manual instrutivo pmaq ceo

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  • MINISTRIO DA SADE

    SECRETARIA DE ATENO A SADE DEPARTAMENTO DE ATENO BSICA

    Sade Mais Perto de Voc / Acesso e Qualidade

    Programa Nacional de Melhoria do

    Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades odontolgicas

    (PMAQ-CEO)

    Manual Instrutivo

  • 2

    FICHA CATALOGRFICA

    Elaborao e informaes: MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno Sade Departamento de Ateno Bsica Coordenao-Geral de Sade Bucal Edifcio Premium Torre II, sala 06, Setor de Administrao Federal Sul, Quadra 2, Lote 5/6 CEP: 70.070-600 Braslia/DF Site: http://www.saude.gov.br/bucal E-mail: [email protected]

    Superviso Geral: Hider Aurlio Pinto

    Coordenao Tcnica Geral: Allan Nuno Alves de Sousa Gilberto Alfredo Pucca Jnior

    Reviso Tcnica: Allan Nuno Alves de Sousa Aristides Oliveira Eduardo Melo Felipe Cavalcanti Gilberto Alfredo Pucca Jnior Hider Aurlio Pinto Patrcia Constante Jayme Thais Severino da Silva

    Elaborao Tcnica: Edson Hilan Gomes de Lucena Jos Eudes Barroso Viera Patrcia Tiemi Cawahisa

    Colaborao: Adriana Kitajima Alejandra Prieto de Oliveira Carolina Dantas Rocha X. de Lucena Cssia Pereira Abella Francy Webster de Andrade Pereira Moacir Paludetto Junior Renato Taqueo Placeres Ishigame Sylvio da Costa Jnior Lucinadja Gomes da Silva Rodrigo Cabral da Silva Thas Coutinho

    Lista de Siglas

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    LISTA DE SIGLAS AB Ateno Bsica

    AMAQ Autoavaliao para a Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica

    BPA-C - Boletim de Produo Ambulatorial Consolidado

    BPA-I - Boletim de Produo Ambulatorial Individualizado

    CEO Centro de Especialidades Odontolgicas

    CIB Comisso Intergestores Bipartite

    CIR Comisso Intergestores Regional

    CIT Comisso Intergestores Tripartite

    CMS Conselho Municipal de Sade

    CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade

    CONASEMS Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sade

    CONASS Conselho Nacional de Secretrios de Sade

    CPF - Cadastro de Pessoas Fsicas

    DAB Departamento de Ateno Bsica

    EAB Equipe de Ateno Bsica

    ESB Equipe de Sade Bucal

    ESF Estratgia Sade da Famlia

    FES Fundo Estadual de Sade

    FMS Fundo Municipal de Sade

    GM Gabinete do Ministro

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IEP Instituies de Ensino e Pesquisa

    LRPD Laboratrio Regional de Prtese Dentria

    MS Ministrio da Sade

    NASF - Ncleo de Apoio Sade da Famlia

    PIB Produto Interno Bruto

    PMAQ Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica

    PNSB Poltica Nacional de Sade Bucal

    RAS Rede de Ateno Sade

    SAS Secretaria de Ateno Sade

    SGDAB Sistema de Gesto de Programas do Departamento de Ateno Bsica

    SIA Sistema de Informaes Ambulatoriais

    SIAB Sistema de Informao da Ateno Bsica

    SUS Sistema nico de Sade

    TC Termo de Compromisso

    UBS Unidade Bsica de Sade

    UF Unidade da Federao

  • 4

    Sumrio

    1 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de

    Especialidades Odontolgicas (PMAQ-CEO).............................................................. 5

    2 Ateno Especializada em Sade Bucal .................................................................. 7

    3 Fases do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros

    de Especialidades Odontolgicas ............................................................................... 8

    3.1 Fase da Adeso e Contratualizao .................................................................. 8

    3.1.1 Primeira etapa Adeso ............................................................................. 8

    3.1.2 Segunda etapa Contratualizao ............................................................. 9

    3.1.3 Permanncia no Programa ....................................................................... 10

    3.1.4 Compromissos .......................................................................................... 11

    3.1.5 Indicadores de Contratualizao ............................................................... 13

    3.2 Fase do Desenvolvimento ............................................................................... 15

    3.2.1 Autoavaliao ............................................................................................ 15

    3.2.2 Monitoramento .......................................................................................... 18

    3.2.3 Educao Permanente .............................................................................. 19

    3.2.4 Apoio Institucional ..................................................................................... 20

    3.3 Fase da Avaliao Externa .............................................................................. 22

    3.3.1 Certificao dos CEO ................................................................................ 22

    3.4 Fase da Recontratualizao ............................................................................ 25

    ANEXOS ................................................................................................................ 27

    ANEXO 1 - Matriz de indicadores com regras de clculo ...................................... 27

    ANEXO 2 - Etapas para a Adeso e Contratualizao ao Programa no Sistema de

    Gesto de Programas do Departamento de Ateno Bsica (SGDAB) ................ 28

    ANEXO 3 - Critrios de Estratificao dos Municpios para o Processo de

    Certificao dos CEO ............................................................................................ 30

    Referncias ............................................................................................................... 32

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    1 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas (PMAQ-CEO)

    Uma das principais diretrizes atuais do Ministrio da Sade executar a gesto pblica com base na induo, monitoramento e avaliao de processos e resultados mensurveis, garantindo acesso e qualidade da ateno em sade a toda a populao. Nesse sentido, diversificados esforos tm sido empreendidos no sentido de qualificar a Poltica Nacional de Sade Bucal, denominada de Brasil Sorridente, que tem o objetivo de reorganizar o modelo de ateno sade bucal e ampliar o acesso s aes e servios de sade bucal, garantindo a continuidade do cuidado e ateno integral aos indivduos e s famlias.

    A Poltica Nacional de Sade Bucal (Brasil Sorridente) apresenta como

    principais linhas de ao a reorganizao da Ateno Bsica, especialmente por meio das Equipes de Sade Bucal da Estratgia Sade da Famlia, da Ateno Especializada, por meio da implantao de Centros de Especialidades Odontolgicas (CEO) e Laboratrios Regionais de Prteses Dentrias (LRPD), adio de flor nas estaes de tratamento de guas de abastecimento pblico e a vigilncia em sade bucal.

    Dessa forma tem possibilitado a ampliao e qualificao do acesso da

    populao s aes de promoo, preveno, recuperao e reabilitao em sade bucal, entendendo que esta fundamental para a sade geral e para a qualidade de vida da populao. O Brasil Sorridente est articulado a outras polticas de sade e demais polticas pblicas, de acordo com os princpios e diretrizes do Sistema nico de Sade (SUS).

    Visando a melhoria do acesso e da qualidade dos Centros de Especialidades

    Odontolgicas, o Ministrio da Sade (MS) prope o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas (PMAQ-CEO).

    O PMAQ-CEO foi Institui, no mbito da Poltica Nacional de Sade Bucal, atravs da Portaria n 261/GM/MS, de 21 de fevereiro de 2013, e foi produto de um importante processo de negociao e pactuao das trs esferas de gesto do SUS que contou com vrios momentos nos quais, Ministrio da Sade e os gestores municipais e estaduais, representados pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sade (CONASEMS) e Conselho Nacional de Secretrios de Sade (CONASS), respectivamente, debateram e formularam solues para viabilizar um desenho do Programa que possa permitir a ampliao do acesso e melhoria da qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas em todo o Brasil.

    Entre os seus objetivos especficos, podemos destacar:

    I Induzir a ampliao do acesso e a melhoria da qualidade nos Centros de

    Especialidades Odontolgicas (CEO);

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    II Construir parmetros de qualidade dos CEOs que sejam passveis de comparao nacional, regional e local, considerando as diferentes realidades de sade;

    III Fortalecer o processo de referncia e contrarreferncia de sade bucal; IV Estimular processo contnuo e progressivo de melhoramento dos padres

    de acesso e de qualidade que envolva a gesto, o processo de trabalho e os resultados alcanados pelos CEOs;

    V Transparncia em todas as suas etapas, permitindo-se o contnuo acompanhamento de suas aes e resultados pela sociedade, atravs do portal do Departamento de Ateno Bsica, da Secretaria de Ateno Sade, do Ministrio da Sade;

    VI Envolver, mobilizar e responsabilizar os gestores federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais, as equipes dos CEOs e os usurios num processo de mudana de cultura de gesto e qualificao da ateno especializada em sade bucal;

    VII Desenvolver cultura de negociao e contratualizao, que implique na gesto dos recursos em funo dos compromissos e resultados pactuados e alcanados;

    VIII Estimular a efetiva mudana do modelo de ateno em sade bucal, o desenvolvimento dos trabalhadores e a orientao dos servios em funo das necessidades e da satisfao dos usurios; e

    IX Carter voluntrio para a adeso tanto pelos profissionais do CEO quanto pelos gestores estaduais, do Distrito Federal e municipais, a partir do pressuposto de que o seu xito depende da motivao e proatividade dos atores envolvidos.

