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Larissa Pereira Pelaquim
De: Flavio Eduardo Silveira <[email protected]>
Enviado em: segunda-feira, 26 de junho de 2017 17:31
Para: Demap/cpl-df (caixa Corporativa)
Assunto: Recurso Administrativo Meta Instituto de Pesquisa de Opinião
Anexos: Doc 1 - procuração.PDF; Doc 1 - contrato social.PDF; Doc 2 - artigo Saul
Soibelmann.pdf; Doc 3 - petição soibelmann 1.pdf; Doc 3 - petição
soibelmann 2.JPG; Doc 3 - petição soibelmann 3.pdf; Recurso Administrativo
Meta Instituto de Pesquisa Bacen.pdf
Prezados,
Em anexo consta recurso administrativo da Meta Instituto de Pesquisa de Opinião ao Chefe do Departamento de
Infraestrutura e Gestão Patrimonial do Banco Central do Brasil.
Atenciosamente,
Flavio Eduardo Silveira
Diretor Presidente
Meta Instituto de Pesquisa
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Larissa Pereira Pelaquim
De: Flavio Eduardo Silveira <[email protected]>Enviado em: segunda-feira, 26 de junho de 2017 17:43Para: Demap/cpl-df (caixa Corporativa)Assunto: Última página assinada do Recurso Adminsitrativo da Meta Instituto de
Pesquisa enviado ao BacenAnexos: Última página assinada Recurso Administrativo Meta Instituto de Pesquisa.pdf
Prezados,
Estamos enviando, e anexo, a última página do Recurso Administrativo da Meta Instituto de Pesquisa enviado ao
Bacen, com as assinaturas dos responsáveis.
Atenciosamente,
Flavio Eduardo Silveira
Diretor Presidente
Meta Instituto de Pesquisa
Marçal Justen Filho Cesar Pereira
Fernão Justen de Oliveira Eduardo Talamini
André Guskow Cardoso Alexandre Wagner Nester
Marçal Justen Neto Rafael Wallbach Schwind
Felipe Scripes Wladeck Paulo Osternack Amaral
Guilherme F. Dias Reisdorfer Karlin Olbertz Niebuhr
Miguel Gualano de Godoy Mayara Ruski Augusto Sá
William Romero Rodrigo Goulart de Freitas Pombo
Juliane Erthal de Carvalho
Mônica Bandeira de Mello Lefèvre Guilherme Augusto Vezaro Eiras Isabella Moreira de Andrade Vosgerau Diego Franzoni Daniel Siqueira Borda Mayara Gasparoto Tonin Ricardo de Paula Feijó Marina Kukiela Vanelis Mucelin Camila Batista Rodrigues Costa Luísa Paschoaleto Martim Fernanda Caroline Maia Bruno Gressler Wontroba Victor Hugo Pavoni Vanelli Luísa Quintão Doshin Watanabe
Rua Visconde do Rio Branco, 237 • Curitiba-PR • 80.410-000 • Tel 55 41 3017.1800
Rua Joaquim Floriano, 413, Cj 111 • São Paulo-SP • 04.534-011 • Tel 55 11 3706.1500 SHS, Ed. Brasil 21, Bloco C, Sala 511 • Brasília-DF • 70.316-000 • Tel 55 61 3578.8787
www.justen.com.br
Ilmo. Sr. Chefe do Departamento de Infraestrutura e Gestão Patrimonial – Demap do
Banco Central do Brasil – Bacen.
Ref. Concorrência DEMAP n.º 88/2015
META INSTITUTO DE PESQUISA DE OPINIÃO LTDA., pessoa
jurídica de direito privado com sede em Canoas (RS) à Rua Boqueirão, n.º 706, sala
102, Estância Velha, CEP 92.032-970, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º
93.885.224/0001-90, por meio de seu representante legal e com a assistência de
seus advogados (procuração e documentos constitutivos anexos), comparece
respeitosamente perante V. Sa. para, com fulcro no item 10 do Edital de
Concorrência DEMAP nº 88/2015 e no art. 109, I, „b‟, da Lei 8.666/93, interpor
recurso face à decisão que desclassificou a sua proposta técnica.
Tendo em vista que a decisão recorrida foi publicada no Diário Oficial
da União (DOU) de 19.6.2017, o recurso é manifestamente tempestivo, e o prazo
para sua interposição expira hoje (26.6.2017).
Na forma do item 10.1 do Edital, pede que haja a reconsideração da r.
decisão pela Comissão Permanente de Licitações. Caso seja mantida a r. decisão,
pede que o recurso seja encaminhado ao Chefe do Departamento de Infraestrutura
e Gestão Patrimonial - Demap, a quem se roga o provimento do recurso.
I – APRESENTAÇÃO
A Recorrente é responsável pela execução de diversos projetos de
pesquisa em âmbito nacional e internacional. Trata-se de empresa com larga
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experiência em pesquisas quantitativas e qualitativas nas mais variadas áreas, a
saber: educação, saúde, projetos sociais, desenvolvimento sócio-econômico,
satisfação do consumidor, análise do mercado e comportamento eleitoral.
Atua no mercado desde 1991 perante clientes particulares e
instituições públicas, possuindo estrutura e equipe bastante qualificadas. Detém
capacidade profissional e operacional para realizar grandes levantamentos de
dados. Ao longo desses anos, executou com perfeição e excelência contratos de
prestação de serviços de pesquisa de opinião pública.
A Recorrente registra o respeito que dedica aos profissionais que
integram o Banco Central do Brasil. Destaca que a presente manifestação tem
estrita vinculação à interpretação objetiva dos fatos ocorridos. Destina-se à
preservação dos seus direitos e de sua reputação.
