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LFG MAPS – QUESTÕES Segunda Fase OAB – XIV EXAME UNIFICADO Material de apoio disponibilizado na Área do Aluno LFG – www.lfg.com.br/areadoaluno LFG MAPS - 2ª FASE OAB/FGV – QUESTÕES DISSERTATIVAS Tipificação Questão 2 (OAB 2010/2 – FGV) Caio, funcionário público, ao fiscalizar determinado estabelecimento comercial exige vantagem indevida. A qual delito corresponde o fato narrado: I. se a vantagem exigida servir para que Caio deixe de cobrar tributo devido; II. se a vantagem, advinda de cobrança de tributo que Caio sabia não ser devida, for desviada para proveito de Caio? Gabarito comentado Art. 3o da Lei n. 8.137/90 (0,5) e excesso de exação qualificada – art. 316, § 2o, do CP (0,5). A exigência de vantagem indevida por funcionário público em razão de sua função caracteriza, em princípio, o delito de concussão. A Lei n. 8.137/90, a lei dos crimes contra a ordem tributária, criou , no que interessa à questão, Tipificação/Respon sabildiade Penal 26% Questões Processuais Gerais 19% Prescrição/Extinçã o da punibilidade e/ou da ilicitude 12% Erro 7% Competência 12% Vigência lei processual/Questõ es processuais 9% Súmulas 9% Penal material diverso 7% Princípios 5% LFG MAPS - QUESTÕES 2 ª Fase OAB/FGV

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  • LFG MAPS QUESTES Segunda Fase OAB XIV EXAME UNIFICADO

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    LFG MAPS - 2 FASE OAB/FGV QUESTES DISSERTATIVAS

    Tipificao

    Questo 2 (OAB 2010/2 FGV) Caio, funcionrio pblico, ao fiscalizar determinado estabelecimento

    comercial exige vantagem indevida. A qual delito corresponde o fato narrado: I. se a vantagem exigida servir para que Caio deixe de cobrar tributo devido; II. se a vantagem, advinda de cobrana de tributo que Caio sabia no ser

    devida, for desviada para proveito de Caio?

    Gabarito comentado Art. 3o da Lei n. 8.137/90 (0,5) e excesso de exao qualificada art. 316, 2o, do CP (0,5). A exigncia de vantagem indevida por funcionrio pblico em razo de sua

    funo caracteriza, em princpio, o delito de concusso. A Lei n. 8.137/90, a

    lei dos crimes contra a ordem tributria, criou , no que interessa questo,

    Tipificao/Respon

    sabildiade Penal

    26%

    Questes

    Processuais Gerais

    19%

    Prescrio/Extin

    o da punibilidade

    e/ou da ilicitude

    12%

    Erro

    7%

    Competncia

    12%

    Vigncia lei

    processual/Quest

    es processuais

    9%

    Smulas

    9%

    Penal material

    diverso

    7%

    Princpios

    5%

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    dois tipos novos: inseriu no artigo 316 do Cdigo Penal dois pargrafos, criando o excesso de exao nas hipteses em que a vantagem indevida for ela mesma um tributo ou contribuio social indevida -, e sua forma qualificada, que se d quando a vantagem apropriada pelo agente. O outro novel tipo penal est no artigo 3o da Lei n. 8.137/90, que tipifica uma forma especfica de concusso: a exigncia de vantagem indevida para deixar de cobrar tributo devido.

    Questo 1 (Exame IV FGV Unificado) Maria, jovem extremamente possessiva, comparece ao local em que Jorge, seu namorado, exerce o cargo de auxiliar administrativo e abre uma carta lacrada que havia sobre a mesa do rapaz. Ao ler o contedo, descobre que Jorge se apropriara de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), que recebera da empresa em que trabalhava para efetuar um pagamento, mas utilizara tal quantia para comprar uma joia para uma moa chamada Jlia. Absolutamente transtornada, Maria entrega a correspondncia aos patres de Jorge.

    Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) Jorge praticou crime? Em caso positivo, qual(is)? (Valor: 0,35) b) Se o Ministrio Pblico oferecesse denncia com base exclusivamente na correspondncia aberta por Maria, o que voc, na qualidade de advogado de Jorge, alegaria? (Valor: 0,9)

    Gabarito comentado a) Sim. Apropriao indbita qualificada (ou majorada) em razo do ofcio, prevista no art. 168, pargrafo 1o, III do CP. b) Falta de justa causa para a instaurao de ao penal, j que a denncia se encontra lastreada exclusivamente em uma prova ilcita, porquanto decorrente de violao a uma norma de direito material (artigo 151 do CP).

    Questo 2 (Exame V FGV Unificado) Joaquina, ao chegar casa de sua filha, Esmeralda, deparou-se com seu genro, Adalton, mantendo relaes sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, fato ocorrido no dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situao, Joaquina foi delegacia de polcia, onde registrou ocorrncia do fato criminoso. Ao trmino do Inqurito Policial instaurado para apurar os fatos narrados, descobriu-se que Adalton vinha mantendo relaes sexuais com a referida menor desde novembro de 2010. Apurou-se, ainda, que Esmeralda, me de F.M., sabia de toda a situao e, apesar de ficar enojada, no comunicava o fato polcia com receio de perder o marido que muito amava.

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    Na condio de advogado(a) consultado(a) por Joaquina, av da menor, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) Adalton praticou crime? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,3) b) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,5) c) Considerando que o Inqurito Policial j foi finalizado, deve a av da menor oferecer queixa-crime?(Valor: 0,45)

    Gabarito comentado a) Sim. Estupro de vulnervel, conduta descrita no art. 217-A do CP. b) Sim. Esmeralda tambm praticou estupro de vulnervel (artigo 217-A do CP c/c artigo 13, 2o, a, do CP), uma vez que tinha a obrigao legal de impedir o resultado, sendo garantidora da menor. c) No, pois se trata de ao penal pblica incondicionada, nos termos do art. 225, pargrafo nico, do CP.

    Questo 4 (Exame VI FGV Unificado) Carlos Alberto, jovem recm-formado em Economia, foi contratado em janeiro de 2009 pela ABC Investimentos S.A., pessoa jurdica de direito privado que tem como atividade principal a captao de recursos financeiros de terceiros para aplicar no mercado de valores mobilirios, com a funo de assistente direto do presidente da companhia, Augusto Csar. No primeiro ms de trabalho, Carlos Alberto foi informado de que sua funo principal seria elaborar relatrios e portflios da companhia a serem endereados aos acionistas com o fim de inform-los acerca da situao financeira da ABC. Para tanto, Carlos Alberto baseava-se, exclusivamente, nos dados financeiros a ele fornecidos pelo presidente Augusto Csar. Em agosto de 2010, foi apurado, em auditoria contbil realizada nas finanas da ABC, que as informaes mensalmente enviadas por Carlos Alberto aos acionistas da companhia eram falsas, haja vista que os relatrios alteravam a realidade sobre as finanas da companhia, sonegando informaes capazes de revelar que a ABC estava em situao financeira periclitante.

    Considerando-se a situao acima descrita, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) possvel identificar qualquer responsabilidade penal de Augusto Csar? Se sim, qual(is) seria(m) a(s) conduta(s) tpica(s) a ele atribuda(s)? (Valor 0,45) b) Caso Carlos Alberto fosse denunciado por qualquer crime praticado no exerccio das suas funes enquanto assistente da presidncia da ABC, que argumentos a defesa poderia apresentar para o caso? (Valor: 0,8)

    Gabarito comentado

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    a) Sim, pois Augusto Csar agiu com dolo preordenado, sendo autor mediato do crime previsto no artigo 6o da Lei 7.492/86. b) Poderia argumentar que Carlos Alberto no agiu com dolo, uma vez que recebera informaes erradas. Agiu, portanto, em hiptese de erro de tipo essencial invencvel/escusvel, com base no art. 20, caput, OU art. 20, 2o, do CP.

    Questo 3 (Exame VII FGV Unificado) H muito tempo Maria encontra-se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a prpria vida. Joo, sabedor dessa condio, e querendo a morte de Maria, resolve instig-la a se matar. Pondo seu plano em prtica, Joo visita Maria todos os dias e, quando ela toca no assunto de no tem mais razo para viver, que deseja se matar, pois a vida no faz mais sentido, Joo a estimula e a encoraja a pular pela janela. Um belo dia, logo aps ser instigada por Joo, Maria salta pela janela de seu apartamento e, por pura sorte, sofre apenas alguns arranhes, no sofrendo qualquer ferimento grave. Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, aos seguintes questionamentos: A) Joo cometeu algum crime? (valor: 0,65) B) Caso Maria viesse a sofrer leses corporais de natureza grave em decorrncia da queda, a condio jurdica de Joo seria alterada? (valor: 0,60)

    Gabarito comentado O examinando deve responder, no item A, que Joo no cometeu qualquer crime, pois o delito descrito no art. 122 do CP, o qual prev a conduta de instigao, auxlio ou induzimento ao suicdio, no admite a forma tentada (art. 14, II do CP), sendo certo que tal delito somente se consuma com a ocorrncia de leses corporais graves ou morte. Nesse sentido, como Maria teve apenas alguns arranhes, no houve crime. Todavia, com o fim de privilegiar a demonstrao de conhecimento doutrinrio, ser aceita como resposta correta ao item A, a indicao de que haveria crime, mas que o fato no seria punvel por faltar condio objetiva de punibilidade. Nesse caso especfico, o examinando dever demonstrar conhecimento sobre o conceito analtico de crime (fato tpico, antijurdico e culpvel), indicando que a punibilidade no o integra. Ainda quanto ao item A, indispensvel a indicao do dispositivo em anlise. Portanto, afirmaes vagas e genricas no so passveis de pontuao. J no item B, o examinando deveria responder que ante a ocorrncia de leses corporais de natureza grave em Maria, a condio jurdica de Joo

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    seria alterada, passando ele a responder pelo delito previsto no art. 122 do CP na modalidade consumada. Ressalte-se que levando em considerao a natureza do Exame de Ordem, no ser atribuda pontuao para respostas com teses contraditrias, ou mesmo sugestiva de delito na modalidade tentada. Ademais, considera-se errada a resposta indicativa de configurao de concurso de crimes ou a fundamentao isolada. Pelo mesmo motivo exposto no item A (impossibilidade de considerao de afirmaes vagas ou genricas), tambm no passvel de pontuao a resposta, no item B, que no indique, de maneira expressa, o artigo legal a que se refere a questo. Desse modo, a mera referncia pena de recluso de 1 a 3 anos, ou seja, a mera indicao do preceito secundrio do tipo, dissociada da tipificao da conduta, tambm no pontuada. Por fim, tambm no ser pontuada a simples transcrio do artigo, dissociada da demonstrao de conhecimento doutrinrio.

