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ABLA 35 anos em movimento

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Presidente do Conselho Nacional da ABLAPaulo Gaba Jr.

multiplicando

U m grupo de empresários acreditou que juntos fariam mais e melhor, trabalhou e uniu esforços, teve seguidores

e, graças a eles, conseguimos formar uma entidade respeitada, reconhecida e principalmente DE TODOS!

35 anos não são 35 dias, e muito esforço, tempo, dinheiro e saúde foram investidos para não apenas

erguer, mas sobretudo manter em pé nossa associação.

O matemático americano John Nash pregava que a soma de esforços gerava multiplicação de resultados. Os

fundadores da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) acreditaram nisso, e hoje colhemos os

frutos dessa união de pessoas de bem, comprometidas e que realmente acreditavam que um setor melhor e mais

forte traria resultados positivos a suas empresas também.

Este livro é uma homenagem a todos que participaram da formação da NOSSA ABLA, e espero que façam uma

viagem nesta história bonita, verídica e da qual são personagens.

E se é certo que a vida começa aos 40, devemos estar preparados para nossa maturidade setorial plena muito em breve!

Boa leitura!

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS

prefácio

Em 1977, o mundo era outro, mas já se alugavam carros. Os modelos utilizados para locação foram se

modernizando, ficando mais econômicos, confortáveis, elétricos e conectados, com maior autonomia,

mais seguros e de várias marcas, globais e “made in Mercosul”.

O comportamento do consumidor, em um mundo digital e globalizado, que confirma suas reservas via dispositivos

móveis e com interface nos sistemas operacionais das locadoras, agilizou o atendimento de um setor que se popularizou.

O país do futebol vai sediar novamente uma Copa, e nosso fantástico povo vai receber também uma Olimpíada. Após

anos de estagnação econômica e muito esforço social, existe horizonte de crescimento econômico sustentado e constante.

35 anos e 500 mil carros mais tarde, mais de 2 mil empresas se modernizam, e a ABLA qualifica profissionais para

atuar em um país onde tudo está acontecendo.

E como nem sempre foi assim, decidimos contar a história de nossa associação através do tempo, mostrando a atuação

dos principais clientes das montadoras como agentes dessas mudanças no cenário turístico, político e econômico.

A locação de carros esteve presente em praticamente todos os fatos relevantes da história recente do Brasil. Durante

o “milagre econômico” e na redemocratização do Brasil , todas as construtoras alugaram carros para suas obras.

No impeachment de Collor, que faz 20 anos, ou no enterro de Tancredo Neves, muitos alugaram carros. Agora,

na era do pré-sal, quantas empresas do setor petrolífero não alugam veículos de nossas empresas? E em um setor

turístico que se desenvolve rápido, quantas operadoras de turismo não locam nossos carros para seus clientes

desfrutarem suas férias?

O visionário Henry Ford disse que o automóvel traria desenvolvimento ao Brasil, e acertou. Vou agora arriscar

dizer que o aluguel desses automóveis é que trará a distribuição dessa riqueza por toda nossa federação. E mais

uma vez o sucesso virá para os que perseverarem, porque alugar carros requer, mais que tudo, muita fé.

Paulo Gaba Jr.São Paulo/2012

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De símbolo de status a motor da economia nacional

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De símbolo de status a motor da economia nacional

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O ano era 1891. O lugar, pouco glamouroso: o Porto de Santos, onde atracou o navio Portugal, recém-chegado da Europa. Foi ali, em meio aos estivadores e a uns poucos representantes

da aristocracia da época, que o jovem Alberto Santos Dumont, então com 18 anos, viu desembarcar um automóvel Peugeot, com motor Daimler a gasolina, comprado por 1.200 francos pela família, quando ainda residiam na França. A novidade chamou a atenção não só dos moradores da pacata cidade de Santos, mas também de quem, tempos mais tarde, circulava pelo centro de São Paulo, mais precisamente pela Rua Direita. Esse era o destino preferido, em suas voltas pela cidade, do engenheiro Henrique Dumont, milionário produtor de café da região de Ribeirão Preto, São Paulo, pai do jovem Alberto.

De símbolo de status

da economia nacional

a motor

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CURI

OSID

ADES

ANTIGUIDADE

O veículo Benz, ano 1913, utilizado por Rui Barbosa, é considerado o carro mais antigo da empresa Mercedes-Benz existente no Brasil. O veículo está exposto na casa de Rui Barbosa, transformada em museu, no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro.

1913

“FENEMÊS” NA ESTRADA

A Fábrica Nacional de Motores – FNM, criada por Getúlio Vargas, em 1938, para produzir motores de avião, passa a montar o caminhão D-9500, da italiana Alfa Romeo. Os “Fenemês” caíram no gosto popular e fi zeram

história, algumas

folclóricas.

1951

1953 LÁ VEM A

KOMBI

Com capital de CR$ 60 milhões e 12 funcionários, é fundada na Rua do Manifesto, no bairro paulistano do Ipiranga, a fábrica da Volkswagen. Ali, a companhia deu início à montagem da Kombi e do Sedan 1.200.

1950 UM CLÁSSICO

A Volkswagen importa o primeiro Fusca para testar sua aceitação no Brasil. Com motor 1.200 e alavanca de câmbio no painel com três marchas, o carro foi comprado pelo paulistano Rodolfo Maerz, por CR$ 59,7 mil, mais CR$ 1.493 em selos.

no gosto popular e fi zeram

história, algumas

da Volkswagen. Ali, a companhia deu início à montagem da Kombi e do Sedan 1.200.

Distante 440 quilômetros da capital paulista, a cidade do Rio de Janeiro também

conheceu o barulho dos automóveis cedo, por volta de 1895. Um dos primeiros ilustres

proprietários da novidade foi o jornalista José do Patrocínio, que circulava pelas

estreitas ruas cariocas a bordo de um modelo francês, movido a vapor, com fornalha,

caldeira e chaminé. Diz a lenda que, em uma tarde, Olavo Bilac, que aprendia com

Patrocínio a difícil arte de dirigir, perdeu a direção e se chocou contra uma árvore, na

Estrada Velha da Tijuca, inutilizando o veículo. Patrocínio � cou desolado; Bilac, ao

contrário, gabava-se de ser o precursor dos desastres de automóvel no Brasil.

Na mesma época, o estudante de engenharia Fernando Guerra Duval provocava

inveja entre os moços da época ao cruzar a cidade com seu Decauville, com motor a

gasolina, dois cilindros. Na falta de combustível, Guerra Duval ia às farmácias e comprava

benzina. O carro era aberto, sem capota e com escapamento livre, o que provocava muito

barulho. O carro andou também em Petrópolis, para onde foi em uma prancha da estrada

de ferro, pois não havia estrada ligando a cidade imperial ao Rio de Janeiro.

Se os carros da família Dumont e do jornalista Patrocínio causaram espanto em São

Paulo e Rio de Janeiro, o autêntico “Clement”, com motor Penhard & Levassor, fabricado

em 1895, importado por José Henrique Lonat, não provocou menos comentários na

Salvador nos idos de 1900.

De símbolo de status a motor da economia nacional

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1960

19641959 NA VITRINE

É inaugurado, no Pavilhão de Exposições do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o I Salão do Automóvel, ainda hoje uma das principais vitrines do setor. No decorrer de seis décadas, o salão foi palco de lançamentos de modelos que fi zeram a cabeça dos jovens e que, ainda, circulam pelas ruas em mãos de colecionadores, a exemplo do Simca Chambord, Dodge Charger, Karmann-Ghia, Corcel GT, Ford Maverick, Puma GT, Fuscão

1.600, além do Ford Landau, do Passat e da Caravan.

PAIXÃO NACIONAL

Em 3 de janeiro de 1959, o presidente Juscelino Kubitschek assiste ao lançamento do primeiro Fusca Made in Brazil. Para marcar a data, JK passeia pela fábrica de São Bernardo do Campo a bordo de um sedã conversível. O Fusca é reconhecidamente o primeiro automóvel de baixo custo do país, o preferido de milhões de brasileiros por muitos anos. O primeiro Fusca comercializado tinha 95% de nacionalização e foi vendido ao paulistano Eduardo Andrea Matarazzo, por CR$ 471,5 mil, pela concessionária Marcas Famosas.

SUPERESPORTIVO

A história do Puma começou em 1964, em Matão, interior de São Paulo, quando o empresário Rino Malzoni resolveu criar um carro esportivo. Em 1965, apresentou o protótipo GT Malzoni. Em 1967, o modelo rebatizado de Puma entra em produção. Entre 1971 e 1984, foram lançados os modelos GTS (conversível) e o GTE (cupê). O carro deixou de ser

fabricado em 1993.1.600, além do Ford Landau, do

Passat e da Caravan.

Chambord, Dodge Charger, Karmann-Ghia, Corcel GT, Ford Maverick, Puma GT, Fuscão

1.600, além do Ford Landau, do Passat e da Caravan.

1964

GTS (conversível) e o GTE (cupê). O carro deixou de ser fabricado em 1993.fabricado em 1993.fabricado em 1993.

Mas foi mesmo em São Paulo que os automóveis se multiplicaram. Doze anos depois

do desembarque do primeiro automóvel em solo brasileiro, a cidade já contava com seis

carros. Um ano depois, em 1904, já eram 84 registrados na Inspetoria de Veículos por

� guras ilustres da sociedade paulista, como Antonio Prado Junior, Ermelino Matarazzo,

Ramos de Azevedo, José Martinelli e Menotti Falchi, dono da Fábrica de Chocolates

Falchi, portador da primeira carteira de motorista nacional, expedida no mesmo ano.

Foi, também, em 1904, que a próspera Manaus, capital da borracha, viu circular

por suas ruas um modelo francês, da marca Renault, tipo Double-phaeton. O dono

era o engenheiro Antonio de Lavandeyra, diretor-presidente local da Manaus Harbour

Limited, a companhia inglesa que construía o porto � utuante da capital do Amazonas.

Bem distante dali, Minas Gerais via nascer sua primeira estrada rodoviária, entre

os municípios de Caeté e Sabará. O empresário João Pinheiro comprou um carro

e fez a estrada para transportar a produção da Cerâmica Nacional de Caeté para

Sabará, em uma distância de 20 quilômetros, percorridos em quatro horas, a uma

média de 5 km/h. A paixão pelos automóveis era comum entre os jovens abastados

da época, a ponto de, em 26 de junho de 1908, a cidade abrigar a primeira corrida

automobilística realizada no Brasil. No Parque Antarctica, uma verdadeira multidão,

capaz de desembolsar 2.000 réis pelo ingresso, aplaudiu o grande vencedor do rali,

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UM LUXO SÓ

A Ford lança o Galaxie 500, carro de luxo com motor V8, que se tornou, por muito tempo, o transporte ofi cial das noivas a caminho da igreja. No fi m desse mesmo ano, sai da linha de produção o último DKW Vemag.

1967

NOVIDADES PODEROSAS

A Ford coloca no mercado o Corcel 4 Portas e o Galaxie LTD, enquanto a GM lança o Opala, seu primeiro carro de passageiros fabricado no Brasil. A Toyota, por sua vez, apresenta o Bandeirante, com produção 100% nacional.

1968

1970 NO EMBALO

DO TRI-CAMPEONATO

Enquanto o Brasil festeja

o tricampeonato de futebol no México, a Volkswagen produz seu carro de número 1 milhão em território nacional e lança o Fuscão 1.600. Foi com o clássico Fusca, fabricado pela montadora, que o então prefeito Paulo Maluf presenteou a seleção brasileira, iniciativa que, mais tarde, custou-lhe muitas justificativas. O político foi processado por gastar o dinheiro público.

UM LUXO SÓ

A Ford lança o Galaxie 500, carro de

apresenta o Bandeirante, com produção 100% nacional.

HENRY FORD

UMA GRANDE NAÇãoO automóvel está destinado a fazer do brasil

o paulistano Sylvio Penteado. Com um Fiat de 40 cv, ele cumpriu o

trajeto de 70 quilômetros em 1 hora e 30 minutos. Nesse mesmo ano, o

conde francês Lesdain realiza a pioneira travessia Rio-São Paulo – 700

quilômetros de estradas tortuosas, que ele percorreu em 33 dias, em um

carro Brasier, de 16 cv. As aventuras não pararam por aí. Antonio Prado

Junior organizou pouco tempo depois uma caravana de “bandeirantes

sobre rodas de borracha”, com destino a Santos, no litoral paulista, pelo

perigoso Caminho do Mar. A brincadeira durou 36 horas.

O movimento de automóveis pelas ruas da capital paulista no início

do século XX não chamava a atenção apenas dos usuários, mas também

dos grandes fabricantes. De olho no mercado cada vez mais crescente,

a Ford decide, em 1919, trazer a empresa para o Brasil, com o aval do

próprio Henry Ford:

- O automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação.

Disposta a crescer com o país, a montadora instalou o escritório e a

sua primeira linha de montagem na Rua Florêncio de Abreu, no centro

da cidade de São Paulo. Ali passou a produzir o Modelo T, o famoso Ford

Bigode, cujas peças eram importadas do exterior em caixas de madeira.

Os imponentes fordinhos circulavam pelas ruas de uma São Paulo que

começava a se verticalizar. A própria legislação municipal passou a obrigar

que novas construções instaladas nas ruas Xavier de Toledo, Sete de Abril,

Conselheiro Crispiniano e Vinte e Quatro de Maio tivessem, no mínimo,

De símbolo de status a motor da economia nacional

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1974 REFRIGERAÇÃO A ÁGUA

Chega às revendedoras Volkswagen o Passat, primeiro carro brasileiro refrigerado a água e com tração dianteira. Nesse mesmo ano, Percival Lafer inicia a produção em série do MP Lafer, ao lado da fábrica de móveis da família, em São Paulo. Foram fabricados 4.300 unidades do modelo durante 16 anos.

1974 MOVIDO A ENERGIA

O primeiro carro elétrico brasileiro foi o Itaipu, fabricado pela Gurgel. Tinha apenas dois lugares e precisava de aproximadamente 10 horas para recarregar completamente suas baterias, que pesavam 320 quilos, dando uma autonomia de 60 a 80 quilômetros. Equipado com motor elétrico de 120 volts, 3.000 watts e potência de 4,2 cv.

1973 SOTAQUE MINEIRO

A Fiat formaliza junto ao governo de Minas Gerais a construção de uma fábrica e defi ne o modelo Fiat 127 como base para produzir seu primeiro carro no país. Com motor mais potente e suspensão reforçada, o modelo dá origem ao Fiat 147.

Equipado com motor elétrico de 120 volts, 3.000 watts e potência de 4,2 cv.

10 andares. Com uma população de 240 mil habitantes, a cidade conheceu

os primeiros auto-ônibus, como uma alternativa aos bondes.

Em 1925, foi a vez de a General Motors se instalar por aqui, com a

inauguração de uma fábrica no bairro paulistano do Ipiranga, de onde,

dois anos depois, saiu o primeiro Chevrolet que circulou pela cidade. Em

1929, a GM iniciou a construção de mais uma unidade fabril, desta vez no

município de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, onde está até hoje.

Com as montadoras investindo na produção e as vendas aumentando

sensivelmente, São Paulo começa a sofrer as consequências do progresso.

As ruas estreitas já não absorviam com facilidade o trânsito de veículos e

bondes. Entre 1920 e 1939, só no estado de São Paulo, o número de carros

de passeio saltou de 5.596 para 43.657, uma frota su� ciente para provocar

reclamações da população em relação ao barulho estridente das buzinas,

do ronco dos motores e do trânsito que já se formava nas principais ruas e

avenidas da cidade.

Em 1930, Prestes Maia, ainda como secretário de Obras da cidade de

São Paulo, e mais tarde como prefeito, deu início ao seu Plano de Avenidas,

que previa a remodelação do sistema viário de grandes avenidas do centro:

a Av. Anhangabaú (atual Av. Prestes Maia) e a Av. Itororó (a conhecida

Av. 23 de Maio). A década, indiscutivelmente, mudou a geogra� a da

cidade. Em 1938, foi inaugurado o túnel Nove de Julho, com 460 metros

de extensão, construído na avenida do mesmo nome, projetado pelo

engenheiro italiano Domingos Marchetti, para unir o centro da cidade

aos bairros.

Mas, se a cidade crescia em direção aos bairros, era mesmo no

centro que aconteciam as principais manifestações populares. Em 1935,

jovens da sociedade paulistana, entre elas Cordélia de Salles Penteado

de Brito, Maria Salles Penteado Teixeira, Puri� cação Rabelo da Silva e

ABLA | 35 anos

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FRUTO DE UM SONHO

O primeiro Miura, com motor 1.600 cilindradas, surgiu em 1975, resultado do sonho dos empresários Aldo Besson e Itelmar Gobbi, diretores da empresa Aldo Auto Capas, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nos 17 anos seguintes, foram mais de 6.000 unidades com importantes inovações. Além do design, o Miura contava com computador de bordo, freios ABS, trio elétrico e injeção eletrônica. A produção foi encerrada em 1991.

1975

ANISTIA POLÍTICA

O general João Baptista de Figueiredo promulga a anistia política pelo regime militar. O fi m da década seria marcado pela campanha do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, com greves lideradas pelo seu, então, presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva. O movimento se espalha a outros setores. Cerca de 3,2 milhões de trabalhadores entram em greve.

1979

GREVES

O setor produz mais de 1 milhão de veículos, em um ano marcado por ondas de greves dos metalúrgicos do ABC, sede das principais fabricantes do setor. As paralisações atingiram tanto as montadoras quanto o segmento de autopeças.1

978

1981 MAIOR SEGURANÇA

Nesse ano, a Ford lança o Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro na oferta de travas e vidros elétricos. Em 1982 chega ao mercado o utilitário Pampa e, em 1983, o Ford Escort, primeiro carro com motor transversal da montadora no Brasil.

Luiz Inácio “Lula” da Silva. O movimento se espalha a outros setores. Cerca de 3,2 milhões de trabalhadores

1981

ao mercado o utilitário Pampa e, em 1983, o Ford Escort, primeiro carro com motor transversal da montadora no Brasil.

Wanda Arouche, esbanjavam animação em um Chevrolet 1933, um táxi

de aluguel com placas A11-334, fantasiadas de soldados Flit, em alusão

a um personagem da propaganda do inseticida em bomba spray Flit.

Era terça-feira gorda do Carnaval de 1935 e ninguém sonhava perder o

Corso na Avenida São João.

Se as décadas de 1920 e 1930 foram de grande crescimento para

a indústria do automóvel no país, os anos 1940 foram responsáveis

pelo envelhecimento da frota. Com o início da II Guerra Mundial, as

importações tornaram-se impraticáveis. Como as fábricas montavam

seus carros aqui, mas não produziam as peças, os automóveis outrora

muito cobiçados foram, aos poucos, tornando-se ultrapassados.

Enquanto a frota envelhecia, a cidade continuava a ganhar novos

contornos, com a conclusão da Ponte das Bandeiras sobre o Rio Tietê,

no eixo da futura Av. Tiradentes, que custou à prefeitura 4.500 contos de

réis e facilitou o ir e vir de quem morava na Zona Norte da cidade. Bem

longe dali, era inaugurada, em 1947, a Via Anchieta, com 67 quilômetros,

ligando a cidade de São Paulo ao município de Santos, com capacidade

prevista para comportar de 16 mil a 18 mil veículos por dia.

Percorrer a estrada recém-inaugurada para um almoço na Ponta da

Praia, em Santos, faz parte da memória do paulistano Américo Lopes

Simões, de 79 anos.

- Viajamos em seis automóveis Ford novinhos. Embora a velocidade

fosse baixa, descer a Serra do Mar naquela época era uma aventura de

dar frio na barriga.

Arquivo da família Penteado

De símbolo de status a motor da economia nacional

151986 SÓ

ESTRANGEIROS

Sem novidades e impactadas pelas incertezas da economia, os membros da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não participaram da 14ª edição do Salão do Automóvel, que mostrou apenas veículos importados, fora de série e modifi cados.

1984 PIONEIRISMO

A Fiat lança o Uno, modelo que se desdobrou em várias versões e que entrou para a história como pioneiro no segmento de “carros populares” uma década mais tarde.

1985 MERCADO ABERTO

O presidente Fernando Collor de Mello dá início à abertura das importações, forçando a competitividade da indústria nacional, até então protegida por reservas de mercado. Nasce a Autolatina, que se tornou a maior indústria automotiva do país, com 47 mil empregados e investimentos de US$ 2,5 bilhões.

1993 POPULARIZAÇÃO

É criado o Programa do Carro Popular, com motor 1.0 e preço equivalente a US$ 7,2 mil. O primeiro modelo lançado pela Ford foi o Escort Hobby, com fi la de espera nas concessionárias para compra.

47 mil empregados e investimentos de US$ 2,5 bilhões.

Simões lembra, ainda, que tirar carteira de motorista no início dos

anos 1950 exigia mais do que habilidade, pedia uma boa dose de sorte.

- O exame era feito na ladeira da Rua Silva Pinto, no centro da

cidade, em um Ford Perfect, com motor 4 cilindros. No banco, ao lado

do motorista, sentava-se um examinador de físico avantajado e, no

banco de trás, outro do mesmo porte. A ordem era parar o carro na

ladeira e dar a saída sem amassar uma caixa de fósforos, colocada a

poucos centímetros do pneu traseiro. Para ajudar, o carro não tinha

potência alguma vazio, que dirá cheio.

Foi com a chegada de Juscelino Kubitschek à Presidência da

República, em janeiro de 1956, que o setor começou a respirar novos

ares. JK, como o presidente era chamado, deu o impulso necessário à

implantação da indústria automobilística nacional. Em 16 de junho de

1956, ele assinou o Decreto nº 39.412, que criou o Grupo Executivo

da Indústria Automobilística (Geia), exatos 29 dias após a fundação

da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(Anfavea). A data é considerada o marco o� cial do nascimento da

indústria automobilística no Brasil.

ABLA | 35 anos

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Em 5 de setembro do mesmo ano, sai da linha de montagem da fábrica Máquinas

Agrícolas Romi, instalada em Santa Bárbara do Oeste, no interior de São Paulo, a Romi-

Isetta, primeiro carro de passageiros com 70% de índice de nacionalização. Dois meses

depois, é apresentada a perua DKW-Vemag, de duas portas e 60% de componentes

nacionais. O lançamento foi em alto estilo, no Rio de Janeiro, com festa de gala no Hotel

Copacabana Palace e presença do Presidente da República. Estava dada a largada para o

fortalecimento de uma nova indústria no país.

