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1 Larissa Pereira Pelaquim De: Flavio Eduardo Silveira <[email protected]> Enviado em: segunda-feira, 26 de junho de 2017 17:31 Para: Demap/cpl-df (caixa Corporativa) Assunto: Recurso Administrativo Meta Instituto de Pesquisa de Opinião Anexos: Doc 1 - procuração.PDF; Doc 1 - contrato social.PDF; Doc 2 - artigo Saul Soibelmann.pdf; Doc 3 - petição soibelmann 1.pdf; Doc 3 - petição soibelmann 2.JPG; Doc 3 - petição soibelmann 3.pdf; Recurso Administrativo Meta Instituto de Pesquisa Bacen.pdf Prezados, Em anexo consta recurso administrativo da Meta Instituto de Pesquisa de Opinião ao Chefe do Departamento de Infraestrutura e Gestão Patrimonial do Banco Central do Brasil. Atenciosamente, Flavio Eduardo Silveira Diretor Presidente Meta Instituto de Pesquisa

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Larissa Pereira Pelaquim

De: Flavio Eduardo Silveira <[email protected]>

Enviado em: segunda-feira, 26 de junho de 2017 17:31

Para: Demap/cpl-df (caixa Corporativa)

Assunto: Recurso Administrativo Meta Instituto de Pesquisa de Opinião

Anexos: Doc 1 - procuração.PDF; Doc 1 - contrato social.PDF; Doc 2 - artigo Saul

Soibelmann.pdf; Doc 3 - petição soibelmann 1.pdf; Doc 3 - petição

soibelmann 2.JPG; Doc 3 - petição soibelmann 3.pdf; Recurso Administrativo

Meta Instituto de Pesquisa Bacen.pdf

Prezados,

Em anexo consta recurso administrativo da Meta Instituto de Pesquisa de Opinião ao Chefe do Departamento de

Infraestrutura e Gestão Patrimonial do Banco Central do Brasil.

Atenciosamente,

Flavio Eduardo Silveira

Diretor Presidente

Meta Instituto de Pesquisa

1

Larissa Pereira Pelaquim

De: Flavio Eduardo Silveira <[email protected]>Enviado em: segunda-feira, 26 de junho de 2017 17:43Para: Demap/cpl-df (caixa Corporativa)Assunto: Última página assinada do Recurso Adminsitrativo da Meta Instituto de

Pesquisa enviado ao BacenAnexos: Última página assinada Recurso Administrativo Meta Instituto de Pesquisa.pdf

Prezados,

Estamos enviando, e anexo, a última página do Recurso Administrativo da Meta Instituto de Pesquisa enviado ao

Bacen, com as assinaturas dos responsáveis.

Atenciosamente,

Flavio Eduardo Silveira

Diretor Presidente

Meta Instituto de Pesquisa

Marçal Justen Filho Cesar Pereira

Fernão Justen de Oliveira Eduardo Talamini

André Guskow Cardoso Alexandre Wagner Nester

Marçal Justen Neto Rafael Wallbach Schwind

Felipe Scripes Wladeck Paulo Osternack Amaral

Guilherme F. Dias Reisdorfer Karlin Olbertz Niebuhr

Miguel Gualano de Godoy Mayara Ruski Augusto Sá

William Romero Rodrigo Goulart de Freitas Pombo

Juliane Erthal de Carvalho

Mônica Bandeira de Mello Lefèvre Guilherme Augusto Vezaro Eiras Isabella Moreira de Andrade Vosgerau Diego Franzoni Daniel Siqueira Borda Mayara Gasparoto Tonin Ricardo de Paula Feijó Marina Kukiela Vanelis Mucelin Camila Batista Rodrigues Costa Luísa Paschoaleto Martim Fernanda Caroline Maia Bruno Gressler Wontroba Victor Hugo Pavoni Vanelli Luísa Quintão Doshin Watanabe

Rua Visconde do Rio Branco, 237 • Curitiba-PR • 80.410-000 • Tel 55 41 3017.1800

Rua Joaquim Floriano, 413, Cj 111 • São Paulo-SP • 04.534-011 • Tel 55 11 3706.1500 SHS, Ed. Brasil 21, Bloco C, Sala 511 • Brasília-DF • 70.316-000 • Tel 55 61 3578.8787

www.justen.com.br

Ilmo. Sr. Chefe do Departamento de Infraestrutura e Gestão Patrimonial – Demap do

Banco Central do Brasil – Bacen.

Ref. Concorrência DEMAP n.º 88/2015

META INSTITUTO DE PESQUISA DE OPINIÃO LTDA., pessoa

jurídica de direito privado com sede em Canoas (RS) à Rua Boqueirão, n.º 706, sala

102, Estância Velha, CEP 92.032-970, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º

93.885.224/0001-90, por meio de seu representante legal e com a assistência de

seus advogados (procuração e documentos constitutivos anexos), comparece

respeitosamente perante V. Sa. para, com fulcro no item 10 do Edital de

Concorrência DEMAP nº 88/2015 e no art. 109, I, „b‟, da Lei 8.666/93, interpor

recurso face à decisão que desclassificou a sua proposta técnica.

Tendo em vista que a decisão recorrida foi publicada no Diário Oficial

da União (DOU) de 19.6.2017, o recurso é manifestamente tempestivo, e o prazo

para sua interposição expira hoje (26.6.2017).

Na forma do item 10.1 do Edital, pede que haja a reconsideração da r.

decisão pela Comissão Permanente de Licitações. Caso seja mantida a r. decisão,

pede que o recurso seja encaminhado ao Chefe do Departamento de Infraestrutura

e Gestão Patrimonial - Demap, a quem se roga o provimento do recurso.