    Questo 2 (Exame VIII FGV Unificado) Abel e Felipe observavam diariamente um restaurante com a finalidade de cometer um crime. Sabendo que poderiam obter alguma vantagem sobre os clientes que o frequentavam, Abel e Felipe, sem qualquer combinao prvia, conseguiram, cada um, uniformes semelhantes aos utilizados pelos manobristas de tal restaurante. No incio da tarde, aproveitando a oportunidade em que no havia nenhum funcionrio no local, a dupla, vestindo os uniformes de manobristas, permaneceu espera de suas vtimas, mas, agindo de modo separado. Trcio, o primeiro cliente, ao chegar ao restaurante, iludido por Abel, entrega de forma voluntria a chave de seu carro. Abel, ao invs de conduzir o veculo para o estacionamento, evade-se do local. Narcsio, o segundo cliente, chega ao restaurante e no entrega a chave de seu carro, mas Felipe a subtrai sem que ele o percebesse. Felipe tambm se evade do local. Empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso, responda s questes a seguir. A) Qual a responsabilidade jurdico-penal de Abel ao praticar tal conduta? (responda motivando sua imputao) (Valor: 0,65) B) Qual a responsabilidade jurdico-penal de Felipe ao praticar tal conduta? (responda motivando sua imputao) (Valor: 0,60)

    Gabarito comentado Relativamente ao item A da questo, o examinando, para garantir a atribuio integral dos pontos respectivos, dever desenvolver raciocnio no sentido de que Abel cometeu apenas o crime de estelionato, previsto no art. 171 do Cdigo Penal brasileiro.

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    Outrossim, dever indicar que o crime caracteriza-se pela fraude que usada como meio de obter o consentimento da vtima que, iludida, entrega voluntariamente a chave de seu carro para Abel. No que tange ao item B, dever ser desenvolvido raciocnio no sentido de que Felipe cometeu apenas o delito de furto simples, capitulado no artigo 155 caput do Cdigo Penal. Saliente-se que, no caso em tela, no sero admitidas respostas que indicarem a incidncia de qualificadoras, uma vez que, apesar de o agente ter se vestido de manobrista, tal fato em nada interferiu na subtrao do bem. Tampouco se pode falar em crime cometido mediante destreza, haja vista o fato de que, no enunciado da questo, no h qualquer referncia ao fato de Felipe possuir habilidades especiais que pudessem fazer com que efetivasse a subtrao sem que a vtima percebesse. Assim sendo, o delito por ele praticado foi, apenas, o de furto na forma simples, descrito no caput do artigo 155 do Cdigo Penal. Ainda no item B, de maneira alternativa e com o fim de privilegiar demonstrao de conhecimento jurdico, ser pontuado o examinando esclarecer somente estar presente o ncleo do tipo e, por conta disso, a conduta de Felipe apenas se enquadraria no caput do artigo citado. Por fim, em nenhum dos itens poder ser atribuda pontuao pela mera explicao da atuao dos agentes se essa estiver dissociada da correta tipificao do crime.

    Questo 1 (Exame IX FGV Unificado) Raimundo, j de posse de veculo automotor furtado de concessionria, percebe que no tem onde guard-lo antes de vend-lo para a pessoa que o encomendara. Assim, resolve ligar para um grande amigo seu, Henrique, e aps contar toda sua empreitada, pede-lhe que ceda a garagem de sua casa para que possa guardar o veculo, ao menos por aquela noite. Como Henrique aceita ajud-lo, Raimundo estaciona o carro na casa do amigo. Ao raiar do dia, Raimundo parte com o veculo, que seria levado para o comprador. Considerando as informaes contidas no texto responda, justificadamente, aos itens a seguir.

    A) Raimundo e Henrique agiram em concurso de agentes? B) Qual o delito praticado por Henrique?

    Gabarito comentado A. No h concurso de agentes, pois o auxlio foi proposto aps a consumao do crime de furto. Assim, no esto presentes os requisitos necessrios configurao do concurso de agentes, mormente liame subjetivo e identidade da infrao penal.

    B. Favorecimento real (Art. 349, do CP).

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    Questo 2 (Exame IX FGV Unificado) Wilson, extremamente embriagado, discute com seu amigo Junior na calada de um bar j vazio pelo avanado da hora. A discusso torna-se acalorada e, com inteno de matar, Wilson desfere quinze facadas em Junior, todas na altura do abdmen. Todavia, ao ver o amigo gritando de dor e esvaindo-se em sangue, Wilson, desesperado, pega um taxi para levar Junior ao hospital. L chegando, o socorro eficiente e Junior consegue recuperar-se das graves leses sofridas. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informaes dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

    A) cabvel responsabilizar Wilson por tentativa de homicdio?

    B) Caso Junior, mesmo tendo sido socorrido, no se recuperasse das leses e viesse a falecer no dia seguinte aos fatos, qual seria a responsabilidade jurdico-penal de Wilson?

    Gabarito comentado A. No, pois Wilson ser beneficiado pelo instituto do arrependimento eficaz, previsto na parte final do Art. 15 do Cdigo Penal. Assim, somente responder pelos atos praticados, no caso, as leses corporais graves sofridas por Jnior.

    B. Nesse caso, como no houve eficcia no arrependimento, o que exigido pelo Art. 15, do Cdigo Penal, Wilson dever responder pelo resultado morte, ou seja, dever responder pelo delito de homicdio doloso consumado.

    Questo 2 (Exame X FGV Unificado) Maria, mulher solteira de 40 anos, mora no Bairro Pacincia, na cidade Esperana. Por conta de seu comportamento, Maria sempre foi alvo de comentrios maldosos por parte dos vizinhos; alguns at chegavam a afirmar que ela tinha cara de quem cometeu crime. No obstante tais comentrios, nunca houve prova de qualquer das histrias contadas, mas o fato que Maria pessoa conhecida na localidade onde mora por ter m-ndole, j que sempre arruma brigas e inimizades. Certo dia, com raiva de sua vizinha Josefa, Maria resolve quebrar a janela da residncia desta. Para tanto, espera chegar a hora em que sabia que Josefa no estaria em casa e, aps olhar em volta para ter certeza de que ningum a observava, Maria arremessa com fora, na direo da casa da vizinha, um enorme tijolo. Ocorre que Josefa, naquele dia, no havia sado de casa e o tijolo aps quebrar a vidraa, atinge tambm sua nuca. Josefa falece instantaneamente. Nesse sentido, tendo por base apenas as informaes descritas no enunciado, responda justificadamente:

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    correto afirmar que Maria deve responder por homicdio doloso consumado?

    Gabarito comentado Na presente questo cabe ao examinando identificar o instituto por ela versado, qual seja, o erro de tipo acidental, na modalidade do resultado diverso do pretendido, previsto no art. 74 do Cdigo Penal. Referido instituto traz como consequncia, para o caso sob exame, a punio do agente por crime doloso em relao ao objetivo por ele almejado (que no caso foi o crime de dano previsto no art. 163 do Cdigo Penal), bem como a sua punio na modalidade culposa pelo resultado no intencional por ele alcanado, desde que o tal delito admita a modalidade culposa. Nesse sentido, observa-se que o outro resultado alcanado foi o crime de homicdio, que admite a modalidade culposa, de acordo com o art. 121, 3, do CP. Sendo assim, uma vez tendo, Maria, alcanado os dois resultados, dever ser punida por ambos (dano doloso e homicdio culposo) na forma do art. 70 do Cdigo Penal, ou seja, em concurso formal prprio, que determina a majorao da pena do crime mais grave de 1/6 at 1/2.

    Questo 4 (Exame X FGV Unificado) Erika e Ana Paula, jovens universitrias, resolvem passar o dia em uma praia paradisaca e, de difcil acesso (feito atravs de uma trilha), bastante deserta e isolada, to isolada que no h qualquer estabelecimento comercial no local e nem mesmo sinal de telefonia celular. As jovens chegam bastante cedo e, ao chegarem, percebem que alm delas h somente um salva-vidas na praia. Ana Paula decide dar um mergulho no mar, que estava bastante calmo naquele dia. Erika, por sua vez, sem saber nadar, decide puxar assunto com o salva-vidas, Wilson, pois o achou muito bonito. Durante a conversa, Erika e Wilson percebem que tm vrios interesses em comum e ficam encantados um pelo outro. Ocorre que, nesse intervalo de tempo, Wilson percebe que Ana Paula est se afogando. Instigado por Erika, Wilson decide no efetuar o salvamento, que era perfeitamente possvel. Ana Paula, ento, acaba morrendo afogada.

    Nesse sentido, atento(a) apenas ao caso narrado, indique a responsabilidade jurdico-penal de Erika e Wilson.

    Gabarito

    Segundo os dados narrados na questo, Wilson, por ser salva-vidas, tem o dever legal de agir para evitar o resultado e, naquele momento, podia perfeitamente agir. Assim, trata-se de agente garantidor. Nesse caso, responde por delito comissivo por omisso, qual seja, homicdio doloso praticado via omisso imprpria: art. 121 c/c art. 13, 2, alnea 'a' , ambos do CP. Erika, por sua vez, por ter instigado Wilson a no realizar o salvamento de Ana Paula, responde como partcipe de tal homicdio, nos

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    termos do art. 29 do CP. No h que se falar em omisso de socorro por parte de Erika, pois, conforme dados expressos no enunciado, ela no sabia nadar e nem tinha como chamar por ajuda

    Questo 3 (Exame XII FGV Unificado) Flix, objetivando matar Paola, tenta desferir-lhe diversas facadas, sem, no entanto, acertar nenhuma. Ainda na tentativa de atingir a vtima, que continua a esquivar-se dos golpes, Flix aproveitando-se do fato de que conseguiu segurar Paola pela manga da camisa, empunha a arma. No momento, ento, que Flix movimenta seu brao para dar o golpe derradeiro, j quase atingindo o corpo da vtima com a faca, ele opta por no continuar e, em seguida, solta Paola que sai correndo sem ter sofrido sequer um arranho, apesar do susto. Nesse sentido, com base apenas nos dados fornecidos, poder Flix ser responsabilizado por tentativa de homicdio? Justifique. (Valor: 1,25) Obs.: A resposta que contenha apenas as expresses sim ou no no ser pontuada, bem como a mera indicao de artigo legal ou a resposta que apresente teses contraditrias.