No � m dos anos 1960, o Brasil somava 65.755.000 habitantes e comemorava a

produção de 2 milhões de carros no país. Com isso, os congestionamentos tornavam-

se cada vez mais evidentes. Os bondes, que até então eram usados para transporte

público, em 1968 foram desativados, multiplicando-se os ônibus e os automóveis. O

sistema viário de Prestes Maia, ideal para uma população de 1 a 2 milhões de pessoas,

tornou-se impraticável para uma metrópole de 5 a 6 milhões de habitantes. A solução

encontrada foi construir as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, que, como o esperado,

desafogaram em parte o obsoleto sistema viário paulista.

As duas décadas seguintes, anos 1970 e 1980, foram marcadas por uma forte

retração econômica, que culminou com a redução da fabricação de veículos e uma

leva de demissões da indústria automobilística. Enquanto Roberto Carlos estrelava

DKW OU COPACABANA PALACE

PARA NÃO DEIXAR NINGUÉM A PÉ

Em setembro desse ano é lançado no país o serviço de carro reserva (replacement), que, em 1996, já representava 15% do faturamento de algumas empresas locadoras. Dois anos antes, nos Estados Unidos, foram movimentados

US$ 3,7 bilhões com esse tipo de serviço.

1995 EXPANSÃO

Das 11 mil locadoras em operação no Brasil, 680 integravam uma das 14 redes de franquias do setor, das quais 575 eram administradas por franqueados, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. O setor de locação cresceu 15% ao ano, entre 1993 e 1995, embalado, principalmente, pelo processo de terceirização de frotas.

1996

1996 CARRO DE PASSEIO

A Toyota inaugura sua fábrica em Indaiatuba, interior de São Paulo, a primeira planta de automóveis de passeio, em uma área de 23 mil m². Entre 1996 e 1998, foram investidos US$ 150 milhões na produção de 15 mil unidades/ano. O Projeto Corolla foi considerado um dos mais audaciosos da montadora no país.

Dois anos antes, nos Estados Unidos, foram movimentados

US$ 3,7 bilhões com esse tipo de serviço.

De símbolo de status a motor da economia nacional

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nas telas dos cinemas o � lme Roberto Carlos a 300 km por Hora, pilotando um

Dodge Charger 1971, a cidade ganhava um dos seus projetos mais polêmicos,

a via elevada Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Minhocão. Oito

anos mais tarde, o ex-campeão mundial de Fórmula I, Jackie Stewart, rodou por

São Paulo pilotando um Fusquinha da Telesp, o primeiro carro convertido para

o uso de álcool como combustível.

Os anos 1980 registraram uma forte instabilidade econômica e política do

país. Em 1986, a Volkswagen decide descontinuar a produção do Fusca, que

virou objeto de desejo dos colecionadores. No mesmo período, a montadora

intensifica suas exportações, principalmente do Passat, que até hoje é visto

nas ruas do Iraque. Cerca de 170 mil carros foram exportados para o país,

entre 1983 e 1988. Conhecidos por lá como Brazili, os veículos traziam no

vidro os dizeres “Made in Brazil”.

Com uma frota de 18,3 milhões de veículos em 1990, a indústria

automobilística foi surpreendida, em 1993, com a retomada da produção do

Fusca, a pedido do presidente da República. Em 23 de agosto daquele ano,

Itamar Franco reinaugurou a linha do Fusca, na fábrica da Anchieta, da

Volkswagen, a bordo de um conversível azul-claro, repetindo a clássica cena

2004 TECNOLOGIA TRIFLEX

A General Motors colocou à disposição dos consumidores a tecnologia do carro trifl ex, ou seja, veículos equipados com motores que podem funcionar a álcool, gasolina ou gás natural veicular. O primeiro a rodar com a novidade foi o Astra Sedan, desenvolvido em parceria com a Bosch, Powertrain e Rodogás.

2006 PARA NÃO PERDER

O RUMO

Depois de oito anos de proibição, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou o uso de equipamentos que geram imagens no painel dos carros, como telas de DVD ou aparelhos que orientam os motoristas com mapas, os chamados GPS (Sistema de Posicionamento Global). A medida autorizava o uso das telas pelos passageiros da frente e motoristas, desde que possuíssem sistemas que as tornassem inoperantes caso o carro estivesse em movimento.

2005 EM PROL DO

MEIO AMBIENTE

É instituído na cidade de São Paulo o rodízio municipal de veículos, com horário restrito de circulação de carros de acordo com o fi nal das placas. A medida vigora até hoje.

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ITAMAR NO FUSCAFOLHA PRESS

De símbolo de status a motor da economia nacional

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De símbolo de status a motor da economia nacional

19

de Juscelino Kubitschek, em 1959, durante a inauguração da mesma

fábrica. Foi nessa década, também, que os brasileiros fizeram fila na

porta das concessionárias à espera do carro popular.

Do popular aos primeiros modelos estrangeiros de luxo se

passaram quase dez anos. Na primeira década dos anos 2000,

instalaram fábricas por aqui, entre outras, as montadoras Renault,

Honda, PSA Peugeot Citroën, Nissan e Mitsubishi. Mas foi a

Volkswagen que, em 2003, lançou no Brasil os carros com tecnologia

total flex, que, dois anos depois, já superavam em vendas os modelos

a gasolina.

Hoje, 121 anos depois do desembarque do primeiro automóvel no

Brasil, a indústria automobilística nacional é a quarta maior produtora

de carros do mundo, perdendo apenas para China, Estados Unidos e

Japão. Em 2011, foram 3.406.150 unidades fabricadas, contra 3.381.728

no ano anterior. A frota em circulação pelas ruas alcançou 34,6 milhões

de veículos, sendo 27,4 milhões de automóveis. E, assim como no

início da industrialização, São Paulo abriga 34,7% do total de carros,

somando índices de congestionamento cada vez mais elevados.

QUARTO LUGAR

O Brasil tornou-se o quarto maior produtor mundial de automóveis, com 3 milhões de veículos, porém é o único membro do grupo de países emergentes, BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a não possuir uma montadora genuinamente nacional.

2007

2006 NADA DE ESCURINHO

Nesse ano, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a exigir que o uso de insulfi lme no vidro dos carros fosse fi scalizado com maior rigor, a partir de aparelhos que medem o índice de transparência do vidro. A legislação determina 75% de visibilidade no para-brisa, 70% nos vidros laterais dianteiros e 50% em todos os vidros traseiros. O índice de visibilidade deve constar em marcação visível do lado de fora do vidro.

QUATRO É DEMAIS

Chega ao mercado nacional o Veloster, da Hyundai, primeiro carro a rodar com apenas três portas e não com as quatro convencionais.

2011

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Tudo começou na região central de São Paulo

21

Ao assumir a Presidência da República, em 1956, o mineiro Juscelino Kubitschek pôs em prática o Plano de Metas, 50 anos de progresso em 5 anos de realizações, que na década

seguinte, em conjunto com as obras já realizadas por Getúlio Vargas, deram origem ao chamado “milagre econômico”. Foram investimentos em todos os setores da economia, principalmente em infraestrutura. Como consequência, a paisagem urbana de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo foi, aos poucos, ganhando novos contornos, com a construção de grandes edifícios e de casas de arquitetura menos opulenta e mais funcional.

Tudo começou na

de são pauloregião central

de são paulo

ABLA | 35 anos

22

Nas ruas, o movimento de automóveis crescia a olhos vistos. Os

veículos Fusca, Dauphine, DKW, Aero-Willys, Simca e Romi-Isetta

foram os primeiros a circular pelas rodovias que se multiplicavam

em todas as direções. Consolidava-se, assim, a sociedade urbano-

industrial brasileira, sustentada por uma política desenvolvimentista

e um novo estilo de vida difundido pelas revistas, pelo cinema, pelo

rádio e pela televisão, introduzida no país em 1950.

Nessa época, aos 30 anos de idade, o comerciante Adalberto Camargo,

nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, já ganhava dinheiro

com a revenda de automóveis usados na região central da capital paulista.

Adalberto chegou à cidade em 1939, aos 16 anos, sem pro� ssão de� nida.

Trabalhou como marceneiro, atendente de armazém, vendedor de lingerie

e auxiliar de tabelião, até entrar no ramo de automóveis. Começou lavando

carros para observar como funcionava o negócio de carros usados e, com

o dinheiro acumulado, montou a própria revenda.

Empreendedor perspicaz, Adalberto decidiu gastar suas economias

com uma viagem aos Estados Unidos. O que para a maioria dos

concorrentes soou como um desperdício do dinheiro em lazer, para ele

LADO A LADO COM OS AVIÕES

A primeira locadora de automóveis instalou-se dentro de um aeroporto, em 1932, em Chicago. Além da proximidade com os viajantes, oferecia o sistema fl y-drive, combinando o uso do carro alugado com uma viagem de avião.

1932

FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO

Nessa década, aparecem as primeiras empresas de leasing mercantil, com as quais foi possível alavancar o desenvolvimento das locadoras de veículos, com fi nanciamentos a longo prazo.1

970

1950 ALUGUEL

DE CARROS NO PÓS-GUERRA

Na década de 1950, o mercado europeu se recupera da II Guerra Mundial, e a locação de automóveis tem grande impulso. No Brasil, na região central de São Paulo, alguns empresários de revendas de carros usados começam a alugar seus veículos como atividade complementar.

alavancar o desenvolvimento das locadoras de veículos, com fi nanciamentos a longo prazo.1

970

Tudo começou na região central de São Paulo

23

1975

1981PROÁLCOOL

O Programa Nacional de Álcool (Proálcool) teve início em 14 de janeiro de 1975 durante o governo do general Ernesto Geisel, com o objetivo de incentivar a produção de álcool de qualquer insumo, por meio da oferta de matérias-primas e aumento da produção agrícola. O governo investiu no programa US$ 7 bilhões até 1989, em subsídios e pesquisas. A Petrobras arcou com a responsabilidade da compra de toda a produção, transporte, armazenamento, distribuição e mistura do álcool à gasolina. O Brasil foi o país que mais se destacou na busca do álcool como combustível renovável. Em 1979, o governo e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) assinaram protocolo exigindo que os fabricantes de automóveis buscassem novas tecnologias para produção em série de veículos a álcool hidratado. O preço do litro do álcool foi fi xado em 64,5% do preço da gasolina. Também foi reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros movidos a álcool. O projeto entrou em colapso nos anos 1990 e a produção praticamente zerou no início dos anos 2000. Em março de 2003, contudo, as montadoras iniciaram a fabricação de motores fl ex movidos a etanol hidratado, gasolina ou a qualquer mistura desses combustíveis.

FLY AND DRIVE

O ano trouxe uma inovação para os brasileiros. A Varig-Cruzeiro em parceria com a Volkswagen inaugurou um novo serviço de aluguel de automóveis nos aeroportos de Belém, Curitiba e Porto Alegre. O sistema, do tipo fl y and drive, permitia que o passageiro fi zesse a reserva prévia do carro, em qualquer agente de turismo ou nas lojas da Varig-Cruzeiro, junto com a reserva da passagem. O veículo estaria disponível no aeroporto indicado.

signi� cava mergulhar em um novo tipo de negócio, ainda desconhecido

no Brasil: a locação de automóveis. E Adalberto não poderia ter

escolhido destino melhor. O hábito de alugar carros era bem antigo

entre os consumidores americanos, datava do início do século XX.

O primeiro registro de aluguel de veículos que se tem notícia na

América data de 1916, quando Joe Saunders, de Omaha, no Nebraska,

Estados Unidos, alugou um Ford T por US$ 0,10 a milha. Quatro

anos depois, ele já operava em 21 estados americanos. Foi, contudo,

Walter L. Jacobs, o responsável, em setembro de 1918, pela abertura

do primeiro negócio de locação de automóveis, em Chicago. Com 12

carros modelo Ford T, que ele mesmo pintou e consertou, expandiu

suas operações rapidamente. Em cinco anos, sua receita anual chegou

a US$ 1 milhão.

Em 1923, Jacobs vendeu seus negócios ao austríaco John Hertz,

presidente da empresa de táxi Yellow Cab, continuando como executivo do

grupo. Nessa data, a empresa passou a chamar Hertz Drive-Ur-Self System

e adotou a sua tradicional cor amarela. Três anos depois, foi adquirida

pela General Motors e apresentou uma das ideias mais importantes

1982 UM MONSTRO CHAMADO INFLAÇÃO

Desde o ano anterior, o PIB do Brasil revelou queda média de 1,6%, e em 1982 instala-se no país o que os economistas passaram a chamar de estagfl ação, união de estagnação da economia com infl ação. Dois anos depois, o índice infl acionário chega a 223,8%, saltando para 1.764% em 1989, e em abril de 1990 sobe para 6.584%.

ABLA | 35 anos

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1989 O PLANO VERÃO

Lançado em 15 de janeiro, o novo plano pretende segurar a inflação com o controle do déficit público, a privatização das estatais, novo congelamento de preços e a desindexação da economia. É o fim da URP e o início do cruzado novo e do dólar turismo.

do merchandising da locação de veículos – uma espécie de cartão de

crédito chamado National Credential.

Embora a literatura aponte Saunders como o pioneiro no universo

da locação de automóveis no mundo, o serviço já era colocado em

prática desde 1912, na Bavária. Nesse ano, em uma pequena garagem,

localizada no centro de Munique, Martin Sixt fundou a Martin Sixt

Autofahrten, serviço de aluguel de carros que operava com apenas três

veículos: um Deutz Laundaulet de Luxe e dois Daimlers. Paralelamente,

Martin oferecia às celebridades da época os serviços de locação de

Limousines para circular pela Europa. Em 1914, com o início da

I Guerra Mundial, todos os carros foram con� scados para o serviço

militar e o empreendedor perdeu sua principal fonte de trabalho.

O con� ito se arrastou por mais tempo do que o esperado e, mesmo

diante da desolação do pós-guerra, a esposa de Martin decidiu abrir

uma cafeteria que, mais tarde, foi vendida e deu origem à nova locadora

da família, a Sixt Autofahrten. O negócio foi mais uma vez interrompido

com o início da II Guerra Mundial. O que Martin não sabia é que seu

� lho, Hans, contrariando a ordem dos o� ciais, havia escondido três

O PLANO BRESSER

O ministro Luiz Carlos Bresser Pereira lança o Plano Bresser, que manteve o congelamento de preços, salários e aluguéis. As tarifas públicas aumentam e o gatilho salarial é extinto. O consumidor conhece a Unidade de Reposição de Preços (URP).

1987

1986 O PLANO CRUZADO

O presidente José Sarney anuncia o Plano Cruzado, com corte de três zeros da moeda, que passa de cruzeiro para cruzado; os preços e salários são congelados, a correção monetária é extinta e o governo cria o seguro-desemprego e o gatilho salarial – reajuste automático de salários toda vez que a infl ação atingisse determinado nível. Foi decretada a moratória e a suspensão do pagamento da dívida externa.

NOVA CONSTITUIÇÃO

Foi promulgada em 5 de outubro de 1988 pelo presidente da Câmara, Ulysses Guimarães a nova Constituição do Brasil. Segundo o próprio Ulysses, a Carta Magma fi cou conhecida como a Constituição Cidadã, em alusão às suas diversas conquistas nos campos da liberdade individual e dos direitos de natureza social e política.1

988

Tudo começou na região central de São Paulo

25

1990 O PLANO COLLOR

O presidente Fernando Collor de Mello, para quem os carros brasileiros mais pareciam carroças, anuncia um choque econômico radical. No dia de sua posse, confi sca 80% dos depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, adota o cruzeiro como moeda, congela os preços, acaba com a indexação, privatiza estatais, fecha órgãos públicos e dá início à abertura da economia à competição internacional. Em sua curta gestão foi criada, também, a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, reunindo representantes de montadoras, autopeças, componentes, revendas, trabalhadores e representantes dos governos federal e estaduais.

automóveis em um estábulo. Foram exatamente esses veículos que

ajudaram a família a reavivar o negócio no pós-guerra. No � m da

década de 1940, eles operavam com mais de 1.700 Export Taxis, pagos

em dólares pelos soldados americanos. Sem contar o serviço de aluguel

de Limousines a estrelas como Greta Garbo e Marlene Dietrich.

Foi com o propósito de mergulhar nesse universo, e conhecer

mais a fundo como funcionava o negócio, que o brasileiro Adalberto

Camargo rumou para os Estados Unidos, em 1958. Lá, ele teve a

certeza de que estava diante de um ramo promissor no Brasil, a� nal, o

momento era favorável com o crescimento das atividades econômicas

e a necessidade de novos meios de transporte.

De volta a São Paulo, o empresário inaugurou, em 1959, a Auto-

Drive Indústria e Comércio, inspirada na experiência americana,

considerada a primeira empresa criada exclusivamente com a

� nalidade de alugar automóveis no Brasil. O negócio foi possível graças

à associação de Adalberto com empresários de outros setores em busca

de � nanciamento. Em pouco tempo, ele somou a maior frota de carros

particulares do país, com 100 Volkswagen sedãs. A partir da locadora,

1990 DEFESA DO CONSUMIDOR

Foi instituído por meio da Lei Federal nº 8078, de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social. Uma das principais conquistas do CDC foi permitir que os abusos de empresas fossem vistos como um prejuízo coletivo. Até então, os problemas eram tratados como questão individual. Em seus 20 anos de existência, o código mudou a visão do consumidor e das empresas como observa José Geraldo Brito Filomeno, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo e um dos criadores do código. “No início, o CDC foi visto como um perigo à ordem econômica, mas hoje é aplaudido. Até porque, com a globalização da economia, o código tem sido encarado como indutor da qualidade dos produtos postos no mercado nacional e internacional.” Como todos os demais segmentos, o de locação de automóveis teve de passar por um processo de adequação às novas exigências, que trouxe um novo marco às relações de consumo.

ABLA | 35 anos

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LIGADO NA TOMADA

Em março de 1996, no lugar de comercializar seu novo carro elétrico, o EVI, a General Motors norte-americana optou por alugá-lo a fi m de divulgar o lançamento. O aluguel mensal foi fi xado entre US$ 450 e US$ 600. Se fosse comercializado, o veículo custaria US$ 35 mil.

O PLANO REAL

O novo plano promove a décima mudança da moeda com a adoção do real, fi xa a taxa de câmbio na paridade de R$ 1,00 para US$ 1,00, acelera as privatizações, eleva os juros, facilita as importações, prevê o controle dos gastos públicos, mantém o processo de abertura econômica e busca medidas de apoio à modernização das empresas.1

994

1996

1991 VIVA A NOIVA

No início da década de 1990, foi criado em São Paulo o Marriage Service para transporte de noivas no dia do casamento. O objetivo era atender a um público diferenciado e exigente, além de oferecer uma opção original de presente para os noivos. Inicialmente, eram 60 veículos, entre os modelos Ford Landau, Opala Diplomata e SL-380 e SL-500. O aluguel de um Landau, por exemplo, saía pelo preço de CR$ 17.900,00 em US$ por um período de quatro horas.

fundou e comandou outros empreendimentos, como a Mecanova S.A, a Afro-America

Importação e Exportação e a Táxi Amarelinho, uma das pioneiras no ramo no Brasil,

responsável pela consagração do uso do Fusca como carro de aluguel.

Na esteira da Auto-Drive, outras revendas de carros começaram a entrar no ramo de

locação, embora as di� culdades se multiplicassem na época. A concorrência predatória

e o desgaste dos veículos com as péssimas estradas eram os maiores desa� os.

Mais uma vez, tomando por base a experiência americana, o per� l do segmento de

aluguel de carros mudou no Brasil. Em meados dos anos 1960, a locação de automóveis

deixou de ser exclusivamente transitória e efêmera para incluir, também, contratos feitos

para atender as frotas das empresas, surgindo o aluguel de longos períodos. Nos anos

1970, foram criadas as empresas de leasing � nanceiro, com as quais foi possível alavancar o

desenvolvimento das locadoras de veículos, já que as operações de � nanciamento ganharam

prazos maiores. No � m da década, surge o carro a álcool, que imediatamente se tornou

presente em larga escala na frota das locadoras de todo o país.

Assim como acontecera em outros países, as redes internacionais começaram a se

interessar pelo mercado brasileiro de locação e a se instalar por aqui, enquanto as empresas

nacionais passaram a formar redes, utilizando o sistema de franquia. Com isso, a locação de

veículos ganhou novo fôlego e as pequenas empresas se multiplicaram na área.

Tudo começou na região central de São Paulo

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1997 NOVO CÓDIGO

DE TRÂNSITO

O novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi criado em 1997, mas só entrou em vigor no dia 22 de janeiro de 1998. Em 2009, sofreu alterações signifi cativas em 53 artigos e ganhou mais 15, envolvendo pontos como o uso de celular, o teste do bafômetro e a licença provisória de um ano para jovens motoristas.

1996 SONHO

DE CINEMA

No Brasil, o setor de locação assiste ao crescimento da demanda por Limousines, alugadas a R$ 150 a hora.

Com o setor já consolidado e em busca de representatividade junto ao governo

e às montadoras, tornou-se essencial a criação de uma associação que defendesse

os interesses das empresas da área, pro� ssionalizasse a atividade e a divulgasse

junto à sociedade. Nascia, então, em 30 de março de 1977, a Associação Brasileira

das Empresas de Auto-Veículos, mais tarde denominada Associação Brasileira das

Empresas Locadoras de Automóveis (ABLA).

A década seguinte foi marcada pela implantação de vários planos econômicos,

por altas taxas de in� ação e mudanças políticas e sociais. Apesar da chamada “década

perdida”, o setor de locação ganhou musculatura, cresceu, rumou para o interior e

chegou aos anos 1990 com muitos desa� os e novas oportunidades. A abertura da

economia, a criação do Código de Defesa do Consumidor, o estímulo à produção

de carros populares e a estabilidade da moeda levaram à expansão dos negócios e ao

crescimento do número de empresas especializadas no ramo. A abertura trouxe para

o setor a possibilidade de diversi� car a frota com carros importados, para agradar o

consumidor que passou a exigir maior qualidade.

