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Legislação em Saúde Mental 2004 a 2010 Brasília -DF 2010 bbbn

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Legislação em Saúde Mental

2004 a 2010

Brasília -DF2010

bbbn

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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Legislação em Saúde Mental –

2004 a 2010. Edição XII Colegiado de Coordenadores de Saude Mental. 257 p.

Brasília, Ministério da Saúde. 2010.

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SumárioAPRESENTAÇÃO....................................................................................5

LEIS FEDERAIS.......................................................................................6Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.....................................................7Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008.....................................................25

DECRETOS.............................................................................................29Decreto nº 5.912, de 27 de setembro de 2006..........................................30Decreto nº 6.488, de 19 de junho de 2008...............................................36Decreto nº 6.117, de 22 de maio de 2007................................................37

PORTARIAS INTERMINISTERIAIS....................................................43Portaria Interministerial nº 353, de 7 de março de 2005..........................44Portaria Interministerial nº 1.055 de 17 de maio de 2006........................46Portaria Interministerial n° 3.347, de 29 de dezembro de 2006 ..............48Portaria Conjunta nº 6, de 17 de setembro de 2010.................................52

PORTARIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE.......................................56Portaria nº 52/GM de 20 de janeiro de 2004............................................57Portaria nº 53/GM de 20 de janeiro de 2004............................................63Portaria nº 358/GM de 9 de março de 2004.............................................66Portaria nº 595/GM de 8 de abril de 2004................................................72Portaria nº 1174/GM de 15 de junho de 2004..........................................73Portaria nº 1608/GM de 3 de agosto de 2004..........................................74Portaria nº 1935/GM de 16 de setembro de 2004....................................77Portaria nº 2.068/GM de 24 de setembro de 2004...................................79Portaria nº 2.069/GM de, 24 de setembro de 2004..................................82Portaria nº 2.197/GM de 14 de outubro de 2004.....................................86Portaria nº 245/GM de 17 de fevereiro de 2005......................................91Portaria nº 246/GM de 17 de fevereiro de 2005......................................93Portaria nº 429/GM de 22 de março de 2005...........................................95Portaria nº 1.028/GM de 1º de julho de 2005..........................................97Portaria nº 1.059/GM de 4 de julho de 2005..........................................100Portaria nº 384 de 05 de julho de 2005..................................................102Portaria nº 395 de 07 de julho de 2005..................................................103Portaria nº 1.169, de 7 de julho de 2005................................................105Portaria nº 1174/GM de 7 de julho de 2005. .........................................107Portaria nº 1.612/GM de 9 de setembro de 2005...................................110Portaria nº 2.542/GM de 22 de dezembro de 2005. ..............................120Portaria nº 678/GM de 30 de março de 2006. .......................................122Portaria nº 1.876 de 14 de agosto de 2006.............................................124Portaria nº 748, de 10 de outubro de 2006.............................................127Portaria n° 2.488 de 2 de outubro de 2007.............................................132

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Portaria nº 2.759 de 25 de outubro de 2007...........................................134Portaria nº 3.211 de 20 de dezembro de 2007........................................136Portaria nº 3.237/GM de 24 de dezembro de 2007................................138Portaria nº 154 de 24 de janeiro de 2008...............................................145Portaria nº 1.899 de 11 de setembro de 2008.........................................162Portaria nº 1.954 de 18 de setembro de 2008.........................................164Portaria nº 2.867 de 27 de novembro de 2008......................................165Portaria conjunta SAS/SVS nº 02, de 16 de abril de 2009.....................167Portaria nº 1.190 de 4 de junho de 2009................................................169Portaria nº 1.191, de 4 de junho de 2009 ..............................................181Portaria nº 1.195, de 4 de junho de 2009...............................................182Portaria nº 1.196, de 4 de junho de 2009 ..............................................186Portaria nº 1.197, de 4 de junho de 2009 ..............................................189Portaria nº 1.198, de 4 de junho de 2009...............................................191Portaria nº 2.629, de 28 de outubro de 2009..........................................192Portaria nº 2.644, de 28 de outubro de 2009..........................................194Portaria nº 2.647, de 28 de outubro de 2009..........................................196Portaria nº 404, de 19 de novembro de 2009 ........................................197Portaria nº 426, de 3 de dezembro de 2009............................................210Portaria nº 2.841, de 20 de setembro de 2010........................................212Portaria nº 2.842, de 20 de setembro de 2010 .......................................219Portaria nº 2.843, de 20 de setembro de 2010........................................225

RESOLUÇÕES CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA E CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.......231Resolução CNPCP nº 3, de 4 de maio de 2004......................................232Resolução CNPCP nº 5, de 4 de maio de 2004......................................233Resolução CNPCP nº 4, de 30 de julho de 2010....................................236Resolução CNJ nº 113 de 20 de abril de 2010.......................................239

RECOMENDAÇÕES FÓRUM NACIONAL DE SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL............................................................................243Recomendação 01 de 2005 ....................................................................244Recomendação 02 de 2005.....................................................................246Recomendação 03 de 2006 ....................................................................250Recomendação 04 de 2006.....................................................................253

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APRESENTAÇÃO

A Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas apresenta a coletânea “Legislação em Saúde Mental – 2004 a 2010”. Esta edição, preparada especialmente para a XII reunião do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental, colhe as peças normativas produzidas pelo campo da saúde mental a partir de 2004, complementando o acervo disponível sobre a legislação do campo.

Em destaque, um conjunto de produções relacionado às questões do uso álcool e outras drogas. Grandes avanços foram obtidos neste campo: a pena de prisão foi excluída para o usuário de drogas, ações de atenção integral e de redução de danos foram implementadas para o usuário de álcool e outras drogas no âmbito do SUS, e o hábito de beber e dirigir está sendo combatido. Delineiam-se assim os consensos possíveis sobre um tema complexo, com evidente interface com os grandes problemas sociais do mundo contemporâneo.

Também nesta edição, a mais recente produção legislativa aponta o caminho da intersetorialidade. Economia Solidária, Direitos Humanos, Saúde Mental de Crianças e Adolescentes, Saúde Mental Indígena - todos estes temas são tratados em legislação recente, através de esforços e investimentos intersetoriais. O esforço da qualificação e consolidação da rede de atenção à saúde mental também se reflete aqui. Finalmente, o impulsionamento das ações de saúde mental no nível da atenção básica, a nova fronteira da saúde mental no SUS – todas conquistas recentes de um processo de múltiplos atores, que a legislação passa a garantir.

Todas as Leis Federais que tocam o campo da saúde mental a partir de 2004 estão aqui reunidas, assim como os Decretos, as Portarias Interministeriais, as Portarias do Ministério da Saúde e as Resoluções, Recomendações ou Declarações de Órgãos Colegiados, como o Conselho Nacional de Saúde ou o Fórum Nacional de Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. A maioria das peças desta edição são seguidas de comentários, que dão o contexto da publicação do ato normativo e destacam a sua relevância dentro do conjunto da atual legislação em saúde mental.

Para um melhor aproveitamento deste material, lembramos que leis são, regra geral, da competência do Poder Legislativo e são sancionadas pelos chefes dos poderes executivos - Presidente da República, Governador(a) de Estado, Prefeito(a). Decretos são atos administrativos de competência exclusiva do chefe do executivo, para atender situações previstas em leis. Portarias são instrumentos pelos quais ministros, secretários de governo ou outras autoridades públicas editam instruções sobre a organização e normas de execução de serviços. Resoluções, deliberações e recomendações são diretrizes ou regulamentos adotados por uma assembléia de caráter deliberativo.

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Leis

Federais

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LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas -Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.

O P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

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CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;

II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação cial nas atividades do Sisnad;

VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

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I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3 o desta Lei.

CAPÍTULO II

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 6 º (VETADO)

Art. 7 º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei.

Art. 8º (VETADO)

CAPÍTULO III

(VETADO)

Art. 9 º (VETADO)

Art. 10. (VETADO)

Art. 11. (VETADO)

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. (VETADO)

Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV

DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

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Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I

DA PREVENÇÃO

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;

III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;

IV - o compartilhamento de responsabilidade s e a co laboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;

V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

VI - o reconhecimento do "não-uso", do "retardamento do uso" e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;

VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas;

VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;

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IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;

XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;

XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;

III- definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;

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VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, portar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

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§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput , nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6 o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6 o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA

E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.

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§ 1º A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.

§ 2º A incineração prevista no § 1 o deste artigo será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de representante do Ministério Público e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração.

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto n o 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:

Pena detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:

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Pena detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:

Pena reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:

Pena reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) diasmulta.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:

Pena reclusão, de 2 (dois ) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena detenção, de 6 (seis) mese s a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:

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Pena detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

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Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n o 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2 o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

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§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2 o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.

§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n o 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei n o 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I

Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1 o deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

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Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Seção II

Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2 º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

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Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1 o , desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fixar.

§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico.

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

CAPÍTULO IV

DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

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§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.

§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua liberação.

§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.

§ 4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.

Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Público.

§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.

§ 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de

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repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4 o deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.

§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.

§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.

§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão.

§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3 o deste artigo.

§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.

§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4 o deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.

§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.

§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.

§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2 o deste artigo.

§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se

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encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à questão das drogas.

TÍTULO V

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1 o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n o 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n o 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

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Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

I determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;

II ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;

III dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3 o deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição e na forma prevista no § 1 o do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em processos já encerrados.

Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei n o 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n o 10.409, de 11 de janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185 o da Independência e 118 o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos

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Guido MantegaJorge Armando Felix

Comentário:Atual lei sobre drogas do Brasil. Revogou as leis 6368/76 e 10409/2002 e incorporou princípios e diretrizes semelhantes aos do SUS e da Política Nacional de Saúde Mental, no que diz respeito às ações de atenção. Um dos aspectos mais importantes é a exclusão da pena de prisão para o usuário de drogas, o que aproxima o uso pessoal de drogas de uma questão de saúde pública.

LEI Nº 11.705, DE 19 DE JUNHO DE 2008

Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, e da Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para obrigar os estabelecimentos comerciais em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de que constitui crime dirigir sob a influência de álcool.

Art. 2o São vedados, na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, a venda varejista ou o oferecimento de bebidas alcoólicas para consumo no local.

§ 1o A violação do disposto no caput deste artigo implica multa de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

§ 2o Em caso de reincidência, dentro do prazo de 12 (doze) meses, a multa será aplicada em dobro, e suspensa a autorização de acesso à rodovia, pelo prazo de até 1 (um) ano.

§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo em área urbana, de acordo com a delimitação dada pela legislação de cada município ou do Distrito Federal.

Art. 3o Ressalvado o disposto no § 3o do art. 2o desta Lei, o estabelecimento comercial situado na faixa de domínio de rodovia federal ou em terreno contíguo à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, que inclua entre suas atividades a venda varejista ou o fornecimento de

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bebidas ou alimentos, deverá afixar, em local de ampla visibilidade, aviso da vedação de que trata o art. 2o desta Lei.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo implica multa de R$ 300,00 (trezentos reais).

Art. 4o Competem à Polícia Rodoviária Federal a fiscalização e a aplicação das multas previstas nos arts. 2o e 3o desta Lei.

§ 1o A União poderá firmar convênios com Estados, Municípios e com o Distrito Federal, a fim de que estes também possam exercer a fiscalização e aplicar as multas de que tratam os arts. 2o e 3o desta Lei.

§ 2o Configurada a reincidência, a Polícia Rodoviária Federal ou ente conveniado comunicará o fato ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT ou, quando se tratar de rodovia concedida, à Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, para a aplicação da penalidade de suspensão da autorização de acesso à rodovia.

Art. 5o A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes modificações:

I - o art. 10 passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XXIII:

“Art. 10. .......................................................................

.............................................................................................

XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.

...................................................................................” (NR)

II - o caput do art. 165 passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 165.Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.

...................................................................................” (NR)

III - o art. 276 passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Código.

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Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos.” (NR)

IV - o art. 277 passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 277. .....................................................................

.............................................................................................

§ 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.

§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.” (NR)

V - o art. 291 passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 291. .....................................................................

§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora).

§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.” (NR)

VI - o art. 296 passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.” (NR)

VII - (VETADO)

VIII - o art. 306 passa a vigorar com a seguinte alteração:

“Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

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.............................................................................................

Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.” (NR)

Art. 6o Consideram-se bebidas alcoólicas, para efeitos desta Lei, as bebidas potáveis que contenham álcool em sua composição, com grau de concentração igual ou superior a meio grau Gay-Lussac.

Art. 7o A Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 4o-A:

“Art. 4o-A. Na parte interna dos locais em que se vende bebida alcoólica, deverá ser afixado advertência escrita de forma legível e ostensiva de que é crime dirigir sob a influência de álcool, punível com detenção.”

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9o Fica revogado o inciso V do parágrafo único do art. 302 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997.

Brasília, 16 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso GenroAlfredo NascimentoFernando HaddadJosé Gomes Temporãoarcio Fortes de AlmeidaJorge Armando Felix

Comentário:Esta lei ficou mais conhecida por Lei Seca. Reduziu a zero o índice de alcoolemia no Código Brasileiro de Trânsito e proibiu a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos localizados na zona rural das estradas federais.

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Decretos

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DECRETO Nº 5.912, DE 27 DE SETEMBRO DE 2006.

Regulamenta a Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006, que trata das políticas públicas sobre drogas e da instituição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n o 11.343, de 23 de agosto de 2006,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE E DA ORGANIZAÇÃO DO SISNAD

Art.1º O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD, instituído pela Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006, tem por finalidade articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:

I- a prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; e

II- a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

Art.2º Integram o SISNAD:

I- o Conselho Nacional Antidrogas - CONAD, órgão normativo e de deliberação coletiva do sistema, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;II - a Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, na qualidade de secretaria-executiva do colegiado;III - o conjunto de órgãos e entidades públicos que exerçam atividades de que tratam os incisos I e II do art. 1º:

a) do Poder Executivo federal; b) dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, mediante ajustes específicos; e

IV - as organizações, instituições ou entidades da sociedade civil que atuam nas áreas da atenção à saúde e da assistência social e atendam usuários ou dependentes de drogas e respectivos familiares, mediante ajustes específicos.

Art.3º A organização do SISNAD assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal e, mediante ajustes específicos, estadual, municipal e do Distrito Federal, dispondo para tanto do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, unidade administrativa da Estrutura Regimental aprovada pelo Decreto no 5.772, de 8 de maio de 2006.

CAPÍTULO II

DA COMPETÊNCIA E DA COMPOSIÇÃO DO CONAD

Art. 4º Compete ao CONAD, na qualidade de órgão superior do SISNAD:

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I- acompanhar e atualizar a política nacional sobre drogas, consolidada pela SENAD;II-exercer orientação normativa sobre as atividades previstas no art. 1o;III-acompanhar e avaliar a gestão dos recursos do Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD e o desempenho dos planos e programas da política nacional sobre drogas;IV-propor alterações em seu Regimento Interno; eV-promover a integração ao SISNAD dos órgãos e entidades congêneres dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Art.5º São membros do CONAD, com direito a voto:

I- o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que o presidirá;II- o Secretário Nacional Antidrogas;III- um representante da área técnica da SENAD, indicado pelo Secretário;IV- representantes dos seguintes órgãos, indicados pelos seus respectivos titulares:

a) um da Secretaria Especial dos Diretos Humanos da Presidência da República;b) um do Ministério da Educação;c) um do Ministério da Defesa;d) um do Ministério das Relações Exteriores;e) um do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;f) dois do Ministério da Saúde, sendo um da Agência Nacional de Vigilância Sanitária; g) dois do Ministério da Justiça, sendo um do Departamento de Polícia Federal e um da Secretaria Nacional de Segurança Pública;h) dois do Ministério da Fazenda, sendo um da Secretaria da Receita Federal e um do Conselho de Controle de Atividades Financeiras;

V- um representante dos Conselhos Estaduais de Entorpecentes ou Antidrogas, indicado pelo Presidente do CONAD;VI- representantes de organizações, instituições ou entidades nacionais da sociedade civil:

a) um jurista, de comprovada experiência em assuntos de drogas, indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB-Federal;b) um médico, de comprovada experiência e atuação na área de drogas, indicado pelo Conselho Federal de Medicina - CFM;c) um psicólogo, de comprovada experiência voltada para a questão de drogas, indicado pelo Conselho Federal de Psicologia - CFP;d) um assistente social, de comprovada experiência voltada para a questão de drogas, indicado pelo Conselho Federal de Serviço Social - CFESS;e) um enfermeiro, de comprovada experiência e atuação na área de drogas, indicado pelo Conselho Federal de Enfermagem - COFEN;f) um educador, com comprovada experiência na prevenção do uso de drogas na escola, indicado pelo Conselho Federal de Educação - CFE;g) um cientista, com comprovada produção científica na área de drogas, indicado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;h) um estudante indicado pela União Nacional dos Estudantes - UNE;

VII - profissionais ou especialistas, de manifesta sensibilidade na questão das drogas, indicados pelo Presidente do CONAD:a) um de imprensa, de projeção nacional; b) um antropólogo;c) um do meio artístico, de projeção nacional; e

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d) dois de organizações do Terceiro Setor, de abrangência nacional, de comprovada atuação na área de redução da demanda de drogas.

§ 1o Cada membro titular do CONAD, de que tratam os incisos III a VII, terá seu respectivo suplente, que o substituirá em suas ausências e impedimentos, todos designados pelo Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional.§ 2o Em suas ausências e impedimentos, o Presidente do CONAD será substituído pelo Secretário Nacional Antidrogas, e este, por um suplente por ele indicado e designado na forma do § 1o.

Art. 6º Os membros titulares e suplentes referidos nos incisos III a VII do art. 5o terão mandato de dois anos, permitida uma única recondução.

Art. 7º Os membros referidos nos incisos III a VII do art. 5o perderão o mandato, antes do prazo de dois anos, nos seguintes casos:

I- por renúncia; eII-pela ausência imotivada em três reuniões consecutivas do Conselho.Parágrafo único. No caso de perda do mandato, será designado novo Conselheiro para a função.

Art.8º As reuniões ordinárias do CONAD, ressalvadas as situações de excepcionalidade, deverão ser convocadas com antecedência mínima de cinco dias úteis, com pauta previamente comunicada aos seus integrantes.

Art.9o O CONAD deliberará por maioria simples de votos, cabendo ao seu Presidente utilizar o voto de qualidade para fins de desempate.

Art.10. O CONAD formalizará suas deliberações por meio de resoluções, que serão publicadas no Diário Oficial da União.

Parágrafo único. Observado o disposto no art. 3o, as deliberações do CONAD serão cumpridas pelos órgãos e entidades integrantes do SISNAD, sob acompanhamento da SENAD e do Departamento de Polícia Federal, em suas respectivas áreas de competência.

Art.11.O Presidente do CONAD poderá constituir grupos técnicos com a finalidade de assessorá-lo no exercício de suas atribuições, assim como convidar especialista, sem direito a voto, para prestar informações ou acompanhar as reuniões do colegiado, cujas despesas com viagem serão suportadas na forma do art. 20.Parágrafo único. Será convidado a participar das reuniões do colegiado um membro do Ministério Público Federal, na qualidade de observador e com direito a voz

Art.12.O CONAD definirá em ato próprio, mediante proposta aprovada pela maioria absoluta de seus integrantes e homologada pelo seu Presidente, as normas complementares relativas à sua organização e funcionamento.

CAPÍTULO IIIDAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO CONAD

Art.13. São atribuições do Presidente do CONAD, entre outras previstas no Regimento Interno:I - convocar e presidir as reuniões do colegiado; eII - solicitar estudos, informações e posicionamento sobre temas de relevante interesse público.

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CAPÍTULO IVDAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES QUE COMPÕEM O SISNAD

Art. 14. Para o cumprimento do disposto neste Decreto, são competências específicas dos órgãos e entidades que compõem o SISNAD:

I - do Ministério da Saúde:a) publicar listas atualizadas periodicamente das substâncias ou produtos capazes de causar dependência; b) baixar instruções de caráter geral ou específico sobre limitação, fiscalização e controle da produção, do comércio e do uso das drogas;c) autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, ressalvadas as hipóteses de autorização legal ou regulamentar;d) assegurar a emissão da indispensável licença prévia, pela autoridade sanitária competente, para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais;e) disciplinar a política de atenção aos usuários e dependentes de drogas, bem como aos seus familiares, junto à rede do Sistema Único de Saúde - SUS;f) disciplinar as atividades que visem à redução de danos e riscos sociais e à saúde; g) disciplinar serviços públicos e privados que desenvolvam ações de atenção às pessoas que façam uso ou sejam dependentes de drogas e seus familiares;h) gerir, em articulação com a SENAD, o banco de dados das instituições de atenção à saúde e de assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas;

II - do Ministério da Educação:

a) propor e implementar, em articulação com o Ministério da Saúde, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e a SENAD, políticas de formação continuada para os profissionais de educação nos três níveis de ensino que abordem a prevenção ao uso indevido de drogas;b) apoiar os dirigentes das instituições de ensino público e privado na elaboração de projetos pedagógicos alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos princípios de prevenção do uso indevido de drogas, de atenção e reinserção social de usuários e dependentes, bem como seus familiares;

III - do Ministério da Justiça:

a) articular e coordenar as atividades de repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; b) propor a atualização da política nacional sobre drogas na esfera de sua competência;c) instituir e gerenciar o sistema nacional de dados estatísticos de repressão ao tráfico ilícito de drogas; d) manter a SENAD informada acerca dos dados relativos a bens móveis e imóveis, valores apreendidos e direitos constritos em decorrência dos crimes capitulados na Lei no 11.343, de 2006, visando à implementação do disposto nos arts. 60 a 64 da citada Lei;

IV - do Gabinete de Segurança Institucional, por intermédio da SENAD:

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a) articular e coordenar as atividades de prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; b) propor a atualização da política nacional sobre drogas na esfera de sua competência;c) gerir o FUNAD e o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas; e

V - dos órgãos formuladores de políticas sociais, identificar e regulamentar rede nacional das instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atendam usuários ou dependentes de drogas e respectivos familiares.Parágrafo único.As competências específicas dos Ministérios e órgãos de que trata este artigo se estendem, quando for o caso, aos órgãos e entidades que lhes sejam vinculados.

Art. 15. No âmbito de suas respectivas competências, os órgãos e entidades de que trata o art. 2o atentarão para:

I- o alinhamento das suas respectivas políticas públicas setoriais ao disposto nos princípios e objetivos do SISNAD, de que tratam os arts. 4o e 5o da Lei no 11.343, de 2006; II - as orientações e normas emanadas do CONAD; eIII - a colaboração nas atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.

CAPÍTULO V

DA GESTÃO DAS INFORMAÇÕES

Art.16. O Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas reunirá e centralizará informações e conhecimentos atualizados sobre drogas, incluindo dados de estudos, pesquisas e levantamentos nacionais, produzindo e divulgando informações, fundamentadas cientificamente, que contribuam para o desenvolvimento de novos conhecimentos aplicados às atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas e para a criação de modelos de intervenção baseados nas necessidades específicas das diferentes populações-alvo, respeitadas suas características socioculturais.

§1º Respeitado o caráter sigiloso das informações, fará parte do banco de dados central de que trata este artigo base de dados atualizada das instituições de atenção à saúde ou de assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas, bem como das de ensino e pesquisa que participem de tais atividades.§2º Os órgãos e entidades da administração pública federal prestarão as informações de que necessitar o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, obrigando-se a atender tempestivamente às requisições da SENAD.

Art. 17. Será estabelecido mecanismo de intercâmbio de informações com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, com o objetivo de se evitar duplicidade de ações no apoio às atividades de que trata este Decreto, executadas nas respectivas unidades federadas.

Art. 18. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas do CONAD.

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CAPÍTULO VIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19. Os membros do CONAD não farão jus a nenhuma remuneração, sendo seus serviços considerados de relevante interesse público.

Art. 20. As despesas com viagem de conselheiros poderão correr à conta do FUNAD, em conformidade com o disposto no art. 5o da Lei no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, sem prejuízo da assunção de tais despesas pelos respectivos órgãos e entidades que representem.

Art. 21. Este Decreto entra em vigor em 8 de outubro de 2006, data de início da vigência da Lei no 11.343, de 2006.

Art. 22. Ficam revogados os Decretos nos 3.696, de 21 de dezembro de 2000, e 4.513, de 13 de dezembro de 2002.

Brasília, 27 de setembro de 2006; 185o da Independência e 118o da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAJorge Armando Felix

Comentário:Regulamentação da lei 11.343. Reforça a responsabilidade do Ministério da Saúde na definição das políticas de atenção aos usuários de álcool e outras drogas e das ações de redução de danos

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DECRETO Nº 6.488, DE 19 DE JUNHO DE 2008.

Regulamenta os arts. 276 e 306 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, disciplinando a margem de tolerância de álcool no sangue e a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia para efeitos de crime de trânsito.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 276 e 306 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro,

DECRETA:

Art. 1º Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades administrativas do art. 165 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, por dirigir sob a influência de álcool.

§ 1oAs margens de tolerância de álcool no sangue para casos específicos serão definidas em resolução do Conselho Nacional de Trânsito-CONTRAN, nos termos de proposta formulada pelo Ministro de Estado da Saúde.

§2oEnquanto não editado o ato de que trata o § 1o, a margem de tolerância será de duas decigramas por litro de sangue para todos os casos.

§3oNa hipótese do § 2o, caso a aferição da quantidade de álcool no sangue seja feito por meio de teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro), a margem de tolerância será de um décimo de miligrama por litro de ar expelido dos pulmões.

Art.2oPara os fins criminais de que trata o art. 306 da Lei no 9.503, de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia é a seguinte:

I-exame de sangue: concentração igual ou superior a seis decigramas de álcool por litro de sangue; ou

II-teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro): concentração de álcool igual ou superior a três décimos de miligrama por litro de ar expelido dos pulmões.

Art.3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso GenroJosé Gomes TemporãoMarcio Fortes de AlmeidaJorge Armando Felix

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DECRETO Nº 6.117, DE 22 DE MAIO DE 2007.

Aprova a Política Nacional sobre o Álcool, dispõe sobre as medidas para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a violência e criminalidade, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art.1º Fica aprovada a Política Nacional sobre o Álcool, consolidada a partir das conclusões do Grupo Técnico Interministerial instituído pelo Decreto de 28 de maio de 2003, que formulou propostas para a política do Governo Federal em relação à atenção a usuários de álcool, e das medidas aprovadas no âmbito do Conselho Nacional Antidrogas, na forma do Anexo I.

Art. 2º A implementação da Política Nacional sobre o Álcool terá início com a implantação das medidas para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a violência e criminalidade a que se refere o Anexo II.

Art. 3º Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão considerar em seus planejamentos as ações de governo para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como as situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira.

Art. 4º A Secretaria Nacional Antidrogas articulará e coordenará a implementação da Política Nacional sobre o Álcool.

Art.5º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 22 de maio de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVATarso GenroFernando HaddadMarcia Bassit Lameiro da Costa MazzoliMarcio Fortes de AlmeidaJorge Armando Felix

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ANEXO I

POLÍTICA NACIONAL SOBRE O ÁLCOOL

I - OBJETIVO

1. A Política Nacional sobre o Álcool contém princípios fundamentais à sustentação de estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de álcool, contemplando a intersetorialidade e a integralidade de ações para a redução dos danos sociais, à saúde e à vida causados pelo consumo desta substância, bem como as situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira.

II - DA INFORMAÇÃO E PROTEÇÃO DA POPULAÇÃO QUANTO AO CONSUMO DO ÁLCOOL

2. O acesso e recebimento de informações sobre os efeitos do uso prejudicial de álcool e sobre a possibilidade de modificação dos padrões de consumo, e de orientações voltadas para o seu uso responsável, é direito de todos os consumidores.

3. Compete ao Governo, com a colaboração da sociedade, a proteção dos segmentos populacionais vulneráveis ao consumo prejudicial e ao desenvolvimento de hábito e dependência de álcool.

4. Compete ao Governo, com a colaboração da sociedade, a adoção de medidas discutidas democraticamente que atenuem e previnam os danos resultantes do consumo de álcool em situações específicas como transportes, ambientes de trabalho, eventos de massa e em contextos de maior vulnerabilidade.

III - DO CONCEITO DE BEBIDA ALCOÓLICA

5. Para os efeitos desta Política, é considerada bebida alcoólica aquela que contiver 0.5 grau Gay-Lussac ou mais de concentração, incluindo-se aí bebidas destiladas, fermentadas e outras preparações, como a mistura de refrigerantes e destilados, além de preparações farmacêuticas que contenham teor alcoólico igual ou acima de 0.5 grau Gay-Lussac.

IV - DIRETRIZES

6. São diretrizes da Política Nacional sobre o Álcool:

1 - promover a interação entre Governo e sociedade, em todos os seus segmentos, com ênfase na saúde pública, educação, segurança, setor produtivo, comércio, serviços e organizações não-governamentais;

2 - estabelecer ações descentralizadas e autônomas de gestão e execução nas esferas federal, estadual, municipal e distrital;

3 - estimular para que as instâncias de controle social dos âmbitos federal, estadual, municipal e distrital observem, no limite de suas competências, seu papel de articulador dos diversos segmentos envolvidos;

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4 - utilizar a lógica ampliada do conceito de redução de danos como referencial para as ações políticas, educativas, terapêuticas e preventivas relativas ao uso de álcool, em todos os níveis de governo;

5 - considerar como conceito de redução de danos, para efeitos desta Política, o conjunto estratégico de medidas de saúde pública voltadas para minimizar os riscos à saúde e à vida, decorrentes do consumo de álcool;

6 - ampliar e fortalecer as redes locais de atenção integral às pessoas que apresentam problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);

7 - estimular que a rede local de cuidados tenha inserção e atuação comunitárias, seja multicêntrica, comunicável e acessível aos usuários, devendo contemplar, em seu planejamento e funcionamento, as lógicas de território e de redução de danos;

8 - promover programas de formação específica para os trabalhadores de saúde que atuam na rede de atenção integral a usuários de álcool do SUS;

9 - regulamentar a formação de técnicos para a atuação em unidades de cuidados que não sejam componentes da rede SUS;

10 - promover ações de comunicação, educação e informação relativas às conseqüências do uso do álcool;

11 - promover e facilitar o acesso da população à alternativas culturais e de lazer que possam constituir alternativas de estilo de vida que não considerem o consumo de álcool;

12 - incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis ao consumo de álcool em face do hiato existente entre as práticas de comunicação e a realidade epidemiológica evidenciada no País;

13 - estimular e fomentar medidas que restrinjam, espacial e temporalmente, os pontos de venda e consumo de bebidas alcoólicas, observando os contextos de maior vulnerabilidade às situações de violência e danos sociais;

14 - incentivar a exposição para venda de bebidas alcoólicas em locais específicos e isolados das distribuidoras, supermercados e atacadistas;

15 - fortalecer sistematicamente a fiscalização das medidas previstas em lei que visam coibir a associação entre o consumo de álcool e o ato de dirigir;

16 - fortalecer medidas de fiscalização para o controle da venda de bebidas alcoólicas a pessoas que apresentem sintomas de embriaguez;

17 - estimular a inclusão de ações de prevenção ao uso de bebidas alcoólicas nas instituições de ensino, em especial nos níveis fundamental e médio;

18 - privilegiar as iniciativas de prevenção ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas nos ambientes de trabalho;

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19 - fomentar o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa científicas relacionadas aos danos sociais e à saúde decorrentes do consumo de álcool e a interação das instituições de ensino e pesquisa com serviços sociais, de saúde, e de segurança pública;

20 - criar mecanismos que permitam a avaliação do impacto das ações propostas e implementadas pelos executores desta Política.

ANEXO II

Conjunto de medidas para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como as situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira:

1. Referente ao diagnóstico sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil:

1.1. Publicar os dados do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo do Álcool na População Brasileira, observando o recorte por gênero e especificando dados sobre a população jovem e a população indígena;

1.2. Apoiar pesquisa nacional sobre o consumo de álcool, medicamentos e outras drogas e sua associação com acidentes de trânsito entre motoristas particulares e profissionais de transporte de cargas e de seres humanos.

2. Referente à propaganda de bebidas alcoólicas:

2.1. Incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis à estimulação para o consumo de álcool;

3. Referente ao tratamento e à reinserção social de usuários e dependentes de álcool:

3.1. Ampliar o acesso ao tratamento para usuários e dependentes de álcool aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS);

3.2. Articular, com a rede pública de saúde, os recursos comunitários não governamentais que se ocupam do tratamento e da reinserção social dos usuários e dependentes de álcool.

4. Referente à realização de campanhas de informação, sensibilização e mobilização da opinião pública quanto às conseqüências do uso indevido e do abuso de bebidas alcoólicas:

4.1. Apoiar o desenvolvimento de campanha de comunicação permanente, utilizando diferentes meios de comunicação, como, mídia eletrônica, impressa, cinematográfico, radiofônico e televisivo nos eixos temáticos sobre álcool e trânsito, venda de álcool para menores, álcool e violência doméstica, álcool e agravos da saúde, álcool e homicídio e álcool e acidentes.

5. Referente à redução da demanda de álcool por populações vulneráveis:

5.1. Intensificar a fiscalização quanto ao cumprimento do disposto nos arts. 79, 81, incisos II e III, e 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente;

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5.2. Intensificar a fiscalização e incentivar a aplicação de medidas proibitivas sobre venda e consumo de bebidas alcoólicas nos campos universitários;

5.3.Implementar o “Projeto de Prevenção do Uso de Álcool entre as Populações Indígenas”, visando à capacitação de agentes de saúde e de educação, assim como das lideranças das comunidades indígenas, para a articulação e o fortalecimento das redes de assistência existentes nas comunidades e nos municípios vizinhos;

5.4. Articular a elaboração e implantação de um programa de prevenção ao uso de álcool dirigido à população dos assentamentos para a reforma agrária, bem como o acesso desta população aos recursos de tratamentos existentes na rede pública e comunitária.

6. Referente à segurança pública:

6.1.Estabelecer regras para destinação de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD) para os Municípios que aderirem a critérios pré-definidos pelo CONAD para o desenvolvimento de ações que visem reduzir a violência e a criminalidade associadas ao consumo prejudicial do álcool.

7. Referente à associação álcool e trânsito:

7.1. Difundir a alteração promovida no Código de Trânsito Brasileiro pela Lei no 11.275, de 7 de fevereiro de 2006, quanto à comprovação de estado de embriaguez;

7.2.Recomendar a inclusão no curso de reciclagem previsto no artigo 268 do Código de Trânsito Brasileiro, de conteúdo referente às técnicas de intervenção breve para usuários de álcool;

7.3. Recomendar a revisão dos conteúdos sobre uso de álcool e trânsito nos cursos de formação de condutores e para a renovação da carteira de habilitação;

7.4. Recomendar a inclusão do tema álcool e trânsito na grade curricular da Escola Pública de Trânsito;

7.5. Elaborar medidas para a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas faixas de domínio das rodovias federais.

8. Referente à capacitação de profissionais e agentes multiplicadores de informações sobre temas relacionados à saúde, educação, trabalho e segurança pública:

8.1. Articular a realização de curso de capacitação em intervenção breve para profissionais da rede básica de saúde;

8.2. Articular a realização de curso de prevenção do uso do álcool para educadores da rede pública de ensino;

8.3. Articular a realização de curso de capacitação para profissionais de segurança de pública;

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8.4. Articular a realização de curso de capacitação para conselheiros tutelares, dos direitos da criança e do adolescente, de saúde, educação, antidrogas, assistência social e segurança comunitária;

8.5. Articular a realização de curso de capacitação para profissionais de trânsito;

8.6. Articular a realização de curso de capacitação em prevenção do uso do álcool no ambiente de trabalho.

9. Referente ao estabelecimento de parceria com os municípios para a recomendação de ações municipais:

9.1. Apoiar a fiscalização dos estabelecimentos destinados à diversão e lazer, especialmente para o público jovem no que se refere à proibição de mecanismos de indução ao consumo de álcool:

9.1.1. Incentivar medidas de proibição para a consumação mínima, promoção e degustação de bebidas alcoólicas;

9.1.2. Incentivar medidas de regulamentação para horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais onde haja consumo de bebidas alcoólicas;

9.2 Apoiar os Municípios na implementação de medidas de proibição da venda de bebidas alcoólicas em postos de gasolina;

9.3 Incentivar o estabelecimento de parcerias com sindicatos, associações profissionais e comerciais para a adoção de medidas de redução dos riscos e danos associados ao uso indevido e ao abuso de bebidas alcoólicas:

9.3.1. Incentivar a capacitação de garçons quanto à proibição da venda de bebidas para menores e pessoas com sintomas de embriaguez;

9.3.2. Estimular o fornecimento gratuito de água potável nos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas;

9.4. Promover e facilitar o acesso da população a alternativas culturais e de lazer que possam constituir escolhas naturais e alternativas para afastar o público jovem do consumo do álcool.

Comentário: Decreto que institui a Política Nacional sobre o Álcool. Lista princípios, diretrizes e medidas para reduzir o consumo do álcool e suas conseqüências negativas a partir de ações específicas e intersetoriais. Grande parte das medidas previstas no decreto são decorrentes das discussões de Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pelo Ministério da Saúde.

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Portarias

Interministeriais

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PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 353, DE 7 DE MARÇO DE 2005

Institui o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE e O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo art. 87, parágrafo único, inciso I, da Constituição, e

Considerando as atribuições da Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, que busca construir a política nacional de fortalecimento da economia solidária e da autogestão, estimular a criação, a manutenção e a ampliação de oportunidades de trabalho e renda, por meio de empreendimentos autogestionados, organizados de forma coletiva e participativa, bem como colaborar com outros órgãos de governo em programas de desenvolvimento e combate ao desemprego e à pobreza;

Considerando as diretrizes da política nacional de saúde mental, que busca construir um efetivo lugar social para os portadores de transtornos mentais, por intermédio de ações que ampliem sua autonomia e melhora das condições concretas de vida;

Considerando as diretrizes gerais de ambas as políticas, Economia Solidária e Reforma Psiquiátrica, que têm como eixos a solidariedade, a inclusão social e a geração de alternativas concretas para melhorar as condições reais da existência de segmentos menos favorecidos; e

Considerando as deliberações da I Oficina Nacional de Experiências de Geração de Renda e Trabalho de Usuários de Serviços de Saúde Mental, realizada na Universidade de Brasília, nos dias 22 e 23 de novembro de 2004, convocada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego, resolvem:

Art. 1º Fica instituído o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária, a ser composto por representantes (um titular e um suplente) das instituições e instâncias abaixo, sob coordenação da primeira:

I - Ministério da Saúde;II - Ministério do Trabalho e Emprego;III - Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde Mental;IV - Rede de Gestores de Políticas Públicas de Fomento à Economia Solidária;V - Fórum Brasileiro de Economia Solidária;VI - Rede de Experiências de Geração de Renda e Trabalho em Saúde Mental; eVII - Usuários de Saúde Mental inseridos em Experiências de Geração de Renda e Trabalho vinculados a Serviços de Saúde Mental.

Parágrafo único. O Grupo de Trabalho ora instituído poderá convidar outros ministérios e instituições para participar de suas atividades de acordo com os temas que serão objeto de discussão e proposição.

Art. 2º O Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária terá as seguintes atribuições:

I - propor e estabelecer mecanismos de articulação entre as ações das políticas de saúde mental e economia solidária;

II - elaborar e propor agenda de atividades de parceria entre as duas políticas;III - realizar mapeamento das experiências de geração de renda e trabalho, cooperativas,

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bolsa-trabalho e inclusão social pelo trabalho, realizadas no âmbito do processo de reforma psiquiátrica;

IV - propor mecanismos de apoio financeiro para as experiências de geração de renda e trabalho;

V - propor atividades de formação, capacitação e produção de conhecimento na interface saúde mental e economia solidária, bem como do marco jurídico adequado;

VI - estabelecer condições para a criação de uma Rede Brasileira de Saúde Mental e Economia Solidária; e

VII - propor mecanismos de parceria interinstitucional, no âmbito nacional e internacional.

Art. 3º Fixar o prazo mínimo de 15 (quinze) dias úteis para que o coordenador do Grupo de Trabalho convoque seus membros para as reuniões.

Art. 4º Estabelecer o prazo de 2 (dois) meses, a partir da publicação desta Portaria, para que os titulares das instituições e instâncias relacionadas no artigo 1º indiquem seus respectivos membros, titulares e suplentes.

Art. 5º Estabelecer o prazo de seis 6 (seis) meses, prorrogáveis uma única vez, para o Grupo de Trabalho apresentar suas conclusões aos dois Ministérios.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTAMinistro de Estado da SaúdeRICARDO BERZOINIMinistro de Estado do Trabalho e Emprego

Comentário:

Esta portaria formaliza o compromisso do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho e Emprego, que em unem para a construção de políticas públicas intersetoriais que propiciem a inclusão social e econômica de pessoas com transtornos mentais e/ou que apresentam problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

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PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.055 DE 17 DE MAIO DE 2006.

Institui Grupo de Trabalho para viabilizar a constituição do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, e O SECRETÁRIO ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando a transversalidade dos direitos humanos e da saúde mental e a necessária articulação entre os dois campos;

Considerando o aprofundamento da discussão da garantia dos direitos das pessoas com transtornos mentais, a partir da articulação entre as políticas públicas de direitos humanos e saúde mental e da fundamental participação da sociedade civil organizada;

Considerando a necessidade de garantia do direito à saúde mental das pessoas com transtornos mentais, incluídos as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como das pessoas envolvidas em situações de violência;

Considerando a necessidade de aperfeiçoamento dos mecanismos de monitoramento e avaliação das instituições de confinamento, como hospitais psiquiátricos, manicômios judiciários e instituições de medida sócio educativa;

Considerando a importância de que a prática de cuidado em saúde mental esteja em conformidade com os princípios e diretrizes dos instrumentos internacionais de proteção aos direitos humanos;

Considerando a necessidade de enfrentamento permanente eficaz do risco de violência institucional cometida contra usuários de serviços de saúde mental;

Considerando a importância da criação de espaços de debates e de aprofundamento das reflexões sobre a questão da saúde mental, bem como de mecanismos institucionais que fortaleçam a rede de proteção de direitos das pessoas com transtornos mentais;

Considerando a posição do Estado brasileiro, em organismos internacionais de direitos humanos, de reconhecimento de sua responsabilidade na defesa dos direitos das pessoas com transtornos mentais;

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que trata da defesa e da promoção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e reorienta o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando os Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental, da Organização das Nações Unidas, de 1991; e

Considerando a presença dos marcos referenciais de direitos humanos e de inclusão, como vetores da intersetorialidade nas políticas públicas de saúde, justiça, trabalho, desenvolvimento social, cultura e educação, no campo da Reforma Psiquiátrica,

R E S O L V E M:

Art. 1º Instituir Grupo de Trabalho destinado a viabilizar a constituição de um Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

Art. 2º Determinar que o Núcleo deva atender às seguintes finalidades:

I - articular os campos de direitos humanos e saúde mental, por meio da constituição e do aperfeiçoamento de mecanismos eficazes, destinados à proteção e promoção dos direitos das pessoas com transtornos mentais, incluídos as crianças e adolescentes, pessoas com

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transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como das pessoas envolvidas em situações de violência;

II - produzir informações qualificadas, estudos e pesquisas sobre a interface direitos humanos e saúde mental, que possam contribuir para a efetiva proteção e promoção dos direitos;

III - desenvolver mecanismos de monitoramento das instituições que lidam com pessoas com transtornos mentais; e

IV - criar mecanismos para acolher e encaminhar demandas oriundas de pessoas com transtornos mentais e organizações da sociedade civil.

Art. 3º Definir que o Núcleo deva ter, em sua gestão, composição paritária de representantes do governo e da sociedade civil.

Art. 4º Estabelecer que o Grupo de Trabalho seja integrado por representantes do Governo Federal e da sociedade civil, e que tenha duração de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta Portaria.

Parágrafo único. A convocação e a coordenação do Grupo de Trabalho ficarão sob responsabilidade da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde e do Gabinete da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

Art. 5º O relatório final do Grupo de Trabalho será apresentado em Seminário Nacional de Saúde Mental e Direitos Humanos, a ser convocado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos e pelo Ministério da Saúde, ocasião em que será lançado o Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENORÁLVARES DA SILVAMinistro de Estado daSaúde, interino

PAULO DE TARSOVANNUCHISecretário Especial dosDireitos Humanos daPresidência da República

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PORTARIA INTERMINISTERIAL N° 3.347, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006

Institui o Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE e o SECRETÁRIO ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando os Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental, da Organização das Nações Unidas, de 1991;

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que trata da defesa e da promoção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e reorienta o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a necessidade de garantia do direito à saúde mental das pessoas com transtornos mentais, incluídos as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como das pessoas envolvidas em situações de violência;

Considerando a necessidade de se estabelecer dispositivos interinstitucionais e intersetoriais, com a participação do governo e da sociedade civil, para maior garantia dos direitos das pessoas com transtornos mentais, a partir da articulação entre as políticas públicas de direitos humanos e saúde mental e da fundamental participação da sociedade civil organizada;

Considerando a importância da criação de espaços de debates e de aprofundamento das reflexões sobre a questão da saúde mental, bem como de mecanismos institucionais que fortaleçam a rede de proteção de direitos das pessoas com transtornos mentais;

e Considerando as conclusões do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria Interministerial nº1.055, de 17 de maio de 2006, para a constituição do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental, resolvem:

Art. 1º Instituir o Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental composto por instituições governamentais, universitárias e da sociedade civil.

Art. 2º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, as diretrizes e linhas de atuação do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental ora instituído, conforme propostas no Relatório Final do Grupo de Trabalho criado pela Portaria Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006.

Art. 3º Definir que o Núcleo será conduzido por um Comitê Executivo integrado por Núcleos Universitários e por representantes da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social e por um representante de entidades de Direitos Humanos, escolhido por seus pares do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006.

Parágrafo único. O Comitê Executivo estará articulado a um Colegiado de Coordenação do Núcleo, formado pelas instituições componentes do Grupo de Trabalho da Portaria Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006.

Art. 4º Determinar que os Núcleos ou Departamentos Universitários que comporão o Comitê Executivo e serão sede do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental sejam os seguintes:

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I - Núcleo de Estudos da Violência - Universidade de São Paulo;II - Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense; eIII - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Art. 5º Estabelecer que outras instituições universitárias e organizações não-governamentais possam constituir-se como Colaboradores Associados do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental, a critério do seu Colegiado de Coordenação.

Art. 6º Atribuir aos integrantes que compuseram o Grupo de Trabalho da Portaria Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006, a responsabilidade de elaborarem, no prazo de 60 (sessenta) dias, o Regimento Interno do Colegiado de Coordenação e do Comitê Executivo do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVAMinistro de Estado da SaúdePAULO DE TARSO VANNUCHISecretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

ANEXODIRETRIZES PARA O FUNCIONAMENTO DO NÚCLEO BRASILEIRO DE DIREITOS HUMANOS E SAÚDE MENTAL

Apresentação:

O Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental é uma iniciativa do Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Direitos Humanos que visa ampliar os canais de comunicação entre o Poder público e a sociedade, por meio da constituição de um mecanismo para o acolhimento de denúncias e o monitoramento externo das instituições que lidam com pessoas com transtornos mentais, incluídas as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como pessoas privadas de liberdade.

Objetivos Gerais:I - aprimorar os canais de comunicação entre o Poder Público e a sociedade, para

garantir a democratização e a transparência das informações no que diz respeito à interface saúde mental e direitos humanos;

II - fiscalizar a legalidade dos atos praticados pela administração pública e pela iniciativa privada no que diz respeito à interface saúde mental e direitos humanos;

III - exigir condições adequadas de internação, custódia e detenção das pessoas com transtornos mentais e o cumprimento da legislação nacional e internacional de direitos humanos, no que se refere a esta população;

IV - contribuir para o aperfeiçoamento e a ampliação dos mecanismos de promoção e proteção dos direitos, combatendo o estigma, a intolerância, a discriminação, a exclusão social e os maus tratos às pessoas com transtornos mentais;

V - desenvolver mecanismos de monitoramento das instituições que lidam com pessoas com transtornos mentais, incluídas as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como aquelas privadas de liberdade;

VI - contribuir para o aprimoramento das legislações e normas capazes de garantir o direito integral à saúde de toda a sociedade, incluindo a população prisional ou internada em instituições para o cumprimento de medidas sócio-educativas e hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico;

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VII - produzir informações qualificadas, estudos e pesquisas sobre a interface saúde mental e direitos humanos que possam contribuir para a efetiva proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais, disponibilizando os dados colhidos à sociedade civil; e

VIII - criar e fomentar redes de proteção de direitos das pessoas com transtornos mentais, com a participação direta de representantes dos usuários do SUS e da sociedade em geral.

Objetivos específicos:I - Realizar vistorias periódicas nos serviços de saúde mental em geral e fiscalizar as

instituições de internação assegurando a existência de condições adequadas de internação, custódia e detenção e o cumprimento da legislação nacional e internacional de direitos humanos;

II - Receber sugestões, reclamações e denúncias, visando à melhoria dos serviços de saúde mental, recomendando as medidas cabíveis nos casos de violação de direitos;

III - Apurar a procedência das reclamações e denúncias recebidas e propor a instauração de sindicâncias e inquéritos, sempre que cabíveis;

IV - Criar indicadores e instrumentos de análise dos sistemas de informação existentes sobre as violações de direitos, agravos e óbitos por causas violentas, das pessoas com transtornos mentais em instituições de internamento;

V - Apoiar estudos de impacto sobre a saúde mental das pessoas em regime de privação de liberdade, em especial em Regime Disciplinar Diferenciado - RDD; e

VI - Solicitar relatórios periódicos às áreas de vigilância epidemiológica e sanitária, ao Ministério Público e a outros sistemas de informação.

OUVIDORIAA função da Ouvidoria em Saúde Mental e Direitos Humanos será a de fiscalizar a

legalidade dos atos praticados pela administração pública no que diz respeito à interface saúde mental e direitos humanos, bem como a de receber denúncias e sugestões dos cidadãos/usuários dos serviços de saúde mental, visando à melhoria e humanização da rede pública e privada, incluindo as instituições de internação e recomendando as medidas cabíveis nos casos de violação de direitos humanos.

MONITORAMENTOAcesso às informações:I - o monitoramento como eixo estratégico de trabalho do Núcleo deve privilegiar ações

como as vistorias, a análise de informações sobre as instituições de internação, bem como a elaboração de indicadores de violações de direitos humanos; e

II - para o exercício de sua função o Núcleo de Direitos Humanos e Saúde Mental deverá ter acesso irrestrito a todas as instituições que lidam com pessoas com transtornos mentais, especialmente aquelas onde existam pessoas privadas de liberdade. Ademais, deverá ser garantido o seu acesso a todas as dependências do estabelecimento, a qualquer hora e sem aviso prévio, como também a autorização para verificar os registros (resguardados os devidos cuidados com o sigilo profissional) e realizar as entrevistas que julgar necessárias.

ARTICULAÇÃO EM REDEPara garantir a eficácia das instâncias de monitoramento de direitos humanos é preciso

construir um mecanismo que possa receber e encaminhar com rapidez denúncias de qualquer parte do país. Devido as grandes dimensões de nosso território isso só será possível se trabalharmos em rede e na articulação com os diferentes segmentos envolvidos com o controle social, tais como o Ministério Público, os Conselhos de Saúde e de Direitos, além dos Conselhos Profissionais.

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Estratégias para a divulgação do núcleo e ampliação da rede de monitoramento e controle social:

I - produzir e distribuir materiais informativos (como cartilhas e folhetos) dirigidos aos trabalhadores de saúde, usuários e população em geral informando sobre o papel do Núcleo de Saúde Mental e Direitos Humanos, orientando sobre o papel do Ministério Público e dos Conselhos de Saúde, divulgando a existência dos órgãos e conselhos fiscalizadores das profissões e abordando de forma clara a legislação do SUS e os direitos dos usuários;

II - sensibilizar os gestores, prestadores de serviço, profissionais de saúde, usuários do SUS e a sociedade em geral quanto à importância do monitoramento em saúde mental e direitos humanos;

III - promover campanha nacional de esclarecimento sobre o papel e as atribuições do Núcleo de Saúde Mental e Direitos Humanos;

IV - capacitar pessoas interessadas em compor a rede de monitoramento e controle social; e

V - criar mecanismos de comunicação permanente entre os diferentes nós da rede de monitoramento e controle social.

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOO Núcleo deve privilegiar as seguintes ações:I - buscar a inclusão do tema dos direitos humanos e saúde mental nos programas de

graduação, pós-graduação e extensão;II - apoiar a realização de pesquisas sobre o tema;III - produzir informações a respeito das condições sociais, culturais e econômicas dos

usuários de serviços de saúde mental, visando à elaboração de políticas públicas inclusivas;IV - produzir informações qualificadas sobre os serviços de saúde mental, incluídas as

instituições de internação;V - colaborar com a criação de um sistema nacional de informação, visando à

divulgação da situação dos direitos humanos das pessoas com transtornos mentais em geral, incluídas as pessoas com transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas e as pessoas privadas de liberdade.

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PORTARIA CONJUNTA Nº 6, DE 17 DE SETEMBRO DE 2010

Institui no âmbito do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PETSaúde), o PET-Saúde/Saúde Mental.

O SECRETÁRIO DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE e o SECRETÁRIO DE ATENÇÃO À SAÚDE, ambos do MINISTÉRIO DA SAÚDE, e a SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a Lei Orgânica da Saúde, que define entre as atribuições da União sua participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;

Considerando a Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Lei 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o auxílio reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações;

Considerando a Política Nacional de Promoção da Saúde, conforme Portraia nº 687/GM, de 30 de março de 2006, que dentre outras questões estimula as ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento integral das ações de Promoção da Saúde;

Considerando a necessidade no processo de integração ensino-serviço e capacitação pedagógica de criar estímulo para que os profissionais que desempenham atividades na área da Atenção em Saúde Mental, álcool e outras drogas possam orientar os estudantes de graduação, tendo o serviço público de saúde como cenário de prática;

Considerando a Portaria Interministerial nº 421/MS/MEC, de 3 de março de 2010, que institui, no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educação, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde, destinado a fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial em áreas estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS), resolvem:

Art. 1º Instituir, no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educação, como parte do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde, o PET-Saúde no âmbito da Atenção em Saúde Mental (PET-Saúde/Saúde Mental), destinado a fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial na área da Atenção em Saúde Mental, álcool e outras drogas.

Parágrafo único. O PET-Saúde/Saúde Mental tem como pressuposto a educação pelo trabalho, caracterizando-se como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde, bem como de iniciação ao trabalho e vivências direcionadas aos estudantes dos cursos de graduação na área da saúde, de acordo com as necessidades do SUS.