    GABARITO: O examinando deve responder que Flix no deve ser responsabilizado por tentativa de homicdio, pois a hiptese narrada enquadra-se naquela descrita no Art. 15, do CP, em sua primeira parte, ou seja, trata do instituto da desistncia voluntria. Isso porque, conforme narrado no enunciado, percebe-se que o agente (Flix), desistiu de prosseguir na execuo do delito quando ainda lhe sobrava, do ponto de vista objetivo, margem de ao. Assim, conforme o dispositivo legal supracitado, Flix responderia apenas por eventuais atos praticados. Note-se, entretanto, que os atos praticados pelo agente no traduzem a prtica de crime, razo pela qual Flix no responde por nada.

    Questes Processuais Gerais

    Questo 1 (OAB 2010/2 FGV) Jos da Silva foi preso em flagrante pela polcia militar quando transportava em seu carro grande quantidade de drogas. Levado pelos policiais delegacia de polcia mais prxima, Jos telefonou para seu advogado, o qual requereu ao delegado que aguardasse sua chegada para lavrar o flagrante. Enquanto esperavam o advogado, o delegado de polcia conversou informalmente com Jos, o qual confessou que pertencia a um grupo que se dedicava ao trfico de drogas e declinou o nome de outras cinco pessoas que participavam desse grupo. Essa conversa foi gravada pelo delegado de polcia.

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    Aps a chegada do advogado delegacia, a autoridade policial permitiu que Jos da Silva se entrevistasse particularmente com seu advogado e, s ento, procedeu lavratura do auto de priso em flagrante, ocasio em que Jos foi informado de seu direito de permanecer calado e foi formalmente interrogado pela autoridade policial. Durante o interrogatrio formal, assistido pelo advogado, Jos da Silva optou por permanecer calado, afirmando que s se manifestaria em juzo. Com base na gravao contendo a confisso e delao de Jos, o Delegado de Polcia, em um nico ato, determina que um de seus policiais atue como agente infiltrado e requer, ainda, outras medidas cautelares investigativas para obter provas em face dos demais membros do grupo criminoso: 1. quebra de sigilo de dados telefnicos, autorizada pelo juiz competente; 2.

    busca e apreenso, deferida pelo juiz competente, a qual logrou apreender grande quantidade de drogas e armas; 3. priso preventiva dos cinco

    comparsas de Jos da Silva, que estavam de posse das drogas e armas. Todas as provas coligidas na investigao corroboraram as informaes fornecidas por Jos em seu depoimento. Relatado o inqurito policial, o promotor de justia denunciou todos os envolvidos por associao para o trfico de drogas (art. 35, Lei 11.343/2006), trfico ilcito de entorpecentes (art. 33, Lei 11.343/2006) e quadrilha armada (art. 288, pargrafo nico). Considerando tal narrativa, excluindo eventual pedido de aplicao do instituto da delao premiada, indique quais as teses defensivas, no plano do direito material e processual, que podem ser arguidas a partir do enunciado acima, pela defesa de Jos. Indique os dispositivos legais aplicveis aos argumentos apresentados.

    Gabarito comentado a. gravao informal obtida pelo delegado de polcia constitui prova ilcita, j que o preso tem o direito de ser informado dos seus direitos, dentre os quais o de permanecer calado (art. 5o, inc. LXIII, Constituio). O depoimento policial um ato formal e, segundo o artigo 6o, V, deve observar as regras para a oitiva do acusado na fase judicial, previstas no Captulo III, Ttulo VII do Cdigo de Processo Penal. Como as demais provas foram obtidas a partir do depoimento que constitui prova ilcita, devem igualmente ser consideradas ilcitas (art. 157, 1o, Cdigo de Processo Penal). (0,3) b. A infiltrao de agente policial, conforme determina o artigo 53, I da Lei 11343/06, s pode ser determinada mediante autorizao judicial e oitiva do Ministrio Pblico. (0,3) c. No se admite a acumulao das acusaes de quadrilha e associao para o trfico, j que as duas redaes tpicas compreendem as mesmas

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    aes objetivas (estabilidade na comunho de aes e desgnios para a prtica de crimes). (0,4)

    Questo 3 (OAB 2010/2 FGV) Pedro, almejando a morte de Jos, contra ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na regio torxica. Jos vem a falecer, entretanto, no em razo do disparo recebido, mas porque, com inteno suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agresso, o que foi comprovado durante instruo processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto no artigo 121, caput, do Cdigo Penal.

    Na condio de Advogado de Pedro: I. indique o recurso cabvel;

    II. o prazo de interposio;

    III. a argumentao visando melhoria da situao jurdica do defendido. Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais.

    Gabarito comentado (i) Recurso em Sentido Estrito, nos termos do artigo 581, IV, do Cdigo de Processo Penal. (0,2) (ii) 5 dias, nos termos do artigo 586, do Cdigo de Processo Penal. (0,2) (iii) deveria ser requerida a desclassificao de crime consumado para tentado, j que a ao de Pedro no deu origem a morte de Jos. Trata-se de hiptese de concausa absolutamente independente pr- existente. (0,4) Artigo 13, do Cdigo Penal. (0,2)

    Questo 1 (OAB 2010/3 FGV) Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida empresa de fornecimento de material de informtica, se apropriou das contribuies previdencirias devidas dos empregados da empresa e por esta descontadas, utilizando o dinheiro para financiar um automvel de luxo. A partir de comunicao feita por Adolfo, empregado da referida empresa, tal fato chegou ao conhecimento da Polcia Federal, dando ensejo instaurao de inqurito para apurar o crime previsto no artigo 168-A do Cdigo Penal. No curso do aludido procedimento investigatrio, a autoridade policial apurou que Caio tambm havia praticado o crime de sonegao fiscal, uma vez que deixara de recolher ICMS relativamente s operaes da mesma empresa. Ao final do inqurito policial, os fatos ficaram comprovados, tambm pela confisso de Caio em sede policial. Nessa ocasio, ele afirmou estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento exclusivamente das contribuies previdencirias devidas ao INSS, pagamento realizado aps a

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    instaurao da investigao, ficando no paga a dvida relativa ao ICMS. Assim, o delegado encaminhou os autos ao Ministrio Pblico Federal, que denunciou Caio pelos crimes previstos nos artigos 168-A do Cdigo Penal e 1, I, da Lei 8.137/90, tendo a inicial acusatria sido recebida pelo juiz da vara federal da localidade. Aps analisar a resposta acusao apresentada pelo advogado de Caio, o aludido magistrado entendeu no ser o caso de absolvio sumria, tendo designado audincia de instruo e julgamento. Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) Qual o meio de impugnao cabvel deciso do Magistrado que no o absolvera sumariamente? (Valor: 0,2) b) A quem a impugnao deve ser endereada? (Valor: 0,2) c) Quais fundamentos devem ser utilizados? (Valor: 0,6)

    Gabarito Comentado a) Habeas Corpus, uma vez que no h previso de recurso contra a deciso que no absolvera sumariamente o acusado, sendo cabvel a ao mandamental, conforme estabelecem os artigos 647 e seguintes do CPP. No caso, no seria admissvel o recurso em sentido estrito, uma vez que o enunciado no traz qualquer informao acerca da fundamentao utilizada pelo magistrado para deixar de absolver sumariamente o ru, no podendo o candidato deduzir que teria sido realizado e indeferido pedido expresso de reconhecimento de extino da punibilidade. b) Ao Tribunal Regional Federal. c) Extino da punibilidade pelo pagamento do dbito quanto ao delito previsto no artigo 168- A, do CP, e, aps, restando apenas acusao pertinente sonegao de tributo de natureza estadual, incompetncia absoluta em razo da matria do juzo federal para processar e julgar a matria. Quanto Smula Vinculante no 24, o enunciado no traz qualquer informao no sentido de que a via administrativa ainda no teria se esgotado, no podendo o candidato deduzir tal fato.

    Questo 4 (Exame V FGV Unificado) Joo e Maria iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. No dia 19 de janeiro do corrente ano, o casal teve uma sria discusso, e Maria, nitidamente enciumada, investiu contra o carro de Joo, que j no se encontrava em bom estado de conservao, com trs exerccios de IPVA inadimplentes, a saber: 2008, 2009 e 2010. Alm disso, Maria proferiu diversos insultos contra Joo no dia de sua festa de formatura, perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele covarde, corno e frouxo. A requerimento

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    de Joo, os fatos foram registrados perante a Delegacia Policial, onde a testemunha foi ouvida. Joo comparece ao seu escritrio e contrata seus servios profissionais, a fim de serem tomadas as medidas legais cabveis. Voc, como profissional diligente, aps verificar no ter passado o prazo decadencial, interpe Queixa-Crime ao juzo competente no dia 18/7/11. O magistrado ao qual foi distribuda a pea processual profere deciso rejeitando-a, afirmando tratar-se de clara decadncia, confundindo-se com relao contagem do prazo legal. A deciso foi publicada dia 25 de julho de 2011.

    Com base somente nas informaes acima, responda: a) Qual o recurso cabvel contra essa deciso? (0,30) b) Qual o prazo para a interposio do recurso? (0,30) c) A quem deve ser endereado o recurso? (0,30) d) Qual a tese defendida? (0,35)

    Gabarito comentado a) Como se trata de crime de menor potencial ofensivo, o recurso cabvel Apelao, de acordo com o artigo 82 da Lei 9099/95. Vale lembrar que a qualificadora do art. 163, pargrafo nico, IV, do CP, relativa ao motivo egostico do crime de dano, caracteriza-se apenas quando o agente pretende obter satisfao econmica ou moral. Assim, a conduta de Maria, motivada por cime, no se enquadra na hiptese e configura a modalidade simples do delito de dano (art. 163, caput). Cabe ainda destacar que no houve prejuzo considervel a Joo, j que o carro danificado estava em mau estado de conservao, o que afasta definitivamente a qualificadora tipificada no art. 163, pargrafo nico, IV, do CP. Assim, o concurso material entre o crime patrimonial e a injria no ultrapassa o patamar mximo e 2 anos, que define os crimes de menor potencial ofensivo e a competncia dos Juizados Especiais Criminais, sendo cabvel, portanto, apelao (art. 82 da Lei 9.099/95). b) 10 dias, de acordo com o 1o do artigo 82 da Lei 9099/95; c) Turma Recursal, consoante art. 82 da Lei 9099/95; d) O prazo para interposio da queixa-crime de seis meses a contar da data do fato, conforme previu o artigo 38 do CPP. Trata-se de prazo decadencial, isto , prazo de natureza material, devendo ser contado de acordo com o disposto no artigo 10 do CP inclui-se o primeiro dia e exclui-se o ltimo.