As discordâncias deduzidas no presente recurso fundamentam-se no
entendimento que se pretende para o texto normativo e para os fatos ocorridos,
diverso daquele adotado pela r. decisão recorrida.
II – SÍNTESE DOS FATOS
II.1 – A Concorrência DEMAP n.º 88/2015
O Banco Central do Brasil (BACEN) lançou a Concorrência DEMAP n.º
88/2015, do tipo “melhor técnica”, para a “Seleção e contratação de empresa,
instituto ou entidade especializada na prestação de serviços de pesquisa de opinião
pública, compreendendo planejamento e realização de projetos de pesquisa
qualitativa e quantitativa, da coleta e análise dos dados à elaboração de relatórios e
apresentação de resultados” (item 1.1, do Anexo 1).
Compareceram à licitação a ora Recorrente e as empresas CP2 –
Consultoria, Pesquisa e Planejamento Ltda. (“CP2”) e Virtú Análise e Estratégia
Ltda. (“Virtú”).
II.2 – A fase de habilitação
Extrai-se do edital uma série de requisitos para fins de habilitação dos
possíveis interessados em participar da licitação. O Anexo 2 estabelece, tal qual
admite a lei, exigências de natureza fiscal, jurídica, econômico-financeira e técnica.
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Apenas a ora Recorrente e a CP2 atenderam aos requisitos de
habilitação. A Virtú foi inabilitada após insurgência manifestada pela ora Recorrente,
e não prosseguiu no certame.
II.3 – O julgamento das propostas técnicas
Com a abertura das propostas técnicas a Comissão Técnica entendeu
que seria necessário realizar diligências a respeito dos atestados da Recorrente –
notadamente aqueles representativos de pesquisas que suscitaram dúvidas e
aqueles referentes aos trabalhos de maior magnitude.
Os membros da Comissão Técnica estabeleceram contato direto com
os órgãos emissores de grande parte dos atestados (Secom, Sebrae, Veraz e CEF)
e confirmaram a realização das pesquisas retratadas nos documentos.
Tendo em vista que algumas empresas não conseguiram localizar a
documentação – ou, em alguns casos, não terem sido elas próprias localizadas pela
Comissão –, o BACEN entrou em contato diretamente com a Recorrente para
requisitar o fornecimento de documentos complementares. Isto se passou em
relação aos atestados fornecidos pelo Inep - Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, por Saul Soibelmann & Equipe Advogados,
pela Empresa Penasul Ltda. e pela Competence Comunicação e Marketing Ltda.
Quanto a todos estes atestados, a realização das pesquisas foi confirmada a
partir da análise dos relatórios finais e dos contratos de prestação de serviços.
Com base nisso, apurou-se que a Recorrente alcançava pontuação
técnica superior a 80% do total possível, o que resultou na sua classificação. Não
foram realizadas diligências com relação aos atestados da CP2, que não alcançou
pontuação suficiente (44,2%) e teve sua proposta desclassificada, nos termos do
item 5.5, „b‟, do Anexo 3 do Edital.
Diante das análises realizadas, a Comissão de Licitações se reuniu e
acolheu integralmente a proposta da Comissão Técnica. Decidiu “CLASSIFICAR a
licitante Meta Instituto de Pesquisa de Opinião Ltda.” (doc. 221).
A Virtú recorreu da decisão de classificação. Na ocasião, impugnou a
autenticidade de dois dos atestados técnicos apresentados pela ora Recorrente
(doc. 228).
O recurso, contudo, não foi conhecido. A Comissão de Licitações do
BACEN acolheu orientação da Procuradoria Jurídica no sentido de que a Virtú
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careceria de legitimidade recursal, uma vez que nem sequer participou da fase de
julgamento das propostas (art. 41, §4º, da Lei 8.666/93 – doc. 229).
II.4 – A designação de sessão para abertura das propostas de preços
A partir dessa deliberação, a Comissão de Licitações designou data
para prosseguimento da licitação. Agendou a abertura dos envelopes contendo as
propostas de preços para o dia 29.5.2017, às 14h30 (Ofício 8547/2017-
BCB/DEMAP-Circular – doc. 230).
II.5 – A nova manifestação apresentada pela Virtú (“Representação”)
Ocorre que, nesse interregno, a Virtú surpreendentemente apresentou
novo requerimento, invocando direito de petição. Denominou-o “Representação”,
com esteio no art. 109, II, da Lei 8.666/93 (doc. 233).
Tratou-se de manifestação de conteúdo muito parecido com aquele
constante do recurso. Foram feitas graves imputações à Recorrente acerca de
suposta fraude em atestados técnicos.
Em síntese, a Virtú mencionou que teria encontrado “fortes indícios de
falsificação documental” em dois atestados apresentados pela ora Recorrente. A
diligência teria consistido na abordagem, via Facebook, do Sr. Saul Guilherme
Soibelmann, que figura como subscritor dos atestados fornecidos pela empresa
“Saul Soibelmann & Equipe Advogados”. Surpreendentemente, o Sr. Saul teria
respondido à Virtú que não reconhecia como sua a assinatura constante dos
atestados e que jamais contratara serviços de pesquisa.
Diante disso, a Comissão sustou o ato de abertura das propostas
comerciais. Informou à ora Recorrente o recebimento da “Representação” da Virtú e
abriu prazo de 5 dias para apresentação de resposta (doc. 234).
