - “Conscious Technology” gadget que purifica o ar inspirado……………………..………..14

Fig. 5 - Comunicação entre difrentes dispositivos………………………………………………………....14

Fig. 6 - Proibição do Google Glass……………………………………………………………………….………....18


Lista de gráficos

Gráfico 1: gráfico que analisa o conhecimento dos termos “vestuário tecnológico” e

“wearable computing”.

Gráfico 2: gráfico que mostra o número dos inquiridos que possuem este tipo de aparelhos.

Gráfico 3: gráfico que confronta a opinião sobre o desenvolvimento do vestuário

tecnológico no futuro próximo.

Gráfico 4: gráfico que mostra a opinião dos inquiridos sobre a importância do vestuário

tecnológico em várias área.

Gráfico 5: gráfico que analisa os impactos sociais do vestuário tecnológico.

Gráfico 6: Gráfico que salienta possíveis medidas de forma a tornar os produtos do

vestuário tecnológico mais comercializáveis.


1. Introdução

Antes de qualquer abordagem e desenvolvimento do tema, importa defini-lo. Com

efeito, o vestuário tecnológico pode ser considerado um ramo da tecnologia, que inclui

todos os tipos de gadgets que se vestem ou se usam, tal como o próprio nome indica. Todos

estes possuem variados propósitos e funções específicas em diversas áreas, porém,

partilham uma mesma finalidade - melhorar o nosso quotidiano.

Atualmente, tem-se verificado uma significativa evolução nesta área, salientando-se

como alguns dos resultados desta evolução o iWatch, o Google Glass e o Samsung Gear.

Não obstante, estes são somente alguns exemplos de produtos integrantes do longo

percurso histórico do vestuário tecnológico, durante o qual se assistiu a uma evolução

gradual do seu conceito.

Viajando à China do século XVI, depararmo-nos-íamos com aquele que foi o primeiro

anel com funções de contagem. Um aparelho de referência foi, também, criado em 1810

por um relojoeiro para a princesa de Nápoles - o primeiro relógio alguma vez criado com a

função de medir o tempo. Outros aparelhos foram surgindo até que, em 1980, um professor

da Universidade de Toronto, de seu nome Steve Mann, criou aquele que é, para muitos,

considerado o primeiro verdadeiro dispositivo de vestuário tecnológico. Correspondia a um

sistema que era colocado na cabeça e em frente ao olho direito, de modo a funcionar como

uma câmara. O objetivo seria gravar o que a pessoa vê e mostrar uma imagem sobreposta à

imagem real. Este sistema foi sendo alvo de aperfeiçoamento pelo próprio criador, até

culminar numa forma simplificada, semelhante aos óculos de uso comum.

Urge referir que a discordância em relação ao primeiro dispositivo de vestuário

tecnológico se deve a uma certa dificuldade em definir os vocábulos vestuário e

tecnologia, daí que advenha uma igual problemática associada ao conceito de “vestuário

tecnológico”.

Assim como o conceito “vestuário tecnológico” tem sido alvo de alterações ao longo do

tempo, também as finalidades se têm tornado mais abrangentes, sendo o conforto e a


mobilidade associados à acessibilidade, aprendizagem, investigação e navegação.

Desta feita, o vestuário tecnológico é aplicado em várias áreas, tais como:

● Segurança e Logística

Neste ramo, é possível encontrar produtos relacionados com o conhecimento e a educação,

produtividade e segurança nas operações comerciais, organização de stock e supervisão.

● Medicina e Bem Estar

Neste setor, são desenvolvidos aparelhos com o intuito de monitorizar os sinais vitais,

melhorar as nossas sensações visuais e auditivas, controlar movimentos e postura,

acompanhar o desenvolvimento corporal. Como tal, o seu objetivo geral consiste em auxiliar

o ser humano a adotar um estilo de vida mais saudável.

● Desporto

Esta área inclui produtos relacionados com a navegação, controlo da temperatura,

batimento cardíaco, entre outros e supervisão dos registos desportivos.

