manual instrutivo 3 ciclo pmaq

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    MINISTRIO DA SADESECRETARIA DE ATENO A SADE

    DEPARTAMENTO DE ATENO BSICA

    Programa Nacional de Melhoria do Acesso e daQualidade da Ateno Bsica (PMAQ)

    Manual Instrutivo3 Ciclo (2015 2016)

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    Ficha Catalogrfica

    Superviso geral:Eduardo Alves Melo

    Coordenao Tcnica Geral:Allan Nuno Alves de SousaJos Eudes Barroso Vieira

    Reviso Tcnica:Allan Nuno Alves de SousaDirceu Ditmar KlitzkeJos Eudes Barroso VieiraPatrcia Arajo BezerraPauline CavalcantiRozangela Camapum

    Elaborao Tcnica:Aliadne Castorina Soares de Sousa

    Allan Nuno Alves de SousaAntonio Barbosa de Araujo JuniorBrena Tostes de CerqueiraDanillo Fagner Vicente de AssisDavllyn Santos Oliveira dos AnjosEdson Hilan Gomes de LucenaGraziela TavaresJos Eudes Barroso VieiraLarissa Gabrielle RamosMara Lucia dos Santos CostaOlivia Lucena de MedeirosPauline CavalcantiRenata PellaThas Alessa Leite

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    Sumrio

    Lista de Abreviaes ............................................................................................................................. 6

    1.

    Sade Mais Perto de Voc

    Acesso e Qualidade - Programa Nacional de Melhoria do Acesso e daQualidade da Ateno Bsica (PMAQ) ......................................................................................... 7

    2. Ateno Bsica em Sade ........................................................................................................... 11

    3. Fases de Implantao do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da AtenoBsica ............................................................................................................................................ 15

    3.1 Adeso e Contratualizao ou Recontratualizao das Equipes de Sade da Famlia, Equipesde Ateno Bsica Parametrizadas, Equipes de Sade Bucal e Ncleos de Apoio Sade daFamlia ....................................................................................................................... 15

    3.1.1.Fase de Adeso e Contratualizao...................................................................... 15

    3.1.2.Critrios de Parametrizao e Equivalncia das Diferentes Modalidades de Organizao da

    Ateno Bsica com a Estratgia Sade da Famlia............................................... 18

    3.1.3.Compromissos.................................................................................................... 21

    3.1.4.Condies de Permanncia no Programa.............................................................. 24

    3.2 Eixo Estratgico Transversal deDesenvolvimento...................................................... 24

    3.2.1.Autoavaliao..................................................................................................... 24

    3.2.2.Monitoramento.................................................................................................... 26

    3.2.3.Educao Permanente......................................................................................... 29

    3.2.4.Apoio Institucional............................................................................................... 30

    3.2.5.Cooperao Horizontal........................................................................................ 324. Certificao ................................................................................................................................... 33

    4.1 Avaliao Externa de Desempenho das Equipes de Sade e Gesto da Ateno Bsica33

    4.1.1 Equipes de Sade da Famlia, Sade Bucal e de Ateno Bsica Parametrizada..... 34

    4.1.2 Ncleos de Apoio Sade da Famlia (NASF)....................................................... 35

    4.1.3 Padres Essenciais, Estratgicos e Gerais............................................................ 36

    4.2 Mtodo de Certificao .............................................................................................. 37

    4.2.1 Padres Essenciais............................................................................................. 39

    4.2.2 Padres Estratgicos........................................................................................... 41

    5. Recontratualizao ....................................................................................................................... 43

    6. Referncias ................................................................................................................................... 44

    ANEXO A ............................................................................................................................................... 46

    1. Relao das Equipes de Ateno Bsica aptas a contratualizao no 3 ciclo do PMAQ ..... 46

    2. Relao das Equipes NASF aptas a contratualizao ao 3 ciclo do PMAQ ........................... 46

    ANEXO B ............................................................................................................................................... 47

    1. Eixo: Acesso e continuidade do cuidado ................................................................................... 47

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    1.1. Mdia de atendimentos de mdicos e enfermeiros por habitante ........................................... 47

    1.2. Percentual de atendimentos de demanda espontnea ............................................................. 49

    1.3. Percentual de atendimentos de consulta agendada ................................................................. 51

    1.4. ndice de atendimentos por condio de sade avaliada ......................................................... 531.5. Razo de coleta de material citopatolgico do colo do tero .................................................. 56

    1.6. Cobertura de primeira consulta odontolgica programtica ................................................... 58

    2. Eixo: Coordenao do cuidado ................................................................................................... 60

    2.1. Percentual de recm-nascidos atendidos na primeira semana de vida .................................. 60

    3. Eixo: Resolutividade .................................................................................................................... 62

    3.1. Percentual de encaminhamentos para servio especializado ................................................. 62

    3.2. Razo entre tratamentos concludos e primeiras consultas odontolgicas programticas . 64

    4. Eixo: Abrangncia da oferta de servios ................................................................................... 66

    4.1. Percentual de servios essenciais em Ateno Bsica realizados ......................................... 66

    4.2. Percentual de servios essenciais em Sade Bucal realizados .............................................. 69

    Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF) ..................................................................................... 72

    1.1 ndice de atendimentos realizados pelo Ncleo de Apoio Sade da Famlia (Nasf) ............. 72

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    Lista de Abreviaes

    ABAteno BsicaACSAgente Comunitrio de Sade

    AMAQAutoavaliao para a Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno BsicaCIBComisso Intergestores BipartiteCIR- Comisso Intergestores RegionalCITComisso Intergestores TripartiteCMSConselho Municipal de SadeCNESCadastro Nacional de Estabelecimentos de SadeCONASEMSConselho Nacional de Secretarias Municipais de SadeCONASSConselho Nacional de Secretrios de SadeDABDepartamento de Ateno BsicaEABEquipe de Ateno BsicaEAB ParametrizadaEquipe de Ateno Bsica Parametrizada

    ESBEquipe de Sade BucaleSFEquipe de Sade da FamliaESFEstratgia Sade da FamliaGMGabinete do MinistroIBGEInstituto Brasileiro de Geografia e EstatsticaMSMinistrio da SadeNASFNcleo de Apoio Sade da FamliaPABPiso da Ateno BsicaPIBProduto Interno BrutoPMAQPrograma Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno BsicaPNABPoltica Nacional da Ateno Bsica

    RASRede de Ateno SadeSASSecretaria de Ateno SadeSFSade da FamliaSGDABSistema de Gesto de Programas do Departamento de Ateno BsicaSIASistema de Informaes AmbulatoriaisSIABSistema de Informao da Ateno BsicaSISABSistema de Informao em Sade para a Ateno BsicaSISPRENATAL- Sistema de Monitoramento e Avaliao do Pr-Natal e PuerprioSISVAN- Sistema de Vigilncia Alimentar e NutricionalSISCOLO- Sistema de Informao do Cncer do Colo do teroSUSSistema nico de SadeTCTermo de CompromissoUBSUnidade Bsica de SadeUFUnidade da Federao

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    1.Sade Mais Perto de Voc Acesso e Qualidade - Programa Nacional de Melhoria doAcesso e da Qualidade da Ateno Bsica (PMAQ)

    A Ateno Bsica no Brasil garante cobertura com aes de promoo, preveno e recuperao dasade a mais de 100 milhes de brasileiros e est acessvel demanda por atendimento praticamente toda apopulao. So aproximadamente 39 mil Unidades Bsicas de Sade (UBS) e mais de 600 mil profissionaisatuando em todos os municpios do pas.

    Na ltima dcada tivemos um extraordinrio aumento da cobertura com investimento tripartite naSade da Famlia, estratgia prioritria de expanso e consolidao da ateno bsica no Brasil.Recentemente, 05 esforos foram centrais para colocar a Ateno Bsica (AB) na centralidade da agenda degestores das trs esferas de governo:

    1. A afirmao da AB como porta de entrada preferencial do sistema e coordenadora do cuidadoprestado na rede de servios;

    2. O aumento expressivo do financiamento e investimento por parte do Ministrio da Sade e amudana de seu formato instituindo um componente de equidade, de induo de modelo, dequalidade e de infraestrutura e modernizao;

    3. A ampliao do leque do que compreendido como Estratgia de Sade da Famlia permitindo quea estratgia possa retomar o seu crescimento e a expanso, se adequando diversidade nacional ese adaptando singularidades de grupos e populaes especficas e vulnerveis;

    4. Importante investimento em infraestrutura, informatizao e unificao e modernizao dossistemas de informao;

    5. A criao de uma mobilizao de gestores, trabalhadores e usurios, nas trs esferas de governo

    em processo pela ampliao do acesso e da qualidade da ateno sade que envolveparticipao voluntria, contratualizao, autoavaliao, avaliao, educao permanente,cooperao horizontal, apoio institucional, monitoramento e certificao.

    Progressivamente, os esforos de expanso de cobertura e de ampliao do acesso foram articuladosao esforo de melhoria permanente da qualidade tanto dos servios quanto do processo de trabalho e degesto e das aes ofertadas aos usurios. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade daAteno Bsica (PMAQ) produto e sntese desse contexto 1.

    O PMAQ se insere em um contexto no qual o Governo Federal, crescentemente, se compromete edesenvolve aes voltadas para a melhoria do acesso e da qualidade no SUS. Entre e as iniciativas, destaca-se o Programa de Avaliao para a Qualificao do SUS, que possui como objetivo principal, avaliar osresultados da nova poltica de sade, em todas as suas dimenses, com destaque para o componente da AB.Trata-se de um modelo de avaliao de desempenho dos sistemas de sade, nos trs nveis de governo, quepretende mensurar os possveis efeitos da poltica de sade com vistas a subsidiar a tomada de deciso,garantir a transparncia dos processos de gesto do SUS e dar visibilidade aos resultados alcanados, alm defortalecer o controle social e o foco do sistema de sade nos usurios.

    1 As portarias GM/MS n 1.645, de 02 de outubro 2015, dispe sobre as regras do PMAQ para as Equipes de Ateno Bsica(incluindo aquelas com sade bucal) e Ncleos de Apoio Sade da Famlia (NASF).

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    O principal objetivo do Programa induzir a ampliao do acesso e a melhoria da qualidade daateno bsica, com garantia de um padro de qualidade comparvel nacional, regional e localmente demaneira a permitir maior transparncia e efetividade das aes governamentais direcionadas Ateno Bsicaem Sade.

