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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO OFFSHORE Por: Elisangela Santos da Silva Orientador Prof. Luiz Eduardo Chauvet Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO OFFSHORE

Por: Elisangela Santos da Silva

Orientador

Prof. Luiz Eduardo Chauvet

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO A

UTORAL

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO OFFSHORE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Direito da Energia, Petróleo

e Gás.

Por: . Elisangela Santos da Silva.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a minha família.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Ademir e Maria Helena e

ao meu esposo, Eduardo, pelo apoio

incondicional.

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RESUMO

Tendo em vista a ascensão do setor de exploração do petroleo e gás,

principalmente com a descoberta do pré-sal, a procura para o trabalho offshore

vem crescendo cada vez mais, devido à perspectiva de criação de novos

postos de emprego nos próximos anos neste setor.

As atividades são profundamente específicas devido a natureza das

funções em ambientes inóspitos. Tais fatores peculiares podem ser prejudiciais

para os trabalhadores offshore, não somente pelas dificuldades inerentes as

atividades e aos rigores da natureza do trabalho em alto-mar, mas por

provocar alterações intensas na vida social, podendo influir psicologicamente

nos indivíduos.

É um trabalho que pode comprometer a qualidade de vida do

trabalhador, portanto as empresas tentam oferecer uma estrutura que minimize

o rigor das condições impostas pelo trabalho offshore, que apesar das

melhores remunerações, que nada mais são do que direitos previstos em lei,

impõe aos trabalhadores um esforço físico e psicológico que pode prejudicar

em definitivo a vida particular e social dessas pessoas.

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METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida através da consulta a artigos,

livros, sites relacionados ao tema, além da experiência de conviver com

pessoas que atuam no mercado offshore.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A exploração do petróleo no Brasil 09

1.1- Breve histórico da exploração do petróleo no Brasil 09

1.2- O Pré-Sal 12

CAPÍTULO II - O Trabalho Offshore 16

2.1- Conceito e características do trabalho offshore 2.2- Perfil do trabalhador offshore 18 2.3 Segurança no trabalho offshore 22

CAPÍTULO III –A Legislação Offshore 25

3.1- Comentários à lei n.º 5811/72 25 3.2- Normas Regulamentadoras 31

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE 38

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INTRODUÇÃO

O trabalho offshore que é o tema do presente estudo foi escolhido em virtude

da convivência com um trabalhador offshore, e por entender que diferentemente do

que a maioria das pessoas pensa, este tipo de trabalho não tem apenas o apelo

econômico. Por trás dos salários atrativos, há também o lado emocional e psicológico

que podem ser afetados devido às condições de trabalho e a segurança do

trabalhador embarcado.

Tendo em vista a ascensão do setor de energia, petroleo e gás,

principalmente atraídas pelos salários mais altos, muitas pessoas se veem dispostas a

se qualificarem para trabalhar no setor de exploração de petroleo e gás,

principalmente no trabalho offshore. Mas, há a necessidade de esclarecer como é

realmente a vida de um trabalhador numa plataforma petrolífera. Quais são as

vantagens e desvantagens do trabalho embarcado? Como são as condições de

trabalho e a qualidade de vida dentro de uma plataforma ?

No setor de petróleo e gás, o que mais chama a atenção é a remuneração

elevada, com vantagens que podem superar os adicionais previstos em lei, mas

existem várias nuances por trás do trabalho offshore, como por exemplo, o estresse a

que os trabalhadores são submetidos que começa antes mesmo do embarque. E

durante o período embarcado, o trabalhador precisa enfrentar situações, que são

desconhecidas da maioria das pessoas, e que podem comprometer seu desempenho

e produtividade.

Com a descoberta do pré sal, muitos mais postos de trabalho foram criados e

serão ainda mais. Portanto, a presente pesquisa tem como propósito, contribuir para

um maior esclarecimento da realidade na vida de um trabalhador offshore,

demonstrando de maneira clara como são as condições de trabalho numa plataforma

petrolífera, quais os direitos previstos em lei que a classe possui. Até que ponto a

atividade offshore pode interferir na qualidade de vida dos trabalhadores?

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CAPÍTULO I

A EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO NO BRASIL

1.1-BREVE HISTORICO DA EXPLORAÇÃO

A exploração do petróleo no Brasil iniciou no século 19, quando o

Decreto 3.352-A, de 1864, regulamentou a concessão da extração tanto de

minério, quanto de petróleo no estado da Bahia.

Após isso, começou a perfuração de poços, inicialmente em terra, o

que ocorreu em 1892 em São Paulo. Como não existiam equipamentos nem

mão de obra especializada em perfuração de poços no país, foram utilizados

nesse caso, maquinário e equipe americanos, haja vista que os americanos já

perfuravam poços de petróleo desde 1866. Apesar de terem conseguido

perfurar a 488m de profundidade, somente foi encontrada agua sulfurosa.

Pouco tempo depois, com a promulgação da Constituição de 1891, foi

regulamentado o direito dos donos das terras ao subsolo e todas as riquezas

nele existentes, restando à Republica as terras as terras devolutas e sua

regulamentação.

Na época havia uma confusão nos conceitos de solo e subsolo, o que

apenas foi resolvido como o Código de Minas, regulamentado pelo Decreto

24.642, de 1934, quando as jazidas de petróleo e gás natural passaram a ser

de propriedade da União.