I – APRESENTAÇÃO

A Recorrente é responsável pela execução de diversos projetos de

pesquisa em âmbito nacional e internacional. Trata-se de empresa com larga

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experiência em pesquisas quantitativas e qualitativas nas mais variadas áreas, a

saber: educação, saúde, projetos sociais, desenvolvimento sócio-econômico,

satisfação do consumidor, análise do mercado e comportamento eleitoral.

Atua no mercado desde 1991 perante clientes particulares e

instituições públicas, possuindo estrutura e equipe bastante qualificadas. Detém

capacidade profissional e operacional para realizar grandes levantamentos de

dados. Ao longo desses anos, executou com perfeição e excelência contratos de

prestação de serviços de pesquisa de opinião pública.

A Recorrente registra o respeito que dedica aos profissionais que

integram o Banco Central do Brasil. Destaca que a presente manifestação tem

estrita vinculação à interpretação objetiva dos fatos ocorridos. Destina-se à

preservação dos seus direitos e de sua reputação.

As discordâncias deduzidas no presente recurso fundamentam-se no

entendimento que se pretende para o texto normativo e para os fatos ocorridos,

diverso daquele adotado pela r. decisão recorrida.

II – SÍNTESE DOS FATOS

II.1 – A Concorrência DEMAP n.º 88/2015

O Banco Central do Brasil (BACEN) lançou a Concorrência DEMAP n.º

88/2015, do tipo “melhor técnica”, para a “Seleção e contratação de empresa,

instituto ou entidade especializada na prestação de serviços de pesquisa de opinião

pública, compreendendo planejamento e realização de projetos de pesquisa

qualitativa e quantitativa, da coleta e análise dos dados à elaboração de relatórios e

apresentação de resultados” (item 1.1, do Anexo 1).

Compareceram à licitação a ora Recorrente e as empresas CP2 –

Consultoria, Pesquisa e Planejamento Ltda. (“CP2”) e Virtú Análise e Estratégia

Ltda. (“Virtú”).

II.2 – A fase de habilitação

Extrai-se do edital uma série de requisitos para fins de habilitação dos

possíveis interessados em participar da licitação. O Anexo 2 estabelece, tal qual

admite a lei, exigências de natureza fiscal, jurídica, econômico-financeira e técnica.

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Apenas a ora Recorrente e a CP2 atenderam aos requisitos de

habilitação. A Virtú foi inabilitada após insurgência manifestada pela ora Recorrente,

e não prosseguiu no certame.

II.3 – O julgamento das propostas técnicas

Com a abertura das propostas técnicas a Comissão Técnica entendeu

que seria necessário realizar diligências a respeito dos atestados da Recorrente –

notadamente aqueles representativos de pesquisas que suscitaram dúvidas e

aqueles referentes aos trabalhos de maior magnitude.

Os membros da Comissão Técnica estabeleceram contato direto com

os órgãos emissores de grande parte dos atestados (Secom, Sebrae, Veraz e CEF)

e confirmaram a realização das pesquisas retratadas nos documentos.

Tendo em vista que algumas empresas não conseguiram localizar a

documentação – ou, em alguns casos, não terem sido elas próprias localizadas pela

Comissão –, o BACEN entrou em contato diretamente com a Recorrente para

requisitar o fornecimento de documentos complementares. Isto se passou em

relação aos atestados fornecidos pelo Inep - Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, por Saul Soibelmann & Equipe Advogados,

pela Empresa Penasul Ltda. e pela Competence Comunicação e Marketing Ltda.

Quanto a todos estes atestados, a realização das pesquisas foi confirmada a

partir da análise dos relatórios finais e dos contratos de prestação de serviços.

Com base nisso, apurou-se que a Recorrente alcançava pontuação

técnica superior a 80% do total possível, o que resultou na sua classificação. Não

foram realizadas diligências com relação aos atestados da CP2, que não alcançou

pontuação suficiente (44,2%) e teve sua proposta desclassificada, nos termos do

item 5.5, „b‟, do Anexo 3 do Edital.

Diante das análises realizadas, a Comissão de Licitações se reuniu e

acolheu integralmente a proposta da Comissão Técnica. Decidiu “CLASSIFICAR a

licitante Meta Instituto de Pesquisa de Opinião Ltda.” (doc. 221).

A Virtú recorreu da decisão de classificação. Na ocasião, impugnou a

autenticidade de dois dos atestados técnicos apresentados pela ora Recorrente

(doc. 228).

O recurso, contudo, não foi conhecido. A Comissão de Licitações do

BACEN acolheu orientação da Procuradoria Jurídica no sentido de que a Virtú

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careceria de legitimidade recursal, uma vez que nem sequer participou da fase de

julgamento das propostas (art. 41, §4º, da Lei 8.666/93 – doc. 229).

II.4 – A designação de sessão para abertura das propostas de preços

A partir dessa deliberação, a Comissão de Licitações designou data

para prosseguimento da licitação. Agendou a abertura dos envelopes contendo as

propostas de preços para o dia 29.5.2017, às 14h30 (Ofício 8547/2017-

BCB/DEMAP-Circular – doc. 230).

II.5 – A nova manifestação apresentada pela Virtú (“Representação”)

Ocorre que, nesse interregno, a Virtú surpreendentemente apresentou

novo requerimento, invocando direito de petição. Denominou-o “Representação”,

com esteio no art. 109, II, da Lei 8.666/93 (doc. 233).

Tratou-se de manifestação de conteúdo muito parecido com aquele

constante do recurso. Foram feitas graves imputações à Recorrente acerca de

suposta fraude em atestados técnicos.