    Questo 3 (Exame VI FGV Unificado) Caio, Mvio, Tcio e Jos, aps se conhecerem em um evento esportivo de sua cidade, resolveram praticar um estelionato em detrimento de um senhor idoso. Logrando xito em sua empreitada criminosa, os quatro dividiram os lucros e continuaram a vida normal. Ao longo da investigao policial, apurou-se a autoria do delito por meio dos depoimentos de diversas testemunhas que presenciaram a fraude. Em decorrncia de tal informao, o promotor de justia denunciou Caio, Mvio, Tcio e Jos, alegando se tratar

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    de uma quadrilha de estelionatrios, tendo requerido a decretao da priso temporria dos denunciados. Recebida a denncia, a priso temporria foi deferida pelo juzo competente.

    Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) Qual(is) o(s) meio(s) de se impugnar tal deciso e a quem dever(o) ser endereado(s)? (Valor: 0,6) b) Quais fundamentos devero ser alegados? (Valor: 0,65)

    Gabarito comentado a) Relaxamento de priso, endereado ao juiz de direito estadual. OU Habeas corpus, endereado ao Tribunal de Justia estadual. b) Ilegalidade da priso, pois no h formao de quadrilha quando a reunio se d para a prtica de apenas um delito. No h que se falar em formao de quadrilha, subsistindo apenas o delito nico de estelionato. Nesse sentido, no se poderia decretar a priso temporria, pois tal crime no est previsto no rol taxativo indicado no artigo 1o, III, da Lei 7.960/89. Ademais, a priso temporria medida exclusiva do inqurito policial, no podendo, em hiptese alguma, ser decretada quando j instaurada a ao penal.

    Questo 3 (Exame VIII FGV Unificado) Joo e Jos foram denunciados pela prtica da conduta descrita no art. 316 do CP (concusso). Durante a instruo, percebeu-se que os fatos narrados na denncia no corresponderiam quilo que efetivamente teria ocorrido, razo pela qual, ao cabo da instruo criminal e aps a respectiva apresentao de memoriais pelas partes, apurou-se que a conduta tpica adequada seria aquela descrita no art. 317 do CP (corrupo passiva). O magistrado, ento, fez remessa dos autos ao Ministrio Pblico para fins de aditamento da denncia, com a nova capitulao dos fatos. Nesse sentido, atento(a) ao caso narrado e considerando apenas as informaes contidas no texto, responda fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Estamos diante de hiptese de mutatio libelli ou de emendatio libelli? Qual dispositivo legal deve ser aplicado? (Valor: 0,50) B) Por que o prprio juiz, na sentena, no poderia dar a nova capitulao e, com base nela, condenar os rus?(Valor: 0,50) C) possvel que o Tribunal de Justia de determinado estado da federao, ao analisar recurso de apelao, proceda mutatio libelli? (Valor: 0,25)

    Gabarito comentado

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    Para garantir pontuao questo, o examinando dever, no item A, responder, nos termos do questionado, que a hiptese tratada de mutatio libelli, instituto descrito no art. 384 do CPP. No sero admitidas respostas que tragam emendatio libelli, tendo em vista que o enunciado da questo claro ao dispor que os fatos narrados na denncia no corresponderiam quilo que efetivamente teria ocorrido. Tal expresso, por si s, ainda afastaria a incidncia do disposto no art. 383, do CPP, uma vez que aquele dispositivo legal traz explicitamente restrio sua utilizao para hipteses em que no ocorra modificao na descrio do fato contida na denncia ou queixa. Quanto ao item B, para garantir a pontuao pertinente, o examinando dever responder que o juiz no poderia, na sentena, dar nova capitulao (e com base nela condenar os rus) porque deve obedincia aos princpios da imparcialidade e inrcia da jurisdio. De maneira alternativa e com o fim de privilegiar a demonstrao de conhecimento jurdico, ser admitida resposta no sentido de que tal conduta, por parte do magistrado, feriria o sistema/princpio acusatrio ou, ainda, no sentido de que tal conduta feriria o princpio da correlao/congruncia entre acusao e sentena. Ressalte-se que no tocante ao item B a questo solicita anlise acerca da conduta do magistrado que, na sentena, daria nova capitulao aos fatos em decorrncia de elemento ou circunstncia da infrao penal no contida na acusao. Nesse sentido, cabe destacar que luz do sistema acusatrio adotado pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil, o julgador deve ser imparcial e, por isso, suas decises devem estar balizadas pelo contexto ftico descrito na pea acusatria (princpio da correlao entre acusao e sentena). Assim, caso o magistrado viesse a condenar os rus com fundamento em fatos no narrados na denncia tal como descrito no enunciado - no s estaria substituindo-se ao acusador (a quem pertence a atribuio de determinar quais fatos sero imputados aos acusados), mas tambm estaria violando as garantias do contraditrio e ampla defesa dos rus, uma vez que lhes teria subtrado a possibilidade de debater as eventuais provas de tais fatos. Por fim, para garantir a pontuao relativa ao item C, o examinando dever responder que NO possvel que o Tribunal de Justia, ao analisar o recurso de apelao, proceda mutatio libelli pois, nos termos do verbete 453 da Smula do STF, verbis: no se aplicam segunda instncia o art. 384 (...).. Tal concluso, no item C, decorre do reconhecimento de que, advindo inovao no contexto ftico que envolve a conduta imputada ao ru no curso

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    da instruo, no pode haver julgamento com base nesse novo contexto ftico antes que as partes possam exercer o contraditrio em sua plenitude. Nessa esteira, cabe destacar que a sede prpria do contraditrio acerca dos fatos e das provas o primeiro grau de jurisdio, sob pena de supresso de instncia. Tomadas essas duas premissas, alcana-se a concluso de que eventual modificao da definio jurdica do fato decorrente de elemento ou circunstncia da infrao penal no contida na acusao no pode ser realizada diretamente pelo segundo grau de jurisdio.

    Questo 3 (Exame IX FGV Unificado) Mrio est sendo processado por tentativa de homicdio uma vez que injetou substncia venenosa em Luciano, com o objetivo de mat-lo. No curso do processo, uma amostra da referida substncia foi recolhida para anlise e enviada ao Instituto de Criminalstica, ficando comprovado que, pelas condies de armazenamento e acondicionamento, a substncia no fora hbil para produzir os efeitos a que estava destinada. Mesmo assim, arguindo que o magistrado no estava adstrito ao laudo, o Ministrio Pblico pugnou pela pronncia de Mrio nos exatos termos da denncia. Com base apenas nos fatos apresentados, responda justificadamente.

    A) O magistrado deveria pronunciar Mrio, impronunci-lo ou absolv-lo sumariamente? B) Caso Mrio fosse pronunciado, qual seria o recurso cabvel, o prazo de interposio e a quem deveria ser endereado?

    Gabarito comentado A) Deveria absolv-lo sumariamente, por fora do Art. 415, III, do CPP. O caso narrado no constitui crime, sendo hiptese de crime impossvel.

    B) cabvel recurso em sentido estrito (Art. 581, IV, do CPP); deve ser interposto no prazo de cinco dias (Art. 586 CPP); a petio de interposio deve ser endereada ao juiz a quo e as razes devero ser endereadas ao Tribunal de Justia.

    Questo 02 - (Exame XII FGV Unificado) Ricardo delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimnio sem deixar rastros que pudessem incrimin-lo. J cansando da impunidade, Wilson, policial e irmo de uma das vtimas de Ricardo, decide que ir empenhar todos os seus esforos na busca de uma maneira para prender, em flagrante, o facnora. Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiana deste. Certo dia, decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajud-lo na prxima empreitada. Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotrica e que bastaria ao

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    amigo seguir as instrues. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotrica e, percebendo o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasio em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas prprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o roteiro traado por Wilson, espera o sinal e, to logo o recebe, entra na casa lotrica e anuncia o assalto. Todavia, surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os clientes presentes na casa lotrica eram policiais disfarados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da comunidade e dos demais policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado delegacia, o delegado de planto imputa a Ricardo a prtica do delito de roubo na modalidade tentada.

    Nesse sentido, atento to somente s informaes contidas no enunciado, responda justificadamente:

    A) Qual a espcie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80 ) B) Qual a melhor tese defensiva aplicvel situao de Ricardo relativamente sua responsabilidade jurdico-penal? (Valor: 0,45)

    GABARITO: A situao narrada configura hiptese de flagrante preparado (ou provocado). Tal priso em flagrante nula e deve ser imediatamente relaxada, haja vista o fato de ter sido preparada por um agente provocador, que adotou medidas aptas a impedir por completo a consumao do crime. Inclusive, o Verbete 145 da Smula do STF disciplina que nas situaes como a descrita no enunciado inexiste crime. Aplica-se, tambm, o Art. 17 do Cdigo Penal: o flagrante preparado constitui hiptese de crime impossvel. Sendo assim, a melhor tese defensiva aplicvel a Ricardo aquela no sentido de excluir a prtica de crime com base no Verbete 145, da Smula do STF, e no Art. 17, do Cdigo Penal. Note-se que o enunciado da questo deixa claro que busca a melhor tese defensiva no campo jurdico-penal. Assim, eventuais respostas indicativas de solues no mbito processual (tais como: priso ilegal que deve ser relaxada), ainda que corretas, no sero consideradas para efeito de pontuao, haja vista o fato de no responderem ao questionado.