Na Constituição de 1934, foi estabelecido no Art. 118 que a permissão

da exploração e utilização das riquezas minerais, seriam realizadas através de

concessão e autorização da União.

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Em 1938 foi criado o Conselho Nacional de Petróleo- CNP, através do

Decreto Lei nº 538/38, que era o órgão responsável pela definição da política

petrolífera no período de 1939 a 1960, ou seja, tinha por objetivo estruturar e

regulamentar a exploração de petróleo no Brasil.

Após o fim do governo de Getúlio Vargas, no qual chegou a ter uma

limitação no consumo dos combustíveis líquidos, visto que não havia estoque

de combustível no país, foi e4nfim consagrada a propriedade da União sobre

os recursos naturais, iniciando assim a política para incentivo da refinaria

nacional, de acordo com a Constituição de 1946.

No ano de 1953, foi consagrado o monopólio da União na pesquisa,

lavra de jazidas, o refino do produto nacional e estrangeiro, transporte marítimo

de petróleo e seus derivados e sistema de dutos, através da Lei nº 2004, de 03

de outubro de 1953.

Esta lei, dispunha sobre a Política Nacional do Petróleo, definindo o

monopólio da União e as atribuições do Conselho Nacional do Petróleo, bem

como a criação da a Petróleo Brasileiro S/A- Petrobrás.Vejamos:

Art. 1º Constituem monopólio da União:

I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e outros

hidrocarbonetos fluídos e gases raros, existentes no território nacional;

II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem

nacional ou de derivados de petróleo produzidos no Pais, e bem assim o

transporte, por meio de condutos, de petróleo bruto e seus derivados,

assim como de gases raros de qualquer origem.

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Art. 2º A União exercerá, o monopólio estabelecido

no artigo anterior:

I – por meio do Conselho Nacional do Petróleo,

como órgão de orientação e fiscalização;

II – por meio da sociedade por ações Petróleo

Brasileiro S. A. e das suas subsidiárias, constituídas

na forma da presente lei, como órgãos de execução.

(...)

Art. 5º Fica a União autorizada a constituir, na forma

desta lei, uma sociedade por ações, que se

denominará Petróleo Brasileiro S. A. e usará a sigla

ou abreviatura de Petrobrás.

Art. 6º A Petróleo Brasileiro S. A. terá por objeto

a pesquisa, a lavra, a refinação, o comércio e o

transporte do petróleo proveniente de poço ou de

xisto – de seus derivados bem como de quaisquer

atividades correlatas ou afins.

Parágrafo único. A pesquisa e a lavra, realizadas

pela Sociedade, obedecerão a plano por ela

organizados e aprovados pelo Conselho Nacional do

Petróleo, sem as formalidades, exigências de

limitações de área, e outras julgadas dispensáveis,

em face da decreto-lei nº 3.236, de 7 de maio de 1941,

autorizando-as o Conselho em nome da União.

Com a criação da Petrobrás, iniciou-se a indústria petrolífera, surgindo

diversas atividades especificas para atender ao setor que hoje é um dos mais

promissores e que mobiliza profissionais de diversas áreas.

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Desde a perfuração do primeiro poço pela Petrobras em 1968, quando

foi construída a primeira plataforma, já foram perfurados quase 30 mil

poços até a descoberta do pré sal no ano de 2007, gerando cada vez mais

empregos.

Para se ter uma noção da quantidade de trabalhadores offshore

atuando no mercado hoje, somente na bacia de Campos, no Estado do Rio de

Janeiro, há pelo menos 40 plataformas da Petrobrás operando

ininterruptamente, que são chamadas de unidade de produção de petróleo

operando, sem contar com os 9 navios FPSO( em inglês, Floating,

Production, Storage and Offloading, ou Unidade Flutuante de Produção,

Armazenamento e Escoamento).Isso sem contar com aqueles trabalhadores

que prestam serviço para a empresa estatal.

A Lei nº 2004/53 que definiu o monopólio da União, entre outras

atribuições, foi revogada pela Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, que dispõe

sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do

petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência

Nacional do Petróleo e dá outras providências

1.2- O PRÉ SAL

A descoberta do pré sal está entre as mais importantes no mundo nos

últimos tempos. Mas, afinal o que é o pré sal?

A camada pré sal é uma sequência de rochas sedimentares sob a

crosta terrestre, formadas há mais de 100 milhões de anos, exclusivamente

por sal petrificado e materiais orgânicos acumulados. Essa camada foi formada

mais especificamente pela separação da América e África há mais de 150

milhões de anos.

Com a separação dos continentes africano e americano, formaram-se

depressões, que originaram lâminas, onde no decorrer de milhões de anos,

foram sendo depositados o material orgânico e o sal no fundo do Oceano

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Atlântico, até que processos termoquímicos os transformasse em

hidrocarbonetos, que são o petroleo e o gás natural.

A camada pré sal é anterior à camada mais antiga de sal, portanto é

uma camada mais profunda e de mais difícil acesso que a camada pós sal,

onde eram exploradas as reservas de petroleo até então.

O pré-sal é composto por acumulação de óleo mais leve e de melhor

qualidade, o que aumenta o seu valor comercial. Atualmente a camada de sal

chega a 2 mil metros de espessura, e as reservas da chamada província pré

sal estão localizadas a 300 km do sudeste brasileiro, numa área de

aproximadamente 800 km de extensão por 200 km de largura, no litoral

estendendo-se do norte da Bacia de Campos ao sul da Bacia de Santos e

desde Alto Vitória, no Espírito Santo até o Alto de Florianópolis, em Santa

Catarina.