Em síntese, a Virtú mencionou que teria encontrado “fortes indícios de

falsificação documental” em dois atestados apresentados pela ora Recorrente. A

diligência teria consistido na abordagem, via Facebook, do Sr. Saul Guilherme

Soibelmann, que figura como subscritor dos atestados fornecidos pela empresa

“Saul Soibelmann & Equipe Advogados”. Surpreendentemente, o Sr. Saul teria

respondido à Virtú que não reconhecia como sua a assinatura constante dos

atestados e que jamais contratara serviços de pesquisa.

Diante disso, a Comissão sustou o ato de abertura das propostas

comerciais. Informou à ora Recorrente o recebimento da “Representação” da Virtú e

abriu prazo de 5 dias para apresentação de resposta (doc. 234).

II.6 – A resposta da Recorrente

A Recorrente imediatamente trouxe aos autos as notas fiscais e os

relatórios resultantes das pesquisas retratadas nos dois atestados impugnados pela

Virtú (docs. 237 e 238). A documentação permite concluir não apenas que os

serviços foram prestados como também demonstra a expertise da empresa nesse

tipo de atuação.

II.7 – A diligência realizada pela Comissão

A Comissão converteu o feito em diligência. Sem expedir qualquer

comunicação aos interessados – ao menos, sem comunicar a Recorrente –, entrou

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em contato com o Sr. Saul e enviou dois servidores até a casa dele, em 6.6.2017,

que lhe tomaram o depoimento em uma espécie de “entrevista”. Foi elaborado um

“Termo de Entrevista Pessoal” (doc. 241), que consiste num documento pré-

formatado com alguns espaços em branco, preenchidos à mão de acordo com as

declarações do Sr. Saul.

O “Termo de Entrevista Pessoal” demonstra que foram realizados

apenas três questionamentos: (i) se a assinatura constante dos atestados era do

“entrevistado”; (ii) se o “entrevistado” já teria em alguma ocasião contratado a ora

Recorrente; e (iii) se o escritório “Saul Soibelmann & Equipe Advogados” já havia

contratado alguma pesquisa de opinião para verificar o grau de satisfação do público

com o Poder Judiciário ou com a OAB.

Segundo consta do “Termo de Entrevista Pessoal”, a resposta às três

perguntas foi “Não”. Ao final, há ainda uma declaração do Sr. Saul, registrada nos

seguintes termos:

“Declaro que há muitos anos, antes do surgimento do Google, tive

relacionamento comercial com o Sr. Flávio [representante legal da

Recorrente], relativo a um Guia Eletrônico, que se estendeu por alguns meses

e, desde então, não tivemos mais nenhum contato, nem tive notícias dele.

Desconheço se naquela época o Sr. Flávio era vinculado à empresa Meta

Instituto de Pesquisa de Opinião”.

Ainda de acordo com o “Termo de Entrevista Pessoal”, a tal entrevista

teria durado 50 minutos (de 16h às 16h50). É certo que nesse período os envolvidos

teriam tempo para aprofundar o debate acerca das questões objeto da diligência. No

entanto, nada mais foi declarado, e a ora Recorrente não tem conhecimento das

discussões, uma vez que não foi intimada para participar da diligência.

II.8 – A decisão de desclassificação

Ato contínuo, a Comissão proferiu decisão desclassificando a proposta

da ora Recorrente. O fundamento invocado consistiu precisamente no conteúdo do

“Termo de Entrevista Pessoal” acima referido (doc. 242). Aludiu-se ainda ao fato de

que “a assinatura aposta no termo de declarações pelo Sr. SAUL (doc. 241) em

nada se assemelha àquela constante no termo de contrato apresentado pela META

(doc. 209 – p.3-4), nem àquelas contidas nos atestados de capacidade técnica (doc.

198, p. 105/229)”.

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A conclusão foi no sentido de anular a classificação da Recorrente e

desfazer os atos subsequentes. Isso porque, segundo a Comissão, “os atestados

foram responsáveis por somar à pontuação da META o total de 6 pontos (3 pontos

cada). Desconsiderando tais escores, a contagem de pontos da licitante para a

proposta técnica ficaria em 112, o que corresponde a 76,19% da pontuação possível

desta fase (147 pontos)” (doc. 242).

A regra adotada para anular a classificação foi aquela inserta no item

5.5, „b‟, do Anexo 3, que impõe como condição de classificação o atingimento de um

mínimo de 80% da pontuação possível.

A Comissão então homologou esse ato decisório em sessão realizada

no dia 14.6.2017, por meio da Ata n.º 291/2017-BCB/DEMAP (doc. 243). A decisão

foi publicada no DOU de 19.6.2017 e comunicada aos licitantes via e-mail (Ofício n.º

11207/2017-BCB/DEMAP-Circular – doc. 245).

III – O OBJETO DO PRESENTE RECURSO

É em face da decisão que anulou a classificação da proposta técnica

da ora Recorrente que se volta o presente recurso.

Como se verá a seguir, não existe fraude imputável à Recorrente nos

atestados impugnados. Ademais, trata-se de documentos irrelevantes à luz da

experiência que a empresa detém no mercado. A Recorrente possui acervo para

substituir esses atestados e alcançar a pontuação mínima exigida para classificação.

IV – RESSALVA INICIAL QUANTO AOS ATESTADOS IMPUGNADOS

Antes de tudo, a Recorrente destaca que não reconhece as imputações

de adulteração documental trazidas aos autos pela licitante Virtú. Está tão surpresa

quanto a Comissão, já que efetivamente prestou os serviços em questão e por

eles recebeu remuneração, conforme atestam o contrato, os relatórios e as notas

fiscais trazidas ao processo administrativo (docs. 237 e 238).

Deve-se observar que os serviços foram prestados há dezesseis anos.

