legislação penal - lfg - silvio

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LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE PROF.: Silvio LFG 20 de setembro de 2013. LEI 11.343/2006 (conhecida como lei de drogas) Passou a vigorar em 08/10/06. No que esta lei for mais rigorosa do que a lei anterior, não retroage e só pode ser aplicada aos crimes cometidos após a sua publicação. Retroage quando for mais benéfica (quando melhora a situação) em crimes cometidos antes desta lei. A lei diferenciou os agentes da pratica delituosa: - Crimes de usuários e dependentes (art.28 caput porte de drogas para consumo pessoal e art. 28, § 1º plantio para consumo pessoal). - Crimes de tráfico e outros delitos (art. 33 à 39 da lei) CRIMES DE USUÁRIOS E DEPENDENTES (art.28 caput porte de drogas para consumo pessoal e art. 28, § 1º plantio para consumo pessoal). Na lei 6368 eram 03 verbos: adquirir, guardar, trazer consigo Na lei atual, manteve-se os 03 + 02: adquirir, guardar, trazer consigo, transportar e manter em depósito. - Na conduta de adquirir, o crime é instantâneo, nas demais condutas, o crime é permanente. - Trazer consigo, não exige que a droga esteja com a droga junto ao corpo. Pode estar em uma pasta, na mochila do maleiro do ônibus, pode estar no porta luvas do carro. Significa ter pronta disponibilidade da droga/condições de pronto uso. - O objeto material são drogas: só é droga para os efeitos desta lei as substâncias relacionadas na portaria 344/98 SVS/MS, (art. 66 da lei 11.343). A lei velha usava o termo substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica. Esta expressão foi substituída por drogas. Ex.: Um holandês traz consigo uma droga sintética altamente entorpecente. Ele é preso, a droga é examinada mas não está listada na portaria. O holandês não praticou nenhum crime. - Suponhamos que o cloreto de etila foi retirado da portaria (loló), ocorreu abolitio criminis. Mesmo com condenação, o fato deixa de ser crime, faz desparecer todos os crimes cometidos antes (pessoas serão soltas). - art. 28 é norma penal em branco heterogênea ou heterologa. - Objeto jurídicos protegidos (bem ou bens protegidos): um imediato que é a saúde pública e o objeto mediato é a integridade física e mental das pessoas. - Elemento subjetivo (dolo ou culpa). Dolo de praticar um das condutas do tipo acrescido da finalidade específica de “consumo pessoal” da droga. Se a droga se destina ao consumo de terceiro, é tráfico. NÃO HÁ FORMA CULPOSA. - Elemento normativo do tipo: “sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Havendo autorização e estando em acordo com a lei, não há crime. Ex.: paciente psiquiátrico compra medicamente/drogas com receita médica. Ex.: pesquisador tem autorização do MS para ter em depósito uma quantidade de maconha para pesquisa. - Crime de mera conduta e perigo abstrato (STJ e STF): não precisa ficar provado que houve um perigo real ao bem jurídico saúde pública, a mera conduta, é suficiente para caracterizá-lo. - Consumação: a consumação se dá com a mera prática de uma das 5 condutas do tipo. - Tentativa: adquirir, guardar, trazer consigo, ter em depósito e transportar. Nas últimas 4, é impossível tentativa, porque sendo crime permanente, não admitem tentativa. ADQUIRIR gera divergência. 1ª Corrente diz que é possível se o infrator não consegue adquirir por circunstâncias alheias a sua vontade (viciado é preso no momento em que lançou mão da droga); 2ª Corrente entende que não cabe tentativa, é a corrente majoritária. - Sujeito do crime: Ativo é qualquer pessoa. Passivo: coletividade. Nos crimes em que o sujeito passivo é a coletividade é chamado de crime vago. - Fumar/Usar é crime? Uma corrente entende que consumir/usar/fumar é fato atípico. Para uma outra corrente, é crime, porque esta conduta pressupõe trazer consigo (MAJORITÁRIA). - Princípio da alteridade: “ alter” significa outro. Não pode ser considerada crime conduta que não coloque em perigo bem jurídico alheio de outro. Ex.: auto lesão não é crime, tentativa de suicídio não é crime. Lei está punindo comportamento que só traz prejuízo ao próprio usuário. Por isso, parte da doutrina e jurisprudência entende que esta questão é inconstitucional. TJSP 2009. Outros entendem que o usuário está sendo punido não porque está colocando em perigo a própria saúde, mas a saúde pública. ART. 28, § 1º PLANTIO PARA CONSUMO PESSOAL (plantio para consumo pessoal). - Condutas: semear, cultivar ou colher. - Objeto material: plantas destinadas a preparação de drogas. É necessário que a planta contenha um princípio ativo listado na portaria 344/98 SVS/MS. - Elemento subjetivo: dolo de praticar uma das condutas do tipo penal, acrescido da finalidade de consumo pessoal. Se for para consumo de 3º, haverá crime de tráfico (art. 33, §1º, II da lei de drogas). - Objeto jurídico: idem do 28 caput. - Crime de mera conduta e perigo abstrato

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Resumo descritivo da aula do professor João Barboza da Silva. Direito PEnal para concursos públicos e pos gradução parte especial da legislaçaõ extravagante

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Page 1: Legislação Penal - LFG - Silvio

LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE

PROF.: Silvio

LFG

20 de setembro de 2013.

LEI 11.343/2006 (conhecida como lei de drogas)

Passou a vigorar em 08/10/06. No que esta lei for mais rigorosa do que a lei anterior, não retroage e só pode ser

aplicada aos crimes cometidos após a sua publicação. Retroage quando for mais benéfica (quando melhora a situação)

em crimes cometidos antes desta lei.

A lei diferenciou os agentes da pratica delituosa:

- Crimes de usuários e dependentes (art.28 caput – porte de drogas para consumo pessoal e art. 28, § 1º plantio para

consumo pessoal).

- Crimes de tráfico e outros delitos (art. 33 à 39 da lei)

CRIMES DE USUÁRIOS E DEPENDENTES

(art.28 caput – porte de drogas para consumo pessoal e art. 28, § 1º plantio para consumo pessoal).

Na lei 6368 eram 03 verbos: adquirir, guardar, trazer consigo Na lei atual, manteve-se os 03 + 02: adquirir, guardar, trazer consigo, transportar e manter em depósito.

- Na conduta de adquirir, o crime é instantâneo, nas demais condutas, o crime é permanente.

- Trazer consigo, não exige que a droga esteja com a droga junto ao corpo. Pode estar em uma pasta, na mochila do

maleiro do ônibus, pode estar no porta luvas do carro. Significa ter pronta disponibilidade da droga/condições de

pronto uso. - O objeto material são drogas: só é droga para os efeitos desta lei as substâncias relacionadas na portaria 344/98

SVS/MS, (art. 66 da lei 11.343). A lei velha usava o termo substância entorpecente ou que determine dependência

física ou psíquica. Esta expressão foi substituída por drogas.

Ex.: Um holandês traz consigo uma droga sintética altamente entorpecente. Ele é preso, a droga é examinada mas não

está listada na portaria. O holandês não praticou nenhum crime. - Suponhamos que o cloreto de etila foi retirado da portaria (loló), ocorreu abolitio criminis. Mesmo com

condenação, o fato deixa de ser crime, faz desparecer todos os crimes cometidos antes (pessoas serão soltas).

- art. 28 é norma penal em branco heterogênea ou heterologa.

- Objeto jurídicos protegidos (bem ou bens protegidos): um imediato que é a saúde pública e o objeto mediato é a

integridade física e mental das pessoas. - Elemento subjetivo (dolo ou culpa). Dolo de praticar um das condutas do tipo acrescido da finalidade específica de

“consumo pessoal” da droga. Se a droga se destina ao consumo de terceiro, é tráfico. NÃO HÁ FORMA CULPOSA.

- Elemento normativo do tipo: “sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

Havendo autorização e estando em acordo com a lei, não há crime. Ex.: paciente psiquiátrico compra

medicamente/drogas com receita médica. Ex.: pesquisador tem autorização do MS para ter em depósito uma quantidade de maconha para pesquisa.

- Crime de mera conduta e perigo abstrato (STJ e STF): não precisa ficar provado que houve um perigo real ao bem

jurídico saúde pública, a mera conduta, é suficiente para caracterizá-lo.

- Consumação: a consumação se dá com a mera prática de uma das 5 condutas do tipo.

- Tentativa: adquirir, guardar, trazer consigo, ter em depósito e transportar. Nas últimas 4, é impossível tentativa, porque sendo crime permanente, não admitem tentativa. ADQUIRIR gera divergência. 1ª Corrente diz que é possível

se o infrator não consegue adquirir por circunstâncias alheias a sua vontade (viciado é preso no momento em que

lançou mão da droga); 2ª Corrente entende que não cabe tentativa, é a corrente majoritária.

- Sujeito do crime: Ativo é qualquer pessoa. Passivo: coletividade. Nos crimes em que o sujeito passivo é a

coletividade é chamado de crime vago. - Fumar/Usar é crime? Uma corrente entende que consumir/usar/fumar é fato atípico. Para uma outra corrente, é

crime, porque esta conduta pressupõe trazer consigo (MAJORITÁRIA).

- Princípio da alteridade: “alter” significa outro. Não pode ser considerada crime conduta que não coloque em perigo

bem jurídico alheio de outro. Ex.: auto lesão não é crime, tentativa de suicídio não é crime. Lei está punindo

comportamento que só traz prejuízo ao próprio usuário. Por isso, parte da doutrina e jurisprudência entende que esta questão é inconstitucional. TJSP 2009. Outros entendem que o usuário está sendo punido não porque está colocando

em perigo a própria saúde, mas a saúde pública.

ART. 28, § 1º PLANTIO PARA CONSUMO PESSOAL (plantio para consumo pessoal). - Condutas: semear, cultivar ou colher.

- Objeto material: plantas destinadas a preparação de drogas. É necessário que a planta contenha um princípio ativo

listado na portaria 344/98 SVS/MS.

- Elemento subjetivo: dolo de praticar uma das condutas do tipo penal, acrescido da finalidade de consumo pessoal.

Se for para consumo de 3º, haverá crime de tráfico (art. 33, §1º, II da lei de drogas). - Objeto jurídico: idem do 28 caput.

- Crime de mera conduta e perigo abstrato

Page 2: Legislação Penal - LFG - Silvio

- Consumação: com a mera prática de uma das condutas do tipo.

- Tentativa: Cultivar é crime permanente (não cabe tentativa). Semear e colher, o crime é instantâneo, logo é possível

a tentativa.