Art. 2º São objetivos do PET-Saúde/Saúde Mental:

I - possibilitar que o Ministério da Saúde cumpra seu papel constitucional de ordenador da formação de profissionais de saúde por meio da indução e do apoio ao desenvolvimento dos processos formativos necessários em todo o País, de acordo com características sociais e

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regionais;

II - estimular a formação de profissionais e docentes de elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica, bem como a atuação profissional pautada pelo espírito crítico, pela cidadania e pela função social da educação superior, orientados pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, preconizado pelo Ministério da Educação;

III - desenvolver atividades acadêmicas em padrões de qualidade de excelência, mediante grupos de aprendizagem tutorial de natureza coletiva e interdisciplinar na área saúde mental;

IV - contribuir para a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde;

V - contribuir para a formação de profissionais de saúde com perfil adequado às necessidades e às políticas de saúde do País na área da saúde mental;

VI - sensibilizar e preparar profissionais de saúde para o adequado enfrentamento das diferentes realidades de vida e de saúde da população brasileira;

VII - fomentar a articulação entre ensino e serviço na área da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas; e

VIII - fomentar o papel da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas na análise da situação de saúde, como instrumento de gestão, articulando-se em um conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde da população.

Art. 3º O PET-Saúde/Saúde Mental oferecerá bolsas nas seguintes modalidades:

I - iniciação ao trabalho, destinada a estudantes de graduação regularmente matriculados em Instituições de Educação Superior - IES integrantes do PET-Saúde/Saúde Mental com o objetivo de produzir conhecimento relevante na área da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas;

II - tutoria acadêmica, destinada a professores das IES integrantes do PET-Saúde/Saúde Mental que produzam ou orientem a produção de conhecimento relevante na área da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas; e

III - preceptoria, destinada a profissionais de serviços vinculados à atenção em saúde mental, álcool e outras drogas que realizem orientação a alunos de graduação da área da saúde das IES integrantes do PET-Saúde/Saúde Mental.

Parágrafo único. Poderão participar do PET-Saúde/Saúde Mental, nas modalidades descritas nos incisos I e II do artigo 3º os estudantes e professores de:

I - Instituições de Educação Superior - IES públicas;

II - IES privadas integrantes do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde - PRÓ-SAÚDE; e

III - IES privadas que desenvolvam atividade curricular em serviço junto à sociedade, atestada pelo respectivo gestor municipal ou estadual ao qual se vincular o serviço.

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Art. 4º As bolsas e os incentivos serão repassados considerando se a proporção de 1 (um) tutor acadêmico para 3 (três) preceptores e 12 (doze) estudantes que serão definidos a partir de cada grupo de estudantes, sob orientação do respectivo grupo de tutor e preceptores, sendo:

I - uma bolsa mensal para cada tutor acadêmico que se dedicar às atividades de ensino e pesquisa relacionados à atenção em saúde mental e álcool e outras drogas;

II - uma bolsa mensal para cada preceptor que se dedicar às atividades educativas com 4 (quatro) estudantes de graduação dos cursos da área da saúde;

III - uma bolsa mensal para cada estudante, relacionada à atividade de iniciação ao trabalho, condicionada à produção de conhecimento relevante na área da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas; e

IV - uma bolsa mensal para o tutor coordenador, no caso de projetos que apresentem proposta de três ou mais grupos PET-Saúde/Saúde Mental, desde que o tutor coordenador não seja tutor acadêmico ou preceptor.

Parágrafo único. O número de grupos PET-Saúde/Saúde Mental proposto deverá estar em consonância com a estruturação física e de pessoal dos cenários de práticas de atenção em saúde mental, álcool e outras drogas.

Art. 5º O valor repassado referente às bolsas deverá ser destinado àqueles que exercem funções de tutoria acadêmica, preceptoria, e monitoria estudantil, conforme as seguintes determinações:

I - tutoria: função de supervisão docente-assistencial, exercida em campo, no âmbito do SUS, desenvolvida por profissionais com vínculo universitário, que exerçam papel de orientadores de referência para os profissionais e estudantes de graduação na área da saúde, devendo exercer esta função por pelo menos 8 (oito) horas semanais, como parte de sua atividade universitária, sem detrimento das atividades acadêmicas que já realiza;

II - preceptoria: função de supervisão por área específica de atuação ou de especialidade profissional, exercida por profissionais de nível superior da área da saúde dos CAPS - Centros de Atenção Psicossocial, e por profissionais da área de saúde mental (Psiquiatras, Psicólogos e Terapeutas Ocupacionais) dos NASF - Núcleos de Apoio à Saúde da Família, com no mínimo especialização na área da saúde ou saúde mental e/ou álcool e outras drogas e três anos de experiência na área, comprovada por meio de curriculum vitae, em atividades de atenção, de pesquisa ou gestão em saúde mental, de acordo com as habilidades necessárias aos projetos apresentados. Devem ser indicados pelos gestores estaduais ou municipais de saúde, devendo exercer esta função por pelo menos 8 (oito) horas semanais, como parte das atividades no serviço de saúde, ao qual eles sejam vinculados;

III - monitoria estudantil: desenvolvimento de atividades de pesquisa e de iniciação ao trabalho, sob orientação do tutor e do preceptor, visando à produção e à disseminação de conhecimento relevante na área de saúde mental, devendo se dedicar a estas atividades por pelo menos 8 (oito) horas semanais.

§ 1º A monitoria constitui-se em função facilitadora da comunicação docente/discente na graduação.§ 2º São atribuições do estudante bolsista:I - participar de todas as atividades programadas pelo professor tutor e preceptor;

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II - participar durante a sua permanência no PET-Saúde/Saúde Mental em atividades de ensino, pesquisa e extensão;III - manter bom rendimento no curso de graduação;IV - publicar ou apresentar em evento de natureza científica um trabalho acadêmico por ano, individualmente ou em grupo, fazendo referência à sua condição de bolsista do PET-Saúde/Saúde Mental nas publicações e trabalhos apresentados; eV - cumprir as exigências estabelecidas no Projeto PET Saúde/Saúde Mental aprovado pelos Ministérios da Saúde e da Educação.

Art. 6º Os projetos deverão ser elaborados em conformidade com os editais a serem publicados, observada esta Portaria.

§ 1º Os valores referentes às modalidades de bolsas e a duração dos projetos serão estabelecidos nos editais.§ 2º Os projetos deverão ser assinados pelo gestor de saúde e pela IES, e dependerão da aprovação técnica dos Ministérios da Saúde e da Educação.§ 3º Os critérios de inclusão e os requisitos mínimos para a seleção dos profissionais dos serviços de atenção em saúde mental, álcool e outras drogas, que receberão o incentivo da preceptoria, e dos tutores acadêmicos, que farão parte dos projetos, devem ser definidos de maneira conjunta entre os gestores da saúde e da instituição de ensino, devendo ser amplamente divulgados aos interessados na participação do projeto.

Art. 7º Compete à Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e à Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, a responsabilidade técnico-administrativa pela execução do PET-Saúde/Saúde Mental.

Art. 8º O Ministério da Saúde utilizará os recursos orçamentários provenientes do Plano Integrado de Enfrentamento ao crack e outras Drogas (Decreto Nº 7.179, de 20 de maio de 2010) e da Medida Provisória nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito extraordinário, em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação do Plano Integrado de Enfrentamento do crack.

Art. 9º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO EDUARDO DE CAMPOS

Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação-MS

ALBERTO BELTRAME

Secretário de Atenção à Saúde-MS

MARIA PAULA DALLARI BUCCI

Secretária de Educação Superior-MEC

Comentário:

Institui o PET Saúde Mental, um Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, que tem o objetivo de fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial na área da Atenção em Saúde Mental, álcool e outras drogas.

55

Page 56: Legislaçao em saude mental 2

Portarias

Ministério

da Saúde

56

Page 57: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 52/GM Em 20 DE JANEIRO DE 2004

Institui o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando o disposto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que atribui ao Ministério da Saúde a coordenação do processo de substituição progressiva dos leitos em hospital psiquiátrico por uma rede comunitária de atenção psicossocial;

Considerando a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o Programa De Volta para Casa, por meio do qual os internos de longa permanência em hospitais psiquiátricos passam a contar com programa de suporte social que potencializa seu processo de alta hospitalar e reintegração social;

Considerando a necessidade de estabelecer critérios técnicos para a redução progressiva de leitos, especialmente nos hospitais de maior porte, de modo a garantir a adequada assistência extra-hospitalar aos internos;

Considerando a necessidade de estabelecer uma planificação racional dos investimentos financeiros do SUS no sistema hospitalar psiquiátrico e na rede de atenção psicossocial, de modo a permitir uma transição adequada do modelo assistencial; e

Considerando a urgência de se estabelecer critérios racionais para a reestruturação do financiamento e remuneração dos procedimentos de atendimento em hospital psiquiátrico, com recomposição das diárias hospitalares,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o “Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004”.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de 1º de fevereiro de 2004.

HUMBERTO COSTA

ANEXO

Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS 2004

1. O processo de mudança do modelo assistencial deve ser conduzido de modo a garantir uma transição segura, onde a redução dos leitos hospitalares possa ser planificada e acompanhada da construção concomitante de alternativas de atenção no modelo comunitário. Aprofundando estratégia já estabelecida em medidas anteriores da política de saúde mental do SUS, a redução dos leitos deve conduzir à diminuição progressiva dos hospitais de maior porte, levando em conta sua localização em regiões de maior densidade de leitos hospitalares, e deve estar ancorada num processo permanente de avaliação da qualidade do atendimento hospitalar prestado, o que vem sendo realizado anualmente através do PNASH-Psiquiatria. Na mesma direção estratégica, a recomposição das diárias hospitalares deve ser instrumento da política de redução racional dos leitos e qualificação do atendimento. A estratégia deve garantir também que os recursos financeiros que deixarem progressivamente de ser utilizados no componente

57

Page 58: Legislaçao em saude mental 2

hospitalar possam ser direcionados às ações territoriais e comunitárias de saúde mental, como os centros de atenção psicossocial, serviços residenciais terapêuticos, ambulatórios, atenção básica e outros. Finalmente, é necessário assegurar que o processo seja conduzido, na melhor tradição do SUS, através de pactuações sucessivas entre gestores (municipais, estaduais e federal), prestadores de serviços e instâncias de controle social.

2. Os hospitais psiquiátricos com mais de 160 leitos contratados/conveniados pelo SUS deverão reduzir progressivamente seus leitos contratados/conveniados, de acordo com limites máximos e mínimos que atendam às necessidades de garantia da adequada assistência aos usuários do SUS, com base em planificação local e regional .

3. Para esta finalidade, os hospitais passam a ser agrupados segundo classes de acordo com o porte, conforme o quadro. Os limites máximos e mínimos de redução anual (expressos em módulos de 40 leitos que serão descritos no item 4), aplicáveis às diversas classes hospitalares, em cada grupo, estão definidos a seguir:

Hospitais Psiquiátricos por Grupos de Classes e Limites de ReduçãoGRUPOS CLASSESNº LEITOS MÍNIMO MÁXIMO

I I até 120 Não há Não há

II 121 – 160

II III 161 – 200 1 módulo 1 módulo

IV 201 – 240

V 241 – 280

III VI 281 – 320 1 módulo 2 módulos

VII 321 – 360

VIII 361 - 400

IX 401 - 440

IV X 441 - 480 1 módulo 3 módulos

XI 481 - 520

XII 521 - 560

XIII 561 - 600

VXIV acima de

600 ¾ ¾

58

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3.1. A classe XIV comporta grupo de 8 (oito) hospitais acima de 600 leitos contratados, que terá tratamento à parte, tendo em vista sua complexidade e atipicidade. Para os hospitais desta classe, poderão ser pactuados limites maiores de redução de leitos.

4. Ficam estabelecidos MÓDULOS ASSISTENCIAIS de atendimento hospitalar, cada um com 40 leitos. Desta forma, busca-se a redução progressiva do porte hospitalar, de modo a situarem-se os hospitais, ao longo do tempo, em classes de menor porte. O módulo igual a 40 leitos passa a ser a unidade adotada para este programa de reestruturação. As exigências técnicas de equipe mínima e arquitetura para cada módulo são aquelas já definidas em normas anteriores, especialmente a Portaria nº 251/GM, de 31/01/2002.

5. Retificação/ajuste do número de leitos por módulos assistenciais.

5.1 Os hospitais que tenham leitos que excedam os limites dos módulos (múltiplos de 40) terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar de 1º/01/2004, para fazerem esta primeira reestruturação, reduzindo os leitos que superem o limite dos módulos. Assim, por exemplo, um hospital com 168 leitos SUS deverá ajustar-se para 160 leitos SUS (4 módulos); ou um hospital de 416 leitos SUS, deverá ajustar-se para 400 leitos SUS (10 módulos).

5.2 Após este período de retificação/ajuste, cada hospital passará a fazer parte da classe imediatamente acima, de acordo com o total de módulos assistenciais, conforme definido no item 6.

5.3. Esta retificação do número de leitos não será exigida aos hospitais das Classes I e II.

6. Redução dos leitos dos hospitais das Classes III a XIII

As reduções mínimas previstas no item 3 deverão ser iniciadas a partir de 1º/5/2004. A redução de leitos será objeto de pactuação entre prestadores e gestores municipais e estaduais, e formalizada conforme definido no item 9. A participação da instância estadual justifica-se em vista da abrangência regional dos hospitais, e do estabelecimento das medidas de reintegração social dos pacientes egressos.

Hospitais até 160 leitos não precisarão reduzir seus portes nesta etapa, a menos que reduções neste grupo estejam previstas e pactuadas em planos municipais ou micro-regionais de saúde mental.

7. Nova Classificação Hospitalar e Recomposição das Diárias Hospitalares

Fica estabelecida nova classificação dos hospitais psiquiátricos, baseada no número de leitos contratados/conveniados ao SUS, com novos valores de remuneração das diárias hospitalares, nas quais estão incorporados o incentivo de qualificação do atendimento prestado, aferido pelo PNASH, e também o incentivo pela redução dos leitos.

Novos valores das diárias hospitalares por classe

módulos

Novos valores diária

CLASSES Nº de leitos

após ajuste

PNASH < 80%

PNASH > 80%

I Até 120 até 3 35,80 37,00

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II 121 – 160entre 3

e 4 32,80 34,00

III 161 – 200 5 30,13 31,33

IV 201 – 240 6 28,68 29,88

V 241 – 280 7 28,35 29,55

VI 281 – 320 8 28,01 29,21

VII 321 – 360 9 27,75 28,95

VIII 361 – 400 10 26,95 28,15

IX 401 – 440 11 26,80 28,00

X 441 – 480 12 26,69 27,89

XI 481 – 520 13 26,59 27,79

XII 521 – 560 14 26,50 27,70

XIII 561 – 600 15 26,42 27,62

XIV Acima de 600 ¾ 26,36 27,56

¾Não

classificados¾ 25,15 ¾

7.1. Cada redução de 1 (um) módulo corresponderá à ascensão do hospital à classe imediatamente superior, da mesma forma que após a retificação/ajuste definida no item 4.

7.2. Os hospitais não classificados no PNASH-Psiquiatria 2002 estão em processo de descredenciamento do sistema, e permanecem com os valores de remuneração da Portaria SAS nº 77/2002.

7.3. O gestor local, municipal ou estadual, conforme o nível de gestão, deverá manter permanentemente atualizado o número de leitos dos estabelecimentos hospitalares junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES.

8. Os hospitais dos grupos II a IV (Classes III a XIII) que, após o prazo definido no item 5, não tiverem realizado o ajuste/retificação dos leitos, quando for o caso, e não tiverem iniciado o processo de redução dos leitos, através da formalização do Termo de Compromisso e

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Page 61: Legislaçao em saude mental 2

Ajustamento referido no item 10, voltarão a ser remunerados conforme os valores definidos na Portaria nº 77/SAS, de 1º/02/2002, a partir de 1º/5/2004.

9. Os recursos financeiros restantes após a redução de leitos, em cada etapa e a cada nova redução, permanecerão nos tetos municipais e estaduais, quando em gestão plena do sistema, para utilização na rede local, micro-regional e regional de serviços de saúde mental, de modo a apoiar o financiamento da implantação e manutenção de CAPS, serviços residenciais terapêuticos e outros serviços de saúde mental nos municípios de destino dos pacientes desinstitucionalizados, bem como custear equipes para suporte à desinstitucionalização.

10. Os gestores locais de saúde, durante a primeira etapa do Programa (janeiro a abril de 2004) firmarão Termo de Compromisso e Ajustamento com os prestadores públicos e privados, definindo as atribuições de ambas as partes (prestadores e gestores públicos) na garantia do adequado atendimento aos pacientes que necessitem cuidados em saúde mental, em seu âmbito de atuação. Os prestadores deverão comprometer-se a cumprir as exigências de equipe mínima e demais determinações técnicas contidas na Portaria nº 251/GM, de 31/01/2002. Os gestores municipais do âmbito de referência do hospital, bem como o gestor estadual, deverão assegurar a adequada realização do plano de reintegração social dos pacientes desinstitucionalizados, bem como assegurar o atendimento em saúde mental na rede extra-hospitalar nos territórios implicados. Este Termo de Ajustamento definirá a planificação caso a caso dos leitos a serem reduzidos.

11. Este Programa Anual - 2004 é parte integrante da política de saúde mental do SUS, cujo objetivo é a consolidação do processo de reforma psiquiátrica. Ele trata do componente hospitalar especializado, de sua reestruturação, das mudanças de seu financiamento, do redirecionamento dos recursos financeiros para atenção extra-hospitalar, da construção de planos municipais, micro-regionais e estaduais de desinstitucionalização e de implantação de rede de atenção comunitária. O Programa articula-se com outras áreas da reforma psiquiátrica, especialmente: atenção em saúde mental no hospital geral, saúde mental na atenção básica, urgência e emergência em saúde mental, consolidação da rede de CAPS I, II, III, i e AD, programa De Volta para Casa, expansão das residências terapêuticas e outros, que são objeto de normas e documentos específicos. A base teórico-conceitual e política do Programa está contida nos seguintes documentos: Lei nº 10.216/2001, Relatório Final da III Conferência Nacional de Saúde Mental, Lei nº 10.708/2003, legislação geral do SUS, Portaria nº 251/GM, de 31/01/2002 e outros textos normativos.

11.1. Fica estabelecido o prazo de 90 (noventa) dias para que a Secretaria de Atenção à Saúde apresente proposta de reorganização da atenção em saúde mental em hospital geral e de mudança dos mecanismos de financiamento aplicáveis a esta modalidade.

12. Este Programa deverá ter vigência de 12 meses, contados a partir de 1º de maio de 2004, com uma etapa preliminar de janeiro a abril de 2004, e será acompanhado por Comissão de Avaliação e Acompanhamento nomeada pelo Ministério da Saúde, integrada por representantes de:

- Ministério da Saúde;

- Prestadores Privados;

- Prestadores Filantrópicos;

- CONASS;

- CONASEMS;

- Trabalhadores de saúde;

- Conselho Nacional de Saúde; e

61

Page 62: Legislaçao em saude mental 2

- Entidade da sociedade civil vinculada ao tema dos direitos humanos.

12.1. Nos Estados com grande concentração de leitos psiquiátricos – São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Bahia e Alagoas - a Secretaria de Estado da Saúde, através da área técnica de saúde mental, constituirá Grupo Técnico de Avaliação e Acompanhamento, do qual fará parte um representante do Ministério da Saúde, encarregado de acompanhar o desenvolvimento do Programa, em articulação com a Comissão de Avaliação e Acompanhamento de âmbito federal.

Comentário:

Cria o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS – 2004, reafirmando a diretriz política de redução progressiva de leitos. O Programa estabelece um mecanismo organizador do processo de redução de leitos, com incentivo financeiro pela redução (priorizando os hospitais de menor porte) e pela melhor qualidade de assistência, aferida pelo PNASH – Psiquiatria.

62

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PORTARIA Nº 53/GM Em 20 DE JANEIRO DE 2004

Cria novos procedimentos no âmbito do Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004 e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e nos termos do “Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar do SUS – 2004”, instituído pela Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004,

R E S O L V E:

Art. 1º Incluir na Tabela do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde SIH-SUS o grupo 63.100.06-1 - Internação em Psiquiatria RPH, com os procedimentos abaixo:

63.001.58.6 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe I - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

30,85 2,50 2,45 35,80 006 00 01

63.001.59.4 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe II - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

27,85 2,50 2,45 32,80 006 00 01

63.001.60.8 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe III - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

25,18 2,50 2,45 30,13 006 00 01

63.001.61.6 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe IV - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

23,73 2,50 2,45 28,68 006 00 01

63

Page 64: Legislaçao em saude mental 2

63.001.62.4 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe V - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

23,40 2,50 2,45 28,35 006 00 01

63.001.63.2 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe VI - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

23,06 2,50 2,45 28,01 006 00 01

63.001.64.0 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe VII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

22,20 2,50 2,45 27,75 006 00 01

63.001.65.9 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe VIII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

22,00 2,50 2,45 26,95 006 00 01

63.001.66.7– Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe IX - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,85 2,50 2,45 26,80 006 00 01

63.001.67.5 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe X - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,74 2,50 2,45 26,69 006 00 01

63.001.68.3 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XI - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

64

Page 65: Legislaçao em saude mental 2

21,64 2,50 2,45 26,59 006 00 01

63.001.69.1 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,55 2,50 2,45 26,50 006 00 01

63.001.70.5 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XIII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,47 2,50 2,45 26,42 006 00 01

63.001.71.3 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XIV - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,41 2,50 2,45 26,36 006 00 01

Parágrafo único. Os valores constantes deste artigo terão vigência a partir da competência fevereiro de 2004, podendo sofrer as modificações previstas no artigo 4º , a partir da competência maio de 2004.

Art. 2º Definir que aos valores constantes do artigo 1º será acrescentado o valor de R$ 1,20 (um real e vinte centavos), para aqueles hospitais que tiverem obtido pontuação igual ou superior a 81% no PNASH-Psiquiatria.

Art. 3º Manter os valores atuais para o procedimento abaixo:

63.001.56.0 – Tratamento Psiquiátrico em hospitais não classificados de acordo com os indicadores de qualidade aferidos pelo PNASH – Psiquiatria

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

20,20 1,67 2,45 25,15 006 00 01

Art. 4º Definir que os hospitais que não cumprirem as exigências definidas na Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, deixarão de ser remumerados através dos procedimentos constantes no artigo 1º desta Portaria, voltando a ser remunerados de acordo com a Portaria nº 77/SAS de 1º/02/2002, a partir de 01 de maio de 2004.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de 1º de fevereiro de 2004.

HUMBERTO COSTA

65

Page 66: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 358/GM Em 9 DE MARÇO DE 2004

Estabelece recursos para a reforma assistencial psiquiátrica nos estados, DF e municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que aprova o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004; e

Considerando a Portaria nº 53/GM, de 20 de janeiro de 2004, que cria novos procedimentos no âmbito do Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS - 2004,

R E S O L V E:

Art. 1º Estabelecer recursos no montante de R$ 44.175.224,04 (quarenta e quatro milhões, cento e setenta e cinco mil, duzentos e vinte e quatro reais e quatro centavos) a serem incorporados ao limite financeiro anual da assistência ambulatorial e hospitalar (média e alta complexidade) dos Estados, Distrito Federal e Municípios habilitados em Gestão Plena do Sistema Municipal, conforme distribuição constante dos Anexos I e II desta Portaria.

Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de Trabalho:

10.846.1220.0906 – Atenção à Saúde dos Municípios habilitados em Gestão Plena do Sistema e nos Estados habilitados em Gestão Plena/Avançada; e

10.846.1220.0907 – Atenção à Saúde dos Municípios não habilitados em Gestão Plena do Sistema e nos Estados não habilitados em Gestão Plena/Avançada.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência fevereiro de 2004.

HUMBERTO COSTA

ANEXO I

UFLimite Mensal

(R$) Limite Anual (R$)

Acre 12.684,05 152.208,60

Alagoas 82.250,43 987.005,16

Amazonas 8.597,90 103.174,80

Amapá 0,00 0,00

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Page 67: Legislaçao em saude mental 2

Bahia 116.598,05 1.399.176,60

Ceará 150.784,04 1.809.408,48

Distrito Federal 17.271,34 207.256,08

Espírito Santo 31.722,70 380.672,40

Goiás 188.104,72 2.257.256,64

Maranhão 52.585,26 631.023,12

Minas Gerais 295.159,97 3.541.919,64

Mato Grosso do Sul 23.983,65 287.803,80

Mato Grosso 56.667,67 680.012,04

Pará 65.223,60 782.683,20

Paraíba 57.666,26 691.995,12

Pernambuco 280.659,02 3.367.908,24

Piauí 19.316,36 231.796,32

Paraná 324.068,79 3.888.825,48

Rio de Janeiro 600.618,34 7.207.420,08

Rio Grande do Norte 77.864,20 934.370,40

Rondônia 0,00 0,00

Roraima 0,00 0,00

Rio Grande do Sul 127.589,91 1.531.078,92

Santa Catarina 50.600,59 607.207,08

Sergipe 70.445,96 845.351,52

São Paulo 961.234,46 11.534.813,52

Tocantins 9.571,40 114.856,80

TOTAL 3.681.268,67 44.175.224,04

67

Page 68: Legislaçao em saude mental 2

ANEXO II

UF Município Valor mensal (R$) Valor anual (R$)

AL ARAPIRACA 14.508,93 174.107,16

AL MACEIO 46.419,85 557.038,20

BA ITABUNA 11.673,87 140.086,44

BA JUAZEIRO 9.796,23 117.554,76

BA VITORIA DA CONQUISTA 24.176,47 290.117,64

CE CRATO 9.606,71 115.280,52

CE FORTALEZA 141.177,33 1.694.127,96

GO ANAPOLIS 11.099,39 133.192,68

GO APARECIDA DE GOIANIA 35.923,62 431.083,44

GO GOIANIA 99.674,50 1.196.094,00

GO JATAI 5.494,93 65.939,16

GO RIO VERDE 15.414,54 184.974,48

MA IMPERATRIZ 17.664,31 211.971,72

MA SAO LUIS 34.920,95 419.051,40

MG ALFENAS 6.124,49 73.493,88

MG BARBACENA 42.610,53 511.326,36

MG BELO HORIZONTE 34.821,05 417.852,60

MG DIVINOPOLIS 18.682,82 224.193,84

MG JUIZ DE FORA 92.590,27 1.111.083,24

MG LAVRAS 8.963,05 107.556,60

68

Page 69: Legislaçao em saude mental 2

MG UBERABA 16.311,77 195.741,24

MS CAMPO GRANDE 16.652,99 199.835,88

MT CUIABA 20.824,61 249.895,32

MT RONDONOPOLIS 16.684,02 200.208,24

PB JOAO PESSOA 42.512,16 510.145,92

PE CAMARAGIBE 27.747,76 332.973,12

PE CARUARU 16.079,62 192.955,44

PE OLINDA 15.550,39 186.604,68

PE PAULISTA 12.523,79 150.285,48

PE RECIFE 138.789,37 1.665.472,44

PI TERESINA 19.316,36 231.796,32

PR CURITIBA 72.254,10 867.049,20

PR LONDRINA 36.732,14 440.785,68

PR MARINGA 12.932,18 155.186,16

PR UMUARAMA 16.693,60 200.323,20

RJ DUQUE DE CAXIAS 16.423,79 197.085,48

RJ NITEROI 74.066,96 888.803,52

RJ NOVA FRIBURGO 20.917,51 251.010,12

RJ NOVA IGUACU 5.861,85 70.342,20

RJ PETROPOLIS 14.573,28 174.879,36

RJ RIO DE JANEIRO 194.199,23 2.330.390,76

RJ SAO JOAO DE MERITI 18.073,07 216.876,84

69

Page 70: Legislaçao em saude mental 2

RJ VASSOURAS 26.973,43 323.681,16

RJ VOLTA REDONDA 6.444,69 77.336,28

RN MOSSORO 13.501,96 162.023,52

RN NATAL 64.362,24 772.346,88

RS CAXIAS DO SUL 12.234,53 146.814,36

RS PELOTAS 11.466,51 137.598,12

RS PORTO ALEGRE 80.031,26 960.375,12

SC CRICIUMA 20.131,36 241.576,32

SE ARACAJU 18.980,97 227.771,64

SP AMERICANA 20.794,23 249.530,76

SP AMPARO 38.240,79 458.889,48

SP ARACATUBA 27.299,41 327.592,92

SP ARARAQUARA 18.039,75 216.477,00

SP BARRETOS 23.007,05 276.084,60

SP CAMPINAS 27.976,08 335.712,96

SP CATANDUVA 14.141,90 169.702,80

SP FRANCA 55.094,01 661.128,12

SP GARCA 12.695,33 152.343,96

SP INDAIATUBA 8.705,25 104.463,00

SP MARILIA 15.081,69 180.980,28

SP OSASCO 8.831,76 105.981,12

70

Page 71: Legislaçao em saude mental 2

SP OURINHOS 25.830,95 309.971,40

SP PENAPOLIS 14.487,67 173.852,04

SP PRESIDENTE PRUDENTE 43.997,14 527.965,68

SPSAO BERNARDO DO CAMPO

12.004,60 144.055,20

SP SAO JOSE DO RIO PRETO 23.810,17 285.722,04

SP SAO JOSE DOS CAMPOS 33.733,81 404.805,72

SP SAO PAULO 95.407,80 1.144.893,60

SP SOROCABA 60.025,89 720.310,68

Total 2.340.396,62 28.084.759,44

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Page 72: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 595/GM Em 8 DE ABRIL DE 2004

Habilita Municípios a integrarem o Programa “De Volta Para Casa” e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DE SAÚDE, no uso de suas atribuições, com base no que determina a Lei nº 10.216, de 16 de abril de 2001; a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003; a Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003 e a Portaria Interministerial nº 1.777/GM, de 09 de setembro de 2003; e considerando a necessidade de proporcionar aos pacientes psiquiátricos internados em Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou em alas de tratamento psiquiátrico no interior do Sistema Penal, o acesso ao benefício do Programa De Volta Para Casa,

R E S O L V E:

Art. 1º Habilitar os 7 Municípios relacionados abaixo a integrarem o Programa “De Volta Para Casa” por serem sede de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico:

I - Manaus (AM);

II - Itaitinga (CE);

III - Itamaracá (PE);

IV - Natal (RN);

V - Florianópolis (SC);

VI - Aracajú (SE); e

VII - Taubaté (SP).

Art. 2º Habilitar o Distrito Federal a integrar o Programa “De Volta Para Casa”, em função de ser sede de Ala de Tratamento Psiquiátrico no Sistema Penal.

Art. 3º Os referidos Municípios deverão dar entrada ao processo de adesão ao Programa, segundo definido em art. 3º da Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003, num prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação desta Portaria, para formalização junto à Secretaria de Atenção à Saúde - SAS.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

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Page 73: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1174/GM Em 15 DE JUNHO DE 2004

Destina incentivo financeiro para Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental;

Considerando a Portaria nº 189/SAS, de 20 de março de 2002, que inclui procedimentos ambulatoriais na tabela do SIA-SUS para o custeio dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, e

Considerando a necessidade de estruturação e consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro, da ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para cada CAPS I, R$ 30.000,00 (trinta mil reais), para cada CAPS II, R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), para cada CAPS III, e R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPSi, habilitado pelo Ministério da Saúde no Distrito Federal, nos Estados e nos municípios, no exercício de 2004, para realizar os procedimentos definidos pela Portaria nº 189/SAS, de 20 de março de 2002.

§ 1º Os incentivos de que trata o caput deste artigo serão transferidos em parcela única, fundo a fundo, ao Distrito Federal, aos Estados e aos municípios, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade.

§ 2º O incentivo de que trata o caput deste artigo não se aplica aos CAPS que foram implantados no Distrito Federal, nos Estados e nos municípios, mediante celebração de convênio desses com fundações, ONGs ou instituições filantrópicas, pois se destina a apoiar financeiramente apenas a implantação de serviços de natureza jurídica pública.

Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 1312 - Atenção à Saúde de Populações Estratégicas em situações especiais de agravo:

I - 10.846.1312.0844.0001 - Apoio a serviços extra-hospitalares para transtornos de saúde mental e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

Parágrafo único. Para fazer face às despesas previstas nesta Portaria, estão alocados recursos da ordem de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) no item orçamentário supracitado.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

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Page 74: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1608/GM Em 3 DE AGOSTO DE 2004

Constitui Fórum Nacional sobre Saúde Mental de Crianças e Adolescentes.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216/01 e da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que apontam a necessidade de estender mais eficazmente as iniciativas da reforma psiquiátrica à população infanto-juvenil;

Considerando a elevada prevalência dos transtornos psicossociais entre crianças e adolescentes e a necessidade de ampliação da cobertura assistencial destinada a esse segmento, bem como da realização de um diagnóstico aprofundado das condições de atendimento atualmente oferecidas;

Considerando a existência de importantes setores da sociedade civil e entidades filantrópicas que prestam relevante atendimento nessa área;

Considerando as interfaces que uma política de atenção em saúde mental a crianças e adolescentes apresentam necessariamente com outras políticas públicas, como ação social, direitos humanos, justiça, educação, cultura e outras;

Considerando a experiência bem sucedida da implantação de fóruns intersetoriais de saúde mental de crianças e adolescentes em Estados e municípios brasileiros, bem como as recomendações da Organização Mundial da Saúde no sentido de uma política marcadamente intersetorial;

Considerando as recomendações, da Organização Mundial da Saúde e da Federação Mundial para Saúde Mental, de atenção especial dos governos para a saúde mental da infância e da juventude;

Considerando a grave situação de vulnerabilidade deste segmento em alguns contextos específicos, exigindo iniciativas eficazes de inclusão social; e

Considerando as recomendações oriundas do Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental de Crianças e Adolescentes, criado pela Portaria nº 1946/GM, de 10 de outubro de 2003,

R E S O L V E:

Art. 1º Constituir Fórum Nacional sobre Saúde Mental da Infância e Juventude, com as seguintes atribuições:

I - funcionar como espaço de articulação intersetorial e discussão permanente sobre as políticas para esta área;

II - estabelecer diretrizes políticas nacionais para o ordenamento do conjunto de práticas que envolvam o campo da atenção à saúde mental infanto-juvenil;

III - promover a integração, a articulação e a interlocução entre as diversas instituições que atuam no campo da atenção à saúde mental dessa população; e

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Page 75: Legislaçao em saude mental 2

IV - produzir conhecimento e informações que subsidiem as instituições responsáveis pelas políticas públicas nessa área, nos diversos âmbitos de gestão.

Art. 2º O Fórum Nacional sobre Saúde Mental da Infância e Juventude será composto por representantes das seguintes instâncias:

I - Área Técnica de Saúde Mental - DAPE/SAS, que o coordenará;

II - Área Técnica de Saúde Mental – Política de Álcool e Outras Drogas - DAPE/SAS;

III - Área Técnica de Saúde da Criança - DAPE/SAS;

IV - Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem - DAPE/SAS;

V - Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência - DAPE/SAS;

VI - Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - SAS;

VII - Departamento de Atenção Básica - SAS;

VIII - Programa Nacional de DST/AIDS/SVS;

IX - Representantes dos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil, sendo um representante por região brasileira;

X - Fórum Nacional de Coordenadores de Saúde Mental;

XI - Representantes de Coordenadores de Saúde Mental, sendo um representante por região brasileira;

XII - Conselho Nacional de Saúde;

XIII - Ministério da Justiça;

XIV - Ministério da Educação;

XV - Ministério da Cultura;

XVI - Ministério dos Esportes;

XVII - Conselho Nacional de Procuradores -Promotoria de Defesa à Saúde, do Ministério Público;

XVIII - Associação de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e Juventude;

XIX - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

XX - Secretaria Especial de Direitos humanos - SEDH/PR;

XXI – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA/SEDH/PR;

XXII - Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE/SEDH/PR;

XXIII - Federação Brasileira de Entidades para Excepcionais - FEBIEX;

XXIV - Federação Nacional das APAES;

XXV - Federação Nacional das Instituições Pestallozzi;

XXVI - Associação Brasileira de Autismo;

XXVII - Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal;

XXVIII - Comissão de Seguridade Social e Saúde da Câmara dos Deputados;

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Page 76: Legislaçao em saude mental 2

XXIX - Associação Juízes para a Democracia - AJD;

XXX - Fórum Nacional de Conselheiros Tutelares;

XXXI - Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria da Infância e Adolescência - ABENEPI; e

XXXII - dois representantes de Movimentos Nacionais de Crianças e Jovens, a serem definidos na primeira reunião deste Fórum.

Parágrafo único. As representações terão assento permanente no fórum, o qual poderá convocar a participação de outros segmentos representativos e de convidados.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:

Constitui o Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, com a finalidade de construir, coletiva e intersetorialmente, as bases, princípios e diretrizes de uma política pública de saúde mental especificamente dirigida a este segmento. Veja as Recomendações do Fórum nesta publicação.

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Page 77: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1935/GM Em 16 DE SETEMBRO DE 2004

Destina incentivo financeiro antecipado para Centros de Atenção Psicossocial em fase de implantação, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e as diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental; e

Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro antecipado para o Distrito Federal, estados e municípios que estiverem dando curso ao processo de implantação de novos Centros de Atenção Psicossocial-CAPS, observadas as diretrizes da Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, e apresentarem ao Ministério da Saúde:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;

II - projeto terapêutico do serviço;

III - cópia das identidades profissionais dos técnicos compondo equipe mínima, segundo as diretrizes da Portaria nº 336, de 2002; e

IV - termo de compromisso do gestor local assegurando o início do funcionamento do CAPS em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo, sob pena de devolução ao Fundo Nacional de Saúde dos recursos repassados.

Art. 2º Definir que o incentivo de que trata o artigo 1º desta Portaria seja da ordem de:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para cada CAPS I em fase de implantação;

II - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPS II em fase de implantação;

III - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPSi em fase de implantação;

IV - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPS III em fase de implantação; e

V - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPS ad em fase de implantação.

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, fundo a fundo, ao Distrito Federal, aos estados e aos municípios, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade.

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação dos Centros de Atenção Psicossocial, podendo ser utilizados para reforma do local em que funcionará o CAPS, compra de equipamentos, compra de material de consumo e/ou capacitação da equipe técnica e outros itens de custeio.

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Page 78: Legislaçao em saude mental 2

§ 3º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas a implantação de serviços de natureza jurídica pública.

Art. 3º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 1312 - Atenção à Saúde de Populações Estratégicas em situações especiais de agravo: 10.846.1312.0844.0001 - Apoio a serviços extra-hospitalares para transtornos de saúde mental e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

§ 1º Para fazer face às despesas previstas nesta Portaria, estão alocados recursos da ordem de R$ 2.550.000,00 (dois milhões quinhentos e cinqüenta mil reais) no item orçamentário supracitado, no exercício de 2004, para os incentivos referentes aos CAPS I, CAPS II, CAPS III e CAPSi.

§ 2º Os incentivos para a implantação dos CAPS ad – Centros de Atenção Psicossocial para Atendimento de Pacientes com Transtornos causados pelo uso prejudicial e/ou dependência de álcool e outras drogas - deverão onerar os seguintes programas de trabalho, conforme estabelecido pela Portaria nº 816/GM, de 30 de abril de 2002:

I - 10.302.0023.4306 – Atendimento Ambulatorial, Emergencial e Hospitalar em regime de Gestão Plena do Sistema Único de Saúde – SUS; e

II - 10.302.0023.4307 – Atendimento Ambulatorial, Emergencial e Hospitalar prestado pela Rede Cadastrada no Sistema Único de Saúde – SUS.

Art. 4º Para os gestores que não apresentarem ao Ministério da Saúde os itens constantes do artigo 1º desta Portaria, permanecem as disposições da Portaria nº 1.174/GM, de 15 de junho de 2004.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:

Esta portaria destina, pela primeira vez, incentivo financeiro antecipado para municípios que estão em processo de implantação de CAPS. Esta portaria foi superada pela PT MS/GM 245, de 17 de fevereiro de 2005.

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Page 79: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 2.068/GM Em 24 DE SETEMBRO DE 2004

Destina incentivo financeiro para os Serviços Residenciais Terapêuticos e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando as Portarias n° 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000, que cria os Serviços Residenciais Terapêuticos, e nº 1.220/GM, de 7 de novembro de 2000, que regulamenta seu funcionamento;

Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação; e

Considerando a importância que os Serviços Residenciais Terapêuticos apresentam para o processo de reformulação do modelo assistencial em saúde mental, a implementação e fortalecimento do Programa de Volta para Casa e a consolidação do Programa de Reorientação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS;

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro para os municípios, os estados e o Distrito Federal que estiverem dando curso ao processo de implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos, observadas as diretrizes da Portaria nº 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000.

Art. 2° Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja efetivado, que o Gestor responsável pelo Serviço Residencial Terapêutico encaminhe ao Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPE, Área Técnica de Saúde Mental, da Secretaria de Atenção à Saúde/SAS, os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro, informando o número de módulos (residências), com as informações constantes na planilha anexa, devidamente preenchida Anexo;

II - termo assinado pelo Gestor informando a situação (em funcionamento ou em fase de implantação/adequação) dos Serviços Residenciais Terapêuticos;

III - no caso dos serviços que ainda estejam em processo de implantação, o gestor assumirá o compromisso de assegurar condições para que o serviço entre em funcionamento em até três (3) meses após o recebimento do incentivo, sob pena de devolver ao Fundo Nacional de Saúde, o valor correspondente ao repasse referente ao serviço não implantado. O funcionamento será comprovado mediante acompanhamento da produção;

IV - projeto terapêutico do serviço residencial;

V - identificação do serviço de saúde mental e/ou equipe de saúde mental responsável pelo suporte terapêutico ao morador do Serviço Residencial Terapêutico; e

VI - proposta técnica de aplicação dos recursos.

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, fundo a fundo, aos municípios,

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Page 80: Legislaçao em saude mental 2

aos estados e ao Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por cada módulo com oito vagas, podendo a residência ter um ou até oito moradores.

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na melhoria e/ou implantação dos Serviços Residenciais Terapêuticos, conforme estabelecido no inciso E do art. 2º.

Art. 3º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria correrão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 1312 - Atenção à Saúde de Populações Estratégicas em Situações Especiais de Agravo, nas ações:

I - 10.845.1312.0843 - auxílio reabilitação psicossocial aos egressos de longa internação psiquiátrica no SUS; e

II -10.846.1312.0844 - apoio a serviços extra-hospitalares para portadores de transtornos de saúde mental e/ou portadores de transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

Parágrafo único. Para fazer face às despesas previstas nesta Portaria, estão alocados recursos da ordem de R$ 2.600.000,00 (dois milhões e seiscentos mil reais), nos itens orçamentários supracitados, referentes aos exercícios de 2004 e 2005, para os incentivos destinados aos Serviços Residenciais Terapêuticos.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Anexo

Informações Referentes aos Serviços Residenciais Terapêuticos

UF: Nome do município:

Nome do Gestor responsável pelo SRT: n° de casa(s) (módulos):

n° de moradores por módulo: Natureza Jurídica do SRT:

CNPJ: Endereço completo do SRT:

Telefone: FAX:

Nome do Técnico responsável/supervisor do SRT:

Telefone de contato:

E-mail:

Identificação da Unidade Ambulatorial ou Equipe de Saúde Mental de referência: (localização, endereço e telefone de contato)

Código CNES, quando cadastrado:

Data do cadastro no SUS:

Data de início de funcionamento do SRT:

Origem dos recursos para a manutenção dos serviços:

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Page 81: Legislaçao em saude mental 2

Para os serviços residenciais que já estejam em funcionamento preencher o quadro abaixo (um quadro para cada um dos SRT), além dos dados anteriores:

Nome do Técnico Responsável pelo SRT:

Nome do(s) cuidador(s) e horário de trabalho:

Nome do Morador

Data de Nascimento

Idade Raça Sexo CPF CI Tempo que

está no SRT

Procedência (Hospital,

abrigo, morador de

rua etc)

Possui algum Benefício

LOAS

Aux.

Reabilitação

outro

Comentário:

Destina incentivo financeiro para os municípios em processo de implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos. Norma superada pela PT MS/GM 246, de 17 de fevereiro de 2005.

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Page 82: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 2.069/GM Em, 24 DE SETEMBRO DE 2004

Habilita municípios a integrarem o Programa “De Volta Para Casa” e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DE SAÚDE, no uso de suas atribuições, com base no que determinam as Leis nº 10.216, de 16 de abril de 2001, e nº 10.708, de 31 de julho de 2003, e considerando ainda o que dispõe os arts. 3º e 4º da Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003, que trata da regulamentação do Programa “De Volta para Casa”,

R E S O L V E:

Art. 1º Habilitar 14 (quatorze) municípios abaixo relacionados a integrarem o Programa “De Volta Para Casa”, por serem municípios que realizam ações de reintegração social para pessoas acometidas por transtornos mentais e têm possibilidade de acolher pacientes egressos de hospitais localizados em outros municípios.

I - Apucarana (PR)

II - Belém (PA)

III - Belford Roxo (RJ)

IV - Campos Novos (SC)

V - Cariacica (ES)

VI - Itabaiana (SE)

VII - Lages (SC)

VIII - Monte Alegre de Sergipe (SE)

IX - Nossa Senhora da Glória (SE)

X - Nova Iguaçu (RJ)

XI - Resende (RJ)

XII - Rio Branco (AC)

XIII - Santos (SP)

XIV - Teresina (PI)

Art. 2º Habilitar 7 (sete) municípios abaixo relacionados, em virtude de possuírem alta concentração de leitos psiquiátricos:

I - Cachoeiro do Itapemirim (ES)

II - Caxias do Sul (RS)

III - Juazeiro (BA)

IV - Piedade (SP)

V - Piraquara (PR)

VI - Salto do Pirapora (SP)

VII - Tupã (SP)

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Page 83: Legislaçao em saude mental 2

Art. 3º Habilitar 26 (vinte e seis) municípios abaixo relacionados, por serem os municípios de origem de beneficiários potenciais do Programa “De Volta para Casa”, atualmente internados em hospitais psiquiátricos em processo de descredenciamento do SUS:

I - Acari (RN)

II - Além Paraíba (mg)

III - Boqueirão (PB)

IV - Cabo de Santo Agostinho (PE)

V - Campo Formoso (BA)

VI - Caruaru (PE)

VII - Cuité (PB)

VIII - Cruzeta (RN)

IX - Currais Novos (RN)

X - Jaboatão dos Guararapes (PE)

XI - Jaguarari (BA)

XII - Juazeiro (BA)

XIII - Lagoa Nova (RN)

XIV - Lagoa Seca (PB)

XV - Limoeiro (PE)

XVI - Massaranduba (PB)

XVII - Olinda (PE)

XVIII - Ouro Branco (RN)

XIX - Patos (PB)

XX - Paulista (PE)

XXI - Petrolina (PE)

XXII - Pirapora (mg)

XXIII - Queimadas (PB)

XXIV - São Lourenço da Mata (PE)

XXV - Senhor do Bonfim (BA)

XXVI - Vitória de Santo Antão (PE)

Art. 4º Habilitar 30 (trinta) municípios abaixo relacionados, por serem municípios de origem de pacientes egressos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador:

I - Belmonte

II - Boa Vista do Tupim

III - Brumado

IV - Cachoeira

V - Canavieiras

VI - Coaraci

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Page 84: Legislaçao em saude mental 2

VII - Cruz das Almas

VIII - Dario Moreira

IX - Guanambi

X - Ilhéus

XI - Itapetinga

XII - Itabuna

XIII - Itapitanga

XIV - Jussara

XV - Jequié

XVI - Marcionílio Souza

XVII - Mata de São João

XVIII - Nova Ibiá

XIX - Olindina

XX - Pedrão

XXI - Perdido

XXII - Poções

XXIII - Queimadas

XXIV - Quixabeira

XXV - Ruy Barbosa

XXVI - São Cristovão

XXVII - Serrinha

XXVIII - Teixeira de Freitas

XXIX - Una

XXX - Valença

Art. 5º Habilitar 25 (vinte e cinco) municípios abaixo relacionados, por serem municípios de origem de beneficiários potenciais do programa “De Volta para Casa”, segundo levantamento encaminhado ao Ministério da Saúde pelo Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais:

I - Aimorés

II - Bicas

III - Carandaí

IV - Caratinga

V - Contagem

VI - Divinópolis

VII - Governador Valadores

VIII - Leopoldina

IX - Lima Duarte

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Page 85: Legislaçao em saude mental 2

X - Mariana

XI - Nova Lima

XII - Oliveira

XIII - Ouro Preto

XIV - Passos

XV - Patos de Minas

XVI - Ponte Nova

XVII - Pouso Alegre

XVIII - Sabará

XIX - Santos Dumont

XX - São Sebastião do Paraíso

XXI - São João Nepomuceno

XXII - Sete Lagoas

XXIII - Teófilo Otoni

XXIV - Uberaba

XXV - Viçosa

Art. 6º Estabelecer que os referidos municípios devam encaminhar o pedido de adesão ao Programa, segundo definido no art. 3º da Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003, num prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação desta Portaria, para formalização de sua adesão junto à Secretaria de Atenção à Saúde - (SAS) deste Ministério.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

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PORTARIA Nº 2.197/GM Em 14 DE OUTUBRO DE 2004

Redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria nº 816/GM, de 30 de abril de 2002, que instituiu, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria nº 817/GM, de 30 de abril de 2002, que incluiu, na Tabela SIH-SUS, grupo específico de procedimentos voltados para a atenção hospitalar a usuários de álcool e outras drogas;

Considerando as determinações do documento “A Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas” que prioriza que as ações de caráter terapêutico, preventivo, educativo e reabilitador, direcionadas a pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas (e seus familiares) sejam realizadas na comunidade;

Considerando informações fornecidas pela Organização Mundial da Saúde - OMS, e sustentadas por estudos e pesquisas epidemiológicas consistentes, de que a dependência de álcool acomete cerca de 10 a 12% da população mundial;

Considerando as conclusões do Relatório da OMS intitulado “Neurociências: consumo e dependência de substâncias psicoativas”, que apontam o álcool como importantíssima causa de mortalidade e incapacidade;

Considerando pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, divulgada em 2003, à qual revelou que 11,2% dos brasileiros que moram nas 107 maiores cidades do País são dependentes de álcool, corroborando consistentemente a equivalência entre esta realidade nacional e a apontada pela OMS;

Considerando a ocorrência, no triênio 2001/2002/2003, de 246.482 internações para o tratamento de problemas relacionados ao uso do álcool, que correspondem a 82% do total de internações decorrentes do uso de álcool e outras drogas, no período mencionado (DATASUS, 2004);

Considerando o fato de que a atenção hospitalar deve apoiar os casos graves de dependência de álcool e outras drogas, no que diz respeito a situações de urgência/emergência e de internações de curta duração que se fizerem necessárias ao manejo terapêutico de tais casos;

Considerando a Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS - que, em suas estratégias gerais, recomenda a ampliação da atenção integral à saúde, promovendo a intersetorialidade; e

Considerando a necessidade de que o SUS ofereça respostas integrais e articuladas nos diferentes níveis de complexidade, de acordo com a demanda apresentada pelos seus usuários,

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R E S O L V E:

Art. 1° Instituir, no âmbito do SUS, o Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas, a ser desenvolvido de forma articulada pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 2º Estabelecer que o Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas tenha como seus principais componentes:

I - componente da atenção básica;

II - componente da atenção nos CAPS-AD, ambulatórios e outras unidades extra-hospitalares especializadas;

III - componente da atenção hospitalar de referência; e

IV - componente da rede de suporte social (associações de ajuda mútua e entidades da sociedade civil), complementar à rede de serviços disponibilizados pelo SUS.

Art. 3º O componente da atenção básica, de que trata o inciso I do artigo 2° desta Portaria refere-se à atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas em unidades de atenção básica, ambulatórios não-especializados, Programa Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde, entre outros dispositivos de cuidados possíveis, no âmbito da atenção básica, e deve ter como principais características:

I - atuação articulada ao restante da rede de atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas, bem como à rede de cuidados em saúde mental, devendo ainda ser implicada a rede de cuidados em DST/AIDS;

II - atuação e inserção comunitárias, em maior nível de capilaridade para ações como detecção precoce de casos de uso nocivo e/ou dependência de álcool e outras drogas, de forma articulada a práticas terapêuticas/preventivas/educativas, tais como aconselhamento breve e intervenções breves voltadas para a redução ou o cessar do consumo, contemplando ainda o encaminhamento precoce para intervenções mais especializadas, ou para a abordagem de complicações clínicas e/ou psiquiátricas decorrentes de tal consumo; e

III - adoção da lógica de redução de danos, que é estratégica para o êxito das ações desenvolvidas por essas unidades.

Art. 4º O componente da atenção nos CAPSad, ambulatórios e outras unidades especializadas, objeto do inciso II, do artigo 2º desta Portaria, obedece a uma lógica de oferta de cuidados baseados na atenção integral, devendo ter como principais características:

I - oferta aos usuários de álcool e outras drogas e seus familiares, de acolhimento, atenção integral (práticas terapêuticas/preventivas/de promoção de saúde/educativas/de reabilitação psicossocial) e estímulo à sua integração social e familiar;

II - inserção comunitária de práticas e serviços, os quais devem atender a uma população referida a um território específico;

III - funcionamento, especialmente para os CAPSad, segundo normas expressas pelas Portarias nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, n° 189/SAS, de 20 de março de 2002, nº 816/GM, de 30 de abril de 2002, e n° 305/SAS, de 3 de maio de 2002;

IV - articulação de todas estas unidades ao restante da rede de atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas, bem como à rede de cuidados em saúde mental, devendo ainda ser considerada a rede de cuidados em DST/AIDS; e

V - adoção da lógica de redução de danos, como estratégica para o êxito das ações desenvolvidas por estas unidades.

§ 1º As outras unidades ambulatoriais mencionadas devem trabalhar seguindo orientação

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específica, porém, dentro de sistemática similar à utilizada para os CAPSad, quanto à proposta de atenção integral a usuários e familiares, à inserção comunitária e à lógica territorial desses serviços.