    O compromisso com a melhoria da qualidade deve ser permanentemente

    reforado com o desenvolvimento e aperfeioamento de iniciativas mais adequadas aos novos desafios colocados pela realidade, tanto em funo da complexidade crescente das necessidades de sade da populao, devido transio epidemiolgica e demogrfica e ao atual contexto sociopoltico, quanto em funo do aumento das expectativas da populao em relao eficincia e qualidade do SUS.

    O PMAQ-CEO se insere em um contexto no qual o Governo Federal, progressivamente, se compromete e desenvolve aes voltadas para a melhoria do acesso e da qualidade no SUS. Entre eles, importante destacar o Programa de Avaliao para a Qualificao do SUS, que possui como objetivo principal, avaliar os resultados da nova poltica de sade, em todas as suas dimenses. Trata-se de um modelo de avaliao de desempenho dos sistemas de sade, nos trs nveis de governo, que pretende mensurar os possveis efeitos da poltica de sade com vistas a subsidiar a tomada de deciso, garantir a transparncia dos processos de gesto do SUS e dar visibilidade aos resultados alcanados, alm de fortalecer o controle social e o foco do sistema de sade nos usurios.

    Dentre os desafios que o PMAQ-CEO pretende enfrentar para a qualificao da Ateno Especializada em Sade Bucal, destacam-se:

    I Qualidade da estrutura fsica;

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    II Insuficincia de instrumentais e equipamentos de qualidade, comprometendo a qualidade das aes;

    III Ambincia acolhedora dos CEO, evitando que os usurios tenham uma impresso de que os servios ofertados so de baixa qualidade e negativamente direcionados populao pobre;

    IV Inadequadas condies de trabalho para os profissionais, comprometendo sua capacidade de interveno e satisfao com o trabalho;

    V Instabilidade e elevada rotatividade dos profissionais, comprometendo a integrao dos profissionais e continuidade do servio;

    VI Incipincia dos processos de gesto centrados na induo e acompanhamento da qualidade;

    VII Grande demanda acumulada pelos modelos excludentes, sobrecarregando os CEOs com nmero excessivo de pessoas, gerando um longo tempo de espera para o atendimento;

    VIII Ausncia de protocolos clnicos para tratamento especializados, comprometendo a resolutividade do servio;

    IX Pouca integrao dos profissionais do CEO com a Equipe de Sade Bucal da Ateno Bsica e com os outros pontos da Rede de Ateno Sade (RAS);

    X Ausncia de protocolos de referncia e contrarreferncia de usurios, gerando um excesso de encaminhamentos inadequados; e

    XI Financiamento insuficiente.

    2 Ateno Especializada em Sade Bucal

    O Brasil Sorridente passou a organizar e estruturar a Ateno Secundria em

    Sade Bucal do Brasil atravs da criao e implantao dos Centros de Especialidades Odontolgicas (CEO) que so estabelecimentos de sade que prestam servios de mdia complexidade em sade bucal com o objetivo de garantir a referncia e contrarreferncia para as Equipes de Sade Bucal (ESB) da Ateno Bsica. Portanto esses servios complementam o trabalho das ESB, responsveis pelo primeiro atendimento, pela coordenao dos cuidados e acompanhamento dos usurios.

    Os CEOs devem ofertar minimamente as seguintes reas clnicas:

    diagnstico bucal, com nfase no diagnstico e deteco do cncer bucal; periodontia especializada; cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; endodontia e atendimento a pacientes com necessidades especiais. So classificados como Tipo I, quando apresentam 3 cadeiras odontolgicas, Tipo II, quando apresentam entre 4 a 6 cadeiras, e Tipo III, acima de 7 cadeiras. Independente do Tipo, todos os CEOs devem ofertar minimamente as cinco especialidades citadas anteriormente e todas as cadeiras devem funcionar por 40 horas semanais.

    A implantao dos CEOs iniciou-se em 2004, e at dezembro de 2012, j so

    947 servios implantados no Brasil. O maior nmero encontra-se na Regio Nordeste, seguido da Regio Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.

    Uma interface ideal entre a ateno bsica e ateno secundria em sade

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    bucal pode ser descrito atravs dos critrios de equidade, de integralidade no cuidado e de eficincia e eficcia, descritos a seguir.

    Equidade: todos os casos diagnosticados apropriadamente devem ser

    referenciados a um nvel de maior complexidade, sem barreiras para esse referenciamento.

    Integralidade no cuidado: todo tratamento requerido deve estar disponvel e acessvel, seja no nvel primrio ou secundrio, e o fluxo entre os nveis deve ser facilmente conseguido.

    Eficincia e Eficcia: deve-se garantir que as referncias sejam

    apropriadas e devidamente oportunas e com mecanismos de triagem adequados.

    3 Fases do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas

    O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas est organizado em quatro fases que se complementam e que conformam um ciclo continuo de melhoria do acesso e da qualidade dos CEOs, a saber:

    1 Adeso e Contratualizao; 2 Desenvolvimento; 3 Avaliao Externa; e 4 Recontratualizao O Ministrio da Sade, com o objetivo de qualificar todos os Centros de

    Especialidades Odontolgicas do pas, a partir de um processo pactuado de forma tripartite, permite a participao no Programa de todos os CEOs, independente do Tipo I, II ou III, desde que estes tenham habilitao de CEO pelo Ministrio da Sade, atravs de portaria especfica.

    importante ressaltar, que cada gestor Estadual, Municipal ou Distrito

    Federal poder incluir todos ou apenas um CEO de sua gesto no Programa.

    3.1 Fase da Adeso e Contratualizao

    3.1.1 Primeira etapa Adeso

    A primeira etapa, Adeso, consiste na indicao, pelos gestores municipais

    do quantitativo de CEOs que participaro do Programa, por meio do sistema do

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    PMAQ. Esta indicao se refere ao total de CEOs que o gestor municipal avalia que podero participar do Programa, assim como, tambm pode prever novos CEO a serem implantados e que podero ser inseridos no PMAQ-CEO at final da segunda etapa de Contratualizao.

    A primeira etapa, Adeso, condio obrigatria para a segunda etapa,

    Contratualizao. Com isso, somente os municpios que fizeram a adeso ao Programa podero indicar quais CEOs iro contratualizar sua participao no PMAQ-CEO. Cabe salientar que a contratualizao dos CEOs ser voluntria e pressupe um processo de pactuao num primeiro momento entre a equipe do CEO e gestores municipais e desses com o Ministrio da Sade.

    importante destacar que para os CEOs, sob gesto estadual ou de

    Universidades Federais, a etapa da Adeso ser em conjunto com a etapa da Contratualizao.

    3.1.2 Segunda etapa Contratualizao

    Esta etapa consiste na contratualizao de compromissos a serem firmados

    entre as equipes dos CEOs e os gestores estaduais, do Distrito Federal e municipais, e desses com o Ministrio da Sade, em um processo que envolve pactuao regional, estadual e a participao do controle social.

    A contratualizao realizada pelos gestores estaduais, do Distrito Federal e municipais por meio do sistema do PMAQ e ocorre da seguinte forma:

    1. Contratualizao entre o Estado/Distrito Federal/Municpio e o Ministrio da Sade.

    2. Contratualizao entre o Estado/Distrito Federal/Municpio e as equipes dos Centros de Especialidades Odontolgicas.

    Esta segunda etapa finalizada quando gerado o Termo de Compromisso (TC), que contm a descrio das responsabilidades das equipes dos CEOs, dos gestores dos CEOs (Gesto Estadual, Distrito Federal ou Municipal), Estados e Ministrio da Sade, gerado aps a concluso dos passos exigidos para contratualizao.

    Na contratualizao entre o gestor estadual, do Distrito Federal ou municipal e Ministrio da Sade o TC deve ser impresso, assinado e guardado pelo gestor.

    Na contratualizao entre equipe do CEO e gestor estadual, do Distrito Federal ou municipal o TC gerado deve ser impresso, assinado e guardado pelo responsvel de cada CEO. O TC dever estar disponvel no momento da avaliao externa, quando ser validado pelos avaliadores da qualidade. Alm deste Termo de Compromisso, dever tambm ser apresentada ata da reunio entre gestor estadual, do Distrito Federal ou municipal e a equipe do CEO, em que a equipe do CEO declara adeso voluntria ao Programa. O modelo de ata de reunio est disponvel no sistema no final da etapa de contratualizao.

    O Ministrio da Sade realizar a homologao dos CEOs que aderirem ao Programa, publicando portaria que especifica o conjunto de Estados e Municpios

    A adeso ao PMAQ-CEO ser realizada atravs do portal do DAB, pelo link: www.saude.gov.br/dab.

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    que passam a participar do PMAQ-CEO, com a respectiva quantidade de CEO. Para efeito de formalizao da adeso ao Programa, ser considerada a data de publicao da referida portaria.

