adriano roberto pelaquim

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  • UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

    CCSA - Centro de Cincias Sociais e Aplicadas

    Programa de Ps-Graduao em Cincias Contbeis

    IMPLEMENTAO DE INDICADORES DE DESEMPENHO

    EM UMA REDE DE VAREJO NA PERSPECTIVA

    INTERVENCIONISTA.

    Adriano Roberto Pelaquim

    So Paulo

    2013

  • Adriano Roberto Pelaquim

    Implementao de indicadores de desempenho em uma rede de

    varejo na perspectiva intervencionista.

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-

    Graduao em Cincias Contbeis da

    Universidade Presbiteriana Mackenzie para a

    obteno do ttulo de Mestre em Controladoria

    Empresarial.

    Orientador: Prof. Dr. Jos Carlos Tiomatsu Oyadomari

    So Paulo

    2013

  • Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

    Prof. Dr. Benedito Guimares Aguiar Neto

    Decano de Pesquisa e Ps-Graduao

    Prof. Dr. Moiss Ari Zilber

    Diretor do Centro de Cincias Sociais e Aplicadas

    Prof. Dr. Srgio Lex

    Coordenadora do Programa de Ps-Graduao em Cincias Contbeis

    Profa. Dra. Maria Thereza Pompa Antunes

  • P381i Pelaquim, Adriano Roberto

    Implementao de indicadores de desempenho em uma rede de varejo na perspectiva intervencionista / Adriano Roberto Pelaquim - 2013.

    106f. : il., 30 cm

    Dissertao (Mestre em Controladoria Empresarial)

    Universidade Presbiteriana Mackenzie, So Paulo, 2013.

    Orientao: Prof. Dr. Jos Carlos Tiomatsu Oyadomari

    Bibliografia: f. 100-103

    1. Indicador de desempenho. 2. Modelo de implementao. 3. BSC. 4. KPI. I. Ttulo.

    CDD 658.151

  • Ao meu pai Betinho,

    por ter me deixado uma herana que ningum poder me roubar, o conhecimento.

    minha me Elisete,

    por ter me dado a vida e a oportunidade de me aperfeioar como pessoa.

    minha esposa Kelen e ao meu filho Leonardo

    simplesmente por serem a razo da minha vida.

  • Agradecimentos

    Agradeo primeiramente a Deus, por ter me concedido sade e disposio para enfrentar e

    vencer todos os obstculos dessa jornada.

    Ao meu pai Betinho, minha grande fonte de inspirao que, mesmo em outro plano, me deu

    fora para continuar e certamente torceu muito pelo meu sucesso e a concluso deste trabalho.

    minha me Elisete, pelo colo onde tantas vezes me aconcheguei quando o cansao parecia

    no ter fim e pelos inmeros momentos em que me ouviu silenciosamente, procurando

    entender todos os meus desabafos diante das dificuldades que encontrei ao longo do caminho.

    Ao meu orientador professor Dr. Jos Carlos Tiomatsu Oyadomari, que me abriu os

    horizontes, acreditou no projeto e confiou em minha capacidade realizadora mesmo quando

    tudo parecia estar perdido.

    Aos executivos: Henrique Afonso Jnior, Jorge Alberto Gennari, Ricardo Wagner Afonso e

    Helle Nice Morkoski Afonso da Silva pela solicitude e permisso de realizao desta pesquisa

    na rede de padarias Brasileira.

    Especialmente ao executivo Henrique Afonso Jnior, que atendeu prontamente a todas as

    minhas solicitaes, no obstante a sua agenda extremamente atribulada em razo do

    importante momento de expanso em que a Padaria Brasileira viveu durante a pesquisa.

    Ao professor Dr. Ricardo Lopes Cardoso pelos conselhos, muitos deles dados em suas horas

    livres nos corredores do Mackenzie, e, sobretudo, pelo seu direcionamento preciso e

    fundamental na pr-qualificao, na qualificao e na defesa da pesquisa.

    Ao professor Dr. Andr Lus de Castro Moura Duarte pela honrosa participao na banca de

    qualificao e defesa, onde foi firme em suas colocaes, agregando imenso valor ao

    resultado final deste trabalho.

    A duas grande fontes de inspirao e incentivo. O executivo Walter Sanzovo e o empresrio e

    amigo Carlos Roberto Kassai, ambos por terem me inserido no contexto apaixonante da

    controladoria.

    Por fim, aos grandes amores da minha vida, minha esposa Kelen e meu filho Leonardo, pela

    pacincia, compreenso e apoio em todas as ocasies em que me ausentei e tive que protelar

    ou cancelar programas em famlia em prol da realizao deste trabalho. Especialmente ao

    Lo, que compreendeu e soube esperar com resignao o momento ideal para brincarmos,

  • pescarmos e jogarmos o nosso ping-pong juntos. E incondicionalmente Kelen, pelo seu

    amor nico, pelo qual proporcionou constante incentivo e persistncia, sobretudo quando as

    grandes dificuldades quase me fizeram desistir.

  • A persistncia o menor caminho do xito

    Charles Chaplin

  • RESUMO

    A presente pesquisa estudou o modelo de implementao de indicadores de

    desempenho desenvolvido por Neely et al. (2002) com o objetivo de empreg-lo em uma

    organizao empresarial nacional do setor de varejo, atravs de uma abordagem

    intervencionista. Em linhas gerais, o modelo parte da identificao dos principais grupos de

    cliente por produto correlacionando-os com os objetivos de negcio dos quais so

    balanceados sob as perspectivas do Balanced Scorecard (BSC) (KAPLAN; NORTON, 1997).

    Na sequncia leva definio dos indicadores de desempenho juntamente com as iniciativas e

    atividades a serem desenvolvidas pelos principais gestores com o objetivo de proverem o

    alcance das metas definidas. A organizao que permitiu a realizao do estudo de caso foi a

    Padaria Brasileira, uma rede de padarias da regio do ABC paulista em franco crescimento

    orgnico, onde a questo da pesquisa foi respondida por meio de entrevistas estruturadas e

    semiestruturadas, alm de coleta de documentos e registro do contedo observatrio

    resultante de reunies e visitas peridicas s unidades da organizao. Os dados coletados

    foram tabulados e compilados de acordo com a metodologia descrita pelo modelo, cada qual

    em um formulrio especfico e pr-definido. A anlise dos dados seguiu os critrios sugeridos

    pelo autor e outros especficos em funo do tipo do negcio. A despeito da organizao j

    possuir uma srie de indicadores de desempenho, o estudo possibilitou a formalizao dos

    indicadores no declarados oficiais e a incluso de novos indicadores, sobretudo de cunho no

    financeiro inclinados perspectiva da viso cliente, dos fornecedores e dos critrios de

    aprendizado e crescimento. Ao final, foi possvel concluir que o modelo aplicado teve

    aderncia ao tipo de negcio, salvo pequenas adaptaes em razo de algumas limitaes

    encontradas na organizao como o nvel de formalidade ainda em processo de

    aperfeioamento e a centralizao de comando. O estudo tambm remeteu a uma modesta

    contribuio para o aprimoramento do modelo de implementao, pois pde identificar e

    mapear potenciais gaps, nveis de aderncia, premissas e restries entre o modelo de

    referncia aplicado e as especificidades da empresa e do segmento estudado. Vale ressaltar

    que o framework foi desenvolvido e testado, segundo Neely et al. (2002), em organizaes

    multinacionais do setor Industrial e de Manufatura.

    Palavras-chave: Indicador de Desempenho, Modelo de Implementao, BSC, KPI

  • ABSTRACT

    This research has studied the implementation model of performance indicators

    developed by Neely et al. (2002) in order to use it in a national business organization from

    retail sector, through an interventionist approach. In general, the model identifying key

    customer groups by product correlating them with the business goals of which are balanced

    under Balanced Scorecard perspectives (BSC) (KAPLAN, NORTON, 1997). And then it

    defines performance indicators with initiatives and activities to be developed by managers to

    provide the achievement of targets. The organization that allowed the case study realization

    was the Padaria Brasileira, a chain of bakeries from Santo Andr city in an organic growth

    where incitement to answer the research question was through semi-structured and structured

    interviews, collection of documents and record content observatory resulting from meetings

    and regular visits to the units of the organization. The collected data were tabulated and

    compiled in accordance with the methodology described by the model, each in a specific form

    and pre-defined. The data analysis has followed the criteria suggested by the author and others

    specific to the type of business. Despite the organization already have a number of

    performance indicators, the study has allowed the formalization of undeclared official

    indicators and the inclusion of new indicators, especially of non-financial focused on

    customer perspective, suppliers and criteria for learning and growth. At the end, it was

    concluded that the model applied had adherence to business, except minor adjustments due to

    some limitations encountered in the organization as the level of formality still in process

    improvement and centralization of command. The study has also referred to a modest

    contribution to the improvement of the implementation model, because it could identify and

    map potential gaps, grip levels, assumptions and constraints between the reference model

    applied and feature company plus segment studied. It is important to mention that the

    framework was developed and tested, according to Neely et al. (2002), in multinational

    organizations in the Industrial and Manufacturing sector.