    Questo 4 (Exame XII FGV Unificado)

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    Marcos, jovem inimputvel conforme o Art. 26 do CP, foi denunciado pela prtica de determinado crime. Aps o regular andamento do feito, o magistrado entendeu por bem aplicar medida de segurana consistente em internao em hospital psiquitrico por perodo mnimo de 03 (trs) anos. Aps o cumprimento do perodo supramencionado, o advogado de Marcos requer ao juzo de execuo que seja realizado o exame de cessao de periculosidade, requerimento que foi deferido. realizada uma rigorosa percia, e os experts atestam a cura do internado, opinando, consequentemente, por sua desinternao. O magistrado ento, baseando-se no exame pericial realizado por mdicos psiquiatras, exara sentena determinando a desinternao de Marcos. O Parquet, devidamente intimado da sentena proferida pelo juzo da execuo, interpe o recurso cabvel na espcie. A partir do caso apresentado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

    A) Qual o recurso cabvel da sentena proferida pelo magistrado determinando a desinternao de Marcos? (Valor: 0,75) B) Qual o prazo para interposio desse recurso? (Valor: 0,25) C) A interposio desse recurso suspende ou no a eficcia da sentena proferida pelo magistrado? (Valor: 0,25)

    GABARITO: A) Como se trata de deciso proferida pelo juiz da execuo penal, o recurso cabvel o Agravo, previsto no Art. 197, da Lei de Execuo Penal - 7.210/84. B) O prazo para a interposio do recurso de 05 (cinco) dias, contados da data da publicao da deciso no D.O., conforme dispem as Smulas do STF 699 e 700.SMULA 699 - O PRAZO PARA INTERPOSIO DE AGRAVO, EM PROCESSO PENAL, DE CINCO DIAS, DE ACORDO COM A LEI 8038/1990, NO SE APLICANDO O DISPOSTO A RESPEITO NAS ALTERAES DA LEI 8950/1994 AO CDIGO DE PROCESSO CIVIL.

    Prescrio/Extino da punibilidade e/ou da ilicitude

    Questo 2 (OAB 2010/3 FGV) Caio, residente no municpio de So Paulo, convidado por seu pai, mo1rador da cidade de Belo Horizonte, para visit-lo. Ao dirigir-se at Minas Gerais em seu carro, Caio d carona a Maria, jovem belssima que conhecera na estrada e que, ao saber do destino de Caio, o convence a

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    subtrair pertences da casa do genitor do rapaz, chegando a sugerir que ele aguardasse o repouso noturno de seu pai para efetuar a subtrao. Ao chegar ao local, Caio janta com o pai e o espera adormecer, quando ento subtrai da residncia uma televiso de plasma, um aparelho de som e dois mil reais. Aps encontrar-se com Maria no veculo, ambos se evadem do local e so presos quando chegavam ao municpio de So Paulo. Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso. a) Caio pode ser punido pela conduta praticada e provada? (Valor: 0,4) b) Maria pode ser punida pela referida conduta? (Valor: 0,4) c) Em caso de oferecimento de denncia, qual ser o juzo competente para processamento da ao penal? (Valor: 0,2)

    Gabarito Comentado a) No, uma vez que incide sobre o caso a escusa absolutria prevista no artigo 181, II, do CP. b) Sim, uma vez que a circunstncia relativa a Caio de carter pessoal, no se comunicando a ela (artigo 30 do CP). Assim, poder ser punida pela prtica do crime de furto qualificado pelo repouso noturno. c) Belo Horizonte, local em que delito se consumou, conforme artigos 69, I, do CPP e 6o do CP.

    Questo 3 (Exame V FGV Unificado) Jaime, brasileiro, solteiro, nascido em 10/11/1982, praticou, no dia 30/11/2000, delito de furto qualificado pelo abuso de confiana (art. 155, pargrafo 4, II, do CP). Devidamente denunciado e processado, Jaime foi condenado pena de 4 (quatro) anos e 2 (dois) meses de recluso. A sentena transitou definitivamente em julgado no dia 15/01/2002, e o trmino do cumprimento da pena se deu em 20/03/2006. No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido esquecido por Lara em cima do balco de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada pelas cmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denncia, por parte do Ministrio Pblico, pela prtica de furto simples (art. 155, caput, do CP). A denncia foi recebida em 14/04/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi condenado pena de 1 (um) ano de recluso e 10 (dez) dias-multa. Foi fixado o regime inicial aberto para o cumprimento da pena privativa de liberdade, com sentena publicada no mesmo dia.

    Com base nos dados acima descritos, bem como atento s informaes a seguir expostas, responda fundamentadamente:

    a) Suponha que a acusao tenha se conformado com a sentena, tendo o trnsito em julgado para esta ocorrido em 24/10/2006. A defesa, por sua vez,

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    interps apelao no prazo legal. Todavia, em virtude de sucessivas greves, adiamentos e at mesmo perda dos autos, at a data de 20/10/2010, o recurso da defesa no tinha sido julgado. Nesse sentido, o que voc, como advogado, deve fazer? (Valor: 0,60) b) A situao seria diferente se ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatrio, de modo que o trnsito em julgado definitivo teria ocorrido em 24/10/2006, mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez preso, tivesse se evadido to logo teve cincia do contedo da sentena, somente tendo sido capturado em 25/10/2010? (Valor: 0,65)

    Gabarito comentado a) Ingressar com habeas corpus com fulcro no art. 648, VII, do CPP (extino de punibilidade art.107, IV, do CP), ou com mera petio diretamente dirigida ao relator do processo, considerando-se que a prescrio matria de ordem pblica e pode at ser conhecida de ofcio. O argumento a ser utilizado a ocorrncia de prescrio da pretenso punitiva superveniente/intercorrente/subsequente (causa extintiva de punibilidade), pois, j ciente do mximo de pena in concreto possvel, qual seja, 1 ano e 10 dias-multa, o Estado teria at o dia 17/10/2010 para julgar definitivamente o recurso da defesa, o que no ocorreu, nos termos dos arts. 109, V; 110, 1o; e 117, I e IV, todos do CP. Vale lembrar que a prescrio da pretenso punitiva superveniente pressupe o trnsito em julgado para a acusao (tal como ocorreu na espcie) e contada a partir da publicao da sentena penal condenatria, ltimo marco interruptivo da prescrio relacionado na questo. Vale ressaltar que no basta o candidato mencionar que houve prescrio. Tem que ser especfico, dizendo ao menos que se trata de prescrio da pretenso punitiva. b) Sim, a situao seria diferente, pois neste caso no haveria prescrio da pretenso executria nem outra modalidade qualquer. Como Jaime reincidente, j que o 2o furto foi cometido aps o trnsito em julgado definitivo de sentena que lhe condenou pelo 1o furto (art. 63 do CP), a prescrio da pretenso executria tem seu prazo acrescido de 1/3, de acordo com o artigo 110 do CP. Assim, o Estado teria at 23/02/2012 para capturar Jaime, nos termos dos arts. 110 caput e 112, I, do CP.

    Questo 2 (Exame VI FGV Unificado) Hugo inimigo de longa data de Jos e h muitos anos deseja mat-lo. Para conseguir seu intento, Hugo induz o prprio Jos a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se insinuando para a esposa de Jos. Ocorre que Hugo sabia que Luiz pessoa de pouca pacincia e que sempre anda armado. Cego de dio, Jos espera Luiz sair do trabalho e, ao v-lo, corre em direo dele com um faco em punho, mirando na altura da cabea. Luiz, assustado e sem saber o motivo daquela injusta agresso, rapidamente saca sua arma e atira justamente no corao de Jos, que morre instantaneamente. Instaurado inqurito policial para apurar as circunstncias da morte de Jos, ao final das investigaes, o Ministrio Pblico formou sua

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    opinio no seguinte sentido: Luiz deve responder pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja, deve responder por homicdio doloso; Hugo por sua vez, deve responder como partcipe de tal homicdio. A denncia foi oferecida e recebida.

    Considerando que voc o advogado de Hugo e Luiz, responda: a) Qual pea dever ser oferecida, em que prazo e endereada a quem? (Valor: 0,3) b) Qual a tese defensiva aplicvel a Luiz? (Valor: 0,5) c) Qual a tese defensiva aplicvel a Hugo? (Valor: 0,45)

    Gabarito comentado a) Resposta acusao, no prazo de 10 dias (art. 406 do CPP), endereada ao juiz presidente do Tribunal do Jri. OU Habeas Corpus para extino da ao penal; ao penal autnoma de

    impugnao que no possui prazo determinado; endereado ao Tribunal de

    Justia Estadual. b) A tese defensiva aplicada a Luiz a da legtima defesa real, instituto previsto no art. 25 do CP, cuja natureza de causa excludente de ilicitude. No houve excesso, pois a conduta de Jos (que mirava com o faco na cabea do Luiz) configurava injusta agresso e claramente atentava contra a vida de Luiz. c) Hugo no praticou fato tpico, pois, de acordo com a Teoria da Acessoriedade Limitada, o partcipe somente poder ser punido se o agente praticar conduta tpica e ilcita, o que no foi o caso, j que Luiz agiu amparado por uma causa excludente de ilicitude, qual seja, legtima defesa (art. 25 do CP). OU No havia liame subjetivo entre Hugo e Luiz, requisito essencial ao concurso de pessoas, razo pela qual Hugo no poderia ser considerado partcipe.

    Questo 4 (Exame VII FGV Unificado) Maurcio, jovem de classe alta, rebelde e sem escrpulos, comea a namorar Joana, menina de boa famlia, de classe menos favorecida e moradora de rea de risco em uma das maiores comunidades do Brasil. No dia do aniversrio de 18 anos de Joana, Maurcio resolve convid-la para jantar num dos restaurantes mais caros da cidade e, posteriormente, leva-a para conhecer a sute presidencial de um hotel considerado um dos mais luxuosos do mundo, onde passa a noite com ela. Na manh seguinte, Maurcio e Joana resolvem permanecer por mais dois dias. Ao final da estada, Mauricio contabiliza os gastos daqueles dias de prodigalidade, apurando o total de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais). Todos os pagamentos foram realizados em

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    espcie, haja vista que, na noite anterior, Maurcio havia trocado com sua me um cheque de R$20.000,00 (vinte mil reais) por dinheiro em espcie, cheque que Maurcio sabia, de antemo, no possuir fundos. Considerando apenas os fatos descritos, responda, de forma justificada, os questionamentos a seguir. A) Maurcio e Joana cometeram algum crime? Justifique sua resposta e, caso seja positiva, tipifique as condutas atribudas a cada um dos personagens, desenvolvendo a tese de defesa. (valor: 0,70) B) Caso Maurcio tivesse invadido a casa de sua me com uma pistola de brinquedo e a ameaado, a fim de conseguir a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sua situao jurdica seria diferente? Justifique. (valor: 0,55)