    Entre os seus objetivos especficos, podemos destacar:

    I - Ampliar o impacto da AB sobre as condies de sade da populao e sobre a satisfao dos seususurios, por meio de estratgias de facilitao do acesso e melhoria da qualidade dos servios e aes da AB;

    II - Fornecer padres de boas prticas e organizao das UBS que norteiem a melhoria da qualidadeda AB;

    III - Promover maior conformidade das UBS com os princpios da AB, aumentando a efetividade namelhoria das condies de sade, na satisfao dos usurios, na qualidade das prticas de sade e naeficincia e efetividade do sistema de sade;

    IV - Promover a qualidade e inovao na gesto da AB, fortalecendo os processos de Autoavaliao,

    Monitoramento e Avaliao, Apoio Institucional e Educao Permanente nas trs esferas de governo;V - Melhorar a qualidade da alimentao e uso dos Sistemas de Informao como ferramenta de

    gesto da AB;

    VI - Institucionalizar uma cultura de avaliao da AB no SUS e de gesto com base na induo eacompanhamento de processos e resultados; e

    VI - Estimular o foco da AB no usurio, promovendo a transparncia dos processos de gesto, aparticipao e controle social e a responsabilidade sanitria dos profissionais e gestores de sade com amelhoria das condies de sade e satisfao dos usurios. O compromisso com a melhoria da qualidadedeve ser permanentemente reforado com o desenvolvimento e aperfeioamento de iniciativas mais

    adequadas aos novos desafios colocados pela realidade, tanto em funo da complexidade crescente dasnecessidades de sade da populao, devido transio epidemiolgica e demogrfica e ao atual contextosociopoltico, quanto em funo do aumento das expectativas da populao em relao efetividade, eficinciae qualidade do SUS.

    Dentre os desafios que o PMAQ pretende enfrentar para a qualificao da AB, destacam-se:

    I - Precariedade da rede fsica, com parte expressiva de UBS em situao inadequada;

    II - Ambincia pouco acolhedora das UBS, transmitindo aos usurios uma impresso de que osservios ofertados so de baixa qualidade e negativamente direcionados populao pobre;

    III - Inadequadas condies de trabalho para os profissionais, comprometendo sua capacidade de

    interveno e satisfao com o trabalho;IV - Necessidade de qualificao dos processos de trabalho das equipes de AB, caracterizados de

    maneira geral, pela sua baixa capacidade de realizar o acolhimento dos problemas agudos de sade; pelainsuficiente integrao dos membros das equipes; e pela falta de orientao do trabalho em funo deprioridades, metas e resultados, definidos em comum acordo pela equipe, gesto municipal e comunidade;

    V - Instabilidade das equipes e elevada rotatividade dos profissionais, comprometendo o vnculo, acontinuidade do cuidado e a integrao da equipe;

    VI - Incipincia dos processos de gesto centrados na induo e acompanhamento da qualidade;

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    VII - Sobrecarga das equipes com nmero excessivo de pessoas sob sua responsabilidade,comprometendo a cobertura e qualidade de suas aes;

    VIII - Pouca integrao das equipes de AB com a rede de apoio diagnstico e teraputico e com osoutros pontos da Rede de Ateno Sade (RAS);

    IX - Baixa integralidade e resolutividade das prticas, com a persistncia do modelo de queixa-conduta,de ateno prescritiva, procedimento-mdico-centrada, focada na dimenso biomdica do processo sade-doena-cuidado;

    XI - Financiamento insuficiente e inadequado da AB, vinculado ao credenciamento de equipesindependentemente dos resultados e da melhoria da qualidade.

    Considerando todos esses desafios, assim como os avanos alcanados pela Poltica Nacional deAteno Bsica nos ltimos anos, o Ministrio da Sade, com a contribuio e incorporao da perspectiva dosgestores estaduais e municipais, estruturou o desenho do Programa Nacional de Melhoria do Acesso eQualidade da Ateno Bsica a partir de sete diretrizes que norteiam sua organizao e desenvolvimento:

    I. Possuir parmetro de comparao entre as Equipes considerando as diferentes realidades desade: Um importante elemento que sempre deve estar presente em processos de avaliao daqualidade dos servios de sade a presena de mecanismos que assegurem a possibilidade decomparao das aes de sade ofertadas pelos diversificados servios de Ateno Bsica,respeitando os diferentes contextos.

    II. Ser incremental, prevendo um processo contnuo e progressivo de melhoramento dos padres eindicadores de acesso e de qualidade que envolva a gesto, o processo de trabalho e os resultadosalcanados pelas equipes: a escolha dos padres e indicadores para o monitoramento e avaliaodas aes desenvolvidas pelas equipes e gesto considerou a experincia e os resultados obtidosnos ciclos anteriores com reviso e categorizao dos padres observados na avaliao externa,

    conforme detalhado posteriormente.III. Ser transparente em todas as suas etapas, permitindo o permanente acompanhamento de suas

    aes e resultados pela sociedade: O processo de aperfeioamento das polticas de sadepressupe a presena de mecanismos que privilegiem o acompanhamento permanente, por partedo conjunto da sociedade, das aes empreendidas pelos servios de sade, assim como osresultados por eles produzidos. Nesse sentido, o desempenho da gesto municipal, das Equipesparticipantes do PMAQ pode ser acompanhado pelos estados, municpios e sociedade civilorganizada, dentre outros, por meio do portal do Departamento de Ateno Bsica no endereoeletrnico: www.saude.gov.br/dab.

    IV. Envolver, mobilizar e responsabilizar o gestor federal, gestores estaduais, do Distrito Federal 2,

    municipais e locais, equipes e usurios em um processo de mudana de cultura de gesto equalificao da ateno bsica: Desde a adeso e contratualizao ao PMAQ, gestores e equipesdevero se responsabilizar por aes que podero qualificar o processo de trabalho da gesto e dostrabalhadores da Ateno Bsica. Os usurios tambm estaro envolvidos no Programa, na medidaem que participaro das mudanas por meio do acompanhamento e do debate a respeito dodesempenho das equipes e gesto municipal, em espaos como os Conselhos Locais e Municipaisde Sade. Alm disso, duas importantes dimenses estaro presentes no processo de avaliao: a

    2No presente documento, o Distrito Federal ser tratado como municpio e a gesto local de sade do Distrito Federal ser tratadacomo gesto municipal, para evitar a repetio da especificidade do DF ao longo de todo o seu contedo

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    avaliao da satisfao dos usurios a respeito das Equipes participantes do Programa e asatisfao das EAB a respeito dos NASF participantes do PMAQ.

    V. Desenvolver cultura de negociao e contratualizao, que implique na gesto dos recursos emfuno dos compromissos e resultados pactuados e alcanados: Um dos elementos centrais doPMAQ consiste na instituio de mecanismos de financiamento da AB mediante a contratualizaode compromissos por parte das equipes, da gesto municipal e estadual e a vinculao dastransferncias de recursos segundo o desempenho das equipes. Busca-se, com isso, reconhecer osesforos da gesto municipal e dos trabalhadores da AB que procuram desenvolver aes queaumentam o acesso e a qualidade da ateno ofertada populao.

    VI. Estimular a efetiva mudana do modelo de ateno, o desenvolvimento dos trabalhadores e aorientao dos servios em funo das necessidades e da satisfao dos usurios: Todo o desenhodo PMAQ considera a necessidade de se reconhecer a qualidade da AB produzida e ofertada populao, com o objetivo de induzir a mudana do processo de trabalho e, consequentemente, oimpacto causado por esta para os usurios e os trabalhadores. Tendo como referncia os princpios

    da Ateno Bsica, o Programa procura estimular a mudana do modelo de ateno a partir dacompreenso de que as condies de contexto, assim como a atuao dos diversos atores, podemproduzir mudanas significativas nos modo de cuidar e gerir o cuidado que permitam a qualificaodas equipes. O Programa tem ainda como pressuposto e objetivo o desenvolvimento dostrabalhadores. Busca mobiliz-los, ofertar e provocar estratgias de educao permanente eestimular a constituio e aperfeioamento de mecanismos que assegurem direitos trabalhistas,vnculos mais estveis e qualificao das relaes de trabalho. Ao mesmo tempo, o PMAQ procuraincorporar a percepo da populao usuria alm de convid-la participao, mediante aconstituio de espaos de participao, pactuao e avaliao, que nortearo a organizao daateno em funo das necessidades concretas da populao.

    VII. Ter carter voluntrio para a adeso tanto das equipes quanto dos gestores do SUS, partindo dopressuposto de que o seu xito depende da motivao e proatividade dos atores envolvidos: Aadeso ao PMAQ e a incorporao de processos voltados para a melhoria do acesso e daqualidade da AB pressupe o protagonismo de todos os atores envolvidos durante o processo deimplementao do Programa e a natureza voluntria para sua participao est associada ideiade que o reforo e a introduo de prticas vinculadas ao aumento da qualidade da AB somentepodero se concretizar em ambientes nos quais os trabalhadores e gestores sintam-se motivados ese percebam essenciais para o seu xito.

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    2.Ateno Bsica em Sade

    A Ateno Bsica caracteriza-se por um conjunto de aes de sade, no mbito individual e coletivo,que abrange a promoo, a proteo e a recuperao da sade, com o objetivo de desenvolver uma ateno

    integral que impacte na situao de sade e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes desade das coletividades. desenvolvida com o mais alto grau de descentralizao e capilaridade, prxima davida das pessoas. operacionalizada por meio do exerccio de prticas de cuidado e de gesto, democrticas eparticipativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populaes de territrios definidos, pelas quaisassume a responsabilidade sanitria, considerando a dinamicidade existente no territrio em que vivem essaspopulaes. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandase necessidades de sade de maior frequncia e relevncia em seu territrio, observando critrios de risco,vulnerabilidade e resilincia e o imperativo tico de que toda demanda, necessidade de sade ou sofrimentodeve ser acolhido.

    A Ateno Bsica o contato e a porta de entrada preferencial dos usurios na rede de ateno

    sade. Orienta-se pelos princpios e diretrizes do SUS a partir dos quais assume funes e caractersticasespecficas. Considera o sujeito em sua singularidade e insero sociocultural, buscando produzir a atenointegral, por meio da promoo de sua sade, da preveno, do diagnstico, do tratamento, da reabilitao e dareduo de danos ou de sofrimentos que possam comprometer sua autonomia. Seus princpios e diretrizesprincipais so:

    I - Territorializao e Responsabilizao Sanitria

    O processo de territorializao consiste em uma etapa fundamental de apropriao/conhecimento doterritrio pelas equipes de trabalhadores da ateno bsica, onde ocorre a cartografia do territrio a partir dediferentes mapas (fsico, socioeconmico, sanitrio, demogrfico, rede social etc). Por meio da territorializao,amplia-se a possibilidade de reconhecimento das condies de vida e da situao de sade da populao de

    uma rea de abrangncia, bem como dos riscos coletivos e das potencialidades dos territrios. A dimenso daresponsabilidade sanitria diz respeito ao papel que as equipes devem assumir em seu territrio de atuao(adstrio), considerando questes ambientais, epidemiolgicas, culturais e socioeconmicas, contribuindo, pormeio de aes em sade, para a diminuio de riscos e vulnerabilidades.