A explosão dos cartões de crédito, principalmente após o Plano Real, também foi

positiva para o setor ao ampliar a base de potenciais consumidores. O momento exigia

a adaptação da administração dos negócios à nova ordem econômica, sem in� ação. 1999 NOVA FASE

DO REAL

São adotadas a livre fl utuação do câmbio e a redução das taxas de juros domésticas. Nesse mesmo ano, o setor via surgir uma nova oportunidade de negócios: o aluguel de utilitários para frotas de empresas e, também, para pessoas físicas.

2004 A FORÇA

DOS NICHOS

Cresce a procura por serviços de locação segmentada, como aluguel de carros blindados, automáticos, adaptados para defi cientes físicos, automóveis especiais para casamentos, veículos off-roads não só por parte das empresas, como também de executivos e profi ssionais liberais, além de carros sob medida para pessoas especiais.

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Tudo começou na região central de São Paulo

29

2009 ECOFROTAS

Começam a operar em Londres as primeiras “locadoras verdes”, especializadas no aluguel de ecocarros, automóveis movidos a biocombustível, biodiesel ou células de hidrogênio, ou, até mesmo, híbridos, com motores elétrico e convencional.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

O setor de locação de veículos gera emprego e renda para a sociedade, além de ser um dos grandes pagadores de tributos diretos e indiretos para todas as esferas do governo. Em 2011, as empresas criaram 277.943 empregos diretos e indiretos, 5% a mais do que no ano anterior.

CAR SHARING

São Paulo torna-se a milésima cidade no mundo a oferecer o sistema de car sharing, um processo que começou na Suíça, na década de 1980, e se espalhou pelo mundo. Na prática, o carro alugado aguarda pelo cliente, que o reservou pela internet, em um estacionamento 24 horas. Para retirá-lo, basta encostar um smart card em uma espécie de código de barras. As chaves estão no porta-luvas e a ignição só é liberada após o cliente responder ao check list no computador de bordo. O bilhete do estacionamento pago também fi ca no porta-luvas. O carro deve ser deixado no mesmo local e no horário estabelecido.

2009

2011

2010 GRINGO AO VOLANTE

Foi publicada em março de 2010, no Diário Ofi cial da União, a Resolução 345 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que permite que o estrangeiro que desejar, ou necessitar, alugar um carro no Brasil não tenha de apresentar obrigatoriamente a tradução juramentada de sua carteira original de habilitação. Basta apresentar a carteira original, dentro do prazo de validade e, um documento de identifi cação, que pode ser o passaporte.

Mas, ao contrário do que se previa, a estabilidade dos preços não se

veri� cou nos automóveis. Os modelos populares saltaram de R$

7,3 mil em 1994 para cerca de R$ 13 mil em 1999. Enquanto isso, a

concorrência entre as locadoras aumentou, o que, aliado ao ganho de

produtividade e redução de custos, resultou na queda dos preços da

diária, ao redor de 30%.

Os anos 2000 revelaram mudanças signi� cativas no per� l da economia

mundial, principalmente na última década. Os países integrantes do

BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – agora estão no foco

do crescimento, e o Brasil, sobretudo, está no centro das atenções globais.

O setor de aluguel de veículos não passou imune a essas mudanças,

como bem lembra Paulo Gaba Jr., presidente do Conselho Nacional da

Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).

- Há 20 anos, nosso maior desa� o era combater a guerra dos preços.

Eu escutava incansavelmente críticas a outras empresas que praticavam

concorrência predatória de tarifas. O valor era formado pela oferta da

concorrência, sem nenhum outro critério. A in� ação mascarava resulta-

dos, e o foco estava no preço.

Nos dois últimos anos, porém, o setor teve seus melhores resultados,

com recuperação dos preços. Em 2011, o faturamento do segmento alcançou

a cifra de R$ 5,6 bilhões, um incremento de 11% em relação a 2010. Só no

ano passado, a participação das locadoras na compra e venda de automóveis

chegou a 8,7%, consolidando o segmento como o principal cliente das 23

montadoras instaladas no país. Apesar do contexto internacional, o ano foi

bastante positivo, com um crescimento e faturamento acima da média de

muitos outros segmentos da economia. Desempenho comemorado pelo

presidente do Conselho Nacional da ABLA.

- De 2010 para 2011, a frota cresceu 7,51%, somando 445.470 veículos.

O número de locadoras também aumentou, saltando de 2.008 para 2.083,

em uma demonstração clara de que o conceito de aluguel de carros está

cada vez mais presente na vida dos brasileiros.

A terceirização de frotas continua a responder por 55% dos

negócios, como ocorreu na última década. Entretanto, a realização no

país da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016 deverá mudar

esse panorama, propiciando o crescimento da participação do turismo

de negócios e de lazer.

Diário Ofi cial da , a Resolução 345 do Conselho Nacional de Trânsito

(Contran), que permite que o estrangeiro que desejar, ou necessitar, alugar um carro no Brasil não tenha de apresentar obrigatoriamente a tradução juramentada de sua carteira original de habilitação. Basta apresentar a carteira original, dentro do prazo de validade e, um documento de identifi cação, que pode ser o passaporte.

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Setor aposta na união para ganhar força

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A história da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) teve início em 1977, quando alguns empresários, entre eles Marco Antonio Ghiberti e Alberto Moraes Barros Filho,

que representavam uma das maiores empresas internacionais da área no Brasil, decidiram reunir um grupo de proprietários de locadoras para criar uma entidade para o segmento, que começava a ganhar porte. O objetivo era promover a pro� ssionalização do setor, divulgar a atividade e permitir a troca de experiências entre as poucas empresas da época.

setor aposta

para ganhar forçana união

ABLA | 35 anos

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MISSÃO

Depois de dois dias de reuniões, 11 empresários aceitaram a

empreitada, representando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro,

Rio Grande do Sul e Bahia. O primeiro presidente foi Josef Kurc,

que cedeu o próprio escritório, na região central da capital paulista,

para sediar a nova associação. A primeira sede o� cial da ABLA

� cava na Praça Roosevelt, onde a entidade permaneceu até 1992,

quando passou para um escritório na Vila Olímpia. Em 1999,

mudou-se para a sede própria, na Zona Sul da capital paulista.

Dois anos depois da sua fundação, a ABLA já contava com

40 empresas. Em 1987, quando comemorou seu 10º aniversário,

a entidade registrava uma centena de associadas. Duas décadas

depois, em 1997, nada menos do que 550 locadoras ligadas à

entidade respondiam por 85% do mercado. Ao completar

35 anos, a associação representa e defende os interesses das

locadoras em todo o país, que respondem por 8,7% das vendas

do setor e faturaram R$ 5,67 bilhões em 2011.

Registrada como Associação Brasileira das Empresas de

Auto-Veículos, a ABLA ganhou novo nome em 31 de outubro de

1996, passando a se chamar Associação Brasileira das Locadoras

de Automóveis. Nessa época, já adotava um modelo participativo

pro� ssional e autossustentável, baseado em parcerias, que, além

de trazer benefícios às locadoras, também criava

recursos para a entidade. Entre elas, o do

Cadastro Nacional de Veículos

Roubados (CNVR),

INTEGRAR e representar as associadas, promovendo ao

desenvolvimento e a divulgação da atividade de locação, visando

o fortalecimento do setor.

“No momento em que os fabricantes adotarem as locadoras como parceiras

- e não apenas como canal de vendas -, o setor tenderá a crescer muito.

A ABLA trabalha para isso”

JOÃO CLAUDIO BOURGPRESIDENTE EXECUTIVO

“A ABLA trabalhou para profissionalizar o setor

e levar cada locadora a entender as reais necessidades de cada um

dos seus clientes”

JORGE LUIZ MACHADOGERENTE ADMINISTRATIVO

ELES AJUDARAM A CONSTRUIR A NOSSA HISTÓRIA

“A ABLA possibilitou aos empresários do setor ter

maior firmeza e tranquilidade na tomada das decisões”

ALBERTO FARIACONSELHEIRO NACIONAL

Setor aposta na união para ganhar força

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por meio do qual as locadoras associadas recebem auxílio na

averiguação de veículos eventualmente desaparecidos; e a Serasa

(centralização dos serviços dos bancos), com redução nos

preços das consultas e de montadoras, que passaram a oferecer

descontos na renovação da frota.

Desde 1998, a estrutura administrativa é descentralizada, com

representatividade em todo o território nacional, por intermédio

dos seus 28 diretores regionais e seus respectivos adjuntos, que

executam um importante trabalho de aproximação dos associados

e da comunidade às ações da entidade, além de garantir maior

agilidade na tomada de decisões. Disposta a desenvolver no

empresariado a consciência de que o segmento de locação de

automóveis é dinâmico e exige aperfeiçoamento tecnológico

constante, a ABLA, no decorrer de mais de três décadas,

acompanhou de perto as questões que envolvem o setor no Brasil,

tais como o Código de Trânsito Brasileiro, impostos incidentes,

planos econômicos e os relacionamentos com os poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário, além da integração cada vez

maior das locadoras de automóveis com a infraestrutura turística

do país. Entre 1995 e 1999, a associação abraçou o Projeto Frota

Verde, que transformaria toda a frota das locadoras em carros

movidos a álcool, com redução de impostos.

Uma das mais importantes ações da entidade foi obter junto

à Infraero mudança nas regras de licitação, para que as locadoras

pudessem abrir lojas nos aeroportos. A liberação, juntamente com

o surgimento do leasing, possibilitou às locadoras a compra de

um volume maior de carros e foi de grande importância para o

crescimento do setor no país ainda no � m da década de 1970. A

década de 1980 trouxe di� culdades às locadoras, como a instituição

do empréstimo compulsório na aquisição de veículos e combustíveis,

o Plano Cruzado I, que estabeleceu o congelamento de preços, e o

Cruzado II, que elevou em 80% os preços dos veículos e em 20%

“Um dos grandes marcos da ABLA foi a abertura do escritório regional em Brasília, que inseriu

o setor no cenário político nacional”

CÉLIO FONSECADIRETOR REGIONAL RORAIMA

“Tenho saudades dos tempos em que o maior

desafio era popularizar a cultura da locação no país e

profissionalizar o setor”

CARLOS ROBERTO FAUSTINOMEMBRO DA ABLA

ABLA | 35 anos

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Setor aposta na união para ganhar força

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ABLA | 35 anos

36 ÉTICA: A conduta ética das empresas atuantes no setor

de locação de veículos, em seus relacionamentos internos e

externos, possibilita à ABLA sua melhor representatividade. A

atuação da entidade deverá ser condizente com essa postura.

IGUALDADE: Todas as empresas associadas devem

receber o mesmo tratamento, independentemente de seu

porte ou localização geográ�ca. É assim que a ABLA considera

suas associadas.

LIVRE CONCORRÊNCIA: A ABLA é a favor do livre

mercado. Não existindo reservas no setor de aluguel de carros,

todas as empresas devem ter liberdade para concorrer, de forma

ética, em um ambiente de competição.

VALORIZAÇÃO DAS ASSOCIADAS: A ABLA está

determinada a atender às necessidades e reivindicações das

empresas sob sua representação. A busca de pro�ssionalismo

e o estabelecimento do reconhecimento do setor em todas as

esferas são atitudes que fortalecem a entidade e suas associadas.

ZELO PELA IMAGEM: A imagem do setor é formada

pela atitude isolada de cada uma de suas empresas e pelo seu

conjunto representado pela ABLA. Cabe a cada associada

zelar pela boa imagem de sua empresa e da entidade que a

representa. Cabe à ABLA defender suas associadas e trabalhar

a boa imagem do setor.

A ABLA trabalha duro para que as pequenas empresas não fechem e se tornem cada vez mais competitivas

SAULO FRÓESCONSELHEIRO GESTOR

OS PRINCÍPIOS

Setor aposta na união para ganhar força

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o custo das peças e acessórios. Todas essas medidas levaram

a ABLA a mobilizar-se em defesa do setor, buscando isentar

as locadoras do compulsório e discutindo amplamente com

as associadas as formas de adaptar-se à realidade econômica

e administrar as dificuldades sem transferi-las aos clientes.

O relacionamento com o governo e com parceiros do setor

privado sempre fez parte da conduta da ABLA. Nos anos 1990, a

associação mobilizou-se mais uma vez em defesa de seus membros

para enfrentar um novo desa� o: a di� culdade para comprar veículos,

em razão do ágio que sucedeu as medidas econômicas do governo

Collor. Buscando uma solução para o problema, a entidade levou à

então ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothéa Werneck,

as reivindicações das locadoras. A iniciativa propiciou o convite da

ministra para que a associação representasse os consumidores na

Câmara Setorial criada para discutir a indústria automobilística. As

discussões resultaram no incentivo, por parte do governo, à produção

do carro popular, em 1993. Atualmente, esses modelos são os mais

utilizados pelas locadoras e respondem por 64% da demanda.

Para facilitar o dia a dia das centenas de locadoras, a

associação criou tabelas de conversão dos valores dos aluguéis

na transição do cruzeiro para cruzados novos e, mais adiante,

ajudou seus associados a entender as URVs. Com o objetivo

de elevar os níveis de pro� ssionalização do setor em todo o

país, foram criados cursos, seminários, congressos e discussões

temáticas de interesse da classe. Paralelamente, um grupo de

assessores nas áreas jurídica, econômica, empresarial, comercial,

securitária e de comunicação passou a apoiar os associados

em tempo integral. No decorrer de mais de três décadas, a

contestação da Súmula 492 do Supremo Tribunal Federal, que

prevê a responsabilidade civil das locadoras por danos causados

a terceiros por clientes, no uso do carro alugado, foi um dos

assuntos mais discutidos pelo Conselho Jurídico.

“A ABLA, com seu trabalho de formiguinha, ajudou as regiões mais distantes do país a adotar a cultura do aluguel de carros”

ANTONIO DA SILVADIRETOR REGIONAL ACRE/RONDÔNIA

“Uma vara quebra com facilidade, mas um feixe de varas não quebra. Precisamos estar unidos em torno da ABLA, porque ninguém faz nada sozinho”

FELIX PETERCONSELHEIRO FISCAL RIO GRANDE DO SUL

“A ABLA posicionou o setor de locação no mapa econômico e político do Brasil”

LUIZ CABRALEXDIRETOR SUPERINTENDENTE

“Com a ajuda da ABLA, as locadoras se tornaram parceiras das montadoras e, atualmente, acabam interferindo nas mudanças de alguns modelos lançados”

JOADES DE SOUZACONSELHEIRO FISCAL GOIÁS

ABLA | 35 anos

38

O mercado de locação no Nordeste começou a se solidificar quando o governo passou a enxergar a terceirização de frotas como algo salutar, as empresas nacionais e internacionais decidiram optar por esse serviço e o turismo se profissionalizou. A ABLA teve importante papel nessa transformação

“Eu sempre tive disposição para encarar os desafios e tentar

resolver tudo sozinha. Mas, sem dúvida, o trabalho na ABLA ajudou

a aprimorar essa disposição e a lidar com pessoas”

VANDA ALVES MARTINSDEDICOUSE A ENTIDADE POR 11 ANOS

“A passagem pela ABLA me proporcionou um crescimento

profissional e pessoal. Só tenho boas lembranças”

ELIANE RODRIGUESDEDICOUSE A ENTIDADE POR 10 ANOS

“A minha passagem pela ABLA foi muito positiva. De lá, eu levei

para a vida a lição de que o maior patrimônio de um profissional

é sua credibilidade”

APARECIDA PARLATO DE LIMADEDICOUSE A ENTIDADE POR 13 ANOS

“A ABLA trouxe estrutura gerencial e profissionalização

para o setor, além de representação política e comercial”

ALVANI MANOEL LAURINDOMEMBRO ABLA

Com base nos princípios da ética, igualdade, livre concorrência,

valorização da associada e zelo pela imagem do setor, a ABLA

desenvolveu em 1993, e reeditou em 1997, um Código de Ética para

nortear as atuações das locadoras associadas. A postura foi decisiva

para a imagem de seriedade e respeito que a atividade alcançou

no país. Contribuiu, também, para o fortalecimento do setor, a

implantação do Programa Nacional de Capacitação e Quali�cação

ABLA, conhecido como PQA, que desde 2007 aplicou mais de 6 mil

capacitações em cursos ministrados a distância ou presenciais, por

meio de palestras, seminários e minicursos.

No começo da segunda década dos anos 2000, a ABLA reforça seu

papel para orientar os empreendedores para que o ramo continue sendo

visto como promissor e pro�ssional. Em 2011, a entidade deu início a

um trabalho de identi�cação do potencial de um novo negócio para as

locadoras de veículos de todo o país – a locação de veículos pesados,

ônibus e caminhões. A nova modalidade poderá impulsionar ainda

mais o mercado de terceirização de frota, que já corresponde a 55% do

faturamento do setor. A tendência já é realidade nos Estados Unidos, na

Austrália e em alguns países da Europa, como Alemanha, França e Itália.

NILDO PEDROSACONSELHEIRO NACIONAL

Setor aposta na união para ganhar força

39

A associação trouxe maior profissionalismo à atividade e ajudou o segmento a ser mais

OS OBJETIVOSCONGREGAR as empresas locadoras de automóveis

que operam ou venham a operar no país, promovendo o

aperfeiçoamento do setor.

DESENVOLVER e estimular em seus associados o

espírito associativo, a franca e efetiva colaboração e exigir

o cumprimento do Código de Ética da associação.

DEFENDER os direitos inerentes a seus associados bem

como sua representação em juízo ou fora dele, na forma e nos

casos em que a Assembleia Geral autorizar.

REALIZAR estudos, pesquisas, e elaborar projetos

destinados ao aperfeiçoamento das condições de trabalho

dos associados e da categoria.

REPRESENTAR o setor junto à sociedade e às

autoridades, defendendo os princípios da livre iniciativa, da leal

concorrência e da liberdade da atividade econômica.

MANTER intercâmbio com sindicatos, associações e

outras entidades nacionais e estrangeiras ligadas direta ou

indiretamente à locação de veículos.

SERVIR como órgão de consultoria, informação e

assessoria em assuntos ligados ao setor de locação de veículos.

ATUAR na condição de Juízo Arbitral com a �nalidade

de dirimir litígios entre as empresas locadoras de veículos,

sejam elas associadas ou não.

BUSCAR a realização de convênio com entidades

públicas e particulares que exerçam atividades de interesse

do setor de locação de automóveis.

PAULO ROBERTO DO VAL NEMER VICEPRESIDENTE

respeitado e ouvido pelo governo

ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

40

A terceirização de frotas vira realidade

41

O ano era 1939 e o empresário americano Zollie Frank, conhecido por sua revenda de veículos, percebeu que poderia ampliar seus negócios se, no lugar de vender um

ou dois automóveis para seus clientes empresários, alugasse os carros usados por suas equipes de vendas. O primeiro a aceitar a proposta foi o Petrolagar, grande laboratório farmacêutico dos Estados Unidos. A Whells, empresa de locação aberta por Frank, foi pioneira na terceirização de frotas nos Estados Unidos e no mundo.

a terceirização

vira realidade

de frotas

ABLA | 35 anos

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CURIOSIDADES1993 - ECONOMIA NA PONTA DO LÁPIS Os carros da frota própria da prefeitura do Rio de Janeiro

gastam o dobro do combustível consumido pelos veículos

alugados. Em média, são US$ 0,70 por quilômetro rodado

contra US$ 0,34. Essa foi a conclusão do estudo encomendado

pela prefeitura que levou o governo municipal a usar cada vez

mais carros alugados. Nessa época, a Guarda Municipal, por

exemplo, contava com seis Kombis locadas.

1997 - OLHO NO ALUGUELDados da empresa RHS Licitações revelam que, entre

1996 e 1997, as licitações para aluguel de carros cresceu de

2,06% para 4,21%. Das 122.375 licitações públicas realizadas

naquele ano, 3.150 foram de locação de veículos. De acordo

com o levantamento, os estados que mais realizaram

licitações no setor de transporte foram São Paulo (919), Rio

de Janeiro (409), Minas Gerais (372), Rio Grande do Sul

(341) e Bahia (136).

2002 - RUMO AO CENTRO-OESTE A Companhia de Saneamento Básico do Distrito Federal

(Caesb) substitui sua frota própria por veículos terceirizados,

sendo uma das primeiras a adotar o novo sistema para redução

de custos no setor.

2007 - A SERVIÇO DA SEGURANÇANo fim de 2007, as polícias dos estados de Minas Gerais,

Rio de Janeiro e Goiás, além da Guarda Metropolitana de

São Paulo, já estavam aparelhadas, ou em vias de serem

equipadas, com viaturas terceirizadas. Em Goiás, a Secretaria

de Segurança Pública do estado contava com 800 viaturas.

O primeiro contrato foi firmado em junho de 2007, e os

veículos alugados passaram a atuar nas operações móveis das

polícias Militar, Civil e técnica-científica. Em Minas Gerais,

a terceirização aumentou de 60% para 97% a disponibilidade

de viaturas para uso da corporação.

A terceirização de frotas vira realidade

43

No Brasil, entretanto, a atividade só se consolidou entre 1980 e 1990,

quando os contratos passaram de transitórios a de longo prazo. Primeiro

aderiram às novas condições as empreiteiras e construtoras, depois as

empresas de serviço, segurança e distribuição. Não é errado dizer que

a terceirização de frotas começava a despontar como o mais promissor

segmento do mercado para as locadoras, já que 20% das empresas

brasileiras que operavam com frotas acima de 50 veículos decidiram

terceirizar seus departamentos de transportes.

Pesquisa realizada pela Manager Assessoria em Recursos Humanos,

no segundo semestre de 1992, indicava que a maior parte das empresas

brasileiras já havia passado para terceiros, pelo menos uma de suas

atividades consideradas não essenciais. Em 90% dos negócios, o serviço

de refeição industrial já foi, estava sendo ou seria terceirizado; mais de

50% das empresas já faziam o mesmo com o trabalho de limpeza; 41%

operavam com parceiros na área de transporte de funcionários e 30%

estavam em vias de adotar a terceirização da frota de veículos.