II.6 – A resposta da Recorrente
A Recorrente imediatamente trouxe aos autos as notas fiscais e os
relatórios resultantes das pesquisas retratadas nos dois atestados impugnados pela
Virtú (docs. 237 e 238). A documentação permite concluir não apenas que os
serviços foram prestados como também demonstra a expertise da empresa nesse
tipo de atuação.
II.7 – A diligência realizada pela Comissão
A Comissão converteu o feito em diligência. Sem expedir qualquer
comunicação aos interessados – ao menos, sem comunicar a Recorrente –, entrou
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em contato com o Sr. Saul e enviou dois servidores até a casa dele, em 6.6.2017,
que lhe tomaram o depoimento em uma espécie de “entrevista”. Foi elaborado um
“Termo de Entrevista Pessoal” (doc. 241), que consiste num documento pré-
formatado com alguns espaços em branco, preenchidos à mão de acordo com as
declarações do Sr. Saul.
O “Termo de Entrevista Pessoal” demonstra que foram realizados
apenas três questionamentos: (i) se a assinatura constante dos atestados era do
“entrevistado”; (ii) se o “entrevistado” já teria em alguma ocasião contratado a ora
Recorrente; e (iii) se o escritório “Saul Soibelmann & Equipe Advogados” já havia
contratado alguma pesquisa de opinião para verificar o grau de satisfação do público
com o Poder Judiciário ou com a OAB.
Segundo consta do “Termo de Entrevista Pessoal”, a resposta às três
perguntas foi “Não”. Ao final, há ainda uma declaração do Sr. Saul, registrada nos
seguintes termos:
“Declaro que há muitos anos, antes do surgimento do Google, tive
relacionamento comercial com o Sr. Flávio [representante legal da
Recorrente], relativo a um Guia Eletrônico, que se estendeu por alguns meses
e, desde então, não tivemos mais nenhum contato, nem tive notícias dele.
Desconheço se naquela época o Sr. Flávio era vinculado à empresa Meta
Instituto de Pesquisa de Opinião”.
Ainda de acordo com o “Termo de Entrevista Pessoal”, a tal entrevista
teria durado 50 minutos (de 16h às 16h50). É certo que nesse período os envolvidos
teriam tempo para aprofundar o debate acerca das questões objeto da diligência. No
entanto, nada mais foi declarado, e a ora Recorrente não tem conhecimento das
discussões, uma vez que não foi intimada para participar da diligência.
II.8 – A decisão de desclassificação
Ato contínuo, a Comissão proferiu decisão desclassificando a proposta
da ora Recorrente. O fundamento invocado consistiu precisamente no conteúdo do
“Termo de Entrevista Pessoal” acima referido (doc. 242). Aludiu-se ainda ao fato de
que “a assinatura aposta no termo de declarações pelo Sr. SAUL (doc. 241) em
nada se assemelha àquela constante no termo de contrato apresentado pela META
(doc. 209 – p.3-4), nem àquelas contidas nos atestados de capacidade técnica (doc.
198, p. 105/229)”.
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A conclusão foi no sentido de anular a classificação da Recorrente e
desfazer os atos subsequentes. Isso porque, segundo a Comissão, “os atestados
foram responsáveis por somar à pontuação da META o total de 6 pontos (3 pontos
cada). Desconsiderando tais escores, a contagem de pontos da licitante para a
proposta técnica ficaria em 112, o que corresponde a 76,19% da pontuação possível
desta fase (147 pontos)” (doc. 242).
A regra adotada para anular a classificação foi aquela inserta no item
5.5, „b‟, do Anexo 3, que impõe como condição de classificação o atingimento de um
mínimo de 80% da pontuação possível.
A Comissão então homologou esse ato decisório em sessão realizada
no dia 14.6.2017, por meio da Ata n.º 291/2017-BCB/DEMAP (doc. 243). A decisão
foi publicada no DOU de 19.6.2017 e comunicada aos licitantes via e-mail (Ofício n.º
11207/2017-BCB/DEMAP-Circular – doc. 245).
III – O OBJETO DO PRESENTE RECURSO
É em face da decisão que anulou a classificação da proposta técnica
da ora Recorrente que se volta o presente recurso.
Como se verá a seguir, não existe fraude imputável à Recorrente nos
atestados impugnados. Ademais, trata-se de documentos irrelevantes à luz da
experiência que a empresa detém no mercado. A Recorrente possui acervo para
substituir esses atestados e alcançar a pontuação mínima exigida para classificação.
IV – RESSALVA INICIAL QUANTO AOS ATESTADOS IMPUGNADOS
Antes de tudo, a Recorrente destaca que não reconhece as imputações
de adulteração documental trazidas aos autos pela licitante Virtú. Está tão surpresa
quanto a Comissão, já que efetivamente prestou os serviços em questão e por
eles recebeu remuneração, conforme atestam o contrato, os relatórios e as notas
fiscais trazidas ao processo administrativo (docs. 237 e 238).
Deve-se observar que os serviços foram prestados há dezesseis anos.
Uma das pesquisas foi realizada entre 14.07.2001 e 12.08.2001 e a outra entre
02.09.2001 e 29.09.2001. Ou seja, a prestação se deu há muitos anos, o que
certamente dificulta o levantamento de todos os elementos relacionados ao objeto.
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O próprio depoimento do Sr. Saul Guilherme Soibelmann, invocado pela Comissão,
é cercado de dúvidas, uma vez que se refere a fatos ocorridos há longo tempo.