● Militar

O desenvolvimento do vestuário nesta área tem como objetivo auxiliar o exército e outras

forças de segurança em missões de salvamento, geolocalização, reconhecimento de

identidade e outros.

● Quotidiano

O vestuário tecnológico tem como principal objetivo facilitar o nosso dia a dia. Deste modo,

gadgets como os SmartWatches e Google Glass atualizam-nos constantemente, executando

uma grande variedade de tarefas como cálculos, navegação, comunicação e outras.


2. Desafios tecnológicos e sociais

O conceito de vestuário tecnológico está cada vez mais presente no dia-a-dia de

cada ser humano. Este tipo de dispositivos estão a emergir a uma velocidade estonteante,

sendo possível que, num futuro próximo, seja tão comuns como os smartphones.

Antes do aparecimento dos primeiros smartphones, por volta de 2007, havia alguma

especulação de como é que iria a sociedade reagir a este tipo tecnologia. O lançamento do

primeiro smartphone era, pois, muito esperado, uma vez que o comparavam a um

computador de pequenas dimensões que caberia no bolso. Todavia, o aparecimento destes

pequenos gadgets dividiu a população, devido a vários problemas de âmbito não só

tecnológico como económico. O aparecimento do vestuário tecnológico teve várias

parecenças com os seus antecessores, visto que os vários desafios que foram surgindo no

mundo dos smartphones se revelaram também como obstáculos preponderantes neste

mercado mais recente.

Desde o aparecimento dos primeiros exemplos de gadgets a que hoje podemos

chamar vestuário tecnológico, o mercado tem vindo a sofrer mudanças notórias. Mesmo no

começo da primeira dezena do segundo milénio, este era praticamente inexistente. De

facto, apenas entre 2012 e 2013 se deu um grande aumento no desenvolvimento e

consequente desenvolvimento do comércio. Como mostra o gráfico seguinte, vários

analistas, preveem um grande aumento deste mercado, podendo este atingir os 12 mil

milhões por volta de 2018.


Porém, alguns analistas e especialistas na área da tecnologia não prevêem um

cenário tão positivo para este mercado devido a certos desafios e problemas tanto

económicos como tecnológicos. De facto são vários, representando alguns uma grande

dificuldade para todas empresas e industrias na vanguarda desta área, tal como a americana

Apple, que produz os “Apple Watch”.


2.1 Desafios Tecnológicos

Estando interligados com a área económica, os desafios tecnológicos são, de igual

modo, obstáculos para o desenvolvimento e alargamento deste nicho. Na área da

tecnologia, existem três problemas principais atuais que afetam estes dispositivos.

2.1.1 Energia

Ao adicionar mais componentes e funções a um computador, este irá

necessariamente consumir mais energia, o que resulta num aumento de tamanho e

consequente aumento de peso das baterias. Simultaneamente, o problema acrescido do

aquecimento também se manifesta: um sistema que concentra e que consome muita

energia num pequeno espaço pode provocar temperaturas significativamente altas,

tornando o aparelho desconfortável. Desta forma, as indústrias têm como desafio desenhar

sistemas que consumam pouca energia para, por um lado, aumentar a autonomia, e, por

outro, diminuir o espaço ocupado e o calor produzido. Um exemplo deste avanço

tecnológico são as novas baterias impressas, muito finas e leves, constituem um grande

avanço para as “wearable technologies”.


2.1.2 Design

Relativamente aos últimos lançamentos e desenvolvimentos de novos aparelhos,

engenheiros e outros especialistas desta indústria, têm-se focado no design dos seus

produtos. De facto, é importante salientar que o aspeto destes produtos pode assumir

grande importância nas vendas, pois reflete a

personalidade e gosto do seu comprador. Com o

aparecimento de tecnologias mais baratas e

comuns, os seus adeptos têm-se centrado bastante

na imagem do seu novo aparelho, transformando

estes produtos em objetos de estilo e não apenas

tecnologia, atenuando certos preconceitos na

sociedade.