Uma das pesquisas foi realizada entre 14.07.2001 e 12.08.2001 e a outra entre

02.09.2001 e 29.09.2001. Ou seja, a prestação se deu há muitos anos, o que

certamente dificulta o levantamento de todos os elementos relacionados ao objeto.

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O próprio depoimento do Sr. Saul Guilherme Soibelmann, invocado pela Comissão,

é cercado de dúvidas, uma vez que se refere a fatos ocorridos há longo tempo.

De todo modo, tendo em vista a credibilidade detida pela empresa no

mercado, cuja reputação vem sendo inclusive comprometida por conta de anúncios

publicados na imprensa nos últimos dias, a Recorrente está promovendo todas as

investigações possíveis por conta própria, para apurar se de fato há algum problema

com a assinatura do atestado, comprometendo-se desde logo a apresentar

eventuais novos elementos que venha a apurar.

Cabe salientar desde já que as condições de saúde do Sr. Saul

Guilherme Soibelmann lamentavelmente não são estáveis, de maneira que o

depoimento por ele prestado – e tomado unilateralmente pela Comissão, diga-se –

cede ante as evidências concretas trazidas aos autos pela Recorrente.

V – A INVALIDADE DA DILIGÊNCIA REALIZADA

Respeitosamente, a diligência tal qual realizada é inválida. Tratou-se

de ato unilateral, conduzido sem a participação dos interessados e, como

consequência, em contrariedade aos arts. 43, § 3º, da Lei 8.666/93 c/c art. 3º, II, e

art. 41 da Lei 9.784/99.

Ao mesmo tempo em que o art. 43, §3º, da Lei 8.666/93 impõe o dever

de realizar diligências em caso de dúvida, o art. 3º, II, da Lei 9.784/99 assegura aos

administrados o direito de “ter ciência da tramitação dos processos administrativos

em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de

documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas”, e o art. 41

estabelece que “os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada,

com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de

realização”.

As lições de MARÇAL JUSTEN FILHO atentam para essa questão. Em

virtude da excelência da análise, pede-se licença para transcrever excerto um pouco

mais extenso da obra do autor a esse respeito:

“A realização da diligência submete-se ao devido processo legal e ao

contraditório. Como regra, deve ser antecedida de comunicação a

todos os possíveis interessados, inclusive para permitir o seu

acompanhamento por todos os participantes da licitação.

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“A competência para realizar diligências não significa, portanto, atribuição de

poderes para atuação personalíssima, orientada por subjetivismos pessoais.

No curso de uma licitação, a autoridade administrativa não está

legitimada a produzir visitas sigilosas, telefonemas pessoais ou

qualquer providência destituída de transparência. Toda e qualquer

diligência tem de observar o princípio da publicidade, do contraditório

e da ampla defesa. Todos os licitantes devem ser informados da

adoção de diligências, que devem ser realizadas de modo a preservar a

objetividade e a moralidade.

“Se a diligência envolver alguma atividade material de verificação das

instalações, equipamentos ou da situação concreta de um licitante, a sua

realização deverá ser estritamente procedimentalizada. Isso significa que a

efetivação da diligência deverá ser a ele anunciada com antecedência e

indicação precisa do objeto, data, local e horário. Tal tipo de diligência

será obrigatoriamente subordinada ao princípio da publicidade, o que

significa a vedação a que a autoridade realize visitas secretas, reuniões

sigilosas ou levantamentos privados. Todo e qualquer interessado terá

o direito de acompanhar a realização de diligência dessa ordem. Será

recomendável que a autoridade se faça acompanhar de outros agentes

estatais, de modo a evitar arguições de desvio ou incorreção de conduta.

Deverá lavrar-se ata minuciosa relativamente aos eventos ocorridos ao

longo da diligência, cabendo aos interessados (inclusive demais licitantes)

oportunidade para manifestar eventuais discordâncias ou oposições. A

diligência deverá resultar numa decisão da autoridade competente. Tal

decisão poderá ser favorável ou desfavorável ao licitante envolvido e deverá

ser devidamente motivada” (Comentários à Lei de Licitações e Contratos

Administrativos. 17ª ed. São Paulo: RT, 2016, 948 – original sem grifos).

No caso concreto, nada disso foi observado. Não houve intimação da

ora Recorrente quanto à realização da diligência, nem oportunidade para seu

acompanhamento ou para fiscalização dos atos praticados. A intimação da ora

Recorrente era especialmente relevante na medida em que a sua presença lhe

permitiria contraditar as (inexplicáveis) afirmações feitas pelo Sr. Saul. Aliás, não há

razão para isto não ter ocorrido.

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Houve suspeita acerca da confiabilidade de documento

presumidamente idôneo. E a descaracterização do material foi feita a partir de

declaração obtida unilateralmente, sem nem sequer oportunizar à Recorrente a

participação no ato.

Veja-se que no “Termo de Entrevista Pessoal” consta declaração do Sr.

Saul Guilherme Soibelmann de que teve relacionamento comercial há muitos anos

com o Sr. Flávio Silveira, sócio-gerente da ora Recorrente. Ou seja, o depoimento

revela certa imprecisão acerca dos fatos pretéritos. Eventualmente, a participação

da Recorrente na diligência poderia colaborar para apresentação de fatos e

informações que conduzissem à busca da verdade real. Todavia, a condução

unilateral da diligência impediu o exercício do contraditório e contaminou seu

resultado.

Assim, e sempre respeitosamente, a diligência tal qual realizada se

revela inútil para os fins a que se pretende. Considerando que seu resultado serviu

de base precípua para a prolação da decisão recorrida, cabe anular a diligência e a

decisão.