    Keywords: Performance Indicator, Model Implementation, BSC, KPI

  • Sumrio

    LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... 17 LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ 19 LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... 21

    1. INTRODUO ................................................................................................................ 24 1.1 Contextualizao do Tema ......................................................................................... 24 1.2 Questo da Pesquisa ................................................................................................... 25 1.3 Objetivo Geral ............................................................................................................ 25 1.4 Justificativas e contribuies ..................................................................................... 25

    2. REFERENCIAL TERICO ............................................................................................. 27 2.1. A estratgia de uma companhia e os indicadores de desempenho............................. 27 2.2 A comunicao da estratgia ..................................................................................... 28 2.3 O monitoramento e controle da implementao da estratgia ................................... 28 2.4 O contorno dos problemas gerados na implementao da estratgia ........................ 29 2.5 A finalidade de um sistema de mensurao de desempenho. .................................... 29 2.6 Modelo de implementao de um sistema de mensurao de desempenho proposto por Neely et al. (2002) .......................................................................................................... 32 Fase I Identificando e implementando os indicadores de desempenho principais. ........... 33 Fase II Cascateando os indicadores de nvel macro e identificando os indicadores de desempenho de nvel funcional e operacional. ..................................................................... 36

    3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ...................................................................... 38 3.1 Tipo de Pesquisa ........................................................................................................ 38 3.2 Mtodo de Pesquisa ................................................................................................... 39 Fase I Identificando e implementando os indicadores de desempenho principais. ........... 41 Etapa 1 - Quais so nossos principais grupos de clientes? ................................................... 41 Etapa 2 - Quais so os nossos objetivos de negcio? ........................................................... 42 Etapa 3 - Nos estamos alcanando nosso objetivo de negcio? ........................................... 45 Etapa 4 - Ns escolhemos os indicadores corretos? ............................................................. 47 Etapa 5 - Usando os indicadores para gerenciar o negcio .................................................. 48 Fase II Cascateando os indicadores de nvel macro e identificando os indicadores de desempenho de nvel funcional e operacional. ..................................................................... 48 Etapa 6 O que podemos usar para impulsionar o desempenho em relao aos nossos objetivos? .............................................................................................................................. 48 Etapa 7 Quais impulsionadores de desempenho so mais importantes? ........................... 49 Etapa 8 Como sabemos se estes impulsionadores esto funcionando? ............................. 49 Etapa 9 Ns escolhemos os indicadores corretos para os impulsionadores? ..................... 50 Etapa 10 Usando os indicadores para impulsionar o desempenho do negcio.................. 50 3.3 Populao e Amostra ................................................................................................. 50

  • 3.4 Procedimento da Coleta de Dados ............................................................................. 50 3.5 Protocolo utilizado ..................................................................................................... 50

    4. ANLISE DOS RESULTADOS ...................................................................................... 53 4.1 A Empresa .................................................................................................................. 53 4.2 Planejamento .............................................................................................................. 56 4.2.1 Cronograma de atividade ........................................................................................... 56 4.2.2 Escopo da pesquisa .................................................................................................... 59 4.2.3 Matriz de riscos .......................................................................................................... 59 4.2.4 Lista de premissas preliminares ................................................................................. 60 4.2.5 Lista de restries preliminares ................................................................................. 61 4.3 Coleta de Dados ......................................................................................................... 61 4.3.1 Entrevistas .................................................................................................................. 61 4.3.2 Entrevistas estruturadas ............................................................................................. 62 4.3.3 Entrevistas semiestruturadas ...................................................................................... 62 4.3.4 Documentos ............................................................................................................... 62 4.3.5 Observao ................................................................................................................. 63 4.4 Anlise (quanto qualidade dos levantamentos) ....................................................... 64 4.4.1 Arquivos de udio ...................................................................................................... 64 4.4.2 Arquivos eletrnicos .................................................................................................. 65 4.5 Resultados (quanto ao alcance dos objetivos propostos) ........................................... 65 4.5.1 Etapa 1 - Principais grupos de clientes por produto .................................................. 67 4.5.2 Etapa 2 Os objetivos de negcio ............................................................................. 70 4.5.3 Etapa 3 - A definio dos indicadores de desempenho.............................................. 75 4.5.3.1 Quadro resumo dos indicadores de desempenho criados ...................................... 81 4.5.4 Etapa 4 - Fatores que podem facilitar ou dificultar a implantao dos indicadores .. 82 4.5.5 Etapa 5 Usando os indicadores para gerenciar o negcio ....................................... 83 4.5.6 Etapa 6 - Iniciativas e atividades impulsionadoras do desempenho .......................... 84 4.5.7 Etapa 7 Lista de impulsionadores mais importantes ............................................... 86 4.5.8 Etapa 8 - Os indicadores dos impulsionadores .......................................................... 86 4.5.8.1 Quadro resumo dos indicadores dos impulsionadores criados .............................. 92 4.5.9 Etapa 9 - Processo de aceite de todos os indicadores ................................................ 92 4.5.10 Etapa 10 - Agenda de reviso dos indicadores .......................................................... 95 4.5.11 Quadro resumo dos desafios, sucessos e adaptaes ................................................. 96

    5. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................ 98 6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................ 100 APNDICE ............................................................................................................................ 104

    Apndice 1 - Roteiro para as entrevistas estruturadas - Objetivos ..................................... 105

  • Apndice 2 - Roteiro para as entrevistas estruturadas - Aceites ......................................... 106

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Modelo proposto por Neely et al (2002) 33

    Figura 2 Diagrama de Espinha de Peixe 37

    Figura 3 Balanced Scorecard modificado 44

    Figura 4 Estrutura Organizacional Organograma 54

    Figura 5 Processo de Investigao do Estudo de Caso 51

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Sistemas de Mensurao de Desempenho 31

    Quadro 2 Razes que levam os clientes a comprarem os produtos/servios 41

    Quadro 3 Tabulao de dados dos grupos de produtos por cliente 41

    Quadro 4 Tabulao das necessidades do cliente e outros interessados para cada

    grupo de produtos por cliente 43

    Quadro 5 Tabulao geral dos Objetivos de Negcio 45

    Quadro 6 Planilha de tabulao dos indicadores de desempenho 45

    Quadro 7 Fatores que podem facilitar ou dificultar a implantao 47

    Quadro 8 Resumo do diagrama Espinha de Peixe 49

    Quadro 9 Resumo do Protocolo do Estudo de Caso 52

    Quadro 10 - Quadro resumo dos indicadores de desempenho criados 81

    Quadro 11 Quadro resumo dos indicadores dos impulsionadores criados 92

    Quadro 12a Aceite dos Indicadores Diretoria Produo 93

    Quadro 12b Aceite dos Indicadores Diretoria Comercia 93

    Quadro 12c Aceite dos Indicadores Diretoria Gesto de Pessoas 94

    Quadro 12d Aceite dos Indicadores Diretoria Financeira 94

    Quadro 13 Quadro resumo dos desafios, sucessos e adaptaes 97

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Tabela para definio de indicadores 35

    Tabela 2 Fases e etapas do modelo de Neely et al (2002) 40

    Tabela 3 Cronograma da pesquisa 59

    Tabela 4 Matriz de riscos da pesquisa 60

    Tabela 5 Principais grupos de clientes por produtos 68

    Tabela 6 Critrio de classificao dos grupos 69

    Tabela 7 Mensurao econmica dos grupos 69

    Tabela 8a Necessidades dos clientes Grupo: Alimentao 70

    Tabela 8b Necessidades dos clientes Grupo: Leve pra casa 71

    Tabela 8c Necessidades dos clientes Grupo: Evento 71

    Tabela 8d Necessidades dos clientes Grupo: Servio 72

    Tabela 9 Objetivos de negcio em estado bruto 73

    Tabela 10 Objetivos de negcio refinados, sob as perspectivas do BSC 73

    Tabela 11 Metas a serem alcanadas em relao aos objetivos de negcio 75

    Tabela 12a Indicador de Desempenho KPI-01 76

    Tabela 12b Indicador de Desempenho KPI-02 76

    Tabela 12c Indicador de Desempenho KPI-03 77

    Tabela 12d Indicador de Desempenho KPI-04 77

    Tabela 12e Indicador de Desempenho KPI-05 77

    Tabela 12f Indicador de Desempenho KPI-06 78

    Tabela 12g Indicador de Desempenho KPI-07 78

    Tabela 12h Indicador de Desempenho KPI-08 78

    Tabela 12i Indicador de Desempenho KPI-09 79

    Tabela 12j Indicador de Desempenho KPI-10 79

    Tabela 12k Indicador de Desempenho KPI-11 80

    Tabela 12l Indicador de Desempenho KPI-12 80

    Tabela 12m Indicador de Desempenho KPI-13 80

    Tabela 12n Indicador de Desempenho KPI-14 80

    Tabela 12o Indicador de Desempenho KPI-15 80

    Tabela 13 Fatores que podem facilitar ou dificultar a implantao dos indicadores 81

    Tabela 14 Iniciativas e atividades impulsionadoras do desempenho 83

  • Tabela 15a Indicador impulsionador KPID-01 86

    Tabela 15b Indicador impulsionador KPID-02 87

    Tabela 15c Indicador impulsionador KPID-03 87

    Tabela 15d Indicador impulsionador KPID-04 87

    Tabela 15e Indicador impulsionador KPID-05 87

    Tabela 15f Indicador impulsionador KPID-06 88

    Tabela 15g Indicador impulsionador KPID-07 88

    Tabela 15h Indicador impulsionador KPID-08 88

    Tabela 15i Indicador impulsionador KPID-09 89

    Tabela 15j Indicador impulsionador KPID-10 89

    Tabela 15k Indicador impulsionador KPID-11 89

    Tabela 15l Indicador impulsionador KPID-12 90

    Tabela 15m Indicador impulsionador KPID-13 90

    Tabela 15n Indicador impulsionador KPID-14 90

    Tabela 15o Indicador impulsionador KPID-15 90

    Tabela 15p Indicador impulsionador KPID-16 91

    Tabela 15q Indicador impulsionador KPID-17 91

    Tabela 15r Indicador impulsionador KPID-18 91

  • 1. INTRODUO

    1.1 Contextualizao do Tema

    No atual cenrio acirradamente competitivo, a busca por diferenciao e agregao de

    valor vem se tornando uma prtica cada vez mais presente no ambiente empresarial (REIS,

    2007), fazendo com que as organizaes dispostas em participar efetivamente do mercado se

    moldem continuamente luz desta realidade. Em torno disto, vrias aes so desencadeadas

    pelas diversas reas das companhias com o intuito de convergir todos os esforos para seus

    objetivos de negcio.

    A partir da, instrumentos de monitorao, predio e controle passam a ser essenciais

    para a gesto da organizao (BOURNE et al, 2003), na qual ser utilizado por diferentes

    nveis hierrquicos, sobretudo para informar se esses objetivos esto sendo atingidos ou para

    demonstrar os hiatos existentes entre o plano e a execuo da estratgia (FERREIRA;OTLEY,

    2009). Dentre estes instrumentos, destacam-se os indicadores de desempenho, cujo papel de

    controle no processo gerencial a prtica mais comum e bem compreendida, que visa

    monitorar sua variao em relao aos padres de comportamento previamente estabelecidos

    e prover manutenes preventivas e corretivas das causas dos desvios (SINK; TUTLE, 1993).