2.1.3 Networking

Este problema revela-se na conexão entre os componentes do aparelho e deste com a

Internet. No futuro próximo, teremos pequenos aparelhos espalhados pelo nosso corpo. Por

exemplo, poderemos ter um computador central no nosso cinto, o ecrã numa lente ocular e

o teclado integrado na manga do casaco. Estes componentes necessitam de estar em

constante contacto, mas como irão estes conectar

entre si se se encontram separados? Assim, é

necessário criar um dispositivo wireless que conecte

todos os aparelhos anteriormente mencionados.

Todavia, existe um problema extra que está a ser alvo

de trabalho, após a ligação de todos os componentes,

estes devem também estar constantemente ligados à

internet - só assim poderemos estar atualizados com o

mundo e confiar o nosso dia a dia a estes pequenos

aparelhos.


2.2 Desafios Económicos

Este tipo de produtos, ainda novo no mercado, está a conseguir vender. No entanto,

não ao ritmo de outras tecnologias como os smartphones, por algumas das razões acima

evidenciadas. Com isto, as marcas estão cada vez mais preocupadas sobre se o investimento

nesta área vale realmente a pena.

O principal desafio das marcas é, então, fazer produtos apelativos. Para isso, têm de

conciliar em harmonia: a energia, o networking, o design. Por outras palavras, a utilidade do

aparelho em geral e a sua aparência.

O grande abalo económico está no consumidor. Consideremos o exemplo do

“Google Glass”. Este produto é produzido com um custo total de US$ 153 (cerca de 110

euros) e é vendido por volta de US$ 1.500 (cerca de 1.085,19 euros), números da IHS:

empresa norte-americana de inteligência de mercado. Apesar de a Google ter respondido

que é preciso muito mais fundos para produzir este aparelho (nomeadamente

desenvolvimento de software), ficamos com uma ideia do que as novas tecnologias podem

ficar bastante caras ao consumidor. É óbvio que uma marca, com um produto único tentará

vendê-lo ao máximo preço que conseguir. Mas, quando surgirem outras marcas com

produtos idênticos, a concorrência exigirá uma diminuição de preços para que, assim,

possamos ver cada vez mais pessoas com um ou mais aparelhos deste género espalhados

pelo corpo.

Indubitavelmente, o consumidor é aquele que gere o mercado, o lucro ou a falência das

empresas. Posto isto, a empresa “Intel” teve a ideia de pôr qualquer pessoa a desenvolver

aquilo que, para o próprio, é o dispositivo ideal no âmbito da “Wearable Technology”, este

programa tem por nome “Make it wearable” e consiste na realização de dois vídeos:

● O primeiro, com a duração de um minuto, descrever a ideia do aparelho que o

individuo tem em mente.


● O segundo, com duração não evidenciada, consiste numa apresentação detalhada

sobre o produto. O juri avaliará segundo três aspetos: criatividade, fiabilidade e

potencial no mercado.

Os produtores dos vídeos selecionados pelo juri serão acompanhados por toda uma

equipa que os ajudará a produzir o dispositivo que idealizaram. O vencedor será conhecido

em 11/11/2014 e receberá um prémio no valor de $500,000, que equivale a 391527 euros.

Conclui-se daqui que não há melhor opinião que a do cliente, facto que a intel

reconheceu exatamente isso lançando este desafio à população mundial.

Para o consumidor, a melhor forma de reduzir os desafios económicos é analisar os

aspectos relevantes num dado produto, e, posto isto ver se realmente vale o preço que

estão a exigir pelo mesmo.

As empresas, nos dias que correm, têm de inovar cada vez mais para obter lucro

nesta área da tecnologia, coisa que a intel fez e com certeza conseguirá um produto que

“abalará” de forma positiva o mercado.


2.3 Desafios Sociais

O vestuário tecnológico promete revolucionar a vida tal como a conhecemos. Porém,

todas as tecnologias têm vantagens e desvantagens e esta não foge à regra. Se por um lado

estes gadgets podem simplificar a nossa vida, já que ajudam a planear o nosso dia-a-dia e

também permitem um acesso fácil e quase instantâneo a qualquer informação que se

encontre online, também é verdade que podem trazer graves problemas como a

dependência, a falta de privacidade ou a relação interpessoal.