O �m da década de 1990 foi de grande importância para a redução do

preço da locação de frotas e disseminação do serviço. Com a globalização,

as grandes empresas internacionais, especializadas em terceirização de

frotas, começaram a estudar o mercado brasileiro até que, em 1998,

começou a funcionar por aqui a primeira locadora especializada em

aluguel de frotas a longo prazo para o segmento empresarial. “Ao

implantarem �liais no Brasil, as multinacionais contribuíram para a

disseminação da cultura da terceirização de frotas como instrumento

de redução de custos, inclusive em termos �scais e tributários”, lembra

Alberto de Camargo Vidigal, ex-presidente da ABLA. Na esfera pública, a

Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor desde 4 de maio de 2000,

contribuiu para a solidi�cação do aluguel de carros para o setor. Isso

porque os estados passaram a concentrar esforços em suas atividades-

�m, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, deixando a

atividade-meio a cargo de empresas especializadas.

Ano a ano, as empresas nacionais foram assimilando o novo conceito

até que, em 2006, a terceirização de frotas passou a ser o principal negócio

das locadoras brasileiras e virou prática também das pequenas empresas.

De acordo com o Instituto de Certi�cação, Empresabilidade e Adequação

da Terceirização (ICEAT), a locação de automóveis �gurava em 11º lugar

entre as atividades mais terceirizadas pelas empresas. Atualmente, �gura

entre os três serviços mais adotados. Em 2011, a terceirização de veículos

respondeu por 55% dos negócios do segmento, tendo na indústria e no

setor de serviços 70% de seus clientes. O número de veículos alugados

gira em torno de 200 mil unidades, com possibilidades de crescimento

exponencial de até 20 vezes nos próximos anos, considerando-se que

existem 6 milhões de veículos licenciados em nome de pessoas jurídicas.

Apenas na renovação da frota para contratos de terceirização, o setor

investe anualmente algo em torno de R$ 6 bilhões.

Estima-se que a economia alcançada com a adoção de uma frota

terceirizada no lugar de veículos próprios gire em torno de 25% a 30% por

ano, período em que vigora a maioria dos contratos. Entre as vantagens

apontadas pelos usuários �guram maior agilidade e �exibilidade no

processo de ampliação ou diminuição de carros usados, transformação

de custos �xos em variáveis, dimensionamento da frota pelo mínimo e

não pela média prevista.

ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

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Em busca da efi ciência e da qualidade

45

O cliente não aluga mais um carro. Ele aluga o carro de uma empresa, que, se satis� zer a sua necessidade e encantá-lo, fará com que ele a divulgue para todo o mercado. Na teoria,

a nova forma de trabalhar parece simples, mas na prática exige uma mudança completa do modo de tocar os negócios. Foi diante do novo comportamento, divulgado pelos especialistas, que o então presidente do Conselho Nacional à época, José Adriano Donzelli, identi� cou um dos alicerces da chamada era da competência, fez com que a ABLA desse início, em 2007, ao Programa Nacional de Quali� cação e Capacitação do Setor de Locação de Veículos (PQA), em parceria com o Ministério do Turismo.

em busca da

e da qualidadeeficiência

ABLA | 35 anos

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A iniciativa surgiu da necessidade de

acompanhamento e atualização das mudanças no setor

de turismo, relacionadas ao advento do Brasil como

destino internacional, à modernização e ao aumento da

competitividade nos serviços. O projeto aplicou a partir de

2009, cinco cursos totalmente gratuitos, que englobavam

os temas: Qualidade no Atendimento Operacional,

Qualidade em vendas, Competências Gerais (histórico

da locação, diversidade cultural, ética e cidadania,

responsabilidade civil das locadoras, Código de Defesa

do Consumidor, sustentabilidade e associativismo),

Gestão em Mercado e Marketing (análise do mercado

consumidor, marca, comunicação integrada, estratégias

de determinação de preço, relacionamento com o

cliente e marketing verde), Gestão em Administração

e Finanças (sociedades empresariais, contabilidade e

administração � nanceira, estrutura de capital, formação

de preços e avaliação econômica de investimentos na

empresa) e Gestão Empresarial com Ênfase em Gestão

de Frotas (gestão de frotas, previsão e controle de custos

operacionais, manutenção e renovação de frotas).

Desde sua criação, o PQA capacitou mais de 6

mil pro� ssionais, por meio de cursos ministrados a

distância, seminários, palestras presenciais e quatro

teleconferências. Com o programa — desenvolvido

em parceria com a Universidade Federal de Santa

Catarina, responsável pela elaboração dos conteúdos das

disciplinas — pequenos e médios empresários ganharam

maior preparo para a gestão de suas locadoras em um

universo cada vez mais competitivo e suas equipes, um

nível de capacitação compatível com a nova realidade

turística do mercado brasileiro.

Em busca da efi ciência e da qualidade

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ETAPAS DO PROCESSODIVULGAÇÃO: Realização de encontros de mobilização e

articulação, em locais estratégicos, envolvendo gestores,

empreendedores e trabalhadores no segmento de locação.

Elaboração e distribuição de folhetos, cartazes, adesivos e

outros instrumentos de divulgação.

PESQUISA: Realização da pesquisa nacional, apuração e

aplicação de seus resultados.

FORMAÇÃO: Nas áreas estratégicas, fi nanceira e

fi scal/contábil.

ELABORAÇÃO DE NORMAS: Mapeamento de

competências, normas brasileiras em comissões de estudos.

DESENVOLVIMENTO E FORMATAÇÃO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO: Programas e treinamentos

desenvolvidos e realizados de acordo com NBR.

INSTRUTORES – REDE ABLA: Formação de

instrutores master.

CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE PROFISSIONAL: Desenvolvimento de processo de avaliação diagnóstica

e certifi cação; avaliação de profi ssionais e avaliação

para certifi cação.

CURSO DE GESTÃO DE ENTIDADES ASSOCIATIVAS/COOPERATIVISMO: Formação e treinamento de

gestores de acordo com os cursos desenvolvidos.

CERTIFICAÇÃO DE EMPRESAS (PROJETO-PILOTO): Empresas certifi cadas pelo modelo de avaliação

desenvolvido e validado.

CAPACITAÇÃO DE PARCEIROS: Produção de

material didático informativo.

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Com os olhos voltados para o futuro

49

N ovas concepções de produtos e processos, tecnologias inovadoras, aumento da competição e sobra de capacidade instalada nos tradicionais países fabricantes de automóveis têm provocado

profundas transformações no cenário automotivo internacional, tanto nos mercados consumidores quanto nos produtores. A grande mudança, contudo, está diretamente ligada ao redirecionamento de investimentos para países emergentes que lideram, e deverão liderar na próxima década, o crescimento da demanda de consumo mundial. O Brasil está entre eles, ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul. Até 2020, a produção nacional alcançará uma média de 6 milhões de veículos ao ano, conforme destaca Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea):

com os olhos

para o futurovoltados

ABLA | 35 anos

50

A economia brasileira está mudando para melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI estão

FRED CARVALHO

transformando o Brasil em um país de primeiro mundo

- Sustenta essas expectativas o baixo índice de

motorização do país, com um veículo para cada 6,4

habitantes, diante de 1 por 1 nos Estados Unidos, 1 por

1,2 na Europa e 1 por 4 na Argentina. A frota circulante

em 2012, de cerca de 32 milhões de veículos, tem muito

espaço para crescer.

Até 2015, as montadoras deverão investir mais US$ 22

bilhões em capacidade de produção, produtos e processos,

tecnologia e inovação. Uma quantia considerável, se

comparada ao volume aplicado no período compreendido

entre 1980 e 2011, cerca de US$ 80 bilhões, representando

23% do PIB industrial e 5% do PIB nacional.

Principais parceiras da indústria automobilística,

respondendo por 8,7% das vendas do setor, as locadoras

têm grandes oportunidades de crescimento nos próximos

anos, não só como alternativa para o transporte público

de�ciente, mas também como opção cada vez mais e�caz

para os serviços de terceirização de frotas, destaca Fred

Carvalho, diretor da Autodata, empresa de comunicação

especializada no setor automotivo:

- A economia brasileira está mudando para

melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI

estão transformando o Brasil em um país de Primeiro

Mundo. Está mais fácil comprar carros tanto por parte

Com os olhos voltados para o futuro

51

Paulo Gaba Jr., presidente da ABLA. A preocupação

com o meio ambiente tende a crescer continuamente

não só em relação à escolha dos combustíveis das

frotas como também na forma de pensar e conduzir o

negócio da locação, com índices de desperdício cada

vez mais baixos, instalações ecologicamente corretas e

preocupação com os impactos provocados pelo setor na

vida da sociedade.

Embora as fusões e aquisições devam ainda acontecer

em um futuro próximo, no Brasil as expectativas para a

próxima década são bem diferentes. Tendo em vista que a

boa administração do negócio de aluguel de carros exige

uma gestão presente e intensa, a ABLA acredita muito no

crescimento dos empreendedores locais e regionais, tanto

com marcas próprias quanto na qualidade de franqueados

de redes de locação. As locadoras regionais crescem, em

média, o dobro das unidades dos grandes centros, tanto

em frota quanto em clientes e faturamento, por causa da

popularização da atividade em todas as regiões do país.

Para o setor crescer ainda mais em um futuro próximo, a

parceria dos bancos e das montadoras será fundamental.

O futuro da ABLA, na visão de seus dirigentes, está

diretamente ligado ao futuro do mercado de locação,

como diz o vice-presidente Paulo Roberto do Val Nemer:

- É nossa função sensibilizar o governo para as

necessidades do setor, principalmente sobre o peso da

carga tributária, que absorve 50% do faturamento

quando analisados em cadeia, ou seja, dos insumos aos

veículos, mão de obra e combustível. Em contrapartida, o

investimento em renovação de frotas nos próximos quatro

anos chegará a R$ 60 bilhões, valor bastante signi�cativo

e digno de melhores condições tributárias.

do consumidor �nal quanto pelas locadoras. Com isso, as empresas de aluguel podem

oferecer serviços a preços mais convidativos. Assim, alugar um carro pode ser cada vez

mais interessante do que comprá-lo.

O crescimento do setor também passa pela adoção de condutas ecológicas e

socialmente corretas, como o uso de carros cada vez menos poluentes. “Eu não sei

como será o futuro dos carros que alugaremos, mas existe uma tendência muito

grande para a circulação de carros elétricos e para políticas ligadas ao verde”, a�rma

ABLA | 35 anos

52

Com os olhos voltados para o futuro

53

FROTA DO FUTURO PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS

A Ford Motors anunciou que lançará cinco modelos de carro

elétrico e híbrido nos próximos cinco anos. A estratégia

faz parte da política de redução de consumo e emissão de

gases poluentes, adotada como uma das principais metas da

empresa para a próxima década.

MOVIDO A AR COMPRIMIDO Fruto de um acordo de licenciamento de tecnologia da Motor

Development International (MDI), de Luxemburgo, a indiana

Tata Motors deverá produzir nos próximos anos o Mini Cat, o

primeiro carro movido a ar comprimido. A novidade está em

sua segunda fase de projeto, que detalhará as tecnologias e os

processos industriais necessários para a fabricação do veículo

em escala. O carro terá velocidade máxima entre 80 e 105 km/h,

autonomia entre 130 e 300 quilômetros, dependendo do número

de tanques de ar instalados. A licença da Tata para a utilização dos

motores de ar comprimido, em 2012, era restrita apenas à Índia.

CONCEITO FUTURISTA

Com um empurrãozinho dos chineses, a Volkswagen promete

colocar nas ruas dois novos conceitos de veículo: o Hover Car

e o Music Car. O primeiro é inofensivo ao meio ambiente,

pois não emite nenhum tipo de resíduo, não possui pneus

e �utua graças a uma rede eletromagnética localizada sob

o carro. Já o Music Car possui design externo que muda

de acordo com a música que o motorista escuta. O efeito é

resultado de diodos de luz.

EM BREVE No Brasil, as frotas contarão com tecnologias como novos

sistemas e componentes periféricos para os motores �ex; novo

sistema de partida a frio, que dispensa o reservatório extra de

gasolina; redução do tamanho, peso e número de cilindros

de motores compactos; adoção de pneus de baixo atrito com

o solo; turbocompressor e itens de segurança como airbags,

sistema de freios ABS e controle de estabilidade.

ABLA | 35 anos

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Tecnologia garante agilidade à locação

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O setor brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) movimentou mais de R$ 74 bilhões em 2011, sendo 80% representados pelo mercado corporativo (R$ 59,3 bilhões) e 20% pelo

doméstico (R$ 14,7 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação. Segundo o levantamento, os investimentos em TI vêm crescendo na casa dos 10% ao ano, o que representa o dobro da média mundial. Só para o segmento de locação são investidos cerca de US$ 15 bilhões por ano.

Tecnologia garante

à locaçãoagilidade

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Para as locadoras de automóveis, a TI garante cada vez mais

agilidade no atendimento e controle de gestão da empresa. Com a

terceirização da frota representando grande parte da fatia do negócio,

as locadoras aceleram a tomada de decisões e reduzem seus esforços.

A atenção dos empreendedores se volta exclusivamente para o negócio,

isso porque a tecnologia oferece às empresas de aluguel de carros uma

série de funcionalidades que passam por sistemas de gestão de locação,

busca de mão de obra, rastreamento de frota, controle de manutenção,

venda e reserva on-line, além de controle de locações, multas, avarias,

manutenção e licenciamento. É um sistema integrado que assegura, via

internet, conhecimento integral das operações.

Mas nem sempre foi assim. Durante anos, toda a administração do

negócio foi feita a mão, com pilhas e pilhas de papéis arquivados. Foi

apenas em 1987 que a ABLA adquiriu seu primeiro microcomputador

– um modelo Itautec. A preocupação com a informatização do setor,

contudo, era tão grande que levou a entidade a criar, em meados da

década de 1990, uma comissão responsável pelo desenvolvimento de

aplicativos básicos para aluguel de carros.

Antes de realizar um levantamento dos softwares disponíveis

para o setor, a associação decidiu fazer um inventário sobre os

equipamentos adotados nas locadoras. A pesquisa, realizada no

primeiro semestre de 1996, revelou que 92,45% das empresas

contavam com computadores, sendo 71,43% máquinas 486; 54,8% de

8 MB, consideradas ótimos hardwares para a época. O levantamento

destacou, ainda, que 77,55% das locadoras tinham fax modem, sendo

63,16% de velocidade padrão – 14.400. Entre as empresas, 69,39%

possuíam algum software de gerenciamento, utilizado principalmente

na área operacional (79,41%), administrativa (76,4%), financeira

(75%) e comercial (57,35%).

Três anos depois, o então gerente de desenvolvimento de mercado

da IBM do Brasil, Mauro D’Angelo, a�rmava que algumas empresas de

so�ware e hardware estavam se unindo para criar soluções especí�cas para

cada mercado. No caso da locação, já eram comercializados programas

de so�ware para abertura e fechamento de contratos, administração de

frotas e relatórios de gestão. Eram programas independentes, chamados

de pacotes, que resolviam os problemas de cada setor da empresa.

Naquele ano, já era possível, por exemplo, ter toda a vida do veículo

registrada pelo sistema: quando o carro deu entrada na locadora,

a quilometragem, manutenção preventiva e corretiva, número de

acidentes, multas e quantas vezes o veículo foi alugado.

Em meados dos anos 1990, a internet transformou-se em uma

nova mídia para que as locadoras divulgassem seus negócios, suas

marcas e suas promoções. Além do valor da reserva, os clientes

podiam consultar informações sobre terceirização de frotas e

aquisição de veículos, por exemplo. Em 1997, a ABLA mais uma

vez saiu na dianteira e colocou no ar seu site (www.abla.com.br),

disposta a atingir dois per�s de público: as locadoras de veículos e o

consumidor �nal do serviço. Entre os temas abordados, destaque para

a história do aluguel de carros no Brasil, a fundação da associação e o

desenvolvimento do setor desde o início da entidade, além do per�l

do mercado de locação no país. Como incentivo à informatização, as

locadoras associadas receberam um desconto de até 25% sobre o valor

de implantação e treinamento, envolvendo abertura de contrato,

controle de operação, manutenção da frota, de operações �nanceiras

e estatísticas. O abatimento do custo era proporcional ao número de

veículos disponíveis para aluguel. Para a implantação do sistema era

necessário que a locadora tivesse, no mínimo, um computador 486

com 8 megas de memória e uma impressora.

O início dos anos 2000 foi marcado pelo avanço da internet

no setor de aluguel de automóveis. Foi, também, a data do

desenvolvimento do primeiro so�ware para simulação de Formação

de Preços de Aluguel de Automóveis, que facilitou a rotina das

locadoras, principalmente as de pequeno porte instaladas em

municípios remotos do país. O so�ware foi reeditado em 2004 e

Tecnologia garante agilidade à locação

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2003 TUDO PELO COMPUTADORNesse ano foram criados, a pedido da ABLA, dois so�wares

para o setor: o Programa de Terceirização de Frotas, um

simulador que permitia comparações entre as modalidades de

leasing, compra à vista e locação. Já o Programa Informatize

sua Locadora, distribuído gratuitamente aos associados,

ajudou as locadoras a aperfeiçoar a organização e o controle

da frota, bem como cadastrar os clientes nas categorias de

pessoa física e pessoa jurídica.

1996 RESERVAS ONLINEAs grandes redes de locadoras do mundo puseram seus

sites no ar, permitindo que o consumidor �zesse reserva on-

line do veículo a ser alugado.

2001 NAVEGANDO PELA REDEA internet ganha espaço no setor de aluguel de automóveis,

facilitando o intercâmbio entre as empresas locadoras, seus

clientes e fornecedores. Nessa época, a internet não era,

ainda, responsável pela transformação dos negócios no setor,

o que viria a acontecer mais tarde, quando, para permanecer

no mercado, as locadoras necessariamente deveriam estar

presentes na rede mundial de computadores.

em 2012, por demanda dos próprios usuários. Porém, foi apenas em

2003, quando a ABLA lançou o próprio portal — um canal para o

consumidor ter acesso aos benefícios do “aluguel para todos”, parte

integrante do Plano Nacional de Turismo, além de informações sobre

locadoras instaladas em qualquer cidade do país e onde encontrar

aluguéis diferenciados, como carros blindados e adaptados —, que as

associadas passaram a incorporar a tecnologia como parte do negócio.

CURIOSIDADES

ABLA | 35 anos

Pá e picareta nas mãos, 100 mil homens entraram na � oresta Amazônica nos anos 1980 para cavar um buraco equivalente à área de dois estádios do Maracanã. Na busca

do sonho dourado de Serra Pelada, eles acabaram retirando da terra uma riqueza de US$ 1 bilhão, deixando para trás histórias de vida que viraram lendas do garimpo. Com baixo grau de instrução, documentos duvidosos, sem conta no banco nem cartão de crédito, o garimpeiro usava como moeda de troca a pedra e a pepita. Não foi uma, mas centenas de vezes que eles depositaram sobre o balcão do varejo local dezenas de diamantes ou sacolas de papel cheias de dinheiro, fruto da troca do ouro descoberto. Nas poucas locadoras de veículos em operação na região, a conduta não era diferente.

para contar

Muita

história

58

Sem portar documentos confiáveis nem cartão de crédito, o garimpeiro deixou como garantia um chifre de boi cheio de pedras de diamante e saiu pilotando o carro de aluguel

Vestindo apenas um short e um par de chinelos de borracha, um

conhecido garimpeiro chegou à locadora para alugar um carro. O

destino era fazer bonito no ‘brega’, também conhecido como casa da

luz vermelha. Sem portar documentos confiáveis nem um valor em

cheque exigido como caução, ele deixou como garantia um chifre de

boi cheio de pequenas pedras de brilho exuberante. A garantia preciosa

valia muito mais do que o veículo locado e permaneceu dentro de um

armário de madeira até o regresso do dono, que saiu pilotando o carro

de aluguel. A história se repetia em todas as capitais da Amazônia e em

muitas cidades do Centro-Oeste. Outro, feliz da vida porque havia sido

“tratado como gente” pela moça da locadora, acabou por dar-lhe de

presente um anel de puro diamante.

E, ao contrário do que se imagina, não eram apenas os garimpeiros

que tinham as próprias moedas de troca, os fazendeiros também. Muitos

eram semianalfabetos, não possuíam conta em banco, mas exibiam

no pasto mais de 20 mil cabeças de gado. Locavam quantos carros

desejassem, sempre na confiança. Não dava nem para pedir um boi em

troca, porque as fazendas ficavam a centenas de quilômetros de distância

e, muitas vezes, só podiam ser acessadas de barco ou pequenos aviões.

Como em muitos segmentos de prestação de serviços, a locação

de automóveis tem de primar pela discrição. Assim, os olhos não

enxergam e os ouvidos não escutam. Entre uma risada e outra, os donos

de locadoras revelam que muitos romances começaram e acabaram

nos bancos de suas frotas. Afirmam que, com os objetos esquecidos

dentro dos carros — alguns impublicáveis —, daria para abrir um

grande bazar. No início era regra confirmar os dados do locador em um

telefone fixo, que podia ser do trabalho ou da residência. Telefonema

dado, problema comprado. Nem sempre a dona patroa sabia da viagem

do marido. Hoje, como tudo funciona via telefone celular, ficou menos

arriscado para ambos os lados.

Muita história para contar

59

Há, contudo, passagens menos comprometedoras, mas não menos

surpreendentes, a exemplo do casal apaixonado de Boa Vista, que

decidiu prolongar o aluguel por conta própria e não devolveu o carro

para a locadora. Depois de a Polícia Rodoviária fechar as principais

saídas da cidade e o caso ir parar na delegacia, o casal foi encontrado

na residência do rapaz, no “maior love”, conforme relatou o advogado

contratado pela locadora. Bem longe de Roraima, na capital de Santa

Catarina, a história se repetiu, porém com um desfecho bem diferente.

Não havia nada que � zesse o cliente devolver o carro alugado. O

dono da locadora, que já havia solicitado repetidas vezes a devolução

do automóvel, sem sucesso, decidiu fazer justiça com as próprias mãos.

Pegou a chave reserva e furtou o próprio carro, deixando-o em uma

rua qualquer de Florianópolis. O cliente fez o boletim de ocorrência e

a polícia encontrou o automóvel, devolvendo-o à locadora. O aprendiz

de vigarista está até hoje aguardando o retorno do carro furtado.

Se a clientela deixa rastro e alimenta boatos e divertidas passagens,

os próprios empresários do setor têm muito o que revelar de suas

próprias experiências. Uma das principais locadoras de Salvador, na

Bahia, por exemplo, nasceu depois de seu dono ter abandonado o

funcionalismo público, uma fazenda com 800 bodes e ser � sgado por

um anúncio de revista. Isso mesmo, a propaganda questionava: “O

que rende mais: um coelho ou uma Kombi? Para ter um coelho, você

precisa de dois. Para você ter uma frota, só precisa de uma Kombi”.