A área total da província do pré sal é de 149 mil km2, o que

corresponde a quase três vezes e meio ao estado do Rio de Janeiro.

Estima-se que os maiores reservatórios de petroleo do pré-sal, ainda

inexplorados, encontram-se no Brasil, Golfo do México e na África, mas

precisamente na costa ocidental africana.

As reservas de petroleo do pré-sal no Brasil situam- se em

profundidades que vão de 1.000 a 2.000 metros de lâmina d'água2 e entre

4.000 e 6.000 metros de profundidade no subsolo.

A profundidade total da área, que é a distância entre a superfície do

mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar

aproximadamente a 8.000 metros.

Aqui no Brasil, há uma estimativa de que na área no pré-sal tenham

cerca de 80 milhoes de barris de petroleo e gás. Se esses dados forem reais, o

Brasil será o sexto maior detentor de reservas de petroleo no mundo.

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A Petrobras desenvolveu tecnologia própria, atuando em parcerias

com centros de pesquisas e universidades, para operar em águas

ultraprofundas como é o caso das reservas do pré sal.

Em 2006 foi descoberta a primeira região no pré sal, e em dezembro

de 2014, a produção na área chegou a 700 mil barris por dia, o que é um dado

significativo, visto que os reservatórios encontram-se em águas profundas e

ultraprofundas.

Em 2008 a Petrobras confirmou a descoberta de óleo leve na camada

sub-sal e extraiu pela primeira vez petróleo do pré-sal, ocorrida no Campo de

Jubarte, na Bacia de Campos, mas em quantidade reduzida

Vale ressaltar uma marca significativa não somente da Petrobras, mas

do país, uma vez que foi encontrado óleo em todas as perfurações realizadas

na bacia de Santos.

Hoje, os poços são perfurados com mais rapidez, devido à experiência

adquirida e as novas tecnologias das empresas do ramo.

Portanto, com a descoberta do pré sal, o volume de negócios gerados

no setor de petroleo e gás, impulsionou o desenvolvimento da indústria de

bens e serviços, principalmente a indústria naval que teve um aumento

expressivo nos últimos anos.

O bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, foi a primeira área a

ser licitada sob o regime de partilha de produção. A Petrobras tem 40% de

participação nesse bloco.

A exploração e produção na área do pré sal demanda tecnologia de

ponta, capacitação profissional e o desenvolvimento cada vez maior da

industria nacional, na construção de navios e plataformas, por exemplo.

Para atender a demanda de mão de obra no setor, foi criado o

PROMINP - Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás

Natural, através do Decreto, do dia 19 de dezembro de 2003, e desde a sua

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criação em 2003 já qualificou mais de 80 mil profissionais, em 185 categorias

de nível médio, técnico e superior.

Na verdade, o programa foi uma forma de o governo brasileiro

implementar a política de conteúdo local no setor de petróleo e gás natural,

desenvolvendo a industria nacional no fornecimento de bens e serviços, de

forma a competir com o mercado mundial gerando emprego e renda para o

país, enfim, para toda a cadeia produtiva nacional.

.

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CAPÍTULO II

O TRABALHO OFFSHORE

2.1- CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO

OFFSHORE

O significado literal do termo offshore é afastado da costa, e no setor

de exploração petrolífera, está diretamente relacionado à atividade de

prospecção, perfuração e exploração do petroleo.

Como a produção é no mar, é uma atividade que acarreta custos

elevados, e requer desenvolvimento de tecnologia de ponta, principalmente no

caso de águas ultra profundas.

O trabalho denominado “offshore” apresenta características

específicas. Exemplificando, citamos o fato de seus trabalhadores estarem

isolados da costa, em alto mar, num período prolongado de tempo, e

confinados em pouco espaço físico (limitado/restrito) para se movimentarem.

Essa característica única já torna o processo de trabalho distinto dos

demais e provoca impactos na vida dos profissionais que se encontram nessa

condição.

FREITAS et al. (2001) em seu artigo sobre acidentes de trabalho nas

plataformas de petróleo e sua descrição sobre estes locais, nos ajudam a

entender de alguma forma como são organizados os processos de trabalho

nesse contexto específico:

O período de dias de trabalho embarcado no mar e

dias de descanso em terra varia. Em alguns países

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possui uma alternância de 14/14 (Reino Unido), 7/7

(Estados Unidos), ou mesmo uma progressão de

14/14 no primeiro ciclo, 14/21 no segundo ciclo e

14/28 no terceiro ciclo (Noruega). Em termos de horas

de trabalho durante o período de embarque, o mais

comum são 12 de trabalho para 12 de descanso,

porém, o período de horas efetivamente trabalhadas,

incluindo as extras, frequentemente chega a ser de 14

horas. Há alguns postos de trabalho em que a jornada

pode chegar a 17 horas. De qualquer modo,

independentemente da modalidade de turnos

estabelecida, 10 alguns trabalhadores permanecem

de prontidão durante todo o tempo em que se

encontram na plataforma 1:119.

A Organização Internacional do Trabalho entende que, por operarem

distantes da costa e de socorros imediatos, necessitam de certo grau de

autonomia, exigindo-se um conjunto de serviços tais como alimentação e

alojamento das tripulações, fornecimento de energia elétrica, compressores e

bombas, água, transportes para a costa (barcos ou helicópteros), meios para

cargas e descargas, telecomunicações, serviços médicos e botes salva-vidas,

além de outros meios de salvamento, o que requer um elevado nível de

coordenação (OIT apud Freitas et al.1:119).