De todo modo, tendo em vista a credibilidade detida pela empresa no
mercado, cuja reputação vem sendo inclusive comprometida por conta de anúncios
publicados na imprensa nos últimos dias, a Recorrente está promovendo todas as
investigações possíveis por conta própria, para apurar se de fato há algum problema
com a assinatura do atestado, comprometendo-se desde logo a apresentar
eventuais novos elementos que venha a apurar.
Cabe salientar desde já que as condições de saúde do Sr. Saul
Guilherme Soibelmann lamentavelmente não são estáveis, de maneira que o
depoimento por ele prestado – e tomado unilateralmente pela Comissão, diga-se –
cede ante as evidências concretas trazidas aos autos pela Recorrente.
V – A INVALIDADE DA DILIGÊNCIA REALIZADA
Respeitosamente, a diligência tal qual realizada é inválida. Tratou-se
de ato unilateral, conduzido sem a participação dos interessados e, como
consequência, em contrariedade aos arts. 43, § 3º, da Lei 8.666/93 c/c art. 3º, II, e
art. 41 da Lei 9.784/99.
Ao mesmo tempo em que o art. 43, §3º, da Lei 8.666/93 impõe o dever
de realizar diligências em caso de dúvida, o art. 3º, II, da Lei 9.784/99 assegura aos
administrados o direito de “ter ciência da tramitação dos processos administrativos
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas”, e o art. 41
estabelece que “os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada,
com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
realização”.
As lições de MARÇAL JUSTEN FILHO atentam para essa questão. Em
virtude da excelência da análise, pede-se licença para transcrever excerto um pouco
mais extenso da obra do autor a esse respeito:
“A realização da diligência submete-se ao devido processo legal e ao
contraditório. Como regra, deve ser antecedida de comunicação a
todos os possíveis interessados, inclusive para permitir o seu
acompanhamento por todos os participantes da licitação.
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“A competência para realizar diligências não significa, portanto, atribuição de
poderes para atuação personalíssima, orientada por subjetivismos pessoais.
No curso de uma licitação, a autoridade administrativa não está
legitimada a produzir visitas sigilosas, telefonemas pessoais ou
qualquer providência destituída de transparência. Toda e qualquer
diligência tem de observar o princípio da publicidade, do contraditório
e da ampla defesa. Todos os licitantes devem ser informados da
adoção de diligências, que devem ser realizadas de modo a preservar a
objetividade e a moralidade.
“Se a diligência envolver alguma atividade material de verificação das
instalações, equipamentos ou da situação concreta de um licitante, a sua
realização deverá ser estritamente procedimentalizada. Isso significa que a
efetivação da diligência deverá ser a ele anunciada com antecedência e
indicação precisa do objeto, data, local e horário. Tal tipo de diligência
será obrigatoriamente subordinada ao princípio da publicidade, o que
significa a vedação a que a autoridade realize visitas secretas, reuniões
sigilosas ou levantamentos privados. Todo e qualquer interessado terá
o direito de acompanhar a realização de diligência dessa ordem. Será
recomendável que a autoridade se faça acompanhar de outros agentes
estatais, de modo a evitar arguições de desvio ou incorreção de conduta.
Deverá lavrar-se ata minuciosa relativamente aos eventos ocorridos ao
longo da diligência, cabendo aos interessados (inclusive demais licitantes)
oportunidade para manifestar eventuais discordâncias ou oposições. A
diligência deverá resultar numa decisão da autoridade competente. Tal
decisão poderá ser favorável ou desfavorável ao licitante envolvido e deverá
ser devidamente motivada” (Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos. 17ª ed. São Paulo: RT, 2016, 948 – original sem grifos).
No caso concreto, nada disso foi observado. Não houve intimação da
ora Recorrente quanto à realização da diligência, nem oportunidade para seu
acompanhamento ou para fiscalização dos atos praticados. A intimação da ora
Recorrente era especialmente relevante na medida em que a sua presença lhe
permitiria contraditar as (inexplicáveis) afirmações feitas pelo Sr. Saul. Aliás, não há
razão para isto não ter ocorrido.
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Houve suspeita acerca da confiabilidade de documento
presumidamente idôneo. E a descaracterização do material foi feita a partir de
declaração obtida unilateralmente, sem nem sequer oportunizar à Recorrente a
participação no ato.
Veja-se que no “Termo de Entrevista Pessoal” consta declaração do Sr.
Saul Guilherme Soibelmann de que teve relacionamento comercial há muitos anos
com o Sr. Flávio Silveira, sócio-gerente da ora Recorrente. Ou seja, o depoimento
revela certa imprecisão acerca dos fatos pretéritos. Eventualmente, a participação
da Recorrente na diligência poderia colaborar para apresentação de fatos e
informações que conduzissem à busca da verdade real. Todavia, a condução
unilateral da diligência impediu o exercício do contraditório e contaminou seu
resultado.
Assim, e sempre respeitosamente, a diligência tal qual realizada se
revela inútil para os fins a que se pretende. Considerando que seu resultado serviu
de base precípua para a prolação da decisão recorrida, cabe anular a diligência e a
decisão.
VI – A REGULARIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A “SAUL
SOIBELMANN & EQUIPE ADVOGADOS”
Sem prejuízo do acima exposto, a Recorrente destaca que prestou
regularmente os serviços objeto dos atestados emitidos pela “Saul Soibelmann &
Equipe Advogados”. Com o devido respeito, as circunstâncias apontadas pela
licitante Virtú e acolhidas pela Comissão não se prestam a desabonar o conteúdo
dos materiais apresentados.