    Gabarito comentado Para garantir pontuao, o examinando deveria, no item A, deixar expresso que Joana no cometeu qualquer crime porque no houve sequer conduta de sua parte. Cabe ressaltar que somente ser aceita, como fundamento para essa hiptese, a ausncia de conduta, levando em considerao o conhecimento terico exigido no Exame de Ordem. Assim, descabe analisar a existncia de elemento subjetivo (dolo ou culpa), ilicitude ou culpabilidade, pois tais somente seriam apreciados quando houvesse conduta. Consequentemente, a resposta que trouxer apenas tal anlise (sem mencionar a conduta) no ser pontuada no item respectivo. Ainda no tocante ao item A, o examinando dever indicar que Maurcio, diferentemente de Joana, cometeu crime, qual seja, estelionato (OU que teria praticado a conduta descrita no art. 171 caput do CP), mas que poderia alegar em sua defesa a escusa absolutria prevista no art. 181, II do CP. Sobre esse ponto, no ser passvel de pontuao a mera indicao do dispositivo legal, dissociada da argumentao exigida. De igual modo, no ser pontuada nenhuma outra modalidade de estelionato seno aquela descrita no caput do art. 171 do CP. Ressalte-se que dados no descritos no enunciado no podem ser presumidos pelos examinandos. Tambm no ser passvel de pontuao a indicao genrica do art. 181 do CP, sem a especificao do inciso adequado ou de argumentao pertinente ao inciso. Ademais, aplicao da escusa absolutria no conduz atipicidade da conduta. A conduta continua tpica, ilcita e culpvel, havendo apenas opo legislativa pela no imposio de sano de natureza penal, embora a sentena possa produzir efeitos civis. Em relao ao item B, a atribuio de pontos estaria condicionada expressa argumentao no sentido de que a condio jurdica de Maurcio seria alterada na medida em que a iseno de pena prevista no Cdigo Penal no se aplica aos crimes de roubo (OU prtica da conduta descrita no art.

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    157 caput do CP), nos termos do art.183, I do CP. Portanto, Maurcio seria processado e apenado pelo crime cometido. Cumpre salientar que a mera indicao de artigo legal, dissociada da correta argumentao (em qualquer um dos itens), no pode ser pontuada. De igual modo, a mera indicao, no item B, de que no haveria iseno de pena (ou de que no se aplicaria o art. 181, II do CP por fora do disposto no artigo 183, I, do CP), sem a correta tipificao da conduta, no passvel de pontuao. Alm disso, levando em conta que o delito de roubo no se confunde com a extorso, no ser admitida fungibilidade entre as condutas de forma a se considerar qualquer das duas como a prtica empreendida por Maurcio. Por fim, no poder ser considerada correta a resposta que imponha a causa de aumento de pena prevista no pargrafo segundo, inciso I, do artigo 157 do CP. Isso porque a controvrsia acerca da incidncia da referida causa de aumento quanto ao uso de arma de brinquedo foi suficientemente solucionada no mbito do Superior Tribunal de Justia, que, em 2001, cancelou o verbete sumular n. 174, no julgamento do RESP 213.054-SP.

    Questo 4 (Exame VIII FGV Unificado) Joo foi denunciado pela prtica do delito previsto no art. 299 caput e pargrafo nico do Cdigo Penal. A inicial acusatria foi recebida em 30/10/2000 e o processo teve seu curso normal. A sentena penal, publicada em 29/07/2005, condenou o ru pena de 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de recluso, em regime semi-aberto, mais pagamento de 16 (dezesseis) dias-multa. Irresignada, somente a defesa interps apelao. Todavia, o Egrgio Tribunal de Justia negou provimento ao apelo, ao argumento de que no haveria que se falar em extino da punibilidade pela prescrio, haja vista o fato de que o ru era reincidente, circunstncia devidamente comprovada mediante certido cartorria juntada aos autos. Nesse sentido, considerando apenas os dados narrados no enunciado, responda aos itens a seguir. A) Est extinta a punibilidade do ru pela prescrio? Em caso positivo, indique a espcie; em caso negativo, indique o motivo. (Valor: 0,75) B) O disposto no art. 110 caput do CP aplicvel ao caso narrado? (Valor: 0,50)

    Gabarito comentado A questo visa obter do examinando o conhecimento acerca da extino da punibilidade pela prescrio. Desta forma, para obteno da pontuao relativa ao item A, o examinando deve indicar que a punibilidade do ru est extinta com base na prescrio da pretenso punitiva retroativa, pois entre a data do recebimento da denncia e a data da publicao da sentena condenatria transcorreu lapso de tempo superior a quatro anos. Cumpre destacar que tal modalidade de prescrio a nica que se coaduna com o caso apresentado pelos seguintes fatos:

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    i. tendo havido o trnsito em julgado para a acusao (pois somente a defesa interps recurso de apelao), deve ser considerado o quantum de pena aplicada por ocasio da sentena condenatria, ou seja, 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de recluso, no podendo esta ser majorada por fora do princpio que impede a sua reforma para pior (non reformatio in pejus). Assim, o prazo prescricional de 4 (quatro) anos, conforme artigos 107, inciso IV, c/c 109, inciso V e 110, 1o, todos do CP; ii. considerando apenas os dados narrados no enunciado, os nicos marcos interruptivos da prescrio, segundo o art. 117 do CP, so o recebimento da denncia (30/10/2000) e a publicao da sentena penal condenatria (29/07/2005). Assim, com base na pena aplicada na sentena (com trnsito em julgado para o Ministrio Pblico), retroagindo- se ao primeiro marco interruptivo narrado pela questo (recebimento da denncia), observa-se que entre este e o segundo marco interruptivo (publicao da sentena condenatria), transcorreu lapso temporal maior do que quatro anos, com a consequente prescrio da pretenso punitiva. Ressalte-se que justamente pela objetividade do item A, e por no ter havido o trnsito em julgado para ambas as partes, a indicao de espcie distinta de prescrio, que no a punitiva, macula a integralidade da resposta e impede a atribuio de pontuao. No h que se falar, no caso em comento, em prescrio da pretenso executria. Em relao ao item B o examinando, para fazer jus pontuao respectiva, deve responder que o disposto no art. 110, caput, do CP no aplicvel ao caso narrado, pois tal artigo somente aplicado em se tratando de prescrio da pretenso executria. Como o caso apresentado demonstra a ocorrncia da prescrio da pretenso punitiva, no h que se falar no aumento de 1/3 (um tero) no prazo prescricional. Este entendimento corroborado pelo verbete 220 da Smula do STJ ao afirmar que a reincidncia no influi no prazo da prescrio da pretenso punitiva.

    Erro

    Questo 1 (Exame V FGV Unificado) Antnio, pai de um jovem hipossuficiente preso em flagrante delito, recebe de um serventurio do Poder Judicirio Estadual a informao de que Jorge, defensor pblico criminal com atribuio para representar o seu filho, solicitara a quantia de dois mil reais para defend-lo adequadamente. Indignado, Antnio, sem averiguar a fundo a informao, mas confiando na palavra do serventurio, escreve um texto reproduzindo a acusao e o entrega ao juiz titular da vara criminal em que Jorge funciona como defensor pblico. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Jorge apresenta uma gravao em vdeo da entrevista que fizera com o filho de Antnio, na qual fica evidenciado que jamais solicitara qualquer quantia para defend-lo, e representa criminalmente pelo fato. O Ministrio Pblico oferece denncia perante o Juizado Especial Criminal, atribuindo a Antnio o cometimento do

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    crime de calnia, praticado contra funcionrio pblico em razo de suas funes, nada mencionando acerca dos benefcios previstos na Lei 9.099/95. Designada Audincia de Instruo e Julgamento, recebida a denncia, ouvidas as testemunhas, interrogado o ru e apresentadas as alegaes orais pelo Ministrio Pblico, na qual pugnou pela condenao na forma da inicial, o magistrado concede a palavra a Vossa Senhoria para apresentar alegaes finais orais. Em relao situao acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) O Juizado Especial Criminal competente para apreciar o fato em tela? (Valor: 0,30) b) Antnio faz jus a algum benefcio da Lei 9.099/95? Em caso afirmativo, qual(is)? (Valor: 0,30) c) Antnio praticou crime? Em caso afirmativo, qual? Em caso negativo, por que razo? (Valor: 0,65)

    Gabarito comentado a) No, pois, de acordo com o artigo 141, II, do CP, quando a ofensa for praticada contra funcionrio pblico em razo de suas funes, a pena ser aumentada de um tero, o que faz com que a sano mxima abstratamente cominada seja superior a dois anos. b) Sim, suspenso condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95. c) No. Antnio agiu em erro de tipo vencvel/inescusvel. Conforme previso do artigo 20 do CP, nessa hiptese, o agente somente responder pelo crime se for admitida a punio a ttulo culposo, o que no o caso, pois o crime em comento no admite a modalidade culposa. Vale lembrar que no houve dolo na conduta de Antnio.

    Questo 1 (Exame VI FGV Unificado) Ao chegar a um bar, Caio encontra Tcio, um antigo desafeto que, certa vez, o havia ameaado de morte. Aps ingerir meio litro de usque para tentar criar coragem de abordar Tcio, Caio partiu em sua direo com a inteno de cumpriment-lo. Ao aproximar-se de Tcio, Caio observou que seu desafeto bruscamente ps a mo por debaixo da camisa, momento em que achou que Tcio estava prestes a sacar uma arma de fogo para vitim-lo. Em razo disso, Caio imediatamente muniu-se de uma faca que estava sobre o balco do bar e desferiu um golpe no abdome de Tcio, o qual veio a falecer. Aps anlise do local por peritos do Instituto de Criminalstica da Polcia Civil, descobriu-se que Tcio estava tentando apenas pegar o mao de cigarros que estava no cs de sua cala.

    Considerando a situao acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

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    a) Levando-se em conta apenas os dados do enunciado, Caio praticou crime? Em caso positivo, qual? Em caso negativo, por que razo? (Valor: 0,65) b) Supondo que, nesse caso, Caio tivesse desferido 35 golpes na barriga de Tcio, como deveria ser analisada a sua conduta sob a tica do Direito Penal? (Valor: 0,6)

    Gabarito comentado a) No, pois atuou sob o manto de descriminante putativa, instituto previsto no art. 20, pargrafo 1o do CP, uma vez que sups, com base em fundado receio, estar em situao de legtima defesa. Como se limitou a dar uma facada, a sua reao foi moderada, no havendo que se falar em punio por excesso. b) Ainda que tenha procurado se defender de agresso que imaginou estar em vias de ocorrer, Caio agiu em excesso doloso, devendo, portanto, responder por homicdio doloso, na forma do artigo 23, pargrafo nico, do CP.