§ 2º A criação do Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHR-ad) não exclui a obrigatoriedade da existência de leitos para desintoxicação e repouso, conforme previsto pela Portaria nº 336/02/GM, mencionada anteriormente;

Art. 5º O componente de atenção hospitalar de referência, objeto do inciso III, do artigo 2º desta Portaria, define que os Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad serão instalados em Hospitais Gerais, e têm como objetivos:

I - compor rede de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, participando do sistema de organização e regulação das demandas e fluxos assistenciais, em área geográfica definida, respeitando as atribuições e competências das instâncias do SUS para a sua implantação e gerenciamento;

II - compor, na rede assistencial, e em sua estrutura de atendimento hospitalar de urgência e emergência, a rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas;

III - atuar respeitando as premissas do SUS e a lógica territorial, salvo em casos de ausência de recursos assistenciais similares, onde a clientela atendida poderá ultrapassar os limites territoriais previstos para a abrangência do serviço;

IV - dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de urgência/emergência que sejam decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras drogas, advindas da rede dos Centros de Atenção Psicossocial para a Atenção a Usuários de Álcool e outras Drogas (CAPSad), da rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da Família, e Unidades Básicas de Saúde), e de serviços ambulatoriais especializados e não-especializados;

V - oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração para usuários de álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-hospitalares disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de necessidade imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as determinações da Lei nº 10.216, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima e curta permanência;

VI - oferecer, nas situações descritas nos incisos III e IV, do artigo 2° desta Portaria, abordagem, suporte e encaminhamento adequado aos usuários que, mediante avaliação geral, evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica; e

VII - evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais psiquiátricos.

Art. 6º O componente da rede de suporte social, objeto do inciso II, do artigo 2º desta Portaria inclui dispositivos comunitários de acolhida e cuidados, que devem ter as seguintes características:

I - estar articulados à rede de cuidados do SUS (não sendo, porém, componentes dessa rede, mas instância complementar), são exemplos os grupos de mútua ajuda, entidades congregadoras de usuários, associações comunitárias e demais entidades da sociedade civil organizada;

II - configurar, assim, estrutura complementar à rede de serviços disponibilizados pelo SUS; e

III - respeitar as determinações da Lei nº 10.216, para unidades, não componentes da rede do SUS, que trabalham com a permanência de pacientes em regime fechado.

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Art. 7° Determinar que os objetivos descritos no artigo 5º desta Portaria sejam direcionados prioritariamente a pessoas que fazem uso prejudicial de álcool, em face da magnitude epidemiológica do seu uso e de suas conseqüências, porém, contemplando igualmente o conjunto de usuários de álcool e outras drogas que apresente a maior demanda por cuidados, no território de abrangência de cada serviço.

Parágrafo único. O componente hospitalar do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas obedece às determinações da Lei nº 10.216/2001 que são relativas à internação hospitalar, considerando em sua lógica de funcionamento somente internações hospitalares que demandem por curta permanência dos usuários, em suas unidades de referência.

Art. 8º Inserir, na tabela de procedimentos do SIH-SUS, os seguintes procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas, e realizados em Serviço Hospitalar de Referência (SHR-ad) previamente habilitados:

I - tratamento de intoxicação aguda, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas - SHRad (tempo de permanência: 24 a 48 horas);

II - tratamento da síndrome de abstinência do álcool, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas - SHRad (tempo de permanência: 3 a 7 dias); e

III - tratamento de dependência do álcool, com a presença de intoxicação aguda com evolução para a instalação de síndrome de abstinência grave, ou ainda outros quadros de síndrome de abstinência seguidos por complicações clínicas, neurológicas e psiquiátricas, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHRad (tempo de permanência: 3 a 15 dias).

Parágrafo único. Ficam mantidos os procedimentos já contemplados na tabela SIH-SUS, e relativos à atenção hospitalar a usuários de álcool e outras drogas.

Art. 9° Estabelecer que, em função da existência de diferentes níveis de organização para as redes assistenciais locais e da variação da incidência e da gravidade dos transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, e, como primeira etapa do programa, deverão ser habilitados Serviços Hospitalares de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SRH-ad), de acordo com as prioridades abaixo estabelecidas:

I - regiões metropolitanas;

II - municípios acima de 200.000 habitantes;

III - municípios que já possuam CAPSad em funcionamento; e

IV - municípios onde já esteja implantado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU/192.

Parágrafo único. Deverão, também, ser levadas em consideração outras necessidades de ordem epidemiológica e estratégica para a consolidação da rede assistencial aos usuários de álcool e outras drogas.

Art. 10. Determinar que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de Trabalho:

I - 10.846.1312.0844 - Apoio a Serviços Extra-Hospitalares para Transtornos de Saúde Mental e Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas;

II - 10.846.1220.0906 - Atenção à Saúde dos Municípios Habilitados em Gestão Plena do Sistema e nos Estados Habilitados em Gestão Plena/Avançada; e

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III - 10.846.1220.0907 - Atenção à Saúde dos Municípios não-Habilitados em Gestão Plena do Sistema e nos Estados não-Habilitados em Gestão Plena/Avançada.

Art. 11. Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que adote as providências necessárias ao cumprimento e à regulamentação do disposto nesta Portaria, no que se refere aos procedimentos a serem realizados pelos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHR-ad), critérios para habilitação e normas de funcionamento.

Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:

Institui, no âmbito do SUS, o Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas. Merece atenção especial a instituição dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas em Hospitais Gerais.

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PORTARIA Nº 245/GM Em 17 DE FEVEREIRO DE 2005

Destina incentivo financeiro para implantação de Centros de Atenção Psicossocial e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental; e

Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar ao Distrito Federal, aos Estados, e aos Municípios, incentivo financeiro, para implantação de novos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, observadas as diretrizes da Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.

Art. 2º Determinar que as solicitações de incentivo para implantação dos CAPS sejam apresentadas ao Ministério da Saúde, com cópia para a respectiva Secretaria de Estado da Saúde, devendo ser instruídas com os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;II - projeto terapêutico do serviço;III - cópia das identidades profissionais dos técnicos compondo equipe mínima, segundo

as diretrizes da Portaria 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002;IV - termo de compromisso do gestor local, assegurando o início do funcionamento do

CAPS em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo financeiro de que trata esta Portaria; e

V - proposta técnica de aplicação dos recursos.

Art. 3º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de implantação efetiva do CAPS, definido nesta Portaria.

Art. 4º Definir que o incentivo de que trata o artigo 1º desta Portaria seja da ordem de:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para cada CAPS I em fase de implantação;II - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPS II em fase de implantação;III - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPSi em fase de implantação;IV - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPS III em fase de implantação; eV - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPSad, em fase de implantação.

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, aos respectivos fundos, dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade.

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§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação dos Centros de Atenção Psicossocial, podendo ser utilizados para reforma do local em que funcionará o CAPS, compra de equipamentos, aquisição de material de consumo e/ou capacitação da equipe técnica e outros itens de custeio.

§ 3º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas a implantação de serviços de natureza jurídica pública.

Art. 5º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o seguinte programa de trabalho:

10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos Mentais e Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e Outras Drogas.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, cessando os efeitos da Portaria nº 1.935/GM, de 16 de setembro de 2004, publicada no DOU nº 180, de 17 de setembro de 2004, Seção 1, pág. 51.

HUMBERTO COSTA

Comentário:Define o repasse fundo a fundo do incentivo antecipado para implantação dos novos CAPS aos estados, municípios e Distrito Federal e estabelece os critérios para transferência.

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PORTARIA Nº 246/GM Em 17 DE FEVEREIRO DE 2005

Destina incentivo financeiro para implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando as Portarias nº 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000, que cria os Serviços Residenciais Terapêuticos, e nº 1.220/GM, de 7 de novembro de 2000, que regulamenta seu funcionamento;

Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à saúde mental em todas as unidades da Federação; e

Considerando a importância que os Serviços Residenciais Terapêuticos apresentam para o processo de reformulação do modelo assistencial em saúde mental, a implementação e o fortalecimento do Programa de Volta para Casa e a consolidação do Programa de Reorientação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar para o Distrito Federal, os estados e os municípios, incentivo financeiro para implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos - SRT, observadas as diretrizes da Portaria nº 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000.

Art. 2º Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja efetivado, que o gestor responsável pelo Serviço Residencial Terapêutico encaminhe ao Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPE, Área Técnica de Saúde Mental, da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS, e para a Secretaria de Saúde Estadual correspondente, se for o caso, os seguintes documentos:

I - ofício assinado pelo gestor informando a situação (em funcionamento ou em fase de implantação/adequação) dos Serviços Residenciais Terapêuticos;

II - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro, informando o número de residências que pretende implantar/adequar, com as informações constantes da Planilha, cujo modelo consta do Anexo desta Portaria, devidamente preenchida;

III – termo de compromisso do gestor local assegurando o início do funcionamento do Serviço Residencial Terapêutico em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo,

IV - projeto terapêutico do serviço residencial;V - identificação do serviço de saúde mental e/ou equipe de saúde mental responsável

pelo suporte terapêutico aos moradores do Serviço Residencial Terapêutico; eVI - proposta técnica de aplicação dos recursos.

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, aos respectivos fundos, dos Estados, dos Municípios, e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada módulo com oito vagas, podendo a residência ter de um até oito moradores.

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na melhoria e/ou implantação dos Serviços Residenciais Terapêuticos, conforme estabelecido no inciso VI do artigo 2º.

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Art. 3º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de implantação efetiva do Serviço Residencial Terapêutico, definido nesta Portaria.

Art. 4º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o seguinte programa de trabalho:

10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos Mentais e Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e Outras Drogas.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, cessando os efeitos da Portaria nº 2.068, de 24 de setembro de 2004, publicada no DOU nº 186, de 27 de setembro de 2004, Seção 1, pág. 31.

HUMBERTO COSTA

ANEXO - Informações Referentes aos Serviços Residenciais Terapêuticos

UF:Nome do município: Nome do gestor responsável pelo SRT:Nº de casa(s) (módulos): Nº de moradores por módulo:Natureza Jurídica do SRT: CNPJ:Endereço completo do SRT: Telefone:FAX: Nome do técnico responsável/supervisor do SRT:Telefone de contato: E-mail:

Identificação da Unidade Ambulatorial ou Equipe de Saúde Mental de referência (localização, endereço e telefone de contato):

Código CNES, quando cadastrado: Data do cadastro no SUS:

Data de início de funcionamento do SRT:Origem dos recursos para a manutenção dos serviços:

Para os serviços residenciais que já estão em funcionamento, preencher o quadro abaixo (um quadro para cada um dos SRT), além dos dados anteriores:

Nome do técnico responsável pelo SRT:Nome do(s) cuidador(es) e horário de trabalho:

Nome do Morador

Data de Nascimento

IdadeRaça SexoCPF CI

Tempo que está no SRT

Procedência (Hospital, abrigo, morador de rua etc)

Possui algum Benefício

LOASAux.Reabilitação

Outro

Comentário:Esta portaria define o incentivo no valor de R$10.000,00 (dez mil reais) para a implantação ou melhoria dos Serviços Residenciais Terapêuticos. O repasse é feito em parcela única e não onera os tetos estaduais e municipais.

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PORTARIA Nº 429/GM Em 22 DE MARÇO DE 2005.

Institui o Comitê Técnico Assessor para a Política de Álcool e de Outras Drogas do Ministério da Saúde.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e considerando a necessidade do estabelecimento, no âmbito de atuação do Ministério da Saúde, de mecanismo ágil e eficaz de consulta sistemática à comunidade científica e à sociedade civil, para a condução adequada da Política para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Drogas,

R E S OL V E:

Art. 1º Instituir o Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas do Ministério da Saúde, de caráter consultivo sobre os aspectos técnicos e científicos necessários ao aprimoramento das políticas sobre o álcool e outras drogas da Área Técnica de Saúde Mental, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde, visando à inserção de suas diretrizes e prioridades no contexto e na organização do Sistema Único de Saúde - SUS.

Art 2º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas será composto por membros que representam os segmentos do poder público, da comunidade científica e da sociedade, oriundos de instituições públicas e privadas envolvidas com atividades de promoção da saúde, prevenção e tratamento do uso de álcool e outras drogas, bem como aqueles envolvidos com o tema redução de danos.

Parágrafo único. Os membros deverão declarar a inexistência de conflito de interesses com suas atividades no debate dos temas inscritos no Comitê, sendo que, na eventualidade da existência de conflito de interesses, deverão abster-se de participar da sessão e da deliberação sobre o tema.

Art. 3º Compete ao Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas:

I - Promover a discussão de temas e/ou demandas relevantes e de abrangência nacional associados às estratégias de promoção da saúde, prevenção e tratamento do uso de álcool e outras drogas e de redução de danos, com vistas a assessorar a Coordenação de Saúde Mental na formulação de políticas públicas;

II - garantir a interlocução formal entre os membros do Comitê e os diferentes segmentos governamentais e não-governamentais como estratégia para o aprimoramento de marcos conceituais das políticas públicas de promoção da saúde, prevenção e tratamento do uso de álcool e outras drogas e de redução de danos; e

III - estabelecer espaço de discussão conceitual e de definições técnicas, de forma coletiva e consensuada das políticas nacionais relacionadas com o tema, observando as necessidades e as especificidades das diferentes regiões geográficas do País.

Art. 4º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas será coordenado pelo titular da Área Técnica de Saúde Mental, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde e/ou por seu suplente, que terá as seguintes atribuições:

I - coordenar as reuniões do Comitê;

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II - indicar um assessor técnico da área para desenvolver atividades necessárias para o funcionamento do Comitê;

III - encaminhar as atas e os relatórios para a apreciação do Ministro da Saúde; eIV - submeter à apreciação e aprovação do Ministro da Saúde as recomendações oriundas

das reuniões ordinárias e extraordinárias.

Art. 5º Os membros do Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas serão nomeados por Portaria da Secretaria de Atenção à Saúde/SAS/MS.

Art. 6º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas reunir-se-á três vezes ao ano, ou extraordinariamente, quando convocados pelo seu Coordenador, sendo que suas reuniões serão realizadas com a presença de, no mínimo, cinqüenta por cento de seus membros.

§ 1º Os membros desse Comitê terão mandato de 2 (dois) anos consecutivos, sendo que 1/3 (um terço) do total dos membros poderão ser reconduzidos a mais um mandato.

§ 2º Os membros poderão deixar de integrar o Comitê a qualquer tempo, a pedido do membro integrante ou a critério dos demais membros, mediante a formalização da solicitação de desligamento feita ao Coordenador.

§ 3º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas terá seu trabalho normatizado por Regimento Interno.

Art. 7º As reuniões ordinárias e extraordinárias serão realizadas em Brasília ou em local a ser definido por decisão do Coordenador.

Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação

HUMBERTO COSTA

Comentário:Cria o Comitê Técnico Assessor da Política de Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde. Instância consultiva do SUS para a questão de álcool e outras drogas. Composto de representantes de diversas instituições e organizações.

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PORTARIA Nº 1.028/GM DE 1º DE JULHO DE 2005

Determina que as ações que visam à redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, sejam reguladas por esta Portaria.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando que cabe ao Ministério da Saúde regulamentar as ações destinadas à redução de danos sociais e à saúde decorrentes do uso de álcool e outras drogas, conforme os termos do art. 12, inciso II, da Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002;

Considerando as diretrizes da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral dos Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando as recomendações produzidas pelo Grupo de Trabalho Interministerial relacionado à política específica sobre bebidas alcoólicas, criado por intermédio do Decreto Presidencial do dia 28 de maio de 2003;

Considerando que as intervenções de saúde dirigidas aos usuários e dependentes de álcool e outras drogas devem ser ampliadas e estar baseadas na melhoria da qualidade de vida das pessoas;

Considerando a urgência de diminuir os índices da infecção dos vírus HIV e Hepatites B e C entre usuários de drogas injetáveis; e

Considerando o crescente consumo de bebidas alcoólicas entre jovens e os acidentes de trânsito decorrentes do uso desta substância,

R E S O L V E:

Art. 1º Determinar que as ações que visam à redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, sejam reguladas por esta Portaria.

Art. 2º Definir que a redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, desenvolva-se por meio de ações de saúde dirigidas a usuários ou a dependentes que não podem, não conseguem ou não querem interromper o referido uso, tendo como objetivo reduzir os riscos associados sem, necessariamente, intervir na oferta ou no consumo.

Art. 3º Definir que as ações de redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, compreendam uma ou mais das medidas de atenção integral à saúde, listadas a seguir, praticadas respeitando as necessidades do público alvo e da comunidade:

I - informação, educação e aconselhamento;

II - assistência social e à saúde; e

III - disponibilização de insumos de proteção à saúde e de prevenção ao HIV/Aids e Hepatites.

Art. 4º Estabelecer que as ações de informação, educação e aconselhamento tenham por

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objetivo o estímulo à adoção de comportamentos mais seguros no consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, e nas práticas sexuais de seus consumidores e parceiros sexuais.

§ 1º São conteúdos necessários das ações de informação, educação e aconselhamento:

I - informações sobre os possíveis riscos e danos relacionados ao consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência;

II - desestímulo ao compartilhamento de instrumentos utilizados para consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência;

III - orientação sobre prevenção e conduta em caso de intoxicação aguda (“overdose”);

IV - prevenção das infecções pelo HIV, hepatites, endocardites e outras patologias de padrão de transmissão similar;

V - orientação para prática do sexo seguro;

VI - divulgação dos serviços públicos e de interesse público, nas áreas de assistência social e de saúde; e

VII - divulgação dos princípios e garantias fundamentais assegurados na Constituição Federal e nas declarações universais de direitos.

§ 2º As ações de informação, educação e aconselhamento devem, necessariamente, ser acompanhadas da distribuição dos insumos destinados a minimizar os riscos decorrentes do consumo de produtos, substâncias e drogas que causem dependência.

Art. 5º Estabelecer que a oferta de assistência social e à saúde, na comunidade e em serviços, objetive a garantia de assistência integral ao usuário ou ao dependente de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência.

Parágrafo único. São ações necessárias na oferta de assistência social e à saúde, quando requeridas pelo usuário ou pelo dependente:

I - o tratamento à dependência causada por produtos, substâncias ou drogas;

II - o diagnóstico da infecção pelo HIV e o tratamento da infecção pelo HIV e da AIDS;

III - a imunização, o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais;

IV - o diagnóstico e o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis (DST); e

V - a orientação para o exercício dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal e quaisquer outros relativos à manutenção de qualidade digna da vida.

Art. 6º Definir que as estratégias de redução de danos incluam a disponibilização de insumos de prevenção ao HIV/Aids e as estratégias da saúde pública dirigidas à proteção da vida e ao tratamento dos dependentes de produtos, substâncias e drogas que causem dependência.

Art. 7º Estabelecer que as iniciativas relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas sejam incluídas nas estratégias de redução de danos, dados os agravos relacionados a esta substância na população geral e que devam ser articuladas intersetorialmente de forma a potencializar os efeitos de promoção à saúde.

Art. 8º Definir que as ações de redução de danos devem ser desenvolvidas em todos os espaços de interesse público em que ocorra ou possa ocorrer o consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, ou para onde se reportem os seus usuários.

Parágrafo único. As disposições desta Portaria aplicam-se no âmbito do sistema penitenciário, das cadeias públicas, dos estabelecimentos educacionais destinados à internação

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de adolescentes, dos hospitais psiquiátricos, dos abrigos, dos estabelecimentos destinados ao tratamento de usuários ou dependentes ou de quaisquer outras instituições que mantenham pessoas submetidas à privação ou à restrição da liberdade.

Art. 9º Estabelecer que as ações de redução de danos devem ser desenvolvidas em consonância com a promoção dos direitos humanos, tendo especialmente em conta o respeito à diversidade dos usuários ou dependentes de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência.

§ 1º Em todas as ações de redução de danos, devem ser preservadas a identidade e a liberdade da decisão do usuário ou dependente ou pessoas tomadas como tais, sobre qualquer procedimento relacionado à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento.

§ 2º A contratação de pessoal para o trabalho com redução de danos, de que trata esta Portaria, deve dar prioridade aos membros da comunidade onde as ações serão desenvolvidas, observadas, no âmbito da Administração Pública, as normas de acesso a cargos ou empregos públicos, levando-se em conta principalmente o acesso à população alvo, independentemente do nível de instrução formal.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:Regulamenta e define ações de redução de danos nos âmbitos da prevenção e atenção à saúde.

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PORTARIA Nº 1.059/GM DE 4 DE JULHO DE 2005

Destina incentivo financeiro para o fomento de ações de redução de danos em Centros de Atenção Psicossocial para o Álcool e outras Drogas - CAPSad - e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando que as estratégias de redução de danos fazem parte da Política Nacional Antidrogas (2003);

Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental;

Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da federação; e

Considerando a necessidade de articulação no território das ações de redução de danos à saúde dirigidas a usuários de álcool e outras drogas com a rede de atenção em saúde mental,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar ao Distrito Federal, aos estados, e aos municípios, incentivo financeiro, para o fomento de ações de redução de danos nos Centros de Atenção Psicossocial para o Álcool e outras Drogas - CAPSad cadastrados e em funcionamento, observadas as diretrizes da Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.

Art. 2º Definir que, no âmbito desta Portaria, entende-se ações de redução de danos como intervenções de saúde pública que visam prevenir as conseqüências negativas do uso de álcool e outras drogas, tais como:

I - ampliação do acesso aos serviços de saúde, especialmente dos usuários que não têm contato com o sistema de saúde, por meio de trabalho de campo;

II - distribuição de insumos (seringas, agulhas, cachimbos) para prevenir a infecção dos vírus HIV e Hepatites B e C entre usuários de drogas;

III - elaboração e distribuição de materiais educativos para usuários de álcool e outras drogas informando sobre formas mais seguras do uso de álcool e outras drogas e sobre as conseqüências negativas do uso de substâncias psicoativas;

IV - ampliação do número de unidades de tratamento para o uso nocivo de álcool e outras drogas;

V - outras medidas de apoio e orientação, com o objetivo de modificar hábitos de consumo e reforçar o auto-controle.

Art. 3º Determinar que as solicitações de incentivo para o fomento das ações de redução de danos sejam apresentadas ao Ministério da Saúde, com cópia para a respectiva Secretaria de Estado da Saúde, devendo ser instruídas com os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;II - descrição das estratégias comunitárias de redução de danos vinculadas ao CAPSad,

com duração mínima de 12 meses e definição da área de abrangência e o número de usuários de álcool e outras drogas previstos a serem acessadas;

III - relação dos agentes redutores de danos que estarão vinculados ao serviço, acompanhada de dados de identificação;

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IV - termo de compromisso do gestor local, assegurando o início das ações em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo financeiro de que trata esta Portaria; e

V - proposta técnica de aplicação dos recursos.

Art. 4º Estabelecer como condições indispensáveis para que os municípios ou estados e Distrito Federal habilitem-se ao recebimento do incentivo definido nesta Portaria:

I - existência de CAPSad cadastrado no município a ser beneficiado;II - população do município superior a 100.000 habitantes.

Parágrafo único. No caso de Estados e do Distrito Federal, o gestor deverá apresentar proposta técnica especificando a região de abrangência do programa de redução de danos a ser apoiado.

Art. 5º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adote as medidas necessárias para a devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de início das ações definido nesta Portaria.

Art. 6º Definir que o incentivo de que trata o artigo 1º desta Portaria seja da ordem de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais) anuais.

§ 1º O incentivo será transferido, em parcela única anual, aos respectivos fundos, dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade.

§ 2º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas os serviços de natureza jurídica pública.

Art. 7º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos Mentais e Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas.

Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:Cria incentivo financeiro a ser repassado aos Estados e Municípios que desenvolvam ações de redução de danos vinculadas ao trabalho dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad).

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PORTARIA Nº 384 DE 05 DE JULHO DE 2005

Autoriza os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS I a realizarem procedimentos de atenção a usuários de álcool e outras drogas.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria GM/MS n° 336, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental;

Considerando as informações epidemiológicas relativas ao uso e dependência de álcool e outras drogas nas cidades de grande, médio e pequeno porte;

Considerando as recomendações do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental, realizado nos dias 24 a 26 de Novembro de 2004;

Considerando a necessidade de potencializar a atenção a dependentes de álcool e outras drogas em municípios de pequeno porte e;

Considerando a urgência na ampliação da oferta de atendimentos para dependentes de álcool e outras drogas realizados em Centros de Atenção Psicossocial I (CAPS I), resolve:

Art.1º- Autorizar os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS I a realizarem procedimentos de atenção a usuários de álcool e outras drogas, caracterizados pelos códigos diagnósticos F10 até F19 do CID-10.

Art.2º- Definir que a inclusão de novos procedimentos não altera os valores de repasse financeiro descritos na Portaria SAS nº189, de 20 de Março de 2002.

Art.3º - Definir que caberá ao Departamento de Informática do SUS/DATASUS a adoção das providências necessárias ao cumprimento do disposto nesta Portaria, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação deste ato.

JORGE SOLLASecretário

Comentário:Autoriza os CAPS I a cobrar os procedimentos relativos ao atendimento de usuários de álcool e outras drogas.

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PORTARIA Nº 395 DE 07 DE JULHO DE 2005

Determina que os hospitais psiquiátricos dos grupos II a IV, que não aderiram ao Programa de reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS-2004, voltem a ser remunerados conforme valores definidos na Portaria SAS n° 77, de 1º de fevereiro de 2002.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004;

Considerando a Portaria nº 53/GM, de 20 de janeiro de 2004, que criou novos procedimentos no âmbito do Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004;

Considerando que o prazo para realização da 1ª etapa do Programa já foi prorrogado pelas Portarias 1.102/GM, de 4 de junho de 2004, e 1.628/GM, de 04 de agosto de 2004;

Considerando que a maioria dos hospitais psiquiátricos aderiram ao Programa, realizando a retificação/ajuste de leitos para módulos de 40 leitos, conforme preconiza a Portaria nº 52/GM;

Considerando a Portaria 251/GM, de 31 de janeiro de 2002, que estabelece diretrizes e normas para assistência hospitalar em psiquiatria e reclassifica hospitais psiquiátricos;

Considerando as atualizações, pelos gestores estaduais/ municipais, dos dados cadastrais dos estabelecimentos de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, resolve:

Art 1º - Determinar que os hospitais psiquiátricos dos grupos II a IV (classes III a XIII), constantes do Anexo I, que não aderiram ao Programa de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004, por meio da assinatura de um Termo de Compromisso e Ajustamento para redução de leitos na 1ª etapa do Programa (ajuste/retificação a módulos de 40 leitos), voltem a ser remunerados conforme os valores definidos na Portaria nº 77/SAS, de 1º de fevereiro de 2002.

Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de 1º de agosto de 2005.

JORGE SOLLA

Secretário

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ANEXO

UF MUNICÍPIO CNPJ HOSPITAL Nº LEITOS SUS CLASSE VALORES DIÁRIAS DA PT 77/02

CE FORTALEZA 07954571003715HOSPITAL DE SAUDE MENTAL DE MESSEJANA

210 V 27,16

ES CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

27187301000122CLINICA DE REPOUSO SANTA ISABEL

405 VIII 26,28

MG BELO HORIZONTE

17478223000161CLINICA NOSSA SENHORA DE LOURDES LTDA

236 VI 26,86

PB JOAO PESSOA 09108614000166CASA DE SAUDE SAO PEDRO LTDA

191 V 27,16

PB JOAO PESSOA 09096181000176INST DE PSIQUIATRIA DA PARAIBA LTDA

180 V 27,16

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PORTARIA Nº 1.169, DE 7 DE JULHO DE 2005

Destina incentivo financeiro para municípios que desenvolvam projetos de Inclusão Social pelo Trabalho destinados a pessoas portadoras de transtornos mentais e/ou de transtornos

decorrentes do uso de álcool e outras drogas, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições,

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental, e da Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que cria o Programa De Volta para Casa e institui o auxílio-reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações;

Considerando as recomendações da III Conferência de Saúde Mental, ocorrida em Brasília, de 11 a 15 de dezembro de 2001;

Considerando as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, que buscam construir um efetivo lugar social para os portadores de transtornos mentais, por intermédio de ações que ampliem sua autonomia e melhora das condições concretas de vida, entendendo que as ações de inclusão social pelo trabalho são atividades laborais de geração de renda, inserção econômica na sociedade e emancipação do usuário;

Considerando as diretrizes gerais das Políticas de Economia Solidária e da Reforma Psiquiátrica, que têm como eixos a solidariedade, a inclusão social e a geração de alternativas concretas para melhorar as condições reais da existência de segmentos menos favorecidos;

Considerando a Portaria Interministerial nº 353, dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego, de 7 de março de 2005, que institui o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária, resolve:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro para os municípios que se habilitarem junto ao Ministério da Saúde para o desenvolvimento de atividades de inclusão social pelo trabalho destinadas a pessoas portadoras de transtornos mentais e/ou de transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

Art. 2º Estabelecer os seguintes critérios para a habilitação dos municípios:

I - possuir rede de atenção à saúde mental extra-hospitalar, de base comunitária e territorial (Centros de Atenção Psicossocial, Residências Terapêuticas, Ambulatórios e outros serviços);II- ter habilitação prévia no Programa De Volta para Casa; eIII estar incluído no Cadastro de Iniciativas de Inclusão Social pelo Trabalho -CIST, elaborado e acompanhado pelo Grupo de Trabalho Saúde Mental e Economia Solidária.

Art. 3º Definir como prioritários para o recebimento do incentivo financeiro os municípios que:I - tenham número elevado de leitos de longa permanência em hospital psiquiátrico;II - tenham implantado Serviços Residenciais Terapêuticos;III - tenham aderido ao Programa De Volta pra Casa, eIV - apresentem articulações efetivas entre a área de saúde mental e a rede de economia solidária.

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Art. 4º Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja efetivado, que o gestor do município encaminhe ao Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas - DAPE - Área Técnica de Saúde Mental, da Secretaria de Atenção à Saúde, deste Ministério, e para a Secretaria Estadual correspondente, se for o caso, os seguintes documentos:

I - ofício assinado pelo gestor solicitando o incentivo financeiro e identificando o projeto ou o conjunto de projetos que será beneficiado;II - termo de compromisso do gestor local assegurando a aplicação integral do incentivo financeiro no projeto ou no conjunto de projetos em até 3 (três) meses após seu recebimento; eIII - plano de aplicação do recurso.

Art. 5º Definir os valores a seguir descritos para o incentivo de que trata esta Portaria:

I - R$ 5.000,00 para municípios que possuam entre 10 e 50 usuários de serviços de saúde mental em projetos de inclusão social pelo trabalho;II - R$ 10.000,00 - para municípios que possuam entre 51 e 150 usuários de serviços de saúde mental em projetos de inclusão social pelo trabalho; eIII - R$ 15.000,00 - para municípios que possuam mais de 150 usuários de serviços de saúde mental em projetos de inclusão social pelo trabalho.

Art. 6º Determinar que o incentivo seja transferido em parcela única ao respectivo fundo, do estado, do município ou do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade.

Art. 7º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adote as medidas necessárias para a devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de aplicação efetiva definido nesta Portaria.

Art. 8º Definir que serão destinados, para as ações previstas nesta Portaria, recursos da ordem de R$ 750.000,00 (setecentos e cinqüenta mil reais), para o exercício de 2005, e 1.900.000,00 (hum milhão e novecentos mil reais) para o exercício de 2006, oriundos do orçamento do Ministério da Saúde, nas seguintes ações:

I - 10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos Mentais e de Transtornos decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas; eII - 10.571.1312.8525 Fomento a Estudos e Pesquisas sobre a Saúde de Grupos Populacionais Estratégicos e em Situações Especiais de Agravo.

Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:Esta portaria possui relevância para os programas de inclusão social, que são articulados com a rede pública de saúde mental, na medida em que cria uma linha específica de financiamento para equipar iniciativas de geração de trabalho e renda e/ou para capacitar usuários, familiares e profissionais da saúde mental.

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PORTARIA Nº 1174/GM DE 7 DE JULHO DE 2005.

Destina incentivo financeiro emergencial para o Programa de Qualificação dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando as recomendações da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que deliberou pela criação de programas estratégicos, interdisciplinares e permanentes que promovam a qualificação da rede de atenção psicossocial;

Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que estabelece as modalidades de atendimento dos CAPS e a Portaria n° 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002, que regulamenta e define os procedimentos dos Centros de Atenção Psicossocial;

Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à saúde mental em todas as unidades da federação;

Considerando que os Centros de Atenção Psicossocial são serviços fundamentais para a Reforma Psiquiátrica Brasileira e são os dispositivos estratégicos para o ordenamento da rede de atenção psicossocial em seu território de referência;

Considerando que os CAPS, por ter papel estratégico na reforma do modelo assistencial, devem constituir-se como espaços de formação;

Considerando a necessidade de aperfeiçoar a integração dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS com a rede básica de saúde;

Considerando a importância de prover uma participação mais efetiva dos familiares nos CAPS e a realização sistemática de atividades com a participação de familiares;

Considerando que é atribuição dos gestores garantir o funcionamento adequado e eficiente dos serviços de saúde;

Considerando a deliberação de grupo de trabalho específico, do Congresso Brasileiro dos CAPS, realizado em 2004, sobre a implantação de supervisão clínico-institucional nesses serviços; e

Considerando que, em avaliação nacional dos CAPS (AVALIAR CAPS – BR/2005), verificou-se a inexistência de acompanhamento e supervisão clínico-institucional regular na maioria dos CAPS de todos os estados e do distrito federal, bem como identificaram-se outras necessidades de qualificação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro para o Distrito Federal, os estados e os municípios, em caráter emergencial e temporário, para que os municípios desenvolvam Programa de Qualificação do Atendimento e da Gestão dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS.

Art. 2º Estabelecer que o Programa de Qualificação dos CAPS deva incluir as seguintes ações: a) supervisão clínico-institucional regular (semanal); b) ações de atenção domiciliar e em espaços comunitários; c) ações de acompanhamento integrado com a rede de atenção básica em seu território de referência; d) realização de projetos de estágio e de treinamento em serviço, em articulação com centros formadores; e) ações de integração com familiares e comunidade; f)

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desenvolvimento de pesquisas que busquem a integração entre teoria e prática e a produção de conhecimento, em articulação com centros formadores.

Art. 3º Definir como supervisão clínico-institucional o trabalho de um profissional de saúde mental externo ao quadro de profissionais dos CAPS, com comprovada habilitação teórica e prática, que trabalhará junto à equipe do serviço durante pelo menos 3 a 4 horas por semana, no sentido de assessorar, discutir e acompanhar o trabalho realizado pela equipe, o projeto terapêutico do serviço, os projetos terapêuticos individuais dos usuários, as questões institucionais e de gestão do CAPS e outras questões relevantes para a qualidade da atenção realizada.

Art. 4º Estabelecer que uma comissão técnica de caráter consultivo, coordenada pelo Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental, acompanhe e analise as solicitações de incentivo emergencial para supervisão nos CAPS.

Parágrafo único. A comissão técnica consultiva terá, entre suas atribuições, a de assessorar os municípios na articulação com as instituições formadoras, de modo a facilitar a implantação do Programa de Qualificação dos CAPS.

Art. 5º Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja efetivado, que o gestor municipal/estadual responsável pelos CAPS encaminhe ao Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – DAPES - Área Técnica de Saúde Mental, da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS, e para a Secretaria de Saúde Estadual correspondente, se for o caso, os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro para a implantação do Programa de Qualificação dos CAPS, informando o número de CAPS do município que serão contemplados.

II - projeto técnico do Programa de Qualificação dos CAPS (conforme roteiro sugerido pelo Ministério da Saúde, disponível no portal http://pvc.datasus.gov.br).

III - currículo – vitae do profissional que fará a supervisão clínico-institucional em cada CAPS; e

IV - relatórios trimestrais sobre as ações do Programa de Qualificação encaminhados pelo gestor local, elaborado e assinado pelo supervisor de cada CAPS e com a assinatura da coordenação do serviço.

Art. 6º Os incentivos terão o valor total de R$10.000,00 (dez mil reais) para cada CAPS com solicitação aprovada e serão transferidos aos fundos dos estados, dos municípios, e do Distrito Federal, em três parcelas de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), R$ 3.000,00 (três mil reais) e R$ 3.000,00 (três mil reais) nesta ordem, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade.

§ 1º Com o objetivo de permitir mais extensa e equânime distribuição de recursos a todos os municípios, naqueles que tiverem mais de três CAPS em funcionamento, os valores de repasse, a partir do 4º CAPS, serão de R$ 6.000,00 (seis mil reais), em três parcelas iguais de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação do Programa de Qualificação dos CAPS, conforme estabelecido no artigo 2º desta portaria.

§ 3º O repasse da segunda e terceira parcelas fica condicionado à análise dos relatórios trimestrais previstos no inciso IV do Artigo 5º desta Portaria.

Art. 7º O incentivo financeiro, objeto desta Portaria, tem caráter emergencial e, terá duração de um ano, a contar da publicação da portaria pelo Ministério da Saúde.

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Art. 8º Recomendar aos municípios que não possuírem profissionais habilitados para realizarem a supervisão clínico-institucional dos CAPS que apresentem projetos ao Ministério da Saúde, visando ao desenvolvimento de programas de formação de profissionais habilitados para a função de supervisores.

Art. 9º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes programas de trabalho:

I - 10.571.1312.8525 - Fomento a Estudos e Pesquisas sobre a Saúde de Grupos Populacionais Estratégicos e em Situações Especiais de Agravo.

II - 10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos Mentais e de Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:Destina incentivo financeiro no valor de R$ 10.000,00 para o desenvolvimento do Programa de Supervisão Clínico-institucional e Qualificação do Atendimento e da Gestão dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS e estabelece critérios para a implantação do programa. Além de prover orientação técnica para as equipes do CAPS, este programa é um valioso dispositivo de aperfeiçoamento da gestão e de apoio à equipe

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PORTARIA Nº 1.612/GM DE 9 DE SETEMBRO DE 2005.

Aprova as Normas de Funcionamento e Credenciamento/ Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade da oferta de suporte hospitalar estratégico para a rede de atenção psicossocial, no que tange a situações de urgência decorrentes do uso de álcool e de outras drogas que demandem por internações de curta duração que se fizerem necessárias ao manejo terapêutico de tais casos;

Considerando a Portaria nº 2.197/GM, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;

Considerando a necessidade de identificar nos Sistemas de Informações (SIH e SCNES) os Hospitais de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHR-ad); e

Considerando a necessidade de definir mecanismos para operacionalização dos procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas, e realizados em Hospitais de Referência (SHR-ad) previamente habilitados,

R E S O L V E:

Art 1º Aprovar, na forma do Anexo I desta Portaria, as Normas de Funcionamento e Credenciamento/Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.

Parágrafo único. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde deverão adotar as medidas necessárias à organização/habilitação/cadastramento das unidades de que trata o caput deste artigo, em seus respectivos âmbitos de atuação.

Art. 2º Incluir, na Tabela de Serviços/Classificações dos Sistemas de Informações do SUS, no Serviço de Código 014 - ATENÇÃO PSICOSSOCIAL, a classificação de código 006 – Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – (SHR-ad) com a seguinte descrição:

CódigoServiço

Descriçãoserviço

Código classificação

Descrição classificação

014ATENÇÃOPSICOSSOCIAL

006

Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e dar cobertura outras Drogas - serviço específico de atenção a usuários que apresentem necessidade de suporte de atendimento especializado em saúde mental, individualmente e/ou em grupos, e capacidade operacional para hospitalar para quadros de intoxicação e / ouabstinência decorrentes do uso de álcool e outras drogas, com oferta assistencial à população do seu território de abrangência, funcionando em regime de 24 horas diárias. Designação: SHR-ad

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Art. 3º Definir as compatibilidades do serviço/classificação descrito no artigo 2º desta Portaria com as categorias profissionais que prestam atendimento em saúde, classificadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, codificadas de acordo com a tabela de Classificação Brasileira de Ocupações, conforme o Anexo II desta Portaria.

Art. 4º Incluir, na Tabela do Sistema de Informação Hospitalar SIH/SUS, os procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas e realizados em Hospitais de Referência (SHR-ad), conforme segue:

89.300.12-2- Tratamento de intoxicação aguda, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 24 a 48 horas em pacientes de 12 a 16 anos) Nível de Hierarquia 6,7,8Serviço/Classificação 014/006Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61Faixa Etária 12 a 16 anosSexo AmbosCID-10 F10.0, F11.0, F12.0, F13.0, F14.0, F15.0, F16.0, F17.0, F18.0,

F19.0Admite Anestesia NãoPontos do Ato 018Permanência 2Permanência a maior NãoLeitos ClínicoAIH 5 NãoComplexidade Média ComplexidadeExige habilitação (MS) SimTipo de Financiamento MACValor do SH 75,87Valor do SP 24,55Valor do SADT 4,58Valor Total 105,00 89.500.11-3- Tratamento de intoxicação aguda, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 24 a 48 horas em pacientes de 17 a 99 anos) Nível de Hierarquia 6,7,8Serviço/Classificação 014/006Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61Faixa Etária 17 a 99 anosSexo AmbosCID-10 F10.0, F11.0, F12.0, F13.0, F14.0, F15.0, F16.0, F17.0, F18.0,

F19.0Admite Anestesia NãoPontos do Ato 018Permanência 2Permanência a maior NãoLeitos ClínicoAIH 5 NãoComplexidade Média Complexidade

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Exige habilitação (MS) SimTipo de Financiamento MACValor do SH 75,87Valor do SP 24,55Valor do SADT 4,58Valor Total 105,00 89.300.13-0 - Tratamento da síndrome de abstinência do álcool, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 07 dias em pacientes de 12 a 16 anos)Nível de Hierarquia 6,7 e 8Serviço/Classificação 014/006Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61Faixa Etária 12 a 16 anosSexo AmbosCID-10 F10.3, F11.3, F12.3, F13.3, F14.3, F15.3, F16.3,

F17.3, F18.3, F19.3, F10.4, F11.4, F12.4, F13.4, F14.4, F15.4, F16.4, F17.4, F18.4, F19.4, F10.5, F11.5, F12.5, F13.5, F14.5, F15.5, F16.5, F17.5, F18.5, F19.5

Admite Anestesia NãoPontos do Ato 018Permanência 1Permanência a maior NãoLeitos ClínicoAIH 5 NãoComplexidade Média ComplexidadeExige habilitação (MS) SimTipo de Financiamento MACValor do SH 38,47Valor do SP 3,80Valor do SADT 3,73Valor Total 46,00 89.500.12-1 - Tratamento da síndrome de abstinência do álcool, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 07 dias em pacientes de 17 a 99 anos)Nível de Hierarquia 6,7 e 8Serviço/Classificação 014/006Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61Faixa Etária 17 a 99 anosSexo AmbosCID-10 F10.3, F11.3, F12.3, F13.3, F14.3, F15.3, F16.3, F17.3, F18.3,

F19.3, F10.4, F11.4, F12.4, F13.4, F14.4, F15.4, F16.4, F17.4, F18.4, F19.4, F10.5, F11.5, F12.5, F13.5, F14.5, F15.5, F16.5, F17.5, F18.5, F19.5

Admite Anestesia NãoPontos do Ato 018Permanência 1

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Permanência a maior NãoLeitos ClínicoAIH 5 NãoComplexidade Média ComplexidadeExige habilitação (MS) SimTipo de Financiamento MACValor do SH 38,47Valor do SP 3,80Valor do SADT 3,73Valor Total 46,00 89.300.14-9 - Tratamento de dependência do álcool, com a presença de intoxicação aguda com evolução para a instalação de síndrome de abstinência grave, ou ainda outros quadros de síndrome de abstinência seguidos por complicações clínicas, neurológicas e psiquiátricas, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 15 dias em pacientes de 12 a 16 anos)Nível de Hierarquia 5,6,7Serviço/Classificação 014/006Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61Faixa Etária 12 a 16 anosSexo AmbosCID-10 F10.2, F11.2, F12.2, F13.2, F14.2, F15.2, F16.2,

F17.2, F18.2, F19.2Admite Anestesia NãoPontos do Ato 018Permanência 1Permanência a maior NãoLeitos ClínicoAIH 5 NãoComplexidade Média ComplexidadeExige habilitação (MS) SimTipo de Financiamento MACValor do SH 38,47Valor do SP 3,80Valor do SADT 3,73Valor Total 46,00 89.500.13-0 - Tratamento de dependência do álcool, com a presença de intoxicação aguda com evolução para a instalação de síndrome de abstinência grave, ou ainda outros quadros de síndrome de abstinência seguidos por complicações clínicas, neurológicas e psiquiátricas, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 15 dias em pacientes de 17 a 99 anos)Nível de Hierarquia 6,7 e 8Serviço/Classificação 014/006Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61Faixa Etária 17 a 99 anos

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Sexo AmbosCID-10 F10.2, F11.2, F12.2, F13.2, F14.2, F15.2, F16.2,

F17.2, F18.2, F19.2Admite Anestesia NãoPontos do Ato 018Permanência 1Permanência a maior NãoLeitos ClínicoAIH 5 NãoComplexidade Média ComplexidadeExige habilitação (MS) SimTipo de Financiamento MACValor do SH 38,47Valor do SP 3,80Valor do SADT 3,73Valor Total 46,00

Art. 5º Estabelecer que somente os estabelecimentos de saúde cadastrados no SCNES como Tipo de Unidade/estabelecimento de saúde Hospital Geral, e que possuam o Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas poderão realizar/cobrar os procedimentos definidos no artigo 3º desta Portaria.

Art. 6º Manter os demais procedimentos já contemplados na Tabela SIH-SUS e relativos à atenção hospitalar a usuários de álcool e outras drogas.

Art. 7º Estabelecer que os recursos referentes ao impacto financeiro desta Portaria sejam disponibilizados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios em Gestão Plena do Sistema Municipal, à medida que forem sendo habilitados/credenciados os Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.

Art. 8º Determinar que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de Trabalho:

I - 10.302.1312.8529 - Apoio a Serviços Extra-Hospitalares para Transtornos de Saúde Mental e Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas;

II - 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População nos Municípios Habilitados em Gestão Plena do Sistema e nos Estados Habilitados em Gestão Plena Avançada; e

III - 10.302.1220.8587 - Atenção à Saúde da População nos Municípios Não-Habilitados em Gestão Plena do Sistema e nos Estados Não-Habilitados em Gestão Plena Avançada.

Art. 9º Estabelecer que é de responsabilidade dos gestores estaduais e municipais efetuar o acompanhamento, o controle, a avaliação e a auditoria que permitam garantir o cumprimento do disposto nesta Portaria, observadas as prerrogativas e competências compatíveis com cada nível de gestão.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Portaria nº 1.027/GM, de 1º de julho de 2005, publicada no Diário Oficial da União nº 126, de 4 de julho de 2005, Seção 1, página 52.

SARAIVA FELIPE

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ANEXO I

NORMAS PARA FUNCIONAMENTO E CREDENCIAMENTO/HABILITAÇÃO DOS SERVIÇOS HOSPITALARES DE REFERÊNCIA PARA A ATENÇÃO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS - SHR-ad

1 - Cadastramento

1.1 - Planejamento/Distribuição do Serviço

1.1.1 - Os gestores dos estados/municípios e do Distrito Federal deverão estabelecer um planejamento de distribuição regional dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas (SHR-ad), tendo como perspectiva a constituição de base hospitalar estratégica para a estruturação de redes locais de atenção psicossocial, de acordo com as diretrizes do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas e seus componentes, conforme descrito na Portaria nº 2197/GM, de 14 de outubro de 2004.

1.1.2 - Em função da existência de diferentes níveis de organização para as redes assistenciais locais, de aspectos epidemiológicos relativos aos transtornos decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas e como primeira etapa do programa, correspondente a 2005 e 2006, deverão ser habilitados 40 (quarenta) Serviços Hospitalares de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SRH-ad), de acordo com as prioridades abaixo estabelecidas:

a - regiões metropolitanas;b - municípios acima de 200.000 habitantes;c - municípios que já possuam CAPSad, ou CAPS III em funcionamento; ed - municípios onde já esteja implantado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU/192;

1.1.3 - A implantação dos Serviços deve ocorrer em hospitais gerais, preferencialmente de natureza pública ou filantrópica, sendo também desejável a sua utilização como espaços de atuação docente-assistencial.

1.1.4 - Deve ser obrigatoriamente considerada a aproximação entre os SHR-ad e os serviços extra-hospitalares de base comunitária, buscando assim a sua articulação em rede, bem como a diminuição de limitações intrínsecas do Hospital Geral para abordagem terapêutica dos usuários de álcool e outras drogas

1.2 - Processo de Credenciamento/Habilitação

1.2.1 - A abertura de qualquer Serviço Hospitalar de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHR-ad) poderá ser iniciada tanto pelo Gestor do SUS - Secretaria de Saúde do Estado, do Distrito Federal ou do município em Gestão Plena do Sistema Municipal. Cabe à Secretaria Estadual de Saúde, conforme já enunciado, o planejamento da rede e a definição do quantitativo de serviços necessários de acordo com os critérios estabelecidos por esta Portaria e aprovação da Comissão Intergestores Bipartite - CIB.

1.2.2 - O processo de credenciamento deverá ser formalizado pela Secretaria de Saúde do Estado, do Distrito Federal ou do município em Gestão Plena do Sistema Municipal, de acordo com as respectivas condições de gestão e a divisão de responsabilidades estabelecida na Norma Operacional de Assistência à Saúde-NOAS/SUS 2002.

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1.2.3 - O processo de credenciamento de SHR-ad deverá ser composto das seguintes etapas:

I - Requerimento, por parte dos gestores municipais, de acordo com a demanda por SHR-ad em seus municípios, à Comissão Intergestores Bipartite, por meio do Secretário de Estado da Saúde. O processo deverá estar instruído com a documentação exigida para cadastramento de serviços, acrescida de:

a - documentação com dados de Identificação da Secretaria Estadual/Municipal de Saúde b - projeto Técnico do SHR-ad;c - discriminação da Equipe Técnica, anexados os currículos dos componentes; ed - relatório de vistorias realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde ou Secretaria Municipal de Saúde habilitadas em Gestão Plena do Sistema Municipal – a vistoria deverá ser realizada “in loco” pela Secretaria de Saúde (Vigilância Sanitária e Área Técnica de Saúde Mental), que avaliará as condições de funcionamento do Serviço para fins de credenciamento: área física, recursos humanos, responsabilidade técnica e demais exigências estabelecidas por esta Portaria, e pela Portaria n° 2.197/GM, de 14 de outubro de 2004, acrescido de parecer favorável da Secretaria de Estado da Saúde.

II - Análise e parecer da Comissão Intergestores Bipartite que poderá reprovar ou aprovar o cadastramento com exigências, caso em que o processo retomará ao gestor municipal para arquivamento ou adequação.

III - Remessa do processo, para fins de habilitação pelo gestor federal, para a Área Técnica de Saúde Mental/DAPE/SAS, que deverá emitir parecer técnico.

1.3 - Exigências para credenciamento do estabelecimento de saúde com Serviços Hospitalares de Referência para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SRH-ad)

1.3.1 - Características GeraisOs Serviços Hospitalares de Referência para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SRH-ad) destinados à operacionalização, execução e controle do Programa de Atenção Integral Usuários de Álcool e outras Drogas, na sua área de abrangência, e devem possuir as seguintes características gerais:

a - sob a coordenação do gestor local, compor rede de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, participando do sistema de organização e regulação das demandas e fluxos assistenciais, em área geográfica definida, respeitando as atribuições e competências das instâncias do SUS para a sua implantação e gerenciamento;b - em nível local ou regional, compor a rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas, observando o território, a lógica de redução de danos e outras premissas e princípios do SUS;c - dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de urgência/emergência que sejam decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras drogas, advindas da rede dos Centros de Atenção Psicossocial para a Atenção a Usuários de Álcool e outras Drogas (CAPSad), da rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da Família, e Unidades Básicas de Saúde), e de serviços ambulatoriais especializados e não-especializados;d - oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração, para usuários de álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-hospitalares disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de necessidade imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as determinações da Lei nº 10.216, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima e curta permanência;

116

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e - oferecer abordagem, suporte e encaminhamento adequado aos usuários que, mediante avaliação geral, evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica;f - evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais psiquiátricos; eg - funcionar em regime integral, durante 24 horas diárias, nos sete dias da semana, sem solução de continuidade entre os turnos, constituindo unidades de 16 leitos, no máximo.

1.3.2 - Os SHR-ad deverão contemplar em seu projeto técnico as seguintes atividades:

a - avaliação clínica, psiquiátrica, psicológica e social, realizada por equipe multiprofissional, devendo ser considerado o estado clínico / psíquico do paciente;b - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);c - atendimento em grupo (psicoterapia, orientação, atividades de suporte social, entre outras);d - abordagem familiar, à qual deve incluir orientações sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em dispositivos extra-hospitalares;e - quando indicado, integração com programas locais de redução de danos, ainda durante a internação;f - preparação do paciente para a alta hospitalar, garantindo obrigatoriamente a sua referência para a continuidade do tratamento em unidades extra-hospitalares da rede local de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas (CAPSad, ambulatórios, UBS), na perspectiva preventiva para outros episódios de internação;g - mediante demandas de ordem clínica específica, estabelecer mecanismos de integração com outros setores do hospital geral onde o SHR-ad estiver instalado, por intermédio de serviços de interconsulta, ou ainda outras formas de interação entre os diversos serviços do hospital geral;h - deve ser garantida a remoção do usuário para estruturas hospitalares de maior resolutividade e complexidade, devidamente acreditados pelo gestor local, quando as condições clínicas impuserem tal conduta;i - utilização de protocolos técnicos para o manejo terapêutico de intoxicação aguda e quadros de abstinência decorrentes do uso de substâncias psicoativas, e complicações clínicas/psíquicas associadas;j - utilização de protocolos técnicos para o manejo de situações especiais, como por exemplo a necessidade de contenção física; ek - estabelecimento de protocolos para a referência e contra-referência dos usuários, o que deve obrigatoriamente comportar instrumento escrito que indique o seu destino presumido, no âmbito da rede local / regional de cuidados.

1.3.3 - As atividades relacionadas nos itens acima e seus respectivos desdobramentos deverão constituir o projeto terapêutico da instituição – para tanto, fica definido que:

a - projeto terapêutico é o conjunto de objetivos e ações, estabelecidos e executados pela equipe multiprofissional, voltados para a atenção aos usuários, desde o seu acolhimento e admissão no SRH, até o momento de sua alta hospitalar;b - deve incluir as ações específicas desenvolvidas pela unidade, de forma adequada ao seu público-alvo;c - deve haver a compatibilização da proposta terapêutica com as necessidades de cada usuário e de seus familiares, servindo como eixo diretor para a elaboração de projetos terapêuticos individuais;d - o projeto terapêutico da instituição deve envolver ainda o estabelecimento de mecanismos de referência e contra-referência que permitam o encaminhamento dos usuários após a sua alta, para a devida continuidade do tratamento;e - este documento deverá ser apresentado por escrito, e permanecer disponível para consulta no SHR-ad; e

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f - na condição de instrumento de representação de uma filosofia que norteia e permeia todo o trabalho institucional, imprimindo qualidade e humanização à assistência prestada, deve ser permanentemente avaliado, implementado e revalidado pela equipe multiprofissional.