    Vrias organizaes utilizam o termo KPI, um acrnimo ingls que literalmente

    significa Key Performance Indicators, para se referirem aos indicadores de desempenho, mas

    tambm fazem uso de diferentes conotaes semnticas, como por exemplo: medidas chave

    de desempenho (FERREIRA;OTLEY, 2009), matriz de desempenho, fatores crticos de

    sucesso, medidas de desenvolvimento, entre outras. Essa profuso de nomes e siglas tambm

    acontece na literatura acadmica, onde alguns autores abordam o tema como Controle

    Estratgico (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2007), Strategic Management Accounting

    (CADEZ; GUILDING, 2008), performance measurement systems (BOURNE et al, 2003) mas

    na prtica, estes autores esto representando diversos meios de retratar o ciclo virtuoso entre o

    esforo do plano estratgico para definir os indicadores do desempenho a ser medido e a real

    medida de desempenho ocorrida no perodo (DUSENBURY, 2000).

    Especificamente no setor varejista so raras as pesquisas que abordam o uso de

    indicadores de desempenho ou frameworks de mensurao de desempenho dentro das

    organizaes. O que prevalece so pesquisas conduzidas por entidades independentes com

    foco no setor como um todo, como por exemplo a Anlise Setorial O Varejo no Novo

  • 25

    Cenrio Econmico produzido pela Deloitte Touche Tohmatsu (2009), o que no se mostra

    suficiente para aproximar os acadmicos dos prticos no tocante identificao de padres e

    elementos relevantes que apresentariam os indicadores financeiros e no financeiros mais

    aderentes a este tipo de organizao.

    Portanto, dada a relevncia do uso de indicadores de desempenho para as organizaes

    e a carncia de estudos em empresas do setor varejista, esta pesquisa tem em vista aliar os

    conceitos de um modelo de implementao de indicadores de desempenho realidade de uma

    rede de varejo atravs de uma ao intervencionista, ou seja, colaborando ativamente no dia-

    a-dia da companhia exercendo certa influncia no contexto organizacional para promover as

    mudanas necessrias obteno dos resultados (SUOMALA; LYLY-VRJNINEN, 2010).

    1.2 Questo da Pesquisa

    Desta forma, o presente trabalho se props a responder, de maneira emprica a

    seguinte questo: Como implementar e manter um conjunto de indicadores de

    desempenho em uma rede de padarias atravs de uma ao intervencionista?

    1.3 Objetivo Geral

    O objetivo geral desta pesquisa pode ser descrito no como apenas um, mas dois

    objetivos, sendo que o primeiro tem como foco empregar de maneira emprica o modelo de

    mensurao de desempenho proposto por Neely et al. (2002), atravs da implementao de

    um conjunto de indicadores de desempenho em uma rede de padarias utilizando uma

    abordagem intervencionista e o segundo, identificar potenciais gaps e trazer tona,

    caractersticas especficas do setor, para contribuir com o aprimoramento do referido modelo.

    Desta forma os objetivos podem ser classificados, quanto ao propsito, em dois

    grupos, a saber: o primeiro voltado para a gesto empresarial e o segundo para efetiva

    contribuio acadmica.

    1.4 Justificativas e contribuies

    Partindo da premissa de que o processo de medio nico mecanismo capaz de

    informar se os objetivos em torno de alguma intenso esto evoluindo ou no, implementar

  • 26

    um conjunto de indicadores de desempenho em uma organizao faz com que sejam possveis

    a retratao de sua situao financeira e no financeira, viabilizando a identificao prvia de

    eventuais problemas como a variao negativa do faturamento, o baixo poder de gerao de

    caixa, a evoluo do endividamento, o descontentamento dos clientes, fornecedores ou

    colaboradores, enfim, todos os principais elementos que exercem influncia no crescimento e

    desenvolvimento de um empreendimento.

    Deste modo, espera-se obter o aumento do poder de previsibilidade atravs da anlise

    de variao das metas planejadas e realizadas que fomenta a tomada de deciso no tempo

    apropriado para que sejam endereadas aes preventivas e/ou corretivas, alm de possibilitar

    comparaes de desempenho da prpria empresa e de concorrentes.

    Outra contribuio importante a convergncia de todo o time de colaboradores por

    meio da comunicao massiva dos objetivos de negcio e suas metas de desempenho em prol

    da realizao da estratgia da empresa, por sua vez apoiada pela sua misso que traduz o seu

    propsito de existncia, pela sua viso, que aponta onde e quando quer chegar e suas crenas

    que exprimem os valores pelos quais consideram indispensveis para obteno dos resultados.

    Propostas de melhorias, focos de investimento, determinao de prazos e dispndio de

    energia para alcance de metas, complementam a lista de contribuies para a implementao

    de um conjunto de indicadores de desempenho em uma organizao.

    Neely et al. (2002), tambm aponta as principais contribuies da utilizao de

    indicadores de desempenho, dos quais tambm sero objetos de anlise neste trabalho:

    Esclarecimento da estratgia da companhia a todos os gestores;

    Comunicao das iniciativas que impulsionaro a realizao dos objetivos;

    Controle da execuo da estratgia.

    Contorno dos problemas gerados na implementao da estratgia.

  • 2. REFERENCIAL TERICO

    Neste captulo apresentada a base conceitual e a fundamentao terica em torno da

    dinmica de levantamento dos objetivos de negcio, criao dos indicadores de desempenho

    e comunicao da estratgia de uma organizao, bem como a justificativa da escolha do

    modelo descrito por Neely et al. (2002) diante a uma srie de sistemas de mensurao de

    desempenho disponveis tanto no meio acadmico quanto empresarial.

    2.1. A estratgia de uma companhia e os indicadores de desempenho

    Neely et al. (2002) explica que a estratgia de uma organizao tem como propsito

    apresentar um mapa de seus caminhos futuros e pautar os motivadores desta caminhada, mas,

    na prtica, o que vem sendo constatado que as estratgias desenvolvidas pelas empresas,

    geralmente so vagas, no possuem limitadores especficos e so difceis de serem

    executadas, fato este que explica a grande popularidade dos indicadores de desempenho nos

    ltimos anos, quando passaram a ser utilizados para preencher a lacuna deixada pela alta

    subjetividade dos planos estratgicos.

    Neely et al. (2002) ainda afirma que no h possibilidade de cumprir fidedignamente a

    estratgia de uma companhia, como por exemplo: de entregar um valor excepcional a seus

    clientes, sem que haja uma definio clara do significado de valor, ou seja, sem que tenha a

    conceituao que imponha um limite, um escopo, e nivele o entendimento acerca de um

    determinado tema, neste caso, o valor. Deste modo, a qualidade da entrega perde o padro por

    falta de parmetros claros e fica sujeita ao entendimento pessoal do colaborador. Alm disso,

    em muitos casos, no h vinculao das entregas um indicador que aponte ao longo do

    tempo, os sintomas de que os objetivos perseguidos esto ou no sendo realizados e com qual

    velocidade.

    Um dos grandes meios de clarificar a estratgia de uma companhia atravs dos

    sistemas de mensurao de desempenho, definido por Schmidt, Santos e Pinheiro (2007)

    como ferramentas capazes de gerar instrumentos lgicos, padronizados e sistmicos que

    racionaliza a atividade de gesto. Alm das ferramentas esto os frameworks, onde se destaca

    o Balanced Scorecard (KAPLAN; NORTON, 1997) que em linhas gerais, visa apoiar os

    gestores a desenvolver indicadores baseados em quatro perspectivas: Financeira, Cliente,

    Processos Internos e Aprendizado e Crescimento. Neely et al. (2002) complementa dizendo

  • 28

    que o Scorecard balanceado porque aborda indicadores financeiros e no financeiros, de

    perspectiva interna e externa, no curto e no longo prazo e, alm disso, devem ser especficos,

    mensurveis, alcanveis e com meta realista, forando a organizao a fazer uma estratgia

    altamente explcita. Contudo, segundo Neely et al. (2002), o grande problema dos indicadores

    de desempenho adotado na maioria das companhias atualmente, que eles so de cunho

    puramente financeiro e focados em demonstrar apenas fatos histrico, demonstrando tamanha

    subutilizao desta importante ferramenta de monitorao de negcio. Para corroborar sua

    assertiva, Neely et al. (2002) vai alm, nos sugerindo analisar os cinco principais indicadores

    de desempenho das companhias pelas quais atuamos ou que conhecemos para identificar se

    algum desses indicadores de carter no financeiro ou se poderiam predizer o futuro do seu

    negcio. Completa dizendo que existir grande probabilidade de classificarmos a organizao

    no grupo que os subutiliza.

    2.2 A comunicao da estratgia

    O puro e simples estabelecimento de indicadores e metas de uma companhia, por si s,

    no promove o alcance dos objetivos. Para isso torna-se necessrio uma aferio contnua de

    maneira concreta e verdadeira. H um grande histrico de medidas mal projetadas, levando os

    gestores a tomarem decises equivocadas em razo de resultados distorcidos. O fato das

    medidas de desempenho afetar o comportamento das pessoas, em muitos casos, um indicador

    mal construdo pode significar um resultado falseado em razo do baixo comprometimento

    dos colaboradores. Por outro lado, o indicador construdo de acordo com a real estratgia da

    companhia, alm de comunicar a estratgia tambm motiva os colaboradores para a sua

    execuo (NEELY et al., 2002).

    2.3 O monitoramento e controle da implementao da estratgia

    O monitoramento a fase essencial para verificar se a estratgia adotada est sendo

    fielmente executada e os objetivos esto sendo atingidos. Segundo Maximiano (2006),

    monitorar consiste em acompanhar e avaliar a execuo da estratgia. A base do

    monitoramento so os mesmos indicadores elencados no momento da construo do plano

    estratgico. Bateman (2006) complementa dizendo que a principal misso do controle

    averiguar se os resultados esto consistentes com os objetivos.

  • 29

    2.4 O contorno dos problemas gerados na implementao da estratgia

    Em 1999, posteriormente ratificado em 2001, a Symnetics, uma empresa de consultoria

    empresarial de gesto da estratgia afiliada para a Amrica Latina da BSCol, Balanced

    Scorecard Collaborative, realizou uma pesquisa com 100 empresas brasileiras com objetivo

    de mostrar o nvel de sucesso nas implementaes de estratgias pelas empresas. O resultado

    mostrou que somente 10% das estratgias so implementadas com sucesso. As principais

    falhas encontradas nos 90% restantes estavam relacionadas s seguintes barreiras:

    a) Barreira da viso: Somente 5% do nvel operacional compreendem a estratgia;

    b) Barreira das pessoas: Somente 25% do nvel gerencial possuem incentivos

    vinculados ao alcance da estratgia;

    c) Barreira de recursos: 78% das empresas no vincularam o oramento estratgia;

    d) Barreira de gesto: Somente 32% das organizaes possuem mecanismos eficazes

    de monitoramento e controle de sua evoluo.