Resultado: a Kombi, comprada de segunda mão, deu origem a uma

frota que, em 2011, somava 250 veículos. Considerada um carro de

estimação, um verdadeiro pé de coelho, a Kombi foi furtada em um

� m de semana. Depois de 15 dias, seu dono avistou-a estacionada em

um shopping center e chamou a polícia, que prendeu o ladrão e o levou

para a delegacia. Depois de apanhar e dormir no xadrez, o rapaz pediu

apenas uma gentileza: recolher da Kombi a placa — fria, é claro —, o

extintor de incêndio e os bancos que ele havia reformado.

ABLA | 35 anos

Muita história para contar

Casos de roubo sempre garantem boas risadas depois que tudo

se resolve. Certa vez, o dono de uma locadora do Nordeste teve um

dos Gols de sua frota furtado. Depois de fazer uma batida minuciosa

em toda a cidade, encontrou o veículo. Na madrugada, com a ajuda

de um funcionário, ambos armados com um revólver na cintura, ele

montou guarda a fim de recuperar o carro. Nada feito. Horas mais tarde,

entretanto, o funcionário ligou dizendo que havia ocorrido um pequeno

acidente. Quando foi urinar, ele, sem querer, deu um tiro no próprio pé.

O patrão, porém, não precisava se preocupar. Ele já havia ido ao pronto-

socorro e prestado conta na delegacia sobre o porte da arma. No fim das

contas, a locadora assumiu um prejuízo duplo: ficou sem o carro e sem o

funcionário, que foi afastado do trabalho por um bom tempo.

Atrás de uma caminhonete novinha, outro dono de locadora rumou

para a Bolívia. Fez as vezes de detetive e conseguiu localizar a quadrilha

especializada em roubar carros de aluguel na fronteira com o Brasil.

Qual não foi sua surpresa, quando constatou que um dos chefes do

bando era nada menos do que o dono do cartório da pequena cidade

boliviana, uma das pessoas mais influentes da região e com quem gente

de juízo não se arriscaria a comprar briga. “Antes perder a caminhonete

do que a vida”, afirmou resignado.

Já em Rio Branco, a capital do Acre, a recuperação de um carro

alugado das mãos de um jovem bêbado e inconsequente poderia ter

acabado em tragédia. Avisado que o motorista fazia cavalos-de-pau

com o carro da locadora, o empresário correu para o local. Assim que o

mocinho parou a exibição, ele abordou-o junto à porta e sacou a chave

da ignição. Mesmo esbravejando muito, o inconsequente motorista

aceitou descer do carro. De volta ao pátio da locadora, qual não foi

o susto do funcionário que fazia a limpeza do veículo ao encontrar

debaixo do banco um trabucão novinho. Nada menos do que um

revólver calibre 38 carregado, pronto para ser usado.

As confusões que povoam o dia a dia das locadoras são inúmeras.

Escolher a melhor é tarefa difícil. Algumas são capazes de provocar

uma “saia justa” até mesmo entre países. Certa feita, uma comitiva da

Argélia em visita ao Brasil solicitou os serviços de uma locadora para

transportar seus integrantes até um dos mais badalados hotéis da capital

paulista, o Maksoud Plaza. O motorista, temeroso por não reconhecer

os ‘inconfundíveis’ visitantes, pediu ao chefe que lhe descrevesse

os trajes dos passageiros e o local exato onde os três seriam pegos.

Roupas típicas coloridas, chapeuzinho na cabeça e o porte típico dos

homens africanos, recomendou o chefe, lembrando que o trio estaria

parado diante de uma floricultura. E lá sei foi o motorista. Na volta,

certo de que a tarefa tinha sido realizada com sucesso, ele ligou para

a chefia confirmando o transporte dos argelinos. O que o chefe não

poderia imaginar é que o motorista, por uma dessas coincidências que

ninguém é capaz de explicar, havia transportado os indivíduos errados.

No saguão do hotel estrelado estavam três africanos atordoados, sem

saber o que estavam fazendo ali. Na frente da floricultura, sob o sol

e havia horas, permaneciam os três membros da comitiva, sem que

ninguém lhes desse nenhuma satisfação.

Sem o envolvimento de clientes estrangeiros, mas não menos

divertido, foi o caso da troca de apenas uma letra na solicitação

de transporte por parte do atendente da locadora. O telefone tocou

bem cedo e do outro lado da linha o cliente solicitava um veículo

que pudesse transportar rena. O dono da locadora achou estranho,

mas o endereço de destino era próximo ao zoológico, e nada mais

justo que o animal fosse levado à nova casa com dignidade. Com

medo de que a Kombi novinha fosse avariada pelo animal indócil,

ele removeu os bancos da perua e comprou cordas novas. Instruiu o

funcionário a dirigir com cuidado, sempre acariciando o animal para

que ele ficasse mais tranquilo e não desse coices dentro da Kombi.

Quando chegou ao endereço de retirada do bicho, o funcionário

caiu na gargalhada. O pedido nem de longe lembrava qualquer tipo

de animal. Eram fardos e mais fardos de henas, ou seja, de tintura

natural para colorir os cabelos.

Muita história para contar

61

ABLA | 35 anos

62

Presidentes | Josef Kurc

63

depois da criação da ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e profissionalismo

Empresário no setor desde meados dos anos 1960, Josef Kurc lembra que aluguel de carros naquela época era sinônimo de algo caro e desnecessário para o mercado corporativo. O

setor crescia com as locações diárias. Cada empresário “se virava” como dava para dar credibilidade ao empreendimento, negociar descontos com as montadoras e administrar a questão das multas. Foi quando um grupo de empresários se reuniu para criar uma associação que representasse os interesses do setor.

JOSEF KURCGESTÃO 19771980

ABLA | 35 anos

64

ABLA | 35 anos

64

ABLA | 35 anos

Presidentes | Josef Kurc

65- Nossos encontros eram no bairro da Consolação, próximo a um dos

restaurantes mais tradicionais da capital paulista, o Baiúca. Fui eleito

o primeiro presidente da ABLA com a responsabilidade de defender os

direitos das locadoras, criar ferramentas que ajudassem as empresas a

se desenvolver internamente, além de buscar soluções para problemas

comuns, como a falta de conhecimento técnico de relacionamento com o

governo e com as montadoras.

Os primeiros anos à frente da ABLA foram difíceis, com altas taxas

de juros cobradas pelos bancos, inadimplência e falta de união entre

as locadoras. Aos poucos, os empresários foram percebendo que ao

unir forças ganhavam não só o respeito do mercado, do governo e dos

consumidores, como também eram mais fortes para transformar em

realidade suas reivindicações. A associação, que nasceu com 11 locadoras,

dois anos mais tarde já contava com 40 associadas. “Depois da criação da

ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e pro� ssionalismo.”

Quando deixou a presidência, Kurc integrou o Conselho da entidade por

vários anos, tendo deixado o setor de locação em 1994.

ANOS

70 BOM PARA ALUGAR

O clássico Fusca, da Volkswagen, era considerado o veículo ideal para o per� l de locadores mais comuns no Brasil daquela década – fazendeiros que preferiam veículos alugados para enfrentar as estradas ruins de suas propriedades e turistas que se aventuravam pelos caminhos esburacados, devolvendo os carros extremamente dani� cados.

ANOS

70 DIVERSIFICAÇÃO DA FROTA

Além do Fusca, novos carros começaram a ser alugados, entre eles Gordini, Dauphine e DKW, esse último em menor escala por causa da necessidade de se adicionar óleo no combustível de seu motor de dois tempos, tarefa nem sempre realizada pelos usuários. Os Aero Willys e o Itamaraty também ganharam espaço nas frotas como veículos de luxo.

Presidentes | Josef Kurc

ABLA | 35 anos

66

Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho

67

De ferrenhos concorrentes a companheiros de profissão

Publicitário de formação, Alberto Moraes Barros Filho nasceu em 1927 e apenas em meados da década de 1970 decidiu enveredar pelo mundo do empreendedorismo, um caminho

que o levou a ser um dos criadores da ABLA e, mais tarde, presidente da entidade por dois mandatos, entre os anos de 1981 e 1987.

ALBERTO MORAES BARROS FILHOGESTÃO 1981/1983 E 1986/1987

ABLA | 35 anos

68- Em meados de 1976, eu fui procurado pelo advogado Marco

Antonio Ghiberti com a ideia de criar a associação. Abracei a proposta

ao lado de outros 10 empresários e, em 1977, constituímos oficialmente

a ABLA. A criação da entidade surgiu da necessidade de transformar

ferrenhos concorrentes em companheiros de profissão. Eram tempos

difíceis. Para não perder dinheiro com a apropriação indébita dos

carros, pintávamos as peças mais fáceis de serem removidas.

Até 1990, ele esteve ligado diretamente ao negócio de locação de

automóveis. Em 1992, abriu a A. M. Barros Consultoria e Serviços, com

ênfase em locação de veículos e formatação de franquias.

Foi em 1982, contudo, que Alberto enfrentou um dos maiores

desafios de seu período à frente da ABLA, o que ele chamou de

“piratas do mercado”. Ele se referia à abertura pelas revendedoras

de departamentos voltados para a locação de carros. Em entrevista

concedida na época, o presidente dizia: “No geral, essas revendedoras

não pagam impostos como as locadoras, têm maior poder de

NOVIDADES NO PÁTIO

1981

198

3

Apesar da instabilidade econômica e da alta da in�ação, as

locadoras brasileiras ganharam novas opções para suas frotas, como

o Ford Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro a

instalar travas e vidros elétricos; o Ford Escort; o utilitário Saveiro, da

Volkswagen; e o Santana, que levou a montadora a entrar no segmento

de carros de luxo.

QUEM NÃO SE COMUNICA...

1982O primeiro veículo criado com a �nalidade de estabelecer

uma comunicação e�caz com os associados, parceiros, governo

e imprensa foi o ABLA Notícias. A primeira edição circulou em

setembro de 1982, com periodicidade trimestral.

OLHA O JORNAL!

1985A ABLA contabiliza 162 �liadas, entre redes nacionais e

independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano,

o leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que,

na época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse

tipo de �nanciamento.

NASCE O CARRO POPULAR

1984

Foi nesse ano que a Fiat lançou o Fiat Uno, o pioneiro no

segmento de carros populares no país. A partir de, então, os

modelos econômicos são os preferidos dos brasileiros na hora de

alugar um carro. No �m dos anos 1990, respondiam por 65,1%

do volume de locações. Em 2007, representavam nada menos do

que 72,0% e, em 2011, 64,0%.

ABLA | 35 anos

Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho

69barganha na compra e venda de automóveis, os custos de manutenção

dos carros são pequenos, em razão das oficinas locais, não têm

pessoal especializado, treinando seus próprios funcionários para o

atendimento ao público, gozam de benefícios do ICM e, com todas

essas vantagens, oferecem uma concorrência desigual e desleal”. E

finaliza em tom incisivo: “Eu gostaria de perguntar a eles como se

sentiriam caso as montadoras de veículos resolvessem vender os

próprios automóveis sem as revendedoras?”.

Quase cinco anos depois, ao terminar o seu segundo mandato à

frente da presidência da ABLA, Alberto dizia estar orgulhoso de ter

enfrentado muitos desa�os e de seu principal feito: “Conseguimos

conquistar a con�abilidade do usuário e do público em geral.

Atualmente, é muito comum um cliente, antes de fazer negócio com

qualquer locadora, entrar em contato com a ABLA para saber se a

empresa é associada. Isso signi�ca uma garantia para o usuário e é

motivo de orgulho para nós”.

POLÍTICA ECONÔMICA

1987

As locadoras foram surpreendidas com a criação do Empréstimo

Compulsório sobre Comercialização de Veículos e Combustíveis, o

que provocou a eliminação do capital de giro das empresas de aluguel.

Além disso, houve um excepcional “turnover” de mão de obra, o que

elevou em 50% o custo da folha de pagamento, a �m de manter e

treinar os novos funcionários. Por �m, o Plano Cruzado II elevou em

80% o custo dos veículos e em 20% o preço das peças e dos acessórios.

CRESCIMENTO REAL

1987 A ABLA contabiliza 162 �liadas, entre redes nacionais e

independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano, o

leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que, na

época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse tipo

de �nanciamento.

Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho

1986

FORÇA LATINOAMERICANANo congresso da Cotal, realizado no Recife, em Pernambuco,

a ABLA, junto com presidentes de várias associações de locadoras

de países latino-americanos, decide lançar o embrião da Federação

Latino-Americana das Associações de Locadoras de Auto-Veículos.

ABLA | 35 anos

70

Presidentes | Vitório D’Amico

71

O mercado de locação entrou para o sistema de franchising, com a abertura da primeira franquia no ano de 1984

F oi no �m da gestão de Vitório D’Amico que a ABLA criou um novo informe, agora denominado Jornal da ABLA. O veículo de comunicação foi editado a cada dois meses, até o �m de 1987.

Um ano antes, o setor havia assistido a um novo marco na expansão do serviço de aluguel de carros no país. A locação entrava para o sistema de franchising, com a inauguração da primeira unidade franqueada em meados de 1984.

VITÓRIO D’AMICOGESTÃO 19841985

ABLA | 35 anos

72

Presidentes | Udo Stellfeld

73

A respeitabilidade conquistada pelas locadoras por meio da ABLA garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano Verão, no início de 1989

UDO STELLFELDGESTÃO 19881989 E 19901991

F amiliarizado com o universo automotivo desde 1966, quando ingressou na Volkswagen, Udo Stellfeld fez carreira na montadora, onde atuou por mais de duas décadas, até chegar ao mercado de

locação. Em 1988, foi eleito presidente da ABLA pela primeira vez, quando deu início ao processo de interiorização da entidade. Foi um dos principais responsáveis pela criação das Diretorias Regionais, o que fez da associação uma entidade nacional.

ABLA | 35 anos

74Quando Stellfeld assumiu seu segundo mandato, em 1990, as

locadoras respondiam por 8% da produção da indústria nacional de

automóveis e movimentavam US$ 600 milhões, bem abaixo dos

US$ 20 bilhões registrados pela indústria de aluguel de carros nos

Estados Unidos. Acostumado a alugar carro em suas viagens ao exterior,

sobretudo em Miami, o consumidor brasileiro reclamava dos altos preços

praticados pelas locadoras no Brasil, quando comparados aos adotados

nos Estados Unidos. Mais do que reclamar, muitos proclamavam o não

uso do serviço para provocar a queda nos preços. Como justi�cativa

para tamanha diferença, os representantes do setor apontavam o tempo

de maturação da atividade nos dois países, as diferenças de preço na

compra dos veículos, os altos custos �nanceiros enfrentados no Brasil e

as despesas com mão de obra.

Em entrevista dada na época, Stellfeld observava que, diante do impacto

dos planos de estabilização econômica, as empresas do setor revisaram suas

políticas operacionais, enxugaram seus custos e diminuíram o efetivo de

VITRINE

1988Acontece a I Convenção e Salão Nacional das Empresas

Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), nos dias 8 e 9 de março, em São Paulo. No mesmo ano, a ABLA encomenda a primeira pesquisa sobre o setor, com o objetivo de conhecer o per�l e a origem de seus consumidores.

CHEGAM OS RUSSOS

1990

Representantes da montadora russa Lada apresentaram sua linha de veículos à ABLA, a situação de suas revendas e as garantias de serviços ofertados. A entidade, por sua vez, solicitou aos recém-chegados ao mercado brasileiro um estudo sobre a possibilidade de renovação da frota do setor, quantidades de carros disponíveis, condições especiais de compra, de preço de revenda e garantia de recompra. Apesar do avanço das negociações, a montadora não vingou no território brasileiro.

NOTÍCIAS DO SETOR

1988Do começo de 1988 até dezembro de 1992, a entidade

teve como veículo de comunicação o Informativo ABLA, um boletim editado em preto e branco, com tamanho variado, dependendo do volume de informações a ser transmitidas. Nesse período, as novidades ainda eram enviadas e recebidas via telex.

QUAL É O MELHOR CAMINHO?19

90A falta de sinalização nas estradas e cidades brasileiras,

aliada às péssimas condições das vias, transformou-se em fator de intimidação da locação de veículos por parte dos turistas que, muitas vezes, acabavam optando por outras alternativas de transporte. Para suprir essa de�ciência, as locadoras passaram a fornecer, por conta própria, mapas detalhados aos turistas.

ABLA | 35 anos

Presidentes | Udo Stellfeld

75pessoal empregado, na tentativa de praticar preços mais competitivos e se

manter na ativa. “Para fazer caixa e honrar os compromissos �nanceiros,

muitas locadoras passaram a vender automóveis, um processo pernicioso de

descapitalização e enfraquecimento das empresas, com sérias consequências

previsíveis a médio e longo prazo.”

Os desa�os não paravam por aí. Um dos principais problemas

do setor na época eram os roubos, furtos e apropriações indébitas

dos veículos, além do alto índice de inadimplência, que deixavam

vários rombos nos caixas das locadoras. Foi um dos períodos em que

a união do setor, por meio da associação, fez-se mais necessária. “A

respeitabilidade conquistada pelas locadoras por intermédio da ABLA

garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano

Verão, no início de 1989”, costumava comentar Stellfeld.

No ano seguinte, pela primeira vez, a ABLA participa da posse de

um presidente da República, um reconhecimento público das novas

autoridades à entidade que completava pouco mais de dez anos.

DE OLHO NOS IMPORTADOS

1990

Na maioria das 500 locadoras em atividade no país, a vida útil das frotas saltou de 12 para 14 meses, em decorrência da política econômica adotada nos últimos anos da década de 1980. Por isso, o setor passou a observar com mais atenção o segmento de carros importados. Com preços mais atraentes, a compra esbarrava, porém, em um obstáculo decisivo: a falta de �nanciamento, uma vez que a Receita Federal proibia a criação de consórcios para carros importados. Além disso, não havia linhas de crédito especí�cas ou leasing disponível, o que determinava que todas as transações fossem feitas à vista.

CRUZADOS NOVOS OU CRUZEIROS?

Com a implantação do Plano Collor, a ABLA criou uma cartilha para auxiliar suas associadas na cobrança de contratos de locação. Por 60 dias, foram recebidos em cruzados novos, embora a nova moeda fosse o cruzeiro. A moeda também foi preservada nos pagamentos de leasing nos 180 dias seguintes ao plano.

1990

FALTAM CARROS

1991

Os principais jornais do país, entre eles Gazeta Mercantil e DCI, relatavam o atraso de entrega dos carros pelas montadoras. Com 250 locadoras associadas, em 150 cidades e mais de 400 pontos em cidades e aeroportos, o setor de locação registrava uma defasagem de 30 mil veículos, o que restringia o potencial de expansão. Os veículos, aguardados pelas locadoras, seriam destinados a reposição e ampliação das frotas. Para compensar o atraso, uma das maiores redes de aluguel de carros do país investiu Cr$ 300 milhões na aquisição de 150 veículos da marca Lada, nos modelos Niva, Samara e Laika. Nessa época, da frota de 60 mil carros disponíveis para locação no país, apenas 400 eram importados.

Presidentes | Udo Stellfeld

ABLA | 35 anos

76

Presidentes | Francisco da Silva

77

Nosso maior orgulho foi ter elaborado o Código de Ética da ABLA

FRANCISCO DA SILVAGESTÃO 19921993

Quando Francisco José da Silva assumiu a presidência da ABLA, o setor contava com 900 empresas em operação, 300 delas associadas à entidade. Um percentual de adesão considerado

bastante satisfatório, a ponto de a associação realizar a II Convenção e Salão Nacional das Empresas Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), em agosto de 1992, em São Paulo, e lançar o Guia O�cial das Empresas de Aluguel de Auto-Veículos, com 250 empresas participantes, com 600 pontos de locação espalhados pelo país.

ABLA | 35 anos

78Se por um lado a entidade investia no conhecimento mais profundo

do setor, por outro enfrentava grandes di�culdades para resolver questões

práticas, como parcelamento do pagamento do IPVA, prorrogação dos

prazos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto

sobre Circulação de Mercadoria (ICM). Naquele ano, as altas taxas de

juros e a in�ação foram os grandes fantasmas do setor, em um dos piores

anos do segmento. A retração atingiu quase 25%, e o volume de aluguel

diário, antes a grande força da locação, passou a responder por apenas

20% dos negócios, como lembrou Silva em entrevista na época.

- Foram dois anos de economia recessiva, com a entrada de novos

concorrentes na atividade, o que provocou uma acirrada guerra de

preços e levou o setor a enfrentar muitas di�culdades. Nessa fase,

muitas pequenas, e até grandes locadoras, fecharam as portas. Os que

permaneceram na ativa viram a lucratividade despencar, tendo de

trabalhar praticamente de graça.

Silva era o porta-voz do setor na ampliação da produção nacional de

carros básicos por parte das montadoras, sendo esse um fator fundamental

para a sobrevivência do setor, que tinha nos populares 100% da demanda

1992

POSIÇÃO ESTRATÉGICAA convite da então secretária da Economia, Dorothéa Werneck, a ABLA passou a integrar a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, criada com a proposta de auxiliar o governo na solução de problemas do setor e na formação de políticas especí�cas para o segmento. Em sua primeira apresentação na Câmara, a diretoria da ABLA revelou a realidade do cenário nacional do mercado de locação: 30% de capacidade ociosa, carga tributária elevada, ausência de uma política �nanceira adequada ao setor, baixa produtividade e atraso na adoção de novas tecnologias.

1992

GASTOS COM VIAGENSA American Express realizou o “Estudo sobre despesas com viagens e representação”, envolvendo 480 empresas. O levantamento mostrou que os gastos na área são de US$ 3 bilhões por ano, 5% desse total refere-se às despesas com locação de automóveis, sendo 18% pagos com cartão empresarial. O estudo constatou, também, que 25% das empresas têm regras de�nidas para a locação de veículos, principalmente as companhias de grande porte, que adotam como critérios de escolha das locadoras o custo (52%), a qualidade dos serviços (40%) e a localização (16%).

1992

RAIO X DE PESOO consultor Carlos Roberto Azzoni, professor associado do Departamento de Economia da FEA/USP concluiu, a pedido da ABLA, o “Estudo setorial-locação de veículos”.