Numa era em que se luta contra os muros erguidos pela tecnologia sobre a relação

interpessoal, esta moda, que parece ter vindo para ficar, vem fomentar o apetite daqueles

que repudiam qualquer inovação de vertente tecnológica. Mas e se esta tecnologia

significasse a diferença entre a vida e a morte? A verdade é que tem o potencial necessário

para que isso aconteça e já há produtos, apesar de a maioria ainda se encontrar em fase

experimental, que atestam este facto. Será este o princípio de uma vida mais longa e

saudável graças a aparelhos eletrónicos? Será que estamos socialmente preparados para

esta evolução?

Efetivamente as convenções sociais nem sempre estão em pleno acordo com a

tecnologia e os seus progressos. Atualmente, por exemplo, pode ser considerado incorreto

ignorar uma conversa cara a cara em favor de enviar uma mensagem de texto e verificar a

conta de e-mail ou atender uma chamada durante uma refeição. No entanto, há alguns

anos, estas ações nem sequer faziam parte do nosso panorama social, o que demonstra

que, mais tarde ou mais cedo, as normas sociais se vão alterando e adaptando aos avanços

tecnológicos. Assim, pode dizer-se que, atualmente, o vestuário tecnológico não é

amplamente compreendido e aceite. Com efeito, esta situação não será revertida até que se

verifique uma mudança de paradigma social, tal como sucedeu com os telemóveis.


No início, estes eram raros e estranhos para grande parte da sociedade, sendo que

de forma gradual foram inseridos no estilo de vida de toda a sociedade. O vestuário

tecnológico pode ter um percurso semelhante. À primeira vista, pode parecer um pouco

irrelevante para o cidadão comum, mas à medida que os produtos são lançados no mercado

e divulgados pelos media, vão, certamente, sendo mais populares e aceites pela sociedade.

A redução do tamanho, uma melhoria da performance e a redução do preço são fatores que

contribuirão para este aumento de popularidade.

Estes gadgets têm demasiado potencial para revolucionar alguns setores que

dificilmente serão ignorados. De tal modo, muitos acreditam que vão assumir,

provavelmente, um grande papel na sociedade futura, mesmo tendo em conta o número de

impactos sociais que possam ter. Um desses impactos sociais pode estar relacionado com a

privacidade e a segurança.

Muitos dos dados que são obtidos através desta tecnologia são de cariz pessoal e o

facto de eles se poderem encontrar disponíveis para mais pessoas do que o próprio

utilizador pode vir a ser um problema. Torna-se necessário que o utilizador faça uma

reflexão ética e critica sobre as implicações do uso desta tecnologia; e o próprio estado ou

entidade legisladora, crie leis ou regras que visem defender os interesses fundamentais do

utilizador. Em vários estabelecimentos públicos, espalhados pelo mundo, já existem sinais

afixados que proíbem a utilização destes aparelhos.


3. Metodologia

Como uma abordagem pessoal se revela, na maioria dos casos, mais profícua e

vantajosa, nada melhor do que confrontar a população com as questões mais relevantes

sobre o vestuário tecnológico.

Na verdade, há que descobrir a que nível se encontra o conhecimento dos cidadãos

sobre esta forma de tecnologia que, embora assuma um papel preponderante nas

sociedades atuais, veja o seu êxito camuflado por outras formas de tecnologia tradicionais

e, por conseguinte, mais populares.

Outra abordagem a fazer envolverá avaliar até que ponto os indivíduos reconhecem

alguma utilidade nesta forma de tecnologia e, assumindo "a priori" que sim, quais as áreas

em que se poderá assumir como dominante.

Deste modo, o grupo considerou que a realização de um inquérito a estudantes da

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto seria algo extremamente importante e

passível de conduzir a obtenção de dados relevantes para o estudo realizado deste modo,

obtivemos respostas às perguntas foram as seguintes:

1. Está familiarizado com o tema “vestuário tecnológico” ou “wearable computing”?

2. Possui algum aparelho deste género? Qual?

3. Como se irá desenvolver esta forma de tecnologia num futuro próximo?

4. Pensa que o vestuário tecnológico se assume ou pode vir a assumir importante para

as seguintes áreas:

● Medicina e bem estar?

