para o desenvolvimento duma metateoria em grupanÁlise i – a. em 1915, freud publicou aquilo que...

13
PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente: 1. “Os Instintos e suas vicissitudes” 2. “A repressão” 3. “O inconsciente” 4. “Um suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos” 5. “Luto e Melancolia”

Upload: fatima-rios-faro

Post on 07-Apr-2016

221 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE

I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos

metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

1. “Os Instintos e suas vicissitudes”

2. “A repressão”

3. “O inconsciente”

4. “Um suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos”

5. “Luto e Melancolia”

Page 2: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

B. Segundo afirma Ernest Jones na “Vida e obra de Sigmund Freud” ele

pensava também publicar sete outros trabalhos, que nunca fez ou em

alternativa, a cuja destruição procedeu. Destes são conhecidos cinco

títulos:

1. O consciente

2. A ansiedade

3. A histeria de conversão

4. A neurose obsessiva

5. As neuroses de transferência, em geral

Page 3: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

C. Nestes trabalhos, Freud sublinha a importância dos fenómenos inconscientes

no comportamento do individuo e na explicação duma abordagem e

dinâmica psicanalítica

D. Assim, construiu-se e desenvolveu-se uma psicologia do inconsciente, que

permitiria explicar o comportamento do indivíduo, alicerçado naqueles

fatores

E. Cortesão considera que a análise daqueles fenómenos é, igualmente,

fundamental em grupanálise

Page 4: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

II– Na 1ª edição da sua obra “ Psicoterapia de Grupo. O enfoque psicanalítico”

Foulkes que sempre fora influenciado pelas abordagens sociológicas de Norbert

Elias, Max Horkheimer, Theodoro Adorno e, sobretudo, K. Goldstein, que foi seu

mestre, procurou desenvolver uma metateoria da grupanálise, inspirado em

conceitos específicos das ciências sociais, filosofia e nos pontos de vista da t. de

comunicação, nomeadamente, na análise dos seus níveis de relacionamento

(autocosmos, microsfera e macrosfera), formulados por Erikson, a partir de

conceitos análogos de Wernicke, estabelecidos no princípio do séc.XX.

Page 5: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

III- Em 1968, M. R. Leal publicou no GAIPAC, um artigo em que criou e

desenvolveu o conceito de matriz relacional interna, que definia como uma

entidade, que o individuo desenvolvia nos diferentes grupos, em que se inseria

desde a díada mãe-criança, passando pelos grupos de família edipiana, de

natureza família restrita pela alargada, (incluindo os colaterais) até aos grupos

de aprendizagem, profissionais e de lazer.

Esta matriz relacional interna (que Foulkes preferia designar por matriz pessoal

do grupo),vai ser modificada na rede de interações, que Foulkes designou por

matriz grupanalítica e que vamos definir a seguir

Page 6: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

IV – O conceito de matriz grupanalítica foi definido por Foulkes na esteira de

idênticas conceções de Ruesh e Bateson, que considerava a comunicação

como a matriz social da psiquiatria. Assim para estes autores a doença

mental estaria ligada a perturbações da comunicação

Page 7: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

V-Partindo desta concepção, Foulkes definiu matriz grupanalítica, como uma rede de

relação e comunicação , a qual permitiria a evolução do processo grupanalítico e a

consequente modificação da matriz grupanalítica e da matriz pessoal do grupo.

M.R. Leal considera que esta evolução está ligada ao desenvolvimento de

fenómenos do espelho, o que levava ao desenvolvimento dos correspondentes

neurónios do espelhamento, de modo análogo a que Fonagy e Gergeley

mostraram verificar-se nas crianças.