    Isso mostra que nem todas as organizaes implementam com sucesso suas estratgias

    e que problemas podem e vo acontecer, cabendo aos gestores a importante misso de superar

    estes desafios ao longo do tempo, promovendo solues de contorno e eliminando as barreiras

    comportamentais relacionadas sua prpria forma de pensar e agir (SINK; TUTTLE, 1993).

    2.5 A finalidade de um sistema de mensurao de desempenho.

    Segundo Anthony e Govindarajan (2008) o propsitos principal para uma

    organizao ter e manter um sistema de mensurao de desempenho para implementar sua

    estratgia, atribuindo alta gerncia a escolha dos parmetros que melhor representam a

    estratgia da companhia, na qual denomina como fatores crticos de sucesso.

    Figueiredo et al. (2005) definem o conceito de sistema de mensurao de desempenho

    como sendo:

    O conjunto de pessoas, processos, mtodos, ferramentas e indicadores estruturados para coletar, descrever e representar dados com a finalidade de gerar informaes sobre mltiplas dimenses de desempenho, para seus usurios dos diferentes nveis hierrquicos.

    Sob uma tica mais abrangente Pandolfi (2005) afirma que os sistemas de

    mensurao de desempenho dever apresentar coerncia entre os indicadores mensurados,

  • 30

    fatores crticos, estratgias competitivas e os objetivos estratgicos adotados (BITITCI et al,

    1997; MARTINS, 1998; KAPLAN; NORTON, 1997; MUSCAT; FLEURY, 1993).

    J, Neely et al. (2002) diz que o objetivo de um sistema dessa natureza apoiar todo o

    time de gesto para estimular a melhoria contnua dos processos e dos resultados, devendo

    para isso:

    a) Conter um mix balanceado de indicadores monetrios e no monetrios;

    b) Ajudar a entender o passado e predizer o futuro do negcio;

    c) Embasar os executivos para tomadas de deciso.

    Alm disso, Neely et al. (2002) destaca que a mensurao desempenho um processo

    de quantificao de uma ao, tendo como critrio de medida sua eficcia, caracterizada, por

    exemplo, pelo simples atendimento das necessidades dos clientes e sua eficincia,

    demonstrada pelo impacto econmico nos recursos da empresa para o atendimento dessas

    necessidades.

    Deste modo, Neely et al. (2002) expe que o sistema de mensurao de desempenho

    pode ser analisado sob trs ticas:

    a) A tica do indicador de desempenho de modo individual, cujo questionamento

    feito em torno da qualidade deste indicador, sobretudo em relao aos pontos que

    motivaram sua escolha, os custos envolvidos para sua coleta/manuteno e os

    benefcios gerados.

    b) A tica do sistema de mensurao de desempenho como um todo que busca obter

    uma anlise sobre a quantidade de indicadores que o sistema deve conter,

    mantendo certo equilbrio entre os indicadores monetrios e no monetrios, alm

    de assegurar que os indicadores abranjam todos os processos de negcio e nveis

    hierrquicos da companhia.

    c) A tica que relaciona o sistema de mensurao de desempenho e o ambiente em

    que aplicado, cujo propsito avaliar o quo este sistema est alinhado com a

    estratgia da companhia, a forma de como essas informaes podem mudar a

    cultura organizacional e como podem contribuir para os planos de remunerao e

    incentivos.

  • 31

    Marinho e Selig (2009) catalogaram vrios modelos de sistemas de mensurao de

    desempenho (quadro 1) que, ao longo do tempo, foram se destacando e ganhando

    popularidade medida que se consolidavam no meio acadmico e empresarial.

    Sistema de Mensurao Autor Ano

    Tableaux de Bord de Gestion Satet e Voraz (apud Malo) 1932

    Administrao por Objetivos Drucker (apud Lodi) 1954

    Gerenciamento pelas Diretrizes Akao 1960

    Melhoria de Performance Sink e Tuttle 1989

    Pirmide de Performance (SMART) Mcnair, Lynch e Cross 1990

    Brignall, Fritzgerald, Johnston, Silvestro e Voss

    Brignall, Fritzgerald, Johnston, Silvestro e Voss 1991

    Juran Juran 1992

    Campos Campos 1992

    Trs Nveis do Desempenho Rummler e Brache 1992

    Balanced Scorecard Kaplan e Norton 1992

    PEMP (Progresso Efetivo e Medio de Performance)

    Adams e Roberts 1993

    Gerenciam. de Processos Empresariais Harrington 1993

    Ernst e Young Ostrenga 1994

    Quantum Hronec 1994

    Human Capital Intelligence Fitz-Enz 1994

    Navegador Skandia Edvinsson e Malone 1995

    Moreira Moreira 1996

    Mtricas de Desempenho Universidade da Califrnia USA-DoE 1996

    Navegador do Capital Intelectual Stewart 1996

    Macroprocesso de uma Organizao Brown 1996

    Family Nevada Quality Frum Family Nevada Quality Frum USA-DoD 1997

    Sistmica Sandia National Laboratories USA-DoE 1997

    Gerenciamento Total da Melhoria Contnua Harrington 1997

    Monitor de Ativos Intangveis Sveiby 1997

    Value Chain Scoreboard Lev 2001

    Performance Prism Neely, Adams e Kennerly 2002

    Quadro 1- Sistemas de Mensurao de Desempenho

  • 32

    Completando o quadro 1, Neely, Bourne, Mills, Platts e Richards lanam, em 2002, a

    primeira edio do livro Strategy and Performance: Getting the measure of your business

    pela Cambridge University Press (UK), apresentando um modelo de implementao de

    indicadores de desempenho tendo como base o Balance Scorecad de Kaplan e Norton (1997)

    e um apanhado metodolgico prprio, resultante das interaes prticas de implantaes de

    indicadores de desempenho em grandes indstrias multinacionais. O modelo chamou ateno

    pela facilidade de leitura, sua caracterstica prescritiva e sua estruturao didtica e faseada,

    motivos pelos quais foi escolhido para aplicao na presente pesquisa. Outro grande

    motivador para a escolha foi a possibilidade de reproduzi-lo em um contexto diferente do

    industrial e deste modo poder contribuir para seu aprimoramento atravs do mapeamento dos

    problemas, limitaes e adaptaes necessrias durante o processo de implementao.

    2.6 Modelo de implementao de um sistema de mensurao de desempenho

    proposto por Neely et al. (2002)

    Neely et al. (2002) prope um modelo enumerando um conjunto lgico de etapas que

    abordam pontos considerados fundamentais para o desenvolvimento de um sistema de

    mensurao de desempenho (figura 1). Sua experincia acumulada ao longo dos anos mostrou

    que a melhor forma para construo deste sistema dividi-lo em duas fases, cada qual com

    cinco etapas, a saber:

    A primeira fase tem como foco a identificao dos objetivos do negcio, o

    desenvolvimento dos indicadores de desempenho e a implementao de um processo formal

    de visualizao desses indicadores.

    Na segunda fase o alvo deixar claro a todos os envolvidos acerca dos objetivos do

    negcio e como eles sero medidos e apresentados. Alm disso, tambm ajudar os gestores a

    identificar o que eles podem fazer, dentro do seu nvel de atuao, para melhorar o

    desempenho do negcio e, por fim, habilit-los a desenvolver e implementar medidas para

    avaliar seu prprio desempenho.

    Esta sesso explora: a estrutura, as etapas e os conceitos envolvidos do sistema de

    mensurao de desempenho proposto por Neely et al. (2002) e na sequncia desmistifica os

    caminhos necessrios para a realizao de sua implantao.

  • 33

    Fase I Identificando e implementando os indicadores de desempenho principais.

    Os indicadores de alto nvel podem ser entendidos como indicadores que traduzem a

    estratgia da companhia ou que interpretam os caminhos que a organizao deseja seguir.

    Geralmente somente o time diretivo e de alta gesto envolvido do processo de definio

    destes indicadores.

    Etapa 1 - Quais so nossos principais grupos de clientes?

    Esta etapa tem por objetivo definir os principais grupos cliente por produto. Neely et

    al. (2002) diz que as empresas de um modo geral, possuem diferentes tipos de clientes, cujo

    fator competitivo est relacionado s diferentes exigncias destes clientes, na qual podem ser

    classificados em grupos distintos. Esta segregao ajuda a segmentar as prioridades de ao e

    entender os diferentes critrios de competitividade.

    Um exemplo de segregao de grupos de cliente por produto pode estar relacionado a

    produtos padro ou de ataque, reconhecidos pelo alto volume de venda, geralmente

    associados a preos populares. Ou ento a produtos customizados ou Premium, que atende a

    uma clientela mais exigente. Por fim os produtos exclusivos ou super Premium, cujos clientes

    Figura 1- Modelo proposto por Neely et al (2002)

  • 34

    possuem necessidades prprias e especiais, frequentemente associado ao baixo volume de

    venda, mas com alto valor agregado.

    Etapa 2 - Quais so os nossos objetivos de negcio?

    Esta etapa tem por objetivo definir os objetivos da companhia para entender e

    quantificar as demandas geradas pelo negcio e, a partir da, estabelecer os critrios para a

    mensurao do seu progresso (NEELY et al., 2002).

    Neely et al. (2002) define objetivo de negcio como o conjunto dos fatores que

    implicam no desenvolvimento do negcio, como o atendimento s necessidades dos clientes,

    dos proprietrios, do time de gesto, dos demais empregados, da comunidade, do governo,

    etc., associados a um alvo a ser atingido em um determinado perodo de tempo.

    Tambm nesta etapa, Neely et al. (2002) sugere que os objetivos de negcio sejam

    quantificados de maneira balanceada, de acordo com as quatro perspectivas chaves do

    framework Balanced Scorecard (BSC), concebidas por Bob Kaplan e David Norton.

    Etapa 3 - Nos estamos alcanando nosso objetivo de negcio?

    Nesta etapa, efetiva-se a definio dos indicadores de desempenho para cada objetivo

    de negcio. Para isso Neely et al. (2002) apresenta uma planilha (Tabela 1) com os elementos

    necessrios para guiar a criao e o registro dos indicadores.

    Elemento Descrio

    Medida O ttulo do indicador. Um bom ttulo deve ser autoexplicativo.