- Sanções cominadas aos crimes do art. 28, caput e 28 §1º (mesmas penas). Advertência, prestação de serviço e

medida educativa. ACABOU PENA DE PRISÃO PARA USUÁRIO. SÃO PENAS

Obs.: essas penas podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente e por ser substituídas umas pelas outras durante a

execução (art. 27). Prazo da pena: 5 meses para primário ou 10 meses para reincidente (art. 28, §3º e 4ª). A lei não

prevê prazo mínimo, pode variar de 01 dia até 10 meses se for o caso. - Medidas utilizadas pelo juiz em caso de descumprimento da pena pelo infrator (art. 28 §6º). O juiz pode

sucessivamente advertir o réu de que tem que cumprir a pena e multa. ISSO NÃO É PENA, mas medidas para

forçar a cumprir a pena. Se multa não for paga, o art. 51 do CP diz que não pode ser convertida prisão, vira dívida

de valor.

Ex.: o juiz determinou que o réu prestasse serviço, o réu não prestou. O juiz coloca o réu em medida educativa, o réu não vai. O juiz chama o réu e o admoesta, o réu não liga. O juiz aplica multa, o réu não paga. Não há prisão, a dívida

vira dívida ativa.

- Houve descriminalização do uso de drogas (RE 430.105/RJ) não houve descriminalização, são crimes, somente não

tem pena de prisão.

- Se não tem pena de prisão, qual é o prazo de prescrição? Art. 30 de drogas. O Estado tem 2 anos para impor a pena e 2 anos para executar a pena.

Obs.: tanto no art. 28 caput quanto no parágrafo 1º a droga tem que ser para consumo pessoal. Como saber a

finalidade da droga (consumo ou tráfico)? Resposta está no §2º do art. 28. Quantidade, local e condições em que se

desenvolveu ação, circunstância sociais e pessoais, conduta e antecedentes do agente. Estes critérios devem ser

utilizados pelo delegado de polícia na fase de IP. Se depois de analisado os 4 critérios, o juiz ainda ficar em dúvida, “in dubio pro reo”. Ex.: prisão em flagrante de pessoa que portava 5 papelotes de cocaína. O sujeito nega trafico.

- Princípio da insignificância no art. 28. 1ª Turma do STF, decidiu que pode ser reconhecido o princípio da

insignificância para o crime de porte de drogas para consumo próprio (HC 110.475/SC, Rel. Min. Dias Toffoli,

julgado em 14/02/2012).

- Porte de drogas para consumo pessoal no art. 290 do CPM (decreto lei 1.001/69). Porte de droga para o consumo pessoal praticado em local sujeito a administração militar. Este crime pode ser praticado tanto por civil como por

militar e tem pena de prisão até 5 anos. Está revogado?? STF este crime continua em vigor com pena de até 5 anos.

PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO dos crimes do 28 caput e §1º.

Previsto no art. 48. - São infrações de menor potencial ofensivo, da competência do JECRIM, salvo, quando forem praticados em

conexão com os crimes dos art. 33 à 37 da lei de drogas.

- não pode ser preso em flagrante se não existe pena de prisão para estes casos. Deve ser encaminhado ao JECRIM, se

não for possível, assinará um termo de compromisso de a ele comparecer (TCO).

- se não tem como ser encaminhado ao JECRIM e não quer assumir o TCO, mesmo assim não pode ser preso em flagrante.

CRIME DE TRÁFICO E OUTROS DELITOS 33 à 39.

TRÁFICO art. 33 caput

Na lei anterior, a pena era de 3 a 15 anos de reclusão. Na lei nova, a pena é de 5 à 15 anos. Esta pena máxima e nova só pode ser aplicada para quem cometer crime no dia da sua vigência (08/10/06).

- Executar vários verbos do tipo penal, configura o mesmo crime.

- Crime de perigo abstrato. Significa que não há necessidade da conduta gerar perigo real a saúde pública, basta a

realização da conduta.

- Bem jurídico: saúde pública (imediato) integridade física ( mediata) - Sujeito do crime:

Ativo: qualquer pessoa / crime comum – Obs.: prescrever só dentista ou médico.

Passivo: coletividade (crime vago) (primário). A doutrina de um sujeito passivo secundário, que é a pessoa física

eventualmente atingida com a conduta.

- Princípio da insignificância: NÃO SE APLICA. CONDUTAS

IMPORTAR E EXPORTAR: configuram o chamado tráfico transnacional (na lei anterior era

chamado de tráfico internacional) art. 33+ art. 40, inciso I da LD.

- Competência para julgamento deste crime: art. 70 e parágrafo único. JUSTIÇA FEDERAL. Se no município do crime não houver VF, serão processados na sede circunscrição federal. Salvo se

o acusado tiver foro especial na justiça estadual (ex.: o acusado do tráfico é um juiz estadual, o TJ

vai julgar).

PRESCEVER E MINISTRAR. Art. 38 – forma culposa. No caso do 33, o médico vende receita

de droga que o paciente não precisa ou injeta no paciente que sabe ser errada.

FORNECER AINDA QUE GRATUITAMENTE. Ver §3º do art. 33. Na vigência da lei atual,

temos a figura do 33, §3º. Exige 4 requisitos (cumulativamente):

- Eventualmente; +

Page 3: Legislação Penal - LFG - Silvio

- sem objetivo de lucro +

- pessoa de seu relacionamento; +

- juntos consumirem

Obs.: faltando qualquer um desses requisitos, o crime é do 33 caput.

Ex.: um estudante, eventualmente, traz 2 cigarros de maconha para fumar com 3 estudantes (gratuitamente)

Ex.: estudante traz todos os dias um cigarro de maconha para compartilhar com a namorada. Art.

33 caput.

OBJETO MATERIAL: droga, o que tá na portaria 344/98 SVS/MS. ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO. “sem autorização ou em desacordo com autorização legal ou regulamento”.

CONSUMAÇÃO: Mera conduta e de perigo abstrato. A consumação se dá com a mera prática de qualquer uma das

18 condutas previstas no tipo, independentemente de lucro efetivo do traficante e independente da conduta ter

causado perigo efetivo a saúde pública.

TENTATIVA: para a maioria, não é possível a tentativa de tráfico (STF), são tantos os verbos que uma conduta tentada já configura uma conduta anterior consumada, de tal sorte que não é possível tentativa de tráfico.

Ex.: o traficante tenta vender e não consegue, mas antes de tentar vender, já trazia consigo a droga ou já guardava a

droga.

FIGURAS EQUIPARADAS AO TRÁFICO. (art. 33, §1º, I à III) O objeto material é a matéria prima, insumo ou produto químico destinado a produção da droga.

Ex.: adquirir ÉTER com a finalidade de produzir cocaína.

- Indispensável o exame pericial que deve comprovar que o produto é capaz de produzir drogas, isoladamente ou

combinado com outros produtos.

- Essa matéria prima/insumo/produto químico, não precisa conter o princípio ativo que esteja na portaria 344/98 SVS MS. Ou seja, a matéria/insumo e o produto não precisa ser droga, basta provar que esta substância associada a outra,

possa originar drogas (éter e acetona).

- Consumação: se dá com a simples prática de qualquer uma das condutas do tipo, ainda que não haja a efetiva

preparação da droga, se houver, o crime passa a ser o 33 caput. Atos preparatórios, em regra não são puníveis, mas

aqui são.

Art. 33, §1º II.

- semeia, cultiva ou faz colheita para tráfico.

- as terras sofrerão expropriação sanção / confisco. (art. 32 § 4º LD c/c 243 CF) A desapropriação alcança toda a

propriedade e não somente a área cultivada com a planta ilegal (STJ).

Art. 33, §1º III

- Utilizar ou autorizar que 3º utilize local ou bem de qualquer natureza (imóveis ou móveis) de que tenha a

propriedade/posse/guarda / vigilância ou administração para o tráfico.

- não é possível 33 caput e 33 § 1 II (bis indem). - Sujeito ativo: proprietário, possuidor, guarda, viligante ou administrador do local ou bem.

- Só aplica este inciso se a conduta for para fins de tráfico.

Questão: o gerente de um cyber cafe autorizou clientes a utilizarem uma sala para fumar maconha. O gerente não

cometeu conduta equiparada ao tráfico, mas cometeu o auxilio ao uso de drogas (§2º do art. 33)

- Consumação utilizar. Na conduta de utilizar, com o mero uso. - Tentativo: é possível.

- Consumação autorizar: o crime se consuma com o simples consentimento dado ao terceiro, ainda que o terceiro

autorizado não utilize.

- Tentativa: é possível a tentativa apenas na forma escrita, na forma verbal, naõ é possível.

TRÁFICO PRIVILEGIADO.

33 §4 é causa de diminuição de pena.

Requisitos:

- primário: que não tem condenação definitiva anterior (se o sujeito praticou vários crimes e naõ foi julgado) ou tem

mas a reincidência já prescreveu (5 anos) art. 63 e 64 CP. - que tenha bons antecedentes: STJ diz que IP ou processos em andamento não podem ser considerados maus

antecedentes (processos sem condenação definitiva) Sumula 444 STJ,

- não se dedique a atividade criminosa (se no processo existir prova de que o sujeito já se dedicava ao tráfico, ele não

tem direito).

- não integre organização criminosa.

- a pena diminuída pode ser substituída por restritiva de direito

STF decidiu que são inconstitucionais dispositivos Lei 11.343/06 que proíbem expressamente a conversão da pena

privativa de liberdade em restritiva de direitos (também conhecida como pena alternativa) para condenados por

tráfico de drogas

Page 4: Legislação Penal - LFG - Silvio

Art. 34 da lei de drogas.

- Maquinário, aparelho, instrumento ou qq objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de

droga => é um ato preparatório punido como crime autônomo.

Obs.: Maquinário, aparelho, instrumento ou qq objeto não precisa ter destinação específica para drogas, pode ser qualquer objeto/maquinário/instrumento, mesmo pq não existe maquinário específico para elaboração de droga.

OBs.: é necessário haver prova nos autos que provem que o objeto era destinado a fabricação de drogas.

Obs.: este crime é subsidiário, significa dizer que somente se aplica, se não ocorrer o tráfico, se ocorrer o tráfico, este

crime fica absorvido do crime 33, desaparecendo o 34, desde que o autor da conduta sejam a mesma pessoa. Ex.:

individuo A compra uma maquina de refino com a intenção de produzir cocaína, no momento em que comprou a máquina, ele já cometeu o 34.

Em seguida, A produz a cocaína, cometeu o art. 33 e o 34 fica absorvido.