1.3.4 - Instalações Físicas

a - a área física do SHR-ad deverá se enquadrar aos critérios e normas estabelecidos pela legislação em vigor ou outros ditames legais que as venham substituir ou complementar, a saber:

- Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento para Técnico para Planejamento, Prorrogação, Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de Estabelecimentos de Assistência à Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; e- Resolução nº 5, de 5 de agosto de 1993, do CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente,b - a área física deve ser adequada, convenientemente iluminada e ventilada, permitindo que os atendimentos sejam desenvolvidos com organização e segurança;c -a área física deve contar, no mínimo, com:- sala para atendimento individual dos usuários;- enfermarias, que devem constituir espaços mistos, com quartos separados por sexo;- quartos individuais, quando necessário, respeitando eventuais necessidades e demandas específicas dos usuários;- espaço multiuso, ou área livre para atividades terapêuticas ou recreativas;- posto de enfermagem; e- é recomendável que exista espaço próprio para refeições,d - em instalações hospitalares de arquitetura vertical, o SHR-ad deve ficar o mais próximo possível do andar térreo, facilitando o trânsito dos usuários, possibilitando a integração de pequena área livre para atividades, e diminuindo o risco aos usuários do serviço;e - deve ser buscada a compatibilização entre espaços hospitalares concebidos de acordo com a economia espacial utilizada pela arquitetura hospitalar, e o uso deste mesmo espaço de acordo com a dinâmica da atenção psicossocial, em uma lógica na qual a humanização do cuidado e a convivência se apresentam como favorecedores do processo terapêutico.

1.3.5 - Recursos Humanos

1.3.5.1 - A equipe mínima deve ser composta pelos seguintes profissionais:a) 01 psiquiatra;b) 01 médico generalista com formação em atendimento a usuários de álcool e outras drogas;c) 01 psicólogo; d) 01 enfermeiro com formação em atendimento a usuários de álcool e outras drogas por 24 horas;e) 03 técnicos ou auxiliares de enfermagem por 24 horas; ef) Suporte da equipe médica de plantonistas do hospital geral (plantão diurno de 12 horas).

1.3.5.2 - A equipe pode ser complementada por outros profissionais, de nível superior ou médio, necessários ao projeto terapêutico. Da mesma forma, outros profissionais componentes da equipe do hospital geral deverão ser acionados sempre que necessário.

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Page 119: Legislaçao em saude mental 2

ANEXO II

Código Serviço

Descrição Código Classificação

Descrição Agrupamento CBO 94 Descrição CBO

014Atenção Psicossocial

006

Hospital de Referência para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras drogas (SHR-ad)

01

06162 Médico Psiquiatra

06165 Médicos, em Geral (Clínico Geral).

07110 Enfermeiro em Geral

07410 Psicólogo em geral

57210 Auxiliar de Enfermagem

06164 Médico Plantonista *

02

06162 Médico Psiquiatra

06165 Médicos, em Geral (Clínico Geral).

07110 Enfermeiro em Geral

07410 Psicólogo em geral

07210 Técnico de Enfermagem

06164 Médico Plantonista *

Obs: O Médico plantonista pertencente ao quadro geral do hospital.

Comentário:Estabelece critérios para a implantação dos Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e outras Drogas (SHRad), inclui novos procedimentos nos sistemas de informação do SUS referentes à internação de usuários de álcool e outras drogas e define normas para o cadastramento dos SHRad.

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PORTARIA Nº 2.542/GM DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.

Institui Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar e implantar a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando que o fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública, que afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido;

Considerando a importância epidemiológica do registro do suicídio e das tentativas de suicídio em estados, capitais e municípios brasileiros;

Considerando a importância epidemiológica do suicídio em populações vulneráveis, tais como: indivíduos que já realizaram tentativas de suicídio, sem distinção de faixa etária ou gênero; usuários de álcool e outras drogas; populações residentes e internadas em instituições específicas (clínicas, hospitais, presídios e outros); adolescentes moradores de rua, gestantes e/ou vítimas de violência sexual; trabalhadores rurais expostos a determinados agentes tóxicos e/ou com precárias condições de vida; indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas (neoplasias, transtornos mentais e outros); indivíduos portadores de HIV e Aids, e populações jovens de etnias indígenas e de descendência negra, entre outras;

Considerando o aumento observado na freqüência no comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais;

Considerando o impacto e os danos causados pelo suicídio e tentativas nos indivíduos, nas famílias, nos locais de trabalho, nas escolas, outras instituições e na sociedade brasileira;

Considerando a relevância do quadro de co-morbidade e transtornos associados ao suicídio e suas tentativas, como a depressão e o uso indevido de álcool e outras drogas;

Considerando a possibilidade de intervenção nos casos de tentativas de suicídio e que as mortes por suicídio podem ser mortes evitáveis por meio de ações de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção à saúde;

Considerando a necessidade de organizar uma rede de atenção à saúde que garanta uma linha de cuidados integrais no manejo dos casos de tentativas de suicídio, com vistas a reduzir o dano do agravo e melhorar o acesso dos pacientes ao atendimento especializado, quando necessário;

Considerando a importância do suporte oferecido pelas organizações da sociedade civil na área de prevenção do suicídio, como os Centros de Crise e outros; e

Considerando a necessidade de desenvolver a Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, no âmbito do Ministério da Saúde, com a participação de outras instituições,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir, no âmbito do Ministério da Saúde, Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar e implantar a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio.

Art. 2º Definir que o Grupo de Trabalho de que trata o artigo 1º desta Portaria será representado pelas instituições/órgãos a seguir relacionados e atuará sob a coordenação da Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - Área Técnica de Saúde Mental:

I - três representantes da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS;II - um representante da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde -

SEGETS/MS;III - um representante da Secretaria de Vigilância na Saúde - SVS/MS;IV - um representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;V - um representante do Programa SUPRE-OMS;

120

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VI - um representante da Universidade de Brasília - UnB;VII - um representante do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva, da Universidade Federal

do Rio de Janeiro - NESC/UFRJ;VIII - um representante da Pontifícia Universidade Católica, do Rio Grande do Sul -

PUC-RS;IX - um representante do Núcleo de Epidemiologia do Instituto Phillipe Pinel, do Rio de

Janeiro;X - um representante do Centro de Valorização da Vida - CVV.Art. 3º Estabelecer que o Grupo de Trabalho terá 60 (sessenta) dias, a contar da

publicação desta Portaria, para apresentar proposta para implantação da Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SARAIVA FELIPE

Comentário:Nesta portaria, pela primeira vez, o Ministério da Saúde assinala que o suicídio é um grave problema de saúde pública, que pode ser prevenido, e assume o compromisso de desenvolver, em conjunto com outras entidades de governo e da sociedade civil, estratégias de prevenção a ser implantadas em todas as unidades federadas.

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PORTARIA Nº 678/GM DE 30 DE MARÇO DE 2006.

Institui a Estratégia Nacional de Avaliação, Monitoramento, Supervisão e Apoio Técnico aos Centros de Atenção Psicossocial e outros serviços da rede pública de saúde mental do SUS.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando os avanços na acessibilidade, cobertura e qualidade de atendimento em saúde mental alcançados após o início da vigência da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001;

Considerando a expansão da rede de serviços de atenção em saúde mental, constituída por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Ambulatórios, Residências Terapêuticas, Centros de Convivência e Cultura, Serviços de Saúde Mental em Hospitais Gerais, Serviços Hospitalares de Referência para Usuários de Álcool e Outras Drogas (SHR-AD), Emergências Psiquiátricas em Hospital Geral, atendimento em saúde mental na rede básica de saúde;

Considerando a exigência de acompanhamento cuidadoso do processo de desinstitucionalização e reintegração social dos pacientes egressos de internações psiquiátricas, por intermédio do Programa De Volta Para Casa, criado pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, e de outras ações de reabilitação psicossocial;

Considerando a necessidade de uma permanente avaliação e aperfeiçoamento dos serviços de saúde oferecidos pelo SUS; e

Considerando a relevância do processo de formação continuada dos profissionais dos serviços de saúde na consolidação do processo de Reforma Psiquiátrica,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir a Estratégia Nacional de Avaliação, Monitoramento, Supervisão e Apoio Técnico aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros Dispositivos Comunitários da rede pública de saúde mental.

Parágrafo único. A Estratégia objeto deste artigo será desenvolvida por meio do estabelecimento de parceria entre o Ministério da Saúde e instituições de ensino, pesquisa e extensão, com o objetivo de formulação e execução de projetos de pesquisa e produção e de conhecimento para avaliação e aperfeiçoamento dos CAPS e demais serviços da rede pública de saúde mental, focalizando desde a acessibilidade, a organização dos serviços, a gestão, a qualidade da atenção, a efetividade, a formação dos profissionais e a produção de qualidade de vida e cidadania dos usuários envolvidos.

Art. 2º Definir que, para a condução da Estratégia de que trata o artigo 1º desta Portaria, o Ministério da Saúde buscará o estabelecimento de parceria com os seguintes centros universitários:

I - Universidade Federal da Bahia - Instituto de Saúde Coletiva;II - Universidade de Brasília - Instituto de Psicologia;III - Universidade Estadual de Campinas - Instituto de Saúde Coletiva;IV - Universidade de São Paulo - Escola de Enfermagem;V - Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública; eVI - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Centro de Ciências da Saúde.

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Page 123: Legislaçao em saude mental 2

Art. 3º Estabelecer que a Secretaria de Atenção à Saúde, ouvidas as Secretarias de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, no prazo de 60 (sessenta) dias, procederá à elaboração do Termo de Cooperação Técnica e Científica entre as referidas universidades e o Ministério da Saúde, do qual conste a definição das ações e responsabilidades de cada instituição.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SARAIVA FELIPE

123

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PORTARIA Nº 1.876 DE 14 DE AGOSTO DE 2006

Institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Constituição Federal, no capítulo saúde, em seus artigos 196 a 200 e as Leis Orgânicas da Saúde nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990;

Considerando que o fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública, que afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido;

Considerando a importância epidemiológica do registro do suicídio e das tentativas de suicídio em todo o território nacional;

Considerando a importância epidemiológica e a relevância do quadro de co-morbidade e transtornos associados ao suicídio e suas tentativas, em populações vulneráveis, tais como: indivíduos com transtornos psíquicos, especialmente as depressões; indivíduos que já tentaram suicídio; usuários de álcool e outras drogas; populações residentes e internadas em instituições específicas (clínicas, hospitais, presídios e outros); adolescentes moradores de rua, gestantes e/ou vítimas de violência sexual; trabalhadores rurais expostos a determinados agentes tóxicos e/ou a precárias condições de vida; indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas; indivíduos que convivem com o HIV/AIDS e populações de etnias indígenas, entre outras;

Considerando o aumento observado na freqüência do comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais;

Considerando o impacto e os danos causados pelo suicídio e as tentativas nos indivíduos, nas famílias, nos locais de trabalho, nas escolas e em outras instituições;

Considerando a possibilidade de intervenção nos casos de tentativas de suicídio e que as mortes por suicídio podem ser evitadas por meio de ações de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção à saúde;

Considerando a necessidade de organizar uma rede de atenção à saúde que garanta linha de cuidados integrais no manejo dos casos de tentativas de suicídio, com vistas a reduzir o dano do agravo e melhorar o acesso dos pacientes ao atendimento especializado, quando necessário;

Considerando a importância do suporte oferecido pelas organizações da sociedade civil na área de Prevenção do Suicídio, como os Centros de Crise e outros;

Considerando os custos elevados dos procedimentos necessários às intervenções após as tentativas de suicídio;

Considerando a necessidade de promover estudos e pesquisas na área de Prevenção do Suicídio;

Considerando o papel importante dos meios de comunicação de massa por intermédio das diversas mídias no apoio à prevenção e no tratamento humanizado dos casos de tentativas;

Considerando os Pactos pela Saúde, em suas três dimensões: Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, estabelecidos pela Portaria nº 399/GM/MS, de 2006 e a recomendação da Organização Mundial da Saúde de que os Estados-Membros desenvolvam diretrizes e

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estratégias nacionais de prevenção do suicídio; e

Considerando a Portaria nº 2.542/GM, de 22 de dezembro de 2005, que instituiu Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar e implantar a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio,

R E S O L V E:

Art. 1° Instituir as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.

Art. 2° Estabelecer que as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio sejam organizadas de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Estado de Saúde, as Secretarias Municipais de Saúde, as instituições acadêmicas, as organizações da sociedade civil, os organismos governamentais e os não-governamentais, nacionais e internacionais, permitindo:

I - desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida, de educação, de proteção e de recuperação da saúde e de prevenção de danos;

II - desenvolver estratégias de informação, de comunicação e de sensibilização da sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido;

III - organizar linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e recuperação) em todos os níveis de atenção, garantindo o acesso às diferentes modalidades terapêuticas;

IV - identificar a prevalência dos determinantes e condicionantes do suicídio e tentativas, assim como os fatores protetores e o desenvolvimento de ações intersetoriais de responsabilidade pública, sem excluir a responsabilidade de toda a sociedade;

V - fomentar e executar projetos estratégicos fundamentados em estudos de custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como em processos de organização da rede de atenção e intervenções nos casos de tentativas de suicídio;

VI - contribuir para o desenvolvimento de métodos de coleta e análise de dados, permitindo a qualificação da gestão, a disseminação das informações e dos conhecimentos;

VII - promover intercâmbio entre o Sistema de Informações do SUS e outros sistemas de informações setoriais afins, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção de dados e garantindo a democratização das informações; e

VIII - promover a educação permanente dos profissionais de saúde das unidades de atenção básica, inclusive do Programa Saúde da Família, dos serviços de saúde mental, das unidades de urgência e emergência, de acordo com os princípios da integralidade e da humanização.

Art. 3° Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS), em conjunto com outras áreas e agências do Ministério da Saúde, que adote as providências necessárias para a estruturação das Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio instituídas por esta Portaria.

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Art. 4° Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que constitua um Grupo de Trabalho, a ser instituído por portaria específica, para propor a regulamentação dessas diretrizes no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias.

Art. 5° Determinar que a regulamentação dessas diretrizes seja apresentada e pactuada no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite - CIT.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA

Comentário:Esta portaria apresenta o primeiro produto do GT da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio. Oferece uma série de ações, que envolve promoção da qualidade de vida, prevenção primária, secundária e terciária, tratamento e reabilitação psicossocial, que têm impacto na redução das taxas de mortes por suicídio e nos danos causados aos familiares, amigos e colegas de trabalho das vítimas a ser implantadas nas três esferas de gestão.

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PORTARIA Nº 748, DE 10 DE OUTUBRO DE 2006

O Secretário de Atenção á Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a implantação de residências terapêuticas vinculadas aos estabelecimentos de atenção a Saúde Mental

Considerando a necessidade de se identificar e quantificar as residências terapêuticas implantadas no país, buscando conhecer a sua localização e a sua capacidade operacional;

Considerando a portaria 511/SAS, de 29 de dezembro de 2000, que estabelece o cadastramento dos estabelecimentos de saúde no país, vinculados ou não ao SUS; e,

Considerando a Portaria Nº. 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000 que criou os Serviços Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, como integrante da rede de atenção aos portadores de transtornos mentais, resolve:

Art.1º - Excluir o Serviço Especializado 050-Residencial Terapêutico em Saúde Mental e sua classificação 128-Assistência Domiciliar a Pacientes de Hospitais Psiquiátricos.

Art.2º - Incluir no serviço 014 – Atenção Psicossocial, a classificação Residencial Terapêutica em Saúde Mental e redefinir as respectivas classificações, a seguir descritas:

CÓDIGO SERVIÇO

DESCRIÇÃO DO SERVIÇO

CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO

DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO

014ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

001 Centro de Atenção Psicossocial CAPS I002 Centro de Atenção Psicossocial CAPS II003 Centro de Atenção Psicossocial CAPS III004 Centro de Atenção Psic. à Infância e à

Adolescência CAPSi 005 CAPS ad (Álcool e Outras Drogas006 Serviço Hospitalar de Referência para a

Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas (SHR-AD)

007 Residência Terapêutica em Saúde Mental

§ 1º - A compatibilidade do serviço 014 e suas respectivas classificações com a classificação brasileira de ocupações – CBO está descrita no anexo III desta Portaria.

§ 2º- Caberá ao DATASUS providenciar a transferência automática da informação existente de Serviço /Classificação 050/128 para o Serviço Especializado/Classificação 014/006, nos estabelecimentos de saúde que dispõem do referido serviço/classificação atualmente cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde –SCNES.

Art. 3º - Instituir a Ficha Complementar de Residência Terapêutica no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde – SCNES, com o preenchimento desta no estabelecimento de Saúde que possui o Serviço Especializado 014 - Atenção Psicossocial com a Classificação 007 - Residencial Terapêutica em Saúde Mental, a partir da competência Outubro de 2006, conforme formulário modelo e orientação de preenchimento, anexos I e II desta Portaria.

Parágrafo único – Caberá às SES/SMS e ao Distrito Federal efetivarem a adequação dos cadastros dos estabelecimentos de saúde que se enquadrem no disposto deste artigo, no

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período de outubro de 2006 a fevereiro de 2007. Após este período os cadastros que não forem adequados ficarão com “status” de inconsistentes/pendentes na base de dados do SCNES local e nacional.

Art. 4º - Caberá ao Departamento de Informática do SUS – DATASUS, adotar as medidas necessárias para adequações no Sistema SCNES ao que dispõe esta Portaria.

Art. 5º - Revogar o Artigo 2º da portaria GM/MS nº 1220, de 07 de novembro de 2000 e Artigo 11 da Portaria nº. 106, de 11 de fevereiro de 2000.

Art. 6º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃOSecretário

ANEXO II

ORIENTAÇÃO DE PREENCHIMENTO DA FICHA COMPLEMENTAR DA RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA

Conceitos:Entendem-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e laços familiares e, que viabilizem sua inserção social.

O cadastro da residência terapêutica nos estabelecimentos somente será permitido se a mesma se enquadra no conceito acima descrito e o estabelecimento possui o serviço especializado 014 – Atenção Psicossocial e classificação 007-Residência Terapêutica em Saúde Mental. Não é permitido o cadastro da residência terapêutica como estabelecimento de saúde.

Para identificação das residências terapêuticas deverão ser observados os critérios abaixo estabelecidos:

1 – DADOS OPERACIONAIS:Informar se o comando é de INCLUSÃO, ALTERAÇÃO OU EXCLUSÃO.CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

2 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE SAÚDEDeverá ser informado o CNES e nome fantasia do estabelecimento ao qual a residência terapêutica esta vinculada.CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

3 - IDENTIFICAÇÃO DA RESIDENCIA TERAPEUTICADeverá ser informado o nome de referencia. As residências deverão ser identificadas por um nome de referencia, ficando a critério do gestor, a escolha do mesmo, podendo o nome ser alfanumérico.CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

Obs.O cadastro das residências só poderá ser realizado no cadastro do estabelecimento que tiver previamente cadastrado o serviço/classificação (014/007); caso haja mais de uma residência

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vinculada ao mesmo estabelecimento, o SCNES fará automaticamente a numeração seqüencial no formato SSSCNES.

Onde:SSS: Número SeqüencialCNES – Código do CNES do estabelecimento

4 – LOCALIZAÇÃO

Deverá ser informado o endereço completo da residência terapêutica.TODOS OS CAMPOS SÃO DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

5 – CARACTERIZAÇÃO DA RESIDENCIA

5.1 - Quantidade de MoradoresDeverá ser informada a quantidade de moradores da residência, por sexo.CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

5.2 - Data de AtivaçãoDeverá ser informada a data no formato dia/mês/ano (dd/mm/aaaa) da implantação da residência terapêutica e a data não pode ser superior à data atual.CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.

5.3 - Data de DesativaçãoDeverá ser informada a data no formato dia/mês/ano (dd/mm/aaaa) da desativação da residência terapêutica e a data não pode ser superior à data atual.

5.4 - N º de Cuidadores.Deverá ser informada a quantidade de profissionais com a ocupação de Cuidador de Saúde, CBO 199.99, que estão lotados na residência. Poderão ser informados outros profissionais lotados na residência quando houver CBO compatível com a ocupação dos mesmos.

6 – IDENTIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS6.1 – Responsável TécnicoDeverá ser identificado o profissional lotado no estabelecimento de saúde ao qual a residência esta vinculada, indicado como responsável técnico pela mesma. Na ficha deverão ser preenchidos os campos de CBO, NOME, CPF e CNS com base no cadastro existente do profissional. No SCNES essas informações serão importadas do cadastro do profissional, através da opção de Pesquisa de Profissional existente.

6.2 – Cuidador de Saúde Deverá ser informada a descrição dos profissionais com a ocupação de Cuidador de Saúde, que estão lotados na residência, através da vinculação das informações existentes no cadastro de profissionais. Deverão ser trazidas as informações referentes a CBO, NOME, CPF e CNSOBS: Esses profissionais estão atualmente cadastrados com o CBO 199.99CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

7 - RESPONSAVEL PELO CADASTROO cadastro das residências terapêuticas deverá ser realizado pelo gestor municipal/estadual ou pelo próprio estabelecimento se assim for delegado pelo gestor

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ANEXO III – TABELA DE SERVIÇO/CLASSIFICAÇÃO SCNES REFERENTE A ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

CÓD. SERV.

DESCRIÇÃO DO SERVIÇO

CÓD. CLASS. SERVIÇO

DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO

QTE. GRUPOS DE CBO

CBO

014 ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

001 CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL I CAPS I

1 07110-ENFERMEIRO EM GERAL

07310- ASSISTENTE SOCIAL, EM GERAL.

06105-MÉDICOS, EM GERAL (CLÍNICO GERAL ou 06162- MÉDICO PSIQUIATRA

07630- TERAPEUTA OCUPACIONAL ou 0 4945 - PEDAGOGO

07410- PSICÓLOGO, EM GERAL

57210 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 7210- TECNICO DE ENFERMAGEM, EM GERAL

002 CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CAPS II

1 07110-ENFERMEIRO EM GERAL

07310- ASSISTENTE SOCIAL, EM GERAL

6162- MÉDICO PSIQUIATRA

07630- TERAPEUTA OCUPACIONAL ou 4945 - PEDAGOGO

07410- PSICÓLOGO, EM GERAL.

(57210 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 7210- TECNICO DE ENFERMAGEM, EM GERAL ).

003 CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CAPS III

1 07110-ENFERMEIRO EM GERAL

07310- ASSISTENTE SOCIAL, EM GERAL

06162- MÉDICO PSIQUIATRA

07630- TERAPEUTA OCUPACIONAL ou 04945 - PEDAGOGO

07410- PSICÓLOGO, EM GERAL

(57210 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 07210- TECNICO DE ENFERMAGEM, EM GERAL ).

004 CENTRO DE ATENÇÃO PSIC. À INFÂNCIA E À ADOLESCÊNCIA CAPSI

1 07110-ENFERMEIRO EM GERAL

07310- ASSISTENTE SOCIAL, EM GERAL.

06105-MÉDICOS, EM GERAL (CLÍNICO GERAL) OU 06155- MÉDICO PEDIATRA OU

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06162- MÉDICO PSIQUIATRA OU 6142-MÉDICO NEUROLOGISTA

07630- TERAPEUTA OCUPACIONAL OU 04945 - PEDAGOGO

07410- PSICÓLOGO, EM GERAL.

57210 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 7210- TECNICO DE ENFERMAGEM, EM GERAL

005 CAPS AD (ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS)

1 07110-ENFERMEIRO EM GERAL

07310- ASSISTENTE SOCIAL, EM GERAL.

06105-MÉDICOS, EM GERAL (CLÍNICO GERAL ou 6162- MÉDICO PSIQUIATRA

07630- TERAPEUTA OCUPACIONAL ou 4945 - PEDAGOGO

07410- PSICÓLOGO, EM GERAL.

57210 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 07210- TECNICO DE ENFERMAGEM, EM GERAL

006 SERVIÇO HOSPITALAR DE REFERÊNCIA PARA A ATENÇÃO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS (SHR-AD)

1

06162 - MÉDICO PSIQUIATRA; 06165- MÉDICOS, EM GERAL (CLÍNICO GERAL);06164- MÉDICO PLANTONISTA(1)07110- ENFERMEIRO EM GERAL07410- PSICÓLOGO EM GERAL57210- AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 07210 - TÉCNICO DE ENFERMAGEM

2

06162 - MÉDICO PSIQUIATRA; 06165- MÉDICOS, EM GERAL (CLÍNICO GERAL);06164- MÉDICO PLANTONISTA(1)07110- ENFERMEIRO EM GERAL07410- PSICÓLOGO EM GERAL57210- AUXILIAR DE ENFERMAGEM OU 07210 - TÉCNICO DE ENFERMAGEM

007 RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA EM SAÚDE MENTAL

1 19999 - OUTROS PROFISSIONAIS DE NÍVEL TÉCNICO E MÉDIO

Obs: (1) O Médico plantonista pertencente ao quadro geral do hospital.

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PORTARIA N° 2.488 DE 2 DE OUTUBRO DE 2007

Concede reajuste de diárias em psiquiatria

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições,

Considerando a necessidade de promover a adequação de valores referentes aos procedimentos ambulatoriais e hospitalares das tabelas de referência nacional do Sistema Único de Saúde;

Consideando as análises e estudos realizados pelas diversas áreas técnicas do Ministério da Saúde; e

Considerando a necessidade premente de buscar soluções para os problemas apresentados em algumas áreas estratégicas da saúde, que comprometem o acesso e a qualidade da assistência prestada no âmbito do SUS,

R E S O L V E:

Art. 1º - Conceder reajuste, em caráter emergencial, alterando os valores de procedimentos ambulatoriais e hospitalares constantes das Tabelas dos Sistemas de Informação Ambulatorial e Hospitalar – SIA e SIH/SUS, redefinidos conforme os Anexos I e II desta Portaria.

Art. 2º - Estabelecer a publicação de Portaria específica, para recomposição dos tetos financeiros anuais da Assistência Ambulatorial e Hospitalar dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, decorrente do reajuste dos valores dos procedimentos previsto no Art. 1º desta Portaria.

Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos operacionais e financeiros a partir da competência setembro de 2007.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

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ANEXO I

CÓDIGO PROCEDIMENTOS SIH/SUSVALOR (R$)

SH SP SADT

63001101 TRATAMENTO PSIQUIATRIA -HOSPITAL GERAL 32,89 3,25 3,17

63001209 TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA EM HOSPITAL DIA 31,77 3,14 3,07

63001586 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE I - RPH 36,40 2,95 2,89

63001594 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE II - RPH 32,86 2,95 2,89

63001608 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE III - RPH 29,21 2,90 2,84

63001616 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE IV - RPH 27,53 2,90 2,84

63001624 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE V - RPH 26,68 2,85 2,79

63001632 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE VI - RPH 26,29 2,85 2,79

63001640 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE VII - RPH 25,54 2,80 2,74

63001659 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE VIII - RPH 24,64 2,80 2,74

63001667 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE IX - RPH 24,04 2,75 2,70

63001675 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE X - RPH 23,91 2,75 2,70

63001683 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE XI - RPH 23,37 2,70 2,65

63001691 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE XII - RPH 23,27 2,70 2,65

63001713 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE XIV - RPH 22,69 2,65 2,60

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PORTARIA Nº 2.759 DE 25 DE OUTUBRO DE 2007

Estabelece diretrizes gerais para a Política de Atenção Integral à Saúde Mental das Populações Indígenas e cria o Comitê Gestor.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando os princípios gerais do Relatório da III Conferência Nacional de Saúde Mental, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde;

Considerando as deliberações da IV Conferência Nacional de Saúde Indígena;Considerando os debates do II Fórum Amazônico de Saúde Mental e as diretrizes da

Carta de Saúde Mental Indígena na Amazônia Legal;Considerando a aprovação pelo Ministério da Saúde, pela Organização Panamericana de

Saúde e pela Organização Mundial da Saúde da Carta de Brasília de 2005, que estabelece os Princípios Orientadores para o Desenvolvimento da Atenção em Saúde Mental nas Américas, e que ratifica a Declaração de Caracas sobre a necessidade de enfrentar desafios relacionados às populações mais vulneráveis, como os povos indígenas;

Considerando as deliberações da Reunião Sobre o Plano de Saúde Mental Indígena para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas; e

Considerando a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 13 de setembro de 2007,

R E S O L V E:

Art 1º Estabelecer como diretrizes gerais para uma Política de Atenção Integral à Saúde Mental das Populações Indígenas:

I - apoiar e respeitar a capacidade das diversas etnias e das comunidades indígenas, com seus valores, economias, tecnologias, modos de organização, de expressão e de produção de conhecimento, para identificar problemas, mobilizar recursos e criar alternativas para a construção de soluções para os problemas da comunidade;

II - apoiar a organização de um processo de construção coletiva de consensos e de soluções, que envolva a participação de todos os atores sociais relevantes, em especial o movimento social e as lideranças indígenas, que considere e respeite as especificidades e a cultura de cada comunidade indígena envolvida, que respeite e convoque os conhecimentos da medicina tradicional das comunidades, e que crie alternativas viáveis e consensuais para a abordagem dos problemas de saúde destas comunidades;

III - considerar como atores sociais imprescindíveis para a construção deste processo, os etnólogos e a comunidade acadêmica, na medida em que vem acompanhando sistematicamente o impacto do contato destas comunidades com as sociedades envolventes, apontando a complexidade dos problemas das comunidades e das intervenções do Estado brasileiro e produzindo conhecimento acerca da heterogeneidade destas comunidades;

IV - garantir ações integradas, através da articulação institucional entre as diferentes esferas de governo (União, Estado e Municípios);

V - garantir acessibilidade, sobretudo através da potencialização das ações de construção coletiva de soluções para os problemas de saúde mental no nível da atenção básica, e da potencialização dos CAPS na construção coletiva de ações em seu território, sobretudo em regiões com grande concentração de comunidades indígenas;

VI - considerar como fundamento das propostas de intervenção a estratégia de pesquisa – ação participativa, que permita sistematizar informação epidemiológica, assim como os modelos

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explicativos e sistemas de ação que os indígenas implementam para a superação de seus problemas;

VII - garantir a criação de um sistema de monitoramento e avaliação das ações, que além de inquéritos epidemiológicos específicos, inclua estudos qualitativos de avaliação das estratégias de intervenção, sejam estas intraculturais ou externas à cultura local; e

VIII - garantir que o Programa de Formação Permanente de Recursos Humanos para a Reforma Psiquiátrica, já em andamento, absorva, especialmente em regiões com grande concentração de comunidades indígenas, a problemática da saúde mental indígena.

Art. 2º Criar o Comitê Gestor da Política de Atenção Integral à Saúde Mental das Populações Indígenas, com as seguintes incumbências:

I - elaborar e pactuar com as instâncias implicadas, em 45 (quarenta) dias, uma norma que regulamente as ações de atenção em Saúde Mental às populações indígenas, onde estejam implicadas estruturas da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, da Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS/MS, e da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA;

II - coordenar as ações no âmbito do Ministério da Saúde, ouvidas as instâncias representativas de comunidades indígenas, para o enfrentamento das situações emergenciais da atenção à saúde mental indígena, como o alcoolismo, o suicídio e outros problemas prevalentes; e

III - elaborar um sistema de monitoramento e avaliação das ações de atenção em saúde mental às populações indígenas, em sua implantação e implementação.

Art. 3º Definir como integrantes do Comitê, sob a coordenação do primeiro, e a coordenação adjunta do segundo, os seguintes membros:

I - um representante do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA;

II - um representante do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental - DAPES/SAS/MS;

III - um representante do Projeto VIGISUS - Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA;

IV - um representante do Departamento de Atenção Básica - DAB/SAS/MS;V - um representante da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS/MS;VI - um representante do Conselho de Comunidades Indígenas das cinco regiões do

país;VII - um pesquisador convidado, de universidade brasileira;VIII - um representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS;IX - um representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde -

CONASEMS; e

X - um representante da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:Esta peça estabelece as primeiras diretrizes para a atenção à saúde mental da população indígena, atendendo ao desafio da construção de referenciais ético-políticas para uma atenção à saúde mental fundada no respeito e na sensibilidade à diversidade e pluralidade de identidades da população brasileira.

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PORTARIA Nº 3.211 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2007.

Institui Grupo de Trabalho sobre a atenção aos portadores de autismo na rede pública de saúde, que deve apresentar o diagnóstico da situação atual da atenção ao autismo e uma proposta contendo medidas para ampliação do acesso e qualificação da atenção.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216/01 e da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que apontam a necessidade de estender mais eficazmente as iniciativas de atenção psicossocial à população infanto-juvenil; e

Considerando a necessidade de ampliação da cobertura assistencial destinada aos autistas na rede do Sistema Único de Saúde - SUS, bem como da realização de um diagnóstico aprofundado das condições de atendimento atualmente oferecidas,

R E S O L V E:

Art. 1º Constituir Grupo de Trabalho (GT) sobre Atenção aos Autistas na Rede do Sistema Único de Saúde - SUS, com as seguintes atribuições:

I - elaborar um diagnóstico da situação atual para atenção às pessoas com autismo na rede do SUS; e

II - propor medidas para ampliação do acesso e qualificação da atenção oferecida na rede SUS.

Art. 2º Estabelecer que o Grupo de Trabalho instituído por esta Portaria seja composto por representantes das Instâncias e Instituições a seguir relacionadas:

I - Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde;a) Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – DAPES;- Área Técnica de Saúde Mental;- Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência ;- Área Técnica de Saúde da Criança; - Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem; b) Departamento de Atenção Básica – DAB/SAS;c) Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas – DRAC/SAS;

II - Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenis no Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil;

III - Conselho Nacional de Procuradores – Promotoria de Defesa à Saúde do Ministério Público com assento no Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil;

IV - Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e Juventude com assento no Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil;

V - Colegiado dos Coordenadores de Saúde Mental;VI - Associação Brasileira de Autismo - ABRA;VII - Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria da Infância e Adolescência -

ABENEPI;VIII - Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP; IX - Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde;

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X- Comissão Intersetorial de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência do Conselho Nacional de Saúde;

XI - Federação Nacional das APAES;XII - Federação Nacional das Pestalozzi;XIII - Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência –

CORDE/SEDH/PR; eXIV - Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial.

Parágrafo único. A Coordenação do Grupo de Trabalho, será pela Secretaria de Atenção à Saúde – Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental, poderá convidar outros segmentos representativos além de consultores e especialistas no tema para participar das reuniões.

Art. 3º Definir o prazo de 90 (noventa) dias, a partir da data de sua instalação, prorrogável por mais 30 dias, para apresentação das conclusões do Grupo de Trabalho.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:O Grupo de Trabalho sobre Atenção ao Autismo no SUS tem o mérito de reunir e estabelecer o diálogo entre as diversas entidades que atendem as pessoas portadoras de autismo, as instâncias governamentais de diferentes setores e os dispositivos da saúde pública, com o objetivo de ampliar o acesso e qualificar o atendimento ao autismo na rede do Sistema Único de Saúde.

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PORTARIA Nº 3.237/GM DE 24 DE DEZEMBRO DE 2007

Aprova as normas de execução e de financiamento da assistência farmacêutica na atenção básica em saúde.

A MINISTRA DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINA, no uso de suas atribuições, e

Considerando o disposto na Portaria nº 3.916/GM, de 30 de outubro de 1998, que estabelece a Política Nacional de Medicamentos e define as diretrizes, as prioridades e as responsabilidades da Assistência Farmacêutica para os gestores federal, estadual e municipal do Sistema Único de Saúde – SUS;

Considerando a Resolução nº 338, do Conselho Nacional de Saúde, de 6 de maio de 2004, e que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e estabelece seus princípios gerais e eixos estratégicos;

Considerando a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS, e aprova as Diretrizes Operacionais do referido Pacto;

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;

Considerando a Portaria nº 2.475/GM, de 13 de outubro de 2006, que aprova a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME 2006;

Considerando a Portaria nº 2.583/GM, de 10 de outubro de 2007, que define o elenco de medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, nos termos da Lei nº 11.347, de 2006, aos usuários portadores de diabetes mellitus; e

Considerando a pactuação efetuada na Comissão Intergestores Tripartite de 25 de outubro de 2007,

R E S O L V E:

Art. 1º Aprovar as normas de execução e de financiamento da assistência farmacêutica na atenção básica em saúde, como parte da Política de Assistência Farmacêutica do Sistema Único de Saúde, nos termos constantes do Anexo I a esta Portaria.

Art. 2º Definir o Elenco de Referência de medicamentos e insumos complementares para a assistência farmacêutica na atenção básica em saúde, conforme o Anexo II a esta Portaria.

Art. 3º Regulamentar o Componente Básico do Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica, cujo financiamento se destina à aquisição e distribuição dos medicamentos e insumos complementares descritos no Elenco de Referência, conforme o Anexo II a esta Portaria.

§ 1º Os valores da Parte Fixa e da Parte Variável dos Grupos de Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite e Saúde Mental passam a compor valor único de financiamento, no Componente Básico.

§ 2º Os medicamentos e os insumos para o Combate ao Tabagismo e para a Alimentação e Nutrição passam a integrar o Componente Estratégico do Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica.

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Art. 4º O financiamento da assistência farmacêutica básica é responsabilidade das três esferas de gestão, devendo ser aplicados os valores mínimos definidos nesta Portaria.

Parágrafo único. Valores mínimos aplicados para Medicamentos do Elenco de Referência:

I - União: R$ 4,10 por habitante/ano;II - Estados e Distrito Federal: R$ 1,50 por habitante/ano; eIII - Municípios: R$ 1,50 por habitante/ano.

Art. 5º O Ministério da Saúde financiará ainda, com recursos distintos dos valores indicados no artigo 4º, parágrafo único, a aquisição e a distribuição às Secretarias de Saúde dos Estados, dos seguintes medicamentos e insumos:

I - medicamento Insulina NPH 100 UI e Insulina Humana Regular 100 UI, constantes do Elenco de Referência e cujo gasto de referência representa R$ 0,68 habitante/ano; e

II - contraceptivos e insumos do Programa Saúde da Mulher, constantes do Elenco de Referência e cujo gasto de referência representa R$ 0,30 habitante/ano.

Art. 6º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pelo

financiamento dos insumos complementares destinados aos usuários insulino-dependentes de que trata a Lei Federal nº 11.347, de 2006 e a Portaria nº 2.583/GM, de 10 de outubro de 2007, cujos valores a serem aplicados por cada esfera de gestão é de R$ 0,30 habitante/ano.

Parágrafo único. Os recursos financeiros destinados ao financiamento dos insumos para o Controle do Diabetes Mellitus não devem ser movimentados na conta do Componente Básico da Assistência Farmacêutica.

Art. 7º Os recursos anuais destinados a cada Município são calculados sobre a população IBGE 2007, conforme a Resolução nº 7, de 4 de outubro de 2007, e estão explicitados no Anexo III a esta Portaria.

Art. 8º A transferência de recursos do gestor federal poderá ser suspensa quando se comprovar a não-aplicação de recursos de qualquer um dos demais gestores, nos valores definidos no parágrafo único do artigo 4º, nos termos do artigo 9º do Anexo I.

Art. 9º As despesas orçamentárias estabelecidas nesta Portaria devem onerar as Funcionais Programáticas 10.303.1293.20AE – Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos na Atenção Básica em Saúde e 10.303.1293.4368 - Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos para Programas de Saúde Estratégicos.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência janeiro de 2008.

Art. 11. Revogam-se, a partir de 1º de fevereiro de 2008, as Portarias nº 1.077/GM, de 24 de agosto de 1999, nº 280 de 27 de fevereiro de 2004, nº 2.084/GM, de 26 de outubro de 2005, nº 2.099/GM de 30 de agosto de 2006 e os §§ 1º ao 7º do art. 25 da Portaria 204, de 2007.

MÁRCIA BASSIT LAMEIRO DA COSTA MAZZOLI

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ANEXO I

DO ELENCO DE REFERÊNCIA DOS MEDICAMENTOS E INSUMOS DO COMPONENTE BÁSICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Art. 1º O Elenco de Referência é composto por medicamentos e insumos que se destinam a atender aos agravos prevalentes e prioritários da atenção básica à saúde e estão contidos no Anexo II à presente Portaria.

§ 1º Os medicamentos são integrantes da RENAME vigente. § 2º Outros medicamentos constantes da RENAME vigente e que tenham

indicação na atenção básica, de acordo com a necessidade local/regional, poderão ser incluídos e fazer parte do Elenco de Referência, desde que pactuado nas Comissões Intergestores Bipartite - CIB, podendo se dar seu financiamento com os recursos financeiros definidos nesta Portaria.

§ 3º Sem prejuízo da garantia do fornecimento/dispensação dos medicamentos para atendimento dos agravos cuidados na atenção básica em saúde e em atenção ao perfil epidemiológico local/regional, a disponibilização de todos os medicamentos constantes do Elenco de Referência não é obrigatória.

§ 4º Os insumos que compõem o Elenco de Referência destinam-se a complementar as ações de assistência farmacêutica na atenção básica em saúde, em conformidade com a Lei nº 11.347, de 2006.

DA EXECUÇÃO E DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA

Art. 2º O financiamento da assistência farmacêutica básica é responsabilidade das três esferas de gestão, nos valores e modalidades de execução definidas nesta Portaria, sendo complementada pelas pactuações nas Comissões Intergestores Bipartite de cada unidade federativa.

Art. 3º A execução do Componente da assistência farmacêutica básica é descentralizada, sendo a aquisição e a dispensação dos medicamentos e insumos de responsabilidade dos Municípios e do Distrito Federal.

§ 1º Com o objetivo de apoiar a execução da assistência farmacêutica básica, os gestores estaduais e municipais podem pactuar na Comissão Intergestores Bipartite a aquisição dos medicamentos e insumos pelo gestor estadual, por meio de aquisições estaduais ou de Atas de Registro de Preços para utilização pelos Municípios.

§ 2º Quando da utilização de Atas de Registro de Preços, o edital da licitação deve dispor sobre a possibilidade de utilização recíproca pelos Municípios.

Art. 4º Os gestores devem encaminhar ao Ministério da Saúde a Resolução CIB informando a pactuação para a transferência dos recursos federais do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal ou para o Fundo Estadual de Saúde.

Parágrafo único. Os recursos financeiros do Ministério da Saúde são transferidos em parcelas mensais, correspondendo a 1/12 (um doze avos).

Art. 5º A forma de aplicação dos recursos financeiros do gestor estadual e dos gestores municipais deve ser pactuada nas Comissões Intergestores Bipartite, respeitando os limites mínimos pactuados nacionalmente.

§ 1º No sentido de fortalecer a produção pública de medicamentos, os gestores estaduais e municipais poderão pactuar no sentido de que a aplicação dos recursos devidos pelo gestor estadual se dê por meio da oferta de medicamentos produzidos em laboratórios públicos oficiais.

§ 2º Os medicamentos produzidos por laboratório oficial, disponibilizados pelo gestor estadual, devem ter seus valores unitários informados às CIBs e corresponder àqueles

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constantes do Elenco de Referência pactuado, nos itens quantitativos e no cronograma de entrega que o gestor municipal programar.

Art. 6º Os quantitativos dos medicamentos Insulina NPH e Insulina Regular são adquiridos e distribuídos conforme a programação anual enviada pelas Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal e os quantitativos dos insumos do Programa de Saúde da Mulher, conforme os parâmetros definidos pela respectiva área técnica do Ministério da Saúde.

Art. 7º Nos procedimentos de aquisição, os gestores devem seguir a legislação pertinente no sentido de obter a proposta mais vantajosa para a administração.

Art. 8º Conforme o Decreto nº 1.651, de 1995, a prestação de contas dos recursos financeiros transferidos fundo a fundo, bem como dos montantes aplicados pelos gestores estaduais, municipais e do Distrito Federal dar-se-á por meio da apresentação do respectivo Relatório de Gestão.

Art. 9º A transferência dos recursos federais será suspensa nas seguintes situações:I - quando constatadas irregularidades na utilização dos recursos, obtidas por meio

de auditorias dos órgãos de controle interno e externo, assegurado o direito de defesa; eII - não-aplicação dos valores mínimos devidos e pactuados nesta Portaria pelo

gestor estadual e/ou municipal, quando denunciada formalmente por um dos gestores ou constatada por meio de monitoramento e auditorias realizadas por órgãos de controle interno e externo.

§ 1º O bloqueio dos recursos financeiros será realizado mediante aviso prévio de 60 (sessenta) dias ao gestor, e formalizado por meio de publicação de portaria específica, devidamente fundamentada.

§ 2º O repasse federal dos recursos financeiros deste componente será restabelecido tão logo seja comprovada a regularização da situação que motivou a suspensão.

Art. 10. Os impactos da execução da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica serão monitorados e avaliados por meio de indicadores definidos em Portaria específica.

ANEXO II

ELENCO DE REFERÊNCIA DO COMPONENTE DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA BÁSICA

I – Medicamentos com aquisição pelos Municípios, Distrito Federal e/ou Estados, conforme pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite e Financiamento Tripartite

MEDICAMENTO ORIENTAÇÃO DE USOÁcido acetilsalicílico comprimido 100 mg e 500 mg 100 mg de uso indicado para paciente adultoAlbendazol comprimido mastigável 400 mg Amitriptilina, cloridrato de, comprimido 25 mgAmoxicilina pó para suspensão oral 50 mg/ml

Amoxicilina + Clavulanato de potássio suspensão oral 50 mg / 12,5 mg\ml

Medicamento indicado para combate a infecções causadas por bactérias resistentes à amoxicilina, especialmente Haemophilus influenza e Moraxella catarrhalis

Amoxicilina + Clavulanato de potássio comprimido 500 mg / 125 mg

Medicamento indicado para combate a infecções causadas por bactérias resistentes à amoxicilina, especialmente Haemophilus influenza e

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Moraxella catanhalisAmoxicilina cápsula 500 mg Anlodipino, besilato de, comprimido 5 e 10 mgAtenolol comprimido 50 e 100 mg

Azitromicina suspensão oral 40 mg/ml Uso indicado para tratamento de tracoma em dose única de infecção genital por Chlamydia trachomatis

Azitromicina comprimido 500 mgUso indicado para tratamento de tracoma em dose única de infecção genital por Chlamydia trachomatis

Beclometasona, dipropionato de, pó, solução inalante ou aerossol 50 mg/dose e 200 mg/doseBenzilpenicilina benzatina pó para suspensão injetável 1.200.000 U.I. Benzilpenicilina benzatina pó para suspensão injetável 600.000 U.I. Benzilpenicilina procaína + Benzilpenicilina potássica suspensão injetável 300.000 UI + 100.000 UICaptopril comprimido 25 mg Carbamazepina comprimido 200 mgCarbamazepina xarope 20 mg/mlCefalexina sódica ou cefalexina, cloridrato de, suspensão oral 50 mg/mlCefalexina sódica ou cefalexina, cloridrato de, cápsula 500 mg Ciprofloxacino, cloridrato de, comprimido 500 mg Clomipramina, cloridrato de, comprimido 10 e 25 mgClorpromazina, cloridrato de, comprimido 100 e 25 mgClorpromazina, cloridrato de, solução oral 40 mg/mlDexametasona creme 0,1%Dexclorfeniramina, maleato de,comprimido 2 mg Dexclorfeniramina, maleato de, solução oral ou xarope de 0,4 mg/mLDiazepam comprimido 5 mgDigoxina comprimido 0,25 mgDipirona sódica solução oral 500 mg\mlEnalapril, maleato de, comprimido 5 e 20 mgEritromicina, estearato de, suspensão oral 50mg/mlEritromicina, estearato de, comprimido 500 mgEspironolactona comprimido 25 e 100 mgFenitoína sódica comprimido 100 mg Fenitoína sódica suspensão oral 25 mg/mlFenobarbital comprimido 100 mgFenobarbital solução oral 40 mg/mlFurosemida comprimido 40 mgGlibenclamida comprimido 5mg Gliclazida comprimido 80 mg Uso indicado para pacientes idososHaloperidol comprimido 1e 5 mgHaloperidol solução oral 2 mg/mlHidroclorotiazida comprimido 12,5 e 25 mgHidróxido de Magnésio + Hidróxido de Alumínio comprimido mastigável 200 mg + 200 mg

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Hidróxido de Magnésio + Hidróxido de Alumínio suspensão oral 35,6 mg + 37 mgIbuprofeno comprimido 200 ou 600 mgIbuprofeno suspensão oral 20mg/mlIsossorbida, dinitrato de, comprimido sublingual 5 mg Uso indicado para casos de crise anginosaIsossorbida, mononitrato de, comprimido 40 mgLevotiroxina sódica comprimido 25 mg, 50µg e 100 mg Loratadina xarope 1 mg\mlLoratadina comprimido 10 mgMaytenus ilicifolia cápsulas 350, 380, 420 e 500 mg e suspensão oral

Nome Popular = Espinheira Santa

Mebendazol comprimido 100 mg Mebendazol suspensão oral 20 mg/ml Medicamentos Homeopáticos conforme Farmacopéia Homeopática Brasileira - 2ª edição

Metildopa comprimido 250 mgUso indicado para tratamento de hipertensão em gestante

Metformina, cloridrato de, comprimido 500 e 850 mgMetoclopramida, cloridrato de, comprimidos 10 mgMetronidazol suspensão oral 40 mg/mlMetronidazol creme vaginal 5,0%Metronidazol comprimido 250 mg Miconazol, nitrato de, creme vaginal 2%Mikania glomerata Sprengl xarope e solução oral Nome Popular = GuacoNistatina suspensão oral 100.000 UI\mlNortriptilina, cloridrato de, cápsula 10, 25 e 50 mgParacetamol solução oral 200 mg/mlParacetamol comprimido 500 mgPermetrina creme 5% e loção 1%Prednisolona, fosfato sódico de, solução oral 1.34 mg/mlPrednisona comprimido 20 mgPrednisona, comprimido 5 mgPropranolol, cloridrato de, comprimido 10 e 40 mgRanitidina, cloridrato de, comprimido 150 mgSais para reidratação oral pó para solução oral, composição conforme descrito na RENAME 2006Salbutamol, sulfato de, aerossol 100 mg/doseSulfametoxazol + Trimetoprima suspensão oral 40 mg + 8 mg/mlSulfametoxazol + Trimetoprima comprimido 400 mg + 80 mgTiabendazol suspensão oral 50 mg/mlTiabendazol comprimido 500 mg Verapamil, cloridrato de, comprimido 40, 80 e 120 mg

II – Insumos com financiamento e aquisição pelos Municípios, Distrito Federal e Estados, conforme pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite

Tiras Reagentes de medida de glicemia capilarLancetas para punção digitalSeringas com agulha acoplada para aplicação de insulina

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III – Medicamentos e Insumos com aquisição e financiamento pelo Ministério da Saúde

MEDICAMENTO/INSUMO ORIENTAÇÃO DE USOInsulina Humana NPH 100UI - suspensão injetávelInsulina Humana Regular 100UI - solução injetávelAcetato de medroxiprogesterona solução injetável 150 mg/ml Noretisterona, enantato + estradiol, valerato solução injetável 50 mg + 5 mgEtinilestradiol + levonorgestrel comprimido 0,03 mg + 0,15 mg

Levonorgestrel comprimido 1,50 mgUso restrito para contracepção de emergência

Noretisterona comprimido 0,35 mgAnéis medidores de diafragma (caixa com conjunto de seis unidades, com diferentes medidas)DiafragmaDispositivo intra-uterino (TCU 380A)Preservativo masculino (49 mm)Preservativo masculino (52 mm)

Comentário:

Revoga a Portaria GM 1.077/99, que implantou o Programa para a Aquisição dos Medicamentos Essenciais para a Área de Saúde Mental e aprovar as normas de execução e de financiamento da assistência farmacêutica na atenção básica em saúde.

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PORTARIA Nº 154 DE 24 DE JANEIRO DE 2008.

Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando o inciso II do art. 198 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, que dispõe sobre a integralidade da atenção como diretriz do Sistema Único de Saúde – SUS;

Considerando o parágrafo único do art. 3º da Lei nº 8.080, de 1990, que dispõe sobre as ações de saúde destinadas a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social;

Considerando os princípios e as diretrizes propostos no Pacto Pela Saúde, regulamentado pela Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que contempla o Pacto firmado entre as esferas de governo nas três dimensões: pela vida, em defesa do SUS e de Gestão;

Considerando a Regionalização Solidária e Cooperativa firmada no Pacto Pela Saúde e seus pressupostos: territorialização, flexibilidade, cooperação, co-gestão, financiamento solidário, subsidiariedade, participação e controle social;

Considerando a Política Nacional de Atenção Básica definida por meio da Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, que regulamenta o desenvolvimento das ações de Atenção Básica à Saúde no SUS;

Considerando o fortalecimento da estratégia Saúde da Família definida por meio da Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, que preconiza a coordenação do cuidado a partir da atenção básica organizada pela estratégia Saúde da Família;

Considerando a Política Nacional de Promoção da Saúde, regulamentada pela Portaria nº 687/GM, de 30 de março de 2006, sobre o desenvolvimento das ações de promoção da saúde no Brasil;

Considerando a Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência, conforme o Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta o desenvolvimento das ações da pessoa com deficiência no SUS;

Considerando as diretrizes nacionais para a Saúde Mental no SUS, com base na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, da reforma psiquiátrica;

Considerando a Portaria nº 710/GM, de 10 de junho de 1999, que aprova a Política Nacional de Alimentação e Nutrição, e a Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional;

Considerando a Política Nacional de Saúde da Criança e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, de 2004, seus princípios e diretrizes;

Considerando a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC no SUS, a Portaria nº 971/GM, de 3 de maio de 2006, que regulamenta o desenvolvimento das ações que compreendem o universo de abordagens denominado pela Organização Mundial da Saúde - OMS de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa - MT/MCA, a Homeopatia, a Acupuntura, a Fitoterapia e o Termalismo Social/Crenoterapia;

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;

Considerando o cronograma de envio das bases de dados dos Sistemas de Informações Ambulatoriais - SIA e de Informação Hospitalar Descentralizado - SIHD/SUS, do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES, e da Comunicação de Internação Hospitalar - CIH, estabelecido na Portaria nº 74/SAS/MS, de 6 de fevereiro de 2007;

Considerando a Política Nacional de Medicamentos, que tem como propósito garantir a necessária segurança, a eficácia e a qualidade desses produtos, a promoção do uso racional e o acesso da população aqueles considerados essenciais;

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Considerando que a Política Nacional de Assistência Farmacêutica - PNAF, estabelecida por meio da Resolução CNS nº 338, de 6 de maio de 2004, é parte integrante da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde e garantindo os princípios da universalidade, e da integralidade e da eqüidade; e

Considerando a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que aprova as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006, bem como a Portaria nº 699/GM, de 30 de março de 2006, que regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão,

R E S O L V E:

Art. 1º Criar os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica.

Art. 2º Estabelecer que os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, atuem em parceria com os profissionais das Equipes Saúde da Família - ESF, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF, atuando diretamente no apoio às equipes e na unidade na qual o NASF está cadastrado.

§ 1º Os NASF não se constituem em porta de entrada do sistema, e devem atuar de forma integrada à rede de serviços de saúde, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes Saúde da Família.