ABLA | 35 anos

Presidentes | Francisco da Silva

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Presidentes | Francisco da Silva

1993

CONSELHO EXPERIENTEDurante a realização do I Fórum e Salão da Indústria de Aluguel de Automóveis, Charles Parker, publisher da revista Auto Rental News, o principal veículo da área nos Estados Unidos, a�rmou que, naquela data, o setor de locação no Brasil revelava um cenário semelhante ao vivido pelo mercado americano 30 anos atrás. “O caminho para crescer está na adoção do conceito de Centrais de Transporte, que aproxima locadoras, montadoras e revendedoras.”

1993

ALUGUE UMA BOA IDEIA. ALUGUE UM CARRO.Pela primeira vez, desde a sua fundação, a ABLA investiu US$ 2 milhões em uma campanha de publicidade, de âmbito nacional, com 12 meses de duração, criada pela MPM Lintas, com o slogan: “Alugue uma boa ideia. Alugue um Carro.” O objetivo era chamar a atenção e ampliar o nível de conhecimento dos consumidores das classes A/B a respeito das facilidades e vantagens da locação.

DESEMBARQUEAs locadoras reclamavam muito do alto custo para a manutenção de suas estruturas nos aeroportos nacionais. Em Cumbica, Congonhas, Santos Dumont e Galeão pagava-se um aluguel de Cr$ 300 mil, corrigidos pelo IGPM + 5% do faturamento local. Nos estacionamentos, a vaga por carro custava cerca de US$ 100.

1993

de aluguel. “Ou a indústria nos atende, ou vamos partir para a importação.

Essa é a saída para muitos problemas da área automobilística no Brasil.”

Outro desa�o da ABLA naquele período era a diminuição dos roubos,

que afetavam diretamente as empresas e o custo da locação. A preocupação

aumentava diante da criação do Mercosul, que deixava as fronteiras com

os países vizinhos, sobretudo com o Paraguai, mais vulneráveis.

“Em um cenário econômico difícil, nosso grande orgulho foi ter

elaborado o Código de Ética da ABLA, o que deu ao setor ainda mais

respeito e pro�ssionalismo”, a�rmou Silva, ao passar a presidência da

entidade a seu sucessor.

O manual de bom comportamento ético foi aprovado pelo Conselho

Nacional da entidade em 19 de novembro de 1992, sendo registrado no

II Cartório de Ofícios e Registros de Pessoas Jurídicas da Comarca da

Capital do Estado de São Paulo, sob o número 39.236, em 7 de janeiro

de 1993. Na ocasião, o presidente Silva lembrou, ainda, o aumento

das parcerias e, consequentemente, o estreitamento das relações com

as operadoras de cartões de crédito, montadoras de automóveis e

instituições �nanceiras.

ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

Presidentes | Francisco da Silva

81

Presidentes | Francisco da Silva

TREINAMENTOA entidade promoveu cursos de gerenciamento de frotas e cálculo de preços para locadoras, com o objetivo de melhorar a qualidade e a e� cácia das empresas.

1993

1993

CASO DE POLÍCIAO problema dos roubos de carros de aluguel se agravava em todas as regiões. No Rio de Janeiro, por exemplo, eram roubados anualmente 14% dos veículos da frota, com taxa de recuperação de apenas 3% dos carros, que eram encontrados completamente depenados. Em São Paulo, 2% da frota era roubada, com 40% de índice de recuperação, e, em Belém do Pará, 2,5% dos carros eram objeto de roubos e 60% deles resgatados, mas em péssimas condições. Para diminuir os incidentes, a ABLA criou um folheto de orientação aos motoristas para que não trafegassem em ruas nem em avenidas pouco movimentadas e mal iluminadas, acionassem os dispositivos de segurança e só solicitassem informações à equipe da locadora, à polícia, aos estabelecimentos comerciais ou postos de gasolina bem iluminados.

ABLA | 35 anos

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Presidentes | Nicolau Rezé

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Acreditar e trabalhar pela ABLA é investir no nosso próprio negócio

uando assumiu a presidência, Nicolau Rezé encontrou o setor de locação envolto em um cenário desa� ador: falta de veículos populares, prática do ágio, fechamento do leasing e,

principalmente di� culdades de renovação da frota. Para enfrentar essa realidade, a associação promoveu um estreitamento das relações das locadoras com as montadoras, que passaram a enxergar o setor como vitrine de seus produtos, e com os agentes de viagens, para expandir a atuação na área de turismo. Paralelamente, investiu em cursos de vendas para as associadas.

NICOLAU REZÉGESTÃO 19941995

ABLA | 35 anos

84

“LOUCAÇÃO”

1994Em cerimônia realizada no dia 16 de maio, na Galeria

Nara Roester, em São Paulo, foram premiados os vencedores nas categorias Ponto de Vendas, Rede e Flagrante, da Campanha “Loucação”, promovida pela ABLA, Credicard e Autolatina - Divisão Volkswagen.

OS MAIS VISADOS

1994Em 1994, os roubos de carros aumentaram 25% em

relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. Os carros mais visados eram Gol, Kombi e Fiat Uno, exatamente os veículos utilizados pelo mercado de locação.

INVASÃO TECNOLÓGICA

1995

Durante o II Fórum Nacional do Setor de Aluguel de Automóveis, Ottoni Fernandes Júnior, diretor do Invest News, boletim eletrônico, alertava o setor para uma invasão importante e irreversível: a dos microcomputadores. “Em 1994, nos Estados Unidos foram vendidos mais micros do que aparelhos de TV. Cerca de 26% dos norte-americanos têm microcomputadores e 9,6% pretendem comprar o equipamento nos próximos seis meses; 3,9% dos norte-americanos já assinam serviços de informação eletrônica e 6% pretendem fazê-lo em um semestre”, a�rmava em sua apresentação.

- Os desafios foram grandes, mas os resultados foram positivos.

Lutamos pela reabertura das operações de leasing quando, pela

primeira vez, o setor de locação de automóveis foi reconhecido

oficialmente e, portanto, ganhou mais respeito. Uma prova do

trabalho de bastidores que desenvolvemos.

Foi no biênio 1994/1995 que a associação ganhou um Conselho

Jurídico, formado por advogados das associadas que passaram a

trabalhar em prol do setor. Como bem lembra Rezé, pela primeira vez

ABLA | 35 anos

Presidentes | Nicolau Rezé

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MERCADO NORTEAMERICANO

1995

Na metade da década de 1990, a frota para locação nos Estados Unidos era de 1,4 milhão de veículos, enquanto no Brasil não passava de 80 mil carros. Em visita ao país, Stephen Guy, presidente da American Car Rental Association (Acra), salientou que o mercado norte-americano contava com 2 mil locadoras, que, por causa da alta concorrência, cobravam entre US$ 30 e US$ 40 a diária, com quilometragem livre. No Brasil, a locação de um carro popular não saía por menos de US$ 70.

DINHEIRO DE PLÁSTICO

1995 O faturamento do mercado de cartões de crédito em 1995

foi de R$ 22 bilhões no Brasil, com um total de 300 milhões operações pagas com o dinheiro de plástico. As locadoras contribuíram com nada menos do que R$ 300 milhões.

POLÍTICAS ECONÔMICAS X IMPORTADOSNaquele ano, Emílio Julianelli, presidente da Associação

Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Auto-Motores (Abeiva), dizia que a presença de importados no setor de locação de veículos nunca atingiu patamares signi�cativos no Brasil em decorrência da política econômica do país. “A participação poderia ser bem maior na frota, caso o governo não promovesse tantas mudanças nas regras de importação de carros. Em cinco anos, o setor investiu US$ 3 bilhões no país, gerou 25 mil empregos diretos e instalou 741 concessionárias.”

1995

o setor de locação pôde encontrar um denominador comum entre o

que é juridicamente correto e o que é comercialmente viável para a

operação das locadoras.

Rezé deixou o setor de locação há vários anos. Partiu para o mercado

�nanceiro, vivendo entre os Estados Unidos e o Brasil, sem, contudo,

deixar de acompanhar, mesmo que de longe, as mudanças no segmento

de aluguel de veículos.

Presidentes | Nicolau Rezé

ABLA | 35 anos

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Presidentes | Antonio Claudio Resende

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As locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística

ANTONIO CLAUDIO RESENDEGESTÃO 19961997

A estabilidade da moeda e a abertura do mercado colocaram o Brasil na rota dos investimentos estrangeiros, provocando mudanças profundas na forma de conduzir os negócios. As

empresas nacionais foram obrigadas a se reestruturar rapidamente para acompanhar a globalização. Não havia mais espaço para a miopia empresarial nem para amadores. Foi nesse contexto que Antonio Claudio Resende assumiu a presidência da ABLA, com o desa�o de dar ênfase à pro�ssionalização do setor e apontar caminhos para que as locadoras somassem mais serviços às suas operações com preços cada vez mais enxutos.

ABLA | 35 anos

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VIA FAX

1996

Quando o computador ainda não fazia parte da realidade da maioria das empresas integrantes do setor, as informações eram distribuídas por fax. Assim nasceu o Via Fax, uma comunicação rápida e eventual recebida pelas associadas. Uma vez ao mês, as locadoras conferiam as novidades, também, no Boletim ABLA impresso.

CONVÊNIO COM A SERASA

1996

Graças ao convênio com a Serasa (Centralização dos Serviços dos Bancos), as associadas da ABLA passaram a realizar consultas cadastrais de pessoas físicas e jurídicas 24 horas por dia, com preços especiais. Por meio deste convênio, as locadoras tiveram acesso, também, ao Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala), com informações de ocorrências de roubo, furto ou apropriação indébita, exclusivo do setor.

QUADRILHA ATACA LOCADORAS

1996

O comunicado distribuído às associadas dizia: “Temos notícia de que uma quadrilha está furtando carros de locadoras. Os bandidos alugam os carros em nome de diversas empresas tradicionais, inclusive agências de viagens. A quadrilha utiliza autorizações falsas para retirar os veículos no próprio balcão da locadora sem deixar suspeitas”. Diante desse quadro, a ABLA alertava as locadoras sobre a necessidade de con�rmação das reservas com as empresas solicitantes, além de consultar a Serasa, onde os casos de roubos eram cadastrados no Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala).

ABLA | 35 anos

- Quando assumi a ABLA, apenas 300 empresas eram associadas, e

o principal foco da entidade era representar o setor de aluguel junto ao

governo, na defesa dos interesses das locadoras. Trabalhamos duro em torno

da Súmula 492, que previa a responsabilidade civil e solidária da locadora

por danos causados a terceiros pelos clientes no uso do carro locado. Além

disso, criamos uma comissão de associados para trabalhar ao lado do

governo nos estudos da criação da “frota verde”, com o objetivo de incentivar

o uso do álcool como combustível.

Paralelamente às mudanças de gestão das locadoras, o setor lutava

para que o consumidor brasileiro adquirisse o hábito de organizar todo

o seu programa de viagem. Ou seja, fazer uma única reserva com o

agente de viagem, que inclua passagem, hospedagem e aluguel de carro,

Presidentes | Antonio Claudio Resende

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1996

NOVA IDENTIDADEA ABLA passou a chamar-se Associação Brasileira das

Locadoras de Automóveis em substituição à Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Auto-Veículos. Acompanhando a mudança da razão social veio, também, a modernização do logotipo.

1997

A VEZ DA CPMFVista pela ABLA como um retrocesso na modernização

da economia do país, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) produziu um aumento de custos na cadeia produtiva, de acordo com a associação. As locadoras de veículos, que até então vinham mantendo seus preços estáveis, apesar do aumento dos custos, como os preços dos carros populares, �caram atentas ao novo tributo.

1996

PROFISSIONALIZAÇÃO

A partir da análise das necessidades do mercado, a ABLA selecionou 10 cursos a serem ministrados às locadoras associadas, com duração de 15 a 20 horas – Atendimento ao cliente, Técnicas de vendas, Matemática �nanceira, Desenvolvimento e relações interpessoais, Desenvolvimento de equipes, Praticando a Qualidade, Estratégia e marketing ao seu alcance, Locadoras: como vender o negócio e�cazmente, Aumentando a produtividade da locadora por meio das pessoas, Gerenciamento de frota e formação de preços para locação de veículos. As aulas foram ministradas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Goiânia, Vitória, Brasília, Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.

como acontecia no exterior. Também buscava a�nar cada vez mais a

parceria com as montadoras, defendendo a tese de que as locadoras

serviam (e ainda servem) de test drive para os fabricantes de veículos.

Resende, em meio a uma negociação e outra, costumava lembrar de uma

história ocorrida no início da década de 1980, nos Estados Unidos: uma

montadora desistiu de fabricar um prestigiado modelo. Antes de encerrar

a produção, porém, a fábrica destinou várias unidades a uma locadora

com preço promocional. A locadora também praticou um preço especial

na locação do veículo. O sucesso foi tão grande a ponto de a produção ser

retomada, permanecendo por muitos anos. E concluía:

- É um exemplo clássico que serve para mostrar com clareza como as

locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística.

Presidentes | Antonio Claudio Resende

ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

Presidentes | Antonio Claudio Resende

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CAMPANHA TURÍSTICA

1997 “Viva o seu país. É o seu Brasil brasileiro.” Esse foi o

slogan da campanha lançada pela Embratur com o objetivo de incentivar o turismo no Brasil, que contou com a participação da ABLA. As associadas ofereceram 50% de desconto na diária mais quilômetro rodado ou 20% nas diárias.

FÓRUM E SALÃO

1997

“A Conquista do Futuro” foi o tema central do III Fórum e I Salão Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis, abertos pelo governador Mário Covas, que reuniu cerca de 300 participantes. Na ocasião, Covas ressaltou que o setor tem um passado signi� cativo na história de São Paulo e do país pela qualidade e con� abilidade dos serviços que presta à população.

1997

APROXIMAÇÃO COM AS MONTADORAS

Neste ano, o setor comemorou a queda da resistência das montadoras em negociar diretamente com as locadoras, primeiramente com a assinatura do convênio com a General Motors e, em seguida, com a Ford e a Volkswagen.

Presidentes | Antonio Claudio Resende

ABLA | 35 anos

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Presidentes | José Zuquim

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Saímos de uma sede alugada para uma própria, paga à vista

JOSÉ ZU UIMGESTÃO 19982001

Aos 60 anos, 27 deles no mercado de locação, José Zuquim Militerno comandou a ABLA por quatro anos, em um período de grandes desafios econômicos. Em 1999, quando

todos os contratos foram indexados ao dólar, muitas empresas fecharam as portas por não suportar o baque.

ABLA | 35 anos

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- Nosso maior desa�o, na época, foi negociar com os bancos, pondo as

cartas na mesa com clareza e mostrando o que era possível pagar e como

faríamos para fechar a conta.

Ao negociar em bloco, as locadoras perceberam que era importante

contar com uma representante de respeito, o que elevou o número

de locadoras a�liadas à entidade. Mais sólido, o setor assistiu nesse

período à instalação da sede própria da entidade, em agosto de 1999,

e ao fortalecimento das parcerias com as montadoras, que passaram a

oferecer descontos signi�cativos para a renovação das frotas.

FESTA É SINÔNIMO DE LUCRO

1998

A 43ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo, movimentou em 1998 cerca de R$ 150 milhões e atraiu 1 milhão de pessoas. Por causa do grande número de visitantes, as locadoras da região registraram aumento de pelo menos 30% no volume de locações. Outros eventos importantes para o setor são: Oktoberfest, Festival de Cinema de Gramado, Fórmula 1, Carnaval e Festas Juninas no Nordeste.

QUEDA DE IMPOSTO

1998

A redução do IPI adotada pelo governo como estímulo às vendas de automóveis teve um impacto positivo no mercado de locação. As locadoras deram início à renovação de suas frotas. A GM negociou 15% mais pedidos, a Volkswagen cerca de 10% e a Ford em torno de 50%. Com a queda do IPI, o preço do Corsa Wind caiu de R$ 12.645,00 para R$ 12.019,00.

PESO DO IPVA

O pagamento do IPVA era, na época, um dos itens que mais oneravam os caixas das locadoras. Por isso, as diretorias regionais da ABLA trabalhavam �rme para reduzir os custos das empresas do setor em cada região. No Paraná, por exemplo, onde a alíquota era de 2% e o pagamento, feito de acordo com o �nal da placa, sofreu queda de 50% para veículos das locadoras ou para contratos de leasing. Em Minas Gerais, a alíquota foi reduzida para 2% e o pagamento do imposto, parcelado, enquanto no Rio Grande do Sul, a quitação podia ser feita em até seis vezes.

1998

ABLA | 35 anos

Presidentes | José Zuquim

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SURGE A CIA

Em junho de 1998, a ABLA lançou um novo serviço a seus associados, a CIA-Cooperação Informal. O canal oferecia informações que serviam de apoio às locadoras em situação de emergência como, endereços de o�cinas e seus respectivos preços, telefones de despachantes e de empresas de guincho.

1998

MOVIDO A GÁS

1998

Neste ano, a ABLA avaliou o uso do carro a gás como uma alternativa para as 212 locadoras a�liadas e afetadas diretamente com a adoção do rodízio de veículos em São Paulo. Isso porque os automóveis movidos a gás natural eram excluídos da medida que suspendia a circulação de carros em determinados horários no centro expandido da capital paulista. Levantamento feito pela entidade na época revelava que o prejuízo conjunto das locadoras chegava a R$ 10,8 milhões por mês, com a paralisação de 42,9% da frota de 24 mil carros.

1998

CAMPANHA NACIONAL445 locadoras participaram da campanha de incentivo ao turismo interno na baixa temporada, tendo como tema: “Viva seu país. Onde você chega, está em casa”. As reservas efetuadas com 10 dias de antecedência, com duração mínima de três dias, tinham 20% de desconto sobre as tarifas de diária de quilômetros rodados, ou de 50% apenas sobre o valor da diária.

“Saltamos de 300 sócios para 1,2 mil associados e de uma sede

alugada para uma própria, paga à vista”. Paralelamente, foram

surgindo os sindicatos locais (Sindlocs), que se transformaram em

representantes legais da categoria em suas regiões e ajudaram o setor a

trabalhar como um bloco único em todo o Brasil.

- O grande marco do período foi o crescimento do aluguel de frotas

para empresas, que começaram a se conscientizar que não deveriam

gastar energia com administração de carros, o que alavancou o

crescimento do setor de locação.

Presidentes | José Zuquim

ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

2000BOAS MANEIRAS

2000PARCERIA INTERNACIONALA presidência da ABLA assinou um Protocolo de Cooperação entre a entidade brasileira e a Associação Portuguesa das Locadoras de Automóveis, visando ao intercâmbio nas diversas áreas ligadas direta ou indiretamente ao setor de locação – questões tecnológicas, operacionais, comerciais e de formação pro� ssional.

Falar a mesma linguagem. Esta foi a proposta da entidade ao criar, em junho desse ano, o Manual de Atendimento à Imprensa.

1999

TECNOLOGIA SOB MEDIDA

“Preço Certo ABLA”. Assim foi batizado o curso, e, assim, foi denominado um so� ware criado sob medida para os associados, com o objetivo de facilitar a composição de custos e formação de preços. A distribuição foi gratuita.

1999

NO UNIVERSO DO TURISMO

Pela primeira vez, a ABLA participou do Congresso da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem Abav, em Curitiba, no estado do Paraná. Nesse mesmo ano, a entidade foi declarada como órgão delegado da Embratur, sendo esse o caminho para que a ABLA fortalesse a necessidade de participação exclusiva das locadoras em licitações para aluguel de veículos.

1999

PRÊMIO

A entidade criou o Prêmio ABLA Destaque Regional do Semestre, a � m de valorizar as ações de suas diretorias regionais. Entre os dias 24 e 26 de novembro do mesmo ano, foram realizados, em São Paulo, o IV Fórum e o II Salão Regional da Indústria de Aluguel de Automóveis.

1999

CNVR

Com o objetivo de oferecer às associadas, de forma gratuita, a inclusão de seus veículos eventualmente roubados para pesquisa em todo o território nacional, a ABLA � rmou parceria com o Cadastro Nacional de Veículos Roubados (CNVR).

Presidentes | José Zuquim

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Presidentes | José Zuquim

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Presidentes | José Zuquim

ABLA | 35 anos

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Presidentes | Alberto Vidigal

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O governo Lula foi positivo para o setor de turismo como um todo e para o de aluguel de carros também

ALBERTO VIDIGALGESTÃO 20022005

U m ano depois de assumir a presidência, Alberto Vidigal, hoje com 55 anos, defendia o Programa Aluguel para Todos, um instrumento que disponibilizaria a diversas camadas da

população o acesso aos serviços prestados pelas empresas do setor. O objetivo era atender aos usuários tradicionais, assim como a cadeia produtiva do turismo, passando pela indústria hoteleira, companhias aéreas, agências de viagem, indústria automobilística, entidades de classe e organismos o�ciais. “Para isso, encontramos na internet a aliada ideal para viabilizarmos essa democratização de dados, informações e serviços, com a dimensão e a agilidade necessárias. O Brasil já conta com 7,5 milhões de internautas, e o crescimento de usuários está próximo de 3% ao mês”, a�rmava Vidigal na época.

ABLA | 35 anos

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Paralelamente, a diretoria da ABLA, sob o comando de Vidigal,

trabalhou no estreitamento da relação do setor com as montadoras, que

ainda insistiam em colocar nos pátios de aluguel apenas veículos lançados

seis meses antes. Aos poucos, contudo, a cultura foi mudando e, como

já acontecia nos Estados Unidos, as locadoras passaram a respeitar o

mesmo tempo das concessionárias. O Gol 2003, por exemplo, teve uma

apresentação de lançamento especial para o setor de aluguel de carros.

HARMONIA ENTRE VIZINHOS

2002A ABLA juntamente com a Abav, hotéis, companhias

aéreas, emissoras de cartão de crédito e seus pares argentinos criaram a Câmara Permanente de Turismo Brasil-Argentina, uma espécie de fórum responsável por prevenir quaisquer emergências no �uxo de negócios entre os países.

DIAS AZUIS

2002

Esse era o nome do programa criado pelo Ministério do Esporte e Turismo em parceria com a Embratur, com o objetivo de oferecer aos consumidores de produtos e serviços turísticos o melhor aproveitamento, em decorrência de um acordo de cooperação entre todos os elos da cadeia turística. A ABLA apoiou a iniciativa. As locadoras que aderiram ao programa ofereciam descontos de 20% sobre a tarifa de diária e quilômetros rodados, ou 50% sobre a diária. Os descontos exigiam um mínimo de três diárias e reservas com 10 dias de antecedência, pagamento à vista ou no cartão e garantia de no show no valor de uma diária.