Ex.: A vende uma maquina para B refinar cocaína. B produz cocaína com a máquina. A responde pelo 34 e B pelo

33.

OBS.: O ART. 33 CAPUT E O ART. 33 §1º são crimes equiparados ao hediondos, não são hediondos, previsto no

art. 5º, inciso XLIII CF. O art. 34 é equiparado ao hediondo? STF e STJ é equiparado ao HEDIONDO.

- Objeto destinado ao USO de drogas, configura o crime do art. 34? NÃO É CRIME, FATO ATÍPICO. Ex.:

cachimbo de crack.

- Art. 35 ASSOCIAÇAO PARA O TRÁFICO

Obs.: somente se aplica se a associação for para a prática do 33 caput, 33§1º, inciso I a III e art. 34

- Só se aplica se for uma associação permanente e estável

Ex.: dois indivíduos se associam e vende drogas durante um ano. Os dois vão responder por 33 mais o 35. Ex.: dois sujeitos compram uma porção de droga e repassam para um traficante por 400 reais apenas para ir a um

show. Foi uma associação ocasional e passageira. Não há 35, só responderão pelo art. 33.

- a expressão “reiteradamente ou não” está ligados a finalidade de praticar crimes reiteradamente ou não e não a

associação que deve ser sempre permanente e estável.

- NAÕ É CRIME EQUIPARADO AO HEDIONDO - Para a ocorrência deste crime, basta duas ou mais pessoas. Diferente do crime de quadrilha ou bando que exigem no

mínimo 4.

- Consumação: o crime se consuma com a simples associação estável e permanente ainda que não seja praticado

nenhum crime de tráfico.

Ex.: A, B e C se associam com o fim de vender cocaína. Alugam um imóvel onde será a sede da associação, fazem reunião periódicas durante um mês para definir tarefa de cada um e locais de ponto de venda. No 5º mês a polícia

invade a casa e prende os três porque estavam sendo interceptados em suas conversas telefônicas.

Ex.: A, B e C se associam e após 5 meses de reuniões periódicas, estabelecem tudo, compram e são presos quando

começavam a vender. Houve associação e tráfico (33 e 35)

- Tentativa: não é possível.

Art. 36- Financiamento para o tráfico. Sofre pena maior do que a do próprio traficante

- Instantâneo ou habitual?? Não há julgado.

Art. 37 – COLABORAÇÃO COMO INFORMANTE Colaborar como informante = grupo/associação/organização = destinados a praticar 33, 33§1º e 34.

Ex.: informante liga para o traficante dizendo que outro quer roubar o ponto. O traficante lhe paga.

Responderá apenas pelo crime de associação do art. 35 da Lei 11.343/2006 – e não pelo mencionado crime em

concurso com o de colaboração como informante, previsto no art. 37 da mesma lei – o agente que, já integrando associação que se destine à prática do tráfico de drogas, passar, em determinado momento, a colaborar com esta

especificamente na condição de informante.

Art. 39 Conduzir, embargação ou aeronave

MP tem que demonstrar a conduta mais a situação real de perigo gerada.

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

- Só se aplicam aos crimes do 33 ao 37, não se aplicam ao 38 e 39

- aumentam 1/6 a 2/3

- como o aumento de pena da lei nova é mais favorável do que a lei anterior, este benefício se aplica aos que já foram condenados.

Art. 40

- I. Transnacionalidade

- II. Não basta que seja funcionário público, é necessário que cometa infração prevalecendo se função pública.

QUALQUER função pública. - Missão de educação. Ex.: professor vende droga ao aluno

- Poder familiar (pai e mãe). Ex.: pai dá droga ao filho.

Page 5: Legislação Penal - LFG - Silvio

- Poder de guarda. Ex.: guarda noturno de um hospital vende drogas do hospital (prevaleceu do poder de vigilância

que tinha sobre as drogas).

- Poder de vigilância.

III. No interior de ou nas proximidades: V. interestadual ou entre Estado/DF

Não se aplica se o tráfico ocorre entre municípios do mesmo estado.

Competência da Justiça Estadual.

Obs.: embora a competência seja da justiça estadual a policia federal pode investigar art. 144§1º I da cf

Ex.: empresário finacia habitualmente o trafico. Art. 36

Ex.: empresário financiou o traficante uma única vez, responde como

partícipe do trafico com pena aumentada no art. 40, VII.

Art. 44 Embora o art. 44 da Lei 11.343/06 vede expressamente a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, se o agente preencher os requisitos subjetivos e a pena de reclusão aplicada for inferior a quatro

anos, há que ser afastada a vedação, diante da sua inconstitucionalidade, por ferir de morte os princípios da

individualização e da necessidade da pena.

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo

evitá-los, se omitirem;

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,

graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

- Proibir o indulto é constitucional (indulto é a graça coletiva).

- sursi é suspensão condicional da execução da pena. o infrator é processo, condenado e a pena não é executada se o

réu cumprir determinadas condições. Os requisitos estão no art. 77 do CP.

- art. 44 do CP condições para restrição de direitos.

INVESTIGAÇÃO NA LEI DE DROGAS

- Lavratura do flagrante (art. 50, caput). Lavrado o flagrante, delegado comunica a

prisão ao juiz imediatamente e o juiz em até 24 horas abre vista do auto de prisão em

flagrante ao MP (conforme determina a constituição)

Sentença sem nenhum laudo definitivo ou com laudo constatação provisória é sentença

nula. 159 caput e § 1º CPP. Laudo será feito por um perito oficial ou na falta por dois peritos nomeados

Prisão sem o laudo de constatação provisória é nula, ilegal e merece relaxamento.

- 30 dias indiciado preso e + 30 - 90 dias incidiado solto + 90

Classificação do crime feita pela autoridade policial (art. 52, inciso I)

- Delegado deve justificar no relatório final (peça do IP) a classificação que fez do crime (não vincula o MP e muito

menos o juiz).

FASE DA INVESTIGAÇÃO (ART. 53 da lei de drogas)

- a policia só pode flagrante diferido (não atuação policial) e a infiltração de agentes => com ordem judicial e

manifest. MP. Só por policiais especializados.

- o agente filtrado é chamado pelo agente da coroa. - flagrante diferido: retardado, atrasado, postergado, protelado, entrega vigiada.

- Só será autorizado pelo juiz se for conhecido o itinerário da droga e se for identificado os infratores, salvo

impossibilidade.

Page 6: Legislação Penal - LFG - Silvio

OBS.: O advento da Lei 11.343/2006 não implicou abolitio criminis quanto à conduta prevista no art. 12, § 2º, III, da

Lei 6.368/1976, consistente em contribuir “de qualquer forma para incentivar ou difundir o uso indevido ou o tráfico

ilícito de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica”

ABUSO DE AUTORIDADE

Lei 4.898/65

Responsabilidade adm/civil e criminal.

1. Sujeitos do crime. ATIVO: autoridade pública, que cometa o crime no exercício da função ou em razão dela.

Ex.: autoridade, fora da função, invoca a qualidade de autoridade para cometer o abuso (cometeu em razão da

função).

- Crime próprio. Exige uma qualidade especial do sujeito ativo.

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. (semelhante ao art. 327 do CP)

- Autoridade é qualquer pessoa que exerça função pública, pertença ou não a administração pública, ainda que

exerça esta função de forma gratuita e passageira.

Ex.: jurado, mesário eleitoral, todos que tem cargo público.

- Múnus público: encargo imposto pela lei ou pelo juiz para proteção de um interesse particular ou social. NÃO É AUTORIDADE para efeitos da lei. Ex.: Inventariante, tutor ou curador dativo nomeado pelo juiz,

administrador de falência, advogado.

- particular que não exerce nenhuma função pública, pode cometer crime de abuso de autoridade? Sozinho

jamais (lhe falta qualidade de funcionário), mas pode em concurso com funcionário e desde que saiba que ele é

funcionário. Ex.: PM bate em torcedor e o pipoqueiro auxilia o policial, os dois respondem pela lei de abuso de autoridade.

PASSIVO: tem dupla subjetividade passiva, tem dois sujeitos passivos.

Um imediato / principal / eventual: é a pessoa física ou pessoa jurídica que sofre a conduta abusiva.

Outro mediato / secundário / permanente: é o Estado / administração pública. Obs.: se a vítima for criança ou adolescente, a conduta pode configurar crime do ECA e não abuso de autoridade

(princípio da especialidade)

Obs.: também pode ser vítima pessoa jurídica de direito público ou privado.

Obs.: autoridade pública também pode ser vítima. Ex.: soldado pode ser vítima de abuso de autoridade praticado

pelo oficial.

2. Objetividade jurídica (bem jurídico protegido). Os crimes de abuso tem dupla objetividade jurídica

- Objetividade jurídica principal / imediata: proteger direitos e garantias fundamentais

- Objetividade jurídica secundária / mediata: regularidade (normalidade) dos serviços públicos.

3. Elementos subjetivo: DOLO é necessário ainda a finalidade específica (elemento subjetivo do injusto) de abusar,

ou seja, a ciência inequívoca de que está cometendo ato de abuso.

Disso se conclui que se o agente na justa intenção de cump rir seu dever ou proteger o interesse público, acaba se

excedendo e agindo abusivamente haverá ilegalidade no ato, mas não crime de abuso de autoridade, porque não

houve finalidade específica de abusar. - Nem todo abuso configura crime.

- Não existe abuso CULPOSO.

4. Formas de condutas.

- Ação / comissivo: - Omissão / omissivo: Art. 4ª, c, d, g, i (só podem ser cometidos por omissão)

5. Consumação: a consumação se dá pela simples prática de quaisquer das condutas previstas no tipo.

Os crimes estão tipificados no art. 3 e 4 da lei.

6. Tentativa: os crimes do art. 3º, não admitem tentativa porque o simples atentado já configura crime consumado. Os crimes do art. 4, letras c, d, g , i não admitem tentativa porque são crimes omissivos puros ou próprios.

CRIMES OMISSIVOS PUROS/IMPROPRIOS não admitem tentativa.

7. Espécie de ação penal:

APPI APPC

APP

Obs.: os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada, delegado age de ofício, MP

age de oficio, sem necessidade de representação da vítima. A palavra “representação” não está empregada no

sentido técnico processual de condição de procedibilidade, significa apenas o direito de petição contra abuso de poder.

8. Competência:

Page 7: Legislação Penal - LFG - Silvio

Pena: 10 dias à 6 meses.

São infrações de menor potencial ofensivo, julgados pelos JECRIM Estadual ou Federal (se houver interesse da

União). Ex.: PM JECRIM estadual e PF JECRIM Federal.