§ 2º A responsabilização compartilhada entre as equipes SF e a equipe do NASF na comunidade prevê a revisão da prática do encaminhamento com base nos processos de referência e contra-referência, ampliando-a para um processo de acompanhamento longitudinal de responsabilidade da equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, atuando no fortalecimento de seus atributos e no papel de coordenação do cuidado no SUS.

§ 3º Os NASF devem buscar instituir a plena integralidade do cuidado físico e mental aos usuários do SUS por intermédio da qualificação e complementaridade do trabalho das Equipes Saúde da Família - ESF.

Art. 3º Determinar que os NASF estejam classificados em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2, ficando vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal.

§ 1º O NASF 1 deverá ser composto por, no mínimo cinco profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes entre as listadas no § 2º deste artigo.

§ 2º Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 1 as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acupunturista; Assistente Social; Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional.

§ 3º O NASF 2 deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes entre as listadas no § 4º deste artigo.

§ 4º Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 2 as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Assistente Social; Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional.

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Art. 4º Determinar que os NASF devam funcionar em horário de trabalho coincidente com o das equipes de Saúde da Família, e que a carga horária dos profissionais do NASF considerados para repasse de recursos federais seja de, no mínimo, 40 horas semanais, observando o seguinte:

I - para os profissionais médicos, em substituição a um profissional de 40 (quarenta) horas semanais, podem ser registrados 2 (dois) profissionais que cumpram um mínimo de 20 (vinte) horas semanais cada um; e

II - para as demais ocupações vale a definição do caput deste artigo.

§ 1º A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações.

§ 2º Tendo em vista a magnitude epidemiológica dos transtornos mentais, recomenda-se que cada Núcleo de Apoio a Saúde da Família conte com pelo menos 1 (um) profissional da área de saúde mental.

§ 3º Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família às quais estão vinculados.

§ 4º As ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os NASF, a serem desenvolvidas em conjunto com as equipes de SF, estão descritas no Anexo I a esta Portaria.

Art. 5º Definir que cada NASF 1 realize suas atividades vinculado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família, e a no máximo, a 20 (vinte) Equipes de Saúde da Família.

§ 1º Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000 habitantes dos Estados da Região Norte, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) equipes de Saúde da Família, e a, no máximo, a 20 (vinte) equipes de Saúde da Família.

§ 2º O número máximo de NASF 1 aos quais o Município e o Distrito Federal podem fazer jus para recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pelas fórmulas:

I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes de Estados da Região Norte = número de ESF do Município/5; e

II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da Região Norte e para Municípios das demais unidades da Federação = número de ESF do Município/8.

Art. 6º Definir que cada NASF 2 realize suas atividades vinculado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde da Família.

§ 1º O número máximo de NASF 2 aos quais o Município pode fazer jus para recebimento de recursos financeiros específicos será de 1 (um) NASF 2.

§ 2º Somente os Municípios que tenham densidade populacional abaixo de 10 habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ano base 2007, poderão implantar o NASF 2.

Art. 7º Definir que seja de competência das Secretarias de Saúde dos Municípios e do Distrito Federal:

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I- definir o território de atuação de cada NASF quando as equipes de Saúde da Família às quais estes NASF estiverem vinculados pertencerem a um mesmo Município ou ao Distrito Federal;

II - planejar as ações que serão realizadas pelos NASF, como educação continuada e atendimento a casos específicos;

III - definir o plano de ação do NASF em conjunto com as ESF, incluindo formulários de referência e contra-referência, garantindo a interface e a liderança das equipes de Saúde da Família no estabelecimento do cuidado longitudinal dos indivíduos assistidos, bem como de suas famílias;

IV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais para os NASF, em conformidade com a legislação vigente;

V - manter atualizado o cadastro de profissionais, de serviços e de estabelecimentos sob sua gestão;

VI - disponibilizar a estrutura física adequada e garantir os recursos de custeio necessários ao desenvolvimento das atividades mínimas descritas no escopo de ações dos diferentes profissionais que comporão os NASF;

VII - realizar avaliação de cada NASF, estimulando e viabilizando a capacitação dos profissionais;

VIII- assegurar o cumprimento da carga horária dos profissionais dos NASF; eIX- estabelecer estratégias para desenvolver parcerias com os demais setores da sociedade

e envolver a comunidade local no cuidado à saúde da população de referência, de modo a potencializar o funcionamento dos NASF.

Art. 8º Definir que seja de competência das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal:

I - identificar a necessidade e promover a articulação entre os Municípios, estimulando, quando necessário, a criação de consórcios intermunicipais para implantação de NASF 1 entre os Municípios que não atinjam as proporções estipuladas no artigo 5º desta Portaria;

II - assessorar, acompanhar e monitorar o desenvolvimento das ações dos NASF, de acordo com o planejamento, garantindo a interface e a liderança das equipes de Saúde da Família no estabelecimento do cuidado longitudinal dos indivíduos assistidos, bem como de suas famílias;

III - realizar avaliação e/ou assessorar sua realização; eIV - acompanhar a organização da prática e do funcionamento dos NASF segundo os

preceitos regulamentados nesta Portaria.

Art. 9º Definir que o processo de credenciamento, implantação e expansão dos NASF:I - esteja vinculado à implantação/expansão da Atenção Básica/Saúde da Família na

proporcionalidade definida no artigo 5º desta Portaria;II - obedeça a mecanismos de adesão e ao fluxo de credenciamento, implantação e

expansão definidos no Anexo II a esta Portaria, podendo ser utilizados os quadros do Anexo III a esta Portaria; e

III - tenha aprovação da Comissão Intergestores Bipartite de cada Estado.

Art. 10. Definir como valor de transferência para a implantação dos NASF, segundo sua categoria:

I – NASF 1: o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em parcela única no mês subseqüente à competência do SCNES com a informação do cadastro inicial de cada NASF 1, que será repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e ao Fundo de Saúde do Distrito Federal; e

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II - NASF 2: o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) em parcela única no mês subseqüente à competência do SCNES com a informação do cadastro inicial de cada NASF, que será repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde.

Art. 11. Definir como valor do incentivo federal para o custeio de cada NASF, segundo sua categoria:

I - NASF 1: o valor de 20.000,00 (vinte mil reais) a cada mês, repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e ao Fundo de Saúde do Distrito Federal; e

II - NASF 2: o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a cada mês, repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde.

§ 1º Os valores dos incentivos financeiros para os NASF implantados serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de NASF cadastrados no SCNES.

§ 2º O envio da base de dados do SCNES pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde para o banco nacional deverá estar de acordo com a Portaria nº 74/SAS/MS, de 6 de fevereiro de 2007.

§ 3º O registro de procedimentos referentes à produção de serviços realizada pelos profissionais cadastrados nos NASF deverão ser registrados no SIA/SUS mas não gerarão créditos financeiros.

Art. 12. Definir que os recursos orçamentários de que trata esta Portaria façam parte da fração variável do Piso de Atenção Básica (PAB variável) e componham o Bloco Financeiro de Atenção Básica.

§ 1º Incidem nos fluxos e requisitos mínimos para manutenção da transferência e solicitação de crédito retroativo os requisitos definidos pela Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006.

§ 2º O Ministério da Saúde suspenderá os repasses, dos incentivos referentes aos NASF aos Municípios e/ou ao Distrito Federal nas mesmas situações previstas para as equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal, conforme o estabelecido na Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, Capítulo III, item 5, “da suspensão do repasse de recursos do PAB”.

Art. 13. Definir que os recursos orçamentários de que trata esta Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família.

Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO I

São ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os NASF, a serem desenvolvidas em conjunto com as Equipes de Saúde da Família - ESF:

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- identificar, em conjunto com as ESF e a comunidade, as atividades, as ações e as prática a serem adotadas em cada uma das áreas cobertas;

- identificar, em conjunto com as ESF e a comunidade, o público prioritário a cada uma das ações;

- atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas pelas ESF e de Internação Domiciliar, quando estas existirem, acompanhando e atendendo a casos, de acordo com os critérios previamente estabelecidos;

- acolher os usuários e humanizar a atenção;- desenvolver coletivamente, com vistas à intersetorialidade, ações que se integrem a

outras políticas sociais como: educação, esporte, cultura, trabalho, lazer, entre outras;- promover a gestão integrada e a participação dos usuários nas decisões, por meio de

organização participativa com os Conselhos Locais e/ou Municipais de Saúde;

- elaborar estratégias de comunicação para divulgação e sensibilização das atividades dos NASF por meio de cartazes, jornais, informativos, faixas, folders e outros veículos de informação;

- avaliar, em conjunto com as ESF e os Conselhos de Saúde, o desenvolvimento e a implementação das ações e a medida de seu impacto sobre a situação de saúde, por meio de indicadores previamente estabelecidos;

- elaborar e divulgar material educativo e informativo nas áreas de atenção dos NASF; e- elaborar projetos terapêuticos individuais, por meio de discussões periódicas que

permitam a apropriação coletiva pelas ESF e os NASF do acompanhamento dos usuários, realizando ações multiprofissionais e transdisciplinares, desenvolvendo a responsabilidade compartilhada.

Ações de Atividade Física/Práticas Corporais - Ações que propiciem a melhoria da qualidade de vida da população, a redução dos agravos e dos danos decorrentes das doenças não-transmissíveis, que favoreçam a redução do consumo de medicamentos, que favoreçam a formação de redes de suporte social e que possibilitem a participação ativa dos usuários na elaboração de diferentes projetos terapêuticos.

A Política Nacional de Promoção da Saúde - PT nº 687/GM, de 30 de março de 2006 -, compreende que as Práticas Corporais são expressões individuais e coletivas do movimento corporal advindo do conhecimento e da experiência em torno do jogo, da dança, do esporte, da luta, da ginástica. São possibilidades de organização, escolhas nos modos de relacionar-se com o corpo e de movimentar-se, que sejam compreendidas como benéficas à saúde de sujeitos e coletividades, incluindo as práticas de caminhadas e orientação para a realização de exercícios, e as práticas lúdicas, esportivas e terapêuticas, como: a capoeira, as danças, o Tai Chi Chuan, o Lien Chi, o Lian Gong, o Tui-ná, a Shantala, o Do-in, o Shiatsu, a Yoga, entre outras.

Em face do caráter estratégico relacionado à qualidade de vida e à prevenção do adoecimento, as ações de Atividade Física/Práticas Corporais devem buscar a inclusão de toda a comunidade adstrita, não devendo restringir seu acesso apenas às populações já adoecidas ou mais vulneráveis.

Detalhamento das ações:- desenvolver atividades físicas e práticas corporais junto à comunidade;- veicular informações que visam à prevenção, a minimização dos riscos e à proteção à

vulnerabilidade, buscando a produção do autocuidado;- incentivar a criação de espaços de inclusão social, com ações que ampliem o sentimento

de pertinência social nas comunidades, por meio da atividade física regular, do esporte e lazer, das práticas corporais;

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- proporcionar Educação Permanente em Atividade Física/Práticas Corporais, nutrição e saúde juntamente com as ESF, sob a forma de co-participação, acompanhamento supervisionado, discussão de caso e demais metodologias da aprendizagem em serviço, dentro de um processo de Educação Permanente;

- articular ações, de forma integrada às ESF, sobre o conjunto de prioridades locais em saúde que incluam os diversos setores da administração pública;

- contribuir para a ampliação e a valorização da utilização dos espaços públicos de convivência como proposta de inclusão social e combate à violência;

- identificar profissionais e/ou membros da comunidade com potencial para o desenvolvimento do trabalho em práticas corporais, em conjunto com as ESF;

- capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunitários de Saúde - ACS, para atuarem como facilitadores/monitores no desenvolvimento de Atividades Físicas/Práticas Corporais;

- supervisionar, de forma compartilhada e participativa, as atividades desenvolvidas pelas ESF na comunidade;

- promover ações ligadas à Atividade Física/Práticas Corporais junto aos demais equipamentos públicos presentes no território - escolas, creches etc;

- articular parcerias com outros setores da área adstrita, junto com as ESF e a população, visando ao melhor uso dos espaços públicos existentes e a ampliação das áreas disponíveis para as práticas corporais; e

- promover eventos que estimulem ações que valorizem Atividade Física/Praticas Corporais e sua importância para a saúde da população.

Ações das Práticas Integrativas e Complementares - Ações de Acupuntura e Homeopatia que visem à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, ampliando o acesso ao sistema de saúde, proporcionando incremento de diferentes abordagens, tornando disponíveis outras opções preventivas e terapêuticas aos usuários do SUS.

Detalhamento das ações:- desenvolver ações individuais e coletivas relativas às Práticas Integrativas e

Complementares;- veicular informações que visem à prevenção, à minimização dos riscos e à proteção à

vulnerabilidade, buscando a produção do autocuidado;

- incentivar a criação de espaços de inclusão social, com ações que ampliem o sentimento de pertinência social nas comunidades, por meio das ações individuais e coletivas referentes às Práticas Integrativas e Complementares;

- proporcionar Educação Permanente em Práticas Integrativas e Complementares, juntamente com as ESF, sob a forma da co-participação, acompanhamento supervisionado, discussão de caso e demais metodologias da aprendizagem em serviço, dentro de um processo de Educação Permanente;

- articular ações, de forma integrada às ESF, sobre o conjunto de prioridades locais em saúde que incluam os diversos setores da administração pública;

- contribuir para a ampliação e a valorização da utilização dos espaços públicos de convivência como proposta de inclusão social e combate à violência;

- identificar profissionais e/ou membros da comunidade com potencial para o desenvolvimento do trabalho educativo em Práticas Integrativas e Complementares, em conjunto com as ESF;

- capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunitários de Saúde - ACS, para atuarem como facilitadores/monitores no processo de divulgação e educação em saúde referente às Práticas Integrativas e Complementares;

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- promover ações ligadas às Práticas Integrativas e Complementares junto aos demais equipamentos públicos presentes no território - escolas, creches etc; e

- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional.

Ações de Reabilitação - Ações que propiciem a redução de incapacidades e deficiências com vistas à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, favorecendo sua reinserção social, combatendo a discriminação e ampliando o acesso ao sistema de saúde.

A Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência - Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999 - compreende que as “deficiências podem ser parte ou expressão de uma condição de saúde, mas não indicam necessariamente a presença de uma doença ou que o indivíduo deva ser considerado doente” (CIF, 2003).

O processo de reabilitação, tendo em vista seu compromisso com a Inclusão Social, deve ocorrer o mais próximo possível da moradia, de modo a facilitar o acesso, a valorizar o saber da comunidade e a integrar-se a outros equipamentos presentes no território. Assim, é fundamental que os serviços de atenção básica sejam fortalecidos para o cuidado da população com deficiência e suas equipes tenham os conhecimentos necessários à realização de uma atenção resolutiva e de qualidade, encaminhando adequadamente os usuários para os outros níveis de complexidade quando se fizer necessário.

As ações de reabilitação devem ser multiprofissionais e transdisciplinares, provendo o desenvolvimento de responsabilidades compartilhadas no qual, por meio do entrosamento constante entre os diferentes profissionais, se formulem projetos terapêuticos únicos que considerem a pessoa, suas necessidades e o significado da deficiência no contexto familiar e social. Os resultados das ações deverão ser constantemente avaliados na busca por ações mais adequadas e prover o melhor cuidado longitudinal aos usuários.

Detalhamento das ações:

- realizar diagnóstico, com levantamento dos problemas de saúde que requeiram ações de prevenção de deficiências e das necessidades em termos de reabilitação, na área adstrita às ESF;

- desenvolver ações de promoção e proteção à saúde em conjunto com as ESF incluindo aspectos físicos e da comunicação, como consciência e cuidados com o corpo, postura, saúde auditiva e vocal, hábitos orais, amamentação, controle do ruído, com vistas ao autocuidado;

- desenvolver ações para subsidiar o trabalho das ESF no que diz respeito ao desenvolvimento infantil;

- desenvolver ações conjuntas com as ESF visando ao acompanhamento das crianças que apresentam risco para alterações no desenvolvimento;

- realizar ações para a prevenção de deficiências em todas as fases do ciclo de vida dos indivíduos;

- acolher os usuários que requeiram cuidados de reabilitação, realizando orientações, atendimento, acompanhamento, de acordo com a necessidade dos usuários e a capacidade instalada das ESF;

- desenvolver ações de reabilitação, priorizando atendimentos coletivos;- desenvolver ações integradas aos equipamentos sociais existentes, como escolas,

creches, pastorais, entre outros;- realizar visitas domiciliares para orientações, adaptações e acompanhamentos;- capacitar, orientar e dar suporte às ações dos ACS;- realizar, em conjunto com as ESF, discussões e condutas terapêuticas conjuntas e

complementares;

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- desenvolver projetos e ações intersetoriais, para a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência;

- orientar e informar as pessoas com deficiência, cuidadores e ACS sobre manuseio, posicionamento, atividades de vida diária, recursos e tecnologias de atenção para o desempenho funcional frente às características específicas de cada indivíduo;

- desenvolver ações de Reabilitação Baseada na Comunidade - RBC que pressuponham valorização do potencial da comunidade, concebendo todas as pessoas como agentes do processo de reabilitação e inclusão;

- acolher, apoiar e orientar as famílias, principalmente no momento do diagnóstico, para o manejo das situações oriundas da deficiência de um de seus componentes;

- acompanhar o uso de equipamentos auxiliares e encaminhamentos quando necessário;- realizar encaminhamento e acompanhamento das indicações e concessões de órteses,

próteses e atendimentos específicos realizados por outro nível de atenção à saúde; e- realizar ações que facilitem a inclusão escolar, no trabalho ou social de pessoas com

deficiência.

Ações de Alimentação e Nutrição - Ações de promoção de práticas alimentares saudáveis em todas as fases do ciclo da vida e respostas às principais demandas assistenciais quanto aos distúrbios alimentares, deficiências nutricionais e desnutrição, bem como aos planos terapêuticos, especialmente nas doenças e agravos não-transmissíveis.

A promoção de práticas alimentares saudáveis é um componente importante da promoção da saúde em todas as fases do ciclo da vida e abrange os problemas vinculados à desnutrição, incluindo as carências específicas, a obesidade e os demais distúrbios nutricionais e sua relação com as doenças e agravos não-transmissíveis.

Nessa direção, é importante socializar o conhecimento sobre os alimentos e o processo de alimentação, bem como desenvolver estratégias de resgate de hábitos e práticas alimentares regionais relacionadas ao consumo de alimentos locais de custo acessível e elevado valor nutritivo. A incorporação das ações de alimentação e nutrição, no âmbito da Atenção Básica, deverá dar respostas as suas principais demandas assistenciais, ampliando a qualidade dos planos terapêuticos especialmente nas doenças e agravos não-transmissíveis, no crescimento e desenvolvimento na infância, na gestação e no período de amamentação.

O diagnóstico populacional da situação alimentar e nutricional com a identificação de áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos nutricionais, propiciada pelo sistema de vigilância alimentar e nutricional confere racionalidade como base de decisões para as ações de nutrição e promoção de práticas alimentares saudáveis, que respeitem a diversidade étnica, racial e cultural da população.

As ações de Alimentação e Nutrição integram o compromisso do setor saúde com relação aos componentes do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional criado pela Lei. nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, com vistas ao direito humano à alimentação adequada.

Detalhamento das ações:- conhecer e estimular a produção e o consumo dos alimentos saudáveis produzidos

regionalmente;- promover a articulação intersetorial para viabilizar o cultivo de hortas e pomares

comunitários;- capacitar ESF e participar de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção

dos distúrbios nutricionais como carências por micronutrientes, sobrepeso, obesidade, doenças crônicas não transmissíveis e desnutrição; e

- elaborar em conjunto com as ESF, rotinas de atenção nutricional e atendimento para doenças relacionadas à Alimentação e Nutrição, de acordo com protocolos de atenção básica, organizando a referência e a contra-referência do atendimento.

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Ações de Saúde Mental - Atenção aos usuários é a familiares em situação de risco psicossocial ou doença mental que propicie o acesso ao sistema de saúde e à reinserção social. As ações de combate ao sofrimento subjetivo associado a toda e qualquer doença e a questões subjetivas de entrave à adesão a práticas preventivas ou a incorporação de hábitos de vida saudáveis, as ações de enfrentamento de agravos vinculados ao uso abusivo de álcool e drogas e as ações de redução de danos e combate à discriminação.

A atenção em saúde mental deve ser feita dentro de uma rede de cuidados - rede de atenção em saúde mental - que já inclui a rede de Atenção Básica/Saúde da Família, os Centros de Atenção Psicossocial- CAPS, as residências terapêuticas, os ambulatórios, os centros de convivência, os clubes de lazer, entre outros. Os CAPS, dentro da Política de Saúde Mental, são estratégicos para a organização dessa rede, pois são serviços também territorializados, que estão circunscritos ao espaço de convívio social dos usuários que os freqüentam - sua família, escola, trabalho, igreja etc. - e que visam resgatar as potencialidades desses recursos comunitários, incluindo-os no cuidado em saúde mental. Os NASF devem integrar-se a essa rede, organizando suas atividades a partir das demandas articuladas junto às equipes de Saúde da Família, devendo contribuir para propiciar condições à reinserção social dos usuários e a uma melhor utilização das potencialidades dos recursos comunitários na busca de melhores práticas em saúde, de promoção da eqüidade, da integralidade e da construção da cidadania.

Detalhamento das ações:- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional;

- apoiar as ESF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de transtornos mentais severos e persistentes, uso abusivo de álcool e outras drogas, pacientes egressos de internações psiquiátricas, pacientes atendidos nos CAPS, tentativas de suicídio, situações de violência intrafamiliar;

- discutir com as ESF os casos identificados que necessitam de ampliação da clínica em relação a questões subjetivas;

- criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar problemas vinculados à violência e ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas, visando à redução de danos e à melhoria da qualidade do cuidado dos grupos de maior vulnerabilidade;

- evitar práticas que levem aos procedimentos psiquiátricos e medicamentos à psiquiatrização e à medicalização de situações individuais e sociais, comuns à vida cotidiana;

- fomentar ações que visem à difusão de uma cultura de atenção não-manicomial, diminuindo o preconceito e a segregação em relação à loucura;

- desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários, buscando constituir espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, como oficinas comunitárias, destacando a relevância da articulação intersetorial - conselhos tutelares, associações de bairro, grupos de auto-ajuda etc;

- priorizar as abordagens coletivas, identificando os grupos estratégicos para que a atenção em saúde mental se desenvolva nas unidades de saúde e em outros espaços na comunidade;

- possibilitar a integração dos agentes redutores de danos aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família; e

- ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento e buscando constituir redes de apoio e integração.

Ações de Serviço Social - Ações de promoção da cidadania e de produção de estratégias que fomentem e fortaleçam redes de suporte social e maior integração entre serviços de saúde, seu território e outros equipamentos sociais, contribuindo para o desenvolvimento de ações intersetoriais para realização efetiva do cuidado.

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Considerando-se o contexto brasileiro, suas graves desigualdades sociais e a grande desinformação acerca dos direitos, as ações de Serviço Social deverão se situar como espaço de promoção da cidadania e de produção de estratégias que fomentem e fortaleçam redes de suporte social propiciando uma maior integração entre serviços sociais e outros equipamentos públicos e os serviços de saúde nos territórios adstritos, contribuindo para o desenvolvimento de ações intersetoriais que visem ao fortalecimento da cidadania.

Detalhamento das ações:- coordenar os trabalhos de caráter social adstritos às ESF;- estimular e acompanhar o desenvolvimento de trabalhos de caráter comunitário em

conjunto com as ESF;- discutir e refletir permanentemente com as ESF a realidade social e as formas de

organização social dos territórios, desenvolvendo estratégias de como lidar com suas adversidades e potencialidades;

- atender as famílias de forma integral, em conjunto com as ESF, estimulando a reflexão sobre o conhecimento dessas famílias, como espaços de desenvolvimento individual e grupal, sua dinâmica e crises potenciais;

- identificar no território, junto com as ESF, valores e normas culturais das famílias e da comunidade que possam contribuir para o processo de adoecimento;

- discutir e realizar visitas domiciliares com as ESF, desenvolvendo técnicas para qualificar essa ação de saúde;

- possibilitar e compartilhar técnicas que identifiquem oportunidades de geração de renda e desenvolvimento sustentável na comunidade, ou de estratégias que propiciem o exercício da cidadania em sua plenitude, com as ESF e a comunidade;

- identificar, articular e disponibilizar com as ESF uma rede de proteção social;- apoiar e desenvolver técnicas de educação e mobilização em saúde;- desenvolver junto com os profissionais das ESF estratégias para identificar e abordar

problemas vinculados à violência, ao abuso de álcool e a outras drogas;

- estimular e acompanhar as ações de Controle Social em conjunto com as ESF;

- capacitar, orientar e organizar, junto com as ESF, o acompanhamento das famílias do Programa Bolsa Família e outros programas federais e estaduais de distribuição de renda; e

- identificar as necessidades e realizar as ações de Oxigenioterapia, capacitando as ESF no acompanhamento dessa ação de atenção à saúde.

Ações de Saúde da Criança - Ações de atenção às crianças desenvolvidas a partir de demandas identificadas e referenciadas pela equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, cuja complexidade exija atenção diferenciada. Ações de interconsulta desenvolvidas juntamente com médicos generalistas e demais componentes das equipes de Saúde da Família, que estejam inseridas num processo de educação permanente. Ações de capacitação dentro de um processo de educação permanente para os diferentes profissionais das equipes Saúde da Família e os demais atendimentos/procedimentos da área que requeiram nível de conhecimento ou tecnologia mais específico.

Detalhamento das ações:- realizar junto com as ESF o planejamento das ações de saúde da criança;- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional;

- apoiar as ESF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de agravos severos e/ou persistentes de saúde da criança, além de situações específicas, como a de violência intrafamiliar;

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- discutir com as ESF os casos identificados que necessitem de ampliação da clínica em relação a questões específicas;

- criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar problemas que se traduzam em maior vulnerabilidade;

- evitar práticas que levem a medicalização de situações individuais e sociais, comuns à vida cotidiana;

- desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários, buscando desenvolver espaços de vida saudáveis na comunidade, como oficinas comunitárias, destacando a relevância da articulação intersetorial (conselhos tutelares, escolas, associações de bairro etc);

- priorizar as abordagens coletivas, identificando os grupos estratégicos para que a atenção em saúde da criança se desenvolva nas unidades de saúde e em outros espaços na comunidade;

- ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento e buscando constituir redes de apoio e integração; e

- realizar visita domiciliar conjunta às equipes Saúde da Família a partir de necessidades identificadas, a exemplo dos casos de pacientes impossibilitados de deambular.

Ações de Saúde da Mulher - Ações de interconsulta desenvolvidas juntamente com médicos generalistas e demais componentes das equipes de Saúde da Família que estejam inseridas num processo de educação permanente; ações de capacitação em serviço dentro de um processo de educação permanente para os diferentes profissionais das equipes Saúde da Família; ações de atenção individual às mulheres, desenvolvidas a partir de demandas identificadas e referenciadas pela equipe de Atenção Básica/Saúde da Família; cuja complexidade do caso exija atenção diferenciada; ações diferenciadas, como pré-natal de risco não habitual, cujo acompanhamento se desenvolva de maneira compartilhada com as equipes Saúde da Família; realização de colposcopia e biópsias dirigidas, realização de cirurgias de alta-freqüência (CAF) e demais atendimentos/procedimentos da área que requeiram nível de conhecimento ou tecnologia mais específico.

Detalhamento das ações:- realizar junto com as ESF, o planejamento das ações de saúde da mulher;- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional;

- apoiar as ESF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de agravos severos e/ou persistentes de saúde da mulher, além de situações específicas como a de violência intrafamiliar;

- discutir com as ESF os casos identificados que necessitam de ampliação da clínica em relação a questões específicas;

- criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar problemas que se traduzam em maior vulnerabilidade;

- evitar práticas que levem à medicalização de situações individuais e sociais, comuns à vida cotidiana;

- desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários, buscando constituir espaços de vida saudáveis na comunidade, como oficinas comunitárias, destacando a relevância da articulação intersetorial - conselhos tutelares, escolas, associações de bairro etc;

- priorizar as abordagens coletivas, identificando os grupos estratégicos para que a atenção em saúde da mulher se desenvolva nas unidades de saúde e em outros espaços na comunidade;

- ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento e buscando constituir redes de apoio e integração; e

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- realizar visita domiciliar em conjunto com as equipes Saúde da Família a partir de necessidades identificadas, a exemplo dos casos de pacientes impossibilitados de deambular.

Ações de Assistência Farmacêutica - Ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, no âmbito individual e coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional.

A Assistência Farmacêutica nos NASF visa fortalecer a inserção da atividade farmacêutica e do farmacêutico de forma integrada às equipes de Atenção Básica/Saúde da Família, cujo trabalho buscará garantir à população o efetivo acesso e a promoção do uso racional de medicamentos, contribuindo com a resolubilidade das ações de promoção, de prevenção e de recuperação da saúde, conforme estabelecem as diretrizes da Estratégia da Saúde da Família e da Política Nacional de Medicamentos e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

Detalhamento das ações:- coordenar e executar as atividades de Assistência Farmacêutica no âmbito da Atenção

Básica/Saúde da Família;- auxiliar os gestores e a equipe de saúde no planejamento das ações e serviços de

Assistência Farmacêutica na Atenção Básica/Saúde da Família, assegurando a integralidade e a intersetorialidade das ações de saúde;

- promover o acesso e o uso racional de medicamentos junto à população e aos profissionais da Atenção Básica/Saúde da Família, por intermédio de ações que disciplinem a prescrição, a dispensação e o uso;

- assegurar a dispensação adequada dos medicamentos e viabilizar a implementação da Atenção Farmacêutica na Atenção Básica/Saúde da Família;

- selecionar, programar, distribuir e dispensar medicamentos e insumos, com garantia da qualidade dos produtos e serviços;

- receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos na Atenção Básica/ Saúde da Família;

- acompanhar e avaliar a utilização de medicamentos e insumos, inclusive os medicamentos fitoterápicos, homeopáticos, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população;

- subsidiar o gestor, os profissionais de saúde e as ESF com informações relacionadas à morbimortalidade associados aos medicamentos;

- elaborar, em conformidade com as diretrizes municipais, estaduais e nacionais, e de acordo com o perfil epidemiológico, projetos na área da Atenção/Assistência Farmacêutica a serem desenvolvidos dentro de seu território de responsabilidade;

- intervir diretamente com os usuários nos casos específicos necessários, em conformidade com a equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, visando uma farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados à melhoria da qualidade de vida;

- estimular, apoiar, propor e garantir a educação permanente de profissionais da Atenção Básica/Saúde da Família envolvidos em atividades de Atenção/Assistência Farmacêutica; e

– treinar e capacitar os recursos humanos da Atenção Básica/Saúde da Família para o cumprimento das atividades referentes à Assistência Farmacêutica.

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ANEXO II

MECANISMOS DE ADESÃO/IMPLANTAÇÃO DOS NASF

I. Para implantar os NASF, os Municípios e o Distrito Federal devem elaborar Projeto de Implantação, contemplando:

- o território de atuação, formado por áreas contíguas de equipes de Atenção Básica/Saúde da Família;

- as principais atividades a serem desenvolvidas;- os profissionais a serem inseridos/contratados;

- a forma de contratação e a carga horária dos profissionais;– a identificação das Equipes Saúde da Família - ESF vinculadas aos NASF;–o planejamento e/ou a previsão de agenda compartilhada entre as diferentes equipes SF

e a equipe dos NASF, que incluam ações individuais e coletivas, de assistência, de apoio pedagógico tanto das ESF quanto da comunidade e as ações de visita domiciliar;

- o código do CNES da Unidade de Saúde em que será credenciado o serviço NASF, que deve estar inserida no território das ESF vinculadas;

- o formato de integração no sistema de saúde, incluindo fluxos e mecanismos de referências e contra-referências aos demais serviços da rede assistencial, prevendo mecanismos de retorno da informação e a coordenação do acesso pelas ESF; e

- descrição dos investimentos necessários à adequação da Unidade de Saúde para o bom desempenho das ações dos NASF.

II. A proposta elaborada deverá ser aprovada pelos Conselhos de Saúde dos Municípios e encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde ou a sua instância regional para análise. O Distrito Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta ao Ministério da Saúde.

III. A Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional terá o prazo máximo de 30 dias após a data do protocolo de entrada do processo para sua análise e encaminhamento à Comissão Intergestores Bipartite – CIB. Vencido o prazo fixado, o Município poderá enviar a solicitação de credenciamento com o protocolo de entrada na SES que comprove a expiração do prazo diretamente ao Ministério da Saúde.

IV. Após a aprovação, cabe à Secretaria de Saúde dos Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de NASF que fazem jus ao recebimento de incentivos financeiros do PAB variável.

V. O Município, com as equipes previamente credenciadas pelo Estado, passará a receber o incentivo correspondente às equipes efetivamente implantadas, a partir do cadastro de profissionais no sistema nacional de informação definido para esse fim, e da alimentação de dados no sistema que comprovem o início de suas atividades.

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ANEXO III

QUADROS PARA PROJETOS DE ADESÃO/IMPLANTAÇÃO DOS NASF

Caracterização Geral Nome ou nº do NASF: ______________Nº do EAS no CNES_______

Área geográfica de atuação(Município/bairro/comunidade)

Equipes de Saúde da Família vinculadas (Município, nome ou nº)

População estimada

Áreas de Apoio do NASF

Ocupações Nome do(s) Profissional(is), se existirem

Carga horária

Carga horária semanal por ocupação

Atividade Física Professor de Educ. Física

Alimentação Nutricionista Reabilitação Fisioterapeuta Fonoaudiólogo

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Serviço Social Assistente Social Saúde Mental Psicólogo Psiquiatra Terapeuta

Ocupacional

Saúde da Mulher Ginecologista/

Obstetra

Saúde da Criança Pediatra Homeopatia Médico

Homeopata

Acupuntura Médico

Acupunturista

Assistência Farmacêutica

Farmacêutico

Outros:

Infra-estrutura

Material Permanente

Existente Qtde. A adquirir Qtde.

Forma de contratação de recursos humanos

Ocupação e nome do profissional (se já

Forma de recrutamento

Forma de seleção

Forma de contratação

Regime de trabalho

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estiver definido)

Quadro de metas das Ações em áreas Estratégicas

Área EstratégicaAções propostas para o NASF

Quantitativo de ações programadas por ano

Comentário:Essa portaria traz a recomendação de que cada NASF conte pelo menos um profissional de saúde mental, o que é considerado uma importante estratégia para o avanço das ações de saúde mental na atenção primária. A proposta é que os NASF e ESF compartilhem práticas em saúde nos territórios, melhorando a resolutividade, o acesso e a qualidade da atenção.

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PORTARIA Nº 1.899 DE 11 DE SETEMBRO DE 2008.

Institui o Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições, que lhe confere o inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando que a Política Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde tem como uma de suas prioridades a expansão dos leitos de atenção integral em hospitais gerais, CAPS III, Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e outras Drogas e emergências gerais;

Considerando a necessidade de oferecer suporte hospitalar estratégico para a rede de atenção psicossocial, no que tange a situações de urgência e emergência decorrentes dos transtornos mentais, incluindo o uso de álcool e outras drogas, que demandem por internações de curta duração como parte do manejo terapêutico dos casos;

Considerando a necessidade de estimular gestores estaduais e municipais de saúde a implantar leitos para internação psiquiátrica em hospitais gerais;

Considerando que a normatização destes leitos ainda é regulada pela Portaria SNAS nº 224, de 29 de janeiro de 1992, fazendo-se necessária sua revisão e atualização, diante do novo cenário da reestruturação da assistência psiquiátrica no país;

Considerando a Portaria nº 1.612/GM, de 9 de setembro de 2005, que aprova as normas de funcionamento e credenciamento/habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a necessidade de se estabelecerem diretrizes para a regulação da porta de entrada para internações psiquiátricas, componente essencial da organização da resposta da rede assistencial e mecanismo efetivo de garantia de acessibilidade aos serviços de saúde mental;

Considerando a inclusão do Serviço Móvel de Atenção às Urgências - SAMU na articulação da rede de atenção em saúde mental e das ações de regulação dos leitos em atenção integral em Saúde Mental;

Considerando a necessidade de articulação da política de saúde mental às diretrizes da Política de Urgências e Emergências do Departamento de Atenção Especializada/DAE/SAS e às políticas de regulação do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas/DRAC/SAS;

Considerando as deliberações do I Seminário Nacional de Saúde Mental nas Grandes Cidades, realizado nos dias 17 e 18 de junho de 2008, em Campinas-SP, com a participação de gestores de Saúde Mental dos 22 (vinte e dois) maiores Municípios do Brasil e dos Estados-sede desses Municípios, além de profissionais e docentes do campo da Saúde Mental; e

Considerando que as experiências municipais fundadas em uma boa regulação dos leitos de atenção integral em saúde mental CAPS III, hospitais e emergências gerais, na expansão de leitos em hospitais gerais, na implantação de CAPS III e na articulação com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, vêm conseguindo resolutividade na atenção às crises nos Municípios de grande porte,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir o Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais, destinado a elaborar diagnóstico da atual situação da implantação dos leitos e sugerir medidas e estratégias para a expansão e qualificação desses leitos.

Art. 2º O Grupo de Trabalho tem por objetivo propor diretrizes para a regulação da porta de entrada de internações em psiquiatria, atendendo às prioridades da Política Nacional de Saúde Mental e às demais políticas da área hospitalar do Ministério da Saúde.

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Art. 3º Compete ao Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais:

I - promover a discussão sobre as estratégias para expansão dos leitos para internação psiquiátrica em hospitais gerais, incluindo seus serviços de emergência;

II - discutir os critérios de implantação e implementação dos serviços de emergência, com vistas a buscar uma maior adesão dos gestores à implantação dos leitos;

III - estabelecer mecanismos de discussão e de definições técnicas sobre o tema dos leitos para internação psiquiátrica em hospitais gerais e nos serviços de emergência dos hospitais gerais, de forma coletiva e construtora de consenso, observando as necessidades e especificidades das diferentes regiões geográficas do País; e

IV - promover a discussão sobre as diretrizes gerais para a regulação das internações psiquiátricas, incluindo o SAMU e as diretrizes da Política Nacional de Regulação do Ministério da Saúde.

Art. 4º O Grupo de Trabalho, será composto por representantes, titulares e suplentes dos seguintes órgão e entidades:

I - Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS:a) três representantes do Departamento de Ações Programáticas

Estratégicas/DAPES/Área Técnica de Saúde Mental;b) um representante do Departamento de Atenção Especializada - DAE;c) um representante do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas -

DRAC;

II - um representante da Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN;III - um representante da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP;IV - um representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Serviço de

Interconsulta Psiquiátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre;V - um representante do Grupo de Trabalho da Estratégia Nacional de Prevenção do

Suicídio;VI - um representante de experiência municipal do Sistema Único de Saúde - SUS em

atenção integral a transtornos associados ao consumo de álcool e outras drogas;VII - um representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS;VIII - um representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde –

CONASEMS; eIX – um representante da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional

de Saúde.

Parágrafo único. A Coordenação do Grupo de Trabalho ficará a cargo do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas/Área Técnica de Saúde Mental – DAPES/MS.

Art. 5º A designação dos membros do Grupo de Trabalho será feita por ato específico da Secretaria de Atenção à Saúde.

Art. 6º Determinar o prazo de 90 (noventa) dias, a contar da publicação desta Portaria, para a apresentação do relatório final com as conclusões do Grupo de Trabalho.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

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PORTARIA Nº 1.954 DE 18 DE SETEMBRO DE 2008.

Reajusta o valor do auxílio-reabilitação psicossocial, instituído pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições, que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o Programa De Volta Para Casa, especialmente o § 1º, do art. 2º, que autoriza o Poder Executivo a reajustar o valor do auxílio-reabilitação psicossocial;

Considerando a Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003;

Considerando a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, de maio de 2003 a maio de 2008; e

Considerando a recomendação contida no Relatório Final do I Seminário Nacional do Programa de Volta para Casa, realizado em Brasília, nos dias 8 e 9 de maio de 2007.

R E S O L V E:

Art. 1º Reajustar, para R$ 320,00 (trezentos e vinte reais), o valor do auxílio-reabilitação psicossocial.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de novembro de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:Esta Portaria atende à reivindicação de beneficiários do Programa de Volta para Casa e à reivindicação dos participantes do I Seminário Nacional do Programa de Volta para Casa, ocorrido em Brasília nos dias 08 e 09 de 2007, que assinaram uma carta aberta aos gestores das três esferas do SUS.

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PORTARIA Nº 2.867, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2008

Estabelece recursos a serem transferidos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação - FAEC para o Teto Financeiro Anual da Assistência Ambulatorial e

Hospitalar de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios e redefine o rol de procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órteses e

Próteses e Materiais Especiais - OPM do SUS financiados pelo FAEC.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;

Considerando a Portaria nº 321/GM, de 8 de fevereiro de 2007, que institui a Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SUS; e

Considerando a Portaria nº 2.848/GM, de 6 de novembro de 2007, que consolida a estrutura organizacional e o detalhamento completo dos procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde - SUS, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 1.091.475.490,73 (um bilhão, noventa e um milhões, quatrocentos e setenta e cinco mil quatrocentos e noventa reais e setenta e três centavos), a serem transferidos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação - FAEC para o Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme descrito a seguir:

I - o montante de R$ 1.052.642.346,36 (um bilhão, cinqüenta e dois milhões, seiscentos e quarenta e dois mil trezentos e quarenta e seis reais e trinta e seis centavos), definido pelos cálculos realizados com base na série histórica da produção de serviços aprovados e registrados no Sistema de Informação Ambulatorial SIA/SUS e do Sistema de Informação Hospitalar SIH/SUS, no quadrimestre de abril a julho de 2008, observando a gestão informada nas referidas bases de dados, conforme detalhado no Anexo I a esta Portaria.

II - o montante de R$ 38.833.144,37 (trinta e oito milhões, oitocentos e trinta e três mil cento e quarenta e quatro reais e trinta e sete centavos), referentes às habilitações e credenciamentos de novos serviços de Média e Alta Complexidade, conforme detalhado no Anexo II a esta Portaria.

Parágrafo único. A realocação dos recursos, por gestão, do montante estabelecido nos Anexos I e II a esta Portaria, será objeto de pactuação no âmbito da Comissão Intergestores Bipartite, com o respectivo ajuste na Programação Pactuada e Integrada – PPI.

Art. 2º Os procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SUS que continuarão financiados pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC, até a pactuação de novo cronograma de migração, em cumprimento ao disposto no art. 15 da Portaria nº 204/GM, de 2007, estão descritos no Anexo III a esta Portaria.

Art. 3º Os grupos de procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SUS, que serão transferidos do FAEC para o Teto Financeiro MAC, estão elencados no Anexo IV a esta Portaria.Parágrafo único. Os procedimentos constantes no Anexo IV, serão revisados no período de 6 (seis) meses, a partir da publicação desta Portaria.

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Art. 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios farão jus à parcela mensal descrita nos Anexos I e II a esta Portaria.Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 5º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, oneram o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência novembro de 2008.

Art. 7º Ficando revogada a Portaria SAS/MS nº 030, de 18 de janeiro de 2008, publicada no Diário Oficial da União nº 14, de 21 de janeiro de 2008, Seção 1, página 37.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

*Anexos disponíveis no portal do Ministério da Saúde

Comentário:

Esta Portaria, consequência de um conjunto de reformas institucionais pactuadas entre as três esferas de governo para promover inovações nos processos de gestão – o Pacto de Gestão - realoca os recursos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) destinados ao pagamento dos procedimentos cobrados pelos CAPS para o Teto Financeiro Anual da Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios. A partir dela, os procedimentos dos CAPS que eram financiados pelo FAEC desde 2002 e eram “extra-teto”, passam agora a ser financiados pelos recursos realocados e transferidos, fundo a fundo, para o teto financeiro dos municípios.

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PORTARIA CONJUNTA SAS/SVS Nº 02, DE 16 DE ABRIL DE 2009

Torna público o Concurso para Seleção de Projetos de Redução de Danos

O Secretário de Atenção à Saúde e a Secretária de Vigilância em Saúde – Substituta, no uso de suas atribuições,

Considerando que a redução de danos é uma estratégia da saúde pública que visa reduzir os danos sociais e à saúde, decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, regulada pela Portaria nº 1.028/GM, de 1º de julho de 2005;

Considerando que essa estratégia deve ser desenvolvida por meio de ações de saúde dirigidas a pessoas que não conseguem ou não querem interromper o referido uso sem, necessariamente, intervir na oferta ou no consumo;

Considerando que as pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas podem estar mais vulneráveis à infecção pelo HIV, hepatites B e C e outras doenças, pelo uso compartilhado de seringas, cachimbos, canudos, comuns no uso de drogas e sexo sem proteção;

Considerando que o Ministério da Saúde adota a estratégia de redução de danos, vinculada à prevenção e controle da epidemia de AIDS desde o início dos anos 90 e que esta intervenção tem permitido a redução de casos de AIDS entre usuários de drogas injetáveis, cuja proporção no total de casos notificados em 2000 representava 13%, tendo diminuído para 7% em 2006;

Considerando que o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção à Saúde – Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental, ao definir sua Política de Álcool e outras Drogas avança no conceito de redução de danos e amplia suas ações para o contexto de atenção integral do usuário de álcool e outras drogas;

Considerando que movimentos sociais de redutores de danos e de usuários de álcool e outras drogas têm se articulado para a defesa de seus direitos e contribuído na construção das políticas nas três esferas do Sistema Único de Saúde - SUS; e

Considerando que durante o Seminário Nacional sobre a Articulação das Ações de Redução de Danos no Âmbito do SUS, realizado em 2007, com participação de gestores, Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS, Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, United Nations Office on Drugs and Crime - UNODC, universidades, profissionais e usuários de diversas partes do país, o Ministério da Saúde comprometeu-se a lançar Edital conjunto de projetos, como uma das estratégias para implementar as ações de redução de danos, resolve:

Art. 1º Tornar público o Concurso para Seleção de Projetos de Redução de Danos 2009, a ser regulamentado pelo Edital Conjunto SAS/SVS nº 01, de 16 de abril de 2009, com o objetivo de apoiar projetos de redução de danos que contribuam para o fortalecimento de serviços de saúde, redes, fóruns e movimentos sociais prioritários para a resposta ao enfrentamento da epidemia de DST/AIDS, Hepatites Virais e outros agravos, bem como minimizar as conseqüências negativas relacionadas ao uso prejudicial do álcool e outras drogas.

Art. 2º Os contratos provenientes das propostas aprovadas poderão ser celebrados com o UNODC Projeto (AD/BRA/03H34) ou com o Ministério da Saúde, via Fundo Nacional de

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Saúde, neste caso, devendo onerar os Programas de Trabalho 10.302.1220.20B0.0001 – Atenção Especializada em Saúde Mental e 10.243.1312.6177.0001 – Implementação de Políticas de Atenção à Saúde do Adolescente e Jovem.

Art. 3º A seleção dos projetos será realizada por meio de Comitê específico, constituído a convite do Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Ações Programáticas Estratégicas/Área Técnica de Saúde Mental e Secretaria de Vigilância em Saúde/Programa Nacional de DST/AIDS, do Ministério da Saúde.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ALBERTO BELTRAME Secretário de Atenção à Saúde

HELOIZA MACHADO DE SOUZASecretário de Vigilância em Saúde - Substituta

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PORTARIA Nº 1.190 DE 4 DE JUNHO DE 2009

Institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e metas.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando o cenário epidemiológico recente, que mostra a expansão no Brasil do consumo de algumas substâncias, especialmente álcool, cocaína (pasta-base, crack, merla) e inalantes, que se associa ao contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens;

Considerando a lacuna assistencial nas políticas de saúde para a questão da prevenção e tratamento dos transtornos associados ao consumo do álcool e de outras drogas;

Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas;

Considerando a necessidade de construção, sob a coordenação do campo da saúde pública, de respostas públicas intersetoriais eficazes, sensíveis à cultura e às peculiaridades da clínica de álcool e outras drogas;

Considerando a necessidade de fortalecimento e qualificação da rede de atenção à saúde mental existente;

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”;

Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente e, em seus arts. 4º e 11º, estabelece como absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida e à saúde por meio de políticas públicas que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde;

Considerando as diretrizes da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando as diretrizes e recomendações para Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens;

Considerando as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, no que diz respeito à morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas, às ações preventivas ao consumo de álcool e outras drogas previstas no Programa Saúde na Escola e à necessidade de abordagens preventivas e de promoção da saúde dirigidas às crianças desde a primeira infância;

Considerando a Portaria nº 2.197/GM, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS;

Considerando a Portaria nº 816/GM, de 30 de abril de 2002, que institui o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria nº 1.612/GM, de 9 de setembro de 2005, que aprova as Normas de Funcionamento e Credenciamento/Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Política Nacional de Humanização (PNH), que atravessa as diferentes ações, serviços e instâncias gestoras do SUS;

Considerando as determinações da Portaria Interministerial MS/SEDH/SEPM nº 1.426, de 14 de julho de 2004 e da Portaria SAS/MS nº 647, de 11 de novembro de 2008, que dispõem sobre a atenção integral de saúde para adolescentes em cumprimento de medidas sócio-

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educativas;Considerando a adesão do Brasil ao Programa “Mental Health Gap Action Program”, da

Organização Mundial da Saúde, de 2008, que prevê estratégias para a redução da lacuna assistencial entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os países do mundo, especialmente os países em desenvolvimento; e

Considerando a pactuação ocorrida na Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, realizada no dia 28 de maio de 2009, resolve:

Art. 1º Instituir o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009 - 2010), com as seguintes finalidades:

I - ampliar o acesso ao tratamento e à prevenção em álcool e outras drogas no Sistema Único de Saúde (SUS);

II - diversificar as ações orientadas para a prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas; e

III - construir respostas intersetoriais efetivas, sensíveis ao ambiente cultural, aos direitos humanos e às peculiaridades da clínica do álcool e outras drogas, e capazes de enfrentar, de modo sustentável, a situação de vulnerabilidade e exclusão social dos usuários.

Art. 2º São prioridades do PEAD:I - Os 100 maiores municípios, com população superior a 250.000 habitantes, além de

Palmas, por ser capital, e 7(sete) municípios de fronteira, listados todos no Anexo I desta Portaria, por apresentarem fragilidades na rede assistencial e/ou problemas de maior magnitude, do ponto de vista epidemiológico; e

II - O segmento populacional formado por crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade e risco.

Parágrafo único. As ações, já em curso e/ou planejadas, de expansão e qualificação da rede de saúde mental nos demais municípios, não sofrerão prejuízo em função da prioridade definida no caput. Caso sejam identificadas novas necessidades emergenciais, outros municípios poderão ser incorporados ao PEAD.

Art. 3º Estabelecer que as ações do PEAD (2009 – 2010) devem orientar-se segundo as seguintes diretrizes gerais:

I - direito ao tratamento: todo usuário de álcool e outras drogas tem direito a um tratamento de qualidade, ofertado pela rede de serviços do SUS, e que considere os diversos aspectos envolvidos no seu processo de adoecimento;

II - redução da lacuna assistencial: ao SUS cabe a tarefa de garantir o acesso a ações e serviços de saúde mental, compatíveis com as demandas dos usuários de álcool e outras drogas;

III - respeito e promoção dos direitos humanos e da inclusão social: os usuários de álcool e outras drogas devem ser tratados com dignidade e respeito e a eles deve ser garantido o real acesso ao direito à saúde, ao bem-estar físico e mental, ao tratamento de qualidade, à moradia, à cultura, entre outros;

IV - enfrentamento do estigma: deve haver uma dimensão política de enfrentamento do estigma associada a toda e qualquer ação proposta para a população usuária de álcool e outras drogas, tendo em vista que o acesso ao cuidado tem importantes barreiras sociais, oriundas da compreensão ainda existente de que a estes cidadãos devem ser ofertadas somente políticas repressivas. O estigma se manifesta também pela desconfiança dos usuários em relação ao acolhimento e cuidado oferecidos pelo Estado;

V - garantia de acesso a um tratamento de eficácia comprovada: na discussão de modelos de atenção aos usuários de álcool e outras drogas é preciso incorporar as pesquisas e avaliações que vêm sendo feitas no país e no exterior, que apontam as melhores estratégias, eficazes e custo-efetivas, de cuidado para essa população;

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VI - reconhecimento dos determinantes sociais de vulnerabilidade, risco e dos padrões de consumo: as políticas públicas voltadas para os usuários de álcool e outras drogas devem levar em conta a estreita ligação entre a dinâmica social e os processos de adoecimento;

VII - garantia do cuidado em rede, no território, e de atenção de base comunitária: o cuidado integral aos usuários de álcool e outras drogas deve ser garantido em uma rede diversificada de ações e serviços de saúde mental, de base comunitária e territorial;

VIII - priorização de ações para crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade: há uma tendência de uso de álcool e outras drogas cada vez mais cedo nessa população, além das altas prevalências de uso de álcool e drogas entre jovens. Esta situação apresenta-se mais grave quando se considera também o impacto das consequências danosas do álcool e do crack, por exemplo, na vida afetiva, familiar e social, além dos prejuízos à saúde nessa população;

IX - enfoque intersetorial: o cuidado à saúde mental da população infanto-juvenil tem sempre caráter multidisciplinar e intersetorial. As ações de atenção integral à crianças e adolescentes não se desenvolvem somente no campo das ações clínicas, mas se relacionam com as questões da família, da comunidade, da escola, da moradia, do trabalho, da cultura, além dos grandes problemas sociais do mundo contemporâneo - como o tráfico de drogas e a violência;

X - qualificação das redes de saúde: devem ser ampliadas as ofertas de capacitação e fortalecidos os processos de formação permanente e supervisão para profissionais que lidam com essa população, de acordo com as demandas identificadas; e

XI - adoção da estratégia de redução de danos: este deve ser um norte ético de todo e qualquer serviço do SUS, que deve reduzir os danos decorrentes do consumo de álcool e outras drogas, especialmente relacionados à saúde, mas não exclusivamente. Trata-se de uma diretriz que toma como base as condições e possibilidades do usuário do SUS, em vez de partir do que os serviços oferecem.