VI.1 – Inexistência de questionamento pela Comissão acerca da realização dos
trabalhos de pesquisa
O contrato firmado pela Recorrente com a “Saul Soibelmann & Equipe
Advogados” abrangeu a realização de duas pesquisas quantitativas: uma presencial
(face a face), e outra realizada mediante ligações telefônicas CATI (Computer
Assisted Telephone Interviewing).
A primeira delas (presencial) consistiu em pesquisa para aferir o grau
de satisfação do público com o Poder Judiciário. Foi realizada em agosto de 2001
(doc. 209) nas 27 unidades da Federação, com 1.000 entrevistas face a face.
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A pontuação atribuída à empresa por essa pesquisa foi de 3 (três)
pontos, conforme preceitua o item 2.1.4.2, „b‟ c/c 2.3.2, do Anexo 3 do ato
convocatório.
A segunda pesquisa (telefônica CATI) correspondeu à pesquisa sobre
a opinião dos advogados em relação à OAB. Foi realizada em setembro de 2001
(doc. 237), também nas 27 unidades da Federação, e envolveu 1.100 entrevistas
telefônicas.
Essa pesquisa também incrementou em 3 (três) pontos a avaliação da
Recorrente, com base nos itens 2.1.4.3, „b‟ c/c 2.3.3, do Anexo 3 do edital.
O conteúdo das pesquisas objeto dos dois atestados impugnados
jamais foi questionado pela Comissão. Embora a Virtú tenha feito alegações
(levianas, superficiais e sem qualquer base concreta, com a devida vênia) no sentido
de que o relatório teria sido inventado e que nunca poderia haver interesse de um
escritório de Porto Alegre em encomendar pesquisas dessa ordem, a decisão
recorrida nem sequer tomou em conta tais alegações.
O comprometimento do documento se deu, de acordo com a decisão
recorrida, em função de o contratante não ter reconhecido a sua assinatura no
documento – sem que, insista-se, tenha se levantado qualquer circunstância apta a
comprometer o trabalho apresentado.
VI.2 – O interesse do contratante pelo conteúdo das pesquisas
De todo modo, ainda que tais alegações não tenham sido adotadas
como fundamento da decisão, a Recorrente considera importante rebatê-las para a
compreensão do contexto em que se deu a contratação.
Para além do exercício cotidiano da profissão de advogado, o Sr. Saul
Guilherme Soibelmann sempre manifestou interesse com o diagnóstico da situação
do Poder Judiciário e os rumos da advocacia no Brasil. Ao longo de sua trajetória
profissional, manteve compromisso com soluções para tornar o sistema mais justo e
eficiente. Essa conduta, que redundou no interesse em contratar as pesquisas de
opinião, é bem retratada em artigo publicado no sítio eletrônico ViaJus em 22.8.2000
intitulado “Poder Judiciário: Problema e Solução” (v. doc. anexo).
VI.3 – A efetiva existência do escritório à época da prestação dos serviços
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A Recorrente pede licença ainda para desmentir a alegação da Virtú de
que a sociedade de advogados do Sr. Saul nem sequer existiria e de que ele atuaria
unicamente como microempreendedor individual.
Na realidade, à época da contratação (2001) a sociedade “Saul
Soibelmann & Equipe Advogados” existia e estava em plena operação e exercício.
Mediante breve pesquisa, a Recorrente localizou petições apresentadas perante o
Poder Judiciário com timbre do escritório do Sr. Saul, que demonstram que a banca
efetivamente operou naquele período (v. doc. anexo).
Daí porque é absolutamente irrelevante se em algum momento
posterior a sociedade se desfez. Aliás, é bastante razoável concluir que
eventualmente o Sr. Saul não exerce mais a atividade advocatícia em virtude de sua
idade avançada e condição de saúde debilitada. A ausência de atividade nos dias de
hoje é fator que em nada infirma a confiabilidade dos atestados e a existência da
sociedade de advogados na época dos fatos.
VI.4 – As notas fiscais emitidas pela Recorrente
De mais a mais, há outro documento que afasta por completo a
desconfiança que se criou acerca dos atestados emitidos pelo escritório de
advocacia.
Trata-se das notas fiscais emitidas pelos serviços prestados e que
demonstram os valores pagos em contrapartida pelo escritório do Sr. Saul (doc. 238)
– todos, diga-se, com respaldo contratual.
São R$30.000,00 pelos serviços da pesquisa presencial (NFs 1017,
1018 e 1021 – respectivamente, de R$6.000,00, R$9.000,00 e R$15.000,00), e
R$15.000,00 pagos pela pesquisa telefônica (NFs 1023 e 1027, nos valores de
R$4.500,00 e R$9.500,00).
Há discriminação específica dos serviços nas respectivas notas fiscais,
o que por si só já elimina a suposta “falta de fidedignidade” dos dois atestados.
VI.5 – Ausência de confiabilidade das informações prestadas pelo Sr. Saul
Por outro lado, cabe destacar que as informações prestadas pelo Sr.
Saul não são dotadas de força suficiente para se sobrepor aos documentos
apresentados pela Recorrente.
Antes de tudo, e pelo que se vê do próprio contato estabelecido pela
Virtú com o Sr. Saul – que informa, desde logo, estar “hospitalizado, após uma pré-
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síncope cardíaca”, o seu estado de saúde encontra-se bastante debilitado. Trata-se
de pessoa de 81 anos de idade que sofre com desmaios e perda de lucidez.