    Aps a homologao da Contratualizao pelo Ministrio da Sade, o Municpio, Estado, Distrito Federal ou Universidade Federal receber, mensalmente, mediante transferncia fundo-a-fundo, 20% do valor integral do incentivo financeiro PMAQ-CEO, denominado Componente de Qualidade da Ateno Especializada em Sade Bucal, por cada CEO contratualizado, considerando o Tipo do CEO e a competncia em que a homologao foi publicada. Conforme valores do Quadro 1, a seguir:

    Quadro 1 - Valores do Componente de Qualidade da Ateno Especializada em Sade Bucal, por Tipo de CEO.

    Adeso ao Programa

    20%

    Desempenho mediano ou

    abaixo da mdia 20%

    Desempenho acima da mdia

    60%

    Desempenho muito acima da

    mdia 100%

    CEO I R$ 1.650,00 R$ 1.650,00 R$ 4.950,00 R$ 8.250,00

    CEO II R$ 2.200,00 R$ 2.200,00 R$ 6.600,00 R$ 11.000,00

    CEO III R$ 3.850,00 R$ 3.850,00 R$ 11.550,00 R$ 19.250,00

    Os valores do quadro acima sero transferidos, por CEO, aps o processo de

    Avaliao Externa do Programa, de acordo com o seu desempenho. Aps a homologao da Contratualizao realizada pelo Ministrio da Sade,

    o gestor Municipal dever informar ao Conselho Municipal de Sade (CMS), Comisso Intergestores Regional (CIR) e Comisso Intergestores Bipartite (CIB). No caso do gestor Estadual, a Comisso Intergestores Bipartite (CIB), o gestor do Distrito Federal dever informar ao Colegiado de Gesto da Secretaria de Estado da Sade do DF e no caso das Universidades Federais a Comisso Intergestores Bipartite (CIB). importante lembrar que essa etapa no impedir a homologao da contratualizao no PMAQ-CEO, nem o incio das transferncias dos recursos vinculados ao Programa. No entanto, o documento que comprova que foi informado a adeso aos respectivos colegiados mencionados, ser necessrio durante o processo de Avaliao Externa, a ser realizada na Fase 3 do PMAQ-CEO.

    3.1.3 Permanncia no Programa

    So condies para permanncia dos CEOs que aderiram ao Programa: I Manter o cadastro atualizado de todos os profissionais do CEO no

    Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES), assim como o cumprimento da carga horria de acordo com o informado;

    II Manter a alimentao regular da produo do CEO no Sistema de

    Informao Ambulatorial (SIA/SUS), permitindo, com isso, o efetivo monitoramento dos indicadores contratualizados no mbito do PMAQ-CEO;

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    III Casos de verificao por rgos de controle e sistema nacional de

    auditoria de que as condies certificadas no esto mais presentes, devendo, nesse caso, ser realizado processo conforme as disposies do sistema nacional de auditoria;

    IV Possuir identificao visual, na rea externa do CEO, de acordo com o

    Manual de Adequao Visual estabelecido pelo Ministrio da Sade; e VI Apresentar, no momento da Avaliao Externa, o Termo de

    Compromisso assinado pela equipe do CEO e ata de reunio da gesto com a equipe, indicando sua adeso voluntria.

    3.1.4 Compromissos

    Ao completar a etapa de Contratualizao, no sistema do PMAQ, os gestores

    e as equipes dos CEOs assumem compromissos voltados para a melhoria do acesso e qualidade do CEO.

    Consideram-se assim como compromissos das equipes do CEOs, dos gestores Municipal, Estadual, Distrito Federal e Universidades Federais no mbito do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas (PMAQ-CEO):

    I Compromissos da equipe do CEO:

    i. Organizar o processo de trabalho do CEO em conformidade com os

    princpios previstos no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas e nas diretrizes da Poltica Nacional de Sade Bucal (PNSB);

    ii. Alimentar o Sistema de Informao Ambulatorial (SIA/SUS) de forma regular e consistente;

    iii. Instituir espaos regulares para a discusso do processo de trabalho da equipe;

    iv. Instituir processos autoavaliativos como mecanismos disparadores da reflexo sobre a organizao do processo de trabalho, com participao de todos os profissionais que constituem a equipe do CEO;

    vi. Pactuar metas e compromissos para a qualificao do Centro de Especialidades Odontolgicas com a gesto estadual, municipal ou do Distrito Federal;

    vii. Monitorar as metas estabelecidas e pactuadas por cada especialidade; e viii. Pactuar protocolos clnicos em cada especialidade com as equipes de

    Sade Bucal da Ateno Bsica. II Compromissos dos Gestores do CEO (Gestes Estaduais, Municipais ou

    Distrito Federal):

    i. Garantir a oferta das 5 (cinco) especialidades mnima do Centro de Especialidades Odontolgicas;

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    ii. Garantir o cadastro atualizado dos profissionais no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Sade (CNES);

    iii. Manter alimentao regular e consistente no Sistema de Informao Ambulatorial (SIA/SUS), com informaes referentes a produo dos CEO, permitindo o seu monitoramento permanente;

    iv. Aplicar os recursos do Componente de Qualidade da Ateno Especializada em Sade Bucal em aes que promovam a qualificao do servio do CEO;

    v. Estruturar a Gerncia do Centro de Especialidades Odontolgicas, constituindo e garantindo condies de funcionamento da equipe de gesto responsvel pela implantao local do Programa;

    vi. Instituir processos de Autoavaliao da gesto e da equipe do CEO participante do Programa;

    vii. Garantir a integrao da equipe do CEO e equipe de Sade Bucal da Ateno Bsica e dos Hospitais;

    viii. Desenvolver Apoio Matricial do CEO para as ESB; ix. Realizar aes de Educao Permanente com/para a equipe do CEO; x. Implantar processo regular de Monitoramento e Avaliao, para

    acompanhamento e divulgao dos resultados do CEO no municpio; xi. Realizar aes para a melhoria das condies de trabalho da equipe do

    CEO; xii. Garantir a institucionalizao de protocolos de referncia e

    contrarreferncia dos usurios, tanto para ateno bsica quanto para a ateno terciria; e

    xiii. Apoiar a realizao do processo de Avaliao Externa da equipe do CEO participante do Programa, recebendo as equipes de avaliadores da qualidade e auxiliando-os no contato com os CEO a serem avaliadas, quando necessrio.

    III Compromissos dos Estados:

    i. Instituir mecanismos de Apoio Institucional aos municpios participantes do Programa, para potencializar os processos de melhoria do acesso e da qualidade do CEO;

    ii. Implantar processo regular de Monitoramento e Avaliao, para acompanhamento e divulgao dos resultados do CEO no Estado;

    iii. Ofertar aes de Educao Permanente e outras estratgias de qualificao da gesto e do servio especializado em odontologia;

    iv. Pactuar, com a Comisso Intergestores Bipartite, estratgias e diretrizes para a implementao do Programa no Estado, de acordo com suas diretrizes;

    v. Estimular e promover o intercmbio de experincias entre os diversos municpios, para disseminar tecnologias e conhecimentos voltados para a melhoria do acesso e da qualidade do CEO;

    vi. Contribuir com o processo de Avaliao Externa a que devem ser submetidas s equipes dos CEO participante do Programa, por meio do CONASS; e

    vii. Realizar estudos sobre a viabilidade tcnica e financeira para o estabelecimento ou orientao dos mecanismos de co-financiamento estadual dos CEO de gesto municipal, em convergncia com a Poltica Nacional de Sade Bucal.

  • 13

    IV Compromissos do Ministrio da Sade:

    i. Assegurar a efetiva implementao do Programa no mbito nacional, estadual, do Distrito Federal e municipal;

    ii. Transferir regularmente os recursos referentes ao Componente de Qualidade da Ateno Especializada em Sade Bucal, de acordo com as regras do Programa;

    iii. Efetuar a anlise do cumprimento das condies de adeso e de permanncia dos Estados, Municpios e Distrito Federal no Programa.

    iv. Elaborar instrumentos e promover processos de Apoio Institucional para subsidiar a implantao do Programa;

    v. Ofertar aes de Educao Permanente e outras estratgias de qualificao da gesto e do servio especializado em odontologia;

    vi. Implantar processo regular de Monitoramento e Avaliao, para acompanhamento e divulgao dos resultados do CEO no pas;

    vii. Realizar avaliaes que orientem o aperfeioamento do Programa e ampliem sua capacidade de gesto e de adequao s necessidades dos atores envolvidos em sua implementao;

    viii. Financiar e coordenar (de maneira tripartite) o processo de Avaliao Externa a que devem ser submetidas as equipes dos CEO participantes do Programa; e

    ix. Coordenar o processo de recontratualizao de aes para melhoria da qualidade do CEO, de maneira singularizada com cada equipe de CEO participante do Programa, a partir do seu desempenho no processo de Certificao.

    3.1.5 Indicadores de Contratualizao

    No momento da contratualizao, entre os compromissos a serem contratualizados pelas equipes dos CEOs e pelas gestes Estaduais, Municipais e Distrito Federal, encontra-se um conjunto de indicadores que foi eleito a partir das metas de produo estabelecidas para cada especialidade do CEO. Como a unidade de avaliao do Programa ser o CEO, a escolha dos indicadores ficou limitada queles que possam ser monitorados e avaliados por meio do Sistema de Informao Ambulatorial (SIA/SUS), uma vez que esse o nico sistema disponvel para a alimentao e acompanhamento da produo do CEO.