Abuso de autoridade nunca é julgado pela justiça militar.

Crime praticado por FP Fed., competência da JF Crime praticado contra FP Fed, competência da JF.

STJ Súmula nº 172

Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em

serviço.

9. CRIMES

Há uma minoria que entende que o tipo penal do art. 3º é inconstitucional porque ele tem a redação vaga,

genérica e imprecisa, viola o principia da legalidade que exige que a lei seja clara, precisa e detalhada,

descrevendo de forma completa a conduta criminosa. Para a maioria, quase unânime, o art. não é inconstitucional, porque a necessária porque é impossível ao

legislador, prever todas as formas possíveis de abuso.

a) Liberdade de locomoção inclui o direito de ir, vir e de permanecer (ficar)

Ex.: PM expulsa pessoa de local público sem qualquer justificativa plausível.

Ex.: “oh...malandro...circula”. expulsar pessoas de praça sem que elas façam algo de errado. Obs.: os atos decorrentes do poder de polícia, como são auto executáveis podem restringir direito de

liberdade sem que haja qualquer abuso (exercício legítimo do poder de polícia do Estado). CAPEZ diz que

estes atos legítimos de poder de polícia, quando praticados sem excessos, configuram estrito cumprimento

do dever legal.

Ex.: bloqueio policial para fiscalização de automóvel, retirada de doentes mentais e ébrios (bêbados) de locais públicos quando eles estão causando tumulto ou colocando em perigo a integridade própria ou alheia.

Condução para averiguação é diferente de prisão para averiguação

Condução para averiguação: reter a pessoa num lugar ou conduzi la para a delegacia para uma breve

averiguação necessária e pelo tempo suficiente para a averiguação. ATO LEGÍTIMO DO PODER DE POLÍCIA. Ex.: sujeito é conduzido a delegacia para identificação.

Prisão para averiguação. Significa deter pessoa em algum lugar ainda que por breve tempo (cela ou sala)

até que se descubra se ela cometeu ou não determinado crime. ABUSO DE AUTORIDADE porque prisão

no Brasil só em flagrante ou ordem judicial.

b) Inviolabilidade do domicílio. Domicilio é qualquer lugar não aberto ao público onde alguém exerce

atividade, profissão ou moradia (ainda que momentânea)

Ex.: Trailer usado como casa é domicilio, sala do médico é domicilio.

c) Sigilo das correspondências.

O sigilo da correspondência não pode servir de escudo para a prática de crimes. Prevalece o entendimento que só estão protegidas as correspondências fechadas, as abertas perdem o

caráter sigiloso.

Durante o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, a própria CF prevê limitações/restrições ao sigilo da

correspondência.

Lei 9034/95 2ª III permite o acesso a documentos de organização criminosa em qualquer fase da persecução criminal.

Correspondência de advogados.

d) Liberdade crença / culto.

e) Direito de reunião – pacífica, sem armas, em locais abertos ao público, prévio aviso a autoridade

competente e esta reunião não pode frustrar outra reunião marcada para o mesmo local. Ex.: Passeata com pedaço de pau ilegal – contravenção de porte de arma branca.

f) Não há necessidade da lesão para configurar o crime, tapa/empurrão etc já é o suficiente.

Para que haja o abuso de autoridade, não é necessário lesão na vítima, basta via de fato. Se houver lesão,

haverá concurso de crime, abuso de autoridade em concurso com lesão leve/grave/gravíssima ou até mesmo

tentativa de homicídio. A tortura absorve o crime de abuso de autoridade.

g) A jurisprudência já puniu delegado por abuso porque ele impediu o Promotor de visitar a cadeia e visitar o

preso. O MP é o fiscal da execução penal portanto, tem como direito ao exercício profissional, fiscalizar o

sistema penal.

Súmula vinculante 14 STF. É direito do advogado ter acesso amplo ao IP.

Art. 4º da lei de abuso

a) É punido o autor e o executor da ordem ilegal.

- Medida privativa de liberdade individual i) sem as formalidades legais ii) ou com abuso de poder (ex.:

algemar desnecessariamente configura abuso de autoridade). Súmula vincula 11. (algema):

- resistência,

Page 8: Legislação Penal - LFG - Silvio

- fundado receio de fuga (não é mera suposição)

- perigo a integridade física do pp preso ou terceiro (preso avisa que vai se matar)

Ex.: delegado manda recolher pessoa que está em flagrante, porém sem lavrar o auto de prisão em

flagrante, executada sem as formalidades legais.

Obs.: se a vítima for criança ou adolescente, não se aplica este crime, haverá crime do art. 230 do ECA. b) Pessoa que esteja sob guarda/custódia => constrangimento não autorizado

Art. 232 do ECA.

Ex.: expor a imagem do preso sem sua autorização.

c) Deixar de comunicar ao juiz a prisão. A CF no art. 5º, inciso LXII, diz que a prisão de qualquer pessoa deve

ser imediatamente comunicada ao juiz competente, a família do preso ou a pessoa por ele indicada. Só constitui abuso de autoridade em deixar de comunicar a prisão ao juiz e não a família. Se a vítima for

criança/adolescente, art. 231 do ECA.

d) Só é punido da forma dolosa, se ele tem ciência da ilegalidade e deixa de relaxar a prisão. Vale para

Ministro/desembargador/juiz. Se o juiz por negligência, omissão culposa, deixa de verificar a ilegalidade da

prisão, não há crime de abuso. e) Não há no Brasil previsão de cobrança de custas ou de qualquer outra despesa de pessoa presa. Ser preso

não custa nada. Letra F do art. 4º

Portanto, qualquer cobrança de valores, não tem apoio em lei. Temos dois entendimentos, a cobrança ou

recebimento configura sempre abuso. Outra corrente, entende que é concussão.

LEI 9.605/98 – Lei de crime Ambientais

Parte Geral 2ª a 28 (disposições gerais)

No que a lei for omissa, é complementada pelo CP (art. 79 LA) Nos casos em que a lei ambiental tem regra própria e diferente do CP, prevalece a LA.

Art. 2º Responsabilidade penal das pessoas físicas nos crimes ambientais.

- É possível concurso de pessoas em CRS Amb. Teoria monista/unitária (art. 29 CP). Significa que autores/coautores

e partícipes respondem todos pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade.

- Responsabilidade objetiva – sem dolo e sem culpa. Não existe no direito penal.

Art. 3º Responsabilidade PJ.

- a CF/88 não criou a responsabilidade penal da PJ. Pq condutas são praticadas por PF. PJ recebe sanção administrativa (art. 255 CF, §3º da CF)

- PJ não pode cometer crimes porque é uma ficção jurídica. Não tem dolo/culpa, não pratica crime. Não tem potencial

consciência da ilicitude nem imputabilidade.

- PJ pode cometer crimes (societas delinquere non potest) esta corrente se baseia na teoria da realidade ou da

personalidade real do alemão Otto Giezke. PJ é uma realidade social com vontade e capacidade própria e de distintas das pessoas físicas que a compõe.

Requisitos para responsabilizar PJ:

- a decisão da infração penal tenha sido do representante legal ou contratual ou do órgão colegiado/conselho da PJ.

- a infração tenha sido cometida no interesse ou benefício da PJ. Obs.: não é possível punir só a PJ pelo sistema da dupla imputação ou pelo sistema da imputação paralela (art. 3º p.

único LA). A PJ tem sempre que ser processada juntamente com a PF responsável pela decisão do crime.

STF entendeu possível punir a pessoa jurídica isoladamente, mesmo com a absolvição do gerente administrativo

financeiro da empresa pela comprovação de que ele não foi coautor ou partícipe do delito.

Ex.: PJ sofre processo administrativo e ação civil por danos ambientais. No PA ela é condenada a uma multa de 100

mil reais e na ação civil é condenada a uma indenização de 500 mil reais. O patrimônio foi esvaziado pelos sócios. O

juiz pode desconsiderar a PJ e transferir estas sanções para o patrimônio dos sócios.

Ex.: PJ sofreu processo criminal sendo condenada a uma pena de multa de 1 milhão de reais. Esta pena não pode ser

transferidas para os sócios, não passa da pessoa do condenado. - o art. 4º Permite transferir responsabilidade civil e administrativa da PJ para as PF mas não permite transferir

responsabilidade penal das PJ paras as PF por conta do que dispõe o art. 5º, 45 da CF.

APLICAÇÃO DA PENA. => para PESSOA FÍSICA.

1ª etapa: calcula a quantidade da pena: a) Pena base (art. 59 CP, circunstâncias judiciais)

b) Agravante e atenuantes genéricas de pena (61 a 66 do CP)

c) Causas de aumento e diminuição (que estão na parte geral e especial do CP).

2ª Etapa: o juiz fixa o regime inicial de cumprimento da pena (penitenciária/fechado, semi-aberto, aberto).

3ª Etapa: o juiz ver a possibilidade de substituir a prisão por pena restritiva de direitos ou por pena de multa ou (se não for possível a substituição) verifica a possibilidade de conceder “sursis”

Page 9: Legislação Penal - LFG - Silvio

Se o condenado for PESSOA JURÍDICA, o juiz só calcula a quantidade de pena (1ª Fase) porque PJ só pode sofrer

pena de multa ou de restritiva de direito.

No art. 59 do CP, o juiz leva em conta as consequências do crime para a vítima.

No art. 59 do CP, o juiz leva em conta os antecedentes criminais do infrator No art. 59 do CP, o juiz aplica agravantes e atenuantes

Na art. 6º da LA , o juiz leva em conta as consequências do crime para o meio ambiente e a saúde pública.

Na art. 6º da LA , o juiz leva em conta os antecedentes ambientais, que não são necessariamente criminais. Ex.: uma

PF sofreu 05 multas ambientais e nunca sofreu um processo criminal ambiental, ela tem maus antecedentes ambientais, embora nunca tenha sofrido processo criminal, tem multas.

Na art. 6º da LA , o juiz leva em conta as circunstâncias do art. 6º e o art. 59 subsidiariamente.

A LA tem suas próprias atenuantes e agravantes do CP (art. 14 LA)

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS DAS PF NA LA (art. 7º a 13 da LA) Características:

Autonomia (não são penas acessórias) e substitutividade (substituem pena de prisão) (art. 7º caput da LA)

- Prazo da duração: é o mesmo prazo da pena de prisão substituída, salvo no caso do art. 10 da LA.

Art. 8º As penas restritivas de direito são: (PESSOAS FÍSICAS) I - prestação de serviços à comunidade;

II - interdição temporária de direitos;

III - suspensão parcial ou total de atividades;

IV - prestação pecuniária;

V - recolhimento domiciliar.