● Desporto?

● Segurança/uso militar?

● Comunicações?

● Quotidiano?

● Moda?


5. 5. Qual o maior impacto social que pode o vestuário tecnológico?

Privacidade

Relação interpessoal

Dependência

6. Que medidas podem ser tomadas de forma a levar o vestuário tecnológico a um

maior número de pessoas?

Maior competitividade entre as empresas

Redução do preço dos produtos

Maior numero de funcionalidades dos produtos

Publicidade dos produtos


3.1 Exposição dos dados

Gráfico 1: gráfico que analisa o conhecimento dos termos “vestuário tecnológico” e

“wearable computing”.

Este gráfico comprova que ambos os termos são ainda pouco conhecidos pelos

cidadãos, tal como já era esperado. Apesar de produtos como o iWatch, GoPro ou

GoogleGlass serem globalmente reconhecidos, estes não são associados ao tipo de

tecnologia ao qual pertencem.


Gráfico 2: gráfico que mostra o número dos inquiridos que possuem este tipo de aparelhos

Este revela-nos, surpreendentemente, que nenhum dos inquiridos possui qualquer

produto de vestuário tecnológico. Tal facto pode ser explicado por diferentes motivos, dos

quais destacamos os preços elevados, pouca publicidade e incentivo à compra destes

aparelhos e ainda a existência de outros produtos que, apesar de não serem dotados da

mobilidade que distingue o vestuário tecnológico, executam algumas das suas funções.


Gráfico 3: gráfico que confronta a opinião sobre o desenvolvimento do vestuário

tecnológico no futuro próximo.

Como se pode verificar, a esmagadora maioria acredita no contínuo

desenvolvimento desta área, enquanto que apenas 6 dos 25 inquiridos não confia na sua

evolução. Os dados deste gráfico estão de acordo com muitos estudos e previsões

realizados por especialistas, que estimam um crescimento económico nos próximos anos

permitindo, desta forma, um constante progresso tecnológico.


Gráfico 4: gráfico que mostra a opinião dos inquiridos sobre a importância do vestuário

tecnológico em várias áreas.

Estes dados revelam que a maioria das pessoas abordadas para responder ao inquérito

acreditam que o vestuário tecnológico pode-se assumir como um recurso notável na área de

medicina e bem estar, no desporto, segurança e uso miltar, comunicações e no quotidiano.

Tal não é considerado na área da moda. Destaque para o setor de medicina e bem estar e do

desporto, em relação aos quais a grande parte dos inquiridos reconhece importância

significativa.

Atualmente já existem produtos que podem ser usados em todas estas áreas, sendo que

alguns deles já foram referidos na introdução.


Gráfico 5: gráfico que analisa os impactos sociais do vestuário tecnológico.

Estes dados fazem surgir uma certa discordância quanto ao principal impacto social dos

wearable computers. A relação interpessoal é, para os inquiridos, o maior impacto social

com 12 pessoas a partilharem esta opinião, logo seguido da privacidade com 10 pessoas. A

dependência é apenas considerado o principal impacto social para 3 indivíduos.


Gráfico 6: Gráfico que salienta possíveis medidas de forma a tornar os produtos do vestuário

tecnológico mais comercializáveis.

A opinião dos inquiridos é bastante unânime quanto implementação destas possíveis

medidas, sendo que a grande maioria (15 pessoas) consideram os preços elevados como o

principal obstáculo à comercialização destes aparelhos. Este problema, como já vimos, pode

vir a ser ultrapassado com o aumento de empresas e de consequentemente de produtos,

neste mercado.


4. Nova tecnologia/ Gadget

Na atualidade, cada vez mais, novas tecnologias e produtos chegam as prateleiras

das lojas informaticas e tecnologicas. Após toda a pesquisa e realização do relatório, o nosso

objetivo foi pensar e desenvolver um novo gadget dentro do universo do vestuário

tecnológico, que trouxesse algo novo à sociedade.