    II - Adscrio dos Usurios e Vnculo

    A adscrio dos usurios um processo de vinculao de pessoas e/ou famlias e grupos aprofissionais/equipes, com o objetivo de ser referncia para o seu cuidado. O vnculo, por sua vez, consiste naconstruo de relaes de afetividade e confiana entre o usurio e o trabalhador da sade, permitindo oaprofundamento do processo de co-responsabilizao pela sade, construdo ao longo do tempo, alm decarregar, em si, um potencial teraputico.

    III - Acessibilidade, Acolhimento e Porta de Entrada Preferencial

    O estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupe uma lgicade organizao e funcionamento do servio de sade, que parte do princpio de que a unidade de sade devereceber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus servios, de modo universal e sem diferenciaesexcludentes. O servio de sade deve se organizar para assumir sua funo central de acolher, escutar eoferecer uma resposta positiva, capaz de resolver problemas de sade e/ou de minorar danos e sofrimentos,ou ainda se responsabilizar com a resposta ainda que ela seja ofertada em outros pontos de ateno da rede.A proximidade e a capacidade de acolhimento, vinculao e responsabilizao so fundamentais para aefetivao da ateno bsica como contato e porta de entrada preferencial da rede de ateno.

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    IV - Cuidado Longitudinal

    A longitudinalidade do cuidado pressupe a continuidade da relao clnica, com construo de vnculoe responsabilizao entre profissionais e usurios ao longo do tempo e de modo permanente, acompanhandoos efeitos das intervenes em sade e de outros elementos na vida dos usurios, ajustando condutas, quandonecessrio, evitando a perda de referncias e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes dodesconhecimento das histrias de vida.

    V - Ordenao da Rede de Ateno Sade

    A Ateno Bsica deve ser organizada como base da RAS, por sua capilaridade e lgica de trabalho,devendo possuir um papel chave na ordenao da RAS. Para isso, necessrio ter cobertura populacionaladequada e alta capacidade de cuidado e de resolutividade. A ordenao da RAS, dessa forma, implicatambm em que a maior parte dos fluxos assistenciais, linhas de cuidado e ofertas de apoio teraputico ediagnstico sejam elaborados e implantados com base nas necessidades de sade identificadas pelos serviosde ateno bsica.

    VI - Gesto do Cuidado Integral em RedeO vnculo construdo por uma ateno bsica de fato resolutiva, humanizada e integral permite o

    desenvolvimento gradativo da gesto do cuidado dos usurios pelas equipes, nos vrios cenrios e momentosde cuidado, inclusive quando a continuidade do cuidado requer o encaminhamento para outros pontos deateno da RAS, momento em que a coordenao da ateno bsica decisiva.

    VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional

    Considerando a diversidade e complexidade de situaes com as quais a ateno bsica lida, h quese ter/construir capacidades de anlise e interveno ampliadas diante das demandas e necessidades para aconstruo de uma ateno integral e resolutiva. Isso requer a presena de diferentes formaes profissionaise um alto grau de articulao entre os profissionais de modo que no s as aes sejam compartilhadas, mastambm haja um processo interdisciplinar no qual progressivamente os ncleos de competncia profissionaisespecficos vo enriquecendo o campo comum de competncias ampliando, assim, a capacidade de cuidadode toda a equipe. Essa organizao pressupe que o processo de trabalho centrado em procedimentosprofissionais passe a ter como foco o usurio, em que o cuidado o imperativo tico-poltico que organiza ainterveno tcnico-cientfica.

    VIII - Resolutividade

    A resolutividade dos servios de Ateno Bsica diz respeito capacidade de identificar riscos,necessidades e demandas de sade da populao, com a soluo de problemas de sade do usurio,ofertando desde a consulta inicial e demais procedimentos na AB at o encaminhamento qualificado aoatendimento especializado, quando necessrio. Isto inclui o incremento de diferentes tecnologias de cuidadoindividual e coletivo, por meio de habilidades clnicas das equipes de sade.

    A Ateno Bsica capaz de resolver em torno de 85% dos problemas de sade da populao(WHITE; WILLIAMS; GREENBERG, 1961) e para isso deve buscar sempre melhor desempenho nos resultadosem sade, com organizao do servio e integrao com os demais pontos de ateno da Rede de Ateno Sade (RAS). Esta articulao importante, considerando que a AB apenas um ponto de ateno e que,algumas vezes, a conduta mais adequada ser o encaminhamento a outro servio para continuidade doatendimento, considerando sempre a melhor trajetria para o usurio dentro da rede.

    A efetivao da Ateno Bsica como porta de entrada do Sistema nico de Sade tem forte relaocom a capacidade desse servio acolher seus usurios, responsabilizando-se pelo seu cuidado e solucionando

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    seus problemas, ou seja, sendo resolutiva. Para que as equipes de Ateno Bsica possam atingir seupotencial resolutivo, necessrio que gestores e trabalhadores analisem e intervenham, de acordo com a suarealidade, sobre alguns aspectos:

    1.

    Aes ofertadas pela equipe de Ateno Bsica na UBSDe acordo com a Poltica Nacional de Ateno Bsica (2011), diretriz da AB: Possibilitar o acesso

    universal e contnuo a servios de sade de qualidade e resolutivos, caracterizados como porta de entradaaberta e preferencial da rede de ateno, acolhendo os usurios e promovendo a vinculao ecorresponsabilizao pela ateno s suas necessidades de sade. Supera -se com isso a ideia de que asequipes de Ateno Bsica devam atuar somente em reas estratgicas (hipertenso arterial, diabetes, sadeda criana e a sade da mulher) e refora que esse servio seja organizado tambm a partir das demandas decuidado da populao (consultas de cuidado continuado e de demanda espontnea, includo o atendimento deurgncias/emergncias; realizao de exames complementares; procedimentos clnicos e pequenas cirurgias).

    A adoo de estratgias que ampliam o escopo dos servios ofertados passa tambm pela

    disponibilidade de especialidades na Ateno Bsica, a exemplo dos Ncleos de Apoio a Estratgia Sade daFamlia que atuam em conjunto com os profissionais da equipe de ateno bsica, compartilhando e apoiandoas prticas de sade nos territrios.

    2. Coordenao do Cuidado:

    A Ateno Bsica o ponto da rede de ateno sade de maior capilaridade por estar mais prximodos cidados. Essa caracterstica lhe atribui papel central na gesto e coordenao do cuidado, para tanto fundamental a construo de vnculo e responsabilizao entre profissionais da equipe e os usurios, de formaa garantir o acesso e continuidade do cuidado em tempo oportuno, no submetendo-os a encaminhamentosequivocados, desnecessrios ou sem corresponsabilidade, que os deixe percorrendo de forma errtica os

    servios de sade do territrio. Coordenar o cuidado consiste em articular as aes de sade entre os serviosdisponveis dentro da rede de sade, norteado, especialmente, pelas necessidades das pessoas.

    Alguns mecanismos podem auxiliar na efetivao da coordenao do cuidado pela Ateno Bsica: a)implementar fluxos de encaminhamento tendo a equipe como centro do cuidado ao usurio; b) aprimoramentoda comunicao entre os servios de sade; c) implementar pronturio eletrnico para qualificar o registro epossibilitar melhor compartilhamento das informaes clnicas necessria para qualificao das condutas eintegrao do cuidado.

    3. Estruturao de processos de educao permanente

    Para que a Ateno Bsica cumpra seu papel de acolher e resolver a maior parte dos problemas desade da populao, fundamental que os profissionais das equipes aprimorem constantemente a capacidadede anlise das situaes e de sua interveno. Para isso, podem contar com momentos de educaopermanente que propiciem discusso, aprofundamento e atualizao de conhecimentos/competncias ehabilidades.

    O apoio matricial uma potente ferramenta neste sentido, pois contribui com o aumento da capacidadede cuidado das equipes, para ampliar o escopo de suas ofertas, bem como no auxilio para articulao comoutros pontos de ateno da rede. Esse apoio deve se dar a partir das necessidades, dificuldades ou limitesdas equipes de Ateno Bsica de prestar assistncia aos usurios e responsabilizar-se pelo seu cuidado.

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    A utilizao da estratgia Telessade tambm traduz-se em uma oferta para contribuir com osprocessos de educao permanente, por ser um recurso utilizado pela equipe para sanar dvidas pontuais oupara obter a opinio de outro profissional sobre o manejo de um caso, via teleconsultoria solicitada pelaplataforma virtual ou por telefone (0800-6446543). Trata-se de uma ferramenta de comunicao disponvel para

    os profissionais da Ateno Bsica que possibilita apoio na deciso da interveno clnica, ampliando assim acapacidade de cuidado da equipe, reduzindo custos e tempo de deslocamentos dos usurios. A teleconsultoriapode ampliar a capacidade resolutiva de quem as solicita, pois uma atividade de apoio assistencial comcarter educacional. (BRASIL, 2012, p.35). Neste sentido, a teleconsultoria pode auxiliar, dentre outrasquestes:

    Na resoluo da demanda do profissional da Ateno Bsica por meio de respostas diretas advidas concretas e,

    Na melhoria do acesso ateno especializada no SUS, qualificando ou evitandoencaminhamentos desnecessrios com apoio da equipe de teleconsultores.

    4.

    Recursos tecnolgicos e uso de protocolosO aumento da capacidade resolutiva das equipes de Ateno Bsica envolve a disponibilidade de

    equipamentos e insumos para apoio diagnsticos/teraputicos, alm da existncia e uso de protocolos clnicose de encaminhamento. Para tanto importante que sejam realizados investimentos na estrutura fsica e deequipamentos das UBS, alm da pactuao de fluxos de atendimento e encaminhamento, considerando a redede servios locorregional, visando a qualificao da assistncia prestada, integrao e articulao dos servios.O uso de protocolos ou diretrizes clnicas auxilia os profissionais na avaliao de casos de difcil resoluo, bemcomo na qualificao dos encaminhamentos.