SURSIS

Conceito: suspensão condicional da execução da pena. O réu é processado, condenado e a execução da pena fica

suspensa se ele cumprir determinadas condições. A pena não é executada desde que o infrator, durante certo tempo, cumpra determinas condições.

Requisitos: 77 CP

Espécieis (art. 77 e 78 CP)

- Sursis simples – condenações até 02 anos. O condenado tem que cumprir determinadas condições, 78§1º CP –

prestar serviço ou limitação de fim de semana. - Sursis especial – 78 § 2º Reparou o dano e circunstâncias judiciais favoráveis.

- Sursis etário / humanitário: art. 77§2º CP

A primeira diferença entre LA e CP é que na LA condenação de até 03 anos (não 02 como CP). A segunda diferença

é que no sursis especial, condições submetidas a proteção d meio ambiente.

Sursis simples Sursis especial Sursis etário e humanitário

CP. Cabivel nos crimes até 02 anos

(art. 77, caput)

Idem Art. 77, § 2º CP

Lei ambiental

Cabível nos condenações até 03

anos

Idem Cabível.

No CP, existem 02 requisitos: - reparação do dano (se possível) e

circunstância do art. 59 favoráveis

Condições que o condenado deve

cumprir estão no art. 78 §2º a, b, c

CP

Na lei ambiental

- reparação do dano + circunstâncias

judiciais favoráveis Condições a que fica submetido o

condenado:

- condições relativas a proteção do

meio ambiente.

PENAS APLICADAS A PJ

- multa

- restritivas de direito

Page 10: Legislação Penal - LFG - Silvio

- prestação de serviços a comunidade

PERÍCIA

- Finalidade: constatar a materialidade delitiva, eficácia de instrumento de crime - Na LA: a finalidade constatar a materialidade e a eficácia e, se possível, fixar do prejuízo causado pelo crime.

SE possível (não obrigatório): fixar valor. Este valor serve para fixação do valor de fiança e cálculo da mula penal

condenatória (art. 6º, III, LA)

Art. 20 da LA. Aplicar a pena + fixar valor mínimo de prejuízo, para reparação civil pelo dano causado pelo crime (se possível, não

é obrigado).

Caso o juiz fixar esse valor mínimo, a vítima/órgão público ambiental, pode executar no cível desde logo, o valor

mínimo fixado na sentença e ao mesmo tempo, pode propor ação de liquidação de sentença para apuração do valor

total do prejuízo. Ex.: o juiz condenou o fazendeiro A por crime de poluição hídrica da fazenda B (art. 54 LA)

Pena: 01 de reclusão + valor mínimo de indenização ao fazendeiro B de 100 mil reais.

Fazendeiro B pode, desde logo, executar no cível a sentença penal.

Fazendeiro B pode liquidar a sentença penal no cível para apuração do valor total do prejuízo.

Art. 25, §4º da LA. Confisco – Perda. Instrumento utilizado na prática de crime ambiental é sempre confiscado já

que o texto não faz qualquer distinção.

Ex.: crime contra a fauna. Arma raspada utilizada na caça ilegal (art. 29, LA)

Ex.: um barco que pescou em local proibido pode ser confiscado.

Obs.: parte da jurisprudência diz que esta norma deve ser analisada de acordo com o princípio da razoabilidade. Ex.: caminhoneiro que transporta madeira (uma vez). Seu veículo é instrumento de trabalho.

- se o objeto é lícito, se é utilizado habitualmente em crime ambiental.

No art. 91, II, a, CP. O instrumento utilizado na pratica do crime só pode ser confiscado se for ilícito/ilegal. Se for um

objeto legal, não pode ser confiscado.

Ex.: arma raspada utilizada em crime deve ser confiscada. Ex.: automóvel utilizado em sequestro não pode ser confiscado porque carro não é objeto ilícito.

QUESTÕES PROCESSUAIS DA LA

Habeas corpus e PJ.

HC é um instrumento que tutela unicamente a liberdade de locomoção.

STF concluiu que a pessoa jurídica não pode ser paciente em HC, pois jamais estará em jogo a liberdade de ir e vir,

objeto que esta ação visa proteger. No caso, a peça correlata deveria seu um Mandando de Segurança, visando o

trancamento da ação penal nas hipóteses de manifesta atipicidade,

REGRA GERAL DE COMPETÊNCIA (STF e STJ)

- a CF dispõe que a proteção do meio ambiente é de competência comum da União/Estados Membros/DF e município

(art. 23 e 24 CF)

- Não há norma sobre competência para julgar infrações ambientais

Justiça Federal: se o crime atingir interesse direto e específico da União ou de suas autarquias ou empresas públicas.

Justiça Estadual se não atingir interesse da União ou se o interesse da União for apenas indireto e genérico.

- Crimes contra a fauna. A Súmula 91 do STJ – CANCELADA. Não é JF

- Contravenções penais ambientais são sempre julgadas pela JE mesmo que atinja União (art. 109, IV, CF diz que JF não julga contravenção penal).

Se o contraventor tem foro especial na JF, JF julga.

Ex.: Acusado da contravenção é JF, vai ser julgado pelo TRF subordinado.

- Patrimônio Nacional (patrimônio da nação brasileira) não é o mesmo que patrimônio da união.

Os crimes praticados no art. 225, §4º da CF, crimes § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da

lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos

naturais. => cai na regra geral.

- Crime ambiental cometido em área fiscalizada por órgão federal (ex.: IBAMA). A fiscalização do órgão federal, por si só, não é motivo para fixar competência da justiça federal. Não é motivo para fixar competência da JF (há

apenas interesse genérico e indireto da União).

- Crime cometido em APP. Regra GERAL.

- Crime cometido em Rio interestadual (banha mais de um estado) ou mar territorial. COMPETÊNCIA DA JF (art. 20 CF)

Page 11: Legislação Penal - LFG - Silvio

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (art. 26 LA)

Se o MP perder o prazo para denunciar, é possível APSP? É possível ação subsidiária da pública em qualquer crime

caso o MP perca o prazo para denunciar (art. 5º, LIX, CF/88)

- TRANSAÇÃO PENAL NOS CRIMES AMBIENTAIS JECRIM julga infrações de menor potencial ofensivo: todas as contravenções penais e os crimes com pena máxima

não superior a 2 anos, cumulado ou não com multa (art. 61 9.099)

Na parte penal a lei 10.259 (Juizado Especial Federal) é igual a 9.099

Institutos despenalizadores:

- Composição civil de danos (art. 74 da 9.099): acordo entre o autor do fato/infrator e a vítima ou seu representante legal para indenização civil/reparação civil pelos danos causados pelo crime.

- Transação penal (art. 76). Acordo entre o MP ou o querelante e o autor do fato para aplicação imediata de uma pena

não privativa de liberdade (multa ou restritiva de direito)

- Suspensão condicional do processo (art. 89 da 9.099) (diferente de sursis réu é processado/condenado e a execução

é suspensa). O art. 89 o réu é denunciado e o processo é suspenso. Obs.: Suspensão condicional do processo não é cabível somente nas infrações de menor potencial ofensivo. É cabível

em todo crime, cuja a pena mínima não seja superior a 01 ano.

Ex.: Furto (1 a 4 anos de prisão). Cabe suspensão condicional do processo porque a pena mínima não é superior a 01

ano.

Lei 9.099 Lei ambiental

- Os requisitos para a transação estão no art. 76 - A composição civil do art. 74, L 9.099 não é requisito

para o cabimento da transação penal. Ou seja, mesmo

que o infrator não tenha feito composição civil com a

vítima, ele tem direito a fazer transação com o MP.

- os requisitos para a transação são os mesmos. - Só cabe transação se houve antes a composição civil

do art. 74, L 9.099 (é requisito para o cabimento da

transação penal)

- Art. 27 da LA

- Composição civil é o compromisso de reparar o dano, não a efetiva reparação pq pode levar anos

(reflorestamento)

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO NOS CRIMES AMBIENTAIS.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o

Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde

que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor

potencial ofensivo (doutrina ignora esta expressão) definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

DICA: se cair na prova o texto da lei, considere a expressão correta. Mas se fizer referência a doutrina, esta expressão deve ser ignorada.

I - a declaração de extinção de punibilidade , de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo de

constatação de reparação do dano ambiental , ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo

artigo;

II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no

caput;

IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo

previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de

constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

Art. 89 l. 9.099 – Suspensão condicional do processo Art.28 da LA – Suspensão condicional do processo

- Cabível aos crimes com pena mínima cominada/prevista igual ou inferior a 01 ano, seja ou não

infração de menor potencial ofensivo.

Ex.: furto simples (art. 155, caput, CP)

- o art. 28 dispõe que esta suspensão condicional do processo, só é cabível nas infrações de menor potencial

ofensivo

Obs.: a doutrina diz que houve equívoco do legislador.

A suspensão condicional do processo é para crimes pena

cominada igual ou inferior a 01 ano.

- duração máxima de 4 anos (2 a 4 anos) - inicial. A suspensão é por 2 a 4 anos.

- findo esse prazo, o juiz manda fazer um laudo de

reparação do dano ambiental. Se o laudo constatar que não houve reparação integral, o juiz prorroga a

suspensão do processo pelo prazo de 05 anos.

Page 12: Legislação Penal - LFG - Silvio

- finda a prorrogação de 5 anos, se o laudo concluir que

não houve reparação do dano, o juiz pode novamente

prorrogar a suspensão por mais 5 anos

- finda a nova prorrogação da suspensão, o juiz manda fazer novo laudo se o laudo dizer que houve a reparação

integral ou que o infrator tomou todas as providências

possíveis para tentar reparar, o juiz extingue a

punibilidade, senão, o processo retorna.

CRIME Obj. jurídico: a lei penal ambiental, protege o meio ambiente em sua acepção ampla (fauna, flora, artificial ou urbano

e o meio ambiente cultural(patrimônio histórico, artístico, paisagístico, arqueológico e turístico))

- Princípio da insignificância: é possível nos casos em que fica demonstrada a ínfima ofensa ao bem ambiental

legalmente protegido.

CRIMES CONTRA A FAUNA

Fauna compreende um conjunto de animais que vivem numa determinada região/ambiente, incluindo os animais da

fauna terrestre e da aquática.

Art. 29. Condutas: matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar.

Objeto material: animais silvestres, nativos ou em rota migratória.

Não estão incluídos domésticos ou domesticáveis (art. 32 LA)

Art. 29 §3º. Norma penal explicativa. Que tenha parte do ciclo de vida ocorrendo no Brasil. Estão excluídos os domésticos, domesticados, os silvestres cujo o ciclo de vida ocorra integralmente no estrangeiro.