Todos os membros do grupo aceitaram a área da medicina como aquela em que o avanço

tecnológico é o mais benéfico, também como a área que contribuirá com o maior número

de vantagens para a sociedade.

Pensámos num produto que fosse realmente inovador, que pudesse mudar o nosso

dia a dia, tornando-o mais seguro e controlado. Foi então que nos deparámos com a ideia

de um aparelho composto por vários chips, espalhados por diversas áreas do nosso corpo

especialmente escolhidas. Esses pequenos dispositivos estariam ligados a um computador-

mãe, como por exemplo um smartwatch. Cada chip teria como função monitorizar e

analisar o respetivo orgão ou constituinte do organismo onde estará presente, por exemplo:

ao colocar um dos dispositivos na nossa corrente sanguínea, este seria capaz de detetar

anomalias, tirar conclusões, e de seguida uma notificação seria enviada para o computador-

mãe, nessa notificação estaria presente uma analise da tal anomalia, bem como, em casos

de doença ou infeção a sua respetiva designação.

Após várias pesquisas foi-nos possível concluir que a tecnologia atual não é

suficientemente avançada para criar um produto tão compacto, pois o grande desafio

referente a este dispositivo é a criação de chips de tão reduzidas dimensões que o corpo

humano não os rejeitasse. Não obstante, por outro lado, os chips têm de ter a capacidade

de realizar constantes análises e enviá-las para o computador mãe. Ainda assim, concluímos

que o avanço tecnológico necessário para atingir estes objetivos não estará muito distante,

deste modo, num futuro próximo seremos capazes de utilizar este tipo de tecnologia para

melhorarmos a nossa saúde, ou seja, a vida de todos os seres humanos.


Coração

○ Frequência cardíaca

○ Músculos

● Cérebro

○ Atividade cerebral

○ Circulação sanguínea cerebral

● Pulmões e vias respiratórias

○ Qualidade do ar presente

○ Frequência respiratória

○ Trocas gasosas

● Corrente sanguínea

○ Pressão arterial

○ Análises sanguíneas

○ Rastreio de infeções víricas e bacterianas

○ Deteção de marcadores tumorais

○ Trocas gasosas


5. Conclusões

Em face do exposto, importa concluir sobre alguns dos aspetos abordados. Em

primeira instância, há que admitir que o vestuário tecnológico é uma realidade que, não

obstante a sua ausência generalizada na posse do consumidor comum, parece assumir um

papel cada vez mais preponderante na sociedade. De facto, a população, ainda que não

completamente elucidada sobre o conceito de vestuário tecnológico e respetivas

idiossincrasias, acredita no seu potencial e assenta a sua importância em domínios como a

saúde ou o desporto, não o associando, contudo, ao setor da moda com tanta veemência.

Por último, importa ressalvar que a relação interpessoal é tida como o maior impacto do

vestuário tecnológico, perdendo a dependência, como consequência não intimamente

ligada a esta forma de tecnologia. No respeitante ao papel camuflado que a mesma assume

na sociedade, acresce mencionar que os inquiridos apontam razões monetárias como

impeditivo fundamental do adquirir desta tecnologia.

O presente relatório elucida alguns dos prós e contras intimamente ligados ao

vestuário tecnológico, uma realidade que, apesar do seu papel secundário atual, se prepara

para assumir uma posição preponderante nas sociedades futuras.

Assim, é-nos possível concluir que o avanço tecnológico é algo transversal ao ser

humano, porém, através da pesquisa e tratamento da informação relativa ao nosso tema e

através da avaliação dos resultados do inquérito realizado a uma pequena mas útil amostra

dos estudantes, permitiram-nos concluir que o desenvolvimento tecnológico e o

aparecimento de novas tecnologias, por vezes são encaradas de uma forma não tão

positiva, devido a diversos fatores, como os abordados ao longo do relatório.

Por fim, podemos concluir que, apesar de todos os desafios económicos,

tecnológicos e sociais, o vestuário tecnológico tem potencial para mudar as nossas vidas,

alterando de forma bastante positiva o estilo de vida do cidadão comum.


6. Bibliografia

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