Os casos de doenças relacionadas ao trabalho offshore apresentam-se

em uma quantidade significativa, sendo em sua maioria distúrbios

musculoesqueléticos. As pesadas exigências físicas as quais os trabalhadores

são submetidos se intensificam nas plataformas, devido a grande

concentração de ambientes variados e com graus diferentes de periculosidade,

o que contribui para aumentar os riscos de acidentes.

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FREITAS et al. (2001) ressaltam que esses graves acidentes

envolvendo as atividades offshore são um símbolo do potencial de perigo

encontrado neste campo de trabalho. Portanto, a pesquisa por alternativas

para o setor objetivando melhorias das condições laborais nos campos da

saúde, segurança, e ergonomia (tanto no que se refere ao desenho industrial,

quanto as dimensões organizacionais e psicossocial) contribuem para o

desenvolvimento de projetos destinados a plataformas que priorizem essas

áreas do conhecimento científico, objetivando a melhoria das condições de

trabalho, segurança, e eficiência operacional.

2.2 O PERFIL DO TRABALHADOR OFFSHORE

Inicialmente atraídos por salários mais altos do que o trabalho onshore,

muitas pessoas pensam que trabalhar embarcado é fácil, pois além de uma

melhor remuneração, têm a possibilidade de folgar vários dias.

É verdade que as vantagens oferecidas são bastante atraentes, pois

dependendo do cargo, podem superar os adicionais previstos em lei.Porém,

apesar do apelo econômico, a rotatividade no setor é alta, tendo em vista que

trabalhar embarcado é difícil, e nem todas as pessoas conseguem se

acostumar.

Há muitas situações que podem implicar à adaptação de cada pessoa

para trabalhar embarcado.Antes de embarcar pela primeira vez, o trabalhador

realiza cursos preparatórios de Segurança de Plataforma, o antigo curso de

Salvatagem, que é obrigatório para o embarque, Escape de Aeronave

Submersa, devido ao deslocamento da costa até as plataformas serem feitos

em helicópteros, Combate a incêndios, Espaços Confinados, Embarcação de

Sobrevivência e Salvamento.

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A compreensão de como trabalhadores marítimos embarcados

interagem com o trabalho que realizam e o impacto dessas interações em

aspectos fundamentais de suas vidas, seja no campo social ou em suas

funções laborais e, também, de que forma as instituições envolvidas (empresa

contratante e sindicatos) se posicionam diante das situações adversas que são

inerentes às atividades offshore, particularmente o isolamento da costa, são

questões centrais para a obtenção de respostas jurídicas mais eficientes para

a proteção e garantia de direitos e da qualidade de vida neste tipo de atividade.

O trabalho em plataformas de petróleo compara-se ao de

embarcações de apoio marítimo visto que possuem características

semelhantes. Nos artigos pesquisados a mais comum das evidências foi a

afirmação de que as condições de trabalho no contexto offshore são

especialmente perigosas.

FREITAS et al.(2001) descrevem as características do trabalho em

plataformas:

O trabalho em unidades de processo como as

plataformas de petróleo pode ser compreendido por

quatro aspectos que se inter-relacionam e o

caracterizam. Ele é simultaneamente contínuo,

complexo, coletivo e perigoso (Ferreira & Iguti, 1996

citado por Freitas et al.1 ). Contínuo, já que a

produção flui durante as 24 horas do dia ao longo do

ano, exigindo o revezamento de vários grupos de

trabalhadores para acompanhamento da mesma.

Complexo porque as diversas partes do sistema

tecnológico se encontram interligadas numa estrutura

de rede que impede que se possua um controle total

do sistema, sempre sujeito a um certo grau de

imprevisibilidade e de desencadeamento de efeitos do

tipo dominó em caso de incidentes e acidentes.

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Coletivo porque o funcionamento da unidade só é

possível pelo trabalho de equipes em que as

atividades são altamente interdependentes. Perigoso

porque está relacionado ao processamento de

hidrocarbonetos que evaporam, incendeiam-se ou

explodem, ao uso de compostos químicos tóxicos

para os homens e para o ambiente e à operação de

máquinas e equipamentos que podem desencadear

acidentes poderosos, com o potencial de causar

múltiplos óbitos e lesões (Sevá Filho apud Freitas et

al.1 ).

Estudos revelam que as atividades offshore acentuam a redução de

qualidade de vida no trabalho, implicando no aparecimento de doenças físicas

e psíquicas, comprometendo o desempenho e a produtividade. Alterações no

sono, distúrbios cardíacos e gastrointestinais, e um sensível prejuízo na vida

social, devido aos grandes períodos em isolamento embarcado também são

relatados com frequência.

Alguns relatam a chamada Tensão Pré Embarque/ Desembarque, na

qual o trabalhador não consegue se desligar do trabalho, nem no período de

folga quando está prestes a embarcar, e no caso contrário, já nos últimos dias

de embarque, fica tão ansioso com a volta para casa, que pode ficar mais

ansioso que o normal e até mesmo sofrer com alterações do sono, gula,

náuseas.

Outros relatam também a síndrome da pressa como uma doença

comum entre os profissionais do setor, e que integra o grupo das doenças

psiquiátricas do Transtorno da Ansiedade, tem como característica deixar o

trabalhador em constante estado de alerta, ansioso, impaciente, competitivo

tanto no seu ambiente de trabalho mas também fora, podendo afetar as suas

relações sociais.