    Questo 2 (Exame VII FGV Unificado) Larissa, senhora aposentada de 60 anos, estava na rodoviria de sua cidade quando foi abordada por um jovem simptico e bem vestido. O jovem pediu-lhe que levasse para a cidade de destino, uma caixa de medicamentos para um primo, que padecia de grave enfermidade. Inocente, e seguindo seus preceitos religiosos, a Sra. Larissa atende ao rapaz: pega a caixa, entra no nibus e segue viagem. Chegando ao local da entrega, a senhora abordada por policiais que, ao abrirem a caixa de remdios, verificam a existncia de 250 gramas de cocana em seu interior. Atualmente, Larissa est sendo processada pelo crime de trfico de entorpecente, previsto no art. 33 da lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Considerando a situao acima descrita e empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente, responda: qual a tese defensiva aplicvel Larissa? (valor: 1,25)

    Gabarito comentado A questo pretende buscar do examinando conhecimento acerca do instituto do erro de tipo essencial, inclusive para diferenci-lo das demais modalidades de erro. Assim, para garantir pontuao, a resposta dever trazer as seguintes informaes: a tese defensiva aplicvel a de que Larissa agiu em erro de tipo essencial incriminador, instituto descrito no art. 20 caput do CP, pois desconhecia circunstncia elementar descrita em tipo penal incriminador. Ausente o elemento tpico, qual seja, o fato de estar transportando drogas, faz com que, nos termos do dispositivo legal, se exclua o dolo, mas permita-se a punio por crime culposo e, como o dispositivo

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    legal do art. 33 da Lei n. 11.343/06 no admite a modalidade culposa, o fato se tornaria atpico. Ressalte-se que levando em conta que o Exame de Ordem busca o conhecimento tcnico e acadmico dos examinandos, no sero pontuadas respostas que tragam teses contraditrias. Assim, a resposta indicativa de qualquer outra espcie de erro (seja acidental, de tipo permissivo ou de proibio) implica na impossibilidade de pontuao, estando, a questo, maculada em sua integralidade. Entende-se por tese contraditria aquelas que elencam diversas modalidades de erro, ainda que uma delas seja a correta. Tambm com o fim de privilegiar o raciocnio e a demonstrao de conhecimento, a mera indicao da consequncia correta (atipicidade do fato), dissociada da argumentao pertinente e identificao do instituto aplicvel ao caso, no ser passvel de pontuao. Do mesmo modo, no ser pontuada a mera indicao do dispositivo legal, qual seja, o art. 20 caput do CP.

    Competncia Questo 3 (OAB 2010/3 FGV) Jeremias preso em flagrante pelo crime de latrocnio, praticado contra uma idosa que acabara de sacar o valor relativo sua aposentadoria dentro de uma agncia da Caixa Econmica Federal e presenciado por duas funcionrias da referida instituio, as quais prestaram depoimento em sede policial e confirmaram a prtica do delito. Ao oferecer denncia perante o Tribunal do Jri da Justia Federal da localidade, o Ministrio Pblico Federal requereu a decretao da priso preventiva de Jeremias para a garantia da ordem pblica, por ser o crime gravssimo e por convenincia da instruo criminal, uma vez que as testemunhas seriam mulheres e poderiam se sentir amedrontadas caso o ru fosse posto em liberdade antes da colheita de seus depoimentos judiciais. Ao receber a inicial, o magistrado decretou a priso preventiva de Jeremias, utilizando-se dos argumentos apontados pelo Parquet.

    Com base no caso acima, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso, indique os argumentos defensivos para atacar a deciso judicial que recebeu a denncia e decretou a priso preventiva.

    Gabarito Comentado a) No, pois a competncia para processamento e julgamento de uma vara comum da justia estadual, por se tratar de crime patrimonial e que no

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    ofende bens, servios ou interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas. b) No, pois a jurisprudncia pacfica no sentido de que consideraes genricas e presunes de que em liberdade as testemunhas possam sentir-se amedrontadas no so argumentos vlidos para a decretao da priso antes do trnsito em julgado de deciso condenatria, pois tal providncia possui natureza estritamente cautelar, de modo que somente poder ser determinada quando calcada em elementos concretos que demonstrem a existncia de risco efetivo eficcia da prestao jurisdicional. c) Tribunal Regional Federal, pois a autoridade coatora juiz de direito federal.

    Questo 4 (OAB 2010/3 FGV) Caio, professor do curso de segurana no trnsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal comea a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altssima velocidade ao automvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veculo, pois quela velocidade no seria possvel controlar o automvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direo e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automvel atinge um buraco e, em razo da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar trs pessoas que estavam na calada, vitimando-as fatalmente. Realizada percia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram autoridade policial o dilogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministrio Pblico pela prtica do crime de homicdio na modalidade de dolo eventual, trs vezes em concurso formal. Recebida a denncia pelo magistrado da vara criminal vinculada ao Tribunal do Jri da localidade e colhida a prova, o Ministrio Pblico pugnou pela pronncia de Caio, nos exatos termos da inicial.

    Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debates orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) Qual(is) argumento(s) poderia(m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? (Valor: 0,4) b) Qual pedido deveria ser realizado? (Valor: 0,3) c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a pea de interposio deveria ser dirigida? (Valor: 0,3)

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    Gabarito Comentado a) Incompetncia do juzo, uma vez que Caio praticou homicdio culposo, pois agiu com culpa consciente, na medida em que, embora tenha previsto o resultado, acreditou que o evento no fosse ocorrer em razo de sua percia. b) Desclassificao da imputao para homicdio culposo e declnio de competncia, conforme previso do artigo 419 do CPP. c) Recurso em sentido estrito, conforme previso do artigo 581, IV, do CPP. A pea de interposio deveria ser dirigida ao juiz de direito da vara criminal vinculada ao tribunal do jri, prolator da deciso atacada.

    Questo 3 (Exame IV FGV Unificado) Na cidade de Arsenal, no Estado Z, residiam os deputados federais Armnio e Justino. Ambos objetivavam matar Frederico, rico empresrio que possua valiosas informaes contra eles. Frederico morava na cidade de Tirol, no Estado K, mas seus familiares viviam em Arsenal. Sabendo que Frederico estava visitando a famlia, Armnio e Justino decidiram colocar em prtica o plano de mat-lo. Para tanto, seguiram Frederico quando este saa da casa de seus parentes e, utilizando-se do veculo em que estavam, bloquearam a passagem de Frederico, de modo que a caminhonete deste no mais conseguia transitar. Ato contnuo, Armnio e Justino desceram do automvel. Armnio imobilizou Frederico e Justino desferiu tiros contra ele, Frederico. Os algozes deixaram rapidamente o local, razo pela qual no puderam perceber que Frederico ainda estava vivo, tendo conseguido salvar-se aps socorro prestado por um passante. Tudo foi noticiado polcia, que instaurou o respectivo inqurito policial. No curso do inqurito, os mandatos de Armnio e Justino chegaram ao fim, e eles no conseguiram se reeleger. O Ministrio Pblico, por sua vez, munido dos elementos de informao colhidos na fase inquisitiva, ofereceu denncia contra Armnio e Justino, por tentativa de homicdio, ao Tribunal do Jri da Justia Federal com jurisdio na comarca onde se deram os fatos, j que, poca, os agentes eram deputados federais. Recebida a denncia, as defesas de Armnio e Justino mostraram-se conflitantes. J na fase instrutria, Frederico teve seu depoimento requerido. A vtima foi ouvida por meio de carta precatria em Tirol. Na respectiva audincia, os advogados de Armnio e Justino no compareceram, de modo que juzo deprecado nomeou um nico advogado para ambos os rus. O juzo deprecante, ao final, emitiu decreto condenatrio em face de Armnio e Justino. Armnio, descontente com o patrono que o representava, destituiu-o e nomeou voc como novo advogado. Com base no cenrio acima, indique duas nulidades que podem ser arguidas em favor de Armnio. Justifique com base no CPP e na CRFB. (Valor: 1,25)

    Gabarito comentado

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    Primeiramente h que ser arguida nulidade por incompetncia absoluta (art. 564, I, do CPP), pois no caso no h incidncia de nenhuma das hipteses mencionadas no art. 109 da CRFB que justifiquem a atrao do processo competncia da Justia Federal. Ademais, o fato de os agentes serem exdeputados federais no enseja deslocamento de competncia. Nesse sentido, competente o Tribunal do Jri da Comarca onde se deram os fatos, pois, cessado o foro por prerrogativa de funo, voltam a incidir as regras normais de competncia para o julgamento da causa, de modo que, dada natureza da infrao (crime doloso contra a vida), a competncia afeta ao Tribunal do Jri de Arsenal. Alm disso, tambm dever ser arguida nulidade com base no art. 564, IV, do CPP. A nomeao de somente um advogado para ambos rus, feita pelo juzo deprecado, no respeita o princpio da ampla defesa (art. 5o, LV, da CRFB), pois, como as defesas eram conflitantes, a nomeao de um s advogado prejudica os rus. Por fim, com base nos artigos 413 e 414 do CPP, bem como art. 5o, LIII da CRFB/88, poder ser arguida nulidade pela falta de apreciao da causa pelo juiz natural do feito.

    Questo 3 (Exame X FGV Unificado) Jos, conhecido em seu bairro por vender entorpecentes, resolve viajar para Foz do Iguau (PR). Em sua bagagem, Jos transporta 500g de cocana e 50 ampolas de cloreto de etila. Em Foz do Iguau, Jos foi preso em flagrante pela Polcia Militar em virtude do transporte das substncias entorpecentes. Na lavratura do flagrante, Jos afirma que seu objetivo era transportar a droga at a cidade de Porto Vera Cruz (RS), mencionando inclusive a passagem de avio que j havia comprado. Voc contratado para efetuar um pedido de liberdade provisria e o que mais entender de Direito em favor de Jos. Atento somente ao que foi narrado na hiptese acima, responda aos itens a seguir.