VI – A REGULARIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A “SAUL

SOIBELMANN & EQUIPE ADVOGADOS”

Sem prejuízo do acima exposto, a Recorrente destaca que prestou

regularmente os serviços objeto dos atestados emitidos pela “Saul Soibelmann &

Equipe Advogados”. Com o devido respeito, as circunstâncias apontadas pela

licitante Virtú e acolhidas pela Comissão não se prestam a desabonar o conteúdo

dos materiais apresentados.

VI.1 – Inexistência de questionamento pela Comissão acerca da realização dos

trabalhos de pesquisa

O contrato firmado pela Recorrente com a “Saul Soibelmann & Equipe

Advogados” abrangeu a realização de duas pesquisas quantitativas: uma presencial

(face a face), e outra realizada mediante ligações telefônicas CATI (Computer

Assisted Telephone Interviewing).

A primeira delas (presencial) consistiu em pesquisa para aferir o grau

de satisfação do público com o Poder Judiciário. Foi realizada em agosto de 2001

(doc. 209) nas 27 unidades da Federação, com 1.000 entrevistas face a face.

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A pontuação atribuída à empresa por essa pesquisa foi de 3 (três)

pontos, conforme preceitua o item 2.1.4.2, „b‟ c/c 2.3.2, do Anexo 3 do ato

convocatório.

A segunda pesquisa (telefônica CATI) correspondeu à pesquisa sobre

a opinião dos advogados em relação à OAB. Foi realizada em setembro de 2001

(doc. 237), também nas 27 unidades da Federação, e envolveu 1.100 entrevistas

telefônicas.

Essa pesquisa também incrementou em 3 (três) pontos a avaliação da

Recorrente, com base nos itens 2.1.4.3, „b‟ c/c 2.3.3, do Anexo 3 do edital.

O conteúdo das pesquisas objeto dos dois atestados impugnados

jamais foi questionado pela Comissão. Embora a Virtú tenha feito alegações

(levianas, superficiais e sem qualquer base concreta, com a devida vênia) no sentido

de que o relatório teria sido inventado e que nunca poderia haver interesse de um

escritório de Porto Alegre em encomendar pesquisas dessa ordem, a decisão

recorrida nem sequer tomou em conta tais alegações.

O comprometimento do documento se deu, de acordo com a decisão

recorrida, em função de o contratante não ter reconhecido a sua assinatura no

documento – sem que, insista-se, tenha se levantado qualquer circunstância apta a

comprometer o trabalho apresentado.

VI.2 – O interesse do contratante pelo conteúdo das pesquisas

De todo modo, ainda que tais alegações não tenham sido adotadas

como fundamento da decisão, a Recorrente considera importante rebatê-las para a

compreensão do contexto em que se deu a contratação.

Para além do exercício cotidiano da profissão de advogado, o Sr. Saul

Guilherme Soibelmann sempre manifestou interesse com o diagnóstico da situação

do Poder Judiciário e os rumos da advocacia no Brasil. Ao longo de sua trajetória

profissional, manteve compromisso com soluções para tornar o sistema mais justo e

eficiente. Essa conduta, que redundou no interesse em contratar as pesquisas de

opinião, é bem retratada em artigo publicado no sítio eletrônico ViaJus em 22.8.2000

intitulado “Poder Judiciário: Problema e Solução” (v. doc. anexo).

VI.3 – A efetiva existência do escritório à época da prestação dos serviços

11

A Recorrente pede licença ainda para desmentir a alegação da Virtú de

que a sociedade de advogados do Sr. Saul nem sequer existiria e de que ele atuaria

unicamente como microempreendedor individual.

Na realidade, à época da contratação (2001) a sociedade “Saul

Soibelmann & Equipe Advogados” existia e estava em plena operação e exercício.

Mediante breve pesquisa, a Recorrente localizou petições apresentadas perante o

Poder Judiciário com timbre do escritório do Sr. Saul, que demonstram que a banca

efetivamente operou naquele período (v. doc. anexo).

Daí porque é absolutamente irrelevante se em algum momento

posterior a sociedade se desfez. Aliás, é bastante razoável concluir que

eventualmente o Sr. Saul não exerce mais a atividade advocatícia em virtude de sua

idade avançada e condição de saúde debilitada. A ausência de atividade nos dias de

hoje é fator que em nada infirma a confiabilidade dos atestados e a existência da

sociedade de advogados na época dos fatos.

VI.4 – As notas fiscais emitidas pela Recorrente

De mais a mais, há outro documento que afasta por completo a

desconfiança que se criou acerca dos atestados emitidos pelo escritório de

advocacia.

Trata-se das notas fiscais emitidas pelos serviços prestados e que

demonstram os valores pagos em contrapartida pelo escritório do Sr. Saul (doc. 238)

– todos, diga-se, com respaldo contratual.

São R$30.000,00 pelos serviços da pesquisa presencial (NFs 1017,

1018 e 1021 – respectivamente, de R$6.000,00, R$9.000,00 e R$15.000,00), e

R$15.000,00 pagos pela pesquisa telefônica (NFs 1023 e 1027, nos valores de

R$4.500,00 e R$9.500,00).

Há discriminação específica dos serviços nas respectivas notas fiscais,

o que por si só já elimina a suposta “falta de fidedignidade” dos dois atestados.

VI.5 – Ausência de confiabilidade das informações prestadas pelo Sr. Saul

Por outro lado, cabe destacar que as informações prestadas pelo Sr.

Saul não são dotadas de força suficiente para se sobrepor aos documentos

apresentados pela Recorrente.

Antes de tudo, e pelo que se vê do próprio contato estabelecido pela

Virtú com o Sr. Saul – que informa, desde logo, estar “hospitalizado, após uma pré-

12

síncope cardíaca”, o seu estado de saúde encontra-se bastante debilitado. Trata-se

de pessoa de 81 anos de idade que sofre com desmaios e perda de lucidez.