Art. 4º Definir os seguintes eixos de intervenções para as linhas de ação do PEAD (2009–2010):

I - EIXO 1 - Ampliação do acesso ao tratamento: expansão da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); ampliação dos leitos de atenção integral em saúde mental e do atendimento pela Rede de Urgência e Emergência; expansão das ações de saúde mental na atenção básica; articulação efetiva da rede de saúde com a rede de suporte social:

a) expansão dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad), Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) e Centros de Atenção Psicossocial 24 horas (CAPS III), de modo a assegurar cobertura ambulatorial plena nos municípios prioritários;

b) implantação de leitos de atenção integral em saúde mental em hospitais gerais;c) estímulo ao fortalecimento do componente de saúde mental/álcool e outras drogas nas

equipes de saúde da família e nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), através da incorporação de profissional capacitado em álcool/drogas às novas equipes dos NASF nos Municípios prioritários;

d) construção de mecanismos para implantação do acolhimento com classificação de risco a situações de álcool e outras drogas na Rede de Urgência e Emergência, com garantia de continuidade do cuidado e fomento à ampliação do acesso para atendimento pela Rede de Urgência e Emergência – SAMU 192, UPA 24h e QualiSUS - a estas situações clínicas;

e) implantação/piloto de casas de passagem/moradias assistidas e outras experiências de acolhimento transitório;

f) fortalecimento e expansão de experiência de intervenção comunitária, como consultórios de rua, ações no território, atenção domiciliar e outros (articuladas à atenção básica e visando à inclusão social);

g) articulação eficaz da rede de saúde mental do SUS com a rede de suporte social intersetorial, composta por entidades governamentais e não-governamentais;

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II - EIXO 2 - Qualificação da Atenção - Formação, avaliação, monitoramento e produção de conhecimento: qualificação da rede de cuidados, com investimento na formação, avaliação, monitoramento e produção de conhecimento:

a) realização de cursos de Especialização e atualização em saúde mental, com ênfase em álcool e drogas, para profissionais da atenção básica e Centros de Atenção Psicossocial - CAPS (incluindo a estratégia de Telessaúde e ensino a distância);

b) criação do Observatório Nacional sobre Álcool, Drogas e Saúde Pública;c) implantação da Rede de Pesquisa em Saúde Mental;d) lançamento de publicações sobre álcool e outras drogas dirigidas a públicos

diversificados; ee) desenvolvimento de ações contínuas de monitoramento e avaliação das ações de saúde

mental, com ênfase nos CAPS e atenção básica.

III - EIXO 3 - Articulação intra e intersetorial, com a sociedade civil e participação social: apoio à articulação entre as políticas da Saúde, Desenvolvimento Social, Educação, Esporte, Justiça, Trabalho, Direitos Humanos, Cultura e outras políticas sociais. Apoio a ações com a participação da sociedade civil, em projetos comunitários que se articulem às redes de saúde mental:

a) implantação de ações culturais articuladas ao campo da saúde mental (Programa Mais Cultura/Ministério da Cultura);

b) apoio a iniciativas de Geração de Renda e Inclusão Social pelo trabalho, para pessoas com transtornos mentais relacionadas ao uso de álcool e outras drogas;

c) criação de Comitê Interministerial para integração de políticas federais para ações intersetoriais de prevenção e tratamento voltadas para usuários de álcool e drogas;

d) incentivo e qualificação das ações de redução de danos na rede de atenção em saúde mental, em articulação com a rede ampliada de saúde e proteção social;

e) implantação de Centros de Convivência (Pontos de Acolhimento e Integração Social) para usuários de álcool e outras drogas, em articulação com as políticas de assistência social e direitos humanos;

f) fomento à criação de fóruns intersetoriais voltados para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade;

g) ampliação da rede de suporte social (instituições sociais de acolhimento, casas de passagem, grupos de ajuda mútua e outras); e

h) ampliação de ações em articulação com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - PRONASCI.

IV - EIXO 4 - Promoção da saúde e dos direitos, inclusão social, enfrentamento do estigma: apoio a estratégias e ações para a sensibilização de gestores, profissionais e população em geral sobre os direitos das pessoas que usam álcool e outras drogas e a experiências comunitárias e ações culturais que trabalham com o estigma e com a inclusão social:

a) promoção de educação para prevenção do uso de álcool e outras drogas para alunos do ensino técnico, médio e fundamental;

b) sensibilização de gestores públicos da rede de atenção à saúde mental para os direitos dos usuários de álcool e outras drogas, especialmente crianças e adolescentes, e para o estigma como barreira para o acesso aos serviços;

c) articulação de ações com os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde já implantados nos Municípios prioritários do PEAD;

d) desenvolvimento prioritário de ações conjuntas previstas no componente da redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas da Política Nacional de Promoção da Saúde;

e) fortalecimento da articulação com as ações do Programa Saúde na Escola (Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPES/Departamento de Atenção Básica - DAB, da Secretaria de Atenção à Saúde/Ministério da Saúde e Ministério da Educação –

172

Page 173: Legislaçao em saude mental 2

MEC) e Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (Secretaria de Atenção à Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde e Ministério da Educação - MEC); e

f) desenvolvimento de ações de promoção e prevenção em saúde mental na primeira infância.

§ 1º A definição das prioridades para a implantação dos CAPS e outras ações de ampliação do acesso, nos Municípios listados no Anexo I, levará em conta a combinação dos seguintes critérios:

I - Critério 1: Parâmetro populacional;II - Critério 2: Cobertura de CAPS/100.000 habitantes;III - Critério 3: Cobertura existente de leitos de atenção integral em saúde mental;IV - Critério 4: Garantia da equidade regional;V - Critério 5: Cobertura de equipes de saúde da família; eVI - Critério 6: Existência de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192

ou sistema de regulação urgência/emergência.

§ 2º Os objetivos, ações e metas do Plano de Ação do PEAD estão descritas no Anexo II desta Portaria.

Art. 5º Definir que o componente hospitalar do PEAD deverá atender às diretrizes e especificações da Portaria nº 1.612/GM, de 9 de setembro de 2005, que aprova as Normas de Funcionamento e Credenciamento/Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHRad) e das recomendações propostas pelo Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais, instituído pela Portaria nº 1.899/GM, de 11 de setembro de 2008.

Parágrafo único. O componente hospitalar do PEAD deve conter mecanismos formalmente definidos de referência e contra-referência, que incluam as redes locais ou regionais de urgência/emergência, de atenção psicossocial e de proteção social.

Art. 6º Caberá ao Ministério da Saúde:I - a gestão do PEAD no âmbito federal;II - a articulação e integração dos programas do governo federal em torno do tema do

acesso ao tratamento do uso/abuso de álcool e outras drogas e da violência;III - prestar assessoria técnica aos Estados e aos Municípios no processo de discussão e

implantação das ações do PEAD;IV - apoiar técnica e financeiramente, no âmbito de sua competência e conforme

pactuações estabelecidas, a ampliação dos serviços dos níveis hospitalar, ambulatorial e de atenção básica integrantes do PEAD;

V - monitorar, acompanhar e avaliar as ações desenvolvidas; eVI - priorizar o cadastramento de unidades de saúde municipais que dependam de

habilitação específica do Ministério da Saúde.

Art. 7º Caberá às Secretarias de Estado da Saúde:I - articular e integrar as ações do PEAD no âmbito estadual;II - coordenar os mecanismos locorregionais de referência e contra-referência do

componente hospitalar e da rede de urgência/emergência;III - apoiar técnica e financeiramente, no âmbito de sua competência e conforme

pactuações estabelecidas, a ampliação dos serviços dos níveis hospitalar, ambulatorial e de atenção básica integrantes do PEAD;

IV - monitorar, acompanhar e avaliar, em sua esfera de atuação, as ações desenvolvidas; eV - articular com os Municípios, listados no Anexo I, o desenvolvimento das ações

previstas no PEAD 2009-2010.

173

Page 174: Legislaçao em saude mental 2

Art. 8º Compete às Secretarias Municipais de Saúde:I - coordenar e executar as ações do PEAD no âmbito municipal;II - construir mecanismos de articulação intermunicipal e locorregional;III - apoiar técnica e financeiramente, no âmbito de sua competência e conforme

pactuações estabelecidas, a ampliação dos serviços dos níveis hospitalar, ambulatorial e de atenção básica integrantes do PEAD;

IV - contribuir para a ampliação da oferta de serviços da rede integrante do PEAD, no âmbito de sua competência e conforme pactuações estabelecidas; e

V - monitorar, acompanhar e avaliar, em sua esfera de atuação, as ações desenvolvidas; eVI - identificar, na rede de saúde mental municipal, a necessidade de expansão das

intervenções de saúde e intersetoriais direcionadas às pessoas que com transtornos associados ao consumo de álcool e outras drogas, previstas no PEAD 2009-2010.

Art. 9º Instituir o Comitê de Acompanhamento e Avaliação do PEAD, coordenado pelo Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Ações Programáticas Estratégicas/Área Técnica de Saúde Mental, e integrado pelas seguintes instâncias e instituições:

I - Ministério da Saúde;a) Secretaria de Atenção à Saúde - SAS1. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPES: - Área Técnica de Saúde Mental; - Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem;2. Departamento de Atenção Básica - DAB.3. Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas - DRAC.4. Departamento de Atenção Especializada - DAE.b) Secretaria-Executiva - SEc) Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS1. Departamento de Análise e Informação de Saúde - DASIS2. Programa Nacional de DST-Aidsd) Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES

II - Conselho Nacional dos Secretários de Saúde - CONASS;III - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS; eIV - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS.

Parágrafo único. O Comitê de que trata este artigo contará com o apoio de um Grupo Consultivo Intersetorial para subsidiar a implementação do PEAD de acordo com as parcerias previstas.

Art. 10 Os recursos financeiros para execução das ações previstas nos Eixos 1 e 2, constantes do Anexo II a esta Portaria, deverão onerar as seguintes Funcionais Programáticas/Programas de Trabalho:

I - 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade;

II - 10.302.1220.20B0 - Atenção Especializada em Saúde Mental;III - 10.301.1312.6233 - Implementação de Políticas de Atenção à Saúde Mental;IV - 10.243.1312.6177 - Implementação de Políticas de Atenção à Saúde do Adolescente

e Jovem;V - 10.301.1312.8762 - Implementação de Ações e Serviços às Populações em Localida-

des Estratégicas e Vulneráveis de Agravo;V - 10.128.1436.8612.0001 - Formação de Profissionais Técnicos de Saúde e

Fortalecimento das Escolas Técnicas/Centros de Formadores do SUS; eVI - 10.364.1436.8628 - Apoio ao Desenvolvimento da Graduação, Pós Graduação

Stricto e Latu Sensu, em Áreas Estratégicas para o SUS, relativas à Política Nacional de

174

Page 175: Legislaçao em saude mental 2

Educação Permanente em Saúde, prevista na Portaria nº 2.813/GM, de 20 de novembro de 2008 e Portaria n. 1996/GM, de 20 de agosto de 2007.

Parágrafo único. As programações orçamentárias por meio das quais serão executadas as ações intersetoriais relativas aos Eixos 3 e 4, previstos no Anexo II a esta Portaria, serão objeto de atos normativos específicos.

Art. 11 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de julho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:O PEAD é um plano que prioriza a expansão de estratégias de tratamento e prevenção

relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. O plano busca alcançar, prioritariamente, crianças, adolescentes e jovens em situação de grave vulnerabilidade social, por meio das ações de prevenção, promoção e tratamento dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas.

175

Page 176: Legislaçao em saude mental 2

ANEXO IMunicípios prioritários para as ações do PEAD

U.F. MUNICÍPIO POPULAÇÃOSP São Paulo 10.990.249RJ Rio de Janeiro 6.161.047BA Salvador 2.948.733DF Brasília 2.557.158CE Fortaleza 2.473.614MG Belo Horizonte 2.434.642PR Curitiba 1.828.092AM Manaus 1.709.010PE Recife 1.549.980RS Porto Alegre 1.430.220PA Belém 1.424.124SP Guarulhos 1.279.202GO Goiânia 1.265.394SP Campinas 1.056.644

MA São Luís 986.826RJ São Gonçalo 982.832AL Maceió 924.143RJ Duque de Caxias 864.392RJ Nova Iguaçu 855.500SP São Bernardo do Campo 801.580RN Natal 798.065PI Teresina 793.915

MS Campo Grande 747.189SP Osasco 713.066PB João Pessoa 693.082PE Jaboatão dos Guararapes 678.346SP Santo André 671.696

MG Uberlândia 622.441MG Contagem 617.749SP São José dos Campos 609.229BA Feira de Santana 584.497SP Sorocaba 576.312SP Ribeirão Preto 558.136MT Cuiabá 544.737SE Aracaju 536.785MG Juiz de Fora 520.612PR Londrina 505.184RJ Belford Roxo 495.694PA Ananindeua 495.480GO Aparecida de Goiânia 494.919SC Joinville 492.101RJ Niterói 477.912RJ São João de Meriti 468.309

U.F. MUNICÍPIO POPULAÇÃORJ Campos dos Goytacazes 431.839

MG Betim 429.507SP Santos 417.518

176

Page 177: Legislaçao em saude mental 2

SP São José do Rio Preto 414.272SP Mauá 412.753ES Vila Velha 407.579RS Caxias do Sul 405.858SC Florianópolis 402.346ES Serra 397.226PE Olinda 394.850SP Diadema 394.266SP Carapicuíba 388.532PB Campina Grande 381.422RO Porto Velho 379.186SP Mogi das Cruzes 371.372SP Piracicaba 365.440ES Cariacica 362.277AP Macapá 359.020MG Montes Claros 358.271SP Bauru 355.675SP Itaquaquecetuba 351.493SP Jundiaí 347.738RS Pelotas 343.167MG Ribeirão das Neves 340.033PR Maringá 331.412GO Anápolis 331.329RS Canoas 329.903SP São Vicente 328.522SP Franca 327.176CE Caucaia 326.811PR Foz do Iguaçu 319.189ES Vitória 317.817PE Paulista 314.302BA Vitória da Conquista 313.898RJ Petrópolis 312.766PR Ponta Grossa 311.106SP Guarujá 304.274AC Rio Branco 301.398SC Blumenau 296.151PE Caruaru 294.558MG Uberaba 292.377PR Cascavel 291.747SP Suzano 279.394SP Limeira 278.776PE Petrolina 276.174

U.F. MUNICÍPIO POPULAÇÃOPA Santarém 275.571PR São José dos Pinhais 272.530SP Taubaté 270.918RS Santa Maria 266.822RS Gravataí 266.230SP Barueri 264.619

MG Governador Valadares 261.981RR Boa Vista 260.930

177

Page 178: Legislaçao em saude mental 2

RJ Volta Redonda 259.811RS Viamão 257.844RS Novo Hamburgo 255.945CE Juazeiro do Norte 246.515TO Palmas 184.018RS Uruguaiana 127.138MS Corumbá 99.196RS Santana do Livramento 84.779MS Ponta Porã 74.601AM Tabatinga 47.501AM São Gabriel da Cachoeira 40.806RO Guajará-Mirim 40.541

ANEXO II

Plano de Ação

Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde

EIXO 1 AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO TRATAMENTO EM SAÚDE MENTAL

Objetivo 1.1

Assegurar cobertura ambulatorial plena nos municípios prioritários, através da implantação de 92 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD, CAPS-i e CAPS III).

Objetivo 1.2

Implantar, nos municípios prioritários, 2.325 novos leitos de atenção integral em saúde mental especializados em atendimento de transtornos de álcool/drogas, em hospitais gerais, nos termos da Portaria nº 1.612/GM, de 09 de setembro de 2005.

Objetivo 1.3

Implantar acolhimento com classificação de risco a situações de álcool e outras drogas na Rede de Urgência e Emergência, com garantia de continuidade do cuidado

Objetivo 1.4

Estimular a contratação de pelo menos 1 profissional de saúde mental nas equipes de Núcleos de Atenção à Saúde da Família (NASF) a serem implantadas nos 100 maiores municípios do País e Capitais.

Objetivo 1.5

Fomentar estratégias de implantação de projetos-piloto de casas de passagem/moradias assistidas ou outras experiências de acolhimento transitório, em todos os municípios com mais de 500.000 habitantes.

EIXO 2 QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO: FORMAÇÃO, SUPERVISÃO E PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Objetivo 2.1

Realizar 15 Cursos de Especialização regionais e 65 cursos de atualização em saúde mental, com ênfase em álcool e drogas, abrangendo profissionais de saúde dos 100 Municípios do país previstos no Anexo I, além de programas intensivos de ensino a distância (Telessaúde e Supera III/SENAD).

Objetivo 2.2

Implantar Observatório Nacional sobre Álcool, Drogas e Saúde Pública.

Objetivo 2.3

Qualificar e fortalecer os sistemas de informação/inquéritos que se relacionam ao consumo de álcool e drogas.

178

Page 179: Legislaçao em saude mental 2

Objetivo 2.4

Ampliar a supervisão clínico-institucional junto aos CAPSad, CAPSi e CAPS III cadastrados no SUS nos Municípios prioritários.

Objetivo 2.5

Realizar levantamento preliminar para estimar a demanda potencial para tratamento de crack nos 100 maiores Municípios brasileiros.

Objetivo 2.6

Implantar Rede de Pesquisa em Saúde Mental.

Objetivo 2.7

Lançar publicação sobre álcool e outras drogas dirigidas aos profissionais da rede de atenção à saúde mental e às redes intersetoriais (justiça, assistência social, cultura, trabalho e outras) e publicação dirigida aos alunos da rede regular de ensino

EIXO 3ARTICULAÇÃO INTRA E INTERSETORIAL, SOCIEDADE CIVIL E

PARTICIPAÇÃO SOCIALObjetivo

3.1Publicar edital conjunto do Ministério da Saúde e Ministério da Cultura para implantação de ações culturais articuladas às redes de saúde e saúde mental (Programa Mais Cultura) em 2009 e 2010.

Objetivo 3.2

Publicar edital conjunto do Ministério da Saúde com Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para apoio a 100 iniciativas de Geração de Renda.

Objetivo 3.3

Fortalecer as ações educativas e de promoção da saúde relacionadas à associação do consumo de álcool e situações de violência, em parceria com Estados e Municípios.

Objetivo 3.4

Consolidar as ações de prevenção de acidentes de trânsito relacionados com o consumo de álcool - Estratégia conjunta com MS, MJ e Ministério das Cidades.

Objetivo 3.5

Criar Comitê Interministerial para integração de políticas federais para ações intersetoriais voltadas para o tratamento e prevenção ao consumo de álcool e outras drogas.

Objetivo 3.6

Publicar e divulgar os projetos selecionados por meio do Edital para qualificação das ações de redução de danos na rede de atenção em saúde mental (lançado em abril/09).

Objetivo 3.7

Implantar 15 Pontos de Acolhimento e Integração Social (Centros de Convivência), em articulação com Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Cultura (MINC) e Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), em municípios com população superior a 500.000 habitantes.

Objetivo 3.8

Fomentar a criação de fóruns intersetoriais voltados para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade com participação de operadores de justiça e defesa dos direitos humanos.

Objetivo 3.9

Fomentar ações de prevenção do consumo de álcool e outras drogas e HIV/AIDS para população de rua.

Objetivo 3.10

Ampliar ações compartilhadas entre a rede de atenção básica e saúde mental, com os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde.

Objetivo 3.11

Realizar Seminário Nacional sobre Atenção em Saúde Mental aos Adolescentes Privados de Liberdade para divulgação e debate dos dados do Levantamento Nacional realizado sobre o tema (Brasília, agosto/09).

Objetivo 3.12

Realizar oficina nacional de articulação com comunidades terapêuticas e ONGs (Brasília, outubro/09).

Objetivo 3.13

Criar critérios para regulação das vagas para internação em comunidades terapêuticas, quando necessárias, no contexto locorregional.

179

Page 180: Legislaçao em saude mental 2

Objetivo 3.14

Inserir o canal Disque Jovem no Disque Saúde.

Objetivo 3.15

Estimular e fortalecer a criação de grupos de protagonismo juvenil.

Objetivo 3.16

Ampliar ações em articulação com o PRONASCI (Ministério da Justiça), especialmente com o projeto “Drogas e Violência: respostas integradas” (Ministério da Justiça/Gabinete de Segurança Institucional).

Objetivo 3.17

Articular o PEAD com o Programa Jovem Atleta (Ministério dos Esportes), Jovem Trabalhador (MTE), Inclusão Digital (MCT) e Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM/SEDH) e CRAS/CREAS (MDS).

Objtetivo 3.18

Fomentar e apoiar, através de Edital, estratégias intersetoriais ativas de ações extra-muros, que promovam no território alternativas de convivência, sociabilidade e vínculos, às pessoas em situação de rua com transtornos mentais e/ou associados ao consumo de álcool/drogas (30 projetos).

EIXO 4 PROMOÇÃO DA SAÚDE, DOS DIREITOS E ENFRENTAMENTO AO ESTIGMAObjetivo

4.1Promover educação para prevenção do uso de álcool e outras drogas para alunos do ensino técnico, médio e fundamental, em consonância com ações previstas no Programa de Saúde nas Escolas e no Saúde e Prevenção nas Escolas (Ministérios da Saúde e Educação).

Objetivo 4.2

Articular ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e Secretaria Especial de Direitos Humanos para atenção integral em unidades de medida sócio-educativa.

Objetivo 4.3

Incluir nas ações de Educação Popular em Saúde que contribuam para ampliar o conhecimento da população sobre o uso de álcool e outras drogas, com vistas a combater a exclusão social, o preconceito e o estigma em relação às pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas.

Objetivo 4.4

Incorporar, nas ações de humanização dirigidas aos profissionais de saúde, a redução do estigma no acolhimento e tratamento dos usuários de álcool e outras drogas e na continuidade do cuidado dos usuários na rede.

Objetivo 4.5

Realizar de Seminário sobre Drogas e Mídia (Brasília, setembro/09).

180

Page 181: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1.191, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Concede reajuste nos valores dos procedimentos para o tratamento da dependência de álcool e outras drogas nos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos

Usuários de Álcool e outras Drogas (SHRad)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, e

Considerando a necessidade de aumentar o acesso ao tratamento, nos hospitais gerais dos transtornos decorrentes do consumo de álcool e outras drogas; e

Considerando a Portaria nº 1.190/GM de 4 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e metas, resolve:

Art. 1º Conceder reajuste nos valores dos procedimentos constantes na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde, conforme especificado a seguir:

Código Procedimento

Descrição Valor SH

Valor SP

Valor total Hospitalar

03.03.17.002-6 Tratamento da intoxicação aguda em usuários de álcool e outras drogas

R$ 99,59

R$ 30,41

R$130,00

03.03.17.003-4 Tratamento da síndrome de abstinência do álcool em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (por dia)

R$ 64,21

R$ 5,79

R$ 70,00

03.03.17.004-2 Tratamento de dependência do álcool em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (por dia)

R$ 59,62

R$ 5,38

R$ 65,00

Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, previstos no artigo anterior corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 -Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência junho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

181

Page 182: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1.195, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "Dispõe sobre a proteção e os diretos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental"; Considerando a necessidade de ampliar a cobertura e garantir a sustentabilidade dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no território brasileiro; e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 8.070.745,14 (oito milhões, setenta mil setecentos e quarenta e cinco reais e quatorze centavos), a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados e Municípios, conforme Anexo a esta Portaria.

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência junho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

UF Código Município (R$) ano (R$) mês

AL 270850 SÃO LUIZ DO QUITUNDE 17.690,28 1.474,19

17.690,28 1.474,19

AM 130420 TEFÉ 180.000,00 15.000,00

180.000,00 15.000,00

BA 291005 DIAS D´AVILA 203.457,12 16.954,76

BA 291210 IBICARAI 74.586,00 6.215,50

182

Page 183: Legislaçao em saude mental 2

BA 291370 INHAMBUPE 71.626,44 5.968,87

BA 291980 MACAUBAS 223.758,00 18.646,50

573.427,56 47.785,63

CE 230100 AQUIRAZ 46.462,80 3.871,90

CE 230523 HORIZONTE 69.165,48 5.763,79

CE 230540 ICO 201.374,28 16.781,19

CE 230860 MONSENHOR

TABOSA 70.513,56 5.876,13

CE 230950 OROS 70.125,00 5.843,75

CE 231025 PA R A I PA B A 204.266,76 17.022,23

CE 231320 TA M B O R I L 146.646,96 12.220,58

808.554,84 67.379,57

ES 320480 SÃO JOSÉ DO

CALÇADO 298.344,00 24.862,00

298.344,00 24.862,00

GO 521850 QUIRINOPOLIS 26.437,20 2.203,10

GO 522140 TRINDADE 63.110,76 5.259,23

89.547,96 7.462,33

MA 210330 CODO 88.883,88 7.406,99

MA 210550 JOAO LISBOA 95.146,68 7.928,89

MA 210860 PINHEIRO 110.505,48 9.208,79

MA 210890 POCAO DE PEDRAS 73.924,56 6.160,38

MA 211290 VITORIA DO

MEARIM 141.910,56 11.825,88

MA 211300 VITORINO FREIRE 92.328,36 7.694,03

602.699,52 50.224,96

MG 310160 ALFENAS 171.562,08 14.296,84

MG 310350 ARAGUARI 14.046,35 1.170,53

MG 310900 BRUMADINHO 26.136,65 2.178,05

MG 316860 TEOFILO OTONI 20.590,65 1.715,89

232.335,73 19.361,31

MS 5 0 0 11 0 AQUIDAUANA 290.583,48 24.215,29

MS 500830 TRES LAGOAS 78.732,00 6.561,00

369.315,48 30.776,29

183

Page 184: Legislaçao em saude mental 2

MT 510180 BARRA DO GARCAS 48.840,00 4.070,00

48.840,00 4.070,00

PA 150270 CONCEICAO DO

ARAGUAIA 82.598,28 6.883,19

PA 150730 SAO FELIX DO

XINGU 56.175,96 4.681,33

PA 150808 TUCUMA 26.490,55 2.207,55

165.264,79 13.772,07

PB 250030 ALAGOA GRANDE 74.586,00 6.215,50

PB 250100 ARARUNA 156.279,72 13.023,31

PB 250150 BANANEIRAS 50.518,92 4.209,91

PB 250180 B AY E U X 153.825,12 12.818,76

PB 250250 BOQUEIRAO 172.309,32 14.359,11

PB 250320 CABEDELO 63.683,16 5.306,93

PB 250370 CAJAZEIRAS 209.378,28 17.448,19

PB 250400 CAMPINA GRANDE 985.995,12 82.166,26

PB 250440 CONCEICAO 82.227,24 6.852,27

PB 250600 ESPERANCA 70.377,60 5.864,80

PB 250630 GUARABIRA 140.054,28 11.671,19

PB 250750 JOAO PESSOA 364.165,44 30.347,12

2.523.400,20 210.283,35

PE 260790 JABOATAO DOS GUARARAPES 9.116,25 759,69

PE 261450 SURUBIM 47.476,44 3.956,37

56.592,69 4.716,06

RJ 330390 PETROPOLIS 6.545,10 545,43

RJ 330420 RESENDE 81.800,88 6.816,74

RJ 330510 SAO JOAO DE

MERITI 306.575,40 25.547,95

RJ 330570 SUMIDOURO 44.826,30 3.735,53

439.747,68 36.645,64

RN 240940 PAU DOS FERROS 19.247,85 1.603,99

RN 241220 SAO JOSE DE

MIPIBU 187.189,68 15.599,14

206.437,53 17.203,13

184

Page 185: Legislaçao em saude mental 2

RO 11 0 0 1 0 GUAJARA-MIRIM 47.245,80 3.937,15

RO 11 0 0 2 8 ROLIM DE MOURA 87.614,28 7.301,19

134.860,08 11.238,34

RR 140010 BOA VISTA 1.397,40 11 6 , 4 5

1.397,40 11 6 , 4 5

RS 430460 CANOAS 118.964,40 9.913,70

RS 431490 PORTO ALEGRE 255.629,28 21.302,44

RS 431870 SAO LEOPOLDO 58.659,48 4.888,29

RS 432260 VENANCIO AIRES 53.841,24 4.486,77

487.094,40 40.591,20

SC 420200 BALNEARIO CAMBORIU

31.692,30 2.641,03

SC 420830 I TA P E M A 53.288,40 4.440,70

SC 421170 ORLEANS 46.233,84 3.852,82

SC 421420 QUILOMBO 67.607,52 5.633,96

198.822,06 16.568,51

SP 351000 CANDIDO MOTA 90.400,68 7.533,39

SP 351870 GUARUJA 258.927,96 21.577,33

SP 352400 ITUPEVA 46.118,52 3.843,21

SP 352530 JAU 2.884,50 240,38

SP 353650 PA U L I N I A 25.923,20 2.160,27

SP 355395 TARUMA 117.059,28 9.754,94

SP 355700 VOTORANTIM 25.541,05 2.128,42

566.855,19 47.237,93

TO 170950 GURUPI 69.517,80 5.793,15

69.517,75 5.793,15

Total GERAL 8.070.745,14 672.562,10

Comentário:

As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, procuram complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT GM 2867, de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9 Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

185

Page 186: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1.196, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os diretos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental";

Considerando a necessidade de ampliar a cobertura e garantir a sustentabilidade dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no território brasileiro; e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 6.060.000,00 (seis milhões e sessenta mil reais), a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados e Municípios, conforme Anexo a esta Portaria.

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência junho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

UF Código Ti p o Município Gestão Mensal Anual

BA 293135 CAPS ad Teixeira de Freitas Municipal 12.000,00 144.000,00

BA 292400 CAPS ad Paulo Afonso Municipal 12.000,00 144.000,00

BA 292530 CAPS ad Porto Seguro Municipal 12.000,00 144.000,00

36.000,00 432.000,00

CE 230190 CAPS III Barbalha Municipal 25.000,00 300.000,00

25.000,00 300.000,00

186

Page 187: Legislaçao em saude mental 2

GO 5 2 0 11 0 CAPS i Anápolis Municipal 12.000,00 144.000,00

GO 520870 CAPS ad Goiânia Municipal 12.000,00 144.000,00

GO 520450 CAPS II Caldas Novas Municipal 12.000,00 144.000,00

GO 521880 CAPS II Rio Verde Municipal 12.000,00 144.000,00

48.000,00 576.000,00

MS 500270 CAPS II Campo Grande Municipal 12.000,00 144.000,00

12.000,00 144.000,00

PA 150650 CAPS ad Santa Isabel do Pará

Estadual 12.000,00 144.000,00

12.000,00 144.000,00

MA 210320 CAPS II Chapadinha Municipal 12.000,00 144.000,00

MA 210530 CAPS ad Imperatriz Municipal 12.000,00 144.000,00

24.000,00 288.000,00

MG 312710 CAPS II Frutal Municipal 12.000,00 144.000,00

MG 3 11 3 4 0 CAPS II Caratinga Municipal 12.000,00 144.000,00

24.000,00 288.000,00

PB 251080 CAPS i Patos Municipal 12.000,00 144.000,00

PB 250370 CAPS i Cajazeiras Municipal 12.000,00 144.000,00

PB 2 5 11 3 0

CAPS i Piancó Municipal 12.000,00 144.000,00

36.000,00 432.000,00

PE 260960 CAPS ad Olinda Municipal 12.000,00 144.000,00

PE 260290 CAPS ad Cabo de Santo Agostinho

Municipal 12.000,00 144.000,00

PE 261070 CAPS ad Paulista Municipal 12.000,00 144.000,00

PE 260600 CAPS II Garanhuns Municipal 12.000,00 144.000,00

48.000,00 576.000,00

PR 410140 CAPS i Apucarana Municipal 12.000,00 144.000,00

PR 410180 CAPS ad Araucária Municipal 12.000,00 144.000,00

PR 411990 CAPS II Ponta Grossa Estadual 12.000,00 144.000,00

36.000,00 432.000,00

RJ 330045 CAPS i Belford Roxo Municipal 12.000,00 144.000,00

RJ 330190 CAPS i Itaboraí Municipal 12.000,00 144.000,00

RJ 330455 CAPS II Rio de Janeiro Municipal 12.000,00 144.000,00

RJ 330240 CAPS ad Macaé Estadual 12.000,00 144.000,00

RJ 330200 CAPS ad Itaguaí Municipal 12.000,00 144.000,00

187

Page 188: Legislaçao em saude mental 2

60.000,00 720.000,00

RS 430790 CAPS ad Farroupilha Estadual 12.000,00 144.000,00

RS 431490 CAPS II Porto Alegre Municipal 12.000,00 144.000,00

24.000,00 288.000,00

SC 420930 CAPS i Lages Municipal 12.000,00 144.000,00

12.000,00 144.000,00

SP 350160 CAPS i Americana Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 355030 CAPS II São Paulo Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 354140 CAPS ad Presidente Prudente

Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 352050 CAPS II Indaiatuba Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 352250 CAPS II Itapevi Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 354890 CAPS ad São Carlos Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 350750 CAPS ad Botucatu Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 355030 CAPS II São Paulo Municipal 12.000,00 144.000,00

SP 355030 CAPS i São Paulo Municipal 12.000,00 144.000,00

108.000,00 1.296.000,00

TOTAL GERAL

505.000,00 6.060.000,00

Comentário:

As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, procuram complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT GM 2867, de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9 Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

188

Page 189: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1.197, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os in-cisosI e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os di -retos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saú-de mental";

Considerando as Portarias nº 375 e 376/SAS, de 8 de julho de 2008, que habilitaram 17 (dezessete) Centros de Atenção Psicossocial para cobrança dos procedimentos constantes da Portaria nº 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002; e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financi -amento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 4.972.253,40 (quatro milhões, novecen-tos esetenta e dois mil duzentos e cinquenta e três reais e quarenta centavos), a serem incorpora -dos ao TetoFinanceiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados e Municípios,conforme descrito no Anexo a esta Portaria.

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a trans-ferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do Distri -to Federale Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério daSaúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da Po-pulação paraProcedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partirde julho de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

UF Código Ti p o Município Gestão Valor mensal Valor anual

CE 230020 CAPS II Acaraú Munici-

pal 23.692,70 284.312,40

23.692,70 284.312,40

GO 520890 CAPS I Goiás Munici-

pal 21.016,06 252.192,72

GO 520800 CAPS II Formosa Munici-

pal 27.011,36 324.136,32

189

Page 190: Legislaçao em saude mental 2

48.027,42 576.329,04

MA

210380 CAPS I Dom Pedro Estadual 21.804,00 261.648,00

21.804,00 261.648,00

MG

3 11 5 1 0

CAPS I Cássia Estadual 21.804,00 261.648,00

MG

312780 CAPS I Grão Mogol Estadual 21.804,00 261.648,00

43.608,00 523.296,00

PA 150040 CAPS I Alenquer Estadual 21.804,00 261.648,00

21.804,00 261.648,00

PB 250690 CAPS I Itabaiana Estadual 21.804,00 261.648,00

21.804,00 261.648,00

PR 410580 CAPSad Colombo Estadual 32.000,00 384.000,00

32.000,00 384.000,00

RJ 330260 CAPS I Mangaratiba Estadual 21.804,00 261.648,00

21.804,00 261.648,00

RO 11 0 0 0

2 CAPS II Ariquemes

Munici-pal

32.000,00 384.000,00

32.000,00 384.000,00

RS 431020 CAPS I Ijuí Estadual 21.804,00 261.648,00

21.804,00 261.648,00

SC 421500 CAPS I Rio Negri-

nho Munici-

pal 19.184,52 230.214,24

19.184,52 230.214,24

SP 352340 CAPS II Itatiba Munici-

pal 31.213,81 374.565,72

SP 355030 CAPS II São Paulo Munici-

pal 32.000,00 384.000,00

63.213,81 758.565,72

TO 170220 CAPS I Araguatins Estadual 21.804,00 261.648,00

TO 170700 CAPS I Dianópolis Estadual 21.804,00 261.648,00

43.608,00 523.296,00

TOTAL GERAL 414.354,45 4.972.253,40

Comentário: As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, procuram complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT GM 2867, de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9 Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

190

Page 191: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 1.198, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II, do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei Nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental";

Considerando a Portaria Nº 1.917/GM, de 11 de setembro de 2008, que habilitou 2 (dois) Centros de Atenção Psicossocial a cobrar os procedimentos da Portaria No- 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002; e

Considerando a Portaria Nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 645.648,00 (seiscentos e quarenta cinco mil e seiscentos e quarenta e oito reais), a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados e Municípios, conforme descrito a seguir.

UF Código TIPO MUNICÍPIO GESTÃO Valor mensal Valor anual

RN 2 4 0 11 0 CAPS I Areia Branca Estadual 21.804,00 261.648,00

RN 240710 CAPS ad Macaíba Municipal 32.000,00 384.000,00

53.804,00 645.648,00

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de setembro de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário: As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, procuram complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT GM 2867, de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9 Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

191

Page 192: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 2.629, DE 28 DE OUTUBRO DE 2009

Reajusta os valores dos procedimentos para a atenção em saúde mental em Hospitais Gerais e incentiva in-ternações de curta duração.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade de aumentar o acesso e a qualidade do tratamento das pessoas com transtornos mentais nos Hospitais Gerais;

Considerando a necessidade de estimular a implantação de serviços de atenção à saúde mental com hospitalidade noturna, articulados à rede de atenção psicossocial;

Considerando a necessidade de ampliar e qualificar o atendimento em saúde mental prestado pe-los hospitais e emergências gerais, incluindo o atendimento dos casos de crianças e adolescentes e os que envolvem o uso abusivo de álcool e/ou de outras drogas;

Considerando a necessidade de aumentar o acesso e qualificar o atendimento clínico às pessoas com transtornos mentais nos hospitais gerais e nos serviços de urgência/emergência;

Considerando a necessidade de integrar a rede nacional SAMU 192 à rede de atenção psicosso-cial;

Considerando a adesão do Brasil ao Plano de Ação Global para Ampliar o Acesso ao Tratamen-to em Saúde Mental (Mental Health Gap Action Programme - mhGAP), uma estratégia global para diminuir a lacuna no acesso ao tratamento para transtornos mentais, neurológicos e associa-dos ao consumo prejudicial de drogas, proposta pela Organização Mundial da Saúde, resolve:

Art. 1º Conceder reajuste nos valores dos procedimentos constantes da Tabela de Procedimen-tos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde, confor-me especificado a seguir:

Código Proce-dimento

Descrição Valor SH

Valor SP Valor Total Hospitalar

03.03.17.008-5 TRATAMENTO EM PSIQUIA-TRIA - EM

HOSPITAL GERAL TPOR DIA)

49,28 6,72 R$ 36,00

03.03.17.001-8 DIAGNOSUCO E/OU ATENDI-MENTO DE

URGENCIA EM PSIOUTATRTA

48,40 6,60 R$ 55,00

Art. 2º Estabelecer incentivo de 10% no valor de Serviço Profissional e Serviço Hospitalar para o procedimento TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA - EM HOSPITAL GERAL (POR DIA) para internações que não ultrapassarem 20 (vinte) dias, e que informe como motivo de saída "alta de paciente agudo", com data de entrada do paciente a partir de 1º de novembro de 2009.

192

Page 193: Legislaçao em saude mental 2

§ 1º O não-cumprimento dos requisitos definidos neste artigo acarretará a perda do incentivo adicional previsto.

§ 2º Para receber o incentivo de 10% previsto neste artigo, o hospital não poderá apresentar mais de uma AIH para o mesmo paciente na mesma competência de produção.

Art. 3º Estabelecer que é de responsabilidade dos gestores estaduais e municipais efetuar o acompanhamento, o controle, a avaliação e a auditoria que permitam garantir o cumprimento do disposto nesta Portaria, observadas as prerrogativas e as competências compatíveis com cada ní -vel de gestão.

Art. 4º Estabelecer que os recursos orçamentários, previstos nesta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência novembro de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:

Esta portaria reajusta os procedimentos para a atenção em saúde mental em Hospitais Gerais. A partir desta portaria, pela primeira vez, os procedimentos de psiquiatria em HG passam a ser melhor remunerados do que os procedimentos em Hospitais Psiquiátricos.

193

Page 194: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA MS/GM Nº 2.644, DE 28 DE OUTUBRO DE 2009

Estabelece novo reagrupamento de classes para os hospitais psiquiátricos, reajusta os respectivos incre-mentos e cria incentivo para internação de curta du-ração nos hospitais psiquiátricos e dá outras provi-dências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade de aprimorar o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH), instituído pela Portaria Nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004;

Considerando a necessidade de estimular a redução do tempo de permanência nas internações psiquiátricas, otimizando a utilização dos leitos existentes; e

Considerando as determinações da Lei Nº 10.216 de 2001 resolve:

Art. 1º Estabelecer nova classificação dos hospitais psiquiátricos de acordo com o porte, reagru-pando as classes definidas na Portaria Nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, na forma abaixo:

CLASSE PORTECLASSE ANTERIOR(Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004)

N I Até 160 leitos I e II N II De 161 a 240 III e IV N III De 241 a 400 V, VI, VII, VIII N IV Acima de 400 IX a XIV

Parágrafo único. O número de leitos será considerado a partir dos dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, que deve ser mantido atualizado permanentemente pelos gesto-res local e estadual.

Art. 2º Reajustar os incrementos por classe do procedimento 03.03.17.009-3 - TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA (POR DIA) - gerando os seguintes valores:

CLASSE PORTE SH SP ValoresN I Até 160 leitos 43,73 5,97 R$ 49,70 N II De 161 a 240 37,28 5,09 R$ 42,37 N III De 241 a 400 33,95 4,64 R$ 38,59 N IV Acima de 400 31,31 4,27 R$ 35,58

Art. 3º Estabelecer incentivo adicional de 10% no valor de Serviço Hospitalar e Serviço Profis -sional nas classes N I e N II para as internações que não ultrapassarem 20 (vinte) dias e que in-forme como motivo de saída "alta de paciente agudo", com data de entrada do paciente a partir de 1º de novembro de 2009.

194

Page 195: Legislaçao em saude mental 2

§ 1º O não-cumprimento dos requisitos definidos neste artigo acarretará a perda do incentivo adicional previsto.

§ 2º As internações com os requisitos definidos neste artigo não deverão ultrapassar 10% do to-tal dos leitos de cada hospital.

§ 3º Para receber o incentivo de 10% previsto, o hospital não poderá apresentar mais de uma AIH, para o mesmo paciente, na mesma competência de produção.

Art. 4º É de responsabilidade dos gestores estaduais e municipais efetuar o acompanhamento, o controle, a avaliação e a auditoria que permitam garantir o cumprimento do disposto nesta Por-taria, observadas as prerrogativas e competências compatíveis com cada nível de gestão.

Art. 5º Estabelecer que os recursos orçamentários para os reajustes previstos nesta Portaria cor-ram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Com-plexidade.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência novembro de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:

Os resultados efetivos alcançados pelo Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar (PRH) geraram a necessidade de sua atualização diante do novo perfil do parque hospitalar, no qual passaram a predominar hospitais de pequeno e médio porte. Com a publicação da Portaria desta portaria, há um reagrupamento das classes dos hospitais psiquiátricos. A partir desta portaria, os hospitais passam a ser classificados em quatro classes, definidas por porte. Foi mantido o mecanismo de melhor remuneração aos hospitais de menor porte.

195

Page 196: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 2.647, DE 28 DE OUTUBRO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro anual de Média e Alta Complexidade, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Portaria GM/MS Nº 52, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH);

Considerando a Portaria Nº 2644/GM, de 28 de outubro de 2009, que estabelece novo reagrupamento de classes para os hospitais psiquiátricos, reajusta os respectivos incrementos e cria incentivo para internação de curta duração nos hospitais psiquiátricos e dá outras providências;

Considerando a Portaria Nº 2629/GM, de 28 de outubro de 2009, que reajusta os valores dos procedimentos para a atenção em saúde mental em Hospitais Gerais e incentiva internações de curta duração, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos financeiros no montante de R$ 81.372.101,85 (oitenta e um milhões, trezentos e setenta e dois mil, cento e um reais e oitenta e cinco centavos), a serem incorporados ao Teto Financeiro anual de Média e Alta Complexidade, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme anexo a esta portaria.

Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 – Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Determinar que o Fundo Nacional de Saúde adote as medidas necessárias para a transferência, regular e automática, aos Estados, Distrito Federal e Municípios, dos valores correspondentes a 1/12 (um doze avos) do valor estabelecido no artigo 1º desta Portaria.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência novembro de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

196

Page 197: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 404, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2009

Reclassifica os Hospitais Psiquiátricos nas Classes N I, N II, N III e N IV.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria Nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS - 2004; e

Considerando a nova classificação do Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH), instituído pela Portaria Nº 2.644/GM, de 28 de outubro de 2009, resolve:

Art. 1º Reclassificar os hospitais psiquiátricos descritos no Anexo desta Portaria, de acordo com o porte, nas Classes N I, N II, N III e N IV.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com vigência a partir da competência de Novembro de 2009.

ALBERTO BELTRAME

ANEXO

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N I - até 160 leitos

n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de leitos SUS (CNES)