    Em consonncia com as diretrizes do PMAQ-CEO, o processo de monitoramento dever ser alvo de aperfeioamento contnuo tanto dos indicadores, como dos parmetros de desempenho. Tendo em vista as limitaes atuais dos sistemas de informao em sade para um acompanhamento mais efetivo dos resultados esperados dos CEOs, optou-se por iniciar o monitoramento com os indicadores disponveis que fazem parte da meta mnima mensal de cada tipo de CEO e de cada especialidade. Espera-se, a melhoria da alimentao do SIA/SUS, induzida pelo processo de monitoramento do PMAQ-CEO, e assim constituir uma base de dados mais consistente, que permita a incluso de novos indicadores e torne mais robusta essa etapa da avaliao de desempenho.

  • 14

    Diante disso, foram selecionados 8 (oito) indicadores, classificados segundo a natureza de seu uso:

    i. Indicadores de desempenho: vinculados ao processo de avaliao

    externa e que sero utilizados para a classificao dos CEOs, conforme o seu desempenho.

    ii. Indicadores de monitoramento: a serem acompanhados de forma regular para complementao de informaes sobre a oferta de servios e resultados alcanados por cada CEO, sem, no entanto, influenciar na pontuao atribuda aos CEOs no processo de avaliao externa. Nos prximos ciclos de implementao do programa, esses indicadores podero ser incorporados ao conjunto de indicadores de desempenho.

    Os indicadores de desempenho selecionados se referem s metas

    estabelecidas para cada CEO, por Tipo e por especialidade, atravs da Portaria n 1.464/GM/MS, de 24 de junho de 2011 (Quadro 2).

    Quadro 2 - Indicadores dos CEOs, segundo a natureza de seu uso.

    Indicadores Natureza do Uso Parmetros

    Mnimos Desempenho Monitoramento

    1. Procedimentos bsicos realizados em pessoas com necessidades especiais no ms

    X Tipo I: 80, Tipo II: 110 e

    Tipo III: 190

    2. Procedimentos de periodontia no ms

    X Tipo I: 60, Tipo II: 90 e

    Tipo III: 150

    3. Procedimentos de endodontia no ms

    X Tipo I: 35, Tipo II: 60 e

    Tipo III: 95

    4. Procedimentos de cirurgia oral no ms

    X Tipo I: 80, Tipo II: 90 e

    Tipo III: 170

    5. Procedimentos de endodontia em dentes permanentes com 3 ou mais razes no ms

    X Tipo I: 7, Tipo II: 12 e

    Tipo III: 19

    6. Procedimentos restauradores realizados em pessoas com necessidades especiais no ms

    X Tipo I: 40, Tipo II: 55 e

    Tipo III: 95

    7. Proporo de exodontias em relao aos procedimentos clnicos odontolgicos individuais em pessoas com necessidades especiais

    X

    8. Procedimentos de bipsia dos tecidos moles da boca

    X

    Para uma apropriao maior dos indicadores do PMAQ-CEO, esto apresentadas no anexo deste instrutivo as fichas tcnicas de cada indicador, com um detalhamento no s da sua frmula de clculo e fontes, mas tambm de suas possibilidades de uso, parmetros para interpretao de resultados e aes com potencial de melhorar os resultados de cada indicador.

  • 15

    3.2 Fase do Desenvolvimento

    A segunda fase do PMAQ-CEO consiste no desenvolvimento do conjunto de

    aes que sero empreendidas pela equipe do CEO, pelas gestes Estaduais, Municipais, do Distrito Federal e pelo Ministrio da Sade, com o intuito de promover os movimentos de mudana da gesto e do servio especializado de sade bucal que produziro a melhoria do acesso e da qualidade no CEO.

    Para fins didticos, esta fase est apresentada de forma pontual, sucedendo

    a primeira fase (Adeso e Contratualizao), entretanto, o que se pretende induzir que a fase de Desenvolvimento compreenda aes transversais e sistemticas durante todo o perodo de participao da equipe do CEO e da gesto no Programa.

    A fase de Desenvolvimento est organizada em quatro dimenses: 1 Autoavaliao; 2 Monitoramento; 3 Educao Permanente; e 4 Apoio Institucional

    3.2.1 Autoavaliao

    A autoavaliao o ponto de partida da fase de desenvolvimento, uma vez que os processos orientados para a melhoria da qualidade devem iniciar-se pela identificao e reconhecimento, pela prpria equipe do CEO, das dimenses positivas e tambm problemticas do seu trabalho, produzindo sentidos e significados potencialmente facilitadores/mobilizadores de iniciativas de mudana e aprimoramento.

    Avaliar pode significar a formao de opinio e a emisso de juzo de valor

    sobre determinado assunto. E, frequentemente, a temtica avaliao est associada a aspectos negativos como punio e eliminao daqueles que no alcanaram determinado resultado. O PMAQ-CEO busca contribuir para a superao desses vieses e situa a autoavaliao como instrumento que estimula o coletivo a colocar seu processo de trabalho em anlise e a pensar modos de mud-lo para superar problemas e alcanar objetivos pactuados por este mesmo coletivo. Trata-se de um processo que pretende orientar permanentemente a tomada de decises se constituindo como uma ao central para melhoria da qualidade das aes de sade.

    No mbito do Programa, recomenda-se que a autoavaliao seja realizada a partir de ferramenta composta por um conjunto de padres de qualidade, ou seja, por um conjunto de declaraes acerca da qualidade esperada quanto estrutura, aos processos e aos resultados das aes do CEO, configurando-se assim como uma ferramenta de potencial pedaggico de carter reflexivo e problematizador que abre possibilidades de construo de solues a partir da identificao de problemas.

  • 16

    Considerando a complexidade e relatividade inerente ao conceito de

    qualidade, que varia de acordo com o contexto histrico, poltico, econmico, cientfico e cultural da sociedade (Uchimura & Bosi, 2002), desejvel que o instrumento de autoavaliao utilizado contemple os diferentes pontos de vista dos atores envolvidos no fazer em sade - usurios, profissionais e gestores - entendendo que todos so co-responsveis pela qualificao do SUS.

    Os processos autoavaliativos devem ser constitudos no apenas pela identificao de problemas, mas tambm pela realizao de intervenes no sentido de super-los. No sendo possvel intervir em tudo aquilo que se julga necessrio a considerar tempo, recursos, questes polticas, etc. fundamental que sejam estabelecidas prioridades de investimento, para, a partir do reconhecimento das prioridades, construrem estratgias de ao com iniciativas concretas para a superao dos problemas identificados. Desse modo, processos autoavaliativos comprometidos com a melhoria contnua da qualidade podero potencializar os demais processos da fase de Desenvolvimento do PMAQ-CEO, na medida em que contribuir para, alm de outras coisas, a identificao das maiores necessidades para a educao permanente e o apoio institucional. Nesse sentido, a autoavaliao no deve ser encarada como um momento de pouca relevncia, tampouco como um momento angustiante que poder resultar em punies ou desmotivao dos trabalhadores.

    Ao mesmo tempo, para que possa se constituir como ao crtico-reflexiva, importante que a autoavaliao seja realizada entre pares, coletivamente, considerando todos os atores envolvidos com o CEO em seus diferentes mbitos. Com base no resultado da autoavaliao, sero identificadas as situaes que precisam ser revistas e/ou modificadas.

    Considerando tudo isso, a Coordenao-Geral de Sade Bucal, do

    Departamento da Ateno Bsica, oferece um instrumento autoavaliativo - Autoavaliao para a Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas: AMAQ-CEO construdo a partir da reviso e adaptao do instrumento de Autoavaliao para a Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica e da Pesquisa de Linha de Base para Avaliao e Monitoramento dos CEO. Cumpre destacar que, a ferramenta ofertada pelo Ministrio da Sade poder ser combinada com outras ferramentas, cabendo aos gestores Estaduais, Municipais, Distrito Federal e s equipes dos CEO definirem o uso do(s) instrumento(s) ou ferramenta(s) que se adque(m) sua necessidade e realidade.

    O instrumento AMAQ-CEO foi construdo considerando as seguintes

    diretrizes:

    I Refletir os princpios e diretrizes da Poltica Nacional de Sade Bucal;

    II Refletir os objetivos centrais e diretrizes do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade dos Centros de Especialidades Odontolgicas (PMAQ-CEO);

  • 17

    III Ser capaz de promover reflexes sobre as responsabilidades, tanto no que se refere forma de organizao e prtica de trabalho dos atores envolvidos na gesto e equipe do CEO, com vistas a promover o acesso com qualidade aos servios oferecidos; e

    IV Estimular a efetiva mudana do modelo de ateno em sade bucal e o fortalecimento da orientao dos servios em funo das necessidades e satisfao dos usurios.