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    3.Fases de Implantao do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade daAteno Bsica

    O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica est organizado em

    trs fases e um eixo estratgico transversal de desenvolvimento que compem um ciclo continuo de melhoriado acesso e da qualidade da AB, a saber:

    1Adeso e Contratualizao2Certificao3Recontratualizao

    3.1

    Adeso e Contratualizao ou Recontratualizao das Equipes de Sade da Famlia, Equipes deAteno Bsica Parametrizadas, Equipes de Sade Bucal e Ncleos de Apoio Sade da Famlia

    3.1.1. Fase de Adeso e Contratualizao

    No terceiro ciclo do PMAQ todas as equipes de sade da ateno bsica, incluindo as equipes desade bucal e Ncleos de Apoio a Sade da Famlia, independente do modelo pelo qual se organizam,podero aderir ao PMAQ-AB3, desde que se encontrem em conformidade com os princpios da ateno

    3Os tipos de equipes que podero aderir ao PMAQ no 3 Ciclo podem ser consultados no anexo A

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    bsica. As adeses e (re)contratualizaes ao PMAQ sero realizadas no Portal do Gestor no endereoeletrnico http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sgdab/login.php, em perodo pr-estabelecido, comdata de incio e trmino, divulgada no Portal do DABhttp://dab.saude.gov.br/portaldab/.

    Cabe salientar que a Adeso e (Re)contratualizao das equipes ser voluntria e pressupem umprocesso de pactuao de compromissos a serem firmados entre as Equipes de Ateno Bsica (incluindo asequipes de Sade Bucal e NASF) e os gestores municipais, e desses com o Ministrio da Sade, em umprocesso que envolve pactuao local.

    Para as equipes participantes do segundo ciclo do PMAQ, ocorrer o processo de recontratualizao. Apartir dos resultados alcanados pelas equipes, ser possvel identificar tendncias que nortearo oplanejamento de gestores e trabalhadores. fundamental que o gestor municipal e equipes que participaramdo segundo ciclo acessem os resultados da certificao nos relatrios descritivos e analticos (ver no Portal doGestor), fomentando sua utilizao no planejamento local e municipal, alm de redefinio dos processosprioritrios de trabalho das equipes e gesto, com vistas ao fortalecimento da ateno bsica.

    O gestor municipal o responsvel pela confirmao da adeso e (re)contratualizao das equipes doseu municpio. Todas as equipes de AB que participaram do segundo ciclo e que esto ativas em uma das trscompetncias (julho, agosto e setembro de 2015) no CNES podero ser recontratualizadas, com isso, sergarantida a permanncia no terceiro ciclo do PMAQ.

    Para as novas adeses, ser necessrio que o municpio possua equipes de AB ou AB com sadebucal ativas em uma das trs competncias (julho, agosto e setembro de 2015) no CNES e que no tenhamparticipado do segundo ciclo do programa. Para essas equipes, o gestor municipal dever ranque-las levandoem considerao a sua prioridade para participar do programa. O ranqueamento no garante a participao noterceiro ciclo. O municpio dever aguardar homologao final do Ministrio da Sade (MS) que publicarportaria homologando a quantidade de equipes a serem homologadas, conforme disponibilidade oramentria.As equipes com mdicos do Programa Mais Mdicos para o Brasil tero prioridade na homologao feita peloMS.

    A adeso e (re)contratualizao das modalidadesAB e SB ser conjunta, no sendo possvel aderir e(re)contratualizar uma sem a outra. Para os NASF, mesmoos que j participaram do segundo ciclo, sero realizadasnovas adeses. Dessa forma, ser necessrio que omunicpio possua NASF ativos em uma das trscompetncias (julho, agosto e setembro de 2015) noCNES.

    A adeso e contratualizao dos NASFs no terceiro ciclo est condicionada a participao das equipesde ateno bsica. Portanto, para que haja homologao dos NASF no PMAQ ser necessrio que as Equipesde Sade da Famlia (eSF) que possuam NASFs vinculados no CNES, em uma das trs competncias (julho,agosto e setembro de 2015), tenham sua adeso e (re)contratualizao ao PMAQ confirmada pelo gestormunicipal no sistema.

    No ser possvel que uma equipe de SadeBucal realize a adeso e (re)contratualizaoseparadamente do conjunto da equipe de atenobsica

    http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sgdab/login.phphttp://dab.saude.gov.br/portaldab/http://dab.saude.gov.br/portaldab/http://dabsistemas.saude.gov.br/sistemas/sgdab/login.php
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    Para homologar a adeso dos NASF ser considerada como critrio a participao do nmero mnimode equipes EAB, por modalidade:

    NASF modalidade 1 ser necessria adeso e (re)contratualizao concomitante de no mnimo 05equipes sade da famlia;

    NASF modalidade 2 ser necessria adeso e (re)contratualizao concomitante de no mnimo 03equipes sade da famlia;

    NASF modalidade 3 ser necessria adeso e (re)contratualizao da equipe de sade da famliaapoiada pelo NASF.

    O gestor municipal tambm dever fazer o ranqueamento dos NASF levando em considerao a suaprioridade para participar do programa. O ranqueamento dos NASF no garante a participao no terceirociclo, o gestor dever ficar atento, pois a homologao do NASF depender da participao das EAB. Omunicpio dever aguardar homologao final a ser publicada posteriormente pelo MS.

    A Adeso e (Re)contratualizaoser realizada em duas etapas no sistema. Primeiro deve ser

    realizada a Adeso e (Re)contratualizao de EAB (Etapa 1) e, posteriormente, do NASF (Etapa 2). Etapa 1

    Na etapa 1, o sistema ir apresentar as equipes que podem ser recontratualizadas (aquelas que jparticiparam do segundo ciclo) em conformidade com o CNES, e o gestor ir manter selecionadas as equipesque devem participar do programa, finalizando a recontratualizao.

    Em seguida, o sistema ir apresentar as equipes que podem aderir e contratualizar (novas equipes)conforme o CNES, e o gestor dever selecionar e ranquear as equipes para participar do programa, quandohouver.

    No caso dos municpios que j possuem todas as equipes participando do segundo ciclo nohaver

    adeso e contratualizao de novas equipes. No fim da adeso e (re)contratualizao haver um termo decompromisso para o gestor municipal e um termo para as equipes. O termo da equipe dever ser impressopara o nmero total de equipes aderidas e (re)contratualizadas. Esse termo ser instrumento de pactuaoentre a gesto e os trabalhadores, devendo estar assinado por todos os atores envolvidos no processo e serapresentado no momento da avaliao externa. Por fim, o sistema ir gerar um arquivo em PDF com a lista deequipes Aderidas e (Re)contratualizadas. Vale lembrar que as equipes Aderidas e Contratualizadas (novasequipes) notm garantia de homologao.

    Aps finalizada essa etapa noser possvel entrar no sistema para refaz-la. Assim, importante queo gestor saiba quais so os NASF que deseja aderir ao PMAQ para poder fazer a adeso das EAB de forma ater relao com a adeso do NASF na etapa 2.

    Etapa 2

    Concluda a Adeso e (Re)contratualizao de EAB, ser o momento de realizar a adeso dos NASF.

    O sistema ir apresentar os NASF que podem aderir e contratualizar no PMAQ em conformidade com oCNES, e o gestor dever selecionar e ranquear as equipes para participar do programa considerando as EABque foram selecionadas na etapa 1.

    No caso dos municpios que no possuem NASF no CNES nohaver adeso e contratualizao denovas equipes. Por fim, o sistema ir gerar um arquivo em PDF com a lista de NASF Aderidas eContratualizadas. Vale lembrar que as equipes Aderidas e Contratualizadas no tm garantia de homologao.

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    Aps finalizada essa etapa noser possvel entrar no sistema para refaz-la.

    O municpio receber, mensalmente R$ 2.200,00 do Componente de Qualidade do Piso da AtenoBsica Varivel (PAB Varivel), por cada equipe contratualizada, mediante transferncia fundo a fundo, apspublicada portaria especfica de homologao da adeso e (re)contratualizao das equipes e municpiosparticipantes do terceiro ciclo do PMAQ pelo Ministrio da Sade.

    O municpio receber, mensalmente, o Componente de Qualidade do Piso da Ateno Bsica Varivel(PAB Varivel), por cada equipe contratualizada:

    a. Ateno Bsica sem Sade Bucal - R$ 1.700,00,

    b. Ateno Bsica com Sade Bucal - R$ 2.200,00

    c. Ncleo de Apoio Sade da Famlia Tipo I - R$ 1.000,00

    d. Ncleo de Apoio Sade da Famlia Tipo II - R$ 600,00;

    e. Ncleo de Apoio Sade da Famlia Tipo III - R$ 400,00),

    mediante transferncia fundo a fundo, aps publicada portaria especfica de homologao da adeso e(re)contratualizao das equipes e municpios participantes do terceiro ciclo do PMAQ pelo Ministrio daSade.

    Aps a homologao da adeso e contratualizao/recontratualizao das equipes do municpio,realizada pelo MS, o gestor dever inform-la ao Conselho Municipal de Sade (CMS) 4, ComissoIntergestores Regional (CIR)5 e Comisso Intergestores Bipartite (CIB)6.

    3.1.2. Critrios de Parametrizao e Equivalncia das Diferentes Modalidades de Organizao daAteno Bsica com a Estratgia Sade da Famlia

    A Estratgia Sade da Famlia , desde 1994, a opo brasileira para expanso e fortalecimento daAteno Bsica. Desde ento, observamos um importante aumento de sua cobertura e, ao mesmo tempo, doacesso global a servios, insumos e aes em sade.

    No entanto, vrios municpios, sobretudo aqueles localizados na regio centro-sul do pas, na dcadade 1990, j possuam importantes redes de Ateno Bsica implantadas, responsveis pelo cuidado de umnmero expressivo de brasileiros. Esses servios cobrem de 10% a 20% da populao, conforme o critrio quese use. Nesse cenrio, com o objetivo de qualificar toda a Ateno Bsica do pas, o Ministrio da Sadeconsidera a necessidade de incorporar as Equipes de Ateno Bsica organizadas em outras modalidades nosprocessos de qualificao, contanto que cumpram os pressupostos e exigncias previstas no Programa.

    Aps amplo debate e pactuao tripartite, o Ministrio da Sade formulou parmetros mnimos paraque as EAB organizadas de maneira diferente da ESF possam aderir ao Programa Nacional de Melhoria doAcesso e da Qualidade da Ateno Bsica. O conjunto de parmetros construdos consideram ncleosmnimos de profissionais que compem as equipes e a carga horria de trabalho.

    4No Distrito Federal, essa comunicao dever ser realizada ao Conselho de Sade do Distrito Federal.5Ou comisso, conselho ou comit anlogo, presente no estado.6No Distrito Federal, essa comunicao dever ser realizada ao Colegiado de Gesto da Secretaria de Estado da Sade do DF.

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    Conforme descrito nas diretrizes do PMAQ, todas as Equipes de Ateno Bsica participantes doPrograma devero se organizar de maneira a assegurar os princpios da Ateno Bsica, tais como a definiodo territrio de atuao das UBS e da populao adscrita por EAB.