Dentro desse cenário, não é necessário elaborar um diagnóstico

médico mais aprofundado para concluir que o Sr. Saul não teria condições de

prestar esclarecimentos sobre serviços contratados por seu escritório de advocacia

há dezesseis anos. Com efeito, tamanha foi a insistência da Virtú que o Sr. Saul

decidiu, a despeito de estar se sentindo claramente desconfortável, responder às

indagações sobre sua assinatura: “Não prestei atenção no doc e a assinatura é

muito diferente da minha”.

A Recorrente não olvida que a Comissão de Licitações contatou

pessoalmente o Sr. Saul para aferir a situação – muito embora confie que o

resultado seria muito diferente caso tivesse participado da diligência. De qualquer

modo, sem prejuízo das impressões pessoais dos representantes do órgão, o fato é

que a situação clínica do Sr. Saul, como ele próprio reconhece, não é boa.

Ora, existindo a mínima chance de comprometimento da sanidade

mental do Sr. Saul em decorrência de problemas de saúde, descabe utilizar suas

declarações como base única para desconstituir documentos elaborados há uma

década e meia, que gozam de presunção de boa-fé e que estão respaldados em

documentação fiscal absolutamente idônea.

VI.6 – A impossibilidade de descaracterização do serviço em função de suposto

defeito na assinatura do contratante

Há que se ter em conta também o fato de que eventual defeito na

concepção do contrato não é apto a ilidir a experiência demonstrada, nem muito

menos a relação existente entre as partes – e que, de mais a mais, consolidou-se a

partir da entrega do produto.

O instrumento contratual se presta a garantir às partes a incolumidade

da relação que pactuaram. Trata-se de documento formal, que confere segurança à

avença firmada. No entanto, a relação em si nem sequer precisa ser formalizada por

escrito. Em outras palavras, o fato de se ter inequivocamente executado os serviços

– o que a decisão recorrida não põe em xeque, insista-se –, e de o escritório ter

efetivado os pagamentos supre toda essa discussão quanto à assinatura do Sr.

Saul.

13

Veja-se que para atingimento da pontuação técnica, o ato convocatório

exige que se comprove a execução de trabalhos de pesquisa, independentemente

da origem de sua contratação e dos valores pactuados pelo serviço – o que, de mais

a mais, nem mesmo seria passível de requisição.

O item 2.3.2 delimita, dentre outras coisas, a possibilidade de pontuar

por “Quantidade de projetos de pesquisa realizados com ao menos 800 (oitocentas)

entrevistas domiciliares em pelo menos 8 (oito) Unidades da Federação em até 30

(trinta) dias corridos de execução”. Os pontos variam, segundo tabela, de acordo

com a quantidade de projetos executados. Se executado um ou dois projetos

dentro dessas características – tal qual fez a Recorrente, a partir da pesquisa

presencial sobre a satisfação do público com o Poder Judiciário –, prevê-se a

atribuição de 3 pontos.

Já o item 2.3.3 preceitua a possibilidade de angariar pontos no uso de

técnicas de pesquisa quantitativa de opinião com uso de entrevistas telefônicas.

Segundo o item no qual se insere a Recorrente, caso sejam realizados um ou dois

projetos “com ao menos 400 (quatrocentas) entrevistas telefônicas em pelo menos 6

(seis) UFs em até 30 (trinta) dias corridos de execução”, o interessado terá direito a

3 pontos.

Assim, considerando que o serviço foi inequivocamente executado e

que há provas materiais nesse sentido, afigura-se de todo irrelevante – com a devida

vênia – as considerações do Sr. Saul Guilherme Soibelmann sobre supostamente

não ter aposto sua assinatura nos contratos em questão.

VI.7 – Síntese

Como se vê, são frágeis as alegações invocadas para descaracterizar

os atestados apresentados em nome de “Saul Soibelmann & Equipe Advogados”.

De um lado, há documentos sólidos que respaldam as atestações e

que evidenciam a efetiva prestação dos serviços – cujo abrangência e conteúdo,

aliás, nunca nem mesmo se questionou.

De outro lado, o estado de saúde do Sr. Saul está comprometido, o

que, no mínimo, coloca em dúvida suas declarações, notadamente quando estas

afrontam documentação em sentido contrário, que atesta uma contratação ocorrida

há dezesseis anos.

14

VII – SUCESSIVAMENTE: A EXISTÊNCIA DE ATESTADOS ADICIONAIS

SUFICIENTES PARA SUPRIR AQUELES REPUTADOS INVÁLIDOS

Por eventualidade, caso não sejam superados os pontos levantados

para desqualificar os atestados, a Recorrente destaca que possui em seu acervo

outros documentos demonstrativos de experiência equivalente e até mesmo superior

à evidenciada pelos trabalhos realizados à “Saul Soibelmann & Equipe Advogados”

– tanto para o item 2.3.2 (pesquisa presencial), quanto para o item 2.3.3 (pesquisa

telefônica).

No que diz respeito à realização de pesquisa presencial (face a face), a

Recorrente possui experiência em trabalho realizado para a EMBRAPA, com 1000

entrevistas domiciliares em diversos Estados do país.