    Propsito O motivo pelo qual alguma coisa est sendo medido. Se no h motivo,

    no h porque ser medido.

    Ex.: Para garantir um baixo lead time no lanamento de um novo produto.

    Referente a O objetivo de negcio propriamente dito. Se o indicador no estiver

    relacionado a um objetivo de negcio, no h porque ser medido.

    Alvo Um fim e uma meta especfica na qual a organizao necessita alcanar

    dentro de um determinado perodo de tempo. Ex.: Aumentar em x% o

    resultado sobre as vendas de um determinado segmento de produto.

    Regra A norma e os padres pelos quais as pessoas sero estimuladas

    caminharem em direo do alvo esperado.

    Frequncia A frequncia em que o indicador deve ser atualizado e apresentado.

  • 35

    Quem mede? A pessoa responsvel por coletar e reportar o dado.

    Fonte de dados A especificao do local de onde o dado ser extrado.

    Quem age

    sobre o dado?

    A pessoa responsvel por tomar aes corretivas ou preventivas em prol

    do resultado esperado.

    O que eles

    fazem?

    A definio de um processo de gesto sobre a ao a ser tomada, no caso,

    do indicador apresentado ser aceitvel ou no.

    Observaes Qualquer caracterstica especfica, questes pendentes e problemas

    especficos que tenha a ver com medida apresentada pelo indicador.

    Data e nmero

    do indicador

    O registro da data e da questo que identifica o indicador.

    Etapa 4 - Ns escolhemos os indicadores corretos?

    Nesta etapa checado com todos os envolvidos se eles esto de acordo com os

    indicadores criados. Trata-se de um importante processo de aderncia do time designado para

    criao dos indicadores para se evitar futuros desentendimentos e barreiras para a

    implementao e coleta dos dados. visto como a ltima oportunidade para fazer crticas ou

    mudar algo que esteja em desacordo.

    Na finalizao desta etapa formalizado um documento contendo todas as planilhas

    dos indicadores criados e acordados, para ento ser assinado e distribudo, por meio fsico

    (impresso) e eletrnico, a todos os envolvidos no processo. Isso servir para marcar a

    finalizao da etapa de modo que, para qualquer alterao, toda a equipe dever novamente

    ser convocada e iniciada um processo de gesto de mudana.

    Etapa 5 - Usando os indicadores para gerenciar o negcio

    Nesta etapa criada uma agenda para futuras revises do sistema de mensurao e

    dos indicadores como um todo. O sistema de indicador de desempenho somente agregar

    valor ao negcio se as aes em torno dele forem estimuladas de maneira apropriada, para

    garantir sua continuidade e relevncia.

    Tabela 1 Tabela para definio de indicadores

  • 36

    Fase II Cascateando os indicadores de nvel macro e identificando os

    indicadores de desempenho de nvel funcional e operacional.

    Depois de trabalhado com a identificao dos indicadores de alto nvel, cabe agora

    desenvolver os indicadores de nvel funcional e operacional, denominado indicadores de

    baixo nvel, na qual sero os grandes impulsionadores do negcio para a obteno dos alvos

    mapeados.

    Etapa 6 - O que podemos usar para impulsionar o desempenho em relao aos

    nossos objetivos?

    Nesta etapa so mapeadas e comunicadas as iniciativas e atividades que de todos os

    membros da organizao devem ter para estarem consonantes aos objetivos do negcio. O

    time envolvido so os representantes das reas que prestam suporte ao objetivo fim da

    organizao, como a rea de vendas, de produo, de tecnologia, de gesto de pessoas,

    financeiro, qualidade, etc.

    Neely et al. (2002) sugere a construo de um quadro denominado espinha de peixe

    (Figura 2), para identificar as reas envolvidas e as atividades que sero desenvolvidas para

    impulsionar os objetivos de negcio estabelecidos na etapa 2.

    Etapa 7 - Quais impulsionadores de desempenho so mais importantes?

    Ao final da etapa 6, uma quantidade bastante significativa de impulsionadores de

    desempenho do negcio estar mapeada, mas nem todos sero apresentados como parte

    integrante do sistema. Ficaria impraticvel gerenciar uma diversidade muito grande de

    impulsionadores, mesmo que todos paream relevantes para o negcio.

    Assim, Neely et al. (2002) prope que o time os classifique de acordo com o maior

    impacto e importncia para o negcio neste primeiro momento. medida que as revises

    forem ocorrendo, ser possvel revisitar os impulsionadores no participantes do processo

    inicial e reclassific-los para verificar a possibilidade ento de aproveit-los neste novo

    momento.

    Etapa 8 - Como sabemos se estes impulsionadores esto funcionando?

    Nesta etapa so desenvolvidos os indicadores de desempenho para cada

    impulsionador chave de negcio, cujo registro ser em uma planilha semelhante utilizada

    na etapa 3 com os elementos necessrios para guiar a criao e o registro dos indicadores.

  • 37

    Sucesso do

    negcio a

    longo prazo

    Atiivdade

    Medida

    Referente a

    Reduzir gastos

    operacioanis

    Variao entre

    orado e

    realizado Referente a

    planejamento

    oramentrio

    Manter

    treinamento

    contnuoN reclamao de

    clientes por falha

    no atendimentoPadro de

    atendimento

    ao cliente

    Desenvolver pesquisa

    de satisfao entre

    colaboradores Nvel de

    satisfao do

    colaborador

    Manter a mesma

    precificao dos

    produtos nas filiais% de produtos

    iguais e preos

    distintos

    Racionalizar

    gama de

    produtos

    premiumQuantidade de

    produtos

    ativos

    Compras

    Vendas

    TI

    Financeiro

    Gesto de Pessoas

    Reduo contnua

    da base de custos

    Reduo da

    reclamao de

    clientes

    Melhoria da do

    clima organizacional

    Melhoria no

    sortimento e giro

    dos produtos

    Processo

    informatizado de

    precificao e

    distribuio de tabelas

    Legenda

    Clima

    organizacional

    Etapa 9 - Ns escolhemos os indicadores corretos para os impulsionadores?

    Da mesma maneira que realizado na etapa 4, nesta etapa tambm checado com todo

    time envolvido no processo se eles esto de acordo com os indicadores criados. Tambm

    estabelecido um processo de acompanhamento da implementao de cada indicador, alm da

    verificao das provveis barreiras para que a implementao dos indicadores seja realizada.

    Na finalizao desta etapa tambm formalizado um documento contendo todas as

    planilhas dos indicadores criados e acordados, para ento ser distribudo, por meio fsico

    (impresso) ou eletrnico a todos os envolvidos no processo. Qualquer alterao, toda a

    equipe dever novamente ser convocada e o processo de gesto de mudana dever ser

    iniciado.

    Etapa 10 - Usando os indicadores para impulsionar o desempenho do negcio.

    Nesta etapa, igualmente a etapa 5, criada uma agenda para futuras revises dos

    indicadores que, neste caso, regero os impulsionadores dos objetivos do negcio.

    Tambm acordado entre os componentes do time participantes do processo, um

    mecanismo de reviso de todo o sistema de mensurao de desempenho. Geralmente esta

    reviso ocorre junto com o ciclo anual do planejamento oramentrio.

    Figura 2 Diagrama de Espinha de Peixe

  • 3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    3.1 Tipo de Pesquisa

    Sob a tica da abordagem do problema, este trabalho discorre uma investigao

    intervencionista de uma entidade jurdica, conduzido atravs da investigao emprica

    qualitativa, onde os fenmenos so contemporneos dentro do contexto da vida real tendo

    como ambiente o interior natural da prpria entidade a estudada (YIN, 2005, p. 32). Os

    fenmenos so analisados e interpretados na medida de suas ocorrncias, desassociando

    quaisquer mtodos e tcnicas estatsticas para tal.

    A pesquisa intervencionista tem por objetivo o estudo da ocorrncia dos fenmenos,

    na prtica, entendendo os motivadores para o uso de determinadas tcnicas, e com isso,

    ajudar em novas contribuies tericas (WESTIN; ROBERTS, 2010, apud OYADOMARI,

    et al., 2011). Alm disso, a atividade intervencionista no deve ser tratada apenas com

    instrumento para coleta de dados empricos, mas, sobretudo como uma forma vivel de

    estabelecer relaes sustentveis entre a academia e as entidades estudadas (SUOMALA;

    LYLY-VRJNINEN, 2010).

    O pesquisador o instrumento chave no processo, pois tem particular participao no

    dia a dia da entidade, orientando, conduzindo e gerando conhecimento para aplicao prtica

    e soluo de problemas especficos com objetivo interferirem na realidade estudada, para

    modific-la, caracterizando assim, sob a tica dos meios de investigao como uma

    pesquisa-ao (MORESI, 2003, p. 10).

    Vale tambm ressaltar que a investigao ou pesquisa intervencionista pode ser

    classificada, segundo Jnsson e Lukka (2007), entre dois tipos de abordagem: A interveno

    forte e a moderada, no qual a primeira tem como foco promover uma grande mudana no

    objeto estudado, sugerindo at uma reengenharia nos processos. J a interveno moderada

    tem carter menos invasivo servindo como facilitador ou catalisador para a mudana. Na

    presente pesquisa foi utilizada a interveno moderada por considerar mais adequada ao

    cenrio da empresa estudada.

  • 39

    3.2 Mtodo de Pesquisa

    Nesta seo so apresentados todos os procedimentos metodolgicos sugeridos no

    modelo de Neely et al. (2002), cujo contedo est inicialmente sintetizado na tabela 2

    elencando os objetivos de cada uma das duas fases e suas respectivas etapas, o pblico alvo a

    ser envolvido e o tempo mdio estimado para o desenvolvimento das atividades.

    Fase 1 Identificar os objetivos do negcio Objetivo Estabelecer como medir o progresso para realizao desses objetivos.

    Implementar um processo de reviso formal do processo para garantir que a medida prevista est sendo cumprida.

    Etapa Objetivos Envolvido(s) Tempo

    1

    Identificar o grupo de cliente por produto, separando por requisitos de competitividade.

    O facilitador. Todos os gestores de

    alto escalo das reas chaves da empresa.

    2 a 3 horas.

    2

    Acordar os objetivos de negcio para cada grupo de cliente por produto.

    Acordar quem contribui para o alcance dos objetivos e quando eles devem ser alcanados.

    Acordar qual indicador de desempenho necessrio para cada objetivo.