    Para efeitos de parametrizao no PMAQ, a adeso das EAB que se organizam de maneira diferenteda ESF ficar condicionada ao seu cadastramento no CNES, agrupando os profissionais de nvel superior, deacordo com as faixas de carga horria dispostas no quadro 01:

    Quadro 01 Equivalncia de Equipes de Ateno Bsica que se organizam de maneira diferente da ESF comEquipes de Sade da Famlia.

    Soma da Carga HorriaMnima de Mdicos

    Soma da Carga HorriaMnima de Enfermeiros

    Equivalncia com a ESF

    70 horas 60 horas 1 Equipe de SF

    100 horas 80 horas 2 Equipes de SF150 horas 120 horas 3 Equipes de SF

    Uma Unidade Bsica de Sade que possuir a quantidade de profissionais mdicos cuja carga horriasomada extrapole s 150 horas, e a de profissionais enfermeiros extrapole s 120 horas poder conformarmais de uma EAB. Em uma situao na qual a soma da carga horria dos mdicos de uma UBS chegue a 220horas e a de enfermeiros chegue a 180 horas, essa unidade poder conformar uma EAB (150 horas mdicas e120 horas de enfermagem) que equivale a trs equipes de SF, mais uma EAB (70 horas mdicas e 60 horas deenfermagem) que equivale a uma equipe de SF. Alternativamente, essa mesma unidade poder conformarduas EAB7, sendo que cada uma delas equivale a duas equipes de SF.

    Nos casos em que existirem aes em sade bucal, e a adeso da EAB estiver vinculada a uma ESB,a carga horria do cirurgio dentista dever estar de acordo com as faixas descritas no quadro abaixo:

    Quadro 02 - Equivalncia de Equipes de Sade Bucal que se organizam de maneira diferente da ESF comEquipes de Sade Bucal da ESF.

    Soma da Carga Horria Mnima de Cirurgio Dentista Equivalncia com a ESF

    40 horas 1 Equipe de SF

    80 horas 2 Equipes de SF

    120 horas 3 Equipes de SF

    O valor de transferncia do Componente de Qualidade do PAB Varivel, por EAB que se organiza demaneira diferente da ESF, obedecer equivalncia descrita nos quadros acima. Nos casos em que a EABequivale a trs equipes da Sade da Famlia, o gestor municipal receber mensalmente o valor referente a trsEAB do Componente de Qualidade do PAB Varivel.

    7Nesse caso, a distribuio da carga horria mdica e de enfermagem por EAB poder se d de diferentes maneiras. Exemplo: (a)duas equipes com 110 horas mdicas e 90 horas de enfermagem cada; (b) uma equipe com 100 horas mdicas e 80 horas deenfermagem e outra com 120 horas mdicas e 100 horas de enfermagem; etc.

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    Para a parametrizao, a composio das EAB deve ainda atender s seguintes regras:

    1) Os profissionais mdicos que sero considerados para a composio da equipe so:

    a. Generalista;

    b. Clnico;c. Pediatra;d. Ginecologista-obstetra.

    2) Ser obrigatria a presena do profissional mdico generalista ou clnico e a soma da carga horriadesses profissionais deve ser igual ou maior do que a soma da carga horria dos demaisprofissionais mdicos. Por razes demogrficas, a necessidade de mdicos que atendem apopulao adulta (generalista ou clnico) maior do que a de mdicos que atendem crianas(pediatra) e aspectos especficos relacionados sade sexual e reprodutiva das mulheres(ginecologista-obstetra);

    3) A presena do ginecologista-obstetra opcional e quando no houver o mesmo na equipe, as

    aes de ateno integral sade da mulher sero realizadas pelo generalista e/ou clnico eenfermeiro, conjuntamente;

    4) Os profissionais mdicos generalistas, clnicos e pediatras, assim como enfermeiros e cirurgiesdentista devero, individualmente, ter carga horria mnima igual a 20 horas semanais;

    5) O profissionais mdicos ginecologista-obstetras, quando presentes, devero, individualmente, tercarga horria mnima igual a 10 horas semanais.

    Cada equipe poder ter diferentes faixas de populao adscrita, devendo ter relao com as faixas decarga horria dos profissionais. O gestor municipal dever definir a populao sob a responsabilidade de cadaequipe e, a partir dessa definio, ela dever cadastrar sua populao e passar a alimentar, de maneira regulare consistente, no SISAB/eSUS AB, o conjunto de informaes necessrias para o monitoramento de suasaes. Para essa modalidade de AB, os dados cadastrais podero ser inseridos em uma nica micro-rea evinculados no necessariamente a um ACS, mas a qualquer profissional da Equipe de Ateno Bsica.

    Um mesmo profissional poder estar vinculado a duas UBS e at dois municpios diferentes, desde quesua carga horria global no ultrapasse os limites estabelecidos pela regulamentao do setor.

    No que se refere populao adscrita por Equipe de Ateno Bsica, o Ministrio da Sadeconsiderar para o Programa as faixas de populao adscrita, em relao composio da carga horria deprofissionais mdicos e enfermeiros, conforme descrito no quadro a seguir:

    A distribuio de carga horria dosprofissionais mdicos (generalista, clnico,pediatra e ginecologista-obstetra) fica acargo do gestor, devendo respeitar o perfildemogrfico e epidemiolgico local.

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    Quadro 03 Faixas Populacionais Adscritas de Referncia conforme Carga Horria Mnima de Mdicos eEnfermeiros em Equipes de Ateno Bsica Parametrizadas.

    Soma da Carga HorriaMnima de Mdicos Soma da Carga HorriaMnima de Enfermeiros

    Faixas populacionais adscritas de

    referncia (habitantes)Mnima Mxima

    70 horas 60 horas 3.450 7.000

    100 horas 80 horas 7.001 10.000

    150 horas 120 horas 10.001 15.000

    3.1.3. Compromissos

    Ao completar a etapa de contratualizao no sistema de adeso ao PMAQ, os municpios e as equipesassumem compromissos voltados para a melhoria do acesso e da qualidade no mbito da ateno bsica. So

    compromissos das equipes e dos trs entes de gesto:

    ICompromissos das Equipes de Ateno Bsica (incluindo as equipes de sade bucal e NASF):

    i. Organizar o processo de trabalho da equipe em conformidade com os princpios da ateno bsicaprevistos no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica e naPoltica Nacional de Ateno Bsica (PNAB);

    ii. Implementar processos de acolhimento demanda espontnea para a ampliao, facilitao equalificao do acesso;

    iii. Alimentar o Sistema de Informao em Sade para Ateno Bsica/e-SUS-SISAB de forma regulare consistente, independentemente do modelo de organizao da equipe e segundo os critrios doManual Instrutivo;

    iv. Programar e implementar atividades, com a priorizao dos indivduos, famlias e grupos com maiorrisco e vulnerabilidade;

    v. Instituir espaos regulares para a discusso do processo de trabalho da equipe e para a construoe acompanhamento de projetos teraputicos singulares;

    vi. Instituir processos autoavaliativos como mecanismos disparadores da reflexo sobre a organizaodo trabalho da equipe, com participao de todos os profissionais que constituem a equipe;

    vii. Desenvolver aes intersetoriais voltadas para o cuidado e a promoo da sade;

    viii. Pactuar metas e compromissos para a qualificao da Ateno Bsica com a gesto municipal.

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    IICompromissos do Municpio/Distrito Federal:

    i. Garantir a composio mnima da(s) Equipe(s) de Ateno Bsica (incluindo as equipes de sadebucal e do(s) Ncleo(s) de Apoio a Sade da Famlia) participante(s) do Programa, com seusprofissionais devidamente cadastrados no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sade(CNES);

    ii. Garantir oferta mnima de aes de sade para a populao coberta por cada Equipe de AtenoBsica, de Sade Bucal, do NASF, de acordo com a Poltica Nacional de Ateno Bsica (PNAB) etraduzidas nos indicadores e padres de qualidade definidos pelo Programa;

    iii. Realizar pactuao com os profissionais da(s) equipe(s) de Ateno Bsica, de Sade Bucal, do(s)NASF para contratualizar a participao no PMAQ;

    iv. Aplicar os recursos do Programa em aes que promovam a qualificao da Ateno Bsica;

    v. Realizar aes para a melhoria das condies de trabalho da(s) equipes de Ateno Bsica, deSade Bucal, do(s) NASF;

    vi. Instituir Processos de Autoavaliao da Gesto e da(s) Equipe(s) de Ateno Bsica, de SadeBucal, do(s) NASF participante(s) do Programa;

    vii. Implantar Apoio Institucional e Matricial (s) Equipe(s) de Ateno Bsica, Sade Bucal, ao(s) NASFno municpio;

    viii. Realizar aes de Educao Permanente com/para a(s) Equipe(s) de Ateno Bsica, Sade Bucal,o(s) NASF;ix. Apoiar a instituio de mecanismos de gesto colegiada na(s) Unidade(s) Bsica(s) de Sade;x. Manter alimentao regular e consistente do Sistema de Informao em Sade para Ateno Bsica

    (eSUS AB/SISAB), com informaes referentes a(s) Equipe(s) de Ateno Bsica, de Sade Bucale NASF participante(s) do Programa, permitindo o seu monitoramento permanente;

    xi. Implantar processo regular de Monitoramento e Avaliao, para acompanhamento e divulgao dosresultados da Ateno Bsica no municpio;

    xii. Apoiar a realizao do processo de Avaliao Externa da(s) Equipe(s) de Ateno Bsica, de SadeBucal, do(s) NASF participantes do Programa, recebendo as equipes de avaliadores da qualidade e

    auxiliando-os no contato com as equipes a serem avaliadas, quando necessrio;xiii. Utilizar os resultados dos indicadores e da avaliao externa para auxiliar na pactuao de

    prioridades de investimentos para melhoria da qualidade na Ateno Bsica.

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    IIICompromissos das Gestes Estaduais:

    i. Instituir mecanismos de Apoio Institucional aos municpios participantes do Programa, parapotencializar os processos de melhoria do acesso e da qualidade da Ateno Bsica;

    ii. Implantar processo regular de Monitoramento e Avaliao, para acompanhamento e divulgao dosresultados da Ateno Bsica no estado;

    iii. Ofertar aes de Educao Permanente e outras estratgias de qualificao da gesto, do cuidadoe da gesto do cuidado;

    iv. Pactuar, com a Comisso Intergestores Bipartite, estratgias e diretrizes para a implementao doPrograma no estado, de acordo com suas diretrizes;

    v. Estimular e promover o intercmbio de experincias entre os diversos municpios, para disseminartecnologias e conhecimentos voltados para a melhoria do acesso e da qualidade da AtenoBsica;

    vi. Contribuir com a coordenao nacional do processo de Avaliao Externa a que devem sersubmetidas s equipes participantes do Programa, por meio do CONASS;vii. Realizar estudos sobre a viabilidade tcnica e financeira para o estabelecimento ou orientao dos

    mecanismos de co-financiamento estadual da Ateno Bsica, em convergncia com a PolticaNacional de Ateno Bsica.