Já para a questão da pesquisa realizada mediante ligações telefônicas

CATI, a Recorrente dispõe de vários outros documentos. Realizou trabalhos de

características equivalentes para a Caixa Econômica Federal (CEF), com variados

focos de consulta: Gestão do trabalho Primeira Onda (2.670 entrevistas); Bolsa

Família (2.000 entrevistas); Gestão do Trabalho Terceira Onda (2.402 entrevistas);

Gestão do Trabalho Segunda Onda (2.692 entrevistas); Habitação (2.884

entrevistas); Minha Casa Melhor (3.203 entrevistas); Penhor (4.900 entrevistas);

Seguro desemprego (1.966 entrevistas). Prestou serviços nesses termos também

para o SEBRAE Nacional: Central de Relacionamento (6.243 entrevistas); Imagem

da Sociedade (10.649 entrevistas); Pesquisa Especial Final de Ano (6.617

entrevistas); Pesquisa Satisfação Aplicabilidade e Efetividade (14.432 entrevistas) e

Simples Nacional (5.510 entrevistas).

Os atestados acima referidos comprovam a expertise da empresa nas

pesquisas demandadas – tanto por meio presencial (item 2.3.2), quanto por meio

remeto, via telefone (item 2.3.3), nos perímetros de abrangência exigidos. Logo,

cabe considerá-los para julgamento da proposta da ora Recorrente, assim como

para reconhecer a sua boa-fé. Esse é o entendimento do Tribunal de Contas da

União, tal como se observa dos seguintes julgados:

“... a unidade técnica considerou haver indícios de fraude no certame,

consubstanciados na apresentação de atestado técnico falso pela licitante

vencedora. Por essa razão, propôs a suspensão cautelar do certame e a

15

realização de oitivas dos envolvidos, para apuração de eventuais

irregularidades. ...

... com as devidas vênias à unidade técnica, considero que os indícios de

suposta fraude no certame são frágeis e não devem implicar suspensão

cautelar do registro de preços.

Preliminarmente, para avaliar eventual desaprovação na condução do

certame, é necessário ponderar que o atestado impugnado foi anulado pela

entidade que o emitiu quando já ultrapassadas as fases de julgamento e de

habilitação. E, ainda, por provocação da própria representante.

Ademais – e é esse o ponto central deste exame – é necessário observar

que, mesmo diante de eventual exclusão do atestado impugnado,

restam outros três atestados de capacidade técnica apresentados pela

licitante vencedora, emitidos pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª

Região, por uma empresa particular e pelo próprio IFRO (peça 1, p. 327-

330).

Os atestados válidos apresentados pela licitante vencedora são suficientes

para considerar atendida a exigência de habilitação técnica prevista no

edital...” (Acórdão 6219/2016, 2ª Câm., Rel. Min. Ana Arraes).

“...a boa-fé da recorrente até poderia ser reconhecida caso tivesse sido

apresentado outro atestado de capacidade técnico-operacional capaz de

atender às exigências do item 11.2.10 do edital” (Acórdão 1369/2015,

Plenário, Rel. Min. Ana Arraes).

Ou seja, não havia nenhuma razão para a Recorrente apresentar

atestados defeituosos ou correspondentes a serviços não prestados. A Recorrente

detém acervo suficiente para qualificação técnica no presente certame. Selecionou,

dentre os diversos atestados que possui, aqueles emitidos pelo Sr. Saul Guilherme

Soibelmann. A verificação de eventual defeito formal nos atestados não modifica a

realidade dos fatos: a Recorrente detém a qualificação técnica expressada por meio

dos atestados, tal como comprova a documentação apresentada.

16

VIII – A INCIDÊNCIA DA PRERROGATIVA DO ART. 48, §3º, DA LEI 8.666/93

Por fim, caso não seja revisto o ato de sua desclassificação – o que

respeitosamente se admite apenas para argumentar –, a Recorrente destaca que

não será o caso de declarar fracassado o processo licitatório.

Isso porque a situação do caso concreto envolve aplicação clássica do

art. 48, §3º, da Lei 8.666/9, que preceitua o seguinte:

“Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem

desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de

oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras

propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso

de convite, a redução deste prazo para três dias úteis”.

Trata-se de sistemática admitida pela lei precisamente para assegurar

a eficiência dos atos administrativos e economia aos cofres públicos, já que a

abertura de um novo processo licitatório será morosa e custosa.

Conforme observa JESSÉ TORRES PEREIRA JUNIOR, “A norma

emprestará maior dinâmica aos certames e a alguns destes salvará do insucesso,

evitando desperdício de tempo e de recursos públicos” (Comentários à Lei das

Licitações e Contratações da Administração Pública. 8ª ed. Rio de Janeiro: Renovar,

2009, p. 564).

Assim, em não se provendo o presente recurso para reformar no mérito

a deliberação quanto à aceitabilidade dos atestados da “Saul Soibelmann & Equipe

Advogados”, a Recorrente pede a aplicação do art. 48, §3º, da Lei 8.666/93,

convocando-se todas as três licitantes que participaram do certame (a ora

Recorrente, a CP2 e a Virtú) para reapresentarem seus documentos de

habilitação e suas propostas técnicas, escoimados dos defeitos alegados.

IX – CONCLUSÃO

Por todo o exposto, a Recorrente espera a reconsideração da decisão

pela Comissão Permanente de Licitações.

Caso não haja a reconsideração, requer o regular encaminhamento do

recurso ao Chefe do Departamento de Infraestrutura e Gestão Patrimonial – Demap.

Pede, respeitosamente, a anulação da diligência realizada e da decisão proferida

com base em seu resultado (art. 43, §3º, da Lei 8.666/93 c/c art. 3º, II, e art. 41 da

17

Lei 9.784/99), em virtude da inobservância dos preceitos inerentes ao devido

processo no ato realizado. Protesta, nesse caso, pela realização de novo ato,

convocando-se previamente todos os interessados para que efetivamente possam

participar pessoalmente do ato e formular as observações que lhes parecerem

pertinentes.

Caso não seja esse o entendimento, a Recorrente pede a reforma da

decisão recorrida no mérito, reconhecendo-se a aceitabilidade dos atestados

emitidos por “Saul Soibelmann & Equipe Advogados” em favor da Recorrente.