RETRAÇÃO MUNDIAL

2002

O setor de locação de veículos no mundo teve uma queda de 1,6% em 2002 com relação a 2001, registrando cifras da ordem de US$ 18,4 bilhões. De acordo com o relatório do Euromonitor International, o segmento tem enfrentado grandes di�culdades em razão dos efeitos da recessão global desencadeada pelo atentado de 11 de setembro de 2001. As locadoras reduziram suas frotas entre 20% e 25% durante 2002, para compensar as mudanças de cenário. No Brasil, ao contrário, o setor cresceu 19,58% no mesmo período, somando um faturamento de R$ 2,26 bilhões.

ABLA | 35 anos

Presidentes | Alberto Vidigal

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Presidentes | Alberto Vidigal

- Não foi só o respeito das montadoras que conseguimos conquistar,

mas também desfrutamos o incentivo dado ao segmento de turismo com a

criação do Ministério do Turismo. O governo Lula foi positivo para o setor

do turismo como um todo e também para o de aluguel de carros, porque

aproximou nosso segmento de todo o trade.

NA COMPANHIA DE LULA

Pela primeira vez, a diretoria da ABLA acompanhou um presidente da República em visita ao exterior. A associação fez parte da missão empresarial que viajou à China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio daquele ano. Na época, a ABLA reunia empresas que, juntas, faturavam US$ 780 milhões.

2004

2004

NA ARGENTINA

As associadas da ABLA participaram da Feira Internacional do Turismo, que aconteceu de 27 a 30 de novembro de 2004, em Buenos Aires, na Argentina.

2003

PARCERIA

A ABLA e a Volkswagem fecharam acordo para realizar o lançamento do Polo sedã na Rede de Concessionárias para as locadoras associadas.

2002 COMEMORAÇÃO

A ABLA completou 25 anos de história com show do cantor Jorge Ben Jor.

2003 RAIO X DO SETOR

Lançamento do primeiro anuário ABLA divulgando os números do setor de locação de veículos.

RUMO AO ORIENTE

2005 Representantes da ABLA participaram da Missão

Empresarial Brasil-Coréia do Sul e Japão, entre os dias 23 e 28 de maio de 2005.

ABLA | 35 anos

102

ABLA | 35 anos

PARTICIPAÇÃO ATIVA

A � m de divulgar a cultura da locação, a ABLA participou das principais feiras de turismo do país, além de apoiar encontros, palestras do setor e � rmar parceria com o ICCABAV para inclusão de cursos de locação de automóveis para agentes de viagens. Paralelamente, a entidade formalizou acordo com a Abav para divulgação dos números do segmento na revista Turismo em Números, de circulação nacional.

2005

O SETOR EM DADOS

Acompanhar de perto a evolução do setor. Com esse objetivo foram implantados a revista Locação da ABLA, o ABLA News, o informativo eletrônico ABLA Express e a III edição do Anuário ABLA.

2005

NA PISTA

O autódromo de Interlagos, em São Paulo é fechado para realização do Salão & Fórum ABLA. 20

05

Presidentes | Alberto Vidigal

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Presidentes | Alberto Vidigal

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL20

05 A Tríade Auditores e o escritório Freire Advogados � rmaram parceria com a ABLA para realizar clínicas tributárias aos associados, envolvendo os temas Imposto de Renda Pessoa Jurídica, PIS, Co� ns e outros impostos que causam dúvidas aos empresários do setor.

MARCA BRASIL

2005

Criada para representar a imagem do turismo brasileiro no exterior, a Marca Brasil foi utilizada por diferentes segmentos e empresas como símbolo de produtos e serviços tipicamente brasileiros. A ABLA aderiu o� cialmente à iniciativa, tornando-se uma das primeiras entidades a demonstrar interesse em usar e divulgar a Marca Brasil entre suas associadas.

ABLA | 35 anos

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Presidentes | Adriano Donzelli

105JOSÉ ADRIANO DONZELLI

GESTÃO 20062009

No ramo da locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma necessidade, não uma escolha

C om larga experiência no ramo, José Adriano Donzelli assumiu a presidência da ABLA disposto a investir na quali�cação dos serviços prestados, iniciando a estruturação do que, mais

tarde, veio a ser o Programa Nacional de Capacitação e Quali�cação ABLA (PQA), que já preparou mais de 6 mil pro�ssionais. Naquela época, o cliente de carro alugado já tinha consciência de que, ao dirigir cuidadosamente o automóvel, ele não apenas estava conservando o bem da locadora, mas, também, cuidando da própria segurança e de terceiros que circulam nas ruas e avenidas.

ABLA | 35 anos

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Ciente de que o comportamento do consumidor não era mais

o mesmo e de que a economia globalizada penalizaria quem não

apresentasse serviços de qualidade e muito pro�ssionalismo, Donzelli

lembrava constantemente a todos os associados que, “no ramo da

locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma

necessidade, não uma escolha”.

POLIGLOTA

2006O novo site da ABLA foi apresentado nas versões

português, inglês e espanhol. O anuário 2006 também ganhou versão eletrônica. O objetivo era fazer do site não apenas um canal de divulgação do setor e das realizações da entidade, mas também um instrumento de interação e de trabalho.

FORÇA REGIONAL

2006

Foi incentivada a parceria com o Sindloc, visto pela gestão nacional da ABLA como uma continuidade da associação nos diversos estados. “Apesar de terem vida própria, os sindicatos precisam estar alinhados com os pensamentos da ABLA para fortalecer a representatividade do setor”, reforçava o presidente Adriano Donzelli.

2006

VAI BRASIL

Em abril, a ABLA aderiu ao Projeto Vai Brasil, lançado o�cialmente durante o Salão de Turismo-Roteiros do Brasil, realizado em São Paulo. O projeto visava a aumentar a comercialização de produtos turísticos nos períodos de baixa estação em diversos destinos nacionais.

2006

CAUSA SOCIAL

A ABLA abraça a Campanha Nacional de Enfrentamento e Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo, lançada pelo Programa Turismo Sustentável e Infância, com a distribuição de 22 mil saquinhos de lixo com motivos da campanha, além da disponibilização de uma cartilha confeccionada pela Universidade de Brasília.

EXPOSIÇÃO20

06Entre os dias 20 e 22 de junho, a ABLA participou do Lacime 2006 – Exposição de Turismo de Incentivo, Eventos e Negócios da América Latina e Caribe.

ABLA | 35 anos

Presidentes | Adriano Donzelli

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- Foi um tempo de consolidação da ABLA como um dos principais

players do turismo nacional, com o reconhecimento e o respeito

das entidades congêneres. Nosso alinhamento com a Confederação

Nacional de Transporte e o reconhecimento por parte da sua direção

sobre a importância do setor de locação foram de extrema importância

para todo o segmento.

Presidentes | Adriano Donzelli

PARTICIPAÇÃO EXPRESSIVA

2007 De acordo com o estudo “Indicadores econômicos das

viagens corporativas”, em 2007, as viagens de negócios representavam 17% do volume de transações das locadoras, um percentual três vezes superior ao registrado no ano anterior.

DE OLHO NA PLACA

2007

A ABLA posicionou-se contra a operação “De olho na placa”, realizada em São Paulo, que exigia o pagamento do IPVA no estado, mesmo que o carro fosse de outro domicílio de origem, o que provocou recordes de engarrafamento no trânsito, constrangendo motoristas e turistas. Na ocasião, Otto Steiner, da assessoria jurídica da entidade, a�rmou: “Não há nada na lei que impeça a continuidade do uso de veículos locados normalmente, pois são licenciados e regularizados com todas as taxas e impostos pagos em dia”.

INAUGURAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE BRASÍLIA

2008 Com a inauguração de seu escritório em Brasília, em

2008, a ABLA reforça sua presença no centro administrativo do país e fortalece o empresariado para os desa�os da locação de veículos. O escritório �ca no edifício-sede da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

2008 PROFISSIONALIZAÇÃO

A ABLA iniciou as primeiras ações do Programa Nacional de Capacitação e Quali�cação ABLA (PQA).

ABLA | 35 anos

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ABLA | 35 anos

NOVOS CONSELHOS

2008

Para o biênio 2008-2009, foi criado o cargo do presidente executivo. O Conselho Nacional consolidou o Conselho Gestor que engloba 12 conselheiros titulares e 12 suplentes, e têm como responsabilidades a deliberação sobre prioridades executivas, plano de trabalho, metas, orçamento � nanceiro e aplicações patrimoniais. Formou-se também o Conselho Fiscal, por sua vez, com 6 titulares e 6 suplentes, e têm como função a análise de prestação de contas, emissão de opinião sobre orçamentos, situação � nanceira e patrimonial da associação.

2009

CAPACITAÇÃO

Entre os meses de fevereiro e março deste ano, o Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA) deu início à realização dos seminários regionais presenciais para a coleta de diversas informações para o projeto e fomentou o Diagnóstico das Ocupações e Mapeamento das Competências Profissionais do Setor Brasileiro de Locação de Automóveis. O programa, realizado em parceria com o Ministério do Turismo, visava a aperfeiçoar o setor de locação de automóveis.

2009

PRÊMIO PARA ESTUDANTES

Com o objetivo de integrar a universidade com o setor de locação de veículos, a ABLA realizou, durante o IX Fórum e Salão da Indústria do Aluguel de Automóveis, a edição do Prêmio ABLA 2009 para Estudantes de Nível Superior.

Presidentes | Adriano Donzelli

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Presidentes | Adriano Donzelli

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Presidentes | Adriano Donzelli

ABLA | 35 anos

110

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

111PAULO GABA JR.

GESTÃO 20102013

2010 foi o melhor dos últimos 20 anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental para esse resultado

O mais jovem presidente empossado da ABLA, o empresário Paulo Gaba Jr. não é um novato na área. Pelo contrário, está no setor há muito tempo e acompanhou de perto

a evolução da profissionalização do segmento de locação e o importante papel exercido por seus antecessores no comando da entidade. Entrou no ramo em 1989 e na ABLA em 1993 e assumiu a presidência em 2010.

ABLA | 35 anos

112

- Uma das grandes vitórias da ABLA foi, sem dúvida, a mudança

da regulamentação da habilitação de estrangeiros. Depois de muita luta,

em 2010 o Conselho Nacional de Trânsito publicou uma resolução que

permite que o estrangeiro que desejar alugar um carro no Brasil não

tenha de obrigatoriamente apresentar a tradução juramentada de sua

carteira original de habilitação.

ABLA | 35 anos

2010

INTEGRAÇÃO DE PESO

Durante a realização da 13ª Assembleia Ordinária da Câmara Interamericana de Transportes (CIT), em Medelin, na Colômbia, a ABLA passou a fazer parte da CIT, considerada o principal fórum de discussão sobre o desenvolvimento dos transportes no continente americano.

2010

NASCE A FENALOC

Com o objetivo de preencher uma lacuna de representação legal no setor, foi criada, em março de 2010, a Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), única entidade sindical que representa a indústria de locação de veículos nacional, com dirigentes regionais eleitos em todo o território nacional.

2011

PQA

Nesse ano, a entidade retomou as atividades do Programa de Quali�cação ABLA - PQA, com as teleconferências Eixo de Qualidade e Eixo de Gestão Empresarial. O programa bene�ciou mais de 3 mil pro�ssionais nas áreas de atendimento e gestão. A ABLA deu início aos treinamentos a distância, com o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina. O programa ganhou peso ainda maior com a ajuda da Rádio ABLA, que foi ao ar em 2010, com canal aberto por dois anos.

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

113

O presidente destacou, ainda, que 2010 foi o melhor dos últimos 20

anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental

para esse resultado. Foi a partir da melhoria da qualidade dos serviços

prestados que a ABLA ganhou ainda mais respeito e credibilidade. Mais

do que isso, ganhou força e importância na cadeia produtiva, a ponto de

ter voz ativa e fazer parte do Conselho de Serviços do Plano Brasil Maior.

2011

NOVA SEDE EM BRASÍLIA

A ABLA e a Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc) inauguraram sua nova sede em Brasília. O escritório ocupa uma área de 200 metros quadrados no prédio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), com salas e equipamentos para proporcionar maior interatividade nas reuniões. O complexo administrativo recebeu o nome de Erozalto Nascimento, em homenagem póstuma ao membro do Conselho Nacional eleito no biênio 2010/2011.

2011

DIRETO DA BOLÍVIA

Levantamento realizado pela ABLA revelou que pelo menos mil carros de cerca de 1,2 mil associadas encontram-se na Bolívia. Por isso, a entidade lançou um programa de recuperação dos veículos furtados. O principal destino é San Mathias, cidade com 10 mil habitantes que faz fronteira com o estado de Mato Grosso.

2011

IPI

Entrou em vigor, em setembro desse ano, o decreto presidencial nº 7.567, que regulamenta as mudanças na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do Mercosul e do México.

2011

BOM DESEMPENHO

O faturamento do setor atingiu R$ 5,11 bilhões, um crescimento de 17% em relação a 2010. A ABLA passou a congregar 2008 locadoras em todo o país, e a frota superou, pela primeira vez, os 400 mil veículos, crescendo 14%.

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

ABLA | 35 anos

114

ABLA | 35 anos

2012

PLANO BRASIL MAIOR

“Inovar para competir. Competir para crescer”. Esse é o lema do Plano Brasil Maior, lançado em abril de 2012, em Brasília, com 19 conselhos de competitividade. Formados por 600 representantes do governo federal, empresários e trabalhadores, os conselhos têm por objetivo discutir temas setoriais e a organização de agendas estratégicas. Uma das cadeiras foi ocupada por Paulo Gaba Jr., então presidente da ABLA. Durante o lançamento do novo plano, Gaba observou que a criação desses conselhos só agregou valor à cadeia produtiva, fomentando a pro� ssionalização da cadeia produtiva do país. “A presença da ABLA no lançamento de um programa desse porte reforçou a representatividade que o setor conquistou no decorrer dos anos.”

2012

NO PARANÁ

Desde maio, todas as locadoras da capital paranaense têm de contar com um percentual de carros com câmbio automático, destinados a pessoas portadoras de necessidades especiais. Para frotas de até 200 carros, o percentual de automáticos deve ser de 10%; entre 201 e 500 automóveis, a cota passa a ser de 5%, e, acima de 501 carros, 2% devem seguir a exigência.

ABLA | 35 anos

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

115

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

115

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

115

ABLA | 35 anos

116

Durante os 27 anos de trabalho em várias montadoras de

automóveis, entre elas, Ford, Fiat, Kia e Hyundai, eu enxergava

o setor de locação como uma ótima oportunidade de venda de

produtos e um canal especializado para teste e apreciação de lançamentos.

Costumava dizer que manter um relacionamento a�nado com as locadoras,

signi�cava ter um retorno rápido sobre as necessidade de correções, quando

apresentava defeito de qualidade ou oportunidade de melhoria de projeto para

um novo veículo colocado na praça.

Quantas vezes, as locadoras escutando o cliente �nal ajudaram as

montadoras a desenharem modelos adequados para o setor. Em 2000,

por exemplo, a Fiat lançou o Palio VD exclusivo para frotistas. O modelo

reunia tudo o que as locadoras precisavam: modelo básico equipado com

limpador do vidro traseiro, protetor do tanque de combustível, rodas

com aro e pneus especiais, com opções de ar-condicionado e direção

hidráulica. O veículo aos poucos se transformou em um dos principais

modelos da montadora para o varejo, o Palio Fire, ainda hoje nas

revendedoras. Trata-se apenas de um exemplo de como as locadoras ao

longo dos anos serviram de verdadeiros laboratórios para as montadoras.

Confesso que ao passar para o outro lado da mesa comecei a encarar

este setor de forma diferente.

Se eu já admirava a ousadia de alguns empresários, consegui ver as

di�culdades e os riscos que envolviam seus negócios. A complexidade

deste setor é intrigante para os “novatos”, e é um setor da economia que

está presente em todos os outros.

Estamos aprimorando a parceria com as montadoras de modo que elas

possam comercializar cada vez mais veículos, oferecendo, em contrapartida

assistência às locadoras que atendem diversos outros clientes �nais, em

diferentes mercados. Trabalhamos em busca de uma parceria cada vez mais

estreita, pois para o setor de locação, veículos é sinônimo de instrumento

de trabalho. Temos plena certeza de que no momento em que os fabricantes

adotarem as locadoras como parceiras e não apenas como canal de vendas, o

setor tenderá a crescer muito. A ABLA trabalha para isso.

A associação também tem se manifestado a órgãos e autoridades

competentes em relação a assuntos de interesse geral para a livre iniciativa.

Defendemos bandeiras relacionadas à diminuição da carga tributária,

capacitação pro�ssional, aspectos de educação no trânsito, ao apoio e

à presença em eventos de turismo e da indústria automobilística. Nosso

objetivo é fortalecer as locadoras de automóveis, manter um bom diálogo

com o setor governamental e conquistar parcerias fortes e duradouras com

os fornecedores.

Aprendi a olhar o ambiente empresarial com os olhos das locadoras, e a

experiência prévia nas montadoras, me ajuda a entender as engrenagens setoriais.

O negócio da locação é primordial para as montadoras, seja no

lançamento de produtos, venda de autopeças & serviços, manutenção e

distribuição, essa é a minha teoria.

Espero continuar unindo as duas realidades e comprovar essa tese, o que

não é segredo para ninguém é que juntos crescerão ainda mais. Sinto este

momento cada vez mais próximo...!

JOÃO CLAUDIO BOURG

A complexidade do setor é intrigante para os novatos

PRESIDENTE EXECUTIVO

Presidentes | Paulo Gaba Jr.

117117

A

Homenagem aos líderes natos

Paulo Gaba Jr., em nome de todos que fizeram e fazem parte da ABLA

lgumas pessoas já nascem liderando naturalmente, e ajudam

a construir um mundo melhor sem pedir nada em troca.

Em um curto período de tempo perdemos dois Conselheiros

de “vida”, mestres do consenso e da ponderação, despidos de vaidade e

cheios de sabedoria.

A história da ABLA foi construída com a participação fundamental

deles, que apaziguaram discussões acaloradas, mediaram acordos,

estiveram presentes em momentos decisivos e deixaram mais que

saudade. Seus conselhos nortearam os presidentes e direcionaram a

ABLA ao crescimento e ao fortalecimento.

Nascimento foi consultado para presidir a ABLA e Paulo Bonilha para o Sindloc-SP,

e nenhum deles jamais aceitou. Meu palpite pelas recusas é porque na verdade já

comandavam, e nenhum presidente eleito poderia abrir mão de tê-los por perto.

Erozalto Nascimento deu nome ao Complexo Administrativo de Brasilia

ABLA e FENALOC, e Paulo Bonilha, que faleceu na data da aquisição da sede

do Sindloc-SP, deu nome a seu auditório.

Dedicamos a vocês, Nascimento e Paulo Bonilha, mais que nossas lágrimas, a

admiração e a reverência aos que só construíram, sem destruir!

E é por isso que fazem parte deste livro, �zeram história e continuarão fazendo por

seu legado...

ABLA | 35 anos

118

BOM NEGÓCIO PARA O BRASIL

Somente nos últimos três anos, o setor de locação recolheu R$ 4,9 bilhões em tributos

Em 35 anos de história, a ABLA desempenhou importante papel na defesa dos interesses de seus

associados junto ao governo e às montadoras, participou ativamente da abertura do mercado

para a importação de veículos, funcionando como porta de entrada para os fabricantes

estrangeiros. Quando a associação iniciou suas atividades, eram apenas quatro montadoras. Em 2012,

são mais de 40 no país.

A força somada pelo setor de locação nas últimas três décadas é facilmente comprovada pelos números.

A ABLA representa nacionalmente mais de 2 mil locadoras, das quais 1,2 mil são associadas, donas

de uma frota superior a 445 mil veículos. Juntas, elas respondem por R$ 1,86 bilhão em arrecadação

de impostos federais, além de gerar mais de 277 mil empregos diretos e indiretos. O faturamento anual

re�ete o desempenho expressivo do segmento, ultrapassando a casa dos R$ 5,6 bilhões. A expectativa é

uma performance ainda melhor para a próxima década, seja pelo aumento da cultura de locação de

automóveis por parte dos brasileiros e pela realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais no

Brasil – a Copa do Mundo e as Olimpíadas —, seja pelo investimento de R$ 60 bilhões na renovação

da frota até 2016.