out/2009

1 AC RIO BRANCO 2000857 HOSPITAL DE

SAUDE MENTAL DO ACRE HOSMAC

HOSPITAL DE SAUDE MENTAL DO

ACRE HOSMAC 53

2 AL MACEIO 2003368 HOSPITAL PORTUGAL RAMALHO

HOSPITAL PORTUGAL RAMALHO

160

3 AL MACEIO 2006391 CLINICA SANTA

JULIANA SC LTDA CASA DE SAUDE MIGUEL COUTO 160

4 AL MACEIO 2006413 ORGANIZACAO DE ASSISTENCIA

NEURO PSIQUIATRICA

ORGANEP LT D A

CASA DE SAUDE E CLINICA DE

REPOUSO ULYSSES PERNAMBUCANO

160

5 AL ARAPIRACA 2005123

ASSOCIACAO PISIQUIATRICA

TEODORA ALBUQUERQUE

INSTITUTO TEODORA

ALBUQUERQUE 120

6 AM MANAUS 2019590

HOSPITAL PSIQUIATRICO

EDUARDO RIBEIRO

HOSPITAL PSIQUIATRICO

EDUARDO RIBEIRO 126

7 BA ITABUNA 2444895 CLIPI CLNICA PSIQUIATRA DE

CASA DE SAUDE SAO JUDAS TADEU

154

197

Page 198: Legislaçao em saude mental 2

ITABUNA LTDA

8 BA VITORIA DA

CONQUISTA 2407221 SESAB HOSPITAL AFRANIO

PEIXOTO 50

9 BA SALVADOR 0005436

SECRETARIA DE SAUDE DO

ESTADO DA BAHIA SESAB

HOSPITAL ESPECIALIZADO

MARIO LEAL 32

10 CE FORTALEZA 2480026

SECRETARIA DE SAUDE DO

ESTADO DO CEARA

HOSPITAL DE SAUDE MENTAL DE

MESSEJANA 160

11 CE FORTALEZA 2529459 HOSPITAL MIRA Y

LOPEZ HOSPITAL MIRA Y

LOPEZ 160

12 CE FORTALEZA 2529424

INSTITUICAO ESPIRITA NOSSO

LAR

INSTITUICAO ESPIRITA NOSSO

LAR 150

13 CE FORTALEZA 2529394 IRMANDADE BEN DA SANTA CASA

DE MISERICORDIA DE FORTALEZA

HOSPITAL PSIQUIATRICO SAO VICENTE DE PAULO

120

14 CE FORTALEZA 2529467 CLINICA DE

SAUDE MENTAL DR SULIANO LTDA

CLINICA DE SAUDE MENTAL DR

SULIANO 103

15 CE FORTALEZA 2664720 INSTITUTO DE

PSIQUIATRIA DO CEARA LTDA

IPC INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DO

CEARA 80

16 DF TAGUATINGA 0010618

HOSPITAL SAO VICENTE DE

PAULO HSVP 85

17 ES CACHOEIRO DE

ITAPEMIRIM 2547783

INSTITUTO ESTADUAL DE

SAUDE PUBLICA

CENTRO DE ATENDIMENTO

PSQUIATRICO DR ARISTIDES A

CAMPOS 35

18 GO APARECIDA DE

GOIANIA 2589672

PAX CLINICA PSIQUIATRICA

LTDA PAX CLINICA

PSIQUIATRICA 160

19 GO GOIANIA 2338122 CLINICA DE

REPOUSO DE GOIANIA LTDA

CLINICA DE REPOUSO DE

GOIANIA 160

20 GO GOIANIA 2517957

HOSPITAL ESPIRITA

EURIPEDES BARSANULFO

CASA DE EURIPEDES

131

21 GO GOIANIA 2339188 CLINICA JARDIM AMERICA LTDA

CLINICA JARDIM AMERICA 120

22 GO GOIANIA 2518872 WALTER MASSI CLINICA ISABELA 102

23 GO GOIANIA 2519186

INSTITUTO ESPIRITA BATUIRA

DE SAUDE MENTAL

INSTITUTO ESPIRITA BATUIRA DE SAUDE

MENTAL 56

198

Page 199: Legislaçao em saude mental 2

24 GO RIO VERDE 2340674 CLINICA

PSIQUIATRICA PINEL SC LTDA

CLINICA PSIQUIATRICA

MARAT DE SOUZA 45

25 GO JATAI 2340186

SOCIEDADE DE BENEFICIENCIA ALBERGUE S V

PAULA DE JATAI

CENTRO DE SAUDE MENTAL CLODOVEU

DE CARVALHO 39

26 GO RIO VERDE 2340682 ASSOCIACAO PRO

CARITAS ASSOCIACAO PROCARITAS 38

27 MA SAO LUIS 2457768

GERENCIA DE ESTADUAL DE QUALIDADE DE

VIDA

HOSPITAL NINA RODRIGUES

102

28 MG SAO SEBASTIAO

DO PARAISO 2146401

FUNDACAO SANATORIO

GEDOR SILVEIRA

HOSPITAL PSIQUIATRICO

GEDOR SILVEIRA 160

29 MG LEOPOLDINA 2179148 CLINICA SAO JOSE

LTDA CLINICA SAO JOSE

LTDA 150

30 MG

BELO HORIZONTE

0026913

FUNDACAO HOSPITALAR DO

ESTADO DE MINAS GERAIS

HOSPITAL GALBA VELLOSO

145

31 MG JUIZ DE FORA 2153076 CASA DE SAUDE ESPERANCA SA

CASA DE SAUDE ESPERANCA SA 145

32 MG JUIZ DE FORA 2221764 CASA DE SAUDE

DR ARAGAO VILLAR LTDA

CASA DE SAUDE DR ARAGAO VILLAR

140

33 MG BARBACENA 2098466 CLINICA

MANTIQUEIRA LTDA

CLINICA MANTIQUEIRA LTDA

120

34 MG JUIZ DE FORA 2153033 CLINICA SAO

DOMINGOS SA CLINICA SAO

DOMINGOS SA 120

35 MG LAVRAS 2111861 CASA DE SAUDE PAULO

MENICUCCI CASA DE SAUDE

PAULO MENICUCCI

120

36 MG PASSOS 2761033

FUNDACAO BENEFICENTE SAO JOAO DA

ESCOCIA

HOSPITAL OTTO KRAKAUER

120

37 MG UBERABA 2195593 CENTRO ESPIRITA

UBERABENSE

SANATORIO ESPIRITA DE

UBERABA 120

38 MG BARBACENA 2138964 CASA DE SAUDE SANTA IZABEL

LTDA

CASA DE SAUDE SANTA IZABEL LTDA

117

39 MG

BELO HORIZONTE

0026999

FUNDACAO HOSPITALAR DO

ESTADO DE MINAS GERAIS

INSTITUTO RAUL SOARES

109

40 MG DIVINOPOLIS 2159295 CONGREGACAO DAS IRMAS

CLINICA SAO BENTO MENNI

87

199

Page 200: Legislaçao em saude mental 2

HOSPITALEIRAS DO SAG CORACAO

DE JESUS

41 MG ITUIUTABA 2113791 SANATORIO

ESPIRITA JOSE DIAS MACHADO

SANATORIO ESPIRITA JOSE DIAS

MACHADO 51

42 MS CAMPO GRANDE 0009792 CENTRO ESPIRITA

DISCIPULOS DE JESUS

HOSPITAL NOSSO LAR

160

43 MS PARANAIBA 2375885

HOSPITAL PSIQUIATRICO DR ADOLFO BEZERRA

DE MENEZES

HOSPITAL PSIQUIATRICO DR ADOLFO BEZERRA

DE MENEZES 40

44 MT CUIABA 2604396

SECRETARIA DE ESTADO DE

SAUDE DE MATO GROSSO

CIAPS HOSPITAL ADAUTO BOTELHO 120

45 MT RONDONOPOLIS 2396424

ASSOCIACAO BENEFICENTE

PAULO DE TARSO CASA DE SAUDE

PAULO DE TARSO 82

46 PA BENEVIDES 2328879

CENTRO INTEGRADO

ASSISTENCIA SOCIAL DO

PARACIASPA

CIASPA 56

47 PB JOAO PESSOA 2399113 INSTITUTO DE PSIQUITRIA DA PARAIBA LTDA

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA

160

48 PB JOAO PESSOA 2707500 CASA DE SAUDE

SAO PEDRO CASA DE SAUDE

SAO PEDRO 160

49 PB JOAO PESSOA 2399067

SECRETARIA DE ESTADO DE

SAUDE

HOSPITAL PSIQUIATRICO

COLONIA JULIANO MOREIRA 153

50 PB JOAO PESSOA 2755823 SECRETARIA DE

ESTADO DE SAUDE SANATORIO CLIFFORD

90

51 PE CAMARAGIBE 2346591 ORGANIZACAO

HOSPITALAR DE PERNAMBUCO LTA

COMUNIDADE PSICOTERAPEUTICA

NOSSA SENHORA DAS GRACAS

160

52 PE RECIFE 0001546

FUNDACAO DE SAUDE AMAURY DE

MEDEIROS

HOSPITAL ULISSES PERNAMBUCANODA

TAMARINEIRA 160

53 PE RECIFE 2752778

CLINICA PSIQUIATRICA

SANTO ANTONIO LTDA

CLINICA PSIQUIATRICA

SANTO ANTONIO 160

54 PE RECIFE 2777509 SANATORIO RECIFE

LTDA SANATORIO RECIFE 159

55 PE SERRA TALHADA

2427435 CLINICA PSIQUIATRICA SAO

CLINICA PSIQUIATRICA SAO

160

200

Page 201: Legislaçao em saude mental 2

VICENTE LTDA VICENTE

56 PE OLINDA 2344866

SANATORIO PSIQUIATRICO DE

RECUPERACAO LTDA

COMUNIDADE TERAPEUTICA DE

OLINDA 148

57 PE CARUARU 2345617

CLINICA PSIQUIATRICA DE CARUARU LTDA

HOSPITAL PSIQUIATRICO DE

CARUARU 120

58 PE IGARASSU 2347342

FUNDACAO DE SAUDE AMAURY DE

MEDEIROS

HOSPITAL COLONIA PROFESSOR

ALCIDES CODICEIRA 120

59 PE RECIFE 0001570

CLINICA PSIQUIATRICA

SANTO ANTONIO DE PADUA LTDA

CLINICA PSIQUIATRICA

SANTO ANTONIO DE PADUA

104

60 PE GARANHUNS 2639017 HOSPITAL DA

PROVIDENCIA LTDA HOSPITAL DA

PROVIDENCIA 101

61 PI TERESINA 2323346

HOSPITAL AREOLINO DE

ABREU HOSPITAL AREOLINO

DE ABREU 160

62 PR CURITIBA 0016365

FEP HOSPITAL ESPIRITA DE

PSIQUIATRIA BOM RETIRO

HOSPITAL BOM RETIRO 160

63 PR ROLANDIA 2727250 CASA DE SAUDE

ROLANDIA LTDA SC CASA DE

SAUDEROLANDIA 157

64 PR UMUARAMA 2594358 CLINICA SANTA

CRUZ LTDA CLINICA SANTA

CRUZ 150

65 PR CURITIBA 0016292 HOSPITAL PINEL

LTDA CLINICA DR HELIO

ROTENBERG 143

66 PR CURITIBA 0015571

IRMANDADE DA SANTA CASA DE

MISERICORDIA DE CURITIBA

HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LUZ 140

67 PR LONDRINA 2578409 VILLA NORMANDA CLINICA

PSIQUIATRICA COMUNITARIA SC

LTDA

VILLA NORMANDA 65

68 PR LOANDA 2753987 ALBERGUE

NOTURNO NOSSO LAR

HOSPITAL PSIQUIATRICO NOSSO LAR

48

69 PR CAMPO LARGO

0014001

ASSOCIACAO DE PESQUISA E

TRATAMENTO ALCOOLISMO

ASSOCIACAO DE PESQUISA E

TRATAMENTO ALCOOLISMO

36

70 PR UNIAO DA VITORIA 2568292

CLINICA MEDICA HJ LTDA

COMUNIDADE TERAPEUTICA DR WARRIB MOTTA 33

71 RJ NOVA FRIBURGO

2293382 CLINICA DE REPOUSO SANTA

CLINICA DE REPOUSO SANTA

160

201

Page 202: Legislaçao em saude mental 2

LUCIA LTDA LUCIA LTDA

72 RJ TANGUA 2283697

CLINICA DE REPOUSO EGO

LTDA CLINICA DE

REPOUSO EGO 160

73 RJ TRES RIOS 2292661 CLINICA DE

REPOUSO TRES RIOS

CLINICA DE REPOUSO TRES

RIOS 160

74 RJ NITEROI 0012823

SEAP RJ COORDENACAO DE GESTAO EM SAUDE

PENITENCIARIA

SEAP RJ HOSPITAL DE CUST E TRAT PSIQUIATRICO

HENRIQUE ROXO

153

75 RJ VASSOURAS 2273780

CASA DE SAUDE SAO JOSE DE VASSOURAS

CASA DE SAUDE SAO JOSE DE VASSOURAS 138

76 RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES 2696444

INSTITUTO DE DOENCAS

NERVOSAS E MENTAIS LTDA

SANATORIO HENRIQUE ROXO 120

77 RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES

2696908

LIGA ESPIRITA DE CAMPOS MANT DO

HOSP ABRIGO J VIANA

HOSPITAL JOAO VIANA

120

78 RJ NITEROI 0012718 FUNDACAO

MUNICIPAL DE SAUDE DE NITEROI

HOSPITAL PSIQUIATRICO DE

JURUJUBA 120

79 RJ NITEROI 2282186 INSTITUICAO

FREDERICO LEOMIL CASA DE SAUDE

NITEROI 120

80 RJ RIO DE

JANEIRO 2269406 CLINICA DA GAVEA

SA CLINICA DA GAVEA 120

81 RJ RIO DE

JANEIRO 2269643

CLINICA DAS AMENDOEIRAS

LTDA CLINICA DAS

AMENDOEIRAS 120

82 RJ RIO DE

JANEIRO 2295059

SANATORIO RIO DE JANEIRO LTDA

CLINICA DE REPOUSO SANTA

ALICE 120

83 RJ SAO

GONCALO 2297450

CLINICA SANTA CATARINA LTDA

CLINICA SANTA CATARINA

120

84 RJ RIO DE

JANEIRO 2269430

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA

UFRJ IPUB

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA

UFRJ IPUB 115

85 RJ MAGE 2278758 SAME SOCIEDADE DE ASSISTENCIA

MEDICA ESPECIALIZADA

LTDA

SAME 104

86 RJ RIO DE

JANEIRO 2288362

SMS RIO INSTITUTO MUNICIPAL

PHILIPPE PINEL

SMS RIO INSTITUTO MUNICIPAL PHILIPPE

PINEL 95

87 RJ RIO DE

JANEIRO 2295385

CLINICA DE REPOUSO SANTA EDWIGES LTDA

CLINICA DE REPOUSO SANTA EDWIGES LTDA

90

202

Page 203: Legislaçao em saude mental 2

88 RJ NITEROI 0012742 CASA DE SAUDE ALFREDO NEVES

LTDA

CASA DE SAUDE ALFREDO NEVES

LTDA 80

89 RJ RIO DE JANEIRO

2273403 ASS ESPIRITA OBREIROS DO BEM HOSPITAL PEDRO DE ALCANTA R A

HOSPITAL PEDRO DE ALCANTARA

60

90 RJ RIO DE

JANEIRO 2273381

SMS RIO HOSPITAL MUNICIPAL JURANDYR

MANFREDINI

SMS RIO HOSPITAL MUNICIPAL JURANDYR

MANFREDINI 53

91 RJ VOLTA

REDONDA 0025151

CASA DE SAUDE VOLTA REDONDA

SOB INTERVENCAO CASA DE SAUDE

VOLTA REDONDA 40

92 RJ RIO DE

JANEIRO 2291304

SESDEC RJ CENTRO

PSIQUIATRICO RIO DE JANEIRO

SESDEC RJ CENTRO PSIQUIATRICO RIO

DE JANEIRO 17

93 RN NATAL 2408260 SECRETARIA

ESTADUAL DE SAUDE DO RN

HOSPITAL COLONIA DR JOAO MACHADO

160

94 RN NATAL 2409186

SOCIEDADE PROFESSOR

HEITOR CARRILHO

HOSPITAL PSIQUIATRICO PROFESSOR

SEVERINO LOPES 160

95 RN NATAL 2409003 CLINICA SANTA

MARIA LTDA CLINICA SANTA

MARIA 100

96 RS PORTO

ALEGRE 2237806

HOSPITAL PSIQUIATRICO SAO

PEDRO

HOSPITAL PSIQUIATRICO SAO

PEDRO 100

97 RS RIO GRANDE 2707640

HOSPITAL PSIQUIATRICO

VICENCA MARIA DA FONTOURA LOPES

HOSPITAL PSIQUIATRICO

VICENCA MARIA DA FONTOURA LOPES

100

98 RS PASSO FUNDO

2247054

HOSPITAL PSIQUIÁTRICO BEZERRA DE

MENEZES

HOSPITAL BEZERRA PASSO FUNDO

50

99 SC CRICIUMA 2758121 CASA DE SAUDE RIO MAINA LTDA

CASA DE SAUDE RIO MAINA LTDA 160

100 SC SAO JOSE 2706369 SECRETARIA DE

ESTADO DA SAUDE INSTITUTO DE

PSIQUIATRIA IPQ 160

101 SC SAO JOSE 2778866 INSTITUTO SAO JOSE

LTDA INSTITUTO SAO

JOSE 120

102 SE ARACAJU 0003743 CASA DE SAUDE

SANTA MARIA LTDA CASA DE SAUDE SANTA MARIA 160

103 SE ARACAJU 0003085 CLINICA DE

REPOUSO SAO MARCELLO LTDA

CLINICA DE REPOUSO SAO

MARCELLO LTDA 120

104 SP A M PA R O 2082233 SANATORIO ISMAEL SANATORIO ISMAEL 160

203

Page 204: Legislaçao em saude mental 2

105 SP BOTUCATU 2090309

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

DE SAO PAULO

CAIS CANTIDIO DE MOURA CAMPOS

BOTUCATU 160

106 SP LINS 2081725

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

DE SAO PAULO CAIS CLEMENTE

FERREIRA DE LINS 160

107 SP PELOTAS 2252376 HOSPITAL ESPIRITA

DE PELOTAS HOSPITAL ESPIRITA

DE PELOTAS 160

108 SP ADAMANTINA 2082446 CLINICA DE

REPOUSO NOSSO LAR

CLINICA NOSSO LAR ADAMANTINA

152

109 SP ARACATUBA 2082683 ASSOCIACAO DAS

SENHORAS CRISTAS

HOSPITAL BENEDITA

FERNANDES ARACATUBA 150

110 SP SAO JOSE

DOS CAMPOS 2085569

CENTRO DE VALORIZACAO DA

VIDA CVV FRANCISCA

JULIA 147

111 SP AMERICANA 2081733 SEARA SERVICO ESPIRITA DE

ASSISTENCIA E RECUPERACAO DE

AMERI

SEARA HOSPITAL PSIQUIATRICO

140

112 SP SAO PAULO 2077612 CONGREGACAO DAS IRMAS

HOSPITALEIRAS D0 SAGR COR DE JESUS

CASA DE SAUDE NOSSA SENHORA

DE FATIMA

140

113 SP CATANDUVA 2058626 HOSPITAL

PSIQUIATRICO ESP MAHATMA GANDHI

HOSPITAL PSIQUIATRICO

MAHATMA GANDHI 138

114 SP A M PA R O 2084317 SANATORIO ISMAEL CLINICA FAZENDA

PALMEIRAS 120

115 SP ARARAQUARA 2079763

HOSPITAL PSIQUIATRICO

ESPIRITA CAIRBAR SCHUTEL

CASA CAIRBAR SCHUTEL 120

116 SP BARREIROS 2319543

FUNDACAO DE SAUDE AMAURY DE

MEDEIROS

HOSP COLONIA VICENTE GOMES DE

MATOS 120

117 SP INDAIATUBA 2084244

INSTITUTO DE REABILITACAO E PREVENCAO EM SAUDE INDAIA

INSTITUTO INDAIA OSCIP

120

118 SP SAO PAULO 2089637 CONGREGACAO DAS IRMAS HOSPIT DO

SAGRADO CORACAO DE JESUS

CASA DE SAUDE NSRA DO CAMINHO

120

119 SP SAO PAULO 2070766 SECRETARIA DE

ESTADO DA SAUDE DE SAO PAULO

CAISM DR DAVID CAPISTRANO DA COSTA FILHO DA

AGUA FUNDA

113

204

Page 205: Legislaçao em saude mental 2

120 SP CAMPINAS 2079003

SERVICO DE SAUDE DR CANDIDO FERREIRA

SERVICO DE SAUDE DR CANDIDO FERREIRA 112

121 SP BIRIGUI 2082160 HOSPITAL FELICIO

LUCHINI HOSPITAL FELICIO LUCHINI BIRIGUI 89

122 SP PENAPOLIS 2078384 HOSPITAL ESPIRITA

JOAO MARCHESI HOSPITAL ESPIRITA

JOAO MARCHESI 78

123 SP GARCA 2086263

IRMANDADE DA SANTA CASA DE

MISERICORDIA DE GARCA

ANEXO PSIQUIATRICO SAO

LUCAS 76

124 SP SAO PAULO 2077418 SECRETARIA DE

ESTADO DA SAUDE DE SAO PAULO

CAISM PHILIPPE PINEL

72

125 SP SAO PAULO 2688514

ISCMSP CENTRO DE ATENCAO

INTEGRADA A SAUDE MENTAL

CAISM SANTA CASA DE MISERICORDIA

DE SAO PAULO 65

126 SP PRESIDENTE PRUDENTE 2058774

ASSOCIACAO REGIONAL ESP DE

ASSISTENCIA DA 25 REGIAO

HOSPITAL ALLAN KARDEC PRES

PRUDENTE 60

127 SP PIRAPOZINHO 2750554

HOSPITAL SANTA MARIA DE

PIRAPOZINHO SC LTDA

HOSPITAL STA MARIA DE

PIRAPOZINHO 59

128 SP SAO PAULO 2812703 FUNDACAO

FACULDADE DE MEDICINA MECMPAS

FUNDACAO FACULDADE DE

MEDICINAHCFMUSP INST DE

PSIQUIATRIA

59

129 SP

ESPIRITO SANTO DO

PINHAL 2081563

CLINICA DE REPOUSO SANTA ROSA LTDA SC

CLINICA DE REPOUSO SANTA ROSA ESPIRITO

SANTO DO PINHAL 50

130 SP SAO PAULO 2078570 HOSPITAL JOAO EVANGELISTA

HOSPITAL JOAO EVANGELISTA 36

131 SP OSASCO 0008478

ASSISTENCIA VICENTINA DE SAO

PAULO

LAR BUSSOCABA ASSISTENCIA VICENTINA 34

132 TO ARAGUAINA 2370638 L C DE OLIVEIRA

XAVIER

CLINICA DE REPOUSO SAO

FRANCISCO ARAGUAINA

160

15015

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N II - de 161 até 240 leitos

n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de leitos SUS

(CNES) out/2009

1 BA SALVADOR 0004286 SECRETARIA DA HOSPITAL JULIANO 200

205

Page 206: Legislaçao em saude mental 2

SAUDE DO ESTADO DA BAHIA MOREIRA

2 CE

CRATO 2415453 CASA DE SAUDE

SANTA TEREZA LTDA CASA DE SAUDE SANTA TEREZA

180

3 ES

CARIACICA 2465752 INSTITUTO

ESTADUAL DE SAUDE PUBLICA

HOSPITAL ADAUTO BOTELHO

185

4

MA

SAO LUIS 2455781

CLINICA SAO FRANCISCO DE

NEURO PSIQUIATRIA CLINICA SAO FRANCISCO

240

5 PI

TERESINA 2360861 SANATORIO MEDUNA

LTDA SANATORIO

MEDUNA 200

6

PRJANDAIA DO

SUL 2573504

CENTRO DE TRIAGEM E OBRAS

SOCIAIS DO VALE DO IVAI

HOSPITAL REGIONAL DO VALE

DO IVAI

240

7 PR MARECHAL CANDIDO RONDON

2810077 HOSPITAL E MATERNIDADE

FILADELFIA LTDA

HOSPITAL FILADELFIA

240

8 PR

MARINGA 2587289 SANATORIO

MARINGA LTDA HOSPITAL

PSIQUIATRICO DE MARINGA

240

9 PR

PINHAIS 0018260 SECRETARIA DE

ESTADO DA SAUDE HOSPITAL COLONIA ADAUTO BOTELHO

240

10

PR

LONDRINA 2578468

CLINICA PSIQUIATRICA DE LONDRINA LTDA

CLINICA PSIQUIATRICA DE

LONDRINA

200

11 RJ DUQUE DE

CAXIAS 2277778 SANATORIO DUQUE

DE CAXIAS SANATORIO DUQUE

DE CAXIAS 240

12 RJ

PARACAMBI 2279592 HOSPITAL

PARACAMBI LTDA HOSPITAL

PARACAMBI LTDA 240

13 RJ SAO JOAO DE

MERITI 2274523

CASA DE SAUDE VILAR DOS TELES

CASA DE SAUDE VILAR DOS TELES

240

14 RJ

QUATIS 2272490 CLINICA VALE DO

PARAIBA LTDA CLIVAPA 200

15 RJ RIO DE

JANEIRO 2270722

SEAP RJ COORDENACAO DE GESTAO EM SAUDE

PENITENCIARIA

SEAP RJ HOSPITAL DE CUST E TRAT PSIQUIATRICO

HEITOR CARRILHO

167

16 RJ RIO DE

JANEIRO 2270188

SEAP RJ COORDENACAO DE GESTAO EM SAUDE

PENITENCIARIA

SEAP RJ CENTRO TRAT EM

DEPENDENCIA QUIMICA ROBERTO

MEDEIROS

161

17 RN MOSSORO 2389215 PREFEITURA

MUNICIPAL DE MOSSORO

CASA DE SAUDE SAO CAMILO LELLIS

240

18 RS CAXIAS DO

SUL 2223589

CLINICA PROFESSOR PAULO

GUEDES LTDA

CLINICA PROFESSOR PAULO

GUEDES LTDA 200

206

Page 207: Legislaçao em saude mental 2

19 RS PORTO

ALEGRE 2237180

HOSPITAL ESPIRITA DE PORTO ALEGRE

HEPA 200

20 SP ITAPIRA 2084279 CLINICA DE

REPOUSO ITAPIRA LTDA

CLINICA CRISTALIA ITAPIRA

240

21 SP SANTA RITA DO PASSA QUATRO

2091275 SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

DE SAO PAULO

CAIS CENTRO ATENCAO INTEGRAL SAUDE

SANTA RITA PASSA QUATRO

240

22 SP TUPA 2080656

SOCIEDADE CIVIL DE ASSISTENCIA MEDICA SOCIAM

LTDA

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA TUPA

235

23 SP PRESIDENTE PRUDENTE

2058782

ASSOCIACAO ASSISTENCIAL

ADOLPHO BEZERRA DE MENEZES

HOSPITAL PSIQUIATRICO ESPIRITA BEZERRA DE MENEZES

P PRUDENT

225

24 SP SOROCABA 2084465

ASSOCIACAO PROTETORA DOS

INSANOS DE SOROCABA

HOSPITAL PSIQUIATRICO JARDIM

DAS ACACIAS SOROCABA

220

25 SP JAU 2790653

ASSOCIACAO HOSPITALAR

TEREZA PERLATTI DE JAU

HOSPITAL TEREZA PERLATTI JAU

203

26 SP FRANCA 2080117 FUNDACAO

ESPIRITA ALLAN KARDEC

HOSPITAL PSIQUIATRICO ALLAN KARDEC FRANCA SP

200

27 SP PETROPOLIS 2275600 CASA DE SAUDE SANTA MONICA

LTDA

CASA DE SAUDE SANTA MONICA LTDA

200

28 SP TUPA 2083221 CLINICA DE

REPOUSO DOM BOSCO SC LTDA

CLINICA DE REPOUSO DOM BOSCO

198

29 SP SAO JOSE

DO RIO PRETO

2097648 HOSPITAL DR

ADOLFO BEZERRA DE MENEZES

HOSPITAL BEZERRA DE MENEZES

197

30 SP RIO CLARO 2083159 CASA DE SAUDE

BEZERRA DE MENEZES

CASA DE SAUDE BEZERRA DE MENEZES

RIO CLARO 195

31 SP GARCA 2745356 ASSOCIACAO BENEFICENTE

ESPIRITA DE GARCA

HOSPITAL PSIQUIATRICO ANDRE

LUIZ 180

32 SP PRESIDENTE PRUDENTE

2096625 SANATORIO SAO

JOAO LTDA HOSPITAL SAO JOAO

PRESIDENTE PRUDENTE 180

6766

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N III - de 241 até 400 leitos

n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de leitos SUS

207

Page 208: Legislaçao em saude mental 2

(CNES) out/2009

1 AL MACEIO 2006383

SC CLINICA DE REPOUSO DR JOSE

LOPES DE MENDONCA

CLINICA DE REPOUSO DR JOSE LOPES DE

MENDONCA 280

2 ES CACHOEIRO DE

ITAPEMIRIM

2548143 CLINICA DE REPOUSO SANTA

IZABEL LTDA

CLINICA DE REPOUSO SANTA IZABEL LTDA

400

3 GO ANAPOLIS 2361779 SANATORIO ESPIRITA DE ANAPOLIS

HOSPITAL ESPIRITA DE PSIQUIATRIA ANAPOLIS

320

4 MA SAO LUIS 2698056 CLINICA LA

RAVARDIERE LIMITADA

CLINICA LA RAVARDIERE LTDA

320

5 MG BARBACENA 2098946

FUNDACAO HOSPITLAR DO

ESTADO DE MINAS GERAIS

C H P B FHEMIG 320

6 MG BELO

HORIZONTE 0027677

CLINICA SERRA VERDE LTDA

CLINICA SERRA VERDE LTDA

248

7 PE RECIFE 2777487 HOSPITAL

PSIQUIATRICO DE PERNAMBUCO LTDA

HPP 352

8 PE RECIFE 2752816 INSTITUTO DE

PSIQUIATRIA DO RECIFE

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DO RECIFE

273

9 PR PIRAQUARA 0018384 ASSOCIACAO SAN JULIAN AMIGOS E

COLABORADORES ASJA 360

10 RJ SAO

GONCALO 2297515

CLINICA NOSSA SENHORA DAS VITORIAS LTDA

CLINICA NOSSA SENHORA DAS VITORIAS

360

11 RJ RIO DE

JANEIRO 2270706

INSTITUTO DOUTOR FRANCISCO

SPINOLA

INSTITUTO DOUTOR FRANCISCO SPINOLA

280

12 RJ RIO DE

JANEIRO 2280728

SMS RIO IMAS NISE DA SILVEIRA

SMS RIO IMAS NISE DA SILVEIRA

280

13 SC SAO JOSE 2778785 HOSPITAL COLONIA

SANTANA CENTRO DE

CONVIVENCIA SANTANA 269

14 SP SOROCABA 2081474 MENTAL MEDICINA ESPECIALIZADA SC

LTDA

HOSPITAL MENTAL SOROCABA

368

15 SP ESPIRITO SANTO DO

PINHAL

2084384 ASSOCIACAO ESPIRITA VICENTE

DE PAULO

INSTITUTO BEZERRA DE MENEZES ESPIRITO SANTO DO PINHAL

330

16 SP SAO BERNARDO DO CAMPO

2082292 SOCIEDADE ASSISTENCIAL

BANDEIRANTES

HOSPITAL LACAN 320

17 SP RIBEIRAO 2078031 SECRETARIA DE HOSPITAL SANTA 280

208

Page 209: Legislaçao em saude mental 2

PRETO ESTADO DA SAUDE

DE SAO PAULO TEREZA DE RIBEIRAO

PRETO

18 SP MARILIA 2080990 HOSPITAL ESPIRITA

DE MARILIA HOSPITAL ESPIRITA DE

MARILIA 260

19 SP SOROCABA 2083167

INSTITUTO PSIQUIATRICO PROF

ANDRE TEIXEIRA LIMA LTDA

HOSPITAL TEIXEIRA LIMA

254

5874

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N IV- acima de 400 leitos

n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de leitos SUS

(CNES) out/2009

1 RJ RIO DE

JANEIRO 2269996

SMS RIO IMAS JULIANO MOREIRA

SMS RIO IMAS JULIANO MOREIRA

680

2 SP ARARAS 2082470 CLINICA ANTONIO LUIZ SAYAO

ACOMPANHAMENTO PSIQUIATRICO

CLINICA SAYAO ARARAS 639

3 SP SALTO DE PIRAPORA

2081547 HOSPITAL

PSIQUIATRICO SANTA CRUZ LTDA

HOSPITAL PSIQUIATRICO SANTA

CRUZ SALTO DE PIRAPORA

503

4 SP SOROCABA 2082616 HOSPITAL

PSIQUIATRICO VERA CRUZ SC LTDA

HOSPITAL PSIQUIATRICO VERA

CRUZ 512

5 SP ITAPIRA 2085143 FUNDACAO

ESPIRITA AMERICO BAIRRAL

INSTITUTO AMERICO BAIRRAL DE

PSIQUIATRIA ITAPIRA 511

6 SP FRANCO DA

ROCHA 2746220

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

DE SAO PAULO

COMPLEXO HOSPITALAR JUQUERY

492

7 SP PIEDADE 2078236

HOSPITAL PSIQUIATRICO VALE

DAS HORTENCIAS SC LTDA

HOSPITAL PSIQUIATRICO VALE DAS HORTENCIAS

PIEDADE

465

8 SP SALTO DE PIRAPORA

2082918

CLINICA PSIQUIATRICA

SALTO DE PIRAPORA SC LTDA

CLINICA PSIQUIATRICA SALTO DE PIRAPORA

415

9 SP CASA

BRANCA 2749033

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

CENTRO DE REABILITACAO DE CASA

BRANCA 405

4622

209

Page 210: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 426, DE 3 DE DEZEMBRO DE 2009

Estabelece que hospitais indicados para descredenciamento permaneçam nas classes em

que se encontravam em outubro de 2009

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria nº 251/GM, de 31 de janeiro de 2002, que instituiu o Programa

Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/Psiquiatria;

Considerando a Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa

Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS - 2004 e a Portaria nº

53/GM de 20 de janeiro de 2004, que cria novos procedimentos no âmbito deste Programa; e

Considerando a nova classificação dos hospitais psiquiátricos no âmbito do Programa

Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH), instituído pela

Portaria nº 2644/GM, de 28 de outubro de 2009 e a Portaria nº 404/GM, de 19 de novembro de

2009 que habilita os hospitais psiquiátricos à nova classificação, resolve:

Art. 1º - Estabelecer que os hospitais psiquiátricos indicados para descredenciamento

pelo Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/Psiquiatria

permaneçam nas classes em que se encontravam em outubro de 2009, conforme Anexo desta

Portaria, seguindo classificação prevista na Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004

(Classes de I a XIV) até o seu descredenciamento.

Parágrafo único. Os referidos hospitais psiquiátricos permanecem nesta classificação

por não atenderem aos critérios mínimos de qualidade assistencial definidos pelo

PNASH/Psiquiatria e por necessitarem de novas pactuações para que seja finalizado o processo

de desinstitucionalização dos pacientes internados.

Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com vigência a partir da

competência de novembro de 2009.

ALBERTO BELTRAME

UF MUNICÍPIO CNES RAZÃO SOCIALNº DE LEITOS

SUS (CNES out/09)

CLASSE (Portaria 52/04)

BA FEIRA DE SANTANA

2603063 SECRETARIA DE SAUDE DO ESTADO DA BAHIA 314

VI

BA JUAZEIRO 2510189 75 I

210

Page 211: Legislaçao em saude mental 2

ASSOCIACAO SANFRANCISCANA DE ASSITENCIA AO PSICOPATADESVALIDO

BA S A LVA D O R 0004472 SANATORIO SAO PAULO LTDA 120I

MG JUIZ DE FORA2153068 HOSPITAL SAO MARCOS SA 101 I

MG JUIZ DE FORA 2153041CLINICA PSIQUIATRICA PINHO MASINI LTDA

78 I

PE CAMARAGIBE 2346605 HOSPITAL JOSE ALBERTO MAIA LTDA 980 XIV

RJ BOM JESUS DO ITABAPOANA 2282755 CLINICA DE REPOUSO

ITABAPOANA LTDA 320 VI

RJ RIO BONITO 2291061 HOSPITAL COLONIA DE RIO BONITO 480 X

SP NOVA GRANADA

2082659IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE NOVA GRANADA

108I

SP SAO JOSE DOS CAMPOS

0009636ASSOCIACAO INSTITUTO CHUI DE PSIQUIATRIA

139 II

211

Page 212: Legislaçao em saude mental 2

PORTARIA Nº 2.841, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas – 24 horas - CAPS AD III.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei Nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria Nº 336/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta as modalidades de Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, estabelece normas de funcionamento e composição de equipe;

Considerando a Portaria Nº 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002, que determina e normatiza os processos de cadastramento;

Considerando a Portaria Nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria Nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS; Ministério da Saúde .

Considerando a Portaria Nº 245/GM/MS, de 17 de fevereiro de 2005, que destina incentivo financeiro para implantação de Centros de Atenção Psicossocial e dá outras providências;

Considerando a Portaria Nº 1.190/GM/MS, de 4 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - PEAD;

Considerando o Decreto Nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor e dá outras providências;

Considerando a Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito extraordinário, em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação do Plano Integrado de Enfrentamento do Crack;

Considerando o cenário epidemiológico recente, que mostra a expansão no Brasil do consumo de algumas substâncias, especialmente álcool, cocaína (na forma de cloridrato e de pasta-base, crack, merla) e inalantes, que se associa ao contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens;

212

Page 213: Legislaçao em saude mental 2

Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas; e

Considerando a adesão do Brasil ao Programa "Mental Health Gap Action Program", da Organização Mundial da Saúde, de 2008, que prevê estratégias para a redução da lacuna assistencial entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os países do mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, resolve:

Art. 1º Instituir, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, os Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas - 24 horas - CAPS AD III.

§ 1º Entende-se por CAPS AD III aquele estabelecimento destinado a proporcionar atenção integral e contínua a pessoas com transtornos decorrentes do uso abusivo e da dependência de álcool e outras drogas, com funcionamento durante as 24 horas do dia, inclusive nos feriados e finais de semana.

§ 2º Os critérios para implantação, características, modo de funcionamento, atividades, recursos humanos necessários para os CAPS AD III estão estabelecidos no Anexo a esta Portaria.

Art. 2º Estabelecer Incentivo Financeiro para Implantação de CAPS AD III nas modalidades e valores a seguir descritos:

I - implantação de novo CAPS AD III - R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); e

II - implantação de CAPS AD III mediante adaptação de CAPS AD II pré-existente para a realização das novas atividades - R$ 100.000,00 (cem mil reais).

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, aos respectivos fundos de saúde dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta complexidade, observadas as diretrizes constantes desta Portaria.

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação dos CAPS AD III, podendo ser utilizados para reforma predial, compra de equipamentos, aquisição de material de consumo e/ou capacitação da equipe técnica e outros itens de custeio.

§ 3º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas a implantação de serviços de natureza jurídica pública.

Art. 3º Determinar que as solicitações de Incentivo Financeiro para Implantação dos CAPS AD III de que trata o art. 2º desta Portaria, sejam apresentadas ao Ministério da Saúde, com cópia para a respectiva Secretaria de Estado da Saúde, devendo ser instruídas com os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;

II - documentação da Secretaria de Saúde solicitante;

III - projeto técnico do CAPS AD III;

213

Page 214: Legislaçao em saude mental 2

IV - termo de compromisso do gestor local assegurando a contratação dos profissionais que comporão a equipe mínima prevista no Anexo a esta Portaria;

V - termo de compromisso do gestor local de início do funcionamento do CAPS, no prazo de até 3 (três) meses, renovável uma única vez, mediante justificativa, por igual período;

VI - no caso de CAPS AD III Regional - termo de compromisso dos gestores dos Municípios componentes, de acordo com o instruído no Anexo a esta Portaria; e

VII - Resolução da CIB aprovando a implantação do CAPS.

§ 1º O processo completo será remetido à Área Técnica de Saúde Mental, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde - DAPES/SAS/MS que o avaliará e autorizará, ou não, o repasse do Incentivo Financeiro de que trata o artigo 2º desta Portaria.

§ 2º Caso o gestor local não cumpra o prazo estabelecido no Termo de Compromisso definido na alínea V deste artigo, o Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde - FNS/MS adotará as medidas necessárias para a devolução ao Ministério da Saúde dos recursos recebidos pelo gestor local.

Art. 4º Estabelecer recursos financeiros mensais no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) a serem incorporados ao Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar dos respectivos Estados, Municípios e do Distrito Federal para o custeio dos procedimentos a serem realizados pelo CAPS AD III.

§ 1º A incorporação de que trata o caput deste artigo será realizada a contar da habilitação do serviço junto ao gestor federal, que se dará mediante o envio dos seguintes documentos:

I - Resolução da CIB que ateste o início do funcionamento do CAPS AD III;

II - Relatório de Vistoria da Vigilância Sanitária local;

III - Relatório de Vistoria das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal;

IV - apresentação do número do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do CAPS AD III;

V - apresentação do Projeto Técnico do CAPS AD III;

VI - relação nominal dos profissionais integrantes da Equipe Técnica do CAPS, anexados os currículos e cópia das identidades profissionais dos técnicos; e

VII - comprovação de matrícula em processo de capacitação para atendimento de crack, álcool e outras drogas de pelo menos dois profissionais da equipe.

§ 2º No caso de CAPS AD III implantado, a partir da transformação de CAPS AD II, os recursos a serem incorporados serão calculados a partir da diferença entre os valores já

214

Page 215: Legislaçao em saude mental 2

incorporados referente à habilitação anterior, até totalizar o valor mensal de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) para custeio.

Art. 5º Compete à Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS o estabelecimento dos procedimentos a serem realizados pelos CAPS AD III e a adoção das demais medidas necessárias ao cumprimento do disposto nesta Portaria.

Art. 6º Determinar que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.20EV - Enfrentamento ao Crack e outras Drogas – Nacional (Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010) no ano de 2010, e a partir de 2011, corram por conta do Programa de Trabalho 10.302.1220.20B0 - Atenção Especializada em Saúde Mental e do Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir da competência setembro de 2010.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

CAPS AD III - CRITÉRIOS PARA IMPLANTAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, MODO DE FUNCIONAMENTO, ATIVIDADES, RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS

I - CRITÉRIOS POPULACIONAIS PARA IMPLANTAÇÃO DE CAPS AD III:

Os CAPS AD III deverão ser implantados levando em conta uma população mínima de cobertura de 200 mil habitantes.

Sua implantação poderá ocorrer, portanto:

1 - em Município que, tendo ou não CAPS AD II, conte com uma população de 200 mil habitantes; e

2 - em Município pólo regional que reúna outros Municípios de referência na região, cujo somatório populacional (da região) seja igual ou maior que 200 mil habitantes - CAPS AD III Regional.

No caso de CAPS AD III Regional, conforme definido no item 2 acima, sua implantação deverá ser pactuada pelo respectivo Colegiado Gestor Regional - CGR, ser objeto de termo de compromisso firmado pelos gestores de todos os Municípios envolvidos e deverá contar com uma Comissão Permanente de Regulação e Acompanhamento do CAPS AD III - Regional.

Essa Comissão será composta pelos coordenadores de saúde mental, representantes dos Municípios referenciados e representantes do Colegiado Gestor Regional.

215

Page 216: Legislaçao em saude mental 2

O objetivo da Comissão é definir os fluxos de atenção para os usuários do CAPS AD III, estruturar as redes municipais de álcool e outras drogas, promover a sustentabilidade do CAPS AD III e desenvolver parcerias que envolvam apoio técnico (matriciamento) por parte da equipe do serviço para os Municípios de referência e outras ações que garantam a continuidade, a efetividade e a qualidade na assistência desse serviço.

A escolha do Município para sediar o CAPS AD III deverá recair sobre aquele que apresente rede de saúde mais diversificada e estruturada, preferencialmente com Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, Unidades de Pronto Atendimento - UPA, leitos em Hospital Geral, outras modalidades de CAPS e outros serviços de saúde e de rede intersetorial de proteção social.

O Município-Sede deverá, ainda, ter um hospital geral de referência para o CAPS AD III - Regional, que funcione como apoio qualificado a usuários que apresentem quadros de abstinência, intoxicação aguda ou agravos clínicos relacionados ao consumo de álcool e outras drogas.

Os recursos de incentivo para implantação e custeio dos procedimentos a serem realizados pelo CAPS AD III Regional serão repassados ao Município-Sede.

Já os Municípios referenciados ao CAPS AD III Regional deverão responsabilizar-se por ações de atenção integral para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção Básica, em seu território.

II - CARACTERÍSTICAS GERAIS:

O CAPS AD III deve:

a) constituir-se em serviço aberto, de base comunitária que funcione segundo a lógica do território, e que forneça atenção contínua, durante 24 horas diariamente, incluindo feriados e finais de semana;

b) responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental, álcool e outras drogas, no âmbito do seu território;

c) possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regular e articular as ações de atenção integral aos usuários de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do seu território;

d) coordenar, acompanhar e supervisionar, por delegação do gestor local, internações em hospital geral e unidades especializadas, no âmbito de seu território;

e) realizar ações de apoio matricial na atenção básica, no âmbito de seu território;

f) realizar e manter atualizado o cadastramento dos pacientes que utilizam medicamentos essenciais para a área de saúde mental;

g) funcionar, de forma articulada, com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU-192 e com a rede de urgência/emergência local/regional; e

h) articular-se com a rede de proteção social de seu território de atuação, para acompanhamento compartilhado de casos, quando necessário.

216

Page 217: Legislaçao em saude mental 2

III - ATIVIDADES:

A atenção integral ao paciente no CAPS AD III inclui as seguintes atividades:

a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, orientação, entre outros);

b) atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);

c) oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;

d) visitas e atendimentos domiciliares;

e) atendimento à família;

f) atividades de integração na comunidade, na família, no trabalho, na escola, na cultura e na sociedade em geral;

g) acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com, no mínimo, 8 (oito) e, no máximo, 12 (doze) leitos, para realizar intervenções a situações de crise (abstinência e/ou desintoxicação sem intercorrência clínica grave e comorbidades) e, também, repouso e/ou observação;

h) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) receberão uma refeição diária dos quais assistidos em dois turnos (8 horas) receberão duas refeições diárias, e os que permanecerem no serviço durante 24 horas contínuas receberão 4 (quatro) refeições diárias;

i) a permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno, caso seja necessário prolongar-se para além do período médio de 2 a 5 dias, fica limitada a 10 (dez) dias corridos ou 14 (quatorze) dias intercalados em um período de 30 (trinta) dias; e

j) estratégias de redução de danos dentro e fora do CAPS AD III, em articulação com profissionais da atenção básica.

IV - RECURSOS HUMANOS:

A equipe técnica mínima para atuação no CAPS AD III, para o atendimento de 40 (quarenta) pacientes por turno, tendo como limite máximo 60 (sessenta) pacientes/dia, em regime intensivo, será composta por:

a) 1 (um) médico clínico;

b) 1 (um) médico psiquiatra;

c) 1 (um) enfermeiro com formação em saúde mental;

d) 5 (cinco) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;

e) 4 (quatro) técnicos de enfermagem; e

217

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f) 4 (quatro) profissionais de nível médio: redutor de danos, técnico administrativo, técnico educacional, artesão e/ou outros.

Para cada período de acolhimento noturno, em plantões corridos de 12 horas, a equipe deve ser composta, por:

a) 1 (um) profissional de nível superior;

b) 3 (três) técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e

c) 1 (um) profissional de nível médio da área de apoio.

Para cada período de 12 horas diurnas, nos sábados, domingos e feriados, a equipe deve ser composta de modo a cobrir todos os turnos por:

a) 1 (um) profissional de nível superior entre as seguintes categorias: médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, ou outro profissional de nível superior justificado pelo projeto terapêutico;

b) 3 (três) técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e

c) 1 (um) profissional de nível médio da área de apoio.

Observação: O gestor local deverá garantir a composição da equipe técnica mínima em situações de férias, licenças e outros eventos.

Comentário:

Institui no SUS o CAPSad com funcionamento 24 horas, o CAPSad III.

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PORTARIA Nº 2.842, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Aprova as Normas de Funcionamento e Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;

Considerando a Portaria nº 1.190/GM/MS, de 4 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS e define suas diretrizes gerais, ações e metas;

Considerando o Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o Comitê Gestor e dá outras providências;

Considerando a Medida Provisória nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito extraordinário em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack;

Considerando a necessidade da oferta de suporte hospitalar estratégico para a rede de atenção psicossocial, no que tange a situações de urgência decorrentes do uso de álcool e de outras drogas que demandem por internações de curta duração que se fizerem necessárias ao manejo terapêutico de tais casos;

Considerando o cenário epidemiológico que mostra a expansão do consumo no País de substâncias psicoativas, especialmente do álcool, inalantes e cocaína em suas diferentes apresentações como cloridrato, pasta-base, crack e merla; em associação a um contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens; e

Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para a prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao consumo de substâncias psicoativas, bem como de ampliar o acesso ao tratamento hospitalar em hospitais gerais das pessoas com transtornos decorrentes do consumo de álcool e outras drogas, resolve:

Art 1º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, as Normas de Funcionamento e Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.

Parágrafo único. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em seus respectivos âmbitos de atuação, deverão adotar as medidas necessárias à organização e habilitação das unidades de que trata o caput deste artigo.

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Art. 2º Os procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas realizados em Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad, da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde, estão previstos na Portaria nº 480/SAS/MS, de 20 de setembro de 2010.

Parágrafo único. Ficam mantidos os Procedimentos 03.03.17.003-4 e 03.03.17.004-2 no SIGTAP.

Art. 3º Estabelecer que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho: 10.302.1220.20EV – Enfrentamento ao Crack e outras Drogas – Nacional (Medida Provisória nº 498, de 29 de julho de 2010) no ano de 2010 e a partir de 2011 corram por conta do Programa de Trabalho: 10.302.1220.8585- Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta Complexidade.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Fica revogada a Portaria n° 1.612/GM/MS, de 9 de setembro de 2005, publicada no Diário Oficial da União n° 175, de 12 de setembro de 2005, Seção 1, páginas 54-56.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

NORMAS PARA FUNCIONAMENTO E HABILITAÇÃO DOS SERVIÇOS

HOSPITALARES DE REFERÊNCIA PARA A ATENÇÃO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DE

ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS - SHR-ad

1 - PLANEJAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS

Os gestores dos Estados/Municípios e do Distrito Federal deverão estabelecer planejamento de distribuição regional dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad, tendo como perspectiva a constituição de base hospitalar estratégica para a estruturação de redes locais de atenção psicossocial, de acordo com as diretrizes do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas e seus componentes, conforme descrito na Portaria nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004.

1.1 No planejamento da distribuição dos leitos hospitalares deverão ser levados em conta os seguintes parâmetros/critérios:

a) o número de leitos deverá ser proporcional à população de cobertura na razão de 1 (um) leito para cada 15 (quinze) mil habitantes;

b) o número de leitos de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, por hospital, não deverá exceder o percentual de 15% (quinze por cento) do número total de leitos do hospital geral, até o máximo de 30 (trinta) leitos; e

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c) projetos que ultrapassarem os parâmetros dos itens a e b poderão, em caráter de excepcionalidade, ser analisados tecnicamente pelo Ministério da Saúde.

1.2 Deve ser obrigatoriamente considerada a aproximação entre os SHR-ad e os serviços extra-hospitalares de base comunitária - CAPS I, CAPS II, CAPS III e CAPSi, e sobretudo os CAPS-AD e os NASF, buscando assim a sua articulação em rede, bem como lidar com as limitações intrínsecas do hospital geral para abordagem de terapêutica dos usuários de álcool e outras drogas, devendo levar-se em conta que:

a) em Municípios de até 100 (cem) mil habitantes: para a implantação dos leitos devem existir, em todos os Municípios abrangidos, programas de atenção a usuários de álcool e outras drogas na atenção primária e/ou em CAPS (especificar qual); e

b) em Municípios com 100 (cem) mil habitantes ou mais: para a implantação dos leitos devem existir, no Município, CAPS ad, CAPS I ou CAPS II que realize programa de atenção a usuários de álcool ou outras drogas ou, ainda, CAPS III.

1.3 A implantação dos leitos deve ocorrer em hospitais gerais, preferencialmente de natureza pública ou filantrópica, sendo também desejável a sua utilização como espaços de atuação docente-assistencial.

2 - HABILITAÇÃO

Uma vez realizado o planejamento da distribuição de serviços, o processo de habilitação deverá ser formalizado pelo gestor local e encaminhado ao Ministério da Saúde, conforme segue:

2.1- O processo de habilitação de SHR-ad deverá ser instruído com:a) requerimento de habilitação do gestor local;b) identificação da Secretaria Estadual/Municipal de Saúde; c) projeto Técnico do SHR-ad;d) discriminação da Equipe Técnica, anexados os currículos dos componentes; e) relatório de vistorias realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde ou pela

Secretaria Municipal de Saúde - a vistoria deverá ser realizada in loco pela Secretaria de Saúde (Vigilância Sanitária e Área Técnica de Saúde Mental), que avaliará as condições de funcionamento do SHR-ad para fins de habilitação: área física, recursos humanos, responsabilidade técnica e demais exigências estabelecidas por esta Portaria;

f) parecer da Comissão Intergestores Bipartite sobre a habilitação; eg) comprovante de matrícula em curso de formação a distância “Sistema para

Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias Psicoativas: encaminhamentos, intervenção breve, reinserção social e acompanhamento - SUPERA”, oferecido pela SENAD/GSI para pelo menos 2 profissionais por estabelecimento.

2.2 Uma vez emitido o parecer favorável da CIB a respeito da habilitação, este deverá ser encaminhado ao Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde - Área Técnica de Saúde Mental, para fins de habilitação, devendo o processo com a documentação comprobatória ficar na posse do gestor local do SUS, disponível ao Ministério da Saúde para fins de supervisão e auditoria.

3 - CARACTERÍSTICAS EXIGIDAS PARA O FUNCIONAMENTO DOS SHR-ad

Os Serviços Hospitalares de Referência para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SRH-ad, destinados à operacionalização, execução e controle do

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componente hospitalar do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas, na sua área de abrangência, devem observar as seguintes diretrizes:

a) sob a coordenação do gestor local, compor rede de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, participando do sistema de organização e regulação das demandas e fluxos assistenciais, em área geográfica definida, respeitando as atribuições e competências das instâncias do SUS para a sua implantação e gerenciamento;

b) estabelecer mecanismos regulares de comunicação e integração com outros pontos da rede de saúde mental, preferencialmente os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS e Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF, para potencializar ações de matriciamento, referência e contrarreferência dos casos;

c) em nível local ou regional, compor a rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas, observando o território, a lógica de redução de danos e outras premissas e princípios do SUS;

d) dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de urgência/emergência decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras drogas, advindas da rede dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas - CAPSad, da rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde) e de serviços ambulatoriais especializados e não especializados;

e) oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração, para usuários de álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-hospitalares disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de necessidade imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as determinações da Lei nº 10.216, de 2001, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima ou curta permanência;

f) oferecer abordagem, suporte e encaminhamento adequado para a rede hospitalar de suporte aos usuários que, mediante avaliação geral, evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica;

g) evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais psiquiátricos; e

h) funcionar em regime integral, durante 24 horas diárias, nos sete dias da semana, sem interrupção da continuidade entre os turnos.

3.1 Projeto Técnico do ServiçoOs SHR-ad deverão contemplar em seu projeto técnico as seguintes atividades:a) avaliação clínica, psiquiátrica, psicológica e social, realizada por equipe

multiprofissional, devendo ser considerado o estado clínico / psíquico do paciente;b) atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre

outros);c) atendimento em grupo (psicoterapia, orientação, atividades de suporte social,

entre outras);d) abordagem familiar, que deve incluir orientações sobre o diagnóstico, o

programa de tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em dispositivos extra-hospitalares;

e) quando indicado, integração com programas locais de redução de danos, ainda durante a internação;

f) preparação do paciente para a alta hospitalar, garantindo obrigatoriamente sua referência para a continuidade do tratamento em unidades extra-hospitalares da rede local de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas (CAPSad, ambulatórios, atenção primária), na perspectiva preventiva para outros episódios de internação;

g) mediante demandas de ordem clínica específica, estabelecer mecanismos de integração com outros setores do hospital geral onde o SHR-ad estiver instalado, por intermédio de serviços de interconsulta, ou ainda outras formas de interação entre os diversos serviços do hospital geral;

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Page 223: Legislaçao em saude mental 2

h) deve ser garantida a transferência do usuário para estruturas hospitalares de maior resolutividade e complexidade, devidamente acreditados pelo gestor local, quando as condições clínicas impuserem tal conduta;

i) utilização de protocolos técnicos para o manejo terapêutico de intoxicação aguda e quadros de abstinência decorrentes do uso de substâncias psicoativas, e complicações clínicas/psíquicas associadas, devendo orientar-se pelas diretrizes “Identificação e manejo dos transtornos associados ao uso de crack/cocaína”, do Ministério da Saúde;

j) utilização de protocolos técnicos para o manejo de situações especiais, como por exemplo, a necessidade de contenção física; e

k) estabelecimento de protocolos para a referência e contrarreferência dos usuários, o que deve obrigatoriamente comportar instrumento escrito que indique o seu destino presumido, no âmbito da rede local / regional de cuidados.

3.2 Projeto Terapêutico Individual

As atividades relacionadas nos itens acima e seus respectivos desdobramentos deverão constituir o projeto terapêutico do serviço. Para tanto, fica definido que:

a) projeto terapêutico individual (PTI) é o conjunto de objetivos e ações, estabelecidos e executados pela equipe multiprofissional, voltados para a atenção aos usuários, desde o seu acolhimento e admissão no SHR-ad, até o momento de sua alta hospitalar;

b) deve incluir as ações específicas desenvolvidas pela unidade, de forma adequada ao seu público-alvo;

c) deve haver a compatibilização da proposta terapêutica com as necessidades de cada usuário e de seus familiares, servindo como eixo diretor para a elaboração de projetos terapêuticos individuais;

d) o projeto terapêutico do serviço deve envolver ainda o estabelecimento de mecanismos de referência e contrarreferência que permitam o encaminhamento dos usuários após a sua alta, para a devida continuidade do tratamento;

e) o Projeto Terapêutico do Serviço deverá ser apresentado, por escrito, e permanecer disponível para consulta no SHR-ad; e

f) os indicadores de qualidade e humanização à assistência prestada devem ser avaliados permanentemente pela equipe multiprofissional.

3.3 Instalações físicas

a) a área física do SHR-ad deverá se enquadrar nos critérios e normas estabelecidos pela legislação em vigor, a saber:

1. Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento para Técnico para Planejamento, Prorrogação, Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de Estabelecimentos de Assistência à Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; e

2. Resolução nº 5, de 5 de agosto de 1993, do CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente,

b) a área física deve ser adequada, convenientemente iluminada e ventilada, permitindo que os atendimentos sejam desenvolvidos com conforto, organização e segurança;

c) a área física, que pode ser compartilhada com outras seções clínicas do hospital geral, como a Clínica Médica, deve contar, no mínimo, com:

1 - sala para atendimento individual dos usuários;2 - enfermarias, que devem constituir espaços mistos, com quartos separados por

sexo;

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3 - quartos individuais, quando necessário, respeitando eventuais necessidades e demandas específicas dos usuários e;

4 - posto de enfermagem.d) em instalações hospitalares de arquitetura vertical, o SHR-ad deve ficar o mais

próximo possível do andar térreo, facilitando o trânsito dos usuários, possibilitando a integração de pequena área livre para atividades, e diminuindo o risco aos usuários do serviço;

e) deve ser buscada a compatibilização entre espaços hospitalares concebidos de acordo com a economia espacial utilizada pela arquitetura hospitalar, e o uso deste mesmo espaço de acordo com a dinâmica da atenção psicossocial, em uma lógica na qual a humanização do cuidado e a convivência se apresentam como favorecedores do processo terapêutico.

3.4 - Recursos Humanos

3.4.1 Para hospitais que implantem até 4 leitos, a equipe mínima será: a) 1 técnico/auxiliar de enfermagem;b) 1 profissional de saúde mental de nível superior; ec) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos.

3.4.2 Para hospitais que implantem de 5 a 12 leitos, a equipe mínima será:a) 2 técnicos/auxiliares de enfermagem;b) 2 profissionais de saúde mental de nível superior; ec) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos.

3.4.3 Para hospitais que implantem de 13 a 20 leitos, a equipe mínima será:a) 4 técnicos/auxiliares de enfermagem;b) 3 profissionais de saúde mental de nível superior;c) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos; e d) 1 médico psiquiatra do hospital responsável pelos leitos.

3.4.4 Para hospitais que implantem de 21 a 30 leitos, a equipe mínima será:a) 6 técnicos/auxiliares de enfermagem;b) 4 profissionais de saúde mental de nível superior;c) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos; ed) 1 médico psiquiatra do hospital responsável pelos leitos.’

Comentário:

Aprova normas de Funcionamento e Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.

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PORTARIA Nº 2.843, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Cria, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - Modalidade 3 - NASF 3, com prioridade para a atenção integral para usuários de crack, álcool e outras drogas.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei Nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Portaria Nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria Nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;

Considerando a Portaria Nº 648/GM/MS, de 28 de março de 2006, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica;

Considerando a Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF;

Considerando a Portaria Nº 1.190/GM/MS, de 4 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e metas;

Considerando o Decreto Nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor, e dá outras providências;

Considerando a Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito extraordinário, em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação do Plano Integrado de Enfrentamento do crack;

Considerando o cenário epidemiológico recente, que mostra a expansão no Brasil do consumo de algumas substâncias, especialmente álcool, cocaína (pasta-base, crack, merla) e inalantes, que se associa ao contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens;

Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas; e

Considerando a adesão do Brasil ao Programa "Mental Health Gap Action Program", da Organização Mundial da Saúde, de 2008, que prevê estratégias para a redução da lacuna

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assistencial entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os países do mundo, especialmente os países em desenvolvimento, resolve:

Art. 1º Criar, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - Modalidade 3 – NASF 3.

§ 1º Os NASF 3 são estabelecimentos que visam promover a atenção integral em saúde e saúde mental, prioritariamente para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção Básica para Municípios com porte populacional menor que 20.000 (vinte mil) habitantes, devendo obedecer ao disposto na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, que cria os NASF.

§ 2º Os critérios para implantação, as ações/características específicas e recursos humanos necessários para os NASF 3 estão previstos no Anexo a esta Portaria.

Art. 2º Estabelecer repasse financeiro mensal para custeio das ações de cada NASF 3 no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Parágrafo único. Depois de cumpridas as exigências do processo de implantação e de habilitação dos NASF estabelecidas por esta Portaria, os recursos financeiros serão repassados aos Municípios na seguinte forma:

I - o valor do incentivo financeiro será repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e ao Fundo de Saúde do Distrito Federal;

II - o repasse será feito a cada mês, tendo como base o número de NASF 3 cadastrados no SCNES;

III - o envio da base de dados do SCNES pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde para o banco nacional deverá estar de acordo com a Portaria Nº 74/SAS/MS, de 6 de fevereiro de 2007; e

IV - os procedimentos referentes à produção de serviços realizados pelos profissionais cadastrados nos NASF 3 deverão ser registrados no SIA/SUS, mas não gerarão créditos financeiros.

Art. 3º Determinar que para habilitação ao recebimento do recurso financeiro mensal destinado ao custeio de NASF 3, de que trata o art. 2º desta Portaria, os Municípios devam:

I - aprovar a proposta pelo Conselho Municipal de Saúde;

II - encaminhar para análise da respectiva Secretaria de Estado da Saúde - SES, ou a sua instância regional, sendo que o Distrito Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta ao Ministério da Saúde; e

III - cadastrar os NASF 3, no Sistema Nacional de Cadastro de Estabelecimento de Saúde - SCNES, da Unidade de Saúde à qual estará vinculado, bem como os profissionais, observando a composição e descrição constantes do Anexo a esta Portaria.

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§ 1º Após a data do protocolo de entrada do processo, a SES ou sua instância regional terá o prazo máximo de 10 (dez) dias, para análise e encaminhamento à Comissão Intergestores Bipartite - CIB;

§ 2º Vencido o prazo fixado, o Município poderá enviar a solicitação de habilitação com o protocolo de entrada na SES, que comprove a expiração, diretamente ao Ministério da Saúde.

§ 3º Após a aprovação e habilitação dos NASF 3, caberá à Secretaria de Saúde dos Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 (quinze) de cada mês, o número de NASF 3 que fazem jus ao recebimento do repasse financeiro do PAB variável.

§ 4º Deverão ser observadas as competências das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e do Distrito Federal, conforme estabelecidas nos arts. 7º e 8º da Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008.