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É mais do que sabido que os trabalhos realizados em turnos noturnos

podem afetar o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores, diminuindo

o bom desempenho das tarefas realizadas e expondo o profissional a um

maior risco de acidentes de trabalho.

A saudade e a solidão são os sentimentos mais presentes nesse

ambiente de trabalho, até porque o regime de confinamento impõe ao

trabalhador um isolamento pessoal, no qual ele fica restrito a um determinado

espaço físico que por sua natureza é perigoso e estressante, distante da

família, e sem o convívio social externo. Isso tudo influencia diretamente na

qualidade de vida do trabalhador offshore, uma vez que numa situação dessas,

é difícil o trabalhador relaxar mesmo após cumprir o seu turno, o que causa um

cansaço mental intenso.

O trabalho offshore distancia o trabalhador de atividades sociais

organizadas, como as familiares, escolares, esportivas, culturais, o que dificulta

a sua integração em comunidade, e tais distanciamentos sociais acabam

influenciando na qualidade do serviço prestado por este trabalhador.

É importante destacar que a baixa produtividade e/ou desempenho

inadequado em atividades offshore podem causar não apenas sofrimento no

trabalho, mas também ser responsável por acidentes, explosões e outros

graves problemas, potencializando ainda mais o perigo para os envolvidos com

atividades offshore.

Por esses motivos que o trabalho numa plataforma de petróleo não é

para qualquer pessoa. É preciso preparo tanto físico quanto psicológico, pois o

trabalhador precisa lidar com varias adversidades: Distância da família,

intempéries climáticas que podem atrasar o seu desembarque, e o trabalho em

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si, que é perigoso, pois eles estão em alto mar, muitas vezes longe mais de 1

hora de helicóptero da costa.

Geralmente, as empresas do setor, em especial a Petrobrás oferecem

uma boa estrutura para os seus trabalhadores, principalmente em relação à

alimentação, lazer e descanso para que o trabalhador offshore se sinta o mais

próximo de casa, mas ainda assim é muito difícil o completo relaxamento.

Além da comunicação com a família através de telefone e computador,

o trabalhador embarcado tem acesso à recreação na academia ou mesmo

jogando futebol na quadra, numa forma de utilizar a hora de descanso para o

convívio social entre as pessoas que estão embarcadas juntas, tudo para

diminuir os impactos que o trabalhador nessas condições podem sofrer.

2.3 SEGURANÇA NO TRABALHO OFFSHORE

A Lei nº 9.537/97 que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário

em águas sob a jurisdição nacional, através dos Art. 2º e 3º, rege a segurança

nas plataformas petrolíferas:

Art. 2° Para os efeitos desta Lei, ficam

estabelecidos os seguintes conceitos e definições:

(...)

XIV - Plataforma - instalação ou estrutura, fixa

ou flutuante, destinada às atividades direta ou

indiretamente relacionadas com a pesquisa,

exploração e exploração dos recursos oriundos do

leito das águas interiores e seu subsolo ou do mar,

inclusive da plataforma continental e seu subsolo;

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Art. 3º Cabe à autoridade marítima promover a

implementação e a execução desta Lei, com o

propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana

e a segurança da navegação, no mar aberto e

hidrovias interiores, e a prevenção da poluição

ambiental por parte de embarcações, plataformas ou

suas instalações de apoio.

Há uma grande preocupação por parte das empresas do setor com a

segurança do trabalho nas plataformas de petroleo, visando reduzir o número

de acidentes de trabalho.

No caso especifico das plataformas, um acidente pode causar prejuízos

incalculáveis, não somente quanto às vidas dos trabalhadores, mas também

ao meio ambiente, por exemplo.

A prevenção é sempre a melhor maneira para diminuir os riscos de um

acidente do trabalho, principalmente no caso do trabalho em plataformas de

petróleo. Para isso, é imprescindível que as empresas do setor tenham a

instalação tanto da CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes,

quanto do SESMT- Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho.

O uso dos EPI - Equipamentos de Proteção Individual, que são os

equipamentos desenvolvidos para a saúde e segurança no trabalho, são

fundamentais na prevenção de doenças e acidentes do trabalho.

Embora haja fiscalização nas plataformas, por parte da Marinha, ANP,

Ministério Público do Trabalho e outros órgãos, é preciso que as empresas

deem mais segurança aos trabalhadores embarcados, para que não ocorram

mais tragédias.

Nessas vistorias, é feito um relatório listando as irregularidades

encontradas com mais frequência, como o despejo de dejetos no mar sem

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nenhum tratamento, emissão descontrolada de gases, muita ferrugem,

estruturas mal acabadas.

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CAPITULO III

A LEGISLAÇÃO OFFSHORE

3.1- COMENTÁRIOS À LEI Nº 5.811/72

A Lei nº 5.811/1972 é a chamada de “ lei do embarcado”, e

regulamentou o trabalho offshore que envolve os trabalhadores embarcados,

que atuam nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação de

petróleo, bem como na industrialização do xisto, na indústria petroquímica, e

no transporte de petróleo e seus derivados por meio de dutos.

Os trabalhadores embarcados em plataformas petrolíferas são de

diversas funções, tais como técnico de segurança do trabalho, plataformista,

cozinheiro, técnico em rádio etc. Todas as funções que existem nas

plataformas são abrangidas pela lei 5811/72.