    IVCompromissos do Ministrio da Sade:

    i. Assegurar a efetiva implementao do Programa no mbito nacional, estadual, do Distrito Federal e

    municipal;ii. Transferir regularmente os recursos referentes ao Componente Qualidade do PAB Varivel, deacordo com as regras do Programa;

    iii. Efetuar a anlise do cumprimento das condies de adeso e de permanncia dos municpios noPrograma.

    iv. Elaborar instrumentos e promover processos de Apoio Institucional para subsidiar a implantao doPrograma;

    v. Ofertar aes de Educao Permanente e outras estratgias de qualificao da gesto, do cuidadoe da gesto do cuidado;

    vi. Implantar processo regular de Monitoramento e Avaliao, para acompanhamento e divulgao dos

    resultados da Ateno Bsica no pas;vii. Realizar avaliaes que orientem o aperfeioamento do Programa e ampliem sua capacidade de

    gesto e de adequao s necessidades dos atores envolvidos em sua implementao;viii. Financiar e coordenar (de maneira tripartite) o processo de Avaliao Externa a que devem ser

    submetidas s equipes participantes do Programa;ix. Coordenar o processo de recontratualizao de aes para melhoria da qualidade da Ateno

    Bsica, com cada Equipe de Ateno Bsica participante do Programa, a partir do seu desempenhono processo de Certificao.

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    3.1.4. Condies de Permanncia no Programa

    So condies para permanncia das equipes que aderiram ao terceiro ciclo do PMAQ:

    I. As mesmas exigncias que disciplinam o pagamento do PAB Varivel previstas na Poltica Nacionalde Ateno Bsica vigente (Portaria GM/MS n 2.488 de 21 de outubro de 2011) 8e na portaria queregulamenta os valores de repasse financeiro para o NASF (Portaria GM/MS n 548 de 04 de abrilde 2013). Dentre elas, destaca-se o cadastramento e atualizao regular, por parte dos gestores, detodos os profissionais das Equipes no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES),assim como o cumprimento da carga horria de acordo com o informado;

    II. Alimentao do Sistema de Informao (e-SUS/SISAB AB);

    3.2 Eixo Estratgico Transversal deDesenvolvimento

    O eixo Estratgico Transversal de Desenvolvimento do PMAQ consiste em um conjunto de aes quesero empreendidas pelas equipes, gestes municipais e estaduais e pelo Ministrio da Sade, com o intuitode promover os movimentos de mudana da gesto, do cuidado e da gesto do cuidado que produziro amelhoria do acesso e da qualidade da Ateno Bsica.

    Para fins didticos, esse eixo deve ser entendido como transversal a todas as Fases, de maneira aassegurar que as aes de promoo da melhoria da qualidade possam ser desenvolvidas em todas asetapas do ciclo do programa.

    O eixo de desenvolvimento est organizada em cinco dimenses:

    1Autoavaliao;2Monitoramento;3Educao Permanente4Apoio Institucional e5Cooperao Horizontal.

    3.2.1. Autoavaliao

    A autoavaliao o ponto de partida do eixo de desenvolvimento, um dispositivo que pretendeprovocar na equipe a constituio de um grupo sujeito da mudana e da implantao de novas prticas deateno, gesto, educao e participao. Esse coletivo gestor da mudana deve utilizar a autoavaliao para

    identificar e reconhecer as dimenses positivas e tambm problemticas do seu trabalho, produzindo sentidose significados potencialmente facilitadores/mobilizadores de iniciativas de mudana e aprimoramento.

    8Para os casos de Equipes de Ateno Bsica vinculadas a modalidades de organizao diferentes da ESF que faam adeso comoequipes parametrizadas, passam a valer exigncias semelhantes em termos de funcionamento e alimentao dos sistemas deinformao s das equipes de Sade da Famlia, para efeitos de permanncia no PMAQ.

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    Avaliar pode significar a formao de opinio e a emisso de juzo de valor sobre determinado assunto.Frequentemente, a temtica avaliao est associada a aspectos negativos como punio e eliminaodaqueles que no alcanaram determinado resultado. O PMAQ busca contribuir para a superao do carterpunitivo da avaliao e prope a autoavaliao como instrumento que estimule o coletivo a analisar seu

    processo de trabalho, elencar prioridades para atuao, elaborar estratgias para superao dos problemas ealcance de metas e objetivos, acordados por esse mesmo coletivo. Deve ainda ajudar a identificar demandasque o processo de mudana exigir e, a partir disso, estabelecer dilogos, pedidos e compromissos com agesto e a comunidade. Trata-se de um processo que pretende orientar permanentemente a tomada dedecises, constituindo-se como uma ao central para melhoria da qualidade das aes de sade.

    Para as equipes que participaram do primeiro e segundo ciclo do PMAQ, fundamental que aautoavaliao anterior e a Matriz de Interveno elaborada sejam tambm analisadas, a fim de se observar osavanos entre um ciclo e outro, os desafios que persistem, a necessidade de mudana de estratgia deatuao e prioridades. Uma nova autoavaliao ganha sentido e efeito somente aps essa anlise. O mesmocabe para a gesto municipal e Coordenao de Ateno Bsica.

    Considerando a complexidade e relatividade inerente ao conceito de qualidade, o qual varia de acordocom o contexto histrico, poltico,econmico, cientfico e cultural dasociedade (Uchimura & Bosi, 2002), desejvel que o instrumento deautoavaliao utilizado contemple osdiferentes pontos de vista dos atoresenvolvidos no fazer em sade profissionais, usurios e gestores -entendendo que todos so co-responsveis pela qualificao do SUS.

    Para tanto, recomenda-se que aautoavaliao seja realizada com e portoda a equipe, utilizando-seinstrumento composto por um conjuntode padres de qualidade que consistem em declaraes acerca da qualidade esperada quanto estrutura, aosprocessos e aos resultados das aes da Ateno Bsica. Dessa maneira, o instrumento de autoavaliao seconfigura em ferramenta com potencial pedaggico, carter reflexivo e problematizador, em que a elaboraode solues se d a partir da identificao dos problemas pela equipe e gesto.

    Para o terceiro ciclo do PMAQ, o DAB realizou a reviso do instrumento de autoavaliao (AMAQ) dasEAB/SB e NASF. Ressalta-se que esse instrumento disponibilizado pelo departamento no de uso

    obrigatrio, cabendo aos gestores municipais, estaduais e equipes definirem o uso do(s) instrumento(s) ouferramenta(s) que se adeque(m) a sua necessidade e realidade. A realizao da autoavaliao, seja utilizandoo AMAQ ou outro instrumento, ser verificada no processo de certificao, compondo uma parte dodesempenho final da equipe.

    Visando instrumentalizar as equipes e a gesto municipal narealizao da autoavaliao, foi desenvolvido o aplicativo doAMAQ pelo Ministrio da Sade. Com essa ferramenta possvelresponder ao AMAQ e utilizar os recursos de construo da matrizde interveno e gerao de relatrios atravs do prprio sistema. Agesto municipal passar a ter acesso informatizado sobre quaisequipes do seu municpio realizaram a autoavaliao, assim comoobter informaes sobre o desempenho das equipes em cadasubdimenso, auxiliando a gesto na tomada de deciso para odesenvolvimento de aes para a melhoria do acesso e daqualidade da ateno bsica.

    http://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/AppData/Local/Microsoft/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/W2S24FDW/pmaq.lais.huol.ufrn.br/amaqhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/AppData/Local/Microsoft/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/W2S24FDW/pmaq.lais.huol.ufrn.br/amaqhttp://localhost/var/www/apps/conversion/tmp/AppData/Local/Microsoft/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.Outlook/W2S24FDW/pmaq.lais.huol.ufrn.br/amaq
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    O instrumento AMAQ foi construdo considerando as seguintes diretrizes:

    I. Refletir os objetivos centrais e diretrizes do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e daQualidade da Ateno Bsica;

    II. Ser capaz de promover reflexes sobre as responsabilidades, tanto no que se refere forma deorganizao e prtica de trabalho dos atores envolvidos na gesto municipal e equipes de atenobsica, com vistas a promover o acesso com qualidade aos servios oferecidos;

    III. Estimular a efetiva mudana do modelo de ateno e o fortalecimento da orientao dos serviosem funo das necessidades e satisfao dos usurios;

    IV. Refletir padres de qualidade que tenham carter incremental em si mesmo, cuja adequao dasituao analisada se d por meio de escala numrica; e

    V. Possibilitar a quantificao das respostas autoavaliativas, de maneira a viabilizar a constituio deescores gerais de acesso e qualidade.

    A partir desses elementos, o AMAQ foi organizado em dimenses e subdimenses para um conjunto

    de padres de qualidade que abrangem o que esperado em termos de qualidade na gesto e na atenodireta sade no mbito da ateno bsica. Esses padres de qualidade caracterizam-se por sua abrangncia,referindo-se a uma viso ampla do sistema e das aes em sade e por serem capazes de evidenciarmudanas tanto os avanos, quanto os retrocessos. Contudo, importante destacar que o AMAQ nopretende esgotar todo o universo das prticas em ateno bsica, entretanto, compe-se de um determinadoconjunto de aes que so consideradas estratgicas e potenciais produtoras de mudanas no cotidiano dosservios.

    Com o objetivo de sistematizar as aes de melhoria da qualidade, sugere-se que sejam construdasMatrizes de Interveno considerando-se, em um primeiro momento, problemas prioritrios e que estejam sobresponsabilidade dos atores em questo.

    Por fim, cabe lembrar que a realizao de autoavaliaes, periodicamente, com auxilio de instrumentosestruturados, no exclui a existncia e importncia das praticas avaliativas cotidianas, nem sempreconscientes ou planejadas, e que tambm podem mobilizar os trabalhadores na direo do aprimoramento desuas prticas.