    O facilitador. Todos os gestores de

    alto escalo das reas chaves da empresa.

    2 a 3 horas para cada time.

    3

    Definir um indicador de desempenho para cada objetivo de negcio.

    Identificar o responsvel pela gesto da melhoria para cada objetivo de negcio e acordar que ele dever fazer se o desempenho no melhorar.

    Verificar o indicador que estimula o adequadamente comportamento.

    O facilitador. Membros individuais

    do time de gestores de alto escalo das reas chave da empresa (uma pessoa por indicador de desempenho).

    1 hora para cada indicador.

    4

    Verificar se todos concordam com os indicadores de alto nvel escolhidos.

    Estabelecer um processo de anlise dos progressos.

    Verificar a existncia de barreiras para a implementao.

    O facilitador. Todos os gestores de

    alto escalo das reas chaves da empresa.

    2 a 3 horas para cada time

    5

    Acordar uma agenda para futuras revises de desempenho.

    Conduzir revises dos indicadores.

    O facilitador. Todos os gestores de

    alto escalo das reas chaves da empresa.

    Duas ou trs reunies de 2 a 3 horas cada.

  • 40

    Fase 2 Esclarecer os objetivos de negcio para os demais gestores da organizao e como o desempenho ser mensurado.

    Objetivo Ajudar aos gestores a identificar o que eles podem fazer para melhorar o desempenho do negcio e permitir que os demais gestores desenvolvam e implementem indicadores para avaliarem o desempenho da sua prpria rea.

    Etapa Objetivos Envolvido(s) Tempo

    6

    Comunicar os objetivos de negcio de alto nvel e ajudar aos gestores de mdio escalo a identificarem o que eles podem fazer para alcanar esses objetivos e como eles podem medir essa contribuio.

    O facilitador. Os representantes da

    rea comercial e marketing.

    1 a 4 horas.

    7

    Permitir aos gestores de mdio escalo priorizar o que eles podem fazer para garantir a melhoria de desempenho do negcio.

    O facilitador. Todo o time de

    gestores do alto escalo.

    2 a 3 horas para o primeiro grupo de produtos. 1 hora para os demais.

    8

    Identificar e documentar os indicadores de desempenho para os impulsionadores chave para melhoria de desempenho.

    Acordar quem ser responsvel pela gesto da melhoria de desempenho para cada impulsionador chave e o que eles deveriam fazer se o desempenho esperado no ocorrer.

    Verificar o indicador que estimula o adequadamente comportamento.

    O facilitador. Membros individuais

    do time de gestores do alto escalo (uma pessoa por indicador de desempenho).

    1 hora para cada indicador.

    9

    Verificar se todos os gestores das reas da organizao concordam com os indicadores escolhidos.

    Verificar se o conjunto de indicadores est adequado e identificar e eliminar conflitos entre o indicador e a finalidade, sobretudo se existe qualquer barreira para implementao.

    O facilitador. Todo o time de

    gestores do alto escalo.

    2 a 3 horas.

    10

    Acordar uma agenda para futuras revises de desempenho.

    Conduzir revises dos indicadores.

    O facilitador. Todo o time de

    gestores do alto escalo.

    Duas ou trs reunies de 2 a 3 horas cada.

    Os tpicos a seguir relatam de maneira detalhada os procedimentos metodolgicos

    segundo o modelo proposto por Neely et al. (2002).

    Tabela 2 Fases e etapas do modelo de Neely et al (2002)

  • 41

    Fase I Identificando e implementando os indicadores de desempenho principais.

    Etapa 1 - Quais so nossos principais grupos de clientes?

    Mtodo:

    Conduzir reunies utilizando a tcnica brainstorming que consiste em explorar a

    capacidade criativa dos indivduos, neste caso, todos os gestores de alto escalo que

    respondem por uma ou mais reas chaves da empresa e levantar a seguinte questo:

    Por qual razo os clientes compram da empresa estudada?

    Em seguida listar no mximo 20 produtos ou servios mais vendidos e identificar as

    razes pelas quais os clientes so induzidos a comprar cada um destes produtos ou consumir

    os servios, tendo como parmetro as opes: Desejvel, Importante e Crtico.

    Estas informaes devem se tabuladas no formulrio sugerido (Quadro 2):

    1= Desejvel 2=Importante 3=Crtico Classificao Produto Motivo 1 Motivo 2 Motivo 3 Motivo 4 Produto/Cliente

    Neely et al. (2002) sugere que sejam mapeados entre dois e quatro grupos. Menos do

    que dois no haver sensibilidade o suficiente para serem percebidas as diferenas de mercado

    e mais do que quatro o sistema ficaria muito complexo.

    No existe um critrio correto para classificar os grupos. Uma ideia agrup-los de

    acordo com o nmero de marcaes coincidentes de cada produto em relao aos motivos.

    Agora basta levantar os dados em torno dos grupos identificados, de acordo com o

    quadro a seguir (Quadro 3):

    Grupo % total de Margem de Margem de Fatia de Mercado Crescimento Crescimento

    Ciclo de

    Produto/Cliente vendas contribuio contribuio sua e dos players das do vida do

    para o negcio para o grupo participantes vendas* mercado* grupo**

    * +2 (cresce rapidamente), +1 (cresce), 0 (esttico), -1 (declnio), -2 (declnio acelerado) ** Lanamento, Ascenso, Maturidade, Declnio, Rpido declnio.

    Quadro 2 Razes que levam os clientes a comprarem os produtos/servios

    Quadro 3 Tabulao de dados dos grupos de produtos por cliente

  • 42

    Etapa 2 - Quais so os nossos objetivos de negcio?

    Mtodo:

    Identificar as necessidades dos clientes para casa grupo de produto por cliente,

    iniciando pelo mais importante do grupo, na qual pode no ser o campeo em vendas, mas o

    que tem potencial para forte crescimento.

    Para cada grupo, necessrio responder s seguintes questes:

    a) Por que os clientes compram os produtos ao invs de compr-los no concorrente?

    b) Por que os clientes continuaro comprando por mais trs anos?

    Para cada uma destas questes tabulado um quadro de respostas considerando os

    seguintes pontos:

    a) Qualidade

    a1. Os produtos/servios tm bons desempenhos?

    a2. Os produtos/servios tem grande confiabilidade?

    b) Tempo

    b1. Velocidade: O lead time est adequado necessidade do cliente?

    b2. Confiabilidade: Os produtos/servios sempre so entregues no prazo acordado?

    c) Preo

    c1. Os preos so baixos?

    d) Flexibilidade

    d1. Variedade: H facilidade em lidar com grande sortimento e variedade?

    d2. Resposta: O tempo de resposta pra mudanas de demanda rpido?

    d3. Inovao: O tempo de desenvolvimento e implantao de um novo

    produto/servio rpido?

    e) Outros

    e1. Existe um relacionamento histrico positivo com o cliente?

    Tambm preciso identificar a necessidade de outros interessados em cada grupo de

    produto por cliente, respondendo as seguintes questes:

    a) Quem so os grupos interessados no negcio?

    a1. Os proprietrios, scios ou acionistas que querem enxergar o retorno sobre os

    investimentos, sobre o desempenho financeiro, etc.?

  • 43

    a2. Os executivos ambiciosos, cujos ganhos esto atrelados ao crescimento,

    lucratividade e rentabilidade do negcio?

    a3. Os empregados, para terem seus empregos garantidos, para crescerem na

    companhia e para se realizarem profissionalmente, etc.?

    a4. Os fornecedores, para garantir a distribuio, os lanamentos de produto, a

    variedade e sortimento dos produtos, etc.?

    a5. A comunidade local, para ter um ambiente agradvel, por orgulho cvico, para

    gerao de oportunidades de emprego, etc.?

    a6. As entidades governamentais, para garantir o recolhimento de impostos,

    gerao de empregos e desenvolvimento locais, etc.?

    Uma boa forma de levantar estas informaes atravs de entrevistas com membros

    dos grupos citados. A partir da possvel cruzar as informaes das necessidades dos clientes

    e dos outros grupos interessados e identificar os objetivos do negcio, elencando um conjunto

    de caminhos que a companhia dever seguir para satisfazer ambas as necessidades.

    Os dados devem estar registrados em um formulrio semelhante ao apresentado no

    quadro a seguir (Quadro 4):

    Agora preciso verificar se os objetivos de negcio identificados esto balanceados,

    ou seja, se esto equilibrados em relao s dimenses financeiras e no financeiras,

    Quadro 4 Tabulao das necessidades do cliente e outros interessados pra cada grupo de produtos por cliente

  • 44

    classificando-os segundo o framework Balanced Scorecard, de Kaplan, Norton (1997) cujo

    modelo original est apoiado em quatro perspectivas:

    a) Financeira Como devemos aparecer para os nossos investidores?

    b) Cliente Como devemos ser vistos pelo nosso cliente?

    c) Processos Internos Em quais processos devemos nos sobressair?

    d) Aprendizado e Crescimento O que devemos fazer para garantir a continuidade

    do negcio, crescer e criar novos valores para o futuro?

    No entanto, Neely et al. (2002) sugere uma quinta perspectiva, modificando o

    framework original, acrescentando a viso sobre o fornecedor:

    e) Fornecedor: O que ns precisamos de nossos fornecedores?

    Desta forma o Balanced Scorecard modificado passa a considerar toda a cadeia de

    valor da companhia (Figura 3), representado, de acordo com a viso de Neely et al. (2002),

    da seguinte maneira:

    Perspectiva Financeira

    Como devemos aparecer para

    os nosso investidores?

    Perspectiva do Aprendizado e Crescimento

    O que devemos fazer para garantir a continuidade do

    negcio e criar valores?

    Perspectiva dos Processos Internos

    Em quais processos devemos

    nos sobressair?

    Perspectiva do Cliente

    Como devemos ser vistos pelo

    nosso cliente?

    Perspectiva do Fornecedor

    O que precisamos de nosso

    fornecedores?

    Para finalizar a segunda etapa, sero escolhidos os alvos quantificados a serem

    alcanados, as prioridades de ao, as reas que contribuiro para o alcance dos objetivos e os

    responsveis pelo desenvolvimento de um indicador apropriado para mensurar o andamento

    das aes (Quadro 5).

    Figura 3 Balanced Scorecard modificado

  • 45

    Objetivos

    Descrio Prior. Alvo % de contribuio das reas envolvidas Respons.