O trabalho na plataforma é realizado de forma continua e ininterrupta,

em regime de revezamento de turnos, de acordo com o Art.2º, caput da

referida lei.

No caso especifico das atividades de exploração, perfuração, produção

e transferência de petroleo do mar, como é o caso das plataformas, é utilizado

o turno de 12 horas, conforme preceitua o Art. 2º §1º, alínea a da lei 5.811/72.

Conforme preceitua o Art.3º da lei, ao empregado que permanecer em

regime de revezamento, ser-lhe-ão assegurados os seguintes direitos:

a) Pagamento do Adicional de trabalho noturno na forma do Art. 73

da CLT.

Apesar de a lei específica mencionar que este direito é regido pela

Consolidação das Leis do Trabalho, a Súmula 112 do TST determinou que tal

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adicional é regulado pela lei nº 5811/72, e não pelo Art. 73, §2º da CLT, que

determina que a hora noturna será de 52 minutos e 30 segundos:

Súmula nº 112 TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO

(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O trabalho noturno dos empregados nas atividades de

exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo,

industrialização do xisto, indústria petroquímica e

transporte de petróleo e seus derivados, por meio de

dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não

se lhe aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30

segundos prevista no art. 73, § 1º, da CLT.

b) Pagamento em dobro da hora de repouso e alimentação

suprimida nos termos do §2º do Art.2º.

Quanto às horas extras, o Art. 2º, § 2º da referida lei, disciplina que

poderá ser exigida a disponibilidade do empregado no local de trabalho ou nas

suas proximidades, durante o intervalo destinado a repouso e alimentação,

mediante pagamento em dobro.

O regime de horas extras adotado pela Lei 5.811/1972 foi

recepcionado pela CF/88, segundo súmula 391, I, TST no que se refere à

duração de jornada de trabalho em regime de revezamento dos petroleiros.

Quanto às horas extras, a jurisprudência tem se manifestado no

sentido de que no período de quatorze dias em que o empregado permanece

embarcado, as folgas se acumulam, para que no período de 14 dias posterior,

ou seja, no final da viagem, quando o empregado permanece desembarcado,

possa usufruí-las. Quando o empregado não usufrui das folgas

compensatórias nos dias subsequentes, devem ser pagas como horas extras.

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c) Alimentação gratuita, no posto de trabalho, durante o turno em

que estiver em serviço.

d) Transporte gratuito para o local de trabalho;

No trabalho offshore especificamente o transporte dos trabalhadores

até às plataformas que ficam em alto mar, muito distantes da costa, é realizado

através de helicópteros.

Vale esclarecer também que não importa se o transporte fornecido

pelo empregador é gratuito ou pago de forma parcial pelo empregado, porque

não existe na região para que o empregado chegue ao trabalho ou voltar para

a sua residência para o reconhecimento do direito às horas “in itinere”, que

são horas extras e se caracterizam no trajeto do empregado quando se

desloca de sua residência ao trabalho e vice versa.

Quanto ao transporte do trabalhadores até as plataformas, há uma

discussão quanto ao direito às horas in itinere pelo trabalhador offshore,

porém, o entendimento já pacificado do Colendo Tribunal Superior do

Trabalho, é no sentido de que os empregados submetidos ao regime de

trabalho previsto na Lei n.º 5.811/72 não fazem jus ao recebimento de horas in

itinere, tendo em vista que o fornecimento do transporte é uma imposição legal

(art. 3º, inciso IV) e não mera liberalidade do trabalhador, conforme julgados

que seguem:

PRELIMINAR DE NULIDADE POR NEGATIVA DE

PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. A manifestação do

Tribunal Regional sobre os pontos suscitados no

Recurso Ordinário significa prestação jurisdicional

plena; não ensejando, pois, declaração de nulidade.

PETROLEIROS. HORAS IN ITINERE. LEI 5.811/72. 1. A

categoria profissional dos petroleiros possui regime

jurídico de trabalho diferenciado, disciplinado na Lei

5.811/72, segundo o qual cabe ao empregador

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fornecer transporte gratuito, independentemente do

local de trabalho ser de fácil acesso ou servido por

transporte público regular. 2. Assim, por força dessa

proteção especial, o tempo de percurso do petroleiro

já está contido na jornada de trabalho, não sendo

devidas horas in itinere. [...](TST - RR 59300-

87.2009.5.04.0761, Relator: João Batista Brito Pereira,

Data de Julgamento: 15/08/2012, 5ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 24/08/2012)

RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE

SUBSIDIÁRIA. A decisão recorrida, de que a tomadora

de serviços deve responder subsidiariamente pelo

inadimplemento das obrigações trabalhistas, está em

consonância com a atual redação da Súmula nº 331,

IV e V, do TST. Recurso de revista de que não se

conhece. HORAS IN ITINERE. A jurisprudência desta

Corte consagra entendimento de que o empregado

enquadrado na Lei nº 5.811/72 não tem direito à

percepção de horas in itinere, tendo em vista que o

fornecimento de transporte gratuito decorre de

imposição legal. [...](TST - RR 106400-

10.2007.5.17.0191, Relator: Kátia Magalhães Arruda,

Data de Julgamento: 14/12/2011, 5ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 19/12/2011)

e) Direito a um repouso de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas

para cada 3 (três) turnos trabalhados.