Page 8: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

VI – Ao introduzir o conceito de padrão grupanalítico, sempre dificilmente aceite

por Foulkes, Cortesão definiu-o como o conjunto de atitudes que o

grupanalista sustenta e mantem na matriz grupanalítica, com uma função

interpretativa, que fomenta e desenvolve o processo grupanalítico

É caraterizado pela sua natureza, que reside no grupanalista como pessoa e

transmissor, função através das suas intervenções e interpretações e propósito

(que consiste na perlaboração a neurose de transferência grupal e na

reconstrução e na procura duma na diferenciação dos selves

Page 9: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

VII – Tal facto e o desenvolvimento destas conceções levou Cortesão a modificar

o próprio conceito de matrizgrupanalítica,que passou a definir como uma

“rede específica de comunicação, relação e perlaboração” , a qual pela

integração do padrão grupanalítico, permite a evolução do processo

grupanalítico, adentro das dimensões teóricas e técnicas, que o informam

VIII – Estes três últimos conceitos (matriz relacional interna matriz grupanalítica,

padrão grupanalítico) são as bases em que podem assentar uma metateoria

Page 10: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

• Resumo:

• Baseando-se nos conceitos da metapsicologia freudiana e na proposta duma metateoria

grupanalítica, feita por Foulkes na 1ªedição da obra de Foulkes e Anthony, “Psicoterapia de

grupo – a abordagem psicanalítica”, mas relativizada numa 2ª edição da mesma obra e não

prosseguida posteriormente por aquele autor, sublinha-se a necessidade e a importância de se

desenvolver este conceito em Grupanálise e propõe-se que ele assente nos conceitos de Matriz

(Foulkes, reformulado por Cortesão), Padrão (Cortesão) e Matriz Relacional Interna (M. R.

Leal).

• Palavras-chaves: Matriz, Matriz Relacional Interna, Metateoria, Padrão

Page 11: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

• Abstract:

• As Freud constructed a metapsychological theory in psychoanalysis and Foulkes proposed a metatheory for group-analysis in the 1st edition of his book, published with Anthony, “Group psychotherapy - the psychoanalytic approach” (though he revised this point of view in a less ambitious conception in its 2nd edition and did not follow it afterwards), the author underlines the need and the importance to be develop this conception in group-analysis. He propose its construction though the use of the conceptions of matrix (Foulkes, revised by Cortesão), pattern (Cortesão) and internal relational matrix (M. R. Leal).

• Key-Words: Matrix, Internal Relational Matrix, Meta-theory, Pattern

Page 12: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

• Résumé

• Partant des conceptions de Freud sur métapsychologie en psychanalyse et de celles de Foulkes où cet auteur propose une métathéorie group analytique (dans le 1ére édition de son œuvre, publiée avec E. J. Anthony “La psychothérapie de groupe – l’approche psychanalytique”, revue dans la 2ém édition de cette œuvre et non poursuivie postérieurement, l’auteur souligne l’importance de développer cette conception, qu’il propose de construire à partir des notions de matrice (Foulkes, revue par Cortesão), pattern  (Cortesão) et matrice relationnelle interne (M. R. Leal).

• Mots-Clés: Matrix, Matrix Relationnel Interne, Métathéorie, Padron

Page 13: PARA O DESENVOLVIMENTO DUMA METATEORIA EM GRUPANÁLISE I – A. Em 1915, Freud publicou aquilo que denominou, “trabalhos metapsicológicos”, e que são, respectivamente:

• Bibliografia

• Cortesão, E. L. (1989). Grupanálise – Teoria e Técnica. (Ed.) Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa: Portugal.

• Ferreira, A.G. (1992). Matriz Grupanalítica in Revista Portuguesa de Grupanálise, Nº3, pp: 45-56.

• Ferreira, A. G. (2004). O problema e a procura duma metateoria em Grupanálise. (Ed.) Fim de Século, Revista Portuguesa de

Grupanálise, (Nova Série) Nº pp: 17-30.

• Foulkes, S. H. & Anthony, E. J. (1957/1964). Group psychotherapy –The psychoanalytic approach. (Ed.) Pinguin Books,

London: UK

• Freud, S. (1915). Papers on metapsychology. (Ed.) Hogarth Press (Standart Edition), Vol. XIV, London: UK.

• Jones, E. (1955). The life and work of Sigmund Freud. (Ed.) Basic books, New York: USA

• Leal, M. R. (1968). Transference neurosis and Group analytic treatment. (Ed.) Pergamon Press GAIPAC, Vol 1 (2), pp:101-109.

• Leal, M.R. (2010). Passos na Construção do Eu. (Ed.) Fim do Século, Lisboa: Portugal