    Indicador Melhoria Quando? rea 1 rea 2 rea 3 rea n

    Etapa 3 - Nos estamos alcanando nosso objetivo de negcio?

    Mtodo:

    Desenvolver as medidas de desempenho para cada objetivo de negcio. Para guiar a

    realizao desta atividade, cada indicador de desempenho criado obedecendo aos itens

    apresentados no formulrio a seguir (Quadro 6):

    Indicador (nome) Propsito Referente a Alvo Regra Frequncia Quem mede? Fonte de dados Quem age sobre o dado? O que eles fazem? Observaes Data e nmero do indicador

    Para orientar e facilitar o preenchimento da planilha, recomendado que cada item

    seja analisado mediante s respostas dos seguintes questionamentos:

    Quadro 5 Tabulao geral dos Objetivos de Negcio

    Quadro 6 Planilha de tabulao dos indicadores de desempenho

  • 46

    a) Indicador

    a1. Qual o ttulo que melhor auto explica o indicador e sua importncia?

    a2. Todos entenderiam essa nomenclatura?

    b) Propsito

    b1. Por que introduzir este indicador?

    b2. O que se espera que este indicador demonstre?

    c) Referente a

    c1. A qual objetivo de negcio este indicador se refere?

    d) Alvo

    d1. Qual o nvel de desempenho desejado para este indicador?

    d2. Como comparar esse indicador com o indicador do concorrente?

    d3. Como o concorrente est se atualizando

    d4. Qual a velocidade de resposta do concorrente?

    e) Regra

    e1. Qual a regra de negcio para o indicador de desempenho?

    e2. Esta regra pode ser definida como uma frmula matemtica?

    e3. A regra clara?

    e4. A regra explica exatamente o dado requerido?

    e5. A qual o comportamento ser induzido?

    e6. Existe outro comportamento que se deseja induzir?

    e7. Est em uma escala adequada?

    E8. Qual a preciso dos dados a ser gerados? Est adequado?

    f) Frequncia

    f1. Qual a frequncia de atualizao do indicador?

    f2. Com qual frequncia deve ser apresentado e reportado?

    g) Responsvel pelo indicador

  • 47

    g1. Qual nome do responsvel pela coleta, manuteno e apresentao do

    indicador?

    h) Fonte de dados

    h1. Qual o local em que os dados so coletados (banco de dados, planilhas, etc.)?

    i) Quem toma ao sobre os dados?

    i1. Qual o nome do responsvel pelas aes a serem tomadas para garantir o

    desempenho ao longo do tempo?

    j) O que eles fazem?

    j1. De que forma a ao ser tomada?

    Etapa 4 - Ns escolhemos os indicadores corretos?

    Mtodo:

    Verificar se todos os envolvidos concordam com os indicadores de alto nvel,

    juntamente com os fatores que podem facilitar ou dificultar a implantao (Quadro 7).

    Quadro 7 Fatores que podem facilitar ou dificultar a implantao

  • 48

    Etapa 5 - Usando os indicadores para gerenciar o negcio

    Mtodo:

    a) Programar uma agenda para futuras revises dos indicadores criados.

    a1.Como ser verificada a evoluo do desempenho?

    a2. Qual ser a frequncia da reviso?

    a3. Quem ficar responsvel por organizar e agendar as reunies para reviso?

    a4. Quem ser envolvido?

    b) Programar uma agenda para futuras revises do sistema de indicadores.

    b1. Qual o mecanismo ser utilizado para reviso o sistema?

    b2. Quem ser responsvel por fazer a reviso acontecer?

    b3. Como o responsvel poder fazer isso?

    Geralmente a reviso do sistema de indicadores segue o ciclo de planejamento anual,

    muitas vezes concomitante s reunies de planejamento oramentrio ou planejamento de

    produo.

    c) Fazer com que as revises sejam bem sucedidas.

    c1. Os alvos foram alcanados durante o perodo medido?

    c2. Caso negativo, quais as propostas para reverter o quadro?

    Fase II Cascateando os indicadores de nvel macro e identificando os

    indicadores de desempenho de nvel funcional e operacional.

    Etapa 6 O que podemos usar para impulsionar o desempenho em relao aos

    nossos objetivos?

    Mtodo:

    a) Identificar os impulsionadores do desempenho

    Baseado nos dados levantados na etapa 2 (Definio dos Objetivos de Negcio), esta

    etapa visa identificar as iniciativas e atividades fundamentais para o desenvolvimento da

    organizao, denominados aqui como impulsionadores de desempenho. Para fomentar a

    criao destes impulsionadores, de modo a estimular a criatividade de cada integrante do

    time de gestores, Neely et al. (2002) sugere uma dinmica com os participantes para a

    construo de um diagrama que, em linhas gerais, organiza as ideias e as apresentam de

    forma macro, as aes e os envolvidos em cada ao. O diagrama parte de uma figura

  • 49

    central, onde est a assertiva do negcio. Em torno desta assertiva, esto os objetivos do

    negcio e apontados para cada objetivo, a representao grfica das reas do negcio,

    acoplado s atividades que cada rea pode contribuir para o desenvolvimento da companhia.

    Ao fim da dinmica, os dados devem estar registrados nos seguinte formulrio (Quadro 8):

    Objetivos de Negcio e Atividades associadas

    Indicadores de desempenho associados a cada atividade

    1 Objetivo de negcio 1 1.1 Atividade 1 1.2 Atividade 2 1.3 Atividade n

    2 Objetivo de negcio n 2.1 Atividade 1 2.2 Atividade 2 2.3 Atividade n

    Etapa 7 Quais impulsionadores de desempenho so mais importantes?

    Mtodo:

    a) Identificar as atividades chave.

    Com base no resumo do diagrama Espinha de Peixe produzido na etapa 6, resta agora

    classificar as atividades, tendo como critrio o nmero de vezes que a atividade foi

    referenciada com uma ao de cada rea participante, elencando as dez atividades mais

    citadas.

    b) Classificar as atividades chave.

    Submeter cada atividade chave ao questionamento quanto ao seu impacto em relao

    aos objetivos de negcio mapeados, sob o seguinte critrio:

    ++ Esta atividade gera um impacto muito grande para o negcio

    + Esta atividade gera impacto moderado para o negcio?

    0 Esta atividade no gera impacto para o negcio?

    - Esta atividade gera um impacto pequeno para o negcio?

    -- Esta atividade gera um impacto muito pequeno para o negcio?

    Etapa 8 Como sabemos se estes impulsionadores esto funcionando?

    Mtodo:

    Quadro 8 Resumo do diagrama Espinha de Peixe

  • 50

    Nesta etapa so desenvolvidos todos os indicadores de desempenho dos

    impulsionadores do negcio. Os procedimentos descritos na etapa 3 sero os mesmos

    utilizados nesta etapa, mas desta vez orientado aos impulsionadores.

    Etapa 9 Ns escolhemos os indicadores corretos para os impulsionadores?

    Mtodo:

    Nesta etapa verificado se todos os gestores participantes concordam com os

    indicadores criados, estabelecido um processo de acompanhamento e verificao de

    barreiras para a realizao da implantao. Os procedimentos descritos na etapa 4 sero os

    mesmos utilizados nesta etapa, contudo, neste caso, orientado aos impulsionadores.

    Etapa 10 Usando os indicadores para impulsionar o desempenho do negcio.

    Mtodo:

    Nesta etapa feito uma programao para futuras revises dos indicadores dos

    impulsionadores criados, seguindo os mesmos procedimentos descritos na etapa 5.

    3.3 Populao e Amostra

    A populao prevista para participar das atividades de coleta e entrevistas foi

    dividida em dois grupos. O primeiro somam quatro executivos do alto escalo, sendo scios

    e diretores atuantes no negcio. O segundo, dez gerentes de rea, denominados aqui,

    gestores do mdio escalo.

    3.4 Procedimento da Coleta de Dados

    Os dados sero coletados em reunies de trabalho, por meio de observao do

    pesquisador, documentos eletrnicos e entrevistas estruturadas e semiestruturadas, esta ltima

    gravada em mdia eletrnica com consentimento do(s) entrevistado(s).

    3.5 Protocolo utilizado

    Com o propsito orientar o pesquisador a conduzir e organizar a coleta de dados, alm

    de proporcionar maior confiabilidade pesquisa, Yin (2005, p. 92) sugere a utilizao de um

  • 51

    protocolo do estudo de caso apresentando os instrumentos e procedimentos a serem utilizados

    no processo de investigao, conforme demostra a figura 5.

    3.5.1 Planejamento

    Nesta fase so descritos e registrados a forma em que a investigao ser conduzida

    atravs de artefatos bsicos para conduo de projetos, dentre eles, o cronograma de

    atividades, o tempo dedicado em cada atividade, o escopo da pesquisa, incluindo as questes

    de estudo, os riscos envolvidos, as premissas e as restries em torno do projeto.

    3.5.2 Coleta

    Nesta fase so descritos e registrados os locais que sero visitados, as pessoas de

    contato, os meios em que as entrevistas sero registradas, a forma de organizao dos

    artefatos gerados e dos materiais coletados, sejam eles fsicos ou eletrnicos.

    3.5.3 Anlise

    Nesta fase so descritos e registrados a qualidade dos dados coletados e os critrios de

    anlise utilizados.

    3.5.4 Resultado

    Nesta fase so apresentados toda a tabulao dos dados coletados e os relatrios

    gerados resultantes das informaes consolidadas, alm da sugesto de aplicabilidade prtica

    do modelo objeto de experimento deste trabalho.

    O quadro 9 resume de forma prtica o protocolo utilizado neste estudo de caso.

    Fases Instrumentos Artefatos

    Planejamento

    Cronograma de atividade Cronograma contendo a sequncia de atividades, a durao de cada uma delas e suas datas de incio e trmino.

    Escopo da pesquisa Descrio clara da profundidade da investigao, suas fronteiras e limitaes em constncia com o objetivo da pesquisa.

    Planejamento Coleta Anlise Resultado

    Figura 5 Processo de Investigao do Estudo de Caso

  • 52

    Matriz Riscos

    Matriz descrevendo o nome do risco, o impacto do projeto, sua probabilidade de ocorrncia, um plano de mitigao e um plano de resposta caso o risco venha a suceder.

    Lista de Premissas Preliminares

    Lista descrevendo as condies que favoream a ocorrncia do processo de investigao.

    Lista de Restries Preliminares

    Lista contendo as limitaes que influenciam o processo de investigao.