O parágrafo único do Art. 3º disciplina que para os empregados que já

venham percebendo habitualmente da empresa pagamento à conta de horas

de repouso e alimentação ou de trabalho noturno, os respectivos valores serão

compensados nos direitos ao adicional noturno e horas extras.

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Vale destacar que embora não esteja previsto na lei 5.811/72, mas

como o trabalho em plataforma petrolífera é uma atividade perigosa, ao

empregado é garantido o adicional de periculosidade no percentual de 30%

sobre o salário base, devido à exposição permanente ao risco inerente à

atividade.

Este tem sido o entendimento consubstanciado na Súmula nº 364 do

TST:

Súmula nº 364 do TST- ADICIONAL DE

PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,

PERMANENTE E INTERMITENTE (cancelado o item II

e dada nova redação ao item I) - Res. 174/2011, DEJT

divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado

exposto permanentemente ou que, de forma intermitente,

sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando

o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o

fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo

extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 -

inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003)

Segundo o Ministério do Trabalho, as ocupações ligadas à extração

mineral, como é o caso da mineração subterrânea e a extração do petróleo,

estão em segundo lugar no ranking das atividades mais perigosas, ficando

atrás apenas do setor madeireiro.

No caso da Petrobrás, tal adicional não incide sobre os triênios pagos,

de acordo com a Sumula nº 70 do Tribunal Superior do Trabalho:

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Súmula nº 70 do TST- ADICIONAL DE

PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19,

20 e 21.11.2003

O adicional de periculosidade não incide sobre os triênios

pagos pela Petrobras.

O § 1º do Art. 5º da lei nº 5811/72 trata do regime de sobreaviso que é

aquele em que o empregado permanece a disposição do empregador por um

período de 24 horas para prestar assistência aos trabalhos normais ou atender

as necessidades ocasionais de operação.

Portanto, o regime de sobreaviso que ocorre quando o empregado que

está no período de descanso for escalado para trabalhar a qualquer momento,

fora do seu horário de trabalho.

A Súmula n.º 428 do Tribunal Superior do Trabalho, abaixo transcrita,

que trata do regime de sobreaviso, disciplina que não é necessário a

permanência do empregado em casa para ficar caracterizado o regime de

sobreaviso, bastando, apenas a existência do estado de disponibilidade, para

que o trabalhador faça jus ao benefício de recebimento das horas enquanto

perdurar esta condição. A remuneração do empregado no caso do sobreaviso,

é de 20% no mínimo do salário base, para compensar a eventualidade de

trabalho noturno ou a variação de horário para repouso e alimentação.

Súmula nº 428 do TST- “SOBREAVISO- APLICAÇÃO

ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação

alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em

14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25,

26 e 27.09.2012

I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados

fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não

caracteriza o regime de sobreaviso.

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II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à

distância e submetido a controle patronal por

instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer

em regime de plantão ou equivalente, aguardando a

qualquer momento o chamado para o serviço durante o

período de descanso.”

Vale ressaltar, que o empregado não poderá permanecer em serviço,

no regime de revezamento ou de sobreviso, por período superior a 15 dias

consecutivos, nos casos previstos nas alíneas a e b do § 1º do Art. 2º, ou seja,

atividades de exploração, perfuração, produção e transferência de petróleo do

mar e em áreas terrestres distantes ou de difícil acesso. Além disso, em cada

jornada de sobreaviso, o trabalho efetivo não excederá de 12 horas.

Como pôde ser observado, o trabalho offshore tem características bem

particulares, visto que é realizado de forma contínua e ininterrupta, bem como

os riscos inerentes à atividade.

3.2- NORMAS REGULAMENTADORAS

Além da legislação que regulamenta o setor, no trabalho offshore

também são seguidas as Normas regulamentadoras, instituídas pela portaria

Nº 3.214/78.

Porém, a norma específica para o trabalhador embarcado é a NR 30,

seguida do seu Anexo 2 que estabelece os requisitos mínimos de segurança e

saúde no trabalho a bordo de plataformas e instalações de apoio para a

exploração e produção de petroleo e gás natural.

As regras contidas no Anexo II da NR 30, aplicam-se ao trabalho das

plataformas nacionais e estrangeiras, devidamente autorizadas a operar em

águas sob jurisdição nacional. Portanto, trabalhadores brasileiros e

estrangeiros são protegidos por esta norma.

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Existe uma nova Norma Regulamentadora, ainda sem numeração, que

foi criada pelo SINDIPETRO-NF(Sindicato dos Petroleiros do Norte

Fluminense) e a FUP( Federação Única dos Petroleiros), para discutir com as

empresas do segmento de exploração de petroleo e gás, bem como o Governo

Federal, ANP, Marinha e Ministério do Trabalho, sobre programas de

segurança e saúde de trabalhadores das plataformas petrolíferas.

A proposta é de que a nova NR tenha muito mais força e seja

devidamente seguida pelas empresas do setor, pois a segurança dos

trabalhadores precisa ser a preocupação principal. Se medidas preventivas

contra os acidentes de trabalho forem devidamente tomadas, e houver

fiscalização mais eficaz, muitas vidas serão poupadas.

Embora exista a NR 30, que é específica para o trabalhador

embarcado, algumas normas regulamentadoras também são aplicadas no

trabalho em plataformas de petróleo, tais como:

NR 30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: aplica-se aos

trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada para transporte

de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo

curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em

alto-mar, bem como plataformas marítimas e fluviais, quando em

deslocamento, e embarcação de apoio marítimo e portuário.