    A partir desses elementos, o AMAQ-CEO foi organizado em dimenses e

    subdimenses para um conjunto de padres de qualidade que abrangem o que esperado em termos de qualidade na gesto e na ateno direta sade bucal no mbito da ateno especializada. Esses padres de qualidade caracterizam-se por sua abrangncia, referindo-se a uma viso ampla do sistema e das aes em sade e por serem capazes de evidenciar mudanas tanto os avanos, quanto os retrocessos. Contudo, importante destacar que o AMAQ-CEO no pretende esgotar todo o universo das prticas no CEO, entretanto, compe-se de um determinado conjunto de aes que so consideradas estratgicas e potenciais indutoras de mudanas no cotidiano dos servios.

    Com o objetivo de sistematizar as aes de melhoria da qualidade, sugere-se

    que sejam construdos planos de ao, inicialmente contemplando problemas menos complexos e que estejam sob a responsabilidade do ator em questo.

    Para contribuir com o processo de organizao do uso do AMAQ-CEO, a

    equipe do CEO dever registrar os resultados das autoavaliaes e seu plano de ao para o enfrentamento das fragilidades identificadas. O objetivo dessa estratgia possibilitar que as equipes monitorem a execuo do plano de interveno, bem como a anlise evolutiva dos resultados autoavaliativos. Vale ressaltar que sero exigidos durante a avaliao externa documentos que comprovem a realizao da autoavaliao.

    No h uma periodicidade definida para a realizao das autoavaliaes. No entanto, destaca-se que entre uma autoavaliao e outra deve haver um intervalo de tempo suficiente para a realizao de alguns movimentos no sentido da melhoria da qualidade. Portanto fundamental que o intervalo de tempo entre duas autoavaliaes permita a execuo de parte do plano de ao para que, ao se autoreavaliar, as equipes dos CEO j sejam capazes de identificar no apenas os impasses, mas tambm os resultados de suas intervenes.

    Por fim, cabe lembrar que a realizao de autoavaliaes, de tempos em

    tempos, com auxilio de instrumentos estruturados, no exclui a existncia e importncia das praticas avaliativas cotidianas, nem sempre conscientes ou planejadas, e que tambm podem mobilizar os trabalhadores na direo do aprimoramento de suas prticas.

  • 18

    3.2.2 Monitoramento

    O monitoramento dos indicadores e o consequente uso das informaes

    buscam: I Orientar o processo de negociao e contratualizao de metas e

    compromissos entre equipe do CEO e gestor Estadual, Municipal ou do Distrito Federal;

    II Subsidiar a definio de prioridades e programao de aes para melhoria da qualidade do CEO, tanto para os servios participantes, quanto para os gestores das trs esferas de governo;

    III Promover o aprendizado institucional, ao permitir a identificao e priorizao de desafios para melhoria da qualidade da CEO, o reconhecimento dos resultados alcanados e a efetividade ou necessidade de aperfeioamento das estratgias de interveno;

    IV Promover a democratizao e transparncia da gesto da CEO e o fortalecimento da participao do usurio, por meio da publicizao de metas, padres de qualidade e resultados alcanados; e

    V Fortalecer a responsabilidade sanitria e o protagonismo dos diversos atores, ao revelar tanto as fragilidades quanto os sucesso, motivando as equipes do CEO e gestores a enfrentarem os desafios.

    Cumpre destacar que, no ciclo de melhoria da qualidade do CEO, alcanar bons resultados nos indicadores e padres de qualidade pressupe a realizao constante de aes de monitoramento, para um diagnstico de prioridades de educao permanente, apoio institucional e programao e contratualizao de aes para a melhoria dos processos de trabalho. As gestes Estaduais, Municipais, do Distrito Federal e a equipe do CEO, com o intuito de promover a ampliao da melhoria do acesso e da qualidade, devem promover a melhoria dos indicadores e do desempenho nos padres de qualidade do CEO. Elas precisam ofertar um conjunto de aes compatvel com as necessidades de sade da populao, com qualidade satisfatria, traduzindo esse esforo nos resultados dos indicadores e nos padres de qualidade a serem avaliados, inclusive em termos de satisfao dos usurios.

    Para orientar os processos locais de monitoramento das aes desenvolvidas pelos CEOs, alguns pressupostos podem ser teis, tais como:

    I Ter carter formativo, pedaggico e reorientador das prticas, numa abordagem em que a informao possa produzir mudana na ao. O processo de monitoramento no deve ser entendido como um fim em si mesmo ou apenas como cumprimento de um compromisso meramente formal, mas sim como um mecanismo capaz de produzir a mudana, gerando propostas para a melhoria da qualidade das aes e processos monitorados, alm de promover aprendizado institucional e responsabilizao;

    II Subsidiar a gesto do CEO, incorporando informaes sobre desempenho aos processos decisrios e alinhando os processos de monitoramento, planejamento, educao permanente e apoio institucional;

  • 19

    III Evitar a vinculao dos processos de monitoramento a consequncias punitivas que reforcem resistncias, deturpao de resultados ou tenses desnecessrias que dificultem a apropriao de seus resultados e comprometam o interesse e motivao dos profissionais em alimentar adequadamente os sistemas informao;

    IV Reconhecer o sucesso dos CEOs que tiverem bom desempenho estimulando-os na busca de melhores resultados;

    V Permitir a identificao de experincias exitosas e a criao de oportunidades de cooperao horizontal entre os CEOs, promovendo o reconhecimento entre pares e relaes solidrias, mais do que a competio por melhores resultados;

    VI Possuir mecanismos que assegurem a participao democrtica dos envolvidos, constituindo um processo de negociao e pactuao entre sujeitos que compartilham co-responsabilidades; e

    VII Estabelecer mecanismos de divulgao sistemtica dos resultados do processo de monitoramento do CEO, com vistas democratizao e transparncia desses processos, ao aprendizado institucional, ao reconhecimento dos resultados alcanados e ao enfrentamento dos desafios para melhoria da qualidade dos CEOs.

    Considerando que a alimentao regular e consistente dos sistemas de informao constitui uma responsabilidade geral de todos os profissionais e gestores do SUS e um importante critrio de qualidade do CEO, esperado que os resultados nos indicadores reflitam em alguma medida o esforo das equipes dos CEOs e da gesto na melhoria da qualidade do servio, devendo haver uma coerncia entre o desempenho dos CEOs nos indicadores e a conformidade de suas aes com padres de qualidade associados a boas prticas.

    3.2.3 Educao Permanente

    O redirecionamento do modelo assistencial impe claramente a necessidade de reformulaes no processo de qualificao dos servios de sade e de seus profissionais e as mudanas no processo de trabalho em sade passam a exigir de seus atores (trabalhadores, gestores e usurios) maior capacidade de interveno e autonomia que possa contribuir para o estabelecimento de prticas transformadoras em sade e que propiciem o estreitamento dos elos entre concepo e execuo do trabalho. Nesse sentido, a educao permanente, alm da sua evidente dimenso pedaggica, deve ser encarada tambm como uma importante estratgia de gesto, com grande potencial provocador de mudanas no cotidiano dos servios, em sua micropoltica, bastante prximo dos efeitos concretos das prticas de sade na vida dos usurios, e como um processo que se d no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho. A educao permanente deve pressupor um processo pedaggico que contemple desde a aquisio/atualizao de conhecimentos e habilidades at o aprendizado que parte dos problemas e desafios enfrentados no processo de trabalho, envolvendo prticas que possam ser definidas por mltiplos fatores

  • 20

    (conhecimento, valores, relaes de poder, planejamento e organizao do trabalho, etc.) e que considerem elementos que faam sentido para os atores envolvidos (aprendizagem significativa). As estratgias de educao permanente podem se estruturar com base na vivncia e nos problemas da prtica de trabalho dos CEOs com vistas qualificao dos servios ofertados, por meio do fortalecimento dos processos de monitoramento, avaliao, apoio institucional e planejamento em sade nas trs esferas de governo. Outro pressuposto importante da educao permanente o planejamento/ programao educativa ascendente, em que, a partir da anlise coletiva do processo de trabalho e identificao de ns crticos possa elaborar estratgias de atuao. Estimula-se, assim, experincias inovadoras nas prticas de sade e na gesto do cuidado reconhecendo o mrito dos profissionais do servio e gestores que alcancem melhor desempenho e resultados no CEO. Com isso, o PMAQ-CEO visa contribuir, inclusive, para que os cursos pr-formatados sejam ofertados/incorporados em momentos e com mediaes que considerem necessidades de formao dos trabalhadores, para que faam mais sentido e tenham maior valor de uso.

    Com relao vinculao dos processos de educao permanente s estratgias de apoio institucional, avalia-se o grande potencial de desenvolvimento de competncias de gesto e do servio, na medida em aumenta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano.

    Portanto, central que as gestes estimulem os processos de educao

    permanente com os profissionais do CEO, entre os CEO, entre equipe de sade bucal da ateno bsica e CEO, no mbito municipal, no mbito regional e estadual.