    A) O rgo competente para julgamento a Justia Estadual ou a Justia Federal? Justifique. (Valor: 0,75)

    B) Se Jos objetivasse apenas traficar drogas em Foz do Iguau, o rgo competente seria o mesmo da situao acima? Justifique. (Valor: 0,50)

    Gabarito comentado A. O rgo competente a Justia Estadual, haja vista que as duas cidades mencionadas ficam no Brasil(Porto Vera Cruz municpio do Rio Grande do Sul e Foz do Iguau municpio do Paran) e que no h qualquer meno transposio de fronteira nacional. A competncia somente poderia ser atribuda Justia Federal se Jos tivesse cometido o crime de trfico internacional de entorpecentes (objetivo de traficar para o exterior), na forma do disposto no art. 70, caput, da Lei 11.343/2006 e do verbete 522 da Smula do STF.

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    B. Sim, competente a Justia Estadual, pois conforme j mencionado no houve dolo de traficar para o exterior.

    (Exame Unificado XII) Carolina foi denunciada pela prtica do delito de estelionato mediante emisso de cheque sem suficiente proviso de fundos. Narra, a inicial acusatria, que Carolina emitiu o cheque nmero 000, contra o Banco ABC S/A, quando efetuou compra no estabelecimento X, que fica na cidade de Y. Como a conta corrente de Carolina pertencia agncia bancria que ficava na cidade vizinha Z, a gerncia da loja, objetivando maior rapidez no recebimento, resolveu l apresentar o cheque, ocasio em que o ttulo foi devolvido.

    Levando em conta que a compra originria da emisso do cheque sem fundos ocorreu na cidade Y, o ministrio pblico local fez o referido oferecimento da denncia, a qual foi recebida pelo juzo da 1 Vara Criminal da comarca. Tal magistrado, aps o recebimento da inicial acusatria, ordenou a citao da r, bem como a intimao para apresentar resposta acusao.

    Nesse sentido, atento(a) apenas s informaes contidas no enunciado, responda de maneira fundamentada, e levando em conta o entendimento dos Tribunais Superiores, o que pode ser arguido em favor de Carolina.

    Gabarito comentado

    Deve ser arguida exceo de incompetncia com fundamento no Art. 108 do CPP OU Preliminar de incompetncia na resposta acusao. O estelionato crime material e se consuma no local onde ocorreu o efetivo prejuzo econmico. No caso em tela, o efetivo prejuzo econmico se deu no lugar onde o ttulo foi recusado, ou seja, na comarca Z. Assim, aplica-se o disposto no verbete 521 da Smula do STF e o verbete 244 da Smula do STJ. Consequentemente, deve ser feito pedido de remessa do feito comarca Z, onde podero ser ratificados os atos at o momento praticados, prosseguindo-se na instruo.

    Vigncia Lei

    Questo 5 (OAB 2010/2 FGV) Lucas, processado em liberdade, foi condenado na 1a instncia pena de 05 (cinco) anos em regime integralmente fechado, pelo crime de trfico de drogas, cometido em setembro de 2006. Interps Recurso de Apelao o

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    qual foi parcialmente provido. O Tribunal alterou apenas o dispositivo da sentena que fixava o regime em integralmente fechado para inicialmente fechado. Aps o trnsito em julgado, Lucas deu inicio ao cumprimento de pena em 10 de fevereiro de 2009. O juzo da execuo, em 10 de outubro de 2010, negou a progresso de regime sob o fundamento de que Lucas ainda no havia cumprido 2/5 da pena, em que pese os demais requisitos tenham sido preenchidos. Diante dos fatos e da deciso acima exposta, sendo que sua intimao, na condio de Advogado de Lucas, ocorreu em 11.10.2010: I. indique o recurso cabvel. II. apresente a argumentao adequada, indicando os respectivos dispositivos legais.

    Gabarito comentado (a) - Recurso Cabvel: Agravo em Execuo, nos termos do previsto no artigo 197, da Lei n. 7.210/84. (b) - Fundamentao: Com o advento da Lei 11.464/07, restou legalmente instituda a possibilidade de progresso de regime nos crimes hediondos e equiparados, respeitando, assim, o princpio constitucional da individualizao da pena. A mencionada lei fixou prazo diferenciado para tais delitos, afastando o critrio de cumprimento de 1/6 da pena, determinando o cumprimento de 2/5, para primrios e 3/5, para reincidentes. No entanto, no caso em comento, o delito fora cometido antes da entrada em vigor da lei 11.464/07, sendo esta prejudicial ao ru no que tange ao prazo para progresso, razo pela qual no poder ser aplicada retroativamente. Logo, quando do pedido perante o juzo da execuo, Lucas j havia cumprido o requisito objetivo exigido para a progresso de regime, ou seja, 1/6, devendo ser concedido, nos termos do artigo 112, da Lei n. 7.210/84. O requerimento deve ser de progresso de regime. Pontuao para argumentao: 0,5. Pontuao para indicao dos dispositivos legais: 0,2

    Questo 5 (OAB 2010/3 FGV) Em 22 de julho de 2008, Caio foi condenado pena de 10 (dez) anos de recluso, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, pela prtica, no dia 10 de novembro de 2006, do crime de trfico de drogas, previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006. Iniciada a execuo da sua pena em 7 de janeiro de 2009, a Defensoria Pblica, em 10 de fevereiro de 2011, requereu a progresso do cumprimento da sua pena para o regime semiaberto, tendo o pedido sido indeferido pelo juzo de execues penais ao argumento de que, para tanto, seria necessrio o cumprimento de 2/5 da pena.

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    Considerando ter sido procurado pela famlia de Caio para advogar em sua defesa, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) Qual(is) o(s) meio(s) de impugnao da deciso que indeferiu o pedido da Defensoria Pblica? (Valor: 0,3) b) Qual(is) argumento(s) jurdico(s) poderia(m) ser usado(s) em defesa da progresso de regime de Caio? (Valor: 0,7)

    Gabarito Comentado a) Habeas Corpus e agravo em execuo penal. b) Tendo em vista que a norma que alterou as regras relativas progresso de regime possui natureza penal e mais gravosa ao ru, no pode retroagir de modo a abarcar fatos que lhe so anteriores. No caso, o delito foi praticado antes da edio da lei, devendo, em consequncia, ser aplicada a frao de 1/6 para a progresso de regime.

    Smulas

    Questo 2 (Exame IV FGV Unificado) Caio denunciado pelo Ministrio Pblico pela prtica do crime de homicdio qualificado por motivo ftil. De acordo com a inicial, em razo de rivalidade futebolstica, Caio teria esfaqueado Mvio quarenta e trs vezes, causando-lhe o bito. Pronunciado na forma da denncia, Caio recorreu com o objetivo de ser impronunciado, vindo o Tribunal de Justia da localidade a manter a pronncia, mas excluindo a qualificadora, ao argumento de que Mvio seria arruaceiro e, portanto, a motivao no poderia ser considerada ftil. No julgamento em plenrio, ocasio em que Caio confessou a prtica do crime, a defesa l para os jurados a deciso proferida pelo Tribunal de Justia no que se refere caracterizao de Mvio como arruaceiro. Respondendo aos quesitos, o Conselho de Sentena absolve Caio.

    Sabendo-se que o Ministrio Pblico no recorreu da sentena, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

    a) A esposa de Mvio poderia buscar a impugnao da deciso proferida pelo Conselho de Sentena? Em caso positivo, de que forma e com base em que fundamento? (Valor: 0,65) b) Caso o Ministrio Pblico tivesse interposto recurso de apelao com fundamento exclusivo no artigo 593, III, d, do Cdigo de Processo Penal, poderia o Tribunal de Justia declarar a nulidade do julgamento por reconhecer a existncia de nulidade processual? (Valor: 0,6)

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    Gabarito comentado a) Sim. A esposa da vtima deveria constituir advogado para que ele se habilitasse como assistente de acusao e interpusesse recurso de apelao, com fundamento nos artigos 598 e 593, III, a e d. Afinal, a defesa violou a proibio expressa contida no artigo 478, I, do CPP, ao ler trecho de deciso que julgou admissvel a acusao e manteve a pronncia do ru. Alm disso, tendo o ru confessado o homicdio, a absolvio se mostrou manifestamente contrria prova dos autos. b) No, pois a Smula 160 do STF probe que o Tribunal conhea de nulidade no arguida no recurso de acusao. Assim, a violao ao artigo 478, I, do CPP, por parte da defesa no poderia ser analisada se a acusao no lhe tivesse feito meno no recurso interposto.

    Questo 1 (Exame VIII FGV Unificado) Em determinada ao fiscal procedida pela Receita Federal, ficou constatado que Lucile no fez constar quaisquer rendimentos nas declaraes apresentadas pela sua empresa nos anos de 2009, 2010 e 2011, omitindo operaes em documentos e livros exigidos pela lei fiscal. Iniciado processo administrativo de lanamento, mas antes de seu trmino, o Ministrio Pblico entendeu por bem oferecer denncia contra Lucile pela prtica do delito descrito no art. 1o, inciso II da Lei n. 8.137/90, combinado com o art. 71 do Cdigo Penal. A inicial acusatria foi recebida e a defesa intimada a apresentar resposta acusao. Atento(a) ao caso apresentado, bem como orientao dominante do STF sobre o tema, responda, fundamentadamente, o que pode ser alegado em favor de Lucile. (Valor: 1,25)

    Gabarito comentado O examinando dever desenvolver raciocnio acerca da atipicidade do fato, eis que, conforme entendimento pacificado no STF, no se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1o, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo (verbete 24 da Smula Vinculante do STF). Diante da inexistncia de crime, em sede de resposta acusao, deve-se alegar hiptese de absolvio sumria, conforme art. 397, III do CPP. Por fim, cumpre destacar que em virtude de o enunciado da questo ser expresso ao exigir fundamentao na resposta, a mera transcrio da referida Smula (seja de forma direta, seja de forma indireta, dos termos da frase), bem como a mera indicao do art. 397 do CPP, no autorizam a pontuao integral.

    Ricardo delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimnio sem deixar rastros que pudessem incrimin-lo. J cansando da impunidade, Wilson, policial e irmo de uma das vtimas de

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    Ricardo, decide que ir empenhar todos os seus esforos na busca de uma maneira para prender, em flagrante, o facnora.

    Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiana deste. Certo dia, decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajud-lo na prxima empreitada. Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotrica e que bastaria ao amigo seguir as instrues. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotrica e, percebendo o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasio em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas prprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o roteiro traado por Wilson, espera o sinal e, to logo o recebe, entra na casa lotrica e anuncia o assalto. Todavia, surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os clientes pres