Dentro desse cenário, não é necessário elaborar um diagnóstico
médico mais aprofundado para concluir que o Sr. Saul não teria condições de
prestar esclarecimentos sobre serviços contratados por seu escritório de advocacia
há dezesseis anos. Com efeito, tamanha foi a insistência da Virtú que o Sr. Saul
decidiu, a despeito de estar se sentindo claramente desconfortável, responder às
indagações sobre sua assinatura: “Não prestei atenção no doc e a assinatura é
muito diferente da minha”.
A Recorrente não olvida que a Comissão de Licitações contatou
pessoalmente o Sr. Saul para aferir a situação – muito embora confie que o
resultado seria muito diferente caso tivesse participado da diligência. De qualquer
modo, sem prejuízo das impressões pessoais dos representantes do órgão, o fato é
que a situação clínica do Sr. Saul, como ele próprio reconhece, não é boa.
Ora, existindo a mínima chance de comprometimento da sanidade
mental do Sr. Saul em decorrência de problemas de saúde, descabe utilizar suas
declarações como base única para desconstituir documentos elaborados há uma
década e meia, que gozam de presunção de boa-fé e que estão respaldados em
documentação fiscal absolutamente idônea.
VI.6 – A impossibilidade de descaracterização do serviço em função de suposto
defeito na assinatura do contratante
Há que se ter em conta também o fato de que eventual defeito na
concepção do contrato não é apto a ilidir a experiência demonstrada, nem muito
menos a relação existente entre as partes – e que, de mais a mais, consolidou-se a
partir da entrega do produto.
O instrumento contratual se presta a garantir às partes a incolumidade
da relação que pactuaram. Trata-se de documento formal, que confere segurança à
avença firmada. No entanto, a relação em si nem sequer precisa ser formalizada por
escrito. Em outras palavras, o fato de se ter inequivocamente executado os serviços
– o que a decisão recorrida não põe em xeque, insista-se –, e de o escritório ter
efetivado os pagamentos supre toda essa discussão quanto à assinatura do Sr.
Saul.
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Veja-se que para atingimento da pontuação técnica, o ato convocatório
exige que se comprove a execução de trabalhos de pesquisa, independentemente
da origem de sua contratação e dos valores pactuados pelo serviço – o que, de mais
a mais, nem mesmo seria passível de requisição.
O item 2.3.2 delimita, dentre outras coisas, a possibilidade de pontuar
por “Quantidade de projetos de pesquisa realizados com ao menos 800 (oitocentas)
entrevistas domiciliares em pelo menos 8 (oito) Unidades da Federação em até 30
(trinta) dias corridos de execução”. Os pontos variam, segundo tabela, de acordo
com a quantidade de projetos executados. Se executado um ou dois projetos
dentro dessas características – tal qual fez a Recorrente, a partir da pesquisa
presencial sobre a satisfação do público com o Poder Judiciário –, prevê-se a
atribuição de 3 pontos.
Já o item 2.3.3 preceitua a possibilidade de angariar pontos no uso de
técnicas de pesquisa quantitativa de opinião com uso de entrevistas telefônicas.
Segundo o item no qual se insere a Recorrente, caso sejam realizados um ou dois
projetos “com ao menos 400 (quatrocentas) entrevistas telefônicas em pelo menos 6
(seis) UFs em até 30 (trinta) dias corridos de execução”, o interessado terá direito a
3 pontos.
Assim, considerando que o serviço foi inequivocamente executado e
que há provas materiais nesse sentido, afigura-se de todo irrelevante – com a devida
vênia – as considerações do Sr. Saul Guilherme Soibelmann sobre supostamente
não ter aposto sua assinatura nos contratos em questão.
VI.7 – Síntese
Como se vê, são frágeis as alegações invocadas para descaracterizar
os atestados apresentados em nome de “Saul Soibelmann & Equipe Advogados”.
De um lado, há documentos sólidos que respaldam as atestações e
que evidenciam a efetiva prestação dos serviços – cujo abrangência e conteúdo,
aliás, nunca nem mesmo se questionou.
De outro lado, o estado de saúde do Sr. Saul está comprometido, o
que, no mínimo, coloca em dúvida suas declarações, notadamente quando estas
afrontam documentação em sentido contrário, que atesta uma contratação ocorrida
há dezesseis anos.
14
VII – SUCESSIVAMENTE: A EXISTÊNCIA DE ATESTADOS ADICIONAIS
SUFICIENTES PARA SUPRIR AQUELES REPUTADOS INVÁLIDOS
Por eventualidade, caso não sejam superados os pontos levantados
para desqualificar os atestados, a Recorrente destaca que possui em seu acervo
outros documentos demonstrativos de experiência equivalente e até mesmo superior
à evidenciada pelos trabalhos realizados à “Saul Soibelmann & Equipe Advogados”
– tanto para o item 2.3.2 (pesquisa presencial), quanto para o item 2.3.3 (pesquisa
telefônica).
No que diz respeito à realização de pesquisa presencial (face a face), a
Recorrente possui experiência em trabalho realizado para a EMBRAPA, com 1000
entrevistas domiciliares em diversos Estados do país.
Já para a questão da pesquisa realizada mediante ligações telefônicas
CATI, a Recorrente dispõe de vários outros documentos. Realizou trabalhos de
características equivalentes para a Caixa Econômica Federal (CEF), com variados
focos de consulta: Gestão do trabalho Primeira Onda (2.670 entrevistas); Bolsa
Família (2.000 entrevistas); Gestão do Trabalho Terceira Onda (2.402 entrevistas);
Gestão do Trabalho Segunda Onda (2.692 entrevistas); Habitação (2.884
entrevistas); Minha Casa Melhor (3.203 entrevistas); Penhor (4.900 entrevistas);
Seguro desemprego (1.966 entrevistas). Prestou serviços nesses termos também
para o SEBRAE Nacional: Central de Relacionamento (6.243 entrevistas); Imagem
da Sociedade (10.649 entrevistas); Pesquisa Especial Final de Ano (6.617
entrevistas); Pesquisa Satisfação Aplicabilidade e Efetividade (14.432 entrevistas) e
Simples Nacional (5.510 entrevistas).