    Coleta

    Observao

    Registro do contedo observatrio resultante de reunies e visitas s unidades da organizao estudada que se mostre relevante para o enriquecimento da pesquisa.

    Entrevistas

    Arquivo de udio digital que registre todas as entrevistas semiestruturadas e no estruturadas decorrentes do processo investigatrio e arquivo eletrnico que registre as entrevistas estruturadas.

    Documentos Arquivos eletrnicos ou impressos que registrem os documentos coletados ao longo da pesquisa.

    Anlise

    Documentos Impressos Consulta, compilao e transcrio das informaes para o presente documento.

    Arquivos de udio Transcrio sinttica dos udios para o presente documento.

    Arquivos Eletrnicos

    Compilao dos dados e informaes de acordo com a metodologia utilizada nesta pesquisa e sua transcrio para o presente documento.

    Resultado Metodologia proposta

    por Neely et al

    Principais grupos de clientes por produto. Os objetivos de negcio. O balanceamento dos objetivos de negcio segundo BSC. A definio dos indicadores de desempenho. Os impulsionadores de desempenho. Os indicadores dos impulsionadores de desempenho.

    Quadro 9 Resumo do Protocolo do Estudo de Caso

  • 4. ANLISE DOS RESULTADOS

    4.1 A Empresa

    A presente pesquisa foi desenvolvida na empresa A. A. Afonso e Cia Ltda., uma rede

    de varejo do ramo de padarias, denominada PADARIA BRASILEIRA, adquirida em 1953

    pelo casal: Maria Cndida e Abel Assuno Afonso, na cidade do ABC Paulista de Santo

    Andr. Hoje, a sexagenria rede administrada pela terceira gerao da famlia, dos quais

    preconizam como responsveis pela renovao e adaptao do negcio aos novos conceitos

    do segmento, consequncia dos novos hbitos dos consumidores.

    Com um faturamento anual em torno de R$ 60 Milhes (2012) a Padaria Brasileira

    mantm a liderana do segmento na regio do ABC, grande parte em razo de sua reputao

    construda em torno da constante preocupao com a qualidade de seus produtos e servios.

    A rede composta por cinco lojas prprias, sendo duas na cidade de So Bernardo do

    Campo e trs na cidade de Santo Andr, onde tambm fica sua sede matriz e a fbrica central.

    O grupo tambm detentor de uma segunda marca (Brasileira Express) que remete a lojas de

    menor porte geralmente instaladas em shopping centers, cujo negcio formatado sob o

    sistema de franquias, contudo esta vertente especfica do negcio no foi objeto de estudo

    desta pesquisa. No tocante ao negcio padaria, a rede possui uma estrutura societria sui

    generis, com um contrato social por loja, onde o grupo formado por dois tios da segunda

    gerao, dois irmos da terceira gerao e seus primos, tambm da terceira gerao, sustenta

    um acordo informal com a prerrogativa de participao igualitria na composio societria

    de cada novo empreendimento de acordo com o interesse de cada participante, que ora poder

    ser total, parcial ou no haver nenhum interesse, permitindo aos demais membros do grupo, a

    absoro as cotas remanescentes.

    Outra questo muito peculiar a sua estrutura de organizacional que, por razes

    culturais, no destaca a figura de um presidente ou superintendente, horizontalizando o nvel

    diretivo na representao do organograma da companhia (Figura 4). Entretanto, aceito pelos

    scios a figura de coordenador com prerrogativas de orquestrao do negcio e

    permeabilidade em todos os nveis da estrutura organizacional, posto este assumido pelo scio

    responsvel pela Diretoria Financeira que, alm de seu expressivo senso de liderana,

    detentor da maior fatia de cotas do somatrio dos cinco empreendimentos.

  • 54

    Figura 4 Estrutura Organizacional - Organograma

    Sob a tica de registro das operaes e controle do negcio, a empresa possui um

    sistema de informao desenvolvido por um parceiro externo, exclusivamente para atender as

    demandas do negcio. A opo pela no utilizao de uma ferramenta de mercado foi em

    razo do alto ndice de customizao que o aplicativo sofreria para atender as peculiaridades

    do negcio que hoje compreende 30% de manufatura, 20% de revenda e 50% de servio.

    Todavia, o sistema que est em constante processo de melhoria, a despeito de estar atendendo

    s demandas da operao, ainda no oferece uma viso nica e consolidada dos principais

    indicadores de desempenho, obrigando aos gestores recorrerem a uma srie de relatrios

    gerencias para dar-lhes uma viso da sade do negcio e apoi-los em suas tomadas de

    deciso.

    Quanto aos controles gerenciais no foge s caractersticas presentes nas empresas de

    gesto familiar, onde o controle caracterizado pela presena de alguns tipos e mecanismos

    em razo do estgio do ciclo de vida organizacional e de planejamento, de acordo com o

    posicionamento da empresa nesta escala cclica (USSMAN, 2004) (FREZATTI et al., 2010)

    (MALUCHE, 2000) . Se considerarmos o modelo proposto por Adizes (1990), destacam-se

    trs fases iniciais da vida da empresa, na qual a primeira ou tambm chamada de fase de

    infncia, os controles so em grande parte informais e voltados para a operao do negcio, j

    na segunda fase ou fase denominada toca-toca, os controles so formais, mas tambm de

    Diretoria de

    Produo

    Diretoria

    Comercial

    Diretoria de

    Gesto de Pessoas

    Diretoria

    Financeira

    PCP

    Desenvolvimento

    de Produto

    Controle Qualidade

    (Fbrica)

    Superviso de

    Campo

    Controle de Pragas

    Manuteno

    Gerencia de Loja

    Superviso de Loja

    1 Turno

    Superviso de

    Cozinha

    Superviso de Loja

    2 Turno

    Superviso de

    Produo Local

    Recrutamento e

    Seleo

    Treinamento

    Folha Pgto

    Controladoria das

    Lojas

    Compras

    Financeiro

    TI

    Marketing

    Novos Negcios

  • 55

    cunho operacional e na terceira fase ou fase de adolescncia, os controles so formais,

    contudo j direcionados tanto para a operao quanto para a gesto e estratgia (ADIZES,

    1990). Na empresa em questo, a despeito de ser sexagenria, os controles gerenciais se

    enquadram na fase de adolescncia.

    Quanto ao estilo de gesto do corpo diretivo, destaca-se a vivncia de negcio dos

    scios que os possibilita participar ativamente das decises em todos os nveis hierrquicos,

    porm nem sempre baseados na combinao de indicadores gerados pelo sistema de

    informao e sim pela percepo, sentimento e, sobretudo pela experincia acumulada ao

    logos dos anos. Experincia esta que possibilitou ao Diretor Financeiro desenvolver uma srie

    critrios para normatizar alguns relevantes processos, dentre eles a sistemtica de sugesto de

    compra com o controle de estoque mximo/mnimo e prazo de validade dos produtos, e

    tambm de algumas polticas de pessoal como a de pagamento de participao nos lucros e

    resultados.

    A fbrica centraliza cerca de 60% da produo na loja matriz. Os 40% restantes so

    distribudos em produes locais, nas lojas, respeitando um nico processo de produo com

    intuito de preservar o frescor, o sabor e a durabilidade dos alimentos. No entanto, a fbrica o

    negcio que mais sofre alteraes de processo face s inovaes tecnolgicas, mudana de

    hbito dos consumidores, e as tendncias e sazonalidade dos produtos. Assim, periodicamente

    as receitas passam por uma extensa reviso e atualizao, obrigando ao time de treinamento

    de pessoal estar constantemente treinando e capacitando os colaboradores que atuam no

    processo de produo.

    Os produtos so classificados de acordo com a clula e o setor onde so produzidos. O

    setor representa o local de fabricao e a clula uma subdiviso dentro do setor onde feito o

    apontamento de produo. Em muitos casos as clulas tm colaboradores com mais de uma

    habilidade para proporcionar o compartilhamento de recurso humano. Cada produto pertence

    tambm a uma estrutura de famlia que mantm a mesma caracterstica comercial, preo,

    tributao e unidade de venda, facilitando o cadastro e as manutenes em seus atributos

    dentro do sistema.

    A revenda de produtos o negcio que possui o maior nvel de informatizao, grande

    parte em razo de adequao aos processos regulatrios e de fornecedores, mas tambm para

    municiar o processo interno e descentralizado de compras que, no obstante ao processo de

    cotao mantido unicamente pela matriz, o comprador de cada loja tem a liberdade de efetuar

  • 56

    suas compras de acordo com os hbitos de consumo e giro locais, decidindo a quantidade, o

    prazo de validade e melhor preo.

    O servio a unidade de negcio responsvel pela maior participao no faturamento

    da rede. Compreende basicamente na oferta de refeies e lanches, com uma dependncia

    vital do setor de produo da loja. Os alimentos produzidos tambm respeitam uma nica

    receita e devem ser constantemente repostos com o frescor de um alimento que acabou de ser

    feito.

    Atualmente a empresa negocia ampliar seu negcio apostando em um novo mercado

    em parceria com um novo investidor com objetivo de consolidar sua marca tambm na capital

    paulista.

    4.2 Planejamento

    O planejamento das aes do processo investigativo foi construdo cerca de um ms

    antes da primeira reunio de trabalho. Este foi o tempo necessrio para alinhar agendas e

    expectativas do pesquisador e do principal executivo da empresa e tambm de mapear os

    demais artefatos constantes na fase de planejamento como o escopo de ao, a matriz de

    riscos e a lista de premissas e restries.

    4.2.1 Cronograma de atividade

    O cronograma (Tabela 3) foi o primeiro artefato gerado na presente pesquisa, tendo

    como funo guiar o pesquisador ao longo da investigao, oferecendo-lhe uma viso clara da

    sequncia de atividades a serem cumpridas e tambm bloquear a agenda tanto do prprio

    pesquisador como a do principal executivo da empresa, visto que este ltimo foi o principal

    ator participante da pesquisa e de agenda mais disputada.

    Nome da Tarefa Dura. Data Incio Data Trmino Reunies e Entrevistas 55 dias sexta 12/10/12 08:00 sexta 01/03/13 17:00

    Fase 1 - Identificao dos objetivos do

    Negcio 31 dias sexta 12/10/12 08:00 sexta 21/12/12 17:00

    Etapa 1 4 dia sexta 12/10/12 08:00 sexta 12/10/12 17:00

    Preparao de material para reunio de 12/10/12