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2004

2005

2003

2002

2001

2000

1999

1998

1,86 bi

1,69 bi

1,44 bi

1,27 bi

1,06 bi

0,94 bi0,87 bi

0,79 bi

0,69 bi

0,67 bi

0,58 bi

0,48 bi

0,41 bi

0,40 bi

RECOLHIMENTOANO REAIS

De símbolo de status a motor da economia nacional

119

UM SETOR BILIONÁRIO

Entre 1997 e 2011, o faturamento do setor cresceu cerca de cinco vezes e impactou de forma direta a indústria de automóveis

$$1997 1,30 bi

2011

2010

2009

2008

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

1999

1998

5,67 bi

5,11 bi

4,37 bi

3,99 bi

3,17 bi

2,91 bi

2,68 bi

2,34 bi

2,26 bi

1,89 bi

1,63 bi

1,39 bi

1,34 bi

ANO REAISFATURAMENTO

EXÉRCITO PODEROSO

No início dos anos 2000, eram 133 mil veículos, hoje são mais de 445 mil

1997 90.000

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

1999

1998

445.470

414.340

363.456

318.865

283.562

250.204

223.811 203.650

181.900

178.000

155.000

133.000

116.000

112.000

QUANTIDADEANO VEÍCULOS

Indicadores do Setor

119

ABLA | 35 anos

120

AUMENTO DA DEMANDA

GERAÇÃO DE EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS

Cresce o número de brasileiros que usam os serviços de locação

O setor entrou na segunda década dos anos 2000 com mais de 277 mil vagas ocupadas

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

1997

2003

2002

2001

2000

1999

1998

18,6 mi

17,7 mi

16,8 mi

16, 2 mi

15,1 mi

14,1 mi

12,2 mi

3,8 mi

8,7 mi

8,3 mi

7,1 MI

6,2 mi

5,5 mi

5,1 mi

ANO BRASILEIROSLOCAÇÃO

1997 64.000

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2003

2004

2002

2001

2000

1999

1998

277.943

264.708

240.644

209.061

194.838

185.560

178.240

165.500

168.200

165.000

144.000

123.000

107.000

104.000

ANO PESSOASEMPREGOS

De símbolo de status a motor da economia nacional

121

O MAPA DAS LOCADORASA Região Sudeste abriga o maior número de locadoras no país

TOTAL GERAL: 2.083FONTE: ABLA

ACREAMAPÁAMAZONASPARÁRONDÔNIARORAIMATOCANTINS

8282256101914

REGIÃO NORTE (N) LOJAS

5745

2315

LOJAS

DISTRITO FEDERALGOIÁSMATO GROSSO DO SULMATO GROSSO

CENTRO-OESTE (CO)

37189

9238398517

8030

LOJAS

ALAGOASBAHIACEARÁMARANHÃOPARAÍBAPERNAMBUCOPIAUÍRIO GRANDE DO NORTESERGIPE

NORDESTE (NE)

108225125216161

LOJAS

ESPÍRITO SANTOMINAS GERAISRIO DE JANEIROGRANDE SÃO PAULOESTADO DE SÃO PAULO

SUDESTE (SE)

PARANÁRIO GRANDE DO SULSANTA CATARINA

121126

97

SUL (S) LOJAS

(N)

(NE)

(CO)

(SE)

(S)

Indicadores do Setor

121

ABLA | 35 anos

122

1977 A 1980PresidenteJosef KurcDiretor Secretário Alberto LutaifDiretor TesoureiroPaulo Batista PereiraConselho FiscalGilson Benzota CarvalhoYeno SeveroJosé Carlos Pimparel

1981 A 1983PresidenteAlberto Morares Barros FilhoVice-PresidenteUdo StellfeldDiretor SecretárioDamião BianchiDiretor TesoureiroFernando Antonio Barbosa TamassiaDiretor ConselheiroJosef KurcDiretor ConselheiroVitório D’Amico Neto Conselho FiscalSérgio Luiz ArntCristina StroebeleNorberto Poci

19841985PresidenteVitório D’Amico NetoDiretor SecretárioUdo StellfeldDiretor TesoureiroFernando Antonio Barbosa TamassiaAssessor EconômicoAlfio Fernando GiancoliConselho FiscalSérgio Luiz ArntCristina StroebeleNorberto Poci

19861987PresidenteAlberto Morares Barros FilhoVice-PresidenteUdo StellfeldDiretor SecretárioDamião BianchiDiretor TesoureiroFernando Antonio Barbosa TamassiaDiretor ConselheiroJosef KurcDiretor ConselheiroVitório D’Amico Neto Conselho FiscalSérgio Luiz ArntCristina StroebeleNorberto Poci

19881989PresidenteUdo Stellfeld Vice-PresidenteNelson Colaferro Jr. Diretor SecretárioAbel Augustp Ferreira Diretor TesoureiroLineu Nassif Diretor Regional – SP CapitalMarco Antonio Ghibert Diretor Regional SP – InteriorÉlcio Cerqueira LeiteDiretor Regional RJ-ESJosé Carlos D’AlmeidaDiretor Regional MGLeonardo Euler Martins MottaDiretor Regional RS/PR/SCÁureo Storck Diretor Regional – DFWolmy Albernaz Diretor Regional BA/SEJorge Luiz Santos BomfimDiretor Regional – PE/ALJose Carlos Gordilho Diretor Regional AM/PA/RR/APCacildo Garcia Macedo Conselheiro FiscalAnito José Werner Conselheiro FiscalJoão Batista Parreira Diretor Conselheiro

Alberto Moraes Barros Filho Diretor ConselheiroJosef KurcCoordenador do Comitê de Marketing Moyses Samuel Aguiar Gerente Administrativo (funcionário) José Preti Neto Assessor EconômicoCarlos Roberto Azzoni Assessor de Planejamento Empresarial Gentil Choji Nishioka Assessor de Planejamento de Recursos HumanosGeraldo Leal de Moraes Comitê de MarketingValter de Souza Mesquita Assessor de Marketing e Comunicação Dennis GiaomettiAssessores de ImprensaPaulo Miranda e Denise Moreno Assessor JurídicoFrancisco Gabilan

19901991Conselho Nacional

PresidenteJ. Salim Mattar Jr.Vice-PresidenteAlberto Moraes Barros FilhoMembrosUdo SteffeldOtavio L. FrancoAntenor FigueiraVittorio E. Primo RossiSérgio PassosCarlos FaustinoDener MallardJuarez Xavier de AzevedoIzabel MonteiroHumberto CarneiroDamião BianchiRoberto NobreOrlando da Silva JúniorJosé Américo HuertasFrancisco José da SilvaMoysés Aguiar

1992-1993PresidenteFrancisco José da SilvaConselhoNicolau RezéJosé Americo Huertas

Conselhos & Diretorias

Diretorias ABLA

123

Luiz Reinaldo ZanonDener Arthur Gomes MallardCélio FonsecaAntônio Joel Ferreira Jr.Jorge Luiz Santos BonfimSaulo Tomaz FroesAntonio Marcio Cerqueira LaurindoAlceu Tomaz PereiraOsório Adriano NetoJorge Alfredo do AmaralFrancisco Assis de JesusAlberto Moraes de Barros Filho Alvani Manoel LaurindoGian Franco PiccinReinaldo Rocha DuarteMarcia RodriguesVitória BertolDiretores RegionaisAlvani Manoel LaurindoCélio Macedo da FonsecaAntonio Expedito AguiarJosé Americo HuertasFrederico Evangelista Wanda Goldfeld de MeloFrancisco Assis de Jesus Antonio da SilvaAntonio Marcio GonçalvesLuiz Reinaldo ZanonJorge Luiz Santos Bonfim Saulo Tomas FróesRemi João ZarthEduardo AlbuquerqueRicardo GuimarãesJonas MontrimasJuvenil M. da SilvaAdriana Mendonça SilvaMarcelo Amorim FialisoJorge Macedo do Amaral Fabio ColaferroDener Arthur Gomes MallardNicolau RezeFrancisco José da SilvaFarid MoysesRonald SclaviMaria do Carmo A. Souza

19941995Diretor PresidenteNicolau RezéVice-PresidenteAntonio Cláudio ResendeDiretor TesoureiroFernando Antonio TamassiaDiretor SecretárioLuiz Antonio Cabral

Diretores regionais

Região 3 – PE, PB, RN e ALAndré Luiz da Silva Leitão

Região 4 – BA-SEFrancisco de Assis de Jesus

Região 5 – AC, RO, MT e MSAlvani Manoel Laurindo

Região 6 – GO e TODener Arthur Gomes Mallard

Região 7 – MGSaulo Tomaz Fróes

Região 8 – RJ e ESAdaury Maia Dantas

Região 9 – SPAntonio Carlos Batista Ataíde

Região 10 – PR, SC e RSLuiz Reinaldo Zanon

Região 11 – DFRenato Sant’Anna Mattos

1994 A 1996Conselho NacionalPatrício DupratVittorio E. Primo RossiMônica RossiNicolau RezéMarco A. GhibertTomaz Silveira GuimarãesMarisa Machado SilvaCarlos Alberto de AlmeidaLuiz Fernando MagnaboscoPiro ManiniMoacir Werner FilhoJ. Salim Mattar Jr.Célio Macedo da FonsecaAntonio Cláudio B. ResendeFábio ColaferroRemi João ZarthJosé Eduardo PontesAlceu Tomaz PereiraAmílcar Pereira RamosLuiz Reinaldo ZanonDener MallardPaulo Ribeiro Martins NettoHélio Ribeiro MartinsLuiz Ernesto Bley Jr.Fábio Paiva GuimarãesUdo StellfeldLuiz Jorge RibeiroJorge Luiz BomfimA. Marcio Cerqueira GonçalvesSuplentesFrancisco Assis de Jesus

Antonio Expedito de AguiarA.C.B Ataíde

19961997Presidente do Conselho NacionalAntonio Claudio ResendeVice-Presidente do Conselho NacionalNicolau RezéConselho NacionalLuiz Jorge Ribeiro da SilvaAntonio Cássio dos SantosPaulo César Figueiredo SoaresÁlvaro Silveira JúniorVittório Emanuelle Primo RossiMônica RossiMarco Antonio GhibertiJosé Rozendo de Almeida JúniorJoão Alexandre Celane PintoHector NunezIvete MaggiuzzoCarlos Alberto de AlmeidaDamião BianchiMoacir Werner FilhoCacildo G. Macedo Jr.Valdir GadelhaIvan de SouzaZaqueu de OliveiraAntonio Claudio ResendeJosé Salim Mattar Jr.Beatriz Pereira Carneiro CunhaJosé Eduardo ArnholdRemi João ZarthAlceu Tomaz PereiraLuiz Antonio de Oliveira CabralJosé Zuquim MiliternoAntonio Carlos Batista AtaídeHilton Ahiran da Silveira FilhoDener Artur Gomes MallardSaulo Tomaz FróesAntonio Márcio Cerqueira GonçalvesSimone de Oliveira PinoAntonio da SilvaConselheiro EméritoAlberto Moraes Barros FilhoUdo Stellfeld

19981999PresidenteJosé Zuquim MiliternoVice-PresidentePedro DoganiDiretor TesoureiroCarlos Roberto Pinto Faustino

ABLA | 35 anos

124

DiretoresAlberto VidigalJosé Ricardo Braga de CamargoRaimundo Nonato de Castro TeixeiraDiretoria Regional

Região 1– AMMaria Julia Lucena da Costa e Silva

Região 2 – MA, PI e CEDiosito Morais Cavalcante

Região 3 – PE e ALAndré Luiz da Silva Leitão

Região 4 – BA e SEPaulo César Figueiredo Soares

Região 5 – MTAlvani Manoel Laurindo

Região 6 - GOJosé Adriano Donzelli

Região 7 – MGEnnio Dráuzio de Castro

Região 8 – RJJoão Carlos A. Silveira

Região 9 – SPMelhem Yaryd Jr.

Região 10 – SCErozalto Nascimento

Região 11 – DFÁlvaro Silveira Júnior

Região 12 – AC e ROAntonio da Silva

Região 13 – ESPaulo Roberto do Val Nemer

Região 14 – TOCleide Brandão Honorato

Região 15 – RRCélio Fonseca

Região 16 – RNCelso Macedo

Região 17 – PAJuvenil Morais da Silva

Região 18 – PBFernando José Reis Meira

Região 19 – RSCássio Gilberto Lemmertz

Região 20 – PRValmor Emilio Weiss

Região 21 – MSEdson Lazarotto

Região 22 – APGilberto Laurindo

Região 23 – SP (interior)Sidney Vanuchi

20002001PresidenteJosé Zuquim MiliternoVice-PresidentePedro DeganiDiretoresAfonso Celso de Barros SantosCarlos Roberto Pinto FaustinoJosé Ricardo Braga de CamargoMelhem Yaryd JúniorJúlio Maria GontijoSaulo Tomaz FróesDiretor ExecutivoLuiz Antonio de Oliveira Cabral

Regional NorteAntonio da Silva – ROCélio Fonseca – RRJuvenil Morais da Silva – PACarlos Benedito A. Teixeira – PAFrancisco Antonio Freitas de Souza – PI

Regional NordesteDiosito Moraes Cavalcante – CEPedro Manuel Oliveira N. Brandão – CENildo da Silva Machado Pedrosa – PEAndré Luiz da Silva Leitão – PEAlberto Faria da Silva – BAMarconi José de M. Dutra – BACelso Macedo – RNJosé Maria Curralo – RNFernando José Reis Meira – PBOlavo Bilac Cruz Neto – PBValdir Laurindo – MAOsvaldo Antonio Pinto Sarmento – ALSérgio Castro de Amorim – ALEduardo Correia Teixeira – SEPaulo Roberto da Silveira Jr. – SE

Regional Centro-OesteAlvani Manoel Laurindo – MTWanderley Viriato – MTJosé Adriano Donzelli – GOJoades Alves de Souza – GODilton Castro Junqueira Barbosa – DFDácio Marta de Lacerda – DFAdemar Ferreira – MS

Regional SudesteRaimundo Nonato de Castro Teixeira – MGLuiz Fernando M. Porto – MGJoão Carlos A. Silveira – RJAdilson Rodrigues Sampaio – RJAlberto de Camargo Vidigal – SPBenedito de Oliveira – SPPaulo Roberto do Val Nemer – ESEduardo Corrêa da SilvaFernando Albertine Cornelio – SP (interior)Ramiro Ferreira Júnior – SP (interior)

Regional SulErozalto Nascimento – SCMarco Antonio Ramos Gomes – SCLúcio Bugin – RSRodrigo Selbach da Silva – RSValmor Weiss – PRPaulo Celso Barbosa – PR

2002 A 2005Diretoria Executiva

PresidenteAlberto de Camargo VidigalVice-PresidenteAfonso Celso de Barros SantosDiretor SuperintendenteLuiz Antonio CabralDiretores NacionaisAlberto FariaCarlos Benedito TeixeiraEládio PaniaguaNildo PedrosaJosé Adriano DonzelliCarlos Roberto Pinto FaustinoCássio LemmertzMarco Aurélio GalvãoPaulo Roberto do Val Nemer

2006 A 2009Diretoria Executiva

PresidenteJosé Adriano DonzelliVice-PresidenteMarcello Wallace SimonsenPresidente do Conselho NacionalAfonso Celso de Barros SantosVice-Presidente do Conselho NacionalAlberto de Camargo VidigalDiretores ExecutivosCarlos Roberto Pinto FaustinoWeber MesquitaDiretores Nacionais 2006/2007

RoraimaCélio Fonseca

Pará e AmapáJosé Emílio Houat

Rondônia e AcreAntonio da SilvaDiretorias Regionais Centro-Oeste

Mato GrossoAlvani Manoel Laurindo

Mato Grosso do SulMarco Antonio de Almeida Lemos

Diretorias ABLA

125

Distrito Federal e TocantinsWeber de Oliveira Mesquita

GoiásJoades Alves de SouzaDiretorias Regionais Nordeste

AlagoasOswaldo Antonio Pinto Sarmento

BahiaMarconi José Dutra

BahiaSimone Pino

Ceará e PiauíPedro Manuel Oliveira Netto BrandãoEduardo Alencar Porto Lima

MaranhãoValdir Laurindo

ParaíbaOlavo Bilac Cruz Neto

PernambucoAntonio PimentelAlberto Jorge Alves de Queiroz

Rio Grande do NorteIsrael José Protásio de Lima

SergipeOtávio Meira Lins NetoDiretorias Regionais Sul

ParanáValmor Weiss

Rio Grande do SulCássio Lemmertz

Santa CatarinaDaniel Nascimento

20102011Diretoria Executiva

PresidentePaulo Gaba Jr.Vice-PresidentePaulo Roberto do Val NemerPresidente ExecutivoJoão Claudio BourgConselho Nacional

TitularesMarcelo Wallace SimonsenAlberto de Camargo VidigalAlberto Faria da SilvaCarlos César Rigolino JuniorJosé Adriano DonzelliLuiz Lopes Mendonça

Nildo PedrosaRoberto Bacelar Portugal FilhoSaulo Tomaz FroesValmor Emilio Weiss

SuplentesAlberto Nemer NetoCarlos Benedito Adão TeixeiraCarlos Roberto Pinto FaustinoCássio LemmertzEládio Paniagua Jr.João Carlos de Abreu SilveiraLuiz Carlos LangMarcelo Ribeiro FernandesNelma CavalcantiPaulo Miguel Jr.Reynaldo Tedesco PetroneConselho Fiscal

TitularesAntonio PimentelEduardo Corrêa da SilvaFlávio GerduloJacqueline Moraes de MeloPaulo H. Bonilha JuniorRaimundo Nonato de Castro Teixeira

SuplentesJoades Alves de SouzaFélix PeterJoão Regueira de Souza FilhoEmerson CiottoJosé Zuquim MiliternoMarco Antonio de Almeida LemosDiretoria Regional

Norte

AmazonasVictor Simões da Silva

Pará/AmapáJosé Emílio Houat

TocantinsFabio Bertozzi

Rondônia/AcreAntonio da Silva

RoraimaCélio FonsecaNordeste

Alagoas Lusirlei Albertini

BahiaMarconi José de M. DutraSimone Pino

Ceará/PiauíAleksander Rodrigues Rangel

MaranhãoAntonio Cesar de Araujo FreitasValdir Laurindo

ParaíbaOlavo Bilac Cruz Neto

PernambucoAntonio PimentelAlberto Jorge Alves de Queiroz

Rio Grande do NorteJoão Bosco da Silva

SergipeOtávio Meira Lins NetoCentro-Oeste

Distrito FederalRodrigo Flávio Sá Roriz

GoiásJoades Alves de Souza

Mato GrossoAlvani Manoel Laurindo

Mato Grosso do SulMarco Antonio de Almeida LemosSudeste

Espírito SantoMárcio Castelo Branco Gonçalves

Minas GeraisLeonardo Soares Nogueira SilvaMauro Roberto Alves Ribeiro

Rio de JaneiroGustavo do Carmo Azevedo

São PauloEládio Paniagua Jr.Flávio GerduloMarcelo Ribeiro FernandesSul

ParanáValmor Weiss

Rio Grande do SulFélix Peter

Santa CatarinaMarco Antonio Ramos Gomes

ABLA | 35 anos

126

2012 A 2013

PresidentePaulo Gaba Jr.

Vice-presidentePaulo Roberto do Val Nemer

Presidente ExecutivoJoão Claudio Bourg

Emanuel Trigueiro

Conselho Nacional

Conselho Gestor

Tit

ula

rS

uple

nte

Simone Pino Valmor Weiss Aleksander Rangel

Alberto Vidigal

Alberto Faria da Silva

José Adriano Donzelli

Saulo Froes Nildo Pedrosa Carlos Rigolino Jr.

Mauro Ribeiro Carlos Adão Teixeira

Marcelo Fernandes

Raimundo Nonato de Castro

Reynaldo Tedesco

Paulo Miguel Jr. João Carlos de Abreu Silveira

Luiz Carlos Lang

Eládio Paniagua Nelma Cavalcanti

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS

Conselhos & Diretorias

Cássio Gilberto Lemmertz

Diretorias ABLA

127

Antonio PimentelPaulo Bonilha Jr.Jacqueline Mello

Bernard da Costa TeixeiraAmazonas

José Emilio HouatPará/Amapá

Clever Morato AxhcarTocantins

Antonio da SilvaRondônia/Acre

Célio FonsecaRoraima

Nilson Oliveira SilvaDistrito Federal

José RamomGoiás

Rissao ShimadaMato Grosso

Marco Antonio de Almeida LemosMato Grosso do Sul

Lusirlei AlbertiniAlagoas

Marconi José de M. DutraBahia

Eduardo Alencar Porto LimaCeará/Piauí

Romero RosaMaranhão

Luis Olavo NeselloParaíba

João José Regueira de Souza FilhoPernambuco

João Bosco da SilvaRio Grande do Norte

Rafael Azevedo FreitasSergipe

Márcio Castelo Branco GonçalvesEspírito Santo

Leonardo Soares Nogueira SilvaMinas Gerais

Gustavo do Carmo AzevedoRio de Janeiro

Eládio Paniagua Jr.São Paulo

Valmor Emilio WeissParaná

Félix PeterRio Grande do Sul

Marco Antonio Ramos GomesSanta Catarina

Conselho Fiscal

Dirigentes Regionais

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-O

este

T i t u l a r es Sup l en t esJoades Alves de SouzaJosé Zuquim MiliternoEmerson Ciotto

Alberto Jorge QueirozFelix Peter Marco Antonio de Almeida Lemos

Ricardo GondimEduardo CorreaRodrigo Roriz

Norte

Associação Brasileira das Locadoras de AutomóveisRua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar

CEP 04011-904 – São Paulo/SPTel.: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392

E-mail: [email protected]: www.abla.com.br

SAUSQuadra 1, Bloco J, Edifício CNT, na sala 510

5º andar - Torre A. CEP 70070-010 Tel.: (61) 3225-6728 Fax: (61) 3226-0048

CoordenaçãoPaulo Gaba Jr.

Presidente do Conselho Nacional da ABLA

Conselho gestorPaulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Emanuel Trigueiro, Simone Pino, Valmor Weiss, Aleksander Rangel,

Alberto Vidigal, Alberto Faria da Silva, José Adriano Donzelli, Saulo Froes, Nildo Pedrosa e Carlos

Rigolino Jr.

Conselho gestor (suplentes)Mauro Ribeiro, Carlos Adão Teixeira, Marcelo

Fernandes, Raimundo Nonato de Castro, Reynaldo Tedesco, Paulo Miguel Jr., João Carlos de Abreu

Silveira, Luiz Carlos Lang, Eládio Paniagua, Nelma Cavalcanti e Cássio Gilberto Lemmertz.

Conselho � scalAntonio Pimentel, Paulo Bonilha Jr., Jacqueline Mello,

Ricardo Gondim, Eduardo Correa e Rodrigo Roriz.

Conselho � scal (suplentes)Joades Alves de Souza, José Zuquim Militerno,

Emerson Ciotto, Alberto Jorge Queiroz, Felix Peter e Marco Antonio de Almeida Lemos.

Suporte à pesquisa e produçãoJoão Claudio Bourg

Jorge MachadoCibele Cambuí

Direitos AutoraisABLA - Associação Brasileira das Locadoras de AutomóveisOs textos desta publicação foram baseados em pesquisas de documentos, material promocional, mídia impressa e entrevistas com funcionários, diretores, conselheiros e ex-presidentes da entidade. Apresentamos nossas desculpas àqueles que participaram desta história e, involuntariamente, não foram incluídos no conteúdo do livro.

Coordenação e producão editorialPaulo PiratiningaKátia SimõesEduardo GraboskiScritta - Divisão de Publicaçõ[email protected].: (11) 5561-6650

Projeto grá� co e produçãoOCRE – o� cina di creatività[email protected].: (11) 3286-0033

FotosArquivo Público do Governo do Estado de São PauloArquivo da família PenteadoGetty Images

RevisãoJúlio Yamamoto

ABLA 35 ANOS EM MOVIMENTOUma publicação da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA)

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