    3.2.2. Monitoramento

    O monitoramento dos indicadores e o consequente uso das informaes busca:

    I. Orientar o processo de negociao e contratualizao de metas e compromissos entre equipes egestor municipal, assim como entre este e as outras esferas de gesto do SUS;

    II. Subsidiar a definio de prioridades e planejamento de aes para melhoria da qualidade da AB,tanto para as equipes participantes, quanto para os gestores das trs esferas de governo;

    III.Promover o reconhecimento dos resultados alcanados e a efetividade ou necessidade deaperfeioamento das estratgias de interveno;

    IV.Promover a democratizao e transparncia da gesto da AB e o fortalecimento da participao dousurio, por meio da publicizao de metas e resultados alcanados;

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    V. Fortalecer a responsabilidade sanitria e o protagonismo dos diversos atores, ao revelar tanto asfragilidades quanto os sucessos, motivando as equipes de sade e gestores da AB a enfrentaremos desafios;

    Cumpre destacar que, para o alcance de bons resultados nos indicadores e padres de qualidade, fundamental a realizao constante de aes de monitoramento, com a identificao de prioridades deeducao permanente, apoio institucional, programao e contratualizao de aes. No mbito do trabalhodas equipes, o uso da informao constitui um elemento essencial para a gesto do cuidado, destacando-se ocadastramento domiciliar e a elaborao de diagnstico situacional que oriente as aes da equipe para oenfrentamento dos problemas de sade no territrio. Esse diagnstico, complementado por outras anlises(como a da demanda que acessa a UBS, a das necessidades de interveno e de ampliao do escopo deaes e servios que so demandadas e percebidas por trabalhadores e usurios, etc.) deve orientar oplanejamento e a programao de aes de maneira pactuada com a comunidade e as aes implantadaspela equipe devem ser acompanhadas e avaliadas sistematicamente, visando o aperfeioamento constantedos processos de trabalho.

    Para orientar o monitoramento das aes desenvolvidas pelas equipes, alguns pressupostos podemser teis, tais como:

    I. Ter carter formativo, pedaggico e reorientador das prticas, numa abordagem em que ainformao possa produzir mudana na ao. O processo de monitoramento no deve serentendido como um fim em si mesmo ou apenas como cumprimento de um compromissomeramente formal, mas sim como um mecanismo capaz de produzir a mudana, gerandopropostas para a melhoria da qualidade das aes e processos monitorados, alm de promoveraprendizado institucional e responsabilizao;

    II. Subsidiar a gesto da AB, incorporando informaes sobre desempenho aos processos decisrios

    e alinhando os processos de monitoramento, planejamento, educao permanente e apoioinstitucional;

    III. Evitar a vinculao dos processos de monitoramento a consequncias punitivas que reforcemresistncias, deturpao de resultados ou tenses desnecessrias. Isso dificulta a apropriao deseus resultados e compromete o interesse e motivao dos profissionais em alimentaradequadamente os sistemas de informao;

    IV. Reconhecer o sucesso das equipes que tiverem bom desempenho, estimulando-as na busca demelhores resultados;

    V. Permitir a identificao de experincias exitosas e a criao de oportunidades de cooperaohorizontal entre as equipes, promovendo o reconhecimento entre pares e relaes solidrias, maisdo que a competio por melhores resultados;

    VI. Possuir mecanismos que assegurem a participao democrtica dos envolvidos, constituindo umprocesso de negociao e pactuao entre sujeitos que compartilham corresponsabilidades;

    VII. Estabelecer mecanismos de divulgao sistemtica dos resultados do processo de monitoramentoda AB, com vistas democratizao e transparncia desses processos, ao aprendizadoinstitucional, ao reconhecimento dos resultados alcanados e ao enfrentamento dos desafios paramelhoria da qualidade da AB.

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    3.2.2.1 Indicadores para Contratualizao e Certificao das Equipes

    No terceiro ciclo do PMAQ, a avaliao dos indicadores ser realizado a partir do Sistema de

    Informao em Sade para Ateno Bsica (SISAB/e-SUS AB). Assim, as equipes que utilizam o e-SUSAB/SISAB, seja o Sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS-AB) ou Sistema com Pronturio Eletrnicodo Cidado (PEC-AB) sero acompanhadas quanto aos indicadores de desempenho do PMAQ.

    O SISAB/e-SUS AB permitir o acesso s informaes com grau mnimo de agregao por EAB, SB eNASF participantes do PMAQ.

    Caso o municpio utilize sistema de informao prprio, a base de dados a ser enviada dever sercompatvel com o SISAB/e-SUS AB, sendo o municpio o responsvel pelo compartilhamento e envio dosdados a base nacional.

    As regras de clculo para os indicadores de desempenho esto descritas nas fichas de qualificaodos indicadores, presente no anexo deste Manual.

    O conjunto dos indicadores, pactuados nos compromissos a serem assumidos pelas equipesparticipantes e pelas gestes municipais, foram definidos visando a incorporao de indicadores que guardemmaior correspondncia com elementos que integram a fase de desenvolvimento, considerando os princpios daAteno Bsica presentes na PNAB e sua relevncia para melhoria e ampliao do acesso e da qualidade dosservios de sade no Brasil.

    Com isso, foram selecionados 11 indicadores (quadro 04) de desempenho para as equipes de atenobsica e 1 indicador (quadro 05) de desempenho para os NASF no terceiro ciclo do PMAQ, que estosubdivididos em quatro grupos:

    Acesso e continuidade do cuidado Coordenao do cuidado Resolutividade da equipe de ateno bsica Abrangncia da oferta de servios

    O conjunto de indicadores contratualizados esto vinculados ao processo de certificao, compondouma parte do desempenho final da equipe.

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    Quadro 04Indicadores de monitoramento para as EAB (ESF ou Parametrizada) no terceiro ciclo do PMAQ.

    Grupo Indicador de Desempenho

    Acesso e continuidadedo cuidado

    1.1 Mdia de atendimentos de mdicos e enfermeiros por habitante1.2 Percentual de atendimentos de consultas por demandaespontnea

    1.3 Percentual de atendimentos de consulta agendada

    1.4 ndice de atendimentos por condio de sade avaliada

    1.5 Razo de coleta de material citopatolgico do colo do tero

    1.6 Cobertura de primeira consulta odontolgica programtica

    Coordenao do Cuidado2.1 Percentual de recm-nascidos atendidos na primeira semana devida

    Resolutividade3.1 Percentual de encaminhamentos para servio especializado

    3.2 Razo entre tratamentos concludos e primeiras consultasodontolgicas programticas

    Abrangncia da oferta de servios4.1 Percentual de servios ofertados pela Equipe de Ateno Bsica

    4.2 Percentual de servios ofertados pela Equipe de Sade Bucal

    Para os NASF, foram definido quatro indicadores de desempenho conforme o quadro 05.

    Quadro 05Indicadores de desempenho para os NASF no terceiro ciclo do PMAQ.

    Indicador de Desempenho

    1.1 ndice de atendimentos realizados pelo NASF

    Considerando que a alimentao regular, consistente e em tempo oportuno dos sistemas deinformao constitui uma responsabilidade geral de todos os profissionais e gestores do SUS e um importantecritrio de qualidade da AB, esperado que os resultados dos indicadores reflitam o esforo das equipes desade e da gesto na melhoria da qualidade da AB, devendo haver uma coerncia entre o desempenho dasequipes nos indicadores e a conformidade de suas aes com padres de qualidade da Ateno Bsica.

    Para cada indicador ser calculada uma pontuao proporcional considerando o resultado alcanadopela equipe, comparando-se o resultado obtido pela equipe com os respectivos parmetros mnimos e/ou comas mdias definidas para cada indicador.

    3.2.3. Educao Permanente

    A consolidao da Ateno Bsica como reorientadora do modelo de ateno no Brasil e oaprimoramento das prticas em sade pressupe um saber e um fazer em educao permanente integrado aocotidiano do trabalho e em consonncia com os principais objetivos e diretrizes para a melhoria do acesso e daqualidade da Ateno Bsica. O redirecionamento do modelo assistencial impe claramente a necessidade dereformulaes no processo de qualificao dos servios e profissionais, alm de mudanas no processo de

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    trabalho em sade, exigindo de trabalhadores, gestores e usurios maior capacidade de interveno eautonomia no estabelecimento de prticas transformadoras em sade e que propiciem o estreitamento dos elosentre concepo e execuo do trabalho.

    Nesse sentido, a educao permanente, alm da sua evidente dimenso pedaggica, deve serencarada tambm como uma importante estratgia de gesto, com grande potencial provocador demudanas no cotidiano dos servios, em sua micropoltica, prximo dos efeitos concretos das prticas desade na vida dos usurios, e como um processo que se d no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho.

    A Educao Permanente deve pressupor um processo pedaggico que contemple desde aaquisio/atualizao de conhecimentos e habilidades at o aprendizado que parte dos problemas e desafiosenfrentados no processo de trabalho, envolvendo prticas que possam ser definidas por mltiplos fatores(conhecimento, valores, relaes de poder, planejamento e organizao do trabalho, etc.) e que consideremelementos que faam sentido para os atores envolvidos (aprendizagem significativa).

    Outro pressuposto importante da educao permanente o planejamento/ programao educativaascendente, em que, a partir da anlise coletiva do processo de trabalho e identificao de ns crticos,elabora-se estratgias de atuao. Estimula-se, assim, experincias inovadoras nas prticas de sade e nagesto do cuidado reconhecendo o mrito de equipes e gestores que alcancem melhor desempenho eresultados na AB. Com isso, o PMAQ visa contribuir, inclusive, para que os cursos pr-formatados sejamofertados/incorporados em momentos e com mediaes que considerem necessidades de formao dostrabalhadores, para que faam mais sentido e tenham maior valor de uso.

    Com relao vinculao dos processos de educao permanente s estratgias de apoioinstitucional, avalia-se o grande potencial de desenvolvimento de competncias de gesto e de cuidado naAteno Bsica, na medida em aumenta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades vivenciadaspelos trabalhadores em seu cotidiano.

    Portanto, central que as gestes municipais e estaduais apostem e estimulem processos deeducao permanente nas equipes. Nesse sentido, o Ministrio da Sade oferta o portal Comunidade dePrticas que consiste em importante espao virtual de comunicao dos gestores e trabalhadores da AtenoBsica e visualizao e compartilhamento de experincias e informaes. So apresentadas dificuldades dotrabalho, narrativas vinculadas ao cotidiano, de maneira a viabilizar o aprendizado mediante as trocas e areflexo sobre a experincia prpria e a experincia do outro, facilitando ainda a sistematizao de tecnologiasda gesto e do cuidado.

    3.2.4. Apoio Institucional

    O apoio institucional deve ser pensado como uma funo gerencial que busca a reformulao do modotradicional de se fazer coordenao, planejamento, superviso e avaliao em sade. Ele deve assumir comoobjetivo a mudana nas organizaes, tomando como matria-prima os problemas e tenses do cotidiano. Oapoio institucional deve ainda operar como um forte disparador de processos que propiciem o suporte aomovimento de mudana deflagrado por coletivos, buscando fortalec-los.

    O objeto de trabalho do apoiador institucional considerado como o processo de trabalho de coletivosque se organizam para produzir sade. Nesse sentido, pressupe-se o esforo de transformar os modelos degesto verticalizados em relaes horizontais que ampliem a democratizao, autonomia e compromisso dostrabalhadores e gestores, baseados em relaes contnuas e solidrias entre apoiador e equipe, contemplandodemandas e ofertas de ambos.