- Espécimes é um exemplar de uma espécie. Apesar da lei usar plural, basta um bicho da espécie para que se

configura o crime.

- Elemento normativo do tipo: “sem permissão, licença ou autorização da autoridade competente ou em desacordo

com a obtida”.

Ex.: instrução normativa n 25 de 2004 do Ibama. Permite abate a javali

Ex.: circo tem autorização para utilizar leão em espetáculo.

Consumação com a simples pratica.

Tentativa em todas as condutas.

A guarda doméstica de animal silvestre é crime. Agora, se for espécie não ameaçada de extinção, pode o juiz,

considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena (PERDÃO JUDICIAL, causa extintiva de punibilidade, art. 107 CP)

Se for espécime ameaçada, não cabe perdão e ainda há aumento de pena (art. 29§4º, I, LA)

- Caça profissional a pena pode ser aumentada até o triplo, art. 29, §5º LA

- Atos de pesca. Este art. 29, Embora proteja animais aquáticos, não se aplica aos autos de pesca. Este tipo penal pune qualquer conduta contra animais aquáticos, exceto pesca, porque a pesca tem tipo penal próprio (art. 34 a 36 LA)

O art. 30 está criminalizando peles de anfíbios e repteis em bruto (Exportação), competência da JF. O art. 29 §1º, III

pune peles e couros de anfíbios e répteis manufaturados ou industrializados (exportação).

Art. 32 Maus tratos. Revogou tacitamente o art. 64 da LCP.

Condutas:

- Abusos

- Maus tratos

- ferir - mutilar

Obs.: cortar orelhas e rabos de animais, configura crime? A doutrina diz que a mutilação, desde que realizado com

cuidados necessários e com veterinário, não configura crime, por ausência de dolo ou por adequação social da

conduta (a conduta é aceita).

Objeto material: animais silvestres, domésticos, domesticados => nativo ou exótico.

Art. 29, caput Art. 32 caput

Matar Protege animais domésticos

Não protege animais domésticos Mas não prevê o verbo matar animal doméstico?

Page 13: Legislação Penal - LFG - Silvio

Matar animal doméstico configura o crime deste art.,

porque para matar, o infrator terá que ferir, ainda

que por segundos.

Lei 10.519/02, art. 3º e 4º . Rinhas, vaquejadas, farra do boi SÃO CRIMES AMBIENTAIS...art. 225, § 1º, VII, CF. O

STF declarou inconstitucional todas as leis que permitem estas práticas populares que submetam os animais a

crueldade.

- Vivissecção (art. 32,§1º LA) é crime se houver recursos alternativos para a pesquisa ou ensino. Se ele pode ensinar

com animais mortos, livros etc.

Não é crime senão houver recursos alternativos (lei 11.794)

Art. 34 a 36

Art. 34 PESCA PROIBIDA.

- Pescar em período proibido

- Pescar em local proibido por órgão competente.

Art. 37. Não é crime.

A lei 10.826, prevê que os moradores de áreas rurais que comprovem necessitar da arma para sustento próprio ou da

família, precisam obter um porte de caçador.

CRIMES CONTRA FLORA.

Edis Milaré “a flora é entendida como a totalidade de espécies vegetais que compreende a vegetação de uma

determinada região, sem qualquer expressão de importância individual dos elementos que a compõem. Elas podem

pertencer a grupos botânicos os mais diversos, desde que estes tenham exigências semelhantes quanto aos fatores

ambientais, entre eles os biológicos, os do solo e o do clima”.

Art. 38 DESTRUIR OU DANIFICAR ...ou UTILIZA LA infringindo normas

Obs.: este crime existe mesmo que não houver finalidade lucrativa.

- Objeto material: florestas consideradas de preservação permanente.

Obs.: florestas são grandes extensões de áreas constituídas por árvores de grande porte. Naõ estão incluídas as vegetações rasteiras e médias.

- Floresta de preservação permanente é espécie do gênero APP (Área de preservação permanente) por determinação

do art. 2º da lei 4771 e por ato do poder público (união, estados, municípios e DF).

Obs.: florestas artificiais (feitas pelo homem) também podem ser declaras como área APP.

Se a floresta estiver em formação, será necessário uma perícia para dizer se elas são arvores de grande porte.

Obs.: admite a forma dolosa e culposa.

Art. 39. O corte autorizado, não é crime, é fato atípico.

Art. 41 protege qualquer floresta.

Art. 41 LA crime Art. 26 e lei 4771 Art. 250 §1º h CP

Incêndio, dolo ou culposo em mata ou floresta

Obs.: se o incêndio for em mata ou

floresta, qual norma aplicar?

Só protege o meio ambiente. Não existe perigo a incolumidade das

pessoas

Contravenção penal “fazer fogo” sem as devidas precauções

-Ex.: pescador faz uma fogueira sem

limpar a vegetação ao redor.

Incêndio, doloso ou culposo em lavoura, pastagem mata ou floresta.

Obs.: se o incêndio for em lavoura

ou pastagem, aplica se o CP e não a

LA.

Obs.: se o incêndio for em mata ou floresta, qual norma aplicar?

Este art. protege o meio ambiente e

a incolumidade física das pessoas e

ele exige perigo a incolumidade física das pessoas.

Art. 42

Conduta: fabricar, vender, transportar ou soltar. Objeto material: balões que possam causar incêndios. Necessário exame pericial para determinar se o balão é aptou

ou não a produzir incêndio.

Obs.: se o balão provocar incêndio, este crime fica absorvido pelo crime de incêndio.

Page 14: Legislação Penal - LFG - Silvio

Art. 45 cortar

Araucária, mogno, pau-brasil, jacarendá (madeiras de lei)

- dolo de cortar / transforar madeira de lei em carvão acrescido da finalidade específica de destinar a madeira para

fins industriais ou energéticos.

- não exige finalidade lucrativa “exploração econômica ou não”. Ex.: fazendeiro corta madeira pau-brasil para decorar a fazenda dele.

- Consumação: quando é cortada ou transformada ainda que a finalidade visada não seja conseguida.

- art. 49.

Ex.: destruir a bromélia / samambaia de um jardim, ainda que acidentalmente, come crime ambiental. Objeto material: somente plantas de ornamentação.

DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS

ART. 54

Sujeito ativo: qualquer pessoa

Sujeito passivo: Estado/Coletividade Obs.: poluição hídrica / ar / térmica / solo / visual / sonora (poluição de qualquer natureza)

Obs.: não é qualquer nível de poluição => resulte ou possa resultar => dano a saúde humana / mortandade de animais

/ destruição significativa da flora.

Se a poluição não tiver potencialidade para produzir aqueles efeitos, não há crime de poluição.

Este crime pode ser de dano ou de perigo. Estes resultados não precisam ocorrer.

STJ decidiu que no caso de poluição sonora, se ficar comprovado que o barulho pode causar perigo real a saúde das

pessoas, caso contrário, o barulho configura mera contravenção penal de perturbação do trabalho ou sossego.

Tem que ficar comprovado que o barulho do rádio do vizinho tem que provocar risco a saúde humana.

Art. 55

Sujeitos do crime: qualquer pessoa, inclusive o proprietário da área explorada.

Sujeito passivo: Estado e a coletividade

Pesquisa mineral: execução dos trabalhos necessários a definição da jazida, sua avaliação para determinação de seu aproveitamento econômico (art. 14 do decreto lei 227/67)

Lavra: conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das

substâncias minerais úteis que contiver até o beneficiamento da mesma (art. 36 do decreto lei 227/67 – código de

mineração)

Obs.: o que é crime é executar a pesquisa/lavra/extração sem permissão, autorização, concessão ou licença ou com abuso dela.

Ex.: pessoa não tem autorização para extrair areia.

Ex.: pessoa tem autorização para extrair areia e extrai areia e turfa (mineral) abusando de sua autorização.

Quem dá essa autorização é o DNPM. Em alguns estados, é necessário a autorização do estado.

Todos os minerais, até mesmo aqueles localizados em propriedade privada, são da união.

CRIME CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O PATRIMONIO CULTURAL

ART. 63 As edificações ou locais especialmente protegidas por lei, ato administrativo ou decisão judicial por conta

de valor paisagístico, ecológico, turístico etc só podem ter o aspecto visual ou a estrutura alterada com autorização da

autoridade ambiental competente.

Art. 65. Propaganda eleitora que suja deixou de ser crime eleitoral e passou a ser crime ambiental.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL.

São crimes contra a administração pública, mas o setor público, que é a administração pública ambiental.

- Todas as instituições públicas que exerçam função de fiscalização / proteção.

Todos os órgãos do SISNAMA, o MP (tem um grupo que cuida do ambiente), órgãos ambientais federais, estaduais, municipais e do DF.

Art. 66 tem semelhança com o art. 299 (falsidade ideológica) do CP.

Sujeito ativo: funcionário publico, crime próprio. É possível co-autoria/participação e saiba que o comparsa é

funcionário público. Passivo: adm. Publica ambiental.

Page 15: Legislação Penal - LFG - Silvio

Condutas: fazer afirmação falsa, fazer afirmação enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnicos

científicos EM PROCEDIMENTO DE AUTORIZAÇAO AMBIENTAL OU PROCEDIMENTO DE

LICENCIAMENTO AMBIENTAL.

Elemento subjetivo: dolo.

Art. 67 e 68 tem semelhança com o art. 319, CP, prevaricação

Art. 69 tem semelhança com o art. 329, CP, resistência.

ESTATUTO DO DESARMAENTO (LEI 10.826/20030

Bens jurídicos protegidos pelo ED: de acordo com o STF e STJ protegem a incolumidade pessoal, incolumidade

pública/coletiva a vida, patrimônio, a saúde e outros bens jurídicos fundamentais. - Crime de perigo abstrato. A lesão ao bem jurídico já está presumida na lei. Não é necessário provar que o perigo foi

real.

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de

trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Sujeitos do crime.

Ativo: qualquer pessoa Passivo: Coletividade, titular do bem jurídico incolumidade pública / segurança pública.

É um crime vago (vitima é a coletividade ou ente despersonalizado)

Condutas: Posse / manter guarda (mesma coisa). Significa ter a pronta disponibilidade da arma, acessório ou

munição.

Não é necessário que arma/acessório/munição esteja junto ao corpo da pessoa. Pode estar no porta mala (carro na garagem), gaveta do armário etc.