    Dentre as ferramentas e estratgias a serem ofertadas pelo Ministrio da Sade, com foco na educao permanente, destaca-se o Frum Rede-CEO, que propicia a constituio de um importante espao de ampla comunicao dos gestores e trabalhadores do CEO. Esse Frum um espao virtual, disponvel no site do Brasil Sorridente (www.dab.saude.gov.br/brasilsorridente), que assegura a interao entre os indivduos e coletivos, em um ambiente que permite a troca dinmica de informaes e experincias, com a apresentao de dificuldades, narrativas vinculadas ao seu cotidiano, de maneira a viabilizar o aprendizado mediante as trocas e a reflexo sobre a sua experincia e a experincia do outro.

    3.2.4 Apoio Institucional

    O apoio institucional deve ser pensado como uma funo gerencial que busca a reformulao do modo tradicional de se fazer coordenao, planejamento, superviso e avaliao em sade. Ele deve assumir como objetivo a mudana nas organizaes, tomando como matria-prima os problemas e tenses do cotidiano. O apoio institucional deve ainda operar como um forte disparador de processos que

  • 21

    propiciem o suporte ao movimento de mudana deflagrado por coletivos, buscando fortalec-los.

    O objetivo do Apoiador Institucional considerado como o processo de trabalho de coletivos que se organizam para produzir sade. Nesse sentido, pressupe-se o esforo de transformar os modelos de gesto verticalizados em relaes horizontais que ampliem os graus de democratizao, autonomia e compromisso dos trabalhadores e gestores, baseados em relaes contnuas e solidrias entre apoiador e os profissionais do servio, contemplando demandas e ofertas de ambos.

    No cotidiano do trabalho dos CEOs, os profissionais enfrentam grandes

    desafios, tais como: trabalhar em equipe; interface com os profissionais da ateno bsica e ateno hospitalar; acolher as demandas dos usurios; discutir casos complexos dentre tantos outros. Neste contexto, o apoio institucional na sade deve adotar como diretriz a democracia institucional, a autonomia dos sujeitos e a produo do cuidado integral, uma vez que o trabalho do apoiador envolve sempre a sua insero em espaos coletivos, de maneira a permitir uma anlise aprofundada dos aspectos de contexto que constrangem a atuao dos profissionais, bem como o exerccio de autoanlise pelo servio. A revelao e anlise dos problemas e dificuldades dos profissionais devem estar atrelada a um esforo de potencializao dos profissionais e suas experincias, evitando a culpabilizao e impotncia, o que no quer dizer desresponsabilizao.

    Dessa forma, o desenvolvimento de aes de apoio institucional deve possuir

    um carter compartilhado e ser construdo a partir das realidades e singularidades de cada servio, alm de pressupor planejamento, avaliao constante e agendas de educao permanente para o desenvolvimento das dimenses gerenciais, pedaggicas e matriciais desempenhadas pelos apoiadores.

    Dentre as estratgias de apoio institucional no PMAQ-CEO, compreende-se o

    apoio do Ministrio da Sade s coordenaes estaduais de sade bucal, COSEMS e municpios; o apoio das coordenaes estaduais de sade bucal s coordenaes de sade bucal nos municpios e destes aos CEO. Esse trabalho de apoio, pode ocorrer em trs planos: (a) o das relaes interfederativas, (b) o relativo ao desenho e articulao da ateno especializada com outros pontos de ateno da rede, e (c) o que se refere ao processo de trabalho dos CEO e micropoltica do cotidiano.

    importante considerar que, a despeito da lgica do apoio institucional ser a

    mesma para as trs dimenses de apoio descritas (Ministrio da Sade, coordenaes estaduais e municipais), h certas especificidades que marcam cada uma delas.

    A seguir, apresentam-se alguns exemplos de aes que podem ser realizadas por apoiadores:

    I Discusso e montagem das agendas dos profissionais do CEO enquanto

    dispositivos que organizam e orientam o trabalho coletivo cotidiano em funo das necessidades e prioridades em sade bucal;

    II Facilitao dos processos locais de planejamento;

  • 22

    III Facilitao da organizao de intervenes intersetoriais; IV Facilitao da interlocuo com as equipes de sade bucal da ateno

    bsica; V Anlise de indicadores e informaes em sade; VI Discusso dos protocolos de referncia e contrarreferncia; VII Discusso dos protocolos clnicos das especialidades; e VIII Mediao de conflitos, buscando ajudar na conformao de projetos

    comuns entre trabalhadores, gestores e usurios, sem pretender eliminar diferenas e tenses, mas buscando enriquecer os processos com o convvio das diferenas, o esforo de escuta/dilogo, a converso das crises paralisantes em crises produtivas e a construo de projetos comuns.

    Embora os exemplos citados dem maior nfase ao apoio institucional aos

    profissionais do CEO, grande parte das indicaes tambm se aplica para o apoio gesto estadual e municipal.

    3.3 Fase da Avaliao Externa

    A Avaliao Externa consiste na terceira fase do PMAQ-CEO que ser

    realizada pela Coordenao-Geral de Sade Bucal/Departamento de Ateno Bsica em parceria com Instituies de Ensino e/ou Pesquisa (IEP). Ao contratualizar o PMAQ-CEO, o gestor assume que participar da avaliao externa, sem a necessidade de formalizar a solicitao.

    Nessa etapa, um grupo de avaliadores da qualidade, selecionados e

    capacitados pelas IEP, iro aplicar instrumentos para verificao de padres de acesso e qualidade alcanados pelos profissionais e pela gesto. Sero realizadas observaes de infraestrutura do CEO, entrevista com o Gerente do CEO, com um cirurgio-dentista do CEO, com usurios e verificao de documentos. O preenchimento prvio do mdulo online com informaes sobre caractersticas e aes do servio e gesto subsidiar o trabalho de campo dos avaliadores.

    As questes que compem o instrumento de avaliao externa refletem os

    padres descritos no instrumento de autoavaliao (AMAQ-CEO). Estes documentos esto disponveis no site do Departamento de Ateno Bsica (www.saude.gov.br/dab).

    Cabe salientar que as atividades dos avaliadores da qualidade devem ser

    pactuadas anteriormente com o gestor municipal, estadual e COSEMS, possibilitando assim, um planejamento e logstica adequados ao trabalho de campo.

    3.3.1 Certificao dos CEO

    O processo de certificao do PMAQ-CEO deve ser entendido como um momento de reconhecimento do esforo dos profissionais do CEO e do gestor para

  • 23

    melhoria do acesso e da qualidade no CEO. A certificao no se limita ao alcance de elevados padres de qualidade, mas tambm ao desenvolvimento de aes para o fortalecimento dos processos de gesto e de trabalho.

    Considerando que o conceito de qualidade varia de acordo com o contexto,

    esperado que o PMAQ-CEO esteja em constante aperfeioamento, de modo a contemplar, progressivamente, a diversidade dos cenrios em que ser implantado e as novas demandas e desafios da Poltica Nacional de Sade Bucal, no contexto do SUS.

    A certificao ser norteada por parmetros que permitam a comparabilidade

    de desempenho entre os CEOs, a partir da verificao das mdias de desempenho, considerando as trs dimenses definidas a seguir. Mas, considerando a diversidade de cenrios scioeconmicos, epidemiolgicos e demogrficos entre os municpios brasileiros, sero consideradas, nos processos de avaliao, as diferenas dos municpios participantes e as suas especificidades de respostas demandadas aos sistemas locais de sade. Nesse sentido, para a classificao de desempenho dos CEOs, seguir a mesma distribuio dos municpios por estrato utilizado no PMAQ da Ateno Bsica, definidos com base em critrios de equidade, e o desempenho dos CEOs ser comparado mdia e ao desvio padro do conjunto de CEO pertencentes ao mesmo estrato e ao mesmo Tipo.

    A partir da 2 (segunda) certificao, o desempenho de cada CEO ser

    comparado em relao aos outros CEOs, do mesmo Tipo e estrato, bem quanto evoluo do seu prprio desempenho ao longo da adeso ao PMAQ-CEO. Esse aspecto permitir a anlise do CEO com ele mesmo ao longo do tempo, considerando a evoluo do seu desempenho no esforo de melhoria da qualidade empreendido desde a adeso ao Programa.

    Os CEOs, participantes do Programa, sero certificados, conforme o seu

    desempenho, considerando trs dimenses: I Implementao de processos autoavaliativos;

    II Verificao do desempenho alcanado para o conjunto de indicadores contratualizados; e

    III Verificao de evidncias para um conjunto de padres de qualidade.

    No processo de certificao, a nota final de cada CEO ser composta a partir da distribuio conforme apresentado no Quadro 3. Quadro 3 - Distribuio dos pesos para a certificao dos CEOs.