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    No cotidiano do trabalho das Equipes de Ateno Bsica, os profissionais enfrentam grandes desafios,tais como: trabalhar em equipe; acolher as demandas dos usurios; discutir casos complexos de modo aampliar a clnica dentre tantos outros. Neste contexto, o apoio institucional na sade deve adotar como diretriza democracia institucional, a autonomia dos sujeitos e a produo do cuidado integral, uma vez que o trabalho

    do apoiador envolve sempre a sua insero em espaos coletivos, de maneira a permitir uma anliseaprofundada dos aspectos de contexto que constrangem a atuao dos profissionais, bem como o exerccio deautoanlise pelas equipes. A revelao e anlise dos problemas e dificuldades das equipes/coletivos apoiadosdeve estar atrelada a um esforo de potencializao das equipes e suas experincias, evitando aculpabilizao e impotncia, o que no quer dizer desresponsabilizao.

    Dentre as estratgias de apoio institucional do PMAQ, compreende-se o apoio do Ministrio da Sades coordenaes estaduais de ateno bsica, COSEMS e municpios (eventualmente); o apoio dascoordenaes estaduais de ateno bsica gesto da ateno bsica nos municpios e o apoio da gestomunicipal s equipes de sade. Esse trabalho de apoio, pode se dar em trs planos: (a) o das relaesinterfederativas, (b) o relativo ao desenho e articulao da ateno bsica com outros pontos de ateno da

    rede, bem como das linhas de cuidado, e (c) o que se refere ao processo de trabalho das equipes e micropoltica do cotidiano.

    importante considerar que, a despeito da lgica do apoio institucional ser a mesma para as trsdimenses de apoio descritas (Ministrio da Sade, coordenaes estaduais e gestes municipais), h certasespecificidades que marcam cada uma delas, de modo que cada um dos trs planos (relaes interfederativas,arranjos da rede e processo de trabalho cotidiano das equipes), ainda que sempre presentes, tero pesos ounfases diferenciadas, a depender do lugar do apoiador e do apoiado. Por exemplo, no apoio s equipes desade, os planos dois e trs (em especial) tendem a ser mais marcantes.

    Particularmente em relao ao apoio s equipes de sade, fundamental que haja umdimensionamento adequado do nmero de equipes por apoiador, lembrando a necessidade de construo de

    vinculo entre os mesmos, que pode ser potencializada a partir da construo de agendas regulares deencontros.

    A seguir, apresentam-se alguns exemplos de aes que podem ser realizadas por apoiadores:

    1. Discusso e montagem das agendas das equipes enquanto dispositivos que organizam e orientamo trabalho coletivo cotidiano em funo das necessidades e prioridades de sade;

    2. Suporte implantao do acolhimento a demanda espontnea;

    3. Suporte construo de projetos teraputicos singulares;

    4. Facilitao da organizao de intervenes intersetoriais;

    5. Anlise de indicadores e informaes em sade;

    6. Facilitao dos processos locais de planejamento;

    7. Discusso do perfil de encaminhamentos da unidade;

    8. Mediao de conflitos, buscando ajudar na conformao de projetos comuns entre trabalhadores,gestores e usurios, sem pretender eliminar diferenas e tenses, mas buscando enriquecer osprocessos com o convvio das diferenas, o esforo de escuta/dilogo, a converso das crisesparalisantes em crises produtivas e a construo de projetos comuns.

    Embora os exemplos citados deem maior nfase ao apoio institucional s Equipes de Ateno Bsica,grande parte das indicaes tambm se aplica para o apoio gesto estadual e municipal.

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    3.2.5. Cooperao Horizontal

    Entende-se que parte significativa dos avanos observados na Ateno Bsica so fruto dasexperimentaes dos atores locais nas adequaes cotidianas das ofertas por eles realizadas populao.Neste sentido, o terceiro ciclo do PMAQ, buscando valorizar o protagonismo local, prope que as equipesparticipantes do PMAQ compartilhem suas experincias e possibilitem o aprimoramento de suas prticas,entrando em contato com experincias de outras equipes. Essas iniciativas, que no PMAQ sero tratadas comoCooperao Horizontal, j ocorrem no cotidiano de trabalho das equipes, o que se pretende ampli-las evaloriz-las tendo em vista seu potencial transformador.

    A Cooperao Horizontal parte do princpio que todo trabalhador tem muito a ensinar e a aprender eabrange atividades que envolvem troca, produo e disseminao de diferentes saberes, conhecimentostcnicos, experincias vividas e prticas de gesto e de cuidado ao usurio, visando o fortalecimento daAteno Bsica a partir da interao entre seus profissionais.

    Ela vista como uma das estratgias para superar os desafios existentes na gesto municipal e noprocesso de trabalho das equipes, a partir de experincias concretas de enfrentamento das questes inerentes organizao do processo de trabalho da AB. Este modelo permite valorizar o conhecimento criado a partir daexperimentao para resolver os problemas vivenciados no cotidiano das UBS. Alm disso, a CooperaoHorizontal pode ainda desencadear a formao de uma rede solidria de Educao Permanente entremunicpios e equipes para compartilhar essas experincias.

    Tal compartilhamento pode ocorrer entre trabalhadores da Ateno Bsica da mesma equipe ou deequipes diferentes (mesma unidade, municpio ou regio), e trabalhadores da gesto (gerentes de unidadesdiferentes, gestores de reas diferentes na mesma secretaria, gestores de municpios diferentes).

    A Cooperao pode acontecer de forma presencial e virtual, debatendo temas como a organizao doprocesso de trabalho, a realizao do cuidado, a execuo de procedimentos, a articulao com os usurios eo fortalecimento do conselho de sade, a proposta de ofertas a partir da realidade do territrio, a organizaoda rede de assistncia, o planejamento da alocao dos recursos da AB, etc.

    Como oferta para troca de experincias de modo virtual, o DAB disponibiliza a Comunidade de Prticas(https://novo.atencaobasica.org.br/) que une profissionais e gestores da sade em torno de um assunto ouinteresse visando achar meios de melhorar o que fazem num aprendizado dirio, atravs da interao regular.Na Comunidade de Prticas da Ateno Bsica existe mais de 4.500 experincias compartilhadas por equipesde todo Brasil sobre aes realizadas na AB e tambm h espao disponvel para a insero de novasexperincias.

    O xito na execuo da Cooperao Horizontal depende da identificao das demandas e fragilidadesde cada local, do envolvimento dos municpios/equipes/profissionais que participaro da estratgia, danegociao dos instrumentos e da metodologia a fim de gerar bons momentos de contato para aprimorar asprticas locais.

    Embora a Cooperao Horizontal seja uma das estratgias ofertadas pelo DAB no bojo do eixotransversal de desenvolvimento do PMAQ, entende-se que estados, municpios e equipes so protagonistas narealizao deste tipo de estratgia e tem autonomia para organizar suas experincias e pensar metodologiasde interao que correspondam s necessidades locais.

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    4. Certificao

    O processo de certificao do PMAQ deve ser entendido como um momento de reconhecimento doesforo das equipes e do gestor municipal para melhoria do acesso e da qualidade da Ateno Bsica.

    Considerando que o conceito de qualidade varia de acordo com o contexto, esperado que o PMAQesteja em constante aperfeioamento, de modo a contemplar, progressivamente, a diversidade dos cenriosem que ser implantado e as novas demandas e desafios da Poltica de Ateno Bsica, no contexto deimplantao do SUS.

    As equipes participantes no PMAQ sero certificadas, conforme o seu desempenho, considerando:

    a. Avaliao externa de desempenhodas equipes de sade e gesto da ateno bsica, que sercoordenada de forma tripartite e realizada por instituies de ensino e/ou pesquisa, por meio daverificao de evidncias para um conjunto de padres previamente determinados;

    b. Verificao da realizao de momento autoavaliativo pelos profissionais das equipes de

    ateno bsicac. Avaliao de desempenho do conjunto de indicadores contratualizadosna etapa de adeso e

    contratualizao.

    A distribuio dos percentuais para a certificao das equipes eSF, AB Parametrizadas, Sade Bucal eNASF ser:

    Aes Percentual da nota final da certificao

    Implementao de processos autoavaliativos 10%

    Avaliao dos indicadores contratualizados 30%

    Avaliao Externa 60%

    A cada ciclo do Programa, novos parmetros de qualidade podem ser definidos, induzindo avanos nadireo do que se espera em termos de desenvolvimento da gesto, das equipes e do alcance dos resultadosde sade da populao.

    4.1Avaliao Externa de Desempenho das Equipes de Sade e Gesto da Ateno Bsica

    A avaliao externa ser realizada pelo DAB em parceria com Instituies de Ensino e/ou Pesquisa

    (IEP) de todo o pas. Ao contratualizar, o municpio assume que participar da avaliao externa, sem anecessidade de formalizar a solicitao.

    Nessa etapa, um grupo de avaliadores da qualidade, selecionados e capacitados pelas IEP, iro aplicarinstrumentos para verificao de padres de acesso e qualidade alcanados pelas equipes e pela gesto.Sero realizadas observaes de infraestrutura e condies de funcionamento das Unidades Bsicas deSade, entrevista com profissionais das equipes participantes e verificao de documentos.

    As questes que compem o instrumento de avaliao externa guardam coerncia com os padresdescritos no instrumento de autoavaliao (AMAQ). Esses documentos esto disponveis no site doDepartamento de Ateno Bsica (www.saude.gov.br/dab).

    http://www.saude.gov.br/dabhttp://www.saude.gov.br/dab
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    Cabe salientar que as atividades dos avaliadores da qualidade devem ser pactuadas anteriormentecom o gestor municipal, estadual e COSEMS, possibilitando assim, um planejamento e logstica adequados aotrabalho de campo.

    4.1.1

    Equipes de Sade da Famlia, Sade Bucal e de Ateno Bsica Parametrizada

    O instrumento de avaliao externa contempla elementos relacionados s caractersticas estruturais ede ambincia na Unidade Bsica de Sade e disponibilidade de equipamentos, materiais, insumos emedicamentos que sero observados pelo avaliador de qualidade, assim como elementos relacionados aorganizao do processo de trabalho que sero verificados mediante entrevista com profissionais de sade.

    Quadro 06 - Sntese dos componentes da avaliao externa das Equipes de Sade da Famlia, AB Parametrizadae Sade Bucal (ESB e SB Parametrizada)

    DIMENSO SUBDIMENSESDIMENSO I

    Gesto Municipalpara o

    Desenvolvimento daAteno Bsica

    Aes da Gesto para Organizao do Processo de Trabalho da Equi