Objeto material: arma de fogo ou acessório (qualquer objeto que acoplado arma melhora precisão, aspecto ou

eficácia) Ex.: mira a laser e silenciador. Cabe e cano não são assessores, são partes da arma. Tmb não é acesso objeto

que não altera o funcionamento da arma (ex.: coldre)

Carregar so a arma de fogo ou só a mira laser ou só a munição é CRIME. Para que haja este crime, é necessário que sejam de uso permitido.

Se configura se a arma estiver no interior da residência ou dependência OU se a arma estiver no local de trabalho do

qual o infrator seja proprietário ou responsável

PORTE: EM QUALQUER OUTRO LUGAR QUE NÃO SEJA RESIDÊNCIA E TRABALHO.

POSSE RESIDÊNCIA OU LOCAL DE TRABALHO.

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora

de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,

roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras

24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Ativo: possuidor ou proprietário Passivo: menor de 18 anos ou portador de deficiência mental.

Obs.: há o crime mesmo que o menor de 18 já tenha obtido a capacidade pela emancipação

Obs.: o tipo penal não exige vinculo entre sujeito passivo e ativo.

Obs.: não há crimes e a vítima for deficiente físico (a lei fala deficiente mental).

Elemento subjetivo: CULPA

Art. 14 porte ilegal de arma de fogo

Obs.: a prática de várias condutas no mesmo contexto fático, configura uma conduta só (crime único).

Obs.: O numero de conduta, será dosado na pena, como circunstância do crime.

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,

emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso

permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Obs.: no caso do transporte, deverá pedir para a PF autorização para transportar. Antes não era infração penal, já que o tipo penal não previa o verbo transportar.

Obs.: STJ julgou arma enterrada no quintal da própria casa. É porte e não posse, é ocultar.

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Questões polêmica.

- ARMA DESMUNICIADA configura crime?

1ª Turma STF e 5ª STJ. Arma desmuniciada é crime, porque o crime é de perigo abstrato. CORRETA. Portar

arma é crime, com ou sem munição.

2ª Turma do STF. É crime se tiver condições de pronto municiamento (ex.: arma está no porta luvas e munição está na mochila). Mas não é crime se não houver condições de pronto municiamento.

- ARMA DESMONTADA é crime? Se a arma tem condições de pronto municiamento, há crime.

- É NECESSÁRIO OU NÃO EXAME PERICIAL DE ARMA DE FOGO? (STF e o STJ) não há necessidade de

exame pericial para comprovação da materialidade delitiva.

LEI DE TORTURA (LEI 9.455)

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou

mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Obs.: não depende que a finalidade seja atingida.

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

Obs.: o agente responderá por este crime de tortura e o crime praticado pela vítima torturada

Ex.: preso perigoso tortura psicologicamente um preso primário (furto) para que este mate outro preso. c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

Obs.: não é qualquer discriminação. Se for outra discriminação não racial / religiosa, aplica-se outra lei.

Ex.: tortura por discriminação por opção sexual. Aplica-se o CP (tentativa de homicídio, lesão corporal etc).

Objeto jurídico ou objetividade jurídica: incolumidade física e psíquica das pessoas e a vida. Obs.: Nucci entende que protege também a liberdade (religiosa).

- Crime material. Exige resultado naturalístico (sofrimento físico ou mental). No caso de sofrimento mental, é

dispensável o exame de corpo de delito.

- Consumação. Momento em que a vítima constrangida tem sofrimento físico ou mental.

- Tentativa: o infrator constrange a vítima, mas não consegue causar a ela sofrimento físico ou mental.

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a

intenso sofrimento físico ou mental , como forma de APLICAR CASTIGO pessoal ou medida de caráter

preventivo. - Crime próprio. Exige-se uma qualidade especial do sujeito ativo

Pai contra o filho, neto contra o avó. Babá contra a criança. PM contra o preso.

- Sujeito passivo: pessoa que está sob guarda, poder ou autoridade.

OU quem SUBMETE PESSOA PRESA ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental

- Consumação: no momento em que ocorre o sofrimento físico ou mental.

- Tentativa: se não houver sofrimento físico ou mental.

Obs.: Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na

pena de detenção de um a quatro anos.

Ex.: HC 94789 STF RJ. O companheiro assistiu a companheira torturando a criança e nada fez.

QUALIFICADA§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)

anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo

dobro do prazo da pena aplicada.

PRETERDOLOSO § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,

Page 17: Legislação Penal - LFG - Silvio

Homicídio qualificado pela tortura (art. 121, §2º, III, CP). Dolo de matar e a tortura é o meio escolhido para a

execução do homicídio.

Art. 1º, §3º da LT. Dolo de tortura e a morte é resultado culposo decorrente da tortura.

Obs.: § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

Obs.: § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º (sujeito que se omite), iniciará o

cumprimento da pena em regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a

vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069 - Estatuto da Criança e do Adolescente.

Obs.: Torturar criança é crime desta lei.

Art. 6º §3º da lei de abuso de autoridade 4898 Art. 1º § º da lei de tortura

Perda do cargo e a inabilitação para outra função por até 3 anos

A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo

dobro do prazo da pena aplicada

Penal principal que pode ser aplicada isolada ou cumulativamente com multa/prisão

Aqui ocorrerá necessariamente a perda do cargo

LEI DE CRIMES HEDIONDOS LEI 8072/90

Obs.: o Brasil adota o sistema legal ou enumerativo, aqui os crimes hediondos estão em rol exaustivo.

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um

só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

Obs.: o sequestro relâmpago (art. 158,§3º), extorsão e morte, não é crime hediondo.

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);

OBs.: a conduta que tipificava atentado violento ao pudor, passou para o estupro. Não existe mais crime de atentado violento ao pudor.

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889,

de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.

Obs.: falsificar cosmético ou saneante, de acordo com a lei é crime hediondo. Mas o STF entende que é

inconstitucional.

CRIMES EQUIPARADOS AO HEDIONDO. OS TRÊS T

Art. 2º a prática da Tortura, (prevalece o entendimento de que a omissão do crime de tortura não é hediondo).

o Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (é o que esta no art. 33 caput, §1º, I a III e o art. 34, art. 35)

o terrorismo

Obs.:: existe crime de Terrorismo no Br?

- Art. 20 da lei 7170.

Page 18: Legislação Penal - LFG - Silvio

- NÃO.

OBS.: NÃO SÃO HEDIONDOS, MAS EQUIPARADOS, aplicam-se a estes crimes os rigores da lei de crimes

hediondos.

SÃO: insuscetíveis de graça ou anistia e indulto. QUESTÃO: a proibição de indulto é constitucional, já que a CF só fala de graça e anistia? É CONSTITUCIONAL,

porque o indulto é a graça coletiva.

REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA NOS CRIMES HED. E ASSEMELHADOS.

HC 82959 STF (efeito erga ominis, vale para todos os condenados). Declarou inconstitucional regime integralmente fechado. Passou a valer o art. 112 da lei de execução penal (7210)

1/6 de pena cumprida mais bom comportamento.

Esta alteração (abaixo) é irretroativa, só pode ser aplicada para aqueles que cometeram o crime em 03/2008. O STF

entendeu que a alteração abaixo foi pra pior, por isso não retroage (Sumula vinculante 26 do STF)

- art. 2º §1º condenado por crime hed e assemelhado, sempre começa no regime fechado, pouco importa a quantidade da pena e se é primário ou reincidente.

- art. 2§2º. A progressão de regime para os condenados se dará 2/5 de pena cumprida se for primário ou 3/5 de pena

se for reincidente.

APELAR EM LIBERDADE: a lei de crime hed não proíbe o direito de apelar em liberdade. § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade

STF declarou não recepcionado pela Constituição Federal o artigo 25 da Lei de Contravenções Penais (LCP), que

considera como contravenção o porte injustificado de objetos como gazuas, pés-de-cabra e chaves michas por pessoas

com condenações por furto ou roubo ou classificadas como vadios ou mendigos. O dispositivo da LCP é anacrônico e

não foi recepcionado pela CF por ser discriminatório e contrariar o princípio fundamental da isonomia.

ESTATUTO DE CRIANÇA E ADOLECENTE

Conceito de criança e adolescente: art. 2º, caput do ECA.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente

aquela entre doze e dezoito anos de idade (INCOMPLETOS). Obs.: a lei não fala “18 anos incompletos”, mas é.

Obs.: cometem ato infracional (criança e adolescentes).

A criança que comete ato infracional, não responde por ele. Ela está sujeita a medidas de proteção previstas no art.

101, incisos I a VIII do ECA.

Obs.: o adolescente que comete ato infracional responde pelo ato e está sujeito a medidas socioeducativa (art. 112 a ) sem prejuízos de medidas de proteção.

APLICAÇÃO DO ECA A PESSOAS COM 18 ANOS COMPLETOS ATÉ 21 ANOS (ART. 2º parágrafo único do

ECA).

É possível aplicar o ECA a pessoa entre 18 e 21 anos desde que o ato infracional tenha sido praticado na menoridade. Para evitar a impunidade, estes art. diz que o adolescente continuará sujeito as medidas socioeducativas do ECA até

os 21 anos.

QUESTAO: este art. não teria sido revogado tacitamente pelo CC que reduziu a maioridade civil para 18 anos? STJ

entende que o art. 2º, paragrafo único, não foi revogado pelo CC. Continua em vigor mesmo com o novo CC.

ATO INFRACIONAL (art. 103 do ECA).

Conceito: corresponde a um crime ou contravenção. Se a conduta do adolescente não corresponder a um crime ou

contravenção, a conduta é atípica.

Obs.: é irrelevante se o ato infracional corresponde a um crime de ação penal pública incondicionada, condicionada

ou de ação privada. Não se exige representação ou queixa-crime da vítima. O MP age SEMPRE de ofício. A AUTORIDADE POLICIAL age SEMPRE de ofício.

Obs.: STJ e STF admitem o princípio da insignificância em ato infracional.

APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL Só pode ser preso nos seguintes casos (art. 106 c/c 171 do ECA):

- Flagrante de ato infracional.

Page 19: Legislação Penal - LFG - Silvio

- Ordem judicial de apreensão (prisão).

Obs.: não se fala em prisão de adolescente, mas apreensão.

Obs.: prisão do adolescente fora destas regras, configura crime do art. 230 do ECA.

FASE POLICIAL.

Quando houver flagrante de ato infracional (art. 172 a 177 do Eca)

- Encaminhado a autoridade policial competente para ser formalizada sua apreensão (art. 172 p.

único, Eca). Se tiver departamento especializado, ele deverá ser encaminhado para lá, juntamente

com o coautor (maior de idade), se houver algum.