    Dimenso Percentual da Nota Final da

    Certificao I Implementao de processos autoavaliativos

    10%

    II Verificao do desempenho alcanado para o conjunto de indicadores contratualizados

    30%

    III Verificao de evidncias para um conjunto de padres de qualidade

    60%

  • 24

    Partindo do entendimento de que a

    implementao de processos autoavaliativos de extrema importncia para a melhoria da qualidade do servio, 10% da nota final da certificao de cada CEO ser vinculada realizao da autoavaliao, independentemente dos resultados alcanados. O restante da nota ser a partir dos resultados alcanados para o conjunto de indicadores contratualizados, com isso os CEOs podero receber at 30% da nota final do processo de certificao. E a partir do seu desempenho para o conjunto de padres de qualidade a serem verificados no local de atuao durante a avaliao externa, eles podero receber at 60% da nota final.

    A cada ciclo do Programa, novos parmetros de qualidade podero ser

    definidos, induzindo avanos na direo do que se espera em termos de desenvolvimento da gesto, dos CEOs e do alcance dos resultados de sade da populao.

    Com base na necessidade de adequao dos critrios, parmetros e

    ferramentas de avaliao, assim como no PMAQ-AB, os padres de acesso e qualidade verificados para os CEOs sero classificados como:

    PADRES GERAIS: Padres que compem a matriz de pontuao

    para a certificao dos CEOs. PADRES ESTRATGICOS: Padres relacionados a polticas

    estratgicas do Ministrio da Sade (rede cegonha, rede de urgncia e emergncia, rede de ateno psicossocial, etc.). Esses padres tero maior peso na matriz de pontuao durante o processo de certificao dos CEOs.

    PADRES OBRIGATRIOS: Padres ligados com os compromissos

    mnimos que condicionam a permanncia dos CEOs no programa. PADRES ESSENCIAIS: Padres com elevados percentuais de

    cumprimento pelos CEOs e/ou relacionados a condies mnimas de acesso e qualidade. Esses padres no acrescentaro pontos aos CEOs, no entanto, subtrairo pontos dos CEOs que no o atingirem.

    *O no alcance de um percentual mnimo dos padres essenciais ser condio para que o CEO seja considerado com desempenho insatisfatrio.

    A partir da Avaliao Externa, os CEOs podero ser classificados em quatro categorias:

    I Desempenho INSATISFATRIO: quando o CEO no cumprir com os

    compromissos previstos nas Portarias n 599/GM/MS, de 23 de maro de 2006, n

    A realizao da autoavaliao dever ocorrer aps a adeso ao Programa. Processos autoavaliativos desenvolvidos em momentos anteriores no sero considerados para a pontuao vinculada a autoavaliao.

  • 25

    600/GM/MS, de 23 de maro de 2006, n 1.464/GM/MS, de 24 de junho de 2011 e n 261/GM, de 21 de fevereiro de 2013, e assumidos no Termo de Compromisso no momento da contratualizao no (PMAQ-CEO). A obteno de tal avaliao ensejar a desclassificao do CEO. No caso de CEO aderido Rede de Cuidados Pessoa com Deficincia devero, ainda, ser observadas as disposies da Portaria n 1.341/GM/MS, de 13 de junho de 2012;

    II Desempenho MEDIANO OU ABAIXO DA MDIA: considerando a

    distribuio da curva de Gauss, 50% dos CEO classificados sero considerados com o desempenho mediano ou abaixo da mdia;

    III Desempenho ACIMA DA MDIA: considerando a distribuio da curva

    de Gauss, 34% dos CEO classificados sero considerados com o desempenho acima da mdia; e

    IV Desempenho MUITO ACIMA DA MDIA: considerando a distribuio da

    curva de Gauss, 16% dos CEO classificados sero considerados com o desempenho muito acima da mdia.

    A partir da classificao alcanada no processo de certificao, respeitando-se as categorias de desempenho descritas acima, os Estados, Municpios, Distrito Federal ou Universidades Federais recebero, por CEO contratualizado, os percentuais do incentivo PMAQ-CEO (Quadro 1) e contratualizaro novas metas e compromissos, conforme as seguintes regras:

    I - DESEMPENHO INSATISFATRIO: suspenso do repasse dos 20% (vinte

    por cento) do incentivo PMAQ-CEO e obrigatoriedade de celebrao de um termo de ajuste;

    II - DESEMPENHO MEDIANO OU ABAIXO DA MDIA: manuteno dos

    20% (vinte por cento) do incentivo PMAQ-CEO e Recontratualizao; III - DESEMPENHO ACIMA DA MDIA: ampliao de 20% (vinte por cento)

    para 60% (sessenta por cento) do incentivo PMAQ-CEO e Recontratualizao; e IV - DESEMPENHO MUITO ACIMA DA MDIA: ampliao de 20% (vinte por

    cento) para 100% (cem por cento) do incentivo PMAQ-CEO e Recontratualizao.

    Uma vez que o CEO seja certificado os valores diferenciados do Componente

    de Qualidade da Ateno Especializada em Sade Bucal, conforme o seu desempenho, sero retroativo, a contar do ms de competncia da avaliao externa.

    3.4 Fase da Recontratualizao

    A quarta fase do PMAQ-CEO constitui o processo de recontratualizao que deve ocorrer aps a certificao do CEO. Com base na avaliao de desempenho

  • 26

    de cada servio, uma nova contratualizao de indicadores e compromissos dever ser realizada, completando o ciclo de qualidade previsto pelo Programa.

    Nessa fase est prevista a pactuao singular dos CEOs e dos gestores com o incremento de novos padres e indicadores de qualidade, estimulando a institucionalizao de um processo cclico e sistemtico a partir dos resultados alcanados pelos participantes do PMAQ-CEO.

    A partir dos resultados alcanados pelos CEO, ser possvel identificar

    tendncias que nortearo a construo de novas estratificaes que levem em considerao a realidade das regies e outras questes que aumentaro a possibilidade de comparaes mais equitativas.

  • 27

    ANEXOS

    ANEXO 1 - Matriz de indicadores com regras de clculo

    MATRIZ DE INDICADORES DE MONITORAMENTO DO PMAQ - CEO

    DENOMINAO CONCEITO FONTE MTODO DE CLCULO

    Procedimentos bsicos realizados em pessoas com necessidades especiais no ms

    1.1 Nmero de procedimentos bsicos realizados em pessoas com necessidades especiais

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Individualizado BPA-I

    Total de procedimentos bsicos realizados em pessoas com necessidades especiais no ms.

    * Conforme a Portaria n 1.464/GM/MS, de 24/06/2011.

    Procedimentos de periodontia no ms

    1.2 Nmero de procedimentos realizados de periodontia especializada

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Consolidado BPA-C

    Total de procedimentos de periodontia no ms.

    * Conforme a Portaria n 1.464/GM/MS, de 24/06/2011.

    Procedimentos de endodontia no ms

    1.3 Nmero de tratamentos endodnticos realizados.

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Consolidado BPA-C

    Total de procedimentos de endodontia no ms.

    * Conforme a Portaria n 1.464/GM/MS, de 24/06/2011.

    Procedimentos de cirurgia oral no ms

    1.4 Nmero de procedimentos de cirurgia oral realizados.

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Consolidado BPA-C

    Total de procedimentos de cirurgia oral no ms.

    * Conforme a Portaria n 1.464/GM/MS, de 24/06/2011.

    Procedimentos de endodontia em dentes permanentes com 3 ou mais razes no ms

    1.5 Nmero de procedimentos de endodontia em dentes permanentes com 3 ou mais razes realizados.

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Consolidado BPA-C

    Total de procedimentos de endodontia em dentes permanentes com 3 ou mais razes no ms.

    * Conforme a Portaria n 1.464/GM/MS, de 24/06/2011.

    Procedimentos restauradores realizados em pessoas com necessidades especiais no ms

    1.6 Nmero de procedimentos restauradores realizados em pessoas com necessidades especiais em relao ao total de pessoas com necessidades especiais atendidas.

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Individualizado BPA-I

    Total de procedimentos restauradores realizados em pessoas com necessidades especiais no ms.

    * Conforme a Portaria n 1.464/GM/MS, de 24/06/2011.

    Proporo de exodontias em pessoas com necessidades especiais

    1.7 Percentual de extraes dentrias em pessoas com necessidades especiais

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Individualizado BPA-I

    N de exodontias realizadas em pessoas com necessidades

    especiais atendidas no ms / n total de procedimentos clnicos

    individuais preventivos e curativos realizados em pessoas

    com necessidades especiais, atendidas no mesmo perodo.

    Procedimentos de bipsia dos tecidos moles da boca

    1.8 Nmero de bipsias dos tecidos moles da boca realizadas.

    Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Boletim de Produo Ambulatorial Individualizado BPA-I

    Total de procedimentos de bipsias em tecidos moles da

    boca realizados no ms. * 02.01.01.052-6 - Bipsia dos

    tecidos moles da boca

  • 28

    ANEXO 2 - Etapas para a Adeso e Contratualizao ao Programa no Sistema de Gesto de Programas do Departamento de Ateno Bsica (SGDAB)

    A adeso ao PMAQ-CEO ser formalizada, em conjunto com o PMAQ-AB, atravs do Sistema de Gesto de Programas do Departamento de Ateno Bsica (SGDAB) e seguir as seguintes etapas:

    I Adeso do Municpio: 1. O gestor municipal dever acessar o portal do Departamento de Ateno

    Bsica no endereo: dab.saude.gov.br/portaldab e entrar no Sistema de Gesto de Programas do Departamento de Ateno Bsica (SGDAB), utilizando o login e senha cadastrados no sistema, no Acesso Pessoa Fsica.