Os atestados acima referidos comprovam a expertise da empresa nas
pesquisas demandadas – tanto por meio presencial (item 2.3.2), quanto por meio
remeto, via telefone (item 2.3.3), nos perímetros de abrangência exigidos. Logo,
cabe considerá-los para julgamento da proposta da ora Recorrente, assim como
para reconhecer a sua boa-fé. Esse é o entendimento do Tribunal de Contas da
União, tal como se observa dos seguintes julgados:
“... a unidade técnica considerou haver indícios de fraude no certame,
consubstanciados na apresentação de atestado técnico falso pela licitante
vencedora. Por essa razão, propôs a suspensão cautelar do certame e a
15
realização de oitivas dos envolvidos, para apuração de eventuais
irregularidades. ...
... com as devidas vênias à unidade técnica, considero que os indícios de
suposta fraude no certame são frágeis e não devem implicar suspensão
cautelar do registro de preços.
Preliminarmente, para avaliar eventual desaprovação na condução do
certame, é necessário ponderar que o atestado impugnado foi anulado pela
entidade que o emitiu quando já ultrapassadas as fases de julgamento e de
habilitação. E, ainda, por provocação da própria representante.
Ademais – e é esse o ponto central deste exame – é necessário observar
que, mesmo diante de eventual exclusão do atestado impugnado,
restam outros três atestados de capacidade técnica apresentados pela
licitante vencedora, emitidos pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª
Região, por uma empresa particular e pelo próprio IFRO (peça 1, p. 327-
330).
Os atestados válidos apresentados pela licitante vencedora são suficientes
para considerar atendida a exigência de habilitação técnica prevista no
edital...” (Acórdão 6219/2016, 2ª Câm., Rel. Min. Ana Arraes).
“...a boa-fé da recorrente até poderia ser reconhecida caso tivesse sido
apresentado outro atestado de capacidade técnico-operacional capaz de
atender às exigências do item 11.2.10 do edital” (Acórdão 1369/2015,
Plenário, Rel. Min. Ana Arraes).
Ou seja, não havia nenhuma razão para a Recorrente apresentar
atestados defeituosos ou correspondentes a serviços não prestados. A Recorrente
detém acervo suficiente para qualificação técnica no presente certame. Selecionou,
dentre os diversos atestados que possui, aqueles emitidos pelo Sr. Saul Guilherme
Soibelmann. A verificação de eventual defeito formal nos atestados não modifica a
realidade dos fatos: a Recorrente detém a qualificação técnica expressada por meio
dos atestados, tal como comprova a documentação apresentada.
16
VIII – A INCIDÊNCIA DA PRERROGATIVA DO ART. 48, §3º, DA LEI 8.666/93
Por fim, caso não seja revisto o ato de sua desclassificação – o que
respeitosamente se admite apenas para argumentar –, a Recorrente destaca que
não será o caso de declarar fracassado o processo licitatório.
Isso porque a situação do caso concreto envolve aplicação clássica do
art. 48, §3º, da Lei 8.666/9, que preceitua o seguinte:
“Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de
oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis”.
Trata-se de sistemática admitida pela lei precisamente para assegurar
a eficiência dos atos administrativos e economia aos cofres públicos, já que a
abertura de um novo processo licitatório será morosa e custosa.
Conforme observa JESSÉ TORRES PEREIRA JUNIOR, “A norma
emprestará maior dinâmica aos certames e a alguns destes salvará do insucesso,
evitando desperdício de tempo e de recursos públicos” (Comentários à Lei das
Licitações e Contratações da Administração Pública. 8ª ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2009, p. 564).
Assim, em não se provendo o presente recurso para reformar no mérito
a deliberação quanto à aceitabilidade dos atestados da “Saul Soibelmann & Equipe
Advogados”, a Recorrente pede a aplicação do art. 48, §3º, da Lei 8.666/93,
convocando-se todas as três licitantes que participaram do certame (a ora
Recorrente, a CP2 e a Virtú) para reapresentarem seus documentos de
habilitação e suas propostas técnicas, escoimados dos defeitos alegados.
IX – CONCLUSÃO
Por todo o exposto, a Recorrente espera a reconsideração da decisão
pela Comissão Permanente de Licitações.
Caso não haja a reconsideração, requer o regular encaminhamento do
recurso ao Chefe do Departamento de Infraestrutura e Gestão Patrimonial – Demap.
Pede, respeitosamente, a anulação da diligência realizada e da decisão proferida
com base em seu resultado (art. 43, §3º, da Lei 8.666/93 c/c art. 3º, II, e art. 41 da
17
Lei 9.784/99), em virtude da inobservância dos preceitos inerentes ao devido
processo no ato realizado. Protesta, nesse caso, pela realização de novo ato,
convocando-se previamente todos os interessados para que efetivamente possam
participar pessoalmente do ato e formular as observações que lhes parecerem
pertinentes.
Caso não seja esse o entendimento, a Recorrente pede a reforma da
decisão recorrida no mérito, reconhecendo-se a aceitabilidade dos atestados
emitidos por “Saul Soibelmann & Equipe Advogados” em favor da Recorrente.