- O delegado é obrigado a lavrar auto de apreensão de adolescentes se for ato infracional praticado com violência ou grave ameaça a pessoa (art. 173, caput, ECA).

- O delegado poderá realizar o boletim de ocorrência circunstanciado caso seja ato infracional

sem violência ou grave ameaça a pessoa (art. 173, p. único ECA). Ex.: trafico.

- DEPOIS de formalizada a apreensão:

- Liberar o adolescente aos seus pais ou responsável mediante compromisso de apresentar o infrator no MP no mesmo dia ou no 1º dia útil seguinte. E encaminha cópia do auto

de apreensão ou do BO ao MP.(art. 174 e 176). Acabou o trabalho do delegado.

- Não liberar o adolescente se a gravidade do ato infracional e sua repercussão social

recomendarem a internação para garantia de sua segurança ou manutenção da ordem pública. (art.

174) - Se o adolescente não for liberado:

* apresentar o adolescente ao MP com cópia do auto/Bo.

* se não foi possível apresentar imediatamente o adolescente ao

MP, o delegado encaminha o adolescente para entidade de atendimento (ex.: conselho tutelar) que

ficará responsável pela apresentação do adolescente ao MP em até 24 horas (art. 175, §1º Eca) * se não for possível apresentar fazer o para entidade de

atendimento que foi dito acima, o delegado manterá o adolescente na repartição policial em

dependência separada dos presos por prazo de até 24 horas.

Obs.: se ultrapassar o prazo porque não localizou o MP, o Juiz e nem a entidade de atendimento, o delegado poderá manter o menor na delegacia ou liberar.

Quando não houver flagrante de ato infracional (art. 176 e 177 do ECA).

- A polícia investiga o ato infracional e faz relatório de investigações (não faz IP e nem TCO) e

encaminha ao MP.

FASE JUDICIAL

Oitiva informal pelo MP (art. 179 do ECA) = oitiva verbal. Nada impede que esta oitiva seja

reduzida a escrita.

Após a oitiva informal, o MP tem três opções:

- arquivar. Quando não houver justa causa para a representação.

Obs.: e se o juiz descorda do arquivamento? Se o juiz descordar, os autos serão encaminhado ao

procurador geral da justiça (art. 181 do ECA). - conceder remissão

-- Temos a remissão perdão que está prevista no art. 126 do ECA.

- representar (equivale a oferecimento da denúncia) à autoridade judicial para aplicação de

medida socioeducativa (pena).

-- petição ou pode ser deduzida oralmente. É na representação que deve ser oferecida testemunhas. Independe de prova pre constituída da autoria e da materialidade.

Obs.: o ECA não prevê numero máximo de testemunhas que podem ser arroladas no

procedimento do Eca, portanto a doutrina majoritária diz que o numero máximo é de 8, por

analogia ao procedimento ordinário do CPP.

Na audiência de apresentação do adolescente.

- oitiva do adolescente e de seus pais/responsáveis

- pode solicitar parecer técnico

- juiz deve decidir nesta audiência: decretação ou manutenção ou revogação da internação

provisória (internação cautelar e equivale a prisão preventiva) ou o juiz pode conceder remissão. - Se nesta audiência o adolescente confessar o ato infracional (súmula 342 do STJ) É nula a

desistência de outras provas em face da confissão do adolescente, se confessar, o procedimento

não pode ser encerrado.

- Se o adolescente confessar, o juiz tem duas opções:

- conceder a remissão - designar audiência de instrução e julgamento (audiência de continuação).

- Encerrada a audiência de apresentação, defesa tem 03 dias para apresentar defesa prévia em

audiência em continua (instrução e julgamento).

- Na audiência em continuação, oitiva de testemunha de acusação e depois de defesa. - Em seguida, debates orais (alegações finais) debate 20 min. (prorrogáveis por mais 10)

Page 20: Legislação Penal - LFG - Silvio

- Julgamento – sentença;

- sentença de improcedência do pedido – absolutória. Acontecerá nas hipóteses do art. 189, I a V.

Não será aplicada nenhuma medida socioeducativa.

- Sentença de procedência do pedido (caráter condenatório), o juiz aplicará ao adolescente uma

das medidas socioeducativas do rol do art. 112 do ECA

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS.

- Pode ser isolada/cumulativamente - Fungíveis: elas podem ser substituídas uma pelas outras a qualquer tempo.

Art. 99 e 100 do ECA. Art. 113

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada

Obs.: basta prova da materialidade e indícios suficientes de autoria

Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,

que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.

Obs.: aplicado em atos infracionais com reflexos patrimoniais.

Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por

período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos

congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante

jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Obs.: prazo máximo de 06 meses. A lei não estabelece prazo mínimo.

OBs.: tarefas gratuitas junto a entidades com fins sociais ou assistenciais.

Seção V

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente .

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser

prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

Obs.: só pode ser aplicada se for a medida mais adequada para o orientador acompanhar e poder auxiliar o adolescente na sua recuperação social.

Obs.: será nomeado um orientador (funções estão no art. 119).

Seção VI Do Regime de Semiliberdade

Obs.: a medida de semiliberdade só pode ser aplicada como medida incial de forma absolutamente fundamentada

pelo juiz.

Obs.: no ECA vigora o princípio da excepcionalidade da restrição da liberdade do adolescente. Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio

aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

Seção VII

Da Internação

(CAJE do DF e FEBEM de SP)

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Obs.: admite privação de liberdade, mas que admite trabalho externos.

Page 21: Legislação Penal - LFG - Silvio

OBs.: A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão

fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos ou até que ele complete 21

anos de idade. Obs.: deu 21 anos, não se aplica mais o ECA (liberação compulsória)

§ 4º Atingido o limite de idade, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de

liberdade assistida.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial , ouvido o Ministério Público.

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando (TAXATIVAS):

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; (Ex.: roubo)

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; (Ex.: trafico) III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. (NESTE CASO, a

internação não pode ser superior a 03 meses)

Ex.: adolescente pratica pela primeira vez trafico internacional de uma tonelada de cocaína. Este não pode sofrer

medida internação em estabelecimento educacional porque não se enquadra nas hipóteses taxativas do ECA.

Obs.: Prazo. Não tem. A internação é decretada por prazo indeterminado, não podendo ser superior a 03 anos

devendo ser avaliada a cada 06 meses.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

MEDIDA DE PROTEÇÃO AO ADOLESCENTE INFRATOR (além das medidas socioeducativas)

Estas medidas estão no art. 101 do Eca.

EXECUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIO EDUCATIVAS

- São fungíveis (o juiz pode trocar uma medida pela outra)

- PROGRESSÃO DE MEDIDA SÓCIO EDUCATIVA

É a substituição de uma medida socioeducativa mais grave por uma mais branda.

Ex.: o juiz substitui a medida de semiliberdade por medida de prestação de serviço a comunidade.

- REGRESSÃO DE MEDIDA SÓCIO EDUCATIVA

É a substituição de uma medida socioeducativa mais leve por uma mais severa.

Ex.: Súmula 265 do STJ. É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida

sócio-educativa.

Obs.: se não ouvir, a decisão de regressão é nula.

MEDIDA CAUTELAR – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA.

Correspondente a prisão preventiva do CPP. É a única espécie de MC no ECA.

Obs.: não confundir a internação definitiva com a internação provisória (MC) durante o procedimento de apuração de

ato infracional. Neste caso, a lei estabelece prazo (art. 108 do ECA). Prazo: 45 dias. MAXIMO. STJ entende que este é o prazo máximo, não pode ser prorrogado por nenhum motivo.

Obs.: fundamentada: demonstrar a necessidade da medida.

Obs.: não pode ser cumprido em estabelecimento prisional, deve ser cumprida em entidade apropriadas para

adolescentes. Se na comarca não tiver entidade apropriada, deverá ser encaminhado para a entidade mais próxima.

Obs.: o adolescente pode aguardar na delegacia esta transição pelo prazo máximo de 05 dias (art. 185 do ECA) Art. 235 do ECA crime se ultrapassar o prazo.

PRESCRIÇÃO DE ATO INFRACIONAL.

O ECA não possui nenhuma regra de prescrição, aplica-se o CP. Código Penal é usado para aferir a ocorrência da prescrição quanto às medidas socioeducativas . Súmula

338/STJ.

Obs.: havendo termo, a duração da medida socioeducativa estabelecida pela sentença deve ser adotada como

parâmetro no cálculo do prazo prescricional.

PPP – é calculada com base na pena máxima cominada para o crime.

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No ECA, a prescrição da pretensão punitiva é calculada na pena máxima cominada para o crime a qual corresponde o

ato infracional.

Ex.: adolescente pratica furto. A pena máxima do furto é de 4 anos.

PPE. A prescrição da pretensão executória é calculada com base na medida (pena) aplicada ao infrator, se não for

fixado prazo na medida, este será de 3 anos, que é o prazo máximo da internação. Ex.: tendo em vista a imposição da medida corretiva pelo prazo de 3 meses, deve-se adotar o lapso prescricional de

dois anos previsto no artigo 109, VI do CP, posteriormente reduzido pela metade em razão do disposto no artigo 115

do mesmo diploma legal, de maneira a restar fixado em 1 ano. 5. Sendo incontroverso nos autos que já se passou

mais de um ano da sentença que impôs a medida socioeducativa, sem que se tenha dado início ao seu cumprimento,

torna-se inevitável reconhecer a ocorrência da prescrição da pretensão executória na hipótese dos autos. (ANALOGIA).

Tanto o PPP quanto o PPE devem ser reduzidos pela metade, nos termos do art. 115 CP.

Obs.: são cabíveis HC e revisão criminal em favor de adolescente acusado de ato infracional.

CRIMES CONTRA A CRIANÇA E ADOLESCENTE.

- Espécie de ação penal: Todos os crimes definidos no ECA são de ação penal pública incondicionada.

Art. 228. Sujeito ativo: encarregado de serviço ou dirigente de estabelecimento de atenção a saúde da gestante (crime próprio).

Sujeito passivo: neonato (recém nascido), parturiente (mãe) e o responsável (ex.: pai).

Tipo objetivo: a conduta consiste em descumprir as obrigações previstas no art. 10, I e IV do ECA.

Deixar de manter registro ou deixar de fornecer a parturiente declaração de nascimento.

Art. 229, 230,231

Art. 232 corresponde ao abuso de autoridade da lei, mas aqui é tratado diferente.

Art. 233

Ameaça contra patrimônio da vítima também pode configurar crime de extorsão A ameaça embutida no crime de extorsão tanto pode recair sobre a vítima como também sobre os seus bens.

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