Art. 4º Definir que os recursos orçamentários, de que trata esta Portaria, corram, no ano de 2010, por conta do Programa de Trabalho 10.302.1220.20EV - Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010), e, a partir de 2011, pelo Programa de Trabalho 10.301.1214.20AD - Piso da Atenção Básica Variável - Saúde da Família.

Parágrafo único. Os recursos relativos à Atenção básica fazem parte da fração variável do Piso da Atenção Básica (PAB variável) e compõem o Bloco Financeiro de Atenção Básica, sendo que a manutenção do repasse dos recursos cumpra as exigências do art. 12, da Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA - NASF 3

CRITÉRIOS PARA IMPLANTAÇÃO, AÇÕES/CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS E RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS

I - CRITÉRIOS PARA IMPLANTAÇÃO

1 - Municípios com porte populacional menor que 20.000 (vinte mil) habitantes;

2 - estar vinculado à implantação e expansão da Atenção Básica/Saúde da Família na proporcionalidade definida neste Anexo; e

3 - ser orientado por um Projeto de Implantação dos NASF 3 que conste:

a) território de atuação das equipes de Saúde da Família;

b) principais atividades a serem desenvolvidas;

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Page 228: Legislaçao em saude mental 2

c) profissionais a serem inseridos/contratados;

d) forma de contratação e a carga horária dos profissionais;

e) identificação das ESF vinculadas aos NASF 3;

f) planejamento e/ou a previsão de agenda compartilhada entre as diferentes ESF e a equipe dos NASF 3, que incluam ações individuais e coletivas, de cuidados clínicos em álcool e outras drogas, de atenção psicossocial, de redução de danos, de visitas domiciliares, de educação permanente, tanto das ESF quanto da comunidade; e

g) articulação em rede, no sistema de saúde, incluindo os demais serviços da rede assistencial, como CAPS I, CAPS II, CAPS AD, CAPS AD III (regional), CAPS infanto-juvenis, leitos em hospitais gerais e outros, prevendo mecanismos de integração e coordenação do acesso pelas ESF.

II - AÇÕES E CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS

Além das ações previstas na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, que institui os NASF, os profissionais dos NASF 3 deverão realizar prioritariamente as ações abaixo:

a) desenvolver ações de atenção integral a usuários de crack, álcool e outras drogas, orientadas para a prevenção e promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos;

b) incorporar o matriciamento como lógica de atuação, apoiando as ESF na discussão de casos, atendimento compartilhado e construção conjunta de Projeto Terapêutico Singular;

c) promover ações de detecção precoce;

d) ações de intervenção breve para abordar problemas vinculados ao uso prejudicial de álcool e outras drogas;

e) ações de redução de danos;

f) orientar e acompanhar o uso de terapia medicamentosa, quando indicada;

g) apoiar a criação de grupos de ajuda-mútua;

h) orientar a realização de entrevistas motivacionais;

i) ampliar o cuidado aos grupos de maior vulnerabilidade;

j) ações para ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento;

k) oferecer orientações aos familiares dos usuários atendidos na ESF sobre o consumo de drogas e o tratamento;

l) ações para constituir redes de apoio e integração;

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m) articular com os CAPS de referência;

n) articular com os serviços hospitalares de referência no caso de necessidade de internação hospitalar;

o) acompanhar, na forma de ações de matriciamento, o período de tratamento hospitalar do paciente da área de abrangência do NASF 3;

p) ações coletivas com vistas à intersetorialidade;

q) ações para integrar as práticas de saúde com as outras políticas sociais como educação, esporte, cultura, lazer, assistência social e trabalho;

r) apoiar a criação de iniciativas de geração de trabalho e renda, cursos profissionalizantes com recursos da comunidade para reinserção social das pessoas com problemas relacionados ao uso de crack, álcool e outras drogas;

s) ações de prevenção nas escolas;

t) ações de promoção da autonomia e dos direitos humanos e sociais da população de referência das ESF;

u) articular com as estratégias de formação e educação permanente do SUS;

v) informar ao usuário sobre maneiras menos danosas/nocivas/arriscadas relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas; e

x) ampliar as possibilidades de interação social do usuário no território.

III - RECURSOS HUMANOS - Vinculação com o Programa Saúde da Família - PSF, composição, funcionamento e capacitação da equipe:

Cada NASF 3 deverá:

a) realizar suas atividades vinculadas a, no mínimo, 4 (quatro) e, no máximo, a 7 (sete) Equipes de Saúde da Família - ESF;

b) ter, no mínimo, 3 (três) profissionais de nível superior de ocupações não coincidentes, categorias profissionais descritas na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008;

c) funcionar em horário de trabalho coincidente com o das ESF, com carga horária de 40 horas semanais, resguardadas as especificidades das categorias profissionais descritas na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, sendo que, para os profissionais médicos psiquiatras, a carga horária poderá ser de 20 horas semanais; e

d) cadastrar os profissionais dos NASF 3 em uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente dentro do território de atuação das ESF a que estão vinculados.

Da capacitação:

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a) o Município deverá criar mecanismos de educação permanente para médicos das ESF sobre a atenção aos problemas relacionados ao crack, álcool e outras drogas, por intermédio de programas de capacitação existentes nos níveis municipal, estadual e federal; e

b) os profissionais dos NASF 3 e das ESF de referência serão capacitados por meio do curso a distancia "Sistema para Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias Psicoativas: Encaminhamento, Intervenção breve, Reinserção social e Acompanhamento"- SUPERA/SENAD/UNIFESP. O Município deverá garantir o acesso dos profissionais ao curso, providenciando os recursos necessários (telefone, computador e internet) e a liberação da carga horária para a participação nas atividades previstas.

Comentário:

Cria no SUS os NASF 3, estabelecimentos que visam promover a atenção integral em saúde e saúde mental, prioritariamente para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção Básica para Municípios com porte populacional menor que 20.000 habitantes.

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Resoluções Conselho Nacional de Política Criminal e

PenitenciáriaConselho Nacional de Justiça

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CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

RESOLUÇÃO Nº 3, DE 4 DE MAIO DE 2004

Recomenda a adoção do Programa “De volta para Casa” do Ministério da Saúde.

O CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA reunido em sessão ordinária aos 03 e 04 dias do mês de maio do ano de dois mil e quatro, na cidade de Brasília, resolve:

Art. 1º Recomendar o Programa “De volta para Casa”, consubstanciado no manual do Ministério da Saúde.

Art. 2º Recomendar à Secretaria deste Conselho que remeta cópia desta Resolução e do manual, às Secretarias Estaduais que administram o Sistema Prisional, Secretarias de Saúde, bem como aos Conselhos Penitenciários Estaduais e ao DEPEN/MJ.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ANTÔNIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRAPresidente do Conselho

Comentário:É de extrema relevância o reconhecimento e a recomendação pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária - o primeiro dos órgãos da execução penal - do Programa de Volta para Casa. É direito do egresso de longa internação em manicômio judiciário ser um beneficiário do Programa.

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CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

RESOLUÇÃO Nº 5, DE 4 DE MAIO DE 2004

Dispõe a respeito das Diretrizes para o cumprimento das Medidas de Segurança, adequando-as à previsão contida na Lei nº10.216 de 06 de abril de 2001.

O CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA, reunido em sessão ordinária aos 04 dias do mês de maio do ano de dois mil e quatro, na cidade de Brasília, tendo presente a Proposta de Diretrizes para o cumprimento de Medidas de Segurança, adequando-as ao contido na Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001, resolve:

Art. 1º. Aprovar as Diretrizes Anexas à presente Resolução, visando adequar as Medidas de Segurança às disposições da Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001.

Art. 2º. Recomendar à Secretaria deste Conselho que remeta cópia desta Resolução e do Anexo que a integra às Secretarias Estaduais que administram o Sistema Prisional, bem como aos Conselhos Penitenciários Estaduais e ao DEPEN/MJ.

Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

ANTONIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRAPresidente do Conselho

ANEXO

DIRETRIZES PARA O CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

A partir dos resultados do “Projeto de Apoio à Reinserção Social dos Pacientes Internados em Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Rio de Janeiro”, realizado por equipe da Superintendência de Saúde da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e considerando as propostas aprovadas na “III Conferência Nacional de Saúde Mental” e no “Seminário para a Reorientação dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico”, bem como as discussões ocorridas na Comissão eleita no referido Seminário para encaminhar projeto de mudança à Lei de Execução Penal, e tendo como objetivo adequar as medidas de segurança aos princípios do SUS e às diretrizes previstas na Lei nº 10.216/2001, ficam propostas as seguintes diretrizes:

1. O tratamento aos portadores de transtornos mentais considerados inimputáveis “visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio” (art. 4º, § 1° da Lei nº 10.216/01), tendo como princípios norteadores o respeito aos direitos humanos, a desospitalização e a superação do modelo tutelar.

2. A atenção prestada aos pacientes inimputáveis deverá seguir um programa individualizado de tratamento, concebido por equipe multidisciplinar que contemple ações referentes às áreas de trabalho, moradia e educação e seja voltado para a reintegração sócio-familiar.

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3. O internado deverá “ter acesso ao melhor tratamento consentâneo às suas necessidades” (art. 2º, § 1º, inciso I), de mesma qualidade e padrão dos oferecidos ao restante da população.

4. Os pacientes inimputáveis deverão ser objeto de política intersetorial específica, de forma integrada com as demais políticas sociais, envolvendo as áreas de Justiça e Saúde e congregando os diferentes atores e serviços que compõem a rede.

5. A medida de segurança deverá ser cumprida em hospital estruturado de modo a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer etc. (art. 4º, § 2º).

6. A atenção deverá incluir ações dirigidas aos familiares e comprometer-se com a construção de projetos voltados ao desenvolvimento da cidadania e à geração de renda, respeitando as possibilidades individuais.

7. Os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico deverão estar integrados à rede de cuidados do SUS, adequando-se aos padrões de atendimento previstos no Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/ Psiquiatria e aos princípios de integralidade, gratuidade, eqüidade e controle social.

8. Nos Estados onde não houver Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico os pacientes deverão ser tratados na rede SUS.

9. Os Estados deverão realizar censos jurídicos, clínicos e sociais dos portadores de transtornos mentais que sejam inimputáveis, a fim de conhecer suas necessidades terapêuticas, disponibilizar recursos, garantir seu retorno à comunidade de referência e acesso a serviços territoriais de saúde.

10. A conversão do tratamento ambulatorial em internação só será feita com base em critérios clínicos, não sendo bastante para justificá-la a ausência de suporte sócio-familiar ou comportamento visto como inadequado.

11. A medida de segurança só poderá ser restabelecida em caso de novo delito e após sentença judicial. Os casos de reagudização de sintomatologia deverão ser tratados no serviço de referência local.

12. A medida de segurança deve ser aplicada de forma progressiva, por meio de saídas terapêuticas, evoluindo para regime de hospital-dia ou hospital-noite e outros serviços de atenção diária tão logo o quadro clínico do paciente assim o indique. A regressão para regime anterior só se justificará com base em avaliação clínica.13. A fim de garantir o acesso dos egressos dos hospitais de custódia aos serviços residenciais terapêuticos, deverão ser estabelecidas cotas específicas para estes pacientes nos novos serviços que forem sendo criados.

14. Como forma de superar as dificuldades de (re)inserção dos egressos nos serviços de saúde mental da rede, os gestores de saúde locais devem ser convocados, desde o início da medida, para participarem do tratamento, realizando busca ativa de familiares epreparando a família e a comunidade para o retorno do paciente.

15. Após a desinternação, desde o primeiro ano, o paciente deve ser assistido no serviço local de saúde mental, paralelamente ao tratamento ambulatorial previsto em lei, com o objetivo de construir laços terapêuticos em sua comunidade.

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16. Os pacientes com longo tempo de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, que apresentem quadro clínico e/ou neurológico grave, com profunda dependência institucional e sem suporte sócio-familiar, deverão ser objeto de “política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida” (art.5º da Lei), beneficiados com bolsas de incentivo à desinternação e inseridos em serviços residenciais terapêuticos.

17. Os portadores de transtornos relacionados ao uso de drogas deverão ser objeto de programas específicos, de conformidade com a política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral ao Usuário de Álcool e outras Drogas.

18. Em caso de falta às consultas ou abandono de tratamento, os serviços locais de saúde deverão realizar visitas domiciliares com o fim de avaliar a situação e estimular o retorno do paciente ao tratamento.

Comentário:Esta peça traz as primeiras diretrizes para o cumprimento de Medidas de Segurança, a partir da reorientação do modelo de atenção proposto pela lei 10.216/01. Essas diretrizes já apontam para as mudanças em curso nos parâmetros assistenciais para as pessoas com transtornos mentais que cometem crimes. Emanadas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, estas diretrizes elegem como princípios norteadores do tratamento das pessoas em medida de segurança o respeito aos direitos humanos, a desospitalização e a superação do modelo tutelar.

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CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 30 DE JULHO DE 2010

Dispõe sobre as Diretrizes Nacionais de Atenção aos Pacientes Judiciários e Execução da Medida de Segurança.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA, no uso de suas atribuições legais, previstas no Art. 64, I, Lei nº 7.210/84, CONSIDERANDO a Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental; CONSIDERANDO os princípios e diretrizes aprovados na III Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada de 11 a 15 de dezembro de 2001; CONSIDERANDO os princípios e diretrizes aprovados na IV Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada de 27 de junho a 1 de julho de 2010; CONSIDERANDO a Resolução N° 5, de 4 de maio de 2004, deste Conselho, que dispõe a respeito das diretrizes para o cumprimento das medidas de segurança, adequando-as à previsão contida na Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001; CONSIDERANDO a Resolução N° 113, de 20 de abril de 2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, entre outras providências, dispõe sobre o procedimento relativo à execução de pena privativa de liberdade e medida de segurança; CONSIDERANDO, finalmente, o aprendizado a partir do amadurecimento de programas pioneiros no Brasil de atenção a pacientes judiciários adotando a política antimanicomial; resolve:

Art. 1º - O CNPCP, como órgão responsável pelo aprimoramento da política criminal, recomenda a adoção da política antimanicomial no que tange à atenção aos pacientes judiciários e à execução da medida de segurança.

§ 1° - Devem ser observados na execução da medida de segurança os princípios estabelecidos pela Lei 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial de tratamento e cuidado em saúde mental que deve acontecer de modo antimanicomial, em serviços substitutivos em meio aberto;

§ 2° - Devem ser também respeitadas as seguintes orientações:

I - Intersetorialidade como forma de abordagem, buscando o diálogo e a parceria entre as diversas políticas públicas e a sociedade civil e criando espaços e processos integradores de saberes e poderes;

II - Acompanhamento psicossocial contínuo, realizado pela equipe interdisciplinar que secretaria o transcurso do processo e oferece os recursos necessários para a promoção do tratamento em saúde mental e invenção do laço social possível compartilhando os espaços da cidade, bem como realiza a coleta de subsídios que auxiliem na adequação da medida judicial às condições singulares de tratamento e inserção social;

III - Individualização da medida, respeitando as singularidades psíquicas, sociais e biológicas do sujeito, bem como as circunstâncias do delito;

IV - Inserção social, que promove a acessibilidade do sujeito aos seus direitos fundamentais gerais e sociais, bem como a sua circulação na sociedade, colocando-o de modo responsável para com o mundo público;

V - Fortalecimento das habilidades e capacidades do sujeito em responder pelo que faz ou deixa

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de fazer por meio do laço social, através da oferta de recursos simbólicos que viabilizem a resignificação de sua história, produção de sentido e novas respostas na sua relação com o outro;

Art. 2° - A abordagem à pessoa com doença mental na condição de autor do fato, réu ou sentenciado em processo criminal, deve ser objeto de atendimento por programa específico de atenção destinado a acompanhar o paciente judiciário nas diversas fases processuais, mediando as relações entre o Poder Judiciário e o Poder Executivo, visando à promoção da individualização da aplicação das penas e medidas de segurança e no encaminhamento das questões de execução penal dos pacientes judiciários;

I - A União e os Estados devem garantir que o programa específico de atenção ao paciente judiciário tenha extensão em todo o território nacional, podendo contar nos Estados com uma estrutura central e núcleos regionais ou municipais.

Art. 3º - São responsabilidades do programa específico de atenção ao paciente judiciário:

I - promover o estudo e o acompanhamento dos processos criminais e infracionais em que figurem pacientes judiciários, visando à elaboração de projeto individualizado de atenção integral;

II - realizar o acompanhamento psicológico, jurídico e social do paciente judiciário usando a rede substitutiva de serviços de saúde mental;

III - manter contato e articulação intersetoriais, em caráter permanente, com:

a) a rede pública de saúde, visando a efetivar a individualização do projeto de atenção integral;

b) a rede social, visando à promoção social do paciente judiciário e à efetivação das políticas públicas pertinentes ao caso;

IV - realizar discussões com peritos criminais nos casos em que houver exame de sanidade mental e cessação de periculosidade, apresentando, em caso de determinação judicial, dados relativos ao acompanhamento do paciente;

V - emitir relatórios e pareceres ao juiz competente sobre o acompanhamento do paciente judiciário nas diversas fases processuais;

VI - sugerir à autoridade judicial medidas processuais pertinentes, com base em subsídios advindos do acompanhamento clínico- social;

VII - prestar ao juiz competente as informações clínicosociais necessárias à garantia dos direitos do paciente judiciário.

Parágrafo único - Para o cumprimento das responsabilidades de que trata este artigo, serão realizadas diligências externas, sempre que necessário.

Art. 4º - Em caso de internação, mediante o laudo médico circunstanciado, deve ela ocorrer na rede de saúde municipal com acompanhamento do programa especializado de atenção ao paciente judiciário.

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Parágrafo único - Recomenda-se às autoridades responsáveis que evitem tanto quanto possível a internação em manicômio judiciário.

Art. 5º - O paciente judiciário há longo tempo internado em cumprimento de medida de segurança, ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será encaminhado para política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, conforme previsão no art. 5º da Lei 10.216, de 2001.

Art. 6º - O Poder Executivo, em parceria com o Poder Judiciário, irá implantar e concluir, no prazo de 10 anos, a substituição do modelo manicomial de cumprimento de medida de segurança para o modelo antimanicomial, valendo-se do programa específico de atenção ao paciente judiciário.

§ 1° - Será realizado levantamento trimestral de dados estatísticos sobre as medidas de seguranças impostas e executadas, de incumbência dos órgãos responsáveis pelos internamentos e tratamentos impostos.

§ 2° - O levantamento a que se refere o parágrafo anterior será realizado por equipe constituída pelo Ministério da Justiça, Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento Social e Conselho Nacional de Justiça.

Art. 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

GEDER LUIZ ROCHA GOMES

Comentário:

O CNPCP reafirma e a direção da desinstitucionalização dos pacientes longamente internados em HCTP, o direito das pessoas em medida de segurança à tratamento adequado, e dá outras orientações.

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Conselho Nacional de Justiça

RESOLUÇÃO Nº 113 DE 20 DE ABRIL DE 2010

Dispõe sobre o procedimento relativo à execução de pena privativa de liberdade e de medida de segurança, e dá outras providências

CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar procedimentos relativos à execução de pena privativa de liberdade e de medida de segurança, no âmbito dos Tribunais;

CONSIDERANDO que o CNJ integra o Sistema de Informações Penitenciárias - INFOPEN, do Ministério da Justiça, o que dispensa a manutenção de sistema próprio de controle da população carcerária;

CONSIDERANDO que compete ao juiz da execução penal emitir anualmente atestado de pena a cumprir, conforme o disposto no inciso X do artigo 66 da Lei nº 7.210/1984, com as modificações introduzidas pela Lei nº 10.713/2003;

CONSIDERANDO a necessidade de consolidar normas do CNJ em relação à execução de pena privativa de liberdade e de medida de segurança;

CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça na 103ª Sessão Ordinária, realizada em 20 de abril de 2010, nos autos do ATO 0002698-57.2010.2.00.0000;

CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça na 103ª Sessão Ordinária, realizada em 20 de abril de 2010, nos autos do ATO 0002698-57.2010.2.00.0000;

RESOLVE:

DA EXECUÇÃO PENAL

Art. 1º A sentença penal condenatória será executada nos termos da Lei 7.210, de 11 de julho de 1984, da lei de organização judiciária local e da presente Resolução, devendo compor o processo de execução, além da guia, no que couber, as seguintes peças e informações:

I - qualificação completa do executado;II - interrogatório do executado na polícia e em juízo;III - cópias da denúncia; IV - cópia da sentença, voto(s) e acórdão(s) e respectivos termos de publicação; V - informação sobre os endereços em que possa ser localizado, antecedentes criminais e grau de instrução; VI - instrumentos de mandato, substabelecimentos, despachos de nomeação de defensores dativos ou de intimação da Defensoria Pública; VII - certidões de trânsito em julgado da condenação para a acusação e para a defesa; VIII - cópia do mandado de prisão temporária e/ou preventiva, com a respectiva certidão da data do cumprimento, bem como com a cópia de eventual alvará de soltura, também com a certidão da data do cumprimento da ordem de soltura, para cômputo da detração; IX - nome e endereço do curador, se houver; X - informações acerca do estabelecimento prisional em que o condenado encontra-se recolhido;XI - cópias da decisão de pronúncia e da certidão de preclusão em se tratando de condenação em crime doloso contra a vida;

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XII - certidão carcerária; XIII - cópias de outras peças do processo reputadas indispensáveis à adequada execução da pena.

Art. 2º A guia de recolhimento para cumprimento da pena privativa de liberdade e a guia de internação para cumprimento de medida de segurança obedecerão aos modelos dos anexos e serão expedidas em duas vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa que custodia o executado e a outra ao juízo da execução penal competente.§ 1º Estando preso o executado, a guia de recolhimento definitiva ou de internação será expedida ao juízo competente no prazo máximo de cinco dias, a contar do trânsito em julgado da sentença ou acórdão, ou do cumprimento do mandado de prisão ou de internação.§ 2º Em se tratando de condenação em regime aberto a guia de execução será expedida no prazo fixado no parágrafo anterior, a contar da data da realização da audiência admonitória pelo juízo da condenação nos termos do artigo 113 da LEP.§ 3º Recebida a guia de recolhimento, o estabelecimento penal onde está preso o executado promoverá a sua imediata transferência à unidade penal adequada, conforme o regime inicial fixado na sentença, salvo se estiver preso por outro motivo, assegurado o controle judicial posterior.§ 4º Expedida a guia de recolhimento definitiva, os autos da ação penal serão remetidos à distribuição para alteração da situação de parte para "arquivado" e baixa na autuação para posterior arquivamento.

Art. 3º O Juiz competente para a execução da pena ordenará a formação do Processo de Execução Penal (PEP), a partir das peças referidas no artigo 1º. § 1° Para cada réu condenado, formar-se-á um Processo de Execução Penal, individual e indivisível, reunindo todas as condenações que lhe forem impostas, inclusive aquelas que vierem a ocorrer no curso da execução. § 2° Caso sobrevenha condenação após o cumprimento da pena e extinção do processo de execução anterior, será formado novo processo de execução penal.§ 3º Sobrevindo nova condenação no curso da execução, após o registro da respectiva guia de recolhimento, o juiz determinará a soma ou unificação da pena ao restante da que está sendo cumprida e fixará o novo regime de cumprimento, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

Art. 4º Os incidentes de execução de que trata a Lei de Execução Penal, o apenso do Roteiro de Pena, bem como os pedidos de progressão de regime, livramento condicional, remição e quaisquer outros iniciados de ofício, por intermédio de algum órgão da execução ou a requerimento da parte interessada deverão ser autuados separadamente e apensos aos autos do processo de execução.

Parágrafo único. O primeiro apenso constituirá o Roteiro de Penas, no qual devem ser elaborados e atualizados os cálculos de liquidação da pena, juntadas certidões de feitos em curso, folhas de antecedentes e outros documentos que permitam o direcionamento dos atos a serem praticados, tais como requisição de atestado de conduta carcerária, comunicação de fuga e recaptura.

Art. 5º Autuada a guia de recolhimento no juízo de execução, imediatamente deverá ser providenciado o cálculo de liquidação de pena com informações quanto ao término e provável data de benefício, tais como progressão de regime e livramento condicional.§ 1º Os cálculos serão homologados por decisão judicial, após manifestação da defesa e do Ministério Público.§ 2º Homologado o cálculo de liquidação, a secretaria deverá providenciar o agendamento da

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data do término do cumprimento da pena e das datas de implementação dos lapsos temporais para postulação dos benefícios previstos em lei, bem como o encaminhamento de duas cópias do cálculo ou seu extrato ao diretor do estabelecimento prisional, a primeira para ser entregue ao executado, servindo como atestado de pena a cumprir e a segunda para ser arquivada no prontuário do executado.

Art. 6º Em cumprimento ao artigo 1º da Lei nº 7.210/84, o juízo da execução deverá, dentre as ações voltadas à integração social do condenado e do internado, e para que tenham acesso aos serviços sociais disponíveis, diligenciar para que sejam expedidos seus documentos pessoais, dentre os quais o CPF, que pode ser expedido de ofício, com base no artigo 11, V, da Instrução Normativa RFB nº 864, de 25 de julho de 2008.

Art. 7º Modificada a competência do juízo da execução, os autos serão remetidos ao juízo competente, excetuada a hipótese de agravo interposto e em processamento, caso em que a remessa dar-se-á após eventual juízo de retratação.

DA GUIA DE RECOLHIMENTO PROVISÓRIA

Art. 8° Tratando-se de réu preso por sentença condenatória recorrível, será expedida guia de recolhimento provisória da pena privativa de liberdade, ainda que pendente recurso sem efeito suspensivo, devendo, nesse caso, o juízo da execução definir o agendamento dos benefícios cabíveis.

Art. 9º A guia de recolhimento provisória será expedida ao Juízo da Execução Penal após o recebimento do recurso, independentemente de quem o interpôs, acompanhada, no que couber, das peças e informações previstas no artigo 1º. § 1° A expedição da guia de recolhimento provisória será certificada nos autos do processo criminal. § 2° Estando o processo em grau de recurso, sem expedição da guia de recolhimento provisória, às Secretarias desses órgãos caberão expedi¬-la e remetê-la ao juízo competente. Art. 10 Sobrevindo decisão absolutória, o respectivo órgão prolator comunicará imediatamente o fato ao juízo competente para a execução, para anotação do cancelamento da guia. Art. 11 Sobrevindo condenação transitada em julgado, o juízo de conhecimento encaminhará as peças complementares, nos termos do artigo 1º, ao juízo competente para a execução, que se incumbirá das providências cabíveis, também informando as alterações verificadas à autoridade administrativa.

DO ATESTADO DE PENA A CUMPRIR

Art. 12 A emissão de atestado de pena a cumprir e a respectiva entrega ao apenado, mediante recibo, deverão ocorrer:I - no prazo de sessenta dias, a contar da data do início da execução da pena privativa de liberdade;II - no prazo de sessenta dias, a contar da data do reinício do cumprimento da pena privativa de liberdade; eIII - para o apenado que já esteja cumprindo pena privativa de liberdade, até o último dia útil do mês de janeiro de cada ano.

Art. 13 Deverão constar do atestado anual de cumprimento de pena, dentre outras informações consideradas relevantes, as seguintes:I - o montante da pena privativa de liberdade;II - o regime prisional de cumprimento da pena;III - a data do início do cumprimento da pena e a data, em tese, do término do cumprimento integral da pena; eIV - a data a partir da qual o apenado, em tese, poderá postular a progressão do regime prisional e o livramento condicional.

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DA EXECUÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA

Art. 14 A sentença penal absolutória que aplicar medida de segurança será executada nos termos da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, da Lei nº 10216, de 06 de abril de 2001, da lei de organização judiciária local e da presente resolução, devendo compor o processo de execução, além da guia de internação ou de tratamento ambulatorial, as peças indicadas no artigo 1º dessa resolução, no que couber.

Art. 15 Transitada em julgado a sentença que aplicou medida de segurança, expedir-se-á guia de internação ou de tratamento ambulatorial em duas vias, remetendo-se uma delas à unidade hospitalar incumbida da execução e outra ao juízo da execução penal.

Art. 16 O juiz competente para a execução da medida de segurança ordenará a formação do processo de execução a partir das peças referidas no artigo 1º dessa resolução, no que couber.

Art. 17 O juiz competente para a execução da medida de segurança, sempre que possível buscará implementar políticas antimanicomiais, conforme sistemática da Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 18 O juiz do processo de conhecimento expedirá ofícios ao Tribunal Regional Eleitoral com jurisdição sobre o domicílio eleitoral do apenado para os fins do artigo 15, inciso III, da Constituição Federal.

Art. 19 A extinção da punibilidade e o cumprimento da pena deverão ser registrados no rol de culpados e comunicados ao Tribunal Regional Eleitoral para as providências do Art. 15, III, da Constituição Federal. Após, os autos do Processo de Execução Penal serão arquivados, com baixa na distribuição e anotações quanto à situação da parte.

Art. 20 Todos os Juízos que receberem distribuição de comunicação de prisão em flagrante, de pedido de liberdade provisória, de inquérito com indiciado e de ação penal, depois de recebida a denúncia, deverão consultar o banco de dados de Processos de Execução Penal, e informar ao Juízo da Execução, quando constar Processo de Execução Penal (PEP) contra o preso, indiciado ou denunciado.Art. 21 Os Juízos com processos em andamento que receberem a comunicação de novos antecedentes deverão comunicá-los imediatamente ao Juízo da Execução competente, para as providências cabíveis.

Art. 22 O Juízo que vier a exarar nova condenação contra o apenado, uma vez reconhecida a reincidência do réu, deverá comunicar esse fato ao Juízo da Condenação e da Execução para os fins dos arts. 95 e 117, inciso VI, do Código Penal.

Art. 23 Aplica-se a presente resolução, no que couber, aos sistemas eletrônicos de execução penal.

Art. 24 Os Tribunais e os juízos deverão adaptar sua legislação e práticas aos termos da presente resolução no prazo de até 60 dias.

Art. 25 Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 26 Ficam revogadas a Resolução nº 19, de 29 de agosto de 2006, a Resolução nº 29, de 27 de Fevereiro de 2007, a Resolução nº 33, de 10 de abril de 2007, e a Resolução nº 57, de 24 de junho de 2008

Ministro GILMAR MENDES

Comentário: Recomenda ao juiz de execução criminal a atenção às diretrizes da lei 10.216/01, quando se tratar de pessoa em medida de segurança.

242

Page 243: Legislaçao em saude mental 2

Recomendações Fórum Nacional de Saúde Mental

Infanto-Juvenil

243

Page 244: Legislaçao em saude mental 2

RECOMENDAÇÃO 01 de 2005

DIRETRIZES PARA PROCESSO DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TERRITÓRIO NACIONAL

O "Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil", constituído pela Portaria GM 1608, de 03.08.2004, reunido em 17 de dezembro do ano de 2004 para debater e deliberar sobre a questão da institucionalização de crianças e adolescentes, particularmente daquelas portadoras de transtornos psíquicos, considerando:

• As determinações da lei 10.216/01, da Lei nº 10.708/03 e as deliberações da III Conferência Nacional de Saúde Mental que apontam a necessidade de estender as iniciativas da reforma psiquiátrica à população infanto- juvenil;

• As determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente; • A condição de pólo propulsor das políticas públicas na área da saúde

mental infanto-juvenil que este Fórum, por sua ampla representatividade, toma a si;

• A existência no país de aproximadamente 19.400 crianças e adolescentes institucionalizados em abrigos, incluindo os abrigos para portadores de deficiência, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (2004);

• A existência de 11.000 adolescentes cumprindo medida sócio-educativa em regime de internação;

• A existência de crianças e adolescentes internados em instituições psiquiátricas voltadas para a população adulta, em sua maioria por determinação judicial;

• A responsabilidade dos programas de saúde mental (municipais, estaduais e federal), em particular dos Capsi, em desenvolver ações de desinstitucionalização consonantes com os princípios da reforma psiquiátrica brasileira.

Recomenda:

• A implementação imediata de ações que visem a reversão da tendência institucionalizante de crianças e adolescentes, sejam, no campo da saúde mental, da assistência social, da educação e da justiça. Através de:

1. Criação de serviços de base territorial (Capsi, ambulatórios ampliados,

244

Page 245: Legislaçao em saude mental 2

residências terapêuticas, moradias assistidas, casas-lares e demais equipamentos compatíveis com a lógica territorial);

2. Reestruturação de toda rede de atendimento existente no sentido de afiná- la às atuais diretrizes da política pública de saúde mental;

3. Fortalecimento das redes de apoio comunitárias e familiares; 4. Articulação co-responsável entre os diferentes setores públicos que

compõem a rede assistencial;

• A promoção de um diálogo permanente e conseqüente com os Operadores do Direito, no sentido de que sua ação se coadune com os princípios que norteiam as ações do cuidado em saúde mental;

• A consideração das diferenças étnico-raciais tanto na análise dos fatores de institucionalização quanto no processo de reversão deste quadro nele incluindo a questão da acessibilidade à rede de atenção;

• A realização de estudos e pesquisas de caráter científico concernindo as razões determinantes e os efeitos da institucionalização de crianças e adolescentes

• A construção de dados qualificados relacionados às condições clínicas e psicossociais da população institucionalizada, através de censos populacionais e mapeamento das instituições governamentais, não- governamentais e filantrópicas (federais, estaduais e/ou municipais) para subsidiar e instrumentalizar a política de desinstitucionalização;

• A tomada de responsabilidade com ações imediatas por parte dos gestores municipais, estaduais e federal, no sentido de garantir, em cada localidade do território nacional, a implementação do conjunto das recomendações que compõe este documento.

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2005.

245

Page 246: Legislaçao em saude mental 2

RECOMENDAÇÃO 02 de 2005

CARTA DE CURITIBA

O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído pela Portaria GM

1608, de 03/08/2004, reunido no dia 24 de maio de 2005, na cidade de Curitiba/Paraná, com a

presença de 66 (sessenta e seis) representações de instituições governamentais e não-

governamentais e sob a coordenação da área técnica de saúde mental do Ministério da Saúde,

teve como tema central “A Articulação dos Campos da Saúde e do Direito nas Políticas e nas

Práticas de Atenção à Infância e à Adolescência”, e, em especial, a atenção em saúde mental.

Este tema se revela crucial por convocar o entendimento e a convergência de ações

entre dois campos heterogêneos em suas respectivas constelações conceituais, históricas, éticas

e metodológicas, mas que para além das importantes e recíprocas contribuições tem em comum

o compromisso público de assegurar a infância e à juventude seus direitos fundamentais,

rompendo, assim, não só histórica, mas, também, culturalmente, com os desmandos políticos a

que esses segmentos da população brasileira se vêem entregues no nosso País, particularmente,

no que diz respeito à saúde, educação, vida familiar, recursos materiais, direitos e deveres

cidadãos, de modo a garantir-lhes as condições exigíveis a toda e qualquer forma de dignidade

da pessoa humana, consoante com o art. 1º, ine. III, da Constituição da República de 1988.

Ainda mais relevante e crucial se torna este tema quando podemos constatar a

existência, no Brasil, de aproximadamente 13.000 (treze mil) adolescentes vivendo em situação

de privação de liberdade, em instituições distribuídas por 98 (noventa e oito) municípios da

federação (Conanda, 2004): a existência de mais de 20.000 (vinte mil) crianças e adolescentes

institucionalizados em abrigos distribuídos por quase todas as regiões brasileiras, cuja situação

de abrigamento é determinada, na extensa maioria dos casos, pelas instâncias judiciais (IPEA,

2005): o fracasso histórico das ações de confinamento de adolescentes e a necessidade da

criação de mecanismos mais eficazes para uma interlocução conseqüente entre o campo da

saúde mental e o do Direito que, levando em consideração a diferença destes dois campos

discursivos e do cumprimento de suas funções sociais, permita avançar numa direcionalidade

intermediada pelos valores humanos.

O campo da Saúde, e, em particular, o da Saúde Mental, a partir de um recente processo

histórico de transformação da assistência aos portadores de grave sofrimento psíquico no Brasil

246

Page 247: Legislaçao em saude mental 2

– processo que é conhecido por Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira – vem

transformando significativamente o modelo de assistência até então vigente, de caráter

manicomial, e vem estabelecendo políticas públicas importantes para a área da infância e da

adolescência. Alguns dos principais dispositivos que atendem à reordenação do modelo

anteriormente existente são os atuais Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que se

caracterizam como serviços de atendimento em saúde mental, com base territorial e

comunitária, e que visam a substituir a lógica de atendimento hospitalocêntrico, permitindo aos

seus usuários os cuidados necessários sem afastá-los da vida cotidiana, o que inclui a família, o

trabalho, os demais círculos sociais, o lazer e o exercício de seus direitos civis. Foram criados

CAPS específicos para o atendimento diário de crianças e adolescentes, os chamados CAPSi,

destinados ao atendimento diário de crianças e adolescentes com transtornos mentais. Os CAPSi

são fundamentais na atenção à saúde dessa população especifica, sem afastá-la de seu ambiente

doméstico e familiar, o que aponta para a possibilidade de maior sucesso nos tratamentos

instituídos.

Também o Fórum, que elabora o presente documento, é um dos produtos da política

resultante desse movimento e fortemente comprometido em discutir e deliberar sobre questões

relativas à saúde mental de crianças e adolescentes, em especial, daqueles que se encontram

institucionalizados.

No campo legal, a partir do advento da Constituição da República de 1988 e, assim,

posteriormente, com a instrumentalização operacional da Doutrina da Proteção Integral, por

meio do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei Federal sob nº 8.069, de 13 de julho de

1990, a infância e a juventude constituem-se em PRIORIDADE ABSOLUTA, isto é, os seus

direitos e garantias individuais passam a ter caráter fundamental e constitucionalmente

assegurados, transformando-os, assim, em sujeitos de direitos, enfim, cidadãos.

O Fórum discutiu o quadro histórico da desassistência e da ausência de políticas

eficazes de atenção às crianças e adolescentes no Brasil. Foi possível então verificar que o

quadro atual de abandono da infância e da adolescência é o resultado inexorável de um longo,

articulado e eficiente processo de privação global (isto é, de tudo o que é importante para a vida

humana) pelo qual passamos em nossa história. Desde o início do século XX até os dias atuais,

pode-se perceber que a questão da infância e da juventude sempre esteve ligada mais ao

controle social do que aos direitos desta população, sendo a mudança de mentalidade punitiva e

tutelar para promotora de direitos e garantias o principal desafio para o fortalecimento do

Direito da Criança e do Adolescente. Isto é, a consagração teórico-pragmática de todas as

figuras legislativas que sistematicamente compõem esta área de conhecimento.

Assinalou-se também a insuficiência estrutural e infalível de toda e qualquer iniciativa

247

Page 248: Legislaçao em saude mental 2

de saber teórico que pretenda explicar, em caráter último e exaustivo, este quadro, e portanto

também a insuficiência de qualquer proposta de ação que se pretenda integralmente resolutiva.

Destacou-se, no plano jurídico, a advertência do quão enganoso e perigoso é o ideário

de que o adolescente é responsável pelo aumento da violência urbana. Considerou-se, também,

que a proposta de redução da idade de maioridade penal de adolescentes é inócua quanto à

promoção da socialização – haja vista que as promessas de socialização por meios repressivos e

punitivos já não se constituem mais objetivos a serem alcançados – como, também, constituem

ameaças à efetivação dos direitos humanos.

É importante diferenciar imputabilidade penal e irresponsabilidade subjetiva. O

adolescente como todo sujeito, é responsável por seus atos, quer sejam infracionais ou não.

Sempre que houver prática de ato infracional por adolescente, será imprescindível o

estabelecimento de procedimento especial para apuração da ação conflitante com a lei, de

acordo com sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e subjetivamente responsável,

única condição de possibilidade para o estabelecimento de uma medida legal – protetiva ou

sócio-educativa – adequada para a sua plena formação. O certo é que não se apliquem jamais

quaisquer das sanções criminais previstas no Código Penal brasileiro ou mesmo noutras figuras

legislativas especificas, mas, tão somente as medidas legais previstas no Estatuto da Criança e

do Adolescente, vale dizer, medidas protetivas e ou sócio-educativas, as quais são

suficientemente próprias para a resolução e enfrentamento dos casos legais que são

apresentados.

Considerando as questões apresentadas, o Fórum Nacional de Saúde Mental Infato-

Juvenil recomenda:

· A realização de um projeto-piloto que possa subsidiar a construção de redes de atenção

em saúde mental para adolescentes e jovens em situação de privação de liberdade. O

projeto-piloto deve identificar o fluxo de assistência e proteção a esse público e, a

partir daí, propor saídas para os desafios existentes na área.

· A elaboração de um documento analítico sobre os Conselhos Tutelares que possibilite

visualizar um diagnóstico do atendimento e do encaminhamento dado por eles a

crianças, adolescentes e seus familiares, que sofram de transtornos mentais ou

transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Além disso, a análise deve

levantar os documentos/diretrizes dirigidas aos Conselhos Tutelares que possam

subsidiar o Fórum. O documento final deste estudo fornecerá elementos para a

elaboração de recomendações aos Conselhos Tutelares, após aprovação pelo

CONANDA.

248

Page 249: Legislaçao em saude mental 2

· O estabelecimento do compromisso público assumido por este Fórum em se posicionar

contrário a todo e qualquer projeto de lei ou proposta de emenda constitucional que

pretenda reduzir ou mesmo suprimir a idade de maioridade penal, confirmando, assim,

o caráter fundamental o direito individual assegurado no art. 228, da Constituição da

República de 1988.

· O repúdio público a todo e qualquer projeto de lei que pretenda atribuir ou imputar

responsabilidade penal a crianças e adolescentes, no mais das vezes, utilizando-se de

artifícios legislativos para o “combate à violência, ao crime organizado e a crescente

onda de criminalidade”.

Curitiba, 24 de maio de 2005

249

Page 250: Legislaçao em saude mental 2

RECOMENDAÇÃO 03 de 2006

CARTA DE SALVADORO Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído pela Portaria GM 1608/2004, do Ministério da Saúde, reunido nos dias 19 e 20 de junho de 2006 na cidade de Salvador, Bahia, por ocasião de sua quinta reunião ordinária, formulou as seguintes considerações:

1. Em continuidade às discussões da IV Reunião Ordinária do Fórum, realizada em Curitiba, em maio de 2005, foi retomado o diálogo com os operadores do Campo de Direito. Nesta ocasião foi apresentada uma pesquisa científico-acadêmica, que teve como objeto a investigação do nível de incidência de transtornos mentais, de acordo com o CID-10, em jovens que estão cumprindo medida de internação em instituições sócio-educativas. A partir dessa experiência, o Fórum ressalta a importância de pesquisas científicas que contribuam para suas discussões e resoluções, bem como enfatiza a permanente avaliação crítica, em nível ético e metodológico, no desenvolvimento de estudos. Neste sentido o Fórum alerta para o risco da patologização do fenômeno da infração e do envolvimento de jovens em situações de violência, o que poderia, sob a égide da aparente “neutralidade” dos dados científicos, desconsiderar o processo histórico de exclusão social da população pobre em nosso país.

2. Constatou-se ainda a necessidade de criar formas de maior engajamento dos gestores estaduais e municipais de diferentes áreas nas questões relativas a saúde mental de crianças e adolescentes. Esta ação é decisiva para a consolidação da nova rede de cuidado dirigida a este segmento da população brasileira, ainda bastante desassistido. Afirmou-se também a necessidade de que este Fórum amplie sua sustentação junto às demais instâncias do SUS, operando de forma tripartite para realização de cada uma de suas reuniões ordinárias.

3. Verificou-se a importância da efetiva articulação do Fórum com movimentos comunitários, tais como CUFA (Central Única das Favelas) e o Observatório de Favelas. Experiências como essas vêm criando modos inventivos e inéditos de inclusão social a partir de suas próprias práticas (culturais, econômicas, sociais...), e não simplesmente resultantes da intervenção externa. Esse protagonismo local propicia a emancipação de uma condição tutelada e assistida, que leva a reprodução da exclusão.

4. Discutiu-se ainda, a importância do acompanhamento sistemático do processo de implantação e desenvolvimento dos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSis) no território nacional.

A partir das considerações acima, o Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil recomenda:

- Desenvolver pesquisas científicas na área da saúde mental infanto-juvenil, com permanente avaliação crítica em termos éticos e metodológicos,

250

Page 251: Legislaçao em saude mental 2

evitando a patologização de problemas sociais complexos.- Garantir maior engajamento e compromisso dos gestores estaduais e

municipais de diversos setores (saúde, assistência, educação, cultura...) no desenvolvimento da política de saúde mental infanto-juvenil.

- Realizar um projeto piloto na cidade do Rio de Janeiro, em parceria com organizações da sociedade civil, tais como a CUFA e o Observatório de Favelas, com o objetivo de desenvolver ações de saúde mental junto à comunidade, partindo de suas próprias praticas.

- Criar um grupo de trabalho intersetorial para acompanhamento sistemático do processo de implantação e qualificação dos CAPSis no território nacional, tendo como uma de suas atividades a elaboração de um instrumento de avaliação permanente desses serviços (conforme Anexo).

Salvador, 20 de junho de 2006.

ANEXO

FÓRUM NACIONAL DE SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL

O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, constituído pela Portaria GM nº 1608, reunido nos dias 19 e 20/06/2006 em Salvador-BA, por ocasião da sua V Reunião Ordinária, no exercício do debate amplo e intersetorial da rede assistencial pública em saúde mental para crianças e adolescentes.

Considerando:

1. As recomendações do I Congresso Brasileiro de CAPS, realizado em São Paulo em junho de 2004.

2. A significativa expansão da rede CAPSi em todo território nacional.

3. As diretrizes da atual política pública de saúde mental que definem o CAPSi como um

serviço estratégico de cuidado e tratamento para crianças e adolescentes gravemente

comprometidos psiquicamente, assim como estabelecem sua função ordenadora da

demanda de seu território de abrangência.

4. A diversidade das práticas exercidas e da clientela atendida em cada uma das unidades

CAPSi em funcionamento.

5. A constante solicitação das equipes desses serviços para que seja ampliada a

institucionalidade de suas ações.

Recomenda:

A criação de Grupo Técnico de Acompanhamento dos CAPSi, sob a coordenação da Área

251

Page 252: Legislaçao em saude mental 2

Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde, com os seguintes objetivos:

1. Garantir uma linha de ação destas unidades de acordo com a Portaria 336/02.

2. Subsidiar tecnicamente a implantação de novos serviços e a consolidação e reorientação

dos já credenciados.

3. Incrementar a articulação dos CAPSi com toda rede assistencial, considerando seu

fundamento intersetorial e lógica de rede ampliada.

4. Garantir atividades regulares de supervisão clínico-institucional.

5. Estimular uma participação mais ativa dos CAPSi na construção das políticas públicas

para saúde mental.

6. Manter um processo permanente de avaliação dos CAPSi em escala nacional.

Este Grupo de Técnico terá sua composição estabelecida pela Área Técnica de Saúde Mental do

Ministério da Saúde.

Salvador, 20/06/2006.

.

252

Page 253: Legislaçao em saude mental 2

RECOMENDAÇÃO 04 de 2006

DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA

O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído pela Portaria 1608/2004, reunido nos dias 5 e 6 de dezembro de 2006, em Brasília-DF, por ocasião de sua VI Reunião Ordinária, com a presença de 37 representantes de suas instituições-membro e outros 36 convidados, dentre representantes da rede CAPSi em funcionamento no país, profissionais que atuam na área, palestrantes, universidades, ong’s, e outros órgãos governamentais, pactuou um conjunto de diretrizes que deverão nortear o trabalho em todo território nacional, visando a consolidação da rede pública ampliada de saúde mental para atenção e tratamento de crianças e adolescentes.

As diretrizes pactuadas tomam, neste documento, a forma de declaração pública e deverão ser traduzidas em ações concretas por todas as regiões brasileiras, considerando as particularidades locais e seus desafios específicos.

O Colegiado presente à VI Reunião Ordinária do Fórum Nacional, declara que:

1) É direito das crianças e dos adolescentes o atendimento integral, integrado e intersetorial

em saúde mental.

2) É dever dos gestores públicos assegurar a construção das ações de atendimento e cuidado

às crianças e adolescentes, consoante com: a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e

do Adolescente, os preceitos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança os

princípios da atual Política Pública de Saúde Mental, os princípios do Plano Nacional de

Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência

Familiar e Comunitária.

3) A rede pública ampliada de saúde mental para crianças e adolescentes deverá operar sob o

princípio da intersetorialidade e do cuidado territorial, estabelecendo estratégias de

pactuação coletiva e de verificação permanente de sua efetividade.

Em relação à organização e expansão da rede de cuidados:

4) Os municípios acima de 100.000 habitantes deverão implantar uma rede diversificada de

atenção a crianças e adolescentes que, no setor saúde mental, deverá contar com Centros

de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil-CAPSi, Centros de Atenção Psicossocial para

Álcool e Outras Drogas-Caps AD, ambulatórios com práticas mais integrais e

qualificadas, oficinas terapêuticas, centros de convivência, leitos de suporte em hospital

geral, serviços residenciais terapêuticos – quando necessários -, de tal forma que operem

de forma articulada entre si e com todos os demais recursos intersetoriais e territoriais

disponíveis. Vale ressaltar que em relação aos leitos de suporte m hospitais gerais, as

253

Page 254: Legislaçao em saude mental 2

estruturas assistenciais deverão contar com leitos para familiares/responsáveis, em

obediência ao preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

5) Os municípios abaixo de 100.000 habitantes deverão organizar a rede de cuidados para

crianças e adolescentes através dos recursos locais existentes, seguindo o fundamento

intersetorial da política, sendo que, no caso especifico do setor saúde mental, os

dispositivos ambulatoriais, CAPSi e Caps AD, assim como as equipes da atenção básica

(Programa de Saúde da Família/PSF, Programa de Agentes Comunitários de Saúde/PACS

e demais) deverão ser as principais referências pelo acolhimento, atendimento e

articulação necessária na rede de atenção.

6) As instâncias gestoras de saúde mental e CAPSis deverão agenciar ações de integração

junto à rede escolar, à rede de assistência social, saúde geral, instituições do campo do

direito e justiça, cultura e lazer, assim como junto aos conselhos tutelares e de direitos

para efetivação de uma rede ampliada em seu âmbito de gestão, que opere sob os

princípios da atual política pública de saúde mental para crianças e adolescentes.

Em relação à formação e qualificação de recursos humanos:

7) Deverá ser garantida, pelas três instâncias do SUS, a supervisão clínico-institucional em

todos os serviços de saúde mental que atendem crianças e adolescentes.

8) Deverá haver investimento intersetorial na formação dos profissionais que atuam na rede

ampliada para crianças e adolescentes, através da oferta de cursos de extensão,

aperfeiçoamento, especialização e demais modalidades pertinentes, sendo indicadas

parcerias entre as secretarias municipais e estaduais, ministérios e universidades.

9) Será necessário ampliar parcerias e ações de formação específica para profissionais da

rede básica, assim como aos profissionais da rede de saúde geral, particularmente os

pediatras, neurologistas, equipes de enfermagem e clínicos gerais, bem como psicólogos,

psiquiatras e assistentes sociais, visando o acolhimento e o cuidado em saúde mental. Da

mesma forma, é necessário incluir o tema da saúde mental na formação dos profissionais

da educação.

10) Deverá ser criado um Grupo de Trabalho, sob a coordenação da Área Técnica de Saúde

Mental do Ministério da Saúde, com a finalidade de construir alternativas metodológicas

de ensino para profissionais que atuam am áreas distantes de centros de formação, tais

como regiões ribeirinhas, do sertão etc.

11) É imprescindível a articulação entre o Ministério da Educação, conselhos e associações

profissionais, Ministério da Saúde e Universidades para manutenção e expansão das

254

Page 255: Legislaçao em saude mental 2

residências médicas de psiquiatria infantil, assim como das residências multiprofissionais,

com ênfase em saúde mental infanto-juvenil.

Em relação às estratégias de gestão:

12) É necessário que todos os municípios/regiões constituam um Fórum local, de caráter

inter-institucional, intersetorial e deliberativo, visando o melhor agenciamento das ações

para cobertura assistencial em saúde mental de crianças e adolescentes.

13) A temática da saúde mental infantil e juvenil deverá constar da agenda política do

Conselho Nacional de Saúde, CONASS, CONASEMS, assim como de seus similares nas

esferas de gestão estaduais/municipais e em todos os demais conselhos setoriais.

14) Os Ministérios integrantes deste Fórum deverão elaborar diretrizes gerais para articulação

das ações que tenham por objetivo ampliar a base social, cultural e normativa da atual

política de saúde mental para crianças e adolescentes, nos diferentes serviços que

representam suas políticas especificas.

15) Deverá ser incrementada a participação de familiares e responsáveis nos espaços de

discussão coletiva sobre a política de saúde mental infanto-juvenil.

Em relação à política de financiamento:

16) É necessário que as três esferas de gestão do SUS ampliem seus recursos financeiros para

saúde mental de crianças e adolescentes, investindo tanto na expansão da capacidade

instalada quanto no aumento do contingente de recursos humanos e sua qualificação.

Nesse item merece especial destaque o reordenamento do trabalho na rede básica de

saúde, ou seja, a implementação de equipes de apoio e ou de profissionais de referência

em saúde mental.

Em relação à produção de conhecimento, informação qualificada e difusão da política de saúde

mental:

17) Deverão ser fomentados estudos e pesquisas relacionados aos atuais desafios clínicos e de

gestão no campo da saúde mental infanto-juvenil, assim como estudos de

avaliação/qualificação dos serviços que compõem a rede assistencial.

18) Os gestores de saúde e as Universidades deverão congregar esforços no sentido de

constituir ações de formação e pesquisa afinadas aos princípios da política pública de

255

Page 256: Legislaçao em saude mental 2

saúde mental para crianças e adolescentes.

19) O Ministério da Saúde deverá elaborar indicadores de saúde mental infanto-juvenil e

inclui-los no Sistema de Informação da Atenção Básica.

20) Deverá ser organizado, pelo Ministério da Saúde, um “Boletim de Dados e Informações”,

com o objetivo de subsidiar o acompanhamento e análise das ações de saúde mental

infanto-juvenil.

Este Fórum declara, ainda, ser fundamental ampliar o debate sobre ações de promoção da

saúde, analisar as experiências em curso e disseminar o alcance desse trabalho em todas as

políticas públicas dirigidas ao segmento infanto-juvenil.

Além disso, o Fórum definiu como tema para o próximo encontro, previsto para o

primeiro semestre de 2007, aprofundar o debate sobre o fundamento intersetorial na rede de

cuidados em saúde mental dirigido a crianças e adolescentes.

Brasília, 6 de dezembro de 2006.

Coordenação do Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil

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Edição fechada em 22/11/2010

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