    2. Caso tenha havido mudana de gestor municipal e seja necessrio cadastrar o novo gestor ou novos responsveis por Equipe (EAB, ESB, NASF e CEO), o login dever ser criado utilizando o Acesso FMS/FES utilizando como login o CNPJ e senha do Fundo Municipal de Sade no endereo: dab.saude.gov.br/portaldab.

    3. Aps cadastramento e habilitao, o novo responsvel poder acessar o

    SGDAB, utilizando como login o CPF e a senha que ser enviada ao e-mail cadastrado. Para visualizar corretamente todas as pginas do sistema, todos os perfis de acesso devem ser selecionados e salvos, antes de concluir o cadastro do responsvel.

    4. Aps receber a senha, o responsvel pela gesto municipal deve entrar no

    sistema e clicar em Adeso ao PMAQ > 1 Etapa de Adeso. A adeso ser constituda por trs etapas: a. Visualizao dos resultados obtidos pelo conjunto de equipes do municpio. (somente para os municpios que participaram do 1 ciclo do PMAQ). b. Preenchimento de informaes prvias sobre adeso, com a indicao da quantidade de equipes a serem habilitadas para a etapa de contratualizao. c. Fornecimento de informaes sobre recontratualizao e participao no 1 ciclo do PMAQ, preenchendo um formulrio com avaliao sobre o primeiro ciclo do PMAQ. Essas informaes sero fundamentais para a organizao e planejamento das aes que sero empreendidas no segundo ciclo, com o intuito de apoiar o processo de qualificao do programa.

    5. Confirmao das informaes sobre a adeso e recontratualizao e finalizao das telas. Concludo este processo, o municpio estar habilitado para a etapa de contratualizao, a ser preenchida no sistema.

    II Contratualizao do responsvel pela Gesto Municipal

  • 29

    1. O responsvel pela gesto municipal dever entrar no sistema e clicar em

    Adeso ao PMAQ>2 Etapa de Adeso (contratualizao). A contratualizao do municpio ser constituda por quatro etapas: a. Habilitao do CEO para o Cadastramento. Somente podero realizar a contratualizao os CEO que possurem o perfil de responsvel, criado pelo gestor municipal, utilizando o login do FMS/FES, descrito no item 2 acima. b. Visualizao dos Compromissos a serem pactuados no 2 Ciclo do PMAQ. c. Gerenciar as adeses e contratualizaes dos CEO. Nesta etapa o gestor vai indicar todas as equipes que faro parte do 2 Ciclo do PMAQ. E ser permitido contratualizar no mximo o nmero de CEOS informados na 1 etapa de adeso. d. Finalizao e gerao dos Termos de Compromisso (TC). Nesta etapa o gestor deve baixar os termos de compromisso, conforme a contratualizao realizada, seguindo as recomendaes: - TC Gestor municipal: deve ser impresso e assinado pelo gestor municipal (1 cpia), arquivar na SMS. No necessrio envio para o Ministrio da Sade; - TC CEO: imprimir 1 cpia por equipe contratualizada. O documento deve ser preenchido e assinado pelo responsvel da equipe. Durante a avaliao externa ser necessrio a apresentao do documento, bem como da ata de reunio que comprova adeso voluntria da equipe.

    2. Aps a finalizao da contratualizao, o Ministrio da Sade proceder pela homologao de adeso do municpio e seu(s) respectivo(s) CEO em Portaria especfica.

  • 30

    ANEXO 3 - Critrios de Estratificao dos Municpios para o Processo de Certificao dos CEO

    Com o intuito de assegurar maior equidade na comparao dos CEO no

    processo de certificao, os municpios sero distribudos em estratos que levam em conta aspectos sociais, econmicos e demogrficos, utilizado no PMAQ da Ateno Bsica.

    Foi construdo um ndice que varia de zero a dez, composto por cinco

    indicadores: 1 - Produto Interno Bruto (PIB) per Capita, 2 - Percentual da populao com plano de sade, 3 - Percentual da populao com Bolsa Famlia, 4 - Percentual da populao em extrema pobreza, 5 - Densidade demogrfica. O PIB per capita utilizado foi o do ano de 2008, fornecido pelo Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). Devido a grande disparidade entre o menor e o maior valor, utilizou-se uma tcnica de normalizao para atribuir uma pontuao de zero a cinco para a metade dos municpios que recebem os menores valores do PIB per capita. A outra metade recebeu pontuao distribuda de cinco a dez.

    Os dados referentes a densidade demogrfica tambm foram disponibilizados

    pelo IBGE e da mesma forma que para o PIB, este indicador apresentou forte variabilidade entre o menor e o maior valor. Por essa razo, foi necessrio utilizar a mesma tcnica de normalizao para atribuir a pontuao referente a esse indicador.

    Os dados referentes cobertura da populao com planos de sade, por

    municpio, so do ano de 2009 e foram disponibilizados pela Agncia Nacional de Sade. Cada municpio obteve uma pontuao de zero a dez , conforme o percentual de pessoas com plano de assistncia mdica.

    O percentual da populao em extrema pobreza foi calculado pelo IBGE, com

    base no universo preliminar do censo demogrfico de 2010. Cada municpio obteve uma pontuao de zero a dez, de acordo com o percentual de pessoas que no esto em extrema pobreza.

    Por sua vez, o percentual da populao com Bolsa Famlia foi informado pelo

    Ministrio de Desenvolvimento e Combate Fome e tem como referncia o ano de 2010. Cada municpio obteve uma pontuao de zero a dez, conforme o percentual de pessoas que no recebem o Bolsa Famlia.

    Para a composio do ndice, os cinco indicadores receberam diferentes

    pesos, sendo que foi considerada, para cada municpio, a menor pontuao entre o percentual da populao com bolsa famlia e o percentual da populao em extrema pobreza.

  • 31

    Indicador Peso

    Produto Interno Bruto per Capita 2 Percentual da populao com plano de sade 1 Percentual da populao com Bolsa Famlia 1 Percentual da populao em extrema pobreza 1 Densidade demogrfica 1

    Os municpios foram distribudos em seis estratos, de acordo com a sua pontuao total e seu porte populacional1:

    Estrato Critrios de Estratificao

    1 Municpios com pontuao menor que 4,82 e populao de at 10 mil habitantes.

    2 Municpios com pontuao menor que 4,82 e populao de at 20 mil habitantes.

    3 Municpios com pontuao menor que 4,82 e populao de at 50 mil habitantes.

    4 Municpios com pontuao entre 4,82 e 5,4 e populao de at 100 mil habitantes; e municpios com pontuao menor que 4,82 e populao entre 50 e 100 mil habitantes.

    5 Municpios com pontuao entre 5,4 e 5,85 e populao de at 500 mil habitantes; e municpios com pontuao menor que 5,4 e populao entre 100 e 500 mil habitantes

    6 Municpios com populao acima de 500 mil habitantes ou com pontuao igual ou superior a 5,85.

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    Referncias

    Brasil. Ministrio da Sade. Coordenao Nacional de Sade Bucal. 3 Conferncia nacional de sade bucal: relatrio final. Braslia: Ministrio da Sade; 2004. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Coordenao Nacional de Sade Bucal. Diretrizes da Poltica Nacional de Sade Bucal. Braslia; 2004. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Coordenao Nacional de Sade Bucal. Manual de especialidades em sade bucal. Braslia; 2008. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Coordenao Nacional de Sade Bucal. Cadernos de Ateno Bsica, n. 17 Sade Bucal. Braslia; 2006. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno. Coordenao-Geral de Sade Bucal. Portaria GM n. 283/2006. Braslia 2005. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno. Coordenao-Geral de Sade Bucal. Portaria GM n. 599/2006. Braslia 2006. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno. Coordenao-Geral de Sade Bucal. Portaria GM n. 600/2006. Braslia 2006. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno. Coordenao-Geral de Sade Bucal. Portaria GM n. 1.464/2011. Braslia 2011. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno. Departamento de Ateno Bsica. Portaria GM n. 2.488/2011. Braslia 2011. Figueiredo N, Goes PSA. Construo da ateno secundria em sade bucal: um estudo sobre os Centros de Especialidades Odontolgicas em Pernambuco, Brasil. Cad. Sade Pblica, 2009; 25(2):259-67. Figueiredo N, Silveira FMM, Neves JC, Magalhes BG, Goes PSA. Avaliao de aes da ateno secundria e terciria de sade bucal. In: Goes PSA, Moyss SJ, organizadores. Planejamento, gesto e avaliao em sade bucal. So Paulo: Artes Mdicas; 2012. Morris, AJ.; Burke, FJT. Primary and secondary dental care: how ideal is the interface? Br Dent J. 2001; 191:666-70