Em caráter sucessivo e eventual, se a decisão for confirmada, protesta
pela reabertura de prazo para que as licitantes possam reapresentar seus
documentos de habilitação e suas propostas técnicas escoimados de defeitos
alegados, a teor do art. 48, §3º, da Lei 8.666/93.
Brasília, 26 de junho de 2017.
META INSTITUTO DE PESQUISA DE OPINIÃO LTDA.
p.p. p.p.
Marçal Justen Neto Karlin Olbertz Niebuhr
OAB/PR 35.912 OAB/PR 46.492
p.p.
William Romero
OAB/PR 51.663
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Saul Guilherme Soibelmann ‐ Profissional da área do [email protected]
Poder judiciário Problema e Solução
De longa data defrontam‐se os povos com dois problemas cruciaisrelativamente à
aplicação das leis:
1)Morosidade da tramitação processual e, 2)Super‐lotaçãocarcerária.
Entretanto, em país de dimensões continentais como o Brasil,esses problemas se
agigantam e parecem intransponíveis.
E, dentre tantos caminhos já experimentados na busca dasolução, parece válida a
sugestão de mais um.
Em traços preliminares, a título de ensaio:
1)Morosidade da tramitação processual.
O Poder Judiciário manteria sua atual estrutura.
Institui‐se o júri popular para apreciação e julgamento de todosos litígios.
Como ?
O juiz togado sorteia 63 pessoas para o munus publicus do mês.
Dentre esses 63, diariamente, seleciona 21 jurados do dia.
Esse tribunal reúne‐se das 8 às 20 horas, com intervalos para asrefeições.
Todos os litígios do dia são apresentados ao Tribunal que, sob apresidência do juiz
togado, deferirá as produções de prova requeridas pelas partes.
Sempre que possível, a parte interessada produzirá suas provasno mesmo dia, ou nos
dias subseqüentes.
: ÍNDICE : Judiciário : Poderjudiciário Problema e Solução
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Para tanto, quando necessário, o Tribunal suspenderá oprocesso por algumas horas ou
alguns dias, para que essas provas se produzam.
Apreciadas as provas, ouvidas as partes, através de seusadvogados, o tribunal oferece
seu veredito e o juiz togado, após depurá‐lo de possíveisimperfeições, proferirá a
sentença.
Somente haverá apelação sob fundamento de vício processualou negativa de vigência à
lei. (21 membros da comunidade expressam a vontade socialpara o caso concreto).
Evidentemente os juizes, togado e leigos, após um júri de 12horas, deverão repousar no
dia seguinte, logo, outros os sucederão em sistema derevezamento.
Veja‐se a agilidade que se imprimirá à tramitação processual.
Os recursos, hoje tão apedrejados pela opinião pública, comomanobra de procrastinação
processual, serão abolidos, porque um júri presidido por um juiztogado e composto por
21 membros da sociedade, expressará bem a vontade socialpara o caso concreto.
O júri será soberano, seja para deferir novas provas, seja parajulgar, e decidirá na hora,
na seção do Tribunal.
Argüída a eventual necessidade de oitiva de algumatestemunha antes não arrolada –
fato novo ‐, o júri poderá optar por suspender os trabalhosdeste processo por algumas
horas, durante as quais apreciará outro e, em seqüência,voltará para ouvir a
testemunha que fora mandada buscar.
Igualmente as perícias. O júri poderá suspender o processo poralgumas horas, ou poucos
dias, para a realização de perícia e a apreciará de pronto.
Tudo muito ágil, e o processo poderá ser julgado algumas horasou poucos dias após o
seu ajuizamento.
E, como dito, ordinariamente, não haverá recursos.
Daí, os poucos recursos cabíveis, por vício processual ounegativa de vigência à lei,
poderão ser julgados a curtíssimo prazo pela 2ª instância, vistoque esta estará
desonerada da sobre‐carga de processos que a atormenta nosdias atuais.
2)Super‐lotação carcerária.
Fala‐se tanto em reforma agrária.
Instituam‐se grandes colônias penais.
Grandes áreas de terra serão cercadas e seu entorno serávigiado por instituição militar,
de preferência Exército – seu entorno, sua área externa !
A administração interna se fará por técnicos especializados emadministração carcerária,
sob a supervisão direta do Min. Público.
O paciente penal, com a colaboração de outros, designadospela administração,
construirá sua modesta residência, para a qual poderá trazeresposa e/ou filhos.
Os trabalhos serão em forma cooperativa ("kibutz") e a colôniadeverá
auto‐sustentar‐se.
Evidentemente haverá participação colaborativa dos órgãostécnicos, estatais e
não‐estatais, como, exemplificativamente, Secretaria daSaúde, da Agricultura, Indústria
e Comércio etc.
E essas colônias poderão desenvolver também atividadesindustriais, como fábricas de
papel e papelão, de roupas e calçados, e até, talvez, avançarpela áreas de alta
tecnologia como informática etc.
A colônia terá sua própria cozinha coletiva, mas alguns poderãooptar por preparar seus
próprios alimentos, em suas pequenas casas.
Resultados evidentes: 1)O Estado será desonerado da gigantescadespesa que hoje o
atormenta; 2)Os pacientes penitenciários ganharão vida digna elhes serão
proporcionados meios de recuperação.
Não se há de pôr em dúvida que grandes técnicos poderão serali formados, com chances
de virem a ser disputados pelo mercado de trabalho.
Porto Alegre, 22 de agosto de 2000
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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
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14/10/2016 16h49minLEANDRO PINTO DE AZEVEDO
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