NR5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA: estabelece

a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e

manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão

constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir

infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e

recomendações ao empregador que melhore as condições de trabalho,

eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças

ocupacionais. Artigos 163 a 165 da CLT.

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NR6 Equipamentos de Proteção Individual EPI: estabelece e define

os tipos de EPI's a que a empresa é obrigada a fornecer aos seus

funcionários sempre que as condições de trabalho exigirem, a fim de

resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Artigo 166

e 167 da CLT.

NR9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais: estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os

empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA),

visando à preservação da saúde e da integridade física dos

trabalhadores, através da antecipação e reconhecimento, avaliação e

consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou

que venham a existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção

do meio ambiente de trabalho e dos recursos naturais. Artigo 175 a 178

da CLT.

NR 33 Segurança e Saúde nos Trabalho em Espaços Confinados:

tem o objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a identificação de

espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e

controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a

segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou

indiretamente nestes espaços.

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CONCLUSÃO

Desde o inicio da atividade de exploração do petróleo no Brasil, o setor

que sempre atraiu devido às remunerações mais altas, se expande cada vez

mais, o que desperta maior interesse pois além de criar oportunidades de

emprego, principalmente na exploração do pré-sal.

Para a maioria das pessoas o profissional que trabalha embarcado, é

alguém que tem um bom salário, folgas de 21 dias em média. Mas, o que

poucos imaginam é que o trabalhador offshore pode ter a sua qualidade de

vida afetada, justamente pelo tipo de atividade que desempenha.

Muitos relatam que sofrem de alterações no sono, estresse,

depressão, distúrbios gastrointestinais, músculo esqueléticos e até mesmo

cardiovasculares, entre outros.

Por esses motivos que o trabalho numa plataforma de petroleo não é

para qualquer pessoa. E mesmo aqueles que são devidamente preparados

para as adversidades do trabalho, podem sofrer de doenças físicas e

psíquicas.

Com esta pesquisa, buscamos explicar que o trabalho offshore pode

acentuar a redução de qualidade de vida do trabalhador, implicando no

aparecimento de doenças físicas e psíquicas, comprometendo seu

desempenho e produtividade.

Tendo em vista as particularidades da atividade, conclui-se que o

trabalho offshore por sua natureza é capaz de afetar a saúde e a qualidade de

vida no trabalhador de plataformas petrolíferas. A distância da família e da vida

social, devido aos períodos em isolamento embarcado, bem como, o próprio

trabalho em si, que é perigoso, devido à exposição permanente ao risco

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inerente à atividade, são exemplos de situações que podem causar distúrbios

desde os mais simples até os mais graves no trabalhador offshore.

Um trabalhador offshore sofrendo de algum distúrbio, ou mesmo

afetado pelo estresse do risco da própria atividade, pode ter problemas com a

produtividade e desempenho das suas funções, o que é muito grave, pois pode

ser a causa de muitos acidentes de trabalho, potencializando ainda mais o

perigo para os envolvidos com atividades offshore. Portanto, apesar desses

profissionais terem alguns direitos adquiridos estabelecidos em lei, há que se

ter uma maior preocupação com o lado humano, no sentido de que a qualidade

de vida desses trabalhadores seja minimamente afetada

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Paulo: Saraiva, 2014.

Consolidações das Leis Trabalhistas, In: Vade Mecum, 11ª ed.São Paulo:

Saraiva, 2014.

DAMASCENO, Marcelo.Tensão Pré e Pós Embarque - A Vida Emocional do

Homem Offshore. All Print,2008

FERREIRA, L.L, IGUTI, A.M. O Trabalho dos Petroleiros: Perigoso, Complexo,

Contínuo e Coletivo. 2 ed. São Paulo: FUNDACENTRO, 2003.

FREITAS, C.M, SOUZA, C.A.V, MACHADO, J.M.H. et al. Acidentes de trabalho

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Caderno de Saúde Pública, v. 17, n. 1 (Jan/Fev), pp. 117-130, 2001.

PESSANHA, R. M., 1994. O Trabalho Off Shore – Inovação Tecnológica,

Organização do Trabalho e Qualificação do Operador de Produção na Bacia

de Campos, RJ. Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro: Coordenação dos

Programas de Pós-Graduação de Engenharia, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Rio de janeiro, 1994

RIBEIRO, Elaine. Direito do Petroleo, Gás e Energia. Elsevier. 2010

ROSADO, Marilda. Estudos e Pareceres do Direito do Petróleo e Gás.

Renovar.2005

SOUZA, A.A. Perfil do Homem Off-shore: Aspectos Relevantes nas Relações

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3, 1996.

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37

www.petrobras.com.br

www.prominp.com.br

www.sindipetronf.org.br

www.tst.gov.br/

http://portal.mte.gov.br/legislacao/seguranca-e-saude-no-trabalho.htm

www.planalto.gov.br

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A exploração do petróleo no Brasil 09

1.1- Breve histórico da exploração do petróleo no Brasil 09

1.2- O Pré-Sal 12

CAPÍTULO II - O Trabalho Offshore 16

2.1- Conceito e características do trabalho offshore 2.2- Perfil do trabalhador offshore 18 2.3 Segurança no trabalho offshore 22

CAPÍTULO III –A Legislação Offshore 25

3.1- Comentários à lei n.º 5811/72 25 3.2- Normas Regulamentadoras 31

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE 38