Em caráter sucessivo e eventual, se a decisão for confirmada, protesta

pela reabertura de prazo para que as licitantes possam reapresentar seus

documentos de habilitação e suas propostas técnicas escoimados de defeitos

alegados, a teor do art. 48, §3º, da Lei 8.666/93.

Brasília, 26 de junho de 2017.

META INSTITUTO DE PESQUISA DE OPINIÃO LTDA.

p.p. p.p.

Marçal Justen Neto Karlin Olbertz Niebuhr

OAB/PR 35.912 OAB/PR 46.492

p.p.

William Romero

OAB/PR 51.663

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Saul Guilherme Soibelmann ‐ Profissional da área do [email protected]

Poder judiciário Problema e Solução

De longa data defrontam‐se os povos com dois problemas cruciaisrelativamente à

aplicação das leis:

1)Morosidade da tramitação processual e, 2)Super‐lotaçãocarcerária.

Entretanto, em país de dimensões continentais como o Brasil,esses problemas se

agigantam e parecem intransponíveis.

E, dentre tantos caminhos já experimentados na busca dasolução, parece válida a

sugestão de mais um.

Em traços preliminares, a título de ensaio:

1)Morosidade da tramitação processual.

O Poder Judiciário manteria sua atual estrutura.

Institui‐se o júri popular para apreciação e julgamento de todosos litígios.

Como ?

O juiz togado sorteia 63 pessoas para o munus publicus do mês.

Dentre esses 63, diariamente, seleciona 21 jurados do dia.

Esse tribunal reúne‐se das 8 às 20 horas, com intervalos para asrefeições.

Todos os litígios do dia são apresentados ao Tribunal que, sob apresidência do juiz

togado, deferirá as produções de prova requeridas pelas partes.

Sempre que possível, a parte interessada produzirá suas provasno mesmo dia, ou nos

dias subseqüentes.

: ÍNDICE : Judiciário : Poderjudiciário Problema e Solução

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Para tanto, quando necessário, o Tribunal suspenderá oprocesso por algumas horas ou

alguns dias, para que essas provas se produzam.

Apreciadas as provas, ouvidas as partes, através de seusadvogados, o tribunal oferece

seu veredito e o juiz togado, após depurá‐lo de possíveisimperfeições, proferirá a

sentença.

Somente haverá apelação sob fundamento de vício processualou negativa de vigência à

lei. (21 membros da comunidade expressam a vontade socialpara o caso concreto).

Evidentemente os juizes, togado e leigos, após um júri de 12horas, deverão repousar no

dia seguinte, logo, outros os sucederão em sistema derevezamento.

Veja‐se a agilidade que se imprimirá à tramitação processual.

Os recursos, hoje tão apedrejados pela opinião pública, comomanobra de procrastinação

processual, serão abolidos, porque um júri presidido por um juiztogado e composto por

21 membros da sociedade, expressará bem a vontade socialpara o caso concreto.

O júri será soberano, seja para deferir novas provas, seja parajulgar, e decidirá na hora,

na seção do Tribunal.

Argüída a eventual necessidade de oitiva de algumatestemunha antes não arrolada –

fato novo ‐, o júri poderá optar por suspender os trabalhosdeste processo por algumas

horas, durante as quais apreciará outro e, em seqüência,voltará para ouvir a

testemunha que fora mandada buscar.

Igualmente as perícias. O júri poderá suspender o processo poralgumas horas, ou poucos

dias, para a realização de perícia e a apreciará de pronto.

Tudo muito ágil, e o processo poderá ser julgado algumas horasou poucos dias após o

seu ajuizamento.

E, como dito, ordinariamente, não haverá recursos.

Daí, os poucos recursos cabíveis, por vício processual ounegativa de vigência à lei,

poderão ser julgados a curtíssimo prazo pela 2ª instância, vistoque esta estará

desonerada da sobre‐carga de processos que a atormenta nosdias atuais.

2)Super‐lotação carcerária.

Fala‐se tanto em reforma agrária.

Instituam‐se grandes colônias penais.

Grandes áreas de terra serão cercadas e seu entorno serávigiado por instituição militar,

de preferência Exército – seu entorno, sua área externa !

A administração interna se fará por técnicos especializados emadministração carcerária,

sob a supervisão direta do Min. Público.

O paciente penal, com a colaboração de outros, designadospela administração,

construirá sua modesta residência, para a qual poderá trazeresposa e/ou filhos.

Os trabalhos serão em forma cooperativa ("kibutz") e a colôniadeverá

auto‐sustentar‐se.

Evidentemente haverá participação colaborativa dos órgãostécnicos, estatais e

não‐estatais, como, exemplificativamente, Secretaria daSaúde, da Agricultura, Indústria

e Comércio etc.

E essas colônias poderão desenvolver também atividadesindustriais, como fábricas de

papel e papelão, de roupas e calçados, e até, talvez, avançarpela áreas de alta

tecnologia como informática etc.

A colônia terá sua própria cozinha coletiva, mas alguns poderãooptar por preparar seus

próprios alimentos, em suas pequenas casas.

Resultados evidentes: 1)O Estado será desonerado da gigantescadespesa que hoje o

atormenta; 2)Os pacientes penitenciários ganharão vida digna elhes serão

proporcionados meios de recuperação.

Não se há de pôr em dúvida que grandes técnicos poderão serali formados, com chances

de virem a ser disputados pelo mercado de trabalho.

Porto Alegre, 22 de agosto de 2000

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

0000175487433

14/10/2016 16h49minLEANDRO PINTO DE AZEVEDO

Página 3/3

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(e-STJ Fl.529)D

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